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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
JULIANA SANTANA BUARQUE CAVALCANTI
Capacidade aeróbia como discriminante
do consumo alimentar e da aptidão física
RECIFE
2005
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JULIANA SANTANA BUARQUE CAVALCANTI
Capacidade aeróbia como discriminante
do consumo alimentar e da aptidão física
RECIFE
2005
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação – Mestrado – Departamento de Nutrição
do Centro de Ciências da Saúde da Universidade
Federal de Pernambuco como requisito parcial para a
obtenção do grau de Mestre em Nutrição.
ORIENTADORA:
Francisca Martins Bion
Professor Adjunto IV do Departamento de CCS/UFPE.
Doutora em Ciências dos Alimentos – Universidade
de São Paulo – São Paulo.
COORIENTADOR:
Manoel da Cunha Costa
Professor Adjunto I da ESEF/UPE.
Doutor em Ciências do Esporte – Fisiologia do
Exercício – Universidade do Porto – Porto.
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Cavalcanti, Juliana Santana Buarque
Capacidade aeróbia como discriminante do
consumo alimentar e da aptidão física / Juliana
Santana Buarque Cavalcanti. – Recife : O Autor,
2005.
112 folhas : il., fig., gráf., tab.
Dissertação (mestrado) – Universidade
Federal de Pernambuco. CCS. Nutrição, 2005.
Inclui bibliografia e apêndices.
1. Gordura – Distribuição corporal. 2. Capacidade
aeróbia. 3. Alimento – Consumo. I. Título.
613.2 CDU (2.ed.) UFPE
613.2 CDD (22.ed.) BC2005-457
DEDICATÓRIA
A Joseineide, minha mãe, companheira e
incentivadora, presença marcante em todos os
momentos.
Ao meu irmão, Thiago, a mão amiga nas horas
significativas.
A Fernando, meu esposo, homem simples com um
grande coração.
Ao meu bebê, João Pedro, a essência da minha vida.
Com todo meu carinho, dedico
esse trabalho a vocês, pelo apoio
e compreensão que sempre me
deram.
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOS
À professora e orientadora Francisca Bion, por sua dedicação em todo o processo de
elaboração deste trabalho;
Ao amigo e professor Manoel Costa, referência de ética profissional, expressão real do
verdadeiro sentido da pesquisa científica;
À professora Patrícia Falcão, pela cordialidade e empenho na etapa conclusiva do trabalho;
Aos colegas Maria Magdala, Renata e Marcos Antônio, peças fundamentais nas diversas
etapas da pesquisa;
Às amigas e professoras Ana Maria Melo e Rosa Idalina Jordão, pelo incentivo e
credibilidade quanto ao desempenho no Mestrado;
À querida amiga Tereza Barbosa, que sempre esteve ao meu lado nos momentos decisivos
de escolha de um caminho seguro;
À querida Neci, pela presença e carinho nas horas importantes.
Aos alunos voluntários, que possibilitaram atingir o objetivo maior deste estudo.
“A pergunta é que nos impulsiona...
...foi ela que me trouxe aqui.”
(SÓCRATES)
SUMÁRIO
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS.....................................................................................................12
LISTA DE GRÁFICOS..................................................................................................13
LISTA DE SIGLAS........................................................................................................14
RESUMO........................................................................................................................15
ABSTRACT....................................................................................................................17
1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................19
2. REVISÃO DA LITERATURA..................................................................................24
2.1. Aptidão física para a saúde: consumo alimentar, distribuição de
gordura corporal e capacidade aeróbia.................................................................25
3. OBJETIVOS...............................................................................................................39
3.1. Objetivo Geral.........................................................................................................40
3.2. Objetivos Específicos...............................................................................................40
4. METODOLOGIA......................................................................................................41
4.1. Amostra....................................................................................................................42
4.2. Análise estatística dos dados amostrais..................................................................43
4.3. Procedimentos gerais para coleta de dados..................................................................44
4.3.1. Massa corporal......................................................................................................44
4.3.2. Estatura.................................................................................................................44
4.3.3. Índice de massa corporal (IMC)..........................................................................45
4.3.4. Inquérito recordatório de 24 horas (IR24).........................................................45
4.3.5. Questionário de freqüência alimentar (QFA).....................................................46
4.3.6. Dobras cutâneas....................................................................................................47
4.3.7. Somatório de dobras cutâneas (SDC)..................................................................48
4.3.8. Relação tronco/membros (RT/M)........................................................................49
4.3.9. Relação cintura/quadril (RC/Q)..........................................................................49
4.3.10. Consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.)...............................................................51
5. RESULTADOS............................................................................................................62
6. DISCUSSÃO...................................................................................................................73
7. CONCLUSÕES.............................................................................................................83
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................85
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................87
10. APÊNDICES.................................................................................................................100
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Variáveis antropométricas dos universitários da área de
saúde da Universidade de Pernambuco (Recife, 2004)...................66
TABELA 2 – Médias dos valores das dobras cutâneas dos universitários
da área de saúde da Universidade de Pernambuco
(Recife, 2004)....................................................................................67
TABELA 3 – Média da energia e dos macronutrientes,
recomendados e consumidos, dos universitários da área
de saúde da Universidade de Pernambuco (Recife, 2004)...................70
TABELA 4 – Freqüência dos alimentos consumidos pelos universitários
da área de saúde da Universidade de Pernambuco
(Recife, 2004)......................................................................................72
Pág.
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – Circunferência da cintura dos universitários da área
de saúde da Universidade de Pernambuco
(Recife, 2004)...................................................................................68
GRÁFICO 2 – Percentual de peso normal e sobrepeso dos universitários
da área de saúde da Universidade de Pernambuco
(Recife, 2004)....................................................................................69
GRÁFICO 3 – Número de refeições diárias dos universitários da área
de saúde da Universidade de Pernambuco
(Recife, 2004)....................................................................................71
Pág.
LISTA DE SIGLAS
AB – dobra cutânea abdominal
ACSM American College of Sports Medicine
AX dobra cutânea axilar
BI dobra cutânea biciptal
CC – circunferência da cintura
CQ – circunferência do quadril
CX – dobra cutânea da coxa
IMC índice de massa corporal
IR24 – inquérito recordatório de 24 horas
OMS – Organização Mundial da Saúde
PT dobra cutânea panturrilha
QFA – questionário de freqüência alimentar
RC/Q – relação cintura/quadril
RT/M – relação tronco/membros
SDC – somatório de dobras cutâneas
SE dobra cutânea subescapular
SI dobra cutânea suprailíaca
TR – dobra cutânea triciptal
VO2 máx. – consumo máximo de oxigênio
RESUMO
RESUMO
O consumo máximo de oxigênio é um indicativo da capacidade aeróbia e sua
estimativa constitui um método adequado para analisar variáveis nutricionais e
antropométricas do indivíduo. A pesquisa objetivou avaliar o consumo alimentar e a
distribuição de gordura corporal de 90 universitários da área de saúde, na faixa etária
entre 18 e 30 anos, tendo como discriminante o consumo máximo de oxigênio. Foram
determinados os indicadores: capacidade aeróbia (consumo máximo de oxigênio);
antropométricos (índice de massa corporal, somatório de dobras cutâneas, relação cintura/
quadril e relação tronco/membros) e nutricionais (macronutrientes, calorias recomendadas
e consumidas). Para avaliar o consumo alimentar foi realizado inquérito recordatório de
24 horas e aplicado questionário de freqüência alimentar. A análise estatística foi realizada
utilizando os testes: Anova, t-student, Scheffé e correlação de Pearson. Os resultados
indicaram diferença significativa e correlação negativa para consumo máximo de oxigênio
e somatório de dobras cutâneas, constatando-se que, quanto maior a capacidade aeróbia,
melhor a distribuição de gordura corporal. Houve ainda diferença significativa para: dobras
cutâneas do tronco, circunferência da cintura e relação cintura/quadril, preditores de riscos
à saúde, devido ao acúmulo de adiposidade na região central do corpo. Verificou-se
consumo alimentar inferior à recomendação, ingestão protéica aumentada e regularidade
em três refeições diárias. Observou-se falta de orientação especializada, ingestão alimentar
que não atende as recomendações, e necessidade da prática de exercícios físicos para
melhorar a saúde e qualidade de vida.
Palavras-chaves: consumo alimentar, distribuição de gordura corporal e capacidade
aeróbia.
ABSTRACT
ABSTRACT
The maximum consumption of oxygen is an indicative of aerobic capacity and its
estimative constitutes a proper method to analyze nutritional and anthropometric variables
of a given subject. This study aimed to evaluate the food intake and body fat distribution
of 90 college students of health sciences. Their ages where between 18 and 30 years old,
with a maximum intake of oxygen as a differentiation parameter. We determined the
indicators, such as: aerobic capacity (maximum consumption of oxygen); anthropometry
(body mass index, skinfold somatorium, waist/hip ratio and trunk/members ratio) and
nutritional aspects (micronutrients, recommended and consumed calories). In order to
evaluate the food intake, we performed a 24 hours memory based questionnaire together
with a questionnaire of feeding frequency. The statistical analysis was done using with:
Anova, t-student, Scheffé and Pearson correlation test. The results indicated significant
differences and negative correlation for the maximum consumption of oxygen and skinfold
somatorium, concluding that, when there is a higher aerobic capacity, there is a better
body fat distribution proportional too. There was also a significant difference for: skinfold
at trunk, waist circumference and waist/hip ratio, predictors of health risks, due to fat
accumulation at the central region of the body. We also noticed food intake inferior to the
recommended, increased protein intake and regularity at three meals. We noticed a lack of
specialized orientation, food intake that does not answer to recommendations and a need
for routine physical exercise in order to improve health and quality of life.
Key-words: food intake, body fat distribution and aerobic capacity.
INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO
Na história da humanidade, a atividade física sempre esteve associada à imagem de
pessoas saudáveis. Basta lembrar os jogos olímpicos, que se iniciaram na Grécia, em 776 a.C.,
cujo lema era: “Mens sana in corpore sano”, ou seja, “Mente sã em corpo são” (BARRETTO,
1999).
A atividade física regular e os hábitos alimentares saudáveis parecem exercer efeitos
positivos em várias funções fisiológicas, e vêm sendo apontados, na literatura especializada,
como elementos fundamentais na melhoria da saúde e qualidade de vida dos indivíduos. Sabe-se,
também, que a prática de exercícios, aliada a uma alimentação adequada, pode reduzir as perdas
fisiológicas induzidas por doenças, melhorando as funções músculo-esqueléticas e cardiovasculares
(BLAIR; PATE, 1995; GUEDES; GUEDES, 1996; FLORINDO, 1998; BARROS; FARIAS
JÚNIOR, 1999).
Na atualidade, entretanto, as máquinas têm executado grande parte do trabalho físico que
o homem costumava realizar manualmente, como seus antepassados. O homem moderno
desempenha tarefas que exigem muito pouco esforço. A industrialização e a tecnologia tornaram
a atual civilização vulnerável a fatores que colocam em risco a qualidade de vida (BARROS;
FARIAS JÚNIOR, 1999).
Associados ao sedentarismo, Guimarães e Pires Neto (1997a) apontam o processo de
envelhecimento e desordens metabólicas como conseqüências das modificações na composição
corporal, na distribuição de gordura corporal e nas medidas antropométricas das dobras cutâneas,
ou espessura das dobras cutâneas e de perímetros. Essas medidas, portanto, são bons indicadores
do estado nutricional do indivíduo, assim como este último é um importante aspecto para a
detecção de fatores de risco para obesidade, dislipidemias, cardiopatias e hipertensão.
