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A maioria dos trabalhos que avaliaram a biocompatibilidade dos adesivos dentinários
no tecido subcutâneo de ratos, utilizou tubos de polietileno com os adesivos polimerizados.
Entretanto, clinicamente o adesivo é colocado na superfície dentinária ou na polpa dental, na
forma líquida, sendo posteriormente fotopolimerizado. Em nosso trabalho, utilizamos
esponjas de polivinil (PVA), que foram saturadas com os respectivos adesivos, e inseridas no
tecido subcutâneo de ratos, e foram fotopolimerizadas em seguida. Avaliamos que, utilizando
esta metodologia, conseguiríamos resultados mais confiáveis e próximos àqueles dos
procedimentos clínicos realizados pelos cirurgiões dentistas. O único trabalho que utilizou
esponjas de polivinil (PVA) foi o de Costa et al. (1999), porém as mesmas foram saturadas
com adesivos, mas não foram fotopolimerizadas quando implantadas nas lojas cirúrgicas,
ficando o adesivo e seus monômeros em íntimo contato com o tecido conjuntivo subcutâneo
dos ratos. Como resultado, os autores relataram que, devido aos efeitos citotóxicos dos
adesivos dentinários, bem como à reação inflamatória persistente desencadeada pelos
componentes resinosos, estes não parecem ser materiais adequados para serem aplicados
diretamente sobre o tecido conjuntivo.
Além da reação causada pelos adesivos dentinários, a influência do ácido fosfórico no
processo é muito importante, pois os ácidos, quando aplicados diretamente sobre a dentina,
ampliam as embocaduras dos túbulos dentinários, facilitando a penetração bacteriana e a
movimentação dos fluídos (NAKABAVASHI, PASHLEY, 1994). Segundo Aldawood e
Wennberg (1993), os ácidos jamais deveriam ser colocados diretamente sobre a dentina, pois
são destrutivos e severamente irritantes. Entretanto, Gilpatrick et al. (1996) afirmaram que a
aplicação de ácido fosfórico a 10%, por 20 segundos, em cavidades com 0,5 mm de dentina
remanescente, não causa lesões ao tecido pulpar. Contudo, Consolaro et al. (1997) afirmaram
que a necrose celular pode ser determinada por diversos fatores, dentre eles, os agentes
químicos.
Além da avaliação da biocompatibilidade dos adesivos dentinários, outros trabalhos
avaliaram diversos materiais odontológicos, tais como, cimentos ionoméricos, resinas
compostas e forradores cavitários (GOLIN, TAVARES, CUNHA, 1992; COSTA et al., 1994;
COSTA et al., 1995; COSTA et al., 1996a; COSTA et al., 1997; COSTA, HEBLING, GIRO,
1999; COSTA et al., 2000; COSTA et al., 2003; MUNSSEL et al., 2003). Dentre os materiais
avaliados na literatura, o hidróxido de cálcio foi considerado o material mais biocompatível
(COSTA et al., 1995; COSTA, GONZAGA, TEIXEIRA, 1997; COSTA et al., 1997; COSTA,
HEBLING, GIRO, 1999; COSTA et al., 2000; TEIXEIRA, 2000; DEMARCO et al., 2001;
HASSE, CONRADO, OLIVEIRA, 2001; COSTA et al., 2003; MUNSSEL et al., 2003), pois