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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS / UFMG
FACULDADE DE MEDICINA
Francisco Luiz Zaganelli
ASPECTOS DO PERFIL SOCIAL DA GESTAÇÃO E DO PARTO
DA ADOLESCENTE E DA MULHER ADULTA E SUAS
REPERCUSSÕES SOBRE O RECÉM-NASCIDO.
BELO HORIZONTE
2006
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Francisco Luiz Zaganelli
ASPECTOS DO PERFIL SOCIAL DA GESTAÇÃO E DO PARTO
DA ADOLESCENTE E DA MULHER ADULTA E SUAS
REPERCUSSÕES SOBRE O RECÉM-NASCIDO.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências da Saúde, da
Faculdade de Medicina da UFMG, como
requisito parcial à obtenção do grau de Mestre
Área de Concentração: Saúde da Criança e do
Adolescente.
Orientador: Prof.Dr.Roberto Assis Ferreira
BELO HORIZONTE
2006
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Zaganelli, Francisco Luiz
Z18a Aspectos do perfil social da gestação e do parto da adolescente
e da mulher adulta e suas repercussões sobre o recén-nascido/
Francisco Luiz Zaganelli. Belo Horizonte, 2006.
120f.
Dissertação.(mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais.
Faculdade de Medicina.
Área de concentração: Saúde da Criança e do Adolescente
Orientador: Roberto Assis Ferreira
1.Gravidez na adolescência/estatística & dados numéricos
2.Idade materna 3.Escolaridade 4.Estado conjugal 5.Cuidado pré-
natal/utilização 6.Prematuro 7.Recém-nascido de baixo peso
8.Asfixia neonatal 9.Anormalidade I.Título
NLM: WS 462
CDU: 618.2-053.7
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE MEDICINA
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO SAÚDE DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE
Reitor: Ronaldo Tadeu Pena
Vice-Reitora: Heloisa Maria Murgel Starling
Pró-reitor de Pós-graduação: Jaime Arturo Ramirez
FACULDADE DE MEDICINA
Diretor: Francisco José Penna
Vice-diretor: Tarcizo Afonso Nunes
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE –
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO SAÚDE DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE
Coordenador: Prof. Joel Alves Lamounier
Subcoordenador: Prof. Eduardo Araújo de Oliveira
Colegiado:
Prof. Eduardo Araújo de Oliveira
Profª Ivani Novato Silva
Prof. Marco Antônio Duarte
Prof. Marcos Borato Viana
Profª. Regina Lunardi Rocha
Prof. Roberto Assis Ferreira
Rute Velasqez (Representante Discente)
A minha esposa Marta e aos meus filhos Francisco Junior, Fabricia e
Frederico, que sempre estiveram ao meu lado em todos os momentos
da minha vida, incentivando, dando força e mostrando que meus sonhos
podem se concretizar.
Dedico a vocês esta dissertação, com eterna gratidão por tudo que
fizeram e continuam fazendo, por mim.
AGRADECIMENTOS
A DEUS,
Que nos deu o dom da vida
Presenteou-nos com a liberdade
Abençoou-nos com a inteligência
Deu-nos a graça de lutarmos para a conquista dos nossos sonhos,
Ao Senhor, cabe o louvor e a glória.
A nós, só cabe agradecer!
A Marta, minha esposa e meus filhos Francisco Junior (Chico), Fabrícia e
Frederico e meu sobrinho José Luiz Zaganelli Junior, pela presença constante,
pela paciência, incentivo ao meu desafio e carinho para comigo.
A minha mãe Elisa Palassi e pai Galdino Luiz, que me deram os ensinamentos
da vida e pelo apoio constante.
A meu irmão Prof.(UFES) Galdino Luiz e cunhadas Prof.ª (UFES) Maria das
Graças (UFES) e Prof.ª (UFES) Margareth Vetis (UFES), irmão Marcio Luiz
(Núcleo de Processamentos de Dados/UFES) pelo exemplo de pesquisadores
e ajuda no momento oportuno.
A UFMG, aos professores e Sra. Egly da Conceição Vieira e Élen Cristina de
Jesus funcionários da pós-graduação da UFMG pela valiosa troca de idéias e
conhecimentos e pelo privilégio da oportunidade ímpar no meu aprimoramento
científico.
Ao Prof.Roberto de Assis Ferreira, meu orientador, pela amizade, pelo seu jeito
sereno e paciente de ensinar, por acreditar em mim e por me ensinar o
caminho a seguir.
Ao Prof. (UFMG) José Silvério Santos Diniz, para mim um exemplo de
verdadeiro mestre e pesquisador, pela sua amizade e simplicidade, por
acreditar em mim e por me orientar quando eu não sabia como iniciar esta
jornada do conhecimento e da pesquisa.
Ao Prof. (UFMG) Joel Lamounier, pela sua amizade, atenção, confiança e
segurança em me dar a mão em todos os momentos de minhas dúvidas e
incertezas.
Ao Prof. (UFMG) Enrico Colosimo pela análise estatística, orientações e pela
visão prática no tratamento dos dados estatísticos.
Ao Dr. Alexandre Sales, co-autor desta pesquisa, pela amizade, pela
construção do banco de dados do HUCAM e pela persistência em me auxiliar
no difícil caminho da busca do conhecimento cientifico.
Aos Professores do Departamento de Pediatria e, em especial, ao Prof. Luis
Alcides Puppin, Prof.ª Márcia Brandão, Prof.ª Jane Tagarro, Prof. Sérgio
Lamego,
Aos Professores do Departamento de Gineco-Obstetrícia da UFES, aos
médicos, enfermeiros e funcionários da Maternidade, do ambulatório e do
Serviço de Neonatologia do HUCAM.
A Professora Maria Luiza Barros Farias pela atenção e orientações. Às
bibliotecárias da UFMG e da UFES Genaide. Gozzi de Lima e funcionário da
biblioteca Charles Gonçalves (UFES). Ao Prof. Marcos Ferreira Santos pela
ajuda na formatação desta dissertação.
Ao IBGE, aqui representado pelos funcionários Cláudio José Maltinti e Rosana
Maria Calvet, pela atenção e atendimento diferenciado.
Aos colegas do Rotary e em especial aos companheiros do Clube Praia
Comprida pelo estímulo ao meu projeto e pela compreensão.
REFLEXÃO
Falar é completamente fácil quando se tem palavras em mente que expressem
sua opinião. Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos
dizer, o quanto quer dizer, antes que a pessoa se vá.
Fácil é julgar as pessoas que estão sendo expostas pelas circunstancias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente, algo
que já fez muito errado.
Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for
preciso. E com confiança no que se diz.
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Dificil é vivenciar esta situação e saber o que fazer. Ou ter coragem para fazer.
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado. Difícil é
expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te
entende. E é assim que perdemos pessoas especiais.
Fácil é mentir aos quatros ventos o que tentamos camuflar. Difícil é mentir para
o nosso coração.
Fácil é ver o que queremos enxergar. Difícil é saber que nos iludimos com o
que achávamos ter visto e admitir que nos deixamos levar, isso é difícil.
Fácil é dizer "oi” ou como vai?”“. Difícil é dizer adeus””. Principalmente quando
somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados. Difícil é sentir a
energia que é transmitida quando tocamos a pessoa certa.
Fácil é querer ser amado. Difícil é amar completamente. Amar de verdade, sem
ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar. E aprender a
dar valor a quem realmente te ama.
Fácil é ouvir a música que toca. Difícil é ouvir a sua consciência. Acenando o
tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.
Fácil é ditar regras. Difícil é segui-las. Ter a noção exata de nossas próprias
vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber. Difícil é estar preparado para escutar
esta resposta. Ou querer entender a resposta.
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade. Difícil é sorrir com vontade de
chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo. Difícil é entregar a alma. Sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida. Difícil é entender que
pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na agenda telefônica. Difícil é ocupar o coração de
alguém. Saber que se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites. Difícil é lutar por um sonho.
Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha
intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.
Carlos Drummond de Andrade
RESUMO
Introdução: Na literatura, resultados controversos propiciaram este estudo para
investigar diferença entre idade das mães adolescentes e adultas e repercussão no
parto e condições de nascimento.
Objetivos: Descrever aspectos do perfil social da gestação e do parto da adolescente
e a da mulher adulta e associações de variáveis maternas e grupo etário com
repercussão sobre o recém nascido vivo, no que se refere à presença de anomalia
fetal, hipóxia (apgar) no primeiro e quinto minuto de vida, duração da gestação e peso.
Metodologia:Foram analisados 6.302 prontuários médicos de gestantes, de todas as
idades, internadas no período de cinco anos, de 2000 a 2004, na maternidade do
Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Espírito Santo, considerada de alto
risco. Foi utilizado o Sistema Informático Perinatal do Centro Latino-Americano de
Perinatologia e Desenvolvimento Humano (SIP-CLAP), criado e desenvolvido pela
Organização Mundial de Saúde (OMS). A análise estatística foi realizada com a
assessoria de profissional da área e em duas etapas para controlar os fatores de
confusão. Inicialmente foi realizada a análise univariada e em seguida a multivariada.
O modelo de regressão logística foi utilizado em ambas as análises para anomalias.
Foi utilizado o modelo de regressão politômica nas duas análises para as variáveis de
duração de gestação, apgar de um minuto, apgar de cinco minuto e peso. As mulheres
foram divididas em grupos I (10-14 anos); II (15-19 anos); III (20-34); IV ( 35 anos).
Grupo III serviu de referência para fins de comparação.
Resultados: De todos os nascimentos, 89(1,4%) foram de adolescentes de 10-14
anos (Grupo I) e 1.462 (23,2%) foram de 15-19 anos (Grupo II), 4.138 (65,7%) de
mães do 20-34 anos (Grupo III) e 613 (9,7%) de 35 anos e mais idade (Grupo IV).
Entre as 89 adolescentes de 10 a 14 anos, não havia analfabetas; 96,6% tinham de 4
a 7 anos de estudo; 46,1% viviam com um companheiro. Nesse grupo, no pré-natal
43,8% realizaram 7 ou mais consultas; não relataram ter filho vivo prévio e 98,9%
relataram não ter filho morto prévio. Também, nesse grupo 57,3% tiveram filho de
parto normal; em 89,9% deles em boas condições de vitalidade ou com Apgar de 7 a
10 no primeiro minuto de vida e 98,9% no quinto minuto; 73% foram a termo, 95,5% de
gestação de um feto, 51,7% nasceram com peso adequado e não portadores de
anomalias em 100%. Entre as 1.462 adolescentes de 15 a 19 anos (grupo II) 18
(1,2%) eram analfabetas; 41,7% tinham de 4 a 7 anos de estudo; 61,9% viviam com
um companheiro. No pré-natal 45,1% realizaram 7 ou mais consultas; 79% relataram
ter filho vivo prévio e 99,3% relataram não ter filho morto prévio. Quanto ao parto e
nascimento, observou-se que 65,6% delas tiveram filho de parto normal; em 88,2% em
boas condições de vitalidade ou com Apgar de 7 a 10 no primeiro minuto de vida e
97,7% no quinto minuto; 76,4% foram recém-nascidos a termo, 95,8% de gestação de
um feto, 47,3% nasceram com peso adequado e não portadores de anomalias em
98,8%. Após análise univariada e multivariada verificou-se que não houve diferença
estatisticamente significativa entre os grupos de mães adolescentes e adultas no que
se refere à anomalia, ao apgar de primeiro e quinto minutos de vida e prematuridade.
Entretanto observou-se diferença estatisticamente significativa em relação ao Grupo
materno, ao peso do recém-nascido, ao número de consultas, à cesariana e filho vivo
prévio. A chance do recém nascido ser de baixo peso quando a mãe pertencia ao
Grupo I foi de 0,76 vezes (24% menor) que a chance do recém-nascido da mãe
pertencente ao Grupo III (p=0,004). A chance do recém-nascido ser de baixo peso
quando a mãe pertencia ao Grupo II foi de 0,90 (10% menor) que a chance do recém-
nascido da mãe pertencente ao Grupo III (p<0,0001). Quanto maior o número de
consultas, a chance de um RN ter hipóxia grave e moderada com um minuto de vida
reduziu-se em 40% (p<0,0001) e 18% (p<0,0003). Aos cinco minutos de vida a hipóxia
grave e moderada foi reduzida em 35% (p<0,033) e 44% (p<0,0001) respectivamente.
Ter peso insuficiente foi reduzida em 29% (p<0,0001). Uma consulta a mais, a chance
de um RN ter baixo peso é reduzida em 54% (p<0,0001). A chance de uma criança
que nasceu por cesariana e ter peso insuficiente foi 0,8 vezes maior (p<0,0002)
daquele nascido de parto vaginal. Para o aumento em uma unidade do número de filho
vivo prévio, a chance de um RN ser pré-termo reduz-se em 23% (p<0,0001), ser baixo
peso reduz-se em 20% (p<0,0001) e ser a termo reduz-se em 10,8% (p<0,0001).
Conclusões: Conclui-se que o principal fator para a ocorrência de hipóxia grave e
moderada com um e cinco minutos de vida, baixo peso, peso insuficiente e
prematuridade foi o número de consultas no pré-natal. Com o aumento de uma
consulta, a chance de um RN ter baixo peso foi reduzida em 54% (p<0,0001).
Observou-se que com o aumento do número de consultas, reduziu-se a chance de um
RN ter hipóxia grave e moderada com um minuto de vida em 40% (p<0,0001) e em
18% (p<0,0003), respectivamente. Com cinco minutos de vida, reduziu-se a chance de
ter hipóxia grave e moderada em 35% (p<0,033) e em 44% (p<0,0001),
respectivamente. Também foi reduzido o número de recém-nascido de peso
insuficiente em 29% (p<,0,0001) e prematuridade em 19% (p<0,0001). A idade da
mãe adolescente não foi fator importante para aumento destas condições e para
anomalia fetal.
Descritores: gravidez, adolescência, gestantes, gravidez na adolescência, cuidado pré-
natal, asfixia neonatal, idade materna, recém-nascido de baixo peso, prematuridade,
anomalia fetal.
ABSTRACT
Introduction: The controversial results, pointed in literature, had propitiated this
study to investigate if there were differences between the age groups of
adolescents and adult mothers and which were the outcomes in the newborns..
Objectives: To compare aspects of the social profile of the gestation and the
childbirth of the adolescent and of the adult women and to search if the
mother’s age, classified by age groups, had consequences on the newborn, as
far as to the presence of anomaly, hypoxia (to apgar) in first and the fifth minute
of life, gestation length and weight.
Methodology: 6,302 medical records of pregnant women were analyzed, of all
ages, admitted during the five year period, from 2000 to 2004, in the maternity
of the Hospital of the Clinics of the Federal University of the Espírito Santo. It
was used the Computer Perinatal System from the Latin American Center of
Perinatology and Human Development (SIP-CLAP), created and developed by
World Health Organization (WHO). The statistics analyses were carried through
with assistance of a professional in the area and in two stages to control the
confusion factors. Initially the univariate analysis was carried through and after
that the multivaried one. The model of logistic regression was used in both the
analyses for anomalies. The politomic regression model was used for duration
of the gestation, for one and five minute’s apgar and birth weight. Groups I, II
and IV had been compared with group III, which served as reference
Results: Of all the births, 89 (1,4%) had been of adolescents 10-14 years
(Group I) and 1,462 (23,2%) had been of 15-19 years (Group II), 4,138 (65,7%)
of mothers 20-34 years (Group III) and 613 (9,7%) of mothers 35 years and
older (Group IV). Among 89 adolescents, age range 10 to 14 years, 74.8%
declared to be mulattos; none were illiterate; 96,6% had 4 to 7 years schooling;
46,1% lived with the boyfriend. Regarding prenatal care, 43.8% had 7 or more
office visits; they didn’t report previous live birth and 98.9% reported not having
stillbirth. Regarding labor and delivery, it was observed that 57.3% of them had
normal delivery and 89,9% of them were in good conditions at birth, or with
Apgar of 7 the 10 in the first minute of life and 98.9% in the fifth minute; 73%
were full term, 95.5% single fetus, 51.7% born with adequate weight and 100%
not carrying any anomalies. Among 1,462 adolescents, age range 15 to 19
years, 76.4% declared to be mulattos, 18 (1,2%) to be illiterate; 41,7% had from
4 to 7 years of study; 61,9% lived with a boyfriend. As far as prenatal care
45,1% had 7 or more office visits; 79% reported having had a previous live birth
and 99.3% reported that they didn’t have previous stillbirth. Regarding labor and
delivery, it was observed that 65.6% of them had normal delivery, 88,2% were
in good conditions with Apgar of 7 the 10 in the first and 97.7% in the fifth
minute; 76,4% were full term, 95.8% single fetus, 47.3% born with adequate
weight and 98,8% not carrying any anomalies.
Conclusions: It was concluded that the main factor for the occurrence of
hipoxia grave and moderated with one and five minutes of life, low birth weight,
insufficient weight and prematurity was the number of consultations in the
prenatal. With the increase of one medical consultation, the chance of a
newborn to have low birth weight was of 54% (p<0.0001) The maternal age,
being adolescent mother did not contribute for the increase of these conditions
related with the newborn.
Key words: pregnancy, adolescence, pregnant women, prenatal care, low birth
weight, neonatal hypoxia
TABELAS
Tabela 1: POPULAÇÃO DE MULHER ADOLESCENTE DE
10 A 19 ANOS DE IDADE BRASIL ANO IBGE 22
Tabela 2: BRASIL E ESTADOS COM MAIORES NÚMEROS
DE NASCIDOS VIVOS E REGISTRADOS POR MIL
MULHERES DE 10 A 14 ANOS –e 15 a 19 anos IBGE –
ANO 2000 24
Tabela 3 NÚMERO DE GESTANTES
POR GRUPO-HUCAM/UFES 2000 A 2004 41
Tabela 4 TIPO DE UNIÃO
PORGRUPO-HUCAM/UFES 2000 A 2004 42
Tabela 5 ESCOLARIDADE
POR GRUPO HUCAM/UFES 2000 A 2004. 42
Tabela 6 CONSULTAS NO PRÉ-NATAL
POR GRUPO HUCAM/UFES 2000 A 2004 43
Tabela 7 NÚMERO DE FILHOS VIVOS PRÉVIOS
POR GRUPO HUCAM/UFES 2000 A 2004 44
Tabela 8 : NÚMERO DE FILHOS MORTOS PRÉVIO
POR GRUPO HUCAM/UFES 2000 A 2004 45
Tabela 9 : DURAÇÃO DA GESTAÇÃO
POR GRUPO HUCAM/UFES 2000 A 2004 46
Tabela 10 : TIPO DE GRAVIDEZ
POR GRUPOHUCAM/UFES 2000 A 2004. 46
Tabela 11 : TIPO DE PARTO
POR GRUPO HUCAM/UFES 2000 A 2004. 47
Tabela 12 SEXO DO RECEM NASCIDO
POR GRUPO HUCAM/UFES 2000 A 2004 47
Tabela 13 PESO DO RECÉM-NASCIDO
POR GRUPO HUCAM/UFES 2000 a 2004 48
Tabela 14 ANOMALIA FETAL OU MÁ FORMAÇÃO FETAL
POR GRUPO HUCAM/UFES 2000 A 2004 49
Tabela 15 APGAR NO PRIMEIRO MINUTO DE VIDA
POR HUCAM/UFES 2000 A 2004 50
Tabela 16 APGAR NO QUINTO MINUTO DE VIDA
POR GRUPO HUCAM/UFES 2000 A 2004 51
Tabela 17 ANÁLISE UNIVARIADA: ANOMALIA FETAL-
HUCAM/UFES 2000 A 2004. 52
Tabela 18 ANÁLISE MULTIVARIADA:ANOMALIA FETAL-
HUCAM/UFES 2000 A 2004. 53
Tabela 19 ANÁLISE MULTIVARIADA:DURAÇÃO DA
GESTAÇÃO:PREMATURIDADE-HUCAM/UFES 54
Tabela 20 ANÁLISE MULTIVARIADA: APGAR DO
PRIMEIRO MINUTO DE VIDA-HUCAM/UFES 2000 A 2004 56
Tabela 21 ANÁLISE MULTIVARIADA: APGAR DO
QUINTO MINUTO DE VIDA-HUCAM/UFES 2000 A 2004 58
Tabela 22 ANÁLISE MULTIVARIADA: PESO DO NATIVIVO-HUCAM/UFES
2000 A 2004 60
Tabela 23 CARACTERISTICAS DAS ADOLESCENTES-
HUCAM/UFES-2000 A 2004 73
Tabela 24 CARACTERISTICAS DOS RECÉM-NASCIDOS-
HUCAM/UFES 2000 A 2004 74
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CLAP Centro Latino Americano de Perinatologia e Desenvolvimento
Humano
DNV Declaração de nascidos vivos
ES Espírito Santo
HUCAM Hospital Universitário Cassiano Antonio Morais ou Hospital das
Clínicas / UFES
IBGE INSTITUTO Brasileiro De Geografia e Estatística
NV Recém-Nascido Vivo ou Nativivo.
OMS Organização Mundial de Saúde
RN Recém-nascido
RNAIG Recém-nascido Adequado para a Idade Gestacional
RNGIG Recém-nascido Grande para a Idade Gestacional
RNPIG Recém-nascido Pequeno para a Idade Gestacional
RNBP Recém-nascido Baixo Peso
RNPT Recém-nascido Pré-Termo ou prematuro
SINASC Sistema de Informações de Nascidos Vivos, Ministério da Saúde,
Brasil.
