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Universidade Federal do Rio de Janeiro
Estudo da Susceptibilidade da Linhagem Celular GRX Clone-c
para o Isolamento de Diferentes Tipos de Vírus
María Liz Gamarra Ramírez
2007
i
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UFRJ
Estudo da Susceptibilidade da Linhagem Celular GRX
Clone-c para o Isolamento de Diferentes Tipos de Vírus
María Liz Gamarra Ramírez
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas (Microbiologia), do Instituto de
Microbiologia Prof. Paulo de Góes, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como
parte dos requisitos necessários à obtenção do
título de Mestre em Ciências Biológicas
(Microbiologia).
Orientadores: Norma Suely de Oliveira Santos
e Maria Teresa Villela Romanos.
Rio de Janeiro
Janeiro de 2007
ii
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Estudo da Susceptibilidade da Linhagem Celular GRX Clone-c para o
Isolamento de Diferentes Tipos de Vírus
María Liz Gamarra Ramírez
Orientadores: Norma Suely de Oliveira Santos e
Maria Teresa Villela Romanos.
Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em
Ciências Biológicas (Microbiologia), do Instituto de Microbiologia Prof. Paulo de
Góes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas
(Microbiologia).
Aprovada por:
____________________________________
Profa. Luciana Barros de Arruda Hinds
__________________________________
Profa. Luciana de Jesus Costa
__________________________________
Profa. Márcia Dutra Wigg
__________________________________
Prof. Davis Fernandes Ferreira
Rio de Janeiro
Janeiro de 2007
iii
Ramírez, María Liz Gamarra.
Estudo da Susceptibilidade da Linhagem Celular GRX
Clone-c para o Isolamento de Diferentes Tipos de Vírus / María
Liz Gamarra Ramírez - Rio de Janeiro: UFRJ/IMPPG, 2007.
xvi, 90p, il., 31cm.
Orientadores: Norma Suely de Oliveira Santos
Maria Teresa Villela Romanos
Dissertação (mestrado) – UFRJ / IMPPG, Programa de
Pós-graduação em Ciências Biológicas (Microbiologia), 2007.
Referências Bibliográficas: f. 64 – 90.
1. Cultura de Células. 2. GRX. 3. Isolamento viral. 4.
Susceptibilidade Celular. I – Santos, Norma Suely de Oliveira e
Romanos, Maria Teresa Villela. II – Universidade Federal do Rio
de Janeiro – Instituto de Microbiologia Prof. Paulo de Góes,
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
(Microbiologia). III - Título
iv
Aos meus pais Angel (in memoriam) e
Guillerma, que me proporcionaram a
oportunidade para meu permanente
crescimento.
v
AGRADECIMENTOS
9 A Deus, por tudo.
9 A minha mãe e minha família que desde o momento em que decidi
estudar me deram todo o apoio e incentivo.
9 As minhas orientadoras: Prof. Norma e Prof. Maria Teresa, pela
competente orientação, inesgotável paciência, amizade e incentivo
constante em todas as etapas da realização deste trabalho. Serei
sempre grata pela oportunidade de entrar em seus laboratórios.
9 Ao Prof. Radovan, que de alguma maneira tornou possível este trabalho
ao ceder gentilmente a célula GRX, e ao Anderson que muitas vezes foi
perturbado pela Maria Carolina para descongelar as células.
9 Aos meus amigos do laboratório Adriana, Caroline, Maria Carolina,
Fabrício e Ludmila que me receberam com carinho e amizade, me
ajudaram e aconselharam nos momentos de desespero. E a Soluza
pelos momentos de descontração.
9 Aos amigos do LEDAC, que de alguma forma colaboraram para que este
trabalho fosse concluído.
9 A Norma Coluchi, Claudia Candia, e Adán Sanchez pela amizade, apoio
e estímulo inicial para a realização do mestrado.
9 Aos amigos que deixei no Paraguai, que me deram o incentivo para
prosseguir na busca dos meus objetivos.
9 À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior
(CAPES), ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do
Rio de Janeiro (FAPERJ) pelo apoio finaceiro;
vi
9 Ao Instituto de Microbiologia Prof. Paulo de Góes e ao Departamento de
Virologia, representados pela Professora Tháis Souto-Padron,
Coordenadora de Pós-Graduação, Professora Agnes Marie de Sá
Figueiredo, Diretora do IMPPG e Professor Davis Fernandes Ferreira,
Chefe do Departamento de Virologia.
9 E finalmente, a todos que de alguma forma contribuíram para a
realização deste trabalho.
vii
RESUMO
Estudo da Susceptibilidade da Linhagem Celular GRX – Clone-c para o
Isolamento de Diferentes Tipos de Vírus
María Liz Gamarra Ramírez
Orientadores: Norma Suely de Oliveira Santos e Maria Teresa Villela Romanos.
Resumo da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas (Microbiologia), do Instituto de Microbiologia
Prof. Paulo de Góes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte
dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ciências
Biológicas (Microbiologia).
Há cerca de duas décadas, uma linhagem celular murina (denominada
GRX), representativa das células estreladas hepáticas, foi desenvolvida e
caracterizada quanto às suas propriedades biológicas e bioquímicas.
Considerando que (i) as culturas de células constituem uma ferramenta usual e
fundamental para elaboração de modelos experimentais in vitro e, (ii) são
utilizadas como substratos para a propagação de vírus, entre outras aplicações
importantes; (iii) que a susceptibilidade da linhagem celular GRX para
propagação viral é desconhecida, o objetivo principal do presente trabalho foi
avaliar a susceptibilidade dessa linhagem celular para propagar diferentes
tipos de vírus. A linhagem GRX clone-c (GRX) foi obtida do Banco de Células
do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ, RJ), e cultivada em meio mínimo
essencial de Eagle (MEM) suplementado com 10% de SFB. Monocamadas de
células GRX foram infectadas com cepas de vírus DNA e RNA. As culturas
inoculadas foram incubadas a 37
o
C em ambiente de 5% de CO
2
e observadas
diariamente ao microscópio óptico invertido, até o aparecimento de efeito
citopatogênico (CPE). Os sobrenadantes dessas culturas foram analisados
para determinação do título viral. Foi verificado que a linhagem GRX é
susceptível à propagação de vírus herpes simplex tipos 1 e 2 (HSV-1 e HSV-
2), vírus mayaro (MAY), vírus Sindbis (SIN), vírus da encefalite eqüina do
oeste (WEE), vírus da estomatite vesicular (VSV) e metapneumovírus humano
(hMPV), podendo ser considerada um novo substrato para estudo da
replicação viral. Além disso, foi possível realizar o isolamento primário de uma
amostra de HSV-1 a partir de secreção de vesícula labial, demonstrando que
está célula pode ser utilizada para a propagação desse vírus a partir de
material clínico.
Palavras-chave: 1. Cultura de Células; 2. GRX; 3. Isolamento viral; 4.
Susceptibilidade Celular.
Rio de Janeiro
Janeiro de 2007
viii
ABSTRACT
Analysis of the Susceptibility of the Cell Line GRX – clone C for the Isolation of
Different Types of Viruses.
María Liz Gamarra Ramírez
Advisors: Norma Suely de Oliveira Santos e Maria Teresa Villela Romanos.
Abstract da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas (Microbiologia), do Instituto de Microbiologia
Prof. Paulo de Góes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte
dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ciências
Biológicas (Microbiologia).
Twenty years ago, a murine cell line (designated GRX) representative of
hepatic strellate cells was established and its biologic and biochemical
characteristics were determined. Considering that (i) cell cultures constitute an
usual and fundamental tool for in vitro experimental models; (ii) are used as
substrate for viral replication, among other important applications and, (iii) that
the susceptibility of the GRX cell line for viral propagation has never been
established, the main goal of the present study was to evaluate the
susceptibility of this cell line to replicate different types of viruses. The GRX
cells were obtained from the Banco de Células do Estado do Rio de Janeiro
(UFRJ, RJ), and grown in Minimum Essential Medium (MEM) supplemented
with FBS 10%. GRX monolayers were infected with DNA and RNA viruses. The
infected cells were incubated at 37
o
C with 5% CO
2
and observed daily for the
cytopatic effect (CPE). The supernatants of such cultures were analyzed for
viral titration. The results indicated that the GRX cell line is susceptible for
replication of herpes simplex virus types 1 and 2 (HSV-1 and HSV-2), mayaro
virus (MAY), Sindbis virus (SIN), west equine encephalitis virus (WEE),
Vesicular Stomatitis virus (VSV) and human metapneumovirus (hMPV) and can
be used as substrate for viral replication studies. Moreover, we successfully
isolated an HSV-1 strain from a labial lesion, which suggests that this cell line
could be used for propagation of virus from clinical samples.
Key words: 1. cell cultures; 2. GRX; 3. Viral isolation; 4. Cell Susceptibility.
Rio de Janeiro
January 2007
ix
SUMÁRIO
I. INTRODUÇÃO.......................................................................................... 1
1. Histórico................................................................................................... 1
2. Tipos de Cultura de Células..................................................................... 6
3. Vantagens e Desvantagens da Cultura de Células................................. 16
4. Propagação de Vírus em Culturas de Células......................................... 17
5. Linhagem Celular GRX............................................................................
25
II. OBJETIVOS............................................................................................. 31
III. MATERIAL MÉTODOS........................................................................... 32
1.Culturas de células.................................................................................... 32
2. Amostras virais......................................................................................... 32
2.1.Ativação das cepas rotavírus para inoculação....................................... 35
3. Expansão e manutenção da cultura de células....................................... 35
4. Avaliação da susceptibilidade de células GRX para propagação viral.... 36
5. Avaliação da susceptibilidade da linhagem GRX para isolamento
primário de vírus herpes simplex.................................................................
39
6. Métodos empregados para avaliar a propagação viral em culturas de
células GRX.................................................................................................
39
6.1. Visualização do CPE............................................................................. 39
6.2. Determinação do título viral nas culturas de células............................. 40
6.3. Demonstração da propagação de HSV e identificação do tipo viral
em cultura de GRX e Vero a partir da amostra clínica através da
detecção do ácido nucléico viral.................................................................
41
x
6.3.1. Extração de ácido nucléico viral a partir do sobrenadante de cultura
de células inoculadas e diretamente da amostra clínica..............................
41
6.3.2. Detecção de Vírus Herpes Simplex através de reação em cadeia
da polimerase (PCR)....................................................................................
42
6.3.3. Identificação do tipo de Vírus Herpes Simplex através de reação
em cadeia da polimerase (PCR)..................................................................
43
IV. RESULTADOS........................................................................................ 45
1. Estabelecimento das condições de cultivo das culturas de células GRX 45
2. Susceptibilidade da linhagem GRX para a propagação viral................... 46
2.1. Vírus de RNA........................................................................................ 46
2.1. Vírus de DNA........................................................................................ 49
3. Isolamento primário de HSV-1 em GRX.................................................. 51
4. Determinação do título viral nas culturas de células................................ 53
V. DISCUSSÃO............................................................................................ 55
VI. CONCLUSÕES.
.........................................................................
62
VII. PERSPECTIVAS FUTURAS................................................................. 63
VIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................... 64
xi
ÍNDICE DE TABELAS E QUADROS
Tabela 1. Alguns vírus e células de escolha para o seu isolamento........ 20
Tabela 2. Lista de vírus utilizados neste estudo....................................... 34
Tabela 3: Resultados da propagação de vírus RNA na linhagem GRX
em diferentes passagens. ........................................................................
