Download PDF
ads:
MANUELA FIGUEIROA LYRA DE FREITAS
CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E GENOTÍPICA DE
STAPHYLOCOCCUS SPP. ISOLADOS DE QUEIJOS DE COALHO E
LEITE DE VACAS COM MASTITE NO ESTADO DE PERNAMBUCO,
BRASIL
RECIFE – 2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
Manuela Figueiroa Lyra de Freitas
CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E GENOTÍPICA DE
STAPHYLOCOCCUS SPP. ISOLADOS DE QUEIJOS DE COALHO E
LEITE DE VACAS COM MASTITE NO ESTADO DE PERNAMBUCO,
BRASIL
Tese de Doutorado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Nutrição do Centro de Ciências da
Saúde da Universidade Federal de
Pernambuco, como pré-requisito para a
obtenção do título de Doutor em
Nutrição.
RECIFE - 2006
II
ads:
Freitas, Manuela Figueiroa Lyra de
Caracterização fenotípica e genotípica de
Staphylococcus spp. isolados de queijo de coalho e
leite de vacas com mastite no Estado de
Pernambuco, Brasil / Manuela Figueiroa Lyra de
Freitas. – Recife : O Autor, 2006.
ix, 209 folhas ; il., fig., tab.
Tese (doutorado) Universidade Federal de
Pernambuco. CCS. Nutrição, 2006.
Inclui bibliografia e anexos.
1. Ciência dos alimentos – Microbiologia. 2.
Staphylococcus spp. – Caracterização fenotípica e
genotípica – Isolados de queijo coalho e leite de
vacas com mastite. 3. Toxinas estafilocócicas –
Utilização da técnica de PCR (Reação em Cadeia da
Polimerase). 4. Estafilococos e antibióticos –
Resistência microbiana. 5. Mastite bovina –
Staphylococcus aureus – Biologia molecular. I.
Título.
612.39 CDU (2.ed.) UFPE
612.3 CDD (22.ed.) BC2006-117
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E GENOTÍPICA DE
STAPHYLOCOCCUS SPP. ISOLADOS DE QUEIJOS DE COALHO E
LEITE DE VACAS COM MASTITE NO ESTADO DE PERNAMBUCO,
BRASIL
Doutoranda: Manuela Figueiroa Lyra de Freitas
Orientadora: Dra. Tânia Lúcia Montenegro Stamford
Co-Orientadora: Dra. Tereza Cristina Leal Balbino
Recife - 2006
III
CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E GENOTÍPICA DE
STAPHYLOCOCCUS SPP. ISOLADOS DE QUEIJOS DE COALHO E
LEITE DE VACAS COM MASTITE NO ESTADO DE PERNAMBUCO,
BRASIL
MANUELA FIGUEIROA LYRA DE FREITAS
Examinadores:
_________________________________________
Profa. Dra. Alzira Maria Paiva de Almeida
_________________________________________________
Profa. Dra. Nonete Barbosa Guerra
_________________________________________________
Prof. Dr. Rinaldo Aparecido Mota
__________________________________________________
Profa. Dra. Maria do Carmo Catanho Pereira de Lyra
__________________________________________________
Profa. Dra. Maria José de Sena
IV
Dedico esta tese aos meus pais Eluzino e
Fernanda, o início de tudo. Ao meu marido
Djalma Jr. e ao nosso filho Daniel, bem como
aos meus sogros Djalma e Edileusa.
V
AGRADECIMENTOS
A Deus, ser supremo, que sempre está do nosso lado, nos abençoando;
Aos meus pais que nunca me deixaram faltar nada principalmente com relação ao
amor e a educação;
Ao meu marido Djalma Alves de Freitas Júnior que sempre esteve ao meu lado me
apoiando e incentivando nos momentos mais difíceis;
Aos meus sogros que também são como pais para mim, pelo apoio e admiração;
À professora Tânia Lúcia Montenegro Stamford por ter me recebido como aluna de
doutorado e pelo convívio e aprendizagem;
À pesquisadora Tereza Cristina Leal Balbino pelo apoio, palavras de conforto e
pelos ensinamentos de vida e de biologia molecular;
Ao professor Rinaldo Aparecido Mota, meu grande e admirável amigo, obrigada por
tudo;
À professora Maria José de Sena pelo apoio e confiança;
Aos alunos de Iniciação Científica José Wilton Pinheiro Júnior e Isabelle da Silva
Luz, que tanto me ajudaram na realização dos experimentos, agradeço demais a vocês;
Aos meus amigos Dalila, Aldemir e Ana Mércia do laboratório de microbiologia do
Ministério de Agricultura, pela amizade, apoio e por ter cedido gentilmente as cepas de
Staphylococcus spp. isoladas de queijos coalho;
A Sineide, Silvana Suely, Leonildo, Sérgio, Davi, Paulo César, Soraide, Andréa
Paiva do Laboratório de Bacteriose da UFRPE;
Aos meus colegas de doutorado, em especial, Karla, Celiane, Sâmara e Erilane;
VI
À Professora Nara Suzy e Maria de Carmo pela receptividade no Laboratório do
Projeto Genoma da UFRPE;
A todos os professores do Programa de Pós Graduação em Nutrição;
A Fabiana (o máximo) por receber a todos os novos estagiários de forma cordial,
simpática e prestativa;
A Joseane, Thiers, Carina, Franklin Bispo, Wellington, Gerlane, Pollyanna, Mariana
Marques, Eden, Cariri, Wagner pela amizade e apoio;
A Rodrigo Menezes, Tamara e Vladimir pela ajuda com os programas para as
enzimas de restrição;
A Betânia, Mirele, Danielle, Tamara, Franklin Magalhães e Christiam pela amizade
e ajuda nas etapas de purificação e seqüenciamento;
Aos funcionários do Laboratório de Microbiologia do CPqAM, em especial,
Silvana, Yara, Isaac e Lucas que sempre estão prontos para ajudar;
Aos funcionários da esterilização do CPqAM: Edson, Nelson e Rita;
A Duschinka, Marcelo e Plínio do Departamento de Entomologia do CPqAM;
A Dr. Valdir pela análise das seqüências;
A Dra. Nilma, Dr. Oswaldo, Dra. Alzira e Dra. Marise pelo apoio;
A Fernanda, secretária do Departamento de Microbiologia do CPqAM;
A Neci Maria Santos do Nascimento, secretária da Pós-Graduação em Nutrição, por
sua dedicação e por sempre nos receber com sua alegria e boa vontade;
Aos bibliotecários do CPqAM, UFRPE e da UFPE;
À Coordenação de Pós-Graduação em Nutrição;
Ao Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães CPqAM/ FIOCRUZ-PE, pela realização
dos experimentos em suas instalações;
VII
Ao Conselho Nacional de Pesquisa e Densenvolvimento CNPq pela bolsa de
doutorado concedida;
Ao Banco do Nordeste do Brasil pelo financiamento do projeto;
Ao Laboratório de Enterotoxinas Estafilocócicas da Fundação Ezequiel Dias
(FUNED-MG) e ao Dr. Luiz Simeão do Carmo por ter cedido as cepas padrões FRI (Food
Research Institute Madison, Wiscosin, EUA);
A todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste
trabalho.
VIII
Ao acordar contemple a vida de forma
melhor. Olhe para o sol e deixe o mesmo iluminar
o seu coração e aquecer sua alma. Olhe para as
flores e sinta o seu perfume, deixe este perfume
inebriar você e lhe trazer calma. Olhe para os
pássaros que por aí voam leves e soltos e escute os
seus cantos. Deixe esta melodia lhe alegrar o
espírito e a simplicidade e a liberdade lhe
alcançarem. E ao chegar a noite não deixe de
contemplar a lua e as estrelas que a escuridão
vieram clarear. Ilumine as idéias e pensamentos,
reflita sobre o que fez e o que passou, não guarde
rancores, nem desamores, pois a lua e as estrelas
estão no céu. No céu de sua vida e para fazerem
você brilhar.
Manuela Figueiroa Lyra de Freitas
IX
SUMÁRIO
Página
LISTA DE ABREVIATURAS
03
LISTA DE FIGURAS
08
LISTA DE TABELAS
10
RESUMO
12
ABSTRACT
13
1. INTRODUÇÃO
14
2. REVISÃO DE LITERATURA
18
2.1. LEITE
18
2.2. QUEIJO DE COALHO
21
2.3. MASTITE BOVINA
23
2.3.1. Conceito e Classificação
23
2.3.2. Etiologia
27
2.3.3. Diagnóstico
28
2.3.4. Perdas Econômicas
29
2.4. USO DE ANTIMICROBIANOS
30
2.5. EXOTOXINAS ESTAFILOCÓCICAS
33
2.6. REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE
62
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
67
4. OBJETIVOS
90
4.1. OBJETIVO GERAL
90
Página
4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
90
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
92
5.1. ARTIGO CIENTÍFICO 1: PERFIL DE SENSIBILIDADE
ANTIMICROBIANA IN VITRO DE STAPHYLOCOCCUS COAGULASE
POSITIVOS ISOLADOS DE LEITE DE VACAS COM MASTITE
SUBCLÍNICA NO AGRESTE DO ESTADO DE PERNAMBUCO
92
5.2. ARTIGO CIENTÍFICO 2: ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO
MOLECULAR DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS ASSOCIADOS À
MASTITE BOVINA PROVENIENTES DO ESTADO DE
PERNAMBUCO, BRASIL
113
5.3. ARTIGO CIENTÍFICO 3: INVESTIGAÇÃO DOS GENES PARA AS
TOXINAS ESTAFILOCÓCICAS EM ISOLADOS DE LEITE DE VACAS
COM MASTITE SUBCLÍNICA NA REGIÃO AGRESTE DO ESTADO
DE PERNAMBUCO, BRASIL
135
5.4. ARTIGO CIENTÍFICO 4: PERFIL DE SENSIBILIDADE
ANTIMICROBIANA E DETECÇÃO DE GENES TOXIGÊNICOS EM
CEPAS DE STAPHYLOCOCCUS SPP. ISOLADAS DE AMOSTRAS DE
QUEIJOS DE COALHO NO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL
163
6. CONCLUSÕES
192
7. ANEXOS
194
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
SEs Staphylococcal Enterotoxins
SEA Staphylococcal Enterotoxin A
SEB Staphylococcal Enterotoxin B
SEC Staphylococcal Enterotoxin C
SED Staphylococcal Enterotoxin D
SEE Staphylococcal Enterotoxin E
SEF Staphylococcal Enterotoxin F
SEG Staphylococcal Enterotoxin G
SEH Staphylococcal Enterotoxin H
SEI Staphylococcal Enterotoxin I
SEJ Staphylococcal Enterotoxin J
SEL Staphylococcal Enterotoxin L
SEM Staphylococcal Enterotoxin M
SEN Staphylococcal Enterotoxin N
SEO Staphylococcal Enterotoxin O
SEP Staphylococcal Enterotoxin P
SEQ Staphylococcal Enterotoxin Q
SER Staphylococcal Enterotoxin R
SEU Staphylococcal Enterotoxin U
PCR Polimerase Chain Reaction
coa
Gene da coagulase
UFC Unidades Formadoras de Colônias
3
mL Mililitros
Kg Quilo
CCS Contagem de Células Somáticas
CMT California Mastitis Test
CECS Contagem Eletrônica de Células Somáticas
ET Exfoliative Toxin
TSST-1 Toxic Shock Syndrome Toxin 1
RIA Radioimunoensaio
ELISA Enzyme-Linked Immnusorbent Assay
PT Toxinas Pirogênicas
SPE Exotoxinas Pirogênicas Estreptocócicas
SSSS Staphylococcal Scalded Skin Syndrome
ETA Toxina Esfoliativa A
ETB Toxina Esfoliativa B
ETC Toxina Esfoliativa C
ETD Toxina Esfoliativa D
Kda Quilodalton
se/ / ent Gene para enterotoxinas estafilocócicas
sea
Gene para enterotoxinas estafilocócicas A
seb
Gene para enterotoxinas estafilocócicas B
sec
Gene para enterotoxinas estafilocócicas C
sed
Gene para enterotoxinas estafilocócicas D
see
Gene para enterotoxinas estafilocócicas E
4
seg
Gene para enterotoxinas estafilocócicas G
seh
Gene para enterotoxinas estafilocócicas H
sei
Gene para enterotoxinas estafilocócicas I
sej
Gene para enterotoxinas estafilocócicas J
sel
Gene para enterotoxinas estafilocócicas L
sem
Gene para enterotoxinas estafilocócicas M
sen
Gene para enterotoxinas estafilocócicas N
seo
Gene para enterotoxinas estafilocócicas O
sep
Gene para enterotoxinas estafilocócicas P
seq
Gene para enterotoxinas estafilocócicas Q
ser
Gene para enterotoxinas estafilocócicas R
seu
Gene para enterotoxinas estafilocócicas U
pb Pares de bases
ng Nanograma
Kb quilobases
ORF Open Reading Frame (Fase Aberta de Leitura)
egc
Enterotoxin gene cluster
RPLA Reversed Passive Látex Aglutination
pH Concentração de Hidrogênio
MgCl
2
Cloreto de magnésio
dNTPs Desorribonucleotídeos trifosfato
SCP Staphylococcus Coagulase Positiva
SCN Staphylococcus Coagulase Negativa
5
0
GL Graus Gay Lussac
EDTA Ethylenediaminetetraacetic acid
TSI Tríplice Sugar Iron
VM Vermelho de Metila
SIM Ácido sulfídrico, Indol e Motilidade
µg Micrograma
U.I Unidades Internacionais
mM Milimolar
Tris-HCl Tris (hydroxymethyl) aminomethane Hydrochloride
KCl Cloreto de potássio
HaeIII Enzima de restrição, extraída de Arthrobacter luteus
AluI Enzima de restrição, extraída de Haemophilus aegyptius
UV Luz Ultra Violeta
ATCC The American Type Culture Collection
ER Enzima de restrição
RsaI Enzima de restrição, extraída de Rhodopseudomonas sphaeroides
DraI Enzima de restrição, extraída de Deinococcus radiophilus
RFLP Polimorfismo do Comprimento do Fragmento de Restrição
mec
Gene de resistência para a meticilina
femB
Gene de especificidade para a espécie S. aureus
MRSA Methicillin Resistant S. aureus
FRI Food Research Institute
PFGE Pulsed-Field Gel Eletrophoresis
6
OSP Sensibilidade Ótima em Placa
7
LISTA DE FIGURAS
REVISÃO DE LITERATURA Página
Figura 1
Infecção da glândula mamária por Staphylococcus spp. 24
Figura 2
Esquema demonstrando proporção entre animais de um
rebanho com mastite clínica, subclínica e sadios
25
Figura 3
Reação em Cadeia da Polimerase. Preparo da reação em tubo
de ensaio antes da colocação em termociclador
63
Figura 4
Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) 65
ARTIGO 1
Figura 1
Comparação da resistência antimicrobiana de cepas de
estafilococos coagulase positivo por antibióticos e municípios
estudados (A, B, C e D) no Agreste do Estado de Pernambuco,
2005
103
Figura 2
Perfil de resistência múltipla de Staphylococcus coagulase
positivos isolados de leite de vacas com mastite nos
(Municípios A, B, C e D) do Agreste do Estado de
Pernambuco, 2005
105
ARTIGO 2
Figura 1
Produtos de PCR do gene coa de S. aureus isolados do
município de São Bento do Una, Pernambuco, Brasil.
Marcador de peso molecular, linha M (100pb DNA ladder).
Controle positivo, linha 1 (S. aureus ATCC 25923).
Propriedade A, linhas 2 a 6. Propriedade B, linhas 7 a 28
127
Figura 2
Produtos de PCR do gene coa digeridos com AluI de S. aureus
isolados do município de São Bento do Una, Pernambuco,
Brasil. Marcador de peso molecular, linha M (100pb DNA
ladder). Controle positivo, linha 1 (S. aureus ATCC 25923).
Propriedade A, linhas 2 a 6. Propriedade B, linhas 7 a 28
128
8
Página
Figura 3
Produtos de PCR do gene coa de 750pb digeridos com AluI e
HaeIII de isolados de S. aureus do município de São Bento do
Una, Pernambuco, Brasil. M (100pb DNA ladder). Linhas 2
(PCR); 2Alu (RFLP AluI); 2Hae (RFLP HaeIII); 3 (PCR);
3Alu (RFLP AluI); 3Hae (RFLP HaeIII); 5 (PCR); 5Alu
(RFLP AluI); 5Hae (RFLP HaeIII); 6 (PCR); 6Alu (RFLP
AluI); 6Hae (RFLP HaeIII)
129
Figura 4
Teste de sensibilidade in vitro (A) e perfil de multiresistência
in vitro (B) de 27 isolados de S. aureus associados à mastite
subclínica no município de São Bento do Una
130
ARTIGO 3
Figura 1
Detecção dos genes sea, seb, sec, sed e tst nas cepas padrões
de S. aureus FRI através de PCR-Multiplex
152
Figura 2
Produto de amplificação da PCR dos genes sej, sei, seg e seh
(A, B, C e D, linhas: 1, 3 e 5) e seus padrões de restrição com
as enzimas RsaI: A, B e C e DraI: D, linhas: 2, 4, 6
153
ARTIGO 4
Figura 2
Produto de amplificação da PCR dos genes sed, sej, sei, tst,
sec, seh e seg (A, linhas: 1 e 3, gene sed; A, linhas: 6 e 8, gene
sej; B, linhas: 1 e 3, gene sei; C, linhas: 1 e 3, gene tst; C,
linhas: 5 e 7, gene sec; C, linha 9, gene seh e D, linhas: 1 e3,
gene seg) e seus padrões de restrição com as enzimas RsaI (A,
linhas: 7 e 9, gene sej; B, linhas: 2 e 4, gene sei; C, linhas: 6 e
8, gene sec; D, linhas: 2 e 4, gene seg) e DraI (C, linhas: 2 e 4,
gene tst; C, linha: 10, gene seh)
182
9
LISTA DE TABELAS
Página
ARTIGO 1
Tabela 1
Microrganismos isolados de leite de vacas com mastite em
municípios do Agreste do Estado de Pernambuco, 2005
100
Tabela 2
Análise geral do perfil de sensibilidade antimicrobiana de 59
cepas de estafilococos coagulase positivas isoladas de
amostras de leite de vacas com mastite no Agreste do Estado
de Pernambuco, 2005
102
ARTIGO 2
Tabela 1
Resultados da PCR-RFLP do gene coa de isolados de S.
aureus associados à mastite bovina em duas propriedades do
município de São Bento do Una, Pernambuco, Brasil
126
ARTIGO 3
Tabela 1
Primers usados na análise da PCR para a detecção dos genes
sea-see, seg-sej, tst, eta e etb em cepas de Staphylococcus spp.
isoladas de amostras de leite de vacas com mastite subclínica
na região Agreste do Estado de Pernambuco, Brasil
149
Tabela 2
Endonucleases de restrição usadas para a confirmação da
identidade dos fragmentos dos genes seg, seh, sei e sej e
padrão de restrição esperado
150
Tabela 3
Distribuição dos genes para as toxinas SEG, SEH, SEI e SEJ
nas cepas de Staphylococcus spp. isoladas de leite de vacas
com mastite subclínica em quatro municípios localizados na
região Agreste do Estado de Pernambuco, Brasil
151
10
Página
ARTIGO 4
Tabela 1
Contagem de Staphylococcus coagulase positiva em amostras
de queijos de coalho no estado de Pernambuco, Brasil
178
Tabela 2
Primers usados para a detecção por PCR dos genes sea-see,
seg-sej, tst, eta e etb em cepas de Staphylococcus spp. isoladas
de amostras de queijos de coalho no Estado de Pernambuco,
Brasil
179
Tabela 3
Enzimas de restrição usadas para confirmação da identidade
dos fragmentos dos genes seg, seh, sei, sej, sec, sed e tst e
padrão de restrição esperado
180
Tabela 4
Perfil de sensibilidade de cepas de Staphylococcus spp.
isoladas de amostras de queijos de coalho no Estado de
Pernambuco, frente aos antibióticos testados
181
11
RESUMO
A mastite bovina, inflamação da glândula mamária, é uma das principais doenças
que acomete o rebanho leiteiro em todo o mundo. O principal agente infeccioso responsável
por esta enfermidade é o Staphylococcus aureus (S. aureus), bactéria de interesse na
microbiologia dos alimentos como agente causador de intoxicações alimentares. Outro
importante fato que envolve este microrganismo é a resistência aos antibióticos usados na
terapêutica humana e veterinária. Como o leite e derivados são amplamente consumidos e
podem conter S. aureus enterotoxigênicos e resistentes, objetivou-se com este estudo
caracterizar feno e genotipicamente Staphylococcus spp. isolados de amostras de leite de
vacas com mastite e queijos de coalho no Estado de Pernambuco. Para o diagnóstico da
mastite bovina foram realizados os testes da caneca telada e o California Mastitis Test. As
amostras de queijos de coalho foram submetidas ao isolamento e contagem de
Staphylococcus coagulase positiva (SCP) em Ágar Baird-Parker. As cepas de
Staphylococcus spp. obtidas tanto do leite quanto dos queijos foram caracterizadas
fenotipicamente em S. aureus, SCP e Staphylococcus coagulase negativa (SCN), através da
técnica de coloração de gram, características morfo-tintoriais das colônias e produção de
hemólise em Ágar sangue, além de provas bioquímicas como fermentação da glicose em
anaerobiose, fermentação do manitol em aerobiose e anaerobiose, produção de
termonuclease, acetoína e coagulase. A caracterização genotípica foi realizada através da
utilização da técnica de PCR-RFLP do gene coa, PCR-Uniplex e Multiplex para
investigação dos genes toxigênicos, além de clivagem e seqüenciamento para confirmação
da presença dos genes se. Para traçar o perfil de resistência dos isolados, foi empregada a
técnica de difusão em ágar, utilizando diferentes antibióticos. Foram analisados 246
animais, totalizando 984 quartos mamários, dos quais, 562 (57,1%) apresentaram mastite
subclínica, sendo os microrganismos mais prevalentes Staphylococcus spp. (36%),
Corynebacterium spp. (34,8%) e S. aureus (13,6%). O perfil de sensibilidade
antimicrobiana demonstrou que das 59 cepas de SCP isoladas de leite, 28,5% foram
resistentes, sendo os antibióticos menos eficazes a penicilina e a amoxicilina. A
caracterização das cepas de S. aureus de casos de mastite bovina pela técnica de PCR-
RFLP revelou a presença de dois perfis genotípicos, P1=750pb e P2=1000pb. Das 81 cepas
de Staphylococcus spp. isoladas de leite de vacas com mastite, 65 (80,2%) comportavam
genes toxigênicos, sendo os genes se encontrados (seg, seh, sei e sej). Com relação aos
queijos de coalho, das 10 amostras avaliadas, 90% estavam fora dos padrões permitidos
pela legislação para SCP. 18/20 das cepas de Staphylococcus spp. apresentaram os genes
tst, sec, sed, seg, seh, sei e sej. O percentual de resistência entre as cepas isoladas de queijo
foi baixo. A análise de restrição e o seqüenciamento confirmaram a presença dos genes se
nos isolados de leite e queijo. A tipagem molecular permitiu compreender o padrão de
dispersão dos S. aureus nas propriedades estudadas. A presença de cepas de Staphylococcus
spp. resistentes a antibióticos e portadoras de genes toxigênicos isoladas de amostras de
leite de vacas com mastite e queijos de coalho no Estado de Pernambuco, é preocupante
para a saúde do consumidor, por tornarem estes alimentos possíveis veículos de
intoxicações alimentares.
12
ABSTRACT
Bovine mastitis, characterized by the inflammation of the mamary gland, is one of
the most important diseases affecting dairy cattle worldwide. The main infectious agent
implicated in causing the disease is Staphylococcus aureus (S. aureus), a microorganism
also widely known to cause food poisoning. Another important aspect of this pathogen is its
resistance to antibiotics frequently used in veterinary and medicine practices. Since milk
and its derivatives are extensively consumed and could contain both enterotoxigenic and
resitant S. aureus, the main goal of this work is to characterize pheno- and genotypically
Staphylococcus spp. isolated from both, mastitis-affected cow’s milk, and curd cheese
from Pernambuco, Brazil. To diagnose bovine mastitis two tests were used, the “dark
bottom mug” test and the California Mastitis Test. The curd cheese samples were submitted
to microorganism isolation and counting of Coagulase Positive Sthapyloccoci (CPS) in
Baird-Parker agar medium. The Staphylococcus spp. strains isolated from both milk and
cheese samples were phenotypically characterized as S. aureus, CPS, and Coagulase
Negative Staphylococci (CNS), using Gram staining techniques, colony
morphology/staining characteristics and haemolysis in blood agar, additionally,
biochemical tests such as anaerobic glucose fermentation, aerobic and anaerobic mannitol
fermentation, and, thermonuclease, acetoin and coagulase production. The genotypic
characterization was performed using a PCR-RFLP based technique of the coa gene.
Uniplex and multiplex PCR were used to investigate the toxigenic genes, whereas cleavage
and sequencing were performed to confirm the presence of se genes. To determine the
antimicrobial resistance profile of different Staphylococcus strains, the agar diffusion assay
was employed, testing different antibiotics. In this study, were analyzed 246 animals, in a
total of 984 udders, from which 562 (57,1%) presented subclinical mastitis, with
Staphylococcus spp. (36%), Corynebacterium spp. (34,8%) e S. aureus (13,6%) being the
predominant microorganisms. The antimicrobial sensitivity profile showed that from 59
CPS strains isolated from milk, 28,5% showed resistance, and penicillin and amoxicillin
were the least efficient antimicrobials amongst the ones tested. The characterization of S.
aureus strains obtained from bovine mastitis using the PCR-RFLP technique showed two
distinct genotypic profiles, P1=750pb e P2=1000pb. Amongst the 81 different strains of
Staphylococcus spp. isolated from mastitis-affected cow’s milk, 65 (80,2%) presented
toxigenic genes, where the se genes were found (seg, seh, sei and sej). From the 10 samples
or curd cheese tested, 90% were out of the food safety regulatory standards considered for
CPS, moreover, 18/20 Staphylococcus spp. strains presented genes tst, sec, sed, seg, seh, sei
and sej. The antibiotic resistance profile among the strains isolated from curd cheese was
considered low. The restriction analysis and the sequencing were able to confirm the
presence of the se genes in the Staphylococcus spp. strains isolated from milk and cheese.
In conclusion, the molecular typing allowed understanding the standard of dispersion on the
S. aureus in the studied properties. Antibiotic resistant strains and strains presenting
toxigenic genes isolated from milk obtained from mastitis-affected cows and curd cheese
samples from the state of Pernambuco is considered a health-threatening situation for
potential consumers, due to the strong possibility of causing foodborne intoxications.
13
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
1- INTRODUÇÃO
O leite é um alimento protéico e de grande importância para a alimentação humana,
devendo ser um produto seguro e de boa qualidade. A produção leiteira em Pernambuco
constitui-se numa das principais atividades econômicas, concentrando-se principalmente na
Região do Agreste Pernambucano, que é responsável por grande parte da produção
estadual, abastecendo as cidades locais e a Região Metropolitana do Recife.
Entre os derivados do leite destacam-se os queijos e no caso da Região Nordeste o
queijo de coalho, que é obtido por coagulação do leite por meio de coalho ou de outras
enzimas coagulantes, sendo comercializado com até dez dias de fabricação (BRASIL,
1996).
Para que o leite pasteurizado, esterilizado, queijos e outros produtos derivados
sejam consumidos pela população sem riscos à saúde é necessário que a matéria prima, no
caso, o leite cru, esteja livre de agentes nocivos para a saúde do homem. Desta forma, é
importante que haja todo um controle na cadeia de produção leiteira a começar pelo
rebanho bovino que deve estar livre de enfermidades que podem ser responsáveis pela
veiculação de agentes infecciosos.
A mastite bovina, inflamação da glândula mamária, causa grandes perdas
econômicas na criação do gado leiteiro (CREMONESI et al., 2006). O leite e derivados têm
sido implicados em surtos de toxinfecções alimentares (BUYSER et al., 2001; VERAS et
al., 2003) podendo estar associados a doenças dos animais de produção, como a mastite que
tem como principais agentes etiológicos, bactérias, principalmente, do gênero
Staphylococcus (FUEYO et al., 2005).
O Staphylococcus aureus (S. aureus), é um dos mais importantes microrganismos
causadores de intoxicações alimentares, assumindo relevância para a Saúde Pública, em
14
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
virtude do risco potencial de sua veiculação ao homem através do leite e derivados, que
podem conter enterotoxinas termoestáveis pré-formadas nestes alimentos (SENA, 2000).
A intoxicação alimentar estafilocócica é caracterizada por náuseas, vômito, mal-
estar e debilidade geral, diarréia aquosa não sangüinolenta e dor abdominal. Pode ocorrer
desidratação resultante de significativa perda de líquido, sudorese e cefaléia, mas não se
observa febre elevada. Os sintomas começam a manifestar-se aproximadamente quatro
horas após o consumo do alimento contaminado (MURRAY et al., 1992).
Cinco tipos antigênicos “clássicos” de enterotoxinas estafilocócicas (SEs) foram
relatados (SEA, SEB, SEC, SED e SEE) (DINGES et al., 2000). Na década de noventa
“novas” SEs (SEG, SEH, SEI e SEJ) foram descritas, bem como seus respectivos genes
(REN et al., 1994; MUNSON et al., 1998; ZHANG et al., 1998). Recentemente, após a
análise parcial ou total do genoma do Staphylococcus, o “alfabeto” das SEs aumentou com
a identificação de novos genes que codificam para as enterotoxinas SEK, SEL, SEM, SEN,
SEO, SEP, SEQ, SER e SEU (FITZGERALD et al., 2001; JAURRAD et al., 2001;
KURODA et al., 2001; ORWIN et al., 2001, 2002, 2003; LETERTRE et al., 2003; OMOE
et al., 2003).
A caracterização sorológica das enterotoxinas pode ser dificultada por causa dos
baixos níveis de produção, dificuldade associada com a purificação e a falta de métodos
simples e rápidos para detecção (SU e WONG, 1995). Com a disponibilidade da
informações sobre a sequência de DNA das SEs (REN et al., 1994; SU e WONG, 1995,
1997; MCLAUCHLIN et al., 2000), a PCR tornou-se um método alternativo para a
detecção dos genes destas toxinas (BECKER et al., 1998).
Um dos principais indicadores de enterotoxigenicidade é o teste da coagulase,
porém alguns estafilococos coagulase negativa enterotoxigênicos foram encontrados (UDO
15
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
et al., 1999; RAPINI et al., 2003), sendo estes achados importantes para a Saúde Pública, já
que a legislação brasileira não especifica padrões para estes microrganismos, restringindo-
se apenas, a descrever valores para espécies coagulase positivas (SENA, 2000).
A produção da enzima coagulase é um dos critérios usados para identificação de S.
aureus. Embora o teste da coagulase em tubo seja o teste padrão, várias cepas não são
tipadas por essa técnica (AARESTRUP et al.,1995). Em vista disso, análises moleculares
do gene da coagulase estão sendo empregadas como teste de caráter definitivo (VIEIRA-
DA-MOTA et al., 2001).
A análise do gene da coagulase (coa) através da PCR tem sido aplicada para
subdividir as amostras de S. aureus baseada no polimorfismo do gene coa, utilizando
iniciadores específicos que geram fragmentos de diferentes tamanhos dependendo da
amostra (VIEIRA-DA-MOTA, 2001).
Outro aspecto importante é a presença de resíduos de antibióticos que pode
interferir diretamente na qualidade do leite e nos processos industriais, inibindo culturas
sensíveis, utilizadas na fabricação de iogurtes. Além disso, pode constituir um problema de
saúde pública, levando ao aumento de bactérias resistentes a tratamentos por antibióticos.
A contaminação é decorrente do tratamento de vacas em lactação acometidas por
mastite, metrite ou outra doença infecciosa (CARRARO et al., 2003). Além de haver
evidências de que o tratamento indiscriminado de animais com antibióticos torne seus
produtos e derivados, fontes para resistência aos antibióticos na espécie humana
(OLIVEIRA et al., 2002).
16
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Desta forma, este estudo teve como finalidade verificar a qualidade do leite de vacas
com mastite subclínica e de queijos de coalho produzidos no Estado de Pernambuco,
quanto à presença de Staphylococcus spp. portadores de genes toxigênicos e resistentes a
antibióticos.
17
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
2-REVISÃO DE LITERATURA
2.1 LEITE
Segundo o regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem
Animal-RIISPOA, artigo 475, “entende-se por leite, sem outra especificação, o produto
oriundo da ordenha completa e ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem
alimentadas e descansadas” (BRASIL, 1997).
É importante assinalar que o leite de vaca, depois do leite materno, é o alimento
mais equilibrado e completo de que dispõe o ser humano (BLANC, 1974).
Basicamente, o leite, para ser caracterizado como de boa qualidade deve apresentar
algumas características organolépticas, nutricionais, físico-químicas e microbiológicas
como: sabor agradável, alto valor nutritivo, ausência de agentes patogênicos e
contaminantes (antibióticos, pesticidas, adição de água e sujidades), reduzida contagem de
células somáticas e baixa carga microbiana (FONSECA e SANTOS, 2001).
O leite apresenta um grande valor econômico e um valor alimentar inestimável na
nutrição humana (FERREIRO et al., 1980). Está presente na alimentação de indivíduos de
todas as idades e classes sociais destacando-se, principalmente, na dieta de crianças e
idosos (FRANCO et al., 2000).
Devido a sua constituição, o leite torna-se um excelente meio para o
desenvolvimento de microrganismos deteriorantes e patogênicos (CHEN e HOTCHKESS,
1993). Estes microrganismos podem contaminar o leite durante ou após a ordenha e
conseqüentemente os derivados de leite, os quais podem ainda sofrer contaminação durante
processamento e estocagem, principalmente nos casos em que há grande manipulação do
produto (NOUT, 1994).
18
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
O leite ao ser secretado no interior da glândula mamária é praticamente estéril,
porém, contamina-se durante seu percurso em direção ao exterior do úbere com
microrganismos saprófitas componentes da microbiota normal do animal (LERCHE, 1969).
Podendo apresentar uma variedade de microrganismos patogênicos em decorrência de
processos inflamatórios do úbere ou de enfermidades no rebanho.
Os microrganismos contaminantes do leite após a ordenha, provenientes de
equipamentos e utensílios, do meio ambiente e mesmo do pessoal responsável pela
obtenção e manipulação do leite, são os mais importantes sob o ponto de vista tecnológico,
pois podem causar alterações indesejáveis, comprometendo sua qualidade e de seus
derivados, podendo, inclusive chegar a torná-los inaproveitáveis para o consumo humano
(OLIVEIRA, 1986).
Entre os microrganismos que podem contaminar o leite e seus derivados, o
Staphylococcus spp. tem sido considerado um dos mais freqüentemente envolvidos em
surtos de intoxicação alimentar, juntamente com Salmonella spp. e Escherichia coli
(DAVIS e WILBEY, 1990; BUYSER et al., 2001). É considerada uma das mais
importantes bactérias causadoras de doenças de origem alimentar (GENIGEORGIS, 1989;
VERAS et al., 2003).
O leite e seus derivados são amplamente consumidos no Brasil. Podem causar
doenças de origem alimentar quando contaminados por amostras enterotoxigênicas de S.
aureus, Staphylococcus coagulase positiva (CARMO et al., 1995, 1996) ou Staphylococcus
coagulase negativa (SENA, 2000; VERAS et al., 2003).
Surtos de intoxicação estafilocócicas associados ao leite e produtos lácteos têm sido
relatados tanto em países desenvolvidos como em países em desenvolvimento. No Brasil,
no Estado de Minas Gerais, no período de 1997 a 2002 leite e derivados foram envolvidos
19
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
em surtos de toxinfecção alimentar sendo Staphylococcus o principal agente envolvido
(VERAS et al., 2003). No Reino Unido, Wieneke et al. (1993) relataram a ocorrência de
359 casos de intoxicação alimentar devido a enterotoxina estafilocócica no período de 1969
a 1990. Do total de casos, 8% ocorreram devido à ingestão de leite e derivados
contaminados.
Alguns estudos realizados no Brasil têm demonstrado alta contaminação de leite e
derivados por S. aureus (CARMO et al., 1994; CERQUEIRA et al., 1994; SANTOS et al.,
1995; SENA et al., 1998; SENA, 2000). Araújo (1984) ao analisar 100 amostras de leite cru
no município de Niterói, verificou que 50% apresentaram-se positivas para S. aureus, sendo
que 48% das amostras positivas apresentaram contagens variando de 10
3
a valores
superiores a 10
5
UFC/mL. Santos et al. (1981) ao analisarem 78 amostras de leite cru em
Minas Gerais, observaram que 46,9% estavam contaminados por este agente em contagens
variando de 3,0 x 10
3
a 9,8 x 10
5
UFC/mL e em Goiânia, Mesquita (1988) detectou este
microrganismo em 71,4% das amostras de leite cru examinadas.
A contaminação do leite inicia-se nas fazendas, durante ou após a ordenha, sendo
resultado de deficiências da higienização do meio ambiente e dos utensílios, doenças do
rebanho e do homem. As dificuldades de transporte e as falhas durante os processos de
beneficiamento e estocagem do leite também podem interferir na sua qualidade (BORGES
et al., 1978). O controle deficiente em qualquer uma destas etapas pode causar sérios
problemas.
A garantia da qualidade do leite, principalmente para evitar veiculação de agentes
infecciosos ao homem, se inicia com o atestado sanitário da vaca, do ordenhador, das
condições sanitárias do ambiente em que as vacas são ordenhadas, do equipamento usado
na coleta e transporte do leite. Depende ainda, das condições higiênico-sanitárias durante a
20
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
produção, do tratamento térmico, da temperatura de armazenamento do leite na
propriedade, durante o transporte até a indústria, assim como os cuidados na rede de
distribuição e no consumo (SANTOS et al., 1981).
2.2 QUEIJO DE COALHO
A qualidade do leite é de fundamental importância para a produção de queijos e os
processos de fabricação compreendem métodos que transformam grande parte dos
componentes do leite num produto de fácil conservação, com menor quantidade de água,
grande valor nutritivo, sabor agradável e de fácil digestão (AQUINO, 1983; CABRAL,
1993).
A produção de queijo de coalho no Brasil, acontece principalmente na região
Nordeste, nos estados da Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco, onde o
produto é tradicional e portanto bastante consumido (LEITE JÚNIOR et al., 2000).
Segundo o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade deste produto, seu
processamento consiste na coagulação do leite por meio do coalho ou outras enzimas
coagulantes apropriadas, complementadas ou não pela ação de bactérias lácteas
selecionadas (BRASIL, 2001). No entanto, este produto por vezes é processado de modo
artesanal, não possuindo padrão (PINHEIRO et al., 2004).
O queijo de coalho produzido em Pernambuco artesanalmente, de acordo com
Morais (1995), tem como processamento a recepção do leite integral cru, filtração, adição
do coalho, coagulação, quebra da coalhada, dessoragem parcial, enformagem, prensagem
manual, prensagem mecânica, salga seca, desenformagem, lavagem do produto e consumo.
Produzido a partir de leite cru integral, o queijo de coalho tipo B, é obtido de vacas
sãs, ordenhadas em local próximo da fabricação, de produção leiteira do próprio
21
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
estabelecimento, com produção diária inferior a 10kg, não devendo ser transportado a
distâncias superiores a 500 metros. O queijo de coalho tipo A, é definido como aquele
produzido com leite integral ou desnatado, pasteurizado, massa crua prensada,
suficientemente dessorada, salgada e maturada (PERNAMBUCO, 1992).
O segmento de laticínios tem grande relevância para a economia do país porque
contribui com cerca de 10% do faturamento global da indústria brasileira de alimentos.
Entretanto, toda esta grandeza é fortemente ameaçada pelo mercado informal ou
clandestino que não passa por fiscalização oficial e é hoje sustentado por quase a metade
dos 21 bilhões de litros/ano produzidos em nosso país (MORENO et al., 2004).
O queijo de coalho, por ser elaborado, em quantidade considerável, a partir de leite
cru e sem os devidos cuidados de higiene, em pequenas propriedades rurais ou em
pequenas indústrias que não adotam as Boas Práticas de Fabricação, não apresenta
segurança microbiológica e padronização da qualidade (FEITOSA et al., 2003), podendo
causar intoxicações alimentares (RITTER et al., 2001).
A pasteurização do leite tanto para consumo in natura como para a produção de
creme e queijos reduz os riscos de toxinfecções alimentares, entretanto, falhas durante o
processamento e comercialização do queijo podem favorecer a incorporação de matérias
estranhas (sujidades) de origem biológica ou não. A contaminação microbiana de queijos
assume destacada relevância em Saúde Pública ao se considerar que bactérias
enterotoxigênicas e patogênicas como S. aureus e Salmonella são comumente encontradas
em derivados lácteos (PERESI et al., 2001).
Alguns estudos realizados (SANTOS et al., 1995; PAIVA e CARDONHA, 1999;
NASSU et al., 2000) sobre a qualidade microbiológica do queijo de coalho relataram
ocorrência de microrganismos patogênicos e contagens de microrganismos deteriorantes
22
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
em números que excedem, às vezes, os limites estabelecidos pela legislação (BRASIL,
1996; BRASIL, 2001) e as bactérias patogênicas detectadas com maior freqüência eram
Staphylococcus aureus, Salmonella e Listeria monocytogenes.
2.3 MASTITE BOVINA
2.3.1 Conceito e Classificação
A inflamação da glândula mamária recebe a denominação de mamite (do latim
Mamma = mama) ou de mastite (do grego Mástos = mama) (SANTOS, 1986). Foi descrita
pela primeira vez por Baby du Brassac em 1814 (COSTA, 1991). É uma doença complexa
havendo diferentes causas e graus de intensidade (SCHALM et al., 1971).