SIP CLAP Sistema Informático Perinatal, criado e desenvolvido pelo Centro
Latino Americano de Perinatologia e Desenvolvimento Humano e
Organização Mundial de Saúde
UFES Universidade Federal do Espírito Santo
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 18
1.1 JUSTIFICATIVA E IMPORTÂNCIA DO TEMA............................................... 18
1.2 NÚMEROS E CARACTERÍSTICAS DOS ADOLESCENTES ........................ 20
1.3 NÚMEROS DE MÃES NA ADOLESCÊNCIA;................................................ 23
1.4 NÚMERO DE RN VIVOS E REGISTRADOS................................................. 23
1.5 INTERNAÇÕES PARA CURETAGEM PÓS-ABORTO E ÓBITOS FETAIS... 25
1.6 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA ATRAVÉS DOS TEMPOS........................ 25
1.7 TENDÊNCIA DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA NO MUNDO DE HOJE. 26
1.8 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E SUAS CONSEQÜÊNCIAS.................... 28
1.9 FECUNDIDADE DA ADOLESCENTE E POBREZA ...................................... 31
2 OBJETIVOS...................................................................................................... 33
2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................ 33
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................... 33
3 METODOLOGIA............................................................................................... 34
3.1 VARIÁVEIS ESTUDADAS.............................................................................. 34
3.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO..................................................................... 37
3.3 POPULAÇÃO E LOCAL DO ESTUDO........................................................... 37
3.4 PROCEDIMENTOS E LOCAL DE COLETA DE DADOS............................... 37
3.5 INSTRUMENTO............................................................................................. 39
3.6 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS............................................. 39
3.7 ANÁLISE ESTATISTICA................................................................................ 39
3.8 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO................................................... 40
3.9 COMISSÃO DE ÉTICA................................................................................... 40
RESULTADOS..................................................................................................... 41
4.1 ANÁLISE INIVARIADA E MULTIVARIADA.................................................... 52
4.1.1 ANOMALIA.................................................................................................. 52
4.1.2 DURAÇÃO DA GESTAÇÃO:PREMATURIDADE........................................ 54
4.1.3 APGAR 1 MIN ............................................................................................. 56
4.1.4 APGAR 5 MIN ............................................................................................. 58
4.1.5 PESO .......................................................................................................... 60
5 DISCUSSÃO..................................................................................................... 63
5.1 ASPECTOS METOLÓGICOS E VIÉS............................................................ 63
5.2 GESTAÇÃO DE ALTO RISCO....................................................................... 64
5.3 FAIXA ETÁRIA ESTUDADA........................................................................... 67
5.4 FREQUENCIA DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA.................................... 69
5.5 ESTATISTICAS DO REGISTRO CIVIL IBGE BRASIL.................................. 72
5.6 CARACTERISTICAS DAS ADOLESCENTES DESTA PESQUISA ............... 73
5.7 CARACTERISTICAS DOS RECÉM-NASCIDOS DESTA PESQUISA........... 74
5.8 TIPO DE UNIÃO MATERNA.......................................................................... 74
5.9 ESCOLARIDADE MATERNA......................................................................... 76
5.10 PARTO VAGINAL VERSUS CESARIANA................................................... 80
5.11 PRESENÇA DE ANOMALIA FETAL............................................................ 84
5.12 FREQUENCIA DE RECÉM-NASCIDO COM HIPÓXIA GRAVE NO................
PRIMEIRO E QUINTO MINUTO DE VIDA........................................................... 85
5.13 FREQUENCIA DE PREMATURIDADE........................................................ 89
5.14 FREQUENCIA DE RECÉM-NASCIDO DE BAIXO PESO............................ 95
6 CONCLUSÕES............................................................................................... 102
7 COMENTÁRIOS FINAIS................................................................................. 103
8 REFERÊNCIAS.............................................................................................. 104
9 GLOSSÁRIO.................................................................................................. 113
10ANEXOS........................................................................................................ 118
18
1. INTRODUÇÃO e REVISÃO DA LTERATURA
1.1 JUSTIFICATIVA E IMPORTÂNCIA DO TEMA
As observações pessoais no alojamento conjunto, ambulatório e enfermarias
do Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes da Universidade Federal
do Espírito Santo, aliadas à oportunidade de aprendizados sobre a gravidez na
adolescência, foram fatores determinantes para a pesquisa que originou esta
dissertação.
Nos últimos anos, chamou-me a atenção a presença de crianças
acompanhadas por uma avó muito jovem e a causa era gravidez na
adolescência.
O desafio inicialmente foi tentar entender a evolução de variáveis ligadas à
gravidez na adolescência através do tempo, desde 1939, quando da
comunicação de ESCOMEL a LA PRESSE MEDICALE até os dias atuais em
2006.
A dificuldade foi tentar comparar as publicações de importantes autores
brasileiros e estrangeiros, bem como de importantes institutos como o
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, INSTITUTO
ALLAN GUTTMACHER e MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL,, entre outros.
Importante foi conhecer o Banco de dados da maternidade do HUCAM /
UFES, fruto de um trabalho pessoal, competente e diário, do Dr.Alexandre
Salles, a partir de 1999 até os dias atuais o qual me foi cedido gentilmente para
essa dissertação.
Preocupante foi saber que toda a riqueza desse Banco de dados pode
desaparecer, pois o único recurso humano que existe nele é o Dr Alexandre
Este estudo torna-se atual e importante a partir:
19
Da pergunta de que se ainda são válidos os conhecimentos das
diferentes conclusões de publicações da década de 1970/1980, no que
se refere à idade como fator determinante para alto risco da gravidez;
Da dificuldade de comparação nas diversas publicações devido à
metodologia bastante diversificada;
Da constatação de que a evolução da gravidez da adolescente em
nosso meio envolve vários fatores complexos, e intimamente
interligados, e, portanto fatores de confusão;
Da tendência de diminuição das taxas de gravidez na adolescente dos
países desenvolvidos em contraste com os países subdesenvolvidos;
Do conhecimento de que foram internadas 38.160 adolescentes de 10 a
14 anos e do sexo feminino, no Brasil, no ano 2000, tendo como causa
da internação a gravidez, o parto e o puerpério;
Do conhecimento de que 75,01% das 13.547 das internações
hospitalares pelo SUS (10 a 19 anos), no Espírito Santo em 2001 foram
devido aos grupos de causas de “gravidez, parto e puerpério”;
Da necessidade de se conhecer melhor a situação no Brasil para a
gestante de 10 a 14 anos de idade;
Da necessidade de preservar, divulgar e valorizar o Banco de Dados da
Maternidade do Hospital das Clinicas (HUCAM), bem como ampliá-lo.
Da escassez de artigos publicados no Espírito Santo.
20
1.2 NÚMEROS E CARACTERÍSTICAS DOS ADOLESCENTES
O número de adolescentes entre 10 e 19 anos no âmbito mundial supera um
bilhão. Na América Latina e no Caribe, tem-se estimado um aumento dessa
população de 138%; de 40,1 milhões a 95,7 milhões no período de 1960
1990 ALAN GUTTMACHER INSTITUTE, 1990. O índice de masculinidade ou a
razão homem / mulher na região é semelhante para ambos os sexos, ou seja,
que o número de homens e mulheres adolescentes é quase o mesmo. A
distribuição por grupo de idade de acordo com o sexo, é semelhante para os
grupos de 10 a 14 anos e 15 a 19 anos (OMS, 1988-1998).
Em quase todo o mundo, a maioria das mulheres torna-se sexualmente ativa
na adolescência. Do ponto de vista numérico, esse contingente pode chegar a
cerca de 50% na América Latina e no Caribe, alcançar a 75% em grande parte
dos países desenvolvidos e ultrapassar 90% em muitos países da África sub-
Saariana. Em algumas sociedades, as mulheres começam sua vida sexual na
adolescência, pois se espera que se casem e comecem a procriar cedo. Em
outras, o casamento normalmente ocorre mais tarde, mas é comum o início da
atividade sexual antes do casamento. Sem dúvida, algumas sociedades
encontram-se em transição de uma norma social para a outra. Os adolescentes
de hoje, o maior contingente entre 10 a 19 anos de idade da história, vêm
chegando à idade adulta num mundo bem diferente daquele em que cresceram
seus pais. Embora o ritmo das mudanças varie de uma região do mundo para
outra e até mesmo na mesma região, a sociedade se transforma ampla e
rapidamente, criando uma série vertiginosa de novas possibilidades e de novos
desafios para a juventude ALAN GUTTMACHER INSTITUTE, 2005.
A adolescência, período de transição entre a infância e a idade adulta,
caracteriza-se por alterações fisiológicas rápidas e objetivas, tais como um
crescimento rápido, maturação do sistema reprodutor e alterações no aspecto
físico. Na passagem da dependência da infância para a interdependência da
21
idade adulta, ao longo de um processo de maturação progressiva, ocorre um
significativo desenvolvimento psicossocial, em particular nos aspectos
emocional, intelectual e espiritual OMS(WHO), 2001.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a adolescência ocorre
desde a idade de 10 anos até os 19, existindo notável diferença, sob o ponto
de vista da saúde, entre as etapas precoce que vai dos 10 aos 14 anos e a
tardia que abarca dos 15 aos 19 anos (LOPES, G. et al.,1992). Ainda que se
registrem gestações no grupo de 10 a 14 anos, a maior quantidade de
informação disponível sobre o assunto refere-se a etapa tardia. Este fato é de
interesse porque a existência de riscos durante a gravidez se apresenta neste
último grupo com maior facilidade, intensificando-se os transtornos emocionais
e a negação da gravidez (MADDALENO, 1995; SILVER, 1995)
A saúde sexual e reprodutiva é um componente fundamental da saúde das
mulheres e homens durante toda a sua existência. O momento mais relevante
para o reconhecimento da sexualidade, para o aprendizado do corpo e, com
muita freqüência, para a tomada de decisão sobre as potencialidades
reprodutivas, é no tempo da adolescência. A adolescência é uma etapa que
está marcada por mudanças biológicas, psicológicas e sociais, acompanhadas
por notórios sentimentos de atração sexual e profundas meditações sobre a
capacidade de decidir. Uma parte muito grande dos adolescentes contrai
responsabilidades maternas e paternas antes de conseguir um mínimo de
estabilidade de trabalho ou de ter alcançado uma profissão ou trabalho digno
( HUBNER, 1988-1998).
A saúde dos adolescentes (10 a 19 anos) e dos jovens (15 a 24 anos) é um
elemento chave para o progresso social, econômico e político de todos os
paises e territórios das Américas Entretanto, com muita freqüência suas
necessidades e direitos não figuram nas políticas públicas, nem na agenda do
setor saúde, exceto quando sua conduta é inadequada MADDALENO, M.
(2003).
22
Segundo dados do IBGE, em 2000, no Brasil, um em cada cinco habitantes era
adolescente. O país possuía aproximadamente 170 milhões de habitantes e os
adolescentes de 10 a 19 anos representavam 20,8%; uma população de
35.302.972. As meninas de 10 a 14 anos de idade eram 5,04% (8.570.428) e
as de 15 a 19 anos eram 5,25% (8.920.685 9). A população das mulheres
adolescentes de 10 a 19 anos teve um aumento de 55,7% (6.259.116) e vem
mudando sua situação de domicilio nos últimos 30 anos.
Tabela 1: POPULAÇÃO DE MULHER ADOLESCENTE DE 10 A 19 ANOS DE
IDADE BRASIL ANO IBGE
POPULAÇÃO DE MULHER ADOLESCENTE DE 10 A 19 ANOS DE IDADE
BRASIL - ANO - IBGE
DOMICILIO/ ANO 1970 1980 1991 2000
URBANO 56% 67% 75% 80%
RURAL 44% 33% 25% 20%
TOTAL 11.232.022 13.960.278 16018.633 17.491.138
23
1.3 NÚMEROS DE MÃES NA ADOLESCÊNCIA
Anualmente, cerca de 14 milhões de mulheres entre 15 a 19 anos de idade se
tornam mães no mundo. A maternidade entre adolescentes é mais comum nos
países em desenvolvimento, onde muitas vezes cerca de 25% a 50% de jovens
tiveram seu primogênito antes de completarem 18 anos de idade. Em contrate,
nos paises desenvolvidos e em pequeno número de países em
desenvolvimento, menos de uma entre 10 jovens tem filhos precocemente
(ALAN GUTTMACHER INSTITUTE, 2005).
Segundo Nelson (Tratado de Pediatria, 1983), “Não se conhece o número
exato de gravidezes, devido aos abortos espontâneos ou provocado e não
notificados, mas estima-se que o total esteja bem acima de 600.000
adolescentes, anualmente, nos Estados Unidos”.
1.4 NÚMERO DE RN VIVOS E REGISTRADOS
No Brasil, no ano de 2000, foram registrados 2.611.922 nascidos vivos e
21,34% (557407) eram filhos de mães adolescentes (10 a 19 anos), o que
corresponde a 62,59 por mil mulheres desta faixa etária. A distribuição de
nascidos vivos e registrados não é uniforme nos estados brasileiros. Para a
faixa de 10 a 14 anos, os estados de Mato Grosso do Sul, Acre e Amapá foram
os de maior número de nascidos vivos e registrados, com 4,08, 3,80 e 3,66 por
mil habitantes mulheres desta mesma faixa etária. Para a faixa de 15 a 19 anos
os estados do Acre, Mato Grosso do Sul e Roraima foram os de maior número
de nascidos vivos e registrados, com 88,53, 82,29 e 80,72 por mil habitantes
mulheres desta mesma faixa etária.
24
Tabela 2: BRASIL E ESTADOS COM MAIORES NÚMEROS DE
NASCIDOS VIVOS E REGISTRADOS POR MIL MULHERES DE 10 A
14 ANOS –e 15 a 19 anos IBGE – ANO 2000
BRASIL E ESTADOS COM MAIORES NÚMEROS DE NASCIDOS VIVOS E
REGISTRADOS POR MIL MULHERES DE 10 A 14 ANOS - IBGE ANO
2000
Pop. Mulheres* NV e Registrados** NV por mil***
Brasil 8.570.427 18.047 2,11
MGSul 106.529 435 4,08
Acre 33.694 128 3,80
Amapá 29.266 107 3,66
* Pop. Mulheres: População de mulheres de 10 a 14 anos
* NV e Registrados: Recém nascido vivo ou Nativivo de mães de 10 a
14 anos.
* NV por mil: Recém nascido vivo ou Nativivo que nasceram de uma
população de mulheres de 10 a 14 anos.
BRASIL E ESTADOS COM MAIORES NÚMEROS DE NASCIDOS VIVOS E
REGISTRADOS POR MIL MULHERES DE 15 A 19 ANOS –- IBGE - ANO
2000
Pop.Mulheres NV e Registrados NV por mil
Brasil 8.920.685 539.556 60,48
Acre 33.288 2.947 88,53
MGSul 107.930 8.882 82,29
Rondônia 77.280 6.238 80,72
* Pop. Mulheres: População de mulheres de 15 a 19 anos
* NV e Registrados: Recém nascido vivo ou Nativivo de mães de 15 a
19 anos.
25
* NV por mil: Recém nascido vivo ou Nativivo que nasceram de uma
população de mulheres de 15 a 19 anos.
IBGE – 2006
No Brasil, a taxa de natalidade total foi de 24,21 em 1990; 21,13 em 2000 e
20,64 por mil habitantes em 2004 (IBGE, 2006).
1.5 INTERNAÇÕES PARA CURETAGEM PÓS-ABORTO E ÓBITOS
FETAIS
Em 1998, mais de 50 mil adolescentes foram atendidas em hospitais públicos
para curetagem pós-aborto, sendo que quase três mil delas tinham apenas
entre 10 a 14 anos. Entre 1993 e 1998, observou-se um aumento de 31% no
percentual de parto de meninas de 10-14 anos atendidas pela rede do SUS
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, Brasil,2003). No Brasil, ano de 2004, ocorreram
28.852 óbitos fetais e 15,8% (4.551) foram de mães adolescentes (10 a 19
anos). (IBGE, 2006).
1.6 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA ATRAVÉS DOS TEMPOS
A atividade sexual e a gravidez na adolescência surgem como problema
emergente, que não é, todavia, peculiar à nossa época. A História da
Civilização mostra que, desde sempre, a atividade sexual dos adolescentes
suscitou medidas coercitivas em alguns países da Ásia e da África, enquanto
que em outros o estímulo ao casamento precoce encoraja e faz prosperar as
prenhezes e o parto nas meninas. Algumas culturas africanas toleram a pratica
sexual de crianças em fase pré-puberal, mas reservas rituais à gravidez
ocasional, ensinando-se o coito interrompido. Quando, malgrado as
preocupações, a gestação desponta, impõe-se o abortamento e aplicam-se
punições diversas: o ostracismo, a desgraça social e até o infanticídio. Em
muitas outras regiões (América Latina, África, Ásia, Oceania) onde a atividade
sexual e a reprodução pré-conjugal são culturalmente aceitáveis, há tradição
26
de casamento não oficial, consensual ou conivente, com freqüência muito
grande de prenhezes em crianças e adolescentes. É o caso de gestação mais
precoce até hoje cadastrado o de Lina Medina, acontecido no Perú, cuja
autenticidade não não padece vida. Diversos obstetras a examinaram
presenciando, do mesmo passo, a cesariana que lhe foi praticada, aos cinco
anos incompletos. O produto, de aproximadamente 3 quilos, foi obtido vivo.
Lina Medina menstruava regularmente desde os primeiros meses de vida, tinha
configuração corpóreade mulher púbere, em miniatura perfeita. (REZENDE,
2005). A publicação foi feita por ESCOMEL, 1939.
Em meados da cada de 1970, os Estados Unidos foram informados de que
havia uma “epidemia” de gravidez na adolescência (GUTTMACHER, 1976).
Desde então, de acordo com GUTTMACHER (1994), houve uma tendência
geral de diminuição da taxa de gravidez entre meninas e mulheres
sexualmente experientes de 15 a 19 anos de idade. Apesar disso, a procriação
muito cedo atraiu grande interesse, não apenas da comunidade médica, mas
também de todos os segmentos da sociedade. De acordo com GOLDENBERG
e KLERMAN (1995). “O clamor político atual... contra a gravidez na
adolescência não foi causado basicamente por preocupação com as evoluções
daquelas gestações. Em vez disso, originou-se de sentimentos profundos
sobre moralidade e paternidade simples e de raiva em relação a pagamentos à
previdência social”. Durante a década de 1970 a gravidez na adolescência era
primariamente um problema social com conseqüências médicas
(HOLLINGSWORTH and KREUTNER, 1980).
1.7 TENDÊNCIA DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA NO MUNDO DE
HOJE
As taxas de gravidez na adolescência variam através dos países
desenvolvidos, de uma taxa muito pequena nos Países Baixos (12 gravidezes
por 1.000 mulheres de 15 a 19 anos por ano) para uma taxa muito alta na
27
Federação Russa (102 por 1.000). O Japão e muitos países da Europa
Ocidental têm baixas taxas (menor que 40 por 1.000). Austrália, Canae
Nova Zelândia e alguns países Europeus têm taxas moderadas (40-69 por
1.000). Cinco países têm taxa de gravidez na adolescência de 70 ou mais
Belarus, Bulgária, Romênia, Federação Rússia e Estados Unidos (SINGH e
DARROCH, 2000).
Enquanto a taxa de fertilidade da mulher brasileira diminuiu de 6,2 até 3,7 filhos
por mulher entre 1960 e 1985, a taxa de gravidezes entre adolescentes de 15 a
19 anos aumentou de 75 até 81 por mil. Em São Paulo, houve aumento de 64
até 78 (22%) por mil entre 1970 e 1986. Considerando somente adolescentes
de 15 e 16 anos, o aumento entre 1970 e 1980 foi de 300 e 129%,
respectivamente. Considerando todos os nascidos vivos de mães adolescentes
brasileiras (entre 10 e 19 anos), 30% deles em 1976 tinham mãe até 17 anos
de idade; em 1984, este número aumentou para 36%. Assim, o Brasil mostra,
como ocorre no mundo inteiro, um aumento da incidência de gravidez na
adolescência com tendência a incrementos maiores nas idades maternas mais
baixas (CORREA E COATES, 1993).
Segundo dados do MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL, a gravidez entre 15
e 19 anos cresceu 26% entre 1970 e 1999, contrariando a tendência geral de
diminuição das taxas de fecundidade. A Pesquisa Nacional de Demografia e
Saúde (PNDS) realizada em 1996 demonstrou que 14% das mulheres nessa
faixa etária tinham pelo menos um filho e que as jovens mais pobres
apresentavam fecundidade dez vezes maior do que as de melhor nível
socioeconômico.
No Brasil, no período de dez anos, de 1994 a 2003, o número de nascidos
vivos de mãe de 10 a 19 anos aumentou 32,4% (164.701), de 508.344 para
673.045 sendo que o de mães de 10 a 14 anos aumentou 54,5% (9.611) de
17.628 para 27.239 e de mãe de 15 a 19 anos aumentou 31,6% (155.090) de
490.716 para 645.806.(DATASUS, 2006).
28
A taxa de gravidez da adolescente de 15 a 19 anos nos Estados Unidos,
diminuiu 28% entre 1990 e 2000. Após ter alcançado 117 gravidezes por 1.000
em 1990, a taxa da gravidez diminuiu para 84 gravidezes por 1.000. Os dados
da gravidez incluem nascimentos, abortos e perdas fetais (HENSHAW, S.K.
2004).
1.8 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E SUAS CONSEQÜÊNCIAS
GOLD, (1968), em seu artigo “Identificação de alto risco do feto” relaciona a
idade da mãe em menor do que 16 anos e mais de 40 anos na concepção,
como fatores de alto risco para a gravidez.
Profissionais de saúde do mundo inteiro preocupam-se com a gravidez na
adolescência, pela importância cada vez maior e de suas implicações
biológicas e psicossociais para a mãe adolescente e seu filho. A gravidez na
adolescência é uma doença da sociedade, tendo suas origens no passado,
existindo conosco no presente e, se não for detida e prevenida, continuará a se
espalhar no futuro. (CLARK, 1971).