47
Tabela 4: Propagação de vírus DNA na linhagem GRX.......................... 49
Tabela 5. Títulos virais obtidos a partir dos sobrenadantes das culturas
de células infectadas................................................................................
54
xii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Representação diagramática da evolução de uma linhagem
celular........................................................................................................
14
Figura 2: Diagrama da curva de crescimento de células de linhagem
contínua......................................................................................................
15
Figura 3. Esquema mostrando a localização das células estreladas
hepáticas....................................................................................................
25
Figura 4. Monocamada confluente de células GRX não infectadas,
cultivadas em DMEM com 10%SFB..........................................................
30
Figura 5. Morfologia das monocamadas de culturas de células
utilizadas nesse estudo..............................................................................
33
Figura 6. Exemplo do diagrama da placa de 48 cavidades para
experimentos de susceptibilidade da propagação viral em células GRX..
38
Figura 7. Propagação de vírus na linhagem GRX. A: cultura de células
GRX não inoculadas; B: cultura de células GRX inoculadas com vírus
Mayaro 24 h pós-infecção..........................................................................
48
Figura 8. Propagação de vírus na linhagem GRX. A: cultura de células
GRX não inoculadas; B: cultura de células GRX inoculadas com HSV-1
24 h pós-infecção.......................................................................................
50
Figura 9. Detecção e identificação de HSV-1 a partir de uma amostra
clínica inoculada em GRX..........................................................................
52
xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
2D: Bi-dimensional
3D: Tri-dimensional
A549: Cultura de células de carcinoma de pulmão humano
Adv19: Adenovírus sorotipo 19
Adv2: Adenovírus sorotipo 2
Adv40: Adenovírus sorotipo 40
C6/36: Cultura de células de Aedes albopictus
CEH: células estreladas hepáticas
CO
2
: Dióxido de carbono
CPE: efeito citopático
DEN-1: Vírus Dengue tipo 1
DEN-2: Vírus Dengue tipo 2
DEN-3: Vírus Dengue tipo 3
D-MEM: Meio Mínimo Essencial de Eagle em salina de Dulbecco
DNA: Ácido desoxirribonucléico
dNTP: dideoxinucleotídeos trifosfato
EDTA: Ácido Etilenodiaminotetracético
GBM8401: Cultura de células de glioblastoma humano
GMK: Cultura de células de rim de macaco verde africano
GRX: Cultura de células de fígado de camundongo
HCoV-HKU1: Cepa de coronavírus humano
HCoV-NL63: Cepa de coronavírus humano
HCR3: Amostra de rotavírus de origem humana
HEK: Cultura de células de rim de embrião humano
HeLa: Cultura de células de carcinoma cervical humano
HEp2: Cultura de células de carcinoma laríngeo humano
HEPES: 4-(2-hydroxyethyl)-1-piperazineethanesulfonic acid
hMPV: Metapneumovírus humano
HSV-1-ACVr: Vírus Herpes Simplex tipo 1 resistente ao aciclovir
HSV-2-ACVr: Vírus Herpes Simplex tipo 2 resistente ao aciclovir
HuH7: Cultura de células de hepatocarcinoma humano
IMR-32: Cultura de células de neuroblastoma humano
xiv
KB: Cultura de células de carcinoma epidermóide humano
KCl: Cloreto de potássio
LAVIREO: Laboratório de Viroses Respiratórias, Entéricas e Oculares
LEDAC: Laboratório Experimental de Drogas Antivirais e Citotóxicas
LLC-MK2: Cultura de células de rim de macaco Rhesus
LVM II: Laboratório de Virologia Molecular II
MA-104: Cultura de células de rim de macaco verde africano
MAY: Vírus Mayaro
MDBK: Cultura de células de rim de bovino
MDCK: Cultura de células de rim de cachorro
MEM: Meio Mínimo Essencial de Eagle
MgCl
2:
Cloreto de magnésio
MME: Master mix com Enzima
MMH-D3: Cultura de células de rim de camundongo
MRC-5: Cultura de células de pulmão de embrião humano
NIH: National Institute of Health
O
2
: Molécula de oxigênio
OMS: Organização Mundial de Saúde
pb: Pares de Bases
PCR: Reação em Cadeia da Polimerase
pH: Potencial hidrogeniônico
RNA: Ácido ribonucléico
RRV: Amostra de rotavírus de origem símia
SA-11: Amostra de rotavírus de origem símia
SARS-CoV: Coronavírus humano associado à Severe Acute Respiratory
Syndrome
SFB: Soro Fetal Bovino
SIN: Vírus Sindbis
TBE: Tampão tris-ácido bórico-EDTA
TCID
50
: dose infecciosa que produz CPE em 50% das culturas inoculadas
Tris-HCl: Tris[hidroximetil]aminometano – Ácido Clorídrico
Vero: Cultura de células de rim de macaco Cercopitheccus aethiops
VSV: Vírus da Estomatite Vesicular
xv
WEE: Vírus da Encefalite Eqüina do Oeste
WI-38: Cultura de células de pulmão de embrião humano
.
xvi
1
I. INTRODUÇÃO
1. Histórico
Historicamente o cultivo de células teve a sua origem no século XIX,
como um método para o estudo do comportamento das células de origem
animal, livres das variações sistêmicas que ocorrem dentro do organismo
durante a homeostase normal. Assim, no ano de 1885, Wilhelm Roux obteve o
isolamento de uma placa neural de embrião de galinha mantendo-a viva em
uma solução salina durante alguns dias com o objetivo de estudar seu
desenvolvimento em condições in vitro. Roux demonstrou que o fechamento
da mesma era devido à multiplicação de suas células e não devido à
compressão exercida pelas estruturas adjacentes, como era sustentado pelos
cientistas da época (revisado por Romijn, 1988; Reina, 2006).
Especula-se ainda que a cultura de células de tecidos de animais
iniciou-se no século passado, com o trabalho do zoólogo americano Ross
Granviele Harrison, que demonstrou que fragmentos de tecido podiam ser
mantidos in vitro, empregando culturas de medula espinhal embrionária de
anfíbios, conseguindo assim observar o crescimento dos axônios de
neuroblastos, e estabelecendo que estes se formavam por expansão, a partir
do corpo neuronal e não por fusão de uma cadeia de células. As observações
de Harrison resolveram uma das controvérsias em neurobiologia,
demonstrando que as fibras nervosas efetivamente emergiam das células
nervosas do tubo medular (Harrison, 1907).
2
A primeira limitação para o estabelecimento de células em culturas era
a obtenção de um meio nutritivo adequado. Assim, Harrison e um de seus
discípulos, Burrows (1910), tiveram a idéia de incorporar plasma ou soro de
aves domésticas como nutriente para as culturas de tecidos embrionados de
galinha, o que lhes permitiu cultivar sobre lamínulas, células em coágulo de
plasma homólogo. Burrows foi o primeiro a observar e descrever a mitose em
células, in vitro, tendo sido ele o primeiro a utilizar a denominação de "cultura
de tecido" (Burrows, 1910; Burrows, 1912). Poucos anos depois, Alexis Carrel,
introduziu técnicas inovadoras, incorporando o extrato de embrião de galinha
como estimulador do crescimento celular, procedimento este que se tornou
universal. Além disso, em 1912, Carrel mostrou a possibilidade de manter em
cultura uma linhagem celular de coração de galinha, mediante subcultivos.
Grande parte do êxito na manutenção da cultura se deveu aos recipientes
inventados por ele, os denominados “frascos de Carrel”. Este pesquisador foi
laureado com o Prêmio Nobel de Medicina em 1912 (Carrel, 1912; Carrel,
1913; Carrel, 1923).
As exigências nutricionais das culturas foram também estudadas por
numerosos cientistas, que fizeram uma cuidadosa investigação sobre os
efeitos exercidos por sais, aminoácidos, carboidratos e outros nutrientes sobre
o desenvolvimento de células de animais cultivadas in vitro durante curto
espaço de tempo. Seus trabalhos constituíram, o ponto de partida para a
elaboração dos chamados “meios sintéticos”, que atualmente são utilizados
nos cultivos celulares e que em geral, são compostos de sais minerais,
3
aminoácidos e vitaminas, variando a composição de acordo com diferentes
tipos de necesidades nutricionais das células empregadas (Lewis & Lewis,
1911; White, 1949; Eagle, Oyama, & Levy, 1957).
A preparação de culturas foi facilitada graças ao desenvolvimento de
métodos para dissociar células sem alterar a sua viabilidade. Assim, Rous &
Jones em 1916 empregaram pela primeira vez os extratos adicionados de
tripsina para dissociar células de tecidos (Rous & Jones, 1916). Essa
propriedade foi posteriormente transferida para o campo da Virologia como
uma maneira de tornar possível o crescimento de uma variedade de culturas
de células (Rapp & Melnick, 1966; Wilmer, 1965).
A aquisição da capacidade de proliferar células indefinidamente em
meio de cultura representa uma considerável vantagem para os
pesquisadores, pois permite a repetição dos bioensaios, visto que se pode em
suspensão dispor de culturas idênticas. Assim, Wilton R. Earle, na década de
1940 obteve a primeira linhagem celular estabelecida mantida em suspensão,
a partir de fibroblastos de tecido conjuntivo de camundongo, também chamada
linhagem celular continua, consistente de células adaptadas a um crescimento
indefinido em meio de cultivo (Earle et al., 1954; Wilmer, 1965). Por outro lado,
Katherine Sanford e colaboradores (1948) isolaram células da linhagem celular
L e mostraram que aderidas a um suporte eram capazes de formar clones na
cultura de tecidos. Demonstraram que, para que uma célula chegue a se
dividir necessita ser alimentada com os nutrientes corretos (Sanford, Earle &
4
Likely, 1948). Mais tarde vieram os trabalhos de George O. Gey e
colaboradores (1952), que conseguiram estabelecer a primeira linhagem
celular em monocamada, a partir de um carcinoma cervical humano, as
atualmente bem conhecidas células HeLa (Gey, Coffman & Kubicek, 1952).
Na década de 1960, Hayflick e Moorhead, utilizaram pela primeira vez
antibióticos para prevenir a contaminação dos cultivos de fibroblastos e
conseguiram manter esses cultivos durante cerca de 12 passagens, porém
não conseguiram estabelecer linhagens estáveis (Hayflick & Moorhead, 1961).
Depois vieram os trabalhos de Ham (1965) que introduziu o primeiro meio
sintético quimicamente definido capaz de manter algumas células de mamífero
em cultivo indefinidamente (Ham, 1965).
Inovações no desenvolvimento de meios de cultura, o uso de
antibióticos, as técnicas de tripsinização para as passagens de células e a
suplementação do meio com soro fetal bovino, permitiram o desenvolvimento e
aplicabilidade das culturas de células (Wilmer, 1965).
Em 1958, Temim e Rubim, desenvolveram um ensaio quantitativo para
infecção de fibroblasto de embrião de galinha com o vírus do Sarcoma de
Rous demostrando que esse vírus requer divisão celular para o inicio da
síntese e a replicação do RNA viral (Temim & Rubim, 1958; Temim & Rubim,
1959). Na década seguinte, as características deste e outros tipos de
5
transformação celular por vírus foram estabelecidas (Wilmer, 1965).
Mais tarde foram estabelecidas as primeiras linhagens celulares
diferenciadas. Assim, em 1969, Augusti-Tocco e Sato cultivando a primeira
linhagem celular de neurônios a partir de clones isolados, obtidos a partir de
neuroblastoma de camundongos (Augusti-Tocco & Sato, 1969). Kohler e
Milstein, em 1975, estabeleceram a primeira linhagem celular produtora de
anticorpos monoclonais. O estabelecimento da tecnologia de obtenção de
anticorpos monoclonais lhes valeu o Prêmio Nobel (Kohler & Milstein, 1975).
