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ainda não estiver formalmente tombado
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, exigência para a proposição do projeto ao
Ministério da Cultura, órgão responsável pela aprovação deste tipo de iniciativa.
Em Ribeirão Preto, observou-se que a existência de legislações esparsas
sobre a preservação de bens representativos da história local, acaba por dificultar a gestão do
patrimônio cultural, pois perde-se a perspectiva de integração e interdependência, inerentes ao
contexto histórico em que estes bens passam a ter significado social. De qualquer forma,
durante a década de 1990, além dessas leis, a questão da preservação do patrimônio cultural
local despertou a mobilização de diversos atores sociais, públicos e privados.
Em 1993, entre as políticas públicas desenvolvidas pelo Executivo Municipal,
estava a criação e/ou fortalecimento dos Conselhos Municipais. Além disso, estava
residindo na cidade, neste momento, a Delegada do IBPC (Instituto Brasileiro do
Patrimônio Cultural), a arqueóloga Maria Lúcia Franco Pardi, que em visitas
constantes a sede do Arquivo Histórico (na ocasião instalado no mezanino da Casa
da Cultura), propôs para a então Diretora do Arquivo, Prof. Dra. Maria Elízia
Borges a realização de um encontro municipal sobre patrimônio cultural, com o
objetivo de chamar e estender a discussão sobre a preservação do patrimônio e a
necessidade de criação de um Conselho de Patrimônio para toda a comunidade,
estudantes e sociedade civil organizada. Foi realizado no auditório da Casa da
Cultura, em 06 de maio de 1993, o debate: Patrimônio Cultural do Município de
Ribeirão Preto, promovido pela Secretaria Municipal da Cultura [...]. A partir deste
encontro foi organizado um grupo de trabalho, integrado inicialmente pelos
funcionários das Secretarias Municipais: Marília Rodrigues, Sérgio Lago, Maria
Elizia Borges e Tania Cristina Registro (Secretaria da Cultura), Maria Helena
Cividanes (Secretaria dos Negócios Juríidicos), Milton Gonçalves de Almeida
(Secretaria de Obras e Serviços), Kátia Maria Vieira (Diretoria de Obras
Particulares), representante do IBPC - Maria Lúcia Franco Pardi, do IAB - Valéria
Valadão, da Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto
- Maria Cecília Baldochi Medeiros e da Associação Cultural e Ecológica Pau Brasil
- Simone Kandratavicius, com o objetivo de desenvolver trabalhos de pesquisa e
propor minuta de lei para a criação do Conselho de Preservação do Patrimônio
Cultural de Ribeirão Preto. Este Grupo de Trabalho, integrado posteriormente por
José Antônio Lanchoti (da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento), reuniu-
se sistematicamente durante os anos de 1993 e 1994. Neste período foram
promovidos os levantamentos da legislação federal, estadual e municipal sobre
preservação do patrimônio, a partir do que se elaborou uma minuta de lei que foi
encaminhada em 1995 para o IPHAN e CONDEPHAAT para apreciação. Após as
apreciações destes órgãos foi elaborado o projeto de lei n. 1417 e encaminhado em
01 de agosto de 1996 para a Câmara Municipal, pelo Prefeito Municipal Antônio
Palocci Filho. O projeto foi aprovado em discussão única em 16 de setembro de
1996. Em 17 de outubro de 1996, através da Lei n. 7.521, foi criado o Conselho de
Preservação do Patrimônio Cultural do Município de Ribeirão Preto – CONPPAC-
RP. (REGISTRO; SANTO, on-line).
A criação do CONPPAC/RP iniciou nova fase na gestão urbana e na forma
de participação da sociedade civil organizada. Seguindo a disposição do artigo 30, inciso IX,
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A relação dos documentos obrigatórios para este fim pode ser encontrada no site do Ministério da Cultura:
http://www.cultura.gov.br/upload/DOCUMENTOS%20OBRIGAT%D3RIOS_1111694801.doc. Último acesso
em 09/07/2006.