20
Partindo destas constatações, Guimarães e Pires Neto (1997b) realizaram uma pesquisa
na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM/RS), para investigar se a proporção de
gordura corporal e os aspectos hemodinâmicos em adultos jovens estariam, realmente,
relacionados a algum fator de risco. Selecionaram, aleatoriamente, 28 universitários da área
de saúde, na faixa etária entre 20 e 29 anos, praticantes de atividades desportivas, duas vezes
por semana. Os procedimentos consistiam em medir as espessuras das dobras cutâneas, para
avaliação da gordura corporal, e verificar a pressão sangüínea sistólica e diastólica, para
análise hemodinâmica, considerando o valor limítrofe de 140mmHg para a pressão sistólica
e de 90mmHg para a diastólica (140/90mmHg).
Os autores constataram proporção de gordura corporal inadequada à faixa etária e
valores médios de pressão sistólica e diastólica superiores à pressão sangüínea limítrofe, de
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1998). O que equivale à constatação
de que a prática de exercícios precisa ser orientada e sistematizada adequadamente, para
beneficiar o indivíduo com a manutenção e o aprimoramento da aptidão física e conservação
da saúde. Prevenindo, assim, as possíveis alterações orgânico-funcionais (GUIMARÃES;
PIRES NETO, 1997b).
Aspectos morfológicos, fisiológicos e nutricionais relacionados à qualidade de vida
de indivíduos adultos também foram observados por Guedes e Guedes (1996). A amostra foi
composta por 31 homens, entre 20-30 anos, sedentários. Foram analisados: as medidas das
espessuras das dobras cutâneas; a pressão sangüínea sistólica e diastólica; a dosagem de
lipídios/lipoproteínas plasmáticas; e o consumo alimentar, através de inquérito recordatório
de 24 horas.
Os resultados constataram que 65% dos indivíduos apresentavam padrões de gordura
corporal que poderiam provocar algum comprometimento cardiovascular. No que se refere
ao perfil lipídico/lipoprotéico e aos níveis de pressão sangüínea, 50% estavam nos valores
21
limítrofes. Com relação aos aspectos nutricionais, apenas 10% consumiam quantidades
de nutrientes nas proporções e qualidade esperadas. Em contraste, os indivíduos fisicamente
mais ativos apresentaram níveis lipídicos e pressão sangüínea sistólica e diastólica melhores
e, além de se alimentarem adequadamente, foram caracterizados como mais magros, por
apresentarem menores valores das espessuras das dobras cutâneas (GUEDES; GUEDES,
1996).
Os melhores resultados dos indivíduos fisicamente mais ativos evidenciam, ainda
mais, a relevância da prática da atividade física sistematizada. Segundo Guedes (1985), os
programas de exercícios físicos podem provocar significantes modificações nos parâmetros
de distribuição de gordura corporal e da capacidade aeróbia, constituindo um importante
fator na regulação e manutenção da massa corporal.
Associado ao exercício aeróbio, o treinamento contra a resistência, ou exercício
resistido é outra forma de exercício físico com repercussões positivas na prevenção e
reabilitação de parâmetros funcionais e metabólicos, como a obesidade e o controle da
massa corporal. No entanto, seja para prevenção ou reabilitação, as respostas do exercício
resistido são acompanhadas de aumento de massa muscular (hipertrofia muscular). Assim,
torna-se necessário verificar o consumo alimentar dos indivíduos praticantes, para melhor
avaliar, planejar e recomendar a continuidade e evolução dos programas de exercícios
físicos (SANTARÉM, 2002).
Entretanto, para a melhoria da qualidade de vida, tal programa de exercícios deve
promover o desenvolvimento da aptidão física relacionada à saúde. Segundo Pinto,
Fernandes Filho e Dantas (2000), a aptidão física é a capacidade de realizar as atividades
do cotidiano com vigor e energia, apresentando, portanto, quatro componentes: força,
flexibilidade, composição corporal e capacidade aeróbia. Contudo, a capacidade aeróbia
se destaca, por ser o indicador da performance cardiorrespiratória, e músculo-esquelética
22
e, sua melhoria favorece as respostas positivas dos outros componentes da aptidão física.
Dessa forma, a capacidade aeróbia é um bom discriminante das variáveis nutricionais e
antropométricas do indivíduo.
Uma capacidade aeróbia adequada, por outro lado, possibilita ao indivíduo um
bom consumo de oxigênio e benefícios cardiovasculares que proporcionam maior
quantidade de nutrientes e melhor oxigenação para a manutenção das funções vitais e as
contínuas contrações musculares e, conseqüentemente, alterações morfofuncionais,
auxiliando a hipertrofia muscular (CAMARGO; GÖCKS, 1999).
O trabalho se propôs investigar alguns parâmetros relacionados à prática sistemática
de exercícios físicos, do ponto de vista metabólico (capacidade aeróbia) e antropométrico
(índice de massa corporal, espessura das dobras cutâneas, perímetros, somatório de dobras
cutâneas, relação tronco/membros e relação cintura/quadril). O escopo do trabalho incluiu
também a sondagem dos hábitos alimentares dos universitários que constituíram a amostra,
para redirecionar as práticas alimentares, adequando-as às necessidades específicas do
segmento populacional estudado.
Os resultados poderão ser aplicados na implementação de programas de exercícios
físicos, contribuindo para a melhoria da aptidão física, com reflexos positivos na promoção
da saúde e, conseqüentemente, na qualidade de vida.
23
REVISÃO DA LITERATURA
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Aptidão física para a saúde: consumo alimentar, distribuição de gordura
corporal e capacidade aeróbia
O termo antropometria se origina da palavra grega ántropos (homem, ser humano)
e de metry (medida) (VELHO et al. 1993). A partir da antropometria foi possível diversificar
e complementar os estudos acerca da ontogênese do homem em relação ao seu
desenvolvimento geral: crescimento, exercício, performance e estado nutricional.
O homem primitivo possuía um biótipo para garantir sua sobrevivência, baseado
no ataque e na defesa, mas não há registro acerca da existência de métodos de treinamento
ou de que o homem tinha conhecimento das “proporções” ou características corporais que
o levassem a garantir essa sobrevivência. Na Antiguidade, não obstante os romanos terem
dominado os gregos e assimilado sua cultura, os dois povos tinham visões diferentes sobre
o significado da utilização do corpo. Para os gregos, os homens deveriam priorizar a
harmonia de formas e proporções, enquanto, para os romanos, deveriam ser fortes e
robustos, com o objetivo de se tornarem guerreiros (VELHO et al. 1993).
O crescimento das cidades e o avanço tecnológico tornaram a vida mais fácil do
ponto de vista do conforto e da conservação da energia humana. O estilo de vida sedentário,
decorrente desse modelo de desenvolvimento, foi responsável pelo aparecimento de um
grupo de doenças denominadas “hipocinéticas”, dentre as quais a obesidade é a mais
prevalente (LIMA; GOMES, 1996).
A associação desse processo de industrialização com a redução dos espaços urbanos
para o lazer acarretou uma diminuição da prática de atividades físicas, elevando ainda
25
Estudos epidemiológicos evidenciaram que as populações fisicamente ativas têm
menor incidência de doenças hipocinéticas, que promovem a obesidade e,
conseqüentemente, os fatores de risco associados, como: diabetes, dislipidemia, hipertensão
e doenças cardiovasculares (PELLEGRINOTTI, 1998; CAMARGO; GÖCKS, 1999).
Dessa maneira, é imprescindível que o indivíduo se movimente e, através de uma
atividade física, exercite os músculos esqueléticos, daí resultando um gasto energético
acima dos níveis de repouso. Caspersen et al. (1985) define os exercícios físicos como
uma das formas de atividade sistematizada, planejada, estruturada, repetitiva, objetivando
o desenvolvimento da aptidão física, de habilidades motoras ou de reeducação orgânico-
funcional. Já o indivíduo que gastar menos de 2000Kcal com atividade física por semana
será considerado sedentário, conforme o posicionamento oficial do American College of
Sports Medicine (ACSM, 1998).
Segundo as diretrizes do ACSM (2003), em relação ao exercício físico para a
promoção da saúde não há consenso, na literatura, acerca da superioridade de um exercício
sobre outro. O ideal, portanto, é submeter o indivíduo a um programa de exercícios físicos
para melhorar seu estado de aptidão física, implicando na manutenção da flexibilidade,
da força, da resistência muscular localizada e da capacidade aeróbia e uma adequação,
tanto na composição corporal, quanto na distribuição de gordura corporal.
Estar apto fisicamente significa apresentar um bom condicionamento físico o que
é alcançado através de um programa planejado de exercícios com o objetivo de melhorar
a capacidade funcional de um sistema corporal específico. Dessa forma, o indivíduo
apresentará condições de trabalho muscular satisfatório, permitindo-lhe um bom
desempenho motor, quando submetido a situações que envolvam esforços físicos. A falta
de condicionamento físico leva à perda da força muscular, um forte indicador de danos
mais o índice de sedentarismo (GUIMARÃES; PIRES NETO, 1996).
26
dos grupamentos musculares, afetando a magnitude do índice de contração e extensão, ou
seja, uma melhor condição de movimento corpóreo e, portanto, interferindo diretamente
na aptidão física, relacionada à promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida
(CUTLIP et al. 2004).
De acordo com as recomendações básicas para prescrição de exercícios físicos do
American College of Sports Medicine, segundo esclarece Skinner (1991), um importante
fator para que o indivíduo obtenha condicionamento físico e o máximo de benefícios
propiciados por um programa de exercícios físicos é a combinação de fatores como
freqüência, intensidade e duração do treinamento.
Contudo, um programa de exercícios físicos deve ser desenvolvido concomitante
a uma adequação nutricional, uma vez que exercício e dieta influenciam na composição
de ácidos graxos livres, favorecendo a metabolização de gorduras e, portanto, modificando
as altas taxas de adiposidade corporal (TURNER; SAM LEE; BRUCE, 2004).
Sabiá, Santos e Ribeiro (2004) observaram diminuição de gordura corporal e
hipertrofia muscular com o treinamento, tanto nos exercícios aeróbios quanto nos exercícios
resistidos, evidenciando que a atividade física atua na preservação da massa muscular e
na perda de gordura.
De acordo com Santarém (2002), os exercícios aeróbios e os exercícios resistidos
são complementares em um programa de exercícios físicos, associados a uma alimentação
balanceada, promovendo assim o controle da massa corporal. À medida que os exercícios
aeróbios aumentam o volume e a distribuição de sangue oxigenado para os tecidos ativos,
os exercícios resistidos aumentam a massa muscular, elevando a captação de oxigênio.
Juntos, esses exercícios elevam o metabolismo das gorduras, favorecendo uma boa
distribuição.
27
Os programas de exercícios físicos que auxiliam na prevenção da obesidade e na
manutenção da massa corporal do indivíduo dependem da modalidade da atividade física
e/ou exercício, e do nível de condicionamento físico de cada praticante. Outrossim, é de
fundamental importância, para os profissionais da área, estar bem informados acerca da natureza de
cada modalidade, assim como do metabolismo energético e mecanismos de regulação da massa
corporal. Desta forma, estarão aptos a adotar métodos e procedimentos mais eficazes no desempenho
das atividades do cotidiano e da profissão (LIMA; GOMES, 1996).
