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COMÉRCIO ELETRÔNICO NO MERCADO POTIGUAR:
Estágio de Utilização pelas maiores empresas do Rio Grande do
Norte
Marconi Brasil Soares de Souza
Natal
2006
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
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MARCONI BRASIL SOARES DE SOUZA
COMÉRCIO ELETRÔNICO NO MERCADO POTIGUAR:
Estágio de Utilização pelas maiores empresas do Rio Grande do
Norte
Projeto de dissertação apresentado
ao Programa de Pós-graduação em
Administração da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte
como requisito parcial para
obtenção do grau de Mestre em
Administração.
Orientador: Manoel Veras de Sousa
Neto, Dr.
Natal
2006
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DEDICATÓRIA
A minhas filhas, Marina e Maiara, que me fazem reviver o mundo lúdico das crianças
em meio às obrigações cotidianas.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à minha esposa, Neyse Patrícia, pelo apoio e dedicação ao longo de toda
minha formação acadêmica. Agradeço pela compreensão nos momentos de
ausência exigidos pelas incessantes horas de estudos em prol de alcançar mais este
objetivo. Obrigado por participar e compartilhar deste e de vários momentos
importantes da minha vida.
Agradeço aos meus familiares e amigos pelo incentivo, e em especial, aos meus
pais, que dedicaram parte de suas vidas para que seus filhos progredissem nos
estudos.
Ao Professor Doutor Manoel Veras de Sousa Neto, por ter colaborado com minha
formação acadêmica desde a graduação em Administração. Agradeço a confiança
em mim depositada e por ter me aceitado como seu orientando. Obrigado pelas
valiosas contribuições ao longo desta trajetória.
Agradeço o apoio a esta pesquisa dos que fazem a SEDEC – Secretaria de Estado
do Desenvolvimento Econômico – do Estado do Rio Grande do Norte, na pessoal do
Sr. Rufino, Secretário adjunto, e do Sr. Olavo, chefe de Gabinete. Um agradecimento
especial ao Sr. Otomar, Coordenador do Desenvolvimento Comercial, a partir do
qual foi possível realizar esta parceria.
Agradeço também o apoio e incentivo dos meus colegas da SET – Secretaria de
Estado da Tributação – do Estado do Rio Grande do Norte, em especial, ao Sr. João
Batista Soares, Secretário Adjunto, e ao Coordenador de Informática Geraldo
Marcelo Cabral de Souza.
Não poderia deixar de agradecer, também, o empenho do analista de sistemas
Adriano Macedo, responsável pelo desenvolvimento das páginas de acesso à
pesquisa e do questionário eletrônico na internet.
Às empresas pesquisadas, que gentilmente despenderam parte de seu tempo para
fornecer as informações solicitadas.
A todos que, de forma direta ou indireta, contribuíram para a realização desta
pesquisa.
RESUMO
O comércio eletrônico (CE) está transformando o mundo dos negócios, ao
impor novas maneiras de promover e vender os produtos para os consumidores,
exigindo uma adaptação dos processos empresariais ao contexto para que as
organizações possam manter-se competitivas. Observa-se uma forte tendência de
que o CE se consolide como um modelo de negócios para os próximos anos
(TURBAN e KING, 2004; ALBERTIN, 2005; OCDE,2005). Pesquisas no âmbito
nacional revelam que o comércio eletrônico no mercado brasileiro está em processo
de consolidação, com as empresas direcionando esforços para a inserção no
ambiente de negócios formado pelas comunidades virtuais. A presente pesquisa
teve por objetivo conhecer o estágio de evolução do comércio eletrônico das maiores
empresas do mercado do Rio Grande do Norte, possibilitando uma análise
comparativa com o cenário nacional. Caracteriza-se como uma pesquisa aplicada
descritiva, de natureza quantitativa, proporcionando uma medição objetiva e
quantificada dos resultados. Para esta pesquisa, a população compreendeu as 200
maiores empresas sediadas no Estado do Rio Grande do Norte. Nesta pesquisa, foi
utilizado o procedimento técnico de levantamento de dados survey –, aplicando-se
um questionário eletrônico preenchidos pela empresas participantes. Os resultados
apresentados neste estudo permitem concluir que as maiores empresas potiguares
estão utilizando o comércio eletrônico ainda de forma tímida, quando comparadas às
empresas nacionais, focando quase que exclusivamente os processos de negócio
referentes ao relacionamento externo com seus clientes, mais precisamente o
processo de divulgação de produtos e serviços. Tanto no CE com fornecedores
quanto no CE com clientes, uma grande discrepância entre a utilização destas
modalidades em relação ao mercado brasileiro. O Rio Grande do Norte aparece com
menos da metade do índice de utilização de CE com fornecedores na edição
nacional da pesquisa 26% no RN contra 60% no Brasil e cerca de 60% no RN
contra 92% no CE com clientes. Entre as principais limitações e recomendações da
pesquisa, destacam-se: ampliação do universo de empresas de forma a obter-se
maior representatividade das empresas sediadas no Estado do Rio Grande do Norte;
ampliar o prazo de coleta de dados para que possa obter maior taxa de respostas e,
por conseguinte, resultados estatísticos com menores índices de erro; reavaliar o
questionário eletrônico quanto à sua usabilidade, para que possa torná-lo mais
intuitivo e mais fácil de preencher, de forma a minimizar as desvantagens de sua
aplicação, além de consolidar os benefícios do uso deste modelo de formulário;
realizar análise bivariada dos dados, envolvendo tabulações cruzadas a partir das
características das empresas selecionadas, tais como tempo de atividade, porte e
faturamento das empresas.
PALAVRAS-CHAVE: Comércio eletrônico, negócios eletrônicos, internet, Rio
Grande do Norte.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS 9
LISTA DE QUADROS 10
LISTA DE TABELAS 116
1 - INTRODUÇÃO 12
1.1 - Contextualização 12
1.2 - Problema 15
1.3 - Justificativa 16
1.4 - Objetivos 18
1.4.1 - Objetivo Geral 18
1.4.2 - Objetivos Específicos 18
2 - REVISÃO DE LITERATURA 19
2.1 - Conceito de Comércio Eletrônico 19
2.2 - Comércio Eletrônico e Negócios Eletrônicos 21
2.3 - Modelo integrado de Comércio Eletrônico 22
2.4 - Classificação do Comércio Eletrônico 23
2.5 - Intensidade do Comércio Eletrônico 24
2.6 - Indicadores do comércio eletrônico B2C 26
2.7 - Indicadores do comércio eletrônico B2B 28
2.8 - Evolução da Utilização do Ambiente Digital 30
2.9 - Avaliação do Comércio Eletrônico 32
2.10 - Evolução do Comércio Eletrônico no Mercado Brasileiro 38
3 - METODOLOGIA 43
3.1 - Tipo de pesquisa 43
3.2 - População e amostra 44
3.3 - Instrumentos de Coleta de dados 46
3.4 - Validação do Instrumento de Coleta de dados 49
3.5 - Coleta de dados 51
3.6 - Análise dos dados 55
4 - RESULTADOS 57
4.1 - Caracterização da amostra 57
4.2 - Situação do Comércio Eletrônico 59
4.3 - Comércio Eletrônico com Fornecedores 61
4.4 - Comércio Eletrônico com Clientes 62
4.5 - Comércio Eletrônico nos processos de negócio 63
4.6 - Análise comparativa com mercado brasileiro 66
5 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 69
REFERÊNCIAS 74
ANEXOS 77
ANEXO A – CONTEÚDO DA CARTA POSTADA PARA AS EMPRESAS 78
ANEXO B – CONTEÚDO DO E-MAIL ENVIADO ÀS EMPRESAS 80
ANEXO C – SÍTIO DO QUESTIONÁRIO ELETRÔNICO (PÁGINA INICIAL) 81
ANEXO D – QUESTIONÁRIO ELETRÔNICO 83
ANEXO E – REGISTROS DE ACESSO AO QUESTIONÁRIO ELETRÔNICO 86
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Curva em ‘S’ e o nível de atividade do comércio eletrônico......................24
Figura 2 - Integração entre as partes ........................................................................28
Figura 3 - Modelo ICDT.............................................................................................30
Figura 4 - Evolução da utilização da internet.............................................................32
Figura 5 - Gastos e investimentos em TI e CE em 2004...........................................39
Figura 6 - Evolução do CE e os processos de negócio em 2004..............................40
Figura 7 - Avaliações de Aspectos de CE em 2004...................................................41
Figura 8 - Evolução da Avaliação das Contribuições de CE em 2004.......................42
Figura 9 - Fluxo de processo da pesquisa ................................................................44
Figura 10 - Distribuição dos respondentes por setor econômico...............................58
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Como uma empresa pode utilizar a Internet para negócios....................20
Quadro 2 - Definição de e-business e e-commerce..................................................21
Quadro 3 - Estrutura de Análise do Comércio Eletrônico..........................................33
Quadro 4 - Vantagens e desvantagens do uso da internet em pesquisas.................48
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Quantidade de empresas contribuintes do ICMS por setor econômico....15
Tabela 2 - Dados globais e nacionais sobre internet e comércio eletrônico.............26
Tabela 3 - Indicadores de venda no varejo on-line (VOL) .........................................27
Tabela 4 - Indicadores de venda no B2B nos últimos três anos................................29
Tabela 5 - Operações do comércio B2B no Brasil em 2005......................................30
Tabela 6 - Caracterização do universo pesquisado por setor econômico .................57
Tabela 7 - Caracterização da amostra efetiva e respondentes por setor econômico 58
Tabela 8 - Perfil dos Respondentes...........................................................................59
Tabela 9 - Uso de homepage da empresa.................................................................59
Tabela 10 - Percentual de Gastos com TI em relação ao faturamento......................60
Tabela 11 - Percentual de Gastos com CE em relação ao gasto com TI...................60
Tabela 12 - CE com fornecedores.............................................................................61
Tabela 13 - Tempo de Utilização do CE com fornecedores.......................................61
Tabela 14 - Previsão de Utilização do CE com fornecedores....................................62
Tabela 15 - CE com clientes......................................................................................62
Tabela 16 - Tempo de Utilização do CE com clientes................................................62
Tabela 17 - Previsão de Utilização do CE com clientes ............................................63
Tabela 18 - CE na Cadeia de Suprimentos ...............................................................63
Tabela 19 - CE os subprocessos da cadeia de suprimentos.....................................64
Tabela 20 - CE no Atendimento a Clientes................................................................64
Tabela 21 - CE nos subprocessos de Atendimento a Clientes..................................65
Tabela 22 - Comparativo de Gastos e Investimentos em TI e CE.............................66
Tabela 23 - Comparativo de uso do CE com fornecedores e clientes.......................67
12
1 -
INTRODUÇÃO
1.1 - Contextualização
O comércio eletrônico (CE) está transformando o mundo dos negócios, ao
impor novas maneiras de promover e vender os produtos para os consumidores. O
uso intenso da tecnologia da informação permitiu a disseminação do ambiente
digital, possibilitando a realização de negócios utilizando-se dos meios eletrônicos e,
em especial, da internet. A inserção das organizações nesse novo mercado de
negócios requer uma adaptação dos processos empresariais ao contexto para que
possam manter-se competitivas.
Albertin (2005) apresentou o resultado da sétima pesquisa FGV do
comércio eletrônico, publicada em março de 2005, na qual conclui que o comércio
eletrônico no mercado brasileiro está em processo de consolidação, embora esteja
em um estágio de evolução intermediário. Segunda esta pesquisa, as empresas
passaram do simples fornecimento de informação para a realização de transação,
em seguida para a distribuição e atualmente direcionam esforços para a inserção no
ambiente de negócios formado pelas comunidades.
Nos últimos anos, é perceptível o avanço significativo do comércio
eletrônico acompanhado do aumento na quantidade de usuários da internet no
mercado brasileiro. Observa-se uma forte tendência de que o CE se consolide como
um modelo de negócios para os próximos anos (TURBAN e KING, 2004; ALBERTIN,
2005; OCDE,2005). Este novo cenário favorece a percepção, por parte do
empresariado, da importância do comércio eletrônico como meio de negócio, em
especial àqueles negócios envolvendo o desenvolvimento do mercado local.
13
O comércio eletrônico, como observado por Albertin (2000a), é
considerado como tendo grande potencial para utilização de novas estratégias e
geração de oportunidades de negócios para as organizações, tanto em seu
ambiente interno, com aplicação na redução de custos e melhoria de processos,
como no relacionamento com clientes em novos canais de vendas, novos produtos e
serviços.
A expectativa das empresas em relação à internet é de que ela represente
um elemento alavancador da competitividade. Teixeira Filho (2001) recorre ao
modelo de Porter para mostrar que isso ocorrerá se, através do comércio eletrônico,
as empresas conseguirem neutralizar ou aliviar as pressões dos fornecedores e
clientes, criar maiores barreiras de entrada para os novos competidores e favorecer
a estratégia da empresa.
Segundo a OCDE (OCDE, 2005, p. 209-10), “o comércio eletrônico
representa uma inovação comercial importante que todas as empresas terão de
adotar”. Para tanto, a tecnologia da informação precisa estar integrada à
organização.
O Estado do Rio Grande do Norte RN - é uma Unidade Federativa da
Republica do Brasil situado na Região Nordeste do País. Segundo dados do IBGE
(IBGE, 2002), o RN possui uma população de 2.776.782 habitantes em 2002,
correspondente a 1,64 por cento dos residentes do Brasil enquanto que o PIB fica
em 0,79 por cento do total nacional. O crescimento da economia potiguar naquele
ano foi maior que o da média do país, permitindo que o RN aumentasse sua
participação no PIB brasileiro, ainda que esta continue relativamente pequena. Estes
indicadores caracterizam o Rio Grande do Norte como um Estado
predominantemente consumidor.
14
A base da economia norte-rio-grandense vem passando por
transformações desde a década de 1980, sem, no entanto, expandir a sua ocupação
no espaço econômico nacional. Suas principais atividades econômicas tradicionais
como o algodão, a extração do minério de scheelita, entraram em decadência e
outras, como fruticultura irrigada, extração de petróleo, turismo, e, mais
recentemente, a carcinicultura - criação de camarões em cativeiro - foram
despontando para formar uma nova base (CAVALCANTI, 2002).
O ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de
Comunicação e de Transporte Interestadual e Interemunicipal - é um tributo que
guarda estreita relação com o nível de atividade econômica de um determinado
Estado ou região (GARCIA, 2004). De modo geral, o ICMS adota a sistemática do
valor adicionado (IVA), incidindo sobre todas as etapas do ciclo produtivo e de
comercialização, onde se deduz o imposto pago na etapa precedente para fins de
apuração do imposto a ser recolhido.
Como definido na Constituição Federal, o ICMS é aplicado em nível
estadual e, em uma regra geral segue a adoção do princípio da origem na cobrança
do tributo nas relações econômicas internas ao Estado. Em face da concentração
regional da produção industrial, a Constituição Federal estatuiu um sistema
diferenciado de alíquotas entre os estados pertencentes à república federativa. Nas
relações Interestaduais do Sul e Sudeste do país com as demais regiões ocorridas
entre empresas, pratica-se o princípio misto origem-destino, com a partilha da
receita entre os estados envolvidos. No entanto, nas saídas de mercadorias para
consumidor final predomina o princípio da origem da cobrança do imposto; ou seja, o
Estado produtor retém o imposto por completo, em detrimento do Estado
consumidor.
15
Segundo informações extraídas do Sistema Gerencial de Informações
Fiscais da Secretaria de Estado da Tributação/RN (SET/RN, 2005) existem
atualmente cerca de 60.563 empresas contribuintes do ICMS em atividade no
Estado do RN, distribuídas por diversos setores econômicos conforme mostrado na
tabela 1.
Tabela 1 - Quantidade de empresas contribuintes do ICMS por setor econômico
Setores Econômicos Empresas
Percentual
Agropecuária 730
1%
Extrativismo 383
0,5%
Indústria 6.867
11,5%
Comércio 51.034
84%
Serviços 1.549
3%
TOTAL 60.563
100,0%
Fonte: Banco de dados da SET/RN (SET/RN, 2005)
1.2 - Problema
Com a pesquisa apresentada por Souza e Sousa Neto (2005), em artigo
sobre o impacto do comércio eletrônico B2C no RN, os autores identificam uma
perda crescente de arrecadação de ICMS decorrente das operações interestaduais
no comércio eletrônico B2C, alertando para a importância da disseminação desta
nova modalidade de comércio no mercado local como alternativa para o
desenvolvimento da economia do Estado, e em especial quanto ao aspecto fiscal.
Estudos do SEBRAE sobre a economia do RN (SEBRAE, 2005) alertam
também para a necessidade do desenvolvimento econômico local como forma de
manutenção de empregos e geração de novas oportunidades de emprego e renda
para a população potiguar, sobretudo de empresas de comércio varejista,
predominantemente micro e pequenas empresas.
16
Como alertado por Turban e King (2004), as empresas devem ter a
capacidade de reagir rapidamente aos problemas e às oportunidades resultantes
desse novo ambiente de negócios, baseado em comércio eletrônico. Um dos
principais benefícios dos mercados eletrônicos é o aperfeiçoamento proporcionado à
cadeia de suprimentos e ao processo produtivo. Estas oportunidades devem ser
bem absorvidas pelas organizações, em especial aquelas em evidência na economia
local, como meio para atingir e ampliar mercados externos, favorecendo assim o
desenvolvimento econômico regional.
