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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS
ESCOLA DE ENGENHARIA DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
VIBRAÇÕES EM ENCOSTAS PRODUZIDAS POR
TRÁFEGO DE VEÍCULOS
Dissertação de Mestrado apresentada por
Felipe Tavares da Silva
José Inácio Souza Leão Ávila
Orientador
Roberto Leal Pimentel
Co-Orientador
RECIFE, MAIO DE 2006
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i
VIBRAÇÕES EM ENCOSTAS PRODUZIDAS POR TRÁFEGO DE
VEÍCULOS
Felipe Tavares da Silva
TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE PÓS-
GRADUAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO COMO
PARTE DOS REQUESITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DO GRAU DE
MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA CIVIL.
Aprovada por:
_______________________________
José Inácio de Souza Leão Ávila, Ph.D
(ORIENTADOR)
_______________________________
Roberto Leal Pimentel, Ph.D
(CO-ORIENTADOR)
_______________________________
Eliane Maria Lopes Carvalho, D.Sc
(EXAMINADOR EXTERNO)
_______________________________
Romilde Almeida de Oliveira, D.Sc
(EXAMINADOR INTERNO)
Recife, PE – Brasil
Maio de 2006
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ii
Silva, Felipe Tavares da
Vibrações em Encostas Produzidas por Tráfego de Veículos / Felipe
Tavares da Silva – Recife, 2006.
158 folhas.
Dissertação de (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CTG.
Engenharia Civil, 2006.
Inclui bibliografia e índices
1. Vibrações. 2. Tráfego de veículos. 3. Encostas. 4. Análise dinâmica. 5.
Estabilidade de taludes. 6. Propagação de ondas.
iii
RESUMO
O problema de vibrações produzidas pelo fluxo de tráfego de veículos está
intimamente ligado à propagação de ondas pelo solo. As fontes geradoras de onda são os
veículos e o foco do problema pode se apresentar de diversas formas: de inconvenientes
em estruturas de edificações próximas a possíveis desestabilizações em encostas. Vias de
tráfego próximas a cristas de taludes é um problema em potencial a ser estudado. As ondas
oriundas do tráfego, ao atingirem o talude, podem causar efeitos erosivos e deslizamentos.
Neste trabalho, tomou-se como caso de estudo a via de tráfego de veículos localizada na
falésia do Cabo Branco, na cidade de João Pessoa. Localizada próxima ao talude, esta via
teve o fluxo de veículos interrompido devido à suspeição de que os efeitos vibratórios do
tráfego contribuiriam para a desestabilização do talude. Desta forma, para este estudo
foram desenvolvidos modelos numéricos com a finalidade de verificar a desestabilização
do talude, através da análise das acelerações das partículas no talude. As ações dinâmicas
correspondiam ao tráfego de veículos próximo à crista da encosta. O modelo foi
desenvolvido em elementos finitos através do programa ANSYS e os resultados foram
comparados e analisados por meio de parâmetros propostos na literatura, que envolvem
tensões, acelerações e propriedades do solo. Os resultados obtidos indicaram acelerações
no maciço de magnitude inferior às que produziriam risco de deslizamento.
iv
ABSTRACT
The problem of traffic-induced vibration is closely linked to the wave propagation
throughout the soil. The vehicles are the source of the waves and the problems caused by
the traffic can vary from effects on nearby buildings to a risk of sliding on slopes. Roads
close to the top of slopes deserve investigation. The waves produced by the traffic, when
reaching the slope, could cause erosion or sliding. A road located close to Cabo Branco
cliff in the city of João Pessoa was chosen as a case study of. This road is close to the slope
and was blocked due to suspicions that the traffic-induced vibration was contributing to the
slope sliding problem. A numerical model was developed to analyse the problem, aiming
to investigate the stability of the slope. This was carried out through the analysis of the
slope accelerations due to a dynamic moving load passing nearby, representing a vehicle.
The finite element model was developed using the computer program ANSYS and the
results obtained were compared and analysed using parameters proposed in the literature,
involving stresses, acceleration and soil properties. The computed accelerations in the
slope were below those that would produce risk of sliding.
v
AGRADECIMENTOS
A todos os professores do Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil da
UFPE, pelas lições e pelo suporte.
Aos orientadores José Inácio e Roberto Pimentel por acreditarem no trabalho e
por todo o apoio ao longo da pesquisa.
Aos professores da banca Romilde e Eliane.
Ao professor Magno do Depto. de Geologia da UFPB pela aula sobre formação
geológica.
À Rubens por ter me ajudado ao longo de todo este caminho.
Aos amigos pela companhia fraterna.
Aos meus familiares.
À CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior por
disponibilizar a bolsa de estudos ao programa, sendo imprescindível para a realização
da pesquisa.
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura I.1 – Ponte Tacoma Narrows entrando em colapso.
Figura I.2 – Colapso de viaduto no Japão.
Figura I.3 – Sistema infinito para representar o solo: Ilha de solo (Adaptada de LYSMER e
KUHLEMEYER, op. cit.).
Figura I.4 – Falésia do Seixas:(a) Talude e praia; (b) Topo do talude e pista.
Figura II.1 – Amplitude das deformações cisalhantes cíclicas em relação ao índice de
plasticidade (adaptada de LAI e RIX, op. cit.).
Figura II.2 – Degradação da rigidez do material solo em relação à amplitude da
deformação cíclica cisalhante (adaptada de VUCETIC, op. cit.).
Figura II.3 – Relação tensão-deformação típica de solo submetido à ação cíclica. (adaptada
de VUCETIC, op. cit.).
Figura II.4 – (a) Aparição das ondas P, S e Rayleigh nos deslocamentos horizontais u e
vertical w com relação ao tempo t em um ponto da superfície; (b) Deslocamento das
partículas devido à onda de Rayleigh (adaptada de LAMB, 1904).
Figura II.5 – Propagação das ondas P, S e Rayleigh em meio elástico e homogêneo
(adaptada de RICHART et al., op. cit.).
Figura II.6 – Deslocamentos da resposta analítica na superfície do semi-plano.
Figura II.7 – Deslocamentos da resposta analítica na superfície do semi-espaço.
Figura II.8 – Deslocamentos verticais em relação ao tempo em ponto a 1,0 m de
profundidade devido à carga móvel sobre base elástica.
Figura II.9 – Talude junto a uma rodovia apresentando ruptura recente.
Figura II.10 – Talude com superfície potencial de escorregamento circular.
Figura II.11 – Talude com superfície de ruptura plana.
vii
Figura II.12 – Método de Fellenius: (a) Fatias ou lamelas; (b) Equilíbrio de forças na fatia
n.
Figura II.13 – Análise pseudo-estática: (a) Ruptura circular; (b) Ruptura plana.
Figura II.14 – Método das fatias desenvolvido por SARMA (1979).
Figura II.15 – (a) Bloco rígido deslizando sobre um plano horizontal; (b) Componentes da
aceleração induzida.
Figura II.16 – Representação esquemática da propagação dos esforços no MEF.
Figura II.17 – Elemento bidimensional quadrilateral com dois graus de liberdade por nó.
Figura II.18 – Elemento sólido espacial: (a) 8 nós e 3 translações e rotações por nó; (b) 20
nós e 3 translações por nó.
Figura II.19 – Modelagem do semi-plano (solo): (a) amortecedores viscosos imperfeitos;
(b) zona absorvente.
Figura II.20 – (a) Contorno viscoso imperfeito de modelo 2D; (b) Elemento COMBIN14;
(c) Idealização para a determinação da constante de mola.
Figura II.21 – Contorno do tipo zona absorvente (adaptado de D’APUZZO, op. cit.): (a)
semi-espaço e zona absorvente; (b) idealização em EF.
Figura II.22 – Função do aumento do amortecimento na zona absorvente.
Figura II.23 – Idealização e modelagem de carga móvel.
Figura II.24 – Modelo quarter-car model: (a) Idealização do veículo; (b) Modelo.
Figura II.25 – Determinação da rigidez da fundação do pavimento (SELVADURAI, op.
cit.).
Figura II.26 – Distribuição da carga de um eixo ao longo da pista de rolamento.
Figura II.27 – Desenho esquemático do chassi do Volvo B12R 6x2
(http://www.volvo.com.br).
viii
Figura II.28 – Distribuição da carga para um e três veículos Volvo B12R segundo a
equação II.91.
Figura II.29 – Carga distribuída do veículo tipo para diferentes módulos elásticos: (a) do
pavimento; (b) da fundação.
Figura II.30 – Aplicação da carga do trem-tipo em um modelo de semi-plano.
Figura III.1 – Semi-plano com elemento da malha de D’Apuzzo (op. cit.).
Figura III.2 – Deslocamentos verticais em pontos da superfície do semi-plano discretizado
com elementos de D’Apuzzo e amortecedores de Lysmer-Kuhlemeyer.
Figura III.3 – Deslocamentos verticais em pontos da superfície do semi-plano discretizado
com elementos de D’Apuzzo e amortecedores de White.
Figura III.4 – Semi-plano com elemento da malha de Lysmer-Kuhlemeyer.
Figura III.5 – Deslocamentos verticais em pontos da superfície do semi-plano discretizado
com elementos e amortecedores de Lysmer-Kulehmeyer.
Figura III.6 – Deslocamentos verticais em pontos da superfície do semi-plano discretizado
com elementos de Lysmer-Kulehmeyer e amortecedores de White.
Figura III.7 – Deslocamentos verticais em pontos da superfície para modelos com o
contorno fixo: (a) Malha de D’Apuzzo; (b) Malha de Lysmer-Kuhlemeyer.
Figura III.8 – Semi-plano discretizado com o critério de D’Apuzzo contornado por zona
absorvente.
Figura III.9 – Deslocamentos em pontos da superfície do semi-plano discretizado com
elementos de D’Apuzzo.
Figura III.10 – Semi-plano discretizado com o critério de Lysmer-Kuhlemeyer.
Figura III.11 – Deslocamentos em pontos da superfície do semi-espaço discretizado com
elementos de Lysmer-Kuhlemeyer.
ix
Figura III.12 – Quatro primeiros modos de vibração do modelo de semi-plano com
elementos de Lysmer-Kulehmeyer contornado por zona absorvente.
Figura III.13 – Deslocamentos em pontos da superfície do semi-espaço discretizado com
elementos de Lysmer-Kuhlemeyer e razão de amortecimento de 5%: comparação com a
equação de Bornitz.
Figura III.14 – Semi-planos sem amortecimento (χ=0,00) na zona absorvente: (a) Malha de
D’Apuzzo; (b) malha de Lysmer-Kuhlemeyer.
Figura III.15 – Semi-planos com crescimento do amortecimento na zona absorvente de
χ=0,10: (a) Malha de D’Apuzzo; (b) malha de Lysmer-Kuhlemeyer.
Figura III.16 – Semi-planos com crescimento do amortecimento na zona absorvente de
χ=1,00: (a) Malha de D’Apuzzo; (b) malha de Lysmer-Kuhlemeyer.
Figura III.17 – Deslocamentos em pontos a 5,0m e 8,0 m da fonte de excitação na
superfície do semi-plano com freqüências diferentes: (a) 10 Hz; (b) 15 Hz.
Figura III.18 – Malha do modelo de semi-espaço com elemento de D’Apuzzo.
A análise modal foi feita extraindo os quatro primeiros modos de vibração, os quais podem
ser visualizados na figura III.19.
Figura III.19 – Quatro primeiros modos de vibração e freqüências naturais correspondentes
para semi-espaço discretizado com elementos de D’Apuzzo (Vista superior do semi-
espaço).
Figura III.20 – Malha de EF do modelo de semi-espaço tridimensional com elemento de
Lysmer-Kuhlemeyer.
Figura III.21 – Dois primeiros modos de vibração do semi-espaço com elementos de
Lysmer-Kuhlemeyer.
Figura III.22 – Comparação dos deslocamentos obtidos no modelo em EF devido à carga
móvel com a resposta analítica de Hung-Yang.
x
Figura III.23 – Comparação das velocidades obtidas no modelo em EF devido à carga
móvel com a resposta analítica de Hung-Yang.
Figura III.24 – Comparação das acelerações obtidas no modelo em EF devido à carga
móvel com a resposta analítica de Hung-Yang.
Figura III.25 – (a) Fotografia aérea da falésia do Seixas; (b) Interrupção ao tráfego de
veículos em trecho da pista.
Figura III.26 – Fotografias da superfície do talude do Seixas.
Figura III.27 – (a) Croqui do projeto de sondagem; (b) Execução do furo no local.
Figura III.28 – Perfil de sondagem realizado.
Figura III.29 – Fotografia aérea da falésia do Seixas com curvas de nível (Prefeitura
Municipal de João Pessoa).
Figura III.30 – Desenho esquemático da geometria do talude.
Figura III.31 – (a) Resumo da granulometria; (b) Curva granulométrica.
Figura III.32 – Análise de estabilidade do talude em estudo (SLOPEW).
Figura III.33 – Talude original da falésia do Seixas e proposta de retaludamento.
Figura III.34 – Malha de elementos finitos do talude em estudo.
Figura III.35 – Quatro primeiros modos de vibração: (a) 1° modo; (b) 2° modo; (c) 3°
modo; (d) 4° modo.
Figura III.36 – Deslocamentos no centro geométrico da superfície de ruptura circular: (a)
horizontal; (b) vertical.
Figura III.37– Velocidades no centro geométrico da superfície de ruptura circular: (a)
horizontal; (b) vertical.
Figura III.38 – Acelerações no centro geométrico da superfície de ruptura circular: (a)
horizontal; (b) vertical.
xi
Figura III.39 – Aceleração resistiva horizontal crítica do talude em estudo para o modo
plano de ruptura.
Figura III.40 – Tensões e deformações cisalhantes no centro geométrico da cunha com
potencial para deslizamento: (a) tensões; (b) deformações.
xii
Notações
V
P
– Velocidade de propagação da onda compressiva ou primária.
V
S
– Velocidade de propagação da onda cisalhante ou secundária.
V
R
– Velocidade de propagação da onda Rayleigh.
λ e μ – Constantes elásticas de Lamè.
υ – Coeficiente de Poisson.
ρ – Massa específica.
A
1
e A
2
– Amplitudes das ondas em pontos distintos.
r
1
e r
2
– distância em relação a fonte de excitação.
ξ – Razão de amortecimento viscoso.
V
0
– Velocidade do veículo.
– Razão entre a velocidade do veículo e a velocidade de propagação da onda de
Rayleigh.
P(t) – Carga cíclica em função do tempo.
P
0
– Amplitude da carga cíclica.
t – tempo em segundos.
f – freqüência da carga cíclica.
u – componente horizontal do deslocamento bidimensional para uma carga genérica.
v – componente vertical do deslocamento bidimensional para uma carga genérica.
ω – freqüência angular.
u
0
– componente horizontal do deslocamento bidimensional para uma carga concentrada.
v
0
– componente vertical do deslocamento bidimensional para uma carga concentrada.
q
0
– componente horizontal do deslocamento tridimensional para uma carga concentrada.
w
0
– componente vertical do deslocamento tridimensional para uma carga concentrada.
q
1
– componente horizontal do deslocamento tridimensional para uma carga distribuída
elasticamente.
xiii
q
2
– componente horizontal do deslocamento tridimensional para uma carga distribuída
elasticamente.
w
1
– componente vertical do deslocamento tridimensional para uma carga distribuída
elasticamente.
k
X
e k
Z
– número de onda em relação ao eixo correspondente.
z
FT
– profundidade da fenda de tração.
c – coesão do solo.
g – aceleração da gravidade.
N
n
e T
n
– forças resistentes, normal e cisalhante, respectivamente.
H
n
e V
n
– forças horizontal e vertical atuantes.
α
i
– inclinação da fatia i.
W
n
– peso próprio da fatia.
K
C
– coeficiente de aceleração crítica.
K
CN
– coeficiente de aceleração crítica obtido pelo método de Newmark.
K
CS
– coeficiente de aceleração crítica obtido pelo método de Sarma.
β – ângulo que o segmento de reta entre o centro da circunferência que define a cunha
deslizante e o seu centro geométrico coma vertical.
FS – Fator de segurança da estabilidade estática de um talude.
E
n
e X
n
– forças horizontal e vertical atuantes no método de Sarma.
φ – ângulo de atrito do solo.
k
h
e k
v
– razão da componente horizontal e vertical, respectivamente, da aceleração em
relação à aceleração da gravidade.
K
CL
– coeficiente de aceleração crítica obtido pelo método de Ling.
r e s – eixos do sistema de coordenada do elemento quadrilateral.
u(r,s) e v(r,s) – funções de forma do elemento quadrilateral.
r, s e t – eixos do sistema de coordenada do elemento hexaédrico.
u(r,s,t), v(r,s,t) e w(r,s,t) – funções de forma do elemento hexaédrico.
xiv
[K], {u} e {f} – matriz de rigidez do sistema e os vetores de deslocamentos e forças nodais
{φ}
i
- autovetores associados ao modo de vibração i.
[M] e
{}
u
&&
– matriz de massa do sistema e o vetor de acelerações nodais.
[C] e
{}
u
&
– matriz de amortecimento do sistema e o vetor das velocidades nodais.
α
1
e
α
2
– constantes do amortecimento de Rayleigh.
Δt – Tamanho do tempo discretizado.
C
NORMAL
e C
CISALHANTE
– coeficientes de amortecimento dos amortecedores viscosos
imperfeitos
Φ – variação do amortecimento em relação à distância x.
E
S
, ν
S
e h – módulo elástico, o coeficiente de Poisson e a altura da camada do solo,
respectivamente.
k – rigidez da base elástica de Winkler.
q
0
(z), T e
α
– distribuição da carga de um eixo sobre o semi-espaço, carga total de cada
eixo e o comprimento característico da viga de comprimento infinito.
ψ
(z) – distribuição de N veículos.
SUMÁRIO
SUMÁRIO .............................................................................................................. 1
I – INTRODUÇÃO................................................................................................. 4
1.1 – Aspectos gerais........................................................................................... 4
1.2 – Objetivos .................................................................................................... 7
II – MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................ 9
2.1 – Comportamento do solo sob ações dinâmicas. .......................................... 9
2.1.1 – Fenômeno de propagação de ondas pelo solo................................... 12
2.1.2 – Modelo elástico, visco-elástico e poro-elástico. ............................... 16
2.1.3 – Respostas analíticas de cargas dinâmicas no solo............................. 17
2.2 – Estabilidade de Taludes............................................................................ 24
2.2.1 – Escorregamentos de solo................................................................... 26
2.2.1.1 –Escorregamento de solo em superfície circular .......................... 26
2.2.1.2 – Escorregamento de solo em superfícies planas.......................... 27
2.2.2 – Fatores que influenciam os escorregamentos.................................... 28
2.2.3 – Métodos de cálculo da estabilidade de taludes ................................. 30
2.2.4 – Abordagem pseudo-estática .............................................................. 31
2.2.4.1 – Método de Newmark.................................................................. 33
2.2.4.2 – Método de Sarma ....................................................................... 33
2.2.4.3 – Método de Ling.......................................................................... 37
2.3 – Método dos Elementos Finitos................................................................. 39
2.3.1 – Determinação da malha..................................................................... 43
2.3.2 – Análise Dinâmica pelo Método dos Elementos Finitos.................... 45
2.3.3 – Modelos de meios semi-infinitos e condições de contorno .............. 50
2.3.3.1 – Contorno com amortecedores viscosos...................................... 51
2.3.3.2 – Contorno com zona absorvente.................................................. 54
2.4 – Modelagem do veículo e do pavimento ................................................... 55
2.4.1 – Modelos matemáticos para a carga móvel ........................................ 57
2.4.2 – Veículo modelo: Volvo B12R 6x2.................................................... 59
2.4.2.1 – Carregamento no modelo tridimensional................................... 62
2.4.2.2 – Carregamento no modelo bidimensional ................................... 62
III – RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................ 64
3.1 – Verificação dos modelos propostos ......................................................... 64
2
3.1.1 – Semi-plano com contorno viscoso imperfeito................................... 66
3.1.1.1 – Proposta 1: semi-plano com elementos de D’Apuzzo e contorno
viscoso....................................................................................................... 66
3.1.1.2 – Proposta 2: semi-plano com elementos de Lysmer-Kuhlemeyer e
contorno viscoso ....................................................................................... 68
3.1.1.3 – Contorno convexo fixo ou com amortecimento infinito............ 70
3.1.2 – Semi-plano com zona absorvente...................................................... 72
3.1.2.1 – Proposta 3: semi-plano com zona absorvente e elementos de
D’Apuzzo.................................................................................................. 72
3.1.2.2 – Proposta 4: semi-plano com zona absorvente e elementos de
Lysmer-Kuhlemeyer. ................................................................................ 73
3.1.2.3 – Verificação do amortecimento do material................................ 75
3.1.2.4 – Variação do amortecimento da zona absorvente........................ 76
3.1.2.5 – Modificação da freqüência do carregamento............................. 77
3.1.2.6 – Resumo das comparações entre os modelos de semi-plano....... 78
3.1.3 – Semi-espaço com zona absorvente.................................................... 79
3.1.3.1 – Proposta 5: Semi-espaço com elementos de D’Apuzzo............. 79
3.1.3.2 – Proposta 6: Semi-espaço com elementos de Lysmer-Kuhlemeyer
................................................................................................................... 80
3.1.3.3 – Análise transiente de carga móvel sobre semi-espaço............... 81
3.2 – Dados de campo....................................................................................... 83
3.2.1 – Geometria do talude.......................................................................... 87
3.2.2 – Características do material................................................................ 88
3.3 – Análise da estabilidade do talude............................................................. 91
3.3.1 – Ruptura circular................................................................................. 92
3.3.2 – Simulação do nível de aceleração na encosta devido ao tráfego de
veículos ......................................................................................................... 95
3.3.2.1 – Análise modal............................................................................. 96
3.3.2.2 – Análise transiente....................................................................... 97
IV – CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ....... 101
4.1 – Conclusões ............................................................................................. 101
4.2 – Sugestões para Trabalhos Futuros.......................................................... 102
V – BIBLIOGRAFIA.......................................................................................... 104
VI – APÊNDICES .............................................................................................. 111
3
6.1 – Programa com o cálculo da resposta analítica de Lamb ........................ 111
6.2 – programa para o cálculo da estabilidade do talude segundo o método de
Sarma .............................................................................................................. 113
6.3 – Programa para o cálculo da estabilidade do talude segundo o método de
Ling ................................................................................................................. 116
6.4 – LINHAS DE COMANDOS DOS MODELOS E ANÁLISES
REALIZADAS NO ANSYS........................................................................... 117
6.4.1 – Geometria do semi-plano com contorno viscoso............................ 117
6.4.2 – Análise Modal................................................................................. 119
6.4.3 – Análise transiente para o modelo de semi-plano com contorno
viscoso......................................................................................................... 120
6.4.4 – Geometria do modelo de semi-plano com zona absorvente............ 121
6.4.5 – Geometria do modelo de semi-espaço ............................................ 125
6.4.6 – Carga distribuída sobre base elástica .............................................. 135
6.4.7 – Carga móvel distribuída sobre base elástica com vários eixos ....... 137
4
I – INTRODUÇÃO
1.1 – ASPECTOS GERAIS
As vibrações são movimentos cíclicos, harmônicos ou não, provocados por
uma excitação sobre um determinado sistema. A excitação se manifesta de formas
naturais (ação do vento, erupções vulcânicas, abalos sísmicos, etc.), ou produzidas
pelo homem (cravação de estacas de fundação de edificações, tráfego de veículos,
explosões em jazidas minerais, maquinário industrial, etc.). O sistema que vibra é
dotado de massa, rigidez aos movimentos e uma capacidade de dissipar a energia
de vibração chamada de amortecimento. Estes sistemas podem ser componentes
da estrutura de uma edificação (vigas, pilares ou lajes), taludes (encostas,
barragens, aterros, etc.), pontes rodoviárias ou ferroviárias, dentre outros casos
práticos.
Existem casos na Engenharia Civil onde as vibrações podem ocasionar
acontecimentos catastróficos. A ponte Tacoma Narrows, localizada nos Estados
Unidos, entrou em colapso no ano de 1940 depois de uma rajada de vento de
aproximadamente 60 km/h, que resultou em esforços não previstos em projeto
(Figura I.1). Outro exemplo seria o do colapso de um viaduto no Japão após a
incidência de um terremoto no ano de 1995 (Figura I.2).
Figura I.1 – Ponte Tacoma Narrows
entrando em colapso.
Figura I.2 – Colapso de viaduto no
Japão.
5
O fenômeno de vibração está intimamente ligado ao fenômeno de
propagação de ondas. Tomando como exemplo uma viga com apoios simples em
suas extremidades, solicitada por uma carga cíclica transversal localizada na
metade do seu comprimento (meio do vão), com freqüência coincidente com um
dos modos de vibração da barra, primeiramente se observa a propagação do
movimento imposto pela carga aplicada através de uma onda que atinge a
extremidade e, a partir daí, se inicia uma vibração segundo o modo excitado. Ou
seja, o fenômeno de propagação de ondas é o meio de transmissão de energia
mecânica que pode levar a um fenômeno vibratório (CLOUGH e PENZIEN,
1993).
Existem casos em que estas ondas se propagam através do solo.
Geralmente as fontes de excitação são terremotos, tráfego de veículos, cravação
de estacas ou explosões. Estas solicitações impostas ao solo, ao se propagarem
podem atingir o homem de alguma forma, causando desde pequenos incômodos a
grandes catástrofes.
Tráfego de veículos é uma fonte comum de vibrações transmitidas através
do solo. As vibrações induzidas pelo tráfego, sob algumas condições, podem
atingir intensidade suficiente para causar o mau funcionamento a equipamentos
sensíveis (microscópios eletrônicos, impressoras de alta precisão, etc.),
desconforto a pessoas, comprometimento da integridade de edifícios e barragens
de terra (AL-HUNAIDI et al., 1996; ÁVILA, 1999, ÁVILA e MARINHO FILHO,
2001; PYL et al., 2002).
Os taludes sob o efeito de ações dinâmicas, dependendo da amplitude de
aceleração induzida pela fonte, podem vir a entrar em colapso. Há casos relatados
na literatura em que terremotos foram a causa principal de deslizamentos de terra
em taludes naturais (ULUSAY et al., 2003) e em barragens (WOODWARD e
GRIFFITHS, 1996; MARRUGARRA, 1996). As desestabilizações de taludes por
excitações dinâmicas foram estudadas através de simulações físico-matemáticas
que visam prever se um determinado talude irá suportar certo nível de vibração.
Para se determinar quantitativamente o nível máximo de excitação que um
talude suporta, NEWMARK (1965) propôs um coeficiente de aceleração crítica ao
qual o talude poderia estar submetido. Este coeficiente é intimamente relacionado
com as forças de equilíbrio estático do talude. Por este motivo, o método de
Newmark também é conhecido como método pseudo-estático.
6
Posteriormente, SARMA (1973 e 1979) propôs um método semelhante ao
de Newmark, entretanto mais sofisticado em sua formulação e aplicação.
Para simular uma solicitação dinâmica no solo, pode-se recorrer à
metodologia dos elementos finitos. Amplamente utilizado para a modelagem de
vibrações que se propagam pelo solo (ZEWER et al., 2002; WOODWARD e
GRIFFITHS, op. cit.; MARRUGARRA, op. cit; D’APUZZO, 2004; GARDIEN e
STUIT, 2003), o Método dos Elementos Finitos (MEF) é um método numérico
que permite determinar deslocamentos, tensões e deformações decorrentes de uma
ação, seja estática ou dinâmica. O Método dos Elementos de Contorno (MEC) é
outra metodologia que oferece os mesmos resultados do MEF, mas utilizando
formulação conceitual diferente. A escolha na utilização entre as duas
metodologias está, na maioria das vezes, no tipo de problema a ser modelado, pois
cada uma se adeqüa melhor a um determinado caso.
Em problemas de propagação de ondas pelo solo, ter-se-á que modelá-lo
como um sistema infinito. A metodologia utilizada para se proceder esta
modelagem consiste em definir um domínio finito, também conhecido como ilha
de solo (LYSMER e KUHLEMEYER, 1969) e, em adição a isto, condições de
contorno pertinentes (Figura I.3). Estas condições de contorno devem garantir que
a energia vibratória, emanada no interior da ilha de solo, dissipe-se totalmente ao
atingir o contorno do modelo.
Figura I.3 – Sistema infinito para representar o solo: Ilha de solo (Adaptada de
LYSMER e KUHLEMEYER, op. cit.).
