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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
A INDÚSTRIA DO CONSÓRCIO: CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DA ATUAÇÃO
DOS BANCOS NO SETOR
ARTEMINO RAIMUNDO ROSIN
Porto Alegre
2006
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
A INDÚSTRIA DO CONSÓRCIO: CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DA ATUAÇÃO
DOS BANCOS NO SETOR
ARTEMINO RAIMUNDO ROSIN
Orientador: Prof. Dr. Gilberto de Oliveira Kloeckner
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Economia da Faculdade de
Ciências Econômicas da UFRGS, como quesito
parcial para obtenção do grau de Mestre em
Economia, modalidade profissionalizante, com
ênfase em Controladoria.
Porto Alegre
2006
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DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
Responsável: Biblioteca Gládis W. do Amaral, Faculdade de Ciências Econômicas
da UFRGS
.
R82li Rosin, Artemino Raimundo
A indústria do consórcio : considerações a respeito da atuação dos
bancos no setor / Artemino Raimundo Rosin. – Porto Alegre, 2006.
100, [17] f. : il.
Ênfase em Controladoria.
Orientador: Gilberto de Oliveira Kloeckner.
Dissertação (Mestrado Profissional em Economia) - Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Ciências Econômicas,
Programa de Pós-Graduação em Economia, Porto Alegre, 2006.
1. Consórcio. 2. Bancos. I. Kloeckner, Gilberto de Oliveira. II.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Ciências
Econômicas. Programa de Pós-Graduação em Economia. III. Título.
CDU 336.7
A INDÚSTRIA DO CONSÓRCIO: CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DA ATUAÇÃO
DOS BANCOS NO SETOR
ARTEMINO RAIMUNDO ROSIN
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Economia da Faculdade de
Ciências Econômicas da UFRGS, como quesito
parcial para obtenção do grau de Mestre em
Economia, modalidade profissionalizante, com
ênfase em Controladoria.
Aprovada em: Porto Alegre,10 de novembro de 2006.
Prof. Dr. Gilberto de Oliveira Kloeckner – Orientador
UFRGS
Prof. Dr. Oscar Claudino Galli
UFRGS
Prof. Dr. Paulo Schmidt
UFRGS
Prof. Dr. Ronald Otto Hillbrecht
UFRGS
AGRADECIMENTOS
Este trabalho é fruto do apoio e incentivo de muitas pessoas, pois, sem elas,
eu não teria chegado até aqui.
À Deus, a certeza de uma força superior guiando sempre meus passos.
À Regina, pelo amor, apoio, compreensão e companheirismo durante a
realização do projeto.
Aos meus filhos, Gustavo, Giovana e Germano que souberam entender a
minha ausência, fazendo de minhas conquistas suas vitórias.
Ao amigo e professor Gilberto Kloeckner, por sua dedicação em ter me
orientado com profissionalismo e incentivo na construção deste trabalho.
Aos colegas Cassius, Paulo Sérgio e Artur Anhaia, pelo apoio, convívio e
incentivo ao longo do curso.
Ao amigo e colega de trabalho Álvaro Kafruni, pelo incentivo na realização
deste trabalho.
Só existem dois dias no ano que nada pode ser
feito. Um se chama ontem e o outro, amanhã,
portanto, hoje é dia de amar, acreditar, fazer e
principalmente viver.
Dalai Lama
RESUMO
Este estudo analisa a indústria de consórcio a partir da prestação desse
serviço pelos bancos de varejo, buscando compreender as transformações mais
relevantes que ocorreram a partir de então. Para tanto, analisa-se o produto
consórcio: sua origem e evolução, seu funcionamento, sua particularidade como
forma de aquisição de bens, seu atrativo. É feita também a comparação do
consórcio com outras formas de aquisição. Como forma de justificar o interesse dos
bancos de varejo em administrar e constituir grupos de consórcio fez-se uma revisão
na história recente do Sistema Financeiro Nacional com destaque para a importância
das receitas de prestação de serviços numa economia com preços estabilizados.
Para a análise da indústria de consórcio buscou-se, com base na participação do
mercado, em seus vários segmentos autorizados, explicação para as modificações e
o comportamento do setor, a partir do ingresso dos bancos de varejo.
Palavras-chave: Indústria de Consórcio. Administradoras de Consórcio.
Bancos de Varejo.
ABSTRACT
This study analyzes the industry of consortium since banks started retailing it.
It tries to understand the most relevant transformations that have taken place since
that day. In order to do so, the following aspects of the product consortium are
analyzed: its origin and evolution, the way it works, its peculiarities as a way to
acquire goods and its attractiveness. The consortium is also compared to other
modes of good acquisition. In an attempt to justify the interest of retail banks in
managing and assembling consortia, the recent history of the National Financial
System of Brazil is reviewed. This review highlights the importance of the income
which is a result of services offered in a stabilized price-economy. The changes in
behavior and the modifications in the consortium industry caused by the joining of the
retail banks in this business are analyzed on the base of the participation of these
institutions in this particular industry.
Key-words: Consortium Industry. Consortium Managers. Retail Banks.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Histórico do Número de Administradoras de Consórcio no Brasil ...........18
Gráfico 2 - Participação dos Bancos de Varejo na Indústria de Consórcios .............63
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Exemplo do Cálculo do Valor da Parcela de Consórcios, sem Seguro...30
Quadro 2 - Custo para Aquisição de Imóvel (Taxa Média de Mercado)....................36
Quadro 3 - Custo para Aquisição de Automotores e Motos ......................................36
Quadro 4 - Custo para Aquisição de Eletro Eletrônico (Taxa Média de Mercado)....37
Quadro 5 - Administradoras Ligadas a Bancos de Varejo.........................................62
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 –Indústria de Consórcio: Média de Participantes Ativos.............................61
Tabela 2 - Quantidade de Administradoras de Consórcio e de Cotas Ativas............62
Tabela 3 – Retorno e Margem Líquida Apresentado pelas Administradoras de
Consórcio Ligadas a Bancos e seu Conglomerado...................................................64
Tabela 4 – Participação Percentual das Administradoras de Consórcio Ligadas a
Conglomerados Financeiros em Carta Média de Crédito por Segmento ..................65
Tabela 5 – Indústria de Consórcio: Desempenho Médio Semestral de Cotas Ativas
do Segmento I...........................................................................................................67
Tabela 6 – Indústria de Consórcio: Desempenho Médio Semestral de Cotas Ativas
do Segmento II..........................................................................................................68
Tabela 7 – Indústria de Consórcio: Desempenho Médio Semestral de Cotas Ativas
do Segmento III.........................................................................................................69
Tabela 8 – Indústria de Consórcio: Desempenho Médio Semestral de Cotas Ativas
do Segmento IV.........................................................................................................70
Tabela 9 – Evolução Média de Grupos de Consórcio do Segmento V......................72
Tabela 10 – Indústria de Consórcio: Desempenho Médio Semestral de Cotas Ativas
do Segmento V..........................................................................................................73
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................14
1.1 TEMA ..................................................................................................................17
1.2 JUSTIFICATIVA DO TEMA.................................................................................18
1.3 OBJETIVOS........................................................................................................21
1.4 METODOLOGIA..................................................................................................21
1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .......................................................................23
2 CONSÓRCIO.......................................................................................24
2.1 CONCEITO .........................................................................................................26
2.2 COMPONENTES DA PARCELA.........................................................................28
2.3 CÁLCULO DA PARCELA....................................................................................30
2.4 FUNCIONAMENTO.............................................................................................30
2.5 SEGMENTOS DE ATUAÇÃO AUTORIZADOS PELO BANCO CENTRAL DO
BRASIL .....................................................................................................................33
2.6 O CUSTO NO CONSÓRCIO E OUTRAS MODALIDADES DE AQUISIÇÃO......34
3 INTERMEDIAÇÂO FINANCEIRA E PRESTAÇÂO DE SERVIÇOS:
CONSIDERAÇÕES ACERCA DO SISTEMA BANCÀRIO BRASILEIRO....38
3.1 INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA........................................................................38
3.2 O SISTEMA BANCÁRIO BRASILEIRO: PRINCIPAIS MUDANÇAS,
CONSOLIDAÇÃO E EVOLUÇÃO RECENTE...........................................................44
4 O INGRESSO DOS BANCOS DE VAREJO NO CONSÓRCIO .........59
4.1 A PARTICIPAÇÃO DOS BANCOS DE VAREJO NA INDÚSTRIA DE
CONSÓRCIO............................................................................................................60
4.2 OS SEGMENTOS DE CONSÓRCIO E A ATUAÇÃO DOS BANCOS ................65
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................74
REFERÊNCIAS......................................................................................77
ANEXO A – TABELA 1A – INDÚSTRIA DE CONSÓRCIO:
PARTICIPANTES ATIVOS (JAN. 1995 – JUN. 2006)...........................83
ANEXO B - ANEXO B – TABELA 2A - QUANTIDADES DE
PARTICIPANTES ATIVOS ADMINISTRADOS PELOS BANCOS DE
VAREJO (JUN. 2003–JUN. 2006).........................................................88
ANEXO C - ANEXO C – TABELA 3A – BANCOS DE VAREJO:
RECEITA DE INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA (DEZ. 2005 / DEZ.
2004).......................................................................................................90
ANEXO D - TABELA 4A- DESEMPENHO DAS ADMINISTRADORAS
DE CONSÓRCIO (DEZ. 2005 / DEZ. 2004)...........................................91
ANEXO E - TABELA 5A - RECEITAS DE PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS: BANCOS DE VAREJO E ADMINISTRADORAS DE
CONSÓRCIO (DEZ. 2005 / DEZ. 2004).................................................92
ANEXO F - TABELA 6A - VALOR MÉDIO DAS CARTAS DE CRÉDITO
ADMINISTRADOS PELOS BANCOS DE VAREJO, A PREÇOS DE
JUNHO DE 2006 (JUN. 2003 - JUN. 2006) ...........................................93
ANEXO G - TABELA 7A - PARTICIPAÇÃO DAS ADMINISTRADORAS
DE CONSÓRCIO LIGADAS A CONGLOMERADOS FINANCEIROS EM
CARTA MÉDIA DE CRÉDITO, POR SEGMENTO (JUL. 2003 - JUN.
2006).......................................................................................................95
ANEXO H - TABELA 8A - INDÚSTRIA DE CONSÓRCIO: EVOLUÇÃO
DE COTAS ATIVAS NO SEGMENTO I (JUL. 2003 - JUN. 2006).........96
ANEXO I - TABELA 9A - INDÚSTRIA DE CONSÓRCIO: EVOLUÇÃO
DE COTAS ATIVAS NO SEGMENTO II (JUL. 2003 - JUN. 2006)........97
ANEXO J - TABELA 10A - INDÚSTRIA DE CONSÓRCIO: EVOLUÇÃO
DE COTAS ATIVAS NO SEGMENTO III (JUL. 2003 - JUN. 2006).......98
ANEXO K - TABELA 11A - INDÚSTRIA DE CONSÓRCIO: EVOLUÇÃO
DE COTAS ATIVAS NO SEGMENTO IV (JUL. 2003 - JUN. 2006)......99
ANEXO L - TABELA 12A - INDÚSTRIA DE CONSÓRCIO: EVOLUÇÃO
DE COTAS ATIVAS NO SEGMENTO V (JUL. 2003 - JUN. 2006).....100
14
1 INTRODUÇÃO
A indústria do consórcio desenvolveu-se a partir da década de 60, como
conseqüência da baixa capacidade de poupança da população, associada à
necessidade de aquisição de bens e à falta de um sistema de crédito acessível para
a maioria dos consumidores. É uma solução econômica, sem paralelos na economia
mundial. Trata-se de uma criação essencialmente brasileira e uma avaliação, ao
longo de quase meio século da atividade consorcial, através de autofinanciamento,
nos faz constatar os seus reflexos positivos, não somente para seus usuários, como
também para o crescimento da economia brasileira.
O crédito no Brasil tem se caracterizado como contingente, seletivo e caro.
Por estas razões, o consumidor encontra no sistema de consórcio uma forma de, se
não ter de imediato o produto, ter a possibilidade de obtê-lo em tempo menor do que
poupando, através do sorteio ou conseguir financiamento. Este último pode ainda
custar mais caro do que o sistema de consórcio devido às taxas de juros praticadas
no Brasil.
O sistema de consórcio baseia-se num “sistema cooperativado” para
aquisição futura de um bem ou serviço. Por essa razão, o consórcio é um grande
aliado da economia no combate à inflação brasileira. “Poupando-se primeiro para
depois comprar”.
Justifica-se a adesão ao sistema de consórcio devido aos importantes
benefícios que essa oferece. Em primeiro lugar, o consórcio não tem juros. Pelas
suas características cooperativas, pressupõe a união de recursos de um grupo de
consorciados para a formação de um fundo destinado a contemplação de um ou
mais participantes mensalmente, participantes esses que poderão adquirir os bens
definidos em contrato. Como todos os participantes serão beneficiados no prazo do
grupo e todos eles obedecem ao mesmo processo cooperativo, estes recursos não
são tomados de terceiros e, portanto, não precisam ser remunerados. Em segundo
lugar, o custo para os participantes é a taxa de administração, (remuneração pelos
serviços de administração do grupo devido à empresa administradora) a qual,
comparativamente ao custo de outras formas de aquisição (leasing e CDC, por
15
exemplo), é historicamente menor, conforme apresentado no item 2.6 do capitulo
dois.
Na década de 70, as administradoras eram tipicamente de caráter regional,
sendo que o tempo de formação do grupo por diversas vezes era tão longo que
motivava a saída dos participantes. Mas, foi também nessa década que o sistema de
consórcios passou a ser controlado pela Receita Federal (1972) e vivenciou o
chamado “Milagre Econômico Brasileiro”, período caracterizado pelo crescimento
acelerado e pela relativa estabilidade de preços. Mesmo durante a crise do petróleo
em 1973, que promoveu o controle da liquidez e conseqüente desaceleração da
expansão do País, o sistema de consórcio sofreu retração em menor escala já que,
pelas características de autofinanciamento, não se ressentia dos abalos da possível
oscilação das taxas de juros (MAZZUCHINI, 2005).
Nos anos 80, a instabilidade do sistema econômico devido à escalada
inflacionária contribui para a desorganização do sistema de consórcios, o que
obrigou o Governo Federal a agir mais intensamente na regulamentação do sistema.
Foi nessa década, mais precisamente em 1986, que o lançamento do Plano
Cruzado surpreendeu vários setores com preços defasados ao trocar de moeda e
congelar os preços. O sucesso inicial desse plano trouxe o controle inflacionário, e
motivou a população a aderir ao consórcio que, naquela época, chegou a
representar 50% das vendas de veículos no mercado interno. No entanto, o governo
passou a temer que o consórcio forçasse o aumento do consumo e, com isso, a
volta da inflação. Nesse período, o sistema de consórcio sofria com a escassez de
produtos no mercado, caso evidente em automóveis novos, o que favoreceu o
aparecimento do ágio.
Muitos consumidores, diante dessa realidade, passaram a ingressar no
sistema de consórcio, o qual, em contrapartida, tinha cada vez mais dificuldade na
entrega dos bens, uma vez que os fabricantes, alegando preços defasados,
reduziram a produção. Nesta época, as regras do sistema de consórcio impunham à
obrigatoriedade da entrega dos bens e não o fornecimento da carta de crédito, como
ocorre hoje, o que levou ao atraso na entrega dos produtos.
Como conseqüência, o segmento de consórcios experimentou uma série de
restrições impostas pela Receita Federal, como a limitação de entrega de bens
mensais por grupo (proibindo lances e antecipações) e a restrição para formação de
novos grupos (MAZZUCHINI, 2005).
16
O Sistema de consórcio sofreu outro abalo com o Plano Cruzado II (1986).
Além de aumentar o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos automóveis,
esse plano autorizou o aumento dos preços para automóveis, o que fez com que
esse produto aumentasse 80%. (HISTÓRIA..., 2006). Como conseqüência, os
consorciados não conseguiram absorver o súbito aumento de suas parcelas e houve
o aparecimento de taxas substanciais de inadimplência. Diante dessa situação que
praticamente inviabilizaria o sistema, a Receita Federal permitiu a ampliação dos
prazos de duração dos grupos como forma de diluir o percentual restante desse
aumento, bem como o pagamento parcial do aumento do preço.
A década de 90 foi um verdadeiro divisor de águas para o Sistema de
Consórcios. Desde a abertura de mercado e de seus reflexos no surgimento do
Código de Defesa do Consumidor, Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 e na
publicação da Lei n º 8.177/91 que transferiu o controle e a regulamentação do
Sistema de Consórcio, até então sob responsabilidade da Receita Federal, para o
Banco Central do Brasil, iniciou-se uma nova fase para o setor de consórcios.
A partir 1991, com amplo saneamento promovido pelo Banco Central do
Brasil, o sistema passou a recuperar gradativamente a credibilidade, disso advindo o
incremento no número de participantes e a consolidação do mercado de consórcios.
A partir do Plano Real, em 1994, com uma maior estabilidade e com o poder
aquisitivo da população parcialmente reconstituído, essa passou a demandar do
sistema. Mas, em julho de 1997, com a edição da Circular n.º 2.766
1
, pelo Banco
Central do Brasil, flexibilizou-se os planos de consórcios, atendendo-se, assim, as
aspirações do setor. Este medida delegou às administradoras de consórcios a
liberdade de decidir as cláusulas negociais propostas aos consorciados. Esses, a
partir de então, deveriam estar mais atentos aos contratos de adesão ao ingressar
no sistema. Sobre os prazos dos grupos, algo que vinha sendo pleiteado pelas
administradoras, pode-se dizer que o setor de imóveis foi o único a receber
autorização para passar de 100 para 180 meses, ganhando ainda a permissão para
constituir grupos para a compra de imóveis ou terrenos residenciais e comerciais,
para construção e/ou reforma. Foi com a Circular n.º 2.821, de maio de 1998, que
liberou-se por completo os limites de prazos de duração dos grupos, até então
vigentes, para todos os segmentos.
1
Dispõe sobre a constituição e o funcionamento de grupos de consórcios.
17
A estabilidade econômica, a legislação imposta pelo Banco Central do Brasil e
a maturidade do consumidor passaram a orientar o crescimento do setor, que, em
junho de 2006, contava com 3,3 milhões de participantes ativos, segundo o Banco
Central do Brasil, Departamento de Supervisão Indireta e Gestão da Informação –
BACEN/DESIG (2006).
O sistema de consórcios vem, através dos anos, aperfeiçoando-se a fim de
atender aos anseios de uma coletividade que aprecia esse tipo de atividade. Esse
sistema funciona, acima de tudo, como uma forma de poupança que permite a
renovação da frota de veículos e a reposição de bens de consumo durável. Ele se
revela, a cada dia que passa, um dos mais perfeitos canais de escoamento da
produção, e representa, sem sombra de dúvida, importante parcela do Produto
Interno Bruto.
Com o ingresso dos bancos no sistema de consórcio, este vem se mantendo
aquecido e em crescimento. Identificar o tamanho da indústria de consórcio, sua
evolução, a participação dos bancos, e o papel que esses tiveram nessa dinâmica
são objetivos que procuraremos atingir ao longo desse trabalho.
1.1 TEMA
O tema deste trabalho consiste na análise da comercialização de bens de
consumo adquiridos através do sistema de consórcio, principalmente a partir da
entrada dos bancos de varejo no setor. No Brasil, a indústria de consórcios surgiu na
década de 60 e atualmente está consolidada como uma forma de aquisição popular
e de baixo custo. As primeiras administradoras de consórcio surgiram através das
montadoras, como sendo uma forma de manter contínuo o processo de produção.
Em um segundo momento, empresas independentes também passaram a prestar
serviços dessa natureza. Mais recentemente, os bancos ingressaram no sistema,
como forma de remunerar os investimentos, já que possuem ampla rede de
agências com custo fixo já instalado. Com o ingresso dos bancos no sistema, no fim
da década de 90, muitas administradoras independentes passaram a ter dificuldades
para formar novos grupos, vendendo suas carteiras para empresas maiores e com
18
maior capacidade. Prova disso é que nos últimos anos, como pode ser visualizado
no Gráfico 1, a quantidade de administradoras passou de 550 para 339.
1.2 JUSTIFICATIVA DO TEMA
A importância do tema desse trabalho justifica-se pela ausência de um estudo
específico sobre as razões que levaram os bancos de varejo a ingressarem no
sistema de consórcio e qual o impacto na indústria com seu ingresso.
Nas últimas duas décadas têm-se observado a diminuição do número de
empresas administradoras de consórcios no Brasil, conforme mostra o Gráfico 1.
mero de Administradoras - Evolução
600
500
550
300
350
400
450
1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Gráfico 1 - Histórico do Número de Administradoras de Consórcio no Brasil
Fonte: BACEN/DESIG, 2006.
Esta diminuição está relacionada a vários fatores, mas dois são importantes e
merecem destaque. Primeiro, às exigências do BACEN (Banco Central do Brasil -
órgão que regula as operações das empresas administradoras de consórcio no
2
Brasil), principalmente quanto ao Patrimônio Líquido Ajustado (PLA)
exigido para
2
O Patrimônio Líquido Ajustado é obtido pela soma algébrica dos seguintes grupos integrantes do
Plano Contábil das Instituições Financeiras do Sistema Financeiro Nacional – COSIF (BACEN,
Circular 2.861, 1999): Patrimônio Líquido mais Contas de Resultados Credoras menos Contas de
Resultado Devedoras. Sendo este R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil), para administração de grupos
19
que seja aprovado o ingresso de empresas no setor. Esta exigência considera que
as empresas precisam crescer com lucratividade para manter os níveis de
patrimônio exigidos e desta forma garantir segurança aos seus investidores.
