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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CLEUZA CATSUE TAKEDA KUWABARA
Avaliação dE SistemaS de InformaçÕES
Estudo de Caso EM um HospitaL- Escola Público
Londrina
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2003
CLEUZA CATSUE TAKEDA KUWABARA
Avaliação dE SistemaS de InformaçÕES
Estudo de Caso eM um Hospital- Escola Público
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Administração, da
Universidade Estadual de Londrina e
Universidade Estadual de Maringá, na área
de Gestão de Negócios, como requisito final
para obtenção do título de Mestre em
Administração.
Orientador: Prof. Antonio Artur de Souza,
Ph.D.
Londrina
2003
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CLEUZA CATSUE TAKEDA KUWABARA
Avaliação dE SistemaS de InformaçÕES
Estudo de Caso eM um Hospital- Escola Público
Dissertação aprovada como requisito para
obtenção do grau de Mestre no Programa
de Pós-Graduação em Administração,
Universidade Estadual de Londrina e
Universidade Estadual de Maringá, pela
seguinte banca examinadora
Aprovada em 11 de Agosto de 2003
______________________________________
Prof. ANTONIO ARTUR DE SOUZA, Ph.D.
Universidade Estadual de Maringá (UEM)
______________________________________
Prof. Dr. ALBERTO SHIGUERU MATSUMOTO
Universidade Católica de Brasília (UCB)
______________________________________
Profª. Dra. CLÁUDIA SOUZA PASSADOR
Universidade Estadual de Maringá (UEM)
DEDICATÓRIA
Ao Deodoro e Vitor, marido e filho,
meus meninos maravilhosos, que
com paciência suportaram
muitos momentos de ausência.
Aos meus pais Shigueaki e Miyoko,
incentivadores e torcedores sem igual.
AGRADECIMENTOS
- À DEUS, pelas oportunidades da vida presente, pela concretização de mais um sonho,
iluminando-me e amparando-me nas horas mais difíceis.
- À Direção do Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná, Dr. Francisco Eugênio
Alves de Souza, Sra. Mariângela Zuan Benedetti Chenso, Sr. Oswaldo Luiz Garcia e Dr. Sinézio
Moreira Júnior, pela oportunidade concedida para o meu aperfeiçoamento pessoal e permitir o
campo de pesquisa.
- Ao Prof. Antonio Artur de Souza, Ph.D., pela orientação, carinho, estímulo, paciência e
amizade, que jamais serão esquecidos.
- Aos professores e colegas do Mestrado, pelo auxílio e compartilhamento dos seus
conhecimentos.
- Ao amigo mineiro Prof. Afonso Celso Gomes, pela disponibilidade em revisar o texto e
colaborar com importantes sugestões.
- À equipe da Gerência de Informática do Hospital, pela contribuição fundamental para o
desenvolvimento desta pesquisa.
- Aos amigos Luiz Marcelo Martins, Elza Anami, Iracema Gomi, Rosemeyre Caretta, que
incentivaram, torceram e suportaram tantos comentários sobre este “Mestrado”.
- Aos entrevistados, pelo respeito a este trabalho e pela disposição em cooperar para a sua
concretização.
- À todos que direta ou indiretamente auxiliaram para a realização deste trabalho, meus
sinceros agradecimentos.
KUWABARA, Cleuza Catsue Takeda. Sistemas de Informações. Estudo de caso
em um hospital-escola público. 2003. Dissertação (Mestrado em Administração) –
Universidade Estadual de Londrina e Universidade Estadual de Maringá, Londrina.
RESUMO
Na atualidade, em virtude das constantes transformações por que passa a
sociedade moderna, com destaque para o aumento do ritmo da inovação, o
desenvolvimento das tecnologias e o domínio da informação, ocorre uma série de
condicionantes que precisam ser analisados e entendidos para que possam ser
aproveitados da melhor forma possível. Neste contexto, os Sistemas de Informações
são considerados instrumentos de auxílio imprescindível à gestão de uma
organização, fornecendo informações essenciais à tomada de decisões e ao
gerenciamento das atividades realizadas, de forma rápida e segura. Este trabalho
discute aspectos desses Sistemas nas áreas de Material e de Finanças e Orçamento
de um hospital-escola público. Objetiva identificar se as informações disponibilizadas
nos sistemas atendem às necessidades; determinar as possíveis limitações dos
sistemas; analisar a adequabilidade do gerenciamento dos sistemas; e identificar a
opinião dos usuários sobre o seu desempenho. Para a coleta dos dados, utiliza
entrevista informal, observação não-participante e questionário. Aponta como
principais resultados: a) as informações existentes não são utilizadas
adequadamente; b) não existe interface entre os dois maiores sistemas existentes;
c) faltam conhecimentos sobre os sistemas na sua totalidade; e d) não se observou
feedback para revisão e adequação dos sistemas. Não obstante, concluiu-se que
existe satisfação geral dos usuários em relação aos sistemas pesquisados.
Palavras-chave: Sistemas de Informações; Sistemas de Informações Gerenciais;
Sistema de Informação Hospitalar; Planejamento Estratégico de Sistemas de
Informações; Plano Diretor de Informática.
KUWABARA, Cleuza Catsue Takeda. Systems of Information. Case study in a
public teaching hospital. Londrina, 2003. Dissertation (Master’s degree program in
Administration) – State University of Londrina and State University of Maringá.
ABSTRACT
Currently, due to the constant transformations through which the modern society
undergoes, specially the increased rhythm of innovation, the development of
Technologies and the dominance of information, there is a number of conditioners
which must be analyzed and understood in order to be used in a best way. Within this
context, the Information Systems are considered aiding tools essential for the
management of an organization, supplying essential information for decision-making
and management of activities, in a fast and safe way. This dissertation addresses
aspects of these systems in the areas of Material and Finances and Budget of a
public teaching hospital. Its objectives are: to verify whether the information available
in the systems meet certain needs; to determine probable limitations of the systems;
to analyze the suitability of the management of the systems; and to identify the
opinion of the users about the performance of the systems. The data collection
comprehended informal interviews, non-participative observation and a
questionnaire. The main results evidenced that: a) the existent information is not
used adequately; b) there is no interface between the two largest systems; c) there is
a lack of knowledge about the systems as a whole; and d) there was no feedback for
revision and adjustment in the systems. Nevertheless, it is concluded that there is a
general satisfaction of the users in relation to the systems investigated.
Key words: information systems; management information systems; hospital
information system; strategic planning of information systems; guiding plan of
informatics.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01 - Etapas da Pesquisa........................................................................................................... 39
FIGURA 02 - Ambiente de um Sistema Empresarial ............................................................................. 53
FIGURA 03 - Atividades dos Sistemas de Informação – Entrada – Processamento – Saída ...............
54
FIGURA 04 - Principais Áreas do Conhecimento de Sistema de Informações e seus Recursos...........
56
FIGURA 05 - O Processo de SI no Ambiente de Negócios.................................................................... 57
FIGURA 06 - Classificação dos Sistemas de Informação....................................................................... 62
FIGURA 07 - Visão Integrada do Papel dos Sistemas de Informação dentro de uma Empresa............ 63
FIGURA 08 -
Fontes de Informações Gerenciais.................................................................................... 66
FIGURA 09 - As Quatro Grandes Funções de uma Empresa................................................................ 68
FIGURA 10 - Problemas da Produtividade da Tecnologia ..................................................................... 76
FIGURA 11 - Componentes do Sistema de Informação......................................................................... 77
FIGURA 12 - Como estão vinculados os Ambientes Internos e Externos.............................................. 78
FIGURA 13 - O Ambiente Complexo de uma Organização............................. 79
FIGURA 14 -
Quadro Geral do Desenvolvimento de Sistemas de Informações Gerenciais..................
85
FIGURA 15 - Os Cinco Estágios para Resolução de Problemas............................................................ 87
FIGURA 16 - Ciclo Tradicional do Desenvolvimento de Sistema de Informação...................................
89
FIGURA 17 - Ciclo de Vida do Desenvolvimento de Sistema de Informação...... .................................. 90
FIGURA 18 - Atividades Desenvolvidas na Análise de um sistema....................................................... 94
FIGURA 19 - Aspectos do Gerenciamento dos Recursos da Informação.............................................. 99
FIGURA 20 - As Quatro Principais Funções do Gerente ....................................................................... 100
FIGURA 21 - Os Gerentes e a Informação............................................................................................. 101
FIGURA 22 - Estrutura Funcional e Atividades Afins.............................................................................. 103
FIGURA 23 - Planejamento de Informática............................................................................................. 105
FIGURA 24 - Modelo de Porter – Forças Competitivas.......................................................................... 106
FIGURA 25 - Visão Esquemática do Processo Decisório na Formulação de estratégias...................... 107
FIGURA 26 - Modelo Participativo.......................................................................................................... 108
FIGURA 27 -
Modelo de Organograma Hospitalar.................................................................................
118
FIGURA 28 -
Proposta de um Organograma Hospitalar.........................................................................
119
FIGURA 29 -
Organograma da Divisão de Material................................................................................
132
FIGURA 30 -
Organograma da Divisão de Finanças e Orçamento........................................................
133
FIGURA 31 -
Organograma da Gerência de Informática........................................................................
134
FIGURA 32 -
Organograma Proposto pela Gerência de Informática......................................................
137
FIGURA 33 -
Rede Formato “Estrela”.....................................................................................................
140
FIGURA 34 -
Tela de Abertura do Sistema SADIHU..............................................................................
142
FIGURA 35 -
Menu Principal do Sistema SADIHU.................................................................................
143
FIGURA 36 -
Tela de Entrada – Controle de Licitação...........................................................................
144
FIGURA 37 -
Tela – Processos de Licitação...........................................................................................
145
FIGURA 38 -
Tela – Encerramento de Processos..................................................................................
145
FIGURA 39 -
Tela – Estatística de Compras..........................................................................................
146
FIGURA 40 -
Tela de Entrada – Controle de Empenho.......................................
147
FIGURA 41 -
Tela – Notas de Empenho.................................................................................................
148
FIGURA 42 -
Tela – Itens das Notas de Empenho.................................................................................
149
FIGURA 43 -
Tela – Baixa de Notas de Empenho..................................................................................
149
FIGURA 44 -
Tela – Cadastro de Notas Fiscais para Baixa de Empenhos............................................
150
FIGURA 45 -
Tela – Estorno de Empenho..............................................................................................
151
FIGURA 46 -
Tela – Consulta Geral de Empenhos................................................................................
151
FIGURA 47 -
Tela – Consulta de Pedidos de Compra............................................................................
152
FIGURA 48 -
Tela – Consulta de Preços de Itens..................................................................................
153
FIGURA 49 -
Tela de Entrada – Controle Orçamentário.........................................................................
154
FIGURA 50 -
Tela – Cadastro de Alteração Orçamentária.....................................................................
155
FIGURA 51 -
Tela – Posição de Saldos Orçamentários.........................................................................
156
FIGURA 52 -
Tela – Registro de Empenho/Estorno...............................................................................
157
FIGURA 53 -
Tela Inicial do Sistema WPD – Módulo Esthos.............................. ..................................
164
FIGURA 54 -
Tela – Módulo Esthos – Produtos.....................................................................................
165
FIGURA 55 -
Tela – Módulo Esthos – Cadastro de Produtos.................................................................
165
FIGURA 56 -
Tela – Módulo Esthos – Consumo de Produtos................................................................
166
FIGURA 57 -
Tela – Módulo Esthos – Histórico de Custos.....................................................................
167
FIGURA 58 -
Tela – Módulo Esthos – Cadastro.....................................................................................
168
FIGURA 59 -
Tela – Módulo Esthos – Movimento..................................................................................
169
FIGURA 60 -
Tela – Módulo Esthos – Pedido de Compras....................................................................
170
FIGURA 61 -
Tela – Módulo Esthos –Saída de Produtos por Requisição..............................................
171
FIGURA 62 -
Tela – Módulo Esthos – Relatórios....................................................................................
171
FIGURA 63 -
Tempo de Admissão dos Pesquisados na UEL................................................................
179
FIGURA 64 -
Tempo de Atuação dos Funcionários na Área Pesquisada..............................................
179
FIGURA 65 -
Forma de Obtenção de Informações para o Trabalho......................................................
184
FIGURA 66 -
Sistemas de Informação Utilizado.....................................................................................
185
FIGURA 67 -
Atendimento das Necessidades do Sistema SADIHU......................................................
186
FIGURA 68 -
Atendimento das Necessidades do Sistema WPDHOSP.................................................
186
FIGURA 69 -
Avaliação da facilidade ou dificuldade do Sistema WPDHOSP........................................
189
FIGURA 70 -
Qualidade dos Sistemas....................................................................................................
190
FIGURA 71 -
Qualidade das Informações...............................................................................................
191
FIGURA 72 -
Pontos Críticos Existentes.................................................................................................
197
FIGURA 73 -
Modelo de Investigação de Ocorrências de Informática...................................................
212
FIGURA 74 -
Modelo de Protocolo de Procedimento de Indformática....................................................
213
LISTA DE TABELA
TABELA – 01 - Objetivos Específicos e Perguntas da Pesquisa.................................................... 22
TABELA – 02 - Organização da Dissertação.................................................. ............................... 23
TABELA – 03 - Quadro Resumo da Dissertação............................................ ............................... 24
TABELA – 04 - População Pesquisada........................................................... ............................... 31
TABELA – 05 - Protocolo dos Instrumentos de Coleta de Dados................... ............................... 41
TABELA – 06 - Roteiro para Condução das Entrevistas................................. ............................... 42
TABELA – 07 - Conceitos de Dados, Informações e Conhecimento.............. ............................... 50
TABELA – 08 - Conceitos de Dados e Informações....................................... ............................... 51
TABELA – 09 - Características da Boa Informação........................................ ............................... 52
TABELA – 10 - Conceitos de Sistema de Informação.................................... ................................ 58
TABELA – 11 - Conceitos de Sistema de Informação Gerencial.................... ............................... 64
TABELA – 12 - Benefícios do Sistema de Informações.................................. ............................... 80
TABELA – 13 - Aspectos Básicos para o Desenvolvimento de Sistema de Informação Gerencial
83
TABELA – 14 - Vantagens e Desvantagens para Solução de SI................... ................................ 91
TABELA – 15 - Características do Executivo.................................................................................. 102
TABELA – 16 - Número de Hospitais por Regime e segundo a Região......................................... 112
TABELA – 17 - Número de Leitos por Regime e segundo a Região.............................................. 112
TABELA – 18 - Servidores de Rede do HURNP............................................................................. 138
TABELA – 19 - Servidores da Rede do AHC.................................................................................. 138
TABELA – 20 - Posição Quantitativa de Computadores ................................................................ 139
TABELA – 21 - Sistema SADIHU Desenvolvido pelo Hospital........................................................ 141
TABELA – 22 - Sistemas Independentes........................................................................................ 158
TABELA – 23 - Módulos WPD em Fase de Implantação................................................................ 161
TABELA – 24 - Módulos WPD Implantados.................................................................................... 162
TABELA – 25 - Tempo de Atuação de Área e o tempo de Admissão na UEL................................ 180
TABELA – 26 - Problemas Evidenciados e Proposta de Ações Corretivas.................................... 193
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
AHC - Ambulatório do Hospital de Clínicas
ANVISA
-
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CCIH
-
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
CCS - Centro de Ciências da Saúde
CPD - Centro de Processamento de Dados
CSF - Fatores Críticos de Sucesso
DSS - Sistema de Apoio à Decisão
EDP - Sistema Transacional
EIS - Sistema Executivo
GI - Gerência de Informática
GRI - Gerenciamento dos Recursos da Informação
HURNP - Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná
MIS - Sistema de Informações Gerenciais
OMS - Organização Mundial da Saúde
PESI - Planejamento estratégico de Sistema de Informação
SADIHU
-
Sistema Automatizado de Informações do Hospital Universitário
SAME - Serviço de Arquivo Médico e Estatística
SE - Sistema Especialista
SPT - Sistema de Processamento de Transações
SI - Sistema de Informação
SIG - Sistema de Informação Gerencial
SIH - Sistema de Informação Hospitalar
SUS - Sistema Único de Saúde
TI - Tecnologia da Informação
TPS - Sistema de Processamento de Transações
UEL - Universidade Estadual de Londrina
SUMÁRIO
RESUMO......................................................................................................................................................... 05
ABSTRACT..................................................................................................................................................... 06
LISTA DE FIGURAS....................................................................................................................................... 07
LISTA DE TABELAS...................................................................................................................................... 10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS......................................................................................................... 11
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
.......................................................................................................................
15
1.1 Tema da pesquisa................................................................................................................................... 15
1.2 Problema da pesquisa............................................................................................................................ 17
1.3 Justificativa e relevância........................................................................................................................ 18
1.4 Objetivos.................................................................................................................................................. 19
1.4.1 Objetivo geral............................................................................................................................ 19
1.4.2 Objetivos específicos............................................................................................................... 20
1.5 Organização da dissertação................................................................................................................... 21
CAPÍTULO 2 – METODOLOGIA APLICADA
..................................................................................................
25
2.1 Delineamento da pesquisa..................................................................................................................... 25
2.2 Escolha da empresa................................................................................................................................ 28
2.3 Unidade de análise.................................................................................................................................. 29
2.4 Delimitação da pesquisa......................................................................................................................... 28
2.5 Dados........................................................................................................................................................ 31
2.5.1 Tipo de dados............................................................................................................................ 32
2.5.2 Coleta de dados......................................................................................................................... 33
2.5.3 Protocolo da pesquisa.............................................................................................................. 37
2.5.4 Etapas da pesquisa................................................................................................................... 38
2.5.5 Protocolo do instrumento de coleta........................................................................................41
2.5.6.Análise dos dados..................................................................................................................... 44
2.6 Conclusão................................................................................................................................................ 46
CAPÍTULO 3 – SISTEMAS DE INFORMAÇÕES -
REFERENCIAL TEÓRICO
........................................................................................................
47
3.1 O contexto da informação...................................................................................................................... 47
3.2 Dado, informação e conhecimento........................................................................................................ 49
3.3 Sistema e Sistemas de Informações..................................................................................................... 53
3.4 Tipos de Sistemas de Informações....................................................................................................... 58
3.5 Sistema de Informação Gerencial.......................................................................................................... 63
3.6 Componentes dos Sistemas de Informações....................................................................................... 67
3.6.1 Organizacional........................................................................................................................... 68
3.6.2 Recursos humanos................................................................................................................... 73
3.6.3 Tecnologia................................................................................................................................. 75
3.7 Aplicação dos Sistemas de Informações.................................. ........................................................... 77
3.8 Benefícios dos Sistemas de Informações............................................................................................. 80
3.9 Desenvolvimento de soluções com Sistemas de Informações.......................................................... 81
3.10 Avaliação dos Sistemas de Informações............................................................................................ 92
3.11 Tecnologia da Informação e o Gerenciamento dos Recursos de
informação.......................................................................................................................................
96
3.12 Planejamento estratégico dos Sistemas de Informações................................................................. 103
3.13 Conclusão.............................................................................................................................................. 108
CAPÍTULO 4 – ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
.............................................................................................
109
4.1 Considerações iniciais............................................................................................................................ 109
4.2 Hospital como uma organização........................................................................................................... 113
4.3 Funções do hospital.............................................................. ................................................................. 113
4.4 Classificação dos hospitais.................................................... .............................................................. 114
4.5 Estrutura organizacional........................................................................................................................ 115
4.6 Administração hospitalar do futuro....................................................................................................... 120
4.7 Tecnologia hospitalar............................................................................................................................. 121
4.8 Tecnologia de informação hospitalar.................................................................................................... 122
4.9 Conclusão................................................................................................................................................ 125
CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
REGIONAL DO NORTE DO PARANÁ
.....................................................................................
126
5.1 Introdução ............................................................................................................................................... 126
5.2 Estrutura organizacional........................................................ ............................................................... 129
5.3 Sistema Informacional Pesquisado.......................................... ............................................................ 133
5.3.1 Introdução................................................................... ............................................................. 133
5.3 2 Estrutura organizacional............................................... .......................................................... 134
5.3.3 Proposta de Reestruturação.......................................... ......................................................... 136
5.4.Recursos de
Hardware
........................................................... ............................................................... 138
5.5 Arquitetura da rede .............................................................. ................................................................. 139
5.5.1 Distribuição dos pontos de rede.................................... ........................................................ 139
5.6 Recursos de
Software
............................................................ ............................................................... 140
5.6.1 Sistemas desenvolvidos pelo próprio hospital...................................................................... 141
5.6.2 Sistema desenvolvidos por terceiros...................................................................................... 158
5.6.2.1 Sistemas independentes.................................... ..................................................... 158
5.6.2.2 Sistema WPDHOSP........................................... ..................................................... 159
5.7 Avaliação geral dos sistemas................................................. ............................................................. 173
5.8 Conclusão............................................................................ .................................................................. 175
CAPÍTULO 6 – ANÁLISE DOS DADOS
......................................... ...............................................................
176
6.1 Introdução............................................................................ .................................................................. 176
6.2 Informações Gerenciais das Áreas.......................................... ............................................................ 177
6.3 Análise Qualitativa e Quantitativa dos Dados........................... .......................................................... 178
6.3.1 Perfil da amostra.......................................................... ............................................................ 178
6.3.2 Determinação das exigências da informação......................................................................... 181
6.3.3 Distribuição das Informações.................................................................................................. 182
6.3.4 Obtenção das informações............................................ .......................................................... 183
6.3.5 Uso das informações................................................................................................................ 187
6.4 Aspectos positivos e negativos detectados.............................. .......................................................... 195
6.5 Conclusão............................................................................ .................................................................. 197
CAPÍTULO 7 – CONCLUSÃO
....................................................... ................................................................
198
7.1 Introdução............................................................................ .................................................................. 198
7.2 Quanto à metodologia............................................................ ................................................................ 198
7.3 Quanto ao referencial teórico................................................. ............................................................... 199
7.4 Quanto ao estudo de caso...................................................... ............................................................... 200
7.5 Quanto à análise dos dados e objetivos propostos................... ........................................................ 201
7.6 Conclusão geral da pesquisa.................................................. .............................................................. 209
7.7 Perspectivas para pesquisas futuras....................................... ...........................................................
7.8 Considerações finais............................................................. ................................................................
214
214
REFERÊNCIAS
........................................................................... .................................................................. 216
APÊNDICE
................................................................................ ....................................................................
223
Termo de consentimento para participação na pesquisa................................................................................
224
Instrumento de coleta de dados – Questionário..............................................................................................
225
Sugestão de Plano Diretor de Informática – PDI............................ ...........................................................
231
ANEXOS
................................................................................... .....................................................................
236
Diagrama Macrofuncional dos Sistemas....................................................................................................
237
A. Fluxo de Compras............................................................................................................................. 238
B. Fluxo do Setor de Materiais............................................................................................................. 239
C. Fluxo do Centro Cirúrgico............................................................................................................... 240
D. Fluxo do Faturamento SUS.............................................................................................................. 241
E. Fluxo do faturamento SUS Ambulatorial........................................................................................ 242
F. Fluxo Laboratório.............................................................................................................................. 243
G. Fluxo SAME – Internação................................................................................................................. 244
H. Fluxo SAME – Ambulatorial............................................................................................................. 245
I. Fluxo SAME – Urgência................................................................................................................... 246
J. Fluxo SAME – Estatística................................................................................................................. 247
K. Fluxo Posto de Enfermagem.......................................................................................................... 248
Rede HURNP.................................................................................................................................................. 249
Croqui Rede HU/AHC/UEL............................................................................................................................ 250
GLOSSÁRIO
...................................................................................................................................................
251
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1 T
EMA DA PESQUISA
Vivemos hoje um período de grandes revoluções, não somente de
ordem tecnológica, embora computadores e telecomunicações exerçam papel
importante nas mudanças que estão ocorrendo, mas também econômica, social,
cultural, política e institucional entre outras. Esse momento caracteriza-se como a
Terceira Onda (TOFLLER, 1993) em que variadas denominações se despontam,
como Sociedade Pós-Industrial e Sociedade da Informação. Percebe-se neste
período uma inovação singular na forma de conceber o conhecimento, que passou a
ser não um mero meio de produção de riquezas, mas o meio dominante, reduzindo a
participação de todos os demais meios de produção. Na realidade, o conhecimento
passou a ser um meio intangível das organizações.
MacGee e Prusak (1994, p.3) afirmam que nas próximas décadas a
informação passará a ser a força motriz na criação das riquezas e da prosperidade .
O sucesso estará determinado, nessas circunstâncias, não pelo que se tem, mas
sim pelo que se sabe.
Drucker (1993, p.xvii) reconhece a existência da dicotomia entre
“intelectuais”, preocupados com palavras e idéias, e os “gerentes”, interessados
mais nas pessoas e no trabalho. Para ele, transcender esta dicotomia em uma nova
síntese será o grande desafio filosófico e educacional da sociedade pós-capitalista,
na qual o domínio do conhecimento será o recurso básico, principalmente se
associado à informação.
As tecnologias da informação e comunicação constituem-se em um
novo paradigma tecnológico. Elas buscam ampliar os conhecimentos neste mundo
nada constante, cuja conseqüência é um mercado disputado.
Conseguir vantagem competitiva passa a ser uma questão de
sobrevivência. Conforme MacGee e Prusak (1994, p.3), nesta economia da
informação a concorrência entre as organizações sustenta-se na capacidade de
adquirir, tratar, interpretar e utilizar a informação de forma eficaz.
Para Zwass:
Vivemos em uma sociedade da informação, na qual as pessoas e as
organizações ativas na economia são empregadas no manuseio de
informações [...] a maioria dos bens e serviços produzidos por uma
sociedade da informação podem ser classificados como relacionadas à
informação ou conhecimento (apud ZANOTELI, 2001 p.18).
Dessa forma, a informação passa a ter maior destaque quando se
considera seu objetivo de fornecer subsídios gerenciais às organizações, uma vez
que as atividades humanas, sem exceção, estão com as eficiências e eficácias
comprometidas pela qualidade dos processos de busca, produção e de transmissão
de dados ou informações (MELO, 1999, p.19).
O Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná (HURNP),
como uma organização hospitalar pública de ensino e pesquisa, vem se adaptando
às grandes mudanças em nível tanto gerencial quanto acadêmico, vislumbrando um
panorama de evolução necessário à sua própria sobrevivência.
Do ponto de vista acadêmico, depara-se com uma grande e
constante evolução da tecnologia para o diagnóstico e tratamento das doenças,
dependentes na sua maior parte da tecnologia de informatização.
Do ponto de vista administrativo, a instituição utiliza, na sua maior
parte, sistema de informação adquirido em 1997. Em ambas variáveis institucionais,
observa-se uma necessidade de aprimoramento dos processos de trabalho e de
alteração dos conceitos tradicionais de uma organização pública, principalmente no
que tange a resultados efetivos de suas ações.
1.2 P
ROBLEMA DA PESQUISA
O HURNP apresenta características especiais, principalmente por
ser um hospital-escola público, cumprindo-lhe atender a requisitos tanto da
academia e assistência à saúde quanto da legislação vigente no país.
A academia apresenta fortes argumentações no sentido da
atualização e introdução de tecnologias, materiais e acessórios relacionados ao
ensino dos procedimentos que envolvem o paciente e à melhoria das condições de
sua. A legislação vigente, muitas vezes, dificulta a imediata aquisição desses
produtos, principalmente aqueles de melhor qualidade passando a exigir da
administração maior agilidade e modernização dos seus processos.
As informações geradas pelos sistemas de controle dos processos
internos da instituição tornam-se ferramentas essenciais para o sistema gerencial. O
HURNP possui sistemas de informações desenvolvidos por equipe e outros foram
adquiridos de terceiros. É neste ambiente que esta pesquisa pretende ser
desenvolvida, avaliando a utilização dos sistemas pelas áreas específicas a serem
estudadas.
Esta pesquisa desenvolveu-se a partir do seguinte problema:
O sistema informatizado disponível na instituição é adequado para
atender às necessidades de informação da Instituição?.
Parte-se do pressuposto de que os sistemas de informações estão
disponíveis para a área a ser estudada. Conforme abordagem de Trivinõs (1987,
p.95):
O problema é determinado pelo investigador e as pessoas envolvidas no
estudo em diferentes níveis de participação das mesmas. Cabem duas
possibilidades, sendo uma delas de que os problemas existem e são
reconhecidos por todos ou pela maioria. Cabe estabelecer uma prioridade
no atendimento das soluções necessárias, de acordo com as condições
apresentadas.
1.3 J
USTIFICATIVA E RELEVÂNCIA
Sabe-se que ”a informação é dinâmica e de grande valor, mantendo
a organização unificada”, conforme relato de MacGee e Prusak (1994, p.5). Esses
autores afirmam que a tecnologia da informação alterou o mundo dos negócios de
forma irreversível, passando a interferir na forma como as organizações operam,
estruturam o trabalho e desenvolvem o seu produto.
Em se tratando do setor público, Myrza Chiavegatto (1999, p.4)
complementa que:
Nesse momento de revolução tecnológica e organizacional, a maioria do
setor público encontra-se hipertrofiado e estagnado, muitas vezes incapaz
de dar respostas rápidas e de formular e implantar políticas públicas
voltadas para melhor equalização da cidadania [...] e ainda [...] estão
cercados de dados e informações que poderiam tornar conhecimento
valioso diante de uma situação de tomada de decisão, mas dificilmente as
informações necessárias encontram-se disponíveis na forma apropriada ou
no momento adequado para utilização na solução de problemas.
Vários motivos justificaram o interesse em se desenvolver esta
pesquisa: a escassez de informações sobre o assunto na área hospitalar; o interesse
pela atuação operacional dos pesquisados; possibilidade de realização da primeira
pesquisa desta natureza na instituição, entre outros.
Destaca também considerar a oportunidade de avaliar um sistema
de aquisição terceirizada que não foi desenvolvido especialmente para uma
organização hospitalar pública. Mesmo não tendo sido objeto do trabalho, suscitou
curiosidade e levantamento de opiniões sobre o assunto, uma vez que existem
poucas empresas especializadas nesta área.
Igualmente, consideram-se os elementos citados por Abreu (1995):
dos problemas conceituais: uma conceituação equivocada do sistema de
informação pode levá-los a tornar-se um sistema inflexível, que não pode
ser acomodado a mudanças no domínio da organização, dos usuários dos
dados, levando a uma utilização do sistema de informação ineficiente e
pobre;
dos problemas organizacionais: as atividades de implementação de
sistemas, geralmente, são focadas no domínio organizacional, tendendo a
não considerar o fato de que mudanças radicais possam ocorrer no papel
da organização, no conteúdo e na carga de trabalho, na autonomia dos
indivíduos, dentre outros aspectos, o que pode alienar as pessoas e criar
uma resistência à implementação;
dos problemas tecnológicos: podem surgir em função de restrições
causadas pela infra-estrutura e da política organizacional do ambiente onde
serão utilizados, impedindo que soluções tecnologicamente adequadas
sejam implementadas;
da visão dos dados: em se considerando a maior atenção na forma como os
dados podem ser processados no sistema do que no seu significado e
impacto social, podem surgir conflitos em vista de diferentes interpretações
dos dados, dificultando a organização de ações e decisões
(apud
BESKOW, 2001, p.12).
Do ponto de vista de Sistema de Informações, o processamento dos
dados que se transformam em informações é fundamental para uma administração
efetiva. O desafio de realizar este trabalho em um ambiente hospitalar como o do
HURNP revelou-se enriquecedor, uma vez que o hospital passa por uma fase de
modernização gerencial, tanto na sua estrutura quanto nos processos.
Desta forma, este trabalho poderá contribuir para a indicação de
possíveis caminhos que conduzem a um melhor aproveitamento das informações
existentes e para a extensão dos resultados obtidos a outras instituições
hospitalares brasileiras.
1.4 O
BJETIVOS
Cooper e Schindler (2000, p.95) definem objetivo como “a base do
planejamento para realizar a pesquisa proposta, fluindo naturalmente através da
declaração dos problemas, possibilitando a discussão da proposta e análise dos
dados e posterior resultado de metas realizáveis”.
Os objetivos foram divididos em geral e específico, sendo que os
específicos nortearam as etapas da pesquisa.
1.4.1 Objetivo Geral
O objetivo geral desta pesquisa consistiu em avaliar a utilização dos
Sistemas de Informações disponíveis e a satisfação dos usuários das áreas de
Finanças e Material do HURNP.
1.4.2 Objetivos específicos
São os seguintes os objetivos específicos:
a) Identificar a forma como as informações são obtidas na
instituição.
Consistiu em levantar junto aos funcionários os mecanismos de
obtenção de informações existentes.
b) Identificar se as informações disponibilizadas pelos sistemas
atendem às necessidades de informação e se são utilizadas
adequadamente.
Consistiu em apurar junto aos funcionários se as informações
existentes são adequadas para o seu dia-a-dia de trabalho e,
ainda, se elas são utilizadas para a finalidade a que se destinam,
e não somente disponibilizadas nos sistemas.
c) Identificar as limitações dos sistemas, e as necessidades de
informação.
Consistiu em levantar as necessidades de modificações,
complementações e sugestões em razão das limitações
existentes nos sistemas.
d) Verificar se existe a necessidade de alterar rotinas administrativas
devido ao sistema informatizado.
Consistiu em verificar se as atividades poderiam ser alteradas em
função das informações disponibilizadas pelos sistemas de
informações.
e) Analisar a adequabilidade do gerenciamento dos sistemas de
informações.
Consistiu em analisar se o setor responsável pelo gerenciamento
da informática tem desempenhando suas funções de modo a
satisfazer as necessidades informacionais dos usuários
(tomadores de decisão e funcionários de linha).
f) Avaliar a opinião dos usuários sobre o desempenho dos sistemas.
Consistiu em identificar a satisfação dos usuários quanto aos
sistemas de informações existentes.
A tabela 1 relaciona os objetivos específicos às perguntas que
compuseram o instrumento de coleta de dados da pesquisa.
1.5 O
RGANIZAÇÃO DA
D
ISSERTAÇÃO
Esta dissertação está estruturada conforme demonstrado na tabela
2, onde se apresentam os capítulos principais e as seções que os compõe.
A tabela 3 apresenta o quadro-resumo da dissertação, onde se
visualiza os objetivos específicos, a coleta de dados, o marco teórico relacionado e
os capítulos referentes a cada objetivo específico.
Este capítulo versou, em linhas gerais, as justificativas e os objetivos
que nortearam a elaboração da presente pesquisa. O capítulo seguinte trata da
metodologia adotada.
Tabela 1 - Objetivos específicos e perguntas da pesquisa
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
PERGUNTAS DA PESQUISA
1
Identificar a forma como as
informações são obtidas
na instituição
C1.
C2.
De que forma você obtêm as informações de que necessita
para o seu trabalho?
Qual sistema informacional que você utiliza no seu dia a dia
de trabalho?
2
Identificar se as
informações
disponibilizadas pelos
sistemas atendem às
necessidades de
informação e se são
utilizadas adequadamente.
C3.
C4.
D1.
D3.
O atual Sistema Hospitalar atende as necessidades de
informação para a gestão de sua área?
O atual Sistema SADIHU atende às necessidades de
informação para a gestão de sua área?
Você sabe se os dados disponíveis no sistema são utilizadas
adequadamente?
Você ou o seu setor elabora relatório especifico que visualize
a produtividade/serviço do setor?
3 Identificar as limitações
dos sistemas, e as
necessidades de
informação.
B1.
B2.
D2.
C3.
C4.
D3.
Você tem acesso facilitado aos sistemas disponíveis para o
seu trabalho?
Você tem dificuldade em obter informações via computador?
Existe dificuldade em se utilizar o atual Sistema?
O atual Sistema WPDHOSP atende as necessidades de
informação para a gestão de sua área?
O atual Sistema SADIHU atende às necessidades de
informação para a gestão de sua área?
Você ou o seu setor elabora relatório especifico que visualize
a produtividade/serviço do setor?
4
Verificar se existe a
necessidade de alterar
rotinas administrativas
devido ao sistema
informatizado
D4. Com a implantação do atual Sistema Hospitalar, qual a sua
avaliação quanto à facilidade ou dificuldade do seu trabalho?
5
Analisar a adequabilidade
do gerenciamento dos
sistemas de informações.
A1.
A2.
A3.
A4.
B3.
B4.
C6.
Você se reúne com o gerente ou equipe de informática para
levantamento de suas necessidades de informação?
Caso haja necessidade de alguma alteração ou adequação
no sistema que você opera, o que você faz?
Como você apresenta à Gerência de Informática as suas
necessidades de informação?
Como tem sido a avaliação do desempenho do sistema na
sua área. Existe algum procedimento formal na instituição?
Você é informado quando uma nova solução é
disponibilizada para o seu setor?
Você é treinado quando uma nova aplicação é
disponibilizada no seu setor?
Você acredita que o sistema de informática geral do hospital
mantém uma integração entre as suas exigências de
informação, as pessoas que necessitam da informação e os
desenvolvedores do sistema?
6
Identificar a opinião dos
usuários sobre o
desempenho dos
sistemas.
A4.
C5.
D5.
D6.
Como tem sido a avaliação do desempenho do sistema na
sua área. Existe algum procedimento formal na instituição?
Você confia nos dados e informações disponíveis nos
sistemas de computador da instituição? Por quê?
Como você classifica a qualidade dos sistemas disponíveis
na instituição?
Como você classifica a qualidade das informações
disponíveis através do sistema atual da instituição?
Tabela 2 – Organização da Dissertação
Capítulo TÍTULO CONTEÚDO
1
INTRODUÇÃO Tema e problema da pesquisa; Justificativa e relevância;
Objetivos, Objetivo geral e Objetivos específicos;
Organização da dissertação.
2
METODOLOGIA APLICADA Delineamento da pesquisa; Escolha da empresa; Unidade
de análise; Delimitação da Pesquisa; Dados: Tipo de
dados, Coleta de dados, Protocolo da pesquisa, Etapas da
pesquisa, Protocolo do instrumento de coleta, Análise dos
dados; Conclusão.
3
SISTEMA DE INFORMAÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
O contexto da informação; Dado, informação e
conhecimento; Sistema e Sistemas de Informações; Tipos
de Sistemas de Informações; Sistema de Informação
Gerencial; Componentes dos Sistemas de Informações:
Organizacional, Recursos Humanos, Tecnologia;
Aplicação dos Sistemas de Informações; Benefícios dos
Sistemas de Informações; Desenvolvimento de soluções
com Sistemas de Informações; Avaliação dos Sistemas de
Informações; Tecnologia da informação e o gerenciamento
dos recursos de informação; Planejamento estratégico dos
Sistemas de Informações; Conclusão.
4
ORGANIZAÇÃO
HOSPITALAR
Considerações iniciais; Hospital como uma organização;
Funções do hospital; Classificação dos hospitais;
Estrutura organizacional; Administração hospitalar do
futuro; Tecnologia hospitalar; Tecnologia de Informação
hospitalar; Conclusão.
5
ESTUDO DE CASO –
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
REGIONAL DO NORTE DO
PARANÁ
Introdução; Estrutura organizacional; Sistema
informacional pesquisado: Introdução, Estrutura
organizacional, Proposta de reestruturação; Recursos de
hardware; Arquitetura da rede: Distribuição dos pontos de
rede; Recursos de software: Sistemas desenvolvidos pelo
próprio hospital, Sistemas desenvolvidos por terceiros:
Sistemas independentes, Sistema WPDHOSP; Avaliação
geral dos sistemas; Conclusão.
6
ANÁLISE DOS DADOS Introdução; Informações gerenciais das áreas; Análise
qualitativa e quantitativa dos dados: Perfil da amostra,
Determinação das exigências da informação, Distribuição
das informações, Obtenção das informações, Uso das
informações; Aspectos positivos e negativos detectados;
Conclusão
7
CONCLUSÃO Introdução; Quanto à metodologia; Quanto ao Referencial
teórico; Quanto ao estudo de caso; Quanto à análise dos
dados e objetivos propostos; Perspectivas para pesquisas
futuras; Considerações finais.
24
Tabela 3 – Quadro Resumo da Dissertação
OBJETIVOS ESPECÍFICOS COLETA DE DADOS MARCO TEÓRICO CAPÍTULO
a) Identificar a forma como as informações
são obtidas na instituição.
Entrevista espontânea
Observação não participante
Pesquisa documental
Questionário
a) O Sistema de Informações
Pesquisado
5
b) Identificar se as informações
disponibilizadas pelos sistemas atendem
às necessidades de informação e se são
utilizadas adequadamente
Entrevista espontânea
Observação não participante
Pesquisa documental
Questionário
b) O Sistema de Informações
Pesquisado
5
c) Identificar as limitações dos sistemas, e
as necessidades de informação.
Entrevista espontânea
Observação não participante
Pesquisa documental
Questionário
c) O Sistema de Informações
Pesquisado
5
d) Verificar se existe a necessidade de
alterar rotinas administrativas devido ao
sistema informatizado
Entrevista espontânea
Observação não participante
Pesquisa documental
Questionário
d) O Sistema de Informações
Pesquisado e Análise de SI
5 e 6
e) Analisar a adequabilidade do
gerenciamento dos sistemas de
informações.
Entrevista espontânea
Observação não participante
Questionário
e) O Sistema de Informações
Pesquisado e Análise do SI
5 e 6
f) Avaliar a opinião dos usuários sobre o
desempenho dos sistemas
Entrevista espontânea
Observação não participante
Questionário
f) O Sistema de Informações
Pesquisado e Análise do SI
5 e 6
25
CAPÍTULO 2 (25 a 46 ok)
METODOLOGIA APLICADA
Este capítulo aborda a metodologia adotada, o seu delineamento, a
escolha da empresa, a unidade de análise, a delimitação do tema, os dados e suas
técnicas de coleta e análise, assim como os protocolos utilizados na realização do
estudo.
2.1 D
ELINEAMENTO DA
P
ESQUISA
A Metodologia Científica é considerada por Polit e Hungler (1995,
p.13) como sendo:
O método mais sofisticado de aquisição de conhecimentos, criados pelo ser
humano. Ele combina aspectos do raciocínio lógico com outros aspectos
para criar um sistema de solução de problemas que, embora falível, é mais
confiável do que a tradição, a autoridade, a experiência ou a tentativa e
erro, por si sós.
Para Cooper e Schindler (2000, p.5) ”O estudo de métodos de
pesquisa fornece o conhecimento e habilidade que se necessita para resolver os
problemas e satisfazer aos desafios de um ambiente onde decisões são tomadas
com rapidez.” Os autores afirmam ainda que para a realização de uma boa pesquisa
é necessário que sejam definidos os objetivos de forma clara e que os projetos
sejam detalhados e acompanhados de altos padrões éticos, com análise, resultado e
conclusões justificados.
Pozzebon e Freitas (1998, p.4) citam sete pré-requisitos, ou passos,
que devem orientar uma pesquisa qualitativa, visando à busca de um maior rigor
metodológico:
a) Fundamentar o porquê da escolha do método.
26
b) Adotar e apresentar os critérios para a escolha da unidade de
análise (sistema, indivíduo, departamento, organização etc.).
c) Adotar e apresentar critérios para a escolha do tipo de pesquisa
(longitudinal ou cross-sectional).
d) Adotar e apresentar critérios para a definição do número de
casos (único, múltiplos).
e) Adotar e apresentar critérios para a condução da seleção dos
locais.
f) Apresentar as referências e métodos utilizados na construção
dos instrumentos de pesquisa.
g) Elaborar um protocolo para a execução da pesquisa.
Tendo em vista o exposto, explanam-se a seguir os passos descritos
e adotados nesta pesquisa.
Define-se a metodologia adotada neste trabalho como sendo um
estudo de caso, utilizando a pesquisa qualitativa, sob forma descritiva, exploratória,
de campo, documental e ex post facto.
Trata-se de um estudo de caso, por ser uma metodologia de
pesquisa que:
Contribui de forma inigualável, para a compreensão que temos dos
fenômenos individuais, organizacionais, sociais e políticos [...] permite uma
investigação para se preservar as características holísticas e significativas
dos eventos da vida real – tais como ciclos de vida individuais, processos
organizacionais e administrativos [...] (YIN, 2001 p.21).
O autor complementa que “[...] o estudo de caso como estratégia de
pesquisa compreende um método que abrange tudo – com a lógica de planejamento
incorporando abordagens específicas à coleta de dados e à análise de dados [...] é
uma estratégia de pesquisa abrangente”.
Para Trivinõs (1987, p.134) uma das circunstâncias atribuídas ao
Estudo de Caso é a complexidade, determinada pelos suportes teóricos que servem
de orientação ao trabalho do investigador.
Gimenez (2001, p.10) aponta como uma das vantagens do estudo
de caso a riqueza de detalhes, que não é comum de encontrar-se na maioria das
27
outras estratégias de pesquisa, oferecendo uma explanação ou descrição mais rica
do fenômeno sob análise.
O autor complementa que o estudo de caso “deve ser enfatizado
como uma importante estratégia de pesquisa, que tem seu papel não apenas como
uma ferramenta complementar a estudos quantitativos mais amplos, mas como um
modo flexível e poderoso de obter um entendimento holístico de fenômenos sociais
e organizacionais complexos”.
Esta pesquisa é qualitativa por realizar abordagem partindo do
fundamento, conforme relata Chizzotti (2000, p.79), de que “há uma relação
dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o sujeito e
o objeto, um vínculo indissolúvel entre o mundo objetivo e a subjetividade do
sujeito”.
Apesar do enfoque não quantitativo ou positivista da pesquisa
qualitativa, Pozzebon e Freitas (1998, p.3) relatam que a escolha de uma pesquisa
qualitativa, como o Estudo de Caso, pode ter como pressuposto filosófico subjacente
o positivismo, devido ao comportamento complexo da realidade que se quer
conhecer, acarretando em muitas pesquisas qualitativas a combinação de elementos
e técnicas da linha positivista.
Os autores abordam também que:
O rigor científico que se espera atingir na área de Sistemas de Informação
enquanto disciplina científica sugere a não restrição a uma única
abordagem, notadamente a quantitativa, mas que se busque explorar uma
variedade de métodos, sobretudo qualitativos.
Cassel e Symon (1995, p.4) defendem que a pesquisa qualitativa é
menos conduzida por hipóteses muito específicas e estruturas categóricas e mais
preocupada com temas emergentes e descrições ideográficas; permite flexibilidade
no processo da pesquisa e procura fornecer uma visão holística de situações ou
organizações que os pesquisadores estão tentando entender. Os métodos
qualitativos são freqüentemente mais interativos, mais intensos e envolvem maior
compromisso.