Diante do cenário exposto acima, surgem os seguintes questionamentos:
Como as empresas potiguares estão utilizando as aplicações de comércio
eletrônico? O que as empresas potiguares estão realizando no novo ambiente
digital? O estudo, ora proposto, visa atender a necessidade de conhecer o real
estágio de evolução do comércio eletrônico e de compreender o seu grau de
utilização e aplicação no mercado potiguar.
1.3 - Justificativa
O rápido crescimento e a maturação do comércio eletrônico ensejam a
necessidade de se estudar e conhecer melhor esta modalidade de comércio visando
o desenvolvimento sustentável das organizações. Na visão acadêmica, esta
pesquisa surge como oportunidade de aplicar os conhecimentos de administração
da informação para a realidade das organizações sediadas no Rio Grande do Norte.
Do ponto de vista científico, este estudo pioneiro do cenário local
possibilitará a geração de conhecimento da realidade do mercado potiguar quanto
ao uso e disseminação do comércio eletrônico. Busca um ‘marco zero’ na avaliação
e acompanhamento longitudinal do estágio de evolução do comércio eletrônico pelas
17
organizações potiguares. Pretende-se, assim, contribuir para as discussões
relacionadas ao tema, subsidiando estudos científicos correlatos no âmbito regional
e nacional. Para Freitas et al. (2001b), estudos científicos sobre o tema são
louváveis e ajudam as organizações a adequarem-se às atividades de comércio
eletrônico.
Esta pesquisa tem vinculação acadêmica com a área de conhecimento
em Administração de Empresas no CNPQ, tendo como linha de pesquisa a Base de
Estudos em Sistemas, Tecnologia da Informação e Gestão da área de concentração
em Gestão Organizacional do Programa de s-graduação em Administração
(PPgA) da UFRN. Observa-se também um alinhamento com a área acadêmica na
ANPAD relacionada à Gestão de Ambientes Virtuais.
Quanto à aplicabilidade, o mapeamento real do comércio eletrônico no
cenário potiguar permitirá ao empresariado local e regional uma avaliação acurada
da aplicação do ambiente digital na gestão dos negócios.
O pesquisador, na condição de auditor fiscal do tesouro estadual, procura
aprofundar o conhecimento sobre o assunto na expectativa de poder contribuir com
o desenvolvimento das empresas potiguares, além de estimular o consumo de bens
no mercado local e assim potencializar a arrecadação do ICMS, principal imposto
estadual.
É de conhecimento do pesquisador a existência de uma pesquisa
equivalente baseada no cenário nacional, embora excluindo-se o Rio Grande do
Norte, assim como vários outros Estados do País. Desconhece-se estudo de
pesquisa desta natureza no mercado norte-rio-grandense que permita mostrar a
realidade local e como o empresariado potiguar está acompanhando o
desenvolvimento da economia digital. Esta pesquisa surge como uma oportunidade
18
de investigar as organizações locais e contribuir na promoção do desenvolvimento
econômico regional.
O pesquisador pretende incentivar as organizações no desenvolvimento
de estratégias de comércio eletrônico que permitam a sua inserção no cenário
competitivo atual, considerando a importância e o franco crescimento que esta nova
modalidade de comércio vem experimentando no cenário econômico nacional e
mundial.
1.4 - Objetivos
1.4.1 - Objetivo Geral
Conhecer o estágio de evolução do comércio eletrônico das maiores
empresas do mercado do Rio Grande do Norte.
1.4.2 - Objetivos Específicos
Conhecer os investimentos realizados em CE pelas maiores empresas
do Rio Grande do Norte
Avaliar o uso do CE no relacionamento com clientes e fornecedores
pelas maiores empresas do Rio Grande do Norte
Avaliar como o CE está inserido nos processos de negócios destas
organizações.
19
2 -
REVISÃO DE LITERATURA
2.1 - Conceito de Comércio Eletrônico
Kalakota (Apud TURBAN e KING, 2004, p. 3) define comércio eletrônico
CE , sob a perspectiva de processo comercial, como sendo "a aplicação de
tecnologia para automação de transações de negócios e do fluxo de dados". De uma
perspectiva on-line, o autor define o comércio eletrônico como a capacidade de
comprar e vender produtos, serviços e informações na internet e em outros serviços
on-line.
Na concepção da maioria dos autores consultados (SIEGEL, 2000;
TURBAN e KING, 2004; ALBERTIN, 2000a; FARIAS, 2000; O’BRIEN, 2001),
comércio eletrônico (CE) refere-se a qualquer forma de transação comercial na qual
os envolvidos interagem eletronicamente. Turban e King (2004, p. 3) não incluem
somente a compra e venda de produtos e serviços, mas também “a prestação de
serviços a clientes, a cooperação com parceiros comerciais e a realização de
negócios eletrônicos dentro de uma organização”.
Albertin (2000a) define o comércio eletrônico como sendo a realização de
toda a cadeia de valor dos processos de um negócio num ambiente eletrônico, por
meio da aplicação intensa das tecnologias de comunicação e informação, atendendo
aos objetivos do negócio. Para O’Brien (2001), numa visão estrutural do processo, o
comércio eletrônico refere-se ao marketing, compra, venda e assistência a produtos
ao longo da rede internet. Este autor identifica diversas maneiras pelas quais as
empresas podem utilizar a internet comercialmente, como as elencadas no quadro 1.
20
Quadro 1 - Como uma empresa pode utilizar a Internet para negócios
Escritório Central
Sites na Internet permitem marketing e CE interativo, e colaboração
com clientes atuais e potenciais, e parceiros de negócios.
Sistemas de
Administração de
Estoques
Sistemas automatizados permitem que sejam fornecidos serviços de
alta qualidade para os clientes, minimizando ao mesmo tempo, o
investimento e os custos de manutenção de estoques.
Fornecedores Extranets para o CE permitem aos fornecedores fazerem inventário,
reabastecer estoques e enviar documentos via EDI por links seguros
da Internet.
Parceiros Comerciais
Os parceiros comerciais podem utilizar a Internet para e-mail,
transferência de arquivos, fóruns de discussão e acesso extranet a
recursos Internet
Clientes
Os clientes podem visualizar catálogos em multimídia no site e
comprar produtos e serviços com atendimento e suporte interativos
Escritórios Remotos
Links Intranet com sites remotos de funcionários conectam equipes
virtuais para comunicações, colaboração e computação interativas
FONTE: O’Brien (2001).
Tanenbaum et al.(Apud ALBERTIN, 2000a) argumenta que a Internet está
revolucionando o comércio, ao ligar espontaneamente pessoas e computadores em
uma grande rede mundial, fazendo com que apareça um grande número de
empresas inovadores (companhias virtuais, mercados e comunidades comerciais).
Porter (2001) defende, em seu conhecido artigo intitulado ‘estratégia e a
internet’, que a internet pode apoiar todas as atividades fundamentais do processo
de negócios. Segundo este autor, a estratégia a ser adotada pelas empresas deverá
ser aquela que integra a internet e as vantagens competitivas tradicionais. Margalef
(2001) reforça o impacto que a internet tem no modo de definir as estratégias da
empresa, principalmente quanto à reavaliação de questões tradicionais, como a
especialização frente à diversificação de atividades e a definição do ambiente
geográfico das suas atividades. Diversos estudo, no Rio Grande do Norte (MENDES
FILHO e RAMOS, 2002) e no Brasil (FREITAS et al., 2001a), relatavam casos em
que constatava-se a preocupação das empresas em definir novas estratégias e
oportunidades a partir do uso intensivo do comércio eletrônico nos processos de
negócio.
21
2.2 - Comércio Eletrônico e Negócios Eletrônicos
A terminologia adotada para “comércio eletrônico” e “negócios eletrônicos”
é muitas vezes utilizada de forma conflitante. Diversos autores consultados adotam
uma conotação diferente ao referir-se a estes termos, possivelmente em função de
ser uma matéria cujo campo de estudo ainda é relativamente recente. O pesquisador
comparou os principais conceitos encontrados, para que pudesse adotar uma linha
de pensamento a ser aplicada ao longo desta pesquisa.
O quadro 2 apresenta uma definição objetiva dos termos e-commerce
Comércio Eletrônico - e e-business Negócios Eletrônicos - adotada pela Câmara
Brasileira de Comércio Eletrônico camara-e.net e utilizada para efeito de
elaboração de dados estatísticos sobre o comércio eletrônico (CAMARA-E.NET,
2005).
Quadro 2 - Definição de e-business e e-commerce
Definição de e-business e e-commerce
e-business
é o processo de transformação digital, ou seja, a transformação
Negócios eletrônicos
das relações (processos, fluxos e departamentos), relacionados
com agentes (parceiros, clientes, fornecedores e colaboradores)
e trocas (informações, conhecimento e recursos) a partir de meios
digitais, incluindo ações e transações corporativas
e-commerce
subconjunto de e-business, ou seja, ações de comércio digitais,
Comércio eletrônico seja entre pessoas e empresas (B2C), entre empresas (B2B),
entre empresas e governos (B2G)
Fonte: CAMARA-E.NET (2005)
Na ótica de Farias e Farias Filho (2002), o e-commerce não se confunde
com o e-business. Segundo este autor, o e-business, ou negócios eletrônicos, visa
automatizar suas atividades em diversas áreas, como as comunicações internas e
externas, a transmissão de dados, controles internos. O comércio eletrônico cobre
os processos pelos quais os consumidores, fornecedores e parceiros de negócios
são atingidos. Sendo assim, o e-commerce é parte integrante do e-business. É a
22
atividade mercantil que, em última análise, vai fazer a conexão eletrônica entre a
empresa e o cliente, seguindo a estratégia estabelecida pelo e-business (FARIAS e
FARIAS FILHO, 2002).
Este discernimento de negócios eletrônicos é corroborado por Kalakota
(Apud GOMES, 2002) e Siegel (2000), que consideram como um termo mais
abrangente em relação ao conceito de CE. Para Kalakota (Apud GOMES, 2002), o
e-business, além de englobar o CE, inclui atividades de retaguarda que permitem a
uma empresa realizar transações de negócios e é compreendido como um estágio
subseqüente a ser buscado pelo mercado como um todo, ainda não alcançado pela
maioria das organizações.
A partir das formulações dos autores, expostas acima, Gomes (2002, p.
11) propôs a seguinte definição:
CE é um processo de gerenciamento inovador da cadeia de valor, apoiado
no uso de tecnologias de informação e comunicação, visando à
transferência de informação, à comercialização de produtos, à automação
de processos e à redução dos custos totais, de modo que as empresas
possam atingir vantagens competitivas nos mercados em que atuam.
O pesquisador, portanto, adotou este conceito de comércio eletrônico
apresentado acima para fins deste estudo, na expectativa de que tal descrição possa
ser assimilada pelas empresas participantes da pesquisa.
2.3 - Modelo integrado de Comércio Eletrônico
O comércio eletrônico alcança um espectro muito mais amplo de
interação do que apenas a compra e venda de produtos e serviços. Albertin (2000a)
propôs um modelo integrado de comércio eletrônico composto de cinco camadas:
23
Políticas e regras públicas: relacionadas com aspectos legais,
regulamentação dos setores e mercados
Políticas e padrões técnicos: relacionados com aspectos de
padronização para compatibilização do ambiente técnico, políticas de tratamento e
comunicação de informações
Infovia pública: rede formada tanto pela internet como pelos serviços
on-line que tenhas ligações com esta
Aplicações e serviços genéricos: oferecidos pelo ambiente, por meio de
seus provedores, serviços on-line e fornecedores (correio eletrônico, transferência
de arquivos, software de criptografia)
Aplicações de comércio eletrônico: desenvolvidas com base nas
camadas anteriores que atendam às necessidades de uma organização ou grupo
delas, tais como home banking, vídeo sob demanda, shopping centers virtuais.
Segundo Albertin (2000a, p. 218), “as empresas estão dedicando
significativo esforço organizacional e realizando grande investimento em comércio
eletrônico”. A utilização de infra-estrutura aberta e pública, como a internet, tem
permitido disponibilizar os produtos e serviços de forma fácil e barata para os
fornecedores e clientes.
2.4 - Classificação do Comércio Eletrônico
Embora vários autores pesquisados tenham adotados nomenclaturas
diferentes para as categorias de comércio eletrônico, existem duas principais que
são citadas por todos, baseadas na natureza das transações. Turban e King (2004,
p. 6) as definiram da seguinte forma:
24
B2B (business-to-business): tratam das relações comerciais entre
empresas; caracteriza-se por um número relativamente baixo de transações e alto
valor financeiro.
B2C (business-to-consumer): tratam das relações comerciais entre a
empresa e o consumidor; caracteriza-se por alto volume relativo de transações, com
baixo valor financeiro envolvido em cada uma delas.
2.5 - Intensidade do Comércio Eletrônico
A difusão do comércio eletrônico na sociedade pode ser representada
pelo gráfico em forma de ‘S’, apresentado originalmente pela OCDE Organização
de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos - (OCDE, 2005). Neste gráfico,
apresentado na figura 1, é possível representar o nível de atividade do comércio ao
longo do tempo e como isso afeta a necessidade dos usuários.
Figura 1 - Curva em ‘S’ e o nível de atividade do comércio eletrônico
Fonte: Adaptado de OCDE, Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Intensidade
do comércio eletrônico. In:___. Perspectivas da tecnologia da informação: as tecnologias da
comunicação e da informação e a economia da informação. São Paulo: SENAC, 2005.
tempo
Nível de
intesidade
do CE
prontidão
intensidade
impacto
25
No estágio inicial, constata-se a necessidade de informações sobre as
possibilidades e as dificuldades do comércio eletrônico (indicadores de prontidão do
comércio eletrônico); em seguida, inicia-se o estágio de maturidade, no qual as
informações sobre a intensidade de utilização do comércio eletrônico se tornam
necessárias a fim de possibilitar aos formuladores de política a correção de
desequilíbrios (indicadores de intensidade do comércio eletrônico); em estágio
posterior, são necessárias informações que tornem possível medir o impacto do
comércio eletrônico sobre a economia e a sociedade (indicadores do impacto do
comércio eletrônico).
O estudo sobre a intensidade do comércio eletrônico elaborado pela
OCDE, compreendendo os países-membro, relata que “a maior parte das empresas
entende que o comércio eletrônico facilita a gestão das relações comerciais e que
suas ferramentas reduzem custos quando se trata de atrair novos clientes e
fornecedores” (OCDE, 2005, p. 210).
Este mesmo estudo identifica a influência do porte da empresa nas
operações do comércio eletrônico mundial. A distribuição dos dados por porte indica
que, embora as pequenas empresas que utilizam a internet tenham propensão para
vendas equiparada às grandes, isto não ocorre nos processos de compras, nos
quais predominam as empresas de grande porte (OCDE, 2005).
Atualmente, existem diversas estatísticas relacionadas ao uso da internet
e intensidade do comércio eletrônico no mundo e em especial no Brasil. Na tabela 2
são apresentados alguns dados globais e nacionais a este respeito divulgados por
Pavoni Júnior (2004, p. 22-4). Observa-se um incremento significativo de usuários de
internet no Brasil ao longo dos anos, ultrapassando os vinte milhões em 2004.
26
Tabela 2 - Dados globais e nacionais sobre internet e comércio eletrônico
Dados Globais 1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
usuários internet (milhões)
280
414
539
655
825
945
1010
e-commerce (US$ bi) 130
282
517
1167
1845
3365
5030
B2B (US$ bi) 110
210
365
916
1420
2800
4300
B2C (US$ bi) 20
72
152
251
425
565
730
m-commerce (US$ bi) - 4
15
6
16
40
75
Dados EUA 1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
usuários internet (milhões)
101,5
135
169
178
187
193
223
e-commerce (US$ bi) 58
161
303,6
557
818,5
1266
1842
B2B (US$ bi) 41,7
122,7
253,8
482
721
1139
1686
B2C (US$ bi) 16,3
38,3
49,8
75
97,5
127
156
m-commerce (US$ bi) - 0,8
3,8
2,8
7,4
15,2
27,6
Dados Brasil 1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
usuários internet (milhões)
4,8
9
11
14,3
17,4
20,9
25,1
e-commerce (US$ bi) 0,3
0,6
2,1
5,1
8
10,5
13,5
B2B (US$ bi) 0,2
0,3
1,6
3,7
6,3
8,5
11,1
B2C (US$ bi) 0,1
0,3
0,5
1,4
1,7
2
2,4
m-commerce (US$ bi) - - - - 0,01
0,03
0,05
Fonte: Adaptado de Pavoni Júnior (2004)
2.6 - Indicadores do comércio eletrônico B2C
Em agosto de 2002, a E-Consulting em parceria com a Câmara Brasileira
de Comércio Eletrônico (camara-e.net), criou o índice do varejo on-line (VOL), com a
finalidade de medir o volume mensal de comércio realizado pela internet e
apresentar o total do varejo on-line no Brasil. O levantamento é baseado nos dados
das 25 maiores empresas de comércio eletrônico do país. O varejo total registrado
no Brasil é estimado a partir do índice-base do IBGE. A tabela 3 mostra a evolução
do comércio eletrônico B2C medido por este indicador.