Segundo, o Sistema Financeiro passou a reconhecer no produto/serviço algo que
compl
smo tempo, a existência de uma ampla rede de agências permite a
agrega
necessidades empresariais importantes. A primeira é
da ret
ementa a estratégia de atender seus clientes e, segundo dados do Banco
Central do Brasil, já ingressaram no sistema, até junho de 2006, 17 Administradoras
de Consórcios ligadas às Instituições Financeiras. A disponibilidade de tecnologia e
a possibilidade de se utilizar áreas de vendas já estruturadas (as quais são capazes
de executar a comercialização com menores custos e com melhor qualidade),
aliadas à solidez e à segurança destas Instituições Financeiras, deflagraram um
movimento de reorganização no sistema que poderá apresentar o inicio de um
movimento de concentração das atividades do setor de algumas Administradoras em
nível nacional e/ou a segmentação em nichos de Administradoras locais e regionais.
Ao me
ção de novos produtos/serviços para a comercialização no balcão. Isso se
configura estratégico para os Bancos, na medida em que se busca racionalidade na
pulverização de custos fixos existentes. A isso se soma a oportunidade de prestação
de serviços a um considerável número de clientes, cujo perfil sócio-econômico
coincide com aquele detido pelo público-alvo e que busca a aquisição de bens
através de financiamento ou de autofinanciamento. Tudo isso aponta para uma
oportunidade de negócios já visualizada pelas instituições financeiras. Essas, com a
premissa da maior produtividade, rentabilidade e fidelização do cliente, ingressaram
no sistema.
No caso das empresas administradoras de grupos de consórcios, observa-se
que existem pelo menos duas
enção do cliente, ou seja, obter, através da satisfação com os serviços, a
motivação para que o cliente pague mensalmente as parcelas e não desista do
plano de consórcio por ele escolhido. A segunda é a de que o sistema de consórcios
carrega em si um excelente potencial para a fidelização de clientes. O
relacionamento com cliente se inicia na sua adesão ao grupo e permanece, em
média, por cinco anos (consórcio de automóvel), podendo chegar a dez ou doze
anos (consórcio de imóvel). Esse relacionamento conta com um momento de
serviços turísticos e R$ 470.000 (quatrocentos e setenta mil) para
administração de grupos referenciados em bens imóveis.
referenciados em bens móveis ou
20
extrem
transmitam
credib
s no mercado e a concorrência entre as diversas
formas
es de empregos diretos e indiretos,
or meio de 339 administradoras cadastradas no Banco Central do Brasil. A sua
ssência, e a ausência de juros, fazem deste sistema um modelo de sucesso. Para
uitos consumidores, ele encurta a distância entre o sonho e a realidade na
quisição de um bem ou serviço.
Apesar da diminuição das empresas administradoras de grupos de
onsórcios, o número de participantes no sistema tem se mantido estável a partir da
ntrada dos bancos de varejo no setor, com pequeno crescimento anual.
nsformações recentes da indústria e a relevância que se reveste o
ma, realizamos este trabalho com o propósito de identificar o impacto do ingresso
os bancos de varejo na indústria de consórcio.
a importância, tanto para o cliente quanto para as empresas administradoras:
o momento da contemplação.
Por serem prestadoras de serviços e, ao mesmo tempo, captadoras de
recursos de terceiros, é fundamental que as administradoras
ilidade. Todo esse processo merece cuidado e quebra de barreiras, que
incluem desde a valorização dos consórcios como um negócio definitivamente
rentável para as empresas que nele atuam, passando pela capacitação de seus
profissionais e até a adoção de investimentos e práticas de gestão que possibilitem,
de fato, não apenas o retorno do ex-consorciado ao sistema, mas também a
conquista de novos clientes.
A competição entre empresa
de aquisição de produtos e serviços (p.ex., financiamentos, leasing, crédito
direto ao consumidor e outras) permitem que o consumidor escolha da forma mais
adequada, planejada e de acordo com sua necessidade e capacidade.
Segundo, o Banco Central do Brasil (BACEN/DESIG, 2006), até junho de
2006, o sistema de consórcio reunia mais de 3,3 milhões de participantes ativos no
Brasil e era o responsável pela geração de milhar
p
e
m
a
c
e
Dada às tra
te
d
21
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 O
ingresso d
cíficos
rasileira.
os bancos a ingressarem no setor.
1.4 METODOLOGIA
erir credibilidade a esse estudo.
estudo científico
a de que essa:
criticá-los e interpretá-los a partir das
relações de causa e efeito. Encontrar os fenômenos que são objetos do
bjetivo Geral
Analisar a desempenho da indústria de consórcios identificando o impacto do
os bancos no sistema.
1.3.2 Objetivos Espe
Para a consecução deste trabalho têm-se como objetivos específicos:
Descrever a origem e funcionamento do consórcio no Brasil.
Abordar o papel dos bancos na economia b
Analisar a evolução da indústria de consórcio e as justificativas que
levaram
A avaliação da participação dos bancos no sistema de consórcio não poderia
ser de forma alguma feita ao acaso, por isso, o rigor metodológico é dos principais
pontos que irão conf
Para Oliveira (2000, p. 35), a importância da metodologia no
é
[E]studa os meios ou métodos de investigação do pensamento correto e do
pensamento verdadeiro que visa delimitar um determinado problema,
analisar e desenvolver observações,
estudo, dando-lhes suporte científico para uma monografia, dissertação de
mestrado ou tese de doutorado.
22
Os conceitos metodológicos também são fundamentais no processo de
disseminação da produção científica, na medida em que ordenam e formalizam os
métod o o processo utilizado
a sua elaboração.
Sobre o tema,
onais que, com
maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos
eguido, detectando erros
Inicialmente,
indústria de consórci
estão inseridas. Ne
través de pesquisa exploratória com a utilização de fontes secundárias.
isa é
torna-
ento sobre a temática a ser abordada. Por meio do estudo
exploratório, busca-se conhecer com maior profundidade o assunto de
modo a torná-lo mais claro ou construir questões importantes para a
condução da pesquisa.
Nessa etapa, foram feitos diversos tipos de levantamentos, dentre eles:
estatís
estudos em assuntos específicos.
os utilizados, de modo a facilitar o entendimento de tod
n
Lakatos e Marconi (2001, p. 105) comentam:
[O] método é o conjunto de atividades sistêmicas e raci
válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser s
e auxiliando as decisões do cientista.
houve a necessidade de se buscar maior conhecimento da
o e do contexto atual no qual às administradoras de consórcios
ssa etapa, buscou-se embasamento histórico e conjuntural,
a
Sobre este tipo de pesquisa, Gil (1999, p. 53) destaca:
[A] pesquisa exploratória é desenvolvida no sentido de propiciar uma visão
geral acerca de determinado fato. Portanto, esse tipo de pesqu
realizado, sobretudo, quando o tema escolhido é pouco explorado e
se difícil formular hipóteses precisas e operacionalizáveis.
A esse respeito, Beuren (2004, p. 80) também comenta:
[O] estudo como pesquisa exploratória normalmente ocorre quando há
pouco conhecim
ticos, bibliográficos, em livros, revistas especializadas, dissertações, teses,
informações publicadas em jornais, revistas, publicações de associações,
instituições patronais e de empregados relacionados à atividade de consórcios.
Mesmo havendo poucas fontes disponíveis e mesmo que o tema
desenvolvido seja relativamente novo, o presente estudo é de extrema importância,
não apenas por aumentar os conhecimentos genéricos sobre o assunto pesquisado,
mas, principalmente, por facilitar, numa etapa posterior, ao aprofundamento de
23
1.4.1 Limitações
O Banco Central do Brasil, órgão responsável pela
fiscalização e
ormatização
3
do sistema de consórcios, também passou a consolidar e a divulgar a
rodução da indústria. Nós faremos a análise do setor através dessas informações e
cto do ingresso dos bancos no sistema. As
formações da quantidade de participantes ativos no sistema de consórcios,
abela 1A) compreendem o período de janeiro de 1995 a junho de 2006. O objeto
deste de varejo neste
merca
BACEN passa a divulgar a estatística da produção dos
banco
vidiu-se o trabalho em quatro capítulos.
O capítulo segundo propõe-se a analisar o produto consórcio: sua
peculiaridade, seu atrativo e a comparação com outras formas de aquisição de bens,
além de seu aspecto legal.
No terceiro capítulo faz-se uma revisão acerca do papel dos bancos na
economia, buscando justificativas para seu ingresso na indústria de consórcio.
No quarto capítulo busca-se analisar a indústria de consórcio a partir do
efetivo ingresso dos bancos de varejo nesse setor e das transformações mais
relevantes que ocorreram.
Por fim, a guisa de conclusão, tecem-se comentários sobre as transformações
recentes na indústria e o que se pode esperar para o futuro.
n
p
buscaremos determinar qual o impa
in
(T
estudo é a análise da indústria e a participação dos bancos
do. Para esta análise, o período considerado será de junho de 2003 a junho
de 2006, período em que o
s de forma segmentada. Embora o período de análise seja curto, ele se
mostrou relevante e apresentou considerável poder de explicação.
1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Para esse objetivo di
No primeiro capítulo discorre-se sobre o tema, comenta-se seu objetivo e
justifica-se sua relevância.
3
A Lei 8.177, de 1º de março de 1991, transferiu o controle e regulamentação do Sistema de
Consórcios da Receita Federal para o Banco Central do Brasil.
24
2 CONSÓRCIO
A maioria dos estudos aponta o Brasil como o país onde a idéia de consórcio
se originou, porém há indícios de que esta modalidade de aquisição através do
autofinanciamento tenha surgido na Inglaterra, por volta dos anos de 1870, como
resultado das sociedades cooperativas.
Muitas são as versões apresentadas buscando a idealização da idéia do
sistema de consórcio, mas várias pesquisas apontam o Brasil como idealizador
dessa operação. Evidências de que o Brasil foi o idealizador dessa operação foram
encontradas em 1917, quando da criação do Clube de Mercadorias, regulamentadas
pelo governo Wenceslau Braz. O clube era composto por 120 participantes que, em
prol de aquisições comuns, promoviam a entrega de bens mensais, através de
sorteio.
Na Alemanha, em 1936, com o mesmo objetivo era criado o sistema alemão
de cooperativa que, semelhantemente à Caixa de Empréstimos e à Poupança, era
destinado à aquisição de veículos.
Almeida (1970, p. 1) afirma: “[...] o mais provável é que tenha começado por
volta de 1961, por intermédio de uma cooperativa de automóveis dirigida por um
grupo de funcionários do Banco do Brasil.”
Ferreira (1998, p. 22), também afirmou que: “[...] a idéia do consórcio é
genuinamente brasileira e que os funcionários do Banco do Brasil tiveram decisiva
influência na sua disseminação por todo o território nacional.”
Não há provas ou indícios que permitam identificar a verdadeira origem do
sistema de consórcios, porém a década de 60 é marco temporal do surgimento
espontâneo de grupos de pessoas visando coletar recursos que possibilitassem a
aquisição de bens aos seus integrantes. Naquela oportunidade, o mercado de
consumo estava se formando, mecanismos de crédito e financiamento estavam
sendo criados para permitir que a população, sem cultura de poupar, tivesse acesso
a bens que começavam a ser produzidos no Brasil.
As operações de consórcio surgiram no Brasil na década de 1960 em meio a
crise da indústria automobilística, a concentração de renda e a ausência de
mecanismos de financiamento. Neste cenário surgiu o primeiro grupo de consórcios.
25
Esse grupo foi criado em setembro de 1962 por meio da iniciativa de um
grupo de funcionários do Banco Brasil e é pioneiro na constituição de grupos
estruturados de pessoas que, mediante o pagamento de pequena taxa de
administração e coleta de recursos, tem como objetivo a aquisição mensal de
automóveis mediante sorteio. Esse primeiro grupo foi composto por 200
participantes que, no prazo máximo de 60 meses, retirariam os automóveis com o
primeiro mecanismo de crédito isento de juros no país (MAZZUCHINI, 1999).
O consórcio surgiu com características simples como: flexibilidade na
exigência de garantias e baixas mensalidades. Seu caráter sócio-grupal atrelado ao
ambiente festivo em que se realizavam as reuniões mensais se identificou com o
povo brasileiro e desperto o interesse das montadoras de veículos que tentavam se
consolidar no Brasil.
Grande parte da produção automotiva da época foi absorvida pela população
através do sistema de consórcios. Entre os anos de 1966 e 1967, a Willys Overland
do Brasil já possuía em sua carteira de clientes cerca de 55.000 consorciados. Essa
popularidade no segmento automotivo fez com que o sistema passasse a ser
chamado de “consórcio de carro” (HISTÓRIA..., 2006).
Devido a sua popularidade, em 1967, o consórcio passa a despertar o
interesse do Poder Público. Nesse ano o Banco Central do Brasil editou a Resolução
n.º 67, a qual determinou aos administradores de consórcio que mantivessem os
recursos do grupos em contas bancárias de movimentação claramente identificada
e, aos bancos, impôs que as retiradas dessas contas fossem autorizadas,
exclusivamente, para a compra de bens objeto dos planos de consórcio.
Ao longo das últimas décadas o consórcio tem experimentado expansão.
Consolidou-se no cenário econômico como importante segmento, dotado de vigor e
adaptabilidade às transformações de ordem social e econômica (HISTÓRIA...,
2006).
Por estas razões, o sistema de consórcio teve sua importância no
desenvolvimento industrial, econômico e social verificado no país reconhecida ao ser
incluído como matéria de competência privativa da União (inciso XX, artigo 22, da
Constituição Federal). O artigo 33 da Lei nº. 8.177/91, estabelece a competência e
autoridade do Banco Central do Brasil para autorizar e fiscalizar as operações do
sistema de consórcios no Brasil.
26
As administradoras de consórcios que atuam no Brasil estão representadas
por duas entidades de classe: a ABAC – Associação Brasileira de Administradoras
de Consórcios e o SINAC – Sindicato Nacional dos Administradores de Consórcio.
Essas entidades atuam como interlocutores da classe perante autoridades
competentes e consorciados.
2.1 CONCEITO
Etimologicamente, a palavra “Consórcio” envolve o conceito de solidariedade
no esforço de propiciar igual condição para adquirir. Tem origem no latim
consortium, de consors, que designa aquele que participa, que partilha, companheiro
(HISTÓRIA..., 2006).
Paulo Sandroni (2005) define, em seu Dicionário de Economia do Século XXI,
consórcio como sendo: “[...] a reunião de pessoas físicas ou jurídicas interessadas
na compra de determinados bens (automóveis, lanchas, caminhões, tratores,
videocassetes etc.) que formam uma caixa comum.”
A Portaria n.º 190 do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, de 27
de outubro de 1980, foi a primeira norma legal a definir consórcio: “Consórcio é a
união de diversas pessoas físicas ou jurídicas, com o objetivo de formar poupança,
mediante esforço comum, com a finalidade exclusiva de adquirir bens móveis
duráveis, por meio de autofinanciamento.”
A Circular do Banco Central do Brasil n.º 2.766, de 03 de julho de 1997, que
disciplina a constituição e funcionamento de grupos de consórcio referenciados em
bens móveis, imóveis e serviços turísticos, define no seu Art. 1º o conceito de
consórcio como sendo:
[U]ma reunião de pessoas físicas e jurídicas, em grupo fechado promovido
pela administradora, com a finalidade de propiciar a seus integrantes a
aquisição de bem, conjunto de bens ou serviços turísticos por meio de auto
financiamentos.
Ferreira (1998, p. 19) definiu o consórcio como sendo:
27
O agrupamento de um determinado número de pessoas, físicas ou jurídicas,
aderindo a um regulamento coletivo e multilateral, assumindo as mesas
obrigações e visando aos mesmos benefícios, administrado por empresas
legalmente autorizadas pelo Poder Público, com a finalidade exclusiva de
angariar recursos mensais para formar poupança, mediante esforço comum,
visando à aquisição de bens móveis, imóveis e serviços.
Outro conceito relativo ao consórcio, mas sob o enfoque jurídico é
apresentado por Theodoro (1996 apud FERREIRA, 1998, p. 20). Segundo suas
palavras:
O consórcio é uma figura contratual nova que tem por objetivo a associação
de consumidores para conjugar recursos destinados à aquisição de bens da
mesma espécie em quantidade equivalente aos consorciados. Os recursos
são coletados periodicamente e vão sendo aplicados paulatinamente na
compra dos bens sorteados entre os diversos participantes. É, pois, uma
forma de sociedade civil de caráter transitório. Sua essência reside na
conjunção de esforços e recursos dos diversos associados para que se
adquiram os bens visados, um para cada consorciado. De maneira que,
quando contemplado o último deles, o contrato se exaure, mas enquanto tal
não se der, todos permanecem vinculados às contribuições necessárias
para atingir a meta comum. Não se trata, portanto, de contrato especulativo,
pois os consorciados não visam a atos lucrativos, e simplesmente se
solidarizam no esforço de propiciar reciprocamente igual oportunidade de
compra.
Sérgio Vieira Holtz definiu o consórcio, em sua obra Os Grupos de Consórcio
(1988, p. 12), desta forma:
O consórcio é uma operação de captação de poupança popular entre um
determinado grupo fechado de pessoas, com a finalidade de aquisição de
bens. Basicamente, consiste na reunião de um determinado número de
pessoas, que efetuam uma contribuição mensal ajustada, durante um tempo
certo, com o objetivo de adquirir um determinado bem por todos os
integrantes deste grupo, utilizando para esse fim o resultado da contribuição
de todos.
As pessoas se reúnem e têm como objetivo primordial ajudarem-se
mutuamente, numa comunhão de interesses. Aderem a um regulamento
coletivo, multilateral, através de contrato, assumindo os mesmos direitos e
contraindo as mesmas obrigações. Consórcio é uma forma de poupança
programada, pois cada participante poupa uma determinada importância,
igual para todos, com um objetivo comum.
Recebe o nome de “consorciado” a pessoa física ou jurídica que integra o
grupo. Essa pessoa torna-se a proprietária de uma cota, a qual é o número que a
identifica.
O grupo é uma sociedade de fato e sua constituição dá-se quando da
realização da primeira assembléia geral ordinária. Ele possui patrimônio próprio, que
28
não se confunde com o de outros grupos e muito menos com o da administradora. O
grupo é representado pela administradora ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente, de acordo com o artigo 12, inciso VII do Código de Processo
Civil. O grupo de consórcio tem o prazo de duração e o número de participantes
estabelecidos em contrato.
Pela prestação de serviços a Administradora recebe uma remuneração legal,
denominada taxa de administração. Essa taxa refere-se à formação, organização e
administração do grupo de consórcio e constitui a receita da empresa pela prestação
de serviço de administração.
2.2 COMPONENTES DA PARCELA
Ao integrar o grupo de consórcio, o consorciado obriga-se a pagar,
mensalmente, a parcela cujo valor será a soma das importâncias referentes ao
fundo comum, fundo de reserva e taxa de administração.
2.2.1 Fundo Comum
É o valor que todo o consorciado paga para formar um fundo destinado a
atribuir crédito para aquisição do bem. Com referência ao consórcio, é o valor do
bem indicado no contrato. A contribuição ao fundo comum é calculada tomando-se
como base o respectivo preço vigente do dia da assembléia mensal. O tratamento
dado ao valor do bem é em percentual.
mês ao 2%=
meses 50
100%
=
Grupo do Prazo
Contratado Bem
29
2.2.2 Fundo Reserva
Trata-se de um fundo de proteção destinado a garantir o funcionamento do
grupo em determinadas situações. O consorciado estará sujeito ao pagamento deste
fundo desde que sua cobrança esteja prevista em contrato. Normalmente, o fundo
de reserva é utilizado para pagamento de despesas que sejam comum a todos os
participantes do grupo. Exemplo dessas despesas: recolhimento de CPMF relativo à
movimentação financeira do grupo, pagamentos de despesas de cobrança do grupo,
pagamento de gravames dos bens junto SNG (Sistema Nacional de Gravames),
pagamento de custas administrativas, judiciais ou extrajudiciais para notificação,
cobrança ou ajuizamento de ações relativas a inadimplemento de consorciados,
pagamento de débitos de consorciados inadimplentes, depois de esgotados todos os
meios de cobrança e cobrir eventuais insuficiências de receitas do fundo comum, de
forma a permitir a distribuição de, no mínimo, um crédito, condicionado à
disponibilidade de recursos para essa complementação.
É importante observar que, se houverem recursos nesse fundo quando do
encerramento do grupo, estes serão devolvidos proporcionalmente aos
consorciados. A forma de cálculo é a mesma adotada para o fundo comum. No
exemplo abaixo, o fundo de reserva é de 5% sobre o bem ou serviço contratado pelo
prazo de 50 meses.
mês ao %10,0=
meses 50
5%
=
Grupo do Prazo
Reserva de Fundo
2.2.3 Taxa de Administração
A taxa de administração não se confunde com os juros cobrados na
modalidade de financiamentos. A taxa de administração, indicada em contrato é a
remuneração da administradora pelos serviços prestados na formação, organização
e administração do grupo até o seu encerramento, ou seja, é a parcela relativa à
remuneração da administradora, calculada de acordo com o valor do bem ou serviço
30
objeto do plano. A taxa de administração também respeita a forma de cálculo do
fundo comum e do fundo reserva. No exemplo abaixo apresenta-se o seu cálculo
utilizando uma taxa de administração de 10% no período.
mês ao %20,0=
meses 50
10%
=
Grupo do Prazo
Período no ação Administrde Taxa
2.3 CÁLCULO DA PARCELA
No exemplo a seguir está apresentada a constituição do valor de uma parcela
mensal de consórcio para um plano de 50 meses de um bem de R$ 20.000,00, uma
taxa de administração de 10% no período e fundo reserva de 5% no período.
Quadro 1 - Exemplo do Cálculo do Valor da Parcela de Consórcios, sem Seguro
Valor do bem
R$ 20.000
Taxa de administração
10% no período
Fundo reserva
5% no período
Duração do grupo
50 meses
Fundo Comum (FC) 2,00% R$ 400,00
Fundo Reserva (FR) 0,10% R$ 20,00
Taxa de Administração (TA) 0,20% R$ 40,00
Valor da parcela mensal = FC + FR + TA = R$ 460,00
Fonte: Dados fictícios para demonstração do cálculo.
