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U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D A B A H I A
U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D A B A H I A
I n s t i t u t o d e C i ê n c i a s d a S a ú d e
I n s t i t u t o d e C i ê n c i a s d a S a ú d e
P r o g r a m a d e P ó s - G r a d u a ç ã o e m I m u n o l o g i a
P r o g r a m a d e P ó s - G r a d u a ç ã o e m I m u n o l o g i a
T e s e d e D o u t o r a d o
T e s e d e D o u t o r a d o
Urbino da Rocha Tunes
Urbino da Rocha Tunes
Estudo da infecção e resposta imune a
Estudo da infecção e resposta imune a
Porphyromonas
Porphyromonas
gingivalis
gingivalis
e do perfil imunogenético em mestiços
e do perfil imunogenético em mestiços
brasileiros portadores de periodontite crônica
brasileiros portadores de periodontite crônica
Salvador
2006
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Instituto de Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação em Imunologia
Tese de Doutorado
Urbino da Rocha Tunes
Estudo da infecção e resposta imune a
Estudo da infecção e resposta imune a
Porphyromonas
Porphyromonas
gingivalis
gingivalis
e do perfil imunogenético em mestiços brasileiros
e do perfil imunogenético em mestiços brasileiros
portadores de periodontite crônica
portadores de periodontite crônica
Tese apresentada ao Programa de
Pós-graduação em Imunologia do Instituto de
Ciências da Saúde da Universidade Federal da
Bahia como requisito parcial para obtenção do
grau de Doutor em Imunologia.
Orientadora: Profª Drª Denise Carneiro Lemaire
Co-orientadora: Profª Drª Songeli Menezes Freire
Salvador
2006
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Biblioteca Prof. Penildon Silva – ICS - UFBA
_____ Tunes, Urbino da Rocha
Estudo da infecção e resposta imune a Porphyromonas gingivalis e do
perfil imunogenético em mestiços brasileiros portadores de periodontite
crônica
/ Urbino da Rocha Tunes – Salvador, 2006.
__f.:il.
Orientadora: Profª Drª Denise Carneiro Lemaire
Co-orientadora: Profª Drª Songeli Menezes Freire
Tese (doutorado) Universidade Federal da Bahia, Instituto de
Ciências da Saúde, Programa de Pós-graduação em Imunologia, 2006.
1. Periodontite. 2. Porphyromonas gingivalis 3. Resposta imune 4.
Perfil imunogenético I. Universidade Federal da Bahia, Instituto de
Ciências da Saúde. II. Título.
C.D.U.: ________________
A Deus, pela delegação
da possibilidade
de viver produtivamente.
Ao meu núcleo familiar -
Jeanne, Roberta e Roberto,
e aos demais membros
da família Tunes,
pela alegria de tê-los ao meu lado.
A todos da minha convivência,
pelos ensinamentos
para a compreensão da vida.
AGRADECIMENTOS
À Profª Drª Denise Carneiro Lemaire
Pelo exemplo de profissional completa: mente privilegiada a serviço da ciência e do homem;
pessoa humana sensível e solidária; orientadora responsável e eficiente. Pelo privilégio de
participar do amplo círculo de elementos que constituem a sua vida de trabalho e,
especialmente, afetiva.
À Profª Drª Songelí Menezes Freire
Por também encampar, com total disponibilidade, a idéia do desenvolvimento de uma nova
linha de pesquisa no PPgIm, em Imunologia das Doenças Periodontais, e fazer disto uma
ponte de união com toda a classe odontológica baiana. Pelo companheirismo e comunhão de
ideais no desenvolvimento da docência e da pesquisa.
Aos colegas Lívia Pugliese e Paulo Juiz
Pela comunhão de ideário e oportunidade da realização de um trabalho em equipe.
À professora Maria Teresita Bendicho
Pela prestimosa, e solidária, contribuição no ensino e desenvolvimento de trabalhos
laboratoriais, e agradável convívio.
A todos os membros do corpo docente do PPgIm
Especialmente a Cláudia Brodskyn, Sílvia Sarti, Gúbio Campos, Maria de Fátima Dias,
Mittermayer Reis, Márcia Tosta, Edgar Marcelino de Carvalho e Moisés Sadirsguski, pelos
ensinamentos competentemente prestados.
Ao Prof. Dr. Roberto Meyer
Pelo exemplo de liderança e trabalho, e pela abertura de visão, ao permitir o desenvolvimento
desta nova linha de pesquisa no Labimuno.
A toda a equipe de colaboradores do LABIMUNO
Pela contribuição fundamental no desenvolvimento deste projeto.
Aos colegas Lilia Moura Costa e Bruno Paule
Pela convivência amistosa e solidária.
A Dilcéia
Pela conduta de sempre “bem servir”, com eficiência e carinho, na secretaria do PPgIm.
Aos amigos da Periodontia da Odonto-EBMSP/FBDC
Sylvia, Getúlio, Mônica, Cláudia, Cecília, Sandro e Roberta Tunes, pela convivência saudável
e estimuladora, fraterna e solidária, marca de união do nosso grupo.
Aos colaboradores do Curso de Odontologia da EBMSP/FBDC
Pela grande ajuda na recepção e encaminhamento dos pacientes participantes da pesquisa, em
especial às professoras Roberta Catapano e Suzyane Almeida pelo auxílio na triagem dos
pacientes e às funcionárias Sandra Reis e Edna Estrela pela execução da coleta de sangue.
Ao CD Tiago Galvão e aos estagiários do Curso de Odontologia da EBMSP/FBDC Ana
Luíza, Ari, Cíntia, Daniela, Isaura, Januária, Suziane e Rafael
Pela grande ajuda prestada no atendimento e tratamento dos voluntários da pesquisa.
Aos voluntários participantes da pesquisa
Pela doação a uma causa nobre.
Aos meus amigos e familiares
Por contribuírem com atos, palavras, e silêncio compreensivo, para o desfecho deste trabalho.
_____________________________
Este estudo foi realizado com o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado da Bahia (FAPESB), da Fundação Bahiana para Desenvolvimento das Ciências
(FBDC) e do Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular (LABIMUNO/ICS/UFBA).
______________________________
“O conhecimento é um todo jamais completo...”
Piaget
No homem, o trabalho
é razão
de viver.
Na mente, o ideário
é paixão
do humano ser.
URTunes
CONSIDERAÇÕES
Este trabalho é parte integrante de um amplo projeto de pesquisa que visa avaliar e
correlacionar aspectos clínicos, microbiológicos, imunológicos e genéticos de indivíduos
portadores de Periodontite Crônica, numa parceria entre o Curso de Odontologia da Escola
Bahiana de Medicina e Saúde Pública/EBMSP-FBDC e o Laboratório de Imunologia e
Biologia Molecular /Labimuno da Universidade Federal da Bahia.
Estão abaixo enumerados os produtos gerados a partir do projeto de pesquisa desta tese
de doutorado bem como as futuras perspectivas de pesquisa a serem realizadas.
Produtos
1) Dissertações de Mestrado:
VILAS-BOAS MO. Determinação de níveis de IgA e IgG anti-Actinobacillus
actinomycetemcomitans, e de IgA e IgG totais e específicos em fluidos de pacientes
portadores de periodontite crônica severa. Dissertação (Mestrado em Odontologia);
Orientadora: FREIRE SM; Co-orientador: TUNES UR. Programa de Pós-graduação
em Odontologia – Faculdade de Odontologia da UFBA, Salvador/BA, 2003.
JUIZ PJL. Estudo de associação do HLA e periodontite crônica severa. Dissertação
(Mestrado em Imunologia); Orientadora: LEMAIRE, DC; co-orientador: TUNES, UR
Programa de Pós-graduação em Imunologia/PPgIm - Instituto de Ciências da
Saúde/ICS, UFBA, Salvador/BA, 2005.
PUGLIESE LS. Estudo da resposta imune a Actinobacillus actinomycetemcomitans e
Porphyromonas gingivalis: produção de IL-10 e IFN-gama em cultura de células de
sangue total e níveis séricos de IgG anti-Porphyromonas gingivalis em portadores de
periodontite crônica. Dissertação (Mestrado em Imunologia); Orientadora:
FREIRE,SM; co-orientador: TUNES, UR Programa de Pós-graduação em
Imunologia/PPgIm - Instituto de Ciências da Saúde/ICS, UFBA, Salvador/BA, 2005.
2) Capítulo de Livro:
TUNES UR, NOGUEIRA-FILHO GR, TODESCAN SMC, DOURADO MC.
Classificação das doenças periodontais. In: Paiva JS, Almeida RV. Periodontia
atuação clínica baseada em evidências científicas. S.Paulo: Edit. Artes Médicas 2005;
107-120.
3) Trabalhos resumidos publicados em eventos:
PEIXOTO ITA, FRANCA M, VILAS-BOAS MO, TUNES UR, PAULE B,
MACEDO E, COSTA LM, FREIRE SM. Nível de IgG sérica contra antígenos de
P.gingivalis ATCC 33277 em pacientes com periodontite crônica. Pesqui Odontol Brás
2003; 17(Supl 2):103.
VILAS-BOAS MO, BRANDÃO M, TUNES UR, ITANO E, MEYER R, PEIXOTO
ITA, BARRETO E, FREIRE SM. Níveis de Ig anti-Actinobacillus
actinomycetemcomitans sorotipo B em fluidos de pacientes com periodontite crônica.
Pesqui Odontol Bras 2003; 17(Supl 2)206.
PUGLIESE LS, TUNES UR, FREIRE SM. Aspectos da resposta imune humoral e
celular a antígenos de Porphyromonas gingivalis e Actinobacillus
actinomycetemcomitans em indivíduos portadores de Periodontite Crônica Severa. I
Seminário de Periodontia em Saúde Coletiva/UEFS, 2004.
PUGLIESE LS, TUNES UR, FREIRE SM. High IL-10 but not IFN-gamma production
in whole blood cell culture stimulated with periodontopathogens antigens: correlations
between cytokines concentration and humoral immune response in chronic
periodontitis patients. 10th International Academy of Periodontology Congress
Salvador, Out 2005.
JUIZ PJL, TUNES UR, PUGLIESE L, FREIRE S, MEYER R, LEMAIRE DC. Estudo
da freqüência do HLA em pacientes com doença periodontal crônica severa. Anais IX
Cong Bras Transplantes e IV Cong LusoBrasileiro de Transplantes, 2005.
4) Publicações (encaminhamento):
PUGLIESE, LS; JUIZ, PJL; MOURA-COSTA, L; TRINDADE, SC; BRANDÃO, C;
ITANO, EN; MEYER, RN; LEMAIRE, DC; TUNES, UR; FREIRE, SM.
High IL-10
but not IFN-gamma production in whole blood cell culture stimulated with
periodontopathogens antigens: correlations between cytokines concentration and
humoral immune response in chronic periodontitis patients. (Clin Exp Immunol).
Três artigos (vide Produtos da Tese).
Perspectivas:
Compondo o perfil de infecção por periodontopatógenos associados a periodontite
crônica, usando a mesma metodologia (PCR), identificar a presença de Tanerella
forsythensis, Treponema denticola e Actinobacillus actinomycetemcomitans, na
amostra estudada.
Avaliar a produção de IL-4 e IL-2 em Cultura de Células de Sangue Total (CCST) dos
mesmos indivíduos, visando maior esclarecimento sobre o perfil Th1/Th2 de resposta
imune.
RESUMO
Periodontite é uma doença multifatorial que se inicia e é mantida pela agressão das bactérias
periodontopatogênicas do biofilme dental subgengival, cuja forma de manifestação clínica é
dependente do tipo de resposta imuno-inflamatória provocada pela complexa interação patógeno-
hospedeiro. Dentre essas bactérias, a Porphyromonas gingivalis tem sido associada com o início e
progressão da DP, principalmente em indivíduos adultos. Ademais, evidências de que variações na
resposta imune do hospedeiro estão, em parte, sob controle genético. Diante disto, foram objetivos do
presente trabalho: identificar a presença de Porphyromonas gingivalis no biofilme subgengival;
avaliar a produção de IL-10 e IFN-γ em cultura de células de sangue total (CCST) sob estímulo com
extrato dessa bactéria, bem como a produção de IgA, IgG e subclasses (IgG1, IgG2, IgG3, IgG4);
avaliar os polimorfismos dos genes das citocinas IL-1β
+3953C/T
, TNFα
-308G/A
, IL-6
-174G/C
,
TGF-β1
códons 10T/C e
25G/C
, IFN-γ
+874T/A
e IL-10
-1082G/A,-819C/T,-592C/A
, e do HLA-DR, -DQ, associando esses achados com a
periodontite crônica severa. Oitenta e quatro indivíduos não-fumantes, idade de 30 a 50 anos, de ambos
os gêneros, foram selecionados para o estudo: 43 pacientes com periodontite crônica severa
constituíram o grupo caso (PCS) e 41 pacientes sem periodontite, o grupo controle (NP). Parâmetros
clínicos periodontais foram avaliados. Amostras do biofilme subgengival foram coletadas para
identificação da presença de P.gingivalis, usando-se a técnica da reação em cadeia da polimerase
(PCR). Para identificação dos polimorfismos citados, foi extraído o DNA genômico de amostras de
sangue periférico, sendo a genotipagem realizada também pela PCR. Dos voluntários selecionados,
levando em conta o leucograma respectivo, CCST foi realizada com amostras sangüíneas de 35
indivíduos, 18 do grupo PCS e 17 do grupo NP, estimulada com antígenos bacterianos. As
concentrações das citocinas nos sobrenadantes e das imunoglobulinas séricas foram determinadas
utilizando-se o teste ELISA. A análise estatística foi realizada usando os testes t-student, Mann-
Whitney, Teste de Correlação de Spearman e Teste Exato de Fisher. Foi detectada a presença de
P.gingivalis em 29 (67,4%) dos pacientes do grupo PCS enquanto que a presença deste
periodontopatógeno não foi observada em nenhum dos indivíduos do grupo NP. Os antígenos testados
induziram altas concentrações de IL-10, e baixa de IFN-γ, especialmente P.gingivalis. CCST do grupo
PCS apresentou significativamente (p<0,05) maior produção de IL-10, do que do grupo NP, quando foi
estimulada com LPS de E.coli e extrato de P.gingivalis. Quanto à resposta imune humoral, os níveis
séricos de IgG, IgG1, IgG4 (p0,001) e IgG2 (p0,05) anti-P.gingivalis foram significantemente mais
elevados no grupo PCS em comparação ao grupo NP. Nos polimorfismos estudados foram encontradas
diferenças estatisticamente significativas nas freqüências alélicas, genotípicas e fenotípicas entre os
indivíduos do grupo PCS e NP em relação ao gene da IL-1β
+3953(C/T)
; o genótipo homozigoto para o
alelo 1 (CC), fenótipo previsto como baixo produtor, teve freqüência significativamente maior
(p=0,03) no grupo NP (81,48%) do que no PCS (65%); inversamente, e com tendência de significância
estatística (p=0,08), o alelo 2 da IL-1β
+3953(T)
, fenótipo previsto como alto produtor, estava associado
mais ao grupo PCS (21,25%) do que ao NP (10,53%). Foi também observada uma freqüência
significativamente maior (p<0,05) do alelo HLA-DQB1*05 nos indivíduos do grupo NP em relação ao
grupo PCS. A produção elevada de IL-10 e baixa de IFN-γ na CCST estimulada com extrato bruto de
P.gingivalis dos pacientes do grupo PCS, bem como elevados níveis de IgG4 anti-Pg, podem sugerir
que este periodontopatógeno desvia a resposta imune para um perfil Th2. Por sua vez, os resultados
dos polimorfismos sugerem que o genótipo homozigoto para o alelo 1 (CC) da IL-1β
+3953(C)
pode ser
um fator de proteção, assim como o alelo HLA-DQB1*05, e que o alelo 2 IL-1β
+3953(T)
pode ser um
fator de risco para o desenvolvimento da periodontite crônica severa, em mestiços brasileiros.
Palavras-chave: periodontite crônica; Porphyromonas gingivalis; resposta imune; polimorfismo;
IL-1β; TNFα; IL-6;
TGF-β1; IFN-γ; IL-10; HLA-DR, -DQ; IgG.
ABSTRACT
Periodontitis is a multifactorial disease that begins and is maintained by the aggression of
periodontopathogenic bacteria in the subgingival dental biofilm, whose form of clinical manifestation
is dependent on the type of immune-inflammatory response caused by the complex pathogen-host
interaction. Among these bacteria, Porphyromonas gingivalis has been associated with the onset and
progression of PD, mainly in adult individuals. Furthermore, there are evidences that variations in the
host’s immune response are partly under genetic control. In view of this, the following were the aims
of this study: to identify the presence of Porphyromonas gingivalis in subgingival biofilm; to
assess the production of IL-10 and IFN-γ whole blood cell cultures (WBCC) stimulated with an
extract of this bacterium, as well as to determine seric levels of IgA, IgG and sub-classes (IgG1, IgG2,
IgG3, IgG4); to assess the polymorphisms of the genes of cytokines IL-1β
+3953C/T
, TNFα
-308G/A
, IL-6
-
174G/C
,
TGF-β1
codons 10T/C and 25G/C
, IFN-γ
+874T/A
and IL-10
-1082G/A,-819C/T,-592C/A
, and HLA-DR, -DQ, associating
these findings with severe chronic periodontitis. Eighty-four non-smoker individuals of both genders,
aged from 30 to 50 years, were selected for the study: 43 patients with severe chronic periodontitis
(SCP) comprised the case group and 41 individuals without periodontitis (NP), the control group.
Clinical periodontal parameters were assessed. Subgingival biofilm samples were collected to identify
the presence of P.gingivalis, using the polymerase chain reaction technique (PCR). To identify the
mentioned polymorphisms, genomic DNA was extracted from peripheral blood samples, and
genotyping was also done by PCR. Of the selected volunteers, taking into account the respective
leukogram, WBCC was performed with the blood samples of 35 individuals, 18 from the SCP group
and 17 from the NP group, stimulated with bacterial antigens. The cytokine concentrations in the
supernatants and the seric immunoglobulins were determined by using the ELISA test. Statistical
analysis was done using the t-Student, Man-Whitney and Spearman Correlation and Exact Fisher tests.
The presence of P.gingivalis was detected in 29 patients (67.4%) of the patients in the SCP group,
while the presence of this periodontopathogen was not observed in any individuals of the NP Group.
The tested antigens induced high IL-10, and low IFN-γ concentrations, especially P.gingivalis. WBCC
of the SCP group presented significantly higher (p<0.05) IL-10 production than that of the NP group,
when it was stimulated with E.coli LPS and P.gingivalis extract. The seric levels of IgG, IgG1, IgG4
(p0.001) and IgG2 (p0.05) reactive to P.gingivalis were significantly higher in the SCP group in
comparison with the NP group. In the studied polymorphisms, statistically significant differences were
found in the allelic, genotypical and phenotypical frequencies among the individuals in the SCP and
NP groups as regards the IL-1β
+3953(C/T)
gene; the homozygote genotype for the allele 1 (CC), phenotype
foreseen as low producer, had a significantly higher frequency (p=0.03) in the NP group (81.48%) than
in SCP (65%); inversely, and with a trend towards statistical significance (p=0.08), the allele 2 of IL-
1β
+3953(T)
, phenotype foreseen as high producer, was higher in the SCP group (21.25%) than in NP
(10.53%). A significantly higher frequency (p<0.05) of allele HLA-DQB1*05 was also observed in the
individuals of the NP group in comparison with the SCP group. The high IL-10 and low IFN-γ
production in the WBCC stimulated with raw P.gingivalis extract, in the patients of the SCP group, as
well as the high levels of anti-Pg IgG4, may suggest that this periodontopathogen deviates the immune
response to a Th2 profile. In turn, the results of the polymorphisms suggest that the homozygote
genotype for the allele 1 (CC) of IL-1β
+3953(C)
may be a protection factor and that the allele 2 IL-
1β
+3953(T)
may be a risk factor, and there is also a suggestion that the allele HLA-DQB1*05 may be a
genetic protection marker for the development of severe chronic periodontitis in Brazilians of mixed
race.
Key Words: chronic periodontitis; Porphyromonas gingivalis; immune response; polymorphism;
IL-1β; TNFα; IL-6;
TGF-β1; IFN-γ; IL-10; HLA-DR, -DQ; IgG.
SUMÁRIO
CONSIDERAÇÕES..................................................................................... 9
RESUMO..................................................................................................... 11
ABSTRACT................................................................................................. 12
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS.................................................. 14
LISTA DE QUADROS 16
LISTA DE TABELAS................................................................................. 17
LISTA DE FIGURAS.................................................................................. 18
1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 19
2 REVISÃO DE LITERATURA 23
2.1 Periodontopatógenos na periodontite crônica............................ 24
2.2 Imunopatogenia da doença periodontal….................................. 30
2.3 A reabsorção óssea na doença periodontal................................. 40
2.4 A produção de citocinas 42
2.5 A resposta imune a Porphyromonas gingivalis…....................... 46
2.6 A susceptibilidade genética da doença periodontal…................. 53
3 OBJETIVOS 74
3.1 Objetivos gerais........................................................................... 74
3.2 Objetivos específicos................................................................... 74
4 DESENHO DO ESTUDO........................................................................ 75
5 PRODUTOS DA TESE 76
5.1 Artigo 1 “Prevalência de Porphyromonas gingivalis, e leucometria,
em mestiços brasileiros com periodontite crônica
77
5.2 Artigo 2 “Infection and cellular and humoral immune response do
Porphyromonas gingivalis in Brazilians of mixed race with chronic
periodontitis”
93
5.3 Artigo 3 – “Polymorphism of cytokines IL-1β
+3953C/T
, TNFα
-308G/A
, IL-6
-
174G/C
,
TGF-β1
códons 10T/C e 25G/C
, IFN-γ
+874T/A
e IL-10
-1082G/A,-819C/T,-592C/A
, and of
HLA-DR, -DQ, in Brazilians of mixed race with chronic periodontitis”
117
6 DISCUSSÃO........................................................................................... 139
7 CONCLUSÕES...................................................................................... 156
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................... 157
APÊNDICES E ANEXOS............................................................................ 167
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AAP American Academy of Periodontology
ATCC American Type Culture Collection
BSA Bovine Serum Albumin (em português, Albumina Sérica Bovina)
CCST Cultura de Células de Sangue Total
CD Cluster of differentiation (em português, grupo de diferenciação)
CTL Linfócito T Citolítico
DO Densidade óptica
DP Desvio padrão
E. coli Escherichia coli
EBMSP Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
ELISA Enzyme Linked Immunosorbent Assay (em português, ensaio
imunoenzimático)
FAPESB Fundação de Apoio a Pesquisa do Estado da Bahia
FBDC Fundação Bahiana para Desenvolvimento das Ciências
g Grama
h Hora
HEMOBA Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia
IFN-gama Interferon gama
IgA Imunoglobulina isótipo A
IgG Imunoglobulina isótipo G
IgM Imunoglobulina isótipo M
IL-4 Interleucina-4
IL-10 Interleucina-10
IL-12 Interleucina-12
IPV Índice de placa visível
ISG Índice de sangramento gengival
ISS Índice de sangramento à sondagem
JAKs Janus kinases (em português: Janus cinases, uma família de tirosina cinase
citoplasmática)
LABIMUNO Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular
LB Linfócito B
L Litro
LPS Lipopolissacarídeo
LT Linfócito T
LTh1 Linfócito T auxiliar do tipo 1
LTh2 Linfócito T auxiliar do tipo 2
Ltx Leucotoxina
µg Micrograma
M-CSF Fator estimulador de colônia de macrófago
MHC Complexo principal de histocompatibilidade
min Minuto
mL Mililitro
µL Microlitro
NIC Nível de Inserção Clínica
NK Natural Killer (em português, célula assassina natural)
nm Nanômetro
OPD Orto-Fenilenodiamina
OPT Osteoprotegerina
p Valor de probabilidade
PBS Phosphate Buffered Salin (em português, Salina Tamponada com
Fosfato)
PBS-t PBS contendo 0,05% de tween 20
PCS Periodontite Crônica Severa
pg Picograma
Pg Porphyromonas gingivalis
PGE
2
Prostaglandina E
2
PS Profundidade de Sondagem
PWM Pokeweed Mitogen (em português: mitógeno Pokeweed, obtido a partir da
Phytolacca americana).
ROC Receiver Operating Characteristic (Em Português, Curva Operacional
Relativa)
SOCS Suppressor of Cytokine Signaling (em português, família de proteínas
supressoras da sinalização de citocinas)
SS Sangramento à sondagem
STAT Signal Transducer and Activator of Transcription (em português, família
de proteínas transdutoras de sinais e ativadoras da transcrição)
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Prevalência de Porphyromonas gingivalis em diversas regiões
geográficas.
30
Quadro 2 Sumário dos principais achados de trabalhos sobre a variação
intersujeitos na produção de citocinas, e periodontite crônica.
42
Quadro 3 Sumário dos principais achados de trabalhos sobre a associação entre
HLA e periodontite crônica.
58
Quadro 4 Sumário dos principais achados de trabalhos sobre a associação entre
genótipo composto IL-1A/IL-1B associado a periodontite (GAP), e
periodontite crônica, incluindo implantes.
62
Quadro 5 Sumário dos principais achados de trabalhos sobre a associação entre
genótipos de outras citocinas incluídas neste estudo e periodontite
crônica.
67
LISTA DE TABELAS
Artigo 1 Sumário de achados sobre prevalência de P.gingivalis em diversas 87
Tabela 1 regiões geográficas
Artigo 1
Tabela 2
Gênero, etnia, dados clínicos e laboratoriais dos grupos caso (PCS) e
controle (NP).
88
Artigo 2
Tabela 1
Gender, ethnicity, age, clinical and laboratory data of the study groups. 107
Artigo 2
Tabela 2
IL-10 and IFN-γ Values, and IL-10:IFN-γ ratio without stimulation and
with P.gingivalis stimulation, of the groups with chronic periodontitis
(SCP) and without periodontitis (NP).
108
Artigo 2
Tabela 3
Correlations between IL-10 and IFN-γ: basal concentration (SE) and
with P.gingivalis (Pg) stimulation.
110
Artigo 2
Tabela 4
Optic densities (OD) of the anti-Pg seric levels of IgA, IgG and sub-
classes, of the case (SCP) and control (NP) groups. Description of the
percentiles and medians. OD 450-630 nm.
110
Artigo 3
Tabela 1
Gender, ethnicity, age and clinical data of the study groups. 130
Artigo 3
Tabela 2
Distribution of the allelic, genotypical and phenotypical frequencies
foreseen in the polymorphism of the IL-1β
+3953C/T
gene in the case
(SCP) and control (NP) groups.
131
Artigo 3
Tabela 3
Genotypical and phenotypical frequency of polymorphism of the genes
TNF-α
-308G/A
, IL-6
-174G/C
, IFN-γ
+874T/A
, IL-10
-1082G/A,-819C/T,-592C/A
and TGF-
β
1
codons 10T/C and 25G/C
, in the individuals in the case (SCP) and control (NP)
groups. Exact Fisher Test.
131
Artigo 3
Tabela 4
Frequency of alleles HLA-DRB1*,-B3*,-B4*,-B5*,-DQB1* in the
group of patients with severe chronic periodontitis (SCP) and in the
control group (NP).
132
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Composição da placa subgengival segundo Socransky et al (1998).
Adaptado de Feres & Gonçalves (2001).
25
Figura 2 Modelo de patogênese da DP. Adaptado de Page & Kornman.
Periodontology 2000, p.10, 1997.
31
Figura 3 Modelo de osteoclastogênese segundo Taubman et al, 2005. 41
Figura 4 (a) reconhecimento de diferentes PAMPs por múltiplos TLRs acarreta
em sinalizações intracelulares variadas e respostas diferentes. (b) O
domínio extracelular do TLR4 associa-se com MD-2 e CD-14,
enquanto o domínio intracelular forma um complexo de sinalização
incluindo MyD88, Tollip, IRAK e TIRAP/MAL. As respostas
específicas do TLR4 são mediadas por TIRAP/MAL. O domínio
extracelular do dímero TLR2-TLR6 também associa-se com CD-14. O
domínio intracelular também inclui MyD88, Tollip e IRAK. TLR2-
TLR6 pode associar-se especificamente com PI3 cinase sob regulação
de RAc1 para ativar Akt. Reproduzido e Traduzido de UNDERHILL &
OZINSKY, 2002.
49
Figura 5 Mapa esquemático dos loci CPH humano 56
Artigo 2
Figura 1
Production of IL-10 (a) and IFN-γ (b) in vitro in WBCC of individuals
with (SCP, n=18), or without (NP, n=17) severe chronic periodontitis.
The columns represent the medians of the data. * p≤0.05 (Mann-
Whitney).
109
Artigo 2
Figura 2
Comparison of the ratio of IL-10:IFN-γ concentration observed in
WBCC among individuals in the case (SCP) and control (NP) groups,
under the tested stimuli. The columns represent the medians of the
data.
109
Artigo 2
Figura 3
The columns represent the medians of the optic densities (OD) of the
seric levels of anti-P.gingivalis immunoglobulins in the group with
severe chronic periodontitis (SCP) and without periodontitis (NP): a)
IgG (p0.001) and IgA; b) IgG1 (p0.001), IgG2 (p0.05), IgG3 and
IgG4 (p0.001).
111
1 INTRODUÇÃO
Infecções dentais são as doenças infecciosas mais comuns em humanos e, dentre elas, as
doenças periodontais representam importante problema bucal principalmente para indivíduos
adultos. Uma das suas principais conseqüências é a perda dental que acarreta transtornos
funcionais, mastigatórios, fonéticos, e estéticos, com relevante comprometimento psicosocial.
Além disto, tem-se levantado evidências que as relacionam como possíveis fatores de risco
para doenças cárdio-vasculares, incluindo aterosclerose e infarto do miocárdio, acidente
vascular cerebral, endocardite bacteriana, infecções respiratórias, nascimento de bebês
prematuros de baixo peso, contribuindo, também, para controle glicêmico inadequado em
diabéticos. Todas essas repercussões colocam as doenças periodontais como importante
problema de saúde coletiva, e alvo de atenção especial em programas de atendimento
comunitário.
Doenças periodontais (DPs) incluem um amplo espectro de respostas inflamatórias e
destrutivas a bactérias componentes do biofilme dental, no hospedeiro humano susceptível.
Enquanto a gengivite, usualmente, es associada a um inadequado controle desse biofilme, a
sua progressão para periodontite é influenciada por vários fatores modificadores da resposta
do hospedeiro, incluindo os ambientais, condições sistêmicas, e genéticos. Deste modo, o risco
para DP não é uniforme em todos os indivíduos, embora a doença esteja presente na maioria
das populações. A forma mais comum de DP, a periodontite crônica, acomete cerca de 30-
40% da população adulta enquanto que aproximadamente 5-15% dos indivíduos exibem DP
severa (PAPAPANOU & LINDHE, 2003; WHO, 2004). No Brasil, apenas cerca de 22% da
população adulta e 8% dos idosos apresentam saúde periodontal (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2004).
Embora esteja estabelecido que a agressão microbiana aos tecidos periodontais,
determinada principalmente por bactérias gram-negativas específicas, ditas
periodontopatogênicas, tais como Porphyromonas gingivalis, Actinobacillus
actinomycetemcomitans, Tanerella forsythensis e Treponema denticola (AAP, 1996;
SOCRANSKY et al, 1998; O’BRIEN-SIMPSON et al, 2004), seja essencial para o início e
progressão da DP, isto, por si só, não é suficiente para determinar a evolução da doença em
forma destrutiva (KORNMAN & HART, 1997). Dentre estas, a Porphyromonas gingivalis
parece contribuir decisivamente para a ruptura do equilíbrio dinâmico entre o hospedeiro e a
microbiota que interfere no processo saúde-doença periodontal (BAINBRIDGE &
DARVEAU, 2001). No padrão histológico, a lesão estabelecida da gengivite é dominada por
células T enquanto que, na lesão avançada da periodontite, as células B e plasmáticas
predominam (OH et al, 2002). A compreensão de como e porque nem todos os indivíduos
evoluem de uma forma de lesão gengival para doença periodontal permanece indefinida.
Durante os últimos anos, tem-se evidenciado que a chave para o entendimento da
patogênese da doença periodontal está no conhecimento dos detalhes da resposta imunológica
do hospedeiro à ação do biofilme bacteriano subgengival. Compreender como essa resposta é
desencadeada no hospedeiro, que leva à destruição dos tecidos, é primordial para estabelecer
um diagnóstico racional e estratégias terapêuticas para aquela condição. Encontra-se
estabelecido que citocinas exercem um papel fundamental no processo inflamatório associado
à gengivite e à destruição tecidual inicial na doença periodontal, assim como na regulação da
resposta imunológica que pode determinar a progressão e as manifestações clínicas da doença
(TAYLOR, PRESHAW & DONALDSON, 2004).
Em vista disso, um esforço mundial vem sendo realizado almejando averiguar a resposta
imune aos periodontopatógenos, constituindo um vasto campo em diferentes linhas de
pesquisa. Inicialmente, os estudos focaram atenção principalmente para a resposta anticórpica
aos periodontopatógenos (KINANE et al, 1999). Mais recentemente, estudos diversos
utilizando amostras e metodologias variadas centraram esforços no papel imunorregulador das
citocinas na patogênese da periodontite (GEMMEL & SEYMOUR, 2004).
Na década de 1980, Tim Mosmann e sua equipe propuseram que clones de células T
auxiliares (Th) murinas poderiam ser classificados em dois grupos distintos, Th1 ou Th2, de
acordo com o perfil das citocinas por eles produzidas, sendo o grupo Th2 caracteristicamente
produtor de IL-4, IL-5, IL-6 e IL-10 e o grupo Th1, caracteristicamente produtor de IFN-gama
(MOSMANN et al, 1986; CHER et al, 1987; FIORENTINO et al, 1989). Esse conceito foi
posteriormente aplicado a diversos modelos patológicos em humanos, como processos
infecciosos e doenças auto-imunes (LUCEY et al, 1996), inclusive à doença periodontal
(GEMMELL & SEYMOUR, 2004). A IL-10 foi inicialmente descrita como Fator Inibidor da
Síntese de Citocinas (CSIF) e associada à inibição do perfil Th1 (FIORENTINO et al, 1989).
Entretanto, a produção de IL-10 foi observada em células T regulatórias (Tr1) (COTREZ et al,
2000) e alguns estudos mostraram um papel inibidor da IL-10 na resposta Th2 em
camundongos (ZUANY-AMORIM et al, 1995; ZUANY-AMORIM et al, 1996) e em células
T humanas isoladas do sangue periférico (SCHANDENE et al, 1994). Apesar de muitas
pesquisas terem sido realizadas na última década, não um consenso na literatura quanto ao
estabelecimento de um perfil Th1 ou Th2 na periodontite e sua imunopatogênese ainda
permanece como um intrigante elemento de estudo.
Por outro lado, foi suscitado o conceito de respostas padrão ou elevada, em que os
indivíduos hiper-responsivos produzem maiores quantidades de mediadores inflamatórios e
citocinas destruidoras como parte da resposta inflamatória do hospedeiro à presença do
biofilme dental. Conseqüentemente, esses indivíduos seriam mais susceptíveis à doença
periodontal do que aqueles que apresentam uma resposta padrão, e que produzem níveis
mínimos de mediadores inflamatórios diante de um desafio microbiano. A par disto, durante
os últimos anos, tem-se mostrado que alguns indivíduos possuem no genoma variações
genéticas – polimorfismos – que codificam para o aumento de secreção de citocinas, tornando-
os mais susceptíveis, ou protegidos, à doença (KORNMAN & HART, 1997; ARMITAGE et
al, 2000; CRAANDIJK et al, 2002; GONZALES et al, 2002).
Assim, evidências de que variações na resposta imune do hospedeiro frente à agressão
bacteriana estão em parte sob controle genético, tornam estes fatores hereditários
determinantes importantes da susceptibilidade e progressão da doença periodontal
(MICHALOWICZ, 1993; MICHALOWICZ, 1994; HART & KORNMAN, 1997; WILSON,
1999; KORNMAN & GIOVINE, 1998; SCHENKEIN, 1998). Desta forma, a doença pode ser
considerada multifatorial ou não Mendeliana, que a genética não é suficiente para acarretá-
la e os sinais e sintomas clínicos tornam-se mais evidentes na idade adulta, devido à interação
dos fatores ambientais e genéticos na sua expressão (HART & KORNMAN, 1997;
SANDROFF, 1998; WILSON, 1999).
O advento da biologia molecular possibilitou o aparecimento de novas áreas, entre elas a
epidemiologia molecular. Agora, é possível relacionar uma exposição a agentes ambientais
específicos com um polimorfismo genético no processo de doença. Este campo
epidemiológico tem alcançado uma rápida relevância na identificação de genes que teriam um
papel-chave numa grande variedade de doenças humanas. A hipótese levantada nesta área é
que a infecção microbiana atuaria como agente desencadeador de uma resposta imunológica
inadequada ou não modulada em hospedeiro geneticamente susceptível, levando à destruição
tecidual. Fatores não genéticos como o sócio-econômico, a dieta e o consumo de cigarros
podem ser igualmente importantes no perfil de risco deste indivíduo (ZURIER, 1993). Seria
possível, então, procurar caracterizar um perfil de susceptibilidade, incorporando componentes
genéticos e ambientais.