Segundo Meirelles e Gomes (2004) e Baruki et al. (2005), o exercício físico tem papel estratégico
no tratamento da obesidade, e deve ser iniciado desde a infância e/ou adolescência, pois um maior
gasto energético proveniente da atividade física sistemática constitui um grande aliado na perda de
massa corporal, contribuindo também para a elevação dos níveis de aptidão física, especialmente da
resistência muscular localizada, aumento da capacidade aeróbia, diminuição da massa corporal e da
gordura corporal total, com a preservação da massa muscular.
Portanto, quando o exercício é associado à dieta, há bons resultados com relação à composição
corporal; todavia, a mera restrição dietética, concomitante a um programa de redução da massa corporal,
terá como resultado a perda de menos gordura e mais musculatura (VIEIRA et al. 2005). Uma
alimentação equilibrada e individualizada de acordo com Sabiá, Santos e Ribeiro (2004), pressupõe o
atendimento às necessidades de energia, vitaminas, sais minerais, carboidratos, gorduras, proteínas e
fibras.
Além da preservação e aumento da massa muscular, o exercício auxilia na mobilização da
gordura do tecido adiposo visceral e melhoria da distribuição de gordura corporal, bem como, diminuição
dos fatores de risco (CIOLAC; GUIMARAES, 2004).
Segundo estes autores, para o eficaz tratamento da obesidade é necessário que o gasto energético
seja maior que o consumo energético diário. Para isso, aparentemente bastaria uma redução na quantidade
ingerida de comida. Contudo, tem sido demonstrado que o melhor tratamento para esta patologia
28
abrange bem mais que a simples restrição alimentar, compreendendo mudanças no estilo de
vida, aumento dos níveis de atividade física e reeducação alimentar. Entretanto, para que
os benefícios e segurança à saúde decorrentes da prática regular de atividades sejam
maximizados é necessário considerar as necessidades, objetivos, capacidade inicial e
história do praticante.
Embora as técnicas de avaliação da gordura corporal tenham sido sistematizadas
há relativamente pouco tempo, é antiga a preocupação com o corpo, do ponto de vista
físico, bem como a utilização de dados antropométricos para a determinação e análise das
medidas do homem (PETROSKI; PIRES NETO, 1995).
Em 1871, conforme informa Pinto (1985), Lambert Adolfhe Jaques Quetelet criou
o hoje conhecido índice de massa corporal (IMC) ou “Índice de Quetelet”, uma maneira
simples de determinar se a massa corporal de uma pessoa atende as recomendações para
a saúde. A OMS (1998) classifica o IMC > 30 como obesidade.
Até a década de 80, já haviam sido desenvolvidos outros métodos bastante modernos
e precisos para a mensuração e avaliação da gordura corporal: Ultra-som, Raios-X,
Tomografia Computadorizada, Densitrometria e Impedância Bioelétrica. Entretanto, trata-
se de métodos de difícil acesso para a grande maioria dos profissionais de educação física
e áreas afins (LUKASKI, 1987).
Diante de tal problemática, surge uma alternativa: o estudo da adiposidade corporal.
A proposta consiste em acompanhar, através da média ou do somatório de oito dobras
cutâneas (SDC: subescapular, axilar, supra-ilíaca, abdominal, triciptal, biciptal, coxa e
panturrilha), a curva da gordura corporal subcutânea. Esse tipo de estudo possibilita verificar
se há uma distribuição proporcional em todo o corpo, independente de sexo, idade ou tipo
físico, com a posterior aplicação em um programa de computador (COSTA; GUIMARÃES;
FONSÊCA, 1995).
29
Para o estudo da adiposidade corporal utiliza-se a técnica antropométrica de medidas
das espessuras de dobras cutâneas, uma técnica rápida, prática, de baixo custo e
suficientemente acurada para predizer a distribuição de gordura corporal dos indivíduos
avaliados. As medidas das espessuras de dobras cutâneas, segundo Guedes e Guedes (1996),
como procedimento para avaliar a distribuição de gordura corporal, baseiam-se no fato de
que uma grande proporção da gordura corporal está localizada nas diversas regiões do
corpo. Como a gordura localizada no tecido subcutâneo não se apresenta uniforme por
todo o corpo, as medidas das espessuras de dobras cutâneas são realizadas em várias
regiões, na tentativa de se obter uma visão mais clara quanto à sua disposição.
Pereira (1990) utilizou a técnica das medidas das espessuras de dobras cutâneas
para comparar as reduções na massa corporal e na distribuição de gordura corporal de um
grupo constituído por 113 adultos, praticantes e não praticantes de exercícios sistematizados.
O trabalho estudou os efeitos, sobre a adiposidade, de 12 (doze) semanas de exercícios
conduzidos três vezes por semana, concomitante a modificações nos hábitos alimentares
e na atividade física espontânea. A amostra foi dividida em três grupos: grupo I (44
indivíduos) – realizaram 90 minutos de exercícios aeróbios contínuos e 40 minutos de
exercícios localizados conduzidos, três vezes por semana, modificaram seus hábitos
alimentares e realizaram atividade física espontânea; grupo II (42 indivíduos) – realizaram
exercícios na mesma intensidade, duração e freqüência do grupo I, sem modificar os hábitos
alimentares nem realizar atividades físicas espontâneas; grupo III, “grupo controle” (27
indivíduos) – não realizaram nenhuma das atividades. Os resultados constataram, no grupo
I, reduções significativas na massa corporal e no SDC; o grupo II não evidenciou nenhuma
mudança significativa; o grupo III apresentou pequeno aumento na massa corporal.
Contudo, a análise da gordura corporal a partir das medidas das espessuras de
dobras cutâneas não se resume apenas à determinação do padrão de distribuição de gordura
30
localizada (GUIMARÃES; PIRES NETO, 1996, 1997a; QUEIRÓGA, 1998). Uma vez
que esse padrão sofre modificações com o envelhecimento e está associado a desordens
metabólicas, a quantificação da gordura corporal e a distribuição de gordura corporal
possibilitam o fornecimento de informações sobre as condições de saúde e alterações do
estado nutricional do indivíduo.
O homem apresenta um aumento gradativo de massa corporal, devido ao maior
acúmulo de gordura, a partir dos 25 anos. Segundo Guimarães e Pires Neto (1996), com o
envelhecimento há uma tendência de aumento e redistribuição do tecido adiposo. Verifica-
se redução deste tecido nos membros e progressivo acúmulo na região central do corpo, o
que caracteriza um aumento dos fatores de risco (SAMPAIO; FIGUEIREDO, 2005).
O envelhecimento, associado à inatividade física, leva ao declínio da força muscular
e dos níveis de flexibilidade, gradativamente, dificultando a realização das diferentes tarefas
cotidianas. Assim, a prática regular de programas de exercícios físicos voltados para o
desenvolvimento ou manutenção da força muscular e da flexibilidade pode exercer papel
extremamente relevante ao longo da vida (CYRINO et al. 2004; FAINTUCH et al. 2005a;
2005b).
Desse modo, conforme Costa e Guimarães (1993), é importante realizar o estudo
da adiposidade corporal a partir do SDC do tronco (subescapular, axilar, suprailíaca e
abdominal) e periféricas ou membros (triciptal, biciptal, coxa e panturrilha), para verificar
se há uma distribuição proporcional da gordura, em todo o corpo. A partir desse estudo,
pode-se determinar também a razão da soma das dobras cutâneas do tronco pela soma das
dobras dos membros (relação tronco/membros – RT/M), que indica, de maneira detalhada,
conforme Costa, Guimarães e Fonsêca (1995), a distribuição equilibrada ou não da
adiposidade do indivíduo, além dos fatores de risco predisponentes.
31
O produto esperado deve ser igual ou inferior a uma (1) unidade, o que equivale a
uma distribuição equilibrada entre tronco e extremidade, ou ainda favorecendo levemente
as extremidades (QUEIRÓGA, 1998).
Com base nestas considerações, observa-se que, juntos, exercício e bons hábitos
alimentares fazem parte de um estilo de vida saudável (MATSUDO, 1997). Segundo o
mesmo autor, o gasto energético durante o exercício físico aumenta em 2-3 vezes, conforme
a variação na distribuição de macronutrientes na dieta, em indivíduos sedentários,
fisicamente ativos e/ou treinados. Essa distribuição, que normalmente é de 50-55% de
carboidratos, 30-35% de gorduras e 10-15% de proteínas, nos indivíduos sedentários, altera-
se para 60-70%, 20-30% e 10-15%, respectivamente, nos indivíduos treinados. Fica assim
bastante evidente que uma adequada disponibilidade de carboidratos é fundamental para
o treinamento e o sucesso no desempenho físico, uma vez que se trata de uma fonte imediata
de energia.
Todavia, para se obter um conhecimento eficaz da qualidade dos hábitos alimentares
e informações quantitativas do consumo energético de um grupo populacional, o
procedimento mais adequado é a realização de inquéritos dietéticos, para avaliar o consumo
atual ou dietas retrospectivas, com o auxílio das tabelas de composição de alimentos, ou
mediante análise química de amostras selecionadas (SALVO; GIMENO, 2002).
Conhecendo o perfil do consumo alimentar predominante num determinado grupo,
torna-se possível quantificar as deficiências e os excessos dietéticos, identificar os padrões
alimentares e avaliar programas específicos de alimentação suplementar, com o intuito de
adequar os requerimentos nutricionais segundo diferentes variáveis, como idade, sexo,
atividade e estado fisiológico (SEQUEIRA, 2000).
A técnica do inquérito recordatório de 24 horas (IR24) é de fácil aplicabilidade,
baixo custo e capaz de caracterizar a dieta habitual do indivíduo. Ao longo de um mesmo
32
trabalho, também é possível avaliar a freqüência dos hábitos alimentares, a partir do
questionário de freqüência alimentar (QFA) e, dessa forma, comparar as médias do consumo
alimentar entre os dois métodos (TOMITA; CARDOSO, 2002). O IR24 é obtido através
de entrevista, registrando-se todos os alimentos e bebidas, em unidades caseiras e em
gramas, consumidos no dia anterior, enquanto, no QFA, os indivíduos fazem referência à
freqüência média habitual do consumo de cada item alimentar mencionado, reportando-
se à respectiva unidade de tempo (dias, semanas e meses) (MARTINS, 1982).
Angel et al. (1999) aplicaram um QFA em 229 universitários da área de saúde para
determinar seus hábitos alimentares através da freqüência de alimentos e de bebidas,
inclusive alcoólicas. Constataram que os estudantes tinham hábitos alimentares
inadequados: não realizavam todas as refeições necessárias para a promoção da saúde e,
quando se alimentavam, o faziam em demasia, além de não praticarem qualquer exercício.
Quaioti et al. (1999) aplicaram um QFA em 100 universitários do Curso de Nutrição,
do 2 ao 8 (segundo ao oitavo) períodos, verificando que os graduandos não consumiam
dietas normocalóricas, realizavam 3 refeições e um lanche, por dia, durante a semana em
que foram avaliados, além de, muitas vezes, substituírem as refeições por lanche. Os
estudantes do 2 período consumiam mais açúcar e gordura saturada e menos verduras e
frutas, em relação aos do 8 período. Os estudantes do 8 período tinham hábitos alimentares
mais adequados, de acordo com os guias alimentares, possivelmente em decorrência da
maior permanência no curso e dos conhecimentos obtidos.
Outro relevante método antropométrico para determinar a distribuição de gordura
corporal, eficaz, de baixo custo instrumental e operacional, assim como de fácil realização,
consiste em verificar a medida dos perímetros, ou seja, medir o perímetro máximo ou
circunferência de um segmento corporal (PETROSKI, 1999).
