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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
ASPECTOS BIOLÓGICOS DA FASE LARVAL DE Ceraeochryza caligata (Banks,
1946) (NEUROPTERA: CHRYSOPIDAE) ALIMENTADA COM OS HEMÍPTEROS
Orthezia praelonga Douglas, 1891 (ORTHEZIIDAE), Planococcus citri (Risso, 1813)
(PSEUDOCOCCIDAE) E Brevicoryne brassicae (L., 1758)
LEILA MARIA SILVA DA SILVA
BELÉM
2006
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
ASPECTOS BIOLÓGICOS DA FASE LARVAL DE Ceraeochryza caligata (Banks,
1946) (NEUROPTERA: CHRYSOPIDAE) ALIMENTADA COM OS HEMÍPTEROS
Orthezia praelonga Douglas, 1891 (ORTHEZIIDAE), Planococcus citri (Risso, 1813)
(PSEUDOCOCCIDAE) E Brevicoryne brassicae (L., 1758)
LEILA MARIA SILVA DA SILVA
Dissertação apresentada à Universidade Federal
Rural da Amazônia, como parte das exigências do
Curso de Mestrado em Agronomia, área de
concentração Biologia Vegetal Tropical, para
obtenção do título de Mestre.
Orientador: Eng. Agr. Dr. Wilson José Mello
e Silva Maia
BELÉM
2006
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Silva, Leila Maria Silva da.
Aspectos biológicos das fases imaturas de Ceraeochrysa
caligata (Banks, 1946) (Neuroptera: Chrysopidae) alimentadas com
os hemípteros Orthezia praelonga Douglas, 1891 (Ortheziidae) e
Planococcus citri (Risso, 1813) (Pseudococcidae) / Leila Maria Silva
da Silva – Belém, 2006.
65 f.: il.
Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Universidade Federal
Rural da Amazônia, Belém, 2006.
1. Bicho-lixeiro. 2. Biologia. 3. Cochonilha de placas. 4.
Cochonilha branca. Predação. 5. Resposta funcional.
CDD – 595.765
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
ASPECTOS BIOLÓGICOS DA FASE LARVAL DE Ceraeochryza caligata (Banks,
1946) (NEUROPTERA: CHRYSOPIDAE) ALIMENTADA COM OS HEMÍPTEROS
Orthezia praelonga Douglas, 1891 (ORTHEZIIDAE), Planococcus citri (Risso, 1813)
(PSEUDOCOCCIDAE) E Brevicoryne brassicae (L., 1758)
LEILA MARIA SILVA DA SILVA
Dissertação apresentada à Universidade Federal
Rural da Amazônia, como parte das exigências
do Curso de Mestrado em Agronomia, área de
concentração Biologia Vegetal Tropical, para
obtenção do título de Mestre.
Aprovada em agosto de 2006
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________________
Eng. Agrônomo Dr. Wilson José Mello e Silva Maia
Presidente/Orientador
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
_______________________________________________________________
Biólogo Dr. William Leslie Overal, Ph.D
Museu Paraense Emílio Goeldi
_______________________________________________________________
Eng. Agrônomo Dr. Antônio Barros Mendes
CEPLAC/MAPA/PA
_______________________________________________________________
Prof. Dr. Sérgio Antônio Lopes de Gusmão
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
A minha amiga Fernanda Martins, que em vida, foi solidária, atenciosa, paciente e acima
de tudo, ousou viver dedicando-se ao próximo.
OFEREÇO
Aos meus pais, Raimundo Rodrigues e Idileia Silva e meus avós Francisco e Dionízia
(In memorian) que sempre me apoiaram...
Aos meus filhos Lucas, Leandra Carolina e Gabriel pela paciência ocasionada pela
minha ausência...
Ao meu esposo Edson pelo incentivo, dedicação e palavras de conforto nos momentos mais
difíceis...
DEDICO
AGRADECIMENTOS
À Deus pelas bênçãos derramadas sobre mim e por ter colocado as pessoas certas em meu caminho;
Ao Dr. Wilson José Mello e Silva Maia pela orientação e amizade, pois jamais duvidei de sua capacidade;
À sua esposa Terezinha Abenassif Maia pelos conselhos nos momentos mais difíceis;
Aos meus pais, Raimundo e Idileia, pela paciência e dedicação para com meus filhos, foram mais que pai e
mãe para mim, e para meus filhos.
À Universidade Federal Rural da Amazônia pela oportunidade a mim destinada;
Ao amigo Pedro Rodrigues de Brito Filho pelo incentivo ao Curso de Mestrado;
Aos meus amigos que estiveram sempre ao meu lado, aconselhando-me Kátia Santos, Iracema Ataíde,
Luciana Marques, Joel Correa, Vanderson Rossato;
Aos colegas do Curso de Mestrado, da Biologia Vegetal Tropical Wilma de Lima, Daril Hidaka, Sabino
Mesquita, José Guilherme, Regiara Croelhas, Joelson, Ricardo Alexandre, Raimundo Conde, Gleicilene
Brasil, Eleonora Duarte, Antônia da Silva, Cintia, Irna, Maria de Jesus, Meirevalda Redig, Drameson,
Michele, Cristiane, Fabrícia, Iulla, Karla.
Aos professores Aliete de Barros, Benedito Filho, Shigueo Ohashi, Ubiratan, Irenice Vieira, Manoel Tavares
de Paula, Elcio Hertz, Paulo Contente, Roberto Cezar, Sérgio Gusmão, Mônica Gusmão, Walter Vellasco.
À Secretaria Regina Santos e Inácia
Aos funcionários do antigo CPV, Prof. Paulo Santos, Zaíra, Valdeci, Angela.
Aos estagiários do Labin Rodrigo Benaduce, Karol, via, Fabiano, Tiago, Alessandra, Wesley, Zeca;
Ao Amarildo e Rivaldo pelos trabalhos realizados em campo.
À minha família, minha avó Dionizia Lima (in memorian);
Ao meu irmão Cledson pelo encorajamento e conselhos.
Ao meu marido pela paciência e palavras de encorajamento e, sua família pelo apoio.
Aos colegas de trabalho da ONG Aldeia Guaimiaba, principalmente ao Pedro e Wilcilene Miranda.
A amiga Alda Cristina pelo apoio e horas de trabalho dedicadas à minha tese.
Enfim, a todos que de forma direta e indireta participaram deste árduo trabalho que culminou o ponto mais
elevado desta carreira – meu título de Mestra.
“A verdadeira coragem é uma das qualidades que supõem a maior grandeza de
alma. Observo várias espécies dela: uma coragem contra a fortuna, que é filosofia; uma
coragem contra as misérias, que é paciência; uma coragem na guerra, que é bravura; uma
coragem nos empreendimentos, que é arrojo; uma coragem altiva e temerária, que é
audácia; uma coragem contra a injustiça, que é firmeza; uma coragem contra o vício, que é
severidade; uma coragem de reflexão, de temperamento, etc. Não é comum que um mesmo
homem reúna tantas qualidades”.
Luc de Vauvenarques
SUMÁRIO
p.
LISTA DE TABELAS ...........................................................................................................
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................
CAPITULO 1 - INTRODUÇÃO GERAL .........................................................................
1.1 RESUMO GERAL ................................................................................................
1.2 GENERAL ABSTRACT .......................................................................................
1.3 APRESENTAÇÃO ................................................................................................
1.3.1
Origem botânica de Citrus spp. ..........................................................................
1.3.2
Importância econômica da citricultura .............................................................
1.3.3
Ocorrência de pragas na citricultura ................................................................
1.3.4
Ocorrência de inimigos naturais ........................................................................
1.3.5
Controle biológico ................................................................................................
1.3.6
Predação ...............................................................................................................
1.3.7
Relação predador vs. presa .................................................................................
1.3.8
Família Chrysopidae ...........................................................................................
1.3.9
Família Ortheziidae .............................................................................................
1.3.10
Família Pseudococcidae ......................................................................................
1.3.11
Família Aphididae ...............................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................
CAPÍTULO 2 – CAPACIDADE DE PREDAÇÃO E RESPOSTA FUNCIONAL DAS
FASES IMATURAS DE Ceraeochrysa caligata (Banks, 1946) ALIMENTADAS COM
Brevicoryne brassicae (L., 1758) e Orthezia praelonga Douglas, 1891 ..............................
2.1 RESUMO ..............................................................................................................
2.2 ABSTRACT ..........................................................................................................
2.3 INTRODUÇÃO .....................................................................................................
2.4 OBJETIVO ............................................................................................................
2.5 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................
2.6 MATERIAL E MÉTODOS
2.7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
2.8 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................
CAPÍTULO 3 – CAPACIDADE DE PREDAÇÃO E RESPOSTA FUNCIONAL DAS
FASES IMATURAS DE Ceraeochrysa caligata (Banks, 1946) ALIMENTADAS COM
Planococcus citri (Risso, 1813) .............................................................................................
3.1 RESUMO ..............................................................................................................
3.2 ABSTRACT ..........................................................................................................
3.3 INTRODUÇÃO .....................................................................................................
3.4 OBJETIVO ............................................................................................................
3.5 JUSTIFICATIVA
3.6 MATERIAL E MÉTODOS
3.7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.8 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................
CAPÍTULO 4 - CONCLUSÃO GERAL ............................................................................
RESUMO
A cultura dos citros possui vários insetos-praga que a atacam ocasionando enormes
prejuízos como a desfolha, o enfraquecimento da árvore e queda dos frutos (mais de
50%), ficando o restante com baixo teor de açúcar, elevada acidez, e inúteis para
comercialização. No Brasil a produção concentra-se no estado de São Paulo, e o Pará
também se destaca possuindo área plantada de 13,093ha, produzindo um total de
213.972t, com rendimento médio de 16,342kg/ha, sendo os municípios de Capitão Poço
e Irituia, os maiores produtores. Para combater tais incidências é possível lançar mão de
recursos disponíveis no próprio ecossistema, sendo o controle biológico o mais indicado
devido a produção saudável, melhorando a qualidade ambiental e humana. Por isso, o
controle biológico adequadamente correto proporciona o equilíbrio no meio ambiente,
onde predador e presa vivem em harmonia numa relação predador-presa, dentro de seus
limites, pois ambos necessitam sobreviver efetivando o ciclo de cada uma no meio. E
dentre as espécies predadoras de insetos fitófagos existem os crisopídeos que adaptam-se
em condições de laboratório, favorecendo sua criação massal, e pesquisas relativas a sua
capacidade de predação e resposta funcional vem sendo efetuadas. Diante de tais fatos,
esta pesquisa visou obter maiores informações quanto às presas utilizadas por este
predador, tendo sido as cochonilhas Orthezia praelonga e Planococcus citri e o afídio
Brevicoryne brassicae foram testados como presas.
PALAVRAS-CHAVE: Insecta, cochonilha-de-placas, cochonilha-branca, bicho-lixeiro,
biologia, predação.
ABSTRACT
Citrus field production is na agrucultural activity globally explored, not only for the
production of the juice, but for the social organization. The production concentrates on the
state of São Paulo, however, the state of Pará also participates of that production tends in
2005 your planted area of 13,093 ha, producing a total of 213,972t, presenting medium
revenue of 16,342Kg/ha, being the municipal districts of Capitão Poço and Irituia, the
largest producers. The culture possesses several insect-curse that they attack causing it
enormous damages as it defoliates her, the qeakness of the tree and fall of the fruits (more
than 50%), being the remaining “ watery” with low tenor of sugar and acid, disabling your
fruits for commercialization. Of this it sorts things out, to combat such incidences it is
necessary to throw hand of available resources in the own ecosystem, in other words, to use
the biological control providing a possible more organicproduction, improving the
environmental and human quality. Therefore, the appropriately correct biological control
provides the balance in the environment, where predator and prey live in harmony um a
relationship predator-prey, inside of your limits, because both need to survive executing the
cycle of each one the middle. And among the species predators of insects phytofagous they
exist the crisopid that adapt in laboratory conditions, favoringyour creation massal, and you
research realative your predating capacity and functional answer can made. Before such
facts, this research seeks to obtain larger information as the preys used by this predator,
because researchers seeks to obtain larger such phytofagous as greenflies, green bugs, eggs
and caterpillars of lepidopterous, cicadas, write flies and black fly the citrus. However, the
green bugs were used to know the behavior of the predator Ceraeochrysa caligata on this
food type – Orthezia praelonga e Planococcus citri – they will be tested as arrested.