A mastite pode ser de etiologia traumática, tóxica, alérgica, metabólica e infecciosa
(COSTA, 1991), sendo as inflamações infecciosas as principais, dentre as quais destacam-
se as de origem bacteriana (SANTOS, 1986), como as causadas por estafilococos que
podem atravessar o canal do teto, colonizar o sistema de ductos, os alvéolos e causar uma
resposta inflamatória (OTERO e CRUZ, 1992; RAINARD, 2005) (Figura 1).
A mastite se constitui num processo inflamatório da glândula mamária, de evolução
aguda ou crônica. Pode se apresentar na forma clínica ou subclínica, conforme se evidencie
ou não sinais de inflamação (CENTORBI et al., 1992).
23
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Figura 1- Infecção da glândula mamária por Staphylococcus spp. Fonte: Rainard, 2005.
A mastite pode ser dividida em dois grupos, quanto a sua forma de manifestação.
Denomina-se mastite clínica, os casos da doença em que existem sinais clínicos evidentes
como: edema, aumento da temperatura, endurecimento e dor na glândula mamária e ou
aparecimento de grumos, pus ou qualquer outra alteração das características do leite. Outra
forma de manifestação da doença é chamada mastite subclínica, que se caracteriza por
alterações na composição do leite, tais como aumento na Contagem de Células Somáticas
(CCS), aumento nos teores de Cl, Na
+
e proteínas séricas, e diminuição nos teores de
caseína, lactose e gordura do leite. É importante frisar que, nesse tipo de mastite, não
existem sinais clínicos evidentes da doença, portanto, não é possível diagnosticá-la sem a
24
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
utilização de testes auxiliares. Dessa forma, o sinal clássico da mastite subclínica é a
elevação da CCS, que pode ser detectado com o auxílio de testes de diagnóstico como o
California Mastitis Test (CMT) e a Contagem Eletrônica de Células somáticas (CECS)
(FONSECA e SANTOS, 2001).
Ressalta-se que a mastite subclínica apresenta prevalência muito maior que a clínica
(Figura 2) e que no Brasil, a maioria dos casos de mastite que afetam quartos mamários dos
bovinos leiteiros são da forma subclínica (BRABES et al., 1999; SANTOS et al., 2003;
FREITAS et al., 2005).
Figura 2- Esquema demonstrando proporção entre animais de um rebanho com mastite
clínica, subclínica e sadios. Fonte: Fonseca e Santos (2001)
A forma subclínica apresenta uma maior importância epidemiológica, pois pode
disseminar-se silenciosamente pelo rebanho sem que sejam percebidas alterações
macroscópicas à inspeção do úbere ou do leite (BLOOD e RADOSTITIS, 1991). Tem
grande importância devido à ação prejudicial sobre a quantidade e qualidade do leite
25
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
produzido pelos quartos infectados, além da dificuldade na sua detecção (VIANNI et al.,
1992).
Existe uma outra grande divisão conceitual da mastite. Esta se refere ao tipo de
agente causador, que pode ser ambiental ou contagioso. Dessa forma, a mastite pode ser
contagiosa e ambiental (RADOSTITS et al., 2002).
A mastite contagiosa caracteriza-se por apresentar baixa incidência de casos clínicos
e alta incidência de casos subclínicos, geralmente de longa duração ou crônicos e
apresentando alta contagem de células somáticas (CCS). Esse tipo de mastite é causada por
patógenos cujo habitat preferencial é o interior da glândula mamária e a superfície da pele
dos tetos e é transmitida principalmente durante a ordenha. A mastite ambiental é causada
por agentes que vivem preferencialmente no habitat da vaca, em locais que apresentam
esterco, urina, barro e camas orgânicas. A mastite ambiental caracteriza-se por alta
incidência de casos clínicos, geralmente de curta duração (FONSECA e SANTOS, 2001).
A mastite contagiosa é transmitida quase exclusivamente durante a ordenha e para
que haja a transmissão é necessário que exista um elemento de ligação entre um quarto
infectado e um sadio. Segundo Amaral et al. (2004) a ordenhadeira mecânica, a mão do
ordenhador, práticas de higiene e lesões nos tetos são fatores importantes que expõem a
superfície dos tetos aos microrganismos patogênicos contagiosos sendo esses
microrganismos transmitidos de animais infectados para não infectados durante o processo
de ordenha.
A forma subclínica é importante devido a uma maior prevalência nos rebanhos,
ocorrendo 15 a 40 vezes mais que a forma clínica, é de difícil detecção e longa duração,
tornando-se os animais reservatórios de microrganismos para o rebanho (DE SÁ et al.,
2000).
26
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
A mastite causada por patógenos ambientais, apesar de menor ocorrência, é muito
importante por ser de difícil tratamento podendo ocorrer morte do animal, como resultado
de septicemia ou toxemia (BARTLETT et al., 1992). O reservatório primário destes
patógenos ambientais é o ambiente da vaca leiteira, enquanto o reservatório primário dos
patógenos contagiosos é a glândula mamária infectada (GARINO JÚNIOR et al., 2000).
2.3.2 Etiologia
Diversos microrganismos podem estar envolvidos como bactérias, vírus, fungos
filamentosos, leveduras e algas. Dentre os agentes etiológicos, as bactérias têm maior
incidência, constituindo cerca de 80% a 90% dos casos, dentre as quais as mais comuns
são: S. aureus, Staphylococcus spp., Streptococcus agalactie, Streptococcus dysgalactie e
Streptococcus uberis, Corynebacterium spp., Escherichia coli, Nocardia spp. entre outras
(BRABES et al., 1999).
Brito et al. (1997), relataram que 135 diferentes espécies, subespécies e sorotipos de
microrganismos podem ser isolados do leite de vacas com mastite, sendo que a maioria das
infecções é de origem bacteriana e cerca de 90% de todos os casos ocorrem devido a um
reduzido número de espécies, destacando-se aquelas dos gêneros Streptococcus spp.,
Staphylococcus spp. e Corynebacterium spp. (FONSECA e SANTOS, 2001).
A plurietiologia da mastite é um fator complicador para o seu controle e tratamento
(LANGONI et al., 1998). Os agentes mais envolvidos na gênese desta doença, tanto no
Brasil como em outros países, são os estafilococos e estreptococos (DA SILVA et al., 1983;
LANGENEGGER et al., 1986; LANGONI et al., 1991; QUIN et al., 1994; FREITAS et al.,
2005).
27
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Microrganismos que causam mastite são geralmente classificados como contagiosos
e ambientais baseados em seus reservatórios primários e modo de transmissão. S. aureus e
Streptococcus agalactiae são patógenos contagiosos e são comumente transmitidos entre as
vacas por contato com leite infectado. Os patógenos ambientais incluem dois grandes
grupos de bactérias: os coliformes, onde as pricipais espécies são Escherichia coli e
Klebsiella e o grupo dos estreptococos, exceto a espécie S. agalactiae. Estas bactérias
ambientais provêm do ambiente onde a vaca vive, alcançando o úbere entre as ordenhas,
quando os tetos são expostos à lama, esterco e outros materiais contaminados
(CREMONESI et al., 2006).
Entre os patógenos que causam mastite, o S.aureus é um dos três principais
microrganismos, sendo responsável por casos de difícil tratamento através da utilização de
antibióticos (RAINARD, 2005).
2.3.3 Diagnóstico
O exame físico do úbere deve ser feito por palpação da glândula mamária, e o
momento mais adequado para esse procedimento é imediatamente após a ordenha, com o
úbere vazio (FONSECA e SANTOS, 2001).
A avaliação das caracterísitcas físicas do leite deve ser realizada imediatamente
antes da ordenha, sendo vulgarmente conhecido como teste da caneca de fundo preto. Esse
teste consiste na retirada dos 3 a 4 primeiros jatos de leite, contrastando-os com uma
superfície de fundo preto, com a finalidade de observar a presença de alterações no leite,
tais como grumos ou coágulos, pus, sangue ou leite aquoso, servindo para o diagnóstico da
mastite clínica (FONSECA e SANTOS, 2001).
28
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Para o diagnóstico da mastite subclínica o California Mastitis Test (CMT),
desenvolvido por Schalm e Noorlander (1957) é um dos testes mais populares e práticos.
Seu princípio baseia-se na estimativa da contagem de células somáticas no leite. Para tal,
utiliza-se um detergente aniônico neutro que atua rompendo a membrana das células
presentes na amostra de leite e liberando o material nucléico (DNA), o qual apresenta
viscosidade. Desta forma, o resultado do teste é avaliado em função do grau de
gelatinização ou viscosidade da mistura de partes iguais leite e reagente, sendo o teste
realizado em bandeja apropriada.
A análise microbiológica do leite permite um diagnóstico preciso das mastites. Não
é praticado rotineiramente por ser oneroso, porém, é o único método que revela o agente
etiológico específico , permitindo escolher a terapêutica e profilaxia adequada após testes
de sensibilidade antimicrobiana (CORRÊA e CORRÊA, 1992).
2.3.4 Perdas Econômicas
A mastite é considerada a principal doença que afeta os rebanhos leiteiros no
mundo. Estima-se que as perdas anuais sejam de cerca de US$ 184, por vaca
(CREMONESI et al., 2006). Já no Brasil, pode-se deduzir que, em função da alta
prevalência de mastites nos rebanhos, possa ocorrer perda de produção entre 12% e 15%, o
que significa um total de 2,8 bilhões de litros/ano em relação à produção anual de 21
bilhões de litros. Desse total, 70% são atribuídos à mastite subclínica, enquanto os 30%
restantes são relativos à mastite clínica. Nesse total, estão incluídas as perdas devido à
diminuição na produção de leite, que é responsável por 66% do total das perdas, visto que
há uma diminuição da ordem de 15% na produção de leite das vacas infectadas, gastos com
29
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
medicamentos, leite descartado, serviços veterinários, descarte prematuro de animais e
diminuição no valor comercial destes (FONSECA e SANTOS, 2001).
Esta afecção reduz a quantidade e a qualidade do leite, diminuindo os teores de
lactose, cálcio, fósforo, caseína, gordura e sólidos, enquanto aumenta proteínas plasmáticas,
cloretos, sódio, ácidos graxos livres e células somáticas. Além disso, a mastite clínica,
principalmente, aumenta o risco de resíduos de antimicrobianos no leite, pela necessidade
de estabelecer-se tratamento imediato, mesmo dos animais em lactação. Portanto, além do
prejuízo diretamente relacionado ao processo inflamatório, acrescentam-se o custo com
medicamentos, aumento do labor da mão-de-obra e tempo de descarte do leite após
tratamento, até a total eliminação dos resíduos de antibióticos utilizados (COSTA, 1999).
2.4 USO DE ANTIMICROBIANOS
A resistência a antibióticos e outras drogas antimicrobianas continua a ser um dos
grandes problemas da medicina atual. Hoje, o desenvolvimento de resistência por certas
bactérias patogênicas é mais rápido que a capacidade da indústria para produzir novas
drogas. Entre as bactérias que voltam a se tornar perigosas destaca-se o Staphylococcus
aureus, um poderoso agente de infecção hospitalar (SOUZA, 1998).
O uso de antimicrobianos na prática veterinária para tratamento e profilaxia de
agentes infecciosos em adição ao uso de antimicrobianos como promotores de crescimento,
influenciam grandemente a prevalência de bactérias resistentes em animais contribuindo
para o risco da emergência de resistência em patógenos humanos (SHAH et al., 1993;
BARBER, 2001; MCDERMOTT et al., 2002).
30
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Evidências diretas indicam que o uso de antimicrobianos em animais seleciona
bactérias resistentes que podem ser transferidas para humanos através dos alimentos ou
contato direto com os animais (AARESTRUP, 1999). Segundo Rajala-Schultz et al. (2004)
as bactérias resistentes que são encontradas em animais produtores de alimentos, podem
contaminar os produtos alimentícios e serem transferidas para humanos através da cadeia
alimentar.
O S. aureus além de ser considerado um poderoso agente de infecção hospitalar
vem apresentando resistência a vários antibióticos, por isso, é importante a realização de
testes de sensibilidade antimicrobiana para cepas isoladas de leite de vaca, pois de acordo
Sena (2000) na bovinocultura de leite a utilização de medicamentos, principalmente no
tratamento de doenças como a mastite está muito difundida.
No Brasil, é comum o uso indiscriminado de medicamentos sem a realização de
testes preliminares de sensibilidade in vitro e às vezes, até subdosagens, sujeitando-se a
glândula mamária a tratamentos inadequados que podem ocasionar agravamento do
processo, perdas econômicas e propiciar o desenvolvimento de resistência microbiana
(CULLOR, 1993).
A produção leiteira vem baseando-se principalmente na terapêutica alopática, e o
aumento do uso de antibióticos ocorre em função da persistência de certos microrganismos
resistentes. Dentre eles o S. aureus é um dos mais patogênicos e causa uma infecção
geralmente crônica diminuindo gradativamente a produção leiteira, sendo de difícil controle
uma vez que apresenta geralmente resistência à penicilina e outros antibióticos
(LANGENEGGER et al., 1981; COSTA et al., 2000; BENITES et al., 2002).
31
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
A utilização de antimicrobianos para o tratamento da mastite clínica ou da mastite
subclínica no início do período seco é um componente importante dos programas de
controle (BRAMLEY et al., 1996). A seleção do antimicrobiano apropriado é essencial,
tanto do ponto de vista da saúde do animal, quanto da produtividade da glândula mamária.
Os resultados dos testes de sensibilidade antimicrobiana ajudam o veterinário clínico na
escolha do medicamento apropriado (FRANCIS, 1989; SUMANO e OCAMPO, 1992;
FREITAS et al., 2005), além de reduzir os riscos do aparecimento de bactérias resistentes.
32
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
2.5 EXOTOXINAS ESTAFILOCÓCICAS
Artigo publicado na revista Ciência Veterinária nos Trópicos, Recife-PE, v.7, n. 2 e
3, p. 63-74, maio/dezembro de 2004
RESUMO
Staphylococcus aureus produz uma grande variedade de exotoxinas: as
Enterototoxinas Estafilocócicas (SEs) que causam intoxicação alimentar estafilocócica,
resultante do consumo de alimentos contendo SEs pré-formadas, Toxina Esfoliativa (ET)
causadora da síndrome da pele escaldada, principalmente em crianças, e a Toxina-1 da
Síndrome do Choque Tóxico (TSST-1), caracterizada por febre, hipotensão, envolvimento
multiorgânico e descamação da pele. Devido à importância desta bactéria para a saúde
pública objetivou-se com este trabalho revisar os principais aspectos das exotoxinas
estafilocócicas, dando ênfase à caracterização bioquímica, genética e aos métodos de
detecção destas toxinas.
Termos de Indexação: Staphylococcus aureus; Exotoxinas; Saúde Pública
33
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
STAPHYLOCOCCAL EXOTOXINS
ABSTRACT
Staphylococcus aureus produces a large variety of exotoxins: staphylococcal
enterotoxins (SEs) which cause staphylococcal food poisoning, resulting from the
consumption of food containing preformed SEs, Exfoliative Toxin (ET) responsible for the
staphylococcal scalded-skin syndrome, mainly in children, and the Toxic Shock Syndrome
Toxin 1 (TSST-1) characterized by high fever, hypotension, multiorgan involvement and
desquamation of the skin. Because of the importance of this microorganism for the public
health, the aim of this study was to review the mainly aspects about staphylococcal
exotoxins, including biochemical, genetics and diagnostic characterization.
Index Terms: Staphylococcus aureus; Exotoxins; Public Health
INTRODUÇÃO
Na medicina humana e medicina veterinária o Staphylococcus aureus é responsável
por várias afecções que acometem desde tecido cutâneo até infecções sistêmicas, com
destaque nos animais para a infecção da glândula mamária. Assume grande importância na
microbiologia de alimentos como agente de intoxicações alimentares devido à produção de
enterotoxinas termoestáveis, servindo como indicador higiênico-sanitário na indústria
alimentícia, visto que o manipulador de alimentos é a principal fonte e veículo deste
microrganismo.
Toxinas são comumente substâncias de origem protéica produzidas por alguns
microrganismos e que contribuem para sua patogenicidade. São classificadas em exo e
34
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
endotoxinas (KONEMAN et al., 2001). As exotoxinas são proteínas ou enzimas produzidas
no interior de algumas bactérias Gram-positivas, decorrentes da multiplicação e
metabolismo, dos microrganismos. Classicamente são agrupadas em três tipos, de acordo
com seu modo de ação: citotoxinas, que destroem as células do hospedeiro ou afetam suas
funções; neurotoxinas, que interferem com a transmissão normal de impulsos nervosos; e
enterotoxinas, que afetam as células que revestem o trato gastrintestinal. As endotoxinas
correspondem a porção externa da parede celular (lipopolissacarídeos) das bactérias Gram-
negativas, que são liberadas após a morte bacteriana ou mesmo a lise da parede celular
(TORTORA et al., 2002).
As principais exotoxinas produzidas pelos estafilococos são: as enterotoxinas,
sorologicamente identificadas como SEA, SEB, SEC1-3, SED, SEE, SEG, SEH, SEI, SEJ
(CARMO et al., 2002), SEK (ORWIN et al., 2001) e, recentemente SEL (ORWIN et al.,
2003), SEM, SEN, SEO (LOIR et al., 2003) e SEU (LETERTRE et al., 2003); a Toxina-1
da Síndrome do Choque Tóxico (BERGDOLL et al., 1981) e a Toxina Esfoliativa dos tipos
A, B (LEE et al., 1987) C (SATO et al., 1994) e D (YAMAGUCHI et al., 2002).
As enterotoxinas estafilocócicas (SEs) podem ser detectadas in vitro ou pelas suas
atividades biológicas in vivo. No entanto, por motivos práticos, a detecção de rotina é
realizada por métodos imunológicos como imunodifusão, radioimunoensaio (RIA),
aglutinação em látex, imunobloting e ensaios imunoenzimáticos (ELISA - Enzyme-Linked
Immunosorbent Assay). Um método alternativo para verificar a capacidade
enterotoxigênica de linhagens de estafilococos é a detecção específica de genes de toxinas
através da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR - Polimerase Chain Reaction). Porém,
segundo Mclauchlin et al. (2000), apenas a presença desses genes não indica,
35
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
necessariamente, a capacidade do microrganismo de produzir toxina biologicamente ativa
suficiente para induzir manifestações clínicas de doença.
O GÊNERO Staphylococcus
De acordo com Bergey’s Manual of Systematic Bacteriology (1986) a família
Micrococacceae inclui quatro gêneros: Planococcus, Micrococcus, Stomatococcus e
Staphylococcus. Na atualidade, segundo Koneman et al. (2001), o gênero Staphylococcus é
composto por 33 espécies.
No homem, a espécie Staphylococcus aureus (S. aureus) é causadora de infecções
cutâneas como furunculoses, impetigo e abscessos (MURRAY et al., 1992), infecções
orgânicas incluindo osteomielite, endocardite e artrites (SPICER, 2002), intoxicações
alimentares (VERAS et al., 2003), síndrome da pele escaldada (LADHANI et al., 1999) e
síndrome do choque tóxico (DINGES et al., 2000).
Os estafilococos também secretam um grupo de enzimas e citotoxinas que incluem
quatro hemolisinas (alfa, beta, gama e delta), nucleases, proteases, lipases, hialuronidase e
colagenase (DINGES et al., 2000), além de outras enzimas como catalase, fibrinolisina,
coagulase e beta-lactamase (SPICER, 2002). A produção destas enzimas e citotoxinas é
regulada por elementos genéticos como plasmídios, transposons e profagos, considerados
importantes fatores de virulência nas infecções estafilocócicas no homem e nos animais
(NOVICK et al., 2001).
INTOXICAÇÃO ALIMENTAR ESTAFILOCÓCICA
As enterotoxinas produzidas e liberadas pelos estafilococos durante sua
multiplicação nos alimentos são termoestáveis (SILVA JÚNIOR, 1997), o que indica que a
36
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
temperatura de cozimento dos alimentos não interfere na atividade biológica das SEs,
possibilitando a instalação de quadros de intoxicação alimentar no homem. Giletto e Fyffe
(1998) assinalam que as intoxicações estafilocócicas afetam 1,2 milhões de pessoas
anualmente, resultando numa perda econômica de 1,5 bilhões de dólares.
A intoxicação alimentar estafilocócica é caracterizada clinicamente por náuseas,
vômito, mal-estar, debilidade geral, diarréia aquosa não sanguinolenta e dor abdominal.
Pode resultar em desidratação decorrente da perda significativa de líquido, sudorese e
cefaléia, geralmente não acompanhada de estado febril. Os sintomas começam a
manifestar-se aproximadamente quatro horas após o consumo do alimento contaminado
(MURRAY et al., 1992). A pele e a mucosa do homem atuam como reservatórios de
estafilococos, resultando em importante fonte de veiculação destes microrganismos para os
alimentos (RAPINI et al., 2004). Nos animais domésticos, S. aureus é considerado o
principal agente das infecções em glândula mamária (LIM et al., 2004).
A gastroenterite estafilocócica é causada pela ingestão de alimentos contendo uma
ou mais enterotoxinas. Estima-se que de 100ng a 1µg são eficientes para produzir a doença
em indivíduos susceptíveis (BERGDOLL, 1990). Para que ocorra a produção mínima de
enterotoxina estafilocócica no alimento é necessário que haja condições adequadas de
temperatura e pH para a multiplicação dos estafilococos, até contagens de 10
5
UFC/g de
alimento (MOSSEL e GARCIA, 1975). No entanto, Carmo e Bergdoll (1990) e Cunha
Neto et al. (1999) detectaram enterotoxinas estafilocócicas em alimentos com níveis de
contaminação estafilocócica entre 10
4
a 10
8
UFC/g e 10
2
a 10
4
UFC/g, respectivamente.
Em surtos de Enfermidades Transmitidas por Alimentos (ETAs) investigados pelos
laboratórios de saúde pública do Estado de São Paulo, entre 1994 e 1998, Gelli et al. (1999)
verificaram que das amostras analisadas em 776 surtos o agente causal foi identificado em
37
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
400 deles, dos quais S. aureus foi o mais prevalente (43,7%), demonstrando sua
importância para a saúde pública.
Estudos epidemiológicos sobre toxinfecções alimentares envolvendo leite e
derivados no Estado de Minas Gerais, no período entre 1997 e 2002, revelaram que dentre
os produtos lácteos envolvidos nos surtos, o queijo ocupava lugar de destaque e S. aureus,
S. epidermidis, S. cohii, S. sciuri e S. lugdunensis foram as espécies de Staphylococcus
mais prevalentes, das quais foram detectadas as enterotoxinas SEA, SEB, SEC, SED e
TSST-1 (VERAS et al., 2003).
Um dos principais indicadores de enterotoxigenicidade de estafilococos é o teste da
coagulase. Contudo, alguns autores isolaram estafilococos coagulase negativa
enterotoxigênicos das mãos de manipuladores de alimentos, leite e derivados (UDO et al.,
1999; SENA, 2000). Estes resultados trazem reflexos importantes para a saúde pública,
visto que a legislação brasileira não especifica padrões para estes microrganismos,
restringindo-se apenas, a descrever valores para espécies coagulase positivas (SENA,
2000).
ENTEROTOXINAS ESTAFILOCÓCICAS (SEs)
As enterotoxinas são produzidas predominantemente por S. aureus. No entanto,
outras espécies coagulase-positivas, incluindo Staphylococcus intermedius e
Staphylococcus hyicus, têm sido apontadas como enterotoxigênicas (SENA, 2000), bem
como espécies coagulase negativas (RAPINI et al., 2003). Estas toxinas são resistentes à
hidrólise pelas enzimas gástricas e jejunais. A termo-estabilidade é observada pela
viabilidade após aquecimento à 100
0
C durante 30 minutos (MURRAY et al., 1992) e as
temperaturas de pasteurização lenta e rápida (FRANCO e LANDGRAFF, 2000). Isto
38
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
pressupõe que as atividades biológicas das enterotoxinas estafilocócicas permanecem
inalteradas, mesmo após o processamento térmico usual dos alimentos (HOLECKOVÁ et
al., 2002).
As enterotoxinas estafilocócicas pertencem à família denominada de toxinas
pirogênicas (PT), originada de espécies de estafilococos e estreptococos. Nesta família
também são incluídas a TSST-1, a toxina esfoliativa tipos (A e B) e as exotoxinas
pirogênicas estreptocócicas (SPE) que apresentam determinadas estruturas, funções e
seqüências de nucleotídeos similares (BALABAN e RASOOLY, 2000). Causam
imunossupressão e a proliferação inespecífica de células T que são atividades atribuídas aos
superantígenos (LOIR et al., 2003). Porém, entre estes, apenas SEs têm atividade emética
(DINGES et al., 2000).
As enterotoxinas têm sido classificadas em cinco tipos sorológicos SEA, SEB, SEC,
SED e SEE. Porém novas enterotoxinas já foram descritas na literatura, incluindo SEG,
SEH, SEI, SEJ, SEL, SEM, SEN, SEO, SEU (REN et al., 1994; SU e WONG, 1995;
MUNSON et al., 1998; ZHANG et al., 1998; JAURRAD et al., 2001; ORWIN et al., 2001,
2003; LETERTRE et al., 2003). A relação entre essas novas enterotoxinas e intoxicações
alimentares ainda não está totalmente esclarecida (OMOE et al., 2002), exceto para SEG,
SEH e SEI (MCLAUCHLIN et al., 2000).
SÍNDROME ESTAFILOCÓCICA DA PELE ESCALDADA
A síndrome estafilocócica da pele escaldada (Staphylococcal Scalded Skin
Syndrome - SSSS) é o termo utilizado para uma coleção de doenças bolhosas da pele,
induzida por toxinas esfoliativas (ETs) de S. aureus. Primariamente, afeta neonatos e
39
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
crianças, embora adultos com infecções latentes também sejam susceptíveis (LADHANI et
al., 2001).
Clinicamente apresenta-se de forma abrupta, com febre, sensibilidade da pele,
eritema e descamação da epiderme (YAMAGUCHI et al., 2002), revelando uma superfície
úmida e brilhante com aparência semelhante à pele escaldada (ARBUTHNOTT et al.,
1990).
Sorologicamente, dois tipos da toxina denominadas ETA e ETB eram reconhecidas
(JOHNSON et al., 1991). A toxina ETA codificada por gene cromossomal e ETB por gene
plasmidial (LEE et al., 1987). Posteriormente, Sato et al. (1994) verificaram um novo tipo
de toxina esfoliativa, denominada ETC, a partir de estirpes de S. aureus isolados de cavalo
com infecções cutâneas. Recentemente, Yamaguchi et al. (2002) identificaram numa ilha de
patogenicidade em isolados clínicos de S. aureus a seqüência do gene de uma nova toxina
esfoliativa, a ETD.
As toxinas esfoliativas apresentam os seguintes pesos moleculares: ETA 26,9 KDa,
ETB 27,2 KDa (LEE et al., 1987; SATO et al., 1994), ETC 27,0 KDa (SATO et al., 1994) e
ETD 27,2 KDa (YAMAGUCHI et al., 2002). A atividade da ETA é estável, mesmo após
aquecimento a 100ºC por 20 minutos, ao contrário da ETB e ETC, que são sensíveis ao
aquecimento de 60ºC por 15 a 30 minutos (SATO et al., 1994). A elevada termo-resistência
da ETA gera reflexos em saúde pública, visto que esta toxina poderia induzir afecções
cutâneas no homem, mesmo após tratamento convencionais dos alimentos.
Além da toxina esfoliativa estar relacionada a lesões na pele, e sua produção ser
legada a linhagens de S. aureus isoladas de humanos clinicamente acometidos
(MEHROTRA et al., 2000), sua presença em amostras de leite já foi demonstrada por Endo
40
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
et al. (2003) que detectaram o gene eta e a toxina ETA de isolados de leite de vacas com
mastite.
SÍNDROME DO CHOQUE TÓXICO ESTAFILOCÓCICO
A síndrome do Choque Tóxico (TSS) é uma doença aguda mediada por toxinas
(HERZER et al., 2001). Clinicamente é caracterizada por febre, rachaduras cutâneas,
descamação particularmente dos pés e palmas das mãos, hipotensão e envolvimento
multiorgânico (DINGES et al., 2000). A maior ocorrência da doença está relacionada a
mulheres jovens em período menstrual. Porém, quando começaram a surgir casos em
mulheres não menstruadas e homens, tornou-se evidente que esta síndrome poderia atingir
qualquer grupo da população. Para que ocorra TSS é necessário que o paciente esteja
infectado por S. aureus e que esta linhagem produza TSST-1 e consiga atingir a circulação
(HERZER et al., 2001).
A proteína TSST-1 foi estudada por Bergdoll et al. (1981) como uma enterotoxina
(denominada inicialmente de SEF), considerada originalmente como um problema em
alimentos. No entanto, Thompson et al. (1986) relataram que não havia evidências para
fundamentar esta possibilidade. Posteriormente, outros autores observaram a presença de
TSST-1 em alimentos e isolados de leite de animais com mastite geralmente associada a
SEs, principalmente SEA, SEC e SED (HO et al., 1989; CARDOSO et al., 2000).
TOXINAS ESTAFILOCÓCICAS E A GLÂNDULA MAMÁRIA
Nos animais domésticos, o S. aureus é considerado o principal agente de infecções
da glândula mamária (LIM et al., 2004). No Brasil, Silva et al. (2005) analisando 36
estirpes de S. aureus isoladas de casos de mastite caprina e 64 de mastite bovina
41
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
verificaram a presença de genes das SEs em 37 (37%) dos isolados, dos quais seis eram de
origem bovina e 31 de origem caprina, concluindo que os isolados de mastite caprina têm
maior poder de enterotoxigenicidade e que a presença do gene sec na maioria dos isolados
sugere um possível envolvimento da SEC na patogênese das mastites caprinas.
Entre as enterotoxinas clássicas SEA-SEE e a TSST-1, tem relevância nos casos de
mastite bovina as linhagens de S. aureus que apresentam os genes para as toxinas SEC e
TSST-1, pois estas são as estirpes associadas com severos casos de mastite clínica ou casos
que não respondem à terapia com antibióticos (ZSCHÖCK et al., 2004).
A associação dos genes sec e tst em linhagens de S. aureus isoladas de casos de
mastite bovina também foi observada por Salasia et al. (2004) na Alemanha havendo,
segundo estes autores, uma variação geográfica de linhagens de S. aureus
enterotoxigênicos.
Em amostras de leite de vacas com mastite o genótipo mais freqüente é aquele
portador dos genes seg e sei (OMOE et al., 2002; LONCAREVICK et al., 2005).
Cabral et al. (2004) pesquisaram a presença de genes para as SEs em 87 linhagens
de S. aureus provenientes do Brasil e obtidas de leite de vacas com mastite, porém não
encontraram os genes para as toxinas clássicas SEA-SEE, detectando apenas a presença dos
genes para as toxinas SEG, SEH e SEI que são mais recentes. Segundo os mesmos autores,
a presença de genes para estas novas toxinas não é importante no estabelecimento e
disseminação das mastites. No entanto, segundo Katsuda et al. (2005), o papel dessas novas
toxinas na patogenicidade dos isolados de S. aureus em afetar a glândula mamária não está
elucidada. Porém, o predomínio destas estirpes portadoras de genes para novas SEs
fortalece a teoria de que essas toxinas superantigênicas são importantes nas afecções da
glândula mamária.
42
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
ENTEROTOXINAS ESTAFILOCÓCICAS: ASPECTOS GENÉTICOS E
DETECÇÃO
Diferentes genes codificadores de enterotoxinas já foram estudados e suas
denominações iniciam com as letras se (de enterotoxina estafilocócica) ou ent (de
enterotoxina), das quais a primeira forma é a mais utilizada na atualidade. Estes genes são
carreados por plasmídeos - sed e sej (BAYLES e IANDOLO, 1989; ZHANG et al., 1998),
por fagos - sea e see (BETLEY e MEKALANOS, 1985), ou por cromossomos - seb, sec,
seg, seh, sei, sek, sel, sem, sen, seo, sep e seq (LETERTRE et al., 2003).
A SEA é expressa na metade da fase exponencial da multiplicação dos estafilococos
(TREMAINE et al., 1993). A detecção do gene sea em linhagens de S. aureus é importante
visto que a SEA é tóxica em baixas concentrações (EVENSON et al., 1988). O gene sea é
composto por 771 pb e codifica proteína precursora da SEA com 257 resíduos de
aminoácidos e peso molecular de 27,1 KDa (BETLEY e MEKALANOS, 1988).
De acordo com Holecková et al. (2002), SEB foi a principal enterotoxina produzida
por Staphylococcus sp isolados de queijos fabricados com leite de ovelha. O gene (seb)
consiste de 798 nucleotídeos que codifica uma proteína com 266 aminoácidos e peso
molecular de 31,4 KDa (JOHNS e KHAN, 1988).
De um total de 39 SECs produzidas por estirpes de S. aureus responsáveis por 20
surtos de intoxicação alimentar no centro de Taiwan, 12 SECs pertenciam ao subtipo SEC2
e 13 ao subtipo SEC3. Apenas uma linhagem pertencia ao subtipo SEC1 e 13 a outros
subtipos de SECs. Isso demonstra que SEC2 e SEC3 são os subtipos de SECs mais
freqüentes em surtos de intoxicação alimentar (CHEN et al., 2001).
Estudando 100 estirpes de S. aureus isoladas de casos de mastite nos estados do Ceará
e Rio de Janeiro, das quais 36 de origem bovina e 64 de origem caprina, Silva et al. (2005)
43
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
observaram a presença do gene sec em 2 (3,1%) dos isolados bovinos e em 31 (86%) dos
isolados caprinos. Segundo Wilson et al. (1991), as SECs estão comumente associadas ao
leite e produtos derivados provenientes de bovinos, ovinos e caprinos.
O gene sec1 contém 801 pb e codifica uma proteína madura com 239 aminoácidos e
27,4 KDa (BOHACH e SCHLIEVERT, 1987). O gene sec2 contém 801 pb e codifica
proteína madura com 239 aminoácidos e 26,0 KDa (BOHACH e SCHLIEVERT, 1989). O
gene sec3 contém 798 bp e codifica uma proteína madura com 238 aa e 27,4 KDa (COUCH
e BETLEY, 1989).
De acordo com Casman et al. (1967), SED é comumente produzida por estirpes de
Staphylococcus isoladas de leite e alimentos congelados, enquadrando-se como a segunda
SEs mais encontrada, depois de SEA, em intoxicações alimentares. A baixa produção de
SED é significante, pois pouca quantidade de enterotoxina (100 a 200 ng) é necessária para
causar doença, especialmente em crianças e idosos (KOKAN e BERGDOLL, 1987). O
gene sed foi localizado no plasmídio da penicilinase de 27,6 kb e codifica uma proteína
madura com 228 aminoácidos, com peso molecular de 26,3 KDa (BAYLES e IANDOLO,
1989).
O gene para SEE (see) codifica uma proteína de 29 KDa (COUCH et al., 1988) que
apresenta homologia com SEA e SED (BALABAN e RASOOLY, 2000).
Dois novos genes de enterotoxinas estafilocócicas foram identificados e designados
seg e sei, codificando proteínas precursoras de 258 aminoácidos (SEG) e 242 aminoácidos
(SEI) e proteínas maduras de 27,0 KDa (SEG) e 24,9 KDa (SEI), ambas com a propriedade
de proliferação de células T e ação emética (MUNSON et al., 1998). Os genes seg e sei
estão presentes em S. aureus em um mesmo fragmento de DNA com 3,2 Kb, orientados em
tandem (JAURRAD et al., 1999). No mesmo estudo foi verificado que em 12 linhagens de
44
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
S. aureus isoladas de pacientes com TSS e SSSS, não foram observadas a produção de
TSST-1, SEA-SEE, ETA ou ETB. Porém, utilizando primers específicos para seg e sei,
ambos os genes foram detectados em todas as amostras, demonstrando que SEG e SEI
estão associadas com as síndromes do choque tóxico e a da pele escaldada.
Omoe et al. (2002) pesquisaram a presença de genes das enterotoxinas
estafilocócicas (sea a sei) em 146 estirpes de S. aureus, 71 destas provenientes de humanos
envolvidos em 25 surtos de intoxicações alimentares, 18 de humanos sadios, 21 de vacas
com mastite e 36 de leite de vaca. Verificaram também que 113 (77,4%) dos isolados foram
positivos para um ou mais genes de SEs, e 35 linhagens portavam seg e 32 sei.
Ren et al. (1994) purificaram SEH de uma estirpe clínica de S. aureus de um
paciente com TSS não associada ao período menstrual que foi negativa para TSST-1. Su e
Wong (1996) desenvolveram um ELISA para SEH e observaram que uma amostra
envolvida em intoxicação alimentar produziu SEH, demonstrando que esta toxina é capaz
de causar intoxicação alimentar e sintomas de TSS. Seu peso molecular é de 27,3 KDa e
seu ponto isoelétrico de 5,7 que é considerado ácido, diferentemente das demais SEs
conhecidas que possuem pH neutro ou básico com pontos isoelétricos variando de 7,0 a 8,6
(SU e WONG, 1995).
A caracterização do plasmídio portando o gene responsável pela codificação da
enterotoxina D revelou a presença de uma ORF (Open Reading Frame – seqüência aberta
de leitura) a qual codifica uma enterotoxina com 268 aminoácidos e 31,2 KDa previamente
não identificada, designada enterotoxina estafilocócica J (SEJ). As ORF de sed e sej são
orientadas em direções opostas no plasmídio (pBI485) e são separadas por 895 nucleotídeos
(ZHANG et al., 1998).
45
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
A SEK tem um peso molecular de 26,0 KDa e é codificada pelo gene sek contido
em uma ilha de patogenicidade estafilocócica (SaPI), que também contém o gene seb para a
SEB (ORWIN et al., 2001).
O gene responsável pelas SEM, SEN e SEO pode ser carreado pelos isolados de S.
aureus portando os genes seg e sei. No entanto, SEL, SEM, SEN e SEO não têm
demonstrado atividades eméticas em modelos animais, mas em caso de elevada produção
de SEG e SEI poderiam causar intoxicações (OMOE et al., 2002).
A presença do gene seu codificador da enterotoxina estafilocócica denominada SEU
foi descrita por LETERTRE et al. (2003) em um cluster egc de Staphylococcus aureus.
O desenvolvimento de métodos rápidos, sensíveis e eficazes para a detecção de
patógenos de origem alimentar tem recebido maior atenção nos últimos anos devido a
preocupação com a saúde pública e maior conscientização dos riscos de contaminação
microbiológica de alimentos (RAMESH et al. 2002).
A caracterização das SEs tem sido dificultada por fatores como baixos níveis de
produção da toxina, dificuldades associadas com a purificação e a falta de métodos simples
e rápidos para suas detecções (SU e WONG, 1995).
Devido às informações sobre a sequência de DNA das SEs (REN et al., 1994; SU e
WONG, 1995, 1997; MCLAUCHLIN et al., 2000), a PCR torna-se um método alternativo
para a detecção dos genes destas toxinas (BECKER et al., 1998), mostrando-se uma técnica
simples e reprodutível, funcionando como uma ferramenta genética para estudos
epidemiológicos.
De um total de 176 estirpes de Staphylococcus isoladas de alimentos em Taiwan, 64
foram positivas para enterotoxinas através do Kit SET-RPLA e 72 pela PCR (TSEN et al.,
1995), demonstrando a alta eficiência da técnica molecular. No mesmo estudo foi
46
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
observado que a PCR permite a detecção específica do gene de algumas toxinas, como o
da toxina E que não é detectada pela RPLA (Reversed Passive Latex Aglutination).
A utilização da PCR na identificação de genes de SEs em isolados de S. aureus é uma
alternativa de baixo custo em relação a alguns métodos imunológicos (JOHNSON et al.,
1991; MCLAUCHLIN et al., 2000).
Entre os testes imunológicos o ELISA é tão eficiente e sensível quanto RIA e não
necessita do uso de material radioativo (MORISSETTE et al., 1991). Gómez-Lucía et al.
(1989) verificaram que a imunodifusão não é um bom método para a determinação de
enterotoxinas em alimentos, pois os diferentes componentes podem inibir ou realçar sua
síntese. Outros estudos relatam ótima concordância entre métodos genéticos (hibridização,
PCR) e métodos imunológicos (RIA, Imunodifusão em gel, ELISA, RPLA) na detecção de
exotoxinas estafilocócicas (MCLAUCHLIN et al., 2000; HOLECKOVÁ et al., 2002).
Atualmente, em laboratórios de referência, os métodos mais utilizados são o ELISA
na indústria de alimentos e o PCR em estudos epidemiológicos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É notória a importância do Staphylococcus aureus para a Saúde Pública,
principalmente no que se refere às suas exotoxinas. Muito já foi estudado sobre este
microrganismo e seus fatores de patogenicidade, porém mais pesquisas ainda devem ser
realizadas para se compreender melhor o envolvimento desta bactéria na etiologia de várias
doenças, para a prevenção das intoxicações alimentares e incremento no diagnóstico das
exotoxinas reconhecidas e de outras toxinas do agente, otimizando o uso da biologia
molecular que nos últimos anos tem trazido grande contribuição ao estudo deste
microrganismo.
47
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARBUTHNOTT, J.P.; COLEMAN, D.C.; DE AZEVEDO, J.S. Staphylococcal toxins in
human disease. In: The Staphylococci: an introduction. The Journal of Applied
Bacteriololy, Oxford, v. 69, n.19, p.101-107, 1990.