33
As medidas das circunferências da cintura e do quadril (CC e CQ) possibilitam
estabelecer a relação cintura/quadril (RC/Q), ou seja, a resultante da razão das
circunferências da cintura e do quadril (medidas em cm). Este índice antropométrico,
além de fornecer os níveis de distribuição de gordura corporal e do estado nutricional de
um indivíduo, é um forte preditor do depósito da gordura visceral, portanto, indicador de
fatores de risco, uma vez que valores de RC/Q superiores a 0,95, para homens jovens,
representam alto risco de conseqüências adversas à saúde (QUEIRÓGA, 1998).
Com o objetivo de calcular o IMC e a RC/Q, em indivíduos praticantes e não
praticantes de atividades físicas de lazer, Machado e Sichieri (2002) analisaram as
associações entre fatores de dieta e acúmulo de tecido adiposo na região abdominal. Foram
avaliados 1.045 homens, na faixa etária entre 20 e 60 anos. Realizou-se um QFA de base
domiciliar, mediu-se a estatura, a massa corporal e as CC e CQ. Os resultados evidenciaram
IMC superiores a 30, indicando altos índices de obesidade, e RC/Q maiores que 0,95,
expressando elevados fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Pitanga (1998) também utilizou medidas de circunferência em um estudo que se
propôs observar o nível de atividade física e o perfil de distribuição de gordura corporal
de 21 homens, voluntários, na faixa etária de 22 a 54 anos, que não consumiam dieta
normocalórica. O nível de atividade física foi determinado pela estimativa da demanda
energética diária, enquanto o perfil da distribuição de gordura corporal foi analisado através
da RC/Q. Os indivíduos que despendiam maior gasto energético com atividades físicas
diárias apresentaram perfis de distribuição de gordura corporal mais favoráveis. Os
resultados evidenciaram os benefícios resultantes da quantidade de movimentos corporais
nas horas de lazer e trabalho sobre a diminuição da gordura corporal e, conseqüentemente,
a prevenção de doenças crônico-degenerativas.
34
Em outro estudo, desenvolvido em 1999, Pitanga observou a associação do perfil
lipídico com o nível de atividade física de 21 homens, entre 21 e 54 anos, que também não
consumiam dieta normocalórica. O nível de atividade física foi determinado pela estimativa
da demanda energética diária e o perfil lipídico através de uma coleta de sangue, com 12
horas de jejum. Os indivíduos mais ativos apresentaram capacidade aeróbia superior e
níveis de colesterol e triglicerídeos menores que os menos ativos. Conclui-se, assim,
que a prática de exercícios físicos eleva o consumo máximo de oxigênio, influenciando
diretamente o aumento do gasto energético total, a diminuição do colesterol total e
dos triglicerídeos.
A capacidade aeróbia é representada pelo consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.),
ou seja, a mais alta absorção de oxigênio por um indivíduo, sendo também utilizada
para gerar trabalho. Trata-se de um índice determinante da performance nos exercícios
em que predomina o metabolismo aeróbio e, conforme Silva et al. (1998), leva à
perfeita integração entre os sistemas cardiovascular, respiratório e muscular.
A avaliação da capacidade aeróbia constitui, atualmente, um fator bastante
relevante, tanto para identificar o nível de condicionamento cardiorrespiratório, como
para detectar uma deficiência cardíaca, representando, assim, a mensuração e
interpretação da capacidade de mobilização metabólica, a partir do resultado obtido
de um protocolo específico (CAMARGO; GÖCKS, 1999).
O VO2 máx. pode ser medido, previsto ou estimado, expresso, nas três situações,
em litros por minuto, denominado de valor absoluto (l.min-1), ou em mililitro por
quilograma minuto, isto é, valor relativo (ml.kg.min-1). De acordo com as diretrizes
do ACSM (2003), ao se determinar a quantidade de oxigênio consumido numa amostra
de ar expirado através de aparelhos de análise direta de gases respiratórios, como o
ergoespirômetro, encontrar-se-á uma medida; contudo, quando for utilizada uma
35
equação específica para o sexo e a idade, obter-se-á uma predição; por outro lado, a
partir do momento em que um indivíduo for submetido a um esforço submáximo,
como é orientado no Protocolo de Åstrand, pode-se estimar o VO2 máx. com base
numa relação linear entre o consumo máximo de oxigênio e a freqüência cardíaca.
É durante o exercício que o consumo máximo de oxigênio tende a aumentar
progressivamente com a carga de trabalho, até atingir um ponto em que se verifica um
platô, a partir do qual não mais se eleva. Este ponto é denominado VO2 de pico (VO2 máx.),
quando o indivíduo atinge o STEADY STATE, representando o equilíbrio entre a energia
necessária à sustentação do trabalho muscular e a demanda energética das reações aeróbias
(SILVA et al. 1998).
O posicionamento oficial do ACSM (1998) afirma que adultos jovens saudáveis
obtiveram aumento do VO2 máx. entre 6 e 12 semanas de exercícios aeróbios, num
percentual de 5 a 30%, associado à diminuição de massa corporal e da adiposidade corporal.
Contudo, foi demonstrado que o treinamento aeróbio, numa freqüência inferior a três
vezes na semana, com intensidade menor que 50% do consumo máximo de oxigênio e
duração inferior a 10 minutos por dia foi insuficiente para o desenvolvimento e manutenção
da aptidão física nos indivíduos estudados.
Entretanto, este posicionamento descreve também que o treinamento de força
(resistido) não pode ser um meio de aumentar o VO2 máx., mas tem maior valor para o
aumento e manutenção da força e da resistência muscular localizada. Por conseguinte,
eleva-se a demanda metabólica do organismo, devido à maior necessidade do consumo de
oxigênio para a continuidade das contrações musculares, o que favorece a diminuição do
tecido adiposo e auxilia no controle da massa corporal.
Ao auxiliarem na diminuição e controle da massa corporal e da distribuição de
gordura corporal, com predomínio do exercício de força, os programas de exercícios físicos
36
alteram beneficamente o perfil lipídico dos praticantes. Prado e Dantas (2002) avaliaram,
durante 8 semanas, 125 homens entre 18 e 35 anos, que realizavam treinamento 3 vezes
por semana. Foram constatados menores valores de massa corporal e da distribuição de
gordura corporal, bem como diminuição de 8% dos níveis de LDL-colesterol, seguidos de
um aumento de 14% do HDL-colesterol, quando comparados com os dados iniciais.
Embora o VO
2 máx. diminua e a adiposidade corporal aumente com
a idade, bem como o padrão de distribuição de gordura corporal se
modifique, evidências sugerem que essa tendência pode ser alterada com
o treinamento aeróbio e resistido. Verificou-se redução de 9% do
consumo máximo de oxigênio, por década, para adultos que não
realizavam atividades físicas de lazer e exercícios após os 25 anos;
contudo, segundo diretrizes do ACSM (2003), para indivíduos que
realizavam atividades físicas, ao menos 3 vezes por semana, apresentaram
uma redução inferior a 5% por década do consumo máximo de oxigênio.
Glader, Pires Neto e Zinn (1998) estudaram a aptidão física
relacionada à saúde de 128 universitários do sexo masculino, na faixa
etária entre 19 e 24 anos. Foram mensurados: massa corporal, estatura,
capacidade aeróbia, resistência muscular localizada, força e
flexibilidade. Os resultados constataram massa corporal ligeiramente
superior em relação à estatura, bem como obesidade; valores médios de
flexibilidade, resistência muscular localizada e força inferiores para a
idade; e valor médio da capacidade aeróbia no limiar, para a respectiva
faixa etária.
Os resultados constataram indicadores precários de aptidão física
relacionada à saúde, uma vez que o período latente das doenças crônicas
37
degenerativas se estende da infância à idade adulta. Fica assim
evidenciada a necessidade de implementar programas de exercícios
físicos voltados para a saúde, conscientes e orientados desde a infância,
e continuados por toda a vida, de modo a alcançar uma aptidão física
adequada (GLADER; PIRES NETO; ZINN, 1998).
Pelos achados, considera-se oportuno estudar a “Capacidade
aeróbia como discriminante do consumo alimentar e da aptidão física”,
para identificar as alterações na distribuição de gordura corporal e na
capacidade aeróbia promovidas pela prática de exercícios físicos e,
conseqüentemente, fornecer subsídios sobre a aptidão física geral dos indivíduos em estudo.
Os dados coletados poderão contribuir para uma reeducação alimentar e a
implantação de um programa de exercícios físicos que objetive promover a saúde e a
melhoria da qualidade de vida dos indivíduos.
38
OBJETIVOS
39
3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo Geral
Avaliar o consumo alimentar e a distribuição de gordura corporal de adultos
universitários, do gênero masculino, da área de saúde, na faixa etária entre 18 e 30 anos,
tendo como discriminante o consumo máximo de oxigênio.
3.2. Objetivos Específicos
Estimar o consumo máximo de oxigênio como indicador do nível de capacidade
aeróbia.
Quantificar a ingestão energética da dieta consumida.
Determinar as quantidades e proporções dos macronutrientes ingeridos.
Avaliar o perfil de distribuição de gordura corporal.
Identificar o papel da prática de exercícios físicos na preservação de uma adequada
distribuição de gordura corporal e na melhoria da capacidade aeróbia.
40
METODOLOGIA
41
4. METODOLOGIA
4.1. Amostra
A pesquisa, do tipo transversal, foi realizada no Laboratório de Nutrição
Experimental da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, em parceria
com o Centro de Excelência Desportiva (Cenesp) da Universidade de Pernambuco,
Recife, no período de 25 de outubro a 26 de novembro de 2004.
A amostra foi composta por noventa (90) voluntários universitários, do gênero
masculino, da área de saúde da Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, na faixa
etária entre 18 e 30 anos.
A seleção da amostra foi precedida de uma reunião para explanar o projeto e
delinear a metodologia a ser empregada. Ao término da reunião foram distribuídos
formulários de identificação (Ficha de Inscrição), a serem preenchidos pelos indivíduos
(Apêndice A). A amostra foi selecionada a partir da análise dos formulários de
identificação, para verificar a adequação às características propostas para a população a
ser estudada.
Antes de iniciar a coleta dos dados, o avaliador apresentou um Termo de
Consentimento Livre Esclarecido a cada voluntário, para obter o consentimento de sua
participação em todos os procedimentos da pesquisa (Apêndice B).
A avaliação dietética foi realizada por profissional nutricionista, que aferiu a
massa corporal e a estatura dos voluntários, em data previamente agendada, nos períodos
da manhã, com início às 8:00 (oito horas), e da tarde, às 14:00 (quatorze horas).
42
As medidas das espessuras de dobras cutâneas, perímetros e a estimativa do VO2 máx.
no cicloergômetro (bicicleta elétrica) foram tomadas por dois avaliadores, previamente treinados,
para evitar erros intra e extra-avaliadores (Apêndice C).
4.2. Análise estatística dos dados amostrais
Fez-se uma análise descritiva, com a finalidade de identificar o comportamento
dos parâmetros em estudo, calculando, como medida de posição, a média dos valores
obtidos.
Comparou-se, através do teste Anova (F), os grupos formados, a fim de verificar se
todas as médias eram iguais, ou se a média de, ao menos, um grupo era diferente das
demais. Contudo, este teste não permite identificar em que ponto se encontra a diferença
de média, no grupo. Dessa forma, utilizou-se o teste de Scheffé, como o mais indicado
para a comparação múltipla da amostra (MENDES, 1999).
