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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
ESCOLA DE ENGENHARIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
“AVALIAÇÃO DO USO DA ÁGUA MAGNETIZADA NA PRODUÇÃO DE
CONCRETOS EM CENTRAIS”
Autor: Cristiano Oliveira Guimarães
Orientador: Prof. Abdias Magalhães Gomes
Novembro/2006
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2
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
ESCOLA DE ENGENHARIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL
AVALIAÇÃO DO USO DA ÁGUA MAGNETIZADA NA PRODUÇÃO DE
CONCRETOS EM CENTRAIS”
Cristiano Oliveira Guimarães
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Construção Civil da Escola
de Engenharia da Universidade Federal de
Minas Gerais, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do titulo de “Mestre
em Construção Civil”.
Comissão Examinadora:
___________________________________
Prof. Dr. Abdias Magalhães Gomes
DEMC/UFMG – (Orientador)
___________________________________
Prof. Dr. José Márcio Fonseca Calixto
DEES/UFMG
___________________________________
Prof. Dr. Hiran Jackson Sartori
PUC/MG
Belo Horizonte, 18 de dezembro de 2006
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3
Cristiano Oliveira Guimarães
“AVALIAÇÃO DO USO DA ÁGUA MAGNETIZADA NA PRODUÇÃO DE
CONCRETOS EM CENTRAIS”
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Construção Civil da Escola de Engenharia da UFMG
Área de Concentração: Materiais de Construção Civil
Orientador: Prof. Abdias Magalhães Gomes
Belo Horizonte
Escola de Engenharia da UFMG
2006
4
A Deus que esteve sempre me guiando pelo seu
caminho;
Aos meus pais, Nayr e Silvério, pelo incentivo,
compreensão e amor;
À minha família pelo apoio, carinho e dedicação.
5
AGRADECIMENTOS
A Deus e toda a sua turma, especialmente a seu filho que pregou a sabedoria, a
docência, o amor, humildade e atenção a todos sem distinção alguma. A meu Anjo
da Guarda e ao Divino Espírito Santo que sempre estiveram a meu lado.
Esta dissertação é uma obra coletiva e não conseguiria finalizá-la sem a
participação dos colegas, professores, amigos e funcionários com os quais tive o
privilégio de conviver. Desta forma, meus sinceros agradecimentos são
direcionados:
Ao Professor Doutor Abdias Magalhães Gomes pela sua valiosa orientação,
amizade, referência e incansável estímulo, ao longo desses últimos nove anos,
pela minha formação e desenvolvimento pessoal e acadêmica.
À eterna Nice Jane pela compreensão, companheirismo, consideração e
dedicação ao estudo da língua inglesa, imprescindível à obtenção do Título de
Mestre.
Aos professores José Márcio Fonseca Calixto e Hiran Jackson Sartori pelas
valiosas contribuições no exame de defesa.
À CAPES pela bolsa oferecida para o desenvolvimento desta pesquisa.
Aos amigos Marco Aurélio e seu sobrinho Mateus pelo apoio e realização da parte
prática necessária ao desenvolvimento deste trabalho.
E não poderia deixar de enfatizar, em especial, meus profundos agradecimentos
aos amigos, funcionários e professores do Departamento de Engenharia de
Materiais e Construção (DEMC) da Escola de Engenharia da Universidade Federal
de Minas Gerais.
6
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS........................................................................................... ix
LISTA DE TABELAS........................................................................................... x
LISTA DE GRÁFICOS......................................................................................... xiii
LISTA DE ABREVIATURAS................................................................................ xiv
RESUMO............................................................................................................. xv
ABSTRACT......................................................................................................... xvi
1 INTRODUÇÃO E RELEVÂNCIA DO TRABALHO......................................... 01
2 OBJETIVOS................................................................................................... 04
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................... 05
3.1 O Concreto........................................................................................ 05
3.1.1 Introdução............................................................................... 05
3.1.2 Materiais.................................................................................. 09
3.1.2.1 Cimento..................................................................... 09
3.1.2.2 Agregados................................................................. 10
3.1.2.3 Água de amassamento............................................. 11
3.1.2.4 Aditivos...................................................................... 11
3.1.3 Tipos........................................................................................ 13
3.1.4 Dosagem................................................................................. 14
3.1.5 Mistura..................................................................................... 16
3.1.6 Transporte............................................................................... 17
3.1.7 Propriedades do concreto fresco............................................ 17
3.1.8 Lançamento............................................................................. 19
3.1.9 Adensamento.......................................................................... 19
3.1.10 Cura....................................................................................... 20
3.1.11 Propriedades do concreto endurecido.................................. 20
3.2 O Concreto Produzido nas Centrais................................................ 27
3.2.1 Introdução............................................................................... 27
3.2.2 – Normalização........................................................................ 29
3.2.3 – Central de concreto............................................................... 32
7
3.2.4 – Controle e fiscalização.......................................................... 37
3.3 – Água no Concreto........................................................................... 42
3.3.1 – Introdução............................................................................. 42
3.3.2 – A estrutura da água............................................................... 46
3.3.3 – Constituição e contaminantes............................................... 51
3.3.4 – A água no concreto endurecido............................................ 58
3.3.5 – Mecanismo de redução da tensão superficial pela ação de
aditivos tensoativos.............................................................. 62
3.4 – A Indução Magnética da Água........................................................ 70
3.4.1 – Introdução............................................................................. 70
3.4.2 – Mecanismo de obtenção....................................................... 72
3.4.3 – Benefícios proporcionados à água....................................... 75
3.4.4 – Tensão superficial da água................................................... 77
4 – MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................ 82
4.2 – Materiais......................................................................................... 83
4.2.1 – Introdução............................................................................. 83
4.2.2 – Aglomerante.......................................................................... 83
4.2.3 – Agregado graúdo.................................................................. 85
4.2.3.1 – Brita calcária n° 0.................................................... 86
4.2.3.2 – Brita calcária n° 1.................................................... 88
4.2.4 – Agregado miúdo.................................................................... 93
4.2.5 – Adição mineral – Pó de pedra............................................... 97
4.2.6 – Aditivo Mastermix 390 N....................................................... 101
4.2.7 – Água de amassamento......................................................... 103
4.3 – Métodos.......................................................................................... 110
4.3.1 – Introdução............................................................................. 110
4.3.2 – Proporcionamento e misturas............................................... 111
4.3.3 – Ensaios realizados................................................................ 115
4.3.4 – Análise e discussão geral dos Resultados........................... 164
5 – CONCLUSÕES............................................................................................. 169
8
6 – PROPOSTA DE NOVOS TRABALHOS....................................................... 171
7 – REFFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 172
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1 – Curva volume vazios e resistência à compressão.......................... 20
Figura 3.2 – Fissuração de uma hipotética estrutura de concreto...................... 43
Figura 3.3 – Estruturas do gelo e moléculas de água em um microporo........... 47
Figura 3.4 – Ação tensão superficial nas moléculas de água junto a sólidos.... 49
Figura 3.5 – Superfície sólida............................................................................. 50
Figura 3.6 - Categorias de água na pasta de cimento hidratado....................... 62
Figura 3.7 – Esquema da molécula de uma substância tensoativa................... 64
Figura 3.8 – Partículas de cimento floculadas devidas à presença de ar e
água.................................................................................................................... 65
Figura 3.9 – Expulsão do ar sob a ação de um plastificante..............................
66
Figura 3.10 – Esquema teórico da atmosfera iônica..........................................
67
Figura 3.11 – Quando não há plastificante, água necessária é grande.............
68
Figura 3.12 – Quando se adiciona plastificante, as partículas se repelem........
69
Figura 3.13 – As distâncias entre partículas reduzem e a água é dispensada..
69
Figura 3.14 – influência da adição de um plastificante ao concreto................... 71
Figura 3.15 – Molécula de água mostrando os três núcleos e os elétrons........
76
Figura 3.16 –Átomo e o momento de dipolo induzido
p
ρ
.....................................
77
Figura 3.17 – Gota de um líquido colocada sobre uma superfície.....................
80
Figura 4.1 – Protótipos de Indução magnética................................................... 106
Figura 4.2 – Esquema de montagem do equipamento de indução magnética.. 108
Figura 4.3 – Tensiômetro digital k10st fabricado pela KRUSS........................... 110
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 – Principais componentes do cimento.............................................. 09
Tabela 3.2 – Denominação cimentos de acordo com as normas brasileiras..... 10
Tabela 3.3 – Deformação do concreto em várias condições de carregamento. 26
Tabela 3.4 – Parâmetros de uma água normal para confecção de concretos... 53
Tabela 3.5 – Substâncias que afetam o concreto.............................................. 59
Tabela 3.6 – Campos magnéticos aproximados................................................. 73
Tabela 3.7 – Tensões superficiais para alguns líquidos à temperatura 20 °C... 79
Tabela 4.1 – Componentes do cimento Portland composto com escória.......... 83
Tabela 4.2 – Exigências químicas para o cimento composto com escória........ 84
Tabela 4.3 – Exigências físicas e mecânicas para o CP II-E 40........................ 84
Tabela 4.4 – Conjunto de peneiras conforme NBR NM-ISO 3310-1.................. 87
Tabela 4.5 – Propriedades físicas da brita 0 utilizada neste trabalho................ 89
Tabela 4.6 – Granulometria da brita 0 utilizada neste trabalho.......................... 89
Tabela 4.7 – Propriedades físicas da brita 1 utilizada neste trabalho................ 92
Tabela 4.8 – Granulometria da brita 1 utilizada neste trabalho.......................... 92
Tabela 4.9 – Propriedades físicas da areia utilizada neste trabalho.................. 96
Tabela 4.10 – Granulometria da areia utilizada neste trabalho.......................... 96
Tabela 4.11 – Propriedades físicas do pó de pedra utilizado neste trabalho..... 100
Tabela 4.12 – Granulometria do pó de pedra utilizado neste trabalho............... 100
Tabela 4.13 – Parâmetros físico-químicos da água de torneira......................... 105
Tabela 4.14 – Parâmetros físico-químicos da água magnetizada...................... 107
Tabela 4.15 – Tensão superficial da água normal e com aditivo tensoativos.... 109
Tabela 4.16 – Proporção dos materiais nos traços de concreto convencional.. 112
Tabela 4.17 – Proporção dos materiais nos traços de concreto bombeado...... 112
Tabela 4.18 – Ordem de colocação dos materiais na betoneira........................ 116
Tabela 4.19 – Temperatura água de amassamento concretos convencionais.. 116
Tabela 4.20 – Temperatura água de amassamento concretos bombeados...... 117
Tabela 4.21 – Valores do slump test dos concretos convencionais.................. 117
11
Tabela 4.22 – Valores do slump test dos concretos bombeados...................... 118
Tabela 4.23 – Determinação das propriedades dos concretos endurecidos...... 119
Tabela 4.24 – Resistências compressão concreto convencional de 10 MPa..... 121
Tabela 4.25 – Resistências compressão concreto convencional de 15 MPa..... 122
Tabela 4.26 – Resistências compressão concreto convencional de 18 MPa..... 123
Tabela 4.27 – Resistências compressão concreto convencional de 20 MPa..... 124
Tabela 4.28 – Resistências compressão concreto convencional de 25 MPa..... 125
Tabela 4.29 – Resistências compressão concreto convencional de 30 MPa..... 126
Tabela 4.30 – Resistências compressão concreto bombeado de 10 MPa......... 127
Tabela 4.31 – Resistências compressão concreto bombeado de 15 MPa......... 128
Tabela 4.32 – Resistências compressão concreto bombeado de 18 MPa......... 129
Tabela 4.33 – Resistências compressão concreto bombeado de 20 MPa......... 130
Tabela 4.34 – Resistências compressão concreto bombeado de 25 MPa......... 131
Tabela 4.35 – Resistências compressão concreto bombeado de 30 MPa......... 132
Tabela 4.36 – Resistências à tração do concreto convencional de 10 MPa...... 140
Tabela 4.37 – Resistências à tração do concreto convencional de 15 MPa...... 141
Tabela 4.38 – Resistências à tração do concreto convencional de 18 MPa...... 141
Tabela 4.39 – Resistências à tração do concreto convencional de 20 MPa...... 142
Tabela 4.40 – Resistências à tração do concreto convencional de 25 MPa...... 142
Tabela 4.41 – Resistências à tração do concreto convencional de 30 MPa...... 143
Tabela 4.42 – Resistências à tração do concreto bombeado de 10 MPa.......... 143
Tabela 4.43 – Resistências à tração do concreto bombeado de 15 MPa.......... 144
Tabela 4.44 – Resistências à tração do concreto bombeado de 18 MPa.......... 144
Tabela 4.45 – Resistências à tração do concreto bombeado de 20 MPa.......... 145
Tabela 4.46 – Resistências à tração do concreto bombeado de 25 MPa.......... 145
Tabela 4.47 – Resistências à tração do concreto bombeado de 30 MPa.......... 146
Tabela 4.48 – Módulo elasticidade dinâmico concreto convencional 10 MPa... 149
Tabela 4.49 – Módulo elasticidade dinâmico concreto convencional 15 Mpa.... 150
Tabela 4.50 – Módulo elasticidade dinâmico concreto convencional 18 MPa... 151
Tabela 4.51 – Módulo elasticidade dinâmico concreto convencional 20 MPa... 152
12
Tabela 4.52 – Módulo elasticidade dinâmico concreto convencional 25 MPa... 153
Tabela 4.53 – Módulo elasticidade dinâmico concreto convencional 30 MPa... 154
Tabela 4.54 – Módulo elasticidade dinâmico concreto bombeado 10 MPa....... 155
Tabela 4.55 – Módulo elasticidade dinâmico concreto bombeado 15 MPa....... 156
Tabela 4.56 – Módulo elasticidade dinâmico concreto bombeado 18 MPa....... 157
Tabela 4.57 – Módulo elasticidade dinâmico concreto bombeado 20 MPa....... 158
Tabela 4.58 – Módulo elasticidade dinâmico concreto bombeado 25 MPa....... 159
Tabela 4.59 – Módulo elasticidade dinâmico concreto bombeado 30 MPa....... 160
Tabela 4.60 – Absorção de água do concreto convencional de 10 MPa........... 161
Tabela 4.61 – Absorção de água do concreto convencional de 15 MPa........... 161
Tabela 4.62 – Absorção de água do concreto convencional de 18 MPa........... 161
Tabela 4.63 – Absorção de água do concreto convencional de 20 MPa........... 162
Tabela 4.64 – Absorção de água do concreto convencional de 25 MPa........... 162
Tabela 4.65 – Absorção de água do concreto convencional de 30 MPa........... 162
Tabela 4.66 – Absorção de água do concreto bombeado de 10 MPa............... 162
Tabela 4.67 – Absorção de água do concreto bombeado de 15 MPa............... 163
Tabela 4.68 – Absorção de água do concreto bombeado de 18 MPa............... 163
Tabela 4.69 – Absorção de água do concreto bombeado de 20 MPa............... 163
Tabela 4.70 – Absorção de água do concreto bombeado de 25 MPa............... 163
Tabela 4.71 – Absorção de água do concreto bombeado de 30 MPa............... 164
Tabela 4.72 – Aumento da resistência para os concretos convencionais.......... 165
Tabela 4.73 – Aumento da resistência para os concretos bombeados.............. 166
Tabela 4.74 – Economia média (%) da quantidade de cimento......................... 167
13
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 3.1 – Tensão superficial da água em função da temperatura................ 51
Gráfico 4.1 – Curvas compressão concreto convencional de 10 MPa x Idade.. 133
Gráfico 4.2 – Curvas compressão concreto convencional de 15 MPa x Idade.. 133
Gráfico 4.3 – Curvas compressão concreto convencional de 18 MPa x Idade.. 134
Gráfico 4.4 – Curvas compressão concreto convencional de 20 MPa x Idade.. 134
Gráfico 4.5 – Curvas compressão concreto convencional de 25 MPa x Idade.. 135
Gráfico 4.6 – Curvas compressão concreto convencional de 30 MPa x Idade.. 135
Gráfico 4.7 – Curvas compressão concreto bombeado de 10 MPa x Idade...... 136
Gráfico 4.8 – Curvas compressão concreto bombeado de 15 MPa x Idade...... 136
Gráfico 4.9 – Curvas compressão concreto bombeado de 18 MPa x Idade...... 137
Gráfico 4.10 – Curvas compressão concreto bombeado de 20 MPa x Idade.... 137
Gráfico 4.11 – Curvas compressão concreto bombeado de 25 MPa x Idade.... 138
Gráfico 4.12 – Curvas compressão concreto bombeado de 30 MPa x Idade.... 138
14
LISTA DE ABREVIATURAS
ABESC Associação das Empresas Brasileiras de Serviços de Concretagem
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ACI American Concrete Institute
ASTM American Society for Testing and Materials
B.S. British Standard Institution
°C Grau Celsius
cm/s Centímetro por segundo
DEMC Departamento de Engenharia e Materiais de Construção
f
C3
Resistência à compressão aos 3 dias
f
C7
Resistência à compressão aos 7 dias
f
C28
Resistência à compressão aos 28 dias
f
C90
Resistência à compressão aos 90 dias
f
C365
Resistência à compressão aos 365 dias
GPa Giga Pascal
kcal/kg Quilocaloria por quilograma
kg/cm
2
Quilograma por centímetro quadrado
kg/m
3
Quilograma por metro cúbico
m
3
Metro cúbico
mg/L Miligrama por litro
mm
Micrometro
mm/m Milímetro por metro
MPa Mega Pascal
NBR Norma Brasileira Registrada
NM Norma Mercosul
ohms/cm
2
Ohms por centímetro quadrado
ppm Partes por milhão
T Tesla
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
15
RESUMO
É fato notório que, no mundo atual, muito pouco se têm estudado e pesquisado
sobre a água comumente utilizada na produção de concretos, suas características
e, sobretudo, a sua influência nas propriedades físicas e mecânicas de
argamassas e concretos. E é neste contexto que se viabilizou o presente trabalho,
focado na análise e performance de concretos produzidos a partir do uso de uma
água referenciada como magnetizada, que foi previamente submetida a um campo
magnético fixo. O estudo da utilização da água magnetizada já é realidade em
alguns países, tais como: Rússia, China, Japão, Estados Unidos e agora no Brasil.
A magnetização da água proporciona à mesma uma redução de sua tensão
superficial e, por conseqüência, uma melhor hidratação dos compostos
cimentícios. Em função desta melhoria, há uma mudança na reologia do concreto,
tanto no estado fresco quanto endurecido, com registros de ganhos de resistência,
consistência e trabalhabilidade, se comparado com um concreto de mesma
composição, e que foi confeccionado a partir de uma água sem tratamento prévio.
Os resultados mostram que a resistência à compressão do concreto produzido
com a água magnetizada é superior àquele com água normal sem tratamento, e a
partir desta situação é possível reduzir o consumo de cimento, bem como os
custos de produção dos concretos na indústria da construção civil.
Palavras Chave: Concreto; água magnetizada; redução de cimento; tensão
superficial; hidratação do cimento.
16
ABSTRACT
It is known, nowadays, that very few has been studied and researched about the
water used in the concrete productions. And it is in this context that we have the
possibility to study the concrete fabrication using the magnetic water, also used in
researches developed in Russia, China, Japan, United States and now in Brazil.
The magnetization of water causes a decrease in its superficial tension, offering
better hydration to the cement’s compounds. In face of this improvement in
hydration on increase in the concrete’s compressive strength, consistency and
workability are registered, comparing to a concrete with the same composition, but
prepared with normal water, not previously treated. The results showed that the
compressive strength of the concrete prepared with magnetized water was higher
than those prepared with normal water. Therefore, it is possible to reduce the
consumption of cement, as well as the concrete’s production costs in the civil
construction industry.
Key words: Concrete; magnetized water; cement’s reduction; superficial tension;
cement’s hydration.
17
1 INTRODUÇÃO E RELEVÂNCIA DO TRABALHO
As propriedades das águas vêm sendo estudadas sistematicamente por mais de
80 anos. No entanto, poucos foram os ganhos de conhecimento obtidos por esses
estudos, especialmente no que diz respeito à água de amassamento de concretos
e argamassas (MIKHANLVSKII et al, 1976). Até o presente momento, a
normalização vigente da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
admite como suficiente avaliar apenas as características de potabilidade e
composição química da mesma.
Pesquisas desenvolvidas em países como China, Japão, Estados Unidos e Rússia
revelaram que a água de amassamento de concretos, previamente magnetizada,
poderá interagir na sistemática de hidratação dos componentes cimentícios (SU et
al, 2000). Estudos dão conta de que no Brasil o primeiro equipamento utilizado
proporcionava um campo magnético reduzido, insuficiente para a obtenção da
desejável redução da tensão superficial das moléculas da água. Já em 1999 foi
desenvolvido um outro equipamento que proporcionou a geração de um campo
magnético mais potente (GOMES et al, 1999). Somente no ano de 2002 foi
possível desenvolver um equipamento capaz de proporcionar um campo
magnético da ordem de 0,8 Tesla, suficiente para a realização dos objetivos
almejados, quais sejam: tornar a água mais fluida e com uma maior capacidade e
eficiência de hidratação e molhagem. Estas pesquisas foram desenvolvidas pelo
Departamento de Engenharia e Materiais de Construção (DEMC) da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG) e proporcionaram observar consideráveis
melhorias das propriedades físicas e mecânicas dos concretos tanto no estado
fresco quanto no estado endurecido, a partir do uso da água magnetizada.
A justificativa para a realização deste trabalho partiu da possibilidade de se
produzir concretos mais baratos através de uma tecnologia focada na água de
amassamento utilizada para a produção dos mesmos. É sabido que o produto
mais caro de um concreto é o cimento e, assim sendo, torna-se mister utilizar
18
dosagens bem proporcionadas, as quais satisfaçam às especificações de
desempenho a partir do menor custo possível. Além disso, todo empenho possível
deve ser feito no sentido de reduzir o consumo de cimento numa correta dosagem,
sem, evidentemente, interferir nas propriedades desejáveis a um concreto,
especialmente a trabalhabilidade, a consistência, a resistência, o módulo de
elasticidade e a durabilidade.
A produção de cimento provoca comumente um considerável impacto ao meio
ambiente, sem contar que é grande geradora de CO
2
, cuja emissão tem sido
objeto de planejamento e controle. Desta forma, estudos de novos mecanismos,
ou novas tecnologias ou processos que permitam produzir concretos duráveis, a
partir da redução do consumo de cimento, são sempre bem vindos e oportunos.
Em resumo, é peça importante para o adequado desenvolvimento sustentável. A
sustentabilidade promove a redução da extração de materiais da natureza,
minimizando os impactos ambientais.
É importante ressaltar que a conseqüente redução do consumo de cimento e de
aditivos tensoativos na produção de concreto, a partir do uso da tecnologia da
água magnetizada, proporcionará uma redução dos custos das construções,
viabilizando para muitos a tão sonhada casa própria. Outro impacto importante
desta redução de consumo de cimento promovida pela utilização da água
magnetizada, esta ligada diretamente às indústrias de artefatos de cimento (blocos
e tijolos para alvenaria, pisos, lajes, tubos, etc).
Do ponto de vista tecnológico, este trabalho irá contribuir com a comunidade
científica, para um melhor entendimento em relação aos mecanismos e a
performance de hidratação do cimento durante a produção de concretos, a partir
do uso da água magnetizada.
19
Quanto à relevância do trabalho sob a ótica do impacto ambiental, é fácil entender
que, quanto menos cimento for requerido pelas construções, menor será a
emissão dos gases poluentes na atmosfera, garantindo assim menos agressão ao
meio ambiente.
Em suma, este trabalho está focado na avaliação do uso da água magnetizada na
produção de concretos por centrais dosadoras e objetiva produzir concretos
duráveis e de boa qualidade, a partir da redução de consumo de cimento e de
custos de produção.
20
2 OBJETIVOS
O objetivo principal deste trabalho é a avaliação do uso da água de amassamento,
submetida a um campo magnético fixo, na confecção de concretos produzidos em
centrais dosadoras.
Nesta direção, pretende-se atingir os seguintes objetivos específicos:
Avaliar o comportamento, no estado fresco, de diversos concretos
produzidos com e sem água magnetizada, dando ênfase na determinação
da consistência e da trabalhabilidade;
Avaliar o comportamento, no estado endurecido, de concretos produzidos
com água magnetizada, com foco, sobretudo nas propriedades
mecânicas, tais como: resistência à compressão; resistência à tração;
módulo de elasticidade dinâmico e absorção de água;
Avaliação da redução do consumo de cimento e aditivos tensoativos em
concretos produzidos a partir do uso da água magnetizada.
21
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 O Concreto
3.1.1 Introdução
Etimologicamente a palavra “concreto” origina-se do latim “concretum” que
significa condensado, solidificado, compacto. No Brasil este termo designa
material que se constitui de água, cimento, areia, pedra britada ou natural, adições
e aditivos.
As datas mais importantes que marcaram a história do concreto desde o seu início
foram as seguintes:
5600 a.C. – indício que o concreto mais antigo foi descoberto na cidade de
Lepenski Vir, na Iugoslávia às margens do rio Danúbio;
1950 a.C. – descoberta de uma mistura de agregados com um ligante,
provavelmente cal ou gesso, nas pirâmides do Egito;
1817 – Louis Vicat redigiu um artigo onde mostrou que a queima conjunta
de calcário e argila promoviam a obtenção de cimento;
1818 – a Academia das Ciências de Paris aprovava a descoberta de Louis
Vicat, o qual estava autorizado a aplicar sua descoberta na construção da
ponte de Souil-lac;
1824 – o inglês Joseph Aspdim patenteava a fabricação do cimento,
semelhante ao de Vicat, diferindo apenas na temperatura de calcinação
que era mais elevada;
1848 – Joseph Louis Lambot impulsionou a expansão do concreto ao
adicionar ferragens em sua massa na construção de um barco;
22
1850 – Louis Vicat observou as primeiras alterações que a água do mar
proporcionava ao seu produto recém descoberto, surgindo aqui o início da
preocupação com a durabilidade dos componentes de concreto;
1852 – construiu-se o primeiro pavimento de concreto armado;
1865 – W. B. Wilkinson construiu uma casa de concreto armado em
Newcastle-on-Tyne;
1867 – Joseph Monier, um jardineiro do palácio de Vesailles, patenteava
um “sistema de caixas-reservatórios portáteis de ferro e cimento aplicáveis
à horticultura”. Não explorou a idéia e vendeu a patente aos alemães;
1888 – Doehning lançou a idéia de concreto protendido, a qual não
implacou. Candlot determinou a causa principal da degradação do
concreto – a formação do sulfoaluminato de cálcio;
1890 – início do que se sabe até hoje de concreto armado, devido aos
estudos experimentais e teóricos de Considere, Rabut e Mesnager, os
quais estabeleceram as leis fundamentais da resistência do concreto;
1896 – R. Feret descobria a relação entre a resistência à compressão e
compacidade do concreto, que mais tarde seria atribuída à curva de
Abrams;
1898 – o arquiteto Auguste Perret expandia as obras em concreto armado
na época;
1900 – Mörsch desenvolve a base científica do dimensionamento do
concreto armado;
23
1907 – os americanos Fuller e Thompson propuseram a primeira curva
granulométrica simplificando as várias tentativas de encontrar a melhor
compacidade;
1917 – Freyssinet aplicou pela primeira vez a vibração no concreto;
1918 – Duff Abrams introduziu as noções de módulo de finura e
trabalhabilidade na confecção de concretos;
1923 – Ruína de uma obra na Califórnia devido a expansões do concreto,
as quais não podiam ser explicadas até esta data;
1926 – surgiram os primeiros vibradores internos;
1928 – surgimento do concreto protendido através de Freyssinet;
1950 – Jacques Ferran evidenciou as reações químicas e físico-químicas
entre os componentes hidratados do cimento e a superfície dos
agregados.
Portanto, esses estudos e descobertas foram de extrema importância para a
utilização e consolidação do concreto como material de construção no século XX.
Como também se observou no histórico apresentado, a preocupação com a
durabilidade dos componentes de concreto teve início em 1850, uma vez que o
concreto apresenta alta alcalinidade e enorme energia interna tornando-o um
material instável. Devido a este fato, raras são as ruínas e estruturas de concreto
que foram encontradas pelos pesquisadores, sobretudo aquelas edificadas pelos
romanos, sendo notório que apenas as construções em pedras se perpetuaram
até os dias atuais (COUTINHO, 1988).
24
Em função destas considerações, os engenheiros projetistas de estruturas de
concreto armado devem estar sempre atentos não somente à resistência
característica à compressão do concreto, mas também ao tipo de cimento,
qualidade do agregado, fator água/cimento, adições e aditivos utilizados na
dosagem do concreto, como forma de garantir à estrutura uma durabilidade
mínima requerida por projeto, função também de sua utilização.
As causas que evidenciam as manifestações patológicas nas estruturas de
concreto se relacionam com a agressividade do meio e às características da
própria estrutura quanto à qualidade dos materiais empregados, projetos,
execução e utilização. Assim, os avanços dos pesquisadores nem sempre foram
assimilados pelos usuários dessas pesquisas, sendo que o setor da construção
civil não empregou corretamente as pesquisas desenvolvidas em laboratórios,
culminando na prática, em experiências mal sucedidas. Tais insucessos se
refletiram nas patologias das estruturas de concreto que resultaram na diminuição
da vida útil prevista em projeto e, sobretudo, alto custo de reparo prematuro das
mesmas.
Um grande problema relacionado com a falta de durabilidade das estruturas de
concreto armado nos dias de hoje é evidenciado por constantes mudanças das
propriedades dos cimentos, na medida em que estão cada vez mais finos, fato que
proporciona maiores resistências e que acabam induzindo os construtores a uma
retirada das formas e moldes com precocidade. Tal fato acaba expondo a
superfície do concreto às intempéries em idade muito jovem, ocasião em que o
mesmo ainda não tem a necessária maturidade (MEHTA, 1994).
Outro problema com a durabilidade é o fracionamento do conhecimento dos vários
engenheiros inseridos no processo construtivo, porque os projetistas de estrutura
não possuem conhecimento dos materiais e vice-versa os tecnologistas. Deve-se
lembrar aqui que os ícones das construções do passado eram excelentes
25
projetistas estruturais e profundos conhecedores e detentores da tecnologia de
execução do concreto.
A preocupação com a durabilidade das estruturas de concreto é evidente e no
Brasil a norma NBR 6118 - Projeto de estruturas de concreto - Procedimento
(ABNT, 2004) apresenta dois capítulos específicos sobre este assunto.
Por fim, um concreto utilizado em uma obra exige de seu executor, um perfeito
conhecimento das propriedades e também das qualidades dos materiais
constituintes, bem como do proporcionamento destes, da técnica, do preparo e da
utilização.
