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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA E LIMNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOECOLOGIA AQUÁTICA
Demanda Química de Oxigênio, Clorofila a e Comunidade
Fitoplanctônica como indicadores da qualidade da água no
Canal do Pataxó/RN
FABIANA RODRIGUES DE ARRUDA CÂMARA
NATAL / RN
2007
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II
FABIANA RODRIGUES DE ARRUDA CÂMARA
Demanda Química de Oxigênio, Clorofila a e Comunidade
Fitoplanctônica como indicadores da qualidade da água no
Canal do Pataxó/RN
ORIENTADOR: Prof. Dr. NAITHIRITHI T. CHELLAPPA
DOL / CB / UFRN
Dissertação de mestrado apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Bioecologia Aquática do
Departamento de Oceanografia e Limnologia, do
Centro de Biociências, da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção
do título de Mestre em Bioecologia Aquática.
NATAL/RN
2007
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III
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA E LIMNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOECOLOGIA AQUÁTICA
DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO, CLOROFILA a E COMUNIDADE
FITOPLANCTÔNICA COMO INDICADORES DA QUALIDADE DA ÁGUA NO
CANAL DO PATAXÓ/RN
FABIANA RODRIGUES DE ARRUDA CÂMARA
Esta dissertação, apresentada pela aluna FABIANA RODRIGUES DE
ARRUDA CÂMARA ao Programa de Pós-Graduação em Bioecologia Aquática do
Departamento de Oceanografia e Limnologia, do Centro de Biociências, da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, foi julgada adequada e aprovada pelos Membros da
Banca Examinadora, na sua redação final, para a conclusão do curso e obtenção do título
de mestre em Bioecologia Aquática.
MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA:
__________________________________________
Prof. Dr. Naithirithi T. Chellappa
DOL / CB / UFRN
__________________________________________
Profa. Dra. Sathyabama Chellappa
DOL / CB / UFRN
__________________________________________
Prof. Dra. Odete Rocha
DEBE/ CCBS/ UFSCar/ SP
__________________________________________
Profa. Dra. Maria do Socorro Cacho
DOL / CB / UFRN
Natal/RN, 13 de Fevereiro de 2007.
IV
AGRADECIMENTOS
A Deus, presença constante, fonte de saúde, força, equilíbrio e por permitir a conclusão
de mais uma etapa na minha vida
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte pela oportunidade de realizar este curso
junto ao Programa de Pós Graduação em Bioecologia Aquática do Departamento de
Oceanografia e Limnologia - DOL
Especialmente, ao meu orientador, Professor Dr. Naithirithi T. Chellappa, a quem devo
todo o aprendizado referente à ecologia, meus sinceros agradecimentos. Espero retribuir
com meu esforço e trabalho a confiança, sabedoria e ensinamentos tanto profissionais
quanto pessoais a mim atribuídos. À Professora Dra. Sathyabama Chellappa, pela
amizade, sempre indicando a direção a ser tomada nos momentos mais difíceis e pelas
excelentes sugestões durante o desenvolvimento e desfecho deste trabalho.
A todos na minha família, pelo incentivo sempre, ajuda e compreensão. Em especial à
minha mãe e a minha tia pelo amor e carinho oferecidos em toda a minha vida.
A Nóia pelo incentivo constante durante toda a minha vida, me ajudando no meu
crescimento pessoal e profissional.
A Mirza Medeiros dos Santos, pelo apoio, incentivo, ajuda e presença constante em todas
as fases da minha vida.
A Sarah Chellappa pela amizade e grande ajuda na tradução.
A Professora Dra. Maria do Socorro Cacho pelas pertinentes correções da dissertação
A CAPES/MEC pelo incentivo financeiro concedido.
Aos meus amigos (as) mais próximos: Andressa Karla que foi a primeira a me incentivar
a realizar este curso de mestrado, Paulo Araújo pela amizade, à Adriele Noronha pela
V
presença diária e empréstimos do pendrive, Hudson e Luanda Lainni pelos momentos de
lazer e ao Henrique Holanda pela atenção e amizade.
Aos meus amigos de laboratório: Juliana Borba, Karen, Patrícia, Emily e Rafson pela
ajuda nas análises, coletas e importantes momentos de descontração no laboratório
durante toda esta fase. Renato pela ajuda nos testes estatísticos e Anchieta sempre
prestativo e atencioso com os problemas referentes à informática.
Ao amigo Luiz Cláudio Barros pelo companheirismo durante grande parte deste curso e
ajuda nas coletas.
A todos os funcionários que compõem o DOL especialmente ao Sr. Antônio pelos
serviços prestados e ao motorista Sr. Everaldo.
Enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização de mais esta
etapa da minha vida.
VI
SUMÁRIO
Página
RESUMO
VIII
ABSTRACT IX
RELAÇÃO DE TABELAS X
RELAÇÃO DE FIGURAS XII
1.0 INTRODUÇÃO
01
1.1 Gestão dos Recursos Hídricos 02
1.2 Reservatórios Artificiais no Nordeste Brasileiro 04
1.3 Demanda Química de Oxigênio e Qualidade da Água. 05
1.4 Fitoplâncton como Indicadores de Qualidade da Água 05
1.5 Microalgas e Tratamento da água 06
2.0 OBJETIVOS
09
2.1 Objetivo Geral 10
2.2 Objetivos Específicos 10
3.0 MATERIAIS E MÉTODOS
11
3.1 Caracterização da Área de Estudo 12
3.2 Procedimento de Coletas 14
3.3 Avaliação Física e Química do Habitat 16
3.3.1 Fatores Climatológicos 16
3.3.2 Profundidade Média e Transparência da Água 16
3.3.3 Vazão 16
3.3.4 Correnteza da Água 17
3.3.5 Temperatura da Água, pH, Condutividade Elétrica e Oxigênio
Dissolvido e Porcentagem de Saturação 17
3.3.6 Nutrientes Inorgânicos 17
3.4 Indicadores de Qualidade da Água 21
3.4.1 Indicadores Químicos 21
3.4.1.1 Demanda Química de Oxigênio (DQO) 21
3.4.1.2 Índice do Estado Trófico (IET) 23
3.4.2 Indicadores Bióticos 24
3.4.2.1 Biomassa (Clorofila a) 24
3.4.2.2 Abundância Relativa do Fitoplâncton em Relação ao
Gradiente Horizontal 25
VII
3.4.2.3 Índices Ecológicos do Fitoplâncton 25
3.5 Análise Estatística dos Dados 28
4.0 RESULTADOS
29
ARTIGO I – ASPECTOS LIMNOLÓGICOS, DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO
E CLOROFILA-a DO CANAL DO PATAXÓ, RIO GRANDE DO NORTE.
30
Abstract 32
Resumo 33
Introdução
34
Materiais e Métodos 36
Resultados 39
Discussão 52
Agradecimentos 58
Referências Bibliográficas 58
ARTIGO II – COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA COMO INDICADORA DA
QUALIDADE DA ÁGUA NO CANAL DO PATAXÓ, RIO GRANDE DO NORTE.
62
Abstract 64
Resumo 65
Introdução 66
Materiais e Métodos 67
Resultados 70
Discussão 90
Agradecimentos 94
Referências Bibliográficas 94
5.0 DISCUSSÃO GERAL
97
6.0 CONCLUSÕES GERAIS
100
7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GERAIS
104
8.0 ANEXOS
VIII
RESUMO
O presente estudo objetivou avaliar as mudanças espaço-temporal e a qualidade da água,
através de indicadores químicos e bióticos, durante um período de estiagem (jan, fev e
nov de 2006) e um período de chuvas (março a junho de 2006). O estudo foi realizado na
Barragem Armando Ribeiro Gonçalves/RN (ARG), no Canal do Pataxó e depois da
Estação de Tratamento da Água (ETA). Os parâmetros físico-químicos foram medidos
in situ” e os valores dos nutrientes inorgânicos, clorofila a e Demanda Química de
Oxigênio (DQO) foram analisados em laboratório. As análises quali-quantitativa das
microalgas foram realizadas utilizando-se a câmara de Sedgwick-Rafter. Os resultados
indicaram que as concentrações da DQO de uma maneira geral foram baixas. Na
barragem ARG, no período de estiagem a DQO foi comparativamente mais elevada (5,21
mgL
-1
; 5,64 mgL
-1
e 6,05 mgL
-1
) do que no período de chuvas (4,52 mgL
-1
; 4,12 mgL
-1
e
4,92 mgL
-1
), respectivamente, na superfície, meio e fundo. Antes (Canal do Pataxó) e
depois da ETA os valores encontraram-se abaixo de 1,0mgL
-1
, considerado de boa
qualidade para reservatórios de abastecimento público. Apesar dos baixos valores da
DQO, a barragem ARG, o Canal do Pataxó e a água depois do tratamento foram
classificadas, respectivamente, como eutrofizada, mesotrófica e oligotrófica, segundo os
critérios do Índice de Estado Trófico. As concentrações de clorofila a na Barragem ARG
foram maiores na superfície (199,2 µgL
-1
) no período de chuvas. No Canal do Pataxó
houve um decréscimo nas concentrações de clorofila a de 1,56 µgL
-1
até 0,028 µgL
-1
e
depois da ETA o valor médio foi baixo (0,059 µgL
-1
). Houve dominância de
cianobactérias como Planktotrhix agardhii, no período de estiagem, e Microcystis sp, no
período de chuvas, nos três locais de estudo. As densidades das cianobactérias P.
agardhii e Microcistys sp na Barragem ARG e no Canal do Pataxó excederam a
densidade permitida pelo Ministério da Saúde (MS). Contudo, depois da ETA, os valores
da densidade de cianobactérias foram inferiores ao preconizado pelo MS.
IX
ABSTRACT
The current study examined spatial-temporal modifications and water quality through
chemical and biotic indicators during both dry (January, February and November 2006)
and wet seasons (March to June 2006). This study was carried out in Armando Ribeiro
Gonçalves Reservoir, RN, Canal do Pataxó and after the water station treatment (WST).
The physical-chemical parameters were measured “in situ” and inorganic nutrients,
chlorophyll a and Free Oxygen Demand (FOD) were analyzed in laboratory conditions.
Quali–quantitative analyses of phytoplankton were carried out utilizing Sedgwick-Rafter
camera. Results indicate that DQO concentrations were low. FOD concentrations in the
reservoir were comparatively higher in the dry season (5.21 mgL
-1
; 5.64 mgL
-1
e 6.05
mgL
-1
) in relation to the wet season (4.52 mgL
-1
; 4.12 mgL
-1
e 4.92 mgL
-1
), in surface,
intermediate and bottom waters, respectively. FOD values were inferior to 1.0mgL
-1
in
both Canal do Pataxó and after WST, which is considered adequate for public use
reservoirs. Although FOD concentrations were low, Armando Ribeiro Gonçalves
Reservoir, Canal do Pataxó and WST were classified as euthophizied, mesotrophic ad
oligotrophic, respectively, considering the Index of Trophic State Criteria. Chlorophyll a
concentrations in the study reservoir were higher in the surface (199.2 µgL
-1
) during the
wet season, whereas in Canal do Pataxó concentrations decreased from 1.56 µgL
-1
to
0.028 µgL
-1
, and after WST values were low (0.059 µgL
-1
). Dominance of
cianobacterias, such as Planktotrhix agardhii (dry season) and Microcystis sp (wet
season) was registered in all three areas. In the reservoir and Canal do Pataxó, density of
cianobacterias, such as P. agardhii and Microcistys sp., was superior to the values
allowed by the Health ministry (HM). However, after WST, density values of
cianobacteria were inferior to values established by the HM.
X
RELAÇÃO DE TABELAS
Página
Tabela 1 Ficha Técnica da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves e do Canal do
Pataxó. 13
Tabela 2
Critérios padrões de classificação do estado trófico (Carlson, 1977
modificado por Toledo et al, 1983): 23
ARTIGO I
Tabela 1 Parâmetros físicos e químicos da Barragem Armando Ribeiro
Gonçalves, durante os períodos de estiagem (Novembro/2006) e
chuvoso (Abril/2006).
41
Tabela 2 Nutrientes inorgânicos da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves,
durante os períodos de estiagem (Novembro/2006) e chuvoso
(Abril/2006). 45
Tabela 3 Qualidade da água em relação aos valores dos níveis de DQO em
reservatórios de abastecimento público (Fonte: Resolução nº 357 de 17
de março de 2005 do CONAMA). 49
Tabela 4 Índices de estado trófico (IET) na Barragem Armando Ribeiro
Gonçalves, antes e depois da ETA durante o período de janeiro a junho
e novembro de 2006. 51
Tabela 5 Correlação dos fatores bióticos e abióticos do período de estiagem
(jan/06, fev/06 e nov/06) antes da Estação de Tratamento da Água. 51
Tabela 6 Correlação dos fatores bióticos e abióticos do período de estiagem
(jan/06, fev/06 e nov/06) depois da Estação de Tratamento da Água.
52
Tabela 7 Correlação dos fatores bióticos e abióticos do período chuvoso
(mar/06, abr/06, maio/06 e jun/06) antes da Estação de Tratamento da
Água. 52
Tabela 8 Correlação dos fatores bióticos e abióticos do período chuvoso
(mar/06, abr/06, maio/06 e jun/06) depois da Estação de Tratamento da
Água. 52
ARTIGO II
Tabela 1 Distribuição espaço-temporal das variáveis físico-químicas na
Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, Canal do Pataxó e Depois da 72
XI
Estação de Tratamento da Água (ETA), durante o período de estudo.
Tabela 2 Distribuição espaço-temporal das concentrações de nutrientes
inorgânicos na Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, Canal do
Pataxó e Depois da Estação de Tratamento da Água (ETA), durante o
período de estudo. 73
Tabela 3 Relação N/P (Redfield ratio) antes e depois da Estação de Tratamento
da Água (ETA), durante o período de estudo.
73
Tabela 4 Lista das espécies fitoplanctônicas encontradas ao longo da barragem
Armando Ribeiro Gonçalves, Canal do Pataxó e depois da Estação de
Tratamento da Água (ETA), durante o período de estudo (janeiro a
junho e novembro de 2006). 75
Tabela 5 Abundância relativa (%) e freqüência de ocorrência - FO (%) da
comunidade fitoplanctônica encontrada no Canal do Pataxó (Antes da
ETA) e Depois da ETA no período seco de 2006. 78
Tabela 6 Abundância relativa (%) da comunidade fitoplanctônica encontrada no
Canal do Pataxó (Antes da ETA) e Depois da ETA no período chuvoso
de 2006. 80
Tabela 7 Espécies dominantes (cel.mL
-1
) Antes e Depois da ETA durante o
período de estiagem (jan, fev e nov de 2006). 83
Tabela 8 Espécies dominantes (cel.mL
-1
) Antes e Depois da ETA durante o
período chuvoso (mar, abr, maio, jun de 2006). 84
Tabela 9 Correlação de Pearson entre variáveis ambientais e grupos
fitoplanctônicos. 89
XII
RELAÇÃO DE FIGURAS
Página
Figura 1 Área de estudo. (Fonte: CAERN) 13
Figura 2 Ponto 1: Barragem Armando Ribeiro Gonçalves. 15
Figura 3 Ponto 2: Antes da estação de tratamento da água – Canal do Pataxó 15
Figura 4 Ponto 3: Depois da estação de tratamento da água 15
Figura 5 Fluxograma da análise do nitrato e nitrogênio total, segundo Golterman
et al (1978). 18
Figura 6 Fluxograma da análise do amônio, segundo Golterman et al (1978). 19
Figura 7 Fluxograma da análise do Orto-fosfato, segundo APHA (1985). 20
Figura 8 Fluxograma da análise da DQO, segundo metodologia análoga à EPA
410.4, US Standard Methods 5220D e ISO 15705. 22
ARTIGO I
Figura 1 Localização da área de estudo: Barragem Armando Ribeiro Gonçalves e
Canal do Pataxó (Fonte: CAERN).
36
Figura 2 Pontos de coleta: Ponto 1 - Barragem Armando Ribeiro (ARG). Ponto 2 -
Antes da estação de tratamento (ETA). Ponto 3 - Depois da estação de
tratamento. 37
Figura 3 Valores médios mensais da pluviometria, durante o período de janeiro a
novembro de 2006. 39
Figura 4 Perfil vertical quinzenal da transparência da água e profundidade do
Canal do Pataxó, durante o período de janeiro a junho e novembro de
2006. 40
Figura 5 Variação dos valores da temperatura da água (A), oxigênio dissolvido e
saturado (B), pH (C), condutividade elétrica (D) antes e depois da ETA,
durante o período estiagem (jan, fev e nov de 2006) e chuvoso (mar, abr,
mai, jun de 2006). 44
Figura 6 Distribuição dos nutrientes inorgânicos (A - Orto-fosfato; B - Nitrato; C -
Amônio) durante o período de janeiro a junho e novembro de 2006, antes
e depois da ETA. 47
XIII
Figura 7 Variação de A - nitrogênio total (NT) e B - fósforo total (PT) antes e
depois da ETA, durante o período de estudo.
48
Figura 8 Variação da Demanda Química de Oxigênio antes e depois da Estação de
Tratamento da Água (ETA), durante o período de janeiro a junho e
novembro de 2006. 49
Figura 9 Concentração de clorofila a (µgL
-1
) antes e depois da ETA durante os
meses de janeiro a junho e novembro de 2006.
50
ARTIGO II
Figura 1 Localização da área de estudo e pontos de coleta: Ponto 1 - Barragem
Armando Ribeiro. Ponto 2 - Antes da estação de tratamento (ETA).
Ponto 3 - Depois da estação de tratamento. 70
Figura 2 Distribuição temporal e espacial das espécies mais abundantes da
Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, durante o período de estudo.
76
Figura 3 Espécies mais abundantes no Canal do Pataxó (Antes da Estação de
Tratamento) durante o período de estiagem, com maior
representatividade a espécie Planktothrix agardhii Smith (1a e 2a) e
durante o período chuvoso (1b. Microcistys sp, 2b. Planktothrix agardhii
Smith, 3b. Aulacoseira granulata , 4b. Staurastrum sp). 86
Figura 4 Espécies mais abundantes depois da Estação de Tratamento durante o
período de estiagem com maior representatividade a espécie Planktothrix
agardhii Smith (1a), Planktothrix agardhii com heterocisto (2a) e
durante o período chuvoso (1b. Microcistys sp e 2b. Planktothrix
agardhii Smith com heterocisto).
86
Figura 5 Índices ecológicos (Riqueza, Diversidade, Dominância e Similaridade
das espécies) do fitoplâncton durante o período de estiagem (jan/06,
fev/06 e nov/06) e chuvoso (mar/06, abr/06, maio/06 e jun/06). 88
2
I
I
n
n
t
t
r
r
o
o
d
d
u
u
ç
ç
ã
ã
o
o
2
1.0 INTRODUÇÃO GERAL
1.1 – Gestão dos Recursos Hídricos
A água é de suma importância à vida e ao desenvolvimento das espécies. Trata-
se de um recurso sobre o qual serão conduzidos muitos discursos ao longo deste século.
Diversos artigos ampliam as discussões relativas à água quanto a sua importância no
planejamento ambiental e territorial e seus aspectos físicos, químicos e biológicos, o que
nos desperta o interesse pelas questões relativas a qualidade e quantidade da água
encontrada, bem como suas diversas formas de utilização (SOUZA et al, 2002).
Embora a crise global da água seja reconhecida por agências internacionais e
nacionais, pouco progresso tem sido registrado na gerência deste precioso recurso. A
gerência implica na manipulação, para conseguir alguma condição benéfica definida
relevante em função das exigências da sociedade. Três grupos sociais interagem
diretamente na função dessa gerência, incluindo as comunidades científicas, públicas e
políticas. Estes grupos devem funcionar em harmonia para poder melhor favorecer a
gerência detalhada dos sistemas naturais (THOMAS, 2004).
A terra possui 1,3 bilhão de quilômetros cúbicos de água, um total que cobre ¾
de sua superfície. Porém deste valor apenas 2,3% consiste em água doce, que encontra-
se distribuída no solo e subsolo (99,1%), lagos e pântanos (0,42%) e rios e atmosfera
(0,48%) (SOUZA et al, 2002). Atualmente são encontrados 26 países que estão em
situação de emergência, pois dispõem de menos de 1.000m
3
de água por habitante/ano,
sendo que onze destes países estão na África (FELDMANN, 1994), como por exemplo,
dois países desérticos do sul africano Botswana e Namíbia que disputam a utilização das
águas do Rio Okavango, nove no Oriente Médio, quatro na Europa, um nas Antilhas e
um no Extremo Oriente (SOUZA et al, 2002).
O Brasil, por sua vez, possui grandes disponibilidades hídricas, com
178.000m
3
/s representando 12% do total mundial (FELDMANN, 1994) e 53% do
continente sul-americano (334.000 m
3
/s) (REBOUÇAS et al, 1999). Esses valores são
maiores do que a soma dos encontrados na Europa e Oceania. Entretanto, todo este
manancial está distribuído de forma desigual em relação à densidade populacional. De
modo que, do total de recursos hídricos do país, 72,5% localizam-se na bacia do rio
Amazonas, enquanto que as bacias costeiras da região Nordeste, com exceção a do rio
São Francisco, dispõem apenas de 2,14% desses recursos. (FELDMANN, 1994).
3
Além dessa desigualdade, o uso desordenado deste recurso tem causado sérios
problemas, principalmente nos centros urbanos, onde a maioria dos problemas
relacionados com o uso da água tem sido ocasionados pela crescente contaminação dos
corpos d’água, gerando a sua minimização. As retiradas totais de água para múltiplos
usos mostram um crescimento considerável no volume utilizado ao longo dos anos. De
modo que, o uso de água em km
3
/ano a partir do ano de 1970 até 2001, para suprimento
doméstico, teve crescimento em torno de 200%, para indústria mais de 150% e para a
agricultura quase 100% (GLEICK, 1993; PIELOU, 1998; TUNDISI, 2001).
O Nordeste é uma macro-região com 1.542.271 km
2
e a segunda mais populosa
do país (47,7 milhões de habitantes em 2001) e tem sido com freqüência confundida
com a zona de incidência das secas, o chamado Polígono das secas (936.993 km
2
),
delimitado pela Lei nº 1348 de 10 de fevereiro de 1951 (REBOUÇAS, 1997).
Na micro-região do semi-árido nordestino, a exploração racional dos recursos
hídricos, considerando seus múltiplos usos, principalmente, sua utilização para
abastecimento humano e realização de atividades, como por exemplo, irrigação e
recreação, constituem o grande desafio a ser enfrentado neste século. Para garantir a
oferta de água às populações desta região foram implementados diversos programas de
gestão dos recursos hídricos no estado do Rio Grande do Norte. Assim, diversas cidades
foram beneficiadas, através da construção do sistema de adutoras que favorece o
desenvolvimento sustentável, embora algumas vezes tenham ocorrido impactos na
qualidade da água de proporções variáveis com conseqüências ecológicas, econômicas e
sociais que se reflete na saúde humana (SERHID, 2006).
Deste modo, é necessário conhecer as características físicas, químicas e
biológicas destes sistemas. As alterações das condições do ambiente, sejam elas
causadas por ações antrópicas ou naturais poderão ser detectadas, através da análise de
parâmetros como por exemplo, pH, temperatura, oxigênio dissolvido, nutrientes,
clorofila-a, grupos fitoplanctônicos, dentre outros, com possibilidade de antecipar
estágios avançados de processos de eutrofização artificial e de corrigir ações que
possam vir a causar tais alterações. Tal procedimento proporciona um melhor
monitoramento das condições ambientais e garante a disponibilidade de água no
presente e no futuro (XAVIER, 2005).
4
1.2 – Reservatórios Artificiais no Nordeste Brasileiro
Devido à incerteza em relação à regularidade da estação chuvosa e a escassez de
chuvas, além de solo desfavorável para absorção de água na região do nordeste
brasileiro, a construção de reservatórios artificiais como açudes públicos, barragens e
canais de transposição de água, constitui o mais apropriado meio para mitigar as
necessidades hídricas dessa região (SERHID, 2006).
Atualmente as vinte e oito maiores represas do Nordeste, com capacidade para
acumular cerca de 18 bilhões de m
3
de água, utilizam apenas 30% desse volume em
sistemas de abastecimento ou em irrigação. Os 70% restantes, estão sujeitos aos
constantes processos de evaporação. Os projetos de construção de represas como, por
exemplo, o da represa Pirapama, localizada na região metropolitana do grande Recife,
poderão minimizar o problema de racionamento de água das grandes cidades, quando
forem viabilizados. Além destes, outros reservatórios são importantes para o
abastecimento das populações nos estados Nordestinos. Entre eles encontra-se a
segunda maior represa do nordeste denominada Armando Ribeiro Gonçalves, localizada
no Rio Grande do Norte. Esta represa possui capacidade de 2,4 bilhões de m
3
de água e
teria condições de abastecer, juntamente com as águas existentes no subsolo da parte
sedimentária do estado, toda a população norte-riograndense nos próximos vinte e cinco
anos. Outra represa que merece destaque é a represa Castanhão, localizada no Ceará e
considerada a maior do nordeste, com cerca de 6,7 bilhões de m
3
de capacidade. Há
sugestões de que esta represa resolveria, por gerações, o problema de abastecimento da
grande Fortaleza e regiões circunvizinhas (SUASSUNA, 2005).