2.4 FUNCIONAMENTO
É a partir da autorização de funcionamento concedida pelo governo, através
do Banco Central do Brasil, que a empresa poderá iniciar suas atividades.
O grupo de consórcio é um conjunto de pessoas – físicas e ou jurídicas -
previamente reunidas pela administradora, em número determinado e com
identificação própria, durante um prazo determinado, para angariar recursos dos
seus integrantes, a fim de adquirir bens móveis, bens imóveis e serviços por meio de
autofinanciamento.
31
Cada grupo formado é autônomo em relação aos demais que a
administradora constituir. Poderão ser formados grupos por bens diferentes, os
chamados grupos mistos.
Uma vez aberto o grupo, a administradora terá noventa dias de prazo para
constituí-lo, sendo que sua constituição somente poderá ocorrer quando a
administradora já tiver vendido, no mínimo, 70% de suas cotas. Caso a
administradora não consiga constituir o grupo no prazo de noventa dias, contados da
data da colocação da primeira cota, terá de devolver aos consorciados os valores
eventualmente recebidos, atualizados e corrigidos.
O número máximo de cada grupo, na data da sua constituição, será o
resultado da multiplicação do número de meses fixados para a sua duração pela
quantidade de bens ou conjunto de bens previstos para a contemplação mensal; ou
seja, se forem incluídos 180 consorciados em um mesmo grupo, com prazo de
duração de sessenta meses, terão de ser contemplados, em média, três
consorciados por mês.
Conforme regulamento do consórcio, o consorciado não contemplado que
deixar de pagar três parcelas, consecutivas ou não, poderá ser excluído do grupo.
A Circular n.º 3.084 de 31.01.2002, estabelece:
[O] direito dos participantes excluídos, por desistência declarada ou por
inadimplemento contratual ou de seus sucessores, à devolução das
quantias pagas.
Parágrafo 1º Para efeito de apuração da quantia a ser devolvida com base
no inciso XIV, sobre o valor do crédito vigente na data em que ocorreu a
exclusão ou na data da assembléia geral de contemplação da última cota do
grupo, conforme dispuser o contrato, devem ser:
I – aplicado o percentual do valor do bem, conjunto de bens ou serviço
turístico, amortizado pelo participante para o fundo comum do grupo e, se
for o caso, para o fundo reserva;
II – acrescidos, ao resultado obtido, na forma do inciso I, os rendimentos da
aplicação financeira, auferidos entre uma das datas de que trata o caput
deste parágrafo e o dia anterior ao pagamento ao participante excluído.
Neste caso, os valores já pagos serão devolvidos quando do encerramento do
grupo no final do prazo.
O vencimento das parcelas é determinado pela administradora e se constitui a
data limite para o consorciado adquirir o direito de participar da assembléia. Esta
data é igual para todos os participantes do grupo.
32
Mensalmente é realizada a assembléia geral ordinária, em dia, hora e local
informado pela administradora. O objetivo da assembléia é realizar o processo de
contemplação, por sorteio e por lance. A administradora tem obrigação legal de
manter o consorciado informado sobre todas as operações financeiras e sobre a
aplicação dos recursos do grupo.
A contemplação dá direito ao consorciado de utilizar o crédito, observadas as
disposições em contrato. Somente poderão participar das assembléias de
contemplação os consorciados que quitarem suas parcelas até o vencimento. A
contemplação se dará mediante sorteio e lance. A contemplação está condicionada
a existência de recursos suficientes, no grupo, para a aquisição do bem, podendo
ser utilizados os valores do fundo reserva. O consorciado ausente à assembléia
geral ordinária será comunicado da sua contemplação pela empresa administradora,
esse pode abdicar de sua contemplação se esta não lhe convier no momento,
passando, a partir de então, a concorrer novamente aos sorteios e lances. Esta
renúncia deverá ser por escrito no prazo máximo de 3 (três) dias úteis da
contemplação. O consorciado deverá utilizar o respectivo crédito para aquisição do
bem descrito em contrato, apresentando todas as garantias necessárias para
segurança do grupo ao qual participa.
A contemplação mediante sorteio poderá ser realizada através de sistema
eletrônico de apuração computadorizada de escolha aleatória ou sistema similar,
desde que tenha sido estabelecido em contrato. O consorciado contemplado será
aquele cuja cota corresponder ao número sorteado. Após a contemplação por
sorteio, ou se este não for realizado por insuficiência de recursos, poderão ocorrer
às contemplações por lance.
Por lance, o valor da oferta, somado ao saldo de caixa, possibilitará ou não a
entrega do bem, conforme disposto em contrato. As ofertas por lance são livres e
poderão ser feitas pelos consorciados, através de
call center, pela internet, até o dia
da assembléia, respeitando o regulamento de cada administradora. É importante
ressaltar que somente serão pagos os lances vencedores. Os demais não são
considerados.
O consorciado poderá adquirir o bem caracterizado em contrato mediante o
crédito colocado a sua disposição, acrescido dos rendimentos previstos em contrato.
O bem poderá ser novo ou usado, de fabricação nacional ou estrangeira.
33
No caso do bem adquirido ser de preço superior a crédito, o consorciado se
responsabiliza pela diferença perante o fornecedor e, se for inferior ao crédito, a
diferença deverá ser utilizada para pagar prestações vincendas na ordem inversa, a
contar da última, ou reduzir o valor das parcelas vincendas. A empresa
administradora somente pagará o fornecedor após ter sido comunicada pelo
consorciado de sua opção, satisfeitas as garantias exigidas e apresentando os
documentos comprobatórios.
Como garantia das parcelas vincendas, o bem adquirido através do consórcio
será objeto de alienação fiduciária, cujo valor será pelo menos igual ou superior ao
saldo devedor, ou seja, a alienação é a garantia que o consorciado apresenta ao
grupo para a continuidade dos pagamentos. A documentação do bem terá inscrição
“alienação fiduciária a empresa X”, a venda do bem poderá ser feita após a quitação
do saldo devedor da cota e a liberação da administradora.
A esse respeito, Anapatrícia Morales Vilha E Carlos Alberto D’Agustoni (2002,
p. 33) escrevem:
Após a contemplação, o consorciado torna-se devedor do
grupo/administradora. Faz-se então uma análise de crédito (comum num
processo de financiamento) a fim de garantir o recebimento das prestações
vincendas. O bem objeto do consórcio ficará alienado fiduciariamente até o
pagamento integral do saldo devedor. Havendo restrições cadastrais do
consorciado, a administradora pode exigir garantidas adicionais, como
alienação de bens, fiança de terceiros etc. No tocante à garantia, o
consórcio assume as mesmas características do financiamento, pois ambos
podem valer-se do instituto da alienação do bem de acordo com o Decreto-
lei nº 911, de 1-10-1969.
O consorciado poderá vender o bem antes da quitação desde que ofereça
outro em garantia que atenda as condições contratuais.
2.5 SEGMENTOS DE ATUAÇÃO AUTORIZADOS PELO BANCO CENTRAL DO
BRASIL
Atualmente, qualquer bem durável, móvel ou imóvel, além dos serviços
turísticos, pode ser adquirido pelo sistema de consórcios. As empresas
administradoras de consórcios são autorizadas pelo Banco Central do Brasil.
34
Conforme Bacen, Circular nº 2.682, de 1996, art.2º, as empresas podem
prestar serviços na administração de grupos de consórcio nos segmentos descritos
abaixo:
Segmento I – imóveis.
Se o contrato de adesão estiver referenciado em bem imóvel, o consorciado
poderá adquirir qualquer bem imóvel, construído ou na planta, terreno ou ainda optar
por construção ou reforma.
Segmento II – tratores, equipamentos rodoviários, máquinas e equipamentos
agrícolas, embarcações, aeronaves, veículos automotores destinados ao transporte
de carga com capacidade superior a 1.500 Kg e veículos automotores destinados ao
transporte coletivo com capacidade para 20 pessoas ou mais;
Segmento III
– veículos automotores não incluídos no segmento II, exceto
motocicletas e motonetas;
Segmento IV – motocicletas e motonetas;
Segmento V – outros bens móveis duráveis;
Segmento VI
– serviços turísticos.
2.6 O CUSTO NO CONSÓRCIO E OUTRAS MODALIDADES DE AQUISIÇÃO
A operação de consórcio também possui características comuns com outras
modalidades. Tanto os consórcios quanto os fundos mútuos baseiam-se no
cooperativismo, no auxílio mútuo. As características fundamentais da operação de
consórcio possibilitam também distingui-las das operações de intermediação
financeira, dos fundos mútuos e das cooperativas de créditos.
35
Os fundos mútuos são o tipo de intermediação financeira resultante da união
de recursos dos poupadores, disponíveis às empresas e governos demandantes
(GITMANN, 1997).
O consórcio também se diferencia das cooperativas de crédito. As
cooperativas de crédito funcionam como intermediárias financeiras, operando
basicamente com as transferências de fundos entre os consumidores. Para
associar-se a uma cooperativa de crédito é necessário, geralmente, um vínculo
comum, como, por exemplo, trabalhar para determinado empregador, o que não é
exigido na operação de consórcio.
As operações de consórcio também não podem ser enquadradas como sendo
específicas de instituições financeiras, pois o papel desempenhado pelos bancos é,
em linhas gerais, o de fazer a conexão entre as necessidades de tomadores e de
ofertadores de recursos. Esse não é o papel dos consórcios e, apesar de algumas
características em comum, o papel do consórcio não se confunde com os papéis dos
agentes descritos acima.
As operações de consórcio apresentam vantagens e desvantagens
suficientes para torná-la uma opção de crédito aos consumidores. Uma das grandes
vantagens é o custo final para o consumidor em relação às outras modalidades de
aquisição. O consórcio pode ser uma forma de poupança ou um meio de aquisição
de bens de consumo relativamente caros. Em função do prazo de duração do grupo,
o consorciado poderá ofertar lances em todas as assembléias, obtendo, assim, o
bem de uma forma mais rápida.
Em comparação com os financiamentos comuns, a principal vantagem é a de
que a taxa de administração cobrada é inferior aos juros sobre os financiamentos.
Segmento de Imóveis
O Sistema Financeiro da Habitação é o mais comum dentre as modalidades
de crédito imobiliário. Nessa linha, os juros cobrados são de 12% ao ano mais a
variação da TR (Taxa Referencial) e suas parcelas são corrigidas mensalmente
pelos Sistemas de Amortização Constante (SAC) ou Tabela Price, a diferença entre
um e o outro é o método de cobrança. Com o tempo, a correção pelo SAC diminui e
pela Tabela Price fica praticamente estável. Nesta modalidade de financiamento há
limites nos valores a serem financiados.
36
Outra modalidade de financiamento é o Sistema Hipotecário. Nessa
modalidade as taxas de juros praticadas são de acordo com o mercado. Também
não há limites dos valores a serem financiados.
No sistema de consórcio não há taxas de juros. As administradoras cobram
uma Taxa de Administração pela prestação do serviço muito inferior às duas formas
de aquisição acima e conforme mostrada no quadro abaixo:
Quadro 2 - Custo para Aquisição de Imóvel (Taxa Média de Mercado)
Aquisição através do
sistema de Consórcio
Sistema hipotecário(SH) Sistema Financeiro da
Habitação (SFH)
1,5% ao ano 14,0% ao ano 12,0% ao ano
Fonte: BACEN, dez. 2005.
Segmento de Automotores e Motocicletas
A forma mais usual de aquisição imediata desses bens é o Crédito Direto ao
Consumidor (CDC) e o
Leasing. O crédito direto ao consumidor financia a compra de
qualquer produto de consumo. O comprador passa a usufruir imediatamente de um
bem que será pago com sua renda pessoal. Muitos são os casos em que as próprias
empresas vendedoras financiam ao cliente, mas, em escala cada vez maior,
financeiras especializadas pagam o vendedor comprando a divida e também o risco
de não pagamento.
O
Leasing é uma operação financeira entre uma empresa proprietária de
determinados bens (veículos, máquinas, etc.) e uma pessoa jurídica, que usufrui
desses bens contra o pagamento de prestações. Os contratos são sempre com
tempo determinado. No final do contrato a empresa arrendatária tem a opção de
compra do bem. A grande vantagem do
Leasing é a não imobilização de capital,
sobretudo em casos de bens de alto valor.
Quadro 3 - Custo para Aquisição de Automotores e Motos.
Consórcio Crédito Direto ao Consumidor Leasing
Automóvel Moto Automóvel Moto Automóvel
2,4% ao ano 2,8% ao ano 35,2% ao ano 35,2% ao ano 28,3% ao ano
Fonte: BACEN, dez. 2005; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LEASING - ABEL, dez. 2005.
37
Segmento de Eletro Eletrônicos
Para este segmento de bens de consumo a forma mais usual é o Crédito
Direto ao Consumidor (CDC) e suas características são as mesmas para o
segmento de automotores e motos.
Quadro 4 - Custo para Aquisição de Eletro Eletrônico (Taxa Média de Mercado)
Consórcio Crédito Direto ao Consumidor
7,8% ao ano 41,42% ao ano
Fonte: BACEN, dez. 2005; CÂMARA DOS DIRIGENTES LOJISTAS DE PORTO ALEGRE – CDL,
2005.
A grande diferença entre a forma de aquisição através do consórcio e outras
formas de aquisição é a de que, no consórcio, primeiro reúnem-se os recursos para
depois comprar o produto, muito diferente das outras formas de financiamento
existentes nas quais primeiro adquire-se o produto, para depois reunirem-se os
recursos para pagar as prestações.
Vimos que a aquisição de bens por intermédio de planos de consórcio possui
peculiaridades que a diferenciam de outras modalidades de aquisição, como o
crédito direto ao consumidor, e de outras formas de financiamento como, por
exemplo, o crédito imobiliário. Essas atividades são típicas das instituições
financeiras, ou seja, enquanto produto, elas podem ser consideradas como
concorrente dos produtos ofertados pelos bancos.
No capítulo seguinte, procuraremos demonstrar que, apesar dessa pseudo-
concorrência, os bancos comerciais mostraram interesse em ocupar também esse
espaço, prestando serviços de administração de grupos de consórcios. Antes,
porém, faremos um breve retrospecto da importância do papel dos bancos na
economia.
38
3 INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS:
CONSIDERAÇÕES ACERCA DO SISTEMA BANCÁRIO BRASILEIRO
Nesse capítulo pretende-se destacar, a partir de uma abordagem acerca da
importância dos bancos na economia, o papel da intermediação financeira, sua
evolução para formas mais sofisticadas, passando pela especialização de atividades
e a pela ampliação do rol de serviços bancários. Alem disso, situaremos essas
transformações no tempo, de modo a justificar a presença dos bancos de varejo na
indústria de consórcios.
3.1 INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
A existência da intermediação financeira pressupõe, como requisito básico,
que o sistema econômico tenha superado o estágio das trocas diretas em espécie.
Em uma economia em que as trocas se estabelecem por meio do escambo,
1
não há
possibilidade de formação de mercados monetários e de intermediação de ativos
financeiros.
O mercado compreende um processo onde pessoas interessadas em vender
um produto ou serviço encontram pessoas interessadas em comprar esse mesmo
produto ou serviço. Tanto um quanto outro, após análise de suas alternativas,
efetuam a transação que melhor atende suas necessidades, estabelecendo um
preço de equilíbrio num processo conhecido como lei da oferta e demanda.
1
Troca de bens e serviços sem a intermediação do dinheiro. É o estágio mais primitivo nas relações
de troca e caracteriza as sociedades de economia natural. Nesse estágio, as atividades dos agentes
econômicos restringem-se à produção, ao intercâmbio direto, ao consumo e à estocagem de ativos
reais. A poupança, quando ocorre, assume a forma de um aumento dos estoques dos ativos reais
produzidos e não consumidos no período corrente. Os investimentos ocorrem sob a forma de
produção de determinados tipos de ativos reais, cuja destinação é a de servir, em períodos futuros,
como novos instrumentos de produção. Aos custos individuais e sociais da poupança sob a forma de
estocagem de ativos reais para consumo futuro somam-se a perda de eficiência na alocação dos
recursos e o bloqueio natural imposto às possibilidades de especialização e de divisão do trabalho.
Segundo Sandroni (2005), nas sociedades modernas o escambo pode ressurgir em momentos de
elevada taxa inflacionária, em que os consumidores perdem a confiança no papel-moeda. Isso
ocorreu na Alemanha depois da Segunda Guerra Mundial, quando o marco hiperdesvalorizado foi
substituído, nas relações de trocas mais simples, pelo café e pelo cigarro.
39
O principio da oferta e demanda pode ser aplicado a qualquer mercado. No
mercado financeiro também ocorre o mesmo mecanismo, porém relacionado ao seu
produto específico: o uso do dinheiro no tempo.
O desenvolvimento da economia passa por investimentos e produção. De
modo geral, as empresas nem sempre possuem recursos próprios para financiar os
investimentos necessários a sua atividade produtiva. Caso dispusesse somente de
recursos próprios, o processo de desenvolvimento da empresa e da economia seria
muito lento. Sendo assim, faz-se necessário complementar os recursos próprios com
recursos de terceiros. Essa característica qualifica as empresas como agentes
deficitários da economia ou tomadores de recursos.
Em contrapartida a esse processo, encontram-se os que possuem excesso de
recursos, normalmente classificados como agentes superavitários ou poupadores. A
poupança nada mais é do que deixar de consumir no presente para poder consumir
mais no futuro. Portanto, é necessário que haja estímulo para que o poupador
mantenha seus recursos aplicados ou investidos. Esse estímulo é representado pela
taxa de juros que remunera o dinheiro não gasto no presente.
Para atender ambas as partes, os agentes superavitários e os agentes
deficitários, os quais buscam recursos para financiar seus investimentos, há a
necessidade de um agente que consiga conciliar os interesses de ambos. Contudo,
essa tarefa não é tão simples. Ambos, os agentes deficitários e os superavitários
possuem interesses diferentes quanto a prazos, taxas e volumes; algo que dificulta a
transação. Essa dificuldade é sanada por um agente intermediário que faz a ponte
entre os agentes deficitários e superavitários. É o mercado financeiro que exerce o
papel de intermediário nesse processo. O mercado financeiro é composto por
instituições financeiras especializadas em conciliar os interesses de poupadores e
de tomadores de recursos.
São consideradas instituições financeiras as pessoas jurídicas públicas ou
privadas que fazem coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros
próprios ou de terceiros, ou a custódia de valor de propriedade de terceiros. Essas
instituições são supervisionadas pelo Banco Central do Brasil.
Para Fernandes (2002), a intermediação financeira e a aplicação de recursos
financeiros próprios ou de terceiros são as principais atividades das instituições
financeiras. Essas atividades possibilitam a aproximação de superavitários e
40
deficitários, a agregação de recursos para grandes projetos e a diminuição do custo
e do risco financeiro das empresas tomadoras de recursos.
Os intermediários financeiros são definidos como empresas cujo negócio
principal é proporcionar produtos e serviços financeiros. São incluídos nessa
definição os bancos, as companhias de investimentos e as companhias de seguros.
Seus principais produtos incluem contas correntes, empréstimos comerciais,
hipotecas, fundos mútuos e um amplo leque de contratos de seguros.
Para Oliveira e Pacheco (2005, p.9-10, grifo do autor), as principais funções
do mercado financeiro são:
Intermediação financeira: garante maior agilidade e rapidez ao processo, ao
permitir tanto que o agente superavitário invista seu recurso quanto o agente
deficitário tome recursos a qualquer tempo, sem a necessidade de que os
interesses ocorram simultaneamente.
Redução do risco de não pagamento: o acesso simultâneo de um grande
número de agentes deficitários e superavitários dilui o risco de o poupador
não receber seus recursos de volta devido à inadimplência do tomador,
gerada por qualquer motivo, isso ocorre porque o risco de vários tomadores
de recursos não pagarem suas dívidas simultaneamente é menor do que o
de apenas um.
Redução do risco por meio da especialização: os agentes superavitários
podem terceirizar com empresas especializadas a análise de crédito dos
tomadores de recursos. As empresas participantes do mercado financeiro
possuem profissionais especializados e alta tecnologia, o que permite que
sua análise de crédito de um tomador de recursos seja mais eficiente do que
análise realizada por poupadores individuais; a especialização incentiva a
criação de produtos sofisticados que atendam a necessidades específicas
dos agentes.
Definição mais clara do preço do dinheiro: representada pela taxa de
juros, o que torna o processo mais eficiente, à medida que concilia a maior
remuneração possível ao agente superavitário e o menor custo possível ao
agente deficitário.
O funcionamento eficiente desse mecanismo é fundamental para o
desenvolvimento e crescimento das economias modernas. Quando eficiente, facilita
o acesso das empresas a recursos mais baratos, estimulando a produção e o
consumo. Os poupadores também ganham com isso uma melhor remuneração de
seus recursos poupados.
O processo de intermediação financeira entre os agentes superavitários e os
deficitários pode ser realizado de duas formas distintas, adotando, para tanto, a ótica
de quem disponibiliza os recursos (agentes superavitários). A primeira forma
41
consiste na atuação tradicional dos bancos comerciais. Na
intermediação indireta
os superavitários depositam seus recursos não consumidos em uma instituição
financeira que os capta nas mais variadas formas de captação e os repassa aos
agentes deficitários através de empréstimos. O relacionamento tanto dos agentes
superavitários quanto dos agentes deficitários passa por uma instituição financeira
que adquire papel importante no processo, pois assume o risco do tomador de
recursos não honrar o compromisso e ao mesmo tempo honra o depósito do
poupador. A segunda forma de intermediação financeira, a
intermediação direta,
consiste na atuação direta entre agentes superavitários e deficitários, excluindo as
instituições bancárias do processo. Nesse caso, os fornecedores de recursos
(emprestadores) assumem integralmente o risco de crédito da operação não se
beneficiando da diversificação do risco, da assimetria de informações e do
compartilhamento da liquidez.