3.1.2 Materiais
Os materiais que são utilizados e combinados para a confecção dos vários tipos
de concreto são: cimento, agregados, água, aditivos e adições. Tais materiais
serão descritos a seguir:
3.1.2.1 Cimento
O cimento pode ser definido como um aglomerante hidráulico obtido através da
mistura proporcionada de calcário (Carbonato de cálcio), argila (silicatos e
aluminatos), e adições (gesso, escória de alto-forno, materiais pozolânico e
outras) em fornos rotativos com temperaturas em torno de 1400°C.
A partir de uma análise química do cimento, podemos determinar os seus
principais componentes, expressos em óxidos, conforme a Tabela 3.1, se
apresenta uma notação própria da química de cimento (abreviação), que muito
nos auxilia a compreender os fenômenos envolvidos com a sua hidratação e
endurecimento (TAYLOR, 1997):
26
Tabela 3.1 – Principais componentes do cimento
ÓXIDOS NOMENCLATURA ABREVIAÇÃO
CaO Cal C
SiO
2
Sílica S
Al
2
O
3
Alumina A
Fe
2
O
3
Óxido de Ferro F
MgO Magnésia M
SO
3
Anidrido Sulfuroso
S
Na
2
O e K
2
O Álcalis -
Portanto, uma última consideração a ser destacada neste tópico refere-se aos
tipos de cimento Portland produzidos pela indústria brasileira de cimento e suas
respectivas normas, como está apresentado na Tabela 3.2 (MEHTA, 1994).
Tabela 3.2 – Denominação dos cimentos de acordo com as normas brasileiras
DENOMINAÇÃO DOS CIMENTOS SIGLA NORMA
Portland Comum CPI NBR 5732
Portland Comum com Adição CP I-S NBR 5732
Portland Composto com Escória CP II-E NBR 11578
Portland Composto com Pozolana CP II-Z NBR 11578
Portland Composto com Fíler CP II-F NBR 11578
Portland de Alto-Forno CP III NBR 5735
Portland Pozolânico CP IV NBR 5736
Portland de Alta Resistência Inicial CP V-ARI NBR 5733
Portland Branco CPB NBR 12989
Portland Resistente a Sulfatos Acrescenta “RS” aos anteriores NBR 5737
3.1.2.2 Agregados
Agregado pode ser definido como um material sem forma e volume definido que
não entra em reação complexa com a água, de propriedades adequadas para
utilização no concreto. Os agregados constituem cerca de 60% a 80% do volume
do concreto, barateando o custo do mesmo.
27
Numa classificação muito importante dos agregados, quanto às dimensões de
suas partículas podem ser entendidos como miúdos ou graúdos. Agregado miúdo
é aquele que apresenta partículas menores que 4,8 mm (passante na peneira n° 4
conforme NBR 7211 – Agregados para concreto (ABNT, 1983)) e agregado
graúdo é aquele que apresenta partículas maiores que 4,8 mm (retidas na peneira
n° 4).
Os agregados podem ser de origem natural e/ou artificial de rochas ígneas,
metamórficas ou sedimentares. Os agregados naturais compreendem aqueles que
são encontrados na natureza sob a forma de agregados como as areias de minas,
cursos de água, seixos e outros. Já os agregados artificiais compreendem aqueles
que sofreram algum tipo de beneficiamento como britagem, peneiramento e etc.
Assim, os agregados artificiais mais utilizados na confecção de concreto são as
britas de gnaisse e calcário (MEHTA, 1994).
Quando considera a massa unitária dos agregados, eles podem ser também
classificados como ultraleves (poliestireno expandido, vermiculita, vidro expandido
e outros), leves (argila expandida, escória de alto-forno expandida, cinzas volantes
sinterizadas e outros), normais (areia, rocha britada e outros) e pesados (limonita,
magnetita, barita e outros).
3.1.2.3 Água de amassamento
Em particular, toda água que não apresente cheiro, cor e/ou sabor, pode ser
utilizada como água de amassamento na confecção de concreto. Porém, existe
uma desconfiança na utilização de uma água que apresente características
diferentes das que foram enunciadas anteriormente. Também devemos ter o
cuidado de que toda água que serve para beber possa ser utilizada em concretos
e que a recíproca, não é verdadeira. Este tópico será melhor discutido no item 3.3
desta dissertação.
3.1.2.4 Aditivos
28
Aditivos podem ser definidos como substâncias que se adicionam durante o
amassamento do concreto, que lhe conferirão mudança em suas propriedades
tanto no estado fresco quanto no estado endurecido.
A utilização de aditivos é bastante antiga, paraticada desde o surgimento dos
ligantes hidráulicos quanto do próprio cimento. Os primeiros aditivos como o
sangue, a clara do ovo, a banha e o leite foram utilizados pelos romanos no
concreto de pozolana. Já no final da década de 60, os aditivos eram subprodutos
industriais e em meados da década de 70 possuíam formulações especificas com
estruturas moleculares definidas (COUTINHO, 1988).
Os efeitos que se esperam dos aditivos incorporados durante a confecção dos
concretos podem ser:
a) aprimorar a trabalhabilidade;
b) acelerar e/ou retardar a pega;
c) aumento de resistência nos primeiros meses;
d) acelerar o endurecimento nas primeiras idades em tempo frio;
e) incrementar a resistência aos ciclos de gelo e degelo;
f) incremento na impermeabilidade;
g) impedir a segregação e a sedimentação do cimento nas caldas de injeção;
h) promover a expansão;
i) melhorar a aderência ao agregado;
j) promover coloração;
k) preparar concretos leves;
l) promover propriedades germicidas, fungicidas e inseticidas;
m) inibir a corrosão das armaduras;
n) ajudar na performance dos concretos bombeados;
o) melhorar a compacidade;
p) diminuir a retração;
q) aumentar a durabilidade.
29
A norma brasileira NBR EB 1763 – Aditivos para concreto de cimento Portland
(ABNT, 1992) classifica os aditivos conforme a seguinte notação:
tipo P - aditivo plastificante;
tipo R - aditivo retardador;
tipo A - aditivo acelerador;
tipo PR - aditivo plastificante retardador;
tipo PA - aditivo plastificante acelerador;
tipo IAR - aditivo incorporador de ar;
tipo SP - aditivo superplastificante;
tipo SPR - aditivo superplastificante retardador;
tipo SPA - aditivo superplastificante acelerador.
Por fim, é relevante salientar que, a melhor condição para se empregar aditivos
em concretos é a sua utilização de maneira correta e segura. Não se deve pensar,
em hipótese nenhuma, que a utilização de aditivos possa corrigir concretos mal
confeccionados. Diante dos vários tipos de aditivos listados anteriormente, esta
pesquisa utilizou, para a confecção dos concretos, somente o aditivo plastificante.
Este aditivo possui a capacidade de reduzir a água de amassamento do concreto
e é classificado como tensoativo. Este tema será abordado no item 3.3.5, onde
estará descrito o mecanismo de redução da tensão superficial da água promovido
pela ação de aditivos tensoativos.
3.1.3 Tipos
Os tipos de concreto podem ser definidos de acordo com sua massa específica
sendo:
concreto leve: massa específica entre 400-1800 kg/m
3
;
concreto normal ou tradicional: massa específica entre 2300-2500 kg/m
3
;
concreto pesado: massa específica acima de 2500 kg/m
3
.
30
Quanto à resistência os concretos podem ser classificados da seguinte maneira:
concreto de baixa resistência: 20 MPa.
concreto de resistência normal: 20 MPa a 40 MPa.
concreto de alta resistência: > 40 MPa (MEHTA, 1994).
Além do que foi exposto por MEHTA, gostaria também de expor uma outra
classificação para os concretos. Trata-se dos concretos especiais que serão
listados a seguir, e ficam como sugestão de estudos complementares:
concreto normal;
concreto para pavimentação;
concreto auto-adensável;
concreto estrutural leve;
concreto com alta densidade;
concreto com alta trabalhabilidade;
concreto com retração compensada;
concreto reforçado com fibras;
concreto contendo polímeros;
concreto pesado para blindagem de radiação;
concreto massa;
concreto com ar incorporado;
concreto branco;
concreto colorido;
concretos refratários;
concretos de alto desempenho (CAD);
concreto condutivo;
concreto translúcido;
concretos de ultra-alto-desempenho (CUAD) (VASCONCELOS, 1992).
31
3.1.4 Dosagem
Após a seleção dos materiais que irão compor o traço do concreto para se atingir
o desempenho desejado, realiza-se um passo seguinte que é a dosagem do
concreto. A dosagem do concreto possui a característica principal de promover a
proporção ideal de seus constituintes que atenda às especificações pré-
estabelecidas. O traço do concreto pode ser especificado tanto em peso quanto
em volume (COUTINHO, 1988).
Conseqüentemente a uma dosagem bem feita, se tem um produto com uma
trabalhabilidade e resistência bem definida. Estas duas características são os
requisitos mais importantes de um concreto bem dosado. De igual importância,
não se deve esquecer também dos fatores de durabilidade e deformabilidade que
são bastante discutidos e apresentados em vários trabalhos atualmente
elaborados.
No Brasil, ainda não se tem uma descrição consensual de como deve ser
realizado um estudo de dosagem, o que caracteriza vários pesquisadores a
estabelecerem seus próprios métodos (CONCRETO, 2005).
A partir dos vários tipos de concretos existentes, é notório que para cada um
deles, existe, na literatura mundial, diversos métodos de dosagem do concreto
ideal, que satisfaça o requisito de desempenho a um menor custo possível ou
seja, pressupõe-se escolher materiais adequados a preços razoáveis. Portanto,
uma consideração importantíssima é reconhecer que cimento custa muito mais
caro que agregado. Além disso, todo empenho possível deve ser feito no sentido
de reduzir o consumo de cimento numa correta dosagem sem, evidentemente,
deturpar as propriedades esperadas do concreto, especialmente a
trabalhabilidade, consistência, resistência, módulo e durabilidade.
32
Devido à complexidade de conferir ao concreto um melhor proporcionamento dos
materiais constituintes é que vários pesquisadores e profissionais consideram que
a dosagem do concreto é mais uma arte do que ciência (MEHTA, 1994).
3.1.5 Mistura
Diante do proporcionamento dos materiais que irão compor o concreto é que se
define a sua mistura, para promover o revestimento de todas as partículas com a
pasta de cimento, constituindo uma massa homogênea.
A partir da especificidade de cada obra e volume de concreto necessário, o
processo de mistura desse concreto poderá ser feita na própria obra ou em
centrais produtoras de concreto. Como se pode perceber, a mistura de concretos
poderá ser realizada manualmente ou mecanicamente. As misturas manuais
devem ser realizadas somente em obras de pequena importância onde o volume
(cerca de 1 a 2 m
3
por hora) e a responsabilidade não justificarem a utilização de
equipamentos mecânicos (GIAMMUSSO, 1992). Existem vários tipos de
equipamentos para a realização das misturas mecanizadas e que serão somente
citados como podemos ver abaixo:
betoneira basculante;
betoneira de eixo horizontal e com inclinação variável;
misturador de eixo vertical;
caminhão betoneira.
De um modo geral, para uma melhor consistência da massa, recomendam-se os
seguintes passos de adicionamento dos materiais nos equipamentos
mecanizados. Primeiramente adiciona-se uma certa quantidade da água
necessária ao amassamento, juntamente com uma certa quantidade de agregado
graúdo. Logo em seguida adiciona-se o agregado miúdo e o cimento. Por fim
adiciona-se o restante da água e o restante do agregado graúdo. O aditivo deve
ser previamente misturado à primeira parcela de água adicionada. Um tempo ideal
33
de amassamento em betoneiras varia de 31 segundos até 130 segundos para
uma melhor homogeneidade da massa.
3.1.6 Transporte
O concreto confeccionado em betoneira na obra ou em centrais de concretagem
deve ser transportado o mais rápido possível até o local de lançamento e
adensamento do mesmo. Este transporte deve ser realizado com o máximo de
cuidado para que o concreto não segregue e enrijeça, perdendo assim a sua
homogeneidade (REBUT, 1975). A seguir serão citados os equipamentos de
manuseio e transporte do concreto até o local de lançamento:
caminhão agitador;
caminhão betoneira;
caminhão transportador;
grua;
caçamba;
carrinho de mão;
calha;
esteira rolante;
equipamento de projeção pneumática;
bombas;
tremonha e outros.
3.1.7 Propriedades do concreto fresco
Como se sabe, para se obter um concreto que atenda aos parâmetros de
estabilidade e durabilidade conforme a NBR 6118 – Projetos de estrutura de
concreto - Procedimento (ABNT, 2003), é muito importante que as suas
propriedades sejam bem definidas, para se atingir esses objetivos. As principais
34
propriedades do concreto fresco são: a trabalhabilidade, a consistência, a
integridade da massa e o poder que ela tem de reter a água.
Trabalhabilidade é a harmonia das propriedades do concreto fresco, a qual facilita
o seu manuseio sem perda de sua homogeneidade. Conseqüentemente, outras
propriedades intrinsecamente ligadas a trabalhabilidade são a fluidez e a coesão.
A fluidez é a facilidade de mobilidade do concreto fresco e a coesão é a
resistência deste concreto à exsudação e à segregação.
Os fatores que afetam a trabalhabilidade são: a qualidade dos agregados,
relações de água/cimento e agregado/cimento, aditivos e adições.
Destaca-se aqui também a propriedade de tempo de pega dos concretos cujas
causas se apresentam no momento que a água entra em contato com o cimento,
desencadeando as diversas reações de hidratação. Vale a pena ressaltar que o
tempo de pega do concreto é diferente do tempo de pega do cimento que compõe
esse mesmo concreto. Assim o tempo de pega do concreto é definido pelo início
da solidificação da massa fresca sendo dividido em duas etapas. A primeira é
especificada como tempo de início de pega que é marcada pela dificuldade, ou
melhor, pela não possibilidade de se misturar, transportar e lançar o concreto
fresco. Já a segunda é especificada como tempo de fim de pega, o qual é
marcado pelo início da resistência (COUTINHO, 1988).
O processo mais utilizado pelos laboratórios e canteiros de obra para se ter noção
da trabalhabilidade a partir da consistência do concreto é a realização do ensaio
de abatimento do tronco de cone (slump test). Este ensaio é normalizado pela
NBR NM 67 – Concreto – Determinação da consistência pelo abatimento do
tronco de cone (ABNT, 1998). Existem outros tipos de ensaios para se medir a
trabalhabilidade do concreto como o ensaio do fator de compactação, ensaio
Vebe, ensaio de espalhamento, ensaio de penetração, e mais recentemente os
ensaios de funil em V, fluxo no cone de Abrams e o fluxo na caixa em L.
35
Por fim, como foram destacados diversas propriedades que o concreto fresco
possui e que nesta etapa são realizadas inúmeras operações com ele, as quais
serão discutidas posteriormente. Estas operações compreendem a mistura,
transporte, lançamento, adensamento e cura.
3.1.8 Lançamento
O lançamento do concreto deve ser feito o mais próximo possível do local de seu
adensamento final. Para se evitar o aparecimento de juntas frias, juntas de
concretagem e planos de fratura, o concreto deve ser lançado rapidamente,
evitando assim, que a primeira camada de concretagem atinja a pega antes da
camada subseqüente.
Para que esta operação seja realizada com sucesso, as superfícies das fôrmas
devem estar preparadas para o recebimento do concreto e conseqüentemente o
lançamento e adensamento devem ser realizado por mão-de-obra qualificada e
rigorosamente fiscalizada.
3.1.9 Adensamento
A etapa do adensamento consiste em vibrar o concreto para que o ar contido em
seu interior seja expulso para o exterior, proporcionando uma melhor acomodação
de seus constituintes. O adensamento pode ser realizado de forma manual
(através de hastes) ou mecânica (através de vibradores).
Estudos comprovam, como se pode observar na Figura 3.1, que a presença de
apenas 5% de vazios no interior da massa proporciona uma queda de 30 % da
resistência à compressão, o que equivale a um aumento de 25% da água de
amassamento. Desta maneira, um bom adensamento do concreto ainda é mais
importante do que o controle da água de amassamento (COUTINHO, 1988).
36
Vale a pena destacar outro importante fator que até então era proibido de ser
executado nas construções devido a pouca ou nenhuma informação disponível no
mundo científico. Trata-se da revibração do concreto, que se realizada 1 ou 2
horas após o adensamento e vibração inicial, antes da finalização da pega, em
certas ocasiões específicas, se faz necessário para que se minimize fissuras de
retração, juntas frias e de concretagem, originadas do primeiro adensamento e/ou
devido ao fenômeno de exsudação do concreto.
Figura 3.1 – Curva da relaçao entre o volume de vazios e a resistência à
compressão (COUTINHO, 1988)
3.1.10 Cura
A cura pode ser definida como o processo de impedimento da evaporação da
água de amassamento necessária à hidratação do cimento, promovendo o
controle da temperatura interna do concreto por um certo período de tempo para
que este alcance uma resistência esperada (GIAMMUSSO, 1992).
37
Os processos de cura para os concretos podem ser feitos através do
represamento, imersão, borrifamento, neblina ou vapor de água. Também se
podem utilizar sacos de aniagem, sacos de cimento e ou mantas geotêxtil
embebidas em água. Existem também outros processos de vedação da superfície
de concretagem como as mantas de papel impermeável, de polietileno ou
compostos formadores de membrana de cura (produtos resinosos ou parafínicos).
3.1.11 Propriedades do concreto endurecido
As propriedades do concreto endurecido se verificam após o final de sua pega. O
concreto endurecido se torna sensível às condições ambientais, físicas, químicas
e mecânicas. Cabe aqui ressaltar que nem sempre é satisfatório desenvolver um
concreto altamente qualitativo, em função de suas propriedades, uma vez que se
faz necessário considerar a economia relativa a cada especificidade de projeto e
principalmente que atenda as condições de segurança, estabilidade e serviço
durante a sua vida útil. Procura-se, a seguir, evidenciar as propriedades que o
concreto endurecido possui, de uma maneira bem resumida. Portanto, estas
propriedades são:
a) Massa específica:
A massa específica dos concretos pode variar de acordo com os tipos de
agregados que os constituem.
b) Atrito:
O coeficiente de atrito depende das superfícies de contato com o concreto. Esta
propriedade é mais utilizada e desenvolvida em tubulações e pavimentos de
concreto. “O coeficiente de atrito de alvenaria sobre o concreto é tomado entre
0,50 e 0,60. O coeficiente de atrito de madeira sobre o concreto é da ordem de
0,40, variando desde 0,32 para contraplacado liso até 0,42 para madeira bruta
38
serrada. O coeficiente para o aço sobre concreto alcança cerca de 0,30 para
concreto não vibrado até 0,40 para concreto vibrado” (BAUER, 1987).
c) Resistência à abrasão:
Esta propriedade se torna importante principalmente nas superfícies sujeitas à
movimentação de cargas, uma vez que o desgaste do concreto se processa de
duas formas. A primeira é devido ao rompimento dos grãos do agregado e a
segunda é caracterizada pelo arrancamento dos próprios grãos do agregado.
d) Condutibilidade elétrica:
Esta propriedade é extremamente variável devido à composição do concreto e,
sobretudo à sua umidade, tornando-o um não condutor de eletricidade e muito
menos um isolante. Para concretos comuns dosados com 300 kg/m
3
de cimento, a
resistência elétrica varia de 10
4
a 10
7
ohms/cm
2
, entre as idades de 1 a 800 dias,
havendo um aumento de 1000 vezes em sua resistência. Para efeito de
comparação, temos a resistividade para a ardósia e o mármore de 10
8
e 10
9
,
respectivamente (BAUER, 1987).
e) Condutibilidade térmica:
Um valor médio do coeficiente de condutibilidade térmica para o concreto comum
segundo BAUER (1987) é k = 1,45 kcal/m,h,°C.
f) Calor específico:
Esta propriedade nos concretos varia de acordo com a temperatura e o teor de
água, entre limites relativamente estreitos de 0,20 kcal/kg,°C a 0,25 kcal/kg,°C.
39
g) Coeficiente de dilatação térmica:
Conforme a NBR 6118 - Projeto de estruturas de concreto - Procedimento (ABNT,
2003) o coeficiente de dilatação térmica do concreto pode ser admitido como
sendo igual a 10
-5
/°C na análise estrutural.
h) Resistência ao fogo:
O comportamento do concreto em temperaturas elevadas vai depender dos seus
constituintes. A resistência do concreto à compressão começa a diminuir,
significativamente, a partir da temperatura de 200 °C. Para temperaturas acima de
500 °C a resistência do concreto é da ordem de 50% da resistência original.
A título de informação, BAUER (1987) apresentou uma sucessão de cores de um
concreto submetido ao sinistro de um incêndio:
entre 300 e 600 °C, o concreto tem coloração rosa;
entre 600 e 900 °C, a cor do concreto vai do vermelho para o cinzento;
entre 900 e 1200 °C, sua cor apresenta-se em tom amarelo-claro;
acima de 1200 °C, a cor se torna amarela.
Portanto, um fator que pode melhorar a resistência do concreto à ação do fogo é
protegê-lo com revestimentos como argamassas, gesso ou outros.
i) Propriedades radioativas:
Devido aos aparelhos radioativos é que se teve a necessidade de construção de
anteparos e invólucros que minimizassem ou absorvessem as altas energias
geradas por eles, aumentando assim a segurança do elemento homem. Tal fato
abriu caminho para a utilização do concreto de alta densidade, barateando o custo
das obras, uma vez que o chumbo tem alto custo. Portanto, os concretos com
massa específica em torno de 4000 kg/m
3
, barram duas vezes mais as radiações
que os concretos convencionais.
40
j) Adesão:
Sabemos que o sucesso de uma ligação superficial (argamassas, texturas, etc.)
com o concreto se deve ao grau de irregularidade da mesma. Se a superfície do
concreto estiver lisa, essa ligação se torna fraca.
Outro ponto a se destacar é a ligação de concreto novo ao concreto velho,
necessário em reparos estruturais. Esta união, no geral, é fraca, devido ao efeito
da retração no concreto novo ser acentuada, promovendo a movimentação do
mesmo e conseqüentemente comprometendo a ligação. Assim, se faz necessário
a utilização de pontes de aderência em vários métodos construtivos.
k) Permeabilidade e absorção:
A permeabilidade é a principal propriedade para os concretos expostos às
intempéries, o que a torna importantíssima no aspecto da durabilidade das
estruturas de concreto armado. Portanto, a permeabilidade se identifica com a
passagem da água através do concreto. Já a absorção é o processo físico que o
concreto possui em reter a água nos poros e capilares (MEHTA, 1994).
A permeabilidade do concreto pode ser obtida através do aparelho portátil
Germanns Waterpermeability Test (GWT) fabricado pela Germann Instruments
A/S. Os valores típicos da permeabilidade, no geral, para os concretos variam de
92 x 10
-4
a 30 x 10
-10
cm/s, devido ao fator água/cimento e a quantidade de
cimento utilizado nos mesmos. A absorção pode ser determinada facilmente em
função do peso seco e peso saturado de corpos de prova de concreto.
l) Resistências:
O concreto é um excelente material que resiste aos esforços de compressão e não
muito bem aos esforços de tração. Segundo Mehta (1994), a resistência à tração e
à flexão típica do concreto são da ordem de 10 e 15%, respectivamente, da
resistência à compressão (ƒ
c
). Isto é atribuído à estrutura heterogênea do próprio
41
concreto. Assim o concreto se torna vulnerável ao cisalhamento, em virtude das
tensões de distensão em planos inclinados.
Os principais fatores que influenciam na resistência mecânica dos concretos são:
fator água/cimento (a/c);
idade do concreto;
forma das partículas e granulometria dos grãos dos agregados;
tipo de cimento;
moldagem dos corpos de prova;
forma e dimensões dos corpos de prova;
velocidade de aplicação de carga durante o ensaio;
duração da carga;
aferição das prensas de compressão.
Segundo PETRUCCI (1995), as relações entre as resistências à compressão em
função das idades de 3, 7, 28, 90 e 365 dias são:
ƒ
c 7
= 1,35 a 1,65 ƒ
c 3
ƒ
c 28
= 1,70 a 2,50 ƒ
c 3
ƒ
c 28
= 1,35 a 1,65 ƒ
c 7
ƒ
c 90
= 1,05 a 1,20 ƒ
c 28
ƒ
c 365
= 1,10 a 1,35 ƒ
c 28
m) Módulo de Elasticidade Estático (MEE) e Módulo de Elasticidade Dinâmico
(MED):
O módulo de elasticidade do concreto é definido pelo quociente de sua tensão
pela sua deformação. A partir do diagrama tensão-deformação, observa-se que o
MEE (obtido pela NBR 8522 – Concreto – Determinação dos módulos estáticos de
elasticidade e de deformação e da curva tensão deformação) também pode ser a
42
tangente, a tangente na origem e a secante dessa curva. Já o MED pode ser
definido através do pulso de velocidade ultra-sônico (obtido pela NBR 8802
Concreto endurecido – Determinação da velocidade de propagação de onda ultra-
sônica (ABNT, 1994)). O MED é o mais próximo do MEE da tangente na origem e
consideravelmente maior do que o MEE secante. Verificou-se nos ensaios
realizados em laboratórios que a relação entre o MEE e o MED varia de 0,5 a 0,8,
dependendo da resistência do concreto e da heterogeneidade do mesmo. É neste
contexto que se nota a impossibilidade do concreto apresentar somente um
módulo de elasticidade característico. Tal fato é devido às ligações cimento-
agregado e a estrutura do cimento hidratado que são variáveis.
Portanto, o módulo de elasticidade à compressão do concreto pode variar de 14 a
40 GPa (MEHTA, 1994).
n) Fluência:
Por fim, esta propriedade está diretamente relacionada com a deformação do
concreto ao longo do tempo submetido a cargas de carregamento. Essas
deformações são de origem plástica (lentas) que se sobrepõem as de origem
elástica (instantânea). A Tabela 3.3 demonstra a deformabilidade de uma amostra
de concreto ao fim de 3 anos, para várias condições de carregamento.
Tabela 3.3 – Deformação da amostra de concreto em várias condições de carregamento (BAUER,
1987).
Valor do Carregamento
(kg/cm
2
)
Deformação
(mm/m)
Origem das
Deformações
0 - 0,4 Retrações de Secagem e Térmicas
50 - 1,0 Retrações mais Deformações lentas
100 - 1,7 Retrações mais Deformações lentas
150 - 2,5 Deformações lentas
43
Destaca-se ao final deste tópico, que a tecnologia do concreto deve ainda estar
intimamente conectado a um programa de garantia da qualidade do mesmo,
através de procedimentos de controle. Tal preocupação é pertinente pelo fato do
porte das estruturas projetadas e velocidades de construções das mesmas. É
neste contexto que as tomadas de decisões em aceitar ou rejeitar a qualidade do
concreto não podem ser deixadas, apenas, para os ensaios de compressão aos
28 dias. Inúmeros casos evidenciam que os corpos de prova, em certas obras,
não representam verdadeiramente a qualidade do concreto na estrutura, devido às
condições de adensamento e cura. Para uma alternativa aos ensaios de
resistência convencionais, existem outros métodos de ensaios “in loco” não
destrutivos, que são eficazes no controle do concreto.
Um ensaio não destrutivo que se destaca, e que foi amplamente utilizado para
obter os módulos de elasticidade dinâmicos, dos vários concretos confeccionados
neste trabalho, é o ensaio de ultra-sonografia. Tal ensaio é normalizado pela
norma brasileira NBR 8802 - Concreto endurecido – Determinação da velocidade
de propagação de onda ultra-sônica (ABNT, 1994), pela norma inglesa B.S. 1881
e pela americana ASTM C597.
3.2 O Concreto Produzido nas Centrais
3.2.1 Introdução
A partir do desenvolvimento dos grandes centros urbanos, principalmente no que
se refere à construção civil, se observa cada vez mais agilidades dos processos
construtivos nos canteiros de obra. Como a tecnologia dos concretos vem se
desenvolvendo há décadas, surgiu no decorrer da história a necessidade de
entregar concretos prontos nesses canteiros, em oposição à clássica mistura “in
situ”.
Esta técnica de fornecimento de concretos prontos se impôs no Brasil, na década
de 70, após ter sido bastante desenvolvida em outros paises, principalmente nos
44
Estados Unidos. Assim, o concreto pronto pode ser caracterizado por ser
executado no todo ou em parte, em usinas de concretagem, ou também
denominadas centrais de concreto (REBUT, 1975).
Será dada ênfase neste tópico às centrais de concretagem brasileiras e que são
filiadas a uma instituição que as rege. Esta associação é a Associação Brasileira
das Empresas de Serviços de Concretagem (ABESC). A ABESC ratifica o
compromisso de suas empresas associadas com a busca constante pela
qualidade, com a pesquisa de novas tecnologias, com a normalização de seus
serviços e capacitação profissional de seus colaboradores diretos e indiretos
(Manual do concreto dosado em central, 2005).
Dados da ABESC (2005) dizem que em 1997 existiam mais de 100 empresas
distribuídas pelo Brasil, totalizando aproximadamente 550 centrais dosadoras e
uma frota composta por mais de 4.800 caminhões-betoneira atendendo a mais de
1.600 municípios. Na Europa, cerca de 55% dos cimentos produzidos são
destinados às centrais de concretagem, enquanto que, aqui no nosso país, este
índice é da ordem de 13% e os mais otimistas suspeitam que ele será estabilizado
em 30%.
As perspectivas de utilização dos serviços de concretagem no Brasil tendem a
aumentar devido à busca constante da qualidade, necessidade de redução de
custos e a racionalização dos canteiros de obra. Além desses podemos identificar
também:
dificuldade de confeccionar concretos nos canteiros de obra, os quais
demandam altos custos, principalmente com mão-de-obra;
qualidade do concreto confeccionado no canteiro de obra;
modernização da construção civil - gestão da qualidade;
eliminação de perdas de agregados e cimento;
45
racionalização do número de operários na obra e conseqüente redução de
encargos sociais e trabalhistas;
maior produtividade de transporte, lançamento e adensamento do
concreto;
velocidade das obras;
obediência aos cronogramas;
projetos arquitetônicos arrojados exigindo o máximo de segurança,
qualidade e durabilidade;
tecnologia em constante evolução;
garantia da qualidade do concreto devido aos equipamentos e controle
adotado pelas centrais dosadoras.
Na verdade o Brasil está passando por uma transformação na qualidade de
produção de concretos, e deverá substituir o processo primitivo de dosagem e
mistura de concretos em obra e partir para a utilização de concretos dosados em
centrais, acompanhando a tendência da construção civil em todo o mundo.