BALABAN, N.; RASOOLY, A. Staphylococcal Enterotoxins. International Journal of
Food Microbiology, Amsterdam, v. 61, p. 01-10, 2000.
BAYLES, K.W.; IANDOLO, J.J. Genetic and molecular analices of the gene encoding
staphylococcal enterotoxin D. Journal of Bacteriology, Washington, v. 171, p. 4799-4806,
1989.
BECKER, K.; ROTH, R.; PETERS, G. Rapid and specific detection of toxigenic
Staphylococcus aureus: use of two multiplex PCR enzyme immunoassays for amplification
and hybridization of staphylococcal enterotoxin genes, exfoliative toxin genes, and toxic
shock syndrome toxin 1 gene. Journal of Clinical Microbiology, Washington, v.36, p.
2548-2553, 1998.
BERGDOLL, M.S.; CRASS, B.A.; REISER, R.F. et al. A new staphylococcal enterotoxin,
enterotoxin F, associated with the toxic shock syndrome Staphylococcus aureus isolates.
Lancet, Oxford, p. 1017-1021, 1981.
48
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
BERGDOLL, B.M. Analytical methods for Staphylococcus aureus. International Journal
of Food Microbiology, Amsterdam, v. 10, p. 91-100, 1990.
BETLEY, M.J.; MEKALANOS, J. J. Staphylococcal enterotoxin A is encoded by phage.
Science, Washington, v. 229, p. 185-187, 1985.
BETLEY, M.J.; MEKALANOS, J.J. Nucleotide sequence of the type A staphylococcal
enterotoxin gene. Journal of Bacteriology, Washington, v.170, p. 34-41, 1988.
BOHACH, G.A.; SCHLIEVERT, P.M. Nucleotide sequence of the staphylococcal
enterotoxin C1 gene and relatedness to other pyrogenic toxins. Molecular and General
Genetics, Oakland, v. 209, p. 15-20, 1987.
BOHACH, G.A.; SCHLIEVERT, P.M. Conservation of the Biologically Active Portions of
Staphylococcal Enterotoxins C1 and C2. Infection and immunity, Washington, v. 57, n. 7,
p. 2249-2252, 1989.
CABRAL, K. G.; LÄMMLER, C.; ZSCHÖCK, M. et al. Pheno and genotyping
Staphylococcus aureus, isolated from bovine milk samples from São Paulo State, Brazil.
Canadian Journal of Microbiology, Canada, v. 50, p. 901-909, 2004.
CARMO, L.S.; BERGDOLL, M.S. Staphylococcal food poisoning in Belo Horizonte
(Brazil). Revista de Microbiologia, São Paulo, v. 21, n. 4, p. 320-323, 1990.
49
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
CARMO, L.S.; DIAS, R.S.; LINARDI, V.R. et al. Food poisoning due to enterotoxigenic
strains os Staphylococcus present in minas cheese and raw milk in Brazil. Food
Microbiology, London, v. 14, p. 09-14, 2002
CARDOSO, H.F.T.; CARMO, L.S.; SILVA, N.A. Detecção da toxina-1 da síndrome do
choque tóxico em amostras de Staphylococcus aureus isoladas de mastite bovina. Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 52, p. 7-10, 2000.
CASMAN, E.P.; BENNETT, E.P.; DORSEY, A.E. et al. Identification of a fourth
staphylococcal enterotoxin, enterotoxin D. Journal of Bacteriology, Washington, v. 94, n.
6, p.1875-1882, 1967.
CHEN, T.R.; HSIAO, M.H.; CHIOU, C.S. et al. Development and use of PCR primers for
the investigation of C1, C2 and C3 enterotoxin types of Staphylococcus aureus strains
isolated from food-borne outbreaks. International Journal of Food Microbiology,
Amsterdam, v. 71, p. 63-70, 2001.
COUCH, J.L.; SOLTIS, M.T.; BETLEY, M.J. Cloning and nucleotide sequence of the type
E staphylococcal enterotoxin gene. Journal of Bacteriology, Washington, v. 170, p. 2954-
2960, 1988.
COUCH, J.L.; BETLEY, M.J. Nucleotide sequence of the type C3 staphylococcal
enterotoxin gene suggests that intergenic recombination causes antigenic variation. Journal
of Bacteriology, Washington, v. 171, p. 4507-4510, 1989.
50
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
CUNHA NETO, A. Enterotoxigenicidade de Staphylococcus spp. isolados de alimentos.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Pernambuco. Departamento de Nutrição,
1999. 65p.
DINGES, M.M.; ORWIN, P.M.; SCHLIEVERT, P.M. Exotoxins of Staphylococcus
aureus. Clinical Microbiology Reviews, Washington, v. 13, n. 1, p. 16-34, 2000.
ENDO, Y.; YAMADA, T.; MATSUNAGA, K. et al. Phage conversión of exfoliative toxin
A in Staphylococcus aureus isolated from cows with mastitis. Veterinary Microbiology,
Amsterdam, v. 96, p. 81-90, 2003.
EVENSON, M.L.; HINDS, M. W.; BERNSTEIN, R.S. et al. Estimation of human dose of
Staphylococcal enterotoxin A from a large outbreak of staphylococcal food poisoning
involving chocolate milk. International Journal of Food Microbiology, Amsterdam, v. 7,
p. 311-316, 1988.
FRANCO, B.D.G.M.; LANDGRAFF, M. Microbiologia dos Alimentos. São Paulo:
Atheneu, 2000, 182p.
GELLI, D.S.; JACABI, M.; SAKUMA, H. et al. Surtos de enfermidades transmitidas por
alimentos (ETAs) investigados pelos laboratórios de Saúde Pública do Estado de São
Paulo, no período de 1994 a 1998. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
MICROBIOLOGIA, 20., Salvador. Anais…Salvador: [s. n. ], 1999. p. 126.
51
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
GILETTO, A.; FYFFE, J. G. A novel ELISA format for the rapid and sensitive detection of
Staphylococcal enterotoxin A. Bioscience, Biotechnology and Biochemistry, Bunkyo-ku,
v. 62, n. 11, p. 2217-2222, 1998.
GOMEZ-LUCÍA, E.; GOYACHE, J.; ORDEN, J.A. et al. Production of enterotoxin A by
supposedly nonenterotoxigenic Staphylococcus aureus strains. Applied and
Environmental Microbiology, Washington, v. 55, n. 6, p. 1447-1451, 1989.
HERZER, C.M. Toxic Shock Syndrome: Broadening the Differential Diagnosis. The
Journal of American Board of Family Practice, Lexington, v.14, n. 2, p. 131-136, 2001.
HO, G.; CAMPBELL, W.H.; BERGDOLL, M.S. et al. Production of toxic shock syndrome
toxin variant by Staphylococcus aureus associated with sheep, goats, and cows. Journal of
Clinical Microbiology, Washington, v.27, n. 9, p. 1946-1948, 1989.
HOLECKOVÁ, B.; HOLODA, E.; FOTTA, M. et al. Ocurrence of enterotoxigenic
Staphylococcus aureus in food. Annals of Agricultural and Environmental Medicine,
Lublin, v. 9, p. 179-182, 2002.
JAURRAD, S; COZON, G.; VANDENESCH, F.. et al. Involvement of enterotoxins G and
I in staphylococcal toxic shock syndrome and staphylococcal scarlet fever. Journal of
Clinical Microbiology, Washington, v. 37, p. 2446-2449, 1999.
52
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
JAURRAD, S.; PEYRAT, M.A.; LIM, A. et al. egc a highly prevalent operon of
enterotoxin gene, forms a putative nursey of superantigens in Staphylococcus aureus.
Journal of Immunology, Rockville Pike, v. 166, p. 669-677, 2001.
JOHNS JR., M.B.; KHAN, A. Staphylococcal enterotoxin B gene is associated with
discrete genetic element. Journal of Bacteriology, Washington, v. 170, p. 4033-4039,
1988.
JOHNSON, W.M.S.; TYLER, S.D.; EWAN, E.P. et al. Detection of genes for enterotoxins,
exfoliative toxins, and toxic shock syndrome toxin 1 in Staphylococcus aureus by the
polymerase chain reaction. Journal of Clinical Microbiology, Washington, v. 29, n. 3, p.
426-430, 1991.
KATSUDA, K.; HATA, E.; KOBAYASHI, H. et al. Molecular typing of Staphylococcus
aureus isolated from bovine mastitic milk on the basis of toxin genes and coagulase gene
polymorphisms. Veterinary Microbiology, Amsterdam, v. 105, p. 301-305, 2005.
KOKAN, N.P.; BERGDOLL, M.S.. Detection of low-enterotoxin-producing
Staphylococcus aureus strains. Applied and Environmental Microbiology, Washington,
v. 53, n. 11, p. 2675-2676, 1987.
53
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
KONEMAN, F.W.; ALLEN S.D.; JANDA, S.P.C. et al. Cocos Gram-Positivos: Parte I:
Estafilococos e Microrganismos Relacionados, pp.551-588. In: KONEMAN, F.W.;
ALLEN, S.D.; JANDA, P.C. et al. Diagnóstico Microbiológico – Texto e Atlas Colorido.
5º Edição. Rio de Janeiro: Medsi, 2001, 1465p.
LADHANI, S.; JOANNOU, C. L.; LOCHRIE, D.P. et al. Clinical, microbial, and
biochemical aspects of the exfoliative toxins causing staphylococcal scalded-skin
syndrome. Clinical Microbiology Reviews, Washington, v. 12, n. 2, p. 224-242, 1999.
LADHANI, S.; ROBBIE, S.; GARRATT, R.C. et al. Development and evaluation of
detection system for staphylococcal exfoliative toxin A responsible for scalded-skin
syndrome. Journal of Clinical Microbiology, Washington, v. 39, n. 6, p.: 2050-2054,
2001.
LEE, C.Y.; SCHMIDT, J.J.; JOHNSON-WINEGAR, A.D. et al. Sequence determination
and comparison of exfoliative toxin A and B genes from Staphylococcus aureus. Journal
of Bacteriology, Washington, v. 169, p. 3901-3909, 1987.
LETERTRE, C.; PERELLE, S.; DILASSER, F. et al. Identification of a new putative
enterotoxin SEU encoded by egc cluster of Staphylococcus aureus. Journal of Applied
Microbiology, Oxford, v. 2, p. 63-76, 2003.
54
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
LIM, S.K.; JOO, Y.; MOON, J. et al. Molecular typing of enterotoxigenic Staphylococcus
aureus isolated from bovine mastitis in Korea. Journal of Veterinary Medical Science,
Tokyo, v. 66, n. 5, p. 581-584, 2004.
LOIR, Y.L.; BARON, F.; GAUTIER, M. Staphylococcus aureus and Food Poisoning.
Genetics and Molecular Research, Ribeirão Preto, v. 2, p. 63-76, 2003.
LONCAREVIC, S.; JORGENSEN, H. J.; LOVSETH, A. et al. Diversity of Staphylococcus
aureus enterotoxin types within single samples of raw milk and raw milk products. Journal
of Applied Microbiology, United Kingdom, v. 98, p. 344-350, 2005.
MCLAUCHLIN, J.; NARAYANAN, G.L.; MITHANI, V. et al. The detection of
enterotoxins and toxic shock síndrome toxin genes in Staphylococcus aureus by
polymerase chain reaction. Journal of Food Protection, Des Moines, v. 63, p. 479-488,
2000.
MEHOTRA, M.; WANG, G.; JOHNSON, W. M. Multiplex PCR for detection of genes for
Staphylococcus aureus enterotoxins, exfoliative toxins, toxic methicillin resistance.
Journal of Clininical Microbiology, Washington, v. 38, n. 3, p. 1032-1035, 2000.
MORISSETTE, C.; GOULET, J.; LAMOUREX, G. Rapid and sensitive sandwich enzyme-
linked immunosorbent assay for detection of staphylococcal enterotoxin B in cheese.
Applied and Environmental Microbiology, Washington, v. 57, n. 3, p. 836-842, 1991.
55
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
MOSSEL, D.A.A.; GARCIA, M.B. Microbiologia de los Alimentos. Fundamentos
ecológicos para garantizar y comprobar la inocuidad y la calidad de los alimentos. 1º
Edição. Zaragoza: Acribia, 1975, 375p.
MURRAY, P.R.; DREW, W.L.; KOBAYASHI, G. et al. Microbiologia Médica. 3º
Edição. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 1992, 513p.
MUSON, S.H.; TREIMANE, M.T.; BETELEY, M.J. et al. Identification and
characterization of Staphylococcus enterotoxin type G and I from Staphylococcus aureus.
Infection and Immunity, Washington, v. 66, p. 3337-3348, 1998.
NOVICK, R.P.; SCHLIEVERT, P.; RUZIN, A. Pathogenicity and Resistance Islands of
Staphylococci. Microbes and Infection, Amsterdam, v. 3, p. 585-94, 2001.
OMOE, K.; ISHIKAWA, M.; SHIMODA, Y. et al. Detection of seg, seh and sei genes in
Staphylococcus aureus isolates and determination of the enterotoxin productivities of S.
aureus isolates harboring seg, seh ou sei genes. Journal of Clinical Microbiology,
Washington, v. 40, n.3, p. 857-862, 2002.
ORWIN, P.M.; LEUNG, D.Y.M.; HEATHER, L.D. et al. Biochemical and Biological
Properties of Staphylococcal Enterotoxin K. Infection and Immunity, Amsterdam, v. 69,
n. 1, p. 360-366, 2001.
56
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
ORWIN, P.M; FITZGERALD, J.R.; LEUNG, D.Y.M.. et al. Characterization of
Staphylococcus aureus Enterotoxin L. Infection and Immunity, Amsterdam, v. 71, n. 5, p.
2916-2919, 2003.
RAMESH, A.; PADMAPRIYA, B.P.; CHANDRASHEKAR, A. et al. Application of
convenient DNA extraction method and multiplex PCR for the direct detection of
Staphylococcus aureus and Yersinia enterocolitica in milk samples. Molecular and
Cellular Probes, Oxford, v. 16, p. 307-14, 2002.
RAPINI, L.S.; TEIXEIRA, J.P.; MARTINS, N.E. et al. Resistência antimicrobiana de
cepas de Staphylococcus sp. enterotoxigênicos isoladas de queijo tipo coalho. Higiene
Alimentar, São Paulo, v. 17, n. 104-105, p.161, 2003.
RAPINI, L.S.; TEIXEIRA, J.P.; MARTINS, N.E. et al. Perfil de resistência antimicrobiana
de cepas de Staphylococcus sp. isoladas de queijo tipo coalho. Arquivo Brasileiro de
Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 56, n. 1, p. 130-133, 2004.
REN, K; BANNAN, J.D.; PANCHOLI, V. et al. Characterization and biological properties
of a new staphylococcal enterotoxin. Journal of Experimental Medicine, New York, v.
180, p. 1675-1683, 1994.
57
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
SALASIA, S. I. O.; KHUSNAN, Z.; LÄMMLER, C. et al. Comparative studies on pheno-
and genotypic properties of Staphylococcus aureus isolated from bovine subclinical
mastitis in central Java in Indonesia and Hesse en Germany. Journal of Veterinary
Science, Korea, v. 5, n. 2, p. 103-109, 2004.
SATO, H.; MATSUMORI, Y.; TANABE, T. et al. A new type of staphylococcal
exfoliative toxin from a Staphylococcus aureus strain isolated from a horse with phlegmon.
Infection and Immmunity, Amsterdam, v. 62, n. 9, p. 3780-3785, 1994.
SENA, M.J. Perfil epidemiológico, resistência a antibióticos e aos conservantes nisina e
sistema lactoperoxidase de Staphylococcus sp. isolados de queijos coalho
comercializados em Recife-PE. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Minas
Gerais, Belo Horizonte, 2000, 75p.
SILVA JR. E.A. Manual de Controle Higiênico-Sanitário em Alimentos. São Paulo:
Varela, 1997, 385p.
SILVA, E. R.; CARMO, L. S.; SILVA, N. Detection of the enterotoxins A, B, and C genes
in Staphylococcus aureus from goat and bovine mastitis in Brazilian dairy herds.
Veterinary Microbiology, Amsterdam, v. 106, p. 103-107, 2005.
SPICER W.J. Bacteriologia, Micologia e Parasitologia Clínica. 1º Edição. Rio de
Janeiro: Guanabara koogan, 2002, 224p.
58
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
SU, Y.C.; WONG, A.C.L. Identification and purification of a new staphylococcal
enterotoxin, H. Applied and Environmental Microbiology, Washington, v. 61, p. 1438-
1443, 1995.
SU, Y.C.; WONG, A.C.L. Detection of staphylococcal enterotoxin H by an Enzyme-
Linked Immunosorbent Assay. Journal of Food Protection, Des Moines, v. 59, n. 3, p.
327-330, 1996.
SU, Y.C.; WONG, A.C.L. Current Perspectives on Detection of Staphylococcal
Enterotoxins. Journal of Food Protection, Des Moines, v. 60, p. 195-202, 1997.
THOMPSON, N.E.; GOMEZ-LUCIA, E.; BERGDOLL, M.S. Incidente of antibodies
reactive with toxic shock síndrome toxin 1 in bovine milk. Applied and Environmental
Microbiology, Washington, v. 51, n. 4, p. 865-867, 1986.
TORTORA, J.G.; FUNKE, B.R.; CASE, C.L. Microbiologia. 6º Edição. São Paulo:
Artmed, 2002, 827p.
TREIMANE, M.T.; BROCKMAN, D.K.; BETLEY, M.J. Staphylococcal enterotoxin A
gene (sea) expression is not affected by the accessory gene (agr). Infection and Immunity,
Washington, v. 61, p. 356-359, 1993.
59
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
TSEN, H.; YU, G.; LIN, I. Plasmid profiles and pulsed-field gel electrophoresis for type A
enterotoxigenic Staphylococcus aureus isolated from foods. Journal of Food Protection,
Des Moines, v. 58, n. 2, p. 147-153, 1995.
UDO, E.E.; AL-BUSTAN, M.A.; JACOB, L.E. et al. Enterotoxin production by coagulase-
negative staphylococci in restaurant workers from Kuwait City may be a potencial cause of
food poisoning. Journal of Medical Microbiology, Spencers woods, v. 48, p. 819-823,
1999.
VERAS, J.F.; SANTOS, D.A.; CARMO, L.S. et al. Levantamento de surtos de toxinfecção
alimentar envolvendo leite e produtos derivados no estado de Minas Gerais, Brasil. Higiene
Alimentar, São Paulo, v. 17, p. 218, 2003.
WILSON, I.G.; COOPER, J.E.; GILMOUR, A. Detection of enterotoxigenic
Staphylococcus aureus in dried skimmed milk: use of polymerase chain reaction for
amplification and detection of staphylococcal enterotoxin genes entB and entC1 and
thermonuclease gene nuc. Applied of Environmental Microbiology, Washington, v. 57,
n.6, p. 1793-1798, 1991.
YAMAGUCHI, T.; NISHIFUJI, K.; SASAKI, M. et al. Identification of the
Staphylococcus aureus etd pathogenicity island which encodes a novel exfoliative toxin,
ETD, and EDIN-B. Infection and Immunity, Washington, v. 70, n. 10, p. 5835-5845,
2002.
60
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
ZSCHÖCK, M.; RIBE, K.; SOMMERHÄUSER, J. Ocurrence and clonal relatedness of
sec/tst-gene positive Staphylococcus aureus isolated of quartermilk samples of cows
suffering from mastitis. Letters in Applied Microbiology, United Kingdon, v. 38, p. 493-
498, 2004.
ZHANG, S.; IANDOLO, J.J.; STEWART, G.C. The enterotoxin D plasmid of
Staphylococcus aureus encodes a second enterotoxin determinant (sej). FEMS
Microbiology Letters, Amsterdam, v. 168, p. 227-233, 1998.
61
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
2.6 REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE
A Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) é uma técnica muito sensível, permitindo
a detecção de baixas concentrações de microrganismos, além de ser mais específica e
rápida em relação às técnicas convencionais comumente empregadas para o isolamento de
microrganismos (WILSON et al., 1994; TAMARAPU et al., 2001; GILLESPIE e OLIVER,
2005; CREMONESI et al., 2005). Além do mais, tal técnica tem a vantagem de poder
detectar microrganismos vivos, danificados e mortos, que são freqüentemente encontrados
em alimentos que foram submetidos a processos térmicos (NÁJARA-SÁNCHEZ et al.,
2003).
As principais vantagens da técnica de PCR são: requerer quantidades muito
pequenas de DNA, ser extremamente sensível e de simples execução, quando se tem a
condição de reação padronizada, como reagentes, ciclos térmicos, amostras de DNA e pH
da reação (FARAH, 1997; MATIOLI e PASSOS-BUENO, 2002). Desta forma, a obtenção
de DNA genômico de boa qualidade e quantidade para amplificação pela reação em cadeia
da polimerase torna-se um fator crucial para a pesquisa e diagnóstico laboratorial
(NOGUEIRA et al., 2004).
A técnica da PCR para amplificação de uma seqüência específica foi descrita por
Kary Mullis no final dos anos 80 e tem como objetivo replicar seletivamente e rapidamente
in vitro, grandes quantidades de uma seqüência específica de DNA. A única exigência é
que as seqüências nas bordas da região selecionada sejam conhecidas, de modo que dois
oligonucleotídeos iniciadores primers, geralmente de 20pb, se associem à molécula de
DNA-alvo possibilitando o início da síntese pela DNA-polimerase na região desejada
(BROWN, 1999).
62
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
A PCR é a amplificação enzimática de uma seqüência específica de DNA, visando a
produção de milhões de cópias desta seqüência em um tubo de ensaio. Uma fita simples de
DNA é usada como molde para a síntese de novas cadeias complementares sob a ação da
enzima DNA-polimerase, capaz de adicionar os nucleotídeos presentes na reação, segundo
fita molde. A DNA-polimerase requer, entretanto, um “ponto de início” ligado à fita molde
que servirá de apoio para que nucleotídeos subseqüentes sejam adicionados. Esse ponto de
início da síntese é fornecido por um oligonucleotídeo que se hibridiza (se anela) à fita
molde simples, o qual é denominado de primer (FARAH, 1997; STRACHAN e READ,
2002; TURNER et al., 2004).
Na prática, o que se faz numa reação de PCR é adicionar em um tubo de ensaio uma
quantidade muito pequena de DNA genômico, desoxirribonucleotídeos (dNTPs), tampão de
reação, MgCl
2
em concentração adequada, uma DNA-polimerase termoestável e os
oligonucleotídeos que servirão de primers (iniciadores), esses componentes são então
misturados e a amostra é colocada em um termociclador (ZAHA et al., 2003) (Figura 3).
Figura 3 – Reação em Cadeia da Polimerase. Preparo da reação em tubo de ensaio antes da
colocação em termociclador.
63
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
No termociclador, o tubo de ensaio contendo a amostra é submetido a uma alta
temperatura, geralmente 94
0
C, para provocar o rompimento das pontes de hidrogênio entre
ambas as cadeias de DNA, causando a desnaturação da molécula. A temperatura é
diminuída a 65
0
C quando então, os primers têm a oportunidade de se anelarem às suas
seqüências complementares no DNA genômico. Finalmente, a temperatura é colocada em
torno de 72
0
C, temperatura ideal para que a DNA-polimerase utilizada na reação atue,
dirigindo a síntese de novas cadeias (FARAH, 1997). Repetindo-se esses três tipos de
passos, desnaturação, anelamento e síntese, por cerca de 30 ciclos permite-se a
amplificação do DNA molde de forma exponencial (FARAH, 1997; TORTORA et al.
2000; ZAHA et al., 2003) (Figura 4).
As SEs são rotineiramente detectadas por ELISA, imunodifusão, radioimunoensaio,
aglutinação em latex, mas a exeqüibilidade destes métodos é usualmente limitada a testes
comerciais para SEA, SEB, SEC, SED e SEE (LETERTRE et al., 2003; CREMONESI et
al., 2005). Além disso, a sensibilidade e especificidade desses métodos sempre dependem
da obtenção de quantidades detectáveis de toxinas e podem variar significantemente com a
pureza dos reagentes. Além do mais, esses testes levam de 3 a 24 horas para cada detecção,
com sensibilidade de 0,25-1,0ng/mL ainda havendo a possibilidade de resultados falso-
positivos (CHEN et al., 2001).
O seqüenciamento dos genes codificadores de todas as SEs identificadas têm dado a
oportunidade para a detecção e diferenciação de todos os genes se pela técnica de PCR. A
contínua identificação de novas SEs e o requerimento de métodos rápidos na investigação
de intoxicações alimentares, tem levado ao desenvolvimento de métodos para a detecção
simultânea de todos os genes se, como a técnica de PCR-Multiplex (MONDAY e
BOHACH, 1999).
64
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Figura 4 – Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) Fonte: (TORTORA et al., 2000).
65
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
A PCR-Multiplex é uma variação da técnica de PCR, onde há a utilização de vários
pares de primers, específicos para diferentes seqüências-alvo, numa mesma reação de
amplificação. Este procedimento permite que várias seqüências de uma mesma molécula de
DNA sejam lidas, ou ainda, que múltiplos fatores de virulência de um mesmo patógeno
sejam pesquisados (SCHOSKE et al., 2003; MARTINEZ e TADDEI, 2004).
Desde que foi primeiramente descrita em 1988, a PCR-Multiplex tem sido amplamente
aplicada em várias áreas que trabalham com testes de DNA (CHAMBERLAIN et al., 1988;
SHUBER et al., 1993; HENEGARIU et al., 1994; SCHOSKE et al., 2003; OMOE et al.,
2005).
Com relação à detecção de genes se Omoe et al. (2005) utilizaram a técnica de PCR-
Multiplex para detectar 18 tipos de genes toxigênicos. Esta versatilidade permitiu que
vários outros trabalhos também utilizassem este tipo de técnica, pois a mesma permite a
detecção rápida e real de cepas de S. aureus portadoras de genes se que foram isoladas de
amostras de leite e derivados (SHARMA et al., 2000; ROSEC e GIGAUD, 2002;
NÁJERA-SÁNCHEZ et al., 2003; LONCAREVIC et al., 2005; CREMONESI et al., 2005;
JORGENSEN et al., 2005a, 2005b) economizando tempo e gastos com materiais.
66
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
3-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AARESTRUP, F.M.; DANGLER, C.A.; SORDILLO, L.M. Prevalence of coagulase gene
polymorphism in Staphylococcus aureus isolates causing bovine mastitis. Canadian
Journal of Veterinary Research. v.2, n.59, p. 124-128, 1995.
AARESTRUP, F. M. Association between the consumption of antimicrobial agents in
animal husbandry and the occurrence of resistant bacteria among food animals.
International Journal of Antimicrobial Agents. v. 12, p. 279-285, 1999.
AMARAL, L. A.; ISA, H.; DIAS, L. T.; ROSSI, O. D.; NADER FILHO, A. N. Avaliação
de eficiência da desinfecção de teteiras e dos tetos no processo de ordenha mecânica de
vacas. Pesquisa Veterinária Brasileira. v. 24, n. 4, p. 173-177, 2004.
AQUINO, F. T. M. (1983). Produção de queijo de coalho na Paraíba:
acompanhamento das características físico-químicas do processamento. 1983. 88p.
Dissertação (Mestrado). Centro de Tecnologia. Universidade Federal da Paraíba, João
Pessoa, 1983.
ARAÚJO, W. P. (1984). Staphylococcus aureus em leite cru. Produção de enterotoxina,
caracterização da origem provável, humana ou bovina, a partir de cepas isoladas.
1984. 127p. Tese (Livre Docência). Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, São
Paulo, 1984.
67
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
BARBER, D. A.; New perspectives on transmission of food-borne pathogens and
antimicrobial resistance. American Veterinary Medical Association. v. 218, p. 1559-
1561, 2001.
BARTLETT, P. C.; MILLER, G. Y.; LANCE, S. E.; HEIDER, L. E. Managerial
determinants of intramammary coliform and environmental streptococci infections in Ohio
dairy herds. Journal of Dairy Science. v. 75, p. 1241-1252, 1992.
BECKER, K.; ROTH, R.; PETERS, G. Rapid and specific detection of toxigenic
Staphylococcus aureus: use of two multiplex PCR enzyme immunoassays for amplification
and hybridization of staphylococcal enterotoxin genes, exfoliative toxin genes, and toxic
shock syndrome toxin 1 gene. Journal of Clinical Microbiology. v. 36, p. 2548-2553,
1998.
BENITES, N. R.; GUERRA, J. L.; MELVILLE, P. A.; COSTA, E. O. Aetiology and
histopathology of bovine mastitis of expontaneous ocurrente. Journal of Veterinary
Medicine. v. 49, p. 366-370, 2002.
BLANC, B. O leite, fator essencial do equilíbrio vital. Revista do Instituto de Laticínios
Cândido Tostes. v. 29, n. 172, p. 9-10, 1974.
BLOOD, D. C.; RADOSTITIS, O. M. Clínica Veterinária. 7ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1991, p. 424-463.
68
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
BORGES, M. S.; RODRIGUES, R.; RUBINICH, J. et al. Comparison of the quality of two
types of milk at two sources in Belo Horizonte, Brazil market. Journal of Food
Protection. v. 41, n. 9, p. 739-742, 1978.
BRABES, K. C. S.; CARVALHO, E. P.; DIONÍSIO, F. L.; PEREIRA, M. L.; GARINO
JR, F.; COSTA, E. O. Participação de espécies coagulase positivas e negativas produtoras
de enterotoxinas do gênero Staphylococcus na etiologia de casos de mastite bovina em
propriedades de produção leiteira dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Revista
NAPGAMA. v. 2, n. 3, p. 4-5, 1999.
BRAMLEY, A. J.; CULLOR, J. S.; ERSKINE, R. J.; FOX, L. K.; HARMON, R. J.;
HOGAN, J. S.; NICKERSON, S. C.; OLIVER, S. P.; SMITH, K. L.; SORDILHO, L. M.
Current concepsts of bovine mastitis. 4 ed. Madison: Nacional Mastitis Council, 1996.
64p.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Departamento de Inspeção de Produtos de Origem
Animal. Portaria nº 146 de 07 de março de 1996. Regulamentos Técnicos de Identidade e
Qualidade dos Produtos Lácteos. Diário Oficial da União, Brasília, 11 de março de 1996.
Secção 1. p. 3977.
BRASIL. Ministério da Agricultura. Departamento Nacional de Inspeção de Produtos de
Origem Animal. Decreto nº 30691 de 29 de março de 1952. Regulamento de Inspeção
Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. Diário Oficial da União, Brasília,
7 de julho de 1952. Secção 1. p. 10785.
69
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
BRASIL. Ministério da agricultura Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 30
de 26 de junho de 2001. Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade de
Manteiga da Terra ou Manteiga de Garrafa, Queijo de Coalho e Queijo de Manteiga.
Diário Oficial da União, Brasília, 16 de julho de 2001. Secção 1. p. 13.
BRITO, J. R.F.; CALDEIRA, G. A. V.; VERNE QUE, R. S.; BRITO, M. A. V. P.
Sensibilidade e especificidade do California Mastitis Test como recurso diagnóstico da
mastite subclínica em relação à contagem de células somáticas. Pesquisa Veterinária
Brasileira. v. 2, n. 17, p. 49-53, 1997.
BROW, T. A. Genética, um enfoque molecular: Estudo de genes clonados. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1999, p. 278-296.
BUYSER, M. L. D.; DUFOUR, B.; MAIRE, M.; LAFARGE, V. Implication of milk and
milk products in foo-borne diseases in France and in different industrialised countries.
International Journal of Food Microbiology. v. 67, p. 1-17, 2001.
CABRAL, T. M. A. (1993). Coliformes totais e fecais e Staphylococcus aureus
enteropatogênicos em queijos de coalho comercializados no município de João Pessoa-
PB. 1993. 88p. Dissertação (Mestrado). Centro de Tecnologia. Universidade Federal da
Paraíba, Jão Pessoa, 1993.
70
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
CARMO, L. S.; DIAS, R. S.; ANUNCIAÇÃO, L. L. C. et al. Staphylococcal food
poisoning in Minas Gerais State, Brazil. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e
Zootecnia. v. 47, n. 2, p. 113-122, 1994.
CARMO, L. S.; DIAS, R, S.; ANUNCIAÇÃO, L. L. C.; BERGDOLL, M. S.
Staphylococcal food poisoning in Minas Gerais State (Brazil). Arquivo Brasileiro de
Medicina Veterinária e Zootecnia. v. 47, p. 113-122, 1995.
CARMO, L. S.; VIEIRA, C.; REIS, J.; DARC, P. Staphylococcus aureus and Salmonella
enteritidis present em food implicated em food poisoning. Revista de Microbiologia. v.
227, p. 122-125, 1996.
CHAMBERLAIN, J. S.; GIBBS, R. A.; RANIER, J. E.; NGUYEN, P. N.; CASKEY, C. T.
Deletion screening if the Duchenne muscular dystrophy locus via multiplex DNA
amplification. Nucleic Acids Research. v. 16, p. 11141-11156, 1988.
CHEN, T. R.; HSIAO, M. H.; CHIOU, C. S.; TSEN, H. Y. Developmente and use of PCR
primers for the investigation of C1, C2 and C3 enterotoxin types of Staphylococcus aureus
strains isolated from food-borne outbreaks. International Journal of Food Microbiology.
v. 71, p. 63-70, 2001.
CARRARO, C. N. M.; LEITE, L.C.; SOSSELA, R.J.F. Resíduos de antibióticos no leite
provenientes de quartos tratados e não tratados de vacas leiteiras. Higiene Alimentar, v.17,
p.36, 2003.
71
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
CENTORBI, O.N. P.; CUADRADO, A. M. A.; ALCARAZ, L. E.; LACIAR, M. C.;
MILAN, M. C. Prevalência de S. aureus aislados de masittis subclínica bovina en tambos
de la cuenca lechera de la ciudad de San Luis. Revista Argentina de Microbiologia. v. 24,
p. 73-80, 1992.
CERQUEIRA, M. M. O. P.; LEITE, M. O.; FONSECA, L. M. et al. Freqüência de Listeria
sp e de Staphylococcus aureus em queijo Minas produzido artesanalmente. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA. 1994. Olinda.
Anais...Olinda, p. 507.
CHEN, J. H.; HOTCHKISS, J. H. Growth of Listeria monocytogenes and Clostridium
sporogenes in cottage cheese in modified atmosphere packaging. Journal of Dairy
Science. v. 79, n. 6, p. 972-977, 1993.
CÔRREA, W. M.; CÔRREA, C. N. M. Enfermidades Infecciosas dos Mamíferos
Domésticos. Rio de janeiro: Médica e Científica Ltda., 1992, 843p.
COSTA, E. O. Importânica econômica da mastite infecciosa bovina. Comunidade
Científica da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São
Paulo. v. 15, n. 1, p. 21-26, 1991.
COSTA, E. O.; SÁ, R.; PONCE, H.; WATANABE, E. T.; VALLE, C. R. Avaliação da
terapia de mastite clínica: eficácia terapêutica medida em números de dias de tratamento.
Revista NAPGAMA. v. 2, n. 2, p. 10-14, 1999.
72
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
COSTA, E. O.; BENITES, N. R.; THIERS, F. O.; RIBEIRO, A. R.; GARINO JR, F.;
SILVA, J. A. B. Escore de CMT em relação ao nível de células somáticas em leite do
tanque de refrigeração e percentual de mastite subclínica em propriedades leiteiras de São
Paulo e Minas Gerais. Revista NAPGAMA. v. 3, n. 2, p. 14-18, 2000.
CULLOR, J.S. The control, treatment, and prevention of the various types of bovine
mastitis. Veterinary Medicine. v.88, p.571-579, 1993
CREMONESI, P.; LUZZANA, M.; BRASCA, M.; MORANDI, S.; LODI, R.;
VIMERCATI, C.; AGNELLINI, D.; CARAMENTI, G.; MORONI, P.; CASTIGLIONI, B.
Development of multiplex PCR assay for the identification of Staphylococcus aureus
enterotoxigenic strains isolated from milk and dairy products. Molecular and Cellular
Probes. v. 19, n. 5, p. 299-305, 2005.
CREMONESI, P.; CASTIGLIONI, B.; MALFERRARI, G.; BIUNNO, I.; VIMERCATI,
C.; MORONI, P.; MORANDI, S.; LUZZANA, M. Technical note: improved method for
rapad DNA extraction of mastitis pathogens directly from milk. Journal of Dairy Science.
v. 89, p. 163-169, 2006.
DA SILVA, N.; FIGUEIREDO, J. B.; OLIVEIRA, M. Mamite no rebanho bovino da
Escola Média de Agricultura de Florestal UFVMC. Parte II. Freqüência etiologia. Arquivo
Brasileiro Medicina Veterinária e Zootecnia. v. 35, p. 471-478, 1983.
73
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
DAVIS, J. C.; WILBEY, R. A. Microbiology of cream and dairy desserts In: Robinson, R.
K. (ed). Dairy Microbiology: The Microbiology of Milk Products. 2ed. London:
Elsevier, 1990. v. 2, p.41-108.
DE SÁ, M. E. P.; MOTA, R. A.; SOUZA, M. I.; OLIVEIRA, A. A. F. Etiologia da mastite
subclínica em bovinos leiteiros do agreste meridional do Estado de Pernambuco. Revista
Brasileira de Ciência Veterinária. v. 7, n. 2, p. 100-103, 2000.
DINGES, M.M.; ORWIN, P.M.; SCHLIEVERT, P.M. Exotoxins of Staphylococcus
aureus. Clinical Microbiology Reviews. v. 13, n. 1, p. 16-34, 2000.
FARAH, S. B. DNA Segredos e Mistérios. São Paulo: Sarvier. 1997, 276p.
FEITOSA, T.; BORGES, M. F.; NASSU, R. T.; AZEVEDO, E. H. F.; MUNIZ, C. R.
Pesquisa de Salmonella sp., Listeria sp. e microrganismos indicadores higiênico-sanitário
em queijo de coalho produzido no estado do Rio Grande do Norte. Ciência e Tecnologia
de Alimentos. v. 23, p. 162-165, 2003.
FERREIRO, L.; SOUZA, H. M.; HEINECK, L. A. Influence of subclinical mastitis on the
milk composition of the cross bred dairy cattle. Revista do Instituto de Laticínios
Candido Tostes. v. 35, p. 19-24, 1980.
74
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
FITZGERALD, J. R.; MONDAY, S. R.; FOSTER, T. J.; BOHACH, G. A.; HARTIGAN,
P. J.; MEANEY, W. J.; SMYTH, C. J. Characterisation of putative pathogenicity island
from bovine Staphylococcus aureus encoding multiple superantigens. Journal of
Bacteriology. v. 183, p. 63-70, 2001.
FONSECA, L.F.L.; SANTOS, M. V. Qualidade do leite e controle de mastite. São Paulo:
Lemos Editorial & Gráficos Ltda. 2001, 175pp.
FRANCIS, P. G. Mastitis therapy. Brasilian Veterinary Journal. v. 145, p. 302-311,
1989.
FRANCO, R. M.; CAVALCANTI, R. M.; WOOD, P. C. B.; LORETTI, V. P.;
GONÇALVES, P. M. R.; OLIVERIA, L. A. T. Avaliação da qualidade higiênico-sanitário
de leite e derivados. Higiene Alimentar. v. 14, n. 68-69, p. 70-77, 2000.
FREITAS, M. F. L.; PINHEIRO JÚNIOR, J. W.; STAMFORD, T. L. M.; RABELO, S. S.
A.; SILVA, D. R.; SILVEIRA FILHO, V. M. S.; SANTOS, F. G. B.; SENA, M. J.; MOTA,
R. A. Perfil de sensibilidade antimicrobiana in vitro de Staphylococcus coagulase positivos
isolados de leite de vacas com mastite no agreste do estado de Pernambuco. Arquivos do
Instituto Biológico. v. 72, n. 2, p. 171-177, 2005.
75
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
FUEYO, J. M.; MENDOZA, M. C.; RODICIO, M. R.; MUÑIZ, J.; ALVAREZ, M. A.;
MARTÍN, M. C. Cytotoxin and pyrogenic toxin superantigen gene profiles of
Staphylococcus aureus associated with macrorestriction genomic profiles. Journal of
Clinical Microbioogy. v. 43, n. 3, p. 1278-1284, 2005.
GARINO JR, F.; RIBEIRO, A. R.; SILVA, J. A. B.; RIBEIRO, M. G.; COSTA, E. O.
Avaliação da susceptibilidade “in vitro” aos antimicrobianos e pesquisa de produção de b-
lactamase de cepas de E. coli, isoladas de mastite bovina. Revista NAPGAMA. v. 3, n. 2,
p. 19-22, 2000.
GENIGEORGIS, C. A. Present state of knowledge on Staphylococcal intoxication.
International Journal of Food Microbiology. v. 9, n. 4, p. 327-360, 1989.
GILLESPIE, B. E.; OLIVER, S. P. Simultaneous detection of mastitis pathogens,
Staphylococcus aureus, Streptococcus uberis, and Streptococcus agalactiae by multiplex
real-time polymerase chain reaction. Journal of Dairy Science. v. 88, p. 3510-3518, 2005.
HENEGARIU, O.; HIRSCHMANN, P.; KILIAN, K.; KIRSCH, S.; LENGAUER, C.;
MAIWALD, R.; MIELKE, K.; VOGT, P. Rapid screening of the Y chromosome in
idiopathic steriline men, diagnostic for deletions in AZF, a genetic Y factor expressed
during spermatogenesis. Andrologia. v. 26, p. 97-106, 1994.
