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CONTROLE SILVICULTURAL E MECÂNICO DA BROCA DO MOGNO Hypsipyla
grandella (ZELLER, 1848) (LEPDOPTERA: PYRALIDAE) EM SISTEMA
AGROFLORESTAL
1.1.1.1.1.1 RAIMUNDO AMARO RIBEIRO CONDE
Pará – Brasil
2006
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
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Conde, Raimundo amaro Ribeiro
Controle silvicultulral e mecânico da broca do mogno
Hypsipila grandella (Zeller, 1848) (Lepdoptera; Pyralidae) em
sistema agroflorestal/ Raimundo Amaro Ribeiro Conde – Belém,
2006. 74 f.: il.
Disertação (mestrado em agronomia) – Universidade Federal
Rural da Amazônia, Belém, 2006.
1. mogno. 2. Hypsipyla grandella. 3. sistema agroflorestal. 4.
colacid. I. Título.
CDD583.25
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__________________________________________________________________
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
CONTROLE SILVICULTURAL E MECÂNICO DA BROCA DO MOGNO Hypsipyla
grandella (ZELLER, 1848) (LEPDOPTERA: PYRALIDAE) EM SISTEMA
AGROFLORESTAL
1.1.1.1.1.2 RAIMUNDO AMARO RIBEIRO CONDE
Dissertação apresentada à Universidade Federal
Rural da Amazônia, como parte das exigências do
Curso de Mestrado em Agronomia, área de
concentração Biologia Vegetal Tropical, para
obtenção do título de “Mestre”.
Orientador:
Engenheiro Agrônomo Dr. Wilson José Mello e Silva Maia
(UFRA)
Co-orientadores:
Engenheiro Agrônomo Prof. Dr. Orlando Shigueo Ohashi
Engenheiro Agrônomo MSc Manoel Tavares de Paula
Belém
Pará – Brasil
2006
CONTROLE SILVICULTURAL E MECÂNICO DA BROCA DO MOGNO Hypsipyla
grandella (ZELLER, 1848) (LEPIDOPTERA: PYRALIDAE) EM SISTEMA
AGROFLORESTAL
1.1.1.1.1.3 RAIMUNDO AMARO RIBEIRO CONDE
Dissertação apresentada à Universidade Federal
Rural da Amazônia, como parte das exigências
do Curso de Mestrado em Agronomia, área de
concentração Biologia Vegetal Tropical, para
obtenção do título de “Mestre”.
Aprovada em 29 de Agosto de 2006
BANCA EXAMINADORA:
Engenheiro Agrônomo Dr. Wilson José Mello e Silva Maia
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
Presidente/Orientador
_____________________________________________________________
Professor Dr. William Leslie Overal, Ph.D
Museu Paraense Emílio Goeldi
_______________________________________________________________
Professora Dra. Ana Regina Araújo Martins
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
______________________________________________________________
Professor Dr. Paulo Luiz Contente de Barros
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
______________________________________________________________
Professora Dra. Maria Marly de Lourdes Silva Santos
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
Suplente
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus acima de qualquer coisa;
Aos meus pais Carlos e Terezinha Conde, irmãos Helen Ruth Souza, Eugênia,
Antônio e Ilma Conde, aos meus sobrinhos e a minha querida avó Elóia Souza
pelo amor e incentivo dedicados a mim;
Ao meu orientador, Dr. Wilson José Mello e Silva Maia, e Co-orientadores
Orlando Shigueo Ohashi e Manuel Tavares de Paula pela dedicação e
desprendimento ao nosso projeto;
À instituição Universidade Federal Rural da Amazônia pelo curso ofertado;
Aos mestres que se fizeram presentes durante o percurso da minha vida acadêmica
e pós-graduanda;
Aos meus amigos do curso: Luciana Marques, Leila Silva, Kátia Maria Sena,
Vanderson Rossato, Daril Hidaka, Gleicilene Brasil, Sabino Sousa, Gustavo
Ruffeil, Irna Dias, José Guilherme Pereira, Cristiane Almeida, Dramerson Gouvêa,
Eneida Moraes, Meirevalda Redig, Eleonora Brasil, Antonia Benedita, Fabrícia
Gomes, Ricardo, Luana, Yvens Cordeiro, Christian Lameira, Albene Liz.
As funcionárias Regina dos Santos, Lourdes Feio, Terezinha Abenassiff Maia.
Aos meus amigos de Santa Izabel;
À Associação Parque Ecológico de Gunma Mori;
À JICA - Japan Internacional Cooperation Agency;
À CAPES pelo financiamento da bolsa;
SUMÁRIO
P.
LISTA DE TABELAS...................................................................................... 8
LISTA DE FIGURAS....................................................................................... 9
1
INTRODUÇÃO................................................................................................ 12
2 OBJETIVO GERAL
13
2.1 OBJETIVO ESPECÍFICO 13
3
REVISÃO DE LITERATURA........................................................................ 14
3.1 FAMÍLIA MELIACEAE................................................................................... 14
3.1.1
Mogno brasileiro Swietenia macrophyla King 1848
15
3.1.2 Cedro australiano Toona ciliata VAR. AUSTRALIS M. ROEM, 1846...... 17
3.1.3 Mogno africano Khaya ivorensis A. Chev....................................................... 18
3.2 CUPUAÇU Theobroma grandiflorum [Wild. ex. Spreng. ] Schum................. 19
3.3 FEIJÃO CAUPI ................................................................................................. 20
3.4 PRAGAS CHAVES DAS MELIACEAS ......................................................... 21
3.4.1 Hypsipylla grandella ZELLER......................................................................... 22
3.4.1.1 Ataque, a biologia e o comportamento da Hypsipylla grandella Zeller............ 22
3.4.1.2 Plantas Resistentes A H. grandella.................................................................... 24
3.5 SISTEMA AGROFLORESTAL (SAF) ............................................................ 24
3.5.1 Definições, Conceito de SAF............................................................................ 25
3.5.2 Vantagens do Sistema Agroflorestal (Debois Et al., 1996)............................ 26
3.5.3 Desvantagens do Sistema Agroflorestal (Dubois et al., 1996)....................... 27
3.6 SISTEMA AGROFLORESTAL DO TIPO TAUNGYA................................... 28
3.7 ÁCIDO BÓRICO............................................................................................... 30
3.8 MÉTODOS DE CONTROLE........................................................................... 32
3.8.1 Controle químico.............................................................................................. 32
3.8.2 Controle Silvicultural....................................................................................... 33
3.8.3 Controle mecânico............................................................................................ 34
3.8.4 Controle Físico.................................................................................................. 35
3.8.5 Controle Biológico............................................................................................ 35
4
MATERIAL E MÉTODO............................................................................... 36
4.1 ÁREA DE ESTUDO.......................................................................................... 36
4.2 ÁREA DO PARQUE ECOLÓGICO DO GUNMA.......................................... 36
4.3 CLIMA............................................................................................................... 39
4.4 VEGETAÇÃO................................................................................................... 39
4.5 SOLOS............................................................................................................... 39
4.6 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL............................................................. 40
5
RESULTADO E DISCUSSÃO........................................................................ 41
5.1 EFEITO DO SAF E DA ADUBAÇÃO SOBRE O ATAQUE DA BROCA DO
MOGNO......................................................................................................
41
5.2 EFEITO DO SAF E DA ADUBAÇÃO NO CRESCIMENTO DO MOGNO EM
ALTURA.....................................................................................................
47
5.3 COMPARAÇÃO DO CRESCIMENTO ENTRE AS MELIÁCEAS (MOGNO,
MOGNO AFRICANO, E CEDRO AUSTRALIANO)...................
50
5.4 EFEITO DO CONSÓRCIO (SAF), APLICAÇÃO DA COLACID E O TEMPO
(MESES), SOBRE O ATAQUE DA BROCA DO MOGNO............................
56
5.5 EFEITO DO CONSORCIO (SAF) SOBRE O ATAQUE DA BROCA DO
MOGNO.
57
5.6 EFEITO DA APLICAÇÃO DA COLACID AO ATAQUE DA BROCA........ 57
5.7 EFEITO DA APLICAÇÃO DA COLACID NO CRESCIMENTO EM ALTURA
DO MOGNO DE SETEMBRO À DEZEMBRO DE 2005..............
59
6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
60
7
CONCLUSÕES
61
BIBLIOGRÁFIAS.............................................................................................. 62
ANEXO.............................................................................................................. 73
LISTA DE TABELAS
P
Tabela 1.
Análise de variância do ataque da broca do mogno, transformada em arcoseno %
na associação Gunma no período setembro/04 à abril/2005.
45
Tabela 2.
Teste de Tukey para as médias (cónsorcios).............................................................. 46
Tabela 3.
Teste de Tukey para as médias de B (Boro).............................................................. 46
Tabela 4.
Teste de Tukey para as médias de C (meses)............................................................ 46
Tabela 5.
Análise de variância da altura (m) do mogno na associação Gunma no período de
setembro de 2004 a abril de 2005..............................................................................
48
Tabela 6.
Teste de Tukey para as médias da altura do mogno nos consórcios.......................... 49
Tabela 7.
Teste de Tukey para as médias da altura do mogno com ou sem Boro..................... 49
Tabela 8.
Teste de Tukey para as médias da altura do Mogno no período de setembro/04 à
Abril/05......................................................................................................................
49
Tabela 9.
Analise de Variância da Altura das Meliáceas (Mogno Africano, Mogno
Testemunha e Toona) Na Associação Gunma no Período setembro/04 à Abril/05...
51
Tabela 10.
Mogno testemunha e toona na Associação Gunma no período setembro/04 à
abril/05.......................................................................................................................
52
Tabela 11.
Teste de Tukey para as médias de C (meses)............................................................. 52
Tabela 12.
Teste de Tukey para as médias de A (Meliceaes) dentro de C1 (setembro/2004)..... 53
Tabela 13.
Teste de Tukey para as médias de A (Meliceaes) dentro de C2 (outubro/2004)....... 54
Tabela 14.
Teste de Tukey para as médias de A (Meliceaes) dentro de C3 (novembro/2004)... 54
Tabela 15.
Teste de Tukey para as médias de A (Meliceaes) dentro de C4 (dezembro/2004).... 54
Tabela 16.
Teste de Tukey para as médias de A (Meliceaes) dentro de C5 (janeiro/2005)........ 54
Tabela 17.
Teste de Tukey para as médias de A (Meliceaes) dentro de C6 (fevereiro/2005)..... 55
Tabela 18.
Teste de Tukey para as médias de A (Meliceaes) dentro de C7 (março/2005). 55
Tabela 19.
Teste de Tukey para as médias de A (Meliceaes) dentro de C8 (Abril/2005)........... 55
Tabela 20.
Análise de Variância do SAF e da aplicação de Colacid no comportamento da
broca do mogno no plantio da associação Gunma no período de set. 2005 a dez.
2005....................................................................................................................
56
LISTA DE FIGURAS
P
Figura 1.
Ocorrêcia de Swietenia macrophilla King na Amazônia brasileira........... 16
Figura 2.
Ataque das lagartas de H. grandella às brotações novas de mogno S.
macrophylla.................................................................................................
23
Figura 3.
Mapa de localização do Parque Ecológico de Gunma, município de
Santa Bárbara, PA. .....................................................................................
37
Figura 4.
Carta-imagem com Parque Ecológico do Gunma e alguns pontos de
referência, município de Santa Bárbara, PA. .............................................
38
Figura 5.
SAF - Parque ambiental GUNMA (julho/2005). ...................................... 41
Figura 6.
Porcentagem de mogno atacado pela broca de H. grandella no sistema
Agroflorestal da Associação Gunma em Santa Bárbara (Pa) (08/04 à
04/05). ........................................................................................................
42
Figura 7.
Ataque da broca H.grandella no mogno S. macrophylla............................ 43
Figura 8.
Brotação nova do mogno S.macrophylla.................................................... 43
Figura 9.
Altura média do mogno nos diversos tratamentos da Assoc. Gunma......... 47
Figura 10.
Altura das meliáceas mogno amazônico, mogno africano e Toona na
Associação Gunma no período setembro/04 à Abril/05.............................
50
Figura 11.
Ataque da abelha cachorro T. spinipes ao Mogno africano K.ivorensis.... 53
Figura 12
Percentagem de ataque da broca do mogno no consórcio, antes e após o
uso da colacid no Gunma em 2005.