3.2.2 Normalização
Os concretos dosados em centrais são normalizados pela Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT) através do Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e
Agregados (CB-18). Portanto, as normas que orientam sobre a melhor utilização
dos concretos são:
NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto – Procedimento;
NBR 7212: Execução de concreto dosado em central;
NBR 8953: Concreto para fins estruturais – classificação por grupo de
resistência;
NBR 12654: Controle tecnológico de materiais componentes do concreto;
NBR 12655: Concreto - Preparo, controle e recebimento;
NBR 12821: Preparação de concreto em laboratório.
46
Será destacada e explanada a partir de agora a NBR 7212 - Execução de
concreto dosado em central (ABNT, 1984), enfatizando o concreto dosado em
central, visto que alguns trabalhos práticos foram realizados em uma central de
concreto. Esta norma fixa as condições exigíveis para a confecção dos concretos,
evidenciando as etapas, desde o recebimento de materiais até a aceitação e
rejeição, dos concretos produzidos em centrais.
O concreto dosado em central é definido como o concreto dosado e misturado em
equipamento estacionário ou em caminhão betoneira, transportado pelo mesmo
ou por caminhão tipo caçamba, para fornecimento em local e tempo determinados,
antes do início de sua pega, com propriedades e especificações preestabelecidas.
A expressão “concreto” citada neste tópico tem o significado de concreto dosado.
As condições gerais de armazenamento em uma central de concreto, dos
materiais constituintes do concreto, devem ocorrer em locais ou recipientes
apropriados. Estes recipientes não poderão permitir a contaminação dos mesmos
e também não se devem misturar materiais de mesma espécie e diferentes
procedências. Assim, os cuidados esperados para os agregados, cimentos, água
e aditivos são:
agregados evitar misturas de granulometrias e procedências diferentes;
cimentos armazenar em silos e evitar misturar com outros tipos de
cimento e procedências diferentes. Melhor consumi-lo em 90 dias;
água armazenar de maneira adequada e ser de procedência
conhecida e qualificada;
aditivos armazenar e identificar, evitar misturas com outros tipos de
aditivos, seguir as recomendações do fabricante, principalmente quanto ao
seu prazo de validade que é de 12 meses.
47
Os agregados e o cimento devem ser quantificados em massa, considerando o
desvio absoluto das balanças. Estes materiais devem ser dosados
separadamente. A quantidade de água deve ser estabelecida também em massa
ou volume, não se esquecendo da umidade dos agregados que deverá ser
descontada em sua massa final. Os aditivos devem ser adicionados de forma
uniforme na massa do concreto.
Outro cuidado que se deve tomar é a aferição periódica dos equipamentos,
envolvidos no processo produtivo do concreto dosado em central. Recomenda-se
aferições a cada período de três meses, ou após volume de concreto produzido de
5000m
3
, o que vier primeiro.
As misturas podem ser, de acordo com cada tipo de central de concretagem,
mistura completa em equipamento estacionário, mistura completa em caminhão
betoneira e mistura parcial na central e complementação na obra. Para qualquer
tipo de mistura utilizado é dever da central considerar as especificações do
fabricante dos equipamentos como capacidade, tempo, velocidade e número de
rotações.
As adições de água suplementar devem ser realizadas antes do início da
descarga do concreto e este deve obedecer, rigorosamente, o valor de abatimento
especificado no pedido. Essas adições suplementares são de responsabilidade da
empresa de serviços de concretagem e devem ser anotadas na nota fiscal da
mesma.
O tempo de transporte do concreto da central de dosagem até a obra deve ser
relacionado a temperatura, umidade relativa do ar, propriedades do cimento,
peculiaridades da obra, uso de aditivos retardadores, refrigeração e outros. A
temperatura ambiente limite recomendada de concretagem deve estar
compreendida no intervalo de 10°C e 32°C. Caso seja necessário concretagem
fora desse intervalo, devem ser adotados cuidados especiais.
48
As condições específicas do pedido do concreto para as centrais dosadoras
podem ser relativas à resistência característica à compressão, ou ao consumo de
cimento, ou à composição da mistura (traço). Quando o pedido é pela resistência
característica à compressão, deve ser especificada a própria resistência
característica à compressão, a dimensão característica máxima do agregado
graúdo e o abatimento do concreto fresco (slump). Se o pedido é pelo consumo de
cimento, o concreto é especificado através do consumo de cimento por metro
cúbico de concreto, a dimensão característica máxima do agregado graúdo e o
abatimento do concreto fresco (slump). Por fim, o pedido solicitado pela
composição do traço deve ser especificado quanto às quantidades por metro
cúbico, bem como por algumas especificidades como o tipo e a marca do cimento,
marca e função do aditivo, relaçao água/cimento máxima, consumo de cimento,
tipo de lançamento, módulo de elasticidade, entre outros.
O local e a data de entrega do concreto deve ser citado no contrato ou pedido de
fornecimento do mesmo. A unidade de volume de entrega é o m
3
medido após de
adensado, este não deve ser inferior a 1/5 da capacidade do equipamento de
mistura ou agitação e também deve ser múltiplo de 0,5 m
3
. A verificação física do
volume é de responsabilidade do contratante dos serviços. A entrega do concreto
deve ser, sempre, acompanhada da nota fiscal contendo os dados da empresa
fornecedora, bem como a quantidade de cada constituinte, volume, hora de início
da mistura (primeira adição de água), slump, dimensão máxima característica do
agregado graúdo, resistência característica à compressão, aditivo utilizado,
quantidade de água adicionada na central e quantidade máxima de água a ser
adicionada na obra.
A avaliação do desvio padrão dos corpos de prova de uma central de concreto é
realizada mediante análise estatística a partir dos valores de resistência de seus
concretos conforme especificado na NBR 7212 - Execução de concreto dosado
em central (ABNT, 1984), especificamente em seu item 6.
49
Toda empresa fornecedora de concreto dosado em central deve permitir o acesso
de seus contratantes às suas instalações. Finalmente, a aceitação ou rejeição do
concreto poderá ser confirmada mediante a análise, criteriosa, do contratante,
simplesmente pela conformidade ou desconformidade com o que foi combinado
através das especificações do pedido inicial.
3.2.3 Central de concreto
Central de concreto pode ser definido como o local onde estão instalados todos os
equipamentos necessários às operações de dosagem e, dependendo do caso,
mistura do concreto de acordo com normalização.
A partir deste conceito, podemos identificar as três maneiras possíveis de
produção de concreto realizado em uma central. A primeira é aquela em que a
mistura é totalmente confeccionada na própria central. A segunda maneira
consiste em uma mistura parcial na central e o restante em caminhões betoneira.
Por fim, os concretos são dosados na central e misturados totalmente nos
caminhões betoneira. Este último processo é o mais utilizado comercialmente.
A produção de concretos para o primeiro processo necessita de enormes
betoneiras de grande capacidade, que são instaladas sob os silos de
armazenamento de agregados e aglomerantes, e que são providos de balanças
que medem a massa dos materiais necessários ao traço pedido. O transporte
deste concreto pode ser realizado por caminhões basculantes de carroceria
metálica ou caminhões betoneira. Destaca-se neste momento que, quando o
transporte é realizado por caminhão betoneira em qualquer situação, é aplicada
uma pequena velocidade à betoneira, para que o concreto retarde por mais tempo
o seu início de pega. Além disso, o tempo máximo de agitação lento do concreto
deve ser de seis horas, o que não influenciará na sua resistência (REBUT, 1975).
O segundo processo de produção de concreto necessita, após, aproximadamente
30 segundos de mistura nas instalações fixas como no primeiro processo, de ter a
50
mistura completada nos caminhões betoneira com velocidade de rotação maior do
balão até 100 rotações por minuto. Posteriormente a este passo, retorna-se para a
velocidade de agitação, como descrito anteriormente, até a descarga final na obra.
Finalmente aos processos de produção de concreto, ele também pode ser dosado
na central por meio de seus equipamentos. Os agregados devem estar
armazenados em silos ou no pátio. Se eles estiverem nos silos, estes possuem
balanças em suas bases para medir os materiais. Já os do pátio, necessitam de
pá carregadeira que carrega os alimentadores metálicos, providos de balança, que
após a medida da massa transportam os materiais por correias transportadoras
até os caminhões betoneiras. Os caminhões betoneira, geralmente, são
abastecidos abaixo dos silos de aglomerantes, que também possuem balanças
em suas bases. Portanto, é no caminhão betoneira que se processa toda a fase
de mistura dos constituintes do concreto, da dosagem até a entrega final do
mesmo nas obras.
A água e os aditivos, em todos os processos de produção de concreto em central,
são dosados por volume ou massa, por meio de equipamentos específicos para
este fim.
Como se viu, os cuidados com a mistura do concreto devem ser especiais, a fim
de ponderar a possível perda de trabalhabilidade entre o início e o fim de pega,
principalmente durante o transporte, que às vezes é realizado por grandes
distâncias. Outros cuidados que se deve ter nas centrais produtoras de concreto, e
que estão relacionadas direta ou indiretamente com o mesmo são:
O amassamento do concreto deve ser realizado até que o mesmo
apresente cor e consistência uniformes;
As betoneiras não devem ser carregadas além de sua capacidade; quando
sobrecarregadas, estas, apresentam tensões e deformações excessivas
do equipamento, bem como uma mistura do concreto não uniforme;
51
As velocidades de operação das betoneiras devem seguir as
recomendações dos fabricantes e serem aferidas com freqüência;
A performance da betoneira é reduzida quando as suas pás e paredes
estão com incrustações de concreto, sendo de extrema importância à
limpeza das mesmas ao término de cada período de masseiras;
Conseqüentemente, a manutenção dos equipamentos deve ser periódica,
uma vez que os desgastes propiciam redução da eficiência;
O transporte deve ser realizado de forma a evitar a segregação e/ou a
perda de argamassa de cimento.
Os concretos produzidos pela central podem apresentar duas formas distintas de
fornecimento: o concreto convencional e o concreto bombeado.
O concreto convencional possui a característica de ser fornecido às obras em
caminhões betoneira. As descargas destes caminhões podem ser realizadas
diretamente no local de adensamento ou descarregados em carrinho de mão, grua
e depois transportados até o local de adensamento. Este concreto possui as
seguintes especificações técnicas que podem variar de acordo com os materiais
da região:
abatimento do tronco de cone (slump test): 5 ± 1 cm;
dimensão máxima dos agregados: 25 mm;
cimento: pode-se utilizar qualquer um dos cimentos produzidos;
aditivos;
lançamento: convencional.
O concreto bombeado também é fornecido às obras por caminhão betoneira. O
concreto descarregado é lançado diretamente no local de adensamento por meio
de tubulações rígidas e tubulações maleáveis, evitando segregações e perdas de
material. O lançamento é realizado através de equipamento provido de bombas
hidráulicas, podendo vencer distâncias verticais acima de 140 metros ou
52
horizontais além de 500 metros. O concreto bombeável possui as seguintes
especificações técnicas que podem variar de acordo com os materiais da região:
abatimento do tronco de cone (slump test): 9 ± 1 cm;
dimensão máxima dos agregados: 25 mm;
cimento: pode-se utilizar qualquer um dos cimentos produzidos;
aditivos;
lançamento: bombeado.
Outras vantagens que se pode associar à utilização de concretos dosados em
central são:
maior controle dos materiais empregados;
automatização da dosagem dos materiais;
moldagens de corpos de prova e ensaios realizados;
maior produtividade no lançamento do concreto;
eliminação das perdas dos materiais;
responsabilidade e garantia da resistência do concreto, através dos
certificados de resistência e da dosagem dos materiais componentes.
Existem situações em que são necessárias rapidez e velocidade na obra,
principalmente se esta estiver afastada dos grandes centros urbanos. Diante desta
necessidade, existem centrais móveis de concretagem compostas por caixas de
agregados, silos de cimento horizontais, esteiras e balanças dosadoras. Esta
estrutura foi projetada em cima de carretas para facilitar o transporte rodoviário e
conseqüentemente, iniciar operação com extrema rapidez em qualquer lugar. A
unidade móvel é instalada sobre um radier e necessita de um muro de arrimo
rampado para acessibilidade da pá carregadeira que alimentará o conjunto
(REBUT, 1975).
53
Em São Paulo existe uma parceria entre ABESC e a Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental (CETESB) que implantou um programa de gestão para a
fiscalização da fumaça preta emitida pela frota das centrais de concreto. Outras
medidas ambientais se referem à reutilização das sobras de concreto, controle das
emissões de poluentes particulados e efluentes líquidos.
Finalmente, não existem muitos estudos de laboratório, devido à estrutura
necessária, sobre concretos bombeados. As experiências que se tem relatado são
de canteiro de obra.
3.2.4 Controle e fiscalização
Sabemos que a utilização de concretos dosados em centrais imprime uma maior
velocidade de construção e conseqüentemente, as tomadas de decisões também
acompanham este mesmo ritmo, não sendo deixadas para os 28 dias como de
praxe. Os técnicos envolvidos na concepção de todo o projeto necessitam
desenvolver ou aprovar um programa de garantia da qualidade, que além de
outras coisas, envolva a escolha de técnicas de ensaios e análise estatística nos
procedimentos de controle. O objetivo principal de um programa desse é garantir a
qualidade de um concreto, desde a sua concepção inicial, preservando suas
propriedades, estabilidade e durabilidade ao longo de sua vida útil.
É neste contexto que será discutido neste item os meios e ensaios de controle da
qualidade do concreto. Os cuidados para se ter um concreto aceitável dentro de
suas especificações, devem ser tomados tanto no seu estado fresco quanto no
estado endurecido. O controle e a fiscalização no concreto fresco objetiva a
trabalhabilidade, a perda de abatimento, a exsudação, a segregação, a retração, a
pega e a temperatura de concretagem. Já no estado endurecido, o controle e a
fiscalização podem ser realizados com ensaios destrutivos ou ensaios não
destrutivos. Os ensaios destrutivos são os de arrancamento e extração de corpos
de prova. Os ensaios não destrutivos podem ser realizados em corpos de prova
moldados durante a concretagem através do ensaio de resistência acelerada, ou
54
diretamente na estrutura de concreto concebida através dos ensaios de dureza
superficial, técnica de resistência à penetração, método da velocidade de
propagação da onda ultra-sônica, cobrimento e diâmetro das armaduras.
A trabalhabilidade do concreto está diretamente ligada à sua coesão e
consistência. Assim, o seu controle deve ser direcionado para a quantidade de
água, teor de cimento, granulometria dos agregados e aditivos. Percebemos que
se um estudo de dosagem for mal feito, a partir de erros no proporcionamento dos
materiais citados anteriormente, e este mesmo concreto for aplicado
estruturalmente, teremos problemas durante o seu transporte, lançamento,
adensamento e pós-endurecimento (NEVILLE, 1982).
A perda de abatimento do concreto acontece quando as reações de hidratação, a
adsorção e a evaporação consomem as águas livres, iniciando o seu
enrijecimento. Logo, um controle deste fator exige o emprego de cimento de pega
normal, menor tempo total de mistura, transporte, lançamento, adensamento e
acabamento e por fim, que a temperatura do concreto (calor de hidratação), água
e dos agregados não seja alta.
O controle da segregação e exsudação pode ser feito controlando a quantidade de
agregado graúdo, a quantidade de partículas finas e os erros durante o
lançamento e adensamento.
A retração plástica do concreto fresco é observada quando se percebe que a
superfície superior assentou, devido ao seu lançamento em peças de grande
profundidade. Assim, medidas de controle que minimizam as retrações envolvem:
as fôrmas devem ser umedecidas antes do lançamento do concreto;
os agregados devem ser umedecidos quando secos e absorventes;
redução da velocidade dos ventos e temperatura sobre a superfície do
concreto lançado e adensado por meios construtivos temporários;
55
promover o abaixamento da temperatura do concreto fresco pelo
resfriamento dos agregados e água;
evitar atrasos de concretagem reduzindo o tempo entre o lançamento e
início de cura;
no caso de retração que aparecer durante o trabalho de desempeno do
concreto, promover a revibração, se o mesmo ainda se encontra no estado
plástico. Tal atitude alivia as tensões surgidas além de melhorar a
aderência com a armadura e aumentar a resistência do concreto;
aplicar os procedimentos de cura necessária.
O ensaio para medir o tempo de início de pega e o tempo final de pega consiste
em obter uma quantidade de argamassa do concreto produzido, compactá-la em
um recipiente padrão e medir a força necessária para fazer penetrar uma agulha
nesta argamassa. Tal ensaio é normalizado pela norma brasileira NBR 9832 -
Concreto e argamassa - Determinação dos tempos de pega por meio da
resistência à penetração - Método de ensaio (ABNT, 1992). Logo, os principais
fatores que controlam os tempos de pega são os mesmos citados para a
trabalhabilidade.
As precauções para controlar a temperatura interna e externa do concreto
envolvem, para concretagem em clima frio, evitar confeccioná-lo a temperatura
superior a 21°C, e para concretagem em clima quente, evitar produzi-lo a
temperatura superior a 29°C (NEVILLE, 1982). Em ambas as situações é mais
fácil aquecer e/ou esfriar a água de amassamento devido ao seu calor específico
ser igual a 1, cinco vezes maior que o calor específico médio para o cimento e
agregados que é 0,22.
Até aqui se viu o controle e a fiscalização necessários sobre o concreto fresco e
dando seqüência a este tópico, evidenciará a partir de agora os ensaios de
controle e fiscalização da qualidade dos concretos endurecidos, que poderão
ocorrer tanto nas primeiras idades (a partir do final de sua pega) quanto em idades
56
mais avançadas. Serão relatados primeiramente métodos destrutivos e
posteriormente métodos não destrutivos.
O controle tecnológico do concreto pelo ensaio de arrancamento é normalizado
pela ASTM C 900. Este ensaio consiste em arrancar do concreto um parafuso
específico previamente moldado no mesmo. Mede-se a força necessária ao seu
arrancamento através de um dinamômetro. A resistência de arrancamento é cerca
de 20 % da resistência à compressão e é uma medida direta da resistência ao
cisalhamento. O dano que este ensaio promoveu a superfície do concreto deve
ser reparado logo após a sua realização. Portanto, este ensaio é extremamente
importante para determinar a resistência nas primeiras idades e
conseqüentemente informar o momento seguro para a desmoldagem das fôrmas.
Outro método destrutivo consiste na extração de corpos de prova das peças da
estrutura de concreto por meio de uma coroa rotativa diamantada. Tal ensaio é
normalizado pela NBR 7680 - Extração, preparo, ensaio e análise de testemunhos
de estruturas de concreto – Procedimento (ABNT, 1983). É importante saber que
as resistências dos corpos de prova extraídos são menores do que as dos corpos
de prova moldados durante o lançamento do concreto fresco. Destaca-se também
o cuidado que se deve ter ao extrair corpos de prova de regiões que tenham
sofrido exsudação (parte superior da peça estrutural ser mais fraca que a parte
inferior da mesma).
Um ensaio de resistência acelerada (método da água em ebulição) aplicado ao
concreto nas primeiras idades é normalizado pela NBR 8045 - Concreto -
Determinação da resistência acelerada à compressão - Método da água em
ebulição (ABNT, 1993). Tal método consiste na cura normal dos corpos de prova
durante 24 horas e posteriormente na cura em banho de água a 100°C por um
período de 305 horas, e ensaio de rompimento 1 hora depois. Este método está
cada vez mais sendo utilizado para se ter uma avaliação preliminar após dois dias
57
e meio a partir da concretagem, e se este mesmo concreto irá atingir o nível de
resistência desejado.
Os ensaios não destrutivos possuem a característica de serem portáteis e de fácil
aplicação na estrutura de concreto. MALHOTRA (1984) disse que para a utilização
destes ensaios é conveniente que os mesmos possuam correlações
desenvolvidas em laboratório, dos concretos utilizados nas obras de construção
civil.
O primeiro ensaio não destrutivo consiste na obtenção da resistência à
compressão do concreto através da determinação da dureza superficial do
mesmo, pelo princípio da energia de impacto. O equipamento deste ensaio foi
desenvolvido em 1948 pelo engenheiro suíço Ernest Schmidt, o qual ficou
conhecido como esclerômetro de Schmidt. No Brasil existe a norma NBR 7584 -
Concreto endurecido – Avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro de
reflexão (ABNT, 1995) que regulamenta tal ensaio. O cuidado que se deve ter é
quanto à superfície analisada, profundidade de carbonatação, e umidade da peça
de concreto.
Mais um ensaio não destrutivo se refere à técnica de resistência à penetração, a
qual consiste em um dispositivo de pólvora conhecido como pistola de Windsor.
Esta pistola atira um pino metálico no concreto e através do comprimento exposto
deste, se mede a resistência à penetração do concreto. Também é um excelente
método utilizado nas primeiras idades do concreto, principalmente para fins de
retirada das fôrmas. Atualmente no Brasil este ensaio não possui normalização,
mas ele é normalizado pela ASTM C 803.
Outro ensaio não destrutivo é o método da velocidade de onda ultra-sônica
através do equipamento de ultra-som, que foi desenvolvido em 1945 por Jones e
Gatfield na Inglaterra, e paralelamente por Leslie e Cheesman, em 1949, no
Canadá. O princípio de funcionamento deste método consiste em promover a
passagem de ondas eletrovibratórias pelo concreto e medir o tempo necessário
58
gasto por estas ondas para atravessá-lo. Com este equipamento podemos
determinar a homogeneidade e compacidade do concreto, detectar falhas de
concretagem, monitorar as variações ao longo do tempo decorrentes de
agressividade do meio, avaliar a resistência à compressão e módulo de
elasticidade dinâmico.
Não se pode deixar de registrar também a mão-de-obra empregada na produção
de concretos, uma vez que ela é um dos fatores primordiais na sua qualidade.
Portanto, as empresas além de absorverem pessoal desqualificado devem
promover treinamentos, com intuito de minimizar seus problemas e melhorar a
forma artesanal de construir em nosso país.
Os métodos de controle e fiscalização do concreto, descritos neste trabalho,
permitem que engenheiros, fiscais, projetistas e consultores possam avaliar e
intervir de forma rápida e segura quando da detecção de problema na estrutura. A
Figura 3.2 mostra hipoteticamente um processo de fissuração de uma estrutura de
concreto armado, que é uma patologia corrente nas edificações.
3.3 Água no Concreto
3.3.1 Introdução
Sob a forma de rios, lagos, água do mar, chuva, lençóis subterrâneos, neve e
vapor, a água é sem dúvida o líquido mais abundante da natureza. Entretanto, a
água no concreto deve ser vista como material primordial, uma vez que ela é de
fundamental importância às reações de hidratação do cimento e atua como agente
promovedor da plasticidade dos constituintes do mesmo.
As propriedades da água vêm sendo estudadas sistematicamente por mais de 80
anos. Infelizmente poucos foram as evoluções de conhecimento obtidos por esses
estudos, especialmente no que diz respeito à água de amassamento de concretos
59
e argamassas. Até o presente momento, a normalização vigente recomenda
apenas a avaliação de características como composição química e potabilidade.
A, B e C – Fissuras de assentamento plástico; D, E e F – Fissuras de retração plástica; G – Fissuras de
contração térmica (calor de hidratação); I – Fissuras retração por secagem; K – Fissuras mapeadas; L e M –
Fissuras por corrosão de armadura
Figura 3.2 – Fissuração de uma hipotética estrutura de concreto (MEHTA, 1994)
60
A partir do que já foi explanado sobre a água de amassamento, especificamente
no item 3.1.2.3, acrescenta-se aqui que uma água imprópria para o consumo
humano, não necessariamente também se torna imprópria para a confecção de
concretos. Assim, quaisquer águas ácidas, salobras, salgadas, coloridas, com
mau cheiro ou recicladas de processos industriais não devem ser rejeitadas de
imediato. Deve-se realizar testes comparativos com alguma água limpa de
referência e avaliar seu uso para cada especificidade de concreto desejado.
Então, na comparação entre as águas, a resistência dos corpos de prova (7 e 28
dias), confeccionadas com água duvidosa, deve ser maior ou igual a 90% da
resistência dos corpos de prova produzidos com água limpa. Também se deve
avaliar o tempo de pega a um grau aceitável (MEHTA, 1994).
A qualidade da água é de fundamental importância e não deve apenas ser
considerada quanto à resistência dos concretos. Entretanto, a utilização dessas
águas requer algumas medidas cuidadosas. Logo, uma água que possui elevada
quantidade de partículas finas em suspensão deve ser realizada a sua decantação
para posterior utilização. As águas salobras podem ser usadas sem problemas
desde que se verifiquem as composições dos cloretos e sulfatos. A água do mar
pode ser utilizada em concretos simples sem função estrutural em que também
não se importa com a aparência do mesmo. Entretanto, não se recomenda, na
prática, a utilização desta água, a menos que isso seja inevitável. Já as águas
naturais, discretamente ácidas, também não causam nenhum efeito ao concreto,
mas devem ser criteriosamente analisadas.
Nota-se que a água é a condição “sine qua non” para a confecção dos concretos,
cuja sua função principal é a hidratação do cimento, o qual adquire propriedade
adesiva promovendo a pega e o endurecimento desse concreto. Nesta hidratação,
os compostos resultantes não hidratam à mesma velocidade, sendo que os
aluminatos hidratam primeiramente aos silicatos. Os aluminatos estão diretamente
relacionados à perda de consistência e pega, enquanto que os silicatos definem
as características de ganho de resistência dos concretos. Para uma melhor
61
compreensão do processo de hidratação do cimento assim que a água entra em
contato com este, é necessário o conhecimento das abreviações principais dos
compostos do cimento Portland:
C – Óxido de Cálcio (CaO);
S – Sílica (SiO
2
);
F – Ferro (Fe
2
O
3
);
H – Água (H
2
O);
C
3
S – Silicato Tricálcico (3CaO.SiO
2
);
C
2
S – Silicato Bicálcico (2CaO.SiO
2
);
C
3
A – Aluminato Tricálcico (3CaO.Al
2
O
3
);
C
4
AF – Ferro Aluminato Tetracálcico (4CaO.Al
2
O
3
.Fe
2
O
3
).
Observa-se que os dois silicatos de cálcio anteriores são os compostos mais
importantes do cimento. O C
3
S é responsável pelo ganho de resistência inicial até
o final do primeiro mês, enquanto que o C
2
S promove o ganho de resistência ao
longo de um ano ou mais. As reações de hidratação do C
3
A se processam
rapidamente com grande liberação de calor. Se estas reações não forem de
alguma forma retardadas, o cimento Portland não terá nenhum propósito na
construção civil. Para que isto não ocorra, adiciona-se gipsita no processo de
fabricação do mesmo. Já as reações de hidratação do C
4
AF são mais lentas e se
comportam de maneira semelhante ao do composto C
3
A.
Portanto, serão apresentadas a seguir as principais reações de hidratação do
cimento tanto na forma adotada pelo meio técnico, quanto na forma quimicamente
correta.
Hidratação do C
3
S:
2C
3
S + 6H C
3
S
2
H
3
+ 3CH (3.1)
2[3CaO.SiO
2
] + 6H
2
O Æ 3CaO.2SiO
2
.3H
2
O + 3Ca (OH)
2
(3.2)
62
Hidratação do C
2
S:
2C
2
S + 4H C
3
S
2
H
3
+ CH (3.3)
2[2CaO.SiO
2
] + 4H
2
O Æ 3CaO.2SiO
2
.3H
2
O + Ca (OH)
2
(3.4)
Hidratação do C
3
A:
C
3
A + 6H C
3
AH
6
(3.5)
3CaO.Al
2
O
3
+ 6H
2
O Æ 3CaO.Al
2
O
3
.6H
2
O (3.6)
Hidratação do C
3
A com o gesso:
C
3
A + 3[CaSO
4
.2H
2
O] + 26H C
3
A.3CaSO
4
.H
32
(3.7)
3CaO.Al
2
O
3
+ 3[CaSO
4
.2H
2
O] + 26H
2
O Æ 3CaO.Al
2
O
3
. 3CaSO
4
.32H
2
O (3.8)
Hidratação do C
4
AF:
C
4
AF + 7H Æ C
3
AH
6
+ CFH (3.9)
4CaO.Al
2
O
3
.Fe
2
O
3
+ 7H
2
O Æ 3CaO.Al
2
O
3
. 6H
2
O + CaO.Fe
2
O
3
.H
2
O (3.10)
3.3.2 A estrutura da água
As propriedades da água têm sido sistematicamente estudadas por mais de 80
anos. Infelizmente, esses estudos resultaram em uma quantidade modesta de
conhecimentos sobre a estrutura da água. Muito pouco é sabido sobre o
comportamento da água próxima a uma interface sólida ou não, embora não se
tenha muitas informações experimentais.
A molécula de água (HOH) possui ligação covalente. “Devido à diferença nos
centros de carga do hidrogênio e do oxigênio, o próton do íon de hidrogênio
positivamente carregado pertencente a uma molécula de água, a qual atrai os
elétrons negativamente carregados das moléculas de água vizinhas. Esta força de
atração relativamente fraca, chamada ligação de hidrogênio, é responsável pela
estrutura ordenada da água”. (MEHTA, 1994).
63
Pode-se observar na estrutura do gelo, Figura 3.3a, o maior exemplo da
organização de longo alcance na estrutura da água proveniente da ligação de
hidrogênio. Verifica-se que cada molécula de água no gelo é rodeada por quatro
outras moléculas de modo que o grupo possui uma molécula no centro e as outras
quatro nos ângulos de um tetraedro. Assim, nas três direções, as moléculas e
seus grupos são mantidos unidos por ligações de hidrogênio. O gelo funde a 0°C
quando aproximadamente 15% das ligações de hidrogênio se rompem. Como
resultado da ruptura parcial na direção da ligação tetraédrica, cada molécula de
água pode vir a adquirir mais de quatro vizinhos próximos, aumentando a
densidade de 0,917 para 1. O inverso deste processo é responsável pelo
fenômeno que a água líquida, ao solidificar-se, expande-se ao invés de contrair-
se.
Figura 3.3 – (a) Estrutura do gelo; (b) estruturas de moléculas de água orientadas
em um microporo (MEHTA, 1994)
Já a água na temperatura ambiente, quando comparada à estrutura do gelo,
apresenta aproximadamente 50% das ligações de hidrogênio rompidas. Logo, os
64
materiais que possuem estas características de ligações rompidas, têm cargas
superficiais desequilibradas, que conseqüentemente geram energia de superfície.
Portanto, esta energia superficial nos líquidos promove tensão superficial, a qual é
responsável pela tendência de um grande número de moléculas se aderirem. A
tensão superficial de um líquido qualquer pode ser definida como a força
necessária para afastar as moléculas deste mesmo líquido. A partir desta
definição, conclui-se que é a alta tensão superficial da água que a impede de agir
como uma agente plastificante eficiente nas misturas de concreto.
Observa-se a expansão em muitos sistemas quando se gera a água com estrutura
orientada pelas ligações de hidrogênio nos microporos. No entanto, se a água for
capaz de permear estes microporos e se as forças de atração na superfície destes
forem suficientemente fortes para romperem a tensão superficial da massa de
água e dispuserem as moléculas para a forma de uma estrutura orientada
(semelhante à do gelo), esta água irá requerer mais espaço e conseqüentemente
causará expansão. Como pode ser visto na Figura 3.3b.