À medida que se estabelecem condições para intermediação financeira, os
agentes econômicos superavitários, cujos rendimentos recebidos são superiores a
seus dispêndios totais, poderão canalizar suas disponibilidades de caixa aos
agentes econômicos deficitários, cujos dispêndios globais em consumo e
investimento são superiores às suas disponibilidades imediatas. Esse sistema de
canalização de recursos de agentes superavitários para agentes deficitários
estimulará ainda mais o curso das atividades econômicas, por gerar condições para
a expansão da demanda agregada, sob a forma de mais consumo ou de mais
investimento.
A dimensão e as características da intermediação financeira em uma
economia, em um determinado período de tempo, dependerão não só da magnitude
dos déficits e dos superávits de seus agentes econômicos, mas também da
predisposição desses mesmos agentes, respectivamente, em financiar seus déficits
e em aplicar seus superávits. Ou seja, agentes que desejam gastar mais do que
seus rendimentos correntes, concomitantemente com outros que possuem
rendimentos em excesso, relativamente às suas intenções de gasto, predispondo-se
a trocar seus ativos monetários por ativos financeiros não monetários.
Assim, os intermediários financeiros colocam-se entre os possíveis mutuários
que acusam déficits orçamentários, e os possíveis mutuantes que acusam
superávits, dispondo-se os primeiros a arcar com os custos financeiros de sua opção
por um dispêndio superior a seus rendimentos correntes e os segundos a assumir os
42
riscos inerentes à transformação e seus ativos monetários, líquidos por excelência,
em ativos financeiros menos líquidos, mas rentáveis em termos reais.
Portanto, a função essencial da intermediação financeira é a de processar os
fluxos de financiamento da economia. A existência destes amplia a possibilidade de
os agentes econômicos deficitários encontrarem excedentes livres no momento
exato de suas necessidades; de igual forma amplia as oportunidades dos agentes
superavitários, com relação à absorção, a qualquer instante, de seus excedentes no
mercado financeiro.
Desse modo, como benefícios, temos que a intermediação pode: i) elevar os
níveis de formação de capital, mediante maior incentivo à poupança; ii) viabilizar a
transformação de grandes excedentes monetários em ativos financeiros; iii) ampliar
as possibilidades individuais de acesso ao mercado financeiro, fomentando o fluxo
agregado de poupança e tornando possível maiores dispêndios de investimento e;
iv) conduzir a ganhos de eficiência em termos de produção, para igual volume de
capital, em função da melhor alocação dos recursos.
Hillbrecht (1999, p. 96), a esse respeito, coloca que:
[O]s bancos desempenham um importante papel na economia, basicamente
por dois motivos. Em primeiro lugar, eles são os mais importantes
intermediários financeiros, isto é, grande parte da transferência de fundos
dos poupadores para pessoas ou firmas que tem oportunidades de
investimento é feita pelos bancos. Em segundo lugar, pelo fato de serem
instituições depositárias (eles captam recursos por meio de depósitos à
vista); é por intermédio deles que a oferta de moeda é determinada.
Assim, a criação de instrumentos financeiros permite, de um modo geral, obter-
se não só um maior nível de produção física e de bem-estar, como também uma
melhor alocação e, ainda, uma expansão dos recursos disponíveis para
investimento, através do estímulo à poupança.
Além dos benefícios diretos que a intermediação financeira sugere, o sistema
financeiro também presta outros serviços importantes como: o compartilhamento de
risco, de liquidez e de informação.
Ao prestar o serviço de compartilhamento de risco o sistema financeiro
permite aos poupadores minimizarem os riscos de alocação de seus ativos, quando
intermediados diretamente. Nesse caso, o sistema financeiro absorve esse risco,
43
diversificando-o mediante modernas teorias da abordagem da administração de
carteiras
2
.
Na medida em que presta o serviço de liquidez aos poupadores, o sistema
financeiro possibilita, na condição de intermediário financeiro, a imediata
transformação de ativos financeiros em ativos monetários, assegurado pela
experiência e gerenciamento do nível histórico de encaixes.
Quanto ao serviço de produção de informação, a coleta de informações a
respeito dos tomadores de empréstimo, feita de forma especializada, e a utilização
dessas informações, transformado-as muitas vezes em modelos estatísticos, reduz a
assimetria de informações, tornando mais segura a alocação.
A esse respeito, Kretzer (1996, p. 32) argumenta que:
A corrente da Moderna Teoria da Intermediação argumenta que, em um
ambiente em que tomadores e emprestadores de recursos são
assimetricamente informados, os grandes agentes intermediários
financeiros possuem vantagens no que se refere à eficiência operacional e
à possibilidade de diversificação das operações, permitindo maior
segurança no sistema de intermediação. Também, segundo essa teoria, os
processos de fusões, aquisições e conglomeração financeira seriam
resultantes de economia de escala na intermediação de recursos
financeiros, como privilégios de agentes intermediários maiores e mais
diversificados em suas operações, pela possibilidade destes encontrarem
mais agentes interessados em tomar ou emprestar recursos financeiros
procedendo a uma melhor seleção e escolha na alocação.
Além da magnitude dos déficits e dos superávits e da predisposição em
ajustá-los por meio do mercado de ativos financeiros, outros fatores e necessidades
também determinarão a dimensão e as características da intermediação financeira
cujo conceito sofrerá ampliação, com grau de sofisticação, em seus produtos e
serviços.
A esse grau mais sofisticado de intermediação financeira geralmente se
associa o estágio da estrutura econômica do País
3
, visto que os processos
produtivos em cada estágio de evolução econômica são caracterizados por
necessidades diferenciadas de serviços financeiros e de diferentes intensidades de
2
Abordagem que enfatiza a pulverização das operações financeiras, a utilização de instrumentos
derivativos e o casamento de operações ativas e passivas, de modo a minimizar os riscos existentes.
3
Créditos de longo prazo, swaps, securitizações de crédito, de ativos, fluxos. Essa interpretação pode
ser ampliada para o comportamento dos preços na economia. Países que exibem alto grau de
inflação tenderão a desenvolver produtos que minimizem os riscos dos preços, privilegiando
operações de curtíssimo prazo. Países agrícolas.
44
absorção de ativos financeiros
4
, ou seja, o desenvolvimento econômico irá propiciar
oportunidades aos bancos para criação de novos produtos visando atender essas
novas necessidades.
Nesse sentido, com o desenvolvimento econômico a intermediação financeira
indireta assume outras formas além daquelas decorrentes das atividades clássicas
de captar e emprestar recursos financeiros, ampliando-se, assim, as atribuições das
instituições bancárias e fortalecendo suas relações com instituições pertencentes a
outros segmentos dos mercados financeiros. Essas operações estruturadas visam
prover recursos até a efetiva integralização dos instrumentos de captação no âmbito
do mercado de capitais.
Além disso, a especialização das instituições financeiras em seu nicho de
mercado propiciará a ampliação dos serviços prestados e que não estão ligados à
atividade clássica de intermediação financeira, mas complementares a essa, como o
recebimento de pagamento a terceiros, os serviços de cobrança, a administração de
recursos de terceiros em suas mais variadas formas (fundos de investimento,
carteiras e clubes de investimento e consórcios).
3.2 O SISTEMA BANCÁRIO BRASILEIRO: PRINCIPAIS MUDANÇAS,
CONSOLIDAÇÃO E EVOLUÇÃO RECENTE
A estrutura mais simples de intermediação financeira, com o predomínio de
bancos comerciais restrito a operações de desconto, subsiste até a primeira metade
do século passado sofrendo, porém, modificações que irão culminar na estrutura
implementada nas reformas institucionais de 1964-65.
O caminhar desse processo teve, como marco inicial, a criação da
Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC) em 1945.
5
Isso, em conjunto
4
Por vários motivos, as firmas instaladas em diferentes ramos produtivos exibem graus distintos de
absorção de recursos de terceiros, com tais características setoriais mantendo-se similares entre os
países. Logo, economias que tenham maior competência na intermediação financeira, reduzindo as
margens entre captação e aplicação e o racionamento na oferta de capital, reforçam a aquisição de
vantagens comparativas nos ramos em que for intenso esse aporte de fundos de terceiros (BECK,
2001).
5
Instituído pelo Decreto-Lei nº 7.293, de 02 de fevereiro de 1945.
45
com outros fatores, determinará o desenvolvimento e o avanço da estrutura de
intermediação financeira no Brasil.
A SUMOC, embrião responsável por aquilo que seria, anos mais tarde, tarefa
do Banco Central do Brasil, situava-se na cúpula desse sistema financeiro, com
funções de órgão normativo, de assessoria, de controle e de fiscalização da política
monetária e do sistema de intermediação financeira
6
.
Suas funções executivas eram atribuídas ao Banco do Brasil, por intermédio
de suas carteiras, propiciando a este agir como: i) banco dos bancos, pelo exercício
da função de depositário por parte de outros bancos (encaixes técnicos e
compulsórios); ii) agente financeiro do governo, centralizando suas receitas e
financiando seus déficits; iii) depositário das reservas internacionais do País e; iv)
emprestador de última instância ao sistema financeiro, concedendo assistência
financeira ao sistema bancário através da carteira de redesconto e da Caixa de
Mobilização
7
.
Do crescimento acelerado do País no pós-guerra decorreram, em um curto
intervalo de tempo, marcantes mudanças na estrutura de produção. Isso ocorreu
devido ao processo de substituição de importações como mudanças na composição
da oferta agregada, nos processos de acumulação, nos padrões de expansão
industrial e as aspirações sociais de consumo, as quais exigiam uma estrutura de
financiamento adequada.
Tais fatos exigiram financiamento e investimento para captação e aplicação
de recursos em prazos compatíveis com a crescente demanda, feita por empresas e
consumidores, de crédito a médio e longo prazo. Essa demanda surgiu em
decorrência da implantação de novo setores industriais no país, produtores de bens
de capital e de consumo de bens duráveis.
Esse planejamento no Brasil acontece com a implantação do Plano de Metas
(1956 -1960).
Para Gremaud (2004, p. 378-379), o Plano de Metas pode ser divido em três
pontos principais:
6
Em verdade, à SUMOC não podem ser creditadas o exercício pleno das funções de um Banco
Central. Por exemplo, controle e fiscalização do sistema ficaram prejudicados em função do órgão ser
incapaz, inclusive por falta de base legal, de impor penalidades.
7
O decreto n.º 21.499 de 9 de junho de 1932 destinava-se a promover a mobilização das
importâncias aplicadas em operações seguras, mas de demorada liquidação pelos bancos de
depósitos e descontos nacionais e estrangeiros, estabelecidos no país.
46
I. investimentos estatais de infra-estrutura, com destaque para os setores de
transportes e energia elétrica. No que diz respeito aos transportes, cabe
destacar a mudança de propriedades, que, até o governo Vargas, centrava-
se no setor ferroviário, e passou para o rodoviário, que estava em
consonância com o objetivo de introduzir o setor automobilístico no país;
II. estímulo ao aumento da produção de bens intermediários como o aço, o
carvão, o cimento, o zinco etc., que foram objetos de planos específicos;
III. incentivos à introdução dos setores de consumo duráveis e de capital.
Visando o financiamento de longo prazo foi criada, então, uma instituição
financeira central de fomento, o BNDE (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico (1952)), a qual se responsabilizou pela centralização e canalização de
recursos de longo prazo. Esses recursos foram destinados, essencialmente, à
implantação de setores básicos de infra-estrutura na economia do País e à criação
de instituições financeiras de atendimento regional (p. ex., o Banco Regional de
Desenvolvimento do Extremo-Sul) e de apoio a regiões carentes (p.ex., o Banco do
Nordeste do Brasil e o Banco de Crédito da Amazônia).
No entanto, esse modelo de financiamento começa a dar sinais de
esgotamento pelo crescimento da inflação brasileira, pelo esgotamento do efeito
expansivo de novos investimentos, infra-estrutura em particular, pela redução do
poder aquisitivo das camadas sociais consumidoras e pelas restrições da Lei da
Usura.
O Decreto n.º 22.626, de 07 de abril de 1933 (Lei da Usura), o qual proibiu a
estipulação, em quaisquer contratos, de taxas de juros superiores a 12% ao ano, o
dobro da taxa legal, teve, na época, limitado efeito econômico, haja vista as taxas
praticadas no mercado serem inferiores aos 12% anuais. Mas passou a provocar
grandes distorções na década de 50, quando a taxa de inflação ultrapassou o teto
nominal acarretando o esvaziamento da poupança financeira.
8
Como forma de contornar as imposições da Lei de Usura (uma majoração nos
juros) e na ausência de mecanismos legais de indexação, os estabelecimentos
bancários passaram a cobrar comissões bancárias pela abertura de crédito,
cobrança, etc. e a exigir como contrapartida à concessão de empréstimos a retenção
de parte deste, cujo depósito não sofria remuneração.
8
A percentagem a prazo dos depósitos bancários caiu de 24,5% em 1951 para 4,0% em 1965
(SIMONSEN, 1995).
47
Instrumento criado em 1959, as letras de câmbio podiam ser vendidas com
deságio em relação ao seu valor nominal, e, portanto, permitiam embutir um juro
superior ao estipulado pela Lei de Usura. As letras de câmbio tiveram um papel
fundamental na intermediação financeira, pois criaram uma oferta de crédito com
prazos de seis a vinte e quatro meses.
Tais práticas, no entanto, respondendo à demanda dos mercados, apenas
atenuaram as distorções provocadas pelo binômio inflação-Lei da Usura. Em
particular, o sistema das letras de câmbio criou alguma oferta de crédito, mas essa
oferta estava longe de ser suficiente para neutralizar o efeito devastador da inflação
sobre a intermediação financeira.
Segundo Simonsen (1995, p.19-20):
Com o esvaziamento da poupança financeira, o sistema bancário privado
passou a concentrar suas aplicações em empréstimos a curto prazo,
especialmente no desconto de duplicatas, a prazos não superiores a 120
dias. O crédito ao consumidor não se desenvolveu até 1965, apesar do
crescimento da produção nacional de automóveis e bens duráveis de
consumo. O crédito industrial a longo prazo, assim como o crédito
hipotecário, passou a ser suprido apenas pelas instituições financeiras
públicas, num mercado de oferta fortemente racionada, tendo em vista a
taxa real negativa de juros.
A realização do potencial produtivo dos setores novos de bens de consumo
durável, de produtos intermediários e de capital era dificultada principalmente pelo
reduzido poder de compra dos consumidores e pela impossibilidade crescente do
governo e das empresas de se autofinanciarem ou de lograrem a utilização de novas
fontes externas, e pelo esvaziamento da poupança financeira. Esses fatos forçaram
uma reformulação.
Nas palavras de Vianna (1987, p. 91):
A reformulação do sistema financeiro se mostrava passo indispensável à
consecução da estratégia traçada pelo primeiro governo revolucionário no
pós-64, estratégia esta que consistia basicamente em implementar um
programa de estabilização antiinflacionário capaz de operar uma ¨reversão
de expectativas“ e permitir a efetiva integração da economia brasileira
dentro do sistema global das economias capitalistas avançadas. A estrutura
tradicional do sistema financeiro se constituía num entrave à superação dos
impasses gerados pelo esgotamento dos efeitos expansivos de um conjunto
de investimentos públicos e privados (principalmente estrangeiros) que
caracterizaram a etapa de substituição intensiva da importação.
48
Vale dizer que, a necessidade de se encontrar novas fontes de dinamismo e
de se proporcionar a retomada das taxas de acumulação desejáveis, implicava
reforçar a intermediação financeira, outorgando-lhe um caráter moderno e
compatível com as demandas globais da economia (VIANNA, 1987).
Tal superação exigia uma renovação profunda dos instrumentos à disposição
das autoridades monetárias, exigia a criação de um centro de deliberação em
política monetária, em substituição ao estilo
ad hoc, que caracterizava anteriores
tentativas estabilizadoras e, também, de um sistema hierarquizado de gestores
monetários, capaz de operar com um orçamento monetário consolidado, e não
apenas com instrumentos parciais e difusos (BAER, 1986).
A respeito disso, Maria da Conceição Tavares e J. Carlos de Assis (1985, p.
16) colocam que:
A moldura institucional na qual se inseria o capitalismo brasileiro se
revelava um obstáculo à retomada do desenvolvimento em novas bases,
sobretudo em face da deficiente estrutura de financiamento, tanto do estado
quanto do setor privado. De longe, o lado mais claramente atrasado, em
comparação com as economias capitalistas maduras, parecia ser o setor
bancário e de intermediação financeira em geral.
A reforma do sistema financeiro implementada em 1964 viria, juntamente com
a introdução da correção monetária e da indexação dos contratos, a preencher essa
lacuna. Essa reforma tinha como objetivo a racionalizar o sistema bancário com a
criação de mecanismos adequados para captar e canalizar os recursos necessários
à nova fase do desenvolvimento produtivo.
3.2.1 A consolidação do Sistema Financeiro e suas Principais Mudanças
Desde a primeira metade da década de 60 diversas reformas trataram de
aperfeiçoar as instituições do mercado financeiro. O desenvolvimento da própria
economia, e em particular a presença constante da inflação no cenário econômico,
levou o sistema financeiro a se adaptar.
49
3.2.1.1 Estruturação do sistema financeiro nacional
Em fins de 1964, inicia-se a grande consolidação do sistema financeiro
brasileiro com a publicação da Lei 4.595 de 31 de dezembro de 1964,
9
a qual
instituiu o Conselho Monetário Nacional, o Banco Central do Brasil e regulamentou o
Sistema Financeiro Nacional. Outras leis,
10
também importantes, viriam a dar um
caráter complementar à reforma implementada.
As reformas financeiras de 64 e 65, com seu complemento no campo
tributário em 67, constituíram o vetor central para solucionar a questão do
financiamento da economia, tanto do setor público quanto do setor privado, e da
preparação da retomada do crescimento.
Com o advento dessa lei instituí-se o Sistema Financeiro Nacional, composto
de um Conselho Monetário, do Banco Central do Brasil, do BNDE e demais
estabelecimentos financeiros públicos e privados.
Atribui-se ao Conselho Monetário Nacional, autoridade suprema do sistema, o
papel de formulador da política monetária e creditícia. Explicitou-se essa política na
forma de objetivos a serem alcançados:
11
i) adaptar o volume dos meios de
pagamento às necessidades do País; ii) orientar a aplicação dos recursos das
instituições financeiras; iii) propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos
instrumentos financeiros com vista a maior eficiência do sistema de pagamentos e
de mobilização de recursos; iv) zelar pela liquidez e solvência das instituições
financeiras e; v) coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e
da dívida pública interna e externa.
Coube ao Banco Central do Brasil, órgão que substituiu a SUMOC, a tarefa
de cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o funcionamento do sistema
financeiro e as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional, dentre as
quais destacam-se: i) a emissão de moeda; o recebimento de depósitos
compulsórios e voluntários das instituições financeiras; iii) a efetuação, como
9
A Lei n.º 4.595, além de estabelecer o modelo de instituições financeiras foi responsável pela
criação do Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários.
10
Lei nº 4.380/64 que instituiu o SFH (Sistema Financeiro de Habitação) e Lei nº 4.728/65 que
regulamentou o mercado de capitais.
11
Limitamo-nos aqueles diretamente ligados ao segmento bancário
50
instrumento de política monetária, de operações de compra e venda de títulos
públicos federais; iv) o exercício da fiscalização das instituições financeiras,
aplicando-lhes as penalidades previstas; v) a efetuação do controle dos capitais
estrangeiros.
Junto à criação dessas instituições, a reforma do sistema financeiro procurou
também, por meio da especialização das diversas instituições financeiras em
determinado tipo de operações, alcançar uma maior mobilização de recursos e de
níveis de eficiência mais altos na intermediação financeira.
Na essência, seguindo o modelo americano, os bancos comerciais deveriam
restringir sua atuação ao âmbito das transações de curto prazo cujo
funding viria dos
depósitos à vista e os bancos de investimento (1965) deveriam dedicar-se ao
financiamento de médio e longo prazo para capital fixo, principalmente de empresas
industriais, a partir da captação de depósitos a prazo e de recursos no exterior. Os
recursos de maior prazo para o setor privado também deveriam ser fornecidos pelos
bancos de desenvolvimento nacional e regional.
O crédito ao consumo ficou a cargo das Sociedades de Crédito,
Financiamento e Investimentos (financeiras), a partir da captação de letras de
câmbio. No âmbito da habitação os recursos seriam captados pelas Sociedades de
Crédito Imobiliário, pelas Associações de Poupança e Empréstimo e pelas Caixas
Econômicas, com base nos recursos obtidos pela captação na caderneta de
poupança e da emissão de letras imobiliárias
12
.
Apesar da reforma financeira ter criado instituições financeiras especializadas
e juridicamente autônomas, na prática o sistema financeiro que se seguiu às
reformas adotadas foi bem menos segmentado do que aquele que a legislação
indicava, em virtude do surgimento dos conglomerados financeiros. Isto é, criaram-
se, na maior parte das vezes a partir dos bancos comerciais, outras empresas
integrantes do Sistema Financeiro Nacional, aptas a operar em mercados cuja
autorização para exercer a tarefa de intermediação financeira era exclusiva a
determinadas pessoas jurídicas, conforme o modelo de segmentação e
especialização adotado.
Em paralelo à reforma do sistema financeiro promoveu-se também a
indexação da economia. Explicitava-se desse modo o objetivo de criar um mercado
12
Posteriormente, já na década de 70, também se regularizaram as operações de arrendamento
(leasing) como mecanismo de financiamento á longo prazo.
51
privado de financiamento de longo prazo usando a correção monetária como
instrumento básico para obtenção de taxas de juros reais positivos de forma a
superar o binômio inflação - Lei da Usura.
A “[...] base do argumento é que o aumento das taxas de poupança por meio
de remunerações positivas sobre os depósitos criaria uma oferta de crédito para o
setor privado.” (CAVALCANTE, 2002, p. 204).
No entanto, embora a introdução da correção monetária tenha contribuído
para o fortalecimento e a capitalização dos bancos privados ao longo da década de
70, essa não logrou constituir no País um sistema de crédito de longo prazo privado
como havia sido proposto inicialmente. A bem da verdade, a oferta de crédito de
longo prazo concentrou-se em bancos públicos que empregavam recursos
orçamentários e poupança compulsória.
