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CONSERVAÇÃO REFRIGERADA DE TANGOR ‘MURCOTT’
TRATADA TERMICAMENTE
ANA HELENA DE FELÍCIO
P I R A C I C A B A
Estado de São Paulo – Brasil
Abril – 2005
Dissertação apresentada à Escola
Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz”, Universidade de São
Paulo, para obtenção do título de
Mestre em Ciências, Área de
Concentração: Fisiologia e
Bioquímica de Plantas
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CONSERVAÇÃO REFRIGERADA DE TANGOR ‘MURCOTT’
TRATADA TERMICAMENTE
ANA HELENA DE FELÍCIO
Engenheiro Agrônomo
Orientador: Prof. Dr. RICARDO ALFREDO KLUGE
P I R A C I C A B A
Estado de São Paulo – Brasil
Abril – 2005
Dissertação apresentada à Escola
Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz”, Universidade de São
Paulo, para obtenção do título de
Mestre em Ciências, Área de
Concentração: Fisiologia e
Bio
q
uímica de Plantas.
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP
Felício, Ana Helena
Conservação refrigerada de tangor ’Murcott’ tratada termicamente./ Ana Helena de
Felício. – Piracicaba, 2005.
57p. : il.
Dissertação (mestrado) - - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2005.
Bibliografia.
1. Tangerina 2. Fisiologia pós-colheita 3. Conservação de alimentos pelo frio
4. Fungicida 5. Análise de alimento I. Título
CDD 634.31
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
Aos meus pais: José Roberto e Ana Silvia, pela confiança,
apoio, exemplo e compreensão.
DEDICO.
Ao meu irmão Henrique,
por sua amizade e incentivo.
Aos meus tios João e Adarci,
por terem me dado tanta alegria
com suas presenças.
OFEREÇO.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por iluminar sempre o meu caminho e pela oportunidade de realizar
este trabalho.
Ao Prof. Dr. Ricardo Alfredo Kluge, pela orientação, incentivo, confiança e
dedicação.
Ao Conselho do Programa de Pós-Graduação em Fisiologia e Bioquímica de
Plantas que me permitiu realizar o Mestrado nessa área tão importante para o
país.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),
pela concessão da bolsa.
Ao Prof. Dr. Angelo Pedro Jacomino, pelas sugestões e apoio durante o curso.
À Profa. Dra. Giuseppina Pace Pereira Lima, por ter me recebido em seu
laboratório e ter me incentivado com seu exemplo.
À minha avó Alcy, ao meu avô José (in memorian) e ao tio Pedro que sempre
depositaram confiança em mim.
v
À querida amiga de Pós-Graduação Maria Carolina Dario Vitti, por seus
ensinamentos, ajuda e amizade.
Aos demais estagiários do Laboratório Fisiologia e Bioquímica de Plantas:
André (K-minha), Fernando (K-ju) e Vanessa, pela ajuda com os experimentos
e agradáveis momentos de convivência.
Aos demais alunos de Pós-Graduação do grupo de Pós-Colheita, Daniela,
Fabiana e Juan, pela convivência e troca de informações.
À Ouro do Brasil Comércio de Frutas Ltda., em especial ao Pedro, Álvaro,
Edgar e Marcela, pelo fornecimento de frutos para a realização destes
trabalhos.
Aos funcionários do Departamento de Produção Vegetal, principalmente ao
Eng° Agr° Marcos José Trevisan, pelo apoio e entrega do Laboratório de Pós-
Colheita de Produtos Hortícolas.
À secretária do PPG em Fisiologia e Bioquímica de Plantas, Maria Solizete, por
sua competência e disposição para ajudar.
Aos amigos Maria Luiza, Raquel, Ângelo, Karen e Fabiana Bragatto pelo
companheirismo, apoio e momentos de diversão.
Aos colegas contemporâneos do PPG em Fisiologia e Bioquímica de Plantas
pela agradável convivência.
A todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho.
SUMÁRIO
Página
RESUMO................................................................................................. vii
SUMMARY ...............................................................……….................... ix
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 1
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................ 3
2.1 Aspectos gerais sobre tangor ‘Murcott’ ............................................. 3
2.2 Armazenamento refrigerado ............................................................. 5
2.3 Danos por frio ................................................................................... 5
2.4 Métodos de controle de danos por frio ............................................. 8
2.5 Tratamentos químicos associados ao armazenamento .................... 11
2.6 Aspectos fisiológicos e bioquímicos dos tratamentos térmicos ........ 13
3 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................... 15
3.1 Tratamentos ...................................................................................... 15
3.2 Determinações .................................................................................. 16
3.3 Análise sensorial ............................................................................... 16
3.4 Delineamento experimental e Análise estatística ............................. 19
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................... 21
5 CONCLUSÕES .................................................................................... 46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 48
CONSERVAÇÃO REFRIGERADA DE TANGOR ‘MURCOTT’ TRATADA
TERMICAMENTE
Autora: ANA HELENA DE FELÍCIO
Orientador: Prof. Dr. RICARDO ALFREDO KLUGE
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi determinar o efeito de tratamentos térmicos
com ou sem aplicação de fungicida sobre a qualidade e o potencial de
armazenamento de tangores. O armazenamento refrigerado por longos
períodos aumenta a incidência de danos por frio (“chilling”) e a incidência de
podridões em tangor ‘Murcott’. As frutas foram submetidas a duas temperaturas
de armazenamento: 1 e 4
o
C, sendo que em cada uma delas os seguintes
tratamentos foram aplicados: 1) Controle (frutas sem fungicida, apenas imersas
em água a 25
o
C durante dois minutos); 2) Imersão das frutas em imazalil 50
(mg L
-1
) a
25
o
C por dois minutos; 3) Imersão das frutas em imazalil 50 (mg L
-1
)
a
53
o
C por dois minutos; 4) Imersão das frutas apenas em água quente a
53
o
C
por dois minutos. Todos os frutos tratados foram armazenados a 1 e 4°C por 8
semanas. As avaliações foram feitas a cada 2 semanas e foram determinadas
as características físico-químicas e as características sensoriais. A redução na
temperatura de armazenamento e os tratamentos térmicos tiveram pouca
influência nas características físico-químicas. Os frutos armazenados a 1°C
apresentaram desenvolvimento de sintomas de danos por frio a partir da sexta
semana de armazenamento. Os frutos tratados termicamente antes do
viii
armazenamento apresentaram redução nos danos por frio, porém tiveram uma
elevação na perda de massa. Não houve efeito da aplicação do fungicida na
incidência de danos por frio e de podridões, tampouco nas características
físico-químicas. As características sensoriais foram decrescendo ao longo do
período, sendo que os frutos tratados terrmicamente e armazenados a 1ºC
apresentaram melhores caracterrísticas sensoriais ao final das avaliações.
COLD STORAGE OF HEAT TREATED ‘MURCOTT’ TANGOR
Author: ANA HELENA DE FELÍCIO
Adviser: Prof. Dr. RICARDO ALFREDO KLUGE
SUMMARY
The objective of this work was to determine the effect of heat treatment
with or without fungicide on the quality and potential storage of ‘Murcott’ tangor.
The cold storage for long time increases the incidence of chilling injury and
decay of ‘Murcott’ tangor. Fruit were stored under two cold storage
temperatures: 1 and 4°C, and different treatments were applied in each one: 1)
Control (fruit without fungicide, just with 25°C water dip/2min), 2) Fruit with 25°C
imazalil (50mg L
-1
) dip/2 min, 3) Fruit with 53°C imazalil (50mg L
-1
) dip/2 min, 4)
Fruit just with 53°C water dip/2min. All fruit were stored (under temperatures
1°C and 4°C) during 8 weeks. Every two weeks analysis were determining the
physico-chemicals properties and the sensorial characteristics. Reduction of
storage temperature and heat treatments had low influence over physico-
chemicals properties. The 1°C stored fruit presented chilling injury symptoms
after 6 weeks. The heat treated fruit before storage showed reduction on chilling
injury levels but increased weight loss. The fungicide dips did not have effects
over chilling injury and decay incidence neither on physico-chemicals properties.
The sensorial characteristics decreased along the period. Heat treated and 1°C
stored tangor `Murcott` presented better on the sensorial evaluations.
1 INTRODUÇÃO
Estimativas recentes indicam que as perdas pós-colheita no Brasil
atingem índices de 30 a 40% da produção de frutas e hortaliças (FNP,
Consultoria e Comércio, 2000). Vários fatores contribuem para este quadro
desalentador, incluindo colheita e transporte inadequados, falta da cadeia de
frio ou utilização inadequada da mesma, embalagens impróprias, entre outros.
Outra causa de perdas decorre da rejeição por parte do consumidor que,
embora intuitivamente, valoriza aspectos como aparência, (tamanho, forma,
ausência de defeitos e cor), sabor, aroma e textura. Como boa parte desses
atributos de qualidade sofre alterações físico-químicas e bioquímicas após a
colheita é preciso buscar a redução da atividade metabólica, uma vez que essa
atividade provoca perda de massa, alteração de textura, aroma, aparência e do
valor nutritivo (Nunes, 2003).
