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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PÓS GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU
MESTRADO EM NEUROLOGIA
EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO SUPRAFISIOLÓGICA
DE NICOTINAMIDA EM SHR-sp
RAFAEL BRAUNE DE CASTRO
PROFª. DRª. LUCIA MARQUES VIANNA
ORIENTADOR
Rio de Janeiro, RJ - Brasil
2006
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ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PÓS GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU
MESTRADO EM NEUROLOGIA
Dissertação apresentada ao término do
Curso de Pós-Graduação Stricto-Sensu
em Neurologia, Área de Concentração
Neurociências, do Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde da Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro –
UNIRIO, como parte dos requisitos para
obtenção do grau de Mestre.
Rio de Janeiro, RJ - Brasil
2006
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CASTRO, Rafael Braune de
Efeitos da suplementação suprafisiológica de Nicotinamida em SHR-sp
/ Rafael Braune de Castro. Rio de Janeiro: UNIRIO / Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde, 2006.
53f:il.; 30cm.
Orientador: Lucia Marques Vianna.
Dissertação: grau de Mestrado (Neurologia - Neurociências) –
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde , 2006.
Referências Bibliográficas: f: 35-41.
1 . Nicotinamida. 2. Acidente Vascular Encefálico. 3. Hipertensão. I.
Vianna, Lucia M. II. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro,
Escola de Medicina e Cirurgia, Neurologia. III. Título.
iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PÓS GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU
MESTRADO EM NEUROLOGIA
EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO SUPRAFISIOLÓGICA DE
NICOTINAMIDA EM SHR-sp
Por
RAFAEL BRAUNE DE CASTRO
Dissertação de Mestrado
BANCA EXAMINADORA
Profª. Drª. Lucia Marques Vianna
Prof. Dr. Hélcio Alvarenga
Profª. Drª. Andréa Monte Alto Costa
Conceito:.................................................
Rio de Janeiro, RJ - Brasil
2006
iv
”Quand on ne sait pas ce l’on cherche, on ne voit pas ce l’on trouve”
Claude Bernard
v
DEDICATÓRIA
Dedico esta dissertação a todos que me ajudaram, cada qual com aquilo que lhe foi
possível.
vi
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha orientadora por me acompanhar na monografia de graduação,
monografia de aperfeiçoamento e agora no mestrado.
Agradeço a minha mãe e pai pela oportunidade de cursar o mestrado.
Agradeço a minha namorada Fernanda Almeida por me ajudar nos momentos difíceis
e de ansiedade.
Agradeço a todos os amigos do laboratório pela ajuda que me foi dispensada.
Agradeço a todos os amigos do mestrado, docentes e discentes, por tornarem o curso
mais prazeroso.
Agradeço em especial ao meu grande amigo e mestrando Leonardo Murad que me foi
de grande valia na realização dos ensaios, redação de artigos e no dia-a-dia.
A todos o meu sincero obrigado.
vii
RESUMO
A nicotinamida é uma vitamina antioxidante e possivelmente tem efeitos protetores
contra o acidente vascular encefálico. O objetivo desta dissertação foi avaliar os
efeitos da suplementação de nicotinamida sobre fatores de risco para o AVE, tais
como hipercolesterolemia, diabetes e hipertensão. Ratos Espontaneamente
Hipertensos – sujeitos ao AVE (SHR-sp) foram separados em 6 grupos (n=6, por
grupo), iniciando com 6 semanas de idade. Foram submetidos a período basal e após
divididos em grupos. Controle sem qualquer alteração (C), tratado que recebeu
nicotinamida (T), controle que recebeu somente a dieta HCHL (CD), tratado que
recebeu dieta HCHL mais suplementação com nicotinamida (TD), grupo diabético
recebendo a dieta HCHL e suplementação (TDstrepto) e diabético recebendo a dieta
HCHL e estreptozotocina (CDstrepto). suplementação foi realizada por 28 dias
enquanto os outros grupos recebiam água. Foram avaliados: pressão arterial sistólica,
glicemia, colesterol total, LDL e HDL, assim como parâmetros biológicos gerais e
neurológicos. Foi observada uma redução da pressão arterial em todos os grupos
tratados com nicotinamida. Houve uma redução do colesterol total nos animais do
grupos T e TDstrepto e não no grupo TD. Houve redução de LDL e aumento de HDL
em todos os animais suplementados. No tocante a glicemia, a nicotinamida foi eficaz
em reduzir valores de glicose plasmática em todos os animais suplementados,
inclusive nos animais diabéticos.
viii
ABSTRACT
Nicotinamide is an antioxidant vitamin and may have protective effects on stroke risk
factors. The objective of this work was to evaluate the effects of nicotinamide
supplementation on stroke risk factors, such as high blood cholesterol, diabetes and
hypertension. Spontaneously Hypertensive Rats – stroke prone (SHR-sp) were
separated in 6 groups (n=6, per group), starting with 6 weeks of age. They were
submitted to a basal period and afterwards divided in groups. Control group without
any alteration (C), treated that received nicotinamide supplementation (T), control
that received only the HCHL diet (CD), treated that received HCHL diet plus
supplementation with nicotinamide (TD), a diabetic group that received HCHL diet
plus nicotinamide (TDstrepto) and another diabetic group that received HCHL diet
(CDstrepto). The supplementation was carried by 28 days while the other groups
received water. Systolic blood pressure, blood glucose, total cholesterol, LDL and
HDL were evaluated, as well as general biological parameters and neurological
parameters. It was observed a reduction on blood pressure of all groups treated with
nicotinamide. There was a reduction on total cholesterol on treated group and
TDstrepto group, but on the TD group there was no reduction. There was a reduction
on LDL and an increase on HDL in all supplemented groups. Concerning blood
glucose, nicotinamide supplementation was able to reduce values of all groups,
including the diabetic one.
ix
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
Apo A – apolipoproteína A
Apo B – apolipoproteína B
AVE – acidente vascular encefálico
C – controle
CD – controle dieta
CDstrepto – controle com dieta e estreptozotocina
DM – diabetes mellitus
HCHL – Hipercalórica hiperlipídica
HDL – lipoproteína de alta densidade
LDL – lipoproteína de baixa densidade
LINDCD – Laboratório de Investigação em Nutrição e Doenças Crônico-
Degenerativas
NAD – nicotinamida adenina dinucleotídeo
NADP – nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato
Nam – nicotinamida
NF-KB – fator nuclear KB
NOD mouse – ratos espontaneamente não obesos
PARP – poli(adp-ribose)polimerase
SHR – ratos espontaneamente hipertensos
SHR-sp – ratos espontaneamente hipertensos – sujeitos ao AVE
T – tratado
TD – tratado dieta
TDstrepto – tratado com dieta e estreptozotocina
VLDL – lipoproteína de muito baixa densidade
WKY – Wistar Kyoto
x
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
pág.