Dessa forma, a identificação da presença da Porphyromonas gingivalis, um dos principais
componentes do complexo “vermelho” de Socransky et al (1998), nos indivíduos acometidos
ou o pela periodontite crônica severa, e o estudo da produção de IFN-gama e IL-10, duas
relevantes citocinas da resposta imune, frente ao desafio com essa bactéria
periodontopatogênica, bem como a avaliação da respectiva resposta imune humoral, constitui
uma contribuição ao entendimento da imunorregulação dessa doença infecciosa em modelo
experimental in vitro. Ademais, a análise da associação dos polimorfismos das citocinas IL-
1β, TNF-α, IL-6, IFN-γ, IL-10 e TGFβ, e do HLA-DR, -DQ, com a periodontite crônica,
busca definir um perfil imunogenético que poderá contribuir para a compreensão do concurso
desse possível fator de risco, na população, para o desenvolvimento da periodontite crônica.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Em 1965, quando Löe, Theilade & Jensen estabeleceram de forma definitiva a associação
da presença da placa bateriana dental ao desenvolvimento da gengivite, se notava que,
apesar de todos os indivíduos terem desenvolvido inflamação gengival em um período de 21
dias, isto aconteceu para cada um em momento diferente, a partir do 10º dia de acúmulo
continuado de placa. Na época, o quantitativo de placa era fundamental, daí surgindo o
conceito de placa não específica. Nos anos 70, entretanto, Newman et al (1976) assinalaram
que nem todas as bactérias componentes da placa tinham uma participação efetiva no
desenvolvimento da doença; adveio, então, a hipótese da placa específica (HPE).
Em 1986, Löe et al em seu estudo, também clássico, sobre história natural da doença
periodontal no homem, avaliaram longitudinalmente, em cinco momentos durante 15 anos,
uma população faixa etária dos 14 aos 46 anos - de plantadores de chá no Sri Lanka, sem
hábitos de higiene oral ou atendimento profissional. Gengivite era amplamente propagada,
como esperado. Identificaram, entretanto, três grupos de indivíduos com diferentes formas de
progressão da doença: (1) 8% com doença periodontal de rápida progressão; (2) 81% com
doença periodontal de progressão moderada; (3) 11% sem progressão da gengivite para a
periodontite. Depreende-se, desses resultados, que: a) gengivite precede mas o
necessariamente procede em periodontite; b) indivíduos podem ter diferentes níveis de
susceptibilidade à infecção; c) alguns poderiam ter sido infectados por diferentes bactérias
causadoras da doença. Vê-se, assim, que a patogênese da doença periodontal é representada
por uma complexa interação parasito-hospedeiro. Em vista disto, o conceito de
susceptibilidade à doença tomou corpo nos anos 90, estudando-se com mais atenção os fatores
de risco (SALVI et al, 1997). Fator de risco pode ser definido, de forma simples, como um
atributo ou exposição que aumenta a probabilidade de ocorrência da doença.
Periodontite crônica é a forma mais comum de manifestação das doenças periodontais
(DPs). Há uma carência de dados precisos com relação à real expressão das DPs na população
mundial. Os dados epidemiológicos relativos à prevalência dessas doenças possuem
complicações inerentes não somente aos diferentes critérios de definições de caso e de
severidade, mas também aos diferentes critérios de exame e índices epidemiológicos aplicados
(AAP, 1996b; PAPAPANOU, 1996; GJERMO et al, 2002). Apesar das discrepâncias
metodológicas entre os estudos populacionais estima-se que, no mundo, 5 a 15% dos
indivíduos na faixa etária dos 35 aos 44 anos são acometidos por periodontite crônica severa
(WHO, 2004).
Nas Américas Central e do Sul, estudos nacionais representativos são quase inexistentes.
Numa revisão dos estudos epidemiológicos disponíveis, Gjermo et al (2002) mostraram que a
prevalência da DP severa varia entre 4
a 19%, nos adultos, entre os diferentes países da região.
No Brasil, os dados populacionais representativos mais recentes são provenientes do
Projeto SB 2003, referentes a informações coletadas no período de 2002 a 2003. Os resultados
apontam que 9,9% dos indivíduos adultos na faixa etária dos 35 aos 44 anos, possuem
profundidade de sondagem (PS) > 4 mm. Na região Nordeste do País a prevalência é de 9,8%,
semelhante aos dados nacionais. O projeto não avaliou o nível de inserção clínica (NIC) da
população e foi realizado de acordo com o índice periodontal comunitário - IPC, um índice
preconizado pela OMS e baseado em exame parcial da boca (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2004). Os exames parciais são amplamente criticados na literatura e podem subestimar a
prevalência da doença e a extensão dos sítios afetados (PAPAPANOU, 1996; BORGES-
YÁÑEZ et al, 2004).
Diante dos fatos acima e para melhor compreensão da imunopatogenia da periodontite
crônica, esta revisão aborda aspectos referentes à infecção pelo periodontopatógeno
Porphyromonas gingivalis e consequente resposta imune, bem como o perfil imunogenético
que, como fator de risco, pode influenciar nessa resposta do hospedeiro.
2.1 – Periodontopatógenos na periodontite crônica
Ainda hoje, o método mais apropriado de impedir a progressão da doença periodontal (DP)
é por meio de um efetivo controle dos microrganismos que habitam o biofilme dental. Assim,
é importante conhecer a composição deste biofilme com o intuito de propor uma terapia eficaz
de tratamento (LOPEZ et al, 2005).
O diagnóstico microbiológico utilizado como ferramenta de trabalho proporciona aos
clínicos um direcionamento adequado para uma efetiva terapia periodontal, avaliação do
tratamento e medidas de controle, podendo-se estimar a prevalência dos periodontopatógenos
em indivíduos com ou sem doença periodontal.
Das cerca de 400 espécies bacterianas que podem colonizar a microbiota subgengival,
apenas poucas são relacionadas à patogênese da periodontite. A presença de complexos
microbianos foi sugerida por Socransky et al (1998) que, utilizando o método de Checker-
board DNA-DNA hybridization, estudaram a presença de 40 espécies bacterianas em 13.321
amostras de placa subgengival (máximo de 28 amostras por indivíduo) de 185 pacientes
adultos com DP, examinando as relações existentes entre os microrganismos. Identificaram
seis grupos bacterianos intimamente correlacionados. Conforme visto na Figura 1, as bactérias
componentes dos grupos amarelo, verde e azul, seriam os colonizadores primários da
superfície dentária, precedendo os demais. O complexo “vermelho” é formado por
Porphyromonas gingivalis (Pg), Tanerella forsythensis (Tf) e Treponema denticola (Td) que,
juntamente com Actinobacillus actinomycetemcomitans (Aa), são considerados os principais
patógenos periodontais. A colonização das bactérias do complexo “vermelho” é dependente
daquela do grupo laranja que a precede, cujos microrganismos são, por isto mesmo,
importantes no desenvolvimento da DP.
S. mitis
S.oralis
S.sanguis
S.gordonii
S.intermedius
E.corrodens
C.gingivalis
C.sputigena
C.ochracea
C.concisus
A.a.
V.parvula
A.odontolyticus
P.gingivalis
B.forsythus
T.denticola
C.gracilis
S.constellatus
E.nodatum
C.rectus
P.intermedia
P.nigrescens
P.micros
F.nuc.vincentii
F.nuc.nucleatum
F.nuc.polymorphum
F.periodonticum
C.showae
Figura 1 Composição da placa subgengival segundo Socransky et al (1998). Adaptado de
Feres & Gonçalves (2001).
Corroborando com esses achados e utilizando a mesma metodologia, Ximénez-Fyvie et al
(2000) compararam a composição microbiana da placa supra e subgengival de 22 sujeitos
periodontalmente sadios (média de idade 32±16 anos) e 23 com periodontite do adulto (média
de idade 51±14 anos), de um total de 2.358 amostras de placa. A contagem média total de
provas de DNA (X10
5
±SEM) para a presença das bactérias estudadas em placa supragengival
foi, para sujeitos sadios, 72.1±11 e, com periodontite, 132±17.5 (p<0.01), enquanto na placa
subgengival foi, respectivamente, 22.1±6.6 e 100.3±18.4 (p<0.001). Espécies Actninomyces
foram observadas predominantemente em ambas placas supra e subgengival de sujeitos sadios
(63.2% vs 47.2%) e com periodontite (48.1% vs 37.8%). Nos pacientes com periodontite,
foram detectadas subgengivalmente proporções aumentadas de P.gingivalis, B.forsythus, e
espécies de Prevotella, Fusobacterium, Campylobacter e Treponema, sendo que P.gingivalis,
B.forsythus e T.denticola foram significantemente mais prevalentes tanto nas placas
supragengival quanto subgengival desses pacientes. As principais diferenças entre placas
supra e subgengival bem como entre sítios sadios e doentes, ficaram por conta das proporções
e dos níveis elevados de Actinomyces, e espécies dos complexos “laranja” e “vermelho”.
Estudos feitos com base na mesma metodologia e realizados em diferentes populações
seriam importantes para caracterizar diferenças na microbiota subgengival entre indivíduos de
diferentes áreas geográficas, o que poderia determinar uma abordagem terapêutica adequada
para cada região ou grupo étnico, especialmente no que se refere a antibioticoterapia (SANZ
et al, 2000).
Anteriormente, diferenças na composição da microbiota subgengival e severidade da
doença entre grupos étnicos diferentes foram mostradas por Bial et al (1987). Estes autores
descreveram que pacientes negros portadores de periodontite crônica albergavam Pg em maior
proporção do que pacientes brancos. Ainda, chineses que vivem nos Estados Unidos têm baixa
prevalência de Aa, enquanto americanos de origem africana apresentam alta prevalência tanto
de Aa como de Pg (SCHEIKEIN et al, 1993; BECK et al, 1992; UMEDA et al, 1998).
Altos índices de infecção por Aa, Pi e Pg foram observados em adultos do Kênia e
Tailândia com periodontite crônica (DAHLEN et al, 1989). Do mesmo modo, Slots et al
(1991) observaram uma prevalência de 50% para Aa em pacientes da República Dominicana.
Mombelli et al (1994) reportaram que esta prevalência era de 63% em uma população de
pacientes chineses.
Takamatsu et al (1999) verificaram, em Tóquio/Japão, que indivíduos com periodontite
eram infectados com T.forsythensis (77,9%), P.gingivalis (65,4%) e A.actinomycetemcomitans
(16,4%), cujos níveis decresceram a 35,6%, 22,1% e 8,7%, respectivamente, em um mês após
terapia inicial. Também em japoneses, Mayanagi et al (2004) detectaram P.gingivalis em 70%
dos indivíduos com periodontite, estando ausente nos sujeitos periodontalmente sadios.
pacientes coreanos, conforme Choi et al (2000), eram colonizados em todos os sítios
avaliados, dentre outros periodontopatógenos, principalmente por Fusobacterium sp. enquanto
P.gingivalis, Treponema sp. e T.forsythensis foram identificados em mais de 96% dos 116
sítios doentes estudados. P.micros, Aa e P.intermedia estavam presentes em 82%, 74% e 71%
dos sítios com doença, respectivamente. Em sítios sadios, Fusobacterium sp. estava presente
em alta prevalência (58%), enquanto Treponema sp., Pg e Tf foram identificados em 22%,
18% e 18% dos sítios sadios, respectivamente.
Utilizando os mesmos critérios de seleção da amostra e técnicas microbiológicas para
ambos os grupos, Sanz et al (2000) compararam a composição da microbiota subgengival em
espanhóis e holandeses. Concluíram que o Aa foi significativamente mais detectado no grupo
holandês (23,3% vs 3,2%), enquanto Pg foi mais observada no grupo de indivíduos espanhóis
(64,5% vs 36,7%). T.forsythensis e a maioria dos microrganismos comensais mostraram
prevalência similar, exceto P.micros que foi mais encontrado em pacientes holandeses (96,7%
vs 74,2%).
Craig et al (2001) mostraram diferenças na microbiota subgengival entre grupos étnicos
residentes em Nova York. As bactérias A.actinomycetemcomitans, N.mucosa, Selenomona
noxia e Treponema socranskii, foram identificadas principalmente em um grupo de
americanos de origem asiática enquanto que P. micros foi detectada principalmente no grupo
de americanos de origem africana.
Em norte-americanos, Rudney et al (2003) verificaram que 11 (52,3%) de 21 pacientes
com periodontite do adulto severa estavam infectados com P.gingivalis, a partir do estudo de
amostras de pool de placas subgengivais de 4 bolsas mais profundas, utilizando PCR
quantitativo. Em nenhum dos indivíduos controles, periodontalmente sadios, foi observada a
presença desse periodontopatógeno.
Lopez et al (2004) em seus estudos com indivíduos chilenos residentes em Santiago, e
americanos, todos portadores de periodontite crônica, observaram uma significante diferença
entre as duas populações quanto à infecção periodontal; com exceção do patógeno
P.intermedia, todas as espécies testadas foram encontradas em 75% dos sítios
periodontalmente afetados, incluindo P.gingivalis, T.forsytensis, T.denticola, bem como
F.nucleatum, C.rectus, P.micros e T.socranskii. para os indivíduos que representaram o
grupo dos Estados Unidos, foi descrita uma alta prevalência de Actinomyces. Estes autores
procuraram explicar a alta prevalência de periodontopatógenos na população de chilenos com
base em estudos da influência do fator sócio-econômico-cultural no desenvolvimento da DP,
que estes fatores podem limitar o acesso a serviço odontológico especializado bem como
restringir o conhecimento sobre métodos efetivos de controle da placa bacteriana.
Na Alemanha, Nonnenmacher et al (2005) verificaram que embora as espécies
relacionadas a periodontite também fossem encontradas em indivíduos sadios, as proporções
estavam muito maiores nos doentes. Encontraram correlação positiva entre altos níveis de
colonização por P.gingivalis e Micromonas micros e a presença de bolsas periodontais
profundas.
Lotufo et al (1994) detectaram T.forsythensis e P.gingivalis em 53% de indivíduos
brasileiros com periodontite, embora Rodrigues et al (1999) apenas tenham mostrado uma
freqüência de 4% de Pg nos pacientes brasileiros avaliados em seus estudos, e alta prevalência
de Aa no grupo controle (sem doença). Segundo Colombo et al (2002) a microbiota
subgengival de indivíduos brasileiros com periodontite crônica é altamente complexa,
incluindo alta proporção de periodontopatógenos comumente encontrados em outras
populações, bem como espécies o usuais. T.forsytensis, P.gingivalis (detectada em cerca de
60% dos sítios doentes), E.nodatum e F. nucleatum ss vincentii, apresentaram significante
correlação positiva com medidas de PS e perda de inserção. Dentre as espécies não freqüentes
encontradas na microbiota subgengival de pacientes com periodontite crônica não tratada,
encontram-se A. baumannii, Bartonella sp., E.coli e E. faecalis.
Haffajee et al (2004), em seus estudos usando técnicas de hibridização de DNA,
mostraram diferenças na composição da microbiota subgengival em indivíduos residentes em
quatro regiões distintas: Estados Unidos, Suécia, Chile e Brasil. Dentre as espécies com maior
variabilidade entre os países destacaram-se P. gingivalis e T. denticola.
Cortelli et al (2005) estudaram a prevalência dos periodontopatógenos
A.actinomycetemcomitans, C.rectus, P.gingivalis, P.intermedia e T.forsythensis, em 203
brasileiros diagnosticados com periodontite agressiva (n=25) e periodontite crônica (n=178).
A prevalência de P.gingivalis era dominante nos dois grupos - 68% nos indivíduos com
periodontite crônica, similar a estudos em outras populações sulamericanas. O
A.actinomycetemcomitans, altamente leucotóxico, era mais prevalente na periodontite
agressiva, estando positivamente associado com bolsas profundas (> 6mm) e idade jovem
(<29 anos).
Embora os métodos de cultura sejam considerados gold standard dentre as técnicas
microbiológicas para detecção de periodontopatógenos em amostras do biofilme subgengival,
e os únicos capazes de realizar o antibiograma, a reação em cadeia da polimerase (PCR)
oferece a grande vantagem de detectar um microrganismo alvo em baixas concentrações, com
alta especificidade (SANZ et al, 2004). O Quadro 1, sumariza os principais achados sobre
infecção por Porphyromonas gingivalis em pacientes com periodontite crônica, utilizando a
técnica da PCR, em diversas regiões geográficas.
Determinar a distribuição global dos periodontopatógenos pode ser importante uma vez
que os agentes infecciosos freqüentemente têm uma distribuição geográfica limitada.
Exemplos notáveis de agentes infecciosos e sua distribuição incluem Rickettsia rickettssi, a
causa de Rocky Mountain Spotled Fever (RIZZO et al, 2004), nos Estados Unidos, Borrelia
burgdorferi, responsável pela Doença de Lyme (STEERE et al, 2004), na Europa, e
Plasmodium falciparum, a causa da malária (BASCO et al, 2002), no Brasil. A ocorrência de
diferenças na distribuição dos periodontopatógenos em diferentes populações pode resultar em
diferentes exposições e riscos para o desenvolvimento da DP; o estudo dessa variação é
importante, tanto para dados epidemiológicos como para a sua prevenção e tratamento.
Quadro 1 – Sumário de achados sobre prevalência de Pg em diversas populações.
Origem dos
grupos
estudados
Autores Prevalência de Pg
Japão Takamatsu et al, 1999
Amano et al, 2000
Nozaki et al, 2001
Takeuchi et al, 2001
Mayanagi et al, 2004
65,4%
87,1%
80%
95,3%
70%
Coréia Choi et al, 2000 96%
Taiwan Yang et al, 2004 85,7%
Reino Unido Darby et al, 2000
Doungudomdacha et al, 2001
54,5%
93,9%
Espanha Sanz et al, 2000 64,5%
Holanda Sanz et al, 2000 36,7%
Chile Lopez et al, 2004 75%
USA Ashimoto et al, 1996
Umeda et al, 1998
Caucasianos
Afro-americanos
Asiáticos
Hispânicos
Griffen et al, 1999
Ximénez-Fyvie et al, 2000
Rudney et al, 2003
70%
15,4%
0%
41,2%
42,9%
79%
50%
52%
Brasil Colombo et al, 2002
Avila-Campos & Velásquez-Meléndez, 2002
Cortelli et al, 2005
60%
78%
68%
2.2 – Imunopatogenia da doença periodontal
A doença periodontal tem início pela presença de bactérias predominantemente
anaeróbicas gram–negativas, acumuladas sobre a superfície dental, que ativam a resposta
imuno-inflamatória, levando à destruição do tecido conjuntivo e do osso alveolar
(KORNMAN et al, 1997).
A presença do biofilme bacteriano é necessária para o início do desenvolvimento da
doença periodontal, porém não é o único fator envolvido na patogênese desta doença. A
susceptibilidade do hospedeiro é, da mesma forma, importante (KORNMAN et al, 1997;
NEWMAN 1997; PAGE et al, 1997). Fatores de risco adquiridos e ambientais, tais como
fumo, e traços geneticamente transmitidos modificam o padrão de destruição tecidual, e
determinam a susceptibilidade, o início, a progressão e a severidade da doença (PAGE &
KORNMAN, 1997). A Figura 2 retrata o modelo de patogênese da DP, aceito neste momento.
Muitos avanços no conhecimento das atividades celulares, moleculares e da genética têm
sido alcançados na tentativa de elucidar os caminhos e mecanismos através dos quais as
bactérias presentes no biofilme dental iniciam e perpetuam a reposta imuno-inflamatória que
destrói o tecido conjuntivo da gengiva e do ligamento periodontal e reabsorve o osso alveolar
(PAGE & KORNMAN, 1997).
Fatores de risco adquiridos e
do meio ambiente
Desafio
Microbiano
Resposta
Imuno-
inflamatória
do
Hospedeiro
Metabolismo
do tecido
conjuntivo e
ósseo
Sinais
clínicos
da DP:
início e
progressão
Fatores de risco genéticos
LPS
Outros
Fatores
de virulência
Antígenos
PMNs
Anticorpos
Citocinas
MMPs
Fig 2 – Modelo de patogênese da DP. Adaptado de PAGE & KORNMAN, Periodontology 2000, p.10, 1997.
Prostanóides
A resposta imune pode ser classificada em inata (ou não específica) e adaptativa (ou
específica). A resposta inata inclui a resposta inflamatória e não envolve mecanismos
específicos do sistema imune. Por outro lado, a resposta adaptativa tende ser mais efetiva e
envolve a ativação de linfócitos T e B e a produção de anticorpos. A degradação dos tecidos
periodontais parece ser devida, principalmente, aos mecanismos da imunidade inata,
notadamente a ação de enzimas lisossomiais de neutrófilos e macrófagos. Entretanto, os
mecanismos da imunidade adaptativa, envolvendo a secreção de anticorpos e citocinas, podem
parcialmente regular o sistema inato (FIGUEREDO et al, 2001).
Os neutrófilos migram em grande número para o sulco ou bolsa periodontal, porém não
diferença significativa entre a quantidade presente em uma gengivite ou periodontite; isto
sugere que uma hiperatividade celular, e não o número de neutrófilos, seria um fator
importante para a iniciação da destruição dos tecidos do periodonto. Dentre as substâncias que
podem pré-ativar a atividade neutrofílica estão as citocinas pró-inflamatórias, dentre elas a
interleucina-1 (IL-1), a interleucina-6 (IL-6), a interleucina-8 (IL-8) e o fator de necrose
tumoral alfa (TNF-α) (FIGUEREDO et al, 2001).
2.2.1 Citocinas pró-inflamatórias
Nos estágios iniciais de inflamação, as citocinas pró-inflamatórias são secretadas por
monócitos ativados, macrófagos e outras células, tais como os fibroblastos, células endoteliais
e epiteliais. O macrófago é considerado a célula-chave na progressão da doença periodontal da
fase aguda para a fase crônica mediada por constituintes da resposta imune adaptativa.
Os macrófagos dos tecidos locais produzem a IL-8 e proteínas quimioatrativas de
monócitos e macrófagos (MCP-1) que determinam o recrutamento de monócitos adicionais
(que se diferenciam em novos macrófagos) e linfócitos que, por sua vez, são ativados por
macrófagos. O infiltrado na lesão periodontal consiste de linfócitos e macrófagos e, a partir de
estudos histológicos de lesões periodontais estabelecidas, verifica-se que o tipo celular
predominante da lesão crônica é o linfócito. Células T estão mais presentes na gengivite
enquanto células B e plasmócitos predominam na periodontite (SEYMOUR et al, 1981; OH et
al, 2002). Os linfócitos são fontes secretoras de uma variedade de citocinas que têm um papel
fundamental na imunorregulação e na perpetuação das ações destrutivas da inflamação
crônica. Entretanto, o perfil de citocinas secretadas é considerado critico na determinação da
progressão da DP, podendo levar a uma resposta imune protetora e estabilização da doença, ou
a uma resposta inadequada que determinará sua progressão (TAYLOR et al, 2004).
As citocinas são efetivas em baixas concentrações, são produzidas transitoriamente e agem
no local onde ocorre sua produção. Elas são ainda auto-regulatórias, capazes de induzir uma
ação autócrina ou parácrina e influenciar a atividade metabólica de vários tipos celulares. As
citocinas atingem as células-alvo através de ligações com receptores específicos iniciando,
assim, a transmissão de sinais intracelulares que resultam em mudanças fenotípicas da célula
pela alteração da regulação do gene. Muitas citocinas possuem funções semelhantes, porém
não agem isoladamente, tornando complexa a resposta do hospedeiro (TAYLOR et al, 2004).
As citocinas são, portanto, mediadores inflamatórios e também podem modular os
componentes da matriz extracelular e do tecido ósseo constituintes dos tecidos periodontais
(KORNMAN & HART, 1997; KORNMAN et al, 1997). Dentre as citocinas pró-
inflamatórias, IL-1 e TNF estimulam vários eventos que ocorrem durante a DP. Em
periodontite experimental, o uso de antagonistas destas citocinas tem mostrado uma relação
causa-e-efeito entre a atividade de IL-1 e TNF e a extensão de uma frente inflamatória
aprofundada no tecido conjuntivo, perda de tecido conjuntivo de inserção, formação de
osteoclastos e perda de osso alveolar. Em adição, a perda de fibroblastos que ocorre durante
infecção com patógenos periodontais é, em parte, mediada por TNF. Assim, muitos dos danos
que ocorrem durante a destruição dos tecidos periodontais podem ser atribuídos à atividade da
IL-1 e TNF (GRAVES & COCHRAN, 2003).
2.2.1.1 - A interleucina-1 beta (IL-1β)
A relação entre a interleucina-1 e a DP tem sido reportada em diversos estudos. Esta é
produzida nas formas α e β, sendo gerada por genes diferentes, agrupados no cromossomo
2q13, porém utilizando o mesmo receptor para as duas formas; assim três tipos de
moléculas IL-1: IL-1α, IL-1β e IL-1 antagonista do receptor (IL-1ra). Estas são codificadas
pelos genes IL-1A, IL-1B e IL-1RN, respectivamente (KORNMAN & HART, 1997;
KORNMAN et al, 1997; FIGUEREDO et al, 2001).
A IL-1β é secretada principalmente por macrófagos, mas também pode ser produzida por
neutrófilos, sendo considerada a principal citocina encontrada na periodontite. É produzida em
resposta à presença de substâncias imuno-estimulatórias, como lipopolissacarídeos (LPS) e
produtos da degradação tecidual. A IL-1β pode ativar células endoteliais, regulando a
expressão da molécula de adesão intercelular (ICAM-1) e selectina-E, o que provoca aumento
do fluxo de leucócitos; é um potente estimulador de destruição do tecido conjuntivo e ósseo,
induzindo células como fibroblastos e neutrófilos a secretarem metaloproteinases da matriz
(MMPs) e prostaglandinas, e ativando osteoclastos, eventos que são críticos para o
desenvolvimento da DP e que levam à destruição periodontal, representada pela perda de
inserção e reabsorção óssea (FIGUEREDO et al, 2001). Níveis elevados de IL-1β nos tecidos
periodontais e no fluido gengival crevicualr (FGC) têm sido encontrados associados a
periodontite (KORNMAN & HART, 1997; GORE et al, 1998; FAIZUDDIN et al, 2003;
TAYLOR et al, 2004).
2.2.1.2- O fator de necrose tumoral-alfa (TNF-α)
O TNF-α é um importante mediador nas reações inflamatórias e parece exercer um papel
central na patogênese de doenças inflamatórias crônicas severas. O TNF-α, produzido
principalmente por monócitos e macrófagos, possui ão sinérgica com a IL-1, embora o
TNF-α seja menos potente (TAYLOR et al, 2004). Parece estar associado à exacerbação da
resposta do hospedeiro, exercendo outros efeitos sobre a fisiologia dos tecidos, incluindo a
reabsorção óssea (KINANE et al, 1999). Diferenças na média de produção do TNF-α têm sido
mostradas e tem sido visto existir uma agregação familial para produzir altos ou baixos níveis
da citocina (POCIOT et al, 1993). A síntese de TNF-α pode ser influenciada pela presença de
certos polimorfismos genéticos (WILSON & di GIOVINE, 1995) e resultados conflitantes têm
sido assinalados a propósito da associação do polimorfismo TNFA
-308
e periodontite
(KORNMAN et al, 1997; GALBRAITH et al, 1998, 1999; CRAANDIJK et al, 2002).
2.2.1.3 - A interleucina-8 (IL-8)
A IL-8 é uma citocina que possui ação quimiotática para neutrófilos, e por isto chamada de
quimiocina, mas não para monócitos. É também considerada um mediador inflamatório
ativador de neutrófilos. Alguns estudos sugerem que não diferenças significativas entre os
níveis de IL-8 em sítios com gengivite e periodontite (FIGUEREDO et al, 2001; TAYLOR et
al, 2004).
2.2.1.4 - O fator transformador do crescimento-beta (TGFβ)
Os fatores transformadores do crescimento (TGF), por sua vez, também apresentam função
importante na patogênese das doenças periodontais, uma vez que sendo citocinas
multifuncionais, exercendo tanto atividades pró-inflamatórias como imunossupressoras,
exercem importante papel na regulação do processo inflamatório (STEINSVOLL et al, 1999).
Eles compõem uma família de polipeptídeos homólogos que incluem três isoformas
principais: TGF-β
1
, TGF-β
2
e TGF-β
3
, sendo que o TGF-β
1
é o mais amplamente distribuído
no organismo (SYRRIS et al, 1998). Este fator
,
produzido por uma variedade de tipos
celulares, como plaquetas, células endoteliais, linfócitos e macrófagos, apresenta uma potente
atividade supressora tanto da imunidade celular como humoral, favorecendo a expressão de
genes do colágeno e deposição da matriz extracelular, culminando com o processo de reparo e
fibrose tecidual (KIM et al, 1989; STEINSVOLL et al, 1999; DE SOUZA et al, 2003). Há,
pois, uma dualidade de funções que o TGF-β
1
apresenta em relação à resposta imuno-
inflamatória de defesa do hospedeiro. Como um regulador bifuncional dos eventos
inflamatórios, esta citocina pleiotrópica pode, ao mesmo tempo, promover ou suprimir a
inflamação, dependendo do contexto biomolecular em que é sintetizada ou secretada. Assim,
ela é capaz de favorecer o reparo e cicatrização dos tecidos periodontais, por possuir
atividades imunossupressoras tanto da resposta imuno-celular quanto da humoral,
contribuindo para a homeostase tecidual, da mesma forma em que pode exacerbar o processo
inflamatório, na medida em que representa um instrumento para o recrutamento, aderência e
atividade enzimática necessária para o extravasamento vascular de leucócitos, contribuindo
para seu acúmulo e diferenciação nos sítios inflamatórios. A maior expressão do TGF-β
1
em
lesões de pacientes com periodontite crônica parece contrabalançar a resposta inflamatória
gengival destrutiva em fases agudas da doença (STEINSVOLL et al, 1999). em casos de
doença periodontal mais severa as condições pró-inflamatórias parecem sobrepor-se às
condições reparadoras, de modo que os níveis desta citocina diminuem. Isto foi evidenciado
por Skaleric et al (1997) que mostraram que, apesar dos níveis de TGF-β
1
terem sido elevados
na doença periodontal moderada, estes declinaram nas amostras de fluido obtido de bolsas
com uma periodontite experimental mais avançada. A explicação para este declínio está no
fato de que à medida que os neutrófilos, monócitos e linfócitos estão submetidos à ativação
por esta citocina em resposta a um estímulo inflamatório, o número de receptores é alterado e
a sensibilidade à estimulação do TGF-β
1
é revertida (WAHL et al, 1993; SKALERIC et al,
1997). Ao mesmo tempo, anticorpos contra esta citocina foram capazes de inibir uma doença
inflamatória crônica destrutiva, a artrite, em um modelo animal experimental. Verifica-se
então que, tanto uma maior como uma menor expressão do TGF-β
1
pode influenciar na
progressão da doença periodontal crônica, em suas rias gradações de atividade da doença
(TONETTI & MOMBELLI, 1999).
2.2.2 Citocinas secretadas por células Th1 e Th2
Muitas pesquisas têm sido direcionadas para os subtipos de linfócitos T que são
distinguidos de acordo com o perfil das citocinas secretadas. Tanto células Th1 quanto Th2
podem ser encontradas na inflamação gengival. O dogma surgido afirma que o papel das
citocinas secretadas por células Th1 e Th2 está relacionado à função exercida por estas.
Assim, as citocinas tipo 1 (IL-2, IL-12, IL-15 e IFN-γ) mediarão respostas do tipo Th1 e
ativação da resposta imune mediada por células. As citocinas tipo 2 ( IL-3, IL-4, IL-6, IL-10 e
IL-13) mediarão respostas do tipo Th2 e ativação da resposta imune humoral, mediada por
anticorpos (TAYLOR et al, 2004). Alguns estudos relacionam a resposta Th1 à presença da
doença periodontal estável, enquanto que as respostas Th2 parecem estar relacionadas à
doença progressiva (SCAREL-CAMINAGA et al, 2002). Dão suporte a essa hipótese estudos
que mostram diminuição de citocinas Th1 no FGC (PILON et al, 1991), em células
mononucleares gengivais de sítios com DP (FUJIHASHI et al, 1991), bem como em células
mononucleares do sangue periférico de pacientes periodontais estimuladas com mitógenos
(SIGUSCH et al, 1998) e com P.gingivalis e F.nucleatum (GEMMELL & SEYMOUR, 1994).
Em concordância, aumento das respostas Th2 na periodontite foi reportado em estudos
utilizando sangue periférico (YAMAZAKI et al, 1994; AOYAGI et al, 1995), tecidos
gengivais (LAPPIN et al, 2001; TOKORO et al, 1997; YAMAZAKI et al, 1994), células
mononucleares de extratos gengivais (MANHART et al, 1994) e FGC (REINHARDT et al,
1989). Entretanto, outros estudos apresentam resultados consistentes com a predominância de
células tipo Th1 ou respostas Th2 reduzidas em tecidos doentes (EBERSOLE & TAUBMAN,
1994; SALVI et al, 1998; TAKEICHI et al, 2000). Estudos mais recentes sugerem o
envolvimento de ambos tipos celulares, Th1 e Th2, na DP. Foi mostrada a presença de RNA
mensageiro (mRNA) de citocinas Th1 e Th2 em células extraídas de lesões periodontais
(FUJIHASHI et al, 1994; PRABHU et al, 1996).
Gemmell & Seymour (2004) propuseram, baseados na regulação das respostas Th1 e Th2,
o seguinte modelo quanto ao desenvolvimento de lesão periodontal estável ou progressiva:
É reconhecido que células plasmáticas tornam-se dominantes na periodontite, quando a
perda do osso alveolar e do ligamento periodontal é observada, enquanto as células T
predominam na gengivite precoce e a lesão assemelha-se à da hipersensibilidade tipo IV
(tardia). Os fatores que causam a progressão da gengivite para periodontite ainda precisam ser
bem esclarecidos. Se as reações celulares são reconhecidas como benéficas na gengivite e
destrutivas na periodontite, respectivamente, a conversão de uma resposta de lulas T para
células B pode ser mais destrutiva. Baseada nesta noção, a resposta mediada por células Th1
pode ser protetora e a ativação de células B pode ser destrutiva (SEYMOUR et al, 1993).
Vários fatores podem determinar o desenvolvimento de respostas Th1 ou Th2. As citocinas
IFN-γ e IL-12 induzem a expansão Th1 e IL-4 é requerida para a ativação da resposta Th2. A
IL-12 é produzida pelas células apresentadoras de antígenos, incluindo macrófagos e células
dendríticas, enquanto IL-4 é produzida por células Th2 e outras. O aspecto contraditório
quanto a estas respostas fica por conta do fenótipo de produção de citocinas que possuem as
diversas células, tais como os macrófagos e linfócitos B. As citocinas inflamatórias como a
IL-1 ou IL-6 podem ser consideradas como prejudiciais. Como mais do que um tipo de células
Gengivite Periodontite
Adequada resposta imune inata Inadequada resposta imune inata
Bactérias periodontopatogênicas
Ativação policlonal de células B
_______Th1__________
Imunidade mediada por células _______Th2___________
e Imunidade humoral
Produção de anticorpos protetores e
Produção de anticorpos não protetores
Lesão estável Lesão progressiva
produzem estas citocinas, é difícil determinar qual deles está ativamente produzindo os fatores
inflamatórios. Por exemplo, ambos macrófagos e células B produzem IL-1. Se a produção de
IL-1 por macrófagos for mais relevante para a destruição periodontal, a ativação de macrófago
por células Th1 pode ser prejudicial, e a sua regulação por IL-4 pode ser benéfica. Entretanto,
se células B forem a principal fonte de IL-1, sua ativação por células Th2 pode ser prejudicial
(SEYMOUR et al, 1993).
2.2.2.1 - A interleucina-2 (IL-2), interferon-gama (IFN-γ) e interleucina-12 (IL-12)
A IL-2 está relacionada à ativação de linfócitos-B e estimula a proliferação de macrófagos
e de linfócitos-T, que estão envolvidos na resposta mediada por células. Estudos sugerem que
esta interleucina esteja associada ao aumento da atividade dos osteoclastos na reabsorção
óssea (SCAREL-CAMINAGA et al, 2002).
A secreção de IFN-γ é um aspecto chave de respostas Th1, servindo para promover uma
resposta mediada por células dirigida para atividade fagocítica de macrófagos e neutrófilos.
Por sua vez, IL-12 estimula o desenvolvimento de células T em um fenótipo Th1. Existe uma
analogia com hipersensibilidade do tipo IV (tardia), principalmente associada com infecções
crônicas, nas quais uma patologia dominada por células T e macrófagos leva a uma lesão
contida. Em teoria, a secreção de IFN-γ por células T e a presença de IL-12 poderiam ser
aspectos chave de uma lesão periodontal estável (TAYLOR et al, 2004).
Contrariamente, alguns autores assinalam que elevados níveis de IFN-γ no FGC provê um
estímulo adicional para a sobre-regulação de respostas monocíticas ao LPS de bactérias
periodontopáticas. Isto pode levar a aumento da secreção de mediadores pró-inflamatórios e
citocinas ligados à reabsorção óssea como PGE
2
, IL-1β e TNF-α. Essas citocinas que
estimulam a reabsorção óssea cumprem significante papel na patogênese da DP. Ademais, foi
reportado um aumento nos níveis de IFN-γ no FGC em grupos de dentição terminal com
ambas periodontite do adulto e periodontite de início precoce (SALVI et al, 1998).
2.2.2.2 - A interleucina-4 (IL-4) e a interleucina-10 (IL-10)
A IL-4 possui um papel fundamental na ativação de linfócitos T subtipo Th2, ativando
células B e aumentando a resposta imune mediada por anticorpos. A célula B ativada produz,
de forma excessiva e crônica, altas concentrações de IL-1, levando à destruição tecidual.
Assim, uma resposta Th2 pode ser determinante de lesão destrutiva e progressiva (TAYLOR
et al, 2004).