57
Figura 13
Percentagem de ataque no mogno antes e após o uso da colacid no
Gunma,2005
58
Figura 14
Aplicação de colacid no mogno brasileiro. 58
Figura 15
Alturas do mogno tratados com colacid e sem colacid no Gunma, 2005 60
RESUMO
O mogno brasileiro é considerado uma meliácea altamente promissora para o reflorestamento,
pelo seu elevado valor de mercado e seu rápido crescimento, apesar da mesma apresentar alta
suscetibilidade à broca Hypsipyla grandella (Zeller), principal praga do mogno. No presente
trabalho foi estudada a resistência induzida ao mogno brasileiro Swietenia macrophylla para o
controle da broca H. grandella, sendo esta o fator limitante, tanto para o reflorestamento
como em florestas nativas. O experimento foi realizado no parque do GUNMA localizado no
município de Santa Bárbara, nordeste do Estado do Pará, à altura do km 18 da rodovia Belém-
Mosqueiro, utilizando um SAF do tipo Taungya, e avaliou-se o comportamento da praga no
ataque ao mogno brasileiro consorciado com o mogno africano Khaya ivorensis e a cedro
australiano Toona ciliata, que são espécies resistentes de meliácea, com o cupuaçu e o feijão
caupi. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com parcelas subdivididas,
com 4 tratamentos e 5 repetições. Os resultados obtidos mostraram que esse tipo de consórcio
não foi eficiente no controle da broca, bem como a adubação a base de boro (ácido bórico),
sendo as mesmas não significativas segundo análise estatística, ao controle da broca. Porém, o
controle pela ação da Colacid apresentou resultado altamente significativo, no controle da
broca do mogno.
PALAVRAS CHAVES: Mogno, Hypsipyla grandella, Sistema Agroflorestal, colacid.
ABSTRACT
The Brazilian mahogany is considered the meliacea highly promising for the reforestation, for
its high market value and fast growth, in spite of the same to present high susceptibility to the
caterpillar Hypsipyla grandella (Zeller), main plague of the mahogany. In the present work
was studied the resistance induced to the Brazilian mahogany Swietenia macrophylla for the
control of the caterpillar H. grandella, being this the limit factor, so much for the reforestation
as in native forests. The experiment was carried out in the park of located GUNMA in the
municipal district of Santa Bárbara, northeast of the State of Pará, to the height of the km 18
of the highway Belém-Mosqueiro, using a SAF of the type Taungya, and the behavior of the
plague was evaluated in the attack to the Brazilian mahogany associated with the African
mahogany Khaya ivorensis and to Australian cedar Toona ciliata, that are resistant species of
meliácea, with the cupuaçu. The experimental delineation was in blocks casualizados with
split pot, with 4 treatments and 5 repetitions. The obtained results showed that that consortium
type was not efficient in the control of the caterpillar, as well as the manuring the boron base
(boric acid), being the same ones no significant second statistical analysis, to the control of
the caterpillar. However, the control for the action Colacid presented result highly significant,
in the control of the caterpillar of the mahogany.
KEY WORDS: Mahogany, Hypsipyla grandella, Agroforesty System, colacid.
12
1- INTRODUÇÃO
A ação antrópica na Amazônia brasileira vem apresentando resultados não
compatíveis com a sustentabilidade da sua biodiversidade, principalmente na área da
exploração madeireira, onde espécie como o mogno (Swietenia macrophylla King)
pertencente à família Meliaceae sofre ameaça de extinção devido a grande exploração
madeireira seletiva, as queimadas e o ataque intensivo da broca do mogno, Hypsipyla
grandella (Zeller, 1848) (Lepidoptera, Pyralidae), sendo esses os principais fatores
limitantes para o mogno, contribuindo em potencial para a erosão genética dessa espécie.
Outro fator que contribuiu para a procura do mogno brasileiro, foi o esgotamento do mogno
caribenho, Swietenia mahogany (L), Jaquin., voltando-se dessa maneira o interesse dos
madeireiros para a Amazônia, ela contendo as maiores reservas naturais do planeta
(RODAN et al., 1992).
O estado do Pará contribuiu com a exportação nacional madeireira com 21% US$
(309. 030.000,00) 19% (286.264.000,00) e 18% (312.574.000,00) nos anos de 2000, 2001,
2002 respectivamente. Foram exportados do estado de 1991 a 1997 um volume que variou
de 42.070 a 104.160 m
3
, sendo os principais países importadores: E.U.A, França, Espanha,
Holanda, China, Portugal, República Dominicana, Japão, Reino Unido, Guadalupe,
Tailândia e Porto Rico. Atualmente a madeira vem sendo produzida por 1592 empresas
distribuídas em 33 pólos madeireiros no estado do Pará, enquanto que na Amazônia
ocorrem 82 pólos produtores, contendo 3.123 mil empresas, ou seja, o Pará contribui com
mais de um terço da produção do setor de base florestal na Amazônia (AIMEX, 2006).
Segundo levantamentos feitos pelo Ministério do Meio Ambiente chegou a
constatação de que 80% da madeira extraída da Amazônia é ilegal, sendo que, uma árvore
de mogno adulta extraída ilegalmente de uma reserva indígena, onde, atualmente, se estima
que esteja a maioria do mogno remanescente, sai por R$ 80,00 para os donos da terra. A
mesma árvore é exportada por 3,3 mil dólares para industrias na Europa, EUA, Azia e
renderá madeira suficiente para fabricação de 12 a 15 mesas grandes. Estas, por sua vez,
venderão cada peça por cerca de aproximadamente 8,5 mil dólares, isso seria o equivalente
à venda de 4.275 árvores derrubadas ilegalmente na floresta, segundo cálculos do
13
Greenpeace (2002) realizado com o dólar a R$ 2,66 (MEIO AMBIENTE, 2003). Através
da Instrução Normativa 07 de 08 de agosto de 2003 do MMA, o mogno só poderá ser
explorado através de plano de manejo florestal sustentável.
Assim tornou-se necessário à implementação de projetos de reflorestamento na
Amazônia com várias espécies florestais consorciadas, ou não, com outras espécies
arbóreas e ou agrícolas, e o mogno vem sendo implantado como uma das principais
espécies devido ao seu alto valor comercial, sendo que o sucesso desta espécie vem
sofrendo limitações por sucessivos ataques de Hypsipyla grandella mais conhecida como
broca do mogno.
Neste experimento foi implantado o mogno, que é uma meliácea susceptível ao
ataque da broca, com outra duas meliáceas resistentes Toona ciliata e mogno africano
(Kaya ivorensis), com cupuaçu (Theobroma grandiflorum) e o feijão caupi. A adubação
com boro para induzir uma pseudoresistência do mogno brasileiro à praga, e a aplicação de
inseticida colacid, associadas ao consórcio caracterizaram os métodos de controle
silvicultural e mecânico,respectivamente.
2-OBJETIVO GERAL
Controlar a broca do mogno Hypsipyla grandella em um sistema agroflorestal
consorciando meliáceas resistentes a broca do mogno, Toona ciliata, mogno africano
(Khaya ivorensis) e cupuaçú (Theobroma grandiflorum) e caupi, através dos métodos
silvicultural e mecânico.
2.1- Objetivo Específicos:
Avaliar o comportamento do mogno brasileiro, como planta com pseudoresistência,
em relação ao ataque da broca no consórcio utilizando cupuaçú, feijão e meliáceas
resistentes: mogno africano Khaya ivorensis e Toona ciliata
Avaliar a indução de resistência ao mogno, com a adubação do ácido bórico.
14
Avaliar o controle mecânico, aplicação de colacid, sobre o ataque da H. grandella
no mogno brasileiro.
3-REVISÃO DE LITERATURA
3.1-FAMÍLIA MELIACEAE
A família meliácea possui 51 gêneros e cerca de 1400 espécies distribuídas por
todas as regiões tropicais do planeta (PINHEIRO, 2000). O gênero Swietenia, ao qual
pertence o mogno é encontrado desde o norte da província de Vera Cruz (MÉXICO) até a
Amazônia na América do Sul, compreendendo três espécies: Swietenia macrophylla King,
Swietenia humilis Zucc e Swietenia mahogany Jack. São espécies não bem definidas
biologicamente, principalmente porque apresentam hibridização natural. Porém, são
consideradas como espécies distintas com base nas suas diferentes distribuições, e bem
como pelas diferenças morfológicas e ecológicas. A Swietenia mahogany é natural do sul
da Flórida (USA), ilhas Caribenhas e das Grandes Antilhas, enquanto que a Swietenia
humilis é distribuído na região litorânea do sul do México e América Central. A Swietenia
macrophylla tem uma maior distribuição, indo da região sul do México até o Brasil
(MAYHEW & NEWTON, 1998). A maior reserva natural de mogno encontra-se no Brasil,
ocorrendo em manchas dispersas ao longo dos Estados do Acre, Sudoeste do Amazonas,
Rondônia, norte do Mato Grosso e sul do Pará (BARROS et al., 1992; RODAN et al.,
1992a; VERÍSSIMO et al., 1992.
De acordo com Rodan et al. (1992a), nas Américas Central e do Sul é comum a
exploração de mogno em Parques Nacionais, Reservas Florestais e Terras Indígenas.
As árvores de mogno não se distribuem uniformemente na floresta, ou seja, sua
densidade é variável, e em média é extraída uma árvore por hectare, Veríssimo et al.,
(1995).
15
3.1.1. Mogno brasileiro, Swietenia macrophylla (King) 1848.
Posição Taxonômica: Reino: Vegetalia; Divisão: Magnolophyta; Classe:
Magnoliopsida ou Magnoliatae; Subclasse: Rosidae; Ordem: Sapindales; Família:
Meliaceae; Gênero: Swietenia; Espécie: Swietenia macrophylla King. O mogno é também
comumente chamado de aguano, araputanga, cedro-i e mogno brasileiro nos paises de
língua portuguesa, é também conhecido no exterior como caoba (espanhol), acajou
(francês) e mahogany (inglês) (PINHEIRO, 2000).
As plantas de mogno possuem um porte elevado, são decíduas, heliófilas e de
rápido crescimento, podendo atingir mais de 30 m de altura, seu tronco é retilíneo e
cilíndrico e o DAP (Diâmetro a altura do peito) varia de 100 a 200 cm (COSTA, 2000;
PINHEIRO, 2000).
Sua folhagem é verde intenso sendo essa característica utilizada para a sua
localização em matas fechadas (VERÍSSIMO et al., 1992); sua ramificação é pesada e bem
distribuída, folhas compostas alternas com 25-54 cm de comprimento, folíolos compostos
(8-10), luzentes, subcoreáceas; inflorescência em panículas densas terminais ou axilares de
15-25 flores hermafroditas brancas ou cremes; o fruto é uma cápsula septígrafa, lenhosa, de
cor escura com 12-16 cm de comprimento por 8-10 cm de diâmetro, provida de espessa
coluna placentual, sementes aladas de cor vermelho pardacente, com núcleo seminífero
basal, com 10-13 cm de comprimento e 2,5 de largura (COSTA, 2000), com extremidade
em forma de asa, apesar de serem grandes, são muito leves porque o pericarpo consiste em
suas partes mais grossas de tecido esponjoso e cheio de ar, por isso é facilmente
disseminado pelo vento (SARMENTO JÚNIOR, 2001).
As excepcionais qualidades da madeira e vantagens comparativas que o mogno
oferece, o elegeram ao longo dos séculos como madeira nobre. É uma madeira
moderadamente pesada (0,5-0,70 g/cm
3
), alburno bege ou amarelado, diferente do cerne
castanho rosado a castanho cobre; textura média, brilho presente, é fácil de ser trabalhada
permitindo excelente acabamento, por isso é utilizada para mobiliários de luxo, painéis,
lambris, objetos de adornos, acabamentos internos com molduras, assoalhos dentre outras
qualidades. Isso se deve a sua durabilidade e resistência ao ataque de insetos e fungos, sua
16
textura, trabalhabilidade e seu rendimento volumétrico. Todos esses fatores entre outros,
elevaram-no à categoria ideal preferida pela industria, artesões e consumidores,
(PINHEIRO, 2000).
O volume médio de árvore extraída em áreas de pesquisa no estado do Pará é de
5,4 m
3
/ha (VERÍSSIMO et al., 1992). O processamento da tora reduz esse volume à
aproximadamente 2,7 m
3
de madeira cerrada por árvore (RODAN , 1992b).
Segundo Lamprecht (1990), o gênero Swietenia ocorre naturalmente entre 20
o
N e
18º S, indo desde Yucatán no México passando pela América Central, Colômbia e
Venezuela até as zonas de baixa altitude da América Ocidental do Equador, Peru, Brasil e
Bolívia. È plantado em todo o espaço tropical, por exemplo, Jamaica, Trinidad, Serra Leoa,
Nigéria, Índia, Sri Lanka, Malásia e Filipinas.