Em 1982,
Nakabayashi e colaboradores publicaram seus trabalhos
demonstrando que o cultivo das diferentes linhagens celulares requer misturas
distintas de hormônios e fatores de crescimento para crescer em meios livres
de soro (Nakabayashi et al., 1982).
Atualmente, o uso de células em cultivo vai além do entendimento e do
estudo de processos biológicos. As culturas in vitro têm permitido grandes
avanços na compreensão dos mecanismos implicados nos processos
intracelulares e intercelulares, chegando à sua aplicação na reposição de
tecidos em indivíduos e transplantes (Wigley, 2002).
6
2. Tipos de Culturas de Células
É difícil fazer uma classificação das culturas de células baseada na
morfologia, porém em geral é possível separá-las como células do tipo epitelial
e células do tipo fibroblástica (Paul, 1965).
As culturas de células (ou linhagens celulares) são classificadas de
acordo com a capacidade de ancoragem (aderência) a uma superfície
determinada, podendo crescer formando monocamadas ou em suspensão. As
células aderentes dependem da fixação à base dos frascos ou placas de
cultura para se proliferarem, no qual formam uma única camada contínua sobre
uma superfície, e representam a grande maioria das linhagens em estudo. Já
as linhagens em suspensão não dependem de ancoragem e se proliferam,
como o próprio nome sugere, suspensas no meio (Martins, Boaventura & Lima,
2005).
Os tipos de culturas de células rotineiramente utilizados podem ser de
culturas de células primárias, culturas celulares diplóides, linhagens celulares
contínuas, culturas clonadas e cepas celulares, as quais podem ser derivadas
de muitas espécies de animais, e que diferem substancialmente em suas
características (Landry & Hsiung, 2000; Specter et al., 2002; McAteer & Davis,
2002). Geralmente, são culturas bi-dimensionais (2D) onde as células podem
ser crescidas tanto em suspensão quanto em monocamadas. A seguir, serão
descritos os tipos de culturas celulares mencionados.
7
As culturas de células primárias, também chamadas de culturas finitas,
originam-se de células desagregadas recentemente de tecidos de um
organismo e possuem tempo limitado de vida em cultura – normalmente não
mais que 5 a 20 ciclos de divisão celular. A maioria das células normais não dá
origem a linhagens celulares contínuas, e após certo período, as células em
cultura entram em senescência e morrem. Podem ser obtidas do sangue,
órgãos (rins, fígado, linfonodos, baço, timo, pâncreas) e organismos
(embriões), mediante desagregação enzimática ou mecânica do tecido ou
através de lavados. Já quando um cultivo primário é subcultivado (passagem),
as células da primeira passagem recebem o nome de
cultivo secundário
(Condit, 2001; Specter et al., 2002; McAteer & Davis, 2002; Martins,
Boaventura & Lima, 2005; Andrei, 2006).
Culturas de células primárias de diferentes origens, incluindo células de
embrião de galinha, e rim de macaco, cachorro, coelho ou hâmster, têm sido
usadas em todo o mundo para a produção de vacinas atenuadas ou inativadas
para uso humano por mais de 40 anos. O sucesso no controle de doenças
virais, tais como poliomielite, sarampo, caxumba e rubéola, tornou-se possível
através do uso de vacinas preparadas em culturas de células primárias e a
experiência tem indicado que esses produtos são seguros e eficientes (WHO,
1998). Contudo, a tendência atual é a substituição desses cultivos primários
por culturas celulares diplóides devido ao fato de que a qualidade e a
sensibilidade das culturas primárias obtidas de diferentes animais são
variáveis. Além disso, a dificuldade de obtenção de culturas derivadas de
primatas não-humanos tem aumentado principalmente devido à contaminação
8
por agentes infecciosos (Andrei, 2006).
As
culturas de células finitas (ou diplóides) são estabelecidas a partir do
subcultivo de células primárias, geralmente derivadas de tecidos animais,
consistindo de uma população homogênea de um único tipo de célula, que
pode dividir até 100 vezes antes de esta linhagem entrar em senescência, e
retém o número de cromossomas diplóide a despeito de numerosos ciclos de
divisão celular (Landry & Hsiung, 2000; Specter et al., 2002; Andrei 2006).
A principal vantagem das culturas celulares diplóides de origem humana
ou símia em comparação com as culturas de células primárias é que podem ser
bem caracterizadas e padronizadas, e a produção pode ser baseada num
sistema de banco de células. Vacinas preparadas em duas linhagens celulares
diplóides diferentes, originadas de pulmão de embrião humano (p.ex.: WI-38 e
MRC-5) têm sido usadas extensivamente nas últimas décadas sendo
consideradas seguras (Andrei, 2006).
Já as
linhagens de células ditas permanentes, contínuas ou imortais,
consistem de um único tipo celular e tm a capacidade ilimitada de crescimento
em cultura; o estabelecimento pode ser a partir de tecidos humanos ou de
animais. Elas freqüentemente apresentam morfologia ou número de
cromossomas anormais (aneuplóides). Estas linhagens são derivadas dos
seguintes métodos: (a) subcultivo seriado ou cultivo primário de células de
tumor humano ou animal, tais como as células HeLa; (b) transformação de uma
célula normal apresentando um tempo de vida finito, com um oncogene viral,
por exemplo, linfócito B tranformado pelo vírus Epstein-Barr; (c) subcultivo
9
seriado de uma população de células normais gerando espontaneamente uma
nova população de células com tempo de vida infinito; (d) fusão entre uma
célula de mieloma com um linfócito B produtor de anticorpos. Linhagens de
células contínuas são agora consideradas um substrato alternativo para a
produção de muitas substâncias biológicas medicinais; um sistema de banco
de células semelhante ao utilizado para células diplóides fornecem os meios
para a produção de produtos biológicos por um período indefinido, baseado em
células bem caracterizadas e padronizadas. No entanto, muitas dessas células
expressam vírus endógenos e são tumorigênicas havendo o risco de
tumorigênese associada com DNA celular residual que pode codificar proteínas
transformantes e proteínas promotoras de crescimento (Landry & Hsiung, 2000;
Condit, 2001). A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou recentemente,
os requerimentos para o uso de linhagens celulares contínuas para a produção
de produtos biológicos (WHO, 1998).
As
culturas clonadas (clones) têm origem na seleção clonal que é o
estabelecimento de uma população de células derivadas de uma única célula.
Os clones podem ser derivados de uma linhagem de células contínuas ou de
uma cultura primária. Em ambos os casos o propósito da clonagem é o mesmo:
minimizar o grau de variação genética e fenotípica dentro da população de
células. Por outro lado, o termo cepas celulares é usado para descrever a
população de células subcultivadas selecionadas com base na expressão de
propriedades específicas, características funcionais, ou marcadores (Clarke et
al., 2002; McAteer & Davis, 2002).
10
Os pesquisadores têm reconhecido as limitações das culturas de células
2D dado o fato de que elas não reproduzem as características morfológicas e
bioquímicas que as células possuem no tecido original. Alternativamente, a
metodologia de culturas de células tri-dimensional (3D) oferece aos
pesquisadores os meios para crescimento e diferenciação celulares sob
condições que reproduzem o ambiente in vivo (Andrei 2006). Holtfreter (1944),
e posteriormente Moscona (1952, 1961) foram os pioneiros no campo de
culturas de células em 3D através de suas pesquisas em morfogênese usando
culturas de células malignas ou embrionárias, reagregadas em torno de
substratos esféricos (Holtfreter, 1944; Moscona, 1952; 1961). Estudos
subseqüentes aumentaram consideravelmente o âmbito das pesquisas em
células agregadas, utilizando esferóides revestidos de células tumorais como
um modelo in vitro para estudos em resposta de células tumorais à terapia
(Sutherland, McCreidie & Inch,1971; Sutherland, 1988).
Embora a importância das culturas de células tenha sido demonstrada há
muito tempo, a utilização de culturas de células em 3D somente foi introduzida
recentemente. As conseqüências de tentar extrapolar os achados em 2D para o
comportamento celular em 3D estão se tornando claras (Edelman & Keefer,
2005). Por exemplo, observações relativas às diferenças entre culturas de
células em 2D versus culturas de células em 3D foram feitas em pesquisas
oncológicas que demonstraram a reversão do fenótipo maligno de células
humanas de mama em culturas 3D e in vivo por anticorpos bloqueadores de ß1-
integrina (Weaver et al., 1997), não observada em culturas 2D. Posteriormente,
estudos demonstraram que as condições ambientais têm efeito importante nas
11
propriedades neoplásicas de células de tumor, e tais efeitos podem influenciar a
resposta farmacológica das células cancerosas a drogas quimioterápicas (Sahai
& Marshall, 2003).
Uma grande vantagem das culturas de células 3D é sua geometria bem
definida e em comparação com culturas tradicionais, sua semelhança mais
próxima com a situação in vivo no que diz respeito à forma e ambiente celular.
Forma e ambiente podem determinar a expressão gênica e o comportamento
biológico das células (Mueller-Klieser, 1997).
As células normais em cultura, tipicamente, mostram um padrão de
crescimento sigmoidal de atividade proliferativa que reflete a adaptação à
cultura, condicionada ao meio ambiente, e a disponibilidade física do substrato
e os nutrientes necessários para a produção de novas células (McAteer &
Davis, 2002).
Hayflick & Moorhead (1961) estudaram linhagens celulares derivadas de
vários tecidos, onde foram avaliadas as características gerais, taxas de
crescimento, concentração celular e, a partir destas informações, foi traçado um
diagrama representativo (Figura 1). É interessante observar nesta figura o ponto
em que uma cultura deixa de ser finita e passa a ser de linhagem contínua,
devido às alterações celulares que podem acontecer em qualquer ponto do
cultivo (Hayflick & Moorhead, 1961).
12
A fase I ou fase de cultura primária representa o estágio inicial que
termina com a formação da primeira camada confluente de células. Neste
ponto, é feito o primeiro subcultivo, ou é contada a primeira passagem; as
reservas nutritivas do meio foram exauridas e o espaço da superfície do frasco
não é mais suficiente. Começa então a fase II que se caracteriza por
crescimento intenso e necessidade de muitos repiques. Em determinado
momento, pode acontecer uma alteração que torna a cultura finita numa
linhagem celular, cujo potencial de vida passa a ser infinito. Por outro lado, as
células que não sofrem alteração entram na fase III e em senescência, onde
ocorre a morte após um período limitado de tempo (de Almeida & Boaventura,
2005).
Numa linhagem celular permanente, todas as células já são capazes de
proliferar indefinidamente. Assim, neste tipo de cultivo, precisamos considerar
apenas três fases de crescimento celular, que estão definidas pela fase lag,
fase log e fase estacionária ou plateau (Figura 2). A fase lag corresponde ao
período de adaptação à cultura, pois ocorre pouca ou ausência de divisão
celular imediatamente após adição das células a um meio de cultura. A duração
desta fase depende do estágio de crescimento em que se encontra a cultura
que lhe deu origem e da densidade celular podendo-se estender por uma hora
até alguns dias.
Por outro lado, a fase log caracteriza uma proliferação exponencial ou
logarítmica durante a qual a multiplicação é máxima e constante. Esta fase
13
também é o período ideal para experimentação e estudo, pois há uma maior
viabilidade e atividade metabólica da população celular, a sua duração depende
da densidade inicial das células e da taxa de crescimento celular e da
densidade de saturação da linhagem.