A IL-10 foi descrita primariamente como um fator inibidor de síntese de citocina (CSIF)
secretada por células murinas Th2 e capaz de inibir o perfil de citocinas de células Th1,
particularmente IFN-γ (FIORENTINO et al, 1989); esta citocina esrelacionada à resposta
imune humoral - mediada por anticorpos. É sintetizada por monócitos ativados, linfócitos Th2
e células B, em resposta a estímulo inflamatório. Correntemente, existe um grande interesse
nas propriedades regulatórias da IL-10 na resposta imune. Assim, a IL-10 também possui a
capacidade de modular a ação de outras citocinas, reduzindo a produção de IL-1 (TAYLOR et
al, 2004) e de IL-6 (KINANE et al, 1999). Regula ainda a ação do TNF-α, e uma deficiência
nos níveis de IL-10 pode estar associada à susceptibilidade à doença periodontal (KINANE et
al, 1999; GONZALES et al, 2002). Tem sido apontada na regulação e controle do balanço
entre resposta inata inflamatória e adquirida humoral. Esta interleucina pode estar relacionada
com a prevenção da resposta inflamatória excessiva e danosa ao periodonto (KINANE et al,
1999). Neste aspecto, estudos têm demonstrado uma alta expressão de IL-10 no FGC em sítios
sadios e uma baixa expressão desta citocina em sítios com periodontite (YAMAZAKI et al,
2001; GOUTOUDI et al, 2004). Também, notou-se um aumento significante na quantidade de
IL-10, bem como diminuição do nível de IL-1β, no FGC seguinte à terapia periodontal
(GOUTOUDI et al, 2004; CUTLER et al, 2000).
Visando mostrar o papel protetor da IL-10 em relação à perda óssea alveolar (POA),
Sasaki et al (2004) testaram a hipótese de que IL-10 endógena é um potente supressor desta
perda, in vivo, induzida por P.gingivalis (Pg). Camundongos “IL-10 knockout” (-/-) e tipo-
selvagem foram inoculados intra-oralmente com Pg, servindo como controles animais não
infectados. POA, níveis gengivais de citocinas, e expressão do gene em tecido gengival foram
avaliados usando análise morfométrica, ELISA, e RT-PCR, respectivamente. Os animais
“IL-10 knockout” (-/-) infectados exibiram POA severa comparados com os não infectados
“IL-10 knockout” (-/-) e com os camundongos tipo-selvagem, durante 42 dias. Embora IL-1β
estivesse aumentada marginalmente, o seu bloqueio com antissoro neutralizante falhou em
reduzir a POA em animais “IL-10 knockout” (-/-), indicando a operação de um mecanismo
independente de IL-1. As citocinas IFN-γ, IL-6, IL-4 e PGE
2
encontravam-se levemente sobre-
reguladas nos animais infectados “IL-10 knockout” (-/-). Concluíram, afirmando que
camundongos “IL-10 knockout” (-/-) são altamente susceptíveis à perda óssea induzida pelo
patógeno P.gingivalis, a qual é mediada via um processo independente de IL-1.
2.2.2.3 - A interleucina-6 (IL-6)
A IL-6 é uma citocina pleiotrópica com ampla gama de efeitos imunes celular e humoral,
relacionados à inflamação, defesa do hospedeiro e injúria tecidual. Não é expressa
constitutivamente, mas altamente induzível, e produzida em resposta a vários estímulos tais
como IL-1, TNF-α, produtos bacterianos como endotoxinas e infecção viral. Funciona como
fator ativador e quimiotático para neutrófilos. Assim como a IL-1 e o TNF-α, age aumentando
a reabsorção óssea, como mediador autócrino ou parácrino que estimula o desenvolvimento de
osteoclastos de células precursoras. A IL-6 tem sido, adicionalmente, implicada na regulação
dos efeitos pró-inflamatórios dessas citocinas (PAPANICOLAOU et al, 1998). É, também,
uma citocina importante na regulação da resposta mediada pelas células B (TAYLOR et al,
2004).
2.3 - A reabsorção óssea na doença periodontal
A Figura 3 retrata a reabsorção óssea mediada por células imunes infiltradas nos tecidos
periodontais, segundo Taubman et al (2005). Macrófagos estimulados por LPS de
periodontopatógenos produzem entre outras citocinas TNF-α, IL-1 e IL-6 que, com outros
fatores, induzem a expressão de RANKL (receptor ativador do fator nuclear ligante κB) nos
osteoblastos. RANKL ligando-se a RANK expresso nos progenitores hematopoiéticos dos
osteoclastos, ativam um sinal de transdução em cascata que leva à osteoclastogênese na
presença do fator de sobrevivência MCSF. Osteoprotegerina (OPG) produzida por
osteoblastos é um engodo de receptor para RANKL, que inibe osteoclastogênese e ativação de
osteoclastos por ligação a RANKL. Semelhantemente, células T ativadas podem afetar a
fisiologia óssea por produzirem citocinas tais como TNF-α, IL-11 e IL-17 que leva à
expressão de RANKL nos osteoblastos (células T provocando uma estimulação indireta da
reabsorção óssea). Macrófagos ativados (i.e., macrófago MHC classe II + antígeno) ativam
células T que expressam e produzem RANKL que diretamente induzem a formação e ativação
de osteoclastos. Recentemente, células B têm também mostrado diretamente expressar
RANKL ligado à célula e nas formas solúveis (CHOI et al, 2001), indicando a importância de
ambos tipos de células imunes na gênese da osteoclasia. Todos os tipos de RANKL podem
combinar-se com RANK para conduzir à osteoclastogênese. OPG (engodo de RANKL)
bloqueia todas as vias (direta e indireta de células T ou B [osteoblasto/célula estromal]). Estas
reações ocorrem quando infiltrados de células imunologicamente ativadas penetram nos
tecidos periodontais e produzem osteoclasia.
Valverde et al (2005) encontraram uma correlação negativa entre os níveis de mRNA de
RANKL e OPG em tecidos gengivais e periodontais de pacientes com periodontite crônica e
indivíduos periodontalmente sadios, evidenciando os pressupostos acima. Ademais, a
porcentagem de células T positivas para RANKL (50 a 60%) nas lesões periodontais foi
substancialmente menor do que a porcentagem de células B positivas para RANKL (>90%);
entretanto, isto não se torna um indicativo claro de que células B podem contribuir mais
extensivamente para a reabsorção óssea do que lulas T, nas lesões periodontais
(MATSUYAMA et al, 2005).
Figura 3 – Modelo de osteoclastogênese segundo Taubman et al, 2005.
2.4 - A produção de citocinas e periodontite crônica
Vários trabalhos têm assinalado uma concentração elevada de IL-1β nos tecidos gengivais
inflamados. Um dos métodos mais utilizados tem sido a sua detecção, pela técnica ELISA, no
fluido gengival crevicular (FGC) de sítios doentes comparados com sadios. Preiss & Meyle
(1994) desenvolveram um método de coleta do FGC, utilizando cones de papel de filtro.
Testaram a concentração em pacientes com periodontite (N=19, idade média: 29,3 anos)
comparados com controles periodontalmente sadios (N=14, idade média: 22,8 anos). Este
grupo apresentou concentrações médias entre 22.8 ng/mL e 150 ng/mL, enquanto que no
grupo periodontal as médias estiveram significativamente mais elevadas (entre 85.8 ng/mL e
882.2 ng/mL). Não houve diferença relacionada ao gênero nos indivíduos investigados.
Anteriormente, Stashenko et al (1991) avaliaram, em estudo longitudinal, a concentração
de IL-1β, usando a técnica ELISA, em tecidos biopsiados obtidos de 12 pacientes com
periodontite destrutiva do adulto, caracterizando sítios: 1) doentes, ativos; 2) doentes, inativos;
3) sadios. IL-1β estava presente em níveis de 0-82 ng/mL. Sítios ativos doentes tinham níveis
significativamente (p<0.05) mais elevados do que os inativos e sadios. Atividade da doença
ocorria mais frequentemente em sítios com níveis maiores do que 25 ng/mL (p<0.01). Estes
dados indicam que IL-1β é útil na detecção de sítios com atividade, sugerindo ser um
importante mediador da perda de inserção na periodontite humana.
O Quadro 2 mostra os principais achados de outros trabalhos sobre a variação intersujeitos
na produção de citocinas associada à periodontite crônica.
Quadro 2 - Sumário dos principais achados de trabalhos sobre variação intersujeitos na
produção de citocinas, e periodontite crônica (PC)
Autor / Ano
Desenho do
estudo
Citocina
reportada
Sujeitos Principais achados
IL-1β
Figueredo et
al, 1999
Caso-controle
IL-1β, no FGC
Técnica: ELISA
13 pac c/gengivite
(GG); 18 pacientes
com periodontite:
bolsas rasas (GP) e
profundas (PP)
Foram encontrados níveis significantemente mais elevados
de IL-1β em pacientes com periodontite, independentemente
da severidade da doença no sítio amostrado, sugerindo que
esses níveis são singulares a cada paciente
Mogi et al,
1999
Caso-controle
IL-1β, IL-6, IFN-γ
e outros fatores,
no FGC
Técnica: ELISA
-36 pac com PC leve
(n=17), e PC severa
(n=19)
-35 controles sadios
Níveis de IL-1β significantemente mais altos em pac com
DP severa do que nos controles (p<0.05); igualmente,
concentração de IL-6 era 3 vezes mais alta, o mesmo não
ocorrendo com IFN-γ.
continua...
Quadro 2 – Continuação...
Autor/Ano
Desenho do
estudo
Citocina reportada Sujeitos Principais achados
Rawlinson et
al, 2000
Caso-controle
IL-1β e receptor
antagonista IL-1
(IL-1ra), no FGC
Técnica: ELISA
-40 amostras de 10
pac. c/ periodontite
moderada a severa, e
de 10 controles
sadios. Exame de
sítios com e sem DP,
dentes ant.
superiores
A concentração média para IL-1β foi 0.11 pg/µl para sítios
periodontais sangrantes, 0.04 pg/µl para sítios periodontais
não-sangrantes, e 0.01 pg/µl para sítios sadios (p<0.001).
Os resultados sugerem forte relação entre a severidade da
periodontite do adulto e o aumento dos níveis no FGC de
IL-1β e níveis decrescentes de IL-1ra.
Rawlinson et
al, 2003
Caso-controle
IL-1β e receptor
antagonista IL-1
(IL-1ra), no FGC
Técnica: ELISA
-39 amostras de 13
pac. fumantes
pesados; 30 amostras
de 10 pac. não-
fumantes, com PC
moderada a severa
Níveis significantes de IL-1β e IL-1ra foram encontrados
nos fumantes, comparando-se sítios sadios versus
sangrantes profundos e não-sangrantes profundos.
Diferenças nas concentrações de IL-1β no FGC em
fumantes versus não-fumantes foram significantes,
somente, para os sítios sangrantes profundos.
Gorska et al,
2003
Caso-controle
IL-1β, TNFα, IL-
2, IFN-γ, IL-4 e
IL-10 em tecido
gengival
inflamado e
amostras séricas
Técnica:ELISA
-25 pac c/
periodontite crônica
severa
-25 indivíduos sadios
periodontalmente
As concentrações daquelas citocinas, em média,
encontravam-se significantemente elevadas em amostras
séricas e de tec.gengival nos pac.periodontais do que nos
controles. A alta variabilidade das concentrações de
citocinas e a baixa freqüência de sua detecção em amostras
séricas de pac.periodontais faz disto elemento pouco útil
para determinação da doença e/ou de sua severidade. Em
contraste, os altos níveis absolutos de IL-1β, TNFα, IL-2 e
IFN-γ e suas altas proporções com IL-4 e IL-10 nos
tec.inflamados, estavam proximamente associados com a
severidade da DP.
Outras citocinas
Yamazaki et al,
1994
Caso-controle
-presença de cél
IL-4+ e IL-6+ em
tec. periodontais
biopsiados, usando
imunohistoquímica
e hibridização in
situ
19 pac com
periodontite do
adulto e 5 espécimes
de tecidos com
gengivite sem perda
de inserção, como
grupo controle
Os percentuais de células produtoras de IL-4 eram
significantemente elevados nos tecidos com lesões
periodontais do que naqueles com gengivite; igualmente
estavam elevados os percentuais das células produtoras de
IL-6 nas lesões periodontais, embora não estatisticamente
significativos. Esses resultados sugerem que células do tipo
Th2 acumulam-se predominantemente nos sítios com lesões
periodontais.
Kabashima et
al, 1996
Caso-controle
IL-4 e IL-1ra,
no FGC, por
ELISA, e biópsia
de tec.gengival
com
imunohistoquímica
8 pac c/periodontite
do adulto
generalizada, e
amostras de
voluntários sadios
Foram detectados níveis de IL-1ra e IL-4 no FGC de sítios
doentes, e não de sítios sadios. Células CD68 produtoras de
IL-1ra foram identificadas como monócitos/macrófagos;
para IL-4, foram identificadas cel Thelper CD4. Esses
resultados sugerem ser IL-4 um dos mediadores que
regulam o grau de inflamação nos tecidos periodontais.
Salvi et al,
1998
Caso-controle
PGE
2
, IL-1β, IL-2,
TNF-α, INF-γ, IL-
4 e IL-6, no FGC,
de monócitos
séricos
estimulados, e de
tec.gengival
-2 grupos com
dentição terminal
(DT): 8 pac c/
periodontite crônica
(PC-DT) e 8 com
periodontite
agressiva (PA-DT);
21 pac c/PC
No FGC, detectados 3 níveis de titulações: alto, com PGE
2
,
IL-1β e IL-2; médio, com TNF-α e INF-γ, e baixo, com
IL-4 e IL-6. Em ambos grupos DT, dominaram níveis de
mediadores monocíticos, PGE
2
e IL-1β, e Th1, IL-2 e INF-
γ, sobre mediadores Th2, IL-4 e IL-6. Monócitos LPS-
estimulados dos pac produziram mais IL-1β, PGE
2
eTNF-
α, do que dos controles. Células mononucleares gengivais
moderada expressaram mRNA de citocinas Th1 e Th2, com baixos
níveis de IL-4 e IL-12. Embora no FGC houvesse
predomínio de níveis de citocinas Th1 sobre Th2, ativação
de monócitos foi a principal origem dos mediadores pró-
inflamatórios.
continua...
Quadro 2 – Continuação...
Autor/Ano
Desenho do
estudo
Citocina reportada Sujeitos Principais achados
Boström et al,
1999
Caso-controle
Influência do fumo
sobre níveis de IL-
6 e TNF-α no FGC
108 pac com formas
moderada a severa de
DP: 45 fumantes, 28
ex-fumantes, 35 não-
fumantes
Os níveis médios para IL-6 e TNFα foram,
respectivamente: em fumantes 5.0 pg/ml e 61.0 pg/ml;
em ex-fumantes 13.0 pg/ml e 51.0 pg/ml; e em não-
fumantes – 10.0 pg/ml e 12.0 pg/ml. As diferenças entre os
grupos em relação a IL-6 não foram significantes,
sugerindo que os níveis de IL-6 não eram influenciados
pelo fumo. Em contraste, os níveis de TNF-α estavam
significantemente aumentados em fumantes quando
comparados a não-fumantes. Esses resultados, em pac com
moderada a severa DP, podem indicar diferentes funções
mediadoras da IL-6 e TNF-α em resposta ao fumo.
Steinsvoll,
Halstensen &
Schenck, 1999
Caso-controle
TGF-β
1
+ em
células gengivais
11 pac c/ periodontite
crônica e 7 indiv c/
gengiva saudável
Tec.inflamados continham 100 vezes mais células TGF-
β
1
+ (compreendendo: macrófagos 21-29%, células T 2-3%,
células B 3-9%, neutrófilos 34-35%, e mastócitos 7-10%)
do que na gengiva saudável. Nos pac.periodontais a
densidade de células TGF-β
1
+ estava fortemente elevada
no tec.conjuntivo adjacente ao epitélio da bolsa, na lâmina
própria e adjacente ao epitélio oral. Embora TGF-β
1
seja
uma citocina imunossupressiva que estimula a cicatrização,
sua sobre-regulação na gengiva inflamada pode
contrabalançar para respostas inflamatórias gengivais
destrutivas nos pacientes com periodontite.
Kobayashi et
al, 2000
Caso-controle
IFN-γ, IL-4 e IL-
12, produzidas por
CMSP (células
mononucleares do
sangue periférico)
CMSP estimuladas c/
periodontopatógenos
de pac com PC e de
sujeitos sadios (SS)
CMSP de pac com PC e de sujeitos sadios produziram
IFN-γ e IL-12, enquanto IL-4 foi raramente observada.
IFN-γ foi produzida por cels T nas CMSP, variando entre
os indiv, estando correlacionada c/quant.de IL-12
produzida em um particular indiv. Produção de IFN-γ não
estava relacionada com condição periodontal. Sugere-se
que polarização de resposta Th1 contra
periodontopatógeno é dependente da produção de IL-12
por monócitos que, por sua vez, estimula produção de IFN-
γ. Diversidades individuais na produção de IFN-γ podem
não estar relacionadas diretamente com a severidade da
periodontite
Alpagot, Font
& Lee, 2003
Longitudinal
IFN-γ, no FGC
Períodos: baseline,
e 6 meses após
Técnica:ELISA
Status periodontal de
33 pac HIV+, durante
período de 6 meses
Sítio com DP progressiva foi definido como aquele ≥2mm
de PI. Dos 264 sítios examinados, 25 apresentaram-se em
progressão durante o período de exame. Altos níveis de
IFN-γ foram encontrados, significantemente, nos sítios em
progressão do que naqueles estáveis. Níveis de IFN-γ
estavam altamente (p=0.001) correlacionados com os
parâmetros clínicos nos exames iniciais e finais. Estes
dados podem indicar que sítios com altos níveis de IFN-γ
no FGC tinham alto risco para progressão da periodontite
em pac HIV+
Cezário &
Figueredo,
2004
TGF-β, no FGC
Técnica:ELISA
17 pac com PC
19 pac-controles s/PI
Foram estudados
A quantidade de TGF-β foi significantemente maior nos
sítios PP (8,2 ng) do que nos GP (2,2 ng). o houve
diferenças significantes entre sítios GP e GG, e PP e GG.
Caso-controle sítios c/ PI (PP), sem
PI (GP), e apenas
com gengivite (GG).
Conclui-se que a diferença nos níveis entre os sítios PP e
GP sugere ter essa citocina papel significante na destruição
tecidual em portadores de periodontite crônica
continua...
Quadro 2 – Continuação...
Autor/Ano
Desenho do
estudo
Citocina reportada Sujeitos Principais achados
Erdemir et al,
2004
Longitudinal
IL-6 e TNF-α, no
FGC
Técnica:ELISA
-41 pac (22 fumantes
e 19 não-fumantes)
com PC, comparando
com parâmetros
clínicos, avaliados 1,
3, e 6 meses após
trat.periodontal não-
cirúrgico
Embora as diferenças de IL-6 e TNF-α entre os dois
grupos não tenham sido significantes, a quantidade total de
TNF-α no FGC decresceu do exame inicial aos 6 meses
nos fumantes. Não houve correlação significante entre os
quantitativos médios de IL-6 e TNF-α e os parâmetros
clínicos em ambos períodos de avaliação nos fumantes.
Assim, assinalaram que o fumo aumenta o IP no decorrer
do tempo, e não influencia os conteúdos de IL-6 e TNF-α
no FGC de pacientes periodontais.
Zong et al,
2005
Longitudinal
Níveis séricos
circulantes de IFN-
γ e IL-4, antes e
após 4 e 6 meses
da terapia inicial
Técnica:ELISA
15 pac. c/
periodontite crônica,
e 15 indivíduos
sadios controles,
-Diferença significante foi observada nos níveis séricos de
IFN-γ e IL-4 entre os pac.periodontais e os controles. Após
terapia, os níveis de IFN-γ decresceram significantemente,
o mesmo não acontecendo com os de IL-4. Concluíram,
afirmando que os níveis séricos de IFN-γ e IL-4 estavam
associados com PC e que o controle da infecção gengival
pode reduzir a concentração de IFN-γ mas, não, de IL-4.
Além dos trabalhos iniciais de Stashenko et al (1991) e de Preiss & Meyle (1994), o
Quadro 2 mostra vários outros que apresentam uma associação positiva entre níveis elevados
de IL-1β em portadores de periodontite crônica comparados com indivíduos periodontalmente
sadios (SALVI et al, 1998; FIGUEREDO et al, 1999; MOGI et al, 1999; RAWLINSON et al,
2000; RAWLINSON et al, 2003; GORSKA et al, 2003) sugerindo, ademais, ser essa citocina
um importante mediador da perda de inserção na periodontite humana. Igualmente foram
encontrados níveis elevados de TNF-α bem como de IL-6 em pacientes periodontais
(YAMAZAKI et al, 1994; BOSTRÖM et al, 1999; GORSKA et al, 2003), mas sem influência
do fumo (ERDEMIR et al, 2004). Níveis altos de TGF-β foram associados à periodontite
crônica (STEINSVOLL, HALSTENSEN & SCHENCK, 1999; CEZÁRIO & FIGUEREDO,
2004).
Berglundh et al (2002) estudaram, por imunohistoquímica, o perfil de citocinas produzido
por células T auxiliares, em tecido gengival de lesões periodontais, de 22 pacientes adultos
com periodontite crônica avançada generalizada. Foi similar o número de células expressando
um perfil de citocinas do tipo Th1 (IFN-γ + IL-2) e Th2 (IL-4 + IL-6), sugerindo que as lesões
periodontais são reguladas por uma função combinada Th1 e Th2. Anteriormente, Yamazaki
et al (1994) tinham observado percentuais mais elevados de células produtoras de IL-4 e IL-6
nos tecidos com lesões periodontais do que naqueles com gengivite, sugerindo que células do
tipo Th2 acumulam-se predominantemente nos sítios com lesões periodontais. Em seguida,
Kabashima et al (1996) sugeriram ser IL-4, produzida por células Th2 CD4, um dos
mediadores que regulam o grau de inflamação nos tecidos periodontais; enquanto Salvi et al
(1998) mostraram que células mononucleares gengivais expressaram mRNA de citocinas Th1
e Th2, com baixos níveis de IL-4 e IL-12. Kobayashi et al (2000) sugeriram que
polarização de resposta Th1 contra periodontopatógeno é dependente da produção de IL-12
por monócitos que, por sua vez, estimula a produção de IFN-γ, e que diversidades individuais
na produção de IFN-γ podem o estar relacionadas diretamente com a severidade da
periodontite. Enquanto Alpagot, Font & Lee (2003) indicaram que sítios com altos níveis de
IFN-γ no FGC poderiam significar alto risco para progressão da periodontite em pacientes
HIV+, Zong et al (2005) afirmaram que os níveis séricos aumentados de IFN-γ e IL-4 estavam
associados com periodontite crônica e que o controle da infecção gengival pode reduzir a
concentração de IFN-γ, mas, não a de IL-4.
2.5 A resposta imune a Porphyromonas gingivalis
O cocobacilo Porphyromonas gingivalis, anteriormente denominado Bacteroides
gingivalis, é uma bactéria anaeróbica estrita, gram-negativa, imóvel, e não formadora de
esporos. Tem sido associada com o início e progressão da DP, principalmente em indivíduos
adultos, sendo encontrada na maioria dos sítios com alta atividade de doença na periodontite
crônica (CONDORELLI et al, 1998). O interesse inicial neste microrganismo e em outros
bacteróides de pigmentação negra surgiu diante do importante papel que desempenham em
infecções mistas (MacDONALD et al, 1956), bem como por apresentarem um grande número
de fatores de virulência capazes de induzir intensa destruição tecidual (vanWINKELHOFF et
al, 1988; MIHARA & HOLT, 1993; WILSON et al, 1993). A associação de P. gingivalis com
DP adveio dos estudos demonstrando a sua presença incomum em condições de saúde
periodontal e gengivite, porém muito freqüente em formas destrutivas de periodontite (SLOTS
et al, 1986; DAHLEN et al, 1992; KASUGA et al, 2000; TAKEUCHI et al, 2001). Ademais,
mostra-se reduzida em sítios tratados com sucesso, mas é comumente encontrada em amostras
de placa provenientes de sítios que exibem recorrência de doença pós-terapia
(EDWARDSSON et al, 1999; KAMMA et al, 2003).
Diversas tentativas de sorotipagem de P. gingivalis foram realizadas, enfocando diferenças
dos antígenos capsulares, fímbria e antígenos da membrana externa (O`BRIEN-SIMPSON et
al, 2004). A sorotipagem com base no reconhecimento de antígenos da membrana externa é a
mais amplamente utilizada, sendo os sorotipos A e C os mais associados com a periodontite
crônica (EBERSOLE & STEFFEN, 1995).
Dentre os diversos fatores de virulência da P. gingivalis, destacam-se os antígenos K da
cápsula, lipopolissacarídeo (LPS), mbria, hemaglutininas, antígenos da membrana externa
(O`BRIEN-SIMPSON et al, 2004), gingipainas (YONEDA et al, 2003) e fatores proteolíticos
capazes de clivar anticorpos (GREGORY et al, 1992). Ademais, a invasão celular pode
representar um mecanismo de escape dessa bactéria ao sistema imune. A P. gingivalis é capaz
de invadir as células epiteliais (LAMONT et al, 1995) num mecanismo no qual ambria e a
hemaglutinina (DU et al, 1997; NJOROGE et al, 1997; JOTWANI et al, 2004) exercem um
papel fundamental, em provável interação com a citoqueratina das células epiteliais (SOJAR
et al, 2002).
O LPS da P. gingivalis possui baixa endotoxicidade (OGAWA et al, 2000) e difere de
outras bactérias gram-negativas pela sua incapacidade de estimular diretamente a produção de
E-selectina em células endoteliais humanas com conseqüente baixa adesividade dos
neutrófilos ao endotélio (DARVEAU et al, 1995). Seu Lipídio A, o centro bioativo e
endotóxico da molécula de LPS, exibe padrão de fosforilação e acilação diferenciados quando
comparado com o lipídio da E. coli, bactéria cujo LPS é amplamente utilizado nas pesquisas
experimentais (OGAWA et al, 1996). Em contraste com a E. coli, o LPS da P. gingivalis é
capaz de induzir resposta mitogênica tanto em ratos C3H/HeN responsivos ao LPS de E. coli,
quanto nos animais C3H/HeJ portadores de uma mutação no gene do TLR-4 que os tornam
hiporresponsivos a esse LPS (OGAWA et al, 1996; ITO et al, 1996).
Alguns padrões moleculares altamente conservados, denominados PAMPs, são partilhados
por grupos de microrganismos. Dentre os PAMPs, destacam-se o LPS das bactérias gram-
negativas; acido lipoteicoico das bactérias gram-positivas; peptideoglicano, componente da
parede celular de bactérias gram-negativas, gram-positivas e micobactérias; motivo CpG não
metilado, uma tipica característica de muitos microrganismos inferiores não observada no
DNA dos mamíferos; RNA de dupla fita de origem viral; e manose, componente da parede
celular de fungos. Os PAMPs são reconhecidos pelas células do sistema imune inato pelos
receptores de reconhecimento de padrões moleculares (PRRs) (UTHAISANGSOOK et al,
2002). Os Toll Like Receptors (TLR) são PRRs que possuem um papel central no
reconhecimento das “assinaturas moleculares” microbianas, iniciam diferentes vias de
sinalização e exercem influência no controle da maturação de células dendríticas e
diferenciação de células Th (MEDZHITOV, 2001; JANEWAY & MEDZHITOV, 2002). As
células imunes usam diferentes combinações de TLRs, organizados em homodímeros ou
heterodímeros, para detectar características diversas de um microrganismo (UNDERHILL &
OZINSKY, 2002) (Figura 4).
Com a maioria das infecções por bactérias gram-negativas ocorre reconhecimento do LPS
bacteriano pelo TLR-4 em interação com as moléculas CD-14 e MD-2. A Porphyromonas
gingivalis, entretanto, é uma bactéria gram-negativa que possui um LPS pouco usual que se
liga ao TLR-2, podendo ainda haver dimerização entre TLR2 e TLR-6 (UNDERHILL &
OZINSKY, 2002). Na literatura disponível, os resultados dos estudos são conflituosos no que
diz respeito à sinalização da P. gingivalis via TLR-4. Hirschfeld et al (2001) sugeriram que
essa bactéria não exerce sinalização via TLR-4. Em adição, outros autores observaram que o
LPS da P. gingivalis exerceu ação de antagonista ao TLR-4 em seus experimentos
(YOSHIMURA et al, 2003; BRAINBRIDGE & DARVEAU, 2001; COATS et al, 2003).
Entretanto, existem relatos de sinalização pela P. gingivalis tanto via TLR-2 quanto via TLR-4
(BAINBRIDGE & DARVEAU, 2001; OGAWA et al, 2002). Ogawa et al (2002) sugeriram
que o LPS da P. gingivalis, uma vez corretamente purificado, exerce sinalização via TLR-4,
enquanto que moléculas associadas ao lipídio A desse LPS, provavelmente lipoprotéicas,
induzem sinalização via TLR-2. Bainbridge & Darveau (2001) ressaltam que o LPS da P.
gingivalis é estruturalmente heterogêneo, podendo apresentar cadeias de ácidos graxos com
diferentes comprimentos. Essas diferenças estruturais nos múltiplos lipídios A possibilitariam
sinalização ora via TLR-4 ora via TLR-2. A mbria da P. gingivalis também é capaz de
induzir sinalização via TLR-2, num mecanismo que envolve a ativação de integrinas e a
utilização de CD-14 e fosfatidilinositol 3-cinase (PI3-K) (HAROKOPAKIS &
HAJISHENGALLIS, 2005).
Figura 4: (a) O reconhecimento de diferentes PAMPs por múltiplos TLRs acarreta em sinalizações intracelulares variadas e respostas
diferentes. (b) O domínio extracelular do TLR4 associa-se com MD-2 e CD-14, enquanto o domínio intracelular forma um complexo
de sinalização incluindo MyD88, Tollip, IRAK e TIRAP/MAL. As respostas específicas do TLR4 são mediadas por TIRAP/MAL. O
domínio extracelular do dímero TLR2-TLR6 também associa-se com CD-14. O domínio intracelular também inclui MyD88, Tollip e
IRAK. TLR2-TLR6 pode associar-se especificamente com PI3 cinase sob regulação de RAc1 para ativar Akt. Reproduzido e
Traduzido de UNDERHILL & OZINSKY, 2002.
2a
2b
Estudos recentes indicam ainda que outros componentes indeterminados da P. gingivalis,
diferentes do LPS e da fímbria, ligam-se ao TLR-2 induzindo uma secreção de citocinas
ainda mais elevada que esses dois importantes fatores de virulência dessa bactéria
(KASUMOTO et al, 2004). Recentemente, Asai et al (2005) identificaram uma
lipoproteína associada ao LPS da P. gingivalis denominada PG1828 e observaram uma
acentuada redução na sinalização do TLR-2 quando se utilizou LPS livre dessa
lipoproteína, indicando que esse componente lipoprotéico pode ser um novo e importante
fator bacteriano envolvido na patogênese da periodontite. O LPS da P. gingivalis, sua
fimbrilina e a bactéria inteira na sua forma inativada são capazes de estimular a produção
de IL-8 e MCP-1 em células endoteliais (NASSAR et al, 2002). Existem indícios desse
estímulo ser dependente da molécula CD-14 (MAO et al, 2002). Entretanto, quando
adicionada viva à cultura de células endoteliais, a P. gingivalis promove redução da
expressão dessas quimiocinas. A supressão da secreção de IL-8 e MCP-1 pela P. gingivalis
não depende de aderência ou invasão epitelial e está possivelmente associada à ação
proteolítica de gingipaínas secretadas pela bactéria viva sobre a molécula CD-14 (TADA et
al, 2002).
Jotwani et al (2001) observaram baixa concentração de IL-12 e alta concentração de IL-
10 por células dendríticas em cultura pulsadas com P. gingivalis, bem como uma baixa taxa
proliferativa e baixa produção de IFN por linfócitos T CD4+ estimulados por essas
células dendríticas. Num estudo de Kikuchi et al (2004), a P. gingivalis induziu baixíssimas
concentrações de IL-12 tanto nas células dendríticas quanto nos macrófagos. Houve
indução de IL-10, porém em menor quantidade que a IL-10 induzida pelo A.
actinomycetemcomitans. Contraditoriamente ao estudo de Jotwani e colaboradores,
somente os macrófagos em cultura e não as células dendríticas produziram essa citocina.
Yun et al (2002) mostraram que o LPS da P. gingivalis é capaz de induzir secreção de
IL-12 pelos monócitos e conseqüente secreção de IFN-gama por células T. Entretanto, a
gingipaína da P. gingivalis, uma cisteína proteinase extraída da membrana externa
bacteriana, é capaz de clivar IL-12 e IFN-γ mesmo em presença de soro (YUN et al, 1999;
YUN et al, 2001), sendo um mecanismo que pode contribuir para o desenvolvimento de
uma resposta imune Th2 com conseqüente predominância de células B na lesão periodontal
avançada. Em adição a esses achados, mais recentemente, Yun et al (2003) observaram que
a IL-4 é resistente à proteólise pela gingipaína da P. gingivalis quando em presença de soro.
A adição de fatores séricos na metodologia de estudo das gingipaínas é importante visando
mimetizar um ambiente rico em inibidores de protease, como provavelmente é o ambiente
da lâmina própria periodontal e fluido gengival.
Num estudo de Herminajeng et al (2001), observou-se que na ausência de IL-10,
induzida pela administração de anti-IL-10, camundongos desafiados com LPS da P.
gingivalis num modelo de abscesso murino apresentaram uma resolução mais rápida do
processo cicatricial, com uma resposta imune tipicamente celular. Porém, Sasaki et al
(2004) infectaram camundongos knockout para IL-10 com P. gingivalis via administração
oral de 10
9
bactérias em uma escala pré-determinada de doses. A deleção de IL-10
promoveu uma perda óssea alveolar mais severa independente de aumento de IFN-gama ou
IL-1 e com notório aumento da expressão de RANKL em comparação aos animais
controles.
Referente à resposta imune humoral em humanos, níveis elevados de IgG sérica anti-P.
gingivalis têm sido encontrados em indivíduos com periodontite (EBERSOLE et al, 1986;
LOPATIN & BLACKBURN, 1992) e parece haver uma relação direta entre os níveis
séricos de IgG anti-Porphyromonas gingivalis e a colonização subgengival por essa
bactéria (KOJIMA et al, 1997). Ebersole et al (1986) observaram ainda que pacientes
doentes apresentam níveis mais elevados de IgA, IgM e IgE anti-Porphyromonas gingivalis
que indivíduos sadios. Mesmo após o término do tratamento periodontal, os níveis de IgG
específica para P. gingivalis mantêm-se elevados tanto no soro quanto no fluido gengival.
Mouton et al (1987) observaram que um ano após o término do tratamento os níveis séricos
de IgG anti-P. gingivalis haviam reduzido à metade dos níveis iniciais e Papapanou et al
(2004) não observaram redução dos níveis séricos de IgG, mesmo após 30 meses
decorridos do término da terapia periodontal. No fluido gengival, Alexander et al (1996)
observaram permanência de níveis elevados de IgG mesmo após tratamento.
Mouton et al (1987) detectaram dois subgrupos distintos em indivíduos com
periodontite crônica quanto ao padrão de resposta imune humoral: um subgrupo cuja
resposta assemelhava-se à dos sadios, com ausência de IgA anti-P. gingivalis e níveis
séricos de IgG e IgM semelhantes aos dos sadios; e um segundo subgrupo, que apresentava
IgA anti-P. gingivalis e altos níveis de IgG específica. Ebersole & Steffen (1995) também
observaram uma dicotomia entre os indivíduos com periodontite, classificando-os em altos
e baixos respondedores, sendo que esses últimos possuíam níveis séricos de
imunoglobulina anti-P. gingivalis semelhantes aos dos indivíduos sadios.
A P. gingivalis possui um potencial para ativação policlonal de células B, o que acarreta
num número elevado de células B nos tecidos periodontais (BICK et al, 1981).
Champaiboon et al (2000) observaram um papel da P. gingivalis na ativação policlonal de
células B tanto diretamente quanto indiretamente, através da indução à produção de IL-10
pelos monócitos. Katz et al (1992) observaram, num estudo em ratos, que a produção de
IgG anti-P.gingivalis foi dependente de células T, e Kato et al (2005) observaram uma
dependência do papel das células T na ativação de células B e produção de anticorpos com
perfil misto de produção de citocinas e proporção Th2/Th1 elevada na produção de IgG
específica contra um antígeno de 53 kDa (Ag53) da membrana externa da P. gingivalis.
Diversos estudos encontraram uma prevalência da subclasse IgG2 no soro de individuos
com periodontite. A secreção de IgG2 é estimulada pelo IFN-γ, citocina característica de
uma resposta Th1. Lopatin & Blackburn (1992) observaram níveis séricos
significativamente elevados de IgG2 e IgG1 anti-P. gingivalis, bem como de IgG1 anti-LPS
da P. gingivalis em indivíduos com periodontite crônica em relação a controles
clinicamente sadios. Apesar de ter sido a subclasse mais prevalente, a IgG2 encontrada
apresentava baixa avidez. Whitney et al (1992) encontraram predominância de IgG2 e IgG3
sérica anti-P.gingivalis em indivíduos com periodontite agressiva e Polak et al (1995)
observaram que a subclasse IgG2 foi predominante no reconhecimento de antígenos da
membrana externa em indivíduos com periodontite crônica, seguida de IgG3, IgG1 e IgG4.
Gemmel et al (2004a) observaram em camundongos imunizados com P. gingivalis uma
prevalência da subclasse IgG1, característica do perfil Th2 nesses animais.
Estudos acerca da concentração, no fluido gengival, de IgG específica para P.
gingivalis apresentaram resultados sugestivos de um padrão de resposta imune localizada
nos tecidos gengivais distinto daquele observado nos estudos de titulações séricas. Wilton
et al (1992) observaram níveis mais elevados de IgG1 e IgG4 anti-P. gingivalis no fluido
gengival em indivíduos periodontais em comparação ao grupo controle, apesar da detecção
de IgG4 não ter sido observada em muitos casos. Num experimento posterior no qual
analisaram as concentrações séricas e no fluido gengival das subclasses de IgG anti-P.
gingivalis, Wilton et al (1993) observaram indícios de que a concentração de IgG1, IgG2 e
IgG3 no fluido gengival é amplamente derivada do plasma, mas que uma fração da IgG4
pode ter síntese localizada nos tecidos periodontais. Um estudo prévio, realizado por
Reinhard et al (1989) contemplou a relação da IgG4 com a atividade de doença periodontal.