O que se viu foi a inflação tornar-se um componente importante no
financiamento e na expansão da rede de agências dos bancos comerciais,
13
com
seus lucros extraordinários sendo resultado de taxas de juros reais negativas sobre
depósitos que excedessem as reservas requeridas e da possibilidade de ganhos
com o descompasso entre a coleta e o vencimento de pagamentos, inclusive
tributos.
Essa solidez era reforçada do ponto de vista contábil, pois ao se reduzir o
valor de alguns passivos não plenamente indexados à inflação, reduzia-se a
probabilidade de insolvência de alguns bancos (BAER; NAZMI, 2000).
Tal fato, no entanto, não impediu que concomitante com a conglomeração
financeira de fato, as reformas resultaram, na década de 70, na criação de um
variado conjunto de instituições financeiras não-monetárias, com importante
participação no total do crédito no Brasil, acompanhado de um expressivo
crescimento dos ativos financeiros não-monetários, como as cadernetas de
poupança, ORTNs, letras de câmbio, depósitos a prazo fixo, etc.
A década de 80 se caracterizou por baixas taxas de crescimento do Produto
Interno Bruto, aceleração da inflação, implementação de planos econômicos
heterodoxos, crise fiscal do estado brasileiro, e pelo processo de redemocratização.
Esse período teve repercussões no Sistema Financeiro Brasileiro, algo que,
13
Com efeito, segundo Cavalcante (2002) houve uma rápida expansão do número de agências, que
passaram de uma média de 37 por banco para 105, em 1984.
52
posteriormente, teria conseqüências na modificação do modelo adotado em 1964-
65.
Com efeito, a crise fiscal brasileira que se seguiu ao baixo crescimento da
economia, exigiu dos bancos públicos, sobretudo dos estaduais, o cumprimento do
papel de financiador dos déficits orçamentários.
A crise fiscal do estado também impôs limitações à atuação dos bancos de
desenvolvimento, sobretudo pela redução dos repasses orçamentários
transformados em aumento de capital.
Ainda que de curta duração, a estabilização monetária súbita provocada pelo
Plano Cruzado em 1986 impôs severos ajustes aos bancos, sobretudo aos públicos,
que apresentaram problemas em decorrência das baixas taxas reais de juros e das
perdas de receitas inflacionárias.
14
A aceleração da inflação, contudo, tornou inviável o modelo adotado na
reforma de 1964-65, pois se favoreceu os bancos comerciais, captadores de
recursos de curto prazo, na forma de depósitos, em detrimento dos bancos de
investimento, pelo encurtamento do prazo de contratação das aplicações. Com isso
a liquidez do sistema concentrou-se nos bancos comerciais, reduzindo a atuação
dos bancos de investimento.
Portanto, devido menos a uma tendência mundial e mais da necessidade de
adaptar o sistema de intermediação financeira às reais condições exigidas para o
financiamento da economia, o Banco Central do Brasil modificou, em 1988, o
modelo então vigente.
Paula (1997, p. 3-4) reforça, ao comentar os motivos que levaram a
reestruturação do setor em 1988, no entanto, os aspectos relacionados à
conglomeração que andava em sentido contrário a segmentação proposta em 1964.
O sistema que resultou das reformas foi muito menos segmentado e
concentrado do que foi concebido originalmente. No decorrer dos anos
formaram-se vários conglomerados financeiros, normalmente encabeçados
por um banco comercial, englobando, além desse, banco de investimento,
financeira, sociedade crédito imobiliário (SCI), empresa de leasing,
distribuidora e corretora de valores, companhia de seguro etc., cada uma
especializada em um segmento de mercado. Estes conglomerados, ao
longo do tempo, passaram a desenvolver certos mecanismos, através da
administração de tesouraria, que o transformavam, na prática, em uma
única empresa, a despeito das restrições legais existentes.
14
Nesse contexto, é criado, pelo Banco Central do Brasil, o RAET (Regime de Administração
Especial Temporária).
53
Ou seja, segundo Paula, o Banco Central dá um caráter legal a uma situação
de fato.
Como conseqüência, em 1988, através da Resolução do CMN nº 1.524 foi
permitida aos bancos comerciais sua transformação em banco múltiplo, seguindo o
modelo de banco universal tipo alemão,
15
onde um tipo de instituição atua em vários
segmentos do mercado financeiro, podendo incorporar, dentre elas, o financiamento
de longo prazo.
Nesse modelo permitiu-se que os bancos comerciais, de investimento ou de
desenvolvimento (as SCFI e as SCI) se reorganizassem como uma única instituição
financeira – os bancos múltiplos. Para ser criada, essa instituição deve ter no
mínimo duas carteiras, sendo que uma delas tem que ser obrigatoriamente
comercial ou de investimento. As carteiras que podem compor um banco múltiplo
são as seguintes: i) comercial; ii) investimento ou desenvolvimento, esta última
exclusiva dos bancos estaduais; iii) crédito imobiliário; iv) crédito, financiamento e
investimento; v) arrendamento mercantil.
Embora esse modelo não tenha resolvido a questão das fontes permanentes
de financiamento ao longo prazo, por não haver exigência de vinculação entre as
fontes de captação de recursos e aplicações, a não ser aquelas previstas por
legislação específica,
16
ele permitiu a racionalização do sistema bancário, reduzindo
seus custos operacionais
17
e, com isso, gerando um funding mais estável para os
bancos através das fusões de suas diversas empresas.
Associado a reforma do sistema tem-se a inauguração de uma nova postura
da Autoridade Monetária. E é essa nova postura do Banco Central que irá explicar
os desdobramentos do Sistema Financeiro na década de 90: sua reestruturação,
consolidação e a importância que a prestação de serviços passará a ter no negócio
bancário.
15
Substitui-se, assim, o modelo segmentado de mercado, inspirado no sistema financeiro anglo-
saxão.
16
Como o direcionamento exigido pelas captações em caderneta de poupança.
17
A principal conseqüência da redução de custos foi a redução de pessoal.
54
3.2.2 Anos 90: Aspectos Regulatórios, Crise e Reestruturação do Setor
Considerada a forma como se organiza o sistema, a permissão para os
bancos se estruturarem como múltiplos foi a principal e última alteração efetuada
desde a estruturação do sistema financeiro nacional nos anos sessenta.
A introdução no Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro (Cosif)
dos bancos múltiplos de contas das instituições financeiras admitidas como carteira
dos bancos comerciais tornou possível essa unificação pela adoção de um mesmo
plano contábil.
Junto com a desregulamentação do sistema financeiro em 1988, a qual
colocou um fim na compartimentação legal que existia até então, extinguiu-se
também a exigência da carta-patente.
18
Com isso, tornaram-se inegociáveis e
intransferíveis as autorizações do Banco Central para funcionamento das instituições
financeiras, passando a autorização das novas instituições a ser dada com base em
requisitos de capital mínimo necessário, fixação de limites operacionais
19
e, ainda,
através de critérios de idoneidade e competência de seus gestores.
20
Essa nova postura do Banco Central de adotar a regulamentação prudencial
como meio de atuação será postergada e aperfeiçoada no tempo, em função da
economia brasileira conviver por mais alguns anos com elevadas taxas de inflação.
Com efeito, a alta inflação no período que antecedeu o Plano Real permitia
aos bancos obter elevados ganhos, onde grande parte da receita das instituições
financeiras era proveniente do trânsito dos recursos (
floating), reduzindo o risco de
solvência do setor e permitindo a postergação das reformas pretendidas.
Ou seja, durante o período de alta inflação o sistema bancário brasileiro foi
capaz de apresentar um desempenho bastante positivo, via adaptação de sua
estrutura patrimonial e visando explorar as oportunidades de ganhos inflacionários,
esses ganhos eram obtidos com as receitas de
float e com os elevados spreads na
intermediação financeira, algo que o quadro macroinstitucional permitiu em face da
18
A Carta Patente implicava a compra de um ativo que somente teria condições de ser realizado no
momento da venda, ao passo que a exigência de capital mínimo implica a garantia sob a forma de
liquidez.
19
Introduz limites a operações ativas.
20
Aperfeiçoada pela ‘lei do colarinho branco’.
55
existência da sofisticada e abrangente institucionalidade da moeda indexada
(PAULA, 2001).
Com a introdução do Plano Real e a queda abrupta dos índices de inflação os
ganhos inflacionários virtualmente desapareceram e os bancos tiveram de se
adaptar a esse novo ambiente algo que exigia, de pronto, uma nova postura de
atuação da Autoridade Monetária, agora sob novo quadro macroinstitucional, pois,
segundo Puga (1999, p. 10),
Até então, não havia um arcabouço institucional que prevenisse o sistema
contra os riscos de uma crise financeira. A atuação do Banco Central para
socorrer as instituições se dava mais em caráter emergencial, utilizando
recursos da reserva monetária, que contava com parte da arrecadação do
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Como resposta a esse novo ambiente, o sistema bancário ampliou a oferta de
crédito, tornando-a responsiva à demanda, ainda que num contexto de forte
restrição da Autoridade Monetária.
21
De fato, a combinação da necessidade de recomposição das fontes de
ganhos com a expansão da economia no início do Plano Real permitiu que os
bancos expandissem suas receitas com “operações de crédito”, as quais dobraram
de 1994 para 1995 (PAULA, 2001, p. 313).
Contudo, esse crescimento das operações de crédito deu-se sobre uma base
de informações bastante precária, como decorrência do longo período em que as
instituições financeiras estiveram concentradas quase que exclusivamente em
atividades de tesouraria. Assim, criou-se uma situação em que a qualidade dessas
operações não acompanhou, em princípio, sua expansão. Junte-se a isso, a política
monetária e creditícia altamente restritiva que vigorou no primeiro semestre de 1995,
em resposta a Crise do México.
Venâncio Júnior (2001, p. 2), a esse respeito comenta:
A implementação do programa de ajuste macroeconômico em 1994, o
Plano Real, trouxe um reordenamento da economia brasileira, e alterou
radicalmente o cenário em que atuavam as instituições financeiras. A
redução dos níveis inflacionários e a maior abertura com o incremento das
importações, além de exigir o desenvolvimento de produtos de maior
qualidade trouxeram a tona o grau de ineficiência de setores industriais e
comerciais que refletiram a incapacidade de honrar seus compromissos
com os bancos. O fim dos ganhos com o processo inflacionário, aliado a
21
Compulsório, inclusive de 15% sobre as operações de crédito.
56
política monetária restritiva (conjugando percentuais elevados de
compulsórios e impostos), estes fatores somados aos anteriores
evidenciaram a fragilidade de algumas instituições financeiras.
De fato, a precariedade das carteiras de crédito das instituições bancárias
evidenciou a fragilidade do sistema financeiro, forçando o governo a reestruturar o
setor.
3.2.2.1 O saneamento e a regulação do sistema bancário
Como resposta, e já tendo implementado as regras em consonância com o
Acordo da Basiléia
22
(Resolução Bacen nº 2.099/94) que estabelecia limites mínimos
ao Patrimônio Líquido Ajustado e que deveria corresponder a 8% dos ativos
ponderados pelo risco, o Governo estabeleceu um conjunto de medidas voltadas a
reestruturação e ao fortalecimento do sistema financeiro.
Destaca-se a edição da Medida Provisória nº 1.179, a qual criou incentivos
fiscais para a incorporação de instituições financeiras, permitindo que a instituição
incorporadora contabilizasse como perda os créditos de difícil recuperação da
instituição adquirida, bem como a contabilização do ágio e sua compensação em
resultados futuros.
Nessa mesma linha, também foi editada a Medida Provisória 1.182 que
ampliou os poderes do Banco Central permitindo que este pudesse realizar ações
preventivas para sanear o sistema financeiro como, por exemplo, a exigência de
aportes de capital, a transferência do controle acionário ou sua reorganização por
meio de fusão, incorporação ou cisão.
Em novembro de 1995, a Resolução 2.208 instituiu o PROER (Programa de
Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional) com o propósito de
assegurar a liquidez e solvência do sistema. Isso é feito através do financiamento de
22
Em agosto de 1994, o Banco Central aderiu ao Acordo da Basiléia, estabelecendo limites mínimos
de capital para a constituição de um banco, além dos limites adicionais que variam de acordo com o
grau de risco dos ativos, isto é, o capital dos bancos deveria ser proporcional ao valor dos ativos
ponderados pelos respectivos riscos. Assim, o montante de capital seria uma reserva para cobrir
operações bancárias. Quando da publicação da resolução, o capital mínimo exigido era de 8% dos
ativos ponderados pelo risco, ou seja, o limite máximo de empréstimos para uma instituição era de
12,5 vezes seu capital, em junho de 1997 o capital mínimo passou para 10% e em novembro para
11%.
57
reorganizações administrativas, operacionais e societárias que resultassem na
transferência de controle ou na modificação do objetivo social para finalidade não-
privativa de instituições financeiras. Os recursos provem dos depósitos compulsórios
recolhidos pelas próprias instituições integrantes do sistema financeiro.
A instituição do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) garantia aos
depositantes, titulares de depósitos a vista, a prazo, de poupança e de letras de
câmbio, imobiliária e hipotecárias, até R$ 20.000,00 (vinte mil reais), por titular para
os depósitos e aplicações, nos casos de declaração de intervenção, liquidação
extrajudicial, falência ou reconhecimento pelo Banco Central do estado de
insolvência da instituição financeira.
Ao mesmo tempo em que tais medidas procuravam sanear o sistema
financeiro, elas também implicavam restrições ao crescimento e lucro dos bancos.
Como medida compensatória foi autorizada a permissão de cobrança de tarifas por
serviços prestados (Resolução nº 2.303/96).
Em complemento, os bancos passaram a buscar novas fontes de receitas,
ajustando também sua estrutura de custos.
Corazza (2000, p. 1) assim comenta:
O Plano Real provocou impactos profundos na estrutura e no
funcionamento dos bancos no Brasil. Os bancos tiveram que se adaptar ao
fim das receitas inflacionárias, readaptar sua estrutura administrativa,
reduzir custos e procurar novas fontes de receitas. Nesse processo, além
de bancos grandes e médios, inúmeras pequenas instituições foram
extintas. Isto provocou a redução do número de bancos e uma acentuada
concentração do sistema bancário.
Desse modo, os bancos passam a ter um novo comportamento redefinindo
suas fontes de receitas, onde a de prestação de serviço passa a ter fundamental
importância em seus resultados.
Segundo Corazza (2000, p. 5):
A manutenção de taxas elevadas de rentabilidade se deveu a troca de
receita inflacionária pela receita de prestação de serviços, que quase
duplicou sua participação relativa nos anos posteriores ao Plano Real. Com
efeito, a receita de serviços, que representa apenas 8% em 1990, passa
para 10,5% em 1993, e para 21,5%, em 1995.
Um ambiente concorrencial onde foram quebrados modelos consolidados de
atuação. Isso descreve o novo contexto que impôs aos bancos adequações quanto
58
aos aspectos tecnológicos, gerenciais e, principalmente, nas atividades de
marketing. Com o marketing, os bancos passaram a segmentar mercados, na
tentativa de oferecer produtos e serviços mais adequados a grupos específicos de
clientes de modo a não apenas atender e antecipar-se às necessidades, mas
também de identificar o que realmente, na percepção dos clientes, os fidelizavam.
Nesse sentido, a prestação de serviços de administração de grupos de
consórcio passou a cumprir a função de fidelizar clientes, além de permitir aos
bancos receitas permanentes, relativamente estáveis, pelo prazo de duração do
grupo. A prestação de serviços desse tipo passou também a cumprir outras funções
como a de propiciar margem de contribuição; ampliar o portfólio dos produtos;
intensificar o relacionamento; atender uma necessidade de consumo de seus
clientes, e, principalmente, sob um ambiente concorrencial, a de tratar o consumidor
de consórcio como um cliente bancarizado. Essas funções também assumirão
importância à medida que a rede bancária aumente a colocação desse tipo de
serviço..
59
4 O INGRESSO DOS BANCOS DE VAREJO NO CONSÓRCIO
No capítulo anterior fez-se uma revisão da literatura acerca do papel dos
bancos na economia, buscando justificativas ao seu ingresso na indústria de
consórcio. A manutenção da estabilidade econômica do País tornou o planejamento
de longo prazo mais factível, viabilizando a colocação do produto consórcio. Dada a
experiência adquirida em cumprir a obrigatoriedade do direcionamento dos recursos
das empresas de consórcio, os bancos de varejo identificaram como uma
oportunidade de negócio o ingresso nesse setor, através da criação de empresas
voltadas exclusivamente a prestação desse serviço.
Advoga-se que o início desta trajetória teria como motivação o forte ambiente
concorrencial do sistema bancário. Submetido à profundas transformações na
década de 90, o sistema bancário desencadeou ações pró-ativas visando à
fidelização de clientes cujo perfil sócio-econômico coincidisse com aquele do
público-alvo que busca a aquisição de bens através de financiamento ou
autofinanciamento.
Por outro lado, há razões para supor que aspectos regulatórios aos quais os
bancos estão submetidos também contribuíram para o direcionamento a prestação
desse serviço, além, é claro, do interesse dos órgãos reguladores no ingresso dos
bancos nesse setor, com o fim de fornecer à indústria reputação e credibilidade,
qualidade indispensável à sobrevivência de um setor que exige fidúcia para seu
crescimento e desenvolvimento.
Nesse capítulo, procuraremos demonstrar que o produto consórcio, além de
cumprir a função de fidelização dos clientes, também passou a gerar resultados
cada vez maiores para o conglomerado financeiro, viabilizados pelo crescimento e
venda do produto. Por ter se tornado relevante, os bancos passaram a adquirir e
incorporar outras administradoras de consórcio, senão obtendo a transferência de
seus grupos já formados. Dessa forma, procuraremos analisar quais modificações
que o setor sofreu a partir da entrada dos bancos de varejo na prestação desse
serviço.
60
4.1 A PARTICIPAÇÃO DOS BANCOS DE VAREJO NA INDÚSTRIA DE
CONSÓRCIO
A indústria de consórcio é voltada para a aquisição de bens de consumo
durável. Ela se estruturou desde a década de 60, inicialmente com as
administradoras ligados às montadoras de veículos leves e pesados, estas com o
objetivo de manter a regularidade de suas linhas de produção e, num segundo
momento, com as administradoras independentes.
Essa indústria atinge seu ápice durante o período inflacionário, ocasião em
que o segmento de automóveis passou a ter maior procura em função de
representar uma reserva de valor e de sua aquisição, ainda que feita em parcelas,
preservar o valor atual do bem. A indústria do consórcio cresceu nesse período
também devido ao crescimento dos grupos de eletroeletrônicos, principalmente
computadores pessoais.
Com o advento do Plano Real e a conseqüente estabilização dos preços da
economia, o setor perde esse grande atrativo e o número de adesões a planos de
consórcios começa a reduzir-se, principalmente no segmento de eletroeletrônicos.
Pois, em função do avanço da inovação tecnológica, o bem referenciado no plano de
consórcio era freqüentemente deixado de ser produzido ou substituído por um novo
modelo antes do término do prazo do grupo.
O período imediatamente posterior à implantação do Plano Real e até a
entrada dos bancos de varejo no setor (ano 1998) é marcado por uma contínua
redução do número de participantes ativos. A indústria que apresentava um total de
3,1 milhões, em média, de cotistas no ano de 1995 reduz-se para 2,6 milhões, em
média, no ano de 1999, com uma redução da ordem de 16,1% no período,
equivalente a 3,0% ao ano.
61
Tabela 1 - Indústria de Consórcio: Média de Participantes Ativos
( jan.1995 - jun.2006 )
Período
Segmento
I
Segmento
II
Segmento
III
Segmento
IV
Segmento
V
Segmento
VI
Total
1995 26.580 79.614 1.062.312 297.737 1.663.375 3.532 3.133.151
1996 32.264 81.393 1.185.886 412.595 828.484 2.059 2.542.680
1997 38.025 89.889 1.399.977 638.080 597.155 493 2.763.619
1998 46.348 108.877 1.266.765 826.593 543.630 253 2.792.466
1999 57.701 111.237 1.184.150 984.555 313.755 194 2.651.592
2000 70.020 110.796 1.092.765 1.172.819 285.388 8 2.731.796
2001 86.034 116.628 993.078 1.332.145 326.340 0 2.854.224
2002 110.111 117.896 896.089 1.508.212 297.519 62 2.929.888
2003 147.006 117.941 878.477 1.692.640 202.734 21 3.038.820
2004 202.481 124.139 872.157 1.838.937 198.824 20 3.236.558
2005 270.710 133.099 895.859 1.722.534 308.279 58 3.330.540
2006 332.947 131.875 871.529 1.729.534 318.031 101 3.384.017
Fonte: com base na Tabela 1A (cf. Anexo A)
Segmento I - Imóveis
Segumento II - Tratores, equipamentos rodoviários, máquinas e implementos agrícolas, embarcações, veículos automotores
destinados ao transporte de carga com capacidade superior a 1.500 kg e veículos automotores destinados ao transporte coletivo
com capacidade para 20 pessoas ou mais
Segmento III - Veículos automotores não incluídos no segmento II, exceto, motocicletas e motonetas;
Segmento IV - Motocicletas e motonetas;
Segmento V - Outros bens móveis duráveis;
Segmento VI - Serviços turísticos
Nesse mesmo período o número de administradoras de consórcio reduziu-se
de 460 no ano de 1995 para 406 no ano de 1999, como reflexo da redução das
vendas do setor.
62
Tabela 2 - Quantidade de Administradoras de Consórcios e de Cotas Ativas
(dez.1995 - Jun.2006)
Período Administradoras Cotas ativas
Dez.1995 460 2.737.009
Dez.1996 444 2.464.952
Dez.1997 432 2.917.511
Dez.1998 421 2.643.266
Dez.1999 406 2.666.719
Dez.2000 405 2.817.498
Dez.2001 385 2.894.480
Dez.2002 373 3.015.790
Dez.2003 364 3.146.875
Dez.2004 342 3.187.936
Dez.2005 341 3.398.688
Jun.2006 339 3.390.813
Fonte:BACEN/DESIG, 2006.