KEY-WORD: Insecta, green bugs of plates, green-write, bug-garbage man, biology,
predation
10
1.1 - INTRODUÇÃO
A preservação e manutenção dos inimigos naturais são imprescindíveis para
estabelecer o equilíbrio biológico e reduzir os custos de produção (GRAVENA, 1983). Até
a década de 40, a regulação das populações de insetos ocorria mediante controle biológico
natural e técnicas culturais (MENDES, 1940; LE PELLEY, 1968).
A citricultura é uma atividade praticada em todo o mundo, devido a sua grande
aceitação no mercado consumidor, e dentre os tratos culturais, o controle fitossanitário visa
manter o ataque de pragas bem abaixo do nível de dano econômico. No Brasil, esta cultura
ocupa lugar de destaque pelo valor da exportação de suco concentrado, pelo comércio
interno, e ainda, pela importância social, empregando grande número de pessoas
(MARICONI et al.,1994). Segundo a Secretaria de Agricultura – SAGRI (2005), o Estado
do Pará também participa da produção da laranja destacando-se como um dos maiores
produtores, e em 2005 sua área plantada foi de 13.093 ha, produzindo um total de 213.972
t, com rendimento médio de 16.342 kg/ha, sendo os municípios de Capitão Poço e Irituia,
os maiores produtores.
Dentre os insetos responsáveis pela predação de insetos fitofágos encontra-se o
crisopídeo C. caligata. A sua facilidade de criação em laboratório favorece o
desenvolvimento de pesquisas referentes ao seu comportamento. Os crisopídeos têm sido
relatados como predadores de elevada agressividade biológica (GRAVENA, 1984;
HASSAN et al., 1985; CARVALHO et al., 1994). Apresentam alto potencial biótico e
grande voracidade, alimentando-se de uma gama de insetos (pulgões, cochonilhas,
ovos,lagartas e pupas de lepidópteros) ocorrendo em várias culturas de interesse econômico
(HASSAN et al., 1985; GRAVENA, 1984; SOUZA, 1999). Carvalho et al., (1998) e Silva
& Ilharco (1995) citam que as cochonilhas e os pulgões são importantes economicamente
devido as suas formas de alimentação, seu alto poder de reprodução e as grandes
capacidades de dispersão, possuindo de forma geral, inimigos naturais nos
agroecossistemas tais como predadores, parasitóides e fungos entomopatogênicos
responsáveis pelo equilíbrio natural da praga.
11
Diante do exposto, esta pesquisa objetivou avaliar a capacidade de predação e a
resposta funcional de C. caligata sobre duas espécies de cochonilhas.
1.4 – REVISÃO DE LITERATURA
1.4.1 – Origem Botânica da cultura do Citrus spp.
A laranjeira pertence à família botânica Rutaceae, apresentando árvore de porte
médio, podendo atingir até 8 m de altura, tronco com casca castanho-acinzentada, copa
densa de formato arredondado. Folhas de textura firme e bordos arredondados, exala um
aroma característico quando maceradas. Flores pequenas, de coloração branca, aromática
e atrativa para abelhas. O fruto tem formato e coloração variável de acordo com a
variedade. Freqüentemente a casca é de coloração alaranjada, envolvendo uma polpa
aquosa de coloração que pode variar de amarelo-clara a vermelha. Sementes
arredondadas e achatadas, de coloração verde esbranquiçada. Frutificação varia de uma
região para outra, ocorrendo ao longo do ano (EMBRAPA/CNPMF, 1958).
É uma das mais conhecidas espécies frutíferas, cultivadas e estudadas
mundialmente. Igualmente a todas as plantas cítricas, é nativa da Ásia, porém, existem
controvérsias. Historiadores afirmam que os cítricos surgiram no leste asiático, nas
regiões que incluem hoje Índia, China, Butão, Birmânia e Malásia. A mais antiga
descrição de citros aparece na literatura chinesa, por volta do ano 2000 a.C. Sua
trajetória pelo mundo é conhecida apenas de forma aproximada. Segundo pesquisadores,
ela foi levada da Ásia para o norte da África e de lá para o sul da Europa, onde teria
chegado na Idade Média. Da Europa foi trazida para as Américas na época dos
descobrimentos, em meados do século XVI. A laranjeira difundiu-se pelo mundo
sofrendo mutações, originando novas variedades. Durante a maior parte desse período, a
citricultura ficou entregue a sua própria sorte - o cultivo através de sementes modificava
aleatoriamente o sabor, aroma, a cor e o tamanho dos frutos.
Atualmente, os pomares mais produtivos, resultantes de uma citricultura
estruturada, estão nas regiões de clima tropical e sub-tropical, destacando-se o Brasil,
Estados Unidos, Espanha, países do Mediterrâneo, México, China e África do Sul. Após
12
quarenta ou cinqüenta séculos da sua presumível domesticação, a laranja tem seu maior
volume de produção nas Américas, onde foi introduzida há 500 anos. O estado de São
Paulo no Brasil, e Flórida nos Estados Unidos, são as principais regiões produtoras do
mundo.
O Brasil, com mais de 1 milhão de hectares de plantas cítricas em seu território,
tornou-se, na década de 80, o maior produtor mundial. A maior parte da produção
brasileira de laranjas destina-se à indústria do suco, concentrada no estado de São Paulo,
responsável por 70% das laranjas e 98% do suco que o Brasil produz.
1.4.2 - Importância econômica do Citrus spp.
A citricultura, no Brasil, ocupa lugar de destaque pelo valor da exportação de suco
concentrado, pelo comércio interno, e ainda, pela importância social, empregando
grande número de pessoas (MARICONI et al.1994).
Segundo a Secretaria de Agricultura – SAGRI (2005), o Estado do Pará também
participa da produção da laranja destacando-se como um dos maiores produtores, tendo em
2005 sua área plantada de 13.093 ha produzindo um total de 213.972 t, apresentando
rendimento médio de 16.342 kg/ha, sendo os municípios de Capitão Poço e Irituia, os
maiores produtores.
Apesar disso, esta cultura vem apresentando ao longo dos anos o ataque severo de
pragas que afeta sua produção. Entretanto, pesquisas vêm sendo desenvolvidas para
amenizar os problemas da cultura, principalmente os relacionados ao ataque de pragas.
1.4.3 - Ocorrência de Pragas na cultura
A cultura do Citrus apresenta-se bastante susceptível ao ataque de pragas e
doenças, tornando-se alvo uma variedade de insetos-praga que afetam sua produção.
Segundo o Manual de Manejo Integrado de Pragas do Pomar Cítrico (1982), inúmeras
pragas atacam esta cultura, dentre as quais:
13
Ácaros da falsa ferrugem – Phyllocoptruta oleivora (Ashmead, 1879);
Ácaro das gemas – Eriophyes sheldoni (Ewing, 1937);
Ácaro da leprose – Brevipalpus phoenicis ( Geisjskes, 1939);
Pulgão preto– Toxoptera citricida (Kirk., 1907);
Mosca-das-frutas – Ceratitis capitata (Wied., 1824);
Cochonilhas de placas – Orthezia praelonga (Douglas, 1891);
Cochonilhas de escamas – Lepidosaphis beckii (Newman, 1869);
Cochonilhas cabeça-de-prego – Chrysomphalus ficus (Ashmead, 1880);
Cochonilhas brancas – Planococcus citri (Risso, 1813);
Mosca Negra dos citros – Aleurocanthus woglumi (Ashby, )
Coleobrocas: Macropophora accentifer (Oliv., 1795) e Cratosomus reidii (Kirby,
1818).
Dentre as pragas destacam-se Orthezia praelonga (Douglas, 1891) e Planococcus
citri (Risso,1813) que afetam a fotossíntese e transpiração, sendo seus ataques evidenciados
pela presença da fumagina, um fungo preto que utiliza o líquido açucarado excretado pela
praga para sua colonização e multiplicação.
1.4.4 - Ocorrência de Inimigos Naturais
Segundo Withcomb (1981) os predadores são considerados, dentre os inimigos
naturais, a primeira linha de defesa das plantas contra insetos fitófagos
1
. Geralmente são
encontrados em baixas populações, tornando-se dependentes da abundância e qualidade da
presa, pois os ecossistemas agrícolas podem ser colonizados por artrópodes predadores, os
quais obtêm energia de diversas presas satisfazendo suas necessidades fisiológicas
permitindo que estes continuem a habitar estes ambientes (WIEDENMANN et al. 1996;
LEGASPI & LEGASPI, 1998).
1
Insetos fitófagos: insetos que se alimentam da seiva de vegetais.
14
Holling (1961) citado por Vivan, et al. (2002) refere-se aos fatores básicos
relacionados com a predação, explicando a relação existente entre predador e presa e os
mecanismos envolvidos nessa interação, incluindo a densidade das presas e dos
predadores e ainda a diversidade de alimento alternativo, e mais o mecanismo de defesa
da planta hospedeira e o comportamento de ataque do predador. A preservação desse
tipo de inseto é considerada uma das práticas de maior importância no manejo integrado
de pragas (VELLOSO, et al. 1999).
Em se tratando de plantas hospedeiras, muitos fatores em um agroecossistema,
podem afetar o desenvolvimento, colonização e eficiência de inimigos naturais, os quais
exercem o controle biológico (Botrel et al. 1998). Segundo Rice & Wilde (1989) as
plantas podem influenciar direta ou indiretamente a eficiência dos inimigos naturais,
alterando a qualidade da presa ou as chances de encontro desta pelo predador.
1.5 - Controle Biológico
A preservação e manutenção dos inimigos naturais são imprescindíveis para
estabelecer o equilíbrio biológico e reduzir os custos de produção (GRAVENA, 1983). Até
a década de 40, a regulação das populações de inseto ocorria mediante controle biológico
natural e técnicas culturais (MENDES, 1940; LE PELLEY, 1968). Com o surgimento dos
inseticidas clorados, as técnicas de controle biológico e controle cultural foram
abandonadas e, em muitos casos o uso contínuo de inseticidas causou o desequilíbrio
ecológico e, consequentemente, um colapso nos sistemas de controle de insetos praga (LE
PELLEY, 1968; BARDNERT & MCHARO, 1988; ALVES et al. 1992; VILLACORTA &
WILSON, 1994).
Grande parte dos custos na produção de plantas cítricas vem dos insumos
agroquímicos, ocasionado impacto ambiental, através da má utilização, isto é, aplicação de
dosagens acima da recomendada pelo fabricante, gerando um problema muito mais sério, a
resistência dos insetos ao princípio ativo, devido a seletividade dos indivíduos mais
resistentes. Uma estratégia para minimizar, em alguns casos, os elevados custos da
produção de frutas cítricas é através do uso do controle biológico, por exemplo. Vários
15
estudos nessa área têm revelado as vespas como os inimigos-naturais-chave do bicho-
mineiro (REIS & SOUZA, 1998; PARRA et al. 1981)
As alternativas para reduzir o uso indiscriminado de agrotóxicos é a utilização do
controle biológico. Por isso vários estudos estão sendo desenvolvidos com diversos
inimigos naturais, e segundo Rodrigues (2004) o controle biológico, apresenta-se em
crescimento no Brasil, e por este motivo algumas culturas ainda não dispõem de um
programa específico.
Diversos autores vêm se dedicando ao estudo da relação dos inimigos naturais e
suas respectivas relações presas/hospedeiros, contribuindo com o incremento de tecnologia,
aprimorando o desempenho dos programas de controle biológico. A grande quantidade de
estudos sobre insetos entomófagos está relacionada com a importância direta deste grupo de
artrópodes como fatores relevantes no controle natural de populações de herbívoros (DE
BACH, 1964).
Existem casos de sucesso do emprego de programas de controle biológico em
plantas cítricas relatados na literatura, como a introdução da joaninha Rodolia cardinalis no
controle da cochonilha Icerya purchasi, nos Estados Unidos em 1890. Outro caso de
sucesso é a introdução dos parasitóides Aphytis lignanesis e A. holoxanthus, no controle de
diaspidídeos (Homoptera, Diaspididae), principalmente Selenaspidus articulatus. E,
recentemente no Brasil, a introdução da Ageniaspis citricola para o controle da larva
minadora das folhas dos citrus (Phyllocnistis citrella), principalmente em mudas, onde o
ataque da mariposa é mais severo (GALLO et al. 2002).
Carvalho et al. (1998) afirmam que as cochonilhas possuem, de forma geral,
inimigos naturais nos agroecossistemas tais como predadores parasitóides e fungos
entomopatogênicos responsáveis pelo equilíbrio natural da praga.