Foi detectada uma concentração mais elevada de IgG4 e IgG1 em sítios em atividade de
doença em comparação com sítios com estabilidade periodontal. A IL-4 estimula a secreção
de IgG4 por plasmócitos.
Num estudo usando a técnica Western Blot, Laosrim et al (1990) observaram uma forte
reação com antígenos de alto peso molecular, nos soros de indivíduos acometidos por
periodontite crônica e com proteínas de peso molecular mais baixo, nos soros de indivíduos
acometidos por periodontite agressiva. Epítopos protéicos de P. gingivalis são reconhecidos
pela maioria dos pacientes, enquanto anticorpos de alguns pacientes reconhecem LPS e
carboidrato como determinantes antigênicos. Assim, a porção proteica da P. gingivalis
parece representar uma importante fração imunodominante desse antígeno (BOUTSI,
1993), em especial proteínas na faixa de 41 a 43 kDa (BOUTSI et al, 1996).
2.6 - A susceptibilidade genética da doença periodontal
Os humanos compartilham entre si 99% da sua informação genética, sendo assim
considerados indivíduos da mesma espécie. O restante 1% do seu genoma difere de pessoa
para pessoa, diferença esta envolvida na variabilidade da espécie (NARES, 2003). Fatores
genéticos-hereditários podem estar relacionados com as variações no mecanismo imuno-
inflamatório de defesa do hospedeiro, de modo a interferir na susceptibilidade, expressão e
progressão das doenças periodontais, sendo estas consideradas multifatoriais ou o
Mendelianas (HART & KORNMAN, 1997; SCHENKEIN, 2002; NARES, 2003).
A contribuição dos fatores genéticos para a doença periodontal foi inicialmente
identificada em estudos realizados com gêmeos adultos, criados juntos ou separados, de
modo que os dados, para todas as medidas clínicas, foram mais concordantes entre si entre
gêmeos monozigóticos (idênticos) do que entre dizigóticos (fraternos), chegando-se à
estimativa de que a periodontite crônica seja 50% hereditária. Não foi encontrado um
componente hereditário para a gengivite. Concluiu-se que metade da susceptibilidade à
doença na população se deve às variações genéticas e não aos aspectos comportamentais
(MICHALOWICZ et al, 1991, 2000). Também em modelo animal foi verificado que
susceptibilidade e resistência à doença periodontal são traços hereditários; Baker (2005)
estudou camundongos com linhagens imune-normais oriundas de cruzamentos entre as
espécies, determinadas como susceptíveis ou resistentes à DP, avaliando a expressão
tecidual de um grupo de genes imunologicamente chave (TNF, IL-1, OPT, IL-15, STAT-6),
na gengiva e no baço daqueles animais, usando a técnica de QR-PCR. Concluiu que
linhagens com diferenças na expressão basal do mRNA de determinados genes
correlacionavam com diferenças na susceptibilidade à doença.
Os indícios sobre essa influência genética na patogênese da doença periodontal advêm
do conhecimento de que a prática de uma higiene oral deficiente apenas não é suficiente
para levar a uma doença periodontal destrutiva severa, e que certos indivíduos estão sob
risco relativamente alto à destruição periodontal (LÖE et al, 1986). Apesar da microbiota
bucal específica periodontopatogênica ser necessária para o início e continuação da doença
periodontal, o grau e a severidade de sua manifestação clínica dependem da forma pela qual
os diferentes componentes da susceptibilidade do hospedeiro, como a resposta imuno-
inflamatória de defesa, são modulados por fatores de risco sistêmicos ou mesmo ambientais
(HART & KORNMAN, 1997; KORNMAN & GIOVINE, 1998; WILSON, 1999).
Nesta defesa, o sistema imune produz mediadores inflamatórios, tais como as citocinas,
para proteger os tecidos de agentes agressores, invasão de microrganismos e injúrias ao
hospedeiro. Na maioria das vezes, ocorre o retorno da homeotasia pela ação regulatória
deste sistema. No entanto,casos em que a produção excessiva de determinadas citocinas
pode causar danos ao hospedeiro. Polimorfismos genéticos nas regiões regulatórias de
genes responsáveis pelos mediadores inflamatórios podem agir criando diferentes respostas
ao desafio microbiano entre indivíduos (KORNMAN & HART, 1997; JEPSEN et al,
2003), podendo alterar a quantidade ou a habilidade daqueles em exercerem sua função na
resposta imune (NEWMAN, 1997; BICKEL et al, 2001; TAYLOR et al, 2004).
O polimorfismo genético corresponde a uma alteração no genoma de um indivíduo
dentro do parâmetro que é considerado biologicamente normal (KORNMAN et al, 1997;
NARES, 2003). É definido como uma seqüência de nucleotídeos, em uma posição
particular na molécula de DNA, que exibe pelo menos duas variantes estruturais (alelos) e
que ocorre em uma população numa freqüência maior que 1% (TAYLOR et al, 2004).
2.6.1 – Polimorfismos do HLA de classe II
George Snell et al, na década de 20, descreveram o Complexo Principal de
Histocompatibilidade (CPH) murino. A descoberta do CPH humano, ocorreu na década
de 60 por Jean Dausset et al, após o advento das técnicas de transplante de órgãos
alogênicos e transfusão sangüínea alogênica como tratamento de uso corrente na Medicina.
Foi observado que o soro de pacientes que desenvolviam reações contra o sangue ou órgão
recebido continha anticorpos dirigidos contra antígenos de superfície dos leucócitos do
doador, surgindo daí a terminologia HLA ou Antígeno Leucocitário Humano (MADDEN,
1995).
O sistema HLA está localizado no braço curto do cromossomo 6 e ocupa 0,1% do
genoma humano; os genes que compõem este sistema codificam moléculas de membrana
cuja função é a apresentação de peptídeos antigênicos ao linfócito T, portanto, moléculas
envolvidas na regulação da resposta imune. Os genes HLA exercem um papel central nas
respostas imunes aos antígenos protéicos. Isto porque os linfócitos T antígeno-específicos
não reconhecem antígenos na forma livre ou solúvel, mas ao contrário, reconhecem porções
de antígenos protéicos (isto é, peptídeos) não covalentemente ligados aos produtos dos
genes HLA. Assim, as moléculas das classes I e II codificadas pelo HLA ligam-se a
antígenos peptídicos estranhos e formam complexos que são reconhecidos pelos linfócitos
T antígeno-específicos. Essas moléculas, portanto, proporcionam um sistema para
apresentar peptídeos antigênicos às células T, permitindo que esses linfócitos cumpram o
seu papel de vigilância imunológica. Os peptídeos antigênicos gerados no citosol (em geral,
de proteínas sintetizadas endogenamente) ligam-se a moléculas de classe I e são
reconhecidos pelos linfócitos T citolíticos CD8+, enquanto que os fragmentos peptídicos
gerados nos endossomos ou nos fago-lisossomos pelas proteínas endocitadas (geralmente
exógenas) ficam associados à classe II e são reconhecidos pelas células T auxiliares CD4+.
As moléculas de HLA de classe I estão presentes em praticamente todas as células
somáticas nucleadas, embora não sejam detectadas em alguns tipos celulares como células
cerebrais e trofoblastos. Os genes de classe I o regulados positivamente por citocinas
como IFN-γ e TNF-α. Alguns vírus como o HIV ou tumores malignos podem suprimir a
expressão de classe I. as moléculas de classe II estão presentes principalmente nos
fagócitos mononucleares, células dendríticas, células B, linfócitos T ativados, podendo
também ser induzidas por IFN-γ em muitos tipos celulares e moduladas por outras citocinas
como IL-4 e TNF-α (ABBAS et al, 2000).
Didaticamente o sistema HLA é dividido em três regiões (classe I, classe II e classe III).
As moléculas de HLA classe I clássicas são: HLA-A, -B, -Cw, e as de classe II: HLA-DR,
-DQ, -DP. Alguns componentes do sistema complemento (C2, C4 e BF), a enzima 21-
hidroxilase (CYP21), as proteínas do choque térmico 70 (Hsp70) e o fator de necrose
tumoral (TNF) são codificados por genes localizados na região de classe III.
Figura 5: Mapa esquemático dos loci CPH humano.
No mapa esquemático destaca-se, da esquerda para a direita: a região de classe II, com os Loci DP,
DQ e DR; a região de classe III, destacando os genes que codificam proteínas do sistema
complemento e o gene de TNF-α e a região de classe I, com os Loci B, C e A. Adaptado de
ABBAS et al, 2000.
O sistema HLA é altamente polimórfico; cada um dos genes HLA possui múltiplos
alelos na população, constituindo o sistema genético codificador mais polimórfico do
genoma humano. O motivo pelo qual a diversidade alélica dos genes do complexo principal
de histocompatibilidade (ou o polimorfismo das moléculas codificadas por esses genes) tem
sido conservada durante a evolução ainda não está esclarecido. Assim, o papel do
polimorfismo dessas moléculas, na determinação de susceptibilidade ou resistência às
doenças, tem merecido atenção. O rastreamento de alelos de histocompatibilidade, em
Humano
Citocinas
Genes que codificam
proteínas envolvidas
no processamento de
antígenos
Proteínas do
complemento
Genes de Classe I
e pseudogenes
Locus CPH Classe II
Locus CPH Classe I
Locus
CPH
Classe III
diversos grupos étnicos de diferentes áreas geográficas, sugere que a conversão gênica e a
mutação de ponto são os principais mecanismos de geração de diversidade alélica em nível
populacional, sendo que os locais de maior polimorfismo se encontram nas regiões das
cadeias α e β , que estão em contato com os peptídeos antigênicos (DONADI, 2000).
A associação de um alelo HLA com uma determinada doença pode refletir o
envolvimento direto da molécula do HLA em sua etiologia, ou o desequilíbrio de ligação
entre um gene do HLA e outro gene diretamente envolvido no processo patológico
(URBAN et al, 1996). Existe, atualmente, algumas hipóteses que tentam esclarecer como
ocorre esse envolvimento direto da molécula do HLA com as doenças (DONADI, 2000):
1ª) as moléculas de histocompatibilidade podem funcionar como receptores para
alguns agentes etiológicos - uma determinada molécula do HLA agiria como receptor para
o patógeno facilitando a sua entrada na lula; 2ª) a molécula HLA seleciona o peptídeo
antigênico a ser apresentado ao linfócito T - apenas uma molécula do HLA em
particular, possui a fenda de ligação apropriada capaz de acomodar um determinado
peptídeo que, quando ligado a esta molécula, forma um complexo potencialmente
imunogênico favorecendo assim, o desenvolvimento da doença; 3ª) um receptor de célula
T que reconhece o complexo “peptídeo-molécula de HLA” é o responsável pela
doença; 4ª) mimetismo molecular entre os antígenos HLA e os agentes etiológicos -
uma molécula HLA associada à doença, imunologicamente similar a epítopos antigênicos
do patógeno, levaria ao reconhecimento desta como antígeno estranho ou, alternativamente,
essa similaridade impediria que o micróbio fosse reconhecido como estranho e os
mecanismos efetores desencadeados; 5ª) indução aberrante de expressão de moléculas
HLA de classe II células teciduais que normalmente não expressam moléculas HLA de
classe II podem ser estimuladas a apresentá-las, na presença de citocinas derivadas, por
exemplo, de lulas infectadas por vírus. Estas células podem apresentar aos linfócitos T,
assim, antígenos derivados da degradação do próprio tecido, gerando uma resposta auto-
imune; 6ª) participação de outros genes do HLA, ou mesmo de fora do CPH, que
estejam em desequilíbrio de ligação com os genes de histocompatibilidade alguns
fatores do complemento, fatores de necrose tumoral, peptídeos processadores e
transportadores de determinantes antigênicos (TAP), proteínas do choque térmico, citocinas
TNF-α, têm algum papel na resposta imune, sendo codificados por genes situados dentro
do CPH. Da mesma forma que os genes da classe I podem estar em desequilíbrio de ligação
com os de classe II, é possível que esses também estejam em desequilíbrio com os outros
genes de dentro ou de fora do CPH.
O sistema HLA é altamente informativo em estudos de genética de populações, devido
ao seu elevado polimorfismo e forte desequilíbrio de ligação entre alelos de loci próximos.
Essas propriedades permitem que a tipificação HLA seja utilizada como um instrumento de
investigação, levando-se em conta que a distribuição de alelos e haplótipos são
característicos de cada grupo étnico (MONTE, 2004).
A identificação de fatores genéticos, como o HLA, associados à determinada doença é
particularmente importante quando protocolos de intervenção e prevenção em grupos com
predisposição para a patologia existem, como é o caso da periodontite. Em vista disto,
vários estudos têm sugerido associação entre o HLA e a periodontite agressiva; porém,
poucos avaliaram a associação entre antígenos HLA de classe II e periodontite crônica
severa. Os principais achados de estudos realizados sobre a associação entre HLA e
periodontite crônica encontram-se sumarizados no Quadro 3.
Quadro 3 - Sumário dos principais achados de trabalhos sobre associação entre HLA e
periodontite crônica (PC)
Autor /Ano /
Desenho do
estudo
Genótipo
reportado
Sujeitos Principais achados
Marggraf et al,
1983
Caso-controle
HLA-A23, -A24
HLA-B44 e
Cw4
Pacientes com PC Freqüência aumentada desses alelos
Michalowicz et
al, 1991
Caso-controle
HLA-A9
ou -B15
Pacientes com DP O risco relativo de desenvolvimento da DP em pac que
possuem essas especificidades HLA é de 1.5 a 3.5 vezes
maior do que em pac que não as possuem
Bonfil et al, 1999
Caso-controle
HLA-DR4 -48 pac.c/periodontite
severa
-55 suj controle, sem
periodontite
-os subtipos HLA-DR4 0401, 0404, 0405 e 0408 tenderam
a ser mais freqüentes (p=0.08) nos casos do que nos
controles. Sugerem que esses subtipos podem ser
considerados como fator de risco para “periodontite
rapidamente progressiva”
Price et al, 1999
Caso-controle
HaplótipoMHC
8.1 (HLA-
A1,B8,DR3)
- 2 grupos de 16
homens caucasianos
adultos, HIV+, com
ou sem fenótipos
HLA-B8
Maioria dos pac que expressavam HLA-B8 apresentaram
maiores índices SS, PI e severidade de doença periodontal
do que aqueles HLA-B8 negativos
Machulla et al,
2002
Caso-controle
HLA-A,B,Cw
DRB1,DRB3/4/
5,
DQB1
-102 pac alemães
caucasianos com PC
-102 grupo controle
sem periodontite
Maior freqüência dos alelos HLA-A*11, -A*29, -B*14,
-B*18 e –Cw*08 e menor freqüência dos HLA-A*03,
-A*31, -A*30/31, -B*51 e DQB1*04 quando comparados
ao grupo controle. Sugerem que HLA-A*03 é um fator
protetor para PC e o HLA-DRB1*13 um fator de risco para
desenvolvimento de periodontite agressiva
continua...
Quadro 3 – continuação...
Autor /Ano /
Desenho do
estudo
Genótipo
reportado
Sujeitos Principais achados
Stein et al, 2003
Caso-controle
HLA-A,B,Cw
DRB1,DRB3/4/
5, DQB1
-102 pac alemães
caucasianos com PC
-102 grupo controle
sem periodontite
Alta proporção na homozigositose dos alelos HLA-
DRB1*15 : DRB5*(DR51) : DQB1*06, e baixa freqüência
da homozigositose HLA-DRBblank*, nos pacientes com
PC
Zhang et al, 2004
Caso-controle
HLA-
DRB1*1501
-134 pac chineses
com PC severa
(PCS)
-81 suj grupo
controle,
periodontalmente
sadios
Observaram maior freqüência desse alelo nos pac com
doença comparados ao grupo controle, sugerindo que pode
ser um indicador de susceptibilidade à PCS naquele grupo
étnico
2.6.2 - Polimorfismos de citocinas
Os mecanismos biológicos por trás da associação entre genótipo positivo e doença
periodontal repousam na hipótese de que esses polimorfismos podem modular a secreção
de citocinas. Entretanto, essa relação não tem sido completamente demonstrada. No
contexto desta hipótese, as freqüências alélicas, genotípicas e fenotípicas relacionadas a
citocinas podem contribuir para a susceptibilidade e severidade, ou para a proteção, dos
indivíduos quanto ao desenvolvimento da periodontite crônica severa. Dentro desta lógica,
e compondo um perfil imunogenético de populações estudadas, as seguintes possibilidades
são levantadas:
1. pacientes portadores dos seguintes alelos e genótipos, cujos fenótipos previstos são de
alta produção dessas citocinas pró-inflamatórias, seriam mais susceptíveis ao
desenvolvimento da periodontite crônica severa:
a) alelo 2 IL-1β
+3953 (T)
(genótipos TT+ CT)
b) alelo 2 TNF-α
-308 (A)
(genótipos AA +GA)
c) alelo 1 IL-6
-174 (G)
(genótipos GG + GC).
2. pacientes portadores dos alelos 1 TGF-β1
codóns 10(T), 25(G)
(genótipos TT + GG, TC +
GG), relacionados com fenótipos previstos de alta produção, desenvolveriam doença
menos severa, uma vez que o TGF-β
1
pode inibir a produção de citocinas pró-
inflamatórias, como a IL-1 e o TNF-α, reduzir a síntese e liberação de MMPs
(metaloproteinases) pelos fibroblastos, além de estimular a produção de TIMPs
(inibidores teciduais de metaloproteinases). Contrariamente, em DP mais severa, pode
influenciar a exacerbação do processo inflamatório devido ao seu papel no estímulo ao
recrutamento e ativação de leucócitos.
3. pacientes portadores do alelo 1 da IFN-γ
+874(T)
(genótipos TT + TA), cujos fenótipos
previstos são de alta produção, desenvolveriam doença menos severa devido a resposta
mais predominantemente protetora, do tipo Th1, com maior eficiência da imunidade
mediada por células e produção de anticorpos protetores.
4. pacientes portadores de polimorfismo da IL-10
-1082(G), -819(C), -592(C)
(genótipos GCC/GCC
+ GCC/ACC + GCC/ATA) fenótipos previstos de alta produção, poderiam ter
doença mais severa, dentro de um perfil de resposta imune do tipo Th2, capaz de inibir
o perfil de citocinas de células Th1, particularmente IFN-γ, ou mesmo, contrariamente,
teriam perfil mais protetor, provavelmente diminuindo a produção de IL-1β, TNF-α e
IL-6.
2.6.2.1- Estudos sobre o polimorfismo da IL-1
Muitos estudos têm descrito que polimorfismos genéticos nos grupos de genes da IL-1
estão associados ao aumento da severidade de doenças inflamatórias. Um exemplo é o
polimorfismo no alelo 2 do gene IL-1 antagonista do receptor (IL-1RA) que está associado
à colite ulcerativa, lupus eritematoso sistêmico, alopecia areata e líquen esclerosante
(KORNMAN & HART, 1997).
Em relação à doença periodontal, Pociot et al (1992) mostraram que monócitos de
pacientes portadores do alelo 2 do gene IL-1B no sítio +3954 produziam uma maior
quantidade de IL-1β do que pacientes sem este alelo. Engebretson et al (1999) também
encontraram elevados níveis (2.5 vezes mais) de IL-1β no FGC em sítios rasos de pacientes
portadores de genótipo positivo, antes de tratamento, e 2.2 vezes mais após tratamento, com
diferença menos aparente para sítios profundos. Gore et al (1998) encontraram que
neutrófilos de pacientes com periodontite avançada que eram portadores de alelo 2 IL-
1B
+3954
produziam elevados níveis de IL-1β comparados com pacientes sem este alelo;
entretanto, as diferenças não foram significativas devido à ampla variabilidade inter-
individual. Galbraith et al (1999) encontraram relação significativa entre genótipo e a
produção de IL-1β por neutrófilos orais e do sangue periférico. Figueredo et al (1999)
observaram níveis significantemente mais elevados de IL-1β no FGC de pacientes com
periodontite, independentemente da severidade da doença no sítio amostrado, sugerindo
que esses níveis são singulares a cada paciente. Em outro estudo (MARK et al, 2000) não
foram encontradas diferenças significantes na produção de IL-1β por monócitos do sangue
periférico, obtidos de pacientes genótipo-positivos e negativos. Embora existam muitas
evidências da associação entre o polimorfismo IL-1B e níveis de IL-1β, este assunto não se
encontra, ainda, totalmente esclarecido.
O primeiro estudo a sugerir associação entre polimorfismo genético nos genes da IL-1 e
periodontite data de 1997, realizado por KORNMAN e colaboradores, que avaliaram em
pacientes não-fumantes o polimorfismo do gene IL-1A, na posição -889, e do gene IL-1B,
na posição +3953, cujo alelo 2 tem sido associado com o aumento de produção de IL-1β.
Neste estudo, os indivíduos (> 35 anos) eram descendentes de caucasianos do norte da
Europa e foram divididos em 3 grupos: com periodontite leve ou sem diagnóstico de
periodontite (N=49); com periodontite moderada (N=42), e com periodontite generalizada
severa (N=43). Foram excluídos indivíduos com história de diabetes, mulheres grávidas ou
lactantes, uso crônico de drogas anti-inflamatórias, história de hepatite ou infecção por
HIV. Foram realizados os exames periodontais de profundidade de sondagem (PS), nível de
inserção clínica (NIC) e sangramento à sondagem. Foram realizadas radiografias de todas
as regiões, sendo avaliada, por um examinador calibrado, a medida interproximal da
distância da crista óssea alveolar à junção cemento-esmalte, expressa em porcentagem em
relação ao comprimento total da raiz. A classificação “leve” corresponde a nenhuma PS > 3
mm e nenhum sítio com perda óssea > 15%. A classificação “moderada” corresponde a um
número < 4 sítios interproximais com perda óssea 50% e a perda óssea total entre 17 a
28%. A classificação “severa” requer um número 7 de sítios interproximais com um
índice ≥ 50% de perda óssea e perda óssea total > 34%. A distribuição dos alelos de IL-1A,
IL-1B e IL-1RA foram avaliados nos 3 grupos de indivíduos segundo a classificação
anteriormente citada. Dos indivíduos classificados como portadores da periodontite severa,
58,1% eram fumantes, comparados com 10,2% e 11,9% nos grupos de periodontite leve e
moderada, respectivamente. Entre os não-fumantes, foi observada uma forte associação
entre a severidade da periodontite e o genótipo composto, constando o polimorfismo no
alelo 2 do gene IL-1A
–889
associado ao polimorfismo no alelo 2 do gene IL-1B
+3953
.
Quando se avaliou a idade dos indivíduos, observou-se que aqueles não-fumantes que são
genótipo-positivos para esse polimorfismo composto (alelos 2 IL-1A
–889
e IL-1B
+3953
)
apresentam uma prevalência aumentada da severidade da doença em todas as idades. A
doença periodontal severa em indivíduos genótipo-negativos somente foi observada
naqueles com mais de 60 anos, mas verificou-se estar presente 20 anos mais cedo em
indivíduos genótipo-positivos. Observou-se ainda que o alelo 2 de IL-1B estava associado à
severidade da doença periodontal. Ainda neste mesmo estudo, os polimorfismos do IL-1RA
e do TNF-α não foram encontrados estar associados à severidade da doença.
O polimorfismo do alelo 2 dos genes IL-1A
–889 (+4845)
e da IL-1B
+3953(+3954)
, associados à
periodontite crônica, tem sido denominado “polimorfismo genótipo composto associado a
periodontite (GAP)”. referência do polimorfismo IL-1B
+3953
como IL-1B
+3954
, devido à
mudança na nomenclatura (GREENSTEIN & HART, 2002). Presentemente, o alelo 2 do
SNP IL-1A
+4845
é acessado no lugar do IL-1A
–889
porque são concordantes e é tecnicamente
mais fácil analisar o SNP IL-1A
+4845
(KORNMAN & Di GIOVINE, 1998).
O Quadro 4 discrimina os principais achados de trabalhos realizados por vários autores,
em diversos grupos populacionais, sobre a observação da freqüência dos polimorfismos da
IL-1, seja do polimorfismo composto GAP, seja da IL-1β
+3953
visto isoladamente, na
periodontite crônica.
Quadro 4 Sumário dos principais achados de estudos sobre associação entre genótipo
composto IL-1A / IL-1B associado a periodontite (GAP), e periodontite crônica (PC),
incluindo implantes
Autor / Ano
Desenho do
estudo
Genótipo
reportado
Sujeitos Principais achados
Kornman et al,
1997
Caso-controle
GAP: SNPs
Alelo 2 IL1A
-889
IL1B
+3953*
-49 suj sem PC/PC
leve
-42 pac PC moderada
-43 pac PC severa
Todos ≥ 35 anos
-Em não-fumantes, assoc estat/signif entre GAP e
severidade de periodontite.
-Em fumantes, severidade da doença não foi
correlacionada com genótipo.
Gore et al, 1998
Caso-controle
GAP: SNPs
Alelo 2 IL1A
-889
IL1B
+3953*
-32 pac c/
periodontite
-32 pac
periodontalmente
sadios controles,
idade e gênero-
combinados
-Assoc não estat/signif entre GAP e severidade de
periodontite. Entretanto, freqüência do alelo 2
IL1B+3953 sozinho era signif/tte aumentada em pac
com periodontite severa comparados com pac com
periodontite leve, mas não comparável a pac sadios.
continua...
Quadro 4 – Continuação...
Autor / Ano
Desenho do
estudo
Genótipo
reportado
Sujeitos Principais achados
Ehmke et al,
1999
Longitudinal
GAP: SNPs
Alelo 2 IL1A
-889
IL1B
+3953*
-33 pac em
manutenção
periodontal
monitorados por 2
anos
-Não foram encontradas diferenças nas taxas de
sobrevivência de sítios ou dentes não exibindo perda de
inserção ≥ 2mm comparados, na database, entre
pacientes GAP+ e GAP-.
Galbraith et al,
1999
Caso-controle
SNP
Alelo 2
IL-1β
+3953*
-20 pac c/gengivite
-20 pac com PC
-45 suj referência de
pop c/ status
periodontal
desconhecido
-Aquele alelo estava significantemente aumentado em
pacientes com periodontite avançada.
-Existiu correlação significante entre o genótipo e
produção de IL-1β por PMNs orais e do sangue
periférico.
Engebretson et al,
1999
Longitudinal
GAP: SNPs
Alelo 2
IL-1A
+4845
IL-1B
+3953
TNFα, no FGC,
e tec. biopsiado.
Técnicas: PCR,
e ELISA
22 pac adultos com
DP moderada a
severa, não-
fumantes, > 35 anos
-Sete dos 22 indiv. eram GAP+. Observaram-se elevados
níveis (2.5 vezes mais) de IL-1β no FGC em sítios rasos
(<4mm) de pac GAP+, antes de trat.periodontal, e 2.2
vezes mais após terapia, com diferença menos aparente
para sítios profundos. Maior redução da concentração de
IL-1β ocorreu nos pac genótipos(-), o mesmo não
acontecendo para GAP+. Níveis médios teciduais de IL-
1β foram 3.6 vezes mais altos em GAP+ do que em
GAP-. As quantidades totais de TNF-α e de IL1-β no
FGC foram significantemente correlacionadas para pac
GAP+, na baseline, o mesmo não acontecendo para os
GAP-. Nas amostras teciduais, TNF-α estava abaixo dos
níveis de detecção.
McGuire &
Nunn, 1999
Longitudinal
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
+4845
IL1B
+3953*
-42 pac em
manutenção,
monitorados por 14
anos
-Ambos, fumo e presença de GAP estavam
significantemente assoc com perda dental. Ambos, fumo
e status GAP+ aumentaram o risco à perda dental.
Wilson & Nunn,
1999
Caso-controle
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
+4845
IL1B
+3954
-27 pac com 33
implantes perdidos
ou com ≥50% de
perda óssea,
comparados a 38 pac
sem perda óssea ou
de implantes
-Não existiu evidência para associar aumento do risco de
perda de implante com status GAP.
-Entretanto, fumo aumentou o risco para falha de
implante 2.5 vezes mais.
Armitage et al,
2000
Corte-transversal
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
+4845
IL1B
+3953*
Amostra de
conveniência de 300
chineses voluntários
-Somente 2,3% dos sujeitos eram GAP+. Também,
poucos dos sujeitos que eram GAP+ estabeleciam
alguma relação com susceptibilidade a periodontite
crônica.
Cutler et al, 2000
Caso-controle
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
+4845
IL1B
+3953*
-52 sujeitos com PC
localizada leve a
moderada
-Não foram evidenciadas diferenças clínicas entre
pacientes GAP-positivos e GAP-negativos.
De Sanctis &
Zucchelli, 2000
Caso-controle
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
+4845
IL1B
+3954
-40 pac periodontais
submetidos a cirurgia
de RTG
-Não foram identificadas diferenças estat/signif entre pac
GAP+ ou GAP- , na database, quanto aos IP ou SS, PS,
NIC ou recessão gengival
Lang et al, 2000
Longitudinal
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
+4845
IL1B
+3954
-323 pac em manut.
periodontal
monitorados durante
4 re-chamadas
-Não houve efeito do GAP sobre mudanças no SS na pop
total por causa de um efeito predominante do fumo.
GAP+ que nunca fumaram (n=139) tiveram signif/tte
elevada chance de um aumento no % de SS durante o
período de re-chamada
continua...
Quadro 4 – Continuação...
Autor/Ano
Desenho do
estudo
Genótipo
reportado
Sujeitos Principais achados
Mark et al, 2000
Caso-controle
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
+4845
IL1B
+3953*
-10 pac PAG+
-10 pac PAG-, com
PC leve a moderada
-Não houve diferenças significante na PS ou NIC entre
pac GAP+ e GAP-. Ademais, o existiram diferenças
na produção de IL-1β por monócitos do sangue
periférico entre os dois grupos.
McDevitt et al,
2000
Caso-controle
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
+4845
IL1B
+3954
-44 casos
(periodontite
moderada a severa)
-46 controles (sem
ou com periodontite
leve).Todos ≥35 anos
-Não-fumantes ou ex-fumantes leves (<5 pcts/ano) que
eram GAP+ tinham mais probabilidade de ter
periodontite moderada a severa comparados com GAP-
negativos.
Cattabriga et al,
2001
Longitudinal
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
+4845
IL1B
+3954
-60 pac não-
fumantes em
manutenção
periodontal
-GAP não estava associado com aumento de perda dental
após 10 anos em pacientes periodontais não-fumantes,
bem mantidos.
Cullinan et al,
2001
Longitudinal
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
+4845
IL1B
+3954
Amostra de
conveniência de 295
sujeitos monitorados
por 5 anos
-Foi identificada uma significante relação entre GAP e
aumento na PS média em não-fumantes > 50 anos.
Fumantes GAP+, e pac GAP+ com P.gingivalis em suas
placas tinham um aumentado número de PS ≥ 3,5 mm.
Papapanou et al,
2001
Caso-controle
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
+4845
IL1B
+3953*
-132 pac com
periodontite - 73
controles periodont.
sadios, idade e
gênero-combinados
-GAP foi positivamente correlacionado com severidade
de PI em pac c/periodontite. GAP foi identificado em
45,2% dos casos e em 41,7% dos controles (p<0.05).
Não houve relação entre genótipo e perfis da microbiota
subgengival.
Laine et al, 2001
Caso-controle
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
+4845
IL1B
+3954
-53 pac não-
fumantes
-52 pac fumantes
com periodontite
severa
Não houve assoc entre GAP e doença em fumantes ou
não-fumantes. GAP estava significantemente assoc com
doença em não-fumantes sem P.g. ou A.a.
Thomson et al,
2001
Corte-transversal
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
+4845
IL1B
+3953*
861 sujeitos de 26
anos, com
periodontite
Após controle para gênero, status fumo, e níveis de
placa, os sujeitos GAP+ tinham 12Xmais probabilidade
de ter tido pelo menos um dente com uma PS = 5mm.
Cafesse et al,
2002
Caso-controle
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
+4845
IL1B
+3954
22 pac com recessão
gengival prévia,
tratados por enxertos
de tecido conjuntivo
Não foi identificada associação entre GAP e resposta a
cirurgia mucogengival. Não existiram diferenças nos
índices médios de infl gengival, PS e NIC entre pac
GAP(+) e GAP(-).
Meisel et al, 2002
Caso-controle
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
-889
IL1B
+3954
154 pac caucasianos
com periodontite
crônica
Não foram notadas diferenças signf nas freqüências
alélicas entre suj com PC leve/moderada versus severa.
Entretanto, a extensão da PI (definida como % de sítios
>4mm) foi signif/te assoc com GAP em fumantes.
Concluíram que GAP apresentou uma interação com
fumantes, e os não-fumantes não tinham um risco
aumentado mesmo sendo GAP(+).
Rogers et al,
2002
Caso-controle
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
-889
IL1B
+3953*
-119 pac caucasianos
com diagnósticos:
PC, p.agressiva, com
implantes falhos ou
bem sucedidos
-60 controles com
saúde periodontal
O genótipo composto (GAP) não apresentou assoc com a
incidência de periodontite ou a severidade da doença. O
IL1B+3953 sozinho estava assoc com p.crônica. Não
houve assoc entre falha de implantes e GAP, ou dos
genótipos IL-1A ou IL-1B individualmente.
Sakellari et al,
2003
Caso-controle
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
+4845
IL1B
+3954
-110 pac não-
fumantes, gregos,
c/desconhecida
condição periodontal
-45 pac não-
fumantes com PC
Com mesma análise estatística do estudo de
KORNMAN, 1997, os resultados não demonstraram
diferenças significantes da prevalência do polimorfismo
entre os dois grupos. Não houve relação entre a presença
do polimorfismo e severidade da DP.
Quadro 4 – Continuação...
Autor/Ano
Desenho do
estudo
Genótipo
reportado
Sujeitos Principais achados
Anusaksathien et
al, 2003
Corte-transversal
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
-889
IL1B
+3954
- 123 indiv. de Thai
avaliados clínica e
radiograficamente
quanto ao status
periodontal
Somente 1,6% dos indiv. eram genótipos GAP+, muita
baixa para determinar assoc entre genótipo composto e
formas severas de DP. Em conclusão, GAP pode não ser
útil para predizer a severidade da DP no grupo étnico de
Thai.
Feloutzis et al,
2003
Longitudinal
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
+4845
IL1B
+3954
-90 pac caucasianos
com 1 ou mais
implantes, fumantes
e não-fumantes
31,1% eram GAP+ e 59.9%, negativos. Após
estratificação para status fumo, sugerem que fumantes
pesados portadores de genótipo+ estão assoc com risco
aumentado a perda óssea peri-implantar, após
reabilitação protética e durante manutenção.
Christgau et al,
2003
Longitudinal
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
-889
IL1B
+3954
- 47 pac com 94
defeitos ósseos
tratados com RTG,
avaliados por 24
meses
19 pac eram GAP+ e 28 GAP-; houve resultados de
diminuição de PS, ganho de inserção clínica e aumento
de densidade óssea nos defeitos, em ambos os grupos,
sem diferenças estatisticamente significantes.
Trevilatto et al,
2003
Caso-controle
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
-889
IL1B
+3954
- 113 brasileiros
caucasianos (>25
anos), não-fumantes :
31 pac c/PC
moderada, 38 c/PC
severa, e 44
indiv.sadios
Não encontraram diferenças estatist/significativas na
distribuição das freqüências alélicas e genotípicas entre
os grupos estudados. Concluíram que nem os
polimorfismos individualmente avaliados nem os
genótipos compostos estavam associados com a
severidade da DP crônica na população estudada.
Meisel et al, 2004
Corte-transversal
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
-889
IL1B
+3954
1.085 indiv.
examinados quanto
ao status periodontal
e hábito de fumar
Sujeitos GAP(+) tinham aumentado risco, fumo-assoc, à
periodontite comparados com genótipo(-). Concluíram
existir interação gene-ambiental entre uso do fumo e
polimorf genet IL-1. Fumantes GAP+ tinham mais alto
risco à periodontite.
Weiss et al, 2004
Longitudinal
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
+4845
IL1B
+3954
44 pac com defeitos
intraósseos tratados
com enxertos ósseos,
sob exame antes e
após 9 meses
13 pac (29,55%) eram genótipos GAP+. Na database,
não havia diferença estat/signif na PS ou PI entre os
grupos GAP+ e (-). Pac GAP+ tiveram, não estat/signif,
pequena redução na PS (1.86X2.13 mm) e um grande
ganho de inserção clínica(1.20X0.65mm). Concluíram
não haver evidência que GAP influencia resultados de
terapia regenerativa periodontal com enxertos ósseos.
Campos et al,
2005
Longitudinal
Alelo 2 IL1A
-889
Alelo2
IL1B
+3953,-511
IL-1RN
(intron 2)
-28 pac não-
fumantes, c/ perda ≥1
implantes
-34 pac controles,
sem perda
Concluem que esses polimorfismos não estavam
associados com falha precoce de implantes nessa
população brasileira não fumante.
Lopez et al, 2005
Caso-controle
GAP: SNPs
Alelo 2
IL1A
-889
IL1B
+3954
-330 pac
periodontais,
chilenos (casos)
- 101 sadios
(controles)
Idade: 20-48 anos
Prevalência de GAP+ foi signif/tte mais alta em casos
(26,06%) que nos controles (9,9%), estando signif/tte
assoc com periodontite. Porém, não houve relação com
status fumo e severidade de doença. Resultados
demonstraram que indiv GAP+ tinham alto risco para
desenvolvimento de periodontite.
IP = índice de placa; SS = sangramento a sondagem; PS = profundidade de sondagem; NIC = nível de
inserção clínica; PI = perda de inserção; DP = doença periodontal; PC = periodontite crônica; RTG =
regeneração tecidual guiada. Adaptado de Taylor et al. Periodontology 2000 2004; 35:158-182.
