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As causas internas são aquelas que levam ao colapso sem que ocorra
qualquer mudança na geometria do talude, mas sim, pela diminuição da
resistência do material. As causas externas seriam o oposto: o aumento das
tensões solicitantes, causando o colapso no momento em que estas ultrapassam a
tensão resistente do material. E, por fim, as causas intermediárias, que seriam o
aparecimento de outros fenômenos intrínsecos ao solo, como a liquefação
espontânea ou o rebaixamento brusco do nível de água.
Por outro lado, GUIDICINI e NIEBLE (op. cit.) explicam que a cobertura
vegetal sobre a superfície do talude pode vir a protegê-lo. A vegetação pode
proteger o material dos raios solares (dilatação térmica do material), ventos e
chuva, bem como o aumento da resistência ao cisalhamento do solo através das
raízes dos vegetais, dentre outros fatores.
O efeito de oscilações térmicas é um dos fatores que podem desencadear
um processo de diminuição da resistência do material na medida em que este,
dilatando-se e contraindo-se, pode ser submetido a tensões que ultrapassam a
resistência do material, gerando a ruptura (GUIDICINI e NIEBLE, op. cit.).
Os parâmetros de resistência também podem ser afetados pelo processo de
alteração do material através da chuva. Isto ocorre através da remoção dos
elementos solúveis constituintes dos próprios minerais, dissolução dos elementos
com função de cimentação das partículas (em solos sedimentares), dentre outros
fatores que causam modificação na estrutura do material.
A modificação da geometria, geralmente acrescentando material na crista
do talude ou retirando material de sua base, pode aumentar as tensões no interior
do maciço de solo levando o talude ao colapso (GUIDICINI e NIEBLE, op. cit.).
As vibrações também podem gerar o desequilíbrio em taludes. O efeito
vibratório geralmente depende do tipo (transiente ou cíclica), da magnitude e da
duração da ação dinâmica. Se a magnitude das tensões no solo ultrapassarem a
tensão resistente, haverá uma degradação do material que, se for próximo a um
talude pode vir a desestabilizá-lo.
Quando o solo está saturado, ações dinâmicas com grande número de
repetições em solos não-coesivos podem originar o fenômeno da liquefação. Com
ausência de drenagem do solo, as tensões cisalhantes cíclicas induzidas podem
produzir um aumento da pressão neutra, que reduz a pressão efetiva no solo, a
qual, por sua vez, influencia na tensão resistente do solo. Por outro lado, a