Estado nutricional de vitamina A... NASCIMENTO
A.L.
entanto, Hallfrisch et al (1994) relataram, em idosos americanos, que os homens
apresentavam concentrações de retinol sérico superiores aquelas observadas entre as
mulheres, variabilidade que os autores atribuíram, pelo menos parcialmente, ao maior
consumo de alimentos fonte de vitamina A observado entre os homens.
Com relação à distribuição etária, o comportamento similar das concentrações de retinol
sérico, nas diferentes faixas etárias, encontrado entre os idosos de Camaragibe, mostra
uma característica peculiar nesse grupo etário, se compararmos com outros grupos
biológicos, a exemplo de crianças nas idades pré-escolar e escolar. Nesses dois grupos
etários, a vulnerabilidade maior, à deficiência sub-clínica e clínica da deficiência de
vitamina A, ocorre nas crianças mais jovens (DRICOT D’ANS et al, 1988). Sintomas e
sinais clínicos da xeroftalmia moderada (cegueira noturna e xerose conjuntival com
mancha de Bitot) são mais prevalentes na idade escolar, enquanto que a xeroftalmia
severa (úlcera de córnea e ceratomalácia) na idade pré-escolar (DINIZ e SANTOS, 2000).
Essa ausência de correlação entre as concentrações de retinol sérico e as diferentes faixas
etárias, observada nos nossa casuística, tem sido igualmente descrita em outros estudos
epidemiológicos (RONCADA, MARUCCI e LAMONIA, 1985; HALLFRISCH,
MÜLLER e SINGH, 1994). No entanto, Gillum, Morgan e Sailer (1955), estudando
idosos da Califórnia, Estados Unidos da América, observaram um declínio significativo,
embora, irregular, das concentrações de retinol sérico e caroteno, principalmente em
homens, com o aumento da idade. Essa correlação negativa entre as concentrações de
vitamina A e a idade, na população idosa, seria, em princípio, esperada, considerando que,
com a evolução da idade, haveria uma menor absorção de nutrientes, devido às alterações
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