Por outro lado, quando uma molécula encontra uma interface sólida, em função da
existência do fenômeno da tensão superficial, a sua interatividade pode ser
apresentada sobre três aspectos, como mostrado na Figura 3.4. Na Figura 3.4a
observa-se uma água com elevada tensão superficial, sinalizando para a
existência de um ângulo tangente obtuso. No caso da Figura 3.4b, a tensão
superficial não é tão grande, mas ainda suficiente para o alcance de um ângulo
tangente próximo de 90°. Finalmente, na Figura 3.4c a tensão superficial é
reduzida e proporciona uma área de molhagem da superfície sólida muito maior
que nos dois casos anteriores. É neste contexto que a redução da tensão
superficial da água promoverá na confecção de concretos uma hidratação mais
eficiente dos compostos cimentícios.
65
(a) interface reduzida (b) interface normal (c) interface aumentada
Figura 3.4 – Tipologias da ação da tensão superficial nas moléculas de água junto
a sólidos (HANSEN, 1971)
HANSEN (1971) revela um modelo, como pode ser observado na Figura 3.5, no
qual se observam evidências em relação à existência de um ordenamento das
estruturas da água próxima a certas interfaces líquido/sólido. Esta evidência é
baseada em várias observações experimentais de vários pesquisadores, mas uma
grande importância deve ser dada em relação à existência de anomalias térmicas
nas propriedades da água vicinal. Um modelo de três camadas da estrutura da
água próxima a certas interfaces água/sólido é analisada com alguns detalhes;
neste modelo uma camada de água ordenada (estruturalmente) deve ser
originada próxima à interface com o sólido, a extensão do ordenamento para o
líquido decresce em função da distância com a interface. À medida que o grau de
ordenamento decai, a desordem local aumenta. A distâncias muito grandes da
superfície nota-se que a água mantêm sua estrutura original, tal como
referenciado na Figura 3.3. Devido ao “arranjo desfeito” entre a estrutura original
da água (desconhecida) e a água organizada próxima à interface, uma região de
desordem acentuada pode ocorrer, semelhante à desordem estrutural postulada
no modelo de hidratação de Frank-Wen (1957) (GIBBS, 1994).
66
Figura 3.5 – Superfície sólida sendo M; superfície de transição sendo D; interação
dipolo-dipolo sendo S; região de desordem sendo I; estrutura inicial da água sendo
B. (HANSEN, 1971)
A partir das anomalias térmicas nas propriedades da água, o Gráfico 3.1 mostra a
tensão superficial da água em função da temperatura apresentada por HANSEN
(1971).
A dificuldade maior para o entendimento dos modelos discutidos até aqui é torná-
los quantitativo. Devido as diferentes “fases” (fases no sentido de tipos de
estruturas da água) é claro que uma grande quantidade de parâmetros de ajuste
devem ser usados. Por isso, uma concordância quantitativa (ou semiquantitativa)
entre valores calculados (estimados) e observados não são provas suficientes do
modelo se testado em apenas uma pequena parte do fenômeno.
67
67
69
71
73
75
77
0 1020304050
Temperatura (°C)
Tensão Superficial água
(Dynes/cm)
Gráfico 3.1 – Tensão superficial da água em função da temperatura (HANSEN, 1971)
Entretanto, a água é o solvente universal por excelência. Sendo uma molécula
polar, apresenta a característica de dissociar as substâncias ionizáveis em íons
positivos e negativos. Entretanto, as reações desta com o concreto serão cada vez
mais intensas quanto maior for a concentração desses íons dissolvidos. Como as
moléculas de água são pequenas, elas o capazes de penetrar em cavidades
e/ou poros extremamente finos. Conseqüentemente, tal característica
proporcionará a deterioração do concreto endurecido sob o efeito das intempéries.
3.3.3 Constituição e contaminantes
Sabe-se que a água é o principal fator de deterioração do concreto, a qual pode
agir de forma física ou química. Conseqüentemente, serão revistas as suas
principais características da mesma que a fazem o principal agente de
deterioração dos materiais. Como solvente universal, a água possui a
extraordinária habilidade de dissolver mais substâncias do que qualquer outro
fluído conhecido. Conseqüentemente, algumas águas apresentam muitos íons e
68
gases em sua constituição, tornando-se capazes de deteriorar quimicamente
materiais sólidos.
Diante disso, quando se deseja analisar quimicamente uma água, que possa ser
utilizada na confecção de concretos, por um laboratório, este apresenta os
seguintes parâmetros listados na Tabela 3.4. Tais parâmetros devem ser
cuidadosamente inspecionados e comparados com as referências padrão
segundo normas.
Além disso, uma água para utilização na confecção de concretos pode apresentar
as seguintes características:
pH entre 6,0 a 8,0;
Sólidos totais 4000 mg/L;
Sulfatos 300 mg/L;
Cloretos 250 mg/L;
Açúcar – ausente.
Por outro lado, uma água não potável pode apresentar as seguintes
características em sua constituição:
Sólidos em suspensão – 2000 mg/L;
Sólidos dissolvidos – 2000 mg/L;
Carbonatos e bicarbonatos alcalinos - 1000 mg/L;
Sulfetos – 15 mg/L;
Magnésio – 150 mg/L.
Entretanto, se faz necessário a explanação dos principais agentes agressivos
presentes nas águas bem como os seus tipos.
69
Tabela 3.4 – Parâmetros analisados em uma água normal para confecção de concretos
ITEM ANALISADO
pH
Condutividade elétrica (μmhos/cm)
Turbidez (NTU)
Cloretos [Cl
-
] (mg/L)
Oxigênio Consumido (mg/L)
Acidez Carbônica (mg/L)
Alcalinidade bicarbonatos em CaCO
3
(mg/L)
Dureza total CaCO
3
(mg/L)
Cálcio (mg/L)
Magnésio (mg/L)
Sulfatos [SO
4
]
2
(mg/L)
Os sulfatos são um dos agentes mais agressivos ao concreto. Eles promovem a
degradação (expansão) do mesmo ao longo do tempo e também são reativos com
o aluminato tricálcico (C
3
A) da pasta de cimento. Devido a isto, os teores de
sulfatos devem ser criteriosamente controlados (HELENE, 1993).
70
Segundo vários pesquisadores, a deterioração do concreto pode ser explicada por
um ou a combinação dos seguintes fatores relacionados aos sulfatos (EQUIPE DE
FURNAS, 1997):
A conversão de hidróxido de cálcio no cimento endurecido em sulfato de
cálcio, cristalizando-se e conseqüentemente expandindo-se;
A conversão dos aluminatos de cálcio hidratados e ferritos em
sulfoaluminatos de cálcio e sulfoferritos, com conseqüente expansão;
A decomposição de silicatos de cálcio hidratados, com séria perda de
resistência.
As substâncias em suspensão que normalmente são encontradas na água são a
argila e o silte. Tais substâncias podem afetar a compacidade do concreto e o
crescimento dos cristais hidratados.
COUTINHO (1988) destaca que a presença de anidrido carbônico (CO
2
) na água
ocorre sob três formas distintas: carbonatos, bicarbonatos e em equilíbrio. A
lixiviação do concreto é acelerada devido à presença de CO
2
dissolvido na água,
convertendo o hidróxido de cálcio em carbonato de cálcio. Entretanto, o dióxido de
carbono em excesso reage com a água para formar ácido carbônico e
conseqüentemente reagirá com o hidróxido de cálcio para formar o bicarbonato de
cálcio solúvel, que ataca o hidróxido de cálcio. Se todo hidróxido de cálcio for
consumido ocorrerá à decomposição de silicatos e aluminatos de cálcio
hidratados, comprometendo todo o cimento endurecido.
A presença excessiva de cloro na água é prejudicial ao concreto, pois ao reagir
com a cal liberada durante a hidratação do cimento forma compostos solúveis em
água. Tal fenômeno promove a lixiviação do hidróxido de cálcio. Sabe-se, da
literatura sobre durabilidade de concreto armado, que uma das causas principais
do processo de corrosão de armaduras se deve ao excesso de íons cloretos, os
quais destroem a camada passivadora do aço.
71
Os sais de ácido nítrico (NaNO
3
, KNO
3
, Ca(NO
3
), Ni(NO
3
), Pb(NO
3
)) não atacam o
concreto. Somente o nitrato de amônia age de forma semelhante aos cloretos,
produzindo nitrato de cálcio altamente solúvel, com desprendimento de amoníaco.
Os fluoretos, com exceção do fluoreto de amônia, agem de forma favorável, pois
transformam a cal em fluoreto de cálcio, de elevada dureza.
O dicromato de potássio atua de maneira agressiva ao concreto (EQUIPE DE
FURNAS, 1997).
Os carbonatos não são danosos ao concreto sendo que somente uma pequena
parte é solúvel.
Quanto à presença de bactérias na água, estas são mais relevantes àquelas
pertencentes ao ciclo do enxofre, como o Thiobacillus Thiooxidans, que oxidam o
enxofre formando o ácido sulfúrico. Tal processo promove a diminuição do pH do
concreto e formação de sulfoaluminatos de cálcio, o que acaba por provocar
expansões no interior da peça.
Se uma água contiver substâncias orgânicas tais como sacarose, óleos, graxas e
outras, estas causam alguns danos ao concreto. Pequenas quantidades de
sacarose retardam a pega dos concretos, mas aumentam a resistência à
compressão dos mesmos em longo prazo. Por outro lado, se a dosagem de
sacarose for muito elevada, esta atua de forma inversa ao exposto anteriormente.
Dependendo das percentagens de óleos minerais em relação à massa do cimento,
estes podem promover reduções da resistência à compressão a valores que
excedam 30%. Além disso, os óleos médios e pesados possuem em sua
composição naftalina e benzina que atacam o concreto. Quanto às graxas,
dependendo de sua concentração, estas também são perniciosas quando contêm
ácidos livres ou que, por saponificação, formam sais de cálcio.
72
Portanto, a partir dos principais agentes agressivos contidos na água, podemos
exemplificar os diversos tipos de água que poderão ser utilizadas para a
confecção de concretos.
Como já foi dito, uma água que possua grande quantidade de partículas em
suspensão deve ser deixada em repouso, para que o fenômeno de decantação se
processe, e conseqüentemente, seja utilizada na confecção de concretos.
Ao se utilizar águas salobras na confecção de concretos, os valores não devem
ultrapassar a 500 ppm e 1000 ppm para os cloretos e sulfatos, respectivamente,
os quais não são prejudiciais (NEVILLE, 1982).
As águas puras são as águas de chuva, destiladas, de poços de regiões silicosas,
bem como as águas drenadas de regiões montanhosas. Tais águas não contêm
sais dissolvidos e, por isso, tendem a dissolver a cal tornando o concreto mais
poroso e diminuindo-lhe a resistência, afetando consideravelmente a sua
durabilidade. Conseqüentemente, quando a cal é lixiviada até a superfície do
concreto, reage com o CO
2
atmosférico e estabelece o fenômeno conhecido como
carbonatação por eflorescência. Tal fenômeno é inofensivo ao concreto, mas
quando se instala nos poros do concreto promovem a expansão, degradando o
mesmo. Se este processo ocorrer de forma contínua, inevitavelmente, o concreto
ficará mais poroso, tornando-se um canal aberto para o ataque de outros íons
agressivos. Diante disso, no concreto armado as reações de carbonatação
promovem o abaixamento do pH, que conseqüentemente faz com que a película
passivadora da armação perca sua propriedade, resultando em um início de
corrosão.
Verifica-se que a água do mar apresenta em sua constituição cloretos e sulfatos
ligados ao magnésio e álcalis. Entretanto, estes sais dissolvidos que compõem a
água do mar não são tão agressivos ao concreto. As ações químicas dos sais de
sulfatos são mais lentas e menos energéticas nas águas do mar do que nas águas
doces sulfatadas. A preocupação maior é com ações químicas dos cloretos.
73
Segundo COUTINHO (1988), a salinidade da água do mar é cerca de 3,5%, cuja
distribuição dos íons é em média:
Cl
-
(1,898%);
Br
-
(0,006%);
SO
4
2-
(0,265%);
Mg
2+
(0,127%);
Ca
+
(0,040%);
Sr
2+
(0,001%);
K
+
(0,038%);
Na
+
(1,056%).
Assim, águas do mar com elevados teores de cloretos podem causar
eflorescência e umidade persistente na superfície do concreto. Não devendo ser
utilizadas em concretos aparentes. No entanto, elas podem ser utilizadas em
concretos simples sem função estrutural. Já em concreto armado acredita-se que
tal água propicia o risco de corrosão das armaduras. Por outro lado, quando o
concreto armado estiver submerso, aparentemente, não se observa nenhum fator
prejudicial (NEVILLE, 1982). Em concreto protendido não se utiliza água do mar,
por que nas seções dos fios das cordoalhas os efeitos da corrosão são mais
sérios. Portanto, não se recomenda, na prática, a utilização desta água, a menos
que isso seja inevitável.
No caso de águas residuais de indústrias, deverão ser analisados os íons
presentes. Dependendo dos fatores de temperatura e também das quantidades
encontrados de ácidos, compostos de enxofre, cloretos de amônio, magnésio e
cálcio, os quais são agentes agressivos, propiciam a deterioração do concreto.
Resumidamente, a forma mais geral de ataque dos diversos tipos de águas na
confecção de concretos é aquela em que, inicialmente, ocorre a ação química
sobre o aglomerante, seguida de uma dissolução ou cristalização, com expansão
74
dos produtos formados. Por fim, quando se suspeitar da qualidade de uma água
qualquer, para utilização na confecção de concretos, esta deve ser ensaiada e
comparada a uma água potável comum. Tais ensaios visam à comparação dos
tempos de início e fim de pega, bem como dos valores obtidos das resistências.
As diferenças das resistências dos concretos confeccionados com a água
duvidosa não poderão ser inferiores a 10% das resistências obtidas para os
concretos que utilizaram a água potável comum.
Por fim, apresenta-se na Tabela 3.5, um resumo das substãncias conhecidas e os
seus efeitos deletérios ao concreto (EQUIPE DE FURNAS, 1997).
3.3.4 A água no concreto endurecido
Verificou-se que a água é um constituinte primordial da pasta de cimento e a sua
função na coesão do concreto é importantíssima. Diante disso, é conveniente
apresentar as diferentes formas da água presentes no concreto endurecido, uma
vez que ele é um material muito higroscópico. Tal propriedade se deve,
principalmente, ao caráter hidrófilo do cimento. Assim, COUTINHO (1988)
descreve de forma sucinta os diversos tipos da água presentes na pasta
endurecida de um concreto, a saber:
a) Água de constituição Æ água presente na constituição do sal, perdendo a
sua identidade molecular, uma vez que os grupos hidróxidos se prendem
por ligações primárias, covalentes, aos íons metálicos;
b) Água de cristalização ou de hidratação Æ esta água é parte integrante de
vários produtos hidratados do cimento. Ela se liga à rede cristalina do sal
também por meio de ligações primárias, de modo que sua saída não se
perde por secagem, somente por aquecimento, destruindo a estrutura
cristalina do sal sem que este altere suas propriedades ou composição
química;
75
Tabela 3.5 – Substâncias que afetam o concreto (EQUIPE DE FURNAS, 1997)
(a)
ÁCIDO
Material Efeitos no Concreto Material Efeitos no Concreto
Sulfuroso Bórico
Sulfúrico Oxálico
Nenhum
Carbônico Esteárico
Nítrico Oléico
Clorídrico Acético
Lático Tânico
Desintegração lenta
Muriático
Desintegração
Fosfórico
Ataque lento à
superfície
Sulfídrico
Desintegração
quando dissolvido em
água
SAIS E ÁLCALIS
Material Efeitos no Concreto Material Efeitos no Concreto
Carbonato de
Amônia
Sulfato de Amônia
Carbonato de
Potássio
Sulfato de Potássio
Carbonato de Sódio Sulfato de Alumínio
Hidróxido de Sódio Sulfato de Magnésio
Hidróxido de Cálcio Sulfato de Zinco
Hidróxido de
Potássio
Sulfato de Sódio
Nitrato de Cálcio Sulfato de Níquel
Nitrato de Potássio Sulfato de Cálcio
Nitrato de Sódio Sulfato de Cobre
Silicatos Sulfato de Ferro
Desintegração
Permanganato de
Potássio
Nenhum
Cloreto de Magnésio
Cloreto de Cálcio Cloreto de Ferro
Cloreto de Potássio Cloreto de Mercúrio
Cloreto de Sódio
Nenhum (exceto quando
submetido ao efeito
molhagem / secagem)
Cloreto de Zinco
Fluoretos
Nenhum (exceto fluoreto
de amônia)
Cloreto de Cobre
Nitrato de Amônia Desintegração Cloreto de Amônia
Desintegração lenta
76
Tabela 3.5 – Substâncias que afetam o concreto (EQUIPE DE FURNAS, 1997)
(b)
DERIVADOS DE PETRÓLEO
Material Efeitos no Concreto Material Efeitos no Concreto
Gasolina
Querosene
Óleos minerais leves
Nenhum, mas requer
concreto impermeável
e tratamento de
superfície
Benzina
Nenhum, mas requer
concreto impermeável e
tratamento de superfície
Óleos minerais
pesados
Nenhum
ÓLEOS VEGETAIS
Material Efeitos no Concreto Material Efeitos no Concreto
Amêndoa Tungue
Rícino Côco
Oliva
Amendoim
Desintegração lenta na
superfície do concreto
Noz
Desintegração lenta
na superfície do
concreto
GORDURA ANIMAL
Material Efeitos no Concreto Material Efeitos no Concreto
Toucinho e Peixe
Desintegração lenta na
superfície do concreto
Banha
Desintegração lenta
na superfície do
concreto
SOLVENTES
Material Efeitos no Concreto Material Efeitos no Concreto
Xileno Antraceno Nenhum
Tolueno Cresol
Benzeno
nenhum
Fenol
Desintegração lenta
DIVERSOS
Material Efeitos no Concreto Material Efeitos no Concreto
Detergente, Cerveja
e Cidra
Desintegração Álcool e Mel Nenhum
Salmoura
Desprezível em
concretos impermeáveis
Glicose e Glicerina Desintegração lenta
77
c) Água zeolítica Æ água ligada à rede cristalina do sal, mas que se interpõe
nas lamelas desta rede, de modo que a sua saída ou entrada não modifica
a estrutura do sal; verifica-se que apenas o espaçamento entre as lamelas
é alterado. As ligações aqui nesta água são mais fracas do que nas águas
anteriores;
d) Água adsorvida Æ é a água que está sob a influência de forças de
atração, de adsorção, de superfície ou de Van der Walls, que atraem as
moléculas dos fluidos da sua vizinhança. As moléculas de água são
fortemente atraídas pela superfície dos cristais dos componentes
hidratados do cimento. As energias de ligação de moléculas individuais de
água diminuem com a distância em relação à superfície do sólido, assim a
porção maior da água adsorvida pode ser perdida por secagem da pasta a
30% de umidade relativa. Esta perda é a causa principal da retração da
pasta na secagem;
e) Água capilar Æ é a água que ocupa o espaço além da ação das forças de
adsorção, resultando da condensação do vapor de água nos capilares. A
sua quantidade varia em função da umidade relativa do ar e com o raio do
capilar;
f) Água livre Æ é uma categoria da água capilar, a qual apresenta capilares
grandes, da ordem de 0,05 µm. Sua remoção não causa qualquer variação
de volume. Portanto, é a água que não sofre ação de quaisquer forças,
ficando livre para evaporar-se durante o endurecimento do concreto;
g) Água retida por tensão capilar Æ esta água está presente nos capilares de
diâmetros pequenos, cerca de 0,005 a 0,05 µm, cuja remoção pode causar
o fenômeno de retração do concreto.
Para uma melhor compreensão do exposto, observa-se na Figura 3.6 a
esquematização das categorias de água na pasta de cimento hidratado. A
78
eliminação da água presente no interior do concreto, através da secagem natural
ou forçada (por aquecimento) é bem típica para uma água zeolítica e/ou
adsorvida, as quais podem ser confundidas. Para a água de constituição, as
saídas dos íons hidroxilas podem ocorrer primeiramente aos da eliminação total
da água de cristalização e até da adsorvida.
Figura 3.6 - Esquematização das categorias de água na pasta de cimento
hidratado (MEHTA, 1994)
Portanto, ao se tratar do fenômeno de secagem do concreto, é mais fácil e prático
distinguir apenas duas espécies de água, a partir do conceito de evaporação: a
evaporável e a não evaporável.
3.3.5 Mecanismo de redução da tensão superficial pela ação de aditivos
tensoativos
No item 3.1.2.4 foi apresentada uma noção mais geral dos vários tipos de aditivos
que podem ser utilizados na confecção de concretos. Aqui será enfatizado, como
referenciado pelo título, somente os aditivos tensoativos.
79
Entende-se por aditivos tensoativos aqueles que possuem a capacidade de
reduzir a água de amassamento de uma mistura de concretos e argamassas, e
que também são denominados por aditivos plastificantes. Antes de descrever o
mecanismo de sua ação e de mencionar as substâncias que lhe servem de base,
convém fazer uma descrição geral e esquemática de sua nomenclatura e
constituição.
As substâncias tensoativas são aquelas que possuem propriedades físico-
químicas de modificarem a tensão superficial da água (dissolvente). Suas
moléculas, essencialmente orgânicas, apresentam-se alongadas e tem uma
extremidade hidrófila (capacidade de atrair água) e a outra hidrófoba (capacidade
de repelir água). A extremidade hidrófila contém grupos hidroxicarboxílicos
(COOH), grupos carboxilatos de sódio, cálcio, etc (COONa, COOCaOCC),
também grupos do ácido sulfônico (SO
3
H) e grupos de sais sulfonatos de sódio,
cálcio, etc (SO
3
Na, SO
3
CaSO
3
).
Para baixar a tensão superficial da água é necessária pequena quantidade destes
produtos tensoativos, de maneira que em meio aquoso, as suas moléculas tendem
a migrar para a superfície onde a parte hidrófoba apresenta grande tendência para
sair da água e, na superfície de separação água-ar, orientam-se de modo a se
afastarem da água, ocupando uma posição normal a esta superfície. Tal fato se
observa na Figura 3.7.
Em virtude do custo do cimento surgiram no mercado os aditivos
superplastificantes, também denominados tensoativos, os quais são substâncias
produzidas industrialmente, não sendo, como os plastificantes, subprodutos
industriais. Os aditivos superplastificantes não serão objeto de estudo desta
dissertação, uma vez que atuam de modo idêntico ao que será exposto para os
aditivos plastificantes.
80
Figura 3.7 – Esquema da molécula de uma substância tensoativa
(COUTINHO, 1988)
Assim, o termo plastificante origina-se das primeiras adições feitas aos concretos,
de materiais pulverulentos e de grande finura como a diatomite, cal gorda,
bentoite, pozolanas e etc. Tais materiais eram adicionados à massa do cimento
em quantidades reduzidas (cerca de 2 a 3%), com o que era possível reduzir a
água de amassamento e manter a trabalhabilidade desejada, ou aumenta-la sem
incrementar a quantidade de água. Em especial, os plastificantes são adicionados
ao concreto para satisfazer o seguinte:
aumento das resistências;
promover a redução do cimento sem afetar as resistências bem como a
trabalhabilidade;
propiciar o aumento da trabalhabilidade, conservando as dosagens de
água e cimento;
reduzir a permeabilidade.
81
Como foi dito anteriormente, o aditivo plastificante é um material constituído por
moléculas tensoativas com uma parte hidrófila, com função de baixar a tensão
superficial da água na intersuperfície em que está adsorvida, e a outra parte,
hidrófoba, menos importante, neste caso. Como o grupo hidrófilo é predominante,
este tem forte tendência para ser adsorvida pelas partículas mais finas do
agregado, e especialmente pelo cimento. Ao se misturar cimento e agregados com
água, não se verifica uma total dispersão destes pelo líquido. O que se nota é a
associação de grãos com diversas dimensões, que se aderem devido à ação dos
meniscos de água provocados pelo ar incluído entre os grãos, conferindo uma boa
coesão capilar. Tal fato pode ser observado na Figura 3.8.
Figura 3.8 – Partículas de cimento floculadas, aglomeradas pelas tensões
capilares devidas à presença de ar e água (COUTINHO, 1988)
Por outro lado, quando as partículas de cimento entram em contato com a água na
qual se dissolveu um plastificante, estas são mais bem molhadas devido à
adsorção da parte hidrófoba da molécula do dispersante. Assim, a parte ionizada
confere à partícula uma carga de modo que o ar que estava entre elas é expulso,
obtendo a dispersão do cimento, conforme se observa na Figura 3.9.
82
A partir dos fenômenos conhecidos da físico-química das superfícies, percebe-se
que as moléculas ficam orientadas à superfície do grão com a parte hidrófoba
rigidamente ligada à superfície agregado e do cimento e a extremidade liófila bem
mergulhada na água, constituindo a chamada camada fixa; além desta camada
surge uma outra constituída pelos íons libertados pela molécula do tensoativo,
originando uma segunda camada de íons de sinal oposto aos da primeira. Como
as forças de atração da primeira camada vão diminuindo de intensidade à medida
que se aumenta a distância a partir da partícula, a segunda camada é constituída
por uma atmosfera de íons cuja concentração vai diminuindo com a distância
denominando uma camada difusa.
Figura 3.9 – Expulsão do ar sob a ação de um plastificante (COUTINHO, 1988)
Assim, as partículas de cimento adquirem um potencial elétrico com repulsão
eletrostática entre elas. Este potencial orienta por sua vez os dipolos que
constituem as moléculas de água ao redor das partículas. Forma-se então uma
camada de moléculas de água que impede a aproximação entre essas partículas.
83
Diante disso, obtém-se uma diferença de potencial entre a interface da dupla
camada e um ponto qualquer da solução, a qual se denomina potencial
eletrocinético ou potencial zeta. O valor deste potencial governa todo o
comportamento do cimento em suspensão aquosa. Tal fato é observado na Figura
3.10.
Figura 3.10 – Esquema teórico da atmosfera iônica (COUTINHO, 1988)
A redução da tensão intersuperficial, o aumento do potencial eletrocinético e a
formação de uma camada protetora e aderente de moléculas de água contribuem
conjuntamente para a dispersão e estabilidade dos grãos de cimento em meio
aquoso. Conseqüentemente a este mecanismo, a água que separava os grãos de
cimento, na ausência do dispersante (Figura 3.11), fica livre entre as partículas
dispersas. Devido à camada das moléculas de água orientadas ao redor das
84
partículas, o atrito entre estas é muito reduzido (Figura 3.12), não sendo
necessária para a sua redução à existência de camadas muito espessas de água,
o que permite aproximá-las umas das outras (Figura 3.13) sem que aumente o
atrito. Devido a isso, denominam-se estes aditivos como agentes redutores de
água de amassamento durante a confecção de concretos.
Do mecanismo de ação do aditivo tensoativo destacado, resultam dois efeitos
essenciais da dispersão. O primeiro é expor maior área superficial dos grãos de
cimento à hidratação, proporcionando um melhor desempenho desta e uma
distribuição mais uniforme por toda massa de concreto. Desta maneira consegue-
se um incremento nas resistências, quando comparado a um concreto que não
utilizou um aditivo tensoativo, conservando o mesmo fator água/cimento (Figura
3.14). O outro efeito consiste na redução da água de amassamento, quando se
pretende manter a trabalhabilidade igual à do concreto sem esse tipo de aditivo
tensoativo. Assim, todo aditivo tensoativo que permita uma redução de pelo
menos 5% da água de amassamento, é um redutor de água.
Figura 3.11 – Quando não há plastificante, a quantidade de água necessária para
a mobilidade das partículas é grande (COUTINHO, 1988)
85
Figura 3.12 – Quando se adiciona plastificante, as partículas se repelem e a água
que fica livre entre elas não é necessária para a sua mobilidade
(COUTINHO, 1988)
Figura 3.13 – As distâncias entre as partículas reduzem-se e a água em excesso
pode ser dispensada (COUTINHO, 1988)
86
A título de curiosidade, as substâncias químicas de base, iônicas e não iônicas
dos aditivos tensoativos são os seguintes, conforme COUTINHO (1988):
sabões de resina ou abietatos alcalinos de sódio ou potássio, obtidos a
partir do tratamento de uma resina vegetal;
linhossulfonatos de amônio, magnésio, cálcio, ou sódio, que são
subprodutos da fabricação da pasta de papel;
alquilarilsulfonato que são detergentes sintéticos com cadeias de poucos
átomos de carbono;
sal de hidrocarboneto sulfonado que são subprodutos do tratamento dos
petróleos;
ácidos polihidroxicarboxílicos como o ácido salicílico e seus sais;
ésteres de poliglicol, em geral monoésteres de poliálcoois, ou
condensados de álcoois com o óxido de etileno.
3.4 A Indução Magnética da Água
3.4.1 Introdução
Serão abordadas neste item noções sobre eletromagnetismo, uma vez que o
protótipo utilizado para magnetizar a água foi desenvolvido com tal propriedade.
Esta pesquisa se preocupou somente com a utilização da água magnetizada na
produção dos concretos e não em descrever como foi desenvolvido o
equipamento usado para magnetizá-la.
87
Figura 3.14 – influência da adição de um plastificante ao concreto sem correção
da trabalhabilidade e com correção da trabalhabilidade inicial pela diminuição da
água de amassamento. Resistências aos 28 dias (COUTINHO, 1988)
88
O conhecimento do magnetismo remonta aos gregos, os quais observaram que
algumas pedras, conhecidas atualmente como magnetita, atraíam o ferro e
também eles notaram que ao se atritar uma barra de âmbar, esta atraía pequenas
partículas. Somente muito tempo depois eles desenvolveram as bússolas para
determinar uma direção a partir destas pedras-ímãs. Hoje em dia, verifica-se a
presença dos ímãs e materiais magnéticos nos videocassetes, fitas cassetes,
cartões de credito, fones de ouvido, instrumentos musicais, informática e mesmo
em tintas para impressão de papel moeda (HALLIDAY et al, 2003).
Faraday foi o precursor da indução quando expressou a lei da indução de Faraday
que diz que uma força eletromotriz é induzida em uma espira quando o número
de linhas de campo magnético estiver variando ao atravessá-la. A partir da noção
de fluxo magnético, pode-se enunciar esta mesma lei de uma maneira mais
quantitativa: a intensidade da força eletromotriz induzida em uma espira condutora
é igual à taxa na qual o fluxo magnético através desta espira varia com o tempo e
conseqüentemente também se produz um campo elétrico. Portanto, o processo de
produção da corrente e da força eletromotriz induzidas, por meio de um campo
magnético variável é denominado de indução. Por outro lado, devido à simetria
que é tão poderosa em física, tem-se a seguinte questão: um fluxo elétrico variável
pode induzir um campo magnético? Respondendo positivamente a esta pergunta,
por analogia, a lei de indução de Maxwell diz que um campo magnético induzido
surge na região envolta por um laço fechado devido à variação do fluxo elétrico.