Segundo O’Neil & Weidenmann (1990), o conhecimento da taxa de ataque é
importante, pelo fato de a qualidade de presas atacadas influenciar as características do
ciclo de vida do predador. O predador ataca a presa e utiliza sua energia para atender
diferentes demandas fisiológicas (CALOW, 1973). Contudo, quando o predador ataca
poucas presas, espera-se que essa energia seja destinada primeiramente para o
metabolismo, e depois seja alocada para o crescimento, desenvolvimento e reprodução
(BEDDINGTON et al. 1976).
16
1.6 - Predação e Parasitismo
Podemos definir predação e parasitismo como interações nas quais um organismo se
alimenta de outro (o hospedeiro ou a presa) ou de uma parte do mesmo, resultando,
portanto, em um efeito negativo no segundo organismo.
Segundo Oliveira et al. (2004) estudos sobre o potencial dos predadores no controle
de pragas-chave devem priorizar sua produção massal em laboratório, para serem,
posteriormente, liberados em campo e integrados ao manejo de pragas. Fonseca (2001)
registrou a presença de artrópodes predadores de L. heveae como Araneae, Coccinellidae e
Chrysopidae.
Deste modo, é de fundamental importância que haja um estudo aprofundado das
relações existentes subsidiando a utilização de técnicas a fim de se obter respostas sobre o
potencial, tanto do predador como da própria presa.
1.7 - Relação predador X presa
Muitos problemas com pragas agrícolas são também problemas evolutivos e
compreender como ocorre a evolução em sistemas agrícolas pode facilitar a implementação
de estratégias de controle (VIA 1990).
Espécies da família Chrysopidae vêm sendo reconhecidas pelo papel cada vez mais
importante no controle biológico de um grande número de artrópodes praga, como pulgões,
moscas-brancas, cochonilhas, ácaros, ovos e lagartas de lepidópteros (VELLOSO et
al.1999). Agentes com características adequadas para o controle biológico, insetos desta
família vêm despertando grande expectativa pelo seu potencial de redução da densidade
populacional de diversos insetos-praga (RIDGWAY & MURPHY, 1984). Porém, sua
densidade populacional geralmente está abaixo do necessário para um controle efetivo de
eventuais pragas.
Uma das táticas utilizadas para aumentar a sua eficiência é a produção massal em
laboratório e posterior liberação. A produção econômica e eficiente desses predadores em
17
laboratório depende muito de fatores que podem afetar o potencial de reprodução dos
crisopídeos, dentre esses a freqüência de acasalamento, como afirmam Sheldon &
MacLeod (1974). Freitas (2001) reforça que para se obter sucesso em um programa de
Controle Biológico deve haver disponibilidade de agentes para liberações em extensas
áreas e em repetidas vezes (OLIVEIRA et al. 2002; VIVAN et al. 2002). Ribeiro &
Carvalho (1991) verificaram que fêmeas de Chrysoperla externa (Hagen, 1861) quando
mantidas permanentemente com os machos, produziram 1139 ovos.
Em geral, esses insetos encontram condições de adaptabilidade a diferentes
ambientes, o que lhes permite uma ampla distribuição geográfica. Como exemplo, as
espécies do gênero Chrysoperla Steinmann (1964) que desenvolveram mecanismos de
resistência ao inverno em regiões temperadas e encontram-se distribuídas por todo o mundo
(BROOKS & BARNARD, 1990).
Muitos autores destacam ainda, dentre os insetos predadores, a espécie Chrysoperla
externa (Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae), devido a vários atributos:
1. alimenta-se de pequenos artrópodes que apresentam a cutícula mole ou
flexível, como pulgões, cochonilhas, ovos e lagartas neonatas de
lepidópteros, cigarrinhas, moscas brancas, tripes, ácaros, dentre outros
(AGNEW et al. 1981; CANARD e PRINCIPI, 1984; RIBEIRO et al. 1991;
SOUZA, 1999; BERTI FILHO et al. 2000; FONSECA et al. 2000; ECOLE
et al. 2001);
2. tolerância a inseticidas (SHOUR e CROWDER, 1980; PREE et al. 1989 e
MAIA et al. 2000);
3. fácil adaptação e ampla distribuição em diversos agroecossistemas (EHLER
e VAN DEN BOSCH, 1974; AGNEW et al. 1981; ADAMS, 1983;
ALBUQUERQUE et al. 1994; SOUZA, 1999; BERTI FILHO et al. 2000);
4. alta capacidade predatória e facilidade de localização da presa
(FLESCHNER, 1950; RIBEIRO et al. 1991; LÓPEZ, 1996; FONSECA et
al. 2000).
Estudos para a multiplicação massal iniciaram-se com Finney (1948, 1950) que
propôs a criação massal de Chrysopa californica utilizando gaiolas para os adultos
18
revestidos com papel encerado. Sendo que em cada cilindro eram colocados 50 casais
alimentados três vezes por semana recebendo mel e depois “honeydew” de Pseudococcus
citri, ou seja, a cochonilha dos citros. Suas larvas eram criadas em células e alimentavam-se
de ovos e lagartas de Gnorimoschema operculella. A criação mantida sob contínua luz fraca
devido às grandes variações de luminosidade acarretarem distúrbios na criação.
Em meados de 1950, Finney ainda sugeriu a utilização de hipoclorito de sódio para
dissolução dos pedicelos dos ovos, facilitando muito a manipulação dos mesmos. Daí em
diante, após vários anos surgiram novas publicações melhorando o sistema anteriormente
proposto por Finney (HAGEN & TASSAN, 1970; RIDGWAY et al 1970; MORRISON et
al 1975; MORRYSON & RIDGWAY, 1976).
Para alimentação das larvas Hagen & Tassan (1965, 1965a) e Gautan & Navarajan,
(1987) formularam e forneceram-lhes dietas químicas encapsuladas. Vanderzant (1969,
1973) e Hasegawa et al. (1989) também propuseram outras dietas.
Contudo, este técnica só acontece se houverem recursos disponíveis para sua
multiplicação em larga escala em laboratório. Um exemplo disso aconteceu com a
utilização de ovos de Sitotroga, utilizado como alimento de larvas de crisopídeos tendo sido
aceita e sua eficiência comprovada. Porém, Tulisalo et al (1977) verificaram que também
os adultos poderiam ser utilizados como alimento. Mais adiante, em 1978, o mesmo autor
sugeriu que os crisopídeos poderiam ser criados em gabinetes de criação de Sitotroga. Ou
seja, à medida que as larvas dos crisopídeos nasciam, elas já encontravam no meio
ambiente o alimento necessário, sendo proposto pelo autor uma redução de custo com mão
de obra na manipulação de larvas e alimento.
Krishnamoorthy & Nagarkatti (1981) propuseram que a multiplicação de Chrysopa
scelestes permitiriam a criação de larvas em estruturas de papel semelhantes a favos de mel
alimentadas com ovos congelados de Corcyra cephalonica. Karelin et al. (1989),
propuseram a substituição do cilindro, o qual era bastante utilizado para criação de adultos
por recipientes retangulares, pois com esta prática ocorreu um considerável aumento na
produção dos ovos, devido a caixa apresentar em seu topo tecido e não papel, facilitando a
concentração dos mesmos otimizando as criações. Bichão & Araújo, ainda em 1989,
mostraram que colocando 2000 ovos de crisopídeos e ovos de Sitotroga em quantidade
19
suficientes dentro de bandejas com 5 dm3 conseguiriam obter 50% de adultos. Após vários
estudos desenvolvidos, Araújo & Bichão (1990) propuseram uma série de equipamentos
permitindo a produção de ovos e seu recolhimento de maneira mais simples e ordenada.
Souza (1999), Berti Filho et al. (2000) e Fonseca et al. (2000) levantaram a
possibilidade de que, em condições brasileiras, os crisopídeos atuam como importantes
predadores de insetos que atacam, principalmente, as culturas citrícolas demonstrando a
eficiência desses na regulação de insetos-praga nos agroecossistemas.
Canard & Principi (1984) verificaram que a qualidade do alimento oferecido as
larvas de crisopídeos apresenta considerável influência no tempo de seu desenvolvimento,
no aumento do peso corpóreo e em sua viabilidade. Segundo O’Neil (1990), as
respostas que os predadores obtém devido as mudanças na densidade de suas presas
influenciam significaticamente a relação existente entre eles. Holling (1961) mencionou a
densidade de presas e de predadores como duas variáveis que afetam o número de presas
atacadas, originando dois componentes básicos de predação, a resposta funcional e a
resposta numérica.
Num agroecossitema, Solomon (1949) descreve que todo inseto necessita de uma
quantidade mínima de alimento para se manter, crescer e reproduzir. Com isso, um
incremento na disponibilidade de presas pode ocasionar ao predador um aumento no
consumo, nesse caso as oportunidades de encontro são elevadas, e a este tipo de resposta
define-se como resposta funcional. E, certamente, se uma população de predadores dispõe
de inúmeras presas terá maior chance de sobreviver e reproduzir, pois o nível de predação
será alto, resultando num aumento populacional, sendo este tipo de resposta definida como
resposta numérica.
1.8 - Família Chrysopidae
Os crisopídeos possuem importante papel no agroecossistema devido à sua
capacidade de predação, e conhecer sua classificação taxonômica torna-se essencial: Reino
Animália, Filo Artropoda, Classe Insecta, Ordem Neuroptera, Família Chrysopidae, Gênero
Ceraeochrysa, Espécie caligata (Banks 1946).
20
O Filo Arthropoda corresponde a aproximadamente 80% do Reino Animal.
Apresenta características tais como pernas articuladas, daí se tem a origem do filo;
exoesqueleto duro e respectivos apêndices, constituído principalmente por quitina, que é
renovada de acordo com o crescimento do animal. O corpo é formado por uma série de
segmentos chamados anéis ou metâmeros, simetria bilateral, sendo a metade do corpo
cortada longitudinalmente por um plano vertical semelhante entre si, possuindo
heteronomia. Apresenta divisões distintas sendo formadas pela fusão ou não de grupos de
segmentos embrionários, divididos em cabeça, tórax e abdome ou encefalotórax e abdome.
O aparelho circulatório dorsal, sistema nervoso ventral e ausência de epitélio ciliado, esta
ausência ocorre em todo o seu desenvolvimento (GALLO et al., 2002). É dividido em
várias classes, onde a Classe Insecta é de grande importância agrícola, estando inseridos
mais de 1.000.000 de espécies de insetos, formando grupo de maior número de pragas
agrícolas. O aparelho bucal é do tipo mastigador, possui quatro asas membranosas com
sistema de nervação bastante variado, sendo a maioria dos insetos terrestre.
A maioria dos insetos pertencentes à ordem Neuroptera é predadora, onde a família
Chrysopidae e Hemerobiidae são as mais importantes economicamente devido
alimentarem-se de diversas pragas agrícolas (DE BACH, 1974). Freitas & Fernandes
(1996) descrevem sobre a associação de diversas espécies de crisopídeos a várias
artrópodes pragas em 22 cultivos distribuídos em vários países.
A família Chrysopidae possui enorme diversidade de espécies predadoras nos
diversos agroecossistemas existentes, apresentando-se como importante auxiliar na
regulação das populações de organismos fitófagos, por isso eficazes no controle de ovos,
lagartas, pulgões, cochonilhas, ácaros e outros artrópodes de pequeno tamanho que
possuam tegumento facilmente perfurável (BUENO, V.H.P. 2000)
Várias pesquisas têm mostrado a importância da adequação e melhoria de técnicas
na criação dos crisopídeos, tanto em quantidade como em qualidade atendendo a
necessidade de criações de manutenção com a finalidade de liberação em casas de
vegetação e campo visando com isso o manejo integrado de pragas através do controle
biológico (WIEDENMANN et al. 1996; LEGASPI & LEGASPI, 1998).
21
Filgueira (1998) alimentou larvas de Chrysoperla externa (Hagen) com ovos de A.
argillaceae e constatou o consumo total médio de 350 ovos. Silva (1999) avaliando a
capacidade predatória de larvas da mesma espécie de crisopídeo obteve o consumo médio
de 440 lagartas desse noctuídeo. Entretanto, para se obter uma criação massal de
crisopídeos necessita-se de um tempo mínimo de desenvolvimento de cada geração, que
possua elevada taxa de emergência e uma alta fecundidade e viabilidade de ovos.
Desse modo, Bueno (2000) descreve que ao se iniciar uma criação em laboratório é
necessário considerar fatores intrínsecos, ou seja, aqueles que interferem na fisiologia das
espécies, como exemplo, a adaptabilidade à dieta, o potencial de reprodução, fecundidade e
fertilidade em função das exigências nutricionais e os extrínsecos, tais como técnicas de
criação, materiais empregados e manipulações de todas as fases.