A refrigeração tem sido a principal técnica utilizada para preservar a
qualidade dos produtos hortifrutícolas recém colhidos. Para as frutas cítricas, o
controle de podridões é um dos aspectos de maior importância no mercado de
frutas destinadas ao consumo in natura. Assim, o uso de baixa temperatura de
armazenamento é importante para retardar o desenvolvimento das podridões e
prolongar o período de oferta de citros no mercado. Entretanto, dada a
sensibilidade dos citros à baixa temperatura, o seu armazenamento por longos
períodos é dificultado, considerando que, invariavelmente, os sintomas de
danos por frio surgem durante a fase de comercialização, após a retirada do
produto da condição refrigerada.
2
Assim, com o objetivo de manter os benefícios da refrigeração e evitar os
danos por frio, técnicas complementares vêm sendo testadas. Dentre essas
técnicas temos o tratamento térmico, que consiste no acondicionamento do
produto em temperatura alta ou moderada antes da refrigeração. Em nível
comercial, esse método tem sido pouco utilizado, devido ao baixo conhecimento
dos procedimentos de aplicação e do potencial de aumento de conservação em
relação ao armazenamento convencional.
Os tratamentos térmicos têm sido considerados como promissores
tratamentos não químicos para controlar o desenvolvimento de patógenos em
frutas cítricas. Além disso, esses tratamentos podem permitir o armazenamento
do produto em temperatura menor do que aquela recomendada, considerando
que ocorre um aumento na resistência às baixas temperaturas quando as frutas
são tratadas termicamente. A origem desta resistência ainda não é bem
conhecida.
O presente trabalho teve por objetivo determinar o efeito do
condicionamento térmico, associados ou não ao fungicida sobre a qualidade e o
desenvolvimento de sintomas de danos por frio em tangor ‘Murcott’ durante o
armazenamento.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Aspectos gerais sobre tangor `Murcott`
O tangor ‘Murcott’ pertence à Família Rutaceae, sendo um híbrido de
tangerina (Citrus reticulata Blanco) com laranja doce (Citrus sinensis L. Osb.).
Foi originado de um pomar abandonado do Departamento de Agricultura dos
Estados Unidos (USDA) nas proximidades de Miami, Flórida, e propagado pela
primeira vez por Charles Murcott Smith. Suas árvores e frutos possuem
diversas características de uma tangerina típica, tais como: alto vigor, hábito de
crescimento ereto e folhas lanceoladas entre outras (Davies & Albrigo, 1994).
Seus frutos são de tamanho médio, massa média de 140g, cerca de 20
sementes por fruto, formato achatado, com uma pequena cavidade no seu eixo
central. Sua casca, quando o fruto está maduro, é de cor laranja vivo, com
espessura fina, aderente e com glândulas de óleo em nível; a polpa é de cor
laranja vivo e sua textura é firme; seu suco é abundante, representando cerca
de 48% da massa do fruto, com teor de sólidos solúveis de 12,6ºBrix e 0,92%
de acidez titulável (Davies & Albrigo, 1994 e Figueiredo, 1991).
O fruto típico do citros é o hesperídeo, com casca formada por duas
partes distintas - o albedo e o flavedo. O albedo é a parte mais espessa do
mesocarpo, de cor branca, e o flavedo é a parte mais externa, rica em
glândulas de óleos essenciais. Internamente o fruto é dividido em diversos
segmentos, chamados comumente de gomos. Os segmentos, revestidos por
finas paredes membranosas, contêm as vesículas de suco e as sementes. O
suco das vesículas contém açúcares, ácidos orgânicos, sais minerais, enzimas,
carotenos e licopenos (Koller, 1994).
4
As variedades comerciais de tangerina mais cultivadas no país são as
tangerinas ‘Poncã”, ‘Murcott’, ‘Cravo’ e ‘Mexerica’, que são responsáveis por
cerca de 62%, 20%, 11% e 8%, respectivamente, da produção de frutos no
grupo das tangerineiras (Figueiredo, 1991; Camargo et al., 2002). A tangerina
‘Poncã’ tem uma vantagem em relação ao tangor ‘Murcott’ que é a sua
facilidade no descascamento. Ao contrário, o tangor apresenta casca
relativamente fina e bastante aderida.
A produção brasileira de ‘Murcott’ é destinada aos mercados interno e
externo para o consumo in natura (Figueiredo, 1991). Entre os anos de 1998 e
2001 houve um aumento de cerca de 18% do volume de ‘Murcott’
comercializado no Ceagesp – SP e, no mesmo período, verificou-se queda de
18,75% no preço deste produto, que teve 22.240 toneladas de produto
comercializadas naquele entreposto (FNP Consultoria e Comércio, 2005).
Embora o tangor ‘Murcott’ seja a variedade mais exportada, devido às
suas qualidades organolépticas e boa aceitação no mercado, os valores
exportados de tangerinas representam apenas 3% da produção nacional
(Amaro e Case, 2003).
A ‘Murcott’ é um fruto de maturação tardia. No Brasil, o pico de sua
produção ocorre entre os meses de agosto a novembro (Figueiredo, 1991),
sendo uma das últimas tangerinas a entrar no mercado. Apesar de não ser a
tangerina preferida no mercado brasileiro, sua qualidade interna está entre as
melhores entre as tangerinas e seus híbridos. Sua casca e suco adquirem
coloração alaranjada intensa no seu ponto ótimo de maturação, sendo bastante
atrativa (Davies & Albrigo, 1994).
Um dos fatores determinantes na longevidade das frutas na pós-colheita
é o tipo de padrão respiratório apresentado por ela. O tangor ‘Murcott’ é um
fruto não climatérico, pois apresenta declínio constante na taxa respiratória em
função do tempo.
5
2.2 Armazenamento refrigerado
A refrigeração tem sido a técnica pós-colheita mais utilizada para a
preservação de frutas frescas, considerando que ela reduz o metabolismo,
diminui a perda de massa, retarda o desenvolvimento de patógenos causadores
de podridões e atrasa a senescência (Hardenburg et al., 1986; Chitarra &
Chitarra, 1990).
Baixas temperaturas de armazenamento são convenientes, pois
contribuem para a redução do metabolismo e também das taxas respiratórias.
Mas elas fazem com que outras reações, mais sensíveis a baixas temperaturas,
ocorram, caso seja atingida uma temperatura crítica. Dessa forma, pode ocorrer
desequilíbrio no metabolismo, levando à manifestação de distúrbios fisiológicos
(Wills et al., 1998).
Cada fruta e variedade apresenta uma temperatura ótima de
conservação e um período máximo de conservação sob tais condições.
Segundo dados de literatura, as condições ótimas para a conservação
refrigerada de tangerinas é de 4 a 7
o
C e 90-95% UR, com as frutas podendo
ser armazenadas nestas condições por 2 a 4 semanas, dependendo da
variedade (Hardenburg et al., 1986; ASHRAE, 1994; Cantwell, 2001).
Um outro problema na limitação da vida pós-colheita de frutas cítricas
que pode ser amenizado com o armazenamento refrigerado é o aparecimento
de podridões (Kader, 1985). A temperatura mínima para desenvolvimento de
fungos in vitro é entre 4° e 5°C. Nessa temperatura, as frutas cítricas não
tratadas com fungicidas podem desenvolver de 25 a 50% de podridões (Cohen,
1990; Guerra et al, 1990; Porat et al., 2000a).
2.3 Danos por frio
A maioria dos produtos hortícolas são sensíveis ao frio, porém, essa
sensibilidade pode ser subdividida em 3 categorias: resistentes ao “chilling”,
6
sensíveis ao “chilling” e pouco sensíveis ao “chilling”. Na primeira, quanto mais
baixa for a temperatura, maior será a vida útil do produto, contanto que não
atinja o ponto de congelamento. Entretanto, nos outros dois grupos isso já não
é real, pois a partir de um determinado ponto chamado de temperatura crítica
ou temperatura mínima de segurança (TMS), a vida útil também começa a
diminuir (Wang, 1994b).
A TMS varia de acordo com o produto e a variedade mas situa-se em
uma faixa que vai de 0 a 15°C. Ela define a faixa de temperatura e o tempo de
exposição dos produtos para que os danos comecem a ocorrer. Apesar das
células não congelarem, a exposição dos frutos a baixas temperaturas por um
tempo prolongado pode causar várias alterações metabólicas, reduzindo,
portanto, a qualidade (Markhart III, 1986 e Bron et al., 2002).