O MEC é bastante versátil para problemas que envolvem sistemas infinitos,
porém apresenta dificuldades em problemas com geometria mais complexa. O
7
MEF é bastante versátil em problemas com geometria complexa, entretanto é
menos poderoso do que o MEC para representar este tipo de sistema. Apesar disto,
existem algumas técnicas no MEF que representam sistemas infinitos sob algumas
condições. Tais condições serão discutidas ao longo deste trabalho.
1.2 – OBJETIVOS
O objetivo geral deste estudo é analisar a estabilidade de encostas sob a
ação de cargas dinâmicas induzidas pelo tráfego de veículos.
Como aplicação, adotou-se o caso da falésia do Seixas, localizada na
cidade de João Pessoa, Paraíba. Esta falésia costeira vem sendo continuamente
degradada pelas ações da natureza através da ação das chuvas e do avanço do mar.
Nas proximidades do platô do talude da falésia existe uma pista de rolamento
(Figura I.4).
(a)
(b)
Figura I.4 – Falésia do Seixas:(a) Talude e praia; (b) Topo do talude e pista.
As autoridades locais interromperam o tráfego em um trecho da pista
devido à suspeição de que o tráfego de veículos teria colaborado para a
desestabilização do talude.
Para este estudo, modelou-se o solo através do método dos elementos
finitos (MEF) simulando-se o deslocamento de um veículo real através de um
trem tipo equivalente. O nível de aceleração produzido por este modelo foi então
8
comparado com a aceleração crítica através da análise de estabilidade de taludes
de acordo com a formulação empregada por SARMA (1979).
9
II – MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 – COMPORTAMENTO DO SOLO SOB AÇÕES DINÂMICAS.
LAI e RIX (1988), em seus experimentos laboratoriais com amostras de
solo, investigaram algumas variáveis e fatores que influenciam o comportamento
dinâmico deste material. Estas variáveis e fatores foram divididos em externos e
intrínsecos. As externas se referem às ações dinâmicas aplicadas ao material e
incluem o tipo (harmônico ou transiente), magnitude, taxa e a duração do
carregamento. As intrínsecas seriam as características inerentes ao solo e inclui o
tipo, a granulometria, o estado de tensões em que está previamente submetido, o
número de vazios e o histórico de tensões ao qual o solo foi submetido.
Largamente relatado (FOTI, 2000; LAI e RIX, op. cit.; LANZO et al.,
1997; VUCETIC, 1994; ISHIBASHI e ZHANG, 1993), com vasta
experimentação laboratorial em todo o mundo, o comportamento do solo sob
ações dinâmicas é, principalmente, influenciado pela magnitude das deformações
cisalhantes impostas por estas ações. Existe um limite de deformações em que o
solo se comporta como um material elástico. Este limite é chamado de limiar
elástico da deformação cisalhante (linear threshold shear strain) (VUCETIC, op.
cit.), onde esta deformação limite geralmente é representada por γ
tl
. Deformações
sofridas até este limite não acarretam perda da rigidez e o seu comportamento é
considerado como praticamente elástico-linear.
Nesse nível de deformações os solos coesivos não sofrem degradação com
o aumento do número de ciclos das ações dinâmicas aos quais estão submetidos
(VUCETIC, op. cit.). Em contrapartida, os solos não coesivos, dependendo da
magnitude das deformações, pode haver um acréscimo no módulo elástico com o
aumento do número de ciclos da ação dinâmica. Isto ocorre devido à compactação
sofrida pela areia, aumentando sua rigidez. Este fenômeno das areias geralmente
tem maior importância em solicitações dinâmicas com um grande número de
repetições (da ordem de 1.000.000 de repetições), e é importante em problemas
como o tráfego de veículos, fundações de máquinas, etc.
Para solos plásticos, que apresentam significativa presença de partículas
menores, como a argila, o índice de plasticidade (IP) tem grande influência na
10
determinação do nível de deformação cisalhante limite. Este nível de deformação
é o limiar para se ter um comportamento linear no diagrama tensão-deformação
(VUCETIC, op. cit.), como pode ser observado na figura II.1.
Figura II.1 – Amplitude das deformações cisalhantes cíclicas em relação ao índice
de plasticidade (adaptada de LAI e RIX, op. cit.).
Na figura II.1, há três regiões que caracterizam o comportamento do solo
frente à magnitude das deformações dinâmicas impostas. O solo que estiver sendo
solicitado a deformações cíclicas abaixo do limite elástico-linear (γ
tl
) se
comportará praticamente como um material elástico e não apresentará perda de
rigidez nem de variação volumétrica. Entre este limite e o limite em que o solo
começa a apresentar variações permanentes no seu volume (γ
tv
limiar de
deformações volumétricas), está a região onde o material não apresenta
degradação da rigidez, mas já apresenta não-linearidade na sua relação tensão-
deformação (VUCETIC, op. cit.). Segundo os autores, a viabilidade da
modelagem como material elástico depende da relação G/G
MAX
, onde G é o
módulo de elasticidade transversal atual, ou seja, em relação ao nível de
deformações atuais e, G
MAX
o módulo pelo qual o material ainda não sofreu
qualquer perda de rigidez.
Segundo FOTI (op. cit.), LANZO et al. (op. cit.), ISHIBASHI e ZHANG
(op. cit.), dentre outros, para que o solo se comporte como um material elástico, a
relação G/G
MAX
não deve ser menor que 0,99 (Fig. II.2).
11
Figura II.2 – Degradação da rigidez do material solo em relação à amplitude da
deformação cíclica cisalhante (adaptada de VUCETIC, op. cit.).
Os dois parâmetros que mais afetam a curva G/G
MAX
γ são a pressão de
confinamento e o índice de plasticidade. ISHIBASHI e ZHANG (op. cit.)
propuseram expressões que simulam esta curva tanto para areias como para
argilas, tendo como variáveis a tensão de confinamento e o índice de plasticidade.
Sob deformações muito pequenas, o solo pode ser modelado como linear,
contudo o comportamento sob a ação cíclica é essencialmente não-linear, como
pode ser observado na figura II.3.
Figura II.3 – Relação tensão-deformação típica de solo submetido à ação cíclica.
(adaptada de VUCETIC, op. cit.).
12
2.1.1 – FENÔMENO DE PROPAGAÇÃO DE ONDAS PELO SOLO.
RICHART et al. (1970) é uma das bibliografias mais citadas sobre o tema,
provavelmente por tratar o assunto de forma completa, explicando a propagação
de ondas em barras e em semi-espaço elástico. Na maioria da literatura técnica
especializada, a forma representativa mais usual para o solo é como sendo um
meio elástico. Por conseguinte, neste trabalho, o solo será considerado homogêneo,
isotrópico e elástico-linear.
Baseado nestas condições, VIKTOROV (1967) desenvolveu as equações
matemáticas (II.1, II.2 e II.3) que definem a propagação de ondas em um meio
sólido, as quais determinam as velocidades de propagação das ondas P, S e
Rayleigh. Tais equações são:
ρ
μλ
+
=
2
P
V (II.1)
ρ
μ
=
S
V (II.2)
SR
VV
+
+
=
ν
ν
1
12,187,0
(II.3)
Nas equações II.1, II.2 e II.3 V
P
, V
S
e V
R
descrevem, respectivamente, a
velocidade de propagação das ondas P, S e R, onde
ρ
é a massa específica do
material,
μ
e
λ
as constantes elásticas de Lamè e
ν
o coeficiente de Poisson.
Estas ondas se diferenciam em dois tipos: as que se propagam na
superfície e as que se propagam no interior do semi-espaço, chamadas ondas de
superfície e de corpo, respectivamente. As de corpo se classificam em ondas-P,
com movimento das partículas na direção da frente de onda e as ondas-S, com
movimento das partículas também na direção da frente de onda, porém com
sentidos intercalados em relação a esta (Figs. II.4.a e II.5). Para este tipo de meio,
só existe a manifestação de uma onda de superfície: a onda Rayleigh, com
movimentação elíptica retrógrada (Fig. II.4.b).
13
As ondas-P, também conhecidas por compressivas ou primárias, são assim
chamadas por aparecerem primeiro após um distúrbio. Isto se deve à sua maior
velocidade de propagação dentre as outras duas. As ondas-S, também conhecidas
por cisalhantes ou secundárias, possuem menor velocidade do que as ondas-P,
aparecendo logo em seguida após um curto período sem deslocamentos (Fig.
II.4.a), porém com maior energia. Estas duas ondas apresentam frente de onda
semi-esférica, quando a fonte de excitação está na superfície, e esférica quando a
fonte de excitação está no interior do solo (Fig. II.5).
(a)
(b)
Figura II.4 – (a) Aparição das ondas P, S e Rayleigh nos deslocamentos
horizontais u e vertical w com relação ao tempo t em um ponto da superfície; (b)
Deslocamento das partículas devido à onda de Rayleigh (adaptada de LAMB,
1904).
As ondas Rayleigh têm esse nome por terem sido descobertas por Lord
Rayleigh em 1885 e, são descritas em detalhes por LAMB (1904). Trata-se de
uma onda que se propaga apenas na superfície livre do semi-espaço com limitação
da sua atuação até um comprimento de onda de profundidade
(ATHANASOPOULOS et al., 2000; FOTI, op. cit.). A grandes distâncias esta
onda se torna predominante devido à sua menor atenuação e por sua alta
14
percentagem da energia total (Tab. II.1). O movimento das partículas de solo
induzido pela onda de Rayleigh descreve um movimento elíptico retrógrado (Fig.
II.4.b), se assemelhando à onda marítima (elíptico progressivo).
Tabela II.1 – Proporção da energia entre as ondas (RICHART et al., op. cit.).
Tipo de onda
Percentual da
energia total
Rayleigh 67
Onda S 26
Onda P 7
Na figura II.5 pode ser observada uma base circular vibrando
verticalmente e harmonicamente sobre um semi-espaço elástico e homogêneo,
evidenciando a forma de propagação das ondas de corpo e de superfície.
Figura II.5 – Propagação das ondas P, S e Rayleigh em meio elástico e
homogêneo (adaptada de RICHART et al., op. cit.).
Segundo ATHANASOPOULOS et al. (op. cit.), a amplitude destas ondas
é atenuada à medida que a distância em relação à fonte de vibração aumenta. Uma
porção desta atenuação é causada pela distribuição da energia de vibração sobre a
crescente área da superfície da frente de onda. Este tipo de atenuação é conhecido
como amortecimento geométrico ou amortecimento externo.
15
Há também outro tipo de amortecimento, o amortecimento interno ou
amortecimento do material, onde este acontece através da dissipação de energia
pelo movimento das partículas. Pode ser representado de duas formas:
amortecimento viscoso, onde as forças dissipativas são proporcionais à velocidade
da vibração, ou o amortecimento histerético, na qual a dissipação deve-se ao
comportamento não-elástico dos solos, acontecendo a partir de certo nível de
deformações.
Sob solicitação harmônica, a variação da amplitude dos deslocamentos,
devido à atenuação provocada pelo amortecimento geométrico, pode ser estimada
a partir da relação dada pela equação II.4 (RICHART et al., op. cit.).
n
r
r
AA
=
2
1
12
(II.4)
Na equação II.4,
A
1
e A
2
são as amplitudes de deslocamento nas posições
r
1
e r
2
da fonte, respectivamente, onde r
1
<r
2
e n é a atenuação devido ao
amortecimento geométrico. Os valores de
n, indicados na tabela II.2, dependem da
localização da fonte vibratória, do tipo de fonte e do tipo de onda que está em
questão.
Tabela II.2 – Valores do coeficiente de atenuação devido ao amortecimento
geométrico (Adaptada de RICHART et al., op. cit.).
Localização da
fonte
Tipo de fonte Onda induzida n
Superfície Pontual Onda de corpo 2,0
Onda de superfície 0,5
Linha infinita Onda de corpo 1,0
Onda de superfície 0,0
No interior Pontual Onda de corpo 1,0
Linha infinita 0,5
Outra relação (Eq. II.5), muito parecida com a equação II.4, e conhecida
como a equação de Bornitz (RICHART, et al., op. cit.), considera também o
amortecimento interno do material.
16
()
12
2
1
12
rr
n
e
r
r
AA
=
κ
(II.5)
R
V
πξ
κ
2
= (II.6)
Na equação II.5 todos os parâmetros têm o mesmo significado dos da
equação II.4 exceto pelo parâmetro
κ
, sendo este uma relação envolvendo o
amortecimento viscoso do material
ξ
e a velocidade de propagação da onda
Rayleigh V
R
.
2.1.2 – MODELO ELÁSTICO, VISCO-ELÁSTICO E PORO-ELÁSTICO.
Nas referências bibliográficas citadas, o solo foi tratado como um sólido
homogêneo ideal. Na verdade, ele é um meio trifásico, composto por partículas
granulares com seus vazios preenchidos por ar e em alguns casos por água e ar.
Por essa diferença, na idealização do material é que podem ocorrer alguns
equívocos na sua modelagem.
A abordagem mais utilizada para a modelagem do solo como um meio
poro-elástico é a de Biot, proposta em 1956. Biot considerou a propagação de
ondas, compressivas e cisalhantes, em um meio poroso saturado por fluído.
JIN et al. (2004), em seu estudo sobre a modelagem de cargas móveis
sobre um semi-espaço poro-elástico, idêntico ao idealizado por Biot, verificou que
há diferenças entre as respostas deste e das do modelo elástico quando submetidos
a cargas móveis.
O parâmetro utilizado para avaliar a diferença da resposta entre estes
modelos é a razão Ω entre a velocidade da carga móvel V
0
em relação à
velocidade de propagação da onda-S V
S
.
17
S
V
V
0
=Ω
(II.7)
Assim os autores verificaram que as tensões obtidas num modelo poro-
elástico são maiores do que as obtidas no modelo elástico quando a relação Ω é
menor ou igual a 0,8. Quando esta relação é maior que 0,8, as tensões obtidas no
modelo de semi-espaço poro-elástico são menores do que as obtidas no modelo
elástico. Bem como que, para os valores de Ω menores ou iguais do que 0,8, as
respostas dos modelos visco-elásticos e elásticos são similares. Por outro lado,
quando esta relação ultrapassa 0,8, as respostas do modelo visco-elástico são
menores do que as do modelo elástico.
2.1.3 – RESPOSTAS ANALÍTICAS DE CARGAS DINÂMICAS NO SOLO.
Apesar de muito antigo, o artigo de LAMB (op. cit.) é o mais referenciado
no que diz respeito à resposta analítica de deslocamentos devido à excitação
dinâmica de um sólido elástico semi-infinito. Em seu trabalho, Lamb desenvolveu
a resposta dos deslocamentos de excitações dinâmicas devido a cargas
estacionárias, seja na superfície ou no interior do semi-espaço, bem como a carga
seja harmônica ou transiente.
Para ambos os casos, bi (semi-plano) e tridimensional (semi-espaço), a
carga harmônica P(t), dependente do tempo t, é dada pela equação II.8, onde P
0
é
a amplitude da carga e f é a freqüência.
()
(
)
tfPtP =
π
2cos
0
(II.8)
No caso bidimensional, segundo Lamb, as equações de movimento são
dadas por:
()
uμ
x
Δ
μλ
t
u
ρ
2
2
2
+
+=
(II.9)
18
()
vμ
y
Δ
μλ
t
v
ρ
2
2
2
+
+=
(II.10)
Onde u e v são as componentes horizontal e vertical, respectivamente, ρ a
massa específica do material, e
μ e λ são as constantes elásticas de Lamè. E que:
y
v
x
u
Δ
+
= (II.11)
As equações diferenciais (Eqs II.9 e II.10) são solucionadas pelas
seguintes expressões:
y
ψ
x
φ
u
+
= (II.12)
x
ψ
y
φ
v
= (II.13)
Onde
φ e ψ são funções de x e y, e que:
φ
ρ
2μλ
t
φ
2
2
2
+
=
(II.14)
ψ
ρ
μ
t
ψ
2
2
2
=
(II.15)
Para os casos de movimentos harmônicos simples, sendo o fator tempo
dado por cos(
ω.t), sendo ω a aceleração angular, a partir das duas últimas
equações pode-se ter:
(
)
0φh
22
=+ (II.16)
(
)
0ψk
22
=+ (II.17)
19
onde:
2μλ
ρω
h
2
2
+
=
(II.18)
μ
ρω
k
2
2
=
(II.19)
Supondo que as forças prescritas estão agindo próximas ao plano y=0,
assume-se como solução:
xξiyα
eeAφ
= (II.20)
xξiyα
eeBψ
= (II.21)
Onde
ξ é um número real e α e β são reais positivos ou positivos
imaginários. E que:
()
22
h-ξξα = (II.22)
()
22
k-ξξβ = (II.23)
Para o caso de uma carga concentrada na linha normal ao plano xy a as
componentes de deslocamento em pontos da superfície de um semi-plano elástico-
linear e homogêneo são dadas pelas seguintes expressões:
(
)
(
)
()
()
+∞
=
ξF
dξeξβξα2k2ξξ
μπ2
i
u
xξi22
0
0
P
(II.24)
()
()
+∞
=
ξF
dξeξαk
μπ2
v
xξi2
0
0
P
(II.25)
20
onde:
()
()
() ()
ξβξαξ4k-2ξξF
2
2
22
= (II.26)
As soluções das integrais, dadas por Lamb, são:
()
()
xctωi
0
eH
μ
tx,u
=
0
P
(II.27)
()
()
xctωi
0
eK
μ
i
tx,v
=
0
P
(II.28)
Onde
u
0
e v
0
são as componentes horizontais e verticais, respectivamente,
dos deslocamentos em pontos da superfície do semi-plano. As demais grandezas
são dadas por:
()
()
Θh,k,Θ
kΘ2k
H
3
222
=
(II.29)
(
)
()
Θh,k,
kΘ2αk2
K
2
22
1
2
=
(II.30)
onde:
R
V
ω
Θ
= (II.31)
()
Θαα
1
= (II.32)
()
+
=
4
4
2
2
2
2
2
2
6
k
Θ
k
h
16
k
Θ
k
h
461Θk16Θh,k,
(II.33)
21
No caso de uma carga concentrada, agindo na superfície pulsante
verticalmente, sobre um semi-espaço, ou seja, o caso tridimensional, utilizam-se
as equações do problema bidimensional junto com a terceira equação, dada a
seguir:
()
wμ
y
Δ
μλ
t
w
ρ
2
2
2
+
+=
(II.34)
Onde
w é o deslocamento vertical.
Através do processo semelhante ao da resolução das equações para o
problema bidimensional, obtêm-se as expressões que fornecem as respostas dos
deslocamentos, horizontais e verticais, em pontos da superfície do semi-espaço
devido a uma excitação harmônica.
()
+
+
=
4
π
yxΘtωi
22
0
22
e
yxΘπ
2
H
μ2
Θi
ty,x,q
0
P
(II.35)
()
+
+
=
4
π
yxΘtωi
22
0
22
e
yxΘπ
2
K
μ2
Θ
ty,x,w
0
P
(II.36)
Onde
q
0
é o deslocamento horizontal, w
0
é o deslocamento vertical em
pontos do semi-espaço, e os demais parâmetros foram definidos anteriormente.
Para o caso bidimensional, correspondente ao estado plano de
deformações, e para o caso tridimensional, com carga pontual, utilizaram-se os
parâmetros hipotéticos que estão listados na tabela II.3.
Tabela II.3 – Valores das constantes utilizadas nas respostas de Lamb.
P
0
(N)
f (Hz) E (MPa) νρ (kg/m³)
1×10
5
25,0 269,0 0,26 1550,0
22
(a)
(b)
Figura II.6 – Deslocamentos da resposta analítica na superfície do semi-plano.
Na figura II.6, observam-se os deslocamentos vertical e horizontal em
pontos da superfície do semi-plano, distantes a 10,0 e 20,0 metros da fonte de
excitação. Observa-se também que, uma vez se tratando de um modelo do estado
plano de deformações, para o caso de ondas de superfície, não há decaimento da
amplitude dos deslocamentos, pois de acordo com a tabela II.2, o parâmetro n é
nulo.
Na figura II.7, referente ao caso tridimensional, verifica-se a atenuação
geométrica, também apresentada pela equação II.4 e tabela II.2.
(a)
(b)
Figura II.7 – Deslocamentos da resposta analítica na superfície do semi-espaço.
23
Em ambos os casos acima descritos, observam-se que as respostas de
Lamb não fornecem o efeito transiente inicial, efeito este que caracteriza a
primeira aparição das ondas.
HUNG e YANG (2001) propuseram uma resposta analítica de semi-
espaço com carga móvel, que foi adotada neste trabalho para verificar a precisão
do modelo em elementos finitos proposto. Ela resulta, na verdade, em um modelo
de semi-espaço visco-elástico que, neste caso, pode ser comparada com as
respostas do modelo elástico discretizado em elementos finitos. Sobre este semi
espaço trafega uma carga concentrada, distribuída por pela reação de uma base
elástica, onde o vetor de deslocamentos é dado pela seguinte expressão:
[][][]
()()()
dωdkdktωiexpzkiexpxkiexp
0
0
P
SHD
w
q
q
zxzx
1
1
2
1
=
∫∫∫
ˆ
(II.37)
[]
=
2z
zx1
2x
m0ik
ikikm
0mik
D
(II.38)
[]
=
ym-
ym-
y-m
2
2
1
e00
0e0
00e
H
(II.39)
[]
()
()
()
()
+
+
++
=
2
z
2
2zx1z
zx
2
x
2
21x
2z2x
2
z
2
x
2
1
kmμkkμmkμi2-
kkμkmμmkμi2-
mkμi2-mkμi2-kkλmλ2μ
S
(II.40)
P
V
ω
kkm
2
z
2
x
2
1
+= (II.41)
S
V
ω
kkm
2
z
2
x
2
1
+=
(II.42)
24
Onde
q
1
, q
2
e w
1
são as componentes de desocamento no semi-espaço, k
x
e
kz são os números de onda em relação aos eixos correspondentes e V
P
e V
S
as
velocidades de propagação das ondas P e S, respectivamente.
A figura II.8 mostram o deslocamento vertical, no domínio do tempo, de
um ponto do semi-espaço, a 1,0 metro de profundidade em relação à superfície
livre e sob a linha em que a carga móvel trafega. Esta carga, que se movimenta a
uma velocidade constante de 50,0 m/s, consiste em uma força concentrada de 100
kN a qual é aplicada ao semi-espaço segundo a distribuição de uma fundação
elástica.
Figura II.8 – Deslocamentos verticais em relação ao tempo em ponto a 1,0 m de
profundidade devido à carga móvel sobre base elástica.
2.2 – ESTABILIDADE DE TALUDES
O talude é uma superfície inclinada de um terreno formada pela natureza
ou artificialmente pelo homem. Geralmente, esta forma geométrica do terreno se
apresenta em morros, encostas litorâneas, cadeias de montanhas (taludes naturais),
cortes e aterros em estradas, escavações, barragens de terra (taludes artificiais),
dentre outros casos.
Na figura II.9 pode ser observado um talude junto a uma rodovia,
parcialmente colapsado.
25
Figura II.9 – Talude junto a uma rodovia apresentando ruptura recente.
Os taludes, dependendo da resistência do solo e da geometria do mesmo
(altura e inclinação), entram em colapso quando a resistência mecânica do solo
não suporta os esforços devido às tensões internas provocadas pelo peso próprio
ou de sobrecargas. Quando isto ocorre, o talude tem parte de sua geometria
modificada até que atinja o equilíbrio novamente. Essa modificação se dá através
do movimento e, em alguns casos, desprendimento da massa de solo que está mais
próxima da superfície inclinada.
Os movimentos de massas de solo podem se desenvolver de maneiras
distintas e com velocidades variadas. Estes dois fatores são os principais dentre os
que diferenciam os movimentos de terra, segundo as classificações mais
conhecidas.
Segundo GUIDICINI e NIEBLE (1983), os movimentos coletivos de solo
e de rocha são classificados em três tipos fundamentais: escoamentos,
escorregamentos e subsidências. Os escoamentos correspondem a uma
movimentação contínua com ou sem superfície definida de movimentação,
englobando os rastejos (movimentos lentos da ordem de 1,5 m/ano) e corridas
(movimentos rápidos da ordem de 3,0 m/s). Os escorregamentos correspondem a
um deslocamento ao longo de uma superfície definida de deslizamento, podendo
esta superfície ter uma forma circular (escorregamentos rotacionais) ou plana. E
por fim, as subsidências, correspondente a um deslocamento finito ou deformação
contínua de direção essencialmente vertical, podendo ser subdivididas em
recalques (expulsão de fluidos do solo gerando uma deformação global do solo)
26
ou em desabamentos (deslocamento finito vertical geralmente com grande
rapidez).
Neste trabalho estará em foco a análise de estabilidade de escorregamento
de taludes de solo com superfície de ruptura plana e circular, tratando de alguns
métodos conhecidos que serão vistos logo a seguir.
2.2.1 – ESCORREGAMENTOS DE SOLO
Os escorregamentos de solo ou de rocha são movimentos de relativa curta
duração, com massa de terreno geralmente bem definida quanto ao seu volume,
cujo centro de gravidade se desloca para baixo e para fora do talude (GUIDICINI
e NIEBLE, op. cit.).
O escorregamento do talude acontece quando a tensão resistente do solo é
vencida pelas tensões atuantes, que geralmente são influenciadas pelo nível de
saturação do solo, pelo peso próprio e pela forma geométrica do talude.
Na análise de estabilidade de taludes, utiliza-se o conceito de coeficiente
de segurança que é definido pela razão entre a tensão resistente média do solo e a
tensão atuante na superfície de potencial deslizamento. Se esta razão for igual à
unidade, o talude está no seu equilíbrio limite, ou seja, no limiar entre o equilíbrio
e a ruína. Para valores do coeficiente de segurança superiores à unidade, o talude é
estável, para valores inferiores, ele entrará em colapso.
2.2.1.1 –Escorregamento de solo em superfície circular
Os escorregamentos rotacionais são aqueles em que a superfície de ruptura
do talude se aproxima de um arco de circunferência (visão bi-dimensional), como
mostra a figura II.10. Nesta figura,
W é o peso próprio da massa de solo com
possibilidade de desprendimento,
τ
são as tensões resistentes do solo à ruptura, R
o raio do círculo da superfície de potencial ruptura,
O o centro da circunferência, i
o ângulo de inclinação do talude,
H a altura do talude e β o ângulo que a linha
27
entre o centro da circunferência de ruptura e o centro geométrico da massa
deslizante faz com a vertical.
Figura II.10 – Talude com superfície potencial de escorregamento circular.
As ações responsáveis pelo colapso geralmente são forças gravitacionais,
ou seja, o peso próprio e, eventualmente, sobrecargas. A resistência a estas ações é
devida à tensão de cisalhamento máxima do material. De fato, este caso é
considerado como um caso do estado plano de deformações que, caso as tensões
resistentes sejam vencidas pelas tensões atuantes, a massa de solo que está
circunscrita pela superfície de ruptura irá girar em torno do centro
O (Fig. II.10),
caracterizando o deslizamento.
A análise da estabilidade consiste em efetuar uma série de verificações do
equilíbrio da cunha separada do maciço de solo pela superfície de ruptura,
correspondente a várias combinações de círculos de raio
R e posição do centro O.
O conjunto (raio da superfície de ruptura e posição do centro da circunferência)
que fornecer o menor coeficiente de segurança fornece a superfície com maior
probabilidade de colapso. Esta forma geométrica da superfície de ruptura está
geralmente associada a um material coesivo e que apresenta homogeneidade,
como alguns materiais argilosos (GUIDICINI e NIEBLE, op. cit.; DER/SP, 1991).
2.2.1.2 – Escorregamento de solo em superfícies planas
Segundo o manual de geotecnia, publicado pelo DER/SP (op. cit.), nos
taludes de corte ou de aterro rodoviários com inclinação superior a 60°, com
freqüência, o colapso ocorre através de uma superfície de ruptura plana (Fig II.11).
28
Figura II.11 – Talude com superfície de ruptura plana.
Na figura II.11,
H e i são, respectivamente, a altura e a inclinação do
talude,
θ
é a inclinação da superfície plana de ruptura crítica, W é o peso da massa
deslizante localizada no centro de gravidade,
z
FT
é a profundidade de uma possível
fenda de tração e
τ
é a tensão de cisalhamento resistente do solo na superfície de
ruptura.
Segundo TERZAGHI e PECK (1960), no topo do talude surge, antes de
acontecer o deslizamento, a primeira ruptura caracterizada por uma fenda oriunda
de tensões de tração (Fig. II.11). A fenda alcança uma profundidade
z
FT
, dada pela
equação II.43, e se estende até a superfície de ruptura.