Por outro lado, foram calculados, como medidas de dispersão, o desvio padrão e o
erro padrão e utilizado o teste t-student para amostras independentes (BARROS; REIS,
2003).
Os indivíduos, portanto, foram subdivididos em grupos (A, B, C e D), para estabelecer,
criteriosamente, os valores na “Curva de Gauss”. O princípio dessa análise determina o
consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.) como critério para a divisão em quartil. No quartil
A (grupo A) são situados valores de tal modo, na série, que uma parte (25%) dos dados é
menor que as três quartas partes restantes (75%); o quartil B (grupo B) coincide com a
mediana, 50%; no quartil C (grupo C) o valor é situado na curva de tal modo que as três
quartas partes anteriores (75%) são menores que este percentual e uma quarta parte (25%) é
maior. O equivalente aos 100% é representado pelo quartil D (grupo D).
43
Finalmente, no término da análise estatística das variáveis realizou-se o teste de
correlação de Pearson (MENDES, 1999), com o intuito de indicar o grau de associação
entre duas séries de dados.
O nível de diferença significativa utilizado na decisão dos testes estatísticos foi de
5% (p < 0,05). Os dados foram calculados pelo Software SPSS for Windows, na versão
11.0 (BARROS; REIS, 2003).
4.3. Procedimentos gerais para coleta de dados
4.3.1.Massa Corporal
Uma balança digital da marca Filizola, com capacidade máxima de 150kg e
divisão em 100g, foi utilizada para medir a massa corporal dos avaliados. A medida foi
realizada com o avaliado posicionado em pé, no centro da plataforma da balança, descalço
e usando short.
4.3.2.Estatura
A estatura corporal é a distância da planta dos pés ao ponto mais alto da cabeça
(vértex). Para medir a estatura foi utilizado um estadiômetro padrão, confeccionado em
madeira, de 2.20m, com divisão de 0,5cm. Os avaliados ficavam em posição ortostática,
com os pés descalços e paralelos, sobre uma superfície plana que forma um ângulo reto
com a haste vertical do estadiômetro. Os calcanhares, a cintura pélvica, a cintura escapular
e a face posterior da cabeça devem estar em contato com o aparelho de medida. Uma
44
vez que a postura padrão estabelece um ângulo reto com o estadiômetro, a estatura foi
registrada em centímetros, com o avaliado em apnéia, após inspiração profunda.
4.3.3. Índice de massa corporal (IMC)
O índice de massa corporal foi calculado através da equação abaixo, que estabelece
uma razão entre a massa corporal e a estatura do indivíduo:
O resultado foi interpretado de acordo com a OMS (1998):
4.3.4. Inquérito recordatório de 24 horas (IR24)
Para identificar os hábitos dietéticos dos adultos jovens foi utilizado o inquérito
recordatório de 24 horas. Os jovens descreveram e quantificaram detalhadamente, a partir
de medidas padronizadas segundo a “Tabela de referência do valor nutritivo de alimentos
definido por pesos médios, frações e medidas caseiras” (MARTINS, 1982), todos os
CLASSIFICAÇÃO
Baixo peso
Peso normal
Sobrepeso
Obesidade I
Obesidade II
Obesidade III
IMC = Massa corporal (Kg) / Estatura (m)²
IMC
< 18,4
18,5 – 24,9
25 – 29,9
30 – 34,9
35 – 39,9
40 ou mais
45
alimentos e bebidas consumidos no dia anterior. Os dados coletados foram registrados
pelo avaliador em formulário próprio (Apêndice D) e, em seguida, analisados no
Software DIETPRO, na versão 4.0, complementado com as tabelas de alimentos de
Philippi (2002) e Pinheiro et al. (2002).
Para o cálculo da taxa metabólica basal das calorias recomendadas (necessidades
energéticas totais) e das calorias consumidas foram utilizados os valores da OMS
(1998).
4.3.5. Questionário de freqüência alimentar (QFA)
Para determinar os alimentos consumidos pelos universitários foi aplicado o
questionário de freqüência alimentar. Os indivíduos indicaram a freqüência semanal
de ingestão dos alimentos agrupados segundo a classificação:
1. Produtos de origem animal;
2. Grãos e raízes;
3. Verduras e legumes;
4. Frutas;
5. Açúcares e gorduras, e
6. Bebidas.
Quando se tratava de alimentos não ingeridos, o fato era devidamente registrado.
Os dados coletados foram registrados pelo avaliador em formulário próprio (Apêndice
E) e, em seguida, analisados percentualmente.
46
4.3.6. Dobras cutâneas
As oito dobras cutâneas foram aferidas utilizando o adipômetro de Lange, de
10g/mm² (Figura 1A), com escala de 0,1cm, de acordo com Petroski (1999).
As medidas foram aferidas no hemicorpo direito do avaliado, ao identificar e marcar
cuidadosamente o ponto anatômico correspondente à dobra cutânea. Ao definir o tecido
celular subcutâneo das estruturas mais profundas, por intermédio do polegar e do dedo
indicador da mão esquerda, destacou-se e se elevou a dobra cutânea por cerca de 1cm
acima do ponto de medida, mantendo-a elevada enquanto se aplicava a borda superior do
compasso perpendicularmente à dobra cutânea e a cerca de 1cm abaixo do compasso.
Quando o avaliador soltou a pressão das hastes do compasso, lentamente, aguardou-se de
3 a 4 segundos para realizar a leitura. Este procedimento foi realizado três vezes
consecutivas, sendo considerado o valor da medida que se repetiu duas vezes.
! Cada dobra cutânea apresenta uma peculiaridade para sua medida
(PETROSKI, 1999):
1. A dobra cutânea subescapular (SE) foi medida abaixo do ângulo inferior da escápula,
obliquamente para baixo e lateralmente ao eixo longitudinal, em um ângulo de
aproximadamente 45º (Figura 2);
2. A dobra cutânea axilar (AX) foi obtida obliquamente, no ponto de intersecção da linha
axilar média com a linha imaginária que passaria pelo apêndice xifóide, acompanhando o
sentido dos arcos intercostais (Figura 3);
47
3. A dobra cutânea suprailíaca (SI), acima da crista ilíaca superior, na linha imaginária
horizontal que passa pela cicatriz umbilical, foi pinçada obliquamente (Figura 4);
4. A dobra cutânea abdominal (AB) foi medida paralelamente ao eixo longitudinal do corpo,
a 3 centímetros da cicatriz umbilical e a 1 centímetro, no sentido inferior (Figura 5).
5. Para a dobra cutânea triciptal (TR) o local de destaque foi o ponto médio determinado
pela medida da distância entre a projeção lateral do processo acromial da escápula e a
borda inferior do olécrano da ulna, na linha média posterior do braço, sobre o músculo
tríceps (Figura 6);
6. A dobra cutânea biciptal (BI) foi destacada na face anterior do bíceps, seguindo o eixo
longitudinal do braço, na mesma altura da linha utilizada para a mensuração da dobra
cutânea do tríceps (Figura 7);
7. A dobra cutânea da coxa (CX) foi mensurada no ponto médio entre a dobra inguinal, no
ponto mais inferior da crista ilíaca anterior, e a borda proximal da patela (Figura 8);
8. A dobra cutânea da panturrilha (PT), localizada na região média da panturrilha (maior
circunferência), foi medida no sentido longitudinal do segmento (Figura 9).
4.3.7. Somatório de dobras cutâneas (SDC)
Para o estudo da adiposidade corporal foi necessário realizar o somatório da
espessura de 8 (oito) dobras cutâneas, previamente aferidas conforme a metodologia descrita
48
anteriormente. Assim, os valores do somatório de dobras cutâneas foram obtidos através
da fórmula:
4.3.8. Relação tronco/membros (RT/M)
Para calcular o índice de relação tronco/membros foi realizado o somatório
das dobras cutâneas do tronco (SE, AX, SI, e AB), sendo o resultado dividido
pela soma das dobras dos membros superior e inferior (TR, BI, CX e PT). Desse
modo, a equação deste índice para cada indivíduo foi obtida aplicando a fórmula:
4.3.9. Relação cintura/quadril (RC/Q)
As medidas da CC e do CQ foram tomadas utilizando uma fita métrica
flexível (não elástica), com precisão de 1 (um) milímetro (Figuras 10 e 11). Esta
fita apresenta apenas uma marcação numérica, no lado destinado à leitura, e
tem 7 (sete) milímetros de largura (Figura 1B). Assim, a equação deste índice
para cada indivíduo foi obtida aplicando a fórmula:
SDC = SE + AX + SI + AB + TR + BI + CX + PT
RT/M = SE + AX + SI + AB / TR + BI + CX + PT
RC/Q = CC / CQ
49
! Os procedimentos iniciais para as medidas foram os seguintes (PETROSKI,
1999):
1. O plano da fita métrica permaneceu adjacente à pele e suas bordas perpendiculares em
relação ao eixo do segmento que se mediu;
2. Mediu-se o perímetro em sua extensão máxima, com o zero da fita por baixo do valor
de leitura;
3. Realizou-se as mensurações exercendo leve pressão sobre a pele;
4. Não se colocou o dedo entre a fita e a pele;
5. As medidas foram feitas, sempre que possível, sobre a pele nua;
6. Realizou-se a leitura com aproximação de milímetros;
7. Realizaram-se duas mensurações e, quando os valores obtidos diferiram entre si, foi
feita mais uma mensuração. Após isso, calculou-se a média aritmética dos três (3) valores;
8. Mensurou-se, sempre que possível, na presença de outro avaliador ou de um espelho, a
fim de garantir que a fita métrica tenha sido colocada no mesmo plano (horizontal) em
relação à posição posterior do avaliado;
9. Realizou-se a leitura da medida olhando na altura do valor numérico da fita.
50
! Procedimentos específicos para a medida da CC (PETROSKI, 1999):
1. O avaliado estava em posição ortostática;
2. O avaliador estava posicionado de frente para o avaliado;
3. O avaliador passou a fita em torno do avaliado, de trás para a frente, na altura da
cicatriz umbilical, tendo o cuidado de mantê-la no plano horizontal. A seguir, fez a leitura,
após o avaliado realizar uma expiração normal.
! Procedimentos específicos para a medida da CQ (PETROSKI, 1999):
1. O avaliado estava em pé, com as coxas unidas, braços ao longo do corpo;
2. O avaliador se colocou ao lado direito do avaliado;
3. O avaliador fez a mensuração no maior perímetro do quadril, levando em consideração
a porção mais volumosa das nádegas, localizada lateralmente à pelve.
4.3.9. Consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.)
O consumo máximo de oxigênio foi estimado através do teste ergométrico de esforço
submáximo, seguindo o protocolo de Åstrand (POLLOCK; WILMORE, 1993).
O teste foi realizado em bicicleta ergométrica eletromagnética BPM 3600 (Cateye
ergociser – EC 1600), com a carga em Watts (Figura 12), quando o indivíduo atingiu o
51
STEADY STATE, ou seja, a condição em que o VO2 máx. se iguala à demanda de
oxigênio, de tal forma que os processos metabólicos são essencialmente aeróbios,
sem qualquer aumento significativo do ácido lático sangüíneo (Figura 13).
Foi necessário verificar a freqüência cardíaca e a pressão sangüínea sistólica e
diastólica em repouso, na posição sentada (antes do teste). Durante o teste, a freqüência
cardíaca foi medida em cada minuto, e a pressão sangüínea em cada dois (2) minutos.