Figura 1 Nicotinamida..............................................................................6
Figura 2 Ácido nicotínico ........................................................................6
Figura 3 Gaiola metabólica....................................................................15
Figura 4 Procedimento de gavagem......................................................17
Figura 5 Pletismógrafo...........................................................................19
Gráfico 1 Pressão Arterial Sistólica......................................................23
Gráfico 2 Colesterol total.......................................................................25
Gráfico 3 Colesterol HDL......................................................................26
Gráfico 4 Colesterol LDL.......................................................................27
Gráfico 5 Glicemia..................................................................................29
xi
SUMÁRIO
pág
RESUMO...............................................................................................vii
ABSTRACT............................................................................................iix
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS........................................... ix
LISTA DE ILUSTRAÇÕES E GRÁFICOS..........................................x
SUMÁRIO...............................................................................................xi
1 – INTRODUÇÃO..................................................................................1
2 - REVISÃO BIBLIOGRAFICA .........................................................3
2.1 – ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO...................................3
2.2.1 – NIACINA......................................................................................5
2.2.2 – ABSORÇÃO, BIOSSÍNTESE E ARMAZENAMENTO ........7
2.2.3 – AGENTE FARMACOLÓGICO................................................8
2.3 – MODELO EXPERIMENTAL.....................................................11
3 – OBJETIVOS.....................................................................................13
3.1 – OBJETIVO GERAL.....................................................................13
3.2 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................13
4 – METODOLOGIA............................................................................14
4.1 – ANIMAIS.......................................................................................14
4.2 – CONDIÇÕES AMBIENTAIS......................................................15
4.3 – DIETA E SUPLEMENTAÇÃO...................................................16
4.4 – ANÁLISE DE PARAMETROS BIOLÓGICOS GERAIS........17
4.5 – ANÁLISE DOS PARÂMETROS NEUROLÓGICOS .............17
xii
4.6 – INDUÇÃO DO DIABETES MELLITUS...................................18
4.7 – ANÁLISE DE COLESTEROL TOTAL E FRAÇÕES.............18
4.8 – PLETISMOGRAFIA....................................................................19
4.9 – ANÁLISE DE GLICEMIA..........................................................20
4.10 – SACRIFÍCIO E COLETA DE MATERIAL............................20
4.11 – ANÁLISE ESTATISTICA.........................................................20
5 – RESULTADOS.................................................................................21
5.1 – PARÂMETROS BIOLÓGICOS GERAIS.................................21
5.2 – PARÂMETROS NEUROLÓGICOS..........................................21
5.3 – LONGEVIDADE..........................................................................21
5.4 – PRESSÃO ARTERIAL................................................................22
5.5 – COLESTEROL TOTAL E FRAÇÕES......................................24
5.6 – METABOLISMO DA GLICOSE................................................28
6 – DISCUSSÃO.....................................................................................30
7 – CONCLUSÃO..................................................................................34
Referências Bibliográficas.....................................................................35
1-INTRODUÇÃO
O acidente vascular encefálico (AVE) é a terceira maior causa de morte e a
maior causa de incapacitação no mundo. No Brasil estes dados também são válidos,
sendo o AVE uma das maiores causas de morte e também a maior causa de
incapacitação (OLIVEIRA, 2001). Estudos epidemiológicos demonstraram que o
risco populacional atribuível ao AVE é de 18% em homens e 22% em mulheres e
seus principais fatores de risco são a hipertensão e o diabetes. O AVE foi a principal
causa de mortalidade em um estudo prospectivo em idosos diabéticos
(MANKOVSKY & ZIEGLER, 2004).
A Niacina é sabidamente um agente antioxidante e é possivelmente efetiva no
tratamento das dislipidemias e no diabetes. O risco potencial da utilização por longos
períodos deve ser criticamente avaliado, em virtude de haver relatos na literatura de
vermelhidão e prurido que podem ser associados a vasodilatação mediada por
prostaglandinas (KEENAN et al, 1991) e de hiperhomocisteinemia (BASU et al,
2002). É excretada sob a forma de piridona metilada, sendo responsável por essa
metilação a S-adenosilmetionina. A administração de altas doses de niacina pode
levar a uma disfunção do metabolismo da metionina (BASU et al, 2002) e tal
alteração levaria ao aumento da homocisteína plasmática e urinária, possivelmente
um fator de risco independente para a doença oclusiva arterial (FINKELSTEIN,
2000).
Acredita-se a nicotinamida possa ter ação protetora celular uma vez que este
composto parece prevenir ou atrasar o aparecimento do diabetes em ratos
espontaneamente não-obesos (NOD mouse), que são um dos modelos experimentais
de DM (MORDES et al, 2004), assim como reduzir o dano citotóxico causado pela
2
estreptozotocina que seria a forma química de indução do diabetes (JUNOD et al,
1969). Na presença de nicotinamida as células apresentam maior resistência a
produtos tóxicos, infiltração de macrófagos e seus produtos e aumento de suas
capacidades regenerativas (MASIELLO et al, 1998).