São encontrados pousados na face inferior das folhas durante o dia, voam ou
pousam próximo ou perto de focos luminosos durante a noite. Ao serem pressionadas entre
os dedos liberam odor desagradável. Após a fecundação, os ovos são colocados no limbo
ou pecíolo das folhas. Uma das características desses insetos é a postura de ovos na
extremidade de um fio delgado de alguns milímetros que é produzido por secreção de
glândulas coletéricas. Os crisopídeos durante sua vida produzem cerca de 600 ovos
(GALLO et al. 2002).
Devido a todas as características citadas, os crisopídeos tem sido relatados como
predadores de elevada agressividade biológica (GRAVENA, 1984; HASSAN et al. 1985;
CARVALHO et al. 1994). Apresentam alto potencial biótico, grande voracidade,
alimentando-se de uma gama de insetos (pulgões, cochonilhas, ovos, lagartas e pupas de
lepidópteros) ocorrendo em várias culturas de interesse econômico (HASSAN et al., 1985;
GRAVENA, 1984; SOUZA, 1999). Fonseca et al. (2000) observaram que em várias
densidades de pulgões, larvas de terceiro ínstar de C. externa (Hagen, 1861) (Neuroptera:
Chrysopidae) apresentaram maior voracidade e capacidade de consumo. É também, em
condições brasileiras, uma das espécies de crisopídeos freqüentemente mais utilizada
(SOUZA, 1999; BERTI FILHO et al. 2000; FONSECA et al. 2000).
Berti Filho et al. (2000) levantaram a possibilidade de os crisopídeos atuarem como
importantes predadores do minador de citros, Phyllocnistis citrella Staiton, 1856
22
(Lepidoptera: Gracillaridae) nos agroecossistemas citrícolas, mostrando claramente sua
importância na regulação da população de pragas nestes ambientes. Tal fato pode estar
ocorrendo nos ecossistemas cafeeiros, por exemplo, onde as populações de L. coffeella
podem estar sendo predadas por crisopídeos. Esse potencial de predação, ainda não
avaliado, pode ser ferramenta importante no manejo integrado do bicho-mineiro.
1.9 – Família Ortheziidae
A espécie Orthezia praelonga (Douglas, 1891) é uma praga dos citros existente no
Brasil, com ocorrência em outros países das Américas, atacando a mesma cultura.
Segundo Gallo et al. (2002) as cochonilhas pertencem à ordem Hemiptera,
subordem Sternorrhyncha e à superfamília Coccoidea, compreendendo as cochonilhas
ou coccídeos. São várias as famílias desta espécie, as quais, podem ser citadas:
Ortheziidae, Margarodidae, Diaspididae, Aclerdidae, Coccidae, Lacciféridae,
Asterolecaniidae, Pseudococcidae, Eriococcidae, Dactylopiidae e Kermidae.
Os machos são ápteros na fase de ninfa, vivem sobre as plantas e ao atingirem a
forma adulta tornam-se alados, semelhantes a diminutos mosquitos de vida livre, possuindo
asas membranosas e pernas bem desenvolvidas, diferindo dos dípteros pela nervação
reduzida das asas, ausência de balancins. Aparelho bucal atrofiado e tarso monomeros
(GALLO et al. 2002).
Segundo Carvalho et al. (1998) as fêmeas são ápteras e nunca abandonam a planta,
mesmo depois de adultas. Apresentam corpos muito pequenos e delicados, sendo nestas
características morfológicas das fêmeas que se baseia a classificação das cochonilhas.
Existem variações no aspecto do corpo nos diferentes grupos. As diferenças quanto ao
revestimento são bastante notáveis permitindo a separação de muitos grupos. As
cochonilhas apresentam-se sem revestimento, outras são recobertas com ceras produzidas
por glândulas epidérmicas, de forma variável, com produção de secreções pulverulentas ou
em forma de placas. Outras cochonilhas secretam a laca e outras ainda, tem o corpo
recoberto por escamas. Geralmente, nas fêmeas adultas é notado apenas o rostro e as pernas
que em muitas espécies apresenta-se atrofiadas (Suplicy Filho et al. 1983).
23
A reprodução dos coccídeos é a partenogenética, onde os óvulos desenvolvem-se
sem nunca terem sido fecundados, sendo este tipo de reprodução mais comum, podendo
também ocorrer sexuadamente. Existem espécies ovíparas (a maioria) e ovovivíparas. A
produção de secreção cérea posterior ao corpo denominada de ovissaco
2
é feita pelas
fêmeas de algumas espécies (GALLO et al. 2002).
Segundo Teixeira et al. (2001) a cochonilha O. praelonga encontra-se disseminada
nos Estados da Bahia, Sergipe, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pará, Pernambuco e São
Paulo.
As cochonilhas apresentam grande importância econômica atacando as variedades
de citros e outras plantas como café, ervas daninhas e cerca de 30 espécies de plantas
ornamentais, causando prejuízos consideráveis (CARVALHO, et al. 1998). De acordo com
a variedade de famílias citadas, imagina-se que estes insetos também apresentam várias
formas e cores. Normalmente as cochonilhas são gregárias, isto é, onde existe uma
cochonilha existem outras. Elas são encontradas, preferencialmente, nas axilas das folhas,
sob as folhas, nos ramos e troncos das árvores e até mesmo nos frutos e raízes.
Carvalho, et al. (1998) acrescentam que a coloração pode ser branca, marrom,
avermelhada, verde ou enegrecida. Algumas possuem o corpo mole coberto por cera ou
secreção parecida com o algodão. Outras apresentam carapaça dura e arredondada,
enquanto algumas possuem o corpo com formato de vírgula.
1.9.1 - Ocorrência
O primeiro surto de Orthezia praelonga em plantas no Brasil foi constatado por
Robbs em 1947, no estado do Rio de Janeiro e vários outros focos do mesmo inseto foi
registrado em Sergipe. Esta espécie de cochonilha está presente em todos os estados
brasileiros. O nome científico é Orthezia praelonga Douglas (1891). Detectada no Estado
de São Paulo somente em 1978, no município de Severínia (PRATES e PINTO, 1985). No
Estado do Pará a primeira ocorrência desta espécie foi em 1938 segundo dados do 1º
Catalogo do Pará.
2
Ovissaco: local onde são depositados os ovos.
24
A ocorrência de acordo com Sanches et al. (1994) se dá praticamente em todos os
meses do ano, porém no período mais seco – outubro a fevereiro – é que existem os
maiores índices de infestações. Gomes (1954) e Viegas et al. (1995) descrevem que no
período de novembro a março ocorre um decréscimo na incidência da praga devido ao
aumento da temperatura e umidade que permitem aos agentes de controle natural da praga
se manifestarem.
1.9.2 - Biologia
Uma fêmea adulta produz cinco gerações a cada 70 dias, num total de 160 outras
fêmeas, no período de um ano, passa pelos estádios de ovo, ninfa e adulto. Sua pré-
oviposição ocorre de entre 19 a 20 dias; a oviposição de 42 a 43 dias; a pós-oviposição de
24 a 25 dias. Os estádios de ninfa são quatro, sendo a diferença básica de um estádio para
outro, observada no aumento do tamanho e na troca das exúvias. No 4º instar a fêmea já
pode ser considerada adulta (LIMA, 1981). Os machos apresentam corpo azulado, olhos
robustos, antenas com nove segmentos, um par de asas bem desenvolvidas, mostrando na
extremidade abdominal filamentos cerosos, pernas finas e delgadas, o que os assemelham a
um pequeno mosquito (LIMA, 1981; NASCIMENTO, et al. 1993).
Lima, 1981 descreve que no campo, observa-se uma grande quantidade de machos,
voando ao entardecer e copulando fêmeas presentes nas plantas infestadas. Eles podem
copular mais de uma fêmea e a cópula dura de 5 minutos à uma hora e meia. O período do
adulto macho é de cinco dias. Observam-se, também, ninfas recém eclodidas formando
colônias e alimentando-se ao redor das fêmeas que as originaram. Quando há insetos em
toda planta, principalmente no tronco, onde se alojam os machos, ela está intensamente
atacada.
1.9.3. Danos causados à cultura do Citrus spp. e outras espécies vegetais
Comum em plantas ornamentais, a ortézia, como é vulgarmente conhecida, é
também uma das principais pragas das plantas cítricas, prejudica a planta de forma direta e
indireta, adquirindo o status de praga-chave, devido em grande parte ao desequilíbrio
biológico provocado pelos defensivos agrícolas (GRAVENA, 1984). Outras razões como a
25
alta capacidade de reprodução e disseminação, presença de uma estrutura cerosa própria
(ovissaco) que protege ovos e ninfas, além do fato de inúmeras ervas daninhas que vegetam
sob as plantas cítricas servirem de hospedeiras para o inseto, contribuindo para o difícil
controle desta cochonilha (ROBBS, 1974).
Os danos diretos são referentes a diminuição da área fotossintética, devido ao inseto
cobrir grande área foliar. O dano indireto é causado pela fumagina, camada de fungo preto
(Capnodium sp.) que encobre as partes verdes da planta, prejudica a fotossíntese e
enfraquece a árvore (GOMES, 1954), o fungo desenvolve-se no líquido açucarado
eliminado pela cochonilha denominado ‘honeydew’. Em caso de total falta de controle, a
ação conjunta da ortézia e da fumagina pode provocar a morte da planta. A fumagina é a
responsável pelo aspecto escuro da planta juntamente com a ortézia (ROBBS, 1947; LIMA,
1981; PRATES, 1987; CASSINO et al. 1991 e 1993; NASCIMENTO et al. 1993 e
GUIRADO et al. 2001).
A introdução do aparato bucal na planta causando rompimento dos vasos e células,
propiciando a entrada de outros organismos fitopatogênicos, é um dos danos provenientes
da presença da O. praelonga. Ocorre a sucção contínua da seiva e a injeção de toxinas
provenientes da saliva do inseto num processo de fitotoxemia (LEITE e PASCHOLATI,
1995), ocasionando a desfolha, o enfraquecimento e a queda dos frutos (mais de 50%), e o
restante fica impróprio para o consumo, ou seja, com baixo teor de açúcar e acidez elevada,
sendo em casos mais severos, ficam muito pequenos e imprestáveis para o comércio
(TEIXEIRA et al. 2001).
Sua presença em pomares de acordo com Vasconcelos & Viegas (1995) pode causar
prejuízos econômicos significativos, como ocorreu com a acerola, devido à ocorrência
elevada deste inseto que provocou danos consideráveis em um pomar comercial no Estado
do Rio de Janeiro.
Segundo Garcia (2004), a floricultura, outra atividade agrícola, também é afetada
por esta cochonilha, existindo inúmeras plantas servindo-lhes de hospedeiro. Tamai et al.
(2000) verificaram que o controle desse inseto-praga afeta a comercialização neste
segmento, por isso produtores o controlam com bastante cuidado.
1.10.1 - Família Pseudococcidae
26
Esta é outra espécie de cochonilha Planococcus citri Risso (1813). Grupo bastante
grande de insetos que possuem a forma pequena e bastante diferente. As fêmeas não
possuem asas e não se locomovem. Os machos têm apenas um par de asas ou, em alguns
casos raros, não as possuem. Estes se parecem com pequenos mosquitos e pode ser
reconhecido por não apresentarem peças bucais e, pela presença de um prolongamento do
abdome (GALLO et al. 2002).
1.10.2 - Ocorrência
Planococcus citri ocorre em todas as regiões quentes e temperadas do planeta e,
portanto, por todo o Brasil. É considerada uma praga polífaga, pois, ataca diversas espécies
vegetais. Infesta, por exemplo, anonáceas (pinha, fruta do conde, atemóia, etc), café arábica
e robusta, goiaba, algodão, videiras, etc. Outras culturas atacadas são banana, carambola,
coco, ginger, macadamia, manga e as plantas do gênero Citrus em geral (LLORENS, 1990).
Segundo a lista apresentada por Balachowsky (1935 ou 1954), esta espécie já era
considerada naquela época, um dos insetos fitófagos mais agressivos aos pomares.
1.10.3 - Biologia
De acordo com dados citados por Gravena (2001), as fêmeas de P. citri
apresentam corpo recoberto por secreções brancas, pulverulentas, formada de 17 apêndices
de cada lado e dois posteriores. Medem cerca de cinco mm de comprimento, sendo ovípara,
podendo depositar até 400 ovos. Antecedendo à postura movimenta-se na planta e ao iniciar
essa fase, se fixa nos ramos, folhas e frutos excretando uma substância lanuginosa branca
que envolve o corpo do inseto, servindo de proteção dos ovos após sua postura. Tais insetos
apresentam coloração amarelo-alaranjada, e após 20 dias dão origem às ninfas.
Dependendo da temperatura do ambiente em que se encontram, seu ciclo de vida pode se
completar em 30 dias. Os machos ao se transformarem em adulto formam um pequeno
casulo.
27
É um dos insetos mais atacados por diversos inimigos naturais. Muitas vezes, no
passado, a recomendação era não fazer nada, pois eles tomariam conta em pouco tempo.
Mas, atualmente, a extensão de área atacada é muito maior e intervenções com inseticidas
especificamente para a praga são necessárias (GRAVENA et al., 2001). Os inimigos
naturais mais importantes existentes no Brasil estão incluídos nos 3 grupos e dentre eles
podemos destacar – Predadores tais como joaninha Azya luteipes, bicho lixeiro
(Ceraeochrysa cubana) e outras 7 espécies de predadores; Parasitóides da espécie
Leptomastix dactylopii e outras 9 espécies parasitóides como Apanteles paraquayensis,
Coccophagus caridei, Thysanus niger, Anagyrus coccidivorus, pseudococci, Aphicus
alboclavatus, Leptomastidea abnormis, Pachyneuron sp. ( SILVA et al. 1968).
1.10.4 - Danos causados
Segundo Dean et al. (1971 & 1977) alertavam que no Texas a cochonilha branca (P.
citri) era um problema potencial para o citros daquela região devido os efeitos prejudiciais
de inseticidas de largo espectro de ação do grupo dos organofosforados sobre seus inimigos
naturais que estavam sendo usados intensamente contra insetos pragas.
A cochonilha branca pode se manter móvel durante toda sua vida, caminhando por
todos os lados e superfícies. Embora não sendo grande produtora de seiva adocicada,
muitas formigas tendem a associar-se a ela, destacando-se a formiga lava-pés, Solenopsis
saevissima. Os danos aumentam em decorrência da presença das formigas (GRAVENA,
2001). O mesmo autor cita ainda, que a forma mais eficiente de disseminação se dá pelo
talhão, do talhão para os vizinhos e de pomar para pomar. O vento destaca-se em primeiro
lugar deslocando as ninfas ambulantes, soltas pela copa das plantas (CESNIK et al., 2003).
É desse modo que pequenas ninfas de primeiros estágios nascem por ocasião da primavera
espalhando-se pelas copas, oriundas das fêmeas com ovissaco cheio de ovos que vieram da
safra anterior atravessando o inverno.
Outra forma de disseminação das cochonilhas brancas ocorre quando estas ficam
escondidas em brechas protegidas e nas fendas das cascas do tronco das árvores, abrigando
seus ovos e pequenas ninfas, estas últimas caminham em busca de frutas novas, e após a
florada do ano, iniciam a alimentação e prosseguem seu ciclo de vida (LIMA, et al., 1980).
28
1.11 - Família Aphididae
Brevicoryne brassicae L., (1758) é um afídeo polífago, cosmopolita, que parasita
principalmente brassicas (MARICONI et al. 1963). Dentre os diversos hospedeiros por ele
utilizados estão a couve (Brassica oleraceae var. acephala), brócolis (B. oleraceae var.
italica), nabo (B. rapa), couve-flor (B. oleraceae var. botrytis), repolho (B. oleraceae var.
capitata), espinafre (Spinaceae oleraceae), diversas variedades de mostarda e Trapeolum
majus, a ornamental capuchinha (SOUZA-SILVA & ILHARCO 1995).
Seu corpo possui coloração verde e apresenta produção de cera branca, sendo que,
quando adulto a secreção é tão abundante que cobre completamente o tegumento. Possui
comprimento de no máximo cinco mm, ovalados. As antenas possuem cerdas sensoriais
denominadas sensilos. No abdôme existem dois apêndices tubulares laterais e centrais
conhecidos de sifúnculos e codícolas, respectivamente. A reprodução ocorre por
partenogênese telítoca. Dá-se também por viviparidade, sendo que este tipo de reprodução
geralmente acontece em regiões de clima quente. Em regiões de clima frio intenso, ocorre a
partenogênese cíclica devido o aparecimento dos machos ocorrerem próximo ao inverno,
assim a reprodução é sexuada (GALLO et al., 2002). Existem nesta família dois tipos de
fêmeas, as ápteras que realizam a reprodução dentro de uma mesma colônia, e as aladas que
disseminam as espécies em outros locais. Sua capacidade de proliferação é grande, pois em
pouco tempo tomam conta de qualquer cultura ocasionando prejuízos tanto pela sucção da
seiva, provocando deformações nas folhas, ou transmitindo doenças.
1.11.1 - Ocorrência
O pulgão B. brassicae é conhecido como uma das mais importantes pragas de
brássicas no Brasil, sendo considerada praga-chave da couve. Está amplamente distribuído
nas diversas regiões do mundo, regiões temperadas e subtropicais, onde a quase totalidade
de suas plantas hospedeiras pertence à família Brassicaceae segundo Ellis & Singh 1993.
29
No Brasil considera-se praga-chave da cultura da couve, Brassica oleracea (SALGADO
1983).
Segundo Filgueira (2003) a Brassicáceaes são atacadas por pulgões prejudicando a
cultura, mais precisamente o limbo foliar, reduzindo seu valor econômico.
Trata-se de espécie holocíclica em climas temperados, possuindo geração sexuada
no outono, com ovos que atravessam o inverno, e apresentando reprodução partenogenética
apomítica até o próximo outono. Em regiões de clima quente não apresentam ciclo sexuado
(HEIE, 1986).
1.11.2 - Biologia
As formas ápteras adultas medem de 1,6 a 2,6 mm de comprimento, com corpo
verde acinzentado. Possui dois sifúnculos em forma de barril e uma cauda triangular. As
formas aladas medem de 1,6 a 2,8 mm de comprimento, com barras transversais curtas na
superfície superior do abdome (GALLO et al. 2002). E ainda, segundo o mesmo autor, os
ovos, verdes postos sobre espécies da família Brassicaceae, mantendo-se aí durante o
inverno, eclodindo de fevereiro a abril.
Segundo Gallo et al., (2002) as formas aladas de B. brassicae medem
aproximadamente 2 mm de comprimento, possuindo coloração geralmente verde, cabeça e
tórax pretos e abdome verde com manchas escuras na parte dorsal. Apresentam sifúnculos
curtos e pretos e a codícola apresenta-se também de coloração preta. A forma áptera possui
corpo de coloração verde geralmente recoberto por uma camada cerosa branca, formam
colônias na face adaxial das folhas.
1.11.3 - Danos causados
30
Este inseto-praga causa enormes prejuízos devido à sucção contínua de seiva e
introdução de toxinas no sistema vascular das plantas, além da transmissão de viroses
(SILVA JUNIOR 1987, GALLO et al. 2002, CATIE 1990).
De acordo com Gallo et al. (2002) estes insetos alojam-se nas folhas mais tenras,
brotos e caules, sugando a seiva e deixando as folhas amareladas e enrugadas. Em grande
quantidade podem debilitar demasiadamente a planta e até transmitir doenças perigosas.
Podem aparecer em qualquer época do ano, mas os períodos mais propícios são a
primavera, o verão e o início do outono. Precisam ser controlados logo que notados, pois se
multiplicam com rapidez.
31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Costa Rica (Neuroptera: Chrysopidae). Bull. S. C. Acad. Sci., Columbia, v.82 , n.1, p.42-
45, 1983.
AGNEW, C.W. et al. Notes on the Chrysopidae and Hemerobiidae of eastern Texas
with keys for their identification. Southwest. Entomol., v.4, n.1, p.1-20, 1981.
ALBUQUERQUE, G.S. et al. Chrysoperla externa (Neuroptera:Crisopidae): Life
history in Central and South America. Biol. Control, v.4, n.2, p.8-13, 1994.
BALACHOWSKY A., M. Les cochenillespaleartiques de la Tribu Diaspini. Inst.
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Capítulo 2 – Capacidade de Predação e Resposta Funcional das Fases imaturas de C.
caligata (Banks, 1946) alimentadas com O. praelonga (Douglas, 1891) e B. brassicae
(L., 1758)
RESUMO
A colonização dos ecossistemas agrícola a partir de insetos predadores ocorre,
temporariamente, para que estes obtenham a energia das diversas presas para satisfazer suas
necessidades fisiológicas conseguindo manter-se nesses ecossistemas. Porém, tudo depende
das condições ambientais e da capacidade de adaptação de cada espécie, pois estas
precisam de um número suficiente de presas para assegurar sua sobrevivência e reprodução.
43
Orthezia praelonga e Brevicoryne brassicae são insetos polifagos relatados como praga dos
citros e de plantas ornamentais, e a cultura da couve, respectivamente. O presente trabalho
visa avaliar a ação predadora de Ceraeochrysa caligata sobre a presa O. praelonga e B.
brassicae em seus diferentes estádios de ninfas. O experimento foi instalado no Laboratório
de Bioecologia de Insetos (LABIN) na Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA,
utilizou-se 50 ovos do inseto-predador acondicionados em tubos de ensaio. A coleta de
ovos foi realizada em laboratório, onde foi realizada a criação massal para tal finalidade. Os
adultos de C. caligata foram mantidos em gaiolas de tubo de PVC, alimentados com mel e
levedo de cerveja na proporção 1:1 e água. A produção das duas presas utilizadas no
experimento foi feita em Casa de Vegetação com mudas de Couve manteiga (Brassicae
oleracea var. acephala) para produção do pulgão e Citrus spp. para produção de O.
praelonga. Os tratamentos foram de acordo com a densidade (número) de presas oferecidas
ao predador, sendo no 1° instar utilizados 4, 6, 8, 10 e 12, e no 2° instar 14, 20, 26, 32 e 38
presas, respectivamente. O início do experimento ocorreu após a eclosão dos ovos, com a
liberação das larvas, onde 50% destas foram alimentadas inicialmente com B. brassicae
(pulgão da couve) até a troca de 1ª ecdise, sendo a partir daí alimentadas com ninfas de O.
praelonga e os demais (50%) receberam ninfas de O. praelonga em seu primeiro instar.
Diariamente realizava-se a contagem dos pulgões e ortézias predados. A analise estatística
utilizada foi o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 5x2 para larvas
alimentadas com igual número de presas, e o delineamento inteiramente casualizado. As
variáveis observadas foram densidade e presa. Observou-se um elevado índice de
mortalidade, pois as larvas não alcançaram a troca de instar, tanto no 1º como no 2° instares
mostrando que a ortézia torna-se um alimento desfavorável, incapaz de proporcionar o
desenvolvimento do predador e consequentemente sua reprodução.
PALAVRAS-CHAVE: Adaptação, biologia, couve, ninfas, presa, Controle biológico.
44
ABSTRACT
The colonization of agricultural ecosystems to start of predators insects occur, temporally,
for which these obtain the energy of the several preys for to satisfy their physiologic
necessity getting to maintain in these ecosystems. But, all depends of the environment
conditions and the adaptation capacity of each specie, since these needs of one sufficient
number of preys for to assure its survival and reproduction. Orthezia praelonga and
Brevicoryne brassicae are poliphagus insects related as citrus plagues and of ornamental
plants, and the kale culture, respectively. The present work visa to evaluate the predator
action of Ceraeochrysa caligata under one prey. O. praleonga and B. brassicae in their
different stadium of nynphaes. The experiment was installed in the Laboratory of
Bioecology of Insects (LABIN) in the University Federal Rural of Amazon – UFRA, it was
used 50 eggs of the insect-predator was packed in essay tubes. The eggs collect was carried
out in laboratory, where was carried out the massal rearing for such purpose. The adults of
C. caligata were maintained in cages of PVC tube, fed with honey and levedo of beer in the
proportion 1:1 and water. The production of the two preys used in the experiment was made
in greenhouse with seedling of butter kale (Brassicae oleracea var. acephala) for
production of cabbage aphid and Citrus spp. For production of O. praleonga. The
treatments were of according with the density (number) of preys offer to the predator, been
in the 1
o
instar used 4, 6, 8, 10 and 12, and in the 2
o
instar 14, 20, 26, 32 and 38 preys,
respectively. The beginning of the occurred after the eggs eclosion, with the larvae
liberation, where 50% these were fed initially with B. brassicae (cabbage aphid) until the
change of the 1
a
ecdise, since for this fed with ninphae of O. praelonga and the others
(50%) received ninphaes of O. praleonga in its first instar. Daily was carried out the count
of aphid and ortezias predated. The statistic analyze used was the delineate totally
randomized in factorial schema 5x2 for the larvaes fed with equal preys number, and the
delineate totally randomized. The variables observed were density and prey. It was
observed one elevate mortality index, since the larvaes didn’t reach the change of instar, as
much in the 1
o
as in the 2
o
instares showed that the ortezia became one food unfavorable,
unable of to proportionate the predator development and consequently these reproduction.