A partir do estudo pioneiro de Kornman et al (1997), outros trabalhos, conforme
discriminados acima, também mostraram uma associação positiva entre esse polimorfismo
(GAP) e periodontite crônica (McDEVITT et al, 2000; CULLINAN et al, 2001;
PAPAPANOU et al, 2001; THOMSON et al, 2001; LOPEZ et al, 2005), com pacientes em
manutenção (LANG et al, 2000), com presença de P.gingivalis (CULLINAN et al, 2001).
Já outros autores assinalaram esta positividade de associação somente em relação ao alelo 2
da IL-1B
+3953
(GORE et al, 1998; GALBRAITH et al, 1999; ROGERS et al, 2002). Quando
o polimorfismo GAP foi avaliado em fumantes, encontraram-se resultados positivos de
associação com periodontite crônica (MEISEL et al, 2002), perda dental (McGUIRE &
NUNN, 1999), e perda de implantes (WILSON & NUNN, 1999; FELOUTZIS et al, 2003).
Contrariamente, vários estudos não assinalaram uma associação positiva com periodontite
crônica (ARMITAGE et al, 2000; CUTLER et al, 2000; MARK et al, 2000; LAINE et al,
2001; ROGERS et al, 2002; SAKELLARI et al, 2003; ANUSAKSATHIEN et al, 2003;
TREVILATTO et al, 2003), sobrevivência dental (EHMKE et al, 1999; CATTABRIGA et
al, 2001), perda de implantes (WILSON & NUNN, 1999; CAMPOS et al, 2005), e terapia
regenerativa (De SANCTIS & ZUCCHELLI, 2000; CAFESSE et al, 2002; CHRISTGAU
et al, 2003; WEISS et al, 2004). Ressalte-se a maior prevalência desse polimorfismo (GAP)
em caucasianos, com resultados positivos de associação com a doença, cujos achados nem
sempre foram similares com outras etnias, tais como, em afro-americanos (DIEHL et al,
1999; WALKER et al, 2000), chineses (ARMITAGE et al, 2000), gregos (SAKELLARI et
al, 2003), de Thai (ANUSAKSATHIEN et al, 2003), chilenos (LOPEZ et al, 2005), e
brasileiros (TREVILATTO et al, 2003; CAMPOS et al, 2005).
Estudando outro aspecto, Socransky et al (2000) avaliaram parâmetros microbiológicos
associados com polimorfismo composto IL-1A
+4845
e IL-1B
+3954
(GAP). Nesse estudo, 108
indivíduos em bom estado de saúde foram examinados para determinação de IP, eritema
gengival, SS, supuração, PS e NIC. Amostras de placa subgengival de 28 dentes de cada
indivíduo foram coletadas, totalizando 2.736 amostras. Avaliaram-se, ainda, amostras de
sangue periférico para determinar a presença ou ausência do polimorfismo. Os resultados
mostraram que os indivíduos GAP+ tinham quantidades maiores de bactérias subgengivais
específicas fortemente associadas à doença periodontal, quando comparados àqueles que
não possuem o polimorfismo. São microrganismos pertencentes aos complexos “vermelho”
e “laranja” determinados por Socransky et al (1998), entre eles: T. forsythensis, P.
gingivalis, T. denticola, subespécies de F. nucleatum, F. periodonticum, C. rectus, C.
showae, entre outros, principalmente em bolsas periodontais com profundidade >6mm. Os
dados sugerem que os sujeitos genótipo-positivos têm, mais freqüentemente, altos níveis de
espécies do complexo “vermelho” e “laranja” que são conhecidos estar fortemente
associados com medidas de inflamação periodontal.
2.6.2.2 - Estudos sobre o polimorfismo de outras citocinas
O Quadro 5 discrimina os principais achados de trabalhos realizados por vários
autores, em diversas populações, sobre a observação da freqüência dos polimorfismos de
outras citocinas, associados à periodontite crônica.
Quadro 5 – Sumário dos principais achados de trabalhos sobre associação entre genótipos
de outras citocinas incluídas neste estudo e periodontite crônica (PC)
Autor/Ano
Desenho do
estudo
Genótipo
reportado
Sujeitos Principais achados
Polimorfismo TNFα
Galbraith et al,
1999
Caso-controle
SNP
TNFα
-308
40 pac caucasianos,
35-65 anos (20 pac
c/gengivite;20 pac c/
PC
-45 suj referência de
pop c/ status
periodontal
desconhecido
O polimorfismo do gene do TNF-α, na posição 308,
estava elevado no grupo com periodontite avançada. Este
estudo ainda demonstrou que a IL1-β produzida por
neutrófilos polimorfonucleares (PMN) com periodontite
avançada estava mais elevada do que naqueles com
gengivite
14
.
Craandijk et al,
2002
Caso-controle
SNPs
TNFα
-376,-308,
-238, +489
-90 pac-periodontais:
34 com periodontite
severa e 56 com
p.moderada
-264 suj grupo
controle
Os resultados não conseguiram demonstrar associação
entre os polimorfismos do TNF-α e a susceptibilidade ou
severidade da DP, mesmo quando pacientes fumantes
estavam incluídos na análise.
Soga et al, 2003
Caso-controle
SNPs
TNFα
-1031, -863,
-857, -308, -238
IL1-β
-511, -31, +3953
128 indivíduos
japoneses:
-64 pacientes com
PC severa (PCS)
-64 sujeitos
periodontalmente
sadios, controles.
Produção de TNFα nos portadores dos alelos TNFα-
1031/-863 (desequilíbrio de ligação) ou -857 tendia a ser
elevada, e a freqüência dos suj portadores de pelo menos
um alelo variante em SNPs TNFα
-1031,-863 ou -857
entre os
pac com PCS era significantemente mais alta do que nos
suj sadios. Já os SNPs TNFα
-308 e -238
que são
majoritariamente encontrados em caucasianos, foram
raramente detectados nos indiv japoneses. Também, o
alelo 2 e genótipo homozigoto (TT) da IL1-β
+3953
, que
são referidos estar em associação com DP em
caucasianos, não foram encontrados nesta amostra de
japoneses. Devido a maior freqüência nos pac
periodontais dos polimorfismos SNPs TNFα
-1031,-863ou -857
do que nos indiv sadios, estes polimorfismos parecem
estar associados com PC severa em populações
japonesas.
Donati et al, 2005
Caso-controle
SNP
TNFα
-308G/A
-60 pac caucasianos
suecos com PC
generalizada severa
-39
indiv.period.sadios
Esse polimorfismo não apresentou associação com
periodontite crônica severa
continua...
Quadro 5 – Continuação...
Autor/Ano
Desenho do
estudo
Genótipo
reportado
Sujeitos Principais achados
Polimorfismo IL-6
Trevilatto et al,
2003
Caso-controle
SNP
IL-6
-174
-84 indiv. brasileiros
caucasianos, > 25
anos, não-fumantes:
24 c/ PC moderada;
24 com PC severa;
36 controles sem
periodontite
Os resultados apontaram diferenças nas freqüências
alélicas e genotípicas entre os grupos controle e com
periodontite, demonstrando uma associação entre a
presença do polimorfismo e a severidade da doença.
Holla et al, 2004
Caso-controle
SNPs
IL-6
-174(G/C),
-572 (G/C), -597 (G/A)
-148 pac
caucasianos, checos,
com PC
(média idade:
42.5±7.2)
-107 indiv sem DP
(média idade:
44.3±8.9)
Resultados apresentaram dif/signif na distribuição do
polimorfismo IL-6
-572 (G/C)
entre pac e pop.controle (6,1%
versus 19,6%). o houve dif/significativa para
polimorfismos IL-6
-174,-597
entre ambos os grupos.
Concluem, sugerindo que o polimorfismo IL-6
-572 (G/C)
pode ser um fator de proteção assoc com baixa
susceptibilidade à periodontite crônica.
Polimorfismo do TGFβ
Holla et al, 2002
Caso-controle
TGFβ
-988 (C/A),
-800(G/A), -509(C-T)
códons 10
(L10P) e 25
(R25P) do exon
1
-90 pac caucasianos
com PC
Não reportaram diferenças estat/signif na distribuição
das freqüências alélicas e genotípicas para nenhum dos
polimorfismos estudados, entre os grupos teste e
controle.
de Souza et al,
2003
Caso-controle
TGFβ
1
(C-509T)
-87 suj brasileiros
não-fumantes,
caucasianos
-grupos: sadio
(n=37), com PC
moderada (n=24); e
severa (n=26)
Observaram diferença significativa na freqüência do
alelo T entre o grupo com PC severa (57.7%) e os grupos
com PC moderada (35.4%) e com saúde (37.8%), e entre
as freqüências do genótipo TT nos três grupos,
respectivamente, de 38.5%, 12.6% e 8.0%, concluindo
que este polimorfismo pode ter um pequeno efeito na
modulação do processo inflamatório durante a
periodontite.
Polimorfismo IFNγ
Fraser et al, 2003
Caso-controle
IFN-γR1 -62 pac periodontais
-56 controles, sadios
Não foram encontradas diferenças significativas nas
freqüências alélicas entre pacientes e controles,
sugerindo que este polimorfismo o contribui para
susceptibilidade a periodontite; entretanto, foi positiva a
associação quando combinado com fumo, suportando um
modelo de doença com interação multigene-ambiental
para susceptibilidade a DP
Polimorfismo IL-10
Gonzales et al,
2002
Caso-controle
IL-10
–597 e –824,
nos alelos A e T
-23 pac com PC e 18
pac c/ period.
agressiva.
-21 suj c/ saúde
period, como grupo
controle
Após análise estatística, resultados demonstraram não
haver associação entre a presença do polimorfismo da
IL-10 e a manifestação clínica da periodontite crônica e
agressiva
15
.
Berglundh et al,
2003
Caso-controle
SNP
IL-10
–1087G/A
-60 pac, caucasianos
suecos, 36-74 anos,
com PC generalizada
severa.
-39 indiv com saúde
periodontal, 35-78
anos
Pacientes com periodontite crônica generalizada severa
tinham PI >50%, analisando-se todos os dentes. Nos
resultados, observou-se que a proporção dos indivíduos
com polimorfismo na posição –1087 foi
significantemente maior nesses pacientes com PCS
continua...
Quadro 5 – Continuação...
Autor/Ano
Desenho do
estudo
Genótipo
reportado
Sujeitos Principais achados
Scarel-Caminaga
et al, 2004
Caso-controle
SNPs
IL-10
–1087,-819,-592
-67 pac brasileiros,
não-fumantes, com
PC
- 43 sujeitos
controles,
periodontalmente
sadios
Freqüências dos SNPs -819 e -592 apresentaram
diferenças entre grupos PC e controle. O haplótipo ACC
foi mais prevalente nos controles e o ATA no PC.
Observou-se que o haplótipo ATA aumentava
susceptibilidade para PC em mulheres. O haplótipo
heterozigoto GCC/ACC foi predominante no grupo
controle. Concluíram que SNPs e haplótipos específicos
do gene IL-10 estavam associados com susceptibilidade
a PC em pacientes brasileiros.
2.6.2.2.1 - Estudos sobre o polimorfismo do TNF-α
TNF-α é uma citocina produzida principalmente por monócitos e macrófagos e suas
funções biológicas são similares às da IL-1, embora com menor potência. São importantes
mediadores do processo inflamatório, atuando de forma relevante na resposta inata do
hospedeiro, bem como na destruição tecidual, particularmente na reabsorção óssea. Os
genes TNF situam-se na região classe III do MHC, no cromossomo 6. No cluster TNF
podem ser observados polimorfismos referentes a pelo menos 5 microsatélites e 5 SNPs
(polimorfismos nucleotídeo simples), cujos principais descritos têm sido nas posições
-308 e -238 da região promotora. Esse locus TNF na região classe III do MHC tem sido
alvo de atenção para estudos de genes candidatos em doenças autoimunes e inflamatórias.
Porém, devido ao alto grau de desequilíbrio de ligação dentro do MHC, fica difícil
determinar quais genes em um haplótipo são importantes na etiologia de uma doença. O
polimorfismo bi-alélico na posição -308 da região promotora do TNF-α tem sido estudado
em doenças autoimunes, tais como doença de Graves, miastenia grave, lúpus eritematoso
sistêmico, dermatite herpetiforme e doença gastrohepática. Altos veis de produção de
TNF-α têm sido associados com particulares haplótipos DR3 e DR4 e o alelo TNF2
-308A
está incluído no haplótipo autoimune. Daí, o alelo 2 do TNF-α
-308
tem sido associado com
uma proporção 8 vezes maior de atividade transcrional in vitro (KORNMAN & Di
GIOVINE, 1998). Engebretson et al (1999) observaram que as quantidades totais de
TNF-α, no FGC, estavam elevadas e foram significantemente correlacionadas com os
pacientes genótipos-positivos na baseline, o mesmo não acontecendo para aqueles
genótipos-negativos. Nas amostras teciduais, entretanto, TNF-α estava abaixo dos níveis de
detecção.
Enquanto Galbraith et al (1999) verificaram que polimorfismo do gene do TNF-α
-308
estava elevado no grupo com periodontite avançada, outros autores não conseguiram
mostrar associação entre os polimorfismos do TNF-α e a susceptibilidade ou severidade da
DP (CRAANDIJK et al, 2002; FOLWACZNY et al, 2004; DONATI et al, 2005). em
japoneses, Soga et al (2003) observaram que os polimorfismos TNFα
-308 e -238
que são
majoritariamente encontrados em caucasianos, foram raramente detectados nessa
população, salientando que, devido à maior freqüência nos pacientes periodontais dos
polimorfismos SNPs TNFα
-1031,-863 ou -857
do que nos indivíduos sadios, estes polimorfismos
parecem estar associados com periodontite crônica severa em populações japonesas.
2.6.2.2.2 - Estudos sobre o polimorfismo da IL-6
O gene IL-6 humano é incluído no cromossomo 7p21 e compreende 5 exons e 4 introns.
A região 5’ contém numerosos polimorfismos que diretamente influenciam a expressão da
proteína. Recentes trabalhos identificaram a presença de 4 polimorfismos genéticos na
região promotora do gene IL-6: -597 G/A, -572 G/C, e -174 G/C, e um quarto locus na
posição -373. Dados iniciais sugerem que o polimorfismo -174 G/C, que envolve um sítio
DNA-associado para transcrição do fator NF-IL-6, pode ser funcional in vitro (TERRY et
al, 2000). Níveis elevados de IL-6 têm sido encontrados no plasma ou no FGC de pacientes
com periodontite (KURTIS et al, 1999).
Trevilatto et al (2003) apontaram diferenças nas freqüências alélicas e genotípicas entre
os grupos controle e com periodontite de indivíduos brasileiros caucasianos, mostrando
uma associação entre a presença do alelo1 IL-6
-174G
e a severidade da doença. Já Holla et al
(2004) estudaram a associação de polimorfismos do gene IL-6 (em posições -597 G/A, -572
G/C e -174 G/C) e periodontite crônica em indivíduos checos caucasianos, assinalando
significante diferença na distribuição dos alelos e genótipos para o polimorfismo IL-6
-572G/C
entre pacientes e população controle; a heterozigositose representou um fator de proteção
contra a doença, com 73% de redução do risco. Não encontraram, entretanto, diferença
significativa na freqüência alélica ou genotípica entre os grupos caso e controle para os
polimorfismos IL-6
-597G/A
e IL-6
-174G/C
. Concluíram, sugerindo que o alelo 2 IL-6
-572C
pode ser
um dos fatores de proteção associados com baixa susceptibilidade para periodontite
crônica.
2.6.2.2.3 - Estudo sobre o polimorfismo da IFN-γ
IFN-γ é uma citocina imunomodulatória produzida no sítio da inflamação, sendo
secretada principalmente por células de origem imune em resposta a agressão inflamatória.
A secreção de IFN-γ é um aspecto chave de respostas Th1 servindo para promover uma
resposta mediada por células dirigida para atividade fagocítica de macrófagos e neutrófilos.
Exerce, assim, um papel pi na defesa contra a infecção pelo que, algum polimorfismo
que tenha influência sobre essa secreção pode conferir susceptibilidade, ou proteção, aos
indivíduos portadores. Fraser et al (2003) estudaram o polimorfismo do gene do receptor 1
da IFN-γ (IFN-γR1) em 62 pacientes periodontais e 56 controles periodontalmente sadios.
Não foram encontradas diferenças significativas nas freqüências alélicas entre pacientes e
controles, sugerindo que este polimorfismo não contribui para susceptibilidade a
periodontite; entretanto, foi positiva a associação quando combinado com fumo, suportando
um modelo de doença com interação multigene-ambiental para susceptibilidade a DP.
2.6.2.2.4 - Estudos sobre o polimorfismo da IL-10
Vários sítios polimórficos na região promotora do gene IL-10 têm sido identificados nas
posições -1082 (G A), -819 (C T), -592 (C A) (BIDWELL et al, 1999).
Anteriormente, foi demonstrado que o alelo 1 -1082*G estava associado com alta produção
dessa citocina, in vitro, enquanto o alelo 2 -1082*A encontrava-se associado com sua baixa
produção (TURNER et al, 1997). O alelo -1082*A tem sido apontado como fator de risco
para muitas doenças como infecção por vírus Epstein Barr (HELMINEN et al, 1999),
doença intestinal inflamatória (TAGORE et al, 1999), doença esporádica de Alzheimer
(LIO et al, 2003) e hepatite crônica (ABBAS et al, 2003). Estudo recente mostrou que o
alelo -1082*G, associado com alta produção de IL-10, exerce um papel protetor contra a
inflamação; isto concorre para aumentar a longevidade nos homens (LIO et al, 2002).
Também, aqueles três dimorfismos exibem forte desequilíbrio de ligação e aparecem em
três preferenciais haplótipos potenciais: GCC (G em posição -1087, C em posição -819, e C
em posição -592), ACC e ATA. O haplótipo GCC estava associado com alta produção de
IL-10 (TURNER et al, 1999). Dado o importante papel regulatório da IL-10 e visto ser
possível que o seu polimorfismo genético pode modular os níveis da proteína, isto pode
resultar em associação com periodontite crônica.
Enquanto Gonzales et al (2002) mostraram não haver uma associação entre a presença
do polimorfismo da IL-10
–597 e –824
e a manifestação clínica da periodontite crônica e
agressiva, Berglundh et al (2003) verificaram que no polimorfismo IL-10
–1087G/A
a
proporção dos sujeitos com genótipo GG foi significantemente maior nos pacientes com
periodontite crônica generalizada severa (PCGS) do que nos controles; os não-fumantes
portadores do alelo G eram >90% no grupo PCGS, predominando significantemente sobre
os controles, daí sugerirem que esse polimorfismo, em sujeitos caucasianos originados do
norte da Europa, está associado com periodontite crônica severa. Scarel-Caminaga et al
(2004) estudaram os polimorfismos SNPs IL-10
-1087, -819 e -592
em amostra da população
brasileira, etnia heterogênea, não-fumante, composta por 67 pacientes com periodontite
crônica (PC) e 43 sujeitos controles. Resultados: as freqüências de SNPs -819 e -592
apresentaram diferenças entre grupos PC e controle. O haplótipo ACC mostrou-se mais
prevalente no grupo PC enquanto que foi observado que o ATA aumentava a
susceptibilidade nas mulheres do grupo PC. Os haplótipos heterozigotos GCC/ACC foram
predominantes no grupo controle. Concluíram que SNPs e haplótipos específicos no gene
IL-10 estavam associados com susceptibilidade a PC em pacientes brasileiros.
Estudando a susceptibilidade à gengivite de 260 crianças caucasianas (86 controles, 174
pacientes), Dashash et al (2005) observaram, em relação ao polimorfismo IL-10
-1082
, que as
crianças positivas para o alelo 2 IL-10
-1082*A
(G/A, A/A) tinham risco significantemente
aumentado à gengivite, bem como em relação à severidade da doença, independentemente
dos fatores placa ou idade, sugerindo que o alelo -1082*A pode ser considerado um fator de
risco para gengivite. Verificaram, também, que o alelo 1 -1082*G representou um fator de
proteção para a gengivite, naquelas crianças.
2.5.2.2.4 - Estudos sobre o polimorfismo do TGFβ
O TGF-β
1
é uma citocina multifuncional que inibe a produção de citocinas pró-
inflamatórias, como a IL-1 e o TNF-α, reduzindo a síntese e liberação de MMPs
(metaloproteinases) pelos fibroblastos, além de estimular a produção de TIMPs (inibidores
teciduais de metaloproteinases) podendo, entretanto, agir também como um fator pró-
inflamatório, uma vez que atua como um agente quimiotático para neutrófilos, monócitos e
linfócitos do sangue (STEINSVOLL et al, 1999; HOLLA et al, 2002; De SOUZA et al,
2003). Foi descrito um polimorfismo na região promotora do gene do TGF-β
1,
caracterizado pela troca de uma citosina (C) por uma timina (T) na posição –509
,
criando
dois alelos diferentes em uma região associada com a regulação negativa da transcrição
desse gene (KIM et al, 1989; HOBBS et al, 1998). Este polimorfismo cria uma seqüência
consensual ativadora YY1, que interfere na transcrição desse gene, estando associado a
níveis elevados de TGF-β
1
no plasma (HOBBS et al, 1998; GRAINGER et al, 1999).
Entretanto, o efeito preciso dos alelos T ou C na atividade transcricional deste gene não está
claro. Vários são os estudos que indicam uma associação deste polimorfismo com
patologias como asma e alergia, promovendo o aumento dos níveis de IgE, osteoporose,
pancreatite crônica e o câncer (HOBBS et al, 1998; YAMADA et al, 2001; PULLEYN et
al, 2001; FRANCIS-THICKPENNY et al, 2001; BENDICHO et al, 2005). Em relação à
doença periodontal, apesar do TGF-β
1
ter sido encontrado em elevada concentração em
toda a extensão de tecidos periodontais inflamados (STEINSVOLL, HALSTENSEN &
SCHENCK, 1999; CEZÁRIO & FIGUEREDO, 2004), sua variação genética parece ter
apenas uma pequena influência na modulação do processo inflamatório periodontal,
estando fracamente associada à severidade desta doença (HOLLA et al, 2002; de SOUZA
et al, 2003).
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar a associação entre aspectos clínico, microbiológico, imunológico e genético, de
pacientes portadores de doença periodontal crônica severa, residentes em Salvador/BA,
visando o delineamento de um perfil individual de risco à doença.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar a presença de Porphyromonas gingivalis na amostra estudada.
Avaliar a produção de IL-10 e IFN-γ em Cultura de Células de Sangue Total (CCST) de
indivíduos acometidos e não acometidos por periodontite crônica severa, sob estímulo
de extrato antigênico bruto de Porphyromonas gingivalis ATCC 33277, e identificar
um possível perfil de resposta imune do tipo Th1 ou Th2;
Avaliar os veis séricos de IgA, IgG e subclasses (IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4) anti-
Porphyromonas gingivalis desses indivíduos.
Estudar a associação dos polimorfismos das citocinas IL-1β, TNFα, IL-6, IL-10, IFN-γ
e TGFβ, e do HLA de classe II, com a periodontite crônica.
Avaliar a possível correlação entre as alterações clínicas, a presença de
Porphyromonas gingivalis, a resposta imune celular e humoral, e os polimorfismos das
citocinas e do HLA de classe II, nos indivíduos investigados.
4 DESENHO DO ESTUDO
Este projeto foi desenvolvido em caráter inter-institucional com a colaboração do
Curso de Odontologia da EBMSP/FBDC e Laboratório de Imunologia (LABIMUNO) do
ICS/UFBA, tendo obtido a aprovação da Comissão de Ética em Pesquisa da FBDC (Parecer
09/2003), e apoio financeiro da FAPESB Fundação de Apoio a Pesquisa do Estado da
Bahia (Convênio 230/2003). Para a sua execução, foi observado o seguinte delineamento de
estudo.
5 PRODUTOS DA TESE
Seleção dos pacientes
Exame clínico periodontal
Coleta de amostras
Sangue
Biofilme subgengival
Estudo do polimorfismo
dos genes das citocinas
IL-1β, TNFα, IL-6, IL-10,
INF-γ, TGFβ, e do
HLA-DR, -DQ (PCR)
Identificação do periodontopatógeno
P.gingivalis (Pg) (PCR)
Produção de IL-10 e INF-γ
em Cultura
de Células de Sangue Total (CCST)
estimulada com Pg, e determinação de
IgA, IgG e subclasses (IgG1, IgG2,
IgG3, IgG4) séricas. (ELISA)
Análise dos resultados e
correlação dos achados
Inclusão no estudo:
Grupo caso (PCS); Grupo controle
Exclusão do
estudo
Assinatura do TCLE - Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido
Recusa em
participar do estudo
Tratamento na
clínica de
Periodontia do
CO-EBMSP/FBDC
Esta Tese resultou na elaboração de três artigos, escritos de acordo com as normas
dos periódicos a que estão sendo submetidos e que são apresentados em seqüência:
Artigo 1 – “Prevalência de Porphyromonas gingivalis, e leucometria, em mestiços
brasileiros com periodontite crônica”
Revista PERIODONTIA da Sociedade Brasileira de Periodontologia (SOBRAPE)
Artigo 2 – “Infection and cellular and humoral immune response to Porphyromonas
gingivalis in Brazilians of mixed race with chronic periodontitis”
Journal of Periodontology of the American Academy of Periodontology (AAP)
Artigo 3– “Polymorphism of cytokines IL-1β
+3953
, TNF-α
-308
, IL-6
-174
,
TGF-β1
códons 10 e 25
,
IFN-γ
+874
and IL-10
-1082, -819, -592
, and of HLA-DR, -DQ, in Brazilians of mixed race with
chronic periodontitis”
Journal of Clinical Periodontology – Blackwell Munksgaard
ARTIGO 1
ARTIGO 1
Prevalência de Porphyromonas gingivalis, e leucometria, em mestiços brasileiros com
periodontite crônica
Porphyromonas gingivalis prevalence and leukometry in Brazilian
persons of mixed race with chronic periodontitis
Urbino da Rocha Tunes
2,3
, Paulo José Lima Juiz
2,3
, Lívia Souza Pugliese
2,3
, Cláudio
Brandão
3
, Roberta Santos Tunes
2,4
, Songeli Menezes Freire
1,2,3
,
Denise Carneiro Lemaire
1,2,3
.
1. Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular (LABIMUNO) - Universidade Federal
da Bahia (UFBA) 2. Fundação Bahiana para Desenvolvimento das Ciências (FBDC) /
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) - Curso de Odontologia 3.
Programa de Pós-graduação em Imunologia (UFBA) 4. Programa de Pós-graduação em
Odontologia da FOP/UNICAMP.
1. Immunology and molecular biology Lab (LABIMUNO) Federal University of Bahia
(FUBA), BA, Brazil; 2. Bahiana Foundation of Cientific Development (BFCD) Dental
School / Bahiana Medicine and Public Healthy School (BMPHS), BA, Brazil; 3.
Immunology posgraduation Program – Federal University of Bahia (FUBA), BA, Brazil; 4.
Periodontology posgraduation Program, Dental School of Piracicaba, State University of
Campinas, SP, Brazil.
RESUMO
Objetivos: Sendo a periodontite uma doença multifatorial que se inicia e é mantida pela
agressão das bactérias periodontopatogênicas, este trabalho objetivou identificar a presença
de P.gingivalis (Pg) no biofilme subgengival em indivíduos com periodontite crônica
severa, bem como avaliar o leucograma respectivo. Material e Métodos: Oitenta e quatro
indivíduos não-fumantes foram selecionados para o estudo: 43 pacientes com periodontite
crônica severa (grupo caso - PCS) e 41 pacientes sem periodontite (grupo controle - NP).
Parâmetros clínicos periodontais e o leucograma foram avaliados. Amostras do biofilme
subgengival foram coletadas para detecção de Pg pela cnica da reação em cadeia da
polimerase (PCR). Para a análise estatística foram usados os testes t-student e Mann-
Whitney (ρ<0.05). Resultados: Foi detectada a presença de Pg no biofilme subgengival de
29 pacientes (67,4%) do grupo PCS, não sendo observado este periodontopatógeno em
nenhum dos indivíduos do grupo NP. O grupo PCS apresentou significantemente valores
mais elevados do que o NP no número de leucócitos totais e no número absoluto de
neutrófilos. Conclusões: Os resultados mostraram que na maioria dos pacientes do grupo
PCS foi detectada a presença de Porphyromonas gingivalis e que esta infecção bacteriana
pode refletir-se na leucometria.
Unitermos: periodontite crônica; Porphyromonas gingivalis; leucograma.
INTRODUÇÃO
Doenças periodontais (DPs) são infecções das mais comuns em humanos e que
representam importante problema bucal, com possíveis repercussões sistêmicas,
principalmente para indivíduos adultos. São de natureza multifatorial, incluindo um amplo
espectro de respostas inflamatórias e destrutivas a bactérias componentes do biofilme
dental, no hospedeiro susceptível. Enquanto a gengivite, usualmente, está associada a um
inadequado controle desse biofilme, a sua progressão para periodontite é influenciada por
vários fatores modificadores da resposta do hospedeiro, incluindo os ambientais, condições
sistêmicas, e genéticos. Deste modo, o risco para DP não é uniforme em todos os
indivíduos, embora esta doença esteja presente na maioria das populações (LÖE et al,
1986). Encontra-se estabelecido que a agressão microbiana aos tecidos periodontais,
determinada principalmente por bactérias gram-negativas específicas, ditas
periodontopatogênicas, tais como Porphyromonas gingivalis, Actinobacillus
actinomycetemcomitans, Tanerella forsythensis e Treponema denticola (AAP, 1996;
SOCRANSKY et al, 1998; O’BRIEN-SIMPSON et al, 2004), seja essencial para o início e
progressão da DP. Desses periodontopatógenos, Porphyromonas gingivalis, um dos
principais componentes do complexo “vermelho” de Socransky et al (1998), tem sido
associada com o início e progressão da DP, principalmente em indivíduos adultos, sendo
encontrada na maioria dos sítios com alta atividade de doença na periodontite crônica
(CONDORELLI et al, 1998).
Embora os métodos de cultura sejam considerados gold standard dentre as técnicas
microbiológicas para detecção de periodontopatógenos em amostras do biofilme
subgengival, e os únicos capazes de permitir a realização do antibiograma, a reação em
cadeia da polimerase (PCR) oferece a grande vantagem de detectar um microrganismo alvo
em baixas concentrações, com alta especificidade (SANZ et al, 2004). A Tabela 1 sumariza
os principais achados sobre infecção por Porphyromonas gingivalis em pacientes com
periodontite crônica em diversas regiões geográficas.
Por outro lado, estudos na literatura avaliando aspectos hematimétricos em indivíduos
com periodontite são escassos. Portanto, identificar a presença daquela bactéria em uma
amostra populacional com característica étnica definida e utilizando uma técnica com alta
sensibilidade e especificidade pode contribuir para maior compreensão da etiologia
bacteriana na periodontite crônica; a par disto, avaliam-se possíveis alterações quanto a
leucometria dos indivíduos em estudo. Este projeto obteve ajuda financeira da Fundação de
Apoio a Pesquisa do Estado da Bahia/FAPESB (Convênio 230/2003).
MATERIAL E MÉTODOS
Seleção da amostra
Foram selecionados 84 indivíduos para o estudo. O grupo caso (PCS) incluiu 43
pacientes com periodontite crônica severa; o grupo controle (NP), 41 indivíduos sem
periodontite. Todos classificados quanto à etnia como mestiços, de ambos os sexos, faixa
etária 30-50 anos, demandados ao Curso de Odontologia da EBMSP/FBDC. Foram
observados os seguintes critérios de exclusão: menos do que 10 dentes, hábito de fumar,
doenças sistêmicas, gravidez, menopausa, reposição hormonal, uso de contraceptivo
hormonal e de antibióticos nos seis meses anteriores ao exame e coleta sangüínea. A
contagem de leucócitos foi realizada em sistema automatizado Sysmex SF3000. O projeto
foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FBDC (Parecer 09/2003) e os
indivíduos que aceitaram participar da pesquisa assinaram um termo de consentimento livre
e esclarecido.
Parâmetros clínicos
Um único examinador calibrado (Kappa = 0,81), avaliou: índice de placa visível (IPV);
índice de sangramento gengival (ISG); índice de sangramento à sondagem (ISS);
profundidade de sondagem (PS) e nível de inserção clínica (NIC), de acordo com o manual
de Procedimento Operacional Padrão (POP) do Labimuno. Os critérios para inclusão no
grupo caso (PCS) foram estabelecidos de acordo com Lopez et al (2002): presença de pelo
menos 4 sítios em diferentes dentes com NIC ≥3mm, PS ≥4mm e com sangramento à
sondagem. Neste estudo, somente pacientes com severo estágio da doença (presença de
pelo menos um sítio com NIC≥5mm) participaram da investigação. O caráter crônico da
doença foi baseado nos critérios da Academia Americana de Periodontologia (AAP, 1999).
Nenhum dos sujeitos tinha recebido tratamento periodontal antes do exame clínico e coleta
de sangue. O grupo controle (NP) foi constituído pelos pacientes que, ao exame clínico
periodontal, foram classificados como livres de periodontite, com PS 3mm e NIC 2mm
(LOPEZ et al, 2002).
Coleta do material
O biofilme bacteriano supragengival foi removido por meio de profilaxia com gaze
estéril, ao redor dos dentes; sítios amostrais foram isolados e secos. Amostras da microbiota
subgengival dos quatro sítios de maior profundidade de cada paciente foram obtidas com a
introdução subgengival, por 10seg, de uma ponta de papel endodôntico # 30, esterilizada,
sendo imediatamente colocadas em meio de transporte (PBS) e armazenadas a -20°C, até a
realização da PCR.
Processamento do material e identificação bacteriana
Foram realizados segundo Ashimoto et al (1996), utilizando os primers específicos (5’
AGG CAG CTT GCC ATA CTG CG 3’ / 5’ ACT GTT AGC AAC TAC CGA TGT 3’),
fornecidos pela Life Tecnologies do Brasil Ltda-SP, para identificação da Porphyromonas
gingivalis; como controle positivo, foi usada amostra da cepa ATCC 33277. Para a extração
do DNA, a amostra foi aquecida (100°C) por 10min, sendo posteriormente colocada em
gelo por 10seg. Após a centrifugação, o sobrenadante foi utilizado para a detecção de Pg
por PCR. Para as reações de amplificação da PCR foi usado um termociclador Perkin-
Elmer GeneAmp 9700 (Perkin-Elmer, Norwalk, CT, USA) e foram realizadas com 5µl de
DNA em um volume de 45µl de mix contendo: tampão Taq 10X, 50 mM de MgCl
2
, dNTPs
(2,5 mM), primers específicos para Pg e Taq 5000UI/mL (Amersham Pharmacia Biotech,
Uppsala, Suécia) e água MilliQ. O processo da PCR incluiu uma fase inicial de
desnaturação a 95°C por 2min, seguida de 36 ciclos de desnaturação a 95°C por 30s,
anelamento dos primers a 60°C por 1min e extensão a 72°C por 1min, finalizando com
passo de 72°C por 2min. Os produtos amplificados de DNA foram separados por
eletroforese em gel de agarose a 2,5%, contendo 10µl de brometo de etídio, e a corrida
eletroforética foi feita entre 140 e 150 volts com 40mA no início da migração.
Posteriormente, o gel foi visualizado por exposição à luz ultravioleta (300nm), sendo
fotografado com auxílio de um transluminador TCX-20.M (Vilber Lourmat, França).
Análise estatística
Foram usados os testes paramétrico t-student e não paramétrico de Mann-Whitney para
a análise estatística dos dados com auxílio do software Graphpad Prism 4.0.
RESULTADOS
Todos os pacientes que participaram da pesquisa eram mestiços e foram classificados
como mulato claro (38,10%), mulato médio (51,19%) e mulato escuro (10,71%), com base
nos critérios estabelecidos por Krieger et al (1965), conforme a Tabela 2, que mostra
também os dados demográficos, clínicos e laboratoriais nos dois grupos. A distribuição por
sexo é semelhante em ambos os grupos bem como a média do número de dentes por
indivíduo em cada grupo (p=1,00), demonstrando adequada composição para o estudo.
A análise estatística dos dados mostra que existiram diferenças significativas quanto à
média dos valores do IPV, ISG e ISS entre o grupo PCS e NP, observando-se, assim, que os
pacientes do grupo PCS apresentaram pronunciados sinais inflamatórios e maior exposição
ao desafio microbiano do que os do grupo NP. Apesar da contagem de leucócitos estar
dentro dos limites normais, o grupo PCS apresentou significantemente valores mais
elevados do que o NP no número de leucócitos totais e no número absoluto de neutrófilos.
Na maioria (67,4%) dos pacientes do grupo PCS foi detectada a presença de
Porphyromonas gingivalis, o sendo este periodontopatógeno observado nos indivíduos
do grupo NP.
DISCUSSÃO
A população brasileira apresenta uma grande diversidade genética. A amostra estudada
representa um grupo antropogenético de mestiços, resultante da miscigenação entre três
elementos étnicos: caucasóides (brancos), negros e ameríndios. A avaliação estatística dos
achados clínicos demonstrou que ambos os grupos em estudo estavam bem padronizados
quanto à idade e ao número de dentes presentes na boca. As diferenças estatisticamente
significativas entre os dois grupos quando da análise do ISG, ISS e IPV, ratificaram a
existência de um maior desafio microbiano nos pacientes com PCS e, conseqüentemente,
sinais clínico-inflamatórios mais exacerbados, padrão usual dessa forma comum de DP.
