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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE MEDICINA
CAMPUS DE BOTUCATU
ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS EM CÉLULAS UROTELIAIS
ESFOLIADAS DE PACIENTES COM HISTÓRIA DE
CARCINOMA DE CÉLULAS TRANSICIONAIS
JOÃO PAULO DE CASTRO MARCONDES
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Patologia da Faculdade de
Medicina de Botucatu, Universidade
Estadual Paulista – UNESP, para obtenção do
título de Mestre em Patologia
BOTUCATU – SP
2007
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE MEDICINA
CAMPUS DE BOTUCATU
ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS EM CÉLULAS UROTELIAIS
ESFOLIADAS DE PACIENTES COM HISTÓRIA DE
CARCINOMA DE CÉLULAS TRANSICIONAIS
Mestrando: João Paulo De Castro Marcondes
Orientadora: Dra. Maria Luiza Cotrim Sartor De Oliveira
Co-orientadora: Dra. Daisy Maria Favero Salvadori
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Patologia da Faculdade de
Medicina de Botucatu, Universidade
Estadual Paulista – UNESP, para obtenção do
título de Mestre em Patologia
BOTUCATU – SP
2007
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DEDICATÓRIA
Aos meus pais Elisa e Joaquim por estarem sempre presentes em minha vida e por me
darem forças para enfrentar com coragem e dignidade todas as dificuldades.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
À Dra. Maria Luiza Cotrim Sartor de Oliveira pela sua orientação, paciência, incentivo,
compreensão nos momentos difíceis e principalmente pela confiança depositada.
À Dra. Daisy Maria Favero Salvadori, por contribuir com meu amadurecimento
científico e pessoal e principalmente por acreditar em meu potencial desde a iniciação
científica, ajudando-me a transpor todas as limitações.
Aos pacientes envolvidos neste estudo, pelo carinho e pela confiança depositada
AGRADECIMENTOS
Ao Lucas pelo carinho, amizade, compreensão e paciência.
À Luciana que há tempos me acompanha nessa trajetória. Muito obrigado por sua
amizade e por seu amor.
Aos amigos da faculdade: Xot’s, Vi, Tuba, Elseve, Gorran, Sabão e principalmente ao
meu irmão Júlio e ao Sombra, pela amizade e carinho.
Aos meus companheiros de mestrado Kelly M. e Alexandre CH agradeço pela grande
amizade e espero que continuemos juntos por muito tempo.
Aos colegas e amigos do Departamento de Patologia: Glenda, Elaine, Lízia, Mariana,
Priscilla, Carlota, Shadia, Renata, Rodrigo, Dani, Renato, Daniel, Eliana, Clarissa, Pati,
Marina, Tânia, Ana Paula, Meire, Mara, Paulo, Bruno, Tony, Mitscheli, Meri, João,
Marize, Andréia, Liane, Grazi, Jossimara, Camila, Carol, Juju, Laura, Rita, Silvana,
Isabel, Claudinei, Hélio, Carlão, Edna, Luciano, Denisinha, Lúcia, Cícera.Glória e PC.
As meninas da citologia Renatinha, Lili e Fabiane pela amizade e contribuição para o
desenvolvimento deste projeto.
Aos colegas da endoscopia: Edi, Claudelis, Juliana, Fátima, Fatiminha, Dona Irene,
Tereza, obrigado pelo companheirismo e pela grande contribuição.
A todos os professores do Departamento de Patologia, em especial ao Dr. João Lauro
Viana de Camargo, Dra. Maria Domingues, Dra. Denise Fecchio, Dra. Márcia
Guimarães e Dra. Maria Aparecida M. Rodrigues, por estarem sempre dispostos a
auxiliar-me.
A Dra. Sílvia Regina Rogatto e ao laboratório NeoGene, em especial à Eliane, Cássia,
Sara e Greicy, pela amizade e pelo suporte científico.
À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP, pelo suporte
financeiro.
À CAPES pela bolsa de estudos concedida
Índice:
1 – Revisão da Literatura
1.1 - Fatores de risco associados ao desenvolvimento de CCT................................1
1.2 – Carcinoma de células transicionais...................................................................4
1.3 – Citologia urinária................................................................................................7
1.4 – Teste do micronúcleo..........................................................................................8
2 – Referências Bibliográficas.........................................................................................10
3 – Objetivos.....................................................................................................................15
4 – Manuscrito
Resumo..............................................................................................................................18
Abstract.............................................................................................................................19
Introdução........................................................................................................................20
Casuística e Métodos........................................................................................................21
Resultados.........................................................................................................................24
Discussão...........................................................................................................................32
Conclusão..........................................................................................................................35
Referências........................................................................................................................36
5 - Anexos
Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa.......................................................................38
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido..............................................................39
Entrevista aplicada aos sujeitos da pesquisa.................................................................42
Justificativa de alteração no título do Projeto de Pesquisa..........................................43
Índice de Tabelas:
Tabela 1 - Caracterização da população com história de carcinoma de células
transicionais (CCT) de bexiga...........................................................................................26
Tabela 2 - Caracterização da população sem história de neoplasia urotelial
(controle)............................................................................................................................27
Tabela 3 - Freqüências individuais de células uroteliais micronucleadas em indivíduos
com e sem história prévia de carcinoma de células transicionais
(CCT).................................................................................................................................28
Tabela 4 - Freqüência de células urotelias micronucleadas em pacientes com e sem
história de carcinoma de células transicionais de bexiga (CCT), distribuídos de acordo
com o hábito tabagista.......................................................................................................29
Tabela 5 - Frequência de células uroteliais micronucleadas em indivíduos com e sem
história de carcinoma de células transicionais de bexiga (CCT), distribuídos de acordo
com a exposição ocupacional a substâncias tóxicas e o hábito tabagista..........................30
Tabela 6 - Relação entre variáveis demográficas, de exposição ao tabaco e de história
de carcinoma de células transicionais de bexiga (CCT) com a incidência de CCT e a
freqüência de células uroteliais micronuclead
Revisão da Literatura
1
1 REVISÃO DA LITERATURA
1.1 Fatores de risco associados ao desenvolvimento de CCT
O acentuado crescimento urbano observado nas últimas décadas, e a conseqüente
necessidade de produção em larga escala, seja de produtos industriais ou agrícolas, levam a
utilização de novas tecnologias e o emprego de diversos agentes químicos com o intuito de
incrementar a produtividade de tais setores. No entanto, tal desenvolvimento vem associado
à exposição de indivíduos ou populações a agentes xenobióticos ambientais que estão
relacionados a efeitos deletérios. Dentre as conseqüências dessa exposição, destaca-se a
gênese de neoplasias quimicamente induzidas compreendendo cerca de 70% a 80% de todos
os cânceres humanos (Vennit, 1996; David & Muir, 1996; Perera, 1996).
A associação entre a industrialização e o desenvolvimento neoplásico foi
primeiramente demonstrada em 1895, por Rehn, pela observação do aumento da incidência
de câncer de bexiga em trabalhadores alemães de indústrias de corantes a base de anilina.
Mais tarde, foi observado que esta relação era devida à presença da amina aromática 2-
naftilamina nesses corantes (Johansson & Cohen, 1997). A carcinogenicidade das aminas
aromáticas (AAs) foi comprovada em estudos realizados entre o período de 1915 a 1950,
demonstrando que trabalhadores das indústrias de corantes, indústria têxtil, de borracha e de
produtos químicos, expostos a tais compostos apresentavam aumento da incidência de CCT
(Case et al., 1954). Mais recentemente, Hemstreet III et al. (2001) observando o aumento da
incidência de CCT em trabalhadores de diversas indústrias da China, expostos as AAs,
salientaram a importância da estratificação dos indivíduos expostos em grupos de alto,
moderado e baixo risco para a melhor interpretação dos resultados.