Constitui séria ameaça à vida e a saúde da mulher, ocorra ou não o.parto
dentro do casamento, e o risco aumenta incisivamente com o nascimento do
segundo ou terceiro filho nesta década da vida, quando 10% delas engravidam
anualmente e 6% dão à luz a despeito das condições adversas. A maternidade
precoce, não importa o estado civil, é mais perigosa para a adolescente e seus
conceptos do que para mulheres adultas. Ao diferir o primeiro parto, reduzem-
se, expressivamente, morbidade e mortalidade perinatal e infantil. (REZENDE,
2005).
Na adolescência, é a prenhez sempre de alto risco e sintoma de desordem
social (PERKINS, 1978). HOLLINGSWOORTH & KREUTNER (1980)
resumiram a literatura médica e observaram que riscos obstétricos em
29
adolescentes mais velhas - 16 a 18 anos – estavam associados a fatores
sociais como pobreza e não simplesmente a atributos biológicos de idade
materna. Contrariamente, aquelas com 15 anos ou menos pareciam ter
complicações da gravidez relacionadas à sua idade jovem
As complicações orgânicas para a jovem grávida são também múltiplas,
incluindo maior morbidade e mortalidade por complicações da gravidez, parto e
puerpério. Há, entre outros, mais desproporção feto lvicas com suas
seqüelas, especialmente nas muito jovens. Ademais, a gravidez leva muitas
vezes a co-habitação ou casamento com o pai do filho, porém estas uniões
contraídas antes dos 20 anos de idade terminam em separação numa
proporção três a quatro vezes maiores do que aquelas que se iniciam após os
20 anos de idade. Assim, frequentemente essas jovens mais cedo ou mais
tarde se encontrarão sozinhas no lar e na maioria das vezes com vários filhos,
aumentando ainda mais as suas dificuldades psicossociais e econômicas. Em
vista de tantas complicações em potencial, costuma-se considerar a gravidez
na adolescência como gravidez de alto risco. Porém, é possível diminuir a
incidência de todas essas complicações para a mãe e seu filho, se a gestante
iniciar um pré-natal precoce (desde o primeiro trimestre da gravidez) e especial
com seguimento multiprofissional e interdisciplinar por obstetra, pediatra,
nutricionista, psicóloga, enfermeira e assistente social. O êxito deste tipo de
atendimento foi comprovado em todos os serviços onde foi instalado, tanto no
Brasil quanto no exterior, diminuindo inclusive a reincidência da gestação na
adolescência e aumentando a retomada da educação formal pela jovem mãe
após o nascimento do seu filho (CORREA & COATES, 1993).
SATIN e col. , (1994) “analisaram as evoluções da gravidez em mais de 16.500
mulheres nulíparas, e constataram que o parto pré-termo aumentou
significativamente entre 1.622 gestações em mães de 11 a 15 anos.
Inversamente, mães de 16 a 19 anos não apresentaram mais complicações em
comparação com mães mais velhas primíparas”.
30
Lactentes de muito baixo peso ao nascimento - menos de 1.500 g - eram quase
duas vezes mais freqüentes em mulheres com menos de 18 anos, em
comparação com a população obstétrica geral. “Há controvérsias quanto ao
fato de inadequações biológicas ou sociais explicarem melhor essas aparentes
desvantagens reprodutivas” (MILLER, 1996).
AMINI et col, (1996) analisaram as evoluções de mulheres nulíparas em 69.096
partos, durante o período de 1975 a 1993, em Cleveland, Ohio e encontraram
1.875 (2,7%) na faixa de 12-15 anos e 17.359 (25,3%) na de 16-19 anos, a
proporção de cesariana nas adolescentes de 12-15 anos foi de 11,6%,
significativamente maior do que 9,4% nas de 16-19 anos e 10,2% nas adultas
(p<0,001). Concluíram que as adolescentes de 16-19 anos tiveram melhor
evolução obstétrica do que as adultas, enquanto que as de 12-15 anos tiveram
pior evolução do que as adultas.
A gravidez na adolescência tem sido identificada como um dos grandes
problemas de saúde pública tanto no Brasil, como em muitos países,
principalmente porque vem aumentando neste final de século (SANTOS
JUNIOR, 1999).
Muitas características das mães adolescentes de 13 a 17 anos foram mais
desfavoráveis do que daquelas com 18 e 19 anos. Estas especificidades no
grupo de adolescentes necessitam ser melhor estudadas e compreendidas e
levadas em conta no planejamento da oferta de serviços de atenção ao pré-
natal e ao parto (RIBEIRO e col, 2000).
Os resultados apontaram entre adolescentes alta prevalência de nascidos vivo
e baixo nível de escolaridade, além do risco aumentado para analfabetismo,
não realização de pré-natal, baixo peso e peso insuficiente do RN,
principalmente na faixa do 10 a 16 anos , em comparação com as outras faixas
estudadas (COSTA e col, 2001).
31
SIMÕES e col, (2003) analisaram 2.429 partos de mulheres residentes em São
Luiz, Maranhão, e concluíram que as adolescentes de 18 a 19 anos
apresentaram resultados perinatais semelhantes aos de mulheres de 25 a 29
anos. as menores de 18 anos tiveram maiores proporções de filhos com
baixo peso ao nascer, prematuros e com maior risco de mortalidade infantil.
Isto sugere que a imaturidade biológica possa estar associada a maiores taxas
de prematuridade, baixo peso ao nascer e mortalidade infantil.
Apesar das mães adolescentes apresentarem condições socioeconômicas
mais desfavoráveis do que as mães adultas jovens, a idade materna não
influenciou significativamente no peso ao nascer (KASSAR e col, 2005)
No Brasil, no ano 2000, ocorreram 38.160 e 736.667 internações hospitalares
de adolescentes do sexo feminino, de 10 a 14 e 15 a 19 anos, respectivamente
e tendo como causa da internação a gravidez, o parto e o puerpério
(DATASUS, 2006).
No Estado do Espírito Santo, no ano de 2001, ocorreram 18.060 internações
hospitalares de adolescentes do sexo feminino, de 10 a 19 anos, sendo que
75,01% (13.547) foram devidas aos grupos de causas de “gravidez, parto e
puerpério” (DATASUS, 2001)”.
1.9 FECUNDIDADE DA ADOLESCENTE E POBREZA
Até 1960, a Taxa de Fecundidade Total (TFT) apresentava-se estável (6,2
filhos por mulher); nas décadas de 1960 a 1970 constatou-se leve declínio da
fecundidade nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. na cada de 1970, a
queda da fecundidade atingiu todas as regiões do Brasil em ritmo mais
acentuado (24,5% de declínio), passando a TFT de 5,8, em 1970, para 4,4
filhos por mulher, em 1980. Na década de 1980, a queda atingiu percentual de
38,6%, passando a TFT para 2,7; finalmente, entre 1990 e 1996, a diminuição
32
representou um percentual de 7,4%, sendo a TFT de 2,5 filhos por mulher.,
segundo o IBGE - PNDS-1996.
A Taxa de Fecundidade Total (TFT) considera o período reprodutivo das
mulheres a faixa de idade de 15 a 49 anos (IBGE, 1996).
Observa-se uma importante associação entre níveis de pobreza e fecundidade,
mostrando que é entre as mais pobres que o número de partos é maior.
(MADDALENO & MORELLO, 2000).
Os resultados controversos, apontados na literatura, propiciaram este estudo
que teve como objetivo comparar aspectos do perfil social da gestação e do
parto da adolescente e a da mulher adulta e suas repercussões sobre o recém
nascido no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Espírito Santo,
(HUCAM) em Vitória, Espírito Santo.
33
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Descrever os aspectos do perfil social da gestação e do parto da adolescente e
comparar com a mulher adulta e suas repercussões sobre o recém nascido
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Investigar a associação da idade materna com as seguintes condições do
recém nascido, nas variáveis: hipóxia no primeiro e quinto minuto de vida,
prematuridade (idade gestacional), sexo e anomalias fetais (má formações)
34
3 METODOLOGIA
3.1 VARIÁVEIS ESTUDADAS
Grupos etários: A gestante foi agrupada em quatro grupos etários: Grupo I,
de 10 a 14 anos; Grupo II, de 15 a 19 anos; Grupo III, de 20 a 34 anos e Grupo
IV, com 35 anos e mais.
O tipo de união por grupo foi dividido em: mãe sem companheiro que é
aquela que vive sozinha, e com companheiro, aquela que convive com um
parceiro seja em casamento civil ou em união consensual.
A escolaridade por grupo foi analisada considerando-se o número de anos
estudados pela mãe e foi considerado: analfabeta quando não tinha nenhum
ano de estudo, 1 a 3 anos, 4 a 7 anos, 8 a 11 anos e 12 anos e mais de estudo.
O número de consultas por grupo do pré-natal foi nenhuma, 1 a 3, 4 a 6 e 7
ou mais consultas.
O número de filho vivo prévio por grupo quando a grávida fazia relato na
internação de ter tido um, dois, três, quatro, cinco e seis a onze filhos, vivos em
gravidez anterior.
O número de filho morto prévio por grupo quando a grávida fazia relato na
internação de ter tido um, dois, três ou mais filhos, mortos em gravidez anterior.
O tipo de gravidez por grupo foi único quando era de um feto, dupla com dois
e tripla ou mais quando tinha três ou mais fetos.
O tipo de parto por grupo foi vaginal e cesariana.
O sexo por grupo foi masculino e feminino.
35
A hipóxia do RN por grupo foi considerada no primeiro e no quinto minuto e
foi determinada pelo médico residente na sala de parto. Foi considerado o
escore de Apgar no momento do nascimento. As notas do escore de Apgar
variam de zero a dez e o recém nascido apresentava hipóxia grave quando a
nota do escore de Apgar foi igual à zero, um, dois e três. Apresentava hipóxia
moderada quando a nota do escore de Apgar foi quatro, cinco e seis e o recém
nascido era hígido ou sem hipóxia, quando a nota foi de sete, oito, nove e dez.
O peso do nascimento por grupo foi o primeiro peso do RN, obtido após o
nascimento, foi tomado na primeira hora de vida e com o recém nascido
despido. Foi expresso em gramas e categorizado em aborto ou feto não viável
quando era de até 500 g, baixo peso entre 501 g e 2.500 g, peso insuficiente
com peso entre 2.501 g e 3.000 g e peso adequado com 3001 g e maior. Os
fetos menores que 500 gramas não são considerados viáveis e, portanto, não
foram considerados como nascimentos para fins de estatísticas perinatais.
Foi utilizada balança eletrônica com escala de 05 gramas e até 15.000
gramas.
A idade gestacional por grupo foi categorizada de acordo com o método do
CAPURRO (1967) somático na avaliação do médico residente no primeiro
exame físico do recém nascido na sala de parto. Foi considerado pré-termo ou
prematuro o recém nascido com 22 a 36 semanas, recém nascido a termo
quando tinha 37 a 41 semanas e pós-termo quando tinha 42 ou mais semanas
de idade gestacional.
Anomalia fetal ou formação por grupo foi sim e não quando foi e não foi
detectada má formação do recém nascido ao nascimento.
As anomalias fetais ou má-formações referidas são: espinha bífida com e sem
hidrocefalia, hidrocefalia, outras anomalias congênitas do sistema nervoso
central, do Aparelho respiratório, do Aparelho circulatório, fissura da abóboda
palatina e lábio leporino, do aparelho digestivo, dos Órgãos genitais, do
Aparelho urinário, má-formação congênita do quadril, anomalias
36
cromossômicas, síndromes de malformações congênitas que acometem
múltiplos sistemas
37
3.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO
Trata-se de um estudo retrospectivo e descritivo, de revisão de todos os 6.302
prontuários médicos da maternidade e do serviço de neonatologia do Hospital
Universitário (HUCAM) da UFES em Vitória, capital do Espírito Santo, no
período de 01 de janeiro de 2000 a 31 de dezembro de 2004.
3.3 POPULAÇÃO E LOCAL DO ESTUDO
A população alvo foi formada por 6.302(100%) gestantes internadas no
Hospital das Clínicas da UFES no período de cinco anos, de 01 de janeiro de
2000 a 31 de dezembro de 2004 e pertencentes a todas as idades.
A pesquisa foi realizada no Estado do Espírito Santo, que possui duas
maternidades consideradas de alto risco para o Sistema Único de Saúde (SUS)
e ambas estão localizadas no município de Vitória. A maternidade do Hospital
das Clínicas da Universidade Federal do Espírito Santo (HUCAM) é uma delas.
O HUCAM possui serviço de residência médica em gineco-obstetricia e de
pediatria e seus pacientes são predominantemente do SUS. Possui serviço de
atendimento a adolescente grávida.
3.4 PROCEDIMENTOS E LOCAL DE COLETA DE DADOS
Foi utilizado o prontuário médico de cada gestante, existente no HUCAM. O
número do prontuário da mãe foi o mesmo do RN, exceto quando o RN era
considerado doente.
Cada prontuário continha folhas para:
História clínica perinatal (anamnese e exame físico)
Ficha do Clap.
Evolução clínica
Exames de laboratório
38
Prescrição médica
Notificação de alta hospitalar
As informações contidas no prontuário médico foram descritas pelos médicos
residentes de obstetrícia e pediatria. A História clínica perinatal (anamnese e
exame físico) foi preenchida em dois momentos: Antes do parto, os itens de
identificação, antecedentes obstétricos e gestação atual (pré-natal). Após o
parto foram preenchidos os itens de trabalho de parto, parto e primeiro exame
físico do RN. A Ficha do Clap que é um formulário do Centro Latino-Americano
de Perinatologia, compõe um banco de dados informatizado e serviu para as
anotações das informações básicas e as condições de saúde e assistência
médica relacionadas à gestação, parto e nascimento. O médico residente de
obstetrícia preencheu a parte de antecedentes, gestação atual, parto e
puerpério. O médico residente de pediatria preencheu a identificação (nome do
município e número do prontuário) e as informações da internação e alta do
RN.
A folha de Evolução clínica foi feita diariamente pelo médico residente da
obstetrícia e da pediatria e consistiu nas anotações de problemas encontrados
na mãe e no RN, respectivamente.
A folha de Exames de laboratório foi destinada à colagem dos resultados dos
exames laboratoriais do paciente (mãe e RN).
A folha de Prescrição médica foi destinada à prescrição diária de
medicamentos.
A folha de Notificação de alta hospitalar foi utilizada pela paciente para sua
liberação na portaria
39
3.5 INSTRUMENTO
Para o peso do RN foi utilizada balança eletrônica com escala de 05 gramas e
até 15.000 gramas.
Para a digitação das informações contidas em cada prontuário foram utilizadas
as folhas do Clap.
3.6 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
As informações foram obtidas pelo médico residente, e transcritas para a folha
do Clap, a qual compõe o prontuário de internação da mãe e do recém-
nascido. O banco de dados foi construído a partir da digitação dessas
informações, quando da alta da puérpera, e por um médico ginecologista e
obstetra do Serviço. Esse médico era sempre o mesmo a digitar as
informações e era o responsável pela manutenção do banco de dados da
maternidade do HUCAM. Foi utilizado o Sistema Informático Perinatal do
Centro Latino-Americano de Perinatologia e Desenvolvimento Humano (SIP-
CLAP), criado e desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde (centro
latina americano de perinatologia e desenvolvimento humano, 1988(.
3.7 ANÁLISE ESTATISTICA
A análise estatística foi realizada com a assessoria de profissional da área e
em duas etapas para controlar os fatores de confusão. Inicialmente foi
realizada a análise univariada e em seguida a multivariada. O modelo de
regressão logística foi utilizado em ambas as análises para anomalias. Foi
utilizado o modelo de regressão politômica nas duas análises para as variáveis
de duração de gestação, apgar de um minuto, apgar de cinco minuto e peso.
40
Os grupos I, II e IV foram comparados com o grupo III, que serviu de referência
(HOSMER & LEMESHOW, 1989).
Os grupos I e II foram comparados com o grupo III, que serviu de referência.
3.8 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
Como critério de inclusão considerou-se 6.302 (100%) grávidas, pertencentes
a todas as idades, que foram hospitalizadas na Maternidade do Hospital das
Clínicas da Universidade Federal do Espírito Santo (HUCAM), no período de
cinco anos compreendidos entre 01 de janeiro de 2000 a 31 de dezembro de
2004.
Como critério de exclusão foi considerada a grávida transferida para outra
maternidade e os natimortos.
3.9 COMISSÃO DE ÉTICA
A pesquisa está em consonância com a Resolução 196/196 do Ministério da
Saúde que trata da pesquisa em seres humanos.
41
4 RESULTADOS
No período de 1 de janeiro de 2000 a 31 de dezembro de 2004, no Hospital das
Clinicas da Universidade Federal do Espírito Santo, HUCAM (UFES), em
Vitória, Espírito Santo, foram atendidos 6.302 nascidos vivos (NV), Destes,
1.551.eram filhos de mães adolescentes e 4.751 eram filhos de mães adultas,
correspondendo a 24,6% e 75,4% respectivamente.
Das mães adolescentes, 89 (1,4%) pertenciam ao Grupo I e 1.462 (23,2%) ao
Grupo II. Das mães adultas, 4.138 (65,7%) pertenciam ao Grupo III e 613
(9,7%) ao Grupo IV (Tabela 1).
Tabela 3 NÚMERO DE GESTANTES POR GRUPO-HUCAM/UFES 2000
A 2004
Grupos Faixa Etária n %
I - * 10 a 14 anos 89 1,4
II – 15 a 19 anos 1462 23,2
III – 20 a 34 anos 4138 65,7
IV – 35 anos e mais 613 9,7
Total 6302 100,0
* A gestante adolescente de menor idade pertencente ao Grupo I tinha 11
anos.
Em relação ao tipo de união materna (Tabela 2), verificou-se que 4.646
(73,7%) declararam estar com companheiro. Entre as mães com companheiro
41 (46,1%) eram de mães do Grupo I e este número aumentava com a idade
do grupo materno.
42
Tabela 4 TIPO DE UNIÃO POR GRUPO-HUCAM/UFES 2000 A 2004
Grupos
SEM
companheiro
COM
companheiro
n % n %
I 48 53,9 41 46,1
II 557 38,1 904 61,9
III 941 22,8 3193 77,2
IV 104 17,0 508 83,0
Total 1650 26,2 4646 73,7
A falta de registro desta variável foi observada em 6 (0,1%) prontuários.
Em relação à escolaridade materna (Tabela 3), verificou-se que o nível mais
freqüente de estudo foi de 4 a 7 anos de estudos (42,4%) e a maior proporção
observada foi entre as mães pertencentes ao Grupo I com 96,6%. Foram
encontradas 82 (1,3%) mães analfabetas, porém nenhuma entre as mães do
Grupo I.
Tabela 5 ESCOLARIDADE POR GRUPO HUCAM/UFES 2000 A 2004.
Grupos Nenhuma 1-3 anos 4 - 7 anos 8 - 11 anos 12 ou >
n % n % n % n % n %
I - - 3 3,4 85 96,6 - - - -
II 18 1,2 17 1,2 609 41,7 625 42,8 191 13,1
III 45 1,1 47 1,1 1699 41,1 1173 28,4 1166 28,2
IV 19 3,1 14 2,3 274 44,7 133 21,7 173 28,2
Total 82 1,3 81 1,3 2667 42,4 1931 30,7 1530 24,3
43
A falta de registro desta variável foi observada em 11 (0,17%) prontuários.
Em relação ao número de consultas no pré-natal (Tabela 4), verificou-se que
a maior freqüência foi de mães que realizaram 7 ou mais consultas (54,4%) e
essa proporção de mães aumenta com a idade do grupo. Entre as 108 (1,7%)
mães declararam que o realizaram nenhuma consulta, 3 (3,4%) eram do
Grupo I e 30 (2,1%) do Grupo II.
Tabela 6 CONSULTAS NO PRÉ-NATAL POR GRUPO-HUCAM/UFES
2000 A 2004
Grupos Nenhuma 1 a 3 4 a 6 7 ou mais
n % n % n % n %
I 3 3,4 13 14,6 34 38,2 39 43,8
II 30 2,1 193 13,2 579 39,7 658 45,1
III 67 1,6 343 8,3 1373 33,3 2344 56,8
IV 8 1,3 36 5,9 188 30,8 379 62,0
Total 108 1,7 585 9,3 2174 34,6 3420 54,4
A falta de registro desta variável foi observada em 15 (0,24%) prontuários;
Em relação ao número de filho vivo prévio, (Tabela 5), verificou-se que a
maior freqüência foi de mães que declaram nenhum filho vivo prévio 1814
(44,7%), destas, observou-se que 89 (100%) pertencem ao Grupo I. O número
de mães do Grupo II que declararam ter um filho vivo prévio foi de 259 (17,7%),
dois 41 (2,8%), três 6 (0,4%), 1 (0,1%) por quatro filhos prévios.
44
Tabela 7 NÚMERO DE FILHOS VIVOS PRÉVIOS POR GRUPO
HUCAM/UFES 2000 A 2004
Filhos vivo
prévio Grupo Total
I II III IV
Nenhum 89
(100%)
1153
(79,0%)
1480
(35,8%)
92
(15,0%)
1814
(44,7%)
Um - 259
(17,7%)
1268
(30,7%)
151
(24,7%)
1678
(26,7%)
Dois - 41
(2,8%)
831
(20,1%)
156
(25,5%)
1028
(16,3%)
Três - 6
(0,4%)
338
(8,2%)
86
(14,1%)
430
(6,8%)
Quatro - 1
(0,1%)
135
(3,3%)
47
(7,7%)
183
(2,9%)
Cinco - - 54
(1,3%)
31
(5,1%)
85
1,4%)
Seis a Onze - - 27
(0,7%)
49
(8,0%)
76
(1,2%)
*Número de casos com a % entre parênteses.