Na fase estacionária ou plateau ocorre uma diminuição na velocidade de
crescimento normal das células após confluência, pois o número de morte
celular tende a ser equivalente ao número de células novas, além da atuação
de alguns fatores limitantes como a redução na capacidade de dispersão das
células, diminuição da quantidade de nutrientes e de fatores de crescimento no
meio. Nesta fase a atividade metabólica também decresce e as células estão
mais susceptíveis a danos. Cada vez que estas fases se completam, é
necessário repicar a cultura, diluindo a suspensão de células ou tripsinizando a
cultura aderida para diminuir a densidade celular (Freshney, 1987b; McAteer &
Davis, 2002; Martins, Boaventura & Lima, 2005; de Almeida & Boaventura,
2005).
Figura 1: Representação diagramática da evolução de uma linhagem celular
(Adaptado de Hayflick & Moorhead, 1961, apud Freshney, 1987c)
14
Figura 2: Diagrama da curva de crescimento de células de linhagem contínua
(Adaptado de: Freshney, 1987b)
15
16
3. Vantagens e Desvantagens das Culturas de Células
Os vários tipos de culturas de células apresentam uma série de vantagens
(Freshney, 1987a):
1. Podem ser mantidas em um meio ambiente controlado, tais como o meio
físico-químico (pH, temperatura, pressão osmótica, nível de O
2
, CO
2
,
tensão superficial) e fisiológicos (hormônios, fatores de crescimento,
densidade celular, etc.).
2. Caracterização e homogeneidade das amostras: as células em cultivo
geralmente são homogêneas, com morfologia e composição uniformes,
o que permite obter com facilidade um número elevado de réplicas
idênticas, que supera o grave problema da heterogeneidade.
3. Economia: o emprego de culturas de células em microtécnica permite
uma economia no uso de reagentes ou drogas, ao serem realizados
experimentos em volumes pequenos.
4. Possibilidade de estudar fenômenos, inacessíveis em tecidos intatos.
5. Conhecimento do comportamento e função de uma população isolada
de células.
Por outro lado, os sistemas de cultura de células apresentam um certo
17
número de desvantagens, entre as quais podemos citar (Freshney, 1987a):
1. O crescimento das células é muito mais lento que o dos contaminantes
habituais (fungos, leveduras, bactérias, micoplasmas); isto implica
manter as condições de assepsia em todo momento.
2. Instabilidade: muitas das linhagens celulares imortais são instáveis. Para
isso é necessário periodicamente, reiniciar o cultivo a partir de um
estoque de células com um baixo número de passagens.
3. Perda das características fenotípicas.
4. Validade do modelo in vitro: quando se estabelece o cultivo celular, as
células são acrescidas de hormônios, indutores químicos, entre outros
nutrientes para estabelecer as condições ideais do estado in vivo, porém
não está claro se o estado in vitro é o equivalente ao estado de
diferenciação in vivo.
4. Propagação de Vírus em Culturas de Células
No início das pesquisas em virologia animal, os progressos na
simplificação dos sistemas experimentais ocorreram lentamente inicialmente
com os animais selvagens, passando para animais de laboratório, como
camundongos e ovos embrionados de galinha, até as culturas de células, e
finalmente o cultivo de células individualizadas (Levine, 2001). Entre 1948 e
18
1955, quatro eventos importantes converteram a virologia animal em uma
ciência laboratorial: (i) Sanford, Earle & Likely, no National Institute of Health
(NIH) superaram a dificuldade de cultivar células individualizadas (Sanford,
Earle & Likely, 1948), (ii) Gey, Coffman & Kubicek, no John Hopkins Hospital
cultivaram e fizeram passagens de células humanas pela primeira vez e
desenvolveram uma linhagem celular (HeLa) derivada de um carcinoma
cervical (Gey, Coffman & Kubicek, 1952), (iii) Harry Eagle no NIH desenvolveu
e optimizou meio para cultivo de células individualizadas (Eagle, 1955), e (iv)
em 1949, John Enders, Thomas Weller e Frederick Robbins demonstraram que
poliovírus replicava em células não-neuronais humanas (Enders, Weller &
Robbins, 1949). Devido a essa descoberta, os últimos autores foram laureados
com o Prêmio Nobel de Medicina em 1954 (revisado por Levine, 2001).
Entre 1798 e 1949, todas as vacinas virais em uso (varíola, raiva, febre
amarela e influenza) eram produzidas em animais ou ovos embrionados de
galinha. Assim essas idéias, avanços tecnológicos e materiais experimentais
tiveram dois efeitos imediatos em virologia. Primeiro, eles levaram ao
desenvolvimento da vacina contra a poliomieltite sendo a primeira vacina
produzida em cultura de células e posteriormente a produção de outras vacinas
virais tais como sarampo e rubéola. Segundo, a utilização de cultura de células
para o estudo de vírus permitiu estudos da bioquímica e biologia molecular da
replicação viral iniciando a era moderna da virologia molecular (revisado por
Levine, 2001 e Andrei, 2006).
A capacidade dos vírus de serem replicados nas células de origem
19
humana ou animal in vitro favoreceu o avanço no conhecimento da virologia,
genética e fisiologia celular (Superti et al., 1991; da Costa, 2005; Freymuth et
al., 2005). No que diz respeito à virologia, as culturas de células permitem (i) o
isolamento primário de vírus (MacFarlane & Sommerville, 1969; Rhim et al.,
1969; McSwiggan et al., 1975; Woods & Young, 1988; Superti et al., 1991;
Weingartl et al., 2002; Freymuth et al., 2005; El-Awady et al., 2006; Ingram et
al., 2006), (ii) a execução de vários ensaios de infecciosidade (Ramos et al.,
1998; Blight, Kolykhalov & Rice, 2000; Deffrasnes, Côté & Boivin, 2005), (iii)
estudos bioquímicos (Fortuna, Trugo & Borojevic, 2001; Arcanjo et al., 2002;
Cardoso et al., 2003), (iv) servem de instrumento para a produção de vacinas e
de massa viral (Hilleman, 2000; Patnayak, Tiwari & Goyal, 2005) (v) além de
estudo e desenvolvimento de substâncias com atividade antiviral (Miranda et
al., 1997; Wigg, 1997; Almeida et al., 1998; Amaral et al., 1999; Gonçalves,
1999; Santos et al., 1999; Gonçalves et al., 2001; Romanos, 2001; Miranda et
al., 2002; Romanos et al., 2002a;b; Gonçalves et al., 2005).
Os fatores fundamentais para a escolha da linhagem celular para o
isolamento viral são a susceptibilidade e a velocidade de replicação. Cada
linhagem de células mostra susceptibilidade diferenciada a cada grupo ou
membro de famílias de vírus, como pode ser observado na tabela 1 onde são
exemplificados algumas células utilizadas para o isolamento de vírus. Essa
capacidade para suportar a replicação viral é devida, muitas vezes, à presença
de fatores e de atividade celular que têm sido identificados como sendo
importantes para a replicação de certos vírus como por exemplo a presença de
receptores virais na célula, fatores que facilitam o desnudamento viral, fatores
20
de transcrição, proteíno-cinases, proteases, enzimas de replicação de DNA e
fatores de tradução (Olivo, 1996).
Tabela 1. Alguns vírus e células de escolha para o seu isolamento.
Vírus Célula
1
Referência
Enterovírus MA104, GMK Pallansch & Roos, 2001
Rotavírus MA104, Vero Franco & Greenberg,
2001; Superti et al., 1991
Adenovírus HeLa, HEp-2, A549, KB,
MRC-5
McSwiggan et al., 1975;
Ruuskanen, Meurman &
Akusjärvi, 2001; Woods &
Young, 1988
Alfavírus Vero, A549, MRC-5 Tsai, Weaver & Monath,
2001
Vírus herpes simplex Vero, HEp-2, MRC-5, HeLa, WI-38 Ustaçelebi, 2001
Vírus influenza MDCK, HuH7, IMR-32, GBM8401 Hayden & Palese, 2001;
Freymuth et al., 2005;
Chan et al., 2006.
1
Nota: MA104 (rim de macaco verde africano); GMK (rim de macaco verde
africano); Vero (rim de macaco Cercopitheccus aethiops); HeLa (carcinoma
cervical humano); HEp2 (carcinoma laríngeo humano); A549 (carcinoma de
pulmão humano); KB (carcinoma epidermóide humano); MRC-5 (pulmão de
embrião humano); WI-38 (pulmão de embrião humano); MDCK (rim de
cachorro); HuH7 (hepatocarcinoma humano); IMR-32 (neuroblastoma humano);
GBM8401 (glioblastoma humano).
Atualmente um crescente número de células tem se mostrado eficiente
21
para o isolamento de uma variedade de vírus podendo estas ser de origem
humana (HEp-2, MRC-5, HuH7, HeLa, A549) ou animal (Vero, GS [peixe
marinho tropical], MMH-D3 [rim de camundongo], MDCK) (Black, Melnick, &
Reissig, 1956; McSwiggan et al., 1975; Lieber et al., 1976; Whitaker &
Hayward, 1985; Reina et al., 1997; Specter et al., 2002; Qin et al., 2006;
Freymuth et al., 2005; Feigelstock, Thompson & Kaplan, 2005).
No que diz respeito à observação da propagação viral em cultura de
células susceptíveis, várias abordagens podem ser realizadas a fim de detectar
a presença de propagação viral nas células inoculadas tais como: observação
do efeito citopático (CPE), formação de corpúsculos de inclusão e
hemadsorção (Condit, 2001).
O CPE se refere a alterações na morfologia em células individuais ou
grupos de células induzidas pela infecção viral, as quais são observadas ao
microscópio óptico (Condit, 2001). Dependendo do vírus e do tipo de cultura de
células, o CPE observado na cultura pode ser caracterizado pelo
arredondamento celular, células refráteis, picnose, vacuolização, granulação,
formação de células gigantes, degeneração granular onde o citoplasma torna-
se refringente, formação de sincícios que resultam da fusão das células,
agregação, perda da aderência, ou lise (White & Fenner, 1994; Landry &
Hsiung, 2000; Condit, 2001; Ustaçelebi, 2001; Specter et al., 2002).
Além disso, no campo da virologia médica, os laboratórios de virologia
conseguiram identificar importantes patógenos virais humanos através do
22
reconhecimento de vírus que induziam efeitos citopáticos específicos nas
culturas de células. Alguns vírus como o poliovírus e coxsackievírus podem
produzir efeitos citopáticos caracterizados pela total destruição das células que
usualmente ocorrem dentro das primeiras 12-24 horas após inoculação (Landry
& Hsiung, 2000; Rotbart, 2001); outros como os adenovírus, que só se replicam
adequadamente em células de origem epitelial, em geral o efeito citopático
observado consiste em arredondamento, aumento de tamanho e agregação
das células infectadas (Smith et al., 1986; Woods & Young, 1988; Landry &
Hsiung, 2000; Ruuskanen, Meurman & Akusjarvi, 2001).