76
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
JAURRAD, S.; PEYRAT, M.A.; LIM, A.; TRISTAN, A.; BES, M.; MOUGEI, C.;
ETIENNE, J.; VANDENESCH, F.; BONNEVILLE, M.; LINA, G. L. egc a highly
prevalent operon of enterotoxin gene, forms a putative nursey of superantigens in
Staphylococcus aureus. The Journal of Immunology. v. 166, p. 669-677, 2001.
JORGENSEN, H. J.; MORK, T.; RORVIK, L. M. The ocurrence of Staphylococcus aureus
on farm with small-scale production of raw milk cheese. Journal of Dairy Science. v. 88,
p. 3810-3817, 2005a.
JORGENSEN, H. J.; MORK, T.; HOGASEN, H. R.; RORVIK, L. M. Enterotoxigenic
Staphylococcus aureus in bulk milk in Norway. Journal of Applied Microbiology. v. 99,
p. 158-166, 2005b.
KURODA, M. O.; OHTA, T.; UCHIYAMA, I.; BABA, T.; YUZAWA, H.; KOBAYASHI,
I.; CUI, L.; OGUCHI, A.; AOKI, K.; NAGAI, Y.; LIAN, J.; ITO, T.; KANAMORI, M.;
MATSUMARU, H.; MARUYAMA, A.; MURAKAMI, H.; HOSOYAMA, A.;
MIZUTANI-UI, Y.; TAKAHASHI, N. K.; SAWANO, T.; INOUE, R.; KAITO, C.;
SEKIMIZU, K.; HIRAKAWA, H.; KUHARA, S.; GOTO, S.; YABUZAKI, J.;
KANEHISA, M.; YAMASHITA, A.; OSHIMA, K.; FURUYA, K.; YOSHINO, C.;
SHIBA, T.; HATTORI, M.; OGASAWARA, N.; HAYASHI, H.; HIRAMATSU, K. Whole
genome sequencing of methicillin-resistant Staphylococcus aureus. Lancet. v.357, p.1225-
1240, 2001.
77
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
LANGENEGGER, J.; ESTELITA, M. C.; BAHIA, M. G. Efeito do agente etiológico da
mastite subclínica sobre a produção de leite. Pesquisa Veterinária Brasileira. v. 1, n. 2, p.
47-57, 1981.
LANGENEGGER, J.; FIGUEIREDO, M. P.; FERREIRA, E. R. Eficácia da combinação
antibiótica de sulfato de gentamicina + penicilina G procaína no tratamento da mastite
bovina. Hora Veterinária. v. 30, p. 447, 1986.
LANGONI, H.; PINTO, M. P.; DOMINGUES, P. E.; et al. Etiologia e sensibilidade
bacteriana da mastite bovina subclínica. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e
Zootecnia. v. 43, p. 507-515, 1991.
LANGONI, H.; DA SILVA, A. V.; CABRAL, K. G.; DOMINGUES, P. F. Aspectos
etiológicos na mastite bovina: flora bacteriana aeróbica. Revista Brasileira de Medicina
Veterinária. v. 20, p. 204-209, 1998.
LEITE JÚNIOR, A. F. S.; FLORENTINO, E. R.; OLIVEIRA, E. B.; SÁ, S. N.;
TORRANO, A. D. M. Qualidade microbiológica do queijo de coalho comercializado à
temperatura ambiente ou sob refrigeração, em Campina Grande-PB. Higiene Alimentar. v.
14, n. 74, p. 53-59, 2000.
LERCHE, M. Inspección veterinária de la leche. Zaragoza: Acribia, 1969. 375p.
78
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
LETERTRE, C.; PERELLE, S.; DILASSER, F.; FACH, P. Identification of a new putative
enterotoxin SEU encoded by egc cluster of Staphylococcus aureus. Journal of Applied
Microbiology, v. 2, p.63-76, 2003.
LONCAREVIC, S.; JORGENSEN, H. J.; LOVSETH, A.; MATHISEN, T.; RORVIK, L.
M. Diversity of Staphylococcus aureus enterotoxin types within single samples of raw milk
and raw milk products. Journal of Applied Microbiology. v. 98, p. 344-350, 2005.
MARTINEZ, M. B.; TADDEI, C. R. Métodos de Diagnóstico. In: TRABULSI, L. R.;
ALTERTHUM, F. (Ed.), Microbiologia. 4 Ed. São Paulo: Atheneu, 2004, p. 117-125.
MATIOLI, S. R.; PASSOS-BUENO, M. R. S. Métodos baseados em PCR para análise de
polimorfismos de ácidos nucléicos. In: MATIOLI, S. R. (Ed.), Biologia Molecular e
Evolução. Ribeirão Preto: Holos, p.153-161, 2002.
MCDERMOTT, P. F.; ZHAO, S.; WAGNER, D. D.; SIMJEE, S.; WALKER, R. D.;
WHITE, D. G.; The food safety perspective of antibiotic resistance. Animal
Biotechnology. v. 13, p. 71-84, 2002.
MCLAUCHLIN, J.; NARAYANAN, G.L.; MITHANI, V.; O’NEILL, G. The detection of
enterotoxins and toxic shock syndrome toxin genes in Staphylococcus aureus by
polymerase chain reaction. Journal of Food Protection. v. 63, p. 479-488, 2000.
79
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
MESQUITA, A. J. Enumeração de Staphylococcus em leite cru. Anais das Escolas de
Agronomia e Veterinária da UFG. v. 18, n. 1, p. 5-11, 1988.
MONDAY, S. R.; BOHACH, G. A. Use of multiplex PCR to detect classical and newly
described pyrogenic toxin genes in staphylococcal isolates. Journal of Clinical
Microbiology. v. 37, 3411-3414, 1999.
MORAIS, C. M (1995). Processamento artesanal do queijo de coalho de Pernambuco,
uma análise de perigos. 1995. 91f. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de
Pernambuco, Recife, 1995.
MURRAY, P. R.; DREW, W. L.; KOBAYASHI, G. S.; THOMPSON JR., J.H.
Microbiologia Médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,. 1992, 513p.
MUSON, S. H.; TREIMANE, M. T.; BETELEY, M. J.; WELCH, R. A. Identification and
characterization of Staphylococcus enterotoxin type G and I from Staphylococcus aureus.
Infection and Immunity. v. 66, p. 3337-3348, 1998.
NÁJERA-SÁNCHEZ, G.; MALDONADO-RODRÍGUEZ, R.; OLVERA, P. R.; GARZA,
L. M. Development of two multiplex polymerase chain reactions for the detection of
enterotoxigenic strains of Staphylococcus aureus isolated from foods. Journal of Food
Protection. v. 66, p. 1055-1062, 2003.
80
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
NASSU, R. T.; MOREIRA, C. G.; ROCHA, R. G. A.; FEITOSA, T.; BORGES, M. F.;
MACEDO, A. A. M. Diagnóstico das condições de processamento e qualidade
microbiológica de produtos regionais derivados do leite produzidos no estado do Rio
Grande do Norte. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes. v. 55, p. 121-126,
2000.
MORENO, V. A.; LERAYER, A. L. S.; BARBIERI, M. K.; GRAEL, M. E. T.; SOUZA, F.
K. H.; MARTINI, M. Caracterização microbiológica e microscópica de leite e queijos
comercializados informalmente no estado de São Paulo. In: XIX Congresso Brasileiro de
Ciência e Tecnologia dos Alimentos-CBCTA, 2004, Recife, Pernambuco. XIX CBCTA
Ciência e Tecnologia dos Alimentos: estratégias para o desenvolvimento. Sociedade
Brasileira de Ciência e Tecnologia dos Alimentos-SBCTA, 2004. 1 CD-ROM.
NOGUEIRA, C. A. M.; MOMESSO, C. A. S.; MACHADO, R. L. D.; DE ALMEIDA, M.
T. G.; ROSSIT, A. R. B. Desmpenho de kits comerciais e protocolos laboratoriais para a
extração de DNA genômico bacteriano. Revista Panamericana de Infectologia. v. 6, n. 2,
p. 35-38, 2004.
NOUT, M. J. R. Fermented foods and food safety. Food Ressearch International. v. 27, n.
7, p. 291-298, 1994.
OLIVEIRA, J. S. Queijos: Fundamentos tecnológicos. São Paulo: Ícone, 1986. 146p.
81
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
OLIVEIRA, A.A.F.; MOTA, R.A.; SOUZA, M.I. Perfil de sensibilidade antimicrobiana in
vitro frente a amostra de Staphylococcus spp. isoladas de mastite subclínica bovina, no
agreste meridional de Pernambuco. A Hora Veterinária. v. 22, n. 127, p.8-10, 2002.
OMOE, K.; HU, D. L.; OMOE, T. H.; NAKANE, A.; SHINAGAWA, K. Identification and
characterization of a new staphylococcal enterotoxin-related putative toxin encoded by two
kinds of plasmids. Infection and Immunity. v. 71, p. 6088-6094, 2003.
OMOE, K.; HU, D. L.; OMOE, H. T.; NAKANE, A.; SHINAGAWA, K. Comprehensive
analysis of classical and newly described staphylococcal superantigenic toxin genes in
Staphylococcus aureus isolates. FEMS Microbiology Letters. v.246, p. 191-198, 2005.
ORWIN, P. M.; LEUNG, D.Y.M; HEATHER, L.D.; et al. Biochemical and Biological
Properties of Staphylococcal Enterotoxin K. Infection and Immunity, v. 69, n. 1, p. 360-
366, 2001.
ORWIN, P.; LEUNG, D. Y. M.; TRIPP, T. J.; BOHACH, G. A.; EARHART, C. A.;
OHLENDORF, D. H.; SCHLIEVERT, P. M. Characterisation of noval staphylococcal
enterotoxin-like superantigen, a member of the Group V subfamily of pyrogenic toxins.
Biochemistry. v. 41, p. 14033-14040, 2002.
ORWIN, P. M.; FITZGERALD, J. R.; LEUNG, D. Y.; GUTIERREZ, J. A.; BOHACH, G.
A.; SCHLIEVERT, P. M. Characterization of Staphylococcus aureus Enterotoxin L.
Infection and Immunity. v. 71, n. 5, p. 2916-2919, 2003.
82
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
OTERO, F. D.; CRUZ, J. R. S. Mecanismos de defesa de la glândula mamaria bovina em
lãs fases de involución y lactación. Veterinaria México. v. 23, n. 4, p. 357-365, 1992.
PAIVA, M. S. D.; CARDONHA, A. M. S. Queijo de coalho artesanal e industrializado
produzidos no Rio Grande do Norte: estudo comparativo da qualidade microbiológica.
Higiene Alimentar. v. 13, n. 61, p. 33, 1999.
PERNAMBUCO. Legislação sobre Inspeção e Fiscalização Agropecuária do Estado de
Pernambuco. Artigo 681, Capítulo 4. Diário Oficial [do] Estado de Pernambuco, Poder
Executivo, Recife, 16 de junho 1992. p. 93.
PERESI, J. T. M.; GRACIANO, A. S.; ALMEIDA, I. A. Z. C.; LIMA, S. J.; RIBEIRO, A.
K.; CARVALHO, I. S.; LIMA, M.. Queijo minas tipo frescal artesanal e industrial:
qualidade microscópica, microbiológica e teste de sensibilidade aos agentes
antimicrobianos. Higiene Alimentar. v. 15, n. 83, p. 63-70, 2001.
PINHEIRO, E. S.; NASSU, R. T.; ANDRADE, A. A.; MORAIS, R. P. Contribuição ao
conhecimento do queijo de coalho comercializado na cidade de Fortaleza, Ceará. In: XIX
Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia dos Alimentos-CBCTA, 2004, Recife,
Pernambuco. XIX CBCTA Ciência e Tecnologia dos Alimentos: estratégias para o
desenvolvimento. Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia dos Alimentos-SBCTA,
2004. 1 CD-ROM.
83
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
QUINN, P. J.; CARTER, M. E.; MARKEY, B.; CARTER, G. R. Clinical Veterinary
Microbiology. London: Wolfe, 1994. 648pp.
RADOSTITS, O. M.; GAY, C. C.; BLOOD, D. C.; HINCHCLIFF, K. W. Clínica
Veterinária. Um tratado de doenças dos bovinos, ovinos, caprinos e eqüinos. 9 Ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan. 2002, 1737p.
RAINARD, P. Tackling mastitis in dairy cows. Nature Biotechnology. v. 23, n. 4, p. 430-
432, 2005.
RAJALA-SCHULTZ, P. J.; SMITH, K. L.; HOGAN, J. S.; LOVE, B. C. Antimicrobial
susceptibility of mastitis pathogens from first lactation and older cows. Veterinary
Microbiology. v. 102, p. 33-42, 2004.
RAPINI, L. S.; TEIXEIRA, J. P.; MARTINS, N. E.; GUIMARÃES, M. P. S. L. M. P.;
CERQUEIRA, M. M. O. P. Perfil antimicrobiano de cepas de Staphylococcus sp. isoladas
do leite cru de cabra, queijo e manipuladores. Higiene Alimentar. v. 17, p. 162, 2003.
REN, K. et al. Characterization and biological properties of a new staphylococcal
enterotoxin. Journal of Experimental Medicine. v. 180, p. 1675-1683, 1994.
RITTER, R.; SANTOS, D.; BERGMANN, G.P. Análise da qualidade microbiológica de
queijo colonial, não pasteurizado, produzido e comercializado por pequenos produtores, no
Rio Grande do Sul. Higiene Alimentar. v. 15, n. 87, p. 51-55, 2001.
84
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
ROSEC, J. P.; GIGAUD, O. Staphylococcal enterotoxin genes of classical and new types
detected by PCR in France. International Journal of Food Microbiology. v. 77, p. 61-70,
2002.
SANTOS, E. C.; GENIGEORGES, C.; FARVER, T. B. Prevalence of Staphylococcus
aureus in raw and pasteurized milk used for commercial manufactured Brazilian Minas
cheese. Journal of Food Protection. v. 44, n. 3, p. 177-184, 1981.
SANTOS, J. A. Patologia especial dos animais domésticos (mamíferos e aves). 2 Ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986. p. 154-159.
SANTOS, F. A.; NOGUEIRA, N. A. P.; CUNHA, G. M. A. Aspectos microbiológicos do
queijo tipo “coalho” comercializado em Forataleza, CE. Boletim do Centro de Pesquisa e
Processamento de Alimentos. v. 13, n. 1, p. 31-36, 1995.
SANTOS, F.G.B.; MOTA, R.A.; SILVEIRA-FILHO, V.M.; SOUZA, H.M.; OLIVEIRA,
M.B.M.; JOHNER, J.M.Q.; LEAL N.C.; ALMEIDA, A.M.P.; LEAL-BALBINO, T.C.
Tipagem molecular de Staphylococcus aureus isolados do leite de vacas com mastite
subclínica e equipamentos de ordenha procedentes do estado de Pernambuco. Revista
NAPGAMA. v. 6, n. 1, p. 19-23, 2003.
SCHALM, O. W. CARROLL, C. J.; JAIN, N. C. Bovine mastitis. Philadelphia: Lea e
Febiger, 1971. 369p.
85
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
SCHALM, O. W.; NOORLANDER, D. O. Experimental and observations leading to
development of the California Mastitis Test. Journal of the American Veterinary
Medical Association. v. 130, n. 5, p.199-207, 1957.
SCHOSKE, R.; VALLONE, P. M.; RUITBERG, C. M. BUTTER, J. M. Multiplex PCR
design strategy used for the simultaneous amplification of 10Y chromosome short tandem
repeat (STR) loci. Analytical and Bioanalytical Chemistry. v. 375, p. 333-343, 2003.
SENA, M. J.; CERQUEIRA, M. M. O. P.; CARMO, L. S.; SENA, M. C.; SILVA, J. F. M.
Characterization of the pathogenic microorganisms in White cheese sold in Recife (PE). In:
PROCEEDINGS OF THE PANAMERICAN CONGRESS ON MASTITIS CONTROL
AND MILK QUALITY, 1, 1998. Merida, Proceedings…Meridas: UNAM, 1998. p. 524-
533.
SENA, M. J. (2000). Perfil epidemiológico, resistência a antibióticos e aos conservantes
nisina e sistema lactoperoxidase de Staphylococcus sp. isolados de queijos coalho
comercializados em Recife-PE. 2000. 75p Tese (Doutorado). Escola Veterinária:
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2000.
SHAH, P. M.; SCHAFER, V.; KNOTHE, H. Medical and Veterinary use of antimicrobial
agents: implications for public health: a clinical view on antimicrobial resistence.
Veterinary Microbiology. v. 35, p. 269-274, 1993.
86
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
SHARMA, N. K.; CATHERINE, E. D. R.; DODD, C. E. R. Development of a single-
reaction multiplex PCR toxin typing assay for Staphylococcus aureus strains. Applied and
Environmental Microbiology. v. 66, n. 4, p. 1347-1353, 2000.
SHUBER, A. P.; SKOLETSKY, J.; STERN, R.; HANDELIN, B. L. Efficient 12-mutation
testing in the CFTR gene: a general model for complex mutation analysis. Human
Molecular Genetics. v. 2, p. 153-158, 1993.
SOUZA, C. S. Uma guerra quase perdida. Revista Ciência Hoje. v. 23, n. 138, p. 27-35,
1998.
STRACHAN, T.; READ, A. P. Genética Molecular Humana. 2 Ed. Porto Alegre:
Artmed, 2002. 576p.
SU, Y. C.; WONG, A. C. L. Identification and purification of a new staphylococcal
enterotoxin H. Applied and Environmental Mirobiology. v. 61, p. 1438-1443, 1995.
SU, Y. C.; WONG, A. C. L. Current Perspectives on Detection of Staphylococcal
Enterotoxins. Journal of Food Protection. v. 60, p. 195-202, 1997.
SUMANO, H.; OCAMPO, L. The pharmacological basis for the treatment of bovine
mastitis – a review. Israel Journal of Veterinary Medicine. v. 47, p. 127-135, 1992.
87
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
TAMARAPU, S.; MCKILLIP, J. L.; DRAKE, M. Development of a multiplex polymerase
chain reaction assay for detection and differentiation of Staphylococcus aureus in dairy
products. Journal of Food Protection. v. 64, n. 5, p. 664-668, 2001.
TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 6 Ed. Porto Alegre:
Artmed, 2000. 827p.
TURNER, P. C.; MCLENNAN, A. G.; BATES, A. D.; WHITE, M. R. H. Biologia
Molecular. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004, 287p.
UDO, E. E; AL-BUSTAN, M.A; JACOB, L.E; et al. Enterotoxin production by coagulase-
negative staphylococci in restaurant workers from Kuwait City may be a potencial cause of
food poisoning. Journal of Medical Microbiology, 48: 819-823, 1999.
VERAS, J. F.; SANTOS, D. A.; CARMO, L. S.; FERNANDES, T. M. G.; AZALI, C.;
SILVA, M. C. C.; MARTINS, R. T.; CERQUEIRA, M. M. O. P. Levantamento de surtos
de toxinfecção alimentar envolvendo leite e produtos derivados no estado de Minas Gerais,
Brasil. Higiene Alimentar. v. 17, p. 218, 2003.
VIANNI, M. C. E.; NADER FILHO, A.; LANGENEGGER, J. Freqüência de isolamento
de Staphylococcus coagulase –positiva e coagulase negativa na mastite subclínica em
bovinos e sua influência na produção Láctea. Arquivos da Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro. v. 15, n. 2, p. 187-192, 1992.
88
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
VIEIRA-DA-MOTA, O.; FOLLY, M.M.; SAKYIAMA, C.C.H. Detection of different
staphylococcus aureus strains bovine milk using PCR and routine tecnhiques. Brazilian
Journal of Microbiology, v.32, p.27-31, 2001.
WIENEKE, A. A.; ROBERTS, D.; GILBERT, R. J. Staphylococcal food poisoning in the
United Kingdom, 1969-1990. Epidemiology and Infection. v. 110, n. 3, p. 519-531, 1993.
WILSON, I. G. ; COOPER, J. E.; GILMOUR, A. Some factors inhibiting amplification of
the Staphylococcus aureus enterotoxin C1 gene (sec) by PCR. International Journal of
Food Microbiology. v. 22, p. 55-62, 1994.
ZAHA, A.; SCHRANK, A.; LORETO, E. L. S.; FERREIRA, H. B. F.; SCHRANK, I. S.;
RODDRIGUES, J. J. S.; REGNER, L. P.; PASSAGLIA, L. M. P.; ROSSETTI, M. L. R.;
VAINSTEIN, M. H.; SILVA, S. C.; GAIESKY, V. L. S. V. Biologia Molecular Básica. 3
Ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 2003. 424p.
ZHANG, S.; IANDOLO, J.J.; STEWART, G.C., 1998. The enterotoxin D plasmid of
Staphylococcus aureus encodes a second enterotoxin determinant (sej). FEMS
Microbiology Letters. v. 168, p. 227-233, 1998.
89
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
4-OBJETIVOS
4.1 OBJETIVO GERAL
Caracterizar feno e genotipicamente as amostras de Staphylococcus spp. isoladas de
queijos de coalho e leite de vacas com mastite no Estado de Pernambuco.
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Verificar a prevalência do S. aureus como agente causador de mastite bovina na
região Agreste do Estado de Pernambuco;
Avaliar a qualidade microbiológica dos queijos de coalho comercializados em
Pernambuco com relação à contagem de Staphylococcus coagulase positiva;
Isolar e identificar fenotipicamente os Staphylococcus spp. a partir de queijos de
coalho e leite de vacas com mastite;
Traçar o perfil de sensibilidade antimicrobiana dos Staphylococcus coagulase
positivos isolados de queijos de coalho e de leite de vacas com mastite frente aos
antibióticos mais utilizados na clínica médica veterinária e humana;
Realizar a tipagem molecular das cepas de Staphylococcus aureus isoladas de
mastite bovina;
90
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Investigar a presença de genes para as toxinas SEA, SEB, SEC, SED, SEE, SEG,
SEH, SEI SEJ, TSST-1, ETA e ETB em cepas de Staphylococcus spp. isoladas de
queijos de coalho e leite de vacas com mastite;
Confirmar a presença dos fragmentos dos genes para as toxinas estafilocócicas que
foram detectados em isolados de Staphylococcus spp. de queijos de coalho e leite de
vacas com mastite.
91
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 ARTIGO CIENTÍFICO 1: PERFIL DE SENSIBILIDADE ANTIMICROBIANA IN
VITRO DE STAPHYLOCOCCUS COAGULASE POSITIVOS ISOLADOS DE LEITE DE
VACAS COM MASTITE NO AGRESTE DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Este trabalho foi publicado na revista Arquivos do Instituto Biológico v. 72, n. 2, p.
171-177, abril/junho de 2005.
92
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
RESUMO
A mastite, inflamação da glândula mamária, é uma das principais doenças da
bovinocultura de leite tendo como principal agente infeccioso bactérias do gênero
Staphylococcus spp. que comumente apresentam resistência aos antibióticos utilizados no
tratamento da mastite. Desta forma, objetivou-se com este estudo traçar o perfil de
sensibilidade antimicrobiana de 59 cepas de estafilococos coagulase positivo, isolados de
amostras de leite de vaca com mastite. Os testes de sensibilidade antimicrobiana foram
realizados através da técnica de difusão com discos para 13 antibióticos, verificando-se que
os mais eficazes foram a vancomicina com 100% de sensibilidade e a norfloxacina com
96%. O menos eficaz foi a penicilina com 20% de sensibilidade. Em alguns municípios
estudados as cepas de estafilococos apresentaram resistência múltipla para 6 a 9
antibióticos simultaneamente. Conclui-se que a análise da sensibilidade antimicrobiana in
vitro deve ser considerada pelos proprietários antes da tomada de decisões para a escolha
do tratamento adequado para reduzir perdas na produção de leite e em programas de
controle da doença em questão.
PALAVRAS-CHAVES: Staphylococcus spp., sensibilidade antimicrobiana, mastite
93
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
ABSTRACT
Mastitis, inflammation of the mammary gland, is one of the main diseases of the
milk cattle breeding, having, as main infectious agent the Staphylococcus spp. bacteria,
which commonly presents resistance to the antibiotics used in the treatment of mastitis. For
this reason, this study is aimed at drawing the profile of anti-microbial sensibility of 59
stumps of coagulase-positive staphylococcus, isolated from samples of cow milk with
mastitis. The tests of anti-microbial sensibility were accomplished through a diffusion
technique with disks for 13 antibiotics, being verified that the most effective were
vancomycin with 100% of sensibility and norfloxacin with 96%. The least effective was
penicillin with 20% of sensibility. In some of the studied municipal districts the
staphylococcus stumps presented multiple resistance to from 6 to 9 antibiotics
simultaneously. The conclusion is that the analysis of the anti-microbial sensibility in vitro
should be considered by the proprietors before taking decisions about the choice of the
appropriate treatment in order to reduce losses in the production of milk and in control
programs of the disease in subject.
KEYWORDS: Staphylococcus spp., Antimicrobial Susceptibility, Bovine, Mastitis
94
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
INTRODUÇÃO
Mastite é a denominação do processo inflamatório da glândula mamária. Sua
etiologia pode ser de origem tóxica, traumática, alérgica, metabólica e infecciosa, sendo as
causas infecciosas as principais, destacando-se as de origem bacteriana. Os patógenos
causadores de mastite têm sido classificados em dois grupos diferentes: contagiosos e
ambientais. Os chamados contagiosos necessitam do animal para a sobrevivência,
multiplicam-se na glândula mamária, canal do teto ou sobre a pele, são transmitidos de uma
vaca infectada ou quarto mamário infectado para uma vaca sadia ou quarto sadio,
principalmente durante a ordenha. Os patógenos ambientais são oportunistas, estão
presentes no ambiente em que o animal vive e a infecção pode ocorrer no período entre ou
durante a ordenha (COSTA, 1998).
Os microrganismos mais comuns em casos de mastite bovina são Staphylococcus
aureus, Staphylococcus spp., Streptococcus dysgalactiae, Streptococcus uberis,
Corynebacterium spp., Escherichia coli, Nocardia spp. e Prototheca zopffi (BRABES et al.,
1999).
Dentre os patógenos contagiosos, o Staphylococcus aureus (S. aureus) é o mais
freqüente nos casos de mastite bovina (Z
SCHÖCK et al., 2000). Possui vários fatores de
virulência que contribui para sua persistência no tecido mamário e, embora medidas
preventivas que visam o controle das mastites sejam amplamente praticadas, as mastites
causadas por este patógeno ainda são bastante comuns (P
HILPOT, 1984; SANTOS et al.,
2003).
O S. aureus é mundialmente conhecido como agente causador de várias doenças
purulentas tanto em humanos como em animais (B
EAN & GRIFFIN, 1990) sendo também,
uma das causas mais importantes de intoxicação alimentar (P
ENNA et al., 1998), devido a
95
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
produção de várias enterotoxinas (OMOE et al., 2002). Desta forma, o leite e produtos
derivados são importantes veículos de S. aureus e comumente estão envolvidos em surtos
de intoxicação alimentar (BERGDOLL, 1989).
As infecções intramamárias são freqüentes e importantes em bovinos leiteiros,
sendo responsáveis por grandes prejuízos à pecuária leiteira pois ocasionam redução na
produção de leite, gastos com medicamentos e assistência veterinária, descarte de leite
contaminado após tratamento e descarte precoce de animais doentes (COSTA et al., 1999).
Além disso, as mastites adquirem importância para a Saúde Pública pela possibilidade de
veiculação de microrganismos, toxinas e resíduos de antimicrobianos no leite (COSTA,
1998).
O S. aureus além de ser responsável por grandes prejuízos à pecuária leiteira,
apresenta resistência a diversos antibióticos utilizados rotineiramente no tratamento desta
doença. Desta forma, é de grande importância o isolamento e identificação desse agente em
laboratórios e a análise in vitro da sensibilidade antimicrobiana para um melhor controle
através de terapêutica adequada. Segundo BRITO et al. (2001), diversos estudos que tratam
da susceptibilidade a antimicrobianos de patógenos da mastite bovina no Brasil apontam
para um aumento crescente no padrão de resistência, principalmente para S. aureus, o
agente mais freqüentemente isolado.
Os resíduos de antibióticos no leite podem aparecer devido ao tratamento parenteral
e ou intramamário de animais em lactação e representam o principal ponto crítico de
controle de contaminação química no leite. Os riscos à saúde do consumidor são
apresentados principalmente pelo desencadeamento de fenômenos alérgicos em indivíduos
sensíveis, pelos efeitos tóxicos e carcinogênicos, por alterações no equilíbrio da microbiota
96
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
intestinal e pela seleção de bactérias resistentes no trato digestivo dos consumidores
(MANSUR et al., 2003).
Diante do exposto, este trabalho teve como finalidade verificar quais são os
microrganismos mais freqüentes em casos de mastite bovina e avaliar a sensibilidade
antimicrobiana in vitro de amostras de Staphylococcus coagulase positivo para contribuir
com os estudos de etiologia, tratamento e controle desta doença em diferentes municípios
da região do Agreste do Estado de Pernambuco.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram analisados 246 animais procedentes de onze propriedades de exploração
leiteira dos municípios de Angelim (município A), São Bento do Una (município B),
Caetés (município C) e Correntes (município D), localizados no Agreste do Estado de
Pernambuco.
Nos rebanhos estudados o sistema de criação era semi-intensivo, sendo os animais
alimentados à base de concentrado e volumoso e recebendo água procedente de poços e
açudes, com produção média diária de 7,5 litros de leite por animal. Os animais eram
ordenhados uma ou duas vezes ao dia, pelo sistema de ordenha manual ou mecânica
(municípios A e B) ou apenas manual (Município C e D). A raça predominante nos
rebanhos leiteiros estudados era holandesa, porém em algumas propriedades observou-se a
utilização de animais da raça girolanda, guzerá leiteiro e seus mestiços.
Após prévia lavagem do úbere com água e sabão, secagem com papel toalha e anti-
sepsia do óstio da teta com álcool a 70ºGL as amostras de leite foram colhidas dos quartos
mamários com mastite clínica, positivos ao teste da caneca telada, e daquelas com mastite
subclínica, positivos ao California Mastitis Test (CMT) (SCHALM & NOORLANDER, 1957).
97
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Colheu-se aproximadamente 5 mL de leite, em frascos com tampa rosqueável, estéreis e
previamente identificados com o nome ou número do animal e do quarto mamário, sendo
enviadas sob refrigeração ao Laboratório de Doenças Infecto-Contagiosas da Universidade
Federal Rural de Pernambuco, para serem devidamente processadas.
A lactocultura foi realizada em placas contendo Ágar Base (DIAGNOLAB®),
acrescido de 8% (v/v) de sangue ovino desfibrinado e em Ágar Levine (OXOID®). As
placas foram incubadas em aerobiose a 37ºC por 72 horas, sendo analisadas a cada 24
horas.
Observaram-se características de crescimento das colônias em placa, como
produção de hemólise, pigmento e características morfo-tintoriais utilizando o método de
coloração pela técnica de Gram. Para a identificação de Staphylococcus aureus todas as
cepas de estafilococos foram submetidas aos testes de produção de coagulase livre (Plasma
Coagulase EDTA, Coagu-Plasma LB – Laborclin, Brasil), termonuclease (Tnase – Ágar
Azul de Orto-toluidina-DNA) e catalase, segundo SILVA et al. (1997). As provas de
produção de acetoína, fermentação da glicose (aerobiose) e do manitol (aerobiose e
anaerobiose) foram realizadas segundo MAC FADDIN (1980). Sendo os isolados
classificados de acordo com B
AIRD-PARKER (1990).
A identificação de outras bactérias Gram-positivas foi realizada segundo QUINN et
al. (1994) e para as enterobactérias foram utilizadas as seguintes provas bioquímicas:
produção de urease, reação em Ágar Tríplice Açúcar Ferro (TSI) (B
IOBRÁS®), teste de
VM/VP (VM - reação de Vermelho de Metila; VP - reação de Voges-Proskauer), teste em
Ágar SIM (S - produção de H
2
S; I - produção de Indol; M - motilidade) (MERCK®) e teste
em Ágar Citrato (utilização do carbono do citrato) (MERCK®), sendo identificadas de
acordo com C
ARTER (1988).
98
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Os testes de sensibilidade antimicrobiana in vitro dos isolados de S. aureus e outros
estafilococos coagulase positivos foram realizados utilizando a técnica de difusão em ágar
segundo BAUER et al. (1966) em Ágar Müeller Hinton (MERCK®), utilizando os seguintes
discos impregnados de antibióticos: amoxicilina (10 µg), bacitracina (10 U.I.),
cloranfenicol (30 µg), eritromicina (15 µg), enrofloxacina (5 µg), gentamicina (10 µg),
lincomicina (2 µg), norfloxacina (10 µg), novobiocina (30 µg), oxacilina (1 µg), penicilina
(10 U.I.), sulfa (25 µg) + trimetoprim (5 µg), tetraciclina (30 µg) e vancomicina (30 µg)
(CECON® / LABORCLIN®).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram analisados 246 animais, totalizando 984 quartos mamários. Destes, 10
(1,0%) apresentaram mastite clínica, 562 (57,1%) mastite subclínica e 412 (41,9%) foram
negativos.
Correlacionando o teste do CMT com o exame microbiológico, verificou-se que dos
562 quartos mamários com mastite subclínica, ou seja, reagentes ao CMT, 356 (63,3%)
foram positivos ao exame microbiológico e 206 (36,7%) foram negativos. Os resultados
positivos no CMT, mas negativos no exame microbiológico, pode indicar um processo
inflamatório de etiologia não bacteriana, pois segundo C
OSTA et al. (1996), o CMT é um
método auxiliar de boa correlação com o exame microbiológico, porém o processo
inflamatório pode não ser de origem infeciosa.
Mesmo apresentando alguns resultados positivos no CMT mas que não indique
processo infeccioso, este teste deve ser rotineiramente executado para que medidas no
manejo dos animais e na linha de ordenha sejam adotadas para garantir máxima produção e
qualidade do leite.
99
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Os microrganismos isolados das 572 amostras de leite de vaca com mastite
encontram-se na Tabela 1, verificando-se que os agentes mais prevalentes nos casos de
mastite bovina no Agreste do Estado de Pernambuco foram Staphylococcus coagulase
negativa 36%, Corynebacterium spp. 34,8% e Staphylococcus aureus 13,6%, corroborando
com achados de PITKÄLÄ et al. (2004) que observaram que o agente etiológico mais
prevalente nos casos de mastite bovina na Finlândia foi Staphylococcus coagulase negativa
(49,6%) seguido por Corynebacterium bovis (34,4%).
Tabela 1 – Microrganismos isolados de leite de vacas com mastite em municípios do
Agreste do Estado de Pernambuco, 2005
MICRORGANISMOS FA FR
Staphylococcus Coagulase Negativa 172 36,0%
Corynebacterium spp. 166 34,8%
Staphylococcus aureus
65 13,6%
Bacillus spp. 25 5,30%
Micrococcus spp. 19 4,00%
Streptococcus spp. 18 3,80%
Staphylococcus Coagulase Positiva 7 1,50%
Enterobacter spp. 3 0,60%
Escherichia coli
2 0,40%
TOTAL 477 100,0%
FA – Freqüência Absoluta
FR – Freqüência Relativa
Segundo GENTILINI et al. (2002) atualmente os estafilococos coagulase negativo
têm recebido maior importância como agentes causadores de infecções intramamárias em
bovinos leiteiros em todo o mundo.
C
OSTA et al. (1995) observaram que o agente etiológico mais prevalente nos casos
de mastite bovina em propriedades nos estados de São Paulo e Minas Gerais foi
Staphylococcus spp. (34,09%), porém
BRITO et al. (1999) verificaram maior prevalência
100
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
para Corynebacterium spp. (55,2%) como agente etiológico de mastite bovina em rebanhos
localizados na Zona da Mata e Campo das Vertentes do Estado de Minas Gerais.
Na mesma região avaliada neste estudo, ou seja, Agreste do Estado de Pernambuco,
PINHEIRO DE SÁ et al. (2000) verificaram que os microrganismos mais comuns em casos de
mastite bovina foram Staphylococcus spp. (32,6%) e Corynebacterium spp. (13,2%),
porém, entre os estafilococos isolados, a espécie S.aureus apresentou maior prevalência
(66,4%). No entanto, apesar de se tratar da mesma região os resultados foram divergentes
aos obtidos neste estudo, pois os estafilococos coagulase negativa foram mais prevalentes
que o S.aureus. O gênero Corynebacterium spp. apresentou maior percentual de isolamento
(34,7%) em relação ao observado por PINHEIRO DE SÁ et al. (2000).
O perfil de sensibilidade antimicrobiana de 59 amostras de estafilococos analisadas
encontra-se na Tabela 2, das quais 52 amostras eram de S. aureus e 07 amostras de
Staphylococcus coagulase positiva. Os percentuais gerais de sensibilidade, resistência e
sensibilidade intermediária foram de 64,5%, 28,5% e 7,0%, respectivamente. Os
antibióticos mais eficazes foram a vancomicina com 100% de eficácia e a norfloxacina com
96% e os menos eficazes penicilina com apenas 20% de sensibilidade e amoxicilina com
25% (Tabela 2).
Resultados semelhantes foram obtidos por B
RITO et al. (2001) que observaram que
a norfloxacina apresentou 100% de eficácia para cepas de estafilococos isoladas de mastite
bovina na Zona da Mata do Estado de Minas Gerais. A alta eficácia da vancomicina deve-
se, possivelmente, ao pouco uso deste antibiótico em medicina veterinária, pois em
nenhuma das propriedades estudadas este medicamento era utilizado.
101
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Tabela 2- Análise geral do perfil de sensibilidade antimicrobiana de 59 cepas de
estafilococos coagulase positivas isoladas de amostras de leite de vacas com
mastite no Agreste do Estado de Pernambuco, 2005
Antibióticos Sensível Intermediário Resistente
Amoxicilina 25% 0% 75%
Penicilina 20% 0% 80%
Oxacilina 65% 20% 15%
Vancomicina 100% 0% 0%
Gentamicina 42% 7% 51%
Lincomicina 32% 12% 56%
Norfloxacina 96% 2% 2%
Enrofloxacina 88% 3% 9%
Tetraciclina 71% 3% 26%
Novobiocina 71% 14% 15%
Cloranfenicol 83% 10% 7%
Sulfa+Trimetoprim 95% 5% 0%
Bacitracina 48% 15% 37%
Os resultados apresentados revelaram altos índices de resistência tanto para a
amoxicilina quanto para a penicilina. A amoxicilina pertence ao mesmo grupo de
antibióticos beta-lactâmicos e geralmente os estafilococos mostram elevada resistência
(acima de 70%) à penicilina G, bem como, ampicilina, amoxicilina e carbenicilina
(TAVARES, 2000). Os estafilococos isolados de leite de vacas com mastite quase sempre
apresentam altos índices de resistência à penicilina (ANDRADE et al., 2000; COSTA et al.,
2000; BYARUGABA et al., 2004). Porém, através de testes de sensibilidade in vitro, é
possível detectar cepas de estafilococos sensíveis e sugerir a utilização da penicilina no
tratamento in vivo, ao invés, de um medicamento de última geração. Devendo lembrar que
muitas vezes um antibiótico apresenta-se sensível no teste in vitro, mas não tem boa
eficácia in vivo.
Analisando individualmente os resultados de resistência das amostras de
estafilococos isoladas de leite de vacas com mastite por município estudado e por
antibiótico testado (Figura 1), observou-se que a amoxicilina apresenta baixa eficácia em
102
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
todos os municípios, a penicilina poderia ser indicada para tratamento de mastite no
município D e a norfloxacina em todos os municípios exceto o B. A gentamicina foi 100%
eficaz apenas para isolados do município C (Figura 1).
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
A
m
o
x
i
c
i
l
i
n
a
P
e
n
i
c
i
l
i
n
a
Ba
c
i
tr
a
c
i
n
a
C
l
o
r
a
n
f
e
n
i
c
o
l
En
r
o
f
l
o
x
a
c
i
n
a
G
e
n
t
a
m
i
c
i
n
a
Lin
c
o
m
ic
in
a
N
o
r
f
l
o
x
a
c
i
n
a
N
o
v
o
b
i
o
c
i
n
a
Ox
a
c
il
i
n
a
S
u
l
f
a
+
T
r
i
m
e
t
o
p
r
i
m
T
e
t
r
a
c
i
c
l
i
n
a
V
a
n
c
o
m
i
c
i
n
a
Município A
Município B
Município C
Município D
Figura 1- Comparação da resistência antimicrobiana de cepas de estafilococos coagulase
positivo por antibióticos e municípios estudados (A, B, C e D) no Agreste do
Estado de Pernambuco, 2005
Na Figura 1, observa-se que a gentamicina e a lincomicina apresentaram maior
resistência no município B, a sulfa+trimetoprim no A e que a vancomicina foi 100% eficaz
em todos os municípios estudados.
Segundo L
ANGONI et al. (2000) a gentamicina continua sendo um antibiótico eficaz
para o tratamento das mastites bovinas de origem bacteriana da mesma forma que vários
autores verificaram altos índices de sensibilidade de estafilococos isolados de casos de
mastite a este antibiótico (C
OSTA et al., 2000; BRITO et al., 2001; WATANABE et al., 2001;
B
YARUGABA, 2004). No entanto, no presente estudo verificou-se alto nível de resistência a
103
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
este antibiótico, principalmente no Município B, onde este antibiótico era mais
freqüentemente utilizado para tratar os animais com mastite.
No Agreste do Estado de Pernambuco, OLIVEIRA et al. (2002) observaram que as
amostras de estafilococos isoladas de casos de mastite bovina foram 100% sensíveis a
gentamicina, não corroborando com os resultados desta atual pesquisa, onde valores
elevados de resistência dos estafilococos foram encontrados, principalmente no município
onde este era o antibiótico de eleição no tratamento das mastites. Este fato reflete ainda
mais a importância dos exames laboratoriais e como o uso indiscriminado de um
determinado antibiótico seleciona bactérias resistentes.