Revisão da Literatura
2
Por outro lado, 23% dos casos de CCT em mulheres e 50% dos casos em homens, vêm
sendo atribuídos ao tabagismo, especialmente às AAs 2-naftilamina e 4-aminobifenil
contidas no cigarro, as quais são consideradas como agentes etiológicos associados ao
aumento da proliferação e à hiperplasia do urotélio da bexiga. Outras substâncias como os
hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs) e aldeídos insaturados que também são
encontrados na fumaça do cigarro parecem estar envolvidas no desenvolvimento de diversos
tipos de cânceres (Johansson & Cohen, 1997; Zeegers et al., 2004). No entanto, há pouca
evidência do envolvimento dos HAPs na etiologia do CCT, pois este composto é
metabolizado diretamente no sítio de exposição sendo excretado pela urina na forma de
metabólitos inativos (Kellen et al., 2006). Zeegers et al. (2002) observaram que a associação
entre o cigarro e o risco de desenvolvimento de CCT é atribuída ao tempo de tabagismo, mas
é não interfere nas diferenças na invasividade e morfologia do tumor. Além disso, o
abandono do hábito de fumar e a idade da primeira exposição não estão associados a este
risco quando se leva em conta o tempo total de tabagismo.
Lopez-Albente et al. (2006), avaliando a distribuição geográfica das mortes por câncer
de pulmão e de bexiga na Espanha entre os anos de 1989 e 1998, observaram aumento dessas
neoplasias em áreas de indústrias têxteis e de minério de sal, as quais estão associadas à
poluição ambiental por metais pesados e arsênico. Além disso, os autores relataram o uso de
praguicidas à base de arsênico, como o ácido cacodílico, o arsenato dissódico e o arsenato
monossódico utilizados no cultivo do algodão e cereais na região da Andalusia como
prováveis agentes carcinogênicos. Portanto, é necessário que se tenha atenção aumentada a
populações expostas tanto ocupacionalmente quanto por meio da ingestão de alimentos ou
Revisão da Literatura
3
água contaminada por estes compostos, visto que há possível relação entre esta exposição e o
desenvolvimento de CCT (Hopenhayn-Rich et al., 1996)
Nohynek et al. (2004), em artigo de revisão, destacaram que, embora as substâncias
contidas nas tinturas de cabelo possuam ação genotóxica in vitro (teste de Ames), a
correlação destas com a carcinogenecidade in vivo é incerta. Além disso, a maioria dos
estudos não observou associação entre a exposição, tanto dos consumidores quanto dos
profissionais, com o aumento da incidência de câncer de bexiga e de outros tipos de câncer.
Processos infecciosos urinários crônicos que geram níveis significativos de nitrosaminas
endógenas na urina podem estar associados ao desenvolvimento de tumores de bexiga. Neste
caso, pode-se citar como exemplo o desenvolvimento de carcinoma de células escamosas
devido a processo inflamatório causado pelo Schistosoma Hematobium, sendo as
nitrosaminas consideradas relevantes na etiologia deste tipo de tumor (Johansson & Cohen,
1997). Outros compostos também foram relacionados ao desenvolvimento de CCT, dentre os
quais se destacam a clornafazina, agente alquilante utilizado no tratamento de neoplasias
hematológicas e que teve seu uso descontinuado após observação de que a 2-naftilamina
seria seu principal metabólito; a fenacetina, composto presente em alguns analgésicos e com
tempo de indução de CCT semelhante ao observado em indivíduos expostos a AAs; a
ciclofosfamida, cujo metabólito acroleína é considerado cancerígeno intermediário (Cohen &
Johansson, 1992).
Essas informações demonstram que os estudos epidemiológicos desempenham papel
relevante na identificação de fatores de risco associados ao desenvolvimento de neoplasias
ou de outras doenças crônico-degenerativas e salientam a necessidade de se avaliar o efeito
combinado dos fatores de exposição ambientais e fatores genéticos.
4
Revisão da Literatura
1.2 Carcinoma de células transicionais
Aproximadamente 90% de todas as neoplasias de bexiga são de origem epitelial sendo
designadas como carcinoma de células uroteliais ou carcinoma de células transicionais
(CCT) (Gandour-Edwards et al., 2002; Daniely et al., 2005). No Brasil, o CCT ocupa a 7ª e
a 10ª posição entre as neoplasias que acometem o sexo masculino e feminino,
respectivamente (INCA, 1999). Segundo o Instituto Nacional do Câncer, no Brasil, em 2000,
a proporção de mortes por esta neoplasia foi de 1,73% (INCA, 2003).
Atualmente, o CCT pode ser classificado em dois subtipos genéticos: tumores
geneticamente estáveis e tumores geneticamente instáveis, correspondentes a duas entidades
morfologicamente distintas. A primeira categoria inclui os tumores papilíferos não invasivos
de baixo grau (pTa, grau 1 e grau 2). Já os geneticamente instáveis correspondem a tumores
de alto grau (pTa grau 3 e CIS) e invasivos (estádio pT1-4) (Mazzucchelli et al., 2005; Jones
et al., 2006) (Quadro 1).
Quadro 1 – Classificação das neoplasias uroteliais de bexiga (adaptado, WHO, 2004)
O CCT de bexiga tem como características principais a multifocalidade e o alto índice
de recorrência (Denzinger et al., 2006). De fato, 70% dos carcinomas superficiais,
Revisão da Literatura
5
especialmente as lesões pTa (tumores papilíferos não invasivos de baixo grau), são
recorrentes sendo que 10% destas progridem para a invasividade, 20% a 30% das lesões pT1
progridem para a invasão muscular e caso essas estejam associadas a lesões de alto grau ou
carcinoma in situ (CIS), a progressão pode ocorrer acima da metade dos casos (Laudadio et
al.,2005). Desta forma, as recidivas associadas aos procedimentos cirúrgicos periódicos para
a ressecção do tumor tornam o câncer de bexiga uma patologia de alta morbidade (Reznicoff
et al., 2000).
O entendimento da clonalidade dos tumores multifocais de bexiga é importante para o
estabelecimento de estratégias terapêuticas, visto que, atualmente, há uma tendência
crescente no desenvolvimento de novas terapias contra os alvos moleculares específicos
desses tumores (Denzinger et al., 2006). Nesse contexto, foram desenvolvidas duas hipóteses
na tentativa de elucidar o processo de carcinogênese urotelial. A primeira atribui uma origem
monoclonal às lesões, ou seja, os tumores multifocais ou recorrentes originar-se-iam de uma
única célula transformada que prolifera e coloniza outras regiões da bexiga, por meio da
migração intra-epitelial ou transportada pela urina. A segunda hipótese atribui uma origem
policlonal, sugerindo que as substâncias cancerígenas presentes na urina afetariam a bexiga
em múltiplos sítios, levando ao desenvolvimento de tumores multifocais de maneira
independente (Hafner et al.,2002).
A carcinogênese da bexiga, assim como a maioria dos tumores humanos, ocorre por
meio de múltiplas etapas caracterizadas por alterações genéticas que sinalizam para a
transformação maligna de uma célula inicialmente normal (Philips & Richardson, 2006).
Essas alterações podem ocorrer em regiões de microsatélites, genes supressores tumorais,
oncogenes/proto-oncogenes, e em genes reguladores do ciclo celular (Habuchi et al., 2005).