As frutas cítricas em geral são sensíveis a baixas temperatura. A
desordem fisiológica de maior relevância quanto à qualidade do produto, com
impacto no seu valor comercial, é o dano por frio, também denominado injúria
pelo frio ou “chilling injury” em inglês. Os danos por frio ocorrem durante o
armazenamento sob temperatura abaixo da TMS e os sintomas se manifestam,
normalmente, durante a exposição à temperatura ambiente, durante a
comercialização (Chitarra & Chitarra, 1990; Schirra et al., 1997a; Hardenburg et
al., 1986) alertam que temperaturas entre 0 a 1
o
C podem ser utilizadas para
tangerinas, mas não por mais do que 2 semanas, sob o risco de surgirem
injúrias pelo frio durante a comercialização. Arras & Usai (1991) verificaram que
tangores ‘Murcott’ sofreram danos por frio após 18 dias a 2
o
C.
Nos frutos em geral, os sintomas de danos por frio podem se manifestar
como escurecimento interno, depressões superficiais externas, falha no
amadurecimento, polpa translúcida, dificuldade no desenvolvimento normal da
cor da polpa e perda de sabor e aroma característicos (Kluge et al., 2002).
Esses sintomas ocorrem nos frutos em geral, porém alguns apresentam
sintomas específicos como no caso de escurecimento interno em batatas e
manchas na membrana em limões (Wang, 1994b).
7
O primeiro evento que acontece durante a exposição de um fruto a
temperatura abaixo da TMS é a alteração da membrana celular que passa do
estado de líquida cristalina para gel-sólida, mudando assim a sua estrutura e
permeabilidade, podendo acontecer alterações metabólicas. Após, ocorrem os
eventos secundários como a estimulação da produção de etileno, aumento da
taxa respiratória e aparecimento de sintomas de distúrbios fisiológicos (Wang,
1982).
O desenvolvimento de danos por frio aumenta a produção de ACC e de
etileno, o que diminui a resistência dos frutos aos patógenos causadores de
podridões, além de provocar o amadurecimento irregular. Outra resposta é o
aumento da aividade das enzimas oxidativas, como a polifenoloxidase (PPO), a
peroxidase (POD) e a fenilalanina amonia-liase (PAL),envolvidas na
manifestação dos danos por frio (Siegel & Siegel, 1986; Cohen et al., 1988;
Parking et al., 1989).
A POD é a enzima antioxidante responsável pelo catabolismo de
peróxido (H
2
O
2
). Se esse mecanismo não estiver operando corretamente,
espécies ativas de O
2
passam a induzir a peroxidação de lipídeos e a alterar a
deterioração de membranas. Baixas temperaturas podem gerar o acúmulo
excessivo de espécies de O
2
, então a POD não remove o O
2
formado, mas sim
reage com o peróxido para impedir o aumento de oxigênio. Portanto, a POD é
uma enzima que mantém o nível de oxigênio baixo. Quando exposta ao frio a
POD deixa de metabolizar o H
2
O
2
, passando os frutos a apresentar sintomas de
“chilling” (Lurie, 2003).
A PPO é a enzima responsável pelo escurecimento através de seu
contato com o ar e compostos fenólicos. Primeiramente os fenóis reagem com a
PPO formando o-quinona, que ao reagir com outros compostos fenólicos e
aminoácidos e proteínas produzindo pigmentos escuros. A PPO encontra-se
nas membranas dos plastídeos e nas mitocôndrias e os polifenóis no vacúolo.
Com o frio há um maior contato das enzimas com o substrato, conduzindo ao
escurecimento, pois ocorre um aumento de permeabilidade da membrana.
8
A POD e a PPO têm sido consideradas as principais enzimas
responsáveis pela deterioração da qualidade em muitos frutos. Estas enzimas
podem participar de um grande número de reações oxidativas e de
biodegradação, tais como mudança de cor, degradação da clorofila ou auxinas,
oxidação de fenóis, biossíntese de lignina. Muitos destes fatores também
podem ser associados com “flavour”, cor, textura e qualidade nutricional dos
alimentos (Valderama et al., 2001).
A PAL é a principal enzima do metabolismo secundário, que é aquele
responsável pelo mecanismo de defesa nas plantas. Ela atua primeiramente na
via de formação dos compostos fenólicos e é ativada por fatores ambientais
como: baixos níveis de nutrientes, luz e ataque de patógenos. Os danos por frio
aumentam a concentração de fenóis devido ao aumento na atividade da PAL
(Forney, 2003). O frio pode diminuir as chances da enzima se solubilizar. O
aumento da atividade da PAL tem sido associado ao aumento do etileno
endógeno em diferentes tecidos vegetais, inclusive em casca de citros
(Martínez-Téllez & Lafuente, 1997).
2.4 Métodos de controle de danos por frio
Praticamente não existe um método que possa evitar completamente os
danos por frio. O método mais aplicado é o armazenamento das frutas em
temperaturas adequadas, acima da TMS (Kluge et al., 2002), mas nem sempre
isso é suficiente. Nesses casos, métodos alternativos vêm sendo testados para
aumentar a tolerância das frutas aos danos de frio. Esses métodos incluem o
aquecimento intermitente, o condicionamento térmico e a atmosfera controlada.
O aquecimento intermitente consiste em interromper o armazenamento a
baixas temperaturas, substituindo-o, por um ou mais períodos por temperaturas
mais altas. Esse procedimento deve ser realizado antes que os danos se
tornem irrreversíveis, variando esse limite de acordo com o produto (Kluge et
al., 2002). O aquecimento intermitente foi utilizado no controle de danos por frio
9
em limão (Artés & Escricher, 1994), pêssego (Kluge et al., 1996), pepinos e
abobrinha (Wang, 1994a).
O condicionamento térmico consiste em expor as frutas a temperaturas
moderadas ou elevadas, por curtos períodos, antes de refrigerá-las. O uso
desta técnica resulta, basicamente, no retardamento da senescência, na
diminuição dos danos causados pelas baixas temperaturas e na redução de
podridões (Kluge et al., 2001). Ferguson et al. (2000) relatam redução dos
sintomas como o escurecimento da casca, pintas e depressões a casca em
citros quando da aplicação do condicionamento térmico.
Em frutos climatéricos o tratamento térmico tem como principais
conseqüências o retardamento do amadurecimento, pois reduz a síntese de
etileno e a atividade das enzimas que degradam a parede celular, a diminuição
dos danos causados pelas baixas temperaturas e a redução de podridões (Klein
& Lurie, 1991; Kluge et al., 2002).
O tratamento térmico tem se mostrado útil para diminuir podridões em
citros e reduzir a sensibilidade desses frutos aos danos por frio. Porém, esses
efeitos têm sido observados numa faixa estreita de temperatura, provavelmente
em decorrência da combinação de dois fatores: inibição de patógenos pelo
calor e danos de fitotoxicidade das frutas (Ben-Yehoshua et al., 2000).
O condicionamento em temperatura moderada (15 - 25
0
C) reduziu as
injúrias pelo frio em mamão, manga, pimentão, abobrinha e limão (Kluge et al.,
2002) e também têm sido utilizadas temperaturas elevadas, entre 35° e 60°C
(Artès, 1995). Em casas de embalagens de vários tipos de citros foi utilizada
água em temperatura entre 51° e 54°C, por aproximadamente 2 minutos,
conseguindo-se redução significativa do índice de podridões. Já para frutos
tratados em água à temperatura de 57°C observou-se uma descoloração
marrom na casca (Ben-Yehoshua et al., 2000).
O condicionamento em altas temperaturas (30 a 60
0
C) por curtos
períodos mostrou-se eficiente na diminuição dos danos por frio em melancia,
mamão (Chan & Forbus, 1988), pêssegos (Nanos & Mitchell, 1991), abobrinha,
10
maçã (Lurie & Klein, 1990), tomate (Lurie & Klein, 1991), pepino (McCollum et
al., 1993), abacate (Woolf & Lay-Yee, 1985) e pimentão (González-Aguilar et
al., 2000).
O aquecimento a 34-36
o
C durante 48 a 72 horas (curing) tem controlado
efetivamente o desenvolvimento de podridões e reduzido os sintomas de danos
por frio em frutas cítricas armazenadas sob refrigeração (Ben-Yehoshua et al.,
1987; Del Rio et al., 1992). Rodov et al. (2000) destacam que o curing
apresenta dificuldade de implantação ao nível comercial, devido à longa
duração do tratamento sob alta temperatura, o que favorece a desidratação das
frutas. Alguns autores destacam que períodos menores de tratamento (2 a 3
minutos), porém em temperaturas superiores (50 a 53
o
C), podem evitar a
desidratação e, ao mesmo tempo, reduzir a incidência de podridões e a
sensibilidade das frutas à temperaturas subótimas (Schirra & Mulas, 1993;
Rodov et al., 1995 e 2000).
