19
ambientais e de saúde pública (PEÑA-MARTÍNEZ
3
, 1992, apud FONSECA, CARVALHO e
SOUZA, 2001).
Torna-se, portanto, necessário desenvolver alternativas que possam minimizar o uso
de produtos fitossanitários em lavouras e casas-de-vegetação. Vários autores (NÚÑEZ, 1988;
GRAVENA e CUNHA, 1991; ALBURQUERQUE, TAUBER e TAUBER, 1994;
CARVALHO e CIOCIOLA, 1996) têm citado, como alternativa ao controle químico de
insetos-praga, o uso de inimigos naturais, como, por exemplo, o crisopídeo Chrysoperla
externa (Hagen, 1861), uma espécie comum em diversos habitats e que apresenta um grande
potencial para utilização em controle biológico.
Os crisopídeos são importantes predadores de diversos artrópodes em vários
agroecossistemas, particularmente das fases imaturas de muitos insetos e ácaros, entretanto,
apresentam certa preferência por pulgões (GRAVENA e CUNHA, 1991). Freqüentemente, o
número desses predadores presentes em condições naturais é insuficiente para fornecer um
nível adequado de controle de pragas, tornando-se necessária sua criação massal para
posterior liberação de seus ovos e de suas larvas em casa-de-vegetação e campo (HASSAN,
KLINGAUF e SHARIN, 1985; HAGLEY, 1989).
O uso de agentes biológicos vem sendo freqüentemente referido como uma alternativa
no controle de artrópodes-praga (GUEDES e RIBEIRO, 2000; PERRING, 2001). Por serem
de ocorrência natural, os agentes biológicos possuem grande força biótica, auxiliando na
regulação de populações de insetos e também de outros organismos (CROCOMO, 1990).
Os crisopídeos apresentam uma vasta distribuição geográfica, habitat variados, ampla
diversidade de presas, grande capacidade de busca, alta voracidade e um elevado potencial
reprodutivo. Aliadas a essas características, acrescenta-se ainda a facilidade com que podem
ser criados em laboratório e a seletividade que muitas espécies apresentam a certos produtos
fitossanitários, o que favorece sua utilização em programas de controle biológico aplicado
(MAIA, CARVALHO e SOUZA, 2000).
Algumas espécies de crisopídeos são predadoras, tanto na fase larval como na adulta,
enquanto outros possuem este comportamento apenas na fase larval. Neste caso, os adultos
alimentam-se do pólen ou ainda de honeydew liberado por algumas espécies de homópteros
(NEW 1988, 1991; MAIA
4
, 2003 apud FONSECA, 2002; NÚÑEZ, 1988; MORAES e
CARVALHO, 1991; STELZL e DEVETAK, 1999).
3
PEÑA-MARTINEZ, R. Afideos como vectores de virus en Mexico. Montecillo: Centro de Fitopatologia, 1992. 135p.
4
MAIA, W.J.M.S. de. Aspectos biológicos de Rhopalosiphum maids (Fitch, 1856) (Hemiptera: Aphididae) e controle com
Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae) em milho. 2003. p.129. Tese (Doutorado) - UFLA, Lavras,
2003.