A partir de 1998, os bancos que sempre atuaram como financiadores
passaram a ver no sistema de consórcio mais uma oportunidade de rentabilidade
para seus negócios. O processo de adesão dos bancos ao sistema de consórcio
teve início com as operações de administração de consórcio do Unibanco Rodobens
Administradora de Consórcios e do Consórcio Nacional Panamericano S.C. Ltda.
Esse processo se intensificou principalmente a partir do final do ano de 2002, com a
entrada da Itaú Administradora de Consórcios S/C Ltda e da Caixa Consórcios S.A.
Em junho de 2006 o Banco Central do Brasil registra 17 administradoras
ligadas a instituições financeiras, sendo 10 ligadas aos bancos de varejo.
Quadro 5 - Administradoras Ligadas a Bancos de Varejo
Administradoras de consórcio Ingresso
Unibanco Rodobens Administradora de Consórcios Ltda 1998
Consórcio Nacional Panamericano S.C. Ltda 1998
HSBC (Brasil) Consórcios Ltda 2001
Itaú Administradora de Consórcios S/C Ltda 2002
Caixa Consórcios S.A. 2002
Bradesco Consórcios Ltda 2003
Banrisul S.A. Administradora de Consórcios 2004
BB Administradora de Consórcios S.A 2004
ABN ANRO REAL Administradora de Consórcio Ltda 2005
SANTANDER BANESPA Administradora de Consórcios Ltda 2005
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ADMINISTRADORES DE CONSÓRCIO – ABAC, 2006.
63
A entrada dos bancos na prestação de serviço de administração de grupos de
consórcio deu nova dinâmica ao setor, ao mesmo tempo em que a logística de
distribuição do produto consórcio feita pela rede bancária impuseram uma maior
concorrência. Com isso, houve um crescimento da produção da indústria, invertendo
uma trajetória de queda, sem, contudo, frear a diminuição do número de
administradoras.
A redução do número de administradoras, em geral mediante a transferência
de suas carteiras a administradoras de maior porte, associada a maior produção por
parte dos bancos, determinou um crescimento da participação dos bancos no
mercado.
1
Com efeito, as administradoras ligadas a bancos de varejo passaram a
representar cerca de 28,0% do mercado de consórcio em junho de 2006, conforme
gráfico abaixo:
Participação dos bancos
30,00
10,00
15,00
20,00
Percentu
25,00
al
-
5,00
jun
/03
ago
/03
out
/
03
dez/03
fev
/0
4
abr/04
jun
/0
4
ag
o/
04
out/04
dez
/0
4
fev
/0
5
abr/05
jun
/0
5
ago
/05
out
/
0
5
dez
/0
5
fev/0
6
abr/06
jun
/0
6
Período
Gráfico 2 - Participação dos Bancos de Varejo na Indústria de Consórcio
Fonte: com base na Tabela 2A.
Esse crescimento da participação no mercado por parte das administradoras
ligadas a bancos de varejo na indústria de consórcios se intensifica na medida em
1
A aquisição do Banco Fiat e de sua carteira de consórcios pelo Banco Itaú, no ano de 2002. O
Unibanco-Rodobens adquiriu 2/3 do controle acionário do Consórcio Nacional Ford em 2001.
64
que es
doras de consórcio
presentaram uma rentabilidade média de 38,5% superior àquela apresentada pelo
ano de 2005, sob esse mesmo aspecto, observa-se que a prestação de serviço de
administr de consórcio obtev tabilidade de 57,3% superior
aos 25,1% apresentado pelo cong
No que tange a margem líquida
3
, a prestação de serviços de administração de
argens superiores à cerca de
,0 vezes àquela apresentada pelo conglomerado (Tabela 3).
tas passam a apresentar rentabilidade
2
superior ao conglomerado financeiro
ao qual pertencem.
Na média, para o ano de 2004, as administra
a
conglomerado financeiro que correspondeu a 20,1% para o mesmo período. Para o
ação e uma ren , também
lomerado financeiro (Tabela 3).
consórcios, nos anos de 2004 e 2005, apresentou m
4
TABELA 3 - Retorno e margem líquida apresentado pelas administradoras de consórcio ligadas a bancos e seu conglomerado
(2004 – 2005) (1)
Período Rentabilidade Margem líquida
Administradoras Bancos de varejo Administradoras Bancos de
varejo
2005 57,30% 25,10% 51,10% 13,60%
2004 38,50% 20,10% 42,10% 11,60%
Fonte: com base na Tabela 3A, 4A e 5A (cf. respectivamente, anexos C, D e E)
(1) média dos retornos das administradoras ligadas a bancos de varejo
Outro aspecto a se considerar diz respeito a participação da receita de
prestação de serviços de administração de grupos de consórcio no total das receitas
de prestação de serviços do conglomerado,
4
a qual correspondeu à cerca de 0,9%
o obtida em
004 (Tabela 5A).
Este desempenho das administradoras em relação ao conglomerado
financ
to não apresentar
risco d
para o ano de 2005, com crescimento de 50% em relação à participaçã
2
eiro justifica-se pela reduzida despesa de venda do produto (p.ex., como
comissões pela colocação de cotas), pela economia de escala propiciada pelo
elevado número de pontos de venda e pelo fato da venda do produ
e crédito além, é claro, de propiciar uma receita permanente de prestação de
serviços pelo prazo de duração dos grupos.
2
Calculada tomando-se como base o lucro líquido do exercício pelo patrimônio líquido.
3
Calculada tomando-se como base a receita de prestação de serviços pelo lucro líquido do exercício.
4
Inclui, entre outras, receitas referentes a taxa de administração de fundos de investimento; de
fornecimento de talonários de cheques, de taxas de cobrança, de abertura de contas, etc.
65
4.2 OS SEGMENTOS DE CONSÓRCIO E A ATUAÇÃO DOS BANCOS
Vimos que a atuação dos bancos na indústria de consórcio têm sido
crescente nos últimos anos
. No entanto, esse crescimento não se dá de maneira
uniform
inistradoras de
onsórcio ligadas a bancos contradizem a atuação desses no mercado financeiro,
menor taxa de administração prazo maior das operações o mesmo
ela a aix permite isua a sse ar ent ao mons rar e o
s, é o único que apresenta crescimento releva te para o
período considerado. No I semestre
pa a ã ia 0% I s d es nto a
re e é % da de ven
s a conglomerados financeiros em carta média de crédito,
(jul .2003 - jun.2006)
e em todos os segmentos de bens e serviços autorizados.
Veremos que o comportamento dos bancos ao ingressarem na indústria de
consórcios buscou priorizar suas vendas nos segmentos de maior valor agregado e
não naqueles de maior taxa de administração, elegendo como prioritário a receita de
prestação de serviços. Ou seja, tendo sua origem no varejo, as adm
c
pois adotam como prática a realização de operações de maior valor, ainda que com
, haja vista o e
custo de prestar o serviço.
A tab b o v liz r e gum o de t qu
segmento I, de imóvei n
de 2003, esse segmento acusava uma
rticip ç o méd de 19, e, no emestre e 2006, te segme passou
pres ntar em m dia 45,7 do total s cartas crédito didas.
Tabela 4 - Participação percentual das administradoras de consórcio ligada
por segmento
Segmentos
Período
I II III I V V VI Total
jul/03 _ dez/03 19,01
15,20 61,71 3,95 0,13 - 100
jan/04 _ jun/04 24,43 14,16 54,11 7,15 0,14 - 100
jul/04 _ dez/04 29,36 12,23 51,03 7,22 0,15 - 100
jan/05 _ jun/05 33,64 11,54 52,07 2,26 0,48 - 100
jul/05 100
jan/06
_ dez/05 40,34 10,16 46,31 2,67 0,52 -
_ jun/06 45,73 9,07 41,88 2,85 0,47 - 100
Fonte: com base na Tabela 6A e 7A (cf, respectivamente, anexos F e G)
66
4.2.1 Segmento de Imóveis
Os problemas habitacionais no Brasil são tão antigos quanto as iniciativas e
promessas já desenvolvidas para saná-los. Com a escassez de alternativas para a
viabilização do sonho da casa própria, o sistema de consórcio apresenta-se como
uma opção de concretizá-lo.
O consórcio de imóveis foi aprovado em março de 1990, por meio da Portaria
MF nº 028. Logo após sua liberação, no entanto, os consórcios foram suspensos,
em agosto do mesmo ano, assim como foram suspensas as autorizações para
novas administradoras operarem com imóveis. Em 26 de abril de
1991, a Receita
Federa
a a utilização do FGTS para a oferta de lances.
consórcio. O consórcio, na maioria das vezes, tem
correção da carta de crédito anual, normalmente pelo INCC (Índice Nacional da
Construção Civil), e tem taxa de administração – na média de 18% diluída ao longo
do prazo de duração dos grupos (120 meses) –, o que significa uma taxa média de
m as taxas
cobradas pelos financiamentos imobiliário
tem a opçã para efe complementar o valor
O ancos ao ngo dess período nquistaram seu espa no ercado,
c e a t baixo
l voltou a permitir o consórcio imobiliário, por meio da Portaria MF nº 281,
impondo, contudo, uma série de restrições, p.ex., a ampliação do patrimônio líquido
obrigatório para as administradoras. Um passo importante para a expansão desse
segmento ocorreu em 1993 quando a Caixa Econômica Federal permitiu a utilização
do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). A utilização do fundo valia
apenas para que o consorciado pudesse completar o valor do imóvel que estivesse
sendo adquirido por meio da carta de crédito sem, portanto, validar a oferta de
lances ou a antecipação de parcelas vincendas, algo que veio a ocorrer em 2003,
quando foi autorizad
As vantagens para os consumidores que podem planejar a aquisição desses
bens incluem os baixos custos do
1,5% ao ano. Portanto, não existe qualquer parâmetro de comparação co
s. Além dessa vantagem, o consumidor
inda a o de utilizar seu FGTS tuar lances ou
da carta de crédito.
s b lo e co ço m
omo v remos n abela a .
67
Tabela 5 - Indústria de consórcio: desempenho médio semestral de cotas ativas no Segmento I
Administradoras
Período Ligadas a bancos de varejo Outras Segmento I
Quantidade Participação Quantidade Participação Quantidade Participação
jul/03 _ dez/03 33.353 20,59 128.644 79,41 161.997 100,00
jan/04 _ jun/04 55.148 29,43 132.222 70,57 187.370 100,00
jul/04 _ dez/04 76.626 35,22 140.965 64,78 217.591 100,00
jan/05 _ jun/05 95.517 39,00 149.377 61,00 244.894 100,00
jul/05 _ dez/05 134.568 45,38 161.959 54,62 296.527 100,00
jan/06 _ jun/06 167.273 50,24 165.674 49,76 332.947 100,00
Fonte: com base na Tabela 8A (cf. anexo H)
No período de julho de 2003 a junho de 2006, a participação dos bancos no
egmento de imóveis passou de 20,6% para 50,2%, com um crescimento médio no
eríodo analisado de 71,2% ao ano, frente aos 27,1% de desempenho do mercado e
os 8,8
e 2006, 10,5% do total de cotas ativas.
m guardado relação direta com o desempenho da
tividade econômica, sendo determinante para a renovação das frotas a
continuidade de safras agrícolas favoráveis.
A edição da Circular nº 2.342 de 15 de julho de 1993, pelo Banco Central do
Brasil não só regulamentou a constituição,
cons r o par e tr u r
equip m o aves e embarcações, mas também ampliou os
prazos de duração destes grupos para 100 meses.
s
p
% de crescimento anual para as demais administradoras não ligadas a bancos
de varejo. Constata-se que mais de 50% das cotas ativas do segmento estão
alocadas nas administradoras ligadas aos bancos de varejo. A participação do
segmento na indústria representa, em junho d
4.2.2 Segmento de Veículos Pesados
5
O segmento de veículos pesados tem apresentado estabilidade nos últimos
anos e seu desempenho te
a
funcionamento e administração de grupos
de ó ci a caminhõ s, ônibus, atores, eq ipamentos odoviários máquinas
e a entos agrícolas, aer n
5
Tratores, equipamentos rodoviários, máquinas e equipamentos agrícolas, embarcações, aeronaves,
veículos automotores destinados ao transporte de carga com capacidade superior a 1.500 Kg e
veículos automotores destinados ao transporte coletivo com capacidade para 20 pessoas ou mais.
68
O sistema atende tanto a pequenos como grandes agricultores, pois lhes
permite renovar suas frotas.
bela 6 - tria de consórci desempenho m io semestral d otas ativas no gmento II
Administradoras
Ta Indús o: éd e c Se
Período
Ligadas a bancos de varejo Outras Segmento II
Quantidade Participação Quantidade Participação Quantidade Participação
jul/03 _ dez/03 19.558 16,37 99.893 83,63 119.450 100,00
jan/04 ,00
jul/04 ,00
0,00
jul/05 _ dez/05 24.847 18,39 110.287 81,61 135.134 100,00
jan/06 _ jun/06 24.326 18,45 107.550 81,55 131.875 100,00
na Tabela 9ª (cf. anexo I)
_ jun/04 23.432 19,28 98.103 80,72 121.535 100
_ dez/04 23.409 18,47 103.335 81,53 126.744 100
jan/05 _ jun/05 24.024 18,33 107.041 81,67 131.065 10
Fonte: com base
No período de junho de 2003 a junho de 2006 a participação dos bancos no
egmento de veículos pesados passou de 16,3% para 18,4%, com um crescimento
médio
ência de mecanismos de financiamento
caract
ser constituídos pelos funcionários do Banco do Brasil.
o longo dos últimos 10 anos o segmento vem enfrentando dificuldades
2006, com 25,5%
do total das cotas ativas no mercado de c 30,9% em janeiro de 1995)
totalizando 866.621 cotas (Tabela 1A).
s
no período analisado de 24,4%, frente a 10,4% de desempenho do mercado.
Quando considerado o total da indústria, o segmento II representado por
tratores e implementos agrícolas possui uma participação de 3% do mercado.
4.2.3 Segmento de Automóveis
O consórcio teve origem no Brasil, na década de 60, através desse segmento.
A concentração de renda e a aus
erizavam a crise econômica da época. A recém instalada indústria
automobilística brasileira encontrava dificuldades para escoar sua produção. Mesmo
não havendo legislação a respeito da sua formação e de seu funcionamento, os
primeiros grupos passaram a
A
quanto ao seu crescimento. Não obstante, participou, em junho de
onsórcios (
69
Essa perda de representatividade no total da indústria encontra explicação na
falta de apelo que o ativo representava em époc inflacionárias e a forte
concorrência exercida por produtos de in ment iciado a
estabilizaç ec .
bela 7 - tria de consórci desempenho m io semestral d otas ativas no gmento III
Administradoras
as
crédito e f ancia o prop s pel
ão da onomia
Ta Indús o: éd e c Se
P
eríodo Ligadas a bancos de varejo Outras Segmento III
Quantidade Participação Quantidade Participação Quantidade Participação
jul/03 _ dez/03 330.770 37,87 542.779 62,13 873.548 100,00
jan/04 _ jun/04 373.184 43,25 489.607 56,75 862.791 100,00
jul/04 _ dez/04 406.974 46,17 474.549 53,83 881.524 100,00
jan/05 _ jun/05 451.749 50,39 444.686 49,61 896.434 100,00
jul/05 _ dez/05 472.024 52,72 423.260 47,28 895.284 100,00
jan/06 _ jun/06 468.061 53,71 403.468 46,29 871.529 100,00
Fonte: com base na Tabela 10A (cf. anexo J)
O ingresso dos bancos de varejo no sistema de consórcio apenas atenuou
essa tendência de queda. Ao analisarmos a participação média dos bancos no
período de julho de 2003 a junho de 2006 percebemos que ela vem crescendo,
contabilizando 53,7% de participação no segmento, ou
seja, mais da metade das
otas ativas de automóveis estão alocadas pelas administradoras ligadas ao
egmento bancário. Para as demais administradoras, e considerando o mesmo
eríodo de análise, a concorrência com o setor bancário e com suas empresas
ontroladas de administração de consórcio determinou uma perda líquida da ordem
e 139.311 participantes, reduzindo, assim, sua participação no total do segmento III
e 62,1%, no I semestre de 2003, para 46,3%, no I semestre de 2006. No mesmo
s manteve-se estável, ou seja, em
ês anos de atividade a produção foi reduzida em 0,2%.
c
s
p
c
d
d
período de análise, o segmento em cotas ativa
tr
70
4.2.4 Segmento de motocicletas e motonetas
Desde março de 2002 o segmento representa em média 50% do total de
cotas
para a realização
de tele
a parcela mensal de
R$120,00 (cento e vinte reais) por uma carta de crédito de motocicleta
R$6,2 mil). O valor
dessa mensalidade é equivalente a três pa por dia, a um custo
indivi R$1,8 22 dias út um mês.
Com estas vantagens tendo o la er ou o trabalho em mente, parcelas cada
pelas motocicletas, cujo consumo de combustível e baixo custo de manutenção são
b te e o s parado autom ao uti .
bela 8 - ria de consórcio: desempenho mé o semestral de cotas ativas no Segmento IV
ativas do mercado. Segundo dados da Abraciclo (Associação Brasileira dos
Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), já em
1993 45% das vendas de motos davam-se por meio de consórcios. Essa
participação não sofreu retrações ao longo dos últimos anos, ao contrário de outros
segmentos e independentemente da situação econômica do país. Este fenômeno
está atrelado a custos acessíveis ao consumidor, trânsito difícil nas grandes cidades,
proliferação da frota e principalmente a trabalhadores autônomos
-entregas.
Para este segmento o consórcio tornou-se importante na medida em que
passou a atender a uma população com renda que gira em torno de dois a três
salários mínimos e que pode, portanto, pagar em média um
(considerando uma motocicleta de 150cc a um preço médio de
ssagens de ônibus
dual de 5, se considerarmos eis em
e z
vez maiores da população brasileira passam a substituir outros meios de transportes
astan r duzid e com s ao óvel e litário
Ta Indúst di
Administradoras
Período Ligadas a bancos de varejo Outras Segmento IV
Quantidade Participação Quantidade Participação Quantidade Participação
jul/03 _ dez/03 69.260 4,00 1.660.917 96,00 1.730.177 100,00
jan/04 _ jun/04 161.438 8,87 1.659.528 91,13 1.820.967 100,00
jul/04 _ dez/04 188.496 10,15 1.668.411 89,85 1.856.907 100,00
jan/05 _ jun/05 64.277 3,74 1.652.536 96,26 1.716.812 100,00
jul/05 _ dez/05 89.134 5,16 1.639.122 94,84 1.728.256 100,00
jan/06 _ jun/06 104.101 6,02 1.625.433 93,98 1.729.534 100,00
Fonte: com base na Tabela 11A (cf. anexo K)
71
O comportamento do segmento de motos, conforme mostrado na tabela
acima, tem se
mantido estável nos últimos anos. A participação dos bancos de
arejo no segmento é discreta, atualmente 6,0%. Esse é um segmento no qual
oucos bancos atuam. Isso se deve aos baixos valores das cartas de crédito
6
e a
o segmento
etém em torno de 50% do mercado de consórcios no país, considerado o número
e participantes, concentrando-se em cerca de 67% em administradoras ligadas a
monta
4.2.5 S
ou o mercado das chamadas linhas marrom e branca. Essas
empresas ofereciam refrigeradores, máquinas de lavar, televisores, entre outros
produtos, por meio do consórcio – mesmo assim o segmento ficou estagnado. Com
a explosão de consumo no período pós o Plano Real, o segmento cresceu de modo
significativo. Ao analisarmos os dados, na tabela abaixo, percebemos que, ao longo
dos últimos dez anos, o segmento vem reduzindo drasticamente a quantidade de
participantes ativos.
v
p
conseqüente baixa receita de prestação de serviços. Cabe destacar que
d
d
doras
7
.
egmento de outros bens móveis duráveis (Eletroeletrônicos)
O consórcio de eletroeletrônicos vem atravessando sucessivas fases de
turbulências ao longo dos últimos anos, muito em função dos planos econômicos e
de suas restrições ao mercado global do setor.
No final dos anos 70 e início da década de 80, época de contenção de
demanda, altas taxas de juros e restrições de crédito, os consórcios de
eletroeletrônicos surgiram no país por meio de grupos formados, na época, pela
Sharp. O primeiro bem objeto dos planos foi o videocassete, o então sonho de
consumo de muitos brasileiros. A chegada ao Brasil das empresas Cônsul e
Brastemp revolucion
6
Segundo ABAC (2005): Carta média nacional:R$5.500,00(cinco mil e quinhentos reais)
7
Honda Motor do Brasil Ltda, Yamaha Motos Corporation Ltd., Suzuki Motor Corporation, Brasil &
Movimento S.A.(SUNDOWN), Kasinski Fabricadora de Veículos Ltda.
72
Tabela 9 - Evolução média de grupos de consórcio do segmento V
(1995 - 2006)
Anos
(1) Cotas ativas Variação %
1995 1.663.375
1996 828.484 (50,19)
1997 597.155 (27,92)
1998 543.630 (8,96)
1999 313.755 (42,29)
2000 285.388 (9,04)
2001 326.340 14,35
2002 297.519 (8,83)
2003 202.734 (31,86)
2004 198.824 (1,93)
2005 308.279 55,05
2006 318.031 3,16
Fonte: com base na Tabela 1A (cf. anexo A)
.(1) Para o ano de 2006, consideramos o I semestre
Destaca-se o ano de 1996, com queda média de 50,1%. Nos anos seguintes,
o comportamento vem mantendo a mesma tendência. A partir do ano de 2005 o
segmento mostra recuperação pelo ingresso da BB Administradora de Consórcio
nas vendas desse segmento. Cabe ressaltar que em janeiro de 1995 o segmento de
eletroeletrônicos possuía 1,9 milhão de participantes ativos e que, em junho de
2006, somente 321 mil participantes.