Muitos vírus, como os herpesvírus, varicella-zoster, vírus do sarampo
que comumente causam infecções em humanos, podem induzir efeitos
citopáticos em uma ampla gama de células que são consideradas susceptíveis
a estes vírus e que geralmente são caracterizados pela presença de células
arredondadas ou multinucleadas que aparecem 2-3 dias após infecção (Landry
& Hsiung, 2000; Ustaçelebi, 2001). Em geral, a presença de vírus sincicial
respiratório pode ser reconhecida pelo desenvolvimento de células gigantes e
sincícios nas culturas inoculadas após 1 semana de incubação (Piedra,
Englund & Glezen, 2001) e outros como os rotavírus são considerados agentes
exigentes, pois requerem condições especiais em termos de cultura. Em geral
o CPE é caracterizado por focos de células redondas e refringentes similares a
velas em chama (Sato et al., 1981; Franco & Greenberg, 2001; Arias et al.,
2002; Rodriguez et al., 2004).
A replicação de certos vírus em cultura de células geralmente produz
23
pouco ou nenhum tipo de CPE visível. A replicação desses agentes pode ser
detectada por técnicas alternativas como por exemplo a observação de
corpúsculos de inclusão, que são alterações mais discretas na arquitetura
intracelular e são discerníveis ao microscópio óptico. O efeito é altamente
específico para um vírus em particular, de forma que a presença de um tipo
específico de corpúsculo de inclusão pode fornecer o diagnóstico de um tipo
específico de infecção viral, como por exemplo o corpúsculo de Negri induzido
pela replicação do vírus rábico (Condit, 2001).
A hemadsorção, que se refere à capacidade de eritrócitos aderirem a
superfície de células infectadas por certos tipos de vírus, serve para detectar a
replicação de vírus que expressam hemaglutininas, (proteínas que se ligam a
receptores de ácido siálico na superfície de hemácias) como o vírus da
influenza (Condit, 2001)
Outros testes como ensaios de interferência viral; reações sorológicas tal
como imunofluorescência; detecção do ácido nucléico viral, também podem ser
utilizados para a demonstração da propagação viral após inoculação da cultura
(White & Fenner, 1994; Carman, 2001; Specter et al., 2002; Tsai, Weaver &
Monath, 2001; Hayden & Pasele, 2002; Park et al., 2005).
5. Linhagem Celular GRX
No fígado normal, a principal população de células é a dos hepatócitos
ou células do parênquima hepático, que estão organizados em lâminas de
dupla camada, formando os lóbulos hepáticos, separados por pequenos
24
canais, os sinusóides hepáticos, por onde circula o sangue. Entre os
hepatócitos e a circulação sangüínea existe uma camada de células chamadas
sinusoidais. Entre as células que delineiam o espaço sinusoidal e os
hepatócitos, existe o espaço de Disse. Estas células estão intimamente
associadas com as células endoteliais e com os hepatócitos. São em número
de quatro as populações de células sinusoidais: células endoteliais, células de
Kupffer, células “Pit” e as células estreladas hepáticas (CEH) (Wake, 1980;
Hendriks, Brouwer & Knook, 1990; Fonsenca et al., 2005). (Figura 3).
Figura 3. Esquema mostrando a localização das células estreladas hepáticas;
CE (células endoteliais); CEH (células estreladas hepáticas); CK (células de
Kupffer); CP (células do parênquima), S (sinusóides). (Adaptado de Sato,
Suzuki & Senoo, 2003).
25
26
As CEHs, também conhecidas como células de Ito, células intersticiais, células
armazenadoras de Vitamina-A, lipócitos ou lipócitos hepáticos; são residentes
do espaço parasinusoidal (espaço de Disse), sempre separadas do lúmen
sinusoidal pelas células endoteliais e podem ser identificadas pela morfologia
estrelada e pela presença de gotas de gordura características no citoplasma
(Wake, 1980; Kawada, 1997; Sato, Susuki & Senoo, 2003; Senoo, 2004)
Nas condições hepáticas normais, as CEHs possuem baixa atividade
mitótica; possuindo duas funções fisiológicas bem distintas: são o principal
local de armazenamento de vitamina A do organismo (Blomhoff & Wake, 1991;
Fortuna, 1996), e são produtoras de componentes da matriz extracelular
(Hendriks, Brouwer & Knook, 1987; Sato, Susuki & Senoo 2003).
Estas CEHs, quando isoladas de fígado normal de camundogo,
apresentam fenótipo lipocítico, mas ao serem colocadas em cultura
rapidamente diminuem seu conteúdo de lipídios e adquirem um fenótipo
fibroblastóide (Gressner & Schafer, 1989; Sato, Kato & Tyson, 1995). Mantidas
em cultura elas proliferam e produzem quantidades crescentes de
componentes de matriz extracelular (Gressner & Schafer, 1989) como
colágenos do tipo I, III, IV e laminina (Wisse et al., 1996). Já em algumas
situações patológicas, como na fibrose e diminuição dos estoques de vitamina
A em casos de depleção desta vitamina, perdem seu conteúdo lipídico in vivo
(Troen et al., 1994).
27
Os mecanismos bioquímicos e condições que induzem essas células a
interconversão de fenótipos miofibroblástico para o lipocítico, assim como as
mudanças na síntese e secreção de retinol, lipídios e colágeno são ainda
pouco conhecidos (Margis & Borojevic, 1989; Borojevic et al., 1990; Vicente et
al., 1998; Andrade et al., 2003).
Há cerca de duas décadas, foi estabelecida uma linhagem celular que é
responsável pela fibrogênese em reações fibrosas hepáticas e que tem sido
utilizada como um modelo experimental para o estudo da fisiologia dos lipócitos
hepáticos. Assim a partir de um modelo de reação fibro-granulomatosa no
parênquima do fígado de camundongos C3H/HeN, induzida por ovos de
Schistossoma mansoni, foi isolada a linhagem GR, que posteriormente foi
estabelecida in vitro numa linhagem celular permanente miofibroblástica
denominada GRX, representativa de lipócitos hepáticos (Borojevic et al., 1985).
Esta linhagem GRX é altamente proliferativa, com morfologia
fibroblástica, estrelada, poligonal ou alongada quando cultivada em vidro,
plástico ou colágeno. Após a confluência a proliferação diminui, mas não
cessa, levando a uma organização em “vales e montanhas” (Figura 4).
Apresentam o citoplasma rico em ribossomos, retículo endoplasmático rugoso
com cisternas dilatadas, na região perinuclear é extremamente rica em Golgi,
na região subjacente à membrana plasmática pode ser observada uma
diferenciação citoplasmática, contendo miofibrilas e densificações locais
características de miofibroblastos. Elas secretam colágeno (tipo I, III, IV),
laminina e fibronectina, possuem membrana basal e apresentam extensivos
28
desmossomos (Borojevic et al., 1985; Margis & Borojevic, 1989).
Nas condições normais de cultura, as células GRX expressam o fenótipo
miofibroblástico com o aspecto morfológico e bioquímico característico das
células do parênquima hepático (Guma et al., 2001; Cardoso et al., 2003).
Quando confluentes, uma fração destas células apresenta conversão
espontânea e acumula gotas de lipídios (Monteiro, Geremias & Borojevic,
1995).
Foram isolados clones com uma capacidade de passar do fenótipo
miofibroblástico (M-GRX) para o lipocítico (L-GRX), quando incubados com
retinol (Margis & Borojevic, 1989; Margis et al., 1992; Fortuna, Trugo &
Borojevic, 2001; Cardoso et al., 2003; Fortuna et al., 2003), com a
indometacina que é capaz de induzir uma completa e rápida conversão
lipocítica em cinco dias, com a insulina que tem um efeito sinergístico no
acúmulo e síntese de lipídios (Guaragna, Trugo & Borojevic, 1991) e com β-
caroteno (Martucci, 2000; Martucci et al., 2004; Albuquerque, 2005). Quando
induzidas ao fenótipo lipocítico, as colônias de GRX se tornam poligonais,
aumentam de tamanho e acumulam gotas de lipídio, que aumentam em
número e tamanho, mas não se fusionam (Margis & Borojevic, 1989; Borojevic
et al., 1990).
Esta linhagem desde seu estabelecimento tem sido considerada um
modelo para o estudo das células estreladas hepáticas por sua origem,
29
morfologia, padrão de proliferação e capacidade de secreção de componentes
da matriz (Borojevic et al., 1985; Margis & Borojevic, 1989; Borojevic et al.,
1990; Silva, Borojevic, & Mourão, 1992).
Figura 4. Monocamada confluente de células GRX não infectadas, cultivadas
em DMEM com 10%SFB.
30
31
II. OBJETIVOS
Considerando que (i) as culturas de células constituem uma ferramenta
usual e fundamental para elaboração de modelos experimentais e como
substratos para a propagação de vírus, entre outras aplicações importantes, (ii)
e que a susceptibilidade da linhagem celular GRX para propagação viral é
desconhecida, temos como principal objetivo:
9 Demonstrar a susceptibilidade da linhagem celular GRX Cl-c para
propagação de diferentes tipos de vírus.
Objetivos secundários:
9 Estabelecer as condições de cultivo dessa linhagem celular, tais como,
tipo de meio de cultura, freqüência de repiques, e tempo de incubação
para a propagação viral;
9 Determinar a capacidade dessa célula produzir partículas virais
infecciosas;
9 Isolar na cultura GRX Cl-c vírus a partir de amostras clínicas.
32
III. MATERIAL E MÉTODOS
1. Culturas de células
Foi utilizada uma linhagem de célula de camundongo, denominada GRX
CL-c (GRX), produzida e cedida gentilmente pelo Banco de Células do Estado
do Rio de Janeiro (Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ). Também
foram utilizadas culturas de células MA-104, Vero, HEp-2, MDBK e C6/36
pertencentes à coleção de culturas do Laboratório Experimental de Drogas
Antivirais e Citotóxicas (LEDAC) e do Laboratório de Viroses Respiratórias,
Entéricas e Oculares (LAVIREO), do Departamento de Virologia do Instituto de
Microbiologia Prof. Paulo de Góes da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(Figura 5).
2. Amostras virais
Neste estudo foram utilizadas amostras de vírus padrão, provenientes da
coleção de vírus do LEDAC; do Laboratório de Virologia Molecular II (LVM II); e
do LAVIREO apresentados na tabela 2.
Figura 5. Morfologia das monocamadas de culturas de células utilizadas nesse
estudo (100x).
33
34
Tabela 2. Lista de vírus utilizados neste estudo.
Vírus
Cultura de células
de origem
Laboratório de
origem
Vírus RNA
Rotavírus humano amostra HCR3 MA104 LAVIREO
Rotavírus símio amostra SA11 MA104 LAVIREO
Rotavírus símio amostra RRV MA104 LAVIREO
Vírus Dengue tipo 1 (DEN-1) C6/36 LEDAC
Vírus Dengue tipo 2 (DEN-2) C6/36 LEDAC
Vírus dengue tipo 3 (DEN-3) C6/36 LEDAC
Vírus Mayaro (MAY) Vero LVM II
Vírus Sindbis (SIN) Vero LEDAC
Vírus da Encefalite Eqüina do Oeste (WEE) Vero LEDAC
Metapneumovírus humano (hMPV) Vero LAVIREO
Vírus da Estomatite Vesicular (VSV) MDBK LEDAC
Vírus DNA
Vírus Herpes Simplex tipo 1 resistente
ao aciclovir (HSV-1 ACVr)
Vero LEDAC
Vírus Herpes Simplex tipo 2 resistente
ao aciclovir (HSV-2 ACVr)
Vero LEDAC
Adenovírus sorotipo 2 (Adv2) (respiratório) HEp-2 LAVIREO
Adenovirus sorotipo 19 (Adv19) (ocular) HEp-2 LAVIREO
Adenovírus sorotipo 40 (Adv40) (entérico) HEp-2 LAVIREO
35
2.1. Ativação das cepas de rotavírus para inoculação
Para a ativação das cepas de rotavírus (SA-11, RRV e HCR3), foi
necessária a adição de tripsina (Difco:1:1500) à suspensão viral para uma
concentração final de 10 µg/mL, seguida de incubação a 37
o
C por 30 minutos
com a finalidade de clivar as espículas virais, o que possibilitará a adsorção
das partículas virais às células.
3. Expansão e manutenção da cultura de células
Inicialmente as culturas de células GRX foram repicadas e mantidas em
três diferentes meios de cultura acrescidos de 10% soro fetal bovino (SFB),
para verificação do melhor sistema para essas culturas: Meio Mínimo Essencial
de Eagle (MEM); Meio Mínimo Essencial de Eagle em salina de Dulbecco (D-
MEM) e Meio 199 (Life Technologies, Rockville, MD). Posteriormente, essas
células, assim como as demais culturas utilizadas no estudo, foram mantidas
em MEM acrescido de 10% SFB. Exceto para a cultura C
6
/
36
que foi mantido
em meio L15.
As linhagens de células utilizadas neste estudo foram cultivadas em
garrafas plásticas de 25 cm
3
(Corning, New York, EUA) ou garrafas de vidro do
tipo xarope, e repicadas segundo a necessidade. Para isso o meio de cultura
das garrafas de células foi descartado e o tapete celular lavado com 5 mL de
meio de cultura. Em seguida, foram adicionados, aproximadamente, 5 mL de
tripsina por garrafa. As culturas foram mantidas em temperatura ambiente e as
monocamadas monitoradas ao microscópio óptico invertido até o início do
desprendimento das células, observado pelo arredondamento das células do
36
tapete celular. A solução de tripsina foi, então, desprezada e as garrafas de
células foram agitadas até o total desprendimento das células da monocamada.
As células foram suspensas em MEM ou L15, acrescido de gentamicina
(concentração final de 50 µg/mL), solução de bicarbonato de sódio a 0,25%,
fungizona (2,5µg/ mL), glutamina (30 µg/mL) e HEPES 10 mM e suplementado
com 10% de SFB. Depois disso foram distribuídos 5 mL da suspensão de
células por garrafa de 25 cm
3
ou 10 mL por garrafa xarope. Para os estudos de
avaliação da susceptibilidade das células GRX para propagação viral, 0,5
mL/poço da suspensão celular foram distribuídos em placas de plástico
contendo 48 poços. Para a titulação viral, 0,1 mL/poço de suspensão celular
foram distribuídos em placas contendo 96 poços. As suspensões foram
homogeneizadas suavemente e incubadas em estufa a 37
o
C em presença de 5
% de CO
2
.
4. Avaliação da susceptibilidade de células GRX para propagação viral
Para os experimentos de susceptibilidade foram utilizadas placas de 48
cavidades contendo monocamadas de células GRX com 80-90% de
confluência, aproximadamente 4,2 x 10
5
células/mL, inoculadas de acordo com
o diagrama em anexo (Figura 6). Antes da inoculação, o meio de crescimento
foi desprezado, as monocamadas de células lavadas. Para a propagação dos
vírus SA-11, RRV e HCR3, foi adicionado tripsina ao meio de manutenção da
cultura para uma concentração final de 5 µg/mL antes da inoculação viral e
para o hMPV a concentração final foi de 1 µg/mL. Para os demais vírus, o meio
de crescimento foi substituído pelo meio de manutenção sem tripsina. As
monocamadas foram inoculadas com 0,1 mL da suspensão viral e incubadas
37
durante uma hora a 37
o
C para permitir a adsorção dos vírus. Após esse
período, o inóculo foi removido cuidadosamente por aspiração, a monocamada
celular lavada para a remoção das partículas virais não adsorvidas e
acrescidas de 0,5 mL de meio de manutenção. As culturas foram incubadas a
37
o
C em ambiente de CO
2
sendo observadas diariamente em microscópio
óptico invertido. Simultaneamente, foram preparadas placas semelhantes
contendo monocamadas de células HEp2, MA-104, C6/36, MDBK ou Vero, e
processadas da mesma forma para inoculação de vírus com o objetivo de
comparar os resultados.
Figura 6. Exemplo do diagrama da placa de 48 cavidades para experimentos
de susceptibilidade da propagação viral em células GRX.
38
SA11
SA11
SA11
SA11
SA11
SA11
A
B
C
D
E
F
1 2 4 5 6 3 7 8
CC
RRV
HCR3
CC
HCR3
RRV
CC
HCR3 RRV
HCR3
CC
RRV
RRV
CC
HCR3
CC
HCR3
RRV
39
5. Avaliação da susceptibilidade da linhagem GRX para isolamento
primário de vírus herpes simplex
Uma amostra de secreção de vesícula labial, suspeita de infecção por
vírus herpes simplex tipo 1 (HSV-1) foi inoculada simultaneamente em culturas
de células GRX e Vero para o isolamento viral. Para tal, 0,5 mL da suspensão
preparada em solução salina de Gey ABC e descontaminada com uma solução
de gentamicina/fungizona para uma concentração final de gentamicina 100
µg/mL e fungizona 20 µg/mL, foram inoculados em garrafas de 25 cm
3
contendo monocamadas de células previamente lavadas com meio sem SFB.
As garrafas foram mantidas na estufa a 37
0
C por 1 hora para permitir a
adsorção dos vírus às células. Em seguida, foi adicionado 5 mL do meio de
manutenção e incubadas a 37
o
C em ambiente de 5% de CO
2
. As culturas
foram observadas diariamente até a verificação do efeito citopatogênico (CPE).
Ao final deste período, as garrafas foram congeladas e descongeladas duas
vezes. Foram feitas alíquotas do sobrenadante das culturas que foram
congeladas a -80
o
C para análises posteriores.
6. Métodos empregados para avaliar a propagação viral em culturas de
células GRX
6.1. Visualização de CPE: para verificação da presença de CPE, as culturas
infectadas foram observadas diariamente em microscópio óptico invertido e
comparadas com culturas não infectadas. Para as culturas que apresentaram
CPE característico de cada vírus, o sobrenadante foi recolhido, aliquotado e
40
congelado a -80
0
C até a sua utilização em experimentos subseqüentes. As
culturas que não apresentaram CPE foram observadas por um período máximo
de sete dias. Após esse período os sobrenadantes foram recolhidos,
aliquotados e congelados para serem utilizados em passagens subseqüentes,
na tentativa de observação de CPE. Neste caso, estipulou-se realizar até três
passagens seriadas na tentativa de observação do CPE.
6.2. Determinação do título viral nas culturas de células
Uma vez demonstrada, na triagem inicial, a capacidade das células GRX
de propagar um determinado tipo de vírus, os sobrenadantes das diversas
passagens foram submetidos à titulação.
Os sobrenadantes das culturas de células HEp-2, MA-104, Vero, C6/36,
MDBK infectadas em paralelo com a avaliação da susceptibilidade da GRX,
também foram titulados e os títulos foram comparados àqueles obtidos na
GRX.
A titulação viral foi realizada para se estabelecer a TCID
50
/mL (dose
infecciosa que produz CPE em 50% das culturas inoculadas), de acordo com o
cálculo estabelecido por Reed & Muench (1938).
Foram realizadas diluições logarítmicas decimais (10
-1
até 10
-7
) dos
vírus, utilizando-se o meio de manutenção celular como diluente. Cada diluição
foi inoculada em monocamadas de células confluentes (microplaca com 96
41
poços), após a substituição do meio de crescimento pelo de manutenção. As
células inoculadas foram incubadas a 37
o
C em ambiente contendo 5% de CO
2
.
6.3. Demonstração da propagação de HSV e identificação do tipo viral em
culturas de GRX e Vero a partir da amostra clínica através da detecção do
ácido nucléico viral
6.3.1. Extração de ácido nucléico viral a partir do sobrenadante de cultura
de células inoculadas e diretamente da amostra clínica
Uma alíquota de 200 µL dos sobrenadantes das culturas células GRX e
Vero inoculadas com amostra clínica com suspeita de HSV, e 200 µL da
amostra clínica em Gey ABC, foram submetidos à extração do DNA viral
usando o Wizard Genomic DNA Purification Kit (Promega, Madison, WI) de
acordo com as especificações do fabricante. As alíquotas de sobrenadante de
cultura foram transferidas para tubos eppendorfs de 1,5 mL contendo 0,2 mL
da solução de lise nuclear e 2 µL da solução RNAse. Os tubos foram, então,
misturados por inversão e incubados por 15-30 min em banho-maria 37°C.
Após a incubação os tubos foram deixados à temperatura ambiente por 5 min
para esfriarem e em seguida adicionados 130 µL da solução de precipitação de
proteínas. A seguir, os tubos foram agitados em vortex e incubados em gelo
por 5 min. As amostras foram centrifugadas a 12000 x g, por 4 min, e o
sobrenadante transferido para outro tubo contendo 600 µL de isopropanol. Os
tubos foram misturados por inversão e deixados à temperatura ambiente por
30 min. Decorrido esse período os tubos foram centrifugados a 12000 x g por 1
42
min e o sobrenadante descartado. Depois, foram adicionados 600 µL de etanol
70% e os tubos novamente centrifugados a 12000 x g por 1 min. Os
sobrenadantes foram novamente descartados e os tubos deixados abertos à
temperatura ambiente até que o precipitado estivesse seco. O sedimento foi
suspenso em 40 µL da solução de reidratação de DNA, incubado a 65°C por 1h
e os tubos estocados a -20°C até o momento do uso.
6.3.2. Detecção de Vírus Herpes Simplex através de reação em cadeia da
polimerase (PCR)
Para detecção de HSV a partir do sobrenadante das culturas de células
GRX e Vero, e da amostra original, foi utilizado o protocolo descrito por Tafreshi
e colaboradores (Tafreshi et al., 2005), que utiliza oligonucleotídeos capazes
de amplificar uma região conservada da DNA polimerase dos vírus herpes
simplex tipos 1 e 2, Epstein-Barr e citomegalovírus. No caso dos HSV-1 e 2, a
amplificação por esses oligonucleotídeos gera um fragmento de 742pb. Para tal
5 µL do DNA viral extraído foram misturados a 20 µL da Master mix com
Enzima (MME) contendo 14,6 µL de água destilada, 0,5 µL de mistura de
deoxinucleotídeos trifosfato (contendo soluções 1,25 mM de dATP, dGTP,
dCTP, dTTP cada; concentração final 0,2 mM), 2,5 µL de tampão de enzima
10x concentrado (contendo Tris-HCl 100mM, pH 9,0, KCl 500mM, e 1% de
Triton X-100), 1,5 µL da solução de MgCl
2
25 mM (concentração final 1,5 mM),
0,7 µL da solução de oligonucleotídeos HHV-F1/HHV-R1 (20 µM de cada;
concentração final 0,5 µM) e 0,2 U da enzima Taq polimerase. A mistura foi
então submetida a um ciclo de incubação inicial de 94˚C por 3 minutos
seguidos de uma série de 35 ciclos de PCR (94˚C/45 seg; 65˚C/1 min; 72˚C/1
43
min) e de uma incubação final de 72˚C/7 min. As amplificações aconteceram
em termociclador GeneAmp PCR System modelo 2400 (Applied Biosystems,
Foster City, CA), em tubos de 0,2 mL. Alíquotas de 10 µL do produto da PCR
foram aplicadas em gel de agarose 1,2% em tampão TBE (Tris bas 0,089M,
ácido bórico 0,089M e EDTA 0,002M) 0,5x acrescido de 5 µg/mL de brometo
de etídio. Posteriormente, foi realizada eletroforese em tampão TBE 0,5x a
120V por 1 hora. Foi utilizado o padrão de tamanho molecular 100pb ladder
(Fermentas, Hanover, MD). Após a eletroforese, o gel foi observado para
visualização das bandas através da transiluminação com luz ultravioleta e
fotografado com máquina Polaroid.