Os tratamentos térmicos em frutos são também úteis na desinfecção de
insetos, no controle de patógenos, para mudança de resposta dos frutos ao
estresse e na manutenção da qualidade durante o armazenamento (Paul &
Chen, 2000). Uma das formas de ação é a mudança na casca do fruto. O
tratamento pode ocasionar o fechamento de pequenas fissuras na cutícula
protegendo assim o fruto de infestações por patógenos. Estudos a respeito de
qual o efeito direto em fungos ainda estão sendo realizados (Ferguson et al.,
2000). Pimenta vermelha doce tratada em água a 50
0
C por 3 minutos
apresentou redução significativa em podridões causadas por Botrytis cinerea
Alternaria alternata (Fallik et al., 1999).
Lafuente et al. (2001), relatam que a indução de PAL durante o
armazenamento, e não antes dele, podem reduzir o desenvolvimento dos
sintomas de danos por frio.
Os tratamentos térmicos comercialmente utilizados (temperatura elevada
por curto tempo), são pouco efetivos para uma inativação irreversível
principalmente da peroxidase (Valderama et al., 2001).
11
2.5 Tratamentos químicos associados ao armazenamento
A suscetibilidade a doenças em frutos frescos colhidos aumenta durante
o período de armazenamento, como resultado das mudanças fisiológicas que
ocorrem tornando-o mais propício à infestação por patógenos (Fallik et al.,
2000).
Injúrias causadas em citros durante a colheita facilitam a entrada de
patógenos, incluindo o Penicillium digitatum Sacc (bolor verde) e Penicillium
italicum Wehmer (bolor azul). Essses patógenos ocorrem em quase todos os
lugares do mundo onde os citros são cultivados (Korsten et al., 2000).
Fungicidas sintéticos têm sido o principal método utilizado para controle de
podridões pós-colheita de citros. Além da preocupação com a saúde humana,
existe também o problema do uso contínuo destes pesticidas proliferarem
espécies existentes desses patógenos (Obagwu & Korsten, 2003).
A demanda por produtos cítricos orgânicos tem crescido apreciavelmente
devido à crescente preocupação com a qualidade dos alimentos e com a
ausência de resíduos químicos. Porém, durante a estocagem os produtos
orgânicos sofrem grandes perdas por podridões, que alcançam médias de 30 a
50% nos cultivares susceptíveis de citros, sendo este o maior limitante para a
expansão dos citros orgânicos. Por outro lado, as restrições fitossanitárias
impostas pelos Estados Unidos continuam a restringir ou impedir as
exportações de tangerinas com uso de pesticidas - do Brasil e de outros países
produtores (Amaro e Caser, 2003).
Imazalil (IMZ), tiabendazol (TBZ), benomil, tiofanato metil e carbendazim
são fungicidas comumente usados para controlar podridões pós-colheita de
citros. Porém, a monitorização de seus resíduos tem se tornado indispensável
(Fernández et al., 2001).
Até 1955, melões eram tratados nas casas de embalagens com uma
cera contendo 2000 µL L
-1
de IMZ que reduziram as podridões durante o
12
armazenamento. Entretanto, este tratamento deixa um resíduo de 3 – 5 µL L
-1
por fruta, quando a quantidade máxima permitida é de 0,5 µL L
-1
(Fallik et al.,
2000). Pomelos ‘Star Ruby’ são suscetíveis a baixas temperaturas de
estocagem, e condições de quarentena costumam provocar danos por frio.
Tratamentos térmicos na pós-colheita e alguns fungicidas como TBZ e IMZ
induzem a tolerância dos citros sensíveis ao frio. Esses fungicidas tornam-se
ainda mais eficientes quando seu uso é associado ao condicionamento térmico
(Shirra et al., 2000).
Testes foram realizados procurando a união de tratamento térmico e a
aplicação de fungicida para redução de antracnose em citros. Os tratamentos
realizados com fungicidas e imersão em água à 53
o
C apresentaram melhor
resultado que aqueles realizados a temperatura ambiente (Wild & Hood, 1989).
A utilização de tratamento térmico (com e sem fungicida) promove redução dos
riscos ambientais e aumenta a qualidade de vida humana (Hara et al., 1995). A
aplicação de escovação por 20 segundos com água a 62
0
C, a imersão em
banho de bicarbonato de sódio (SBC), ou controle biológico, realizado com
Candida oleophila, 24 horas depois da infestação de pomelos ‘Star Ruby’ por
Penicillium digitatum, reduziu o índice de podridões em 68, 61 e 23%,
respectivamente. A combinação de dois quaisquer dos tratamentos acima
mencionados, ou até mesmo a utilização dos três tem uma eficiência de 80
85% comparável à do IMZ, de 95% (Porat et al., 2002).
O tratamento térmico utilizado juntamente com IMZ em citros apresenta
bons resultados em relação ao fungicida sem aquecimento. Em conseqüência,
pode-se diminuir a dosagem de aplicação de fungicidas de 1000 mg L
-1
para
400 mg L
-1
(Ben-Yehoshua et al., 2000). Schirra et al. (1997b), trabalhando
com limões ‘Di Massa’, observaram menor incidência de podridões causadas
por Penicillium spp. ao submeterem os frutos durante 3 minutos a uma solução
aquecida a 50
o
C de IMZ (50 mg L
-1
). Segundo os autores, esse tratamento é
eficiente para longos períodos de armazenamento de limões, considerando que
além da redução de podridões, atrasou o amarelecimento dos frutos. Segundo
13
os mesmos autores, o aumento da eficiência dos fungicidas sobre podridões,
quando aplicados em combinação com água quente, está relacionado com o
efeito exercido pelo calor no aumento da cobertura e penetração do ingrediente
ativo no fruto.
2.6 Efeitos fisiológicos e bioquímicos dos tratamentos térmicos
Os efeitos dos tratamentos térmicos sobre a fisiologia, bioquímica e a
qualidade dos produtos são pouco conhecidos e uma vez estabelecidos, podem
ajudar a identificar processos metabólicos passíveis de manipulação,
proporcionando a criação de tecnologias de armazenamento que permitam o
aumento da vida útil dos frutos.
Estudos mostram que os tratamentos térmicos podem manter a
estabilidade da membrana celular e suprimir a atividade das enzimas
oxidativas, como POD, PPO e PAL, fazendo o fruto suportar baixas
temperaturas por mais tempo (Wang, 1993).
Lurie & Klein (1990 e 1991) observaram que o condicionamento térmico
induz a produção de proteínas de choque de calor (HSP-“heat shock protein”),
que parecem estar envolvidas no processo de termotolerância. Embora
comprovada, a produção de HSP não é a única resposta dos frutos submetidos
aos tratamentos térmicos. O tratamento térmico pode também inibir
temporariamente a síntese de enzimas como, por exemplo, a ACC sintase
responsável pela produção de ACC, precursor imediato do etileno. Dessa forma
atrasa o pico de produção do etileno, reduzindo a velocidade de
amadurecimento em frutos climatéricos (Zhou et al., 2002). Em frutos não
climatéricos, como o citros, ainda não se conhece o envolvimento do etileno na
manifestação ou na resistências de danos por frio.
Uma possível resposta para o efeito dos tratamentos térmicos está nas
poliaminas. Elas podem atuar inibindo vários processos metabólicos,
relacionados com a senescência dos tecidos vegetais, tais como a atividade de
14
enzimas degenerativas (poligalagturonase, proteases e ribonucleases) ou a
peroxidação de lipídeos (atividade antioxidante). Além disso, podem estabilizar
a estrutura das membranas (Artés, 1995). As poliaminas também podem ser
responsáveis pela resistência dos frutos aos danos por frio.
Os tratamentos térmicos podem incrementar a tolerância dos produtos às
baixas temperaturas e também aumentar o período de armazenamento.
Entretanto, não só o conhecimento dos efeitos dos tratamentos térmicos no
controle de danos por frio é importante, mas também a viabilidade prática e
econômica da técnica que, uma vez estabelecida, pode tornar esse tipo de
tratamento aplicável comercialmente.
Os tratamentos térmicos podem se tornar um poderoso aliado na
ampliação do consumo de frutas cítricas orgânicas. Como esses produtos não
podem receber tratamentos com fungicidas acabam apresentando um alto
índice de podridões (Porat et al., 2000b).
3 MATERIAL E MÉTODOS
Tangores ‘Murcott’ (Citrus reticulata Blanco x Citrus sinensis Osbeck)
colhidos na região de Engenheiro Coelho (SP), durante a safra de 2004, foram
transportados para o Laboratório de Pós-Colheita do Departamento de
Produção Vegetal, ESALQ/USP, em Piracicaba, SP.
As frutas foram submetidas à seleção para composição de um lote
uniforme, com tamanho médio, sem defeitos com ausência de patógenos. Em
seguida as frutas foram lavadas contendo cloro 200 mg L
-1
e, posteriormente
secadas.