+
=
2
45
2
ϕ
ρ
tg
g
c
z
FT
(II.43)
Esta profundidade é função dos parâmetros de resistência
c e φ, que são
coesão e ângulo de atrito respectivamente, da massa específica
ρ e da aceleração
da gravidade
g. Estas fendas ocorrem independentes do modo de ruptura.
2.2.2 – FATORES QUE INFLUENCIAM OS ESCORREGAMENTOS
Segundo TERZAGHI e PECK (op. cit.), as causas que podem desencadear
o processo de colapso de um talude podem ser classificadas em internas, externas
e intermediárias.
29
As causas internas são aquelas que levam ao colapso sem que ocorra
qualquer mudança na geometria do talude, mas sim, pela diminuição da
resistência do material. As causas externas seriam o oposto: o aumento das
tensões solicitantes, causando o colapso no momento em que estas ultrapassam a
tensão resistente do material. E, por fim, as causas intermediárias, que seriam o
aparecimento de outros fenômenos intrínsecos ao solo, como a liquefação
espontânea ou o rebaixamento brusco do nível de água.
Por outro lado, GUIDICINI e NIEBLE (op. cit.) explicam que a cobertura
vegetal sobre a superfície do talude pode vir a protegê-lo. A vegetação pode
proteger o material dos raios solares (dilatação térmica do material), ventos e
chuva, bem como o aumento da resistência ao cisalhamento do solo através das
raízes dos vegetais, dentre outros fatores.
O efeito de oscilações térmicas é um dos fatores que podem desencadear
um processo de diminuição da resistência do material na medida em que este,
dilatando-se e contraindo-se, pode ser submetido a tensões que ultrapassam a
resistência do material, gerando a ruptura (GUIDICINI e NIEBLE, op. cit.).
Os parâmetros de resistência também podem ser afetados pelo processo de
alteração do material através da chuva. Isto ocorre através da remoção dos
elementos solúveis constituintes dos próprios minerais, dissolução dos elementos
com função de cimentação das partículas (em solos sedimentares), dentre outros
fatores que causam modificação na estrutura do material.
A modificação da geometria, geralmente acrescentando material na crista
do talude ou retirando material de sua base, pode aumentar as tensões no interior
do maciço de solo levando o talude ao colapso (GUIDICINI e NIEBLE, op. cit.).
As vibrações também podem gerar o desequilíbrio em taludes. O efeito
vibratório geralmente depende do tipo (transiente ou cíclica), da magnitude e da
duração da ação dinâmica. Se a magnitude das tensões no solo ultrapassarem a
tensão resistente, haverá uma degradação do material que, se for próximo a um
talude pode vir a desestabilizá-lo.
Quando o solo está saturado, ações dinâmicas com grande número de
repetições em solos não-coesivos podem originar o fenômeno da liquefação. Com
ausência de drenagem do solo, as tensões cisalhantes cíclicas induzidas podem
produzir um aumento da pressão neutra, que reduz a pressão efetiva no solo, a
qual, por sua vez, influencia na tensão resistente do solo. Por outro lado, a
30
presença de partículas finas no solo inibe o aparecimento do fenômeno de
liquefação. Assim, este fenômeno acontece geralmente em taludes de materiais
não-coesivos que estejam saturados e sob a ação mecânica cíclica com grande
número de ciclos.
2.2.3 – MÉTODOS DE CÁLCULO DA ESTABILIDADE DE TALUDES
Os dois métodos de análise de estabilidade de taludes mais utilizados na
atualidade são o do equilíbrio-limite analítico e o de verificações de tensões
através do método dos elementos finitos. Neste trabalho, por motivo de
simplicidade sem perda de eficiência, todas as análises de estabilidade de talude
serão feitas através do método do equilíbrio-limite.
Segundo GUIDICINI e NIEBLE (op. cit.), a análise de equilíbrio limite
considera que as forças que tendem a induzir a ruptura são exatamente
balanceadas pelos esforços resistentes. A condição de equilíbrio limite
corresponderia a um fator de segurança igual a um, como foi mencionado na
seção 2.2.1. O método de cálculo da estabilidade, considerando o equilíbrio limite,
pode ser efetuado de formas distintas: através de ábacos, diagramas geométricos
ou pelo método das fatias.
O método das fatias, também conhecido como o método sueco, foi
desenvolvido por Fellenius em 1927 e consiste em analisar o equilíbrio de fatias
(ou lamelas) que dividem a região definida entre a superfície de ruptura e a
superfície livre do talude (Fig. II.12.a). É o mais utilizado dentre os métodos de
equilíbrio limite que possuem superfície curva de deslizamento.
31
(a)
(b)
Figura II.12 – Método de Fellenius: (a) Fatias ou lamelas; (b) Equilíbrio de forças
na fatia n.
A figura II.12.b, mostra uma fatia genérica, com forças e os parâmetros
necessários para estabelecer as equações de equilíbrio, onde: N
n
e T
n
são as forças
resistentes, normal e cisalhante respectivamente, H
n
e V
n
as forças horizontal e
vertical atuantes, W
n
o peso próprio da fatia e α
i
a inclinação da superfície de
ruptura. Este método foi posteriormente aperfeiçoado por outros autores: Bishop
em 1955, Morgenstern e Price em 1965, Jambu em 1969, dentre outros
(GUIDICINI e NIEBLE, op. cit.).
Para a ruptura que se desenvolve através de uma superfície plana (Fig.
II.11), o método de Culmann (CAPUTO, 1998) é o mais conhecido. LING (2001),
propôs uma abordagem pseudo-estática para este modo de ruptura.
2.2.4 – ABORDAGEM PSEUDO-ESTÁTICA
Há duas maneiras de se analisar a estabilidade de taludes sob a ação de
cargas dinâmicas: análise pseudo-estática e a análise dinâmica. A análise dinâmica
consiste em modelar o talude através do método dos elementos finitos verificando
as tensões induzidas pela ação dinâmica e comparando-as com a tensão resistente
do material em estudo.
Primeiramente desenvolvida por NEWMARK (op. cit.), a análise pseudo-
estática consiste em considerar uma força horizontal atuando no centro de
gravidade da massa de maior potencial de deslizamento (Fig. II.13). Esta força é
32
formada pelo produto do peso da cunha (
W) pelo coeficiente de aceleração crítica
(
K
C
). O produto do coeficiente K
C
pela aceleração da gravidade fornece a
aceleração crítica para o talude. Caso esta aceleração seja ultrapassada, o talude
entrará em ruína (NEWMARK, op. cit.).
(a)
(b)
Figura II.13 – Análise pseudo-estática: (a) Ruptura circular; (b) Ruptura plana.
Estudos posteriores aprimoraram e confirmaram esta suposição. SARMA
(1979) desenvolveu outra formulação para a análise da estabilidade que associa a
técnica do método das fatias ao da análise pseudo-estática. Segundo Sarma, a
superfície curva de deslizamento em estudo pode assumir qualquer forma, pois é
formada por sucessivos segmentos de reta. O método permite conhecer o
coeficiente de aceleração crítica
K
C
diretamente através da análise, diferentemente
do caso proposto por Newmark.
Segundo ANDERSON e RICHARDS (1989), a aproximação pelo método
pseudo-estático deve ser considerada simplificada por não considerar a variação
das tensões no tempo provocada pela ação dinâmica, bem como, pelo fato de que
o método do equilíbrio-limite não indica a variação de tensões e deformações no
interior da massa de solo. Entretanto, é bastante utilizado e não requer grande
custo computacional.
Para este trabalho, foram implementados, no ambiente do MathCad, os
programas da análise de estabilidade pelo método de SARMA (1979) e do modo
de ruptura plana de LING (op. cit.). Os programas desenvolvidos são apresentados
no Apêndice deste trabalho.
33
2.2.4.1 – Método de Newmark
Segundo NEWMARK (op. cit.), para solos com pouca diferença entre o
comportamento estático e dinâmico, o que geralmente ocorre no nível de
pequenas deformações, o coeficiente de aceleração crítica
Kc pode ser
determinado a partir do fator de segurança estático
FS. Este fator de segurança
pode ser obtido a partir de uma análise de estabilidade estática por um método
qualquer.
()()
β
sin1 = FSK
CN
(II.44)
Na equação II.44,
K
CN
é o coeficiente de aceleração crítica determinado
segundo o método de NEWMARK (op. cit.) e
β
(Fig. II.10) é o ângulo
anteriormente descrito na figura II.10.
Newmark desenvolveu esta teoria para resolver os problemas de barragens
solicitadas por terremotos. Desde que o tráfego de veículos também induz
aceleração ao solo, entende-se que o método pseudo-estático pode ser aplicado à
verificação de taludes solicitados dinamicamente.
2.2.4.2 – Método de Sarma
O método de SARMA (1973) é uma aplicação do método de análise pelo
equilíbrio-limite, através do método das fatias, juntamente com a abordagem
pseudo-estática. Alguns anos depois, o mesmo autor (SARMA, 1979) aprimorou
sua técnica, satisfazendo todas as condições de aceitabilidade de solução.
Segundo este autor, as soluções obtidas numa análise pelo método das
fatias devem satisfazer algumas condições: as forças obtidas na resolução do
problema não devem violar o critério de ruptura de Mohr-Coulomb em nenhum
ponto no interior da massa de solo, nenhuma força de tração deve ser verificada e
as direções das forças devem ser cinematicamente admissíveis.
No método das fatias, para n fatias, têm-se 6n-2 incógnitas assim
distribuídas: n forças normais (N), n forças cisalhantes (T), n-1 forças de corpo
34
(E), n-1 forças de corpo (X), n-1 pontos de aplicação (Z) da força E, n pontos de
aplicação (L) da força normal (N), e 1 fator de segurança
FS ou coeficiente de
aceleração crítica
K
C
. Os significados destes símbolos podem ser verificados na
figura II.14, onde N
i
, T
i
, X
i
, E
i
são as forças, Z
i
e L
i
são a posições destas forças,
α
i
a inclinação da superfície de deslizamento e δ
i
a inclinação da fatia em relação
à vertical para a fatia i.
Figura II.14 – Método das fatias desenvolvido por SARMA (1979).
As condições que relacionam estas incógnitas são: as forças X e E são
nulas nos pontos de interseção entre a superfície de ruptura e a superfície livre; as
três equações do equilíbrio estático (somatório de forças verticais e horizontais e o
somatório dos momentos em um ponto são nulos); e a equação do critério de
ruptura de Mohr-Coulomb. Então, para n fatias, têm-se 4n equações, implicando
em um sistema de equações indeterminado, forçando a se assumir 2n-2 valores
para que o sistema se torne determinado. Uma das maiores diferenças entre os
métodos de estabilidade de taludes pelo método das fatias seriam justamente as
considerações que foram utilizadas para tornar o sistema determinado. Para Sarma,
estas condições são os n-1 números de relações entre as forças X e E e n-1 pontos
de aplicação das forças N e E.
Então, a partir do equilíbrio de forças verticais e horizontais, tem-se:
= 0
VERTICAIS
F
=+ )sin()cos(
iiii
TN
α
α
)sin()sin()cos()cos(
1111 iiiiiiiii
EEXXW
δ
δ
δ
δ
+
+
++++
(II.45)
35
= 0
SHORIZONTAI
F
= )()cos(
iiii
sinNT
α
α
)cos()cos()sin()sin(
1111 iiiiiiiiiC
EEXXWK
δ
δ
δ
δ
+
+
++++
(II.46)
Desconsiderando a presença de água no problema, o critério de ruptura de
Mohr-Coulomb, aplicado na superfície de ruptura de cada fatia é dado por:
)sec()tan(
iiiiii
bcNT
α
φ
+= (II.47)
Na equação II.47,
φ
i
é o ângulo de atrito, c
i
a coesão e b
i
a largura da fatia.
Sarma também aplicou o critério de Mohr-Coulomb entre as fatias,
fornecendo uma relação entre as forças E e X (Eq. II.48).
iiiii
dcEX += )tan(
φ
(II.48.a)
11111
)tan(
+++++
+=
iiiii
dcEX
φ
(II.48.b)
Substituindo as equações II.47 e II.48 nas equações II.45 e II.46, e
eliminando T
i
, X
i
, X
i+1
e N
i
, obtém-se:
iiCiii
eEKpaE +
=
+1
(II.49.a)
A equação II.49.a é uma relação recursiva e a partir disto pode-se obter:
)(
1211
termosieeaeaaE
iiiiiii
Κ
+
++=
+
Κ
Κ
+
+
+
+
+ 211121
)(
nnnnCiiiiii
eeeEKeepepp II.49.(b)
Sendo as forças de corpo na primeira e última fatia nulas (E
i+1
=E
1
=0),
determina-se diretamente o coeficiente de aceleração crítica
K
CS
:
231112
1
23112
1
eeeepeepepp
eeeeaeeaeaa
K
iniiiiii
iiiiiiiii
CS
++++
+
+
++
=
+
+
ΚΚ
Κ
Κ
(II.50)
36
onde:
)sec()cos(
)sin()sin()cos()sin(
111
11
+++
++
+
+
+
=
iiiii
iiiiiiiiiiiii
i
SSRW
a
φδφαφ
δ
α
φ
δ
α
φ
φ
α
φ
(II.51)
)sec()cos(
)cos(
111 +++
+
=
iiiii
iii
i
W
p
φδφαφ
α
φ
(II.52)
)sec()cos(
)sec()cos(
111 +++
+
+
=
iiiii
iiiii
i
e
φδφαφ
φ
δ
φ
α
φ
(II.53)
)sec(
iiii
bcR
α
= (II.54)
iii
dcS = (II.55)
Para casos do solo homogêneo (única camada) e fatias verticais (
δ
i
= 0), e
i
torna-se igual à unidade e os parâmetros de resistência devem ser divididos por
um fator igual a 1,1.
Determinado o valor de
K
C
, todos os outros valores podem ser
determinados. A partir da equação II.48 todos os valores de
X
i
podem ser
determinados. Utilizando as equações II.46 e II.47 os valores de
N
i
e T
i
podem ser
determinados. As linhas de ação das forças
E
i
e N
i
podem ser determinadas a
partir da aplicação da equação do equilíbrio de momentos em torno do ponto A
(Fig. II.14). Entretanto, a posição das forças
E
i
e N
i
não é uma condição de
aceitabilidade da solução, ficando com este papel apenas a condição de que os
valores de
T
i
e N
i
sejam positivos.
De modo a obter o fator de segurança estático do talude, devem-se reduzir
os parâmetros de resistência por um fator até que o coeficiente
K
C
seja nulo.
Assim, o fator que produz um coeficiente
K
C
nulo é o fator de segurança estático.
SARMA e BHAVE (1974), propuseram uma correlação que fornece
valores aproximados entre o fator de segurança estático e o coeficiente de
aceleração crítica, dado pela equação II.56.
37
C
KFS += 33,30,1 (II.56)
2.2.4.3 – Método de Ling
Para LING (op. cit.), diferentemente de NEWMARK (op. cit.), o efeito
provocado pela componente vertical de aceleração contribui para a
desestabilização do talude.
Ling estendeu o método de Culmann (Fig. II.11), método este que verifica
a estabilidade do talude para uma superfície de ruptura plana a uma análise
dinâmica com o conceito pseudo-estático proposto inicialmente por NEWMARK
(op. cit.). Esta formulação pode ser ilustrada por um bloco rígido sobre um plano
horizontal (Fig. II.15)
(a)
(b)
Figura II.15 – (a) Bloco rígido deslizando sobre um plano horizontal; (b)
Componentes da aceleração induzida.
Os parâmetros W, k
h
, k
v
e
φ
são o peso do bloco, os coeficientes horizontal
e vertical da aceleração a que este está submetido e o ângulo de atrito entre o
bloco e o plano, respectivamente.
As equações do equilíbrio de forças que atuam no bloco (Eqs. II.57 e II.58),
juntamente com a equação constitutiva do modelo de Mohr-Coulomb (Eq. II.59)
completam a formulação de LING (op. cit.), resultando no coeficiente de
aceleração crítica (Eq. II.60) para o exemplo dado (Fig. II.15).
WtkT
h
= )( (II.57)
38
WtkN
v
= ))(1( (II.58)
()
φ
tan= NT (II.59)
()()
φ
tan)(1)( ±= tktk
vHC
(II.60.a)
()()
φ
tan)(1)( += tktk
vHC
(II.60.b)
Observa-se que na equação II.60, o sentido da componente da aceleração
vertical influencia no equilíbrio das forças (Eq. II.58), aplicando-se a equação
II.60.a quando a aceleração é no sentido oposto ao da força peso e a equação
II.60.b quando a aceleração é no mesmo sentido da força peso. Vale observar que
o coeficiente de aceleração resistiva horizontal
k
HC
é dependente do tempo por ser
função do coeficiente de aceleração vertical induzida
k
v
.
±
=
)(1
)(
arctan)(
tk
tk
t
v
h
η
(II.61)
Define-se o ângulo
η
como sendo o ângulo que a componente vertical da
aceleração induzida k
v
faz com a resultante desta aceleração (Eq. II.61), utilizando
o sinal em relação ao sentido da aceleração vertical.
2
)(
)(
t
t
η
φ
α
θ
+
=
(II.62)
()
H
c
tt
ttktK
vCL
γθφθα
φ
α
θφ
2
))(cos())(sin(
)cos()sin(
))(tan()(1)(
++= (II.63)
Para o caso de taludes de solos o coeficiente de aceleração horizontal
crítica proposto é dado pela equação II.63, onde o ângulo que o plano de ruptura
faz com a horizontal é dado pela equação II.62.
Na equação II.63, k
v
é o coeficiente que, multiplicado pela aceleração da
gravidade resulta na componente vertical da aceleração que solicita o talude, onde
39
esta componente faz um ângulo
η
com a aceleração resultante. Ainda na mesma
equação,
θ
é o ângulo que a superfície crítica de ruptura faz com a horizontal,
α
a
inclinação do talude, c a coesão do solo,
φ
o ângulo de atrito,
γ
a massa específica
e H a altura do talude.
Desta forma, os gráficos em relação ao tempo do coeficiente horizontal da
aceleração induzida k
h
e do coeficiente de aceleração crítica, ou coeficiente de
aceleração resistiva, devem ser superpostos. Uma vez que, ao longo do tempo, a
aceleração induzida ultrapasse o valor da aceleração resistiva a ruptura do talude
sob este modo acontecerá.
2.3 – MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
A conhecida estratégia dividir e conquistar (divide and conquer) é uma das
idéias principais na modelagem de problemas de engenharia. A primeira tarefa na
modelagem de um sistema (edifícios, aviões, navios, etc) é separar as partes que
têm função estrutural e as que não desempenham este papel. As partes do sistema
que não têm função estrutural são consideradas como massas e forças e são
aplicadas no sistema. A tarefa seguinte é, considerar que o sistema é composto por
subsistemas.
No Método dos Elementos Finitos (MEF), estes subsistemas são
analisados separadamente, dividindo-os em partes elementares e interligadas por
nós, chamadas elementos. Os nós possuem graus de liberdade que, em problemas
mecânicos elásticos, são as possibilidades de deslocamento que estes podem
sofrer.
Na figura II.16 observa-se um trecho de uma malha de elementos finitos
bidimensional com uma carga estática aplicada em um de seus nós. Os outros nós
da malha se deslocarão devido à força aplicada que, através da rigidez dos
elementos, sofrerão a influência desta força. Ou seja, os elementos que estão
conectados ao nó onde a força está sendo aplicada transmitirão esta ação para os
seus outros nós que, por sua vez, transmitirão aos elementos adjacentes e assim
sucessivamente.
40
Figura II.16 – Representação esquemática da propagação dos esforços no
MEF.
Neste trabalho, foram utilizados elementos quadrilaterais para discretizar
os modelos bidimensionais e elementos hexaédricos para os modelos
tridimensionais.
Figura II.17 – Elemento bidimensional quadrilateral com dois graus de liberdade
por nó.
Na figura II.17, tem-se a geometria do elemento plano com quatro nós (I, J,
K e L), sendo duas translações por nó. Na mesma figura,
r e s são os eixos do
sistema de coordenada do elemento e,
u e v, respectivamente, os deslocamentos
correspondentes aos eixos
X e Y do sistema global de coordenadas.
Os deslocamentos no interior do elemento são interpolados em relação aos
nodais através das funções de forma. Para o caso do elemento quadrilateral
utilizado neste trabalho, os deslocamentos no interior deste elemento são dados
pelas equações II.64 e II.65.
41
() ()() ()()
[
s1r1us1r1u
4
1
sr,u
JI
++=
()() ()()
]
s1r1us1r1u
LK
+
++++
(Eq. II.64)
() ()() ()()
[
s1r1vs1r1v
4
1
sr,v
JI
++=
()() ()()
]
s1r1vs1r1v
LK
+
++++
(Eq. II.65)
Para os modelos tridimensionais, utilizou-se o elemento hexaédrico com
oito nós, sendo seis graus de liberdade por nó: três translações e três rotações (Fig.
II.18.a).
(a)
(b)
Figura II.18 – Elemento sólido espacial: (a) 8 nós e 3 translações e rotações por
nó; (b) 20 nós e 3 translações por nó.
Existe também um elemento equivalente a este, com nós adicionais no
ponto médio das arestas do prisma (Fig. II.18.b), perfazendo um total de vinte nós
e compondo três translações por nó. Este novo elemento fornece uma resposta
mais precisa em relação à do outro elemento, contudo com um maior custo de
processamento computacional devido ao maior número de graus de liberdade.
Na figura II.18, os eixos
X, Y e Z formam o sistema global de coordenadas
com seus deslocamentos
u, v e w, respectivamente. O elemento com oito (I, J, K,
L, M, N, O e P) e vinte (I, J, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, W, X, Y, Z, A e
B) nós é mostrado nas figuras II.19.a e II.19.b, respectivamente. Ainda na mesma
figura,
r, s e t são os eixos do sistema local de coordenadas do elemento.
42
Os deslocamentos no interior do elemento hexaédrico de vinte nós são
dados pelas seguintes funções de interpolação:
() ()()()( ) ()()()( )
[
2-tr-sr1t1s1u2-tr-s-r1t1s1u
8
1
ts,r,u
JI
++=
()()()
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
2-trs-r1t1s-1u2-tr-sr1t1s1u
LK
+
+
+
+
+
+
()()()
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
2-tr-sr1t-1s1u2-tr-s-r1t-1s-1u
NM
+
+
+
+
+
++
()()()
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
]
2-trsr1t1s-1u2-trsr1t1s1u
PO
++
+
+
+
+
+
++
+
+
()
()() ()
(
)
()
[
r-1t1s1ur-1t1s1u
2
R
2
Q
+++
4
1
(
)
()()
(
)
(
)
(
)
r-1t1s-1ur-1t1s1u
2
T
2
S
+++
(
)
()()
(
)
(
)
(
)
r1t1s1ur1t1s1u
2
V
2
U
+++++
(
)
()()
(
)
(
)
(
)
r1t1s1ur1t1s1u
2
X
2
W
+++++
()()
(
)
(
)
(
)
(
)
2
Z
2
Y
r-1t1s1ur-1t1s1u +++
()()
(
)
(
)
(
)
(
)
]
2
B
2
A
r-1t1s-1ur-1t1s1u +++++ (Eq. II.66)
() ()
[
uaanálogos1v
8
1
ts,r,v
I
Λ= (Eq. II.67)
() ()
[
uaanálogos1w
8
1
ts,r,w
I
Λ=
(Eq. II.68)
As funções de forma do elemento hexaédrico que contém oito nós foram
desenvolvidas por YUNUS et al. (1991) a partir das funções do elemento de vinte
nós. Este procedimento consiste em converter os deslocamentos dos nós
intermediários em rotações nos nós de canto (Eqs. II.69.a, II.69.b e II.69.c).
() () ()
YJYI
IJ
ZIZJ
IJ
JIQ
θθ
8
ZZ
θθ
8
YY
uu
2
1
u
+
++=
(Eq. II.69.a)
() () ()
ZJZI
IJ
XIXJ
IJ
JIQ
θθ
8
XX
θθ
8
ZZ
vv
2
1
v
+
++= (Eq. II.69.b)
43
() () ()
XJXI
IJ
YIYJ
IJ
JIQ
θθ
8
YY
θθ
8
XX
ww
2
1
w
+
++= (Eq. II.69.c)
Na equação II.69, obtém-se a relação entre os deslocamentos no nó médio
Q (Fig. II.19.b) e as rotações dos nós de canto I e J, dados por
θ.
Cada elemento utilizado numa malha de elementos finitos possui uma
matriz de rigidez característica, que é função dos parâmetros elásticos do material
e das dimensões do elemento. A partir das funções de forma do elemento,
juntamente com a equação governante da elasticidade, determina-se a matriz de
rigidez do elemento considerando o equilíbrio de energia através de métodos
variacionais (Ritz) ou dos resíduos ponderados (Galerkin).
Para o exemplo de elasticidade estática, a solução é dada pela equação
II.70.
[]
{} { }
fuK = (II.70)
Nesta equação, [K], {u} e {f} são, respectivamente, a matriz de rigidez do
sistema e os vetores de deslocamentos e forças nodais. A matriz de rigidez do
sistema é formada pelas matrizes de rigidez dos elementos, de acordo com a
geometria do sistema e o arranjo dos elementos. Os elementos dos vetores de
deslocamento e de forças são prescritos como condições de contorno ou obtidos
na solução. Assim, o primeiro parâmetro obtido em uma análise de elementos
finitos é o vetor de deslocamentos e forças nodais incógnitas.
2.3.1 – DETERMINAÇÃO DA MALHA
Quanto mais elementos possuir a malha mais próxima da solução analítica
estará a resposta. Há, no entanto, um ponto em que esta subdivisão do sistema em
elementos finitos irá produzir um erro desprezível. Ao chegar neste ponto, a
malha é dita suficientemente refinada. Geralmente, em locais onde ocorre um
acentuado gradiente de tensões ou deformações é necessário utilizar uma malha
44
com mais elementos para que seja possível descrever o estado de tensão ou
deformações com maior precisão.
Outra fonte de erros resultantes da malha está na forma geométrica dos
elementos que a constituem. A geometria ideal do elemento, no caso
bidimensional, é o modo regular de uma região formada por um polígono. No
caso tridimensional, a configuração ideal é aquela formada por um volume
facetado regular.
O elemento é considerado distorcido quando apresenta alguma das
seguintes modificações em relação à geometria ideal: grande desvio dos ângulos
internos entre seus lados ou faces em relação à versão regular; pouco paralelismo
em elementos de quatro lados ou seis faces; ou grande diferença entre as suas
dimensões. Os elementos distorcidos podem vir a produzir erros na resposta do
modelo.
Segundo BATHE (1996), pode ser utilizada a relação entre a maior
dimensão do elemento pela menor dimensão como uma maneira de mensurar a
capacidade do elemento produzir bons resultados. No programa ANSYS
(KOHNKE, 1998), quando esta relação é superior a 20 o programa alerta o
usuário. Outro parâmetro verificado pelo programa é o ângulo interno entre lados
de elementos planos quadrilaterais ou entre faces de hexaédricos. Quando este
ângulo é desviado de 5° do ângulo reto o usuário é alertado pelo programa.
O paralelismo entre lados ou faces, para o caso de elementos quadrilaterais
planos ou hexaédricos, respectivamente, é outra checagem que o programa faz em
relação ao formato dos elementos da malha. Caso o ângulo de desvio do
paralelismo, entre lados ou faces, for superior a 70° o programa alerta o usuário.
Toda verificação do formato do elemento é feita automaticamente pelo ANSYS.
O tamanho do elemento é estimado de acordo com o tipo de problema a
ser modelado. O usuário deve utilizar uma malha de elementos determinada por
uma estimativa inicial, obter a solução do problema, e verificar os erros causados
pela malha utilizada. Nas regiões em que os elementos produziram erros acima da
tolerância deve-se aumentar o número de elementos nesta região ou o grau do
polinômio interpolador.
Em problemas de propagação de ondas em meios elásticos, a discretização
do meio também interfere no resultado. Deste modo, o tamanho do elemento da
45
malha deve ser estimado a partir do comprimento de onda (Eq. II.71) que se
deseja captar na modelagem.
MAX
R
f
V
=
λ
(II.71)
N equação
λ
é o comprimento de onda, V
R
é a velocidade de propagação
da onda Rayleigh e f
MAX
a maior freqüência que se deseja captar.
Para LYSMER e KUHLEMEYER (op. cit.) o tamanho do elemento deve
ser adotado igual ao a 1/8 do comprimento de onda. ZEWER et. al (op. cit.) e
D’APUZZO (op.cit.), por outro lado, recomenda se usar o dobro deste tamanho.
