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RESUMO
Barcaui CB. Células-tronco foliculares na alopecia difusa não-cicatricial
de pacientes HIV positivos [tese]. São Paulo: Faculdade de Medicina,
Universidade de São Paulo; 2005. 89p.
INTRODUÇÃO: Aproximadamente 7% dos pacientes HIV positivos
apresentam alopecia difusa não-cicatricial (ADNC),
principalmente nos
estágios mais avançados da doença. Neste trabalho analisou-se as
alterações histológicas encontradas em cortes transversais de couro
cabeludo de pacientes HIV-1 positivos com ADNC, constatou-se a
ocorrência de apoptose das células indiferenciadas pluripotenciais da
protuberância folicular e comparou-se sua incidência com a de couro
cabeludo de indivíduos hígidos. Observou-se se houve correlação da
frequência de apoptose com o grau de imunodeficiência apresentado por
esses pacientes. MÉTODOS: Fez-se estudo de tipo caso-controle para
comparar os achados histológicos e frequência de apoptose de células
tronco foliculares e células amplificadoras transitórias, da protuberância
folicular, através de técnica de dupla marcação com anticorpo anti-
citoqueratina 19/TUNEL e técnica imuno-histoquímica com anticorpo anti-
caspase 3 clivada, em cortes transversais de couro cabeludo de 15
pacientes HIV-1 positivos com ADNC e de 12 controles sadios. Verificou-se
se havia correlação entre a freqüência de apoptose, na protuberância
folicular, com a contagem de linfócitos T CD4+ no sangue dos pacientes,
através do teste de correlação de Pearson. RESULTADOS: O exame
histopatológico demonstrou maior desorganização das fibras colágenas
perifoliculares nos casos quando comparados aos controles. A média do
número de unidades foliculares foi de 9,2 (±1,1) nos casos e de 9,8 (±1,1)
nos controles. A proporção de folículos telógenos foi maior nos casos (7%
±6%) do que nos controles (2%±12%). Não foi observado infiltrado
inflamatório perifolicular em nenhum dos casos e controles. Apoptose de
células tronco-foliculares e amplificadoras transitórias na protuberância
folicular foi demonstrada pela dupla marcação TUNEL/CK19 em 80% dos
casos e em 25% dos controles e, pelo anticorpo anti-caspase 3 clivada em
61% dos casos e 16% dos controles. Não houve correlação entre a
frequência de apoptose de células da protuberância folicular e níveis de
linfócitos T CD4+ no sangue dos pacientes HIV-1 positivos. CONCLUSÕES:
O quadro histopatológico da ADNC de pacientes HIV-1 positivos
caracterizou-se pela desorganização estrutural das unidades foliculares e
maior número de folículos telógenos quando comparado ao couro cabeludo
de indivíduos hígidos sem alopecia. Demonstrou-se apoptose de células
indiferenciadas pluripotenciais (células tronco e células amplificadoras
transitórias) da bainha radicular externa da protuberância folicular na ADNC
de pacientes HIV-1 positivos. Entretanto, a apoptose não parece ser
resultante de quadro de foliculite citotóxica, uma vez que não foram
observadas alterações inflamatórias em todos os casos estudados. O
fenômeno da apoptose das células indiferenciadas pluripotenciais (células-