3.1 Tratamentos
As frutas foram submetidas a duas temperaturas de armazenamento: 1 e
4
o
C, sendo que em cada uma delas os seguintes tratamentos foram aplicados:
1) Controle (frutas sem fungicida, apenas imersas em água a 25
o
C durante dois
minutos); 2) Imersão das frutas em imazalil 50 mg L
-1
a
25
o
C por dois minutos;
3) Imersão das frutas em imazalil 50 mg L
-1
a
53
o
C por dois minutos; 4)
Imersão das frutas apenas em água quente a
53
o
C por dois minutos. Para os
tratamentos com aquecimento das soluções foi utilizado um banho térmico para
frutas, marca Tecnal.
16
3.2 Armazenamento dos frutos
Os frutos foram armazenados em câmaras frias do Laboratório de Pós-
Colheita do Departamento de Produção Vegetal, ESALQ/USP, Piracicaba-SP.
O período total de armazenamento das frutas foi de 8 semanas e as avaliações
feitas a cada 2 semanas, sendo que os frutos depois de retirados foram
submetidos a uma comercialização simulada de 4 dias a 25
o
C, para avaliar o
efeito dos tratamentos na sua vida de prateleira.
3.3 Determinações
As seguintes determinações foram realizadas:
a) Coloração da casca
A coloração da casca foi determinada utilizando a metodologia de
McGuirre (1992), através do aparelho Minolta Chroma Meter CR-300. Foram
medidos os valores de ângulo de cor (h°) e croma (C). Foram realizadas duas
leituras por fruta em dois pontos diferentes.
b) Teor de sólidos solúveis (SST)
Foi determinado em refratômetro digital, com correção automática de
temperatura para 20°C e os resultados expressos em °Brix.
c) Acidez titulável (AT)
17
Para se determinar a AT foram colocados 10mL do suco em 90mL de
água destilada. Depois foi realizada a titulação potênciométrica usando NaOH
0,1N até pH 8,10. Os resultados foram expressos em % ácido cítrico.
d) ”Ratio”
Foi calculado a partir da divisão do teor de SST pela AT.
e) Teor de Ácido Ascoórbico
O teor de ácido ascórbico foi determinado a partir da metodologia de
Carvalho et al. (1990). Esta metodologia baseia-se na redução do indicador 2,6
diclorofenol indofenol-sódio (DCFI) pelo ácido ascórbico. Foram obtidos 10mL
da amostra e colocados em erlenmeyer com 50mL de ácido oxálico. A titulação
foi realizada com DCFI até que a solução tome uma cor rosada. Os resultados
então são expressos em mg de ácido ascórbico/100mL.
f) Perda de massa
A perda de massa foi calculada através da diferença em porcentagem,
da massa inicial e final verificada após o armazenamento.
g) Danos por frio
Os danos causados pela baixa temperatura foram determinados através
da porcentagem de frutos afetada em cada repetição e da severidade desses
danos. A severidade foi avaliada através da área da casca que foi afetada. As
frutas podem ser classificadas da seguinte forma: 1 = 0%; 2 = < 5%; 3 = 5-25%;
4 = 25-50% e 5 = > 50% da área afetada.
18
h) Incidência de podridão
Foram determinadas a porcentagem de frutas afetadas por repetição e a
severidade de podridões. Os patógenos causadores das podridões foram
identificados no Laboratório de Fitopatologia da ESALQ. Dependendo da área
afetada as frutas foram classificadas em cinco categorias: 1 = 0%; 2 = < 5%; 3 =
5-25%; 4 = 25-50% e 5 = > 50% da área afetada.
i) Análise sensorial
As características sensoriais das frutas foram determinadas na
caracterização do lote experimental e após cada período de armazenamento
(mais 4 dias de comercialização simulada). Cada tratamento foi representado
por uma amostra de 4 frutas (uma de cada repetição). As avaliações foram
realizadas por uma equipe constituída de 21 provadores, sendo eles técnicos
de laboratórios e estagiários do Departamentos de Ciências Biológicas e
Produção Vegetal. Para composição da equipe foram selecionadas pessoas
não fumantes, com habilidade para detectar variações nos atributos de
qualidade de tangerina e com disponibilidade de horário nas datas previamente
agendadas. Antes do início do experimento, os provadores foram familiarizados
com as definições das escalas, mediante várias sessões de treinamento.
As seguintes escalas foram utilizadas:
odor estranho: foi utilizada uma escala de notas de 1 a 5, onde 1 = isento; 2 =
ligeiro; 3 = moderado; 4 = intenso e 5 = muito intenso.
sabor estranho: foi adotada metodologia semelhante àquela utilizada para odor
estranho.
qualidade global: as notas foram atribuídas considerando-se a presença de
fatores que depreciam a qualidade da fruta como: odor e sabor estranhos,
perda de brilho, murchamento, amassamento, podridões e sobrematuração. A
ausência desses fatores implicou em atribuição de nota máxima para a amostra
19
(ótima) e a presença de um ou vários deles a ponto de caracterizar a amostra
como inadequada para comercialização, implicou em atribuição da pior nota
(péssima). Para medir a intensidade de cada atributo, foi utilizada a escala de 1
a 5, onde 1 = péssima; 2 = ruim; 3 = razoável; 4 = boa e 5 = ótima.
Os resultados das avaliações foram anotados em fichas apropriadas,
tabulados e analisados.
3.4 Delineamento experimental e análise estatística
O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso, em esquema
fatorial 4x 5 para cada temperatura. Os fatores estudados foram tratamento, em
4 níveis, e período de avaliação, em 5 níveis (incluindo o tempo zero). Foram
utilizadas 4 repetições de 10 frutas. Para a caracterização do lote experimental
foram utilizadas 4 parcelas de 10 frutas.
20
Figura 1 - Ficha utilizada na análse sensorial
NOME: ......................................................................................................
NOTA : Use as seguintes escalas para avaliar os diferentes atributos:
Sabor e Odor Avaliação Global
1 = isento 1 = péssima
2 = ligeiro 2 = ruim
3 = moderado 3 = razoável
4 = intenso 4 = boa
5 = muito intenso 5 = ótima
AMOSTRA N
o
1
Sabor Nota: ..........................
Odor Nota: ..........................
Avaliação Global Nota: ..........................
AMOSTRA N
o
2
Sabor Nota: ..........................
Odor Nota: ..........................
Avaliação Global Nota: ..........................
AMOSTRA N
o
3
Sabor Nota: ..........................
Odor Nota: ..........................
Avaliação Global Nota: ..........................
AMOSTRA N
o
4
Sabor Nota: ..........................
Odor Nota: ..........................
A
valia
ç
ão Global Nota: ..........................
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os tempos requeridos para as frutas atingirem as temperaturas de 1
o
C e
Figura 2 - Temperatura interna de tangor ‘Murcott’ após a colocação das frutas
no armazenamento refrigerado
1
o
C
0
10
20
30
40
50
60
0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150
Minutos
Temperatura (
o
C)
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
4
o
C
0
10
20
30
40
50
60
0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150
Minutos
Temperatura (
o
C)
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
22
4
o
C, após os tratamentos, foram medidos com termômetro de polpa e foram de
aproximadamente 120 minutos para o armazenamento a 1
o
C e 90 minutos para
o armazenamento a 4
o
C (Figura 2). Sabe-se que quanto mais rapidamente a
fruta atingir a temperatura desejada menores são as perdas pós-colheita
(ASHRAE, 1994; Cortez et al., 2002). Frutas que sofreram aquecimento, com
ou sem fungicida, demoraram mais para atingirem a temperatura adequada,
refletindo numa maior perda de massa dos frutos.
Figura 3 - Temperatura interna de tangor ‘Murcott’ após a retirada das frutas da
condição refrigerada
1
o
C
0
5
10
15
20
25
30
0 153045607590105120135150
Minutos
Temperatura (
o
C)
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
4
o
C
0
5
10
15
20
25
0 153045607590105120135150
Minutos
Temperatura (
o
C)
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
23
As frutas armazenadas a 4
o
C levaram 105 minutos para atingir a
temperatura ambiente (25
o
C) após a retirada da câmara, enquanto aquelas
armazenadas a 1
o
C levaram 135 minutos. Observou-se então o que era
esperado: as frutas armazenadas em temperaturas mais baixas levaram um
tempo maior (30 minutos) para atingir a temperatura ambiente (Figura 3).
Após o período de comercialização simulada, os frutos armazenados a
1
o
C apresentaram danos por frio a partir da sexta semana de armazenamento.
Esses danos foram caracterizados, principalmente, por depressões superficiais
necróticas na casca (Figura 4), de coloração avermelhada.