Na Amazônia brasileira, segundo Barros et al. (1992), ocorre em manchas ao
longo dos estados do Acre, Sudoeste do Amazonas, Rondônia, Norte do Mato Grosso do
Sul e no Sul do estado do Pará (Figura 1).
Fonte: Barros et al. (1992).
Figura 1 – Ocorrência de Swietenia macrophilla King na Amazônia brasileira
17
3.1.2 - Cedro Australiano, Toona ciliata var. australis M. Roem, 1846
Posição Taxonômica: Reino: Vegetalia; Divisão: Magnolophyta; Classe:
Magnoliopsida ou Magnoliatae; subclasse: Rosidae; Ordem:Sapindales; Família:Meliaceae;
Gênero: Toona; Espécie: Toona ciliata var. australis M. Roem. Essa espécie é originária da
África e Ásia (NEWTON et al., (1993).
A. T. ciliata var. australis tem como sinonímia Cedrela toona. É cultivada em
todas as regiões tropicais, com precipitações que variam de 1500 até 4000 mm, a
temperatura ideal é de 20º a 26ºC. A ocorrência natural esta geralmente aos longos de rios e
ao pé das encostas. A árvore desta espécie possui altura de até 50 m e DAP (diâmetro altura
do peito) de 150 cm em média. O caule é retilíneo e cilíndrico de coloração marrom, sendo
que mais para o ápice possui coloração verde amarelada, é liso e no ápice possui
pubescência ferrugínea, levemente estriado-sucoso, com pequenas raízes tabulares,
apresenta sistema radicular geralmente superficial, com pequenas raízes tabulares
(LAMPRECHT, 1990).
As folhas são caducifólias, paripinadas, pinadas, alternas, de 3 a 50 cm de
comprimentos e composta de 6 a 12 pares de folíolos ovais e lanceoladas, mais com
freqüência sete, às vezes, as folhas podem chegar a 1 m de comprimento. Os folíolos são
opostos ou quase opostos, glabros, ovais lanceolados, obtuso na base, de ápice acuminado
com 8 a 13 cm de comprimento por 7 a 8 cm de largura, com bordos, as vezes, ondulados,
lados desiguais e curvos, de cor verde brilhantes nas folhas maduras e rosado –
avermelhada nas folhas jovens (LAMPRECHT, 1990).
De acordo com Pinheiro et al. (1989) o ráquis possui de 4 a 30 cm de
comprimento, amarronzado e pubérula na face superior e avermelhada na face inferior,
escassamente lenticiolado.
O gênero Toona está amplamente difundida na Índia, China Meridional,
Bangladesh, Birmânia, Tailândia, Indonésia, Filipinas e Malásia. Sendo que a variedade
australiana encontra-se na Austrália Tropical (QUEENSLAND, NOVA GALES DO SUL)
entre os paralelos 15 a 30°S. Na Ásia, África e Austrália essa espécie é atacada por
Hypsipyla robusta e Zeuzera coffea. Na Costa Rica, foram observadas ataques de formigas
18
cortadeiras do gênero Atta. Durante a estação seca as folhas podem ser atacada pela
cochonilha Planococcus sp., porém com danos insignificantes (OIANO NETO, 2000).
Estudos químicos feito por Oiano Neto (2000), demonstraram que a resistência da
T. ciliata à broca do mogno é devido provavelmente a presença dos limonóides chamados
de esteróides pregnanos que estão concentrados nas folhas. Sarmento Júnior (2001) e Alves
(2002), também trabalhando com essa planta, em Belém do Pará, demonstraram que a
mesma é altamente resistente pelo tipo antibiose ao ataque da broca.
É recomendado o cultivo em consorcio com outras espécies e o plantio em linha
de enriquecimento de florestas primarias ou de povoamentos secundários empobrecidos.
Possui madeira de cor marrom – avermelhada é de durabilidade mediana, com odor
agradável que exala logo depois de serrada. A madeira é utilizada principalmente na
industria de contraplacados, compensados e móveis, prestando-se de modo particular para a
produção de caixas de charutos, instrumentos musicais e outras finalidades especiais
(LAMPRECHT, 1990).
3.1.3 - Mogno Africano, Khaya ivorensis A. Chev.
Posição Taxonômica: Reino: Vegetalia; Divisão: Magnolophyta; Classe:
Magnoliopsida ou Magnoliatae; Subclasse:Rosidae; Ordem:Sapindales; Família:Meliaceae;
Gênero: Khaya; Espécie: Khaya ivorensis A. Chev. O mogno africano é de origem das
regiões tropicais úmidas de baixa altitude da África ocidental, constituindo extensas
florestas na Guiné congolesa. É natural da Costa do Marfim, Gana, Togo, Benim, Nigéria e
sul de Camarões. Ocorre desde 0 a 450 m de altitude, normalmente em vales úmidos,
suportam inundações durante o período de chuvas, entretanto, é muito sensível ao período
de estiagem (ACAJOU D’AFRIQUE, 1979).
As árvores do gênero Khaya são conhecidas comercialmente por diferentes
nomes: Acajou dáfrique, na França e Bélgica; na Inglaterra e Estados Unidos como African
mahogany; na Holanda como Afrikaans mahoganie e Mogno africano pelos portugueses
(FALESI e BAENA, 1999).
19
Segundo Lamprecht (1990), é uma planta heliófila, de grande porte, com tronco
retilíneo livre de ramos até aos 30 m de altura, sendo tolerante à sombra durante a fase
jovem. Possui vigorosas raízes tabulares. A folhagem da copa é bastante ampla com
aspecto escuro. No ambiente natural frutifica duas vezes ao ano. É árvore de porte elevado,
caducifólia nos climas áridos e atinge 40 a 50 m de altura com DAP (Diâmetro a altura do
peito) de até 200 cm. As folhas são paripenadas com três a seis pares de folíolos brilhantes,
glabros, com ápices longos-acuminados de 0,5 a 1 cm de comprimento. As numerosas
folhas pequenas e brancas dispõem-se em panículas terminais. O fruto é uma cápsula de cor
acastanhada de cerca de 5 a 7 cm de diâmetro, possui sementes achatadas e aladas. A casca
é espessa e rugosa, de coloração avermelhada e de sabor amargo.
O Mogno africano possui comércio extraordinário, devido as características
tecnológicas e à beleza da madeira. É usada na indústria de movelaria, construção naval
(navios e pequenas embarcações) e em sofisticadas construções de interiores. O mercado
Europeu consome principalmente esta madeira (AUBREVILLE, 1959).
Segundo Falesi e Baena (1999) esta espécie tem sido preferida nos
reflorestamentos paraenses, provavelmente devido não somente a facilidade de se
reproduzir às mudas, mas também pelo valor ambiental, devido ao rápido crescimento
promovendo a recuperação de áreas degradadas.
O comércio de exportação do mogno africano passou a ser crescente, atingiu o
valor econômico em torno de 83.000 m
3
de toras, na Costa do marfim, em 1959. Alguns
países africanos como a Nigéria, Camarões, Guiné Espanhola, Gabão, Congo e Angola
também são grandes exportadoras desta madeira, mas em menores quantidades (FALESI e
BAENA, 1999). Entretanto, após a segunda guerra mundial, Gana iniciou suas exportações
dessa madeira nobre, comercializando 81000 m
3
de toras e 37000 m
3
de produto serrado
(ACAJOU D’AFRIQUE, 1979).
3.2CUPUAÇÚ, Theobroma grandiflorum [Wild. ex. Spreng.] Schum.
Posição Taxonômica: Reino: Plantae; Subreino: Tracheobionta; Divisão:
Magnoliophyta; Classe: Magnoliopsida; Subclasse: Dilleniidae; Ordem: Malvales; Família:
20
Sterculiaceae; Gênero: Theobroma; Espécie: Theobroma grandiflorum. O cupuaçú
(Theobroma grandiflorum (Willd. ex. Spreng.) Schum), é nativo da parte oriental da
Amazônia e constitui-se uma das principais opções agrícola para o desenvolvimento
socioeconômico da região amazônica (CALZAVARA et al., 1984; MOTA, 1990).
Segundo Villachica et al. (1996), o cupuaçuzeiro é uma planta que tem como
habitat natural os bosques tropicais úmido das terras altas não-inundáveis, encontrada
espontaneamente nas matas de terra firme e várzea alta na parte sul e leste do Pará,
abrangendo as áreas do médio Tapajós, Rio Tocantins, Rio Xingu e Rio Guamá, alcançando
o Noroeste Maranhense, principalmente nos rios Turiaçú e Pindaré. Apresenta como
exigência edafoclimáticas temperatura média anual entre 22 e 27ºC e solos de terra firme e
profundos, com boa retenção de água, fertilidade e com boa constituição física, pH entre
6,0 e 6,5.
A árvore alcança uma média de 10 a 15m de altura. Há referências de exemplares
com até 20 m. As folhas são longas, medindo até 60 cm de comprimento e apresentam uma
aparência ferruginosa na face inferior. As flores são grandes, de cor vermelho-escura e
apresentam características interessantes: são as maiores do gênero, não crescem grudadas
no tronco, como nas outras variedades de theobromáceas, mas sim nos galhos. Os frutos
apresentam forma esférica ou ovóide e medem até 25 cm de comprimento. A casca é dura e
lisa, de coloração castanho-escura. As sementes ficam envoltas por uma polpa branca, ácida
e aromática. Os frutos surgem de janeiro a maio e são os maiores da família.
3.3 FEIJÃO CAUPI OU FEIJÃO DA COLÔNIA (Vigna unguiculata [L.] Walper)
O Feijão Caupi ou Feijão da colônia, cientificamente chamado Vigna unguiculata
[L.] Walper, pertence à família Fabaceae (subf. Papilionoideae). Trata-se de uma planta
herbácea de pequeno porte, constituída ramos finos mais ou menos volúveis. Suas folhas
são de tamanho médio compostas de três pecíolos (trifoliada). O seu fruto é uma vagem
tenras, com baixo teor de fibras, de coloração verde-clara e formato ereto. As flores são
zigomorfas de prefloração vexilar, pétalas inferiores da carena geralmente unidas na base
.
21
As vezes são consumidas cozidas, em formas diversas, com guisados de carne ou em
saladas. Servem também para a preparação de conservas
Segundo Andrade Jr et al. (2003), o feijão-caupi, feijão-de-corda ou feijão-
macassar é uma excelente fonte de proteínas (23-25% em média) e apresenta todos os
aminoácidos essenciais, carboidratos (62%, em média), vitaminas e minerais, além de
possuir grande quantidade de fibras dietéticas, baixa quantidade de gordura (teor de óleo de
2%, em média) e não conter colesterol. Representa alimento básico para as populações de
baixa renda do Nordeste brasileiro. Apresenta ciclo curto, baixa exigência hídrica e
rusticidade para se desenvolver em solos de baixa fertilidade e, por meio da simbiose com
bactérias do gênero Rhizobium, tem a habilidade para fixar nitrogênio do ar”.
No Brasil, o feijão-caupi é cultivado predominantemente no sertão semi-árido da
região Nordeste e em pequenas áreas na Amazônia. Representa 95% a 100% do total das
áreas plantadas com feijão-caupi nos Estados do Amazonas, Maranhão, Ceará, Piauí e Rio
Grande do Norte (Maia, 1996). No Nordeste, a produção e a produtividade são de 429.375 t
e 303,5 kg/ha, respectivamente. Os maiores produtores são os Estados do Ceará (159.471 t),
Piauí (58.786 t), Bahia (50.249 t) e Maranhão (35.213 t), os quais também apresentam as
maiores áreas plantadas (Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, 1993-2001).
3.4 - PRAGAS CHAVES DAS MELIÁCEAS:
Segundo Dourojeami (1973), a família meliaceae é bastante conhecida na
literatura quanto a susceptibilidade de algumas de suas espécies tais como: mogno, cedro,
andiroba, serem hospedeiros de insetos lepidópteros da família Pyralidae (Hypsipyla
grandella, Hypsipyla ferrealis, Sematoneura grijpinai, Humiphila paleolivacea),
Stenomidae (Antaeotricha ribbei) e Gracillaridae (Phyllocnistis meliacella).
O insucesso de plantios comerciais com meliáceas vem ocorrendo devido a ação
parasitária das seguintes espécies: Hypsipyla robusta Moore, ocorrendo na África, Ásia e
Indo-Austrália; Hypsipyla ferrealis Hampson, de ocorrência na América Central e norte da
América do sul; Hypsipyla albpartalis Hampson e a Hypsipyla arebonura Meyrick
encontrado na África (BRADLEI, 1968).