No estado do Rio Grande do Norte, diversos estudos sobre análises qualitativa e
quantitativa do fitoplâncton, produção primária, fatores ambientais e clorofila-a foram
realizados em alguns ecossistemas limnéticos. Dentre estes estudos, podemos citar as
pesquisas realizadas por ARAÚJO (1997), CHELLAPPA et al (1998), COSTA (1999),
COSTA (2003), NASCIMENTO (2003), SOUZA (2003) e BORBA (2005). Com base
nestes estudos a maioria dos ecossistemas encontra-se em estado trófico comprometido
com dominância de cianobactérias.
A construção de barragens e canais causa uma alteração no curso normal da água
pela mudança de um sistema limnético lótico para lêntico. Na maioria das vezes este
procedimento traz conseqüências ecológicas e sociais negativas, relacionadas com a
formação de lagos artificiais. Os lagos artificiais geralmente encontram-se eutrofizados,
apresentando mudanças nas características físico-químicas e biológicas do sistema.
5
Além disso, há proliferação de doenças relacionadas à perda da qualidade da água,
principalmente devido a altas concentrações de algas tóxicas (MARINHO, 2000).
O estudo horizontal da comunidade fitoplanctônicas assim como de sua riqueza,
diversidade, dominância, equitatividade das espécies e biomassa entre a Barragem
Armando Ribeiro Gonçalves, o Canal do Pataxó e a estação de tratamento da água, nos
fornece subsídios para a compreensão da teoria de Vannote et al (1980) em relação à
continuidade do rio. Essa teoria é considerada um modelo para explicar as mudanças
que podem ocorrer ao longo do fluxo de um rio, desde sua cabeceira até sua
desembocadura, principalmente em relação às comunidades biológicas.
1.3 – Demanda Química de Oxigênio e Qualidade da Água.
A Demanda Química de Oxigênio é utilizada para medir a concentração da
matéria orgânica biodegradável e a quantidade de oxigênio dissolvido e consumido por
bactérias durante o processo de decomposição. Além disso, a demanda química de
oxigênio engloba também a estabilização da matéria orgânica, ocorrida por processos
químicos que geralmente é utilizada como um indicador de qualidade da água, nos
estudos de poluição orgânica.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA (2005), na Resolução
357 de 17 de Março de 2005, dispõe sobre a classificação dos corpos de água e as
diretrizes ambientais para seu enquadramento. De acordo com essa classificação, as
águas destinadas ao abastecimento para consumo humano estão inserida na classe 1 e
dispõem de 3,0 mg.L
-1
de O
2,
como valor máximo para a demanda de oxigênio.
1.4 – Fitoplâncton como Indicadores de Qualidade da Água
Dentre os processos que ocorrem nos ecossistemas aquáticos, a produção
primária do fitoplâncton é de fundamental importância e tem sido evidenciada por
vários pesquisadores, principalmente para rios e pequenos cursos d’água. Os
conhecimentos relativos à produção primária do fitoplâncton são necessários, uma vez
que seus componentes constituem a base da cadeia alimentar em muitos sistemas lóticos
(RODRIGUES, 2000); e podem contribuir em até 96,2% de produção primária por esta
comunidade (ESTEVES, 1988), sendo os principais responsáveis pelo fluxo de energia
e ciclagem de nutrientes nos ecossistemas lacustres (POMPEO, 1996).
No metabolismo de um sistema aquático, o processo mais importante é a
produção de matéria fotossintética pela comunidade de microalgas. Esta comunidade
6
transforma a energia luminosa em energia química, estoca esta energia na forma de
matéria orgânica, em compostos como carboidratos, proteínas e lipídeos, contribuindo
para a produtividade primária do ambiente. A biomassa em lagos e reservatórios
depende da disponibilidade de nutrientes, dos fatores físicos, do aporte de material em
suspensão que impede a entrada de luz ao longo da coluna d’água e da perda constante
de material biológico devido à saída da água pelas turbinas ou movimentação
unidirecional de determinados canais de transposição (CALIJURI et al, 1999).
Segundo Chellappa (2001), diversos ecossistemas limnéticos podem ser
biomonitorados, utilizando-se as microalgas como indicadoras da qualidade da água. A
sua riqueza, diversidade, abundância, dominância, e os níveis de clorofila-a em relação
aos nutrientes e à correnteza da água, proporcionam importantes informações sobre os
diversos ecossistemas e suas variações em relação à poluição. Conhecendo-se as
interações entre a variabilidade ambiental, a produtividade primária e a dinâmica da
comunidade fitoplanctonica e perifítica pode-se entender melhor os processos
ecológicos e avaliar a qualidade dos sistemas aquáticos.
Podemos encontrar espécies que são sensíveis ou resistentes a determinadas
poluições de acordo com as variações da comunidade fitoplanctônica. Essas
comunidades apresentam resposta rápida às modificações nas condições ambientais.
Tais respostas são vantajosas em relação às análises físicas e químicas isoladas. As
análises químicas isoladas registram apenas a situação momentânea do ambiente e não
são capazes de detectar perturbações não-pontuais (PRATT & COLER, 1976). Portanto,
o monitoramento das condições físicas e químicas da água deve ser paralelo ao
biológico (TUNDISI, 2003). A interação dos organismos com as condições ambientais
permite que a avaliação biológica seja utilizada com bastante eficácia, tanto na detecção
de ondas tóxicas intermitentes agudas, quanto de lançamentos crônicos contínuos (DE
PAUW & VANHOOREN, 1983).
1.5 – Microalgas e Tratamento da água
O tratamento da água é utilizado para modificar as características da água bruta
de maneira a atender à qualidade necessária a um determinado uso. No caso de
abastecimento público, a água deve ter sua qualidade ajustada, de forma a atender aos
padrões de potabilidade exigidos pelo Ministério da Saúde, com base em
recomendações internacionais.(CASSINI, 2006).
7
A água bruta de diversos mananciais frequentemente não é apropriada para o
consumo humano e deve ser submetida a alguns processos de tratamento, que onsiste na
aplicação de aditivo químico em diversos esgios. O primeiro estágio é a floculação,
onde é adicionado o sulfato de alumínio para agregar as partículas em suspensão,
fazendo com que estas se tornem pesadas e se precipitem. Neste momento, a água é
enviada para os decantadores, onde ocorre o processo de decantação. Em seguida, a
água vai para um terceiro estágio que é a filtração. Após passar pelos filtros, onde
deixou o restante das impurezas, a água segue para a cloração (desinfecção) e correção
de pH até atingir o padrão considerado potável. A partir daí, é lançada em um grande
reservatório, de onde é distribuída à população (CAERN, 2004).
A presença das algas na água bruta conduzidas às estações de tratamento pode
causar problemas operacionais em várias etapas do tratamento, como por exemplo,
dificuldade de coagulação e floculação, a baixa eficiência do processo de sedimentação,
a obstrução dos filtros e o aumento da necessidade de produtos para a desinfecção.
Como conseqüência desses problemas operacionais, verifica-se, geralmente, a redução
na eficiência dos processos de tratamento e o surgimento de problemas na água tratada,
associados à presença de algas, cianobactérias e seus subprodutos extracelulares
(HAARHOFF & CLEASBY, 1989; EDZWALD & WINGLER, 1990; EDZWALD,
1993; KAUR et al., 1994; DI BERNARDO, 1995; BRANDÃO et al., 1996).
Alguns tipos particulares de algas, que crescem em lagos e reservatórios muito
enriquecidos com nutrientes liberam na água toxinas, que mesmo em baixa
concentração podem causar danos nas células ou nos organismos (CODD et al, 2005).
Existem diversas formas moleculares de toxinas, dentre elas, as denominadas
neurotoxinas (anatoxinas e saxitoxinas) que são alcalóides produzidos por espécies dos
gêneros Anabaena, Aphanizomenon, Oscillatoria e Cylindrospermopsis. As toxinas
causam desequilíbrio, fasciculação muscular, respiração ofegante, convulsões e morte.
A morte é decorrente da parada respiratória, que ocorre de poucos minutos a poucas
horas, dependendo da dosagem e consumo prévio. Além disso, as toxinas podem estar
relacionadas com o surgimento de doenças degenerativas como, por exemplo, o mal de
Parkinson ou de Alzheimer, além da doença de Lou Gehrig. As chamadas hepatotoxinas
(microcistinas e nodularinas) identificadas como heptapeptídeos cíclicos produzidos por
gêneros como Microcystis, Anabaena, Planktothrix, Anabaenopsis, e Nostoc causam
anorexia, vômitos, dor abdominal, diarréia e possível morte, decorrente de hemorragia
intra-hepática (AZEVEDO, 1998).
8
A Portaria 518 de março de 2004, publicada no Diário Oficial Nº. 38 de
22/02/2001, reviu a anterior Portaria 36 que tratava da Potabilidade da água. Essa
portaria incluiu novos parâmetros e critérios inexistentes na edição anterior. Merecem
destaques na atual Portaria os itens relacionados com as cianobactérias, como os artigos
mencionados abaixo:
“Art.4o-X. Cianobactérias - microorganismos procarióticos autotróficos,
também denominados como cianofíceas (algas azuis), capazes de ocorrer em qualquer
manancial superficial especialmente naqueles com elevados níveis de nutrientes
(nitrogênio e fósforo), podendo produzir efeitos adversos à saúde
Art. 18. § 3º. Sempre que o número de cianobactérias na água do manancial, no
ponto de captação, exceder 20.000 células/ml (2mm3/l de biovolume) será exigido a
investigação semanal de cianotoxinas na água na saída do tratamento, em que a
análise de cianotoxinas poderá ser dispensada quando não houver comprovação de
toxicidade aguda por meio da realização de bioensaios em camundongos.
Art. 19 § 1o. O monitoramento de cianobactérias na água do manancial, no
ponto de captação, deve obedecer a freqüência mensal quando o número de
cianobactérias não exceder 10.000 células /mL (ou 1mm
3
/L de biovolume) e, semanal,
quando o número de cianobactérias exceder este valor”. (Portaria MS nº.518/2004, 25
de março de 2004).
O manejo das florações de microalgas envolve medidas de caráter preventivo e
corretivo. Vários métodos de prevenção vêm sendo utilizados por apresentar uma
abordagem mais racional. De acordo com Chorus & Bartran (1999), os métodos de
prevenção incluem técnicas de manejo da bacia hidrográfica para minimizar aportes de
nitrogênio e fósforo, tratamento da água através de processos físicos e químicos e
controle biológico. Para a aplicação de uma determinada técnica de prevenção é
fundamental considerar as informações sobre os usos da bacia hidrográfica e das
variáveis físicas, químicas e biológicas do sistema. Isso porque essas variáveis atuam
sinergicamente e antagonicamente ao metabolismo fisiológico, crescimento e potencial
reprodutivo das microalgas (PEARL et al, 2001).
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O
b
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j
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2.0 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Este trabalho teve como objetivo, analisar a Demanda Química de Oxigênio
(DQO), biomassa (clorofila a) e caracterizar a comunidade fitoplanctônica na Barragem
Armando Ribeiro Gonçalves, no Canal do Pataxó/RN e após a Estação de Tratamento
da Água (ETA) durante um ciclo semestral, correlacionar a constituição e possíveis
mudanças espaço-temporal com os fatores físico-químicos e ambientais, e avaliar a
qualidade da água após seu tratamento e oferecer um diagnóstico para sua utilização
pela população.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Determinar as variações dos fatores físicos e químicos da água durante um ciclo
semestral (janeiro/06 a junho/06) (Artigo I).
Avaliar as concentrações da Demanda Química de Oxigênio (DQO) na água (Artigo
I)
Estimar a concentração de Clorofila a (Artigo I).
Analisar qualitativa e quantitativamente o fitoplâncton, identificando e estimando a
densidade numérica e abundância relativa das espécies (Artigo II).
Avaliar os índices de riqueza, diversidade, dominância e equitatividade das
microalgas (Artigo II).
Verificar a eficácia da ETA, avaliando a qualidade da água através da comparação
entre os fatores físicos, químicos e biológicos antes e depois da ETA (Artigo I e II).
10
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M
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12
3.0 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 – Caracterização da Área de Estudo
A Barragem Armando Ribeiro Gonçalves formada pelo represamento do Rio
Piranhas-Assú é considerada o maior reservatório destinado ao abastecimento público e
irrigação da América Latina. Esta barragem representa a principal fonte de
abastecimento do Canal do Pataxó, que por sua vez, está inserido na zona do Sertão do
Estado do Rio Grande do Norte, região Nordeste do Brasil. O Canal do Pataxó apresenta
9km de extensão, iniciando-se na barragem Armando Ribeiro Gonçalves, no município
de Assu, de onde a água é captada e conduzida até o Rio Pataxó, situado no município
de Ipanguaçú. Em seu trajeto, o canal cruza as rodovias BR-304 (Natal - Mossoró) e a
RN-118 (BR-304 a Macau - em dois lugares distintos) (Figura 1). A barragem e o Canal
do Pataxó apresentam características específicas e distintas que estão apresentadas na
tabela 1.
O trecho da barragem onde se desenvolveu o estudo localiza-se próximo à
tubulação de captação da água para o Canal do Pataxó, entre as coordenadas
5º40’12.10”S e 36º52’43.18”W. No canal, o estudo realizou-se próximo à BR-304,
distante 210km a Oeste de Natal, capital do Estado, entre as coordenadas 5º38’36.32”S
e 36º52’54.58”W. A partir deste local, a água não tratada é captada e recebe aditivos
químicos na Estação de Tratamento da Água (ETA). O tratamento da água é coordenado
pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN), tornando-a
apropriada para o consumo dos habitantes das cidades de Angicos, Fernando Pedrosa,
Pedro Avelino, Lajes, Caiçara do Rio dos Ventos, Riachuelo, Pedra Preta e Jardim de
Angicos, além de 32 comunidades rurais, que são abastecidas pelo sistema adutor Sertão
Central Cabugi. Este sistema beneficia mais de 47 mil habitantes na região central do
estado e além disso possibilita o acréscimo da área irrigada do Estado em mais de 2.500
hectares, em uma região onde a água é considerada um recurso limitante (SERHID,
2004).
O clima da região é classificado como Tropical Semi-Árido, apresentando
grande déficit hídrico, temperaturas elevadas, altas taxas de evaporação e baixa
umidade. Este tipo de clima caracteriza-se pela presença de períodos chuvosos nos
meses de março a junho em que as chuvas são mais concentradas e períodos de
estiagem, de novembro a fevereiro. A precipitação anual gira em torno de 350-650 mm
(CHAGAS, 1997).
13
Figura 1 – Área de estudo. (Fonte: CAERN).
Tabela 1 - Ficha Técnica da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves e do Canal do
Pataxó.
Fonte:SERHID/RN
Barragem Armando Ribeiro
Gonçalves
Canal do Pataxó
Localização:
Município: Assú / RN.
Situado: na micro-região do vale
do Assú.
Formada pelo represamento do
Rio piranhas-Assu.
Município: Ipanguaçu / RN
Situado: Em Pataxós à 18,5 km
da cidade de Ipanguaçu.
Coord: 9268,62 KmN e
739,621 KmE.
Rio Barrado: Rio Pataxó
Caracterização
Hidrológica:
Capacidade: 2.4 x 10
9
m
3
Volume atual médio: 1.9 x 10
9
m
3
Volume Atual (%): 37,91 %
Vazão de regularização: 13,2
m
3
/s.
Precipitação média anual: 320
(mm)
Capacidade: 24.500.000 m
3
Volume atual: 9.287.091 m
3
Volume Atual (%): 37,91 %.
Vazão de regularização: 2,2
m
3
/s.
Caracterização
da Obra:
Altura máxima da barragem:
40m de extensão.
Profundidade máxima: 43m
Extensão: 9.000 metros
Tipo: 1º trecho - Alvenaria de
pedra com seção retangular de
1,70m de altura e 3,5 m de
largura.
trecho - 6.200 metros
em concreto armado, com 3
seções distintas: 1,70 metros de
altura e 3,50 metros de largura,
1,20 metros de altura e 2,00 de
largura, e 1,20 de altura e 2,70
metros de largura.
14
3.2 – Procedimento de coletas
As coletas foram realizadas quinzenalmente, num ciclo sazonal de 7 meses,
durante um período de estiagem (janeiro/06, fevereiro/06 e novembro/06) e durante um
período chuvoso de março/06 a junho/06. Para detectar possíveis variações temporais da
comunidade de microalgas, as coletas foram realizadas entre 10h00min e 12h00min, em
três pontos distintos. O primeiro ponto localizou-se na Barragem Armando Ribeiro
Gonçalves, onde ocorreram duas coletas em estratos verticais (superfície, meio e fundo)
com o auxílio da garrafa de Van Dorn com capacidade para 5 litros. As coletas foram
realizadas aproximadamente a 400m do talude da barragem, sendo uma no período seco
(novembro/06) e outra no período chuvoso (abril/06) (Fig 2). O segundo ponto,
localizou-se a 80m antes da Estação de Tratamento da Água (ETA) (Fig 3), e o terceiro,
localizou-se após a ETA. Nesta última a água foi coletada a partir de uma torneira ao
lado da tubulação, através da qual a água tratada é enviada às cidades beneficiadas (Fig
4).
15
Figura 2 – Ponto 1: Barragem Armando Ribeiro Gonçalves
Figura 3 – Ponto 2: Antes da estação de tratamento da água – Canal do Pataxó
Figura 4 – Ponto 3: Depois da estação de tratamento da água
16
3.3 – Avaliação Física e Química do Habitat
3.3.1 – Fatores Climatológicos
Os dados referentes às variáveis climatológicas como temperatura do ar,
precipitação pluviométrica, evaporação e velocidade do vento e os valores em relação
aos meses em que se realizou o estudo foram concedidos pela Empresa Agropecuária do
Rio Grande do Norte (EMPARN), com base nos dados obtidos da cidade de Assú/RN.
A temperatura do ar é uma medida que fornece informações sobre a temperatura
esperada da água. Assim, se a temperatura do ar for 30ºC, então a temperatura esperada
da água será entre 20-30ºC. Porém, se a temperatura da água encontrar-se com valor de
10ºC, poderão ser pesquisados uma provável fonte de água subterrânea (HAUER &
LAMBERT, 1996).
3.3.2 – Profundidade média e transparência da água
A profundidade no trecho estudado na barragem foi medida em metros. Foram
realizadas medidas em ¼ de distância a partir da borda da água (superfície), novamente
em ½ de distância (meio) e em ¾ ao longo da coluna d’água (fundo). No Canal do
Pataxó, foram realizadas coletas apenas em um ponto (¾ de distância a partir da borda
da água) ao longo da coluna d’água, devido a sua baixa profundidade. Foram realizadas
três medições em trechos próximos para estimar posteriormente a profundidade média.
Tal medição realizou-se na barragem no mês de abril, dentro do período chuvoso e no
mês de novembro, dentro do período de estiagem. No Canal do Pataxó, as medições
foram realizadas quinzenalmente.
Para medir a transparência da água foi utilizado o disco de Secchi, medindo 20
cm de diâmetro. Não foi possível medir a transparência da água após a Estação de
tratamento, em decorrência de a coleta ter se realizado a partir de uma torneira. A leitura
da transparência na barragem e Canal do Pataxó foi feita a partir da medida aproximada
das profundidades de desaparecimento e ressurgimento do disco.
3.3.3 – Vazão
A vazão é o produto entre a largura, a profundidade média e a correnteza,
medidas em metros. Para o cálculo desta variável física foram utilizados os três
resultados das medidas para cada três pontos do Canal do Pataxó. Em seguida, foi
realizada uma média a fim de se obter o valor da vazão em m
3
/s. Para a barragem, os
17
valores da vazão foram obtidos através do Departamento Nacional de Obras Contra as
Secas (DNOCS).
3.3.4 – Correnteza da água
Foram colocados uma fita adesiva com comprimento de 10m ao longo da borda
do canal e um flutuador neutro no interior da água. O flutuador seguiu o fluxo da água
ao longo da fita e foi cronometrado o tempo (em segundos) desde o lançamento do
objeto até sua ultrapassagem da fita, com um percurso de 10 metros. Tal procedimento
foi repetido 5 vezes em cada coleta e realizada uma média final da velocidade em m/s.
3.3.5 – Temperatura da Água, pH, Condutividade Elétrica, Oxigênio
Dissolvido e Porcentagem de Saturação.
Para determinar a temperatura da água (ºC), o pH, a condutividade elétrica
(µScm
-1
) e o oxigênio dissolvido (mgL
-1
) foram utilizados sondas específicas do kit
multiparâmetro WTW Multi 340i.
3.3.6 – Nutrientes Inorgânicos
Para a análise das concentrações de nutrientes inorgânicos, as amostras de água
foram coletadas em garrafas de polietileno de 500ml. Na barragem, a coleta foi
realizada na superfície, meio (20) e fundo com auxílio da garrafa de Van Dorn. No
Canal do Pataxó, as coletas foram realizadas em uma profundidade de 0,5 m ao longo
da coluna d’água. Depois da ETA as coletas foram realizadas a partir da água da
torneira ao lado da tubulação da adutora. As amostras foram acondicionadas e
transportadas em gelo até o laboratório, onde foram congeladas para sua posterior
análise. Para os nutrientes dissolvidos as amostras foram filtradas por meio de filtros de
fibra de vidro Whatman 934-AH com 24 mm de diâmetro e para a análise dos nutrientes
totais foi utilizada as amostras não filtradas. Em seguida, foram analisados através da
metodologia recomendada por Golterman et al., (1978), o nitrogênio total e o nitrato
(NO
-
3
) (Figura 5) e o amônio (NH
4
+
) (Figura 6). Pelo método de Apha (1985), foram
obtidos os valores do fósforo total e do orto-fosfato (PO
4
-3
) (Figura 7). As leituras das
análises foram feitas em espectrofotômetro modelo Gênesys UV, onde foram
encontradas suas respectivas absorbâncias para posterior aplicação nas fórmulas
referentes a cada nutriente, obtendo-se deste modo, seu teor em mgL
-1
. Os resultados
18
foram comparados com os valores máximos permitido pelo CONAMA para águas de
abastecimento público (Classe 1).
Figura 5 – Fluxograma da análise do nitrato e nitrogênio total,
segundo Golteman et al (1978)
ANÁLISE DO NITRATO
20ml da Amostra
Adicionar 1 ml de salicilato de sódio 1,5%
Levar à placa quente para secar
Adicionar 2 ml de Ácido Sulfúrico
Aguardar 10 min
Adicionar 10ml de água destilada
Repouso por 10 min
Adicionar 10 ml de tartarato duplo de sódio e potássio
Aguardar 10 min
Adicionar lentamente 10 ml de tartarato duplo de sódio e potássio
Transferir para balão volumétrico de 100ml e completar com água destilada
Leitura da absorbância no espectrofotômetro em 410nm
ANÁLISE DO NITRATO
20ml da Amostra
Adicionar 1 ml de salicilato de sódio 1,5%
Levar à placa quente para secar
Adicionar 2 ml de Ácido Sulfúrico
Aguardar 10 min
Adicionar 10ml de água destilada
Repouso por 10 min
Adicionar 10 ml de tartarato duplo de sódio e potássio
Aguardar 10 min
Adicionar lentamente 10 ml de tartarato duplo de sódio e potássio
Transferir para balão volumétrico de 100ml e completar com água destilada
Leitura da absorbância no espectrofotômetro em 410nm
19
Figura 6 – Fluxograma da análise do amônio, segundo Golterman et al (1978)
50 ml da Amostra
Adicionar 1 ml de sulfato de cobre 10% e 1 ml de NaOH 12N
Deixar decantar e filtrar em algodão de vidro
Adicionar 2 ml de ácido sulfúrico
Transferir para balão de 100 ml
Adicionar 2 ml de Reagente de Nesler
Aguardar 10 min
Leitura da absorbância no espectrofotômetro em 450nm
ANÁLISE DO AMÔNIO
20
Figura 7 – Fluxograma da análise do Orto-fosfato, segundo APHA (1985).
ANÁLISE DO ORTO-FOSFATO
100 ml da Amostra
Adicionar 2 ml de Molibdato de Amônio
Adicionar 3 gotas de Cloreto Estanhoso
Agitar por inversão
Aguardar por 5 min
Leitura da absorbância no espectrofotômetro em 450nm
21
3.4 – Indicadores de qualidade da água
Para avaliar a qualidade da água e diagnosticá-la como apropriada ao consumo
humano foram utilizados indicadores químicos (Demanda Química de Oxigênio e
Índice do Estado Trófico), assim como indicadores bióticos representados pela
biomassa (Clorofila a), abundancia relativa e índices ecológicos (riqueza, diversidade,
dominância e equitatividade das espécies).
3.4.1 – Indicadores químicos
3.4.1.1 – Demanda Química de Oxigênio (DQO)
Para a análise da DQO (mgL
-1
) foi empregada a metodologia descrita na figura 8
e análoga à metodologia aplicada pela Environmental Protection Agency's (EPA 410.4),
US Standard Methods 5220D e ISO 15705, com o auxílio do digestor modelo
Spectroquant TR 240 marca MERCK. A demanda química de oxigênio consiste em
uma técnica utilizada para a avaliação do potencial de matéria redutora de uma amostra,
através de um processo de oxidação química em que se emprega o dicromato de
potássio (K
2
Cr
2
O
7
). É uma medida do equivalente de oxigênio da porção de matéria
orgânica na amostra que é susceptível à oxidação por um oxidante forte, podendo ser
utilizada para auxiliar na análise da qualidade da água dos diversos ecossistemas
aquáticos.