Com relação à participação dos bancos neste segmento, ela se dá somente
por meio de duas administradoras: Banco Panamericano e Banco do Brasil. Com o
ingresso da BB Administradora de Consórcio nesse segmento, a venda de
eletroeletrônicos obteve impulso muito grande no I semestre de 2005, chegando a
registrar crescimento de 248,5% em relação ao semestre imediatamente anterior. A
partir daí, a participação dos bancos no segmento mantém-se estável.
73
Tabela 10 - Indústria de consórcio: desempenho médio semestral de cotas ativas no Segmento V
Administradoras
Período Ligadas a bancos de varejo Outras Segmento V
Quantidade Participação Quantidade Participação Quantidade Participação
jul/03 _ dez/03 21.242 11,21 168.291 88,79 189.533 100,00
jan/04 _ jun/04 28.905 14,89 165.157 85,11 194.061 100,00
jul/04 _ dez/04 36.010 17,69 167.577 82,31 203.587 100,00
jan/05 _ jun/05 125.510 42,62 168.955 57,38 294.465 100,00
jul/05 _ dez/05 158.906 49,34 163.188 50,66 322.093 100,00
jan/06 _ jun/06 156.764 49,29 161.267 50,71 318.031 100,00
Fonte: com base na Tabela 12A (cf. anexo L)
Cabe salientar que, de todos os segmentos analisados, o segmento de
eletroeletrônico é o que apresentou a maior queda no período (janeiro de 1995 a
junho de 2006).
4.2.6 Segmento de serviços turísticos
Segmento autorizado a funcionar a partir de 1993. Com boa aceitação inicial,
formou 59 grupos no primeiro ano. O segmento de serviços turísticos não cresceu
de forma significativa e expressiva na indústria do consórcio. Em 1997 o Banco
Central editou a Circular nº. 2766, flexibilizando o segmento para prazos de 36
meses de duração. Essa flexibilização valia para aquisição de pacotes turísticos,
incluindo locação de veículos, hospedagem e bilhetes aéreos. O Banco Central
editou também a Circular nº 3024, de janeiro de 2001, autorizando a formação de
grupos de pacotes turísticos internacionais. Mesmo assim o segmento não teve
grande impulso.
Neste segmento não há participação das administradoras ligadas a
instituições financeiras. O segmento conta atualmente com apenas 74 participantes
e duas administradoras ativas, as quais atuam na prestação desse serviço.
74
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Procurou-se, neste trabalho, avaliar a importância do ingresso dos bancos de
varejo na indústria de consórcios, buscando qual o impacto que estes estão
causando no setor. Face às poucas fontes disponíveis utilizadas em virtude do tema
ser relativamente novo e o período de análise extremamente curto, oferece
considerável poder de explicação e acreditamos que este trabalho pode oferecer
subsídios para elaboração de pesquisas posteriores.
A indústria do consórcio desenvolveu-se no Brasil a partir da década de 60,
como conseqüência da baixa capacidade de poupança da população, associada à
necessidade de aquisição de bens e à falta de um sistema de crédito acessível para
a maioria dos consumidores. Através dos anos, vem aperfeiçoando-se a fim de
atender aos anseios de uma coletividade consumidora desse tipo de atividade, mas
acima de tudo funciona como uma forma de poupança, permitindo a renovação da
frota de veículos automotores, reposição de bens de consumo duráveis, aquisição
de imóveis e revelando-se ao longo do tempo como um canal de escoamento da
produção.
Com a publicação da Lei n º 8.177/91 que transferiu o controle e a
regulamentação do Sistema de Consórcio, até então sob responsabilidade da
Receita Federal, para o Banco Central do Brasil, deu-se inicio a uma nova fase para
o setor. Com a atuação do Banco Central do Brasil, como órgão normatizador e
fiscalizador, o setor sofreu amplo saneamento mediante liquidações e intervenções,
tendo o número de administradoras em todo o País reduzido de 554 no ano de 1991
para 488, por ocasião do Plano Real.
Com o fim da inflação, e conseqüente perda do
floating, os bancos buscaram
compreender e se preocupar com sua estrutura de custos, bem como a de procurar
novas fontes de receitas pela cobrança de prestação de serviços e/ou ampliação
destes.
A estratégia de atuação dos bancos na economia passa por dois momentos
distintos: o primeiro, em um ambiente inflacionário e o segundo de estabilização dos
preços da economia. Essa divisão temporal é importante haja vista que em um
ambiente inflacionário as decisões do sistema bancário em onde alocar seus
75
recursos e, que serviços prestar, são completamente diferentes das tomadas de
decisão em um ambiente de preços estáveis. As receitas de prestação de serviços
são incipientes numa economia com altas taxas de inflação, prevalecendo e sendo a
principal fonte de receitas, àquelas decorrentes do
float bancário.
A busca pela excelência e a manutenção de seu
market share num ambiente
concorrencial com preços estabilizados, submetido a profundas transformações,
também desencadeou ações pró-ativas visando à manutenção e fidelização de
clientes.
Portanto, a criação de empresas administradoras de grupos de consórcio, sob
o “guarda-chuva” dos bancos de varejo pode ser vista, em um primeiro momento,
como mais um produto destinado a fidelizar clientes. Ou seja, mantê-lo nessa
condição, por um prazo relativamente longo.
Também, a manutenção da estabilidade econômica do País tornou o
planejamento de longo prazo mais factível viabilizando a colocação do produto
consórcio. O fato dos bancos de varejo possuírem uma rede de agências
distribuídas por todo o País, facilitou sua venda, contribuindo para a retomada do
crescimento da indústria.
Nesse sentido, ao que tudo indica, o produto consórcio cumpriu, além da
função de fidelização dos clientes, a de geração de resultados para o conglomerado,
viabilizados pelo crescimento e venda do produto.
Com efeito, para o período 2004-2005 a média de rentabilidade das
administradoras de consórcio ligadas a bancos de varejo superam em quase o dobro
daquela auferida pelo conglomerado e, no que tange a margem líquida média, as
administradoras apresentam número quatro vezes superiores àquelas apresentadas
pelo conglomerado.
Por relevante que se tornou, haja vista os resultados das administradoras de
consórcio, cujo negócio é imune ao risco, os bancos também passaram a adquirir e
incorporar outras administradoras de consórcio senão, obtendo a transferência de
seus grupos já formados.
Tal fato, embora recente, permite observar algumas modificações que
ocorreram para o conjunto da indústria. Como, por exemplo, a redução do número
de administradores habilitados para exercer tal função. Concomitante a essa
redução observa-se um crescimento na participação dos bancos de varejo nesta
indústria, que pelo critério de cotas ativas, passou de 10,5% em junho de 2003 para
76
28,0% em junho de 2006. Se considerarmos além dos bancos de varejo, também os
ligados a montadoras, a participação correspondeu, em junho de 2006, a mais de
50% da indústria.
Embora a atuação dos bancos na indústria de consórcio tenha crescido nos
últimos anos, esse crescimento, aparentemente, não se dá de maneira uniforme nos
segmentos de bens e serviços autorizados.
Com relação aos segmentos ofertados pela indústria observa-se que aqueles
de maior valor agregado e maior prazo de duração do grupo, a exemplo de imóveis,
obtiveram a prioridade nas vendas efetuadas pelos bancos de varejo, contradizendo
o comportamento adotado pelo conglomerado em suas operações de varejo, pela
opção da receita gerada ao invés do spread.
Tal fato pode ser explicado ao observar-se a participação das administradoras
de consórcio ligadas a bancos de varejo, utilizando o critério de carta de crédito
média por segmento. Sob esse critério, as administradoras ligadas a bancos de
varejo apresentam nos segmentos I (imóveis) e III (automóveis) participações acima
de 40,0% do mercado. Para o segmento II (caminhões, tratores e implementos
agrícolas) embora apresente valor médio de carta de crédito mais elevado que os
segmentos anteriores, sua venda ocorre quase que exclusivamente junto a
administradoras ligadas à própria indústria de máquinas e implementos.
Apesar dessa tendência de concentração, julga-se a atuação dos bancos até
o momento nesse setor como importante e fundamental para retomada do
crescimento, pois forneceram a indústria de consórcio reputação e credibilidade,
qualidades indispensáveis à sobrevivência de um setor que exige fidúcia para seu
crescimento e desenvolvimento.
77
REFERÊNCIAS
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ANEXO A – TABELA 1A - INDÚSTRIA DE CONSÓRCIO: PARTICIPANTES ATIVOS (JAN.1995 - JUN. 2006)
Mês
Segmento I Segmento II Segmento III Segmento IV Segmento V Segmento VI Total
jan/95
22.387 71.634 1.028.950 227.651 1.974.940 4.029 3.329.591
fev/95
23.467 74.466 1.085.041 245.575 1.964.812 3.866 3.397.227
mar/95
23.977 77.646 1.069.212 257.171 1.899.106 3.814 3.330.926
abr/95
24.512 81.421 1.088.076 276.014 1.907.136 3.592 3.380.751
mai/95
25.747 83.332 1.077.552 284.078 1.806.345 3.565 3.280.619
jun/95
26.679 81.690 1.049.764 285.186 1.738.662 3.513 3.185.494
jul/95
27.165 83.187 1.056.790 309.131 1.670.097 3.713 3.150.083
ago/95
28.126 82.947 1.054.772 324.488 1.594.082 3.678 3.088.093
set/95
27.876 78.450 1.008.323 318.624 1.484.893 3.392 2.921.558
out/95
28.972 81.314 1.094.101 342.100 1.414.990 3.231 2.964.708
nov/95
29.644 80.323 1.057.462 349.717 1.311.512 3.094 2.831.752
dez/95
30.408 78.961 1.077.706 353.107 1.193.926 2.901 2.737.009
jan/96
30.450 78.111 1.083.764 359.030 1.133.087 2.804 2.687.246
fev/96
30.807 78.754 1.112.298 370.431 1.082.111 2.741 2.677.142
mar/96
31.589 79.307 1.114.338 381.521 983.648 2.561 2.592.964
abr/96
32.932 80.224 1.137.249 388.676 927.482 2.350 2.568.913
mai/96
31.179 82.665 1.146.507 373.806 918.097 2.196 2.554.450
jun/96
30.116 83.513 1.161.654 398.072 837.306 2.068 2.512.729
jul/96
32.003 84.436 1.180.267 387.106 825.213 2.036 2.511.061
ago/96
31.647 80.919 1.206.138 420.092 770.509 1.757 2.511.062
set/96
33.158 82.215 1.221.027 442.910 728.399 1.724 2.509.433
out/96
34.587 81.049 1.261.179 451.249 686.833 1.594 2.516.491
nov/96
34.147 82.362 1.285.583 476.469 525.641 1.514 2.405.716
dez/96
34.547 83.165 1.320.630 501.776 523.476 1.358 2.464.952
jan/97
34.382 82.775 1.362.430 517.596 531.092 1.141 2.529.416
fev/97
35.150 83.998 1.380.087 544.753 540.394 1.038 2.585.420
mar/97
35.943 82.953 1.399.337 571.737 535.871 735 2.626.576
abr/97
36.338 84.923 1.422.565 595.880 553.236 593 2.693.535
mai/97
36.815 86.377 1.421.149 618.441 567.088 428 2.730.298
jun/97
37.529 88.081 1.428.867 639.551 586.506 300 2.780.834
jul/97
37.500 89.421 1.419.366 656.997 608.007 300 2.811.591
ago/97
39.283 91.181 1.415.057 671.428 631.250 300 2.848.499
set/97
39.688 93.561 1.391.108 682.353 653.185 299 2.860.194
out/97
39.471 95.255 1.404.501 692.324 652.784 258 2.884.593
nov/97
41.591 97.367 1.384.446 718.456 652.841 263 2.894.964
dez/97
42.609 102.770 1.370.814 747.449 653.608 261 2.917.511
jan/98
43.418 102.076 1.360.428 752.026 649.397 218 2.907.563
fev/98
43.974 104.665 1.371.970 750.180 634.021 218 2.905.028
mar/98
44.818 107.158 1.349.204 777.150 617.594 218 2.896.142
abr/98
45.535 108.884 1.307.543 782.175 618.106 218 2.862.461
mai/98
45.131 109.714 1.333.187 800.623 553.068 218 2.841.941
jun/98
44.839 109.289 1.293.591 809.128 519.900 214 2.776.961
jul/98
45.522 108.774 1.262.386 813.950 548.949 206 2.779.787
ago/98
46.440 110.324 1.225.312 840.724 533.830 211 2.756.841
set/98
47.450 111.505 1.214.086 862.196 509.470 310 2.745.017
out/98
47.895 111.637 1.179.888 899.287 467.765 308 2.706.780
nov/98
49.145 111.550 1.158.766 923.100 444.889 350 2.687.800
dez/98
52.005 110.946 1.144.822 908.581 426.570 342 2.643.266
jan/99
52.376 111.094 1.144.721 920.838 403.399 361 2.632.789
fev/99
52.029 111.839 1.166.845 951.628 376.780 356 2.659.477
mar/99
54.318 111.629 1.146.261 957.311 361.248 283 2.631.050
abr/99
55.842 111.842 1.157.657 963.918 343.477 191 2.632.927
mai/99
56.503 113.469 1.176.895 959.887 321.336 171 2.628.261
jun/99
57.305 113.161 1.192.790 969.002 319.070 169 2.651.497
jul/99
58.089 111.949 1.203.567 979.750 304.423 168 2.657.946
ago/99
59.662 111.147 1.213.732 997.541 290.724 141 2.672.947
set/99
60.931 110.333 1.213.723 1.006.364 274.473 141 2.665.965
out/99
61.471 109.024 1.217.319 1.018.384 258.856 141 2.665.195
nov/99
61.928 109.666 1.196.986 1.031.119 254.519 110 2.654.328
dez/99
61.959 109.685 1.179.306 1.058.923 256.752 94 2.666.719
jan/00
64.372 109.424 1.146.403 1.075.215 269.022 94 2.664.530
fev/00
65.895 109.069 1.124.382 1.103.106 266.016 1 2.668.469
mar/00
66.254 109.531 1.122.809 1.124.283 267.657 - 2.690.534
abr/00
67.215 110.170 1.113.629 1.138.878 267.320 - 2.697.212
mai/00
69.446 108.667 1.099.811 1.149.564 267.638 - 2.695.126
jun/00
68.801 109.615 1.088.579 1.160.786 264.350 - 2.692.131
jul/00
70.062 109.992 1.084.614 1.173.089 269.921 - 2.707.678
ago/00
70.670 110.230 1.088.566 1.196.949 288.155 - 2.754.570
set/00
72.595 111.662 1.078.704 1.219.707 295.717 - 2.778.385
out/00
73.728 113.138 1.068.788 1.235.368 310.093 - 2.801.115
nov/00
74.974 113.792 1.056.157 1.246.612 322.765 - 2.814.300
dez/00
76.222 114.263 1.040.743 1.250.272 335.998 - 2.817.498
jan/01
76.125 113.444 1.027.916 1.263.522 339.803 - 2.820.810
fev/01
77.619 114.001 1.020.964 1.275.262 322.246 - 2.810.092
mar/01
79.842 114.372 1.010.917 1.281.761 319.518 - 2.806.410
abr/01
82.170 115.327 1.006.562 1.308.201 324.937 - 2.837.197
mai/01
84.314 115.886 1.003.938 1.314.629 337.164 - 2.855.931
jun/01
85.689 117.050 998.843 1.324.113 339.407 - 2.865.102
jul/01
87.346 117.030 989.313 1.337.562 346.080 - 2.877.331
ago/01
88.574 116.997 986.051 1.351.111 312.327 - 2.855.060
set/01
89.804 117.917 980.840 1.359.202 318.028 - 2.865.791
out/01
91.737 118.733 972.651 1.376.163 317.759 - 2.877.043
nov/01
93.822 119.148 963.666 1.394.550 314.254 - 2.885.440
dez/01
95.361 119.632 955.269 1.399.666 324.552 - 2.894.480
jan/02
98.810 118.260 942.704 1.409.242 322.970 36 2.892.022
fev/02
99.277 117.053 919.950 1.426.678 316.644 36 2.879.638
mar/02
102.182 117.217 907.395 1.436.832 321.063 61 2.884.750
abr/02
104.717 116.938 903.079 1.453.453 321.005 62 2.899.254
mai/02
106.983 117.934 898.894 1.468.192 314.066 70 2.906.139
jun/02
108.109 118.715 891.673 1.484.117 315.231 70 2.917.915
jul/02
110.039 117.816 881.869 1.504.429 307.852 71 2.922.076
ago/02
111.836 117.294 879.312 1.526.362 296.080 72 2.930.956
set/02
114.464 117.617 876.705 1.560.283 277.623 70 2.946.762
out/02
119.433 118.499 881.263 1.585.414 261.549 68 2.966.226
nov/02
121.560 119.146 884.599 1.613.100 258.654 64 2.997.123
dez/02
123.925 118.260 885.619 1.630.436 257.491 59 3.015.790
jan/03
123.587 116.930 886.901 1.639.860 241.371 30 3.008.679
fev/03
126.457 115.285 882.449 1.654.537 231.394 23 3.010.145
mar/03
128.793 115.700 884.982 1.654.172 218.008 20 3.001.675
abr/03
132.601 116.365 887.011 1.653.016 210.112 14 2.999.119
mai/03
138.123 117.214 879.392 1.658.250 198.919 14 2.991.912
jun/03
142.536 117.098 879.698 1.670.786 195.801 14 3.005.933
jul/03
146.306 117.126 876.562 1.682.882 190.813 31 3.013.720
ago/03
153.069 118.389 873.377 1.695.633 188.447 30 3.028.945
set/03
158.457 119.473 874.398 1.716.506 188.247 19 3.057.100
out/03
166.415 120.522 874.129 1.733.576 187.892 20 3.082.554
nov/03
170.999 120.487 873.664 1.763.634 190.374 20 3.119.178
dez/03
176.734 120.704 869.159 1.788.833 191.425 20 3.146.875
jan/04
177.858 120.402 858.931 1.799.505 194.170 20 3.150.886
fev/04
179.299 119.928 863.648 1.802.735 189.390 20 3.155.020
mar/04
180.484 122.455 866.065 1.810.609 195.395 20 3.175.028
abr/04
187.854 120.706 862.629 1.826.498 195.665 19 3.193.371
mai/04
198.134 122.975 862.421 1.842.653 192.758 18 3.218.959
jun/04
200.593 122.742 863.053 1.843.800 196.990 - 3.227.178
jul/04
204.260 123.578 865.507 1.861.213 195.920 - 3.250.478
ago/04
210.670 125.007 863.914 1.874.103 200.796 - 3.274.490
set/04
216.288 125.546 872.960 1.889.649 203.895 36 3.308.374
out/04
221.077 127.882 883.751 1.890.443 204.545 36 3.327.734
nov/04
224.701 128.843 897.489 1.909.300 208.874 36 3.369.243
dez/04
228.549 129.606 905.520 1.716.734 207.491 36 3.187.936
jan/05
228.308 128.810 898.394 1.710.272 211.879 36 3.177.699
fev/05
232.321 128.194 897.966 1.710.082 250.572 36 3.219.171
mar/05
237.871 127.968 901.997 1.717.848 313.274 36 3.298.994
abr/05
247.749 132.455 895.707 1.714.576 331.177 36 3.321.700
mai/05
257.671 134.261 894.638 1.723.303 330.394 36 3.340.303
jun/05
265.443 134.700 889.904 1.724.793 329.495 36 3.344.371
jul/05
274.756 133.693 884.654 1.724.348 325.353 59 3.342.863
ago/05
283.830 135.168 892.467 1.731.367 326.092 59 3.368.983
set/05
291.113 134.850 899.704 1.725.900 324.193 59 3.375.819
out/05
302.691 135.684 903.271 1.724.773 321.381 91 3.387.891
nov/05
309.572 136.347 900.340 1.726.255 317.392 92 3.389.998
dez/05
317.199 135.063 891.269 1.736.892 318.149 116 3.398.688
jan/06
315.823 133.894 881.813 1.743.225 319.672 114 3.394.541
fev/06
317.515 132.815 872.891 1.735.718 316.771 137 3.375.847
mar/06
325.990 131.860 868.194 1.742.809 316.806 97 3.385.756
abr/06
333.720 130.445 869.286 1.724.064 316.876 93 3.374.484
mai/06
347.930 131.342 870.369 1.716.188 316.743 88 3.382.660
jun/06
356.706 130.895 866.621 1.715.201 321.316 74 3.390.813
Fonte: BACEN/DESIG, 2006.
Segmento I - Imóveis
Segmento II - Tratores, equipamentos rodoviários, máquinas e implementos agrícolas, embarcações, veículos automotores destinados ao transporte de carga com
capacidade superior a 1.500 kg e veículos automotores destinados ao transporte coletivo com capacidade para 20 pessoas ou mais.