Uma vez que o comprimento de onda é diretamente proporcional à
estimativa do tamanho do elemento e que, quanto menor o elemento maior a
precisão do resultado, é usual, escolher-se como referência a velocidade da onda
de Rayleigh por ser a menor. Para que todas as freqüências presentes na
modelagem sejam captadas, utiliza-se a maior das velocidades na estimativa do
tamanho do elemento.
Uma forma de verificar o erro da resposta de um modelo no MEF é
comparar os resultados obtidos com respostas analíticas ou experimentais, quando
há disponibilidade destas.
2.3.2 – ANÁLISE DINÂMICA PELO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
Diferentemente do problema estático, no problema dinâmico, as forças de
inércia têm participação na resposta do sistema. Estas forças têm relação direta
com a massa do sistema e são proporcionais à aceleração que o sistema
desenvolve. No MEF, a matriz de massa do elemento é formada de maneira
análoga à formação da matriz de rigidez, onde a densidade de massa do material
tem papel relevante na determinação dos componentes desta matriz.
Um sistema vibra de acordo com os seus modos de vibração. Cada modo
de vibração possui uma freqüência associada, também conhecida como freqüência
natural ou ressonante. Tais freqüências, bem como os seus modos de vibração,
46
podem ser obtidas através da solução da equação II.72. Esta é a equação de
equilíbrio de um sistema submetido à vibração livre não-amortecida, onde [M] é a
matriz de massa do sistema e
{
}
u
&
&
é o vetor de acelerações nodais.
[]
{}
[]
{} {}
0=+ uKuM
&&
(II.72)
Para um sistema linear, as vibrações livres são harmônicas e seus
deslocamentos podem ser descritos, por exemplo, por funções trigonométricas, ou
seja:
{} {}
(
)
tu
i
i
=
ω
ϕ
cos (II.73)
ii
f=
π
ω
2 (II.74)
Na equação II.73, {φ}
i
são os autovetores associados ao modo de vibração
i,
ω
i
são as freqüências naturais do sistema em rad/s, correspondendo aos
autovalores, t o tempo e f
i
são as freqüências naturais em Hertz.
Substituindo a equação II.73 em II.72, obtém-se a equação II.75 que pode
ser resolvida como um problema de autovetores e autovalores. Este procedimento
de determinação dos modos de vibração e das freqüências naturais do sistema é
chamado de análise modal.
[]
{}
[]
{}
i
i
i
MK
ϕωϕ
=
2
(II.75)
Outro parâmetro que influencia significativamente a resposta de um
sistema dinâmico é o amortecimento. Fisicamente, o amortecimento representa a
capacidade do sistema de dissipar a energia vibratória e, em conseqüência
diminuir a amplitude dos deslocamentos. Há várias formas de se representar o
amortecimento, sendo a mais usual o do tipo viscoso.
No ANSYS, a matriz de amortecimento é obtida a partir das matrizes de
rigidez e de massa, conforme mostrado na equação II.76.
47
[] [ ] []
[]
=
++=
NMAT
j
jj
KKMC
1
21
χαα
(II.76)
Onde [C] é a matriz de amortecimento do sistema,
α
1
e
α
2
são as
constantes de Rayleigh e
χ é um coeficiente multiplicador de alguns componentes
da matriz de rigidez do sistema.
O coeficiente
χ é bastante útil quando se deseja definir um amortecimento
distinto em duas regiões diferentes em um sistema.
Os parâmetros
α
1
e
α
2
são obtidos a partir das freqüências fundamentais
do sistema e do amortecimento que este possui. Estes coeficientes são
determinados resolvendo-se um sistema de equações lineares formado a partir da
definição de duas freqüências fundamentais ω
1
e ω
2
e de uma razão de
amortecimento ξ.
A equação II.77 mostra o sistema de equações citado.
=
+
=
+
ξ
ωα
ω
α
ξ
ωα
ω
α
22
22
22
2
1
12
1
1
(II.77)
Vários autores (GARDIEN e STUIT, op. cit.; WOODWARD e
GRIFFITHS, op.cit.) utilizam o amortecimento de Rayleigh (Eqs. II.76 e II.77)
para considerar o amortecimento do material em problemas de propagação de
ondas no solo.
No MEF, os deslocamentos nodais de um sistema dinâmico podem ser
obtidos tanto no domínio da freqüência quanto no domínio do tempo. A equação
de movimento que resolve o problema no domínio do tempo é dada por:
[]
{}
[]
{}
[]
{}
(
){}
tFuKuCuM =++
&
&&
(II.78)
onde [C] é a matriz de amortecimento do material, {F(t)} o vetor de forças nodais,
{}
u
&
o vetor das velocidades nos nós e os demais termos já foram definidos.
48
Uma das maneiras de se resolver a equação de movimento no domínio do
tempo é através de uma metodologia chamada integração direta, discretizando o
tempo em intervalos de tamanho Δt.
Segundo BATHE (op. cit.) a idéia da integração direta consiste em duas
partes: satisfação do equilíbrio do sistema (Eq. II.78) para cada incremento de
tempo Δt e da variação dos deslocamentos, velocidades e acelerações. A forma de
como se dará esta variação é que vai determinar a precisão da análise, como será
descrito logo adiante.
Definido o intervalo de tempo que se deseja avaliar a resposta do sistema
entre 0 e T, ele é dividido em n subintervalos, ou seja Δt=T/n. O procedimento de
integração empregado estabelece uma solução aproximada nos tempos Δt, 2Δt,
3Δt,...,t + Δt,...,T. Para realizar esta tarefa existem alguns métodos: diferença
central (advindo do método das diferenças finitas), método de Houbolt, de
Wilson-θ e o de Newmark.
Neste trabalho, foi utilizado o método de Newmark para solucionar a
equação II.78, o qual é um dos métodos disponíveis no programa ANSYS
(KOHNKE, op. cit.).
O procedimento numérico consiste em definir uma relação entre os vetores
de aceleração e de deslocamento, mostrada na equação II.79.a e entre os da
velocidade e do deslocamento, conforme mostrado na equação II.79.b. Ou seja:
{}
{
}{}()
{
}
{
}
nnnnn
uauauuau
&
&
&
&&
=
++ 32101
(II.79.a)
{ }{} {}
{
}
1761 ++
+
=
nnnn
uauauu
&
&
&&&
(II.79.b)
Nestas equações, os vetores de deslocamento {u
n
}, de velocidade
{}
n
u
&
e
de aceleração nodais
{}
n
u
&&
são as condições iniciais no tempo n, onde a
0
=1/(αΔt
2
),
a
1
=δ/(αΔt), a
2
= 1/(αΔt), a
3
=1/(2α)-1, a
4
= δ/α-1, a
5
=Δt(δ/α-2)/2, a
6
=Δt(1-δ) e
a
7
=Δtδ são constantes, α e δ são os parâmetros de integração de Newmark e Δt o
incremento do tempo discretizado.
Os dois conceitos fundamentais a serem considerados em um esquema de
integração direta na análise dinâmica transiente são: a estabilidade e a precisão
numérica. No método de integração de Newmark, para que a solução tenha uma
49
boa precisão, os parâmetros de integração devem ser: δ≥0.5 e α≥0.25(δ+0.5)².
Segundo Bathe, para que o método seja incondicionalmente estável tais
parâmetros devem ter valores α=0.25 e δ=0.50.
Substituindo a equação II.79 na equação II.78 para os vetores no tempo
n+1, obtém-se a equação II.80 que permite determinar o vetor dos deslocamentos
neste tempo.
[] [][]
(){}
(
){}
[]
{} {} {}()
[]
{} {} {}()
nnnnnn
n
uauauaCuauauaM
tFuKCaMa
&&&&&&
541320
110
+++++
+=++
+
(Eq. II.80)
O vetor de deslocamentos nodais no tempo atual, calculado pela equação
II.80, possibilita a obtenção dos respectivos vetores de velocidades e acelerações
nodais. A análise completa é obtida utilizando-se este processo iterativamente até
o tempo final.
A escolha adequada da metodologia de resolução da equação diminui
bastante o tempo de processamento computacional. De acordo com o manual do
ANSYS, para sistemas com até 50.000 graus de liberdade é indicado o processo
da eliminação de Gauss direta. Para sistemas com número de graus de liberdade
entre 50.000 e 1.000.000, o método de resolução indicado é o dos Gradientes
Conjugados Pré-condicionados, que consiste em aproximar, iterativamente, a
matriz inversa.
O tamanho do intervalo de tempo Δt depende do tipo de problema. Para
problemas que visam acompanhar a vibração do sistema, recomenda-se utilizar
incrementos Δt de acordo com os modos de vibração que se deseja analisar. Para
problemas que visam acompanhar o fenômeno da propagação de ondas, Δt deve
ter relação com a velocidade de propagação da onda e com o tamanho do
elemento da malha.
BODE et al. (2002), em seu trabalho sobre modelagem da interação solo-
estrutura, propôs que Δt deve ser o tempo necessário para que a onda de Rayleigh
trafegue a metade da maior dimensão do elemento da malha, ou seja:
R
ELEM
V
d
t
=Δ
2
(II.81)
50
Nesta equação, d
ELEM
é o tamanho do elemento da malha.
ZEWER et al. (op. cit.), propõem um intervalo de tempo Δt que poderia
ser estimado no intervalo dado pela equação II.82. Esta equação mostra que os
valores limites para Δt são função do tamanho do elemento e da velocidade de
propagação da onda-P.
P
ELEM
P
ELEM
V
d
t
V
d
Δ
10
(II.82)
2.3.3 – MODELOS DE MEIOS SEMI-INFINITOS E CONDIÇÕES DE
CONTORNO
As condições de contorno na modelagem dos elementos finitos, quando
impostas, são na forma de restrições dos graus de liberdade (deslocamentos ou
rotações nos nós) ou imposições de carga em determinado grau de liberdade.
Quando não são impostas, o contorno é dito livre para se deslocar.
O solo é, geralmente, representado por um semi-espaço ou semi-plano
infinito. Desta forma, na modelagem pelo MEF, considera-se uma porção finita do
sistema infinito a ser modelado, impondo-se artifícios pertinentes no contorno.
Estas condições de contorno, sobretudo em problemas relacionados ao fenômeno
de propagação, devem evitar que as ondas, emanadas do interior do sistema,
reflitam no contorno imposto.
Atualmente, três destes artifícios são mais usuais: amortecedores viscosos,
elementos infinitos e zona absorvente (damping zone).
A primeira, e pioneira, são condições de contorno impostas nos nós
limítrofes do modelo de semi-espaço, utilizando amortecedores que absorvem a
energia vibratória. Esta técnica foi idealizada primeiramente por LYSMER e
KUHLEMEYER (op. cit.). O desempenho da absorção das ondas neste tipo de
contorno não é perfeito, sendo assim também conhecido por contorno viscoso
imperfeito.
Utilizando elementos infinitos, alguns autores (YANG et al., 2003;
KUMAR, 1987; KUMAR, 1988) propuseram um modelo de semi-espaço cujos
51
elementos localizados na fronteira têm, em sua formulação, condições para que a
energia das ondas incidentes seja eliminada e não reflita no contorno.
Outra metodologia, sendo esta a mais recente (D’APUZZO, op. cit.;
GARDIEN e STUIT, op. cit), propõe a implantação de uma zona absorvente entre
o semi-espaço e o contorno fixo. Esta zona é dotada de um amortecimento
suficiente para evitar reflexões na interface semi-espaço/zona absorvente
eliminando as ondas para que não voltem ao semi-espaço.
Duas destas metodologias foram utilizadas neste trabalho: o contorno
imperfeito proposto por Lysmer e Kuhlemeyer, esquematizado na figura II.19.a e
a zona de elementos absorventes, proposta por D’Apuzzo mostrada na figura
II.19.b.
(a)
(b)
Figura II.19 – Modelagem do semi-plano (solo): (a) amortecedores viscosos
imperfeitos; (b) zona absorvente.
2.3.3.1 – Contorno com amortecedores viscosos
O sistema de amortecedores imperfeitos foi originalmente idealizado por
LYSMER e KUHLEMEYER (op. cit.) para o caso bidimensional. Estes autores
desenvolveram uma expressão que, a partir de um estudo das reflexões das ondas
em um contorno, determina-se o valor das tensões normal (Eq. II.83.a) e
cisalhante (Eq. II.83.b). A partir destas tensões é que se calcula o valor dos
coeficientes de amortecimento dos amortecedores viscosos.
wVa
P
&
=
ρ
σ
(II.83.a)
52
uVb
S
&
=
ρ
τ
(II.83.b)
Nestas equações, σ é a tensão normal no contorno devido ao impacto da
onda neste, τ é a tensão cisalhante, a e b são constantes, ρ é a massa específica do
solo, V
P
e V
S
são as velocidades de propagação das ondas P e S, respectivamente,
e
w
&
e u
&
são as velocidades da partícula nas direções normal e tangencial ao
contorno, respectivamente.
Os coeficientes a e b são dependentes do tipo de onda que se deseja
absorver. Para a onda de superfície de Rayleigh, estes coeficientes são
dependentes da profundidade em relação à superfície, da freqüência da fonte de
excitação e da velocidade da onda. Caso os tipos de ondas a absorver sejam as de
corpo, tais coeficientes podem ser considerados constantes e iguais a um. Com
valores unitários para a e b, a absorção das ondas-P é, por este tipo de contorno,
de 98,5% (LYSMER e KUHLEMEYER, op. cit.).
Sabendo-se que a força responsável pelo amortecimento é, em um sistema
de um grau de liberdade, o produto do coeficiente de amortecimento do sistema
pela velocidade do deslocamento do grau de liberdade, os coeficientes de
amortecimento do contorno viscoso imperfeito de Lysmer-Kuhlemeyer são
determinados pelas equações II.84.a e II.84.b.
PNORMAL
VAaC =
ρ
(II.84.a)
SCISALHANTE
VAbC =
ρ
(II.84.b)
Nas equações II.84.a e II.84.b, C
NORMAL
e C
CISALHANTE
são os coeficientes
de amortecimento dos amortecedores viscosos imperfeitos e A a área de influência
de cada amortecedor, que nada mais é do que a área de um elemento finito da
malha. LYSMER e KULEHMEYER (op. cit.) ressalvam que, para este artifício
absorvente ter um bom desempenho, o contorno tem de ser convexo de tal forma
que as ondas, ao incidirem nele, façam um ângulo que se aproxime do ângulo reto.
Posteriormente WHITE et al. (1977) propôs uma correção para os valores
dos coeficientes a e b, onde estes seriam dependentes somente do coeficiente de
Poisson do solo, e poderiam ser calculados pelas equações II.85.a e II.85.b.
53
()
2
525
15
8
SSa +
=
π
(II.85.a)
()
Sb +
= 23
15
8
π
(II.85.b)
()
ν
ν
=
12
21
2
S (II.85.c)
Segundo WHITE et al. (op. cit.), estes coeficientes melhoram o
desempenho do contorno viscoso imperfeito, onde
ν
é o coeficiente de Poisson do
solo.
No programa ANSYS, o elemento que melhor representa estes
amortecedores é o elemento formado por um sistema mola-amortecedor chamado
COMBIN14 (Figura II.20.b), sendo necessário definir a rigidez da mola deste
sistema para que haja consistência na modelagem. SILVA et al. (2004) definiu
que este sistema de um grau de liberdade seria formado por: massa M de um
elemento pertencente à fronteira do modelo de elementos finitos (Fig. II.20.a e
II.20.c), constante de mola K e o coeficiente de amortecimento C, considerando
que este amortecimento seria crítico.
(a)
(b)
(c)
Figura II.20 – (a) Contorno viscoso imperfeito de modelo 2D; (b) Elemento
COMBIN14; (c) Idealização para a determinação da constante de mola.
Da dinâmica clássica, a relação entre os parâmetros de um sistema massa-
mola-amortecedor com amortecimento crítico, é dada pela equação II.86
(CLOUGH e PENZIEN, op. cit.).
54
M
C
K
4
2
= (II.86)
2.3.3.2 – Contorno com zona absorvente
Este tipo de contorno artificial consiste em faixas de elementos, providos
de amortecimento, com o objetivo de eliminar a energia vibratória quando esta
atinge o contorno.
D’APUZZO (op. cit.) utilizou esta técnica na modelagem tridimensional
do tráfego de veículos (Fig. II.21). Ele recomenda que, para se obter um bom
desempenho, a zona de amortecimento deve ter uma faixa de dez elementos com
amortecimento variando quadraticamente e tangente inicial nula.
(a)
(b)
Figura II.21 – Contorno do tipo zona absorvente (adaptado de D’APUZZO, op.
cit.): (a) semi-espaço e zona absorvente; (b) idealização em EF.
GARDIEN e STUIT (op. cit.) utilizaram procedimento similar em
modelos de semi-planos para tráfego de trens. Eles não especificaram nem o
tamanho nem a quantidade de elementos que constituem a zona absorvente.
Porém, enfatizaram que se devem ter várias faixas de elementos com tamanho e
amortecimento crescente.
55
No programa ANSYS há a possibilidade de definir amortecimentos
diferentes ao longo da malha de elementos através da equação II.76.
Neste trabalho, para se dimensionar a zona absorvente, utilizou-se as duas
propostas acima: uma faixa de dez elementos com tamanho e amortecimento
crescentes. O amortecimento de cada faixa de elementos seria dado pela variação
quadrática representada pela equação:.
2
)( xx =Φ
χ
(II.87)
onde
Φ é a variação do amortecimento em relação à distância x (Fig. II.22). O
valor de
χ, constante que será computada na matriz de amortecimento do sistema
pela equação II.76, foi determinada, por tentativa e erro, comparando os
deslocamentos do MEF e da resposta analítica de LAMB (op. cit.).
Figura II.22 – Função do aumento do amortecimento na zona absorvente.
Na figura II.22 pode ser observado o desenho esquemático de como o
amortecimento aumenta de acordo com a distância ao longo da zona absorvente.
A vantagem deste tipo de contorno, frente ao contorno viscoso imperfeito
é que este não depende da freqüência de excitação e nem da posição da fonte
dinâmica, onde a forma geométrica do contorno não precisa ser convexa.
2.4 – MODELAGEM DO VEÍCULO E DO PAVIMENTO
Nas simulações de cargas móveis sobre um semi-espaço, em vários
trabalhos, o veículo é representado por forças que são aplicadas ao modelo e se
56
movimentam com uma velocidade constante (LOMBAERT et. al, 2000;
D’APUZZO, op. cit.; GARDIEN e STUIT, op. cit.; YANG et al., op. cit.; HUNG
e YANG, op. cit.; SUN e DENG, 1998).
Figura II.23 – Idealização e modelagem de carga móvel.
Para o tráfego de trens HUNG e YANG (op. cit.) consideraram que os
trilhos do trem seriam vigas sobre base elástica onde cada eixo do trem teria seu
peso distribuído no modelo de acordo com a rigidez do trilho e de sua fundação.
Desta forma, a partir da deflexão dos trilhos, determinada pela teoria de Winkler,
obtém-se a distribuição da carga mostrada na figura II.23. Na posse desta não se
faz necessário modelar a fundação, nem os trilhos e nem os eixos do trem,
aplicando a carga diretamente no modelo de elementos finitos. Esta sub-
estruturação simplifica o modelo sem diminuir a representatividade do sistema.
(a)
(b)
Figura II.24 – Modelo quarter-car model: (a) Idealização do veículo; (b) Modelo.
Para o tráfego de veículos existem modelos que simulam veículos de um
eixo (HUNT, 1991; SUN e DENG, op. cit.) ou vários (LOMBAERT et al., op.
cit.). Em algumas destes modelos, os pneus e a suspensão são representados por
sistemas mola-amortecedor acoplados, levando-se em consideração a massa de
cada eixo (Fig. II.24). A partir deste sistema obtém-se a força que será aplicada no
57
pavimento. O modelo mais simplificado é o quarter-car model, representado pela
massa de um veículo sobre um eixo (HUNT, op. cit.; SUN e DENG,op. cit.).
Neste trabalho foi suposto que o veículo, ao se deslocar sobre o pavimento,
produz efeito dinâmico semelhante ao de um trem se deslocando sobre trilhos.
Assim, utilizou-se o modelo de trem sobre viga infinita, suportada por base
elástica, para representar o tráfego de veículos.
2.4.1 – MODELOS MATEMÁTICOS PARA A CARGA MÓVEL
O pavimento pode ser modelado como uma viga semi-infinita de rigidez à
flexão EI suportada por base elástica de constante k (N/m²) (Figura II.25). A
rigidez do revestimento do pavimento rígido, no caso de revestimento de concreto,
ou flexível, no caso de mistura asfáltica, pode ser determinada pelas propriedades
do material e da geometria transversal da via. A rigidez da fundação, simulada por
molas (modelo de Winkler), é avaliada através dos parâmetros do solo
(SELVADURAI, 1979), por meio da equação II.88, onde E
S
, ν
S
e h são,
respectivamente, o módulo elástico, o coeficiente de Poisson e a altura da camada
do solo.
()( )
SS
S
E
k
νν
211 +
=
h
(II.88)
Figura II.25 – Determinação da rigidez da fundação do pavimento
(SELVADURAI, op. cit.).
58
As cargas de eixo são aplicadas no semi-espaço diretamente sob uma
distribuição de acordo com os parâmetros de rigidez do pavimento. A distribuição
de um eixo é obtida pela deflexão de uma viga elasticamente suportada, conforme
apresentado por HUNG e YANG (op. cit.) e mostrada na equação II.89.
()
+
=
⎛−
ααα
α
zz
e
T
zq
z
sencos
2
0
(II.89)
k
EI4
4=
α
(II.90)
Na equação II.89,
q
0
(z), T e
α
significam a distribuição da carga de um
eixo sobre o semi-espaço (em unidade de força por unidade de comprimento), a
carga total de cada eixo e o comprimento característico da viga dado pela equação
II.56, respectivamente. Na equação II.90,
EI é a rigidez do pavimento.
A figura II.26 mostra a distribuição da carga, ao longo do comprimento da
pista, de um eixo de 100 KN, representada pela função
q
0
(z), com
α
igual a 0,8.
Figura II.26 – Distribuição da carga de um eixo ao longo da pista de rolamento.
59
2.4.2 – VEÍCULO MODELO: VOLVO B12R 6X2
O modelo adotado pode ser extrapolado para um veículo com vários eixos,
movimentando-se com uma velocidade constante. Foi adotado o Volvo B12R de
três eixos (Fig. II.27), que é o ônibus rodoviário de maior carga permitida pelo
DNIT, órgão que administra as estradas brasileiras. As distâncias dos eixos em
relação à dianteira do veículo, juntamente com a carga máxima estão listadas na
tabela II.4.
Figura II.27 – Desenho esquemático do chassi do Volvo B12R 6x2
(http://www.volvo.com.br).
Tabela II.4 – Volvo B12R: cargas dos eixos e distâncias em relação à dianteira.
Distância da
dianteira (m)
Carga (kN)
Eixo dianteiro 2,45 70,61
Eixo traseiro 5,45 104,93
Terceiro eixo 6,75 51,98
Para um modelo de veículo com mais de um eixo, HUNG e YANG (op.
cit.) também propuseram uma expressão, obtida a partir da equação II.89, sendo
esta adaptada para o veículo tipo adotado (Eq. II.91).
()()()()()()
[]
=
++++++++++=
1
0
321
)(
N
n
caLnzqbaLnzqaLnzqz
ψ
(II.91)
Nesta equação,
ψ
(z) é a distribuição de N veículos tipo, onde L é o
comprimento de cada veículo,
a, b e c é o posicionamento do eixo dianteiro, do
60
eixo traseiro e do terceiro eixo, respectivamente, em relação à dianteira de cada
veículo. Ainda, na mesma equação,
q
1
(z), q
2
(z) e q
3
(z) são as funções de
distribuição de cargas dos três eixos, obtidos a partir da função
q
0
(z).
Para simular a movimentação da carga distribuída
ψ
(z), com velocidade
constante
V
0
sobre o eixo da pista, faz-se uma pequena modificação na função da
equação II.91:
(
)
tVztVzP =
00
),,(
ψ
(II.92)
onde, V
0
é a velocidade do veículo e t é o tempo. Sendo assim, pode-se variar a
carga ao longo da malha de elementos finitos, no domínio do tempo e do espaço,
computando diretamente da equação.
Na figura II.28 podem ser observados os gráficos da equação II.91 para
três veículos (N=3) e um veículo (N=1) tipo, trafegando em um pavimento cujo
correspondente valor de
α é 0,4.
Figura II.28 – Distribuição da carga para um e três veículos Volvo B12R segundo
a equação II.91.
Observa-se que o comprimento característico
α
, dado pela equação II.90,
varia de acordo com a rigidez da viga infinita e de sua base elástica.
Assim, para verificar a influência da rigidez do pavimento na distribuição
das cargas, fez-se uma análise paramétrica do comprimento característico
α
. Os
valores de referência dos módulos elásticos, obtidos em SEVERI et al. (1999) e
utilizados nesta análise, estão mostrados na tabela II.5.
61
Tabela II.5 – Parâmetros de pavimentos flexíveis (SEVERI et al, op. cit.).
Camada Mód. Elástico (MPa) Espessura (cm)
Concreto asfáltico 2000 a 4000 15
Fundação (base elástica) 100 a 300 30
Primeiramente fixou-se o valor do módulo da fundação em 100 MPa e
variou-se o do concreto asfáltico. Em seguida, fez-se o inverso, fixando-se o valor
do módulo do concreto asfáltico em 2000 MPa.
Na tabela II.6 pode ser verificada as variações dos módulos elásticos do
concreto asfálticos e da fundação, onde está indicada entre parênteses a variação
percentual em relação ao valor de referência. A mesma tabela apresenta a variação
do pico da carga distribuída, em relação ao valor de referência, que é de 224,6
kN/m. Estas variações podem ser melhor visualizadas através dos gráficos das
cargas distribuídas, mostrados na figura II.29.
Tabela II.6 – Variação do pico da carga distribuída em relação à variação dos
módulos elásticos.
conc. asfaltico fundação conc. asfaltico fundação
2500 (25%) 150 (50%) 212,4 (-5,4%) 248,5 (10,7%)
3000 (50%) 200 (100%) 202,9 (-9.2%) 267,1 (18,9%)
3500 (75%) 250 (150%) 195,3 (-13,1%) 282,4 (25,7%)
4000 (100%) 300 (200%) 188,9 (-15,9) 295,6 (31,6%)
dulo elástico (MPa) Pico da carga distribuída (kN/m)
(a)
(b)
Figura II.29 – Carga distribuída do veículo tipo para diferentes módulos elásticos:
(a) do pavimento; (b) da fundação.
62
2.4.2.1 – Carregamento no modelo tridimensional
Para o caso tridimensional, a aplicação das cargas dos eixos dos veículos é
feita continuamente nos nós segundo a linha do eixo z (Fig. II.23). Assim,
partindo-se de uma linha de nós, seqüencialmente numerados e pertencentes a um
sistema de coordenadas, aplicam-se forças concentradas nos nós pertencentes à
pista. Estas forças são obtidas pela função de distribuição das cargas (Eq. II.92),
calculando a força equivalente nodal e aplicando-a em cada nó, pertencente ao
eixo da via. Elas são modificadas automaticamente em cada nó na medida em que
o tempo passa. Observa-se que para malhas de diferentes tamanhos, têm-se
diferentes valores para as cargas aplicadas ao modelo, apesar da distribuição da
carga ser a mesma.
2.4.2.2 – Carregamento no modelo bidimensional
Considerando que a representação do tráfego de veículos, no modelo 2D,
dar-se-á na direção normal ao semi-plano,a aplicação da carga será apenas em um
único nó, como pode ser observado na figura II.30. A função da distribuição da
carga é a mesma do modelo 3D, entretanto, para utilizá-la no modelo 2D, não se
calcula as cargas equivalentes nodais, aplicando diretamente a distribuição da
carga por metro no nó pertencente ao eixo da pista.
Figura II.30 – Aplicação da carga do trem-tipo em um modelo de semi-plano.
Para isto, na função de distribuição da carga apresentada na equação II.92,
colocam-se vários veículos, N=8 por exemplo, de modo a caracterizar uma
63
situação de tráfego ininterrupto. Além disso, especifica-se um valor constante para
a variável z, obtendo-se uma função apenas no domínio do tempo, ou seja:.
()
tVψt),VP(0,t),2(VP
000
== (II.93)
64
III – RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 – VERIFICAÇÃO DOS MODELOS PROPOSTOS
Modelos de semi-espaço, discretizados pelo método dos elementos finitos
(MEF), foram propostos para verificar o seu desempenho frente a respostas
analíticas. Na modelagem, utilizou-se valores de referência para os parâmetros de
entrada, listados na tabela III.1. Estes parâmetros permitem determinar as
velocidades de propagação da onda no meio, bem como o tamanho do elemento
do modelo.