Revisão da Literatura
6
podendo desencadear um quadro de instabilidade genética, caracterizada por aumento
significativo na taxa de mutações, sendo, portanto, considerada um evento inicial no
processo de carcinogênese. Segundo Catto et al. (2004), a instabilidade genética pode
apresentar-se em dois níveis: o primeiro, compreende as alterações nucleotídicas de base
única (inserções/deleções) que resultam em erros de leitura e são observadas frequentemente
em regiões de microsatélites (instabilidade de microsatélites); o segundo, compreende as
alterações cromossômicas (instabilidade cromossômica) caracterizadas por perdas ou ganhos
de fragmentos ou cromossomos inteiros, e que resultam em perdas ou amplificações de
regiões de DNA que podem conter genes cruciais para o desenvolvimento neoplásico.
De fato, vários autores observaram a existência de alterações cromossômicas
numéricas em células uroteliais neoplásicas e não neoplásicas de pacientes com história de
câncer de bexiga (Kruger et al., 2003; Pycha et al., 2004; Obermann et al., 2004; Latif et al.
2004, Degtyar et al., 2004). As alterações mais freqüentemente encontradas foram a
polissomia dos cromossomos 3, 7 e 17 e a monossomia do cromossomo 9 (Kruger et al.,
2003; Obermann et al., 2004; Latif et al., 2004; Degtyar et al., 2004, Pycha et al., 2004).
Esta última, juntamente com a alta freqüência de polissomia do cromossomo 17 foi
relacionada, de maneira independente, à recorrência do CCT (Pycha et al., 2004; Kruger et
al., 2003; Degtyar et al., 2004). Ishiwata et al. (2001), também observou que 100% dos
pacientes com perdas do cromossomo 17 apresentaram recorrências, em detrimento de 23%
sem esta alteração.
Várias alterações gênicas já foram relacionadas com o desenvolvimento de CCT em seres
humanos: mutações nos genes TP53 (Malmstrom et al.,2002), mutações nos genes da família
RAS, que ocorrem em 10% dos pacientes com tumores vesicais e dobram o risco de
Revisão da Literatura
7
recorrências (Przybojewska et al., 2000; Johne et al., 2003) e alterações em regiões de
microssatélites no cromossomo 9, são representativas de instabilidade genômica (Turyn et
al., 2006). Além disso, Friedrich et al. (2005) observaram que a metilação dos genes SOCS-
1, STAT-1, BCL-2, DAPK, E-caderina está associada ao desenvolvimento de tumores
recorrentes, e que o silenciamento do gene TIMP3, está associado ao aumento da sobrevida
livre de recorrência.
1.3 Citologia urinária
A cistoscopia e o exame citológico são considerados procedimentos padrão no
acompanhamento dos pacientes com história de CCT e no monitoramento de indivíduos com
sintomatologias suspeitas para esta neoplasia, incluindo hematúria, dissúria e polaciúria. No
entanto, o exame endoscópico apresenta limitações na detecção de lesões microscópicas, e a
análise citológica, por ser subjetiva e dependente da experiência do citopatologista, apresenta
sensibilidade diminuída principalmente para as lesões de baixo grau (Fracasso et al., 2004).
Daniely et al. (2006) observaram que de 22 pacientes com biópsias positivas para CCT,
apenas 61% tiveram o mesmo diagnóstico pela análise citológica, em detrimento a 100% de
concordância pela análise citogenética utilizando sondas para os centrômeros dos
cromossomos 3, 7 e 17 e para o locus 9p 21. Assim, o emprego de técnicas que aumentem a
sensibilidade e especificidade para a detecção precoce da doença torna-se necessário, tanto
em pacientes submetidos à ressecção do tumor de bexiga, quanto em pacientes considerados
como grupo de risco ao desenvolvimento do CCT. Nesse contexto, o emprego de
biomarcadores - parâmetros biológicos que refletem o comportamento de determinada
entidade biológica frente às alterações ambientais ou decorrentes de alterações constitutivas
Revisão da Literatura
8
da mesma - para avaliação de danos citogenéticos, como a freqüência de micronúcleos, pode
ser utilizada para a avaliação de risco ao desenvolvimento de neoplasias em diferentes
tecidos.
1.4 Teste do Micronúcleo
Os micronúcleos (MN) são corpúsculos compostos por cromatina e envoltos por uma
membrana nuclear, localizados próximos ao núcleo principal. Morfologicamente apresentam
textura cromatídica semelhante ao núcleo principal, no entanto distinguem-se deste, pelo seu
tamanho reduzido. Originam-se de fragmentos cromossômicos ou cromossomos inteiros que
não foram incluídos no núcleo principal das células filhas durante a divisão celular. Portanto,
são observados em células que sofreram algum tipo de dano no DNA, sendo resultantes de
eventos mutagênicos verdadeiros, pois representam mutações cromossômicas adquiridas por
uma determinada célula e que foram transmitidas para as células filhas, após um ciclo de
divisão celular (Speit et al., 2007).
O teste do micronúcleo (MN) é um teste de mutagenicidade amplamente utilizado no
biomonitoramento de populações humanas ou sistemas biológicos que estejam expostos a
agentes químicos, físicos e biológicos (Bolognesi et al., 2004; Thierens et al., 1999). Pode
ser utilizado em diferentes tipos celulares como linfócitos e células epiteliais, tanto em
modelos animais quanto em humanos (Cavallo et al., 2006; Balakrishnan et al., 2006;
Buajeeb et al., 2007). Trata-se de um teste simples, rápido, eficiente e de baixo custo para a
detecção de danos no DNA (Natarajan, 2002; Norppa, 2003). A freqüência de micronúcleos
em células epiteliais esfoliadas é importante não apenas para a detecção de agentes
clastogênicos (que causam quebras cromossômicas) e aneugênicos (que causam perdas
Revisão da Literatura
9
cromossômicas) como, também, para a detecção de indivíduos com risco aumentado para o
desenvolvimento de patologias relacionadas a mutações (Majer et al., 2001). Além disso, a
quantificação de danos cromossômicos nesses tecidos permite a avaliação dos efeitos de
substâncias mutagênicas e/ou carcinogênicas no tecido alvo de ação das mesmas (Speit et al.,
2007). Deste modo, o teste do MN em células esfoliadas pode ser considerado uma
ferramenta importante para a detecção de efeitos mutagênicos tecido-específicos, sendo
importante para a identificação de substâncias com efeitos potencialmente deletérios, bem
como em estudos de avaliação de risco.
Referências Bibliográficas
10
2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Objetivos
15
3 OBJETIVOS
Com base no exposto, o presente estudo foi desenvolvido no intuito de detectar danos
citogenéticos em células uroteliais esfoliadas de pacientes com história de CCT e se existe
um perfil de danos cromossômicos que possa caracterizar a população estudada, dando
assim, base para a validação do teste do MN como biomarcador de risco para o
desenvolvimento neoplásico. Os objetivos específicos apresentam-se descritos abaixo:
investigar a existência de possíveis danos cromossômicos, por meio do teste do
micronúcleo no epitélio macroscopicamente normal de pacientes com história prévia de
CCT com e sem história de tabagismo, mas com diagnóstico atual “negativo para
neoplasia”;
relacionar os eventuais danos cromossômicos com as alterações citológicas e
histológicas do carcinoma de bexiga;
avaliar a sensibilidade do teste do micronúcleo como biomarcador para avaliação de
risco ao desenvolvimento neoplásico em pacientes com história de CCT.
Manuscrito
16
4 - MANUSCRITO
Manuscrito
17
Danos citogenéticos em células uroteliais esfoliadas de pacientes com
história de carcinoma de células transicionais
#
João Paulo de Castro Marcondes*, Daisy Maria Favero Salvadori , Álisson
Marques de Miranda Cabral Gontijo, João Lauro Viana de Camargo, Maria
Luiza Cotrim Sartor de Oliveira
Núcleo de Avaliação de Impacto Ambiental sobre a saúde Humana – TOXICAM, Depto.
