“ em uma situação social em que os autores se encontram face a face
12
eles
sofrem, em suas ações, influência recíproca uns dos outros. Há, nela, um
trabalho social contínuo com princípios organizacionais próprios,
explícitos e implícitos; em outras palavras, uma situação social não é
tecida por um único fio ou por fios de igual textura, há fios díspares,
alguns contrastantes, uns coerentes, outros contraditórios, uns lógicos
outros não tão lógicos. É o conjunto deles, cada um a sua maneira e valor,
que molda a labilidade, a polissemia e a incoerência (Maffesoli, 1988: 27)
do dado social”(Goffman, 1989: 23, In: Erickson, 2001: 125).
Goffman (1967, In: Brown & Levinson, 1987:321) define a face como a
auto imagem pública que o indivíduo constrói perante a sociedade. Brown &
Levinson (1987), também contribuem com os estudos de face, ao introduzirem
uma definição que a constitui de dois aspectos:
• Face negativa: basicamente, o desejo de autonomia, respeito ao território,
desejo de não sofrer imposição e liberdade de ação e reação;
• Face positiva: constituída da auto imagem pública, apreciada e aprovada por
membros de uma determinada sociedade.
Por tanto, face “é algo investido emocionalmente, que pode ser perdido,
mantido ou melhorado, e que deve constantemente fazer parte da interação”
(Brown & Levinson, 1987: 321). Ou seja, a preservação das faces individuais de
cada um depende também do desejo do outro, na manutenção de sua própria face
e na do indivíduo com quem ele interage. Segundo os autores, há uma necessidade
social e conhecimento público mútuo de auto- imagem ou face que orientam as
interações de forma universal (Brown & Levinson, 1987: 321).
Uma das maiores preocupações dos participantes desse contexto social é a
de proteger a auto-imagem ou proteger a face a ser aprovada ou reprovada, aceita
ou não pelo outro. Isso significa, de modo geral, manter seus papéis sociais de
professor e aluno, desempenhados conforme o esperado (cf: Goffman, 1967, Apud
Brown & Levinson, 1987). Dessa forma, a sala de aula deve ser vista em toda sua
pluralidade, como um misto de culturas, emoções, gestos, palavras e
comportamentos, com todos os participantes dando vida àquele contexto. Todas as
diferenças sociais agregadas nesse contexto são elementos importantes, que
always a matter of genre; therefore, no matter what choices we make, we are always better off to
be aware of the materials out of which it is constructed...” (Bazerman, 1992: 26).
12
A noção de FACE é derivada dos estudos de Goffman (1967) e perder a face indicaria ser
humilhado ou envergonhado emocionalmente.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410466/CA