3.4.2 Mecanismos de obtenção
Da física, sabe-se que um ímã produz um campo magnético em todos os pontos
do espaço ao seu redor. Um tipo familiar de ímã surge quando uma bobina de fio é
enrolada em volta de um núcleo de ferro e uma corrente passa por este, sendo a
intensidade do campo magnético determinada pela intensidade desta mesma
corrente. Um exemplo de eletroímã na indústria é aquele utilizado para separar
ferro velho. Por outro lado, existem os ímãs permanentes, aqueles utilizados para
89
vedação em portas de geladeira, que não necessitam de corrente elétrica para
promoverem um campo magnético. Diante disso, se faz necessário formular uma
pergunta; como surgem os campos magnéticos? Uma primeira resposta a esta
pergunta associa-se ao fato de as partículas carregadas eletricamente em
movimento, uma corrente em um fio, por exemplo, criam campos magnéticos. A
outra resposta é que partículas elementares, como os elétrons, possuem um
campo magnético intrínseco em sua volta; ou seja, este campo é uma
característica nata destas partículas, como também são a sua massa e carga
(HALLIDAY et al, 2003).
O campo magnético também pode ser definido em termos da força magnética
exercida sobre uma partícula eletricamente carregada em movimento. A unidade
no sistema internacional para o campo magnético é o newton por coulomb
.
metro
por segundo, que também é chamada de tesla (T). Uma unidade mais antiga para
o campo magnético é o gauss (G), ainda em uso corrente. Assim, podemos
evidenciar que
1 tesla = 10
4
gauss.
A Tabela 3.6 apresenta alguns campos magnéticos aproximados em algumas
situações.
Tabela 3.6 – Campos magnéticos aproximados (HALLIDAY et al, 2003)
Na superfície de uma estrela de nêutron 10
8
T
Próximo a um grande eletroímã 1,5 T
Próximo a uma pequena barra imantada 10
-2
T
Na superfície da Terra 10
-4
T
No espaço interestelar 10
-10
T
Menor valor em um ambiente blindado magneticamente 10
-14
T
As propriedades magnéticas dos materiais podem ser explicadas através dos seus
átomos e elétrons. Os ímãs possuem dois pólos, o pólo sul e o pólo norte por
90
convenção, o que os caracteriza como um fiel exemplo de dipolo magnético. Isto
tanto é verdade que, ao se partir um pedaço de ímã em vários pedaços menores,
até os seus átomos individuais, não se conseguirá isolar um único pólo.
Enfatizando ao que já foi dito, a estrutura magnética mais simples que pode existir
é um dipolo magnético. A partir do conceito de dipolo magnético, surge então o
enunciado da lei de Gauss para campos magnéticos. A lei afirma que o fluxo
magnético resultante através de qualquer superfície gaussiana fechada é nulo.
O magnetismo pode ser explicado através de três tipos gerais: diamagnetismo,
paramagnetismo e ferromagnetismo. O diamagnetismo é manifestado pelos
materiais mais comuns, o qual é tão fraco que poderá ser mascarado pelos outros
dois tipos de magnetismo. Assim, no diamagnetismo, são gerados fracos
momentos de dipolo magnético pelos átomos do material quando este é colocado
em um campo magnético externo.
O paramagnetismo se manifesta por materiais que contenham elementos de
transição, elementos de terras-raras (lantanídeos) e elementos actinídeos. Os
átomos dos materiais com esta característica possuem um momento de dipolo
resultante permanente, os quais estão orientados aleatoriamente e este material
carece de um campo magnético resultante. Este campo magnético resultante é
gerado a partir de um campo magnético externo que alinha parcialmente os
momentos de dipolo magnético atômicos. Tal alinhamento e campo magnético
resultante desaparecem ao se retirar o campo externo.
Por fim, o ferromagnetismo é uma propriedade do ferro, do níquel, cobalto
gadolínio e de alguns outros elementos (ligas e compostos destes elementos). A
característica de regiões com fortes momentos de dipolo magnético, apresentados
por estes materiais, se devem ao fato de alguns dos elétrons possuir momentos
de dipolo magnético resultante alinhados. Um campo externo pode então alinhar
os momentos magnéticos de tais regiões, produzindo um forte campo magnético
91
para uma amostra do material; o campo persiste parcialmente quando o campo
magnético externo é removido (HALLIDAY et al, 2003).
3.4.3 Benefícios proporcionados à água
Antes de descrever os benefícios proporcionados à água, deve-se entender sobre
a definição de momento de dipolo elétrico como sendo um vetor que aponta da
extremidade negativa para a extremidade positiva do dipolo.
Diante disso, a molécula de água (H
2
O) é um dipolo elétrico, tal molécula pode ser
observado na Figura 3.15. Observa-se nela que os pontos em negrito evidenciam
os núcleos de oxigênio (que possui oito prótons) e os dois núcleos de hidrogênio
(que possuem um próton cada). As áreas sombreadas em torno dos núcleos
representam as regiões nas quais podem estar localizados os elétrons.
Na molécula de água, os átomos de hidrogênio e o átomo de oxigênio não se
apresentam alinhados e sim formando um ângulo de 105° como destaca a Figura
3.15. Conseqüentemente, as moléculas de água apresentam um lado mais
“hidrogênio” e outro lado mais “oxigênio” bem definidos. Além disso, os 10 elétrons
da molécula de água tendem a permanecer mais próximo do núcleo de oxigênio
do que dos núcleos de hidrogênio (HALLIDAY et al, 2003). Desta maneira, o lado
de oxigênio da molécula tende a ser mais negativo do que o lado de hidrogênio,
criando assim um momento de dipolo p
ρ
que aponta na direção do eixo de simetria
da molécula, como mostrado.
Portanto, se esta molécula de água for colocada em um campo elétrico externo
E
ρ
,
ela se comportará do mesmo modo que seria esperado do mais abstrato dipolo
elétrico. Assim, uma vez que o campo elétrico é uniforme, a força resultante desse
campo sobre o dipolo é nula e o centro de massa do dipolo não se move. No
entanto, as forças sobre as extremidades carregadas produzem um torque
resultante sobre o dipolo em torno do seu centro de massa. A partir deste contexto
92
é que se verifica o benefício ganho pela água magnetizada, que agora se
apresenta de forma orientada como se observou na Figura 3.3.
Figura 3.15 – Molécula de água mostrando os três núcleos (representados por
pontos) e as regiões nas quais os elétrons podem estar localizados
(HALLIDAY et al, 2003)
Por outro lado, outras moléculas (chamadas de moléculas não-polares) e todos os
átomos isolados, os centros das cargas positivas e negativas coincidem, não
gerando nenhum momento de dipolo (Figura 3.16a). Entretanto, ao se colocar um
átomo ou uma molécula não-polar em um campo elétrico externo
E
ρ
, este distorce
as órbitas dos elétrons e separa os centros das cargas positivas e negativas. Isto
se observa na Figura 3.16b. Devido à carga negativa dos elétrons, estes tendem a
ser deslocado no sentido contrário ao campo. Este movimento cria um momento
de dipolo
p
ρ
que aponta na mesma direção e sentido do campo. Segundo Halliday
et al, este dipolo é induzido pelo campo e o átomo ou molécula é então polarizado
pelo campo (ele possui um lado positivo e um lado negativo). Quando este é
removido, o momento de dipolo induzido e polarização desaparecem.
93
Figura 3.16 – (a) Um átomo, mostrando o núcleo carregado positivamente e os
elétrons carregados negativamente (sombreados). Os centros das cargas positiva
e negativa coincidem. (b) Se o átomo for colocado em um campo elétrico
externo
E
ρ
, as órbitas dos elétrons são distorcidas, de modo que os centros das
cargas positiva e negativa não mais coincidem. Surge um momento de dipolo
induzido
p
ρ
. A distorção foi bastante exagerada na figura (HALLIDAY et al, 2003)
94
3.4.4 Tensão superficial da água
As forças atrativas entre moléculas neutras, quimicamente saturadas, postuladas
por Van der Walls, são também originadas por interações elétricas. Estas atrações
intermoleculares são reconhecidas de três maneiras. Primeiramente, quando duas
moléculas com dipolos permanentes se orientam reciprocamente de tal maneira,
resultando em uma atração. Posteriormente, se dá quando as moléculas dipolares
induzem a formação de dipolos em outras moléculas, originando também em uma
atração. E finalmente, a existência de forças atrativas entre as moléculas apolares.
Forças estas que são conhecidas como forças de dispersão devidas à polarização
provocada em uma das moléculas pelas flutuações da repartição de cargas na
outra molécula, e vice-versa. A partir desse exposto, as forças de atração de Van
der Walls de curto alcance entre as moléculas, responsáveis pela existência do
estado líquido, são uma evidência bastante conhecida. Desta maneira, os
fenômenos que regem a tensão superficial são explicáveis e se balizam por estas
forças (SHAW, 1975).
As moléculas situadas no interior de um líquido estão sujeitas a forças de atração
iguais em todas as direções, enquanto que as moléculas situadas, por exemplo,
numa superfície de separação líquido-ar estão submetidas a forças de atração
desequilibradas, do que resulta uma força em direção ao interior do líquido. Assim,
uma grande quantidade de moléculas se deslocará da superfície para o interior do
líquido e a superfície tenderá a contrair-se espontaneamente. Isto explica a
tendência da forma esférica que as gotículas de um líquido ou bolha de um gás
assumem. Conseqüentemente, existe uma diferença de pressão ao longo de uma
superfície curva, caracterizando uma maior pressão na parte côncava desta
mesma curva. Portanto, é mais conveniente definir tensão superficial e energia
livre superficial como sendo o trabalho necessário para aumentar a superfície em
uma unidade de área, por um processo isotérmico e reversível. A Tabela 3.7
apresenta alguns valores da tensão superficial para alguns líquidos à temperatura
de 20 °C.
95
Tabela 3.7 – Tensões superficiais para alguns líquidos à temperatura de 20 °C (SHAW, 1975).
LÍQUIDO
TENSÃO SUPERFICIAL
(dina/cm)
Água 72,75
Benzeno 28,88
Ácido acético 27,60
Acetona 23,70
CCl
4
26,80
Etanol 22,30
n-Octanol 27,50
n-Hexano 18,40
n-Octano 21,80
Mercúrio 485,00
Sabe-se que a tensão superficial da maioria dos líquidos diminui com o aumento
da temperatura, linearmente, exceto alguns metais, e se torna muito pequena nas
proximidades da temperatura crítica, na qual as forças coesivas intermoleculares
tendem a zero. Existem diversas equações empíricas que relacionam a tensão
superficial com a temperatura, sendo uma das mais satisfatórias a equação de
Ramsay e Shields.
Existem diversos métodos com suas equações para se medir a tensão superficial
de um líquido, sendo eles:
método do capilar;
método das placas de Wilhelmy;
método do anel;
métodos baseados em volume e peso da gotícula;
método da gota pendente e;
método do jato oscilante.
96
Quando uma gota de água é colocada sobre uma superfície sólida plana, ela
poderá espalhar-se completamente sobre toda a superfície, ou, mais
provavelmente, ela permanecerá como uma gota, com um certo ângulo de contato
com a superfície sólida. Tal fenômeno pode ser observado na Figura 3.17.
γ
L/Ar
Ar Líquido
θ
γ
S/Ar
Sólido γ
S/L
Figura 3.17 – Gota de um líquido colocado sobre uma superfície (SHAW, 1975)
É pela equação de Young que se calcula o ângulo de contato entre as superfícies.
()
θ
γ
cos1
//
++=
ArLLS
W (3.11)
Esse ângulo de contato será nulo quando as forças de atração entre líquido e
sólido forem iguais ou maiores do que as forças de atração entre líquido e líquido
e finito quando o líquido adere ao sólido com força menor do que a força que
causa sua própria coesão (SHAW, 1975). Deste modo, o sólido se mostrará
97
completamente umedecido pelo líquido se o ângulo de contato for nulo e
parcialmente umedecido se este ângulo de contato possuir um valor infinito.
Entretanto, alguns autores relacionam valores para este ângulo menores que 90°
a ocorrência de umedecimento e para valores maiores de 90° a ocorrência de não
umedecimento.
Diante do exposto anteriormente, parece fácil medir o ângulo de contato, mas isto
não é verdade, sendo complicado devido aos fatores a seguir:
se uma superfície estiver contaminada, isto tende a diminuir o ângulo de
contato;
as superfícies sólidas diferem das superfícies líquidas por apresentarem
imperfeições mesmo depois de um excelente polimento segundo os mais
rigorosos padrões ópticos, quando comparada com uma superfície líquida
em repouso;
depender se o líquido em uma superfície seca está avançando ou
retrocedendo de uma superfície úmida. Este efeito de histerese é mais
evidenciado em superfícies impuras. A diferença entre estes ângulos de
contato de líquidos que avançam ou retrocedem pode chegar a ser de até
50°. Tal efeito pode ser observado, por exemplo, através de gotas de
chuva em uma vidraça suja.
98
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Introdução
A partir de agora será descrito o que foi desenvolvido nesta pesquisa. Sabe-se
que a água de amassamento utilizada na confecção de concretos influencia
significativamente as suas propriedades. Contudo, estudos sobre a mesma ainda
são bastante escassos. O início das pesquisas usando água magnetizada se deu
por volta de 1962 por Wulachoufuski e Alnanina na Rússia. Pesquisas também
realizadas na China, Japão e Estados Unidos revelaram ganhos significativos às
propriedades do concreto como a trabalhabilidade, reação de hidratação
acelerada, ganho de resistência à compressão e uma melhor impermeabilidade à
penetração de agentes externos.
Conseqüentemente observou-se um ganho em resistência à compressão e uma
redução da quantidade de cimento utilizado nos concretos fabricados com a água
magnetizada. Desta maneira, os estudos de SU e WU (2003) confirmam uma
economia de cimento da ordem de 5% e os ganhos de resistência à compressão
em torno de 10% para concretos confeccionados com cinzas volantes. Por outro
lado, SU, WU e MAR (2000) obtiveram um ganho em resistência à compressão
dos concretos confeccionados com escória de alto forno entre 10% e 23%.
Serão apresentados os ensaios físicos dos materiais utilizados nesta pesquisa de
acordo com as normas técnicas conhecidas, bem como os traços de concreto
utilizados, métodos empregados e principalmente os resultados alcançados. Tais
resultados proporcionarão ou não um ganho adicional a toda comunidade
científica.
99
4.2 Materiais
4.2.1 Introdução
Os materiais utilizados nesta pesquisa foram devidamente analisados e ensaiados
para que fossem atingidos todos os objetivos aqui propostos anteriormente. Desta
maneira, estes materiais empregados na produção dos concretos cumprem as
especificações da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, são
facilmente encontrados no mercado e foram utilizados nas mesmas condições em
que são empregados usualmente. Tais materiais serão descritos nos tópicos
seguintes.
4.2.2 Aglomerante
O cimento utilizado nos experimentos desta pesquisa foi o cimento Portland
composto com escória do tipo CPII - E 40. A composição deste cimento deve,
segundo as especificações de norma e informação do fabricante, estar
compreendida entre os limites fixados na Tabela 4.1.
Tabela 4.1 – Componentes do cimento Portland composto com escória
Componentes (% em massa)
Sigla
Classe de
Resistência
Clínquer + Sulfatos
de Cálcio
Escória
granulada
de alto-forno
Gesso
Material
Carbonático
CP II-E 40 62 34 4 0
As exigências químicas para o CP II-E 40 devem estar contidas dentro dos limites
estabelecidos por norma, conforme Tabela 4.2.
100
Tabela 4.2 – Exigências químicas para o cimento Portland composto com escória
Limites (% da massa)
Determinações químicas
CP II-E
Resíduo insolúvel (RI)
2,5
Perda ao fogo (PF) 6,5
Óxido de magnésio (MgO) 6,5
Trióxido de enxofre (SO
3
) 4,0
Anidrido carbônico (CO
2
) 5,0
As exigências físicas e mecânicas também são estabelecidas por norma,
conforme apresentado na Tabela 4.3.
Tabela 4.3 – Exigências físicas e mecânicas para o CP II-E 40.
Limites
Características e Propriedades Unidade
CP II-E
Resíduo na peneira 75µm % 10,0
Finura
Área específica m
2
/kg 280,0
Tempo de início de pega H 1,0
Expansibilidade a quente Mm 5,0
3 dias de idade MPa 15,0
7 dias de idade MPa 25,0
Resistência
à compressão
28 dias de idade MPa 40,0
Tempo de fim de pega* H 10,0
Expansibilidade a frio* mm 5,0
Teor da escória* % 6-34
Teor de material pozolânico* % -
Teor de material carbonático* % 0-10
* facultativas
101
4.2.3 Agregado graúdo
Os agregados graúdos utilizados neste trabalho foram obtidos a partir de rochas
compactas depositadas geologicamente, chamadas de jazidas, as quais foram
extraídas e beneficiadas pelo processo industrial de fragmentação controlada com
auxílio de britadores. Uma outra definição para os agregados graúdos pode ser
entendida como o material proveniente do britamento de rochas estáveis, o qual
admite um máximo de 15% de sua massa passante na peneira de 4,8 mm. A
classificação destes materiais britados de acordo com suas dimensões é dada a
seguir, sendo diâmetro mínimo a abertura da peneira à qual corresponde uma
porcentagem retida igual ou imediatamente superior a 95%. Desta maneira:
brita 0 4,8 – 9,5 mm
brita 1 9,5 – 19 mm
brita 2 19 – 25 mm
brita 3 25 – 50 mm
brita 4 50 – 76 mm
As britas utilizadas no presente trabalho foram as identificadas como N° 0 e N° 1,
de origem calcária e adquiridas junto a um fornecedor da cidade de Pedro
Leopoldo no estado de Minas Gerais. As rochas sedimentares calcárias são
constituídas de mais de 50% de carbonato de sódio e suas características físicas
são comumente:
densidade 2,8 kg/dm
3
taxa de ruptura sob compressão 160 MPa
taxa de ruptura sob flexão 20 MPa
taxa de ruptura sob tração 8 MPa
módulo de elasticidade 74000 MPa
coeficiente de Poisson 0,23
102
Assim sendo, os materiais selecionados para o estudo apresentam a seguinte
caracterização:
4.2.3.1 Brita calcária n° 0
Entende-se por agregado graúdo como sendo o pedregulho ou a brita proveniente
de rochas estáveis, ou mistura de ambos, cujos grãos passam por uma peneira de
malha quadrada com abertura nominal de 152 mm e ficam retidos na peneira
ABNT 4,8 mm. Para um melhor entendimento, a Tabela 4.4 apresenta o conjunto
de peneiras utilizadas para peneirar o agregado graúdo e classificá-lo.
Conseqüentemente, a composição granulométrica do agregado graúdo consiste
na distribuição porcentual, em massa, das várias frações dimensionais deste
agregado em relação à amostra total. Esta composição é expressa pela
porcentagem individual ou acumulativa de material que passa ou fica retido nas
peneiras da série normal ou intermediaria.
A dimensão máxima característica do agregado graúdo é definido pela abertura da
malha quadrada, em milímetros, de uma das peneiras listadas na Tabela 4.4, à
qual corresponde uma porcentagem retida acumulada menor ou igual a 5% em
massa. A dimensão máxima característica da brita 0 utilizada neste trabalho foi de
12,5 mm. Outra propriedade física do agregado graúdo é o seu módulo de finura.
Ele é a soma das porcentagens retidas acumuladas em massa desse agregado,
nas peneiras da série normal, dividida por 100. A brita 0 aqui utilizada apresentou
módulo de finura igual a 5,98 conforme NBR 7211 - Agregados para concreto
(ABNT, 1983).
103
Tabela 4.4 – Conjunto de peneiras conforme NBR NM-ISO 3310-1
Série Normal Série Intermediária
ABNT 76 mm -
- ABNT 64 mm
- ABNT 50 mm
ABNT 38 mm -
- ABNT 32 mm
- ABNT 25 mm
ABNT 19 mm -
- ABNT 12,5 mm
ABNT 9,5 mm -
- ABNT 6,3 mm
ABNT 4,8 mm -
ABNT 2,4 mm -
ABNT 1,2 mm -
ABNT 0,600 mm -
ABNT 0,300 mm -
ABNT 0,150 mm -
O teor de argila em torrões e materiais friáveis consiste nas partículas presentes
no agregado, as quais são suscetíveis de serem desfeitas pela pressão entre os
dedos polegar e indicador. O valor para esta propriedade foi determinado
pesando-se a amostra de brita 0 antes e depois de serem retirados os torrões de
argila ou fragmentos friáveis. Desta maneira, esta brita 0 utilizada para as
confecções dos concretos neste trabalho apresentou um teor de argila e materiais
friáveis da ordem de 0,0% conforme NBR 7218 - Agregados - Determinação do
teor de argila em torrões e materiais friáveis - Método de ensaio (ABNT, 1987).
O teor de material pulverulento para a brita 0 em questão foi obtido conforme NBR
NM 46 - Agregados - Determinação do material fino que passa através da peneira
75 µm, por lavagem (ABNT, 2003), na qual ele é retirado lavando-se a amostra de
104
agregado simplesmente, ou também com o emprego de um agente umectante
dissolvido nesta água e exprimindo o peso do material retirado em porcentagem
do peso da amostra. Tal valor obtido foi de 0,4%.
A massa unitária desse agregado graúdo é o quociente da massa do agregado
lançado no recipiente paralelepipédico metálico pelo seu volume conforme NBR
7251 - Agregado em estado solto - Determinação da massa unitária – Método de
ensaio (ABNT, 1982). Tal ensaio apresentou para a brita 0 utilizada neste trabalho
uma massa unitária de 1,44 kg/dm
3
.
O valor da massa específica real da brita 0 foi obtido conforme prescreve a NBR
NM 53 - Agregado graúdo - Determinação de massa específica, massa específica
aparente e absorção de água (ABNT, 2003), a qual permite medir o volume total
ocupado pelos grãos da amostra de agregado, cuja massa é previamente medida
em estado seco e posteriormente saturada com superfície seca. Assim, para a
brita 0 aqui analisada, a massa específica real obtida foi de 2,71 kg/dm
3
.
Por fim, as propriedades físicas da brita 0 relacionadas anteriormente estão
resumidas e apresentadas na Tabela 4.5. A composição granulométrica deste
mesmo material pode ser definida como a proporção relativa, expressa em %, dos
diferentes tamanhos de grãos que se encontram constituídos no todo. A
distribuição granulométrica tem uma enorme influência nas propriedades do
concreto endurecido. Portanto, para esta brita 0 utilizada nesta dissertação de
mestrado, a Tabela 4.6 apresenta a distribuição granulométrica da mesma.
4.2.3.2 Brita calcária n° 1
Apresentar-se-á as definições das propriedades físicas desse agregado graúdo,
bem como seus respectivos valores obtidos no final deste tópico, em configuração
de tabelas de uma forma sintética.
105
Tabela 4.5 – Propriedades físicas da brita 0 utilizada neste trabalho
Ensaios Realizados Resultados Limites
Massa específica (kg/dm
3
) 2,71 ----
Limite granulométrico do agregado graúdo Graduação 0 ----
Massa unitária (kg/dm
3
) 1,44 ----
Teor de argila (%) 0,0 < 3,0
Teor de material pulverulento (%) 0,4 < 1,0
Módulo de finura 5,98 ----
Dimensão máxima do agregado (mm) 12,5 ----
Tabela 4.6 – Granulometria da brita 0 utilizada neste trabalho
Ensaio de Granulometria
Amostra: 3009 gramas de brita 0
Porcentagens Retidas (%)
Peneira
(mm)
Peso
Retido
(g)
Individuais Acumuladas
19 0,0 0,00 0,00
12,5 0,0 0,00 0,00
9,5 300,6 9,99 9,99
6,3 1724,5 57,31 67,30
4,8 768,3 25,53 92,83
2,4 182,3 6,06 98,89
1,2 4,0 0,13 99,02
0,6 0,0 0,00 99,02
0,3 0,0 0,00 99,02
0,15 0,0 0,00 99,02
Fundo 29,3 0,97 100,00
Total 3009,0 100 598
106
Sabe-se que agregado graúdo é o pedregulho ou a brita proveniente de rochas
estáveis, ou mistura de ambos, cujos grãos passam por uma peneira de malha
quadrada com abertura nominal de 152 mm e ficam retidos na peneira ABNT 4,8
mm. Para um melhor entendimento, a Tabela 4.4 apresentou o conjunto de
peneiras utilizadas para peneirar o agregado graúdo e classificá-lo.
Conseqüentemente, a composição granulométrica do agregado graúdo consiste
na distribuição porcentual, em massa, das várias frações dimensionais deste
agregado em relação à amostra total. Esta composição é expressa pela
porcentagem individual ou acumulativa de material que passa ou fica retido nas
peneiras da série normal ou intermediaria.
A dimensão máxima característica do agregado graúdo é definido pela abertura da
malha quadrada, em milímetros, de uma das peneiras listadas na Tabela 4.4, à
qual corresponde uma porcentagem retida acumulada menor ou igual a 5% em
massa. A dimensão máxima característica da brita 1 utilizada neste trabalho foi de
25 mm. Outra propriedade física do agregado graúdo é o seu módulo de finura.
Ele é a soma das porcentagens retidas acumuladas em massa desse agregado,
nas peneiras da série normal, dividida por 100. A brita 1 aqui utilizada apresentou
módulo de finura igual a 7,05 conforme NBR 7211 - Agregados para concreto
(ABNT, 1983).
O teor de argila em torrões e materiais friáveis consiste nas partículas presentes
no agregado, as quais são suscetíveis de serem desfeitas pela pressão entre os
dedos polegar e indicador. O valor para esta propriedade foi determinado
pesando-se a amostra de brita 1 antes e depois de serem retirados os torrões de
argila ou fragmentos friáveis. Desta maneira, esta brita 1 utilizada para as
confecções dos concretos neste trabalho apresentou um teor de argila e materiais
friáveis da ordem de 0,0% conforme NBR 7218 - Agregados - Determinação do
teor de argila em torrões e materiais friáveis - Método de ensaio (ABNT, 1987).
107
O teor de material pulverulento para a brita 1 em questão foi obtido conforme NBR
NM 46 - Agregados - Determinação do material fino que passa através da peneira
75 µm, por lavagem (ABNT, 2003), na qual ele é retirado lavando-se a amostra de
agregado simplesmente, ou também com o emprego de um agente umectante
dissolvido nesta água e exprimindo o peso do material retirado em porcentagem
do peso da amostra. Tal valor obtido foi de 0,5%.
A massa unitária desse agregado graúdo é o quociente da massa do agregado
lançado no recipiente paralelepipédico metálico pelo seu volume conforme NBR
7251 - Agregado em estado solto - Determinação da massa unitária – Método de
ensaio (ABNT, 1982). Tal ensaio apresentou para a brita 1 utilizada neste trabalho
uma massa unitária de 1,47 kg/dm
3
.
O valor da massa específica real da brita 1 foi obtido conforme prescreve a NBR
NM 53 - Agregado graúdo - Determinação de massa específica, massa específica
aparente e absorção de água (ABNT, 2003), a qual permite medir o volume total
ocupado pelos grãos da amostra de agregado, cuja massa é previamente medida
em estado seco e posteriormente saturada com superfície seca. Assim, para a
brita 1 aqui analisada, a massa específica real obtida foi de 2,70 kg/dm
3
.
Por fim, as propriedades físicas da brita 1 relacionadas anteriormente estão
resumidas e apresentadas na Tabela 4.7. A composição granulométrica deste
mesmo material pode ser definida como a proporção relativa, expressa em %, dos
diferentes tamanhos de grãos que se encontram constituídos no todo. A
distribuição granulométrica tem uma enorme influência nas propriedades do
concreto endurecido. Portanto, para esta brita 1 utilizada nesta dissertação de
mestrado, a Tabela 4.8 apresenta a distribuição granulométrica da mesma.
108
Tabela 4.7 – Propriedades físicas da brita 1 utilizada neste trabalho
Ensaios Realizados Resultados Limites
Massa específica (kg/dm
3
) 2,70 ----
Limite granulométrico do agregado graúdo Graduação 1 ----
Massa unitária (kg/dm
3
) 1,47 ----
Teor de argila (%) 0,0 < 3,0
Teor de material pulverulento (%) 0,5 < 1,0
Módulo de finura 7,05 ----
Dimensão máxima do agregado (mm) 25 ----
Tabela 4.8 – Granulometria da brita 1 utilizada neste trabalho
Ensaio de Granulometria
Amostra: 5000 gramas de brita 1
Porcentagens Retidas (%)
Peneira
(mm)
Peso
Retido
(g)
Individuais Acumuladas
25 94 1,88 1,88
19 966 19,32 21,20
12,5 1802 36,04 57,24
9,5 1749 34,98 92,22
6,3 321 6,42 98,64
4,8 0 0,00 98,64
2,4 0 0,00 98,64
1,2 0 0,00 98,64
0,6 0 0,00 98,64
0,3 0 0,00 98,64
0,15 0 0,00 98,64
Fundo 68 1,36 100,00
Total 5000 100 ----
109
4.2.4 Agregado miúdo
Há cerca de 25 anos atrás, a maioria dos concretos no Brasil eram
confeccionados com a utilização de agregados miúdos naturais como as areias de
cava ou de rio. Com o passar dos tempos e a busca de novas tecnologias de
produção de concretos, principalmente no que diz respeito à qualidade dos
materiais e o surgimento também de novos materiais.
A indústria de extração de rochas percebeu que existia em suas instalações um
grande passivo de material fino, de granulometria abaixo da peneira ABNT 4,8
mm. Diante deste problema, esta indústria lançou no mercado os chamados
agregados miúdos artificiais como as areias artificiais.
O agregado miúdo natural utilizado neste trabalho é proveniente de depósito
sedimentar que se formou no leito do rio, cuja extração se faz por meio de dragas
de sucção, que bombeiam a água, contendo cerca de 5% a 10% de areia, para
lagos de decantação, de onde o material é retirado. No entanto, a areia natural
média lavada para este trabalho foi fornecida por uma empresa da cidade de São
Gonçalo do Pará no estado das Minas Gerais. Apresentar-se-á as definições das
propriedades físicas desse agregado miúdo, bem como seus respectivos valores
obtidos no final deste tópico, em configuração de tabelas de uma forma sintética.