Tabela III.1 – Valores de referência dos parâmetros elásticos.
E (MPa) G (MPa)
ν
ρ
(kg/)
50 20 0,25 2000
Na verificação do modelo 2D, ou seja, os semi-planos discretizados em EF,
aplicou-se uma carga harmônica, na origem do sistema de coordenadas dos
modelos, com freqüência de 20 Hz e amplitude de 100 kN. As respostas obtidas
foram comparadas com a resposta analítica de LAMB (op. cit.), cujas condições
de carregamento são idênticas. As duas respostas, analítica de Lamb e numérica
pelo MEF, foram comparadas através de gráficos de deslocamentos em função do
tempo para cada caso. As verificações consistem em mensurar o erro médio das
amplitudes dos deslocamentos verticais na superfície do semi-plano sem a
consideração do amortecimento do material, uma vez que este não é considerado
na resposta de LAMB (op. cit.).
Para verificar o amortecimento do material, representado pela formulação
de Rayleigh (Eq. II.44), utilizou-se o modelo de semi-plano que apresentou a
melhor resposta frente à resposta analítica de LAMB (op. cit). Assim,
considerando-se uma razão de amortecimento de 5%, a diferença da amplitude
dos deslocamentos de dois pontos na superfície, com distâncias diferentes em
relação à fonte de excitação, foi comparada com a equação de Bornitz (Eq. II.5),
na qual fornece este resultado analiticamente.
Para o caso 3D, ou seja, modelos de semi-espaço em EF, submetidos à
passagem de uma carga móvel, foi utilizada a resposta analítica de HUNG e
65
YANG (op.cit). Uma vez que a carga está em movimento, o contorno absorvente
mais indicado para este caso é o do tipo zona absorvente, pois, não há exigência
de que este tenha forma côncava em relação à posição da carga, como é exigida
pelo contorno viscoso imperfeito. Assim, fez-se trafegar sobre a superfície do
semi-espaço, uma carga sobre base elástica com parâmetros idênticos aos
utilizados na resposta analítica por HUNG e YANG (op. cit.).
Na tabela III.2, a partir dos dados do solo (Tab. III.1), tem-se as
velocidades de propagação das ondas que se desenvolvem no meio (Eqs. II.1, II.2
e II.3). Para o caso 3D, não há uma freqüência de excitação da carga bem definida,
pois se trata de uma carga estática que está em movimento. Entretanto,
D’APUZZO (op. cit.) menciona que a freqüência utilizada para se determinar o
tamanho do elemento em um problema desta natureza é a maior que se deseja
captar. Para o caso de tráfego de veículos, a freqüência de excitação geralmente
está em torno de 20 Hz (HAO et. al, 2001).
Tabela III.2 – Velocidade de propagação das ondas, comprimento de onda e
tamanho do elemento.
V
P
(m/s) V
S
(m/s) V
R
(m/s)
f (Hz)
λ
(m)
173,2 100 92 20 4,6
Na mesma tabela, V
P
, V
S
e V
R
são as velocidades de propagação das ondas
P, S e R, respectivamente, f a freqüência adotada,
λ o comprimento de onda em
relação à freqüência adotada e à velocidade da onda-R (V =
λ.f).
O intervalo de tempo
Δt, adotado no esquema de integração na análise
transiente, foi obtido a partir do tamanho do elemento e da velocidade da onda que
se deseja captar (BODE et al., op. cit; ZEWER et al., op. cit.). Os valores deste
parâmetro estão listados na tabela III.3 e valem tanto para semi-planos como para
semi-espaços.
Tabela III.3 – Tamanho do elemento adotado e tamanho do tempo discretizado.
d
1
(m)
Δ
t
1
(s) d
2
(m)
Δ
t
2
(s)
1,0 0,0050 0,5 0,0025
66
3.1.1 – SEMI-PLANO COM CONTORNO VISCOSO IMPERFEITO
Para o contorno composto por mola e amortecedores, que tem o objetivo
de absorver as ondas que nele incidem, foram testadas duas propostas para os
valores do coeficiente de amortecimento destes sistemas: LYSMER e
KUHLEMEYER (op. cit.) e WHITE et. al (op. cit.). Estas duas propostas para o
coeficiente de amortecimento viscoso foram verificadas com duas propostas de
densidade de malha: LYSMER e KUHLEMEYER (op. cit.) e D’APUZZO (op.
cit).
Os coeficientes de rigidez e de amortecimento nos sistemas absorventes,
obtidos tanto pela proposta de LYSMER e KUHLEMEYER (op. cit.) quanto pela
de WHITE et al. (op. cit.), são dados pela tabela III.4. Os dados da tabela foram
utilizados nos modelos que se seguem.
Tabela III.4 – Coeficientes dos sistemas mola-amortecedor.
normal cisalhante normal cisalhante
d
1
=1,0 m
L-K
1,50 x 10
7
5,00 x 10
6
3,46 x 10
4
2,00 x 10
5
White et al.
1,30 x 10
7
2,48 x 10
6
3,23 x 10
5
1,41 x 10
5
d
2
=0,5 m
L-K
1,50 x 10
7
5,00 x 10
6
1,73 x 10
5
1,00 x 10
5
White et al.
1,30 x 10
7
2,48 x 10
6
1,61 x 10
5
7,05 x 10
4
Rigidez (N/m) Amortecimento (N.s/m)
* L-K: dados segundo a formulação de Lysmer e Kuhlemeyer.
3.1.1.1 – Proposta 1: semi-plano com elementos de D’Apuzzo e contorno
viscoso
A malha com o critério de determinação do tamanho do elemento de
D’APUZZO (op. cit.) pode ser visualizada na figura III.1. Foram feitas análises
considerando o contorno imperfeito de LYSMER e KULEHMEYER (op. cit.) e
WHITE et. al (op. cit.), mostrados nas figuras III.2 e III.3, respectivamente. Os
67
resultados dos deslocamentos verticais em pontos da superfície do semi-plano
foram comparados com a resposta analítica de LAMB (op. cit).
Figura III.1 – Semi-plano com elemento da malha de D’Apuzzo (op. cit.).
A malha constitui-se de 665 nós, onde 417 são do elemento quadrilateral
plano. Este elemento possui oito graus de liberdade, correspondentes a duas
translações por nó. Os nós que não pertencem à malha são dos sistemas
absorventes do contorno e estão com os deslocamentos impedidos, totalizando
834 graus de liberdade.
Figura III.2 – Deslocamentos verticais em pontos da superfície do semi-plano
discretizado com elementos de D’Apuzzo e amortecedores de Lysmer-
Kuhlemeyer.
A figura III.2 representa a lei de variações dos deslocamentos verticais
obtidos com malha de D’Apuzzo e contorno de Lysmer-Kuhlemeyer. Os gráficos
apresentaram uma diferença na amplitude de 17,4% no ponto a 5,0 metros da
fonte de excitação e 23,1% no ponto a 8,0 metros em relação à resposta analítica
de Lamb.
68
Figura III.3 – Deslocamentos verticais em pontos da superfície do semi-plano
discretizado com elementos de D’Apuzzo e amortecedores de White.
Para os deslocamentos verticais com a malha de D’Apuzzo e o coeficiente
de amortecimento dos sistemas do contorno de White et. al mostrados na figura
III.3, verificou-se uma diferença média na amplitude de 9,3% para o ponto a 5,0
metros da fonte e 18,7% a 8,0 metros da fonte em relação à resposta analítica de
Lamb. Por conseguinte, pode-se dizer que os coeficientes de amortecimento dados
por WHITE et al. (op. cit) proporcionam melhor desempenho na absorção de
ondas do que os dados por LYSMER e KUHLEMEYER (op. cit.).
Nas figuras III.2 e III.3 pode ser observado que, os primeiros
deslocamentos da resposta dos modelos no MEF, são devidos ao fenômeno de
propagação de ondas e estes acontecem até o tempo de 0,1 segundo. Vale ressaltar
que os deslocamentos não variam de amplitude em pontos de distâncias diferentes
em relação à fonte de excitação e apresentaram uma menor amplitude frente aos
deslocamentos harmônicos, após o equilíbrio dinâmico.
3.1.1.2 – Proposta 2: semi-plano com elementos de Lysmer-Kuhlemeyer e
contorno viscoso
Para esta nova simulação foi feita a mesma comparação dos deslocamentos
na superfície do semi-plano frente à resposta analítica de Lamb, porém com uma
malha mais densa.
Neste caso a malha apresentada na figura III.4, possui 2481 nós, onde
1601 são do elemento quadrilateral plano com quatro nós e dois graus de
69
liberdade por nó, correspondentes a duas translações. O restante pertence aos
sistemas do contorno, considerando-se um grau de liberdade por nó, totalizando
3202 graus de liberdade para o modelo.
Figura III.4 – Semi-plano com elemento da malha de Lysmer-Kuhlemeyer.
A figura III.5 apresenta os deslocamentos verticais com a malha e o
coeficiente de amortecimento dos sistemas absorventes de Lysmer-Kuhlemeyer.
Nos gráficos verificou-se uma diferença da amplitude de 0,4% para o ponto a 5,0
metros da fonte e 14,9% a 8,0 metros da fonte em relação à resposta analítica de
Lamb.
Figura III.5 – Deslocamentos verticais em pontos da superfície do semi-plano
discretizado com elementos e amortecedores de Lysmer-Kulehmeyer.
Para os deslocamentos verticais com a malha de Lysmer-Kuhlemeyer e
coeficiente de amortecimento dos sistemas absorventes de White et. al (Fig. III.6),
verificou-se uma diferença da amplitude de 0,3% para o ponto a 5.0 metros da
fonte e 10,5% a 8,0 metros da fonte em relação à resposta analítica de Lamb.
Pode ser observado que, em relação ao fenômeno de propagação de onda,
os deslocamentos obtidos no modelo discretizado com elementos de Lysmer-
70
Kulehmeyer são maiores do que os do modelo discretizado com elementos de
D’Apuzzo. Isto pode ser explicado pela quantidade de elementos em relação a o
comprimento da onda de Rayleigh que cada proposta utiliza.
Figura III.6 – Deslocamentos verticais em pontos da superfície do semi-plano
discretizado com elementos de Lysmer-Kulehmeyer e amortecedores de White.
3.1.1.3 – Contorno convexo fixo ou com amortecimento infinito
Com a finalidade de mostrar a necessidade do contorno absorvente em
modelos de semi-planos ou semi-espaços, fez-se as mesmas análises anteriores
com duas modificações: coeficiente de amortecimento dos sistemas mola-
amortecedor com um valor infinito (
15
100,1 ) e o contorno fixo ao invés da
utilização dos sistemas absorventes.
Na figura III.7, observam-se os gráficos para as duas malhas propostas
para o modelo de semi-plano com o contorno modificado. As respostas destes
modelos com sistemas mola-amortecedor possuindo um coeficiente de
amortecimento infinito apresentaram exatamente o mesmo resultado.
71
(a)
(b)
Figura III.7 – Deslocamentos verticais em pontos da superfície para modelos com
o contorno fixo: (a) Malha de D’Apuzzo; (b) Malha de Lysmer-Kuhlemeyer.
Pode ser verificado nos gráficos, e de forma mais evidente na figura III.7.a,
o momento em que os pontos em análise são perturbados pelas ondas que já
encontraram o contorno e retornaram. Ou seja, pode-se observar uma quebra no
padrão cíclico dos deslocamentos harmônicos, provocada pelo choque entre as
ondas que são emanadas da fonte de excitação e as refletidas no contorno. O valor
do tempo em que acontece esta primeira reflexão é o instante em que a primeira
onda leva para percorrer, na superfície de um semi-plano, a distância da fonte de
excitação ao contorno mais a distância entre o contorno e o ponto em análise.
Tomando-se a velocidade da onda de Rayleigh como referencial, pelo fato
desta possuir maior energia e por isso ter seus deslocamentos com maior
amplitude frente às demais, calcula-se o tempo em que a esta onda leva para
percorrer o trajeto descrito anteriormente. Para o ponto localizado a 8,0 metros da
fonte em um semi-plano com 10,0 metros de extensão, em aproximadamente 0,13
segundos, sendo este o tempo para a onda de Rayleigh percorrer 12,0 metros,
observa-se (Fig. III.7.a) a perturbação na freqüência e sobretudo na amplitude dos
deslocamentos, causada pelo choque entre as ondas vindas da fonte de excitação e
as das reflexões no contorno fixo.
Observa-se que o desempenho do modelo não melhora quando o
coeficiente de amortecimento dos sistemas mola-amortecedor é aumentado. Ao
invés disso, aumentando os coeficientes de amortecimento o contorno se comporta
como um contorno fixo.
72
3.1.2 – SEMI-PLANO COM ZONA ABSORVENTE
De forma análoga ao caso anterior, verificou-se também o modelo com
contorno do tipo zona absorvente, tomando, como comparativo, a resposta
analítica de LAMB (op. cit.). Os modelos de semi-plano tinham 20,0 metros de
extensão horizontal e 10,0 metros de profundidade, discretizado com elementos
quadrilaterais. A zona absorvente é formada por dez camadas de elementos que
possuem dimensões variáveis crescendo a uma taxa de 0,1 metro por faixa, sendo
representada nas figuras por tonalidades diferentes.
3.1.2.1 – Proposta 3: semi-plano com zona absorvente e elementos de
D’Apuzzo.
Neste modelo, o semi-plano foi discretizado por elementos de 1,0 metro e
a zona absorvente com faixas de elementos que vão de 1,1 metros a 2,0 metros,
totalizando uma extensão de 15,5 metros. O coeficiente de aumento do
amortecimento (
χ) da zona absorvente, dado pela equação II.54, foi de 0,001.
A malha apresentada na figura III.8 possui 641 nós totalizando 1.200 graus
de liberdade.
Figura III.8 – Semi-plano discretizado com o critério de D’Apuzzo contornado
por zona absorvente.
Os deslocamentos verticais obtidos do semi-plano com zona absorvente
com elementos de D’Apuzzo apresentaram uma diferença de 9,6% no ponto a 5,0
73
metros da fonte de excitação e 12,0% a 8,0 metros da fonte (Fig. III.9) em relação
à resposta analítica de Lamb.
No que concerne aos deslocamentos devido à propagação de ondas, estes
se apresentaram com maior amplitude do que os do modelo discretizado com
elementos de D’Apuzzo e contorno absorvente por molas e amortecedores.
Ressalta-se que a densidade da malha é a mesma, porém a forma geométrica do
modelo e o artifício que absorve as ondas que chegam ao contorno são diferentes.
Figura III.9 – Deslocamentos em pontos da superfície do semi-plano discretizado
com elementos de D’Apuzzo.
3.1.2.2 – Proposta 4: semi-plano com zona absorvente e elementos de Lysmer-
Kuhlemeyer.
Neste modelo, o semi-plano foi discretizado por elementos de 0,5 metro e
as faixas de elementos da zona absorvente com dimensão de 0,6 metro a 1,5 metro,
totalizando uma extensão de 10,5 metros. O coeficiente de aumento do
amortecimento (
χ) foi de 0,0005.
Figura III.10 – Semi-plano discretizado com o critério de Lysmer-Kuhlemeyer.
74
A malha apresentada na figura III.10 possui 1.671 nós totalizando 3.180
graus de liberdade.
A resposta da malha de Lysmer-Kuhlemeyer contornada por uma zona
absorvente (Fig. III.11) apresentou uma diferença das amplitudes dos
deslocamentos verticais de 1,7% a 5,0 metros da fonte e 1,1% a 8,0 metros da
fonte em relação à resposta analítica de Lamb.
Figura III.11 – Deslocamentos em pontos da superfície do semi-espaço
discretizado com elementos de Lysmer-Kuhlemeyer.
Verificando as diferenças das amplitudes, frente à resposta analítica de
LAMB (op. cit.), observa-se que os modelos discretizados com o tamanho do
elemento proposto por LYSMER e KUHLEMEYER (op. cit.) mostraram
resultados melhores do que aqueles na qual a malha foi definida pelo critério de
D’APUZZO (op. cit.). Pode ser observado também que o desempenho do semi-
plano contornado por zona absorvente é melhor do que àqueles contornados pelos
amortecedores viscosos imperfeitos.
Em relação ao fenômeno de propagação de ondas, este modelo foi o que
apresentou o maior pico de deslocamento.
Destaca-se, portanto que, os modelos discretizados com elemento de
Lysmer-Kuhlemeyer não só apresentam melhor desempenho na modelagem dos
deslocamentos harmônicos como também dos deslocamentos decorrentes do
fenômeno de propagação das ondas.
75
3.1.2.3 – Verificação do amortecimento do material
Diante do melhor desempenho do modelo discretizado com elementos de
Lysmer-Kuhlemeyer frente os demais até aqui apresentados, fez-se a verificação
do amortecimento do material utilizando
ξ=0,05 na equação II.5 (equação de
Bornitz). Esta equação fornece o valor dos picos de uma oscilação harmônica,
considerando o amortecimento do material.
(a)
Hz2,19f
1
=
(c)
Hz2,71f
3
=
(b)
Hz2,28f
2
=
(d)
Hz3,56f
4
=
Figura III.12 – Quatro primeiros modos de vibração do modelo de semi-plano
com elementos de Lysmer-Kulehmeyer contornado por zona absorvente.
Para isto, efetuou-se a análise modal deste semi-plano com o intuito de se
determinar as freqüências naturais do sistema. A partir destas, determinou-se os
coeficientes
α
1
e α
2
, necessários para a determinação da matriz de amortecimento
do sistema. Na figura III.12, observam-se os modos do sistema, juntamente com
as suas freqüências naturais correspondentes. Bem como que os deslocamentos
dos modos de vibração crescem do azul para o vermelho.
A figura III.13 apresenta o gráfico dos deslocamentos verticais em pontos
da superfície do semi-espaço discretizado por elementos de Lysmer-Kuhlemeyer,
considerando uma razão de amortecimento do material de 5%.
76
O decaimento da amplitude, entre pontos afastados de 5,0 e 8,0 metros, é
dado através da equação de Bornitz. Verifica-se que a diferença do valor da
amplitude do deslocamento medida a 8,0 metros da fonte de excitação, em relação
ao ponto distante de 5,0 metros da fonte, é de 6,0% em relação à resposta analítica
de Lamb.
Figura III.13 – Deslocamentos em pontos da superfície do semi-espaço
discretizado com elementos de Lysmer-Kuhlemeyer e razão de amortecimento de
5%: comparação com a equação de Bornitz.
3.1.2.4 – Variação do amortecimento da zona absorvente
De forma análoga à sessão 3.1.1.3, verifica-se o comportamento da zona
absorvente dos modelos de semi-plano, variando o valor do coeficiente
χ (Eqs.
II.42 e II.53).
(a)
(b)
Figura III.14 – Semi-planos sem amortecimento (
χ=0,00) na zona absorvente: (a)
Malha de D’Apuzzo; (b) malha de Lysmer-Kuhlemeyer.
77
(a)
(b)
Figura III.15 – Semi-planos com crescimento do amortecimento na zona
absorvente de
χ=0,10: (a) Malha de D’Apuzzo; (b) malha de Lysmer-Kuhlemeyer.
(a)
(b)
Figura III.16 – Semi-planos com crescimento do amortecimento na zona
absorvente de
χ=1,00: (a) Malha de D’Apuzzo; (b) malha de Lysmer-Kuhlemeyer.
Observa-se nas figuras III.14 a III.16 que existe um valor ideal para o
coeficiente
χ. Ou seja, se o amortecimento for muito grande ou nulo ocorrerão
reflexões no contorno.
3.1.2.5 – Modificação da freqüência do carregamento
Com a finalidade de se verificar alguma relação entre a freqüência da fonte
de excitação e a quantidade de amortecimento na zona absorvente, utilizou-se o
modelo de semi-plano com zona absorvente, discretizado com elementos de
78
Lysmer-Kuhlemeyer, modificando-se a freqüência do carregamento e mantendo a
amplitude deste e os coeficientes do contorno.
(a)
(b)
Figura III.17 – Deslocamentos em pontos a 5,0m e 8,0 m da fonte de excitação na
superfície do semi-plano com freqüências diferentes: (a) 10 Hz; (b) 15 Hz.
Observa-se que o desempenho deste tipo de contorno é independente da
freqüência do carregamento.
3.1.2.6 – Resumo das comparações entre os modelos de semi-plano
A tabela III.5 apresenta um resumo do resultado da comparação entre as
respostas dos semi-planos em EF e a resposta analítica de LAMB (op. cit.). A
análise dos resultados aponta as diferenças na amplitude dos deslocamentos
captados em pontos da superfície do semi-plano a 5,0 e 8,0 metros da fonte de
excitação em relação à resposta analítica de Lamb.
Tabela III.5 – Resumo da comparação dos resultados dos modelos em EF e a
resposta analítica de LAMB (op. cit.)
5,0 (m) 8,0 (m) 5,0 (m) 8,0 (m) 5,0 (m) 8,0 (m)
d
1
=1,0
17,4%
23,1% 9,3% 18,7% 9,6%
12,0%
d
2
=0,5
0,4%
14,6% 0,3% 10,5% 1,70%
1,1%
Zona Abs.L-K White
Na tabela III.5, tem-se as diferenças dos picos de deslocamentos em
pontos da superfície do semi-plano em relação à resposta analítica de lamb,
79
modelado com duas propostas de densidade de malha d
1
e d
2
, e três propostas de
zona absorvente: L-K (LYSMER e KULEHMEYER, op. cit.), White (WHITE et
al., op. cit.) e zona absorvente.
3.1.3 – SEMI-ESPAÇO COM ZONA ABSORVENTE
Os modelos de semi-espaço são semelhantes aos do semi-plano com zona
absorvente quanto às suas medidas, existindo uma identidade nas dimensões ao
longo do eixo Z em relação ao eixo X. Assim, o eixo Z é a linha em que a carga
móvel irá trafegar.
Nas análises transientes foi utilizado um amortecimento do material numa
razão de 5%, modelado através da formulação de Rayleigh, analogamente aos
semi-planos. Para isso, foram feitas as análises modais dos modelos de semi-
espaço, determinando assim as suas freqüências naturais.
3.1.3.1 – Proposta 5: Semi-espaço com elementos de D’Apuzzo.
A malha da figura III.18 possui 17.261 nós onde cada nó possui seis graus
de liberdade, totalizando 96.120 graus de liberdade para o modelo.
Figura III.18 – Malha do modelo de semi-espaço com elemento de D’Apuzzo.
A análise modal foi feita extraindo os quatro primeiros modos de vibração, os
quais podem ser visualizados na figura III.19.
80
(a)
Hz1,9735f
1
=
(b)
Hz2,0826f
2
=
(c)
Hz2,0828f
3
=
(d)
Hz2,3597f
4
=
Figura III.19 – Quatro primeiros modos de vibração e freqüências naturais
correspondentes para semi-espaço discretizado com elementos de D’Apuzzo
(Vista superior do semi-espaço).
Observa-se que os modos de vibração, mostrados na figura III.19, são
visualizados na parte superior do semi-espaço, onde os deslocamentos crescem do
azul para o vermelho.
3.1.3.2 – Proposta 6: Semi-espaço com elementos de Lysmer-Kuhlemeyer
O modelo de semi-espaço discretizado com elementos de Lysmer-
Kuhlemeyer, mostrado na figura III.20, possui 84.111 nós com seis graus de
liberdade cada, totalizando 475.380 graus de liberdade.
Figura III.20 – Malha de EF do modelo de semi-espaço tridimensional com
elemento de Lysmer-Kuhlemeyer.
81
Na figura III.21 estão apresentados os dois primeiros modos de vibração,
juntamente com as suas respectivas freqüências naturais, do modelo de semi-
espaço discretizado com elementos de Lysmer-Kuhlemeyer.
Observa-se que a forma dos modos de vibração deste semi-espaço são
equivalentes em relação às do modelo de semi-espaço discretizados com
elementos de D’Apuzzo, entretanto com freqüências naturais correspondentes
diferentes.
(a)
Hz2,4578f
1
=
(b)
Hz2,5946f
1
=
Figura III.21 – Dois primeiros modos de vibração do semi-espaço com elementos
de Lysmer-Kuhlemeyer.
3.1.3.3 – Análise transiente de carga móvel sobre semi-espaço
A análise consiste em fazer trafegar uma carga sobre base elástica na
superfície do semi-espaço ao longo do eixo Z. Esta carga é dada pela equação
II.55, onde o valor da carga é T=100 kN, comprimento característico
α=0,8 m e
movendo-se a uma velocidade constante igual a 50,0 m/s.
Esta é a característica da carga dada pela resposta analítica de HUNG e
YUNG (op. cit.) no ponto de coordenadas (0,1,0).
Aplicou-se então esta carga sobre os semi-espaços discretizados com
elementos de D’Apuzzo e Lysmer-Kuhlemeyer, comparando os deslocamentos,
velocidades e acelerações da partícula no ponto localizado a 1,0 metro de
profundidade na linha em que a carga trafega.
82
Os gráficos das figuras III.22 a III.24 apresentam as comparações entre a
resposta analítica de Hung-Yang e a dos modelos de semi-espaço com elementos
de D’Apuzzo e Lysmer-Kuhlemeyer.
Figura III.22 – Comparação dos deslocamentos obtidos no modelo em EF devido
à carga móvel com a resposta analítica de Hung-Yang.
Figura III.23 – Comparação das velocidades obtidas no modelo em EF devido à
carga móvel com a resposta analítica de Hung-Yang.
83
Figura III.24 – Comparação das acelerações obtidas no modelo em EF devido à
carga móvel com a resposta analítica de Hung-Yang.
As curvas da figura III.22 mostram que entre os deslocamentos obtidos
pelas duas malhas de elementos não foi observado uma diferença expressiva em
relação à resposta analítica. Contudo, podem-se notar diferenças nas curvas das
velocidades e das acelerações, pois estas grandezas são obtidas por derivadas e,
conseqüentemente, conduzem a erros cumulativos. Nestes casos, a malha com
maior densidade, com o tamanho do elemento determinado segundo a proposta de
Lysmer-Kuhlemeyer, apresentou melhores resultados.
Com respeito ao custo computacional, verificou-se que o tempo de
processamento das análises transientes da carga móvel (modelos com 475.380
graus de liberdade) é muito superior ao tempo dos modelos bidimensionais
(96.120 graus de liberdade). No caso de modelos com mais de 100.000 graus de
liberdade o ANSYS recomenda que a resolução das equações seja feita através do
método dos Gradientes Conjugados Pré-condicionados.
3.2 – DADOS DE CAMPO
A falésia do Seixas é constituída de um talude natural (Fig. III.25) situada
na praia do Cabo Branco, na cidade de João Pessoa, Paraíba. Na figura III.25.b
84
pode ser observado o trecho da rodovia que foi interrompido pela suspeição de
que o tráfego de veículos estaria contribuindo para a degradação do talude da
encosta.
(a)
(b)
Figura III.25 – (a) Fotografia aérea da falésia do Seixas; (b) Interrupção ao tráfego
de veículos em trecho da pista.
Com o objetivo de se obter resultados mais realísticos, realizou-se um
ensaio de reconhecimento do subsolo. Também conhecido como sondagem de
simples reconhecimento (SPT –
Standard Penetration Test), este ensaio é regido
por norma (NBR 6484, 2001) e consiste em medir a resistência à penetração de
um tubo cilíndrico conhecido como amostrador padrão. Este tubo penetra o solo
devido à força da queda livre de um peso de 65 kg a uma altura de 75 centímetros.
A partir do resultado da resistência à penetração do solo é possível obter os
módulos elásticos para se realizar as análises em elementos finitos e os parâmetros
de resistência para as análises da estabilidade do talude.
O trecho da falésia para se realizar o ensaio foi aquele em que o tráfego
está interrompido (Fig. III.25.b). Neste local o material não apresenta indícios da
presença de laterita. Há a presença de laterita no solo da região, mas não no local
onde a sondagem foi realizada.
A laterização é o conjunto de transformações físico-químicas do solo
através da ação das intempéries, fazendo com que os teores de ferro e alumínio
sejam maiores do que o teor de sílica, aumentando a resistência mecânica
(COSTA, 1991; PESSOA, 2004).
85
Na região do talude do Seixas, a partir da observação da superfície do
talude da encosta (Fig. III.26), pode ser observado que há regiões onde o processo
de laterização ocorreu com maior intensidade.
(a)
(c)
(b)
(d)
Figura III.26 – Fotografias da superfície do talude do Seixas.
Nas figuras III.26.a, III.26.b e III.26.d, pode ser observado que há taludes
com material de cor amarelada e avermelhada, caracterizando a presença de
laterita. Na figura III.26.c a cor do material é um cinza esbranquiçado,
aparentando uma maior concentração de sílica frente os teores de ferro.