Além da função antioxidante, a niacina também é um inibidor da Poli(ADP-
ribose)polimerase (PARP). A PARP possui papel crucial no reparo, replicação e
transcrição do DNA, e é mediadora da morte celular após isquemia ou
excitotoxicidade por glutamato (CHOI, 1985). Em resposta aos danos constantes ao
DNA, a atividade da PARP pode se tornar excessiva depletando nicotinamida adenina
dinucleotídeo (NAD) e possivelmente ATP. A inibição da PARP tem se mostrado
eficaz no tratamento de condições patológicas envolvendo o estresse oxidativo
(GUPTA el al, 2000). Prova deste conceito é o achado de que a ação protetora da
nicotinamida no diabetes é perdida em ratos knock-out para PARP na ilhotas
pancreáticas (MASUTANI et al, 1999).
Outro ponto importante seria a íntima ligação entre a PARP e o fator nuclear
KB (NF-KB), um regulador da apoptose neuronal. A ativação persistente de NF-KB é
presente em neurônios destinados a morte e o efeito neuroprotetor dos antioxidantes
pode estar associado a inibição do NF-KB. Assim sendo, a inibição de NF-KB
através da administração de antioxidantes pode ter um efeito protetor devido ao fato
das espécies reativas de oxigênio ativarem NF-KB durante a isquemia cerebrofocal
acarretando em efeitos deletérios a sobrevivência neuronal (SCHALLER, 2005).
3
2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 – ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
O acidente vascular encefálico (AVE), é freqüentemente chamado de doença
cerebrovascular ou derrame, sendo uma das principais causas de morte no Brasil, a
terceira causa de morte nos Estados Unidos, atingindo cerca de 700 mil americanos
ao ano, e a principal causa de incapacitação no mundo (OLIVEIRA, 2001).
Entretanto, os coeficientes de mortalidade encontram-se em declínio, cerca de 7% ao
ano após 1973 nos Estados Unidos e 4% na Europa no período compreendido entre
1970 a 1985. No Brasil os índices de decréscimo foram da ordem de 17% nos biênios
1970-71 e 1980-81 em ambos os sexos, porém tal benefício somente se estende a
determinadas faixas etárias mais avançadas (LOLIO & LAURENTI, 1986).
Os AVEs podem ser subdivididos em dois tipos: isquêmico e hemorrágico. Os
isquêmicos ocorrem por obstrução das principais artérias que levam sangue ao
cérebro, as áreas irrigadas por tais vasos passam a deixar de receber oxigênio. Os
hemorrágicos ocorrem por ruptura de uma dessas artérias, levando ao sangramento
cerebral ou subaracnóidiano. Os isquêmicos são mais freqüentes que os
hemorrágicos, se apresentando em cerca de 80% dos casos (CAVALHEIRO, 1993),
porém os hemorrágicos são mais associados à letalidade (GUIMARÃES, 1999).
Vários são os fatores de risco para a doença cerebrovascular, sendo alguns
modificáveis e outros não. Dentre os primeiros, incluímos a hipertensão, diabetes
mellitus, dislipidemias, presença de cardiopatia, aterosclerose de artérias cerebrais,
aorta proximal ou das carótidas, tabagismo e aumento da viscosidade sanguínea.
Recentemente alguns fatores alimentares também têm sido identificados. Os
4
imutáveis incluem idade, sexo, raça, história familiar de AVE ou de isquemia cerebral
transitória (GUIMARÃES, 1999).
A hipertensão representa o principal fator de risco, tanto por sua elevada
prevalência quanto por sua relação causal muito forte com a doença cerebrovascular.
Desde a implantação do Programa Nacional de Educação em Hipertensão nos Estados
Unidos, em 1972, houve um declínio na mortalidade por AVE de 60% até 1991.
Esses benefícios foram mais relevantes em mulheres com 50 ou mais anos de idade e
também estão associados a uma redução da taxa de incapacitação em idosos
(MINISTÉRIO DA SAÚDE - CDC, 1993).
O diabetes mellitus é um grande fator de risco de doença micro e
macrovascular. O controle da glicemia favorece a prevenção da doença
microvascular, enquanto o controle da aterosclerose favorece a prevenção da doença
macrovascular (GUIMARÃES, 1999). Pacientes diabéticos têm duas vezes mais risco
de AVE, sendo que estes apresentam maior mortalidade e mais lenta recuperação.
Estudos demonstraram que o estresse oxidativo está aumentado no quadro de
diabetes, tanto em modelo experimental quanto em humanos, o que leva ao aumento
da produção de neurotransmissores excitatórios e a perda da homeostase iônica.
Somando-se a isto, a grande quantidade de lipídios poliinsaturados nas membranas
celulares do cérebro, altamente sensível ao dano oxidativo, podem ser modificados
por ação dos radicais livres. O dano peroxidativo com neurodegeneração se propaga
através da consecutiva produção de radicais livres por um efeito cascata, onde cada
único radical livre leva a formação de 2 novos e assim sucessivamente. Portanto eles
poderiam estar intimamente ligados à lesão ao sistema nervoso central durante a
isquemia. (ARAGNO et al, 2000).
5
Tratamentos efetivos, relativos ao acidente vascular encefálico, são limitados
e muitos sobreviventes requerem uma reabilitação prolongada e cuidados crônicos
(LEE et al, 2003). Contudo, a terapia com antioxidantes normalizaria a função
endotelial, teria efeito benéfico na regulação da agregação plaquetária, modularia a
pressão arterial, protegeria o LDL da oxidação e reduziria a formação de placas
ateroscleróticas. Assim, a utilização de agentes antioxidantes pode ser uma estratégia
promissora na prevenção do AVE (ARAGNO et al, 2000).
2.2.1 – NIACINA
A niacina ou vitamina B3 é o termo genérico para nicotinamida (Nam) e ácido
nicotínico. O ácido nicotínico pode ser conhecido como ácido piridina-3-carboxílico e
a nicotinamida como niacinamida. No primeiro caso a nomenclatura deriva da
substituição do anel piridina na posição 3 por um grupamento ácido carboxílico, e no
segundo caso a substituição refere-se a uma carboxamida (IKEDA, NEGISHI,
YAMORI, 2003). Em ambos os casos tratam-se de compostos hidrossolúveis e são
encontradas em todas as células do corpo sob a forma das coenzimas NAD e
dinucleotídeo nicotinamida adenina fosfato (NADP), coenzimas tais que atuam no
metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas, e na cadeia respiratória
(NAMAZI, 2003).