Entende-se por agregado miúdo como sendo areia de origem natural ou resultante
do britamento de rochas estáveis, ou mistura de ambas, cujos grãos passam pela
peneira ABNT 4,8 mm e ficam retidos na peneira ABNT 0,075 mm. Para um
melhor entendimento, a Tabela 4.4 apresentou o conjunto de peneiras utilizadas
para peneirar o agregado miúdo e classificá-lo. Conseqüentemente, a composição
granulométrica do agregado miúdo consiste na distribuição porcentual, em massa,
das varias frações dimensionais deste agregado em relação à amostra total. Esta
composição é expressa pela porcentagem individual ou acumulativa de material
que passa ou fica retido nas peneiras da série normal ou intermediária.
110
A dimensão máxima característica do agregado miúdo é definido pela abertura da
malha quadrada, em milímetros, de uma das peneiras listadas na Tabela 4.4, à
qual corresponde uma porcentagem retida acumulada menor ou igual a 5% em
massa. A dimensão máxima característica do agregado miúdo utilizado neste
trabalho foi de 4,8 mm. Outra propriedade física do agregado miúdo é o seu
módulo de finura. Ele é a soma das porcentagens retidas acumuladas em massa
do agregado, nas peneiras da série normal, dividida por 100. O agregado miúdo
aqui utilizado apresentou módulo de finura igual a 2,95 conforme NBR 7211 -
Agregados para concreto (ABNT, 1983).
O teor de argila em torrões e materiais friáveis consiste nas partículas presentes
no agregado, as quais são suscetíveis de serem desfeitas pela pressão entre os
dedos polegar e indicador. O valor para esta propriedade foi determinado
pesando-se a amostra de areia antes e depois de serem retirados os torrões de
argila ou fragmentos friáveis. Desta maneira, o agregado miúdo utilizado para as
confecções dos concretos neste trabalho apresentou um teor de argila e materiais
friáveis da ordem de 0,5% conforme NBR 7218 - Agregados - Determinação do
teor de argila em torrões e materiais friáveis - Método de ensaio (ABNT, 1987).
O teor de material pulverulento para o agregado miúdo em questão foi obtido
conforme NBR NM 46 - Agregados - Determinação do material fino que passa
através da peneira 75 µm, por lavagem (ABNT, 2003), na qual ele é retirado
lavando-se a amostra de agregado simplesmente, ou também com o emprego de
um agente umectante dissolvido nesta água e exprimindo o peso do material
retirado em porcentagem do peso da amostra. Tal valor obtido foi de 2,6%.
A massa unitária do agregado miúdo é o quociente da massa do agregado
lançado no recipiente paralelepipédico metálico pelo seu volume conforme NBR
7251 - Agregado em estado solto - Determinação da massa unitária – Método de
ensaio (ABNT, 1982). O agregado miúdo utilizado neste trabalho obteve uma
massa unitária de 1,32 kg/m
3
.
111
A massa específica real do agregado miúdo é obtida através do auxílio do frasco
de Chapman conforme NBR NM 52 - Agregado miúdo - Determinação de massa
específica e de massa específica aparente (ABNT, 2003), o qual permite medir o
volume total ocupado pelos grãos da amostra de agregado, cuja massa é
previamente medida em estado seco. Assim, para a areia aqui analisada, a massa
específica real obtida foi de 2,61 kg/dm
3
.
O conhecimento do teor de umidade do agregado miúdo é de grande importância,
uma vez que eles são entregues em obra sempre úmidos, isto obriga a correção
da quantidade de água que deverá ser empregada na confecção dos concretos,
levando em conta os reajustes nas quantidades do material, quer medidos em
peso ou em volume. O teor de umidade apresentado pela areia aqui ensaiada
para determinar as suas propriedades físicas foi de 4,1%.
A areia foi ensaiada conforme NBR NM 30 - Agregado miúdo - Determinação da
absorção de água (ABNT, 2000) para determinar a sua porcentagem de absorção
de água. Tal ensaio é definido pelo processo pelo qual um líquido é conduzido e
tende a ocupar os poros permeáveis de um corpo sólido poroso até atingir o
estado de saturação com superfície seca. Portanto, para a amostra aqui ensaiada,
o valor da absorção de água foi de 0,03%.
Por fim, as propriedades físicas do agregado miúdo relacionadas anteriormente
estão resumidas e apresentadas na Tabela 4.9. A composição granulométrica
deste mesmo material pode ser definida como a proporção relativa, expressa em
%, dos diferentes tamanhos de grãos que se encontram constituídos no todo. A
distribuição granulométrica tem uma enorme influência nas propriedades do
concreto endurecido. Portanto, para esta areia média utilizada nesta dissertação
de mestrado, a Tabela 4.10 apresenta a distribuição granulométrica da mesma.
112
Tabela 4.9 – Propriedades físicas da areia utilizada neste trabalho
Ensaios Realizados Resultados Limites
Massa específica real (kg/dm
3
) 2,61 ----
Absorção (%) 0,03 < 0,05
Massa unitária (kg/dm
3
) 1,32 ----
Teor de argila (%) 0,50 < 1,50
Teor de material pulverulento (%) 2,60 < 5,00
Módulo de finura 2,95 ----
Dimensão máxima do agregado (mm) 4,80 ----
Teor de umidade (%) 4,10 ----
Limite granulométrico do agregado miúdo Zona 3 (média)
Tabela 4.10 – Granulometria da areia utilizada neste trabalho
Ensaio de Granulometria
Amostra: 500 gramas de areia
Porcentagens Retidas (%)
Peneira
(mm)
Peso
Retido
(g)
Individuais Acumuladas
9,5 0 0 0
6,3 0 0 0
4,8 13,2 2,64 2,64
2,4 74,5 14,90 17,54
1,2 93,2 18,64 36,18
0,6 124,7 24,94 61,12
0,3 93,6 18,72 79,84
0,15 87,2 17,44 97,28
Fundo 13,6 2,72 ----
Total 500 100 294,6
113
4.2.5 Adição Mineral - Pó de Pedra
É aconselhável a utilização de pó de pedra na confecção de concretos, uma vez
que esta adição mineral proporciona ganhos de resistência à compressão,
diminuição na permeabilidade e na capilaridade em conformidade com a
trabalhabilidade do mesmo. Existem casos em que foram adicionadas quantidades
de pó de pedra quase iguais às quantidades do cimento empregado. Desta
maneira, as limitações para o pó de pedra não são severas como para a argila.
Logo, o maior inconveniente das partículas muito finas é em relação à diminuição
da resistência ao desgaste por abrasão. Entretanto, os agregados que possuírem
uma quantidade de argila ou pó superiores aos limites indicados deverão ser
lavados, ou se preferir, serem submetidos a ensaios previamente para estudar o
seu comportamento no concreto.
A norma NBR 12655 - Concreto - Preparo, controle e recebimento (ABNT, 1996)
define adição mineral como todos os sólidos minerais, em estado seco na forma
pulverulenta, inertes ou ativos. A partir desta definição, a adição mineral utilizada
neste trabalho resulta de processos industriais de britagem e foi adquirido junto ao
fornecedor da cidade de Pedro Leopoldo nas Minas Gerais. Apresentar-se-á as
definições das propriedades físicas desse pó de pedra, bem como seus
respectivos valores obtidos no final deste tópico, em configuração de tabelas de
uma forma sintética.
Sabe-se que o pó de pedra é um material de origem artificial resultante do
britamento de rochas estáveis, ou mistura de ambas, cujos grãos passam pela
peneira ABNT 4,8 mm e ficam retidos na peneira ABNT 0,075 mm. Para um
melhor entendimento, a Tabela 4.4 apresentou o conjunto de peneiras utilizadas
para peneirar essa adição mineral e classificá-la. Conseqüentemente, a
composição granulométrica desta adição consiste na distribuição porcentual, em
massa, das varias frações dimensionais deste material em relação à amostra total.
114
Esta composição é expressa pela porcentagem individual ou acumulativa de
material que passa ou fica retido nas peneiras da série normal ou intermediaria.
A dimensão máxima característica do pó de pedra é definido pela abertura da
malha quadrada, em milímetros, de uma das peneiras listadas na Tabela 4.4, à
qual corresponde uma porcentagem retida acumulada menor ou igual a 5% em
massa. A dimensão máxima característica do pó de pedra utilizado neste trabalho
foi de 4,8 mm. Outra propriedade física desta adição mineral é o seu módulo de
finura. Ele é a soma das porcentagens retidas acumuladas em massa do material,
nas peneiras da série normal, dividida por 100. O pó de pedra aqui utilizado
apresentou módulo de finura igual a 1,83 conforme NBR 7211 - Agregados para
concreto (ABNT, 1983).
O teor de argila em torrões e materiais friáveis consiste nas partículas presentes
no material, as quais são suscetíveis de serem desfeitas pela pressão entre os
dedos polegar e indicador. O valor para esta propriedade foi determinado
pesando-se a amostra de pó de pedra antes e depois de serem retirados os
torrões de argila ou fragmentos friáveis. Desta maneira, este pó de pedra utilizado
para as confecções dos concretos neste trabalho apresentou um teor de argila e
materiais friáveis da ordem de 0,0% conforme NBR 7218 - Agregados -
Determinação do teor de argila em torrões e materiais friáveis - Método de ensaio
(ABNT, 1987).
O teor de material pulverulento para o pó de pedra em questão foi obtido conforme
NBR NM 46 - Agregados - Determinação do material fino que passa através da
peneira 75 µm, por lavagem (ABNT, 2003), na qual ele é retirado lavando-se a
amostra de material simplesmente, ou também com o emprego de um agente
umectante dissolvido nesta água e exprimindo o peso do material retirado em
porcentagem do peso da amostra. Tal valor obtido foi de 38,4% valor este bem
superior ao limite de 5% e que não afetou as características e propriedades do
concreto.
115
A massa unitária do pó de pedra é o quociente da massa deste lançado no
recipiente paralelepipédico metálico pelo seu volume conforme NBR 7251 -
Agregado em estado solto - Determinação da massa unitária – Método de ensaio
(ABNT, 1982). O pó de pedra aqui utilizado obteve uma massa unitária de 1,29
kg/dm
3
.
A massa específica real do pó de pedra é obtida através do auxílio do frasco de
Chapman conforme NBR NM 52 - Agregado miúdo - Determinação de massa
específica e de massa específica aparente (ABNT, 2003), o qual permite medir o
volume total ocupado pelos grãos da amostra deste material, cuja massa é
previamente medida em estado seco. Assim, para o pó de pedra aqui analisado, a
massa específica real obtida foi de 2,72 kg/dm
3
.
O conhecimento do teor de umidade da adição mineral é de grande importância,
uma vez que este material é entregue nas obras sempre úmido, isto obriga a
correção da quantidade de água que deverá ser empregada na confecção dos
concretos, levando em conta os reajustes nas quantidades do material, quer
medidos em peso ou em volume. O teor de umidade apresentado pelo pó de
pedra, aqui ensaiado, para determinar as suas propriedades físicas foi de 3,1%.
O pó de pedra foi ensaiado conforme NBR NM 30 - Agregado miúdo -
Determinação da absorção de água (ABNT, 2000) para determinar a sua
porcentagem de absorção de água. Tal ensaio é definido pelo processo pelo qual
um líquido é conduzido e tende a ocupar os poros permeáveis de um corpo sólido
poroso até atingir o estado de saturação com superfície seca. Portanto, para a
amostra aqui ensaiada, o valor da absorção de água foi de 0,02%.
Por fim, as propriedades físicas do pó de pedra relacionadas anteriormente estão
resumidas e apresentadas na Tabela 4.11. A composição granulométrica deste
mesmo material pode ser definida como a proporção relativa, expressa em %, dos
116
diferentes tamanhos de grãos que se encontram constituídos no todo. A
distribuição granulométrica tem uma enorme influência nas propriedades do
concreto endurecido. Portanto, para este pó de pedra utilizado nesta dissertação
de mestrado, a Tabela 4.12 apresenta a distribuição granulométrica do mesmo.
Tabela 4.11 – Propriedades físicas do pó de pedra utilizado neste trabalho
Ensaios Realizados Resultados Limites
Massa específica real (kg/dm
3
) 2,72 ----
Absorção (%) 0,02 < 0,05
Massa unitária (kg/dm
3
) 1,29 ----
Teor de argila (%) 0,0 < 1,5
Teor de material pulverulento (%) 38,4 < 5,0
Módulo de finura 1,83 ----
Dimensão máxima do agregado (mm) 4,80 ----
Teor de umidade (%) 3,10 ----
Tabela 4.12 – Granulometria do pó de pedra utilizado neste trabalho
Ensaio de Granulometria
Amostra: 500 gramas de pó de pedra
Porcentagens Retidas (%)
Peneira (mm)
Peso
Retido
(g)
Individuais Acumuladas
9,5 0 0 0
6,3 0 0 0
4,8 10 2,0 2,0
2,4 84 16,8 19,0
1,2 60 12,0 31,0
0,6 43 8,6 39,0
0,3 25 5,0 44,0
0,15 18 3,6 48,0
Fundo 260 52,0 100,0
Total 500 100 183
117
4.2.6 Aditivo Mastermix 390 N
O aditivo utilizado na confecção dos traços de concretos para esta pesquisa foi um
aditivo plastificante. Este aditivo é líquido, pronto paro o uso, plastificante e redutor
de água de amassamento. Também é isento de cloretos e atende aos requisitos
de desempenho da norma EB 1763 (Tipo P).
Sua ficha técnica é a seguinte:
Função Principal: Plastificante Multidosagem Polifuncional
Base Química: Lignosulfonatos
Aspecto: Líquido
Cor: Castanho Escuro
Densidade: 1,16 a 1,20 g/cm
3
pH: 7 a 9
Sólidos: 34 a 38%
Sua aplicabilidade é bastante ampla, podendo ser utilizado em concretos
convencionais e bombeados dosados em centrais, concretos para pavimentos,
concretos aparentes, concretos protendidos, concretos confeccionados em obra e
concretos pré-moldados. Este aditivo imprime aos mesmos, um maior tempo de
trabalhabilidade, mas este tempo é função da temperatura, dos tipos de cimentos
e agregados utilizados, do transporte realizado, do consumo de cimento e da
própria quantidade dosada deste aditivo. Em dosagens elevadas de aditivo, este
proporciona um concreto mais plástico com a mesma relação água/cimento.
Os benefícios e as propriedades que os concretos, tanto no estado fresco quanto
endurecido, adquirem com a utilização deste aditivo são relacionadas abaixo:
Facilidade no bombeamento de concretos bombeáveis;
Melhora a trabalhabilidade e conseqüentemente aumenta o Slump;
Redução da quantidade de água de amassamento;
118
Melhora a coesão e homogeneidade da massa;
Melhora o rendimento do cimento devido ao efeito dispersante;
Promove um melhor adensamento;
Reduz a permeabilidade do concreto;
Aumenta a durabilidade do concreto;
Diminui a retração e fissuramento do concreto nas primeiras idades;
Ganho significativo das resistências finais dos concretos.
A sua utilização nos traços de concreto deve ser sempre feita em conjunto com a
água de amassamento e nunca adicionado aos materiais secos do concreto como
os agregados e cimentos. As dosagens possíveis variam de 0,2 a 1 litro de aditivo
para cada 100 kg de cimento. Este aditivo proporciona uma redução da água de
amassamento da ordem de 8 a 15% em uma comparação de concretos sem este
aditivo. Tal redução também dependerá da quantidade utilizada, tipo de cimento e
traço desenvolvido. Para se atingir a performance total deste produto, recomenda-
se a execução de testes preliminares. Entretanto, se este aditivo for utilizado
juntamente com outros aditivos, deve-se, dissolvê-los em água separadamente e
adicioná-los à mistura um de cada vez. O tempo de pega do concreto pode ser
influenciado pela temperatura e umidade ambientes, bem como o aumento do teor
de dosagem deste produto.
Este aditivo plastificante polifuncional pode ser adquirido a granel, tambores de
200 litros com 236 kg de produto ou em bombonas de 30 kg. O tempo de validade
é de 9 meses a partir da data de fabricação e das condições do armazenamento,
que deve ser feito em locais isentos de poeira, cobertos, secos, ventilados, longe
das intempéries, fontes de calor, evitando o contato com ácidos e oxidantes. Ao
manusear este aditivo deve-se estar utilizando os devidos equipamentos de
proteção individual como óculos, luvas e botas impermeáveis. Evite o contato com
a pele e olhos, evite também fumar próximo a este produto. Finalmente, este
119
produto é classificado como não tóxico, não inflamável, não corrosivo, porém
impróprio para o consumo humano.
4.2.7 Água de amassamento
Para a confecção dos concretos neste trabalho foram utilizados dois tipos de água
necessárias ao amassamento da mistura. Primeiramente utilizou-se no traço de
referência água retirada diretamente da torneira, água esta que é fornecida pela
companhia de abastecimento de água do estado de Minas Gerais.
Posteriormente, esta mesma água foi submetida ao processo de magnetização e
utilizada.
A companhia de abastecimento de água do estado de Minas Gerais realiza
anualmente diversas análises da qualidade da água fornecida. Esses testes são
realizados para quatro aspectos. O primeiro é quanto ao aspecto físico, no qual se
verifica a presença de cor, cheiro e sabor da água, além da sua turbidez, devido a
resíduos não eliminados. O segundo aspecto é o químico, no qual se verifica a
presença de materiais orgânicos ou inorgânicos que podem afetar a saúde da
população. O terceiro aspecto analisado é o bacteriológico, no qual se pesquisa a
presença de coliformes e outros indícios de microorganismos causadores de
doenças. Por fim, o aspecto hidrobiológico verifica a presença de microorganismos
(vegetais e animais) que prejudiquem o tratamento da água ou que possam liberar
substâncias tóxicas. Assim, os parâmetros medidos para avaliação da qualidade
da água envolvem a turbidez, cor, pH, cloro, flúor, coliforme total e Escherichia
coli. A turbidez envolve alterações no aspecto estético da água, causado pela
presença de partículas sólidas em suspensão, oriundas do contato com o solo e
rochas, ou ainda aquelas provenientes de rejeitos domésticos e industriais.
Quanto à cor, observam-se alterações na coloração da água, causadas pelo seu
contato com resíduos de origem orgânica, como folhas e fragmentos de madeira,
ou substâncias metálicas, como ferro e manganês. O pH exprime a qualidade
ácida, básica ou neutra com que a água pode se apresentar. Estas características,
120
por sua vez, estão relacionadas com a capacidade de a mesma se apresentar
incrustante ou corrosiva dos materiais dos diversos equipamentos com os quais
ela entra em contato, como redes de distribuição e reservatórios, possuindo ainda
uma relação direta com a eficiência da desinfecção através do cloro. Já o cloro é
um produto químico utilizado para eliminar microorganismos que não foram
removidos ou eliminados nas etapas anteriores do tratamento da água. A
presença residual do cloro na água tratada final funciona como uma segurança
adicional, contra eventuais contaminações durante o processo de distribuição. Ao
se adicionar flúor à água final tratada, objetiva-se a colaboração na prevenção de
cárie dental, contribuindo para a melhoria da saúde bucal da população.
Finalmente, os indicadores microbiológicos de coliformes totais e Escherichia coli
visam, respectivamente, a eliminação dos microorganismos e matéria fecal que
possam causar doenças ao ser humano.
A água utilizada no concreto de referência, retirada diretamente da torneira,
apresentou os seguintes parâmetros físico-químicos, como se observa na Tabela
4.13.
Já a água submetida ao processo de magnetização através dos protótipos
apresentados na Figura 4.1 apresentou os seguintes parâmetros físico-químicos
conforme se observa na Tabela 4.14. A Figura 4.2 apresenta o esquema de
montagem do protótipo de indução magnética apresentado na Figura 4.1.
121
Tabela 4.13 – Parâmetros físico-químicos da água de torneira para confecção de
concretos
Resultados da Água
Referência Padrão
Item Analisado
Água de
Torneira NM 137/1997
pH
8,1 5,5 – 9,0
Condutividade elétrica (μ mhos/cm)
109 -
Turbidez (NTU)
<1 -
< 2000*
< 700** Cloretos [Cl
-
] (mg/L) 10,3
< 500***
Oxigênio Consumido (mg/L)
<1 -
Acidez Carbônica (mg/L)
2,4 -
Alcalinidade bicarbonatos em CaCO
3
(mg/L)
29 -
Dureza total CaCO
3
(mg/L)
46 -
Cálcio (mg/L)
14,5 -
Magnésio (mg/L)
2,4 -
Sulfatos [SO
4
]
2
(mg/L)
6 < 2000
* Valor máximo para concreto simples; ** Valor máximo para concreto armado; *** Valor máximo para concreto protendido
122
(a)
(b)
Figura 4.1 – Protótipos de Indução magnética. (a) Montagem realizada na central
de concreto; (b) Montagem efetuada no laboratório do DEMC da Escola de
Engenharia – UFMG
123
Tabela 4.14 – Parâmetros físico-químicos da água magnetizada para confecção
de concretos
Resultados da Água
Referência Padrão
Item Analisado
Água
Magnetizada NM 137/1997
pH
8,0 5,5 – 9,0
Condutividade elétrica (μmhos/cm)
129 -
Turbidez (NTU)
22 -
< 2000*
< 700** Cloretos [Cl
-
] (mg/L) 7,4
< 500***
Oxigênio Consumido (mg/L)
1,0 -
Acidez Carbônica (mg/L)
3,1 -
Alcalinidade bicarbonatos em CaCO
3
(mg/L)
37 -
Dureza total CaCO
3
(mg/L)
57 -
Cálcio (mg/L)
15,7 -
Magnésio (mg/L)
4,4 -
Sulfatos [SO
4
]
2
(mg/L)
15 < 2000
* Valor máximo para concreto simples; ** Valor máximo para concreto armado; *** Valor máximo para concreto protendido
A água magnetizada é aquela coletada diretamente da torneira e acondicionada
em um reservatório, sendo posteriormente submetida a um campo magnético de
0,8 Tesla, por um período de 6 horas, através da passagem por quatro células de
indução, a uma vazão de bombeamento em torno de 2940 litros/h. Tal processo
de indução magnética da água pode ser observado nas Figuras 4.1 e 4.2.
124
Vale a pena ressaltar que, a escolha pela adoção do tempo de 6 horas para
realizar a imantação da água, foi definida a partir de análise da tensão superficial
da mesma em diversos períodos, e que foi realizada através do equipamento
tensiômetro digital, modelo k10st e fabricado pela KRUSS (vide Figura 4.3). Como
resultado deste estudo observou-se que a tensão superficial da água normal
(obtida diretamente da torneira) apresenta um valor médio de 72,0 dina/cm. Já a
mesma água contendo aditivo tensoativo (Mastermix 390 N), proporcionado na
razão de 0,6% em peso de cimento, foi de 56,1 dina/cm. Por outro lado, os valores
das tensões superficiais da água normal submetida ao processo de magnetização
por 4 (quatro) diferentes tempos (2, 4, 6 e 8 horas) são apresentadas na Tabela
4.15. Em função da citada tabela, é notório se observar que não há mudança
significativa da tensão superficial da água imantada a partir do tempo de
imantação de 6 horas, e por esta razão a opção de trabalho recaiu sobre este
período.
Figura 4.2 – Esquema de montagem do equipamento de indução magnética
Bomba
Célula de Imantação
Célula de Imantação
Célula de Imantação
Célula de Imantação
Reservatório de
Água
125
Tabela 4.15 – Tensão superficial da água normal e com aditivo tensoativos em
função do tempo de magnetização em dois esquemas de montagem
(a) Montagem na central de concreto
Tipo de água Tempo de Imantação da
água normal de torneira
(horas)
Tensão Superficial
(dina/cm)
2 72,5
Sem aditivo 4 70,7
tensoativo 6 65,1
8 64,2
2 54,0
Com aditivo 4 52,1
tensoativo 6 49,1
8 48,2
(b) Montagem no Laboratório UFMG
Tipo de água Tempo de Imantação da
água normal de torneira
(horas)
Tensão Superficial
(dina/cm)
2 70,8
Sem aditivo 4 67,7
tensoativo 6 62,8
8 62,2
2 53,4
Com aditivo 4 50,8
tensoativo 6 46,5
8 46,1
É fácil observar que os resultados da tensão superficial obtidos na montagem
realizada na UFMG são inferiores àqueles obtidos na central de dosagem,
motivados pelo fato de que os testes realizados na água coletada no campo só
126
foram realizados aproximadamente 6 horas após a sua coleta, fato que, com
certeza, não interferiu na manutenção do benefício proporcionado pela
magnetização da água originária da concessionária.
Figura 4.3 – Tensiômetro digital k10st fabricado pela KRUSS
4.3 Métodos
4.3.1 Introdução
Após a caracterização dos materiais empregados na confecção dos concretos;
dando seqüência e conformidade aos objetivos desta pesquisa, este tópico
apresenta o detalhamento do planejamento de todo o programa experimental
desenvolvido. Os métodos e ensaios aqui empregados seguiram minuciosamente
as recomendações das normas brasileiras e estrangeiras.
A pesquisa desenvolvida neste trabalho foi dividida em duas etapas. A primeira
etapa consistiu na determinação das propriedades no estado fresco dos concretos
127
confeccionados com e sem água magnetizada, em especial a consistência pelo
abatimento do tronco de cone. Na segunda etapa determinaram-se as
propriedades mecânicas dos concretos endurecidos confeccionados com e sem
água magnetizada, especificamente as resistências à compressão e à tração,
módulo de elasticidade dinâmico e absorção, a fim de avaliar a redução do
consumo de cimento com utilização da água magnetizada.
Deve-se salientar que os concretos confeccionados sem água magnetizada são
tidos como concreto referência (padrão), alicerce de todo o estudo desta pesquisa.
4.3.2 Proporcionamento e misturas
Primeiramente foram definidos os traços, mais utilizados, de concretos que seriam
objetos de estudo desta pesquisa, fornecidos pela central de concreto. Os traços
foram divididos em concretos convencionais, que apresentam como característica
principal Slump Test (5 ± 1) cm, e concretos bombeados, que apresentam como
característica principal Slump Test (9 ± 1). A Tabela 4.16 evidencia os materiais,
como aglomerante, agregados graúdos e miúdos, aditivo e água, empregados nos
traços de concreto convencional e a Tabela 4.17 apresenta também estes
mesmos materiais utilizados nos traços de concreto bombeado.
Tanto para os traços de concreto Convencional quanto para os traços de concreto
Bombeado será adotado os seguintes termos Água Normal e Água Magnetizada.
Água Normal será definida como sendo a água fornecida pela companhia de
abastecimento de água da cidade de Belo Horizonte coletada diretamente de uma
torneira. Já a Água Magnetizada será esta mesma Água Normal coletada e
acondicionada em um reservatório, a qual foi submetida ao processo de indução
magnética (Figuras 4.1 e 4.2) por um período de 6 horas para posteriormente ser
utilizada na confecção dos concretos.
128
Tabela 4.16 – Proporção dos materiais empregados nos traços de concreto
convencional (consumo de materiais para por m
3
de concreto produzido)
Traços de Concreto Convencional
Materiais
1 2 3 4 5 6
Resistência Característica (MPa) 10 15 18 20 25 30
Cimento (kg) 167 218 238 250 279 338
Brita 0 276 277 277 278 278 279 Agregado Graúdo
(kg) Brita 1 826 829 831 832 834 837
Agregado Miúdo (kg) 579 549 536 528 512 476
Adição Mineral (kg) 311 295 289 285 275 257
Aditivo (ml) 1002 1308 1428 1500 1674 2028
Água de Amassamento (litros) 170 170 170 170 170 170
Fator a/c 1,018 0,780 0,714 0,680 0,609 0,503
Slump (cm) 5 ± 1 5 ± 1 5 ± 1 5 ± 1 5 ± 1 5 ± 1
Tabela 4.17 – Proporção dos materiais empregados nos traços de concreto
bombeado (consumo de materiais para por m
3
de concreto produzido)
Traços de Concreto Bombeado
Materiais
7 8 9 10 11 12
Resistência Característica (MPa) 10 15 18 20 25 30
Cimento (kg) 178 233 255 267 299 362
Brita 0 153 153 154 154 154 155 Agregado Graúdo
(kg) Brita 1 866 870 871 873 875 876
Agregado Miúdo (kg) 603 570 556 549 530 494
Adição Mineral (kg) 324 307 300 295 285 266
Aditivo (ml) 1068 1398 1530 1602 1794 2172
Água de Amassamento (litros) 182 182 182 182 182 182
Fator a/c 1,022 0,781 0,714 0,682 0,609 0,503
Slump (cm) 9 ± 1 9 ± 1 9 ± 1 9 ± 1 9 ± 1 9 ± 1
129
Como a água magnetizada submetida a esse processo apresentava-se com
temperatura superior à água normal, sem magnetização, foram determinados os
valores destas temperaturas para possíveis observações futuras. Os valores
destas temperaturas serão apresentados no item 4.3.3 deste trabalho.
A partir deste contexto, para cada uma das 6 diferentes composições de concreto
convencional (10, 15, 18, 20, 25 e 30 MPa), procedeu-se à variação do tipo de
água utilizado, tal como mostrado a seguir:
Concretos convencionais de 10, 15, 18, 20, 25 e 30 MPa:
9 Traço A: Padrão central de concreto com água normal.
9 Traço B: Mesmo traço A, porém substituindo a água normal por
água magnetizada.
9 Traço C: Manter o mesmo slump do traço A reduzindo (controlando
a adição) a água magnetizada.
9 Traço D: Reduzir cimento mantendo o mesmo fator a/c do traço A e
quantidade de água magnetizada reduzida do traço C.
Analogamente, para cada uma das 6 diferentes composições de concreto
bombeado (10, 15, 18, 20, 25 e 30 MPa), também se procedeu à variação do
tipo de água utilizada, a saber:
Concretos bombeados de 10, 15, 18, 20, 25 e 30 MPa:
9 Traço A: Padrão central de concreto com água normal.
9 Traço B: Mesmo traço A, porém substituindo a água normal por
água magnetizada.
130
9 Traço C: Manter o mesmo slump do traço A reduzindo (controlando
a adição) a água magnetizada.
9 Traço D: Reduzir cimento mantendo o mesmo fator a/c do traço A e
quantidade de água magnetizada reduzida do traço C.
Para um melhor entendimento dos Traços A, B, C e D têm-se:
¾ Traço A: Traços padrões da central de concreto produzidos com água
normal, os quais estão identificados nas Tabelas 4.15 e 4.16, como 1, 2, 3,
4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12, e que foram dosados para uma escala
laboratorial de volume 50 litros.
¾ Traço B: Mesmo traço A, porém substituindo o volume de água normal
pelo mesmo volume de água magnetizada.
¾ Traço C: Manter o mesmo slump do traço A, reduzindo (controlando a
adição) o volume de água magnetizada, até se obter a igualdade do valor
do abatimento do troco de cone.