Patologia – Faculdade de Medicina – UNESP – Botucatu, Brasil
*Correspondência: Faculdade de Medicina – UNESP, Departamento de Patologia, 18618-
000, Botucatu – SP, Brasil. Tel. 55-14-3882-8255; fax: 55-14-3815-2348; e-mail:
Palavras-chave: carcinoma de células transicionais; células uroteliais micronucleadas;
recorrência; tabagismo
#
Trabalho apresentado de acordo com as normas da Revista Environmental and Molecular
Mutagenesis ISSN:0893-6692
Manuscrito
18
RESUMO
O carcinoma de células transicionais (CCT) da bexiga possui como principal
característica o alto índice de recorrência (70% dos carcinomas superficiais). Desta forma, é
necessário acompanhar rigorosa e periodicamente os pacientes acometidos por tal neoplasia,
bem como empregar técnicas sensíveis para a detecção precoce da doença, tanto em
pacientes submetidos à ressecção do tumor de bexiga, quanto em pacientes considerados
como grupo de risco para o desenvolvimento do CCT. O presente estudo tem por objetivo
utilizar o teste do micronúcleo como ferramenta para a avaliação de danos cromossômicos
em células uroteliais obtidas por lavado vesical de pacientes com história de CCT. A
freqüência de células uroteliais micronucleadas foi avaliada em 77 pacientes (não tabagistas,
tabagistas atuais e ex-tabagistas) sem ou com história de CCT, mas com diagnóstico atual
“negativo para neoplasia“. Foi detectado aumento significativo (P=0,003) de células
micronucleadas somente nos pacientes não fumantes e com história de CCT, quando
comparados aos indivíduos do grupo controle (não fumantes e sem história de CCT). Não
foram detectados efeitos do tabagismo na freqüência de células micronucleadas, e nem
associação desse hábito com o grau do tumor. Concluindo, indivíduos não tabagistas com
história de neoplasia urotelial apresentaram freqüência aumentada de micronúcleos em
células esfoliadas da bexiga, mesmo após a ressecção do tumor. Portanto, o epitélio
citologicamente normal da bexiga de indivíduos com história de CCT, pode apresentar
células geneticamente instáveis, que poderiam conferir um risco aumentado para
desenvolvimento neoplásico.
Manuscrito
19
ABSTRACT
The main feature of transitional cell carcinoma (TCC) is the high recurrences rates of
superficial carcinomas. Therefore, patients must be monitored regularly by periodic
cystoscopies. The employment of sensible techniques are important for detecting bladder
cancer and early disease in patients undergoing tumor resection and individuals with high
risk for tumor development.
To evaluate whether cytogenetic disorders can be evolved in the tumor development and
recurrences, the frequency of micronucleated cells (MNC) was established in non-
neoplastic exfoliated bladder cells from patients with history of TCC. Seventy-seven
patients with and without history of bladder cancer, either smokers or non-smokers, with
current diagnosis “negative for neoplasia” were included. The results showed a
significant increase (P < 0.01) of MNC in patients with history of TCC and non-smokers
when compared to counterpart group (without history of TCC and non-smokers).
However, the same association was not observed in patients with TCC and smokers and
in patients without history of TTC and smokers. Furthermore, was not observed
correlation between smoking habits and tumor grade.
These results suggesting that non smokers with history of urothelial tumor had an
increase of MNC even after tumor resection. Thus, the macroscopically “normal looking”
urothelium of patients of history of TCC, still could be harbored genetically instable cells
that can be related to high risk for neoplastic development de novo.
Manuscrito
20
INTRODUÇÃO
O carcinoma de bexiga é a neoplasia de trato geniturinário com maior incidência em
países desenvolvidos [Frau et al., 2006]. Aproximadamente 90% desses tumores são de
origem epitelial sendo designados como carcinoma de células uroteliais ou carcinoma de
células transicionais (CCT), e possuem como principais características a multifocalidade e o
alto índice de recorrência [Daniely et al., 2005; Denzinger et al., 2006]. De fato, 70% dos
carcinomas superficiais, especialmente as lesões pTa (tumores papilíferos não invasivos de
baixo grau), são recorrentes sendo que 10% destas progridem para a invasividade; 20% a
30% das lesões pT1 progridem para a invasão muscular e, se associadas a lesões de alto grau
ou carcinoma in situ (CIS), a progressão pode ocorrer acima de 50% dos casos [Laudadio et
al.,2005]. Desta forma, as recidivas, associadas aos procedimentos cirúrgicos periódicos para
a ressecção do tumor, tornam o câncer de bexiga uma patologia de alta morbidade [Reznicoff
et al., 2000].
O tabagismo é considerado um dos principais fatores associados ao desenvolvimento de
CCT, triplicando seu risco de incidência [Zeergers et al., 2004]. Alguns estudos com células
epiteliais humanas, detectaram aumento na freqüência de micronúcleos na freqüência de
micronúcleos em células urotelias [Lehutcher-Michel, 1995; Burgaz et al, 1995] e em células
esfoliadas da mucosa oral [ Wu et al., 2004], correlacionando assim, o tabagismo ao processo
carcinogêncio. No entanto, outros estudos não observaram efeito do mesmo, tanto em células
da mucosa oral quanto em linfócitos de indivíduos ocupacionalmente expostos a substâncias
tóxicas, como praguicidas e drogas anti-neoplásicas [Burgaz et al., 1999; Pastor et al., 2001,
2003; Bolognesi et al., 2002] A avaliação da freqüência de micronúcleos em células
esfoliadas é uma ferramenta importante não apenas para a detecção de agentes
Manuscrito
21
potencialmente mutagênicos e/ou carcinogênicos com ação tecido-específica, mas, também,
para avaliação de danos citogenéticos em lesões potencialmente cancerígenas [Speit &
Schmid, 2006; Buajeeb et al, 2007; Hamurcu et al., 2005]. Portanto, a utilização do teste do
micronúcleo, associado à cistoscopia, ao exame citológico e ao exame endoscópico pode
aumentar a sensibilidade e especificidade do diagnóstico permitindo a prevenção e melhor
acompanhamento dos pacientes com história ou risco para o desenvolvimento de CCT.
Diante do exposto, o presente estudo teve por objetivo avaliar danos citogenéticos
utilizando a freqüência de MN em células uroteliais de pacientes com e sem história de CCT,
fumantes e não fumantes na tentativa de utilizar este parâmetro na avaliação de risco para o
desenvolvimento de neoplasia urotelial.
CASUÍSTICA E MÉTODOS
Pacientes
O Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina – UNESP – Botucatu - SP
aprovou a realização deste estudo (OF.276/2005-CEP). Todos os pacientes avaliados
concordaram em participar do estudo assinando o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido.
Foram analisadas lâminas de lavados vesicais processadas para o exame citopatológico
de 77 pacientes submetidos à cistoscopia de rotina e que apresentavam diagnóstico atual
“negativo para neoplasia”. Os pacientes foram distribuídos em dois grupos: 39 indivíduos (19
não tabagistas, 11 ex-tabagistas e 9 tabagistas atuais) com história prévia de CCT; 38
indivíduos (21 não tabagistas, cinco ex-tabagistas e 12 tabagistas atuais) sem história prévia
de CCT (controle). A história de CCT foi obtida a partir dos resultados de biópsias, citologias
Manuscrito
22
positivas e pela análise dos prontuários médicos. Os tumores foram classificados de acordo
com a gradação histológica, em alto e baixo grau. No momento da última cistoscopia, apenas
os indivíduos com biópsias negativas e diagnóstico citológico atual “negativo para neoplasia”
foram incluídos no grupo com história de CCT. Informações sobre os hábitos de vida
(tabagismo, consumo de álcool), exposição prévia a solventes orgânicos, quimioterápicos,
radiação e praguicidas, foram obtidas por questionários aplicados antes ou imediatamente
após a realização da cistoscopia de rotina. Os pacientes foram considerados tabagistas
quando consumiram cinco cigarros ou mais por dia, durante pelo menos cinco anos; ex-
tabagistas, quando pararam de fumar há mais de um ano. As Tabelas 1 e 2 mostram as
características das populações estudadas.