22
Figura 8 – Fluxograma da análise da DQO, segundo metodologia análoga à EPA 410.4,
US Standard Methods 5220D e ISO 15705
ANÁLISE DE DQO
Pipetar 0,3 ml da SOLUÇÃO A
(Utilizar pipeta de 1ml)
Pipetar 2,85 ml da SOLUÇÃO B
(Utilizar pipeta de 5ml)
Pipetar 3 ml da AMOSTRA
(Utilizar pipeta de 5ml)
Levar a cubeta para o digestor utilizando o
Método - 1: 148ºC: 2:00
Retirar as cubetas e deixar em
repouso por 10 minutos
Agitar e esperar mais 20 minutos
Retirar o sobrenadante e ler no espectro em 340 nm
23
3.4.1.2 – Índice do Estado Trófico (IET)
Para calcular o Índice do Estado Trófico calculado utilizando o índice de
Carlson (1977) modificado para ambientes tropicais por Toledo et al (1983) (Tabela 2),
que inclui uma expressão para o fósforo total solúvel reativo atribuindo maior peso para
o fósforo total, orto-fosfato e clorofila a e menor peso à transparência, conforme
ilustrado a seguir:
IET (S) = 10(6-0,64 + lnS) , onde S = valor do disco de Secchi
ln2
IET (P) = 10 [6-ln (80,32/P)], onde P = concentração de fósforo total
ln2
IET (PO
4
) = 10 [6-ln(21,67/PO
4
)], onde PO
4
= concentração de orto-fosfato
ln2
IET (CHL) = 10 (6-2,04 – 0,695ln CHL), onde CHL = valor de clorofila a
ln2
IET = IET(S) + 2[(IET (P) + IET (PO
4
) + IET (CHL)]
7
Tabela 2 – Critérios padrões de classificação do estado trófico (CARLSON, 1977
modificado por TOLEDO et al, 1983):
Estado Trófico IET
Oligotrófico < 44
Mesotrófico 44 – 54
Eutrófico >54
24
3.4.2 Indicadores Bióticos
3.4.2.1 – Biomassa (Clorofila a)
Para a análise da clorofila a (µgL
-1
) foram coletadas amostras em garrafas de
polietileno de 600ml, em 0,5m da coluna d’água. As amostras foram acondicionadas,
protegidas da luz e transportadas para o laboratório sob refrigeração.
Em laboratório, foi filtrado um volume variando entre 100 e 200 ml da amostra
de acordo com o material em suspensão existente na água. A filtragem se realizou com
auxílio de bomba a vácuo na ausência de luz, utilizando-se filtro de fibra de vidro
Whatman 934-AH com 24 mm de diâmetro. Adicionou-se 1 mL de Carbonato de
Magnésio (MgCO
3
) na amostra para evitar a acidificação e a conseqüente transformação
da clorofila em feofitina. Os filtros para extração dos pigmentos foram manuseados com
pinça metálica e colocados em tubos de ensaio, contendo 10mL de acetona 90%,
envolvidos com papel alumínio a fim de se manter protegidos da luz por cerca de 24hs.
Após esse período, a amostra foi centrifugada por 10 minutos numa velocidade de 4500
rpm e o sobrenadante foi retirado e colocado em uma cubeta de 5cm para a leitura das
absorbâncias em espectrofotômetro digital, modelo Genesys 10UV nos comprimentos
de onda de 665nm, determinando o pico de absorção da luz pela clorofila a e 750nm
para uma correção aproximada dos pigmentos coloridos e para a turbidez.
Foram utilizados valores de absorbância para calcular a concentração de
clorofila a, através da fórmula de Marker et al, (1980), conforme mostra as equações a
seguir:
Onde:
A = Coeficiente de absorção (11,0);
K = Índice de correção (2,43);
v = Volume da acetona 90% (10 mL);
Vf = Volume da amostra filtrada em litros (l);
L = Caminho óptico da cubeta (1cm);
665 a = Absorbância do extrato não acidificado;
665 d = Absorbância do extrato acidificado;
Clorofila a = A x K x (665a – 665 d)x v
Vf x L
25
3.4.2.2 – Abundância Relativa do Fitoplâncton em Relação ao Gradiente
Horizontal
As amostras foram coletadas nas três estações estudadas com o auxílio de
garrafas de polietileno, lavadas previamente com ácido clorídrico em uma proporção de
1:3 e enxaguadas com água destilada. As amostras do fitoplâncton foram realizadas
utilizando-se rede de malha 20 µm filtrando 21 litros de água bruta. Em seguida, as
amostras foram fixadas em solução de Iodo-Lugol, segundo Chellappa (1990). Em
laboratório as amostra foram analisadas com o auxílio de um microscópio da marca
Taimim TM800, utilizando-se aumento de 40x.
Para as identificações taxonômicas dos principais gêneros e espécies foram
consultadas as obras de Smith (1950), Desikachary (1959), Bicudo & Bicudo (1970);
Prescott (1970); Lind & Brook (1980), Barber & Haworth (1981), Parra et al (1983);
Wehr & Sheath (2003); Bicudo & Menezes (2005).
Para determinação quantitativa da comunidade fitoplanctônica foi utilizada
câmera de Sedgwick-Rafter, que possui 1mL de volume com fundo contendo 1.000
quadrados. Após 48 horas de sedimentação as amostras contidas em garrafas de
polietileno de 1 litro, foram sinfonadas desprezando-se parte do volume sobrenadante.
O restante foi homogeneizado para evitar que as microalgas permanecessem no fundo.
Foi transferida para a câmara de contagem, uma sub-amostra utilizando-se uma ponteira
de 1mL. A câmara de contagem foi observada no microscópio óptico de marca Taimim
TM800 e nela foram contados 10 quadrados aleatórios. Durante a contagem foram
considerados como um indivíduo, as células isoladas, as colônias inteiras e
fragmentadas e os filamentos contendo mais de 10 células.
3.4.2.3 – Índices Ecológicos do Fitoplâncton
Os índices ecológicos são utilizados para caracterizar a estrutura da comunidade,
reúne várias informações e pode ser usado como uma variável ambiental adicional. A
quantificação da biodiversidade depende basicamente do número de espécies presentes
(S), riqueza de espécies (R) e da distribuição de indivíduos entre as espécies
(Similaridade). Assim, a avaliação semi-quantitativa destes índices permitem
caracterizar as relações de abundância de espécies na comunidade estabelecendo
diferenças relacionadas com riqueza, número de espécies e uniformidade de distribuição
dos indivíduos (PIELOU, 1966; MARGALEF, 1958).
26
Os índices ecológicos do fitoplâncton foram calculados a partir dos números de
organismos obtidos e analisados no Canal do Pataxó e depois da ETA devido ao maior
número de amostras. De acordo com Whittaker (1972), existem três tipos de
diversidade, mas neste trabalho utilizaremos para o fitoplâncton apenas a alfa-
diversidade (α), que está relacionada com a diversidade local (mesmo habitat) e a beta-
diversidade (β), que está relacionada com a diversidade de locais diferentes (Canal do
Pataxó e depois da ETA). A seguir, encontra-se a descrição metodológica para obtenção
dos valores dos índices ecológicos estudados.
- Riqueza das espécies
Este índice avalia o número total de espécies, enfatizando as proporções
relativas das diferentes espécies na comunidade. Foi calculada segundo a fórmula de
Margalef (1958):
Onde:
R= Riqueza de espécies
S= Número total de espécies na amostra
N= Número total de indivíduos na amostra
- Diversidade das espécies
O índice de diversidade de Shannon-Weaner (1949) foi utilizado como medida
numérica de diversidade. Expressa a quantificação do número de espécies (riqueza de
espécies) na comunidade e sua distribuição entre elas. Permite, portanto avaliar tanto a
abundancia como a similaridade das espécies. Foi escolhido por ser de aplicação
simples e prática e os valores obtidos podem ser comparados teoricamente. Para o seu
cálculo foi utilizada a seguinte fórmula:
Onde:
H’= Índice de diversidade de Shannon-Weaver
R = S – 1
Log N
H’ = -
Σ
(n/N). log(n/N)
27
n = Número de indivíduos de cada espécie na amostra
N = Número total de indivíduos na amostra
- Dominância das espécies
Esta é uma medida baseada na importância proporcional da espécie mais
abundante na amostra. Nesta pesquisa foi determinada segundo Bergen-Parker (1970),
utilizando a fórmula abaixo:
Onde:
IBP = Índice de Bergen-Parker
Nmáx = Número máximo de indivíduos da espécie mais abundante na amostra
NT= Número total de indivíduos da amostra
- Co-existência (Equitatividade) das espécies fitoplanctônica
O coeficiente de similaridade é uma medida qualitativa apropriada para medir o
grau de similaridade entre amostras de locais diferentes em termos de variedade de
espécies. Neste trabalho para avaliar a equitatividade na distribuição das espécies entre
os dois pontos de estudo, o cálculo foi determinado segundo Pielou (1975), aplicando-se
a fórmula seguinte:
S Log
J =
Onde:
J = Índice de Pielou
H’= Índice de diversidade de Shannon-Weaner
Log S = Número de espécies de cada amostra
NT
máx N
IBP =
28
3.5 – Análises Estatísticas dos Dados
Para verificar a relação entre as variáveis bióticas e abióticas foi realizada a
Correlação de Pearson com nível de significância p<0,05. O Test-t (p<0,05) foi
utilizado para verificar se houve diferenças significativas nas concentrações de DQO e
clorofila a antes e depois da estação de tratamento da água. Para as análises estatísticas
utilizou-se o programa computadorizado Statistic versão 6.0.
12
R
R
e
e
s
s
u
u
l
l
t
t
a
a
d
d
o
o
s
s
30
Artigo I
Aspectos Limnológicos, Demanda Química de Oxigênio e Clorofila a do
Canal do Pataxó, Rio Grande do Norte
FABIANA RODRIGUES DE ARRUDA CÂMARA
& NAITHIRITHI T. CHELLAPPA.
Artigo a ser submetido para publicação na Brazilian Journal of Biology
ISSN: 1519-7108
Revista de QUALIS A (CAPES/MEC)
Área: Ecologia e Meio Ambiente
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
2007
31
Aspectos Limnológicos, Demanda Química de Oxigênio e Clorofila a do
Canal do Pataxó, Rio Grande do Norte
FABIANA RODRIGUES DE ARRUDA CÂMARA
1
& NAITHIRITHI T.
CHELLAPPA
1*
1
Programa de Pós-Graduação em Bioecologia Aquática, Departamento de Oceanografia e
Limnologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Via Costeira, s/ n. Praia de
Mãe Luiza CEP 59014-100 Natal/RN. E-mail: [email protected];
32
Abstract: Limnological aspects, Free Oxygen Demand and Chlorophyll a in Canal do
Pataxó, Rio Grande do Norte.
This study examined the spatial-temporal modifications and water quality through chemical
and biotic indicators during dry and wet seasons. Limnological aspects, Free Oxygen
Demand and Chlorophyll a were analyzed in three specific points: Armando Ribeiro
Gonçalves Reservoir, which is an important public use reservoir in RN, Canal do Pataxó
(before water treatment), Itajá, RN, and after the water treatment. Water samples from the
reservoir were collected during both dry (January, February and November 2006) and wet
seasons (March to June 2006). Temperature, pH, dissolved oxygen, electrical conductivity,
concentrations of nitrate-nitrogen, ammonia, nitrogen, orthophosphate, chlorophyll a and
free oxygen demand were measured. The Index of Trophic State Criteria was utilized to
assess the trophic state in all three areas. Results indicate that nitrogen, ammonia and
orthophosphate values were considerably higher in the reservoir than in Canal do Pataxó
and after the water treatment. Chlorophyll a concentrations in the study reservoir were
higher in the surface during both wet (199.2 µgL
-1
) and dry (6.18µg.L
-1
). Furthermore,
before the water treatment, Chlorophyll a concentrations decreased from 0.9µg.L
-1
(January
/ 2006) to 0,120µg.L
-1
(May / 2006) and after water treatment moderate values were
registered (0.035µg.L
-1
). Armando Ribeiro Gonçalves Reservoir, Canal do Pataxó and
WST were classified as euthophizied, mesotrophic ad oligotrophic, respectively,
considering the free oxygen demand and the Index of Trophic State Criteria.
Key words: Canal do Pataxó/RN, Physical-chemical variables, Free oxygen demand,
Chlorophyll a, water quality.
33
Resumo: Aspectos Limológicos, Demanda Química de Oxigênio e Clorofila a do Canal
do Pataxó, Rio Grande do Norte.
O presente trabalho teve como objetivo avaliar as mudanças espaço-temporal e comparar a
qualidade da água através de indicadores químicos e biomassa durante os períodos de
estiagem e de chuvas. As características limnológicas, Demanda Química de Oxigênio
(DQO) e clorofila a foram estudadas em três pontos distintos: Na Barragem Armando
Ribeiro Gonçalves (um importante reservatório de abastecimento público no RN), no Canal
do Pataxó (antes do tratamento da água), Itajá, RN; e depois da Estação de Tratamento da
Água (ETA). Na barragem foram realizadas amostras da água em ambos os períodos de
estiagem (janeiro, fevereiro e novembro 2006) e de chuvas (março a junho 2006). Foram
analisados pH, temperatura, oxigênio dissolvido, condutividade elétrica, nitrato, amônio,
ortofosfato, clorofila a e DQO. O Índice de Estado Trófico foi utilizado para calcular o
estado trófico nas três áreas estudadas. Os resultados indicaram que os valores de nitrato,
amônio e orto-fosfato foram relativamente mais elevados na barragem do que no canal e
depois da ETA. As concentrações de clorofila a na Barragem Armando Ribeiro Gonçalves
foram maiores na superfície no período de chuvas (199,2µg.L
-1
) e de estiagem (6,18µg.L
-1
).
Antes da ETA, houve um decréscimo de 0,9µg.L
-1
(janeiro 2006) até 0,120µg.L
-1
(maio
2006) e depois da ETA os valores foram moderados (0,035µg.L
-1
). A DQO e os índices de
estado trófico caracterizaram a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, o Canal do Pataxó e
depois a ETA como sendo, respectivamente, eutrófica, mesotrófico e oligotrófico.
Palavras-chave: Canal do Pataxó/RN, Variáveis físico-químicas, Demanda de Química de
Oxigenio, Clorofila a, Qualidade da água.
34
Introdução
Os ecossistemas de água doce são geralmente formados por duas fases denominadas
fase de água clara (clear water phase), onde ocorre presença de plantas submersas, peixes e
organismos planctônicos suspensos e fase de água túrbida (turbid water phase) com matéria
orgânica particulada, formação de blooms de microalgas e transparência reduzida. Uma
situação intermediária, entre esses dois extremos tem sido relativamente rara (Scheffer,
2004).
Os parâmetros indicadores de qualidade da água de um sistema aquático podem ser
estimados através de análises físicas, químicas e biológicas. As análises físicas e químicas
permitem um conhecimento instantâneo das condições da água, no momento em que são
feitas as medições. Estas análises tornam-se um tanto drásticas quando o objeto de estudo é
um sistema lótico no qual a correnteza faz com que a água seja continuamente renovada em
cada ponto. Medições periódicas durante um tempo considerável aumentam
significativamente o valor informativo dos métodos físicos e químicos, reduzindo o caráter
discreto da informação (Lobo et al, 2002).
A Demanda Química de Oxigênio (DQO) é utilizada para medir a concentração da
matéria orgânica biodegradável e a quantidade de oxigênio dissolvido durante o processo
de decomposição. A DQO é geralmente utilizada como um indicador de qualidade da água
nos estudos de poluição orgânica. O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA
(2005) na Resolução 357 de 17 de Março de 2005 dispõe sobre a classificação dos
corpos de água e diretrizes ambientais para seu enquadramento. De acordo com essa
classificação as águas destinadas ao abastecimento para consumo humano está inserida na
classe 1 e dispõe de 3,0 mgL
-1
de O
2
como valor máximo para a demanda bioquímica de
oxigênio.
A clorofila a é um pigmento universalmente presente em todos os grupos
taxonômico de algas, e sua concentração na água é utilizada como indicador da biomassa
ativa, tanto para microalgas em cultura, como para fitoplâncton e perifíton (Clarke et al,
2006). Em especial, a produtividade primária fitoplanctônica, tem recebido atenção nos
estudos limnológicos, uma vez que representa uma das maiores entradas de matéria
orgânica e de energia potencial responsável pelo funcionamento do sistema (Wetzel, 1983).
A pigmentação em vários táxons-específicos pode ser usada para caracterizar a estrutura do
35
fitoplâncton por meio da absorção ou por quantificação direta e absoluta de pigmentos
fotossintéticos. As espécies do fitoplâncton diferem de todos os outros materiais em
suspensão pelo seu conteúdo de clorofila a e em alguns táxons-específicos apresentam
ainda clorofilas adicionais, tais como clorofila b e c (Wilhelm et al, 2004). No entanto,
recentemente foi encontrada uma espécie de cianobactéria “Acaryochloris marina” que
contém clorofila d, a única que utiliza tal pigmento como sua principal fonte de energia ao
invés da clorofila a (Kuhl et al, 2005).
Nos lagos não somente a clorofila a, mas também a luz e a distribuição de nutrientes
influenciam fortemente nas atividades fisiológicas das células do fitoplâncton (Wilhelm et
al, 2004). Assim, o estudo da comunidade biótica e da biomassa (clorofila a), associado aos
parâmetros físicos e químicos, pode detectar possíveis alterações na qualidade das águas,
bem como avaliar tendências ao longo do tempo, que se refletem em modificações no
habitat ou no comportamento dos organismos aquáticos. Além disso, a análise dos níveis de
clorofila a pode estabelecer uma correlação entre a ocorrência das espécies e a biomassa e,
desta forma, buscar indicadores biológicos da qualidade de água.
Na região semi-árida do nordeste brasileiro o conceito de qualidade de água é
associado à existência de sais nos reservatórios. Assim, os açudes e barragens têm
acentuada relevância por constituírem as únicas fontes de água doce utilizadas para
abastecer as populações. Estes reservatórios devem ser gerenciados de maneira
interdisciplinar, diante de sua dinâmica e complexidade minimizando os impactos e
promovendo interação com a bacia hidrográfica, para que se possa obter água de boa
qualidade e otimizar seus múltiplos usos (Tundisi, 2005). Este trabalho teve como objetivo
avaliar a qualidade da água de pontos determinados na Barragem Armando Ribeiro
Gonçalves, no Canal do Pataxó e após o tratamento da água, localizados na região semi-
árida do Rio Grande do Norte, através do estudo dos fatores físicos, químicos e biológicos
durante um ciclo semestral e oferecer um diagnóstico relativo à utilização dessa água pela
população.
36
Material e Métodos
Área de Estudo
A Barragem Armando Ribeiro Gonçalves (ARG) situada na região do vale do Assu
é a fonte que abastece o Canal do Pataxó inserido na zona do Sertão do Estado do Rio
Grande do Norte, região Nordeste do Brasil. O Canal do Pataxó apresenta 9 km de
extensão, iniciando-se na referida barragem, no município de Assu, de onde a água é
captada e conduzida até o Rio Pataxó situado no município de Ipanguaçú (Fig. 1).
Figura 1 – Localização da área de estudo: Barragem Armando Ribeiro Gonçalves e Canal
do Pataxó (Fonte: CAERN).
O estudo foi realizado em três pontos distintos, durante o período de janeiro a junho
e novembro de 2006, sendo o primeiro ponto na Barragem Armando Ribeiro Gonçalves,
situada no distrito de Oiticica II, a dois quilômetros da cidade de Assu, entre as
coordenadas 5º40’12.10”S e 36º52’43.18”W. O segundo, situado no próprio Canal do
Pataxó próximo à BR-304, à 210 km da capital do estado, entre as coordenadas
5º38’36.32”S e 36º52’54.58”W, à 80m do local de captação para a Estação de Tratamento
da Água (ETA). O terceiro ponto na ETA, onde a água recebe aditivos químicos sob a
coordenação da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN),
tornando-se apropriada para o consumo dos habitantes das cidades de Angicos, Fernando
Pedrosa, Pedro Avelino, Lajes, Caiçara do Rio dos Ventos, Riachuelo, Pedra Preta e Jardim
37
de Angicos, além de 32 comunidades rurais, que são abastecidas pelo sistema adutor Sertão
Central Cabugi (Fig. 2).
Figura 2 – Pontos de coleta: Ponto 1 - Barragem Armando Ribeiro (ARG). Ponto 2 - Antes
da estação de tratamento (ETA). Ponto 3 - Depois da estação de tratamento.
Fatores Climatológicos
Os dados pluviométricos, temperatura do ar e velocidade do vento foram obtidos na
EMPARN (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio Grande do Norte).
Coleta de Amostras
As análises limnológicas foram realizadas utilizando amostras "in situ", realizadas a
partir de um número limitado de estações. Foram realizadas duas amostragens padrões na
Barragem ARG, a primeira no período de maior precipitação pluviométrica (abril de 2006)
e a segunda no período de estiagem (novembro de 2006). Para se obter informações
referentes às variações espaciais e temporais naquele ambiente. No Canal do Pataxó e
depois da ETA as coletas foram realizadas quinzenalmente durante um período de sete
meses (janeiro de 2006 a junho de 2006 e novembro de 2006).
Nas três estações estudadas as amostras foram colocadas em garrafas de polietileno
lavadas previamente com ácido clorídrico na proporção de 1:3 e enxaguadas com água
38
destilada. As coletas na barragem foram realizadas na superfície, meio (20m) e fundo
(30m) com auxílio da garrafa de Van Dorn com capacidade para 3 litros. Para todas as
amostragens os parâmetros físicos e químicos como pH, temperatura, condutividade
elétrica e oxigênio dissolvido foram medidos em campo utilizando o kit Multiparâmetro
WTW Multi 340i. A turbidez foi analisada com o auxílio do turbidímetro marca LaMotte
2020. A demanda química de oxigênio (DQO) foi analisada utilizando-se padrões com
escala entre 4,0 e 40mgL
-1
, seguindo o método análogo ao Environmental Protection
Agency's (EPA 410.4), US Standard Methods 5220D e ISO 15705, com o auxílio do
digestor modelo Spectroquant TR 240 marca MERCK. Para a análise dos nutrientes
inorgânicos a água foi acondicionada em gelo até o laboratório, onde foram analisados
nitrato (Golterman et al, 1978), orto-fosfato (Apha, 1985) e amônio (Golterman et al,
1978).
A produtividade primária foi computada pela extrapolação de medidas pontuais
(Cestari et al, 1996). As amostras para análise da clorofila a foram coletadas em garrafas de
polietileno com capacidade para 600ml, sendo acondicionadas, protegidas da luz e
transportadas para o laboratório sob refrigeração. Em laboratório, a filtragem foi realizada
com filtro de fibra de vidro Whatman 934-AH com 24 mm de diâmetro, com auxílio da
bomba a vácuo na ausência de luz. Após 24h em acetona a 90% foi realizada a leitura da
absorbância nos comprimentos de onda 665 e 750nm em espectrofotômetro. Os valores
foram posteriormente inseridos na fórmula de Marker et al (1980) correspondente à análise
de clorofila a obtendo-se sua concentração em µgL
-1
.
Para calcular os valores de transparência da água, concentração de fósforo total,
concentração de orto-fosfato e de clorofila a foram utilizados o índice de estado trófico nos
pontos estudados, com menor ênfase aos valores de transparência. O ambiente foi
classificado quanto ao seu grau de trofia, em oligotrófico, mesotrófico ou eutrófico
(Carlson, 1977).
Análise dos Dados
Para análise estatística dos dados foi utilizada a Correlação de Pearson através do
programa Statistic versão 6.0, para avaliar relações entre os fatores bióticos e abióticos,
sendo consideradas significativas apenas as correlações p<0,05. Através deste mesmo
39
programa, foi realizado o test-t (p<0,05) para avaliar se houve diferenças significativas na
concentração de clorofila a e DQO antes e depois da estação de tratamento da água.
Resultados
O regime pluviométrico registrado no período de estudo constata um maior volume
de chuvas durante o mês de abril, sendo apontado para este período 190,4mm, tendo como
subseqüentes os meses de março, maio e junho. O período de estiagem compreendeu os
meses de janeiro, fevereiro e de julho a novembro, sendo que as coletas ocorreram apenas
nos meses de janeiro, fevereiro e novembro (Fig. 3).
Figura 3 – Valores mensais da pluviometria, durante o período de janeiro a novembro
de 2006.
A temperatura média do ar variou de 30,16ºC em janeiro/06 a 26,95ºC em abril/06.
Nos dias das coletas em média um máximo de 29,2 ºC em janeiro e mínimo de 26,9º C na
primeira quinzena de abril/06. Em relação à velocidade do vento, houve uma média sem
grandes alterações ao longo dos meses, com médias de 2,8ms
-1
no período chuvoso a
0,76ms
-1
no período de estiagem.
A evaporação média diária, no período estudado atingiu um valor mínimo em torno
de 4,5mm/dia em abril/06 e valor máximo em janeiro/06 de 20,2mm/dia. Neste caso,
registrou-se uma diminuição de evaporação no período de maior pluviometria se
associando à diminuição da temperatura nesse período e à ocorrência de chuvas.
