Resumo
RESUMO
Peixoto, ITA. Avaliação de protocolos clínicos para a desinfecção de aparelhos
ortodônticos removíveis (cultura microbiana e MEV). [dissertação]. Ribeirão Preto:
FORP – Univ. de São Paulo; 2007.
O objetivo do presente trabalho foi avaliar
in vivo,
por meio de cultura microbiana e
microscopia eletrônica de varredura, a contaminação de aparelhos ortodônticos
removíveis por estreptococos do grupo mutans (EGM) e a eficácia de diferentes
protocolos domiciliares de desinfecção com gluconato de clorexidina a 0,12% sob a
forma de spray, aplicado na superfície acrílica dos aparelhos. Quinze indivíduos
voluntários, estudantes de Odontologia da FORP/USP, foram divididos aleatoriamente
em 3 grupos, utilizando uma tabela de números randômicos. O estudo constou de 3
etapas, com intervalo de uma semana entre cada uma, de forma que todos os
protocolos fossem utilizados em todas as etapas, sob forma de rodízio pelos
diferentes grupos. Os aparelhos foram utilizados em período integral, inclusive
durante o sono, sendo removidos apenas durante as refeições. Em cada etapa os
voluntários receberam um novo aparelho, dentifrício fluoretado e escova dental e
foram instruídos individualmente sobre qual dos seguintes protocolos deveriam
seguir: Protocolo I- escovação do aparelho à noite seguida de uso de água de
torneira esterilizada sob forma de spray, por 7 dias (controle); Protocolo II-
escovação do aparelho à noite por 7 dias e, no 7º dia após a instalação do aparelho,
uso de Periogard
®
sob forma de spray; Protocolo III- escovação do aparelho à noite
por 7 dias e uso do Periogard
®
sob forma de spray, no 4º e 7º dias após a instalação
do aparelho. Após cada semana de uso, os aparelhos foram recolhidos e submetidos
ao processamento microbiológico, em meio de cultura CaSa B, seletivo para EGM,
para contagem das unidades formadoras de colônias/biofilmes (ufc) presentes na
superfície do acrílico. Três aparelhos representativos dos resultados observados com
a utilização de cada protocolo foram encaminhados para processamento e análise em
microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os resultados obtidos quanto à contagem
das ufc de EGM foram submetidos à análise estatística pelo teste não-paramétrico de
Friedman, com nível de significância de 5%. Pôde-se verificar que 100% dos
aparelhos do Protocolo I (água de torneira esterilizada) encontraram-se altamente
contaminados por EGM. Os protocolos II e III reduziram a formação de
colônias/biofilmes na superfície acrílica dos aparelhos ortodônticos, tendo em vista
que essas soluções se comportaram de maneira estatisticamente diferente (p<0,05)
da água de torneira esterilizada (Protocolo I). Os resultados da cultura microbiana
foram confirmados pela MEV. Conclui-se que a desinfecção dos aparelhos
ortodônticos removíveis, com spray de gluconato de clorexidina a 0,12%, uma ou
duas vezes por semana, apresentaram eficácia na redução de contaminação da
superfície de acrílico por EGM,
in vivo
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Palavras-chave: Aparelhos ortodônticos removíveis, Estreptococos do grupo
mutans, Contaminação bacteriana, Desinfecção, Periogard
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