Lavado vesical
Em média, de cada paciente, foram obtidos por meio da instilação intravesical de solução
salina a 0,9% (“barbotagem”) 15 mL de lavado vesical. Esse volume foi centrifugado a 1500
rpm por 10 minutos e, após desprezado o sobrenadante, o sedimento foi citocentrifugado
(citocentrífuga Cytospin II Shandon Elliott) à 1400 rpm por 10 minutos para confecção de
duas lâminas: uma fixada com álcool 95% e outra seca ao ar, respectivamente coradas pelo
métodos de Shorr e Giemsa para avaliação citopatológica de rotina,
Manuscrito
23
Teste do micronúcleo
As lâminas preparadas para o exame citopatológico de rotina (coradas pelo método de
Giemsa ou Shorr), com diagnóstico atual “negativo para neoplasia” foram avaliadas para a
determinação da freqüência de células micronucleadas. O número de células analisadas por
lâmina variou entre 500 e 1000. Os critérios para a caracterização do micronúcleo foram
aqueles descritos por Lehutcher-Michel et. al. [1995], sendo todas as lâminas analisadas em
microscópio óptico de luz, com aumento de 1000X (imersão).
Fig 1 – Coloração de Giemsa – micronúcleo (seta) em célula urotelial (1.000 X)
Manuscrito
24
ANÁLISE ESTATÍSTICA
A distribuição do número de células uroteliais micronucleadas foi verificada pelo teste de
Shapiro-Wilks. Foram utilizados os testes não paramétricos de Mann-Whitney ou Kruskal
Wallis e o teste da Mediana, para verificar diferenças entre os grupos. Em alguns casos, para
a análise estatística, os indivíduos tabagistas e ex-tabagistas foram agrupados em uma única
categoria (com história de tabagismo). Os resultados foram considerados significativos com
p<0,05.
RESULTADOS
Dos 39 pacientes com história de neoplasia de bexiga, 32 eram do sexo masculino e 11
do sexo feminino (p<0,001), 29 apresentaram tumores recorrentes (74,3%) e 10 (25,7%) não
recorrentes (p<0,001). Dos 29 indivíduos com tumores recorrentes, 16 (55%) eram não
tabagistas e 13 (45%) apresentavam história de tabagismo (ex-tabagistas e tabagistas atuais).
Dos 10 pacientes (25,7%) com história de tumores não recorrentes, três (30%) eram não
tabagistas e sete (70%) apresentavam história de tabagismo. De todos os indivíduos com
história de CCT, 54% tiveram tumores de baixo grau e 46% de alto grau (p>0,05). Dos 21
indivíduos com tumores de baixo grau, 11 (52%) eram não tabagistas e 10 (48%)
apresentavam história de tabagismo. Por outro lado, dos 18 pacientes com tumores de alto
grau, oito (44%) eram não tabagistas e 10 (56%) apresentavam história de tabagismo. Vinte e
dois (56,4%) dos 39 indivíduos com história de CCT apresentavam história de exposição a
compostos tóxicos, principalmente a derivados do petróleo, solventes orgânicos e
praguicidas, contra apenas 10 (26,3%) dos 38 indivíduos sem história de CCT. A média de
idade dos indivíduos com história de CCT e não tabagistas foi de 70 ± 15 anos enquanto a
Manuscrito
25
dos indivíduos com história de tabagismo foi de 68 ± 10 anos. Os indivíduos do grupo
controle (sem história de CCT) e não tabagistas apresentaram em média de idade de 59 ± 13
anos, e os indivíduos com história de tabagismo apresentaram em média 57 ± 12 anos. A
Tabela 3 apresenta as freqüências individuais de células uroteliais micronucleadas da
população estudada.
A Tabela 4 apresenta a distribuição da freqüência de células micronucleadas (número de
células micronucleadas por 1000 células) em 77 pacientes submetidos à cistoscopia e
distribuídos de acordo com os grupos descritos anteriormente. Foi observado aumento
significativo (p=0,003) na freqüência de células uroteliais micronucleadas no grupo de
indivíduos com história de CCT e não tabagistas quando comparados aos indivíduos do
grupo controle (sem história de CCT) e também não tabagistas. Não se observou efeito do
tabagismo sobre a freqüência de MN quando os indivíduos com história de CCT ou aqueles
do grupo controle foram comparados entre si.
A freqüência de células uroteliais micronucleadas em indivíduos com e sem história de
CCT, expostos e não expostos ocupacionalmente a substâncias tóxicas é apresentada na
Tabela 5. Não foi observada diferença estatisticamente significativa (p>0,05) entre os
indivíduos expostos e não expostos tanto para o grupo com história de CCT, como para o
controle.
Na Tabela 6 é mostrada a freqüência de células com MN em grupos de indivíduos
distribuídos de acordo com as variáveis idade e intensidade e tempo de exposição ao tabaco,
e características tumorais (grau do tumor e recorrência). Nenhuma dessas variáveis
influenciou significativamente a freqüência de MN nas populações estudadas (p > 0,05).
Manuscrito
26
Tabela 1- Caracterização da população com história de carcinoma de células transicionais (CCT)
de bexiga.