As autoras ressaltam a importância do pesquisador como um ser
social que tem um impacto no comportamento daqueles que estão ao seu redor, e
não como sendo um mero expectador e observador da ação organizacional.
28
Trata-se de uma pesquisa descritiva por utilizar ações de “observar,
descrever e classificar fenômenos que ocorrem ou ocorreram [...]” (POLIT;
HUNGLER, 1995, p.14) e também por “descrever uma intervenção e um contexto na
vida real em que ela ocorre” (YIN, 2001, p.34). Nesta pesquisa será descrito o
processo de informatização dos sistemas informacionais de um hospital.
Apresenta-se como pesquisa exploratória, na medida em que existe
pouco conhecimento acumulado sobre o tema na área hospitalar.
Conforme Cooper e Schindler (2000, p.139):
É particularmente útil quando falta aos pesquisadores uma idéia clara dos
problemas que eles encontrarão durante o estudo. Através da exploração os
pesquisadores desenvolvem conceitos mais claros, estabelecem
prioridades, desenvolvem definições operacionais, e melhoram o projeto
final da pesquisa. A área de investigação pode ser nova ou vaga que o
pesquisador precisa fazer uma exploração para aprender algo sobre o
dilema.
Trata-se de uma pesquisa de campo, por investigar empiricamente
no local onde ocorre ou ocorreu o evento, visando reunir e organizar um conjunto
comprobatório de informações.
Conforme Cooper e Schindler (2000, p.136), o trabalho desenvolvido
apresenta variáveis já definidas, pois estas já ocorreram, sendo então definidos
como ex post facto; ou seja, o pesquisador não tem o controle das variáveis no
sentido de ser capaz de manipulá-las.
Denomina-se como pesquisa documental por coletar informações
documentais relevantes “[...] visando corroborar e valorizar as evidências oriundas
de outras fontes” (YIN, 2001, p.109).
2.2 E
SCOLHA DA
E
MPRESA
O principal fator que levou à escolha do HURNP como a empresa a
ser pesquisada deveu-se às características do tipo de organização: hospitalar. Na
atualidade, as organizações hospitalares, geralmente mantêm o foco em pesquisa
na área as saúde, relegando a segundo plano as abordagens
administrativas/gerenciais.
29
Associado a este fato, a abertura e o total apoio da direção do
hospital foram fundamentais. Outro fator saliente foi o fato de esta pesquisadora
fazer parte do quadro de pessoal da instituição, atuar em trabalhos administrativos e
conviver com as pessoas envolvidas na pesquisa.
Neste hospital, em especial, não se tem conhecimento da realização
de pesquisa desta natureza. Conforme citado por Yin (2001, p.61):
O estudo de caso único é referido como sendo apropriado em várias
circunstâncias [...] e [...] sendo um caso único é análogo a um experimento
único, e muitas das condições que servem para justificar um experimento
único também justificam um estudo de caso único.
Hartley (1995) aponta como estratégia inicial para delimitar e tomar
conhecimento sobre o ambiente em que se realizará a pesquisa, a descrição da
estrutura e funcionamento da organização, a obtenção de seu mapa ou diagrama, e
o conhecimento do trabalho dos principais departamentos.
Outra recomendação está em seguir o fluxo da organização de
trabalho observando seu desenvolvimento. Deste modo, pode-se traçar a localização
provável das principais fontes de dados. O ambiente escolhido para esta pesquisa
será abordado com maior detalhamento em capítulo exclusivo.
2.3 U
NIDADE DE ANÁLISE
Trata-se de um dos componentes necessários para uma pesquisa
de estudos de caso. Conforme Yin (2001, p.43) e Bardin (1977, p.104), a unidade de
análise está relacionada à formulação das questões/perguntas da pesquisa. Estas
unidades podem variar desde palavras, nomes, indivíduos, tema, acontecimento e
personagem, entre outros.
Após a análise das questões e perguntas, entende-se que para a
presente pesquisa, o Sistema Informacional em Rede (SIR) seja a opção mais
conveniente para a análise das perguntas das pesquisas, assim como de seus
objetivos.
Como recomendam Zanoteli (2001, p.24) e Cardoso (2001, p.109), a
empresa em estudo, forneceu e representou o ambiente no qual o sistema de
30
informações está inserido e o contexto que o envolve. Os respondentes foram os
usuários deste sistema, tendo sido tratados como coadjuvantes do processo de
coleta de dados.
2.4 D
ELIMITAÇÃO DA
P
ESQUISA
A população pesquisada consistiu do pessoal de nível intermediário
e operacional vinculado ao quadro da Diretoria Administrativa – Divisão de Material e
Divisão de Finanças e Orçamento do HURNP, onde exercem atividades técnico-
administrativas, com a utilização do sistema informatizado do hospital. Dentre as
áreas pesquisadas, citam-se: Seção de Compras, Seção de Importação, Seção de
Licitação, Seção de Empenhos, Seção de Pendências, Seção de Almoxarifado,
Seção de Orçamento, Seção de Custos Hospitalares, Seção de Finanças, Seção de
Tesouraria, Seção de Operacionalização de Viagens (Tabela 4).
A escolha desse contingente deu-se pelo fato de seus componentes
atuarem em áreas que utilizam o computador e o sistema informacional no hospital.
Durante o estudo piloto, outras áreas foram consideradas para
inclusão na pesquisa, porém dificuldades relacionadas tanto à colaboração para a
pesquisa quanto às características de atuação da área com o sistema informacional
inviabilizaram tal intenção. Outros motivos estão relacionados na seção de coleta de
dados.
31
Tabela 4 – População Pesquisada
ENTREVISTADOS
ÁREAS DA EMPRESA
FUNÇÃO QUANTIDADE
Divisão de Material Chefe da Divisão 01
Chefe da Seção 01Seção de Licitação
Funcionários 03
Chefe da Seção 01Seção de Empenho
Funcionários 02
Chefia da Seção 01Seção de Compras
Funcionário 01
Seção de Importação Chefia da Seção 01
Seção de Pendências Chefia 01
Chefia 01Seção de Almoxarifado
Funcionários 09
Divisão de Finanças e Orçamento Chefia da Divisão 01
Chefia da Seção 01Seção de Custos Hospitalares
Funcionário 01
Chefia da seção 01Seção de Orçamento
Funcionário 01
Chefia da Seção 01Seção de Operacionalização de Viagens
Funcionário 01
Chefia da Seção 01Seção de Tesouraria
Funcionário 01
Fonte: Relatório da Divisão de Recursos Humanos/HURNP
2.5 D
ADOS
Os dados de uma pesquisa constituem elementos de informação,
obtidos durante a investigação. O pesquisador identifica as variáveis de seu
interesse, elabora as definições operacionais para essas variáveis e posteriormente
coleta os dados relevantes, a partir dos sujeitos da pesquisa. Estas variáveis
assumem valores diferentes e estes valores reais constituem dados para um
propósito da pesquisa (POLIT e HUNGLER, 1995, p.28).
32
2.5.1 Tipo de Dados
Pereira (2001, p.21) conceitua dado qualitativo como sendo “a
representação simbólica atribuída a manifestações de um evento qualitativo, sendo
uma forma de quantificação do evento qualitativo que normatiza e confere um
caráter objetivo à sua observação”.
O autor informa que nos dias de hoje ”a abordagem quantitativa para
o estudo de um evento qualitativo só deixa de ser alternativa concreta à abordagem
qualitativa numa situação específica, bastante rara, em que não disponha de
qualquer conhecimento anterior do objeto de estudo”.
Para Chizzotti (2000, p.84):
Os dados não são coisas isoladas, acontecimentos fixos, captados em um
instante de observação. Eles se dão em um contexto fluente de relações:
são fenômenos que não se restringem às percepções sensíveis e
aparentes, mas se manifestam em uma complexidade de oposições, de
revelações e de ocultamentos.
Dessa forma, entende-se que a abordagem qualitativa viabiliza, pelo
menos inicialmente, o primeiro reconhecimento do objeto e instrumentaliza uma
posterior abordagem alternativa.
Para Marconi e Lakatos (1999, p.64) e Mattar (1999, p.134) a
pesquisa documental se fundamenta nos dados/fontes primários e a pesquisa
bibliográfica como dados/fontes secundários.
Dados Primários: são aqueles coletados especificamente para
atender à pesquisa, obtidos diretamente de sua fonte de origem, talvez pela primeira
vez, podendo ser obtidos de diversas formas, como por meio de observações,
anotações de campo, entrevistas e pesquisa restrita a documentos escritos.
Dados Secundários: são obtidos por meio de pesquisas
bibliográficas já tornadas públicas, e que deverão atender estritamente ao tema
referido, buscando o estado atual do conhecimento.
Na presente pesquisa, os dados primários foram obtidos pela própria
pesquisadora, utilizando-se de metodologias de coleta de campo, questionários,
observação não participante e entrevista espontânea. A obtenção dos dados
secundários se deu por meio de levantamentos bibliográficos disponíveis sobre o
33
tema pesquisado, constituindo-se de livros, teses, dissertações e artigos, dentre
outros. As demais explanações sobre a coleta de dados serão apresentadas a
seguir.
2.5.2 Coleta de Dados
Trivinõs (1987, p.137) salienta que na pesquisa qualitativa não pode
haver visões isoladas, parceladas e estanques. Esta ocorre de forma dinâmica,
retroalimentando-se e reformulando-se constantemente. Assim, em dado momento,
a coleta de dados passa a ser análise de dados e permite a busca de novas
informações. Desta forma, as duas fases de coleta e análise dos dados muitas vezes
ocorrem em conjunto.
A exemplo de Trivinõs (1987), Chizzotti (2000, p.89) destaca que “a
coleta de dados não é um processo acumulativo e linear cuja freqüência, controlada
e mensurada, autoriza o pesquisador, exterior à realidade estudada e dela
distanciado, a estabelecer leis e a prever fatos”. O autor destaca também a
importância sobre a necessidade de constante análise e avaliação dos dados
colhidos e alerta que os novos aspectos particulares descobertos, é que deverão
nortear as ações para a eliminação dos aspectos indesejados.
Polit e Hungler (1995, p.165) relatam que uma das tarefas mais
desafiadoras do processo de pesquisa está em identificar a metodologia apropriada
para a coleta de dados. Definir as variáveis da pesquisa, a seleção e a elaboração
dos métodos de coleta exemplifica tais desafios, os quais determinam a precisão nos
dados e a força nas conclusões.
Apesar das divergências de nomenclatura, percebe-se um certo
consenso entre os diversos autores citados quanto à adequação de determinadas
técnicas para o processo de pesquisa qualitativa. Citam-se, dentre elas, a entrevista,
os questionários semiestruturados e a observação participante, não participante e
sistemática.
Yin (2001, p.80) salienta a importância da preparação do
pesquisador, em termos de habilidades desejadas, que podem influenciar
demasiadamente nesta fase da pesquisa. Apesar da não existência de testes que
34
possam determinar quais são e quais não são os bons pesquisadores, o autor
apresenta uma lista básica de habilidades comumente exigidas:
a) Ser capaz de fazer boas perguntas e interpretar as respostas.
b) Ser um bom ouvinte e não ser influenciado por suas próprias
ideologias e preconceitos.
c) Revelar capacidade de ser adaptável e flexível, oportunizando
cada nova situação.
d) Ter noção clara das questões que estão sendo estudadas,
visando explorar melhor as informações relevantes.
e) Ser imparcial e estar atento a provas contraditórias.
O autor aborda também as variadas fontes de evidências possíveis
de serem usufruídas, quais sejam: documentos, registros em arquivos, artefatos
físicos, entrevistas e observações direta e participante. As três primeiras fontes,
geralmente são utilizadas para a corroboração e valorização das evidências oriundas
de outras fontes, devendo ser cuidadosamente utilizadas em conjunto com outras
fontes de informação.
Para a fonte de informação baseada em entrevistas, Yin (2001,
p.112) relata a existência de três tipos: forma espontânea, focal e levantamento
formal. A entrevista de forma espontânea permite indagações, opiniões e
interpretações livres. Já na focal, ainda são espontâneas, porém assumem caráter
informal, em que o pesquisador segue um roteiro prévio de perguntas que se
originam da pesquisa. A modalidade formal de entrevista, exige a utilização de
questões mais estruturadas.
Foi realizada a entrevista espontânea; no entendimento da amostra,
“uma conversa informal”. Revelou-se como a melhor alternativa de obtenção dos
dados iniciais.
Apesar de ser uma escolha pessoal, Yin (2001, p.114) ainda refere
sobre a utilização de artefatos físicos (gravadores, filmadoras e demais
equipamentos de áudio e vídeo) em associação com as entrevistas como recurso
para fornecer uma expressão mais acurada da entrevista, desde que haja
35
concordância do entrevistado. Os comentários a respeito deste método na presente
pesquisa estão no final desta seção.
O papel do pesquisador como observador segundo Chizzotti (2000,
p.90) e Trivinõs (1987, p.141) é de grande importância. Porém, seus
desdobramentos, são difíceis e delicados, uma vez que pode haver inúmeros
sentimentos, por parte tanto dos observados quanto do próprio pesquisador,
relacionados às áreas social, profissional e empresarial. Estes sentimentos podem
abarcar desde marginalização, manifestações positivas ou negativas,
comportamentos inadequados até necessidade de envolvimento pessoal na vida dos
grupos para obtenção da aprovação destes.
Para Cooper e Schindler (2000, p.374), a observação é uma das
poucas opções disponíveis para se estudar registros e processos mecânicos, bem
como para coletar dados de como o evento ocorre. A observação inclui uma
variedade de situações de monitoramento que cobrem as atividades
comportamentais e não comportamentais. Os autores classificam a metodologia sob
a ótica do relacionamento observador-sujeito, o qual pode ser visto sob três
perspectivas: (1) quando a observação é direta ou indireta (2) quando a presença do
observador é conhecida ou desconhecida (3) quando o observador é um participante
ou não participante.
Os autores enumeram os pontos fortes e os limitantes desta
metodologia:
Pontos fortes:
a) Assegura informações sobre pessoas ou atividades que não
possam ser derivadas de experimentos ou avaliações.
b) Evita o esquecimento e a filtragem das respostas dos
entrevistados.
c) Assegura informações de contexto ambiental.
d) Otimiza a naturalidade do local de pesquisa.
e) Reduz as interferências.
36
Pontos limitantes:
a) Cria dificuldade de espera por períodos longos para captar os
fenômenos relevantes.
b) Onera o observador com despesa de custos e equipamento.
c) Compromete a confiança nas inferências dos indicadores
superficiais.
d) Propicia problemas de quantificação e registros
desproporcionalmente grandes.
e) Oferece limitação em apresentar interferências nos processos
cognitivos.
Nesta pesquisa, a observação não participante foi realizada em
várias etapas. Pôde detectar, a princípio, uma cooperação das equipes, mas com
certo grau de constrangimento de alguns funcionários, principalmente pelo fato de
não possuírem o hábito de participarem de pesquisas científicas.
Trivinõs (1987, p.137) alerta para a possibilidade do emprego do
questionário fechado, de maior emprego no trabalho positivista, poder ser utilizado
na pesquisa qualitativa para caracterizar um grupo de acordo com os traços gerais
da pesquisa.
Johnson e Briggs (1995, p.56) apresentam algumas variáveis
necessárias para o procedimento de formulação de perguntas de um instrumento de
coleta de dados: ao entrevistado, ao instrumento e ao procedimento de
preenchimento, registro, análise e aplicação. Estas variáveis são consideradas pelos
autores tendo em vista a obtenção das informações necessárias à pesquisa. Porém,
devem ser formuladas da forma mais compreensível, imparcial, simples, correta e
ética possível.
Corroborando com a colocação de Yin (2001, p.114), que considera
a opinião e a concordância dos pesquisados importantes durante a fase preliminar
da pesquisa, na realização do estudo piloto alguns participantes da pesquisa se
opuseram à técnica de entrevista associada ao uso de artefatos como gravadores,
37
sugerindo a entrega de questionários para o preenchimento individual, sem a
presença da entrevistadora.
Nesse sentido, foram tomadas as medidas necessárias para que a
coleta dos dados fosse feita de forma a garantir o melhor resultado qualitativo
possível. Fizeram-se inicialmente entrevistas de forma espontânea, conjuntamente
com a observação não participante. Somente após a realização destas duas fases
citadas é que houve a preparação do instrumento a ser entregue aos pesquisados.
Os questionários foram entregues em envelopes nominados e
fechados. Os pesquisados foram orientados para que respondessem o mais sincera
e completamente possível. Após o prazo de vinte dias, os questionários foram
coletados e avaliados. Cerca de 75% deles foram devolvidos no prazo determinado
e os demais foram coletados durante os quinze dias seguintes.
Após a leitura das respostas, aquelas consideradas duvidosas ou
incompletas foram separadas. Posteriormente foram complementadas pela
pesquisadora em conjunto com o respondente, em entrevista pessoal.
2.5.3 P
ROTOCOLO DA
P
ESQUISA
Para um estudo de caso, o desenvolvimento de um protocolo é
citado como a preparação formal, conforme relatado por Yin (2001, p.80). O
protocolo tem a finalidade de conduzir a pesquisa de forma organizada. É entendido
como uma maneira eficaz de lidar com o problema, na medida em que aumenta a
confiabilidade dos estudos de caso.
Pozzebon e Freitas (1998, p.14) afirmam que só a escolha da
metodologia de pesquisa não assegura os resultados. É necessário estar atento em
cada passo dado, para que o maior rigor científico seja alcançado.
Entende-se, portanto, que o protocolo seja um tipo de guia ou
referência do pesquisador e norteia as fases dos trabalhos de forma ordenada,
impedindo possíveis desvios quanto ao objetivo estabelecido. Desta forma, foi
elaborado um protocolo das etapas gerais da pesquisa conforme (Figura 1).
38
2.5.4 Etapas da Pesquisa
A pesquisa foi dividida em cinco etapas gerais, como segue:
Etapa 1: Planejamento – Elaboração do Protocolo. Nesta fase inicial
de planejamento foi desenhado o arcabouço da pesquisa e do instrumento de coleta
de dados, sendo posteriormente elaborado o protocolo.
Etapa 2: Diagnóstico Organizacional. Esta fase caracterizou-se pelo
trabalho de busca das informações da organização, por meio da coleta documental e
conversas informais com a Gerência de Informática do hospital.
Etapa 3: Coleta de Dados. Esta etapa subdividiu-se em várias fases.
Detalha as fontes de informações para atender aos objetivos da pesquisa e os
respectivos meios utilizados.
Etapa 4: Análise dos Dados. De posse dos dados coletados,
realizou-se estudo comparativo com a situação da instituição. Da mesma forma,
determinaram-se as causas dos possíveis problemas e situações divergentes
levantados.
Etapa 5: Conclusão. Consistiu na elaboração de sugestão e
proposta de melhoria.
39
Figura 1 – Etapas da Pesquisa
ETAPA 1
PLANEJAMENTO
ELABORAR PROTOCOLO DE
ATIVIDADES.
ELABORAR PROTOCOLO DOS
INSTRUMENTOS DE COLETA DE
DADOS.
DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL
COLETA PARA DADOS
DOCUMENTAIS.
FAZER A CARACTERIZAÇÃO DA
EMPRESA E O MAPEAMENTO DOS
DADOS SOBRE O SISTEMA
INFORMACIONAL
CONCLUSÃO
PROPOR ESTRATÉGIAS DE
MELHORIAS.
ANÁLISE DOS DADOS
SITUAR A ORGANIZAÇÃO FRENTE
AOS DADOS DISPONIBILIZADOS.
COMPARAR A SITUAÇÃO ATUAL
COM OS RESULTADOS OBTIDOS.
DETERMINAR AS CAUSAS DE
POSSÍVEIS DESAJUSTES
EXISTENTES
COLETA DE DADOS DA PESQUISA
REALIZAR ENTREVISTAS.
APLICAR O QUESTIONÁRIO.
ANOATAR AS OBSERVAÇÕES.
ETAPA 3
ETAPA 2
ETAPA 5
ETAPA 4
40
2.5.5 Protocolo do Instrumento de Coleta
A tabela 5 apresenta o detalhamento do protocolo dos instrumentos
de coleta. Nela visualizam-se as sete fases que compuseram a coleta de dados.
Para a primeira fase – Pesquisa Bibliográfica – a coleta de todo o
material favoreceu a apreensão do conteúdo teórico e subsidiou a definição do tema
da pesquisa. As fontes utilizadas constaram-se de livros, artigos, revistas, teses e
dissertações.
Na segunda fase – Estudo Piloto – construiu-se um estudo
preliminar sobre o ambiente da pesquisa, as áreas a serem escolhidas e os
componentes da amostra. Foram estudadas quatro áreas do hospital. Porém, após
conhecer a realidade de cada uma, optou-se por apenas duas, por uma questão de
relevância para o contexto da pesquisa. Esta fase também objetivou investigar a
viabilização da pesquisa no ambiente escolhido.
A terceira fase – Pesquisa Documental – objetivou levantar as
informações da empresa, para subsidiar o ambiente da pesquisa. Na realidade, esta
busca foi realizada durante as várias fases de coleta, uma vez que não se pôde ter
acesso aos documentos em um único momento. Os itens coletados compuseram-se
de relatórios gerenciais e documentos oficiais do hospital.
A quarta fase – Observação não participante – ocorreu em várias
etapas, compreendendo duas fases diferentes, em razão das atividades
profissionais dos pesquisados e da pesquisadora no hospital. A primeira ocorreu
durante o estudo piloto; a segunda, concomitantemente à pesquisa documental e à
entrevista espontânea, relatada a seguir.
A quinta fase – Entrevista espontânea – ocorreu em concomitância
com a observação não participante. Baseou-se no conteúdo apresentado na Tabela
6, que norteou a realização da entrevista informal. Porém, tendo em vista a
percepção de que nem todos os pesquisados responderam de forma espontânea às
perguntas durante a fase de observação não participante, seja por desconhecimento
ou por certo sentimento de constrangimento, todas as perguntas do roteiro passaram
a compor o questionário, que foi elaborado posteriormente.
41
Tabela 5 – Protocolo dos Instrumentos de coleta de dados
INSTRUMENTO OBJETIVO FONTE REFERÊNCIA
1 Pesquisa Bibliográfica Definir e fundamentar o tema
selecionado.
Diversas Fontes Busca da pesquisadora
2
Estudo Piloto Auxiliar na definição da amostra e
metodologia de pesquisa.
Ambiente da
pesquisa
Estudo da pesquisadora
3 Pesquisa Documental Caracterizar a empresa pesquisada. Documentos da
empresa
Histórico da Instituição
Relatórios gerenciais da Direção
Superintendente
Relatórios da Divisão de Finanças e
Orçamento
Relatórios e Normas da Gerência de
Informática
4
Observação Não
Participante – 1
5 Entrevista
Espontânea
6
Observação Não
Participante – 2
Caracterizar o Sistema de
Informatização das áreas
pesquisadas.
Detectar as facilidades e dificuldades
de operação do sistema.
Funcionários da
empresa
Observação direta
do uso do sistema
Elaboração do pesquisadora
Operações diárias dos funcionários
das áreas pesquisadas.
7 Aplicação de
Questionário
Detectar a opinião do usuário sobre o
sistema de informatização.
Funcionários da
empresa
Elaboração do pesquisadora
42
Tabela 6 – Roteiro para Condução da Entrevista
ITEM QUESTÕES OBJETIVOS
1 Você tem acesso facilitado ao sistema? Detectar as limitações dos sistemas.
2
Os Sistemas de Informações atendem às
suas necessidades e às de sua área?
Detectar as necessidades de
informação.
3 Você é treinado quando uma nova
solução é disponibilizada no seu setor?
Estimular a discussão de um
gerenciamento adequado com o setor
responsável.
4 Você confia nos dados e informações
disponíveis no sistema?
5
Como você classifica a qualidade do
sistema?
Coletar a opinião geral sobre o
desempenho do sistema.
Inicialmente, visando assegurar o rigor da pesquisa, o anteprojeto foi
submetido à apreciação da Comissão de Ética e Pesquisa do HURNP (Apêndice).
Elaborou-se, então o instrumento Termo de Consentimento (Apêndice) por meio do
qual os pesquisados tomaram conhecimento oficial da pesquisa, apuseram sua
assinatura juntamente com a da pesquisadora, que concordou em manter as
respostas e os nomes dos pesquisados no anonimato, comprometendo-se a utilizar
somente no âmbito desta pesquisa.
Hartley (1995, p.209) enfatiza que o fato de o pesquisador trabalhar
e conhecer os integrantes e atividades da organização pesquisada pode dar origem
a vários tipos de sentimentos sobre as pessoas, no que tange à inclinação de dar
“palpites” e opinar a respeito da qualidade e tipo de dados que se está obtendo. Os
dados coletados devem ser sistemáticos e não oportunistas ou improvisados.
Em uma avaliação geral, a coleta de dados desta pesquisa foi
caracterizada como sendo trabalhosa, na medida em que os profissionais do hospital
não possuem o hábito de participar de pesquisas científicas, principalmente quando
envolvem as suas próprias áreas de atuação.
Mesmo o fato de conhecerem a pesquisadora, de terem sido
informados da intenção do trabalho, bem como do sigilo das respostas, e de
tomarem conhecimento da autorização da direção e do Comitê de Ética e Pesquisa
do hospital, alguns funcionários apresentaram reações de insegurança,
43
manifestadas nas alegações de falta de tempo para colaborar no preenchimento do
instrumento, tendo solicitado a exclusão do processo.
Informações obtidas de alguns pesquisados revelaram que o receio
de expor o próprio trabalho ou de comprometer a sua atuação foram fatores que
inibiram de alguma forma a exposição dos fatos. O temor em se comprometer frente
ao chefe da unidade também foi outro fator que influenciou fortemente a decisão
pela exclusão da pesquisa.
Detalham-se a seguir as percepções e as ocorrências durante as
fases da execução das técnicas de coleta de dados:
Pesquisa Documental. Informações obtidas em documentos
públicos, oficiais e administrativos da instituição. Houve empenho de alguns setores
em dedicar determinado tempo para a coleta destes documentos. Esta fase foi
avaliada como das mais demoradas, pelo fato de que os documentos nem sempre
estavam disponíveis, por estarem emprestados a outros pesquisadores, de as áreas
não possuírem tais informações ou, ainda de não se saber do paradeiro dos
mesmos. Devido a isso, a pesquisa documental estendeu-se ao longo de toda as
demais fases da pesquisa.
Pesquisa de Campo/Observação Não participante. Informações
obtidas pela observação de fatos e fenômenos da realidade, estando a pesquisadora
inserida na comunidade relativa à pesquisa. Durante esta fase, houve necessidade
de interação da pesquisadora com os participantes das áreas estudadas, uma vez
que todos os fatos e fenômenos ocorridos eram imediatamente verbalizados e
demonstrados. Favoreceu o processo o fato de a pesquisadora atuar em conjunto
com as áreas estudadas e de ter certo grau de conhecimento sobre a atuação geral
dos pesquisados, exigindo-se, porém, atenção maior para a detecção de possível
distorção ou desvio nas condutas rotineiras. Esta fase foi realizada
concomitantemente com a entrevista espontânea.
Entrevista Espontânea. Informações obtidas em conversas informais
entre a pesquisadora e o/a entrevistado/a.
Tendo em vista que a maioria das entrevistas ocorreu em
concomitância com a técnica de observação não participante, as respostas
consideradas de pouca profundidade ou que fossem muito subjetivas passaram a
fazer parte do questionário, visando-se obter as respostas de forma mais
44
contundente, uma vez que os pesquisados estariam livres para preencher os
questionários sem a presença da pesquisadora e da chefia imediata.
Questionário. Instrumento estruturado com perguntas específicas,
relevantes, abertas e fechadas. Durante o estudo piloto, foi abordada a questão da
utilização de um aparelho gravador para a coleta de dados. Cerca de 30% dos
entrevistados se opuseram à utilização desta técnica, sugerindo a entrega dos
questionários para o preenchimento individual. Nesse sentido, foram tomadas
medidas que garantissem o melhor resultado qualitativo possível, como a entrevista
espontânea, no intuito de colher previamente as informações que delimitariam as
perguntas do instrumento e ainda a observação não participante em várias fases,
com ciência ou não das áreas, prevenindo-se de possíveis reações adversas.
(Apêndice).
2.5.6 Análise dos Dados
Para a análise de dados, de modo a assegurar o máximo de
qualidade e resultados fidedignos à pesquisa, foram utilizadas as técnicas do
conteúdo, documental e estatístico.
Conforme Pereira (2001, p.99): “A análise dos dados qualitativos,
como o resto de dados de qualquer natureza, é sempre uma busca de síntese das
várias informações recolhidas pelo pesquisador.”
Para Bardin (1977, p.42) a análise do conteúdo é o:
Conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por
procedimentos, sistemáticos e objectivos (sic) de descrição do conteúdo das
mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de
conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis
inferidas) destas mensagens.
O autor reconhece três etapas básicas no trabalho com a análise do
conteúdo:
a) Pré- análise. Etapa caracterizada pela organização do material,
por meio de coleta de documentos, formulação de hipóteses e
45
objetivos, e da elaboração de indicadores que fundamentem a
interpretação final.
b) Exploração de material. Etapa intermediária, em que os primeiros
passos se iniciam na etapa anterior. Quando bem conduzida,
facilita as operações de codificação, classificação e a
categorização. Também tem sua importância em razão da
necessidade da busca de sínteses coincidentes e divergentes de
idéias, conceitos e opiniões, visando obter um quadro de
referência.
c) Tratamento dos resultados, inferência e interpretação. Os
resultados devem ser tratados de forma a serem significativos e
válidos. Com a utilização de operações estatísticas simples ou
complexas, são submetidos a provas estatísticas e a testes de
validação para assegurar maior rigor. A partir de então, pode-se
propor inferências e interpretar os propósitos dos objetivos e
outras descobertas advindas, assim como, realizar confrontações
que desencadeiem novas análises sob a ótica das dimensões
teóricas.
Richardson afirma que:
A análise de conteúdo é utilizada basicamente para o estudo de material
qualitativo. Deve se seguir um formato eficaz, rigoroso e preciso, por se
tratar de fundamento científico e estar situada na área da pesquisa
científica, esta técnica deve possuir características metodológicas, como
objetividade, sistematização e inferência (apud COHEN,1998, p.39).
Bardin (1977, p.46) alerta sobre as diferenças existentes entre a
análise do conteúdo e a análise documental, como exposto a seguir:
A documentação trabalha com documentos; a análise de conteúdo com
mensagens (comunicação).
A análise documental faz-se, principalmente por classificação-indexação; a
análise categorial temática é, entre outras, uma das técnicas da análise de
conteúdo.
O objetivo da análise documental é a representação condensada da
informação, para consulta e armazenagem; o da análise de conteúdo, é a
manipulação de mensagens (conteúdo e expressão desse conteúdo), para
evidenciar os indicadores que permitam inferir sobre uma outra realidade
que não a da mensagem.
46
Pereira (2001, p. 30) refere que:
Para a mensuração de eventos qualitativos o que é pertinente lembrar é a
distinção entre objeto e atributo: o dado qualitativo é uma estratégia de
mensuração de atributos, ou seja, o objeto (o objetivo) da mensuração não
é o objeto (a coisa) em si, mas seus predicados.
Ainda sob a visão do autor, a mensuração de um objeto de estudo
pode realizar-se com dados de uma ou mais dimensões, que sejam inerentes à sua
própria natureza ou de projeção de sua imagem. Sua descrição, análise ou
comparação com outro objeto poderão ser feitas por medidas originais ou por
processamento de combinação delas.
Sabe-se que um evento qualitativo pode considerar mensurações
através de variáveis tanto quantitativas quanto qualitativas. Deve-se atentar à
interpretação adequada dos resultados e às inferências das generalizações dos
resultados obtidos.
2.6 C
ONCLUSÃO
Apresentou-se neste capítulo a metodologia científica utilizada no
presente trabalho. Delineou-se a pesquisa, definiu-se a unidade de análise e
explicitaram-se os motivos da escolha do ambiente, os métodos de tratamento dos
dados e o desenvolvimento do protocolo do estudo e análise.
Tendo sido construída a metodologia do trabalho, no capítulo a
seguir será tratado o referencial teórico do assunto relativo à pesquisa.
47
CAPÍTULO 3 (47A 108 OK)
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES – REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo, são revisados os conceitos que norteiam o
desenvolvimento do trabalho. Especificamente, serão tratados com maior
detalhamento a conceituação, classificação, componentes, benefícios,
desenvolvimento e planejamento de Sistemas de Informações (SI). Antes de
introduzir-se ao tema propriamente dito, faz-se uma abordagem introdutória sobre o
contexto da informação na atualidade.
3.1 O C
ONTEXTO DA
I
NFORMAÇÃO
Nesta era de economia globalizada, em que dia a dia se depende da
criação, administração e distribuição dos recursos de informação, com apoio na
tecnologia, as organizações carecem de profissionais que possuam habilidades em
promover relacionamentos e que sejam rápidos nas tomadas de decisões e efetivos
na execução de ações.
Como citado por Cohen (1998, p.42): “Até pouco tempo atrás, as
decisões eram tomadas efetivamente por homens. Entretanto, o volume de dados
processados cresceu tanto que as decisões são tomadas por homens e máquinas.”
McGowan (1997, p.ix) aborda os grandes desafios a quê estão
submetidas as organizações, que muitas vezes, não possuem conhecimentos sobre
como proceder perante a revolução da tecnologia da informação ou, mesmo, sobre
como tratar as equipes, consideradas funções-chave nos projetos de qualquer área.
No que se refere às organizações, Drucker (1997, p.3) previra, no
final da década de 1980, o advir da nova organização, com a transformação para a
“organização baseada na informação“, cujo conceito agregava questões como a
queda das paredes que dividiam a organização hierárquica.
Applegate, Cash e Mills (1997, p.47), acreditavam que a tecnologia
da informação influenciaria a estrutura das organizações, seus processos gerenciais
48
e a natureza do seu trabalho. Os gerentes passariam a estar ativamente envolvidos
em dirigir a tecnologia e gerenciar sua influência nas organizações.
Atualmente, a Tecnologia da Informação (TI) é um dos importantes e
desafiantes temas abordados em uma organização. Por sua natureza complexa, em
termos tanto financeiros quanto funcionais, o mundo globalizado e evoluído da
tecnologia abraça esta realidade numa velocidade inimaginável.
Diariamente, interagimos com as tecnologias existentes, seja no
ambiente doméstico, no social ou no profissional, numa era da “Economia da
informação”, em que ela própria, muitas vezes, possui valor em substituição ao bem
tangível.
Deve-se observar, entretanto, que a Tecnologia da Informação não
deve ser utilizada como sinônimo de Sistema de Informações. A primeira trata
exclusivamente de artefatos, máquinas e equipamentos computacionais, ao passo
que a segunda relaciona-se aos meios ou fins que são processados através deles.
Laudon e Laudon (1999, p.4) atribuem aos SI um enfoque de
competitividade social, uma vez que todos fazemos parte deles. Defendeu a
necessidade de haver um amplo conhecimento acerca dos Sistemas de
Informações, para que se possam atingir os níveis mais altos possíveis de
produtividade e eficácia dentro das organizações.
Segundo Marchand (2000, p.3), ”a informação é o caminho das
pessoas de negócio para expressarem, representarem, comunicarem e
compartilharem seus conhecimentos com outros, para acompanharem suas
atividades e conseguirem êxito em seus objetivos de negócios”.
Para McGee e Prusak (1994, p.18):
Os executivos de alto nível precisam determinar claramente o papel que a
informação vai desempenhar no seu projeto e execução da estratégia
competitiva em suas empresas, ou se arriscarão a ficar numa posição de
desvantagem perante seus concorrentes mais capacitados no que se refere
à informação.
Ao se deparar com essas colocações, pode-se concluir sobre a
profunda necessidade de os dirigentes empresariais adquirirem noções sobre o
verdadeiro significado de informações, uma vez que “sistemas e tecnologias de
informação se tornaram um componente vital ao sucesso de empresas e
organizações”. (O’BRIEN, 2001, p.3).
49
Já há algumas décadas, fala-se que os computadores mudariam a
vida das pessoas, porém, associados aos Sistemas de Informações, mudariam
também a sociedade e as relações comerciais como um todo.
Após este breve comentário, as próximas duas seções tratarão da
conceituação dos termos comumente utilizados nesta área.
3.2 D
ADO
, I
NFORMAÇÃO E
C
ONHECIMENTO
Inicialmente, é importante diferenciar dado e informação. O termo
conhecimento passou a integrar, mais recentemente, o binômio dado e informação
quando se tornou necessário expressar informações e os significados afins. Como
relata Davenport (2002, p.18), “durante anos as pessoas se referiram a dados como
informação; agora, vêem-se obrigadas a lançar mão de conhecimento para falar
sobre a informação”.
Manãs (2000, p.64) afirma que “Dado não é Informação”. Conceitua
dado como sendo ”uma expressão em estado bruto e não interpretada de um fato“ e
informação como “um dado registrado, classificado, organizado ou interpretado
dentro de um contexto, exprimindo significado”. No conceito simplificado de Melo
(1999, p.30) dado é a “expressão lógica de um fato isolado” e informação é a
“expressão lógica do fato global”.
Há autores, como Laudon e Laudon (1999, p.10), que também
consideram os dados como algo em estado bruto e informações como um conjunto
de dados que tomaram forma através dos seres humanos e se tornaram
significativos e úteis. Conhecimento seria o conjunto de ferramentas conceituais e
categorias usadas pelos seres humanos para criar, colecionar, armazenar e
compartilhar a informação.
Na definição de Alter (1996), “conhecimento é uma combinação de
instintos, idéias, regras e procedimentos que guiam as ações e decisões [...] e
ajudam a aplicar o melhor conhecimento disponível à tomada de decisão”.
Meyer, Baber e Pfaffenberger (2000), Stair (1998) e Oliveira (1998)
abordam as dificuldades em se distinguir, na prática, estas terminologias. No intuito
50
de clarear estes conceitos, reproduz-se a seguir a Tabela 7, elaborada por
Davenport (2002), que resume de forma simplificada os três conceitos.
Tabela 7 – Conceitos de Dados, Informações e Conhecimento
DADOS INFORMAÇÕES CONHECIMENTO
Simples observações sobre o
estado do mundo
Dados dotados de
relevância e propósito
Informações valiosas da
mente humana
Facilmente estruturado Requer unidade de análise De difícil estruturação
Facilmente obtido por
máquinas
Exige consenso em
relação ao significado
De difícil captura em
máquinas
Freqüentemente
quantificado
Exige necessariamente a
mediação humana
Freqüentemente tácito
Facilmente transferível De difícil transferência
Fonte: Davenport (2002, p.18)
Zanoteli (2001, p.51) realizou uma síntese de definições de diversos
autores, retratando as semelhanças e diferenças entre os conceitos de dado e
informação, termos estes mais utilizados nos SI, demonstrando o quanto é
importante este esclarecimento, conforme a Tabela 8.
A conceituação de Oliveira (1998, p.34) para o termo Dado
apresenta-se de forma clara e compreensível, o mesmo ocorrendo para o termo
Informações de Stair (1998, p.4).
Para que a informação possa agregar valor aos administradores e
tomadores de decisões de uma organização, a informação deve possuir várias
características. A Tabela 9 traça um paralelo entre estas características, na
concepção dos autores Davenport (2002, p.151) e Stair (1998, p.6).
Marchand (2000) na obra Competing with Information, reúne
diversos outros autores como Horovitz (2000), Meehan (2000), Walsh(2000),
Gilbert(2000), Deschamps(2000), Howell(2000), Hamilton(2000) e Morosini (2000),
que evidenciam a informação como fator fundamental para as organizações, sob o
enfoque do cliente (criar vínculo, oferecer serviço de informação e poder do
marketing informacional); da redução de custos (informação como estratégia para a
redução de custos); redução de riscos (a informação auxilia no controle e redução
51
dos riscos da empresa) e da própria competição existente com a informação
(informação como conhecimento e capacitação gerencial nos negócios).
Tabela 8 – Conceitos de Dados e Informações
AUTORES DADOS INFORMAÇÕES
Alter (1996, p.28-29) “Fatos, imagens ou sons que
podem ou não ser pertinentes ou
úteis para uma tarefa particular” (*)
“Dado cuja forma é apropriada para
um uso particular” (*)
Laudon e Laudon
(1999, p.10)
“Fatos brutos, o fluxo infinito de
coisas que estão acontecendo
agora e que aconteceram no
passado”
“Conjunto de dados aos quais seres
humanos deram forma para torná-
los significativos e úteis”
Wilkinson (1991, p.3)
“São fatos brutos, números e até
símbolos” (*)
“Consiste de dados que foram
transformados e tornados mais úteis
pelo processamento” (*)
Romney e Steinbart
(2000, p.13)
“Referem-se a todos e quaisquer
fatos que são coletados,
armazenados e processados por
um sistema de informação” (*)
“Dados que foram organizados e
processados de forma que sejam
significativos” (*)
Stair (1998, p.4) “São os fatos em sua forma
primária”
“’E um conjunto de fatos
organizados de tal forma que
adquirem valor adicional além do
valor do fato em si”
Zwass (1992, p.14-15) “São somente o material cru para
obtenção de informações” (*)
É um aumento o conhecimento –
ela contribui para a estrutura geral
dos conceitos e fatos que nós
conhecemos” (*)
Stoner e Freeman
(1999, p.488)
“Números e fatos brutos não
analisados”
“Dados que foram organizados ou
analisados de algum modo
significativo”
Bio (1985, p.29) “Um elemento da informação (um
conjunto de letras ou dígitos) que
tomado isoladamente, não
transmite nenhum conhecimento,
ou seja, não contém significado
intrínseco”.
“É o resultado do tratamento de
dados”
Oliveira (1998, p.34) “Qualquer elemento identificado em
sua forma bruta que por si só não
conduz a uma compreensão de
determinado fato ou situação”
“É o dado trabalhado que permite
ao executivo tomar decisões”
Fonte: Zanoteli (2001, p.51) (*) com tradução do autor.
Segundo Choo (2000, p.247) a informação é tipicamente necessária
à resolução de problemas e que a importância dos valores atribuídos a ela auxilia na
determinação do grau específico que o problema requer.
52
Em resumo, o valor da informação está diretamente ligado ao modo
como ela ajuda os tomadores de decisões a atingirem os objetivos da organização.
(STAIR, 1998, p.21).
Tabela 9 – Características da Boa Informação
STAIR DAVENPORT
Características
DEFINIÇÕES
Características
DEFINIÇÕES
PRECISA Informação precisa não
tem erro. Entrada de
dado incorreto leva a
saída de informação
imprecisa. [Entra Lixo,
Sai Lixo (ELSL)].
EXATIDÃO Ausente de erros
Simples na transcrição, na
coleta e na agregação de
dados.
COMPLETA Informação completa
contém todos os fatos
importantes.
OPORTUNIDADE Atualizada numa situação
específica.
ECONÔMICA Informação deve ser
econômica, isto é,
calcular o valor da
informação com o custo
da produção.
ACESSIBILIDADE De fácil obtenção e
aquisição, conforme
desejado.
FLEXÍVEL Informação deve ser
flexível para atender
diversas finalidades.
ENVOLVIMENTO Útil independente do seu
valor. Útil para quem se
destina.
CONFIÁVEL Informação confiável
pode ser dependente da
confiabilidade do método
de coleta de dados.
APLICABILIDADE Relevante e valiosa.
De real aplicabilidade a que
se destina.
RELEVANTE Informação relevante é
importante para o tomador
de decisões.
ESCASSEZ Único recurso. Maior valor
para informações raras,
dependendo da situação.
SIMPLES Informação deve ser
simples. Em excesso
causa sobrecarga de
informação e dificulta
avaliação pelo tomador
de decisão.
EM TEMPO Informação em tempo,
significa informação o
mais atualizada e no
tempo necessário.
VERIFICÁVEL Informação verificável é
a que pode ser checada.
Fonte: Stair (1998, p.6) e Davenport (2002, p.152-156).
53
3.3 S
ISTEMA E
S
ISTEMAS DE
I
NFORMAÇÕES
A palavra Sistema envolve um amplo espectro de idéias e leva a
pensar em algo maior e abrangente. Existem inúmeros exemplos de sistema na
natureza, mas os mais conhecidos são: na Astronomia, sistema solar; na Medicina,
sistemas nervoso, circulatório e digestivo; e na Matemática, sistema de elementos,
entre outros.
Sistema é conceituado por Oliveira (1998, p.23) como “um conjunto
de partes integrantes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo
unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função”.
Melo (1999, p.21) define Sistema como um “conjunto de elementos,
ou de componentes que mantêm relações entre si, formando características
específicas de um sistema”. Outra abordagem possível para sistemas está dentro de
um processo administrativo em que a empresa é considerada um núcleo central ou
foco do estudo, conforme apresentado na Figura 2 (OLIVEIRA, 1998, p.25).
Mercado/ Mão-de-Obra
Governo Concorrência
Fornecedores Consumidores
Sistema Financeiro Comunidade
Sindicatos Tecnologia
Figura 2 – Ambiente de um Sistema Empresarial
Fonte: Oliveira (1998, p.25)
A expressão Sistema de Informações é utilizada com sentido
bastante diverso, tanto na literatura técnica como em publicações de uso geral.
Falkenberg (1998), conceitua Sistema de Informações como sendo:
Um subsistema de um sistema organizacional, que compreende a
concepção de como os aspectos orientados à comunicação e à informação
de uma organização são compostos e como eles operam, descrevendo
então a comunicação orientada (explícita ou implícita), as ações de
EMPRESA
54
fornecimento de informação e os arranjos existentes naquela organização.
(apud BESKOW, 2001, p.34).
Para O’Brien (2001, p.9), as próprias organizações consistem em
muitos subsistemas, tais como departamentos, divisões ou, mesmo, equipes de
processos e grupo de trabalho. As organizações são exemplos de sistemas abertos,
porque fazem interface e interagem com outros sistemas em seu ambiente.
Ou seja, o SI é parte integrante de um sistema maior, um
subsistema do “sistema empresa”. Esta visão advém da possível composição
sucessiva de subsistemas (também, conjunto ou partes interdependentes) que se
relacionam entre si, compondo o sistema maior, conforme relata Gonçalves M.