O furo de sondagem (Fig. III.27.b) foi realizado na região superior do
talude, a alguns metros da pista de rolamento.
86
(a)
(b)
Figura III.27 – (a) Croqui do projeto de sondagem; (b) Execução do furo no local.
Como resultado do ensaio, tem-se um gráfico com o número de golpes
necessários para penetrar todo o amostrador
versus a profundidade do solo (Fig.
III.28).
87
Figura III.28 – Perfil de sondagem realizado.
3.2.1 – GEOMETRIA DO TALUDE
Para determinar a geometria do talude da encosta em estudo foi utilizada
uma fotografia aérea do local. Esta fotografia, mostrada na figura III.29,
disponibilizada pela administração municipal, contém curvas de nível e escala,
possibilitando determinar os pontos que definem a geometria do talude. O
procedimento através de fotografias aéreas é uma das maneiras sugeridas pela
norma brasileira (NBR 11682, 1991).
Assim, a geometria escolhida corresponde ao talude existente (Fig. III.30)
exatamente no local onde o furo de sondagem de reconhecimento do solo foi
executado (Fig. III.27). Inspeções “in loco” e análise das fotografias confirmaram
88
que há um talude de menor inclinação com a horizontal e outro com maior
inclinação, que faz um ângulo próximo a 90 graus com a horizontal. A figura
III.30 mostra esquematicamente o perfil geotécnico do talude, bem como a
localização da pista de rolamento sobre o topo do talude.
Figura III.29 – Fotografia aérea da falésia do Seixas com curvas de nível
(Prefeitura Municipal de João Pessoa).
Figura III.30 – Desenho esquemático da geometria do talude.
3.2.2 – CARACTERÍSTICAS DO MATERIAL
O solo de todas as capitais nordestinas se originou pela formação Barreira
(GUSMÃO, 1982). Este tipo de solo é formado por sedimentos quaternários de
origem marinha, devido ao avanço e retrocesso do mar.
89
Com o objetivo de melhor estudar a composição do solo, utilizou-se
amostras retiradas durante a sondagem para análise granulométrica e
determinação dos limites de Atteberg do material do talude mais íngreme.
0,4%
13,2%
56,4%
30,0%
100,0%
69,6%
Silte e argila: abaixo de 0,074 mm
Total
Retido entre nº 10 e nº 200
Areia fina: 0,42 a 0,074 mm
RESUMO DA GRANULOMETRIA
Pedregulho: acima de 2,0 mm
Areia grossa: 2,0 a 0,42 mm
(a)
0
20
40
60
80
100
0,01 0,10 1,00 10,00
Abertura das peneiras (mm)
% Passante
(b)
Figura III.31 – (a) Resumo da granulometria; (b) Curva granulométrica.
O índice de plasticidade obtido é da ordem de 10% e que leva a suposição
de ser um material predominantemente granular. A massa específica do material,
que será utilizada para as análises de estabilidade de talude e para alimentar os
modelos em elementos finitos, foi estimada a partir do peso específico seco, que
foi de 1850 kg/m³.
Baseando-se nessas informações, podem ser obtidos os módulos elásticos e
os parâmetros de resistência a partir de correlações dos resultados dos ensaios de
sondagem SPT. KUHAWY e MAYNE (1990) propuseram correlações do módulo
elástico de Young em função do parâmetro de resistência à penetração do ensaio
SPT.
A equação III.1 permite determinar o módulo de elasticidade (módulo de
Young), dado por:
60S
N10/PaE = (Eq. III.1)
onde E
S
/Pa é o módulo elástico de Young em relação à pressão atmosférica e N60
é a resistência à penetração do solo obtida do ensaio SPT para uma eficiência de
60% do ensaio. O valor do coeficiente de Poisson, ainda segundo o mesmo autor,
é de 0,3 a 0,4 para areias densas, optando-se para o caso por um valor médio.
Como há algumas perdas durante a execução do ensaio SPT, considera-se
que a eficiência deste nunca é de 100%. O valor de referência padrão da eficiência
90
utilizado nos EUA, Europa e Japão é da ordem de 60%. Contudo,
CAVALCANTE (2002), em sua pesquisa sobre a eficiência do ensaio SPT
realizados por empresas da cidade de João Pessoa e Rio de Janeiro, verificou que
a eficiência do ensaio independe do tipo de solo e do comprimento das hastes de
sondagem. Verificou também que, para os casos analisados, a eficiência foi de
82,3%. Sendo assim, para que haja uma consistência na utilização da correlação, o
parâmetro N do ensaio do SPT deve ser corrigido (Eq. III.2).
3,8260
3,82
60
NN = (Eq. III.2)
Uma vez que no modelo da propagação de ondas utilizado neste trabalho o
solo é considerado como uma camada única, utilizou-se um valor médio do
parâmetro N do ensaio do SPT (Fig. III.28) para se determinar as constantes
elásticas necessárias para as análises através do MEF (Tab. III.6).
Tabela III.6 – Constantes elásticas das análises do solo da falésia do Seixas.
E
S
(MPa)
ν
G
S
(MPa)
35,0 0,25 13,0
O perfil de sondagem mostra claramente a predominância de duas camadas:
a camada superior menos resistente que compõe o talude menos íngreme (Fig.
III.30) e a camada inferior mais resistente, formando o talude com maior
inclinação com a horizontal.
Para se determinar os parâmetros de resistência, ou seja, (ângulo de atrito
φ e a coesão c) obtidos através do ensaio de sondagem, recorre-se também a
correlações subjetivas, onde se leva em consideração o grau de compacidade da
areia.
A coesão é uma propriedade característica de materiais argilosos ou de
solo com forte presença de partículas menores. Ou seja, areias com compacidade
baixa ou mediana não apresentam essa propriedade. Para areias finas com algum
grau de compactação a coesão se faz presente. Para GARIBALDI et. al (2001)
uma areia argilosa pode apresentar uma coesão de 20 kPa, conforme pode ser
visto na tabela III.7.
91
Tabela III.7 – Parâmetros de resistência do solo em estudo.
c (kPa)
φ
(°)
Camada superior 0 30
Camada inferior 20 35
O atrito interno entre os grãos de solo colabora para a resistência mecânica.
Esta propriedade é intrínseca dos materiais granulares e é mais evidente em areias
do que em argilas devido ao tamanho dos grãos. Nas argilas a coesão é a
característica mais evidente e nas areias o ângulo de atrito interno é a
característica que tem mais evidência. Segundo a ABPv (2002), para o solo com
resistência à penetração do ensaio SPT entre 4 e 10, o ângulo de atrito deste
material pode ser assumido de 30°. Para materiais com N
SPT
entre 10 e 30 o
ângulo de atrito pode ser assumido de 35° (Tab. III.7).
3.3 – ANÁLISE DA ESTABILIDADE DO TALUDE
Admitiram-se duas possibilidades de ruptura para o talude do caso de
estudo: ruptura circular e ruptura plana. Na análise da estabilidade que admite
uma superfície de ruptura circular do talude foi utilizada a metodologia de
SARMA (1979), definindo o coeficiente de segurança à estabilidade estática e o
coeficiente de aceleração crítica na mesma análise. Utilizou-se também para a
ruptura circular o método de NEWMARK (op. cit.), obtendo o coeficiente de
aceleração crítica a partir do coeficiente de segurança estático determinado pelo
método de Morgenstern-Price. Para o caso em que se admite que a ruptura se dá
através de uma superfície de falha plana, utilizou-se o método LING (op. cit.), que
é uma formulação modificada do método de Culmann (CAPUTO, op. cit.). Em
seguida, compararam-se os resultados da simulação do tráfego de veículos,
através da modelagem em elementos finitos, com os resultados das acelerações
críticas dos métodos pseudo-estáticos.
92
3.3.1 – RUPTURA CIRCULAR
A metodologia da análise de estabilidade de SARMA (op. cit.) e
NEWMARK (op. cit.), descrita na seção 2.2.4 deste trabalho, foi utilizada para
avaliar a seção do talude mostrado na figura III.30.
A análise de estabilidade pelo método das fatias é um método numérico
bastante comum utilizado para a avaliação de superfícies de ruptura circular.
Constitui-se na determinação de vários conjuntos distintos de centros e raios da
circunferência, onde o mais crítico é o que apresentar menor coeficiente de
segurança, representando o caso com maior probabilidade de ocorrer.
Uma vez que o programa implementado para efetuar a análise de
estabilidade segundo os critérios de SARMA (1979), não possui o recurso de
testar vários conjuntos de centros e raios, fez-se a análise através do método de
Morgenstern-Price no ambiente do programa comercial Geoslope (SLOPEW).
Com isso, obtém-se uma superfície crítica com raio, localização do centro e o
coeficiente de segurança, servindo como dado de entrada para a determinação do
coeficiente de aceleração crítica de Sarma e de Newmark.
(a)
(c)
(b)
(d)
Figura III.32 – Análise de estabilidade do talude em estudo (SLOPEW).
93
Na figura III.32.a é apresentado o resultado da análise da estabilidade pelo
método de Morgenstern-Price para o talude do Seixas na região onde a sondagem
de reconhecimento do subsolo foi realizada. Pode-se observar que a camada
superior, constituída de um material não-coesivo, apresenta um fator de segurança
(FS) menor que a unidade, indicando que o talude não é estável, mesmo para
cargas estáticas. Isto já era esperado, pois taludes de materiais não coesivos
permanecem estáveis sob uma inclinação de um ângulo igual ou menor ao ângulo
de atrito interno do material.
Mesmo diminuindo o ângulo do talude da camada superior para 30º e
refazendo a análise de estabilidade, observa-se que a inclinação do talude da
camada inferior ultrapassa o limite para que este seja estável estaticamente (Fig
III.32.b), apresentando um fator de segurança menor que 1,00.
Uma vez que a vegetação presente no campo não tem a sua contribuição
computada na análise de estabilidade do talude e, sabendo-se que esta
desempenha um papel importante na resistência à ruptura do talude, pode-se dizer
que o motivo pelo qual os taludes da Falésia do Seixas estão gradativamente se
rompendo deve-se basicamente à falta de estabilidade estática. Além disso, estes
taludes estão resistindo apenas por forças residuais advindas das raízes da
vegetação ou pela presença de algum aglomerante natural.
Segundo a NBR 11682 (op. cit.), o grau de segurança necessário ao local
resulta do julgamento das conseqüências que poderão advir da instabilidade de um
talude. O grau de segurança é classificado em: alto, para obras ou ocupações nas
proximidades do talude; médio, para as situações do alto grau de segurança
contanto que a região entre a ocupação e o talude esteja delimitada como área de
segurança; e baixo, adotado em casos em que sejam instituídos procedimentos
capazes de prevenir acidentes. Há, também, outra classificação quando há
rodovias nas proximidades do talude, sendo alto para rodovias que estão no
perímetro urbano, e médio em caso contrário.
No caso da falésia do Seixas, considerou-se que o local requer um alto
grau de segurança, pois há uma via urbana próxima ao topo do talude. Para este
grau de segurança necessário ao local, utiliza-se, segundo a mesma norma, um
fator de segurança de estabilidade estática de 1,50.
94
Figura III.33 – Talude original da falésia do Seixas e proposta de retaludamento.
Desta maneira, foi feita uma análise para determinar o perfil necessário
para atender o critério da norma. Adotou-se, então, a inclinação do talude da
camada superior igual a 20º e do talude da camada inferior igual a 55º, de maneira
que o coeficiente de segurança necessário ao local seja atendido, procedendo-se
em seguida à análise da estabilidade estática segundo o método de Morgenstern-
Price no ambiente do SLOPEW. Verificou-se que, para esta nova geometria
obtida pelo retaludamento, a camada superior apresentou um fator de segurança
de 1,619 (Fig. III.32.c) e a camada inferior um fator de 1,645 (Fig. III.31.d), sendo
estes valores compatíveis com a recomendação da NBR 11682.
Entretanto, a mudança da inclinação do talude implicaria no deslocamento
da rodovia que está localizada nas proximidades do topo do talude, conforme
figura III.33.
Considerando que, pelo motivo de estar mais próxima da rodovia e por ter
coeficientes de segurança estáticos próximos, a superfície de ruptura com a maior
suscetibilidade à vibração do tráfego seria a da camada superior (Fig. III.32.c).
Para determinar o coeficiente de aceleração crítica para este caso, utilizou-
se os resultados da análise de Morgenstern-Price como dados para a formulação
de Newmark e o programa da estabilidade de Sarma.
Tabela III.8 – Fatores de segurança estático e aceleração crítica.
FS Kc Ac (m/s²)
Morgenstern-Price (1965) 1,62 - -
Newmark (1965) - 0,21 2,08
Sarma (1969) 1,53 0,19 1,84
95
Na tabela III.8, FS é o coeficiente de segurança à estabilidade estática, Kc
o coeficiente de aceleração crítica, que multiplicado pela aceleração da gravidade
resulta na aceleração crítica do talude (Ac).
3.3.2 – SIMULAÇÃO DO NÍVEL DE ACELERAÇÃO NA ENCOSTA
DEVIDO AO TRÁFEGO DE VEÍCULOS
Baseado na geometria modificada do talude (Figs. III.32.c e III.33), fez-se
a simulação da passagem do veículo tipo sobre uma malha bidimensional de
elementos finitos (Fig. III.34), com o intuito de verificar o nível de aceleração
induzida e compará-la com a aceleração crítica determinada pelos métodos
pseudo-estáticos (Tab. III.8).
Por possuir menos graus de liberdade, as simulações do tráfego de veículos
nos modelos bidimensionais são viáveis em micro-computadores, caso não
observado nos modelos tridimensionais. Entende-se que as simulações do tráfego
de veículos em modelos tridimensionais devem ser realizadas em um
supercomputador ou em um
Cluster, que são vários computadores em paralelo.
A malha definida pela figura III.34 corresponde ao perfil otimizado para a
falésia do Seixas. Ela é dividida em duas regiões: uma representa o solo e a outra
a zona absorvente, que está em azul. A malha que representa o solo foi
dimensionada de acordo com o critério de LYSMER e KUHLEMEYER (op. cit.)
a partir dos parâmetros de rigidez definidos pelos dados obtidos no campo. O
modelo tem a malha formada por 13.361 nós, totalizando 26.722 graus de
liberdade. Considerou-se uma razão de amortecimento de 5%, sendo este
incorporado ao sistema através da formulação de Rayleigh (Eq. II.42).
96
Figura III.34 – Malha de elementos finitos do talude em estudo.
3.3.2.1 – Análise modal
A análise modal utilizou uma razão de amortecimento de 5%, representada
através da formulação de Rayleigh. Assim, na figura III.35, tem-se os modos e as
respectivas freqüências modais do modelo de semi-plano com talude.
(a)
Hz0,89f
1
=
(c)
Hz,1,23f
3
=
(b)
Hz1,01f
2
=
(d)
Hz1,57f
4
=
Figura III.35 – Quatro primeiros modos de vibração: (a) 1° modo; (b) 2° modo; (c)
3° modo; (d) 4° modo.
97
3.3.2.2 – Análise transiente
A simulação consiste em fazer trafegar cinco veículos tipos enfileirados,
trafegando a uma velocidade constante de 60 km/h (16,67 m/s), objetivando-se
simular uma situação de tráfego intenso. Uma vez que no local não se tem grande
comprimento de pista para se desenvolver grandes velocidades, adotou-se esta
com máxima. Este trem de cargas é representado pela equação II.59, onde os
parâmetros elásticos da base e do pavimento são dados pela tabela III.9.
Tabela III.9 – Parâmetros elásticos do pavimento.
E
(GPa)
I(m
4
)
k (GPa)
2,00 0,0024 0,10
Nas figuras III.36, III.37 e III.38 apresentam-se, respectivamente, os
deslocamentos, velocidades e acelerações, horizontais e verticais, obtidas no
centro geométrico da cunha escolhida para a análise.
(a)
(b)
Figura III.36 – Deslocamentos no centro geométrico da superfície de ruptura
circular: (a) horizontal; (b) vertical.
(a)
(b)
98
Figura III.37– Velocidades no centro geométrico da superfície de ruptura circular:
(a) horizontal; (b) vertical.
(a)
(b)
Figura III.38 – Acelerações no centro geométrico da superfície de ruptura circular:
(a) horizontal; (b) vertical.
Observa-se que o maior pico de aceleração, obtida na simulação do tráfego
do veículo tipo através do método dos elementos finitos, não ultrapassa o nível de
aceleração crítica determinado pelos métodos de SARMA (1979) e de
NEWMARK (op. cit.).
O maior pico de aceleração horizontal obtido na simulação (III.37.a) é de
aproximadamente 0,20 m/s² o nível de aceleração crítica, segundo o modo de
ruptura circular, é em torno de 2,00 m/s² para quaisquer um dos métodos
considerados. Trata-se de uma razão de 10, ou seja, o nível de aceleração
produzido na simulação em elementos finitos é dez vezes menor do que o nível de
aceleração crítica, segundo as análises feitas através das metodologias de Sarma
ou Newmark.
Com base na metodologia de LING (op. cit.), descrita na seção 2.2.4.3,
avaliou-se a aceleração resistiva horizontal crítica para a cunha em estudo.
Pode ser observado que o nível da aceleração resistiva (Fig. III.39) para
este talude em estudo é muito superior ao nível de aceleração crítica para os
critérios de Sarma e Newmark (Tab. III.8), onde estes dois níveis estão sob uma
razão de quatro. Ou seja, o nível crítico de aceleração segundo os critérios de
Sarma e Newmark é de aproximadamente quatro vezes menor do que o nível
crítico segundo os critérios de Ling.
99
Figura III.39 – Aceleração resistiva horizontal crítica do talude em estudo para o
modo plano de ruptura.
Com base nesta informação pode-se dizer que o modo de falha com maior
probabilidade de ocorrer é o circular de Sarma ou Newmark (Fig. III.32.c).
Com a finalidade de verificar o nível de deformações e tensões que estão
sendo geradas no modelo, devido à simulação da passagem do tráfego de veículos,
foram obtidos os gráficos destes parâmetros no domínio do tempo.
A partir do nível de deformações que está sendo gerado, pode-se verificar
se o problema se enquadra em um nível de deformações muito pequenas, podendo
assim considerar que o comportamento do material é elástico.
Na figura III.40, observa-se os gráficos das tensões e deformações no
domínio do tempo no centro geométrico da cunha com deslizamento em potencial
(Fig. III.32.c).
(a)
(b)
Figura III.40 – Tensões e deformações cisalhantes no centro geométrico da cunha
com potencial para deslizamento: (a) tensões; (b) deformações.
100
Observa-se na figura III.40.b que o nível máximo de deformações na
região analisada foi de aproximadamente
%,
3
1006
, sendo considerado como
deformações pequenas. Neste nível de deformações, segundo VUCETIC (op. cit.),
o solo não apresenta perda de rigidez e a relação tensão-deformação já apresenta
não-linearidade. Esta situação pode ser melhor visualizada na figura II.1.
101
IV – CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
4.1 – CONCLUSÕES
O estudo realizado leva a conclusão que:
O talude do Seixas, na atual configuração, não apresenta estabilidade
adequada nem mesmo para seu peso próprio.
Uma vez estável, sob as condições impostas pela norma sobre estabilidade
estática de taludes, o talude do Seixas seria também estável aos níveis de
aceleração observados nas simulações em modelos em elementos finitos.
As malhas com elementos de dimensões da ordem de 1/8 do tamanho do
comprimento de onda são mais precisas do que aquelas com o dobro do
tamanho (1/4).
Excetuando-se a resposta do modelo com elementos de Lysmer-
Kuhlemeyer contornado por zona absorvente, as diferenças dos picos de
deslocamentos no ponto mais próximo ao contorno foram maiores do que
aqueles apresentados em pontos mais distantes.
Os coeficientes de amortecimento dos contornos viscosos propostos por
WHITE et al. (op. cit.) proporcionam um melhor desempenho em relação
aos propostos por LYSMER e KUHLEMEYER (op. cit).
O desempenho dos contornos viscosos com um coeficiente de
amortecimento com um valor muito grande, da ordem de 10
15
, se
assemelham ao de um contorno com os seus deslocamentos impedidos.
O pico da onda de Rayleigh nos modelos com elementos menores foi
maior do que os dos modelos com elementos maiores.
102
A resposta produzida pelo MEF seja na propagação de ondas seja no
fenômeno vibratório, é influenciada tanto pela densidade da malha como
pela eficiência do contorno em absorver ondas.
O amortecimento do material modelado pelos coeficientes de Rayleigh
mostrou boa representatividade quando os deslocamentos obtidos pelo
MEF foram comparados com a equação de Bornitz.
A zona absorvente é mais eficiente e versátil do que o contorno viscoso
imperfeito, apresentando menos erros nos deslocamentos nos semi-planos
e semi-espaços.
A zona absorvente não depende da freqüência da fonte de excitação e não
precisa possuir um formato côncavo em relação à fonte de excitação
permitindo assim semi-planos ou semi-espaços com geometria complexa.
Os modelos de semi-espaço possuem trinta vezes mais graus de liberdade
do que os modelos de semi-plano.
O nível de deformações observado no modelo em elementos finitos que
representa o talude do Seixas é caracterizado, segundo VUCETIC (op. cit.),
como o nível de deformações pequenas.
Devido ao alto custo computacional dos modelos tridimensionais,
recomenda-se que estes devam ser utilizados somente quando não se pode
utilizar uma modelagem bidimensional ou quando há a possibilidade de se
utilizar o processamento em paralelo.
4.2 – SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Devido ao nível de deformações observado nas simulações em elementos
finitos, devem ser adotados modelos mais complexos que incluam a não-
linearidade da relação entre tensões e deformações do solo.
103
A modelagem de semi-espaços ou semi-planos com camadas de solo com
diferentes propriedades elásticas e densidade deve ser estudada
acompanhando a densidade de malha, principalmente entre as camadas.
Devem ser estudados outros modelos de veículos e validá-los frente a
medições em campo com acelerômetros.
Estudar o comportamento de talude com relação aos efeitos de fadiga
decorrente da atuação de ações dinâmicas ao longo do tempo.
Utilizar o modelo quarter-car para representar o veículo.
104
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111
VI – APÊNDICES
6.1 – PROGRAMA COM O CÁLCULO DA RESPOSTA ANALÍTICA DE
LAMB
b
1
vs
:= b 0.004=
vr
0.87 1.12 ν+
1 ν+
vs:= vr 241.85= c
1
vr
:= c 0.004=
Outras constantes (carga aplicada e semi-espaço):
Carga:
f25:=
(Hz)
ω 2 π f:= ω 157.08=
(rad/s ou 1/s)
Q 100 10
3
:=
(Neutons)
semi-espaço:
h ω a:= h 0.341=
k ω b:= k 0.599=
κωc:= κ 0.649=
Resposta analítica de carga harmônica sobre semi-plano
Lamb,Horace. -
"On the propagations of tremors over the surface of an elastic solid" (1904)
Resposta do semi-espaço sob carga harmônica. - (18/01/2005)
Felipe Tavares da Silva - Mestrado UFPE 2004 - [email protected]
Dados do semi-plano:
E 2.69 10
8
:=
(Pa) mód. elástico
ν 0.26:=
G
E
21 ν+()
:= G 1.067 10
8
×=
μ G:= μ 1.06746E+008=
λ
ν E
1 ν+()12ν()
:= λ 1.15642E+008=
ρ 1550:=
(kg/m³)
Velocidade das ondas:
vp
λ 2 μ+
ρ
:= vp 460.81= a
1
vp
:= a 0.002=
vs
μ
ρ
:= vs 262.43=
112
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25
0.2
0.1
0
0.1
0.2
À 10,0 m da fonte
À 20.0 m da fonte
Deslocamento vertical
Tempo (s)
Deslocamento (mm)
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
0
0.05
0.1
0.15
0.2
À 10,0 m da fonte
À 20.0 m da fonte
Deslocamento horizontal
Tempo (s)
Deslocamento (mm)
Gráfico dos deslocamentos vertical v e horizontal u:
vpos x t,() i
Q
μ
K e
i ω tcx()
:=upos x t,()
Q
μ
H e
i ω tcx()
:=
Valores dos deslocamentos para o x POSITIVO:
K 0.18=K
2k
2
⋅α1 2 κ
2
k
2
()
2
Ω
:=
H 0.122=H
k
2
2 κ
2
k
2
()
3
κΩ
:=
Ω 16 k
6
⋅κ 164
h
2
k
2
κ
2
k
2
61
h
2
k
2
κ
4
k
4
+
:=
α1 0.553=α1 ακ():=
κ
é raiz da função F.
F κ( ) 0.000=F ξ() 2ξ
2
k
2
()
2
4 ξ
2
⋅αξ()⋅βξ():=
βξ() ξ
2
k
2
:=αξ() ξ
2
h
2
:=
113
6.2 – PROGRAMA PARA O CÁLCULO DA ESTABILIDADE DO
TALUDE SEGUNDO O MÉTODO DE SARMA
(kg/m³) => Peso específico em N/m³
Pw 0:=
(presão neutra)
g 9.80665:=
(gravidade) (m/s²)
nº de fatias:
nf 9:=
(nº de fatias)
n1nf..:=
knf1+:= k10=
i1k..:=
Coordenadas das fatias x sup. de ruptura:
n
1
2
3
4
5
6
7
8
9
= i
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
=
Xg 30.5667:=
x
i
17.3113
20.3010
23.2907
26.2804
29.2701
32.2599
35.2496
38.2393
41.2290
44.2187
:=
y
i
29.9216
28.1455
26.5666
25.1700
23.9488
22.8880
21.9799
21.2227
20.6067
20.1282
:=
yt
i
29.9216
28.8334
27.7453
26.6571
25.5690
24.4808
23.3927
22.3045
21.2164
20.1282
:=
xg
n
29.2364
30.0279
30.9036
31.7908
32.6819
33.5746
34.5150
35.3613
36.1021
:=
yg
n
21.7907
20.8472
19.8832
18.9763
18.1236
17.3192
16.5383
14.8924
12.3286
:=
Yg 24.4501:=
coords do
centróide da
superfície de
deslizamento.
coords do centróide das
fatias.
coords dos pts. da sup.
de ruptura.
coord. do
talude.
Análise de estabilidade de taludes de Sarma - 1979
Artigo:
"Stability Analysis of Embankments and Slopes"
Autor do programa: Felipe Tavares da Silva - [email protected]
ORIGIN 1:=
Obs: em
amarelo
estão os dados de entrada, em
cinza
os campos que não devem ser alterados e em
azul
os
resultados.
Obs.: Para se determinar o fator de segurança estático
para este modo de ruptura, reduz-se os parâmetros de
resistência (
φ
e c) por um fator F até que este provoque um
coeficiente K nulo.
F 1.0:=
Static factor of safety =
1.530
Parâmetros do solo:
___________________________________
_
Correlação de Sarma:
Kc 0.188:=
c
0.00
F
:=
(coesão) (N/m²)
FS 1.0 3.33 Kc+:= FS 1.626=
___________________________________
_
KC de Newmark (FS do Morgenstern-Price
-
Geoslope):
φ
30
π
180
F
:=
(ang. atrito)
φ 30deg=
1.619 1( ) sin 20.00
π
180
0.212=
Ru 0:=
(poro-pressão) ___________________________________
_
γ 1850:=
(massa específica)
114
Área total: 28,9140 (AutoCAD)Conferir com os dados de entrada no CAD!!!
Conferir com a geom.:
(Área total)
W
1.866 10
4
×
5.062 10
4
×
7.23 10
4
×
8.427 10
4
×
8.714 10
4
×
8.151 10
4
×
6.765 10
4
×
4.587 10
4
×
1.654 10
4
×
=A
28.9135=A
1.03
2.79
3.98
4.64
4.80
4.49
3.73
2.53
0.91
=
(Peso de cada fatia)
W
n
A
n
γ g:=A
n
1
2
H
n
H
n1+
+
()
b
n
:=
α
0.536
0.486
0.437
0.388
0.341
0.295
0.248
0.203
0.159
=b
2.99
2.99
2.99
2.99
2.99
2.99
2.99
2.99
2.99
=H
1
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0.0000
0.6879
1.1787
1.4871
1.6202
1.5928
1.4128
1.0818
0.6097
0.0000
=
α
n
atan
y
n1+
y
n
b
n
:=b
n
x
n1+
x
n
:=H
i
yt
i
y
i
:=
Peso de cada fatia:
Coordenadas da
geometria do talude
0 102030405060
0
10
20
30
Configuração do problema
horizontal
vertical
v
j
30.00
30.00
20.00
10.00
10.00
0.00
0.00
30.0
:=
u
j
0.00
17.0960
44.5710
51.7000
60.00
60.00
0.00
0.00
:=
j18..:=
Coordenadas do talude:
115
T
8.257 10
3
×
2.308 10
4
×
3.405 10
4
×
4.116 10
4
×
4.422 10
4
×
4.31 10
4
×
3.745 10
4
×
2.665 10
4
×
1.012 10
4
×
=N
1.43 10
4
×
3.998 10
4
×
5.898 10
4
×
7.129 10
4
×
7.658 10
4
×
7.465 10
4
×
6.487 10
4
×
4.616 10
4
×
1.753 10
4
×
=
Estes valores têm
de ser positivos
para a resposta ser
válida.