22
As espécies mais danosas aos seus hospedeiros são: Hypsipyla grandella e a
Hypsiylla ferrealis, broqueando Carapa sp, Cedrella sp, Swietenia sp.
(AGOSTINHO,1996). Sendo que a H. grandella é a única encontrada em todas as regiões
de distribuição geográfica das meliáceas citadas, sendo uma praga bastante cosmopolita.
Para a S. macrophilla as que causam mais prejuízos são: as brocas Hypsipyla
grandella e Hypsipyla robusta. H. grandella ocorre em toda a América Central e do Sul,
excetuando-se o Chile, nas ilhas do Caribe e Sul da Flórida. E a H. Robusta está distribuída
no oeste e leste da África, Índia, Indonésia, Austrália e sudoeste da Ásia (MAYHEW &
NEWTON, 1998).
De acordo com Berti Filho, 1973; Gallo et al., 1988; Snook, 1992; Rodan a et al,
1992 e Veríssimo et al, 1992, Hypsipyla grandella é a principal praga da Swietenia
macrophylla devido freqüentes fracassos dos projetos de reflorestamento com essa espécie
nas Américas do Norte, Central e do Sul.
3.4.1. Hypsiyla grandella (Zeller, 1848) (Lepidoptera, Pyralidae).
Classificação e Descrição: Gallo et al., (2002), classificaram a broca do mogno
Swietenia macrophylla na seguinte classe taxonômica: Ordem: Lepidoptera L. 1758;
Subordem: Glossata; Superfamília: Pyralidoidea; Família: Pyralidae; Subfamília:
Phycitinae; Gênero: Hypsipyla; Espécie: Hypsipyla grandella (Zeller, 1848).
3.4.1.1 - Ataque, a biologia e comportamento da Hypsipyla grandella Zeller:
A ação danosa do inseto, no mogno, inicia-se com o ataque das lagartas às
brotações novas, perfurando as brotações terminais as lagartas constroem galerias no caule
(Figura 2), dificultando o crescimento da planta, provocando severos danos,
impossibilitando assim, a realização de projetos de reflorestamento com mogno e outras
meliáceas na Amazônia, (BERTI FILHO, 1973; GRIJPMA e ROBERTS, 1976;
YAMAZAKI e VASQUEZ, 1991; OHASHI ET AL, 1993; AGOSTINHO, 1996).
23
Figura 2 -Ataque das lagartas H. grandella às brotações novas de mogno S. macrophylla.
O inseto adulto é uma mariposa que apresenta coloração cinza nas asas anteriores,
e branco hialino nas posteriores. A envergadura das asas das fêmeas varia de 28 a 34mm e
do macho 22 a 26mm (BERTI FILHO et. al., 1992).
A fêmea costuma colocar de um a três ovos por brotações do hospedeiro, sendo
ovipositados logo abaixo das brotações novas (COSTA, 2000), o período de postura dura
aproximadamente seis dias, podendo dessa maneira uma fêmea colocar entre duzentos a
trezentos ovos (GRIJPMA, 1971; NEWTON et al., 1993).
Após eclodirem, as lagartas são rápidas e procuram imediatamente um local para
penetração no hospedeiro. De acordo com Costa (2000), inicialmente, elas alimentam-se de
exsudados cristalizados de um folíolo bem novo, em seguida penetra neste folíolo,
preferencialmente pelo pecíolo. A pós um ou dois dias emergem, para finalmente perfurar o
caule através da gema apical. O período larval varia de 11 e 14 dias, apresentando entre
cinco a seis ínstares, notoriamente diferenciados pela coloração e tamanho (SARMENTO
JÚNIOR, 2001). Ainda sobre o mesmo autor, ele reporta também que nos primeiros
ínstares (1º e 2º) as lagartas são de coloração amarela passando a uma coloração marrom
24
nos ínstares intermediários (3º e 4º) e adquirindo uma tonalidade cinza azulado ou azul nos
ínstares finais (5º e 6º). Com relação ao tamanho, chega a 20 a 22 mm no 6º instar.
Antes da fase de pupa a lagarta tece um casulo no interior da galeria no
hospedeiro, esta fase dura em média de oito a dez dias (BERTI FILHO et al., 1992;
NEWTON et al., 1993). A mariposa é atraída pelo odor das brotações novas (GALLO et
al., 1988) ou quimiorecepção (GRIJPMA e GARA, 1970; GARA et al., 1973).
3.4.1.2 - Plantas resistentes à H. grandella
A solução ideal para o controle de pragas florestais é a criação de variedades
resistentes (BALCH, 1958). Dentre os tipos resistentes, a antibiose é o principal fator de
redução da população de pragas e que esse efeito pode ser facilmente observado em teste
efetuados em laboratórios (em gaiola), durante diversas gerações, ou ainda, em grandes
áreas de plantio com variedades resistentes.
Whitmore e Hinojasa (1977) citam que em Porto Rico S. mahogany foi menos
atacada que S. macrophylla, e o híbrido S. macrophylla x S. mahogany apresentou um grau
intermediário de suscetibilidade quando comparado com as espécies paternas. Na região
neotropical, particular atenção tem sido dada a Toona ciliata var. australis, uma espécie
nativa da África e Ásia, onde é altamente atacada por H. robusta, mas quando plantada na
América Central não é atacada por H. grandella (NEWTON et al., 1993). E quando
introduzida no Brasil, mostrou-se bem adaptada às condições de São Paulo, onde também
não foi atacada por H. grandella (VILA, 1976).
3.5 - SISTEMA AGROFLORESTAL (SAF).
Segundo Altieri (2003), a agricultura implica na simplificação da estrutura do
ambiente sobre áreas extensas, substituindo a diversidade natural por um pequeno número
de plantas cultivadas e de animais domesticados. O resultado final da simplificação da
biodiversidade para fins agrícolas é um ecossistema artificial que requer constante
intervenção humana. Os métodos naturais de dispersão são substituídos por métodos
25
artificiais, desta maneira todo o ecossistema é modificado para fins de subsistência
comercial ou industrial, até mesmo a decomposição é alterada, uma vez que o crescimento
das plantas e a fertilidade do solo são mantidos não através de reciclagem de nutrientes,
mas sim com a aplicação de fertilizantes.
O SAF apresenta uma excelente opção para conter esses impactos, pois representa
novas perspectivas de uso da terra para o desenvolvimento rural, consorciando atividades
sem diminuir a produção agrícola principal e aumentando a produtividade por unidade de
área. Com o SAF é possível manejar o solo racionalmente de maneira que sustente a
produtividade por muito tempo em relação a monocultura (ALVIM, 1989).
Segundo Dubois (1996), na Amazônia existe vários tipos de SAF sendo usados a
muito tempo. Eles foram desenvolvidos por comunidades indígena, caboclos e ribeirinhos,
principalmente para fins subsistência.
A composição de grandes extensões florestais da Amazônia já foi modificada
pelas populações nativas.
Na América Latina muitas sociedades utilizam sistemas que simulam condições
de um ecossistema natural, com o objetivo de obter, mais diversidade de produtos. Um
grande exemplo acontece na América Central onde agricultores utilizam o plantio de várias
espécies vegetais em parcelas com tamanho de no máximo um décimo de hectare (NAIR,
1993). Em 1980 as pesquisas agroflorestais foram direcionadas no sentido de conceituar e
classificar os diferentes tipos de sistemas e identificação dos sistemas existentes. (NAIR,
1993). Porém a partir de 1990 até hoje as pesquisas obtiveram a solução de problemas
agrícolas, como: erosão do solo, baixa produtividade, e degradação de áreas de pastagens.
Na área florestal as pesquisas se direcionaram para do desenvolvimento da produção
florestal.
3.5.1 - Definições e conceitos de SAF:
São componentes arbóreos e não arbóreos que crescem em estreita associação, com
o objetivo de maximização do rendimento durante o prazo para obtenção dos
produtos. Os rendimentos geralmente são provenientes tanto dos componentes
26
arbóreos como dos não arbóreos, diretamente ou de forma indireta através dos
animais que pastoreiam. O essencial desses sistemas é a estreita interação,
competitiva ou complementar dos componentes (KRISHNAMURTHY e ÁVILA,
1999).
O SAF é uma interação sócio-ecologicamente eficiente de árvores ou espécies
arbustivas com cultivos agrícolas. Sistemas silvopastoris é a interação de árvores
com gado; e finalmente sistemas Agro-silvo-pastoris, quando há interação de
árvores, cultivos agrícolas e animais domésticos (DUBOIS, 1990).
Modalidade viável de uso da terra, segundo princípio de rendimento sustentado, que
permite aumentar a produção total e combinar, simultaneamente ou de uma maneira
escalonada, cultivos agrícolas com florestas e/ou, com criações, aplicando as
práticas de manejo compatíveis com os padrões culturais da população local (BENÉ
et al., 1977).
3.5.2 - Vantagens do Sistema agroflorestal
De acordo com Dubois et al. (1996), são:
Melhor ocupação do Sitio ecológico e diversificação de atividade e renda numa
mesma área, principalmente para pequenas áreas;
Contribui também para a proteção do meio ambiente, porque diminui a necessidade
de derrubar a floresta para abrir novas áreas de produção e ajudar a controlar a
erosão;
Aumento de produtividade devido as condições mais favoráveis às plantas de
sombreamento, umidade e adubação, além de que o SAF tornam o ambiente mais
confortável para o trabalho agrícola devido o sombreamento, causando menos
cansaço ao trabalhador, pois na sombra o desempenho é maior;
Diminuição dos riscos de perdas totais de produção devido a maior diversificação da
produção em cada propriedade, diminui também os custus de implantação e
números de capinas, apesar de possibilitar melhor distribuição de mão de obra ao
27
longo do ano, porque as tarefas de manutenção dos SAF podem ser distribuídos por
um período maior do que nos cultivos agrícolas, convencionais;
Melhoria na qualidade de vida do homem do campo devido o aumento de renda pela
diversificação dos produtos produzidos e facilita a sedentarização dos agricultores;
Uso adequado do sombreamento onde espécies arbóreas podem servir como
tutoramento para plantas trepadeira;
Como os solo fica protegido há a melhoria nas propriedades físico-químicas e
biológicas, porque as árvores. Na sombra das árvores acumula-se maior quantidade
de matéria orgânica, a camada superficial do solo resseca menos, fica pouco
compacta e as amplitudes térmicas são menores com presença da umidade mais
constante do que em solos descobertos;
Segundo Leeuwen et al., (1995), a cobertura vegetal do solo controla o crescimento
de invasoras e o protege contra erosão e altas temperaturas. O alto conteúdo de matéria
orgânica presente no solo aumenta a capacidade de armazenar nutrientes e água e a
disponibilidade de fósforo. A expansão e decomposição e o aumento da atividade dos
microorganismos melhora a estrutura do solo. Altos níveis de biomassa e um sistema de
raízes permanentes aumentam a armazenagem e a ciclagem dos nutrientes. Esses aspectos
são muito importantes na Amazônia devido a forte insolação, chuvas constantes e o fato da
maioria dos solos de terra firme serem pobres em nutrientes e possuírem baixa capacidade
de armazenar nutrientes.
3.5.3. Desvantagens do Sistema Agroflorestal
De acordo com Dubois et al. (1996), são:
Os conhecimentos dos agricultores, técnicos e pesquisadores sobre SAF ainda são
muito limitados, pouco se sabe sobre o aumento na competição entre os componentes
do sistema principalmente devido a concorrência por nutrientes, água e luz além da
ocorrência de efeitos alelopáticos onde espécies de plantas pode atuar como inibidoras
do desenvolvimento de outras devido a liberação de substancias tóxicas ou ate
28
redutoras de crescimento, elém de que cada produtor agrícola ou florestal possui
maior conhecimento em um determinado monocultivo;
De modo geral, o manejo dos SAF é mais complicado do que cultivos de espécies
perene, anuais e de ciclo curto, porque na medida que o SAF envolve novas
quantidades de espécies, seu planejamento e manejo tornam-se mais difíceis e exigem
conhecimentos mais complexos;
Danos mecânicos durante a colheita e tratos culturais e danos promovidos pelo
componente animal que podem favorecer a entrada e/ou propagação de doenças e
pragas na colheita;
O custo de implantação dos SAF mais elevados, em alguns casos, porque o custo
efetivo depende de vários fatores, como o custo das mudas das plantas arbóreas, por
exemplo, porque o valor da muda de um viveiro comercial mais o transporte pode
ficar inviável para o produtor;
O comportamento florestal pode diminuir o rendimento dos cultivos agrícolas e
pastagens porque os efeitos benéficos dos SAF depende das espécies escolhidas para
formarem o componente florestal.