Código do
Paciente
Sexo
Idade
(anos)
cigarros/dia
Tempo de
tabagismo
(anos)
Grau máximo
do tumor
Exposição a substâncias
tóxicas
Tempo de
exposição (anos)
SSM* M 49 20 20 Baixo Grau Solvente/tinta 19
WLC* M 71 60 39 Alto Grau Derivados do petróleo 9
ACB* M 79 20 50 Alto Grau Piretróide 5
BSRN* M 68 20 50 Baixo Grau Derivados do petróleo 21
SV* M 74 20 8 Alto Grau Derivados do petróleo 35
AB* M 73 40 34 Alto Grau Derivados do petróleo 49
JBS* M 62 29 40 Alto Grau Derivados do petróleo 30
ABL* M 77 60 30 Alto Grau - -
NA* M 82 20 10 Alto Grau - -
ACFM* M 73 60 30 Baixo Grau - -
JS* M 77 20 60 Baixo Grau - -
JJC F 72 20 40 Baixo Grau Solvente/tinta 12
AAP M 72 8 64 Alto Grau Organoclorados 10
JR M 47 20 30 Alto Grau Solvenetes/tinta 37
JMSo M 73 12 55 Baixo Grau Organoclorados 50
IOP M 57 30 41 Baixo Grau Solvente/tinta 5
SR M 80 10 71 Alto Grau - -
LV M 72 5 20 Baixo Grau - -
JF M 59 20 31 Baixo Grau - -
JCD M 51 20 36 Baixo Grau - -
EZ M 65 - - Baixo Grau Organoclorados 12
OA M 85 - - Alto Grau Sulforamidas 0.5
NPV F 78 - - Baixo Grau Piretróide 15
FA M 81 - - Baixo Grau Sulforamidas 3
CMS M 79 - - Baixo Grau Piretróide 2
JMS M 36 - - Baixo Grau Solvente/ tinta 6
IMAC F 82 - - Baixo Grau Praguicida não identificado 20
LB M 89 - - Alto Grau Derivados do petróleo 20
AAI M 38 - - Baixo Grau Organofosforado 4
OB M 56 - - Baixo Grau Organofosforado 20
ARB F 72 - - Alto Grau - -
JPR F 73 - - Alto Grau - -
RP M 77 - - Baixo Grau - -
LBA F 61 - - Baixo Grau - -
JB M 80 - - Alto Grau - -
WMB F 55 - - Alto Grau - -
LPF M 80 - - Alto Grau - -
GLS M 70 - - Alto Grau - -
BC M 77 - - Baixo Grau - -
32M; 7F 69,3 ± 12,7
*
25,7 ± 16,6 38 ± 16,9 17,5 ± 14,6
*
Média ± DP; -: não relatado; * pacientes ex-tabagistas (tempo de ex-tabagismo: 18,2 ± 10 anos)
Manuscrito
27
Tabela 2 - Caracterização da população sem história de neoplasia urotelial (controle)
Código do
Paciente
Sexo
Idade
(anos)
cigarros/dia
Tempo de
tabagismo
(anos)
Exposição a substâncias
tóxicas
Tempo de
exposição (anos)
AAA* M 61 10 30 Organofosforado 18
JEO* M 56 20 40 Sovente/tinta 20
RAA* M 36 10 5 Solvente/tinta 1
BAR* M 78 5 12 - -
OR* M 57 20 47 - -
CAMC F 55 20 20 Piretróide 4
LCP M 46 20 31 organofosforado 3
GG F 53 12 30 - -
AP M 44 25 30 - -
MFMB F 38 20 6 - -
LCM M 52 40 35 - -
GYC M 62 6 40 - -
ASF M 72 20 45 - -
APR M 63 5 35 - -
JPR M 51 40 30 - -
MHPM F 60 20 40 - -
CSC F 82 20 40 - -
JVF M 39 - - Derivados do petróleo 14
RDO M 58 - - Derivados do petróleo 6
RMF M 76 - - Piretróide 50
AV M 35 - - Derivados do petróleo 20
NSF F 77 - - Piretróide 50
MSJ F 74 - - - -
SGB F 37 - - - -
AG M 72 - - - -
APM M 51 - - - -
AMJ F 47 - - - -
AAS M 56 - - - -
AF F 58 - - - -
AL M 62 - - - -
ATF M 80 - - - -
BRO M 58 - - - -
DS F 58 - - - -
JRL M 65 - - - -
JDM M 62 - - - -
LA M 77 - - - -
MDS F 47 - - - -
MF F 58 - - - -
25M; 13F 58,2 ± 13
*
18,4 ± 10,3 30,4 ± 12,7 18,6 ± 18
*
Média ± DP; -: não relatado; *: pacientes ex-tabagistas (tempo de ex-tabagismo: 17 ± 21 anos)
Manuscrito
28
Tabela 3 - Freqüências individuais de células uroteliais micronucleadas em indivíduos
com e sem história prévia de carcinoma de células transicionais (CCT)
Indivíduos com história prévia de CCT
Indivíduos sem história prévia de CCT
Código do Paciente
‰ de células
micronucleadas
Código do Paciente
‰ de células
micronucleadas
SSM*
1,7
AAA*
3,0
WLC*
6,1
JEO*
2,0
ACB*
2,0
RAA*
0
BSRN*
0
BAR*
1,9
SV*
0
OR*
1,0
AB*
0
CAMC
9,2
JBS*
1,0
LCP
0
ABL*
3,2
GG
4,2
NA*
4,4
AP
1,6
ACFM*
0
MFMB
7,1
JS*
2,8
LCM
2,0
JJC
0
GYC
4,0
AAP
7,3
ASF
8,0
JR
6,4
APR
0
JMSo
3,8
JPR
6,0
IOP
0
MHPM
0
SR
2,0
CSC
1,0
LV
0
JVF
0
JF
0
RDO
2,2
JCD
5,0
RMF
5,2
EZ
9,3
AV
1,0
OA
1,0
NSF
5,0
NPV
10,0
MSJ
1,8
FA
3,0
SGB
3,0
CMS
4,8
AG
1,8
JMS
5,4
APM
1,9
IMAC
0
AMJ
0,0
LB
9,0
AAS
0
AAI
4,5
AF
1,0
OB
3,0
AL
2,0
ARB
4,0
ATF
0
JPR
2,0
BRO
0
RP
1,0
DS
1,0
LBA
1,9
JRL
0
JB
3,5
JDM
0
WMB
3,3
LA
1,0
LPF
3,9
MDS
2,0
GLS
1,0
MF
1,0
BC
1,0
3,0 ± 2,8
#
2,2 ± 2,4
* pacientes ex-tabagistas;
#
média ± desvio-padrão
Manuscrito
29
Tabela 4 – Freqüência de células urotelias micronucleadas em pacientes com e sem história de
carcinoma de células transicionais de bexiga (CCT), distribuídos de acordo com o hábito
tabagista.
Grupos N° de
Indivíduos
N° de células
analisadas
N° de células
micronucleadas
‰ de células
micronucleadas
CCT
39 34040 102 3,0
não tabagistas
19 17052 65 3,8*
ex-tabagistas
11 9940 16 1,6
tabagistas atuais
9 7548 21 2,8
história de tabagismo
1
20 16988 37 2,2
Controles
38 43249 96 2,2
não tabagistas
21 23033 36 1,7
ex-tabagistas
5 5194 10 1,9
tabagistas atuais
12 15022 50 3,3
história de tabagismo
1
17 20216 60 3,0
1
ex-tabagistas + tabagistas atuais; *p=0,003 em relação aos controles não tabagistas
Manuscrito
30
Tabela 5 - Freqüência de células uroteliais micronucleadas em indivíduos com e sem história de
carcinoma de células transicionais de bexiga (CCT), distribuídos de acordo com a exposição
ocupacional a substâncias tóxicas e o hábito tabagista.
Expostos Não expostos
Grupos
N° de
indivíduos
‰ de células
micronucleadas
Tempo de
exposição
(anos)
N° de
indivíduos
‰ de células
micronucleadas
CCT
22 3,5 17,5 ± 14,6 17
2,3
não tabagistas 10 4,9 10,3 ± 8,1 9
2,4
ex-tabagistas 7 1,4 24,0 ± 15,3 4
2,2
tabagistas atuais 5 3,3 22,8 ± 19,6 4
2,1
história de tabagismo
1
12 2,2 23,5 ± 16,4 8
2,2
Controles
10 2,9 18,6 ± 18,0 28 2,0
não tabagistas 5 3,0 28,0 ± 20,1 16 1,1
ex-tabagistas 3 2,2 13,0 ± 10,4 2 1,3
tabagistas atuais 2 4,0 3,5 ± 0,7 10 3,2
história de tabagismo
1
5 2,8 9,2 ± 9,0 12 3,1
1
ex-tabagistas + tabagistas atuais.
Manuscrito
31
Tabela 6 - Relação entre variáveis demográficas, de exposição ao tabaco e de história de
carcinoma de células transicionais de bexiga (CCT) com a incidência de CCT e a freqüência de
células uroteliais micronucleadas.
