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3 – Características do choro tradicional
O choro, gênero bastante executado no início do século XX por grupos conhecidos no
ambiente musical popular como regionais, teve alguns aspectos considerados
tradicionais como, por exemplo, sua formação instrumental constituída de violão,
cavaquinho, percussão, além de variados instrumentos considerados solistas como
bandolim, flauta, clarineta e até o próprio cavaquinho. FERRER (1996), em um artigo,
conclui que um dos motivos dessa formação se estabelecer é que os compositores
mais conhecidos dentro do choro eram também os intérpretes de suas músicas, sendo
assim essas músicas compostas para ser executadas em seus próprios instrumentos.
Em várias pesquisas realizadas sobre choro, um ponto interessante a ser observado é
a discussão acerca do choro ser considerado um gênero ou um estilo, ou mesmo da
possibilidade do choro ter essas duas possibilidades. Pode ainda ser mais um modo
de se tocar certas danças populares do que uma forma musical própria. (LOUREIRO,
1995). Mas, assim como ALMEIDA (1999, p. 11) considera em seu trabalho
designando como gênero “toda produção musical que apresente características bem
definidas e uniformes a todo o repertório a ela pertencente”, o mesmo faremos para
que seja possível pensar em gênero e, separadamente, em interpretação.
Discutindo sobre alguns aspectos do choro relevantes aos nossos resultados, além da
formação instrumental característica já citada acima, podemos perceber também
características como a melodia acompanhada sempre presente nessas composições,
ao mesmo tempo em que essas melodias vão ter, em algumas interpretações, uma
visão um pouco horizontal devido aos contrapontos improvisados por alguns
intérpretes. No mesmo artigo citado acima, Ferrer discorre sobre a liberdade que existe
no choro devido à maior parte das partituras terem apenas a melodia e as cifras para
acompanhamento. Ainda cita como exemplo a escolha do saxofone por Pixinguinha
para tocar choro em alguns momentos de sua vida.
Buscando a origem do choro em seus compositores, pode-se destacar a presença de
compositores que pesquisaram sobre o assunto, como por exemplo, VERZONI (2000)
e LOUREIRO (1995). Ambos citam Chiquinha Gonzaga e Callado como precursores
do choro. Verzoni chega a estudar também o compositor Ernesto Nazareth. Mas uma