3.6. SISTEMA AGROFLORESTAL DO TIPO TAUNGYA
Esse tipo de sistema consiste na associação de plantas arbóreas florestais com o
cultivo de plantas anuais. Foi inicialmente desenvolvido para aumentar os lucros dos
pequenos agricultores ou de poucos recursos, num estabelecimento de plantações florestais.
É um sistema praticado amplamente em várias partes dos trópicos. O sistema Taungya tem
sido aplicado com muito êxito para o estabelecimento de muitas plantações florestais que
incluem as seguintes espécies: Tectona grandis, Eucalyptus camaldulensis, Gmelina
arbórea, Shorea robusta, Terminalia superba, Pinos spp. e Cupressus spp.
(KRISHNAMURTHY e ÁVILA, 1999).
Segundo Dubois et al., (1996), o sistema agroflorestal Taungya foi desenvolvido
por engenheiros florestais ingleses há mais de noventa anos, e foi utilizado em grande
escala na Índia, Indonésia, Birmânia, Nigéria e outros países africanos. Possui sinonímias
29
como: Consorciação florestal; Cultura agroflorestal tropical; em francês, “Plantation sur
culture ou méthode sylvo-agricole”; em inglês, “Agri-silviculture, Agri-silvicultural
plantation e for-agri-for”. Tem a finalidade de diminuir os custos do estabelecimento de
florestas plantadas e destinadas a produção de madeira.
Nesse sistema os cultivos alimentícios são produzidos durante as primeiras fases
de desenvolvimento das árvores florestais, geralmente nos primeiros 2 a 3 anos. O principal
objetivo do SAF Taungya é a produção de madeira, não de alimento (KRISHNAMURTHY
e ÁVILA, 1999).
No Brasil esse sistema foi introduzido após a implantação de incentivos fiscais
decretados pelo governo, para fomentar o reflorestamento em grande escala e torna o Brasil
um dos maiores exportadores de celulose e papel. Está sendo utilizado quase que
exclusivamente para baratear a formação de florestas de eucaliptos (KRISHNAMURTHY e
ÁVILA, 1999).
Alguns estudos com esse tipo de sistema agroflorestal já foram desenvolvidos, em
Manaus, como o de Canto et al., (1981) que estudaram um sistema envolvendo freijó com
espaçamento 4 x 3 m e caupi nas entre linhas das duas espécies. Outro ensaio foi com freijó
(4 x 3 m) em linhas triplas distanciadas 14 m uma da outra e caupi em toda a área. No
sistema com as três culturas o caupi ocupou área de 36,4 % e rendimento de 373 kg/ha,
enquanto que somente com freijó a área ocupada foi de 72,7 % com rendimento de 805
kg/ha. O freijó aos 196 dias de plantio com guaraná e caupi atingiu a altura de 0,58 m e
plantado somente com caupi atingiu 0,49 m.
Trabalho realizado por Falese e Baena (1999) em que avaliaram um SAF no
município de Igarapé-Açu, PA, envolvendo mogno africano K. ivorensis e plantas anuais
nas entrelinhas como o milho, feijão e macaxeira, concluíram que é perfeitamente possível
o estabelecimento desse sistema, porque essa prática reduziu os custos de implantação do
SAF.
30
3.7 - ÁCIDO BÓRICO
Cardoso et al. (1978), acreditaram ser lógico que o boro possa existir em grande
numero de minerais primários e secundários do solo, nos mais variados graus de
estabilidade e solubilidade.Segundo os mesmos autores “A literatura indica que os três
maiores sítios inorgânicos de adsorção do boro no solo são: hidróxidos de ferro e alumínio
presentes como revestimento ou associados aos minerais de argilas, óxido de ferro e
alumínio e minerais de argila do tipo micácio”. Baseado nessas informações Rhoads et al.
(1970), levantaram a hipótese de que outros minerais presentes nas frações silte e argila do
solo, afora as argilas de camadas silicatos possam também ter a capacidade de adsorverem
o boro em quantidades apreciáveis.
Para Dantas (1991), podemos encontrar no solo o boro em duas formas: a total e a
disponível, na primeira forma o boro é constituído pelas suas formas contidas nos minerais,
na matéria orgânica e absorvida ou fixada (não absorvíveis pelas plantas), já na segunda é
encontrado na solução do solo, estando disponível para as plantas, e menos de 5% de boro
total no solo está disponível às plantas.
Barger (1962), propôs dois mecanismos pelos quais um nutriente pode ser
transportado para a superfície das raízes: difusão e convecção ou fluxo de massa e observou
que o fluxo de massa foi o mecanismo dominante no transporte do boro para as raízes da
soja.
A matéria orgânica, segundo Malavolta (1980a), é a principal fonte de boro para
as plantas, já que a decomposição da mesma libera grande quantidade de boro para a
solução do solo, através da mineralização. Também segundo Malavolta et al. (1991), a
disponibilidade dos micronutrientes, inclusive o boro são afetados por fatores como pH,
condições de óxido-reduçao, matéria orgânica e a presença de outros íons. Malavolta
(1980), a absorção do Boro ocorre na faixa de ph 4,0-8,0, sendo absorvido na forma H
3
BO
3
e H
2
BO
3
-
.
Para Malavolta et al. (1991), as formas solúveis de boro são facilmente
disponíveis para as plantas, que podem absorvê-la com o ácido bórico não dissociado ou
em outras formas presentes no meio; acredita-se que, devido as propriedades do acido
31
bórico de formar complexos com os polissacarídeos, estes últimos tem um importante papel
no processo passivo de absorção desse elemento. O boro na solução se move através da
água, até ocorrer um equilíbrio entre um nível do elemento na raiz e um nível na solução o
que explica os maiores teores de boro encontrados na parte aérea em comparação com a
raiz.
A absorção de boro pelas plantas depende somente da sua atividade
(concentração) na solução do solo. Esta, por sua vez, depende das reações de adsorção entre
o boro e seus adsorventes existentes no solo, tais como os óxidos de ferro e alumínio, os
minerais de argila, a matéria orgânica, o hidróxido de magnésio e o carbonato de cálcio. A
adsorção aumenta com o aumento do pH, da temperatura, do teor de materiais adsorventes
e com a diminuição da umidade do solo.
Segundo Malavolta (1980a), “A concentração de boro nos tecidos das plantas
monocotiledôneas, varia geralmente entre 6 e 18 ppm, e nas dicotiledôneas de 20 a 60 ppm,
em razão disso, a deficiência de boro em cereais é menos comum no campo.
Em relação à redistribuição, principalmente nos elementos do floema, Malavolta
et al. (1991), sugere que o boro pode ser considerado imóvel na planta, sendo translocado
principalmente através do xilema. Todavia, atualmente é aceito que o boro bem como o
cálcio é imóvel ou tem mobilidade limitada no floema.A principal função deste elemento é
facilitar o transporte de açucares através das membranas, uma vez que o borato forma
complexos com compostos poli-hidroxilicos (açucares e fenóis), os quais atravessariam
mais facilmente as membranas celulares comparados com as moléculas de açucares
altamente polarizadas.Malavolta (1979), ressalta que o boro é particularmente importante
para o desenvolvimento das partes mais novas da planta, sendo estas regiões muito
exigentes.
O boro desempenha funções importantes na planta, tais como : metabolismo de
carboidratos e transporte de açucares (sacarose); organização de funcionamento das
membranas (ATP-ase e absorção iônica); síntese de ácido nucléico (DNA e RNA) e
fitohormônios (AIA e auxinas); formação e lignificação das paredes celulares; elongação e
divisão celular, principalmente na atividade dos tecidos meristemáticos; germinação do
32
grão de pólen e crescimento do tubo polínico; floração e expressão sexual; ativação do
zinco.
As deficiências de boro, em geral, ocorre em solos leves, arenosos, com pouca
argila e baixo teor de matéria orgânica, sujeitos a forte lixiviação (MELLO et al, 1989).
Segundo Malavolta (1980b) a deficiência de boro leva à redução no tamanho e
deformação de folhas mais novas, morte da gema apical e menor crescimento das raízes.
Oliveira et al. (1982) observaram que a deficiência deste elemento afeta o crescimento
radicular, a área foliar e o peso seco total, além de atrasar a atividade fotossintética.
Existe um pequeno limite entre a concentração suficiente no substrato e o nível
tóxico de boro. A tolerância relativa a toxidez de boro parece depender diretamente da
velocidade do transporte das raízes para a parte aérea; os sintomas de excesso (clorose
malhada e depois manchas necróticas que podem coalescer) coincidem com as regiões da
folha onde há maior transpiração e, conseqüentemente, aumento local na concentração de
boro no tecido foliar Malavolta (1980b).
3.8- METODOS DE CONTROLE
3.8.1 - Controle químico
Diversas tentativas para controlar H. grandella por meio de inseticidas
pulverizados têm falhado devido a alta pluviosidade onde as meliáceas são plantadas e
também devido ao hábito da lagarta de broquear os brotos, (GRIJPMA, 1975; ALLAN et
al, 1975; NEWTON et al, 1993).
Allan et al. (1975), testaram vinte e oito inseticidas sistêmicos em pulverizações
de Cedrella odorata, mas apenas cinco deram proteção completa às plantas: carbofuran,
metomil, fosfamidon, monoclotrofós e isolan. Wilkins et al (1976), relataram que o
carbofuran na formulação peletizada foi a mais eficiente entre vinte e oito inseticidas
testados, proporcionando um controle completo de H. grandella durante trezentos e
quarenta dias em um dos sítios da Costa Rica. Entretanto, quando este produto foi testado
em Trinidad, foi totalmente ineficiente (MAYHEW e NEWTON, 1998).
33
Gallo et al. (1988) indicam os produtos trichorfon, paration, metil, azinfos etil,
carbaril e piretroides, para serem usados apenas nos viveiros das mudas das meliáceas.
O controle químico, apesar de não ser um método ideal devido aos problemas do
elevado custo e contaminação ambiental pelas repetidas aplicações, o uso de inseticidas tem
um importante papel na proteção somente das plantas até que alcance uma altura de cinco a
oito metros (3anos ou mais), quando raramente o dano da broca, afeta o seu
crescimento(YAMAZAKI e VASQUEZ, 1991). Concluíram ainda, que o piretróide
fenvalerato foi o mais eficiente no controle de H. grandella aplicado em pulverizações de
duas a quatro vezes por ano, no início e no final do período chuvoso, até que a planta atinja
seis metros de altura.
3.8.2 - Controle Silvicultural
Diversas medidas silviculturais têm sido aplicadas para a produção de meliáceas
que são suscetíveis ao ataque da broca, entretanto a maioria tem apresentado baixa
eficiência de controle, por outro lado, existem exemplos de experimentos, onde os danos da
broca das meliáceas têm sido parcialmente controlados (NEWTON et al, 1993).
No Brasil, Yared e Carpanezzi (1981) reportam que o dano da broca do mogno foi
virtualmente ausente durante quatro anos nas linhas de enriquecimento utilizando-se o
método recru. A ausência do dano da broca foi atribuída a combinação de: baixa densidade
do plantio (menos que cem árvores de S. macrophylla) por ha, presença de proteção lateral,
e manutenção da diversidade florística e do microclima da floresta original.
H. grandella também foi controlada com sucesso na Colômbia, utilizando sistema
agroflorestal Taungya, onde a S. Macrophylla foi semeada direto com o milho, em um
espaçamento nove por nove metros (NEWTON et al, 1993).
A utilização do sombreamento tem apresentado resultados contraditórios.
Campbell (1966) reportou que 50% de sombreamento é necessário para reduzir o ataque da
broca. Por outro lado, Newton et al (1993) relataram que mudas sombreadas são atacadas
pela broca. Isto pode ser confirmado pelos seguintes trabalhos: Chable (1967) reportou que
em Honduras, que o dano da H. grandella cresce independente se o mogno é plantado em
34
áreas abertas e altamente sombreadas. Similarmente, Roberts (1966) encontrou que a
sombra ou cobertura não reduziu o ataque da H. grandella.
A adubação pode reduzir a suscetibilidade do mogno ao dano da broca pela
alteração da composição química do broto terminal ou aumentar a tolerância pela elevação
do vigor. Nos E.U.A, o crescimento rápido devido a adubação evita o ataque de H.
grandella, bem como na Malásia e Filipinas, o crescimento vigoroso do mogno em solos
fertilizados sofreu poucos danos da broca. Entretanto, um sistema agroflorestal com mogno
no Brasil usando dois tipos de adubação (NPK e só P), sofreram altos índices de ataque
(73% e 81%) depois de trinta meses (MAYHEW e NEWTON, 1998).
