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Reg.: O desaquecimento eu costumo fazer, só quando não tem tempo. Nesse caso de
hoje eu tinha que te dar uma certa atenção mas a gente também faz um trabalho mais
brando, um bocciuse, o “hum” mastigado com boca fechada. Alguns trabalhos que a
gente tem aí, a gente também faz, vai acalmando o pessoal para provocar esse
desaquecimento vocal. Também faço. E só em edição extraordinária que deixo de fazer,
eu até não gosto de deixar de fazer não.
Entrev: E quanto tempo que dura esse ensaio?
Reg.: O nosso ensaio em torno de 1 hora, uma hora e quinze. Quando a gente tem uma
atividade, uma música que exige um pouco mais a gente vai uma hora e meia, às vezes
uma hora e quarenta e eu não gosto não.
Entrev. Quantas vezes na semana?
Reg.: Uma vez só na semana, se nós trabalhássemos duas vezes na semana poderíamos
ter um ensaio só de uma hora e renderia bem mais, ok?
Entrev. Para você J.I., qual o seu papel no coral da igreja enquanto regente?
Reg.: Eu na verdade penso tantas coisas... mas eu acho que eu tenho que ter um papel,
eu posso até falar que eu acho, eu acho que tenho que ter um papel de motivador, de
abençoador, de uma pessoa que mostre para eles o que a música tem a mais. Porque tem
pessoa que não tem uma visão, eles acham que música é só cantar e a música não é só
cantar, a música é algo lá de dentro, uma coisa que é vida, é alma, é espírito, é uma
coisa muito além. Além da música transferir muitas coisas boas para nós no dia a dia,
no decorrer do nosso dia a dia. Então, eu acho que meu papel fundamental além de
regente é... um papel motivador, um papel de quem puxa, quem sabe... vou falar um
barco de remador que eu acho que é meu papel .O coral é muito complicado
principalmente o coral de igreja. Primeiro que é um trabalho voluntário, sem fins
lucrativos, ninguém aqui recebe nada, então é um trabalho que os coristas fazem os
sacrifícios deles de estarem aqui. Então passa a época, toda coisa você sabe disso, a
gente entra na rotina e aonde você tem que trabalhar, fazer aquele trabalho para estar
puxando o povo. E aqui a gente, graças a Deus, está num trabalho muito legal a turma
tem uma freqüência muito boa.
Entrev. E o que os coralistas esperam do seu trabalho, o que você acha?
Reg.: Na verdade eu não sei. Porque eu acho que poucas pessoas chegam para mim para
falar alguma coisa, às vezes no meu aniversário passam uma mensagem, me abraçam e
falam: “que legal você estar aqui com a gente”. Eu sei que algumas... a gente imagina e
por esse bate papo eu acho que eles esperam não sei nem te dizer, talvez uma...como se
diz...uma presença mais longa, como é que se diz.... uma estada com eles mais
prolongada. Talvez seja isso porque eu tenho uma amizade muito boa com eles, uma
coisa de irmão mesmo, não só irmão de igreja mas aquela amizade. Então eu sinto assim
deles pelo menos... sei lá... querem que eu fique mais tempo porque coral também passa
fase que você quer sair, quer deixar, quer colocar outro no lugar, eu sinto que é isso. Em
termos técnicos não, porque a gente trabalha com pessoas não muito informadas em
termos musicais, em termos vocais. Tem vez que você traz um trabalho aqui que eles
ficam admirados: “puxa! eu nunca tinha visto isso”. Então em termos técnicos até que
não, eles admiram muito mas não é que eles esperam, eles até ficam admirados quando
acontece uma coisa diferente, mas é isso aí.
Reg.: Eu não sei se estou te respondendo a altura.... essas perguntas que eu não
imaginasse que você ia fazer (risos).