Da mesma forma, dois (2) minutos após o término do teste foram verificadas novamente
a freqüência cardíaca e a pressão sangüínea sistólica e diastólica, para monitoração
da retomada ao repouso. Caso o voluntário apresentasse na pressão sangüínea sistólica
e diastólica, um valor superior a 140/90mmHg, seria necessário realizar o mesmo
procedimento, após 10 minutos de repouso sentado. De acordo com as diretrizes do
ACSM (2003), se a pressão sangüínea sistólica e diastólica não diminuísse, o indivíduo
não poderia fazer o teste.
Para acompanhamento constante da freqüência cardíaca utilizou-se um
freqüencímetro óptico (infra-vermelho), preso à orelha esquerda de cada avaliado,
instalado na própria bicicleta. Para o controle da pressão sangüínea, foi utilizado o
esfingnonamômetro de coluna de mercúrio (WAN ROSS) e um estetoscópio (TYCOS).
Assim, para seguir o protocolo de Åstrand, foram aplicadas cargas, programadas
automaticamente no cicloergômetro, de acordo com as respostas hemodinâmicas do
52
avaliado. Dessa forma, imediatamente, após o término de cada teste, o Soft da bicicleta
apresentou o cálculo do VO2 máx. conforme equação abaixo:
Em que:
FC (freqüência cardíaca)= (FC 5º + FC 6º) / 2
VO2 carga (l/min-1) = 0,014 X carga de esforço aplicada + 0,129
Portanto, a melhoria da capacidade aeróbia e diminuição da gordura corporal devem
ser verificadas após a realização de uma avaliação física e nutricional para analisar todos
os parâmetros citados anteriormente, e assim seguir com um programa de exercícios físicos
orientado por profissional especializado, baseado nas recomendações definidas pelo ACSM
(SKINNER, 1991), quanto à quantidade adequada de exercícios aeróbios e resistidos para
se alcançar benefícios à saúde (Apêndice F).
Equação de Åstrand (POLLOCK; WILMORE, 1993).
VO2 máx. = (198 – 61 / FC – 61) X VO2 carga (sexo masculino)
53
FIGURA 1 - Instrumentos da avaliação antropométrica:
A - Adipômetro / B - Fita métrica
A
B
54
FIGURA 2 - Dobra cutânea subescapular
FIGURA 3 - Dobra cutânea axilar
55
FIGURA 4 - Dobra cutânea supra-ilíaca
FIGURA 5 - Dobra cutânea abdominal
56
FIGURA 6 - Dobra cutânea triciptal
FIGURA 7 - Dobra cutânea biciptal
57
FIGURA 8 - Dobra cutânea da coxa
FIGURA 9 - Dobra cutânea da panturrilha
58
FIGURA 10 - Circunferência da cintura
FIGURA 11 - Circunferência do quadril
59
FIGURA 12 - Bicicleta ergométrica eletromagnética
60
FIGURA 13 - Teste ergométrico de esforço submáximo:
Protocolo de Astrand
61
RESULTADOS
5. RESULTADOS
Ao dividir a amostra em quartis, tomando o consumo máximo de oxigênio como
ponto de corte, formaram-se quatro grupos (A, B, C e D). Assim, após a análise dos
questionários, 90 voluntários foram categorizados, passando os grupos a ser assim
constituídos: grupo A – 21 indivíduos; grupo B – 23; grupo C – 26; e grupo D – 20.
Nas tabelas 1 e 2 se observa que, no teste estatístico Anova (F), ocorreu diferença
significativa entre valores médios da variável consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.) e
das variáveis antropométricas: 6 dobras cutâneas (SE, SI, AB, TR, CX e PT); SDC e RC/Q.
Ao utilizar o teste t-student nas comparações entre os grupos (Tabelas 1 e 2),
analisando-se o VO2 máx., foi possível verificar que ocorreu diferença significativa para
essa variável, entre todos os grupos (A, B, C e D). Esta diferença também permaneceu
para as variáveis antropométricas quando foram comparados os grupos: A e D, para TR; C
em relação ao A, e B, para a dobra cutânea PT; A e D, bem como B e C, para as 5 dobras
cutâneas (SE, AX, SI, AB e CX). Pode-se, ainda, observar diferença significativa para o
SDC, entre os grupos: A e D; B e C.
A análise de outros parâmetros, utilizando o teste t-student (Tabela 1), revelou
diferença estatística nos grupos: A em relação ao C e D, e entre B e C para a RC/Q. Já os
valores do IMC e da RT/M não apresentaram nenhuma diferença.
Quando foi aplicado o teste de Scheffé, determinou-se, previamente, que: o grupo
A apresentou VO2 máx. < 28; o B 28 > VO2 máx. < 35; todavia, no C, 35 > VO2 máx. < 40;
no D, VO2 máx. > 40, definido através do programa SPSS, na versão 11.0.
63
Portanto, os valores das oito dobras cutâneas, isoladas e divididas em grupos,
apresentadas na tabela 2, demonstraram um ligeiro aumento do A para o B, e um decréscimo
considerável do A para o C e o D. Quanto à dobra AB, apresentou diferença significativa
entre os grupos A e B em relação ao D.
Vale ressaltar que o consumo máximo de oxigênio (Tabela 1) apresentou diferença
significativa no grupo A em relação aos demais grupos (B, C e D). Verificou-se, ainda, que
o VO2 máx. aumentou de A para o D, enquanto o SDC diminuiu progressivamente, do B
para o D. Pode-se, assim, constatar que houve correlação negativa entre essas duas variáveis.
Ainda na tabela 1, com relação à RC/Q, constata-se diferença significativa entre
os grupos A e B, quando relacionados ao C, e nos grupos B e D. Contudo, o teste de
Scheffé para o IMC e a RT/M demonstrou valores semelhantes para os grupos estudados.
No gráfico 1 estão explicitados os valores da medida CC, observando-se diferença
significativa entre o grupo B, em relação ao C e D.
Outro parâmetro analisado no presente estudo foi o percentual de peso normal e
sobrepeso (Gráfico 2), em que os grupos A, B e D evidenciaram um número de indivíduos
com peso normal superior aos com sobrepeso, o que não ocorreu no grupo C.
No que concerne às variáveis nutricionais (Gráfico 3), as calorias consumidas
apresentam valores ligeiramente inferiores as calorias recomendadas nos grupos A, B e C,
o mesmo não ocorrendo no D. Em relação ao percentual de carboidrato e gordura, os
dados obtidos estão aproximadamente de acordo com as recomendações, enquanto o de
proteína se apresenta discretamente acima do recomendado, em todos os grupos.
Outro aspecto estudado foi o número de refeições diárias dos grupos, cujos valores
estão explicitados no gráfico 3: por grupo, mais de 18 universitários (± 60%) realizaram
as três refeições principais, enquanto 27 a 57% consumiam lanches.
64
A tabela 4 apresenta os alimentos consumidos com maior freqüência pelos
universitários, podendo-se verificar que, no grupo C, houve maior consumo dos alimentos
construtores, energéticos e reguladores, e nos demais a ingestão foi variada.
65
66
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69
70
71
72
DISCUSSÃO
6. DISCUSSÃO
A aptidão para realizar exercícios e os possíveis efeitos dessa prática podem ser
identificados através da avaliação física. Desse modo, no intuito de traçar um discriminante
para se avaliar os aspectos nutricionais e as condições antropométricas, o consumo máximo
de oxigênio é o indicativo da capacidade aeróbia, a partir da qual serão analisadas estas
variáveis.
Segundo as diretrizes do ACSM (2003), programas de treinamento recrutam grandes
grupos musculares, o que se reflete nos componentes do corpo, causando alterações
antropométricas ao indivíduo.
Analisando-se a distribuição de gordura corporal, constata-se que pessoas
fisicamente ativas têm percentual de gordura inferior aos inativos (GUEDES, 1985). Assim,
fica comprovado uma relação proporcional da capacidade aeróbia com a quantidade de
gordura corporal e os hábitos alimentares.
Para que isto ocorra, deve-se praticar exercícios e, antes de iniciá-los, verificar se
o nível de condicionamento físico e a distribuição de gordura corporal estão adequados a
esta prática. A avaliação assegura ao indivíduo ocioso conhecer seu nível de aptidão física
e praticar exercícios, adotando, assim, hábitos saudáveis de vida. Àqueles já ativos,
possibilitará descobrir o nível de aptidão física em que se encontram. A ausência ou
diminuição de aptidão física se reflete no acúmulo de gordura corporal, na perda da
flexibilidade e da resistência muscular, acarretando dificuldades para realizar as tarefas
do cotidiano. Deste modo, antes de iniciar a prática de exercícios ou mesmo dar
continuidade a uma já adotada, deve-se fazer uma avaliação antropométrica, motora e
funcional, para conhecer o nível de aptidão física (PITANGA, 1998).
74
Analisando os dados coletados, um aspecto observado é a relação inversamente
proporcional entre o consumo máximo de oxigênio e o somatório de dobras cutâneas, ou
seja, quanto maior o VO2 máx., menor o SDC. Assim, um melhor condicionamento físico,
obtido através de um adequado programa de exercícios físicos, eleva o consumo de oxigênio
máximo, aumentando a aptidão física. Os achados coincidem com os de Guedes (1985),
segundo o qual os programas de exercícios físicos são capazes de provocar significativas
modificações nos parâmetros de a distribuição de gordura corporal e da capacidade aeróbia
e constituem um importante fator na regulação e na manutenção da massa corporal.
Apesar do IMC não ter apresentado diferença significativa, foi possível classificar
o percentual da amostra em peso normal e sobrepeso a partir deste índice. Foi observado,
portanto que apenas o grupo C evidenciou um percentual de sobrepeso maior que o de
peso normal. Entretanto, de acordo com a análise estatística, esse grupo apresentou um
consumo máximo de oxigênio melhor que os grupos A e B. Desse modo, o IMC não se
mostrou um indicador adequado da distribuição de gordura corporal, uma vez que o aumento
da massa corporal no grupo C pode ser devido a uma maior massa muscular.
De acordo com Melo et al. (2005), este índice perde a confiabilidade na avaliação
de atletas com grande massa muscular, podendo ainda subestimar o percentual de gordura
em indivíduos que têm pouca massa muscular, como pessoas com doenças crônicas e
aquelas extremamente sedentárias, idosos, além de não caracterizar adequadamente a
distribuição de gordura corporal.
É relevante mencionar que, no homem, a partir de 25 anos, ocorre um aumento
gradativo de massa corporal, devido ao maior acúmulo de gordura. Segundo Guimarães e
Pires Neto (1996) e Evans e Cyr-Campbell (1997), com o envelhecimento há uma tendência
de aumento do tecido adiposo, principalmente na região central do corpo, o que acarreta
um crescimento dos fatores de risco.
75
Cabrera et al. (2005) e Araújo et al. (2005) identificam a obesidade por meio
do IMC, e a distribuição central de gordura corpórea segundo a CC e a RC/Q.
Dessa forma, verificaram que a obesidade abdominal, e não a gordura total ou o
valor do IMC, encontra-se relacionada aos riscos cardiovasculares e diabetes.
Considerando este fato foram realizadas, no presente estudo, as mensurações
das circunferências da cintura e do quadril, obtendo-se a RC/Q. Este índice
antropométrico, além de fornecer os níveis de distribuição de gordura corporal e o
índice do estado nutricional de um indivíduo, é um forte preditor de depósito da
gordura visceral, constituindo, portanto, um fator de risco (QUEIRÓGA, 1998).