A poda é talvez a técnica silvicultural mais direta para reduzir os danos causados
pela broca. Consiste na remoção dos brotos atacados por meio da poda, deixando-se aquele
não atacado e com maior vigor de crescimento vertical. Às arvores assim podadas têm
maior chance de apresentar dominância apical do que aquelas com diversos ramos apicais
(MAYHEW e NEWTON, 1998).
O mogno respondeu muito favoravelmente à poda que é regularmente aplicado em
plantações de Honduras, e melhorou substancialmente a forma da planta (CHABLE, 1967).
A poda e a destruição dos brotos atacados, nunca deixam de ser medidas úteis e de baixo
custo segundo Ricordi (1963), que também aconselhou a eliminação de plantas atacadas no
viveiro, antes do plantio definitivo.
3.8.3 - Controle Mecânico
Grijpma e Roberts (1975) recomendam o uso de cola “stick” em volta do caule das
mudas de Cedrela, Toona, impedindo a presença de formigas e ácaros sobre as lagartas do
1
o
instar de H. grandella, evitando que esta passasse para outra parte da planta.
Diante da descoberta do comportamento de migração da lagarta se desenvolveu uma
cola como medida de controle mecânico para impedir que a lagartinha broque o ápice da
planta, apresentando uma eficiência média de 88% no controle da broca, porém devido não
ser de fácil aplicabilidade é recomendada para pequenos plantios (COSTA, 2000).
35
Ohashi et al. (2002), concluiu que para pequenos plantios deve-se associar ao
manejo de H. grandella, o uso do controle mecânico-químico (colacid), para prevenir os
brotos novos contra o ataque da broca do mogno. Para os brotos já atacados, utilizar a poda
e eliminar os ramos atacados para reduzir a infestação na área, assim como auxiliar no
crescimento mais ereto do fuste.
3.8.4 - Controle Físico
Segundo Holsten e Gara (1973), estudando a atração luminosa da fêmea e
comportamento de vôo de H. grandella, verificaram que as armadilhas com luz negra são
uma forma excelente de capturá-las.
O uso de armadilha luminosa é recomendado no início da estação chuvosa, pois é
o período em que ocorre o surgimento de brotações novas, conseqüentemente atraindo as
fêmeas, aumentando a eficiência da captura (BERTI FILHO et al.,1992).
Para Pedrosa-Macedo (1993) o controle é feito através de armadilhas luminosas,
devido ao fato da lepidóptera ser fototrópica positiva, porém seu raio de ação é restrito.
3.8.5 - Controle Biológico.
Hidalgo-Salvatierra (1971) utilizou o fungo Metarrhizium anisoplae (Metch),
popularmente conhecido como muscardina verde, o qual apresentou resultados bastante
satisfatórios em condição de laboratório, pois ocorreram 60% de mortalidade das larvas
após seis dias de tratamento e as lagartas tornavam-se secas, de fácil desintegração, sem
deixar vestígios prejudiciais ao ambiente.
Gallo et al. (2000), recomendaram o uso de inimigos naturais como
Trichogramma sp. (Hymenoptera, Trychogramatidae) os quais parasitam os ovos, ou
Hypomicrogaster hypsipyla De Santis, 1972 (Himenoptera, Braconidae), parasitóides de
lagartas, assim como os fungos M. anisopliae (Metch.), e B. bassiana (Bals.) e a bactéria
Bacilus thuringiensis Berliner, sendo eficaz no controle, desde que aplicado antes da
penetração das lagartas nos ramos.
36
Roovers(1971) relatou que freqüentemente, um ovo vivo de cor avermelhada
tornava-se posteriormente, azulado escuro e o exame microscópio deste ovo azul, uma vez
dissecado, apresentava diminutas pupas de um parasito da família Trichogrammatidade
(Hymenoptera, Chalcidoidea) e a porcentagem de mortalidade neste caso alcançava 21%.
Batista (2005) observou que nos meses de abril, maio e junho, foi verificado o
maior índice de parasitismo em ovos depositados nas plantas de mogno em plantio solteiro,
sugerindo que o mesmo seja feito pela vespa do gênero Trichogramma.
4 - MATERIAL E MÉTODOS
4.1. ÁREA DE ESTUDO
O Parque Ecológico de Gunma (PEG) está localizado no município de Santa
Bárbara, nordeste do Estado do Pará, entre as coordenadas aproximadas de 01º13’00.86”S e
48º17’41.18”W, à altura do km 18 da rodovia Belém-Mosqueiro, denominada Augusto
Meira Filho (PA-391). A rodovia PA-391 corta o Parque ao meio. Na margem esquerda
localizam-se a base física, alojamentos, viveiros, residências e parcelas demonstrativas de
sistemas agroflorestais. Na margem direita situam-se as áreas de florestas de terra firme,
várzea e igapó (Figura 3).
4.2. ÁREA DO PARQUE ECOLÓGICO DO GUNMA
É possível também visualizar alguns pontos referencias do Parque Ecológico de
Gunma que são importantes, tanto para a sua sinalização, como para a orientação de
visitantes. Esta visualização pode ser feita através do mapa constante da Figura 4.
37
Fonte: Relatório final Gunma, 2003
Figura 3 - Mapa de localização do Parque Ecológico de Gunma, município de Santa
Bárbara, PA.
38
Fonte: Relatório final Gunma, 2003
Figura 4 - Carta-imagem com Parque Ecológico do Gunma e alguns pontos de referência,
município de Santa Bárbara, PA.
39
4.3 – CLIMA
O clima da região onde está inserido o PEG é do tipo tropical úmido Af
i
, segundo
a classificação climática de Köppen, caracterizando-se por apresentar temperatura média
nunca inferior a 18°C e o mês mais seco, com precipitação pluviométrica maior ou igual a
60 mm. Na classificação de Thorntwaite, o mesoclima da região do PEG é do tipo B4rA’a’,
que se caracteriza como tropical úmido, com pequena ou nenhuma deficiência de água,
sendo megatérmico, com eficiência térmica maior que 1.140 mm e concentração de verão
sempre inferior a 48% (SUDAM, 1984)
A temperatura média fica em torno de 26,0
o
C, com mínima média anual de
22,0
o
C e máxima média anual em torno de 31,0
o
C. A queda pluviométrica aponta para um
total anual entre 2.500 e 3.000 mm. A média anual da umidade relativa do ar é de 85%
(SUDAM, 1984).
4.4 – VEGETAÇÃO
A vegetação do PEG é formada por floresta ombrófila (úmida) densa de terra firme
este o ambiente mais representativo, seguido de floresta secundária (capoeira) latifoliada,
igapó e várzea.
O dossel da terra firme está entre 30-35 m de altura, com as emergentes podendo
alcançar 45 m. A várzea e o igapó são mais baixos e mais abertos. A vegetação secundária
apresenta manchas de diferentes idades e tamanhos. A floresta de terra firme apresenta
espécies típicas, como a maçaranduba, acapu, ipê roxo e o tauari. A floresta de igapó e de
várzea apresenta espécies típicas de áreas alagadas, como anani, ucuúba verdadeira, açaí,
dentre outras. A vegetação secundária apresenta, também, espécies características, como o
tapiririca, envira preta e pará-pará.
4.5 – SOLOS
Os solos do Parque variam muito, incluindo latossolos e concrecionários
lateríticos na terra firme, e solos hidromórficos aluviais nas várzeas. As informações a
40
seguir são preliminares, sem uma análise pontual dos solos, o que deverá ser feita no futuro.
Os dados complementares foram obtidos a partir de Vieira (1988) e RADAMBRASIL
(1974).
4.6 - DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
Em Maio de 2004 em uma área de 1,7ha localizada no Parque ambiental do
Gunma, foi efetuado o desmatamento, aração e gradeamento, em seguida foi realizado a
abertura das covas. Foi feita adubação em cada uma delas, para suprir as necessidades
nutricionais das plantas, com as seguintes composições: 500g de calcário dolomítico, 150g
de Yoorim Máster, 1kg de Bokashi. No dias 25 e 26 foram plantadas as mudas das
meliáceas e de cupuaçu, no espaçamento 4m x 3m, e em julho de 2004, foi plantado feijão
caupi (manteiguinha branca) com um espaçamento 0,5m x 0,5m, em toda a área
experimental implementando dessa forma, a instalação de Sistema Agroflorestal (SAF)
(figura 5).
Utilizou-se o delineamento em blocos casualizados com parcelas subdivididas
(Anexo 1), com 4 tratamentos e 5 repetições. Cada parcela constitui-se de 2 subparcelas
com 28 plantas cada, T1 = Mogno africano x Mogno brasileiro; T2 = Mogno brasileiro
(testemunha); T3 = Toona x Mogno brasileiro; T4 = Cupuaçu x Mogno brasileiro. No
período de 04 a 11/02/2005 aplicou-se em cobertura para a correção da acidez do solo, o
calcário dolomítico com PRNT 101, 5% na dosagem de 2.667,1 kg/há, com base em
análises de solo.
Posteriormente de 01 a 04/03/2005 realizou-se adubação química de toda a área
experimental com os seguintes adubos: superfosfato triplo = 56g/planta; Yoorim Máster =
267g/planta; cloreto de potásso = 108,5g/planta; uréia = 45g/planta; Àcido bórico =
20g/planta, sendo a forma de adubação em coroamento. A variável nas parcelas foi o
consócio e nas subparcelas aplicação do Ácido bórico, no primeiro período de estudo que
foi de setembro de 2004 a abril de 2005. A partir de agosto/2005 a dezembro/2005 foi
realizado o segundo período de estudo com aplicação da colacid nas parcelas e analisado
estatisticamente em fatorial. Tanto no primeiro quanto no segundo período se fazia
41
mensalmente a leitura dos brotos atacados e no final os dados das percentagem de ataque
foram transformados para arc seno x, só que no segundo os dados em altura não sofreram
transformação para análise estatística.
Figura 5 -SAF – Área experimental no Parque ambiental GUNMA. Santa Bárbara, PA.
Julho/2005).
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 – EFEITO DO SAF E DA ADUBAÇÃO SOBRE O ATAQUE DA BROCA DO
MOGNO
Conforme se observa na figura 6, o ataque da broca (Fig. 7) só começou a partir de
dezembro de 2004, aumentando o índice de ataque em janeiro apesar do mogno já
apresentar brotações novas (Fig. 8) desde novembro de 2004. Os primeiros ataques
ocorreram nos tratamentos mogno consorciado com mogno africano e mogno consorciado
com Toona com um índice médio de 2,5% de plantas atacadas. A partir daí esperava-se que
42
o ataque aumentasse rapidamente, contudo o máximo foi de 20% no mogno consorciado
com mogno africano, enquanto os tratamentos testemunha e mogno consorciado com
cupuaçu apresentaram, respectivamente 16,3% e 15% no mês de abril/05 e o tratamento
mogno consorciado com Toona apresentou o máximo de 8,3% de ataque nos meses de
fevereiro e abril de 2005. Esses ataques são bem menores que aqueles citados por Ohashi et
al. (2002) que num experimento de consorcio do mogno com Toona sem adubação no
município de Aurora do Pará no período de janeiro a abril de 2001, observaram que no mês
de fevereiro ocorreram os maiores ataques de 63% e 35%, respectivamente nos tratamentos
testemunha e mogno consorciado com Toona.
Figura 6 - Porcentagem de mogno atacado pela broca de H. grandella no sistema
Agroflorestal da Associação Gunma em Santa Bárbara (Pa) (08/04 à 04/05).
43
Figura 7 - Ataque da broca H.grandella no mogno S. macrophylla na Associação Gunma
no período setembro/04 à Abril/05
Figura 8 (A, B) - Brotação nova susceptível ao ataque da broca do mogno.
B
A
44
A analise estatística das porcentagens de mogno atacado pela broca de H.
grandella (Tabelas 1, 2, e 3) demonstrou que não houve efeito significativo do tratamento
mogno consorciado com outras plantas, bem como, do tratamento adubação com ácido
bórico sobre o índice de ataque da broca, podendo este ter sido lixiviado, ou adsorvido por
um outro mineral do solo tornando-o indisponível para as plantas. Estes resultados
discordam daqueles observados por Batista (2005) que cita que o mogno consorciado com
Toona e com mogno africano reduziu em 50% o ataque, bem como, estes tratamentos
diferiram da testemunha.