Nicotinamida, possui uma gama de efeitos que a incluem como um agente
potencial para o tratamento de diversas patologias (NAMAZI, 2003).
6
FIGURA 1: Nicotinamida
FIGURA 2: Ácido nicotínico
7
2.2.2 – ABSORÇÃO, BIOSSÍNTESE E ARMAZENAMENTO
A absorção da niacina ocorre no intestino delgado por difusão facilitada, sendo
então transportada no plasma em solução livre e absorvida pela maioria dos tecidos
por difusão passiva. A niacina pode ser retida nos tecidos após desaminação a
nicotinato e assim convertido a NAD após reação com 5-fosforibosil-pirofosfato,
ATP e glutamina. O nicotinato pode também ser refosforilado a NADP (MURRAY et
al, 1994, p. 584).
Com relação à ingestão dietética, o organismo não obtém niacina somente
através da ingestão direta, mas também através da conversão de triptofano a niacina.
Uma série de estudos indicou que a niacina pode deixar de ser essencial quando a
ingestão de triptofano for suficientemente alta e ocorrer conversão de cerca de 60mg
deste último em 1mg de niacina (FUKUWATARI et al, 2004a).
Uma vez que a niacina é um composto hidrossolúvel e não se acumula no corpo
acima de seu nível de saturação, existe a necessidade de um eficiente mecanismo de
excreção, sendo este processo realizado sob a forma de piridonas metiladas. Assim,
uma metilação ocorre, sendo a S-adenosilmetionina a doadora de grupamento metil, e
a partir deste ponto a excreção da niacina torna-se dependente da presença de
metionina. A ingestão de altas doses de niacina pode afetar o metabolismo deste
aminoácido, pois já foi comprovado que poderia ocorrer um aumento dos níveis
plasmáticos e urinários de homocisteína em ratos (BASU et al, 2002), sendo a
homocisteína um fator de risco independente para a doença oclusiva arterial
(FINKLESTEIN, 2000).
8
Segundo estudo realizado por Fukuwatari (2004b) a excreção de niacina foi
considerada dose-dependente, ou seja, quanto maior a dose administrada maior a
quantidade de metabólitos excretada.
2.2.3 – AGENTE FARMACOLÓGICO
A utilização do ácido nicotínico isoladamente ou em combinações para o
tratamento de dislipidemias em pacientes de doenças coronarianas ou apenas com
risco das mesmas é atualmente discutido. Riscos cardiovasculares não são preditos
somente pelos altos níveis de LDL, mas também por baixos níveis de HDL e
elevados níveis de triglicerídios. Estudos clínicos vêm demonstrando que a terapia
com ácido nicotínico aumentaria efetivamente os valores de HDL, enquanto causaria
redução de LDL e tornaria sua estrutura menos aterogênica (ITO, 2003).
McKenney (2003) descreveu que a terapia com ácido nicotínico é a única que
melhora todas as anormalidades lipoprotéicas, reduzindo significantemente os níveis
de LDL e triglicerídios, enquanto aumenta HDL. Assim sendo, o ácido nicotínico
mostra-se como ideal no tratamento de desordens lipídicas, incluindo as adjacentes à
síndrome metabólica e diabetes mellitus, sendo esta terapia superior à utilização de
estatinas por ser aquela que acarreta maior aumento no HDL, elevando os níveis de
15 a 35%.
O ácido nicotínico reduz valores de LDL através da diminuição da mobilização
de ácidos graxos livres provenientes do tecido adiposo (CARLSON et al, 1968), pela
redução da síntese de VLDL que se dá através da inibição da apolipoproteína (b)
(CAPUZZI et al, 2000) e pelo aumento do catabolismo do VLDL (GRUNDY et al,
1981).
O aumento de HDL circulante se deve ao aumento de absorção de colesterol
trazido pelo HDL ao fígado e a redução do catabolismo da apolipoproteína A (apo A)
9
durante o trânsito hepático. Assim, o HDL rico em apo A e pobre em colesterol é
reenviado a circulação aumentando o fluxo de colesterol das células periféricas a
circulação reversa. Tamanha importância da apo A é divida entre a integridade
funcional e estrutural da partícula de HDL (MCKENNEY, 2004).
Sob o ponto de vista neurológico, a niacina parece possuir marcante papel
neuroprotetor em ratos. A suplementação com nicotinamida apresenta excelentes
resultados no combate ao estresse oxidativo acorrido após a isquemia cerebral, é
precursor do NAD que é fonte de energia em curto prazo para os neurônios, assim
como é inibidor da enzima poli(adp-ribose)polimerase que é responsável pela necrose
e apoptose neuronal (YANG et al, 2002).
Após a indução de isquemia através da oclusão da artéria cerebral média e
reperfusão, há um acúmulo de espécies reativas de oxigênio tais como peróxido de
hidrogênio, hidroxila e peróxinitrito (MORIMOTO et al, 1996). A nicotinamida
parece combater tais radicais por possuir capacidade de seqüestrar radicais livres e
neutralizá-los (KOLB & BURKART, 1999).
Testes neurológicos foram realizados em ratos WISTAR para avaliar o
comprometimento das funções corticais. Nos testes motores e sensórios houve uma
melhora de performance nos animais, porém o aumento da dose de 500mg/kg para
1000mg/kg ou 1500mg/kg não apresentou diferença nos resultados do testes
(MAYNARD et al, 2001). No tocante a aprendizado e memória, a nicotinamida
parece reduzir o dano causado pela lesão por exposição a metil-fenil-
tetrahidropiridina. Houve melhora em ambos os parâmetros quando empregada a dose
de 500mg/kg (YANG et al, 2004) , sendo que em animais hígidos não houve melhora
no aprendizado e memória e na dose de 1000mg/kg, houve uma redução devido a um
possível efeito sedativo (KOPPEN et al 1996).