(2000, p.10).
Na definição de Laudon e Laudon (1999, p.4) SI é:
um conjunto de componentes inter-relacionados trabalhando juntos para
coletar, recuperar, processar, armazenar, e distribuir informação com a
finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e
o processo decisório em empresas e outras organizações.
Os autores criaram um esquema, Figura 3, que sintetiza essa
definição, o qual compreende três atividades básicas: entrada (dos dados);
processamento dos dados e saída (de informações). Em síntese, os dados são
transformados em informações úteis. A realimentação consiste do retorno das
informações às pessoas ou atividades, podendo ser usadas para avaliar e refinar ou
corrigir os dados de entrada.
AMBIENTEAM
Figura 3 – Atividades dos Sistemas de Informação: Entrada, Processamento e
Saída
Fonte: Laudon e Laudon (1999, p. 4)
AMBIENTE
ORGANIZAÇÃO
Realimentação
(Feedback)
ENTRADA Processamento SAIDA
55
Stair (1998, p.11) alerta para a necessidade de uma entrada precisa
dos dados, para que as próximas etapas sejam processadas corretamente e
obtenha resultados altamente fidedignos.
Sob este mesmo enfoque, Melo (1999, p.31) esboça uma analogia
segundo a qual a informação de entrada nos Sistemas de Informações tem
características muito peculiares diante do que ocorre com as matérias primas de
entrada de um sistema de produção: ela não é consumida, em razão de ter uma
natureza lógica. Ela incorpora uma saída, mas continua disponível como no
momento em que foi recebida. Esta mesma informação poderá servir como entrada
de outro processamento ou, até mesmo, como entrada de SI de uma outra empresa.
Os SI, de acordo com Lesca é:
o conjunto interdependente das pessoas, das estruturas da organização,
das tecnologias de informação, dos procedimentos e métodos que deveriam
permitir à empresa dispor, no tempo desejado, das informações de que se
necessita
ou necessitará para o seu funcionamento atual e para a sua
evolução. (apud PICCHIAI, 1998).
Nesse sentido, Dias apud Manãs (2000, p.65) afirma que os
Sistemas de Informações são hoje, um elemento indispensável para dar apoio às
operações e à tomada de decisão na empresa moderna.
Melo (1999, p.30) apresenta conceito semelhante aos dos autores
anteriormente citados e acrescenta que a expectativa em se obter informações, para
satisfazer determinadas necessidades, corresponde ao objetivo geral dos Sistemas
de Informação.
Na visão de O’Brien (2001, p.6), “o campo dos SI engloba muitas
tecnologias complexas, conceitos comportamentais abstratos e aplicações
especializadas em inúmeras áreas empresariais e não empresariais”. Explica que
um gerente ou usuário final não precisa assimilar todos estes conhecimentos,
porém, existem áreas do conhecimento que devem ser consideradas, como aquelas
que envolvem: desafios gerenciais, aplicações empresariais, processos de
desenvolvimento, conceitos básicos e tecnologia de informação que, juntas formam
a arquitetura do conhecimento (Figura 4).
Para O’Brien (2001, p.19), as organizações funcionam em um
ambiente que contém outros sistemas, denominados subsistemas, onde a fronteira
de cada sistema o separa do seu ambiente, que pode conter vários sistemas
56
compartilhados no mesmo ambiente, através de interface. Considera-se, desta
forma, a empresa como um sistema organizacional no qual os recursos econômicos
são transformados em bens e serviços, por meio de vários processos
organizacionais.
Figura 4 – Principais áreas do conhecimento de Sistema de Informações e seus
recursos
Fonte: O’Brien (2001, p. 6)
Os SI fornecem informações (feedback) para a Administração sobre
recursos econômicos, processos organizacionais e bens e serviços, numa relação
de troca permanente de entrada e saídas com seu ambiente (Figura 5).
Para determinadas empresas, e conforme seus objetivos e
necessidades informacionais, os Sistemas de Informações são empregados em
várias áreas, como: Sistema de Informações Contábeis, Sistema de Informações
Gerenciais, Sistema de Apoio à Decisão, Sistema de Informações de Produção e
Sistema de Informações Operacionais.
Conforme relatam Chaves e Falsarella (1995, p.24), a área de
gerenciamento de Sistemas de Informações é bastante abrangente, encontrando-se
grande quantidade de definições e termos caracterizando-os e classificando-os que
pode levar o leitor a confundir-se com a realidade funcional existente.
SISTEMA DE
INFORMA
Ç
ÃO
Desafios
Gerenciais
(Pessoas)
Aplicações
Empresariais
(Software)
Processos de
Desenvolvimento
(Dados)
Conceitos Básicos
(Redes)
Tecnologias
da
Informação
(Hardware)
57
Figura 5 – O processo de SI no ambiente de negócios
Fonte: O’Brien (2001, p.19)
A Tabela 10 resume os conceitos de Sistemas de Informação sob a
visão de vários autores estudados. Nela há grande variedade de conceitos e
direcionamentos. A complementação dos conceitos de O’Brien (2001), Campos Filho
(1994) e Oliveira (1998) evidenciam o enfoque gerencial do tema, visando a solução
de problemas.
Fornecedores Agências Governamentais
Controle
Feedback
Entrada Processamento Saída
A Comunidade Concorrentes
Institui
ç
ões Financeiras Sindicatos Trabalhistas
Acionistas Clientes
Administra
ç
ão
Sistema de Informa
ç
ão
Recursos
Econômicos:
- Pessoas
- Dinheiro
- Matéria-prima
- Máquinas
- Terra
- Instalações
- Energia
- Informação
Processos
Organizacionais:
- Comercializar
- Desenvolver,
- Produzir
- Entregar produtos
e serviços.
- Dar assistência a
clientes
- Outros processos
Bens e
Serviços
:
- Produtos
Serviços
- Pagamentos
- Contribuições
- Informações
- Outros
Efeitos
58
Tabela 10 – Conceitos de Sistema de Informação
AUTOR CONCEITO
Laudon e Laudon (1999,
p.4)
“Conjunto de componentes inter-relacionados trabalhando juntos para
coletar, recuperar, processar, armazenar e distribuir informação com a
finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a
análise e o processo decisório em empresas e organizações.”
Stair (1998, p.11) “É uma série de elementos ou componentes inter-relacionados que
coletam (entrada), manipulam e armazenam (processo), disseminam
(saída) os dados e informações e fornecem um mecanismo de feedback.”
Alter (1996, p.2) É um sistema que usa tecnologia da informação para capturar, transmitir,
armazenar, restaurar, manipular ou exibir informações usadas em um ou
mais processos de negócios.”
O’Brien (2001, p.6) “E um conjunto organizado de pessoas, hardware, software, redes de
comunicação e recursos de dados que coleta, transforma e dissemina
informações em uma organização.”
Melo (1999, p.30) “Todo e qualquer sistema que tem informações como entrada visando
gerar informações de saída.”
Manãs (2000, p.55) “O conjunto interdependente das pessoas, das estruturas da
organização, das tecnologias de informação (hardware e software), dos
procedimentos e métodos que deveria permitir à empresa dispor, no
tempo desejado, das informações que necessita (ou necessária) para
seu funcionamento atual e sua evolução.”
Campos Filho (1994, p.7)
“Do ponto de vista do seu gerenciamento, é uma combinação estruturada
de Informação, Recursos Humanos, Tecnologias de Informação e
Práticas de Trabalho, organizados de tal forma a permitir o melhor
atendimento dos objetivos da organização.”
Oliveira (1998, p 39) “Sistema de Informações gerenciais é o processo de transformação de
dados em informações que são utilizadas na estrutura decisória da
empresa, proporcionando, ainda, a sustentação administrativa para
otimizar os resultados esperados.”
Fonte:Zanoteli (2001, p.49) (*) tradução do autor.
3.4 T
IPOS DE
S
ISTEMAS DE
I
NFORMAÇÕES
Tendo visto o conceito de Sistemas de Informação, o próximo passo
será apresentar os seus componentes. A classificação, a tipologia e a composição
são muito diversificadas.
Chaves e Falsarella (1995, p.24-25) argumentam que a grande
quantidade de termos criados para classificar os SI acaba mais por dificultar do que
por ajudar no entendimento. Além disso, muitas vezes, parece não existirem
fronteiras bem definidas para limitar e demarcar corretamente esses conceitos. A
melhor forma para compreender essas classificações é a apresentada a seguir:
59
a) Sistemas Transacionais. São também chamados de
Operacionais, e comumente aparecem identificados como
Electronic Data Processing (EDPs). Constituem a base da
informatização da organização. Apesar de controlarem o fluxo de
informações operacionais, também disponibilizam informações
para a tomada de decisão
b) Sistemas Gerenciais. São também denominados de Management
Information System (MIS). Fornecem informações integradas e
sumarizadas provenientes de vários sistemas transacionais, as
quais permitem realizar análise, suporte e planejamento à
decisão.
c) Sistemas Executivos. São geralmente chamados de Executive
Information System (EIS). Têm a função de oferecer informações
à alta gerência. Apesar de não haver maior diferença com o
Sistema de Apoio à Decisão, distingue-se pela interface com o
usuário, muito mais facilitada.
d) Sistemas Especialistas. Também conhecidos por Expert System
(ES) e Expert Support System (ESS). São sistemas que
armazenam e disponibilizam o conhecimento e as experiências
humanas adquiridas, podendo ser desenvolvidos em qualquer
um dos estágios da evolução da informática.
e) Sistemas de Apoio à Decisão. São conhecidos como Decision
Support System (DSS). Além de fornecerem informações para
apoiar a tomada de decisões, também contribuem para o
processo de tomada de decisão. Permitem a busca de dados nas
bases de dados existentes.
Apresenta-se, a seguir, a classificação elaborada por Stair (1998,
p.21), que difere quanto ao Sistema Executivo:
60
a) Sistema de Processamento de Transações (TPS). Projetado
para lidar com volumes de transações de negócios comuns.
b) Sistemas de Informações Gerenciais (MIS). Projetado para
auxiliar a administração atingir suas metas.
c) Sistema de Apoio à Decisão (DSS). Desenvolvido para dar
apoio na solução de problemas específicos.
d) Sistema Especialista (SE).Tem a capacidade de fornecer
consultoria especializada ao tomador de decisões.
O’Brien (2001, p.28) revela que existem vários tipos de SI, reunindo-
os em duas grandes vertentes, que se subdividem de acordo com os papéis que
cada um desempenha nas operações e na administração de um negócio: a)
Sistemas de Apoio às Operações e b) Sistemas de Apoio Gerencial. (Figura 6).
a) Sistemas de Apoio às Operações
Produzem grande diversidade de produtos de informação para
uso tanto interno quanto externo, com abordagem geral.
Portanto, não possuem conotação específica para serem
usados pelos gerentes. Exercem função mais operacional,
permitindo transações, controle de processos, apoio às
comunicações e atualização de bancos de dados, dentre outros,
os quais O’Brien (2001, p.29) denomina de Sistemas de
Processamento de Transações, Sistemas de Controle de
Processos e Sistemas Colaborativos.
- Sistemas de Processamento de Transações. Sua
importância está no apoio que prestam às operações e no
suporte ao processamento de dados provenientes de
transações através de lotes acumulados ou em tempo real
(on line).
61
- Sistemas de Controle de Processos. Controlam os processos
físicos industriais, seja através de sensores específicos ou
peças fundamentais. Programados, realizam determinadas
funções no processo de produção de uma organização.
- Sistemas Colaborativos. São específicos para aumentar e
melhorar o processo de comunicação das equipes e entre as
equipes de uma organização.
b) Sistemas de Apoio Gerencial:
Nesta classificação, O’Brien (2001, p.29) inclui os três sistemas
que dão suporte aos vários tipos de gerentes da organização e
que neles se apóiam para a execução de suas
responsabilidades administrativas – tomada de decisão eficaz.
Incluem-se nesta classificação os Sistemas de Informações
Gerenciais, os Sistemas de Apoio à Decisão e o Sistema de
Informações Executivas.
- Sistemas de Informações Gerenciais. Permitem a exibição e
emissão de relatórios e outros dados necessários à análise.
- Sistemas de Apoio à Decisão. Fornecem suportes
computacional para a análise de dados, permitindo
simulações para a visualização de cenários e impactos
imediatos de um determinado estudo.
- Sistemas de Informação Executiva. Exercem a função de
exibir textos, quadros, gráficos e outros dados, de forma
crítica e sucinta, para serem visualizados pelos gerentes ou
áreas fundamentais da organização.
62
A classificação conforme O’Brien (2001), denota maior clareza para
a aplicabilidade operacional de uma organização, enquanto que as demais, uma
ênfase acadêmica.
Apoio à Tomada de
Apoio às Operações Decisão Gerencial
Processamento Controle de Colaboração Relatórios Apoio Interativo Informação
de Transações Processos entre Equipes e Padronizados à Decisão Elaborada
Industriais Grupos de para os Gerentes Especificamente
Trabalho para Executivos
Figura 6 – Classificações dos Sistemas de Informação
Fonte: O’Brien (2001, p.28)
Laudon e Laudon (1999, p.27) argumentam que nenhum sistema
rege as atividades de uma organização inteira sozinho. Usualmente, as
organizações possuem diferentes tipos de Sistemas de Informações para enfocar
diferentes níveis de problemas e diferentes funções dentro da organização.
A Figura 7 ilustra esta situação mostrando uma visão integrada do
papel do SI em uma empresa, em que se demonstra o nível organizacional e os
vários comandos (as gerências sênior e média, os trabalhadores do conhecimento e
os funcionários de produção e serviços), assim como o problema organizacional
(estratégico, tático, conhecimento e operacional). Na base da organização estão as
várias áreas interligadas.
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Sistemas de Apoio
às Operações
Sistemas
de
Processa
-mento
de
Sistemas
de
Controle
de
Processo
Sistemas
Colaborativo
s
Sistemas
de
Informação
Gerencial
Sistemas
de
Apoio à
Decisão
Sistemas
de
Informação
Executiva
Sistemas de Apoio
Gerencial
63
Figura 7 – Visão Integrada do papel dos Sistemas de Informação dentro de uma
empresa
Fonte: Laudon e Laudon (1999, p.27)
3.5 S
ISTEMA DE
I
NFORMAÇÃO
G
ERENCIAL
A classificação de SI apresenta variações, conforme já demonstrado
anteriormente. Nesta seção estuda-se o Sistema de Informação Gerencial (SIG),
terminologia que abrange essa classificação.
Genericamente, SIG significa um tipo especializado de sistema que
utiliza elementos componentes de coleta e processamento de dados, transformando-
os em informações úteis, possíveis de serem utilizadas pelos gerentes para a
tomada de decisão.
A Tabela 11 apresenta uma síntese dos conceitos de vários
autores. Apesar das diferenças, existem semelhanças quanto às características de
auxílio à tomada de decisão por um profissional responsável por determinada área
de uma organização. Desta forma, o SIG geralmente é utilizado por gerentes de
qualquer nível, incluindo o diretor ou executivo maior da organização.
PROBLEMA NÍVEL ORGANIZACIONAL
ORGANIZACIONAL
Estratégico Gerência Sênior
Tático Gerência Média
ou Intermediária
Conhecimento Trabalhadores
do Conhecimento
Operações, Funcionários da Produção,
Produção e Serviços
Serviço
Produção Finanças Vendas Recursos
Contabilidade Marketing Humanos
64
Tabela 11 – Conceitos de Sistema de Informação Gerencial
AUTOR CONCEITO
Oliveira (1998, p. 39)
“É o processo de transformação de dados em informações que são
utilizadas na estrutura decisória da empresa, proporcionando, ainda, a
sustentação administrativa para otimizar os resultados esperados.”
Laudon e Laudon (1999, p. 364) “São sistemas de relatórios rotineiros empregados para monitorar e
controlar empresas.”
Schwartz (1985) Ӄ um sistema de pessoas, equipamentos, procedimentos, documentos e
comunicações que coleta, valida, executa operações, transforma,
armazena, recupera e apresenta dados para uso no planejamento,
orçamento, contabilidade, controle e outros processos gerenciais para
vários propósitos administrativos. (...).”
Manãs (2000, p. 65)
“São sistemas que fornecem uma parte das necessidades gerenciais de
informação para o processo de tomada de decisão, dando um particular
método de decisão.”
Cruz (1998, p. 48) “São o conjunto de tecnologias que disponibiliza os meios necessários à
operação do processo decisório em qualquer organização por meio do
processamento de dados disponíveis.”
Stair (1998, p.38)
“É um agrupamento organizado de pessoas, procedimentos, banco de
dados e dispositivos usados para oferecer informações de rotina aos
administradores e tomadores de decisão.”
O’Brien (2001, p. 274) “Os Sistemas de Informação Gerencial fornecem aos gerentes relatórios e
respostas pré-especificadas em uma base periódica de exceção, por
demanda ou em pilha, para atender suas necessidades de informação em
apoio à tomada de decisões.”
Melo (1999,p. 34) “ (...) trazem ao tomador de decisões estratégicas, o necessário, o
conhecimento sobre a realidade da empresa – quanto aos seus
problemas, necessidades e desafios – e a realidade externa à ela”
Para Oliveira (1998, p.39), inicialmente, faz-se necessário esclarecer
que o SIG aborda apenas uma parte das informações globais da empresa. O SIG é
um instrumento administrativo de elevado auxílio, de abrangência e importância nas
organizações, auxiliando na promoção de ações em várias áreas: Operacional,
Mercadológica, Financeira e Administrativa.
Para a área Operacional, destaca ações para o estudo, o
desenvolvimento e a racionalização de produtos, assim como para o fluxo de
produção, de controle de qualidade e de perdas de produção.
Na área Mercadológica, o SIG auxilia nos estudos de identificação
das necessidades e de novos mercados, checa as atividades dos concorrentes e
dos clientes e examina a viabilidade dos custos promocionais.
65
Na área Financeira, identifica a estrutura mais adequada de capital,
controles e otimização de valores e do capital de giro e controle efetivo do fluxo de
caixa.
A área Administrativa se beneficia com o SIG através de otimizações
de todos os demais sistemas: controle administrativo, contábil, orçamentário,
apuração de custos, entre outros.
Na concepção de Stair (1998, p.212), a maioria das pessoas
considera o SIG uma coleção integrada de sistemas de informações funcionais, cada
um dando suporte a áreas específicas. Neste tipo de abordagem funcional, é
necessário tentar ligar os vários sistemas de informações gerenciais como uma
“caixa” rotulada de SIG, que cerca os sistemas de informações funcionais. Sem que
haja isso, a organização teria uma coleção de sistemas separados e ineficazes.
O’Brien (2001, p.250) refere que os SIGs ainda se constituem numa
categoria importante de SI que apoiam muitas das necessidades de tomada de
decisão. A partir de relatórios, telas e respostas produzidas, fornecem informações
especificadas de antemão em nível tanto tático quanto operacional, no qual as
informações normalmente são mais estruturadas.
As informações podem ser requisitadas das estações de trabalho em
rede de cada profissional, incluindo os navegadores de rede, que possibilitam
acesso a informações da intranet. Também permitem acessos a outros bancos de
dados. Por exemplo, os de operações que são mantidas por sistema de
processamento de transações.
Melo (1999, p.43) divide o SIG em dois níveis: gerencial e
operacional. O nível gerencial envolve ”atividades de planejamento, organização,
direção e controle, visando produzir informações para atender à demanda dos
Sistemas de Gestão e dos Sistemas Técnicos”.
O nível Operacional “compreende atividades que são centralizadas
no Centro de Processamento de Dados (CPD) e se baseia na prestação de serviços
para seus clientes internos, dando suporte a terminais localizados nas áreas
técnicas e administrativas”.
Campos Filho (1994, p.7) trata este tema sob o ponto de vista
gerencial, em que conceitua de forma abrangente: é “uma combinação estruturada
de Informação, Recursos Humanos, Tecnologias de Informação e Práticas de
Trabalho, organizados de tal forma a permitir o melhor atendimento aos Objetivos da
66
Organização”. No entender do autor, existem correlações entre todos os
componentes, aparentemente enfatizando as práticas de trabalho (métodos de
atuação) como elemento chave, porém, na realidade, com a interação dos
componentes (Informação, Recursos Humanos e Tecnologia da Informação) para
criar práticas de trabalho de forma que atendam aos objetivos da organização.
Laudon e Laudon (1999, p.351) referem que “Os SIGs geralmente
dependem de sistemas subjacentes de processamento de transações para seus
dados.” Isto é, resumem, prestam informações, comprimem os dados básicos e
apresenta as informações em relatórios.
A Figura 8 demonstra que os SIG são uma das muitas fontes de
informações gerenciais. Embora o esquema demonstre a entrada de dados
externos, tecnicamente, os dados que entram no SIG são internos, enquanto que os
dados externos estão contidos dentro da organização, antes de entrarem no SIG.
Uma das fontes internas de dados mais significativas para o SIG é o Sistema de
Processamento de Transações (SPT), o qual é responsável por coletar, armazenar
os dados oriundos das transações empresariais em andamento, modificando e
atualizando arquivos e os bancos de dados da organização (STAIR, 1998, p.209).
Figura 8 – Fontes de Informações Gerenciais
Fonte: Stair (1998, p.209)
FONTES DE DADOS
Internas
Externas
Informações recebidas
informalmente das
fontes internas e
externas
Relatórios escritos dos
Sistemas de
processamento de
Transações, Sistemas
Manuais e Fontes externas
SIG
- Sistemas de Apoio à
Decisões
- Sistemas de Apoio à
Executivos
- Sistemas Especialistas
Relatórios
Relatórios
Administrador
67
Num processo posterior ao SPT, o SIG processa os dados em
informações úteis, que auxiliam os administradores a desenvolver planos melhores e
a obter maior controle sobre as operações.
O SIG pode oferecer uma multiplicidade de relatórios gerenciais
destacando-se: relatórios periódicos programados, relatórios de exceção, informes e
respostas por solicitação e relatório em pilha. (O’BRIEN, 2001, p.250; STAIR, 1998,
p.209).
Relatórios Periódicos Programados. Caracterizam-se por apresentar
um formato pré-especificado, projetado para fornecer informações em uma base
regular.
Relatórios de Exceção. Produzem relatórios apenas quando ocorrem
condições excepcionais ou são produzidos periodicamente, porém contendo
informações apenas dessas condições excepcionais.
Relatórios Informes e Respostas por Solicitação. É possível obter
relatórios respostas imediatos, não havendo a necessidade de esperar a chegada no
tempo programado.
Relatórios em Pilha. O sistema empilha as informações filtradas na
estação de trabalho e rede do gerente, com base em requisitos personalizados.
Outro relatório abordado especialmente por Stair (1998, p.210) é o
Relatório Indicador de Pontos Críticos, que resume as atividades críticas do dia
anterior ficando disponibilizados no início de cada dia. Geralmente, este tipo de
relatório está associado aos Fatores Críticos de Sucesso (FCS), tema que será
abordado posteriormente.
3.6 C
OMPONENTES DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES
Os Sistemas de Informações apresentam diferentes composições.
Stair (1998, p.26) considera a Organizacão como sendo um componente
fundamental, ao passo que Laudon e Laudon (1999, p.5), Melo (1999, p.31), Manãs
(2000, p.55) e Campos Filho (1994, p.9) incluem também Pessoal e Tecnologia
como componentes igualmente fundamentais. Considerando-se as abordagens dos
autores citados, as três composições são detalhadas nas subseções a seguir.
68
3.6.1 Organizacional
A organização é conceituada por Stair (1998, p.26) como
“agrupamento formal de pessoas e de várias outras fontes estabelecidas para
realizar alguns conjuntos de metas”. Pode ser do tipo com fins lucrativos ou do tipo
sem fins lucrativos, diferenciados, basicamente, por questões financeiras e pelos
grupos sociais envolvidos. O autor também se refere a organização como ”um
sistema com: dinheiro, força de trabalho, materiais, máquinas e equipamentos,
dados, informação e decisões que estão constantemente fluindo”.
Na visão de Laudon e Laudon (1999, p.5), a organização é
responsável em moldar os SI, uma vez que possuem estrutura hierárquica, cultura
específica, premissas fundamentais, procedimentos formais e valores agregados,
entre outros. Propõem a existência de quatro funções em qualquer organização
independente do seu tamanho: Produção; Recursos Humanos; Vendas e Marketing;
e Finanças e Contabilidade, esquematizadas na Figura 9.
Figura 9 – As quatro grandes funções de uma empresa
Fonte: Laudon e Laudon (1999, p.22)
Produção Vendas e
Marketing
Recursos Finanças
Humanos e
Contabilidade
Produto
ou
Serviço
69
Em razão dessa variedade de características em uma organização,
os SI revelam-se fundamentais para a resolução de problemas e a maximização de
resultados. Stair (1998, p.28) aborda questões relativas às organizações como
fatores fundamentais que interferem diretamente no tipo de SI. Suas metas, seus
objetivos e a forma de gerenciamento delineiam o tipo de SI a ser utilizado.
Para o autor, as estruturas organizacionais são definidas como
“subunidades organizacionais que estão relacionadas e ligadas à organização como
um todo”. Nesta visão, apesar de existir grande número de possibilidades, a
estrutura destas organizações se enquadra geralmente dentro das categorias a
seguir relacionadas: Tradicional, de Projetos, de Equipe ou Multidimensional.
a) Estrutura Organizacional Tradicional. Considera as empresas
que possuem organograma hierárquico de forma que os
departamentos se reportam diretamente ao presidente ou ao
gerente geral. São, por isso, denominadas de “empresas de
posições de linha”. Citam-se como características principais o
empowerment (dar aos trabalhadores maior poder,
responsabilidade e autoridade para a tomada de decisão com
maior controle) e a importância dos SI nestas situações, uma vez
que, em outras palavras, “empowerment significa disponibilizar
SI”.
b) Estrutura Organizacional de Projeto. É uma estrutura que está
diretamente centralizada no produto ou no serviço da empresa.
Quando determinado projeto se encerra, os participantes passam
para a execução de novo projeto.
c) Estrutura Organizacional em Equipe. Tipo de estrutura que
centraliza o trabalho nos grupos ou equipes de trabalhos. Há um
líder que se reporta a um gerente de nível superior.
d) Estrutura Organizacional Multidimensional. Compreende
empresas que possuem várias estruturas funcionantes ao
mesmo tempo.
70
Para Cruz (1998, p.52) a composição da organização possui
subdivisões sob o enfoque generalista denominados Formal e Informal, em que a
primeira pode ser subdividida em Tradicional e Experimental.
Estrutura Formal. Possui caráter rígido. Baseia-se no organograma
e retrata as cadeias de comandos hierárquicos das organizações. Dentro deste
grupo, o tipo Tradicional assemelha-se ao modelo exposto anteriormente por Stair, o
qual considera que, por basear-se em modelos já esgotados e que não
acompanham a dinamicidade e mutabilidade exigidas pelas organizações, suas
idéias estão um tanto quanto ultrapassadas.
Estrutura Experimental. Novas abordagens estão sendo
“experimentadas”. Segundo o autor, não existem ainda denominação e
entendimento comuns. Porém, ele se baseia nas organizações estruturalmente
orientadas por funções (departamentalizada) e processos (baseada em
reengenharia).
Estrutura Informal. Apesar de não parecer, está presente e permeia
toda e qualquer organização. Pode exercer influências poderosas e, até mesmo,
maior que as demais estruturas. Caracteriza-se por comportamentos subjetivos.
Para Freitas e Lesca (1992, p.94), é fundamental a empresa
considerar a integração das informações e os conhecimentos em produtos, serviços
e decisões, e para tanto reconhecem dois tipos de empresas:
a) Empresa Ideal (rara)
- É atuante, sua competitividade é provada por sua
rentabilidade a curto prazo e sobrevida a longo prazo.
- Possui identidade definida, sabendo o que é, o que deseja
ser, tendo conhecimento de como agir para tal é aberta tanto
para o interior (comunicante e participativa) como para o
exterior (vigilante e antecipativa).
- É capaz de adaptar-se à mudança do ambiente e de
aprendizagem inovadora.
71
- É capaz de produzir esforços que permitam o
aperfeiçoamento de seus membros, motivando e melhorando
suas competências.
- É capaz de mobilizar energias e inteligências para atingir o
objetivo por ela fixado.
b) Empresa Tradicional (muito freqüente).
- É sobrecomandada e subdirigida.
- Apresenta estrutura de restrição e anulação (não há adesão
dos homens aos objetivos da empresa, objetivos aliás,
ignorados por eles).
- Exibe relações centradas essencialmente na troca trabalho-
salário.
- Seus processos de decisão são centralizados e dominados
por tecnoestruturas cujos projetos não são do comum acordo
de seu próprio pessoal (conflitos).
- Fabrica produtos de difícil comercialização (o custo da não
qualidade ou das despesas indiretas pode chegar a 20% do
capital).
Na opinião de Manãs (2000, p.57), independente da estrutura
organizacional propriamente dita, existem traços gerais importantes nestas
organizações que se devem considerar, tais como:
Motivação individual
Clima social
Adesão ao projeto da empresa
Competência dos recursos humanos
Estilo de direção
Sistema de estimulação ao trabalho
Cultura da empresa e seus valores fundamentais
72
Grau de divisão de trabalho
Grau de descentralização da estrutura
Número de níveis hierárquicos
Grau de desequilíbrio entre as funções
Grau de formalização do conhecimento e da memória coletiva.
Numa abordagem mais generalizada, Mintzberg (2001, p.132)
apresenta uma compilação de outros autores
1
que relatam o assunto, enfocando as
organizações quanto ao seu design, novas configurações de estruturas e novas
formas de organizar, que apresentam grande destaque, inclusive com as “alianças”
entre as empresas.
A determinação da cultura organizacional, como um dos pilares que
influenciam a informação dentro de uma organização, é referenciada por Stair
(1998); Davenport (2002) e Tarciso Leite (2000).
Na visão do primeiro, a cultura organizacional é apresentada como
sendo os conhecimentos e suposições mais importantes para uma organização, os
quais podem incluir crenças comuns, valores e abordagens de tomadas de decisões,
que não costumam ser declarados e nem documentados formalmente.
Ainda na visão de Stair, a cultura organizacional pode gerar impacto
significativo no desenvolvimento e operação de Sistemas de Informações de forma a
influenciar os tomadores de decisão de acordo com as definições dos objetivos de
uma decisão.
Neste contexto, argumenta Tarcísio Leite (2000, p.73):
a grande maioria das organizações ainda apresentam características
mecanicistas, nas quais as ações de poder decorrentes do comportamento
gestorial têm base na centralização, e isto já se tornou traço da cultura
organizacional. Cada organização é única nos seus aspectos, inclusive
considerando diferenças entre regiões e até nações, cujos traços interferem
diretamente na formação cultural organizacional do lugar.
Davenport (2002, p.109) entende que o comportamento envolve atos
individuais e que a cultura abrange grupos ou organizações. Especificamente em
relação à informação, define como “padrão de comportamentos e atitudes que
expressam a orientação informacional de uma empresa”. Reforça que, apesar de
1
Galbraith, J. (1983); Quinn, J.; Anderson, P. e Finkelstein, S. (2001)
73
algumas empresas terem a crença definida sobre como a informação deve ser
apresentada, existem sentimentos subjetivos, que incluem preferências, predileções,
antipatias e aversões que provocam fortes atitudes culturais.
Estrategicamente, as informações podem ser utilizadas como
recursos e capacitações, como afirmam McGee e Prusak (1994, p.45), os quais
abordam um interessante recurso necessário à empresa, denominado “Competência
Específica da Organização”, ou Core Competence, denominação introduzida por
Hamel e Prahalad (1989), conceituada como sendo competência específica que toda
organização precisa saber, e não somente possuir. Colocam o conhecimento e a
informação no elo entre a estratégia e execução. Enfocar tais competências
específicas da organização previamente, como informação necessária para a
definição de estratégia, leva à ampliação do conceito para uma forma mais prática.
Conclui-se que a organização constitui um ambiente confluente que
abriga diferentes elementos, que utilizam o Sistema de Informações.
3.6.2 Recursos Humanos
As empresas procuram incitar o homem a instaurar e melhorar as relações
no seu ambiente de trabalho, na sua esfera e na sua ação, levando-o
também para uma harmoniosa vida de grupo, sublinhando que o grupo
depende do indivíduo, da escola, da sua participação, da sua contribuição,
na mesma medida em que o indivíduo depende do grupo. (Pontes, 2000,
p.147)
O conceito transcrito enfatiza como fator fundamental de toda
organização as relações humanas, que estão intimamente agregadas à prática da
geração da comunicação, na viabilização do uso de uma informação.
Desta forma, compreende-se a importância das ”pessoas” que usam
as informações vindas de sistemas computacionais que se integram no ambiente de
trabalho.
Beskow (2001, p.39) ressalta a importância de se saber como as
pessoas estão utilizando a informação e não como elas manejam os dispositivos de
suporte, tratados na literatura como TI.
Laudon e Laudon (1999, p.6) associam as pessoas com a
necessidade de treinamentos especiais, visando ao uso eficiente dos Sistemas de
74
Informações, cujo resultado certamente será de maior produtividade. Esta inter-
relação envolvendo tecnologia e pessoas deve ajustar-se às rápidas mudanças e ser
projetada de forma a que as pessoas possam controlar, compreender e usar tal
recurso com responsabilidade.
Manãs (2000, p.57) destaca o “voluntarismo” como sendo uma
atitude bastante impulsionadora de uma organização, essencialmente ligada ao
sucesso através da “vontade de vencer” e de fazer “valer o desejo”.
Sob este enfoque, parte-se do pressuposto de que os recursos
humanos numa gestão participativa abrangem toda a formação do capital humano
da organização, que assume responsabilidades e contribui para o desenvolvimento
da organização.
Não obstante os grandes investimentos realizados e as novas
tecnologias oportunizadas, que provocam reações entusiásticas nos usuários,
fatores como a comunicação pobre e mudanças freqüentes de poder podem induzir
a hostilidades e apatias. Trata-se, porém, de problemas passageiros, desde que
detectados e tratados a tempo.
Markus (2000, p.235) revela que a “má notícia” para os SI versus
Recursos Humanos está na forma como as tecnologias estão sendo tratadas
atualmente. Em sua grande maioria, as pessoas simplesmente “decoram” as
aplicações da TI, não fazendo uso delas de acordo com a capacidade máxima de
funcionalidade. As principais causas estariam no fato de as organizações não
priorizarem treinamentos e de não promoverem a padronização dos recursos nos
empreendimentos e na forma de projetos ou planos em “pacotes”, os quais podem
imprimir um maior volume de trabalho, para os funcionários com menor benefício
global.
Choo (2000, p.245) aponta a existência de dois caminhos para
visualizar-se a informação: o primeiro como um simples “objeto ou recurso”
manipulado pela tecnologia; o segundo como resultado da interação social que cria
significado à natureza humana. Neste último, o autor enfoca a importância dos
aspectos cognitivos da informação que retardam o progresso do assunto. Também,
alerta para os fatores dos quais a informação depende para ser utilizada: a
personalidade das pessoas, a cultura organizacional e os fatores ou eventos
emocionais relacionados.
75
O’Brien (2001, p.21) aponta as pessoas como fator fundamental à
operação de todos os SI. Divide-os em: usuários finais (ou clientes), isto é, aqueles
que utilizam um SI ou a informação que ele mesmo produz; e especialistas em SI, ou
seja, aqueles que desenvolvem e operam SI e que projetam conforme a
necessidade dos primeiros.
3.6.3 Tecnologia
Como terceiro fator que influencia nos SI, incluem-se os recursos ou
artefatos tecnológicos, caracterizados como sendo os equipamentos e softwares da
organização. São apresentados a seguir.
a) Recursos de Software. Compreendem todos os programas
operacionais que se relacionam ao SI. Cada um deles constitui
um grupo de instruções para a execução de tarefas. Sem
software a máquina não saberia o que, como e quando fazer
determinada operação, como planilhas eletrônicas,
processamentos de textos, nem realizar os procedimentos de
entrada, correção e distribuição de dados.
b) Recursos de Hardware. Compreendem todos os componentes
das máquinas, como computadores, monitores de vídeo,
recursos de armazenamento com unidades de disco magnético,
impressoras e scanners óticos, e as mídias, que são os
disquetes, fita magnética, discos óticos, cartões de plástico etc.
Segundo Laudon e Laudon (1999, p.13), o que se verifica na
atualidade é o avanço mais rápido dos hardwares do que a capacidade em se criar
softwares úteis. O outro ponto salientado é o avanço tanto dos softwares quanto dos
hardwares em detrimento da capacidade das organizações de compreender e
aplicá-los, como ilustrado na Figura 10.
Para tanto, os autores analisam que:
76
Ninguém quer (ou sabe como) retardar o crescimento da tecnologia porque
ela é potencialmente benéfica. Portanto, precisamos achar uma forma de
aumentar a taxa de crescimento da capacidade do software e reduzir seu
custo. E também devemos aumentar a velocidade com que os indivíduos
absorvem e compreendem a tecnologia da informação.
1
10
100
1000
10000
100000
1000000
10000000
100000000
1000000000
1950 1960 1970 1980 1990 2000
Hardware Software Pessoas
Figura 10 – Problemas da produtividade da tecnologia
Fonte: Laudon e Laudon (1999, p.13)
Na realidade, existem muitas indagações sobre o uso dos SI nas
empresas. Marchand, Kettinger e Rollins (2001, p.271) afirmam que hoje os
dirigentes ou líderes das organizações necessitam ser o “modelo ou símbolo” de
conduta, pois estarão sendo observados quanto ao que fazem, e não quanto ao que
dizem. Os autores apresentam alguns questionamentos fundamentais que, se
respondidos positivamente, melhoram a capacidade informacional das organizações:
Como as informações são efetivamente utilizadas?
Quais as possibilidades e limitações das tecnologias de
informações do seu negócio?
Quem estabelece os critérios para os procedimentos e práticas
que o seu pessoal deve adotar?
Há expectativas corretas para o seu pessoal?
Quais as condições nas quais sua organização deve melhorar
quanto às capacidades de informação?
77
AMBIENTE EXTERNO
Pode–se afirmar, de acordo com esses questionamentos, a
existência dos três componentes dos SI envolvidos: Organizacional, Pessoal e
Tecnológico, corroborando as etapas propostas nesta seção e resumidas na Figura
11, extraída de Laudon e Laudon (1999, p.5).
Figura 11 – Componentes do Sistema de Informação
Fonte: Laudon e Laudon (1999, p.5)
3.7 A
PLICAÇÃO DOS
S
ISTEMAS DE
I
NFORMAÇÕES
Neste mundo globalizado e competitivo não se pode excluir um fator
fundamental: as relações das organizações com o seu ambiente externo, do qual
fazem parte a clientela, a concorrência, os fornecedores, o sistema financeiro,
escolas, sindicatos, governos, entre outros.
Para estas situações, Davenport (2002, p.248) propõe que as
organizações: se adaptem ao mundo exterior; investiguem esse mundo em busca de
transformações a que deve responder; moldem-se às condições exteriores, visando
a sua própria vantagem competitiva.
Organizações
Pessoas
Tecnologia
Sistema de
Informação
78
A Figura 12 apresenta como os ambientes internos e externos das
empresas estão vinculados, nos quais as conexões que articulam uma rede de
ações inter-relacionadas.
Figura 12 – Como estão vinculados os ambientes interno e externo.
Fonte: Davenport (2002, p.248)
A informação vem acrescentar ganho de capital e ela pode aumentar
a ponto de transformar-se num produto desmaterializado. “Um bom sistema de
informações pode suprir as necessidades operacionais de uma empresa e um bom
sistema de informações gerenciais realmente supre as necessidades e permite a
melhor tomada de decisões.” (MANÃS, 2000, p.2).
Para Laudon e Laudon (1999, p.24), “hoje, mais do que nunca, o
ritmo de mudança global pede níveis muito mais altos de capacidade de reação das
organizações: acompanhar, reagir a mudanças no ambiente externo”. Os autores
enfatizam também que a maioria das organizações necessitará realizar mudanças
significativas e completas reformulações para não sucumbir ao mercado. Além disso,
a capacidade profissional voltada para a criatividade e conhecimentos, tanto dos
negócios quanto dos sistemas de informações, estarão em foco.
Este contexto abordado se intensifica na medida em que ela permite
visualizar as “fronteiras” dos SI. O ambiente complexo em que se situa a
Ambiente
Externo
AMBIENTE DE
INFORMAÇÃO
MOLDAR ADAPTAR
INVESTIGAR
79
organização obriga-as a monitorar constantemente os acontecimentos dos diversos
componentes, até mesmo antecipando-se a eles, como é possível visualizar na
Figura 13.
Freitas (2000, p.84) aborda um enfoque pouco comum no que tange
ao uso de SI nas pesquisas das organizações. Considerando o ambiente dinâmico
de negócios, “a pesquisa representa um recurso para coletar, analisar e extrair
informações valiosas de dado tanto internas quanto externas às organizações”.
Figura 13 – O ambiente complexo de uma organização.
Fonte: Laudon e Laudon (1999, p.24)
Apesar de o autor fornecer idéias sobre técnicas de pesquisa e de
análise de dados, principalmente qualitativas, pode-se apresentar como recurso
aplicativo dos SI a exploração de informações consistentes e úteis para o dia-a-dia
da organização.
Esta abordagem também considera o fato de que os dados
quantitativos das empresas são usualmente buscados, de forma diferente dos
qualitativos, que, muitas vezes, desafiam a astúcia do homem de negócio em
adquirir, nas entrelinhas, o posicionamento, opiniões e perfis que exigem leitura
atenta para possibilitar mais rapidez às informações realmente pertinentes.
Tecnologia Economia
e
Ciência
Mudanças Política
Internacionais
Fornecedores
Clientes
Acionistas Concorrência
Organiza
ção
Leis
AMBIENTE GERAL
80
3.8 B
ENEFÍCIOS DO
S
ISTEMA DE
I
NFORMAÇÃO
Davenport (2002, p.11) apresenta em sua obra a necessidade e a
importância do uso da informação, da tecnologia e dos processos que com eles
interagem, complementam-se e agregam maior valor para a organização. A
versatilidade do autor em transpor as barreiras usualmente aceitas para o assunto –
traduzidas como ecologia da informação – tornam o próprio ato de lidar com a
informação um fator preponderante para a busca dos melhores benefícios.
Stair (1998) e Laudon e Laudon (1999) enumeram os benefícios que
as empresas procuram obter através do SI, os quais foram correlacionados, de
modo a permitir visualizar as igualdades e desigualdades (Tabela 12).
Tabela 12 – Benefícios dos Sistemas de Informações
STAIR LAUDON e LAUDON
1
Valor agregado aos produtos (bens e
serviços)
Diferenciar serviços e produtos
2
Maior segurança Utilizar a Gestão da Qualidade Total
3 Melhor serviço Prender clientes e fornecedores
4
Vantagens competitivas Vantagem sobre empresas rivais
5 Menos erros Reduzir oportunidades para erros humanos
6
Maior precisão Melhorar a precisão e a qualidade do projeto e da
produção.
7 Aperfeiçoamento das comunicações Reduzir diferenças em tradições lingüísticas,
culturais, padrões de hardware, software e
telecomunicações.
8
Produtos de melhor qualidade Melhorar a qualidade simplificando um serviço ou
produto, dando suporte a “benchmarking”.
2
9 Aperfeiçoamento no sistema de saúde -
Maior eficiência Melhorar a qualidade e a precisão do projeto e na
produção.
11 Maior produtividade Reduzir tempo para o desenvolvimento do produto.
12
Administração mais eficiente Identificar atividades empresariais que oferecem
oportunidades para usar sistema com impacto
estratégico.
13 Mais oportunidade Desenvolver novos nichos de mercado
14
Carga de trabalho reduzida Maximizar benefícios reprojetando seus processos.
15 Custos reduzidos Reduzir custos operacionais.
16
Tomadas de decisões financeiras
superiores
Dar suporte à “Cadeia de Valor”
17 Maior e melhor controle sobre as operações Fazer reengenharia de processos
18
Tomadas de decisões gerenciais superiores Melhorar o gerenciamento interno
Fonte: Stair (1998, p.17); Laudon e Laudon (1999, p.41)
2
Benchmarking: significa medir estatisticamente seus produtos e suas atividades e comparar
resultados com seus próprios padrões ou com padrões externos do seu setor de atividades.
81
3.9 D
ESENVOLVIMENTO DE
S
OLUÇÕES COM
S
ISTEMAS DE
I
NFORMAÇÕES
A complexidade dos processos empresariais tem exigido das
pessoas formas de participação e contribuição em todos os sentidos na organização.
Por esta razão, todos aqueles que possuem funções administrativas de
planejamento e organização devem examinar a organização sob um “enfoque
sistêmico”. Como resultado, surgem novas orientações metodológicas, que
subsidiam tanto os especialistas quanto os responsáveis pelo Sistema de Gestão.
(MELO, 1999, p.65)
O’Brien (2001, p.319) amplia esta visão conclamando todos da
organização a participar, propor alternativas e soluções, e desenvolver aplicações
entre outras responsabilidades.
Oliveira (1998, p.41) destaca que o desenvolvimento de um SI
baseia-se num elevado nível de criatividade e realização das pessoas envolvidas,
como já referido no item 3.6.3, compreendendo os fatores culturais da organização e
os comportamentais, como os sentimentos de emoção, instinto e desejo que são
observados nesta fase.
Campos Filho (1994, p.9) alerta para um problema freqüente no
desenvolvimento do sistema: a tendência distorcida dos profissionais de informática
em supervalorizar as tecnologias, o que colide frontalmente com a visão dos
usuários e clientes, que normalmente têm uma visão focada nas práticas do
trabalho.
Cruz (1998, p.136) faz referência a dois pontos que podem dificultar
o trabalho inicial no desenvolvimento do sistema: a dificuldade em alinhar a
ansiedade do usuário com o principal fator de sucesso da atividade do
desenvolvimento; e o grau de importância e a prioridade de cada atividade em face
dos recursos disponíveis na organização.
Para isso, o autor aborda a necessidade de que sejam determinados
os Fatores Críticos de Sucesso (CSF)
3
que para ele trata-se de uma metodologia
que diferencia informações subjetivas de informações realmente importantes para o
sucesso da atividade. Na realidade, “são pontos fundamentais, que devem ser
3
CSF: do inglês Critical Success Factors – terminologia internacional
82
obstinadamente perseguidos para que a atividade tenha sucesso.” (CRUZ, 1998,
p.136).