Posteriormente, 5 µL do produto amplificado na PCR foram misturados a
20 µL da MME descrita acima, mudando apenas os oligonucleotídeos. Nessa
segunda amplificação (nested-PCR), foram utilizados os oligonucleotídeos
HHV-F2 / HHV-R2 (Tafreshi et al., 2005), que amplificam um fragmento de
493pb dos HSV-1 e 2. A mistura foi então submetida a um ciclo de incubação
inicial de 94˚C por 3 minutos seguidos de uma série de 35 ciclos de PCR
(94˚C/45 seg; 63˚C/1 min; 72˚C/1 min) e de uma incubação final de 72˚C/7 min.
Alíquotas de 10 µL do produto da PCR foram aplicadas em gel de agarose
1,2% em tampão TBE como descrito acima.
6.3.3. Identificação do tipo de Vírus Herpes Simplex através de reação em
cadeia da polimerase (PCR)
Para a identificação do vírus herpes simplex foi utilizado o par de
oligonucleotídeos H
1
P
32
e H
1
M
32
que amplificam uma região repetitiva do
44
genoma dos HSV-1, gerando um fragmento de 147pb (Markoulatos et al.,
2001). Para a amplificação de vírus herpes simplex do tipo 2 foram utilizados os
oligonucleotídeos H
2
M
40
e H
2
P
4
que amplificam a região codificadora para a
DNA polimerase e geram um fragmento de 227pb (Markoulatos et al., 2001).
Em tubos de 0,2 mL, foram misturados 5 µL do DNA total e 20 µL da MME
contendo 14,5 µL de água destilada, 0,5 µL de mistura de deoxinucleotídeos
trifosfato (contendo soluções 1,25 mM de dATP, dGTP, dCTP, dTTP cada;
concentração final 0,2 mM), 2,5 µL de tampão de enzima 10x concentrado
(contendo Tris-HCl 100mM, pH 9,0, KCl 500mM, e 1% de Triton X-100), 1,5 µL
da solução de MgCl
2
25 mM (concentração final 1,5 mM), 1 µL da solução de
oligonucleotídeos HHV-F1/HHV-R1 (20 µM de cada; concentração final 0,5 µM)
e 0,2 U da enzima Taq polimerase. A mistura foi então submetida a um ciclo de
incubação a 94
o
C por 3 min seguido de uma série de 40 ciclos (94
o
C/30 seg;
60
o
C/40 seg; 72
o
C/50 seg) seguido de uma incubação final de 78
o
C/ 15 min.
Finalmente, alíquotas de 10 µL do produto da PCR foram analisadas em gel de
agarose 1,2% em tampão TBE, como descrito anteriormente.
45
IV. RESULTADOS
1. Estabelecimento das condições de cultivo das culturas de células GRX:
as culturas de GRX foram originalmente fornecidas pelo Banco de Células em
D-MEM, suplementado com 10% SFB. Foram realizadas, pelo menos 5
passagens das culturas de células GRX com diferentes tipos de meio de
culturas (MEM, D-MEM e 199) e após comparação concluímos que a
velocidade de multiplicação das células, observadas pelo tempo de formação
da monocamada, era maior quando as culturas foram mantidas em MEM. Da
mesma forma, a aparência do tapete celular, visualizado ao microscópio óptico
invertido, era mais “saudável” quando as células foram cultivadas em MEM. Por
outro lado, quando cultivadas em meio 199 as células apresentavam um
crescimento mais lento e uma aparência “sofrida”. Desta forma, concluímos que
dentre os substratos usados o MEM é o melhor meio para o crescimento e
manutenção das culturas de células GRX, nas condições testadas.
Com relação à freqüência de repiques, nós estabelecemos que as
culturas devem ser repicadas a cada 48-72h, na proporção 1:2, quando o meio
de cultura utilizado é MEM suplementado com 10% SFB e são mantidas a 37ºC
em ambiente de 5% CO
2
. Caso as culturas sejam mantidas em D-MEM ou
meio 199, os repiques devem ser realizados a cada 72-96h, 1:2.
46
2. Susceptibilidade da linhagem GRX para a propagação viral
2.1. Vírus de RNA: a linhagem GRX foi susceptível à infecção pelos vírus
MAY, SIN, WEE, VSV e hMPV; em contraste aos Rotavírus (amostra SA11,
RRV e HCR3) e dos Vírus da Dengue (tipos 1, 2 e 3) os quais não induziram
CPE visível nessa cultura (Tabela 3).
Após 24 horas de inoculação dos vírus MAY, SIN e WEE em culturas de
GRX, foi observado o CPE caracterizado inicialmente pela formação de focos
de picnose celular, seguido de lise e posterior desprendimento da
monocamada de células (Figura 7). Já quando a culturas foram inoculas com
VSV a presença do CPE, semelhante ao descrito acima, foi observado 48h
após inoculadas. Nas culturas de célula Vero (MAY, SIN e WEE) ou MDBK
(VSV) o tempo para surgimento do CPE, bem como as caraterísticas deste, são
semelhantes ao observado em GRX.
Com relação ao hMPV, o CPE foi observado após 5 dias de inoculação
e se caracterizou por arredondamento celular e desprendimento da
monocamada. Nas células Vero o CPE apresentado por esse vírus é a picnose
e desprendimento da monocamada e pode ser observado em torno do 12
o
dia
pós-infecção.
Tabela 3: Resultados da propagação de vírus RNA na linhagem GRX em
diferentes passagens.
1
Não Testado
CPE
Vírus RNA
# 1 # 2 # 3
Rotavírus símio amostra SA11 - -
-
Rotavírus símio amostra RRV - - -
Rotavírus humano amostra HCR3 - NT
1
NT
Vírus da dengue tipo 1(DEN-1) - - NT
Vírus da dengue tipo 2(DEN-2) - - NT
Vírus da dengue tipo 3(DEN-3) - - NT
Metapneumovírus humano (hMPV) + NT NT
Vírus Mayaro (MAY) + + +
Vírus Sindbis (SIN) + + +
Vírus da Encefalite Eqüina do Oeste (WEE) + + +
Vírus da Estomatite Vesicular (VSV) + + NT
47
Figura 7. Propagação de vírus na linhagem GRX. A: cultura de células GRX
não inoculadas; B: cultura de células GRX inoculadas com vírus Mayaro 24h
pós-infecção (100x).
48
49
2.2. Vírus de DNA: a linhagem GRX não se mostrou susceptível para a
propagação dos adenovírus (sorotipo 2, 19 e 40). Por outro lado, ambos os
tipos de HSV inoculados na GRX induziram o arredondamento inicial das
células seguidas pela formação de sincícios, sendo muito semelhantes ao
observado nas células tradicionalmente utilizadas para seu isolamento (Vero).
Verificou-se que as células apresentaram CPE nas primeiras 24 horas, após a
inoculação com cepas de HSV-1-ACVr e as células inoculadas com HSV-2-
ACVr apresentou um CPE após as primeiras 48 horas, semelhante ao
observado nas culturas de células Vero (Tabela 4, Figura 8)
Tabela 4: Propagação de vírus DNA na linhagem GRX.
CPE
Vírus DNA
# 1 # 2 # 3
HSV-1 ACVr + + +
HSV-2 ACVr + + +
Adv 2 - - NT
1
Adv 19 - - NT
Adv 40 - - NT
1
Não Testado
Figura 8. Propagação de vírus na linhagem GRX. A: cultura de células GRX
não inoculadas; B: cultura de células GRX inoculadas com HSV-1-ACVr 24h
pós-infecção (100x).
B
50
51
3. Isolamento primário de HSV-1 em GRX: uma amostra clínica, coletada de
paciente que apresentava lesão labial sugestivas de infecção pelo HSV foi
inoculada nas linhagens celulares Vero e GRX. Verificou-se a presença de
CPE característico de HSV nas primeiras 24 horas após a primeira inoculação
em ambas as células. Através de PCR e nested-PCR a amostra viral isolada
tanto nas culturas quanto na amostra original foi identificada como HSV-1
(Figura 9).
Figura 9. Detecção e identificação de HSV-1 a partir de uma amostra clínica
inoculada em GRX.
742pb
500pb 493pb
A: gel de agarose demonstrando produtos amplificados por PCR para a
pesquisa de HSV; B: produtos da amplificação por nested-PCR das mesmas
amostras. M – marcador de tamanho molecular 100pb (Fermentas); linhas 1 e
2 controles positivos de HSV-1 e HSV-2, respectivamente; sobrenadantes de
cultura de células Vero (linha 3) e GRX (linha 5) inoculada com líquido de
vesicula labial positivo para HSV-1; linha 4 – HSV-1 amplificado diretamente a
partir do meio de transporte (MTV).
C: produtos da amplificação por PCR para identificação de HSV. M –
marcador de tamanho molecular 100pb (Fermentas); Linha 1: sobrenadante
de cultura de células Vero; Linha 3: sobrenadante de cultura de células
GRX inoculada com líquido de vesícula labial positivo para HSV-1; linha 5:
HSV-1 amplificado diretamente a partir do meio de transporte (MTV). linhas
8 e 10 controles positivos de HSV-1 e HSV-2, respectivamente; Linhas 2, 4,
6, 7, 9 e 11 branco
52
53
4. Determinação do título viral nas culturas de células: foram determinados
os títulos das preparações virais obtidas nas diferentes culturas de células
utilizadas no estudo. No caso das culturas de GRX foi realizada a titulação das
diferentes passagens dos vírus que apresentaram CPE visível. Foi observado
um aumento do título viral com o aumento das passagens, exceto para o HSV-
1 onde foi observada uma redução do título entre a primeira e segunda
passagem. Os sobrenadantes obtidos após inoculação com o VSV e o hMPV
serão titulados futuramente (Tabela 5).
54
Tabela 5. Títulos virais obtidos a partir dos sobrenadantes das culturas de
células infectadas.
Linhagem GRX Cl-c
Número de passagens
Vírus
Título na
célula de
origem *
# 1 # 2 # 3
HSV-1 ACVr 5,50 3,40
2,50
NT
1
HSV-2 ACVr 5,12 2,50
3,50 NT
SIN 6,00 4,85 5,00 NT
MAY 6,25 4,15 4,84 5,00
WEE 6,31 2,50 5,40 NT
VSV NT NT
NT NT
hMPV NT NT
Os títulos estão expressos em log
10
TCID
50
/25µL;
1
NT: não titulado.
* Vide tabela 2.