10
Diversos estudos foram realizados empregando a nicotinamida sob a forma
intraperitonial em diversos tempos e doses. YANG e colaboradores (2002)
realizaram uma curva dose-efeito, assim como uma tempo-efeito, e a partir daí foi
estabelecida a dose ótima como sendo de 500mg/kg e o tempo ótimo como sendo até
60 minutos após a reperfusão por desobstrução da artéria cerebral média. Houve um
aumento da circulação cerebral, redução da zona de penumbra e redução da área
infartada nos ratos submetidos a tal procedimento.
Em uma recente meta-análise, abrangendo publicações de 1969 a junho de
2003, foram identificadas 157 publicações apresentando as palavras chave
“nicotinamide” ou “vitamin B3” e “stroke” ou “ischemia”. Destes trabalhos foram
selecionados 14 artigos, que levaram a concluir que há uma robusta literatura
comprovando o efeito neuroprotetor na nicotinamida em modelos experimentais. Por
outro lado, uma meta análise somente pode avaliar dados publicados e, grupos que
não encontraram efeito, podem não ter sido enviados para publicação levando assim a
um “viés de publicação” (MACLEOD et al, 2004) .
11
2.3 – O MODELO EXPERIMENTAL
Durante décadas, animais têm sido usados para entender as doenças de humanos,
tanto de uma perspectiva fisiopatológica quanto da administração de drogas. O rato é
um animal freqüentemente utilizado na pesquisa sobre sistema cardiovascular
(BATRA & RAKUSAN 1992, CLEUTJENS et al 1995, KAJSTURA et al 1996,
KALINSKI et al 1998). Há semelhança morfológica e funcional entre o sistema
cardiovascular do rato e o de outros mamíferos, inclusive o homem (CAMPBELL et
al 1989).
Em 1959 foram isolados ratos de uma linhagem normotensa WISTAR KYOTO
(WKY) e então, a partir destes, em 1971 foi estabelecida a linhagem SHR
(Spontaneously Hypertensive Rats) para o estudo da hipertensão. Tendo origem nesta
segunda linhagem foi isolado um novo grupo que em 1973 daria origem a linhagem
Spontaneously Hypertensive Rats – stroke prone (SHR-sp), que é um modelo animal
de doença cerebrovascular. (OKAMOTO et al, 1974).
Há o aparecimento de AVE espontâneo na linhagem SHR-sp e os animais
apresentam uma sensibilidade aumentada a isquemia e um volume de infarto cerebral
aumentado quando comparados com controles WKY. Uma das razões apontadas foi a
reduzida circulação colateral cerebral entre a artéria cerebral média e anterior e as
artérias posteriores, que se deveria ao reduzido diâmetro das mesmas e a falta de
capacidade de dilatarem-se. Somando-se a este ponto, os valores mais elevados de
glutamato encontrados nos SHR-sp quando comparados aos WKY, parecem apontar
para uma maior sensibilidade ao AVE (CARSWELL et al, 1999).
12
Somando-se a histologia favorável ao AVE, os SHR-sp machos apresentam
valores pressóricos próximos a 25015 mmHg na 8ª semana de vida e 30015 mmHg
na 18ª semana, enquanto os SHR somente encontram-se entre 18010 mmHg na 12ª
semana e os WKY atingem 1405mmHg desde a 6ª até a 30ª semana de vida
(VIANNA LM, 1992; FUKUDA et al, 2004).
13
3 – OBJETIVOS
3.1 – OBJETIVO GERAL
- Avaliar os efeitos da suplementação suprafisiológica de nicotinamida em
SHR-sp
3.2 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Avaliar os efeitos da suplementação suprafisiológica de nicotinamida nos
parâmetros biológicos gerais
- Avaliar os efeitos da suplementação suprafisiológica de nicotinamida na
pressão arterial sistólica
- Avaliar os efeitos da suplementação suprafisiológica de nicotinamida nos
níveis de colesterol total e frações
- Avaliar os efeitos da suplementação suprafisiológica de nicotinamida na
glicemia
- Avaliar os efeitos da suplementação suprafisiológica de nicotinamida nos
parâmetros neurológicos gerais
- Avaliar o efeito da suplementação suprafisiológica de nicotinamida sobre a
longevidade.
14
4– METODOLOGIA
4.1 – ANIMAIS
Para realização deste estudo experimental foram utilizados 36 ratos machos da
linhagem SHR-sp de aproximadamente 6 semanas, pesando entre 133,295,66g. Tais
animais foram obtidos de colônias mantidas pelo Biotério da Escola de Nutrição da
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Os animais foram divididos em
seis grupos:
- Controle (C)
- Tratado (T)
- Controle + dieta hipercalórica hiperlipídica (CD)
- Tratado + dieta hipercalórica hiperlipídica (TD)
- Tratado + dieta hipercalórica hiperlipídica + diabetes (TDstrepto)
- Controle + dieta hipercalórica hiperlipídica + diabetes (CDstrepto)
C
(n=6)
T
(n=6)
CDstrepto
(n=6)
CD
(n=6)
TD
(n=6)
TDstrepto
(n=6)
36 Ratos
15
Todos os procedimentos foram realizados de acordo com “Principles of
Laboratory Animal Care” (NIH publication nº 85-23 revised 1985). Os protocolos
experimentais utilizados neste estudo foram aprovados pelo Câmara de Pesquisa do
Departamento de Pesquisa da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e
pelo CNPq. Os ensaios foram realizados nos Laboratório de Investigação de Doenças
Crônico Degenerativas (LINDCD) da referida universidade.
4.2 – CONDIÇÕES AMBIENTAIS
Os animais foram mantidos em biotério com condições controladas de
luminosidade (ciclo claro-escuro/12hs), temperatura (21C), umidade (6010%) e
ciclo de exaustão de ar (15 min/h), em gaiolas metabólicas individuais.