Na barragem Armando Ribeiro Gonçalves obteve-se para a transparência um valor
de 0,60m no período chuvoso e 0,2 no período de estiagem. No Canal do Pataxó a
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV
(
mm
)
40
transparência variou de 0,51m no mês de janeiro (período seco) com profundidade neste
mês de 0,70 até 0,95m no mês de abril (período chuvoso) com profundidade média de 1,3m
(Fig. 4). Durante todo o período de estudo houve relativamente a mesma intensidade de luz
em toda a coluna d’água, não sendo necessário medir a extensão da zona eufótica.
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
J
a
n
(
q
u
i
nz)
Jan
(
2ª quinz)
Fev (1
ª
quinz)
Fev (2
ª
qu
i
nz)
No
v
(
1
ª q
u
inz)
N
o
v
(
q
u
i
n
z
)
Mar (1ª q
u
in
z)
Mar (2ª q
u
in
z)
Abr (1ª q
u
in
z
)
Abr (2ª quinz)
M
a
io (
1
ª
quinz)
M
a
io
(
2
ª
qu
i
nz)
Ju
n
(1
ª
quinz)
J
u
n
(2
ª
q
u
in
z)
(m)
PROFUNDIDA DE TRA NSPA RÊNCIA
Figura 4 – Perfil vertical quinzenal da transparência da água e profundidade do Canal do
Pataxó, durante o período de janeiro a junho e novembro de 2006.
A vazão média da Barragem ARG foi de 9 m
3
s
-1
no período seco e 14 m
3
s
-1
no
período chuvoso. No Canal do Pataxó a vazão obteve valores aproximados com média de
2,2m
3
s
-1
em todo o período de estudo e correnteza da água variando de 0,5 ms
-1
a 0,7 ms
-1
com movimento unidirecional da água.
Na tabela 1, pode-se observar uma variação espaço-temporal padrão analisada
através dos parâmetros químicos da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, evidenciando a
baixa estratificação térmica ao longo da coluna d’água tanto no período seco como no
chuvoso. O pH apresentou-se alcalino durante todo estudo com média de 8,31 (± DP 0,21)
no período de estiagem e de 8,18 (± DP 0,29) no período chuvoso. A estratificação do
oxigênio dissolvido na coluna d’água foi maior no período seco do que no chuvoso
ocorrendo saturação do oxigênio entre 30 e 96% da superfície para o fundo no período seco
e uma menor diferença entre 45% e 80% no período chuvoso. A condutividade elétrica
máxima foi de 382 µScm
-1
na superfície no período seco e mínima de 202 µScm
-1
no fundo
41
no período chuvoso. A turbidez foi menor no fundo, tanto no período seco quanto no
chuvoso.
Tabela 1 – Parâmetros físicos e químicos da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves,
durante os períodos de estiagem (Novembro/2006) e chuvoso (Abril/2006).
As análises no Canal do Pataxó e após o tratamento da água, de modo geral,
apresentaram-se maiores antes da estação de tratamento. Desta forma, ocorreram pequenas
amplitudes de variações na temperatura da água, que variou de 27,5ºC na primeira quinzena
do mês de abril a 31,5ºC na segunda quinzena de janeiro, antes da ETA e de 27ºC na
segunda quinzena de maio a 32,5ºC na 2ª quinzena de janeiro, depois da ETA. (Fig. 5A).
Os valores da distribuição do oxigênio dissolvido foram moderados no período
estudado, com médias de 5,62mgL
-1
(± DP 0,73) no Canal do Pataxó e de 4,37mgL
-1
(± DP
0,90) depois da ETA, sendo as menores concentrações observadas na primeira quinzena de
junho e as maiores no fim de março e início de abril. A porcentagem de saturação foi maior
antes da ETA do que depois da ETA durante todo o período estudado, com máximo de 81%
e mínimo de 62% antes da ETA e valores entre 42 e 72% depois da ETA (Fig. 5B).
O pH apresentou-se sempre alcalino com média de 8,40 (± DP 0,52) antes da ETA e
com média de 7,61 (± DP 0,34) depois da ETA, mostrando uma diminuição no pH após o
processo de tratamento da água. Os maiores valores foram observados no final do mês de
março (9,67) no canal e no fim de maio (8,26) após o tratamento (Fig. 5C).
A média da condutividade elétrica na água foi de 237,33 µS.cm
-1
(± DP 23,97) no
Canal do Pataxó, com máximo de 277,0 µS.cm
-1
no início do mês de março. Após o
tratamento a média foi de 240,58 µS.cm
-1
(± DP 23,26), com máximo de 282,0 µS.cm
-1
no
mesmo período, apresentando sempre valores muito aproximados entre os dois pontos de
estudo (Fig. 5D).
BARRAGEM ARMANDO RIBEIRO GONÇALVES
pH
Temp
(ºC)
O.D.
( mgL
-1
)
O.Sat.
(%)
Cond. Elét.
(µS/cm)
Turbidez
(NTU)
seca chuva seca chuva seca chuva seca chuva seca chuva seca chuva
Superfície
8,54 8,44 29,6 28,6 6,11 5,22 96 80 382 222 15 12
Meio
8,28 8,10 28,2 28 4,25 3,81 72 65 359 212 10,2 9,8
Parâmetros
Químicos
Fundo
8,12 8,0 25,2 25 1,24 2,14 30 45 361 203 5,1 5
42
0
5
10
15
20
25
30
35
J
an
(
1
ª qu
i
nz
)
Jan (2ª quinz
)
Fev (1
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M
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1
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Mar (
2
ª quinz
)
Abr (
1
ª quinz
)
A
b
r
(2
ª
q
u
i
n
z
)
Maio (
1
ª quinz
)
Ma
io
(2
ª
q
u
i
n
z
)
Jun (1ª quinz
)
Ju
n
(
q
u
in z
)
Temp (ºC)
ANTES DA ETA DEPOIS DA ETA
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Jan
(1ª
quin
z
)
Jan (2ª quin
z
)
F
ev
(
quinz
)
Fev
(
qui
nz
)
N
ov
(1ª
quin
z)
Nov ( qui
n
z)
M
ar
(
qu
in
z)
M
ar
(
quin
z)
Abr (1ª quinz
)
Abr
(
quin
z
)
Maio (
qu
in
z)
Maio (2ª quin
z)
Jun (1ª qui
n
z
)
Jun
(
quin
z
)
(mg/L)
30
40
50
60
70
80
90
(% )
Oxigenio dissolvido ANTES DA ETA Oxigenio dissolvido DEPOIS DA ETA
Oxigenio saturado ANTES DA ETA Oxigenio saturado DEPOIS DA ETA
0
2
4
6
8
10
12
Ja
n
(
q
ui
nz
)
Jan
(
qui
nz
)
Fev (1ª quinz
)
Fev
(2ª q
u
inz
)
Nov (
quinz
)
Nov ( quinz
)
M
ar (
qu
inz
)
Mar
(
qu
i
nz
)
Abr (1ª quinz)
A
b
r
(2ª quin
z
)
Maio (1ª quinz
)
Maio (2ª quinz
)
Jun (1ª qu
i
nz
)
Ju
n
(
q
ui
nz
)
pH
ANTES DA ETA DEPOIS DA ETA
0
50
100
150
200
250
300
Jan (1ª quinz
)
J
a
n
(2ª
q
u
i
nz
)
F
ev (1
ª
qu
i
n
z
)
F
e
v (2ª q uinz
)
No
v
(
1
ª
q
uinz
)
Nov
(
quinz
)
Mar
(1
ª qui
n
z
)
Ma
r
(2ª quinz
)
A
br
(1
ª q
u
i
n
z
)
A
br (2ª q
u
inz
)
Ma
io
(
1
ª
q
u
in
z
)
Ma
i
o
(
2ª quinz
)
Jun
(1
ª q
u
i
n
z
)
J
u
n (2ª quinz
)
Cond. Elétrica (µS/cm)
ANTES DA ETA DEPOIS DA ETA
Figura 5 – Variação dos valores da temperatura da água (A), oxigênio dissolvido e saturado (B), pH (C), condutividade elétrica (D) antes e depois da ETA,
durante o período estiagem (jan, fev e nov de 2006) e chuvoso (mar, abr, mai, jun de 2006).
A B
C D
43
A tabela 2 apresenta os parâmetros químicos da Barragem Armando Ribeiro
Gonçalves mostrando as menores concentrações de nutrientes no período de maior
pluviometria (Abril/2006), com concentrações mais elevadas durante o período de estiagem
(Novembro/2006), com exceção do orto-fosfato.
Tabela 2 – Nutrientes inorgânicos da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, durante os
períodos de estiagem (Novembro/2006) e chuvoso (Abril/2006).
BARRAGEM ARMANDO RIBEIRO GONÇALVES
Nitrato Amônio Orto-fosfato NT PT
(mgL
-1
) (mgL
-1
) (mgL
-1
) (mgL
-1
) (mgL
-1
)
N:P
seca chuva seca chuva seca chuva seca chuva seca chuva seca chuva
Superfície
0,24 0,05 0,79 0,46 0,58 0,25 6,3 5 2,16 1,098 2:1 4:1
Meio
0,15 0,04 0,57 0,34 0,32 0,24 5,1 4,5 2,12 1,085 2:1 4:1
Parâmetros
Químicos
Fundo
0,09 0,06 0,59 0,17 0,29 0,21 6 4 2,1 1,08 2:1 3:1
No Canal do Pataxó e depois da ETA os valores dos nutrientes inorgânicos
apresentaram-se moderados conforme demonstrado nas figuras 6 e 7 com valores menores
após o tratamento da água.
O orto-fosfato dissolvido na água está representado na figura 6A, onde se pode
observar uma concentração máxima no início do mês de fevereiro de 0,1mgL
-1
antes da
ETA e de 0,065mgL
-1
depois da ETA. Durante todo o período de estudo houve decréscimo
na concentração de orto-fosfato após o tratamento da água. Os valores no Canal do Pataxó
apresentaram-se maiores do que 0,025mgL
-1
, permitido pelo CONAMA (2005), e
oscilatório ao redor deste limite depois da ETA, com valores acima do permitido nos
períodos de fevereiro, março, segunda quinzena de abril e maio a junho e novembro.
Com relação ao nitrato (Fig. 6B), antes do tratamento os níveis foram mais altos do
que depois da estação de tratamento entre os meses de março a junho. Com concentrações
baixas e ausência de variações durante todo o período de estudo tanto antes quanto depois
do tratamento da água, chegando a um máximo de 0,498mgL
-1
em junho no Canal do
Pataxó e 0,387mgL
-1
no mesmo mês depois do tratamento. Durante todo o período de
estudo as concentrações de nitrato foram menores tanto antes quanto depois do tratamento
da água em relação ao limite de 1,5mgL
-1
estabelecido pelo CONAMA.
44
Na figura 6C, pode se observar que o amônio apresentou valores maiores antes da
ETA do que depois da ETA durante a maioria dos meses em estudo. No Canal do Pataxó as
concentrações foram mais altas no mês de fevereiro (0,63mgL
-1
) e segunda quinzena de
abril (0,823mgL
-1
). Depois da ETA os valores foram aproximados durante todo o período
de estiagem, com maior concentração (0,639mgL-
1
) na segunda quinzena de abril. Os
valores durante todo o período de estudo foram maiores do que o permitido pelo
CONAMA, o qual adota o limite de 0,02mgL
-1
para águas de abastecimento público.
Neste estudo, considerando a Barragem ARG um ambiente lêntico os valores de
nitrogênio total (NT) foram maiores do que o valor de 1,27mgL
-1
N estabelecido pelo
CONAMA, apresentando-se entre 6,35mgL
-1
na superfície e 5,1mgL
-1
no meio da coluna
d’água durante o período de estiagem e entre 5,0mgL
-1
na superfície e 4,0mgL
-1
no fundo
no período chuvoso. Em relação aos valores de fósforo total (PT) os resultados na barragem
também foram mais altos do que 0,020mgL
-1
P, valor permitido pelo CONAMA. Com
concentrações entre 2,16mgL
-1
na superfície e 2,10mgL
-1
no mês correspondente ao período
de estiagem e entre 1,098mgL
-1
na superfície e 1,080mgL
-1
no fundo no mês
correspondente ao período chuvoso, de acordo com a tabela 2, citada anteriormente.
No Canal do Pataxó, considerado um ambiente lótico em decorrência de sua
correnteza, foi observado valores com média de 2,77mgL
-1
N (± DP 0,70) durante o
período de estiagem e média de 1,81mgL
-1
N (± DP 0,89) no período chuvoso,
apresentando-se acima do limite estabelecido pelo CONAMA em todo o período de estudo.
Depois do tratamento da água observa-se que as concentrações diminuíram
consideravelmente, embora ainda apresente valores maiores do que o permitido, com
valores entre 0,12 e 1,98 mgL
-1
N durante o período de estudo (Fig. 7A).
O fósforo total (PT) também apresentou valores maiores no canal do que depois do
tratamento. No Canal do Pataxó observaram-se concentrações mais elevadas no período de
estiagem, destacando-se os valores da primeira e segunda quinzena de fevereiro (0,17 e
0,19 mgL
-1
P, respectivamente). Depois da ETA, os valores foram baixos com média de
0,011 mgL
-1
P (± DP 0,01) durante todo o período de estudo. As concentrações de fósforo
total após o tratamento da água apresentam-se menores do que o estabelecido pela
resolução do CONAMA (Fig. 7B).
45
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
Jan (1ª quinz)
Ja
n
(2
ª q
u
i
nz
)
F
e
v
(1ª quin
z
)
Fe
v
(2
ª
qu
i
nz
)
No
v
(1
ª
q
ui
n
z
)
Nov (2ª quinz)
Mar
(
1ª quinz)
M
a
r (2
ª q
u
in
z
)
Ab
r
(
1
ª q
u
in
z
)
Abr (2ª quinz)
Maio (1ª quinz)
M
a
i
o (2
ª
qu
i
nz)
Jun (1ª quinz)
Ju
n
(2
ª q
uinz
)
Orto-fosfato (mg.L
-1
)
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
Jan (1ª qu
i
n
z
)
J
a
n (2ª qu
i
n
z)
Fev (1ª quinz)
Fe
v
(2ª
qui
n
z)
N
o
v (
1
ª
q
uinz)
Nov
(2ª
q
ui
n
z)
Ma
r
(1ª
q
u
i
n
z)
Mar (2ª
q
uinz)
A
b
r (1
ª
q
u
i
n
z)
Abr
(2ª quinz)
Maio (1ª qu
i
n
z)
Maio (2ª quinz)
J
un
(1
ª
quinz)
Jun (2ª qu
i
n
z
)
Nitrato (mg.L
-1
)
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
J
an
(
q
u
i
n
z)
J
an
(
q
uin
z)
F
e
v
(1ª
qu
i
n
z
)
F
ev (
quinz)
Nov (1ª q
u
i
n
z)
No
v
(2ª q
u
i
n
z)
Mar
(
1ª qui
nz)
M
a
r
(
qui
nz)
Abr
(
1
ª
qu
in
z
)
A
b
r
(
2
ª
qu
inz)
M
ai
o (
1
ª
qu
inz)
Ma
i
o (
2
ª q
u
inz)
J
un (
q
uinz)
Jun (
q
uinz)
Amônio (mg.L
-1
)
ANTES DA ETA DEPOIS DA ETA CONA MA
Figura 6 – Distribuição dos nutrientes inorgânicos (A - Orto-fosfato; B - Nitrato; C -
Amônio) durante o período de janeiro a junho e novembro de 2006, antes e depois da
ETA.
C
A
B
46
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
J
a
n
(
1
ª
qu
inz)
Ja
n
(2ª quin
z)
F
ev (
1
ª
q
u
inz)
Fev (2ª quin
z
)
N
ov
(1ª qu
i
nz)
Nov (2
ª
qui
n
z)
M
a
r
(1ª q
u
in
z)
Mar (2ª quinz)
A
b
r
(
1
ª
q
u
i
nz)
A
br
(
2
ª
qui
n
z)
M
a
io
(
1
ª
qu
i
nz)
M
a
io
(2ª q
u
in
z)
J
u
n
(1ª quin
z)
Jun (2ª q
u
inz)
NT (mg.L
-1
)
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
0,14
0,16
0,18
0,2
Jan
(1ª
quin
z
)
Jan (2ª quinz)
F
ev
(1ª
q
uinz)
Fev (2ª quinz)
Nov ( quinz)
Nov
(
quinz)
Mar (1ª quinz)
Mar (2ª quinz)
A
br
(1ª
qui
nz
)
A
br
(2ª
qui
nz
)
Maio (1ª quinz)
M
ai
o
(2ª
qui
nz
)
Jun (1ª quinz)
Jun
(2ª
quin
z
)
PT (mg.L
-1
)
Antes da ETA Depois da ETA
Figura 7 – Variação de A - nitrogênio total (NT) e B - fósforo total (PT) antes e depois
da ETA, durante o período de estudo.
A partir das análises na Barragem Armando Ribeiro Gonçalves pôde-se obter um
padrão temporal e sazonal das concentrações de DQO para o presente estudo, em geral, os
valores se apresentaram baixos, de modo que, no período de estiagem foram discretamente
mais elevados (5,21; 5,64 e 6,05) do que no chuvoso (4,52; 4,12 e 4,92), respectivamente,
na superfície, meio e fundo, estando deste modo dentro do valor considerado moderado
para reservatórios de abastecimento público (Tabela 3). De um modo geral, os resultados
A
B
47
encontraram-se fora desta escala apresentando-se menores do que 1,0mgL
-1
tanto no Canal
do Pataxó como depois da Estação de Tratamento da Água (ETA).
Tabela 3. Qualidade da água em relação aos valores dos níveis de DQO em reservatórios
de abastecimento público (Fonte: Resolução nº 357 de 17 de março de 2005 do
CONAMA).
(*)
Valores encontrados neste estudo
Na figura 8 estão representados os valores da DQO no Canal do Pataxó (antes da
ETA) e depois da ETA durante todo o período de estudo, mostrando todos os valores
abaixo de 1,0 mgL
-1
. De acordo com o test-t (5,27; 0,00015 p<0,05), depois da estação de
tratamento as concentrações da DQO foram significativamente mais baixas do que antes da
estação de tratamento.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
Ja
n
(1
ª
qu
n
z)
J
a
n (
2
ª quinz)
Fev
(1ª quinz)
F
ev (
q
u
i
nz
)
Nov ( quinz)
N
o
v (
qu
i
nz
)
Mar (1ª quinz)
Mar
(2ª
q
u
i
nz
)
Abr (1ª quinz)
A
br
(2ª qu
i
nz
)
M
a
io(1ª quinz
)
Mai
o
(2ª
q
uinz
)
Ju
n (
1
ª
q
ui
n
z)
Jun (2ª q
u
inz)
DQO (mg.L
-1
)
Antes da ETA Depois da ETA
Figura 8 – Variação da Demanda Química de Oxigênio antes e depois da Estação de
Tratamento da Água (ETA), durante o período de janeiro a junho e novembro de 2006.
Qualidade da Água Nível de DQO (mgL
-1
)
Muito boa
Abaixo de 1
(*)
Moderada
3-5
(*)
Pouco poluída 6-9
Muito poluída Acima de 10
48
Os valores de clorofila a de um modo geral foram moderados para ambiente
eutrofizado na Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, e baixos tanto no Canal do Pataxó
como, principalmente, depois da estação de tratamento. Deste modo, as concentrações de
clorofila a na Barragem Armando Ribeiro Gonçalves foram maiores na superfície com
valores de 199,2 µgL
-1
no período de estiagem (novembro/2006) e 82,18µgL
-1
no período
chuvoso (abril/2006), apresentando heterogeneidade ao longo do perfil vertical.
No Canal do Pataxó houve um decréscimo a partir de um valor máximo de 1,56
µgL
-1
em janeiro até um mínimo de 0,028 µgL
-1
em abril. A clorofila a depois da ETA,
apresentou valores moderados durante todo o período com uma média de 0,059 µgL
-1
DP 0,06) (Fig. 9).
Neste estudo, o teste-t (3,98; 0,0022 p<0,05) demonstra a existência de diferença
significativa nas concentrações de clorofila a antes e depois da ETA.
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
J
a
n (
1
ª
q
un
z
)
J
a
n (2ª qu
inz
)
Fev (1ª qu
i
nz)
Fev (2ª qu
i
nz)
nov (1ª quinz)
nov (2ª quinz)
Ma
r
(1ª quinz)
Ma
r
(2ª quinz)
Abr (
1
ª
q
u
i
n
z)
A
b
r (
2
ª
q
u
i
n
z)
Ma
i
o
(
1
ª
qu
i
n
z
)
Ma
i
o
(
2
ª
qu
i
n
z
)
J
un
(
1
ª
q
u
inz
)
J
un
(
2
ª
q
u
inz
)
Clorofila
a
g.L
-1
)
Antes da ETA Depois da ETA
Figura 9 – Concentração de clorofila a (µgL
-1
) antes e depois da ETA durante os meses
de janeiro a junho e novembro de 2006.
Com base nos resultados a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves fo considerada
eutrofizada de acordo com a classificação do estado trófico calculado pelo IET de Carlson
(1977) modificado por Toledo et al (1983) para ambientes tropicais, com base nos valores
de transparência do disco de Secchi (S), concentrações de fósforo total (P), orto-fosfato
(PO
4
) e clorofila a (CHL). Antes da ETA (Canal do Pataxó) a classificação do estado
49
trófico enquadrou este ambiente como mesotrófico e depois da ETA como oligotrófico
(Tabela 4).
Tabela 4 – Índices de estado trófico (IET) na Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, antes
e depois da ETA durante o período de janeiro a junho e novembro de 2006.
As tabelas 5, 6, 7 e 8 apresentam correlações significantivas entre as variáveis
ambientais e a biomassa fitoplanctônica (clorofila a) na escala espaço-temporal.
Durante o período de estiagem, foi estabelecida, antes da ETA uma correlação
positiva entre a clorofila a com o pH e o orto-fosfato e negativa entre a clorofila a com a
turbidez, o amônio e a DQO. Depois da ETA, a biomassa fitoplanctônica continuou
correlacionando negativamente com a turbidez e com a DQO e obteve correlação positiva
com a condutividade e com o amônio.
Durante o período chuvoso, antes da ETA, as correlação em relação à clorofila a
foram positivas com a temperatura e negativa com a turbidez e depois da ETA a biomassa
obteve correlação indireta com o pH e direta com o orto-fosfato.
IET
(S)
IET
(P)
IET
(PO4)
IET
(CHL)
IET MÉDIO
CLASSIFICAÇÃO
(Carlson, 1977; Toledo et al, 1983)
Barragem A.R.G.
60,76 58,95 60,2 58,72 59,5 Eutrófico (> 54)
Antes da ETA
54,72 54,22 54 50 53,02 Mesotrófico (44 – 54)
Depois da ETA
- 36,46 40,26 42 39,57 Oligotrófico (<44)
Tabela 5 – Correlação dos fatores bióticos e abióticos do período de estiagem (jan/06, fev/06 e
nov/06) antes da Estação de Tratamento da Água.
ANTES pH Temp. OD Condut. Transp. Turb. Nitrato Amônio O-fosf. DQO Clo-a
Temp.
0,43 1,00
OD
-0,01 -0,33 1,00
Condut.
-0,72 0,11 -0,13 1,00
Transp.
-0,23 -0,48 0,65 -0,78 1,00
Turb.
0,54 0,00 0,56 -0,62 0,51 1,00
Nitrato
-0,10 -0,51 0,35 0,20 0,33 -0,25 1,00
Amônio
0,71 -0,69 0,83 0,13 0,86 0,34 0,47 1,00
O-fosf.
0,85 0,13 -0,31 -0,70 -0,21 0,34 0,03 -0,45 1,00
DQO
0,73 -0,12 0,58 -0,76 0,37 0,86 0,16 0,30 0,58 1,00
Clo-a
0,82 0,48 -0,63 0,65 -0,63 -0,83 -0,24 0,89 0,72 -0,90 1,00
50
Discussão
A região em estudo que compreende a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves -
cidade de Assu e Canal do Pataxó (antes e depois do tratamento da água) – cidade de Itajá,
apresenta regime pluviométrico típico de regiões semi-áridas, com período chuvoso de
Tabela 6 – Correlação dos fatores bióticos e abióticos do período de estiagem (jan/06, fev/06 e
nov/06) depois da Estação de Tratamento da Água.
DEPOIS pH Temp. OD Condut. Turb. Nitrato Amônio O-Fosf. DQO Clo-a
Temp.
-0,13 1,00
Ox. Diss.
-0,30 0,16 1,00
Condut.
0,33 -0,26 0,10 1,00
Turb.
0,16 0,73 0,29 0,09 1,00
Nitrato
0,32 -0,46 0,03 -0,48 -0,45 1,00
Amônio
-0,49 0,39 0,02 -0,81 0,31 0,08 1,00
Orto-fosf
0,59 0,18 -0,33 -0,31 -0,16 0,50 -0,19 1,00
DQO
-0,34 0,48 0,60 -0,21 0,75 -0,22 0,65 -0,52 1,00
Clo-a
-0,22 -0,17 -0,30 0,80 -0,72 -0,31 0,92 0,12 -0,74 1,00
Tabela 7 – Correlação dos fatores bióticos e abióticos do período chuvoso (mar/06, abr/06,
maio/06 e jun/06) antes da Estação de Tratamento da Água.