Os resultados mostraram, ainda, um maior nível de diferença significativa
para as dobras SE, AX, SI e AB, fato possivelmente relacionado à maior incidência
dos fatores de risco, segundo Guedes (1985), por se localizarem na região central
do corpo, de maior acúmulo de gordura.
Um parâmetro evidenciado também foi o somatório de dobras cutâneas,
importante para a determinação da gordura corporal total; no entanto, pode-se
verificar, ainda, que os valores das medidas das espessuras de dobras cutâneas (SE,
AX, SI, AB, TR, BI, CX e PT), isoladamente, permitem comprovar onde ocorreu
especificamente o aumento de gordura subcutânea, o que também foi observado por
Amorim (1995) e Costa, Guimarães e Fonsêca (1995).
No presente trabalho, dentre as dobras cutâneas do tronco, a AB obteve valor
mais significativo, comprovando os resultados de Després e Bouchard (1990) e Evans
e Cyr-Campbell (1997), para os quais o tecido adiposo encontrado na região
abdominal do corpo está relacionado com riscos moderados e altos para a saúde,
como doenças cardíacas.
76
Os valores encontrados para a RT/M, nesta pesquisa, não foram significativos,
apesar de sua relevância quanto à distribuição de gordura corporal, o que se contrapõe
ao estudo de Queiróga (1998), em que houve predominância significativa deste índice.
Um dado igualmente importante é a medida da circunferência isolada, que
para autores como Després et al. (1991) e Heyward e Stolarczyk (2000) consideram
um melhor preditor de depósito da gordura visceral que a RC/Q. Isto porque a CC
aumenta a despeito dos adipósitos se acumularem em pontos mais profundos e
superficiais, enquanto o índice CQ é influenciado pelo depósito apenas na região
subcutânea; assim, a precisão da RC/Q em avaliar a gordura visceral, responsável
pelo aumento dos fatores de risco, diminui com o acréscimo dos níveis de gordura.
Contudo, os resultados do presente estudo se mostram significativos, tanto na
RC/Q quanto na CC; segundo Björntorp (1988), Pereira, Sichieri e Marins (1999) e
Machado e Sichieri (2002), a RC/Q está associada ao aumento dos fatores de risco,
positivamente à idade e ao IMC, no entanto negativamente com relação a exercícios
físicos e ao elevado consumo de carboidratos e gorduras.
Gus et al. (1998) constataram que a medida de CC isolada se associou,
significativamente, à obesidade, com elevados IMC, como também à prevalência de
fatores de risco. Além disso, foi sugerida como índice antropométrico capaz de prever
o risco cardiovascular.
Outro enfoque deste trabalho, cujo conhecimento pode minimizar os fatores
de risco, refere-se à obtenção de informações sobre o perfil alimentar de um grupo
populacional, permitindo identificar detalhes acerca da dieta e dos hábitos alimentares
e, ao mesmo tempo, do estado nutricional do indivíduo.
77
Dessa maneira, a análise das variáveis nutricionais, a partir das informações obtidas
no inquérito recordatório de 24 horas, evidenciou que o consumo energético recomendado
foi menor que o consumido, exceto no grupo D, que inclui os indivíduos melhor
condicionados. Matsudo (1997) explica este fato, possivelmente pelo aumento do gasto
energético durante o exercício físico, em 2-3 vezes, acarretando uma variação na
distribuição dos macronutrientes na dieta, em indivíduos sedentários, fisicamente ativos
e/ou treinados. É possível evidenciar certas alterações em alguns macronutrientes, como
carboidrato (50-55% para 60-70%) e gordura (30-35% para 20-30%) nos indivíduos
sedentários em relação aos treinados. Fica, assim, bastante claro que uma adequada
disponibilidade de carboidratos é fundamental para o treinamento e o sucesso no
desempenho físico, uma vez que é a fonte imediata de energia para o trabalho muscular.
Estas considerações evidenciam claramente que o exercício, juntamente com os
bons hábitos alimentares, proporcionam a redução dos fatores de risco, determinam o
desenvolvimento e o crescimento, a reprodução e o rendimento físico e intelectual do
indivíduo (MATSUDO, 1997; FERNANDEZ et al. 2004).
Conforme os dados observados nesta pesquisa, em concordância com os encontrados
por Jordão (2001), uma vez que os valores de proteína estão acima da recomendação. Isso
se deve a uma concepção obsoleta, surgida nas academias, com os fisioculturistas, e
estendida, através de marketing, para todos os indivíduos, no sentido de ser exclusivamente
a proteína o macronutriente capaz de aumentar a massa muscular. Esta concepção obsoleta
não considera o papel relevante do programa de exercícios físicos, das diferentes
intensidades do programa de treinamento e do conteúdo total de energia da dieta. O excesso
nessa ingestão, no entanto, pode diminuir o percentual de energia ingerida dos carboidratos
e aumentar o percentual de gordura, o que está associado a riscos à saúde (SANTARÉM,
2001; 2002).
78
Fica assim evidente que um aumento no consumo de qualquer um dos
macronutrientes, seja carboidrato, gordura ou proteína, requisita orientação profissional
qualificada para prescrever uma dieta equilibrada, adequada ao exercício físico e à saúde
do indivíduo.
No entanto, nesta pesquisa foram encontrados valores de proteína mais elevados
que os demais macronutrientes, tornando-se importante analisar os vários fatores que podem
influenciar as necessidades de proteína dietética. Lemon e Tarnoposky (1992) e Lemon,
Dolny e Yarasheski (1997) estudaram os efeitos da intensidade do exercício sobre o
metabolismo protéico, através da medição do nitrogênio excretado no suor, durante o
exercício, e da uréia urinária excretada até 72 horas após o exercício. Os dados obtidos
demonstraram que o exercício de baixa intensidade (42 a ± 3,9 VO
2 máx.) pouco efeito
exerce sobre a excreção destes metabólicos, enquanto os de moderada (55 a ± 5,6 VO2 máx.)
e alta intensidade (67 a ± 4,5 VO2 máx.) provocam uma maior excreção, evidenciando,
assim, que o aumento da intensidade do exercício eleva o metabolismo protéico e,
conseqüentemente, as necessidades de proteínas dietéticas são maiores.
Um outro aspecto relevante diz respeito à recomendação de consumo protéico.
Lemon (1998) recomenda, para praticantes de exercícios aeróbios e de resistência muscular
localizada, 1,2 – 1,4g de proteína/kg/dia, e os de força, 1,2 – 2g/kg/dia, enquanto
Tarnopolsky (2001) sugere uma ingestão diária de 1 – 1,7g/kg/dia, ou mesmo mais, para
aqueles que estão iniciando exercícios mais vigorosos. O autor ressalta ainda que, para se
obter uma boa quantidade de proteína é necessário ingerir uma dieta com 10 – 15% de
proteína, 25 – 30% de gordura e 55 – 60% de carboidrato.
Lemon (1991) e Lemon e Proctor (1991) afirmaram que a elevação na ingestão
protéica, acima das necessidades diárias, implica em sobrecarga orgânica, da qual resulta
um déficit energético, exigindo elevação do aporte energético. Possivelmente o alto
79
consumo de proteína levará a um aumento de tecido adiposo (LANCHA JÚNIOR et al.
1995). Além disso, ocorre alteração da funcionalidade renal, visto que os processos de
desaminação aumentam as concentrações de uréia, o que implica em maior necessidade
de diálise renal, em casos graves.
Verifica-se, assim, que a dieta é um dos fatores componentes de maior influência
sobre a saúde. Do mesmo modo, observa-se uma estreita relação entre nutrição e exercício
físico. A capacidade de rendimento do organismo melhora consideravelmente com a
ingestão diária de uma alimentação equilibrada, que forneça a quantidade de energia
necessária para a manutenção das funções corporais e a integridade estrutural e funcional
do organismo, conforme atestam vários autores (LANCHA JÚNIOR et al. 1995;
MATSUDO, 1997; JORDÃO, 2001).
Para adoção de uma dieta equilibrada, todavia, o que não foi constatado neste
trabalho, bem como no de Sequeira (2000), é importante a orientação de especialistas.
Fatores como urbanização, prosperidade e variada disponibilidade dos alimentos de certa
maneira favorecem o elevado consumo de dietas ricas em calorias, gorduras e carboidratos.
Concomitante a esses fatores de risco, a diminuição de exercícios físicos aumenta a
prevalência da obesidade e outros agravos correlacionados, segundo Fernandez et al. (2004).
Pode-se concluir, ainda, com o IR24 aplicado no presente estudo, que a alimentação
dos graduandos não é equilibrada, no que se refere à quantidade de refeições. Ocorreu
uma predominância das 3 principais refeições (café da manhã, almoço e jantar), o que
também foi observado por Quaioti et al. (1999). Entretanto, Angel et al. (1999), além
desses dados, relacionaram a quantidade de calorias recomendadas, verificando que, não
obstante as 3 refeições diárias realizadas, os indivíduos consumiam em demasia alimentos
e bebidas, com o agravante de não praticarem exercícios sistemáticos.
80
No trabalho presente foi observado, numa análise qualitativa, que o grupo C se
destacou, por apresentar uma maior diversidade no consumo dos alimentos, o que indica
hábitos alimentares mais adequados, de acordo com os guias alimentares, fato
possivelmente relacionado a uma necessidade energética aumentada em decorrência do
bom nível de capacidade aeróbia dos indivíduos deste grupo.
No que diz respeito à freqüência alimentar se observa, dentre os alimentos
construtores, um elevado consumo de leite e derivados, os mesmos achados do trabalho
de Tomita e Cardoso (2002), possivelmente por se tratar de alimentos popularmente
considerados fontes para o aumento da massa muscular. Entretanto, o consumo de carne
de boi e frango foi basicamente uniforme.
Com relação aos alimentos energéticos, o feijão e o arroz eram consumidos em
boa quantidade, um aspecto relevante, por se tratar de alimentos largamente utilizados
pela população nordestina, detentores de um adequado perfil de aminoácidos essenciais.
Quanto ao pão, neste trabalho apresentou um alto consumo, o que não ocorreu com o
macarrão, dados estes de acordo com os encontrados por Sequeira (2000) e em
contraposição aos de Jordão (2001).
Quanto aos alimentos reguladores, verduras e legumes, foram mais consumidos a
cebola e o tomate, sendo a alface e a cenoura menos ingeridas, ao contrário do exposto por
Jordão (2001), que constatou um aumento no consumo da alface. Com relação às frutas, a
banana e a laranja aparecem como as mais consumidas, refletindo, mais uma vez, os
hábitos da população da região nordestina, como observado por Sequeira (2000). Em
seguida, a maçã tem um consumo médio, sendo o mamão a fruta de menor consumo.
Possivelmente isso se explica pela orientação inadequada dos hábitos alimentares, desde
a infância.
81
Numa análise geral, percebe-se a necessidade de uma reeducação alimentar, orientada
por profissional especializado, uma vez que os grupos de alimentos construtores e
energéticos aparecem com uma freqüência maior que os alimentos reguladores, semelhantes
aos dados coletados por Salvo e Gimeno (2002), Tomita e Cardoso (2002) e Moreira et al.
(2003), o que pode acarretar uma deficiência de vitaminas e minerais.