De acordo com o primeiro levantamento realizado pela e-consulting, em
agosto de 2002, o varejo on-line (VOL) no Brasil alcançou R$462,5 milhões, o que
corresponde a 3,31% do varejo total negociado no país. Em setembro de 2002, as
vendas no varejo on-line sem as montadoras e revendedoras de veículos (VOL sem
auto) ultrapassavam a marca dos cem milhões de reais. Em um período de doze
27
meses, entre dezembro de 2002 e dezembro de 2003, estas vendas experimentaram
um crescimento da ordem de 82%. Estes indicadores podem ser visualizados na
tabela 3.
A partir de janeiro de 2004, os índices VOL passaram a ser expressos
separadamente entre VOL de auto, VOL de consumo e VOL de turismo. Analisando
os índices referentes a abril de 2004, o VOL sem auto representa 39% do VOL
total, sendo 25% correspondente ao VOL de bens de consumo.
Tabela 3 - Indicadores de venda no varejo on-line (VOL)
Varejo on-line
em 2002
VOL total
R$ mi
VOL auto
R$ mi
% VOL
auto / total
VOL sem
Auto
VOL Consumo
R$ mi
% VOL
consumo / tot
Agosto/2002 462,50 375,80 81% 86,70 - -
Dezembro/2002 533,70 395,50 74% 138,20 - -
Dezembro/2003 683,30 431,30 63% 252,00 - -
Janeiro/2004 495,90 305,30 62% 190,60 124,80 25%
Fevereiro/2004 551,50 350,70 63% 200,80 127,50 23%
Março/2004 547,10 343,10 62% 204,00 129,10 24%
Abril/2004 531,80 326,30 61% 205,50 130,40 25%
Fonte: CAMARA-E.NET, 2005.
A participação do comércio eletrônico nos resultados das empresas,
embora continue baixa, tem apresentado significativo incremento nos últimos anos.
Na pesquisa da Camara-e.net, as vendas realizadas pela internet representavam
2,5% do volume total de vendas de suas empresas. No entanto, tendências de
que este mercado prospere rapidamente, fazendo com que o faturamento dos sítios
das empresas “ponto com” tenham uma parcela cada vez maior sobre o faturamento
dos grupos de comércio tradicional.
28
2.7 - Indicadores do comércio eletrônico B2B
A principal característica do B2B é que as empresas procuram
automatizar o processo de transação comercial visando à maior eficiência,
beneficiando-se especialmente da infra-estrutura da internet. Considerando estas
características, as empresas têm dedicado grandes esforços prioritariamente no
ambiente de transações B2B, sem deixar de investir, no entanto, no ambiente B2C
(ALBERTIN, 2000b).
Segundo Turban e King (2005), as aplicações de CE de qualquer tipo
precisam estar conectadas aos sistemas internos de informação, como o ERP
(sistema integrado de gestão) e o BI (sistemas de inteligência do negócio) e aos
sistemas de SCM (gerenciamento da cadeia de suprimentos) e CRM (gerenciamento
do relacionamento com clientes). A figura 2 demonstra como o comércio eletrônico
B2B envolve a realização de uma ampla variedade de processos empresariais para
apoiar a compra e a venda de bens e serviços. No entanto, Turban e King (2005)
ainda afirmam que para que as empresas B2B interajam entre si de forma cil e
efetiva, são necessários protocolos e esquemas padronizados de estrutura de dados
capazes de realizar a interação com suas aplicações e bancos de dados.
Figura 2 - Integração entre as partes
Fonte: adaptado de O´Brien(2004)
29
Turban e King (2005) citam a linguagem XML (eXtensible Markup
Language) como um dos padrões mais promissores capazes de melhorar a
compatibilidade entre os sistemas díspares de parceiros de negócios, sendo
necessários acordos e cooperações nacionais e internacionais para a sua adoção
como base para um modelo de integração.
O B2Bol, indicador criado pela empresa E-Consulting empresa
especializada em métricas no comércio eletrônico - em parceria com a camara-e.net
– Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico - e que representa a soma dos volumes
de transações entre empresa e nos mercados eletrônicos independentes (e-
marketplaces) eletrônicos, atingiu, em 2005, R$ 267,6 bilhões, valor 37% maior do
que o movimentado no ano anterior, correspondendo a uma crescimento de 144%
nos últimos três anos, como mostrado na tabela 4 (CÂMARA BRASILEIRA DE
COMERCIO ELETRÔNICO, 2005).
Tabela 4 - Indicadores de venda no B2B nos últimos três anos (em R$ bilhões)
2002 2003 2004 2005
2005/2004 2005/2002
109,5 136,64 195,2 267,6
37,09% 144,38%
Fonte: adaptado de E-consulting
Na tabela 5 é possível visualizar a evolução do comércio eletrônico B2B
no Brasil ao longo de 2005. O comércio B2B Companies, praticado via portais
proprietários de empresas transacionando com sua cadeia de valor (fornecedores,
distribuidores, revendedores, clientes, parceiros, etc), alcançou, em 2005, cerca de
R$ 212,3 bilhões, enquanto o B2B realizado nos e-marketplaces independentes
atingiu R$ 55,3 bilhões, no mesmo período.
30
Tabela 5 - Operações do comércio B2B no Brasil em 2005
Faturamento (R$ Bilhões)
Trimestre 1º 2005 2º 2005 3º 2005 4º 2005 Total
B2B Companies 49.8 59.4 52.7 50.4 212.3
B2B E-Markets 10.9 13.3 13.2 17.9 55.3
B2B Total
60,7 72,7 65,9 68,3
267.6
Fonte:E-consulting
2.8 - Evolução da Utilização do Ambiente Digital
A internet permitiu a criação de um novo espaço para a realização dos
negócios (ALBERTIN, 2000b, p. 43). Este novo ambiente tem fornecido para os
agentes econômicos canais alternativos para trocar informações, comunicar,
distribuir produtos e serviços e iniciar transações comerciais. A partir desta
observação, Angehrn (apud ALBERTIN, 2000b) propôs o modelo ICDT (Information,
Communication, Distribution and Transaction), visualizado graficamente na figura 3.
Figura 3 - Modelo ICDT
Fonte: Albertin (2000b)
31
Este modelo ICDT é composto por quatro espaços, descritos como segue:
Espaço de Informação Virtual (Virtual Information Space VIS), que se
refere à visibilidade, ou seja, o espaço pela qual a empresa fornece informações
sobre si e seus produtos e serviços.
Espaço de Comunicação Virtual (Virtual Communication Space VCS),
que se refere à integração, ou seja, é o espaço onde se estabelecem
relacionamentos e troca de idéias e opiniões.
Espaço de Distribuição Virtual (Virtual Distribution Space VDS), que
se refere à entrega de produtos e serviços. Este canal de distribuição, da mesma
forma que um serviço postal, apresenta restrições em relação aos tipos de produtos
que pode entregar.
Espaço de Transação Virtual (Virtual Transaction Space VTS), que se
refere à negociação. Este canal de transação não transfere produtos e serviços, mas
somente informações sobre pedidos, acordos, faturas e pagamentos.
O modelo ICDT demonstra que a expansão do mercado tradicional para o
mercado eletrônico, para atingir sua plenitude, deve utilizar os quatro espaços
virtuais. Albertin (2000b) sustenta que o modelo ICDT é útil para determinar a
contribuição e as formas de utilização da internet nos ambientes de negócios.
O uso intensivo da internet e do ambiente digital pela empresas permite
um elevado nível de interação virtual e de suporte aos relacionamentos com os
clientes, ao tempo em que exige melhorias constantes das competências
organizacionais. A evolução do uso da internet apresenta estágios de maturação,
conforme apresentado na figura 4, desde a utilização do ambiente digital como
catálogo eletrônico até o conceito de comunidades virtuais comunidades de
interesse que reúnem os parceiros de uma cadeia de valor.
32
Tapscott (Apud SOUSA NETO, 2001) já alertava para a transformação das
empresas a partir do uso intensivo de tecnologia da informação e em especial da
interligação em redes. Na visão deste autor, a cadeia de valor transforma-se em rede
de valor digital, possibilitando que a organização crie novas estruturas institucionais
que geram valor. O autor afirma que as organizações utilizam a internet para as
principais comunicações e transações comerciais em um sistema que interliga
fornecedores, distribuidores, provedores de serviços comerciais, provedores de infra-
estrutura e clientes, formando o que ele denominou de redes de negócios.
Figura 4 - Evolução da utilização da internet
Fonte: Adaptado de Albertin (2000b).
2.9 - Avaliação do Comércio Eletrônico
Albertin (2000b) discorre em sua pesquisa que a análise do CE deve ter
como base principal duas dimensões: aspectos a serem considerados na utilização
de CE e as contribuições que a utilização de CE oferece às organizações. O quadro
3 apresenta a estrutura de análise de CE proposta por Albertin (2000b).
Evolução
tempo
Catálogo eletrônico
Interação com cliente
transações
Relacionamento um-
a
-
um
Organizações em
tempo real
Comunidades
33
Quadro 3 - Estrutura de Análise do Comércio Eletrônico
Dimensões Aspectos Contribuições
Clientes e fornecedores Adoção
Relacionamento
Relacionamento
Produtos e serviços Adequação Customização
Inovação e Promoção
Organização Estratégia
Comprometimento
Novas oportunidades
Estratégia competitiva
Economia direta
Tecnologia Privacidade e segurança
Sistemas eletrônicos de pagamento
Aspectos legais
Infra-estrutura pública
Fonte: Adaptado de Albertin (2000b)
Segundo a proposta de Albertin (2000b), os aspectos de CE podem ser
entendidos da seguinte maneira:
Adoção. A chave para o sucesso do sistema de CE para clientes
certamente é uma grande adoção destes tipos de tecnologias por parte dos clientes.
Além dos aspectos sócio-econômicos, dos problemas de resistência, aprendizagem
e falta de infra-estrutura, outro desafio é solucionar o problema do tipo ovo-e-galinha:
por um lado, a adoção é baixa porque existem poucas organizações participando e,
por outro lado, as organizações não participam porque a adoção é baixa.
Relacionamento. O relacionamento com clientes e fornecedores tende a
ser significativamente alterado com a adoção intensa de CE. Os motivos são:
eliminação de intermediários, diminuição da interação face-a-face, integração
eletrônica facilmente acessível, maior informação sobre o cliente, entre outros.
Adequação. Os produtos e serviços atuais nem sempre são adequados
às novas formas de interação, divulgação, venda, distribuição, possibilitadas pelo
CE, tanto na forma como no conteúdo. Porém, o CE oferece novas e revolucionárias
maneiras de se realizar os processos de negócio.
Estratégia. O CE oferece uma grande quantidade de novas oportunidades
para as organizações, exigindo que elas alterem significativamente suas estratégias,
34
sob pena de ser definitivamente superadas pelos demais participantes, sejam eles
do próprio setor ou não.
Comprometimento Organizacional. O comprometimento organizacional é
imprescindível para a utilização com sucesso de um sistema de CE. Este
comprometimento inclui significativos investimentos para criação e manutenção dos
sistemas, administração de mudanças organizacionais profundas, gerenciamento de
riscos etc.
Privacidade e Segurança. Uma fonte potencial de problemas é a
preocupação dos clientes com privacidade e segurança, que poderia levar a uma
forte reação contra os fornecedores que utilizam tais sistemas ou simplesmente a
não utilização destes sistemas por parte dos clientes.
Sistemas Eletrônicos de Pagamento. As transações de negócio
eletrônicas somente podem ter sucesso se as trocas financeiras entre compradores
e vendedores puderem acontecer em um ambiente simples, universalmente aceito,
seguro e barato. Os tipos de sistemas eletrônicos de pagamento são: dinheiro
eletrônico (e-cash), cheque eletrônico (e-check), cartões inteligentes (smart cards),
cartões de crédito e cartões de débito.
Aspectos de Implementação. A maioria dos envolvidos com tecnologia
acreditam que uma tecnologia sozinha não resolve aspectos nem cria vantagens,
mesmo as de CE. A tecnologia precisa ser integrada a uma organização, com os
aspectos de gerenciamento de mudanças relacionados com a resistência das
pessoas a novos conceitos e idéias.
Aspectos Legais. Os aspectos legais, por exemplo a regulamentação de
um setor, podem restringir a aplicação de CE, seja pela obrigatoriedade de
35
documentos e presença física, ou pela não consideração de sua nova forma de
negócio e de seus processos, possibilitada pelo CE.
De acordo com Albertin (2000b), as contribuições de CE são as seguintes:
Relacionamento. A visão tradicional de uma empresa com fronteiras
claras, relações limitadas com parceiros e mercados estáveis, está evoluindo.
Atualmente, as tecnologias podem alavancar um redesenho das relações inter-
organizacionais permitindo às companhias:
melhorar a coleta de informações sobre seu ambiente de além da
fronteira;
estabelecer parcerias baseadas em meio eletrônicos com seus clientes
e fornecedores; e
compartilhar plataformas e mercados eletrônicos com seus
concorrentes. as empresas se comunicam com seus clientes através de várias
mídias. Por muitos anos, as tecnologias vêm alterando profundamente a visão
tradicional de mídia de marketing, compra e venda. Os ambientes intermediados por
computadores, tal como a Internet, permitem uma outra maneira de alcançar os
consumidores, e incentivam compradores e vendedores a incrementarem sua
utilização, por permitirem:
melhora na comunicação com seus clientes;
mais eficiência nas relações de vendas com clientes; e
mais atratividade nos seus mercados.
Customização em massa. A natureza baseada em informação dos
processos de CE permite que os novos produtos a serem criados ou produtos
existentes sejam customizados de maneiras inovadoras. Uma das oportunidades
36
para a customização em massa é ter o cliente participando do projeto do próprio
produto ou serviço.
Inovação de produtos. A flexibilidade e o poder de resposta são as novas
regras no ambiente empresarial atual, permitidas pelo CE. A estratégia de produzir e
vender da era industrial foi substituída pela estratégia de sentir e responder
rapidamente às mudanças das necessidades e particularidades dos clientes.Além
disto, com base na sua natureza instantânea, os sistemas de CE permitem reduzir o
ciclo de vida de produzir e entregar produtos e serviços aos clientes.
Novos canais de venda/distribuição. Devido ao seu alcance direto e sua
natureza bidirecional na comunicação de informações, os sistemas de CE
representam um novo canal de vendas e distribuição para os produtos, existentes ou
novos.
Promoção de produtos. Através de um contato direto, rico em informação
e interativo com os clientes, o CE pode melhorar a promoção dos produtos e
serviços, permitindo inclusive ao cliente navegar nos produtos e serviços.
Novas oportunidades de negócio. Alterando as estruturas dos setores, os
sistemas de CE permitem o surgimento de novos modelos de negócios, baseados
na ampla disponibilidade de informações e sua distribuição direta aos clientes e
fornecedores.
Estratégia competitiva. O CE pode:
proporcionar vantagens de custos;
permitir a diferenciação de seus produtos e serviços;
possibilitar um melhor relacionamento com clientes;
permitir a entrada mais fácil em alguns mercados;
possibilitar o estabelecimento de barreiras de entrada;
37
auxiliar a introdução de produtos substitutos;
tornar mais fácil a eliminação de intermediários;
facilitar o surgimento de novos intermediários que adicionem valor
através de informação; e
permitir novas estratégias competitivas com o uso de sua tecnologia.
Economia direta. Utilizando uma infra-estrutura digital pública e
compartilhada, tal como a Internet, comparado com ter uma infra-estrutura própria, o
CE pode reduzir significativamente os custos de comercialização, distribuição e
serviços a clientes.
Infra-estrutura pública. A criação e utilização de uma infra-estrutura
pública, que seja composta de equipamentos de acesso, estruturas de acesso local
e redes globais de informações, é a forma de garantir o fácil e livre acesso a um
custo não proibitivo ao ambiente digital do CE.
Vidal et al (2004) apresenta uma proposta de pesquisa denominada
‘iDigital’ - que visa avaliar a informatização das empresas e o uso intensivo em seus
processos empresariais. O objetivo é mensurar o nível de informatização das
empresas, estabelecendo um paralelo com as práticas do mercado. Nesta pesquisa,
foram analisadas cinco dimensões segundo as quais são realizadas medidas que
permitem a valorização do que o autor chamou de “nível de informatização da
empresa digital” (Vidal et al, 2004):
Infra-estrutura: ativos constituídos pelos equipamentos de informática,
rede de comunicações e a estrutura de apoio da área de TI;
Sistemas aplicativos: ativos constituídos pelos sistemas de informações
existentes na empresa;
38
Uso organizacional: extensão e intensidade de uso dos aplicativos nas
atividades empresariais;
Governança: contempla o planejamento do uso da informática e o
envolvimento de usuários no processo de informatização;
Impactos organizacionais: grau de influência da TI no desempenho dos
processos empresariais.