Na definição de Cruz (1998):
São características, condições ou variáveis que quando devidamente
sustentadas, mantidas ou gerenciadas, podem ter um impacto significativo
no sucesso de uma empresa que compete numa indústria particular.
Em princípio, cada CSF está ligada a uma meta estabelecida, que,
caso seja cumprida, estará igualmente sendo cumprido um CSF. Com esta etapa
cumprida e aplicada durante a fase de desenvolvimento, Cruz (1998, p.162)
considera que o SIG terá sucesso mais duradouro, uma vez que houve o
comprometimento com a medição de resultados.
Partindo-se do pressuposto da existência de um problema e da
necessidade da sua solução, o desenvolvimento do sistema terá, necessariamente,
que partir de um pensamento sistêmico. Parafraseando Peter Senge, “temos que ver
a floresta e as árvores” por meio de inter-relações entre os sistemas (e não visão de
causa e efeito) e a percepção de processos de mudanças entre os sistemas (e não
flashes isolados das mudanças) (apud O’BRIEN, 2001, p.321).
Oliveira (1998, p.80) atenta para as várias situações que a empresa
tem vivido na atualidade: crescentes turbulências ambientais, elevada posição
competitiva geral, pressões sobre a rentabilidade, a lucratividade e à produtividade,
além de necessidades de informações mais apuradas. O autor acredita que para
esta última situação a solução é mais fácil, porém é também a que mais incomoda
os executivos das empresas.
Revela ainda que um dos principais motivos para que haja ineficácia
empresarial seja pela grande quantidade de dados e informações que o sistema
produz, os quais não são trabalhados e utilizados.
Ainda para Oliveira (1998, p.80), o SI deve atender a determinados
aspectos na sua operacionalização: administração, geração/arquivamento,
controle/avaliação, disseminação, utilização e retroalimentação.
Esses aspectos delineiam as várias fases do desenvolvimento e
implementação dos SIG, podendo ser melhor visualizado na Tabela 13.
83
Tabela 13 – Aspectos básicos para o desenvolvimento de SIG.
FASES Características
ADMINISTRAÇÃO DO SIG Identificação e definição das necessidades de informações
estratégicas, táticas e operacionais.
GERAÇÃO E ARQUIVAMENTO
DE INFORMAÇÕES DO SIG
Pesquisa de mercado e coleta de dados internos e externos
GERAÇÃO E AVALIAÇÃO
Consiste na análise dos dados e informações obtidas para verificar a
sua relevância, consistência, urgência, confiabilidade e precisão, bem
como em interpretar e transformar estes dados em informações
gerenciais, facilitando o processo decisório.
DISSEMINAÇÃO DE DADOS E
INFORMAÇÕES
Corresponde à operacionalização de uma sistemática de distribuição
das informações, de acordo com o perfil de interesse e necessidade
de cada executivo da empresa.
UTILIZAÇÃO DAS
INFORMAÇÕES INTERNAS DA
EMPRESA
Consiste na sistemática incorporação das informações no processo
decisório da empresa, quer seja em nível estratégico, tático ou
operacional.
RETROALIMENTAÇÃO DAS
INFORMAÇÕES
Consiste na sistemática e estruturada adaptação do processo
decisório, de acordo com os resultados obtidos pela empresa, para
atender cada vez melhor às necessidades de informações dos
executivos.
Fonte: Oliveira (1998, p.82-90)
A modelagem, ou utilização de modelos tem a função de simplificar,
resumir ou, ainda, simular uma situação, sistema, operação ou processo. Stair
(1998, p.10) define a modelo como uma abstração ou uma aproximação que é
usada para simular a realidade. Para Oliveira (1998, p.91), “modelo é a
representação abstrata e simplificada de um sistema real, com a qual se possa
explicar e testar o comportamento do mesmo, em seu todo ou em partes”.
Cruz (1998, p, 188) descreve os quatro princípios de McMenamim e
Palmer considerados de fundamental importância para a modelagem essencial:
a) Princípio do Orçamento para a Complexidade. Parte do
pressuposto de que o modelo que está sendo criado deve ser de
fácil compreensão pelo usuário, deve respeitar um orçamento
adequado e deve criar modelo com a dose certa de
complexidade.
b) Princípio da Neutralidade Tecnológica. Lembra questões
relacionadas ao fato de estar desvinculado de qualquer
influência tecnológica ou de ser influenciado para a aquisição de
alguma.
84
c) Princípio da Tecnologia Interna Perfeita. Considerar que existe
perfeição tecnológica no ambiente com o qual um modelo irá
interagir leva a situações de falta de controle e segurança.
d) Princípio do Modelo Essencial Mínimo. Não criar características
ou especificações em excesso.
A modelagem do sistema terá que permitir que haja transposição
para a TI que será utilizada; ou seja, será uma ferramenta que possibilitará ao
analista estabelecer uma ponte entre o sistema e a realidade operacional. A
modelagem certifica se estão sendo identificadas todas as atividades abrangidas por
ele e se as entradas e saídas, lógicas e físicas, concatenam-se corretamente. Além
disso, é importante verificar se o modelo permite uma relação de suporte entre o
sistema e o processo produtivo.
Existem as modelagens físicas, que são depositadas num dispositivo
– repositório ou dicionário de dados –, as quais podem ser acessadas por módulos
que processem dados. No passo seguinte, gera-se o banco de dados. Cruz (1998,
p.192) acredita que a análise essencial de sistemas seja a metodologia mais
consistente, durável e menos susceptíveis às instabilidades técnicas ou funcionais.
Cruz (1998, p.165) apresenta o modelo OPERAR – Organizar,
Planejar, Executar, Revisar, Agir e Realimentar –, que se traduz nos pontos que, por
princípio, fazem parte de todo o desenvolvimento de Sistemas de Informações
Gerenciais. Esta metodologia é baseada nos três princípios (tripé) que dão
sustentação aos modernos SIG: motivação estratégica, essencialidade e qualidade.
O desenvolvimento do SIG, alinhado à motivação estratégica, é a
ferramenta necessária que dá suporte a metas e objetivos estabelecidos nos
planejamentos estratégico e operacional da organização. No alinhamento com a
essencialidade, está a preocupação em descobrir qual é a necessidade principal de
cada uma das atividades que vão estar suportadas pelo novo sistema e como essas
necessidades devem ser resolvidas. No último alinhamento, o com a qualidade
(Norma ISO 9000), destaca-se a importância de utilizá-la para organizar e controlar o
desenvolvimento, a implantação, os testes e a entrega do sistema.
O autor afirma que aplicar a metodologia e o desenvolvimento de um
SIG não é tarefa fácil. Mesmo apoiados no “tripé”, é necessário preocupar-se quanto
85
ao alinhamento estrutural e conjuntural dos SIG em desenvolvimento. A Figura 14
apresenta um esquema sobre o exposto.
Figura 14 – Quadro geral do desenvolvimento de Sistemas de Informações
Gerenciais
Fonte: CRUZ (1998, p. 166).
Oliveira (1998, p.257) apresenta algumas falhas que podem ocorrer
durante o desenvolvimento dos sistemas. Enumeram-se para melhor entendimento:
a) Desconhecimento dos conceitos básicos de SIG:
- considerar que o SIG seja um processo com alto grau de
facilidade ou dificuldade no seu desenvolvimento;
- desconsiderar a sua abrangência, o ambiente e a visão
sistêmica;
- desconsiderar aspectos intuitivos;
- desconsiderar o processo de aprendizagem e treinamento.
b) Falta de envolvimento dos níveis hierárquicos no processo:
- envolvimento demasiado ou insuficiente da alta direção;
- não envolvimento da média e baixa administração;
Fluxo das Atualizações
Estruturas e Manutenções
Estrutura
Conceitual
Estrutura SISTEMA DE
Lógica INFORMAÇÕES
GERENCIAIS
Estrutura Física
BANCO DE DADOS
Análise e
Desenvolvi-
mento do SIG
Motivação
Estratégica
Análise
Essencial
ISO 9000
86
- atitudes inadequadas ou pouco iterativas dos executivos e
funcionários.
c) Defeitos da elaboração do SIG com outros sistemas:
- não interligação do SIG com outros sistemas;
- falhas no estabelecimento e interligações dos vários itens
componentes do SIG;
- excesso ou falta de simplicidade, formalidade e flexibilidade,
- incompetência dos responsáveis pelo SIG;
- dissociação com o processo evolutivo da organização.
d) Baixa credibilidade do SIG:
- descontinuidade do processo de desenvolvimento;
- descrédito por utilizar em situações pouco realistas,
- falta de disseminar informações sobre o SIG;
- dificuldade em se trabalhar com o SIG, pela má estruturação
ou baixa qualidade decisória dos executivos;
- má qualidade da comunicação.
Para Laudon e Laudon (1999, p.195) num evento detectado como
“problema” existe um conjunto de outros problemas envolvidos, por estarem
diretamente relacionados aos fatores organizacional, pessoal e tecnológico. Ou seja,
existe um misto de problemas organizacionais. Esta visão, parte do princípio de que
os problemas são comumente sujeitos a interpretações complexas, controvertidas e
subjetivas que envolvem atores internos e externos à organização.
A Figura 15 apresenta os cinco estágios para a solução de
problemas.
87
Soluções Possíveis
Definir e
Analisar os Investigar e
Problemas Compreender Selecionar
a melhor Projetar
Opção a Solução Implementar
a Solução
Avaliar os resultados
Figura 15 – Os Cinco estágios do processo de solução de problemas.
Fonte: Laudon e Laudon (1999, p.195)
Composta de cinco etapas: primeira considera a definição e análise
do problema em conjunto com diversas pessoas; a segunda cuida da investigação e
compreensão do problema; a terceira refere-se à tomada de decisão para possíveis
soluções, selecionando a melhor; a quarta consiste no projeto para a solução do
problema; e a quinta trata da implementação da solução.
Dito isto, o desenvolvimento dos SI parte da premissa de que haja
um “problema” a ser extinto e que o mecanismo de execução se baseia nos atores
componentes da organização somadas às técnicas existentes.
Stair (1998, p.283), Laudon e Laudon (1999, p.245) e O’Brien (2001,
p.322) empregam a abordagem sistêmica para o desenvolvimento de soluções. Os
dois primeiros autores utilizam como metáfora o “Ciclo de Vida” para o
Desenvolvimento dos SI, enquanto que O’Brien trata como Ciclo de
Desenvolvimento dos Sistemas de Informações.
As Figuras 16 e 17 ilustram as fases e as novas etapas do
desenvolvimento dos SI, as quais, apesar de possuírem nomenclaturas diferentes,
assemelham-se em seus objetivos. Fundamentalmente, os Ciclos compõem-se de
88
cinco etapas cronológicas: Avaliação Inicial; Análise; Execução de Projeto;
Implementação e Avaliação Final.
Alter (1996) apud Zanoteli (2001, p.63), alerta que o
desenvolvimento de um sistema não é uma simples programação de computadores.
Ele cita a estatística que demonstra que menos de 20% dos esforços realizados
prendem-se à programação.
Porém, uma vez constatada a necessidade, a decisão por adquirir
ou desenvolver internamente o processo ainda se mantém presente. Devida às
características próprias e à dinâmica das organizações, a decisão caberá à própria
administração, não sem antes efetuarem-se estudos e avaliações profundas sobre o
assunto.
A implementação também deve ser atribuída a profissionais,
merecendo análise cuidadosa e minuciosa da realidade existente, uma vez que as
complexidades e peculiaridades de cada área devem ser respeitadas.
Como relata Abreu:
Embora não se disponha de um corpo teórico de pesquisa que possa ser
aplicado para o completo entendimento dos fatores que determinam o
sucesso da implementação de um SI, alguns estudos empíricos reforçam a
idéia de que o processo de implementação de um SI é uma situação
altamente dependente do contexto. Foi tratado por De ABREU como um
processo de gerenciamento da inovação e da mudança organizacional,
exigindo um balanço adequado entre a organização do trabalho e a
tecnologia utilizada. (apud BESKOW, 2001, p.46).
Para o desenvolvimento dos SI existem várias propostas. A Tabela
14 demonstra as vantagens e desvantagens de cada uma delas, segundo a visão de
Laudon e Laudon (1999); O’Brien (2001) e Stair (1999).
89
tecnologia utilizada. (apud BESKOW, 2001, p. 46).
Figura 16 – Ciclo Tradicional de Desenvolvimento de Sistemas de Informação
Fonte: O’Brien (2001, p.322)
Compreender
o problema ou
Oportunidade
Empresarial
Desenvolver
uma Solução
de SI
Implantar a
solução de SI
- Determinar se existe um problema ou
oportunidade empresarial.
- Realizar estudo de viabilidade p/
determinar se um SI novo ou aprimorado
é uma solução viável.
- Desenvolver um plano de gerenciamento
de projeto e obter aprovação da
administração.
- Analisar as necessidades de informação
dos usuários finais. O ambiente
organizacional e todo sistema atualmente
em uso.
- Desenvolver os requisitos funcionais de
um sistema que possa atender as
necessidades dos usuários.
- Desenvolver especificações para os
recursos de hardware, software, pessoal,
rede e dados e os produtos de
informação que atenderão os requisitos
funcionais do sistema proposto.
- Adquirir (ou desenvolver) hardware e
software.
- Testar o sistema e treinar o pessoal para
operá-lo e utilizá-lo.
- Converter para o novo sistema
- Utilizar um processo de revisão pós-
implantação para monitorar, avaliar e
modificar o sistema conforme necessário.
INVESTIGAÇÃO DE
SISTEMAS
Produto: Estudo de
Viabilidade
ANÁLISE DE
SISTEMAS
Produto: Requisitos
funcionais
PROJETO DE
SISTEMAS
Produto:
Especificações do
Sistema
IMPLANTAÇÃO DE
SISTEMAS
Produto: Sistema
Operacional
MANUTENÇÃO DE
SISTEMAS
Produto: Melhoria
do Sistema
90
Figura 17 – Ciclo de vida do desenvolvimento de Sistemas de Informações
Fonte: Laudon e Laudon (1999, P.245)
(a) METODOLOGIA (b) CICLO DE VIDA DO (c) DIVISÃO DE TAREFAS
DE SOLUÇÃO DESENVOLVIMENTO
DE PROBLEMAS DE SISTEMAS
1. Análise do
Problema
- Especialistas Empresariais:
Identificar áreas/questões
problemáticas.
- Especialistas Técnicos:
..................................
2. Entendimento do
Problema
3. Tomada de
Decisão
................................
....................................................
....................................................
Determinar se o problema requer
mais pesquisa e projetar uma
solução.
................................................................
.
- Especialistas Empresariais:
Fornecer documentos e fazer
entrevistas.
Fornecer restrições.
- Especialistas Técnicos:
Coletar/ Sintetizar Informações.
Analisar problemas.
Fornecer restrições técnicas.
Projetar soluções alternativas.
Avaliar a viabilidade.
............................................................
4. Projeto de
Solução
..................................
5. Implementação
....................................................
-
Especialistas Empresariais:
Fornecer especificações do projeto.
Aprovar especificações.
- Especialistas Técnicos:
Modelar e documentar as
especificações do Projeto Lógico e
Projeto Físico.
............................................................
...
-
Especialistas Técnicos:
Escrever o código dos programas.
-
Especialistas Técnicos:
Finalizar Hardware, planos de testes e
documentação.
Supervisionar a conversão
- Especialistas Empresariais:
Contribuir com planos de testes e dados.
Validar os resultados dos testes.
Participar da conversão
- Especialistas Empresariais:
Avaliar o desempenho funcional do
Sistema (auditoria pós-implementação)
Suprir novas exigências
Utilizas o sistema
-
Especialistas Técnicos:
Avaliar o desempenho técnico do sistema.
Executar a manutenção
DEFINIÇÃO DE PROJETO
ESTUDO DOS SISTEMAS
PROJETO
PROGRAMAÇÃO
INSTALAÇÃO
PÓS- IMPLEMENTAÇÃO
91
Tabela 14 – Vantagens e desvantagens para a solução de SI
ALTERNATIVA
VANTAGENS DESVANTAGENS
CICLO DE VIDA
TRADICIONAL
Atende grande parte das
análises.
Determina as especificações logo
no início do processo.
Leva a sistematização dos
processos e mantêm padrões de
qualidade.
Meio muito rígido e caro.
Não é adequado para aplicações mais
simples.
É mais demorado e consome mais
tempo.
Modificações podem ser dispendiosas.
PROTOTIPAGEM
De construção rápida e pouca
despesa.
Usuários participam ativamente
do processo.
Os usuários podem testar pondo
em prova.
Exige um envolvimento maior de
especialistas empresariais no
processo.
Ideais quando os requisitos do
usuário não são muito claros.
É mais eficaz para pequenas
aplicações.
Não substitui todas as fases de análise
detalhada necessária.
Atividades essenciais podem ser
deixadas de fora.
Pode não atender a grandes números
de usuários e situações.
PACOTES
Podem ser testados antes da
aquisição.
Reduzem consideravelmente o
custo sendo mais econômica.
Eliminam parte do trabalho de
desenvolver SI interno.
Não satisfaz todos os requisitos da
organização.
Customização e modificação podem
ser extensas e inviáveis
financeiramente.
Existem limites de recursos para a
customização.
Pode levar a empresa a mudar
procedimentos por falta de opção de
melhoria.
TÉCNICAS DA
QUARTA
GERAÇÃO
Exige ferramentas de Software
de fácil utilização.
De execução simples.
Podem ser concluídos
rapidamente.
Usuário final participa na análise
do problema e especificação de
requisitos.
Necessita de assistência mínima
de especialistas técnicos.
Mais apropriadas para arquivos e
procedimentos pequenos.
Só resolvem problemas de SI simples.
São mais desenvolvidos na
informalidade.
Podem levar a perda de controle sobre
os projetos e recursos de informação.
A garantia dos padrões de qualidade
dos dados e a segurança e
conformidade com requisitos podem
acabar não sendo aplicados.
TERCEIRIZAÇÃO Mais econômico.
Reduz custos.
Previsibilidade.
Libera pessoal interno para
execução de projetos críticos.
Não atende a todas as situações.
Exige controle eficaz pela empresa
contratante.
Pode ser menos econômica.
Perda de controle pode levar à
exploração do contrato pela empresa
terceirizada.
Vulnerabilidade da empresa
contratante (fica “a mercê” do
terceirizado.
Fonte: Laudon e Laudon (1999, p.243-257); O’Brien (2001, p.321-357); Stair (1998, p.283-307)
92
O’Brien (2001, p.323) apresenta o estudo de viabilidade que tem
como objetivo avaliar sistemas alternativos e propor outros mais viáveis e desejáveis
para o seu desenvolvimento. A relação abaixo expressa as premissas do estudo:
a. Viabilidade Organizacional:
Considera a eficácia com que o sistema proposto apóia os
objetivos estratégicos da organização.
b) Viabilidade Econômica:
Ter conhecimento sobre a economia de custo, aumento de
receita, redução de investimento e aumento de lucros.
c) Viabilidade Técnica:
Considera a capacidade, confiabilidade e disponibilidade de
hardware, software e rede.
d) Viabilidade Operacional:
Considera a aceitação do usuário final, apoio administrativo e
requisitos dos clientes, fornecedores e governo.
Na realidade, o estudo de viabilidade faz parte de uma estratégia de
desenvolvimento; porém, trata-se de uma etapa a ser cumprida durante a avaliação
dos SI, que será vista a seguir. Pode-se concluir que o desenvolvimento do SI
apresenta enfoques diferenciados, conforme a organização. Novamente a
performance dependerá de fatores humanos e tecnológicos.
3.10 A
VALIAÇÃO DOS
S
ISTEMAS DE
I
NFORMAÇÕES
A avaliação de SI começa pela comprovação de que os objetivos
estão sendo alcançados, em conformidade com as metas estabelecidas pela
organização. Trata-se do estudo que identifica os requisitos para a solução dos
problemas, que podem residir em nível organizacional, pessoal e tecnológico.
Para O’Brien (2001, p.326), “[...] não se trata de um estudo
preliminar, e sim de profundidade sobre a necessidade do usuário final, produzindo
93
requisitos que são utilizados como base para o projeto de um novo SI”. Para o autor,
este estudo envolve:
a) as necessidades de informação da organização e de usuários
finais;
b) as atividades, recursos e produtos de quaisquer sistemas de
informação existentes;
c) as capacidades dos Sistemas de Informações exigidas para
satisfazer suas necessidades de informação e as de outros
usuários finais.
Na visão de Stair (1998, p.312), a avaliação identifica os potenciais
problemas ou oportunidades, de modo a descobrir a causa e o escopo do problema
e/ou oportunidade e tenta responder aos seguintes questionamentos:
a) Quais são os principais problemas que um sistema novo ou
melhorado poderia resolver?
b) Quais são as oportunidades que um sistema novo ou melhorado
poderia oferecer?
c) Que novos hardwares, softwares, banco de dados,
telecomunicações, pessoal ou procedimentos aperfeiçoarão um
sistema existente? Ou será necessário um novo sistema?
d) Quais são os potenciais custos (variável e fixo)?
e) Quais são os riscos associados?
O’Brien (2001, p.327) evidencia a necessidade inicial de se conhecer
e avaliar profundamente o sistema atualmente utilizado pela organização, no que se
refere a hardware, software, rede e pessoal, que convertem os recursos de dados
em informação. Em seguida, deve-se documentar, como são realizadas as
94
atividades dos Sistemas de Informações de entrada, processamento, saída,
armazenamento e controle.
O autor atenta para a qualidade dos dados quanto a: formato,
momento, volume e qualidade de atividades de entrada e saída, para daí passar
para a etapa de projetos (Figura 18).
Figura 18 – Atividades desenvolvidas na análise de um sistema
Fonte: O’Brien (2001, p.32)
Facchini e Vargas (1992, p.39) evidenciam a necessidade de se
considerar a avaliação dos SI em todas as fases desde o estudo de viabilização até
a fase pós-implementação. Fatores como custo financeiro, maneira de produção das
informações e papel que estas representam no dia-a-dia do usuário também são
destacadas no processo de avaliação.
Peaucelle (1976) apud Facchini e Vargas (1992, p.39), considera
igualmente a opinião dos usuários como importante medida de qualidade: “as
opiniões do usuário são um indicador da qualidade do sistema”.
Entrevista com Assistir ao vídeo com os
perguntas ANÁLISE
programadores
abertas DE DADOS
Observações no Identificar
local e questões
contexto
e COMPREENSÃO DAS NECESSIDADES fundamentais
gravação em
DOS USUÁRIOS
vídeo
Verificar os
RESULTADOS COM
os usuários
FORMAR EQUIPE DE
DESENVOLVIMENTO DE DESENVOLVIMENTO
SISTEMAS CONJUNTO
Soluções do
PROJETO
incorporados em
esboços, esquemas,
simulações
Oficinas de Projeto
PROJETO
com os usuários
FINAL DO
SISTEMA
95
A análise e quantificação dos custos/benefícios, necessariamente,
devem ser considerados. Os custos são classificados em: tangíveis (hardware,
software, salários e outros custos quantificáveis); e intangíveis (custos difíceis de
serem quantificados, como moral, boa vontade e desejos). Os benefícios tangíveis
são os resultados favoráveis, como, redução nos custos de folha de pagamento e
redução nos custos de manutenção. Os benefícios intangíveis são difíceis de
calcular, como melhor tratamento ao cliente.
Embora a relação custo/benefício seja considerada importante,
principalmente em se tratando de uma área em que há investimentos vultosos,
existem fatores de viabilização que devem ser discriminados no processo de
avaliação. O’Brien (2001, p.323) destaca bem esta questão, já detalhada na fase de
desenvolvimento de SI, referindo que o estudo de viabilidade “é um estudo
preliminar que investiga as necessidades de informação dos potenciais usuários e
determina os requisitos de recursos, custos, benefícios e viabilidade de um projeto
proposto”.
A avaliação dos SI não é um processo fácil, devido a aspectos
comportamentais, situações intangíveis, com conseqüente dificuldade de
estabelecimento de critérios e parâmetros de avaliação (OLIVEIRA, 1998, p.197). O
autor estabelece algumas considerações importantes como:
a) levantar e analisar opiniões dos principais executivos envolvidos
no processo;
b) verificar os possíveis impactos causados para os tomadores de
decisão;
c) desenvolver conjunto de critérios e parâmetros relacionados
com o SI;
d) avaliar o impacto do desempenho antes e após a
implementação;
e) avaliar relação custo/benefício dos itens tangíveis com enfoque
financeiro;
96
f) correlacionar os diferentes sistemas visando buscar redução de
custos comparativos;
g) estabelecer indicadores de avaliação que agreguem valores
para os executivos tomadores de decisão; e
h) considerar os novos arranjos físicos da empresa, com base nas
unidades organizacionais envolvidas.
Zanoteli (2001, p.114) salienta a importância dos processos ou
atividades envolvidos pelo SI. Uma avaliação precipitada ou a sua ausência pode
comprometer significativamente o sucesso de um SI. Portanto, realizar avaliações
periódicas ou permanentes assegura a viabilização e a sua qualidade. Aborda
também as questões referentes às metodologias de avaliação, recomendando a
utilização de vários modelos que permitem a comparação de resultados, abrindo as
perspectivas e combinações para avaliação de SI.
Conclui-se que a abordagem para a avaliação de SI é muito rica. Os
autores citados mesclam vários critérios e fatores seqüenciais de atividades a serem
seguidas e que possibilitam resultados adequados à organização.
3.11 T
ECNOLOGIA DA
I
NFORMAÇÃO E O
G
ERENCIAMENTO DOS
R
ECURSOS DE
I
NFORMAÇÃO
O tema principal desenvolvido até o momento expressa aspectos
não tecnológicos dos Sistemas de Informação. Ou seja, materiais e equipamentos
tecnológicos: hardware, software e outros componentes dos sistemas, que foram
citados somente enquanto componentes.
Freitas (1994) conceitua Tecnologia da Informação (TI) como sendo
o conjunto de recursos não-humanos dedicados ao armazenamento, processamento
e comunicação da informação e o modo pelo qual esses recursos são organizados
em um sistema capaz de efetuar um conjunto de tarefas (apud PICCHIAI, 1998).
Cruz (1998, p.20) define Tecnologia da Informação como sendo:
”todo e qualquer dispositivo que tenha capacidade para tratar dados e ou
informações, tanto de forma sistêmica como esporádica, quer esteja aplicada no
97
produto, quer esteja aplicada no processo”. Esta definição abrange tanto as áreas de
tecnologia do processo produtivo quanto à área de produto, bem ou serviço.
O autor destaca que a TI assume dois papéis fundamentais em
qualquer organização: ser usada pelas pessoas e atender ao processo produtivo.
Davenport (2002, p.15) refere que “é indiscutível o aumento da TI
nas organizações, e esta pode ser uma força poderosa para mudar o modo como
fazemos nosso trabalho”. A tecnologia desenvolveu-se muito, mas a informação (o
seu uso efetivo) não cresceu na mesma proporção. O fascínio sobre a tecnologia fez
esquecer o objetivo principal da informação: informar.
A exploração bem-sucedida da TI implica novas maneiras de fazer
as coisas e incursões por território desconhecido.
Se não encontrar a estratégia certa para aproveitar as oportunidades
criadas pela tecnologia da informação, o mais alto executivo deixará sua
carreira e sua empresa por um fio. Ele deve tornar-se um crente para obter
sucesso. (EARL; FEENY, 2000, p.118).
Devido à combinação de características inerentes às informações e
à TI, devem ser adotadas práticas para assegurar o gerenciamento efetivo desses
recursos. Novamente, detém principal característica o gerenciamento, visando ao
bem da organização, de forma contínua. (STAIR, 1998, p.387)
Na visão de Porter e Millar (1985, p.62), a revolução da informação e
a transformação tecnológica ampliam os limites dos tempos para exploração de
oportunidades, afetando toda a cadeia de valor da organização,
4
e transformam os
componentes físicos e as atividades (máquinas operadoras e controladoras). Os
autores também relatam as mudanças que ocorrem em nível de competição e
estrutura do setor, possibilitando a criação de vantagens competitivas.
Para Mcfarlan (1997, p.85) a TI muda a maneira de competir da
empresa, pela busca de oportunidades, utilizando-se de sistemas gerenciais
específicos.
Marchand (2000, p.284) relata que para o sucesso na
competitividade do negócio globalizado, é fundamental encontrar o equilíbrio entre a
flexibilidade nos negócios e a padronização da TI. É dessa forma que a organização
4
Cadeia de valor: denominação das nove categorias genéricas para divisão das atividades de valor
de uma empresa – Atividades Meio: Infra-estrutura empresarial, Gerenciamento de Recursos
humanos, Desenvolvimento de tecnologias, Aquisição de Insumos; Atividades–fim:Logística
interna, Operações, Logística externa, Marketing e vendas, Prestação de serviços.
98
poderá construir uma dinâmica e compartilhada cadeia de informações. Em caso
contrário, poderá sofrer com problemas relacionados a custos, flexibilidade, sinergia,
conhecimentos e competitividade na organização.
Morgan (2002, p.15) alerta sobre as novas diretrizes que a TI aponta
para os executivos da área. O autor relata que há apenas dois anos a sabedoria
vigente situava que a mola propulsora do sucesso nos negócios seria a TI. Porém,
hoje, com tantas empresas investindo milhões em projetos de TI, o responsável pela
área , antes visto como a segunda pessoa mais importante da empresa passou a ser
alvo de muitas pressões, uma vez que os investimentos reduziram muito.
Conclui-se que existe a necessidade urgente destes profissionais
passarem a demandar outras habilidades que ainda poucos possuem. Como
exemplos destas habilidades, citam-se:
a) Administradores e negociadores de relacionamentos:
características importantes, tendo em vista que os negócios
estarão voltados à conexão com parceiros, às interações entre
estes parceiros para definição de padrões comuns;
b) Corretor de conhecimentos: para fazer com que os conjuntos de
habilidades e culturas associadas aos sistemas tradicionais e às
gerações mais novas de tecnologia colaborem entre si de forma
eficaz.
Segundo Stair (1998, p.384) e O’Brien (2001, p.366), existe a
necessidade de um gerenciamento de recursos de informação (GRI), que envolve
desde a aquisição, o gerenciamento, o controle e até mesmo os aspectos e
componentes dos sistemas de informação (hardware, software e bancos de dados,
entre outros).
Para isso, existem cinco aspectos que necessitam ser integrados:
gerenciamento de informação, gerenciamento da tecnologia, gerenciamento
distribuído, gerenciamento funcional e gerenciamento estratégico, que pela
importância faz–se necessário o seu detalhamento. Ainda, visando facilitar o
entendimento, o resumo esquemático é apresentado na Figura 19.
99
a) Gerenciamento de informação e tecnologia. Visa ao bem da
organização, e não especificamente de produto. Associa-se ao
fator tecnológico, obtendo-se saídas significativas e valiosas dos
SI, minimizando erros e backups, controlando e auditando os
sistemas, planejando a recuperação de acidentes e gerenciando
e treinando pessoal;
b) Gerenciamento distribuído: Trata das localizações físicas e das
distribuições dos sistemas, preocupando-se com a
administração de redes e de banco de dados, a integração dos
sistemas, administração de recursos e o suporte ao usuário;
c) Gerenciamento funcional: Baseia-se no desenvolvimento de
sistemas, atendendo às necessidades dos usuários e ao
gerenciamento financeiro (aloca custos aos usuários) e de
pessoal (manter o pessoal atualizado).
d) Gerenciamento estratégico. Visa à busca de vantagens
competitivas, por meio da alteração da estrutura da empresa, da
criação de novos produtos ou serviços e da melhoria dos
existentes.
Figura 19 – Aspectos do gerenciamento dos recursos da informação
Fonte: Stair (1998, p.385)
GERENCIAMENTO DOS
RECURSOS DE
INFOMAÇÕES
Gerenciamento
de
Informações
Gerenciamento
da Tecnologia
Gerenciamento
Distribuído
Gerenciamento
Funcional
Gerenciamento
Estratégico
100
O GRI envolve o cumprimento de vários objetivos entre os quais se
destacam: utilizar os SI para melhorar a qualidade; utilizar o SI para melhorar a
produtividade; realizar a reengenharia de SI para melhor refletir a estratégia e os
processos empresariais; reduzir custos; e treinar o pessoal de SI
Laudon e Laudon (1999, p.348) também atribuem ao responsável
pela área de informática papel fundamental para o sucesso da área, cabendo-lhe
determinar qual trabalho deverá ser feito, onde deverá ser feito e com que propósito.
Em resumo, existem quatro atividades gerenciais que devem ser executadas,
conforme demonstra a Figura 20.
Figura 20 – As quatro principais funções do gerente
Fonte: Laudon e Laudon (1999, p.349)
Laudon e Laudon (1999, p. 351) demonstra os papéis do gerente em
relação ao SI, referindo que o SI permite que os gerentes avaliem o desempenho e
tentem prever o futuro, auxilia no tratamento de problemas ou conflitos e orienta
decisões relativas à alocação de recursos.
Numa abordagem focada no gerente ou dirigente da organização,
Laudon e Laudon (1999, p.350) atribuem muito mais tempo de trabalho destes
profissionais com reuniões (cerca de 75% do tempo), com conseqüente aquisição de
1. PLANEJAR
Selecionar meios e
metas para atingí-las
4. CONTROLAR
Monitorar atividades e
fazer correções
2. ORGANIZAR
Atribuir
responsabilidades para
realização das tarefas
3. LIDERAR
Utilizar a influência para
motivar os funcionários
101
informações provenientes de rumores, comentários e opiniões, entre outros. (Figura
21)
Os gerentes obtêm a maior parte das informações por intermédio de
outras pessoas, informalmente ou rumores (85%). Apenas 10% do seu tempo é
utilizado para a análise de informações (relatórios). Isto demonstra que os gerentes
necessitam rever o seu papel enquanto função, assim como rever questões
estratégicas, como a utilização de recursos do SI disponíveis na organização.
Numa abordagem semelhante, Oliveira (1998, p. 228) apresenta uma lista de
características que considera fundamental de um executivo que trabalha com o SI.
(Tabela 15).
Figura 21 – Os gerentes e a informação
Fonte: Laudon e Laudon (1999, p.351)
102
Tabela 15 – Características do executivo
CARACTERÍSTICAS
- INICIATIVA - Capacidade de desencadear um processo, iniciar uma ação, visando a
solução do problema ou do fato em questão.
- ESPONTANEIDADE - É manter um estado interno de disponibilidade e flexibilidade tal que
permita à pessoa adequar-se rapidamente aos estímulos e produzir
respostas que sejam ao mesmo tempo prontas e corretas, tanto do
ponto de vista da realidade interna como externa.
- SUBJETIVIDADE - É a visão da realidade externa fortemente envolvida pelas emoções do
sujeito.
- OBJETIVIDADE - É a capacidade de perceber as coisas e atuar sem envolvimento
emocional
- COMBATIVIDADE - É uma atitude mental de lutar com persist6encia para alcançar um
objetivo, levando em conta a realidade objetiva e a realidade emocional
do indivíduo.
- RESPONSABILIDADE - É a atitude mental de não esperar que venha de fora uma solução para
a situação, mas sim contar consigo mesmo e com a sua atuação para a
resolução das situações que se criarem.
- CRIATIVIDADE - É a capacidade de produzir uma coisa essencialmente nova, para cada
indivíduo que a elabora e para cada situação.
- EMPATIA - É a capacidade de um indivíduo abstrair-se de sua identidade e colocar-
se, momentaneamente, dentro do outro, para assim sentir a realidade
interior de outra pessoa.
Fonte: Oliveira (1998, p.228-236)
Para O’Brien (2001, p. 370) as estruturas existentes na organização
definem a forma de aplicar o GRI, sendo importante ter conhecimento dos seus
modelos. É com base neles que exemplifica uma estrutura funcional na Figura 22.
A maioria das organizações apresenta comportamento gerencial
desestruturado, de difícil visualização enquanto processo. Nestes casos a
reengenharia de processos
5
de gerenciamento é vista por Davenport (1994, p.329)
como uma forma de melhoria de toda a organização. A aplicação de reengenharia
seria feita gradualmente, iniciando-se pela descrição e avaliação desses processos.
Sobre este aspecto, o autor incentiva a adotar a idéia, uma vez que
haveria benefícios tanto organizacionais/humanos quanto tecnológicos. O fator
organizacional/humano estaria associado a mudanças radicais na estrutura do
trabalho, da motivação e do desempenho; o fator tecnológico proporcionaria
vantagens e atalhos significativos em um projeto operacional.
5
Reengenharia de processos: realização de um trabalho de maneira radicalmente nova.
103
Figura 22 – Estrutura funcional e atividades afins
Fonte: O’Brien (2001, p. 370)
3.12 P
LANEJAMENTO
E
STRATÉGICO DOS
S
ISTEMAS DE
I
NFORMAÇÃO
Segundo Furlan (1991, p.4), a informação é a mercadoria mais
importante na economia contemporânea. Tendo em vista que é uma afirmação ainda
muito considerada na atualidade, implica que as organizações realizem
planejamentos que utilizem os recursos inerentes a elas.
Algumas definições de Planejamento Estratégico de Sistemas de
Informações (PESI) enfocam áreas específicas; outras, áreas mais abrangente.
Para Furlan (1991, p.6), O PESI “é a etapa inicial em que se
estabelecem os propósitos básicos para que possamos implantar sistemas
computadorizados estáveis e de apoio à tomada de decisões”.
Administração dos
Serviços de
Informação
Desenvolvimento
de Sistemas
Operações
Serviços
Técnicos
Análise e Projeto
de Sistemas
Programação de
Aplicações
Suporte de
Desenvolvimento
(Centro de
Desenvolvimento)
Operações de
Computador
(Centro de Dados)
Registro de Dados
Controle e
Suporte da
Produção
Serviços para o Usuário
(Centro de Informação)
Administração de Dados
Outros Suportes:
Administração de:
Redes
Tecnologia
Capacidades
104
Manãs (2000, p.85) conceitua PESI como planejamento baseado
nos objetivos claros da informática, nas sucessivas evoluções e situações da área e
à existência de um sistema de controle que avalie os desvios e gere ações corretivas
adequadas (Figura 23).
Cruz (1998, p.22) defende a idéia de que o PESI deve ser construído
por meio da análise dos pontos fortes e dos pontos fracos da empresa. Com base no
que a empresa tem de melhor (pontos fortes), deve criar objetivos e traçar
estratégias de desenvolvimento e, com base nos pontos fracos, deve desenvolver
estratégias de defesa.
Para Martin (1986) o PESI:
Deve refletir as funções e dados necessários para suportar o negócio, os
objetivos, os fatores críticos de sucesso, e as necessidades de informação
da alta administração.da mesma forma, deve retratar como a tecnologia
pode ser utilizada para criar novas oportunidades ou vantagens
competitivas. (apud FURLAN, 1991, p. 6)
O PESI na visão de Furlan (1991, p.7) apresenta os seguintes objetivos:
a) investigar as oportunidades de ganho de vantagens competitivas
através do melhor uso de tecnologias;
b) estabelecer objetivos e fatores críticos de sucesso para a
empresa;
c) facilitar a consecução dos objetivos empresariais através da
análise de seus fatores críticos de sucesso;
d) determinar quais as informações podem auxiliar a gerência a
realizar melhor o seu trabalho;
e) priorizar a construção de Sistemas de Informações em função
das necessidades da empresa;
f) criar um modelo funcional e de dados do negócio;
g) subdividir o modelo funcional de negócio para uma utilização
posterior na fase de Análise da Área de Negócios;
105
h) determinar qual(is) áreas de negócio deve(m) ser analisado(s)
primeiro;
i) permitir à alta administração visualizar o negócio em termos dos
objetivos, funções, informações, fatores críticos do sucesso e
estrutura organizacional.
Figura 23 – Planejamento de informática
Fonte: MANÃS (2000, p.94)
As organizações, na busca pela vantagem competitiva realizam
planejamentos estratégicos considerando o Modelo das Cinco Forças, de Porter.
Essa abordagem é a mais amplamente aceita para a elaboração de
uma estratégia competitiva e tem sido de uso comum para a definição de estratégia.
O modelo sugere que se deve levar em consideração todos os fatores envolvidos
(ações, reações de concorrentes, papéis de fornecedores e clientes, produtos
alternativos). Do ponto de vista da informação, deve-se encorajar os executivos a
considerar muitos fatores além dos típicos da maioria das empresas, como produtos
PLANEJAMENTO
Objetivos estratégicos
Necessidades de tratamento da
informação.
(Sistema de Informação)
Áreas de aplicação
Recursos de
desenvolvimento
(Ciclo de Vida)
Outros aspectos
estratégicos
(Segurança/Centralizaçã
o/ Descentralização)
Recursos de
equipamentos
(Tecnologia)
Futuro
(Novas áreas de
aplicação)
(Tendências da
Tecnologia Perspectivas
futuras)
Custos (Economia da
Informática)
Organização de Recursos
(Papel dos diferentes
elementos)
(Centralização/Descentraliz
ação)
106
alternativos em potencial e seus fornecedores e clientes. Desta forma, a informação
competitiva engloba muito mais que informação de concorrente (Figura 24),
conforme Stair, (1998, p.398); Cruz (1998, p.25) e McGee e Prusak (1994, p.28).
Figura 24 – Modelo de Porter – Forças competitivas
Fonte: McGee e Prusak (1994, p.28)
Cruz (1998, p.24) esquematiza os passos de Ansoff para delinear a
formulação estratégica, conforme Figura 25.
Inicialmente através da formulação de objetivos a empresa deve
definir os objetivos que pretende atingir; o segundo passo avaliação interna da
empresa para verificar as condições atuais da empresa; como terceiro passo a
avaliação de oportunidades externas que acontece paralelamente ao anterior, onde
a empresa explora as oportunidades; o quarto passo a decisão de diversificação é
uma fase importante para a determinação ou não de diversificação (competência
principal). À partir daí, existe uma via dupla. Caso a decisão tenha sido pela
diversificação, decompõe-se em outras ações subseqüentes. O mesmo ocorre se a
opção for pela não diversificação.
Ameaça à entrada
Poder de Poder de
negociação negociação
Ameaça de
substituição
Concorrentes
em Potencial
Concorrentes no
segmento econômico
Rivalidade entre
em
p
resas existentes
Fornecedores Compradores
Substitutivos
107
Figura 25
– Visão esquemática do processo decisório na formulação de estratégias
Fonte: Cruz (1998, p.24)
As metodologias para a realização do PESI variam. Porém
basicamente, são dividias em três grandes fases: a análise situacional da empresa;
elaboração e desenvolvimento de soluções; e a aplicação e avaliação.
Melo (1999, p.71) apresenta o Modelo Participativo, no qual salienta
os níveis hierárquicos e a participação de cada um no processo de planejamento.
Este modelo divide os participantes em três escalões. O primeiro escalão (nível
superior) define primordialmente os fins a serem alcançados e, em menor escala no
planejamento tático;
O segundo escalão (nível intermediário) participa mais intensamente
do planejamento tático e de forma ativa do planejamento estratégico, possibilitando
–lhe exercer maior visão e ainda da organização. Em menor escala faz o
planejamento operacional.
O terceiro escalão (base) concentra-se basicamente no
planejamento operacional. Porém, também se recomenda que participe do
planejamento tático, para compreender melhor o desenvolvimento das implantações
das novas rotinas (Figura 26).
Regra de decisão para busca e avaliação.
Formulação
de Objetivos.
Escolha de
Metas
Avaliação
interna da
Empresa
Avaliação de
oportunidade
externa
Decisão de
Diversificação
Estratégias de
competição
Estratégia de
Diversificação
Componentes da
estratégia
Componentes da
estratégia
108
Figura 26 – Modelo participativo
Fonte: Melo (1999, p.71)
3.13 Conclusão
Fundamentalmente, o PESI pode ser considerado como uma forma
direcionada para as ações dos Sistemas de Informações na organização. Cabe a
cada empresa utilizar a sua melhor forma de atuação, sempre alinhado com os
objetivos da organização.
Encerra-se neste capítulo toda a teorização relacionada a Sistemas
de informações e suas implicações.
A partir do próximo capítulo, inicia-se o tema referente à organização
hospitalar e ao ambiente da pesquisa.
PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO
Primeiro Escalão
Segundo Escalão PLANEJAMENTO TÁTICO
Terceiro Escalão
PLANEJAMENTO
OPERACIONAL
109
CAPÍTULO 4(109 A 125 OK)
ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
4.1 C
ONSIDERAÇÕES
I
NICIAIS
O hospital é por definição popular, uma construção física para
acolher e tratar de doentes.
O vocábulo latino hospes (Hóspede) deu origem à hospitalis e
hopsitium, palavras que designam local onde se abrigava, na Antigüidade, além dos
enfermos, viajantes e peregrinos. Mais especificamente a palavra hospitium
denotava o local que se ocupava dos pobres, incuráveis e insanos, daí a
terminologia “hospício” que atualmente se reserva para designar hospital de
psiquiatria.
O estudo conceitual de hospital é vasto e complexo. A Organização
Mundial de Saúde (OMS) no Relatório nº 122, de 1957, apresentou um estudo
pormenorizado das definições e funções que melhor caracterizasse essa realidade.
Define hospital como sendo:
Um elemento de organização de caráter médico-social, cuja função consiste
em assegurar assistência médica completa, curativa e preventiva a
determinada população e cujos serviços externos se irradiam até a célula
familiar considerada em seu meio; é um centro de medicina e de pesquisa
biossocial.
No Brasil, o Governo Federal, através do Decreto nº 37.773 de
18/8/1955, criou uma comissão para elaborar o anteprojeto da Lei Orgânica de
Assistência Médico-Hospitalar. Desta comissão resultou a seguinte conceituação:
“Hospital é a instituição designada, para diagnóstico e tratamento de pessoas que
necessitam de Assistência Médica e cuidados constantes de enfermagem.“
(BORBA,1988, p.42) Porém, esta definição não abrangeu a comunidade, sendo
então complementada posteriormente.
Tem-se que a saúde é a primeira condição para que a pessoa possa
viver a vida com qualidade. Esta afirmação é corroborada pelo conceito dado pela
110
Organização Mundial de Saúde: “Saúde é o perfeito bem estar físico, social e
mental, e não simplesmente ausência de doença ou enfermidade.”