Figura 4 – Aspecto geral de tangor ‘Murcott’ armazenado por 4 semanas a 1
o
C
seguido de 4 dias de comercialização
A maior incidência de danos por frio foi verificada nos frutos do controle e
naqueles que foram tratados com imazalil a 25
o
C (Figuras 5 e 6). Já aqueles
armazenados a 4
o
C não apresentaram danos por frio até a oitava semana,
mesmo após os dias de comercialização simulada. Esse resultado era
esperado, uma vez que a temperatura de armazenamento encontra-se dentro
da faixa recomendada para o tangor ‘Murcott’ (Hardenburg et al., 1986;
ASHRAE, 1994; Cantwell, 2001). Uma explicação para esse comportamento é
que o desenvolvimento de danos por frio depende tanto da temperatura quanto
24
do tempo de exposição a ela (Chitarra & Chitarra, 1990; Schirra et al., 1997a),
justificando o não aparecimento de sintomas até a quarta semana de
armazenamento nas frutas armazenadas a 1°C. Nos tratamentos onde foi
incluído tratamento térmico (água quente com ou sem fungicida) foi observada
uma redução significativa no aparecimento de sintomas de danos por frio, o que
também foi verificado por outros autores (McDonald et al., 1991; Martinez-Téllez
& Lafuente, 1997).
Figura 5 - Sintomas de danos por frio (esquerda) em tangor ‘Murcott’ após 6
semanas de armazenamento
Depois de três dias de comercialização simulada, os frutos que haviam
sido previamente aquecidos também apresentaram menos sintomas de danos
por frio que o controle. Schirra & D’Hallewin (1997), trabalhando com
mandarinas ‘Fortune’, observaram que após 15 dias de armazenamento, a
porcentagem de frutos com “pitting” era bem baixa. Após 30 dias, a incidência
aumentou em todos os tratamentos, porém com índices menores naqueles
tratados com água quente (50 – 54
0
C).
1
o
C
4
o
C
6 semanas de
armazenamento
1
o
C
4
o
C
6 semanas de
armazenamento
1
o
C 4
o
C
25
Figura 6 - Danos por frio em tangor ‘Murcott’ submetidas a diferentes
tratamentos e armazenadas a 1
o
C. 1 = 0% da superfície afetada; 2
< 5%; 3 = 5-25%; 4 = 25-50% e 5 = > 50%. As barras verticais
indicam o desvio padrão da média
Laranjas ‘Valência’ (Citrus sinensis L. Osbeck) tratadas com água a 53
0
C
por três ou seis minutos apresentaram redução nos sintomas de “chilling”,
quando comparadas ao controle, após seis meses de armazenamento a 4
0
C
(Erkan et al., 2005). Nesse mesmo experimento, foram testados cura a 53
0
C
por seis horas e a 48
0
C por doze horas. Os tratamentos realizados por um
período maior foram mais eficazes do que aqueles feitos por curto período
(53
0
C por 3 ou 6 minutos).
Quanto à incidência de podridões, observou-se, de maneira geral a
presença de menos de 5% de área afetada com podridão nos tratamentos
controle após o período de 6 semanas de armazenamento. Os fungos mais
comumente observados foram Penicillium spp (Figura 7). Considerou-se, então,
como uma incidência baixa e não significativa. Dois fatores podem ter
contribuído para isso: um bom controle fitossanitário no pomar, na pré-colheita,
o que foi confirmado por informação do produtor, e a própria baixa temperatura
0
20
40
60
80
100
02468
Semanas a 1
o
C
Danos por frio
(% frutas afetadas)
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
26
de armazenamento, que pode ter contribuído para a supressão do
desenvolvimento de patógenos. Isso pode se tornar importante, considerando
que os tratamentos químicos estão sendo cada vez mais proibidos em pós-
colheita. A inclusão do tratamento com água quente no experimento objetivou
verificar se havia efeito também sobre as podridões. Alguns autores relatam
que a água quente, com ou sem fungicida, pode reduzir significativamente a
incidência de podridões durante o armazenamento (Schirra & Mulas, 1993;
Rodov et al., 1995 e 2000). Em conseqüência da baixa incidência de fungos,
não foi possível observar esse efeito no experimento que realizamos.
Figura 7 – Aspecto geral de podridão em tangor ‘Murcott’ armazenado durante 6
semanas seguido de 4 dias de comercialização simulada
Shirra & D’hallewin (1997) não detectaram o aparecimento de podridões
após 15 dias de armazenamento em mandarinas ‘Fortune’ tratadas a 51 – 54
o
C.
No final do armazenamento (após 30 dias) as diferenças causadas pelo ataque
de patógenos não foram significativas.
Kumquat responderam favoravelmente ao tratamento térmico a 51 - 53
o
C
por 2 minutos, diminuindo drasticamente as podridões causadas por Penicillium
spp (Ben – Yehoshua et al., 2000).
27
Na Tabela 1 está resumida a análise de variância para os efeitos dos
tratamentos sobre as diversas variáveis analisadas durante o experimento, para
as frutas armazenadas a 1
o
C. Observou-se que os efeitos significativos mais
pronunciados foram, na sua maioria, em função do tempo de armazenamento.
Os efeitos dos tratamentos térmicos se refletiram na perda de massa e na maior
resistência aos danos por frio.
Tabela 1. Significância do teste F da análise de variância para os efeitos dos
diferentes fatores sobre os parâmetros físico-químicos e danos por
frio em tangor ‘Murcott’ armazenadas a 1
o
C
Variáveis Analisadas
Fontes
de variação
DF Croma h
o
SST AT “Ratio” Ácido
Ascórbico
Perda de
massa
(%)
Tratamento (TR)
**
n.s n.s n.s n.s n.s n.s
*
Tempo (TE)
** ** ** **
n.s
* ** *
TR x TE
n.s. n.s n.s n.s n.s n.s n.s n.s.
C.V. (%)
12,8 5,54 1,23 2,47 3,53 3,36 4,07 9,95
1
DF = danos por frio; h
o
= ângulo de cor;
SST = Sólidos solúveis totais; AT = acidez titulável.
n.s., *, ** = não significativo ou significativo a 5 ou 1% de probabilidade pelo teste F,
respectivamente.
Para a temperatura de 4
o
C o único efeito isolado dos tratamentos refletiu-
se na perda de massa dos frutos (Tabela 2). As demais variáveis foram mais
influenciadas pelo tempo de armazenamento.
Observou-se, de maneira geral, um aumento na perda de massa ao
longo do período de armazenamento, tendo sido observada também diferença
entre os tratamentos (Figura 8). Os frutos tratados com água quente, com e
sem fungicida, foram os que apresentaram maior perda de massa. A perda de
28
massa varia em função das taxas de respiração e transpiração, processos estes
relacionados com a perda de água do fruto. No caso dos citros, esta perda
provém principalmente da casca. A elevada perda de massa nos tratamentos
com altas temperaturas era esperada, considerando-se que os tratamentos
térmicos elevam o déficit de pressão de vapor (DPV) entre os tecidos internos
do fruto e o ambiente, favorecendo um aumento na transpiração (Hardenburg et
al., 1986).
Tabela 2. Significância do teste F da análise de variância para os efeitos dos
diferentes fatores sobre os parâmetros físico-químicos em tangor
‘Murcott’ armazenado a 4
o
C
Variáveis Analisadas
Fontes
de variação
DF Croma h
o
SST AT “Ratio” Ácido
Ascórbico
Perda de
massa
(%)
Tratamento (TR) -
n.s n.s n.s n.s n.s n.s
*
Tempo (TE) -
** ** **
n.s.
* ** *
TR x TE -
n.s n.s n.s n.s n.s n.s n.s.
C.V. (%) -
5,75 3,03 4,72 3,35 3,71 4,33 10,44
1
DF = danos por frio; h
o
= ângulo de cor;
SST = Sólidos solúveis totais; AT = acidez titulável.
n.s., *, ** = não significativo ou significativo a 5 ou 1% de probabilidade pelo teste F,
respectivamente.
29
No armazenamento a 4
o
C foram verificadas menores diferenças entre os
tratamentos, com uma leve tendência, na segunda semana, dos frutos tratados
com água quente a 53
0
C (com ou sem fungicida) apresentarem maior perda de
massa. Na sexta e oitava semanas as diferenças tornaram-se menores (Figura
8). Ao final do período de 8 semanas as frutas apresentavam-se com início de
murchamento.
Figura 8 - Perda de massa em tangor ‘Murcott’ submetido a diferentes
tratamentose armazenado a 1 e 4
o
C. As barras verticais indicam o
desvio padrão da média
0
2
4
6
8
10
12
14
16
02468
Semanas a 1
o
C
Perda de massa (%)
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
02468
Semanas a 4
o
C
Perda de massa (%)
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
30
Em laranjas ‘Valência’ tratadas a 53
o
C por 3 ou 6 minutos, a 53
o
C por 6
horas e a 48
o
C por 12 horas e depois armazenados a 4°C, houve uma maior
perda de massa nos frutos expostos por mais tempo ao calor. Isso era
esperado, já que a perda de massa está ligada ao tempo de exposição do
produto, além da temperatura. Porém, não houve diferenças significativas entre
os tratamentos ao final dos 6 meses de armazenamento e uma semana de
comercialização simulada (Erkan et al., 2005).