Os periodontopatógenos podem ser encontrados no biofilme dental de indivíduos
periodontalmente sadios e, muito especialmente, de pacientes com DP, embora com
diferentes prevalências (GRIFFEN et al, 1998; vanWINKELHOFF et al, 2002). Ademais, a
presença de determinados microrganismos em bolsas profundas pode apresentar,
verdadeiramente, um risco maior de perda de inserção (RAMS et al, 1996). A
patogenicidade da Porphyromonas gingivalis é representada por um grande número de
fatores de virulência capazes de induzir intensa destruição tecidual (O’BRIEN-SIMPSON
et al, 2004), podendo funcionar como um fator de ruptura da homeostasia. No presente
estudo, foi detectada a presença de P.gingivalis em 29 pacientes (67,4%) dos 43 do grupo
PCS. Este achado é consistente com muitos outros estudos, cujas prevalências são
aproximadas, em diversas regiões geográficas (TAKAMATSU et al, 1999; SANZ et al,
2004; LOPEZ et al, 2004; CORTELLI et al, 2005) e conforme visto na Tabela 1. Nos
estudos de Ximénez-Fyvie et al (2000) e de Rudney et al (2003), a presença de P.gingivalis
não foi observada em nenhum dos indivíduos controles. Isto corrobora com o presente
trabalho em que esse periodontopatógeno o foi, também, detectado no grupo controle
NP. Esta ausência de P.gingivalis em indivíduos periodontalmente sadios também
constatada por Mayanagi et al (2004), pode evidenciar uma estreita associação dessa
espécie com a periodontite, como previamente reportado (TAKEUCHI et al, 2001;
COLOMBO et al, 2002; KUMAR et al, 2003).
Nos indivíduos incluídos na pesquisa, observou-se que o número total de leucócitos e o
número absoluto de neutrófilos foram estatisticamente superiores nos indivíduos com
periodontite crônica severa em comparação ao grupo de voluntários não acometidos pela
doença. Ogawa et al (1999) realizaram estudo epidemiológico, em japoneses, associando
DP e contagem de leucócitos, reportando que pacientes com DP severa tenderiam,
significantemente, a ter elevados números totais de leucócitos, fato também verificado por
Takami et al (2003). Enquanto Christian et al (2002) observaram redução do número
absoluto de leucócitos, número absoluto de neutrófilos e número de plaquetas após terapia
periodontal não cirúrgica em indivíduos portadores de periodontite agressiva generalizada,
Fokkema et al (2003), em indivíduos com periodontite crônica, observaram redução do
número total de leucócitos, números absolutos de linfócitos e eosinófilos e uma tendência à
redução do número de neutrófilos e basófilos após tratamento da doença. No entanto, em
um estudo anterior Fokkema et al (2002) não observaram diferenças entre os valores de
leucograma de indivíduos com e sem periodontite crônica.
Os resultados observados no presente trabalho estão de acordo com a hipótese sugerida
por Bainbridge & Darveau (2001) de que um periodonto clinicamente sadio é mantido por
uma resposta imune inata altamente orquestrada que protege o hospedeiro contra a
infecção. Esses autores propuseram que P. gingivalis possui um papel na ruptura desse
equilíbrio dinâmico entre o hospedeiro e a microbiota e que isto interfere com a habilidade
do hospedeiro em recrutar neutrófilos para os sítios infectados por inibir a expressão de IL-
8 de lulas epiteliais expostas ao seu LPS. Nos achados deste trabalho, a ausência de P.
gingivalis nos indivíduos do grupo controle NP corrobora com a assertiva dessa hipótese.
as diferenças na leucometria dos pacientes do grupo PCS em relação ao NP podem
evidenciar as peculiaridades da resposta inflamatória associada à infecção bacteriana.
CONCLUSÃO
Os resultados mostram que na maioria dos pacientes do grupo PCS foi detectada a
presença de Porphyromonas gingivalis e que esta infecção bacteriana pode refletir-se na
leucometria.
ABSTRACT
Objectives: The role of specific bacterial species, especially Porphyromonas gingivalis
(Pg), in the initiation and/or progression of destructive forms of human periodontal diseases
has been extensively reviewed. Then, the purpose of this study was to detect the presence
of Pg from patients with advanced periodontitis, besides the valuation of their leucograms.
Material and Methods: Subgingival plaque samples were collected from 43 patients with
advanced periodontitis (test group TG) and 41 periodontal healthy individuals (control
group CG), and were analyzed for the presence of Pg by polymerase chain reaction
(PCR). Periodontal clinical parameters were collected, while the leucograms were obtained
from whole blood samples. Statistical analysis was assessed by the T-student and Mann-
Whitney tests, with p < 0.05 considered statistically significant. Results: Pg was detected
in the subgingival biofilm of 29 patients (67,4%) from the TG, whereas it wasn’t observed
in any of the periodontal healthy patients (CG). The TG presented greater absolute numbers
of total leukocytes and neutrophils compared to the CT. These results suggest that Pg was
present in the majority of the periodontal patients, and that this bacterial infection could
influence the leukocyte count.
Uniterms: Chronic periodontitis; Porphyromonas gingivalis ; leucogram.
Tabelas
Tabelas
Tabela 1–Sumário de achados sobre prevalência de P.gingivalis em diversas regiões geográficas.
Origem dos
grupos
Autores Prevalência de Pg
estudados
Japão Takamatsu et al, 1999
Amano et al, 2000
Nozaki et al, 2001
Takeuchi et al, 2001
Mayanagi et al, 2004
65,4%
87,1%
80%
95,3%
70%
Coréia Choi et al, 2000 96%
Taiwan Yang et al, 2004 85,7%
Reino
Unido
Darby et al, 2000
Doungudomdacha et al, 2001
54,5%
93,9%
Espanha Sanz et al, 2000 64,5%
Holanda Sanz et al, 2000 36,7%
Chile Lopez et al, 2004 75%
USA Ashimoto et al, 1996
Umeda et al, 1998
Caucasianos
Afro-americanos
Asiáticos
Hispânicos
Griffen et al, 1999
Ximénez-Fyvie et al, 2000
Rudney et al, 2003
70%
15,4%
0%
41,2%
42,9%
79%
50%
52%
Brasil Lotufo et al, 1994
Colombo et al, 2002
Avila-Campos & Velásquez-Meléndez, 2002
Cortelli et al, 2005
53%
60%
78%
68%
Tabela 2: Gênero, etnia, idade, dados clínicos e laboratoriais dos grupos caso (PCS) e controle (NP)
Dados
PCS
(n = 43)
NP
(n = 41)
Gênero
Feminino
Masculino
n
25
18
%
58,14
41,86
n
24
17
%
58,54
41,46
Grupo Étnico
Mulato claro (38,10%)
Mulato médio (51,19%)
Mulato escuro (10,71%)
16
21
6
37,20
48,84
13,96
16
22
3
39,02
53,66
7,32
Detecção de Pg 29 67,40 00 0,00
Média ± DP
Idade (anos) 38.72±5.91 36.53 ± 5.35
№ dentes presentes 23 ± 6 25 ±5
IPV (%) 79,85 ±21,73 60,63 ±17,76†*
ISG (%) 13,73 ±7,98 5,99 ±3,36‡*
ISS (%) 35.91±20.50 3.93+ 2.91‡**
PS (mm) 7 ±1 2 ±1
NIC (mm) 8 ±2 1±1
Nº (x10
3
/µL) de células (Média ± DP)
Leucócitos totais 7,03 ± 1,89 5,62 ± 1,26 †*
Monócitos 0,49 ± 0,20 0,38 ± 0,14
Linfócitos 2,12 ± 0,50 1,93 ± 0,46
Neutrófilos 4,22 ± 1,38 3,12 ± 1,03 †*
Eosinófilos 0,18 ± 0,11 0,18 ± 0,10
Basófilos 0,03 ± 0,02 0,03 ± 0,01
* p 0,05; **p 0,01; t-student; Mann-Whitney. Valores dos RANKs do teste
Mann-Whitney para indivíduos PCS e NP, respectivamente: 19,94 e 15,94 para ISG;
25,79 e 9,76 para ISS. IPV (índice de placa visível); ISG (índice de sangramento
gengival); ISS (índice de sangramento à sondagem); PS (profundidade de sondagem);
NIC (nível de inserção clínica).
Referências
Referências
bibliográficas
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ARTIGO 2
ARTIGO 2
Infection and celullar and humoral immune response to Porphyromonas gingivalis in
Brazilians of mixed race with chronic periodontitis
TUNES UR,
2,3
PUGLIESE LS,
2,3
JUIZ PJL,
3
BENDICHO MT,
1,2,3
MEYER R,
1,3
LEMAIRE DC,
1,2,3
FREIRE SM,
1,2,3
.
1. Immunology and Molecular Biology Laboratory (LABIMUNO) Federal University of
Bahia (Universidade Federal da Bahia - UFBA) 2. Bahian Scientific Development
Foundation (Fundação Bahiana para Desenvolvimento das Ciências - FBDC) / Bahian
School of Medicine and Public Health (Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública -
EBMSP) – Dentistry Course 3. Post-Graduation Immunology Program (UFBA).
Periodontitis is a multifactorial disease that begins and is maintained by the aggression of
periodontopathogenic bacteria in the subgingival dental biofilm, whose form of clinical
manifestation is dependent on the type of immune-inflammatory response caused by the
complex pathogen-host interaction.
Aims: In individuals with severe chronic periodontitis, assess the presence of
Porphyromonas gingivalis (Pg) as well as the production of reactive seric antibodies IgA
and IgG (total and sub-classes) and of IL-10 and IFN-γ in whole blood cell cultures
(WBCC) stimulated with an extract of this bacterium.
Methods: Eighty-four non-smoker volunteers were selected for the study: 43 patients
with severe chronic periodontitis (SCP) comprised the case group and 41 individuals
without periodontitis (NP), the control group. Periodontal clinical parameters were
assessed and subgingival biofilm samples were collected to detect P.gingivalis, using the
polymerase chain reaction technique (PCR). Of these volunteers, taking into account the
respective leukograms, WBCC was performed with blood samples of 35 subjects, 18
from the SCP group and 17 from the NP group, stimulated with P.gingivalis bacterial
extract. The cytokine concentrations in the supernatants and of the seric immunoglobulins
were determined using the ELISA test. The t-student, Man-Whitney and Spearman
Correlation tests were applied for statistical analysis of the data (p0.05).
Results: The presence of P.gingivalis was detected in the subgingival biofilm of 29
patients (67.4%) of the SCP group, and this periodontopathogen was not observed in any
individuals of the NP Group. In the sample for WBCC, P.gingivalis was detected in
66.7% (12/18) of the patients in the SCP group. The tested antigens induced high IL-10
concentrations, especially P.gingivalis, and low INF-γ concentrations. WBCC stimulated
with E.coli LPS and P.gingivalis extract from the SCP group induced greater IL-10
production than that of the NP group NP (p0.05). Furthermore, the seric levels of IgG,
IgG1 and IgG4 (p0.001) and IgG2 (p0.05) reactive to P.gingivalis were significantly
higher in the SCP group in comparison with the NP Group.
Conclusions: the results showed that the presence of Porphyromonas gingivalis was
detected in the majority of patients in the SCP group. There was high production of IL-
10 and low production of IFN-γ in the WBCC of these patients, under stimulation with
raw P.gingivalis extract, and high production of total anti-P.gingivalis IgG was observed,
with predominance of the sub-type IgG4, in the SCP patients than in the NP individuals,
suggesting that this periodontopathogen may deviate the immune response to a Th2
profile.
Key Words: chronic periodontitis; Porphyromonas gingivalis; interleukine-10;
interferon-gama; immunoglobulin; IgG.
Periodontal diseases (PDs) are the commonest infections in humans and those that
represent an important oral problem, with possible systemic repercussions, particularly in
adult individuals. They are of a multifactorial nature, including a broad spectrum of
inflammatory and destructive responses to dental biofilm bacterial components in the
susceptible host. While gingivitis is usually associated with inadequate control of this
biofilm, its progression to periodontitis is influenced by several of the host’s response
modifier factors, including environmental, systemic and genetic conditions. Therefore, the
risk for PD is not uniform in all individuals, although this disease is present in the majority
of populations.
1
Microbial aggression to the periodontal tissues, mainly determined by
specific gram-negative bacteria, said to be periodontopathogenic, such as Porphyromonas
gingivalis, Actinobacillus actinomycetemcomitans, Tanerella forsythensis and Treponema
denticola, is essential for the onset and progression of PD.
2-4
This microbial challenge in
itself, however, is not sufficient to determine the development of the disease in a
destructive manner, and the deleterious effects of the immune response are also pointed
out as determinants of periodontal injury.
5
Of these periodontopathogens, Porphyromonas
gingivalis, one of the main components of the “red” complex of Socransky et al (1998),
3
has been associated with the onset and progression of PD, mainly in adult individuals, and
is found in the majority of sites with high disease activity in chronic periodontitis.
6
In spite
of intensive studies over the past few years, the role played by the cytokines in periodontitis
has not yet been completely explained. Auxiliary T cells (Th) can be classified in two
different groups, Th1 or Th2, in accordance with the profile of the cytokines produced by
them, the Th2 group characteristically being the producer of IL-4, IL-5, IL-6 and IL-10 and
the Th1 group, characteristically being the producer of IFN-γ.
7-9
. Among these cytokines,
IFN-γ and IL-10 play an important role in the immunoregulation of the infectious
process.
10,11
Thus, the study of the production of these cytokines in an in vitro model in
which Whole Blood Cell Culture (WBCC) of patients with chronic periodontitis was
stimulated with P.gingivalis extract, constitutes a contribution to knowledge of the
immunoregulation mechanism of this disease. With regard to the humoral immune response
in humans, high levels of seric anti-P. gingivalis IgG have been found in individuals with
periodontitis
12,13
and there would appear to be a direct relationship between the seric levels
of anti-P.gingivalis IgG and subgingival colonization by this bacterium.
14
This project
obtained financial assistance from the Bahia State Research Support Foundation /
FAPESB) (Agreement 230/2003).
MATERIAL AND METHODS
Sample Selection
Eighty-four volunteers of both genders were selected for the study. The case group
(SCP) included 43 patients with severe chronic periodontitis; the control group (NP)
comprised 41 individuals without periodontitis. All were ethnically classified as being of
mixed race, according to Krieger et al (1965)
15
, age range 30-50 years, reffered to the
EBMSP/FBDC Dentistry Course. The following exclusion criteria were observed: having
fewer than 10 teeth, smoking habit, systemic diseases, pregnancy, menopause, hormone
replacement, use of hormone contraceptive, antibiotics in the last six months or
antinflammatory medication in the ten days before blood collection, and abnormal
leukocyte counts. Leukocyte counts were performed in an automated Sysmex SF3000
system. In view of these exclusion criteria, the material collected from 18 patients in Group
SCP and 17 from the NP group was analyzed for WBCC. The project was approved by the
Research Ethics Committee of FBDC (Report 09/2003) and the volunteers signed a term
of free informed consent to participate in the research.
Clinical Parameters
A single calibrated examiner (Kappa = 0.81) assessed the following: visible plaque
index (VPI), gingival bleeding index (GBI), bleeding on probing index (BPI), probing
depth (PD) and clinical attachment level (CAL), in accordance with the Procedure
Operational Model of Labimuno. The criteria for inclusion in the case Group (SCP) were
established in accordance with Lopez et al (2002)
16
: presence of at least 4 sites in different
teeth with CAL ≥3mm, PD ≥4mm and with bleeding on probing. In this study, only
patients with a severe stage of disease (presence of at least one site with CAL ≥5mm)
participated in the investigation. The chronic nature of the disease was based on the
American Peridontology Academy criteria.
17
None of the subjects had received periodontal
treatment before the clinical exam and blood collection. The control group (NP) was
comprised of individuals who, on clinical periodontal exam, were classified as free of
periodontitis, with PD3mm and CAL2mm.
16
Bacterial collection and identification
The supragingival bacterial biofilm was removed from around the teeth by prophylaxis
with sterile gauze. Subgingival microbiota samples were obtained by subgingival
introduction of a sterilized endontic paper tip #30 for 10sec, in the 4 deepest probing depth
sites of each patient, and they were immediately placed in the transport medium (PBS) and
stored at -20°C, until the polymerase chain reaction was performed (PCR). To identify
Porphyromonas gingivalis (593 pb) specific primers were used (5’ AAT CGT AAC GGG
CGA CAC AC 3’ / 5’ GGG TTG CTC CTT CAT CAC AC 3’),
18
supplied by Life
Technologies do Brasil Ltda-SP.
Bacterial Extract
For later cultivation, activation of the Porphyromonas gingivalis strain ATCC 33277
was done, stored at -70ºC, in Brucella broth (BBS) supplemented with yeast extract, 0.5%
hemin, 0.1% menadione and L-cysteine. Incubation was done in an anaerobiosis jar at
37°C for 5 days in an anaerobic environment (Anaerobac, PROBAC). Seeding was done on
agar blood plates supplemented with hemin and menadione (Anaerinsol-S, PROBAC). A
sample of the colony incubated for 48h was re-incubated for a further 48h in 50mL of BBS
and then transferred to 500mL of BBS for 96h. Confirmation of culture purity was done by
Gram staining and anaerobiosis tests. Three centrifugation (10.000xg, 30min, 10°C) and
washing cycles were done with sterile PBS (0.15M, pH 7.4) and the bacterial sediment was
re-suspended in 4mL of PBS with 5mL/g of protease inhibitor (P8465, SIGMA). For
antigenic extract production, the bacterial disruption was processed in an ultrasound ice
bath (Ultrassonic Processor - 60Hz) in 10 cycles of 1min with 1-min intervals between
them, and another centrifugation (13.000xg, 30min, 10°C) was done. After filtration
(PVDF 0.22µm, MILLIPORE), aliquots of the supernatants were stored at -20°C. Protein
dosing of the bacterial extract was done by the modified Lowry method (BIO-RAD).
Whole Blood Cell Culture (WBCC)
Specific stimulations were done with soluble Pg extract at a concentration of 4,0µg per
milliliter of heparinized blood, while E. coli LPS (5.0µg /mL) and PWM (2.5µg/mL) were
used as non-specific stimuli. Optimum concentrations were determined in previous
experiments. To control basal cytokine concentrations, a blood sample was incubated under
the same conditions, but without stimulus (SE). The cell culture plates were incubated at
37ºC for 48h in a 5% CO
2
environment. The supernatants were obtained by centrifugation
(4min, 500xg) and aliquots were stored at -20°C until ELISA was performed.
Cytokine and immunoglobulin determinations
Concentrations of IFN-γ and IL-10 in the TBCC supernatants were determined in
accordance with the manufacturers’ instructions with commercially available ELISA kits
(DuoSet, R&D SYSTEMS) with the respective sensitivities of 62pg/mL and 16pg/mL.
Cytokine concentration data were transformed in IL-10:IFN-γ proportion for each subject.
To determine the total IgA and IgG levels and sub-classes reactive to Pg, 10µg/mL of
soluble P.gingivalis extract were adsorbed to a polystyrene microtitration plate (Costar,
Corning, NY, USA) at 4°C overnight. After blockage, the serum was diluted in PBS
containing 0.05% BSA and then incubated at 37ºC for 1h. The conjugates used in the
reaction were incubated with goat immunoglobulin human anti-IgA conjugated with
peroxidase (Bethyl A-80-102P) or rabbit immunoglobulin human anti-IgG conjugated to
peroxidase (Sigma A-8792). For the IgG sub-classes the reactions were done with
monoclonal rat antibodies anti-IgG1, -IgG2, -IgG3 or –IgG4, followed by incubation of the
plates with goat immunoglobulin rat anti-IgG conjugated with biotin and afterwards, with
streptavidin peroxidase. The reactions were revealed with orthophenylene diamine (OPD)
for IgG and IgA or tetramethylbenzidine (TMB) for the sub-classes of IgG, and interrupted
with H
2
SO
4
4N. The optic density reading (OD) was done at 450-630nm (ELISA Diasorin
reader, USA). The cut-off points were established based on ROC (Receiver Operating
Characteristic) curves made with respect to Ig and in accordance with the Tape (2005)
description.
19
Statistical Analysis
For statistical data analysis, the non-parametric Mann-Whitney, paired t-Student and the
Spearman Correlation tests were performed with the help of Graphpad Prism 4.0 software.
RESULTS
1. Sample Characterization
As seen in Table 1, all the patients that participated in the research were of mixed race
15
and were classified as light mulatto (38.10%), medium mulatto (51.19%) or dark mulatto
(10.71%). The uniformity of the sample as regards gender, age and number of teeth present,
reflects an adequate composition for the study. Analysis of the clinical parameters showed
that the patients in the SCP group presented with pronounced inflammatory signs and
greater exposure to microbial challenge than those in the NP group, as verified by the high
visible plaque indexes (VPI), gingival bleeding (GBI) and bleeding on probing (BPI). In
spite of the leukocyte counts being within the normal limits, the SCP group presented
significantly higher values than the NP group in the number of total leukocytes and the
absolute number of neutrophils. In the majority of patients in the SCP group PCS (67.4%)
the presence of Porphyromonas gingivalis was detected, this periodontopathogen not being
observed in the NP group individuals. In 66.7% (12/18) of the patients includes in the
WBCC experiment, the presence of P.gingivalis was observed.
2. Values of IL-10 and IFN-γ in the WBCC supernatant
Both specific and non-specific stimuli were capable of inducing the production of IL-10
and IFN-γ in vitro. An increased production of IL-10 and low production of IFN-γ was
observed under stimulus with the tested antigens, and Pg induced high concentrations of IL-
10 and the maximum value detected (40,219.11 pg/mL) was in a sample from the SCP
group. The data in Table 2 are represented in Figures 1 and 2. Significantly higher values
(p<0.05) of IL-10 were observed in the supernatants of WBCC stimulated with P.gingivalis
of individuals with SCP in comparison with those of NP individuals (medians: 11.739,79
pg/mL X 7.450,76 pg/mL, respectively); inversely, the production of higher levels of IFN-γ
was observed in the WBCC stimulated with P.gingivalis from individuals in the NP group
than those of patients in the SCP group (medians: 47,60 pg/mL X 34,36 pg/mL,
respectively), this difference not being statistically significant.
When the data of the two groups were analyzed with regard to the production of IL-10
and IFN-γ, taking into account whether or not P.gingivalis was present in the SCP group,
no statistically significant differences were found.
2.1 IL-10:IFNγ Proportion
The high IL-10 production on stimulation with Pg became more evident when the data
were transformed into IL-10:IFN-γ proportion, being higher in the SCP group than in the
NP group (medians of 259.24 pg/mL X 171.00 pg/mL, respectively) (Figure 2).
2.2 Correlation between the IL-10 and IFN-
γ
concentrations in WBCC stimulated
with Porphyromonas gingivalis
No significant correlations were observed between the production of IFN-γ and IL-10
on stimulation with P.gingivalis (Table 3). The production of IFN-γ on stimulation with
P.gingivalis, however, presented negative correlation (-1.0 < r
s
< 0.0) with basal
concentration (without stimulus - SE) of IL-10, in the studied individuals (n=35), and was
statistically significant with regard to the correlation with the concentration ratio IL-
10:IFN-γ without stimulus. This correlation was also observed in the data analysis in
groups SCP (n=18) and NP (n=17) in isolation, but was not statistically significant.
Whereas the basal concentration of IFN-γ presented positive correlation (0.0< r
s
<+1.0) with
the production of IL-10 under stimulation of P.gingivalis, without statistical significance.
3. Comparison between the seric levels of IgA, IgG and anti-Porphyromonas
gingivalis sub-classes (IgG1, IgG2, IgG3 and IgG4) of the PCS and NP groups.
Analyzing the ELISA anti-P.gingivalis, reactivity and quality control data from the
elaboration and analysis of a ROC curve, a cut-off point of 0.305 was determined, and a
sensitivity of 88.9% and specificity of 82.4% was defined, with a positive predictive value
(PV+) of 84% and negative predictive value (PV-) of 87%. In the results presented in
Table 4, it is observed that the levels of IgG, IgG1 and IgG4 (p0.001) and IgG2 (p0.05)
specific for P.gingivalis were significantly higher in the SCP group in comparison with the
NP Group. The description of the values observed in the study groups is represented in
figures 3 (a; b).
3.1 Correlation between the seric levels of anti-Porphyromonas gingivalis IgG and
the concentration of cytokines produced in vitro, and with clinical periodontal
parameters.
A positive correlation was observed between the seric levels of anti-P.gingivalis IgG
and the IL-10 concentration in WBCC stimulated wit this bacterium (p0.05). In the SCP
group, a negative correlation was noted between anti-P.gingivalis IgG and the basal IFN-γ
concentration (p0.05). Whereas with regard to the clinical periodontitis parameters a
statistically significant positive correlation was found between the seric levels of anti-P.
gingivalis IgG and VPI (p0.01), GBI (p0.01) and BPI (p0.001).
DISCUSSION
Periodontopathogens may be found in the dental biofilm of periodontally healthy
individuals and very specially in patients with PD, although with different prevalence
between the two groups.
20,21
Furthermore, the presence of certain microorganisms in deep
pockets may truly present a greater risk of loss of insertion.
22
The pathogenicity of
Porphyromonas gingivalis is represented by a large number of virulence factors capable of
inducing intense tissue destruction,
4
and may function as a homeostasis rupture factor. In
the present study, the presence of P.gingivalis was detected in 67.4% (29/43) of the patients
in the SCP group. This finding is consistent with many other studies, whose prevalence
values in various geographical regions are approximated.
23-27
In some studies, however, the
presence of P. gingivalis was not reported in any of the control individuals.
28-30
This is
corroborated by the present study, in which this periodontopathogen was also not detected
in the control group (NP). This absence of P.gingivalis in periodontally healthy individuals
may evidence a close association of this bacterium with periodontitis, as previously
reported.
31-33
In the present experiments the production of IL-10 and IFN-γ was assessed in whole
blood cell cultures (WBCC) stimulated with bacterial antigens. IL-10 was primarily
described as a cytokine synthesis inhibitory factor (CSIF) secreted by murine Th2 cells,
capable of inhibiting the production of Th1 cell cytokines, particularly IFN-γ.
9
At present,
there is great interest in the regulatory properties of IL-10 in the immune response. In this
study an accentuated production of IL-10 and low production of IFN-γ was observed on
stimulation by the tested bacteria, that is, E.coli and Porphyromonas gingivalis (Pg). These
results suggest a strong regulation of the cellular immune response, especially to P.
gingivalis. The high proportion of IL-10:IFN-γ found may be due to signaling through the
different Toll Like Receptors (TLR). The majority of the gram-negative bacteria LPS signal
through TLR-4. Pg, however, has an uncommon TLR-2 signal. Some authors suggest that
there is no signalization of the Pg LPS through TLR-4
34
while others observed an
antagonist role of Pg LPS for this receptor.
35-37
Contradictorily, Pg signalization by means
of both TLR-2 and TLR-4 receptors was reported.
38,39
Ogawa et al (2002)
38
suggested that if
correctly purified, Pg LPS performs signalization by TLR-4, while molecules associated
with PG LPS, probably lipoproteins, signal by means of TLR-2. This is supported by
recent studies indicating that Pg components, different from LPS or fimbria, use TLR-2
signalization and induce high cytokine secretions.
40,41
The existence of Pg signalization
through TLR-2 has been observed with the use of the phosphatidylinositol 3-kinase-Akt
pathway with a consequently high production of IL-10 and low production of IFN-γ.
42
This
is in agreement with the findings observed in the WBCC methodology of periodontal
patients used in the present study and is a possible molecular explanation for these results.
A significantly high IL-10 production was found in the supernatants of the WBCC of
volunteers with SCP when the cells were stimulated with P. gingivalis extract and E. coli
LPS, in comparison with that of individuals not affected by the disease. In an
immunohistochemical study with granulation tissue from periodontal lesions it was
observed that IL-10 was the most abundant and strongly expressed cytokine, followed by
IL-6, IL-4, IFN-γ and IL-2.
43
According to Gemmell et al (2002),
44
however, Th cell clones
specific for Pg induced a mixed profile of high production of the cytokines IL-4 and IFN-γ
and low production of IL-10. This leads to the presumption that in the present study, the
main IL-10 producer cells may not have been Th cells. Monocytes and B cells are probable
sources.
45
E.coli LPS is widely used to assess cell responsiveness in various diseases and
inflammatory conditions. The present results indicate that individuals with SCP may
respond strongly to unspecific stimulus. An experiment with WBCC conducted by
Nakamura et al (2004)
46
showed that even low concentrations of LPS, as low as those
observed in the peripheral blood of periodontal patients, may prime monocytes and affect
the immune response of diseased subjects. Fokkema et al (2002)
47
observed high PGE
2
production and low IL-12p40 production in WBCC stimulated with E. coli LPS and
suggested that this LPS induces Th2 immune response. They did not, however, observe
differences between the subjects with and without chronic periodontitis in the production of
PGE
2
, IL-1β, IL-6, IL-8, IL-12p40, IL-12p70, TNF-α and IL-10. Divergences between the
results of the present study in relation to those obtained by Fokkema et al (2002)
47
may be
due to the different methodologies with regard to the diagnostic criteria of the disease,
variations in the WBCC technique or even in the genetic variability of the subjects that
comprised the samples of these two studies.
Malefyt et al (1991)
48
induced blockage of endogenous IL-10 with the use of anti-IL-10
antibodies in a culture of monocytes, and observed that endogenous IL-10 contributed to
reduced secretion of cytokines by stimulated monocytes. These results coincide with the
negative association found in the present study between the basal concentration of IL-10
(SE) and IFN-γ produced under stimulation of bacterial extracts. IL-10 and IFN-γ receptors
have a JAK/STAT signalization pathway. IL-10 promotes signalization by means of
STAT3 and IFN-γ via STAT1.
49
SOCS-1 is a protein that negatively regulates STAT-1
transduction and IL-10 is an inducer of SOCS-1 production. This partially explains the
mechanism by which IL-10 is able to inhibit IFN-γ production.
11,49
In the present study, individual variations in the production of cytokines was found, and
a great amplitude of values was detected, which has also been observed by other authors.
50
A low IFN-γ production with the tested stimuli was found in this experiment.
Osteoimmunologic studies have provided evidences of complex cytokine regulation
networks associated with osteoclastogenesis. The exact contribution of IFN-γ to alveolar
bone loss in vivo has, however, not been perfectly explained. Some studies have suggested
an inhibitory effect of IFN-γ on osteoclastogenesis
51-53
while others report that IFN-γ may
play a role in increasing osteoclastogenesis.
54-56
With regard to the humoral immune response, higher levels of seric anti-P.gingivalis
IgG were observed in the SCP group in comparison with the NP group, results for which
agreement is found in the literature.
12,13
Statistical analysis by the Spearmen correlation
coefficient detected a positive correlation between the seric levels of anti-P.gingivalis IgG
and the concentration of IL-10 produced in vitro under stimulation of the extract of this
bacterium. Furthermore, there was also a positive correlation between seric anti-
P.gingivalis IgG and the clinical parameters VPI, GBI and BPI, and this did not occur with
regard to PD and CAL. This was seen by Schenck et al (1985)
57
who observed a negative
correlation between the seric anti-LPS IgG of P. gingivalis and the number of periodontal
pockets with PD≥5mm. With regard to the IgG sub-groups, some studies in the literature
observed a predominance of the sub-class IgG2, whose production is dependent on IFN-γ,
in the humoral immune response to P. gingivalis.
13,58,59
In previous laboratory studies,
however, in which this work was done, Trindade (2005)
60
detected an accentuated
production of anti-P.gingivalis IgG4, this sub-class being the one that best distinguished the
groups with periodontititis and the clinically healthy groups. IgG4 is a sub-class whose
production depends on IL-4. Wilton et al (1993)
61
found evidences that suggest a local
IgG4 production in the periodontal tissues in contrast with the other IgG sub-classes that
appear to come from plasma. This indicates that IgG4 may have an importance that is not
yet completely understood, in the immune response to plaque microorganisms. These same
authors observed a negative correlation between the gingival fluid IgG4 and the severity of
the disease. Whereas Gemmell et al (2004b),
62
in an immunohistochemical study with
gingival biopsies, observed an increase in the number of B IgG4+ cells in comparison with
IgG2+ cells in individuals with periodontitis, as opposed to the findings in individuals with
clinically healthy periodontia or gingivitis, and also found a direct proportion between the
number of B IgG4+ cells and the severity of the disease.
As seen, in the present study, a high IL-10 production and low IFN-γ production was
detected in the supernatants of WBCC stimulated with P.gingivalis. A negative correlation
was found between seric anti-P.gingivalis IgG and the basal concentration of IFN-γ, as well
as a positive correlation between seric anti-P.gingivalis IgG and the basal concentration of
IL-10. These results converge on the findings of Trindade (2005),
60
in spite of having been
conducted with different groups of volunteers, and suggest that P. gingivalis deviates the
immune response to a Th2 profile, with the production of IgG4 antibodies incapable of
promoting protective effector mechanisms such as the activation of the efficient
complement or opsonization system.
Together, the results observed in the present study are in agreement with the hypothesis
suggested by Bainbridge & Darveau (2001)
35
, that a clinically healthy periodontium is
maintained by a innate, highly orchestrated immune response that protects the host against
infection. These authors proposed that P. gingivalis plays a role in rupturing this dynamic
balance between the host and the microbiota , and that this interferes in the host’s ability
to recruit neutrophils to the infected sites, by inhibiting the IL-8 expression of epithelial
cells exposed to its LPS. In the findings in this study, the absence of P. gingivalis in the
individuals of the control group NP corroborates the assertion of this hypothesis. Whereas
the high IL-10:IFN-γ proportion observed in this study in response to the raw P.
gingivalis extract, and the predominant production of IgG4, may show the peculiarities of
the immune response to this bacterium, associated with the chronic nature of the disease, in
agreement with the model of stable periodontal lesion transition to progressive lesion being
effected under the profile of a Th2 type immune response.
63
Tabelas
Tabelas
e
e
Figuras
Figuras
Table 1: Gender, ethnicity, age, clinical and laboratory data of the study groups.
Data
SCP
(n = 43)
NP
(n = 41)
Gender
Women
Men
n
25
18
%
58.14
41.86
n
24
17
%
58.54
41.46
Ethnic Group
Light Mulatto (38.10%)
Medium Mulatto(51.19%)
Dark Mulatto (10.71%)
16
21
6
37.20
48.84
13.96
16
22
3
39.02
53.66
7.32
Pg Detection 29 67.40 00 0.00
Mean + SD
Age (years) 38.72±5.91 36.53 ± 5.35
No. of teeth present 23 ± 6 25 ±5
VPI (%) 79.85 ±21.73 60.63 ±17.76†*
GBI (%) 13.73 ±7.98 5.99 ±3.36‡*
BPI (%) 35.91±20.50 3.93+ 2.91‡**
PD (mm) 7 ±1 2 ±1
CAL (mm) 8 ±2 1±1
Nº (x103/µL) of cells (Mean ± SD)
Total Leukocytes 7.03 ± 1.89 5.62 ± 1.26 †*
Monocytes 0.49 ± 0.20 0.38 ± 0.14
Lymphocytes 2.12 ± 0.50 1.93 ± 0.46
Neutrophils 4.22 ± 1.38 3.12 ± 1.03 †*
Eosinophils 0.18 ± 0.11 0.18 ± 0.10
Basophils 0.03 ± 0.02 0.03 ± 0.01
* p 0.05; **p 0.01; t-student; Mann-Whitney. Mann-Whitney RANK values
for SCP individuals (case group) and NP (control group), respectively. 19.94 and
15.94 for GBI; 25.79 and 9.76 for BPI. Visible plaque index (VPI), gingival bleeding
index (GBI), bleeding on probing index (BPI), probing depth (PD) and clinical
attachment level (CAL).
Table 2: IL-10 and IFN-γ Values, and IL-10:IFN-γ ratio without stimulation and with
P.gingivalis stimulation, of the groups with chronic periodontitis (SCP) and without
periodontitis (NP).
Without Stimulation
(basal concentration)
Porphyromonas gingivalis
SCP NP SCP NP
IL-10 pg/mL
Median
[IIQ]
91.18
[0.00 –
265.25]
75.07
[0.00- 410.13]
11739.79
[7336.67
-17984.37]
7450.76
[6241.42-
9507.00]
Minimum 0.00 0.00 5396.78 1538.68
Maximum 1700.147 3812.05 40219.11 18143.76
IFN-gama pg/mL
Median
[IIQ]
19.70
[5.83 - 24.26]
11.02
[1.13 – 24.08]
34.36
[17.15 - 86.50]
47.60
[17.84 – 70.17]
Minimum 0.00 0.00 0.00 9.79
Maximum 930.49 342.15 1467.45 684.12
IL-10:IFN-gama pg/mL
Median
[IIQ]
1.79
[-10.93 –
32.58]
3.59
[-3.85 – 84.20]
259.24
[111.80 – 975.32]
171.00
[105.91 –
433.38]
0
50
100
150
200
250
300
SE PWM LPS Pg
ccIL10 : IFNγ pg/mL
SCP
NP
Minimum -28.47 -342.15 11.76 2.25
Maximum 296.76 273.42 13893.390 798.28
IIQ: Interquartile Interval
Figure 1: Production of IL-10 (a) and IFN-γ (b) in vitro in WBCC of individuals with (SCP,
n=18), or without (NP, n=17) severe chronic periodontitis. The columns represent the
medians of the data. * p≤0.05 (Mann-Whitney).
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
SE PWM LPS Pg
cc pg/mL IL-10
PCS
NP
(a) (b)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
SE PWM LPS Pg
cc pg/mL IFNgama
SCP
NP
Figure 2: Comparison of the ratio of IL-10:IFN-γ concentration observed in WBCC among
individuals in the case (SCP) and control (NP) groups, under the tested stimuli. The
columns represent the medians of the data.
Table 3: Correlations between IL-10 and IFN-γ: basal concentration (SE) and with P.gingivalis
(Pg) stimulation
*Statistically significant negative correlation p ≤ 0.05.