Os conceitos ressaltam o hospital com um forte anúncio sobre a sua
missão: de guardião da saúde.
A definição da OMS indica a forma integralizada como o hospital
deve agir para atingir seu objetivo, uma vez que é parte de um sistema em que o
propósito da saúde se estende à comunidade como um todo. Afinal a demanda
natural gerada na sociedade moderna inclui o hospital no rol das instituições
fundamentais da comunidade, como são a escola, as organizações políticas e as
instituições religiosas.
4.2 H
OSPITAL COMO UMA
O
RGANIZAÇÃO
O hospital possui uma característica própria que o diferencia de outras
organizações. Para Gonçalves E. (1983, p.23):
É humanitária, burocrática e autoritária, com uma extensa divisão de
trabalho especializado que mobiliza habilidades e esforços de grande
número de profissionais, semiprofissionais e não profissionais, para dar a
pacientes individuais e serviço personalizado, tendo para tanto necessidade
de coordenação adequada.
O autor descreve que o hospital é uma organização que persegue
objetivos através de atividades colaborativas, com o intuito principal de proporcionar
cuidados adequados aos pacientes dentro dos limites de conhecimento, da
tecnologia médica e de organização de atividades humanas e recursos
institucionais. Necessita de um sistema de coordenação interna eficiente, devido às
características suplementares e interdependentes que determinam as funções
especializadas.
Picchiai (1998, p.9) explica que “o hospital é tido como uma das
mais complexas organizações, pois agrega um conjunto de serviços de clínicas,
hotel, restaurante, farmácia, lavanderia, laboratório e outros”. O autor acrescenta
que a organização hospitalar ainda envolve um grande número de especialidades e
especialistas, possuindo tecnologias desde as mais simples até as mais sofisticadas,
111
com uma clientela ampla, que demanda serviços de diferentes complexidades e
especialidades.
O hospital é uma instituição complexa, porém, fundamentalmente, é
mais um sistema humano do que mecânico, onde atividades industriais são
mescladas com ciência e tecnologia de procedimentos utilizados em seres humanos.
Paradoxalmente, o hospital é uma organização quase burocrática,
com regras e regulamentos para controle, com ênfase em mecanismo formal e
procedimentos que lhe dão um caráter autoritário, o qual, segundo Gonçalves E.
(1983, p.24) baseia-se no fato de que, com a vida humana em jogo, deve-se ter
pouca tolerância para erros e negligências, que podem ser prevenidos e controlados
através de regras e regulamentos e entre outros mecanismos.
O número de hospitais no Brasil em 1990 totalizava 6.532 unidades,
cobrindo 501.736 leitos. Sessenta por cento dos hospitais de pequeno porte,
possuindo até 50 leitos oferecendo atendimento de baixa complexidade, resolvendo
na maioria das vezes, patologias que dispensam internação. (BITTAR, 1997b, p.136)
Em 1992, apenas dois anos após, o número de leitos de hospitais aumentou em
aproximadamente 8% com 544.357 unidades. Dez anos depois, em 2002, houve
uma redução para 471.171 leitos. Ou seja, uma queda na ordem de 13,4%
(73.186) nos leitos de hospitais privados. Em contrapartida, houve no setor
público um ganho de 10.876 leitos. (BOMBARDI, 2003, p.3).
As Tabelas 16 e 17 apresentam o atual número de hospitais e
número de leitos no Brasil, diferenciados por regime e segundo a região.
(DATASUS
6
, 2003).
Este pequeno cenário demonstra a fragilidade do sistema de saúde
no Brasil, em que os investimentos estão muito longe do mínimo para garantir o
atendimento das necessidades básicas de saúde da população. Os recursos infra-
estruturais, financeiros ou humanos, além de limitados, não são confiavelmente
administrados.
6
DATASUS: Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde - SUS
112
Tabela 16 – Número de hospitais por regime e segundo a região
REGIÃO PÚBLICO PRIVADO UNIVERSITÁRIO TOTAL
Norte
287 153 4
444
Nordeste
1.050 911 39
2.000
Sudeste
409 1.194 55
1.658
Sul
171 842 38
1.051
Centro-Oeste
236 395 10
641
TOTAL 2.153 3.495 146 5.794
Fonte: DATASUS (Dez. 2002)
Tabela 17 – Número de leitos por regime e segundo a região
REGIÃO PÚBLICO PRIVADO UNIVERSITÁRIO TOTAL
Norte
11.771 10.742 906
23.419
Nordeste
41.238 68.029 9.744
119.011
Sudeste
51.782 120.383 16.234
188.399
Sul
7.394 56.030 10.329
73.753
Centro-Oeste
9.281 23.582 3.600
36.463
TOTAL 121.466 278.766 40.813 441.045
Fonte: DATASUS (Dez. 2002)
113
Pessini (1999, p.132), membro da Associação Internacional de
Bioética,
7
refere que:
É contrastante e até irônico observar que até a pouco tempo a saúde que
era vista como caridade, foi assumida pela Constituição como sendo um
direito de todos, mas no chão concreto da vida, está se transformando no
mercado globalizado, num verdadeiro negócio de compra e venda. Aqui
falamos da cidadania, da exclusão e da morte. Quem tem dinheiro vive mais
e sofre menos, quem não tem morre antes, e se tem o privilégio de
acreditar, tem o consolo da vida eterna, no além!
O desafio para a área pode não se resumir à prestação de um bom
atendimento, seja a quem possua ou não condições financeiras. Entretanto, neste
cenário de economia instável, talvez a própria sobrevivência destes hospitais seja o
maior de todos os desafios.
4.3 F
UNÇÕES DO
H
OSPITAL
As funções de um hospital variam quanto à nomenclatura e à
composição. Conforme os autores Gonçalves E. (1983); Borba (1988) e Cherubin
(1996) é possível classificar os hospitais, segundo sua função, em quatro grandes
grupos:
a) Restaurativa. Compreende aqueles que têm a proposta de
tratamento – diagnóstico, tratamento da doença e reabilitação –
tanto na condição de internado ou em situação de emergência
(interna e externa ao hospital).
b) Preventiva. Incluem-se os cuidados oferecidos à comunidade:
supervisão e acompanhamento, educação sanitária, controle de
doenças infecciosas, saúde ocupacional e higiene do trabalho.
c) Educativa. Destaca-se a formação dos profissionais da área de
saúde e de outras profissões correlatas: nível técnico, graduações
e pós-graduações.
7
Bioética: ver glossário
114
d) Pesquisa. Abrange aspectos físicos, psicológicos e sociais da
saúde e de doença. Sob a ótica da administração hospitalar, o
próprio hospital pode realizar as pesquisas com os profissionais
internos e externos.
4.4 C
LASSIFICAÇÃO DOS
H
OSPITAIS
A classificação dos hospitais varia muito na literatura técnica. O
Ministério da Saúde classifica os hospitais em seu banco de dados sistematizados
(DATASUS), de forma a possibilitar, além do conhecimento, a realização de
pesquisas. Apresentam-se a seguir, alhumas formas de classificação mais
conhecidas.
a) Quanto à natureza da assistência:
- geral ou específico
b) Quanto à propriedade, manutenção e controle:
- governamentais: federais, estaduais, municipais, para-
Estatais
- particulares: filantrópicos de finalidade lucrativa e
filantrópicos de finalidade não lucrativa
c) Quanto à capacidade de lotação:
- pequeno porte: de 25 a 49 leitos
- médio porte: de 50 a 149 leitos
- grande porte: de 150 leitos a 500 leitos
- especial ou extra: Acima de 500 leitos
d) Quanto à capacidade de ensino:
- hospital de ensino
- com residência médica regulamentada
- Sem regulamentação de Residência Médica
115
e) Quanto ao zoneamento:
- unidade sanitária: pequeno, em torno de 40 leitos, oferece
assistência médica, cirúrgica, obstétrica, de emergência e
programas de saúde pública;
- comunitário: capacidade ocupacional em torno de 100 leitos,
oferece assistência médica, pediátrica, cirúrgica, obstétrica,
de emergência e programas de saúde pública;
- regional ou distrital: Com capacidade ou ocupacional em
torno de 250 leitos e dispondo de todas as clínicas
especializadas;
- de base: Capacidade ocupacional acima de 250 leitos,
dispõe de todas as clínicas especializadas e com
incumbência do aperfeiçoamento profissional de pessoal;
- de ensino médico: Com as mesmas características do
hospital de base, inclui atividades de ensino médio.
4.5 E
STRUTURA ORGANIZACIONAL
Gonçalves E. (1998, p.81) relata que os hospitais desde os
pequenos até os maiores hospitais evoluíram muito e que as modificações
observadas buscaram sempre a racionalização dos esforços humanos, visando
atingir os objetivos definidos pela instituição.
No âmbito da geografia do hospital, Gonçalves E. (1998, p.82)
aponta que existe muita coisa além dos setores encarregados do atendimento aos
pacientes e familiares. Estes setores têm aumentado numericamente por força do
desenvolvimento tecnológico que o mundo moderno vivência. Dentre eles, pode-se
citar o setor de elementos diagnósticos, de recursos terapêuticos e de apoio técnico,
que, fundamentalmente, estão inter-relacionados com os recursos de informática.
116
Em termos da logística funcional, é de grande importância a
atividade laboriosa da organização hospitalar, tendo em vista a diversidade das
atividades existentes.
Marquis e Huston (1999, p.157) relatam que o quadro organizacional
evidencia a estrutura formal, possibilitando informações que auxiliam a identificação
dos papéis e das expectativas. Neste quadro, existem a “cadeia oficial” de comando
e as posições de Assessoria. As unidades de comando são indicadas pela linha
vertical, ao passo que a horizontal define as posições semelhantes de comando.
Marx (1998, p.50) elaborou um modelo de organograma hierárquico
em que se visualizam as várias gerências existentes em um hospital. As
nomenclaturas se alteram de instituição para instituição. A figura 27 dá uma noção
de um organograma hospitalar completo.
Existem em cada setor de um hospital diversos tipos de papéis,
definidos em termos de funções, autoridades e responsabilidades. Este contexto dá
uma noção do alcance do controle, da quantidade de níveis e os respectivos
quadros quantitativos e funcionais.
Numa organização formal, normalmente se retrata o organograma
convencional, extenso, superposto, porém incompleto, uma vez que as relações
existentes não são demonstradas na totalidade. Mostram, sim, a responsabilidade
que cabe a cada unidade e o nível em que se encontra dentro da organização,
assim como a sua autoridade, mas deixa de ser reconhecida a autoridade informal
existente em todo meio organizacional, assim como os mecanismos de equilíbrio
que possam favorecer o processo de tomada de decisão.
Numa nova forma de gestão dentro de uma estrutura hospitalar,
dinâmica, mais ágil, com tomada de decisão mais participativa e menos
burocratizada, Gonçalves E. (1998, p.85) apresenta um modelo (Figura 28), em que
salienta estas características. Ele parte do pressuposto de que:
A disposição sistemática da estrutura organizacional não é estática, como
eventualmente se poderia depreender do estudo superficial de sua
representação gráfica, que é o organograma. Ao contrário, as linhas
estruturais devem indicar relações dinâmicas que ocorrem entre os
componentes do grupo. (p.89).
O autor ressalta que o modelo proposto não é suficiente para
garantir o desempenho do hospital, mesmo porque depende do comportamento dos
117
recursos humanos da instituição. Mesmo não tendo sido objeto desta seção, pode-
se dizer que o modelo proposto pelo autor enriquece e contribui com este trabalho,
demonstrando mais uma das possibilidades estruturais das organizações
hospitalares.
118
Figura 27 – Modelo de Organograma
Fonte: Marx (1998, p. 50)
Superintendente Geral
Gerência
Médica
Gerência
de RH
Gerência de
Enfermagem
Gerência de
Suporte
Diretor Administrativo
Assessoria Jurídica
Diagnóstico
Treinamento
Fisioterapia
Ambulatório
Internação
Bloco
O
p
eratório
Obstetrícia
Recrutamento
e Sele
ç
ão
Cargos e
Salários
Plano de
Gerência
Treinamento
Desenvolvi-
mento
Gerência de
Atenção ao
Cliente
Auditoria Interna
Diretoria Clínica
SCIH
Day Clinic
Home Care
Gerência de
Materiais
Gerência de
Marketing
Gerência
Patrimonial e
Engenharia de
Processo
Nutrição e
Dietética
Higiene
Lim
p
eza
Lavanderia
Atendimento
ao Cliente
Farmácia
Almoxarifado
Compras
Transporte
Segurança e
Estacionamen
to
Recepção
Internação
Hotelaria
SAME
PABX
Manutenção
Geral
Informática
Equipamento
Publicidade
Convênios
Auditoria de
Contas
119
´
Diretrizes Orçamentos Desempenho
Entidade Mantenedora
Conselho Técnico -
Administrativo
Assessorias Comissões
Gerência
Médica
Corpo Clínico
Serviço
Médico
Diagnóstico
Tratamento
Serviço de
Fisioterapia
Psicologia
Comissões
Gerência de
Enfermagem
Pac. crítico
Pac. Externo
Pac. Interno
Centro
Cirúrgico e
Centro
Obstétrico
Gerência de
Hotelaria ou
Apoio
Operacional
Nutrição
Higiene
Limpeza
Lavanderia
Transporte
Segurança
Zeladoria
Gerência de
Materiais
istribuiçã
o
Farmácia
Almoxarifado
Gerência
Financeira
esouraria
Contabilidade
Execução de
Or
ç
amento
Gerência
Patrimonial e
Engenharia de
Processo
Prédio
Instalações
Equipamentos
Informatização
lj
Gerência de
Recursos
Humanos
Qualificação
Seleção
Treinamento
Coordenação
de Programa
de QT
Gerência de
Marketing
Publicidade
Convênios
Comunidade
Figura 28
– Proposta de um organograma hospitalar
Fonte: Gonçalves E. (1998, p. 85)
120
4.6 A
DMINISTRAÇÃO
H
OSPITALAR DO
F
UTURO
Os hospitais têm vivenciado um período de turbulência econômico-
financeira, assistencial e administrativa. O setor de saúde, que recebe verbas em
quantidade insuficiente, é muitas vezes, prejudicado pelo fato de seus
administradores, na grande maioria, serem médicos que não possuem
especializações em administração hospitalar ou possuem pouca experiência
administrativa.
Outro fator que também compromete a pouca oportunidade
oferecida aos administradores de empresas com especializações na área hospitalar,
o que poderia ser de grande valia para uma administração hospitalar eficaz e efetiva.
As recentes técnicas administrativas voltadas para o foco da
otimização dos serviços têm levado os administradores modernos a saírem em
busca de modalidades que transformem suas unidades em empresas realmente
eficientes economicamente, conforme recomendado por Gonçalves E. (1998, p.81):
“uma administração segundo critérios absolutamente racionais, essencialmente
baseados em pressupostos que caracterizam a moderna administração
empresarial”.
Hoje, sabe-se que uma unidade hospitalar tem de ser olhada e
administrada como uma empresa que dá lucros, ou ao menos, no caso de uma
entidade pública, que administre dentro das possibilidades financeiras existentes,
sem prejuízos ao Estado e à Nação. Além da modernização dos padrões
administrativos, a busca pela excelência profissional se torna constante. A
capacitação de pessoal passou a ser requisito básico nas instituições que buscam a
conquista de mercado.
Atualmente, terminologias como “diagnóstico organizacional”
“planejamento estratégico”, “foco no cliente” e “gestão de pessoas” passaram a ser
uma constante no vocabulário do executivo hospitalar.
Mas o cenário que se pode vislumbrar para os hospitais do futuro
considera um leque muito grande de possibilidades, seja no campo político a social,
na medicina, na tecnologia, na informática médica, na construção do conhecimento,
nas novas formas de administrar e nos recursos humanos, entre muitos outros.
Cogita-se, inclusive, de adotar a terceirização como proposta para a solução da
gestão hospitalar.
121
Sinclair (1996) afirma que, numa estimativa de população mundial
para 2025, existirão mais de nove bilhões de pessoas e que dois terços deste
contingente estarão vivendo no Terceiro Mundo. E, ainda, destes, cerca de um
bilhão de pessoas estarão desabrigados e subnutridos. Projetando para a população
brasileira, quantos estarão nas mesmas condições e como estará equacionada a
saúde brasileira? (apud SACRAMENTO,1997, p.144)
No mesmo enfoque Sacramento considera que:
É necessário construir o conhecimento adequado; democratizar o processo
de participação; preocupar-se com custos; trocar as filosofias da moda pelas
mais consistentes; desenvolver a prática da cidadania; buscar e
implementar soluções, não ficando à espera que elas caiam do céu, e
entender problemas como oportunidades e não como entraves ao processo
de desenvolvimento.
Para o período anteriormente ao citado por Sinclair, o que se pode
utilizar como receita para a administração hospitalar reside em várias palavras
chaves, que se seguem: pessoas, construção do conhecimento, profissionalização,
próatividade, método e sistematização, mobilidade, fluxos de valor, equipes
multifuncionais, planejamento objetivo e flexível, gestão de custos, comunicação,
redesenho de processos e procedimentos, adequação e concentração de foco,
especialização hospitalar, desburocratização, prática da medicina preventiva e
flexibilidade de políticas internas e externas.
Cherubin (1996, p.133) relata que as perspectivas futuras da
Administração Hospitalar são as melhores possíveis. Para ele, o mercado necessita
de profissionais formados em escolas especializadas, traduzindo, na prática, as
qualidades advindas da academia.
4.7 T
ECNOLOGIA
H
OSPITALAR
Tecnologia Hospitalar é definida por Santos (2000, p.48) como
sendo “um conjunto de conhecimentos - princípios científicos - que se aplicam a uma
atividade hospitalar relacionada aos equipamentos médicos, infra-estrutra e todo o
conjunto de ciência com objetivo de cuidar o paciente”.
122
Compreende, ainda, aplicações com princípios físicos e biológicos
associados, gerando um equipamento que se utiliza como ferramenta a serviço do
corpo clínico: profissionais de saúde.
A tecnologia “genérica” pode ser vista de várias maneiras dentro de
um hospital: nos equipamentos, nos procedimentos, nas drogas, na informação e na
comunicação; porém, erroneamente, existe uma tendência em se acreditar que a
tecnologia envolve apenas a obtenção de equipamentos modernos, de última
geração.
Desenvolver estratégias para incrementar tecnologia médica não é
uma tarefa fácil, tendo em vista que, além dos estudos quanto ao custo/benefício,
existe a necessidade do envolvimento de uma equipe multidisciplinar de diversos
setores do hospital para a realização da tarefa.
Na área da informação, todos os dados referentes ao paciente
como: internação, prontuário, prescrição médica e de enfermagem, exame
laboratorial, exame diagnóstico, devem estar associados a um sistema informatizado
processando inteligentemente as interligações existentes. (BITTAR, 1997a, p.138).
4.8 Tecnologia de Informação Hospitalar
O volume de informações e processos executados em um hospital
exige controle ágil e flexível de modo a evitar a repetição de tarefas e desperdícios.
Os Sistemas de Informação Hospitalar (SIH) em saúde no ambiente
hospitalar têm por objetivo suprir as necessidades operacionais dos diversos setores
ou serviços existentes, bem como proporcionar integração entre os mesmos.
Os hospitais enfrentam dificuldades quando têm de tomar decisões
certas para a implantação, aquisição, renovação e gestão dos sistemas ou quando
precisam compatibilizar as rotinas diárias com a constante evolução da tecnologia e
das técnicas médicas. (MADI, 1998, p.2) Acredita-se que, de um modo geral, estas
dificuldades estão presentes tanto nas administrações públicas quanto nas privadas.
Tendo em vista a diversidade do contexto hospitalar diante de uma
realidade tão complexa, é importante destacar o tema SI nesta área.
123
Johanston (1993, p.2) cita o contexto das informações intra-
hospitalares, ou SIH, nos anos de 1960, inicialmente nos Estados Unidos e Europa,
cujo objetivo era registrar informações sobre os pacientes de tal forma que
pudessem ser compartilhadas por todos os setores do hospital.
Os hospitais têm procurado se beneficiar ao máximo dos recursos
oferecidos pela Tecnologia da Informação, porém em um ambiente multidisciplinar
como é o da informática na área da saúde, são muitos os paradigmas diferentes que
convivem entre si, ocorrendo mudanças constantes que devem ser assimiladas e
adequadas constantemente. (MADI, 1998, p.1).
Beskow (2001, p.41) relata as seguintes aplicações levantadas em
TI de uso hospitalar.
a) Uso clínico – geralmente se referindo à automatização de
prontuários de pacientes e ao auxílio de decisão médica.
b) Uso administrativo – voltados à gestão dos diferentes setores
dos hospitais, como almoxarifados, farmácias e laboratórios
clínicos.
c) Uso em enfermagem – voltados à orientação, ao suporte, à
padronização e ao controle das rotinas de enfermagem.
d) Gerenciamento de tecnologia médico-hospitalar – delineados
para o gerenciamento de tecnologia médico-hospitalar, em
diferentes processos de grupos especiais de tecnologia, como a
engenharia clínica.
Portanto, dada a própria natureza da assistência médico-hospitalar,
estas organizações contêm elementos de ordem científica, econômica, social e
política cuja sistematização é muito difícil.
Gradativamente, as inovações tecnológicas foram sendo
introduzidas neste meio. Iniciaram com sistemas, possibilitando manipular a logística
da informação administrativa e clínica.
Como estratégia inicial para a implantação de um sistema de
informação hospitalar, Johanston (1993, p.5) defende que se faz necessário avaliar
124
a viabilidade de aquisição ou criação de um sistema conforme os recursos existentes
no próprio hospital e no mercado, assim como a facilidade de interação do usuário
com o sistema, além das informações possíveis de serem gerenciadas. Outro fator
fundamental é a questão da interface entre os programas ou módulos existentes na
instituição.
Para Ferreira (2002, p.23) cada hospital possui características
próprias e específicas. Portanto, dificilmente um sistema pronto, adquirido no
mercado atenderá a todas as necessidades do hospital, contrariando expectativas
para uma aquisição terceirizada.
Apesar de o conceito de interligação das diferentes partes do
hospital já ser conhecido desde os anos de 1970, o que na realidade se observou
foi a criação de ilhas de informação, ou seja, vários sistemas isolados e sem
conexão, desenvolvidos por diferentes equipes, causando redundância de dados e
revelando a sua absoluta falta de integração.
Peterson e Jelger (1988) debatendo sobre esse problema, sugeriram
que “a informação deveria entrar no sistema uma vez apenas e tornar-se disponível
para todos que dela necessitarem.” (apud PICCHIAI, 1988, p.28)
O desenvolvimento de um SI computacional e sua efetiva
implantação dependem de vários fatores, que ultrapassam os aspectos técnicos,
necessitando que a organização participe como um todo. O sucesso e a aceitação
do processo estão condicionados à capacidade de identificar corretamente os
serviços e as informações necessárias para os usuários e a forma como o homem e
a máquina interagem.
Segundo Andrade (2003, p.63), o Brasil, em relação a esta questão
passará nos próximos anos por duas batalhas: primeiro, vencer a falta de cultura do
setor, no que se refere à adoção de tecnologia; e, segundo, enfrentar as carências
decorrentes da infra-estrutura. Relata que pesquisas realizadas no país indicam que
somente 5% dos hospitais possuem algum tipo de TI em um nível considerado
satisfatório.
Em termos de investimento, o autor cita que os hospitais brasileiros
utilizam apenas 1% de seu orçamento em TI, diferentemente dos hospitais
americanos, que investem o dobro ou triplo desse valor.
Além do aspecto da gestão de Tecnologia Hospitalar, deve-se
fornecer apoio à atividade clínica dos profissionais de saúde, otimizando os
125
processos e aumentando a produtividade, de modo a resultar em melhor
atendimento com melhor controle. Pode-se antecipar que durante o desenvolvimento
do sistema não se consegue atender à totalidade das expectativas de todos os
usuários. Além da atividade administrativa, existe a outra face do processo: a do
paciente, a do médico e a da enfermagem, como já citado por Beskow (2001, p.47).
A integração destas áreas, o desafio do treinamento – reeducação
da comunidade interna para a nova realidade – e a padronização das rotinas de
trabalho para uma melhoria da qualidade do serviço fazem parte dos passos a
serem seguidos. (FERREIRA, 2002, p.22)
Trata-se de um processo dinâmico e contínuo, devendo-se utilizar
métodos que possibilitem reunir informações e feedback, garantindo o
aprimoramento contínuo para a perfeita adequação à realidade da organização.
4.9 Conclusão
A possível falta de integração entre a evolução tecnológica e a
qualidade de administração dos serviços hospitalares, incluindo-se neste rol a
sistemática gerencial de informações, deverá ser alvo dos administradores
hospitalares, de forma a aliar os conhecimentos e o preparo técnico dos profissionais
com os recursos e as possibilidades tecnológicas refletindo na identificação com o
atendimento eficaz ao doente.
126
CAPÍTULO 5 (126 A 175 OK)
ESTUDO DE CASO: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO REGIONAL
DO NORTE DO PARANÁ
5.1 I
NTRODUÇÃO
A coleta de dados foi realizada na instituição após a configuração da
modelagem do estudo de caso. Dentro desta premissa, a etapa de coleta contou
com várias fases, como já descrito na seção 2.5.2.
Além da busca de documentos e demais relatórios gerenciais do
hospital, a percepção da sua estrutura como um todo e o comportamento dos
funcionários sobre o sistema funcional foram objeto de estudo.
O fato de a pesquisadora fazer parte do quadro de funcionários da
instituição, facilitou o acesso a todas as fases da modelagem. Porém, verificou-se
um certo grau de timidez e de receio de exposição dos fatos, temendo-se
comprometer o próprio setor ou o chefe imediato. Outros fatores que influenciaram a
coleta de pesquisa foram descritas na Coleta de Dados (Cap.2).
O Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná é um órgão
suplementar da autarquia estadual Universidade Estadual de Londrina (UEL), sendo
vinculado administrativamente à Reitoria e, academicamente, ao Centro de Ciências
da Saúde (CCS).
Foi implantado como Hospital-Escola em 24/3/1970, mediante
assinatura de convênio entre o Pronto Socorro Municipal e a UEL. Foi ativado como
Hospital Universitário em 1º/8/1971. Tornou-se Órgão Suplementar da UEL em
12/8/1972, pela Resolução do Conselho Universitário, nº 112.
O hospital não tem personalidade jurídica própria. Sua
administração, incluindo o Ambulatório de Hospital de Clínicas (AHC), é de
responsabilidade dos Diretores Superintendente, de Enfermagem, Clínico e
Administrativo, que são administrativamente subordinados ao Conselho Diretor do
HURNP.
O Conselho Diretor é constituído, além dos próprios diretores, pelo
vice-reitor, diretor do CCS, seis chefes de departamentos do CCS, quatro
127
representantes de funcionários das diretorias do hospital e representantes dos
alunos dos cursos de graduação e pós-graduação vinculados ao CCS.
É o único hospital de grande porte no norte do Paraná e o terceiro
maior hospital-escola do sul do país, sendo tradicional Centro de Referência
Regional para a 17ª Regional de Saúde e Sistema Único de Saúde (SUS) na grande
maioria das especialidades médicas.
Recebe pacientes oriundos de cerca de 200 municípios e de mais de
100 cidades de outros estados, principalmente São Paulo, Mato Grosso do Sul e
Santa Catarina.
O HURNP integra os Sistemas Estaduais de Referência para
Atendimento de Urgência/Emergência e de Referência para Atendimento de
Gestante de Alto Risco.
Também integra os diversos Sistemas de Alta Complexidade do
SUS, destacando-se: transplante renal, transplante de córnea, transplante de fígado,
oncologia, ortopedia, neurocirurgia, videolaparoscopia, polissonografia, implante de
marca passo definitivo, AIDS, busca ativa e abordagem de possível doador de
órgãos para transplante, esterilização e UTIs.
Dispõe de serviços como hemocentro regional, núcleo de
vacinações, central de quimioterapia, banco de leite humano, centro de controle de
intoxicação, entre outros.
Desenvolve, juntamente com professores e alunos do CCS, vários
programas de extensão à comunidade, incluindo atendimento multidisciplinar
prestados a grupos de dependentes químicos, diabéticos, adolescentes, gestantes,
lesado medular, asmáticos, aidéticos, câncer ginecológico, ostomizados, portadores
da Doença de Chagas e crianças em pré-operatórios.
O HURNP é uma instituição comprometida com o desenvolvimento
da cidadania e está em busca de cumprir a sua missão, que é:
Contribuir no processo de formação dos profissionais de saúde, bem como
prestar serviços integrais nesta área, com qualidade e excelência, articulado
com o Centro de Ciências da Saúde, com os serviços locorregionais de
saúde e integrado ao ensino, a pesquisa e a extensão, visando a melhoria
das condições de vida da população.
Vale destacar que desde a sua implantação o HURNP tem
desempenhado um papel estratégico no âmbito do sistema de saúde regional, em
128
vista de sua atuação diferenciada, tendo como finalidade precípua o
desenvolvimento das seguintes ações:
a) formação de recursos humanos na área da saúde;
b) educação continuada;
c) pesquisa e desenvolvimento tecnológico;
d) cooperação técnica e científica com a rede de serviços de
saúde;
e) assistência à saúde da população, atuando como interface
natural entre o sistema formador e a comunidade.
A produtividade dos serviços desenvolvidos é significativa, com
média mensal de atendimento de, aproximadamente, 1.100 internações, 10.500
atendimentos ambulatoriais, 5.500 atendimentos de pronto socorro e 600 cirurgias.
A média de ocupação de seus leitos é de 93%, com tempo de
permanência de 7,2 dias. A taxa de mortalidade geral é de 4,3%; a de mortalidade
pós-operatória, de 1,39%; e o índice de infecção hospitalar, 5,02%, considerado
adequados para hospitais-escola.
Em 2000, o HURNP foi indicado pelo Ministério da Saúde para
compor o grupo de hospitais que integram os “Centros Colaboradores para a
Qualidade da Gestão e Assistência Hospitalar”, programa montado para melhorar a
gestão hospitalar e pelo qual os hospitais colaboradores repassam sua tecnologia
administrativa aos hospitais clientes.
Ainda no mesmo ano, o hospital recebeu o título de “Hospital Amigo
da Criança”, outorgado pela Fundação das Nações Unidas para a Infância (UNICEF)
e pela Organização Mundial de Saúde através do Ministério da Saúde.
Em 2001, recebeu o prêmio “Qualidade Hospitalar 2000”, na
categoria nacional, outorgado pelo Ministério da Saúde às instituições que se
destacaram pela qualidade da assistência prestada aos pacientes do SUS.
No mesmo ano, o HURNP foi convidado pelo Ministério da Saúde/
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para participar no “Projeto
129
Hospital Sentinela”, que integra uma rede de hospitais brasileiros, objetivando
subsidiar a ANVISA com informações sobre a qualidade e uso dos produtos nas
áreas de Tecnovigilância, Farmacovigilância e Hemovigilância.
O CCS possui instalações físicas específicas nos limites de área do
HURNP.
Além de suas atividades assistenciais, o HURNP é campo de
estágio para diversos cursos de graduação e pós-graduação, nas quais se
encontram matriculados cerca de 1.400 alunos, distribuídos nos cursos de: Medicina,
Enfermagem, Farmácia e Bioquímica, Fisioterapia, Mestrados em Medicina Interna e
em Saúde Coletiva, Especialização em Bioética, Saúde Coletiva e Enfermagem em
Centro Cirúrgico.
Conta com Residências Médicas em 29 áreas específicas de
conhecimentos e residência em duas áreas de Fisioterapia, sendo esta última a
primeira a ser implantada no Brasil.
5.2 E
STRUTURA
O
RGANIZACIONAL DO
HURNP
As instalações centrais do HURNP ocupam área edificada de
32.500m² em terreno com cerca de 100.000m². O hospital mantém ainda o AHC no
campus da UEL, com área construída de 10.500m².
A capacidade de internação é de 333 leitos (289 próprios e 44
conveniados da Maternidade Municipal de Londrina), totalmente à disposição do
SUS. Dispõe de ambulatórios de grande porte, com 120 consultórios Médicos e de
fisioterapia e um pronto socorro com atendimento em regime de plantão
permanente.
O hospital mantém setores de internação diferenciados. Citam-se
como exemplo a unidade de Tisiologia, a Unidade de Isolamento para pacientes
portadores de moléstias infecto-contagiosas, com ala específica para pacientes
portadores de AIDS; maternidade para gestantes de alto risco; as Unidades de
Tratamento Intensivo adulto, neonatal e pediátrico; as sete salas de cirurgias e a
Unidade de Recuperação Anestésica, com quatro leitos.
130
O quadro de colaboradores é composto por cerca de 1.700
funcionários técnico-administrativos e 353 docentes, estes lotados nos
Departamentos de Ensino do CCS. O corpo clínico é constituído,
predominantemente, por docentes o que assegura a integração das atividades de
ensino e assistenciais.
Em função da evolução do hospital quanto a seus propósitos,
número de serviços, atendimentos e da própria característica funcional, o Regimento
Interno do HURNP, descrito e implantado em 1992, não retrata a realidade atual,
assim como seu organograma.
A opção pela análise das áreas Divisão de Finanças e Orçamento e
a Divisão de Material foi pelas seguintes razões: proximidade física; natureza do
trabalho seqüencial entre as áreas; possibilidade de contato freqüente com os
entrevistados identificados com as funções executadas pela pesquisadora no
hospital; e fundamentalmente, pelo fato de utilizarem os sistemas de informação
existentes.
A Divisão de Material é responsável pelas atribuições de compras,
estocagem e reposição de produtos hospitalares, atendendo às legislações
pertinentes a um órgão público. É composta por seções e serviços, como pode ser
visualizado na Figura 29. As seções pontilhadas na figura indicam aquelas que não
estão contempladas no organograma oficial da instituição. Detalham-se, a seguir, os
componentes da área estudada.
Seção de Recepção. Apesar de não constar no organograma do
hospital, é responsável pela centralização de todos os documentos e
correspondências recebidos pela Divisão (pedidos de compra, envelopes de
licitação, ofícios, entre outros), cadastramento de fornecedores, recepção dos
mesmos para todos os assuntos relativos a compras e andamento dos processos
licitatórios, encaminhamento de todos os tipos de correspondência da Divisão, entre
outras atividades.
Seção de Pendência. É responsável pelo controle inicial das notas
fiscais de produtos entregues no hospital. Realiza contato com fornecedores em
atraso e auxilia no processo de desembaraço do fluxo das notas e pagamento das
compras efetuadas.
Seção de Importação. É responsável por todos os procedimentos
que envolvem a importação de produtos que o hospital realiza por meio de processo
131
licitatório. Realiza contato com o Banco do Brasil e o Ministério da Saúde, além de
acompanhar com o despachante aduaneiro da UEL o desembaraço das importações
realizadas.
Seção de Licitação. Realiza todas as tarefas pertinentes aos
processos licitatórios, providenciando a confecção de editais de compras nas suas
várias modalidades, elabora mapas de ofertas e acompanha com a Comissão de
Licitação o julgamento das licitações instauradas.
Seção de Empenho. É responsável pelas aquisições através de
dispensa de licitação. Realizam emissões das próprias notas de empenhos
(entende-se como “empenho” o documento de compromisso da instituição, relativas
às compras efetuadas) cuidadas cotações com fornecedores e emite os próprios
mapas de ofertas para parecer técnico.
Seção de Almoxarifado. É responsável pelo recebimento, guarda e
controle dos produtos padronizados no hospital. Através do controle minucioso de
recebimento, iniciam-se todos as demais fases do trabalho, tendo estreito
relacionamento com a Seção de Reposição de estoque.
Seção de Reposição de Estoque. Esta seção também não consta do
organograma. Realiza todos os procedimentos relativos ao processo de reposição
dos estoques dos almoxarifados do hospital e cadastra novos produtos e controla o
consumo, tomando as medidas necessárias para providenciar a aquisição dos
produtos. Através dos pedidos realizados por esta seção, inicia-se o processo de
licitação de produtos padronizados no hospital.
Seção de Parecer Técnico. Também não consta do organograma,
tendo sido criada em 1998, em razão das necessidades de gerenciamento dos
pareceres técnicos dos processos licitatórios. Está diretamente ligada a trabalhos da
Divisão de Material, porém atua também em parceria com a Diretoria de
Enfermagem/Assessoria de Recursos Materiais e Gerência de Risco da Diretoria
Superintendente. Realiza cadastramento dos pareceres técnicos dos produtos
testados e das marcas existentes no mercado e permitindo que seus dados sejam
capturados pelo Setor de Licitação, para possibilitar a emissão de mapas de ofertas
com os dados necessários já inclusos e promove importante interligação entre as
áreas usuárias dos produtos e a Divisão de Material.
A segunda área pesquisada, Divisão de Finanças e Orçamento tem
como responsabilidade o gerenciamento das atividades relativas ao setor financeiro
132
do hospital, assim como o controle dos custos em geral. Controla o fator financeiro
de projetos e convênios realizados pelo hospital. É composta por seções e serviços,
como pode ser visualizado na Figura 30 e detalhadas a seguir:
Seção de Orçamento. Realiza controle das atividades pertinentes
aos orçamentos, controle dos produtos que serão adquiridos pelo hospital.
Seção de Custos Hospitalares. Realiza a centralização de dados
sobre os produtos consumidos pelas áreas e emite relatórios de gastos das áreas do
hospital, dando conhecimento aos usuários do processo, através do conhecimento e
controle sobre o próprio gasto.
Seção de Tesouraria. Realiza todo o controle das contas bancárias
existentes e dos valores advindos de serviços oferecidos, pagamentos a terceiros,
repasse de valores para viagens, entre outros, assim como dos trâmites burocráticos
inerentes à prestação de contas para o Tribunal de Contas do Estado.
Seção de Operacionalização de Viagem. Realiza todo o controle de
viagens realizadas pelos funcionários utilizando-se de verbas da instituição, para
posterior prestação de contas para o Tribunal de Contas do Estado e para a UEL.
Figura 29 – Organograma da Divisão de Material
Fonte: Documentos do HURNP (adaptado)
DIRETORIA
ADMINISTRATIVA
DIVISÃO DE
MATERIAL
Seção de
Empenho
Seção de
Importação
Seção de
Recepção
Seção de
Almoxarifado
Seção de
Reposição de
Estoque
Seção de
Parecer
Técnico
Seção de
Licitação
Seção de
Pendência
133
.
Figura 30 – Organograma da Divisão de Finanças e Orçamento
Fonte: Documentos do HURNP
5.3 O S
ISTEMA
I
NFORMACIONAL
P
ESQUISADO
5.3.1 Introdução
A adoção da Tecnologia de Informatização pela saúde trouxe para o
HURNP a necessidade de desenvolver uma unidade específica de responsabilidade
técnica e gerencial de informática. Inicialmente, o gerenciamento ficou sob a
responsabilidade do Chefe de Divisão do Serviço de Arquivo Médico e Estatística a
primeira unidade a receber, em 1983, o primeiro microcomputador do hospital.
Em 1996, foi criada a Gerência de Informática (GI), subordinada à
Diretoria Superintendente. Com a implantação do serviço houve grande avanço na
informatização do hospital, tendo-se definido as diretrizes básicas, que resultaram
em significativas ampliações dos investimentos realizados em hardware e software.
Com a aquisição do Sistema de Gerenciamento Hospitalar – WPD
em 1997, além do avanço inicial, desenvolveram-se programas mais integrados e
adequados à realidade da instituição. Foi aumentada a capacidade do Banco de
Dados e a velocidade de tráfego de rede em dez vezes.
DIRETORIA
ADMINISTRATIVA
DIVISÃO DE FINANÇAS E
ORÇAMENTO
Seção de
Operacionalização
de Viagem
Seção de Custos
Hospitalar
Seção de
Orçamento
Tesouraria
134
A GI do HURNP tem como competência traçar e definir, em conjunto
com a estrutura organizacional, as políticas e estratégias de plano de informatização,
sob os aspectos, administrativo, acadêmico e de ensino e pesquisa, fornecendo
subsídios técnicos e de recursos de informática, operacionalizando a execução do
plano de informatização, tendo em vista os objetivos e as diretrizes traçados como
referência.
5.3.2 Estrutura Organizacional
Na estrutura funcional da GI, o quadro de pessoal compõe-se de seu
gerente, cinco analistas e seis programadores conforme pode ser visualizado no
organograma (Figura 31)
Figura 31
– Organograma da Gerência de Informática
Fonte: Relatório da Gerência de Informática
Dos seis programadores, apenas quatro estão em atividade,
permanecendo duas vagas abertas por falta de reposição, originadas por
demissões.
GERENTE DE INFORMÁTICA
Analista de
Sistema
SUPORTE
TÉCNICO
Analista de
Sistema
SUPORTE
TÉCNICO
Analista de
Sistema
SUPORTE
Desenvolvimento
Analista de
Sistema
SUPORTE
Desenvolvimento
Analista de
Sistema
SUPORTE
Desenvolvimento
Programador Programador Programador Programador Programador
Programador
AHC
135
A gerência não está contemplada com funcionário técnico-
administrativo, que executaria as tarefas de secretaria, e nem contínuos, que
auxiliariam no transporte de materiais e documentos do setor. Tais tarefas são
executadas pelo próprio gerente e sua equipe de trabalho, o que gera uma carga
maior de atividades para a equipe.
A GI trabalha com uma estrutura que foi sendo delineada com base
nas necessidades apresentadas pelo hospital. Com o crescimento do processo de
informatização, surgiram dois grupos de atuação distintos: Grupo de
Desenvolvimento de Sistemas e Grupo de Suporte Técnico.
O grupo do Desenvolvimento de Sistemas, atualmente composto por
três analistas e dois programadores, direciona o trabalho para a análise e
desenvolvimento de projetos, implantação e treinamento de sistemas,
gerenciamento de suporte dos sistemas implantados e serviço de atendimento dos
usuários dos sistemas em uso.
Recentemente, houve uma reestruturação informal no setor, tendo
em vista o planejamento do serviço, subdividindo-se as atuações dos analistas em
três áreas de atendimento distintos, conforme estudo prévio realizado pela própria
equipe. De imediato observaram-se os seguintes benefícios: maior facilidade para o
usuário solicitar os trabalhos, estreitou-se a comunicação com a equipe e agilidade
no atendimento tendo em vista o cronograma existente.
O trabalho do grupo de Suporte Técnico, composto por dois
analistas e dois programadores, atua na infra-estrutura da Rede, Help Desk
(atendimento pós-chamada), serviços de WEB, treinamentos, serviço ao usuário e
supervisão de estágios de alunos conveniados do Instituto Politécnico de Londrina
(IPOLON).
A presença de estagiários auxilia apenas parcialmente a equipe,
uma vez que sua atuação está direcionada estritamente aos trabalhos do grupo de
Suporte Técnico, que se responsabiliza pela seleção, treinamento e avaliação deles,
os quais permanecem por um período de seis meses. Findado este período, inicia-se
um novo ciclo. Observa-se que, devido à complexidade da organização e às
demandas existentes, os estagiários passam a atuar efetivamente a partir do
segundo mês, quando então terão a oportunidade de executar ações com maior
segurança, locomovendo-se pelo hospital e contatando os funcionários das diversas
áreas.
136
Detecta-se a necessidade de um número maior de funcionários
tendo em vista a grande demanda existente no hospital. Mesmo com os serviços
oferecidos pelos dois grupos, a satisfação do usuário é baixa, tornando a equipe da
GI alvo de avaliação constante, levando a uma necessidade permanente de
reavaliação e reorganização das atividades gerenciais.
5.3.3 Proposta de Reestruturação
A GI detém, enquanto planejamento organizacional, uma proposta
para readequação da estrutura funcional, de forma a auxiliar nas divisões de
trabalho e execução de projetos. (Figura 32)
Esta proposta não foi efetivada até o momento por requerer aumento
do quadro de pessoal, além de criação de cargos que demandam “funções
gratificadas”
8
para os funcionários que chefiam equipes de trabalho, procedimento
que foge à competência do hospital.
8
Função Gratificada: remuneração adicional no salário, específica para funcionário responsável por
determinado setor/atividade.
137
Figura 32 – Organograma proposto pela Gerência de Informática
Fonte: Relatório da Gerência de Informática.
GERENCIA DE INFORMÁTICA
Técnico
Administrativo
Assessoria de
O & M
Administração do
Banco de Dados
Desenvolvimento
de Sistemas
Gerenciar atividades
dos computadores
servidores de rede;
Monitorar e analisar
tráfego de pacotes de
rede;
Propiciar segurança
física;
Propiciar segurança
lógica da rede;
Promover a integração
entre hardware e
sistema operacional
Gerenciar:
A infra-estrutura da rede;
O Help Desk;
Serviços da WEB;
Treinamentos;
Serviços de usuário;
Estágios
extracurriculares;
Projetos de Novas
tecnologias
Gerenciar os bancos de
dados;
Monitorar a evolução e
performance;
Executar rotinas de
manutenção;
Definir configuração do
banco de dados com o
front -end utilizado.
Analisar de
desenvolver
projetos;
Implantar sistemas;
Promover
Treinamento’;
Gerenciar suporte aos
sistemas
implantados;
Gerenciar o serviço de
atendimento ao
ái
Sistema
Operacional
Suporte Técnico
138
5.4 R
ECURSOS DE
HARDWARE
As Tabelas 18, 19 e 20 apresentam os recursos de Hardware
relacionando a quantidade de computadores e servidores existentes no âmbito do
HURNP e o AHC.
