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moradores se enquadram, de acordo com ele, nas chamadas associações horizontais da sociedade
civil, embora ele não as considere horizontais na prática.
Outra tipologia foi construída pela pesquisa “Mapeamento e Caracterização do
Associativismo Civil em Belo Horizonte”, do Observatório de Políticas Urbanas da PUC
Minas/PROEX, que classifica as associações em 8 (oito) tipos: associações comunitárias
(associações de moradores, centros comunitários, associações habitacionais etc.), organizações
trabalhistas (associações dos servidores, sindicatos, associações profissionais etc.), cooperativas,
partidárias (organizações partidárias etc.), entidades desportivas e lazer (clubes esportivos,
associações esportivas etc.), filantrópicas e assistenciais (associações beneficentes, entidades
filantrópicas etc.), religiosas (grupo de jovens, congregações de padres, freiras, seminaristas etc.),
culturais e educacionais (creches, núcleos de pesquisas, grupos de teatro, ONGs de incentivo a arte
etc.), de defesa de direitos e contra a discriminação (associações feministas, de defesa de direitos,
de necessidades especiais, organizações de defesa da raça etc.). As associações de moradores se
classificam como comunitárias nesta pesquisa.
Entre tantas definições, tipologias e classificações, observa-se que o associativismo
comunitário surge, segundo Linhares, “como uma solução de organização da sociedade civil
em torno de necessidades básicas da vida nas cidades. Logo, configura-se como uma forma
de ação coletiva urbana que se volta para questões de primeira necessidade de vida e de bens
materiais” (LINHARES, 2004). O associativismo de bairro, tema central deste projeto, é uma
forma de ação coletiva que se enquadra no tipo associativismo comunitário, de acordo com a
maioria das classificações feitas pelos autores e pelas pesquisas do IBGE citadas anteriormente. A
disseminação dessa forma de associativismo no município de Belo Horizonte ocorre a partir de
1974, e as causas referem-se a demandas por melhorias urbanas, tais como: luz, água, esgoto,
abertura de ruas, calçamento, equipamentos sociais etc. Isso se deve à carência urbana que marca a
vida de Belo Horizonte desde as primeiras décadas de sua fundação.
Hoje essas associações de moradores se fazem presentes na maioria dos bairros da cidade,
focando suas lutas não só nas questões de infra-estrutura urbana, como no início de seu surgimento,
mas também nas questões sociais como saúde, educação e segurança pública. Pode-se dizer que
desde os anos 70, as associações de moradores ganharam espaço político em nível local e nacional,
e assumiram liderança em relação a projetos sociais importantes nas localidades onde atuam, o que
acarretou o aumento da visibilidade das organizações populares, tanto no Brasil quanto em Belo
Horizonte, conforme veremos a seguir.
O universo dos movimentos sociais, no Brasil, perpassa, hoje, movimentos das
mulheres, rurais, ecológicos, operários, de associações de bairro, movimentos sobre negros e