Como profissão componente da sociedade, não pode fugir à realidade construída
no sistema capitalista, no qual são criadas as condições de reprodução e riqueza pelo trabalhador e
sua conseqüente exploração, as relações sociais sustentam o trabalho alienado. A atuação
profissional do assistente social é polarizada pelos interesses das classes sociais, sabendo que são
forças contraditórias, mas estão inter-relacionadas.
Desta forma, essa abordagem está vinculada à ótica das relações sociais, é
possível estabelecer estratégias políticas na prática profissional. No Brasil, o Serviço Social se
consolida de forma estreitamente integrada ao aparato estatal e de empresas privadas. O assistente
social é um trabalhador assalariado a serviço do capital, considerando o Estado suas condições de
legislador e controlador das forças repressivas, este assegura o poder e a ordem com os interesses
dominantes. A profissão, através do trabalho do assistente social, está inserida numa relação de
compra e venda de mercadorias na qual sua força de trabalho é mercantilizada. Esta é uma atividade
profissional regida por um contrato que estabelece e regula as condições deste trabalho.
É uma atividade que, com o progresso da divisão do trabalho, foi desmembrada
de outras funções. De acordo com Iamamoto, é uma atividade que se dedica, basicamente à criação
de bases para o exercício do poder de classe:
São funções cujo significado econômico está subordinado a seu caráter
político determinante. Sua razão de ser é dada pela contribuição que
possam oferecer, à medida que se encontram vinculadas a estruturas do
poder, à criação de condições político-ideológicas favoráveis à manutenção
das relações sociais, configurando-as como harmônicas,
naturais,destituídas das tensões que lhe são inerentes. Tratam, ainda, de
reduzir as arestas da realização problemática da expansão do capital,
determinada pela lei geral da acumulação: a reprodução ampliada da
riqueza, apropriada privadamente a miséria coletiva dos produtores diretos.
(IAMAMOTO, 1991, p. 87)
O assistente social pode assumir também uma condição de intelectual (de acordo
com Gramsci, intelectual orgânico), à medida que contribui com a luta que dá a direção social e
cultural da classe trabalhadora, ou seja, este profissional pode colaborar na criação de consensos na
sociedade.
Percebemos que o assistente social, nesta perspectiva, reproduz o controle e a
ideologia dominante junto à classe trabalhadora. Desta forma, a autora nos coloca que o assistente
social pode, em sua atividade profissional, favorecer tanto o trabalhador, como o capital, e que, por
sua vez, pode ainda optar por favorecer uma ou outra classe de acordo com seus princípios e, desta
forma, adotar as estratégias de atuação profissional.
Se o Assistente Social, na condição de trabalhador assalariado, deve
responder às exigências básicas da entidade que contrata seus serviços,
ele dispõe de relativa autonomia no exercício de suas funções
institucionais, sendo co-responsável pelo rumo imprimido às suas
atividades e pelas formas de conduzi-las. Conforme já foi ressaltado, a
imprecisão vigente quanto à delimitação das atribuições deste profissional
pode ser um fator de ampliação de margem de possibilidades de
redefinição de suas estratégias de trabalho. Neste sentido, a concepção