Figura 3. Gaiola metabólica
16
4.3 – DIETA E SUPLEMENTAÇÃO
Os animais dos grupos T e C receberam ração Nuvilab da Nuvital
ad libitum,
enquanto os animais dos grupos CD, TD, CDstrepto e TDstrepto receberam ração
hipercalórica hiperlipídica (HCHL) ad libitum. Ambas dietas foram administradas
desde o período basal. Todos animais receberam água ad libitum. Após um período
basal de 10 dias os grupos T, TD e TDstrepto foram submetidos à suplementação
com nicotinamida ou veículo por gavagem oral via sonda de polietileno PE 190. Foi
realizada a suplementação dos grupos SHR-sp tratados por 28 dias, com
administração de nicotinamida (Sigma - St. Louis, MO) na dose de 100mg diluída em
veículo água 0,3ml. Os animais dos grupos C, CD e CDstrepto foram suplementados
apenas com água .
Componente Dieta HC HL Padrão
Ração comercial (g) 60,0 100,0
Leite condensado (g) 15,0 -
Gordura hidrogenada (g) 25,0 -
Proteína (%) 15,0 23,0
Gordura (%) 30,0 6,0
Carboidrato (%) 55,0 71,0
Energia (Kj/g) 23,0 18,0
Energia (Kcal/g) 4,90 3,50
Tabela 1: Descrição das dietas
17
Figura 4. Procedimento de gavagem
4.4 – ANÁLISE DOS PARÂMETROS BIOLÓGICOS GERAIS
Diariamente os animais foram submetidos a exame físico, seguindo protocolo
do laboratório LINDCD (VIANNA LM, 2006) para detecção da ocorrência de sinais
de toxicidade ou de interação entre nutrientes. Posteriormente foram avaliados os
parâmetros biológicos gerais: ingesta de ração, água, diurese, fezes e peso corporal.
4.5 – ANÁLISE DE PARÂMETROS NEUROLÓGICOS
Testes neurológicos foram realizados em todos os animais no decorrer do
experimento. A bateria consistia de testes já validados na literatura científica (I) Teste
Postural de Bederson et al (1986) e (II) teste de resposta desenvolvido por De Ryck et
al (1989). Com tais testes foram avaliados a postura, a resposta a estímulos visuais,
táteis e proprioceptivos e a resposta sensório-motora.
18
4.6 – INDUÇÃO DO DIABETES MELLITUS
Os animais do grupo CDstrepto e TDstrepto receberam uma dose de 100mg/kg
de estreptozotocina (S-130 Sigma, St. Louis, MO) dissolvida em tampão citrato
0,1mol/l, pH 4.4, injetado intraperitonealmente. A administração da droga foi
realizada no início do período basal. Após 7 dias, os animais diabéticos
desenvolveram glicemia superior a 300mg/dl sendo esta aferida utilizando-se o
aparelho Accu-check Advantage (Roche
).
4.7 – ANÁLISE DE COLESTEROL TOTAL E FRAÇÕES
O material utilizado para a dosagem de colesterol e suas frações foi o soro,
obtido a partir da centrifugação do sangue colhido em tubo descartável sem
anticoagulante durante o sacrifício do animal. O sangue centrifugado em centrífuga
CELM modelo Kombat (aferição e calibração Control-Lab) a 3500 rpm por 15
minutos. O soro, separado dos componentes celulares pela centrifugação, foi retirado
do tubo primário por pipetagem com ponteiras descartáveis e acondicionado em tubos
secundários, identificados e estéreis. O soro foi conservado em refrigerador com
temperatura controlada de 8ºC. O colesterol total, LDL, HDL e triglicerídios foram
aferidos através de um ensaio enzimático (Biolab-Mérieux). A concentração foi
expressa em mg/dl.
19
4.8 – PLETISMOGRAFIA
A pressão sistólica foi aferida através de pletismógrafo (Bio-oficina
, Br),
mensurada duas vezes na semana, seguindo metodologia de Magaldi e cols.
modificada por Vianna e cols. em 1992 apresentada de modo resumido a seguir: a
artéria caudal posicionada no pletismógrafo, sofre uma pressão externa que colaba
suas paredes cessando o fluxo sanguíneo; ao descomprimir lentamente o manguito, a
pressão sangüínea atinge um nível suficiente para forçar um jato de sangue que será
registrado como pressão sistólica, e que será lida na coluna líquida do aparelho que se
modificou mediante a alteração de volume. A mensuração da pressão sangüínea é
feita duas vezes por semana mantendo-se sempre o mesmo horário para evitar
alterações do ritmo circadiano. A pletismografia foi realizada no período basal e ao
longo do experimento.
Figura 5. Pletismografia
20
4.9 – ANÁLISE DA GLICEMIA
Semanalmente a glicemia de todos animais foi aferida através de punção
sangüínea da artéria caudal utilizando o aparelho Accu-check Advantage (Roche
).
4.10 – SACRIFÍCIO E COLETA DE MATERIAL
Os animais foram anestesiados via indução de coma profundo por anestesia
inalatória com éter sulfúrico e administração de barbitúrico (tiopental sódico) via
intraperitonial com doses superiores a 25 mg/kg. O animal anestesiado foi então
fixado através das patas em posição dorsal. A via de acesso cirúrgico utilizada foi
uma cervico–esterno–laparotomia com ampla abertura das cavidades torácicas e
abdominal. Realizou-se a dissecção para obter acesso até os grandes vasos
abdominais, colheita de 05 ml de sangue por punção cardíaca para dosagem de
lipídeos plasmáticos e morte por exangüinação do animal através da secção da aorta.
4.11 – ANÁLISE ESTATÍSTICA
Foi realizado ANOVA Two Way para identificar significância estatística entre
os diferentes tratamentos considerando p<0,05 como significância.
21
5 – RESULTADOS
5.1 – PARÂMETROS BIOLÓGICOS GERAIS
A suplementação de nicotinamida não provocou reação de vermelhidão
(flushing), prurido ou sinais sugestivos de hepatotoxicidade.
Nos animais submetidos a dieta HCHL houve redução da ingestão de ração e
hídrica. O grupo que foi submetido a indução do diabetes apresentou as alterações
naturalmente esperadas para o quadro: poliúria, polidipsia e redução de peso porém
não apresentaram polifagia possivelmente por estarem recebendo dieta HCHL.