T
n
N
n
tan φ
()
cb
n
sec α
n
()
+:=
N
n
W
n
X
n1+
+ X
n
()
cos φ
()
sec φα
n
()
:=
Valores das forças na linha de ruptura:
15 20 25 30 35 40 45
2.5
.
10
4
2
.
10
4
1.5
.
10
4
1
.
10
4
5000
0
5000
E
X
x
X
1
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0.000·10
0
-2.143·10
3
-6.629·10
3
-1.107·10
4
-1.378·10
4
-1.396·10
4
-1.152·10
4
-7.093·10
3
-2.377·10
3
1.365·10
-11
=E
1
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0.000·10
0
-3.711·10
3
-1.148·10
4
-1.918·10
4
-2.387·10
4
-2.418·10
4
-1.995·10
4
-1.228·10
4
-4.118·10
3
2.365·10
-11
=
X
1
0:=X
n1+
E
n1+
tan φ
()
cH
n1+
+:=
E
n1+
a
n
p
n
Kc E
n
e
n
+:=
E
1
0:=
Valores das forças nas fatias:
(m/s²)
Kc g 1.843=
Aceleração crítica:
(Coeficiente de aceleração crítica)
Kc 0.188=
Kc
a
9
a
8
e
9
+ a
7
e
9
e
8
+ a
6
e
9
e
8
e
7
+ a
5
e
9
e
8
e
7
e
6
+ a
4
e
9
e
8
e
7
e
6
e
5
+ a
3
e
9
e
8
e
7
e
6
e
5
e
4
+ a
2
e
9
e
8
e
7
e
6
e
5
e
4
e
3
+ a
1
e
9
e
8
e
7
e
6
e
5
e
4
e
3
e
2
+
p
9
p
8
e
9
+ p
7
e
9
e
8
+ p
6
e
9
e
8
e
7
+ p
5
e
9
e
8
e
7
e
6
+ p
4
e
9
e
8
e
7
e
6
e
5
+ p
3
e
9
e
8
e
7
e
6
e
5
e
4
+ p
2
e
9
e
8
e
7
e
6
e
5
e
4
e
3
+ p
1
e
9
e
8
e
7
e
6
e
5
e
4
e
3
e
2
+
:=
e
n
cos 2 φ⋅α
n
()
sec φ
()
cos 2 φ⋅α
n
()
sec φ
()
:=
p
n
W
n
cos φα
n
()
cos 2 φ⋅α
n
()
sec φ
()
:=a
n
W
n
sin φα
n
()
R
n
cos φ
()
+ S
n1+
sin φα
n
()
+ S
n
sin φα
n
()
cos 2 φ⋅α
n
()
sec φ
()
:=
S
i
cH
i
:=
R
n
cb
n
sec α
n
()
:=
Cálculo de alguns parâmetros:
116
6.3 – PROGRAMA PARA O CÁLCULO DA ESTABILIDADE DO
TALUDE SEGUNDO O MÉTODO DE LING
kv
k
1
g
acelY
k
:=kh
k
1
g
acelX
k
:=k1j..:=j 1099=j length tempo():=
acelY
1
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0
0
0
-1.29·10
-15
-1.63·10
-14
-1.68·10
-13
-1.45·10
-12
-1.07·10
-11
-6.82·10
-11
-3.82·10
-10
:=acelX
1
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0
0
0
-5.88·10
-15
-7.5·10
-14
-7.8·10
-13
-6.79·10
-12
-5.06·10
-11
-3.27·10
-10
-1.86·10
-9
:=tempo
1
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1·10
-5
0.01
0.01
0.02
0.02
0.03
0.03
0.04
0.04
0.05
:=
Dados de entrada das simulações em elementos finitos (acelerações):
β 20.0deg=
(ângulo de inclinação da crista)
β atan
10
27.5
:=
i 55.0deg=
(ângulo de inclinação do talude)
i atan
10
7
:=
Parâmetros do talude:
(peso específico em N/m³)
γ 1850 g:=
(coesão em Pa)
c2510
3
:=
(angulo de atrito em graus)
φ
π
180
35:=
Propriedades do solo:
(aceleração da gravidade)
g 9.80665:=
Coeficientes da aceleração atuante (terremotos, induzidas por veículos, etc):
Data:12/02/2005Autor: Felipe Tavares da Silva - [email protected]
ORIGIN 1:=
"Recent applications of sliding block theory to geotechnical design" (2001)
Hoe I. Ling
Análise de estabilidade de taludes - Sliding Block
117
aux
k
1kv
k
+ kv
k
0>if
1kv
k
otherwise
:=
θ
k
atan
kh
k
aux
k
:=
α
k
i φ
k
2
:=
(ângulo de inlinação crítico do plano de ruptura)
H 10.0:=
(altura do talude)
Aceleração horizontal resistiva máxima:
Khc
k
1kv
k
+
()
tan φα
k
()
sin i( ) cos φ()
sin i α
k
()
cos φα
k
()
2c
γ H
+:=
Gráfico da aceleração resistiva
versus aceleração de campo:
012
0
Tempo (s)
Aceleração vertical (m/s²)
012
0
Tempo (s)
Aceleração horizontal (m/s²)
6.4 – LINHAS DE COMANDOS DOS MODELOS E ANÁLISES
REALIZADAS NO ANSYS
6.4.1 – GEOMETRIA DO SEMI-PLANO COM CONTORNO VISCOSO
! Criação da geometria do semi-espaço como um estado plano de deformação
! contornado por sistemas mola-amortecedor
! Data: 07/12/2004
! Autor: Felipe Tavares da Silva - [email protected]
118
/PREP7
! Elementos e opções
ET,1,PLANE42
!*
KEYOPT,1,1,0
KEYOPT,1,2,0
KEYOPT,1,3,2
KEYOPT,1,5,0
KEYOPT,1,6,0
!*
!*
ET,2,COMBIN14
ET,3,COMBIN14
!*
KEYOPT,2,2,1
KEYOPT,2,3,0
KEYOPT,3,2,2
KEYOPT,3,3,0
!*
!* Constantes dos sistemas
imperfeitos do contorno: f = 20 Hz
! Constantes reais dos sistemas do
contorno(Lysmer Kuhlemeyer)
!R,1,1.49991E+007,3.46400E+005, ,
!R,2,5.00000E+006,2.00000E+005, ,
! Constantes reais dos sistemas do
contorno(White et. al)
R,1,1.30196E+007,3.227331E+005, ,
R,2,2.48741E+006,1.410648E+005, ,
!*
!*
! Cte's do material (solo)
UIMP,1,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,1,DENS, , ,2000,
UIMP,1,PRXY, , ,0.25,
UIMP,1,GXY, , ,2.00E+07,
!*
!Amortecimento do material
!ALPHAD,4.255829E+000
!BETAD,5.262712E-004
! Definição da Geometria
K,1,-10,0,0,
K,2,0,0,0,
K,3,10,0,0
K,4,0,10,0
! Linhas
L,1,2
L,2,3
L,2,4
LARC,3,4,2,10
LARC,4,1,2,10
! Área
AL,1,3,5
AL,2,3,4
! Criação da malha
ESIZE,1.0,
AMAP,1,1,2,4
119
AMAP,2,3,2,4
! Criação do contorno
LSEL,S,LINE, ,4,5,1,1
NSLL,S,1
! Duplicação dos nós a serem
duplicados
NGEN,2,417,ALL, , , , , ,1,
!Girando o sistema de coordenada
dos nós a serem engastados
CSWPLA,11,2, ,
NROTAT,ALL
!Criando os elementos do contorno
TYPE,2
REAL,1
EINTF,0.0001,
TYPE,3
REAL,2
EINTF,0.0001,
!Engastamento dos nós
NSEL,S, , ,418,665,1,
D,ALL, ,0, , , ,ALL, , , , ,
!Deleta o sistema de coordenadas
local
CSDELE,11, ,1
!Re-seleciona todas as entidades
NSEL,ALL
ESEL,ALL
ASEL,ALL
LSEL,ALL
KSEL,ALL
WSORT,Y, ,MAX,
FINISH
6.4.2 – ANÁLISE MODAL
!*-Análise modal de semiplanos e
semi-espaços
!*-18 de Junho de 2004
/SOLU
!*-Inicia a análise modal
!
ANTYP,2
MODOPT,SUBS, 60, 0.0 ,
100.00000000 ,,OFF
!
!
SOLVE
FINISH
!
120
! expand the results for
postprocessing
!
/SOLU
EXPASS,ON
MXPAND, 60, 0.0 ,
100.000000000 ,NO
EXPASS,ON
OUTRES,ALL,ALL
OUTPR,ALL,ALL
SOLVE
FINISH
6.4.3 – ANÁLISE TRANSIENTE PARA O MODELO DE SEMI-PLANO COM
CONTORNO VISCOSO
!*-Análise Transiente de carga
harmônica no semi-plano-
*!(18/02/2005)
! Arquivo da geometria: 2D.DAT
!*-Numéro de iterações
/CONFIG,NRES,400000000
!*-Entra no menu Solution
/SOLU
!*-Análise Transiente-*!
ANTYPE,4
!-Definição da discretização do tempo
DELTIM,0.005
!Parâmetros que deixam o método de
integração
!Incondicinalmente estável
TINTP,0.00, , , , ,
!Seleção do nó onde o deslocamento
nodal será captado:
!(5.0 m - 226)
!(7.5 m - 230)
!NSEL,S,NODE, ,226,226,1
!NSEL,S,NODE, ,230,230,1
!CM,RES,NODE
!CMGRP,TESTE,RES
!NSEL,ALL
!-Controla a saída da solução
!OUTPR,NSOL,NONE,RES
OUTPR,NSOL,NONE
!-Controla os dados de solução
escritos na base de dados
!OUTRES,NSOL,ALL,RES
OUTRES,NSOL,ALL
121
!*-Aplicação da Carga-*!
PI=3.141592654
TACUM=0.00001
TLOAD=0.005
TACUM=TACUM+TLOAD
*DO,NLOAD,1,80,1
F,2,FY,100000*COS(2*PI*20*TACUM)
TIME,TACUM
SOLVE
TACUM=TACUM+TLOAD
*ENDDO
FINISH
6.4.4 – GEOMETRIA DO MODELO DE SEMI-PLANO COM ZONA
ABSORVENTE
!Modelo de semi-espaço para o caso 2D (estado plano de deformação)
!Contorno do tipo "zona absorvente de ondas"
!Autor: Felipe Tavares da Silva - [email protected]
!Data: 18/05/2005
/PREP7
! Elementos e opções
ET,1,PLANE42
!*
! Cte's do material (solo)
UIMP,1,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,1,DENS, , ,2000,
UIMP,1,PRXY, , ,0.25,
UIMP,1,GXY, , ,2.00E+07,
!*
! Cte's da caixa de areia
!A=0.001
A=0.1
AM01=A*1.1**2
AM02=A*2.3**2
AM03=A*3.6**2
AM04=A*5.0**2
AM05=A*6.5**2
AM06=A*8.1**2
AM07=A*9.8**2
AM08=A*11.6**2
AM09=A*13.5**2
AM10=A*15.5**2
! Linha 1
UIMP,2,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,2,DENS, , ,2000,
UIMP,2,PRXY, , ,0.25,
UIMP,2,GXY, , ,2.00E+07,
UIMP,2,DAMP, , ,AM01,
! Linha 2
UIMP,3,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,3,DENS, , ,2000,
UIMP,3,PRXY, , ,0.25,
122
UIMP,3,GXY, , ,2.00E+07,
UIMP,3,DAMP, , ,AM02,
! Linha 3
UIMP,4,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,4,DENS, , ,2000,
UIMP,4,PRXY, , ,0.25,
UIMP,4,GXY, , ,2.00E+07,
UIMP,4,DAMP, , ,AM03,
! Linha 4
UIMP,5,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,5,DENS, , ,2000,
UIMP,5,PRXY, , ,0.25,
UIMP,5,GXY, , ,2.00E+07,
UIMP,5,DAMP, , ,AM04,
! Linha 5
UIMP,6,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,6,DENS, , ,2000,
UIMP,6,PRXY, , ,0.25,
UIMP,6,GXY, , ,2.00E+07,
UIMP,6,DAMP, , ,AM05,
! Linha 6
UIMP,7,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,7,DENS, , ,2000,
UIMP,7,PRXY, , ,0.25,
UIMP,7,GXY, , ,2.00E+07,
UIMP,7,DAMP, , ,AM06,
! Linha 7
UIMP,8,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,8,DENS, , ,2000,
UIMP,8,PRXY, , ,0.25,
UIMP,8,GXY, , ,2.00E+07,
UIMP,8,DAMP, , ,AM07,
! Linha 8
UIMP,9,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,9,DENS, , ,2000,
UIMP,9,PRXY, , ,0.25,
UIMP,9,GXY, , ,2.00E+07,
UIMP,9,DAMP, , ,AM08,
! Linha 9
UIMP,10,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,10,DENS, , ,2000,
UIMP,10,PRXY, , ,0.25,
UIMP,10,GXY, , ,2.00E+07,
UIMP,10,DAMP, , ,AM09,
! Linha 10
UIMP,11,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,11,DENS, , ,2000,
UIMP,11,PRXY, , ,0.25,
UIMP,11,GXY, , ,2.00E+07,
UIMP,11,DAMP, , ,AM10,
!Amortecimento do
material
!ALPHAD,1.299107E-001
!BETAD,2.487356E-004
! Definição da Geometria
K,1,-25.5,0.0,0.00
K,2,-23.5.0,0.0,0.00
K,3,-21.6,0.0,0.00
K,4,-19.8,0.0,0.00
K,5,-18.1,0.0,0.00
K,6,-16.5,0.0,0.00
K,7,-15.0,0.0,0.00
K,8,-13.6,0.0,0.00
K,9,-12.3,0.0,0.00
K,10,-11.1,0.0,0.0
K,11,-10.0,0.0,0.0
K,12,10.0,0.0,0.00
K,13,11.1,0.0,0.00
K,14,12.3,0.0,0.00
K,15,13.6,0.0,0.00
K,16,15.0,0.0,0.00
K,17,16.5,0.0,0.00
K,18,18.1,0.0,0.00
K,19,19.8,0.0,0.00
K,20,21.6,0.0,0.00
K,21,23.5,0.0,0.00
K,22,25.5,0.0,0.00
K,23,25.5,25.5,0.0
K,24,-25.5,25.5,0.0
K,25,-23.5,23.5,0.0
K,26,-21.6,21.6,0.0
K,27,-19.8,19.8,0.0
K,28,-18.1,18.1,0.0
K,29,-16.5,16.5,0.0
K,30,-15.0,15.0,0.0
123
K,31,-13.6,13.6,0.0
K,32,-12.3,12.3,0.0
K,33,-11.1,11.1,0.0
K,34,-10.0,10.0,0.0
K,35,10.0,10.0,0.00
K,36,11.1,11.1,0.0
K,37,12.3,12.3,0.0
K,38,13.6,13.6,0.0
K,39,15.0,15.0,0.0
K,40,16.5,16.5,0.0
K,41,18.1,18.1,0.0
K,42,19.8,19.8,0.0
K,43,21.6,21.6,0.0
K,44,23.5,23.5,0.0
! Linhas
L,1,2
L,2,3
L,3,4
L,4,5
L,5,6
L,6,7
L,7,8
L,8,9
L,9,10
L,10,11
L,11,12
L,12,13
L,13,14
L,14,15
L,15,16
L,16,17
L,17,18
L,18,19
L,19,20
L,20,21
L,21,22
L,22,23
L,23,24
L,24,25
L,25,26
L,26,27
L,27,28
L,28,29
L,29,30
L,30,31
L,31,32
L,32,33
L,33,34
L,34,35
L,35,36
L,36,37
L,37,38
L,38,39
L,39,40
L,40,41
L,41,42
L,42,43
L,43,44
L,44,23
L,1,24
L,2,25
L,3,26
L,4,27
L,5,28
L,6,29
L,7,30
L,8,31
L,9,32
L,10,33
L,11,34
L,12,35
L,13,36
L,14,37
L,15,38
L,16,39
L,17,40
L,18,41
L,19,42
L,20,43
L,21,44
L,33,36
L,32,37
L,31,38
L,30,39
L,29,40
L,28,41
L,27,42
L,26,43
L,25,44
! Área
AL,11,34,55,56
124
AL,10,33,54,55
AL,33,34,35,66
AL,12,35,56,57
AL,9,32,53,54
AL,32,36,66,67
AL,13,36,57,58
AL,8,31,52,53
AL,31,37,67,68
AL,14,37,58,59
AL,7,30,51,52
AL,30,38,68,69
AL,15,38,59,60
AL,6,29,50,51
AL,29,39,69,70
AL,16,39,60,61
AL,5,28,49,50
AL,28,40,70,71
AL,17,40,61,62
AL,4,27,48,49
AL,27,41,71,72
AL,18,41,62,63
AL,3,26,47,48
AL,26,42,72,73
AL,19,42,63,64
AL,2,25,46,47
AL,25,43,73,74
AL,20,43,64,65
AL,1,24,45,46
AL,24,44,74,23
AL,21,44,65,22
! Criação da malha
!SEMI-PLANO:
d=1.0
ESIZE,d
MAT,1
AMAP,1,11,12,34,35
!CAIXA DE AREIA
d1=2.0
d2=2.0
d3=2.5
d4=3.0
d5=3.5
d6=4.0
d7=4.5
d8=5.0
d9=5.5
d10=6.0
!FAIXA 1
ESIZE,d1
MAT,2
AMAP,2,10,11,33,34
AMAP,3,33,34,35,36
AMAP,4,12,13,35,36
!FAIXA 2
ESIZE,d2
MAT,3
AMAP,5,9,10,32,33
AMAP,6,32,33,36,37
AMAP,7,13,14,36,37
!FAIXA 3
ESIZE,d3
MAT,4
AMAP,8,8,9,31,32
AMAP,9,31,32,37,38
AMAP,10,14,15,37,38
!FAIXA 4
ESIZE,d4
MAT,5
AMAP,11,7,8,30,31
AMAP,12,30,31,38,39
AMAP,13,15,16,38,39
!FAIXA 5
ESIZE,d5
MAT,6
125
AMAP,14,6,7,29,30
AMAP,15,29,30,39,40
AMAP,16,16,17,39,40
!FAIXA 6
ESIZE,d6
MAT,7
AMAP,17,5,6,28,29
AMAP,18,28,29,40,41
AMAP,19,17,18,40,41
!FAIXA 7
ESIZE,d7
MAT,8
AMAP,20,4,5,27,28
AMAP,21,27,28,41,42
AMAP,22,18,19,41,42
!FAIXA 8
ESIZE,d8
MAT,9
AMAP,23,3,4,26,27
AMAP,24,26,27,42,43
AMAP,25,19,20,42,43
!FAIXA 9
ESIZE,d9
MAT,10
AMAP,26,2,3,25,26
AMAP,27,25,26,43,44
AMAP,28,20,21,43,44
!FAIXA 10
ESIZE,d10
MAT,11
AMAP,29,1,2,24,25
AMAP,30,24,25,23,44
AMAP,31,21,22,23,44
! Criação do contorno
LSEL,S,LINE, ,22,23,1
LSEL,A,LINE, ,45,45,1
NSLL,S,1
!Engastamento dos nós
D,ALL, ,0, , , ,ALL, , , , ,
!Re-seleciona todas as
entidades
NSEL,ALL
ESEL,ALL
ASEL,ALL
LSEL,ALL
KSEL,ALL
WSORT,Y, ,MAX,
FINISH
6.4.5 – GEOMETRIA DO MODELO DE SEMI-ESPAÇO
! Arquivo: 3DABS.DAT
! Descrição: Semi-espaço para
! comparar com os resultados analíticos de Hung & Yang.