A alta resistência para a sulfa+trimetoprim em apenas um dos municípios estudados
(Município A, Figura 1) pode estar associada ao uso deste quimioterápico para tratar
mastites, uma vez que as sulfas são principalmente utilizadas no tratamento preventivo de
septicemias em animais com mastites por coliformes (OLIVEIRA et al., 2000), ou ainda pelo
uso de sulfa no tratamento de parasitoses como a coccidiose bovina.
Ao analisar as amostras de estafilococos resistentes, verificou-se que no município
A mais de 60% das amostras foram resistentes para 6 a 9 antibióticos simultaneamente. No
município B esta multirresistência foi maior para 4 a 5 antibióticos. No C para 2 a 3 e no D
todas as amostras apresentaram-se resistentes para 2 a 3 antibióticos (Figura 2).
O alto percentual de multirresistência revelado pelos isolados de S. aureus nos
municípios estudados é preocupante, pois muitos dos antibióticos disponíveis no mercado
não teriam efeito sobre esta bactéria dificultando ou impossibilitando o tratamento dos
animais com mastite e trazendo maiores gastos e prejuízos para os proprietários.
104
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
Resistente para
2 a 3
Antibióticos
Resistente para
4 a 5
Antibióticos
Resistente para
6 a 9
Antibióticos
Município A
Município B
Município C
Município D
Figura 2 - Perfil de resistência múltipla de Staphylococcus coagulase positivos isolados de
leite de vacas com mastite nos (Município A, B, C e D) do Agreste do Estado de
Pernambuco, 2005
Nas propriedades dos municípios A e B de ordenha manual e mecânica verificou-se
maiores índices de resistência em relação às propriedades dos municípios C e D onde a
ordenha era exclusivamente manual. Outro aspecto interessante é que nas propriedades dos
municípios C e D os proprietários dificilmente tratavam os animais com mastite, preferiam
retirá-los do plantel. Talvez a pouca utilização de antibióticos tenha contribuído para a
baixa resistência apresentada pelos isolados dos municípios C e D.
Devido ao alto custo para a realização da cultura do leite mastítico, isolamento e
identificação dos agentes infecciosos e testes de sensibilidade antimicrobiana, muitas
propriedades terminam gastando muito mais com antibióticos que já não apresentam
eficácia, aumentando o número de bactérias resistentes, além de muitas vezes aumentar a
dosagem destes produtos na tentativa de melhorar sua eficiência contribuindo, muitas vezes
para riscos como presença de resíduos medicamentosos acima dos limites permitidos no
leite consumido pela população.
105
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Os resultados obtidos neste estudo ressaltam a importância da avaliação da
sensibilidade antimicrobiana in vitro para cepas de Staphylococcus spp. isoladas de casos
de mastite bovina antes da indicação do tratamento para os animais. Pois, antibióticos como
a gentamicina que geralmente apresenta alta eficácia pode apresentar-se ineficaz,
principalmente naquelas propriedades onde seu uso é freqüente e inadequado, aumentando
os custos da produção. A penicilina, que mesmo sendo um antibiótico de baixa eficácia
também pode ser indicado para tratamento, após prévia análise laboratorial, antes da
indicação de antibióticos mais recentes, de última geração que devem ser utilizados em
último caso para evitar resistência e servir como mais uma ferramenta no controle das
mastites. Estes dados também demonstram que muitas vezes por não quererem ter custos a
mais realizando testes laboratoriais para propor um adequado tratamento e melhores
medidas de controle, os proprietários terminam tendo mais gastos com a utilização de
antibióticos ineficazes que não estariam atuando sobre um dos principais agentes
responsáveis pela mastite bovina resultando em perda na produção de leite.
CONCLUSÃO
Os resultados obtidos oferecem subsídios aos criadores quanto ao perfil de
sensibilidade aos antimicrobianos, contribuindo dessa forma para o tratamento e controle
das mastites causadas por estafilococos coagulase positivos nos rebanhos estudados. A
presença de cepas de estafilococos multirresistentes é preocupante para a clínica veterinária
e para a Saúde Pública, pois o leite é fonte de renda para criadores de bovinos e também é
um alimento indispensável na dieta de pessoas de várias faixas etárias.
106
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Andrade, M. A.; Dias Filho, F. C.; Mesquita, A. J.; Rocha, P. T. Sensibilidade in vitro de
Staphylococcus aureus isolados de amostras de leite de vacas com mastite subclínica.
Ciência Animal Bras., v. 1, n. 1, p. 53-57, 2000.
Baird-Parker, A.C. The Staphylococci: an introduction. J. Appl. Bacteriol., Supp. v.19, p.
15-85, 1990.
Bauer, A. W.; Kirby, W. M. M.; Sherrris, J. C.; Turck, M. Antibiotic susceptibility testing
by a standardized single disk method. Am. J. Clin. Pathol., v. 45, n. 4, p. 493-496, 1966.
Bean, N. H. & Griffin, P. M. Foodborne disease outbreaks in the United States, 1973-1987:
pathogens, vehicles, and trends. J. Food Protec., v. 53, n. 9, p. 804-817, 1990.
Bergdoll, M.S. Staphylococcus aureus. In: Foodborne Bacterial Pathogens. New York:
Marcell Dekker, 1989, p. 463-523.
Brabes, K. C. S.; Carvalho, E. P.; Dionísio, F. L.; Pereira, M. L.; Garino, F.; Costa, E. O.
Participação de espécies coagulase positivas e negativas produtoras de enterotoxinas do
gênero Staphylococcus na etiologia de casos de mastite bovina em propriedades de
produção leiteira dos Estados de São Paulo e Minas Gerais. NAPGAMA, v. 2, n.3, p. 4-11,
1999.
107
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Brito, M. A. V. P.; Brito, J. R. F.; Ribeiro, M. T.; Veiga, V. M. O. Padrão de infecção
intramamária em rebanhos leiteiros: exame de todos os quartos mamários de vacas em
lactação. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v. 51, n. 2, p. 129-135, 1999.
Brito, M.A.V.P.; Brito, J.R.F.; Silva, M.A.S.; Carmo, R.A. Concentração mínima inibitória
de dez antimicrobianos para amostras de S. aureus isoladas de infecção intramamária
bovina. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.53, n.5, p. 10-17, 2001.
Byarugaba, D. K. A view on antimicrobial resistance in developing countries and
responsible risk factors. Int. J. Antimicrob. Agents., v. 24, p. 105-110, 2004.
Carter, G. R. Fundamentos da Bacteriologia e Micologia Veterinária. São Paulo: Roca.,
1988. 249p.
Costa, E.O.; Carciofi, A.C.; Melville, P.A.; Prada, M. S.; Schalch, U. Estudo etiológico da
mastite clínica bovina. Rev. Bras. Med. Vet., v.17, p. 156-159, 1995.
Costa, E. O.; Mielville, P. A.; Ribeiro, A. R.; Viani, F. C.; Mascolli, R.; Liveira, P. J.
Mastite bovina: CMT versus microbiológico. A Hora Vet., v. 15, n. 89, p. 53-54, 1996.
Costa, E.O. Importância da mastite na produção leiteira do Brasil. Revista de Educação
Continuada do CRMV-SP., v. 1, p. 3-9, 1998.
108
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Costa, E. O.; Sá, R.; Ponce, H.; Watanabe, E. T.; Valle, C. R. Avalização da terapia de
mastite clínica: eficácia terapêutica medida em número de dias em tratamento. NAPGAMA,
v. 2, n. 2, p. 10-14, 1999.
Costa, E. O.; Benitis, N. R.; Guerra, J. L.; Guerra, J. L.; Melville, P. A. Antimicrobial
susceptibility of Staphylococcus spp. Isolated from mammary parenchymas of slaughtered
dairy cows. J. Vet. Med B., v. 47, p. 99-103, 2000.
Gentilini, E.; Denamiel, G.; Betancor, A. Antimicrobial susceptibility of coagulase-
negative staphylococci isolated from bovine mastitis in Argentina. J. Dairy Sci., v. 85, p.
1913-1917, 2002.
Langoni, H.; Mendonça, A. O.; Develley, A. Avaliação do uso da associação da bromexina
com gentamicina no tratamento da mastite subclínica bovina. NAPGAMA, n. 1, p. 4-7,
2000.
Mansur, P. U.; Folly, M. M.; Carlos, L. A.; Araújo, F. M.; Gai, Z. T.; Teixeira, G. N.
Avaliação do período de persistência do antibiótico cloxacilina no leite de vacas com
mastite subclínica. Rev. Hig. Alim., v. 17, n. 104/105, p. 106, 2003.
Mac Faddin, J.F. Biochemical test for identification of medical bacteria. 2ed. Baltimore:
Williams & Wilkins, 1980. 527p.
109
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Oliveria, A. P.; Watts, J. L.; Salmont, S. A. Antimicrobial susceptibility of Staphylococcus
aureus isolated from bovine mastitis in Europe and United States. J. Dairy Sci., v. 88, p.
855-862, 2000.
Oliveira, A. A. F.; Mota, R. A.; Souza, M. I.; Sá, M. E. P. Perfil de Sensibilidade
Antimicrobiana in vitro frente a amostras de Staphylococcus spp isoladas de mastite
subclínica bovina, no Agreste meridional de Pernambuco. Hora Vet. v. 22, n. 127, p. 8-10,
2002.
Omoe, K.; Ishikawa, M.; Shimoda, Y. Hu, D.; Ueda, S.; Shinagawa, K. Detection of seg,
she, and sei genes in Staphylococcus aureus isolates and determination of the enterotoxin
productivities of Staphylococcus aureus isolates harborin seg, seh, or sei genes. J. Clin.
Microbiol. v.40, n. 3, p.857-862, 2002.
Penna, T.C.V.; Colombo, A.J.; Abe, L.E.; Machoshvili, S.A. Parâmetros de resistência
térmica de cepas de Staphylococcus aureus enterotoxigênicos no leite. Rev. Farm. Bioq.,
v.24, p.113-117, 1998.
Philpot, W. N. Control of mastitis by hygiene and therapy. Vet Clin North Am Large Anim
Pract., v. 6, p. 233-245, 1984.
Pinheiro de Sá, M. E.; Mota, R. A.; Souza, M. I.; Oliveira, A. A. F. Etiologia da mastite
subclínica em bovinos leiteiros do agreste meridional do Estado de Pernambuco. R. Bras.
Ci. Vet., v. 7, n. 2, p. 100-1003, 2000.
110
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Pitkälä, A.; Haveri, M.; Pyörälä, S.; Myllys, V.; Honkanen-Buzalski, T. Bovine Mastitis in
Finland 2001 – prevalence, distribution of bacteria, and antimicrobial resistance. J. Dairy
Sci., v. 87, p. 2433-2441, 2004.
Quinn, P. J.; Carter, M.E.; Markey, B.; Carter, G. R. Clinical Veterinary Microbiology,
London: Wolfe, 1994. 648p.
Santos, F. G. B.; Mota, R. A.; Silveira-Filho, V. M.; Souza, H. M.; Oliveira, M. B. M.;
Johner, J. M. Q.; Leal, N. C.; Almeida, A. M. P.; Leal-Balbino, T. C. Tipagem molecular
de Staphylococcus aureus isolados do leite de vacas com mastite subclínica e equipamentos
de ordenha procedentes do estado de Pernambuco. NAPGAMA, v. 6, n. 1, p. 19-23, 2003.
Schalm, O. W. & Noorlander, D. O. Experiments and observations leading to development
of the California Mastitis Test. J. Am. Vet. Med. Assoc., v. 130, n. 5, p. 199-207, 1957.
Silva, N.; Junqueira, V. C. A.; Silveira, N. F. A. Manual de métodos de análise
microbiológica de alimentos. São Paulo: Varela, 1997. 295p.
Tavares, W. Bactérias gram positivas: resistência do estafilococo, do enterococo e do
pneumococo aos antimicrobianos. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., v. 33, n. 3, p. 281-301, 2000.
Watanabe, E. T.; Ribeiro, A. R.; Silva, J. B.; Garino Jr., F.; Costa, E. O. A valiação in vitro
e in vivo da eficiência dos antimicrobianos no tratamento de casos de mastite clínica
bovina. NAPGAMA, v. 4, n. 1, p. 9-14, 2001.
111
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Zschöck, M.; Botzler, D.; Blöcher, S.; Sommerhäusen, J.; Hamann, H. P. Detection of
genes for enterotoxins (ent) and toxic shock syndrome toxin-1 (tst) in mammary isolates of
Staphylococcus aureus by polymerase-chain-reaction. Int. Dairy J., v. 10, p. 569-574, 2000.
112
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
5.2 ARTIGO CIENTÍFICO 2: ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO MOLECULAR DE
STAPHYLOCOCCUS AUREUS ASSOCIADOS A MASTITE BOVINA PROVENIENTES
DO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL
Este trabalho foi aceito para publicação na Revista Napgama (Anexo 1).
113
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
RESUMO
Para melhor compreender a complexidade etiológica do S. aureus como agente
causador da mastite bovina, foi analisada uma amostra casual aleatória constituída de duas
fazendas de exploração leiteira no estado de Pernambuco. Foram coletadas 126 amostras de
leite mastítico provenientes de 63 vacas, além de 27 swabs de conjuntos de ordenhadeiras,
pele do úbere e mãos de ordenhadores. Foram isolados 27 S. aureus de amostras de leite de
vacas com mastite subclínica e equipamento de ordenha mecânica. Os isolados de S. aureus
foram caracterizados pela técnica de PCR-RFLP do gene da coagulase em dois perfis
genotípicos, provavelmente, em virtude da manutenção constante dos plantéis e
predominância de clones específicos de S. aureus na região. Foi identificado o mesmo
perfil genotípico entre um isolado de S. aureus procedente do equipamento de ordenha e de
animais com infecção subclínica, sugerindo a ausência dos princípios adequados de limpeza
e desinfecção dos equipamentos de ordenha mecânica. Todos os isolados submetidos ao
teste de sensibilidade antimicrobiana foram resistentes à gentamicina e sensíveis à
vancomicina, independente do coagulotipo considerado. Entretanto, foi constatada uma
variação quanto à distribuição dos clones nas propriedades em estudo, sugerindo uma
possível correlação entre a presença dos diferentes clones, o manejo-higiênico sanitário e o
sistema de criação adotado nas propriedades analisadas, mostrando que as técnicas
moleculares utilizadas constituem ferramenta útil em investigações epidemiológico das
mastites bovinas causadas por S. aureus.
Unitermos: Mastite bovina, S. aureus, gene da coagulase, PCR-RFLP, sensibilidade in
vitro, antimicrobianos
114
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
ABSTRACT
Staphylococcus aureus is considered the most frequently occurring major patogen
of cow´s mammary gland. In order to find out the etiological complexity of the S. aureus as
causing agent of the bovine mastitis, a random casual sample of two dairy farms of milk
exploration in the state of Pernambuco was analyzed, where 126 mastitic milk bovine had
been collected proceeding from 63 cows, beyond 27 swabs sets of milking equipment,
udder’s skin and dairy workers’ hands. Had been isolated 27 S. aureus from bovine mastitic
milk with subclinical mastitis and equipment of milks mechanics. S. aureus isolated strains
had been characterized by the technique of PCR-RFLP of the gene of coagulase in two
genotype profiles, probably, in virtue of the constant maintenance of the breeding and
specific predominance of clones of S. aureus in the region. Genotype profile similarity was
identified enters an isolated of S. aureus originating the equipment of milks and of animals
with subclinical infection, suggesting the absence of the adequate principles of cleanliness
and disinfection of sets of milking equipment. All the isolated submitted to the test of
antimicrobiana sensitivity had been resistant to the gentamicin and sensible to the
vancomycin, independent of coagulotype considered. However, a variation was verified
around clones distribution in the farms analised, sugesting a probable relationship among
the presence of different clones, the sanitary management and the system of creation
adopted, showing that the used molecular techniques constitute a useful tool in inquiries
epidemiologist of the bovine mastites caused by S. aureus.
Keywords: bovine mastitis, S. aureus, coagulase gene, PCR-RFLP, in vitro sensitivity,
antimicrobials
115
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
INTRODUÇÃO
A mastite é um processo inflamatório da glândula mamária, apresentando-se sob a
forma clínica ou subclínica de acordo com a intensidade da inflamação. A forma subclínica
é a mais importante devido a maior prevalência nos rebanhos, difícil detecção e longa
duração
18
.
Staphylococcus aureus destaca-se entre os agentes etiológicos da mastite bovina. As
infecções causadas por S. aureus respondem pobremente à terapia antimicrobiana, até
mesmo as administradas parenteralmente ou por via intramamária, pois este microrganismo
invade o tecido glandular onde pode e determina a formação de abscessos, a parede do
tecido conjuntivo formado dificulta o acesso dos agentes antimicrobianos no foco da
infecção, até mesmo quando estes atingem o órgão em concentrações terapêuticas
24
.
As estratégias de controle das mastites baseiam-se em medidas preventivas, tratamento
imediato dos casos clínicos e tratamento no período seco de casos subclínicos, sendo o
portador um elemento que não é considerado
6
. Contudo, estratégias de controle da mastite
têm apresentado sucesso relativamente limitado. O conhecimento da cadeia epidemiológica
de qualquer enfermidade é passo fundamental para que sejam aplicadas medidas ideais de
profilaxia e controle de uma doença
2
. Técnicas moleculares têm sido utilizadas na
identificação e comparação de cepas de S. aureus em estudos epidemiológicos
20,26
.
A técnica da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) é utilizada para estabelecer a
relação clonal em estudos epidemiológico-moleculares e permite subdividir as cepas de S.
aureus baseando-se no polimorfismo do gene da coagulase (coa). A região 3’–terminal do
gene coa contém uma seqüência de pequenas repetições em tandem de 81 pb que permitem,
pela análise do polimorfismo do comprimento do fragmento de restrição (PCR-RFLP),
116
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
diferenciar isolados de S. aureus pelo número das seqüências repetidas e pela localização
de sítios de restrição
9
.
O conhecimento do perfil molecular dos clones de S. aureus possibilita estudos
epidemiológicos para compreensão do padrão de dispersão deste patógeno em propriedades
rurais, oferecendo subsídios para elaboração de estratégias de profilaxia e controle das
mastites estafilocócicas no rebanho
23
. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo
realizar estudo epidemiológico-molecular de S. aureus associados à mastite bovina em
propriedades de exploração leiteira localizadas no município de São Bento do Una
(Pernambuco), a fim de oferecer subsídios para elaboração de protocolos para profilaxia e
controle desta afecção.
MATERIAL E MÉTODOS
Foi analisada uma amostra casual aleatória constituída de duas fazendas de
exploração leiteira localizadas no município de São Bento do Una, no Agreste de
Pernambuco, uma propriedade de ordenha manual (Propriedade A) e outra propriedade de
ordenha mecânica (Propriedade B). Os animais e equipamentos de ordenha também foram
selecionados aleatoriamente. As amostras de leite foram colhidas por ocasião da ordenha
matinal, realizando-se a lavagem do úbere com água e sabão, seguida de secagem com
toalha de papel descartável. Foi realizado como provas de triagem o exame de Tamis
(caneca telada) para diagnóstico de mastite clínica e o CMT (California Mastitis Test), para
diagnóstico da mastite subclínica, segundo Schalm; Noorlander
21
.
Foram coletadas 126 amostras de secreção láctea provenientes de 63 vacas cujos
quartos mamários foram diagnosticados com mastite clínica ou subclínica (2+ e 3+) nos
117
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
testes de triagem, no volume de 5 mL, em frascos estéreis antecedido pela anti-sepsia do
óstio do teto com álcool 70ºGL. Foram coletados 27 swabs dos conjuntos de ordenhadeiras
mecânicas, pele do úbere e mãos de ordenhadores nos intervalos entre as ordenhas e
acondicionados em tubos de ensaio estéreis contendo 2 mL de solução salina 0,85% (m/v).
Todo o material biológico foi transportado sob refrigeração em caixas isotérmicas para
análise microbiológica.
As lactoculturas foram realizadas em placas de ágar sangue acrescido 8% (v/v) de
sangue ovino desfibrinado e os swabs cultivados em meios seletivos ágar Levine e
Mannitol Salt Agar, incubados a 37ºC e analisados por 24 e 48 horas. Foram observadas as
características das colônias em placa, produção de hemólise e caracteres morfo-tintoriais
utilizando a coloração de Gram. A caracterização microbiológica de S. aureus foi realizada
pelas provas da produção de coagulase livre (Coagulo-Plasma LB-Larboclin-Brasil),
termonuclease, catalase, DNAse, manitol em aerobiose e fermentação dos açúcares glicose
e manitol. Os testes de sensibilidade in vitro dos isolados de S. aureus foram realizados em
ágar Müeller Hinton utilizando discos impregnados com antibióticos utilizados
rotineiramente na medicina humana e veterinária. O crescimento das zonas de inibição
foram avaliados após 24 horas de incubação a 37ºC de acordo com os padrões do National
Committee for Clinical Laboratory Standards
25
.
O DNA genômico dos isolados de S. aureus foi extraído segundo o método de
Maniatis et al.
14
. A amplificação do gene coa foi realizada utilizando os seguintes primers
específicos: COAG2 (5’ ACC ACA AGG TAC TGA ATC AAC G 3’) e COAG3 (5’ TGC
TTT CGA TTG TTC GAT GC 3’)1. As reações de amplificação foram preparadas
contendo 20 ng do DNA genômico, tampão PCR 10x (10 mM Tris-HCl, pH 9,0; 50 mM de
118
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
KCl), 1,5 mM de MgCl2, 1 uM de cada primer, 200 uM de desoxinucleotídeos trifosfato
(dNTP’s) e 1 U de Taq Polimerase (Invitrogen, Brasil), completando-se com água
deionizada estéril para um volume final de 50 uL. Nesse experimento foi utilizado como
controle positivo a cepa de S. aureus ATCC nº 25923. As amostras foram submetidas a 40
ciclos térmicos, cada um consistindo de 30 segundos a 95ºC, 2 minutos a 62ºC e 4 minutos
a 72ºC. Os produtos de PCR (amplicons) foram digeridos com as enzimas de restrição AluI
(BioLabs, New England) e HaeIII (Invitrogen, Brasil), após purificação com o QIAquick
PCR Purification Kit (Qiagen). Os fragmentos obtidos foram separados por eletroforese em
gel de agarose a 1,5%, corados com brometo de etídeo (15 mg/mL), visualizados e
fotografados em transiluminador de UV. Foi utilizado um marcador de peso molecular de
100 pb DNA ladder para estimar o tamanho dos amplicons e dos fragmentos de restrição.
RESULTADOS
Nos 252 quartos mamários analisados, pertencentes a 63 fêmeas bovinas em
diferentes estágios de lactação, 126 apresentavam mastite, sendo que 97,62% (123/126)
foram diagnosticadas como mastite subclínica, positivas (3+) ao CMT, enquanto que 2,38%
(3/126) foram diagnosticadas como mastite clínica positiva ao teste de Tamis. Entre as
amostras analisadas positivas para mastite, em 108 agentes infecciosos foram isolados, 64
do gênero Staphylococcus (48,85%), dos quais 26 (40,62%) foram S. aureus provenientes
exclusivamente de mastite subclínica. A partir da cultura dos 27 swabs coletados, uma
amostra de S. aureus foi obtida dos equipamentos de ordenha. Todos os 27 isolados de S.
aureus apresentaram b-hemólise em ágar sangue e foram positivos a todos os testes
bioquímicos.
119
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Todos os isolados caracterizados pelos métodos microbiológicos citados como S.
aureus amplificaram o gene coa na reação de PCR. A amplificação por PCR do gene coa
dos S. aureus isolados de vacas com mastite subclínica e de equipamento de ordenha
produziu dois perfis genotípicos. Dessa forma, os isolados foram distribuídos em dois
coagulotipos, de acordo com o tamanho do segmento amplificado (P1=750 pb e P2=1000
pb) (Figura 1). A cepa utilizada como controle positivo (S. aureus ATCC 25923)
amplificou um fragmento de 800 pb (Figura 1, linha 1).
A maioria dos isolados (85,18%) amplificou um fragmento de 1000 pb (P2). Este
perfil foi encontrado nas duas propriedades analisadas (Figura 1). O perfil P1 foi observado
em apenas quatro isolados (14,82%) (Figura 1, linhas: 2, 3, 5 e 6). As cinco amostras da
propriedade A apresentaram dois perfis diferentes (coagulotipos), com predominância do
fragmento de 750 pb (P1) presente em 80% dos isolados (Figura 1, linhas: 2, 3, 5 e 6). O
segundo coagulotipo (P2) foi encontrado em apenas 20% dos isolados (Figura1, linha 4).
Todos os 22 isolados da propriedade B (Figura 1, linhas: 7 a 27), inclusive o procedente do
equipamento de ordenha (Figura 1, linha 28) apresentaram o mesmo perfil de amplificação
(P2=1000 pb).
A digestão dos amplicons com as enzimas de restrição (ER) confirmou a presença
de dois clones na propriedade A e a presença de um clone na propriedade B (Figura 2;
Tabela 1). As amostras de 750 pb não foram digeridas com a ER AluI (Figura 2, linhas: 2, 3
5, e 6), e por isso foram também submetidas a digestão com a ER HaeIII que confirmou a
homogeneidade genotípica destas amostras (Figura 3, linhas: 2Hae, 3Hae, 5Hae e 6Hae). O
tamanho dos fragmentos de restrição (RFLP) estão descritos na Tabela 1.
120
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
O teste de sensibilidade antimicrobiano in vitro dos 2 isolados de S. aureus
demonstraram alto índice de resistência frente aos antimicrobianos: gentamicina (100%),
lincomicina (96,29%), penicilina G (85,18%) e amoxicilina (74,07%). Por outro lado,
foram observados altos índices de sensibilidade das amostras frente aos antimicrobianos:
norfloxacina (77,78%), enrofloxacina (85,18%), sulfa+trimetoprim (96,29%) e
vancomicina (100%) (Figura 4A). Adicionalmente foi observado perfil de multirresistência
entre os isolados de S. aureus de São Bento do Una predominando 6-7 antibióticos
simultaneamente (Figura 4B).
DISCUSSÃO
A produção leiteira em Pernambuco constitui-se numa das principais atividades
econômicas, concentrando-se principalmente na Região do Agreste Pernambucano, que é
responsável por mais da metade da produção estadual. O leite e seus derivados produzidos
nesta região abastecem as cidades locais e a Região Metropolitana do Recife, atingindo
grande contingente populacional
11
. Apesar do Estado de Pernambuco ter capacidade
potencial para a produção de leite, seu rebanho produtor não é alvo de medidas de controle
das mastites.
A mastite bovina é considerada uma enfermidade de alta prevalência e de grande
importância na pecuária leiteira, sendo discutida desde o século passado, devido aos
prejuízos causados pela redução na produção de leite, ao leite descartado, ao custo de
reposição de animais, à mão-de-obra extra, ao tratamento e serviços veterinários
7
.
As infecções causadas por S. aureus geralmente resultam em mastites subclínicas
que podem progredir para manifestações clínicas e, embora medidas preventivas visando o
121
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
controle da transmissão sejam amplamente praticadas, as mastites causadas por esse
patógeno ainda são bastante comuns3.
Staphylococcus spp são os microrganismos mais freqüentemente isolados em
amostras de leite provenientes de animais com mastite, sendo o S. aureus a espécie de
maior importância econômica para a indústria leiteira e para a saúde pública.
No presente trabalho foi diagnosticada mastite subclínica em 48,8% dos quartos
mamários e S. aureus foi isolado em 24% das amostras de leite de vacas com mastite
subclínica. Santos et al.
20
obtiveram resultados similares estudando amostras de leite da
região da Zona da Mata de Pernambuco, onde foi diagnosticada mastite subclínica em
52,2% dos quartos mamários e S. aureus foi isolado em 20,74% das amostras de leite de
vacas com mastite subclínica.
A resistência bacteriana aos antibióticos é outro sério problema para a Saúde
Pública, pois há evidências que o tratamento indiscriminado de animais com antibióticos
torne seus produtos e derivados, fontes para resistência aos antibióticos na espécie
humana
17
. Além disso, resíduos de antibióticos causam diminuição no rendimento
industrial na fabricação de derivados lácteos, uma vez que inibem a ação de bactérias
fermentadoras
4
.
No Brasil, desde a década de 80, a gentamicina é largamente utilizada no tratamento
de mastite bovina causada por bactérias Gram-positivas
5
. Ainda hoje, observam-se
inúmeros resultados positivos no emprego deste antibiótico para tratamento das mastites
estafilocócicas em ruminantes
17
. Entretanto, por se tratar do antibiótico de eleição na
atualidade, o uso contínuo e indiscriminado deste aminoglicosídeo, justifica a alta
resistência dos isolados de S. aureus à gentamicina nas propriedades estudadas. Por outro
lado, destacou-se a vancomicina com 100% de eficácia no teste de sensibilidade in vitro.
122
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Esta alta sensibilidade a vancomicina se explica devido ao raríssimo uso na medicina
veterinária, desta forma, como descrito por Howe et al.
10
, torna-se o antimicrobiano de
eleição em casos de infecções por cepas de S. aureus multirresistentes.
Cerca de 63% dos isolados estudados apresentaram resistência á oxacilina
(meticilina), no entanto, estudos mais detalhados do perfil de resistência dessas cepas,
seriam necessários para classificá-las em S. aureus meticilina resistentes (MRSA). A
presença dos genes mec e femB envolvidos na resistência á meticilina foram pesquisados
pela PCR em cepas de S. aureus resistentes a meticilina pelo teste de sensibilidadade “in
vitro”. A resistência desses isolados foi atribuída a hiperprodução da beta-lactamase e
presença do gene femB (resultados apresentados em outro trabalho). Os mecanismos de
resistência aos antimicrobianos são complexos e envolvem mudanças no conteúdo e
composição da parede celular bacteriana.
A caracterização da diversidade genética dos S. aureus isolados de rebanhos
leiteiros é fundamental para uma melhor compreensão do padrão de dispersão desse
patógeno nas propriedades rurais. Tais informações poderão auxiliar na elaboração de
estratégias mais eficientes para a redução da infecção, uma vez que a partir dos perfis
moleculares podem-se inferir relações genéticas existentes entre os diferentes clones,
detectar o fluxo gênico e traçar rotas de dispersão da infecção no rebanho
12
.
Estudos epidemiológico-moleculares sobre S. aureus de origem bovina foram
conduzidos na Europa
23,26
, América do Norte
8
, Ásia
16
e Oceania
19
. Nos últimos anos alguns
grupos implementaram a análise molecular do gene da coagulase como um teste de
exatidão para o diagnóstico e genotipagem de S. aureus
15,19,22
. Segundo Goh et al.
9
, a
presença de formas alélicas múltiplas é mostrada pelas variações no tamanho dos
fragmentos amplificados, baseados na inclusão ou exclusão das seqüências repetidas de 81
123
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
pb que compõem o gene coa. A análise do gene coa pela técnica do PCR-RFLP em
isolados de S. aureus procedentes do Rio Grande do Sul, Austrália e República Tcheca
permitiu maior diferenciação dos genótipos
13,19,22
, uma vez que essa técnica apresenta
maior poder discriminatório devido à digestão dos fragmentos de PCR por enzimas de
restrição
9
.
A genotipagem por PCR-RFLP do gene coa dos 27 isolados de S. aureus
demonstrou a importância do estudo epidemiológico molecular através da compreensão do
padrão de dispersão do S. aureus nas propriedades estudadas a partir da inferência do perfil
genético destes patógenos. Neste estudo foi observada a presença de dois perfis genotípicos
obtidos a partir dos 27 isolados de S. aureus analisados, provenientes de casos de mastite
subclínica e dos equipamentos de ordenha, tendo sido determinado a presença de dois
clones numa mesma propriedade, um mesmo clone nas duas propriedades e um mesmo
clone procedente do equipamento de ordenha.
As linhas de ordenha são locais de intenso manejo que podem servir como via de
transmissão entre o patógeno e a glândula mamária, especialmente. A identificação do
mesmo perfil genotípico entre um isolado de S. aureus procedente do equipamento de
ordenha e dos animais com infecção subclínica na propriedade B sugere a ausência dos
princípios adequados de limpeza e desinfecção dos equipamentos de ordenha mecânica.
Independente do coagulotipo encontrado entre os isolados de S. aureus das
propriedades estudadas todos apresentaram resistência à gentamicina e sensibilidade à
vancomicina. Adicionalmente, 69,23% dos isolados coagulotipo P1 mostraram-se sensíveis
aos antimicrobianos utilizados nos testes de sensibilidade in vitro e 49,78% dos isolados
coagulotipo P2 foram sensíveis aos antimicrobianos. O índice de susceptibilidade à
124
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
penicilina G e amoxilina nas amostras de S. aureus coagulotipo P1 foi de 75% e 100%,
respectivamente, enquanto que nos coagulotipos P2 foi de apenas 4,3% e 13%.
Os resultados obtidos neste estudo sugerem a existência de relação entre a presença
dos diferentes clones, o manejo-higiênico sanitário e o sistema de criação adotado nas
propriedades analisadas. A presença de dois perfis genotípicos na propriedade A indica
para casos alóctones de mastite por aquisição de vacas leiteiras infectadas provenientes de
outras localidades. Por outro lado, a presença de um perfil genotípico na propriedade B,
poderia ser devido aos casos de mastite autóctone, causada por apenas um clone. Além
disso, a observação de um perfil genotípico idêntico nas duas propriedades (P2=1000pb)
estudadas sugere a presença de um mesmo clone de S. aureus nesta região do estado de
Pernambuco.
CONCLUSÕES
Métodos genotípicos possibilitam a detecção das principais fontes e reservatórios de
S. aureus envolvidos na mastite bovina e na elaboração de estratégias de profilaxia em
propriedades de exploração leiteira. A implementação dessas estratégias, aliada à educação
higiênico-sanitária de todos os indivíduos envolvidos na cadeia produtiva, resultará no
aumento da produção, melhoria da qualidade microbiológica do leite e redução do ônus
gerado pelo descarte precoce de animais cronicamente infectados, por antibioticoterapia
inadequada e honorários médico-veterinários. A técnica de PCR-RFLP mostrou-se
reprodutível, específica e discriminatória para estudo do polimorfismo do gene coa de S.
aureus, representando ferramenta promissora para estudos epidemiológicos-moleculares em
propriedades com mastite causada por este patógeno.
125
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Tabela 1: Resultados do PCR-RFLP do gene coa de isolados de S. aureus associados à
mastite bovina em duas propriedades leiteiras do município de São Bento do Una,
Pernambuco, Brasil
Coagulotipo
Nº de
isolados
Propriedade
Produto
de PCRa
Fragmentos de
RFLP – AluIa
Fragmentos de
RFLP – HaeIIIa
Perfil 1 4 A 750 750 150 – 600
Perfil 2 23 A e B 1000
200 – 310 – 450 –
550
b
S. aureus
ATCC 25923
1 - 800 250 – 310 – 510
b
(a) – número aproximado em pb
(b) – não foi submetida à clivagem
126
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Figura 1: Produtos de PCR do gene coa de S. aureus isolados do município de São Bento do
Una, Pernambuco, Brasil. Marcador de peso molecular, linha M (100 pb DNA ladder).
Controle positivo, linha 1 (S. aureus ATCC 25923). Propriedade A, linhas 2 a 6. Propriedade
B, linhas 7 a 28.
127
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Figura 2: Produtos de PCR do gene coa digeridos com AluI de S. aureus isolados do
município de São Bento do Una, Pernambuco, Brasil. Marcador de peso molecular, linha M
(100 pb DNA ladder). Controle positivo, linha 1 (S. aureus ATCC 25923). Propriedade A,
linhas 2 a 6. Propriedade B, linhas 7 a 28.
128
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Figura 3: Produtos de PCR do gene coa de 750pb digeridos com AluI e HaeIII de isolados
de S. aureus do município de São Bento do Una, Pernambuco, Brasil. Marcador de peso
molecular, linha M (100 pb DNA ladder). Linhas 2 (PCR); 2Alu (RFLP AluI); 2Hae
(RFLP HaeIII); 3 (PCR); 3Alu (RFLP AluI); 3Hae (RFLP HaeIII); 5 (PCR); 5Alu (RFLP
AluI); 5Hae (RFLP HaeIII); 6 (PCR); 6Alu (RFLP AluI); 6Hae (RFLP HaeIII).
129
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Figura 4: Teste de sensibilidade in vitro (A) e Perfil de multirresistência in vitro (B) de 27
isolados de S. aureus associados à mastite subclínica no município de São Bento do Una
(PE).
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Amoxi
c
i
li
n
a
B
ac
it
ra
cin
a
Cloranfenicol
Enrofl
ox
ac
in
a
G
en
t
ami
c
i
na
Lincomicin
a
Norfloxacina
No
vobio
cin
a
O
x
a
cil
i
na
Penicilina
Sulfa
z
otrim
Tetrac
i
clin
a
Van
comi
c
i
n
a
Re sistente Intermediário Sensível
(A) (B)
7%
22%
49%
22%
Resistente a 2-3
antibióticos
Resistente a 4-5
antibióticos
Resistente a 6-7
antibióticos
Resistente a 8-9
antibióticos
130
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. AARESTRUP, F.M.; DANGLER, C.A.; SORDILLO, L.M. Prevalence of
coagulase gene polymorphism in Staphylococcus aureus isolates causing bovine
mastitis. Canadian Journal of Veterinary Research, v. 2, n. 59, p. 124-128, 1995.
2. AMARAL, L.A. Aspectos epidemiológicos da mastite bovina. In: ENCONTRO DE
PESQUISADORES EM MASTITES, 3., 1999, Botucatu. Anais. FMVZ-UNESP,
1999, p. 19-26.
3. BRADLEY, A.J. Bovine mastitis: an evolving disease. Veterinary Journal, v. 164,
p.116-128, 2002.
4. BYARUGABA, D.K. A view on antimicrobial resistance in developing countries
and responsible risk factors. International Journal of Antimicrobial Agents, v.
24, p. 105-10, 2004.
5. COSTA, E.O.; CARVALHO, V.M.; COUTINHO, S.D.; CASTILHO, W.;
CARAMORI, L.F.L. Corynebacterium bovis e sua importância na etiologia da
mastite bovina no estado de São Paulo. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 5, p.
117-120, 1985.
6. COSTA, E.O.; VIANI, F.C.; WHITE, C.R.; ABE, S.; LOPES, V.C.A. Importância
do portador na dinâmica da infecção intramamária. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA, 23., 1994, Olinda. Anais. SBMV,
1994, p. 239.
131
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
7. COSTA, E.O.; RIBEIRO, A.R.; WATANABE, E.T.; SILVA, J.A.B.; GARINO-
JUNIOR, F.; BENITES, N.R.; HORIUTI, A.M. Mastite subclínica: prejuízos
causados e os custos de prevenção em propriedades leiteiras. NAPGAMA, n. 2, p.
16-20, 1999.
8. FITZGERALD, J.R.; MEANEY, W.J.; HARTIGAN, P.J.; SMYTH, C.J.; KAPUR
V. Fine structure molecular epidemiological analysis of Staphylococcus aureus
recovered from cows. Epidemiol. Infect., v. 119, p. 261-269, 1997.
9. GOH, S.W.; BYRNE, S.K.; ZHANG, J.L.; CHOW, A.W. Molecular typing of
Staphylococcus aureus on the basis of coagulase gene polymorphisms. Journal of
Clinical Microbiology, v. 30, n. 7, p. 1642-1645, 1992.
10. HOWE, R.A. Vancomycin susceptibility within methicillin-resistant
Staphylococcus aureus lineages. Emerging Infectious Diseases, n. 5, v. 10, p. 855-
857, 2004.
11. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2004) [on line] Disponível na
Internet via WWW. URL: <http://www.ibge.gov.br/>. Acesso em: dezembro de
2004.
12. KAPUR, V.; SISCHO, W.M.; GREER, R.S.; WITTAM, T.S.; MUSSER, J.M.
Molecular population genetic analysis of Staphylococcus aureus recovered from
cows. Journal of Clinical Microbiology, n. 33, p. 376-380, 1995.
13. LANGE, C.; CARDOSO, M.; SENCZEK, D.; SCHWARZ, S. Molecular subtyping
of Staphylococcus aureus isolates from cases of bovine mastitis in Brazil.
Veterinary Microbiology, n. 67, p. 127-141, 1999.
14. MANIATIS, T.; FRISCH, E.; SAMBROOK, J. Molecular cloning: A Laboratory
Manual. 2. ed., New York: Cold Spring Harbor Laboratory, 1989.
132
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
15. MONTESINOS, I.; SALIDO, E.; DELGADO, T.; CUERVO, M.; SIERRA A.
Epidemiologic genotyping of meticillin-resistant Staphylococcus aureus by pulsed-
field gel electroporesis at a university hospital and comparison with antibiotyping
and protein A and coagulase gene polymorpism. Journal of Clinical
Microbiology, n. 6, v. 40, p. 2119-2125, 2002.
16. NAGASE, N.; SHIMIZU, A.; KAWANO, J.; YAMASHITA, K.; YOSHIMURA,
H.; ISHIMARU, M.; KOJIMA, A. Characterization of Staphylococcus aureus
strains isolated from bovine mastitis in Japan. Journal of Veterinary Medical
Science, v. 64, p. 1169-1172, 2002.
17. OLIVEIRA, A.A.F.; MOTA, R.A.; SOUZA, M.I.; SÁ, M.E.P. Perfil de
sensibilidade antimicrobiana in vitro frente a amostra de Staphylococcus spp.
isoladas de mastite subclínica bovina, no agreste meridional de Pernambuco. A
Hora Veterinária, n. 127, p. 8-10, 2002.