Fatores Grupos N° de indivíduos ‰ MN
CCT Controles CCT Controles
Idade (anos)
< 60 10 23
3,2 2,0
> 60 29 15
2,9 2,5
N° de cigarros/dia
20 14 14
2,6 3,1
30 6 3
1,4 2,6
Tempo de tabagismo (anos)
t 30 7 8
2,2 4,0
30 < t < 50 6 9
1,7 2,2
t 50 7 -
2,7 -
Grau do tumor
Baixo grau 21 -
2,8 -
Alto grau 18 -
3,2 -
Recorrência
tumores recorrentes 29 -
3,2 -
tumores não recorrentes 10 -
2,4 -
Manuscrito
32
DISCUSSÃO
No presente estudo não foi observado efeito das características tumorais (grau do tumor e
recorrência) na freqüência de células micronucleadas. Além disso, a idade também não
afetou a freqüência de MN tanto para os indivíduos com história de CCT, como para os
indivíduos controle (sem história de CCT). Os dados da literatura corroboram nossos
achados, já que a idade não foi um fator de interferência na freqüência de células urotelias
micronucleadas [Lehutcher-Michel et al., 1995; Burgaz et al., 1995].
A freqüência de células micronucleadas observada em pacientes não tabagistas com
história de CCT, mostra que células portadoras de alterações genéticas, responsáveis ou não
pelo desenvolvimento da neoplasia, estavam ainda presentes no epitélio da bexiga, mesmo
após a ressecção do tumor, quando o epitélio foi considerado endoscopica e citologicamente
normal. Portanto, tais pacientes teriam risco aumentado para o desenvolvimento neoplásico
de novo, mesmo quando os resultados dos exames citopatológicos são “negativos para
neoplasia”. Contrariamente, o aumento de MN não foi observado nos indivíduos do grupo
CCT, tabagistas e/ou ex-tabagistas. Cabe ressaltar, que também não foi detectado efeito do
tabagismo na freqüência de células micronucleadas nos indivíduos sem história de CCT.
Embora, nossos dados não tenham evidenciado efeito do tabaco nas populações estudadas, a
associação entre o tabagismo e o aumento da freqüência de células uroteliais micronucleadas
foi descrito por Burgaz et al. [1995] e Lehutcher-Michel et al. [1995] em indivíduos sem
história de CCT. Gontijo et al. [2001] detectaram aumento no nível de danos no DNA
relacionado ao tabagismo, quando avaliaram células esfoliadas da bexiga pelo teste do
cometa. Bonassi et al. [2003], utilizando-se de dados referentes à freqüência de MN em
linfócitos obtidos de 24 laboratórios de todo o mundo, mostraram que o efeito do tabagismo
Manuscrito
33
não foi evidente, sendo observado um aumento significativo apenas no grupo de indivíduos
considerados fumantes “pesados” ( 30 cigarros por dia).
Estudos realizados em linfócitos e células epiteliais da mucosa bucal de indivíduos
expostos ocupacionalmente a praguicidas não evidenciaram efeito do tabagismo e da
exposição a estes compostos na freqüência de MN [Pastor et al., 2001, 2003]. Porém,
Burgaz et al [1999] observaram um aumento na freqüência de MN apenas em linfócitos de
enfermeiras expostas ocupacionalmente à ciclofosfamida independente da exposição ao
tabaco. Em nosso estudo, também não foi observado efeito da exposição ocupacional na
freqüência de MN quando os indivíduos com história de CCT expostos e não expostos
ocupacionalmente são comparados, o mesmo observou-se no grupo de indivíduos sem
história de CCT. Além disso, não foi detectada diferença entre os grupos CCT e Controle,
expostos e não expostos ocupacionalmente. Cabe ressaltar que neste estudo, a exposição
ocupacional a substâncias tóxicas (solventes, praguicidas e derivados do petróleo) no grupo
CCT foi avaliada em 18 indivíduos sem história atual de exposição e em 4 indivíduos com
história atual. Entretanto, ressalta-se que os resultados referentes ao efeito do tabagismo na
freqüência de MN em populações ocupacionalmente ou ambientalmente expostas devem ser
avaliados com cautela, pois é possível que a variável exposição “mascare” o efeito do
tabagismo [Bonassi et al., 2003].
Embora não tenha sido detectada diferença dos danos citogenéticos entre indivíduos não
tabagistas e com história de tabagismo, Spruck III et al. [1993], avaliando mutações entre os
éxons 5 e 8 do gene TP53 em tumores de bexiga de indivíduos não tabagistas e ex-tabagistas
observaram que embora a exposição ao tabagismo não altere significativamente o perfil de
mutações neste gene; algumas alterações como mutações duplas foram observadas
Manuscrito
34
exclusivamente nas amostras de tumor dos indivíduos com história de tabagismo, podendo
contribuir no aumento da extensão dos danos no DNA das células uroteliais.
van Diemen et al. [1995], avaliando a freqüência de aberrações cromossômicas
numéricas e estruturais (cromossomos 1, 2, 3 ,4, 6, 8, 9, 15, 19 e X) em linfócitos de
fumantes e não fumantes, não observaram diferenças entre os grupos em relação as
freqüências de aberrações estáveis (translocações) e não estáveis (cromossomos dicêntricos e
em anel); muito embora tenha sido detectada um aumento significativo na freqüência de
hiperdiploidia, para todos os cromossomos estudados, no grupo de indivíduos tabagistas
quando comparado aos indivíduos não-tabagistas.
Desta forma, fica claro que a exposição ao tabaco pode ocasionar alterações no DNA por
diversas vias (mutações pontuais, aberrações cromossômicas numéricas, danos
citogenéticos), entretanto, nossos resultados indicam que a história de neoplasia urotelial por
si só está relacionado ao aumento de danos cromossômicos independente da exposição ao
tabaco. Este aumento pode ser devido a danos cromossômicos de novo, representativos da
instabilidade genômica. No entanto, não deve ser descartada a possibilidade de que células
precursoras ou transformadas ainda abriguem alterações no DNA do urotélio de pacientes
com história prévia de CCT.
Assim, o acompanhamento rigoroso e periódico dos pacientes com CCT de bexiga, após
a ressecção do tumor primário, é um procedimento importante para a detecção precoce de
recorrências e para intervenções que diminuam a morbidade e mortalidade pela doença.
Nesse contexto, a análise da presença do micronúcleo em células esfoliadas da bexiga pode
ser considerada uma ferramenta auxiliar, ao lado dos exames histopatológicos e
Manuscrito
35
citopatológicos de rotina, para a detecção precoce da doença ou de recorrências e para o
estabelecimento de estratégias de tratamento.
6. CONCLUSÃO
Os dados gerados neste estudo não evidenciaram efeito do tabagismo na freqüência de
micronúcleos. No entanto, os indivíduos com história de CCT não tabagistas apresentaram
freqüência aumentada de micronúcleo em células esfoliadas da bexiga, mesmo após a
ressecção do tumor. Desta forma, supõe-se que o urotélio macroscopicamente normal destes
indivíduos com história de CCT, ainda abriga células geneticamente instáveis que poderiam
conferir um risco aumentado ao desenvolvimento neoplásico de novo. Portanto, o teste de
micronúcleo pode ser considerado uma ferramenta auxiliar importante para os
citopatologistas no diagnóstico de lesões recorrentes da bexiga, principalmente naquelas de
baixo grau histológico de difícil avaliação.
Manuscrito
36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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review. World J Urol 21: 392–401
Anexos
38
Anexos
39
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
I. I
DENTIFICAÇÃO DO PACIENTE (VOLUNTÁRIO)
Nome:
RG:
Código (não preencher) :
Endereço:
Cidade: Bairro:
CEP: Estado: Telefone:
II. DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA
1-
Título do Protocolo da Pesquisa: "Alterações cromossômicas em células uroteliais
esfoliadas de pacientes com história de carcinoma de células transicionais".
2-
Pesquisadores responsáveis: Dra. Maria Luiza Cotrim Sartor de Oliveira, Dra. Daisy
Maria Favero Salvadori, João Paulo de Castro Marcondes e Dr. José Goldberg (urologista
responsável).