! Autor: Felipe Tavares da Silva - [email protected]m.br - 01/06/2005
! Malha d=1.0m
/PREP7
! Elementos e opções
ET,1,SOLID73
!*
126
! Cte's do material
(solo)
UIMP,1,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,1,DENS, , ,2000,
UIMP,1,PRXY, , ,0.25,
UIMP,1,GXY, , ,2.00E+0
7,
!*
! Cte's da caixa de
areia
A=0.001
AM01=A*1.1**2
AM02=A*2.3**2
AM03=A*3.6**2
AM04=A*5.0**2
AM05=A*6.5**2
AM06=A*8.1**2
AM07=A*9.8**2
AM08=A*11.6**2
AM09=A*13.5**2
AM10=A*15.5**2
! Linha 1
UIMP,2,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,2,DENS, , ,2000,
UIMP,2,PRXY, , ,0.25,
UIMP,2,GXY, , ,2.00E+0
7,
UIMP,2,DAMP, , ,AM01,
! Linha 2
UIMP,3,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,3,DENS, , ,2000,
UIMP,3,PRXY, , ,0.25,
UIMP,3,GXY, , ,2.00E+07,
UIMP,3,DAMP, , ,AM02,
! Linha 3
UIMP,4,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,4,DENS, , ,2000,
UIMP,4,PRXY, , ,0.25,
UIMP,4,GXY, , ,2.00E+07,
UIMP,4,DAMP, , ,AM03,
! Linha 4
UIMP,5,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,5,DENS, , ,2000,
UIMP,5,PRXY, , ,0.25,
UIMP,5,GXY, , ,2.00E+07,
UIMP,5,DAMP, , ,AM04,
! Linha 5
UIMP,6,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,6,DENS, , ,2000,
UIMP,6,PRXY, , ,0.25,
UIMP,6,GXY, , ,2.00E+07,
UIMP,6,DAMP, , ,AM05,
! Linha 6
UIMP,7,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,7,DENS, , ,2000,
UIMP,7,PRXY, , ,0.25,
UIMP,7,GXY, , ,2.00E+07,
UIMP,7,DAMP, , ,AM06,
! Linha 7
UIMP,8,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,8,DENS, , ,2000,
UIMP,8,PRXY, , ,0.25,
UIMP,8,GXY, , ,2.00E+07,
UIMP,8,DAMP, , ,AM07,
! Linha 8
UIMP,9,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,9,DENS, , ,2000,
UIMP,9,PRXY, , ,0.25,
UIMP,9,GXY, , ,2.00E+07,
UIMP,9,DAMP, , ,AM08,
! Linha 9
UIMP,10,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,10,DENS, , ,2000,
UIMP,10,PRXY, , ,0.25,
UIMP,10,GXY, , ,2.00E+07,
UIMP,10,DAMP, , ,AM09,
! Linha 10
UIMP,11,EX, , ,5.00E+07,
UIMP,11,DENS, , ,2000,
UIMP,11,PRXY, , ,0.25,
UIMP,11,GXY, , ,2.00E+07,
UIMP,11,DAMP, , ,AM10,
127
!Amortecimento do
material
ALPHAD,2.546738E-001
BETAD,1.569498E-003
! Definição da
Geometria
!Keypoints
K,1,-25.5,0.0 ,25.5
K,2,25.5,0.0 ,25.5
K,3,25.5,0.0 ,-25.5
K,4,-25.5,0.0 ,-25.5
K,5,-23.5,0.0 ,23.5
K,6,23.5,0.0 ,23.5
K,7,23.5,0.0 ,-23.5
K,8,-23.5,0.0 ,-23.5
K,9,-21.6,0.0 ,21.6
K,10,21.6,0.0 ,21.6
K,11,21.6,0.0 ,-21.6
K,12,-21.6,0.0 ,-21.6
K,13,-19.8,0.0 ,19.8
K,14,19.8,0.0 ,19.8
K,15,19.8,0.0 ,-19.8
K,16,-19.8,0.0 ,-19.8
K,17,-18.1,0.0 ,18.1
K,18,18.1,0.0 ,18.1
K,19,18.1,0.0 ,-18.1
K,20,-18.1,0.0 ,-18.1
K,21,-16.5,0.0 ,16.5
K,22,16.5,0.0 ,16.5
K,23,16.5,0.0 ,-16.5
K,24,-16.5,0.0 ,-16.5
K,25,-15.0,0.0 ,15.0
K,26,15.0,0.0 ,15.0
K,27,15.0,0.0 ,-15.0
K,28,-15.0,0.0 ,-15.0
K,29,-13.6,0.0 ,13.6
K,30,13.6,0.0 ,13.6
K,31,13.6,0.0 ,-13.6
K,32,-13.6,0.0 ,-13.6
K,33,-12.3,0.0 ,12.3
K,34,12.3,0.0 ,12.3
K,35,12.3,0.0 ,-12.3
K,36,-12.3,0.0 ,-12.3
K,37,-11.1,0.0 ,11.1
K,38,11.1,0.0 ,11.1
K,39,11.1,0.0 ,-11.1
K,40,-11.1,0.0 ,-11.1
K,41,-10.0,0.0 ,10.0
K,42,10.0,0.0 ,10.0
K,43,10.0,0.0 ,-10.0
K,44,-10.0,0.0 ,-10.0
K,45,-25.5,25.5 ,25.5
K,46,25.5,25.5 ,25.5
K,47,25.5,25.5 ,-25.5
K,48,-25.5,25.5 ,-25.5
K,49,-23.5,23.5 ,23.5
K,50,23.5,23.5 ,23.5
K,51,23.5,23.5 ,-23.5
K,52,-23.5,23.5 ,-23.5
K,53,-21.6,21.6 ,21.6
K,54,21.6,21.6 ,21.6
K,55,21.6,21.6 ,-21.6
K,56,-21.6,21.6 ,-21.6
K,57,-19.8,19.8 ,19.8
K,58,19.8,19.8 ,19.8
K,59,19.8,19.8 ,-19.8
K,60,-19.8,19.8 ,-19.8
K,61,-18.1,18.1 ,18.1
K,62,18.1,18.1 ,18.1
K,63,18.1,18.1 ,-18.1
K,64,-18.1,18.1 ,-18.1
K,65,-16.5,16.5 ,16.5
K,66,16.5,16.5 ,16.5
K,67,16.5,16.5 ,-16.5
K,68,-16.5,16.5 ,-16.5
K,69,-15.0,15.0 ,15.0
K,70,15.0,15.0 ,15.0
K,71,15.0,15.0 ,-15.0
K,72,-15.0,15.0 ,-15.0
K,73,-13.6,13.6 ,13.6
K,74,13.6,13.6 ,13.6
K,75,13.6,13.6 ,-13.6
K,76,-13.6,13.6 ,-13.6
K,77,-12.3,12.3 ,12.3
K,78,12.3,12.3 ,12.3
K,79,12.3,12.3 ,-12.3
K,80,-12.3,12.3 ,-12.3
K,81,-11.1,11.1 ,11.1
K,82,11.1,11.1 ,11.1
K,83,11.1,11.1 ,-11.1
K,84,-11.1,11.1 ,-11.1
K,85,-10.0,10.0 ,10.0
128
K,86,10.0,10.0 ,10.0
K,87,10.0,10.0 ,-10.0
K,88,-10.0,10.0 ,-10.0
!Linhas
L,1 ,2
L,2 ,3
L,3 ,4
L,4 ,1
L,5 ,6
L,6 ,7
L,7 ,8
L,8 ,5
L,9 ,10
L,10 ,11
L,11 ,12
L,12 ,9
L,13 ,14
L,14 ,15
L,15 ,16
L,16 ,13
L,17 ,18
L,18 ,19
L,19 ,20
L,20 ,17
L,21 ,22
L,22 ,23
L,23 ,24
L,24 ,21
L,25 ,26
L,26 ,27
L,27 ,28
L,28 ,25
L,29 ,30
L,30 ,31
L,31 ,32
L,32 ,29
L,33 ,34
L,34 ,35
L,35 ,36
L,36 ,33
L,37 ,38
L,38 ,39
L,39 ,40
L,40 ,37
L,41 ,42
L,42 ,43
L,43 ,44
L,44 ,41
L,45 ,46
L,46 ,47
L,47 ,48
L,48 ,45
L,49 ,50
L,50 ,51
L,51 ,52
L,52 ,49
L,53 ,54
L,54 ,55
L,55 ,56
L,56 ,53
L,57 ,58
L,58 ,59
L,59 ,60
L,60 ,57
L,61 ,62
L,62 ,63
L,63 ,64
L,64 ,61
L,65 ,66
L,66 ,67
L,67 ,68
L,68 ,65
L,69 ,70
L,70 ,71
L,71 ,72
L,72 ,69
L,73 ,74
L,74 ,75
L,75 ,76
L,76 ,73
L,77 ,78
L,78 ,79
L,79 ,80
L,80 ,77
L,81 ,82
L,82 ,83
L,83 ,84
L,84 ,81
L,85 ,86
L,86 ,87
L,87 ,88
L,88 ,85
L,1 ,5
L,5 ,9
L,9 ,13
129
L,13 ,17
L,17 ,21
L,21 ,25
L,25 ,29
L,29 ,33
L,33 ,37
L,37 ,41
L,2 ,6
L,6 ,10
L,10 ,14
L,14 ,18
L,18 ,22
L,22 ,26
L,26 ,30
L,30 ,34
L,34 ,38
L,38 ,42
L,3 ,7
L,7 ,11
L,11 ,15
L,15 ,19
L,19 ,23
L,23 ,27
L,27 ,31
L,31 ,35
L,35 ,39
L,39 ,43
L,4 ,8
L,8 ,12
L,12 ,16
L,16 ,20
L,20 ,24
L,24 ,28
L,28 ,32
L,32 ,36
L,36 ,40
L,40 ,44
L,45 ,49
L,49 ,53
L,53 ,57
L,57 ,61
L,61 ,65
L,65 ,69
L,69 ,73
L,73 ,77
L,77 ,81
L,81 ,85
L,46 ,50
L,50 ,54
L,54 ,58
L,58 ,62
L,62 ,66
L,66 ,70
L,70 ,74
L,74 ,78
L,78 ,82
L,82 ,86
L,47 ,51
L,51 ,55
L,55 ,59
L,59 ,63
L,63 ,67
L,67 ,71
L,71 ,75
L,75 ,79
L,79 ,83
L,83 ,87
L,48 ,52
L,52 ,56
L,56 ,60
L,60 ,64
L,64 ,68
L,68 ,72
L,72 ,76
L,76 ,80
L,80 ,84
L,84 ,88
L,1 ,45
L,2 ,46
L,3 ,47
L,4 ,48
L,5 ,49
L,6 ,50
L,7 ,51
L,8 ,52
L,9 ,53
L,10 ,54
L,11 ,55
L,12 ,56
L,13 ,57
L,14 ,58
L,15 ,59
L,16 ,60
L,17 ,61
L,18 ,62
L,19 ,63
130
L,20 ,64
L,21 ,65
L,22 ,66
L,23 ,67
L,24 ,68
L,25 ,69
L,26 ,70
L,27 ,71
L,28 ,72
L,29 ,73
L,30 ,74
L,31 ,75
L,32 ,76
L,33 ,77
L,34 ,78
L,35 ,79
L,36 ,80
L,37 ,81
L,38 ,82
L,39 ,83
L,40 ,84
L,41 ,85
L,42 ,86
L,43 ,87
L,44 ,88
!Áreas
AL,45 ,46 ,47
,48
AL,49 ,50 ,51
,52
AL,53 ,54 ,55 ,56
AL,57 ,58 ,59 ,60
AL,61 ,62 ,63 ,64
AL,65 ,66 ,67 ,68
AL,69 ,70 ,71 ,72
AL,73 ,74 ,75 ,76
AL,77 ,78 ,79 ,80
AL,81 ,82 ,83 ,84
AL,85 ,86 ,87 ,88
AL,41 ,42 ,43 ,44
AL,1 ,5 ,89 ,99
AL,2 ,6 ,99 ,109
AL,3 ,7 ,109 ,119
AL,4 ,8 ,119 ,89
AL,5 ,9 ,90 ,100
AL,6 ,10 ,100 ,110
AL,7 ,11 ,110 ,120
AL,8 ,12 ,120 ,90
AL,9 ,13 ,91 ,101
AL,10 ,14 ,101 ,111
AL,11 ,15 ,111 ,121
AL,12 ,16 ,121 ,91
AL,13 ,17 ,92 ,102
AL,14 ,18 ,102 ,112
AL,15 ,19 ,112 ,122
AL,16 ,20 ,122 ,92
AL,17 ,21 ,93 ,103
AL,18 ,22 ,103 ,113
AL,19 ,23 ,113 ,123
AL,20 ,24 ,123 ,93
AL,21 ,25 ,94 ,104
AL,22 ,26 ,104 ,114
AL,23 ,27 ,114
,124
AL,24 ,28 ,124
,94
AL,25 ,29 ,95
,105
AL,26 ,30 ,105
,115
AL,27 ,31 ,115
,125
AL,28 ,32 ,125
,95
AL,29 ,33 ,96
,106
AL,30 ,34 ,106
,116
AL,31 ,35 ,116
,126
AL,32 ,36 ,126
,96
AL,33 ,37 ,97
,107
AL,34 ,38 ,107
,117
AL,35 ,39 ,117
,127
AL,36 ,40 ,127
,97
AL,37 ,41 ,98
,108
AL,38 ,42 ,108
,118
131
AL,39 ,43 ,118
,128
AL,40 ,44 ,128
,98
AL,1 ,45 ,169
,170
AL,2 ,46 ,170
,171
AL,3 ,47 ,171
,172
AL,4 ,48 ,172
,169
AL,5 ,49 ,173
,174
AL,6 ,50 ,174
,175
AL,7 ,51 ,175
,176
AL,8 ,52 ,176
,173
AL,9 ,53 ,177
,178
AL,10 ,54 ,178
,179
AL,11 ,55 ,179
,180
AL,12 ,56 ,180
,177
AL,13 ,57 ,181
,182
AL,14 ,58 ,182
,183
AL,15 ,59 ,183 ,184
AL,16 ,60 ,184 ,181
AL,17 ,61 ,185 ,186
AL,18 ,62 ,186 ,187
AL,19 ,63 ,187 ,188
AL,20 ,64 ,188 ,185
AL,21 ,65 ,189 ,190
AL,22 ,66 ,190 ,191
AL,23 ,67 ,191 ,192
AL,24 ,68 ,192 ,189
AL,25 ,69 ,193 ,194
AL,26 ,70 ,194 ,195
AL,27 ,71 ,195 ,196
AL,28 ,72 ,196 ,193
AL,29 ,73 ,197 ,198
AL,30 ,74 ,198 ,199
AL,31 ,75 ,199 ,200
AL,32 ,76 ,200 ,197
AL,33 ,77 ,201 ,202
AL,34 ,78 ,202 ,203
AL,35 ,79 ,203 ,204
AL,36 ,80 ,204 ,201
AL,37 ,81 ,205 ,206
AL,38 ,82 ,206 ,207
AL,39 ,83 ,207 ,208
AL,40 ,84 ,208 ,205
AL,41 ,85 ,209 ,210
AL,42 ,86 ,210 ,211
AL,43 ,87 ,211 ,212
AL,44 ,88 ,212 ,209
AL,89 ,129 ,169 ,173
AL,99 ,139 ,170 ,174
AL,109 ,149 ,171
,175
AL,119 ,159 ,172
,176
AL,90 ,130 ,173
,177
AL,100 ,140 ,174
,178
AL,110 ,150 ,175
,179
AL,120 ,160 ,176
,180
AL,91 ,131 ,177
,181
AL,101 ,141 ,178
,182
AL,111 ,151 ,179
,183
AL,121 ,161 ,180
,184
AL,92 ,132 ,181
,185
AL,102 ,142 ,182
,186
AL,112 ,152 ,183
,187
AL,122 ,162 ,184
,188
AL,93 ,133 ,185
,189
AL,103 ,143 ,186
,190
132
AL,113 ,153 ,187
,191
AL,123 ,163 ,188
,192
AL,94 ,134 ,189
,193
AL,104 ,144 ,190
,194
AL,114 ,154 ,191
,195
AL,124 ,164 ,192
,196
AL,95 ,135 ,193
,197
AL,105 ,145 ,194
,198
AL,115 ,155 ,195
,199
AL,125 ,165 ,196
,200
AL,96 ,136 ,197
,201
AL,106 ,146 ,198
,202
AL,116 ,156 ,199
,203
AL,126 ,166 ,200
,204
AL,97 ,137 ,201
,205
AL,107 ,147 ,202
,206
AL,117 ,157 ,203 ,207
AL,127 ,167 ,204 ,208
AL,98 ,138 ,205 ,209
AL,108 ,148 ,206 ,210
AL,118 ,158 ,207 ,211
AL,128 ,168 ,208 ,212
AL,45 ,49 ,129 ,139
AL,46 ,50 ,139 ,149
AL,47 ,51 ,149 ,159
AL,48 ,52 ,159 ,129
AL,49 ,53 ,130 ,140
AL,50 ,54 ,140 ,150
AL,51 ,55 ,150 ,160
AL,52 ,56 ,160 ,130
AL,53 ,57 ,131 ,141
AL,54 ,58 ,141 ,151
AL,55 ,59 ,151 ,161
AL,56 ,60 ,161 ,131
AL,57 ,61 ,132 ,142
AL,58 ,62 ,142 ,152
AL,59 ,63 ,152 ,162
AL,60 ,64 ,162 ,132
AL,61 ,65 ,133 ,143
AL,62 ,66 ,143 ,153
AL,63 ,67 ,153 ,163
AL,64 ,68 ,163 ,133
AL,65 ,69 ,134 ,144
AL,66 ,70 ,144 ,154
AL,67 ,71 ,154 ,164
AL,68 ,72 ,164 ,134
AL,69 ,73 ,135 ,145
AL,70 ,74 ,145 ,155
AL,71 ,75 ,155
,165
AL,72 ,76 ,165
,135
AL,73 ,77 ,136
,146
AL,74 ,78 ,146
,156
AL,75 ,79 ,156
,166
AL,76 ,80 ,166
,136
AL,77 ,81 ,137
,147
AL,78 ,82 ,147
,157
AL,79 ,83 ,157
,167
AL,80 ,84 ,167
,137
AL,81 ,85 ,138
,148
AL,82 ,86 ,148
,158
AL,83 ,87 ,158
,168
AL,84 ,88 ,168
,138
!Volumes
133
VA,13 ,53 ,57
,97 ,98
,137
VA,14 ,54 ,58
,98 ,99
,138
VA,15 ,55 ,59
,99 ,100
,139
VA,16 ,56 ,60
,100 ,97
,140
VA,1 ,2 ,137
,138 ,139
,140
VA,17 ,57 ,61
,101 ,102
,141
VA,18 ,58 ,62
,102 ,103
,142
VA,19 ,59 ,63
,103 ,104
,143
VA,20 ,60 ,64
,104 ,101
,144
VA,2 ,3 ,141
,142 ,143
,144
VA,21 ,61 ,65 ,105
,106 ,145
VA,22 ,62 ,66 ,106
,107 ,146
VA,23 ,63 ,67 ,107
,108 ,147
VA,24 ,64 ,68 ,108
,105 ,148
VA,3 ,4 ,145 ,146
,147 ,148
VA,25 ,65 ,69 ,109
,110 ,149
VA,26 ,66 ,70 ,110
,111 ,150
VA,27 ,67 ,71 ,111
,112 ,151
VA,28 ,68 ,72 ,112
,109 ,152
VA,4 ,5 ,149 ,150
,151 ,152
VA,29 ,69 ,73 ,113
,114 ,153
VA,30 ,70 ,74 ,114
,115 ,154
VA,31 ,71 ,75 ,115
,116 ,155
VA,32 ,72 ,76 ,116
,113 ,156
VA,5 ,6 ,153 ,154
,155 ,156
VA,33 ,73 ,77 ,117
,118 ,157
VA,34 ,74 ,78
,118 ,119
,158
VA,35 ,75 ,79
,119 ,120
,159
VA,36 ,76 ,80
,120 ,117
,160
VA,6 ,7 ,157
,158 ,159
,160
VA,37 ,77 ,81
,121 ,122
,161
VA,38 ,78 ,82
,122 ,123
,162
VA,39 ,79 ,83
,123 ,124
,163
VA,40 ,80 ,84
,124 ,121
,164
VA,7 ,8 ,161
,162 ,163
,164
VA,41 ,81 ,85
,125 ,126
,165
134
VA,42 ,82 ,86
,126 ,127
,166
VA,43 ,83 ,87
,127 ,128
,167
VA,44 ,84 ,88
,128 ,125
,168
VA,8 ,9 ,165
,166 ,167
,168
VA,45 ,85 ,89
,129 ,130
,169
VA,46 ,86 ,90
,130 ,131
,170
VA,47 ,87 ,91
,131 ,132
,171
VA,48 ,88 ,92
,132 ,129
,172
VA,9 ,10 ,169
,170 ,171
,172
VA,49 ,89 ,93
,133 ,134
,173
VA,50 ,90 ,94 ,134
,135 ,174
VA,51 ,91 ,95 ,135
,136 ,175
VA,52 ,92 ,96 ,136
,133 ,176
VA,10 ,11 ,173 ,174
,175 ,176
VA,11 ,12 ,93 ,94
,95 ,96
! Criação da malha
!SEMI-ESPAÇO:
d=1.0
ESIZE,d
MAT,1
VMESH,51,51,1
!CAIXA DE AREIA
d1=2.0
d2=2.5
d3=3.0
d4=3.5
d5=4.0
d6=4.5
d7=5.0
d8=5.5
d9=6.0
d10=6.5
!FAIXA 1
ESIZE,d1
MAT,2
VMESH,46,50,1
!FAIXA 2
ESIZE,d2
MAT,3
VMESH,41,45,1
!FAIXA 3
ESIZE,d3
MAT,4
VMESH,36,40,1
!FAIXA 4
ESIZE,d4
MAT,5
VMESH,31,35,1
!FAIXA 5
ESIZE,d5
MAT,6
VMESH,26,30,1
!FAIXA 6
ESIZE,d6
MAT,7
VMESH,21,25,1
135
!FAIXA 7
ESIZE,d7
MAT,8
VMESH,16,20,1
!FAIXA 8
ESIZE,d8
MAT,9
VMESH,11,15,1
!FAIXA 9
ESIZE,d9
MAT,10
VMESH,6,10,1
!FAIXA 10
ESIZE,d10
MAT,11
VMESH,1,5,1
!*Criação do contorno*!
!Seleção das áreas que fazem
parte do contorno
ASEL,S,AREA, ,1,1,1
ASEL,A,AREA, ,53,56,1
!Seleção dos nós destas áreas
selecionadas
NSLA,S,1
D,ALL, ,0, , , ,ALL, , , , ,
!Re-seleciona todas as
entidades
NSEL,ALL
ESEL,ALL
VSEL,ALL
ASEL,ALL
LSEL,ALL
KSEL,ALL
WSORT,Y, ,MAX,
FINISH
6.4.6 – CARGA DISTRIBUÍDA SOBRE BASE ELÁSTICA
! Arquivo: CARGAMHY.DAT
! Descrição: Passagem de carga móvel pontual por um semi-espaço para
! comparar com os resultados analíticos de Hung & Yang.
! Arquivo da geometria: HALFSPACEHY.DAT
! Autor: Felipe Tavares da Silva - [email protected] - 01/06/2005
!*-Numéro de
iterações
/CONFIG,NRES,4000000
00
!*-Entra no menu Solution
/SOLU
!*-Análise Transiente-*!
ANTYPE,4
! Constantes:
ALPHA=0.8
T=100000
c=50.0
DZ=-9.00
PAR1=T/(2*ALPHA)
136
!Tempo para a carga
passar de um nó para
o próximo (DT1)
!e o tempo
discretizado para a
análise transiente
(DT2)
DT1=0.02
DT2=0.005
!-Definição da
discretização do
tempo
DELTIM,DT2
! Definição do SOLVER
(Gradientes conjugados
pré-condicionado)
EQSLV,PCG, ,
!Parâmetros de
integração
TINTP,0.00, , , , ,
! Seleção do nó onde
será captadado o
resultado
(deslocamento nodal):
NSEL,S,NODE, ,3231,323
1,1
CM,NO1M,NODE
CMGRP,GRP,NO1M
NSEL,ALL
! Seleção dos nós onde os
resultados não serão
escritos.
NSEL,S,NODE, ,1,3230,1
NSEL,A,NODE, ,3232,17261,1
CM,TODOS,NODE
CMGRP,GRP2,TODOS
NSEL,ALL
!-Controla a saída da
solução
OUTPR,NSOL,NONE
!-Controla os dados de
solução escritos na base de
dados
OUTRES,NSOL,ALL,NO1M
OUTRES,NSOL,NONE,TODOS
!**APLICAÇÃO DA CARGA
MÓVEL:
! Criação do vetor que
calcula as cargas aplicadas
em cada
! nó da pista de rolamento:
*DIM,FS,ARRAY,19,1,1
! Loop no tempo:
TACUM=0.00001
*DO,J,1,22,1
! Loop para a aplicação
das cargas na pista:
*DO,K,1,19,1
AUX1=PAR1*EXP(-
ABS(DZ+12-
c*TACUM)/ALPHA)
AUX2=(COS(ABS(DZ+12-
c*TACUM)/ALPHA)+SIN(A
BS(DZ+12-
c*TACUM)/ALPHA))
AUX=AUX1*AUX2
*SET,FS(K,1,1),AUX
! Incremento para o
espaçamento entre os
elementos consecutivos
! que formam a pista
de rolamento:
DZ=DZ+1.0
*ENDDO
F,693,FY,FS(1,1,1)
F,694,FY,FS(2,1,1)
F,695,FY,FS(3,1,1)
F,696,FY,FS(4,1,1)
F,697,FY,FS(5,1,1)
F,698,FY,FS(6,1,1)
137
F,699,FY,FS(7,1,1)
F,700,FY,FS(8,1,1)
F,701,FY,FS(9,1,1)
F,702,FY,FS(10,1,1)
F,703,FY,FS(11,1,1)
F,704,FY,FS(12,1,1)
F,705,FY,FS(13,1,1)
F,706,FY,FS(14,1,1)
F,707,FY,FS(15,1,1)
F,708,FY,FS(16,1,1)
F,709,FY,FS(17,1,1)
F,710,FY,FS(18,1,1)
F,711,FY,FS(19,1,1)
TIME,TACUM
SOLVE
! Realimentação do loop:
F,ALL,FY,0.0
TACUM=TACUM+DT1
DZ=-9.00
*ENDDO
FINISH
6.4.7 – CARGA MÓVEL DISTRIBUÍDA SOBRE BASE ELÁSTICA COM
VÁRIOS EIXOS
! Arquivo: TREMTIPO83D.DAT
! Descrição: Passagem de carga móvel Elasticamente distribuída por
! um semi-espaço com valores do veículo tipo: Volvo B12R 6x2.
! Arquivo da geometria: halfspacehy2.dat
! Autor: Felipe Tavares da Silva - [email protected] - 26/08/2005
! dimensão da malha proposta por Lysmer (1969)
!*-Numéro de iterações
/CONFIG,NRES,40000
!*-Entra no menu Solution
/SOLU
!*-Análise Transiente-*!
ANTYPE,4
! Constantes:
138
Ep=2.0E+09
Ip=2.4E-03
EI=Ep*Ip
Kf=1.0E+08
ALPHA=(4*EI/Kf)**(1/4)
T1=70607.880
T2=104931.155
T3=51975.245
L=10.0
a=2.45
b=3.00
c=4.30
v=16.66667
PAR1=T1/(2*ALPHA)
PAR2=T2/(2*ALPHA)
PAR3=T3/(2*ALPHA)
h=0.50
!Discretização do tempo
DT1=0.0015
DT2=h/v
!-Definição da discretização do tempo
DELTIM,DT1
!Parâmetros de integração incondicionalmente estáveis
TINTP,0.00, , , , ,
! Definição do SOLVER (Gradientes conjugados pré-condicionado)
!EQSLV,PCG, ,
!6138 = 2.0 M DA SUPERFICIE
139
! Seleção do nó onde será captadado o resultado (deslocamento nodal):
NSEL,S,NODE, ,6138,6138,1
CM,NO1M,NODE
CMGRP,GRP,NO1M
NSEL,ALL
! Seleção dos nós onde os resultados não serão escritos.
NSEL,S,NODE, ,1,6137,1
NSEL,A,NODE, ,6139,9471,1
CM,TODOS,NODE
CMGRP,GRP2,TODOS
NSEL,ALL
!Seleção de elementos
ESEL,S,ELEM, ,5191,5191,1
CM,EL1,ELEM
CMGRP,GRP,EL1
ESEL,ALL
ESEL,S,ELEM, ,1,5190,1
ESEL,A,ELEM, ,5192,7600,1
CM,TODOS2,ELEM
CMGRP,GRP3,TODOS2
ESEL,ALL
!-Controla a saída da solução
OUTPR,ALL,NONE
!-Controla os dados de solução escritos na base de dados
OUTRES,NSOL,ALL,NO1M
OUTRES,NSOL,NONE,TODOS
140
OUTRES,ESOL,ALL,EL1
OUTRES,ESOL,NONE,TODOS2
!**APLICAÇÃO DA CARGA MÓVEL:
!Forma de aplicação da carga concentrada (KBC: 0=RAMPED ; 1=STEPED):
KBC,0
! Vetor que contem a distribuição das cargas
*DIM,CARGA,ARRAY,39
!Matriz com as cargas nodais equivalentes para cada elemento
*DIM,X,ARRAY,38,2,1
!Vetor com as cargas nodais equivalentes
*DIM,FEQ,ARRAY,39
*DIM,S,ARRAY,24
! Loop no tempo:
TACUM=0.00001
*DO,J,1,100,1
! Preenchimento do vetor com as ordenadas da carga distribuída nas
coordenadas nodais
Z=-20.00
*DO,I,1,39,1
S(1)=Z-v*TACUM
S(2)=Z-v*TACUM+b
141
S(3)=Z-v*TACUM+c
S(4)=Z-v*TACUM+L-a
S(5)=Z-v*TACUM+L-a+b
S(6)=Z-v*TACUM+L-a+c
S(7)=Z-v*TACUM+2*L-2*a
S(8)=Z-v*TACUM+2*L-2*a+b
S(9)=Z-v*TACUM+2*L-2*a+c
S(10)=Z-v*TACUM+3*L-3*a
S(11)=Z-v*TACUM+3*L-3*a+b
S(12)=Z-v*TACUM+3*L-3*a+c
S(13)=Z-v*TACUM+4*L-4*a
S(14)=Z-v*TACUM+4*L-4*a+b
S(15)=Z-v*TACUM+4*L-4*a+c
S(16)=Z-v*TACUM+5*L-5*a
S(17)=Z-v*TACUM+5*L-5*a+b
S(18)=Z-v*TACUM+5*L-5*a+c
S(19)=Z-v*TACUM+6*L-6*a
S(20)=Z-v*TACUM+6*L-6*a+b
S(21)=Z-v*TACUM+6*L-6*a+c
S(22)=Z-v*TACUM+7*L-7*a
S(23)=Z-v*TACUM+7*L-7*a+b
S(24)=Z-v*TACUM+7*L-7*a+c
*DO,D,1,24,1
*IF,ABS(S(D)),GE,50.00,THEN
S(D)=50.00
*ENDIF
*ENDDO
AUX01=PAR1*EXP(-ABS(S(1)))*(COS(ABS(S(1))/ALPHA)+SIN(ABS(S(1))/ALPHA))
AUX02=PAR2*EXP(-ABS(S(2)))*(COS(ABS(S(2))/ALPHA)+SIN(ABS(S(2))/ALPHA))
AUX03=PAR3*EXP(-ABS(S(3)))*(COS(ABS(S(3))/ALPHA)+SIN(ABS(S(3))/ALPHA))
142
AUX04=PAR1*EXP(-ABS(S(4)))*(COS(ABS(S(4))/ALPHA)+SIN(ABS(S(4))/ALPHA))
AUX05=PAR2*EXP(-ABS(S(5)))*(COS(ABS(S(5))/ALPHA)+SIN(ABS(S(5))/ALPHA))
AUX06=PAR3*EXP(-ABS(S(6)))*(COS(ABS(S(6))/ALPHA)+SIN(ABS(S(6))/ALPHA))
AUX07=PAR1*EXP(-ABS(S(7)))*(COS(ABS(S(7))/ALPHA)+SIN(ABS(S(7))/ALPHA))
AUX08=PAR2*EXP(-ABS(S(8)))*(COS(ABS(S(8))/ALPHA)+SIN(ABS(S(8))/ALPHA))
AUX09=PAR3*EXP(-ABS(S(9)))*(COS(ABS(S(9))/ALPHA)+SIN(ABS(S(9))/ALPHA))
AUX10=PAR1*EXP(-ABS(S(10)))*(COS(ABS(S(10))/ALPHA)+SIN(ABS(S(10))/ALPHA))
AUX11=PAR2*EXP(-ABS(S(11)))*(COS(ABS(S(11))/ALPHA)+SIN(ABS(S(11))/ALPHA))
AUX12=PAR3*EXP(-ABS(S(12)))*(COS(ABS(S(12))/ALPHA)+SIN(ABS(S(12))/ALPHA))
AUX13=PAR1*EXP(-ABS(S(13)))*(COS(ABS(S(13))/ALPHA)+SIN(ABS(S(13))/ALPHA))
AUX14=PAR2*EXP(-ABS(S(14)))*(COS(ABS(S(14))/ALPHA)+SIN(ABS(S(14))/ALPHA))
AUX15=PAR3*EXP(-ABS(S(15)))*(COS(ABS(S(15))/ALPHA)+SIN(ABS(S(15))/ALPHA))
AUX16=PAR1*EXP(-ABS(S(16)))*(COS(ABS(S(16))/ALPHA)+SIN(ABS(S(16))/ALPHA))
AUX17=PAR2*EXP(-ABS(S(17)))*(COS(ABS(S(17))/ALPHA)+SIN(ABS(S(17))/ALPHA))
AUX18=PAR3*EXP(-ABS(S(18)))*(COS(ABS(S(18))/ALPHA)+SIN(ABS(S(18))/ALPHA))
AUX19=PAR1*EXP(-ABS(S(19)))*(COS(ABS(S(19))/ALPHA)+SIN(ABS(S(19))/ALPHA))
AUX20=PAR2*EXP(-ABS(S(20)))*(COS(ABS(S(20))/ALPHA)+SIN(ABS(S(20))/ALPHA))
AUX21=PAR3*EXP(-ABS(S(21)))*(COS(ABS(S(21))/ALPHA)+SIN(ABS(S(21))/ALPHA))
AUX22=PAR1*EXP(-ABS(S(22)))*(COS(ABS(S(22))/ALPHA)+SIN(ABS(S(22))/ALPHA))
AUX23=PAR2*EXP(-ABS(S(23)))*(COS(ABS(S(23))/ALPHA)+SIN(ABS(S(23))/ALPHA))
AUX24=PAR3*EXP(-
ABS(S(24)))*(COS(ABS(S(24))/ALPHA)+SIN(ABS(S(24))/ALPHA))
U1=AUX01+AUX02+AUX03+AUX04+AUX05+AUX06
U2=AUX07+AUX08+AUX09+AUX10+AUX11+AUX12
U3=AUX13+AUX14+AUX15+AUX16+AUX17+AUX18
143
U4=AUX19+AUX20+AUX21+AUX22+AUX23+AUX24
CARGA(I)=U1+U2+U3+U4
Z=Z+0.50
*ENDDO
!Cargas resultantes no interior dos elementos da pista:
*DO,N,1,38,1
*IF,CARGA(N)*CARGA(N+1),LT,0.0,THEN
xb1=h*CARGA(N)/(CARGA(N)+CARGA(N+1))
X(N,1)=(1/2)*CARGA(N)*xb1
X(N,2)=(1/2)*CARGA(N+1)*(h-xb1)
*ELSE
R=(h/2)*(CARGA(N)+CARGA(N+1))
xb2=(h/3)*(CARGA(N)+2*CARGA(N+1))/(CARGA(N)+CARGA(N+1))
X(N,1)=R*(xb2/h)
X(N,2)=R*(1-xb2/h)
*ENDIF
*ENDDO
!Cargas nodais equivalentes nos nós da pista
FEQ(1)=X(1,2)
FEQ(39)=X(38,1)
*DO,M,2,38,1
FEQ(M)=X(M-1,2)+X(M,1)
*ENDDO
!Aplicação da força no modelo (1333 a 1371)
NOH=1333
*DO,P,1,39,1
F,NOH,FY,FEQ(P)
NOH=NOH+1
144
*ENDDO
TIME,TACUM
SOLVE
! Realimentação do loop:
TACUM=TACUM+DT2
*ENDDO
FINISH
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