Em relação ao número de filho morto prévio, (Tabela 6), verificou-se que a
maior freqüência foi de mães que declarou nenhum filho morto prévio 6.108
(97,6%). O número de mães que declararam ter um filho morto prévio foi de
119 (1,9%).
45
Tabela 8 NÚMERO DE FILHOS MORTOS PRÉVIO POR GRUPO
HUCAM/UFES 2000 A 2004
Filho morto
prévio Grupo
Total
I II III IV
Nenhum 86
(98,9%)
1440
(99,3%)
4020
(97,7%)
562
(92,4%)
6108
(97,6%)
Um 1
(1,1%)
8
(0,6%)
75
(1,8%)
35
(5,8%)
119
(1,9%)
Dois - 2
(0,1%)
19
(0,5%)
10
(1,6%)
31
(0,5%)
Três - - 1
(0,0%)
1
(0,2%)
2
(0,0%)
*Número de casos com a % entre parênteses.
A falta de registro desta variável foi observada em 42 (0,66%) prontuários.
46
Em relação à duração da gestação (Tabela 1.7), verificou-se que 4.768
(75,9%) eram de 37 a 41 semanas e, portanto, RN a termo.
Tabela 9 DURAÇÃO DA GESTAÇÃO POR GRUPO
HUCAM/UFES 2000 A 2004
Grupos 22 a 36 37 a 41 42 ou mais
n % n % n %
I 24 27,0 65 73,0 - -
II 329 22,6 1112 76,4 13 0,9
III 924 22,4 3162 76,6 37 0,9
IV 175 28,6 429 70,2 6 1,0
Total 1452 23,1 4768 75,9 56 0,9
Das 1.452 (23,1%) com tempo de gestação entre 22 a 36 semanas e pré-
termo, verificou-se que as maiores proporções estavam no Grupo IV com 175
(28,6%) e no Grupo I com 24 (27%).
Em relação ao tipo de gravidez (Tabela 8) verificou-se que 5.934 (94,2%) são
única, 347 (5,5%) dupla e 21 (0,3%) tripla ou mais.
Tabela 10 TIPO DE GRAVIDEZ POR GRUPO-HUCAM/UFES 2000 A
2004.
Grupos Única Dupla Tripla ou mais
n % n % n %
I 85 95,5 4 4,5 - -
II 1400 95,8 59 4,0 3 0,2
III 3872 93,6 254 6,1 12 0,3
IV 577 94,1 30 4,9 6 1,0
Total 5934 94,2 347 5,5 21 0,3
O parto vaginal (Tabela 9) foi realizado em 3.393 (53,9%) mães e a cesariana
em 2.897 (46,1%). A maior freqüência de cesariana foi no Grupo IV com 378
47
(61,8%). A menor freqüência de cesariana foi no Grupo II com 502 (34,4%). No
Grupo I a cesariana ocorreu em 38 (42,7%).
Tabela 11 : TIPO DE PARTO POR GRUPO- HUCAM/UFES 2000 A 2004.
Grupos Vaginal Cesariana
n % n %
I 51 57,3 38 42,7
II 958 65,6 502 34,4
III 2150 52,1 1979 47,9
IV 234 38,2 378 61,8
Total 3393 53,9 2897 46,1
A falta de registro desta variável foi observada em 12 (0,2%) prontuários.
A distribuição do sexo dos NV por grupo, (Tabela 10), apontou 48,0% do sexo
feminino e 52% do sexo masculino.
Tabela 12 SEXO DO RECEM NASCIDO POR GRUPO-HUCAM/UFES 2000
A 2004
Grupos Feminino Masculino
n % n %
I 39 43,8 50 56,2
II 683 46,8 775 53,2
III 1999 48,4 2127 51,6
IV 293 47,9 319 52,1
Total 3014 48,0 3271 52,0
A falta de registro desta variável foi observada em 17 (0,27%) prontuários.
Com relação ao peso de nascimento por grupo (Tabela 11), 3.158 (50,1%)
NV apresentaram peso adequado e a maior proporção estava entre os NV de
mães do Grupo I (51,7%). Entre os 1.518 (24,1%) com peso insuficiente, a
maior proporção foi entre os de mães do Grupo II (27,4%). Entre os 617
48
(25,7%) NV de baixo peso, a maior freqüência foi entre os NV de mães do
Grupo IV. Encontrou-se 6 (0,1%) com peso menor que 500 gramas e
considerados aborto.
Tabela 13 PESO DO RECÉM-NASCIDO POR GRUPO-HUCAM/UFES
2000 a 2004
Grupos Baixo
Peso
501 a 2500 g
Peso insuficiente
2501 a 3000
Peso adequado
3001 g e maior
N % n % n %
I 24 27,0 19 21,3 46 51,7
II 369 25,2 400 27,4 691 47,3
III 1032 25,0 980 23,7 2121 51,3
IV 192 31,4 119 19,4 300 49,0
Total 1617 25,7 1518 24,1 3158 50,1
A falta de registro desta variável foi observada em 3 (0,05%) prontuários.
Observou-se que 6.218 (98,7%) NV não apresentam anomalia fetal e 66 (1%)
apresentam (Tabela 12). Não foi observada anomalia entre os NV de mães do
Grupo I.
49
Tabela 14 ANOMALIA FETAL OU MÁ FORMAÇÃO FETAL POR GRUPO
HUCAM/UFES 2000 A 2004
Grupos Sim Não
n % n %
I - - 89 100
II 13 0,9 1445 98,8
III 44 1,1 4081 98,7
IV 9 1,5 603 98,4
Total 66 1,0 6218 98,7
A falta de registro desta variável foi observada em 18 (0,3%) prontuários.
50
Em relação ao escore de Apgar com um minuto de vida (Tabela 13),
observa-se que 5.356 (88,9%) dos NV são hígidos. Hipóxia grave foi
encontrada em 183 (3,0%) NV, com maior proporção entre os de mães do
Grupo IV e menor proporção entre os de mães do Grupo I. Hipóxia moderada
foi encontrada em 486 (8,1%) NV, com maior proporção entre os de mães do
Grupo IV e menor proporção entre os do grupo I.
Tabela 15 APGAR NO PRIMEIRO MINUTO DE VIDA POR-HUCAM/UFES
2000 A 2004
Grupos Hipóxia
Grave
Apgar 0-1-2-
3
Hipóxia
moderada
Apgar 4-5-
6
RN
Hígido
Apgar 7-8-
9-10
n % n % n %
I 2 2,3 6 6,7 80 89,9
II 47 3,3 118 8,4 1239 88,2
III 113 2,9 305 7,7 3533 89,4
IV 21 3,6 57 9,8 504 86,6
Total 183 3,0 486 8,1 5356 88,9
A falta de registro desta variável foi observada em 277(4,4%%) prontuários.
51
Quanto ao escore de Apgar aos cinco minutos de vida (Tabela 14)
observou-se que 5.941 (97,8%) dos NV eram hígidos. Hipóxia grave aos cinco
minutos de vida foi observada em 38 (0,6%) NV com maior proporção entre os
de mães do grupo I e menor nas do grupo II. Hipóxia moderada aos cinco
minutos de vida foi encontrada em 98 (1,6%) NV com maior proporção entre os
de mães do grupo IV nenhum do grupo I.
Tabela 16 APGAR no quinto minuto de vida por grupo HUCAM/UFES
2000 A 2004
Grupos Hipóxia
Grave
Apgar 0-1-2-
3
Hipóxia
moderada
Apgar 4-5-6
RN
Hígido
Apgar 7-8-
9-10
n % n % n %
I 1 1,1 - - 87 98,9
II 5 0,4 27 1,9 1386 97,7
III 27 0,7 59 1,5 3893 97,8
IV 5 0,8 12 2,0 575 97,1
Total 38 0,6 98 1,6 5941 97,8
A falta de registro desta variável foi observada em 225 (3,57%) dos prontuários.
52
4.1 ANÁLISE INIVARIADA E MULTIVARIADA
A análise estatística foi realizada em duas etapas para controlar os fatores de
confusão. Inicialmente foi realizada a análise univariada (Tabela 16) e em
seguida a multivariada (Tabela 17). O modelo de regressão logística foi
utilizado em ambas as análises para anomalias. Foi utilizado o modelo de
regressão politômica nas duas análises para as variáveis de gestação, apgar
no primeiro minuto, apgar no quinto minuto de vida e peso (HOSMER &
LEMESHOW, 1989).
4.1.1 ANOMALIA
Tabela 17 ANÁLISE UNIVARIADA: ANOMALIA FETAL-HUCAM/UFES
2000 A 2004.
VARIÁVEL
VALOR-
p
Escolaridade da mãe 0,928
Quantidade de filho vivo 0,758
Gravidez 0,423
Tipo de parto:Cesariana 0,000
Consulta 0,430
Sexo 0,682
Raça 0,766
Estado civil 0,511
Grupo 0,670
53
Tabela 18 ANÁLISE MULTIVARIADA:ANOMALIA FETAL-HUCAM/UFES
2000 A 2004.
Variáveis B Sig
p
Exp(B)
OR
I.C Exp(B)
Inf. Sup.
Tipo de
Parto:Cesariana -0,930 0,000 0,395 0,234 0,664
Constante 6,006 0,000 405,926
Interpretação: a chance de uma criança que nasceu por cesariana ter
anomalia é 0,4 vezes a chance daqueles que nasceram por parto vaginal.
54
4.1.2 DURAÇÃO DA GESTAÇÃO: PREMATURIDADE
Tabela 19: ANÁLISE MULTIVARIADA: DURAÇÃO DA GESTAÇÃO-HUCAM/UFES
2000 A 2004.
Duração da gestação B Sig.
p
Exp(B)
O R
95% I.C. Exp(B)
Menor Maior
Pré
termo
Constante -1,801 0,000
Número de filho vivo
prévio
-0,132 0,000 0,876 0,833 0,922
Tipo de gravidez 1,619 0,000 5,049 4,047 6,299
Tipo de
parto:Cesariana
0,642 0,000 1,901 1,673 2,161
Nº de consultas -0,585 0,000 0,557 0,513 0,605
Constante -5,392 0,000
Número de filho vivo
prévio
0,135 0,107 1,144 0,971 1,348
Tipo de gravidez 0,113 0,874 1,120 0,275 4,558
Pós
termo
Tipo de
parto:Cesariana
0,084 0,762 1,087 0,632 1,870
Interpretação (Pré termo): a chance de uma criança que nasceu por
cesariana ser pré-termo é 1,7 vezes (70% maior) que a chance daquele que
nasceu por parto vaginal.
Para o aumento em uma unidade do número de filho vivo prévio, a chance de
um RN ser pré termo reduz-se em 23%.
Quando aumentamos o número de consultas, a chance de um RN ser pré-
termo é reduzida em 19%.
55
Quando o tipo de gravidez aumenta (única, dupla, tripla ou mais) a chance de
um RN ser pré-termo aumenta em 35%.
Interpretação (A termo): a chance de uma criança que nasceu por cesariana
ser a termo é 0,9 vezes a chance daqueles que nasceram por parto vaginal.
Para o aumento em uma unidade do número de filho vivo prévio a chance de
um RN ser a termo reduz-se em 12,6%.
Quando aumentamos o número de consultas à chance de um recém nascido ser
a termo é reduzida.
Quando o tipo de gravidez aumenta (única, dupla, tripla ou mais) a chance de
um RN ser a termo é reduzida.
56
4.1.3 APGAR 1 MIN
Tabela 20 ANÁLISE MULTIVARIADA: APGAR DO PRIMEIRO MINUTO DE
VIDA-HUCAM/UFES 2000 A 2004
95% I.C. Exp(B) APGAR 1 MIN B Sig. Exp(B)
Menor Maior
Constante -3,855 0,000
Tipo de gravidez 0,549 0,017 1,731 1,103 2,716
Tipo de
parto:Cesariana
0,616 0,000 1,852 1,357 2,526
Nº de consultas -0,508 0,000 0,602 0,501 0,723
Hipóxia grave
Sexo 0,404 0,009 1,498 1,104 2,031
Constante -3,152 0,000
Tipo de gravidez 0,489 0,001 1,631 1,210 2,199
Tipo de
parto:Cesariana
0,448 0,000 1,565 1,290 1,899
Hipóxia
moderada
Nº de consultas -0,192 0,003 0,825 0,727 0,936
Sexo 0,134 0,162 1,143 0,948 1,379
Interpretação (Hipóxia grave): a chance de uma criança que nasceu por
cesariana ter hipóxia grave é 1,9 vezes (90% maior) que a chance daqueles
que nasceram por parto vaginal.
Quando aumentamos o número de consultas, a chance de um RN ter hipóxia
grave é reduzida em 40%.
Quando aumentamos o tipo de gravidez da mãe (única, dupla, tripla ou mais) a
chance de um RN ter hipóxia grave é 70% maior.
A chance de uma criança do sexo masculino ter hipóxia grave é 1,5 vezes
(50%) a chance das crianças do sexo feminino.
57
Interpretação (Hipóxia moderada): a chance de uma criança que nasceu por
cesariana ter hipóxia moderada é 1,6 vezes (60% maior) que a chance
daqueles que nasceram por parto vaginal.
Quando aumentamos o número de consultas, a chance de um RN ter hipóxia
moderada é reduzida em 18%.
Quando aumentamos o tipo de gravidez da mãe (única, dupla, tripla ou mais), a
chance de um RN ter hipóxia moderada é 60% menor.
A chance de uma criança do sexo masculino ter hipóxia moderada é 1,1 vezes
(10%) maior que a chance das crianças do sexo feminino.
58
4.1.4 APGAR 5 MIN
Tabela 21 ANÁLISE MULTIVARIADA: APGAR DO QUINTO MINUTO DE
VIDA-HUCAM/UFES 2000 A 2004
95% I.C. Exp(B) APGAR 5 MIN B Sig. Exp(B)
Menor Maior
Constante -7,328 0,000
Número de filho vivo
prévio
0,222 0,023 1,249 1,032 1,512
Tipo de gravidez 0,829 0,047 2,291 1,010 5,194
Tipo de
parto:Cesariana
0,618 0,077 1,855 0,936 3,673
Nº de consultas -0,434 0,033 0,648 0,435 0,965
Sexo 0,835 0,020 2,306 1,139 4,666
Hipóxia grave
Constante -3,821 0,000
Número de filho vivo
prévio
-0,080 0,336 0,923 0,785 1,086
Tipo de gravidez 0,508 0,093 1,662 0,918 3,009
Tipo de
parto:Cesariana
0,579 0,007 1,785 1,173 2,716
Nº de consultas -0,588 0,000 0,556 0,437 0,706
Sexo 0,199 0,335 1,220 0,814 1,829
Hipóxia
moderada
Interpretação (Hipóxia grave): a chance de uma criança que nasceu por
cesariana ter hipóxia grave é 1,9 vezes (90% maior) a chance daqueles que
nasceram por parto vaginal.
Para o aumento em uma unidade do número de filho vivo prévio, a chance de
um RN ter hipóxia grave aumenta em 24,9%.
Quando aumentamos o número de consultas, a chance de um RN ter hipóxia
grave aos cinco minutos de vida é reduzida em 35%.
59
Quando aumentamos a gravidez da mãe (única, dupla, tripla ou mais), a
chance de um RN ter hipóxia grave é maior em 130%.
A chance de uma criança do sexo masculino ter hipóxia grave é 2,3 vezes
(130% maior) que a chance das crianças do sexo feminino.
A chance de uma criança branca ter hipóxia grave é 2,1 vezes (110% maior)
que a chance das crianças pardas.
Interpretação (Hipóxia moderada): a chance de uma criança que nasceu por
cesariana ter hipóxia moderada é 1,8 vezes (80% maior) que a chance
daqueles que nasceram por parto vaginal.
Para o aumento em uma unidade do número de filho vivo prévio a chance de
um RN ter hipóxia moderada reduz-se em 8%.
Quando aumentamos o número de consultas a chance de um RN ter hipóxia
moderada aos cinco minutos de vida é reduzida em 44%.
Quando aumentamos o tipo de gravidez (única, dupla, tripla ou mais) a
probabilidade de um RN ter hipóxia moderada é aumentada em 66%.
60
4.1.5 PESO:
Tabela 22 ANÁLISE MULTIVARIADA: PESO DO NATIVIVO-HUCAM/UFES
2000 A 2004
95% I.C. Exp(B) Peso do RN B Sig. Exp(B)
Maior Menor
Constante -0,480 0,110
Número de filho vivo
prévio
-0,221 0,000 0,80 0,802 0,757
Tipo de gravidez 2,829 0,000 16,93 16,935 11,758
Tipo de parto:Cesariana 0,418 0,000 1,52 1,519 1,328
Nº de consultas -0,780 0,000 0,46 0,459 0,419
Sexo -0,267 0,000 0,77 0,766 0,673
Grupo 1 -0,279 0,004 0,76 0,756 0,443
Grupo 2 -0,110 0,000 0,90 0,896 0,758
Baixo peso
Grupo 4 0,571 0,000 1,77 1,769 1,420
Constante -0,340 0,288
Número de filho vivo
prévio
-0,114 0,000 0,89 0,892 0,845
Tipo de gravidez 1,657 0,000 5,24 5,241 3,495
Tipo de parto:Cesariana -0,206 0,002 0,81 0,814 0,714
Nº de consultas -0,337 0,000 0,71 0,714 0,651
Sexo -0,322 0,000 0,72 0,725 0,640
Grupo 1 -0,309 0,257 0,73 0,734 0,423
Grupo 2 0,063 0,855 1,07 1,065 0,909
Peso
insuficiente
Grupo 4 0,037 0,763 1,04 1,037 0,817
61
Interpretação (Baixo peso): a chance de uma criança que nasceu por
cesariana ter baixo peso é 1,6 vezes (60% maior) que a chance daquele que
nasceu por parto vaginal.
Para o aumento em uma unidade do número de filho vivo prévio, a chance de
um RN ser baixo peso reduz-se em 20%.
Quando aumentamos uma consulta, a chance de um RN ter baixo peso é
reduzida em 54%.
Quando aumentamos o tipo de gravidez (única, dupla, tripla ou mais), a chance
de um RN ter baixo peso é maior 16 vezes
A chance de uma criança do sexo feminino ter baixo peso é 1,25 vezes (25%
maior) que a chance das crianças do sexo masculino.
A chance de baixo peso em uma criança do Grupo III é de 1,3 vezes (30%
maior) a chance da criança do Grupo I (p=0,004).
A chance de baixo peso em uma criança do Grupo 3 é 12% maior do que a do
Grupo II (p<0,0001).
A maior chance de baixo peso é no Grupo IV. No entanto, o Grupo I tem menos
chance que o II que, por sua vez, tem menor chance que o III.
A chance de uma criança do grupo IV ter baixo peso é 1,77 (77% maior) que a
chance das crianças do grupo III.
62
Interpretação (Peso insuficiente): a chance de uma criança que nasceu por
cesariana ter peso insuficiente é 0,8 vezes maior a chance daquele que nasceu
por parto vaginal.
Para o aumento em uma unidade do número de filho vivo prévio a chance de
um RN ser a termo reduz-se em 10,8% .
Quando aumentamos o número de consultas, a probabilidade de um RN ter
peso insuficiente é reduzida.
Quando aumentamos a gravidez da mãe (única, dupla, tripla ou mais), a
probabilidade de um RN ter peso insuficiente é aumentada.
A chance de uma criança do sexo masculino ter peso insuficiente é 0,7 vezes a
chance das crianças do sexo feminino.
A chance de uma criança do grupo I ter peso insuficiente é 0,3 vezes a chance
das crianças do grupo III.
A chance de uma criança do grupo II ter peso insuficiente é 0,4 vezes a chance
das crianças do grupo III.
A chance de uma criança do grupo IV ter peso insuficiente é 0,8 vezes a
chance das crianças do grupo III.
63
5 DISCUSSÃO
5.1 ASPECTOS METOLÓGICOS E VIÉS
Vários aspectos metodológicos podem afetar os resultados de uma pesquisa,
devendo ser considerados no momento da discussão. Inicialmente, é
importante ressaltar que a descrição quantitativa da incidência de mães
adolescentes e de recém nascido portador de anomalia fetal; recém-nascido
prematuro, de baixo peso e que apresentava hipóxia no primeiro e quinto
minuto de vida, conforme realizado no presente trabalho, não reflete, per si, o
comportamento de uma população de uma região. Também é fundamental
dizer que, por se tratar de um estudo descritivo e retrospectivo, não se
identificou aqui relação causal entre variáveis, mas apenas associações
descritivas.
A análise estatística é fator decisivo na busca da evidência científica e foi
realizada nesta pesquisa.
A falta de consenso ou de padronização para o ponto de corte da faixa etária
das adolescentes estudadas e a faixa de idade das mães adultas que serviram
para comparação; os diferentes bancos de dados e as características locais
das mães adolescentes estudadas, certamente poderá dificultar ou impedir a
comparação dos resultados encontrados nos estudos e poderá levar os
pesquisadores a superestimar ou subestimar os verdadeiros aspectos da
gravidez na adolescência.
No presente estudo, foi utilizado a população total das grávidas internadas num
período de cinco anos na maternidade do Hospital Universitário da UFES.
Desta forma, os resultados não podem ser generalizados para a população do
estado ou da região, visto que, refletem a realidade apenas de uma população
específica que tem suas características próprias, as das grávidas internadas na
maternidade do Hospital Universitário / HUCAM / UFES.
