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FABIANO JERÔNIMO MOREIRA SOSSAI
CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE ROCHAS
ORNAMENTAIS
Dissertação apresentada à
Universidade Federal de Viçosa
como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Civil, para obtenção
do título de Magister Scientiae.
VIÇOSA
MINAS GERAIS – BRASIL
2006
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Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e
Classificação da Biblioteca Central da UFV
T
Sossai, Fabiano Jerônimo Moreira, 1980-
S715c Caracterização tecnológica de rochas ornamentais
2006 / Fabiano Jerônimo Moreira Sossai. – Viçosa : UFV,
2006.
xii, 87f. : il. col. ; 29cm.
Orientador: Eduardo Antônio Gomes Marques.
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de
Viçosa.
Referências bibliográficas: f. 83-87.
1. Revestimentos. 2. Rochas ornamentais - Ánalise.
3. Pedras para construção - Brasil. 4. Materiais de
construção. I. Universidade Federal de Viçosa. II.Título.
CDD 22.ed. 624.1832
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FABIANO JERÔNIMO MOREIRA SOSSAI
CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE ROCHAS
ORNAMENTAIS
Dissertação apresentada à
Universidade Federal de Viçosa
como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Civil, para obtenção
do título de Magister Scientiae.
APROVADA: 11 de agosto de 2006.
___________________________ ___________________________
Prof. Izabel Christina D. D. de Azevedo Prof. Roberto Francisco de Azevedo
___________________________ __________________________
Prof. Enivaldo Minette Prof. Emílio Velloso Barroso
(Co-orientador) (Co-orientador)
___________________________________
Prof. Eduardo Antônio Gomes Marques
(Orientador)
ii
Este trabalho é dedicado à minha família, e à Fernanda.
iii
AGRADECIMENTOS
À Deus, pela minha vida.
À minha família, pela ajuda impagável.
À Fernanda, que sempre esteve ao meu lado.
À Universidade Federal de Viçosa, pela oportunidade.
Ao meu orientador e professor, Dr. Eduardo Antônio Gomes Marques, pela
amizade, pela paciência, pelas brincadeiras e pelo profissionalismo que sempre
apresentou em todos os trabalhos, desde a minha época de iniciação científica.
Ao meu co-orientador, o professor Dr. Emílio Veloso Barroso, juntamente
com o Departamento de Geologia da UFRJ, pela ajuda com as descrições das
lâminas petrográficas, por ceder o PUNDIT, e por ser um prestativo conselheiro.
Ao Professor Lauro e aos funcionários do Laboratório de Materiais de
Construção, pela pronta ajuda nos ensaios e pelos equipamentos utilizados, em
especial, ao Tarcísio, ao Antônio e ao José Carlos.
Ao professor Dr. Enivaldo Minette por ter aceitado oferecer seus
conhecimentos para engrandecer o trabalho.
À GRAMAFAL, por ter cedido as amostras para a realização dos trabalhos.
Aos estagiários e bolsistas que ajudaram na realização dos ensaios e
enriqueceram as discussões sobre as dúvidas encontradas neste caminho, em
especial, Messias e Henrique.
Aos meus amigos.
iv
“Aquele, pois, que ouve estas minhas
palavras e as põe em prática é semelhante a um
homem prudente, que edificou sua casa sobre a
rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes,
sopraram os ventos e investiram contra aquela
casa; ela, porém, não caiu, porque estava
edificada na rocha.”
Mateus, 7: 24-25
v
SUMÁRIO
RESUMO ...................................................................................................................................... vii
ABSTRACT ................................................................................................................................. viii
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
1.1 OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS ..................................................................................... 3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................. 4
2.1 O BRASIL E O COMÉRCIO DE ROCHAS ORNAMENTAIS ................................................ 4
2.1.1 Os Principais Estados Brasileiros na Produção e Comercialização de Rochas
Ornamentais ............................................................................................................................ 9
2.1.2 O Consumo Interno de Rochas Ornamentais .......................................................... 11
2.2 ORIGEM DAS ROCHAS ORNAMENTAIS ........................................................................ 12
2.3 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-MECÂNICA DE ROCHAS ORNAMENTAIS ........................ 13
2.4 ESTUDOS SOBRE ROCHAS ORNAMENTAIS .................................................................. 16
3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 24
3.1 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO .................................................................................. 26
3.1.1 Índices Físicos ......................................................................................................... 26
3.1.2 Resistência à Flexão ................................................................................................ 27
3.1.3 Resistência ao Impacto ............................................................................................ 28
3.1.4 Resistência à Compressão Uniaxial ........................................................................ 30
3.1.5 Perda de Resistência após Congelamento e Degelo ............................................... 32
3.1.6 Ataque Químico ....................................................................................................... 32
3.1.7 Resistência à Compressão Puntiforme .................................................................... 33
3.1.8 Velocidade de Propagação de Ondas Ultra-sônicas Longitudinais ........................ 35
3.1.9 Análise Petrográfica ................................................................................................ 37
vi
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 38
4.1 ÍNDICES FÍSICOS .......................................................................................................... 38
4.2 RESISTÊNCIA À FLEXÃO .............................................................................................. 40
4.3 RESISTÊNCIA AO IMPACTO ......................................................................................... 41
4.4 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO UNIAXIAL ................................................................... 42
4.5 CONGELAMENTO E DEGELO ....................................................................................... 44
4.6 ATAQUE QUÍMICO ....................................................................................................... 45
4.6.1 Variação dos Índices Físicos................................................................................... 45
4.6.1.1 Massa Específica Seca ................................................................................................ 45
4.6.1.2 Massa Específica Saturada .......................................................................................... 47
4.6.1.3 Porosidade Aparente ................................................................................................... 49
4.6.1.4 Absorção Aparente ..................................................................................................... 52
4.6.2 Variação da Velocidade de Propagação de Ondas Ultra-sônicas Longitudinais ... 54
4.6.3 Variação da Resistência à Compressão Puntiforme ............................................... 57
4.7 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO PUNTIFORME .............................................................. 60
4.8 VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DE ONDAS ULTRA-SÔNICAS LONGITUDINAIS ......... 62
4.9 ANÁLISE PETROGRÁFICA ............................................................................................ 63
4.9.1 Amarelo Verniz ........................................................................................................ 63
4.9.2 Giallo Firenze ......................................................................................................... 65
4.9.3 Ocre Itabira ............................................................................................................. 67
4.9.4 Verde Ubatuba ........................................................................................................ 70
4.9.5 Vermelho Brasília.................................................................................................... 73
4.10 CORRELAÇÕES ENTRE AS PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DAS ROCHAS ...... 77
5. CONCLUSÕES .................................................................................................................... 81
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 83
vii
RESUMO
SOSSAI, Fabiano Jerônimo Moreira, M. Sc., Universidade Federal de Viçosa, agosto
de 2006. Caracterização tecnológica de rochas ornamentais. Orientador:
Eduardo Antônio Gomes Marques. Co-orientadores: Emílio Velloso Barroso e
Enivaldo Minette.
Com a crescente utilização das rochas como materiais de revestimento na
construção civil e as exigências do mercado consumidor, da segurança e durabilidade
das construções, tem aumentado a necessidade de se caracterizar adequadamente as
propriedades tecnológicas de rochas ornamentais. Neste trabalho, fez-se a
caracterização tecnológica de dezoito tipos de rochas utilizadas como rochas
ornamentais, de acordo com normas brasileiras e métodos de ensaios norte-
americanos, tendo sido realizados ensaios de caracterização física, compressão
uniaxial, resistência ao impacto de corpo duro, tração na flexão, congelamento e
degelo conjugado com resistência à compressão uniaxial, velocidade de propagação
de ondas longitudinais. Além disso, em cinco dessas amostras, foram executados
ensaios adicionais de ataque químico com três substâncias, ácido clorídrico,
hidróxido de potássio e detergente, e análise petrográfica. Em relação às
características das rochas, considerando todas as prescrições da ASTM C 615 (1999)
e as sugestões propostas por FRAZÃO & FARJALLAT (1995, 1996), para os
ensaios realizados, apenas o litotipo “Piracema White” satisfaz plenamente os
valores sugeridos. Isso significa que as outras dezessete amostras estudadas podem
apresentar alguns problemas, dependendo do uso a ser dado. O ataque químico
provou que as rochas sofrem variações, tanto esteticamente quanto em relação às
suas características físicas e mecânicas. Os minerais máficos foram os mais atacados
pelo ácido clorídrico. Portanto, rochas com alto teor de minerais escuros, como
biotita, por exemplo, sofrem mais com a ação de produtos de limpeza ácidos.
viii
ABSTRACT
SOSSAI, Fabiano Jerônimo Moreira, M. Sc., Universidade Federal de Viçosa,
August of 2006. Technological characterization of dimension stones. Adviser:
Eduardo Antônio Gomes Marques. Co-advisers: Emílio Velloso Barroso e
Enivaldo Minette.
With the increasing use of the rocks as dimension stones, the necessity of an
adequate technological characterization of these materials becomes necessary. This
work presents the results of a technological characterization of eighteen Brazilian
rock types commonly used as dimension stones. The test were carried out according
to Brazilian and American standards (ASTM) and encompass physical
characterization; uniaxial compression strength; impact strength; traction strength
determination at bending tests; uniaxial compressive strength after freezing and
thawing cycling; wave velocity. For five rock types previously selected, rock
samples were submitted to chemical attack, with three different substances. Thin
sections of these rock types were also analyzed. Only the results obtained for the
rock type named “Piracema White” satisfy the suggestions by ASTM (1999) and
FRAZÃO & FARJALLAT (1995, 1996). Chemical attack for all rock types tested
has shown changes both into physical appearance and into mechanical and physical
properties. Dark minerals (biotite) were the most attacked during cycling with acid
solutions.
ix
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Perfil da produção de rochas ornamentais brasileira para o ano de 2002.
Nota-se a supremacia das rochas silicáticas, que abrangem os granitos, quartzitos e a
pedra Miracema (MELLO et. al., 2004). ................................................................ 6
Figura 2 – Previsão feita pela ABIROCHAS em 1999 para as exportações de rochas
brasileiras e os valores reais do montante alcançado. (CHIODI FILHO et. al., 2001)
................................................................................................................................. 7
Figura 3 – Evolução da participação nas exportações de Rochas Brutas e
processadas, dos pontos de vistas do faturamento e do peso. ................................. 8
Figura 4 – Consumo mundial de revestimentos cerâmicos e pétreos e a relação entre
o consumo dos dois tipos de revestimentos. Adaptado de MELLO et. al. (2004). . 9
Figura 5 – Participação, em valor, dos principais estados exportadores de rochas
ornamentais para o período 2001-2003. ................................................................ 11
Figura 6 – Rampa de acesso ao Congresso Nacional (Brasília/DF). Pode-se observar
a ação do tempo no piso, com consequente surgimento de trincas. ...................... 14
Figura 7 - Distribuição dos valores de massa específica aparente seca de rochas
silicáticas do Ceará (VIDAL, BESSA & LIMA, 1999). ....................................... 20
Figura 8 - Distribuição dos valores de porosidade aparente de rochas silicáticas do
Ceará (VIDAL, BESSA & LIMA, 1999). ............................................................ 20
Figura 9 - Distribuição dos valores de absorção d’água de rochas silicáticas do Ceará
(VIDAL, BESSA & LIMA, 1999). ....................................................................... 20
Figura 10 - Distribuição dos valores referentes a resistência à compressão uniaxial de
rochas silicáticas do Ceará (VIDAL, BESSA & LIMA, 1999). ........................... 21
Figura 11 - Representação gráfica da distribuição dos valores de resistência à flexão
de rochas silicáticas do Ceará (VIDAL, BESSA & LIMA, 1999). ...................... 21
Figura 12 - Representação gráfica dos valores obtidos para a resistência ao impacto
do corpo duro de rochas silicáticas do Ceará (VIDAL, BESSA & LIMA, 1999).
(Verificar as unidades) .......................................................................................... 21
Figura 13 - Representação gráfica dos valores obtidos para resistência ao desgaste
Amsler de rochas silicáticas do Ceará (VIDAL, BESSA & LIMA, 1999). .......... 22
Figura 14 – Equipamento utilizado para o ensaio de flexão. ................................ 28
Figura 15 – Equipamento utilizado para o ensaio de impacto de corpo duro. ...... 29
Figura 16 – Equipamento utilizado para o ensaio de compressão uniaxial, com uma
capacidade de carregamento de até 100 toneladas. ............................................... 30
x
Figura 17 – Relação experimental entre a resistência e o tamanho da aresta de
amostras cúbicas de carvão (Bieniawski, 1968, apud SANTOS & BARROSO, 2002).
............................................................................................................................... 31
Figura 18 – Equipamento utilizado para o ensaio de resistência à compressão
puntiforme. ............................................................................................................ 34
Figura 19 – Equipamento utilizado para a propagação de ondas ultra-sônicas
longitudinais, gentilmente cedido pelo Departamento de Geologia da UFRJ. ..... 36
Figura 20 - Distribuição dos valores referentes à massa específica aparente seca.39
Figura 21 - Distribuição dos valores referentes à massa específica aparente saturada.
............................................................................................................................... 39
Figura 22 - Distribuição dos valores referentes à porosidade aparente. ............... 40
Figura 23 - Distribuição dos valores referentes à absorção d’água aparente. ....... 40
Figura 244 - Variação da massa específica seca mediante ataque químico. (a)
Amarelo Verniz; (b) Giallo Firenze; (c) Ocre Itabira (d) Verde Ubatuba; (e)
Vermelho Brasília. ................................................................................................ 47
Figura 25 - Variação da massa específica saturada mediante ataque químico. (a)
Amarelo Verniz; (b) Giallo Firenze; (c) Ocre Itabira (d) Verde Ubatuba; (e)
Vermelho Brasília. ................................................................................................ 49
Figura 26 - Variação da porosidade aparente mediante ataque químico. (a) Amarelo
Verniz; (b) Giallo Firenze; (c) Ocre Itabira (d) Verde Ubatuba; (e) Vermelho
Brasília. ................................................................................................................. 52
Figura 27 - Variação da absorção aparente mediante ataque químico. (a) Amarelo
Verniz; (b) Giallo Firenze; (c) Ocre Itabira (d) Verde Ubatuba; (e) Vermelho
Brasília. ................................................................................................................. 54
Figura 28 - Variação da velocidade de propagação de ondas mediante ataque
químico. (a) Amarelo Verniz; (b) Giallo Firenze; (c) Ocre Itabira (d) Verde Ubatuba;
(e) Vermelho Brasília. ........................................................................................... 56
Figura 29 – Litotipo Amarelo Verniz após 40 ciclos. ........................................... 57
Figura 30 – Litotipo Giallo Firenze após 40 ciclos. .............................................. 58
Figura 31 – Litotipo Ocre Itabira após 40 ciclos. .................................................. 58
Figura 32 – Litotipo Verde Ubatuba após 40 ciclos. ............................................ 58
Figura 33 – Litotipo Vermelho Brasília após 40 ciclos. ....................................... 59
Figura 34 - Variação da resistência à compressão puntiforme das amostras mediante
ataque com ácido clorídrico. ................................................................................. 59
Figura 35 - Variação da resistência à compressão puntiforme das amostras mediante
ataque com hidróxido de potássio. ........................................................................ 59
Figura 36 - Variação da resistência à compressão puntiforme das amostras mediante
ataque com detergente. .......................................................................................... 60
Figura 37 - Nicóis paralelos. Aspecto de manchamento causado, possivelmente por
óxido de ferro. ....................................................................................................... 63
Figura 38 - Nicóis cruzados. Sericitização da superfície dos plagioclásios (P). ... 64
Figura 39 - Nicóis cruzados. Detalhe dos plagioclásios alterados. ....................... 64
Figura 40 - Nicóis cruzados. Grão de álcali feldspato fissurado e com alteração
(sericita) em sua superfície.................................................................................... 65
Figura 41 - Nicóis paralelos. Alteração e manchamento da rocha. ....................... 66
xi
Figura 42 - Nicóis cruzados. Mesma posição na lâmina da foto anterior. Nota-se um
plagioclásio com a superfície alterada. ................................................................. 66
Figura 43 - Nicóis cruzados. Textura de intercrescimento entre álcali-feldspato e
quartzo. .................................................................................................................. 67
Figura 44 - Nicóis cruzados. Notar aspecto textural fortemente inequigranular. Pode-
se observar também a alteração desenvolvida na superfície dos álcali-feldspatos
(KF). ...................................................................................................................... 68
Figura 45 - Nicóis paralelos. Traços da clivagem na superfície do anfibólio (A) bem
delineados por material de preenchimento (possivelmente óxido de ferro
precipitado). .......................................................................................................... 68
Figura 46 - Nicóis paralelos. Aspecto semelhante ao da Figura 67 verificado para os
traços da clivagem na superfície das biotitas (B). ................................................. 69
Figura 47 - Nicóis paralelos. Pode-se observar o contato entre os grãos manchados
(cor ocre - setas azuis) e também algumas fissuras dentro de grãos (setas vermelhas).