5.2 – PARÂMETROS NEUROLÓGICOS
Os testes neurológicos para avaliação de postura, resposta a estímulos visuais,
táteis e proprioceptivos e resposta sensório-motora não apresentaram diferença
estatisticamente significativa entre os grupos.
5.3 – LONGEVIDADE
No tocante a longevidade não houve qualquer diferença entre o grupo tratado
(T) e o controle (C). A expectativa de vida dos animais girou foi em média de 37621
dias.
22
5.4 – PRESSÃO ARTERIAL
O tratamento dos resultados com o emprego da analise de variância (ANOVA)
mostrou que houve diferença estatisticamente significativa entre os tratamentos
(P<0,05).
O grupo SHR-sp tratado com nicotinamida (T) mostrou uma redução
significativa na pressão arterial sistólica quando comparado com o grupo controle (C)
(212,17
1,93 vs 230,98 1,56mmHg; p<0,05).
O grupo que recebeu dieta hipercalórica hiperlípidica (CD) sem a
suplementação de nicotinamida teve um aumento dos valores pressóricos quando
comparado ao grupo controle (C) (237,17 2,79 vs 230,98 1,56mmHg; p<0,05).
Entretanto, a suplementação com nicotinamida por quatro semanas leva a um
decréscimo destes valores de 237,17 2,79 para 217,67 0,36mmHg (p<0,05).
O grupo que recebeu a dieta HCHL e estreptozotocina (CDstrepto) apresentou
elevação da pressão arterial sistólica até valores superiores aos do grupo CD
(242,243,47 vs 237,17 2,79mmHg, P<0,05). Por outro lado, no grupo TDstrepto a
suplementação com nicotinamida foi eficaz na redução da hipertensão arterial quando
comparado ao CDstrepto (217,830,24 vs 242,243,47mmHg, P<0,05).
23
200
210
220
230
240
250
260
Basal Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4
PA (mmHg)
CONTROLE TRATADO CONTROLE DIETA TRATADO DIETA TD STREPTO CD STREPTO
Valores representam XDP de 6 animais, P<0,05.
Gráfico 1: Pressão arterial sistólica
24
5.5 – COLESTEROL TOTAL E FRAÇÕES
A nicotinamida mostrou-se eficaz na redução dos valores de colesterol total
nos grupos suplementados. O grupo tratado dieta (TD) apresentou uma redução de
cerca de 25% quando comparado ao grupo controle dieta (CD) (62,33 2,08 vs 81,33
9,02mg/dl, p<0,05), merecendo destaque, também, a discreta elevação dos valores
de HDL (32,96 1,39 vs 27,00 7,07mg/dl, p<0,05) e a importante redução dos
valores de LDL em cerca de 60% (15,23 2,43 vs 45,35 5,28mg/dl, p<0,05).
Nos animas que receberam dieta hipercalórica hiperlipídica a suplementação
não levou a uma redução nos valores de colesterol total e sim a um aumento dos
mesmos (87,25 8,66 vs 74,50 1,29mg/dl, p<0,05). Por outro lado, o aumento do
HDL foi maior que o encontrado nos outros grupos (48,25 2,75 vs 32,5 4,25mg/dl,
p<0,05) e a redução dos valores de LDL foi quase tão acentuada quanto a encontrada
nos grupos que não receberam dieta HCHL (17,50 7,59 vs 37,50 3,54mg/dl,
p<0,05).
Nos grupos em que foi induzido o diabetes, encontramos a maior redução de
colesterol total e LDL. O grupo CDstrepto atingiu valores superiores a 400mg/dl de
colesterol total e o tratamento com a vitamina levou a uma redução próxima a 50% no
grupo TDstrepto (402,4512,37 vs 225,503,11 mg/dl, p<0,05). A suplementação
também acarretou numa redução do LDL plasmático ( vs 119,23 4,32 mg/dl,
p<0,05) e numa elevação do HDL (32,701,37 44,38 2,49 mg/dl, p<0,05).
25
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
CONTROLE TRATADO CONTROLE DIETA TRATADO DIETA CD STREPTO TD STREPTO
COLESTEROL TOTAL (mg/dl)
Valores representam XDP de 6 animais, P<0,05.
Gráfico 2: Colesterol total – semana 4
26
0
10
20
30
40
50
60
CONTROLE TRATADO CONTROLE DIETA TRATADO DIETA CD STREPTO TD STREPTO
HDL (mg/dl)
Valores representam XDP de 6 animais, P<0,05.
Gráfico 3: Colesterol HDL – semana 4
27
0
50
100
150
200
250
CONTROLE TRATADO CONTROLE DIETA TRATADO DIETA CD STREPTO TD STREPTO
LDL (mg/dl)
Valores representam XDP de 6 animais, P<0,05.
Gráfico 4: Colesterol LDL – semana 4
28
5.6 – METABOLISMO DA GLICOSE
A nicotinamida foi igualmente eficaz no controle da glicemia em todos os
grupos. O teste estatístico ANOVA Two Way comprovou a diferença entre os grupos
e os períodos de ensaio (p<0,05).
Quando comparamos o tratado (T) e o controle (C), encontramos uma diferença
significativa somente na última semana de tratamento (70,50 2,08 vs 77,00
6,53mg/dl, p<0,05).
A nicotinamida também apontou um efeito benéfico nas alterações causadas
pela dieta HCHL. Apesar de uma hiperglicemia nas duas primeiras semanas de
tratamento, os valores ao final das quatro semanas do experimento foram
significativos com o grupo controle dieta apresentando valores de 173,50 2,12 e o
grupo tratado dieta com valores de 98,00 37,82mg/dl (p<0,05).
O grupo diabético também apresentou resultados significativos quando
comparado a evolução da glicemia no decorrer da suplementação (347,5019,09 VS
317,500,71, p<0,05).
29
0
50
10 0
15 0
200
250
300
350
400
Basal Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4
GLICEMIA (mg/dl)
CONTROLE TRATADO CONTROLE DIETA TRA TADO DIETA TD STREPTO CD STREPTO
Valores representam XDP de 6 animais, P<0,05.