¾ Traço D: Reduzir cimento mantendo o mesmo fator a/c do traço A e
quantidade de água magnetizada reduzida do traço C através da seguinte
fórmula:
X
C
ca =/
(4.1)
onde:
a/c = Fator água/cimento;
C = Volume de água reduzido no Traço C;
X = Nova massa de cimento a ser utilizada no Traço D.
Posteriormente à definição dos traços de concreto que seriam utilizados neste
trabalho, os materiais utilizados para a confecção dos mesmos foram adicionados
131
a uma betoneira com capacidade de 320 litros. O volume de concreto utilizado em
cada traço desenvolvido (Traço A, Traço B, Traço C e Traço D), para sua
respectiva resistência característica, foi de 50 litros. Os materiais foram
submetidos a um rigoroso processo de pesagem, a fim de converter o
proporcionamento dos mesmos do volume de 1 m
3
para o volume de 0,050 m
3
.
Desta forma, a ordem de adição dos materiais á betoneira bem como os seus
respectivos tempos de mistura são apresentados na Tabela 4.18.
4.3.3 Ensaios Realizados
As temperaturas das águas de amassamento utilizadas na confecção dos
concretos convencionais estão apresentadas na Tabela 4.19, enquanto que, na
Tabela 4.20 podem ser observadas as temperaturas das águas de amassamento
utilizadas na confecção dos concretos bombeados. Estas temperaturas foram
obtidas com o auxílio de um termômetro digital.
Após a mistura dos concretos, foram realizados nos mesmos os testes de
consistência pelo abatimento do tronco de cone conforme prescreve a NBR NM 67
- Concreto – Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone
(ABNT, 1998). Para a realização destes ensaios, o concreto fresco foi amostrado
conforme a NBR NM 33 - Concreto – Amostragem de concreto fresco (ABNT,
1994). Os valores desse ensaio realizado podem ser observados tanto para os
concretos convencionais (ver Tabela 4.21) quanto para os concretos bombeados
(ver Tabela 4.22).
132
Tabela 4.18 – Ordem de colocação dos materiais na betoneira bem como seus
tempos de mistura
Ordem Movimento Materiais
Tempo de
Mistura
Acionar a betoneira ----- Indeterminado
Colocação dos materiais
com betoneira em
movimento
Agregados Graúdos
+ Agregado Miúdo
Indeterminado
Adição de água
Parte da Água com
Aditivo
1 Minuto
Desligar a betoneira ----- Parado
Colocação dos materiais
com betoneira desligada
Cimento + Adição
Mineral
Parado
Acionar a betoneira e
Adicionar a água
Restante da Água
com Aditivo
3 Minutos
Desligar a betoneira ----- 3 Minutos
Ligar novamente a betoneira ----- 2 Minutos
Tabela 4.19 – Temperatura da água de amassamento dos concretos
convencionais
Temperatura da água de amassamento (°C)
Concreto
Convencional
10 MPa 15 MPa 18 MPa 20 MPa 25 MPa 30 MPa
Traço A 24,0 24,5 27,0 28,0 26,0 25,0
Traço B 33,0 32,0 34,0 38,0 32,0 36,0
Traço C 30,5 31,5 33,5 37,5 31,0 35,0
Traço D 29,5 30,5 32,5 36,5 29,0 34,0
133
Tabela 4.20 – Temperatura da água de amassamento dos concretos bombeados
Temperatura da água de amassamento (°C) Concreto
Bombeado
10 MPa 15 MPa 18 MPa 20 MPa 25 MPa 30 MPa
Traço A 27,0 24,0 29,0 26,0 27,0 30,0
Traço B 33,0 33,0 39,0 39,5 39,5 40,0
Traço C 31,5 32,5 38,0 38,5 38,5 39,5
Traço D 30,5 31,0 38,0 37,5 38,5 39,5
Tabela 4.21 – Valores da consistência pelo abatimento do tronco de cone (slump)
dos concretos convencionais
Slump Test (cm) Concreto
Convencional
10 MPa 15 MPa 18 MPa 20 MPa 25 MPa 30 MPa
Traço A 5,7 5,6 5,4 5,9 5,1 5,5
Traço B 14,8 14,6 14,9 14,9 14,5 14,1
Traço C 5,4 5,7 5,2 5,1 5,3 4,8
Traço D 5,9 5,2 5,8 5,0 5,5 5,1
Em relação à temperatura observada na água de amassamento dos concretos e
apresentadas nas Tabelas 4.20 e 4.21, MEHTA (1994) referencia que até 30ºC
não se observa nenhum tipo de influência nas propriedades físicas e mecânicas
dos concretos produzidos. Entretanto, não foi escopo do presente trabalho avaliar
com rigor e nem detalhar a influência do aumento da temperatura da água na
reologia e propriedades físicas de um concreto. É necessário observar que o
aumento da temperatura da água é provocado pela dissipação de energia quando
do processo de sucessivas passagens pelo sistema de imantação e
magnetização.
134
Tabela 4.22 – Valores da consistência pelo abatimento do tronco de cone (slump)
dos concretos bombeados
Slump Test (cm)
Concreto
Bombeado
10 MPa 15 MPa 18 MPa 20 MPa 25 MPa 30 MPa
Traço A 9,0 9,4 9,6 9,0 9,5 9,9
Traço B 14,8 14,6 14,4 15,0 14,1 13,8
Traço C 8,9 9,0 9,3 9,1 8,5 9,8
Traço D 8,7 8,5 8,8 8,9 8,8 10,0
A partir das variações apresentadas nas Tabelas 4.21 e 4.22 foi possível observar
que:
- o aumento da consistência observada no traço B foi motivada exclusivamente
pelo uso da água magnetizada;
- no traço C foi realizado um ajuste do abatimento registrado no tronco de cone, a
partir da redução do volume de água imposto à mistura;
- já no traço D também foi realizado o ajuste do abatimento concomitantemente
com uma redução no consumo de cimento, objetivando a manutenção do fator a/c
(água/cimento) original.
Posteriormente, após a determinação da consistência dos concretos, procedeu-se
à moldagem e adensamento dos corpos de prova conforme NBR 5738 - Concreto
– Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova (ABNT, 2003). Foram
moldados 10 corpos de prova cilíndricos (10 cm x 20 cm) e cinco corpos de prova
também cilíndricos (15 cm x 30 cm) para cada traço específico. Desta maneira,
para o Traço A, Traço B, Traço C e Traço D foram moldados, respectivamente, 15
corpos de prova para cada um. Continuando, foram expostos anteriormente, 6
diferentes resistências características tanto para os traços de concreto
convencional quanto para os traços de concreto bombeado; totalizando assim 12
135
traços. Como cada traço específico de concreto foi dividido em quatro novos
traços, tem-se, multiplicando, um total de 48 traços de concreto confeccionados
para o desenvolvimento desta pesquisa. Conseqüentemente, foram moldados
neste trabalho 720 corpos de prova sendo 480 (10 cm x 20 cm) e 240 (15 cm x 30
cm).
Durante as primeiras 24 h após a moldagem dos corpos de prova, estes foram
armazenados em local plano, protegidos contra intempéries, desmoldados,
identificados e colocados em reservatório de cura contendo solução estática e
saturada de hidróxido de cálcio a (23 ± 2)°C.
Os ensaios realizados nos concretos endurecidos para a determinação de suas
propriedades mecânicas, conforme prescreve a normalização estão evidenciados
na Tabela 4.23.
Tabela 4.23 – Procedimentos experimentais para determinação das propriedades
mecânicas dos concretos endurecidos
Propriedade Mecânica Norma
Resistência à Compressão
NBR 5739: Concreto – Ensaio de compressão de corpos-de-
prova cilíndricos
Resistência à Tração
NBR 7222: Argamassa e concreto – Determinação da
resistência à tração por compressão diametral de corpos de
prova
Módulo de Elasticidade
Dinâmico
BS 1881. Testing concrete. Part 203. Recommendations for
measurement of velocity of ultrasonic pulses in concrete
Absorção
NBR 9778: Argamassa e concreto endurecidos –
Determinação da absorção de água por imersão – Índice de
vazios e massa específica
136
As resistências à compressão dos concretos específicos desta pesquisa foram
determinadas, de acordo com as recomendações da NBR 5739 - Concreto –
Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos (ABNT, 1994), nas idades
de 3, 7 e 28 dias. Nas idades de 3 e 7 dias foram rompidos 3 corpos de prova
cilíndricos de dimensões 10 cm de diâmetro por 20 cm de altura. Já na idade de
28 dias foram rompidos 3 corpos de prova cilíndricos de dimensões 10 cm de
diâmetro por 20 cm de altura e também 2 corpos de prova cilíndricos de
dimensões 15 cm de diâmetro por 30 cm de altura. Para a realização destes
ensaios foi utilizada uma prensa de compressão universal de 200 tf e sensibilidade
de 100 kg, fabricação EMIC, munida de medidor de deformação com precisão de
0,001 mm e acoplada por sistema de aquisição de dados, denominado de TESC.
Portanto, os resultados dos ensaios de compressão são apresentados nas
Tabelas 4.24 a 4.35 e também nos Gráficos 4.1 a 4.12.
137
Tabela 4.24 – Resistências à compressão do concreto convencional de 10 MPa
Resistência à Compressão (MPa) Concreto Convencional
10 MPa
3 dias 7 dias 28 dias
1,98 5,55 10,96
2,04 5,61 10,88
1,95 5,58 10,54
- - 10,78
Valores
- - 10,62
Média (MPa) 1,99 5,58 10,75
Traço A
Desvio Padrão (MPa) 0,05 0,03 0,17
2,11 5,73 11,79
2,20 5,82 11,58
2,15 5,94 11,62
- - 11,82
Valores
- - 11,75
Média (MPa) 2,15 5,83 11,71
Traço B
Desvio Padrão (MPa) 0,04 0,10 0,10
2,40 6,02 12,58
2,38 6,10 12,63
2,46 6,05 12,76
- - 12,78
Valores
- - 12,85
Média (MPa) 2,41 6,05 12,72
Traço C
Desvio Padrão (MPa) 0,04 0,04 0,11
2,01 5,80 10,98
2,06 5,96 11,11
2,10 5,92 10,95
- - 11,06
Valores
- - 11,16
Média (MPa) 2,05 5,89 11,05
Traço D
Desvio Padrão (MPa) 0,04 0,08 0,08
138
Tabela 4.25 – Resistências à compressão do concreto convencional de 15 MPa
Resistência à Compressão (MPa) Concreto Convencional
15 MPa
3 dias 7 dias 28 dias
3,16 8,87 15,89
3,14 8,80 15,78
3,04 8,53 15,28
- - 15,63
Valores
- - 15,40
Média (MPa)
3,11 8,73 15,60
Traço A
Desvio Padrão (MPa)
0,06 0,18 0,25
3,40 9,54 17,10
3,34 9,37 16,79
3,35 9,40 16,85
- - 17,14
Valores
- - 17,04
Média (MPa)
3,37 9,44 16,98
Traço B
Desvio Padrão (MPa)
0,03 0,09 0,15
3,63 10,18 18,24
3,64 10,22 18,31
3,68 10,32 18,50
- - 18,53
Valores
- - 18,63
Média (MPa)
3,65 10,24 18,44
Traço C
Desvio Padrão (MPa)
0,03 0,08 0,16
3,17 8,88 15,92
3,21 8,99 16,11
3,16 8,86 15,88
- - 16,04
Valores
- - 16,18
Média (MPa)
3,18 8,91 16,03
Traço D
Desvio Padrão (MPa)
0,02 0,07 0,13
139
Tabela 4.26 – Resistências à compressão do concreto convencional de 18 MPa
Resistência à Compressão (MPa) Concreto Convencional
18 MPa
3 dias 7 dias 28 dias
3,73 10,46 18,75
3,71 10,39 18,62
3,59 10,06 18,03
- - 18,44
Valores
- - 18,17
Média (MPa)
3,67 10,30 18,40
Traço A
Desvio Padrão (MPa)
0,08 0,21 0,30
4,02 11,26 20,18
3,94 11,06 19,81
3,96 11,09 19,88
- - 20,23
Valores
- - 20,11
Média (MPa)
3,97 11,14 20,04
Traço B
Desvio Padrão (MPa)
0,04 0,11 0,18
4,28 12,01 21,52
4,30 12,06 21,61
4,34 12,18 21,83
- - 21,87
Valores
- - 21,98
Média (MPa)
4,31 12,08 21,76
Traço C
Desvio Padrão (MPa)
0,03 0,09 0,19
3,74 10,48 18,79
3,78 10,61 19,01
3,73 10,46 18,74
- - 18,93
Valores
- - 19,09
Média (MPa)
3,75 10,52 18,91
Traço D
Desvio Padrão (MPa)
0,03 0,08 0,15
140
Tabela 4.27 – Resistências à compressão do concreto convencional de 20 MPa
Resistência à Compressão (MPa) Concreto Convencional
20 MPa
3 dias 7 dias 28 dias
4,40 12,35 22,13
4,37 12,26 21,97
4,23 11,87 21,28
- - 21,76
Valores
- - 21,44
Média (MPa)
4,34 12,16 21,71
Traço A
Desvio Padrão (MPa)
0,09 0,25 0,36
4,74 13,29 23,81
4,65 13,04 23,38
4,67 13,09 23,46
- - 23,87
Valores
- - 23,73
Média (MPa)
4,69 13,14 23,65
Traço B
Desvio Padrão (MPa)
0,05 0,13 0,22
5,05 14,17 25,39
5,07 14,23 25,50
5,13 14,37 25,76
- - 25,81
Valores
- - 25,94
Média (MPa)
5,08 14,26 25,68
Traço C
Desvio Padrão (MPa)
0,04 0,11 0,22
4,41 12,37 22,17
4,46 12,52 22,43
4,40 12,34 22,11
- - 22,34
Valores
- - 22,53
Média (MPa)
4,43 12,41 22,32
Traço D
Desvio Padrão (MPa)
0,03 0,09 0,17
141
Tabela 4.28 – Resistências à compressão do concreto convencional de 25 MPa
Resistência à Compressão (MPa) Concreto Convencional
25 MPa
3 dias 7 dias 28 dias
5,20 14,57 26,11
5,16 14,47 25,92
5,00 14,01 25,11
- - 25,68
Valores
- - 25,30
Média (MPa)
5,12 14,35 25,62
Traço A
Desvio Padrão (MPa)
0,11 0,30 0,42
5,59 15,68 28,10
5,49 15,39 27,59
5,51 15,45 27,68
- - 28,17
Valores
- - 28,00
Média (MPa)
5,53 15,51 27,91
Traço B
Desvio Padrão (MPa)
0,05 0,15 0,26
5,96 16,72 29,96
5,99 16,79 30,09
6,05 16,96 30,40
- - 30,46
Valores
- - 30,61
Média (MPa)
6,00 16,82 30,30
Traço C
Desvio Padrão (MPa)
0,04 0,13 0,27
5,21 14,60 26,16
5,27 14,77 26,47
5,19 14,56 26,09
- - 26,36
Valores
- - 26,59
Média (MPa)
5,22 14,64 26,33
Traço D
Desvio Padrão (MPa)
0,04 0,11 0,21
142
Tabela 4.29 – Resistências à compressão do concreto convencional de 30 MPa
Resistência à Compressão (MPa) Concreto Convencional
30 MPa
3 dias 7 dias 28 dias
6,49 18,21 32,64
6,45 18,08 32,40
6,25 17,51 31,39
- - 32,10
Valores
- - 31,63
Média (MPa)
6,40 17,94 32,03
Traço A
Desvio Padrão (MPa)
0,13 0,37 0,52
6,99 19,60 35,13
6,86 19,24 34,49
6,89 19,31 34,60
- - 35,21
Valores
- - 35,00
Média (MPa)
6,91 19,38 34,89
Traço B
Desvio Padrão (MPa)
0,07 0,19 0,32
7,45 20,90 37,45
7,48 20,99 37,61
7,56 21,20 38,00
- - 38,08
Valores
- - 38,26
Média (MPa)
7,50 21,03 37,88
Traço C
Desvio Padrão (MPa)
0,06 0,16 0,34
6,51 18,25 32,70
6,58 18,46 33,09
6,49 18,20 32,61
- - 32,95
Valores
- - 33,24
Média (MPa)
6,53 18,30 32,92
Traço D
Desvio Padrão (MPa)
0,05 0,14 0,26
143
Tabela 4.30 – Resistências à compressão do concreto bombeado de 10 MPa
Resistência à Compressão (MPa) Concreto Bombeado
10 MPa
3 dias 7 dias 28 dias
2,25 6,30 11,29
2,23 6,25 11,21
2,16 6,06 10,86
- - 11,10
Valores
- - 10,94
Média (MPa)
2,21 6,20 11,08
Traço A
Desvio Padrão (MPa)
0,05 0,13 0,18
2,42 6,78 12,14
2,37 6,66 11,93
2,38 6,68 11,97
- - 12,17
Valores
- - 12,10
Média (MPa)
2,39 6,70 12,06
Traço B
Desvio Padrão (MPa)
0,02 0,06 0,11
2,58 7,23 12,96
2,59 7,26 13,01
2,62 7,33 13,14
- - 13,16
Valores
- - 13,24
Média (MPa)
2,59 7,27 13,10
Traço C
Desvio Padrão (MPa)
0,02 0,05 0,11
2,25 6,31 11,31
2,28 6,39 11,44
2,24 6,29 11,28
- - 11,39
Valores
- - 11,49
Média (MPa)
2,26 6,33 11,38
Traço D
Desvio Padrão (MPa)
0,02 0,05 0,09
144
Tabela 4.31 – Resistências à compressão do concreto bombeado de 15 MPa
Resistência à Compressão (MPa) Concreto Bombeado
15 MPa
3 dias 7 dias 28 dias
3,23 9,05 16,22
3,20 8,99 16,10
3,10 8,70 15,60
- - 15,95
Valores
- - 15,72
Média (MPa)
3,18 8,91 15,92
Traço A
Desvio Padrão (MPa)
0,07 0,18 0,26
3,47 9,74 17,45
3,41 9,56 17,14
3,42 9,60 17,20
- - 17,49
Valores
- - 17,39
Média (MPa)
3,44 9,63 17,33
Traço B
Desvio Padrão (MPa)
0,03 0,09 0,16
3,71 10,39 18,62
3,72 10,43 18,69
3,76 10,54 18,88
- - 18,91
Valores
- - 19,02
Média (MPa)
3,73 10,45 18,83
Traço C
Desvio Padrão (MPa)
0,03 0,08 0,17
3,23 9,07 16,25
3,27 9,18 16,44
3,22 9,04 16,21
- - 16,37
Valores
- - 16,52
Média (MPa)
3,24 9,10 16,36
Traço D
Desvio Padrão (MPa)
0,03 0,07 0,13
145
Tabela 4.32 – Resistências à compressão do concreto bombeado de 18 MPa
Resistência à Compressão (MPa) Concreto Bombeado
18 MPa
3 dias 7 dias 28 dias
3,94 11,04 19,79
3,91 10,96 19,64
3,79 10,62 19,03
- - 19,46
Valores
- - 19,18
Média (MPa)
3,88 10,87 19,42
Traço A
Desvio Padrão (MPa)
0,08 0,22 0,31
4,24 11,88 21,29
4,16 11,67 20,91
4,18 11,71 20,98
- - 21,34
Valores
- - 21,22
Média (MPa)
4,19 11,75 21,15
Traço B
Desvio Padrão (MPa)
0,04 0,11 0,19
4,52 12,68 22,72
4,54 12,72 22,80
4,58 12,85 23,03
- - 23,07
Valores
- - 23,20
Média (MPa)
4,55 12,75 22,97
Traço C
Desvio Padrão (MPa)
0,03 0,09 0,20
3,95 11,06 19,83
3,99 11,19 20,06
3,94 11,04 19,78
- - 19,97
Valores
- - 20,15
Média (MPa)
3,96 11,10 19,96
Traço D
Desvio Padrão (MPa)
0,03 0,08 0,16
146
Tabela 4.33 – Resistências à compressão do concreto bombeado de 20 MPa
Resistência à Compressão (MPa) Concreto Bombeado
20 MPa
3 dias 7 dias 28 dias
4,37 12,26 21,97
4,34 12,16 21,80
4,20 11,79 21,12
- - 21,60
Valores
- - 21,29
Média (MPa)
4,30 12,07 21,56
Traço A
Desvio Padrão (MPa)
0,09 0,25 0,35
4,70 13,19 23,63
4,62 12,95 23,21
4,63 12,99 23,29
- - 23,69
Valores
- - 23,55
Média (MPa)
4,65 13,04 23,47
Traço B
Desvio Padrão (MPa)
0,04 0,13 0,21
5,02 14,07 25,22
5,04 14,12 25,31
5,09 14,26 25,56
- - 25,61
Valores
- - 25,75
Média (MPa)
5,05 14,15 25,49
Traço C
Desvio Padrão (MPa)
0,04 0,10 0,22
4,38 12,28 22,01
4,43 12,42 22,27
4,37 12,25 21,96
- - 22,17
Valores
- - 22,37
Média (MPa)
4,39 12,32 22,15
Traço D
Desvio Padrão (MPa)
0,03 0,09 0,17
147
Tabela 4.34 – Resistências à compressão do concreto bombeado de 25 MPa
Resistência à Compressão (MPa) Concreto Bombeado
25 MPa
3 dias 7 dias 28 dias
5,33 14,96 26,80
5,29 14,84 26,60
5,13 14,38 25,77
- - 26,35
Valores
- - 25,97
Média (MPa)
5,25 14,72 26,30
Traço A
Desvio Padrão (MPa)
0,11 0,31 0,43
5,74 16,09 28,83
5,63 15,80 28,32
5,65 15,85 28,41
- - 28,90
Valores
- - 28,73
Média (MPa)
5,68 15,91 28,64
Traço B
Desvio Padrão (MPa)
0,05 0,15 0,26
6,12 17,17 30,77
6,14 17,23 30,88
6,21 17,40 31,18
- - 31,24
Valores
- - 31,42
Média (MPa)
6,16 17,27 31,10
Traço C
Desvio Padrão (MPa)
0,04 0,12 0,27
5,34 14,98 26,85
5,41 15,16 27,17
5,33 14,95 26,79
- - 27,05
Valores
- - 27,29
Média (MPa)
5,36 15,03 27,03
Traço D
Desvio Padrão (MPa)
0,04 0,11 0,21
148
Tabela 4.35 – Resistências à compressão do concreto bombeado de 30 MPa
Resistência à Compressão (MPa) Concreto Bombeado
30 MPa
3 dias 7 dias 28 dias
6,51 18,24 32,70
6,46 18,11 32,45
6,26 17,54 31,44
- - 32,15
Valores
- - 31,68
Média (MPa)
6,41 17,97 32,08
Traço A
Desvio Padrão (MPa)
0,13 0,37 0,52
7,00 19,63 35,17
6,88 19,28 34,55
6,90 19,34 34,66
- - 35,26
Valores
- - 35,05
Média (MPa)
6,92 19,42 34,94
Traço B
Desvio Padrão (MPa)
0,07 0,19 0,32
7,47 20,95 37,54
7,50 21,02 37,67
7,57 21,23 38,04
- - 38,11
Valores
- - 38,33
Média (MPa)
7,51 21,06 37,94
Traço C
Desvio Padrão (MPa)
0,05 0,14 0,33
6,52 18,28 32,76
6,60 18,50 33,15
6,50 18,24 32,68
- - 33,00
Média (MPa)
- - 33,29
Média (MPa)
6,54 18,34 32,98
Traço D
Desvio Padrão (MPa)
0,05 0,14 0,26
149
Resistências à compressão do concreto
convencional de 10 MPa X Idade
0
3
6
9
12
15
3728
Idade (dias)
Resistência (MPa)
Traço A
Traço B
Traço C
Traço D
Gráfico 4.1 – Curvas das resistências médias à compressão do concreto
convencional de 10 MPa x Idade
Resistências à compressão do concreto
convencional de 15 MPa X Idade
0
5
10
15
20
3728
Idade (dias)
Resistência (MPa)
Traço A
Traço B
Traço C
Traço D
Gráfico 4.2 – Curvas das resistências médias à compressão do concreto
convencional de 15 MPa x Idade
150
Resistências à compressão do concreto
convencional de 18 MPa X Idade
0
5
10
15
20
25
3728
Idade (dias)
Resistência (MPa)
Traço A
Traço B
Traço C
Traço D
Gráfico 4.3 – Curvas das resistências médias à compressão do concreto
convencional de 18 MPa x Idade
Resistências à compressão do concreto
convencional de 20 MPa X Idade
0
6
12
18
24
30
3728
Idade (dias)
Resistência (MPa)
Traço A
Traço B
Traço C
Traço D
Gráfico 4.4 – Curvas das resistências médias à compressão do concreto
convencional de 20 MPa x Idade
151
Resistências à compressão do concreto
convencional de 25 MPa X Idade
0
7
14
21
28
35
3728
Idade (dias)
Resistência (MPa)
Traço A
Traço B
Traço C
Traço D
Gráfico 4.5 – Curvas das resistências médias à compressão do concreto
convencional de 25 MPa x Idade
Resistências à compressão do concreto
convencional de 30 MPa X Idade
0
8
16
24
32
40
3728
Idade (dias)
Resistência (MPa)
Traço A
Traço B
Traço C
Traço D
Gráfico 4.6 – Curvas das resistências médias à compressão do concreto
convencional de 30 MPa x Idade
152
Resistências à compressão do concreto
bombeado de 10 MPa X Idade
0
3
6
9
12
15
3728
Idade (dias)
Resistência (MPa)
Traço A
Traço B
Traço C
Traço D
Gráfico 4.7 – Curvas das resistências médias à compressão do concreto
bombeado de 10 MPa x Idade
Resistências à compressão do concreto
bombeado de 15 MPa X Idade
0
5
10
15
20
3728
Idade (dias)
Resistência (MPa)
Traço A
Traço B
Traço C
Traço D
Gráfico 4.8 – Curvas das resistências médias à compressão do concreto
bombeado de 15 MPa x Idade
153
Resistências à compressão do concreto
bombeado de 18 MPa X Idade
0
5
10
15
20
25
3728
Idade (dias)
Resistência (MPa)
Traço A
Traço B
Traço C
Traço D
Gráfico 4.9 – Curvas das resistências médias à compressão do concreto
bombeado de 18 MPa x Idade
Resistências à compressão do concreto
bombeado de 20 MPa X Idade
0
6
12
18
24
30
3728
Idade (dias)
Resistência (MPa)
Traço A
Traço B
Traço C
Traço D
Gráfico 4.10 – Curvas das resistências médias à compressão do concreto
bombeado de 20 MPa x Idade
154
Resistências à compressão do concreto
bombeado de 25 MPa X Idade
0
7
14
21
28
35
3728
Idade (dias)
Resistência (MPa)
Traço A
Traço B
Traço C
Traço D
Gráfico 4.11 – Curvas das resistências médias à compressão do concreto
bombeado de 25 MPa x Idade
Resistências à compressão do concreto
bombeado de 30 MPa X Idade
0
8
16
24
32
40
3728
Idade (dias)
Resistência (MPa)
Traço A
Traço B
Traço C
Traço D
Gráfico 4.12 – Curvas das resistências médias à compressão do concreto
bombeado de 30 MPa x Idade
155
A partir dos gráficos 4.1 até 4.12, invariavelmente pode-se observar que os traços
referenciados como “C” apresentaram resistências à compressão superior aos
demais (A, B e D), motivado pela redução de água de amassamento da mistura.
Vale a pena ressaltar que para efeito de análise foi adotado no presente estudo
como valor padrão de referência os resultados obtidos para o traço referenciado
como “A”. Outro fato importante a ser destacado foi o baixo e reduzido valor do
desvio padrão obtido em todas as análises realizadas, fato que indicia que a
técnica operatória adotada para produção, moldagem, cura e rompimento dos
corpos de prova foi muito bem executada e controlada.
Pode-se observar que o uso da água magnetizada nas condições de controle
expostas nesta pesquisa proporciona uma acentuada melhoria na resistência à
compressão dos concretos produzidos, com incrementos médios da ordem de 9 a
18 %, bem como um maior grau de hidratação em relação ao mesmo concreto
confeccionado com água de torneira. Por outro lado, segundo LAZARENKO
(1985), o concreto confeccionado com água magnética proporciona maior
trabalhabilidade e um incremento de resistência da ordem de 20 a 22% quando
comparado ao concreto confeccionado com água de torneira. Portanto, os
resultados apresentados por estes autores são similares aos resultados obtidos
neste trabalho.
As resistências à tração, avaliadas por compressão diametral, dos concretos
confeccionados nesta pesquisa foram determinadas de acordo com as
recomendações contidas na NBR 7222 - Argamassa e concreto – Determinação
da resistência à tração por compressão diametral de corpos-de-prova cilíndricos
(ABNT, 1994), na idade de 28 dias. Para isto, foram rompidos 3 corpos de prova
cilíndricos de dimensões 15 cm de diâmetro por 30 cm de altura para cada tipo de
concreto específico. A realização destes ensaios também foi realizada na prensa
de compressão universal de 200 tf e sensibilidade de 100 kg, fabricação EMIC.