KEY-WORDS: adaptation, biology, kale, ninphae, prey, biologic control.
45
2.3 – INTRODUÇÂO
Visando reduzir o impacto ocasionado pela aplicação de inseticidas químicos novas
estratégias de manejo que utilizam métodos alternativos como controle biológico e plantas
geneticamente modificadas e resistentes a insetos são propostas e avaliadas. A preservação
e manutenção de inimigos naturais são imprescindíveis para estabelecer o equilíbrio
biológico e reduzir os custos (GRAVENA, 1983).
Segundo van den Bodchet et al (1982) citado por Parra (2002) o controle biológico
pode ser definido como fenômeno dinâmico que sofre influência de fatores climáticos, da
disponibilidade de alimentos e da competição, assim como de aspectos independentes e
dependentes da densidade. O primeiro caso de sucesso de controle biológico clássico foi
obtido com a introdução de Rodolia cardinalis (Mulsant), na Califórnia, trazida da
Austrália em 1888 a fim de controlar o “pulgão” branco, Icerya purchasi Maskell, tendo
atingido o total controle da praga (GALLO et al. 2002).
O controle biológico, segundo Parra (2002), atualmente está sendo cada vez mais
utilizado em programas de manejo integrado de pragas (MIP), pois é evidente que a
produção integrada está sendo muito discutida visando obtenção de uma agricultura
sustentável. E dentre os agentes com características adequadas para o controle biológico, os
crisopídeos vêm despertando grande expectativa pelo seu potencial de redução da
densidade populacional de diversos insetos-praga.
Uma das táticas utilizadas para aumentar a sua eficiência é a produção
massal em laboratório e posterior liberação. Este importante predador alimenta-se de
pequenos artrópodes que apresentam a cutícula mole ou flexível, como pulgões,
cochonilhas, ovos e lagartas neonatas de lepidópteros, cigarrinhas, moscas brancas, tripes,
ácaros, dentre outros (AGNEW et al., 1981; CANARD e PRINCIPI, 1984; RIBEIRO et al.,
1991; BERTI FILHO et al., 2000; FONSECA et al., 2000; ECOLE et al., 2001);
Segundo Teixeira et al. (2001) a cochonilha O. praelonga encontra-se disseminada
nos Estados da Bahia, Sergipe, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pará, Pernambuco e São
Paulo. Holling (1961) mencionou que a densidade de presas e de predadores como duas
variáveis afetam o número de presas atacadas, originando dois componentes básicos de
predação, a resposta funcional e a resposta numérica.
46
Comum em plantas ornamentais, a ortézia, como é vulgarmente conhecida, é
também uma das principais pragas dos citros, pois prejudica a planta de forma direta e
indireta, adquirindo o status de praga-chave, devido em grande parte ao desequilíbrio
biológico provocado pelos defensivos agrícolas (GRAVENA, 1984). Outras razões como a
alta capacidade de reprodução, disseminação, presença de uma estrutura serosa própria
(ovissaco) que protege ovos e ninfas, além de inúmeras ervas daninhas vegetarem sob as
plantas cítricas servindo de hospedeiras para o inseto, contribuem para o difícil controle
desta cochonilha (ROBBS, 1974). Ocasionando com isso, a diminuição da capacidade
fotossintética do vegetal devido à cobertura de grande área foliar devido a sucção contínua
da seiva ocorrendo com a injeção de toxinas provenientes da saliva do inseto num processo
denominado fitotoxemia propiciando a entrada de organismos fitopatogênicos promovendo
a desfolha, o enfraquecimento da árvore e a queda dos frutos numa proporção de 50%,
sendo que os restantes ficam “aguados”, ou seja, com baixo teor de açúcar e ácido, e em
casos mais severos, os frutos não se desenvolvem ficando imprestáveis para
comercialização (TEIXEIRA ET AL., 2001).
Brevicoryne brassicae L., (1758) é um afídeo polífago, cosmopolita, que
parasita principalmente brássicas (MARICONI et al. 1963; SALGADO, 1983). De acordo
com Gallo (2002) estes insetos alojam-se nas folhas mais tenras, brotos e caules, sugando a
seiva e deixando as folhas amareladas e enrugadas. Em grande quantidade podem debilitar
demasiadamente a planta e até transmitir doenças perigosas devido a sua rápida
multiplicação.
2.4 – OBJETIVO
Avaliar a capacidade de predação e a resposta funcional de C. caligata alimentada
com duas espécies de presas diferentes – pulgão e ortézia.
47
2.5 – METODOLOGIA
O experimento foi instalado no Laboratório de Bioecologia de Insetos – LABIN no
Instituto de Ciências Agrárias – ICA na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).
A cultura da couve (B. oleracea) foi obtida na área da horta e mantida em Casa de
Vegetação. Foram utilizadas 40 plantas acondicionadas em vasos, irrigados diariamente e
tratos culturais realizados semanalmente.
A infestação com a presa (B. brassicae) ocorreu naturalmente devido a cultura se
susceptível ao ataque de pragas. As mudas de citros foram obtidas a partir de sementes
retiradas do próprio fruto. Após o semeio e germinação em tubetes, as mudas foram
irrigadas diariamente e ao atingirem altura de 20 a 30 cm foram repicadas para sacos de
polietileno e posteriormente envasadas.
A infestação das mudas de citros com a presa (O. praelonga) foi induzida, as quais
foram colocadas com outras mudas infestadas com a presa. Sendo que os vasos com as
plantas ficaram no interior de uma gaiola telada, facilitando a proliferação dos insetos.
As presas O. praelonga foram coletadas de Ixora, planta ornamental amplamente
utilizada nas dependências da Instituição.
A coleta das presas para alimentar o predador foi realizada diariamente,
transportando-as em gerbox amarrado com liga de borracha e em partes do vegetal cortado
com tesoura para serem levados ao laboratório.
A criação de manutenção de C. caligata foi realizada paralelamente à produção de
couve e citros em Casa de Vegetação. Esta criação foi iniciada com a coleta de ovos
encontrados, tanto na cultura da couve como em laranjeiras, no Campus da UFRA.
Posteriormente, foram mantidos em sala climatizada a 25 ± 2 °C, UR 85% ± 10% e fotofase
de 12 horas.
A metodologia utilizada foi a mesma de Ribeiro et al. (1991), acondicionando
machos e fêmeas em gaiolas de PVC com 20 cm de diâmetro, revestidas internamente com
papel filtro, apoiadas em bandejas plásticas, alimentados com levedo de cerveja e mel na
proporção de 1:1. A parte superior da gaiola era fechada com filme plástico perfurado com
alfinete proporcionando ventilação dentro da gaiola, para manter o filme plástico preso ao
PVC utilizava-se liga de borracha. O alimento oferecido as larvas foi colocado em tiras
48
pequenas de papel pendurados na parte superior do papel filtro e a água condicionada em
frascos pequenos onde os insetos pousavam e sugavam o líquido através do algodão
colocado na parte superior do frasco.
Diariamente eram coletados ovos das gaiolas com auxílio de pincel e tesoura
colocados em cada tubo de vidro, tampado com filme plástico perfurado com alfinete
permitindo a ventilação e impedindo a fuga das larvas, após a eclosão dos ovos. A eclosão
das larvas ocorria entre 3 a 7 dias.
Após eclosão das larvas, iniciou-se a alimentação utilizando as presas produzidas
anteriormente. A quantidade oferecida a cada larva foi a mesma utilizada por Maia, 2000
como descrito no quadro abaixo.
Tabela 01 – Densidade de presas de Brevicoryne brassicae e Orthezia praelonga oferecidas
às larvas de C. caligata diariamente, de acordo com a idade das larvas. UFRA, Belém-PA,
2006.
INSTARES
DENSIDADES
1 04 14 36
2 06 20 72
3 08 26 114
4 10 32 140
5 12 38 180
Fonte: Adaptado de Maia, 2000.
Para densidades iguais oferecidas às larvas de C. caligata o delineamento utilizado
foi o inteiramente casualizado 5 x 2, ou seja, cinco densidades e duas presas, sendo 5
repetições/tratamento, totalizando 50 unidades experimentais. E para o desenvolvimento
das larvas até o 3º instar, se utilizou o delineamento inteiramente casualizado, com cinco
tratamentos (densidades), duas presas e cinco repetições, perfazendo um total de 50
unidades experimentais. As variáveis estudadas foram densidade e presa.
Após a contagem diária do número de insetos predados, efetuou-se a reposição do
número de presas consumidas, sendo os instares larvais reconhecidos através da exúvia
deixada pelo inseto.
Foram avaliadas as capacidades de predação sobre a quantidade de presas oferecidas
aos predadores e a resposta funcional sobre cada espécie.
49
2.6 – RESULTADO E DISCUSSÃO
2.6.1 – Capacidade predatória das larvas de C. caligata
Uma das características da maioria dos insetos da família Crisopidae é a facilidade
de se adaptar em condições de laboratório, desde o ovo à fase adulta, realizando postura
diária. Tendo sido comprovado neste estudo que o número médio de ninfas predadas por C.
caligata foi crescente de acordo com o aumento de seus estádios de desenvolvimento, mas
somente para aqueles alimentados com B. brassicae. Os valores médios de predação no 1°
instar se iniciaram com 18,43, 25,05, 28,08, 37,02 e 53,73% de pulgões. O mesmo pôde ser
observado para ninfas de O. praelonga com valores crescentes iniciados a partir do 2° instar
apresentando 50,39, 54,66, 69,34, 63,00 e 48,95% de ortézias, respectivamente (Tabela 02).
Avaliando-se comparativamente a capacidade predatória de C. caligata sobre as duas
espécies de ninfas, os pulgões obtiveram uma taxa crescente uniforme de predação em
condições de laboratório quando comparado com a predação de ortézias.
Os valores obtidos neste experimento foram próximos daqueles encontrados por
BARCELOS et al. (1986) avaliando o potencial de predação de B. tabidus sobre lagartas de
Thyerinteína arnobia. Comparando-se também os resultados obtidos com aqueles de DINIZ
et al. (1980) que avaliaram a capacidade predatória de Podisus sp. sobre lagartas de
Anagasta kuehniella, que observou menor número médio de lagartas predadas por ninfa,
fato que pode estar relacionado com o tamanho da presa utilizada.
Tabela 02 – Resposta Funcional de C. caligata durante as três fases (ecdises). Labin –
UFRA, Belém-PA, 2006.
Tratamento
Instares
1º Instar 2º Instar 3º Instar
1 18.43 50.39 0.00
2 25.05 54.66 0.00
3 28.08 69.34 0.00
4 37.02 63.00 0.00
5 53.73 48.95 0.00
Médias 32.46 57.27 0.00
A resposta funcional das larvas de C. caligata que atingiu o 2° instar apresentou uma
determinada variação, pois a mudança de fase foi proporcionada devido ao tipo de
tegumento de cada presa, pois B. brassicae apresenta tegumento facilmente perfurável
quando comparado ao de O. praelonga, que possui um diferencial, ou seja, o corpo
50
recoberto por vários tipos de tegumentos, daí a existência de vários grupos.
Provavelmente o revestimento da ortézia pode ser do tipo escama com certa dureza,
resistência, ocorrendo devido à presença do complexo protéico quimicamente
semelhantes, diferindo nas quantidades relativas do complexo quitina proteína. Assim, o
predador não obtém energia suficiente para realizar seu ciclo, devendo ser ressaltado que
os dados de predação são muitos variáveis de espécie para espécie e muito dependente do
tipo e estádio da presa oferecida. DE CLERCQ e DEGHEELE (1994) relataram que
todos os estádios de Spodoptera exigua oferecidos aos predadores foram consumidos,
mas tais predadores se desenvolveram melhor sobre lagartas de 3º e 4º estádios.
Tabela 03 – Médias dos Tratamentos (Densidades) indicando o nível de predação de C.
caligata sobre as presas B. brassicae e O. praelonga utilizadas no 1º Instar. UFRA, Belém-
PA, 2006.
Espécies
Tratamentos Densidades
B.brassicae O. praelonga
1 4 18.43 1.50
2 6 25.05 1.00
3 8 28.08 3.00
4 10
37.02 4.50
5 12 53.73 0.00
Médias 32.46 2.00
Para os tratamentos onde se utilizou ortézias para alimentar as larvas de 1º instar de C.
caligata também não mostraram resultados satisfatórios como é verificado na Tabela 03,
pois de acordo com os dados esta fase não somente se adapta como também não
sobrevive a este tipo de alimentação, ocasionando a mortalidade de todas as larvas. O
potencial de predação de larvas de 1º instar é mais baixo em relação as outras fases, por
isso a quantidade de ninfas, tanto de pulgões e de ortézias, oferecidas é inferior as
demais, sendo incrementada de acordo com o desenvolvimento e necessidades das larvas.
E ainda, o tegumento das ortézias impede que a larva realize a predação devido ao tipo de
revestimento que apresenta.
A preferência alimentar demonstrado na Figura 01 representa o tipo de presa que
possui o tegumento facilmente perfurável sendo uma das condições que favorece o uso
do controle biológico, principalmente num agroecossistema.
51
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
12345
Tratamentos
Média Ponderada
B brassicae
O. praelonga
Figura 01 - Demonstração da preferência alimentar da larva de C. caligata por B.
brassicae. UFRA – Belém-PA, 2006.
2.6.2 – Duração da Fase larval
A duração, em dias, da fase larval de C. caligata alimentadas com pulgões
apresentou-se de acordo com a descrita por diversos autores que relatam que a média de
duração do 1º instar é em torno de 5 a 7 dias pós eclosão do ovo, tendo sido observado neste
estudo a duração de mais ou menos 8 dias. Considerando a relação do número de ninfas
predadas/instar, o período de duração das larvas alimentadas com B. brassicae superou a
outra espécie (O. praelonga), pois tal fato foi observado ao se comparar as médias de
consumo das larvas de C. caligata alimentadas com a primeira presa mencionada que
apresentou um melhor desenvolvimento e mudança de fase (1° para 2° instar) do que
aquelas alimentadas com ortézias que não proporcionaram condições satisfatórias para
realizarem seu desenvolvimento e consequentemente impedindo a continuação do seu ciclo
de vida. Pesquisas revelam que, quando há baixa disponibilidade de alimento ou má
qualidade do mesmo, a taxa de desenvolvimento do predador tende a diminuir e até mesmo
ocasionar sua morte antes de completar seu ciclo. Na figura 02 é observado que a qualidade
do alimento (presas de ortézia) não forneceu energia suficiente ao predador de maneira a
permitir que este prolongasse seu tempo de vida. Resultados semelhantes foram obtidos por
Mukerji & Leroux (1969) quando utilizaram presas de menor tamanho que não satisfizeram
a necessidade nutricional de ninfas de P. maculiventris.
Em se tratando de tamanho da presa, provavelmente a mortalidade em massa de C.
caligata ocorreu devido ao tamanho das ninfas de ortézia apresentarem-se bem maiores
quando comparadas às ninfas de pulgão, contribuindo para um maior gasto de energia por
parte do predador para dominar a presa, pois o ganho de energia adquirida desta parece não
52
ter sido suficiente a fim de favorecer o processo de predação. Com isso, torna-se claro que o
crescimento diário não ocorreu, principalmente durante o primeiro instar com alimentação a
base de ninfas de ortézias, mesmo que a disponibilidade de presas aumentasse de acordo
com o tratamento (densidade) aplicado. Tal fato pôde ser observado tanto para larvas de C.
caligata alimentadas durante o 1º e 2° instares com ninfas de ortézias.
Tabela 04 – Duração (em dias) de cada instar de C. caligata quando alimentada com B.
brassicae e O. praelonga. UFRA, Belém-PA, 2006.
Dias
Densidades
1º Instar 2º Instar
1 8 4.6
2 7 3.6
3 6.5 5.2
4 6.5 1.6
5 8 4.2
Média 7.2 3.84
Considerando-se o número de ninfas predadas/dia e a duração de cada instar obteve-
se o número médio de ninfas predadas por larva de C. caligata.
A duração dos instares somente foi observado para as larvas alimentadas
inicialmente com pulgões (Tabela 04), sendo a média de vida para o primeiro instar de 7,2
dias, aonde de 25 larvas, nove morreram antes de completar o primeiro instar. Para os
alimentados inicialmente com ortézias, não foi possível realizar sua contagem devido ao
índice de mortalidade, obtendo-se apenas 3,84 dias para as larvas que tentaram predá-las. O
segundo instar, apesar de apresentar médias de 1,6 a 5,2 dias, respectivamente, não se
observou mudança de instar, pois de 16 larvas, cinco morreram no quinto dia, seis no sexto,
três no oitavo e dois no décimo dia.
Apesar da Tabela 04 apresentar a média de duração do primeiro instar maior em
relação ao 2º, na figura 02 observa-se elevada predação de ninfas de ortézias, isso demonstra
que a mudança de alimento (presa) não afetou significativamente o desempenho do
predador, porém sua qualidade influenciou em seu desenvolvimento.
53
Figura 02 – Demonstração da Média de dias de cada Instar de C. caligata. UFRA, Belém-
PA, 2006.
afirmar que as ninfas de ortézia não são presas adequadas para alimentação
que representam os instares, nota-se que o
imeir
te as três ecdises.
Pode-se
de larvas de C. caligata de primeiro e segundo instares, primeiro que as larvas de primeiro
instar mesmo que ágeis e vorazes, são relativamente menor que as ninfas de ortézia que
apresentam tamanho superior ao desse tipo de predador; e nos dois instares estas larvas
demandam energia para predar suas presas.
Na figura 03 observando as linhas
pr o diferentemente do segundo instar apresentou crescimento satisfatório permitindo a
primeira troca de ecdise, contudo vale ressaltar que esta fase só foi possível utilizando-se,
inicialmente, um tipo de presa com características de menor tamanho e tegumento mole ou
flexível comparado ao das ninfas de ortézias. E no terceiro instar não apresentou valores,
devido a mortalidade das larvas.
Figura 03 – Resposta Funcional da alimentação de C. caligata duran
UFRA, Belém-PA, 2006.
54
Contudo, as densidades de presas influenciam no desenvolvimento destas espécies,
ocorrendo a predação somente até um determinado nível onde o predador consegue suprir
suas necessidades chegando a última fase que é a pupa, que continuamente durante o
segundo e terceiro instares é que apresentariam maior voracidade e locomoção, fato que não
ficou elucidado com presas de ortézias..
55
2.7 – CONCLUSÃO
As observações realizadas no comportamento de C. caligata leva-nos a concluir que
num agroecossistema, os insetos predadores ao se deparar com este tipo de alimentação,
procurarão evitá-la, partindo em busca de outro tipo de presa que forneça a energia
necessária para continuar seu desenvolvimento.
56
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59
CAPÍTULO 3 – CAPACIDADE DE PREDAÇÃO E RESPOSTA FUNCIONAL DAS
FASES IMATURAS DE Ceraeochrysa caligata (Banks, 1946) ALIMENTADAS COM
Planococcus citri (Risso, 1813) E Orthezia praelonga (Douglas, 1891)
RESUMO
O Controle biológico é uma atividade que proporciona o equilíbrio ambiental nos
agroecossistemas permitindo uma produção orgânica, livre de resíduos de agrotóxicos que
comprometem a saúde da população. Baseado neste fato, a pesquisa desenvolvida no
Laboratório de Bioecologia de Insetos – LABIN, da Universidade Federal Rural da
Amazônia (UFRA) visou avaliar a capacidade de predação e a resposta funcional de
Ceraeochrysa caligata sobre duas espécies de cochonilhas. A espécie predadora trata-se de
um inseto pertencente à família Chrisopidae, vulgarmente conhecida como bicho lixeiro,
que se adapta em condições de laboratório favorecendo sua criação massal, permitindo com
isso avaliar a ação predadora de insetos fitófagos, principalmente as cochonilhas – ortézia
(Orthezia praelonga) e cochonilha branca (Planococcus citri). O experimento foi conduzido
num período de três meses, e utilizou-se 50 larvas de C. caligata acondicionadas em tubos
de vidro tampados com filme plástico perfurado para ventilação. A coleta de ovos foi
realizada em laboratório. Os indivíduos adultos foram mantidos em gaiolas de tubo de PVC,
alimentados com mel e levedo de cerveja na proporção de 1:1,e água que lhes era oferecida
em frascos tampados com algodão permanecendo constantemente embebidos. A produção
das duas presas (ortézia e cochonilha) utilizadas no experimento foi feita em Casa de
Vegetação em mudas de Citrus spp. As cinqüenta larvas após a eclosão dos ovos, foram
alimentadas com as densidades 4, 6, 8, 10 e 12 ninfas, onde vinte e cinco foram alimentadas
com ortézias e as outras vinte e cinco com cochonilhas brancas com as respectivas
densidades acima citadas. A contagem do número de insetos predados foi realizada
diariamente, e após esta etapa efetuou-se a reposição de presas de acordo com a densidade
proposta por Maia (2000). A analise estatística utilizada foi o delineamento fatorial
inteiramente casualizado do tipo 5x2, e as variáveis observadas foram densidade e presas.
Desta maneira, o elevado índice de mortalidade das larvas de C. caligata ocorreu, em média,
no 3º e 6º dias logo no primeiro instar. Obteve-se em média, uma duração de 1,52 e 2,72
dias, e viabilidade das presas de 3,84 e 6,24% de ortézias e cochonilhas brancas,
respectivamente. Tais resultados mostraram que ambas as cochonilhas, mesmo que tenham
sido predadas, são presas que não fornecem energia para que as larvas desempenhem seu
desenvolvimento e consequentemente o processo de predação.
PALAVRAS-CHAVE: Agroecossistemas, agrotóxicos, insetos, densidade, energia.
60
ABSTRACT
The biologic control is one activity that offer the environment equilibrium in the
agroecosystem allowed one organic production, free of residue of agrotoxic that
compromise the healthy population. Based in this fact, the research was development in the
Laboratory of Bioecology of Insects – LABIN, of the University Federal Rural of Amazon
(UFRA) aimed to evaluate the predation capacity and the functional answer of
Ceraeochrysa caligata over two species of cochonilhas. The specie predator treat of one
insect belong to the family Chrisopidae, vulgarly knew as bicho lixeiro, that it adapts in
laboratory conditions favoraded these massal rearing, permitting with this to evaluate the
predatory of phitophagus insects, mainly the cochonilhas – ortezia (Orthezia praelonga) and
white cochonilha (Planococcus citri). The experiment was conducted in the period of three
months, and was used 50 larvaes of C. caligata packed in flask tubes closed with plastic film
perforated for ventilation. The collect of eggs was carried out in laboratory. The adults
individuals were maintained in cages of PVC tubes, fed with honey and levedo de cerveja in
the proportion of 1:1 and water that were offered in flask closed with cotton remained
constantly absorbed. The production of the two preys (ortezia and cochonilha) used in the
experiment was made in greenhouse in Citrus spp. Seedling. The fifty larvaes after the eggs
eclosion, were fed with the densities 4, 6, 8, 10 and 12 ninphae, where twenty five were fed
with ortezias and the others twenty five with white cochonilhas with the respective densities
quoted above. The count of the number of predators insects were carried out daily, and after
this stage was carried out the reposition of preys accordingly with the propose density for
Maia (2000). The statistical analyze used was the delineate factorial totally randomized of
the kind 5x2, and the variables observed were density and preys. This manner, the elevate
index of mortality of the larvaes of C. caligata occurred, in average, in the 3
o
and 6
o
days in
the first instar. It got on an average, a duration of 1,52 and 2,72 days, and preys viability of
3,84 and 6,24% of ortezias and white cochonilhas, respectively. Such results showed that
both cochonilhas, even that had predated, are preys that don’t furnish energy for that the
larvaes act their development and consequently the predation process.
KEY-WORDS: agroecosystem, agrotoxic, insects, density, energy
61
3.3 – INTRODUÇÃO
O Controle biológico pode ser definido como fenômeno dinâmico que sofre
influência de fatores climáticos, da disponibilidade de alimentos e da competição, assim
como de aspectos independentes e dependentes da densidade (VAN DEN BODCHET et al
(1982) apud PARRA, 2002).
A maioria dos insetos da família dos crisopídeos alimenta-se de pequenos artrópodes
que apresentam a cutícula mole ou flexível, como pulgões, cochonilhas, ovos e lagartas
neonatas de lepidópteros, cigarrinhas, moscas brancas, tripes, ácaros, dentre outros
(AGNEW et al., 1981; CANARD e PRINCIPI, 1984; RIBEIRO et al., 1991; SOUZA, 1999;
BERTI FILHO et al., 2000; FONSECA et al., 2000; ECOLE et al., 2001).