Tabela 18 – Servidores de Rede do HURNP
ITEM SERVIDOR DO HURNP FINALIDADE
01 ULTRA ENTERPRISE com Sparc
Storage Array (REDE 3 – HU)
Servidor do Banco de Dados INFORMIX
02 SUN Sparc 4 Station (DESENV4 – HU)
Servidor do Banco de Dados
PROGRESS
03 TECPAR 200 – NT Workstation (NT-
BACKUP)
Estação gerenciadora de BACKUP da
rede
04 POWERTEC 200 – Servidor DHCP
(LINUX 3)
Servidor DHCP e DNS
05 CELERON 433 – Servidor Intranet
(INTRANET – HU)
Servidor da Intranet e Banco de dados
(POSTGRSQL)
06 PENTIUM III dual – Servidor Novell 4.11
(PRODUÇÃO)
Servidor de Arquivos e Sistemas em
Clipper
Fonte: Relatório da Gerência de Informática – FEV/2003
Tabela 19 – Servidores de Rede do AHC
ITEM SERVIDOR DO AHC FINALIDADE
01 IBM PC SERVER 90 – Servidor Novell
(REDE 1 – HC)
Servidor Novell (REDE – HC)
02 IBM PC SERVER 90 – NT Worksattion
(WINNT –HC)
Estação gerenciadora de BACKUP da
rede
03
TECPAR200 – Servidor DHCP (LINUX 3
– HC)
Servidor DHCP e DNS
04 POWERTEC 200 – Servidor Intranet
Servidor da Intranet
Fonte: Relatório da Gerência de Informática – FEV/2003
139
Tabela 20 – Posição quantitativa de computadores
ITEM MODELO HURNP AHC TOTAL
01 486 115 50
165
02 PENTIUM 90 04
94
03 CELERON 18 03
21
04 PENTIUM III
112
05 SUN Sparc 4 Station 03 00
03
TOTAL 395
Fonte: Relatório da Gerência de Informática – FEV/2003
5.5 A
RQUITETURA DE
R
EDE
A topologia adotada pelo hospital utiliza dispositivos centrais (Hub)
interligados por fibra óptica e segue o conceito de cabeamento estruturado tipo par.
trançado com centenas de redes ativas ligadas ao servidor.
O cabeamento estruturado tem como objetivo realizar o
dimensionamento de uma rede abrangente que possibilite a utilização de redes
locais com taxas de transmissão de até 100 Mbps, apresentando como importante
fator a flexibilidade física de instalação de um novo ponto à rede, bem como a
possibilidade de modificação do layout da rede existente.
5.5.1 Distribuição dos Pontos de Rede
A planta de distribuição dos pontos de rede é do tipo “estrela”
(Figura 33), ligados a Hub e pendurados no servidor de Banco de Dados. Estão
instalados 18 RACKS na instituição, que estão interligados por 28 Hub através de
fibra óptica.
140
Figura 33 – Rede formato “Estrela”
Fonte: Relatório da Consultoria Externa – 2002
O HURNP possui 516 pontos de rede e o AHC 51 pontos,
totalizando 567 pontos de rede na instituição. O Anexo p. 249 apresenta o mapa de
localização dos HUBs e fibra óptica no HUNRP.
O Anexo p. 250 apresenta o esquema geral da informatização no
âmbito do HURNP/AHC e UEL .
5.6 R
ECURSOS DE
SOFTWARE
O hospital utiliza três grandes grupos de sistemas: o sistema
desenvolvido pela própria equipe (SADIHU), o terceirizado INDEPENDENTE e o
terceirizado WPDHOSP. Conta-se também, com o uso isolado de recursos de
automação de escritório, como o pacote de Office da Microsoft, e recursos de
comunicação, como intranet e internet.
141
5.6.1 Sistemas Desenvolvidos pelo próprio hospital
O hospital iniciou o desenvolvimento de sistemas próprios em junho
de 1997, procedimento que continua em produção e evolução constantes. Os
sistemas compõem-se de módulos, conforme descritivo na Tabela 21.
Tabela 21 – Sistema SADIHU desenvolvido pelo Hospital
SISTEMA AUTOMATIZADO DE INFORMAÇÕES DO HURNP – “SADIHU”
BANCO DE DADOS PROGRESS
Item MÓDULO LOCALIZAÇÃO
01
Controle de Avaliações dos
Usuários
Escritório de Qualidade
02 Controle de Bens Patrimoniais Divisão de Manutenção Predial e
Equipamentos HURNP e AHC
03 Controle de Doações e
Transfusões de Sangue
Divisão de Hemocentro
04
Controle de Empreendimentos Assessoria Técnica
05 Controle de Empenho Divisão de Material
06
Controle de Licitação Divisão de Material
07 Controle Orçamentário Divisão de Finanças e Orçamento
08
Controle de Parecer Técnico Divisão de Material
09 Controle de Pedidos de Compra Divisão de Material
10
Controle de Solicitação de Serviço Divisão de Manutenção Predial e
Equipamentos HURNP e AHC
11 Controle de Transplante de Órgãos Divisão de Hemocentro
Fonte: Relatório da Gerência de Informática
O SADHU utiliza o Banco de Dados Progress. O histórico do setor
de informática evidencia que a intenção inicial era adquirir o Banco de Dados Oracle.
Razões tanto administrativas quanto de desajustes nos cronogramas de estudos
sobre a informatização da UEL/HURNP impediram a sua aquisição, levando o
HURNP a adquirir o Banco Progress.
Em uma etapa posterior, a UEL acabou adquirindo o Oracle, o que
ocasionou sério problema para o hospital, relacionado à falta de integração de
informações diretas em várias atividades entre as duas instituições UEL/HURNP.
O SADIHU é utilizado em vários setores, porém sofre crítica quanto
à falta de integração com o sistema WPDHOSP que será detalhado na próxima
142
seção. Como citado por Johanston (1993, p.2), a interface e a integração entre os
programas ou módulos existentes na instituição configura fator fundamental.
O sistema é elogiado por uma amostra grande dos usuários,
conforme pode ser constatado no capítulo 6. O aperfeiçoamento constante da
equipe de Desenvolvimento, visando atender às necessidades do usuário, é
realizado conforme o planejamento da GI, observando-se principalmente o trabalho
conjunto com o outro sistema adquirido de terceiros, o WPDHOSP.
O planejamento consiste em aumentar a demanda para o uso desse
sistema, que apesar de não contemplar todos os propósitos, é avaliado pela equipe
da GI como sendo de excelente qualidade, principalmente se comparado a outros
existentes no mercado nacional.
Apresentam-se a seguir, as principais telas do Sistema SADIHU
utilizadas pelas áreas pesquisadas – Divisão de Material e Divisão de Finanças e
Orçamento – , que estão ordenadas conforme o fluxo de compras.
Figura 34 – Tela de abertura do sistema SADIHU
A tela de abertura é bem clara e o layout é agradável ao usuário,
que reconhece de imediato a posição de inserção dos dados iniciais, podendo
realizar o pedido formal de senha de acesso ao sistema. A análise do pedido é
realizada entre a chefia do setor requisitante e a GI.
143
A Figura 35 exibe no primeiro quadrante do menu os módulos
componentes do sistema. No quadrante inferior aparecem as opções que se
relacionam a estes módulos.
Quando se acessa esta tela, automaticamente o primeiro módulo é
diferenciado pela coloração da linha de seu correspondente no quadrante abaixo. É
uma medida facilitadora para o usuário.
Vale ressaltar que o acesso aos módulos está liberado a
determinados usuários. As chefias das áreas e a GI decidem em conjunto quais
acessos deverão ser permitidos, dependendo da função do usuário. Desta forma, o
sistema permanece protegido.
Figura 35 – Menu principal do sistema SADIHU
144
Figura 36 – Tela de entrada - Controle de licitação
Deve-se lembrar que a grande maioria das compras realizadas pelo
hospital é realizada por meio de processos licitatórios, em atendimento à Lei Federal
Lei nº8666/93. Devido a essa peculiaridade, existem várias etapas que compõem o
processo e levam à necessidade de um controle efetivo e detalhado. O Menu do
Controle de Licitação possui várias opções que permitem realizar esse controle. Por
exemplo, o controle do processo de compra de todas as modalidades,
cadastramento dos itens a serem adquiridos e das propostas dos fornecedores, bem
como a geração dos vencedores. Gera automaticamente o empenho a partir de
processos elaborados.
Possibilita também, o cadastramento de fornecedores e dos itens
padronizados e não padronizados nos almoxarifados, para posterior utilização nos
processos de compra. Através da linha de fornecimento, permite localizar os
possíveis fornecedores para participação nos processos. Também emite todos os
relatórios obrigatórios ao processo de licitação.
Através da Figura 37, permite visualizar o controle das licitações
realizadas. Todos os dados referentes aos processos licitatórios são registrados,
oferecendo maior controle para o setor, assim como maior segurança para a
145
instituição, uma vez que envolvem processos de aquisição baseados na legislação e
passíveis de auditoria do Tribunal de Contas do Estado.
Figura 37 – Processos de licitação
Figura 38 – Encerramento de processos
146
A tela “Encerramento de Processos” relaciona todos os processos,
facilitando o controle dos valores estipulados para cada processo. Tão logo os
processos sejam assinados pela Reitora, o processo licitatório é finalizado, sendo
possível realizar o controle por esta tela. Indica-se pelos termos: homologado,
revogado, anulado, fracassado ou deserto, terminologias que indicam as fases finais
dos processos.
Trata-se de mais um dado que agrega valor à unidade e oferece
condições para a elaboração de controle gerencial importante para a instituição.
Figura 39 – Estatística de compras
A Figura 39 exibe um relatório em que se visualizam, de forma
global dentro de cada modalidade licitatória, a quantidade de itens existentes e de
itens empenhados, seus valores e o detalhamento dos valores estornados.
Outra tela que oferece uma visão geral da situação de compras da
instituição está representada pela Figura 40, que apresenta as opções existentes no
módulo empenho, que trata de toda a transação burocrática referente às compras
efetuadas. Devido a este fato, este módulo apresenta as várias fases do empenho,
9
9
Empenho: Documento oficial da instituição pública, confirmando a compra de produtos ou de
serviços de um fornecedor.
147
desde quando se finaliza o processo licitatório de compra até a sua baixa, quando se
completa o pagamento.
Esse módulo permite a realização de alterar, emitir e realizar a baixa
de empenhos gerados através de processos de compras. Controla o lançamento,
emissão, liberação ou estorno de empenho para controle orçamentário. Outras
opções são apresentadas a seguir.
Figura 40 – Tela de entrada – Controle de Empenho
Todos os dados referentes à compra de um determinado produto
encontram-se na tela da FIGURA 41. Consta-se inclusive, além de todos os dados
do fornecedor, qual o número do pedido de compra que deu origem a todas as
demais fases até que o produto seja adquirido, entregue e pago.
Os dados principais oriundos da Seção de Licitação são gerados
automaticamente sendo complementados na Seção de Empenho.
148
Figura 41 – Notas de Empenho
É possível visualizar os números e as modalidades dos processos
de licitação. O termo Registrado, no canto superior direito, indica que este empenho
já foi emitido e está pronto para que seja liberado. Outros termos também podem
aparecer, dependendo da condição de compra, como: inconsistente, quando os
dados estão incompletos; elaborado, quando os dados estão completos, mas numa
fase anterior ao liberado; liberado, quando está pronto para o registro.
Os filtros na lateral esquerda facilitam a localização de empenhos
para serem visualizados e/ou alterados.
Na mesma tela de “Notas de Empenho”, porém em outra pasta,
podem ser visualizados os itens que compõem a nota de empenho, como
quantidade, preço unitário e preço total. Os demais dados continuam podendo ser
acessados clicando-se nas laterais (Figura 42).
149
Figura 42 – Itens das Notas de Empenho
Figura 43 – Baixa de Notas de Empenho
A tela de “Baixa de Empenho” informa os dados das notas fiscais
das empresas. Visualizam-se o nome da empresa, o número do empenho
correspondente, o valor total, os valores complementares, valores estornados e o
saldo existente.
150
Figura 44 – Cadastro de notas fiscais para baixa de empenhos
O saldo ainda existente à data de entrega sinaliza o sistema a emitir
MULTA aos fornecedores que estejam irregulares quanto às entregas dos produtos.
Isto ocorre durante esta fase, em que se cadastram as notas fiscais (Figura 44). O
sistema se encarrega de emitir a multa automática, através de um parâmetro
preestabelecido, porém cabe ao hospital a decisão de efetivar esta multa ou não.
Pode-se consultar o histórico das multas pelos dados do fornecedor
ou inserindo-se um determinado período de tempo. Esta tela é utilizada pelas
Seções de Pendências e de Finanças e Orçamento.
A tela exibida na Figura 45 informa todos os produtos que
apresentam qualquer tipo de alteração. O valor total empenhado e o valor que foi
estornado podem ser visualizados facilmente, por estarem no centro da tela.
No campo “Observações”, apresenta-se o motivo que originou o
estorno da nota de empenho. A filtragem permite visualizar todos os estornos
ocorridos, conforme os dados informados, desta forma, permite realizar relatórios
que auxiliam na gestão da área. Esta tela é utilizada pelas Seções de Empenho e
Licitação.
151
Figura 45 – Estorno de Empenho
No canto superior direito, observa-se o termo liberado, estando
pronto para a próxima fase de registro, como já detalhado anteriormente.
Uma das grandes habilidades deste sistema consiste na
possibilidade de realizar consultas. A tela de “consulta geral de empenho” (Figura
46), por exemplo, permite que se encontrem os produtos que foram adquiridos pelo
hospital, com todas as informações que a eles se referem.
Figura 46 – Consulta Geral de Empenhos
152
Apesar de conter muitos quadrantes, é de fácil manuseio. O sistema
guarda dados históricos que permitem criar relatórios gerenciais que tanto auxiliam o
gerenciamento do próprio setor quanto favorecem o oferecimento de informações a
terceiros.
Figura 47 – Consulta de Pedidos de Compra
Alimentando-se o primeiro quadrante da tela (Figura 47),
automaticamente aparecem todos os demais dados referentes ao pedido efetuado.
Pode-se fazer o controle da tramitação do pedido de compra em
suas várias etapas: classificação, licitação, empenhos, importação, tesouraria e
cancelamento. Também é possível visualizar a situação do pedido (identificando em
quais processos licitatórios se encontra, em qual empenho está inserido). É um
grande facilitador para o usuário.
Apesar de possuir vários campos que oferecem dados sobre os
produtos adquiridos, a dificuldade maior consiste em informar o número do pedido
de compra. Caso o usuário não possua esse número, inviabiliza-se o fornecimento
da informação, ou ainda, passa-se a realizar a busca em várias outras telas, como
se procurasse identificar pelo nome do produto. Na maioria das vezes se o produto
já foi adquirido anteriormente, existirá um rol de produtos com nomenclatura igual ou
semelhante, de onde o produto desejado deverá ser extraído e confirmado. Como
153
este tipo de acesso está restrito a poucos usuários, torna-se difícil o andamento da
rotina dos setores informantes.
Figura 48 – Consulta de Preços de Itens
Se, por um lado, é difícil localizar o estágio de aquisição de um
produto quando não se tem o número do pedido de compra, numa visão inversa as
informações disponíveis na tela “Consulta de Preços de Itens” (Figura 48) facilitam a
consulta de preços dos produtos.
Inserindo-se o nome do produto, aparece, por ordem alfabética e
clicando-se sobre o produto, uma tela menor, onde se visualizam o descritivo
completo e o número do pedido de compra de origem.
Os preços relacionados são os valores pagos. Na coluna
imediatamente lateral estão os preços atualizados, conforme critérios
preestabelecidos pelo hospital. Clicando-se o item selecionado e a “lupa” no ícone
abaixo, imediatamente abre-se a tela de “Nota de Empenho” referente ao produto
selecionado.
Devido a falhas na padronização de especificações técnicas dos
produtos, aparece uma gama de itens listados que, em muitos casos exibe o mesmo
produto com diferentes nomenclaturas, principalmente no caso de produtos não
154
padronizados, o que dificulta a busca, caso não se tenha o número do pedido de
compra, como relatado anteriormente.
Outro fator complicador pode ser a data de aquisição, que aparece
fora de ordem. Este problema já está sendo verificado pela GI.
A partir da Figura 49, apresentam-se as telas utilizadas pela Divisão
de Finanças e Orçamento. Esta figura dá acesso ao controle orçamentário da
instituição. O quadrante inferior mostra as opções necessárias à execução das
atividades do setor.
Figura 49 – Tela de entrada – Controle Orçamentário
Os valores orçamentários são cadastrados previamente, de acordo
com o projeto atividade ou o elemento despesa. Posteriormente, por meio do registro
e do estorno de empenhos, controla-se o saldo orçamentário.
É possível cadastrar órgãos, programas e outras fontes
orçamentárias para a confecção de projeto-atividades e subprojeto-atividades e
elementos de despesa. Consulta a posição orçamentária e, após o registro de
155
empenhos e a sua liberação pela Divisão de Material. O saldo orçamentário é
atualizado.
A tela da Figura 50 permite à Seção de Orçamento inserir os
“números dos projetos” e os “elementos despesas”, assim como o seu valor. Todas
as despesas são alocadas e identificadas, diferenciadas pelas nomenclaturas
citadas.
No campo “Observações”, digita-se a natureza da despesa,
possibilitando identificar, de imediato, a situação a que se destina determinado valor
referente a uma portaria, seu projeto atividade e seu elemento despesa.
Figura 50 – Cadastro de Alteração Orçamentária
Vale ressaltar que no âmbito governamental as despesas são
apresentadas sob a forma de números (elemento despesa), nomenclatura de uso
nacional. Na teoria, devido às peculiaridades do sistema, caso o usuário externo ao
serviço não saiba traduzir a referência numérica, ao se visualizar a tela não
conseguirá identificar a finalidade da despesa, que poderá ser para produtos
permanentes para produtos de consumo, viagens, eventos e outros. Não se trata
exatamente de um problema, mas, com certeza, a restrição ao entendimento de
como se alocam estas despesas limita-se ao setor.
156
Em resumo, esta tela dá origem às demais seqüenciais, que se
complementam oferecendo as informações necessárias à avaliação das despesas
do hospital.
Utilizando-se a tela de “Posição dos Saldos Orçamentários” (Figura
51), pode-se controlar o saldo orçamentário do hospital. Nela, os dados reais são
dispostos somente após serem registrados os empenhos. Isto é, após o pagamento
efetuado. Os empenhos que possam estar em vias de ser efetivado não podem ser
visualizados.
Figura 51 – Posição de Saldos Orçamentários
O valor é atualizado conforme o andamento do processo, podendo o
saldo já estar comprometido para outras aquisições em andamento. Este fato obriga
o setor a trabalhar com dois tipos de saldos, um oficial, no sistema e outro informal e
de controle manual. Este último caracteriza a situação citada anteriormente.
A última tela do sistema SADIHU representada pela Figura 52,
oferece informações complementares para que a Seção de Orçamento possa,
efetuar o registro dos empenhos ou o estorno deles, que só podem ser executados
157
após a homologação (assinatura) dos processos licitatórios pela Reitora, como já
detalhado na Figura 38.
Esta tela apresenta os dados que já foram completados em fases
anteriores e pelos setores já relacionados (Empenho e Licitação). Uma vez
finalizado, possibilita enviar os empenhos aos fornecedores, para que providenciem
a entrega dos produtos e recebam o pagamento.
Figura 52 – Registro de Empenho/Estorno
Outro programa existente no SADIHU, o “Controle de Parecer
Técnico”, permite o cadastramento de marcas, parecer técnico dos produtos
testados pelo setor, que podem aparecer por marca ou produto, automatizando a
classificação dos vencedores nos processos de compra.
Por meio deste programa, o controle de qualidade dos produtos
adquiridos pode ser monitorado, assim como dos produtos que estão em vias de vir
a ser e, ainda, daqueles que não apresentam os requisitos mínimos para a sua
aquisição. Este módulo é compartilhado com o setor de Licitação, que insere
pareceres nos mapas de ofertas dos processos, facilitando a classificação das
empresas que estejam participando dos certames.
A sua utilização no entanto, está suspensa temporariamente, por
falta de pessoal para alimentar os dados. O trabalho está sendo realizado de forma
158
manual, o que atrasa tanto a emissão de parecer técnico quanto a finalização dos
processos.
5.6.2 Sistemas Desenvolvidos por Terceiros
O hospital possui quatro sistemas desenvolvidos por terceiros,
todos, previamente à aquisição do maior sistema hospitalar do HURNP, o
WPDHOSP. Esses sistemas foram desenvolvidos em períodos diferentes de
necessidades e contemplam as áreas até o presente momento. O hospital também
utiliza o Sistema DATASUS, do Governo Federal, que viabiliza a conexão com a
Rede SUS, que é classificado como Independentes. (Tabela 22).
5.6.2.1 Sistemas Independentes
Excetuando-se o sistema do Governo, os demais sistemas foram
desenvolvidos por profissionais experientes da própria área de trabalho ou por
terceiros, requisitados pela própria área, na tentativa de agilizar os serviços.
Alguns destes sistemas ainda estão sendo utilizados, porém,
gradativamente, existirá a transferência e migração para o Sistema WPDHOSP.
Tabela 22 – Sistemas Independentes
Item SISTEMA Característica LOCAL INSTALADO
01 Controle de Fitoteca
Banco de dados
ACCESS
Divisão de Documentação
Científica
02
Controle de Refeitório Linguagem CLIPPER Divisão de Nutrição e Dietética
03 Cartão Ponto e Escala
de Revezamento
Linguagem CLIPPER Divisão de Recursos Humanos
04
Sistema SACIH Banco de dados ZIM
Comissão de Controle de
Infecção Hospitalar
Sistema DATASUS:
SISAIH01
Faturamento Hospitalar
Sistema DATASUS:
BPA e APAC
Faturamento
Ambulatorial
05
Sistema DATASUS:
FCES
Cadastro Hospitalar
Divisão de Convênios
Fonte: Relatório da Gerência de Informática
159
Esses sistemas foram adquiridos em diferentes períodos de
necessidade dos usuários. A manutenção de sua utilização dependerá da
viabilização de um novo sistema, que permita integra-los com o sistema maior do
hospital, uma vez que atualmente isso não ocorre.
5.6.2.2 Sistema WPDHOSP
O maior sistema que o HURNP possui é o WPD HOSP, adquirido
em 1997 da WPD Tecnologia, empresa com mais de doze anos de experiência no
mercado nacional.
Compondo uma das fases do PESI abordadas por Furlan (1991,
p.6); Manãs (2000, p.85) e Cruz (1998, p.22) no Cap.3, anteriormente à aquisição do
sistema, a Direção e a GI reuniram-se em várias ocasiões para decidir sobre o
melhor sistema a ser utilizado no hospital. A decisão inclinava-se entre o
desenvolvimento pela própria equipe ou a aquisição de sistema terceirizado.
Uma vez decidida pela aquisição de sistema de terceiros, a GI
levantou no mercado as empresas que ofereciam o melhor produto, principalmente
aquele que se adequasse a um hospital público, o que, na realidade, não existia.
Mas pôde constatar que vários hospitais públicos já utilizavam sistemas
terceirizados. Em vista disso, o hospital recepcionou várias empresas com
experiência no serviço público, que trouxeram seus produtos para conhecimento e
teste.
Durante os testes, os usuários das unidades do hospital participaram
do processo, para que pudessem emitir opiniões sobre a contemplação das
necessidades mínimas para o funcionamento do serviço e as facilidades ou
dificuldades de operacionalização.
Estas fases citadas foram observadas por Facchini e Vargas (1992,
p.39) na seção 3.10, evidenciando a necessidade do conhecimento dos sistemas e a
opinião do usuário como indicadores de qualidade do sistema.
Posteriormente, foram elaboradas especificações que se ajustavam
ao melhor produto, dentro de vários critérios preestabelecidos, sendo as principais a
160
adequação ao serviço público e a contemplação para a maioria das áreas do
hospital.
A questão do atendimento ao setor eminentemente público é
importante, devido às características específicas de controle dos diversos processos,
que são diferentes de um órgão privado.
O Sistema Integrado de Informação Hospitalar WPD é um aplicativo
para a administração hospitalar baseado em arquitetura cliente/servidor,
desenvolvido de forma integrada; ou seja, as informações lançadas por qualquer dos
sistemas ficam disponíveis, em tempo real aos demais, tendo em vista que as
aplicações compartilham o mesmo banco de dados, de modo que vários setores
podem utilizar os sistemas em locais diferentes ao mesmo tempo.
Os sistemas são utilizados pelos setores como ferramenta de
trabalho e tratam as informações de forma simplificada. Os recursos de
Gerenciamento e Estatística disponibilizam a unificação das informações geradas
pelos setores, dando indicadores para avaliação de desempenho e auxilio à tomada
de decisões gerenciais.
Desenvolvido sobre o SGBD (Sistema de Gerenciamento de Banco
de Dados) transacional Informix Workgroup Server, a integridade relacional das
informações é garantida. Disponibiliza ainda recursos de controles de acesso às
funções do sistema sendo protegido por senhas individuais o qual define onde e o
nível de acesso permitido.
Todas as atividades executadas pelos usuários são registradas,
podendo ser recuperadas a qualquer momento através do controle de LOG de
atividades, constituindo em ferramenta de segurança e controle sobre acessos ao
sistema.
O Sistema WPD compõe-se de vários módulos específicos para uso
nas áreas. Na totalidade, o hospital adquiriu doze módulos de trabalho, com a
implantação inicial de dez unidades, permanecendo dois módulos para uma fase
posterior, ainda em 2003. (Tabela 23 e 24).
161
Tabela 23 – Módulos WPD em fase de implantação
ITEM MÓDULO FUNÇÃO LOCAL
INSTALADO
RESPONSÁVEL
01
FATHOS
Faturamento Hospitalar
Controla a conta corrente
do paciente e o faturamento
de convênios e particulares
Setor de
Convênios
Divisão de
Convênios
02
DIAG
Diagnóstico por Imagem
Agenda e lança exames
através do número de
atendimento
Digitação dos resultados os
exames.
Setores de
Radiologia,
Eletrocardiografia
e Endoscopia
Divisão de
Atendimento
Fonte: Relatório da Gerência de Informática
A implantação de cada módulo exige da equipe de informática um
estudo inicial sobre a sua operacionalização e, posteriormente, a melhor forma de
implantação no setor, assim como o treinamento do usuário, que geralmente
necessita de maior tempo de adaptação, aprendizado e entendimento sobre o
impacto sistêmico do produto.
Os módulos podem conter várias etapas para sua implantação, o
que geralmente culmina com a necessidade de alteração da rotina de trabalho e
interfere em outras áreas do hospital. Desta forma, torna-se impossível a sua
implantação rápida ou imediata, como ocorrido no hospital. Sabe-se que a opção de
alterar processos de trabalho torna-se uma verdadeira mudança de cultura
institucional, que exige processos de evolução constante e persistente, como
abordado no Cap.3.
162
Tabela 24 – Módulos WPD implantados
ITEM
MÓDULO FUNÇÃO LOCAL RESPONSÁVEL
01
AMBHOS Ambulatório Médico
Agenda de consulta.
Gera o Nº atendimento
ambulatorial
Setor de
Registro do
HU/AHC
Divisão de
SAME
02
AMBUS
Ambulatório do SUS
Controla o faturamento
ambulatorial do SUS
Setor de
Convênios -
Ambulatorial
Divisão de
Convênios
03
ESTHOS Estoque Hospitalar
Controle de estoques
Centros
Estocadores do
Hospital
Divisão de
Material
04
NOSHOS
Nosologia Hospitalar
Vinculação do Código
Internacional de Doenças (CID)
10, nos atendimentos
ambulatoriais, internados e
urgência
Setor de
Estatística
Divisão de
SAME
05
LABHOS Laboratório Hospitalar
Lançamento de exames
laboratoriais através do
número de atendimento
Digitação dos resultados os
exames.
Setor de
Laboratório de
Análises
Clínicas
Divisão de
Laboratório de
Análises
Clínicas
06
POSTHOS
Postos de Enfermagem
Remanejamento de leito.
Alta de paciente.
Emissão de etiquetas de
atendimento
Unidades de
Internação de
pacientes
Divisão de
Internação
07
FATSUS Ambulatório do SUS
Controla o faturamento
hospitalar do SUS.
Setor de
Convênios -
Internados
Divisão de
Convênios
08
RECEP Recepção Hospitalar
Registro de entrada para
internação
Gera o número de Atendimento
de Internado.
Emissão de etiquetas de
atendimentos.
Setor de
Internação
Divisão de
SAME
09
URGÊNCIA
Urgência Hospitalar
Registro de entrada no OS.
Gera o número de atendimento
de urgência.
Cadastra prontuário.
Emite etiqueta de atendimento
Setor de
Triagem
Divisão de
SAME
10
BLOCHOS
Bloco Cirúrgico
Agenda cirurgias e lança as
realizadas.
Emite etiqueta com número de
Atendimento de atendimento.
Centro Cirúrgico
Divisão de
Centro Cirúrgico
Fonte: Relatório da Gerência de Informática
163
Apresentam-se, a seguir, as principais telas do módulo ESTHOS,
utilizados pela Divisão de Material. Os Anexos A e B (p.238 e 239) representam os
fluxos do setor de materiais e do setor de compras.
No que se refere aos demais módulos, apresentam-se nos Anexos C
ao K (p.240 a 248) o diagrama macrofuncional contendo os setores beneficiados, os
subsistemas utilizados e os produtos oferecidos.
Fundamentalmente, o módulo ESTHOS totaliza o histórico de
consumo de cada material, permitindo a elaboração automática das sugestões de
compra, as quais se baseiam na projeção de consumo para o período que se
pretende abastecer e nos estoques atuais de cada um.
É um módulo que possui muitos dados que possibilitam um controle
efetivo do consumo. Porém, o sistema WPD foi desenvolvido para empresas
privadas, e para sua plena utilização foi necessário promover um treinamento
aprofundado da equipe da GI e dos profissionais das áreas usuárias.
A Figura 53 apresenta a tela padrão do Sistema WPD – Módulo
ESTHOS. Inserindo-se o nome do usuário e a senha, é possível acessar às várias
funções existentes.
Uma das particularidades do sistema WPD é a segurança na
operacionalização, uma vez que, mesmo se tendo acesso ao módulo, dependendo
da prévia autorização existente, ele será restrito somente para algumas opções.
164
Figura 53 – Tela Inicial do Sistema WPD - Módulo ESTHOS
Todas as operações realizadas pelo usuário permanecem
armazenadas, podendo-se saber a qualquer tempo quem fez o quê, assim como o
que foi feito.
Este módulo permite o controle do estoque de todos os produtos
padronizados nos almoxarifados (codificados), seja material, medicamento ou
demais produtos de consumo do próprio hospital.
A Figura 54 demonstra, de forma geral, os componentes do módulo
ESTHOS quais sejam: Produtos, Cadastros, Movimento, Relatórios e Manutenção
do Sistema. Acessando-se cada um deles, vão se abrir várias outras opções que se
referem a eles.
A função “Produtos” permite o cadastramento de todas as
informações referentes aos produtos estocados - inclusão, alteração, visualização e
exclusão -, assim como linhas e grupos dos produtos, similaridade e as atualizações
de preços.
165
Figura 54 – Módulo ESTHOS – Produtos
Figura 55 – Módulo ESTHOS – Cadastro de Produto
O cadastro dos produtos no ESTHOS (Figura 55) é um subconjunto
dos produtos e serviços, o qual inclui, além dos materiais estocados, os demais
166
produtos e serviços oferecidos aos pacientes, como diárias, taxas, exames,
procedimentos médicos.
O ESTHOS apenas oferece acesso aos produtos estocáveis. Para
que haja baixa de produtos em nome de determinado paciente, são utilizadas
paralelamente, telas de outros módulos, para que na integração total do sistema seja
possível efetivar a ação.
Os produtos nesta tela são apresentados conforme o exemplo, e as
informações contidas são baseadas em critérios preestabelecidos, para que os
valores sejam corretos, como: as ampolas, as unidades de estoque, os fatores e
divisores. Em muitos casos, o produto é comprado sob uma forma (caixa, milheiro) e
distribuídas (baixas do estoque) como peça unitária.
Esta tela disponibiliza, ainda, outras opções, como: excluir, preços,
estatísticas e consumo. Para o usuário do sistema, basta teclar a letra maiúscula da
palavra que imediatamente, faz surgir uma tela com dados específicos. No exemplo
de coNsumo (Figura 56) teclando-se a letra “N”, maiúscula, visualizam-se no
quadrante central o consumo mensal e a média diária.
Figura 56 – Módulo ESTHOS – Consumo de Produtos
167
Ainda na mesma tela, depois de Consumo, existe o “histórico de
custos” (Figura 57). Ao ser acessado, apresenta no quadrante central os custos:
atual, médio e indexado, sendo este último o custo médio fiscal, calculado pelo
indexador principal do sistema.
Figura 57 – Módulo ESTHOS – Histórico de Custos
A segunda função no ESTHOS é o Cadastro (Figura 58). Permite o
cadastramento das informações dos diversos fornecedores de todos os produtos
adquiridos.
Como pode ser visualizado, existe mais de uma forma de cadastrar
os fornecedores. O cadastro básico se compõe de dados fundamentais. O “Tipo”
diferencia o fornecedor através de sua linha de produtos ou tipo de produto (ex:
Material de Limpeza), enquanto que “Fornecedores dos Produtos” associa o produto
com o fornecedor, possibilitando identificar imediatamente quem vende qual produto,
informação útil para facilitar a cotação de preços.
O cadastro “Motivos de Acerto” permite cadastrar as características
básicas dos motivos de acerto que serão informados durante as operações de acerto
de estoque. É uma operação delicada, uma vez que teclando-se sim ou não, pode-
168
se levar a alterações de histórico de consumo ou não, o que interfere no resultado
final.
Figura 58 – Módulo ESTHOS – Cadastro
O cadastro “Setores Hospitalares” contém informações sobre os
diversos setores ou unidades de serviço existentes, para identificação tanto da
origem quanto do destino das movimentações. Neles são cadastradas as
“comandas”, que são os tipos de consumo que a unidade pode ter. Isso evita que
um determinado produto seja lançado erroneamente em local não programado para
consumo. Por exemplo: lançamento de uma agulha descartável no setor de
lavanderia. As “Condições de Pagamento” indicam as formas como serão pagas as
contas, conforme o próprio título sugere.
169
Figura 59 – Módulo ESTHOS – Movimento
A função “Movimento” (Figura 59) oferece opções variadas, porém
nem todas estão sendo utilizadas. As relacionadas com Requisição/Devolução
Interna, Transferências, Acerto de Estoque e Inventário estão incorporados na rotina
de uso.
Em relação às demais opções, algumas não são compatíveis com a
utilização no sistema público e outras, como “Requisição dos Postos” e “Consumo
dos Pacientes”, deverão ser implantadas brevemente, necessitando-se de um forte
esquema de atuação quanto à mudança técnica e cultural para a solicitação e
devolução de produto em nome do paciente, o que envolve rotinas muito
diferenciadas.
As opções que envolvem compras estão sendo realizadas no
sistema SADIHU, como já visto anteriormente. A tela a seguir, de “Compra de
Produtos” do WPDHOSP, é utilizada para registrar os pedidos de compras já
realizados, controlando as notas fiscais de compra emitidas pelos fornecedores.
Também possibilita que o sistema acompanhe as pendências de entrega, quando
esta ocorrer.
170
Figura 60 – Módulo ESTHOS – Compra de Produtos
A Figura 61 apresenta a operação de saída de produtos por
requisição realizada. Com a digitação do código, automaticamente lista-se o produto
e sua unidade de estoque e preenche-se a quantidade solicitada, levando à baixa
automática no estoque.
Esta tela é acessada pelos diversos Centros Estocadores do hospital
– almoxarifados central, almoxarifados do laboratório, da nutrição e da farmácia e
centrais de distribuição de material o que provoca, muitas vezes, erros quando se dá
a baixa, seja na quantidade ou no próprio produto, levando a desajustes no estoque
geral. Trata-se de um problema cuja solução deverá ser alvo de medidas especiais.
171
Figura 61 – Módulo ESTHOS – Saída de Produtos por Requisição
A Figura 62 demonstra a quarta função do ESTHOS: Relatórios. O
rol relatórios disponíveis, a princípio, pode ser auto-identificável, devido à
nomenclatura utilizada.
Figura 62 – Módulo ESTHOS – Relatórios
172
Clicando-se em qualquer um dos itens listados, permite-se a
abertura de telas que exigem dados básicos, mas que ao mesmo tempo oferecem
outros tipos de informações/relatórios possíveis de serem analisados. Ou seja, cada
opção de relatório abre outras novas opções que exigem outros dados de fixação de
parâmetros para que determine o relatório que se deseja.
O ponto mais favorável desta função é a variedade de opções de
relatórios. Todas as informações que o gerente da unidade queira utilizar podem ser
retiradas desta tela.
Paradoxalmente, o maior problema também se concentra nesta
variedade de opções. As opções dos relatórios listados, apesar de serem
aparentemente claros quanto à linguagem subseqüente apresenta-se de forma a
necessitar de vários parâmetros que confundem o usuário. Caso não haja uma
análise criteriosa do relatório emitido, poder-se-á estar fazendo uso de informações
com dados imprecisos, requisitados parcialmente ou até mesmo erroneamente.
Durante as entrevistas espontâneas e a observação não
participante foi detectada a utilização de apenas dois ou três relatórios diferentes na
rotina. Isto se deve à dificuldade em se lembrar de quais parâmetros são utilizados
em cada um ou qual tipo de resultado os relatórios emitem.
Quando da necessidade de emitir relatórios, muitas vezes, pede-se
auxílio à equipe da GI, justamente pelo fato de os usuários não possuírem
segurança sobre a forma de solicitar estes relatórios nos sistemas. Quanto a este
fato, verificou-se que, além da competência técnica, a equipe da GI possui grande
conhecimento das rotinas dos diversos setores do hospital, e executa o papel de
suporte à organização, como apresentado no referencial teórico abordado no cap 3.
A pouca utilização dos relatórios na rotina operacional do setor pode
estar relacionada à inexistência de um gerenciamento de informações, ocorrendo
apenas um gerenciamento administrativo de dados. Com isso, a exploração das
inúmeras possibilidades fica prejudicada.
As respostas obtidas através das entrevistas, evidenciam que em
muitas ocasiões a chefia solicita relatórios que poderia obtê-los bastando utilizar seu
próprio acesso. Esta fala além de demonstrar insatisfação dos funcionários, também
apontam para o pouco conhecimento da chefia sobre os sistemas existentes.
173
5.7 A
VALIAÇÃO
G
ERAL DOS
S
ISTEMAS
Para o segundo semestre de 2003, prevê-se a mudança de
linguagem do Sistema WPDHOSP. Atualmente, o sistema utiliza a linguagem
INFORMIX - 4GL (ambiente caracter) e passará para a linguagem DELPHI
(ambiente gráfico – Windows).
Esta mudança, solicitada pela empresa, trata-se de uma
modernização, de melhora do visual e de oferecimento de mais recursos para os
usuários. Entende-se que a nova linguagem é mais “amigável”, uma vez que a tela é
clara e as letras são mais nítidas, há mais movimentação do mouse e que existe
familiaridade com o Windows, de domínio da maioria dos usuários.
Estão previstos treinamentos intensivos dos usuários, tanto pela
empresa WPD quanto pela GI, e esta transformação será por módulo utilizado.
Acredita-se que um dos fatores que possa retardar este processo seja a condição da
máquina do setor, o que implica agregar custo ao procedimento.
Uma avaliação geral do sistema pela GI já demonstra satisfação,
uma vez que é um sistema completo, o qual permite, inclusive, agregar muitas
outras necessidades, como já realizadas em várias ocasiões anteriores.
Porém, tratando-se de um investimento terceirizado, torna-se
necessário que a empresa realize contratos de manutenção na ordem de R$
144.000,00 anuais e outros valores que se agregam, de modo a promover as
adaptações ou modificações adequadas, como já abordado anteriormente no início
deste capítulo.
Como relatado no Cap. 5 por Ferreira (2002, p.23), cada hospital
possui características próprias e específicas, razão pela qual dificilmente um sistema
pronto, adquirido no mercado, atenderá a todas as necessidades.
A falta de integração do sistema WPD com o SADIHU é vista como
um dos maiores problemas atuais da informatização da instituição. Estudos
realizados pela GI demonstraram que existe a possibilidade de que essa integração
seja feita por meio de treinamentos dos funcionários da GI, com os cursos
especializados que já estão sendo providenciados.
A falta de integração dos sistemas foi relatada no cap. 5, por
PETERSON e JELGER (1998 apud PICCHIAI, 1998, p.28) que observou a formação
174
de sistemas isolados e sem conexão desenvolvidos por diferentes equipes nos
hospitais, corroborando a situação existente no HURNP.
Não existe um módulo específico adquirido da WPDHOSP, que
possa atender às necessidades da Divisão de Finanças e Orçamento (DFO). Devido
a este fator, a utilização do sistema SADIHU se mantém, porém necessita de uma
reestruturação urgente, devido às alterações de rotinas, das legislações, de
necessidades de aprimoramento de controles de gerenciamento integrado.
A empresa já está desenvolvendo um módulo específico de Custos
que possibilitará a utilização pelo hospital. Porém, a sua aquisição está sendo alvo
de estudos pelo hospital.
Outro fator citado pela Divisão é quanto à necessidade de integração
do Sistema SADIHU com o SIAF (Sistema Integrado de Acompanhamento
Financeiro - do Estado) o que faz ocorrerem além dos problemas citados
anteriormente, retrabalhos, duplicidade de dados na Divisão de Material e DFO em
várias fases do empenho, assim como ocorrem adoções setorizadas do sistema,
como por exemplo: A DFO é a grande usuária do SIAF e A Divisão de Material é do
SADIHU. No entanto, a utilização do sistema deveria ser comum e contínuo para
ambas as áreas.
A crítica sobre o sistema vai além, devido à existência de problemas
de gerenciamento dos módulos de pedido de compra, a de licitação e de controle de
empenho orçamentário, no que se refere às fases de autorização e a de
operacionalização das compras, visando evitar situações de insuficiência de
recursos, em tempo de equacionamento para antes do registro dos empenhos.
A DFO sendo uma divisão que centraliza atividades financeiras do
hospital ressente-se de quaisquer ingerências ou divergências de dados ocorridos
nos demais módulos do sistema SADIHU, sofrendo reflexos diretos no resultado do
seu trabalho. Alguns dos problemas citados denotam deficiência na gestão
administrativa como fator fundamental entre as áreas envolvidas, o que torna uma
necessidade prioritária de ação da Direção do hospital.
175
5.8 C
ONCLUSÃO
Tendo sido apresentado os SI do hospital, percebe-se que se trata
de sistemas operacionais que auxiliam na coleta de dados que são posteriormente
transformados em informações gerenciais e analisados pela Chefias de Divisão e
Direção do hospital.
Apesar de constatar que o seu uso efetivo para o gerenciamento não
estar sendo realizado, a análise dos dados obtidos na pesquisa e apresentadas no
cap 6, demonstram que existe a satisfação do usuário e o sistema é bom, havendo a
necessidade de ajustes e no investimento para o treinamento e capacitação dos
usuários.
Atualmente, existem muitas críticas sobre a atuação da GI,
principalmente no contexto da falta de integração dos sistemas. Porém, percebe-se
que com o número de pessoal já reduzido e sem reposição, dificultam as ações
imediatas do serviço, principalmente no que se refere ao tempo de retorno ao
usuário. Porém, isto não inviabiliza um planejamento criterioso de ação conjunta com
a Direção para o cumprimento das metas e os rumos da instituição para as questões
de informática.
176
CAPÍTULO 6 (176 A 197 OK)
ANÁLISE DOS DADOS
6.1 I
NTRODUÇÃO
Neste capítulo, apresenta-se uma análise dos sistemas
informacionais apresentados no capítulo anterior e dos resultados do instrumento de
coleta, conforme propostas de Bardin (1977), exploradas no Capítulo 2.
Na primeira parte da análise do conteúdo, foram identificados e
selecionados os documentos passíveis de serem objeto de análise, realizando-se
também a revisão de todo o material.
A segunda parte da análise compreendeu a exploração dos
materiais disponíveis – dados quantitativos e qualitativos.
A terceira e última parte da análise consistiu no tratamento dos
resultados e na elaboração das interpretações, que ocorreram simultaneamente à
etapa anterior, compreendendo a definição dos resultados e a análise e
interpretação dos dados (Seção 6.3).
A análise dos dados qualitativos considerou parte das entrevistas
espontâneas, conduzidas de modo informal e paralelamente à observação não
participante. Durante a realização de algumas entrevistas, deu-se a introdução de
outros membros na mesma sala, que também emitiam sugestões e auxiliavam na
explicação. Essa intervenção, de certa forma, dificultou as anotações, mas foram
gestos considerados “bem vindos”, uma vez que denotavam colaboração com a
pesquisa.
Em média, cada observação participante durou em torno de
quarenta minutos, tendo ocorrido no segundo semestre de 2002. Como já relatado
no Capítulo 2, com a impossibilidade do uso do gravador, as anotações foram
realizadas pela própria pesquisadora e transcritas em computador, com processador
de textos Microsoft Word Office 2000 e Microsoft Excel. As áreas pesquisadas foram
detalhadas no Capítulo 5 e a população pesquisada consta na Tabela 4.
177
6.2 I
NFORMAÇÕES
G
ERENCIAIS DAS
Á
REAS
Como pôde-se observar no Capítulo 5, os SI da instituição é do tipo
Operacional. Neste modelo, que também pode ser denominado como sistema
Transacional, caracterizado como a base de dados de uma organização (Capítulo 3),
todos os dados estão disponíveis de forma a possibilitar o controle do fluxo de
informações operacionais e a tomada de decisão.
Os relatórios gerenciais mensais emitidos pela Divisão de Finanças
e Orçamento (DFO) permitem à alta cúpula e os gerentes do hospital acompanhar o
desempenho financeiro, orçamentário e de custos.
A elaboração de relatórios específicos de custos por setores,
denominada Unidade Gestora de Serviços (UGS) possibilita que os diversos setores
do hospital sejam informados sobre o seu desempenho. Ao todo, o hospital possui
55 UGSs que permitem ao setor verificar o desempenho das atividades. Observou-
se que os relatórios apresentam uma descrição completa das variáveis dos setores,
porém ainda necessita melhorar o seu nível de aprofundamento e detalhamento,
preocupação que está merecendo a atenção da DFO.
O esforço da área traduz-se em resultados ainda de pouco retorno,
uma vez que a comunidade interna precisa demonstrar mais sensibilidade pelo
assunto, envolvendo-se e preocupando-se na sua totalidade com o local de trabalho
e o seu desempenho. A sensibilização e as novas ações já estão contempladas no
Planejamento Estratégico Institucional/DFO.
Na Divisão de Material, não existem relatórios gerenciais em
elaboração. O pouco que se tem resulta de apontamentos sobre uma determinada
necessidade, seja na área de Compras, de Empenhos ou de Licitação, entre outras
da Divisão. Este fato demonstra uma característica gerencial focada em dados
brutos retirados do sistema, o que, muitas vezes, pode indicar tardiamente a
necessidade de tomada de decisão adequada pela área.
