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2 ADEQUAÇÃO DE PROTEÍNA METABOLIZÁVEL DE ACORDO COM O NRC
(2001), PARA VACAS EM LACTAÇÃO MANTIDAS EM PASTAGENS DE CAPIM
ELEFANTE
Resumo
O objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos de teores crescentes de proteína
metabolizável (PM), de acordo com o NRC (2001), para vacas em lactação, mantidas
em pastagens de capim Elefante. O ensaio foi realizado no sistema de produção de
leite do Departamento de Zootecnia da USP/ESALQ. A área de pastagem consistiu em
40 piquetes de 0,2 ha cada (8,0 ha total), utilizados em lotação rotacionada. Foram
comparados três concentrados, fornecidos na dose de 6,3 kg MS animal
-1
dia
-1
. O
concentrado “controle” (T17) continha 17,3% de proteína bruta (PB) na matéria seca
(MS) e foi formulado para suprir as exigências de PM das vacas lactantes, de acordo
com o NRC (2001). Os outros dois concentrados foram formulados para conter teores
de PM acima do recomendado pelo NRC (2001) através da adição crescente de farelo
de soja, que resultou em teores de 21,2% (T21) e 25,0% (T25) de PB na MS. Foram
utilizadas 12 vacas com média de 150 dias em lactação e 19,5 kg de leite no início do
experimento. O delineamento adotado foi o quadrado latino 3 x 3, com quatro
repetições. A pastagem utilizada apresentou massa de forragem pré-pastejo de 11.270
kg MS ha
-1
por ciclo de pastejo, com 34% de lâminas foliares e 12% de PB. Não houve
diferença (P>0,05) para a concentração fecal de cromo (1,90; 1,87; 1,85 mg kg
-1
). As
produções de leite (17,88; 18,37; 18,43 kg vaca
-1
dia
-1
), produções de leite corrigidas
para 3,5% de gordura (17,37; 17,58; 17,75 kg vaca
-1
dia
-1
), os teores e produções de
gordura (3,37; 3,27; 3,30% e 0,59; 0,59; 0,60 kg dia
-1
), teores e produções de proteína
(3,07; 3,12; 3,08% e 0,54; 0,56; 0,55 kg dia
-1
), teores e produções de lactose (4,39;
4,40; 4,41% e 0,79; 0,81; 0,81 kg dia
-1
) e os teores e produções de sólidos totais (11,73;
11,66; 11,70% e 2,08; 2,13; 2,14 kg dia
-1
) dos tratamentos T17, T21 e T25
respectivamente, não diferiram (P>0,05). As concentrações de nitrogênio uréico no leite
(11,17; 13,17; 15,63 mg dL
-1
) e no plasma sanguíneo (18,57; 19,93; 21,99 mg dL
-1
)
aumentaram linearmente (P<0,05) com o aumento dos teores de proteína no
concentrado. As variações de peso vivo (13,5; 8,60; 14,67 kg) e as variações no escore
de condição corporal (0,04; 0,14; 0,08 pontos) não diferiram (P>0,05) entre os
tratamentos T17, T21 e T25 respectivamente. O tempo em pastejo (7,24; 7,17 e 7,27
horas dia
-1
), tempo em ruminação (8,33; 7,80; 8,06 horas dia
-1
), tempo em ócio (3,25;
3,85; 3,49 horas dia
-1
), temperatura retal (39,29; 39,47; 39,16°C) e freqüência
respiratória (71,8; 72,1; 73,3 movimentos respiratórios por minuto) das vacas, não
diferiram (P>0,05) entre os tratamentos T17, T21 e T25, respectivamente. Em
conclusão, o concentrado T17 formulado para suprir as exigências de PM de acordo
com o NRC (2001), foi adequado para vacas mantidas em pastagens tropicais com 12%
de PB e com produções de leite ao redor de 18 kg dia
-1
.
Palavras-chave: Concentrado; Forragem; Produção de leite; Teores de proteína