Segundo O’Neil (1990), as respostas que os predadores obtém devido as mudanças
na densidade de suas presas influenciam significaticamente a relação existente entre eles.
Em 1961, Holling mencionou a densidade de presas e de predadores como duas variáveis
que afetam o número de presas atacadas, originando dois componentes básicos de predação,
a resposta funcional e a resposta numérica.
O’Neil & Weidenmann (1990) citam que o conhecimento da taxa de ataque é
importante, pelo fato de a qualidade de presas atacadas influenciar as características do ciclo
de vida do predador. O predador ataca a presa, utiliza sua energia para atender diferentes
demandas fisiológicas (CALOW, 1973). Contudo, quando o predador ataca poucas presas,
espera-se que essa energia seja destinada primeiramente para o metabolismo, e depois seja
alocada para o crescimento, desenvolvimento e reprodução (BEDDINGTON et al., 1976).
As cochonilhas apresentam grande importância econômica atacando as variedades de
citros e outras plantas como café, ervas daninhas e cerca de 30 espécies de plantas
ornamentais, devido causarem prejuízos consideráveis (CARVALHO, et al. 1998) e de
acordo com a variedade de famílias citadas, imagina-se que estes insetos também
apresentem várias formas e cores. Normalmente as cochonilhas são gregárias, isto é, onde
existe uma cochonilha existem outras. Elas são encontradas, preferencialmente, nas axilas
das folhas, sob as folhas, nos ramos e troncos das árvores e até mesmo nos frutos e raízes.
Segundo Oliveira et al. (2004) estudos sobre o potencial dos predadores no controle
de pragas-chave devem priorizar sua produção massal em laboratório, para serem,
posteriormente, liberados em campo e integrados ao manejo de pragas.
62
Os danos são referentes a diminuição da área fotossintética, devido ao inseto cobrir
grande área foliar, pois o inseto introduz o aparato bucal na planta causando rompimento
dos vasos e células, propiciando a entrada de outros organismos fitopatogênicos. Devido a
esta ação, ocorre a sucção contínua da seiva promovendo a injeção de toxinas provenientes
da saliva do inseto num processo de fitotoxemia (LEITE e PASCHOLATI, 1995),
ocasionando a desfolha, o enfraquecimento da árvore e a queda dos frutos (mais de 50%), e
o restante dos frutos ficam "aguados", ou seja, com baixo teor de açúcar e ácido, sendo em
casos mais severos, os frutos ficam muito pequenos e imprestáveis para o comércio
(TEIXEIRA et al., 2001).
3.4 – OBJETIVO
Diante de tais fatos, a presente pesquisa foi avaliar a capacidade de predação e a
resposta funcional de C. caligata alimentada com O. praelonga e Planococcus citri em
condições de laboratório, pois muito pouco se sabe sobre a predação destes predadores em
relação à presa.
3.5 – METODOLOGIA
O experimento foi instalado no Laboratório de Bioecologia de Insetos – LABIN no
Instituto de Ciências Agrárias – ICA na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).
As mudas de citros foram obtidas a partir de sementes retiradas do próprio fruto.
Após o semeio e germinação em tubetes, as mudas foram irrigadas diariamente e ao
atingirem altura de 20 a 30 cm foram repicadas para sacos de polietileno e posteriormente
envasadas.
A infestação das mudas de citros com as presas de O. praelonga e P. citri foi
induzida, as quais foram colocadas em contato com outras mudas infestadas, sendo que os
vasos com as plantas ficaram no interior de uma gaiola telada, facilitando a proliferação dos
insetos.
A coleta das presas para alimentar o predador foi realizada diariamente,
transportando-as em gerbox amarrado com liga de borracha e em partes do vegetal cortado
com tesoura para serem levados ao laboratório.
A criação de manutenção de C. caligata foi realizada paralelamente à produção de
citros em Casa de Vegetação. Esta criação foi iniciada com a coleta de ovos encontrados,
63
tanto na cultura da couve como em laranjeiras, no Campus da UFRA. Posteriormente, foram
mantidos em sala climatizada a 25 ± 2 °C, UR 85% ± 10% e fotofase de 12 horas.
A metodologia utilizada foi a mesma de Ribeiro et al. (1991), acondicionando
machos e fêmeas em gaiolas de PVC com 20 cm de diâmetro, revestidas internamente com
papel filtro, apoiadas em bandejas plásticas, alimentados com levedo de cerveja e mel na
proporção de 1:1. A parte superior da gaiola era fechada com filme plástico perfurado com
alfinete proporcionando ventilação dentro da gaiola, para manter o filme plástico preso ao
PVC utilizava-se liga de borracha. O alimento oferecido as larvas foi colocado em tiras
pequenas de papel pendurados na parte superior do papel filtro e a água condicionada em
frascos pequenos onde os insetos pousavam e sugavam o líquido através do algodão
colocado na parte superior do frasco.
Diariamente eram coletados ovos das gaiolas com auxílio de pincel e tesoura
colocados em cada tubo de vidro, tampado com filme plástico perfurado com alfinete
permitindo a ventilação e impedindo a fuga das larvas, pós a eclosão dos ovos que ocorria
entre 3 a 7 dias.
Após eclosão das larvas, iniciou-se a alimentação utilizando as presas produzidas
anteriormente. A quantidade oferecida a cada larva foi a mesma utilizada por Maia, 2000
como descrito no quadro abaixo.
Tabela 01 – Densidade de presas de Orthezia praelonga e P. citri oferecidas as larvas de C.
caligata diariamente, de acordo com a idade das larvas. UFRA, Belém-PA, 2006.
INSTARES
DENSIDADES
1 04 14 36
2 06 20 72
3 08 26 114
4 10 32 140
5 12 38 180
Fonte: Adaptado de Maia, 2000.
Para densidades iguais oferecidas às larvas de C. caligata o delineamento utilizado
foi o inteiramente casualizado 5 x 2, ou seja, cinco densidades e duas presas, sendo 5
repetições/tratamento, totalizando 50 unidades experimentais.
Após a contagem diária do número de insetos predados, efetuou-se a reposição do
número de presas consumidas, sendo os instares larvais reconhecidos através da exúvia
deixada pelo inseto.
64
Foram avaliadas as capacidades de predação sobre a quantidade de presas oferecidas
aos predadores e a resposta funcional sobre cada espécie.
O delineamento experimental utilizado foi o fatorial 5 x 2, delineamento
inteiramente casualizado, com cinco tratamentos (densidades), duas presas e cinco
repetições, perfazendo um total de 50 unidades experimentais. As variáveis estudadas
foram densidade presa.
65
3.6 – RESULTADO E DISCUSSÃO
O controle biológico vem atingindo amplo desenvolvimento no Brasil, sendo um
meio de minimizar o uso indiscriminado de agrotóxicos, que segundo Rodrigues (2004) uma
delas é a cochonilha branca – P. citri, praga que precisa ser controlada.
A maioria dos insetos da família dos crisopídeos apresentam tais características,
devido se adaptarem em condições de laboratório, desde o ovo à fase adulta, realizando
postura diária. (OLIVEIRA et al., 2004). Esta espécie após a eclosão passa por três estádios
de larva (instares), sendo no primeiro instar um período de adaptação e consequentemente
seu primeiro contato com a presa. Neste período as larvas se apresentam frágeis, porém
vorazes. Locomovem-se ligeiramente em busca de alimento.
De modo geral, observou-se que as larvas de C. caligata não responderam ao tipo de
alimento (presas) oferecido, de acordo com a figura 01 não houve consumo e
consequentemente resposta funcional.
De acordo com os resultados obtidos a partir da predação de P. citri pela larva de C.
caligata obteve-se no primeiro instar, uma média de dias mais elevada quando comparado a
média da O. praelonga que mostrou-se muito abaixo do normal para todas as presas. Sendo
importante ressaltar que as larvas apresentaram elevado índice de mortalidade, logo no
terceiro ou sexto dias, fornecendo uma média de 1,52 dias para O. praelonga e, 2,72 dias
para P. citri. Tal fato pode ter sido ocasionado pelo tipo de presa oferecida à larva de C.
caligata, pois a qualidade nutricional influenciou no desempenho do predador.
Tabela 01 – Número médio de P. citri e O. praelonga consumidos por larvas de C. caligata,
nos três instares.
Primeiro Instar Segundo Instar Terceiro Instar
Presa
Duração
(dias)
Viabilid ade
(%)
Duração
(dias)
Viabilidade
(%)
Duração
(dias)
Viabilidade
(%)
O. praelonga 1,52 3,84 0,00 0,00 0,00 0,00
P. citri 2,72 6,24 0,00 0,00 0,00 0,00
A Figura 01 demonstra a média de duração (em dias) de cada presa que segundo
Garcia (1990), um aumento na disponibilidade de presas pode levar o predador a aumentar
seu consumo, pois a possibilidade de encontro são maiores, porém neste estudo mesmo
tendo tido um incremento na quantidade de presas, as larvas apresentaram um índice de
66
mortalidade elevado. A duração do tempo (em dias) obtida para a única fase inicialmente
observada, primeiro instar mostrou-se insignificante.
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
Primeiro Instar Segundo Instar Terceiro Instar
Instares
Média Duração (Dias)
Figura 01 – Duração (em dias) de cada larva de C. caligata alimentada com O. praelonga e
P. citri.UFRA, Belém-PA, 2006.
Tais dados diferem daqueles encontrados por Souza (2006) quando as mesmas larvas
de C. caligata foram alimentadas com ninfas de B. brassicae, que possui tegumento mole e
podendo ser considerado altamente nutricional. Visto que o tegumento dos diversos grupos
de cochonilhas apresentam certa dureza, resistência devido a presença do complexo protéico
quimicamente semelhantes, diferindo nas quantidades relativas do complexo quitina
proteína, o que torna a predação relativamente baixa.
A média dos tratamentos de acordo com os dados da tabela 02 obtida para cada presa
não influenciaram na resposta funcional, apesar de terem realizado predação, apresentando
valores relativamente iguais, porém muito abaixo do normalmente observado quando
utiliza-se outros tipos de presas. Para Hull et al. (1976) e Hassell et al. (1997):
“o aumento linear no consumo de presas não é coerente, pois
nenhum predador apresenta apetite ilimitado, devendo haver uma
determinada densidade de presa, a partir da qual sua capacidade de
consumo não mais aumenta”
Isto demonstra que este tipo de presa utilizada não é considerada presa de estimado
valor nutricional, demandando o elevado índice de mortalidade das larvas de C. caligata.
67
Tabela 02– Média dos Tratamentos (Densidades) indicando o nível de predação de C.
caligata sobre as presas B. brassicae e O. praelonga. UFRA, Belém-PA, 2006.
Espécies
Tratamentos
Densidades
Planococcus citri Orthezia praelonga
1
4 4.37 2.00
2 6 9.40 3.25
3 8 5.69 7.83
4 10 7.00 4.62
5 12 6.00 4.85
Médias 6.49 4.51
Na figura 02 observa-se que as densidades de presas influenciaram no desempenho
do predador, de forma a ocasionar sua morte.
Na Tabela 02 observa-se nitidamente que o número médio de cochonilha branca (P.
citri) predados por C. caligata apresentou-se crescente. Pois, a partir da eclosão, as larvas de
C. caligata foram alimentadas com cochonilhas brancas e ortézias, sendo ambas rejeitadas
pelo predador, ocasionando elevado índice de mortalidade na maioria dos tratamentos.
Tabela 03 - Média de Consumo das larvas de C. caligata em cada tratamento. UFRA,
Belém-PA, 2006.
Densidades Presas
T1 T2 T3 T4 T5
P. citri 3.80 7.60 8.20 6.00 5.60
O. praelonga 2.20 3.40 4.40 4.40 4.80
T1 = 4 T2 = 6 T3 = 8 T4 = 10 T5 = 12
Apesar da elevada mortalidade das larvas de C. caligata, ainda se pode obter valores
de predação nos dias em que estas permaneceram vivas, nota-se que P. citri esteve um
pouco acima dos observados para O. praelonga.
68
3.7 – CONCLUSÃO
As observações realizadas no comportamento de C. caligata leva-nos a concluir que
devido a quantidade de energia necessária não adquirida pelo predador, esta proporcionou a
elevada mortalidade de larvas, logo nos primeiros dias do 1º instar, mesmo tendo existido
predação de cochonilhas brancas, e que em um agroecossistema, os insetos predadores ao se
deparar com este tipo de alimentação, procurarão evitá-la, partindo em busca de outro tipo
de presa que forneça a energia necessária para continuar seu desenvolvimento.
69
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