As consultas que podem ser realizadas via rede permitem o
acompanhamento do fluxo das operações, que muito auxiliam no trabalho
operacional. Porém na medida da necessidade de um determinado relatório
gerencial, leva-se muito tempo para a sua confecção, o que, dependendo das
circunstâncias, seguramente inviabiliza a tomada de decisão imediata.
178
Como visto no capítulo anterior, os sistemas possibilitam investigar,
na sua grande maioria, dados específicos por áreas de atuação e de procedimentos.
Porém, os procedimentos rotineiros não apregoam o gerenciamento efetivo,
voltando-se para uma administração dos dados, e não de informações efetivas.
Ambas as áreas emitem relatórios específicos quando são
solicitados pela comunidade interna do hospital.
De forma geral, percebe-se a riqueza de dados que os dois maiores
sistemas do hospital proporcionam às áreas, com possibilidade de subsidiar
inúmeros relatórios gerenciais que auxiliam plenamente às tomadas de decisões.
6.3 A
NÁLISE
Q
UANTITATIVA E
Q
UALITATIVA DOS DADOS
O instrumento de coleta de dados foi distribuído aos funcionários
atuantes na Divisão de Material e na Divisão de Finanças e Orçamento.
O instrumento foi subdividido em cinco partes: Dados do
entrevistado; Determinação das exigências da informação, que objetivou buscar as
informações relativas ao envolvimento da GI com os usuários do sistema;
Distribuição das informações, que visou à busca do alcance das informações;
Obtenção das informações, que buscou a forma como o usuário obtém a
informação; e Uso das informações, que procurou esclarecer como são utilizadas e a
opinião geral do usuário sobre o sistema.
6.3.1 Perfil da Amostra
A caracterização da amostra foi determinada nesta primeira parte do
questionário. O objetivo consistiu em verificar o tempo de atuação dos usuários nas
áreas estudadas, uma vez que a informatização passou a integrar-se no hospital há
pouco mais de seis anos, como exposto no Capítulo 5.
Os dados evidenciam que 55% (17) da amostra são do sexo
feminino e 45%(14) são do sexo masculino. A idade média é de 40 anos. Os
casados totalizam 77%(24). Quanto ao nível de escolaridade, 45% (14) possuem 2º
179
grau completo; 23% (7), o 3º grau completo; e os demais 32% (10), o 3º grau
incompleto.
A média de admissão dos funcionários na UEL é de 16 anos. A
Figura 63 revela que a maior concentração da amostra está entre 21 a 25 anos de
admissão, com 35% (11) funcionários, 33% (10) foram admitidos na UEL nos últimos
10 anos.
Tempo de admissão na UEL
10
23
19
6
35
6
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 |--| 5 6 |--| 10 11 |--| 15 16 |--| 20 21 |--| 25 26 |--| 30
Anos
%
Figura 63 – Tempo de admissão dos funcionários na UEL
Tempo de atuação na área
23
32
16
6
23
0
5
10
15
20
25
30
35
0 |--| 5 6 |--| 10 11 |--| 15 16 |--| 20 21 |--| 25
Anos
%
Figura 64 – Tempo de atuação dos funcionários na área pesquisada
Quanto ao tempo de atuação na área, a média é de 11 anos. O
maior percentual está concentrado entre 6 a 10 anos, perfazendo 32% (10) da
180
amostra; 23% (7) estão entre 21 a 25 anos; e 23% (7) situam-se entre 0 e 5 anos.
(Figura 64)
Tomando-se o tempo de implantação do sistema informatizado, 77%
(24) dos funcionários participaram da fase de sua implementação, em 1997, e
apenas 23% (7) iniciaram suas atividades com os sistemas já instalados na
instituição.
A Tabela 25 exibe uma análise comparativa entre as duas variáveis
anteriores, tempo de UEL e tempo de atuação na área. Verifica que 51% (16) estão
na mesma área desde a sua admissão na UEL, com uma diversidade de tempo de
atuação na área (quadriculados escuros); 48%(15) são funcionários da UEL entre 16
a 30 anos, sendo caracterizados como “funcionários antigos de casa”; 19% (6) dos
funcionários que estão na área entre 21 a 25 anos possuem tempo de UEL entre 21
a 30 anos, sendo que destes um funcionário possui tempo de UEL na maior faixa
(26 a 30 anos).
Tabela 25 – Tempo de atuação de área e o tempo de admissão na UEL
Tempo de atuação na área
Tempo de UEL
0 a 5 anos 06 a 10 anos 11 a 15 anos 16 a 20 anos 21 a 25
anos
Total
Global
0 a 5 anos
3
----
3
06 a 10 anos 2
5
---
7
11 a 15 anos - 3
3
--
6
16 a 20 anos - 1 1 - -
2
21 a 25 anos 2 3 - 1
5 11
26 a 30 anos - 1 - -
1 2
Total Global 7 13 4 1 6 31
Este panorama demonstra que quase a metade do pessoal nunca
trabalhou em outras áreas, podendo ser um indicativo de que possuem grandes
conhecimentos sobre a área e o contexto organizacional, podendo colaborar
definitivamente com o sucesso da área. Por outro lado, a atuação rotineira e a
limitação de atividades e informações sobre o contexto sistêmico do hospital podem
181
estar presentes, comprometendo a atuação. Na realidade pesquisada se evidencia o
segundo contexto apresentado.
6.3.2 Determinação das Exigências da Informação
A abordagem realizada nesta segunda parte do instrumento
objetivou identificar as relações entre a GI e os usuários. Demonstrou que 52% (16)
dos usuários se reúnem com a GI somente quando há demanda de serviço; 23% (7),
por iniciativa própria; 19% (6), quando necessário. 35%(11) dos pesquisados não se
reúnem com o setor.
Em casos de necessidade de adequação ou alteração do sistema, a
solicitação para o superior imediato como primeira ação é feita por 55% (17); e, em
segundo, diretamente à GI com 42% (13).
Apesar de existirem vários membros da amostra que possuem
cargos de chefia de Seção, todos se reportam inicialmente à chefia de Divisão para
a tomada de decisões maiores.
Para a questão acima, a chefia de Divisão, obrigatoriamente,
necessita ter conhecimento do sistema e estar ciente dos problemas e das
dificuldades existentes na sua área, para posteriormente solicitar as alterações ou
liberar seu subordinado para que o faça diretamente à GI. Portanto, pode-se afirmar
que existem condutas diferentes e que podem estar sendo conduzidas
informalmente, e não profissionalmente (condutas administrativas) como se deseja.
Dos usuários, 87% (27) apresentam as necessidades à GI por
intermédio de conversa informal, seja pessoalmente ou por telefone, indicando
possivelmente falta de rotina pré-estabelecida por ambas as áreas, tanto a usuária
como a GI, uma vez que alterações de qualquer natureza necessitam,
obrigatoriamente, de registros e controles históricos dos sistemas das áreas
usuárias, assim como para a produtividade do próprio setor de informática. Como
segundo maior índice, as reuniões com a GI totalizam 19% (6) dos usuários.
Todos concordam que não existe nenhuma forma de avaliação dos
sistemas pela GI junto com os usuários. Afirmam que se isto ocorre, desconhecem
tal fato.
182
Os pesquisados relatam uma abordagem inversa. Para eles,
ocorrem situações de avaliação pela própria unidade (sugestão, solicitação ou
queixa) que são apresentadas informalmente à GI, e que nem sempre são
solucionadas como desejado. Apontam como motivo para essa baixa resolutividade
a falta de pessoal na GI, acarretando maior tempo para retorno, levando ao
esquecimento da solicitação. Também responsabilizam o fator tecnológico ou
financeiro, por inviabilizar o atendimento a essas solicitações. A solicitação informal,
não é relatada pelos usuários como fator preponderante.
6.3.3 Distribuição das Informações
Esta terceira parte do questionário pretendeu verificar se a
distribuição das informações é satisfatória na instituição.
Para 90% (28) dos usuários, o acesso ao sistema informatizado é
facilitado para a realização de seu trabalho; e 10% (3) relatam queixas, por motivos
diversos, como: equipamentos de baixa potência, o que impede maior agilidade de
acesso. Um usuário respondeu que se sente apenas um usuário operacional,
reclamando que deveria haver cultura do uso institucionalizado, através de
divulgação, avaliação e maior uso gerencial dos dados disponíveis. Dois queixosos
denunciam o acesso restrito aos sistemas e outros aplicativos, como Excel. Este tipo
de queixa foi realizado por dois funcionários que possuem acesso restrito, devido às
características do próprio trabalho. Porém, considerando-se que a liberação das
senhas de acesso é realizada entre a própria chefia e a GI, percebe-se que os
mesmos não possuem ciência sobre o fato ou não solicitam à chefia imediata, que
por sua vez, deixam de solicitar à GI.
A inexistência de alguns aplicativos no equipamento deve-se à baixa
possibilidade do seu uso no setor, o que se aplica neste caso.
Quanto à dificuldade de obtenção das informações via computador,
19% (6) concorda que ocorre esta dificuldade; e 81% (25) declaram que obtêm
facilmente as informações para o seu trabalho, apesar de alguns possuírem
equipamentos de baixa potência, como o modelo 486, que dificulta o acesso à
internet.
183
Entre aqueles que apresentam dificuldades, apurou-se que: o
acesso à internet é fundamental para o trabalho, mas a morosidade do sistema
impede maior produtividade do setor; existe pouca orientação de como operar o
sistema SADIHU, necessitando de auxílio de outras pessoas; e o acesso não está
disponível constantemente, ou seja, existem interrupções que atrasam o trabalho.
Quanto ao acesso ao SADIHU, comentou-se que o sistema é
“parcial e não conclusivo”. Este comentário foi feito por funcionário que opera os dois
sistemas, com retrabalho e dificuldade em adquirir informações pelo fato de não
saber se os dados contidos estão atualizados ou não.
Comparando-se as duas questões anteriores, acesso ao sistema e a
obtenção de informações, 90% (28) que afirmam ter acesso facilitado aos sistemas,
21% (6) disseram ter dificuldades na obtenção das informações via computador,
enquanto que 79% (22) disseram não encontrar esta dificuldade.
No que se refere à disponibilidade de uma nova solução, para o seu
setor, 77% (25) afirmaram que recebem informação a respeito; 16% (4) negaram
receber informação, referindo que quando se está disponibilizado, imediatamente já
passa a ser cobrada a sua utilização. Este percentual pode indicar também uma
falha de comunicação entre a chefia do próprio setor e os seus funcionários, como
relatado por alguns pesquisados.
Quanto aos treinamentos no caso de novas aplicações serem
disponibilizadas no setor, 29% (9) declararam não receber treinamento. Estes
usuários dizem que o treinamento acaba sendo realizado pelos próprios colegas do
setor, ou seja, o funcionário que foi treinado ou aquele que mais domina o sistema
ensina os demais da equipe de trabalho.
6.3.4 Obtenção das Informações
Esta quarta parte do instrumento avalia a obtenção das informações
pelo usuário: de que forma; o que utiliza; como se dá o atendimento das
necessidades pelos sistemas; a confiabilidade dos dados; e a integração dos três
fatores envolvidos (usuários, desenvolvedores do sistema e as necessidades de
informação).
184
Dentre as opções oferecidas para os pesquisados com
possibilidades de múltipla escolha, a forma como os usuários obtêm as informações
demonstrou que 75% (24) da amostra utilizam o sistema em rede do hospital; 35%
(10), através de documentos oficiais; outros 35% (10) pela intranet/HU; 42% (13)
solicitam as informações a alguém; 32% (10) utilizam a internet; e 3% (3) através de
outras alternativas, como: outro sistema não contemplado dentre as alternativas
como o Sistema Federal/SIAF, telefone e pessoalmente. (Figura 65)
Obtenção das Informações: Forma de Obtenção
75%
35%
42%
32%
35%
10%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%
Acessa o sistema do hospital
Documentos oficiais
Solicita à alguém
Internet
Intranet /HU
Outros (*)
%
(*) Sistema Federal, telefones, pessoalmente.
Figura 65 – Forma de obtenção de informações para o trabalho
Sobre a questão referente a quais sistemas o usuário acessa para o
trabalho, 48% (15) disseram utilizar o sistema WPDHOSP; 94% (29), o SADIHU;
65%(20) a intranet; 58% (18) a internet; e 26% (8) responderam “outros”, apontando
os mesmos motivos relacionados anteriormente: Sistema Federal/SIAF, telefone e
pessoalmente. Um dos usuários deixou de responder às alternativas referentes ao
sistema que utiliza, optando por “outras”, por não saber relatar qual sistema utiliza.
Neste caso, o desconhecimento do usuário se evidencia, na medida em que é
usuário do sistema WPDHOSP (Figura 66)
Dentre os 90% (28) usuários que responderam a mais de uma opção
nas questões anteriores, 50% (14) utilizam os dois maiores sistemas: SADIHU e
WPDHOSP.
185
Obtenção das Informações: Sistema Informação utilizado
48%
94%
65%
58%
26%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Sistema WPD
Sistema Sadihu
Intranet /HU
Internet
Outros (*)
%
(*) Sistema Federal, telefones e pessoalmente
Figura 66 – Sistemas de Informação utilizado
Quanto às opiniões sobre se o Sistema WPDHOSP atende às
necessidades de informações para a gestão da área, 65% (20) da amostra
concordam; e 6% (2) discordam.
Em relação ao Sistema SADIHU, 78% (24) acreditam que o sistema
atende às necessidades de gestão do setor; 19%(6) discordam; e um usuário não
respondeu, por não saber opinar a respeito.
Dentre os que concordam que ambos os sistemas atendem às
necessidades 65% (20) no WPD e 78% (24) no SADIHU, 52% (16) afirmaram que os
sistemas são de grande importância e atendem às necessidades de informação para
a gestão de sua área.
Várias opiniões foram coletadas durante a entrevista entre os que
concordam com a eficiência dos sistemas e os que discordam dela. Os comentários
a esse respeito são variados: o sistema WPD possui falhas, e mesmo sendo
solicitadas alterações, não foram realizadas; apesar de atender, faltam mais
informações sobre os produtos e necessita excluir as desnecessárias; é subutilizado;
falta divulgação em como operar o módulo Esthos; falta integração entre os dois
sistemas; o SADIHU é lento e limitado; não sabem se o sistema é lento ou se o
problema reside no computador; o SADIHU deve ser melhorado, incrementado e
186
modificado para atender às necessidades atuais quanto à pesquisa e estatística
(Figuras 67 e 68).
Obtenção das Informações: se o Sistema Sadihu atende às
necessidades de informação para a gestão da área
78%
19%
3%
Sim Não Não utiliza o sistema
Figura 67 – Atendimento das necessidades do Sistema SADIHU
Obtenção das Informações: se o Sistema Hospitalar -
WPDHOSP atende às necessidades de informação para
a gestão da área
65%
6%
29%
Sim Não Não utiliza o sistema
Figura 68 – Atendimento das necessidades do Sistema WPDHOSP
Quanto à questão da confiança nos dados disponíveis, 74% (23)
responderam positivamente; e 26% (8) de forma negativa. Dentre estes últimos, os
relatos dos usuários foram: geralmente confio nas informações; confio desconfiando
das informações e não confio totalmente.
Relatam outras situações como: já ocorreram erros muito sérios de
digitação; existem falhas humanas já detectadas; algumas pessoas não são
187
treinadas adequadamente para usar o sistema e muitos funcionários não possuem a
dimensão sobre o impacto do próprio trabalho.
Como última questão relativa à obtenção das informações, 42% (13)
acreditam que existe uma integração entre as necessidades do usuário, as pessoas
que necessitam das informações e os desenvolvedores dos sistemas; 48% (15)
discordam desta integração; e 10% (3) não souberam opinar a respeito.
Durante as entrevistas, os pesquisados apontaram diversos motivos
a justificar a falta de integração: promessas de mudanças não cumpridas; falha nas
informações quanto aos serviços em andamento, como férias, manutenção, reparos,
compras etc.; máquinas sucateadas; funcionários mal treinados; egoísmo na
distribuição de informações devido ao medo da perda de poder; necessidade de
confirmar os dados em dois ou três locais diferentes; e falta de integração dos
sistemas e da sua linguagem. Todos estes comentários são atribuídos à falta de
interesse da informática em atender às necessidades dos usuários.
Pelo exposto, podem-se apontar falhas em duas das fases do ciclo
de vida do desenvolvimento dos sistemas: implementação e manutenção/pós-
implementação, como explanado no Capítulo 3, além da própria falta de integração
entre os dois maiores sistemas do hospital.
6.3.5 Uso das Informações
Questionados sobre se os dados disponíveis são utilizados
adequadamente, 52% (16) responderam que sim; 39% (12) disseram que não; e 9%
não responderam.
Dentre as alegações dos que discordam, citam-se: com freqüência
existem erros de interpretação dos dados; não há uma devida avaliação; os dados
não são utilizados para um gerenciamento global da instituição; e, ainda, quando
existe a consciência dessa necessidade, somente a própria área se preocupa. Um
funcionário respondeu negativamente, com base em informações que obteve
através das reuniões dos Comitês Participativos
10
.
10
Comitê Participativo: Reunião dos funcionários representantes dos setores de uma mesma
diretoria com o respectivo diretor mais o diretor superintendente, visando emitir opiniões,
sugestões e informações que visam ao benefício da instituição.
188
Sobre a elaboração de relatórios que visualizem a produtividade do
trabalho da área, 35% (11) responderam afirmativamente; 45% (14) pronunciaram-
se de forma negativa e 20% (6) afirmaram não ter conhecimento do fato.
Dentre os que responderam negativamente, 14% (2) declararam que
o sistema não permite elaborar os relatórios; 14% (2) disseram que não pensaram
sobre o assunto; e 64% (9) apontaram outros motivos, relacionados às chefias, que
não elaboram relatórios gerenciais; às rotinas de trabalho, que não denotam tal
necessidade; e à existência dos dados, o que possibilita confeccionar relatórios
gerenciais mas que não são realizados e nem solicitados.
Na questão referente à dificuldade em utilizar os sistemas, 61% (19)
negaram a dificuldade; e 39% (12) responderam afirmativamente. As razões das
dificuldades são apontadas a seguir: falta de integração entre os sistemas;
existência de funcionários “leigos em informática”, que têm dificuldade em trabalhar;
lentidão no sistema; máquinas sucateadas; sobrecarga do servidor; e falta de
conhecimento sobre o que o sistema pode oferecer.
A lentidão do sistema, seja devido a problemas decorrentes de
computadores antigos, de sobrecarga do servidor e até mesmo da falta de
conhecimento sobre o que o sistema pode oferecer, é indicativo de falhas de
comunicação/esclarecimentos entre as áreas usuárias e a GI.
Quanto à avaliação da facilidade ou dificuldade de realização do
trabalho com o Sistema WPDHOSP, dos usuários do sistema 65% (20) afirmaram
que o sistema agiliza o trabalho; 39% (12) que reduziu a quantidade de papéis
circulantes; e 39% (12) que reduziu o tempo das atividades; 16% (5) acreditam que
ainda há necessidade de readequar as atividades e 13% (6) readequar o fluxo
destas atividades. (Figura 69)
Dentre as respostas consideradas negativas para o sistema
WPDHOSP, 27% (6) consideram que o sistema dificulta e aumenta a carga de
trabalho, devido à falta de integração com o sistema SADIHU, aumentando a
quantidade de papéis circulantes e requerendo maior número de funcionários.
As respostas obtidas nesta questão demonstram a necessidade de
um gerenciamento efetivo das áreas.
189
Uso das Informações: avaliação quanto à facilidade ou dificuldade do Sistema
Hospitalar WPDHOSP
65
3
3
6
39
39
6
19
16
16
0 10203040506070
Agiliza o trabalho
Dificulta o trabalho
Aumenta a carga de trabalho
Aumenta a quantidade de papel circulante
Reduz a quantidade de papel circulante
Reduz o tempo de trabalho (atividades)
Necessita maior numero de funcionários
Necessita readequão de atividades
Necessita readequão do fluxo das atividades
Outros (*)
%
(*) Não usa o sistema WPDHOSP
Figura 69 – Avaliação da facilidade ou dificuldade do Sistema WPDHOSP
Para as duas últimas questões do instrumento de coleta de dados,
que se referem à avaliação da qualidade dos sistemas e à qualidade das
informações disponíveis, foi anexada uma listagem de significados visando facilitar o
entendimento para os respondentes.
Para a análise da qualidade dos sistemas, apresenta-se o resumo
na Figura 70.
Nesta questão, foram avaliados os sistemas disponíveis no hospital,
portanto não se referindo especificamente a nenhum deles. De forma geral, à
exceção dos aspectos Funcionalidade e Flexibilidade, que apresentaram o mesmo
percentual de respostas para Bom e Regular, todas as demais apresentaram o maior
índice na opção Bom.
Desta forma, tanto a funcionalidade quanto a flexibilidade, apesar de
no cômputo geral estarem com bons índices percentuais favoráveis, na análise
individual de ambos os aspectos podem ser consideradas pela amostra como sendo
os menos favoráveis do conjunto de avaliações.
190
Qualidade dos Sistemas
10
6
6
3
13
10
6
71
65
65
48
68
71
45
23
26
23
26
23
48
45
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%
Facilidade de Acesso
Apresentação Visual
Conteúdo
Funcionalidade
Fácil Identificação dos
Dados
Dados Relevantes
Flexibilidade
%
Regular
Bom
Muito Bom
Figura 70 – Qualidade dos sistemas
Esses resultados revelam a importância que os usuários atribuem à
performance do sistema e à flexibilidade quanto ao atendimento de novas
necessidades que surgirem na área. Como demonstrado anteriormente, as queixas
relativas à obtenção das informações já demonstraram baixa performance e
limitação do sistema, necessitando melhoria, incrementação e modificação de alguns
dados.
A análise dos dados específicos demonstra que não houve
respostas para o conceito Ruim. Os maiores percentuais para o conceito Bom foram
para os aspectos Facilidade de acesso e Dados relevantes, com 71%. O acesso aos
sistemas é considerado fácil; e os dados dos sistemas importantes e necessários.
Quanto ao aspecto Conteúdo, 65% (20) da amostra demonstraram
satisfação com este aspecto para uso rotineiro no trabalho; relativo aos dados
relevantes 71% (22) revelaram que todos os dados disponíveis no sistema são
191
necessários; e devem ser mantidos nos sistemas. Pressupõe-se que há necessidade
de agregar outros dados, mas os presentes são satisfatórios.
Verifica-se que, apesar de o sistema ser em ambiente caracter, no
qual existem telas escuras e ditas “menos amigáveis”, os usuários consideram como
boa a apresentação visual.
Pode-se concluir pelos dados levantados que a grande maioria dos
funcionários atribuíram aos sistemas informatizados da instituição o conceito Bom e
disseram que eles auxiliam no dia-a-dia de trabalho.
Para a avaliação da qualidade das informações, os índices estão
apresentados na Figura 71.
Qualidade das Informações
10
3
10
23
16
19
6
10
6
77
74
65
68
71
71
68
74
65
77
13
23
26
19
6
13
13
19
16
16
6
3
6
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%
Apresentação dos
Dados
Apresentação dos
Relatórios
Necessidade de
Digitação
Exatidão/Confiabilidade
Utilidade
Objetividade dos Dados
Importância/Relevância
Compreensibilidade
Consistência
Qualidade do Conteúdo
Muito Bom Bom Regular Ruim
Figura 71 - Qualidade das informações
192
Dos dez aspectos avaliados, oito apresentaram percentuais entre 68
e 77% para o conceito Bom e os dois restantes, Consistência e Necessidade de
redigitação, índices de 65%.
Em especial para os aspectos Consistência e Necessidade de
redigitação, os usuários consideraram que os dados não são passíveis de serem
transportados e necessitam que sejam redigitados em ambos os sistemas.
Quanto à Exatidão/confiabilidade, apesar de 65% (21) dos
respondentes terem optado pelo conceito Bom, existe um percentual de 19% (6) que
indicaram como Regular. Isso indica que existe certa relutância dos funcionários em
confiar nos dados existentes no sistema, seja por falta de atualização ou por receio
dos erros de digitação, como já demonstrado anteriormente. Trata-se de uma
questão relevante a ser avaliada pela instituição.
Verifica-se que a Qualidade do conteúdo e a Apresentação dos
dados são os aspectos mais satisfatórios para os usuários com 77% (24).
Três aspetos apresentaram respondentes emitindo conceito Ruim: a
Necessidade de redigitação com 6% (2), Exatidão/confiabilidade 3% (1); e
Consistência com 6% (2).
Para o conceito Muito Bom, os índices percentuais variaram entre 3
a 23%. Analisando-se os seus extremos, o aspecto de Necessidade de redigitação
apresentou o menor índice (3%) e Utilidade das informações com 23%.
Numa avaliação geral, os funcionários consideram boas as
informações disponíveis na instituição.
Relaciona-se na Tabela 26 os problemas evidenciados na pesquisa
e as ações corretivas que podem contribuir para a solução ou para que sejam
parcialmente amenizados.
193
Tabela 26 – Problemas evidenciados e propostas de ações corretivas
E
TAPAS DO
Q
UESTIONÁRIO
P
ROBLEMAS
E
VIDENCIADOS
A
ÇÕES PROPOSTAS
1 Solicitação de alterações dos sistemas pelos
usuários: percentual muito próximo entre os que
procuram diretamente a GI e os que solicitam à
chefia imediata em primeiro lugar.
2. Informalidade na solicitação das necessidades à GI.
Elaborar normas e rotinas da GI com protocolos de
procedimentos e divulgação para a comunidade
interna.
Elaborar manual para uso detalhado, passo a passo
dos módulos existentes, visando evitar uso incorreto
dos sistemas.
1.4.2 Determinação das
Exigências da Informação
3. Falta de maior contato com as áreas, que induz o
usuário a fazer juízo equivocado sobre a GI.
GI planejar ações específicas nas áreas, sejam
treinamentos, revisões, avaliações, checagens dos
sistemas, entre outros.
1. Acesso restrito dos usuários ao sistema
GI Revisar as senhas disponibilizadas com as
chefias das áreas e apresentar os motivos aos
usuários quando da recusa de determinado acesso.
2. Equipamentos obsoletos, baixa potência. GI Reavaliar, revisar e realocar os equipamentos
existentes. Estas ações devem fazer parte da rotina
de trabalho, baseadas nos planejamentos juntamente
com a Direção, elaborando e utilizando-se de
critérios de prioridade institucional.
3. Falta de treinamento geral por setor de trabalho. GI Planejar treinamentos de forma a contemplar o
máximo dos usuários do setor, quando da
disponibilidade de uma nova solução. Desta forma as
pessoas se sentirão participantes do processo,
passariam a contribuir melhor e evitariam ações e
falas incorretas e indesejadas.
1.4.3 Distribuição das
Informações
4. Falhas de comunicação quando se disponibiliza uma
nova solução na unidade.
GI e Áreas: elaborar rotinas que possibilitem
comunicação de eventos aos usuários, seja através
de reuniões, comunicações internas ou cartazes.
A divulgação dos eventos da GI em boletins
internos.
Continua...
194
Continuação
E
TAPAS DO
Q
UESTIONÁRIO
P
ROBLEMAS
E
VIDENCIADOS
A
ÇÕES PROPOSTAS
1. Sistemas não integrados, pouca flexibilidade
2. Retrabalho, redigitação
3. Baixa confiança nos dados
1.4.4 Obtenção das
Informações
4. Falta de integração entre o usuário e a GI
Todos os fatores estão relacionados à falta de integração
dos sistemas. A GI deve se empenhar para que os
treinamentos para possibilitar a equipe integrar os sistemas
sejam feitos o mais urgentemente possível.
1. Falta de uso adequado dos dados disponíveis nos
sistemas.
2. Falta de elaboração de relatórios gerenciais
das áreas: subordinados relatam que suas chefias
não elaboram relatórios: por não serem solicitados
pelos superiores; por não saber elaborar os
relatórios; por desconhecer a existência de dados
que possibilitem confeccionar relatórios.
GI treinar as chefias das áreas quanto à opção
“Relatórios” do ESTHOS entre outros.
Direção: capacitar as chefias das áreas para o efetivo
gerenciamento, exigir relatórios gerenciais que
demonstrem eficiência e eficácia das áreas existentes.
3. Readequar atividades e os fluxos entre os
setores
4. Avaliação de processos e rotinas
Uma revisão crítica de todas as rotinas dos processos e
atividades existentes na organização poderia evidenciar
falhas e necessidades de mudanças. A revisão dos fluxos
dos processos, menos dispendioso quanto ao tempo e
pessoal faz parte desta revisão. Os processos devem ser
simples de forma que possam ser ajustados às metas da
organização.
1.4.5 Uso das Informações
5. Subutilização dos sistemas Planejamento das ações da GI que possibilitem permitir o
maior benefício possível do usuário com os sistemas
existentes.
195
6.4 A
SPECTOS
P
OSITIVOS E
N
EGATIVOS
Pode-se caracterizar inicialmente como um dos pontos mais
positivos a própria implantação dos sistemas informatizados no hospital.
Apesar de ser relativamente nova, o alto impacto positivo com a
melhora relativa dos controles foi imediatamente evidenciado. No início de sua
implantação, o fator informatização causou certo grau de ansiedade, uma vez que
era a expectativa da grande maioria dos funcionários, a partir de um conceito
equivocado de que iria reduzir a carga de trabalho, deixar de usar as máquinas de
escrever e manipular os computadores, objeto da moda e do desejo pessoal de
muitos.
Atualmente, os sistemas integrados, mesmo que parcialmente,
permite convergir para os bancos de dado, várias informações, evitando-se
redundância de ações e informações. A visão sistêmica possibilitada por esta
integração é outra característica importante, como exposto nos Capítulos 3 e 4.
O resultado da avaliação da qualidade dos sistemas demonstra
satisfação dos usuários, porém, como exposto no Capítulo 3, a capacitação dos
recursos humanos é indispensável para a correta alimentação dos dados e
aproveitamento dos mesmos.
Dentre os fatores negativos pode-se relatar a falta de integração do
banco de dados do HURNP/UEL na sua totalidade, como já relatado no Capítulo 5.
Atualmente, este problema se acentua ainda mais, uma vez que, com a alteração do
comando de ambas entidades existe o desejo natural em resolver este tipo de
questão: unificação das informações. Porém, sabe-se de antemão que o Banco de
Dados Progress não se integra com o Oracle, o que indica a necessidade de troca
do Banco Progress do hospital, fato este impossível no momento, tendo em vista o
alto custo envolvido.
Outra falta de integração detectada é entre os sistemas SADIHU e
WPDHOSP. Este problema, já evidenciado desde a aquisição do sistema
WPDHOSP, em 1997, tem sido alvo de sérias queixas entre os usuários
pesquisados.
Somente agora, após seis anos de uso, vislumbra-se uma possível
solução, através de alterações que poderão ser realizadas pela própria equipe do
hospital, após a realização de um curso especializado.
196
O contexto tecnológico, considerando seu avanço, como relatado
por Laudon e Laudon (1999) (Figura 10), é muito intenso, e os equipamentos
ultrapassados devem ser alvo de estudos constantes pela GI. Seja através da
aquisição, locação ou outros “modelos de gestão” da TI, é tarefa exclusiva do setor
exigindo-se a utilização de um plano–diretor, capaz de viabilizar a perfeita utilização
e manutenção da informatização.
O fator retrabalho, conseqüência do problema anterior, é um dos
sérios causadores de insatisfação dos usuários. Para muitos daqueles que utilizam
ambos os sistemas, a duplicidade de dados a serem digitados e de informações
prejudica o andamento das atividades de rotina e interfere na produtividade do setor.
Ainda relacionada ao retrabalho, a falta de confiança nos dados e
nas informações, por parte do pessoal também é motivo de preocupação. Apesar de
se saber que quando os dados são digitados correta e atentamente o problema será
mínimo, novamente se relaciona ao fato de se redigitar os dados em ambos os
sistemas, o que potencializa a possibilidade de erros.
A necessidade de treinamento geral, abordada pelos usuários, já é
alvo da equipe da GI. Como parte do planejamento do setor, foi criado recentemente
um cronograma de atividades de treinamento, conforme critérios preestabelecidos
com a Direção do hospital. Este fator trará muitos benefícios, tendo em vista que o
conhecimento e a utilização do sistema devem ser unificados.
No que se refere ao treinamento, especialmente do módulo
ESTHOS, objeto desta pesquisa, a disponibilidade dos seus recursos deve ser
exaurida junto aos gerentes de áreas. Desta forma, existe grande possibilidade de
que os chefes aprendam a gerenciar efetivamente as suas áreas, fato pouco visível
atualmente.
A falta de contratos de manutenção preventiva para sistema de rede,
instalações de cabeamento, pontos de rede e hardware é também considerada
ponto negativo, uma vez que a equipe existente não atende à demanda existente.
A Figura 72 resume os aspectos detectados.
197
Figura 72 – Pontos críticos existentes
6.5 C
ONCLUSÃO
Este capítulo apresentou a análise dos dados obtidos, o que
propiciou a avaliação do sistema informacional e a satisfação dos usuários do
sistema. Como resultado apresentou-se um quadro que sugere ações de melhoria
dos problemas evidenciados. Os aspetos positivos e negativos detectados
suscitaram o levantamento de pontos críticos.
Pode-se concluir que o sistema informatizado disponível na
instituição é adequado para as necessidades de informação da instituição,
ressalvadas as necessidades adicionais detectadas. Também conclui-se que o
sistema está sendo subutilizado e necessita ser mais bem explorado pelos usuários.
USUÁRIOS
- Risco de existirem erros, que são
detectados tardiamente.
- A entrada de Dados manualmente
propicia erros de digitação.
- As informações não são utilizados
para tomadas de decisões.
- Duplicidade de ações para ambos os
sistemas SADIHU e WPDHOSP.
- Baixo conhecimento sobre os sistemas
utilizados.
- Digitação de forma mecânica, sem
avaliação dos dados.
- Necessidade de maior treinamento.
- Capacidade de armazenamento de
dados comprometida, necessitando de
novo servidor de base de dados
- Falta integração entre os principais
sistemas SADIHU e WPDHOSP.
- Pouca possibilidade de integração
entre a UEL/HURNP.
- Equipamentos obsoletos que não
suportam novas performances dos
sistemas.
- Inexistência de manutenção
preventiva. A corretiva existente não
atende à demanda.
TECNOLOGIA
INFORMAÇÃO
198
CAPÍTULO 7
CONCLUSÃO
7.1 I
NTRODUÇÃO
Estão contemplados neste capítulo as conclusões relativas a esta
dissertação, com a metodologia empregada, o referencial teórico estudado, o estudo
de caso realizado, os objetivos propostos, as conclusões gerais da pesquisa,
perspectiva para novas pesquisas e as considerações finais.
7.2 Q
UANTO À
M
ETODOLOGIA
Pode-se concluir que a opção pelo Estudo de Caso único como
metodologia da pesquisa comprovou ser tão complexa quanto à opção por qualquer
uma das demais metodologias existentes.
As abordagens dos fenômenos organizacionais, fundamentadas sob
a ótica qualitativa da pesquisa, exigem um aprofundamento dos aportes teóricos,
assim como de uma interatividade muito mais intensa e envolvente enquanto ser
social com o mundo real da pesquisa.
A combinação de elementos e técnicas qualitativas e quantitativas
possibilitou maior flexibilidade e riqueza de conteúdo e de análise dos dados,
auxiliando nas várias etapas previstas para a pesquisa.
A coleta dos dados mediante múltiplas fontes de dados e
instrumentos aumentou a sua relevância, possibilitando complementar as
informações. A análise do conteúdo foi subsidiada pelas entrevistas efetuadas e que
contribuiu para melhor esclarecer e interpretar as informações obtidas.
Conclui-se que a metodologia adotada foi adequada, possibilitando
atingir os objetivos propostos na pesquisa, assim como a pergunta da pesquisa.
199
7.3 Q
UANTO AO
R
EFERENCIAL
T
EÓRICO
O referencial teórico, apresentado no Capítulo 3, procurou evidenciar
todos os aspectos relacionados ao tema da pesquisa. No Capítulo 5, explana-se, em
linhas gerais o aspecto relativo ao ambiente hospitalar, tendo em vista as
características particulares deste tipo de organização, ambiente desta pesquisa.
O referencial teórico específico de Sistemas de Informações, tratado
no Capítulo 3, procurou abordar todas as perspectivas que pudessem estar
relacionadas ao tema, como os seus componentes organizacionais, humanos e
tecnológicos, os tipos existentes, as aplicações e os benefícios possíveis. Em
especial, destacam-se as Seções 3.11 e 3.12, complementares ao assunto, onde o
gerenciamento dos recursos de informação e o planejamento estratégico dos SI são
apresentados. Neles, destacam-se os fatores que envolvem o gerenciamento
propriamente dito, uma vez que, não obstante a existência dos SIs, é necessário que
haja um perfeito sinergismo com aqueles que possuem a responsabilidade pelo
setor. Pode-se afirmar que o sucesso da área deixa de estar associada apenas aos
recursos financeiros (destaque devido aos valores usualmente conferidos), mas
também às habilidades necessárias ao responsável pela área.
Como pôde ser estudado, o SI está intimamente relacionado aos
fatores tecnológicos, à capacidade dos recursos humanos e aos organizacionais. Os
fatores organizacionais influenciam e direcionam, assim como são influenciados e
direcionados pelo planejamento estratégico dos SIs.
Essas importantes abordagens possibilitaram compreender que na
realidade do ambiente da pesquisa existe a necessidade premente em se
desenvolver tais condições, e espera-se que seja compreendida a partir desta
pesquisa.
Na Seção 3.5, detalhou-se o SIG nas suas diferentes abordagens e
objetivou-se demonstrar a sua importância nas várias áreas de uma organização. É
destacado o importante papel desempenhado pelos SIGs como instrumento de
gestão. Novamente, pode-se afirmar a necessidade em se referendar tais questões
no ambiente da pesquisa, onde os recursos atuais não são aproveitados na sua
totalidade.
200
A literatura sobre os assuntos SI e TI é vasta. Pode-se verificar que
diferentemente da literatura internacional que contempla resultados decorrentes de
pesquisas científicas, na literatura nacional os assuntos são apresentados e
desenvolvidos baseados em modismos, pelas experiências dos autores como
consultores e executivos de grandes empresas, utilizando-se de dicas, macetes e
opiniões próprias. Este tipo de literatura é que se está disponibilizada para consumo
pelos gerentes e diretores de empresas. Notadamente, a academia necessita
publicar suas pesquisas, alertando a sociedade empresarial sobre os riscos
existentes na adoção de modismos empresariais. Aqui, não se excluem as
experiências dos autores, que agregam valores inestimáveis ao conhecimento
prático sobre o tema, porém ressalta-se a necessidade de uma fundamentação
teórica baseada em preceitos científicos de pesquisa.
7.4 Q
UANTO AO
E
STUDO DE
C
ASO
O estudo de caso possibilitou levantar vários dados referentes à
instituição e discutir questões importantes. Foi considerado enriquecedor,
especialmente por tratar-se da primeira pesquisa desta natureza na instituição.
As discussões e a avaliação do sistema de informação pesquisado
foram realizadas no Capítulo 6. Concluiu-se que o sistema informatizado disponível
na instituição é adequado para as necessidades de informação do hospital. Apesar
de existir satisfação dos usuários, existem várias necessidades adicionais já
apontadas e sugeridas anteriormente. Faz-se outros apontamentos ao final do
presente capítulo.
201
7.5 Q
UANTO À
A
NÁLISE DOS
D
ADOS E OS
O
BJETIVOS
P
ROPOSTOS
Nesta seção, abordam-se os resultados das análises quantitativas e
qualitativas que subsidiaram as considerações dos objetivos propostos na presente
pesquisa.
Ressalta-se que a análise da primeira parte do instrumento de
coleta, dados dos entrevistados, apesar de não constar entre os objetivos
específicos da pesquisa, permitiu descrever as relações de tempo de atuação na
área e, de certa forma, a rotatividade dos mesmos na instituição.
Neste contexto, demonstrou-se que a existência de um alto
percentual de funcionários em atividade na mesma área, pode divergir para dois
enfoques.
O primeiro diz respeito ao universo de conhecimentos que cada um
deles detém sobre sua função, sobre os objetivos da administração e ainda sobre o
contexto informacional o qual estão inseridos representando, portanto, uma amostra
adequada para a pesquisa.
O segundo enfoque se traduz na atuação propriamente dita. A
permanência de mais de cinco anos em uma mesma função, assunto amplamente
abordado em literaturas de administração, suscita a execução de ações rotineiras,
tendendo à inércia, que induzem a um menor impacto em termos de inovação, e de
estímulo para a criatividade. Este fator pode também ser induzido pelas
características administrativas de uma organização pública que ainda possui este
estigma de serem menos producentes.
Com base no exposto nos Capítulos 4 e 5, pôde-se constatar que o
hospital possui uma infra-estrutura de recursos de pessoal muito próxima da
adequada. No entanto, sabe-se que em áreas administrativas de um hospital,
diferentemente da área médico-hospitalar, há menores opções de rotatividade, o que
certamente exige da alta direção atuação focada numa visão de negócio voltada
para habilidade e estímulo para capacitações constantes, em busca do saber de
suas chefias intermediárias, sob o risco de permanecerem desatualizadas,
despreparadas, e gerar frustrações internas na organização.
Como síntese desta análise, pode-se afirmar:
202
Cerca de metade dos funcionários atua nas áreas de trabalho
pesquisadas, desde o início de sua admissão.
Cerca de metade dos funcionários tem tempo de admissão acima
de 16 anos de casa, sendo considerados funcionários “antigos de
casa”.
Deve haver constantes mecanismos de capacitações das chefias
e funcionários para prevenir o despreparo administrativo.
7.5.1 Objetivo 1: Identificar de que forma as informações são obtidas nas áreas
pesquisadas
A análise das questões referentes à obtenção das informações,
(quarta parte do instrumento) possibilitou atender ao primeiro objetivo da pesquisa,
em que se pretendeu identificar a forma como as informações são obtidas pelas
áreas.
O acesso aos sistemas informatizados do hospital é realizado pela
grande maioria dos usuários pesquisados e, como já previsto, em especial, por meio
dos dois maiores sistemas SADIHU e WPDHOSP.
Tanto a intranet/HU quanto a internet apresentam altos índices de
uso pela amostra, o que demonstra que a navegação é realizada constantemente e
se torna alvo de críticas quando se torna dificultada. Mesmo tendo-se o
conhecimento de que grande parte da amostra não depende, por exemplo, da
internet para o seu trabalho, o percentual de usuários demonstra a possibilidade de
acesso irrestrito da comunidade.
Algumas considerações de usuários não apóiam o acesso irrestrito à
internet, demonstradas por meio de exemplos, que apontam o uso de sites não
recomendados, mas que têm sido monitorados pela GI.
As fontes de obtenção de informações são diversificadas, provindo
de: sistemas do hospital, pessoalmente, telefone, Internet, documentos oficiais ou
solicitando a alguém.
203
Especialmente neste último quesito, evidencia-se que uma parte da
amostra optou como única forma solicitar informações a alguém, mesmo possuindo
condições de acesso aos sistemas. Porém, verificou-se que também possuem certa
limitação de acesso, devido às funções.
As decisões tomadas pelos usuários, muitas vezes ocorrem em
conjunto com mais de uma fonte, visando à confirmação dos dados.
Em síntese, conclui-se que:
As fontes de informações são diversificadas.
Os dois maiores sistemas, SADIHU e WPDHOSP, são utilizados
pela maioria dos usuários pesquisados.
Existe o ato de confirmar as informações em várias fontes
existentes.
7.5.2 Objetivo 2: Identificar se as informações disponibilizadas nos sistemas
atendem às necessidades de informação e se são utilizadas
adequadamente.
A análise de algumas questões referentes à obtenção das
informações e o uso das informações (quarta e quinta partes do instrumento),
consecutivamente, possibilitou atender ao segundo objetivo da pesquisa, em que se
pretendeu identificar se os dados disponíveis nos sistemas atendem às
necessidades de informação dos usuários e se são utilizadas adequadamente.
Pôde-se constatar que mais da metade dos usuários estão
satisfeitos com a performance dos sistemas, na avaliação isolada de cada uma
delas. (Figuras 70 e 71). Acreditam que são sistemas de grande importância para a
instituição e, em especial para a gestão de sua área.
Mesmo entre aqueles que concordam com esta afirmação, existem
ressalvas, por exemplo, quanto à lentidão e limitação do Sistema SADIHU e
recomendam que devem ser melhorados através de incrementações e modificações
conforme as necessidades atuais das áreas.
Quanto a este ponto, pode-se afirmar que a GI, dentro das
possibilidades, tem atendido às solicitações. Porém, quando não é possível atendê-
204
las, ou dependem de outros fatores, como por exemplo, recursos de hardware, que
se traduzem em custos, existe o desconhecimento por parte dos usuários ou estes
se valem da pesquisa como oportunidade de expressão e reafirmam suas
necessidades.
O uso adequado das informações disponíveis é confirmado pela
metade dos usuários. Para a metade que discorda, o sistema possui muitos dados
que poderiam ser transformados em informações, como por exemplo, através de
relatórios gerenciais que auxiliariam na demonstração da produtividade do setor e ao
mesmo tempo, para a tomada de decisões da alta direção. Esta fala é de um
percentual alto de funcionários que não possuem cargos de chefia e outros que
também possuem estes cargos.
Pode-se concluir que, uma vez que existe um percentual
convergente entre as duas respostas e com a opinião inclusive de chefias de áreas,
a falta de atuação efetiva das chefias tanto para estimular quanto para realizar os
demonstrativos gerenciais é um dos problemas que ora se delineia.
Em síntese, pode-se apontar que:
Os dois maiores sistemas informacionais existentes, SADIHU e
WPDHOSP apresentam informações importantes que atendem às
necessidades das áreas.
Os dados existentes não são utilizados adequadamente.
As chefias não elaboram relatórios que expressem a realidade da
área ou não são cobrados para que elaborem tais relatórios.
7.5.3 Objetivo 3: Identificar as limitações dos sistemas, e as necessidades de
informação.