Os resultados aqui encontrados podem fornecer subsídios para a elaboração de
futuras recomendações e orientações objetivando melhorar a saúde e qualidade de vida,
através da ingestão de uma dieta equilibrada, bem como atingir uma aptidão física adequada
à prática de atividades e exercícios físicos.
82
CONCLUSÕES
7. CONCLUSÕES
O valor energético da dieta consumida foi discretamente inferior a recomendada,
entretanto sem apresentar diferença estatística.
Não foram verificadas diferenças significativas na ingestão energética entre os
grupos.
Dentre os macronutrientes, a proteína foi consumida acima da recomendação em
todos os grupos.
As informações nutricionais encontradas apresentam um quadro de desequilíbrio
quantitativo e qualitativo, sendo necessária uma adequada orientação nutricional.
Houve uma redução significativa na soma de dobras cutâneas entre os diferentes
grupos, caracterizando o aumento do consumo de oxigênio com a redução da
gordura corporal.
Quanto a distribuição da gordura corporal (central e periférica), não foram
observadas alterações no padrão entre os grupos.
O consumo máximo de oxigênio se mostra adequado para a classificação de
indivíduos, e sua distribuição em grupos, para o desenvolvimento de trabalhos
específicos na orientação de um programa de exercícios associado à dieta.
84
CONSIDERAÇÕES FINAIS
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa apresenta uma contribuição tanto para a Nutrição quanto para
a Educação Física. Uma vez que se conhece o perfil dietético e o nível de
condicionamento físico do indivíduo, torna-se possível subsidiar um programa de
exercícios físicos associado a uma reeducação alimentar para a melhoria da
qualidade de vida e promoção da saúde.
A partir deste conhecimento e dos resultados obtidos, é possível também realizar
um estudo com mulheres, assim como estabelecer uma análise comparativa entre
os grupos masculino e feminino.
Pode-se considerar que futuras pesquisas devem explorar a qualidade dos
macronutrientes e micronutrientes, bem como verificar as condições de hidratação
da amostra em estudo.
86
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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99
APÊNDICES
APÊNDICE A
FICHA DE INSCRIÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
NOME: ________________________________________________________________
IDADE: __________
ENDEREÇO: ___________________________________________________________
TELEFONE: __________________________
Assinatura do participante da pesquisa: “
Capacidade aeróbia como discriminante
do consumo alimentar e da aptidão física”:
______________________________________________
Assinatura do Investigador:
______________________________________________
DATA: ____/____/____
101
APÊNDICE B
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
Pesquisa: “Capacidade aeróbia como discriminante do consumo alimentar e da aptidão
física”
Eu, ___________________________________________________________________,
após ser informado que:
1) A pesquisa da qual irei participar intitula-se: “Capacidade aeróbia como
discriminante do consumo alimentar e da aptidão física”.
2) O objetivo da pesquisa é avaliar o consumo alimentar e a distribuição de gordura
corporal de adultos universitários, do gênero masculino, da área de saúde, na faixa
etária entre 18 e 30 anos, tendo como discriminante o consumo máximo de oxigênio
(Universidade de Pernambuco – UPE/Recife).
3) Os procedimentos não causarão risco para o indivíduo, porque o processo de
identificação dos dados, o teste físico na bicicleta elétrica e a mensuração de dobras
102
cutâneas não expõem a integridade física dos avaliados, uma vez que a coleta dos
dados não envolve procedimentos invasivos.
4) A participação na pesquisa é voluntária, não havendo obrigatoriedade de responder
o formulário de identificação, o questionário da freqüência alimentar e o inquérito
recordatório de 24 horas, ou participar do teste ergométrico submáximo na bicicleta
elétrica e da mensuração de dobras cutâneas para a coleta dos dados.
5) Os participantes não serão compensados financeiramente. Ainda que não haja
benefício direto, poderão se sentir orgulhosos por terem contribuído com esse
estudo, que objetiva relacionar o consumo alimentar, a distribuição de gordura
corporal e o nível da capacidade aeróbia. Os resultados do estudo estarão disponíveis
para o conhecimento do participante, no final da pesquisa.
6) O indivíduo que decidir não participar da pesquisa ou posteriormente desistir da
participação não sofrerá nenhum dano ou prejuízo.
7) Em relação aos resultados da pesquisa: será assegurado o anonimato do participante.
8) O avaliado receberá uma cópia deste formulário. Se, em qualquer momento,
perceber invasão de seus direitos de participante, poderá contatar o Comitê de
Ética em Pesquisa do CCS/UFPE, telefone (81) 3271-8463, para esclarecimento
sobre qualquer questão ligada à pesquisa e aos direitos do participante.
CONSENTIMENTO DO PARTICIPANTE:
Admito que revisei totalmente e entendi o conteúdo deste formulário de livre consentimento.
Assinatura do participante: _________________________________________________
103
Testemunhas: __________________________________
__________________________________
Data: _____/_____/_____
DECLARAÇÃO DO INVESTIGADOR E DATA:
Eu, Juliana Santana Buarque Cavalcanti (residente na Rua Abatiá 121, Várzea, CEP -
50740-330, Recife/PE, telefone: 3459-2977), certifico que revisei o conteúdo deste
formulário com o participante da pesquisa, garantindo, dessa forma, que as explicações
acerca da metodologia e os benefícios deste trabalho foram compreendidos.
Assinatura do investigador: ______________________________________________
Data: _____/_____/_____
Este formulário só será manipulado ou utilizado pelos investigadores relacionados com
este projeto de pesquisa específico.
104
APÊNDICE C
FICHA DE AVALIAÇÃO FÍSICA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Data da avaliação: ___/___/___ Data de nascimento: ___/___/___
NOME: _______________________________________________________________
NÚMERO:
MASSA CORPORAL (Kg):
ESTATURA (cm):
IDADE (ANOS):
IMC:
1. ANTROPOMETRIA
1.1. DOBRAS CUTÂNEAS
M1 M2 M3 MÉDIA
Subescapular
Axilar
Suprailíaca
Abdominal
Tríceps
Bíceps
Coxa
Panturrilha
R T/M
1.2. CIRCUNFERÊNCIAS
Cintura
Quadril
105
R C/Q
AVALIADOR (A): _______________________________________________________
3. ERGOMETRIA
FC PS/PD
VO2 máx. Obtido 5 min. Inicial
Km/h 6 min. Final
AVALIADOR (A): _______________________________________________________
OBSERVAÇÕES
__________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
106
107
APÊNDICE E
QUESTIONÁRIO DE FREQÜÊNCIA ALIMENTAR
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
NOME: ___________________________________________________ N ________
DATA DE NASCIMENTO: ___/___/___
PESO: ___________ ALTURA: ___________
ENTREVISTADOR: ___________________________________ DATA: ___/___/___
ESTUDO DOS HÁBITOS ALIMENTARES
1. Quantas refeições você faz ao dia?
Café da manhã Almoço Jantar
Lanche, manhã Lanche, tarde Lanche, noite
2. Atualmente, está consumindo algum suplemento alimentar?
Não Sim
Qual ou quais?___________________________________________________________
3. Realiza algum tipo de exercício ou atividade física?
Não Sim
O que costuma comer após sua sessão de treino?
______________________________________________________________________________________________________________________________
108
1
2
3
Freqüência de consumo
Vezes por semana
De 1 a 2
NUNCA De 3 a 4 De 5 a 7
OUTROS:
ARROZ
2. Grãos e raízes
BATATA DOCE
BATATA INGLESA
BISCOITO
BOLACHA
BOLO
CEREAL MATINAL
FARINHA DE MANDIOCA
FARINHA DE MILHO
FEIJÃO / FAVA
INHAME / CARÁ
LENTILHA / GRÃO DE BICO
MACARRÃO
MACAXEIRA / MANDIOCA
MILHO VERDE
PÃO
Freqüência de consumo
Vezes por semana
1. Produtos de origem animal
CAPRINO
CARNE DE BOI
FRANGO
HAMBÚRGUER
OVO
PEIXE
CARNE DE PORCO
PRESUNTO
SALSICHA
VÍSCERAS
LEITE
DERIVADOS DO LEITE
De 1 a 2NUNCA De 3 a 4 De 5 a 7
OUTROS:
3
1
2
109
ABÓBORA / JERIMUM
BERINGELA
BRÓCOLIS
CENOURA
PEPINO
CEBOLA
BETERRABA
CHUCHU
COUVE-FLOR
COUVE-FOLHA
TOMATE
VAGEM
De 1 a 2
NUNCA De 3 a 4 De 5 a 7
OUTROS:
3
1
2
Freqüência de consumo
Vezes por semana
3. Verduras e legumes
ABOBRINHA
ACELGA
ALFACE
Freqüência de consumo
Vezes por semana
4.Frutas
ABACATE
CAQUI
KIWI
MAÇÃ
MELÃO
LARANJA
CUPUAÇU
MAMÃO
MANGA
MELANCIA
MORANGO
UVA
De 1 a 2
NUNCA De 3 a 4 De 5 a 7
OUTRAS:
3
1
2
ABACAXI
AÇAÍ
AMEIXA
BANANA
110
Freqüência de consumo
Freqüência de consumo
Vezes por semana
Vezes por semana
De 1 a 2
NUNCA De 3 a 4 De 5 a 7
De 1 a 2
NUNCA De 3 a 4 De 5 a 7
5.Açúcares, gorduras e outros
AÇÚCAR
ADOÇANTE
MAIONESE
MEL
SALGADINHO
MANTEIGA
BALAS / DOCES
PIPOCA
OUTROS:
3
1
2
6. Bebidas
BEBIDAS ALCOÓLICAS
CAFÉ / CHÁ
REFRIGERANTES
BEBIDAS ISOTÔNICAS
SUCO DE FRUTA
ÁGUA
OUTROS:
3
1
2
1L > 1,1 - 2L 2,1 - 3L 3,1 - 4L <
111
APÊNDICE F
QUADRO DE RECOMENDAÇÕES BÁSICAS
PARA PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS DO ACSM (SKINNER, 1991)
EXERCÍCIOS PARA A CAPACIDADE AERÓBIA (AERÓBIOS)
Freqüência
Intensidade
Duração
Exercício
De 3 a 5 sessões por semana.
60% a 90% da freqüência cardíaca máxima ou 50 a 85% do consumo
máximo de oxigênio (VO2 máx).
De 20 a 60 minutos de maneira contínua a cada sessão.
Deve mobilizar grandes grupos musculares, de maneira rítmica, como:
corrida, ciclismo, hidroginástica, natação ou fazer uso de ergômetros.
EXERCÍCIOS PARA FORÇA / RESISTÊNCIA MUSCULAR (RESISTIDOS)
Freqüência
Intensidade
Duração
Exercício
Ao menos 3 sessões por semana, em dias alternados.
Moderado o suficiente para desenvolver e manter a massa corporal
magra, com uma série de 8 a 12 repetições de 8 a 10 exercícios.
Mínimo de 10 minutos a cada sessão, com intervalo entre as séries.
Exercícios localizados e dinâmicos que solicitem os músculos do tronco
e dos membros superiores e inferiores, como: musculação.
EXERCÍCIOS PARA FLEXIBILIDADE
Freqüência
Intensidade
Duração
Exercício
De 3 a 5 sessões por semana.
Execução estática no limite da mobilidade articular, sustentados de 10
a 30 segundos e repetidos de 3 a 5 vezes cada exercício.
Mínimo de 10 minutos a cada sessão, com intervalo entre as séries.
Exercícios que promovam amplitude maior do que o habitual nas
articulações envolvidas no exercício, como: alongamentos.
112
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