64
A escolha do HUCAM/UFES foi relevante para a qualidade dos dados
apresentados no presente trabalho e acreditamos que a possibilidade de viés
de informação e de memória seja remota, pois o HUCAM possui residência
médica reconhecida pelo Ministério da Educação e Cultura para Gineco
Obstetrícia e Pediatria. As informações foram colhidas rotineiramente de todas
as pacientes hospitalizadas, pelos médicos residentes, presentes nos serviços
diuturnamente. Todas as atividades dos médicos residentes foram
supervisionadas pelos médicos especialistas do staff do HUCAM. Os médicos
residentes transcreveram as informações dos prontuários médicos para um
protocolo padronizado pelo Centro Latino de Perinatologia (OPS/OMS), História
Clínica Perinatal, implantado no HUCAM e que é a folha do Clap, a qual foi
revisada na alta da puérpera e seguiu-se a digitação por um médico gineco-
obstetra treinado no Centro Latino- Americano de Perinatologia. Registramos,
no presente estudo, a falta de dados menor que 1%, exceto para o Apgar, que
foi de 277(4,4%) e 225 (3,57%) de todas as internações para o Apgar de 1
minuto e de 5 minutos, respectivamente. Não foi possível obtermos o número
de natimortos e de grávidas transferidas para outras maternidades. Entretanto,
acreditamos poder excluir essas faltas de dados como viés, uma vez que foram
distribuídas ao longo dos cinco anos de estudo e foram incluídas todas as
internações realizadas no mesmo período.
5.2 GESTAÇÃO DE ALTO RISCO
A maternidade do HUCAM é uma das duas maternidades de alto risco do
Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado do Espírito Santo. É credenciada
como de alto risco pelo Ministério da Saúde do Brasil. Esse credenciamento
eleva a qualidade dos serviços prestados às grávidas ali internadas, uma vez
que é obrigatória a presença de médicos especialistas diuturnamente nos
serviços de gineco-obstetricia e pediatria, bem como a necessidade de centro
obstétrico, Unidade de tratamento intensivo de adulto (UTI) e Unidade de
Tratamento intensivo neonatal (UTIN). O Serviço de Gineco-Obstetrícia do
65
HUCAM possui ambulatório especializado para acompanhamento da gestante
adolescente. Atende a gestante de alto risco de todo o Estado do Espírito
Santo. A gestante adolescente, em geral, é moradora da grande Vitória, e faz a
maior parte do pré-natal no HUCAM. A gestante adulta, em geral é proveniente
do Estado inteiro e é referenciada a uma das duas maternidades de alto risco.
Assim, a gestante de alto risco na adolescência (Grupo I e II) e a gestante de
alto risco pela idade de 35 anos e mais (Grupo IV) foi comparada à outra
gestante adulta de alto risco devido a patologias como diabete, hipertensão,
infecções etc. (Grupo III) que serviu de referência de comparação. De um modo
geral, as gestantes hospitalizadas no HUCAM são de alto risco.
A gravidez na adolescência tem sido considerada muito tempo como de alto
risco perinatal (PERKINS e col. 1978).
FISHER and PATON, IN KLAUS and FANAROFF, 1979, relacionaram critérios
para identificação da gestação de alto risco: a idade da paciente adolescente
(menos de 16 anos no momento da concepção) e mães idosas (superior a 40
anos no momento da concepção).
A pesquisa desta dissertação, a adolescente grávida, em geral, foi
acompanhada durante o pré-natal por equipe multidisciplinar composta de
médico gineco-obstetra, pediatra, enfermeira, assistente social, nutricionista.
Os partos ocorreram na presença do dico obstetra, pediatra e enfermeiros.
A avaliação da vitalidade do recém nascido ou escore de Apgar foi dado pelo
médico no momento do parto. O primeiro exame físico foi realizado pelo
médico residente no nascimento. O recém nascido foi pesado imediatamente
ao nascer por técnico de enfermagem. A determinação da idade gestacional foi
realizada por exame físico realizado pelo médico residente da pediatria.
Quando necessário, a mãe e o recém nascido, foram encaminhados para UTI
ou UTIN do HUCAM.
Outros aspectos que merecem ser pontuados dizem respeito à falta de
consenso na literatura para os 4 itens abaixo:
66
As diferenças no ponto de corte utilizado para as faixas etárias
estudadas na adolescência e ponto de corte utilizado para a idade da
mulher adulta que serve para comparação.
Neste estudo foram consideradas as idades de 10-14, 15-19, 20-34 e 35 anos
e mais. As faixas etárias de 10-14 anos ou Grupo I, as de 15-19 anos ou grupo
II, as de 35 anos e mais ou Grupo IV, foram comparadas com as de 20-34 anos
ou Grupo III.
Os diferentes bancos de dados utilizados como, por exemplo, o uso da
base de dados do SINASC, ou o banco de dados de uma maternidade,
de um ambulatório de pré-natal, etc. O SINASC, que é o Sistema de
Informações de Nascidos Vivos, do MINISTÉRIO DA SAÚDE DO
BRASIL. O SINASC utiliza como base de dados os constantes dos
formulários DNV, que é a Declaração de Nascidos Vivos, as quais, em
geral, o preenchidas por auxiliares ou técnicos de enfermagem dos
hospitais onde ocorreu o nascimento.
As diferenças entre a amostra ou população estudada. As diferenças
nos estudos realizados em maternidade, em colégio ou domicílio. No
estudo realizado em maternidade, a coleta das informações é
diretamente da grávida no momento da hospitalização para o parto; no
estudo realizado em colégio ou domicílio, a coleta da informação é de
mulheres ou rapazes que relatam a ocorrência de gravidez na
adolescência. Mesmo entre as maternidades diferenças importantes
como, por exemplo, a presença ou não do médico pediatra para atender
o recém nascido durante o nascimento e determinar o escore de Apgar,
realizar o exame físico e assim determinar a idade gestacional.
No presente estudo foi utilizado um banco de dados da maternidade do
HUCAM e o tamanho da amostra foi representado por toda a população de
grávidas atendidas no período de cinco anos, num total de 6.302 grávidas.
67
As grandes diferenças dos países ou estados ou locais do estudo no
que dizem respeito ao fato de ser ou não desenvolvido. Nos países
desenvolvidos, os problemas decorrentes do analfabetismo, de
dificuldade de acompanhamento pré-natal, por exemplo, são menores.
Os recursos humanos e materiais disponibilizados no trabalho de parto,
como a presença na própria maternidade do obstetra, do pediatra e da
enfermeira, a existência de UTI para a mãe ou a UTIN para o recém
nascido também são alguns dos fatores importantes no atendimento ao
parto e ao recém-nascido. Em nosso Estado, a falta de vaga para o
momento do parto é informação relativamente freqüente das mães e
este fato poderá influenciar decisivamente nas condições do parto e do
nascimento. Uma gestante em trabalho de parto, quando, por falta de
vagas ou quando tiver sua hospitalização protelada , por qualquer
motivo, certamente terá um maior risco de hipóxia. Quando se tratar de
uma gestante, rotulada como de alto risco, certamente, ela irá tentar
procurar uma maternidade que possua no mínimo uma Uti Neonatal.
5.3 FAIXA ETÁRIA ESTUDADA
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a adolescência ocorre
desde a idade de 10 anos até os 19, existindo notável diferença, sob o ponto
de vista da saúde, entre a etapa precoce que vai dos 10 aos 14 anos e a
tardia que abarca dos 15 aos 19 anos (LOPEZ, G. et al., 1992). Ainda que se
registrem gestações no grupo de 10 a 14 anos, a maior quantidade de
informação disponível sobre o assunto refere-se à etapa tardia. Este fato é de
interesse porque a existência de riscos durante a gravidez se apresenta neste
último grupo com maior facilidade, intensificando-se os transtornos emocionais
e a negação da gravidez (MADDALENO, 1995; SILBER, 1995).
68
COSTA e col. 2001 estudaram 5.279 Nascidos Vivos pelo SINASC em Feira de
Santana, Bahia e consideraram as idades de 10-16 anos, 17-19 anos e 20-24
anos.
AQUINO e col. 2003, pesquisaram a gravidez na adolescência em inquérito
domiciliar, em entrevistas de uma amostra estratificada de 4.634 jovens
(homens e mulheres) em Salvador na Bahia, Rio de Janeiro, RJ e Porto Alegre
no Rio Grande do Sul, para avaliação retrospectiva de gravidez na
adolescência e referiram idades de relato de gravidez antes dos 15 anos, antes
dos 18 anos e antes dos 20 anos
TAUIL e col., 2001, Distrito Federal, estudaram 106.492 partos pelo SINASC e
consideraram as idades de menores de 16 anos, 17-19 anos, 20-34 anos e
mais de 34 anos.
MIRANDA e col,, 2001, estudaram a Soroprevalência de HIV, Hepatite B e
Sífilis em 1.607 mulheres na primeira consulta de pré-natal em Vitória, Espírito
Santo e consideraram as idades de 15 anos e menores, 16-25 anos, 26-35
anos, 36-45 anos de idade.
ARAGÃO e col., 2004, em estudo sobre Fatores de risco para nascimentos
prematuros em São Luís, Maranhão, selecionaram 2.443 Nascidos Vivos em
dez hospitais, públicos e privados (96,3% de todos os nascimentos em São
Luis) e consideraram as idades de menos de 18 anos, 18 a 19 anos, 20 a 24
anos e 25 anos e mais.
SIMÕES e col., 2003, em estudo sobre a gravidez na adolescência em São
Luís, Maranhão, selecionaram 2.429 partos, 94% dos nascimentos
hospitalares, e consideraram as idades de 13 a 17 anos, 18 a 19 anos, 20 a 24
anos, 25 a 29 anos, 30 a 34 anos e 35 a 49 anos de idade.
69
COIMBRA e col., 2003, em o Luís , Maranhão, em estudo sobre Fatores
associados à inadequação da assistência pré-natal, selecionaram 2.831
puérperas e referiram as idades de menores de 18 anos, 18 a 34 anos e 35
anos e maiores.
GAMA e col, 2004, RJ, em estudo de 6.974 mulheres no pós-parto imediato,
selecionaram 1.801 adolescentes e referiram às idades de 10 a 14 anos, 15-19
anos.
ZANCHI e col, 1999, RS realizaram o estudo Análise retrospectiva da gestação
na adolescência no Hospital Geral de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, com
amostra de 1.000 grávidas, selecionaram 204 adolescentes e consideraram as
idades de 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18 anos.
SANTOS e col. 2000, em estudo sobre Critérios de escolha de postos de saúde
para acompanhamento pré-natal em Pelotas, Rio Grande do Sul, amostra de
396 mulheres, consideraram as idades de menos de 20, 20-24, 25-29, 30-34 e
mais de 34 anos.
O ponto de corte escolhido para a idade das adolescentes deste estudo foi de
10 a 14 anos e de 15 a 19 anos, de acordo com o preconizado pela OMS,
IBGE entre outros.
Não foi determinada, nesta pesquisa, a idade ginecológica das mães.
5.4 FREQUENCIA DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
COSTA e col., 2001, utilizaram dados do SINASC-1998, e verificaram que, do
total de 10.164 nascidos vivos em Feira de Santana, no ano de 1998, 2.194
eram de filhos de adolescentes e 3.085 de adultas jovens, correspondendo a
21,6% e 30,4% de nascidos vivos, respectivamente.
70
TAUIL e col. 2001, utilizaram dados do SINASC -1995 a 1996, verificaram, no
Distrito Federal, que dos 106.492 partos, 21,3% foram de mães adolescentes
(5,3% com idade igual ou inferior a 16 anos, e 16% entre 17 e 19 anos) e 72%
constituíram grupo de mães entre 20 e 34 anos O número de partos de recém
nascidos vivos em mulheres de até 34 anos foi 99.357, o que equivale a 93,3%.
Mulheres acima de 34 anos que não foram incluídas nesse estudo,
representaram, portanto, apenas 6,7% dos partos.
MIRANDA e col. 2001, em estudo com mulheres na sua primeira consulta a
uma Clinica de pré-natal em serviço público em Vitória, Espírito Santo, com a
participação de 1.608 mulheres, referiram 53 (3,3%) de gravidez em
adolescentes menores de 15 anos.
SIMÕES e col. 2003, referiram 2.429 partos estudados, 319(13,1%) foram de
mulheres com idade) abaixo de 18 anos (de 13 a 17 anos), 395(16,3%) com 18
e 19 anos, totalizando 714 mulheres com menos de 20 anos (29,4%)
GAMA e col. 2004, Município do Rio de Janeiro, realizaram entrevistas com
1.967 adolescentes no pós parto imediato de Maternidades públicas,
conveniadas com o SUS e particulares. Das 6.974 mulheres entrevistadas, as
1.801 puérperas adolescentes, objeto deste estudo, representaram 25,8%,
após exclusão das perdas (2,2% da amostra).* Esta faixa etária restringiu-se às
mães de 12 a 14 anos por não terem sido encontradas no estudo puérperas
com menos de 12 anos de idade.
GAMA e col. 2002,, entrevistaram 3.118 puérperas no pós parto em
maternidades municipais e federais do Município do Rio de Janeiro. E
encontraram 914 (30,1%) de menores de 20 anos.
SANTOS e col.2000, estudaram 401 mães de quatro maternidades em Pelotas,
Rio Grande do Sul, segundo dados do SINASC e observaram que a média de
idade observada foi de 26 anos (DP=7 anos). Mais da metade das mães estava
71
na faixa etária de 20 a 29 anos, 68(17,2%) das mães eram adolescentes
menores de 20 anos e 57 (14,4%) tinham mais de 34 anos de idade.
GALLO e col. 2000, utilizaram todas as Declarações de Nascidos Vivos (DNV)
de Joinville, Santa Catarina e realizaram estudo de 8.942 partos hospitalares.
Desses, 1.738 foram de mulheres entre 10 e 20 anos de idade, ou seja, 19,4%
de todos os partos foram de gestantes adolescentes. Os partos de menores de
15 anos de idade corresponderam a 2,2% do total das adolescentes que deram
à luz naquele ano. A análise foi realizada por comparação de freqüências
simples, por faixas de idade materna, sem a aplicação de testes estatísticos,
que se tratava de dados do universo das DNs e não de uma amostra
probabilística das mesmas, o que significa que os valores observados não
correspondiam à estimativas, mas, sim, ao valor populacional real para aquele
local e ano.
DEL CIAMPO e col.2004, realizaram quatro avaliações decenais de estudo em
1970, 1980, 1990 e 2000 e encontraram registradas 781 crianças no programa
de Puericultura do CMSCVL, Ribeirão Preto, São Paulo, destas, 151 (19,3%)
tinham mãe com idade inferior a 20 anos por ocasião do nascimento, e foram
incluídas no estudo. Observaram que houve aumento na prevalência de mães
adolescentes até1990, com posterior redução em 2000. A média da idade das
mães foi de 18,4 anos e não apresentou variação significativa entre os
períodos estudados (p>0,05).
RIBEIRO e col.2000, em Ribeirão Preto, São Paulo, estudaram 943 mães
adolescentes em 1978/79 e 499 de 1994. Observaram aumento no percentual
de mães adolescentes de 14,1% em 1978/79, para 17,5% em 1994(p<0,05).
Esta inversão da curva de idade foi devida ao aumento dos nascimentos na
faixa etária de 13 a 17 anos. Devido a essa diferença, analisou-se a
distribuição das variáveis nos dois inquéritos, separadamente para as faixas
etárias de 13 a 17 anos e 18 e 19 anos.
72
GOLDANI e col., 2000, estudaram as informações sobre as gestações que
foram obtidas de duas coortes de recém nascidos vivos de parto único
hospitalar, 6.681 nascimentos em 1978/1979 e 2.839 em 1994. Um
questionário padronizado foi aplicado às mães após o parto e informações
demográficas foram coletadas de fontes oficiais. Referem que houve aumento
significante da gravidez na adolescência (5,1% para 7,4%) e decréscimo na
mortalidade infantil (36/1.000 para 17/1.000).
Assim, o Brasil mostra, como ocorre no mundo inteiro, um aumento da
incidência de gravidez na adolescência com tendência a incrementos maiores
nas idades maternas mais baixas (CORREA E COATES, 1993).
Observa-se que a freqüência da gravidez na adolescência varia conforme a faixa etária
estudada. Nestes artigos selecionados da literatura nacional, as faixas etárias estudadas,
bem como o banco de dados e metodologia utilizados são diferentes, portanto torna-se
difícil compará-los entre si.
5.5 ESTATISTICAS DO REGISTRO CIVIL IBGE BRASIL
No Brasil, no ano de 2000, foram registrados (IBGE) 2.611.922 nascidos vivos
e 21,34% (557407) eram filhos de es adolescentes (10 a 19 anos), o que
corresponde a 62,59 por mil mulheres desta faixa etária. A distribuição de
nascidos vivos e registrados não é uniforme nos estados brasileiros. Para a
faixa de 10 a 14 anos, os estados de Mato Grosso do Sul, Acre e Amapá foram
os de maior número de nascidos vivos e registrados, com 4,08, 3,80 e 3,66 por
mil habitantes mulheres desta mesma faixa etária. Para a faixa de 15 a 19 anos
os estados do Acre, Mato Grosso do Sul e Roraima foram os de maior número
de nascidos vivos e registrados, com 88,53, 82,29 e 80,72 por mil habitantes
mulheres desta mesma faixa etária.
No Brasil, a taxa de natalidade total foi de 24,21 por mil em 1994, 21,13 por mil
em 2000 e 20,64 por mil em 2004 (DATASUS, 2006).
73
Na nossa pesquisa foram atendidas no HUCAM no período de 2000 a 2004,
6.302 grávidas. Destas 89 (1,4%) eram filhos de mães adolescentes de 10-14
anos e 1.462 (23,2%%) de mães adolescentes de 15-19 anos. Das mães
adolescentes de 10 a 19 anos ou menores de 20 anos foram 1.551(24,6%).
5.6 CARACTERISTICAS DAS ADOLESCENTES DESTA PESQUISA
Tabela 23 CARACTERISTICAS DAS ADOLESCENTES-HUCAM-2000 A
2004
Variável
Grupo I
10 a 14 anos
Grupo II
15 a 19 anos
União: Com Companheiro 46% 41,7%
Escolaridade: 4 a 7 anos 96,6% 41,7%
Filho vivo prévio: Nenhum 100% 79%
Filho morto prévio:Nenhum 99% 99,3%
Cons.Pré-natal: > 7 43,8% 45,1%
Tipo Gravidez: Única 95,5% 95,8%
Tipo Parto: Normal 57,3% 65,6%
74
5.7 CARACTERISTICAS DOS RECÉM-NASCIDOS
Tabela 24 CARACTERISTICAS DOS RECÉM-NASCIDOS-HUCAM-2000 A
2004
Variável
Grupo I
10 a 14 anos
Grupo II
15 a 19 anos
Anomalia fetal:Ausente 100% 98,8%
Apgar 1 minuto: 7-10 89,9% 88,2%
Apgar 5 minutos: 7-10 98,9% 97,7%
Duração da Gravidez:
RN a termo
73% 76,4%
Peso RN: 3.000g e > 51,7% 47,4%
5.8 TIPO DE UNIÃO MATERNA
ALMEIDA e col., 2003, Bahia, , em pesquisa em escolas entrevistou 1.664
estudantes com relato de iniciação sexual e categorizou a idade da
adolescente de 11-19 anos tendo encontrado 1.024 (61,53%) de parceria não
estável para todos os pacientes.
MIRANDA e col., 2001, ES, , em pesquisa de DST examinou 1.603 grávidas e
categorizou a idade materna em 15 anos e menos e encontrou 53 (3,3%)
pacientes; 16-25 anos e relatou 998 (62,1%); 25-35 anos com 473 (29,4%)
pacientes; e 36-45 anos com 84 (5,2%) pacientes. Para o tipo de união
materna sozinha, separada, viúva e divorciada encontrou 482 (29,9%) de todas
as pacientes.
SIMÕES e col., 2003, Maranhão, em 2.429 nativivos encontrou para a idade
materna em 13-17 anos 319 (13,1%) e estavam sem companheiro 120
(37,6%); 18-19 anos com 395 (16,3%) e sem companheiro 126 (31,9%). No
total de 714 (29,4%) adolescentes encontrou 246 (10,12%) sem companheiro.
75
LINS, 1998/99, Paraíba, estudou 120 adolescentes com idades de 14-15 anos
e encontrou 7 (6%) grávidas; 16-18 anos com 73 (61%) grávidas; 19-20 anos
com 40 (33%) grávidas e relatou solteira e sem união estável em 23 (9,2%).
SABROZA e col., 2004, RJ, estudou 1.228 adolescentes com idades de 12-16
anos e 320 (26,05%) puérperas e destas estavam sem união consensual
141(11,5%); 17-19 anos e 908 (73,95%) puérperas e destas 247 (20,1%)
estavam sem união consensual. No total de 1.228 puérperas das adolescentes
encontrou 388 (31,6%) sem união consensual.
FARINA, 2002, RS, , estudou 133 mães com idade de 12-18 anos e encontrou
100 (75,18%) com relato de solteira.
CHEMELO e col. 2001, RS, em pesquisa domiciliar, encontrou 76 mães com
idade de 10-19 anos e 11 (14,5%) delas sem relato de relacionamento marital
estável.
RIGOL e col. 2001, RS, categorizou em idade de 12-14 anos e encontrou 75
(8%) e 15-19 anos 856 (92%) e, para um total de 931 gestantes adolescentes,
relatou que 118 (12,7%) delas estavam sem companheiro.
ZANCHI e col., 1999, RS, , em uma amostra de 1.000 grávidas, estudou 10
(4,9%) com 10-14 anos de idade, 194 (95,1%) com idade de 15-18 anos e para
o total de 204 grávidas entre 13-18 anos 61 (29,9%) delas estavam solteiras.
RIBEIRO, SP, 2000 pesquisou duas coortes de nativivos, uma em 1978/79 e
categorizou a idade materna em 13-17 anos e encontrou 336 sendo 76 (22,6%)
mães sem companheiro; 18-19 anos, 606, sendo 91(15%) mães sem
companheiro. Para 1978/79 encontrou um total de 942 e 167 (17,7%) sem
companheiro. Para a coorte de 1994 e 13-17 anos encontrou 206, sendo 64
(31,1%) das mães sem companheiro; e 18-19 anos 282, sendo 128 (26,2%)
76
das mães sem companheiro. Para 1994 encontrou um total de 488 e
128(26,2%) mães sem companheiro.