Table 4: Optic densities (OD) of the anti-Pg seric levels of IgA, IgG and sub-classes, of the
case (SCP) and control (NP) groups. Description of the percentiles and medians. OD 450-
630 nm
Groups IgG IgG1 IgG2 IgG3 IgG4 IgA
Percentile 25
SCP 0.331 0.104 0.124 0.000 0.287 0.021
NP 0.112 0.027 0.048 0.000 0.025 0.011
Median
SCP 0.168 0.162 0.154 0.020 0.752 0.042
Groups
n
Correlations Spearman Correlation
Coefficient (r
s
)
p
35
IL-10 SE x IFN-γ Pg
- 0.36 0.07
SCP 18 -0.36 0.14
NP 17 -0.26 0.32
35
IL-10: IFN-γ SE x IFN-γ Pg
- 0.33 0.05*
SCP 18 -0.41 0.09
NP 17 -0.31 0.22
35
IFN-γ SE x IL-10 Pg
0.30 0.08
SCP 18 0.23 0.36
NP 17 0.23 0.37
35 IL-10 SE x IL-10 Pg 0.18 0.31
SCP 18 0.23 0.36
NP 17 0.17 0.51
35
IFN-γ SE x IFN-γ Pg
-0.03 0.87
SCP 18 -0.04 0.86
NP 17 -0.03 0.91
0,000
0,100
0,200
0,300
0,400
0,500
0,600
0,700
0,800
IgG1 IgG2 IgG3 IgG4
Ig anti-Pg (DO
450-630nm
)
PCS
NP
0,000
0,050
0,100
0,150
0,200
0,250
0,300
IgG IgA
Ig anti-Pg (DO
450-630nm
)
PCS
NP
Figure 3 - The columns represent the medians of the optic densities (OD) of the seric levels of anti-
P.gingivalis immunoglobulins in the group with severe chronic periodontitis (SCP) and without periodontitis
(NP): a) IgG (p0.001) and IgA; b) IgG1 (p0.001), IgG2 (p0.05), IgG3 and IgG4 (p0.001).
NP 0.266 0.035 0.079 0.000 0.046 0.019
Percentile 75
SCP 0.643 0.667 0.235 0.036 1.123 0.074
NP 0.251 0.050 0.154 0.012 0.225 0.049
SCP
X
NP
anti-Porphyromonas gingivalis Ig: Mann Whitney-U Test
p =0.001 p = 0.000 p = 0.012 p = 0.155 p = 0.001 p = 0.133
p ≤ 0.001 p ≤ 0.001 p ≤ 0.05 p ≥ 0.05 p ≤ 0.001 p ≥ 0.05
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ARTIGO 3
ARTIGO 3
Polymorphism of cytokines IL-1β
+3953
, TNF-α
-308
, IL-6
-174
,
TGF-β1
codons 10 and 25
,
IFN-γ
+874
and IL-10
-1082, -819, -592
, and of HLA-DR, -DQ, in Brazilians of mixed race with
chronic periodontitis
TUNES UR
2,3
, BENDICHO MT
1,2,3
, JUIZ PJL
2
, PUGLIESE LS
2,3
, FREIRE SM
1,2,3
,
MEYER R
1,2
, LEMAIRE DC
1,2,3
.
1. Immunology and Molecular Biology Laboratory (LABIMUNO) Federal University of
Bahia (Universidade Federal da Bahia - UFBA) 2.Post-Graduation Immunology Program
(UFBA). 3.Bahian Scientific Development Foundation (Fundação Bahiana para
Desenvolvimento das Ciências - FBDC) / Bahian School of Medicine and Public Health
(Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública - EBMSP) – Dentistry Course .
Basis: Studies have suggested that there is a genetic component for susceptibility to chronic
periodontitis, which may be represented by polymorphisms in immunologically relevant
genes.
Aims: Assess the association between the polymorphisms of the genes of cytokines IL-
1β
+3953
, TNF-α
-308G/A
, IL-6
-174G/C
,
TGF-β1
codons 10T/C and 25G/C
, IFN-γ
+874T/A
and IL-10
-1082G/A,-819C/T,-
592C/A
, and of class II HLA, and severe chronic periodontitis.
Methods: Eighty-four non-smoker volunteers were selected for the study: 43 patients with
severe chronic periodontitis (SCP) comprised the case group and 41 individuals without
periodontitis (NP), the control group. Clinical periodontal parameters were assessed and
peripheral blood samples were collected to extract genomic DNA. Genotyping was done by
the polymerase chain reaction (PCR) technique. Statistical analysis was done by applying
the Fisher Exact Test.
Results: Statistically significant differences were observed in the allelic, genotypical and
phenotypical frequencies among the individuals in the SCP and NP groups as regards the
IL-1β
+3953(C/T)
gene; the homozygote genotype for the allele 1 (CC), phenotype foreseen as
low producer, was the most prevalent in the studied sample, with significantly higher
frequency (p=0.03) in the NP group (81.48%) than in SCP (65%); inversely, and with a
tendency towards statistical significance (p=0.08), the frequency of allele 2, associated with
the foreseen high producer phenotype, was higher in the SCP group (21.25%) than in NP
(10.53%). The observed frequency of allele HLA-DQB1*05 was significantly higher in the
NP group in comparison with the SCP group (p<0.05).
Conclusions: the results suggest that the homozygote genotype for the allele 1 (CC) of
IL-1β
+3953(C)
may be a protection factor and that the allele 2 IL-1β
+3953(T)
may be a risk factor
for the development of severe chronic periodontitis in Brazilians of mixed race. They also
suggest that the allele HLA-DQB1*05 may be a genetic protection marker for SCP in this
population.
Key Words: Chronic periodontitis; polymorphism; cytokines; IL-1β; TNF-α; IL-6;
TGF-β1; IFN-γ; IL-10; HLA-DR,-DQ.
Periodontal Diseases (PDs) clinically originate from a pathway that is similar to many
common diseases, involving microbiological, genetic and behavioral factors which,
together, determine the characteristics of the disease. Immune-inflammatory response is a
key element for understanding its pathogenesis and cytokines play an important role in the
development of the disease. Although periodontal pathogens are clearly its indicators and
perpetuators, there is increasing evidence that host factors, including genetic factors, are
important contributors to the clinical manifestation of periodontitis (Michalowicz 1994,
Hart & Kornman 1997, Baker 2005). Therefore, although PD is present in the majority of
populations, the risk for PD is not uniform in all individuals. In effect, the nature of the
response mediated by cytokines is considered critical in determining the progression of
periodontal disease; the profile of an appropriate cytokine response would lead to a
protective immune response and would stabilize the disease, while an inappropriate
response would lead to its progression (Taylor et al. 2004). To reinforce this concept,
during the last few years it has been shown that some individuals have alleles that may be
associated with the high production of cytokines, making them more susceptible to, or
protected against the disease (Hart & Kornman 1997, Armitage et al.2000, Craandijk et al.
2002). Therefore, cytokine polymorphisms may contribute to the susceptibility and
severity, or to the protection of individuals in the development of severe chronic
periodontitis. Thus, the description of allelic, genotypical and phenotypical frequencies will
enable to the following associations to be assessed: patients that have alleles and
genotypes, whose foreseen phenotypes have high production of the pro-inflammatory
cytokines IL-1β
+3953(T)
(allele 2, genotypes TT+CT), TNF-α
-308(A)
(allele 2, genotypes
AA+GA) and IL-6
-174(G)
(allele 1, genotypes GG+GC) would be more susceptible to severe
chronic periodontitis; patients that have allele 1 TGF-β1
codons 10(T), 25(G)
(genotypes TT+GG,
TC+GG), with phenotypes foreseen to have high production, would develop less severe
disease, since TGF-β
1
may inhibit the production of pro-inflammatory cytokines such as
IL-1 and TNF-α, to reduce the synthesis and release of MMPs (metalloproteinases) by the
fibroblasts, in addition to stimulating the production of TIMPs (tissue inhibitors of
metalloproteinases); otherwise, in more severe PD, the high production phenotype may
influence the exacerbation of the inflammatory process due to it role in stimulating the
recruitment and activation of leukocytes; patients that have allele 1 of IFN-γ
+874(T)
(genotypes TT+TA), whose foreseen phenotypes have high production, would develop less
severe disease due to the predominantly more protective response of type Th1, with more
efficient immunity mediated by cell and protective antibody production; patients that
have the polymorphism of IL-10
-1082(G),-819(C),-592(C)
(genotypes GCC/GCC + GCC/ACC +
GCC/ATA) phenotypes foreseen to have high production, may develop more severe
disease, due to the immune response profile of type Th2 capable of inhibiting the cytokine
profiles of Th1 cells, particularly IFN-γ; or even, to the contrary, would have a more
protective profile, probably diminishing the production of IL-1β, TNF-α e IL-6 (Kornman
et al. 1997, Galbraith et al. 1999, Pravica et al. 1999, Steinsvoll et al. 1999, Holla et al.
2002, Graves & Cochran 2003, Holla et al. 2004, Berglundh et al. 2003, Taylor et al. 2004).
In turn, the HLA system is responsible for presenting antigenic peptides to lymphocyte T,
therefore, being molecules involved in regulating the immune response; the antigenic
peptides of exogenous origin are generally associated with Class II molecules (HLA-DR,
-DQ) that are mainly present in the mononuclear phagocytes, dentritic cells, B cells and
activated T lymphocytes. The HLA system is highly informative in genetic studies of
populations, due to its high polymorphism and strong linkage disequilibrium among alleles
of close loci. Thus, the role of the polymorphism of these molecules in determining the
susceptibility or resistance to disease has deserved attention, using HLA typification as a
research instrument, taking into account that the inherited haplotypes are characteristics of
each ethnic group (Monte 2004).
In view of the important pro-inflammatory and modulating actions performed by
cytokines in the host’s immune-inflammatory response to microbial aggression, under
possible genetic influence, the association of the polymorphisms of the cytokines IL-
1β
+3953C/T
, TNF-α
-308G/A
, IL-6
-174G/C
,
TGF-β1
códons 10T/C e 25G/C
, IFN-γ
+874T/A
and IL-10
-1082G/A,-819C/T,-
592C/A
, as well as HLA-DR,-DQ, was jointly assessed in adult Brazilian patients of mixed
race, non-smokers, with severe chronic periodontitis, in a case-control type study. This
project obtained financial aid from the Bahia State Research Support Foundation / FAPESB
(Agreement 230/2003).
MATERIAL AND METHODS
Sample Selection
Eighty-four subjects were selected for the study. The case group (SCP) included 43
patients with severe chronic periodontitis; the control group (NP) comprised 41 individuals
without periodontitis. As regards ethnic group, all were classified as being of mixed race
(Krieger et al. 1965), of both genders, age range 30-50 years, non-smokers and having no
systemic disturbances, immunosupression, or pregnancies, reffered to the Dentistry Course
at EBMSP/FBDC. The project was approved by the Research Ethics Committee of FBDC
(Report 09/2003) and the volunteers signed a term of free informed consent to
participate in the research.
Clinical Parameters
A single calibrated examiner (Kappa = 0.81) assessed the following: visible plaque
index (VPI), gingival bleeding index (GBI), bleeding on probing index (BPI), probing
depth (PD) and clinical attachment level (CAL), in accordance with the Procedure
Operational Model of Labimuno. The criteria for inclusion in the case Group (SCP) were
established in accordance with Lopez et al (2002): presence of at least 4 sites in different
teeth with CAL ≥3mm, PD ≥4mm and with bleeding on probing. In this study, only
patients with a severe stage of disease (presence of at least one site with CAL ≥5mm)
participated in the investigation. The chronic nature of the disease was based on the
American Academy of Periodontology (AAP 1999) criteria. The control group (NP) was
comprised of individuals who, on clinical periodontal exam, were classified as free of
periodontitis, with PD3mm and CAL2mm (Lopez et al.2002). None of the subjects had
received periodontal treatment and information about oral hygiene before the clinical exam
and blood collection.
Material Collection
Peripheral blood sample
For genomic DNA extraction, 5.0 mL of blood was collected in tubes with EDTA,
using the “GFX
TM
Genomic Blood DNA Purification Kit” (Amersham Pharmacia Biotech),
in accordance with the manufacturer’s guidelines. DNA concentration and purity was
assessed by reading the optic density at 260 and 280nm, and the samples were afterwards
kept at -20ºC until they were used.
Material Processing
Polymerase Chain Reaction (PCR) a Perkin-Elmer GeneAmp 9700 (Perkin-
Elmer, Norwalk, CT, USA) thermocycler was used for the amplification reactions,
and these were done with 1,9 µg of DNA test with a volume of 180µl in a mix
containing 10 mM of Tris-HCl (pH 8.3), 50 mM of KCl, deoxyribonucleotides (200
µM each) and 5 U of Taq DNA polymerase (Amersham Pharmacia Biotech,
Uppsala, Sweden). The amplified DNA products were separated by electrophoresis
in 2.5% agarose gel, containing 0.05 µg/mL of ethidium bromide, and the
electrophoretic run was done between 140 and 150 volts at 40mA at the beginning
of migration. Afterwards, the gel was visualized by exposure to ultraviolet light
(300-nm), and photographed with the aid of a TCX-20.M transluminator (Vilber
Lourmat, France).
Genotyping HLA-DR, -DQ, and the cytokines TNF-α
-308G/A
, IL-6
-174G/C
, TGF-
β1
codons 10T/C and 25G/C
, IFN-γ
+874 T/A
and IL-10
-1082G/A, -819C/T, -592C/A
genotyping of the
cytokines and the HLA-DR,-DQ was done by the PCR-SSP method with “Cytokine
Genotyping Tray” and “Micro SSP™DNA Typing SSP2L” (One Lambda Inc.,Canoga
Park/CA/USA) kits, respectively, in accordance with the manufacturer’ instructions.
Genotyping of IL-1β
+3953C/T
was done by the PCR-RFLP technique, using the
following initiators: 5’ - CTC AGG TGT CCT CGA AGA AAT CAA A - 3’ / 5’- GCT
TTT TTG CTG TGA GTC CCG - 3’ (Pociot et al. 1992). PCR product digestion was
done with the restriction enzyme Taq I, generating fragments with 12, 85 and 97 bp
(allele 1 [C]) or fragments with 12 and 182 bp (allele 2 [T]).
Statistical Analysis
For statistical analysis of the allelic, genotypical and phenotypical frequencies
observed, the Exact Fisher Test was used, in accordance with the Woolf method; for the
clinical data the t-Student and Man-Whitney tests were applied with the aid of Graphpad
Prism 4.0 software. The value p
0.05 was accepted as statistically significant.
RESULTS
Table 1 shows the demographic and clinical data of the studied groups. All the patients
that participated in this research were of mixed race (Krieger et al. 1965) and were
classified as light mulatto (38.10%), medium mulatto (51.19%) or dark mulatto (10,71%).
Distribution by gender and mean age are similar in both groups as well as the mean number
of teeth per individual in each group (p=1,00), reflecting adequate composition for the
study.
The distributions of the allelic, genotypical and phenotypical frequencies foreseen of
the cytokines are shown in Table 2 (IL-1β
+3953C/T
) and in Table 3 (TNFα
-308G/A
,IL-6
-174G/C
,
TGF-β1
codons 10T/C and 25G/C
, IFN-γ
+874 T/A
and IL-10
-1082G/A, -819C/T, -592C/A
). The results of HLA-DR,-
DQ are to be found in Table 4. Genotyping of IL-1β
+3953C/T
was done with the material from
40 SCP patients and from 38 NP controls.
As seen in the IL-1β
+3953C/T
tabulated data (Table 1) and the individual being diploid, the
allelic frequency is observed doubly, in comparison with the genotypical frequency, for
each individual; of a total of 156 observations, 80 (N = 40 X 2) refer to the SCP case group,
and 76 (N = 38 X 2), to the NP control group. The frequency of allele 1 (C), in the case
group was 63/80 (26 homozygotes and 11 heterozygotes [2 X 26 + 11 = 63]); similarly, the
frequency of the allele 2 (T) was 17/80 (3 homozygotes and 11 heterozygotes [2 X 3 + 11 =
17]). For the control group, the frequency was 68 (31 X 2 + 6 = 68) for the allele 1, and 8 (2
X 1 + 6 = 8) for the allele 2. It was therefore found that allele 1 (C), whose foreseen
phenotype has low production, was the one most frequently observed among the cases
(78.75%) and controls (89.47%), while allele 2 (T), associated with the phenotype foreseen
to have high production, was twice as frequent in the cases (21.25%) than in the controls
(10.53%), with a trend towards statistical significance for this difference (p=0.08). The
homozygote genotype for allele 1 (CC), phenotype foreseen as low producer, was the most
frequent in both groups, with statistically significant difference between the case and
control groups (p=0.03). Whereas, the heterozygote (CT) and homozygote genotypes for
allele 2 (TT), phenotype foreseen as high producer, were observed with almost two times
greater frequency in the case group (35%) than in the control group (18.42%), although this
difference was not statistically significant.
DISCUSSION
Understanding of PD pathogenesis has not yet been completely elucidated. Individuals
that present polymorphisms in genetic regions that codify for the expression of hyper
responsive phenotypes of some cytokines appear to be susceptible, or protected against the
greater severity of PD. In recent reports, the association of PD with the polymorphisms of
the genes of cytokines IL-1β
+3953C/T
(Gore et al. 1998, Galbraith et al. 1999, Rogers et al.
2002, Lopez et al. 2005), TNFα
-308G/A
(Galbraith et al. 1999), IL-6
-174G/C
(Trevilatto et al.
2003, Holla et al. 2004),
TGF-β1
codons 10T/C e 25G/C
(Holla et al. 2002), IFN-γ
+874T/A
(Pravica et
al. 1999) and IL-10
-1082G/A,-819C/T,-592C/A
(Berglundh et al. 2003, Dashash et al. 2005), as well as
of Class 2 HLA (Michalowicz et al. 1991), were assessed with results that are not yet
conclusive.
The Brazilian population presents great genetic diversity. The studied sample represents
an anthropogenetic group of mixed races resulting from miscegenation among three ethnic
elements: Caucasians (whites), Blacks and Amerindians. The identification of genetic
factors, such as HLA, associated with a certain disease, is particularly important when there
are intervention and prevention protocols in groups with a predisposition for a pathology, as
is the case with periodontitis. In view of this, various studies have suggested an association
between HLA and aggressive periodontitis, but few have assessed the association between
Class II HLA antigens and severe chronic periodontitis. In the results of the present study, a
significantly increased frequency (p<0.05) of the allele HLA-DQB1*05 was observed in
the individuals of the NP control group, compared with the patients in the SCP group, and
may suggest that this allele is a genetic marker of protection against the development of
severe chronic periodontitis in this population. Nevertheless, Ohyama et al. (1996) showed
that this allele would be a genetic predisposition factor for the aggressive periodontitis in
japanese individuals, and it may suggest different genetic profiles for the two forms of
periodontitis.
The biological mechanisms that support the association between the positive genotype
and PD rest on the hypothesis that genetic polymorphisms may modulate the secretion of
cytokines, supporting the hypothesis that a hyper-inflammatory phenotype, in certain
individuals, counts in the susceptibility to certain chronic inflammatory conditions, such as
periodontitis (Kornman et al. 1997). High levels of IL-1β in the periodontal tissue and
crevicular gingival fluid (CGF) have repeatedly been associated with sites with severe
disease, as well as with patients that have specific polymorphic genotypes for this cytokine
(Stashenko et al. 1991, Pociot et al. 1992, Engebretson et al. 1999, Galbraith et al. 1997,
Galbraith et al. 1999, Figueredo et al. 1999). These increased levels have also been related
for other cytokines, such as TNF-α and IL-6 (Yamazki et al. 1994, Boström et al. 1999,
Gorska et al. 2003, Holla et al. 2004) and TGF-β (Steinsvoll et al. 1999, Cezário &
Figueredo 2004). This relation has, however, not been completely demonstrated. In the
present study (Table 2), the most frequent genotype of IL-1β
+3953
was the homozygote for
allele 1 (CC), whose foreseen phenotype has low production, which was presented with
significantly higher frequency (p=0.03) in the NP control group (81.48%) than in the SCP
case group PCS (65%), as has been found in other studies (Gore et al. 1998, Galbraith et al.
1999, Armitage et al. 2000, Walker et al. 2000, Cullinan et al. 2001, Papapanou et al. 2001,
Rogers et al. 2002, Meisel et al. 2002, Sakellari et al. 2003, Lopez et al. 2005).
From this
one infers that the homozygosis of the allele 1 (C) appears to be a protection factor for the
development of chronic periodontitis. To the contrary, some authors found a positive
association of this allele 1 of IL-1B with aggressive periodontitis in Caucasians (Diehl et al.
1999, Parkhill et al. 2000)
and in Afro-Americans (Walker et al. 2000). There may be a
relation between the findings of these studies and the results of the present work: the
positive association between allele 1 of IL-1B and aggressive periodontitis found in both
Caucasian and Afro-American populations and the negative association of this allele with
chronic periodontitis found in this study, may suggest different genetic profiles for the two
forms of periodontitis, a hypothesis previously put forward by Lopez et al. (2005). On the
other hand, observation of a greater frequency of allele 2 of IL-1β
+3953(T)
in the SCP patients
(21.25%) than in the NP controls (10.53%), with a trend towards statistical significance
(p=0,08), is in agreement with other authors that reported high prevalence of allele 2 in
advanced chronic periodontitis (Kornman et al. 1997, Galbraith et al. 1999, Mcdevitt et al.
2000, Cullinan et al. 2001, Papapanou et al. 2001, Thomson et al. 2001, Rogers et al. 2002,
Lopez et al. 2005), corroborating the studies that estimated this allele 2 of IL-1β
+3953(T)
, to be
the one less commonly observed in populations, a risk factor for chronic periodontitis.
Table 3 lists the results of observations of the frequency of polymorphisms of the genes
of cytokines TNF-α
-308G/A
, IL-6
-174G/C
, IFN-γ
+874T/A
, IL-10
-1082G/A,-819C/T,-592C/A
and TGF-β
1
codons
10T/C and 25G/C
, with no statistically significant differences being observed between the SCP
case and NP control groups. The results concerning TNFα
-308G/A
, however, showed that the
homozygote of allele 1 (GG), phenotype foreseen as low producer, in percentages, had a
higher frequency among the controls (82.93%) than in the cases (76.74%); inversely, the
percentage observed with regard to the set of genotypes whose foreseen phenotypes have
high production (GA+AA) was higher among the cases (23.26%) than in the controls
(17.07%). These findings, together with those that were observed for IL-1β
+3953
, suggest
that the higher production of these cytokines may be more associated with patients that
composed the SCP case group than with those subjects in the NP control group. While
Galbraith et al. (1999) indicated that the polymorphism of the gene TNF-α
-308
was high in
the group with advanced periodontitis, other authors were unable to show association
between the polymorphisms of this gene and susceptibility to or severity of periodontal
disease (Craandijk et al. 2002, Folwaczny et al. 2004, Donati et al. 2005, Soga et al. 2003).
Whereas for IFN-γ, cytokine that represents a key aspect of Th1 responses, the phenotype
foreseen as low producer (homozygote genotype of allele 2 [AA]) presented with greater
frequency in the SCP group of patients (51.16%) than in the NP control group (36.59%);
coherently the phenotype foreseen as high producer homozygote genotype of allele 1
(TT) was observed with lower frequency in the case group (4.65%) than in the control
group (12.9%), and may suggest a profile of less protection against the severity of the
disease in patients in the SCP group . Allele 2 of IL-10
-1082*A
has been pointed out as a risk
factor for many human diseases (Helminen et al. 1999, Tagore et al. 1999, Lio et al. 2003,
Abbas et al. 2003). Dashash et al. (2005) found equal correlation in their findings, studying
the susceptibility of children to gingivitis, and also observed an association of allele 1 IL-
10
-1082*G
as a protection factor. According to Turner et al. (1999) allele 1 of IL-10
-1082*G
is
associated with the increased production of IL-10 and allele 2 IL-10
-1082*A
is associated with
a decreased level of this cytokine.
In this study, the frequency of these alleles was similar
between the case and control groups. In the cytokine production analysis made in the
context of this study, high levels of IL-10 production were, however, found in patients in
the SCP group, and low levels of IFN-γ, when their total blood cell culture (CCST) was
stimulated with P.gingivalis, probably indicating a response of the Th2 type. This may
agree with the findings of Dashash et al. (2005) who found an association of allele 1 IL-10
-
1082*G
(phenotype foreseen as having high production) as a factor of protection against
gingivitis, a lesion of a stable nature in children, differently to the results of the present
study, which found a high production of IL-10 in the patients with severe chronic
periodontitis, a lesion of a progressive nature in adults, approximating the model proposed
by Gemmell & Seymour (2004).
This hypothesis is corroborated by the findings of
Berglundh et al (2003) who observed significantly higher proportion in the presence of this
allele 1 IL-10
-1082*G
, and genotype GG, phenotype foreseen as having high production, in the
patients (Swedes, Caucasians, 36-74 years of age, N=60) with severe, generalized chronic
periodontitis than in the controls (periodontally healthy individuals, 35-78 years of age,
N=39).
Chronic periodontitis is probably a complex genetic disease. In one of their studies in
twins, Michalowicz et al. (2000) estimated that around 50% of chronic periodontitis is due
to genetic factors. In contrast to simple genetic diseases that may be caused by a single
genetic mutation, it is plausible that the additive effect of multiple genes may be a
determinant of susceptibility in complex diseases such as chronic periodontitis. Interactions
among the polymorphic forms of critical genes may act in conjunction with environmental
factors, complicating the disease model even further. In a similar model, one single allele of
the gene may contribute to susceptibility, but may not make an ample and sufficient
contribution to the result of the disease. Genetic polymorphisms have, however, been used
historically as genetic markers for identifying genes that cause diseases in association
studies (Research, Science and Therapy Committee of AAP 2005). In the present study,
although there was only a statistically significant result for the study of the polymorphisms
of IL-1β
+3953C/T
and HLA-DQB1*05, some of the other findings, as previously seen,
signaled the possibility of competition from other polymorphisms for the profile of
protection and/or risk for severe chronic periodontitis in the studied individuals, meeting
with the supposition that this form of PD is a disease subject to polygenic influence.
Tabelas
Tabelas
Table 1: Gender, ethnicity, age and clinical data of the study groups.
Data
SCP
(n = 43)
NP
(n = 41)
Gender
Women
Men
n
25
18
%
58.14
41.86
n
24
17
%
58.54
41.46
Ethnic Group
Light Mulatto (38.10%)
Medium Mulatto(51.19%)
Dark Mulatto (10.71%)
16
21
6
37.20
48.84
13.96
16
22
3
39.02
53.66
7.32
Mean + SD
Age (years) 38.72±5.91 36.53 ± 5.35
No. of teeth present 23 ± 6 25 ±5
VPI (%) 79.85 ±21.73 60.63 ±17.76†*
GBI (%) 13.73 ±7.98 5.99 ±3.36‡*
BPI (%) 35.91±20.50 3.93+ 2.91‡**
PD (mm) 7 ±1 2 ±1
CAL (mm) 8 ±2 1±1
* p 0.05; **p 0.01; t-student; Mann-Whitney. Mann-Whitney RANK values
for SCP individuals (case group) and NP (control group), respectively. 19.94 and
15.94 for GBI; 25.79 and 9.76 for BPI. Visible plaque index (VPI), gingival bleeding
index (GBI), bleeding on probing index (BPI), probing depth (PD) and clinical
attachment level (CAL).
Table 2: Distribution of the allelic, genotypical and phenotypical frequencies foreseen in
the polymorphism of the IL-1β
+3953C/T
gene in the case (SCP) and control (NP) groups.
IL-1β
+3953C/T
SCP n=40 NP n=38
n % n % P
Allelic Frequency
Allele 1 (C)
Allele 2 (T)
63
17
78.75
21.25
68
08
89.47
10.53
0.08
Genotypical Frequency
1-1 (CC)
1-2 (CT)
2-2 (TT)
26
11
03
65.00
27.50
7.50
31
06
01
81.48
15.79
2.63
0.03
1.00
0.33
Phenotypical Frequency(
a
)
Low producer (CC)
High producer (CT+TT)
26
14
65.00
35.00
31
07
81.48
18.42
0.03
0.12
Exact Fisher Test -Alleles:OR=0.43; CI=0.17 to 1.08; Genotypes:OR=0.22;CI 95%= 0.05
to 0.90.
a
Foreseen cytokine production Phenotype in accordance with Stashenko et al. 1991,
Pociot et al. 1992, Gore et al. 1998, Engebretson et al. 1999, Galbraith et al. 1999.
Table 3: Genotypical and phenotypical frequency of polymorphism of the genes TNF-α
-
308G/A
, IL-6
-174G/C
, IFN-γ
+874T/A
, IL-10
-1082G/A,-819C/T,-592C/A
and TGF-β
1
codons 10T/C and 25G/C
, in the
individuals in the case (SCP) and control (NP) groups. Exact Fisher Test.
Genotype (Phenotype
a
) SCP n = 43
n %
NP n = 41
n %
p
TNF-α
-308G/A
G/G (low producer)
GA+AA (high producer)
33
10
76.74
23.26
34
07
82.93
17.07
0.59
IL-6
-174G/C
GG+GC (high producer)
CC (low producer)
41
02
95.35
4.65
40
01
97.56
2.44 1.00
TGF-β1
codons 10T/C e 25G/C
T/T G/G; T/C G/G (high producer)
T/C G/C; C/C G/G; T/T G/C
(intermediate)
C/C G/C; C/C C/C; T/T C/C; T/C C/C
(low)
28
13
02
65.12
30.23
4.65
28
09
04
68.29
21.95
9.76
0.81
0.46
0.43
IFN-γ
+874T/A
TT (high producer)
TA (intermediate)
AA (low producer)
02
19
22
4.65
44.19
51.16
05
21
15
12.19
51.22
36.59
0.25
0.66
0.19
IL-10
-1082G/A,-819C/T,-592C/A
GCC/GCC (high producer)
GCC/ACC; GCC/ATA (intermediate)
ACC/ACC; ACC/ATA; ATA/ATA (low)
03
22
18
6.98
51.16
41.86
03
23
15
7.32
56.10
36.58
1.00
a
Foreseen cytokine production phenotype in accordance with Wilson et al. (1993), Pravica
et al. (1997), Turner et al. (1997), Fishman et al. (1998), Kurtis et al. (1999), Awad et al.
(1998), Pravica et al. (2000), Turner et al. (1999).
Table 4. Frequency of alleles HLA-DRB1*,-B3*,-B4*,-B5*,-DQB1* in the group of
patients with severe chronic periodontitis (SCP) and in the control group (NP).
HLA Allelic Group Serological
Correspondent
SCP
(%)
NP
(%)
RR p
DRB1*01 DR1 11.63 21.95 ns
DRB1*15 DR15(2) 30.23 29.27 ns
DRB1*16 DR16(2) 4.65 2.44 ns
DRB1*03(17) DR17(3) 13.95 7.32 ns
DRB1*03(18) DR18(3) 0.0 7.32 ns
DRB1*04 DR4 13.95 19.51 ns
DRB1*07 DR7 25.58 26.83 ns
DRB1*08 DR8 6.28 24.39 ns
DRB1*09 DR9 6.98 4.88 ns
DRB1*10 DR10 6.98 12.20 ns
DRB1*11 DR11(5) 20.93 9.76 ns
DRB1*12 DR12(5) 0.0 2.44 ns
DRB1*13 DR13(6) 34.88 17.07 ns
DRB1*14 DR14(6) 0.0 9.76 ns
DRB3* DR52 67.44 53.66 ns
DRB4* DR53 48.84 51.22 ns
DRB5* DR51 34.88 31.71 ns
DR blank 11.63 4.88 ns
DQB1*02 DQ2 9.53 36.59 ns
DQB1*03 DQ7(3) 34.88 21.95 ns
DQB1*03 DQ8(3) 13.95 17.07 ns
DQB1*03 DQ9(3) 9.30 2.44 ns
DQB1*04 DQ4 9.30 19.51 ns
DQB1*05 DQ5(1) 27.91 51.22 0.5449 0.0438
DQB1*06 DQ6(1) 39.53 39.02 ns
DQ blank 25.58 12.20 ns
ns – not significant; RR = Relative Risk
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6 DISCUSSÃO
Doenças Periodontais originam-se clinicamente de uma via que é similar a muitas
doenças comuns envolvendo fatores microbiológicos, genéticos e comportamentais que,
juntos, determinam as características da doença em um indivíduo específico. A resposta
imuno-inflamatória é elemento chave para a compreensão de sua patogenia e as citocinas
desempenham papel importante no desenvolvimento da doença Embora patógenos
periodontais sejam claramente os seus iniciadores e perpetuadores, existe aumentada
evidência de que fatores do hospedeiro, incluindo os genéticos, são contribuintes
importantes para a manifestação clínica da periodontite (MICHALOWICZ, 1994; HART &
KORNMAN, 1997; BAKER, 2005).
Os resultados do presente estudo mostram que os pacientes com periodontite
crônica severa, grupo PCS, estavam infectados, em sua maioria, por Porphyromonas
gingivalis. Foi observada uma acentuada produção de IL-10 e baixa produção de IFN-γ na
cultura de lulas de sangue total (CCST) desses pacientes quando estimulada com extrato
bruto de P.gingivalis. Quanto à resposta imune humoral, detectou-se significativamente
elevada produção de IgG sérica anti-P.gingivalis no grupo PCS, em contraste com baixa
produção no grupo NP, com predominância para a subclasse IgG4. Nos polimorfismos
estudados, encontraram-se diferenças estatisticamente significativas entre os indivíduos do
grupo PCS e NP em relação ao polimorfismo da IL-1β
+3953
e ao alelo HLA-DQB1*05.
Na realização de estudos que visam propor testes diagnósticos, geralmente faz-se
necessária inclusão de indivíduos nas mais variadas classificações de gravidade de uma
enfermidade. Entretanto, neste trabalho, um dos objetivos foi conhecer melhor a resposta
imune do indivíduo considerando-se a interação patógeno-hospedeiro na periodontite
crônica. Assim, procedeu-se a dicotomização dos voluntários participantes da pesquisa em
dois grupos extremos, comparando os indivíduos portadores de doença em estágio severo
(grupo PCS) com indivíduos clinicamente sadios ou com periodontite leve de acordo com a
classificação de 1999 da AAP (grupo NP). A avaliação estatística dos achados clínicos
demonstrou que ambos os grupos em estudo estavam bem padronizados quanto à idade e ao
número de dentes presentes na boca. A detecção de diferenças estatisticamente
significativas entre os dois grupos quando da análise do Índice de Sangramento Gengival
(ISG), Índice de Sangramento à Sondagem (ISS) e Índice de Placa Visível (IPV) ratificou a
existência de um maior desafio microbiano nos indivíduos com PCS e, conseqüentemente,
sinais clínico-inflamatórios mais exacerbados, padrão usual de manifestação dessa forma
comum de DP.
Os periodontopatógenos podem ser encontrados no biofilme dental de indivíduos
periodontalmente sadios e, muito especialmente, de pacientes com DP, embora em
diferentes prevalências entre os grupos (GRIFFEN et al, 1998; vanWINKELHOFF et al,
2002). Ademais, a presença de determinados microrganismos em bolsas profundas pode
apresentar, verdadeiramente, um risco maior de perda de inserção (RAMS et al, 1996).
Porphyromonas gingivalis, um dos principais componentes do complexo “vermelho” de
Socransky et al (1998), tem sido associada com o início e progressão da DP, principalmente
em indivíduos adultos, sendo encontrada na maioria dos sítios com alta atividade de doença
na periodontite crônica (CONDORELLI et al, 1998). Sua patogenicidade é representada
por um grande número de fatores de virulência capazes de induzir intensa destruição
tecidual. No presente estudo, 29 pacientes (67,4%) dos 43 do grupo PCS estavam
infectados com P.gingivalis. Este achado é consistente com muitos outros estudos, cujas
variações de prevalência em diversas regiões geográficas são sumarizadas no Quadro 1.
Nos estudos de Ximénez-Fyvie et al (2000) e de Rudney et al (2003), a presença de
P.gingivalis não foi observada em nenhum dos indivíduos controles. Isto corrobora com o
presente trabalho em que esse periodontopatógeno não foi, também, detectado no grupo
controle NP. Esta ausência de P.gingivalis em indivíduos periodontalmente sadios também
constatada por Mayanagi et al (2004), pode evidenciar uma estreita associação dessa
espécie com a periodontite, como previamente reportado (TAKEUCHI et al, 2001;
COLOMBO et al, 2002; KUMAR et al, 2003; YANG et al, 2004).
O entendimento da patogênese da DP ainda o es completamente elucidado.
Sabe-se que a resposta imuno-inflamatória é elemento chave para a sua compreensão e que
as citocinas desempenham papel importante no desenvolvimento da doença. Muitas
pesquisas têm sido direcionadas para os subtipos de linfócitos-T, que são distinguidos de
acordo com a função da citocina secretada. Tanto células Th1 quanto Th2 podem ser
encontradas na inflamação gengival. Alguns estudos relacionam a resposta Th1 à presença
de doença periodontal estável, enquanto que as respostas Th2 parecem estar relacionadas à
doença progressiva (GEMMELL & SEYMOUR, 2004). Ademais, considerável número de
estudos mostra variação intersujeitos na produção de citocinas que pode ser influenciada
por vários fatores inclusive genéticos. Esses estudos enfatizam a natureza multifatorial da
regulação de citocinas. Indícios de que susceptibilidade a DP pode relacionar-se com
diferenças individuais nas secreções de citocinas têm vindo de dados demonstrando que
células mononucleares do sangue periférico de pacientes periodontais secretam níveis
aumentados de citocinas pró-inflamatórias em resposta a estímulo padrão (McFARLANE
et al, 1990; SHAPIRA et al, 1994).