A análise de algumas questões referentes à distribuição das
informações, obtenção das informações e uso das informações (terceira, quarta e
quinta partes do instrumento, consecutivamente) permitiu atender ao terceiro
objetivo da pesquisa, onde se pretendeu identificar se existem limitações nos
sistemas e necessidades informacionais adicionais.
205
Como já demonstrado no item 6.3.3, o acesso aos sistemas é
facilitado para a grande maioria dos usuários. Porém, para a obtenção das
informações existe uma relativa restrição entre aqueles que possuem equipamentos
de menor evolução tecnológica, como os modelos 486. Estes equipamentos
impedem a agilidade necessária às operações administrativas e reduzem a
produtividade das áreas, devido à morosidade ou lentidão característica.
Além dos motivos relacionados a hardware, outro fator que se
associa é a falta de interface entre os dois maiores sistemas. A falta dessa interface
ocasiona duplicidade de dados e retrabalho para os usuários, além de reduzir a
confiabilidade nos dados devido às re-digitações necessárias e o tempo em que
ocorrem estas ações. Este problema já explanado anteriormente, é opinião quase
que unânime dos usuários e, felizmente, passível de solução por meio de curso
específico de capacitação de todo o pessoal da GI do hospital.
Uma das necessidades identificadas foi o conhecimento parcial ou
limitado do módulo ESTHOS do sistema WPDHOSP, utilizado pela maioria dos
pesquisados. Destaca-se aqui a necessidade de treinamentos ou de maior manuseio
pelos usuários, uma vez que, sabidamente, a falta do manuseio leva ao
esquecimento do conteúdo. Porém, pode-se chegar a uma outra conclusão: no atual
contexto, o sistema está sendo subutilizado e, ainda de forma, equivocada.
A síntese deste tópico se expressa a seguir:
Evidencia-se a falta de interface entre os dois sistemas SADIHU e
WPDHOSP como maior problema apontado.
Reavaliar os critérios adotados quanto às distribuições de
equipamentos de maior potência e atualizados, levando-se em
consideração as áreas usuárias e seus impactos para a
organização.
Criar programas de treinamentos voltados para as necessidades
dos usuários levando-se em consideração os impactos que
possam causar na organização.
206
7.5.4 Objetivo 4: Verificar se existe necessidade de alterar rotinas
administrativas devido ao sistema informatizado.
A análise de uma questão referente ao uso das informações (quinta
parte do instrumento), permitiu atender ao quarto objetivo da pesquisa, em que se
pretendeu identificar se existe necessidade de reavaliação das atividades de
trabalho nas áreas.
Quase um terço dos pesquisados considerou necessário realizar a
revisão das atividades e do fluxo dessas atividades. Também referem que o sistema
agiliza o trabalho da área. Dentre estes, quase a metade diz que também reduziu o
tempo das atividades.
O que se verifica, conforme histórico relatado por alguns usuários,
foi que o fato de se introduzir o novo sistema WPDHOSP, mantendo a utilização
paralela do sistema anterior SADIHU em algumas áreas, levou à duplicidade de
ações impossibilitando, na época, a reavaliação de fluxos e de pessoal.
Recentemente, em uma das áreas, foi tentada uma revisão desses
fluxos e de pessoal, porém soube-se que não alcançou o sucesso desejado. Como
parte do planejamento estratégico institucional, a revisão completa de processos
desencadeará estas ações em todas as áreas do hospital.
Portanto, neste tópico, aponta-se como síntese a necessidade de
reavaliar o fluxo de processos de trabalho, para validar ou alterar as atuais
condições existentes. Isto poderá ser realizado após o interfaceamento dos
sistemas, que seguramente demonstrará essa necessidade.
7.5.5 Objetivo 5: Analisar a adequabilidade do gerenciamento dos sistemas de
informações.
Algumas questões relacionadas ao quinto objetivo (segunda e
terceira partes do questionário) procuraram enfocar a determinação das exigências
da informação e a distribuição das informações.
A determinação das exigências da Informação teve a finalidade de
identificar as relações existentes entre os usuários e a GI. Desta forma, as respostas
207
apontariam a forma como existe este gerenciamento e como os usuários o
visualizam.
Em relação à questão de encontros com a GI, a metade dos
usuários se reúne com o setor quando da demanda de um serviço; por iniciativa
própria, apenas por um quarto da amostra; e cerca de um terço não se reúne,
ficando o menor índice para iniciativa da própria GI.
A iniciativa da área para a solicitação de alguma alteração no
sistema indica que a metade dos usuários solicita ao superior imediato como
primeira opção e em segundo diretamente à GI. Estas solicitações são feitas na
grande parte, através de conversas informais.
Este caso denota alto índice para procura ao setor de GI quando o
usuário necessita da realizar algum serviço, fazendo-o informalmente, por meio de
contatos pessoais ou telefone.
O fato de todos os usuários concordarem que não há uma avaliação
do sistema informacional em uso na sua área demonstra uma deficiência neste
quesito. Este fato também se evidencia quando da distribuição de algum novo
aplicativo na área ou da informação deste aos usuários, quando grande parte revela
que existem sérias deficiências.
Outro fator evidenciado como problema foi a integração entre as
exigências dos usuários, os desenvolvedores do sistema e as necessidades de
informações. As respostas positivas e negativas para esta questão foram muito
aproximadas, o que leva a crer que existe um percentual aproximado de metade dos
usuários, principalmente aqueles que possuem cargos de chefias, que não
acreditam que exista esta integração.
Pode-se sintetizar este tópico com os seguintes apontamentos:
Ocorreu pouca ou nenhuma realização de feedback para revisão
e adequação dos sistemas disponibilizados.
Percebeu-se a necessidade de uma reavaliação das atividades
da GI quanto:
- aos treinamentos a serem realizados;
- às determinações das rotinas de solicitações de serviços;
- à avaliação do desempenho dos sistemas;
208
- à avaliação das necessidades informacionais dos usuários;
- à elaboração de critérios que estabeleçam as prioridades de
atendimento.
7.5.6 Objetivo 6: Avaliar a opinião dos usuários sobre o desempenho dos
sistemas.
A análise dos dados quantitativos, subsidiado pela quinta parte do
questionário (Uso das Informações), permitiu identificar o sexto e último objetivo
desta pesquisa.
Este objetivo, além de detectar a opinião sobre o desempenho dos
sistemas em si, também possibilitou identificar a opinião sobre a qualidade das
informações disponíveis nos sistemas.
A satisfação dos usuários quanto aos sistemas é confirmada pelas
indicações para o conceito Bom, em que se evidenciou uma margem entre 45 a 71%
das respostas. Para o conceito Muito Bom este percentual se reduz entre 3 a 13%.
Já o conceito Regular é evidenciado entre 23 a 48%, onde para os aspectos
Flexibilidade e Funcionalidade existiu empate com o conceito Bom. Não houve
resposta para o conceito Ruim.
Quanto à opinião dos usuários sobre a qualidade das informações
disponíveis, novamente se verificam os maiores percentuais para o conceito Bom,
apurando-se um percentual entre 65 a 77% das respostas. Para o conceito Muito
Bom também existe uma redução entre 3 a 19% das respostas. Para o conceito
Regular, os percentuais estão entre 6 a 26%. Houve conceito Ruim para os aspectos
Necessidade de redigitação, Consistência e Exatidão/confiabilidade.
Pode-se concluir que os usuários apresentam satisfação tanto com a
qualidade dos sistemas quanto com a qualidade das informações disponíveis na
organização.
Os aspectos que apresentam menores índices devem ser
explorados pela GI e a Direção, tendo em vista os fatores positivos que possam
advir destas melhorias.
209
7.6 C
ONCLUSÃO
G
ERAL DA
P
ESQUISA
Explorados os passos que compõem o gerenciamento das
informações, demonstradas por meio dos resultados obtidos de quatro etapas do
questionário (Determinação das exigências da informação; Obtenção; Distribuição; e
Uso das Informações), pôde-se realizar algumas considerações finais quanto a esta
pesquisa.
Fundamentalmente, as etapas referidas visaram explorar e avaliar a
utilização da informação como recurso gerencial para tomada de decisão e a
satisfação dos usuários com os Sistemas de Informações existentes no hospital, os
Sistemas SADIHU e WPDHOSP.
Considerando-se as perspectivas teóricas explanadas no Capítulo 3,
haja vista a diferenciação entre os modelos de Sistemas de Informações
Transacionais/Operacionais e aqueles de suporte à tomada de decisões, constata-
se, na instituição, um panorama que demonstra a necessidade de adequar a
utilização das Tecnologias de Informação em prol da melhoria de provimento dos
serviços existentes, notadamente no equilíbrio entre a TI e a obtenção e utilização
das informações.
De fato, o que se presencia é a obtenção diversificada e em
diferentes graus de conhecimento, em que alguns não possuem a noção exata da
existência ou não das informações que buscam e muito menos se é a melhor forma
de obtenção.
Também o uso destas informações está comprometido, implicando
sobrecarga e retrabalho dos usuários. A disseminação de forma a prover o seu
melhor aproveitamento, tornando-o útil e compreensível aos usuários tomadores de
decisões e aos funcionários de linha, deve ser o alvo principal a ser estudado.
A sugestão para a implementação de um novo modelo informacional
voltado para a gestão, como os sistemas executivos, é adequada, porém,
inicialmente, a correta utilização dos modelos atuais se faz necessária.
Além dos treinamentos básicos sobre todos os recursos existentes,
a capacitação das chefias quanto aos conceitos e técnicas administrativas é
fundamental. Não é interessante apenas saber explorar os sistemas se não se sabe
o que fazer com eles ou que tipo de informações se agregam para as tomadas de
decisões necessárias para o seu trabalho.
210
Com base no exposto, pode-se concluir que, além do exposto na
Tabela 26, é necessário um Plano Diretor de Informática (PDI), com os seguintes
aspectos:
a) Logística de dados: agregar equipamentos, software e infra-
estrutura para armazenamento, cópia, transmissão, recepção,
distribuição e gerenciamento geral dos dados, informações em
papel dos originais, protótipos, projetos e outras expressões
específicas.
b) Proteção dos dados: incluir as seguranças físicas e eletrônicas,
práticas de trabalho dos funcionários.
c) Dados e Informações: gerenciar a melhor forma para que os
usuários possam ter acesso, no tocante ao trabalho
propriamente dito.
d) Avaliação: avaliar os sistemas existentes e identificar os
problemas críticos e oportunidades, relativos à qualidade das
informações, no tocante aos fatores físicos, humanos e
organizacionais.
e) Critérios de prioridades para mudanças e treinamentos: elaborar
os critérios que priorizem os trabalhos que dão maiores retornos
à organização, auxiliando as pessoas chaves que auxiliam na
capitalização das melhorias. Incluem-se: fluxos de processo,
práticas de trabalho e desenvolvimento de habilidades
necessárias dos funcionários.
f) Integração com a comunidade: os aspectos anteriores
colaboram com esta fase e auxiliam também na integração dos
processos e comportamentos para o alinhamento com a meta
da organização.
211
A elaboração do Plano Diretor de Informática requer constantes
verificações de todas as suas fases, que não devem ser conseqüentes, e sim
trabalhadas paralelamente.
Melo (1999, p. 146) afirma que para a execução e sucesso de um
Plano Diretor de Informática, deve-se despertar a visão sistêmica do responsável, no
que tange a análises de sistemas tanto administrativos quanto técnicos. Estas
análises devem ser relacionadas aos objetivos e diretrizes da instituição.
Apresenta-se um modelo de PDI, como sugestão final da pesquisa
(Apêndice). Inicialmente, são apresentados duas diretrizes básicas e o objetivo
geral. Os prazos de execução (curto, médio e longo) são delimitados pelo ano de
conclusão. Os níveis de prioridade (0, 1, 2 e 3) indicam o grau de necessidade de
execução das ações, iniciando com a prioridade 0 (zero), onde as ações devem ser
executadas de imediato. Os demais níveis de prioridade são subsequentes.
O PDI foi baseado em quatro estratégias maiores: definir as
prioridades e responsabilidades das ações deliberadas; revisar os procedimentos
administrativos; revisar os procedimentos gerenciais e desenvolver políticas
tecnológicas. Cada estratégia está associada a objetivos específicos e ações
correspondentes, assim como o prazo de execução e o nível de prioridade.
A Figura 73 apresenta um modelo de impresso para investigação de
ocorrências, para ser utilizado durante o atendimento ao usuário. Os problemas
relacionados à informática estão delimitados em três grandes áreas: Tecnológica,
Organização e Pessoas. Os fatores que interferem em cada área estão relacionados
em cada coluna correspondente e deverá ser marcado durante o atendimento.
Este modelo permite que cada fator seja detalhado ou ainda, outros
fatores sejam acrescidos, antecipando as causas e as possíveis soluções existentes.
O modelo visa facilitar o controle sobre os problemas existentes, a sua
resolutividade, o tempo gasto, assim como o controle sobre a periodicidade em que
ocorrem determinados problemas.
O impresso da Figura 74 denominado Protocolo de Procedimentos
de Informática, apresenta-se como um modelo para a padronização de descritivos
dos procedimentos executados pela área de informática. Subdivide-se em seis
partes: dados gerais; elaboração; executor; recursos materiais necessários;
descrição do procedimento e fluxograma de atuação. A sua utilização auxilia na
padronização dos processos de trabalho.
212
UEL
HURNP
Gerência de Informática Nº____________
Investigação de Ocorrências
Setor:____________________________________________________ Ramal:__________________
Solicitante:________________________________________________ Data:______/______/______
Problema Relatado:_________________________________________________________________
TECNOLOGIA ORGANIZAÇÃO PESSOAS
HARDWARE AMBIENTE ATITUDE DO USUÁRIO
BANCO DE DADOS BUROCRACIA CONSERVAÇÃO DO
EQUIPAMENTO
DESENVOLVIMENTO DE
PROGRAMA ESPECÍFICO
COMUNICAÇÃO ERGONOMIA
EQUIPAMENTO CULTURA ÉTICA
IMPRESSÃO FINANCEIRO MAU USO
REDE GERENCIAMENTO MONITORAMENTO
SOFTWARE INSTITUCIONAL TREINAMENTO
TELECOMUNICAÇÕES PRODUTO UTILIZADO
ROTINA
Obs: ____________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Levantamento realizado por: __________________________________________________________
Data:______/_______/_________
Figura 73 – Modelo de Impresso Ocorrências de Informática
213
UEL
HURNP
Gerência de Informática
PROTOCOLO DE PROCEDIMENTOS DE INFORMÁTICA
1. DADOS GERAIS
PROTOCLO Nº ELABORAÇÃO: / / IMPLANTAÇÃO: / /
PROCEDIMENTO:
2. ELABORAÇÃO
NOME ASSINATURA
1.
2.
3.
4.
3. EXECUTOR
QUANTIDADE FUNÇÃO
4. RECURSOS MATERIAIS NECESSÁRIOS
QUANTIDADE DESCRITIVO
1.
2.
3.
4.
5. DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO
ORDEM EXECUTOR DESCRIÇÃO DA AÇÃO
1.
2.
3.
4.
6. FLUXOGRAMA
Figura 74 – Modelo de Protocolo de procedimentos de informática
214
7.7 P
ERSPECTIVAS PARA
P
ESQUISAS
F
UTURAS
Apesar de o estudo de caso único não permitir a generalização de
resultados, a partir das questões discutidas foi possível evidenciar algumas
perspectivas de pesquisas.
a) Estudar a implementação de um Sistema de Informações
Gerenciais nas organizações hospitalares, voltado para o
processo administrativo/gerencial, levantando as etapas e os
meios de informação mais utilizados nos processos decisórios
entre os que tomam as decisões.
b) Avaliar o impacto da cultura organizacional na implementação de
um Sistema de Informações.
c) Estudar a eficiência da técnica de modelagem das necessidades
informacionais de uma organização hospitalar.
d) Avaliar os Fatores Críticos de Sucesso das organizações que
possuem os Sistemas de Informações Gerenciais.
e) Desenvolver um modelo de Sistema de Informações, voltado para
o setor público, utilizando os modelos de avaliações de Sistema
de Informações existentes.
7.8 C
ONSIDERAÇÕES
F
INAIS
Com a ocorrência de grandes volumes e variedades de informações,
tendo em vista os múltiplos propósitos a que se destinam, os Sistemas de
Informações desenvolvidos com adequadas tecnologias e em conjunto com os
usuários otimizam o fluxo de informações, influenciando nos processos decisórios de
uma organização.
A modernização da máquina administrativa e a absorção dos
impactos de uma revolução informacional são pontos fundamentais aos quais o
215
poder público deve se ater, distanciando-se do paradigma da burocracia e visando
ao atendimento de uma administração eficaz.
As características necessárias aos gestores de uma organização
hospitalar, neste ambiente de alta competição e constantes mudanças, também
devem ser alvo de toda administração pública, terreno em que infelizmente, ainda se
observa grande despreparo por parte de seus profissionais.
Produzir mais informação e mais conhecimento, realizar novas
interpretações e ver as coisas diferentemente, desafiando os mecanismos que
existem, são algumas das atitudes que, com certeza, auxiliam neste processo.
Estando aberta a novas perspectivas futuras, registra-se aqui a
contribuição para a realidade informacional hospitalar, tema que com a certeza,
interessa a todos os pesquisadores, em especial aqueles que convivem em um
ambiente hospitalar.
216
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São Paulo, v. 23, n.3, p.131-132, maio/jun.1999.
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223
APÊNDICE
224
APÊNDICE - Termo de Consentimento para participação na pesquisa
TERMO DE CONSENTIMENTO
O presente termo é parte integrante do trabalho de pesquisa para
dissertação de Mestrado em Administração da Universidade Estadual de Londrina e
Universidade Estadual de Maringá e propões avaliar o sistema de informações do
HURNP.
Eu, ___________________________________________________, abaixo
assinado, tendo recebido as informações e estando esclarecido sobre a pesquisa:
“Avaliação de Sistemas de Informações – Estudo de Caso em um Hospital
Escola Público”, concordo em participar da mesma, considerando os direitos a
seguir relacionados:
1. A segurança de que não serei identificado perante os demais pesquisados e
outros que direta e indiretamente fazem parte desta instituição;
2. As informações por mim fornecidas serão exclusivamente para fins desta
pesquisa científica.
Tendo ciência do exposto acima, desejo participar da pesquisa
realizada pela Enfermeira Cleuza Catsue Takeda Kuwabara, pesquisadora que
subscreve este documento
Londrina, _______ de ______________ de 2002
________________________ ________________________
Cleuza C. Takeda Kuwabara Respondente
Coren 20985 - Pr
225
APÊNDICE – Instrumento de coleta de dados – Questionário
Prezado colega
Gostaria de alguns minutos do seu tempo para obter sua resposta às
perguntas abaixo, sobre o desempenho das informações em sua unidade.
Estas perguntas visam coletar dados para uma pesquisa que tem por objetivo
avaliar o grau de utilização do sistema informacional do hospital, na tentativa de suprir as informações
para a gestão de materiais da instituição.
As suas respostas estarão incluídas numa análise estatística e apenas estes
dados e o percentual de pessoas que responderam ao instrumento serão divulgados. Portanto, o
sigilo da sua resposta estará assegurado. Caso necessário, utilize o verso da própria folha para
completar as respostas.
Ao final, apresento uma breve explicação sobre os termos utilizados neste
instrumento, para auxiliar no entendimento. (ANEXO)
Obrigada pela colaboração.
Dados do Entrevistado
Nome:
Sexo: ( ) M ( ) F Idade: Estado Civil:
Setor:
Escolaridade: ( ) 1º grau ( ) 2ºgrau ( )3º grau ( ) Completo ( ) Incompleto
Tempo de atuação na área: Data admissão na UEL:
A. DETERMINAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DA INFORMAÇÃO
1. Você se reúne com o gerente ou equipe de informática para levantamento de suas
necessidades informacionais? Marque com X a(s) alternativa(s).
a ( ) Por iniciativa própria
b ( ) Por iniciativa da Gerência de Informática
c ( ) Por demanda de um serviço
d ( ) Quando necessário
e ( ) Não
226
2. Caso haja necessidade de alguma alteração ou adequação no sistema que você opera, o que você
faz? Marque com X a(s) alternativa(s).
a ( ) Solicita ao superior imediato
b ( ) Solicita à Gerência de Informática
c ( ) Não se manifesta por não haver solução
d ( )
Não se manifesta por que já o fez anteriormente e não resolveu.
(Para qual área/cargo se manifestou?)
.....................................................................................
e ( ) Formaliza o pedido
f ( ) Não é sua função
3. A
S NECESSIDADES DE SUA ÁREA SÃO APRESENTADAS À
G
ERÊNCIA DE
I
NFORMÁTICA ATRAVÉS DE
:
Marque com X a(s) alternativa(s)
a ( ) Ofício
b ( ) Conversa Informal (telefone, pessoalmente)
c ( ) Conversa formal (reunião)
d ( ) Via Diretoria
e ( ) Outros:..........................................
4. Sobre como tem sido a avaliação do desempenho do sistema na sua área. Existe algum
procedimento formal na instituição? (por ex: cronograma de atividade, checagem pela informática,
questionário para responder, etc.) Sendo a resposta positiva, cite o(s) procedimento(s).
SIM NÃO
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
B. DISTRIBUIÇÃO DAS INFORMAÇÕES
1. V
OCÊ TEM ACESSO FACILITADO AOS SISTEMAS DISPONÍVEIS PARA O SEU TRABALHO
? S
ENDO A RESPOSTA
NEGATIVA
,
CITE O MOTIVO
.
SIM NÃO
2. V
OCÊ TEM DIFICULDADE EM OBTER INFORMAÇÕES VIA COMPUTADOR
? S
ENDO A RESPOSTA POSITIVA
,
CITE
O MOTIVO
.
SIM NÃO
3. V
OCÊ É INFORMADO QUANDO UMA NOVA SOLUÇÃO É DISPONIBILIZADA PARA O SEU SETOR
?
SIM NÃO
4. Você é treinado quando uma nova aplicação é disponibilizada no seu setor?
SIM NÃO
227
C. OBTENÇÃO DAS INFORMAÇÕES
1. De que forma você obtêm as informações de que necessita para o seu trabalho? Marque com X
a(s) alternativa(s)
a ( ) Acessa o sistema do hospital
b ( ) Documentos oficiais
c ( ) Solicita à alguém
d ( ) Internet
e ( ) Intranet /HU
f ( ) Outros..............................................................
2. Marque com X a(s) alternativa(s) referente(s) ao sistema informacional que você utiliza no seu dia a
dia de trabalho:
a ( ) Sistema WPD – Módulo Esthos
b ( ) Sistema WPD – Módulo:..............................................
c ( ) Servidor Progress/Sistema Sadihu
d ( ) Intranet /HU
e ( ) Internet
3. O atual Sistema Hospitalar - WPD atende às necessidades de informação para a gestão de sua
área? Cite o(s) motivo(s).
SIM NÃO
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
4. O atual Sistema Sadihu atende às necessidades de informação para a gestão de sua área? Cite
o(s) motivo(s.)
SIM NÃO
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
5. Você confia nos dados e informações disponíveis nos sistemas de computador da instituição? Cite
o(s) motivo(s).
SIM NÃO
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
6. Você acredita que, o sistema de informática geral do hospital, mantêm uma integração entre as
suas exigências informacionais, as pessoas
que necessitam da informação e os desenvolvedores do
sistema? Cite o(s) motivo(s).
SIM NÃO
228
D. USO DAS INFORMAÇÕES
1. Você sabe se os dados disponíveis nos sistemas, são utilizadas adequadamente? (bem
aproveitados, utilizados por pessoas responsáveis das áreas, impressos com freqüência, etc.) Cite
o(s) motivo(s).
SIM NÃO
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
2. Existe dificuldade em se utilizar os atuais Sistemas? Sendo a resposta positiva, cite os motivos.
SIM NÃO
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
3. Você ou o seu setor elabora relatório especifico que visualize a produtividade/serviço do setor?
Marque com X a(s) alternativa(s)
1. SIM 2. NÃO 3. Não Sei
2a. ( ) O sistema não permite
2b. ( ) Não sei buscar os dados
2c. ( ) Nunca pensei nisso
2d. ( ) Outros
4. Com a implantação do atual Sistema Hospitalar WPD, qual a sua avaliação quanto à facilidade ou
dificuldade do seu trabalho? Marque com X a(s) alternativa(s) que expresse a sua realidade.
Acrescente outros se necessário.
1 Agiliza o trabalho
2 Dificulta o trabalho
3 Aumenta a carga de trabalho
4 Aumenta a quantidade de papel circulante
5 Reduz a quantidade de papel circulante
6 Reduz o tempo de trabalho (atividades)
7 Necessita maior numero de funcionários
8 Necessita readequação de atividades
9 Necessita readequação do fluxo das atividades
10 Outros:..............................................................................................
..........................................................................................................
229
5. Como você classifica a qualidade dos sistemas disponíveis na instituição? Marque com X a(s)
alternativa(s)
Muito
Bom
Bom Regular Ruim
Facilidade de Acesso
Apresentação Visual
Conteúdo
Funcionalidade
Fácil Identificação dos Dados
Dados relevantes
Flexibilidade
* Veja ANEXO final
6. Como você classifica a qualidade das informações disponíveis através do sistema atual da
instituição? Marque com X a(s) alternativa(s)
Muito
Bom
Bom Regular Ruim
Apresentação dos dados gerais
Apresentação dos relatórios
Necessidade de digitação
Exatidão/ Confiabilidade
Utilidade
Objetividade dos dados
Importância/ relevância
Compreensibilidade
Consistência
Qualidade do conteúdo
* Veja ANEXO final
230
ANEXO - Explicações sobre alguns termos utilizados neste questionário
1. Necessidades Informacionais: Informações que necessitam estar disponíveis para que você
consiga realizar bem o seu trabalho.
2. Sistema: considerado o sistema de informática do hospital (WPD e Sadihu).
3. Item D. USO DAS INFORMAÇÕES – Pergunta 5
Facilidade de Acesso: sobre o acesso ao sistema em si, logon do usuário, acesso
aos diversos menu e telas do sistema.
Apresentação Visual: sobre a cor da tela, tamanho das letras, disposição dos dados,
espaços, linhas, enfim, se favorece visualmente o conteúdo.
Conteúdo:sobre sua satisfação com os dados disponíveis para execução das suas
atividades.
Funcionalidade: sobre a performance do sistema no dia a dia, se não apresenta
problemas, como por exemplo, lentidão `as consultas efetuadas.
Identificação dos dados: se logo após visualizar a tela, imediatamente você consegue
identificar os dados necessários ou não. Os dados poderiam estar melhor dispostos?
Dados relevantes: se os dados que realmente são necessários estão disponíveis, ou
se existem muitos que poderiam estar excluídos do sistema por que não utiliza no dia
a dia.
Flexibilidade: sobre se o sistema permite atender a novas necessidades que surgirem
na área.
4. Item D. USO DAS INFORMAÇÕES – Pergunta 6
Apresentação dos dados gerais: se os dados disponíveis, tanto na tela quanto
impressos, estão claros, visíveis, adequados para o seu trabalho;
Apresentação de relatórios: se o conteúdo está adequado/completo;
Necessidade de digitação: se os dados podem ser transportados para outro sistema
ou precisam ser redigitados;
Exatidão/Confiabilidade: se as informações, números estão corretos, atualizados;
Utilidade: considere a utilidade das informações para o desempenho da sua função,
se tem necessidade de estar apresentado.
Objetividade dos dados: se os dados são objetivos, se facilitam o entendimento ou
muito rebuscados, repleto de informações úteis/inúteis.
Importância/ Relevância: A informação é relevante/importante para o seu setor ou
para a instituição?
Compreensibilidade: se está de forma compreensível, se consegue de imediato
interpretar os dados?
Consistência: a informação fornecida é consistente com outras fontes de dados ou
existe mais de uma informação para os mesmos dados, provavelmente vindo de
outras fontes?
Qualidade do conteúdo: de uma forma geral, como você classifica a qualidade
intrínseca das informações?
231
APÊNDICE – Sugestão de Plano Diretor de Informática – PDI
PRAZO DE EXECUÇÃO NÍVEL DE PRIORIDADE
CURTO: até 2003 ZERO (0)
MÉDIO: até 2004 UM (1)
LONGO: até 2006 DOIS (2)
TRÊS (3)
ESTRATÉGIA 1:
Definir as prioridades e responsabilidades das ações deliberadas
OBJETIVO ESPECÍFICO AÇÃO PRAZO PRIORID.
1
Facilitar o direcionamento
das ações
1 Utilizar as terminologias
abaixo, aplicando um nível
de necessidade para cada
atividade a ser executada
na área:
Imprescindível
Necessário
Recomendável
CURTO 0
2
Identificar os
responsáveis das ações
1 Definir os responsáveis por
ações a serem executadas
CURTO 0
DIRETRIZ Nº1: Assegurar para que os esforços da área de informática sejam
consistentes com as estratégias políticas e objetivos do hospital
DIRETRIZ Nº 2: Proporcionar uma estrutura de serviços que responda
adequadamente às necessidades do hospital
OBJETIVO GERAL
Atender às políticas institucionais para o aperfeiçoamento das ações
administrativas e gerenciais, tendo como finalidade a qualidade dos
serviços prestados e a satisfação do usuário.
232
Continuação
ESTRATÉGIA 2:
Revisar os procedimentos administrativos
OBJETIVO ESPECÍFICO AÇÃO PRAZO PRIORID.
1
Alcançar os objetivos
do setor, de forma
segura e eficiente
1 Elaborar manual com as
normas e rotinas
estabelecidas no setor,
contemplando as informações
gerais necessárias para a
execução de atividades e
tomada de decisões:
elaboração de pedido de
comparas, aquisição,
recepção , distribuição ,
manutenção, etc.
CURTO 3
2
Padronizar a execução
das atividades do setor
1 Elaborar manual de
protocolos com descritivos
por atividade. Modelo de
impresso, conforme Figura 74
CURTO 3
3
Auxiliar na organização
das atividades do setor
1 Utilizar modelo sugerido:
Impresso de Investigação de
Ocorrências de Informática,
aplicando para cada
ocorrência atendida
CURTO 1
4
Elaborar listagem de
procedimentos
administrativos
1 Controlar os procedimentos
burocráticos do setor: escala,
férias e licenças
CURTO 0
5
Desenvolver um banco
de dados históricos do
setor
1 Criar arquivo de todos os
dados relativos aos diversos
procedimentos e atividades
do setor
MÉDIO 3
6
Elaborar rotina de
controle dos diversos
processos existentes.
1 Controlar as licenças relativas
aos softwares, contrato de
manutenção e outros,
necessários.
CURTO 2
7
Acompanhar o controle
dos equipamentos
existentes mo hospital
1 Trabalhar em parceria com a
Seção de Patrimônio,
controlando os equipamentos
de informática cadastrados no
hospital
CURTO 2
233
Continuação
ESTRATÉGIA 3:
Revisar os procedimentos gerenciais
OBJETIVO ESPECÍFICO AÇÃO PRAZO PRIORID.
1
Acompanhar o andamento
do PDI
1
Revisar e acompanhar
constantemente o PDI,
com a equipe e usuários
MÉDIO 1
2
Manter contato com os
responsáveis pelas áreas
do hospital, visando obter
feedback e novas
informações
1
Elaborar cronograma de
reuniões com as chefias
de áreas do hospital
CURTO 2
3
Elaborar recomendações
para o uso de mobiliários
ergonômicos
1
Elaborar um banco de
especificações técnicas de
equipamentos e
mobiliários, recomendados
para a utilização dos
recursos tecnológicos da
área
MÉDIO 0
1
Elaborar cronograma de
reuniões com a equipe de
trabalho
CURTO 0
2
Elaborarem conjunto com
os responsáveis pelas
ações, o cronograma de
execução e avaliação do
PDI
CURTO 1
4
Coordenar as atividades
relativas a cada estratégia
do PDI
3
Elaborar metodologia de
avaliação das ações
implantadas
CURTO 1
5
Promover estratégias de
marketing da área
1
Implantar instrumentos de
divulgação das ações da
área
MÉDIO 0
1
Elaborar cronograma de
aquisição dos recursos
tecnológicos
CURTO 0
2
Elaborar cronograma de
manutenção dos recursos
tecnológicos
CURTO 0
3
Estabelecer programação
anual, em conjunto com a
Divisão de Finanças e
Orçamento e a Direção do
Hospital
CURTO 0
6
Estabelecer critérios de
investimentos para a área
4
Apresentar e discutir com
a Direção do Hospital, os
cronogramas elaborados
nos itens 1, 2 e 3
CURTO 0
234
Continuação
ESTRATÉGIA 3:
Revisar os procedimentos gerenciais
OBJETIVO ESPECÍFICO AÇÃO PRAZO PRIORID.
1
Levantar as necessidades
dos usuários e da equipe
da GI, quanto aos
treinamentos necessários
MÉDIO 0
2
Elaborar calendário de
treinamento para a equipe
da GI e dos usuários
CURTO 3
3
Realizar controle dos
treinamentos oferecidos e
do desempenho dos
instrutores e usuários.
MÉDIO 0
7
Planejar treinamentos aos
usuários Acompanhar o
andamento do PDI
4
Buscar entidades externas
para a atuação em
parceria para a realização
dos treinamentos no
hospital
MÉDIO 0
8
Manter contato com os
responsáveis pelas áreas
do hospital, visando obter
feedback e novas
informações
1
Elaborar cronograma de
reuniões com as chefias
de áreas do hospital
MÉDIO 0
1
Elaborar cronograma de
implantação dos módulos
do sistema WPD, ainda
não implantados
CURTO 1
2
Trabalhar em parceria com
a Seção de Patrimônio,
controlando os
equipamentos de
informática cadastrados no
hospital
CURTO 1
3
Help Desk: Avaliar a atual
estrutura existente,
visando a execução
efetiva, sem
comprometimento de
outras atividades
MÉDIO 0
9
Otimizar os recursos
existentes
4
Implantar a nova versão
do sistema WPD. Com
acompanhamento,
treinamento e avaliação
MÉDIO 3
235
Continuação
ESTRATÉGIA 4:
Desenvolver políticas tecnológicas
OBJETIVO ESPECÍFICO AÇÃO PRAZO PRIORID.
1
Levantar os recursos
atuais existentes
CURTO 0
2
Elaborar estudo de
viabilização e prioridades
de distribuição de
equipamentos no hospital
MÉDIO 0
1
Executar a logística de
hardware
3
Elaborar metodologia de
ação para:
armazenamento, cópia,
transmissão, recepção e
proteção dos dados
CURTO 2
1
Revisar os recursos atuais
existentes
CURTO 0
2
Elaborar metodologia de
ação para avaliação e
desenvolvimento de:
conteúdo, disponibilidade,
e alteração do software
existente
MÉDIO 1
2
Executar a logística de
software
3
Elaborar projetos
específicos de adequação
MÉDIO 1
1
Avaliar as adequações
tecnológicas necessárias,
quanto ao tempo e custo
de operacionalização
MÉDIO 0
3
Otimizar os recursos
existentes
2
Projetar as prioridades
associadas a custos de
hardware e software
CURTO 3
236
ANEXOS
237
DIAGRAMA MACROFUCNIONAL DOS
SISTEMAS
238
ANEXO A - Fluxo do Setor de Compras
ANEXO B - Fluxo do Setor de Materiais
SADIHU
(Progress)
Orçamento
Fornecedor
Almoxarifado
SIAF
(Governo)
UEL
Licitação
Empenho
Reposição de
Estoque
Secretaria Material
Registra Empenhos
Gera Processos
Empenho dos Processos
Cadastra Fornecedores
Cadastra Produtos
Padronizados
Informação para
Repor Estoque
Registra
Empenhos
Impressão
Empenho
Registrado
Impressão
Empenho
Registrado
Impressão
Empenho
Registrado
Gera Processos
Anexo dos
Processos
Impressão
Empenho
Registrado
Impressão
Empenho
Registrado
Impressao Empenho Registrado
Impressão Emepnho Registrado
Impressão
Empenho
Registrado
Lança
Orçamento
(1)
Custo UEL
239
240
ANEXO C - Fluxo do Centro Cirúrgico
BLOCHOS
(Informix)
DEPÓSITO MMH
E
MEDICAMENTOS
CENTRO DE
MATERIAL
ESTERILIZADO
SECRETARIA
CENTRO
CIRÚRGICO
SAMECadastrar reserva Centro Cirúrgico p/ Cirurgias Eletivas
Cadastrar Cirurgia de Emergência
Relatório Estatísticos
Relatório Reserva do Centro Cirúrgico
Cadastrar Cirurgia a partir das Reservas
Lançar os materiais devolvidos ao final da cirurgia
devolvendo no estoque e tirando da conta corrente do paciente
Lançar os materiais que serão utilizados na cirurgia
baixando estoque do Centro de Material e incluindo
na conta corrente do paciente
Relatórios Estatísticos
Relatório de Reservas do Centro Cirúrgico
Digitar através da ficha de gastos os
materiais/medicamentos utilizados na cirurgia,
incluindo na conta corrente do paciente
Fechar a cirurgia informando a hora de
término da mesma
* Falta implantar Centro Obstétrico e Pequenas Cirurgias (HU e AHC)
ESTHOS
(Informix)
FATHOS
(Informix)
Movimentação de Estoque de Materiais do
Centro de Material Esterilizado utilizado nas cirurgias
Materiais / Medicamentos utilizados na Cirurgia
Comanda de fechamento de cirurgia
241
ANEXO D - Fluxo do Faturamento SUS
FATSUS
(Informix)
FATURAMENTO
HOSPITALAR
(CONVÊNIOS)
LABHOS
(Informix)
SISAIH01
(SUS)
AMBSUS
(Informix)
Exporta AIH's
RECEP
(Informix)
FATHOS
(Informix)
Dados de pacientes internados
Atualizar comandas com
o número da fatura
Espelho da AIH
Relatórios
gerenciais
Digitar e faturar AIH's
Disquete do
faturamento
para entrega
no SUS
Exames realizados
em pacientes
Ambulatoriais SUS
Exames realizados
em pacientes
Internados SUS
FATURAMENTO
AMBULATORIAL
(CONVÊNIOS)
Relatórios Gerenciais
Relatórios utilizados para
realização do faturamento no
Sistema do SUS
Mater cadastro de procedimentos e preços
Digitar e faturar procedimentos
realizados em pacientes
Ambulatoriais
URGÊNCIA
(Informix)
AMBHOS
(Informix)
Consultas realizadas no
Pronto Socorro
Consultas realizadas no
Ambulatório
HU/HC
Atualizar comandas com
o número da fatura
Importa procedimentos e preços
242
ANEXO E - Fluxo do Faturamento SUS AMBULATORIAL
FATHOS
(Informix)
TESOURARIA
(DFO)
FATURAMENTO
AMBULATORIAL
(CONVÊNIOS)
CUSTOS
(DFO)
DESENVOLVIMENTO
(GERÊNCIA DE
INFORMÁTICA)
Atualizar preços dos procedimentos;
cadastrar apelidos das tabelas;
manter tipos de ato e porte anestésico
Fatura (3 vias)
Cadastrar procedimentos e primeiro preço, convênios
e planos, coberturas de convênios, configurar
folha de rosto e relação de consumo
Cadastrar tipos de comandas, tipos de setores,
tipos de produtos diferentes da classe MAT
Quitar a fatura dos pacientes cujo convênio seja
diferente de SUS
Faturar para pacientes cujo convênio seja diferente de SUS
* Estas funções devem ser avaliadas para se definir quais
os setores responsáveis pelas mesmas
*
243
ANEXO F - Fluxo do Laboratório
LABHOS
(Informix)
SECRETARIA LAC
CUSTO (DFO)
DIGITAÇÃO LAC
SETORES
EXECUTANTES
FATSUS
(Informix)
AMBSUS
(Informix)
Lançar Resultados de Exames
Cadatrar Pacientes Externos
Cadastrar Requisições de Exames
dos vários Convênios
Produção LAC por Setor executante e
Produção LAC por Centro de Responsabilidade
Atualizar Cadastro de Exames
Relatórios Estatísticos
Exames realizados em Pacientes não Internos SUS
Exames realizados em pacientes internados SUS
Lançar resultados de Exames
Manter Cadastro de Modelos de
Laudos e Mapa de trabalho
Laudos dos Exames
Atualizar cadastro de exames
FATHOS
(Informix)
Exames realizados em pacientes não SUS
Laudos dos Exames
Mapa de trabalho
COLETA AHC
SETORES
EXECUTANTES
AHC
Consultar laudos dos exames
Cadastrar requisição de exames realizados no AHC
Lançar resultados dos exames
Laudos dos Exames
Mapa de trabalho
Manter Cadastro de Modelos de Laudos e Mapa
de Trabalho de exames realizados em
Laboratórios Externos
* Falta implantar Laboratório de Urgência
244
ANEXO G - Fluxo do SAME - Internação
CENTRAL DE
VAGAS
(PREFEITURA)
INTERNAÇÃO
FATURAMENTO
HOSPITALAR
SECRETARIA
DSG
ESTATÍSTICA
RECEP
(Informix)
Ficha de internação,
etiquetas de atendimento
do paciente
Manter cadastros de leitos,
profissionais
Internar paciente
Atualizar leitos
dos pacientes
internados
Relatório de
pacientes
com alta
Relatório de pacientes
internados por setor
Relatórios estatísticos
245
ANEXO H - Fluxo do SAME - Ambulatório
AMBHOS
(Informix)
REGISTRO ARQUIVO
ESTATÍSTICA
Relatório de consultas
agendadas em outra unidade
Atualizar localização
do prontuário
Relatórios estatísticos
Gerar agenda dos profissionais do ambulatório (HU/HC)
com horários de atendimentos, especialidades atendidas,
número de consultas novas e retornos
Cadastrar novos prontuários,
agendar consultas,
receber pacientes agendados
SICAPS - ficha de atendimento ambulatorial,
etiquetas de atendimento do paciente,
etiquetas de arquivamento de prontuário e carteirinha
246
ANEXO I - Fluxo do SAME - Urgência
URGENCIA
(Informix)
TRIAGEM
ESTATÍSTICA
Cadastrar novos prontuários, receber pacientes
para atendimento de urgencia (PS, PPA)
Ficha de atendimento de urgência,
etiquetas de atendimento do paciente,
etiquetas para arquivamento de prontuário
e carteirinha
Relatórios estatísticos
Atualizar motivo da alta dos
pacientes que foram a óbito
247
ANEXO J - Fluxo do SAME - Estatística
NOSHOS
(Informix)
VIGILÂNCIA
SANITÁRIA
ESTATÍSTICA
RDNO - Relação de doenças
de notificação obrigatória
Manter o CID principal e secundário dos
atendimentos em pacientes internados,
ambulatoriais e de urgência
Relatórios estatísticos
248
ANEXO K- Fluxo dos Postos de Enfermagem
POSTHOS
(Informix)
UNIDADES DE
INTERNAÇÃO
Atualizar leito do paciente; informar alta do paciente
Etiquetas de atendimento
Boletim Informativo e
prescrição de enfermagem
Digitar o Boletim Informativo,
prescrição de enfermagem
Digitar o atendimento do paciente
PORTARIA,
S.A.U.
Boletim Informativo
SISTEMA DE
GERENCIAMENTO
DE INTERNAÇÃO
(Access)
249
ANEXO - Rede HURNP
250
ANEXO - Rede HU/AHC/UEL
251
GLOSSÁRIO
Analista de Sistema: profissional da computação que auxilia a planejar,
desenvolver e implementar sistema de informação.
Backup: Cópia de segurança ou de reserva de dispositivos de computador ou
informações.
Bits: É a unidade básica das informações em um sistema binário de numeração. Em
comunicação, é uma medida de velocidade de transmissão de dados.
Bioética: No âmbito do horizonte científico das novas descobertas, é um estudo
interdisciplinar dos problemas criados pelo progresso biomédico (seja em nível de
relação individual, institucional ou mesmo de estrutura social), sua repercussão na
sociedade e seu sistema de valores.
Banco de Dados: Coleção de dados em forma de campos, registros e arquivos
organizados de acordo com uma lógica que permita sua informatização. Também
referido como base de dados.
Cabo de fibra óptica: Um tipo de cabo que transmite dados na forma de pulsos de
luz.
Conhecimento: Conjunto de regras, diretrizes e procedimentos utilizados para
selecionar, organizar e manipular dados para torná-los apropriados a uma tarefa
específica.
Dados: Elementos básicos de informação obtidos através da observação de fatos,
conceitos ou eventos. São a matéria prima da informação
Download: Transferência de dados de um computador para outro. Processo de
recuperar ou trazer dado de outro computador
Hardware: Componente físico de um computador ou de um sistema de computação.
Informação: É uma entidade tangível ou intangível que serve para reduzir a
incerteza de algum estado ou evento
Hub’s: Topologia ou layout de uma rede com “modelo estrela” que permite
expansão maior de usuários.
252
Mbps: Em rede, significa medida de transferência de dados de aproximadamente 1
milhão de bits por segundo.
On line: Relativo ao processamento em que os dados entram no equipamento
diretamente no seu ponto e momento de origem, passando a integrar imediatamente
uma base de dados de computador.
Relatórios Gerenciais: São documentos que consolidam, de forma estruturada, as
informações para o tomador de decisão
Sistema: Conjunto de elementos em interação.
Sistema de Informação: Termo que engloba as diversas classes de sistemas, tais
como os transacionais, gerenciais, de apoio à decisão, dentre outros.
Sistema de Informação Hospitalar: Refere-se à terminologia específica para
denominar os sistemas de Informação produzidos para a área hospitalar.
Sistema de Informação Gerencial: Refere-se à terminologia para denominar o
processo de transformação de dados em informações que são utilizadas na estrutura
decisória da empresa dando sustentação administrativa de tomada de decisão.
Software: Conjunto de programas, procedimentos e documentação relativa a um
sistema de computador, responsável pela comunicação entre os computadores.
Tecnologia de Informação: Conjunto de hardware e software utilizados nas
funções de coleta, processamento e comunicação de informações.
Topologia: É o layout físico de uma rede local de comunicação.
Visão Sistêmica: Postura mental ou perspectiva de visão em que se observa o
conjunto, a totalidade, analisando as coisas de maneira integrada, e não isolada,
partindo do todo para chegar às partes, e em que o contexto desempenha papel
importante.
WEB: Sigla de World Wide Web, é um sistema global de hipertexto que utiliza a
Internet como seu navegador. Indica os “sites” interligados numa “teia” (WEB) global
de informação.
253
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