Porat et al. (2000b) observaram, em estudo com pomelos ‘Star Ruby’,
que frutos previamente estocados a 21°C e 16°C por 7 dias e “curados” por 3
dias a 36°C apresentaram uma crescente perda de massa quando comparados
ao controle. Entretanto, o tratamento a 53°C por 2 minutos não apresentou
perda de massa diferente do controle.
Os valores de ácido ascórbico apresentaram decréscimo acentuado na
segunda semana de armazenamento, em ambas as temperaturas (1 e 4
o
C).
Depois da segunda semana, até o final do período, os valores se mantiveram
constantes e próximos de 20mg/100mL (Figura 9), sem diferenças
significativas entre os tratamentos.
Reduções no teor de ácido ascórbico são esperados após a colheita, já
que existe uma relação inversa entre senescência e conteúdo de ácido
ascórbico. O ácido ascórbico é um antioxidante natural envolvido em reações
que se processam durante a senescência dos frutos, como forma de reparar
danos oxidativos nas células. Este decréscimo depende, em grande parte, da
temperatura e da duração do armazenamento (Thé, 2001). Possíveis aumentos
no teor de ácido ascórbico também podem ocorrer, considerando que sua
biossíntese está ligada à degradação de pectinas, que libera precursores do
ácido ascórbico (Agius et al., 2003). É provável que a partir da segunda semana
de armazenamento tenha ocorrido um balanço entre utilização e biossíntese de
ácido ascórbico.
31
Figura 9 - Teor de ácido ascórbico (mg ácido ascórbico/100mL) em tangores
‘Murcott’ submetidas a diferentes tratamentos e armazenadas a 1 e
4
o
C. As barras verticais indicam o desvio padrão da média
Erkan et al. (2005), estudando laranjas ‘Valência’, observaram que o teor
de ácido ascórbico diminui significativamente durante o armazenamento. Nos
frutos tratados com água quente esta diferença se mostrou ainda maior,
15
20
25
30
35
40
45
50
02468
Semanas a 1
o
C
mg ácido ascórbico/100mL
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
15
20
25
30
35
40
45
50
02468
Semanas a 4
o
C
mg ácido ascórbico/100mL
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
32
apresentando diferenças entre os diferentes tratamentos térmicos, o que não foi
observado no presente trabalho.
De acordo com Gonçalves (1998), o conteúdo de vitamina C natural de
muitos frutos depende de vários fatores, incluindo cultivares, estádio de
maturação (no caso de frutos climatéricos), condições de cultivo e colheita.
Figura 10 - Teor de sólidos solúveis totais (SST) em tangores ‘Murcott’
submetidas a diferentes tratamentos e armazenadas a 1 e 4
o
C.
As barras verticais indicam o desvio padrão da média
11,0
11,5
12,0
12,5
13,0
02468
Semanas a 1
o
C
SST (
o
Brix)
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
11,0
11,5
12,0
12,5
13,0
02468
Semanas a 4
o
C
SST (
o
Brix)
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
33
Também observamos que não houve diferença significativa no teor de
SST entre os tratamentos durante o período estudado. Entretanto, houve uma
elevação nos valores de SST ao longo do experimento (Figura 10).
Os aumentos nos teores de sólidos solúveis são geralmente atribuídos à
perda de massa dos frutos que foi crescente no presente trabalho. Embora a
perda de massa por transpiração em citros se dê quase que exclusivamente a
partir da casca, pode haver também perda de água na forma de vapor a partir
do interior das frutas através da columela e inserção do pedúnculo (Ting &
Roussef, 1986).
O teor de sólidos solúveis é um indicativo da quantidade de açúcares
existentes no fruto, considerando que outros compostos, embora em reduzidas
proporções, também façam parte, como por exemplo, ácidos, vitaminas,
aminoácidos e algumas pectinas. O teor de SST dá uma idéia de doçura do
fruto durante a maturação e é um importante atributo na determinação de seu
sabor (Kluge et al., 2002).
Com a maturação, ocorre a síntese dos sólidos solúveis ou a degradação
de polissacarídeos, fazendo com que seu valor aumente até certo ponto, a
partir do qual começam a ser utilizados na manutenção da atividade metabólica
dos frutos (Bron et al., 2002), enquanto que o pH aumenta (Holland, 1993).e o
teor de acidez diminui (Erkan et al., 2005).
Em todos os tratamentos, os teores de acidez titulável (AT) variaram
pouco durante o armazenamento (Figura 11) mostrando que, em tangores, esta
variável não se modifica drasticamente durante a senescência. Os valores de
acidez titulável oscilaram entre 1 e 1,2% de ácido cítrico, não tendo havido
diferenças entre os tratamentos. Para a maioria dos frutos, a redução na acidez
é um evento normal e a velocidade com que ela ocorre é diretamente
proporcional à temperatura que afeta a produção de etileno e a atividade
respiratória. Os ácidos predominantes encontrados nos frutos são o málico, o
cítrico, o oxálico, o tartárico, o acético, dentre outros (Wills et al., 1998). No
tangor ‘Murcott’ o ácido mais importante é o cítrico.
34
Figura 11 - Acidez total (AT) em tangores ‘Murcott’ submetidas a diferentes
tratamentos e armazenadas a 1 e 4
o
C. As barras verticais indicam
o desvio padrão da média
Porat et al. (2000b), estudando pomelos ‘Star Ruby’, observaram que os
tratamentos não provocaram mudanças significativas na acidez encontrada no
suco de frutas tratadas, quando comparadas com aquela do controle.
1,0
1,0
1,1
1,1
1,2
02468
Semanas a 4
o
C
AT (% ácido cítrico)
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
0,95
1,00
1,05
1,10
1,15
02468
Semanas a 1
o
C
AT (% ácido cítrico)
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
35
Conhecendo-se os valores dos sólidos solúveis totais e da acidez titulável,
pode-se obter a relação entre esses dois parâmetros. Esta relação é utilizada
em muitos frutos para se avaliar o grau de maturação, já que esse quociente
determina o “flavour” do produto. Poucas alterações significativas no ratio foram
observadas no experimento, tendo os valores oscilado entre 10 e 12 (Figura
12), em função dos valores de SST e AT obtidos.
Figura 12 - Ratio (SST/AT) em tangor ‘Murcott’ submetidas a diferentes
tratamentos e armazenadas a 1 e 4
o
C. As barras verticais
indicam o desvio padrão da média
10
11
12
13
02468
Semanas a 1
o
C
Ratio (SST/ATT)
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
10
11
12
13
02468
Semanas a 4
o
C
Ratio (SST/ATT)
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
36
Uma leve ascensão nesta variável, ao final do armazenamento a 1
o
C,
deveu-se à pequena queda na AT e pequeno aumento no SST, não havendo
diferenças significativas entre os tratamentos.
Em tangor ‘Murcott’, a mudança que ocorre na cor da epiderme é um dos
principais fatores utilizados pelo consumidor para avaliar a qualidade do fruto.
Decorre daí o interesse em acompanhar a evolução de grandezas como o
ângulo de cor e a intensidade (croma) que quantificam esse aspecto. No
presente experimento, houve desenvolvimento de coloração característica da
fruta ao longo do período estudado em todos os tratamentos, e em ambas
temperaturas de armazenamento (Figuras 13 e 14). Assim, os valores de
ângulo de cor (h°) tiveram uma redução ao longo do armazenamento, que ficou
mais evidente nas frutas armazenadas a 4
o
C, que apresentavam-se um pouco
mais alaranjadas que aquelas armazenadas a 1
o
C. No caso do tangor ‘Murcott’,
valores próximos a 90
o
representam fruta amarela e valores próximos de 120
o
estão associados a frutas verdes. À medida que o ângulo de cor vai
decrescendo abaixo de 90
o
indica que a fruta vai passando de amarelo para
laranja. De maneira geral, para frutas maduras, o ângulo de cor desta cultivar
localiza-se entre 75 e 90
o
enquanto que para a intensidade de cor (croma) estes
valores oscilam entre 40 e 60 (McGuire, 1992). No presente experimento, o
croma inicial era de aproximadamente 56 e o valor máximo atingido, ao longo
do armazenamento, foi de 60 (Figura 14).
Porat et al. (2000b), estudando pomelos ‘Star Ruby’, verificou que frutos
tratados e não tratados apresentaram a mesma evolução da cor durante o
período de armazenamento, constatando que os tratamentos térmicos não
provocaram mudanças na cor da casca. O mesmo foi verificado por Schirra &
D’Hallewin (1997) que não constataram diferenças na cor da casca de
mandarinas ‘Fortune’ tratadas termicamente ou não.