156
Logo, os resultados dos ensaios de tração por compressão são apresentados nas
Tabelas 4.36 a 4.47 que se seguem:
Tabela 4.36 – Resistências à tração por compressão diametral do concreto
convencional de 10 MPa
Resistência à Tração (MPa) Concreto Convencional
10 MPa
28 dias Média Desvio Padrão
1,12
1,09
Traço A
Valores
1,04
1,08 0,04
1,23
1,19
Traço B
Valores
1,15
1,19 0,04
1,35
1,29
Traço C
Valores
1,26
1,30 0,05
1,16
1,12
Traço D
Valores
1,09
1,12 0,03
157
Tabela 4.37 – Resistências à tração por compressão diametral do concreto
convencional de 15 MPa
Resistência à Tração (MPa) Concreto Convencional
15 MPa
28 dias Média Desvio Padrão
1,62
1,58
Traço A
Valores
1,51
1,57 0,06
1,79
1,73
Traço B
Valores
1,67
1,73 0,06
1,96
1,87
Traço C
Valores
1,83
1,89 0,07
1,68
1,62
Traço D
Valores
1,59
1,63 0,05
Tabela 4.38 – Resistências à tração por compressão diametral do concreto
convencional de 18 MPa
Resistência à Tração (MPa) Concreto Convencional
18 MPa
28 dias Média Desvio Padrão
1,91
1,86
Traço A
Valores
1,78
1,85 0,07
2,11
2,04
Traço B
Valores
1,97
2,04 0,07
2,31
2,21
Traço C
Valores
2,15
2,23 0,08
1,99
1,91
Traço D
Valores
1,87
1,92 0,06
158
Tabela 4.39 – Resistências à tração por compressão diametral do concreto
convencional de 20 MPa
Resistência à Tração (MPa) Concreto Convencional
20 MPa
28 dias Média Desvio Padrão
2,26
2,20
Traço A
Valores
2,10
2,18 0,08
2,49
2,41
Traço B
Valores
2,33
2,41 0,08
2,73
2,61
Traço C
Valores
2,54
2,63 0,10
2,34
2,26
Traço D
Valores
2,21
2,27 0,07
Tabela 4.40 – Resistências à tração por compressão diametral do concreto
convencional de 25 MPa
Resistência à Tração (MPa) Concreto Convencional
25 MPa
28 dias Média Desvio Padrão
2,66
2,59
Traço A
Valores
2,48
2,58 0,09
2,93
2,85
Traço B
Valores
2,74
2,84 0,10
3,22
3,08
Traço C
Valores
3,00
3,10 0,11
2,77
2,66
Traço D
Valores
2,61
2,68 0,08
159
Tabela 4.41 – Resistências à tração por compressão diametral do concreto
convencional de 30 MPa
Resistência à Tração (MPa) Concreto Convencional
30 MPa
28 dias Média Desvio Padrão
3,33
3,24
Traço A
Valores
3,10
3,22 0,11
3,67
3,56
Traço B
Valores
3,43
3,55 0,12
4,03
3,85
Traço C
Valores
3,75
3,87 0,14
3,46
3,33
Traço D
Valores
3,26
3,35 0,10
Tabela 4.42 – Resistências à tração por compressão diametral do concreto
bombeado de 10 MPa
Resistência à Tração (MPa) Concreto Bombeado
10 MPa
28 dias Média Desvio Padrão
1,15
1,12
Traço A
Valores
1,07
1,11 0,04
1,27
1,23
Traço B
Valores
1,19
1,23 0,04
1,39
1,33
Traço C
Valores
1,30
1,34 0,05
1,20
1,15
Traço D
Valores
1,13
1,16 0,04
160
Tabela 4.43 – Resistências à tração por compressão diametral do concreto
bombeado de 15 MPa
Resistência à Tração (MPa) Concreto Bombeado
15 MPa
28 dias Média Desvio Padrão
1,65
1,61
Traço A
Valores
1,54
1,60 0,06
1,82
1,77
Traço B
Valores
1,70
1,76 0,06
2,00
1,91
Traço C
Valores
1,86
1,93 0,07
1,72
1,65
Traço D
Valores
1,62
1,66 0,05
Tabela 4.44 – Resistências à tração por compressão diametral do concreto
bombeado de 18 MPa
Resistência à Tração (MPa) Concreto Bombeado
18 MPa
28 dias Média Desvio Padrão
2,02
1,97
Traço A
Valores
1,88
1,95 0,07
2,22
2,16
Traço B
Valores
2,08
2,15 0,07
2,44
2,33
Traço C
Valores
2,27
2,35 0,09
2,10
2,02
Traço D
Valores
1,97
2,03 0,06
161
Tabela 4.45 – Resistências à tração por compressão diametral do concreto
bombeado de 20 MPa
Resistência à Tração (MPa) Concreto Bombeado
20 MPa
28 dias Média Desvio Padrão
2,24
2,18
Traço A
Valores
2,09
2,17 0,08
2,47
2,39
Traço B
Valores
2,31
2,39 0,08
2,71
2,59
Traço C
Valores
2,52
2,61 0,09
2,33
2,24
Traço D
Valores
2,19
2,25 0,07
Tabela 4.46 – Resistências à tração por compressão diametral do concreto
bombeado de 25 MPa
Resistência à Tração (MPa) Concreto Bombeado
25 MPa
28 dias Média Desvio Padrão
2,73
2,66
Traço A
Valores
2,55
2,65 0,09
3,01
2,92
Traço B
Valores
2,82
2,92 0,10
3,31
3,16
Traço C
Valores
3,08
3,18 0,12
2,85
2,74
Traço D
Valores
2,63
2,74 0,11
162
Tabela 4.47 – Resistências à tração por compressão diametral do concreto
bombeado de 30 MPa
Resistência à Tração (MPa) Concreto Bombeado
30 MPa
28 dias Média Desvio Padrão
3,33
3,25
Traço A
Valores
3,10
3,23 0,11
3,67
3,56
Traço B
Valores
3,43
3,56 0,12
4,03
3,85
Traço C
Valores
3,76
3,88 0,14
3,46
3,33
Traço D
Valores
3,26
3,35 0,10
No que tange aos ensaios de tração, foi observado o mesmo comportamento em
relação aos testes de compressão, ou seja, as composições referenciadas como
Traços “C” conduziram a maiores valores se comparadas com as demais (A, B e
D), fato motivado pela redução da quantidade de água de amassamento nesta
mistura.
O uso da água magnetizada induziu a um aumento da resistência à tração em
torno de 20% se comparado com os concretos produzidos com a tradicional água
de torneira.
O módulo de elasticidade dinâmico dos concretos ensaiados neste trabalho foi
obtido através do ensaio de ultra-sonografia com o uso do aparelho V-Meter MK II
fabricado pela JAMES INSTRUMENTS INC.. Esse ensaio foi realizado nos 740
corpos de prova de concreto confeccionados e o módulo de elasticidade dinâmico
foi determinado na idade de 28 dias. O teste de ultra-som realizado adotou o
163
sistema de transmissão direta (transdutores acoplados nas faces planas dos
corpos de prova), e foram distanciados de 200 mm para os corpos de prova (10
cm x 20 cm) e de 300 mm para os corpos de prova (15 cm x 30 cm). A norma
ASTM C 597 recomenda a utilização da Equação 4.2 para a avaliação do módulo
de elasticidade dinâmico dos concretos, em função da velocidade de propagação
da onda registrada:
ρ
d
E
KV .
2
= (4.2)
sendo:
d
E = módulo de elasticidade dinâmico (MPa);
ρ
= densidade do concreto (kg/m
3
);
V = velocidade do pulso ultra-sônico (km/s);
K
= constante (tal valor não é explicitamente definido na norma, recomenda-se,
no entanto, que ela deve ser obtida, em laboratório, utilizando-se corpos-de-prova
de materiais, composições e propriedades mecânicas conhecidas).
Por outro lado, a norma BS 1881:Part 203 determina a relaçao entre o módulo de
elasticidade dinâmico e a velocidade do pulso utlra-sônico, em um meio isotrópico
e elástico de infinitas dimensões através da Equação 4.3:
(
)
(
)
()
υ
υ
υ
ρ
+
=
1
211
.
2
vE
d
(4.3)
Onde:
d
E = módulo de elasticidade dinâmico (MPa);
ρ
= densidade do concreto (kg/m
3
);
v
= velocidade do pulso ultra-sônico (km/s);
υ
= coeficiente de Poisson (aproximadamente 0,21).
164
Diante das equações anteriores, das velocidades do pulso ultra-sônico,
determinadas através do equipamento de ultra-sonografia mencionado
anteriormente, dos valores das densidades dos corpos de prova de concretos
fabricados nesta pesquisa, obtidos pela divisão de sua massa pelo seu volume,
que variaram de 2320 kg/m
3
a 2440 kg/m
3
, foi possível determinar os módulos de
elasticidade dinâmico dos concretos confeccionados através da Equação 4.3. Os
resultados para os módulos de elasticidade dinâmico podem ser observados nas
Tabelas 4.48 a 4.59.
De uma forma geral, os resultados dos módulos de elasticidade dinâmicos
(tabelas 4.48 a 4.59) não apresentaram variações muito acentuadas, sempre
conduziram a resultados compatíveis com a tipologia do concreto estudado e
pesquisado. Em resumo, o uso da água magnetizada não induz a ganhos ou
perdas consideráveis no módulo de elasticidade quando comparado com o
resultado obtido para a mistura padrão de referência (no caso o traço A), bem
como estão dentro dos valores especificados, referenciados e/ou estimados pela
literatura técnica especializada (MEHTA, 1994; COUTINHO, 1988).
Entretanto, no presente trabalho não foi determinado o módulo de elasticidade
estático, mas sim o dinâmico. Fatores de correlação entre módulos estáticos e
dinâmicos são referenciados na literatura técnica específica (PUNDIT, 1998), e
dão conta que para um módulo de elasticidade estático de 22 GPa o módulo
dinâmico correspondente está próximo de 32 GPa. A partir desta situação é
possível verificar que todos os valores de módulos de elasticidade dinâmico,
obtidos na idade de 28 dias e apresentados nas Tabelas 4.48 a 4.59, condizem
com as expectativas de módulo de elasticidade para as devidas resistências
características dos concretos (f
ck
), referenciado pela NBR 6118:2003, tornando-os
desta forma aptos a serem utilizados na indústria da construção civil.
165
Tabela 4.48 – Módulo de Elasticidade Dinâmico do concreto
convencional de 10 MPa
Módulo de Elasticidade Dinâmico (GPa) Concreto Convencional
10 MPa
Valores Obtidos Média
Desvio
Padrão
28 dias
9,96 10,12 9,88
9,85 9,96 10,15 9,99 0,11
Traço A
9,87 10,02 10,08
28 dias
10,85 11,02 10,76
10,73 10,85 11,05 10,88 0,12
Traço B
10,75 10,91 10,98
28 dias
11,78 11,97 11,69
11,65 11,78 12,01 11,82 0,13
Traço C
11,68 11,85 11,92
28 dias
10,24 10,40 10,15
10,12 10,24 10,43 10,26 0,11
Traço D
10,14 10,30 10,36
Tabela 4.49 – Módulo de Elasticidade Dinâmico do concreto
convencional de 15 MPa
Módulo de Elasticidade Dinâmico (GPa) Concreto Convencional
15 MPa
Valores Obtidos Média
Desvio
Padrão
28 dias
13,58 14,04 13,81
13,88 13,95 14,02 13,78 0,33
Traço A
12,98 13,79 13,94
28 dias
14,79 15,29 15,04
15,12 15,19 15,27 15,00 0,36
Traço B
14,14 15,02 15,18
28 dias
16,07 16,61 16,34
16,42 16,50 16,59 16,30 0,39
Traço C
15,36 16,31 16,49
28 dias
13,96 14,43 14,19
14,26 14,34 14,41 14,16 0,34
Traço D
13,34 14,17 14,33
166
Tabela 4.50 – Módulo de elasticidade dinâmico do concreto
convencional de 18 MPa
Módulo de Elasticidade Dinâmico (GPa) Concreto Convencional
18 MPa
Valores Obtidos Média
Desvio
Padrão
28 dias
18,24 17,96 18,06
17,92 18,55 18,62 18,23 0,24
Traço A
18,12 18,29 18,33
28 dias
19,86 19,56 19,67
19,51 20,20 20,28 19,85 0,27
Traço B
19,73 19,92 19,96
28 dias
21,58 21,25 21,36
21,20 21,94 22,03 21,57 0,29
Traço C
21,44 21,64 21,68
28 dias
18,75 18,46 18,56
18,42 19,06 19,14 18,74 0,25
Traço D
18,62 18,80 18,84
Tabela 4.51 – Módulo de elasticidade dinâmico do concreto
convencional de 20 MPa
Módulo de Elasticidade Dinâmico (GPa) Concreto Convencional
20 MPa
Valores Obtidos Média
Desvio
Padrão
28 dias
22,31 22,11 22,24
22,12 22,09 22,42 22,22 0,11
Traço A
22,22 22,13 22,31
28 dias
24,30 24,08 24,22
24,09 24,06 24,42 24,19 0,12
Traço B
24,20 24,10 24,30
28 dias
26,39 26,16 26,31
26,17 26,13 26,52 26,28 0,13
Traço C
26,29 26,18 26,39
28 dias
22,93 22,72 22,86
22,73 22,70 23,04 22,83 0,12
Traço D
22,84 22,74 22,93
167
Tabela 4.52 – Módulo de elasticidade dinâmico do concreto
convencional de 25 MPa
Módulo de Elasticidade Dinâmico (GPa) Concreto Convencional
25 MPa
Valores Obtidos Média
Desvio
Padrão
28 dias
26,88 27,34 26,93
27,37 27,26 27,20 27,16 0,20
Traço A
27,19 26,92 27,33
28 dias
29,27 29,77 29,33
29,81 29,69 29,62 29,57 0,21
Traço B
29,61 29,32 29,76
28 dias
31,80 32,34 31,86
32,38 32,25 32,18 32,13 0,23
Traço C
32,17 31,85 32,33
28 dias
27,62 28,10 27,68
28,13 28,02 27,95 27,91 0,20
Traço D
27,94 27,67 28,09
Tabela 4.53 – Módulo de elasticidade dinâmico do concreto
convencional de 30 MPa
Módulo de Elasticidade Dinâmico (GPa) Concreto Convencional
30 MPa
Valores Obtidos Média
Desvio
Padrão
28 dias
32,99 33,42 32,75
33,51 33,28 33,65 33,31 0,31
Traço A
33,33 33,71 33,11
28 dias
35,93 36,39 35,66
36,49 36,24 36,64 36,27 0,34
Traço B
36,30 36,71 36,06
28 dias
39,03 39,54 38,74
39,64 39,37 39,81 39,40 0,37
Traço C
39,43 39,88 39,17
28 dias
33,90 34,35 33,66
34,44 34,20 34,58 34,23 0,32
Traço D
34,25 34,64 34,03
168
Tabela 4.54 – Módulo de elasticidade dinâmico do concreto
bombeado de 10 MPa
Módulo de Elasticidade Dinâmico (GPa) Concreto Bombeado
10 MPa
Valores Obtidos Média
Desvio
Padrão
28 dias
10,26 10,42 10,18
10,15 10,26 10,45 10,29 0,11
Traço A
10,17 10,32 10,38
28 dias
11,18 11,35 11,08
11,05 11,18 11,38 11,20 0,12
Traço B
11,07 11,24 11,31
28 dias
12,13 12,33 12,04
12,00 12,13 12,37 12,17 0,14
Traço C
12,03 12,21 12,28
28 dias
10,55 10,71 10,45
10,42 10,55 10,74 10,57 0,12
Traço D
10,44 10,61 10,67
Tabela 4.55 – Módulo de elasticidade dinâmico do concreto
bombeado de 15 MPa
Módulo de Elasticidade Dinâmico (GPa) Concreto Bombeado
15 MPa
Valores Obtidos Média
Desvio
Padrão
28 dias
13,99 14,46 14,22
14,30 14,37 14,44 14,19 0,34
Traço A
13,37 14,20 14,36
28 dias
15,23 15,75 15,49
15,57 15,65 15,73 15,45 0,37
Traço B
14,56 15,47 15,64
28 dias
16,55 17,11 16,83
16,91 17,00 17,09 16,79 0,40
Traço C
15,82 16,80 16,98
28 dias
14,38 14,86 14,62
14,69 14,77 14,84 14,58 0,35
Traço D
13,74 14,60 14,76
169
Tabela 4.56 – Módulo de elasticidade dinâmico do concreto
bombeado de 18 MPa
Módulo de Elasticidade Dinâmico (GPa) Concreto Bombeado
18 MPa
Valores Obtidos Média
Desvio
Padrão
28 dias
18,79 18,50 18,60
18,46 19,11 19,18 18,78 0,25
Traço A
18,66 18,84 18,88
28 dias
20,46 20,15 20,26
20,10 20,81 20,89 20,45 0,28
Traço B
20,32 20,52 20,56
28 dias
22,23 21,89 22,00
21,84 22,60 22,69 22,22 0,30
Traço C
22,08 22,29 22,33
28 dias
19,31 19,01 19,12
18,97 19,63 19,71 19,30 0,26
Traço D
19,18 19,36 19,41
Tabela 4.57 – Módulo de elasticidade dinâmico do concreto
bombeado de 20 MPa
Módulo de Elasticidade Dinâmico (GPa) Concreto Bombeado
20 MPa
Valores Obtidos Média
Desvio
Padrão
28 dias
22,98 22,77 22,91
22,78 22,75 23,09 22,88 0,12
Traço A
22,89 22,79 22,98
28 dias
25,03 24,80 24,95
24,81 24,78 25,15 24,92 0,13
Traço B
24,93 24,82 25,03
28 dias
27,18 26,94 27,10
26,96 26,91 27,32 27,07 0,14
Traço C
27,08 26,97 27,18
28 dias
23,62 23,40 23,55
23,41 23,38 23,73 23,52 0,12
Traço D
23,53 23,42 23,62
170
Tabela 4.58 – Módulo de elasticidade dinâmico do concreto
bombeado de 25 MPa
Módulo de Elasticidade Dinâmico (GPa) Concreto Bombeado
25 MPa
Valores Obtidos Média
Desvio
Padrão
28 dias
27,69 28,16 27,74
28,19 28,08 28,02 27,97 0,20
Traço A
28,01 27,73 28,15
28 dias
30,15 30,66 30,21
30,70 30,58 30,51 30,46 0,22
Traço B
30,50 30,20 30,65
28 dias
32,75 33,31 32,82
33,35 33,22 33,15 33,09 0,24
Traço C
33,14 32,81 33,30
28 dias
28,45 28,94 28,51
28,97 28,86 28,79 28,75 0,21
Traço D
28,78 28,50 28,93
Tabela 4.59 – Módulo de elasticidade dinâmico do concreto
bombeado de 30 MPa
Módulo de Elasticidade Dinâmico (GPa) Concreto Bombeado
30 MPa
Valores Obtidos Média
Desvio
Padrão
28 dias
33,98 34,42 33,73
34,52 34,28 34,66 34,30 0,32
Traço A
34,33 34,72 34,10
28 dias
37,01 37,48 36,73
37,58 37,33 37,74 37,36 0,35
Traço B
37,39 37,81 37,14
28 dias
40,20 40,73 39,90
40,83 40,55 41,00 40,58 0,38
Traço C
40,61 41,08 40,35
28 dias
34,92 35,38 34,67
35,47 35,23 35,62 35,25 0,33
Traço D
35,28 35,68 35,05
171
A determinação dos valores de absorção de água, por imersão, foi realizada em
conformidade como a NBR 9778 - Argamassa e concreto endurecidos –
Determinação da absorção de água por imersão – Índice de vazios e massa
específica (ABNT, 1987) para os concretos específicos de cada resistência
característica na idade de 27 dias. Para isto utilizaram-se 8 corpos de prova
cilíndricos, para cada tipo de concreto, sendo 3 corpos de prova de dimensões 10
cm de diâmetro e 20 cm de altura e 5 corpos de prova de dimensões 15 cm de
diâmetro e 30 cm de altura. Deste modo, os valores de absorção de água por
imersão são apresentados nas Tabelas 4.60 a 4.71.
Tabela 4.60 – Absorção de água por imersão do concreto convencional de 10 MPa
Concreto Convencional 10 MPa Absorção de Água (%)*
Traço A 9,9
Traço B 9,3
Traço C 8,6
Traço D 8,9
* Valor médio a partir de 8 CPs ensaiados
Tabela 4.61 – Absorção de água por imersão do concreto convencional de 15 MPa
Concreto Convencional 15 MPa Absorção de Água (%)
Traço A 8,4
Traço B 7,9
Traço C 6,3
Traço D 7,7
* Valor médio a partir de 8 CPs ensaiados
Tabela 4.62 – Absorção de água por imersão do concreto convencional de 18 MPa
Concreto Convencional 18 MPa Absorção de Água (%)
Traço A 6,7
Traço B 6,3
Traço C 5,3
Traço D 6,1
* Valor médio a partir de 8 CPs ensaiados
172
Tabela 4.63 – Absorção de água por imersão do concreto convencional de 20 MPa
Concreto Convencional 20
Mpa
Absorção de Água (%)
Traço A 5,7
Traço B 5,4
Traço C 5,3
Traço D 5,2
* Valor médio a partir de 8 CPs ensaiados
Tabela 4.64 – Absorção de água por imersão do concreto convencional de 25 MPa
Concreto Convencional 25 MPa Absorção de Água (%)
Traço A
5,2
Traço B
4,8
Traço C
3,9
Traço D
4,6
* Valor médio a partir de 8 CPs ensaiados
Tabela 4.65 – Absorção de água por imersão do concreto convencional de 30 MPa
Concreto Convencional 30 MPa Absorção de Água (%)
Traço A
4,1
Traço B
3,9
Traço C
3,2
Traço D
3,7
* Valor médio a partir de 8 CPs ensaiados
Tabela 4.66 – Absorção de água por imersão do concreto bombeado de 10 MPa
Concreto Bombeado 10 MPa Absorção de Água (%)
Traço A
9,5
Traço B
8,9
Traço C
8,2
Traço D
8,6
* Valor médio a partir de 8 CPs ensaiados
173
Tabela 4.67 – Absorção de água por imersão do concreto bombeado de 15 MPa
Concreto Bombeado 15 MPa Absorção de Água (%)
Traço A
8,0
Traço B
7,6
Traço C
6,0
Traço D
7,3
* Valor médio a partir de 8 CPs ensaiados
Tabela 4.68 – Absorção de água por imersão do concreto bombeado de 18 MPa
Concreto Bombeado 18 MPa Absorção de Água (%)
Traço A
6,4
Traço B
6,0
Traço C
5,1
Traço D
5,8
* Valor médio a partir de 8 CPs ensaiados
Tabela 4.69 – Absorção de água por imersão do concreto bombeado de 20 MPa
Concreto Bombeado 20 MPa Absorção de Água (%)
Traço A
5,4
Traço B
5,1
Traço C
5,0
Traço D
4,9
* Valor médio a partir de 8 CPs ensaiados
Tabela 4.70 – Absorção de água por imersão do concreto bombeado de 25 MPa
Concreto Bombeado 25 MPa Absorção de Água (%)
Traço A
4,9
Traço B
4,4
Traço C
3,7
Traço D
4,5
* Valor médio a partir de 8 CPs ensaiados
174
Tabela 4.71 – Absorção de água por imersão do concreto bombeado de 30 MPa
Concreto Bombeado 30 MPa Absorção de Água (%)
Traço A
3,9
Traço B
3,7
Traço C
3,0
Traço D
3,5
Valor médio a partir de 8 CPs ensaiados
Em relação aos resultados obtidos no ensaio de absorção de água por imersão
não foram observadas diferenças ou discrepâncias significativas quando da
utilização da água magnetizada e comparada com os resultados apresentados
pelo concreto padrão de referência (traço A) e pelas experiências dos autores,
fatos que sugestiona que o uso da água imantada não influencia a capacidade de
absorção dos concretos.
4.3.4 – Análise e Discussão Geral
A seguir são apresentadas tabelas onde se podem visualizar, de uma maneira
única, as variações percentuais das resistências auferidas nos diversos traços e
composições, adotando-se como padrão comparativo e de referência o Traço A.
A Tabela 4.72 evidencia o aumento do percentual da resistência em relação ao
Traço A (traço de referência) nas Idades de 3, 7 e 28 dias para os concretos
convencionais. Já a Tabela 4.73 mostra o aumento do percentual da resistência
em relação ao Traço A (traço de referência) nas Idades de 3, 7 e 28 dias para os
concretos bombeados e por fim a Tabela 4.74 apresenta a economia média (%) da
quantidade de cimento utilizada no Traço D em relação ao Traço A (traço de
referência) nas Idades de 3, 7 e 28 dias para os concretos convencionais.
175
Tabela 4.72 – Aumento do percentual da resistência em relação ao Traço A (traço
de referência) nas Idades de 3, 7 e 28 dias para os concretos convencionais
Aumento da Resistência à Compressão em Relação ao Traço A (%)
Concreto Convencional
3 dias
7 dias
28 dias
Traço B
8,04 4,48 8,93
Traço C
21,11 8,42 18,33
10 MPa
Traço D
3,02 5,56 2,79
Traço B
8,36 8,13 8,85
Traço C
17,36 17,30 18,21
15 MPa
Traço D
2,25 2,06 2,76
Traço B
8,17 8,16 8,91
Traço C
17,44 17,28 18,26
18 MPa
Traço D
2,18 2,14 2,77
Traço B
8,06 8,06 8,94
Traço C
17,05 17,27 18,29
20 MPa
Traço D
2,07 2,06 2,81
Traço B
8,01 8,08 8,94
Traço C
17,19 17,21 18,27
25 MPa
Traço D
1,95 2,02 2,77
Traço B
7,97 8,03 8,93
Traço C
17,19 17,22 18,26
30 MPa
Traço D
2,03 2,01 2,78
176
Tabela 4.73 – Aumento do percentual da resistência em relação ao Traço A (traço
de referência) nas Idades de 3, 7 e 28 dias para os concretos bombeados
Aumento da Resistência à Compressão em Relação ao Traço A (%)
Concreto Bombeado
3 dias
7 dias
28 dias
Traço B
8,14 8,06 8,84
Traço C
17,19 17,26 18,23
10 MPa
Traço D
2,26 2,10 2,71
Traço B
8,18 8,08 8,86
Traço C
17,30 17,28 18,28
15 MPa
Traço D
1,89 2,13 2,76
Traço B
7,99 8,10 8,91
Traço C
17,27 17,30 18,28
18 MPa
Traço D
2,06 2,12 2,78
Traço B
8,14 8,04 8,86
Traço C
17,44 17,23 18,23
20 MPa
Traço D
2,09 2,07 2,74
Traço B
8,19 8,08 8,90
Traço C
17,33 17,32 18,25
25 MPa
Traço D
2,10 2,11 2,78
Traço B
7,96 8,07 8,92
Traço C
17,16 17,20 18,27
30 MPa
Traço D
2,03 2,06 2,81
177
No caso de concretos convencionais, o uso da água magnetizada proporcionou,
em média, um aumento de 18,27% nas resistências à compressão se comparadas
com as mesmas misturas obtidas com a água dita normal (de torneira
fornecimento COPASA/MG), fato que sinaliza a eficiência da tecnologia de
indução magnética descrita no presente trabalho. Já no caso de concretos a
serem submetidos à elevação mecânica por bombeamento, o aumento de
resistência observado foi, em média, de 18,25%.
Tabela 4.74 – Economia média (%) da quantidade de cimento utilizada no Traço D
em relação ao Traço A (traço de referência) nas Idades de 3, 7 e 28 dias para os
concretos convencionais
Economia percentual da quantidade de cimento utilizada
no Traço D em Relação ao Traço A (%)
Resistência
Característica
Concreto Convencional
Concreto Bombeado
10 MPa - 4,0 - 4,2
15 MPa - 14,0 - 11,5
18 MPa - 3,8 - 4,7
20 MPa - 10,7 - 3,9
25 MPa - 5,1 - 3,6
30 MPa - 4,7 - 3,2
A partir da Tabela 4.74 pode-se observar que:
- o uso da água magnetizada induz invariavelmente a uma redução no consumo
de cimento necessário a produzir um concreto de resistência característica
desejada (f
ck
). Tal situação conduz, por analogia, a uma redução no custo de
produção de concretos, fato que, segundo literatura especializada, pode reduzir a
178
incidência de retrações e, por conseqüência, a existência de fissuras e trincas nas
construções;
- objetivando obter concretos de resistência características ( f
ck
) a preços mais
baratos, uma solução é de se utilizar a água submetida a um campo magnético,
fato que permite reduzir em até 14% (dependendo do caso) o consumo de
cimento, que é o insumo que mais impacta a matriz de custo de um concreto,
tanto convencional quanto bombeado.
179
5 CONCLUSÕES
A partir da análise geral dos resultados é possível concluir que:
- A utilização da água submetida a indução magnética proporcionou um
aumento na resistência à compressão dos concretos, em todas as idades, bem
como ligeiro aumento na consistência e trabalhabilidade do mesmo em seu
estado fresco. Uma causa desse aumento de resistência e de trabalhabilidade
deve-se, sobretudo à redução da tensão superficial proporcionada às
moléculas de água, fato que aumenta a sua capacidade e eficiência de
hidratação dos compostos cimentícios;
- É notória a influência sofrida pelas propriedades físicas e mecânicas dos
concretos, tanto do estado endurecido quanto em seu estado fresco, quando
alteradas algumas variáveis do sistema de imantação, tais como: vazão da
água passante pelas células; intensidade do campo magnético submetido às
moléculas de água; temperatura da água após passagens sucessivas pelas
células; dureza da água, ou seja, composição química da água (teor de
sólidos, sais, etc); presença ou não de aditivos superplastificantes ou
redutores de água; etc;
- O uso da água magnetizada proporciona significativa redução no consumo de
cimento necessário à produção de concretos, bem como reduz o custo final do
produto, sem prejuízo da necessária resistência e segurança exigida pelo
projeto e pela normalização específica.
Face ao exposto, é mister que o trabalho tenha seqüência para que,
oportunamente, possa ser dada à comunidade científica mundial uma idéia clara
do potencial benefício da utilização da água magnetizada na produção de
concretos convencionais e de alto desempenho.
180
Este trabalho continuará a ser desenvolvido buscando introduzi-lo efetivamente
em uma linha de produção de concreto de uma central concreteira, mediante a
inserção do dispositivo de imantação em sua infra-estrutura.
Para um melhor entendimento do concreto utilizado com água magnetizada, a
seguir mencionamos alguns tópicos que merecem uma maior investigação e
estudo para novos trabalhos. (1) Performance do concreto utilizado com água
magnetizada em função de diferentes vazões da água ao passar pelas células. (2)
Comparação da porosidade entre concretos confeccionados com água
magnetizada e com água comum não magnetizada. (3) Efeito do concreto
preparado com a água magnetizada juntamente com diversos tipos de aditivos. (4)
Estudo de concretos preparados com água magnetizada em conjunto com adições
de cinzas volantes e microsílica.
Fica evidente que o uso da água magnetizada nas condições de controle expostas
nesta dissertação, proporciona uma acentuada melhoria na resistência à
compressão dos concretos produzidos.
181
6 PROPOSTAS DE NOVOS TRABALHOS
A partir do trabalho realizado, é mister que o mesmo tenha seqüência para que,
oportunamente possa ser dada à comunidade científica mundial uma idéia clara
do real benefício da utilização da água magnetizada na produção de concretos
convencionais e daqueles referenciados como de alto desempenho (CAD).
Nesta direção sugere-se:
Inserção real de um sistema de magnetização na linha de uma central
concreteira, proporcionando desta forma uma análise geral do custo x
benefício;
Análise da performance do concreto produzido a partir da água magnetizada
em função de diferentes valores de vazão da água passante pelas células de
imantação;
Avaliação da porosidade, retração e durabilidade dos concretos
confeccionados com água magnetizada se comparados com aqueles obtidos a
partir da água comum de torneira;
Avaliação do comportamento do concreto preparado com a água imantada na
presença dos tradicionais aditivos tensoativos (plastificantes e
superplastificantes);
Avaliação do comportamento de concretos preparados com água magnética
em função da presença de adições minerais, ativas ou inertes, tais como
cinzas volantes, sílica ativa, escória de alto forno, metacaulim e pozolanas
artificiais.
182
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