LIMA E COL., 2000, SP, , estudou 48 puérperas de 10-14 anos e 580 com 15-
19 anos e encontrou 235 (38,4%) sem companheiro ou que reside com pais ou
pai ou mãe ou outro familiar ou conhecido ou está só.
FUJIMORI e col., 1999, SP, , estudou 155 grávidas com idade de 13-19 anos e
encontrou 12 (7,7%) solteira.
Na presente pesquisa, em relação ao tipo de união materna (Tabela 1.2
pág.48), verificou-se que 4.646 (73,7%) declararam estar com companheiro.
Entre as mães com companheiro 41 (46,1%) eram de mães do Grupo I e este
número aumentava com a idade do grupo materno.
Não como comparar os dados da presente pesquisa com os dados dos
artigos selecionados. Das 6.302 puerperas, sendo 89 adolescentes de 11-14
anos e que relataram estar sem companheiro 48 (53,9%) e 1.562 adolescentes
de 15-19 anos com relato de estar sem companheiro em 557 (38,1%).
5.9 ESCOLARIDADE MATERNA
COSTA e col., 2001, Bahia, verificaram que o nível mais freqüente foi o ensino
fundamental incompleto (51,2%), com maior proporção entre mães
adolescentes. A análise de RP mostrou que a proporção de analfabetismo foi
de 25% e 31% maior entre as adolescentes de 10 a 16 anos, comparadas às
de 17 a 19 e 20 a 24, respectivamente. A falta de registro desta variável foi
observada em 17% das fichas do SINASC; entretanto, esta perda não
comprometeu a análise das medidas de associação e testes de significância .
77
MIRANDA e col., 2001, Espírito Santo, estudando as faixas etárias de 15 anos
e menores, 16-25 anos e 26 a 35 e 36 a 45 anos, relataram que a média de
escolaridade foi de 7,2 + ou – 2,8 anos.
SIMÕES e col., 2003, Maranhão, estudaram as faixas etárias de 13-17 anos,
18-19, 20-24, 25-29,30-34 e 35 -49 anos e relataram que, para se evitar a
possibilidade de viés na variável escolaridade materna, ou seja, as mulheres
abaixo de 18 anos teriam menos anos de escola exatamente por serem mais
novas, optou-se por considerar apenas duas categorias: zero a quatro anos e
cinco ou mais anos de escolaridade.As adolescentes e as mulheres mais
velhas, 35 anos e mais tiveram as maiores proporções de baixa escolaridade,
mas a diferença foi marginalmente significante (p=0,075).
SABROZA e col. 2004, Rio de Janeiro, estudaram as faixas etárias entre 12 e
16 anos, 17 e 19 anos e relataram que: “A maioria das puérperas adolescentes
encontrava-se fora da escola ao engravidar, sendo esta proporção mais
elevada entre as mais velhas, 60,1%. Os resultados encontrados demonstram
que menos da metade delas considera o estudo como uma possibilidade de
ascensão social e, no grupo de 17-19 anos, esse achado é mais evidente,
correspondendo a 38,3%. No grupo de adolescentes com união consensual,
61,1% encontravam-se fora da escola ao engravidar, contra 36,6% que ainda
estudavam. As mães sem união consensual apresentaram percentual
significativamente maior de abandono escolar nesta gestação, 28,0%, quando
comparadas às demais, 21,7%.
GAMA e col., 2004, Rio de Janeiro, estudaram as faixas etárias de 10-14 anos
e 15 a 19 anos, relataram que: Foi mais elevado o percentual de mães com
menor grau de instrução (até 4ª série do ensino fundamental) e residentes em
domicílios sem água encanada que fizeram 0-3 consultas de pré-natal (26,0% e
23,1% respectivamente), em relação àquelas que tinham série ou mais e
dispunham de água encanada em casa (14,6% e 16,3%). Em relação à
realização de numero precário de consultas (0-3), as variáveis com efeito
78
significativo foram: “baixo nível de escolaridade materna” (OR) ajustado =
1,628;p=0,006);
GAMA e col., 2001, Rio de Janeiro, estudaram dois grupos de mães: grupo de
15 a 19 anos e grupo de 20 a 24 anos. Relataram que: “Segundo alguns
indicadores, pode ser observado que as mães adolescentes apresentaram pior
grau de escolaridade do que as mães de 20-24 anos, sendo a razão dos
produtos cruzados (OR) igual a 2,25 e o valor p=0,000.
SANTOS e col. 2000, Rio Grande do Sul, estudaram as faixas etárias de
menores de 20 anos, 20-24,25-29,30-34 e maiores de 34 anos. Encontraram
10 (2,5%) sem escolaridade e 232 (57,90%) com primeiro grau incompleto.
RIGOL e col. 2001, Rio Grande do Sul, estudaram as faixas de idade de 15
anos e menores, 16 anos, 17 anos, 18 anos,19 anos. Assim 92% das gestantes
estão na faixa entre 15 e 19 anos, sendo que a idade que aparece com maior
freqüência é 17 anos. Embora uma pequena proporção, chama à atenção a
freqüência de 8% das gestantes com idade de 12-13 e 14 anos. Relataram
que: “Na população em estudo, constata-se que 42% das adolescentes têm o
primeiro grau incompleto, 10,7% têm o primeiro grau completo, e 29,8% têm o
segundo grau incompleto. Do restante, 0,6% chega à universidade e em 9,8%
das fichas não consta nenhuma informação sobre a escolaridade. Os
resultados referentes à ocupação das adolescentes demonstram que 51,2%
não trabalham e não estudam, 20% somente estudam, 13% apenas trabalham,
1%trabalha e estuda e em 14% das fichas não consta esta informação.
LIMA e col., 2000, São Paulo, estudaram as faixas de idade de 12-13-14-15-
16-17 e 18 anos e relataram 5 (0,78%) de analfabetas e 175 (27,43% até
quarta série. Foi possível o cruzamento das informações acerca da inserção no
mercado de trabalho e a situação escolar em 575 adolescentes, verificando-se
que apenas15 delas (2,61%), ainda que gestantes, trabalhavam ao mesmo
tempo em que continuavam seus estudos. A paridade, também, parece ser
79
uma das variáveis que interfere tanto na permanência escolar como na
inserção no mercado de trabalho, demonstradas pelo maior número de
adolescentes que não trabalham nem estudam, entre as multigestas em
relação àquelas que se apresentaram como primigestas (84,4% x 66,7%)
Lamentavelmente, na América Latina a proporção de adolescentes com sete
anos ou mais de educação nas áreas rurais é só a metade ou a terça parte dos
adolescentes das áreas urbanas (ALAN GUTTMACHER, 1990). A proporção
de mulheres adolescentes no México, Bolívia, Brasil e Colômbia que
receberam uma educação básica é maior que a proporção de mulheres da
geração de suas mães que receberam educação básica. A menina na Região
tem uma maior probabilidade de assistir a escola junto com os filhos de sua
mesma idade que em outros paises em desenvolvimento. Inclusive no Brasil,
Colômbia, Republica Dominicana e El Salvador mais meninas assistindo ao
segundo grau do que meninos. Isto pode dever-se ao fato de que os meninos
começam a trabalhar em uma idade menor. ORGANIZAÇÃO PAN-
AMERICANA da SAÚDE: Perfil da Saúde sexual e reprodutiva dos
adolescentes e jovens da América Latina e Caribe: Revisão bibliográfica, 1988-
1998.
Na presente pesquisa, verificou-se que o nível mais freqüente foi de 4 a 7 anos
de estudos (42,4%) e a maior proporção foi entre as mães pertencentes ao
Grupo I (10-14 anos) com 96,6%. Entre as 89 adolescentes de 10 a 14 anos,
não havia analfabetas entre elas; 96,6% tinham de 4 a 7 anos de estudo. Entre
as 1.462 adolescentes de 15 a 19 anos, havia 1,2% de analfabetas; 41,7%
tinham de 4 a 7 anos de estudo. Das 6.302 puérperas, 1,3% eram analfabetas,
1,3% tinham de 1 a 3 anos de estudos, 42,4% tinham de 4 a 7 anos de
estudos, 30,7% tinham de 8 a 11 anos de estudos e 24,3% tinham 12 ou mais
anos de estudos. Não como comparar os dados da presente pesquisa com
os dados dos artigos selecionados.
80
5.10 PARTO VAGINAL VERSUS CESARIANA
COSTA e col., 2001, Bahia, relataram que: 78,2% do total das parturientes
foram submetidas ao parto natural, com proporções semelhantes entre as três
faixas etárias; 19,2% foram submetidas ao parto operatório, sendo observada
maior freqüência desse procedimento entre adultas jovens (22%). O parto a
fórceps ocorreu em apenas 0,2% dos casos.
TAUIL e col., 2001, Distrito Federal, relataram que dos 106.492 partos, 21,3%
foram de mães adolescentes(5,3% com idade igual ou inferior a 16 anos, e
16% entre 17 e 19 anos) e 72% constituíram grupo de mães entre 20 e 34
anos. O número de partos de recém-nascidos vivos em mulheres de a34
anos foi 99.357, o que equivale a 93,3%. Mulheres acima de 34 anos que não
foram incluídas nesse estudo. O percentual de RN nascidos de parto cesáreo,
em relação ao total de nascidos vivos de mães com até 34 anos, foi de 30,7%.
Quanto ao tipo de parto, a proporção de cesarianas foi maior entre as mulheres
adultas. Os resultados foram estatisticamente significativos.
ARAGÃO e col. 2004, Maranhão, relataram que a maioria dos RN prematuros
nasceram de parto vaginal, com o parto cesárea não representando fator de
risco para prematuridade. Embora a percentagem de cesariana em São Luís
tenha sido bem abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde,
correspondendo a cerca de 30% de todos os nascimentos, este valor não foi
alto como o reportado em algumas cidades do Sudeste do Brasil (mais de
50%), onde uma associação entre cesárea e prematuridade tem sido
observada (BETTIOL, 2000) e (SILVA, 2000).
SIMÕES e col. 2003, Maranhão, relataram que as mães adolescentes tiveram
as menores proporções de parto cesáreas. As adolescentes com menos de 18
anos tenderam a ser semelhantes àquelas de 18-19 anos em relação às
variáveis socioeconômicas. Entretanto, as adolescentes mais jovens, com
menos de 18 anos, tenderam a ter filhos com pais adolescentes em maior
81
proporção, tiveram menor taxa de parto cesáreo, e maior proporção de
primíparas.
ANDRADE E col. 2001, Rio de Janeiro, realizaram estudo ecológico
considerando, como unidades de análise, os 153 bairros do Município do Rio
de Janeiro. Os indicadores que são forte e positivamente correlacionados à
variável relacionada à mortalidade nos três primeiros dias de vida são a
“proporção de mães adolescentes”, a “proporção de chefes com rendimento até
um salário mínimo” e a “proporção de mães que não fizeram pré-natal”.
Evidencia-se assim, que, quanto maior a proporção de chefes com rendimento
até um salário mínimo, a proporção de mães adolescentes e a proporção de
mães que não fizeram pré-natal, maior é a taxa de mortalidade nos três
primeiros dias de vida. Chama a atenção que essas três variáveis são
igualmente correlacionadas entre si, constituindo-se em um conjunto de fatores
associados ao excesso de óbitos nos primeiros dias de vida. A proporção de
partos cesáreos é a única variável correlacionada inversa e significativamente à
mortalidade nos três primeiros dias de vida. Entretanto, a proporção de
cesarianas apresenta, por outro lado, associação positiva com a proporção de
nascimentos em estabelecimentos privados, o que parece explicar, pelo menos
em parte, a associação inversa encontrada com a resposta.
FARINA e col. 2002, Rio Grande do Sul, realizaram estudo em que as
pacientes em ambulatório e com idade de até 18 anos. Referem que os dados
em relação à via de parto são 78,19% (104 pacientes) de partos vaginais,
contra 1,80% (29 pacientes) partos cesáreos. Em seis partos foram utilizados
fórceps, perfazendo 5,76% do total dos partos normais.
CHEMELLO e col. 2001, Rio Grande do Sul, realizaram estudo e referem que
ocorreram 107 casos (14,7%) de gestação entre adolescentes num total de 729
nascimentos. Destas, 76 foram objeto do presente estudo, as demais gestantes
ou não desejaram participar, ou não foram localizadas. Em 35% dos casos as
gestações (n=27) transcorreram com a presença de patologias associadas,
82
observando-se uma incidência de baixo peso ao nascer de 15,3% (n=12),
sendo o peso médio de nascimento de 3.061 g. Quanto à resolução obstétrica,
verificou-se uma taxa de cesarianas de 55,2% (n=42), valor este sensivelmente
elevado.
RIGOL e col. 2001, RS, realizaram pesquisa com 931 gestantes adolescentes.
Das gestantes adolescentes atendidas pelas enfermeiras, 13,9% tinham 15
anos, 18,35% tinham 16, 23,5% tinham 17 anos, 17,8% tinham 18 anos, 18,5%
tinham 19 anos. Assim 92% das gestantes estão na faixa entre 15 e 19 anos,
sendo que a idade que aparece com maior freqüência é 17 anos. Embora seja
uma pequena proporção, chama a atenção a freqüência de 8% das gestantes
com idade de 12-13 e 14 anos. Consultando-se as 620 fichas em que existe o
registro sobre o tipo de parto, observa-se que 81,04% das adolescentes têm
seus bebês por parto normal ou com uso de fórceps e 18,96% são submetidas
a parto cesáreo, o que mostra que a incidência de cesáreas nas adolescentes
atendidas pela enfermeira no Programa de Atendimento a Gestantes
Adolescente é bem menor do que a incidência nacional.
GALLO e col. 2000, Santa Catarina, relataram que durante o ano de 1995,
ocorrerem 8.942 partos hospitalares na cidade de Joinville. Desses, 1.738
foram de mulheres entre 10 e 20 anos de idade, ou seja, 19,4% de todos os
partos foram de gestantes adolescentes. Os partos de menores de 15 anos de
idade corresponderam a 2,2% do total das adolescentes que deram à luz
naquele ano. A análise foi realizada por comparação de freqüências simples,
por faixas de idade materna, sem a aplicação de testes estatísticos, que se
tratava de dados do universo das DNs e não de uma amostra probabilística das
mesmas, o que significa que os valores observados não correspondiam à
estimativas, mas, sim, ao valor populacional real para aquele local e ano.
Quanto ao tipo de parto, verificaram que o grupo de mães adolescentes
apresentava um percentual de partos normais superior ao das mães de outras
faixas etárias, mas, apesar disso, aproximadamente um em cada três ou quarto
partos de adolescentes, foi operatório. As mães adultas apresentaram
83
proporção mais elevada de partos operatórios, sempre superior a 40 % do total
de partos dessa faixa etária Cumpre salientar que, para as adolescentes,
proporção semelhante é observada apenas entre as menores de 15 anos de
idade.
DEL CIAMPO e col.,2004, realizaram quatro avaliações decenais do estudo,
nas quais foram registradas 781 crianças no programa de Puericultura do
CMSCVL. Destas, 151 (19,3%) tinham mãe com idade inferior a 20 anos por
ocasião do nascimento, e foram incluídas no estudo. Foram pesquisadas a
distribuição do número de mães adolescentes participantes do estudo, a média
etária, condição civil, freqüência ao Programa de Pré-natal e tipo de parto, nos
anos de 1970, 1980, 1990 e 2000. Observaram que houve aumento na
prevalência de mães adolescentes até 1990, com posterior redução em 2000.
A média de idade das mães foi de 18,4 anos e não apresentou variação
significativa entre os períodos estudados (p>0,05). A freqüência de partos
cesáreos tem aumentado gradativamente desde 1970, experimentando
acréscimo de 76% no período de 1980 a 2000.
GOLDANI e col. 2000, pesquisaram os recém nascidos vivos de parto único
hospitalar, sendo 6.681 nascimentos em 1978/1979 e 2.839 em 1994. Houve
aumento significante da gravidez na adolescência (5,1% para 7,4%) e
decréscimo na mortalidade infantil (36/1.000 para 17/1.000). A taxa de
cesariana aumentou, tornando-se o mais comum modo de nascimento em
1995, com 50,8% de todos os nascimentos. O aumento foi semelhante para os
5 grupos, porém a maior proporção ocorreu no grupo 4. Houve aumento de
parto cesáreo (30,6% para 50,8%)
Na presente pesquisa, o parto vaginal (Tabela 11) foi realizado em 3.393
(53,9%) mães e a cesariana em 2.897 (46,1%). A maior freqüência de
cesariana foi no Grupo IV com 378 (61,8%). A menor freqüência de cesariana
foi no Grupo II, com 502 (34,4%). No Grupo I, a cesariana ocorreu em 38
(42,7%).
84
A cesariana teve influência nas variáveis, como segue abaixo:
A chance de uma criança que nasceu por cesariana ter anomalia é 0,4 vezes a
chance daquela que nasceu por parto vaginal (p<0,0001).
A chance de uma criança que nasceu por cesariana ter peso insuficiente é 0,8
vezes maior a chance daquela que nasceu por parto vaginal (p<0,0002).
5.11 PRESENÇA DE ANOMALIA FETAL
LINS, e col. 2001, entrevistaram 120 gestantes adolescentes e a população de
estudo foi representada por todas as gestantes adolescentes. Encontraram 1
(0,8%) recém-nascido portador de hidrocefalia, 1 (0,8%) de criptorquidia,
1(0,8%) de polidactilia e 1(0,8%) de lábio leporino e 82 (67,2%) sem anomalia.
Lins e col. (1999) não fazem referência se os dados encontrados foram
estatisticamente significativos para os grupos etários das adolescentes.
FARINA e col. 2002 realizaram pesquisa com 133 puérperas, com idade de a
18 anos, e encontraram dois (1,50%) recém nascidos com má-formação, sendo
um com gastrosquise e outro com anencefalia. Calcificação em baço fetal foi
diagnosticada eco graficamente intra-útero no pré-natal, no entanto, não houve
confirmação no período neonatal e o recém nascido está tendo
desenvolvimento normal. Farina e col. (1998 a 2001) não fazem referência se
os dados encontrados foram estatisticamente significativos para os grupos
etários das adolescentes.
Na presente pesquisa, anomalia fetal esteve presente em 66 (1%) dos recém
nascidos. Não foi observada entre as mães do Grupo I (10-14 anos). Entre as
mães do Grupo II (15 a 19 anos) ocorreu em 13 (0,9%) casos. Nos Grupos de
85
mães III (20 a 34 anos) e IV (35 anos e mais) foi de 44 (1,1%) e 09 (1,5%),
respectivamente.
No presente estudo, após análise multivariada, não houve associação
estatisticamente significativa entre a idade do grupo e anomalia.
5.12 FREQUENCIA DE RECÉM-NASCIDO COM HIPÓXIA GRAVE NO
PRIMEIRO E QUINTO MINUTO DE VIDA
TAUIL e col. 2001 estudaram dados do Sistema de informações de nascidos
vivos, no Distrito Federal, de 1995 a 1996, e relataram que para o APGAR do
RN. “O percentual de RN com apgar abaixo de sete no quinto minuto em
relação ao total de nascidos vivos de mães com até 34 anos, foi de 1,6%. Após
controlar o possível efeito de confusão da prematuridade sobre as variáveis
peso e vitalidade, foi feita estratificação da análise, abrangendo apenas os RN
com 37 semanas ou mais de gestação. Verificaram maior percentual de RN de
baixo peso e de menor vitalidade entre as adolescentes do que entre as
gestantes adultas. Essas diferenças foram estatisticamente significativas. RN
de adolescentes tiveram maior proporção de baixa vitalidade do que os de
mães adultas. “Todas essas diferenças foram estatisticamente significativas”.
“A adolescência foi marcador de risco para prematuridade, baixo peso do
recém nascido, e baixa vitalidade, em partos realizados no Distrito Federal, nos
anos de 1995 e 1996”. Os autores enfatizaram a necessidade de abordagem
especial desse grupo populacional, tanto na prevenção da gravidez, como nos
cuidados do pré-natal e do parto (AU).
LINS e col. 2001 relataram que a distribuição dos recém-nascidos quanto às
condições de vitalidade ao nascer pelo boletim de APGAR do minuto
estavam sem registro 3 (2,4%) e no minuto faltavam registros em 3(2,4%).
Apresentaram Apgar de 0-1-2 e 3 no primeiro minuto 10 (8,2%) e no quinto
minuto 4 (3,4%). Lins e col. o fazem referência se foi estatisticamente
significativo.
86
GAMA e col. , 2001, estudaram a gravidez na adolescência como fator de risco
para baixo peso ao nascer no município do Rio de Janeiro, 1996 a 1998, e
agruparam o Apgar em duas categorias: a primeira concentrando os casos de
asfixia grave e moderada com Apgar menor do que 7, e os valores normais do
Apgar 7-8-9 e10. Relataram que “Na medida do Apgar do primeiro minuto, foi
observado maior concentração de asfixia moderada e grave (Apgar < 7) nos
filhos de jovens de 15 a 19 anos em comparação aos de 20 a 24 anos”. no
Apgar no quinto minuto, não foram encontradas diferenças significativas na
comparação entre os grupos estudados.
COSTA e col. 2001 relataram que “Os dados de Apgar do quinto minuto não
foram analisados, tendo em vista que 68,2% das fichas não haviam sido
preenchidas com essa informação”.
A contagem de Apgar (APGAR, 1953) tem mostrado uma relação significativa
entre a contagem do primeiro e quinto minuto e a mortalidade e morbidade
neonatal (DRAGE and BERENDES, 1966). A avaliação inicial (contagem do
primeiro minuto) identifica o recém nascido que necessita de atenção imediata
(Apgar entre 0 e 6) e ajuda a avaliar o provável grau de asfixia ou hipóxia
presente. A contagem do quinto minuto está relacionada mais estreitamente
com a mortalidade e morbidade neonatal. Baseado na informação acima
apresentada, recém nascidos com hipóxia prolongada, que mimetize apnéia
secundária descrita em primatas não humanos, estarão mais deprimidos e
necessitarão de um tempo de reanimação mais prolongado, resultando num
Apgar baixo no quinto minuto. Dos recém nascidos com Apgar no quinto minuto
de 0 a 1, 44% não sobreviveram ao segundo dia de vida, e 49% não
sobreviveram ao peodo neonatal até 28 dias de vida (DRAGE and
BERENDES, 1966). O acompanhamento de crianças que tiveram um Apgar de
0 a 3 no quinto minuto, comparadas com as que tiveram Apgar de 7 a 10,
indicou que, com 1 ano de idade, anormalidade neurológica foi 3 vezes mais
comum no grupo de Apgar de 0 a 3 (DRAGE and BERENDES, 1966). Se os
87
dados são reagrupados, quer baseados no peso, quer no Apgar individual,
quanto maior Apgar menor a mortalidade e a morbidade neonatal (FISHER and
PATON 1979). A criança com Apgar acima de 7 raramente necessita de
qualquer medida de reanimação, a menos que o Apgar caia subitamente
alguns minutos após o nascimento. Uma criança com Apgar de 3 a 6, quando
vista pela primeira vez, teve provavelmente, uma asfixia de leve a moderada.
Nestas situações, a aspiração rápida das vias aéreas, seguida por ventilação
com bolsa e scara com pressão positiva, virá determinar uma rápida
melhora. Uma criança com Apgar de 0 a 2 é considerada gravemente asfixiada
até prova em contrario. A ajuda de uma outra pessoa treinada deve ser
requisitada imediatamente para auxiliar na reanimação desta criança. Deve ser
feita uma aspiração rápida (15 segundos) para desobstrução das vias reas,
de preferência sob visualização direta com laringoscópio. Intubação
endotraqueal deve ser realizada. É necessária uma ventilação adequada com
oxigênio sob pressão positiva (FISHER and PATON 1979).
Neste estudo todos os nascimentos ocorreram no centro obstétrico do
HUCAM/UFES, com o médico residente da gineco-obstetrícia atendendo a
parturiente e o médico residente da pediatria atendendo o recém nascido.
Esses médicos residentes, da gineco-obstetrícia e da pediatria foram
supervisionados por médicos especialistas, nos plantões e na rotina diária. É o
médico residente da pediatria o responsável por avaliar o grau de vitalidade ou
hipóxia (escore de Apgar) do recém nascido com 1 e 5 minutos de vida.
Registramos uma falta de dados de 277(4,4%) e 225 (3,57%) de todas as
internações para o Apgar de 1 minuto e de 5 minutos, respectivamente. Essas
faltas referem-se a todo o período de cinco anos.
Os recursos humanos e materiais disponibilizados no trabalho de parto, a
presença na própria maternidade da UTI para a mãe ou da UTIN para o recém
nascido também são alguns dos fatores importantes no atendimento ao parto e
ao recém nascido. Em nosso Estado a falta de vaga para o momento do parto
é informação relativamente freqüente das mães e este fato poderá influenciar
88
decisivamente nas condições do parto e do nascimento. Certamente influencia
na pontuação do Apgar de 1 e de 5 minutos.
No presente estudo, Hipóxia grave com 1 minuto de vida esteve presente em
183 (3%) dos casos. Ocorreu em 2 (2,3%), 47 (3,3%, 113 (2,9%) e 21 (3,6%)
nos recém nascidos de mães dos Grupos I, II, III e IV, respectivamente.
Neste estudo a IDADE DO GRUPO não foi estatisticamente significativa para
Hipóxia grave com 1 minuto de vida.
Nesta pesquisa o escore de Hipóxia grave com 5 minutos de vida esteve
presente em 38 (0,6%) dos recém-nascidos. Ocorreu em 1 (1,1%), 5 (0,4%), 27
(0,7%) e 5(0,8%) nos recém nascidos de mães dos Grupos I, II, III e IV
respectivamente.
Como resultado final e após afastado os fatores de confusão através de análise
uni e multivariada, observou-se que a hipóxia com um e cinco minutos de vida
esteve associada ao número de consultas do pré-natal, conforme assinalado :
Quando aumentamos o número de consultas, a chance de um RN ter hipóxia
grave com um minuto de vida é reduzida em 40% (p<0,0001).
Quando aumentamos o número de consultas, a chance de um RN ter hipóxia
moderada com um minutos de vida é reduzida em 18% (p<0,0003).
Quando aumentamos o número de consultas, a chance de um RN ter hipóxia
grave aos cinco minutos de vida é reduzida em 35% (p<0,033).
Quando aumentamos o número de consultas a chance de um RN ter hipóxia
moderada aos cinco minutos de vida é reduzida em 44% (p<0,0001).
Não houve associação estatisticamente significativa entre a idade do grupo e
Hipóxia com 1 e com 5 minutos de vida.
89
5.13 FREQUENCIA DE PREMATURIDADE
Prematuridade é um dos maiores problemas, não resolvidos da obstetrícia
moderna (MILLER,1996).
É importante assinalar alguns dos métodos para medir a duração de gestação
ou para calculo da idade gestacional para classificar o recém nascido em
prematuros, a termo e pós-maturos. Esses métodos podem ser executados de
maneiras diferentes, como, por exemplo, pela informação da grávida sobre a
data da sua ultima menstruação (DUM), pelo exame clínico do recém-nascido
realizado pelo médico no momento do nascimento, pelo exame de
ultrassonografia realizado no final da gestação, entre outros.
O SINASC utiliza como base de dados os constantes dos formulários DNV
Que é a declaração de nascidos vivos, os quais são preenchidos por auxiliares
ou técnicos de enfermagem dos hospitais onde ocorreu o nascimento. Em geral
utiliza a DUM.
ARAGÃO e col. 2004 referem que a taxa de prematuridade em São Luís,
Maranhão, foi de 12,7% entre as mães adolescentes e informaram que a
utilização do exame físico do recém-nascido como medida de cálculo da idade
gestacional não foi possível para uma grande parte da amostra e o ultrassom
foi utilizado por uma minoria das pacientes. A DUM ou data da ultima
menstruação foi o único método possível para calcular a idade gestacional.
COSTA e col.2001, em Feira de Santana, Bahia, segundo dados do SINASC-
1998, relataram que quanto à idade gestacional, os RN foram classificados em
prematuros (iguais e menores que 36 semanas); de termo (maior que 36 e
menor que 42 semanas) e pós termo (igual e maior que 42 semanas) conforme
classificação de Capurro. O resultado relacionado à idade gestacional apontou
que 86,9% dos RN eram de termo, com prevalências semelhantes entre as três
faixas etárias. A Razão de Prevalência para a prematuridade apontou
90
prevalência desta característica 5% e 7% maior entre os RN da faixa de 10 a
16 anos, comparada às de 17 a 19 e 20 a 24 anos, respectivamente, sem
diferença estatisticamente significante.
TAUIL e col., 2001, no Distrito Federal,usando dados do SINASC, e
considerando parto prematuro aquele ocorrido antes da trigésima sétima
semana de gestação, relataram que, quanto à duração da Gestação “O
percentual de RN prematuros em relação ao total de nascidos vivos de mães
com até 34 anos, foi de 4,3%. RN de adolescentes tiveram maior proporção de
prematuridade do que os de mães adultas. Mostra os dados de partos entre
adolescentes com idade inferior ou igual a 16 anos e aquelas entre 17 e 19
anos.No grupo de adolescentes mais jovens, houve maior proporção de RN
prematuros e de baixo peso, estatisticamente significativo. O grupo de mães
adolescentes foi composto daquelas com 19 anos ou menos. Esse grupo foi
ainda separado em dois subgrupos, um de mães com menos de 17 anos e
outro de mães com 17 a 19 anos, os quais foram comparados entre si e com o
grupo de mães adultas, formado por aquelas de 20 a 34 anos. Não foram
consideradas as mulheres com mais de 34 anos pela suposta maior
possibilidade de incidência de complicações do parto e de problemas para o
recém nascido
ARAGÃO e col., 2004, utilizando a data da última menstruação declararam que
a taxa de prematuridade em São Luís foi de 12,7%. Fatores de risco para
prematuridade foram a idade materna abaixo de 18 anos, renda familiar igual
ou menor do que um salário mínimo mensal, primiparidade, parto vaginal em
hospital público, mães sozinhas (ou vivendo sem um parceiro) e ausência de
cuidados pré-natais. Após ajustar os fatores de confusão, idade menor de 18
anos (p<0,001), primíparas (p<0,005), e ausência de pré-natal (p=0,043)
permaneceram como fatores de risco para nascimento prematuro. Entre os RN
pré-termo, 29,1% foram GIG.
A proporção de PIG foi maior entre os RN a termo (15,2%) do que entre os RN
pré-termo (7,1%). A Prevalência de RN Pré-termo foi alta para mães menores
91
de 18 anos (22,5%), com o risco ajustado de uma mãe adolescente ter um filho
pré-termo de 1,9 vezes do observado em outros grupos.
SILVA e col., 2003, São Luís, Maranhão, estudaram uma amostra de 2.829
nascimentos, incluindo somente nascidos vivos únicos. A idade materna média
foi de 22,9 anos com desvio padrão de 5,4 anos. Após ajustar fatores de
confusão, o risco de prematuridade com e adolescente < 18 anos
permanece significativo (OR=1, 70, 95% CI 1, 11, 2,60). Quanto à duração da
Gestação (medida de acordo com a DUM) verificou-se que a taxa de pré-
termos foi de 12,6% (95% CI 11, 3, 14,0). Mãe adolescente tem
significativamente maior taxa de pré-termos do que o grupo de comparação
(22,9% das mães < 18 anos comparada com 10,9% das mães de 25-29 anos
de idade. Outras variáveis associadas com prematuridade foram baixo nível
econômico, não coabitar com o pai, parto vaginal, primípara, atendimento
público e baixa estatura. O risco de prematuridade foi maior para as mães < 18
anos (OR=2, 42, 95% CI 1, 64, 3,57), mas não para as mães de 18-19 anos de
idade (OR=0,89,95% CI 0,56, 1,38). Devido a significativa interação entre idade
materna e paridade (p<0,001), ORs também foi analisado separadamente para
o primeiro filho e o segundo e mais filhos prévios. Para as mães não primíparas
o risco de prematuridade foi um tanto maior para mulheres < 18 anos de idade,
porém sem significância estatística. Na análise estratificada, somente o risco
de prematuridade entre mães primíparas < 18 anos de idade permanece
estatisticamente significativo (OR=1,77,95% CI 1,02,3,08). O grupo de mães
primíparas e não primíparas de 18-19 anos o tiveram um aumento do risco
de prematuridade. * p<0,05 ** p<0,01. *** Mães de 25-29 anos foram
referência na categoria. Risco estimado e ajustado para família pobres, estado
marital, tipo de parto, paridade, assistência a saúde (público e privado) e baixa
estatura materna.
LINS e col., 2001 João Pessoa-Paraíba-Brasil 1998/1999, a partir de
entrevistas realizadas com as mães, no puerpério imediato, estudaram 120
gestantes adolescentes. A população de estudo foi representada por todas as
gestantes adolescentes. A idade gestacional foi avaliada pelo método de
92
CAPURRO(CAPURRO et al.,1975). Com relação à idade gestacional,
predominaram os RNs a termo (78,7%), sendo a incidência de pré-termos de
20 (16,5%).A prematuridade entre os RNs do grupo de mães da faixa etária
entre 14 e 15 anos foi de 28,5%. Não há referencia se há significância
estatística.
GAMA e col., 2001, em pesquisa sobre: Gravidez na adolescência como fator
de risco para baixo peso ao nascer no município do Rio de Janeiro, 1996 a
1998, usando dados brutos do SINASC, analisou dois grupos de mães: grupo
de 15 a 19 anos e grupo de 20 a 24 anos. Concluiu que ser mãe entre 15 e 19
anos, em comparação com as de 20 a 24 anos, constituiu-se em fator relevante
na explicação de ocorrência de BPN, sendo a razão de produtos cruzados (OR)
igual a 1,30 com valor de p=0,026. O efeito da idade materna se manteve
mesmo quando controlado pelas demais variáveis. A idade gestacional no
momento do nascimento também foi diferenciada segundo a faixa etária da
mãe. Verifica-se que as mães mais jovens (15-19 anos) apresentaram maiores
riscos de ter filhos prematuros comparados às mães de 20-24anos de idade.
No grupo de adolescentes o percentual de prematuros foi significativamente
maior que no outro grupo.
FARINA e col. 2002, realizaram estudo no ambulatório de adolescentes do
Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e
atenderam 133 pacientes que realizaram seu pré-natal e tiveram seus partos
no hospital referido. As pacientes que consultam no ambulatório têm idade de
até 18 anos. A idade gestacional média do nascimento foi de 38,5 semanas.
Houve 16 pacientes (12,03%) prematuros (considerados com menos de 37
semanas), 6 pacientes (4,51%) pos data (maior ou igual a 42 semanas) e a
grande maioria 111 (83,45%) das pacientes nasceram a termo. Não
referência sobre significância estatística e como foi medida a idade gestacional.
GALLO e col., 2000, pesquisaram 8.942 partos hospitalares na cidade de
Joinville, Santa Catarina. Desses, 1.738 foram de mulheres entre 10 e 20 anos
93
de idade, ou seja, 19,4% de todos os partos foram de gestantes adolescentes.
Os partos de menores de 15 anos de idade corresponderam a 2,2% do total
das adolescentes que deram à luz naquele ano. A análise foi realizada por
comparação de freqüências simples, por faixas de idade materna, sem a
aplicação de testes estatísticos, que se tratava de dados do universo das
Declarações de Nascidos Vivos e não de uma amostra probabilística das
mesmas, o que significa que os valores observados não correspondiam à
estimativas, mas, sim, ao valor populacional real para aquele local e ano.
Quanto à duração da gestação, observa-se maior proporção de partos
prematuros entre as adolescentes. Quando se considera apenas as primíparas,
verifica-se uma proporção de prematuros semelhante entre as adolescentes e
as primíparas adultas de 20 a 34 anos, com um nítido aumento da proporção
de prematuros entre as primíparas de mais de 35 anos de idade.
Considerando-se a idade gestacional apenas dos RNBP, em função da faixa
etária materna, verifica-se que, entre as mães adolescentes, ao contrário do
que ocorre com as adultas, um ligeiro predomínio da prematuridade. Nota-
se que praticamente metade das ocorrências das crianças nascidas de baixo
peso era conseqüência de retardo do crescimento intra-uterino.
RIBEIRO e col., 2000, observaram aumento no percentual de mães
adolescentes de 14,1% em 1978/79, para 17,5% em 1994(p<0,05). Esta
inversão da curva de idade foi devida ao aumento dos nascimentos na faixa
etária de 13 a 17 anos. Devido a essa diferença, analisaram a distribuição das
variáveis nos dois inquéritos, separadamente para as faixas etárias de 13 a 17
anos e 18 e 19 anos e abrangeu recém nascidos vivos de parto único, de
famílias residentes em Ribeirão Preto, SP. Foi utilizado o teste do qui
quadrado, com nível de significância de 0,05. Não houve aumento do baixo
peso ao nascer (BPRN) e da prematuridade entre as mães adolescentes no
período.. Em 1978/79, o grupo mais jovem apresentou o dobro do percentual
de baixo peso observado na faixa etária de 18-19 anos, e praticamente o
mesmo resultado foi observado em 1994. As taxas de prematuridade também
94
foram maiores para o grupo de 13 a 17 anos, tanto em 1978/79 quanto em
1994.
GOLDANI e col.,2000, Ribeirão Preto, São Paulo, (1978-79 e 1994) pesquisam
sobre as gestações de duas coortes de recém nascidos vivos de parto único
hospitalar. Houve um aumento no nascimento pré-termo de 7,2 % para 13,6%
e para o baixo peso ao nascer de 7,2% para 10,6% de 1978 para 1994. O mais
proeminente aumento no baixo peso ao nascer e nascimento prematuro foi nos
grupos 4(30-35 anos) e 5 (36-49 anos), e o menor foi no grupo 2 (18-19 anos).
O Grupo 1(17 anos e menos) ficou no grupo de maior risco para baixo peso ao
nascer e nascimento prematuro. Teste estatístico: qui quadrado para verificar a
diferença entre duas proporções e com grau de confiança de 95% e foi usado o
Epiinfo software.
Nesta pesquisa, a determinação da idade gestacional e conseqüente
classificação dos recém-nascidos em pré-termo, a termo e pós-termo foi
realizado pelo exame físico do recém nascido e realizado pelo médico
residente presente na sala de parto no momento do nascimento. A presença de
prematuridade ocorreu em 1.452 (23,1%) dos recém nascidos. Quanto a sua
distribuição foi de 24 (27%), 329(22,6%), 924(22,4% e 175(28,6%) recém
nascidos de mães dos Grupos I, II, III e IV, respectivamente.
Como resultado final e após afastado os fatores de confusão através de análise
uni e multivariada, observou-se que a prematuridade esteve associada ao
número de consultas. Pois quando aumentamos esse número de consultas no
pré-natal, a chance de um RN ser pré-termo é reduzida em 19% (p<0,0001).
Não houve associação estatisticamente significativa entre a idade do grupo e
recém nascido prematuro.
95
5.14 FREQUENCIA DE RECÉM-NASCIDO DE BAIXO PESO
COSTA, M. C. O e col. 2001 encontraram com relação ao peso ao nascer,
55,8% dos NV apresentaram peso adequado (>3.000 g), com maior proporção
entre as adultas jovens (20-24 anos). No que se refere ao baixo peso (<2.500g)
e peso insuficiente (2.501g 3.000g), verificou-se que os NV de mães
adolescentes, nas duas faixas etárias, apresentaram maior proporção, em
relação às adultas jovens, sendo que, na faixa de 10 a 16 anos, a soma dos
índices de baixo peso e de peso insuficiente (47,3%) foi maior que o de peso
adequado (45,9%). A análise da RP do peso de nascimento dos RN entre as
faixas etárias maternas mostrou que a proporção de baixo peso foi de 9% e
29% maior entre os RN da faixa 10 a 16 anos, comparados aos daquelas de 17
-19 e 20-24 anos, respectivamente, sendo essa associação estatisticamente
significante. Quanto ao peso insuficiente, foi verificado que os filhos de
adolescentes de 10 - 16 anos apresentaram proporções de 19% e 35%
maiores desta característica, em relação às outras faixas etárias, com
associação estatisticamente significante. A razão de prevalência entre faixa
etária materna e prematuridade não mostrou diferenças entre as três faixas
etárias estudadas. O cálculo da razão de risco ajustada (OR) entre faixa etária
materna e peso de nascimento, controlando-se variáveis confundidoras
(escolaridade materna, pré-natal e idade gestacional) apontou que os RN das
mães de 10 – 16 anos apresentaram proporções de 36% e 58% maiores de RN
com peso insuficiente em relação aos RN daquelas de 17-19 e 20-24 anos,
respectivamente, com resultados estatisticamente significantes. Esse mesmo
cálculo mostrou que a proporção de baixo peso dos RN das mães de 10 a 16
anos foi 11% maior em relação aos RN daquelas de 20 a 24 anos, sem
associação estatisticamente significante. Por outro lado, a análise do peso
adequado constatou que os RN de mães de 10 a 16 anos apresentaram
proporções 22% e 40% menores, respectivamente, desta característica,
comparado aos RN de mães das outras faixas estudadas, com associação
estatisticamente significante.
96
TAUIL, P. L e col. 2001, referem que o percentual de RN com baixo peso em
relação ao total de nascidos vivos de mães com até 34 anos, foi de 7%.
Após controlar o possível efeito de confusão da prematuridade sobre as
variáveis peso e vitalidade, foi feita estratificação da análise, abrangendo
apenas os RN com 37 semanas ou mais de gestação. Verificou-se maior
percentual de RN de baixo peso e de menor vitalidade entre as adolescentes
do que entre as gestantes adultas. Essas diferenças foram estatisticamente
significativas. RN de adolescentes tiveram maior proporção de baixo peso ao
nascer do que os de mães adultas. Os dados de partos entre adolescentes
com idade inferior ou igual a 16 anos e aquelas entre 17 e 19 anos, mostraram
no grupo de adolescentes mais jovens, que houve maior proporção de RN
prematuros e de baixo peso, estatisticamente significativo.
SIMÕES, V. M. F e col. 2003 relataram que comparadas àquelas com 25 a 29
anos, observou-se risco 2,85 vezes maior de baixo peso ao nascer no grupo de
adolescentes muito jovens (com menos de 18 anos). Estas jovens também
apresentaram risco aumentado de ter filhos prematuros (Razão de
Prevalências (RP) = 2,09) e pequenos para a idade gestacional (RP=1,68).
Seus filhos tiveram um risco 4,23 vezes maior de mortalidade infantil.
Adolescentes de 18-19 anos apresentaram maiores risco de terem recém
nascidos pequenos para a idade gestacional. Entretanto o grupo de 18 e 19
anos demonstrou o mesmo risco de ter filhos com baixo peso ao nascer e
prematuros. O risco de mortalidade infantil no grupo de filhos de adolescentes
de 18 e 19 anos também foi o mesmo em relação às mães mais velhas.
GAMA, S. G. N. e col. 2001, relataram que, verifica-se que também o baixo
peso ao nascer foi maior nos filhos de mães adolescentes, no grupo de
mulheres que realizou de 0-3 consultas no pré-natal. Nenhuma outra diferença
se mostrou significativa. Foram categorizados os resultados adversos pelo
numero de consultas no pré-natal, por ter sido esta variável que melhor
discriminou os riscos de desfechos negativos. Os resultados mostraram que
97
não houve diferença estatística entre os “desfechos negativos”, e os grupos
maternos quando a gestante compareceu a quatro consultas ou mais no pré
natal. Por outro lado, naquelas em que a cobertura do pré-natal foi insuficiente
ou nula (0-3 consultas), o risco de parto prematuro e baixo peso ao nascer foi
significativamente maior no grupo de mães adolescentes. Outro ponto a ser
destacado nesta tabela e a relação inversa entre o numero de consultas
realizadas no pré-natal e a proporção de prematuridade e baixo peso ao nascer
nos três grupos maternos. O baixo peso ao nascer foi significativamente maior
entre o grupo de mães adolescentes do que no grupo de 20-24 anos. A
ocorrência de BPN fortemente determinada pela prematuridade (idade
gestacional< 37 semanas). Embora a prematuridade tenha explicado grande
parte da variável resposta, outras variáveis também se mostraram relevantes.
O fato de a mãe apresentar um número pequeno de consultas (=/<6) ou não ter
nenhum atendimento no pré-natal revelou um OR bruto e ajustado,
significativos no nível de 5% quando comparado as mães que tiveram mais de
seis consultas no pré-natal. Igualmente, a faixa etária de 15-19 anos
correspondeu a associações significativas com BPN em relação ao grupo de
20-24 anos. O mesmo pode ser dito na comparação das es que tiveram
bebes em maternidades publicas (estaduais e municipais) OR ajustado =
1,66 e p=0,001 -, no que se referem as que foram atendidas para o parto nos
estabelecimentos privados ou militares. No segundo modelo de regressão
logística, foram excluídos os prematuros. A falta de assistência (nenhuma
consulta) no pré-natal foi a variável que melhor explicou o BPN, com um OR
ajustado de 2,18 (p=0,000). O fato da e não ter completado o primeiro grau
de escolaridade não evidenciou chance maior de ter um filho com BPN em
relação às mulheres com primeiro grau completo ou mais. O modelo mostrou
que ser mãe entre 15 e 19 anos, em comparação as de 20 a 24 anos,
constituiu-se em fator relevante na explicação de ocorrência de BPN, sendo a
razão dos produtos (OR) igual a 1,30 com valor de p=0,026. O efeito da idade
materna se manteve mesmo quando controlado pelas demais variáveis.
98
RIGOL, J. L e col. 2001, relataram que somente 9,3% dos recém nascidos
tiveram peso abaixo de 2.500 g. Do restante, 67,4% tiveram peso entre 2.500 g
e 3.500 g e 23,3% pesaram acima de 3.500 g.
ZANCHI, M. T.e col. 1999, pesquisaram 204 grávidas entre 13 e 18 anos, e
encontraram 20,4%. A idade média da gestante no momento do parto foi de
16,75 (dp+- 1,15). O baixo peso ao nascer (abaixo de 2.500g) foi constatado
em 32 (15,92%) recém-nascidos.
GALLO, P. R. e col. 2000, relataram que durante o ano de 1995, ocorrerem
8.942 partos hospitalares na cidade de Joinville. Desses, 1.738 foram de
mulheres entre 10 e 20 anos de idade, ou seja, 19,4% de todos os partos foram
de gestantes adolescentes. Os partos de menores de 15 anos de idade
corresponderam a 2,2% do total das adolescentes que deram à luz naquele
ano. A análise foi realizada por comparação de freqüências simples, por faixas
de idade materna, sem a aplicação de testes estatísticos, que se tratava de
dados do universo das DNs e não de uma amostra probabilística das mesmas,
o que significa que os valores observados não correspondiam à estimativas,
mas, sim, ao valor populacional real para aquele local e ano. no que se
refere ao peso da criança ao nascer, verifica-se uma proporção mais elevada
de recém-nascidos de baixo peso entre as mães menores de 20 anos,
enquanto que a proporção de recém-nascidos com quatro quilos de peso ou
mais é nitidamente superior nas mães adultas. Quando se considera apenas as
primíparas, mostra tendência semelhante à anterior, embora evidencie um
aumento bastante relevante de recém-nascidos de baixo peso entre as mães
adultas, mormente nas de 35 anos de idade ou mais. Considerando-se a idade
gestacional apenas dos RNBP, em função da faixa etária materna, verifica-se
que, entre as mães adolescentes, ao contrário do que ocorre com as adultas,
um ligeiro predomínio da prematuridade. Nota-se também que praticamente
metade das ocorrências das crianças nascidas de baixo peso eram
conseqüência de retardo do crescimento intra-uterino.
99
Del CIAMPO, L. A. e col. 2004, referem que a prevalência de prematuridade
aumentou mais de cinco vezes entre 1980 e 1990, reduzindo-se em 2000,
embora se mantivesse cerca de quatro vezes mais elevada quando comparada
à de 1980. O peso médio e o comprimento médio de nascimento não
apresentaram variações significativas durante os períodos do estudo (p>0,05),
embora possa observar-se que vem ocorrendo discreto aumento nessas
variáveis, desde 1970. A condição de baixo peso ao nascer foi maior nos anos
70 e 80 com redução significativa nos anos de 1990 e 2000 (p<0,05).
RIBEIRO, E. R. O e col. 2000, estudaram 943 mães adolescentes em 1978/79
e 499 de 1994. Não houve aumento do baixo peso ao nascer (BPRN) e da
prematuridade entre as mães adolescentes no período.. Em 1978/79, o grupo
mais jovem apresentou o dobro do percentual de baixo peso observado na
faixa etária de 18-19 anos, e praticamente o mesmo resultado foi observado
em 1994. As taxas de prematuridade também foram maiores para o grupo de
13 a 17 anos, tanto em 1978/79 quanto em 1994.
Nesta pesquisa, o recém-nascido de baixo peso ao nascer esteve presente em
1.617 (25,7%) dos casos. Ocorreu em 24(27%), 369(25,2%), 1.032(25%) e
192(31,4%) dos recém nascidos de mães dos Grupos I, II, III e IV,
respectivamente.
É contraditória influencia da idade da mãe adolescente no baixo peso ao
nascer. O grupo de mães adolescentes tem sido considerado de maior risco
para baixo peso, mesmo quando controlados por outras variáveis.
Importante assinalar que a maternidade do HUCAM / UFES sendo considerada
de alto risco recebe as grávidas referenciadas de todo o estado do Espírito
Santo. Essas são referenciadas por apresentarem problemas de doenças da
gravidez, como a diabete, a hipertensão arterial, as infecções, sangramento e
outras patologias que justificam o diagnóstico de alto risco para a gravidez em
100
curso. Esse grupo que foi utilizada para comparação incluía a faixa etária de 20
a 34 anos de idade.
Por outro lado, as adolescentes grávidas, em geral, são residentes na Grande
Vitória, e com maior possibilidade de freqüentar o pré-natal do HUCAM / UFES
com equipe multidisciplinar. Verificou-se que entre as 89 adolescentes de 10 a
14 anos, 46,1% viviam com um companheiro e no pré-natal encontrou-se que
43,8% realizaram 7 ou mais consultas. Quanto ao parto, observou-se que
57,3% delas tiveram filho que nasceu de parto normal.
Como resultado final e após afastado os fatores de confusão através de análise
uni e multivariada, observou-se que o baixo peso e o peso insuficiente esteve
associada ao número de consultas no pré-natal, ao sexo do recém-nascido, ao
Grupo materno e a cesariana e ao conforme assinalado abaixo:
Quando aumentamos uma consulta, a chance de um RN ter baixo peso é
reduzida em 54% (p<0,0001).
A chance de uma criança do sexo feminino ter baixo peso é 1,25 vezes (25%
maior) que a chance das crianças do sexo masculino (p<0,0001).
A chance do recém nascido ser de baixo peso quando a mãe pertencia ao
Grupo I foi de 0,76 vezes (24% menor) que a chance do recém-nascido da mãe
pertencente ao Grupo III (p=0,004).
A chance do recém-nascido ser de baixo peso quando a mãe pertencia ao
Grupo II foi de 0,90 (10% menor) que a chance do recém-nascido da mãe
pertencente ao Grupo III (p<0,0001).
A chance do recém- nascido ser de baixo peso quando a mãe pertencia ao
Grupo IV foi de 1,8 vezes (80% maior) que a chance do recém nascido da mãe
pertencente ao Grupo III (p<0,0001).
101
a chance de uma criança que nasceu por cesariana ter peso insuficiente é 0,8
vezes maior a chance daquele que nasceu por parto vaginal (p<0,0002).
102
6 CONCLUSÕES
Conclui-se que o principal fator para a ocorrência de hipóxia grave e moderada
com um e cinco minutos de vida, baixo peso, peso insuficiente e prematuridade
foi o número de consultas no pré-natal. Com o aumento de uma consulta, a
chance de um RN ter baixo peso foi reduzida em 54% (p<0,0001). Observou-se
que com o aumento do número de consultas, reduziu-se a chance de um RN
ter hipóxia grave e moderada com um minuto de vida em 40% (p<0,0001) e em
18% (p<0,0003), respectivamente. Com cinco minutos de vida, reduziu-se a
chance de ter hipóxia grave e moderada em 35% (p<0,033) e em 44%
(p<0,0001), respectivamente. Também foi reduzido o número de recém-nascido
de peso insuficiente em 29% (p<,0,0001) e prematuridade em 19% (p<0,0001).
A idade da mãe adolescente não foi fator importante para aumento destas
condições e para anomalia fetal.
103
7 COMENTÁRIOS FINAIS
Conforme dados do IBGE (Censo 2000), chama a atenção o aumento do
número de recém-nascidos registrados de mães de 10 a 14 anos e de maneira
desigual entre os estados brasileiros.
Outro aspecto importante é que na literatura nacional não existe uma
padronização nas pesquisas do ponto de corte da faixa etária das mães
adolescentes, ocasionando dificuldades na comparação dos dados.
104
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113
9 GLOSSÁRIO
Definição de Termos
Aborto é o produto da expulsão ou extração do organismo materno de um feto
ou embrião pesando 500 gramas ou menos (aproximadamente igual a 20
semanas ou 140 dias completos a 22 semanas ou 154 dias completos de
gestação) ou de um produto da gestação de qualquer peso e especificamente
designado (ex.mola hidatiforme) independente da idade gestacional e se ou
não evidencia de vida e se houve ou não abortamento espontâneo ou induzido.
Adolescência: definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como
período entre 10 e 19 anos de idade e 11 meses.
Alfabetização
Considerou-se como alfabetizada a pessoa capaz de ler e escrever um bilhete
simples no idioma que conhecia. Aquela que aprendeu a ler e escrever, mas
esqueceu e a que apenas assinava o próprio nome foi considerada analfabeta
(IBGE, 2000).
Duração da gestação É o período de tempo observado de desenvolvimento
do
embrião no útero materno, desde a sua concepção até a ocasião do parto. A
duração da gestação é investigada em número de semanas completas (IBGE,
Estatísticas do Registro Civil, v. 31, 2004).
Fator de confusão
Quando a contribuição de um fator, identificada em uma análise individual pode
ser total ou parcialmente atribuída a outro, dizemos que estamos diante de uma
situação em que confusão de efeitos (DATTA, Apud Introdução à estatística
114
médica, 1993). As principais estratégias para contornar o problema criado
pelos fatores de confusão são descritas a seguir: a primeira, na fase de
planejamento do estudo, é usar a aleatorização, e/ou a homogeneização. A
segunda estratégia é usar, na etapa de análise de dados, técnicas estatísticas
para tratar a questão da não comparabilidade. A primeira é a construção de
análises estratificadas, isto é, em subgrupos homogêneos de pacientes. Outra
forma consiste na utilização de técnicas multivariadas especialmente
desenvolvidas para isolar a contribuição especifica de cada fator (SOARES &
SIQUEIRA, 2002).
Gravidez ou Gestação de Alto Risco: Grave ou muito importante chance de
mortalidade e morbidade para a mãe, feto ou criança. (GOLD, 1968).
Uma gravidez de alto risco é aquela em que o feto tem uma chance
significativamente aumentada de morrer, quer antes ou após o nascimento, ou
de ser incapacitado (RUDOLPH & KENNYY, 1982).
Idade da mãe na ocasião do parto: É a idade, em anos completos, que a mãe
tinha na ocasião do parto (IBGE, Estatísticas do Registro Civil, 2004).
Lugar de registro: É a localização geográfica (Unidade da Federação e
município) do Cartório do Registro Civil de Pessoas Naturais onde foi efetuado
o registro do nascido vivo (IBGE, Estatísticas do Registro Civil, 2004).
Nativivo ou Nascido vivo ou recem nascido vivo. É a expulsão ou a
extração completa de um produto da concepção
do corpo materno, independentemente da duração da gestação, o qual, depois
da
separação do corpo materno, respire ou qualquer outro sinal de vida, tais
como: batimento do coração, pulsação do cordão umbilical ou movimentos
efetivos dos músculos da contração voluntária, estando ou não cortado o
cordão umbilical e estando ou não desprendida a placenta ((IBGE, 1974).
115
Óbito fetal: De acordo com a Organização Mundial de Saúde - OMS, é a morte
de um produto da concepção ocorrida antes da expulsão ou de sua extração
completa do corpo materno, independentemente da duração da gestação. A
indicação do óbito fetal é dada pelo fato de que, após a separação do corpo
materno, o feto não respire ou mostre qualquer outra evidência de vida, tais
como: batimento do coração, pulsação do cordão umbilical ou movimento
efetivo dos músculos de contração voluntária. Óbito fetal tardio ou nascido
morto ou natimorto é o óbito ocorrido com 28 semanas ou mais de gestação
(IBGE, Estatísticas do Registro Civil, v. 31, 2004.
Risco:
O conceito epidemiológico de risco pode se referir a algo positivo, como por
exemplo, chances de cura ou recuperação. Risco é o correspondente
epidemiológico do conceito matemático de probabilidade. Operacionalmente,
podemos definir risco como probabilidade de ocorrência de uma doença,
agravo, óbito ou condição relacionada à saúde (incluindo cura, recuperação ou
melhora), em uma população ou grupo, durante um período de tempo
determinado. Na epidemiologia o risco é estimado sob a forma de proporção.
Uma porcentagem, por exemplo, é uma proporção desse tipo (ALMEIDA
FILHO & ROUQUAYROL, 2002). Define-se chance de se desenvolver a
doença entre expostos e entre não expostos (SOARES & SIQUEIRA, 2002)
Taxa de Fecundidade Total (TFT).
Número médio de filhos que teria uma mulher (de uma coorte hipotética) ao fim
do período reprodutivo, estando sujeita a uma determinada lei de fecundidade.
(IBGE, 1996).
Taxa de Fecundidade Geral (TFG)
É o quociente entre os nascidos vivos durante um ano civil e o número de
mulheres dentro do período reprodutivo. A taxa de fecundidade geral não sofre
a influência da estrutura etária, pois o denominador é o número de mulheres
116
dentro do período reprodutivo e o a população total. Considera o período
reprodutivo das mulheres a faixa de idade de 15 a 49 anos (IBGE, 1996).
Taxa especifica de fecundidade (5 fi):
É o quociente entre nascidos vivos (NV) durante um ano civil e o número de
mulheres dentro do período reprodutivo. TFg t = B t / P F 15 a 49 anos / t *
1000
Obs: A taxa de fecundidade geral não sofre a influência da estrutura etária, pois
o denominador é o número de mulheres dentro do período reprodutivo e não a
população total. É considerado o período entre 15 e 49 anos de idade (IBGE,
ano)
É a intensidade com que a fecundidade atua em cada grupo etário de mulheres
em idade reprodutiva (IBGE, 1996)
Taxa de Gravidez: É o quociente entre os nascidos vivo durante um ano civil e
a população ao meio do período por mil (IBGE, 1996).
Taxa bruta de natalidade
É o quociente entre os nascidos vivos durante um ano civil e a população ao
meio do período. É um indicador associado à fecundidade que utiliza no
denominador o total da população, ou seja, das pessoas que podem estar ou
não expostas ao risco de reprodução. Por este motivo, quando utilizada para
comparar níveis de fecundidade é influenciada pela população de mulheres em
idades reprodutiva com relação à população total. É um indicador do nível de
Fecundidade.(IBGE). A Taxa de Fecundidade Geral (TFG) é o quociente entre
os nascidos vivos durante um ano civil e o número de mulheres dentro do
período reprodutivo. A taxa de fecundidade geral não sofre a influência da
estrutura etária, pois o denominador é o número de mulheres dentro do período
reprodutivo e não a população total. Considera o período reprodutivo das
mulheres a faixa de idade de 15 a 49 anos (IBGE, 1996).
117
Taxa de Óbito Fetal especifico: é o quociente do numero de óbitos do feto pelo
número de nascidos vivos: (autor) (IBGE, Estatísticas do Registro Civil, v. 31,
2004)
118
10- ANEXOS
119
ANEXO A
FOLHA DO CLAP UTILIZADA COMO CADERNETA PERINATAL DO
HUCAM / UFES
120
121
ANEXO B
POPULAÇÃO RESIDENTE TOTAL, POR SEXO E
GRUPOS DE IDADE - 2000
IBGE - CENSO
GRUPOS DE
IDADE
POPULAÇÃO TOTAL
TOTAL HOMENS MULHERES
TOTAL 169 799
170
83 576
015
86 223 155
0 a 4 anos 16 375 728 8 326 926 8 048 802
5 a 9 anos 16 542 327 8 402 353 8 139 974
10 a 14 anos 17 348 067 8 777 639 8 570 428
15 a 19 anos 17 939 815 9 019 130 8 920 685
20 a 24 anos 16 141 515 8 048 218 8 093 297
25 a 29 anos 13 849 665 6 814 328 7 035 337
30 a 34 anos 13 028 944 6 363 983 6 664 961
35 a 39 anos 12 261 529 5 955 875 6 305 654
40 a 44 anos 10 546 694 5 116 439 5 430 255
45 a 49 anos 8 721 541 4 216 418 4 505 123
50 a 54 anos 7 062 601 3 415 678 3 646 923
55 a 59 anos 5 444 715 2 585 244 2 859 471
60 a 64 anos 4 600 929 2 153 209 2 447 720
65 a 69 anos 3 581 106 1 639 325 1 941 781
70 a 74 anos 2 742 302 1 229 329 1 512 973
75 a 79 anos 1 779 587 780 571 999 016
80 anos e
mais
1 832 105 731 350 1 100 755
122
ANEXO C
Tabela 194 - Nascidos vivos registrados no ano por lugar de
residência da mãe, ano de nascimento, grupos de idade da mãe
na ocasião do parto e sexo
Brasil
Variável = Nascidos vivos registrados no ano (Pessoas)
Ano de nascimento = 2000
Sexo = Total
Ano = 2000
Lugar de residência da
mãe
Grupos de idade da mãe na
ocasião do parto
Rondônia Total 22.250
Menos de 15 anos 228
15 a 19 anos 6.236
Acre Total 10.803
Menos de 15 anos 128
15 a 19 anos 2.904
Amazonas Total 36.108
Menos de 15 anos 242
15 a 19 anos 6.953
Roraima Total 5.369
Menos de 15 anos 53
15 a 19 anos 1.279
Pará Total 68.413
Menos de 15 anos 543
15 a 19 anos 17.256
Amapá Total 9.201
Menos de 15 anos 104
15 a 19 anos 2.142
Tocantins Total 14.972
Menos de 15 anos 155
15 a 19 anos 4.036
123
Maranhão Total 51.191
Menos de 15 anos 443
15 a 19 anos 13.834
Piauí Total 30.356
Menos de 15 anos 166
15 a 19 anos 6.748
Ceará Total 88.710
Menos de 15 anos 506
15 a 19 anos 16.998
Rio Grande do Norte Total 37.329
Menos de 15 anos 351
15 a 19 anos 7.831
Paraíba Total 51.872
Menos de 15 anos 466
15 a 19 anos 11.799
Pernambuco Total 109.228
Menos de 15 anos 773
15 a 19 anos 23.925
Alagoas Total 33.074
Menos de 15 anos 247
15 a 19 anos 6.560
Sergipe Total 29.574
Menos de 15 anos 269
15 a 19 anos 6.278
Bahia Total 215.613
Menos de 15 anos 1.876
15 a 19 anos 53.158
Minas Gerais Total 287.395
Menos de 15 anos 1.427
15 a 19 anos 54.480
Espírito Santo Total 51.983
Menos de 15 anos 333
15 a 19 anos 10.907
Rio de Janeiro Total 225.353
Menos de 15 anos 1.597
15 a 19 anos 43.511
São Paulo Total 640.767
Menos de 15 anos 3.605
124
15 a 19 anos 119.146
Paraná Total 164.181
Menos de 15 anos 1.297
15 a 19 anos 34.014
Santa Catarina Total 87.082
Menos de 15 anos 508
15 a 19 anos 16.944
Rio Grande do Sul Total 154.672
Menos de 15 anos 1.074
15 a 19 anos 28.477
Mato Grosso do Sul Total 34.491
Menos de 15 anos 435
15 a 19 anos 8.870
Mato Grosso Total 34.713
Menos de 15 anos 375
15 a 19 anos 8.884
Goiás Total 74.116
Menos de 15 anos 646
15 a 19 anos 18.269
Distrito Federal Total 43.106
Menos de 15 anos 196
15 a 19 anos 7.925
Nota:
1 - Exclusive sem declaração do Sexo.
Fonte: IBGE - Estatísticas do Registro Civil
Francisco Luiz Zaganelli
Rua Constante Sodré 332, Santa Lúcia.
Vitória – Espírito Santo
Telefone Residencial - 027 3225 9053
Celular - 027 9989 2910 e 027 3222 1411(17 HORAS)
Livros Grátis
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