18. PHILPOT, W.N.; NICKERSON, S.C. Mastitis: counter attack. In: _____.
Experiment station. Babson Bros. Co., 1991, p. 3-7.
19. RAIMUNDO, O.; DEIGTON, M.; CAPSTICK, J.; GERRATY, N. Molecular
typing of Staphylococcus aureus of bovine origin by polymorphisms of the
coagulase gene. Veterinary Microbiology, n. 66, p. 275-284, 1999.
20. SANTOS, F.G.B.; MOTA, R.A.; SILVEIRA-FILHO, V.M.; SOUZA, H.M.;
OLIVEIRA, M.B.M.; JOHNER, J.M.Q.; LEAL N.C.; ALMEIDA, A.M.P.; LEAL-
BALBINO, T.C. Tipagem molecular de Staphylococcus aureus isolados do leite de
vacas com mastite subclínica e equipamentos de ordenha procedentes do estado de
Pernambuco. NAPGAMA, n. 1, v. 6, p. 19-23, 2003.
133
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
21. SCHALM, O.W.; NOORLANDER, B.S. Experiments and observations leading to
development of the California Mastitis Test. Journal of the American Veterinary
Medical Association, n. 5, v. 130, p. 199-207, 1957.
22. SCHLEGELOVÁ, J.; DENDIS, M.; BENEDÍK, J.; BABÁK, V.; RYSÁNEK, D.
Staphylococcus aureus isolates from dairy cows and humans on a farm differ in
coagulase genotype. Veterinary Microbiology, n. 92, p. 327-334, 2003.
23. SOMMERÄUSER, J.; KLOPPERT, B.; WOLTER, W.; ZSCHÖCK, M.; SOBIRAJ,
A.; FAILING, K. The epidemiology of Staphylococcus aureus infections from
subclinical mastitis in dairy cows during a control programme. Veterinary
Microbiology, v. 96, p. 91-102, 2003.
24. SUTRA, L.; POUTREL, B. Detection of capsular polysaccharide in milk of cows
with natural intramammary infection caused by Staphylococcus aureus. American
Journal of Veterinary Research, n. 11, v. 51, p. 1857-1859, 1990.
25. WOODS, G.L.; WASHINGTON, J.A. Antibacterial susceptibility tests: dilution
and disk diffusion methods. In: MURRAY, P.R.; BARIN, E.J.; PFALLER, M.A.;
TENOVER, F.C.; YOLKEN, R.H. Manual of Clinical Microbiology. 6. ed.,
Washington: ASM, 1995. p. 1327-1341.
26. ZADOKS, R.N.; VAN LEEUWEN, W.B.; KREFT D.; FOX, L.K.; BARKEMA,
H.W.; SCHUKKEN, Y.H.; VAN BELKUM, A. Comparison of Staphylococcus
aureus isolates from bovine and human skin, milking equipment and bovine milk by
phage typing, pulse-field gel electrophoresis and binary typing. Journal of Clinical
Microbiology, v. 11, n. 40, p. 3894-3902, 2002.
134
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
5.3 ARTIGO CIENTÍFICO 3: INVESTIGAÇÃO DOS GENES PARA AS TOXINAS
ESTAFILOCÓCICAS EM ISOLADOS DE LEITE DE VACAS COM MASTITE
SUBCLÍNICA NA REGIÃO AGRESTE DO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL
Este trabalho será enviado para publicação na Revista Veterinary Microbiology
(Anexo 2).
135
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
RESUMO
Para investigar a presença e distribuição dos genes para as toxinas estafilocócicas
SEA, -SEE, SEG-SEJ, TSST-1, ETA e ETB foram analisadas 81 cepas de Staphylococcus
spp. isoladas de amostras de leite de 246 vacas de 11 propriedades leiteiras de quatro
municípios (Angelim, São Bento do Una, Caetés e Correntes), localizados na região do
Agreste do Estado de Pernambuco-Brasil, sendo utilizadas duas reações de PCR-Multiplex
e quatro reações de PCR-Uniplex. Nenhuma das cepas apresentou os genes sea-see, tst, eta
e etb que são responsáveis pelas toxinas clássicas, no entanto, para as novas toxinas SEG-
SEJ verificou-se que 65/81 (80,2%) das cepas comportavam um a três genes toxigênicos.
Os genótipos encontrados entre os isolados de estafilococos de casos de mastite subclínica
foram seg, seh, sei, isoladamente, ou associações, seg + sei, seg + sej, seg + seh, seh + sei,
sei + sej, seg + seh + sei, seg + sei + sej. No município de Angelim só foi encontrado o
gene sei, no município de São Bento do Una os genes seg e sej, no município de Caetés os
genes seg, seh, sei e sej e no município de Correntes os genes seh e sei. O gene seh, que
raramente é observado em outras regiões do Brasil e também no mundo, foi verificado
isoladamente ou em associação com outro gene se, apenas nos municípios de Caetés e
Correntes. Os resultados obtidos sugerem a existência de uma distribuição geográfica das
cepas de estafilococos portadoras de genes se. A presença dessas cepas em leite de vacas
com mastite subclínica é preocupante pois podem causar intoxicações alimentares.
Palavras-Chave: Toxinas Estafilocócicas; PCR-Multiplex; PCR-Uniplex
136
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
1- Introdução
Staphylococcus aureus é responsável por várias enfermidades no homem e nos
animais. Nos bovinos é conhecido como o mais freqüente agente causador de mastite
(Cardoso et al., 1999), processo inflamatório da glândula mamária, apresentando-se sob a
forma clínica ou subclínica de acordo com a intensidade da inflamação, sendo a forma
subclínica a mais importante devido a maior prevalência nos rebanhos, difícil detecção e
longa duração (Bradley et al., 2002).
A habilidade do S.aureus em causar uma ampla variedade de doenças pode estar
associada a um grande número de toxinas extracelulares, além de outros fatores de
virulência (Zschöck et al., 2005). Dentre estas toxinas destacam-se as enterotoxinas, a
toxina 1 da síndrome do choque tóxico e as toxinas esfoliativas (Dinges et al., 2000).
As enterotoxinas são exoproteínas estáveis a altas temperaturas e que induzem
gastrenterite em humanos após ingestão de alimentos contaminados (Klotz et al., 2003). A
intoxicação estafilocócica é caracterizada por náuseas, dores abdominais, vômito e diarréia
(Balaban e Rasooly, 2000; Scherrer et al., 2004).
Além dos cinco tipos antigênicos de enterotoxinas estafilocócicas clássicas (SEs)
(SEA, SEB, SEC, SED, SEE) (Dinges et al., 2000), quatro SEs adicionais (SEG, SEH, SEI
e SEJ) foram descritas e os genes correspondentes identificados (Ren et al., 1994; Muson et
al., 1998; Zhang et al., 1998). Recentemente, a listagem da família de enterotoxinas
estafilocócicas se expandiu através da detecção dos genes que codificam as enterotoxinas
SEK, SEL, SEM, SEN, SEO, SEP, SEQ, SER e SEU (Jaurrad et al., 2001; Kuroda et al.,
2001; Orwin et al., 2001; Letertre et al., 2003; Omoe et al., 2003).
137
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
A toxina 1 da síndrome do choque tóxico (TSST-1) é responsável pela síndrome do
choque tóxico em humanos (Cardoso et al., 1999), caracterizando-se por febre, hipotensão,
congestão em vários órgãos e choque letal (Silva et al., 1999).
A toxina esfoliativa é causadora da síndrome da pele escaldada (SSSS) em crianças
e neonatos (Endo et al., 2003), provoca sintomas como febre, sensibilidade da pele, eritema
e descamação da epiderme (Yamaguchi et al., 2002), que revela uma superfície úmida e
brilhante com aparência semelhante à pele escaldada (Arbuthnott et al., 1990).
A ocorrência de genes para as toxinas estafilocócicas ou a produção destas toxinas
por cepas de S. aureus isoladas de leite de vacas com mastite e produtos derivados do leite
foi relatada por diversos autores Cardoso et al. (1999), Endo et al. (2003), Cabral et al.
(2004), Ercolini et al. (2004), Salasaia et al. (2004), Zschöck et al. (2004), Loncarevic et al.
(2005) e Silva et al. (2005).
O S. aureus pode ter acesso ao leite por excreção direta do úbere com mastite clínica
e subclínica (Scherrer et al., 2004). Este fato é importante, pois o leite estando contaminado
por S. aureus pode comprometer a qualidade dos queijos e de outros produtos
representando um risco para o consumidor (Ercolini et al., 2004). Se o leite for ingerido cru
torna-se uma fonte potencial para intoxicações alimentares, devido à presença das toxinas
estafilocócicas (Lim et al., 2004).
Diante do exposto e da carência de dados no Brasil referente às toxinas
estafilocócicas, principalmente as mais recentemente identificadas, objetivou-se com este
trabalho investigar a presença e a distribuição de genes para as toxinas SEA-SEE, SEG-
SEJ, TSST-1, ETA e ETB em cepas de Staphylococcus spp. isoladas de amostras de leite de
vacas com mastite subclínica em municípios da região Agreste do Estado de Pernambuco.
138
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
2- Material e Métodos
2.1 Cepas Bacterianas
Foram analisadas 81 cepas de Staphylococcus spp. isoladas de amostras de leite de
246 vacas de 11 propriedades leiteiras de quatro municípios (A: Angelim, B: São Bento do
Una, C: Caetés e D: Correntes), localizados na região do Agreste do Estado de
Pernambuco, Brasil. Como controle da especificidade das reações de PCR foram utilizadas
as cepas padrão de S. aureus FRI (Food Research Institute Madison, Wiscosin, EUA) FRI
MN8 portadora do gene tst, FRI 722 portadora do gene sea, FRI S6 gene seb, FRI 361
genes sec, sed, seg, sei e sej e FRI 1151 gene sed, cedidas gentilmente pelo Laboratório de
Enterotoxinas Estafilocócicas da Fundação Ezequiel Dias (FUNED-MG).
2.2 Coleta e Identificação das Amostras
Nas propriedades estudadas o sistema de criação era semi-intensivo e os animais
eram ordenhados uma ou duas vezes ao dia, pelo sistema de ordenha manual ou mecânica
(Municípios A e B) ou apenas manual (Municípios C e D).
Para coleta das amostras de leite, o teto foi previamente lavado com água e sabão,
secado com papel toalha e realizada anti-sepsia do óstio da teta com álcool a 70ºGL. As
amostras de leite foram colhidas dos quartos mamários com mastite clínica, positivos ao
teste da caneca telada, e daquelas com mastite subclínica, positivos ao California Mastitis
Test (CMT) (Schalm e Noorlander, 1957).
Para a identificação dos isolados de Staphylococcus spp., foram observadas
características como produção de hemólise e pigmento em Ágar Base acrescido de 8% de
sangue desfibrinado de ovino e características morfo-tintoriais, utilizando o método de
coloração de Gram, além de provas bioquímicas como produção de coagulase livre,
139
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
termonuclease e catalase, segundo Silva et al. (1997). As provas de produção de acetoína,
fermentação da glicose (anaerobiose) e do manitol (aerobiose e anaerobiose) foram
realizadas de acordo com Mac Faddin (1980), sendo os isolados de S. aureus classificados
segundo Baird-Parker (1990).
2.3 Extração do DNA Genômico
O DNA genômico das cepas de Staphylococcus spp. foi extraído de acordo com
Maniatis et al. (1989) e quantificado através do programa 1D Image Analysis Software,
version 3.5 da Kodak Digital Science, DC 120 zoom Digital Câmera, após eletroforese em
gel de agarose a 1%, usando-se o DNA do bacteriófago λ clivado com a enzima de restrição
HindШ.
2.4 Detecção dos Genes Toxigênicos por PCR
2.4.1 PCR - Multiplex
Foram realizadas duas reações de PCR-Multiplex, sendo uma para pesquisa dos
genes sea, seb, sec, sed, see e outra para pesquisa dos genes eta, etb e tst.
As reações foram preparadas para um volume final de 25µL contendo 20pmol de
cada primer, 10mM Tris-HCl pH 9.0, 50mM de KCl, 160µM de cada dNTP, 3mM de
MgCl
2
, 20ng de DNA genômico e 1,2U da Taq DNA polimerase (Invitrogen, Brasil). As
amplificações foram realizadas em termociclador (Biometra) programado para 30 ciclos
térmicos, cada um consistindo de 95
o
C por 1 min. (desnaturação), 55
o
C por 1 min.
(anelamento) e 72
o
C por 2 min. (extensão). A seqüência dos primers utilizados nas reações
e tamanho dos segmentos esperados são mostrados na Tabela 1. Foram usadas como
140
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
controle as cepas padrão de S. aureus FRI (Food Research Institute Madison, Wiscosin,
EUA) portadoras dos genes tst, sec e sed.
Os produtos de amplificação foram analisados por eletroforese em gel de agarose
1,5% (m/v), corados com brometo de etídeo (10mg/mL) por 15 min., visualizados e
fotografados em transiluminador de UV.
2.4.2 PCR-Uniplex
As reações de PCR-Uniplex para a pesquisa dos genes seg, seh, sei e sej
separadamente, consistiu de uma mistura de 20pmol de cada primer, 160 µM de cada
dNTP, 1,5mM do MgCl
2
, 10mM do Tris-HCl pH 9.0, 50mM de KCl, 20ng do DNA
genômico e 1U da Taq DNA polimerase (Invitrogen, Brasil) em um volume final de 25µL.
As amplificações foram realizadas em termociclador (Biometra) programado para 30 ciclos
térmicos, cada um consistindo de 94
o
C por 3 min., 94
o
C por 30 seg., 60
o
C por 30 seg. e
72
o
C por 30 seg para os genes seg, seh e sej. Para o gene sei o ciclo foi programada para
94
o
C por 30 seg., 60
o
C por 30 seg. e 72
o
C por 60 seg. A seqüência dos primers utilizados
nas reações e tamanho dos segmentos esperados são mostrados na Tabela 1. Foi usada para
controle a cepa padrão de S. aureus FRI (Food Research Institute Madison, Wiscosin,
EUA) portadoras dos genes seg, sei e sej. Os produtos de amplificação foram analisados
como descrito anteriormente.
2.4.3 Análise de Restrição e Seqüenciamento
Para confirmar a identidade dos fragmentos amplificados pela PCR dos genes seg,
seh, sei e sej foi analisado o padrão de restrição dos fragmentos obtidos. A endonuclease de
restrição DraI foi escolhida para digestão do fragmento amplificado pela PCR do gene seh
141
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
e a enzima RsaI para os genes seg e sej como descrito por Rosec e Gigaud (2002). A
enzima RsaI também foi selecionada para digestão do fragmento amplificado pela PCR do
gene sei segundo sítios de restrição obtidos através do programa Generunner DNA
Sequence Analyses software, versão 3.05, disponível gratuitamente na rede (Tabela 2). O
tamanho dos fragmentos obtidos após digestão foi analisado após eletroforese em gel de
agarose 1,8%.
Para confirmar que os segmentos amplificados pela PCR faziam parte dos genes
seg, seh, sei e sej, os fragmentos foram purificados com o kit PureLink PCR Purification
(Invitrogen, Brasil) e analisados através do seqüenciador automático ABI 3100 (Applied
Biosystem, USA). As sequências dos nucleotídeos obtidas foram analisadas pelos
programas: Agrupamento das seqüências de S. aureus - forward e reverse (Huang e Madan,
1999) e comparadas com seqüências depositadas no GenBank: versão 2.2.12 do programa
Blast (Altschul et al.1990).
3- Resultados
Dos 984 quartos mamários estudados, 10 (1,0%) apresentaram mastite clínica, 562
(57,1%) mastite subclínica e 412 (41,9%) foram negativos. Dos casos de mastite clínica não
foi isolado estafilococos, sendo estes causados por outros microrganismos, isolando-se
estafilococos apenas de casos de mastite subclínica.
Das 81 cepas de Staphylococcus spp. isoladas de leite de vaca com mastite
subclínica, 53/81 (65%) foram identificados como S. aureus, 16/81 (20%) Staphylococcus
coagulase positiva e 12/81 (15%) Staphylococcus coagulase negativa.
Nenhuma das 81 cepas de Staphylococcus spp. possuiam os genes sea, seb, sec, sed,
see, tst, eta e etb. Houve apenas a amplificação dos segmentos de tamanho esperado apenas
142
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
para os genes tst, sea, seb, sec e sed nas cepas de referência (FRI) usadas como controle
positivo (Figura 1).
As análises para pesquisa dos genes responsáveis pela produção das toxinas SEG,
SEH, SEI e SEJ identificou os segmentos de tamanho esperado em 65/81 (80,2%) das
cepas de estafilococos isoladas de leite de vacas com mastite subclínica (Figura 2 A-D) e
16/81 (19,8%) não amplificaram para nenhum dos genes toxigênicos seg, seh, sei e sej.
Entre as 65 cepas de Staphylococcus spp. que amplificaram segmentos para a
presença dos genes seg, seh, sei e sej, 39/65 (60%) amplificaram apenas para um gene,
21/65 (32%) amplificaram para dois genes e 5/65 (8%) amplificaram para três genes.
Das 65 cepas positivas para os genes toxigênicos seg, seh, sei e sej, 23/65 (35%)
comportavam apenas o gene seg, 10/65 (16%) o gene seh, 6/65 (9%) o gene sei, 2/65 (3%)
o genótipo seh + sei, 6/65 (9%) o genótipo seg + sei, 8/65 (12%) o genótipo seg + sej, 5/65
(8%) o genótipo seg + seh, 4/65 (6%) o genótipo seg + seh + sei e 1/65 (2%) o genótipo
seg + sei + sej.
No município A foi encontrado apenas o genótipo sei (6/9), no município B os
genótipos seg (16/33) e seg + sej (6/33), no município C os genótipos seg (7/26), seg + sei
(6/26), seg + sej (2/26), seg + seh (5/26), seg + sei + sej (1/26) e seg + seh + sei (4/26) e
no município D os genótipos seh (10/13) e seh + sei (2/13) (Tabela 3, Figura 2).
Neste estudo foi alta a ocorrência do gene seh nas cepas estudadas. No município C
o gene seh estava presente em (9/26) das cepas de Staphylococcus spp., contudo em
associação com o gene seg (5/26) ou com os genes seg + sei (4/26). No município D o gene
seh predominou, sendo detectado em (12/13) das cepas analizadas, entretanto em (10/13)
das cepas o gene seh foi observado isoladamente e em (2/13) das cepas em associação com
o gene sei (Tabela 3. Figura 2).
143
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
As 12 cepas de Staphylococcus coagulase negativa comportavam um ou mais genes
toxigênicos para as toxinas SEG, SEH e SEI, sendo que 4/12 (33%) comportavam o gene
seh, 2/12 (17%) apenas o gene seg, 3/12 (25%) o genótipo seg+seh e 3/12 (25%) o
genótipo seg+seh+sei (Tabela 3).
A análise dos resultados com o programa Blast revelou alta homologia entre os
genes seg, seh, sei e sej nas cepas estudadas quando comparadas com seqüências
depositadas no GenBank: 98%, 99%, 99% e 95%, respectivamente. A comparação dos
fragmentos por eletroforese em gel de agarose dos genes seg, seh, sei e sej amplificados nas
diferentes cepas e digeridos com RsaI e DraI, revelou um padrão de restrição esperado e
idêntico entre as cepas para cada gene estudado (Tabela 2, Figura 2). Estes resultados
confirmam a presença dos genes seg, seh, sei e sej nas cepas analisadas.
4- Discussão
Apesar de nenhuma das cepas de Staphylococcus spp. isoladas de leite de vacas com
mastite subclínica que amplificaram os genes para as toxinas clássicas SEA, SEB, SEC,
SED, SEE, TSST-1, ETA e ETB, a incidência de cepas comportando os genes que
codificam as toxinas mais recentemente descritas SEG, SEH, SEI e SEJ foi muito alta
(80,2%). Estudos anteriores realizados em São Paulo e na Alemanha com cepas de S.
aureus de origem bovina também não detectaram a presença destes genes ou detectaram em
baixo percentual, apenas detectando os genes para as novas toxinas (Cabral et al., 2004;
Salasia et al., 2004).
A ausência de genes para as toxinas clássicas e presença dos genes das novas
toxinas descritas nos municípios estudados indica uma distribuição geográfica das cepas
toxigênicas. Em vários locais são observados diferentes percentuais para os genes
144
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
toxigênicos. Silva et al. (2005) relataram um baixo percentual de isolados contendo os
genes sea, seb e sec de casos de mastite bovina no Estado de Minas Gerais. Omoe et al.
(2002) ao analisarem 21 isolados de leite de vacas com mastite no Japão observaram que
oito comportavam os genes sec, seg e sei e sete os genes seg e sei não tendo sido observada
a presença dos genes sea, seb, sed e see.
Alta prevalência de cepas de S. aureus enterotoxigênicas foi observada por Lim et
al. (2004) que trabalhando com 166 isolados de S. aureus de mastite bovina na Korea,
verificaram que 32 dos isolados continham o gene sea, três o gene seb, um o gene sec e
outro os genes sea e tst e que estes isolados ao serem caracterizados através de eletroforese
em campo pulsado (PFGE) pertenciam ao mesmo perfil genotípico que prevalecia nas
fazendas analisadas. Katsuda et al. (2005) ao analisarem 270 cepas de S. aureus, isoladas de
leite de vacas com mastite no Japão também verificaram alta prevalência de cepas
enterotoxigênicas 181/270 (67%), sendo o genótipo mais encontrado o que comportava
simultaneamente os genes sec, seg, sei e tst.
Jorgensen et al. (2005a) ao analisarem S.aureus isolados de amostras de leite bovino
e caprino em sete regiões da Noruega, constataram que na maioria das regiões era
encontrado um único tipo de gene toxigênico e apenas uma das sete regiões apresentou
grande diversidade de genes toxigênicos. Estes relatos sugerem que existe uma distribuição
regional na prevalência de algumas SEs e seus genes, indicando uma dispersão das cepas de
S. aureus em áreas geográficas específicas. Diferentes autores relataram esta distribuição
geográfica das cepas de S. aureus enterotoxigênicas isoladas de leite de vacas com mastite
(Lopes et al., 1990; Fitzgerald et al., 1997; Larsen et al., 2000; Stephan et al., 2001).
O papel destas SEs recentemente descritas na intoxicação alimentar estafilocócica,
ainda permanece indeterminado (Rosec e Gigaud, 2002), no entanto, MacLauchlin et al.
145
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
(2000) ao analisarem 23 cepas de estafilococos envolvidas em casos de intoxicação
alimentar não observaram a produção das toxinas SEA, SEB, SEC, SED ou SEE, mas
detectaram a presença dos genes toxigênicos seg, seh, sei e sej, indicando que estas novas
SEs podem ser responsáveis por tais surtos de intoxicação alimentar.
Na análise das cepas estudadas de Staphylococccus spp. dos quatro municípios da
região Agreste do estado de Pernambuco o gene seg predominou de forma isolada (23/65).
Abe et al. (2000) também sugerem que SEG foi uma das mais freqüentes toxinas
produzidas por S. aureus.
O genótipo seg + sei como o mais prevalente em isolados de estafilococos de casos
de mastite bovina (Cabral et al., 2004; Katzuda et al., 2005; Zschöck et al., 2005), por estes
genes estarem interligados em tandem (Munson et al., 1998; Maclauchlin et al., 2000).
Neste estudo a associação seg + sei predominou em 6/65 (9%), sendo a segunda
associação que mais ocorreu, porém, com um baixo percentual. Omoe et al. (2002)
relataram que há uma alta incidência de linhagens de S. aureus positivas para os genes seg
+ sei isoladas de leite de vacas com mastite. No entanto, Jorgensen et al. (2005a) ao
analisarem 101 isolados de tanques de leite bovino, verificaram baixa incidência da
associação seg + sei 2/53. Estes resultados sugerem que os genes seg e sei nem sempre
coexistem na mesma cepa e parece também existir uma distribuição geográfica destas
associações.
O gene seh foi detectado em 21/65 (32%) das cepas de Staphylococcus spp.
isoladamente ou em associação com genes para outras toxinas, sendo estes resultados
divergentes dos descritos por outros autores, pois baixos percentuais, (inferiores a 16%) ou
a não detecção do gene seh foi relatada (Omoe et al., 2002; Salasaia et al., 2004; Cabral et
al., 2004; Cremonesi et al., 2005; Jorgensen et al., 2005a; Katsuda et al., 2005; Zschöck et
146
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
al., 2005). O gene seh foi observado apenas nos municípios C e D, provavelmente por
serem próximos, com as mesmas características geográficas, além de as propriedades
analisadas apresentarem o mesmo tipo de manejo animal.
O percentual de 32% encontrado é considerado elevado em relação aos encontrados
em outros locais, reforçando a evidência da distribuição geográfica entre as cepas
toxigênicas de estafilococos.
Em um massivo surto de intoxicação alimentar envolvendo 10000 casos, causados
pela ingestão de leite reconstituído que tinha como matéria prima leite desnatado em pó em
Osaka, Japão, verificou-se que a toxina envolvida era a SEA, mas segundo Ikeda et al.
(2005) a quantidade detectada (80 ng) seria insuficiente para causar um surto com tamanha
extensão, desta forma, estes autores se propuseram a investigar dez lotes do leite em pó
desnatado envolvido em tal surto com relação à presença de outras toxinas além da SEA,
utilizando para tal a técnica de PCR. Verificaram a presença de sea e seh genes em 10
amostras, realizaram a quantificação da SEH por ELISA e concluíram que o referido surto
foi causado por pequenas quantidades de SEA e SEH, pois estas toxinas estavam presentes
nas mesmas quantidades em todas as amostras analisadas e que 30µg de SEH causa
resposta emética em macacos após 1,5 a 3 horas da administração (Su e Wong,1995).
Um surto de intoxicação alimentar causado por purê de batata feito com leite cru,
observou-se a presença de cepas de S. aureus portadoras apenas do gene seh. E a pesquisa
para as enterotoxinas clássicas SEA-SEE foi negativa (Jorgensen et al. 2005b). Os isolados
testados produziram quantidades significantes (98 a 108 ng) de SEH. O que significa que
cepas de Staphylococcus aureus portadoras do gene seh podem produzir quantidade de
SEH suficiente para causar intoxicação.
147
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Foi alta a prevalência entre as cepas de SCN (100%) que comportavam genes se.
Cada cepa apresentou um dos genes seg, seh ou as associações seg + seh e seg + seh + sei.
A síntese das enterotoxinas estafilocócicas clássicas em SCN foi bastante estudada
no passado (Vernozy-Rozand et al., 1996, Jaulhac et al., 1992, Rosec et al., 1997, Udo et
al., 1999) e os resultados sugerem que os SCN podem estar envolvidos em surtos de
intoxicação alimentar associados às enterotoxinas clássicas. Entretanto existe ainda a
necessidade de investigar os SCN para síntese de todas as enterotoxinas já descritas,
principalmente as mais recentes.
5- Conclusão
Neste estudo foi observada apenas a presença dos genes seg, seh, sei e sej, sendo o
gene seg o mais freqüente entre cepas de Staphylococcus spp. estudadas, representando
potencial risco para a Saúde Pública. A presença do gene seh, com alto percentual, em
apenas dois dos quatro municípios analisados é um achado que reafirma a existência de
uma distribuição geográfica de algumas cepas toxigênicas, não só em relação a países e
estados diferentes, mas também, municípios de uma mesma região.
6- Agradecimentos
Ao Banco do Nordeste do Brasil pelo financiamento do projeto e ao Conselho
Nacional de Pesquisa (CNPq) pela bolsa concedida ao primeiro autor. Agradecem também
ao Laboratório de Enterotoxinas Estafilocócicas da Fundação Ezequiel Dias (FUNED-MG)
e ao Dr. Luiz Simeão do Carmo por ter cedido as cepas padrão FRI (Food Research
Institute Madison, Wiscosin, EUA).
148
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Tabela 1Primers usados na análise da PCR para a detecção dos genes sea-see, seg-sej,
tst, eta e etb em cepas de Staphylococcus spp. isoladas de amostras de leite de vacas com
mastite subclínica na região Agreste do estado de Pernambuco, Brasil
Gene Primer Seqüência de Oligonucleotídeos
(5’ 3’)
Tamanho do
Fragmento (pb)
*sea
SEA-3b CCT TTG GAA ACG GTT AAA ACG 127
SEA-4b TCT GAA CCT TCC CAT CAA AAA C
*seb
SEB-1c TCG CAT CAA ACT GAC AAA CG 477
SEB-4b GCA GGT ACT CTA TAA GTG CCT GC
*sec
SEC-3b CTC AAG AAC TAG ACA TAA AAG CTA GG 271
SEC-4b TCA AAA TCG GAT TAA CAT TAT CC
*sed
SED-3b CTA GTT TGG TAA TAT CTC CTT TAA ACG 319
SED-4b TTA ATG CTA TAT CTT ATA GGG TAA ACA TC
*see
SEE-3b CAG TAC CTA TAG ATA AAG TTA AAA CAA GC 178
SEE-2c TAA CTT ACC GTG GAC CCT TC
*tst
TST-3 AAGCCCTTTGTTGCTTGCG 445
TST-6 ATCGAACTTTGGCCCATACTTT
*eta
ETA-3b CTAGTGCATTTGTTATTCAAGACG 119
ETA-4b TGCATTGACACCATAGTACTTATTC
*etb
ETB-3b ACG GCT ATA TAC ATT CAA TTC AAT G 262
ETB-4b AAA GTT ATT CAT TTA ATG CAC TGT CTC
**seg
SEG-1 ACGTCTCCACCTGTTGAAGG 400
SEG-2 TGAGCCAGTGTCTTGCTTTG
**seh
SEH-1 TCACATCATATGCGAAAGCAG 357
SHE-2 TAGCACCAATCACCCTTTCC
***sei
SEI-1 GGTGATATTGGTGTAGGTAAC 454
SEI-2 ATCCATATTCTTTGCCTTTACCAG
**sej
SEJ-1 CAGCGATAGCAAAAATGAAACA 426
SEJ-2 TCTAGCGGAACAACAGTTCTGA
*Becker et al., 1998, **Rosec e Gigaud, 2002 e ***Omoe et al., 2002
149
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Tabela 2– Endonucleases de restrição usadas para confirmação da identidade dos
fragmentos dos genes seg, seh, sei, sej e padrão de restrição esperado
Gene Tamanho do Produto Amplificado Enzimas Padrão de Restrição
(tamanho das bandas)
seg
400 pb Rsa I 296 pb + 104 pb
seh
357 pb Dra I 218 pb + 139 pb
sei
454 pb Rsa I 345pb + 109 pb
sej
426 pb Rsa I 210 pb + 216 pb
150
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Tabela 3 – Distribuição dos genes para as toxinas SEG, SEH, SEI e SEJ nas cepas de
Staphylococcus spp. isoladas de leite de vacas com mastite subclínica em quatro municípios
localizados na região Agreste do Estado de Pernambuco, Brasil
MUNICÍPIOS ANALISADOS
A B C D
GENÓTIPO
S.A S.A SCP SCN S.A SCP SCN S.A SCP SCN
seg - 10 4 2 3 4 - - - -
seh - - - - - - - 4 2 4
sei 6 - - - - - - - - -
seg+sej - 6 - - 2 - - - - -
seg+seh - - - - 2 - 3 - - -
seg+sei - - - - 4 2 - - - -
seh+sei - - - - - - - 1 1 -
seg+sei+sej - - - - 1 - - - - -
seg+seh+sei - - - - 1 - 3 - - -
Cepas negativas 3 9 2 - - 1 - 1 - -
Total de cepas 9 25 6 2 13 7 6 6 3 4
S.A. – Staphylococcus aureus, SCP – Staphylococcus coagulase positiva, SCN –
Staphylococcus coagulase negativa, A (Município de Angelim), B (Município de São Bento
do Una), C (Município de Caetés), D (Município de Correntes)
151
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Figura 1 - Detecção dos genes sea, seb, sec, sed e tst nas cepas padrões de S. aureus FRI
através da PCR-Multiplex. Linhas - M: DNA ladder 100 pb, 1: FRI S6, 2: FRI 361, 3: FRI
1151, 4: FRI MN8.
152
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Figura 2 - Produto de amplificação da PCR dos genes sej, sei, seg e seh (A, B, C e D,
linhas: 1, 3 ,5) e seus padrões de restrição com as enzimas, RsaI: A, B e C e DraI: D,
linhas: 2, 4, 6).
153
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
7- Referências Bibliográficas
Abe, J., Ito, Y.,Onimaru, M., Kohsaka, T., Takeda, T., 2000. Characterization and
distribution of a new enterotoxin-related superantigen produced by Staphylococcus aureus.
Microbiol. Immunol. 44, 79-88.
Altschul, S.F., Gish, W., Miller, W., Myres, E.W., Lipman, D.J., 1990. Basic local
alignment search tool. J. Mol. Biol. 215, 403-410.
Arbuthnott, J.P., Coleman, D.C., De Azevedo, J.S., 1990. Staphylococcal toxins in human
disease. In: The Staphylococci: an introduction. J. Appl. Bacteriol. 69, 101-107.
Balaban, N., Rasooly, A., 2000. Staphylococcal Enterotoxins. Int. J. Food Microbiol. 61,
01-10.
Baird-Parker, A.C., 1990. The Staphylococci: an introduction. J. Appl. Bacteriol. 19, 15-85.
Bradley, A.J., 2002. Bovine mastitis: an evolving disease. Vet J. 164,116-128.
Becker, K., Roth, R., Peters, G., 1998. Rapid and specific detection of toxigenic
Staphylococcus aureus: Use of two multiplex PCR enzyme immunoassay for amplification
and hybridization of staphylococcal enterotoxin genes,exfoliative toxin genes, and toxic
shock syndrome toxin 1 gene. J. Clin. Microbiol. 36, 2548-2553.
154
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Cabral, K.G., Lämmler, C., Zschöck, M., Langoni, H., Sá M.E.P., Victória, C., Da Silva,
A.V., 2004. Pheno and genotyping Staphylococcus aureus, isolated from bovine milk
samples from São Paulo State, Brazil. Can. J. Microbiol. 50, 901-909.
Cardoso, H.F.T., Silva, N., Sena, M.J., Carmo, L.S., 1999 Production of enterotoxin and
toxic shock syndrome toxin by Staphylococcus aureus isolated from bovine mastitis in
Brazil. Lett. Appl. Microbiol. 29, 347-349.
Cremonesi, P., Luzzana, M., Brasca, M., Morandi, S., Lodi, R., Vimercati, C., Agnellini,
D., Caramente, G., Moroni, P., Castiglioni, B., 2005. Development of multiplex PCR assay
for the identification of Staphylococcus aureus enterotoxigenic strains isoalated from milk
and dairy products. Mol. Cell. Probes. 19,299-305.
Dinges, M.M., Orwin, P.M., Schlievert, P.M., 2000. Exotoxins of Staphylococcus aureus.
Clin. Microbiol.Rev. 13, 16-34.
Endo, Y., Yamada, T., Matsunaga, K., Hayakawa, Y., Kaidoh, T., Takeuchi, S., 2003.
Phage conversión of exfoliative toxin A in Staphylococcus aureus isolated from cows with
mastitis. Vet. Microbiol. 96, 81-90.
Ercolini, D., Blaiotta, G., Fusco, V., Coppola, S., 2004. PCR-based detection of enterotoxin
Staphylococcus aureus in the early stages of raw milk cheese making. J. Appl. Microbiol.
96, 1090-1096.
155
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Fitzgerald, J.R., Meaney, W.J., Hartigan, P.J., Smyth, C.J., Kapur, V., 1997. Fine structure
molecular epidemiology analysis of Staphylococcus aureus recoverd from cows.
Epidemiol. Infect. 119, 261-269.
Huang, X., Madan, A., 1999. Cap3: a DNA sequence assembly program. Genome Res.9,
868-877.
Ikeda, T., Tamate, N., Yamaguchi, K., Makino, S.I., 2005. Mass outbreak of food
poisoning disease caused by small amounts of staphylococcal enterotoxin A e H. Appl.
Env. Microbiol. 71, 2793-2795.
Jaulhac, B., Bes, M., Bornstein, N., Piemont, Y., Brun, Y., Fleurette, J., 1992. Synthetic
DNA probes for detection of genes for enterotoxins A, B, C, D, E and TSST-1 in
staphylococcal strains. J Appl Microbiol. 72,386-392.
Jaurrad, S., Peyrat, M.A., Lim, A., Tristan, A., Bes, M., Mougei, C., Etienne, J.,
Vandenesch, F., Bonneville, M., Lina, G.L., 2001. egc a highly prevalent operon of
enterotoxin gene, forms a putative nursey of superantigens in Staphylococcus aureus. J.
Immun. 166, 669-677.
Jorgensen, H.J., Mork, T., Hogasen, H.R., Rorvik, L.M., 2005a. Enterotoxigenic
Staphylococcus aureus in bulk milk in Norway. J. Appl. Microbiol. 99, 158-166.
156
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Jorgensen, H., Mathisen, T., Lovseth, A., Omoe, K., Qvale, K.S., Loncarevic, S., 2005b.
An outbreak of staphylococcal food poisoning causef by enterotoxin H in mashed potato
made with raw milk. FEMS Microbiol. Lett. 252, 267-272.
Katsuda, K., Hata, E., Kobayashi, H., Kohmoto, M., Kawashima, K., Tsunemitsu, H.,
Eguchi, M., 2005. Molecular typing of Staphylococcus aureus isolated from bovine
mastitic milk on the basis of toxin genes and coagulase gene polymorphisms. Vet.
Microbiol. 105, 301-305.
Klotz, M., Opper, S., Heeg, K., Zimmermann, S., 2003. Detection of Staphylococcus
aureus enterotoxins A to D by real-time fluorescence PCR assay. J. Clin. Microbiol. 41,
4683-4687.
Kuroda, M.O., Ohta, T., Uchiyama, I., Baba, T., Yuzawa, H., Kobayashi, I., Cui, L.,
Oguchi, A., Aoki, K., Nagai, Y., Lian, J., Ito, T., Kanamori, M., Matsumaru, H.,
Maruyama, A., Murakami, H., Hosoyama, A., Mizutani-Ui, Y., Takahashi, N.K., Sawano,
T., Inoue, R., Kaito, C., Sekimizu, K., Hirakawa, H., Kuhara, S., Goto, S., Yabuzaki, J.,
Kanehisa, M., Yamashita, A., Oshima, K., Furuya, K., Yoshino, C., Shiba, T., Hattori, M.,
Ogasawara, N., Hayashi, H., Hiramatsu, K., 2001. Whole genome sequencing of
methicillin-resistant Staphylococcus aureus. Lancet. 357, 1225-1240.
Larsen, H.D., Huda, A., Eriksen, N.H.R., Jensen, N.E., 2000. Differences between Danish
bovine and human Staphylococcus aureus isolates in possession of superantigens.Vet.
Microbiol. 76, 153-162.
157
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Letertre, C., Perelle, S., Dilasser, F., Fach, P., 2003. Identification of a new putative
enterotoxin SEU encoded by egc cluster of Staphylococcus aureus. J. Appl. Microbiol. 2,
63-76.
Lim, S.K., Joo, Y., Moon, J., Lee, A., Nam, H., Wee, S., Koh, H., 2004. Molecular typing
of enterotoxigenic Staphylococcus aureus isolated from bovine mastitis in Korea. J. Vet.
Med. Sci. 66, 581-584.
Loncarevic, S., Jorgensen, H.J., Lovseth, A., Mathisen, T., Rorvik, L.M., 2005. Diversity of
Staphylococcus aureus enterotoxin types within single samples of raw milk and raw milk
products. J. Appl. Microbiol. 98, 344-350.
Lopes, C.A.M., Moreno, G., Curi, P.R., Gottschak, J.R., Modolo, J.R., Correa, A., Pavan,
C., 1990. Characteristics of Staphylococcus aureus from subclinical bovine mastitis in
Brazil. Br. Vet. J. 146, 443-448.
Mac Faddin, J.F., 1980. Biochemical test for identification of medical bacteria. 2ed.
Baltimore: Williams e Wilkins. 527p.
Mclauchlin, J., Narayanan, G.L., Mithani, V., O’neil, G., 2000. The detection of
enterotoxins and toxic shock síndrome toxin genes in Staphylococcus aureus by
polymerase chain reaction. J. Food Prot. 63, 479-488.
158
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Maniatis, T., Frisch, E., Sambrook, J., 1989. Molecular cloning: a laboratory manual. Cold
Spring Harbor Laboratory, NY.
Muson, S.H., Treimane, M.T., Beteley, M.J., Welch, R.A., 1998. Identification and
characterization of Staphylococcus enterotoxin type G and I from Staphylococcus aureus.
Infect. Immun. 66, 3337-3348.
Omoe, K., Ishikawa, M., Shimoda, Y., Hu, D.L., Ueda, S., Shinagawa, K., 2002. Detection
of seg, seh and sei genes in Staphylococcus aureus isolates and determination of the
enterotoxin productivities of S. aureus isolates harboring seg, seh or sei genes. J. Clin.
Microbiol. 40, 857-862.
Omoe, K., Hu, D.L., Omoe, T.H., Nakane, A., Shinagawa, K., 2003 Identification and
characterization of a new staphylococcal enterotoxin-related putative toxin encoded by two
kinds of plasmids. Infec. Immun. 71, 6088-6094.
Orwin, P.M., Leung, D.Y.M., Heather, L.D., Schlievert, P.M., 2001. Biochemical and
Biological Properties of Staphylococcal Enterotoxin K. Infec. Immun. 69, 360-366.