Gráfico 5: Glicemia
30
6 – DISCUSSÃO
Estudos recentes vêm sugerindo que as vitaminas possam ter um papel
importante no tratamento da hipertensão. Estes nutrientes podem atuar diretamente
restabelecendo a função endotelial lesada em certos tipos de hipertensão (BORGES et
al; 1999 & 2002) ou na redução da formação de radicais livres, os quais irão
ocasionar lesões através da oxidação de membranas celulares (COSTA & VIANNA;
2005, PEREZ & VIANNA; 2005, SANTOS & VIANNA; 2005). A própria
nicotinamida já foi apontada como um nutriente antioxidante, sendo capaz de reduzir
a peroxidação lipídica causada por 1,2-dicloroetano, reduzindo a formação de
glutationa e a ativação das enzimas superoxidase, catalase e glutationa peroxidase
(IANITS´KA et al; 2005).
Em ensaio prévio com ratos Wistar normotensos o tratamento com nicotinamida
reduziu pressão arterial e glicemia (CASTRO RB, VIANNA LM, MURAD LB,
2006).
No presente ensaio a suplementação com nicotinamida mostrou-se bastante
eficaz no controle da pressão arterial em todos os grupos, incluindo aqueles que
foram submetidos à indução de obesidade e diabetes. A dieta HCHL mais uma vez
agravou a hipertensão arterial conforme observamos em achados prévios de nosso
laboratório. Acredita-se que essa dieta possa aumentar as prostaglandinas E1 e E3
bem como os ácidos graxos trans circulantes na corrente sanguínea e reduzir a
prostaglandina E2 (SANTOS & VIANNA; in press).
Concomitantemente foi observado importante modulação do perfil lipídico
pela ação do ácido nicotínico. Em 2004 Gaudineau & Auclair (2004) afirmam que o
ácido nicotínico é eficaz em reduzir colesterol total, LDL e triglicerídios, enquanto
31
aumenta valores de HDL, e também apontam a nicotinamida como um possível
neuroprotetor. Na realidade no que se refere ao efeito da nicotinamida sobre os
lipídios séricos o presente trabalho foi de grande contribuição uma vez que não foram
encontrados na literatura ensaios experimentais com nicotinamida que avaliassem
valores de colesterol sérico e lipoproteínas. Por outro lado, como a nicotinamida é
um subproduto do metabolismo do ácido nicotínico (PIEPHO RW 2000), resultados
similares poderiam ser esperados.
Nossos estudos estão de acordo com achados na literatura sobre a ação do ácido
nicotínico (MCKENNEY, 2003), houve uma redução significativa de LDL colesterol
nos grupos tratados com nicotinamida e houve um aumento significativo nos valores
de HDL colesterol. Porém no que diz respeito aos valores de colesterol total, no
grupo que recebeu a dieta HCHL e a suplementação (TD) houve um aumento quando
comparado ao grupo controle dieta (CD), sendo estes valores considerados
significativos (87,25 8,66 vs 74,50 1,29mg/dl, p<0,05). Tal achado deve-se a um
aumento de HDL maior e uma redução de LDL levemente menos eficaz que nos
outros grupos.
Há uma redução da mobilização de lipídios do tecido adiposo (CARLSON et
al; 1968), o que acarreta na diminuição dos triglicerídios plasmáticos e da síntese de
menor quantidade e de menores partículas de VLDL (GRUNDY et al; 1981).
Também há uma inibição da síntese de Apo B, que é necessária para a formação de
partículas de VLDL, e um aumento do catabolismo das VLDL (CAPUZZI et al;
2000). Tais efeitos no metabolismo de VLDL e triglicerídios acarretam na redução
do LDL colesterol.
No tocante ao HDL, o ácido nicotínico leva a uma redução do catabolismo
hepático devido ao aumento da absorção no fígado do colesterol carregado pelo HDL
32
e uma diminuição da extração da Apo A-I, assim como um aumento da recirculação
de partículas de HDL para células periféricas transportando colesterol adicional ao
fígado (PIEPHO RW; 2000).
No metabolismo da glicose encontramos possíveis efeitos da nicotinamida em
todos os grupos tratados, sendo tal fato demonstrado através de testes estatísticos. Tal
ação hipoglicemiante pode estar relacionada com o efeito protetor que a nicotinamida
é capaz de exercer quando administrada anteriormente a estreptozotocina. Ela está
ligada a uma redução do poder citotóxico da estreptozotocina nas células das ilhotas
de Langerhans, prevenindo uma rápida e irreversível necrose (JUNOD et al, 1969).
Tal efeito está fortemente associado ao desenvolvimento de um novo modelo
experimental de DM, onde há somente uma redução dos estoques de insulina
pancreáticos tornando-a mais similar a DM tipo 2 do que os outros modelos
anteriormente propostos (MASIELLO et al, 1998).
Em ratos knock-out para o gene da PARP há uma resistência ao dano citotóxico
causado pela estreptozotocina, claramente implicando a ativação da PARP no dano as
células e na intolerância a glicose (MASUTANI et al, 1999). Sendo a nicotinamida
um forte inibidor da PARP (SCHALLER, 2005) poderia haver uma associação entre
estes dois fatores justificando assim a redução da glicemia encontrada nos grupos
estudados.
33
7. CONCLUSÃO
A suplementação com nicotinamida teve efeito hipotensor no modelo SHR-sp
em todos os grupos tratados. Atenuou a hipertensão arterial no modelo diabético e
também reduziu o agravamento da hipertensão induzido pela dieta HCHL.
A nicotinamida possui efeito hipoglicemiante. A suplementação reduziu a
glicemia no grupo tratado (T), no grupo tratado dieta diabético (TDStrepto) e no
grupo tratado dieta (TD).
Tal tratamento foi eficaz na redução do colesterol total e LDL e no aumento do
HDL do grupo tratado e diabético. No grupo tratado dieta foram encontrados
resultados positivos de aumento de HDL e redução de LDL.
34
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