3- Avaliação de risco da Pesquisa:
sem risco, visto que aproveitaremos parte do lavado já
coletado pelo médico responsável, não havendo coletas adicionais unicamente para a
pesquisa.
III – REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU
REPRESENTANTE LEGAL SOBRE A PESQUISA:
1 - Justificativa e Objetivos da Pesquisa:
Os pacientes que foram submetidos à cirurgia para
retirada de tumor de bexiga apresentam risco aumentado de desenvolvê-lo novamente,
por isso são realizados lavados vesicais periódicos para controle. Desta forma, propomo-
nos avaliar possíveis alterações no DNA das células da bexiga que possam indicar,
precocemente, desenvolvimento ou reaparecimento do tumor, nos lavados de controle.
2 - Procedimentos utilizados:
utilização de parte do lavado da bexiga, já coletado pelo médico
para as avaliações de rotina. Além disso será aplicado, pelos pesquisadores responsáveis,
um questionário detalhado sobre os hábitos de vida de todos os pacientes.
3 - Desconfortos e riscos:
não haverá desconforto físico adicional, além do procedimento de
coleta de lavado que seria realizado de qualquer maneira pelo clínico.
4 - Benefícios que poderão ser obtidos:
Possível contribuição futura para o diagnóstico
precoce do tumor e melhora da qualidade de vida dos pacientes.
5- Procedimentos vantajosos para os indivíduos:
avaliação de possíveis alterações que
possam estar relacionadas ao desenvolvimento ou reaparecimento do tumor.
IV – ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO
SUJEITO DA PESQUISA:
1- Fui esclarecido sobre garantia de ter acesso a qualquer momento, às informações sobre
procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa,
inclusive para dirimir eventuais dúvidas?
[ ] SIM [ ] NÃO
Anexos
40
2- Fui esclarecido que terei a liberdade de retirar meu consentimento e sair desta pesquisa a
qualquer momento, sem que isso traga prejuízo quanto à continuidade do meu tratamento.
[ ] SIM [ ] NÃO
3- Fui esclarecido de que a segurança de minha identidade será preservada, mantendo-se
todas as informações em caráter confidencial?
[ ] SIM [ ] NÃO
4- Fui esclarecido sobre a disponibilidade de assistência no HCFMUNESP por eventuais
danos à saúde, decorrentes da pesquisa?
[ ] SIM [ ] NÃO
5- Fui esclarecido sobre a viabilidade de indenização por eventuais danos à saúde
decorrentes da pesquisa?
[ ] SIM [ ] NÃO
6- Fui esclarecido que não receberei qualquer remuneração financeira por participar desta
pesquisa?
[ ] SIM [ ] NÃO
7- Fui informado de que os médicos e pesquisadores que participam deste projeto de
pesquisa estarão a minha disposição (24 horas) para esclarecimento de qualquer questão
relacionado à pesquisa?
[ ] SIM [ ] NÃO
V. C
ONSENTIMENTO PÓS-INFORMADO
Eu, ______________________________________________________ abaixo assinado,
declaro que fui esclarecido sobre o objetivo do presente estudo, sobre os eventuais desconfortos
que poderei sofrer, assim como sobre os benefícios do estudo. Concordo, portanto, em participar,
na qualidade de voluntário, do referido Projeto de Pesquisa, sob livre e espontânea vontade.
_____________________, _____ de ________________ de _______
____________________________ ou _________________________________________
Paciente Responsável
Anexos
41
VI - INFORMAÇOES DE NOMES, ENDEREÇOS E TELEFONES DOS
RESPONSÁVEIS PELO ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA, PARA CONTATO EM
CASO DE INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E REAÇÕES ADVERSAS:
Nome: Dra Maria Luiza Cotrim Sator de Oliveira
Endereço: Depto. de Patologia - Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP Rubião Júnior S/N,
Botucatu - SP
Telefone: (14) 3811-6238 (ramal – 215) / (14) 3882-8255
Nome: Dra. Daisy Maria Fávero Salvadori
Endereço: Depto. de Patologia - Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP Rubião Júnior S/N,
Botucatu - SP
Telefone: (14) 3882-8255
Nome: João Paulo de Castro Marcondes
Endereço: Reinaldo Senger, 155 – Vila Pinheiro – Botucatu, SP
Telefone: (14) 3814-1463 / (14) 9126-7034 / (14) 3882-8255
Nome: Dr. José Goldberg
Endereço: Depto. de Urologia - Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP Rubião Júnior S/N,
Botucatu – SP.
Telefone: (14) 3811-6271
Anexos
42
Entrevista aplicada aos sujeitos da pesquisa:
“Alterações cromossômicas em células uroteliais esfoliadas de pacientes com história de carcinoma
de células transicionais”.
Registro do paciente no estudo:................................................................................................
Data: .............................................................. ......................................................___/___/___
I – Identificação
1 – Nome: .............................................................. ..................................................................
2 – RGH: ................................................................................................|__|__|__|__|__|__|__|
3 – Sexo ........................................... [M] masculino [F]feminino..........................................
4 – Profissão: .............................................................. .............................................................
5 – Data de nascimento: .............................................................. ....................... ___/___/___
6 – Idade: .................. ....................... .................. ....................... .................. ...................|__|
II – Antecedentes pessoais
1 – Fuma [S] sim [N] não.................. ....................... .................. ....................... ............|__|
2 – Há quanto tempo (anos) ................................................................................................|__|
3 - Quantos cigarros/dia....................... ...............................................................................|__|
4 – Tipo [1] cachimbo [2] charuto [3] palha [4] papel c/ filtro [5] outros...................|__|
5 – Já fumou [S] sim [N] não....................... ....................................................................|__|
6 - Há quanto tempo deixou de fumar (meses) ....................... ..........................................|__|
7 – Quantos cigarros/dia....................... ..............................................................................|__|
8 – Durante quanto tempo fumou (meses) ....................... ..................................................|__|
9 – Tipo [1] [2] [3] [4] [5] ............................................................................................|__|
10 – Bebe [S] sim [N] não....................... .........................................................................|__|
11 – Há quanto tempo (meses) ............................................................................................|__|
12 – Tipo [1] cachaça [2] cerveja [3] whisky [4] vodka [5] vinho [6] outras.....................|__|
13 – Quantidade/dia – No copos /dia ...................................................................................|__|
14 – Já bebeu [S] sim [N] não...............................................................................................|__|
15 – Tipo [1] [2] [3] [4] [5] [6] .......................................................................................|__|
16 - Quantidade/dia – No copos /dia ....................................................................................|__|
17 – Há quanto tempo deixou (meses) .................................................................................|__|
18 – Contato com substâncias tóxicas [S] sim [N] não.......................................................|__|
19 – Quais________________________________________________________________
20 – Por quanto tempo...........................................................................................................|__|
21 – Período sem contato com a(s) substância(s) .................................................................|__|
22 - História de exposição à radiação [S] sim [N] não.........................................................|__|
23 – Número de RX...............................................................................................................|__|
24 – Usa habitualmente algum tipo de medicação [S] sim [N] não.....................................|__|
25 – Quais [A] antibiótico [V] vitamina [AI] antiinflamatório [X] xarope [O] outros.....|__|
26 – Freqüência/dia...............................................................................................................|__|
27 - Tipo................................................................................................................................|__|
28 – Já usou algum tipo de medicamento [S] sim [N] não....................................................|__|
29 - Quais [A] antibiótico [V] vitamina [AI] antiinflamatório [X] xarope [O] outros......|__|
30 - Freqüência/dia................................................................................................................|__|
31 - Tipo................................................................................................................................|__|
32 - Há quanto tempo deixou (meses)...................................................................................|__|
Anexos
43
Livros Grátis
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