55
V. DISCUSSÃO
Nos últimos anos, o desenvolvimento dos métodos rápidos de
diagnóstico virológico tem contribuído para o avanço na detecção de novos
vírus; não obstante, o isolamento viral ainda mantém-se como a técnica
“padrão-ouro” com o qual os novos métodos devem ser comparados. Por tal
motivo, laboratórios que são equipados para a realização de testes rápidos,
algumas vezes precisam recorrer à inoculação em culturas de células (Carman,
2001; Kottaridi et al., 2006; Chang et al., 2006)
Apesar de já terem sido descritas diversas linhagens celulares para
isolamento viral, ainda existe um número significativo de vírus para os quais
não existem hospedeiros laboratoriais disponíveis. Assim, o estabelecimento
da susceptibilidade de uma nova linhagem celular para propagação viral cria
uma alternativa de cultura para esses agentes. A busca por essas novas
alternativas tem sido intensificada nos últimos anos, principalmente devido ao
surgimento de novos vírus, como é o caso do metapneumovírus humano
(hMPV) e dos novos coronavírus humanos (SARS-CoV, HCoV-NL63, HCoV-
HKU1) (van der Hoogen et al., 2001; Ksiazek et al., 2003; Rota et al., 2003; van
der Hoek et al., 2004; Fouchier et al., 2004; Woo et al., 2005); ou da
necessidade do isolamento viral para realização de estudos bioquímicos e
moleculares, como por exemplo os norovírus e os vírus das hepatites B e C
(Duizer et al., 2004; Guha et al., 2004; Katayama et al., 2006; Durantel &
Zoulim, 2007). Conseqüentemente, um número significativo de estudos vem
sendo publicado, avaliando a susceptibilidade de várias linhagens celulares
56
para um determinado vírus ou família de vírus (Chonmaitree et al., 1988;
Superti et al., 1991; Reina et al., 1997; Kok, Pryor & Payne, 1998; Blight,
Kolykhalov & Rice, 2000; Weingartl et al., 2002; Freymuth et al., 2005; Chan et
al., 2006; El-Awady, et al., 2006; Kanda et al., 2006; Spilki et al., 2006; Hirai et
al., 2006; Ingram et al., 2006; Qin et al., 2006).
Embora a linhagem celular GRX tenha sido estabelecida em cultura há
cerca de 20 anos (Borojevic et al., 1985), esta ainda não havia sido analisada
quanto à sua susceptibilidade para isolamento viral. Por esse motivo, foi
realizado o presente trabalho onde, pela primeira vez, foi demonstrada a
capacidade dessa linhagem celular de propagar uma variedade de vírus, se
constituindo assim, numa nova ferramenta para os laboratórios de virologia.
Em trabalhos anteriores as células da linhagem GRX, foram mantidas
em cultura em D-MEM suplementado com 10% de SFB (Borojevic et al.,1985;
Martucci, 2000; Albuquerque, 2005). Entrentanto, nossos experimentos
demonstraram que o MEM é um substrato mais apropriado para a manutenção
dessas células em cultura.
A análise da susceptibilidade celular ao isolamento viral pode ser
realizada por diversas metodologias desde a observação do CPE seguido da
titulação viral, até a demonstração da propagação viral por reação de
hemaglutinação, reação de imunofluorescência e detecção do genoma viral
(MacFarlane & Sommerville, 1969; Rhim et al., 1969; Weingartl et al., 2002;
Chan et al., 2003; Freymuth et al., 2005; Chan et al., 2006; Chang et al., 2006;
57
Hirai et al., 2006; Ingram et al., 2006; Kanda et al., 2006; Spilki et al., 2006; Qin
et al., 2006). Neste estudo, foi utilizada apenas a observação do CPE seguido
da titulação viral como determinante da propagação viral em células GRX isto
porque, os vírus analisados já haviam sido propagados em outras culturas
celulares com apresentação de CPE e, portanto, não seria vantajosa a
utilização de uma nova cultura que requeresse metodologias alternativas para
demonstração da produção de vírus.
Os alfavírus, tais como WEE, MAY e SIN possuem uma variedade de
hospedeiros na natureza, replicando em mamíferos, aves, artrópodes e
anfíbios, e são capazes de infectar uma ampla variedade de culturas de células
(Ajello, 1979; Pant, Sudeep & Athawale, 1992; Strauss & Strauss, 1994;
Klimstra, Ryman & Johnston, 1998; Ferreira et al., 2000; Bello et al., 2001;
Weingartl et al., 2002). Nesse estudo, foi possível observar a replicação desses
vírus em culturas de células GRX a partir da primeira inoculação. Foram
obtidos títulos virais elevados, tendo sido observado um aumento progressivo
dos títulos nas diferentes passagens seriadas em GRX, demonstrando a
produção de partículas infecciosas sendo este um substrato tão eficiente para a
propagação viral quanto às culturas de células Vero regularmente usadas para
esses agentes.
Com relação ao VSV, este também pode ser propagado em uma
variedade de sistemas celulares, como por exemplo, células MDBK
(Landsberger & Compans, 1976) , 3D4 (linhagem de células monomielóides de
porcino) (Weingartl et al., 2002), NIVI-AK-453 (células de Aedes krombeini)
58
(Pant, Sudeep & Athwale, 1992) e PC-0199-BR (células de Psorophora
confinnis) (Bello et al., 2001). Nesse estudo o VSV induziu a formação de CPE
em culturas de células GRX nas duas passagens realizadas. Desta forma,
essas culturas oferecem uma nova alternativa de substrato para o isolamento
desse vírus.
Um resultado importante nesse trabalho foi o isolamento de hMPV em
células GRX. O hMPV foi descrito como patógeno humano em 2000, contudo
esse não é um patógeno recente, já tendo sido isolado de aspirados de
nasofaringe que estavam estocados desde 1958 (van den Hoogen et al., 2001).
Especula-se que as razões porque esse vírus foi isolado somente
recentemente seriam (i) a replicação viral pobre em culturas de células usadas
tradicionalmente para o diagnóstico de vírus respiratórios como HEK (rim de
embrião humano), HEp-2 e MDBK e (ii) o fato do isolamento primário ser
facilitado pela presença de baixa concentração de tripsina o que
freqüentemente não é usado rotineiramente em diagnóstico virológico. O
metapneumovírus humano pode ser propagado em cultura de células LLC-MK2
(rim de macaco Rhesus) e algumas linhagens da célula Vero (Deffrasnes, Côté
& Boivin, 2005). A propagação é lenta nessas culturas de células e
freqüentemente requer cerca de duas semanas ou mais para o surgimento do
CPE (Deffrasnes, Côté & Boivin, 2005). O CPE em células LLC-MK2 se
caracteriza por focos de células arredondadas e refringentes com subseqüente
desprendimento da monocamada e grupos de pequenos sincícios (Deffrasnes,
Côté & Boivin, 2005). Em contraste, o CPE em células Vero é indistinguível de
outros vírus, como por exemplo enterovírus, e consiste de células redondas e
59
mortas. O CPE aparece mais rapidamente em células LLC-MK2 do que em
células Vero (Deffrasnes, Côté & Boivin, 2005).
Devido à importância desse vírus como patógeno humano, e a pouca
disponibilidade de sistemas celulares eficientes para a sua propagação,
diversos estudos têm sido realizados na tentativa de estabelecer um sistema
rápido e eficiente (van den Hoogen et al., 2001; Boivin et al., 2002; Deffrasnes,
Côté & Boivin, 2005; Ingram et al., 2006; Tan et al., 2007). Nesse estudo, foi
utilizada uma amostra de hMPV adaptada a cultura de células Vero a qual foi
propagada em GRX em meio acrescido de tripsina numa concentração de 1
µg/mL. Após cinco dias de incubação foi observado o CPE que consistiu de
focos de células arredondadas e refringentes com subseqüente
desprendimento da monocamada. O CPE observado é semelhante ao descrito
para as células LLC-MK2, contudo o tempo para observação deste é menor.
Embora tenha sido feita apenas uma passagem, nossos resultados
preliminares nos permitem sugerir, que a GRX pode ser uma alternativa
interessante para a propagação desse vírus.
O isolamento viral em culturas de células tem sido considerado um dos
métodos mais sensíveis e específicos para detecção dos HSV (Moore, 1984).
Diferentes tipos de células têm sido empregados para o isolamento dos HSV, a
partir de amostras clínicas com o aparecimento de efeitos citopatogênicos
típicos nas culturas de células em 2-3 dias. As células diplóides de origem
humana como WI-38 e MRC-5 e as células da linhagem contínua Vero, HEp-2
60
e A549, vêm sendo frequentemente utilizadas, para o isolamento a partir de
amostras clínicas (McSwiggan et al., 1975; Smith et al., 1986; Woods & Young,
1988; Landry & Hsiung, 2000; Ustaçelebi, 2001; Varella et al., 2005). Já a
diferenciação dos tipos de HSV pode ser feita por testes convencionais como
teste de neutralização ou com o auxilio de técnicas moleculares. Na análise
feita por Aldea e colaboradores (2002), através de experimentos empregando
culturas de células para o isolamento de HSV, comparados a detecção do DNA
viral através de PCR em tempo real, os autores ressaltaram a utilidade do
método molecular em situações que exigem rapidez no diagnóstico, porém o
método tradicional de isolamento viral em cultura de células não deixou de ser
eficiente (Aldea et al., 2002). Em nosso estudo, os HSV-1 e 2 induziram CPE
em 24h pós-infecção em células GRX em todas as passagens. Embora os
títulos obtidos tenham sido mais baixos do que aqueles observados em cultura
de células Vero, os resultados demonstram que a GRX poder ser utilizada
como sistema para progação desses vírus.
Durante os nossos experimentos tivemos a oportunidade fazer o
isolamento primário de uma amostra clínica proveniente de uma lesão labial
sugestiva de infecção herpética na linhagem celular GRX. Esta amostra clínica
foi inoculada na GRX e em células Vero e em ambas linhagens apresentaram
CPE característico. Quanto ao aparecimento de CPE típico em GRX este se
caracterizou pela observação de focos de células grandes, muitas delas
multinucleadas e que apareceram num período entre 24 horas após
inoculação. Após isolamento, os sobrenadantes de ambas as células além do
material clínico colhido em salina de Gey ABC foram submetidos a técnicas
61
moleculares onde foi confirmada a detecção de HSV-1. Nossos resultados
sugerem que a linhagem celular GRX é suscetível à infecção pelos HSV,
podendo ser empregados para o isolamento primário desses vírus.
62
VI. CONCLUSÕES
9 Os experimentos demonstraram que o meio Mínimo Essencial de Eagle
(MEM) foi o melhor substrato para o crescimento e manutenção das culturas
de células GRX, nas condições utilizadas.
9 Essas culturas devem ser repicadas a cada 48h (1:2), quando o meio de
cultura utilizado é o MEM suplementado com 10% SFB a 37ºC em ambiente
de 5% CO
2
.
9 Até o momento, a linhagem GRX se mostrou susceptível à propagação dos
vírus observado pela presença de CPE: HSV-1, HSV-2, SIN, MAY, WEE,
VSV e hMPV.
9 A replicação das cepas virais inoculadas foi detectada pela presença do
CPE característico de cada vírus, semelhante àqueles observados nas
células tradicionalmente empregadas.
9 Essa linhagem celular pode ser utilizada como um novo sistema para o
isolamento primário de HSV-1, assim como para a propagação de vírus
emergentes tais como hMPV para o qual existem poucas culturas de células
disponíveis.
63
VII. PERSPECTIVAS FUTURAS
9 Determinação da eficiência de propagação viral em cultura de células
GRX comparando com as culturas de células tradicionalmente utilizadas
para a propagação dos vírus que apresentaram CPE em GRX, através
da quantificação das partículas virais infecciosas produzidas nas culturas
infectadas com diferentes multiplicidades de infecção.
9 Avaliação da susceptibilidade das células GRX para outros tipos de
vírus, tais como, vírus das hepatites A, B e C e vírus da febre amarela.
9 Isolamento primário de diferentes tipos de vírus a partir de material
clínico.
64
VIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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