Ren, K; Bannan, J.D., Pancholi, V., Cheung, A.L., Robbins, J.C., Fischetti, V.A., Zabriskie,
B., 1994. Characterization and biological properties of a new staphylococcal enterotoxin. J.
Exp. Med. 180, 1675-1683.
159
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Rosec, J.P., Guiraud, J.P., Dalet, C., Richard, N., 1997. Enterotoxin production by
staphylococci isolated from foods in France. Int Food Microbiol. 35,213-221.
Rosec, J.P., Gigaud, O., 2002. Staphylococcal enterotoxin genes of classical and new types
detected by PCR in France. Int J Food Microbiol. 25,61-67.
Salasaia, S.I.O., Khusnan, Z., Lämmler, C., Zschöck, M., 2004. Comparative studies on
pheno- and genotypic properties of Staphylococcus aureus isolated from bovine subclinical
mastitis in central Java in Indonesia and Hesse en Germany. J. Vet. Sci. 5, 103-109.
Schalm, O.W., Noorlander, B.S., 1957. Experiments and observations leading to
development of the California Mastitis Test. J. Am. Vet. Med. Assoc. 130, 199-207.
Scherrer, D., Corti, S., Muehlherr, J.E., Zweifel, C., Stephan, R., 2004. Phenotypic and
genotypic characteristics of Staphylococcus aureus isolated from raw bulk-tank milk
samples of goats and sheep. Vet. Microbiol. 101, 101-107.
Silva, N., Junqueira, V.C.A., Silveira, N.F.A., 1997. Manual de métodos de análise
microbiológica de alimentos. São Paulo: Varela, 295p.
Silva, N., Cardoso, H.F.T., Sena, M.J., Carmo, L.S., 1999. Produção da toxina-1 da
síndrome do choque tóxico por Staphylococcus aureus isolados de leite bovino em Minas
Gerais. NAPGAMA. 2, 12-14.
160
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Silva, E.R., Carmo, L.S., Silva, N., 2005. Detection of the enterotoxin A, B, and C genes in
Staphylococcus aureus from goat and bovine mastitis in Brazilian dairy herds. Vet.
Microbiol. 106, 103-107.
Stephan, R., Annemüller, C., Hassan, A.A.; Lämmler, C.H., 2001 Characterization of
enterotoxigenic Staphylococcus aureus isolated from bovine mastitis in north-east
Switzerland. Vet. Microbiol. 78, 373-382.
Su, Y.C., Wong, A.C.L., 1995. Identification and purification of a new staphylococcal
enterotoxin, H. Appli. Environ. Microbiol. 61, 1438-1443.
Udo, E.E., Al-Bustan, M.A., Jacob, L.E., Chugh, T. D., 1999. Enterotoxin production by
coagulase-negative staphylococci in restaurant workers from kuwait city may be a potencial
cause of food poisoning. J. Med. Microbiol. 48, 819-823.
Vernozy-Rozand, C., Mazuy, C., Prevost, G., Lapeyre, C., Bes, M., Brun, Y., Fleurette, J.,
1996. Enterotoxin production by coagulase-negative staphylococci isolated from goat’s
milk and cheese. Int. J. Food Microbiol. 30, 271-280.
Yamaguchi, T., Nishifuji, K., Sasaki, M., Fudaba, Y., Aepfelbacher, M., Takata, T., Ohara,
M.; Komatsuzawa, H., Amagai, M., Sugai, M., 2002. Identification of the Staphylococcus
aureus etd pathogenicity island which encodes a novel exfoliative toxin, ETD, and EDIN-
B. Infec. Immun. 70, 5835-5845.
161
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Zhang, S., Iandolo, J.J., Stewart, G.C., 1998. The enterotoxin D plasmid of Staphylococcus
aureus encodes a second enterotoxin determinant (sej). FEMS Microbiol. Lett. 168, 227-
233.
Zschöck, M., Ribe, K., Sommerhäuser, J., 2004. Ocurrence and clonal relatedness of
sec/tst-gene positive Staphylococcus aureus isolated of quartermilk samples of cows
suffering from mastitis. Lett. Appl. Microbiol. 38, 493-498.
Zschöck, M., Kloppert,B., Wolter, W., Hamann, H.P., Lämmler, C., 2005. Pattern of
enterotoxin genes seg, seh, sei and sej positive Staphylococcus aureus isolated from bovine
mastitis. Vet. Microbiol. 108, 243-249.
162
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
5.4 ARTIGO CIENTÍFICO 4: PERFIL DE SENSIBILIDADE ANTIMICROBIANA E
DETECÇÃO DE GENES TOXIGÊNICOS EM CEPAS DE STAPHYLOCOCCUS SPP.
ISOLADAS DE QUEIJOS DE COALHO NO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL
Este trabalho será enviado para a Revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz
(Anexo 3).
163
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Resumo
Para avaliar a qualidade microbiológica de queijos de coalho comercializados no
Estado de Pernambuco com relação a Staphylococcus coagulase positiva (SCP), realizou-se
o isolamento, contagem e identificação deste microrganismo, utilizando-se o Ágar Baird-
Parker. A presença de genes toxigênicos responsáveis pela produção das toxinas SEA-SEE,
SEG-SEJ, TSST-1, ETA e ETB nas cepas de Staphylococcus coagulase positiva e negativa
isoladas das amostras de queijos de coalho foi investigada por PCR. Estas cepas também
foram submetidas a testes de sensibilidade antimicrobiana in vitro, através da técnica de
difusão em disco. Os resultados revelaram contagens de SCP variando de 10
2
a 10
6
UFC/g
e que 9/10 das amostras de queijos de coalho estavam fora dos padrões estabelecidos pela
legislação vigente. A presença de genes toxigênicos tst, sec, sed, seg, seh, sei e sej foi
encontrada em 18/20 das cepas com os seguintes percentuais 5%, 11%, 9%, 20%, 16%,
25%, 14%, respectivamente. Com relação ao perfil de sensibilidade antimicrobiana foi
constatado que os antibióticos mais eficazes foram: sulfa+trimetoprim e vancomicina com
100% de eficácia. Estes resultados são preocupantes para a saúde do consumidor
nordestino, pois o queijo de coalho é amplamente consumido nesta região.
Palavras-chave: PCR, Staphylococcus spp., Queijo de Coalho, Resistência Antimicrobiana
164
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
1- Introdução
Os alimentos destinados ao consumo humano estão expostos a contaminações desde
sua origem até a mesa do consumidor. Leite e produtos derivados apesar de nutritivos para
o homem, constituem-se em excelentes meios para o desenvolvimento de microrganismos
deteriorantes e patogênicos, podendo desencadear surtos de toxinfecção alimentar, os quais
têm sido amplamente relatados na literatura, verificando-se a necessidade de melhoria nas
condições higiênico-sanitárias na cadeia produtiva do leite (Veras et al. 2003).
O queijo de coalho é um dos mais tradicionais queijos produzidos no Nordeste
brasileiro e devido à simplicidade de sua tecnologia, é amplamente fabricado nesta região.
É também um importante derivado do leite, apreciado tanto pelo seu valor nutritivo como
pelo seu sabor que atende aos mais exigentes paladares. No entanto, as condições de
processamento, armazenamento e comercialização podem comprometer suas características
organolépticas, bem como, torná-lo impróprio para consumo, em virtude da contaminação
por microrganismos responsáveis por toxinfecções alimentares (Ribeiro de Sá et al. 2003).
A qualidade e a durabilidade de um produto dependem da qualidade da matéria-
prima utilizada na sua fabricação. Dessa forma, a qualidade do leite é de fundamental
importância para a produção de queijos.
A contaminação microbiana de queijos assume destacada relevância em saúde
pública ao se considerar que bactérias enterotoxigênicas e patogênicas como
Staphylococcus aureus (S. aureus), Listeria sp. e Salmonella sp. são comumente
encontradas (Sena et al. 1999; Ercolini et al. 2004).
Elevados índices de Staphylococcus aureus ocorrem em queijos tanto no Brasil
(Santos et al. 1995; Ritter et al., 2001; Benevides & Telles 2002; Hoffmann et al. 2002;
Barbosa et al. 2004) como em outros países do mundo (Holecková et al. 2002; Normanno
165
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
et al. 2005), incluindo cepas de estafilococos enterotoxigênicas. Por isso, o queijo ocupa
lugar de destaque entre os produtos lácteos envolvidos em surtos de doenças de origem
alimentar, veiculando principalmente Staphylococcus (Veras et al. 2003).
Segundo Carmo et al. (2002), 378 pessoas estavam envolvidas em um surto de
intoxicação alimentar estafilocócica em Minas Gerais após a ingestão de queijo Minas e de
acordo com levantamentos anuais sobre doenças de origem alimentar realizados em sete
países, o leite e derivados são responsáveis por 1 a 5% dos surtos causados por bactérias,
sendo o leite responsável por 39,1% dos casos, os queijos por 53,1% e outros produtos
derivados por 7,8% (Buyser et al. 2001). No Brasil, também foram diagnosticados sete
casos de intoxicações estafilocócicas onde o alimento envolvido foi o queijo e a toxina
responsável a SEH (Pereira et al., 1996).
O S. aureus e os Staphylococcus coagulase positiva e negativa podem produzir
enterotoxinas e, assim, representarem risco quando presentes em alimentos (Pereira &
Pereira, 2005).
Outro problema de destaque na área de saúde em relação aos estafilococos é a
resistência antimicrobiana, pois bactérias resistentes a antibióticos preocupam uma vez que
podem ser transmitidas ao homem pela ingestão de alimentos contaminados. No trato
gastrintestinal, elas podem transferir genes que conferem resistência antimicrobiana a
outras bactérias (Wite 2000).
A seleção de populações microbianas resistentes a antibióticos ocorre como
conseqüência do impacto combinado do uso da droga no homem, animais, e plantas (Rapini
et al. 2003).
Sendo o queijo de coalho um alimento bastante consumido no Estado de
Pernambuco, este trabalho teve como objetivo realizar o isolamento e quantificação de
166
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Staphylococcus spp., bem como testar a sensibilidade antimicrobiana das cepas isoladas,
frente a alguns antibióticos utilizados na medicina veterinária e humana e investigar a
presença de genes toxigênicos utilizando a técnica de PCR.
2- Material e Métodos
2.1 Cepas de Staphylococcus spp.
Foram analisadas 20 cepas de Staphylococcus spp. isoladas de 10 amostras de
queijos de coalho comercializadas no estado de Pernambuco (Tabela1).
As amostras de queijos foram submetidas ao isolamento, contagem e identificação
de Staphylococcus coagulase positiva no Setor de Microbiologia do Laboratório Nacional
Agropecuário em Pernambuco (LANAGRO) do Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento.
Para a contagem de Staphylococcus coagulase positiva as amostras de queijos foram
pesadas em alíquotas de 25 +/- 0,2g, em sacos de stomacher previamente identificados e
mantidas sob refrigeração até o início das análises.
As amostras de queijos de coalho foram analisadas seguindo-se a metodologia
oficial, preconizada pela Coordenação de Laboratório Animal (CLA) do Ministério da
Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA (Brasil 2003), utilizando como meio de
cultura o Ágar Baird-Parker enriquecido com emulsão de gema de ovo em solução salina
0,85% (1:1) e solução de telurito de potássio (1%). O cálculo para contagem das unidades
formadoras de colônias (UFC/g) foi realizado em função do número de colônias típicas e
atípicas contadas, diluição inoculada e percentual de colônias confirmadas (Brasil 2003).
167
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
2.2 Identificação das Cepas de Staphylococcus spp.
Para a identificação das cepas de estafilococos foram verificadas características
morfotintoriais das colônias através de seu crescimento em Ágar Base, acrescido de 8% de
sangue desfibrinado de carneiro e pela coloração através da técnica de Gram, produção de
hemólise e provas bioquímicas como catalase, coagulase, termonuclease, fermentação da
glicose em anaerobiose, fermentação do manitol em aerobiose e anaerobiose e produção de
acetoína. Após a realização dos testes, as cepas foram classificadas em Staphylococcus
aureus (S. aureus), quando positiva em todos os testes, Staphylococcus coagulase positiva
(SCP), quando positiva para a produção da coagulase, fermentação da glicose em
anaerobiose e catalase, mas negativa em algum dos outros testes. Em Staphylococcus
coagulase negativa (SCN), quando a cepa não coagulava o plasma de coelho, apresentava
características de estafilococos na técnica de coloração de Gram, fermentava a glicose em
anaerobiose e produzia a catalase.
2.3 Testes de Sensibilidade Antimicrobiana
Os testes de sensibilidade antimicrobiana in vitro dos isolados de Staphylococcus
spp. foram realizados utilizando a técnica de difusão em Ágar segundo Bauer et al. (1966)
em Ágar Müeller Hinton, utilizando os seguintes discos impregnados de antibióticos:
amoxicilina (10 µg), bacitracina (10 U.I.), cefalexina (10 µg), clindamicina (2µg),
cloranfenicol (30 µg), eritromicina (15 µg), enrofloxacina (5 µg), estreptomicina (10 µg ),
gentamicina (10 µg), neomicina (30 µg), norfloxacina (10 µg), oxacilina (1 µg), penicilina
(10 U.I.), sulfa (25 µg) + trimetoprim (5 µg), e vancomicina (30 µg).
168
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
2.4 Extração do DNA Genômico
O DNA genômico das cepas de Staphylococcus spp. foi extraído de acordo com
Maniatis et al. (1989) e quantificado através do programa 1D Image Analysis Software,
version 3.5 da Kodak Digital Science, DC 120 zoom Digital Câmera, após eletroforese em
gel de agarose a 1%, usando-se o DNA do fago λ clivado com a enzima HindШ.
2.5 Detecção dos Genes Toxigênicos por PCR
2.5.1 PCR - Multiplex
Duas reações de PCR-Multiplex foram realizadas, uma para pesquisa dos genes sea,
seb, sec, sed, see e outra para pesquisa dos genes eta, etb e tst.
As reações foram preparadas para um volume final de 25µL contendo 20pmol de
cada primer, 10mM Tris-HCl pH 9.0, 50mM de KCl, 160µM de cada dNTP, 3mM de
MgCl
2
, 20ng de DNA genômico e 1,2U da Taq DNA polimerase (Invitrogen, Brasil). As
amplificações foram realizadas em termociclador (Biometra) programado para 30 ciclos
térmicos, cada um consistindo de 95
o
C por 1 min. (desnaturação), 55
o
C por 1 min.
(anelamento) e 72
o
C por 2 min. (extensão). A seqüência dos primers utilizados nas reações
e tamanho dos segmentos esperados são mostrados na Tabela 2. Foram usados como
controle as cepas padrão de S. aureus FRI (Food Research Institute Madison, Wiscosin,
EUA) MN 8 portadoras do gene tst e FRI 361 portadora dos genes sec e sed.
Os produtos de amplificação foram analisados por eletroforese em gel de agarose
1,5% (m/v), corados com brometo de etídeo (10mg/mL) por 15 min., visualizados e
fotografados em transiluminador de UV.
169
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
2.5.2 PCR-Uniplex
As reações de PCR-Uniplex para a pesquisa dos genes seg, seh, sei e sej
separadamente, consistiu de uma mistura de 20pmol de cada primer, 160 µM de cada
dNTP, 1,5mM do MgCl
2
, 10mM do Tris-HCl pH 9.0, 50mM de KCl, 20ng do DNA
genômico e 1U da Taq DNA polimerase (Invitrogen, Brasil) em um volume final de 25µL.
As amplificações para os genes seg, seh e sej foram realizadas em termociclador (Biometra)
programado para 30 ciclos térmicos, cada um consistindo de 94
o
C por 3 min., 94
o
C por 30
seg., 60
o
C por 30 seg. e 72
o
C por 30 seg. A amplificação do fragmento para o gene sei foi
programada para 94
o
C por 30 seg., 60
o
C por 30 seg. e 72
o
C por 60 seg. Foi usada para
controle a cepa padrão de S. aureus FRI 361 portadora dos genes seg, sei e sej.
A seqüência dos primers utilizados nas reações e tamanho dos segmentos esperados
são mostrados na Tabela 2.
2.5.3 Análise de restrição e sequenciamento
Para confirmar se os segmentos amplificados pela PCR faziam parte dos genes tst,
sec, sed, seg, seh, sei e sej o padrão de restrição dos fragmentos foi obtido. A enzima RsaI
foi selecionada para a digestão dos fragmentos amplificados pela PCR dos genes seg e sej e
a enzima DraI para o gene seh, de acordo com Rosec & Gigaud (2002). Avaliando-se os
sítios de restrição através do programa Generunner DNA Sequence Analyses software,
versão 3.05, disponível gratuitamente na rede a ezima RsaI foi utilizada para a digestão dos
fragmentos amplificados pela PCR dos genes sec, sed e sei e a DraI para o gene tst (Tabela
3). O tamanho dos fragmentos obtidos após restrição foi analisado após eletroforese em gel
de agarose 1,8%.
170
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Para confirmar que o segmento amplificado era parte dos genes tst, sec, sed, seg,
seh, sei e sej os segmentos foram purificados com o kit PureLink PCR Purification
(Invitrogen, Brasil) e analisados através do seqüenciador automático ABI 3100 (Applied
Biosystem, USA). As sequências dos nucleotídeos obtidas foram analisadas pelos
programas: agrupamento das seqüências de S. aureus - forward e reverse (Huang & Madan,
1999) e comparadas com seqüências depositadas no GenBank: versão 2.2.12 do programa
Blast (Altschul et al. 1990).
3- Resultados
Das 20 cepas de Staphylococcus spp. estudadas, (55%) foram identificadas como S.
aureus, (30%) como SCP e (15%) como SCN.
As contagens de Staphylococcus coagulase positiva em Ágar Baird-Parker nas 10
amostras de queijos de coalho variaram de 10
2
a 10
6
UFC/g (Tabela 1), com a seguinte
distribuição (50%) das amostras apresentaram contagens de 10
5
UFC/g, (20%)
apresentaram contagens de 10
4
e (10%) apresentou contagem de 10
6
, de 10
3
e 10
2
.
De acordo com a resolução RDC nº 12, de 2 de janeiro de 2001 (BRASIL, 2001)
para os queijos de quartirolo, cremoso, criollo, mussarela e similares, com umidade entre
46% e 55%, exceção de minas frescal e incluído o queijo de coalho com umidade
correspondente, o limite padrão para a contagem de Staphylococcus coagulase positiva é de
5 x 10
3
UFC/g. Desta forma, das 10 amostras de queijos de coalho analisadas, (90%)
estavam fora do padrão estabelecido para Staphylococcus coagulase positiva.
No que se refere à pesquisa de genes toxigênicos através da técnica de PCR
constatou-se que (10%) das cepas avaliadas não apresentaram nenhum dos genes
171
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
toxigênicos sea-see, seg, seh, sei, sej, tst, eta e etb e (90%) foram positivas para um ou mais
genes toxigênicos.
A prevalência dos genes toxigênicos nas cepas de Staphylococcus spp. foi seg
(20%), seh (16%), sei (25%), sej (14%), sec (11%), sed (9%) e tst (5%). No entanto, não foi
diagnosticada a presença de genes para as toxinas estafilocócicas SEA, SEB, SEE, ETA e
ETB em nenhuma das vinte cepas de Staphylococcus spp. estudadas.
Das 18 cepas que apresentaram genes toxigênicos (11%) portavam apenas um gene,
(11%) dois genes, (45%) três genes, (11%) cinco genes e (22%) seis genes, tendo sido
verificado os seguintes genótipos: tst 1/18 isoladamente, sei 1/18 isoladamente, a
associação (seh + sei) 2/18 e as associações (seg + sei + sej) 5/18, (tst + seg + seh) 1/18,
(sec + sed + sei) 1/18, (seg + seh + sei) 1/18, (sec + tst + seg + seh + sei) 1/18, (sec +sed
+ seg + seh + sei) 1/18, (sec + sed + seg + seh + sei + sej) 4/18.
Das três cepas de Staphylococcus coagulase negativa, uma cepa apresentou o
genótipo (seh + sei) e duas o genótipo (sec + sed + seg + seh + sei + sej).
A análise dos resultados feita com o programa Blast revelou homologia superior a
90% entre os genes tst, sec, sed, seg, seh, sei e sej nas cepas estudadas quando comparadas
com seqüências depositadas no GenBank. A comparação dos fragmentos por eletroforese
em gel de agarose dos genes tst, sec, sed, seg, seh, sei e sej amplificados nas diferentes
cepas e digeridos com RsaI e DraI, revelou um padrão de restrição esperado e idêntico
entre as cepas para cada gene estudado (Tabela 3, Figura 1). Estes resultados confirmam a
presença dos genes tst, sec, sed, seg, seh, sei e sej em cepas de Staphylococcus coagulase
positiva e negativa isoladas de amostras de queijos de coalho no Estado de Pernambuco.
Com relação à sensibilidade antimicrobiana (80%) das cepas de Staphylococcus spp.
analisadas apresentaram-se sensíveis aos antibióticos utilizados no teste de sensibilidade
172
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
antimicrobiana in vitro, (4%) apresentaram sensibilidade intermediária e (16%) foram
resistentes. O Perfil de sensibilidade antimicrobiana para cada antibiótico testado, encontra-
se na Tabela 4, onde também verifica-se que os antibióticos mais eficazes, com 100% de
sensibilidade foram sulfa + trimetoprim e vancomicina e os menos eficazes, com maiores
percentuais de resistência foram estreptomicina 65% e penicilina 65%.
Ao se analisar a característica de multiresistência, verificou-se que 60% das cepas
foram resistentes para 0 a 2 antibióticos, 30% para 3 a 5 antibióticos e 10% para 6 a 8
antibióticos, simultaneamente.
4- Discussão
Os resultados referentes às contagens de SCP são semelhantes aos encontrados por
outros autores que também avaliaram os índices de SCP em queijos comercializados em
algumas regiões do país, como por exemplo, Sena (2000) que verificou contagens variando
de 10
3
a 10
7
UFC/g em queijos de coalho em Recife, Peresi et al. (2001) que relataram
contagens de 10
3
a 10
6
em queijos Minas frescal em São José do Rio Preto e Barbosa et al.
(2004) que encontraram contagens de 10
3
a 10
6
UFC/g em queijos de coalho
comercializados em Teresina.
Com relação à legislação vigente (BRASIL, 2001) os resultados obtidos para as
amostras de queijos de coalho analisadas neste estudo encontram-se fora dos padrões. Estes
achados corroboram com os de Loguercio & Aleixo (2001) que ao analisarem amostras de
queijo Minas frescal, verificaram que (96%) das amostra estavam em desacordo com o
padrão legal. Da mesma forma, Hoffmann et al. (2002) também constataram que (100%)
das amostras estavam fora dos padrões permitidos, assim como, Benevides & Telles (2002)
constataram que 45% das amostras de queijos de coalho estavam impróprias para consumo
173
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
humano com relação a S. aureus. Cardoso & Araújo (2003) e Ribeiro de Sá (2003) também
encontraram elevados índices de amostras de queijos fora dos padrões, demonstrando que
geralmente o queijo de coalho apresenta-se impróprio para consumo.
O S. aureus é um patógeno responsável por intoxicações que resulta da ingestão de
alimentos contaminados por enterotoxinas termoestáveis e pré-formadas (Su & Wong,
1997) e representa um risco sanitário quando níveis desta bactéria atingem contagens em
torno de 10
5
a 10
6
UFC/g ou mL do alimento (Gelli et al. 1986; Jablonski & Bohach 1997).
Neste estudo, (60%) das amostras de queijos de coalho apresentaram contagens de SCP de
10
5
a 10
6
UFC/g o que indica que estes produtos poderiam conter toxinas pré-formadas e
serem veículos de intoxicações alimentares, principalmente por estas cepas de estafilococos
terem apresentado em seu genoma genes toxigênicos.
Através das técnicas de Sensibilidade Ótima em Placa (OSP) e ELISA (Sandwich
Enzyme-linked Immunosorbent Assay), Sena (2000) constatou a produção das toxinas
SEA, SEB, SEC, SED e TSST-1 em cepas de Staphylococcus spp. isoladas de amostras de
queijos de coalho em Recife, Pernambuco. Em Minas Gerais, usando as mesmas técnicas,
Carmo et al. (2002) encontratram as toxinas SEA, SEB e SEC em cepas de S. aureus
isoladas de amostras de queijos suspeitas de envolvimento em casos de intoxicação
alimentar, da mesma forma que Veras et al. (2003), só que em isolados de amostras de leite
e derivados.
Não só no Brasil, mas principalmente em outros países do mundo a presença das
toxinas estafilocócicas clássicas já foi relatada, como por exemplo, Jorgensen et al. (2005) e
Loncarevic et al. (2005) que através da técnica de RPLA (Reversed Passive Látex
Aglutination) detectaram a presença das toxinas (SEA, SEB e SEC) e (SEC e SED),
respectivamente, em cepas de S. aureus de leite e derivados na Noruega e Normanno et al.
174
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
(2005) que utilizaram a mesma técnica e observaram as toxinas SEB, SEC e SED em cepas
de S. aureus isoladas de queijos na Itália.
Como visto anteriormente, no Brasil, as principais técnicas empregadas no
diagnóstico das toxinas estafilocócicas são os métodos de OSP e ELISA. Em outros países
além destas técnicas e da técnica de RPLA, que são aplicadas na detecção das toxinas
clássicas, a técnica de PCR tem sido uma valiosa ferramenta no diagnóstico de cepas de S.
aureus portadoras de genes toxigênicos em alimentos (Nájera-Sánchez et al. 2003; Ercolini
et al. 2004; Blaiotta et al. 2004; Cremonesi et al. 2005), casos de mastite (Omoe et al. 2002;
Cabral et al. 2004; Silva et al. 2005) e surtos de doenças de origem alimentar (Asao et al.
2003; Chen et al. 2004; Martín et al. 2004; Omoe et al. 2005), permitindo a estes e outros
pesquisadores detectarem genes para as toxinas TSST-1, ETA, ETB, genes para as toxinas
clássicas SEA a SEE, assim como, genes para as toxinas recentemente descritas como SEG,
SEH, SEI, SEJ, SEK, SEL, SEM, SEN, SEO, SEP, SER e SEU e genes para outras toxinas
que ainda podem ser descobertas.
Ao utilizar-se a técnica de PCR neste estudo verificou-se que (90%) das cepas de
Staphylococcus spp. isoladas de queijos de coalho comercializados em Pernambuco,
portavam genes toxigênicos que codificam para as toxinas TSST-1, SEC, SED, SEG, SEH,
SEI e SEJ. Estes achados demonstram que tais resultados apresentam-se semelhantes aos
encontrados no Brasil com relação às toxinas clássicas, pois foi verificada a presença de
cepas de Staphylococcus spp. que portavam os genes sec, sed e tst que teriam todo o
material genético para a produção de tais toxinas in vitro.
Com relação aos genes para as toxinas clássicas, observou-se a presença dos genes
sec e sed entre as cepas de Staphylococcus isoladas de queijos de coalho. Alguns estudos
vêm demonstrando que SEC e SED estão associadas com contaminação animal, enquanto
175
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
SEA e SEB com contaminação humana (Bergdoll 1990; Rodrigues et al. 1993; Vernozy-
Rozand et al. 1996; Un Lee et al. 1998).
Jorgensen et al. (2005) constataram que (69%) das cepas de S.aureus portavam os
genes toxigênicos tst, sea, sec, seg, seh e sei e Loncarevic et al. (2005) que (34%) das cepas
continham os genes seb, sec, sed, seg, seh, sei e sej, sendo estes resultados condizentes aos
encontrados neste estudo, exceto pela ausência dos genes sea e seb. E a presença do gene
see não foi encontrada neste estudo e nem pelos autores acima citados.
Ao avaliar-se a presença dos genes seg, seh, sei e sej para as novas toxinas nos
isolados de queijos de coalho, verifica-se que os genes mais prevalentes são seg e sei. Estes
achados são similares aos de Loncarevic et al. (2005). Este fato é importante, pois tais
cepas podem produzir as toxinas SEG e SEI e causarem intoxicação alimentar. Pois, ao
utilizar a técnica de PCR para estudar os genes seg, seh e sei em cepas de S. aureus de
indivíduos envolvidos em casos de doenças de origem alimentar, Chen et al. (2004)
verificaram que em um dos pacientes a cepa de S. aureus isolada, apenas portava o gene
seg, enquanto em outro paciente, a cepa portava apenas o gene sei, sendo ambas as cepas
negativas para a produção das toxinas clássicas SEA-SEE e não portadoras dos genes sea-
see. Este fato demonstra que as toxinas mais recentes descobertas como SEG e SEI podem
ser responsáveis por casos de intoxicação alimentar, só que com menor freqüência.
A resistência antimicrobiana apresentada por microrganismos isolados de alimentos
também é outro fator preocupante para a saúde pública. No presente estudo foi encontrado
um baixo percentual de resistência entre as cepas de Staphylococcus spp. avaliadas., no
entanto, as cepas que foram resistentes apresentaram multiresistência elevada e os
antibióticos menos eficazes foram a estreptomicina e a penicilina. Trabalhos realizados por
Sena (2000), Peresi et al. (2001) e Rapini et al. (2003, 2004) com cepas de Staphylococcus
176
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
spp. isoladas de queijos verificaram altos índices de resistência à penicilina e também de
multiresistência A resistência à estreptomicina e à penicilina, pode ter ocorrido devido ao
uso da associação penicilina+estreptomicina no tratamento de animais produtores de leite
com infecções por microrganismos sensíveis a estes antibióticos.
5. Conclusão
Através deste estudo, observou-se que os genes se mais freqüentes em cepas de
Staphylococcus coagulase positiva e negativa, isoladas de amostras de queijos de coalho
foram sei e seg. A presença de alto percentual de cepas contendo seis diferentes genes
toxigênicos, isoladas de amostras de queijos de coalho, que apresentaram contagens
elevadas de estafilococos, é preocupante para a saúde do consumidor, pela possibilidade de
produzirem toxinas responsáveis por intoxicações alimentares. A presença de cepas de
Staphylococcus coagulase negativa portadoras de grande diversidade genética para os genes
se é outro importante fato, uma vez que no Brasil não há portarias que determinem limites
para Staphylococcus coagulase negativa em alimentos.
6- Agradecimentos
Ao Banco do Nordeste do Brasil pelo financiamento do projeto e ao Conselho
Nacional de Pesquisa (CNPq) pela bolsa concedida ao primeiro autor. Agradecem também
ao Laboratório de Enterotoxinas Estafilocócicas da Fundação Ezequiel Dias (FUNED-MG)
e ao Dr. Luiz Simeão do Carmo por ter cedido as cepas padrões FRI (Food Research
Institute Madison, Wiscosin, EUA).
177
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Tabela 1 – Contagem de Staphylococcus coagulase positiva em amostras de queijos de
coalho no Estado de Pernambuco, Brasil
I Procedência Contagem
UFC/g
D Característica
das Colônias
Q01 -4 Típica
Q02
São Bento do Una 1,7x10
5
-4 Atípica
Q03 -4 Típica
Q04
Venturosa 3,1x10
5
-4 Atípica
Q05 -4 Atípica
Q06
Venturosa 2,3x10
5
-4 Típica
Q07 Venturosa 2,1x10
4
-3 Atípica
Q08 -2 Típica
Q09
Cabo de Santo Agostinho
8,3x10
2
-2 Típica
Q10 -3 Típica
Q11 -3 Típica
Q12
Pombos
2,1x10
4
-3 Atípica
Q13 -4 Típica
Q14
Igarassu
6,8x10
5
-4 Típica
Q15 -3 Típica
Q16
Camaragibe
1,1x10
6
-3 Típica
Q17 -2 Típica
Q18
Arruda
5,4x10
5
-3 Típica
Q19 -2 Típica
Q20
Alagoinha
6,0x10
3
-3 Típica
D – Diluição utilizada; I – Identificação das cepas de Staphylococcus spp.
178
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Tabela 2Primers usados para a detecção por PCR dos genes sea-see, seg-sej, tst, eta e
etb em cepas de Staphylococcus spp. isoladas de amostras de queijos de coalho no Estado
de Pernambuco, Brasil
Gene Primer Seqüência de Oligonucleotídeos
(5’ 3’)
Tamanho do
Fragmento (pb)
*sea
SEA-3b CCT TTG GAA ACG GTT AAA ACG 127
SEA-4b TCT GAA CCT TCC CAT CAA AAA C
*seb
SEB-1c TCG CAT CAA ACT GAC AAA CG 477
SEB-4b GCA GGT ACT CTA TAA GTG CCT GC
*sec
SEC-3b CTC AAG AAC TAG ACA TAA AAG CTA GG 271
SEC-4b TCA AAA TCG GAT TAA CAT TAT CC
*sed
SED-3b CTA GTT TGG TAA TAT CTC CTT TAA ACG 319
SED-4b TTA ATG CTA TAT CTT ATA GGG TAA ACA TC
*see
SEE-3b CAG TAC CTA TAG ATA AAG TTA AAA CAA GC 178
SEE-2c TAA CTT ACC GTG GAC CCT TC
*tst
TST-3 AAGCCCTTTGTTGCTTGCG 445
TST-6 ATCGAACTTTGGCCCATACTTT
*eta
ETA-3b CTAGTGCATTTGTTATTCAAGACG 119
ETA-4b TGCATTGACACCATAGTACTTATTC
*etb
ETB-3b ACG GCT ATA TAC ATT CAA TTC AAT G 262
ETB-4b AAA GTT ATT CAT TTA ATG CAC TGT CTC
**seg
SEG-1 ACGTCTCCACCTGTTGAAGG 400
SEG-2 TGAGCCAGTGTCTTGCTTTG
**seh
SEH-1 TCACATCATATGCGAAAGCAG 357
SHE-2 TAGCACCAATCACCCTTTCC
***sei
SEI-1 GGTGATATTGGTGTAGGTAAC 454
SEI-2 ATCCATATTCTTTGCCTTTACCAG
**sej
SEJ-1 CAGCGATAGCAAAAATGAAACA 426
SEJ-2 TCTAGCGGAACAACAGTTCTGA
*Becker et al. 1998, **Rosec & Gigaud 2002 e ***Omoe et al. 2002
179
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Tabela 3– Enzimas de restrição usadas para confirmação da identidade dos fragmentos dos
genes seg, seh, sei, sej, sec, sed e tst e padrão de restrição esperado
Gene Tamanho do Produto Amplificado Enzimas Padrão de Restrição
(tamanho das bandas)
seg
400 pb Rsa I 296 pb + 104 pb
seh
357 pb Dra I 218 pb + 139 pb
sei
454 pb Rsa I 345pb + 109 pb
sej
426 pb Rsa I 210 pb + 216 pb
tst
445 pb Dra I 390 pb + 55 pb
sec
271 pb Rsa I 198 pb + 73 pb
sed
319 pb Rsa I 66 pb + 95 pb + 158 pb
pb – Pares de Bases
180
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Tabela 4– Perfil de sensibilidade de cepas de Staphylococcus spp. isoladas de amostras de
queijos de coalho no Estado de Pernambuco, frente aos antibióticos testados
Antibiótico S I R
Amoxicilina 50% 10% 40%
Enrofloxacina 95% 5% 0%
Estreptomicina 15% 20% 65%
Cloranfenicol 95% 0% 5%
Sulfa+Trimetoprim 100% 0% 0%
Cefalexina 95% 0% 5%
Norfloxacina 90% 5% 5%
Vancomicina 100% 0% 0%
Eritromicina 85% 10% 5%
Penicilina 35% 0% 65%
Oxacilina 90% 0% 10%
Neomicina 80% 10% 10%
Gentamicina 90% 0% 10%
Clindamicina 85% 5% 10%
Bacitracina 85% 0% 15%
S – Sensível, I – Intermediário, R – Resistente
181
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Figura 1 – Produto de amplificação da PCR dos genes sed, sej, sei, tst, sec, seh e seg (A,
linhas: 1 e 3, gene sed; A, linhas: 6 e 8, gene sej; B, linhas: 1 e 3, gene sei; C, linhas: 1 e 3,
gene tst; C, linhas: 5 e 7, gene sec; C, linha: 9, gene seh; D, linhas: 1 e 3, gene seg) e seus
padrões de restrição com as enzimas, RsaI (A, linhas: 2 e 4, gene sed; A, linhas: 7 e 9, gene
sej; B, linhas: 2 e 4, gene sei; C, linhas: 6 e 8, gene sec; D, linhas: 2 e 4, gene seg) e DraI
(C, linhas: 2 e 4, gene tst; C, linha: 10, gene seh)
182
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
7- Referências Bibliográficas
Altschul SF, Gish W, Miller W, Myres EW, Lipman DJ 1990. Basic local alignment search
tool. J. Mol. Biol. 215, 403-410.
Asao T, Kumeda Y, Kawai T, Shibata T, Oda H, Haruki K, Nakazawa H, Kozaki S 2003.
An extensive outbreak of staphylococcal food poisoning due to low-fat milk in Japan:
estimation of enterotoxin A in the incriminated milk and powdered skim milk. Epidemiol.
Infect. 130, 33-40.
Barbosa SS, Trajano HMR, Santos HS, Muratori MCS, Lima FL 2004. Detecção de
Staphylococcus sp em queijos de coalho adquiridos em Teresina-Piauí. In: XIX Congresso
Brasileiro de Ciência e Tecnologia dos Alimentos-CBCTA, 2004, Recife, Pernambuco. XIX
CBCTA Ciência e Tecnologia dos Alimentos: estratégias para o desenvolvimento.
Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia dos Alimentos-SBCTA, 2004. 1 CD-ROM.
Bauer MD, Kirby WMM, Sherris JC, Turck M 1966. Antibiotic susceptibility testing by a
standardized single disk method. Am. J. Clin. Pathol. 45, 493-496.
Benevides SD, Telles FJS 2002. Características microbiológicas, de armazenamento e de
embalagem de queijos tipo “coalho” comercializados na cidade de Fortaleza, CE. Higiene
Alimentar. 16, 44-47.
Bergdoll MS 1990. Staphylococcal food posioning. In H. Riemman and F. L. Bryan.
Foodborne infections and intoxications. Academic Press, New York. p. 85-106.
183
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Blaiotta G, Ercolini D, Pennacchia C,; Fusco V, Casaburi A, Pepe O, Villani F 2004. PCR
detection of staphylococcal enterotoxin genes in Staphylococcus spp. strains isolated from
meat and dairy products. Evidence for new variants of seG and seI in S. aureus AB-8802. J.
Appl. Microbiol. 97, 719-730.
Brasil 2001. Ministério da Saúde. Regulamento técnico sobre padrões microbiológicos para
alimentos. Resolução-RDC, nº 12 de 2 de janeiro de 2001. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 2 de janeiro de 2001. Secção I, p. 45-53.
Brasil 2003. Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária. Métodos
analíticos oficiais para análises microbiológicas para o controle de produtos de origem
animal e água. Instrução Normativa 62, de 26 de agosto de 2003. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 18 de setembro 2003. Seção I, p.
21-32; 40-43;51-67.
Buyser MLD, Dufour B, Maire M, Lafarge V 2001. Implication of milk and milk products
in foo-borne diseases in France and in different industrialised countries. Int. J. Food
Microbiol. 67, 1-17.
Cabral KG, Lämmler C, Zschöck M,; Langoni H, De Sá MEP, Victória C, Da Silva AV
2004. Pheno and genotyping of Staphylococcus aureus, isolated from bovine milk samples
from São Paulo state, Brazil. Can. J. Microbiol. 50, 901-909.
184
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Carmo LS, Dias RS, Linardi VR, Sena MJ, Santos DA, Faria ME, Pena AEC, Jett M,
Heneine LG 2002. Food poisoning due to enterotoxigenic strains os Staphylococcus present
in minas cheese and raw milk in Brazil. Food Microbiol. 14, 9-14.
Cardoso L, Araújo WMC 2003. Parâmetros de qualidade em queijos comercializados no
Distrito Federal no período de 1997-2001. Higiene Alimentar. 17, 32.
Chen TR, Chiou CS, Tsen HY 2004. Use of novel PCR primers specif to the genes of
staphylococcal enterotoxin G, H, I for the survey of Staphylococcus aureus strains isolated
from food-poisoning cases and food samples in Taiwan. Int. J. Food Microbiol. 92, 189-
197.
Cremonesi P, Luzzana M, Brasca M, Morandi S, Lodi R, Vimercati C, Agnellini D,
Caramente G, Moroni P, Castiglioni B 2005. Development of multiplex PCR assay for the
identification of Staphylococcus aureus enterotoxigenic strains isoalated from milk and
dairy products. Mol. Cell. Probes. 19, 299-305.
Ercolini D, Blaiotta G, Fusco V, Coppola S 2004. PCR-based detection of enterotoxin
Staphylococcus aureus in the early stages of raw milk cheese making. J. Appl. Microbiol.
96, 1090-1096.
Gelli DS, Martins MC 1986. Staphylococcus aureus produtor de termonuclease em
alimentos. Rev. Inst. Adolfo Lutz. 46, 103-109.
185
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Hoffmann FL, Silva JV, Vinturim TM 2002. Qualidade microbiológica de queijos tipo
“Minas Frescal”, vendidos em feiras livres na região de São José do Rio Preto, SP. Higiene
Alimentar. 16, 69-76.
Holecková B, Holoda E, Fotta M, Kalinacová V, Gondol J, Grolmus J 2002. Ocurrence of
enterotoxigenic Staphylococcus aureus in food. Ann. Agric. Environ. Med. 9, 179-182.
Huang X, Maddan A 1999. Cap3: a DNA sequence assembly program. Genome Res. 9, 68-
877.