Também discordam de Ohashi et al. (2004) que citam que 20g e 40g de ácido
bórico por planta apresentaram efeito significativo sobre o ataque da broca do mogno no
mês de abril de 2004 no município de Aurora do Pará. Sendo dessa maneira possível
sugerir que algum ou alguns dos macros ou microelementos incorporados na adubação tem
influência no ataque da broca. Desses elementos, o mais provável deve ser o calcário
dolomítico que isoladamente ou associado com boro, uma vez que Malavolta et al. (1993)
referiram-se que Cálcio e Boro, costumam “andar” juntos nos papeis que desempenham na
vida da planta, como na migração de carboidratos das folhas para os tecidos armazenadores
(grãos, raízes e caules).
Segundo Yamada (2004), o Cálcio e o Boro são fundamentais para o
desenvolvimento das gemas apicais e das extremidades radiculares. Ainda, Abreu Junior
(1998) cita para elevar o nível de cálcio no controle de cochonilhas em geral e uso de boro
no solo para o controle da lagarta do cartucho do milho.
Pode-se também observar na tabela 1 que o fator tempo (meses) foi altamente
significativo, uma vez que o ataque da broca só se iniciou no mês de janeiro de 2005
quando as plantas de mogno apresentavam mais brotos novos com tamanho suficiente para
alimentar o ciclo completo de uma ou mais lagartas da broca de H. grandella como mostra
a figura 4. Provavelmente isso esteja relacionado com as variações dos índices
pluviométricos com os períodos seco e chuvoso, no inicio do período chuvoso em
dezembro/janeiro estimulou a emissão dos brotos novos, e isto, condicionou que o ataque
iniciado em janeiro aumentasse no período de fevereiro a abril que estatisticamente diferiu
dos meses de setembro/04 a janeiro/05 como mostra a tabela 4.
45
Contudo, pode-se deduzir que os fatores externos, como temperatura, precipitação
atmosférica são de relevante importância no estudo do ataque da H. grandella ao mogno
brasileiro.
Tabela 1 - Análise de variância do ataque da broca do mogno, transformada em arcoseno
% na associação Gunma no período setembro/04 à abril/2005.
Media Geral:7.9776
Coeficiente de Variação da Parcela:122.2116
Coeficiente de Variação da Sub Parcela:124.9971
Coeficiente de Variação da Sub Parcela: 116.8216
* Significativo (nível de 5% de probabilidade
)
** Altamente significativo (nível de 1% de probabilidade)
Causa de Variação GL Soma do
Quadrado
Quadrado
Médio
F
Blocos
Fator A (consórcio)
Resíduo (A)
4
3
12
1284,0187
86,8467
1140,6552
321,0047
28,9489
95,0546
3,3771 *
0,3046 NS
Parcelas 19 2511,5206
Fator B (Boro)
Fator AXB
Resid.(B)
1
3
16
112,6701
373,0987
1590,9910
112.6701
124,3662
99,4369
1,1331 NS
1,2507 NS
Sub Parcela 39 4588,2804
Fator C (8 meses)
Fator AxC
Fator BxC
Fator AxBxC
Resíd. ( C )
7
21
7
21
224
7501,8114
1714,1873
266,2413
2584,3502
19455,4994
1071.6873
81,6280
38,0345
123,0643
86,8549
12,3388**
0,9398 NS
0,4379 NS
1,4169 NS
Sub Sub Parc.
319 36110,3700
46
Tabela 2- Teste de Tukey para as médias (cónsorcios)
No Tratamentos Médias
1 (Mogno x Africano) 8,7854 a
2 (Mogno Testemunha) 8,0828 a
3 (Mogno x Cupuaçu) 7,5727 a
4 (Mogno x Toona) 7,4696 a
d.m.s (Tukey) = 4.5782
Tabela 3 -Teste de Tukey para as médias de B (Boro)
No Tratamentos Médias
1 (Sem Boro) 8,5710 a
2 (20 g Boro) 7,3843 a
d.m.s (Tukey) = 2.3650
Tabela 4 - Teste de Tukey para as médias de C (meses)
No Tratamentos Médias
8 (Abr/2005) 16,0422 a
7 (Mar/2005) 14,0338 a
6 (Fev/2005) 12,1573 a
5 (Jan/2005) 5,3686 b
1 (Set/2004) 4,0548 b
2 (Out/2004) 4,0548 b
3 (Nov/2004) 4,0548 b
4 (Dez/2004) 4,0548 b
d.m.s (Tukey) = 6.3768
47
5.2 – EFEITO DO SAF E DA ADUBAÇÃO NO CRESCIMENTO DO MOGNO EM
ALTURA.
Observou-se um crescimento uniforme do mogno independente do tipo de
tratamento empregado neste experimento (Figura 9). Pode-se considerar como um bom
crescimento, tendo em vista que este crescimento aos dez meses do plantio foi superior
aquele citado por Batista (2005) para o mogno com doze meses (consorciado com Toona,
consorciado com mogno africano e testemunha), e ainda plantado num espaçamento mais
fechado que estimula o crescimento vertical devido à competição pela luz.
A análise da altura do mogno (Tab. 5, 6, 7) demonstrou que os tratamentos mogno
consorciado e/ou adubado com ácido bórico não apresentaram efeito significativo no
crescimento do mogno, isto é, nenhum tratamento diferiu da testemunha. Por outro lado, a
variável mês apresentou efeito altamente significativo no crescimento do mogno, como se
pode observar na figura 9 e nas tabelas 5 e 8, que o crescimento foi lento e não diferiram
entre si nos 2 primeiros meses (setembro e outubro), mas em novembro e dezembro, o
crescimento foi um pouco mais acelerado e diferiu estatisticamente dos dois primeiros
meses.
0,56
0,65
0,83
0,92
1,25
1,43
1,72
1,93
0
0,5
1
1,5
2
2,5
SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR
2 0 0 4 / 2 0 0 5
ALTURA MOGNO
ALTURA (m)
Figura 9 - Altura média do mogno nos diversos tratamentos. Associação Gunma, Santa
Bárbara, PA. 2005.
48
A partir dos meses de janeiro até abril, o crescimento foi mais acelerado e
diferiram estatisticamente entre si e dos meses anteriores de forma crescente e ordenada.
Isto indicou que esse maior crescimento do mogno dependeu de água suficiente no solo que
sem dúvida ocorreu no período mais chuvoso que normalmente vai de janeiro a abril de
cada ano.
Tabela 5 - Análise de variância da altura (m) do mogno na associação Gunma no período
de setembro de 2004 a abril de 2005.
Média geral do ensaio: 1,1645m
Coeficiente de variação para parcela: 40,9002%
Coeficiente de variação para sub parcela: 29,2887%
Coeficiente de variação para sub sub parcela: 12,5389%
Causa da Variação G.L. S.Q. Q. M. F
Blocos
Fator A (consórcio)
Resíduo (A)
4
3
12
6,6459
0,2074
2,7221
1,6615
0,0691
0,2268
7.3243 **
0,3047 NS
-
Parcelas 19 9,5754 - -
Fator B (Boro)
Fator AXB
Resid.(B)
1
3
16
0,0215
0,4251
1,8612
0,0215
0,1417
0,1163
0,1844 NS
1,2180 NS
-
Sub parcela 39 11,8831 - -
Fator C (meses)
Fator AxC
Fator BxC
Fator AxBxC
Resíd. ( C )
7
21
7
21
224
70,6968
0,2644
0,0687
0,2096
4,7758
10,0995
0,0126
0,0098
0,0100
0,0213
473,6965 **
0,5906 NS
0,4606 NS
0,4682 NS
-
Sub. Sub Parc. 319 87,8985
49
Tabela 6 - Teste de Tukey para as médias da altura do mogno nos consórcios.
No Tratamentos Médias
4 (Mogno x Cupuaçu) 1,1931 a
2. (Mogno Testemunha) 1,1859 a
1 (Mogno x Africano) 1,1453 a
4. (Mogno x Toona) 1,1338 a
d.m.s (Tukey) = 0,2236
Tabela 7 -Teste de Tukey para as médias da altura do mogno com ou sem Boro
No Tratamentos Médias
2. (ácido Bórico 20g) 1,1727 a
1 (Sem Ácido Bórico) 1,1563 a
d.m.s (Tukey) = 0,0809
Tabela 8 - Teste de Tukey para as médias da altura do Mogno no período de setembro/04 à
Abril/05.
No Tratamentos Médias
8. (Abr/2005) 1,9303 a
7. (Mar/2005) 1,7258 b
6. (Fev/2005) 1,4310 c
5. (Jan/2005) 1,2513 d
4. (Dez/2004) 0,9255 e
3. (Nov/2004) 0,8353 e
2. (Out/2004) 0,6515 f
1. (Set/2004) 0,5655 f
d.m.s (Tukey) = 6,3768
50
5.3- COMPARAÇÃO DO CRESCIMENTO ENTRE AS MELIÁCEAS (MOGNO,
MOGNO AFRICANO E CEDRO AUSTRALIANO).
Na figura 11 observa-se que o crescimento em altura entre as 3 meliáceas estudadas
que a planta exótica Toona apresentou um maior crescimento principalmente no período de
novembro/04 até abril/05, enquanto, o mogno e o mogno africano cresceram menos com
uma ligeira vantagem para o mogno amazônico.
A análise estatística (Tab. 9) mostra que houve efeito significativo (5% de
probabilidades de erro) das espécies das meliáceas e que os meses foram altamente
significativos (1% de probabilidade de erro) no crescimento dessas espécies estudadas.
Ainda que existiu uma interação altamente significativa entre as espécies das meliáceas e
os meses observados. Por outro lado, o fator ácido bórico não apresentou efeito
significativo no crescimento dessas meliáceas.
Figura 10- Altura das meliáceas mogno amazônico, mogno africano e Toona na
Associação Gunma no período Setembro/04 à Abril/05. Santa Bárbara, PA.
2006.
0,5
8
0,8
4
0,8
7
1,
2
1,3
7
1,7
5
1,9
7
0,5
5
0,6
4
0,8
3
0,9
1
1,2
6
1,4
8
1,7
8
2
0,4
2
0,7
6
1,2
1
1,2
6
1,7
9
2,1
8
2,5
9
2,8
9
0,4
6
0
0,
5
1
1,
5
2
2,
5
3
3,
5
SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR
2 0 0 4 / 2 0 0 5
AFRICANO
MOGNO
TOONA
ALTURA (m)
51
Tabela 9- Análise de Variância da Altura das Meliáceas (Mogno Africano, Mogno
Testemunha e Toona) Na Associação Gunma no Período Setembro/04 à Abril/05
Causa da variação Gl Soma do quadrado Quadrado médio F
Blocos
Fator A (consórcio)
Resíduo (A)
4
2
8
2,3979
12,5045
10,8694
0,5995
6,2522
1,3587
0,4212 NS
4,6017 *
Parcelas 14 25,7719
Fator B (Boro)
Fator AXB
Resid.(B)
1
2
12
0,0905
0,5850
1,4730
0,0905
0,2925
0,1227
0,7371 NS
2,3828 NS
Sub Parcela 29 27,9203
Fator C (8 meses)
Fator AxC
Fator BxC
Fator AxBxC
Resíd. ( C )
7
14
7
14
168
88,6860
5,6037
0,0721
0,2096
4,3094
12,6694
0,4003
0,0103
0,0150
0,0257
493,9144 **
15,6043 **
0,4013 NS
0,5837 NS
Sub Sub Parc. 239 126,8011
Media geral do ensaio 1,3215m
Coeficiente de variação para parcela 88,2046%
Coeficiente de variação para sub parcela 26,5116%
Coeficiente de variação para sub sub parcela 12,1195%
52
Tabela 10 - Mogno testemunha e toona na associação Gunma no período set./04 à abril/05.
Media Geral do Ensaio: 1,3215m
Coeficiente de Variação da parcela: 88,2046%
coeficiente de variação da sub parcela: 26,5116%
coeficiente de variação da sub sub parcela: 12,1195%
A comparação das médias das três espécies (em conjunto) mês a mês (Tab. 10),
mostra que os meses influenciaram na médias mensais com um comportamento semelhante
ao do mogno já discutido anteriormente na tabela 8.