Embora os dois modelos de pesquisa descritos enumerem várias
semelhanças, a pesquisa apresentada por Albertin (2005) foca os aspectos
diretamente relacionados com o comércio eletrônico e sua adoção e impacto nos
processos empresarias e, portanto, adotada como base para fins deste estudo.
2.10 - Evolução do Comércio Eletrônico no Mercado Brasileiro
Na pesquisa referente ao período de 2004, apresentada por Albertin
(2005), observa-se que as empresas se utilizam do comércio eletrônico no
processo de atendimento ao cliente, muito embora a maioria atue de forma restrita à
divulgação de produtos e serviços. Segundo Albertin (2005, p. 37), “o comércio
eletrônico no mercado brasileiro está consolidado e apresenta claros sinais de
evolução e situa-se atualmente num estágio intermediário de expansão”.
As análises da pesquisa permitem concluir que o comércio eletrônico está
avançando do estágio de catálogo eletrônico para a realização de transações e
caminha para a inserção no novo ambiente de negócio formado pelas comunidades
interligadas em rede.
Esta pesquisa identifica que o índice de gastos com TI em relação ao
faturamento tem uma variação média entre 2,53% (indústria e comércio) e 6,72%
(serviços), com uma média calculada de 3,9% do faturamento. Os gastos com CE,
39
por sua vez, situam-se entre 0,28% e 1,38% do faturamento, registrando uma média
de 0,81% do faturamento. A figura 5 ilustra estes valores, tendo como referência da
pesquisa o ano de 2004.
Figura 5 - Gastos e investimentos em TI e CE em 2004
Fonte: Albertin (2005)
As empresas cada vez mais estão utilizando a infra-estrutura de Internet e
das aplicações de CE como os meios para a realização de seus processos de
negócio, com clara predominância daqueles relativos ao atendimento a cliente,
conforme apresentado na figura 6.
2,63%
2,53%
6,72%
0,28%
0,86%
1,28%
0,00%
2,00%
4,00%
6,00%
8,00%
Indústria
Comércio
Serviços
TI
CE
40
62%
36%
52%
94%
60%
35%
49%
92%
60%
35%
50%
92%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
cadeia de suprimentos
manufatura
desenvolvimento de
produtos serviços
atendimento a cliente
previsão para 2004 em 2004 previsão para 2005
Figura 6 - Evolução do CE e os processos de negócio em 2004
Fonte: Albertin (2005)
Os aspectos avaliados como relevantes na pesquisa, referente ao ano de
2004, demonstram amplamente o amadurecimento do mercado brasileiro em relação
ao CE, ao considerar os aspectos necessários para mais um ciclo de expansão da
utilização dos meios eletrônicos nos processos de negócio, conforme apresentado
na figura 7.
41
4,41
4,09
4,08
4,06
3,96
3,95
3,78
3,61
3,44
3,39
3,35
2,5 3 3,5 4 4,5 5
privacidade e segurança
alinhamento estratégico
adequação organiz. e tecnológica
relacionamento clientes
comprometimento
adoção clientes
aspectos legais
sistemas eletrônicos de pagamento
relacionamento fornecedores
adequação de produtos/serviços
adoção fornecedores
Figura 7 - Avaliações de Aspectos de CE em 2004
Fonte: adaptado de Albertin (2005)
A mudança mais importante está relacionada com a distinção que as
empresas estão fazendo entre os vários aspectos, deixando de considerar tudo ao
mesmo tempo importante e privilegiando aqueles relativos à segurança e a
privacidade (figura 7), condição necessária para a evolução do CE.
A partir da figura 8 é possível observar que o relacionamento com clientes
é a contribuição do CE mais significativa percebida pelas empresas.
42
4,14
3,94
3,83
3,6
3,57
3,47
3,46
3,29
3,01
3
2,5 3 3,5 4 4,5 5
relacionamento clientes
estratégia competitiva
economia direta
novas oportunidades de negócio
novos canais de vendas e distribuição
inovação de produtos/serviços
relacionamento fornecedores
promoção de produtos/serviços
utilização de infra-estrutura pública
customização em massa
Figura 8 - Evolução da Avaliação das Contribuições de CE em 2004
Fonte: Albertin (2005).
Os resultados da Pesquisa de Comércio Eletrônico no Mercado Brasileiro
realizada pela FGV/EAESP em 2004 (ALBERTIN, 2005) permitem concluir que as
empresas brasileiras estão efetivamente utilizando o comércio eletrônico, porém
ainda focando somente uma parte dos seus processos de negócio, que são aqueles
referentes ao relacionamento externo com seus clientes.
Segundo Albertin (2005, p. 18), no contexto da evolução do uso do
comércio eletrônico, “a análise desta evolução, com as realizações já empreendidas,
possibilita concluir que as empresas estão direcionando seus esforços para a
inserção no novo ambiente de negócio, formado pelas comunidades”.
43
3 -
METODOLOGIA
3.1 - Tipo de pesquisa
O presente trabalho pretende avaliar em que estágio de evolução se
encontra o mercado potiguar quanto ao uso do comércio eletrônico em seu conceito
mais amplo. A pesquisa, em caráter preliminar, procura traduzir em números as
informações a serem coletadas para tratamento estatístico. Portanto, caracteriza-se
como uma pesquisa aplicada descritiva, de natureza quantitativa (SILVA, 2001). A
escolha do tipo de pesquisa para o presente estudo é justificada uma vez que o
objetivo primordial das pesquisas descritivas é a descrição das características de
determinada população (GIL,1999). O método quantitativo, por sua vez, proporciona
a medição objetiva e quantificada dos resultados.
A figura 9 representa o fluxo de processo da pesquisa adotado para o
desenvolvimento da pesquisa objeto do presente trabalho. Neste fluxo é possível
identicar todas as etapas da pesquisa – desde a qualificação do projeto até a
elaboração do documento final, apresentando o resultado sobre estágio de utilização
do comércio eletrônico entre as maiores empresas do Rio Grande do Norte.
44
Figura 9 - Fluxo de processo da pesquisa
3.2 - População e amostra
Para esta pesquisa, a população compreende as 200 maiores empresas
sediadas no Estado do Rio Grande do Norte. Como citado neste estudo, existem
cerca de 60.000 empresas estabelecidas no Estado caracterizadas como
contribuintes do ICMS – principal imposto da esfera estadual.
Objetivando viabilizar a aplicação da pesquisa, o pesquisador optou pela
extração de uma parcela das maiores empresas para investigar, através de uma
amostra não-probabilística, do tipo intencional. Silva (2001, p. 32) explica que nas
amostras intencionais são ”escolhidos casos para a amostra que representem o bom
julgamento da população”. Como observado por Roesch (1999), a escolha da
amostra de julgamento é comum em pesquisas preliminares, como a proposta neste
estudo. Reforçando esta decisão do pesquisador, Ackoff (Apud GOMES, 2002)
Revisão bibliográfica durante todo o processo
Testagem da pesquisa
eletrônica
Qualificação do projeto
de pesquisa
Revisão do instrumento
de pesquisa
Elaboração da pesquisa
eletrônica
Contato com empresas
e coleta de dados
Análise e interpretação
dos dados
Elaboração de documento final e resultados sobre o estágio do
CE nas empresas do Rio Grande do Norte
45
lembra que não se pode colher amostras de maneira eficaz, caso não se disponha
de uma população bem definida, o que pode levar a inferências generalizadoras,
comuns no campo das ciências sociais.
Assim sendo, o pesquisador optou pela seleção das 200 maiores
empresas contribuintes de ICMS no Estado, tendo como base o exercício fiscal de
2003, como sendo a população definida para a aplicação do estudo em questão. A
SET/RN até então não concluiu os estudos referentes aos exercícios fiscais de 2004
e 2005. A escolha desta população deve-se basicamente a quatro fatores:
i. A influência do porte da empresa no volume de transações que ocorrem
no comércio eletrônico, identificada nos estudos da OCDE (OCDE, 2005).
ii. A condição do ICMS como principal imposto que forma a base tributária
atual no País e o seu volume de recolhimento pelas empresas ao erário estadual,
que reflete a proporção da importância destas para a economia local, considerando
a estreita relação do ICMS com o nível de atividade econômica do Estado.
iii. O caráter de publicidade dos maiores contribuintes de ICMS, lista
disponibilizada pelo Governo do Estado na página principal da Secretaria de Estado
da Tributação/RN e veiculada nos principais meios de comunicação local; portanto,
de fácil acesso para o pesquisador e para o público em geral.
iv. Conveniência do pesquisador que, na condição de auditor fiscal do
Estado do RN, possui acesso às informações complementares das características
da amostra (setor econômico, ramo de atividade, situação cadastral da empresa),
além de dados relacionados aos contatos com as empresas selecionadas (endereço
comercial do estabelecimento, endereço de correio eletrônico, telefone), condições
facilitadoras para o desenvolvimento e aplicação da pesquisa.
46
Esta pesquisa teve um enfoque transversal (cross-sectional), isto é, sob
uma perspectiva estática, com diversas variáveis sendo analisadas em um único
momento do tempo, permitindo que haja pesquisas futuras longitudinais, através da
observação em vários tempos (FREITAS e MOSCOROLA, 2000).
3.3 - Instrumentos de Coleta de dados
Nesta pesquisa, foi utilizado o procedimento técnico de levantamento de
dados survey –, aplicando-se o modelo de questionário adotado na pesquisa de
comércio eletrônico no mercado brasileiro, elaborado pela Escola de Administração
de Empresas – EAESP -, vinculada à Fundação Getúlio Vargas – FGV - (ALBERTIN,
2005). O questionário foi adaptado considerando as questões de maior relevância
para a realidade local e propósitos desta pesquisa. A decisão sobre esta escolha
deveu-se ao fato deste instrumento de pesquisa ter sido validado ao longo de
vários anos consecutivos na pesquisa nacional, fato que concede maior credibilidade
aos resultados a serem obtidos e possibilita o processo de comparação com os
resultados do panorama nacional.
O pesquisador subdividiu o questionário em quatro grupos de
informações:
identificação da empresa: informações relacionadas ao respondente;
situação da empresa: informações sobre investimentos em TI e CE;
comércio eletrônico na empresa: informações sobre uso e tempo de
adoção do CE na empresa;
comércio eletrônico nos processos de negócio da empresa: informações
sobre CE nas etapas da cadeia de valor da empresa.
47
O questionário foi submetido e aprovado pelo orientador da pesquisa, com
a ressalva de manter o foco da pesquisa restrito ao comércio eletrônico com clientes
e fornecedores. O pesquisador efetuou as alterações, gerando a primeira versão do
questionário eletrônico.
A aplicação do questionário de pesquisa ocorreu através de
preenchimento eletrônico em uma página de internet desenvolvida para este fim e
disponibilizada para o gestor de tecnologia da informação das respectivas empresas
participantes da pesquisa. Para garantir a autenticidade das informações, o acesso a
esta página era autenticado com usuário e senha disponibilizados para cada
empresa selecionada.
O processo de desenvolvimento do questionário eletrônico tem a
participação da equipe de tecnologia da informação da SET/RN, gentilmente cedida
para este fim. Com apoio desta equipe, o pesquisador criou um banco de dados a
partir da modelagem, codificação e tabulação dos dados, fazendo uso de um
software gerenciador de banco de dados. A página contendo o questionário foi
construída utilizando a linguagem ‘.ASP’. Além disso, objetivando a manutenção de
um canal de contato das empresas com o pesquisado, foi criado um e-mail
específico da pesquisa [email protected].br -, solicitado à Coordenadoria de
Informática do Estado, responsável pelo gerenciamento do provedor de correio
eletrônico do Estado.
O pesquisador obteve apoio institucional para o desenvolvimento desta
pesquisa junto à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico do Rio
Grande do Norte SEDEC/RN, que demonstrou interesse no estudo, considerando
que os resultados da pesquisa poderão subsidiar os processos de tomada de
48
decisão desta Secretaria, no sentido de estimular o consumo de bens no mercado
local e promover o desenvolvimento econômico do Estado.
A hospedagem da página e o processo de divulgação da pesquisa na
mídia compuseram os custos atribuídos à SEDEC/RN. Os custos de
desenvolvimento da página, envio de correspondência postada, envio de correio
eletrônico e a realização de contato telefônico com as empresas ficaram a cargo da
Secretaria de Estado da Tributação – SET/RN -, por conveniência do pesquisador.
A opção pelo uso da internet para aplicação dos questionários deve-se às
vantagens que este método apresenta, identificadas em vários estudos, embora no
Brasil o uso de questionários via internet ainda não esteja amplamente difundido
entre a comunidade acadêmica. Nos Estados Unidos, no entanto, conforme Churchill
(Apud NASCIMENTO NETO, 2004), a aplicação de questionário por meio da web é
bastante usual, geralmente produzindo níveis satisfatórios de resposta. O quadro 4
enumera as principais vantagens e desvantagens do uso generalizado da Internet
mencionadas por Nascimento Neto (2004) em seu artigo sobre a adoção da internet
em pesquisas empíricas:
Quadro 4 - Vantagens e desvantagens do uso da internet em pesquisas
Vantagens
Conveniência o usuário pode acessar, de qualquer lugar que tenha um
microcomputador conectado, as informações que deseja e realizar
operações
redução drástica nos
custos
é mais barato manter uma presença virtual do que uma presença real
Tempo da coleta de
dados
possibilidade de trabalhar com amostras enormes;
velocidade de resposta surpreendente
Estética possibilidade de uso de imagens, sons e hipertexto na construção dos
questionários
Outros fatores facilita a verificação de entrega da mensagem e sua respectiva leitura,
redução de consumo de grandes quantidades de papel (questão
ambiental);
minimização de erros potenciais de interpretação da caligrafia do
respondente
Desvantagens
e-mail listas de endereços eletrônicos geralmente são pouco estruturadas
boa parte da população ainda não possui endereço eletrônico
Fonte: Adaptado de Nascimento Neto (2004)
49
Os principais resultados encontrados por Nascimento Neto (2004) indica
que a internet é um meio válido de pesquisa, apresentando vantagens como rapidez,
baixo custo e melhora na qualidade das respostas obtidas. O mesmo trabalho alerta
para o baixo índice de respostas obtidas por este meio de aplicação, atribuído às
características de volatilidade e impessoalidade da internet. Nascimento Neto (2004)
sugere o envio de e-mail personalizado para minimizar este problema.
Roesch (1999) apresenta alguns fatores de sucesso para uma abordagem
eficaz dos respondentes:
i. Personalizar o e-mail identificando a empresa entrevistada
ii. Explicitar o objetivo da pesquisa e o interesse que desperta no
respondente
iii. Explicar o método de amostragem utilizado e como o respondente
foi escolhido
iv. Identificar as instituições que apóiam a pesquisa
v. Garantir a confidencialidade no tratamento dos dados
vi. Garantir uma apresentação estética aceitável para o documento
O pesquisador procurou aplicar estes fatores nos processos de confecção
e envio das mensagens solicitando a participação das empresas na pesquisa.
3.4 - Validação do Instrumento de Coleta de dados
A pesquisa foi realizada entre os dias 01 de março e 31 de maio de 2006,
desde a aplicação do pré-teste até a data limite estabelecida pelo pesquisador para
o preenchimento eletrônico na página.
Como parte do processo de divulgação da pesquisa, o pesquisador
utilizou-se dos serviços de assessoria de imprensa da SEDEC/RN para obter maior
50
visibilidade da pesquisa ao público em geral e, em especial, às empresas
participantes da amostra populacional. Foram publicadas notícias a respeito da
pesquisa nos sítios de internet da própria SEDEC/RN, da SET/RN, do Governo do
Estado do RN, de entidades de classe, como a FIERN e o CRC/RN, além de alguns
jornais impressos locais.
A página da pesquisa foi publicada no sítio da SEDEC/RN, no endereço
http://www.sedec.rn.gov.br/pesquisa no início de março em fase experimental, para
validação do instrumento de coleta de dados. O pré-teste foi aplicado em uma
empresa pertencente à amostra e escolhida por afinidade profissional e pessoal com
um dos executivos, oportunidade em que foram feitos os ajustes necessários e
melhorias no instrumento de pesquisa. Esta fase é recomendada por Roesch (1999)
com o intuito de verificar a compreensão das questões, a duração da pesquisa e as
condições para análise dos dados. Inicialmente, seguindo orientação do
pesquisador, o executivo respondeu ao questionário eletrônico sem a interação com
o primeiro, gastando cerca de 30 minutos para concluir a pesquisa. Após as
respostas, o pesquisador foi contatado para dirimir algumas dúvidas relacionadas ao
preenchimento, momento em que o executivo propôs ajustes no questionário,
inserção de texto explicativo sobre o comércio eletrônico e sobre cada grupo de
perguntas, visando a uma melhor compreensão do questionário e dos objetivos da
pesquisa. Realizadas tais melhorias, e após a atualização da página da pesquisa o
executivo tornou a responder o questionário, gastando cerca de 20 minutos.
O questionário foi adaptado, levando em consideração as observações
feitas nesta etapa, sendo submetido ao orientador da pesquisa para novas
anotações de melhorias e ajustes estéticos e gramaticais. Em seguida, obteve-se a
aprovação final por parte do orientador, momento em que foi disponibilizado para
51
publicação definitiva no sítio eletrônico da SEDEC/RN. Um fato relevante
mencionado neste momento pelo executivo que participou do pré-teste foi a
limitação no preenchimento da informação de percentual de faturamento, uma vez
que o era permitido o fracionamento de seu valor, especialmente nos casos em
que tal valor correspondia a menos que 1% do faturamento.
3.5 - Coleta de dados
De posse dos dados secundários coletados no banco de dados da
SET/RN, o pesquisador identificou a necessidade de excluir 6 empresas do universo
inicial das maiores empresas, restando 194. Esta primeira etapa da eliminação
ocorreu devido aos seguintes fatores:
1 empresa apresentava a situação cadastral inativa, ou seja, havia
encerrado suas atividades econômicas e, portanto, não mais existia
juridicamente.
5 empresas apresentavam sede jurídica externa ao Estado do Rio
Grande do Norte. O fato delas constarem na lista das 200 maiores
empresas do Rio Grande do Norte deve-se à sistemática de
arrecadação de ICMS por substituição tributária
1
.
No final de março, com a página publicada no sítio da SEDEC/RN em
sua versão final, o pesquisador enviou as cartas postadas ao endereço comercial
das empresas, direcionadas para os gestores de tecnologia da informação (TI). A
preferência pelo gestor de TI justifica-se pela existência de inúmeras informações
relacionadas à utilização de infra-estrutura de TI na adoção do comércio eletrônico
1
Nesta sistemática, o imposto devido pelo destinatário da mercadoria é retido e arrecadadado pela
empresa emitente da nota fiscal,comumente sediada fora do Estado de destino da mercadoria.
52
pelas empresas. Na ausência ou inexistência do gestor de TI, a empresa foi
orientada a eleger outro responsável pelas informações. Esta carta, além de conter
informações relacionadas à importância e os resultados da pesquisa, continha
também a senha de acesso à pagina da pesquisa.
Em um segundo momento, o pesquisador observou que, das 196 cartas
enviadas, 12 não chegaram ao destino, entre outros motivos, devido às informações
incompletas do endereço comercial e à inexistência do estabelecimento no endereço
indicado. O pesquisador ainda procurou realizar um contato telefônico direto com
tais empresas, através de busca em lista telefônica e sítios na internet
especializados, também não logrando êxito.
Considerando que, após estes esforços, as empresas em questão não
foram localizadas, o pesquisador viu-se obrigado a rever o tamanho da população,
visto que havia a certeza tácita de que elas não receberam a senha de acesso ao
sítio da pesquisa, forma adota para responder ao questionário de modo seguro e
personalizado. Com a eliminação destas 12 empresas, a população efetiva a fazer
parte da pesquisa foi reduzida a 184 empresas contatadas e devidamente
convidadas a participar do estudo sobre comércio eletrônico no Estado.
Como alternativa ao processo de divulgação da pesquisa direcionada às
empresas participantes, no início de abril o pesquisador enviou mensagens de
correio eletrônico com o mesmo conteúdo da carta postada. A opção pelo e-mail teve
o objetivo de manter a pesquisa em evidência, como mais um canal de divulgação e
como forma de relembrar o gestor de TI e convidá-lo mais uma vez a responder ao
questionário eletrônico.
Entre os dias 02 e 30 de abril, período definido pelo pesquisador para
coleta de dados, pôde-se constatar que 16 empresas tinham concluído com êxito o
53
questionário, produzindo uma taxa de resposta de 9%. O pesquisador entendeu que
precisava adotar nova estratégia para que mais respostas fossem coletadas visando
uma maior taxa de resposta, menor margem de erro estatístico e,
conseqüentemente, garantir maior credibilidade estatística aos resultados da
pesquisa.
Como primeira ação a partir desta evidência, o pesquisador reenviou o e-
mail para as empresas que ainda não tinham respondido a pesquisa. Outra ação
adotada foi identificar, a partir dos registros gravados dos acessos à página da
pesquisa, quais empresas tinham iniciado, mas não concluído o questionário
(registro dos acessos à página do questionário sem a respectiva submissão das
respostas botão ‘confirmar não acionado). Constatou-se que havia 27 empresas
nesta situação e, portanto, potencialmente interessadas na pesquisa. Estas
empresas foram contatadas por telefone pelo próprio pesquisador para identificar as
possíveis dificuldades no preenchimento do questionário, aproveitando-se a
oportunidade para orientá-las e convidá-las a concluir o questionário eletrônico. Uma
terceira ação foi realizar contato telefônico com as demais empresas que nem
mesmo acessaram a página do questionário eletrônico, as quais foram escolhidas de
forma aleatória, com intuito de verificar se havia recebido a carta, ao tempo em que
objetivava despertar o interesse delas pela pesquisa. A última ação adotada foi
prolongar o tempo de exposição da pesquisa no sítio da SEDEC/RN até o dia 31 de
maio.
Em todos estes contatos, o pesquisador preocupou-se em lembrar aos
gestores a importância da pesquisa para o meio empresarial, a razão da escolha da
empresa – integrante do rol das maiores empresas do Estado - e a confidencialidade
das informações. Alguns gestores contatados relataram dúvidas em relação ao
54
conceito de comércio eletrônico. Como algumas empresas não realizam a venda de
produtos tangíveis direto ao consumidor, devido à natureza de sua atividade, o
gestor alegava que a empresa não realizava comércio eletrônico. Uma vez
esclarecido que o conceito de comércio eletrônico era mais abrangente - envolve
além do processo de compra e venda, também os serviços oferecidos
eletronicamente aos clientes -, os gestores se comprometeram a retomar e concluir
o questionário eletrônico.
Como resultado destas ações, obteve-se o seguinte quadro:
mais 8 empresas concluíram o questionário eletrônico normalmente;
3 empresas contatadas preferiram informar os dados da pesquisa através
do próprio contato telefônico, alegando dificuldades para responder ao
questionário eletrônico;
4 empresas que não preencheram o questionário eletrônico responderam
por e-mail ou por telefone que não realizam comércio eletrônico, sendo
consideradas respostas válidas para a pesquisa;
4 empresas informaram que não poderiam participar da pesquisa,
alegando ser política interna da empresa a não concessão de tais
informações. Estas empresas, portanto, foram excluídas do universo da
pesquisa de 184 para 180 empresas.
Em síntese, com os novos procedimentos colocados em prática, a taxa
total de respostas recebidas subiu para 17%, totalizando 31 respostas recebidas, ou
31 amostras em um universo de 180 empresas efetivamente participantes da
pesquisa, em um prazo total de 2 meses de coleta de dados. Esta taxa de respostas
atinge níveis similares às principais pesquisas na área de comércio eletrônico. A
pesquisa realizada por Gomes (2002) usou 7 meses para coleta de dados em três
55
Estados da região Sul do País e apresentou uma taxa de retorno de 23% para 67
respondentes entre 269 empresas contatadas. Já a pesquisa sobre o comércio
eletrônico no mercado brasileiro, elaborada pela FGV (ALBERTIN, 2005), foi
formada por 442 empresas das principais capitais do País e teve o prazo de 6 meses
para coleta das informações.
Finalizada a etapa de coleta de dados, percebe-se claramente a
significativa vantagem de adotar o questionário eletrônico em detrimento do
instrumento tradicional de resposta em papel e mesmo a opção de resposta por e-
mail. A prévia estruturação dos dados da pesquisa, através do uso de um sistema
gerenciador de banco de dados, facilitou o processo de tabulação dos dados,
diminuindo consideravelmente o tempo gasto entre o final da coleta e o início da
análise dos dados, além de eliminar o risco de erros inerentes ao processo em
questão, garantindo a qualidade das informações coletadas. Como conseqüência,
obtém-se uma redução substancial dos custos operacionais envolvidos e do tempo
total para a apresentação dos resultados da pesquisa.
3.6 - Análise dos dados
Uma vez realizado o levantamento dos dados, o pesquisador resgatou o
banco de dados da pesquisa, a partir do qual foi possível elaborar as análises das
informações. Na interpretação das informações, o pesquisador procurou dar
significado aos dados coletados, tomando como base os objetivos geral e
específicos propostos no estudo em questão.
O processo de análise de dados envolveu uma análise univariada.
Segundo Oppenheim (Apud ROESCH, 1999, p. 150), a análise univariada “é a
análise de freqüências de cada questão pesquisada”. A análise foi estruturada de
56
acordo com as seguintes categorias de informações, obtidas das fontes primárias e
secundárias:
Situação da empresa: a situação da empresa levará em conta o setor econômico
de atuação, além dos gastos e investimentos relativos em TI e em CE;
Situação do comércio eletrônico: identificar a situação da aplicação do CE no
relacionamento que as empresas mantêm com os clientes e os fornecedores;
Comércio eletrônico nos processos de negócio da empresa: identificar aplicação
do CE nas categorias:
cadeia de suprimentos;
atendimento a cliente;
Com o resultado da pesquisa do comércio eletrônico no mercado potiguar, e
complementando o estudo, é apresentada uma análise comparativa com o
resultado da pesquisa FGV-EAESP do comércio eletrônico no mercado brasileiro.
57
4 -
RESULTADOS
4.1 - Caracterização da amostra
A tabela 6 mostra o universo das maiores empresas do Estado, agrupado
por setor econômico, em que a predominância da atividade de comércio, que
representa 63% das maiores empresas do Estado, enquanto a indústria corresponde
a 20% deste universo. Comparando com a tabela 1, percebe-se que a lista das
maiores empresas apresenta uma relativa similaridade com o total de empresas
contribuintes de ICMS no Rio Grande do Norte.
Tabela 6 - Caracterização do universo pesquisado por setor econômico
Setor Maiores do RN
%
Agropecuária e pesca 3
2%
Extração 15
8%
Indústria 40
20%
Comércio 126
63%
Serviços 15
8%
TOTAL 199
100%
Conforme descrito na seção 3.5 deste trabalho, 180 empresas
compuseram o universo pesquisado, das quais 31 constituíram a amostra, como
respondentes do questionário. A análise da tabela 7 indica uma distribuição
eqüitativa dos respondentes em relação à população. O comércio representou 72%
dos respondentes contra 65% da população. Na indústria, praticamente não houve
variação 19% de respondentes contra 20% do universo. Os demais setores
totalizaram 10% de respondentes contra 18% da população. Portanto, a distribuição
dos respondentes por setor econômico apresenta similaridade com a tabela 6 e,
dessa forma, torna-se representativa do universo pesquisado.
58
Tabela 7 - Caracterização da população e da amostra por setor econômico
Setor População
%
Amostra
%
Agropecuária e pesca 2
1%
0
0%
Extração 12
7%
2
6%
Indústria 36
20%
6
19%
Comércio 117
65%
22
72%
Serviços 13
7%
1
3%
TOTAL 180
100%
31
100%
A figura 11 demonstra visualmente a predominância das atividades de
comércio e de indústria cerca de 91% - entre as empresas que responderam ao
questionário eletrônico.
Comércio
72%
Serviços
3%
Indústria
19%
Extração
6%
Figura 10 - Distribuição dos respondentes por setor econômico
Em relação aos respondentes, a análise da tabela 8 permite identificar
que cerca de 82% atuam na área de tecnologia da informação, sendo 55% dos
respondentes gestores de TI. Este resultado indica que as empresas seguiram a
recomendação dada pelo pesquisador para que o gestor ou o responsável pela TI
preenchesse as informações do questionário eletrônico. Cerca de 29% dos
respondentes não se identificaram, dificultando uma análise mais apurada do perfil
das pessoas que preencheram o questionário.
59
Tabela 8 - Perfil dos Respondentes
Perfil dos respondentes frequência
%
gerente de TI 12 55%
programador/técnico em TI 6 27%
gerente/diretor
administrativo
4 18%
Total de respostas 22 100%
não resposta 9 29%
amostra efetiva total 31
Conforme mostrado na tabela 9, cerca de 60% das empresas
respondentes informaram sua homepage, todas elas com endereço eletrônico
próprio identificado pela extensão comercial ‘.com’, revelando a presença da
empresa na internet.
Tabela 9 - Uso de homepage da empresa
Usam
homepage
19 60%
Não informaram 14 40%
Total 31 100%
4.2 - Situação do Comércio Eletrônico
A tabela 10 indica o percentual de gastos de TI em relação ao faturamento
da empresa. A pesquisa identificou que as empresas apresentam uma média de
gastos com TI em torno de 1,6% do seu faturamento. Em quase sua totalidade
(96%), as empresas que responderam este item declararam que investem não mais
que 3% do seu faturamento em TI.
Importante frisar a quantidade significativa de não respostas (6 empresas)
que, somada à primeira opção (6 empresas declararam que investem 0% ou <1% do
faturamento) chega a representar 38% dos respondentes 12 empresas entre 31
respondentes -, o que pode indicar o desconhecimento desta informação ou o não
interesse na divulgação deste indicador. Esta situação pode estar associada ao fato
60
de 60% dos respondentes serem gestores de TI – indicado na tabela 9 - e não terem
acesso fácil às informações financeiras solicitadas no questionário.
Tabela 10 - Percentual de Gastos com TI em relação ao faturamento
%gasto TI /
faturamento
frequência % Média do %gasto Desvio-padrão
0% ou <1% 6 24% 1,6% 2,9
1% 7 28%
2% 5 20%
3% 6 24%
4% 0 0%
5% 1 4%
Total 25 100%
Não resposta 6 19%
(0% ou <1%)
+ (Não resposta)
12 38%
total amostra 31
Em relação ao percentual de gastos com CE, expressado na tabela 11, a
quase totalidade de empresas (84%) não respondeu este item ou declararam que
investem 0% ou menos que 1% dos gastos de TI com comércio eletrônico. Este
percentual, associado ao elevado desvio-padrão apresentado, afeta
expressivamente o valor da média de gastos (apenas 0,5%). Tal resultado pode
indicar uma grande dificuldade das empresas em mensurar os gastos com comércio
eletrônico.
Tabela 11 - Percentual de Gastos com CE em relação ao gasto com TI
%gastos CE / TI frequência % Média do %gastos
Desvio-padrão
0% ou <1% 14 74% 0,5% 5,5
1% 4 21%
2% 0 0%
3% 0 0%
4% 0 0%
5% 1 5%
Total 19 100%
Não resposta 12 39%
(0% ou <1%)
+ (Não resposta) 26 84%
total amostra 31
61
4.3 - Comércio Eletrônico com Fornecedores
Quanto ao comércio eletrônico estabelecido entre as empresas e seus
fornecedores, a pesquisa concluiu que pouco mais de ¼ (um quarto) das maiores
empresas do Estado promovem o comércio eletrônico na modalidade B2B, conforme
mostrado na tabela 12.
Tabela 12 - CE com fornecedores
Relizam CE com fornecedores 8 26%
Não realizam CE com fornecedores 23 74%
Total 31 100%
Não resposta 0
Amostra 31
Entre as empresas que realizam CE com fornecedores, cerca de 63%
iniciaram esta nova modalidade de comércio entre os anos 2000 e 2005 (tabela 13),
demonstrando
Tabela 13 - Tempo de Utilização do CE com fornecedores
Desde
< 1996 1 13%
1996 a 1999 2 25%
2000 a 2004 4 50%
> 2004 1 13%
Total 8 100%
A partir da tabela 14 também é possível observar um crescimento de
130% na utilização de CE com fornecedores entre os anos 1999 e 2004. Na tabela
15, percebe-se que 6 empresas declararam a intenção de adotar o CE com
fornecedores a2008, o que leva a estimar uma previsão de crescimento de cerca
de 75% para os próximos 3 anos. Portanto, este resultado indica uma tendência das
empresas em adotarem o CE nos processos relativos à cadeia de suprimentos,
embora de forma ainda tímida, visto que 74% ainda não têm previsão para iniciar o
CE entre fornecedores (tabela 14).
62
Tabela 14 - Previsão de Utilização do CE com fornecedores
Previsão
2006 1 4%
2007 3 13%
2008 2 9%
sem previsão 17 74%
Total 23 100%
4.4 - Comércio Eletrônico com Clientes
Segundo as informações extraídas da pesquisa e mostradas na tabela 15,
apenas 29% das empresas declararam que realizam comércio eletrônico com
clientes modalidade B2C. O alto índice de empresa que declararam o realizar
comércio eletrônico B2C pode estar associado à dificuldade registrada na seção 3.5
quanto ao entendimento do conceito amplo de comércio eletrônico por parte do
respondente. Esta hipótese é reforçada pelo indicador mostrado na tabela 10 da
seção 4.1, visto que 60% das empresas declararam ter presença na internet através
de um sítio próprio, comumente usado para divulgação de produtos e serviços.
Tabela 15 - CE com clientes
Relizam CE com clientes 9 29%
Não realizam CE com clientes 22 71%
Total 31 100%
Não resposta 0
Amostra 31
Entre as empresas que realizam CE com clientes, cerca de 63% iniciaram
esta nova modalidade de comércio antes de 2005. Na tabela 16 é possível observar
um crescimento de 100% na utilização de CE com clientes entre 1999 e 2004.
Tabela 16 - Tempo de Utilização do CE com clientes
Desde
< 1996 0 0%
1996 a 1999 2 23%
2000 a 2004 4 44%
> 2004 3 33%
Total 9 100%
63
Analisando as informações da tabela 17, percebe-se que 6 empresas
declararam a intenção de adotar o CE com clientes até 2008, o que leva a estimar
uma previsão de crescimento de cerca de 75% para os próximos 3 anos. Portanto,
as empresas sinalizam, mesmo que timidamente (72% ainda sem previsão), para a
adoção do CE nos processos relativos a clientes. Este resultado é similar ao
resultado obtido com o CE com fornecedores.
Tabela 17 - Previsão de Utilização do CE com clientes
Previsão
2006 1 5%
2007 3 14%
2008 2 9%
sem previsão 16 72%
Total 22 100%
4.5 - Comércio Eletrônico nos processos de negócio
A tabela 18 mostra que cerca de 39% das maiores empresas do RN
utilizam o CE em pelo menos um dos subprocessos da cadeia de suprimentos,
enquanto 61% não têm previsão de uso.
Tabela 18 - CE na Cadeia de Suprimentos
Processos Respondentes
%
Sem previsão 19 61%
Utiliza CE em pelo menos um dos subprocessos 12 39%
31 100%
O subprocesso de solicitação de suprimentos é o que apresenta maior
índice de utilização 39% -, conforme mostrado na tabela 20. As aplicações
utilizadas neste subprocesso são a internet e o e-mail. O recebimento de
suprimentos é pouco difundido entre as empresas (19%), enquanto que o envio de
pagamentos é realizado por cerca de 35% das empresas. Nestes subprocessos da
64
cadeia de suprimentos, as empresas que ainda não utilizam o CE não informaram
previsão para adoção desta modalidade de comércio.
Tabela 19 - CE os subprocessos da cadeia de suprimentos
Processos Utiliza CE? Quantidade
%
Solicitação de suprimentos Sem Previsão
19 63%
Já Utiliza 12 37%
31 100%
Recebimento de suprimentos Sem Previsão
25 81%
Já Utiliza 6 19%
31 100%
Envio de pagamento Sem Previsão
20 65%
Já Utiliza 11 35%
31 100%
A tabela 20 mostra que cerca de 59% das maiores empresas do RN
utilizam o CE em pelo menos um dos subprocessos de atendimento a clientes,
enquanto que 37%.não informaram previsão para uso desta modalidade de
comércio.
Tabela 20 - CE no Atendimento a Clientes
Processos Respondentes
%
Sem previsão 10 37%
Utiliza CE em pelo menos um dos subprocessos 16 59%
Previsão para próximos anos
1 4%
27 100%
O subprocesso de divulgação de informações sobre produto e serviços é
o que apresenta maior índice de utilização – 48% -, conforme mostrado na tabela 21.
As aplicações mais utilizadas neste subprocesso são a internet e o e-mail. Os
demais subprocessos são pouco difundidos entre as empresas. Nos subprocessos
de atendimento a clientes, cerca de 20% das empresas que ainda não utilizam o CE
prevêem a adoção desta modalidade de comércio a curto e médio prazo.
65
Tabela 21 - CE nos subprocessos de Atendimento a Clientes
Processos Utiliza CE? quantidade
%
Divulgação de informações sobre
produto/serviços Curto Prazo 3 10%
Médio Prazo 2 6%
Sem Previsão
11 35%
Já Utiliza 15 48%
31 100%
Seleção de produtos/serviços Curto Prazo 3 10%
Longo Prazo 3 10%
Médio Prazo 2 6%
Sem Previsão
18 58%
Já Utiliza 5 16%
31 100%
Negociação sobre preço e condições Curto Prazo 1 3%
Médio Prazo 2 6%
Sem Previsão
24 77%
Já Utiliza 4 13%
31 100%
Informações sobre necessidades/preferências Curto Prazo 2 6%
Médio Prazo 2 6%
Sem Previsão
23 74%
Já Utiliza 4 13%
31 100%
Recebimento de Pedido Curto Prazo 2 6%
Médio Prazo 4 13%
Sem Previsão
18 58%
Já Utiliza 7 23%
31 100%
Processamento de Pedido Curto Prazo 2 6%
Médio Prazo 3 10%
Sem Previsão
20 65%
Já Utiliza 6 19%
31 100%
Aceitamento de Pagamento Curto Prazo 1 3%
Médio Prazo 5 16%
Sem Previsão
20 65%
Já Utiliza 5 16%
31 100%
Distribuição de produtos/serviços Curto Prazo 2 6%
Sem Previsão
28 90%
Já Utiliza 1 3%
31 100%
Suporte a utilização de produtos/serviços Curto Prazo 1 3%
Médio Prazo 2 6%
Sem Previsão
26 84%
Já Utiliza 2 6%
31 100%
66
4.6 - Análise comparativa com mercado brasileiro
A análise comparativa do resultado desta pesquisa com a pesquisa sobre
o comércio eletrônico no mercado brasileiro, editada pela FGV (ALBERTIN, 2005),
permite a identificação de algumas características do mercado potiguar em relação
ao resto do país.
A tabela 22 apresenta uma comparação entre os gastos com TI em
relação ao faturamento. A média entre as maiores empresas do Rio Grande do Norte
ficou em 1,6% do faturamento, contra uma média de 3,96% do faturamento
identificada na pesquisa nacional. Quanto aos gastos com comércio eletrônico, as
empresas dos demais Estados têm investido em média 0,81% do faturamento, o que
equivale em média a 21% dos investimentos feitos em TI. Este resultado pode
indicar que, embora as maiores empresas norte-riograndenses estejam investindo
em TI um percentual próximo da média nacional, elas não têm dado a devida
importância aos investimentos em comércio eletrônico, fato assimilado pelas
empresas dos principais Estados do País.
Tabela 22 - Comparativo de Gastos e Investimentos em TI e CE
No Brasil
No RN
TI CE CE/TI
TI CE/TI
Média 3,96% 0,81% 21,2%
1,6%
0,5%
Na seção 4.2, observou-se que 84% das empresas não informaram este
dado ou declararam ser menor que 1% do investimento em TI, o que pode indicar o
não investimento ou a dificuldade em mensurar o nível de investimento em comércio
eletrônico por partes destas empresas. Um fator que pode ter contribuído para esta
dificuldade pode estar aliado ao uso do formulário eletrônico, devido à forma de
coleta da informação no momento do seu preenchimento, em especial, à dificuldade,
mencionada na seção 3.5, quanto ao fracionamento do valor do faturamento.
67
No comércio eletrônico com fornecedores, uma grande discrepância
entre a utilização desta modalidade em relação ao mercado brasileiro, como
mostrado na tabela 23. O Rio Grande do Norte aparece com menos da metade do
índice de utilização de CE com fornecedores na edição nacional da pesquisa 26%
no RN contra 60% no Brasil, permitindo indicar que as maiores empresas do Estado
não estão acompanhando a tendência de integração dos processos da cadeia de
suprimentos entre as empresas.
Tabela 23 - Comparativo de uso do CE com fornecedores e clientes
no Brasil no RN
realizam CE fornecedores 60% 26%
realizam CE clientes 92% 29%
Em relação ao comércio eletrônico com clientes, percebe-se uma similar
discrepância nos índices alcançados pelas maiores empresas do Rio Grande do
Norte em relação à pesquisa nacional – cerca de 29% contra 92% no cenário
nacional. No entanto, como identificado na seção 4.4, este baixo índice conflita
com a informação de que 60% destas mesmas empresas utilizam sítio de internet
próprio, comumente utilizada no processo de divulgação de produtos e serviços
através de exposição de catálogos on-line.
Soma-se a este fato a dificuldade que alguns respondentes declararam
em assimilar o conceito amplo de comércio eletrônico. Segundo a concepção de
diversos autores pesquisados (SIEGEL, 2000; TURBAN e KING, 2004; ALBERTIN,
2000a; FARIAS, 2000; O’BRIEN, 2001), comércio eletrônico refere-se a qualquer
forma de transação comercial na qual os envolvidos interagem eletronicamente,
incluindo a simples divulgação de produtos e serviços para realização do marketing,
a prestação de serviços ou a assistência ao cliente (usando aplicações como e-mail,
chat) através da internet ou outro meio eletrônico.
68
Sendo assim, mesmo considerando que 60% da amostra, ao utilizarem a
internet ao menos no processo de divulgação dos produtos, também estão
realizando CE com clientes, este índice fica aquém do obtido com a pesquisa da
FGV de 2004, apresentada por Albertin (2005) mais de 90% das empresas do
cenário nacional realizam CE com clientes. Este fato indica que as maiores
empresas no Rio Grande do Norte têm dificuldade em identificar a importância do
comércio eletrônico e o impacto que ele provoca na forma de gerenciar seus
negócios, percepção alcançada pela quase totalidade das empresas pesquisadas
no cenário nacional.
69
5 -
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A proposta deste estudo foi conhecer o estágio de evolução do comércio
eletrônico no mercado potiguar. Os resultados ora apresentados sugerem que os
objetivos descritos na seção 1.4 foram alcançados, visto que foi possível descrever a
atual situação do CE no relacionamento com clientes e fornecedores adotado pelas
maiores empresas do Rio Grande do Norte. A partir das informações coletadas e
analisadas, foi possível conhecer os gastos realizados em TI e em comércio
eletrônico, além de permitir uma avaliação comparativa com o cenário nacional,
mostrando como as maiores empresas do Estado adotam o CE em seus processos
de negócios.
Os métodos utilizados para coleta de dados mostraram-se adequados
para a realização da pesquisa, visto que obteve-se uma taxa de resposta condizente
com o grau de respondentes em pesquisas similares, como identificado na seção 3.5
deste trabalho. A utilização do questionário eletrônico resultou em diminuição dos
custos da pesquisa e menor tempo para coleta e tratamento dos dados, como
previsto na seção 3.3. As dificuldades elencadas na seção 3.3 foram confirmadas
nesta pesquisa, tais como não familiaridade dos respondentes com este tipo de
questionário e imprecisão e/ou inconsistência dos endereços de e-mails das
empresas participantes da pesquisa. O baixo índice de respondentes obtido
inicialmente apenas com o envio da carta postada ao endereço comercial das
empresas convidando-as a responder ao questionário eletrônico corrobora com o
relato teórico apresentado na seção 3.3, obrigando o pesquisador a adotar
procedimentos tradicionais de contato com as empresas, visando a maiores taxas de
respostas.
70
A opção por uma população baseada nas 200 maiores empresas do
Estado possibilitou o alcance dos objetivos da presente pesquisa. O estudo da
OCDE obtido no levantamento bibliográfico apontava a influência do porte da
empresa nas operações do comércio eletrônico mundial. A distribuição dos dados
por porte indica que, embora as pequenas empresas que utilizam a internet tenham
propensão para vendas equiparada às grandes, isto não ocorre nos processos de
compras, nos quais predominam as empresas de grande porte (OCDE, 2005). Os
resultados desta pesquisa comprovam que, entre as empresas de maior porte do
Estado do Rio Grande do Norte, uma baixa utilização do comércio eletrônico nos
processos com fornecedores e com clientes.
A principal limitação desta população diz respeito à natureza das
empresas que compõem a lista, restrita àquelas que realizam operações nas quais
incidem o ICMS. Como exemplos notórios, citam-se os casos das empresas do ramo
de hotéis, agências de viagem e companhias aéreas e operadoras de vôos
comerciais, que não estão no rol dos maiores contribuintes de ICMS, visto que sua
atividade gera a obrigação para o ISSQN Imposto Sobre Serviços de Qualquer
Natureza.
Em relação aos gastos com TI e com Comércio Eletrônico, percebe-se
que as maiores empresas do Rio Grande do Norte não têm demonstrado
importância em investir no comércio eletrônico em seus processos, conflitando com
o cenário nacional em que as empresas já sinalizam para o uso intensivo do CE.
No que se refere ao comércio eletrônico com fornecedores, constatou-se
que, embora haja uma previsão de crescimento para os próximos anos, este
movimento mostra-se ainda tímido quando comparado ao cenário nacional. Fato que
se repete quando analisado o comércio eletrônico com clientes, reforçando o indício
71
de que a maioria das empresas do Rio Grande do Norte investigadas ainda não
enxergam o CE como um fator de mudanças estratégicas, oportunidades de
negócios e elemento alavancador de competitividade, como destacado no
levantamento bibliográfico.
Os resultados apresentados neste estudo permitem concluir que as
maiores empresas potiguares estão utilizando o comércio eletrônico ainda de forma
tímida, quando comparadas às empresas nacionais, focando quase que
exclusivamente os processos de negócio referentes ao relacionamento externo com
seus clientes, mais precisamente o processo de divulgação de produtos e serviços.
Comparando o resultado obtido com o modelo ICDT proposto por Angehm
(apud ALBERTIN, 2000b), apresentado na seção 2.8, percebe-se que as grandes
empresas do Rio Grande do Norte, em sua maioria, situam-se no primeiro quadrante
da figura 4 denominado ‘Espaço de Informação Virtual’ - (Virtual Information Space
VIS), que se refere à visibilidade, ou seja, o espaço pela qual a empresa fornece
informações sobre si e seus produtos e serviços no ambiente da internet. Como
visto, Angehm (Apud ALBERTIN, 2000b) sustenta que o modelo ICDT demonstra
que a expansão do mercado tradicional para o mercado eletrônico passa pela
utilização dos quatro espaços virtuais.
Tal observação fortalece-se com a conclusão de Albertin (2005), em sua
pesquisa sobre o comércio eletrônico no mercado brasileiro, na qual identifica que a
evolução do uso da internet apresenta estágios de maturação, desde a utilização do
ambiente digital como catálogo eletrônico até o conceito de comunidades virtuais
comunidades de interesse que reúnem os parceiros de uma cadeia de valor. As
empresas do Rio Grande do Norte, portanto, ainda se encontram em um estagio
inicial de evolução, quando confrontado com o cenário nacional. Este fato enseja do
72
empresariado local uma reflexão quanto à atuação de sua empresa no mercado
local e nacional e quanto ao seu desempenho organizacional visando à sua inserção
no contexto de um ambiente de grande competitividade, apregoada pelo irreversível
processo de globalização.
O resultado obtido por esta pesquisa, pioneira no Estado do Rio Grande
do Norte, teve um enfoque transversal. Para efeito de construção e solidificação do
conhecimento, sugere-se a aplicação de novas pesquisas para estabelecer um corte
longitudinal, em uma linha de tempo, permitindo identificar a evolução do comércio
eletrônico no mercado local.
Importante frisar as limitações desta pesquisa, para que possam dirimir ou
minimizar possíveis falhas no processo de geração das informações estatísticas nas
próximas pesquisas. Entre as principais limitações e recomendações, destacam-se:
Sugere-se a ampliação do universo de empresas de forma a obter-se
maior representatividade das empresas sediadas no Estado do Rio
Grande do Norte;
Garantir a inserção de empresas prestadoras de serviços e demais ramos
de atividade econômica de expressiva representatividade na economia
local;
Inserir neste universo as empresas de médio porte e as empresas de
pequeno porte;
Ampliar o prazo de coleta de dados para que possa obter maior taxa de
respostas e, por conseguinte, resultados estatísticos com menores índices
de erro.
73
A pesquisa atual limitou-se a analisar o CE nos processos relacionados a
clientes e fornecedores; sugere-se ampliar a avaliação para todos os
processos relacionados ao negócio, além de enfocar os aspectos
relevantes e as contribuições do CE percebidas pelo empresariado,
conforme modelo de pesquisa proposta por Albertin (2005);
Reavaliar o questionário eletrônico quanto à sua usabilidade, para que
possa torná-lo mais intuitivo e mais fácil de preencher, de forma a
minimizar as desvantagens de sua aplicação, além de consolidar os
benefícios do uso deste modelo de formulário.
Realizar análise bivariada dos dados, envolvendo tabulações cruzadas a
partir das características das empresas selecionadas, tais como tempo de
atividade, porte e faturamento das empresas.
74
REFERÊNCIAS
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contribuições de sua aplicação. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000a. 242 p.
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brasileiro. In: Encontro Nacional de Pós-gaduação em Administração, 25.,
2000b. Anais... Florianópolis: ENANPAD, 2000.
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mercado brasileiro. 7. ed. Mar 2005. São Paulo: FGV/EAESP, 2005.
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<http://www.camara-e.net>. Acesso em 2 mar. 2005.
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globalização: mão-de-obra barata como fator de atração. Scripta nova: revista
electrónica de geografía Y ciencias sociales. Barcelona, v. 6. n. 119, ago. 2002.
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prática de negócios na internet: os casos do submarino.com e lokau.com.
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[8] FREITAS, H.; JANISSEK, R.; LUCIANO, E. M.; OLIVEIRA, M. Projeto para
concepção, desenvolvimento, implantação e avaliação de comércio
eletrônico: incubadora de empresas e de experiências virtuais. In: Anais do
XXVI Enanpad. Campinas: set 2001b.
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casos aplicados usando sphinx. Porto Alegre: Sagra Luzatto, 2000.
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75
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regionais do Brasil, 1985-2000: informações por unidades da federação. Rio de
Janeiro: IBGE, 2002. 1 CD-ROM.
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/mis/Cases/7-Eleven/Case/Strategy_Internet.pdf>. Acessado em: 28 abr. 2006.
[21] ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de estágio e de pesquisa em
administração: guias para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e
estudos de caso. São Paulo: Atlas, 1999.
[22] SEBRAE. E-commerce. Revista SEBRAE, n. 14. Disponível em
<http://nasrvzope01.sebrae.com.br/revsb14>. Acesso em 8 fev. 2005.
[23] SET/RN. Secretaria de Estado da Tributação do Rio Grande do Norte. Banco
de dados. Natal: SET/RN, 2005.
76
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[25] SILVA, Edna Lúcia da. Metodologia da pesquisa e elaboração de
dissertação. 3. ed. Florianópolis: Laboratório de Ensino à Distância/ UFSC,
2001. 121 p.
[26] SOUSA NETO, Manoel Veras de. Comércio eletrônico entre empresas: um
estudo sobre a integração entre bancos e empresas industriais. São Paulo:
FEA/USP, 2001.
[27] SOUZA, Marconi Brasil S; SOUSA NETO, Manoel Veras. Impacto do
comércio eletrônico B2C sobre o ICMS no RN. In: Congresso Anual de
Tecnologia da Informação, 2., São Paulo. Anais... São Paulo: FGV, 2005.
[28] TEIXEIRA FILHO, Jayme. Comércio eletrônico. Rio de Janeiro: SENAC,
2001.
[29] TURBAN, Efraim; KING, David. Comércio eletrônico: estratégia e gestão.
São Paulo: Prentice Hall, 2004. 436 p.
[30] VIDAL, A. G. R.; SOUZA, C. A.; ZWICKER, R. iDigital: pesquisa do perfil da
empresa digital. São Paulo: FEA/USP, 2004. Disponível em:
<http://www.idigital.fea.usp.br>. Acesso em: 29 nov. 2005.
77
ANEXOS
78
ANEXO A – Conteúdo da carta postada para as empresas
Governo do Estado do Rio Grande do Norte
SEDEC – Secretaria de Desenvolvimento Econômico
UFRN – PPgA - Programa de Pós-graduação em
Administração
Pesquisa ‘Comércio Eletrônico no Mercado Potiguar 2006
Natal/RN,
30 de março de 2006
.
Prezado(a) Sr(a).,
Solicitamos sua atenção para colaborar com uma pesquisa que visa avaliar o estágio de
utilização do comércio eletrônico no mercado potiguar. O mapeamento do comércio eletrônico no
cenário potiguar permitirá ao empresariado local uma avaliação acurada da aplicação do ambiente
digital na gestão dos negócios.
A seleção de sua empresa foi baseada no ranking das 200 Maiores Empresas Contribuintes
de ICMS do Rio Grande do Norte. Esperamos que os resultados possam subsidiar os processos de
tomada de decisão do empresariado, além de disseminar a importância do Comércio Eletrônico no
contexto em que atua.
O questionário está disponível na internet no endereço http://www.sedec.rn.gov.br/pesquisa.
Para responder ao questionário eletrônico, basta acessar a página e informar a senha impressa ao
final desta carta. Esta senha é exclusiva da sua empresa. Solicito que designe
o gestor ou
responsável pela Tecnologia da Informação
de sua empresa para responder ao questionário.
O tempo que despenderá para responder a pesquisa é de 15 a 20 minutos. Ressaltamos
que é política de ambas as instituições a estrita confidencialidade dos dados, que não serão
utilizados, em nenhum caso, de forma individual, sendo segmentados para análise e divulgação.
Desde agradecemos por sua colaboração e solicitamos a gentileza de
responder o
questionário até o dia 30/04/2006
, para que possamos lhe informar sobre os resultados, após
análise dos dados, dentro de 60 (sessenta) dias a partir desta data.
Atenciosamente,
Marconi Brasil Soares de Souza
Mestrando em Administração, PPgA, UFRN
E-mail: [email protected]ov.br
Acesse: http://www.sedec.rn.gov.br/pesquisa
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
CNPJ Básico: 12345678
Senha:
xxxxxxxx
79
Governo do Estado do Rio Grande do Norte
SEDEC – Secretaria de Desenvolvimento Econômico
UFRN – PPgA - Programa de Pós-graduação em
Administração
Pesquisa ‘Comércio Eletrônico no Mercado Potiguar 2006
CONTRATO ESPECIAL- CARTA
948/2003 – DR/RN
CORREIOS – SET/RN
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
CNPJ: 12345678
R PRESIDENTE BANDEIRA, XXXX
Bairro: ALECRIM
NATAL - CEP 59031200
ENDEREÇO P/ DEVOLUÇÃO:
SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIVMENTO ECONÔMICO
COORDENADORIA DE DESENVOLVIMENTO COMERCIAL
CENTRO ADMINISTRATIVO DO ESTADO
BR 101 – KM 0 – LAGOA NOVA
59064-901 – NATAL - RN
PARA USO DO CORREIO:
___ MUDOU-SE ___ DESCONHECIDO ___ RECUSADO
___ END. INCORRETO ___ NÃO EXISTE N° ___ NÃO PROCURADO
REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL EM: ___ / ___ / ______
RESPONSÁVEL : _______________________________________
80
ANEXO B – Conteúdo do e-mail enviado às empresas
Governo do Estado do Rio Grande do Norte
SEDEC – Secretaria de Desenvolvimento Econômico
UFRN – PPgA - Programa de Pós-graduação em
Administração
Pesquisa ‘Comércio Eletrônico no Mercado Potiguar 2006
Natal/RN,
20 de maio de 2006
.
Prezado(a) Sr(a).,
Solicitamos sua atenção para colaborar com uma pesquisa que visa avaliar o estágio de
utilização do comércio eletrônico no mercado potiguar. O mapeamento do comércio eletrônico no
cenário potiguar permitirá ao empresariado local uma avaliação acurada da aplicação do ambiente
digital na gestão dos negócios.
A seleção de sua empresa foi baseada no ranking das 200 Maiores Empresas Contribuintes
de ICMS do Rio Grande do Norte. Esperamos que os resultados possam subsidiar os processos de
tomada de decisão do empresariado, além de disseminar a importância do Comércio Eletrônico no
contexto em que atua.
O questionário está disponível na internet no endereço http://www.sedec.rn.gov.br/pesquisa.
Para responder ao questionário eletrônico, basta acessar a página e informar a senha impressa ao
final desta carta. Esta senha é exclusiva da sua empresa. Solicito que designe
o gestor ou
responsável pela Tecnologia da Informação
de sua empresa para responder ao questionário.
O tempo que despenderá para responder a pesquisa é de 15 a 20 minutos. Ressaltamos
que é política de ambas as instituições a estrita confidencialidade dos dados, que não serão
utilizados, em nenhum caso, de forma individual, sendo segmentados para análise e divulgação.
Desde agradecemos por sua colaboração e solicitamos a gentileza de
responder o
questionário até o dia 30/05/2006
, para que possamos lhe informar sobre os resultados, após
análise dos dados, dentro de 60 (sessenta) dias a partir desta data.
Atenciosamente,
Marconi Brasil Soares de Souza
Mestrando em Administração, PPgA, UFRN
E-mail: [email protected]ov.br
Acesse: http://www.sedec.rn.gov.br/pesquisa
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
CNPJ Básico: 12345678
Senha:
xxxxxxxx
81
ANEXO C – Sítio do Questionário Eletrônico (página inicial)
Pesquisa ‘Comércio Eletrônico no Mercado Potiguar 2006
Obrigado por visitar a página da pesquisa sobre comércio eletrônico 2006. O tema ‘comércio eletrônico' é
relativamente novo, e por
isso, ainda pouco difundido. Para uma melhor interpretação no preenchimento
do questionário, por favor, leia o texto abaixo, contendo os conceitos utilizados na presente pesquisa. Em
seguida, informe seu CNPJ e senha de acesso. Sua contribuição será valio
sa para o alcance dos
objetivos.
Conceito de Comércio Eletrônico (CE)
O comércio eletrônico, ou simplesmente CE, está transformando o mundo dos negócios, ao impor
novas maneiras de promover e vender os produtos para os consumidores. O uso intenso da tecnologia
da informação permite a disseminação do ambiente digital, contribuindo para a realização de negócios
utilizando-se dos meios eletrônicos.
Conceitualmente, o CE é a realização de toda a cadeia de valor dos processos de negócios num
ambiente eletrônico (Albertin, 2003; Turban, 2005). Em outras palavras, o CE é compreendido como o
processo de compra, venda e troca de produtos, serviços e informações por redes de computadores ou
pela internet.
As formas mais comuns de CE são:
B2B – business-to-business ou negócios-a-negócios: envolve transações entre empresas.
B2C – business-to-consumer ou negócios-a-consumidor: envolve transações entre empresa e
consumidor.
Para efeito desta pesquisa, o CE não se limitará ao processo de venda aos clientes/consumidores.
O CE terá a abrangência definida nos conceitos acima expostos, englobando também os processos de
compra aos fornecedores.
A Pesquisa
A pesquisa ‘Comércio Eletrônico no Mercado Potiguar’, pioneira em nosso Estado, é fruto do
Governo do Estado do Rio Grande do Norte
SEDEC – Secretaria de Desenvolvimento Econômico
UFRN – PPgA - Programa de Pós-graduação em
Administração
82
trabalho de mestrado acadêmico desenvolvido pelo Programa de Pós-graduação em Administração da
UFRN. Esta pesquisa foi adaptada da pesquisa elaborada pela FGV – Fundação Getúlio Vargas -
intitulada ‘Comércio Eletrônico no Mercado Brasileiro’, que exclui o RN de sua amostra.
O mapeamento do CE no mercado potiguar permitirá uma avaliação do ambiente digital por parte
do empresariado local, contribuirá com o desenvolvimento e consolidação do CE, além de estimular o
consumo de bens no mercado local utilizando-se do ambiente digital.
Esta pesquisa, em sua primeira versão, terá um enfoque, especificamente, no uso do CE nos
processos de negócios das empresas junto a seus fornecedores e seus clientes. Possivelmente, nas
próximas versões este enfoque poderá ser ampliado, a partir das sugestões, aprofundamentos teóricos e
consolidação do CE em nosso Estado.
Ao concluir a pesquisa, o autor compromete-se em publicar os resultados junto às empresas
participantes e à toda a sociedade.
Para iniciar o questionário, informe o CNPJ básico (8 primeiros dígitos) e a senha constante da
carta enviada à Empresa.
:: Acesso Restrito::
Tentativa de acesso às: 18:40:04 XX/XX/2006
CNPJ:
Senha:
83
ANEXO D – Questionário Eletrônico
Governo do Estado do Rio Grande do Norte
SEDEC – Secretaria de Desenvolvimento Econômico
UFRN – PPgA - Programa de Pós-graduação em Administração
Pesquisa ‘Comércio Eletrônico no Mercado Potiguar’ 2006
Orientações Básicas
O objetivo desta pesquisa é identificar o estágio de utilização do Comércio Eletrônico como ferramenta de negócios
, por parte
das empresas constantes na lista das 200 maiores empresas do Rio Grande do Norte. Ressaltamos que é política de ambas as
instituições a estrita confidencialidade dos dados,
que não serão utilizados - em nenhum caso -
de forma individual, sendo
segmentados para análise e divulgação.
Espera-
se que esta pesquisa possa subsidiar os processos de tomada de decisão
da empresa, na área de comércio eletrônico.
Se sua empresa o possui um setor, departamento ou área de Sistemas de Informação (SI) formalm
ente estabelecida, por
gentileza solicite que a pessoa que normalmente trabalha com essa atividade responda esta pesquisa.
Qualquer dúvida em relação ao questionário ou à pesquisa, enviar e-mail para cern2006@rn.gov.br
Orientador:
Prof. Manoel Veras de Sousa Neto
(Doutor em Administração pela FIA/USP, Professor da UFRN)
Pesquisador:
Marconi Brasil Soares de Souza
(Mestrando em Administração PPgA/UFRN)
INFORMAÇÕES INDIVIDUAIS CONFIDENCIAIS
INFORMAÇÕES INDIVIDUAIS CONFIDENCIAISINFORMAÇÕES INDIVIDUAIS CONFIDENCIAIS
INFORMAÇÕES INDIVIDUAIS CONFIDENCIAIS
5.1 - 1. Identificação da Empresa
CNPJ:
7228042 -
Nome da Empresa:
ABC DISTRIBUIDORA S A
Homepage da Empresa:
http://
Responsável pelas Informações: Cargo:
Fone: Fax: E-mail:
5.2 -
5.3 - 2. Situação da Empresa
Informe o percentual aproximado; caso seja menor que 1%, informe 0%.
84
Gastos e Investimentos em Tecnologia de Informação (TI):
% do faturamento. Inclui hardware, software, comunicação de dados
provedor de internet.
Gastos e Investimentos em Comércio Eletrônico:
% dos gastos e investimentos em TI. Inclui sofware para CE, comunicação de
dados para CE, provedor de internet.
5.4 -
5.5 - 3. Comércio Eletrônico na Empresa
o conceito de CE inclui o uso de site e/ou e-mail mesmo que apenas para divulgação dos
produtos/serviços
Utiliza Comércio Eletrônico (CE) com seus fornecedores:
Sim Desde (dd/mm/aaaa) Valor comercializado no CE com fornecedores: % do faturamento
Principal produto/serviço no CE:
Não. Previsão de utilização: (dd/mm/aaaa)
Sem previsão de utilização
Utiliza Comércio Eletrônico (CE) com seus clientes/consumidores:
Sim Desde (dd/mm/aaaa
)
Valor comercializado no CE com clientes: % do faturamento
Principal produto/serviço no CE:
Não Previsão de utilização: (dd/mm/aaaa)
Sem previsão de utilização
5.6 -
4. Comércio Eletrônico nos Processos de Negócio da Empresa
Na opção ‘ aplicação', selecione aquela que predomina em relação às demais
5.6.1 -
Processo de Negócio
Utilização
Aplicação
Cadeia de Suprimentos
Solicitação de suprimentos
Sem Previsão
Recebimento de suprimentos
Sem Previsão
85
Envio de pagamento
Sem Previsão
Atendimento a Cliente
Divulgação de informações sobre
produto/serviços
Sem Previsão
Seleção de produtos/serviços
Sem Previsão
Negociação sobre preço e condições
Sem Previsão
Informações sobre
necessidades/preferências
Sem Previsão
Recebimento de Pedido
Sem Previsão
Processamento de Pedido
Sem Previsão
Aceitamento de Pagamento
Sem Previsão
Distribuição de produtos/serviços
Sem Previsão
Suporte a utilização de produtos/serviços
Sem Previsão
INFORMAÇÕES INDIVIDUAIS CONFIDENCIAIS
INFORMAÇÕES INDIVIDUAIS CONFIDENCIAISINFORMAÇÕES INDIVIDUAIS CONFIDENCIAIS
INFORMAÇÕES INDIVIDUAIS CONFIDENCIAIS
UFRN - PPgA – Programa de Pós-graduação em Administração
Governo do Estado do Rio Grande do Norte – SEDEC – Secretaria de Desenvolvimento Econômico
Questionário adaptado da Pesquisa FGV-EAESP de Comércio Eletrônico no Mercado Brasileiro
Confirmar
86
ANEXO E – Registros de Acesso ao Questionário Eletrônico
Governo do Estado do Rio Grande do Norte
SEDEC – Secretaria de Desenvolvimento Econômico
UFRN – PPgA - Programa de Pós-graduação em
Administração
Pesquisa ‘Comércio Eletrônico no Mercado
Potiguar 2006
Tabela de Login de Usuários
Login
Data/Hora
IP
Status
2769391
17/04/2006 10:38:57
201.55.106.39
Concluida
40757908
17/04/2006 10:48:29
201.55.106.39
Concluida
2414858
17/04/2006 13:20:54
200.199.21.194
Não Concluida
8395782
17/04/2006 13:58:22
200.199.46.143
Não Concluida
8395782
17/04/2006 15:23:06
200.199.46.143
Concluida
35298801
17/04/2006 15:43:16
201.65.4.130
Não Concluida
35298801
17/04/2006 15:43:18
201.65.4.130
Não Concluida
35298801
17/04/2006 15:46:36
201.65.4.130
Concluida
2414858
17/04/2006 16:03:20
200.199.21.194
Não Concluida
87
70157896
19/04/2006 16:49:29
201.8.243.127
Não Concluida
60522000
20/04/2006 14:48:28
200.212.186.195
Não Concluida
7206816
21/04/2006 11:05:15
200.253.199.73
Concluida
3994427
25/04/2006 09:06:46
200.179.84.5
Não Concluida
61148052
26/04/2006 10:40:43
201.45.244.206
Não Concluida
48785
26/04/2006 17:12:00
201.32.232.87
Não Concluida
9400227
26/04/2006 17:57:34
200.199.46.180
Não Concluida
8001026
26/04/2006 19:35:39
201.8.188.4
Concluida
40789745
27/04/2006 14:26:28
200.199.36.238
Concluida
61148052
28/04/2006 08:06:11
201.45.244.206
Concluida
70157896
28/04/2006 15:39:59
201.8.191.217
Concluida
48785
28/04/2006 19:02:55
201.32.231.248
Concluida
8713513
02/05/2006 13:29:52
200.177.128.114
Concluida
70052352
03/05/2006 07:17:19
200.217.210.242
Não Concluida
8398935
03/05/2006 08:18:08
201.8.191.193
Não Concluida
8378267
05/05/2006 08:15:21
200.97.29.6
Não Concluida
8403578
18/05/2006 23:18:41
201.4.127.46
Concluida
10723930
18/05/2006 23:22:42
201.4.127.46
Não Concluida
820127
20/05/2006 10:21:19
200.199.46.195
Não Concluida
11982113
21/05/2006 11:01:18
200.241.108.195
Concluida
88
8247215
22/05/2006 15:15:04
200.199.21.194
Não Concluida
4227467
22/05/2006 17:31:03
200.223.175.22
Não Concluida
70052352
23/05/2006 08:34:04
200.217.210.242
Concluida
8030363
23/05/2006 09:37:49
200.217.210.225
Não Concluida
70166350
23/05/2006 23:11:06
201.18.159.27
Não Concluida
70166350
23/05/2006 23:17:06
201.18.159.27
Concluida
56966682
24/05/2006 02:23:20
201.4.129.156
Concluida
9400227
24/05/2006 21:55:13
201.4.122.152
Concluida
4980258
26/05/2006 20:29:47
200.222.135.135
Concluida
4700454
28/05/2006 08:33:12
201.4.125.161
Concluida
22677520
29/05/2006 15:52:57
200.241.103.130
Não Concluida
8324196
29/05/2006 15:55:26
200.179.191.62
Não Concluida
22677520
29/05/2006 16:59:45
200.241.103.130
Não Concluida
4227467
29/05/2006 17:14:39
200.223.175.22
Não Concluida
820127
29/05/2006 17:15:48
200.199.45.1
Não Concluida
8402943
30/05/2006 07:35:18
200.241.103.1
Não Concluida
8030363
30/05/2006 08:18:16
200.217.210.225
Não Concluida
8030363
30/05/2006 08:47:13
200.217.210.225
Não Concluida
8030363
30/05/2006 09:08:46
200.217.210.225
Concluida
4227467
30/05/2006 10:28:23
200.223.175.22
Não Concluida
89
8324196
30/05/2006 10:52:27
200.179.191.62
Não Concluida
820127
30/05/2006 15:29:39
200.199.45.1
Concluida
10699056
31/05/2006 00:22:11
201.4.121.3
Concluida
61802526
01/06/2006 14:58:01
201.4.120.228
Concluida
2867473
01/06/2006 15:52:46
201.4.130.166
Concluida
24519654
29/03/2006 13:47:50
10.1.1.93
Não Concluida
24519654
29/03/2006 13:48:06
10.2.0.106
Não Concluida
24519654
29/03/2006 13:49:42
10.2.0.121
Não Concluida
24519654
29/03/2006 13:52:15
10.2.0.121
Concluida
48785
29/03/2006 16:40:13
10.2.0.121
Não Concluida
48785
31/03/2006 09:07:26
10.2.0.121
Não Concluida
70166350
06/04/2006 16:24:30
200.241.111.68
Não Concluida
2952192
06/04/2006 17:13:46
200.241.111.70
Não Concluida
3532634
07/04/2006 08:39:37
200.151.141.96
Concluida
8397374
07/04/2006 12:04:52
200.179.190.32
Não Concluida
7206816
07/04/2006 14:47:41
200.249.18.11
Não Concluida
40778342
07/04/2006 15:14:58
200.141.150.218
Não Concluida
40778342
07/04/2006 15:18:18
200.141.150.218
Concluida
4980258
08/04/2006 12:21:25
200.253.31.130
Não Concluida
2867473
10/04/2006 16:28:52
201.32.232.175
Não Concluida
90
35274745
10/04/2006 18:38:20
200.179.190.144
Não Concluida
8061855
11/04/2006 08:53:07
200.179.186.134
Não Concluida
61802526
11/04/2006 11:06:57
200.97.31.153
Não Concluida
8225849
11/04/2006 11:22:04
201.55.101.232
Não Concluida
61802526
11/04/2006 12:05:15
200.214.217.130
Não Concluida
10699056
11/04/2006 15:40:10
200.199.47.33
Não Concluida
8249021
12/04/2006 12:20:31
200.207.152.22
Não Concluida
1464886
12/04/2006 15:03:31
200.249.15.5
Não Concluida
70120662
13/04/2006 13:49:38
200.199.77.42
Não Concluida
70120662
13/04/2006 14:15:52
200.199.77.42
Não Concluida
70120662
13/04/2006 14:20:15
200.199.77.42
Não Concluida
70120662
13/04/2006 14:39:38
200.199.77.42
Não Concluida
8713513
13/04/2006 14:40:58
200.177.128.114
Não Concluida
61079117
13/04/2006 14:53:39
200.164.174.138
Não Concluida
70120662
13/04/2006 15:01:55
200.199.77.42
Concluida
8003402
17/04/2006 07:30:02
200.217.214.20
Não Concluida
13004510
17/04/2006 09:46:03
200.241.85.133
Não Concluida
91
ANEXO F – 200 maiores empresas contribuintes do ICMS do RN em
2003
200 MAIORES EMPRESAS CONTRIBUINTES DO ICMS NO ESTADO DO RN
Posicão
RazaoSocial
1
PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS
2
COMPANHIA ENERGETICA RIO GRANDE NORTE COSERN
3
TELEMAR NORTE LESTE S/A
4
PETROBRAS DISTRIBUIDORA S/A
5
SATELITE DISTRIBUIDORA DE PETROLEO S A
6
TELERN CELULAR S A
7
COMPANHIA BRASILEIRA DE BEBIDAS
8
SOUZA CRUZ S/A
9
M DIAS BRANCO S A COMERCIO E INDUSTRIA
10
GUARARAPES CONFECCOES S A
11
BOMPRECO S A SUPERMERCADOS DO NORDESTE
12
BSE S/A
13
UNOPASO LTDA
14
SUPERMERCADO NORDESTAO LTDA
15
CARREFOUR COMERCIO E INDUSTRIA LTDA
16
COMPANHIA BRASILEIRA DE PETROLEO IPIRANGA
17
ITAPETINGA AGRO INDUSTRIAL S A
18
COATS CORRENTE LTDA
19
LOJAS RIACHUELO S A
20
TEXACO BRASIL S A PRODUTOS DE PETROLEO
21
NACIONAL GAS BUTANO DISTRIBUIDORA LTDA
22
SAO PAULO ALPARGATAS S/A
23
DROGUISTAS POTIGUARES REUNIDOS LTDA
24
AGIP DO BRASIL S A
25
DIXIE TOGA NORDESTE S A
26
EMPRESA BRASILEIRA DE TELECOMUNICACOES S A
27
SHELL BRASIL LTDA
28
MAKRO ATACADISTA SOCIEDADE ANONIMA
29
NORSA REFRIGERANTES LTDA
30
COMPANHIA DE TECIDOS NORTE DE MINAS COTEMINAS
31
ESSO BRASILEIRA DE PETROLEO LIMITADA
32
SANTA CLARA IND E COM DE ALIMENTOS LTDA
33
USINA ESTIVAS SA
34
QUATRO K TEXTIL LTDA
35
VICUNHA TEXTIL S A
36
UVIFRIOS DISTRIBUIDOR ATACADISTA LTDA
37
CAPRICORNIO S A
38
IMPORTADORA COMERCIAL DE MADEIRAS LTDA
39
NORTE SALINEIRA S/A IND E COM NORSAL
40
TNL PCS S/A
41
SP INDUSTRIA E DISTRIBUIDORA DE PETROLEO LTDA
42
SACOPLAST SACOS PLASTICOS DO NORDESTE S/A
43
MARTINS COMERCIO E SERVICOS DE DISTRIBUICAO SA
44
C&A MODAS LTDA
45
EMPREENDIMENTOS PAGUE MENOS S A
46
SALINOR SALINAS DO NORDESTE S/A.
47
SOLPETRO COMERCIO DE PETROLEO LTDA
48
RIOGRANDENSE DISTRIBUIDORA DE ALIMENTOS LTDA
49
ESPACIAL AUTO PECAS LTDA
50
JOSE ABRAHAO OTOCH & CIA LTDA
51
LAMPADINHA MATERIAIS ELETRICOS LTDA
52
NACIONAL VEICULOS E SERVICOS LTDA
53
PRESTIGIO DISTRIBUIDORA DE CHOCOLATES LTDA
54
COMERCIAL ALCIDES ARAUJO LTDA
92
55
NATAL VEICULOS LIMITADA
56
GERDAU S A
57
CIMENTO POTY S/A
58
SALINA DIAMANTE BRANCO LTDA
59
LOJAS INSINUANTE LTDA
60
DISTRIBUIDORA DE CARAMELOS NATAL LTDA
61
R M NOR DO BRASIL INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
62
F SOUTO INDUSTRIA COMERCIO E NEVEGACAO S A
63
CASA NORTE LTDA
64
MISAEL BARBOSA DA CRUZ
65
LUCIO SILVEIRA & FILHOS
66
CIRNE IRMAOS CIA LTDA
67
CIMSAL COM IND MOAGEM REF SANTA CECILIA LTDA
68
BONOR INDUSTRIA DE BOTOES DO NORDESTE SA
69
MINASGAS S A INDUSTRIA E COMERCIO
70
CIRNE PNEUS COMERCIO E SERVICOS LTDA
71
LOJAS AMERICANAS S A
72
DAB DISTRIBUIDORA DE ALIMENTOS E BEBIDAS LTDA
73
COMERCIAL JOSE LUCENA LTDA
74
VALE DAS PALMEIRAS DIST BEB E TRANSP CARGAS LT
75
JOAO MILITAO MARTINS
76
SALINAS AUTOMOVEIS LTDA
77
DIA DISTRIBUIDORA INTERNAC DE ALIMENTOS LTDA
78
AUTOBRAZ COMERCIO DE VEICULOS LTDA
79
AGROARTE EMPRESA AGRICOLA LTDA
80
ALVARES & ALVARES LTDA
81
AGAE COMERCIO E INDUSTRIA LTDA
82
F S VASCONCELOS & CIA LTDA
83
SIEMENS LTDA
84
COMPANHIA FRIGORIFICO POTENGY
85
INDUSTRIAS BECKER LTDA
86
COMERCIAL SABUGI LTDA
87
VESPER S A
88
SERV SAL DO NORDESTE COM REPRES E TRANSP LTDA
89
TOYONORTE VEICULOS LTDA
90
03562678 TOLI INDUSTRIA E COMERCIO DE CONFECCOES LTDA
91
INDAIA BRASIL AGUAS MINERAIS LTDA
92
GIL BRAZ NERI & CIA LTDA
93
DRICOS MOVEIS E ELETRODOMESTICOS LTDA
94
POSTO BRASIL COMERCIO E REPRESENTACOES LTDA
95
PONTA NEGRA AUTOMOVEIS LTDA
96
CIEMARSAL COMERCIO INDUSTRIA E EXP DE SAL LTDA
97
REUNIDAS VEICULOS E SERVICOS LTDA
98
ZOOM PETROLEO LTDA
99
MIRANDA COMPUTACAO E COMERCIO LTDA
100
78876950 CIA HERING
101
NISSAUTO COMERCIO DE VEICULOS E PECAS LTDA
102
VALE VERDE EMPREENDIMENTOS AGRICOLAS LTDA
103
QUEIROZ OLIVEIRA COMERCIO E INDUSTRIA LTDA
104
DISTRIBUIDORA DE BEBIDAS SAO PEDRO NORTE LTDA
105
JAIR PAULINO MAIA
106
DESTILARIA BAIA FORMOSA S A
107
REFIMOSAL REFIN MOAGEM SAL SANTA HELENA LTDA
108
UNIMETAIS COMERCIO LTDA
109
MEDEIROS S A INDUSTRIA E COMERCIO
110
J S DISTRIBUIDORA DE CARNES E DERIVADOS LTDA
111
COMPANHIA POTIGUAR DE GAS (POTIGAS)
112
DVN VIDROS INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
113
ATACADAO DE ESTIVAS E CEREAIS RIO DO PEIXE LT
114
GLENIO ALVES DINIZ SOARES
115
CDA - CENTRAL DE DISTRIBUICAO AZEVEDO LTDA
116
HANOVER BRASIL LTDA
117
TOP CAR VEICULOS E LOCADORA LTDA
118
CIA SAO GERALDO DE VIACAO
93
119
ESSENCIA COMERCIAL LTDA
120
NATAL SERVICE LTDA
121
SORVANE S A
122
WHITE MARTINS GASES INDUSTRIAIS DO NORDESTE SA
123
ITAPESSOCA AGRO INDUSTRIAL S/A
124
NATAL FRIGO INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
125
J S S COMERCIO ATACADISTA DE CARNES LTDA
126
LIGZARB DISTRIBUIDORA DE ALIMENTOS LTDA
127
J M J COMERCIO DE VEICULOS E PECAS LTDA
128
DINASAL - DISTRIB E IND NACIONAL DE SAL LTDA
129
MANOEL BEZERRA DE SOUZA
130
MARANATA COMERCIO DE PETROLEO LTDA
131
NORTE FRIOS E LATICINIOS LTDA
132
VIA DIESEL DIST DE VEICULOS MOTORES E PECAS LT
133
COMERCIAL VIEIRA VERAS LTDA
134
FROTA OCEANICA E AMAZONICA S/A
135
POSTO SAO FRANCISCO LTDA
136
H C PNEUS S A
137
AUTO ONIBUS SANTA MARIA TRANSPORTES TURISMO LT
138
ATACADAO DOS ELETRODOMESTICOS DO NORDESTE LTDA
139
FARMA SERVICE DISTRIBUIDORA LTDA
140
ALEXFA INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
141
L PRAXEDES GOMES
142
CABO SERVICOS DE TELECOMUNICACOES LTDA
143
P N AUTOMOVEIS PECAS E SERVICOS LTDA
144
PARMALAT BRASIL S A INDUSTRIA DE ALIMENTOS
145
DISTRIBUIDORA IGAPO LTDA
146
SIMAS INDUSTRIAL DE ALIMENTOS S/A
147
CBE CIA BRASILEIRA DE EQUIPAMENTOS
148
MASTER SPORT COMERCIO E INDUSTRIA LTDA
149
CHOCOLATES GAROTO S A
150
GONZAGA DISTRIBUIDORA REPRES E LOGISTICA LTDA
151
BJ QUIMICA DO BRASIL LTDA
152
MARISA LOJAS VAREJISTAS LTDA
153
F FERNANDES DE SOUZA
154
ECOLOGICA COMERCIO LTDA
155
NORTE PESCA S A
156
ASPERBRAS-NORDESTE IRRIGACAO LTDA
157
COMPANHIA NACIONAL DE ALCALIS
158
POTIGUAR VEICULOS LTDA
159
J DE P FORTE
160
USIBRAS USINA BRAS DE OLEOS E CASTANHA LTDA
161
RONALDO SOUZA DE ARAUJO
162
VICTOIRE AUTOMOVEIS LTDA
163
INDUSTRIA E COMERCIO DE ALIMENTOS VICUNHA LTDA
164
SEBASTIAO DE LIMA DELFINO
165
SOCEL SOCIEDADE OESTE LTDA
166
ARMIL MINERACAO DO NORDESTE LTDA
167
PARELHAS GAS LTDA
168
CYRO CAVALCANTI AUTO PECAS LTDA
169
S G DA SILVA ATACADISTA
170
W VICENTE DA SILVA
171
R GURGEL COMERCIO E INDUSTRIA LTDA
172
MASTER ELETRONICA DE BRINQUEDOS LTDA
173
LUIZ PAULA & CIA
174
C GAGLIARDI & CIA LTDA
175
SUPERMERCADO SERVE BEM LTDA
176
DISBECOL-DISTRIBUIDORA DE BEBIDAS CAICO LTDA
177
L CIRNE & CIA LTDA
178
POTYRAN VEICULOS E PECAS LTDA
179
MERCANTIL REBOUCAS LTDA
180
CIRNE DISTRIBUIDORA DE BEBIDAS LTDA
181
SULNORTE TURISMO LTDA
182
JOSUE MATERIAIS DE CONSTRUCAO LTDA
94
183
TORRALBA & PUPIM LTDA
184
ATREVIDA EMPRESA DE TRANSPORTE LTDA
185
SANTORRES COMERCIO S/A
186
E H M DINIZ
187
SIDORE IND E COM DE REFRIG E AGUAS MINERAIS LT
188
MARPAS S A
189
POSTO TOSCANO LTDA
190
POTIPORA AQUACULTURA LTDA
191
PESCADOS FISH LTDA
192
A FERREIRA IND COM E EXPORTACAO LTDA
193
COBENE-COMERCIO DE BEBIDAS NORDESTE LTDA
194
PINTO FREIRE & CIA LTDA
195
CASA DOS LUBRIFICANTES LTDA
196
TECIDOS LIDER INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
197
DROGARIA GLOBO LTDA
198
ABC DISTRIBUIDORA S A
199
MAC CLEM INDUSTRIA E COMERCIO DE CONFECCOES LT
200
J N DERIVADOS DE PETROLEO LTDA
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