37
Figura 13 - Ângulo de cor em tangor ‘Murcott’ submetido a diferentes
tratamentos e armazenado a 1 e 4
o
C. As barras verticais indicam
o desvio padrão da média
78
79
80
81
82
02468
Semanas a 1
o
C
Ângulo de cor
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
78
79
80
81
82
02468
Semanas a 4
o
C
Ângulo de cor
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
38
Figura 14 - Croma em tangor ‘Murcote’ submetidas a diferentes tratamentos e
armazenado a 1 e 4
o
C. As barras verticais indicam o desvio
padrão da média
A mudança na coloração dos frutos está ligada à intensidade do
metabolismo, ou seja, quanto maior for o metabolismo maior é a degradação da
clorofila e a síntese de carotenóides (Chitarra & Chitarra, 1990).
56
57
58
59
60
61
02468
Semanas a 4
o
C
Croma
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
55
56
57
58
59
60
61
02468
Semanas a 1
o
C
Croma
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
39
Nas Tabelas 3 e 4 estão apresentados os quadros de análise de variação
para os parâmetros de análise sensorial.
Tabela 3. Significância do teste F da análise de variância para os efeitos dos
diferentes fatores sobre os parâmetros de avaliação sensorial em
tangor ‘Murcott’ armazenadas a 1
o
C
Fontes de variação Odor estranho Sabor estranho Qualidade global
Tratamento (TR) n.s n.s
**
Tempo (TE)
** ** **
TR x TE n.s. n.s
*
C.V. (%) 8,49 8,56 9,47
n.s., *, ** = não significativo ou significativo a 5 ou 1% de probabilidade pelo
teste F, respectivamente.
Tabela 4. Significância do teste F da análise de variância para os efeitos dos
diferentes fatores sobre os parâmetros de avaliação sensorial em
tangor ‘Murcott’ armazenadas a 4
o
C
Fontes de variação Odor estranho Sabor estranho Qualidade global
Tratamento (TR) n.s n.s
*
Tempo (TE)
* * *
TR x TE n.s. n.s n.s.
C.V. (%) 9,57 16,40 10,97
n.s., *, ** = não significativo ou significativo a 5 ou 1% de probabilidade pelo
teste F, respectivamente.
40
A análise dessas tabelas permite concluir que não houve efeito dos
tratamentos térmicos sobre o odor e sabor estranho, mas houve efeito
significativo para os efeitos isolados dos tratamentos e interação para a variável
qualidade global. Isto ocorreu em função desta última variável englobar tanto a
presença de odor e sabor estranhos quanto a presença de outros atributos que
depreciam a qualidade, tais como murchamento visível, presença de danos por
frio e outras imperfeições.
Erkan et al. (2005), trabalhando com laranjas ‘Valência’ tratadas com
água quente a 53°C/3 ou 6 minutos, 48°C/12 minutos e cura 53°C /1 ou 6 horas
ou 12 horas, verificaram aparência externa e qualidade nutricional satisfatórias
após 2 meses de estocagem. Ao final do armazenamento (6 meses), os frutos
tiveram um pequeno declínio na qualidade, porém ainda estando aptos ao
consumo.
No presente estudo não houve efeito dos tratamentos térmicos, mas o
prolongamento do período de armazenamento contribuiu para o aparecimento
de leve à moderada presença de odor estranho (Figura 15). Este
comportamento era, de certa forma, esperado, considerando que a fruta após a
colheita continua o seu processo de senescência e vários eventos deste
processo, como degradação e aumento da permeabilidade da membrana e
outras disfunções celulares podem levar à formação de compostos que geram
odores estranhos, como excesso de álcool e acetaldeído (Ting & Rouseff,
1986).
Uma ligeira alteração no sabor foi observada (Figura 16), também
provavelmente associada à senescência do fruto.
Quanto à qualidade global foram atribuídas notas em função da presença
de fatores que depreciam a qualidade da fruta como: odor e sabor estranhos,
perda de brilho, murchamento, amassamento, podridões e sobrematuração. De
uma maneira geral observou-se um decréscimo na qualidade global (Figura 17),
em parte em função da presença de ligeiro a moderada presença de odor
estranho e ligeira presença de sabor estranho e também em função da perda
41
de brilho, início de murchamento perceptível dos frutos e presença de danos
por frio.
Figura 15 - Avaliação de odor estranho em tangor ‘Murcott’ submetido a
diferentes tratamentos e armazenado a 1 e 4
o
C. As barras
verticais indicam o desvio padrão da média. Notas de 1 a 5, onde
1 = isento; 2 = ligeiro; 3 = moderado; 4 = intenso e 5 = muito
intenso
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
02468
Semanas a 1
o
C
Odor estranho (notas)
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
02468
Semanas a 4
o
C
Odor estranho (notas)
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
42
Figura 16 - Avaliação de sabor estranho em tangor ‘Murcott’ submetido a
diferentes tratamentos e armazenado a 1 e 4
o
C. As barras
verticais indicam o desvio padrão da média. Notas de 1 a 5, onde
1 = isento; 2 = ligeiro; 3 = moderado; 4 = intenso e 5 = muito
intenso
0.5
1
1.5
2
02468
Semanas a 1
o
C
Sabor estranho (notas)
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
0.5
1
1.5
2
02468
Semanas a 4
o
C
Sabor estranho (notas)
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
43
Figura 17 - Avaliação da qualidade global em tangor ‘Murcott’ submetido a
diferentes tratamentos e armazenado a 1 e 4
o
C. As barras
verticais indicam o desvio padrão da média. Notas de 1 a 5, onde
1 = péssima; 2 = ruim; 3 = razoável; 4 = boa e 5 = ótima
As frutas do controle, armazenadas a 1
o
C, apresentaram a maior queda
na qualidade global (Figura 17), pois tiveram um alto índice de danos por frio.
Ao final de 8 semanas de armazenamento, as frutas apresentaram péssima
qualidade, não estando mais aptas para o consumo (Figura 18). Os demais
0
1
2
3
4
5
02468
Semanas a 1
o
C
qualidade global (notas)
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
0
1
2
3
4
5
02468
Semanas a 4
o
C
qualidade global (notas)
Controle
Imazalil 25 ºC
Imazalil 53 ºC
Água quente (53 ºC)
44
tratamentos armazenados a 1
o
C tiveram queda na qualidade, porém menos
acentuada, tendo atingido qualidade razoável ao final de 8 semanas,
encontrando-se a fruta ainda comercializável. Nas frutas armazenadas à
temperatura de 4
o
C também houve queda na qualidade, mas não houve efeito
dos tratamentos quando comparados ao controle. Ao final de 8 semanas de
armazenamento as frutas encontravam-se com qualidade razoável. Os
tratamentos térmicos embora tenham reduzido os danos por frio, aumentam a
perda de massa.
A percepção e a aceitabilidade são fatores importantes na avaliação da
qualidade dos frutos e vegetais oferecidos no mercado. Embora a maioria dos
consumidores mencione o sabor como principal componente na qualidade dos
frutos, é na aparência (murchamento, manchas de danos por frio, amassamento
e podridões) que se baseiam na hora de escolher frutas e vegetais para saber
se encontra-se em estádio avançado de maturação.
45
A B C D
E F G H
Figura 18 – Aspecto geral de tangores ‘Murcott’, após 2 meses de
armazenamento. A(B) Controle (frutas sem fungicida, apenas
imersas em água a 25
o
C durante dois minutos) armazenadas a
1
o
C(4
o
C); C(D) Frutas imersas em imazalil 50 (mg L
-1
) a
25
o
C
por dois minutos e armazenadas a 1
o
C(4
o
C); E(F) Frutas
imersas em imazalil 50 (mg L
-1
) a
53
o
C por dois minutos,
armazenadas a 1
o
C(4
o
C); G(H) Frutas imersas apenas em
água quente a
53
o
C por dois minutos e armazenadas a
1
o
C(4
o
C)
5 CONCLUSÕES
O armazenamento refrigerado a 4
o
C de frutos de todos os 3 tratamentos,
não apresentaram sintomas de danos por frio Os frutos armazenados a 1
o
C,
por outro lado, sofreram danos por frio a partir da sexta semana de
armazenamento. Portanto, tangores ‘Murcott”devem ser armazenados a
4
o
C.
Os tratamentos com água quente, associados ou não ao fungicida, podem
incrementar a tolerância do fruto às baixas temperaturas e possibilitar dessa
forma o armazenamento por um período de tempo mais longo. Porém, além
de conhecer os efeitos dos tratamentos térmicos no controle dos danos por
frio, é necessário saber a viabilidade prática e econômica da técnica que,
depois de estabelecida, pode tornar o tratamento aplicável em nível
comercial.
Esses tratamentos não afetam significativamente as características físico-
químicas dos frutos de tangor ‘Murcott’, excetuando-se a elevação na perda
de massa daqueles que sofreram condicionamento térmico. Mesmo com
essa desvantagem, esse atributo só é importante quando esses frutos são
destinados à indústria de suco. Para o consumo in natura atributos como cor
e turgescência tornam-se relevantes.
O condicionamento térmico foi efetivo no prolongamento do tempo de
armazenamento de tangor `Murcott`, mantendo os frutos ainda aptos ao
consumo após 8 semanas de armazenamento a 1
o
C.
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