Tabela 11 - Teste de Tukey para as médias de C (meses)
No Tratamentos Médias
8. (Abr/2005) 2,2897 a
7. (Mar/2005) 2,0433 b
6. (Fev/2005) 1,6850 c
5. (Jan/2005) 1,4217 d
4. (Dez/2004) 1,0207 e
3. (Nov/2004) 0,9667 e
2. (Out/2004) 0,.6653 f
1. (Set/2004) 0,4797 g
d.m.s (Tukey) = 0,1269
Causa de Variação GL Soma do Quadrado Quadrado Médio F
Blocos
Fator A (consórcio)
Resíduo (A)
4
3
12
1284,087
86,8467
1140,6552
321,0047
28,9489
95,0546
3,3771 *
3046 NS
Parcelas 19 2511,5206
Fator B (Boro)
Fator AXB
Resid.(B)
1
3
16
112,6701
373,0987
1590,9910
112,6701
124,366
99,4369
1,1331 NS
1,2507 NS
Sub Parcela 39 4588,2804
Fator C (8 meses)
Fator AxC
Fator BxC
Fator AxBxC
Resíd. ( C )
7
21
7
21
224
7501,8114
1714,1873
38,0345
123,0643
86,8549
1071,6873
81,6280
38,0345
123,0643
86,8549
12,3388**
0,9398 NS
0,4379 NS
1,4169 NS
Sub Sub Parc. 319 36110,3700
53
Entretanto quando se comparou a média de cada espécie mês a mês (Tab. 11 a
18), verificou-se que a Toona começou a diferir estatisticamente das outras duas espécies a
partir do mês de janeiro e manteve-se maior até o mês de abril. Por outro lado, o mogno e o
mogno africano apresentaram alturas semelhantes durante todo o período estudado. Isto
comprova que realmente a Toona tem um crescimento bem mais acelerado que as outras
espécies. Quanto ao mogno africano é provável que esse crescimento não diferenciado
dessa espécie esteja relacionado com o ataque de abelhas cachorro Trigona spinipes
(Fabricius, 1793) (Hymenoptera: Apidae) na brotação nova danificando as folhas tenras do
mogno africano (Fig. 11) prejudicando o desenvolvimento desta espécie.
Figura 11- Ataque da abelha cachorro ou irapuá, Trigona spinipes ao Mogno africano K.
ivorensis na Associação Gunma no período Setembro/04 à Abril/05. Santa
Bárbara, PA. 2006.
Tabela 12 -Teste de Tukey para as médias de A (Meliceaes) dentro de C1 (setembro/2004).
No Tratamentos Médias
2 (Mogno) 0,5550 a
1 (Africano) 0,4610 a
3 (Toona) 0,4230 a
d.m.s (Tukey) = 0,5380
54
Tabela 13 -Teste de Tukey para as médias de A (Meliceaes) dentro de C2 (outubro/2004).
N
o
Tratamentos Médias
3 (Toona) 0,7660 a
2 (Africano) 0,6440 a
1 (Mogno) 0,5860 a
d.m.s (Tukey) = 0,5380
Tabela 14 -Teste de Tukey para as médias de A (Meliceaes) dentro de C3
(novembro/2004).
N
o
Tratamentos Médias
3 (Toona) 1,2190 a
1 (Africano) 0,8480 a
2 (Mogno) 0,8330 a
d.m.s (Tukey) = 0,5380
Tabela 15 -Teste de Tukey para as médias de A (Meliceaes) dentro de C4
(dezembro/2004).
N
o
Tratamentos Médias
3 (Toona) 1,2660 a
1 (Africano) 0,9190 a
2 (Mogno) 0,8770 a
d.m.s (Tukey) = 0,5380
Tabela 16 -Teste de Tukey para as médias de A (Meliceaes) dentro de C5 (janeiro/2005).
N
o
Tratamentos Médias
3 (Toona) 1,7950 a
2 (Mogno) 1,2650 ab
1 (Africano) 1,2050 b
d.m.s (Tukey) = 0,5380
55
Tabela 17 -Teste de Tukey para as médias de A (Meliceaes) dentro de C6 (fevereiro/2005).
N
o
Tratamentos Médias
3 (Toona) 2,1880 a
2 (Mogno) 1,4880 b
1 (Africano) 1,3790 b
d.m.s (Tukey) = 0,5380
Tabela 18 -Teste de Tukey para as médias de A (Meliceaes) dentro de C7 (março/2005).
N
o
Tratamentos Médias
3 (Toona) 2,5940 a
2 (Mogno) 1,7810 b
1 (Africano) 1,7550 b
d.m.s (Tukey) = .5380
Tabela 19 -Teste de Tukey para as médias de A (Meliceaes) dentro de C8 (Abril/2005).
No Tratamentos Médias
3 (Toona) 2,8930 a
2 (Mogno) 2,0020 b
1 (Africano) 1,9740 b
d.m.s (Tukey) = .5380
56
5.4 -EFEITO DO CONSORCIO (SAF), APLICAÇÃO DA COLACID E O TEMPO
(MESES), SOBRE O ATAQUE DA BROCA DO MOGNO.
Tabela 20 – Análise de Variância do SAF e da aplicação de Colacid no comportamento da
broca do mogno no plantio na associação Gunma no período de set./2004 a dez./2005.
Causa de Variação GL Soma do Quadrado Quadrado Médio F
Fator A 3 945,4384 315,1461 1,2850 NS
Fator B 1 7414,9392 7414,9392 30,2334 **
Fator C 3 9796,8282 3265,6094 13,3151 **
Fator AxB 3 141,1962 47,0654 0,1919 NS
Fator AxC 9 3670,0914 407,7879 1,6627 NS
Fator BxC 3 5025,0595 1675,0198 6,8297 **
Fator AxBxC 9 619,1437 68,7937 0,2805 NS
Tratamentos 31 27612,6966 890,7321
Blocos 9 5389,8319 598,8702 2,4418 *
Resíduo 279 68426,4772 245,2562
Média Geral do Ensaio 11,4432
Desvio Padrão 15,6607
Coeficiente de Variação 136,7957
57
5.5 -EFEITO DO CONSÓRCIO (SAF) SOBRE O ATAQUE DA BROCA.
De acordo com a tabela 20 e figura 13, observa-se ao nível de significância de 5%
que o fator A (consórcio), não apresentou diferença significativa, também discordando de
Ohashi (2000) com trabalho consorciando cedro australiano, mogno africano e o nim, tanto
no plantio solteiro quanto no consorciado com o mogno não foram atacados pela broca,
porque são altamente resistentes à praga do mogno e logo, essas plantas foram 100%
eficientes no controle da broca.
Figura 12 – Percentagem de ataque da broca do mogno no consórcio, antes e após o uso da
colacid no Gunma em 2005. Santa Bárbara, PA. 2006.
5.6 EFEITO DA APLICAÇÃO DA COLACID AO ATAQUE DA BROCA.
Na Tabela 20, figura 14, o tratamento aplicação de Colacid (fig.15) obteve o
melhor resultado no controle, quando analisado estatisticamente dentre as percentagens de
mogno atacado pela broca e H. grandella, sendo altamente significativa . Assim como
0
10
20
30
40
50
60
JAN FEV MAR ABR MAI JUL AGO SET OUT NOV DEZ
ANTES // APÓS COLACID
% MOGNO ATACADO
Mogno X Africano
Testemunha
Mogno X Toona
Mogno X Cupuaçu
58
Ohashi et al (2002) obteve eficiência no controle da broca com o tratamento Colacid na
fazenda EIDAI (Igarapé-Açu) no período de 2000 a 2001, chegando a ter controle integral
sobre o ataque da broca, ou seja, 100% nos meses de outubro e novembro de 2000, e na
fazenda Tramontina (Aurora do Pará), obteve uma boa eficiência de controle em torno de
83,90%, no período de janeiro a dezembro de 2001.
Figura 13 –Percentagem de ataque no mogno após o uso da colacid no Gunma 2005. .
Santa Bárbara, PA. 2006.
Figura 14 – Aplicação da colacid no mogno brasileiro. GUNMA, Santa Bárbara, PA. 2006.
0
5
10
15
20
25
30
SET OUT NOV DEZ
2005
% MOGNO ATACADO
COM COLACID
SEM COLACID
59
5.7-EFEITO DA APLICAÇÃO DA COLACID NO CRESCIMENTO EM ALTURA DO
MOGNO DE SETEMBRO DE 2004 À DEZEMBRO DE 2005.
A figura 16 mostra a média das alturas das plantas de mogno na qual é observada a
diferença em altura das plantas tratadas com colacid e sem a colacid, sendo notório o
melhor crescimento em altura nas árvores tratadas com a colacid. O uso da cola evitou que
a broca perfurasse o mogno, impedindo o broqueamento e a morte da brotação apical, tal
dano sendo considerado como direto, sendo que o atraso do crescimento do mogno em
altura é considerado como dano indireto.È muito provável que o boro apesar de não ter
apresentado efeito ao controle da brocado mogno, colaborou substancialmente ao melhor
crescimento em altura, pois já que a colacid impediu o ataque, ele pode atuar formando
brotações novas, visto que o mesmo é muito importante no crescimento e desenvolvimento
das partes mais novos da planta (MALAVOLTA , 1979). De maneira semelhante Ohashi
et al (2002) obteve melhores médias em altura das plantas de mogno na fazenda da EIDAI
no município de Igarapé-Açú-Pa no período de 2000 a 2001 no tratamento com colacid, em
reação aos tratamentos poda e testemunha, também segundo o mesmo autor, no ano de
2001 no experimento instalado na fazenda Tramontina em Aurora do Pará, observou-se um
melhor crescimento do mogno nas subparcelas tratadas durante um ano com colacid, do que
aqueles tratamentos aplicando a poda, bem como nas parcelas testemunhas.
60
Figura 15- Altura do mogno tratadas com colacid e sem colacid no Gunma,. Santa Bárbara,
PA, 2005.
6-Considerações finais.
Vale ressaltar que o ataque da broca do mogno começou tardiamente, ou seja, no
final de janeiro, uma vez que se esperava um ataque mais precoce, tendo em vista que as
plantas de mogno apresentaram brotos novos desde novembro 2004 e que próximo da área
experimental existem plantas de mogno com um histórico de alta infestação pela broca.
Ainda que o índice de ataque pela broca pode ser considerado baixo (máximo de 20%)
durante todo o período estudado, tendo em vista que pela experiência de outros trabalhos,
este índice aumenta rapidamente para cima de 50%. Portanto, pode-se sugerir que algum ou
alguns dos macros ou microelementos incorporados na adubação tem influência no ataque
da broca. Desses elementos, o mais provável deve ser o calcário dolomítico que
isoladamente ou associado com boro, uma vez que Malavolta et al. (1993) referem-se que
Cálcio e Boro, costumam andar juntos nos papeis que desempenham na vida da planta,
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
SET DEZ
2005
Altura mogno (m)
COM COLACID
SEM COLACID
61
como na migração de carboidratos das folhas para os tecidos armazenadores ( grãos, raízes
e caules) e ainda que segundo Yamada (2004), o Cálcio e o Boro são fundamentais para o
desenvolvimento das gemas apicais e das extremidades radiculares. Ainda, Abreu Junior
(1998) cita para elevar o nível de cálcio no controle de cochonilhas em geral e uso de boro
no solo para o controle da lagarta do cartucho do milho.
Apesar de não se ter obtido os resultados esperados para o tratamento ácido bórico
como observado por Ohashi et al.(2005), sugerimos que o experimento deve ter
continuidade para futuras aplicações do boro na formulação Borogran ( Boro granulado)
com provável liberação mais lenta no solo e absorção mais proveitosa pela planta com
conseqüente ação sobre a broca do mogno como ocorreu em 2004 na Tramontina.
7- Conclusões
Os resultados deste trabalho permitem as seguintes conclusões:
O SAF do mogno brasileiro com as meliáceas resistentes e cupuaçu, com o feijão
caupi não foi eficiente no controle da broca do mogno.
2º Que houve o controle da broca pelo uso do controle mecânico (Colacid), que
preveniu os brotos novos contra o ataque da broca, e que o mogno tratado com a colacid
apresentou um melhor crescimento em altura.
62
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SISTEMA AGROFLORESTAL - SAF PAR
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UE AMBIENTAL DO GUNMA – SANTA BÁRBARA
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PARÁ - 2006
T1= Mogno africano x Mogno brasileiro 640 Plantas de Mogno brasileiro
T2= Mogno brasileiro (testemunha) 160 Plantas de Toona
T3= Toona x Mogno brasileiro 160 Plantas Mogno africano
T4= Cupuaçu x Mogno brasileiro 160 Plantas de Cupuaçu
Espaçamento= 4m x 3m Área= 1,7 ha.
Entre as subparcelas A e B 8m
Mogno→• Mogno africano Cupuaçu Toona
Entre as linhas plantou-se feijão caupi
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