Segmento III - Veículos automotores não incluídos no segmento II, exceto, motocicletas e motonetas;
Segmento IV - Motocicletas e motonetas;
Segmento V - Outros bens móveis duráveis;
Segmento VI - Serviços turísticos
ANEXO B – TABELA 2A - QUANTIDADES DE PARTICIPANTES ATIVOS ADMINISTRADOS PELOS
BANCOS DE VAREJO
(JUN. 2003–JUN. 2006)
Período Segmento I Segmento II Segmento III Segmento IV Segmento V Segmento VI Total
jun-03 18.823 10.504 255.665 6.633 23.248 - 314.873
jul-03 21.859 10.616 257.208 19.596 22.899 - 332.178
ago-03 25.400 11.540 257.582 30.856 22.051 - 347.429
set-03 31.548 23.720 364.575 61.463 21.397 - 502.703
out-03 35.797 23.874 367.354 77.847 20.862 - 525.734
nov-03 39.985 24.023 369.255 100.089 20.474 - 553.826
dez-03 45.530 23.572 368.644 125.709 19.768 - 583.223
jan-04 46.488 23.731 368.300 133.158 22.851 - 594.528
fev-04 48.661 23.653 370.761 150.510 22.851 - 616.436
mar-04 50.395 23.572 372.005 154.073 28.532 - 628.577
abr-04 54.624 23.387 373.867 167.568 30.686 - 650.132
mai-04 64.011 23.169 376.017 179.499 33.354 - 676.050
jun-04 66.709 23.081 378.153 183.822 35.154 - 686.919
jul-04 68.707 22.930 381.092 197.825 36.159 - 706.713
ago-04 72.460 23.294 388.879 208.321 36.927 - 729.881
set-04 76.289 22.881 395.755 219.589 35.958 - 750.472
out-04 78.246 23.297 407.003 224.981 35.840 - 769.367
nov-04 80.596 23.728 425.214 231.652 35.707 - 796.897
dez-04 83.459 24.324 443.902 48.607 35.470 - 635.762
jan-05 83.555 24.032 445.708 46.280 39.003 - 638.578
fev-05 86.817 23.894 448.164 49.674 77.842 - 686.391
mar-05 90.454 23.418 455.010 65.117 143.241 - 777.240
abr-05 95.822 24.417 451.793 65.870 165.370 - 803.272
mai-05 104.680 24.216 453.991 77.326 164.237 - 824.450
jun-05 111.775 24.166 455.827 81.392 163.368 - 836.528
jul-05 119.951 24.048 453.696 84.101 159.846 - 841.642
ago-05 125.712 24.714 465.388 89.783 159.167 - 864.764
set-05 132.009 24.476 475.818 86.659 158.130 - 877.092
out-05 142.045 25.433 480.900 86.616 159.154 - 894.148
nov-05 143.111 25.432 480.572 88.125 158.547 - 895.787
dez-05 144.580 24.980 475.772 99.520 158.591 - 903.443
jan-06 147.649 24.196 468.691 107.589 157.328 - 905.453
fev-06 151.643 24.095 464.305 105.769 155.460 - 901.272
mar-06 165.819 23.874 463.251 114.402 155.271 - 922.617
abr-06 170.015 23.409 466.917 99.398 156.368 - 916.107
mai-06 180.314 24.610 473.093 97.927 156.918 - 932.862
jun-06 188.198 25.769 472.108 99.521 159.239 - 944.835
Fonte: BACEN/DESIG, 2006
Segmento I - Imóveis
Segmento II - Tratores, equipamentos rodoviários, máquinas e implementos agrícolas, embarcações, veículos automotores destinados ao transporte de carga com
capacidade superior a 1.500 kg e veículos automotores destinados ao transporte coletivo com capacidade para 20 pessoas ou mais.
Segmento III - Veículos automotores não incluídos no segmento II, exceto, motocicletas e motonetas;
Segmento IV - Motocicletas e motonetas;
Segmento V - Outros bens móveis duráveis;
Segmento VI - Serviços turísticos
ANEXO C – TABELA 3A – BANCOS DE VAREJO: RECEITA DE INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
(DEZ. 2005 / DEZ. 2004)
Instituições financeiras Receita intermediação financeira
Lucro líquido
Patrimônio líquido
2005 2004 2005 2004 2005 2004
Banco ABN AMRO Real S.A. 13.805.513 11.055.273 1.435.783 1.242.436 8.590.313 8.159.506
Banco do Brasil S.A. 33.795.962 31.166.807 4.153.602 3.024.006 16.979.849 14.105.696
Banco Estado Rio Grande do Sul S.A. 3.083.565 2.577.847 351.947 303.224 1.143.179 1.025.993
Banco Bradesco S.A. 33.701.225 26.203.227 5.514.074 3.060.151 19.467.333 15.285.236
Caixa Economica Federal 26.252.742 21.344.249 2.073.016 1.419.802 8.090.252 6.663.640
HSBC Bank Brasil S.A. 9.411.490 5.988.092 784.612 426.150 3.371.203 2.325.021
Banco Itaú S.A. 20.292.190 17.271.070 5.251.334 3.775.616 16.683.178 15.164.495
Banco Panamericano S.A. 1.448.870 1.193.385 72.371 42.279 398.965 326.345
Banco Santander do Brasil S.A. 13.001.569 10.088.076 1.744.309 1.664.822 7.703.595 8.819.167
União de Bancos Brasileiros S.A. 15.825.051 12.370.128 1.838.483 1.283.208 10.189.935 8.878.863
Fonte: RISKBANK, 2005; ABAC, 2006.
ANEXO D - TABELA 4A- DESEMPENHO DAS ADMINISTRADORAS DE CONSÓRCIO
(DEZ. 2005 / DEZ. 2004)
Administradoras Receita prestação de serviço Lucro líquido Patrimônio líquido
de consórcio 2005 2004 2005 2004 2005 2004
ABN AMRO Real Adm de Consórcio Ltda 3.213 2.696 (1.207) (401) 3.277 2.477
BB Adm de Consórcios S.A. 10.007 293 2.088 (2.704) 13.484 11.396
Banrisul S.A. Adm de Consórcios 2.591 873 10.294 5.243 91.847 83.742
Bradesco Adm de Consórcio Ltda 148.560 86.969 73.246 45.514 109.761 53.911
Caixa Consórcios S.A. 73.625 36.200 41.324 14.259 8.295 7.511
HSBC (BRASIL) Adm de Consórcio Ltda 15.348 9.602 5.383 2.972 13.263 6.441
Itaú Adm de Consórcio Ltda 25.109 15.152 12.342 6.204 29.500 17.045
Consórcio Nacional Panamericano S/C Ltda 31.791 25.940 784 358 8.295 7.511
Santander Banespa Adm Consórcio Ltda 42 - 228 201 3.429 3.201
Unibanco Rodobens Adm Consórcios Ltda 30.706 21.175 29.892 12.146 52.372 31.460
Fonte: ABAC, 2006; CADERNO DE BALANÇOS, 2004, 2005a, 2005b.
ANEXO E - TABELA 5A - RECEITAS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: BANCOS DE VAREJO E
ADMINISTRADORAS DE CONSÓRCIO (DEZ. 2005 / DEZ. 2004)
Instituições
Administradoras de consórcio Bancos de varejo
2005 2004 2005 2004
Banco ABN AMRO Real S.A. 3.213 2.696 2.581.027 2.098.458
Banco do Brasil S.A. 10.007 293 7.649.290 6.614.213
Banco Estado Rio Grande do Sul S.A. 2.591 873 442.784 394.279
Banco Bradesco S.A. 148.560 86.969 7.348.879 5.824.368
Caixa Economica Federal 73.625 36.200 5.166.384 4.648.273
HSBC Bank Brasil S.A. 15.348 9.602 1.806.173 1.320.263
Banco Itaú S.A. 25.109 15.152 7.733.051 6.165.286
Banco Panamericano S.A. 31.791 25.940 25.097 7.574
Banco Santander do Brasil S.A. 42 - 2.305.801 2.067.743
União de Bancos Brasileiros S.A.
30.706 21.175
3.269.509
3.240.660
Total 340.992 198.900 38.327.995 32.381.117
Fonte: ABAC, 2006; CADERNO DE BALANÇOS, 2004, 2005a, 2005b.
ANEXO F - TABELA 6A - VALOR MÉDIO DAS CARTAS DE CRÉDITO ADMINISTRADOS PELOS BANCOS
DE VAREJO, A PREÇOS DE JUNHO DE 2006 (JUN. 2003 - JUN. 2006)
R$ 1.000,00
Período Segmento I Segmento II Segmento III Segmento IV Segmento V Segmento VI Total
jun-03 1.035.265 787.800 4.601.970 36.482 13.949 - 6.475.465
jul-03 1.202.245 796.200 4.629.744 107.778 13.739 - 6.749.706
ago-03 1.397.000 865.500 4.636.476 169.708 13.231 - 7.081.915
set-03 1.735.140 1.779.000 6.562.350 338.047 12.838 - 10.427.375
out-03 1.968.835 1.790.550 6.612.372 428.159 12.517 - 10.812.433
nov-03 2.199.175 1.801.725 6.646.590 550.490 12.284 - 11.210.264
dez-03 2.504.150 1.767.900 6.635.592 691.400 11.861 - 11.610.902
jan-04 2.556.840 1.779.825 6.629.400 732.369 13.711 - 11.712.145
fev-04 2.676.355 1.773.975 6.673.698 827.805 13.711 - 11.965.544
mar-04 2.771.725 1.767.900 6.696.090 847.402 17.119 - 12.100.236
abr-04 3.004.320 1.754.025 6.729.606 921.624 18.412 - 12.427.987
mai-04 3.520.605 1.737.675 6.768.306 987.245 20.012 - 13.033.843
jun-04 3.668.995 1.731.075 6.806.754 1.011.021 21.092 - 13.238.937
jul-04 3.778.885 1.719.750 6.859.656 1.088.038 21.695 - 13.468.024
ago-04 3.985.300 1.747.050 6.999.822 1.145.766 22.156 - 13.900.094
set-04 4.195.895 1.716.075 7.123.590 1.207.740 21.575 - 14.264.874
out-04 4.303.530 1.747.275 7.326.054 1.237.396 21.504 - 14.635.759
nov-04 4.432.780 1.779.600 7.653.852 1.274.086 21.424 - 15.161.742
dez-04 4.590.245 1.824.300 7.990.236 267.339 21.282 - 14.693.402
jan-05 4.595.525 1.802.400 8.022.744 254.540 23.402 - 14.698.611
fev-05 4.774.935 1.792.050 8.066.952 273.207 46.705 - 14.953.849
mar-05 4.974.970 1.756.350 8.190.180 358.144 85.945 - 15.365.588
abr-05 5.270.210 1.831.275 8.132.274 362.285 99.222 - 15.695.266
mai-05 5.757.400 1.816.200 8.171.838 425.293 98.542 - 16.269.273
jun-05 6.147.625 1.812.450 8.204.886 447.656 98.021 - 16.710.638
jul-05 6.597.305 1.803.600 8.166.528 462.556 95.908 - 17.125.896
ago-05 6.914.160 1.853.550 8.376.984 493.807 95.500 - 17.734.001
set-05 7.260.495 1.835.700 8.564.724 476.625 94.878 - 18.232.422
out-05 7.812.475 1.907.475 8.656.200 476.388 95.492 - 18.948.030
nov-05 7.871.105 1.907.400 8.650.296 484.688 95.128 - 19.008.617
dez-05 7.951.900 1.873.500 8.563.896 547.360 95.155 - 19.031.811
jan-06 8.120.695 1.814.700 8.436.438 591.740 94.397 - 19.057.969
fev-06 8.340.365 1.807.125 8.357.490 581.730 93.276 - 19.179.986
mar-06 9.120.045 1.790.550 8.338.518 629.211 93.163 - 19.971.487
abr-06 9.350.825 1.755.675 8.404.506 546.689 93.821 - 20.151.516
mai-06 9.917.270 1.845.750 8.515.674 538.599 94.151 - 20.911.443
jun-06 10.350.890 1.932.675 8.497.944 547.366 95.543 - 21.424.418
Fonte: Tabela 2A e valores médios das cartas de crédito fornecidos pela ABAC, 2006.
Segmento I - Imóveis - Preço médio = R$ 55.000,00
Segmento II - Tratores - Preço médio = R$ 75.000,00
Segmento III - Veículos - Preço médio = R$ 18.000,00
Segmento IV - Motocicletas - Preço médio = R$ 5.500,00
Segmento V - Eletroeletrônicos - Preço médio = R$ 600,00
Segmento VI - Serviços turísticos
ANEXO G - TABELA 7A - PARTICIPAÇÃO DAS ADMINISTRADORAS DE CONSÓRCIO LIGADAS A
CONGLOMERADOS FINANCEIROS EM CARTA MÉDIA DE CRÉDITO, POR SEGMENTO
(JUL. 2003 - JUN. 2006)
Segmentos
Período
I II III I V V VI Total
jul/03 _ dez/03 1.834.424 1.466.813 5.953.854 380.930 12.745 0 9.648.766
jan/04 _ jun/04 3.033.140 1.757.413 6.717.309 887.911 17.343 0 12.413.115
jul/04 _ dez/04 4.214.439 1.755.675 7.325.535 1.036.727 21.606 0 14.353.982
jan/05 _ jun/05 5.253.444 1.801.788 8.131.479 353.521 75.306 0 15.615.538
jul/05 _ dez/05 7.401.240 1.863.538 8.496.438 490.237 95.344 0 18.346.796
jan/06 _ jun/06 9.200.015 1.824.413 8.425.095 572.556 94.058 0 20.116.136
Fonte: com base na Tabela 6A
96
ANEXO H - TABELA 8A - INDÚSTRIA DE CONSÓRCIO: EVOLUÇÃO
DE COTAS ATIVAS NO SEGMENTO I (JUL. 2003 - JUN. 2006)
Período Administradoras Demais Total
ligadas a bancos Administradoras Segmento I
jun/03 18.823 123.713 142.536
jul/03 21.859 124.447 146.306
ago/03 25.400 127.669 153.069
set/03 31.548 126.909 158.457
out/03 35.797 130.618 166.415
nov/03 39.985 131.014 170.999
dez/03 45.530 131.204 176.734
jan/04 46.488 131.370 177.858
fev/04 48.661 130.638 179.299
mar/04 50.395 130.089 180.484
abr/04 54.624 133.230 187.854
mai/04 64.011 134.123 198.134
jun/04 66.709 133.884 200.593
jul/04 68.707 135.553 204.260
ago/04 72.460 138.210 210.670
set/04 76.289 139.999 216.288
out/04 78.246 142.831 221.077
nov/04 80.596 144.105 224.701
dez/04 83.459 145.090 228.549
jan/05 83.555 144.753 228.308
fev/05 86.817 145.504 232.321
mar/05 90.454 147.417 237.871
abr/05 95.822 151.927 247.749
mai/05 104.680 152.991 257.671
jun/05 111.775 153.668 265.443
jul/05 119.951 154.805 274.756
ago/05 125.712 158.118 283.830
set/05 132.009 159.104 291.113
out/05 142.045 160.646 302.691
nov/05 143.111 166.461 309.572
dez/05 144.580 172.619 317.199
jan/06 147.649 168.174 315.823
fev/06 151.643 165.872 317.515
mar/06 165.819 160.171 325.990
abr/06 170.015 163.705 333.720
mai/06 180.314 167.616 347.930
jun/06 188.198 168.508 356.706
Fonte: BACEN/DESIG, 2006.
Segmento I - Imóvel
97
ANEXO I - TABELA 9A - INDÚSTRIA DE CONSÓRCIO: EVOLUÇÃO
DE COTAS ATIVAS NO SEGMENTO II (JUL. 2003 - JUN. 2006)
Período Administradoras Demais Total
ligadas a bancos Administradoras Segmento II
jun/03 10.504 106.594 117.098
jul/03 10.616 106.510 117.126
ago/03 11.540 106.849 118.389
set/03 23.720 95.753 119.473
out/03 23.874 96.648 120.522
nov/03 24.023 96.464 120.487
dez/03 23.572 97.132 120.704
jan/04 23.731 96.671 120.402
fev/04 23.653 96.275 119.928
mar/04 23.572 98.883 122.455
abr/04 23.387 97.319 120.706
mai/04 23.169 99.806 122.975
jun/04 23.081 99.661 122.742
jul/04 22.930 100.648 123.578
ago/04 23.294 101.713 125.007
set/04 22.881 102.665 125.546
out/04 23.297 104.585 127.882
nov/04 23.728 105.115 128.843
dez/04 24.324 105.282 129.606
jan/05 24.032 104.778 128.810
fev/05 23.894 104.300 128.194
mar/05 23.418 104.550 127.968
abr/05 24.417 108.038 132.455
mai/05 24.216 110.045 134.261
jun/05 24.166 110.534 134.700
jul/05 24.048 109.645 133.693
ago/05 24.714 110.454 135.168
set/05 24.476 110.374 134.850
out/05 25.433 110.251 135.684
nov/05 25.432 110.915 136.347
dez/05 24.980 110.083 135.063
jan/06 24.196 109.698 133.894
fev/06 24.095 108.720 132.815
mar/06 23.874 107.986 131.860
abr/06 23.409 107.036 130.445
mai/06 24.610 106.732 131.342
jun/06 25.769 105.126 130.895
Fonte: BACEN/DESIG, 2006.
Segmento II - Tratores
98
ANEXO J - TABELA 10A - INDÚSTRIA DE CONSÓRCIO: EVOLUÇÃO
DE COTAS ATIVAS NO SEGMENTO III (JUL. 2003 - JUN. 2006)
Período Administradoras Demais Total
ligadas a bancos Administradoras Segmento III
jun/03 255.665 624.033 879.698
jul/03 257.208 619.354 876.562
ago/03 257.582 615.795 873.377
set/03 364.575 509.823 874.398
out/03 367.354 506.775 874.129
nov/03 369.255 504.409 873.664
dez/03 368.644 500.515 869.159
jan/04 368.300 490.631 858.931
fev/04 370.761 492.887 863.648
mar/04 372.005 494.060 866.065
abr/04 373.867 488.762 862.629
mai/04 376.017 486.404 862.421
jun/04 378.153 484.900 863.053
jul/04 381.092 484.415 865.507
ago/04 388.879 475.035 863.914
set/04 395.755 477.205 872.960
out/04 407.003 476.748 883.751
nov/04 425.214 472.275 897.489
dez/04 443.902 461.618 905.520
jan/05 445.708 452.686 898.394
fev/05 448.164 449.802 897.966
mar/05 455.010 446.987 901.997
abr/05 451.793 443.914 895.707
mai/05 453.991 440.647 894.638
jun/05 455.827 434.077 889.904
jul/05 453.696 430.958 884.654
ago/05 465.388 427.079 892.467
set/05 475.818 423.886 899.704
out/05 480.900 422.371 903.271
nov/05 480.572 419.768 900.340
dez/05 475.772 415.497 891.269
jan/06 468.691 413.122 881.813
fev/06 464.305 408.586 872.891
mar/06 463.251 404.943 868.194
abr/06 466.917 402.369 869.286
mai/06 473.093 397.276 870.369
jun/06 472.108 394.513 866.621
Fonte: BACEN/DESIG, 2006.
Segmento III - Automóvel
99
ANEXO K - TABELA 11A - INDÚSTRIA DE CONSÓRCIO: EVOLUÇÃO
DE COTAS ATIVAS NO SEGMENTO IV (JUL. 2003 - JUN. 2006)
Período Administradoras Demais Total
ligadas a bancos Administradoras Segmento IV
1.664.153
out/03
1.656.536
1.890.443
jun/03 6.633 1.670.786
jul/03 19.596 1.663.286 1.682.882
ago/03 30.856 1.664.777 1.695.633
set/03 61.463 1.655.043 1.716.506
77.847 1.655.729 1.733.576
nov/03 100.089 1.663.545 1.763.634
dez/03 125.709 1.663.124 1.788.833
jan/04 133.158 1.666.347 1.799.505
fev/04 150.510 1.652.225 1.802.735
mar/04 154.073 1.810.609
abr/04 167.568 1.658.930 1.826.498
mai/04 179.499 1.663.154 1.842.653
jun/04 183.822 1.659.978 1.843.800
jul/04 197.825 1.663.388 1.861.213
ago/04 208.321 1.665.782 1.874.103
set/04 219.589 1.670.060 1.889.649
out/04 224.981 1.665.462
nov/04 231.652 1.677.648 1.909.300
dez/04 48.607 1.668.127 1.716.734
jan/05 46.280 1.663.992 1.710.272
fev/05 49.674 1.660.408 1.710.082
mar/05 65.117 1.652.731 1.717.848
abr/05 65.870 1.648.706 1.714.576
mai/05 77.326 1.645.977 1.723.303
jun/05 81.392 1.643.401 1.724.793
jul/05 84.101 1.640.247 1.724.348
ago/05 89.783 1.641.584 1.731.367
set/05 86.659 1.639.241 1.725.900
out/05 86.616 1.638.157 1.724.773
nov/05 88.125 1.638.130 1.726.255
dez/05 99.520 1.637.372 1.736.892
jan/06 107.589 1.635.636 1.743.225
fev/06 105.769 1.629.949 1.735.718
mar/06 114.402 1.628.407 1.742.809
abr/06 99.398 1.624.666 1.724.064
mai/06 97.927 1.618.261 1.716.188
jun/06 99.521 1.615.680 1.715.201
Fonte: BACEN/DESIG, 2006.
Segmento IV - Motos
100
ANEXO L - TABELA 12A - INDÚSTRIA DE CONSÓRCIO: EVOLUÇÃO
DE COTAS ATIVAS NO SEGMENTO V (JUL. 2003 - JUN. 2006)
Período Administradoras Demais Total
ligadas a bancos Administradoras Segmento
ago/03
190.374
195.395
164.979
33.354
172.021
160.508
I
jun/03 23.248 172.553 195.801
jul/03 22.899 167.914 190.813
22.051 166.396 188.447
set/03 21.397 166.850 188.247
out/03 20.862 167.030 187.892
nov/03 20.474 169.900
dez/03 19.768 171.657 191.425
jan/04 22.851 171.319 194.170
fev/04 22.851 166.539 189.390
mar/04 28.532 166.863
abr/04 30.686 195.665
mai/04 159.404 192.758
jun/04 35.154 161.836 196.990
jul/04 36.159 159.761 195.920
ago/04 36.927 163.869 200.796
set/04 35.958 167.937 203.895
out/04 35.840 168.705 204.545
nov/04 35.707 173.167 208.874
dez/04 35.470 207.491
jan/05 39.003 172.876 211.879
fev/05 77.842 172.730 250.572
mar/05 143.241 170.033 313.274
abr/05 165.370 165.807 331.177
mai/05 164.237 166.157 330.394
jun/05 163.368 166.127 329.495
jul/05 159.846 165.507 325.353
ago/05 159.167 166.925 326.092
set/05 158.130 166.063 324.193
out/05 159.154 162.227 321.381
nov/05 158.547 158.845 317.392
dez/05 158.591 159.558 318.149
jan/06 157.328 162.344 319.672
fev/06 155.460 161.311 316.771
mar/06 155.271 161.535 316.806
abr/06 156.368 316.876
mai/06 156.918 159.825 316.743
jun/06 159.239 162.077 321.316
Fonte: BACEN/DESIG, 2006.
Segmento V - Eletroeletrônico
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