............................................................................................................................... 70
Figura 48 - Nicóis Cruzados. Mesma imagem da foto anterior. O mineral cortado
pelas fissuras (ou micro-fraturas) é um álcali-feldspato (feldspato potássico – KF).
Pode-se observar que um dos conjuntos de fissuras parece estar relacionado com a
clivagem mineral (setas azuis) e o outro se dispõe ortogonalmente (setas vermelhas).
............................................................................................................................... 70
Figura 49 - Nicóis paralelos. Pode-se observar manchamentos (setas azuis) que
talvez estejam relacionados a liberação de ferro em minerais como a biotita (B), o
anfibólio (A) e o piroxênio (Px). ........................................................................... 71
Figura 50 - Nicóis paralelos. Detalhe da superfície de um piroxênio e suas fissuras
preenchidas por material (possivelmente Ferro). Isso comprova que o manchamento
da superfície da rocha, visto nas imagens anteriores deve estar relacionado com a
alteração das biotitas, anfibólios e piroxênios. ...................................................... 71
Figura 51 - Nicóis Cruzados. Observa-se a superfície bastante límpida dos
plagioclásios (P), denotando que esses minerais ainda se encontram muito bem
preservados, não alterados. ................................................................................... 72
Figura 52 - Nicóis paralelos. Alteração das biotitas (B), onde se nota a clivagem
realçada possivelmente por óxido de ferro............................................................ 73
Figura 53 - Nicóis cruzados. Mesma imagem da figura anterior. Pode-se observar a
superfície alterada dos álcali-feldspatos (KF). ...................................................... 73
Figura 54 - Nicóis cruzados. Pode-se observar que a alteração da superfície também
afeta os plagioclásios (P). ...................................................................................... 74
Figura 55 - Nicóis paralelos. Detalhe da transformação da biotita(B) em clorita (C).
Apenas com a análise petrográfica não é possível afirmar se esse processo é resultado
de alteração intempérica. Pode ser produto de alteração hidrotermal. .................. 74
Figura 56 - Nicóis cruzados. Idem Figura 55. ....................................................... 75
Figura 57 - Diagrama ternário das amostras e suas respectivas classificações.
STRECKHEISEN (1979) e IUGS (International Union of Geological Sciences)
(1973) apud SIAL & McREATH (1984). ............................................................. 76
Figura 58 - Correlação entre a velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas
longitudinais e resistência à compressão uniaxial. ................................................ 77
Figura 59 - Correlação entre a velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas
longitudinais e resistência à compressão puntiforme. ........................................... 78
xii
Figura 60 - Correlação entre porosidade aparente e absorção d’água aparente para os
litotipos estudados. ................................................................................................ 79
Figura 61 – Correlação entre velocidade de propagação de ondas longitudinais e
resistência à flexão das amostras estudadas. ......................................................... 80
Figura 62 – Correlação entre flexão e compressão uniaxial. ................................ 80
1
1. INTRODUÇÃO
Segundo AIRES-BARROS (2001), as rochas são sistemas químicos, em
equilíbrio natural, constituídos por minerais, nas suas variadas “espécies”. Estas
“espécies” podem encontrar-se, na natureza, associadas umas com outras – rocha
polifásica, tendo em conta as suas compatibilidades, nomeadamente em termos
térmicos, ou sozinhas. Neste último caso, está-se perante uma situação monomineral
– rocha monomineral, onde apenas se encontra uma “espécie” que mesmo assim
pode apresentar diferentes orientações.
Por mais que uma rocha seja “homogênea” quimicamente, ela poderá
apresentar propriedades físicas diferentes em determinadas porções do corpo
rochoso, dependendo das suas condições de formação (profundidade, pressão,
velocidade de resfriamento, entre outras).
Geralmente, o uso de uma rocha se faz pela sua beleza, que é dada pelo
arranjo e coloração dos minerais. Porém, a propriedade específica de cada mineral
determina, por exemplo, sua dureza, alterabilidade, cor e estrutura que irão apontar
qual o uso mais adequado da rocha para fins ornamentais.
O conhecimento das propriedades físico-mecânicas e das características
químico-mineralógicas das rochas utilizadas como revestimento são fatores técnicos
que podem afetar o preço do produto, nas opções de uso e na valorização do material
mediante as exigências do mercado. O valor comercial da rocha é conseqüência
direta das características técnicas da rocha ornamental, bem como das características
estéticas. A utilização mais adequada para uma dada rocha deve ser aquela que
apresente o valor técnico, estético e comercial mais elevado (MOURA, et. al., 2000).
Sugere-se que a caracterização tecnológica das rochas seja feita logo na etapa
de pesquisa mineral, ou seja, antes de começar a exploração comercial do material,
para se ter uma idéia de qual será o seu melhor uso. Como estas exigências de
conhecimento das propriedades do material são relativamente novas, o que se
observa é a procura para a caracterização tecnológica de materiais que já estão sendo
explorados há anos. Isto ocorre devido ao aumento das exportações e do próprio
2
mercado interno, que está cada vez mais exigente com os materiais que utilizam na
construção.
A determinação das características mais importantes das rochas ornamentais
obriga a realização de estudos e ensaios técnicos específicos, de modo a definir a
qualidade, e por consequência a sua finalidade mais adequada, em termos de
utilização. Assim, além da descrição macroscópica (cor e textura) e estudo
petrográfico aprofundado, se faz necessária a realização de ensaios físico-mecânicos.
As principais características físico-mecânicas das rochas estão intimamente
ligadas à textura e à estrutura da rocha, em particular com a dimensão média dos
grãos, que influencia na resistência e na alterabilidade, entre outras. Do mesmo
modo, o estado de alteração dos minerais constituintes vai condicionar fortemente a
aptidão de cada rocha ao polimento, e determinar a durabilidade.
Desta maneira, deve-se escolher uma rocha para revestimento, não apenas
baseado no seu padrão estético, mas também, observando-se suas propriedades
físicas e mecânicas para que estejam de acordo com os esforços e intempéries para os
quais a rocha estará sujeita durante a vida útil do empreendimento.
Quanto à organização do trabalho, no Capítulo 3 apresenta-se uma revisão
bibliográfica, com uma descrição do cenário mundial e nacional do mercado de
rochas ornamentais da importância de sua caracterização físico-mecânica e a
apresentação de alguns resultados de estudos realizados em rochas ornamentais.
No Capítulo 4 apresentam-se os materiais utilizados, e uma breve descrição
dos métodos utilizados em todos os ensaios realizados neste trabalho.
No Capítulo 5 apresenta-se um resumo dos resultados dos ensaios realizados,
uma comparação entre os resultados obtidos e os limites sugeridos e propostos em
normas e publicações na área e algumas correlações entre as características físicas e
mecânicas.
No Capítulo 6 estão apresentadas as conclusões do trabalho e sugestões para
trabalhos futuros.
Por fim, o Capítulo 7 contempla as referências bibliográficas utilizadas.
3
1.1 Objetivos e Justificativas
Este trabalho tem como objetivo caracterizar, do ponto de vista tecnológico,
18 litotipos utilizados na construção civil como rocha ornamental e determinar as
correlações existentes entre suas características físicas e mecânicas. Discutem-se
ainda, os limites propostos e sugeridos por órgãos regulamentadores e entidades de
pesquisa para algumas características, tais como resistência à compressão uniaxial,
resistência à flexão, etc.
Outro ponto importante deste trabalho é apresentar dados sobre alteração de
rochas submetidas a ação de compostos químicos, presentes em produtos de limpeza
e detergentes, ainda escassos nos trabalhos publicados sobre o assunto.
4
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Tecer comentários sobre caracterização tecnológica de rochas ornamentais é
difícil, principalmente pelo fato desses materiais não se comportarem idealmente, o
que dificulta a interpretação dos próprios ensaios tecnológicos.
No Brasil, o estudo de rochas ornamentais começou a se difundir após a
percepção da necessidade de se valorizar a matéria-prima exportada e devido às
exigências do mercado consumidor externo. Atualmente, o mercado interno também
necessita de informações mais detalhadas das características das rochas utilizadas
como material de construção, não se atendo apenas às características estéticas.
Outro fator importante para o crescimento nas investigações das propriedades
físico-químicas das rochas ornamentais foi o avanço das tecnologias de
beneficiamento que, na atualidade, fez com que, por exemplo, a espessura das placas
pudesse ser calculada em função da rocha (resistência à flexão) e não é mais função
das debilidades dos equipamentos utilizados no beneficiamento. Outro ponto positivo
trazido pelo avanço das tecnologias utilizadas no beneficiamento foi o melhor
aproveitamento da matéria-prima resultando em redução no volume dos resíduos de
corte e dos outros processos utilizados para o tratamento estético dado à rocha.
2.1 O Brasil e o Comércio de Rochas Ornamentais
Segundo MELLO et. al. (2004), no Brasil, a despeito de enfrentar desafios
consideráveis e muito ter a evoluir, já que se trata de segmento da indústria mineral
nacional com apenas 30 a 40 anos de atividade mais intensa e disseminada. A
atuação do setor produtivo de rochas ornamentais tem possibilitado ao país participar
de forma significativa do mercado mundial, prática favorecida pela singular
diversidade e ótima aceitação das matérias-primas brasileiras, especialmente os
granitos, que para o setor de rochas ornamentais e de revestimento, designa um
amplo conjunto de rochas silicatadas, abrangendo monzonitos, granodioritos,
sienitos, dioritos, basaltos, os próprios granitos, entre outros.
5
O Brasil encontra-se entre os seis principais países produtores mundiais de
rochas ornamentais. O principal tipo de rocha exportado pelo Brasil é a silicática, que
compreende a maioria das rochas ígneas, e em 2003 chegou a um valor de
aproximadamente um milhão de toneladas. A Tabela 1 mostra um quadro geral da
situação mundial das exportações de rochas ornamentais.
Tabela 1 – Situação das exportações mundiais de rochas ornamentais para o ano de
2003. (MONTANI, 2003).
Países
RCB RSB RPS RPE Ardósias Total
Mil t % Mil t % Mil t % Mil t % Mil t % Mil t %
China 55 1,4 801 9,5 591 22,2 4.167 43,4 86 9,8 5.700 22,5
Itália 706 18,5 155 1,8 223 8,4 2.073 21,6 31 3,5 3.188 12,6
Índia 138 3,6 1.812 21,5 145 5,5 266 2,8 70 8,0 2.431 9,6
Espanha 598 15,7 298 3,5 28 1,1 456 4,7 463 52,6 1.843 7,3
Turquia 624 16,4 165 2,0 137 5,2 543 5,7 1 0,1 1.470 5,8
Brasil 10 0,3 1.012 12,0 62 2,3 240 2,5 88 10,0 1.412 5,6
Portugal 80 2,1 370 4,4 353 13,3 248 2,6 3 0,3 1.054 4,2
África do Sul - - 905 10,7 - - 12 0,1 19 2,2 936 3,7
Bélgica 99 2,6 79 0,9 330 12,4 113 1,2 7 0,8 628 2,5
Alemanha 54 1,4 183 2,2 113 4,2 60 0,6 10 1,1 420 1,7
N
oruega 3 0,1 323 3,8 7 0,3 2 0,0 17 1,9 352 1,4
Canadá - - 88 1,0 3 0,1 223 2,3 28 3,2 342 1,3
Outros 1.439 37,8 2.235 26,5 667 25,1 1.204 12,5 57 6,5 5.602 22,1
Total 3.806 100,0 8.426 100,0 2.659 100,0 9.607 100,0 880 100,0 25.378 100,0
RCB - Rocha Carbonática Bruta (blocos de mármore); RSB - Rocha Silicática Bruta (blocos de
granito); RPS - Rocha Processada Simples (quartzitos, pedra Miracema e etc.); RPE - Rocha
Processada Especial (chapas e ladrilhos polidos de mármores e granitos).
A extração de rochas brasileiras chega a seiscentas variedades comerciais de
rochas, como granitos, mármores, ardósias, quartzitos, travertinos, pedra sabão,
basaltos, serpentinitos, conglomerados, pedra talco e materiais do tipo pedra
Miracema, pedra Cariri e pedra Morisca, dentre outras rochas dos mais diversos
padrões de texturas e cores provenientes de cerca de 1.300 jazidas. Estima-se a
existência de 11.100 empresas do setor atuantes no Brasil, responsáveis pela geração
de 114.000 empregos diretos. Os principais Estados produtores de rochas
ornamentais são, em ordem de produção, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Ceará,
Rio de Janeiro e Paraná, (CHIODI FILHO, 2004).
Na Figura 1 apresentam-se os valores, em toneladas, da produção de rochas
ornamentais do Brasil para o ano de 2002.
6
58%
17%
8%
7%
3%
7%
Granito - 3,45 milhões t
Travertino e Mármore - 1,0
milhão t
Ardósia - 0,5 milhão t
Quartzito - 0,41 milhão t
Pedra Miracema - 0,2
milhão t
Outros (Basalto, Pedra
Sabão, etc) - 0,44 milhão t
Figura 1 – Perfil da produção de rochas ornamentais brasileira para o ano de 2002.
Nota-se a supremacia das rochas silicáticas, que abrangem os granitos, quartzitos e a
pedra Miracema (MELLO et. al., 2004).
Os principais países de destino das rochas ornamentais brasileiras e seus
respectivos percentuais em valor (US$) foram, em 2001, os Estados Unidos (44%) a
Itália (18%), Espanha (10%) e Chile (4%) (CHIODI FILHO et. al., 2001).
Trabalhando com dados mais atuais, observa-se a boa fase do mercado
brasileiro de rochas ornamentais, que vêm batendo recordes de crescimento a cada
ano. Pode-se notar este feito através de uma previsão feita pela ABIROCHAS
(Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais) em 1999 e citada por
CHIODI FILHO et. al. (2001), baseada na taxa de crescimento de 15% fundada na
taxa experimentada nos três anos anteriores. Com esta taxa média, fez-se uma
projeção de crescimento até o ano de 2006. A Figura 2, a seguir, apresenta os valores
da previsão feita em 1999 e os valores reais das exportações de rochas ornamentais
no período.
7
200
300
400
500
600
700
800
900
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
US$ (milhões)
Previo feita em 1999 Valor real alcançado pelas exportações
Figura 2 – Previsão feita pela ABIROCHAS em 1999 para as exportações de rochas
brasileiras e os valores reais do montante alcançado. (CHIODI FILHO et. al., 2001)
Um fator importante a ser exposto neste trabalho é a valorização da matéria-
prima, a partir do beneficiamento das rochas ornamentais. É interessante observar a
questão de valor agregado. Enquanto as rochas processadas compuseram 50,96% do
volume físico e representaram 78,33% do faturamento das exportações, as rochas
silicáticas brutas compuseram 48,40% do volume físico e apenas 21,21% do
faturamento. A agregação de valor, pelo beneficiamento da matéria-prima, é assim
superior a 3,5 vezes, considerando-se o preço médio apurado para as rochas brutas e
processadas em 2005 (CHIODI FILHO, 2006).
Na Figura 3, a seguir, pode-se observar a importância do beneficiamento das
rochas a serem exportadas. Além do aumento do preço final aumenta-se a mão-de-
obra empregada na indústria de rochas ornamentais, vantajoso para a economia
interna brasileira.
8
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
(% do Faturamento)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
(% em Peso)
Rochas Processadas (Faturamento) Rochas Brutas (Faturamento)
Rochas Processadas (em Peso) Rochas Brutas (em Peso)
Figura 3 – Evolução da participação nas exportações de Rochas Brutas e
processadas, dos pontos de vistas do faturamento e do peso.
Pode-se observar na Figura 3, que as exportações de rochas processadas, tanto
acabadas quanto semi-acabadas representaram 78,33% do total exportado em 2005.
Em volume físico, as rochas processadas somaram 1.099.479,59 toneladas e
representaram 50,96% do total das exportações. Com estes números, o ano de 2005
entra para a história como sendo o ano em que as exportações de rochas processadas
superaram a marca de 1 milhão de toneladas e, o mais importante, excederam a
participação das rochas brutas no total do volume físico exportado.
Os preços médios praticados pelos principais países produtores nas vendas
internacionais de blocos variam entre US$ 300/m
3
e US$ 700/m
3
, tratando-se de
granitos; e de US$ 500/m
3
a US$ 1.300/m
3
, no caso de mármores. Tratando-se de
produtos finais (peças padronizadas, peças sob medida ou personalizadas), o valor
agregado é ainda maior, com preços atingindo de seis a dez vezes mais que os dos
materiais in natura.
Segundo o MELLO et. al. (2004), nas vendas internacionais, os negócios com
produtos processados, em especial o comércio internacional de chapas e produtos
padronizados de mármores e granitos, têm mostrado crescimento mais constante, a
ponto de superar as transações com produtos brutos desde meados da última década.
Por outro lado, e para efeito comparativo, a Figura 4 mostra a evolução do consumo
mundial de revestimentos pétreos e cerâmicos a partir dos anos 90 e a relação de
consumo entre os dois tipos de revestimentos. Nota-se que seu consumo vem
aumentando a taxas maiores que o dos revestimentos pétreos, havendo uma relação
9
de 1 m
2
para cada 7 m
2
comercializado, desfavorável às pedras naturais, cujas
vendas ressentem-se, mais ainda, da concorrência direta, nos últimos anos, do grés
porcelanato.
1786
1874
2028
2279
2933 2940
3149
3530
3635
3900
4700
5000
285
320 335
370
410
462
508
540
557
595
651
710
737
4200
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Milhões de m²
2
3
4
5
6
7
8
Relação do consumo cerâmico/pétreo
Revestimentos Cerâmicos
Revestimentos Pétreos
Relação consumo de revesstimento cerâmico/revestimento pétreo
Figura 4 – Consumo mundial de revestimentos cerâmicos e pétreos e a relação entre
o consumo dos dois tipos de revestimentos. Adaptado de MELLO et. al. (2004).
2.1.1 Os Principais Estados Brasileiros na Produção e Comercialização de
Rochas Ornamentais
Os principais estados brasileiros produtores de rochas ornamentais, para o ano
de 2002 foram o Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e Ceará,
Nestes estados, a soma de suas produções chega a mais de 5,3 milhões de toneladas.
Na Tabela 2 estão listados os valores das produções de cada estado, em toneladas, e o
tipo de rocha.
10
Tabela 2 – Produção de rochas ornamentais para as regiões e estados brasileiros, para
o ano de 2002 (CHIODI FILHO, 2003).
Região Estado
Produção
(toneladas)
Tipo de Rocha
Sudeste
Espírito Santo 2.850.000 Granito e mármore
Minas Gerais 1.200.000
Granito, ardósia, quartzito foliado, pedra sabão,
pedra talco, serpentinito, mármore e basalto
Rio deJaneiro 260.000 Granito, mármore e pedra miracema
São Paulo 80.000 Granito, quartzito foliado e ardósia
Nordeste
Bahia 500.000 Granito, mármore, travertino, arenito e quartzito
Ceará 250.000 Granito e pedra cariri
Paraíba 62.000 Granito e conglomerado
Pernambuco 50.000 Granito
Alagoas 15.000 Granito
Rio Grande do Norte 15.000 Mármore e granito
Piauí 10.000 Pedra morisca
Norte
Rondônia 15.000 Granito
Pará 3.000 Granito
Sul
Paraná 320.000 Granito, mármore e outros
Rio Grande do Sul 140.000 Granito e basalto
Santa Catarina 80.000 Granito e ardósia
Centro-Oeste
Goiás 150.000 Granito e quartzo foliado
Total 6.000.000
O Espírito Santo é responsável por mais de 40% da mineração brasileira de
rochas ornamentais, pelo menos a metade da extração nacional de granitos e dois
terços da extração de mármores, e mais da metade das exportações brasileiras. Tal
assimetria, em relação aos demais estados, possivelmente, levará o setor, em futuro
não muito distante, a ter que discutir alternativas para manutenção, o quanto possível,
do admirável desempenho capixaba e sua importância no cenário brasileiro das
rochas ornamentais, sem que isto se traduza em um forte inibidor da atuação dos
demais estados produtores, como muitas vezes já acontece. Talvez seja então
possível uma maior aproximação entre os indicadores produtivos dos vários Estados,
estando mais bem harmonizadas as vantagens competitivas desses atores (MELLO
et. al., 2004).
11
A participação dos principais estados exportadores no valor das vendas
brasileiras ao exterior, de 2001 a 2003, pode ser vista na Figura 5. Nota-se a atuação
do Espírito Santo, que comercializou um total de US$ 224,5 milhões, equivalente a
52,3% do total exportado pelo país e 31,9% maior que o exportado pelo estado em
2002.
128954
170192
224576
70386
77170
94116
21907
28318
33998
18186
17848
20320
9277
11537
15293
9493
9181
11498
21959
24555
29487
0
50000
100000
150000
200000
250000
300000
mil US$
ES MG RJ BA SP PR Outros
2001 2002 2003
Figura 5 – Participação, em valor, dos principais estados exportadores de rochas
ornamentais para o período 2001-2003.
2.1.2 O Consumo Interno de Rochas Ornamentais
Cerca de 75% da produção brasileira é destinada ao mercado interno, e mais
de 70% dela têm origem nos Estados do Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia (como
mostrado na Tabela 2). Pelo menos 75% das marmorarias brasileiras estão
localizadas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, ou seja,
inseridas no maior centro consumidor do país, que é constituído pelos estados do
sudeste. A região sudeste responde ainda por, pelo menos, 85% das exportações e
importações brasileiras. (MELLO et. al., 2004).
Na Tabela 3 está apresentado o fim dado às rochas ornamentais no Brasil.
12
Tabela 3 – Estimativa do uso de rochas ornamentais pelo mercado brasileiro
(CHIODI FILHO, 2004).
Usos
(Milhões m²)
Granitos Mármores
Mármores
Importados
Ardósias Quartzitos Outros Total
Percentual de
participação
Pisos internos
5,78 2,34 0,12 3,00 1,25 0,87 13,36 23,0
Pisos externos
3,85 1,55 0,08 9,00 3,75 2,30 20,56 35,3
Fachadas
2,60 1,04 0,05 0,40 0,15 0,15 4,39 7,5
Degraus
0,74 0,30 0,02 0,40 0,15 0,12 1,73 3,0
Paredes internas
2,60 1,05 0,05 0,40 0,15 0,18 4,46 7,6
Tampos
5,19 2,10 0,10 0,40 0,15 0,21 8,15 14,0
Obras estruturais
1,25 0,50 0,03 - - 0,03 1,81 3,1
Arte funerária
1,80 0,72 0,04 - - 0,04 2,60 4,5
Outros
0,49 0,20 0,01 0,10 0,20 0,21 1,21 2,1
Total
24,30 9,80 0,50 13,7 5,80 4,11 58,21 100,0
Com base nos dados apresentados na Tabela 3, pode-se concluir que, do
ponto de vista mercadológico, as rochas ornamentais brasileiras seguem um caminho
promissor, que está sendo bem fundado tanto nacionalmente como
internacionalmente. Entretanto, outro aspecto fundamental para o sucesso alcançado
nas transações de rochas ornamentais, é a caracterização físico-mecânica dos
materiais comercializados. Este aspecto torna-se cada vez mais importante à medida
que o mercado consumidor se torna mais exigente, pois uma correta aplicação de
qualquer material na construção civil só pode ser alcançada com os conhecimentos
prévios do comportamento do material mediante as adversidades do local no qual ele
será utilizado.
2.2 Origem das Rochas Ornamentais
As rochas ornamentais mais comumente usadas na construção civil envolvem
dois grandes grupos: as rochas carbonáticas, que abrangem os mármores, dolomitos,
etc. e as rochas silicáticas, que serão objeto dos estudos realizados no presente
trabalho, que abrangem os granitos, sienitos, arenitos, dioritos, etc.
A caracterização tecnológica desses materiais deve ser realizada logo na etapa
da pesquisa mineral, e nessa fase já se deve ter conhecimento do tipo de aplicação
13
para o qual os produtos se destinam. Muitos insucessos têm ocorrido com as rochas
ornamentais, não só devido à falta de conhecimento das características naturais que o
material traz, como também daqueles induzidos pelos métodos de lavras e processos
de beneficiamento, bem como aplicação, uso/adequação que podem provocar
alterações (VIDAL, BESSA & LIMA, 1999).
As rochas ígneas têm origem no resfriamento do magma
1
. A grande maioria
dos magmas observados possui uma composição silicática, com seus principais
componentes sendo o oxigênio e o silício. Há ainda, presentes nos magmas
silicatados, os componentes Fe, Ca, Mg, Na, K, Al, Ti, que compõem a grande parte
da composição da rocha, e, por isso, são tratados como elementos principais, e outras
substâncias, como P e Mn, que são conhecidos como traços. (SIAL & McREATH,
1984).
Outra constatação importante é que, segundo SIAL & McREATH (1984),
uma boa parte das rochas ígneas expostas à superfície da Terra sofreu efeitos de
metamorfismo e metassomatismo (metamorfismo causado pela adição ou subtração
de componentes químicos das rochas e minerais preexistentes).
2.3 Caracterização Físico-Mecânica de Rochas Ornamentais
As rochas ornamentais, pelo fato de serem aplicadas em locais com
características diferentes daquelas onde foram formadas, ficam sujeitas a condições
“agressivas”, sejam elas antrópicas (atrito ou desgaste, choques, contacto com
produtos de limpeza domésticos e industriais) ou naturais (variações de temperatura,
exposição solar, água e gelo) (DUARTE, 2003).
A caracterização tecnológica da rocha (mineralógica, física, química e
mecânica) é uma etapa fundamental para sua utilização correta, segura e econômica,
devendo-se sobrepor às tendências da moda. Por exemplo, o conhecimento das
características tecnológicas das rochas tem importância na seleção e avaliação prévia
da qualidade, quando se destinam a pavimentos, em locais de passagem intensiva de
pessoas. A Figura 6 ilustra o resultado da ação das solicitações sob rochas utilizadas
em um piso.
1
Magma é um líquido de composição complexa, cujas propriedades físicas e história térmica
controlam, em grande parte, as texturas das rochas dele derivado (SIAL & MCREATH, 1984).
14
Figura 6 – Rampa de acesso ao Congresso Nacional (Brasília/DF). Pode-se observar
a ação do tempo no piso, com consequente surgimento de trincas.
Para se poder caracterizar a adequação de uma rocha para um determinado
fim, é necessário conhecer e/ou quantificar e qualificar algumas das suas
características petrográficas, químicas, físicas e mecânicas.
A descrição petrográfica de uma rocha ornamental é importante para
estabelecer a sua classificação petrográfica e destacar uma série de características,
tais como, porosidade, descontinuidades, fissuras, estado de alteração, etc. A textura
da rocha, nomeadamente as proporções dos diferentes minerais constituintes, assim
como a sua natureza, origem, dimensões dos grãos e características dos materiais
cimentantes, são importantes para prever o comportamento das rochas mediante
determinadas agressões físicas e químicas, como por exemplo, a ação deletéria dos
ácidos (no caso deste trabalho, o ácido clorídrico) em minerais máficos.
O conhecimento da composição química de uma rocha serve essencialmente
para destacar a presença de alguns compostos que, mesmo em pequenas quantidades,
podem afetar a durabilidade da rocha num determinado meio. Também o
conhecimento da composição química permite saber quais os elementos que mais
facilmente contribuem para a alteração da rocha por reação química.
Dentre as características físicas destacam-se o peso específico aparente, a
porosidade e o coeficiente de absorção de água. Uma rocha muito porosa tende a
absorver mais água na sua estrutura, acelerando os processos de alteração química
15
dos minerais, e alterações mecânicas como o processo de congelamento e
descongelamento da água existente nos poros. Também, uma rocha menos porosa
apresenta valores mais altos de resistência aos esforços mecânicos.
As características mecânicas mais usualmente determinadas são a resistência
à compressão, a resistência à flexão, a resistência ao choque, a resistência à
compressão após os ciclos de gelo-degelo, a resistência ao desgaste, a resistência às
amplitudes térmicas, o módulo de elasticidade, o coeficiente de dilatação térmica
linear e a micro dureza.
Além das características físicas e mecânicas básicas propostas por órgãos
regulamentadores como ABNT, ASTM, etc., neste trabalho será apresentado um
estudo de resistência ao ataque químico de alguns tipos de rochas silicáticas, visto
que as rochas ornamentais têm uma gama muito extensa de formas de utilizações,
que vão desde rodapés de interiores à bancadas de pias e laboratórios. Na Tabela 4,
sugerem-se os ensaios a serem realizados para a caracterização das rochas
ornamentais, de acordo com normas nacionais e internacionais.
Tabela 4 – Normas para ensaios propostas para a caracterização de materiais
rochosos.
Ensaio ABNT ASTM DIN AFNOR UNI AENOR
Análise Petrográfica 12768 C-295 B-0301 9724/1
Coeficiente de Dilatação
Térmica Linear
12765 E-228
Congelamento e Degelo
Conjugado à Compressão
12769 52104 B-10513
Desgaste Amsler 6481 C-241 52108 B-10518 2232 23183
Índices Físicos 12766 C-97
52102
52103
B-10503
B-10504
9724/2 22182
Micro Dureza Knoop 9724/6 22188
Módulo de
Deformabilidade Estática
D-3148 2234
Resistência à Compressão 12767
D-2938
C-170
52105 B-10509 9724/4 22185
Resistência à Flexão 12763
C-99
C-880
52112 B-10510 9724/5 22186
Resistência ao Impacto de
Corpo Duro
12764 C-170 22189
Legenda: ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas; ASTM – American Society for Testing
and Materials (Estados Unidos); DIN – Deutsches Institut für Normung (Alemanha); AFNOR –
Association Française de Normalisation (França); UNI – Ente Nazionale Italiano di Unificazione –
(Itália); AENOR – Asociación Española de Normalización y Certificación (Espanha)
16
A fim de comparar os resultados encontrados no presente trabalho, serão
tomados como parâmetros de comparação, a norma ASTM C 615 - Standard
specification for granite dimension stone (1999) e os resultados sugeridos por
FRAZÃO & FARJALLAT (1995, 1996), obtidos em um trabalho técnico do IPT
(Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo), através da análise
estatística de 158 amostras de rochas silicáticas ensaiadas pelo IPT.
Na Tabela 5 apresentam-se os valores limites estabelecidos, de um estudo
estatístico conduzidas por FRAZÃO & FARJALLAT (1995, 1996) e os fixados pela
norma ASTM C 615.
Tabela 5 – Limites estabelecidos e sugeridos para rochas ornamentais.
Propriedades
Valores fixados
pela ASTM
(C 615)
Valores sugeridos no
estudo (FRAZÃO &
FARJALLAT, 1995, 1996)
Massa específica aparente (kg/m³) > 2.560 > 2.550
Porosidade aparente (%) n.e. < 1,0
Absorção d'água (%) < 0,4 < 0,4
Compressão uniaxial (MPa) > 131 > 100
Flexão (MPa) > 10,4 > 10
Módulo de deformabilidade (GPa) n.e. > 30
Impacto de corpo duro (m) n.e. > 0,4
Nota: n.e. – não especificado.
2.4 Estudos sobre Rochas Ornamentais
Na Tabela 6, a seguir, propõe-se um roteiro de ensaios de caracterização
tecnológica, visando a adequada utilização das rochas ornamentais. Verifica-se, por
exemplo, que na fase de extração deve-se conhecer, inicialmente, a natureza da rocha
através de sua análise petrográfica, para que se possa avaliar o grau de
comprometimento de suas características com a estética, polimento e durabilidade
dos produtos finais. Vale salientar que o incremento das solicitações objetivando o
conhecimento de tais características deve-se, em grande parte, a imposição do
mercado internacional, cada vez mais exigente e competitivo.
17
A Tabela 7 foi extraída de um manual de aplicação de rochas, com valores de
alguns ensaios realizados por CORBELLA & ZINI (1997), apud SILVA &
MARGUERON (2002) em rochas italianas, que servirão para comparação com os
resultados encontrados no presente trabalho.
A seguir, são apresentados resultados de ensaios de caracterização
tecnológica de rochas ornamentais de várias localizações, para que se tenha uma
noção dos valores das características de alguns litotipos.
Tabela 6 - Ensaios recomendados para a caracterização de rochas ornamentais.
Ensaios.
Análise
Petrográfica
Índices
Físicos
Resistência
Módulo
de Def.
Estático
Dilatação
Térm.
Linear
Alterabi-
lidade
Usos
Desgaste Impacto
Comp.
Uniaxial
Flexão
Extração
X X X X
Beneficiamento
X X X X X X X X X
Revest. Externo
X X X X X X
Revest. Interno
X X X X X X
Pisos
X X X X X X X X X
Colunas e Pilares
X X X X X X X
Pedestais
X X X X X X X
Tampos de Mesas
e Balcões
X X X X X X X X X
Pias
X X X X X X X X X
Soleiras
X X X X X X X X X
Esculturas
X X X X X X X X
Cilindros p/
Indústria de
Alimentos, Papel,
etc.
X X X X X X X X X
Mesas e Aparelho
de Desempenho
X X X X X X X X X
Fonte: IPT (1993).
18
Tabela 7 - Resultados de ensaios realizados em rochas ornamentais italianas.
Definição
Petrográfica
Classificação
comercial
Massa
Específica
Aparente
Absorção
D'Água
Aparente
Resistência
Compressão Flexão Impacto
kg/m³ % MPa MPa m
Riolito c/ estr.
elástica
Pórfido 2555 0,653 221,5 22,5 0,62
Mármore Mármore 2705 0,060 131 16,9 0,61
Calcário micrítico
fossilífero
Mármore 2680 0,160 156 14,2 0,44
Brecha calcária Mármore 2711 0,088 128 13,0 0,55
Oficalcita brecha
serpentinítica
Mármore 2725 0,165 162 17,9 0,55
Leucogranito Granito 2615 0,341 178 12,8 0,77
Diorito Granito 2805 0,291 219 20,0 0,90
Augen Gnaisse Granito 2660 0,397 141 19,0 0,89
Tonalito Granito 2818 0,223 148 22,2 0,95
Calcário com
vesículas
Travertino 2409 0,739 82 13,1 0,57
Calcário com ves.
e fossilífero
Pedra 2204 12,55 24 3,9 0,34
Arenito
Feldspático
Pedra 2600 1,819 102 11,9 0,89
Basalto Pedra 2262 4,085 58 13,5 0,34
Fonte: CORBELLA & ZINI (1997), apud SILVA & MARGUERON (2002).
MEYER (2003) conclui que os valores de resistência mecânica, de
porosidade e absorção d’água apresentados pelas variedades sieníticas estudadas
(Tabela 8) situam-se, em geral, dentro ou muito próximos dos valores de referência
limítrofes fixados pela ASTM (1999) e sugeridos por FRAZÃO & FARJALLAT
(1995, 1996) para rochas silicáticas. Já a velocidade de propagação de ondas ultra-
sônicas supera os índices de qualidade sugeridos por estes autores.
Tabela 8 – Resultados dos estudos de MEYER, 2003.
Nome
Comercial
Massa
Específica
Aparente
Porosidade
Aparente
Absorção
D'Água
Aparente
Velocidade de
Ondas
Ultrasônicas
Resistência
Compressão Flexão Impacto
kg/m³ % % m/s MPa MPa m
Marrom Café
grosso
2789 1,19 0,43 5966 129,8 13,1 0,39
Marrom Café
grosso/médio
2774 1,14 0,41 6054 101,2 13,5 0,32
Marrom Café
médio
2766 1,02 0,37 5342 138,7 12,7 0,38
Marrom Caldas 2757 1,08 0,39 5185 179,1 13,6 0,37
Fonte: MEYER (2003).
19
Na Tabela 9 mostram-se resultados da caracterização de dois gnaisses de
granulação média, extraídos no noroeste do Rio de Janeiro.
Tabela 9 – Resultados de ensaios para rochas provenientes do município de Santo
Antônio de Pádua/RJ.
Nome Comercial
Massa
Específica
Aparente
Porosidade
Aparente
Absorção
D'Água
Aparente
Resistência
Compressão Flexão Impacto
kg/m³ % % MPa MPa m
Olho-de-Pombo 2700 1,06 0,39 99,63 17,86 0,30
Pinta Rosa 2710 1,72 0,63 160,56 20,51 0,25
Fonte: SILVA & MARGUERON (2002).
VIDAL, BESSA & LIMA (1999) realizaram um estudo a partir das
características tecnológicas de 75 amostras de rochas silicatadas do Estado do Ceará
e fizeram uma descrição quantitativa dessa população e de sua comparação com os
valores limites estabelecidos pela norma ASTM C 615 e aqueles propostos por
FRAZÃO & FARJALLAT (1995, 1996).
Estes autores concluíram que nem todos os materiais estudados apresentam
valores que se enquadram nos limites propostos por FRAZÃO & FARJALLAT
(1995, 1996) para as propriedades tecnológicas descritas, resultando num universo de
dados que variam de, no mínimo, 22 (vinte e duas) amostras para uma determinada
propriedade a até 75 (setenta e cinco) amostras para outras. Dentre os vários tipos
petrográficos definidos, encontram-se granitos propriamente ditos, monzogranitos,
migmatitos, dioritos e charnockitos, entre outros.
Os resultados estão apresentados nas Figuras 7 a 13, a seguir.
20
Figura 7 - Distribuição dos valores de massa específica aparente seca de rochas
silicáticas do Ceará (VIDAL, BESSA & LIMA, 1999).
Figura 8 - Distribuição dos valores de porosidade aparente de rochas silicáticas do
Ceará (VIDAL, BESSA & LIMA, 1999).
Figura 9 - Distribuição dos valores de absorção d’água de rochas silicáticas do Ceará
(VIDAL, BESSA & LIMA, 1999).
21
Figura 10 - Distribuição dos valores referentes a resistência à compressão uniaxial de
rochas silicáticas do Ceará (VIDAL, BESSA & LIMA, 1999).
Figura 11 - Representação gráfica da distribuição dos valores de resistência à flexão
de rochas silicáticas do Ceará (VIDAL, BESSA & LIMA, 1999).
Figura 12 - Representação gráfica dos valores obtidos para a resistência ao impacto
do corpo duro de rochas silicáticas do Ceará (VIDAL, BESSA & LIMA, 1999).
(Verificar as unidades)
22
Figura 13 - Representação gráfica dos valores obtidos para resistência ao desgaste
Amsler de rochas silicáticas do Ceará (VIDAL, BESSA & LIMA, 1999).
Estudos mais recentes apontam uma preocupação com a alteração e a
alterabilidade das rochas utilizadas devido a constante utilização de produtos de
limpeza, ou também, pela exposição das rochas às variações ambientais e à poluição,
o que pode acarretar numa perda das propriedades da rocha.
BESSA, et. al. (2002) concluem que, de maneira geral, as substâncias ácidas
são as mais ativas no processo de alteração das rochas, com modificações de ligações
cristalinas e transporte de íons solúveis, o que pode acarretar em um
comprometimento das características mecânicas da rocha.
Alguns estudos buscam uma correlação com as características físicas das
rochas, como NAVARRO (2002), que estudou a relação entre o coeficiente de
dilatação térmica e a porcentagem de minerais presentes na amostra, tendo concluído
que o coeficiente de dilatação térmica para as rochas silicáticas estudadas é
controlado pelo conteúdo de quartzo e mica e que a textura é um fator importante
para a anisotropia, especialmente para rochas fortemente foliadas. Concluiu ainda
que a porosidade da rocha deve-se à distribuição, e quantidade de microfissuras,
especialmente em rochas magmáticas e metamórficas, e representam um importante
fator controlador da dilatação térmica.
De acordo com NAVARRO (2002), a velocidade de propagação de ondas
ultra-sônicas longitudinais pode ser correlacionada com a resistência à compressão
uniaxial. Em seu trabalho, o pesquisador encontrou um coeficiente de determinação
de 29%.
23
SOUZA, FILHO & BARROS (2002) cita a relação entre os índices físicos
porosidade e absorção de água, que em seu trabalho apresentam uma correlação forte
entre si, que pode ser representada pela equação de regressão:
Porosidade = 0,4031 . absorção – 0,0094; com R² = 0,9945”.
Outras correlações citadas por NAVARRO (2002) são: correlação entre
Flexão por tração, também conhecido por módulo de ruptura (MR) e velocidade de
propagação de ondas longitudinais (v), com as seguintes características: “MR =
0,0075v - 21,832 e R = 83%”, e a relação entre compressão uniaxial (qu) e “v”, com
a seguinte equação: “qu = 0,043v - 40,901 e R = 54%”.
SOUZA, FILHO & BARROS (2002) encontraram a seguinte equação para a
correlação entre compressão (qu) e tração na flexão (tf): “qu =38,246 x tf
0,4299
”, com
coeficiente de correlação de 76%.
Segundo LANDIM (1997), coeficientes de correlação entre variáveis
geológicas dificilmente chegam a 50%, fazendo uma analogia com os parâmetros
tecnológicos, pode-se dizer que os dados aqui apresentados podem ser aceitos para
testes futuros envolvendo a tentativa de previsão dos parâmetros tecnológicos através
de ensaios mais simples e menos onerosos e medidas de velocidade de ultra-som em
rochas utilizadas como material de revestimento.
24
3. MATERIAIS E MÉTODOS
As rochas estudadas são provenientes de vários estados brasileiros. Conforme
mostrado na Tabela 10, todas as amostras, assim como os dados da procedência,
foram disponibilizados pela GRAMAFAL, empresa localizada no município de
Venda Nova do Imigrante – ES.
As amostras foram encaminhadas à Universidade Federal de Viçosa
previamente preparadas pela empresa, de acordo com as especificações das normas
de ensaios utilizadas neste trabalho. As amostras utilizadas para o ataque químico
foram preparadas no Laboratório de Materiais de Construção da UFV, utilizando-se
uma serra diamantada e preparando as amostras prismáticas de aproximadamente (4
x 4,5 x 5) cm.
Tabela 10 – Nome comercial das amostras estudadas e seus respectivos estados de
origem.
Nome Comercial Origem
Amarelo Verniz Minas Gerais
Branco Torrone Minas Gerais
Branco Romano Espírito Santo
Carioca Gold Minas Gerais
Giallo Fiorito Minas Gerais
Giallo Ornamental Espírito Santo
Giallo Firenze Espírito Santo
Juparanã Rio Rio de Janeiro
Labareda Gold Minas Gerais
Midnight Green Espírito Santo
Ocre Itabira Espírito Santo
Piracema White Minas Gerais
Santa Cecília Espírito Santo
Venetian Gold Minas Gerais
Verde Butterfly Espírito Santo
Verde Ubatuba Minas Gerais
Vermelho Brasilia Goiás
Giallo Antico Minas Gerais
25
Tabela 11 – Aspecto visual das amostras estudadas.
Amarelo Verniz Branco Torrone Branco Romano
Carioca Gold Giallo Fiorito Giallo Ornamental
Giallo Firenze Juparanã Rio Labareda Gold
Midnight Green Ocre Itabira Piracema White
Santa Cecília Venetian Gold Verde Butterfly
Verde Ubatuba Vermelho Brasília Giallo Antico
26
Para o trabalho de caracterização, foram selecionados os seguintes ensaios:
Índices físicos
Resistência à flexão
Resistência ao impacto
Resistência à compressão uniaxial
Perda de resistência após congelamento e degelo
Ataque químico
Resistência à compressão puntiforme
Velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas longitudinais
Análise petrográfica
3.1 Ensaios de Caracterização
3.1.1 Índices Físicos
O ensaio de caracterização física das rochas foi executado de acordo com a
norma NBR 12766/1992 (Rochas para revestimento – Determinação da massa
específica aparente, porosidade aparente e absorção d’água aparente). Como exigido
pela norma, foram utilizados 10 (dez) corpos-de-prova com massa aproximada de
250 gramas cada. Todo o procedimento de ensaio foi realizado na sala de Geologia
situada no Laboratório de Engenharia Civil da Universidade Federal de Viçosa, com
uma temperatura média de 22 ºC e variação máxima de 2 ºC.
O ensaio consiste em secar os corpos-de-prova em estufa (100 ± 5 °C) por 24
horas, retirá-los e deixá-los esfriarem a temperatura ambiente. Após isso, determinar
as massas secas. Colocar os corpos-de-prova numa bandeja e adicionar água até 1/3
de suas alturas. Após 4 horas adicionar água até 2/3 e após 4 horas completar a
submersão dos corpos-de-prova e deixar completar o tempo total de 24 horas.
Transcorridas as 24 horas de submersão, enxuga-se a superfície dos corpos-
de-prova e determina-se suas massas saturadas. Finalmente, determinam-se os
27
valores de suas massas submersas, utilizando-se uma balança para pesagem
hidrostática.
Os cálculos são feitos, utilizando-se as seguintes expressões (NBR 12766/1992):
a) Massa específica aparente seca (ρa
sec
);
(
)
OH
CBAa
2
)/(
sec
ρ
ρ
=
(3.1)
b) Massa específica aparente saturada (ρa
sat
);
(
)
OHsat
CBBa
2
)/(
ρ
ρ
=
(3.2)
c) Porosidade aparente (ηa);
100))/()((
= CBABa
η
(3.3)
d) Absorção d’água aparente (αa);
100)/)((
= AABa
α
(3.4)
Em que:
A - Massa seca;
B - Massa saturada com superfície seca;
C - Massa submersa;
ρ
H2O
- Massa específica da água na temperatura média (22 ºC).
3.1.2 Resistência à Flexão
A resistência à flexão é também conhecida como módulo de ruptura. Essa
característica é muito importante, pois as rochas ornamentais são constantemente
solicitadas à tração em seus usos, como em painéis de edifícios sob a ação dos
ventos, numa quina de bancada, entre outras situações.
Os ensaios de flexão foram realizados de acordo com a norma da ABNT,
NBR 12763/1992 (Rochas para revestimento - Determinação da resistência à flexão),
tendo sido utilizado três corpos-de-prova para cada condição de ensaio (seca e
saturada). Este tipo de ensaio consiste em submeter o corpo de prova com dimensões
aproximadas (20 x 10 x 5) cm à um carregamento conforme mostrado na Figura 14.
28
O ensaio foi realizado nas amostras em condições seca e saturada, para verificar a
perda de resistência sofrida pelas amostras por causa da saturação.
Figura 14 – Equipamento utilizado para o ensaio de flexão.
A resistência à tração na flexão (σ
f
) é dada pela seguinte equação (NBR
12763/1992):
2
2
3
db
LP
f
=
σ
(3.5)
Em que:
P - Carga de ruptura;
L - Distância entre apoios;
b - Largura;
d - Altura.
3.1.3 Resistência ao Impacto
É, também, uma característica muito importante para o uso de rochas na
construção civil, pois simula a queda de um objeto no piso. A norma sugere a
anotação apenas da altura de queda, isto já é bastante para se ter uma noção da
resistência do material em questão, mas poderia ser melhorado com a apresentação
29
da energia necessária para causar um dano no piso, o que daria uma conotação mais
científica ao resultado.
O ensaio de resistência ao impacto de corpo duro possibilita a obtenção de
informações relativas ao grau de tenacidade de um material rochoso, e,
conseqüentemente de sua capacidade de suportar ações mecânicas instantâneas
(VIDAL, BESSA & LIMA, 1999).
Figura 15 – Equipamento utilizado para o ensaio de impacto de corpo duro.
A norma utilizada para este procedimento foi a NBR 12764/1992 (Rochas
para revestimento – Determinação da resistência ao impacto de corpo duro), que
consiste em deixar uma esfera de aço, com massa de 1 kg, cair sobre um corpo-de-
prova com dimensões de (20 x 20 x 3) cm, assentado em um colchão de areia. A
altura inicial de queda é 20 cm sendo acrescida de 5 cm até que ocorra a ruptura,
fissura ou lascamento da placa. O objetivo deste ensaio é simular a queda de objetos
em um piso e observar os danos causados. O equipamento utilizado para o ensaio
está apresentado na Figura 15.
Utilizando-se da energia potencial gravitacional que é a energia acumulada no
corpo por causa da ação da gravidade e é expressa pelo produto de sua massa,
aceleração da gravidade e altura em relação ao referencial.
30
A energia (W, em Joule) necessária para danificar a placa é dada pela seguinte
equação:
100
hg
W
=
(3.6)
Em que:
g - Aceleração da gravidade;
h - Altura de queda (cm).
3.1.4 Resistência à Compressão Uniaxial
A resistência à compressão uniaxial é uma propriedade índice da rocha, que
permite qualificar tecnologicamente o material. Apesar de ser uma propriedade
índice, raramente uma rocha ornamental será submetida a tamanho esforço de
compressão em condições normais de utilização. O ensaio foi realizado em amostras
nas condições seca e saturada. O equipamento utilizado está apresentado na Figura
16.
Figura 16 – Equipamento utilizado para o ensaio de compressão uniaxial, com uma
capacidade de carregamento de até 100 toneladas.
31
A norma utilizada para esse ensaio é a NBR 12767/1992 (Rochas para
revestimento - Determinação da resistência à compressão uniaxial). O procedimento
consiste em submeter um corpo-de-prova com dimensões cúbicas de (7 x 7 x 7) cm a
esforços de compressão.
Um fato importante é o efeito de escala. Segundo SANTOS & BARROSO
(2002), as propriedades geomecânicas de rochas são dependentes do volume afetado
pelo ensaio. Pelo fato das rochas possuírem micro-descontinuidades (“defeitos”), que
reduzem a resistência, quanto maior o volume ensaiado, também será maior a
quantidade de micro-descontinuidades influenciarem a resistência.
Segundo a Figura 17, os valores de resistência são decrescentes com o
tamanho da aresta e tendem a se tornarem constantes a partir de 150 cm. Do ponto de
vista prático, realizar um ensaio de compressão em uma amostra desse tamanho seria
inviável, pois um bloco cúbico com 150 cm de aresta teria aproximadamente 9
toneladas e a força necessária para romper um bloco de rocha silicática seria da
ordem de milhares de toneladas. Pode-se concluir que os resultados encontrados nos
ensaios atualmente empregados possivelmente não apresentam o real valor da
resistência.
Para um resultado com um menor erro, sugere-se a utilização de corpos-de-
prova prismáticos, com relação altura/largura, pelo menos, igual a 2, para evitar o
fenômeno de sobreposição de cones.
Figura 17 – Relação experimental entre a resistência e o tamanho da aresta de
amostras cúbicas de carvão (Bieniawski, 1968, apud SANTOS & BARROSO, 2002).
25,4 50,8 76,2 101,6 127,0 152,4 177,8 203,2 0
Tamanho da Aresta (cm)
32
3.1.5 Perda de Resistência após Congelamento e Degelo
Este método de ensaio é mais significativo para rochas que serão utilizadas
em clima frio, nas áreas de clima temperado, pois quantifica-se a perda de resistência
que a rocha sofre após um determinado número de ciclos de congelamento-
descongelamento.
A norma utilizada para o ensaio foi a NBR 12769/1992 (Rochas para
revestimento – Ensaio de congelamento e degelo conjugado à verificação da
resistência à compressão). O método consiste em congelar por 24 h os corpos-de-
prova (com as mesmas dimensões do ensaio de compressão uniaxial) imersos em
uma solução aquosa com 5%, em volume, de álcool etílico. Descongelar até que a
temperatura do líquido chegue à temperatura ambiente. A norma sugere a repetição
deste ciclo por 25 vezes. Em seguida, submeter os corpos-de-prova ao ensaio de
compressão uniaxial.
Com os valores de resistência à compressão uniaxial antes e após o ensaio,
pode-se obter o coeficiente de enfraquecimento (k), que é a relação entre o valor da
resistência à compressão uniaxial após o congelamento-degelo (σ
cd
) e o valor no
estado natural (σ
nat
), representado pela equação (NBR 12769/1992):
nat
cd
k
σ
σ
=
(3.7)
3.1.6 Ataque Químico
Este ensaio consistiu em submeter cinco litotipos previamente selecionados,
ao ataque químico ocasionado pelas substâncias descriminadas na Tabela 12, nas
respectivas concentrações. Para cada litotipo foram utilizados 12 corpos-de-prova.
Tabela 12 – Substâncias químicas e suas respectivas concentrações utilizadas no
ataque químico.
Substância Concentração
Ácido Clorídrico (HCl) 18% (V/V)
Hidróxido de Potássio (KOH) 100 g/l
Detergente 20% (V/V)
33
Como as normas brasileiras não contemplam o ataque químico,
especificamente para rochas ornamentais, para este processo foram utilizados
procedimentos de duas normas da ABNT, para materiais cerâmicos e uma para
rochas. Para as concentrações dos materiais utilizados para o ataque químico, foi
utilizada a NBR 13818/1997 (Placas cerâmicas para revestimento – Especificação e
métodos de ensaios. Anexo H – Determinação da resistência ao ataque químico).
Para o método de ensaio foi utilizado o padrão da norma NBR 12696/1992
(Agregados – Verificação do comportamento mediante ciclagem artificial água-
estufa), que consiste em submeter as amostras em ciclos de saturação na substância,
secagem em estufa e resfriamento à temperatura ambiente.
A NBR 12696/1992 sugere um valor máximo de 120 ciclos para o ensaio,
porém, como o tempo para a realização dos ensaios e a entrega dos resultados foi
muito curto, no trabalho foram realizados 50 ciclos.
O objetivo deste ensaio foi verificar a variação dos índices físicos e da
velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas longitudinais no decorrer do ensaio
(a cada 10 ciclos
2
). Ao final de 50 ciclos, por motivos de prazo para finalizar os
estudos, as amostras foram submetidas a ensaio de compressão puntiforme para
quantificar a perda de resistência ocasionada pelo ataque químico.
3.1.7 Resistência à Compressão Puntiforme
O ensaio de Resistência à Compressão Puntiforme foi realizado de acordo
com método proposto pela ISRM, International Society of Rock Mechanics (1981) e
desenvolvido por Broch e Franklin. Nesse ensaio, a rocha é carregada pontualmente
através de dois cones metálicos. A ruptura é provocada pelo desenvolvimento de
fraturas de tração paralelas ao eixo de carregamento.
Este ensaio foi realizado em corpos-de-prova aproximadamente cúbicos, com
medidas em torno de (4,5 ± 1) cm e foi executado, basicamente, para verificar a
perda de resistência das amostras submetidas ao ataque químico e adicionalmente,
para verificar a relação entre a resistência à compressão uniaxial e a resistência à
compressão puntiforme.
2
De acordo com a NBR 12696/1992, um ciclo corresponde à (14 ± 1) horas de submersão no líquido,
secagem em estufa por (8 ± 1) horas a (100 ± 5) °C e resfriamento natural por (60 ± 5) minutos.
34
O índice de resistência à compressão puntiforme é padronizado para um
diâmetro de 50 mm (IS
50
). Para a obtenção deste valor é necessário calcular o valor
do índice de resistência à compressão puntiforme (IS) e multiplicar por um fator de
correção (FC), que é função da relação entre o diâmetro da amostra e o diâmetro
padronizado (50 mm).
Para cada tipo de rocha estudado foram utilizados 12 corpos-de-prova em
cada etapa do ensaio. Como é sugerido no método de ensaio, a média é calculada
excluindo-se os dois valores maiores e os dois valores menores. O equipamento
utilizado no ensaio está apresentado na Figura 18.
Figura 18 – Equipamento utilizado para o ensaio de resistência à compressão
puntiforme.
35
Para a padronização e o cálculo do índice de resistência, são utilizadas as
seguintes expressões (ISRM, 1981):
45,0
50
=
de
FC
(3.8)
3
2
10×
=
de
P
IS
(3.9)
ISFCIS
×
=
50
(3.10)
Em que:
FC - Fator de correção;
de - Diâmetro equivalente (equivalência em caso da utilização de amostras que não
tenham seção circular);
P - Carga de Ruptura;
IS, IS
50
- Índice de Resistência.
3.1.8
Velocidade de Propagação de Ondas Ultra-sônicas Longitudinais
A determinação da velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas
longitudinais (m/s) permite avaliar, indiretamente, o grau de alteração e de agregação
dos minerais na rocha, pois os valores relativamente mais altos, num conjunto de
corpos-de-prova de uma mesma amostra ou entre amostras petrograficamente
semelhantes, indicam um menor grau de alteração e uma maior coesão entre seus
minerais formadores (FRASCÁ, 2002).
O método de ensaio utilizado foi o proposto pela ISRM (1978) Determining
Sound Velocity, desenvolvido por Rummel & Heerden em 1977, que consiste em
submeter o corpo-de-prova a pulsos de ondas ultra-sônicas, para conhecer o tempo
que a onda leva para atravessar a amostra. O equipamento utilizado está apresentado
na Figura 19.
Através da velocidade de propagação de ondas longitudinais (v) pode-se, por
meio de correlações, calcular o módulo de elasticidade (E) do material. As equações
utilizadas para os cálculos são (ISRM, 1978):
36
t
L
v=
(3.11)
ρ
=
2
vE
(3.12)
Em que:
v - velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas longitudinais;
L - Distância entre transmissor e receptor;
t - Tempo gasto para a onda percorrer a distância (L);
ρ - Massa específica.
Figura 19 – Equipamento utilizado para a propagação de ondas ultra-sônicas
longitudinais, gentilmente cedido pelo Departamento de Geologia da UFRJ.
Este ensaio teve duas etapas distintas. A primeira foi a determinação da
velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas longitudinais nos corpos-de-prova a
serem utilizados para os ensaios de flexão (dimensões de 20 x 10 x 5 cm), com 5
amostras para cada tipo de rocha. Em outra etapa, este ensaio foi realizado nas
amostras que estavam sendo utilizadas no ataque químico (com dimensões
aproximadamente cúbicas com 4,5 cm de aresta e 12 corpos-de-prova). A cada 10
ciclos de ataque químico, verificava-se a velocidade de propagação de ondas do
material.
37
3.1.9 Análise Petrográfica
A análise petrográfica é realizada através de exames macroscópico e
microscópico, que permitem identificar a natureza ou tipo de rocha, os minerais
presentes e suas interrelações, o grau de alteração, o estado microfissural dos cristais,
sua granulação e textura, além de outras características que possam influenciar na
durabilidade da rocha. Através dessa análise é possível se fazer uma reconstituição
histórica da rocha, em que se incluem informações que vão desde as condições
físico-químicas atuantes na época de sua formação até a identificação de eventos
geológicos (tectônicos, hidrotermais, metassomáticos, intempéricos) a que foi
submetida ao longo de sua existência (VIDAL, BESSA & LIMA, 1999). Certas
estruturas, como, por exemplo, a microfissuração, podem exercer papel relevante no
comportamento mecânico dos materiais rochosos, com influência significativa em
suas propriedades.
As análises petrográficas foram executadas no Departamento de Geologia da
UFRJ, sob a supervisão do Professor Emílio Velloso Barroso e contemplaram os
litotipos utilizados no ataque químico, com os nomes comercias: Amarelo Verniz,
Giallo Firenze, Ocre Itabira, Verde Ubatuba e Vermelho Brasília.
38
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste capítulo serão apresentados todos os resultados encontrados a partir dos
ensaios realizados na caracterização das rochas ornamentais abordadas neste estudo.
4.1 Índices Físicos
Os resultados dos índices físicos, massas específicas aparentes (seca e
saturada), absorção d’água aparente e porosidade aparente, estão apresentados na
Tabela 13, a seguir:
Tabela 13 – Médias dos índices físicos para as dezoito variedades estudadas.
# Nome comercial
Massa Específica (Kg/m³) Porosidade Absorção
Seca Saturada (%) (%)
1 Amarelo Verniz 2604 2618 1,3 0,5
2 Branco Torrone 2637 2647 1,0 0,4
3 Branco Romano 2614 2622 0,8 0,3
4 Carioca Gold 2615 2632 1,7 0,6
5 Giallo Fiorito 2623 2637 1,4 0,5
6 Giallo Ornamental 2619 2631 1,1 0,4
7 Giallo Firenze 2648 2659 1,1 0,4
8 Juparanã Rio 2615 2626 1,1 0,4
10 Labareda Gold 2610 2622 1,2 0,5
11 Midnight Green 2761 2769 0,8 0,3
12 Ocre Itabira 2727 2738 1,1 0,4
13 Piracema White 2649 2654 0,5 0,2
14 Santa Cecília 2635 2647 1,2 0,4
15 Venetian Gold 2625 2639 1,3 0,5
16 Verde Butterfly 2681 2690 1,0 0,4
17 Verde Ubatuba 2727 2737 1,0 0,4
18 Vermelho Brasilia 2620 2628 0,8 0,3
19 Giallo Antico 2619 2630 1,1 0,4
39
Para rochas silicáticas, as normas brasileiras não propõem limites de valores
dos índices físicos, mas FRAZÃO & FARJALLAT (1995, 1996) e a ASTM sugerem
os valores limites apresentados na Tabela 5.
De acordo com os limites propostos por FRAZÃO & FARJALLAT (1995,
1996) e/ou fixados pela ASTM C 615, em relação aos valores de massa específica
aparente, todos os litotipos têm valores satisfatórios, mas em se tratando da
porosidade aparente e da absorção d‘água aparente, apenas sete litotipos satisfazem
esses critérios (aproximadamente 39%), que são os seguintes: Branco Torrone,
Branco Romano, Midnight Green, Piracema White, Verde Butterfly, Verde Ubatuba
e Vermelho Brasília.
Ns Figuras 20 a 23 apresentam-se as distribuições das amostras, em relação
aos índices físicos.
Figura 20 - Distribuição dos valores referentes à massa específica aparente seca.
Figura 21 - Distribuição dos valores referentes à massa específica aparente saturada.
40
Figura 22 - Distribuição dos valores referentes à porosidade aparente.
Figura 23 - Distribuição dos valores referentes à absorção d’água aparente.
4.2 Resistência à Flexão
Os ensaios de resistência à flexão apresentaram valores com uma variação
muito grande, como pode ser observado na Tabela 14. Uma justificativa aceitável
para essa variação é a heterogeneidade dos materiais pétreos, que podem apresentar
pequenos “defeitos” imperceptíveis ao olho humano, mas que podem causar grandes
variações em suas propriedades físicas.
FRAZÃO & FARJALLAT (1995, 1996) sugerem um valor para a resistência
à flexão por 3 pontos maior que
10 MPa, enquanto a ASTM (C 615) fixa um limite
inferior de
10,34 MPa para esta característica. Desta forma, para a condição seca, 9
litotipos (50%) apresentam valores satisfatórios, enquanto na condição saturada
6%
17%
39%
72%
89%
94%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
Classes (%)
Frequência (%)
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Acumulada (%)
Limite sugerido por
FRAZÃO & FARJALLAT
6%
11%
39%
78%
94%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
Classes (%)
Frequência (%)
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Acumulada (%)
Limite sugerido por
FRAZÃO & FARJALLAT
e fixado pela ASTM
41
apenas 7 (menos de 40%) apresentam desempenho satisfatório. Ao se considerar as
duas condições, apenas 6 amostras se qualificam como satisfatórias (1/3 do total).
Tabela 14 – Média dos valores de resistência à flexão, na condição seca e saturada,
para os litotipos estudados e a variação de resistência apresentada nos ensaios.
# Nome Comercial
Resistência à Flexão (MPa)
Variação da
Resistência* (%)
Condição Seca Condição Saturada
1 Amarelo Verniz 10,5 7,9 -25
2 Branco Torrone 5,2 2,0 -62
3 Branco Romano 5,6 8,6 54
4 Carioca Gold 7,0 6,8 -3
5 Giallo Fiorito 9,7 8,1 -16
6 Giallo Ornamental 7,7 8,0 4
7 Giallo Firenze 8,8 6,1 -31
8 Juparanã Rio 13,0 14,1 8
10 Labareda Gold 12,6 12,6 0
11 Midnight Green 17,7 11,8 -33
12 Ocre Itabira 11,1 9,8 -12
13 Piracema White 22,5 10,6 -53
14 Santa Cecília 4,1 9,6 134
15 Venetian Gold 11,1 8,2 -26
16 Verde Butterfly 7,9 8,2 4
17 Verde Ubatuba 11,4 12,2 7
18 Vermelho Brasília 9,5 11,9 25
19 Giallo Antico 17,2 15,8 -8
Nota: Foram utilizados 3 corpos-de-prova em cada condição de ensaio.
* A variação da resistência que apresenta valores negativos, significa que houve perda de resistência
na condição saturada em relação à condição seca. Os valores positivos significam que houve aumento
de resistência na condição saturada em relação à condição seca.
4.3 Resistência ao Impacto
O ensaio de resistência ao impacto de corpo duro apresentou os resultados
ilustrados na Tabela 15.
A ASTM C 615 não propõe limites para o ensaio de impacto de corpo duro.
De acordo com FRAZÃO & FARJALLAT (1995, 1996), para que o material pétreo
não tenha restrições quanto ao uso na construção civil, é aconselhável utilizar rochas
com valores de altura de queda superiores a 40 cm. Pode-se concluir então, que em
relação aos valores da resistência ao impacto, todas as amostras estudadas
apresentam comportamento satisfatório.
42
Tabela 15 – Valores de resistência ao impacto de corpo duro para os litotipos
estudados, juntamente com a energia necessária para danificar as placas.
# Nome Comercial
Altura de queda (m) Energia
Média Máxima Mínima (J)
1 Amarelo Verniz 0,60 0,65 0,50 5,9
2 Branco Torrone 0,57 0,65 0,45 5,6
3 Branco Romano 0,59 0,70 0,50 5,8
4 Carioca Gold 0,46 0,50 0,40 4,5
5 Giallo Fiorito 0,48 0,65 0,40 4,7
6 Giallo Ornamental 0,50 0,55 0,40 4,9
7 Giallo Firenze 0,64 0,70 0,55 6,3
8 Juparanã Rio 0,54 0,70 0,45 5,3
10 Labareda Gold 0,60 0,65 0,55 5,9
11 Midnight Green 0,49 0,55 0,45 4,8
12 Ocre Itabira 0,52 0,55 0,45 5,1
13 Piracema White 0,48 0,50 0,45 4,7
14 Santa Cecília 0,50 0,55 0,45 4,9
15 Venetian Gold 0,52 0,55 0,45 5,1
16 Verde Butterfly 0,47 0,50 0,45 4,6
17 Verde Ubatuba 0,48 0,55 0,40 4,7
18 Vermelho Brasília 0,49 0,55 0,45 4,8
19 Giallo Antico 0,58 0,60 0,55 5,6
Nota: Foram utilizados 5 corpos-de-prova para cada tipo de rocha.
4.4 Resistência à Compressão Uniaxial
Na Tabela 16 são apresentados os valores correspondentes a resistência à
compressão uniaxial. FRAZÃO & FARJALLAT (1995, 1996) propõem o valor
mínimo para essa propriedade de 100 MPa para ensaios no estado seco e que a
relação dos valores de compressão uniaxial saturado/seco não seja inferior a 75%,
enquanto para a ASTM C-615 esse limite é de 131 MPa. Verifica-se, então, que os
resultados obtidos para esse ensaio se ajustam melhor ao limite de 100 MPa, com
100% das amostras apresentando valores maiores que este limite no estado seco e
50% no estado saturado. Quando comparado com o limite determinado pela ASTM,
43
a freqüência é reduzida para 50% no estado seco e aproximadamente 11% no estado
saturado.
É importante ressaltar que essa característica representa um valioso índice de
qualidade dos materiais rochosos, estando diretamente relacionada a outras
propriedades físicas, ao mesmo tempo em que depende da estrutura, textura, estado
microfissural e grau de alteração das rochas (VIDAL, BESSA & LIMA, 1999).
Tabela 16 - Resultados da resistência à compressão uniaxial (
qu), nos estados seco e
saturado e sua respectiva variação de resistência.
#
Nome Comercial
qu (MPa)
Variação de
Resistência (%)
Seco Saturado
1 Amarelo Verniz 125,0 81,3 -35,0
2 Branco Torrone 146,7 100,0 -31,8
3 Branco Romano 139,8 100,6 -28,0
4 Carioca Gold 158,0 90,1 -43,0
5 Giallo Fiorito 109,5 72,6 -33,7
6 Giallo Ornamental 156,9 88,9 -43,3
7 Giallo Firenze 124,8 68,5 -45,1
8 Juparanã Rio 101,4 111,5 10,0
10 Labareda Gold 146,5 103,0 -29,7
11 Midnight Green 111,2 107,6 -3,2
12 Ocre Itabira 114,7 82,6 -28,0
13 Piracema White 155,2 135,1 -13,0
14 Santa Cecília 129,8 102,5 -21,0
15 Venetian Gold 127,5 80,7 -36,7
16 Verde Butterfly 126,5 103,3 -18,3
17 Verde Ubatuba 149,0 97,1 -34,8
18 Vermelho Brasília 162,0 107,4 -33,7
19 Giallo Antico 161,1 131,3 -18,5
Nota: Foram utilizados 3 corpos-de-prova para cada condição de ensaio.
44
4.5 Congelamento e Degelo
Após o ensaio de gelo e degelo, para os valores de compressão uniaxial pode-
se verificar que, de acordo com a ASTM, apenas 28% das amostras no estado seco e
6% no estado saturado estão acima do valor limite proposto. Adotando-se os limites
sugeridos por FRAZÃO & FARJALLAT (1995, 1996), o resultado é mais
satisfatório, com 83% no estado seco e 17% no estado saturado das amostras
satisfazendo a condição proposta pelos autores.
Na Tabela 17 apresentam-se os resultados obtidos nos ensaios.
Tabela 17 - Resultados da compressão uniaxial antes e após o ensaio de
congelamento de degelo e seus respectivos valores de coeficiente de
enfraquecimento (
K).
#
Nome Comercial
qu (MPa) qu
cd
(MPa) K
Seco Saturado Seco Saturado Seco Saturado
1 Amarelo Verniz 125,0 81,3 142,8 60,4 1,1 0,7
2 Branco Torrone 146,7 100,0 106,5 53,1 0,7 0,5
3 Branco Romano 139,8 100,6 119,1 84,6 0,9 0,8
4 Carioca Gold 158,0 90,1 130,8 86,7 0,8 1,0
5 Giallo Fiorito 109,5 72,6 110,1 71,4 1,0 1,0
6 Giallo Ornamental 156,9 88,9 117,0 79,3 0,7 0,9
7 Giallo Firenze 124,8 68,5 97,2 68,9 0,8 1,0
8 Juparanã Rio 101,4 111,5 115,2 84,5 1,1 0,8
10 Labareda Gold 146,5 103,0 127,0 92,9 0,9 0,9
11 Midnight Green 111,2 107,6 183,1 91,4 1,6 0,8
12 Ocre Itabira 114,7 82,6 121,5 72,9 1,1 0,9
13 Piracema White 155,2 135,1 156,1 146,5 1,0 1,1
14 Santa Cecília 129,8 102,5 111,4 74,3 0,9 0,7
15 Venetian Gold 127,5 80,7 97,7 84,3 0,8 1,0
16 Verde Butterfly 126,5 103,3 96,5 72,4 0,8 0,7
17 Verde Ubatuba 149,0 97,1 113,6 99,3 0,8 1,0
18 Vermelho Brasília 162,0 107,4 176,4 107,5 1,1 1,0
19 Giallo Antico 161,1 131,3 152,0 106,7 0,9 0,8
Nota: qu – resistência à compressão uniaxial da rocha no estado natural; qu
cd
– resistência à
compressão uniaxial após ensaio de congelamento e degelo.
Observa-se que os resultados apresentados na Tabela 17 ajustam-se melhor
aos limites propostos por FRAZÃO & FARJALLAT (1995, 1996). Era um resultado
esperado, pois o seu estudo foi realizado com rochas silicáticas brasileiras, de clima
tropical, ao contrário dos valores fixados pela ASTM, que tem como base as rochas
de clima subtropical.
45
4.6 Ataque Químico
O ataque químico consistiu em submeter as amostras selecionadas ao ataque
de produtos químicos agressivos, como ácido clorídrico e hidróxido de potássio,
indicado pelo anexo H da norma NBR 13818/1997 e também um produto utilizado
na limpeza diária, o detergente, pelo fato do produto causar manchamento em pias e
bancadas.
As amostras foram escolhidas de acordo com a análise visual. Nessa análise
tentou-se escolher amostras variadas, com diferentes tamanhos de grãos e quantidade
aparente de minerais máficos.
A seguir, serão apresentados os resultados dos ensaios realizados com o
andamento do ataque químico.
4.6.1 Variação dos Índices Físicos
4.6.1.1
Massa Específica Seca
Pode-se observar que a massa específica aparente seca, tanto para o ácido
clorídrico quanto para o hidróxido de potássio, tiveram uma diminuição considerável
nos seus valores, enquanto que o detergente não causou modificações consideráveis.
Em termos percentuais, a massa específica aparente sofreu perdas de, no
máximo, 2%. Isto ocorre porque o ataque químico provavelmente só altera a
superfície das amostras.
Na Figura 24, estão apresentadas as variações da massa específica aparente
seca para os cinco tipos de rochas estudados.
46
2560
2570
2580
2590
2600
2610
0 1020304050
Ciclos
Massa espefica seca (kg/
)
HCl KOH Detergente
(a)
2610
2620
2630
2640
2650
2660
2670
0 1020304050
Ciclos
Massa específica seca (kg/
)
HCl KOH Detergente
(b)
2660
2670
2680
2690
2700
2710
2720
2730
0 1020304050
Ciclos
Massa específica seca (kg/
)
HCl KOH Detergente
(c)
47
2620
2640
2660
2680
2700
0 1020304050
Ciclos
Massa específica seca (kg/m³
)
HCl KOH Detergente
(d)
2590
2600
2610
2620
2630
01020304050
Ciclos
Massa específica seca (kg/m³
)
HCl KOH Detergente
(e)
Figura 244 - Variação da massa específica seca mediante ataque químico. (a)
Amarelo Verniz; (b) Giallo Firenze; (c) Ocre Itabira (d) Verde Ubatuba; (e)
Vermelho Brasília.
4.6.1.2
Massa Específica Saturada
A massa específica aparente saturada apresentou a mesma tendência de
comportamento da massa específica aparente seca, como pode ser visto na Figura 25.
48
2580
2590
2600
2610
2620
0 1020304050
Ciclos
Massa específica saturad
a
(kg/)
HCl KOH Detergente
(a)
2630
2640
2650
2660
2670
2680
0 1020304050
Ciclos
Massa específica saturad
a
(kg/m³)
HCl KOH Detergente
(b)
2680
2690
2700
2710
2720
2730
2740
0 1020304050
Ciclos
Massa específica saturad
a
(kg/m³)
HCl KOH Detergente
(c)
49
2640
2660
2680
2700
2720
0 1020304050
Ciclos
Massa específica saturad
a
(kg/m³)
HCl KOH Detergente
(d)
2600
2610
2620
2630
2640
0 1020304050
Ciclos
Massa específica saturad
a
(kg/m³)
HCl KOH Detergente
(e)
Figura 25 - Variação da massa específica saturada mediante ataque químico. (a)
Amarelo Verniz; (b) Giallo Firenze; (c) Ocre Itabira (d) Verde Ubatuba; (e)
Vermelho Brasília.
4.6.1.3
Porosidade Aparente
A variação da porosidade aparente apresentou resultados diferentes para os
tipos de ataque. Assim como aconteceu com a massa específica, para os ataques com
HCl e KOH, os valores de porosidade seguiram uma tendência de crescimento, o que
é mais lógico, pois estas substâncias atacam os minerais presentes na superfície das
amostras. Já com o detergente, a porosidade aparente das amostras teve um
decréscimo muito pequeno no seu valor (com exceção do tipo Verde Ubatuba, que
sofreu um pequeno aumento nos valores de porosidade, por motivos que requerem
estudos mais aprofundados).
50
De acordo com os limites sugeridos por FRAZÃO & FARJALLAT (1995,
1996), as amostras que inicialmente apresentavam valores de porosidade aparente
satisfatórios, após o ensaio com HCl e KOH, seus valores ultrapassam o valor
sugerido por esses autores. Como o detergente causou, na maioria das amostras, uma
diminuição da porosidade aparente, o caso mais interessante foi o do Giallo Firenze,
que inicialmente não satisfazia a condição e após o ataque, teve seu valor reduzido à
ponto de estar abaixo do limite sugerido.
Após o ataque com detergente todas as amostras apresetaram um decréscimo
nos valores de porosidade aparente, para isso tem-se duas explicações plausíveis: as
substâncias presentes no detergente agiram como “tampões” nos poros da rocha ( o
que explica o manchamento em pias e bancadas); ou os minerais presentes na rocha
estão sendo intemperizados, resultando em substâncias de maior volume, o que
acarreta num fechamento dos poros.
Na Figura 26 mostram-se os resultados para a variação da porosidade
aparente sofrida devido o ataque químico.
0,9
1,1
1,3
1,5
1,7
1,9
2,1
2,3
2,5
01020304050
Ciclos
Porosidade aparente (%
)
HCl KOH Detergente
(a)
51
0,5
0,7
0,9
1,1
1,3
1,5
1,7
1,9
2,1
2,3
0 1020304050
Ciclos
Porosidade aparente (%
)
HCl KOH Detergente
(b)
0,5
0,7
0,9
1,1
1,3
1,5
1,7
1,9
01020304050
Ciclos
Porosidade aparente (%
)
HCl KOH Detergente
(c)
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
0 1020304050
Ciclos
Porosidade aparente (%
)
HCl KOH Detergente
(d)
52
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
01020304050
Ciclos
Porosidade aparente (%
)
HCl KOH Detergente
(e)
Figura 26 - Variação da porosidade aparente mediante ataque químico. (a) Amarelo
Verniz; (b) Giallo Firenze; (c) Ocre Itabira (d) Verde Ubatuba; (e) Vermelho
Brasília.
4.6.1.4
Absorção Aparente
A absorção aparente seguiu a mesma tendência da porosidade aparente, pois a
absorção aparente depende da quantidade de poros acessíveis na superfície da rocha.
Os resultados estão apresentados na Figura 27.
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
0 1020304050
Ciclos
Absorção aparente (%)
HCl KOH Detergente
(a)
53
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
0 1020304050
Ciclos
Absorção aparente (%)
HCl KOH Detergente
(b)
0,1
0,3
0,5
0,7
01020304050
Ciclos
Absorção aparente (%)
HCl KOH Detergente
(c)
0,2
0,4
0,6
0,8
0 1020304050
Ciclos
Absorção aparente (%)
HCl KOH Detergente
(d)
54
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
01020304050
Ciclos
Absorção aparente (%)
HCl KOH Detergente
(e)
Figura 27 - Variação da absorção aparente mediante ataque químico. (a) Amarelo
Verniz; (b) Giallo Firenze; (c) Ocre Itabira (d) Verde Ubatuba; (e) Vermelho
Brasília.
4.6.2 Variação da Velocidade de Propagação de Ondas Ultra-sônicas
Longitudinais
De maneira geral, pode-se observar na Figura 28 que todos os litotipos
apresentaram um comportamento semelhante, sofrendo uma queda aos 20 ciclos,
seguida de um pequeno aumento. Com esse comportamento, pode-se supor que,
inicialmente, houve um ataque nos minerais das rochas, causando um possível
lixiviamento de material e conseqüente diminuição na velocidade de propagação de
ondas. Em seguida, ocorreu um ataque nos minerais que ficaram desprotegidos,
originando minerais secundários, com maior volume, com isso, um pequeno aumento
nos valores de velocidade de propagação de ondas. Contudo, essa teoria deve ser
estudada para haver uma confirmação.
55
2500
3000
3500
4000
4500
0 10203040
Ciclos
v (m/s)
HCl KOH Detergente
(a)
3000
3500
4000
4500
5000
0 10203040
Ciclos
v (m/s)
HCl KOH Detergente
(b)
3000
3500
4000
4500
5000
0 10203040
Ciclos
v (m/s)
HCl KOH Detergente
(c)
56
3000
3500
4000
4500
5000
5500
0 10203040
Ciclos
v (m/s)
HCl KOH Detergente
(d)
4000
4500
5000
5500
6000
0 10203040
Ciclos
v (m/s)
HCl KOH Detergente
Figura 28 - Variação da velocidade de propagação de ondas mediante ataque
químico. (a) Amarelo Verniz; (b) Giallo Firenze; (c) Ocre Itabira (d) Verde Ubatuba;
(e) Vermelho Brasília.
Após os 40 ciclos de ataque químico apenas as amostras Ocre Itabira e
Vermelho Brasília, apresentaram valores de velocidade de propagação de ondas
superiores a 4000 m/s, sugerido por FRAZÃO & FARJALLAT (1995,1996). Um
fato interessante é que o Ocre Itabira, para 20 e 30 ciclos apresentou valores
inferiores ao limite sugerido pelos autores.
Outro fato interessante é que os litotipos Amarelo Verniz e Giallo Firenze
apresentaram valores iniciais menores que o proposto pelos autores e, expostos ao
KOH, tiveram os valores de velocidade de propagação de ondas elevados à uma
condição que satisfaz a sugestão dos autores. Para explicar esse comportamento,
sugere-se estudos mais aprofundados.
57
4.6.3 Variação da Resistência à Compressão Puntiforme
A resistência à compressão puntiforme apresentou, na maioria dos casos, um
decréscimo no seu valor, confirmando a ação prejudicial dos produtos químicos nas
características mecânicas das rochas, com uma perda média de 33% para ataque com
HCl e 32% para ataque com KOH e detergente. Outro aspecto importante foi a
transformação sofrida pelas amostras, em relação à estética, que pode ser verificada
nas Figuras 29 a 33. A maior perda foi observada para o Verde Ubatuba/KOH com
diminuição de 65% no valor da resistência (Figuras 34 a 36).
O litotipo Amarelo Verniz apresentou um comportamento diferente das outras
amostras, no caso do ataque químico com HCl e KOH, houve um aumento na sua
resistência à compressão puntiforme de 50% do seu valor inicial.
Figura 29 – Litotipo Amarelo Verniz após 40 ciclos.
HCl
KOH
Detergente
58
Figura 30 – Litotipo Giallo Firenze após 40 ciclos.
Figura 31 – Litotipo Ocre Itabira após 40 ciclos.
Figura 32 – Litotipo Verde Ubatuba após 40 ciclos.
HCl
KOH
Detergente
HCl
KOH
Detergente
HCl
KOH
Detergente
59
Figura 33 – Litotipo Vermelho Brasília após 40 ciclos.
2
3
4
5
6
7
050
Ciclos
IS
50
(MPa)
Amarelo Verniz Giallo Firenze Ocre Itabira Verde Ubatuba Vermelho Brasília
Figura 34 - Variação da resistência à compressão puntiforme das amostras mediante
ataque com ácido clorídrico.
2
3
4
5
6
7
050
Ciclos
IS
50
(MPa)
Amarelo Verniz Giallo Firenze Ocre Itabira Verde Ubatuba Vermelho Brasília
Figura 35 - Variação da resistência à compressão puntiforme das amostras mediante
ataque com hidróxido de potássio.
HCl
KOH
Detergente
60
2
3
4
5
6
7
050
Ciclos
IS
50
(MPa)
Amarelo Verniz Giallo Firenze Ocre Itabira Verde Ubatuba Vermelho Brasília
Figura 36 - Variação da resistência à compressão puntiforme das amostras mediante
ataque com detergente.
De modo geral, a substância mais agressiva foi o ácido clorídrico, que causou
prejuízos estéticos atacando os minerais máficos e, consequentemente descolorindo a
superfície das rochas e prejuízos físicos como aumento considerável da porosidade e
da absorção, diminuição da massa específica e, conseqüente diminuição da
resistência das rochas. O aumento da resistência observado no litotipo Amarelo
Verniz, para o ataque químico com ácido clorídrico e hidróxido de potássio deve ser
objeto de futuros estudos, para verificar a possível causa de tal aumento.
4.7 Resistência à Compressão Puntiforme
Pode-se observar na Tabela 18 que os valores de resistência à compressão
puntiforme mostram uma grande variação (um mínimo de 2,62 MPa para o amarelo
Verniz e um máximo de 10,57 MPa para o Piracema White).
Outro fato importante a destacar é o valor da relação compressão uniaxial e
compressão puntiforme. Um valor empírico admitido é que a compressão uniaxial é
24 vezes a compressão puntiforme, para corpos-de-prova cilíndricos e relação
altura/diâmetro igual a 2. A média para esta relação, para as amostras estudadas foi
de 31, com valores que variaram de 14,68 para o Piracema White a 47,77 para o
Amarelo Verniz, para corpos-de-prova cúbicos.
61
Tabela 18 - Valores de compressão puntiforme (
IS
50
), compressão uniaxial (qu) e
valor da relação entre os valores médios de resistências (
qu/IS
50
).
# Nome Comercial
IS
50
(MPa)
qu
(MPa)
qu/IS
50
1 Amarelo Verniz 2,62 125,00 47,77
2 Branco Torrone 3,26 146,70 44,97
3 Branco Romano 3,83 139,80 36,51
4 Carioca Gold 4,37 158,00 36,16
5 Giallo Fiorito 4,43 109,50 24,74
6 Giallo Ornamental 3,71 156,90 42,29
7 Giallo Firenze 3,03 124,80 41,15
8 Juparanã Rio 5,84 101,40 17,35
10 Labareda Gold 3,96 146,50 36,96
11 Midnight Green 7,56 111,20 14,71
12 Ocre Itabira 4,82 114,70 23,78
13 Piracema White 10,57 155,20 14,68
14 Santa Cecília 4,23 129,80 30,70
15 Venetian Gold 3,07 127,50 41,52
16 Verde Butterfly 4,29 126,50 29,49
17 Verde Ubatuba 5,99 139,70 23,32
18 Vermelho Brasília 6,25 162,00 25,91
19 Giallo Antico 5,23 161,10 30,83
Valor Médio 4,84 135,35 31,27
Pode-se observar que a relação
qu/IS
50
apresentou valores maiores que o valor
empírico admitido para essa relação. Com base nessa observação, pode-se concluir
que o método de ensaio utilizado na compressão uniaxial resulta em valores que
majoram essa propriedade.
62
4.8 Velocidade de Propagação de Ondas Ultra-sônicas Longitudinais
Pode-se observar que 89% das amostras estudadas apresentam valor
satisfatório. O maior valor para velocidade de propagação de ondas foi 5634 m/s, do
litotipo Midnight Green, e o menor valor foi observado para o Amarelo Verniz, com
3485 m/s. Na Tabela 19 estão indicados os resultados.
Ainda, segundo as sugestões dos autores supracitados, o módulo de
elasticidade estático deve apresentar um valor superior a 30 GPa. Os resultados
indiretos para esta propriedade, utilizando a equação 3.12, qualificam todas as rochas
ensaiadas neste trabalho, sendo o menor valor encontrado de 31,63 GPa para o
Amarelo Verniz e o maior valor, 87,64 GPa para o Midnight Green. Deve-se destacar
que os valores do módulo de elasticidade dinâmico aqui apresentado foram
calculados de forma indireta.
Tabela 19 - Valores médios da velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas
longitudinais (
v) e módulo de elasticidade dinâmico (E).
# Nome Comercial v (m/s) E (GPa)
1 Amarelo Verniz 3485,39 31,63
2 Branco Torrone 3914,43 40,41
3 Branco Romano 4217,97 46,51
4 Carioca Gold 4054,37 42,99
5 Giallo Fiorito 4783,42 60,02
6 Giallo Ornamental 4113,72 44,32
7 Giallo Firenze 4249,82 47,83
8 Juparanã Rio 4977,12 64,78
10 Labareda Gold 4505,07 52,97
11 Midnight Green 5634,15 87,64
12 Ocre Itabira 4972,94 67,44
13 Piracema White 4841,12 62,08
14 Santa Cecília 4915,28 63,66
15 Venetian Gold 4564,68 54,70
16 Verde Butterfly 4066,93 44,34
17 Verde Ubatuba 5467,09 81,51
18 Vermelho Brasília 5434,27 77,37
19 Giallo Antico 4882,54 62,43
63
4.9 Análise Petrográfica
As análises petrográficas foram realizadas com base em apenas uma lâmina
para cada tipo de rocha. Sabe-se que, dependendo da variabilidade das ocorrências na
lavra e da amostragem, as classificações podem variar um pouco, sobretudo para
aquelas rochas que caem próximas ao limite de diferentes campos.
A análise petrográfica, que contemplou apenas as amostras estudadas no
ataque químico, apresentou os resultados descritos a seguir.
4.9.1 Amarelo Verniz
Trata-se de uma rocha holocristalina (100% de cristais). Os minerais
apresentam-se sub-édricos, com exceção do quartzo (anédrico). O índice de cor
(percentual de minerais máficos) é baixo, de aproximadamente 2%. A rocha possui
textura fanerítica e inequigranular. Com relação ao tamanho médio dos minerais,
pode-se afirmar que a rocha tem textura grossa (diâmetro dos cristais maior que 5
mm).
A rocha apresenta forte manchamento amarelo-ocre distribuído no contorno
dos grãos ou em fissuras (Figuras 37 a 39). Observa-se forte sericitização na
superfície dos plagioclásios e feldspatos.
Figura 37 - Nicóis paralelos. Aspecto de manchamento causado, possivelmente por
óxido de ferro.
64
Figura 38 - Nicóis cruzados. Sericitização da superfície dos plagioclásios (P).
Figura 39 - Nicóis cruzados. Detalhe dos plagioclásios alterados.
Tabela 20 - Minerais encontrados no litotipo Amarelo Verniz e seus respectivos
porcentuais.
Minerais Porcentuais
Álcali-feldspato 38
Quartzo 32
Plagioclásio 23
Mica branca 5,0
Biotita 1,0
Clorita 1,0
Opacos traços
65
Somando-se os percentuais de Plagioclásio, Quartzo e Álcali-feldspato (93%)
e recalculando-se as porcentagens relativas entre esses três minerais, pode-se usar o
diagrama ternário (Figura 57) com a classificação de STRECKHEISEN (1979) e a
IUGS (International Union of Geological Sciences) (1973) apud SIAL & McREATH
(1984), classificando a rocha como um
Granito.
4.9.2 Giallo Firenze
O Giallo Firenze é uma rocha holocristalina (100% de cristais). Os minerais
apresentam-se sub-édricos. O índice de cor (percentual de minerais máficos) é baixo,
de aproximadamente 2%. A rocha possui textura fanerítica e inequigranular. Com
relação ao tamanho médio dos minerais, pode-se afirmar que a rocha tem textura
grossa (diâmetro dos cristais maior que 5 mm).
Observa-se nas Figuras 40 a 43 que os grãos de quartzo e feldspato
apresentam-se com microfissuras internas aos grãos, frequentemente, ocupando toda
a extensão dos mesmos. As superfícies dos feldspatos e plagioclásios encontram-se
fortemente sericitizadas (alteradas).
Figura 40 - Nicóis cruzados. Grão de álcali feldspato fissurado e com alteração
(sericita) em sua superfície.
66
Figura 41 - Nicóis paralelos. Alteração e manchamento da rocha.
Figura 42 - Nicóis cruzados. Mesma posição na lâmina da foto anterior. Nota-se um
plagioclásio com a superfície alterada.
67
Figura 43 - Nicóis cruzados. Textura de intercrescimento entre álcali-feldspato e
quartzo.
Tomando os valores dos porcentuais dos principais minerais presentes na
amostra, apresentados na Tabela 21 e somando-se os percentuais de Plagioclásio,
Quartzo e Álcali-feldspato (97%) e recalculando-se as porcentagens relativas entre
esses três minerais, pode-se usar o diagrama ternário (Figura 57) para classificar a
rocha como um
Granito.
Tabela 21 - Minerais encontrados no litotipos Giallo Firenze e seus respectivos
porcentuais.
Minerais Porcentuais
Quartzo 38,8
Álcali-feldspato 34,0
Plagioclásio 24,2
Biotita 2,0
Zircão 0,5
Opacos 0,5
4.9.3 Ocre Itabira
O Ocre Itabira também é uma rocha holocristalina (100% de cristais) e os
minerais apresentam-se sub-édricos, com exceção dos opacos (anédricos) e dos
plagioclásios (de sub-édricos a euédricos). A rocha apresenta índice de cor
(percentual de minerais máficos) de aproximadamente 15% e tem textura porfirítica
68
inequigranular. Com relação ao tamanho médio dos minerais, pode-se afirmar que a
rocha tem textura grossa (diâmetro dos cristais maior que 5 mm). Os pórfiros são de
plagioclásio e feldspato. Pode-se observar, ainda, que os grãos porfiríticos de álcali-
feldspatos encontram-se fortemente fissurados (Figuras 44 a 46).
Figura 44 - Nicóis cruzados. Notar aspecto textural fortemente inequigranular. Pode-
se observar também a alteração desenvolvida na superfície dos álcali-feldspatos
(KF).
Figura 45 - Nicóis paralelos. Traços da clivagem na superfície do anfibólio (A) bem
delineados por material de preenchimento (possivelmente óxido de ferro
precipitado).
69
Figura 46 - Nicóis paralelos. Aspecto semelhante ao da Figura 67 verificado para os
traços da clivagem na superfície das biotitas (B).
Somando-se os percentuais de Plagioclásio, Quartzo e Álcali-feldspato (84%)
e recalculando-se as porcentagens relativas entre esses três minerais, pode-se usar o
diagrama ternário (Figura 57) para classificar a rocha como sendo um
Granodiorito.
Tabela 22 - Minerais encontrados no litotipo Ocre Itabira e seus respectivos
porcentuais.
Minerais Porcentuais
Plagioclásio 40
Quartzo 25
Álcali-feldspato 19
Anfibólio 9
Biotita 4
Opacos 2
Zircão 1
70
4.9.4 Verde Ubatuba
O Verde Ubatuba é uma rocha holocristalina (100% de cristais), de cristais
sub-édricos ou hipidiomórficos (apenas algumas faces características do hábito
cristalino podem ser identificadas nas lâminas) e predominantemente inequigranular
(os cristais minerais diferem substancialmente em tamanho). Com relação ao
tamanho médio dos minerais, pode-se afirmar que a rocha tem textura grossa
(diâmetro dos cristais maior que 5 mm). As características podem ser observadas nas
Figuras 47 a 51.
Figura 47 - Nicóis paralelos. Pode-se observar o contato entre os grãos manchados
(cor ocre - setas azuis) e também algumas fissuras dentro de grãos (setas vermelhas).
Figura 48 - Nicóis Cruzados. Mesma imagem da foto anterior. O mineral cortado
pelas fissuras (ou micro-fraturas) é um álcali-feldspato (feldspato potássico – KF).
71
Pode-se observar que um dos conjuntos de fissuras parece estar relacionado com a
clivagem mineral (setas azuis) e o outro se dispõe ortogonalmente (setas vermelhas).
Figura 49 - Nicóis paralelos. Pode-se observar manchamentos (setas azuis) que
talvez estejam relacionados a liberação de ferro em minerais como a biotita (B), o
anfibólio (A) e o piroxênio (Px).
Figura 50 - Nicóis paralelos. Detalhe da superfície de um piroxênio e suas fissuras
preenchidas por material (possivelmente Ferro). Isso comprova que o manchamento
da superfície da rocha, visto nas imagens anteriores deve estar relacionado com a
alteração das biotitas, anfibólios e piroxênios.
72
Figura 51 - Nicóis Cruzados. Observa-se a superfície bastante límpida dos
plagioclásios (P), denotando que esses minerais ainda se encontram muito bem
preservados, não alterados.
Somando-se os percentuais de Plagioclásio, Quartzo e Álcali-feldspato (77%)
e recalculando-se as porcentagens relativas entre esses três minerais, pode-se usar o
diagrama ternário (Figura 57), classificando a rocha como um
Quartzo-monzonito.
Tabela 23 - Minerais encontrados no litotipo Verde Ubatuba e seus respectivos
porcentuais.
Minerais Porcentuais
Plagioclásio 39,1
Quartzo 13,9
Álcali-feldspato 24,0
Biotita 8,7
Anfibólio 7,3
Orto-Piroxênio 5,2
Opacos 1,7
Zircão 0,1
73
4.9.5 Vermelho Brasília
Assim como todas as rochas que foram submetidas à análise petrográfica, o
Vermelho Brasília também é uma rocha holocristalina (100% de cristais), os
minerais apresentam-se sub-édricos, com índice de cor (percentual de minerais
máficos) de aproximadamente 3% e tem textura inequigranular. Com relação ao
tamanho médio dos minerais, pode-se afirmar que a rocha tem textura grossa
(diâmetro dos cristais maior que 5 mm). Suas principais características podem ser
observadas nas Figuras 52 a 56.
Figura 52 - Nicóis paralelos. Alteração das biotitas (B), onde se nota a clivagem
realçada possivelmente por óxido de ferro.
Figura 53 - Nicóis cruzados. Mesma imagem da figura anterior. Pode-se observar a
superfície alterada dos álcali-feldspatos (KF).
74
Figura 54 - Nicóis cruzados. Pode-se observar que a alteração da superfície também
afeta os plagioclásios (P).
Figura 55 - Nicóis paralelos. Detalhe da transformação da biotita(B) em clorita (C).
Apenas com a análise petrográfica não é possível afirmar se esse processo é resultado
de alteração intempérica. Pode ser produto de alteração hidrotermal.
75
Figura 56 - Nicóis cruzados. Idem Figura 55.
Somando-se os percentuais de Plagioclásio, Quartzo e Álcali-feldspato (97%)
e recalculando-se as porcentagens relativas entre esses três minerais, pode-se usar o
diagrama ternário (Figura 57) para classificar a rocha como sendo um
Álcali Granito.
Tabela 24 - Minerais encontrados no litotipo Vermelho Brasília e seus respectivos
porcentuais.
Minerais Porcentuais
Plagioclásio 6,1
Quartzo 22,1
Álcali-feldspato 68,8
Biotita 2,4
Opacos 0,6
A Figura 57 apresenta o diagrama ternário com a classificação das amostras
submetidas à análise petrográfica.
76
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
1
0.9
0.8
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
1
0.9
0.8
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
Classificação Petrográfica
Verde Ubatuba
Ocre Itabira
Giallo Firenze
Vermelho Brasília
Amarelo Verniz
1A
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14 15
1B
Quartzo
Á
lcali-Feldspato
Plagioclásio
Nota: 1A – Quartzolito; 1B – Granitóide rico em quartzo; 2 – Álcali-feldspato-granito (álcali-granito – quando os granitos
contêm piroxênios ou anfibólios alcalinos); 3 – Granito; 4 – Granodiorito; 5 – Tonalito; 6 – Quartzo-álcali-feldspato-sienito; 7 –
Quartzosienito; 8 – Quartzomonzonito; 9 – Quartzo-monzodiorito ou quartzo-monzogabro; 10 – Quartzo-diorito ou quartzo-
gabro; 11 – Álcali-feldspato-sienito; 12 – Sienito; 13 – Monzonito; 14 – Monzodiorito ou monzogabro; 15 – Diorito ou gabro.
Figura 57 - Diagrama ternário das amostras e suas respectivas classificações.
STRECKHEISEN (1979) e IUGS (International Union of Geological Sciences)
(1973) apud SIAL & McREATH (1984).
77
4.10 Correlações entre as propriedades Físicas e Mecânicas das Rochas
O coeficiente de determinação (
R
2
) encontrado para estas duas propriedades
foi de 21%, apresentado na Figura 58.
A relação encontrada para as propriedades é a seguinte:
45,270158,0
+
= vqu
sat
(4.1)
Em que:
qu
sat
- Resistência à compressão uniaxial (MPa);
v - Velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas longitudinais (m/s).
Tirar as revisões bibliográficas.
y = 0,0158x + 27,45
R
2
= 0,2108
60
70
80
90
100
110
120
130
140
3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000
v (m/s)
qu satt (Mpa)
Figura 58 - Correlação entre a velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas
longitudinais e resistência à compressão uniaxial.
A correlação entre velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas
longitudinais e resistência à compressão uniaxial apresentada não proporcionou
resultado satisfatório tanto para a condição seca do ensaio de compressão uniaxial
quanto para a condição saturada. Para a correlação entre
v e compressão puntiforme,
os resultados são mais satisfatórios e estão apresentados na Figura 59.
O coeficiente de determinação (
R
2
) encontrado para a relação entre velocidade
de propagação de ondas e resistência à compressão puntiforme foi de 75%,
apresentado na Figura 59.
78
A relação encontrada para as propriedades é a seguinte:
2251,40019,0
50
= vIS
(4.2)
Em que:
IS
50
- Resistência à compressão puntiforme (MPa);
v - Velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas longitudinais (m/s).
y = 0,0019x - 4,2251
R
2
= 0,7512
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000
v (m/s)
IS
50
(MPa)
Figura 59 - Correlação entre a velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas
longitudinais e resistência à compressão puntiforme.
A relação entre absorção d`água aparente e porosidade aparente apresentou a
correlação descrita pela Equação 4.3, a seguir.
aa
η
α
=
3795,0
(4.3)
Em que:
αa - Absorção d’água aparente;
ηa - Porosidade aparente.
Como pode ser observado na Figura 60, existe uma relação direta entre a
porosidade e absorção. (Para o presente estudo, o coeficiente de determinação entre
as duas propriedades foi de 99,5%).
79
y = 0,3795x
R
2
= 0,9950
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,50,60,70,80,91,01,11,21,31,41,5
Porosidade Aparente (%)
Absorção D'Água Aparente (%)
Figura 60 - Correlação entre porosidade aparente e absorção d’água aparente para os
litotipos estudados.
Tomando a equação 4.3 e adotando o valor proposto pela ASTM para o limite
da absorção d’água aparente de 0,4%, encontramos o valor de 1,05% para a
porosidade aparente, que está bem próximo ao limite proposto por FRAZÃO &
FARJALLAT (1995, 1996), que é de 1,0%.
Assim, como existe uma excelente correlação entre porosidade e absorção,
existe uma forte correlação entre a massa específica aparente saturada e a massa
específica aparente seca, pois essa variação depende da absorção aparente das rochas.
Essa correlação é dada pela equação 4.4.
862,919693,0
sec
+
=
γ
γ
sat
(4.4)
Em que:
γ
sat
- massa específica aparente saturada;
γ
sec
- massa específica aparente seca.
Para os resultados obtidos neste trabalho, a relação entre módulo de ruptura
(resistência à flexão) e velocidade de propagação de ondas (
v), com coeficiente de
determinação de 50% é descrita pela equação 4.5 e pela Figura 61:
4313,60034,0
= vMR
(4.5)
80
y = 0,0034x - 6,4313
R
2
= 0,4964
0
2
4
6
8
10
12
14
16
3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000
v (m/s)
Flexão (MPa)
Figura 61 – Correlação entre velocidade de propagação de ondas longitudinais e
resistência à flexão das amostras estudadas.
Nesse trabalho, a relação entre a resistência à compressão uniaxial e
resistência à flexão foi melhor para o estado saturado (Figura 62), com um
coeficiente de determinação de 49%, enquanto que, para o estado seco, esta
correlação não apresentou um resultado satisfatório, definida pela equação 4.6.
787,454576,5
+
= tfqu
(4.6)
Em que:
qu - Resistência à compressão uniaxial;
tf - Resistência à tração na flexão.
y = 5,4576x + 45,787
R
2
= 0,4935
70,0
80,0
90,0
100,0
110,0
120,0
130,0
140,0
57911131517
Flexão (MPa)
qu (MPa)
Figura 62 – Correlação entre flexão e compressão uniaxial.
81
5. CONCLUSÕES
Os dados obtidos no presente trabalho permitem concluir que, de maneira
geral, os resultados de todos os ensaios se ajustam melhor aos valores propostos por
FRAZÃO & FARJALLAT (1995, 1996), provavelmente pelo fato de serem rochas
brasileiras, assim como as utilizadas no trabalho dos autores.
Os resultados encontrados no trabalho e a literatura consultada deixam claro
que o corpo-de-prova utilizado no ensaio de resistência à compressão uniaxial
influencia no resultado final obtido. Sugere-se a mudança das dimensões do mesmo,
de maneira a minimizar a influência no resultado final.
A saturação das amostras causa perda 26%, em média, na resistência à
compressão uniaxial e perdas de até 62% na resistência à flexão. Essas variações
podem ser resultados desde variações químicas e mineralógicas na formação das
rochas até resultado de diferentes esforços atuantes no maciço, causando
microfissuração, por exemplo. Porém, esta informação necessita de confirmação
através da análise de lâminas petrográficas e químicas de todas as amostras.
Em relação aos índices físicos, as amostras estudadas apresentaram um
comportamento satisfatório para as massas específicas, seca e saturada. Já para a
absorção d’água e porosidade aparentes, os resultados encontrados, aliados às
análises petrográficas de algumas amostras, leva-se a concluir que alguns litotipos
estudados apresentam alterações nos minerais, ou seja, encontram-se intemperizados,
o que explica os valores elevados.
Para a resistência ao impacto, as amostras estudadas tiveram um desempenho
satisfatório, sendo o valor máximo encontrado (média de 0,64 m) para o litotipo
Giallo Firenze e o mínimo para o litotipo Carioca Gold (média de 0,46 m).
O ensaio de congelamento e degelo provocou uma perda de resistência média
de 6% na condição seca e 13% na condição saturada. Adicionalmente detectou-se
que o número de ciclos determinado pela norma é reduzido, pois como as rochas
silicáticas têm uma baixa porosidade aparente, os 25 ciclos foram insuficientes para
causar perdas significativas na resistência à compressão.
82
Para o ataque químico, além dos prejuízos estéticos causados pela ação dos
produtos químicos, observaram-se grandes alterações nas propriedades físicas das
rochas. Uma constatação importante é que o detergente causou uma diminuição
média de 25% nos valores de porosidade aparente e absorção aparente. Sugere-se,
para futuros estudos, verificar a verdadeira causa de tal modificação nos valores. É
aconselhável a elaboração de um procedimento específico para a realização de
ensaios de ataque químico em rochas ornamentais, visto que as amostras sofreram
consideráveis danos estéticos e físicos.
Com o ensaio de resistência à compressão puntiforme, pôde-se obter a relação
resistência à compressão uniaxial / compressão puntiforme para os litotipos
estudados, útil para efeito de comparação entre resultados de outros pesquisadores,
destacando-se que os corpos-de-prova utilizados na compressão uniaxial têm formato
cúbico. Pôde-se notar que, se comparados ao valor utilizado na mecânica das rochas,
o método de ensaio para compressão uniaxial utilizado em rochas ornamentais
resulta em valores majorados para essa propriedade.
De acordo com o valor sugerido por FRAZÃO & FARJALLAT para a
velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas longitudinais, pôde-se verificar que
apenas dois litotipos (Amarelo Verniz e Branco Torrone) não satisfizeram o limite
proposto.
A análise petrográfica mostra que todas as amostras ensaiadas são compostas
apenas por cristais, e apresentam textura grossa.
Quanto às relações encontradas, conclui-se que existe uma correlação entre
algumas propriedades, porém, deve-se ter cuidado em utilizá-las, pois as
propriedades físicas e mecânicas de uma rocha são resultados de vários
condicionantes e dificilmente pode ser explicado por apenas uma característica.
83
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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