Jablonski LM, Bohach GA 1997. Staphylococcus aureus. In Doyle MP, Beuchat LR,
Montville TJ, Food Microbiology Fundamentals and Frontiers. American Society of
Microbiology Press, Washington. p. 353-375.
Jorgensen HJ, Mork T, Hogasen HR, Rorvik LM 2005. Enterotoxigenic Staphylococcus
aureus in bulk milk in Norway. J. Appl. Microbiol. 99, 158-166.
Loguercio AP, Aleixo JAG 2001. Microbiologia de queijo tipo minas frescal produzido
artesanalemnte. Cienc. Rural. 31, 1063-1067.
Loncarevic S, Jorgensen HJ, Lovseth A, Mathisen T, Rorvik LM 2005. Diversity of
Staphylococcus aureus enterotoxin types within single samples of raw milk and raw milk
products. J. Appl. Microbiol. 98, 344-350.
186
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Maniatis T, Frisch E, Sambrook J 1989. Molecular cloning: a laboratory manual. Cold
Spring Harbor Laboratory, NY.
Martín MC, Fueyo JM, González-Hevia MA, Mendoza MC 2004. Genetic procedures for
identification of enterotoxigenic strains of Staphylococcus aureus from three food
poisoning outbreaks. Int. J. Food Microbiol. 94, 279-286.
Nájera-Sánchez G, Maldonado-Rodríguez R, Olvera PR, Garza LM 2003. Development of
two multiplex polymerase chain reactions for the detection of enterotoxigenic strains of
Staphylococcus aureus isolated from foods. J. Food Prot. 66, 1055-1062.
Normanno G, Firinu A, Virgilio S, Mula G, Dambrosio A, Poggiu A, Decastelli L, Mioni
R, Scuota S, Bolzoni G, Di Giannatale E, Salinetti AP, LaSalandra G, Bartoli M, Zucconi
F, Pirino T, Sias S, Parisi A, Quaglia NC, Celano GV 2005. Coagulase-positive
staphylococci and Staphylococcus aureus in food products marketed in Italy. Int. J. Food
Microbiol. 98, 73-79.
Omoe K, Ishikawa M, Shimoda Y, Hu DL, Ueda S, Shinagawa K 2002. Detection of seg,
seh and sei genes in Staphylococcus aureus isolates and determination of the enterotoxin
productivities of S. aureus isolates harboring seg, seh or sei genes. J. Clin. Microbiol. 40,
857-862.
187
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Omoe K, Hu DL, Omoe HT, Nakane A, Shinagawa K 2005. Comprehensive analysis of
classical and newly described staphylococcal superantigenic toxin genes in Staphylococcus
aureus isolates. FEMS Microbiol. Lett. 246, 191-198.
Pereira ML, Do Carmo LS, Dos Santos EJ, Pereira JL, Bergdoll, MS 1996. Enterotoxin H
in staphylococcal food poisoning. J. Food Prot. 59, 559-561.
Pereira KS, Pereira JL 2005. Estafilococos coagulase negativa: potenciais patógenos em
alimentos. Higiene Alimentar. 19, 32-34.
Peresi JTM, Graciano RAS, Almeida IAZC, Lima SI, Ribeiro AK, Carvalho IS 2001.
Queijo minas tipo frescal artesanal e industrial: qualidade microscópica, microbiológica e
teste de sensibilidade aos agentes antimicrobianos. Higiene Alimentar. 15, 63-70.
Rapini LS, Teixeira JP, Martins NE, Guimarães MPSLMP, Cerqueira MMOP 2003. Perfil
antimicrobiano de cepas de Staphylococcus sp. isoladas do leite cru de cabra, queijo e
manipuladores. Higiene Alimentar. 17, 162.
Rapini LS, Teixeira JP, Martins NE, Cerqueira MM, Souza MR, Penna CFAM. 2004. Perfil
de resistência antimicrobiana de cepas de Staphylococcus sp. isoladas de queijo tipo coalho.
Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. 56, 130-133.
188
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Ribeiro De Sá MA, Silveira EA, Lagares DPB, Santos SE 2003. Perfil microbiológico do
queijo minas frescal comercializado no município de Uberlância-MG. Higiene Alimentar.
17, 169.
Ritter R, Santos D, Bergmann GP 2001. Análise da qualidade microbiológica de queijo
colonial, não pasteurizado, produzido e comercializado por pequenos produtores, no Rio
Grande do Sul. Higiene Alimentar. 15, 51-55.
Rodrigues LA, Solino L, Diaz M, Bergdoll MS 1993. Selective enterotoxin production in
foods by Staphylococcus aureus strains that produce more tham one enterotoxin. J. Food
Prot. 56, 538-540.
Rosec JP, Gigaud O 2002. Staphylococcal enterotoxin genes of classical and new types
detected by PCR in France. Int. J. Food Microbiol. 77, 61-70.
Santos EC, Nogueira NAP, Cunha GMA 1995. Aspectos microbiológicos do queijo tipo
coalho comercializado em Fortaleza, CE. Boletim CEPPA. 13, 31-36.
Sena MJ, Cerqueira MMOP, Santos DA, Leocradio Filho G, Dias RS 1999. Salmonelas
isoladas de queijos tipo coalho: caracterização sorológica e resistência a agentes
antimicrobianos. Rev. Inst. Adolfo Lutz. 58, 13-17.
189
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Sena MJ 2000. Perfil epidemiológico, resistência a antibióticos e aos conservantes nisina e
sistema lactoperoxidase de Staphylococcus sp. isolados de queijos coalho comercializados
em Recife-PE. 75p Tese de Doutorado. Escola Veterinária: Universidade Federal de Minas
Gerais Belo Horizonte, 2000.
Silva ER, Carmo LS, Silva N 2005. Detection of the enterotoxin A, B, and C genes in
Staphylococcus aureus from goat and bovine mastitis in Brazilian dairy herds. Vet.
Microbiol. 106, 103-107.
Su YC, Wong ACL 1997. Current Perspectives on Detection of Staphylococcal
Enterotoxins. J. Food Prot. 60, 195-202.
Un Lee S, Quesnell M, Fox LK, Won Yoon J, Ho Park Y, Davis WC, Flak D, Deobald CF,
Boahch GA 1998. Characterization of staphylococcal bovine mastitis isolates using the
polymerase chain reaction. J. Food Prot. 61, 1384-1386.
Veras JF, Santos DA, Carmo LS, Fernandes TMG, Azali C, Silva MCC, Martins RT,
Cerqueira MMOP 2003. Levantamento de surtos de toxinfecção alimentar envolvendo leite
e produtos derivados no estado de Minas Gerais, Brasil. Higiene Alimentar. 17, 218.
Vernozy-Rozand C, Mazuy C, Prevost G, Lapeyre C, Bes M, Brun Y, Fleurette J 1996.
Enterotoxin production by coagulase – negative staphylococci isolated from goat’s milk
and cheese. Int. J. Food Microbiol. 30, 271-280.
190
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Witte W 2000. Ecological impact of antibiotic use in animals on different complex
microflora: environment. Int. J. Antimicrobiol. Agents. 14, 321-325.
191
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
6 – CONCLUSÕES GERAIS
A mastite subclínica foi mais prevalente nos rebanhos leiteiros da região Agreste do
Estado de Pernambuco em relação à mastite clínica;
Staphylococcus spp. e Corynebacterium spp. foram os microrganismos mais
prevalentes isolados de amostras de leite de vacas com mastite clínica e subclínica na
região Agreste do Estado de Pernambuco;
Os antibióticos mais eficazes para as cepas de Staphylococcus coagulase positiva
isoladas de amostras de leite de vacas com mastite clínica e subclínica foram vancomicina e
enrofloxacina e o menos eficaz foi a penicilina;
Houve alto índice de multiresistência entre as cepas de Staphylococcus coagulase
positiva isoladas de amostras de leite de vacas com mastite clínica e subclínica na região
Agreste do Estado de Pernambuco;
Foram encontrados dois perfis genotípicos através da técnica de PCR-RFLP entre as
cepas de S. aureus isoladas de casos de mastite bovina subclínica na região Agreste do
Estado de Pernambuco;
A tipagem molecular permitiu compreender o padrão de dispersão dos S. aureus
isolados de casos de mastite bovina;
192
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Um alto percentual de amostras de queijos de coalho, comercializadas no Estado de
Pernambuco, estavam fora dos padrões estabelecidos pela legislação vigente em relação à
contagem de Staphylococcus coagulase positiva.
As cepas de Staphylococcus spp. isoladas de amostras de queijos de coalho
comercializadas no Estado de Pernambuco apresentaram baixo percentual de resistência aos
antibióticos, porém alta multiresistência;
A presença dos genes sec, sed, tst, seg, sei e sej foi detectada em cepas de
Staphylococcus spp. isoladas de amostras de queijos de coalho comercializadas no Estado
de Pernambuco;
193
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
7 – ANEXOS
ANEXO 1
Original Message -----
From: elizabeth oliveira da costa
To: Cristina
Sent: Wednesday, October 26, 2005 4:31 PM
Subject: Re: Ref NAPGAMA: Estudo Epidemiológico Molecular de Staphylococcus
aureus associados à Mastite bovina provenientes do estado de Pernambuco, Brasil.
São Paulo 26 de outubro de 2005
Prezada Dra Tereza Cristina Leal-Balbino
Acusamos o recebimento de seu e-mail e aproveitamos a oportunidade para comunicar que
o referido trabalho já foi submetido à apreciação do corpo editorial da revista Napgama e
recebeu parecer favorável de ambos referees que o analisaram, estando portanto aceito para
a publicação. Esclaremos que por ocasião da publicação será atendida a correção quanto
aos nomes dos autores e inclusão do autor: Isabelle da Silva Luz - Pibic/Fiocruz.
Sem mais reiteramos nosso apreço,
Elizabeth Oliveira da Costa
Editora Científica da Revista Napgama
194
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
ANEXO 2
V
eterinary Microbiology
Guide for Authors
Types of contribution
1. Original research papers (Regular Papers)
2. Review articles
3. Short Communications
4. Letters to the Editor
5. Book Reviews
Original research papers should report the results of original research. The material should not
have been previously published elsewhere, except in a preliminary form.
Review articles should cover subjects falling within the scope of the journal. Of particular
interest are topical, short (Mini) Reviews in areas of current interest. Instructions for the
preparation of such articles are available from the Reviews Editor J. Glenn Songer
([email protected].edu). Prior to submitting Review papers, authors should discuss the
proposed content with the Reviews Editor.
A Short Communication is a concise but complete description of a limited investigation, which
will not be included in a later paper. Short Communications should be as completely
documented, both by reference to the literature and description of the experimental procedures
employed, as a regular paper. They should not occupy more than 6 printed pages (about 12
manuscript pages, including figures, tables and references).
Letters to the Editor offering comment or useful critique on material published in the journal are
welcomed. The decision to publish submitted letters rests purely with the Editor-in-Chief. It is
hoped that the publication of such letters will permit an exchange of views which will be of
benefit to both the journal and its readers.
Book Reviews will be included in the journal on a range of relevant books which are not more
than 2 years old.
Submission of manuscripts
Submission to Veterinary Microbiology now proceeds online via Elsevier Editorial System -
http://ees.elsevier.com/vetmic. Authors will be guided step-by-step through uploading files
directly from their computers. Authors should select a set of classifications for their papers from
a given list, as well as a category designation (Original Research Paper, Short Communication,
and so on). Electronic PDF proofs will be automatically generated from uploaded files, and used
for subsequent reviewing.
Authors should send queries concerning the submission process or journal procedures to:
AuthorSupport@elsevier.com. Authors can check the status of their manuscript within the
195
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
review procedure using Elsevier Editorial System.
Authors submitting hard copy papers will be asked to resubmit using Elsevier Editorial System.
Submission of an article is understood to imply that the article is original and is not being
considered for publication elsewhere. Submission also implies that all authors have approved the
paper for release and are in agreement with its content. Upon acceptance of the article by the
journal, the author(s) will be asked to transfer the copyright of the article to the Publisher. This
transfer will ensure the widest possible dissemination of information.
Circumstances relating to animal experimentation must meet the International Guiding
Principles for Biomedical Research Involving Animals as issued by the Council for the
International Organizations of Medical Sciences. They are obtainable from: Executive Secretary
C.I.O.M.S., c/o WHO, Via Appia, CH-1211 Geneva 27, Switzerland, or at the following URL:
http://www.cioms.ch/frame_1985_texts_of_guidelines.htm. Unnecessary cruelty in animal
experimentation is not acceptable to the Editors of Veterinary Microbiology.
Any new nucleotide or amino acid sequence data will be deposited in publically accessible
databases, such as GenBank, and the accession numbers will be included in the manuscript
(Methods section) before it is finally accepted for publication. In addition, it is expected that any
plasmids, transposons, viruses, microbial strains, or cell lines described for the first time in the
paper will made available to scientists for non-commercial purposes at reasonable cost following
publication.
Preparation of manuscripts
1. Manuscripts should be written in English. Authors whose native language is not English are
strongly advised to have their manuscripts checked by an English-speaking colleague prior to
submission.
Language Editing: Elsevier's Author Gateway provides details of some companies who can
provide English language and copyediting services to authors who need assistance before they
submit their article or before it is accepted for publication. Authors should contact these services
directly. For more information about language editing services, please email
authorsupport@elsevier.com.
Please note that Elsevier neither endorses nor takes responsibility for any products, goods or
services offered by outside vendors through our services or in any advertising. For more
information please refer to our terms & conditions
http://authors.elsevier.com/terms_and_conditions.html?dc=TANDC.
2. Manuscripts should have (numbered lines)with wide margins and double spacing
throughout, i.e. also for abstracts, footnotes and references. Every page of the manuscript,
including the title page, references, tables, etc. should be numbered. However, in the
text no reference should made to page numbers; if necessary, one may refer to sections. Avoid
excessive usage of italics to emphasize part of the text.
3. Manuscripts in general should be organized in the following order:
Title (should be clear, descriptive and not too long)
Name(s) of author(s)
Complete postal address(es) of affiliations
Full telephone, Fax No. and E-mail of the corresponding author
Present address(es) of author(s) if applicable
Complete correspondence address including e-mail address to which the proofs should be sent
Abstract
196
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Keywords (indexing terms), normally 3 - 6 items. Please refer to the cumulative index.
Introduction
Material studied, area descriptions, methods,techniques
Results
Discussion
Conclusion
Acknowledgements and any additional information concerning research grants, etc.
References
Tables
Figure captions
Tables (separate file(s))
Figures (separate file(s))
4. Titles and subtitles should not be run within the text. They should be typed on a separate
line, without indentation. Use lower-case letter type.
5. SI units should be used.
6. Elsevier reserves the privilege of returning to the author for revision accepted manuscripts
and illustrations which are not in the proper form given in this guide.
Abstracts
Manuscripts of original research papers should include a structured Abstract of 250 or fewer
words, organised under the sections: Problem addressed; Objective; Methods and approach;
Results; Conclusions. Do not actually include section headings, but use this structure for the
Abstract.
Tables
1. Authors should take notice of the limitations set by the size and lay-out of the journal. Large
tables should be avoided. Reversing columns and rows will often reduce the dimensions of a
table.
2. If many data are to be presented, an attempt should be made to divide them over two or
more tables.
3. Tables should be numbered according to their sequence in the text. The text should include
references to all tables.
4. Each table should occupy a separate page of the manuscript. Tables should never be included
in the text.
5. Each table should have a brief and self-explanatory title.
6. Column headings should be brief, but sufficiently explanatory. Standard abbreviations of units
of measurement should be added between parentheses.
7. Vertical lines should not be used to separate columns. Leave some extra space between the
columns instead.
8. Any explanation essential to the understanding of the table should be given as a footnote at
the bottom of the table.
Illustrations
1. All illustrations (line drawings and photographs) should be submitted as separate files,
preferably in TIFF or EPS format.
2. Illustrations should be numbered according to their sequence in the text. References should
be made in the text to each illustration.
3. Illustrations should be designed with the format of the page of the journal in mind.
Illustrations should be of such a size as to allow a reduction of 50%.
4. Lettering should be big enough to allow a reduction of 50% without becoming illegible, any
lettering should he in English. Use the same kind of lettering throughout and follow the style of
the journal.
5. If a scale should given, use bar scales on all illustrations instead of numerical scales that
must be changed with reduction.
6. Each illustration should have a caption. The captions to all illustrations should be typed on a
197
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
separate sheet of the manuscript.
7. Explanations should be given in the figure legend(s). Drawn text in the illustrations should
kept to a minimum.
8. Photographs are only acceptable if they have good contrast and intensity.
9. If you submit usable colour figures, Elsevier would ensure that these figures appeared free-
of-charge in colour in the electronic version of your accepted paper, regardless of whether or not
these illustrations are reproduced in colour in the printed version. Colour illustrations can only
be included in print if the additional cost of reproduction is contributed by the author: you would
receive information regarding the costs from Elsevier after receipt of your accepted article.
Please note that because of technical complications which may arise by converting colour figures
to 'grey scale' (for the printed version, should you not opt for colour in print), you should submit
in addition usable black and white figures corresponding to all colour illustrations.
10. Advice on the preparation of illustrations can be found at the following URL:
http://www.authors.elsevier.com/artwork
Preparation of supplementary data
Elsevier now accepts electronic supplementary material to support and enhance your scientific
research. Supplementary files offer the author additional possibilities to publish supporting
applications, movies, animation sequences, high-resolution images, background datasets, sound
clips and more. Supplementary files supplied will be published online alongside the electronic
version of your article in Elsevier web products, including ScienceDirect:
http://www.sciencedirect.com. In order to ensure that your submitted material is directly
usable, please ensure that data is provided in one of our recommended file formats. Authors
should submit the material together with the article and supply a concise and descriptive caption
for each file. For more detailed instructions please visit the journal's home page and click on the
right-hand side link to the Author Gateway.
References
1. All publications cited in the text should be presented in a list of references following the text
of the manuscript. The manuscript should be carefully checked ensure that the spelling of
author's names and dates are exactly the same in the text as in the reference list. For original
research papers, the list should not exceed 35 references (it may be longer for review articles).
2. In the text refer to the author's name (without initial) and year of publication, followed- if
necessary - by a short reference to appropriate pages. Examples: "Since Peterson (1988) has
shown that..." "This is inagreement with results obtained later (Kramer, 1989, pp.12-16)".
3. If reference is made in the text to a publication written by more than two authors the name
of the first author should be used followed by "et al.". This indication, however, should never be
used in the list of references. In this list names of first author and co-authors should be
mentioned.
4. References cited together in the text should be arranged chronologically. The list of
references should be arranged alphabetically on authors' names, and chronologically per author.
If an author's name in the list is also mentioned with co-authors the following order should be
used: publications of the single author, arranged according to publication dates -publications of
the same author with one co-author - publications of the author with more than one co-author.
Publications by the same author(s) in the same year should he listed as 1974a, 1974b, etc.
5. Use the following system for arranging your references:
a. For periodicals
Chin, J.C., Dai, Y., Watts, J.E., 1995. Antibody response against Pseudomonas aeruginosa
membrane proteins in experimentally infected sheep. Vet. Microbiol. 43, 21-32.
b. For edited symposia, special issues, etc. published in a periodical
Caffrey, J.P., 1994. Status of bovine tuberculosis eradication programmes in Europe. In: Wood,
P.R., Monaghan, M.L., Rothel, J.S. (Eds.), Bovine Tuberculosis. Vet. Microbiol. 40, 1-4.
c. For books
Armitage, P., Berry, G., 1987. Statistical Methods in Medical Research. Blackwell Scientific
Publications, Oxford, pp. 94-100, 411-416.
198
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
d. For multi-author books
Butler, J.E., 1981. A concept of humoral immunity among ruminants and an approach to its
investigation. In: Butler, J.E., Nielson, K., Duncan, J.R. (Eds.), The Ruminant Immune System,
Plenum Press, New York, pp. 3-55.
6. Abbreviate the titles of periodicals mentioned in the list of references; according to the
International List of Periodical Title Word Abbreviations. The correct abbreviation for this journal
is Vet. Microbiol.
7. In the case of publications in any language other than English, the original title is to be
retained. However, the titles of publications in non-Latin alphabets should be transliterated, and
a notation such as "(in Russian)" or "(in Greek, with English abstract)" should he added.
8. Work accepted forpublication but not yet published should be referred to as "in press".
9. References concerning unpublished data and "personal communications" should not be cited
in the reference list but may be mentioned in the text.
10. Web references may be given. As a minimum, the full URL is necessary. Any further
information, such as Author names, dates, reference to a source publication and so on, should
also be given.
11. Articles available online but without volume and page numbers may be referred to by means
of their Digital Object identifier (DOI) code.
Formulae
1. Give the meaning of all symbols immediately after the equation in which they are first used.
2. For simple fractions use the solidus (/) instead of a horizontal line.
3. Equations should be numbered serially at the right-hand side in parentheses. In general only
equations explicitly referred to in the text need be numbered.
4. The use of fractional powers instead of root signs is recommended. Powers of e are often
more conveniently denoted by exp.
5. In chemical formulae, valence of ions should be given as, e.g. Ca
2+
, not as Ca
++
.
6. Isotope numbers should precede the symbols, e.g.
18
O.
7. The repeated writing of chemical formulae in the text is to be avoided where reasonably
possible; instead, the name of the compound should be given in full. Exceptions may be made in
the case of a very long name occurring very frequently or in the case of a compound being
described as the end product of a gravimetric determination (e.g. phosphate as P
2
O
5
).
Footnotes
1. Footnotes should only be used if absolutely essential. In most cases it should be possible to
incorporate the information in normal text.
2. If used, they should be numbered in the text, indicated by superscript numbers, and kept as
short as possible.
Nomenclature
1. Authors and editors are, by general agreement, obliged to accept the rules governing
biological nomenclature, as laid down in the International Code of Botanical Nomenclature, the
International Code of Nomenclature of Bacteria, and the International Code of Zoological
Nomenclature. Virologists should consult the latest Report of the International Committee on
Taxonomy of Viruses for proper nomenclature and spelling.
2. All biotica (crops, plants, insects, birds, mammals, etc.) should be identified by their scientific
names when the English term is first used, with the exception of common domestic animals.
3. All biocides and other organic compounds must be identified by their Geneva names when
first used in the text. Active ingredients of all formulations should be likewise identified.
4. For chemical nomenclature, the conventions of the International Union of Pure and Applied
Chemistry and the official recommendations of the IUPAC-IUB Combined Commission on
Biochemical Nomenclature should be followed.
Copyright
199
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
If excerpts from other copyrighted works are included, the Author(s) must obtain written
permission from the copyright owners and credit the source(s) in the article. Elsevier has
preprinted forms for use by Authors in these cases: contact Elsevier's Rights Department,
Philadelphia, PA, USA: phone (+1) 215 239 3804, fax (+1) 215 239 3805, e-mail
[email protected]. Requests may also be completed online via the Elsevier
homepage
http://www.elsevier.com/locate/permissions.
Material in unpublished letters and manuscripts is also protected and must not be published
unless permission has been obtained.
Authors Rights
As an author you (or your employer or institution) may do the following:
make copies (print or electronic) of the article for your own personal use, including for
your own classroom teaching use
make copies and distribute such copies (including through e-mail) of the article to
research colleagues, for the personal use by such colleagues (but not commercially or
systematically, e.g., via an e-mail list or list server)
post a pre-print version of the article on Internet websites including electronic pre-print
servers, and to retain indefinitely such version on such servers or sites
post a revised personal version of the final text of the article (to reflect changes made in
the peer review and editing process) on your personal or institutional website or server,
with a link to the journal homepage (on elsevier.com)
present the article at a meeting or conference and to distribute copies of the article to
the delegates attending such a meeting
for your employer, if the article is a 'work for hire', made within the scope of your
employment, your employer may use all or part of the information in the article for other
intra-company use (e.g., training)
retain patent and trademark rights and rights to any processes or procedure described in
the article
include the article in full or in part in a thesis or dissertation (provided that this is not to
be published commercially)
use the article or any part thereof in a printed compilation of your works, such as
collected writings or lecture notes (subsequent to publication of your article in the
journal)
prepare other derivative works, to extend the article into book-length form, or to
otherwise re-use portions or excerpts in other works, with full acknowledgement of its
original publication in the journal
US National Institutes of Health (NIH) voluntary posting (" Public Access") policy.
Elsevier facilitates author response to the NIH voluntary posting request (referred to as the NIH
"Public Access Policy"; see
http://www.nih.gov/about/publicaccess/index.htm) by posting the
peer-reviewed author's manuscript directly to PubMed Central on request from the author, 12
months after formal publication. Upon notification from Elsevier of acceptance, we will ask you
to confirm via e-mail (by e-mailing us at
NIHauthorrequest@elsevier.com) that your work has
received NIH funding and that you intend to respond to the NIH policy request, along with your
NIH award number to facilitate processing. Upon such confirmation, Elsevier will submit to
PubMed Central on your behalf a version of your manuscript that will include peer-review
comments, for posting 12 months after formal publication. This will ensure that you will have
responded fully to the NIH request policy. There will be no need for you to post your manuscript
directly with PubMed Central, and any such posting is prohibited.
200
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Proofs
One set of proofs will be sent by e-mail to the corresponding author as given on the title page of
the manuscript. Only typesetter's errors may be corrected; changes in, or additions to, the
edited manuscript will be allowed.
Elsevier will do everything possible to get your article corrected and published as quickly and
accurately as possible. Therefore, it is important to ensure that all of your corrections
are sent back to us in one communication. Subsequent corrections will not be possible, so
please ensure your first sending is complete.
Offprints
1. Twenty-five offprints will he supplied free of charge (100 for Review Articles).
2. Additional offprints can be ordered on an offprint order form, which is included with the
proofs.
3. UNESCO coupons are acceptable in payment of extra offprints.
Author Services
Questions arising after acceptance of the manuscript, especially those relating to proofs, should
be directed to Elsevier Ireland, Elsevier House, Brookvale Plaza, East Park, Shannon, Co. Clare,
Ireland, Tel.: (+353) 61 709600, Fax: (+353) 61 709111/113.
Authors can also keep a track of the progress of their accepted article, and set up e-mail alerts
informing them of changes to their manuscript's status, by using the "Track a Paper" feature of
Elsevier's Author Gateway. For privacy, information on each article is password-protected. The
author should key in the "Our Reference" code (which is in the letter of acknowledgement sent
by the Publisher on receipt of the accepted article) and the name of the corresponding author.
V
eterinary Microbiology has no page charges
201
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
ANEXO 3
INSTRUÇÕES AOS AUTORES
Objetivos e política editorial
Formato e estilo
Checklist para os manuscritos
Objetivos e política editorial
As Memórias do Instituto Oswaldo Cruz são uma revista
multidisciplinar que publica pesquisas originais relativas aos
campos da medicina tropical (incluindo patologia,
epidemiologia de campo e estudos clínicos), parasitologia
médica e veterinária (protozoologia, helmintologia,
entomologia e malacologia) e microbiologia médica (virologia,
bacteriologia e micologia). A revista aceita, especialmente,
pesquisas básicas e aplicadas em bioquímica, imunologia,
biologia molecular e celular, fisiologia, farmacologia e genética
relacionada a essas áreas. Comunicações breves são também
consideradas. Artigos de revisão só quando solicitados.
Ocasionalmente, trabalhos apresentados em simpósios ou
congressos são aparecem como suplementos.
Os artigos apresentados devem ser escritos preferencialmente
em inglês. Quando neste idioma, devem ser checados por
alguém que tenha o inglês como primeira língua e que,
preferencialmente, seja um cientista da área.
A submissão de um manuscrito às Memórias requer que este
não tenha sido publicado anteriormente (exceto na forma de
resumo) e que não esteja sendo considerado para publicação
por outra revista. A veracidade das informações e das citações
bibliográficas é de responsabilidade exclusiva dos autores.
Os manuscritos serão analisados por pelo menos dois
pareceristas; a aprovação dos trabalhos será baseada no
conteúdo científico e na apresentação.
Todo o material deve ser enviado para a Produção Editorial,
Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Av. Brasil 4365,
Pavilhão Mourisco, sala 308, 21045-900 Rio de Janeiro, RJ,
202
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Brasil.
Os manuscritos que não estiverem de acordo com estas
instruções serão imediatamente devolvidos.
Ao encaminhar um manuscrito para a revista, os autores devem
estar cientes de que, se aprovado para publicação, o copyright
do artigo, incluindo os direitos de reprodução em todas as
mídias e formatos, deverá ser concedido exclusivamente para
as Memórias. A revista não recusará as solicitações legítimas
dos autores para reproduzir seus trabalhos.
Favor providenciar e checar cada item abaixo antes de
submeter seu manuscrito para as Memórias do Instituto
Oswaldo Cruz:
• Carta de submissão do trabalho, assinada por todos os
autores, especificando o autor de contato, bem como endereço,
telefone, fax e e-mail.
• Quatro cópias completas do artigo, incluindo as ilustrações e
um disquete contendo o texto, tabelas, gráficos e fotografias
digitalizadas.
• O manuscrito (incluindo tabelas e referências) deve ser
preparado em um software para edição de textos, em espaço
duplo, fonte 12, impresso em papel padrão e paginado. As
margens devem ser de pelo menos 3 cm.
• A seqüência do artigo deve ser: título resumido (com até 40
caracteres - letras e espaços), título (com até 250 caracteres),
autores (sem títulos ou graduação), afiliação institucional
(endereço completo somente do autor correspondente),
resumo, palavras-chave, notas de rodapé indicando a fonte
de financiamento ou mudanças de endereço, introdução,
material e métodos, resultados, discussão, agradecimentos
(os mínimos necessários), referências, tabelas (fora do texto e
com título), e figuras (com legendas em folha separada).
• Só as referências citadas no texto devem aparecer nas lista e
devem seguir o estilo do Index Medicus. Se a referência for de
artigo ainda não publicado, mas já aceito, deverá ser
apresentada carta da revista que publicará o manuscrito ou de
outros autores autorizando a referida citação.
Para maiores informações sobre o formato e o estilo da revista,
favor consultar um número recente da Revista ou entrar em
contato com a Editoria Científica pelo telefone (+55-21-
2598.4335), fax (+55-21-2561.1442 / 2280-5048), ou e-mail
203
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Formato e estilo
O manuscrito deve ser organizado de acordo com a seguinte
ordem: título corrente, título, nomes dos autores, afiliações
institucionais, resumo, palavras-chave, introdução,
materiais e métodos, resultados, discussão, agradecimentos
e referências. Patrocínios devem ser mencionados em nota
de rodapé na primeira página.
Resumo: Com até 200 palavras (100 palavras no caso de
comunicações breves), o resumo deve apresentar os objetivos
do estudo ou pesquisa, seus procedimentos básicos (seleção dos
temas de estudo ou animais de laboratório; métodos analíticos
ou de observação), as principais descobertas ou resultados
(oferecendo dados específicos e seu significado estatístico, se
possível), e as principais conclusões. Deve enfatizar novos e
importantes aspectos do estudo ou observações.
Palavras-chave: Devem ser fornecidos de 3 a 6 termos, de
acordo com a lista Medical Subject Headings (Mesh) do Index
Medicus.
Introdução: Deve determinar o propósito do estudo, oferecer
um breve resumo (e não uma revisão de literatura) dos
trabalhos anteriores relevantes, e especificar quais novos
avanços foram alcançados através da pesquisa. A introdução
não deve incluir dados ou conclusões do trabalho em
referência.
Materiais e métodos: Deve oferecer, de forma breve e clara,
informações suficientes para permitir que o estudo seja repetido
por outros pesquisadores. Técnicas padronizadas bastam ser
referenciadas.
Ética: Ao descrever experimentos relacionados a temas
humanos, indicar se os procedimentos seguidos estiveram de
acordo com os padrões éticos do comitê responsável por
experimentos humanos (institucional ou regional) e de acordo
com a Declaração de Helsinki de 1975, revisada em 1983. Não
citar os nomes ou iniciais dos pacientes ou registros de
hospitais, especialmente nos materiais ilustrativos. Ao relatar
experimentos em animais, indicar se diretrizes de conselhos de
pesquisa institucionais ou nacionais, ou qualquer lei nacional
relativa aos cuidados e ao uso de animais de laboratório foram
seguidas.
Resultados: Devem oferecer uma descrição concisa das novas
204
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
informações descobertas, com o mínimo julgamento pessoal.
Não repetir no texto todos os dados contidos em tabelas e
ilustrações.
Discussão: Deve limitar-se ao significado de novas
informações e relacionar as novas descobertas ao conhecimento
existente. Somente as citações indispensáveis devem ser
incluídas.
Agradecimentos: Devem ser breves e concisos e se restringir
ao absolutamente necessário.
Referências: Devem ser precisas. Somente as citações que
aparecem no texto devem ser referenciadas. Trabalhos não
publicados, a não ser os já aceitos para publicação, não devem
ser citados. Trabalhos aceitos para publicação devem ser
citados como "in press"; nesse caso, uma carta de aceitação da
revista deverá ser fornecida. Dados não publicados devem ser
citados somente no texto como "unpublished observations";
nesse caso, uma carta com a permissão do autor deve ser
fornecida. As referências ao final do manuscrito devem ser
organizadas em ordem alfabética de acordo com o sobrenome
do primeiro autor.
Os títulos de revistas devem ser abreviados de acordo com o
estilo usado no Index Medicus. Consultar a List of Journals
Indexed no Index Medicus publicada no número de janeiro do
Index Medicus ou no website
http://www.nlm.nih.gov/serials/lii.html.
- No texto, usar o sobrenome dos autores e a data:
Lutz (1910) ou (Lutz 1910).
Com dois autores, a forma é
(Lutz & Neiva 1912) ou Lutz and Neiva (1912).
Quando há mais que dois autores, somente o primeiro é
mencionado:
Lutz et al. (1910) ou (Lutz et al. 1910).
- No final do trabalho, usar os seguintes estilos:
205
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
Artigo de revista
Chagas C, Villela E 1922. Forma cardíaca da tripanosomiase
americana. Mem Inst Oswaldo Cruz 14: 15-61.
Livro ou Tese
Morel CM 1983. Genes and Antigens of Parasites. A
Laboratory Manual, 2nd ed., Fundação Oswaldo Cruz, Rio de
Janeiro, xxii + 580 pp.
Capítulo de livro
Cruz OG 1911. The prophylaxis of malaria in central and
southern Brasil. In R Ross, The Prevention of Malaria, John
Murray, London. p. 390-398.
Ilustrações: As ilustrações devem ser limitadas ao mínimo
necessário para exemplificar estruturas ou condições
particulares, para sintetizar dados ou para registrar resultados
quantitativos. Detalhes de resultados apresentados nessa forma
não devem ser repetidos no texto. Figuras e tabelas devem ser
compreensíveis sem a necessidade de referência ao texto.
- Figuras devem ser apresentadas em uma folha de mesmo
tamanho que as do manuscrito. As fotografias devem ser bem
nítidas, com alto contraste, ampliadas em preto e branco em
papel brilhante. As fotografias e os desenhos devem ser
marcados no verso com o nome do autor, o número da figura e
uma seta indicando a parte de cima da ilustração. Se
apresentadas lâminas, as figuras devem ser numeradas
consecutivamente em algarismos arábicos. As escalas devem
ser indicadas por uma linha ou barra na figura, e referenciadas,
se necessário, na legenda (por exemplo, bar = 1 mm etc.).
Lâminas e gráficos devem ajustar-se tanto em uma coluna (7
cm) ou na largura completa (14.5 cm) da página, e devem ser
menores que a página para permitir a inclusão da legenda. As
legendas devem ser encaminhadas em uma folha separada. As
letras e números nas figuras devem ter tamanho legível após a
redução ou a impressão. Ilustrações coloridas somente podem
ser aceitas se os autores assumirem os custos. Por outro lado,
uma fotografia colorida ilustra a capa de cada fascículo de
Memórias, e os autores são convidados a submeter para
consideração da revista ilustrações com legendas de seus
manuscritos que poderão vir a ilustrar a capa sem custos para
206
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
os autores.
- Tabelas devem complementar, e não duplicar, o texto. Elas
devem ser numeradas em algarismos romanos. Um título breve
e descritivo deve constar no alto de cada tabela, com quaisquer
explicações ou notas de rodapé (identificadas com letras a, b, c
etc.) colocadas abaixo.
Comunicações breves devem ser breves e diretas. Seu objetivo
é comunicar com rapidez resultados ou técnicas particulares.
As comunicações não devem ocupar mais do que quatro
páginas impressas, incluindo figuras e/ou tabelas. Não devem
conter referências em excesso. As referências devem ser
citadas no final do texto, usando o mesmo formato para artigos
originais. Um resumo breve e três palavras-chave devem ser
apresentados.
Formato alternativo: Os manuscritos podem ser submetidos
seguindo os "Uniform Requirements for Manuscripts
Submitted to Biomedical Journals" produzidos pelo
International Committee of Medial Journal Editors, também
conhecidos como Vancouver Style. Nesse caso, os autores
devem seguir as diretrizes da quinta edição (Annals of Internal
Medicine 1997; 126: 36-47, ou no website
http://www.acponline.org/journals/resource/unifreqr/htm),
sendo responsáveis por modificar o manuscrito onde diferir das
instruções aqui apresentadas, se o manuscrito for aceito para
publicação. Os autores também deverão seguir os Uniform
Requirements para quaisquer outras diretrizes omitidas nestas
instruções.
Uma vez que um trabalho seja aceito para publicação, os
autores devem enviar:
- um disquete contendo o texto completo da versão final
aprovada do manuscrito (incluindo tabelas e gráficos),
processado em um editor de texto como Word ou Word Perfect
para Windows (formato Macintosh deverá ser convertido);
- uma declaração assinada por todos os autores afirmando que:
(i) todos os dados contidos no trabalho são precisos;
(ii) todos os autores participaram do trabalho de forma
substancial e estão preparados para assumir responsabilidade
pública pelo seu conteúdo;
(iii) o manuscrito ora apresentado a essa revista não está sendo
207
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
publicado no todo ou em parte por outra revista, assim como
não está sendo encaminhado para outra publicação. Autores de
diferentes países ou instituições podem assinar em diferentes
folhas que contenham a mesma declaração;
- uma declaração de copyright fornecida pela produção
editorial da revista, assinada pelo autor responsável pela
correspondência.
Taxas: A revista não cobra taxas para publicação.
Provas: Serão enviadas provas tipográficas aos autores para a
correção de erros de impressão. As provas devem retornar para
a Produção Editorial na data estipulada. Outras mudanças no
manuscrito original não serão aceitas nesta fase.
Separatas: Os autores receberão 30 separatas gratuitamente.
Junto, um formulário de pedidos e uma lista de preços serão
enviados aos autores, permitindo que novas separatas sejam
solicitadas.
Checklist para os manuscritos
Os autores devem verificar cada um dos itens abaixo antes
de enviar seus manuscritos a Memórias do Instituto
Oswaldo Cruz.
Incluir uma carta de apresentação assinada por
todos os autores, junto com o manuscrito,
especificando o nome do autor que será responsável
pela correspondência, assim como endereço,
números de telefone e fax, e e-mail.
Enviar quatro cópias do manuscrito (original mais
três cópias), cada uma acompanhada de um jogo
completo de ilustrações.
Todo o manuscrito (incluindo tabelas e referências)
deve ser digitado em espaço duplo, usando fonte
tamanho 12, e impresso em folhas de papel de
tamanho padrão. Margens esquerdas e direitas
devem ser de pelo menos 3 cm.
As páginas devem ser numeradas a partir da página
de rosto.
A página de rosto deve incluir um cabeçalho com no
máximo 40 letras e espaços, um título de no máximo
três linhas impressas (250 letras e espaços), nomes
dos autores (não citar títulos ou graus), afiliações
institucionais, endereço completo do autor
208
Freitas, M. F. L. Caracterização Fenotípica e Genotípica de Staphylococcus...
responsável pela correspondência, e notas de rodapé
indicando as fontes de recursos financeiros e
mudanças de endereço.
A ordem de apresentação do material em todos os
manuscritos deve ser a seguinte: cabeçalho, título,
autores, afiliações institucionais, resumo, palavras-
chave, notas de rodapé, introdução, materiais e
métodos, resultados, discussão, agradecimentos,
referências, tabelas, legendas para as figuras, e
figuras.
As referências devem ser citadas no texto entre
parênteses, por exemplo, (Chagas 1909). As
referências não citadas no texto não podem aparecer
na seção de referências. As referências bibliográficas
devem seguir o formato estabelecido pelo "Index
Medicus and Biological Abstract" (veja exemplos em
Formato e estilo).
Se um trabalho não publicado de autoria de um dos
autores do manuscrito for citado (ou seja, um artigo
"in press"), será necessário incluir a carta de
aceitação da revista que publicará o referido artigo.
Se dados não publicados pertencentes a outros
pesquisadores forem citados pelo manuscrito, será
necessário incluir uma carta de autorização dos
respectivos autores dos referidos dados.
Incluir quatro impressões de cada figura em papel
fotográfico ou produzidas por laser. Identificar todas
as figuras com o nome do primeiro autor e o número
da figura (por meio de uma etiqueta auto-adesiva
datilografada e colada no verso da figura). Incluir
uma legenda para cada figura. As legendas devem
ser apresentadas em folha separada no final do
manuscrito.
As tabelas também devem ser apresentadas em
folhas separadas no final do manuscrito. Um título
breve e descritivo deve encabeçar cada tabela.
Para outras informações, consultar as Instruções aos Autores
publicadas no primeiro número de cada volume da revista.
[Home] [Sobre a revista] [Corpo editorial] [Assinaturas]
© 1997-2005 Fundação Oswaldo Cruz
Av. Brasil, 4365
21040-900 Rio de Janeiro RJ Brazil
Tel.: +55 21 2598-4335
Fax: +55 21 2280-5048 / 2561-1442
209
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo