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Esta mudança referencial provocou uma revolução perceptiva, na qual o
lúdico, o teatro e o espetáculo foram aguçados. Para ele, o consumidor, seduzido
pela Publicidade, não se sente enganado ou subjugado, mas encantado pelo apelo
mágico, que apenas reforça e amplia quem já está predisposto a ser seduzido. A
Mídia, por outro lado, não atomiza ou isola, mas serve como instrumento para fazer
chegar as informações ao indivíduo, onde quer que ele esteja.
Os valores ideais de um paraíso futuro deixam espaço à busca da satisfação
imediata, o desejo de viver o agora e não esperar compensações futuras. Para
Lipovetsky (2000), isto cria o individualismo, mas, também, não apaga ou sufoca o
humanitarismo ou a preocupação com o outro. A Pós-Modernidade
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representa
essa sociedade de consumo, de democratização e mercado, que cria a
uniformização dos estilos de vida, a Globalização,
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o poder das marcas e a
massificação e a libertação da tradição e das instituições e a conquista de maior
autonomia individual.
Não estamos subestimando a capacidade de discernir e avaliar do cidadão
ou consumidor, em particular daquele com bom nível educacional, que acreditamos
ser capaz de reconhecer, criticar e fazer escolhas, baseadas em suas próprias
aspirações e interesses. Na realidade, parecemos dedicar muito pouco de nossa
atenção ao receptor, que pode se tornar um enigma indecifrável. Encontramos um
impasse entre os que acreditam que os Meios de Comunicação criam uma massa
uniforme e amorfa de indivíduos e aqueles que crêem na capacidade de julgamento
e ação independe do sujeito. Mas não podemos negar, pelos índices de audiência,
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Para Maffesoli (2005), a Pós-Modernidade remete ao fim de uma moral universal e castradora e à
emergência de uma moral plural, um relativismo moral visível, uma moral sem limites ou barreiras,
na qual haverá o encontro da razão abstrata com a razão sensível. Os indivíduos vivenciarão
emoções em comum, na coletividade, e estabelecerão identificações com grupos sociais, usando
símbolos, imagens e signos, que vão integrá-los a certas tribos, apropriando-se de espaços,
estabelecendo territórios de socialidades e construindo relações de poder nos arranjos sociais.
Nada será infinito ou imutável.
Segundo Lipovetsky (2000, p. 10), a Pós-Modernidade rompe com a idéia extrema de moralidade,
fortalecida na modernidade, uma moral heróica ou sacrificial. “Com a pós-modernidade, chegamos
ao pós-moralismo” e com ele a liberdade de viver o presente, com intensidade, sem esperar
gratificações futuras.
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De acordo com Biz (apud GUARESCHI, 2002), Globalização é um processo de mudanças nos
aspectos econômicos, financeiros, culturais, políticos em uma lógica de redes que funcionam como
uma unidade em tempo real e em escala planetária, no qual a Comunicação ocupa um lugar
principal, pela centralização das telecomunicações na construção da infra-estrutura do novo século
e pelas diferentes formas de Comunicação, como a Internet e a TV segmentada.