ANTES pH Temp. OD Condut. Transp. Turb. Nitrato Amônio O-fosf. DQO Clo-a
OD
0,32 0,43 1,00
Condut.
0,24 0,44 0,72 1,00
Transp.
-0,15 0,13 0,18 0,50 1,00
Turb.
-0,24 -0,28 -0,34 -0,46 0,64 1,00
Nitrato
0,33 -0,52 -0,58 -0,77 -0,02 0,34 1,00
Amônio
-0,65 -0,04 -0,65 -0,45 0,10 0,62 0,06 1,00
O-fosf.
-0,09 -0,19 -0,76 -0,63 -0,31 0,43 0,44 0,68 1,00
DQO
0,53 0,00 0,15 0,19 0,14 -0,39 0,26 -0,76 -0,44 1,00
Clo-a
0,18 0,76 0,30 0,28 -0,55 -0,73 -0,40 -0,27 0,07 0,05 1,00
Tabela 8 – Correlação dos fatores bióticos e abióticos do período chuvoso (mar/06, abr/06,
maio/06 e jun/06) depois da Estação de Tratamento da Água.
DEPOIS pH Temp. OD Condut. Turb. Nitrato Amônio O-Fosf. DQO Clo-a
Temp.
-0,61 1,00
Ox. Diss.
-0,29 0,03 1,00
Condut.
-0,91 0,48 0,43 1,00
Turb.
0,47 0,11 0,13 -0,46 1,00
Nitrato
-0,13 0,30 0,31 0,14 0,27 1,00
Amônio
0,21 0,30 -0,63 -0,25 0,52 0,10 1,00
Orto-fosf
-0,04 0,38 0,12 -0,05 0,34 0,83 0,13 1,00
DQO
0,46 -0,07 0,39 -0,43 0,36 0,01 -0,31 -0,04 1,00
Clo-a
-0,75 -0,13 -0,21 -0,38 0,17 0,44 0,18 0,81 0,14 1,00
51
baixa intensidade, ocorrendo em uma pequena etapa do ano com maior volume registrado
durante o mês de abril (190,4mm). Trabalhos realizados nos açudes Açu (Costa, 2003),
Acari (Costa, 2000), São Paulo do Potengi (Marinho, 2000), Parelhas (Nascimento, 2003)
e Cruzeta (Borba, 2005) do estado do Rio Grande do Norte mostram que esses
reservatórios apresentam o mesmo regime pluviométrico, com pouca ou nenhuma
precipitação durante os meses de julho a janeiro do ano subseqüente, correspondendo ao
período de estiagem e período chuvoso que compreende os meses de março a junho.
Tem sido destacada por muitos trabalhos realizados em ecossistemas aquáticos, a
importância dos fatores climatológicos, físicos e químicos na dinâmica desses sistemas,
entre eles, podemos citar o trabalho de Padisak et al (1988) que destacaram a influencia do
regime pluviométrico sobre a comunidade de algas e o trabalho de Shapiro (1973) que
mencionou uma inter-relação entre o pH e a abundancia do grupo das cianofíceas. Além
disso, Goldman & Horne (1983), destacaram o papel da estrutura física da coluna d’água e
dos nutrientes na dinâmica dos ecossistemas.
A transparência da água no açude de Assu e no Canal do Pataxó demonstra um
padrão claro entre os períodos de estiagem e chuvoso. De modo geral, durante a estação
chuvosa a suspensão do seston diminui a transparência. No entanto, no presente estudo
houve um maior valor em relação a transparência no período chuvoso em decorrência da
maior biomassa de algas, pois a baixa velocidade do vento devido a profundidade da
barragem não chegou a favorecer a suspensão do seston. De acordo com Harper (1992), a
biomassa das algas é, geralmente, o fator que mais afeta a transparência dos lagos.
Nascimento (2003) em um trabalho realizado no reservatório Ministro João Alves, no
município de Parelhas, RN, observou resultados similares para a transparência com uma
média de 0,9m para o período estudado, sugerindo ser conseqüência da elevada densidade
fitoplanctônica e seston. Já no Canal do Pataxó, a transparência da água foi alta em relação
a profundidade, visto que o canal apresentou entre 0,70m a 1,3m de profundidade e
transparência entre 0,51m no período de estiagem e 0,95m no período chuvoso, o que
significa que com o início das chuvas o disco passou a ser bem mais visível. O canal sofre
constante mistura da água em decorrência do vento e da correnteza. No entanto, não há
material sedimentado suficiente que possa influenciar na transparência da água. Deste
modo, a diferença temporal (estiagem e chuvoso) na transparência pode ser explicada pela
presença da biomassa fitoplanctônica e pelo aumento no volume de água no período
chuvoso.
52
A luz e a temperatura são fundamentais para uma boa produtividade
fitoplanctônica, interferindo de modo marcante no metabolismo desses organismos. Na
barragem, a temperatura da água apresentou-se similar, durante todo período de estudo
com variação de amplitude máxima da superfície para o fundo de 3ºC. Costa (2003)
observou importante significância da temperatura influenciando a circulação térmica na
coluna d’água na Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, com diferença máxima de 2,5ºC
entre a superfície e o fundo, definindo marcantemente a alta biomassa durante o ciclo
anual. Similar ao encontrado no reservatório Tucuruí e diversos reservatórios da região sul
do Brasil, onde as profundidades são relativamente altas (Henry, 1999). No Canal do
Pataxó, antes e depois da Estação de Tratamento da Água (ETA), ocorreram pequenas
amplitudes de variação na temperatura da água durante o período de estudo, não havendo
estratificação térmica no Canal do Pataxó ao longo da coluna d’água, devido a baixa
profundidade do local estudado, sendo facilmente quebrada a termoclina deste sistema,
característica similar ao registrado no açude Cruzeta, RN considerado raso e sem
estratificação térmica com diferenças entre as temperaturas da superfície e fundo de menos
de 1ºC (Borba, 2005). No ponto de saída da água tratada a temperatura se manteve
relativamente muito similar à do Canal durante todo o período de estudo devido ao seu
armazenamento em cisternas fechadas, expostas à luz solar.
O oxigênio é um elemento indispensável à respiração dos organismos aeróbicos,
sendo sua presença na água de extrema importância para a existência dos mais variados
organismos aquáticos. As concentrações de oxigênio variam com a temperatura, pressão e
grau de mistura da água. De modo que, na presença de altas temperaturas e baixa
velocidade do vento, como nas regiões tropicais ou ambientes poluídos, a concentração de
oxigênio diminui (Araújo, 1997). Na barragem Armando Ribeiro Gonçalves, a mistura e a
distribuição do oxigênio do ar na água é muito lenta, em decorrência da baixa agitação ou
turbulência da água e profundidade consideravelmente alta. Deste modo, os valores de
oxigênio dissolvido no fundo (1,24 mgL
-1
e 2,14 mgL
-1
) foram significantemente menor do
que na superfície (6,11 mgL
-1
e 5,22 mgL
-1
) durante o período de estiagem e chuvoso,
respectivamente. No Canal do Pataxó (antes e depois do tratamento), a distribuição do
oxigênio dissolvido foi moderada, com valores médios de 5,62 mgL
-1
e 4,37 mgL
-1
(antes e
depois da ETA), possivelmente devido à alta produção pela fotossíntese e baixo consumo
de oxigênio, característica de ambientes rasos e oligotróficos. Araújo (1997) estudando um
ambiente raso, a Lagoa de Extremoz/RN, encontrou valores de oxigênio dissolvido
53
relativamente altos, sugestivamente devido à presença no sistema da microalga
Phormiduim fragile, que foi dominante durante grande parte do período estudado.
São encontrados elevados valores de pH em regiões onde a precipitação é menor do
que a evaporação. No Brasil, os açudes são ecossistemas localizados em regiões com
balanço hídrico negativo. Especialmente os açudes nordestinos, que geralmente
apresentam valores de pH superiores a 8,0 (Wright, 1937). No presente estudo, o pH na
Barragem Armando Ribeiro Gonçalves durante o período de estiagem apresentou-se
sempre alcalino e maior do que 8,0 na superfície, meio e fundo, o que indica a
predominância de bicarbonato no reservatório resultante de uma intensa atividade
fotossintética. Através da assimilação do CO
2
, durante o processo fotossintético, as algas
podem elevar o pH do meio, fato especialmente freqüente em águas com baixa capacidade
de neutralizar ácidos como foi descrito por Esteves (1988). Antes da ETA (Canal do
Pataxó), o pH continuou apresentando-se alcalino, devido sua água ser proveniente da
barragem e após a submissão a processos de correção na estação de tratamento, o pH
apresentou-se neutro durante todo o período de estudo.
Chellappa et al (1998) sugeriram que a alta condutividade elétrica é indicativa de
eutrofização do ecossistema aquático do Estado do Rio Grande do Norte. No presente
estudo a condutividade elétrica na barragem apresentou valores entre 202µS.cm
-1
e 382
µS.cm
-1
considerados altos na escala espaço-temporal, resultado similar ao encontrado na
Barragem Gargalheiras, Acari, RN, com reflexos no processo de mudanças na composição
da comunidade fitoplanctônica como foi descrito por Costa (2000). Os valores da barragem
podem ser comparados com alguns ambientes eutróficos, como a Lagoa do Taquaral, em
Campinas, SP onde a condutividade elétrica oscilou entre 250 µS.cm
-1
e 300 µS.cm
-1
e o
reservatório da Pampulha, MG cujas medidas ficaram entre 122 µS.cm
-1
e 376 µS.cm
-1
(Giani et al, 1988). No Canal do Pataxó os valores continuaram altos com média de
237,33 µS.cm
-1
(± DP 23,97), no entanto devido a baixa profundidade, correnteza e grande
mistura da coluna d’água o ambiente não se encontra eutrofizado, apresentando
característica bastante análoga ao açude Cruzeta, RN o qual foi enquadrado no estado
mesotrófico (Borba, 2005). Depois do tratamento houve um pequeno decréscimo no valor
da condutividade elétrica, durante todo o período de estudo, entretanto diversos outros
fatores e principalmente o tratamento químico ao qual a água bruta é submetida tornam
este sistema oligotrófico.
Durante o período de estiagem a transparência correlacionou negativamente (r = -
0,78) com a condutividade elétrica. Borba (2005) observou forte correlação negativa (r = -
54
0,99) entre a transparência e a condutividade elétrica no açude Cruzeta, RN atribuindo
característica marcante de ambientes aquáticos rasos.
No presente estudo, as maiores concentrações de nutrientes na barragem foram
encontradas na superfície, demonstrando a ausência de forte mistura da coluna d’água. O
orto-fosfato, o nitrato e o amônio apresentaram diferenças significativas entre suas médias
em relação aos períodos de estiagem e chuvoso, com maiores concentrações no período de
estiagem. Embora menor do que no período de estiagem (199,2µgL
-1
) a biomassa
fitoplanctônica na barragem, representada pela clorofila a, permaneceu ainda bastante alta
(82,18µgL
-1
) no período chuvoso, provavelmente devido à diminuição do amônio e
estoque de fosfato nas células das cianobactérias do período de estiagem. Certas espécies
de algas, em especial as cianofíceas, são capazes de assimilar fosfato além de suas
necessidades, estocando esse componente sob forma de grânulos de polifosfato no seu
citoplasma (Darley, 1982). Bozzelli et al (1992), estudando o funcionamento limnológico
de 18 lagoas na região de Linhares, ES encontraram sempre baixas concentrações de orto-
fosfato, sendo o fenômeno explicado pela rápida incorporação deste íon pelo fitoplâncton e
macrófitas ali presentes. No Canal do Pataxó (antes e depois da ETA), o ortofosfato
apresentou-se sempre em baixas concentrações, por ser forma facilmente assimilável pelo
fitoplâncton, característica especialmente de águas não-eutrofizadas. O mesmo foi
observado nas águas oligotróficas da Lagoa de Extremoz, RN, havendo aumento deste
nutriente apenas nos meses de junho e julho não representando, no entanto, razão
suficiente para algum tipo de predição relacionada a esta variável (Araújo, 1997).
Os níveis de nitrato foram consideravelmente mais baixos do que os de amônio,
sugerindo a utilização preferencial deste último nutriente pela comunidade de microalgas,
o que resultou em grande aumento da biomassa durante o período de estiagem. O amônio é
geralmente preferido pelas algas, devido à economia de energia com essa estratégia, pois,
quando usam o nitrato, este ainda precisa ser convertido, através de reações enzimáticas a
amônio. Goldman & Horne (1983) trabalhando com resposta do fitoplâncton a nutrientes
provenientes de esgotos, observou um consistente padrão de preferência do amônio sobre o
nitrato, entre três espécies de algas com as quais trabalhou. Esta diferença entre as maiores
concentrações de amônio em relação ao nitrato, com conseqüente aumento da biomassa
fitoplanctônica, pode levar a eutrofização do ambiente. Trabalhos realizados por Pinto-
Coelho & Giani (1985) em um ambiente eutrófico, como o Lago Paranoá, Brasília DF,
mostram valores de nitrato bem menores do que os de amônio. No Canal do Pataxó (antes
e depois do tratamento) o amônio obteve correlação positiva (r = 0,89 e r = 0,92,
55
respectivamente) com a clorofila a, durante o período de estiagem, sugerindo o aumento da
biomassa fitoplanctônica em decorrência da alta concentração de amônio.
Segundo a resolução nº 357 de 17 de março de 2005 do CONAMA, quando o
nitrogênio for fator limitante para eutrofização, nas condições estabelecidas pelo órgão
ambiental competente, o seu valor não deverá ultrapassar 1,27mgL
-1
N para ambientes
lênticos e 2,18mgL
-1
N para ambientes lóticos. As condições padrão em relação ao fósforo
total (PT), de acordo com essa mesma resolução para ambientes lênticos são de no máximo
0,020mgL
-1
P e para ambientes lóticos de até 0,1mgL
-1
P. Deste modo, na Barragem
Armando Ribeiro Gonçalves, os valores tanto para o nitrogênio total como para o fósforo
total foram acima das concentrações consideradas limitantes para o crescimento do
fitoplâncton e acima do limite permitido pelo CONAMA. Devido à grande disponibilidade
de nitrogênio e fósforo e baixas relações N:P no reservatório, principalmente no período de
estiagem, o crescimento da biomassa algal tornou-se bastante apropriado e limitante para o
nitrogênio. Dillon & Rigler (1974) analisaram um grande número de dados de fósforo
total, nitrogênio total e clorofila a em lagos da Europa, América do Norte e Canadá e
apontaram que a produção da biomassa fitoplanctônica era determinada em relação à taxa
N:P. Acima de 17:1 a biomassa era limitada pelo fósforo e abaixo de 9:1 era o nitrogênio o
fator limitante. Costa (2003) observou, nesta mesma barragem em estudo, baixas razões
N:P durante os períodos de dominância de espécies fixadoras de nitrogênio e ressaltou
ainda a assimilação pelas cianobactérias de diferentes formas de nitrogênio e fósforo
disponíveis na barragem ARG. Sakamoto (1966) em um estudo sobre a produção
fitoplanctônica de lagos japoneses de variadas profundidades mostrou um forte
relacionamento entre o conteúdo de clorofila a e o fósforo e o nitrogênio total. No Canal
do Pataxó (antes e depois da ETA), as concentrações de NT e PT foram bem menores do
que na barragem, provavelmente devido à correnteza, baixa profundidade do canal e
mistura da água, sem a descarga pontual de efluentes ricos em nutrientes. Observou-se, em
conseqüência, uma baixa concentração na biomassa destes sistemas quando comparados
aos da barragem.
A Demanda Química de Oxigênio (DQO) e a clorofila a são utilizadas como
parâmetros de avaliação do estado trófico dos ecossistemas aquáticos. Existe uma relação
indireta entre a DQO e a clorofila a, de modo que, uma grande demanda realizada por
processos biológicos e químicos pode consumir todo o oxigênio dissolvido na água, o que
afetaria os organismos aquáticos causando sua morte e especialmente o fitoplâncton, não
apenas pela dificuldade de penetração da luz, mas também pela presença de substâncias
56
tóxicas no meio, resultantes do metabolismo de organismos ali presentes como afirmou
Araújo (1997). No presente estudo, foi observada uma correlação negativa (r = -0,90 e r = -
0,74) no Canal do Pataxó (antes e depois do tratamento, respectivamente), entre a clorofila
a e a DQO. No período chuvoso, não houve forte correlação entre estas variáveis
provavelmente devido a maior diluição da água.
Os níveis de DQO foram decrescentes na barragem, no canal e depois do
tratamento e as concentrações de clorofila a seguiu o mesmo padrão horizontal. Os
resultados encontrados relativo às concentrações de DQO indicam não haver poluição por
matéria orgânica. Por outro lado, a considerável concentração de biomassa fitoplanctônica
quando relacionadas com a transparência da água e concentrações de fósforo total e orto-
fostafo, proposto pelo índice de estado trófico de Carlson (1977) modificado por Toledo et
al (1983) classificaram o ambiente da barragem como eutrófico, o canal como mesotrófico
e depois da estação de tratamento como oligotrófico. O estudo realizado por Costa (2003),
também classificou a Barragem em estudo como eutrofizada, baseando-se nas associações
funcionais do fitoplâncton.
Agradecimentos:
A primeira autora agradece a CAPES/MEC pela bolsa de Mestrado concedida e à
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O segundo autor agradece ao Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela bolsa de
produtividade em pesquisa.
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60
Artigo II
Comunidade Fitoplanctônica: Indicadora da Qualidade da Água
no Canal do Pataxó, Rio Grande do Norte
FABIANA RODRIGUES DE ARRUDA CÂMARA
& NAITHIRITHI T. CHELLAPPA.
Artigo a ser submetido para publicação na Brazilian Journal of Biology
ISSN: 1519-7108
Revista de QUALIS A (CAPES/MEC)
Área: Ecologia e Meio Ambiente
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
2007
61
Comunidade Fitoplanctônica como Indicadora da Qualidade da Água
no Canal do Pataxó, Rio Grande do Norte
FABIANA RODRIGUES DE ARRUDA CÂMARA
1
& NAITHIRITHI T.
CHELLAPPA
1*
1
Programa de Pós-Graduação em Bioecologia Aquática, Departamento de Oceanografia e
Limnologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Via Costeira, s/ n. Praia de
Mãe Luiza CEP 59014-100 Natal/RN. E-mail: fabirac@gmail.com;
62
Abstract: Phytoplankton community: Indicator of water quality in Canal do
Pataxó/RN
The current study analyzed spatial-temporal modifications of the phytoplankton
community and water quality, during dry and wet seasons. Phytoplankton community was
studied in three areas: Armando Ribeiro Gonçalves Reservoir, which is an important public
use reservoir in RN, Canal do Pataxó (before water treatment), Itajá, RN, and after the
water treatment. Water samples from the reservoir were collected during both dry (January,
February and November 2006) and wet seasons (March to June 2006). Quali–quantitative
analyses of phytoplankton were carried out. Results indicated a qualitative similarity of
phytoplankton community in the three areas. However, significant differences were
registered in these areas in relation to species relative abundance, with dominance of
potentially toxic cianobacteria, such as Planktotrhix agardhii (dry season) and Microcystis
sp. (wet season). Ecological indexes obtained higher values before water treatment.
Nevertheless, densities of cianobacteria (organisms/mL) gradually reduced in the waters of
the reservoir, Canal do Pataxó and after water treatment. After the treatment, density
values of cianobacteria were adequate for human consumption, according to the values
established by the Health Ministry.
Key words: Canal do Pataxó/RN, Phytoplancton, Biological indicator, Water quality.
63
Resumo: Comunidade Fitoplanctônica: Indicadora da qualidade da água no Canal do
Pataxó/RN
O presente estudo teve como objetivo avaliar as mudanças espaço-temporal da comunidade
fitoplanctonica e a qualidade da água, durante os períodos de estiagem e de chuvas. A
comunidade fitoplanctonica foi estudada em três estações distintas: Na Barragem Armando
Ribeiro Gonçalves (um importante reservatório de abastecimento público no RN), no
Canal do Pataxó (antes do tratamento da água), Itajá, RN; e depois da Estação de
Tratamento da Água (ETA). Na barragem foram realizadas amostras da água em ambos os
períodos de estiagem (janeiro, fevereiro e novembro 2006) e de chuvas (março a junho
2006). A metodologia compreendeu análises quali-quantitivas do fitoplancton. Os
resultados indicaram uma semelhança qualitativa da comunidade fitoplanctônica nos três
pontos de estudo. Contudo, ocorreram diferenças significativas entre a abundancia relativa
das espécies, com a dominância de cianobactérias potencialmente tóxicas, como
Planktotrhix agardhii (período de estiagem) e Microcystis sp. (período de chuvas), nas três
áreas estudadas. Os índices ecológicos obtiveram maiores valores antes da Estação de
Tratamento da Água. Todavia, as densidades de cianobactérias (organismos/mL)
diminuiram gradativamente nas águas da barragem, canal e após o tratamento, tornando-se,
após o tratamento da água, apropriada ao consumo humano, segundo os valores
preconizados pelo Ministério da Saúde.
Palavras-chave: Canal do Pataxó/RN, Fitoplancton, Indicador biológico, Qualidade da
água.
64
Introdução
Na micro-região do semi-árido nordestino, a exploração racional dos recursos
hídricos considerando seus múltiplos usos múltiplos, principalmente, sua utilização para
abastecimento humano constitui o grande desafio a ser enfrentado neste século. Para
garantir a oferta de água às populações desta região, foram implementados diversos
programas de gestão dos recursos hídricos no estado do Rio Grande do Norte. Dos projetos
existentes, a construção da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, o Canal do Pataxó e a
construção de Estações de Tratamento da Água (ETA) tem beneficiado diversas
populações e o desenvolvimento sustentável através do sistema de adutoras, embora
algumas vezes tenham ocorrido impactos na qualidade da água de proporções variáveis
com conseqüências ecológicas, econômicas e sociais que reflete na saúde humana
(SERHID, 2006).
Deste modo, o conhecimento das características físicas, químicas e biológicas
destes ecossistemas se faz extremamente necessário (Xavier, 2005). As análises físicas e
químicas permitem um conhecimento instantâneo das condições da água no momento em
que são feitas as medições, tornando-se um tanto drásticas quando o objeto de estudo é um
sistema lótico, em que a correnteza faz com que a água seja continuamente renovada em
cada ponto. Contudo medições periódicas durante um tempo considerável aumentam
significativamente o valor informativo dos métodos físicos e químicos, já que reduzem o
caráter discreto da informação (Lobo et al, 2002). As análises biológicas podem detectar
possíveis alterações na qualidade da água, bem como avaliar tendências ao longo do
tempo, que se refletem em modificações no habitat ou no comportamento dos organismos
aquáticos e, desta forma, mostram indicadores biológicos da qualidade de água.
O estudo de comunidades bióticas, abundância das espécies em determinados
pontos de amostragem, uma ampla distribuição e uma bem documentada auto-ecologia são
fatores importantes que devem ser levados em conta no momento de selecionar grupos de
organismos para a avaliação da qualidade da água. Dentre estes grupos, destacam-se as
algas por apresentarem distribuição espacial e temporal diversa e serem recomendadas por
pesquisadores em muitos paises como adequadas para avaliar a qualidade da água
(Schoeman & Haworth, 1986; Coste et al, 1991; Prygiel, 1991; Round, 1971).
O fitoplâncton é essencialmente constituído por uma grande variedade de espécies
de algas, com diferentes formas e estratégias de vida. Incluindo gêneros planctônicos,
como por exemplo: Microystis, Anabaena, Nodularia, Planktothrix, Aphanizomenon,
Cylindrospermopsis, Trichodesmium capazes de flutuar através de vacúolos gasosos;
65
gêneros bentônicos (Lyngbya, Phormidium, Oscillatoria, Schizothrix) que tendem a
sedimentar (Cood et al, 2005); e ainda as algas neutras que possuem densidade similar à da
água como Oocystis e Chlorella ou podem migrar na coluna d’água graças a presença de
flagelos como dinoglagelados e euglenofíceas (Padisak, et al 1993).
O conhecimento da composição fitoplanctônica de um determinado ecossistema é
primordial para a realização dos trabalhos que visam caracterizar uma comunidade, quanto
às modificações espaço-temporal, levando-se em consideração aspectos como dominância
de espécies, riqueza, similaridade, equitatividade, produtividade, dentre outros. Em áreas
represadas este conhecimento é necessário em virtude do aumento natural dessa população,
devido à quantidade de nutrientes inorgânicos nas águas das represas, possibilitando assim
uma área de grande produtividade primária (Chellappa, 1998).
Quando os reservatórios se tornam mais eutrofizados, a diversidade da composição
do fitoplâncton diminui gradativamente e conduz por fim à dominância de cianobactérias.
O florescimento das espécies de cianobactérias pode resultar em “scums” de superfície,
com produção de odores e insuficiencia de alimento para muitos organismos (Andersen,
1997). A dominância em longo prazo pelas espécies de cianobactérias está relacionada à
produtividade dos lagos raso, enquanto que as espécies coloniais, de modo geral, dominam
em lagos mais profundos (Schereus, 1992).
O objetivo do presente estudo foi a caracterização da comunidade fitoplanctônica
do Canal do Pataxó e depois da estação de tratamento da água, permitindo obter maior
conhecimento da estrutura da comunidade e de suas inter-relações possibilitando assim
melhores alternativas de preservação, manejo do ecossistema e diagnóstico da qualidade da
água através do biomonitoramento, conferindo o grau de dominância de cianobactéria
tóxica.
Material e Métodos
O estudo foi realizado na zona do semi-árido do estado do Rio Grande do Norte, em
três pontos de amostragens distintos, sendo o primeiro na Barragem Armando Ribeiro
Gonçalves, onde foram realizadas duas amostragens coletadas em estrato vertical, uma no
período chuvoso (abril/06) e outra no período de estiagem (novembro/06), entre as
coordenadas 5º40’12.10”S e 36º52’43.18”W, em um local próximo a área de captação da
água para o Canal do Pataxó que possui vazão média de 2,2m
3
/s; o segundo, situado no
próprio Canal do Pataxó próximo à BR-304, à 80m da Estação de Tratamento da Água
(ETA) localizado entre as coordenadas 5º38’36.32”S e 36º52’54.58”W à 210km da capital
66
do estado, em um trecho construído em concreto armado com largura média de 2,70
metros, 2m de altura e correnteza da água variando de 0,5 a 0,7m/s com movimento
unidirecional; e o terceiro ponto após o tratamento da água na estação de tratamento
(ETA), onde a água recebe aditivos químicos sob a coordenação da Companhia de Águas e
Esgotos do Rio Grande do Norte – CAERN (Fig. 1). No canal e após o tratamento as
amostragens foram realizadas quinzenalmente.
Os dados pluviométricos, temperatura do ar e velocidade do vento foram obtidos na
EMPARN (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio Grande do Norte).
As análises limnológicas foram baseadas em amostragem "in situ" e foram
realizadas com auxílio da garrafa de Van Dorn com capacidade para 3L. As coletas na
barragem em perfil vertical compreendendo três estratos de profundidade: superfície, meio
(20m) e fundo (30m). Para as coletas no Canal do Pataxó e depois da estação de tratamento
foram utilizadas garrafas de polietileno com capacidade para 600ml lavadas previamente
com ácido clorídrico em uma proporção de 1:3 e enxaguadas com água destilada. Para
todas as amostragens foram analisados os seguintes parâmetros: pH, temperatura,
condutividade elétrica e oxigênio dissolvido (kit Multiparâmetro WTW Multi 340i), nitrato
(Golterman et al, 1978), orto-fosfato (Apha, 1985) e amônio (Golterman et al, 1978). A
turbidez foi analisada com o auxílio do turbidímetro marca LaMotte 2020.
As amostras do fitoplâncton foram realizadas utilizando-se uma rede de malha de
20 µm por meio da qual foram filtrados 21 litros de água bruta que foram conservadas em
Iodo-Lugol, segundo as recomendações de Chellappa (1990). Em laboratório as amostras
foram analisadas com o auxílio de um microscópio da marca Taimim TM800, utilizando-
se aumento de x40. Para as identificações taxonômicas dos principais gêneros e espécies
foram consultadas as obras de Smith (1950), Desikachary (1959), Bicudo & Bicudo
(1970), Prescot (1970); Lind & Brook (1980); Barber & Haworth (1981), Parra et al
(1983); Wehr & Sheath (2003); Bicudo & Menezes (2005).
A determinação quantitativa da comunidade fitoplanctônica foi obtida através da
câmera de Sedgwick-Rafter, que possui 1 mL de volume com fundo contendo 1000
quadrados. Após 48 horas de sedimentação as amostras contidas em garrafas de polietileno
de 1 litro, foram sinfonadas e desprezando-se parte do volume sobrenadante. O restante foi
homogeneizado para evitar que as microalgas permanecessem no fundo. Foi transferida
uma sub-amostra utilizando-se uma ponteira de 1mL para a câmara de contagem, que foi
levada ao microscópio óptico de marca Taimim TM800, onde foram contados 10
quadrados aleatórios. Durante a contagem foram considerados como um indivíduo: células
67
isoladas, colônias inteiras e filamentos contendo mais de 10 células. Foi obtida a
abundância relativa das espécies e sua freqüência de ocorrência durante o período de
estudo. Para a freqüência de ocorrência foi utilizanda a fórmula descrita por Mateucci &
Colma (1982):
Fo = a.100/A, onde a = é o número de amostras em que o táxon ocorreu e A= é o
numero total de amostras.
Em função do valor de Fo, os táxons foram classificados como:
00-25% = Táxon presente
26-50% = Constituinte comum
51-75% = Importante
76-100% = Dominante
Através da análise quantitativa foram obtidos os valores dos índices ecológicos:
riqueza de espécies calculada segundo Margalef (1958); diversidade de Shannon &
Weaver (1949); dominância segundo Bergen & Parker (1970); e equitatividade segundo
Pielou (1975).
Para análise estatística dos dados foi utilizada a Correlação de Pearson, através do
programa Statistic versão 6.0, para avaliar relações entre os fatores bióticos e abióticos
sendo consideradas significativas apenas as correlações p<0,05.
68
Figura 1 – Localização da área de estudo e pontos de coleta: Ponto 1 - Barragem Armando
Ribeiro. Ponto 2 - Antes da estação de tratamento (ETA). Ponto 3 - Depois da estação de
tratamento.
Resultados
A pluviometria anual total registrada (jan/06 a nov/06) é típica de regiões semi-
áridas do nordeste brasileiro apresentando valor máximo no mês de abril de 190,4mm e
mínimo no período seco (janeiro, fevereiro e de julho a novembro) (Fig.2). A temperatura
média do ar variou de 30,16ºC em janeiro/06 a 26,95ºC em abril/06. Obtendo-se nos dias
das coletas um máximo de em média 29,2 ºC em janeiro e mínimo de 26,9º C na primeira
quinzena de abril/06. Em relação à velocidade do vento, houve uma média sem grandes
alterações ao longo dos meses, com médias de 2,8m/s a 0,76m/s. Exercendo influencia nas
69
características limnológicas através de efeitos como mistura da coluna d’água,
principalmente em ecossistemas de águas rasas, como no caso da área em estudo.
Na barragem o valor obtido para a transparência foi de 0,40m no período chuvoso e
de 0,2m no período de estiagem. Já no Canal do Pataxó, a transparência variou de 0,51m
no mês de janeiro (período seco) com profundidade neste mês de 0,70 até 0,95m no mês de
abril (período chuvoso) com profundidade média de 1,3m.
A média das variáveis físico-químicas durante os períodos de estiagem e chuvoso
analisadas na Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, no Canal do Pataxó e depois da
estação de tratamento, com os valores máximo e mínimo durante o período de estudo é
encontrada na tabela 1.
Observou-se na Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, uma baixa estratificação
térmica ao longo da coluna d’água tanto no período de estiagem como no chuvoso. O pH
apresentou-se alcalino durante o período de estiagem com média de 8,31 (desvio padrão de
0,21) e neutro no período chuvoso com média de 7,41 e desvio padrão de 0,29. A
estratificação do oxigênio dissolvido na coluna d’água foi maior no período seco do que no
chuvoso. A condutividade elétrica máxima foi de 382 µS.cm
-1
na superfície no período
seco e mínima de 202 µS.cm
-1
no fundo no período chuvoso. A turbidez foi menor no
fundo, tanto no período seco quanto no chuvoso.
De modo geral, os valores das análises no Canal do Pataxó e após o tratamento da
água se apresentaram maiores antes da estação de tratamento (Canal do Pataxó). Desta
forma, ocorreram pequenas amplitudes de variações na temperatura da água, que variou de
28,5ºC na segunda quinzena do mês de abril a 31,5ºC na primeira quinzena de maio, antes
da ETA e de 25ºC na segunda quinzena de maio a 32,5ºC na 2ª quinzena de abril, depois da
ETA, não havendo estratificação térmica no Canal do Pataxó ao longo da coluna d’água,
devido a baixa profundidade do local estudado.
O pH apresentou-se sempre alcalino com média de 8,74 no período de estiagem e
8,34 no período chuvoso, antes da ETA e com média de 7,42 no período de estiagem e
7,68 no período chuvoso, depois da ETA, mostrando uma diminuição no pH após o
processo de tratamento da água. Os maiores valores foram observados no final do mês de
março (9,67) no canal e no fim de maio (8,26) após o tratamento.
Os valores da distribuição do oxigênio dissolvido foram moderados no período
estudado, com as menores concentrações observadas na primeira quinzena de junho (4,08
mg.L
-1
) antes da ETA e 3,05 no início de janeiro depois da ETA e as maiores 6,84 mg.L
-1
antes da ETA e 6,19 mg.L
-1
depois da ETA.
70
A média da condutividade elétrica na água foi de 242 µS.cm
-1
no período de
estiagem e 234,12 µS.cm
-1
no período chuvoso no Canal do Pataxó, com máximo de 277,0
µS.cm
-1
no início do mês de março. Após o tratamento a média foi de 233,6 µS.cm
-1
no
período de estiagem e 239,12 µS.cm
-1
no período chuvoso, com máximo de 282,0 µS.cm
-1
também no início de março.
A turbidez apresentou média de 6,45 NTU no período de estiagem e 4,59 NTU no
período chuvoso, no Canal do Pataxó e 1,55 NTU no período de estiagem e 2,97 NTU no
período chuvoso depois da ETA.
Tabela 1 - Distribuição espaço-temporal das variáveis físicas e químicas na Barragem
Armando Ribeiro Gonçalves, Canal do Pataxó e Depois da Estação de Tratamento da Água
(ETA), durante o período de estudo.
BARRAGEM ARMANDO RIBEIRO GONÇALVES
Temperatura pH
Oxigênio
Dissolvido
Condutividade
Elétrica
Turbidez
(ºC) (mg.L
-1
) (µS.cm
-1
) (NTU)
seca chuva Seca Chuva seca chuva seca chuva seca chuva
Superfície
29,6 28,6 8,54 7,44 6,11 5,22 382 222 15 12
Meio
28,2 28 8,28 7,69 4,25 3,81 359 212 10,2 9,8
Fundo
26,2 25 8,12 7,1 1,24 2,14 361 203 5,1 5
CANAL DO PATAXÓ (ANTES DA ETA)
seca chuva Seca Chuva seca chuva seca chuva seca chuva
Média
29,73 29,62 8,74 8,34 5,685 5,636 242 234,12 6,45 4,59
mín – máx
(28,5 - 31,2) (7,67 - 9,67) (4,08 - 6,84) (203,0 - 277,0) (1,6 - 8,4)
DEPOIS DA ETA
seca chuva Seca Chuva seca chuva seca chuva seca chuva
Média
29,53 29,02 7,42 7,68 3,708 4,7 233,6 239,12 1,55 2,97
mín – máx
(25,0 - 32,5) (7,21 - 8,26) (3,05 - 6,19) (206,0 - 282,0) (0,061 - 5,0)
A tabela 2 apresenta as médias dos nutrientes inorgânicos durante os períodos de
estiagem e chuvoso, com os valores mínimos e máximos durante o período de estudo, na
barragem Armando Ribeiro Gonçalves, Canal do Pataxó e depois da ETA. A Barragem
Armando Ribeiro Gonçalves apresentou as menores concentrações de nutrientes no
período de maior pluviometria (Abril/2006), com concentrações mais elevadas durante o
período de estiagem (Novembro/2006). No Canal do Pataxó e depois da Estação de
Tratamento da Água (ETA) a concentraçãod e nutrientes foi moderada com valores
menores após o tratamento da água.
71
Tabela 2 - Distribuição espaço-temporal das concentrações de nutrientes inorgânicos na
Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, Canal do Pataxó e Depois da Estação de
Tratamento da Água (ETA), durante o período de estudo.
BARRAGEM ARMANDO RIBEIRO GONÇALVES
Nitrato Amônio Orto-fosfato NT PT
(mg.L
-1
) (mg.L
-1
) (mg.L
-1
) (mg.L
-1
) (mg.L
-1
)
seca chuva seca Chuva seca chuva seca chuva seca chuva
Superfície
0,24 0,05 0,79 0,46 0,58 0,25 6,3 5 2,16 1,098
Meio
0,15 0,04 0,57 0,34 0,32 0,24 5,1 4,5 2,12 1,085
Fundo
0,09 0,06 0,59 0,17 0,29 0,21 6 4 2,1 1,08
CANAL DO PATAXÓ (ANTES DA ETA)
seca chuva seca Chuva seca chuva seca chuva seca chuva
média
0,099 0,304 0,16 0,365 0,075 0,075 2,775 1,815 0,103 0,037
mín - máx
(0,068 - 0,498) (0,058 - 0,823) (0,03 - 0,1) (0,84 - 3,62) (0,018 - 0,19)
DEPOIS DA ETA
seca chuva seca Chuva seca chuva seca chuva seca chuva
Média
0,052 0,231 0,06 0,277 0,039 0,033 1,258 0,662 0,015 0,009
mín - máx
(0,005 - 0,387) (0,035 - 0,639) (0,003 – 0,065) (0,12 - 1,98) (0,001 - 0,044)
Um valor absoluto do nutriente nitrato e orto-fosfato quando transformados na
relação N/P resultou em baixos valores para o nitrogênio em relação ao fosfato baseado na
relação de Redfield, proposta por Buddendorf (2006). Os valores variaram entre 0 e 10,
durante o período de estudo. Com abundancia de cianobactérias na grande parte do período
de estudo e baixa relação N/P no Canal do Pataxó (antes da ETA) e depois da ETA (Tabela
3).
Tabela 3 - Relação N/P (Redfield ratio) antes e depois da Estação de Tratamento da Água
(ETA), durante o período de estudo.
ANTES DA ETA DEPOIS DA ETA
Nitrato Fosfato Redfield Ratio Nitrato Fosfato Redfield Ratio
Jan (1ª quinz)
0,199 0,085 2 0,064 0,02 2
Jan (2ª quinz)
0,082 0,03 2 0,005 0,004 1
Fev (1ª quinz)
0,074 0,1 1 0,073 0,042 1
Fev (2ª quinz)
0,068 0,079 1 0,055 0,057 1
Nov (1ª quinz)
0,084 0,078 1 0,061 0,065 1
Nov (2ª quinz)
0,087 0,081 1 0,056 0,048 1
Mar (1ª quinz)
0,103 0,087 1 0,091 0,057 1
Mar (2ª quinz)
0,308 0,089 2 0,231 0,031 5
Abr (1ª quinz)
0,386 0,048 6 0,233 0,033 7
Abr (2ª quinz)
0,362 0,065 4 0,299 0,029 7
Maio (1ª quinz)
0,359 0,087 3 0,297 0,028 10
Maio (2ª quinz)
0,311 0,091 2 0,225 0,035 4
Jun (1ª quinz)
0,498 0,077 5 0,387 0,053 5
Jun (2ª quinz)
0,107 0,061 1 0,088 0,046 1
72
Com base na identificação microscópica dos gêneros e espécies, a comunidade
fitoplanctônica da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, do Canal do Pataxó e depois da
estação de tratamento, ao longo dos meses de janeiro a junho e novembro de 2006, esteve
representada pelos seguintes grupos taxonômicos: Cyanophyceae, Clorophyceae,
Euglenophyceae e Bacillariophyceae. Na tabela 4, encontra-se a lista de espécies
fitoplanctônicas encontradas ao longo da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, Canal do
Pataxó (antes da ETA) e depois da ETA durante o período de estudo.
A figura 2 apresenta as espécies encontradas na superfície, na coluna intermediária
e no fundo da barragem, nos períodos seco e chuvoso. O padrão temporal apresentou
diferença no número de espécies, sendo registrados 45 táxons no período seco e 56 no
período chuvoso. Na superfície da água, esses táxons foram distribuídos em 4 classes,
dentre as quais houve domínio de cianofíceas, principalmente das espécies Planktothrix
agardhii Smith (53,21%) e Oscillatoria sp (21%), no período seco e Microcystis sp
(42,2%) no período chuvoso. Dentre as clorofíceas a espécie Coelomorum sp e
Staurastrum sp se destacaram com abundancia relativa de 10% e 8%, respectivamente, em
relação à toda a amostra, tendo as outras 9 espécies de clorofíceas abundancia relativa
abaixo de 1%. As diatomáceas foram encontradas na superfície, meio e fundo da barragem,
se destacando na superfície a espécie Aulocoseira granulata (5,21%) no período seco e em
6,25% no período chuvoso. Na coluna intermediária, embora em menor concentração do
que na superfície, as espécies mais abundantes continuaram sendo Planktothrix agardhii
Smith (31,2%) e Oscillatoria sp (21%), no período de estiagem e Microcystis sp (35,23%)
no período chuvoso. Em seguida a espécie Staurastrum sp que ocorreu tanto no período
seco (10,32%) como no chuvoso (9,25%); e a espécie dominante do grupo das diatomáceas
foi Navícula sp encontrada regularmente em ambos os períodos de estiagem e chuvoso e
em todas as profundidades com maior abundância no fundo de 34,25% no período seco e
29,54% no período chuvoso, ocorrendo neste meio, baixa abundancia em relação às
cianofíceas quando comparado com as amostragens da superfície e coluna intermediária.
As espécies do grupo das euglenofíceas obtiveram menor representatividade sendo
encontradas apenas três espécies (Euglena sp, Phacus sp e Trachelomonas volvocina Ehr)
geralmente presente no meio da coluna d’água durante os períodos seco e chuvoso.
73
Tabela 4 - Lista das espécies fitoplanctônicas encontradas ao longo da barragem Armando
Ribeiro Gonçalves, Canal do Pataxó e depois da Estação de Tratamento da Água (ETA),
durante o período de estudo (janeiro a junho e novembro de 2006).
ESTIAGEM CHUVA
Barragem
A.R.G.
Antes
da
ETA
Depois
da
ETA
Barragem
A.R.G.
Antes
da
ETA
Depois
da
ETA
CYANOPHYCEAE
Anabaena sp x x x x x x
Aphanizomenon flos-aquae Komarek x x x x x x
Aphanocapsa sp x
x x x
Chrococcus minutus Copeland x x x x x x
Coelomorum tropicalis Senna x x x x x x
Coelosphaerium kuetzingianum Smith x x x x x x
Cylindrospermopsis raciborskii
Horecká
x
x
x x x x
Cylindrospermumsp x x x x x x
Gloeothece sp x x x
Gomphosfhaeria lacustris Chod x x x x x x
Limnothrix sp x x
Lyngbya sp x x x x x
Merismopedia sp x x x x x x
Microcystis protocystis x
Microcystis sp x x x x x
Nostoc sp x x x x x x
Oscillatoria articulata Gardin x x x x x x
Oscillatoria granulata Gardin x x x x x x
Oscillatoria lacustre Geitl x x x x x x
Oscillatoria limosa Smith x x x x x x
Oscillatoria sancta Kling x x x x x x
Oscillatoria sp x x x x x x
Oscillatoria splendida Grev x x x x x x
Phormidium autumnale Komarek x x x x x
Phormidium richardsii Drouet x x x x x
Planktothrix agardii Smith x x x x x x
Planktothrix rubescens Gomont x x x x x x
Pseudanabaena limnetica Komarek x x x x x x
Raphidiopsis curvata Geitler x x x x x x
Rivularia sp x x x
Sphaerocavum brasiliense x
Synechocystis sp x x x x x
CHLOROPHYCEAE
Botryococcus braunii x
Chlamydocapsa bacillus (Teiling) Fott
x
Closteriopsis longíssima Prescott x x
x
x x x
Closterium sp x x
x
x x x
Coelastrum sp x x
x
x x x
Crucigenia sp
x x x
Dictyosphaerium sp x x
x
x x x
Eudorina sp x x
x
x x x
Oocystys sp x x
x
x x x
Oocystys lacustris
x
Palmella miniata Bourrely x x
x
x x
x
Pandorina sp x x
x
x x
x
Sphaerocystis sp
x
Staurastrum sp x x
x
x x
x
Tetrademus sp x x x x x x
74
Tabela 4. Continuação...
Tetraspora sp x x x x x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena sp x x x x x x
Phacus sp x x x
Trachelomonas volvocina Ehr x x x x x x
BACILLARIOPHYCEAE
Amphora sp x x x x x x
Aulacoseira granulata Round x x x x x x
Cilindrosperma sp x x x x x x
Cyclotela sp x
Cymbella sp x x x x x x
Navicula sp x x x x x x
0
10
20
30
40
50
60
seco chuvoso seco chuvoso seco chuvoso
SUPERFÍCIE MEIO FUNDO
Abundancia relativa (%)
Planktothrix agardhii Smith Oscillatoria sp Microcystis sp
Coelomorum sp Staurastrum sp Navicula sp
Aulocoseira granulata
Figura 2. Distribuição temporal e espacial das espécies mais abundantes da Barragem
Armando Ribeiro Gonçalves, durante o período de estudo.
Nas tabelas 5 e 6 são encontrados os dados quali-quantitativos das espécies, sua
abundancia relativa em cada período (estiagem e chuvoso) e a freqüência de ocorrência do
fitoplâncton do Canal do Pataxó (Antes da ETA) e depois da ETA, durante o período de
estudo. Na tabela 7 e 8 se encontra a densidade numérica das espécies dominantes, em
organismos/ml, nos períodos de estiagem e chuvoso.
As espécies fitoplanctônicas do grupo das Cyanophyceae foram dominantes, se
mostrando regular e com forte representatividade no Canal do Pataxó e depois da Estação
de Tratamento da Água. Este grupo foi representado por espécies dos gêneros Anabaena,
Aphanizomenon, Chrococcus, Coelomorum, Coelosphaerium, Cylindrospermopsis,
Cylindrospermum, Gomphosphaeria, Lyngbya, Merismopedia, Microcistys, Nostoc,
75
Oscillatoria, Phormidium, Planktothrix, Pseudoanabaena, Rhaphidiopsis e Synecocystis.
A maior quantidade de táxons foi encontrada no período chuvoso tanto no Canal do Pataxó
(51) quanto depois da ETA (47). Espécies do grupo das Cyanophyceaes obtiveram maiores
abundancia relativa durante o período de estudo com maior dominância para a espécie
Planktotrhix agardhii, que durante o período de estiagem apresentou abundancia relativa
entre 52,53% e 87,47% antes da ETA. Depois da ETA, neste mesmo período, houve uma
abundancia mínima de 62,61% e máxima 89,13% da espécie Planktotrhix agardhii. No
período chuvoso a espécie Microcystis sp apresentou abundancia relativa entre 31,36% e
65,32% antes da ETA e entre 35,21% e 74,21% depois da ETA; enquanto que, a espécie
Planktothrix agardhii apresentou abundancia entre 11,32% e 32,21% antes da ETA e entre
10,14 e 29,64% depois da ETA.
Em seguida, as clorofíceas foram representadas por espécies dos gêneros
Closteriopsis, Closterium, Coelastrum, Dyctiosphaerium, Eudorina, Oedogonium,
Oocystys, Palmella, Pandorina, Staurastrum, Tetradesmus e Tetraspora.
Com representações ainda menores encontraram-se as euglenofíceas representadas
pelas espécies Euglena sp, Phacus sp e Trachelomonas volvocina; e as diatomáceas
representadas pelos gêneros Amphora, Aulacoseira, Cilindrosperma, Cymbella, Navicula,
Nitzchia e Synedra.
Antes da ETA, dentre as Cyanophyceaes, foram encontradas as espécies Anabaena
sp, Aphanizomenon flos-aquae Komarek, Chrococcus minutus Copelan, Coelomorum
tropicalis Senna, Coelosphaerium kuetzingianum Smith, Cylindrospermum sp,
Gomphosfhaeria lacustris Chod, Lyngbya sp, Merismopedia sp, Oscillatoria articulata
Gardin, Oscillatoria granulata Gardin, Oscillatoria lacustre Geitl, Oscillatoria limosa
Smith, Oscillatoria sancta Kling, Oscillatoria sp, Oscillatoria splendida Grev,
Phormidium autumnale Komarek, Phormidium richardsii Drouet, Planktothrix agardii
Smith, Planktothrix rubescens Gomont, Pseudanabaena limnetica Komarek. Essas
espécies juntas, na maioria dos meses do período seco apresentaram abundancia relativa
acima de 80%, sendo a espécie Planktothrix agardii Smith a que apresentou maior
ocorrência e abundancia em relação às demais espécies de cianobactérias, com densidade
numérica de 75.200 a 98.050 filamentos/ml. Já no período chuvoso, um maior número de
espécies foram identificadas, dentre estas, Aphanocapsa sp, Gloeothece sp, Microcystis sp
e Rivularia. A espécie Microcystis foi a mais abundante durante o estudo com densidade
entre 20.400 a 34.500 indivíduos/ml, e a espécie Planktothrix agardhii Smith com
densidade numérica de 7.644 a 17.776 filamentos/ml, também se mostrou
76
consideravelmente abundante dentre a classe das cianofíceas. A espécie Staurastrum sp
obteve maior representatividade nas amostras dentre as clorofíceas, obtendo densidade
numérica de 119 a 4111 org/ml no período chuvoso e 194 – 1003 org/ml no período de
estiagem. As diatomáceas foram representadas principalmente pela espécie Aulacoseira
granulata (85 – 859 org/ml no período de estiagem e 35 – 566 org/ml no período chuvoso),
Amphora sp (85 – 657 org/ml), Cilindrosperma sp (88 – 208org/ml) e Navicula sp (28 –
424 org/ml), com presença para as três últimas espécies no período chuvoso e ausência no
período de estiagem (Fig. 3).
Depois da ETA, as espécies Anabaena sp, Aphanizomenon flos-aquae Komarek,
Chrococcus minutus Copelan, Coelomorum tropicalis Senna, Coelosphaerium
kuetzingianum Smith, Cylindrospermum sp, Oscillatoria sp, Planktothrix agardii Smith,
Planktothrix rubescens Gomont continuaram prevalecendo na água durante o período de
estiagem. Tais espécies representaram mais de 90% das cianobactérias encontradas na
comunidade, sendo a ocorrência e abundância da espécie Planktothrix agardii
relativamente alta, com média de 78% no período de estiagem e de 22% no período
chuvoso, no entanto, com valores menores (entre 8.200 e 12.500 filamentos/ml, no período
de estiagem, e entre 1.794 e 5.826 filamentos/ml, no período chuvoso) do que o encontrado
antes da ETA. No período chuvoso, Aphanocapsa sp, Gloeothece sp, Microcystis sp e
Rivularia sp foram identificadas neste sistema; sendo encontrado neste período,
considerável abundância das espécies Microcystis sp, com densidade entre 5.200 e 12.500
ind./ml, e a espécie Planktothrix agardii Smith, com densidade entre 1.794 e 5.826
filamentos/ml. Poucas espécies do grupo das clorofíceas foram abundantes em relação à
comunidade, destacando-se apenas a espécie Staurastrum sp, com maior abundância
relativa dentre esta classe, depois da ETA, durante o período seco. O mesmo ocorreu com
as espécies Staurastrum sp e Oocystys sp no período chuvoso. Dentre as Diatomáceas, a
espécie Aulacoseira granulata Round foi a mais abundante desse grupo na comunidade,
seguida da espécie Navícula sp (Figura 4).
77
Tabela 5 - Abundância relativa (%) e freqüência de ocorrência - FO (%) da comunidade fitoplanctônica encontrada no Canal do Pataxó (Antes da
ETA) e Depois da ETA no período seco de 2006
JANEIRO FEVEREIRO NOVEMBRO JANEIRO FEVEREIRO NOVEMBRO
MESES
1ª quinz 2ª quinz 1ª quinz 2ª quinz quinz 2ª quinz 1ª quinz 2ª quinz 1ª quinz 2ª quinz 1ª quinz 2ª quinz
ESPECIES
Estações de coleta
Antes da ETA (A)
Depois da ETA (D)
A A A A A A
F.O. (%)
D D D D D D
F.O. (%)
Cyanophyceae
Anabaena sp
3,10 0,82 0,08 1,37 2,69 2,93
100,0
2,11 x 0,39 0,39 x 1,84
66,6
Aphanizomenon flos-aquae Komarek
4,91 x 0,16 x 0,11 0,24
66,6
3,98 x x x 0,10 x
33,3
Chrococcus minutus Copeland
1,17 x x 0,09 0,32 0,06
66,6
0,16 x x 0,13 x x
33,3
Coelomorum tropicalis Senna
2,29 0,82 1,31 x 0,07 x
66,6
1,64 0,07 x x x 0,09
50,0
Coelosphaerium kuetzingianum Smith
5,88 0,08 0,25 x 0,16 x
66,6
2,24 0,07 x x 0,10 x
50,0
Cylindrospermopsis raciborskii Horecká
0,39 2,22 0,37 0,64 0,11 x
83,3
0,10 2,21 0,78 0,65 0,10 x
83,3
Cylindrospermumsp
x x 0,08 x x 0,18
33,3
x x x x x 0,18
16,6
Gomphosfhaeria lacustris Chod
x 5,00 x 0,18 x x
33,3
x 3,00 x 0,26 x x
33,3
Lyngbya sp
x x x x x 0,54
16,6
x x x x 0,97 x
16,6
Merismopedia sp
x x x 0,27 x 3,08
33,3
x x 0,52 0,26 x 2,50
50,0
Nostoc sp
0,73 x 0,08 0,46 x 0,18
66,6
0,53 x 0,59 0,59 x x
50,0
Oscillatoria articulata Gardin
1,70 x x x 0,21 x
33,3
0,71 x x x x x
16,6
Oscillatoria granulata Gardin
2,05 1,00 0,08 x 0,35 x
66,6
1,71 0,14 x x x x
33,3
Oscillatoria lacustre Geitl
2,95 x 0,53 x 0,81 x
16,6
2,60 x x x x 4,14
33,3
Oscillatoria limosa Smith
0,97 0,08 0,08 x x 0,06
66,6
0,80 x 1,18 x x 0,09
50,0
Oscillatoria sancta Kling
1,26 0,49 1,02 1,47 x 0,12
83,3
x 0,07 0,13 1,18 x x
50,0
Oscillatoria sp
1,26 1,24 x 2,75 3,03 0,06
83,3
0,13 1,07 x 0,13 x x
50,0
Oscillatoria splendida Grev
1,19 2,55 x 11,26 0,11 x
66,6
x 0,21 x 11,77 x x
33,3
Phormidium autumnale Komarek
0,73 5,36 x x x x
33,3
x 19,00 x x x x
16,6
Phormidium richardsii Drouet
x 6,41 0,08
x
x x
33,3
x x x
x
x x
0,0
Planktothrix agardii Smith
52,53 62,01 82,00 77,51 80,73 87,47 100,0 62,61 71,91 81,78 77,24 89,13 87,46 100,0
Planktothrix rubescens Gomont
3,00 x x x 2,15 1,57
50,0
2,20 x x x 3,50 2,11
50,0
Pseudanabaena limnetica Komarek
2,35 5,59 3,43 x x 0,18
66,6
0,51 x x x x x
16,6
Raphidiopsis curvata Geitler
3,45 x 0,16 0,09 x x
50,0
2,44 x 0,13 x x x
33,3
Synechocystis sp
0,34 x x
x
x x
16,6
x x x x x x
0,0
78
Tabela 5 – Continuação...
JANEIRO FEVEREIRO NOVEMBRO JANEIRO FEVEREIRO NOVEMBRO
MESES
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
ESPECIES
Estações de coleta
Antes da ETA (A)
Depois da ETA (D)
A A A A A A
F.O. (%)
D D D D D D
F.O. (%)
Clorophyceae
Closteriopsis longissima Prescott
0,49 x x x 0,11 0,06
50,0
x x x x x 0,09
16,6
Closterium sp
x 0,41 x 0,09 x x
33,3
x 0,21 x 0,26 x x
33,3
Coelastrum sp
0,29 0,08 x x x 0,12
50,0
0,10 0,21 x x x 0,09
50,0
Dictyosphaerium sp 0,05 x 0,08 x x 0,12
50,0
x x x x x x
0,0
Eudorina sp
0,09 0,08 0,08 x 0,05 x
66,6
0,46 x 0,15 x x x
33,3
Oocystys sp
1,02 x 1,11 0,42 1,56 0,73
83,3
2,64 x 3,93 0,46 x 0,11
66,6
Palmella miniata Bourrely
0,24 0,52 x x 0,11 0,06
66,6
x x 0,75 2,25 1,50 0,01
66,6
Pandorina sp
x 2,41 x 0,09 x x
33,3
x 0,28 x 0,26 x x
33,3
Staurastrum sp
1,82 x 3,11 0,55 1,56 0,73
83,3
2,64 x 3,93 0,46 2,00 x
66,6
Tetrademus sp
0,05 x 0,09 x x 0,22
50,0
x x x x x x
0,0
Tetraspora sp
0,55 0,08 0,18 x 0,15 x
66,6
0,48 x 0,15 x 0,50 x
50,0
Euglenophyceae
Euglena sp
0,82 x 0,11 0,42 1,56 0,66
83,3
0,64 x 0,93 0,29 x 0,50
66,6
Trachelomonas volvocina Ehr
0,05 x 0,09 x x 0,12
50,0
x x x x x x
0,0
Bacillariophyceae
Amphora sp
0,49 x 1,02 x x 0,12
50,0
0,30 x 1,13 x 1,00 x
50,0
Aulacoseira granulata Round
1,86 1,92 1,21 1,62 0,63 0,20
100,0
3,48 1,18 2,03 3,21 0,38 0,61
100,0
Cilindrosperma sp
1,49 x 0,05 x x 0,12
50,0
0,39 x 0,08 x x 0,08
50,0
Cymbella sp
x 0,09 x 0,08 0,11 0,06
66,6
x 0,13 x 0,21 0,10 0,09
66,6
Navicula sp
1,58 0,71 3,16 0,62 3,32 x
83,3
4,38 0,22 1,42 x 0,63 x
66,6
79
Tabela 6 - Abundância relativa (%) da comunidade fitoplanctônica encontrada no Canal do Pataxó (Antes da ETA) e Depois da ETA no período chuvoso
de 2006
MARÇO ABRIL MAIO JUNHO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO
MESES
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
ESPECIES
Estações de coleta
Antes da ETA (A)
Depois da ETA (D)
A A A A A A A A
F.O.
(%)
D D D D D D D D
F.O.
(%)
Cyanophyceae
Anabaena sp
1,32 2,35 1,25 0,57 0,21 0,21 0,25 x
87,5
0,21 x 0,21 0,25 x x 1,28 x
50,0
Aphanizomenon flos-aquae Komarek
1,25 0,54 x x x 0,25 1,32 x
50,0
x x x x x x x x
0,0
Aphanocapsa sp
2,36 0,95 3,65 x x 0,14 0,25 x
62,5
0,35 0,21 0,64 x x x 0,21 x
50,0
Chrococcus minutus Copeland
0,25 0,25 8,21 x x 0,32 x 0,85
62,5
0,89 0,28 0,35 x x x x 0,25
50,0
Coelomorum tropicalis Senna
0,41 0,18 1,25 0,32 0,54 x x x
62,5
1,26 1,47 2,36 0,36 1,26 x x x
62,5
Coelosphaerium kuetzingianum Smith
0,87 x 5,32 x x 0,24 x x
37,5
x x x x x x x x
0,0
Cylindrospermopsis raciborskii Horecká
0,98 0,47 4,25 0,17 0,25 0,28 x 1,20
87,5
2,87 1,23 2,24 0,25 1,32 0,12 x x
75,0
Cylindrospermumsp
0,54 0,49 1,25 0,13 1,25 0,75 0,54 2,15
100,0
1,35 x 0,65 0,17 0,36 x 2,15 x
62,5
Gloeothece sp
0,87 0,16 5,21 0,85 1,02 0,25 x x
75,0
4,31 1,23 3,25 0,95 x 0,84 x 0,58
75,0
Gomphosfhaeria lacustris Chod
2,54 1,25 0,31 x x 0,21 0,84 x
62,5
5,23 x x x x x 0,25 0,25
37,5
Lyngbya sp
0,92 1,84 4,32 1,25 2,32 0,87 x 1,32
87,5
4,23 2,32 2,36 0,81 1,32 x x x
62,5
Merismopedia sp
2,65 3,25 2,14 0,25 1,33 0,48 x 0,21
87,5
0,55 x 1,65 0,12 x x x x
37,5
Microcystis sp
31,36 40,25 34,21 65,32 55,25 54,54 58,35 54,20 100,0 35,21 40,21 52,00 56,21 74,21 58,20 41,21 64,21 100,0
Nostoc sp
0,33 x 5,31 0,21 1,32 0,47 x 2,32
75,0
8,51 x 7,65 1,21 0,21 2,10 2,10 x
75,0
Oscillatoria articulata Gardin
x 4,25 2,31 0,36 5,32 0,36 0,84 x
75,0
x 8,32 2,15 0,28 0,32 x x x
50,0
Oscillatoria granulata Gardin
x 2,32 2,14 0,23 x x x x
37,5
x 2,14 3,21 0,95 x 1,36 x x
50,0
Oscillatoria lacustre Geitl
x x 0,14 x 1,25 0,25 0,48 0,95
62,5
x 2,36 x x 0,2 1,25 x 0,84
50,0
Oscillatoria limosa Smith
2,36 2,14 0,12 0,20 1,36 0,54 0,25 x
87,5
x 1,25 0,09 0,10 0,1 0,84 1,25 x
75,0
Oscillatoria sancta Kling
2,26 0,25 0,85 x 1,54 0,26 0,47 x
75,0
x x x x 0,8 0,25 0,21 x
37,5
Oscillatoria sp
2,64 0,32 0,24 x 0,25 0,48 1,25 x
75,0
x x x x 0,15 x 0,98 x
25,0
Oscillatoria splendida Grev
2,35 0,48 x
x
0,25 x x 0,25
50,0
1,23 x x
x
x x x x
12,5
Phormidium autumnale Komarek
x 1,58 1,12 0,10 x 0,25 0,12 0,12
75,0
x 0,28 0,21 0,28 x 0,12 0,25 0,18
75,0
Phormidium richardsii Drouet
x x x x 0,25 0,10 0,25 1,25
50,0
x x x 0,84 0,25 x 0,78 1,74
50,0
80
Tabela 6 - Continuação...
MARÇO ABRIL MAIO JUNHO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO
MESES
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
ESPECIES
Estações de coleta
Antes da ETA (A)
Depois da ETA (D)
A A A A A A A A
F.O.
(%)
D D D D D D D D
F.O.
(%)
Cyanophyceae
Planktothrix agardii Smith
24,23 14,21 11,32 21,25 15,01 32,21 28,75 18,32 100,0 22,35 25,23 10,14 29,32 17,32 28,36 29,64 19,36 100,0
Planktothrix rubescens Gomont
2,10 5,26 0,21 0,74 1,23 x x x
62,5
2,21 2,25 2,36 0,21 x x x x
50,0
Cyanophyceae
Pseudanabaena limnetica Komarek
0,50 2,12 0,03
0,2
2,01 x x 1,48
75,0
0,21 x 0,86 0,75 x x x 0,84
50,0
Raphidiopsis curvata Geitler
0,20 2,31 0,04 0,15 x x 0,58 x
62,5
x 2,14 2,15 0,24 x x 0,45 x
50,0
Rivularia sp
2,04 1,57 x x 0,25 x x x
37,5
x x x x x x x x
0,0
Synechocystis sp
3,25 4,32 x x 1,25 0,2 x x
50,0
x x x x x x x x
0,0
Clorophyceae
Chlamydocapsa bacillus (Teiling) Fott 0,20 0,24 0,15 0,01 0,21 0,21 0,18 0,32
100,0
0,21 x 0,15 0,01 x 0,13 0,32 0,25
75,0
Closteriopsis longissima Prescott
0,10 0,26 x 0,03 0,54 0,36 0,84 0,65
87,5
0,14 x x x 0,21 x x 0,25
37,5
Closterium sp
0,09 0,13 0,45 0,23 0,25 0,21 0,64 0,21
100,0
0,36 x x x x x 0,25 0,21
37,5
Closterium tumidum Adlerstein 0,50 0,74 0,17 0,84 0,62 0,54 0,25 0,54
100,0
0,75 2,21 0,45 0,21 x 0,21 0,24 0,24
75,0
Coelastrum sp
x 0,58 0,64 0,26 x x x 0,28
50,0
x x 0,21 0,21 x x x 0,36
37,5
Crucigenia sp
x 0,54 0,14 0,47 0,25 0,14 0,25 2,14
100,0
x 1,25 x 0,12 0,15 0,36 0,21 0,25
75,0
Dictyosphaerium sp 0,20 x x 0,26 0,21 0,25 x 1,36
62,5
0,10 x x 0,14 x 0,68 x 0,15
50,0
Eudorina sp
0,14 x 0,24 0,54 0,14 0,42 0,25 0,14
87,5
0,41 x 0,87 x 0,1 0,54 0,31 0,25
75,0
Oocystys sp
0,7 0,04 0,36 0,84 x 0,27 0,51 1,32
87,5
0,1 0,01 0,36 0,54 x 0,15 8,21 0,25
87,5
Palmella miniata Bourrely
0,04 0,12 0,01 0,22 0,21 0,25 0,25 1,24
100,0
0,02 0,01 x 0,08 0,21 0,28 2,25 0,25
87,5
Pandorina sp
0,07 0,06 0,02 0,26 0,58 0,25 0,32 0,24
100,0
0,14 x 0,26 2,14 0,21 x x 1,35
62,5
Staurastrum sp
6,32 3,40 0,20 0,84 0,26 0,31 0,21 2,15
100,0
0,41 x 1,20 2,14 x 1,02 3,00 3,36
75,0
Tetrademus sp
0,03 0,25 0,55 0,41 0,12 0,27 0,45 2,21
100,0
0,51 0,02 0,03 x 0,32 x 0,64 0,31
75,0
Tetraspora sp
0,04 x 0,22 x 0,32 0,10 x 0,75
62,5
0,10 0,15 0,10 x 0,20 0,14 x 0,24
75,0
Euglenophyceae
Euglena sp
0,00 x 0,25 0,25 0,15 0,26 0,13 0,15
87,5
x x 0,25 0,21 0,21 0,25 0,23 0,24
75,0
Phacus sp
0,14 0,25 x 0,41 0,25 0,31 x 0,17
75,0
0,25 0,32 x 0,70 x 0,25 x 0,36
62,5
81
Tabela 6 - Continuação...
MARÇO ABRIL MAIO JUNHO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO
MESES
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
quinz
ESPECIES
Estações de coleta
Antes da ETA (A)
Depois da ETA (D)
A A A A A A A A
F.O.
(%)
D D D D D D D D
F.O.
(%)
Euglenophyceae
Trachelomonas volvocina Ehr
x 0,12 0,08 0,95 0,54 0,21 0,31 0,18
87,5
0,17 0,12 0,20 x 0,10 x x 0,98
62,5
Bacillariophyceae
Amphora sp
1,01 0,12 0,64 0,21 0,25 0,25 0,15 0,28
100,0
x 0,45 0,20 0,10 x x 1,14 0,44
62,5
Bacillariophyceae
Aulacoseira granulata Round
1,32 x 0,40 0,16 0,25 1,02 x 0,43
75,0
1,01 x 0,19 x x 0,81 x 0,10
50,0
Cilindrosperma sp
0,32 x x 0,17 0,36 0,25 0,25 0,16
75,0
1,14 x x 0,10 x 0,21 x 1,10
50,0
Cymbella sp
x x x 0,15 0,28 0,25 0,36 0,29
62,5
0,10 x x x 0,14 x 1,72 0,36
50,0
Navicula sp
0,20 0,04 0,28 0,19 0,75 0,21 0,11 0,17
100,0
0,21 0,40 0,15 x 0,21 x 0,25 0,45
75,0
82
Tabela 7 - Espécies dominantes (cel.mL
-1
) Antes e Depois da ETA durante o período de estiagem (jan, fev e nov de 2006)
CANAL DO PATAXÓ (ANTES DA ETA)
JANEIRO FEVEREIRO NOVEMBRO
ESPÉCIES
1ª quinz 2ª quinz 1ª quinz 2ª quinz 1ª quinz 2ª quinz
FO(%)
Cyanophyceae
Anabaena sp
1711 259 22 505 832 783
100,0
Cylindrospermopsis raciborskii Horecká
214 699 100 236 33 x
83,3
Oscillatoria sancta Kling
697 155 278 539 x 32
83,3
Oscillatoria sp
697 389 x 1010 938 16
83,3
Planktothrix agardii Smith
29000 19500 22400 28500 25000 23400 100,0
Clorophyceae
Oocystys sp
561 x 302 156 483 194
83,3
Staurastrum sp
1003 x 848 202 483 194
83,3
Euglenophyceae
Euglena sp
451 x 29 156 483 176
83,3
Bacillariophyceae
Aulacoseira granulata Round
1027 605 332 595 197 54
100,0
Navicula sp
870 224 862 227 1028 x
83,3
DEPOIS DA ETA
Cyanophyceae
Cylindrospermopsis raciborskii Horecká
16 258 120 86 9 x
83,3
Planktothrix agardii Smith
10200 8400 12500 10200 8200 9900 100,0
Bacillariophyceae
Aulacoseira granulata Round
566 138 311 424 35 69
100,0
83
Tabela 8 - Espécies dominantes (cel.mL
-1
) Antes e Depois da ETA durante o período chuvoso (mar, abr, maio, jun de 2006)
CANAL DO PATAXÓ (ANTES DA ETA)
MARÇO ABRIL MAIO JUNHO
ESPECIES
1ª quinz 2ª quinz 1ª quinz 2ª quinz 1ª quinz 2ª quinz 1ª quinz 2ª quinz
FO(%)
Cyanophyceae
Anabaena sp
859 1664 844 301 119 116 142 x
87,5
Cylindrospermopsis raciborskii Horecká
638 333 2870 90 141 155 x 660
87,5
Cylindrospermumsp
351 347 844 69 706 414 306 1182
100
Gloeothece sp
566 113 3518 449 576 138 x x
75
Lyngbya sp
598 1303 2917 660 1310 480 x 726
87,5
Merismopedia sp
1724 2301 1445 132 748 265 x 115
87,5
Microcystis sp
20400 28500 23100 34500 31200 30100 33100 29800 100
Nostoc sp
211 x 3586 111 745 259 x 1276
75
Oscillatoria articulata Gardin
x 3009 1560 190 3004 199 477 x
75
Oscillatoria limosa Smith
1535 1515 81 106 768 298 142 x
87,5
Oscillatoria sancta Kling
1470 177 574 x 870 143 267 x
75
Oscillatoria sp
1717 227 162 x 141 265 709 x
75
Phormidium autumnale Komarek
x 1119 756 53 x 138 68 66
75
Planktothrix agardii Smith
15762 10062 7644 11224 8476 17776 16309 10073 100
Pseudanabaena limnetica Komarek
325 1501 20 106 1135 x x 814
75
Clorophyceae
Chlamydocapsa bacillus (Teiling) Fott 130 170 101 5 119 116 102 176
100
Closteriopsis longissima Prescott
65 184 x 13 305 199 477 357
87,5
Closterium sp
59 92 304 121 141 116 363 115
100
Closterium tumidum Adlerstein 325 524 115 444 350 298 142 297
100
Crucigenia sp
x 382 95 248 141 77 142 1177
100
Eudorina sp
91 x 162 285 79 232 142 77
87,5
Oocystys sp
455 28 243 444 x 149 289 726
87,5
Palmella miniata Bourrely
26 85 7 116 119 138 142 680
100
Pandorina sp
46 42 14 137 328 138 182 132
100
Staurastrum sp
4111 2407 135 444 147 171 119 1182
100
Tetrademus sp
20 177 371 217 68 149 255 1215
100
84
Tabela 8 – Continuação...
Euglenophyceae
Euglena sp
x x 169 132 85 143 71 82
87,5
Bacillariophyceae
Amphora sp
657 85 432 111 141 138 85 154
100
Aulacoseira granulata Round
859 x 270 85 141 563 x 236
75
Cilindrosperma sp
208 x x 90 203 138 142 88
75
Navicula sp
133 28 189 100 424 116 62 93
100
ESPECIES DEPOIS DA ETA
Cyanophyceae
Cylindrospermopsis raciborskii Horecká
424 239 396 44 205 19 x x
75,0
Gloeothece sp
637 239 575 167 x 134 x 113
75,0
Microcystis sp
5200 7800 9200 9900 11500 9300 8100 12500 100,0
Nostoc sp
1257 x 1353 213 33 336 413 x
75,0
Oscillatoria limosa Smith
x 242 16 18 15 134 246 x
75,0
Phormidium autumnale Komarek
x 54 37 49 x 19 49 35
75,0
Planktothrix agardii Smith
3301 4894 1794 5164 2684 4532 5826 3769 100,0
Clorophyceae
Chlamydocapsa bacillus (Teiling) Fott 31 x 27 2 x 20 63 49
75,0
Closterium tumidum Adlerstein 111 429 80 37 x 34 47 47
75,0
Crucigenia sp
x 242 x 21 23 58 41 49
75,0
Eudorina sp
61 x 154 x 15 86 61 49
75,0
Oocystys sp
15 2 64 95 x 24 1614 49
87,5
Palmella miniata Bourrely
3 2 x 14 33 45 442 49
87,5
Staurastrum sp
61 x 212 377 x 163 590 654
75,0
Tetrademus sp
75 4 5 x 50 x 126 60
75,0
Tetraspora sp
15 29 18 x 31 22 x 47
75,0
Euglenophyceae
Euglena sp
x x 44 37 33 40 45 47
75,0
Bacillariophyceae
Navicula sp
31 78 27 x 33 x 49 88
75,0
85
Figura 3 – Espécies mais abundantes no Canal do Pataxó (Antes da Estação de
Tratamento) durante o período de estiagem, com maior representatividade a espécie
Planktothrix agardhii Smith (1a e 2a) e durante o período chuvoso (1b. Microcistys sp,
2b. Planktothrix agardhii Smith, 3b. Aulacoseira granulata , 4b. Staurastrum sp).
Figura 4 – Espécies mais abundantes depois da Estação de Tratamento durante o
período de estiagem com maior representatividade a espécie Planktothrix agardhii
Smith (1a), Planktothrix agardhii com heterocisto (2a) e durante o período chuvoso
(1b. Microcistys sp e 2b. Planktothrix agardhii Smith com heterocisto).
1b
4b
2b
3b
1a
2a
1a
2a
1b
2b
86
Durante o período de estudos, os índices ecológicos de riqueza de espécies de
Margalef, diversidade de Shannon, dominância de Bergen Parker e similaridade de
Pielou (co-existência) observou-se que de uma maneira geral em relação ao fitoplâncton
os maiores valores foram registrados antes da Estação de Tratamento da Água (ETA),
embora depois da ETA tenha sido encontrados valores relativamente altos. A figura 5
apresenta os valores dos índices biológicos do fitoplâncton durante o período estudado
A riqueza de espécies apresentou valores variando de 3,17 (2ª quinz. fev/06) a
6,54 (2ª quinz. jun/06) antes da ETA e 1,79 (1ªquinz. mar/06) a 4,32 (1ª quinz. abr/06)
depois da ETA. Ocorrendo valores menores durante o período de estiagem, em uma
média de 4,08 antes da ETA e 3,12 depois da ETA em relação ao período chuvoso (5,26
antes da ETA e 3,59 depois da ETA).
Em relação ao índice de diversidade das espécies houve uma variação mínima de
de 0,77 (2ª quinz. mar/06) a uma variação máxima de 4,21 (2ª quinz. abr/06) antes da
ETA e de 0,41 (1ª quinz. mar/06) a 3,51 (2ª quinz. jun/06) depois da ETA.
Os índices de dominância do fitoplâncton apresentaram um mínimo de 0,72 (2ª
quinz. maio/06) e máximo de 1,98 (1ª quinz nov/06) antes da ETA e depois da ETA
valores entre 0,86 (2ª quinz. maio/06) a 1,26 (1ª quinz. nov/06).
Os índices de equitatividade antes e depois da ETA foram consideravelmente
mais altos no período de estiagem quando comparados com o período chuvoso. E os
menores valores foram observados na 2ª quinzena de março/06 (0,58) antes da ETA e
na 1ª quinzena de março/06 (0,41) depois da ETA.
87
0
1
2
3
4
5
6
7
Jan (1ª quinz)
Jan (2ª quinz)
Fev (1ª quinz)
Fev (2ª quinz)
Mar (1ª quinz)
Mar (2ª quinz)
nov (1ª quinz)
nov (2ª quinz)
Abr (1ª quinz)
Abr (2ª quinz)
Maio (1ª quinz)
Maio (2ª quinz)
Jun (1ª quinz)
Jun (2ª quinz)
SECA CHUV A
Riqueza das espécies
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
Jan (1ª quinz)
Jan (2ª quinz)
Fev (1ª quinz)
Fev (2ª quinz)
nov ( quinz)
nov ( quinz)
Mar (1ª quinz)
Mar (2ª quinz)
Abr (1ª quinz)
Abr (2ª quinz)
Maio (1ª quinz)
Maio (2ª quinz)
Jun (1ª quinz)
Jun (2ª quinz)
SECA CHUV A
Diversidade (H')
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
Jan (1ª quinz)
Jan (2ª quinz)
Fev (1ª quinz)
Fev (2ª quinz)
nov (1ª quinz)
nov (2ª quinz)
Mar (1ª quinz)
Mar (2ª quinz)
Abr (1ª quinz)
Abr (2ª quinz)
Maio (1ª quinz)
Maio (2ª quinz)
Jun (1ª quinz)
Jun (2ª quinz)
SECA CHUV A
Dominância
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
Jan (1ª quinz)
Jan (2ª quinz)
Fev (1ª quinz)
Fev (2ª quinz)
nov (1ª quinz)
nov (2ª quinz)
Mar (1ª quinz)
Mar (2ª quinz)
Abr (1ª quinz)
Abr (2ª quinz)
Maio (1ª quinz)
Maio (2ª quinz)
Jun (1ª quinz)
Jun (2ª quinz)
SECA CHUVA
Similaridade (J)
ANTES DEPOIS
Figura 5 - Índices ecológicos (Riqueza, Diversidade, Dominância e Similaridade das espécies) do fitoplâncton durante o período de estiagem (jan/06,
fev/06 e nov/06) e chuvoso (mar/06, abr/06, maio/06 e jun/06).
88
A tabela 9 apresenta correlações significativas entre as variáveis ambientais e os
grupos fitoplanctônicos na escala espaço-temporal. Antes da ETA foram estabelecidas
correlações significativamente positivas entre os grupos Chlorophyceae, Bacillariophyceae
e Euglenophyceae com o nitrato e depois da ETA entre as Bacillariophyceae e o nitrato,
durante o período de estiagem. Durante o período chuvoso, antes da ETA, correlacionou
positivamente entre o grupo Cyanophyceae e a temperatura e entre o grupo
Bacillariophyceae e o amônio; e correlação negativa entre as Bacillariophyceae e o pH.
Durante o período chuvoso, depois da ETA, a maioria das correlações foram negativas,
entre o nitrato e o grupo das Chlorophyceae, Bacillariophyceae e Euglenophyceae, o grupo
Cyanophyceae e o pH e entre o grupo Euglenophyceae e o ortofosfato. As correlações
positivas, neste período ocorreram apenas entre as Cyanophyceae e a condutividade
elétrica.
Tabela 9. Correlação de Pearson entre variáveis ambientais e grupos fitoplanctônicos.
ANTES DA ETA DEPOIS DA ETA
VARIÁVEIS
ESTIAGEM CHUVOSO ESTIAGEM CHUVOSO
Chlorophyceae e Nitrato
0,71
-
- -0,77
Bacillariophyceae e Nitrato
0,74
-
0,75 -0,80
Euglenophyceae e Nitrato
0,87
-
- -0,71
Cyanophyceae e Temperatura
- 0,70 - -
Bacillariophyceae e pH
- -0,87 0,97 -
Bacillariophyceae e Amônio
- 0,80
-
-
Cyanophyceae e pH
- - 0,71 -0,72
Euglenophyceae e Temperatura
- - 0,99
-
Cyanophyceae e Condutividade
- -
-
0,74
Euglenophyceae e Ortofosfato
- -
-
-0,86
89
Discussão:
O Canal do Pataxó no estado do Rio Grande do Norte é um longo corpo de água,
que apresenta até 2,0m de profundidade e seu volume depende da descarga de água do
reservatório de Assu (Barragem Armando Ribeiro Gonçalves). O canal é alimentado
regularmente pelo referido reservatório que fornece uma coluna d’água longitudinalmente
uniforme, com alta mistura, rico em nutrientes dissolvidos e com fase de água clara e turva.
Esta característica limnológica, junto ao fluxo moderado de água, fornece um habitat
favorável para o fitoplâncton e algas perifíticas, com macrófitas flutuantes. Neste estudo,
foram realizadas amostragens em três pontos: duas amostras, uma em cada estação seca e
de chuvas, a partir da região lacustre do reservatório de Assu (ponto 1), quatorze amostras
no Canal do Pataxó (ponto 2 – antes do tratamento) e na saída de água (ponto 3 – depois do
tratamento), envolvendo as estações seca e de chuvas. Os resultados do fitoplâncton foram
discutidos dentro dos parâmetros da limnologia de reservatórios e canal, incluindo
variações sazonais das características físicas e químicas e diversidade fitoplanctônica.
O reservatório de Assú consistiu em 27 espécies de cianobactérias (do total de 42
espécies do fitoplâncton) durante o período seco e 32 (67 espécies fitoplanctônicas no total)
na estação de chuvas, aproximadamente similar aos números estudados durante 2001-2003.
Neste ciclo anual houve variação somente em relação à maior troca de cianobactéria tóxica,
Microcystis aeruginosa e Cylindrospermopsis raciborskii (Costa, et al., 2003) a uma forma
de filamento não-tóxica, Planktothrix agardhii, observada neste estudo. A relativa
abundancia de Planktothrix, no entanto, variou sazonalmente com 52% (superfície da água)
durante o período seco e reduziu a menos de 2% durante o bloom de 32-40% de
Microcystis aeruginosa no período de chuvas. Os resultados do presente estudo ilustram a
troca na dominância espaço-temporal encontrada nas águas rasas do norte da Austrália,
onde as espécies dominantes trocam frequentemente de Anabaena
circinalis para uma
pequena população homogênea de cianobactérias consistindo em Cylindrospermopsis,
Planktolyngbya and Limnothrix (Bormans et al., 2005).
O Canal do Pataxó foi construído para amenizar o problema da falta de água em
algumas cidades interiores do Rio Grande do Norte. O sistema constitui uma classe
importante de corpos d´água tropicais com interação própria entre os processos físicos,
químicos e biológicos. Esta interação cria uma forte sazonalidade de acordo com a variação
90
de luz, nutrientes e mistura do ambiente, o qual difere notadamente de outros sistemas
aquáticos tropicais. O Canal do Pataxó recebe água do reservatório de Assu e a descarga é
um exemplo de um sistema de rio fechado com alternações marcadas em relação ao alto
nível de água durante o período de chuvas, o qual rapidamente é nivelado, e mínima
entrada de água e nutrientes durante o período seco, quando os processos autótonos
dominam. Este sistema não é suficientemente profundo para sofrer estratificação sazonal e
está sujeito a regulares blooms de cianobactérias devido ao fluxo suave de água, alta
temperatura na superfície, alcalinidade, pH e entrada moderada de nutrientes. Bormans et
al. (2004) discutiram a relação entre o índice de oscilação sulista mensal e o fluxo padrão
do Rio Fitzroy no norte da Austrália, identificando uma forte correlação entre a
variabilidade de clima inter-anual e a variabilidade na dinâmica da população algal inter-
anual. Neste estudo, foi demonstrado que a forte influencia do clima era um fator
importante no desenvolvimento de cianobactérias nestes sistemas pela sazonalidade padrão
do fluxo e a variabilidade resultante do fator luz-clima. Contudo, em condições de baixo-
fluxo, fatores climatológicos locais também afetam o comportamento da mistura. Em
contraste, o presente estudo revela baixo fluxo de água, temperatura de superfície alta e
baixa NP ou relação de Redfield respondidas por alta abundância de população de
cianobactérias, apesar do fato de ambos o norte australiano semi-árido e parte do nordeste
brasileiro apresentar semelhanças climáticas.
A abundância de cianobactérias dentro das diversas espécies fitoplanctônicas
caracteriza o reservatório de Assu, o ponto do Canal do Pataxó (antes do tratamento de
água) e a saída de água (depois de tratamento) com uma distribuição padrão semelhante. O
reservatório de Assu mostra troca sazonal na abundância de cianobactérias (do período seco
para o de chuvas) de Planktothrix para Microcystis, enquanto que o Canal de Pataxó (antes
e depois do tratamento da água) manteve abundância contínua de Planktothrix ainda que
mudança sazonal. Havendo diferenças nas formas morfológicas das espécies de
cianobactérias dominantes entre o reservatório de Açu e o Canal do Pataxó (antes e depois
do tratamento). No reservatório, segue sucessão de espécies de cianobactérias da estação
seca para a chuvosa de filamentos de Planktothrix agardii para forma colonial de
Microcystis aeruginosa, enquanto, que o Canal do Pataxó manteve domínio contínuo de
91
Planktothrix agardii ao longo do período estudado. Também houve diferenças significantes
no estado trófico entre os três locais estudados.
Todos estes fenômenos são explicáveis por dois fatores delineados na seção de
resultados: as diferenças em relação à disponibilidade de luz no reservatório de Assu e em
ambas as profundidades de camadas superfície-mistura e a profundidade do Canal de
Pataxó; a bio-disponibilidade discrepante nos dois locais de nitrato e orto-fosfato, nutrientes
limitantes para o crescimento do fitoplâncton em geral e para as cianobactérias em
particular. Enquanto estes são os fatores primordiais, um último controle é realizado pela
baixa velocidade de água do Canal do Pataxó, apesar da escala sinóptica da meteorologia
ser idêntica nos dois locais. Diferenças entre os pontos na realização misturas específicas
nas camadas de temperatura relativa à luz na coluna de água fornecem condições que
direcionam a composição de população de cianobactérias.
No reservatório de Assu, quando a turbidez diminui a luz fica bem disponível na
coluna d’água, o que é suficiente para o crescimento do fitoplâncton. Somente quando a
coluna d’água estratifica, as partículas afundam lentamente e são removidos da camada da
superfície iniciando-se o crescimento de cianobactérias. A dominância de cianobactérias
em relação a sistemas estratificados tem sido relatada por Oliver et al (1999) no Rio
Darling do norte australiano, onde ocorreu dominância da espécie Anabaena circinalis.
Caso a profundidade de mistura fica maior do que a profundidade de penetração da luz, a
produção de biomassa fitoplanctônica permanece baixa. O crescimento do fitoplâncton tem
sido encontrado negativo quando a profundidade de mistura excede quatro vezes a
profundidade eufótica (Talling, 1986). Em sistemas estratificados, como o reservatório de
Assu, a flutuação de cianobactérias tem uma clara vantagem em relação a outros grupos
fitoplanctônicos com 27 (cianobactérias) espécies diante do total de 42 espécies. O nicho
longitudinal do Canal do Pataxó (antes e depois do tratamento) apresenta tendência
semelhante, mas não influenciada pela estratificação. A fonte de nutrientes foi provida pelo
vento, o qual induziu a entrada de nutrientes pela mistura da água hipolimnética anóxica
para a superfície, no reservatório de Assu semelhante ao descrito por Bormans
et al. (2004).
A teoria do conceito ecológico discorre que a biodiversidade, no que se refere à
heterogeneidade espaço-temporal, aos processos funcionais e à diversidade das espécies,
pode fornecer um tema unificado para a ecologia de rios, considerando a produtividade e o
92
papel combinado de perturbação (Ward & Tockner, 2001). O presente estudo incluiu
aspectos ecológicos quantitativos da diversidade das espécies, equitabilidade, riqueza e
dominância da comunidade fitoplanctônica no Canal do Pataxó (antes e depois do
tratamento). Os resultados indicaram valores moderados de riqueza de espécies e
diversidade, apesar do estado trófico ter oscilado de mesotrófico para oligotrófico e ter
ocorrido a abundancia de Planktothrix no período de estiagem e Microcistys no período
chuvoso. O índice de dominância e relação de equitabilidade para valores de diversidade
foram peculiares e influenciados grandemente pela dominância de Planktothrix no Canal do
Pataxó. Entretanto, a heterogeneidade espaço-temporal da comunidade fitoplanctônica
encontrada no reservatório de Assu é bastante diferente do Canal do Pataxó, local com
fluxo laminar da água com baixo a moderada velocidade da água, aumentou a diversidade
das espécies assim como foi observado em perturbações intermediárias encontradas em
muitos ecossistemas de água corrente (Reynolds, 1984). A variação sazonal foi
consideravelmente diferente entre os pontos de estudo indicando também heterogeneidade
temporal. No reservatório de Assu, foram registrados 45 táxons na estação seca e 56 táxons
durante o período de chuvas com um aumento de 11 táxons, enquanto no Canal do Pataxó
(nos pontos de água não-tratada e tratada) foi restrito a 51 e 47 táxons durante o período de
estiagem.
Segundo o Ministério da Saúde, portaria nº 518 de 25 de março de 2004, a
densidade máxima de cianobactérias no manancial, no ponto de abastecimento, não deve
exceder 20.000 cel.mL
-1
, devendo haver comprovação de toxicidade na água bruta. Neste
estudo, as densidades das cianobactérias Planktothrix agardhii no período de estiagem e
Microcistys sp durante o período chuvoso na Barragem Armando Ribeiro Gonçalves e no
Canal do Pataxó excede a densidade permitida pelo Ministério de Saúde e depois do
tratamento a água apresenta densidade bem abaixo dessas condições, tornando-se permitida
ao consumo humano no aspecto de sua densidade; no entanto, são necessários estudos com
bioensaios para atestar a não toxicidade deste sistema.
Este artigo enfatizou como as condições climáticas do semi-árido, através das
chuvas, resultam em fluxos de alta descarga, com reajustes da luz, do clima e da entrada de
nutrientes a partir da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves para sustentar o crescimento
de Planktothrix agardhii e Microcistys sp no Canal do Pataxó (antes e depois do tratamento
93
da água). Também realçou a importância da diferença de profundidade no reservatório de
Assu e Canal do Pataxó e as condições variadas dos níveis tróficos encontrados através das
condições físicas e químicas que favoreceram a dominância e conduziram a sucessão
observada de cianobactérias.
Agradecimentos
A primeira autora agradece a CAPES/MEC pela bolsa de Mestrado concedida e à
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O segundo autor agradece ao Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela bolsa de
produtividade em pesquisa.
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5.0 DISCUSSÃO GERAL
Os ecossistemas artificiais são extremamente complexos e apresentam um padrão
dinâmico, com mudanças rápidas no gradiente vertical e horizontal (Tundisi, 1999).
Essas mudanças podem causar intensas influências na qualidade da água, tornando-
se necessária uma avaliação integrada, considerando-se o conjunto das informações de
caráter físico, químico e biológico. Portanto, neste estudo foram utilizados indicadores
químicos (Demanda Química de Oxigênio - DQO e Índice do Estado Trófico), assim como
indicadores biológicos representados pela biomassa (clorofila a) e abundância das espécies
fitoplanctônicas.
As análises químicas e biológicas demonstraram, em geral, valores
significativamente maiores destas variáveis na água bruta (Barragem Armando Ribeiro
Gonçalves – ARG e Canal do Pataxó) do que na água tratada (Estação de Tratamento da
Água – ETA). Takenaka et al (2006), em um estudo de análise da qualidade da água de
reservatórios que abastece a cidade de Araraquara (SP), observaram que algumas variáveis
como, por exemplo, NO
2
, NH
4
, N total, P total, dentre outras, mostraram diminuições claras
entre as amostras de água bruta (reservatórios Anhumas e Cruzes)
e de água tratada.
As concentrações de clorofila a foram decrescentes na escala horizontal, de forma
que, na barragem ocorreram altas concentrações de clorofila a principalmente no período
de estiagem, no Canal do Pataxó houve uma menor carga de nutrientes e por conseqüência
menor biomassa com maior diversidade de espécies do que nos outros pontos estudados,
provavelmente devido à mistura da coluna d’água e correnteza. Depois da Estação de
Tratamento da Água (ETA), a biomassa fitoplanctônica foi ainda mais baixa do que no
canal, devido ao processo de tratamento ao qual é submetida. A mesma característica
apresentada na barragem ARG tem sido observada em outros reservatórios do semi-árido
nordestino como, por exemplo, no açude Gargalheiras em Acari, RN (Costa, 2000) e no
reservatório Ministro João Alves em Parelhas, RN (Nascimento, 2003).
A comunidade fitoplanctonica foi representada por espécies de cianobactérias como
Planktothrix agardhii e Microcistys sp. A abundância deste grupo caracterizou a barragem
ARG, o Canal do Pataxó e a água após o tratamento, com uma distribuição semelhante ao
longo do perfil horizontal, ocorrendo sucessão sazonal das referidas espécies com
dominância de Planktothrix agardhii no período de estiagem e troca sazonal desta espécie
98
por Microcistys sp no período chuvoso, na Barragem ARG. Enquanto que no Canal do
Pataxó, a mudança sazonal ocorreu embora tenha se mantido abundância contínua de
Planktothrix. Depois da ETA, ocorreu a mesma dominância embora as diversidades destas
espécies tenham sido consideravelmente menor. Costa (2003) estudando esta mesma
barragem observou variação anual em relação à troca de cianobactéria tóxica, Microcystis
aeruginosa por Cylindrospermopsis raciborskii. Situação semelhante é encontrada também
nas águas rasas do norte da Austrália, onde as espécies dominantes trocam frequentemente
de Anabaena
circinalis para uma pequena população homogênea de cianobactérias
consistindo em Cylindrospermopsis, Planktolyngbya and Limnothrix (Bormans et al.,
2005).
Embora tenha sido freqüente a dominância de cianobactérias durante o estudo, a
densidade encontrada na água tratada não excede 20.000 cel.mL
-1
, limite estabelecido pelo
Ministério da Saúde na portaria nº 518 de 25 de março de 2004. Em contrapartida, a água
bruta, tanto da barragem ARG quanto do Canal do Pataxó, excede a densidade permitida.
Ao contrário do estudo realizado por Costa (2003), que revela a ocorrência de células de
cianobactérias na água tratada muito acima do permitido para água bruta, uma grande
ineficiência na remoção de células nas estações de tratamento de água, seu estudo inclusive
classificou a Barragem ARG como eutrofizada, baseando-se nas associações funcionais do
fitoplâncton. Neste estudo, houve diferenças significantes no estado trófico entre os três
locais estudados, com um decréscimo a partir da barragem, a qual se apresentou
eutrofizada, segundo o Índice de Estado Trófico de Carlson (1977) modificado por Toledo
(1983), chegando a um estado de trofia mesotrófico no Canal do Pataxó e oligotrófico
depois do tratamento.
A ocorrência de cianobactérias neste estudo sugere a necessidade de avaliar o grau
de toxicidade na água bruta e tratada; além de um monitoramento constante de modo a
mitigar o surgimento de florações de cianobactérias, que podem causar graves problemas
de saúde pública em decorrência da liberação de cianotoxinas na água. A ingestão de
cianotoxinas, mesmo em pequenas quantidades representa um grande risco à saúde da
população a longo prazo (Magalhães et al, 2001).
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6.0 CONCLUSÕES GERAIS
A Barragem Armando Ribeiro Gonçalves possui baixa zona eufótica, caracterizada
pela mistura de água existente, água com pH alcalino, com concentrações de nitrogênio e
fosfato total e condições climáticas favoráveis ao crescimento do fitoplâncton e dominância
de espécies potencialmente tóxicas.
O Canal do Pataxó consiste num ambiente raso, regime pluviométrico comum de
regiões semi-áridas e em virtude do caráter lótico proporcionou menor biomassa
fitoplanctônica e menores concentrações de nutrientes inorgânicos quando comparados aos
valores da barragem.
Os nutrientes inorgânicos (nitrato, orto-fosfato e amônio) apresentaram valores
moderados na Barragem, Canal do pataxó e depois da estação de tratamento, expressando
homogeneidade mensal durante o período de estudo, com valor do amônio tipicamente
relacionado com os valores de pH.
De um modo geral, o pH apresentou-se sempre neutro depois da ETA e
correlacionou positivamente com a clorofila a e amônio, e negativamente com a
condutividade e oxigênio dissolvido.
Em relação à presença de matéria orgânica verificada pelos valores da Demanda
Química de Oxigênio (DQO), a qualidade da água da Barragem Armando Ribeiro
Gonçalves é considerada “moderada” para o consumo humano, e “muito boa” no Canal do
Pataxó e depois da estação e tratamento de acordo com a resolução nº 357 de 17 de março
de 2005 do CONAMA.
Os valores dos índices de estado trófico indicaram estado eutrófico da Barragem
Armando Ribeiro Gonçalves, mesotrófico do Canal do Pataxó e oligotrófico depois do
tratamento da água.
101
A comunidade fitoplanctônica ao longo do gradiente horizontal (Barragem
Armando Ribeiro Gonçalves, no Canal do Pataxó (antes do tratamento da água) e depois do
tratamento) obteve considerável predominância de espécies da Classe Cyanophyceae com
dominância de Planktothrix agardii Smith durante o período seco; e além desta,
Microcistys sp no período chuvoso, espécies potencialmente tóxicas.
Na barragem Armando Ribeiro Gonçalves, o padrão temporal apresentou diferença
no número de espécies, sendo registrados 45 táxons no período seco e 56 no período
chuvoso. Na superfície da água, esses táxons foram distribuídos em 4 classes, dentre as
quais houve domínio de cianofíceas, principalmente das espécies Planktothrix agardhii
Smith e Oscillatoria sp, no período seco e Microcystis sp no período chuvoso.
No Canal do Pataxó e depois da ETA, a maior quantidade de táxons foi encontrada
no período chuvoso (51 e 47 táxons, respectivamente). Espécies do grupo das
Cyanophyceaes obtiveram maiores abundancia relativa durante o período de estiagem com
maior dominância para a espécie Planktotrhix agardhii, antes da ETA. Depois da ETA,
neste mesmo período, houve também abundancia da espécie Planktotrhix agardhii, embora
em menor densidade numérica. No período chuvoso houve considerável abundancia das
espécies Microcystis sp e Planktothrix agardhii antes da ETA. Depois da ETA estas
mesmas espécies foram dominantes e freqüentes numa densidade numérica menor do que
antes da ETA.
Com base nos resultados obtidos a água proveniente da Barragem Armando Ribeiro
Gonçalves vem tornando-se menos eutrofizada ao longo do gradiente horizontal.
As biomassas fitoplanctônica apresentaram diferenças significativas de clorofila a
em relação à escala espaço-temporal entre a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves e o
Canal do Pataxó apresentando estado fisiologicamente ativo das microalgas, com menores
concentrações no canal. O valor da biomassa depois da estação de tratamento da água
enquadra este ecossistema no estado oligotrófico.
102
Os resultados mostraram que os valores das concentrações de nitrato, orto-fosfato,
amônio, clorofila a e DQO, assim como, das análises quali-quantitativas do fitoplâncton
foram menores depois da Estação de Tratamento da Água (ETA) quando comparados aos
valores da água bruta (antes do tratamento).
As densidades das cianobactérias Planktothrix agardhii no período de estiagem e
Microcistys sp durante o período chuvoso na Barragem Armando Ribeiro Gonçalves e no
Canal do Pataxó excede a densidade permitida pelo Ministério da Saúde.
Depois do tratamento a água apresenta densidade bem abaixo das condições
apresentadas pelo Ministério da Saúde em relação à presença de cianobactérias, tornando-se
permitida ao consumo humano no aspecto de sua densidade; no entanto, são necessários
estudos com bioensaios para atestar a não toxicidade deste sistema.
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