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Em 1974, o governo inaugura a Rodovia Rio–Santos (BR-101),
no contexto da infra-estrutura das usinas nucleares e da instalação do terminal
da Petrobrás, colocando Paraty dentro do eixo rodoviário litorâneo Rio de
Janeiro–São Paulo. Na mesma época, a Embratur lança o Projeto Turis, com o
objetivo de desenvolver o turismo da denominada Costa Verde, que
compreendia o litoral norte do Estado de São Paulo e sul do Rio de Janeiro, ou
seja, o eixo Santos-Rio. Assim, uma nova lógica ordena o ir-e-vir da população
nativa, com o afluxo turístico e o aporte de fortes interesses imobiliários,
ocupando com condomínios de luxo as antigas vilas de pescadores caiçaras,
motivando mudanças no uso e ocupação do solo, ruptura no modo de vida
tradicional (75% viviam em área rural em 1970, contra 52% em 2000,
desenvolvendo uma agricultura de subsistência ou a pesca. Atualmente estão
trabalhando em áreas ligadas ao turismo – pousadas, restaurantes, bares,
barcos de passeios – ou nos condomínios como faxineiros, jardineiros,
seguranças etc), crescimento populacional (mais que dobrou, passando de
15.934 em 1970 para uma população projetada pelo IBGE de 33.062 em 2005)
e do setor terciário (em 2003 respondia por 70% do PIB paratiense
40
), de
acordo com Solving (2003).
Paraty possui 25 bairros
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distribuídos pelos seus três distritos:
Paraty, Paraty-Mirim e Tarituba. O principal, Paraty, compreende a área do
centro histórico e arredores, concentrando 2/3 dos habitantes. Paraty-Mirim, o
segundo, abrange a face sul do município, até a divisa com o Estado de São
Paulo. Por último, Tarituba, distribuído pelo norte, até a divisa com Angra dos
Reis.
Atualmente, a questão do uso e ocupação do solo é muito
complexa em Paraty, pois parte predominante do território (cerca de 80%) está
dentro das áreas de conservação
42
, como ilustra a figura seguinte (Parque
Nacional da Serra da Bocaina - PNSB, o Parque Estadual de Paraty-Mirim, a
40
Fonte: Tribunal de contas do Estado do Rio de Janeiro/2005
41
Mambucaba, Tarituba, São Gonçalo, Taquari, Sertão do Taquari, São Roque, Barra Grande,
Graúna, Praia Grande, Corumbê, Região Central, Penha, Ponta Branca, Pantanal, Corisco,
Paraty-Mirim, Pedras Azuis, Campinho, Patrimônio, Mamanguá, Pouso do Cajaíba, Ponta
Negra, Sono, Laranjeiras, Trindade. Fonte: SOLVING 2003
42
Para maiores detalhes sobre as áreas de preservação de Paraty ver: SOLVING 2003 - Plano
Diretor de Desenvolvimento turístico do Município de Paraty – Inventário turístico