Dentre os objetivos do presente trabalho foram realizados experimentos para avaliar a
produção de IL-10 e IFN-γ em cultura de células de sangue total (CCST) sob estímulo com
antígenos bacterianos. Neste estudo, a contagem total e diferencial de leucócitos foi
realizada com o intuito de haver um maior controle sobre a quantidade e qualidade celular
utilizada na CCST por indivíduo. Dessa forma, foram excluídos indivíduos que
apresentaram valores absolutos dos leucócitos inferiores ou superiores aos valores de
referência populacionais (NASCIMENTO, 2003). Nos indivíduos incluídos na pesquisa,
observou-se que o número total de leucócitos e o número absoluto de neutrófilos foram
estatisticamente superiores nos indivíduos com periodontite crônica severa em comparação
ao grupo de voluntários não acometidos pela doença. Os estudos na literatura avaliando
aspectos hematimétricos em indivíduos com periodontite são escassos. Christian et al
(2002) observaram redução do número absoluto de leucócitos, número absoluto de
neutrófilos e número de plaquetas após terapia periodontal não cirúrgica em indivíduos
portadores de periodontite agressiva generalizada. Fokkema et al (2003), em indivíduos
com periodontite crônica, observaram redução do número total de leucócitos, números
absolutos de linfócitos e eosinófilos e uma tendência à redução do número de neutrófilos e
basófilos após tratamento da doença. No entanto, em um estudo anterior Fokkema et al.
(2002) não observaram diferenças entre os valores de leucograma de indivíduos com e sem
periodontite crônica.
IL-10 foi descrita primariamente como um fator inibidor de síntese de citocina (CSIF)
secretada por lulas murinas Th2 e capaz de inibir o perfil de citocinas de células Th1,
particularmente IFN-γ (FIORENTINO et al, 1989). Correntemente, existe um grande
interesse nas propriedades regulatórias da IL-10 na resposta imune. No presente estudo foi
observada uma acentuada produção de IL-10 e baixa produção de IFN-γ sob os estímulos
bacterianos testados, ou seja, E.coli e Porphyromonas gingivalis (Pg). Esses resultados
sugerem uma forte regulação da resposta imune celular especialmente a P. gingivalis. A
alta proporção IL-10:IFNγ encontrada pode ser devido à sinalização através de diferentes
Toll Like Receptors (TLR). A maioria dos LPS das bactérias gram-negativas sinaliza
através de TLR-4. Entretanto, Pg tem uma incomum sinalização TLR-2. Alguns autores
sugerem não haver sinalização do LPS da Pg através TLR-4 (HIRSCHFIELD et al, 2001)
enquanto outros observaram um papel antagonista do LPS da Pg para este receptor
(BAINBRIDGE & DARVEAU, 2001; YOSHIMURA et al, 2002; COATS et al, 2003).
Contraditoriamente, foi reportada sinalização de Pg por meio de ambos receptores TLR-2 e
TLR-4 (OGAWA et al, 2002; DARVEAU et al, 2004). Ogawa et al (2002) sugeriram que,
se corretamente purificada, LPS de Pg exerce sinalização por TLR-4 enquanto que
moléculas associadas ao LPS de Pg, provavelmente lipoproteínas, sinalizam por meio de
TLR-2. Isto é suportado por recentes estudos indicando que componentes de Pg, diferentes
de LPS ou fímbria, usam sinalização TLR-2 e induzem alta secreção de citocinas
(KASUMOTO et al, 2004; ASAI et al, 2005). Os experimentos de Martin et al (2003)
indicam sinalização de Pg através TLR-2 com o uso da via do fosfatotidilinositol 3-cinase-
Akt com uma conseqüente alta produção de IL-10 e baixa de IFN-γ. Isto concorda com os
achados observados na metodologia ex-vivo de CCST de pacientes periodontais usada no
presente trabalho e é uma possível explicação molecular para esses resultados.
Uma significativa alta produção de IL-10 foi verificada nos sobrenadantes da CCST dos
voluntários com PCS quando as células foram estimuladas com extrato de P. gingivalis e
LPS de E. coli, em comparação à dos indivíduos não acometidos pela doença. Lappin et al
(2001), realizando um estudo imunohistoquímico em tecido de granulação de lesões
periodontais, observaram que IL-10 foi a citocina mais abundante e fortemente expressa,
seguida de IL-6, IL-4, IFN e IL-2. Entretanto, de acordo com Gemmell et al (2002),
clones de células Th específicos para Pg induzem um perfil misto de elevada produção das
citocinas IL-4 e IFNγ e de baixa produção de IL-10. Isto leva à presunção de que, no
presente estudo, as principais células produtoras de IL-10 podem o ter sido células Th.
Monócitos, células B e células regulatórias são fontes prováveis (SEYMOUR et al, 1993).
LPS de E.coli é amplamente usada para avaliação de responsividade celular em diversas
doenças e condições inflamatórias. Os resultados presentes indicam que sujeitos com PCS
podem responder fortemente a estímulo inespecífico. Um experimento com CCST
realizado por Nakamura et al (2004) demonstrou que mesmo baixas concentrações de LPS,
tão baixas quanto aquelas observadas no sangue periférico de pacientes periodontais,
podem primar monócitos e afetar a resposta imune dos sujeitos doentes. Fokkema et al
(2002) observaram alta produção de PGE
2
e baixa produção de IL-12p40 em CCST
estimulada com LPS de E. coli e sugeriram que este LPS induz resposta imune Th2.
Entretanto, não observaram diferenças entre os sujeitos com e sem periodontite crônica nas
produções de PGE
2
, IL-1β, IL-6, IL-8, IL-12p40, IL-12p70, TNF-α e IL-10. Divergências
nos resultados do presente estudo com aqueles obtidos por Fokkema e colaboradores
podem ser devido às diferentes metodologias em relação aos critérios de diagnóstico da
doença, variações na técnica CCST ou mesmo à variabilidade genética dos indivíduos que
compuseram as amostras destes dois estudos.
Malefyt et al (1991) induziram bloqueio de IL-10 endógena com o uso de anticorpos
anti-IL-10 em cultura de monócitos e observaram que IL-10 endógena contribui para
redução de secreção de citocinas por monócitos estimulados. Esses resultados coincidem
com a associação negativa encontrada no presente estudo entre a concentração basal de IL-
10 (SE), e de IFN-γ produzida sob estímulo de extratos bacterianos. Receptores de IL-10 e
IFN-γ possuem via de sinalização JAK/STAT. IL-10 promove sinalização por meio de
STAT3 e IFN-γ via STAT1 (YOSHIMURA et al, 2003). SOCS1 é uma proteína que regula
negativamente a transdução de STAT-1 e IL-10 é um indutor da produção de SOCS-1. Isto
explica parcialmente o mecanismo pelo qual a IL-10 pode inibir a produção de IFN-γ
(YOSHIMURA et al, 2003; PESTKA et al, 2004).
No presente estudo, variações individuais na produção de citocinas foram verificadas
bem como detectada grande amplitude de valores, fato também observado por Kobayashi
et al. (2000). Observou-se uma maior produção de IFN-γ entre os indivíduos do grupo NP
em relação aos pacientes do grupo PCS. Estudos de osteoimunologia têm provido
evidências de complexas redes de regulação de citocinas associadas com a
osteoclastogênese. Entretanto, a exata contribuição do IFN-γ para a perda óssea alveolar in
vivo não está perfeitamente esclarecida. Alguns estudos têm sugerido um efeito inibitório
do IFN-γ sobre a osteoclastogênese (OHISHI et al, 2005; PANG et al, 2005). Takayanagi
(2005) enfatiza que a perda óssea pode ser atribuída a um inadequado controle do
metabolismo ósseo pelo sistema imune e que níveis menores de IFN-γ facilitaria a ação de
RANKL sobre a diferenciação de osteoclastos, o que justificaria os achados deste
experimento. Por outro lado, existe evidência que IFN-γ pode exercer um papel no aumento
da osteoclastogênese (KOTAKE et al, 2005). Em camundongos, a produção de IFN-γ
aumenta, em paralelo com LPS, a indução de reabsorção óssea (MORIYAMA et al, 2002).
No estudo de Baker et al (1999) camundongos IFN-γ nocaute manifestaram
significativamente perda óssea alveolar reduzida após desafio com P. gingivalis.
Foram observados níveis mais elevados de IgG sérica anti-P.gingivalis no grupo PCS
em relação ao grupo NP, resultados que encontram consonância na literatura (EBERSOLE
et al, 1986; LOPATIN & BLACKBURN, 1992). Embora isto tenha sido verificado,
algumas exceções foram observadas, destacando-se dois indivíduos no grupo NP que
apresentaram níveis extremamente elevados daquela IgG, sendo classificados como altos
respondedores (NP
ar
). no grupo com periodontite crônica severa, os pacientes PCS1 e
PCS14 foram classificados como baixos respondedores. No entanto, as concentrações de
IL-10 e IFN-γ desses indivíduos não destoavam da média do grupo PCS. Esses fatos
ressaltam as grandes variações individuais na resposta imune ao periodontopatógeno. A
análise estatística pelo coeficiente de correlação de Spearman detectou uma correlação
positiva entre os níveis séricos de IgG anti-P.gingivalis e a concentração de IL-10
produzida in vitro sob estímulo de extrato dessa bactéria.Ademais, houve também uma
correlação positiva entre IgG sérica anti-P.gingivalis e os parâmetros clínicos IP, ISG e
ISS, o mesmo não acontecendo em relação a PS e NIC. Schenck et al (1985) também
observaram uma correlação negativa entre IgG sérica anti-LPS de P. gingivalis e o número
de bolsas periodontais com PS ≥ 5 mm.
Quanto aos subgrupos de IgG, alguns estudos na literatura observaram a
predominância da subclasse IgG2, cuja produção é dependente de IFN-γ, na resposta imune
humoral a P. gingivalis (LOPATIN & BLACKBURN, 1992; WHITNEY et al, 1992;
POLAK et al, 1995). No entanto, em estudos prévios do laboratório onde foi realizado este
trabalho, Trindade (2005) detectou uma acentuada produção de IgG4 anti-P.gingivalis,
sendo que esta subclasse foi a que melhor distinguiu os grupos com periodontite e
clinicamente sadio. A IgG4 é uma subclasse cuja produção depende de IL-4. Wilton et al
(1993) encontraram evidências que sugerem uma produção local de IgG4 nos tecidos
periodontais em contraste com as outras subclasses de IgG que aparentam ser oriundas do
plasma. Isto indica que a IgG4 pode ter uma importância ainda o totalmente
compreendida na resposta imune aos microrganismos do biofilme dental. Esses mesmos
autores observaram uma correlação negativa entre a IgG4 do fluído gengival e a gravidade
da doença. Gemmell et al (2004b), em um estudo imunohistoquímico em biópsias
gengivais, observaram um aumento no número de células B IgG4+ em comparação a
células IgG2+ em indivíduos com periodontite em contraponto aos achados dos indivíduos
com periodonto clinicamente sadio ou gengivite, também verificando uma proporção direta
entre o número de células B IgG4+ e a gravidade da doença.
Como visto, no presente trabalho, foi detectada nos sobrenadantes de cultura uma alta
produção de IL-10 e baixa produção de IFN-γ sob estímulo de P. gingivalis. Encontrou-se
uma correlação negativa entre a IgG sérica anti-P.gingivalis e a concentração basal de IFN-
γ, bem como uma correlação positiva entre a IgG sérica anti-P.gingivalis e a concentração
basal de IL-10. Esses resultados convergem aos achados de Trindade (2005), apesar de ter
sido realizado com grupos de voluntários distintos, e sugerem que a P. gingivalis desvia a
resposta imune para um perfil Th2, com produção de anticorpos IgG4 incapazes de
promover mecanismos efetores protetores como a ativação do sistema complemento ou
opsonização eficaz. Este perfil de baixa produção de IFN-γ verificado nos pacientes do
grupo PCS concorda com o fato de que na análise do polimorfismo IFN-γ
+874T/A
, o fenótipo
previsto baixo produtor (genótipo homozigoto do alelo 2 [AA]) apresentou-se com maior
freqüência neste grupo.
Juntos, os resultados observados no presente trabalho estão de acordo com a hipótese
sugerida por Bainbridge & Darveau (2001) de que um periodonto clinicamente sadio é
mantido por uma resposta imune inata altamente orquestrada que protege o hospedeiro
contra a infecção. Esses autores propuseram que P. gingivalis possui um papel na ruptura
desse equilíbrio dinâmico entre o hospedeiro e a microbiota e que isto interfere com a
habilidade do hospedeiro em recrutar neutrófilos para os sítios infectados por inibir a
expressão de IL-8 de células epiteliais expostas ao seu LPS. Nos achados deste trabalho, a
ausência de P. gingivalis nos indivíduos do grupo controle NP corrobora com a assertiva
dessa hipótese. a alta proporção IL-10:IFN-γ observada neste estudo em resposta ao
extrato bruto de P. gingivalis, bem como a predominância de produção da IgG4, podem
evidenciar as peculiaridades da resposta imune a esta bactéria, associada ao caráter crônico
da doença, concordando com o modelo de transição de lesão periodontal estável para lesão
progressiva efetuar-se sob o perfil de uma resposta imune do tipo Th2 (GEMMELL &
SEYMOUR, 2004).
Embora evidências de que variações na resposta imune do hospedeiro frente à agressão
bacteriana estão em parte sob controle genético, tornando estes fatores hereditários
determinantes importantes da susceptibilidade e expressão da DP (MICHALOWICZ et al,
1991; MICHALOWICZ, 1994; HART & KORNMAN, 1997; KORNMAN & GIOVINE,
1998; SCHENKEIN, 1998; WILSON, 1999; MICHALOWICZ et al, 2000; BAKER,
2005), esta associação não se encontra perfeitamente estabelecida.
Estudos sobre a variação intersujeitos na produção de citocinas, em associação com a
periodontite crônica, foram sumarizados no Quadro 2, verificando-se que a hipersecreção
de vários mediadores encontra-se relacionada com a DP. Os mecanismos biológicos que
dão suporte à associação entre genótipo positivo e DP repousam na hipótese de que
polimorfismos genéticos podem modular a secreção de citocinas. Estes achados advêm
desde o estudo clássico de Kornman et al (1997), suportando a hipótese de que um fenótipo
hiper-inflamatório, em certos indivíduos, conta para a susceptibilidade para determinadas
condições inflamatórias crônicas como a periodontite. Desta forma, indivíduos que
possuem certos alelos que codificam para a expressão de fenótipos hiper-responsivos de
algumas citocinas parecem ser susceptíveis, ou protegidos, à maior severidade da DP.
Níveis elevados de IL-1β no tecido periodontal e no fluído gengival crevicular (FGC)
foram repetidamente associados a sítios com doença severa, bem como a pacientes
portadores de genótipos polimórficos específicos para esta citocina (STASHENKO et al,
1991; POCIOT et al, 1992; ENGEBRETSON et al, 1999; GALBRAITH et al, 1997;
GALBRAITH et al, 1999; FIGUEREDO et al 1999). Esses níveis aumentados também têm
sido relatados para outras citocinas, tais como TNF-α e IL-6 (YAMAZKI et al, 1994;
BOSTRÖM et al, 1999; GORSKA et al, 2003; HOLLA, 2004) e TGF-β (STEINSVOLL et
al, 1999; CEZÁRIO & FIGUEREDO, 2004).
Em relatos recentes, a associação da DP com os polimorfismos dos genes das citocinas
IL-1β
+3953C/T
(GORE et al, 1998; GALBRAITH et al, 1999; ROGERS et al, 2002; LOPEZ
et al, 2005), TNFα
-308G/A
(GALBRAITH et al, 1999), IL-6
-174G/C
(TREVILATTO et al, 2003;
HOLLA et al, 2004),
TGF-β1
códons 10T/C e 25G/C
(HOLLA et al, 2002), IFN-γ
+874T/A
(PRAVICA
et al, 1999) e IL-10
-1082G/A,-819C/T,-592C/A
(BERGLUNDH et al, 2003; DASHASH et al, 2005)
tem sido avaliada com resultados ainda o conclusivos. Um dos propósitos deste trabalho
foi estudar esses polimorfismos de forma conjunta, considerando o importante papel que
essas citocinas desempenham na regulação da resposta imune dos indivíduos à agressão das
bactérias do biofilme dental. Este trabalho é o primeiro, a partir da literatura consultada que
aborda o estudo desses polimorfismos, conjuntamente, em relação a periodontite crônica.
Enquanto Kornman et al (1997) reportaram uma associação entre os polimorfismos da
IL-1 e periodontite do adulto, vários outros estudos (Quadro 4) provieram evidências
variáveis que têm confirmado (GORE et al, 1998; McGUIRE & NUNN, 1999;
GALBRAITH et al, 1999; McDEVITT et al, 2000; CULLINAN et al, 2001;
PAPAPANOU et al, 2001; LOPEZ et al, 2005)
ou rejeitado (LAINE et al, 2001; ROGERS
et al, 2002; SAKELLARI et al, 2003; TREVILATTO et al, 2003)
essa relação. Diferenças
nos resultados entre os estudos podem ser devidas a vários fatores. Heterogeneidade na
freqüência dos polimorfismos IL-1 nas populações estudadas devido a variações étnicas
podem explicar algumas diferenças. Por exemplo, Armitage et al (2000) encontraram que
somente 2,3% de indivíduos de hereditariedade chinesa portavam o genótipo composto IL-
1 positivo (alelo 2 da IL-1α
+4845
e da IL-1β
+3953(T)
), associado ao risco. Da mesma forma,
Anusaksathien et al (2003) verificaram que somente 1,6% dos indivíduos de um grupo
étnico de Thai portava esse genótipo composto. Walker et al (2000), estudando uma
população afro-americana, reportaram que a prevalência desse genótipo positivo era 14%
no grupo controle e 8% na forma localizada de periodontite agressiva. Devido à alta
freqüência do alelo 1 da IL-1β
+3954(C)
(99% de controles e 100% de pacientes), com a
maioria dos sujeitos sendo homozigotos para este alelo, este polimorfismo forneceu
pequena informação para a periodontite agressiva em afro-americanos. no presente
estudo, o alelo 2 da IL-1β
+3953(T)
, relacionado ao risco, foi observado, com tendente
significância estatística (p=0,08), em 21,25% dos pacientes com periodontite crônica, grupo
PCS, e em 10,53% dos indivíduos sem periodontite (NP), grupo controle.
Segundo Kinane et al (2003) a manifestação dos sinais clínicos significativos na
periodontite crônica não acontece até a terceira década de vida enquanto que, para a
periodontite agressiva, pode ocorrer na primeira, segunda, terceira e quarta décadas. Esta
variabilidade dificulta o diagnóstico da DP e pode ser considerado um fator de confusão em
estudos sobre esta doença. Por outro lado, resultados contraditórios encontrados em rios
estudos podem também ser explicados pelas diferenças nos critérios diagnósticos usados
para definir DP, pela inclusão de outros fatores de risco, por baixo número de sujeitos
estudados e as características dos controles. Também, existe evidência de que fatores
ambientais, culturais, e sócio-econômicos, podem incrementar a iniciação da periodontite e
que esta iniciação da doença pode ser evitada ou minimizada por medidas preventivas
pessoais ou profissionais. Porquanto existam muitos fatores que influenciam a iniciação,
progressão, e severidade das DPs, é importante que os sujeitos usados para estudar a
associação entre DPs e fatores genéticos devam ser indivíduos que não estão sob tratamento
periodontal, profilaxia dental, ou instruções de higiene oral (KINANE et al, 2003).
Uma importante característica deste estudo é que os sujeitos foram selecionados de uma
população homogênea com similar status étnico, sócio-econômico, nível de educação, e
outros dados demográficos, conforme apresentados na Tabela 1. Adicionalmente, nenhum
tinha recebido terapia periodontal ou instruções individual ou pessoal de como prevenir DP.
Por outro lado, os critérios de exclusão foram bastante rígidos sobre condições que,
reconhecidamente, interferem no desenvolvimento da DP, como o fumo. Foi estabelecida
uma faixa etária mais condizente com o tipo de doença estudada, entre 30 e 50 anos, e
adotados os critérios diagnósticos da Academia Americana de Periodontologia, pela sua
abrangência mundial, cujos exames foram executados por investigador calibrado (kappa
0,81). O tamanho da amostra, similar a vários estudos, foi o possível obtido a partir da
rigorosa seleção feita entre os indivíduos oriundos do Distrito-Sanitário Cabula-Beirú e
demandados à atenção do Curso de Odontologia da EBMSP/FBDC, durante os dois
semestres letivos de 2004, e que atendessem aos critérios de inclusão/exclusão
estabelecidos para esta investigação. Assim, buscou-se observar condições as mais
apropriadas possíveis na população amostral visando à sua adaptabilidade ao estudo da
associação entre DP e fatores genéticos.
A população brasileira apresenta uma grande diversidade genética. A amostra estudada
representa um grupo antropogenético resultante da miscigenação entre três elementos
étnicos: caucasóides (brancos), negros e ameríndios. Todos os pacientes que participaram
da pesquisa eram mestiços (KRIEGER et al, 1965) e foram classificados como mulato claro
(38,10%), mulato médio (51,19%) ou mulato escuro (10,71%). A identificação de fatores
genéticos, como o HLA, associados a determinada doença é particularmente importante
quando protocolos de intervenção e prevenção em grupos com predisposição para a
patologia existem, como é o caso da periodontite. Em vista disto, vários estudos têm
sugerido associação entre o HLA e a periodontite agressiva; porém, poucos avaliaram a
associação entre antígenos HLA de classe II e periodontite crônica severa. Neste trabalho,
foi estudada a possível associação da Periodontite Crônica Severa e alelos do HLA de
classe II na amostra de mestiços investigada. Foi observada uma freqüência
significativamente maior (p<0,05) do alelo HLA-DQB1*05 nos indivíduos do grupo
controle NP, comparada aos pacientes do grupo PCS, podendo sugerir ser este alelo um
marcador genético de proteção para o desenvolvimento da periodontite crônica severa,
nessa população. Contrariamente, Ohyama et al (1996) assinalaram que este alelo seria um
fator de predisposição genética para a periodontite agressiva, em japoneses, estabelecendo
uma sugestão de que essas duas formas de periodontite podem tratar-se de doenças com
diferentes perfis genéticos.
No presente estudo, o genótipo mais freqüente de IL-1β
+3953
foi o homozigoto para o
alelo 1 (CC), que se apresentava significativamente (p=0,03) com maior freqüência no
grupo controle NP (81,48%) do que no grupo caso PCS (65%), como tem sido encontrado
em outros estudos (GORE et al, 1998; GALBRAITH et al, 1999; ARMITAGE et al, 2000;
WALKER et al, 2000; CULLINAN et al, 2001; PAPAPANOU et al, 2001; ROGERS et al,
2002; MEISEL et al, 2002; SAKELLARI et al, 2003; LOPEZ et al, 2005).
Depreende-se
disto que a homozigose do alelo 1 (C) aparenta ser um fator de proteção para o
desenvolvimento da periodontite crônica. De outra forma, Parkhill et al (2000) estudaram
uma amostra de 142 indivíduos caucasianos e encontraram que esse genótipo homozigoto
era o mais freqüente em pacientes com periodontite agressiva (N=70), enquanto que o
genótipo heterozigoto era o mais freqüente em indivíduos controles sadios (N=72). Diehl et
al (1999) também encontraram que o alelo 1 da IL-1B era provavelmente mais importante
para o risco de periodontite agressiva em uma população heterogênea de afro-americanos e
caucasianos. Os achados desses dois estudos podem guardar uma relação com o presente
trabalho na medida em que foi verificado que o genótipo homozigoto (CC) para o alelo 1 da
IL-1β
+3953(C)
, fenótipo previsto de baixa produção, pode ser um fator protetor para o
desenvolvimento da periodontite crônica severa e, inversamente, o genótipo heterozigoto
deste alelo mostrou-se mais elevado nos pacientes com a doença (27,5%) do que nos
controles (15,79%). A associação positiva entre o alelo 1 da IL-1B e periodontite agressiva
encontrada em ambas populações de caucasianos (DIEHL et al, 1999; PARKHILL et al,
2000)
e de afro-americanos (WALKER et al, 2000) e a associação negativa deste alelo com
periodontite crônica encontrada no presente estudo, pode sugerir diferentes perfis genéticos
para as duas formas de periodontite.
A observação de uma maior freqüência do alelo 2 da IL-1β
+3953(T)
nos pacientes PCS
(21,25%) do que nos controles NP (10,53%), com tendência de significância estatística para
esta diferença (p=0,08), concorda com outros autores que reportaram alta prevalência do
alelo 2 em periodontite crônica avançada (KORNMAN et al, 1997; GALBRAITH et al,
1999; McDEVITT et al, 2000; CULLINAN et al, 2001; PAPAPANOU et al, 2001;
THOMSON et al, 2001; ROGERS et al, 2002; e LOPEZ et al, 2005). Ademais, os
fenótipos previstos de alta produção (genótipos TT+CT) tiveram, neste trabalho, uma
representação mais elevada nos pacientes PCS (35%) do que nos controles NP (18,42%),
corroborando os estudos que estimam ser esse alelo 2 da IL-1β
+3953(T)
o menos comum
observado nas populações - e genótipos respectivos, um fator de risco para a periodontite
crônica.
O Quadro 5 relaciona os principais achados de trabalhos realizados por vários autores,
com diversas amostras populacionais, sobre a observação da freqüência dos polimorfismos
dos genes das citocinas TNF-α
-308G/A
, IL-6
-174G/C
, IFN-γ
+874T/A
, IL-10
-1082G/A,-819C/T,-592C/A
e TGF-β
1
códons 10T/C e 25G/C
. Nos resultados do presente estudo, não foram observadas
diferenças estatisticamente significativas quanto à freqüência desses polimorfismos entre os
grupos caso PCS e controle NP.
Devido ao seu importante papel como citocina pró-inflamatória que atua, juntamente
com a IL-1, principalmente na ativação da resposta inata, o locus TNF na região classe III
do MHC tem sido alvo de atenção para estudos de genes candidatos em doenças auto-
imunes e inflamatórias. Porém, devido ao alto grau de desequilíbrio de ligação dentro do
MHC, fica difícil determinar quais genes em um haplótipo são importantes na etiologia de
uma doença. O polimorfismo TNF-α
-308G/A
foi associado com uma proporção 8 vezes maior
de atividade transcricional in vitro (KORNMAN & Di GIOVINE, 1998) enquanto
Engebretson et al (1999) verificaram que as quantidades totais de TNF-α, no FGC, estavam
elevadas e significativamente correlacionadas para os pacientes genótipos-positivos com
DP. Os resultados sobre o TNFα
-308G/A
mostraram que o homozigoto do alelo 1 (GG),
fenótipo previsto baixo produtor, teve, percentualmente, uma freqüência mais elevada entre
os indivíduos do grupo controle (82,93%) do que nos do grupo caso (76,74%);
inversamente, o percentual observado quanto ao conjunto de genótipos cujos fenótipos
previstos são de alta produção (GA+AA) foi maior entre os casos (23,26%) do que nos
controles (17,07%). Estes achados sugerem, juntamente com aqueles que foram observados
para a IL-1β
+3953
, que a maior produção dessas citocinas estaria mais associada aos
pacientes que compunham o grupo caso PCS do que àqueles sujeitos do grupo controle NP.
Enquanto Galbraith et al (1999) indicaram que polimorfismo do gene do TNF-α
-308
estava
elevado no grupo com periodontite avançada, outros autores não conseguiram mostrar
associação entre os polimorfismos desse gene e a susceptibilidade ou severidade da doença
periodontal (CRAANDIJK et al, 2002; FOLWACZNY et al, 2004; DONATI et al, 2005).
em japoneses, Soga et al (2003) observaram que os polimorfismos TNFα
-308 e -238
que são
majoritariamente encontrados em caucasianos, foram raramente detectados nessa
população, salientando que, devido à maior freqüência nos pacientes periodontais dos
polimorfismos SNPs TNFα
-1031,-863 ou -857
do que nos indivíduos sadios, estes polimorfismos
parecem estar associados com periodontite crônica severa em populações japonesas.
Mecanismos de destruição tecidual na doença periodontal inflamatória crônica não têm
sido bem claramente definidos, embora vários mediadores inflamatórios como as citocinas
pró-inflamatórias possam estar envolvidas (GEMMELL et al, 1997). Entre as várias
citocinas candidatas para estudar-se essa relação, o gene IL-6 representa um bom elemento
para estudo devido ao papel central que esta citocina tem na regulação da inflamação e
processos de reabsorção óssea. Níveis elevados de IL-6 têm sido encontrados no plasma ou
no FGC de pacientes com periodontite. Ademais, foi observado que o alelo 2 da IL-6
-174(C)
e
genótipo homozigoto CC estão associados com baixos níveis de IL-6 (FISHMAN et al,
1998). Os resultados deste estudo indicaram que este genótipo homozigoto do alelo 2 (CC),
fenótipo previsto como baixo produtor, teve freqüência muito reduzida na amostra
estudada, enquanto que os genótipos homozigoto para o alelo 1 (GG) e heterozigoto (GC),
cujo fenótipo previsto é de alta produção, foram predominantes e praticamente equivalentes
entre casos (95,35%) e controles (97,56%). Estes achados são concordes com o trabalho de
Holla et al (2004) que não encontrou diferenças significativas nas freqüências alélicas e
genotípicas da IL-6
-174G/C
entre ambos os grupos. Entretanto, os autores sugeriram que o
polimorfismo IL-6
-572G/C
pode ser um dos fatores de proteção associados com baixa
susceptibilidade a periodontite crônica. Trevilatto et al (2003) estudaram o polimorfismo
IL-6
-174
em 84 indivíduos brasileiros caucasianos, não fumantes, maiores de 25 anos. Os
resultados apresentados sugeriram uma associação entre a presença do polimorfismo e a
severidade da doença. Embora os vários aspectos desse estudo sejam similares aos da
presente investigação, inclusive o tamanho da amostra, o elemento étnico pode ter sido o
fator preponderante de diferença no resultado da positividade apontada para o polimorfismo
da IL-6
-174
, em contraposição com a ausência de associação que o presente trabalho
verificou, conforme visto em outros estudos abordando fatores genéticos.
Muitos estudos têm examinado a associação dos polimorfismos do TGF-β
1
com várias
doenças, refletindo a importância desta citocina nas doenças inflamatórias, uma vez ser este
fator de crescimento uma citocina multifuncional, por apresentar propriedades ao mesmo
tempo inflamatórias e imunossupressoras, possuindo um importante papel na remodelação
tecidual e no metabolismo ósseo, sobretudo das doenças periodontais (HOLLA et al, 2002).
Na avaliação dos polimorfismos do TGF-β1
códons 10T/C e 25G/C
(Tabela 5), os fenótipos previstos
para alta produção foram predominantes entre os grupos caso e controle, e poucos fenótipos
previstos para baixa produção foram observados, ambos sem diferenças significativas.
Estes
resultados estão de acordo com aqueles encontrados por Holla et al (2002) que não
reportaram diferenças estatisticamente significantes na distribuição das freqüências alélicas
e genotípicas para nenhum dos polimorfismos estudados (TGF-β
1
–988 (C/A), -800 (G/A), -509 (C/T), códons
10 (L10P) e 25 (R25P)
) entre os grupos teste e controle, mesmo quando o fator fumo foi incluído na
análise. Por outro lado, os achados deste estudo divergiram daqueles mostrados por Souza
et al (2003) que verificaram uma diferença significativa na freqüência do alelo T, em
brasileiros, entre o grupo com periodontite severa (57.7%) e os grupos com periodontite
moderada (35.4%) e com saúde (37.8%), e entre as freqüências do genótipo TT nos três
grupos, respectivamente, 38.5%, 12.6%, e 8.0%. Entretanto, o polimorfismo estudado foi
na posição -509 (C/T). A inconsistência dos achados desses estudos pode ser explicada,
sobretudo, pela dualidade de funções que o TGF-β
1
apresenta em relação à resposta imuno-
inflamatória de defesa do hospedeiro. Como um regulador bifuncional dos eventos
inflamatórios, esta citocina pleiotrópica pode, ao mesmo tempo, promover ou suprimir a
inflamação, dependendo do contexto biomolecular em que é sintetizada ou secretada.
Assim, tanto uma maior como uma menor expressão do TGF-β
1
pode influenciar na
progressão da periodontite crônica, em suas várias gradações de atividade da doença
(TONETTI & MOMBELLI, 1999).
Um paradigma central de imunorregulação está baseado no reconhecimento de que
durante a resposta imune à infecção subpopulações distintas de células T se desenvolvem e
que essas subséries podem ser classificadas por seu perfil de secreção de citocinas.
Citocinas tipo 1, como IFN-γ, mediam respostas Th1 e estão primariamente envolvidas na
imunidade mediada por células. A secreção de IFN-γ é um aspecto chave de respostas Th1,
servindo para promover uma resposta dirigida para a atividade fagocítica de macrófagos e
neutrófilos. Teoricamente, a secreção de IFN-γ por linfócitos T, e a presença de IL-12,
determinando um perfil para Th1, poderiam ser aspectos chave de uma lesão periodontal
estável (SEYMOUR & GEMMELL, 2001). Nos resultados deste trabalho, embora sem
significância estatística, o fenótipo previsto baixo produtor (genótipo homozigoto do alelo 2
[AA]) apresentou-se com maior freqüência no grupo de pacientes PCS (51,16%) do que no
grupo controle NP (36,59%). Por outro lado, coerentemente, o fenótipo previsto alto
produtor genótipo homozigoto do alelo 1 (TT) foi observado em menor freqüência no
grupo caso (4,65%) do que no controle (12,9%), sugerindo um perfil de menor proteção à
severidade da doença nos pacientes do grupo PCS. Estes achados corroboram com o fato de
que foi observada uma baixa produção de IFN-γ na CCST dos pacientes do grupo PCS,
tanto basal quanto sob estímulo com P.gingivalis.
O alelo 2 da IL-10
-1082*A
tem sido apontado como fator de risco para muitas doenças
humanas (HELMINEN et al, 1999; TAGORE et al, 1999; LIO et al, 2003; ABBAS et al,
2003). Dashash et al (2005) encontraram igual correlação nos seus achados, estudando
susceptibilidade de crianças à gengivite. Por outro lado, também observaram, nesse estudo,
uma associação do alelo 1 IL-10
-1082*G
, como fator de proteção contra a gengivite naquelas
crianças; isto está de acordo com o estudo de Lio et al (2002) que mostraram ter este alelo
um papel protetor contra a inflamação e que isto pode aumentar a longevidade dos homens.
O alelo 1 da IL-10
-1082*G
está associado com a produção aumentada de IL-10 e, o alelo 2
da IL-10
-1082*A
associa-se com a diminuição no vel desta citocina (TURNER et al, 1997).
Nesta investigação, as freqüências alélicas observadas para os polimorfismos IL-10
-819
e
IL-10
-592
foram absolutamente idênticas para os grupos caso PCS e controle NP,
inversamente às observadas para o polimorfismo IL-10
-1082
. As freqüências dos alelos 1 e 2
da IL-10
-1082
foram semelhantes entre casos e controles, predominando o alelo 2 IL-10
-
1082*A
na amostra estudada. Na análise da produção de citocinas realizada no presente
trabalho, verificou-se que os pacientes com periodontite crônica severa (PCS) tiveram uma
alta produção de IL-10 quando a sua CCST foi estimulada com P.gingivalis indicando,
provavelmente, uma resposta do tipo Th2. Isto pode concordar com os achados de Dashash
et al (2005) que encontraram uma associação do alelo 1 IL-10
-1082*G
(fenótipo previsto como
de alta produção) como fator de proteção contra gengivite, uma lesão de caráter estável, em
crianças, diferentemente dos presentes resultados que encontraram uma elevada produção
de IL-10 nos pacientes com periodontite crônica severa, uma lesão de caráter progressivo,
em adultos.
Corrobora com esta hipótese os achados de Berglundh et al (2003) que
observaram uma proporção significativamente maior na presença daquele alelo 1 IL-10
-
1082*G
, e genótipo GG, nos pacientes (suecos, caucasianos, 36-74 anos, N=60) com
periodontite crônica generalizada severa do que nos controles (indivíduos com saúde
periodontal, 35-78 anos, N=39). Diferentemente desses achados, Yamazaki et al (2001)
verificaram a ausência do alelo 1082*
G
na população japonesa mas, igualmente aos
resultados aqui apresentados, também não observaram associação entre o polimorfismo no
gene IL-10 e periodontite. Da mesma forma, Gonzales et al (2002) não observaram
associação entre a presença do polimorfismo IL-10
–597 e –824
, nos alelos A e T, e a
manifestação clínica de periodontite crônica e agressiva. Atualmente, o papel pivô da IL-10
em regular o balanço entre citocinas pró-inflamatórias versus anti-inflamatórias tem sido
usado em medicina no tratamento de diferentes doenças como sepse, psoríase, hepatite,
pancreatite, anemia hemolítica, tuberculose, e doença gastro-intestinal (BEEBE et al, 2002,
ASADULLAH et al, 2002). Se o papel protetor da IL-10 contra a inflamação gengival,
conforme indicou Dashash et al (2005), for bem estabelecido, a aplicação terapêutica desta
citocina poderá ser considerada, no futuro, para o manuseio das doenças gengivais.
Periodontite crônica é provavelmente uma doença genética complexa. Em um dos seus
estudos em meos, Michalowicz et al (2000) estimaram que cerca de 50% da periodontite
crônica é devido à variância genética. Em contraste com doenças genéticas simples que
podem ser causadas por uma única mutação genética, é plausível que o efeito aditivo de
múltiplos genes seja um determinante de susceptibilidade em doenças complexas como a
periodontite crônica. Desta forma, os polimorfismos genéticos que contribuem para
susceptibilidade a uma doença o são, individualmente, determinísticos da doença.
Interações entre formas polimórficas de genes críticos podem atuar em conjunto com
fatores ambientais, complicando mais o modelo da doença. Em semelhante modelo, um
alelo de gene pode contribuir para a susceptibilidade, mas pode não fazer uma ampla e
suficiente contribuição ao resultado da doença. Entretanto, polimorfismos genéticos têm
sido usados historicamente como marcadores genéticos para identificar genes causadores de
doenças em estudos de associação (RESEARCH, SCIENCE AND THERAPY
COMMITTEE of AAP, 2005).
Neste trabalho, embora houvesse resultados de significância estatística para o estudo
dos polimorfismos da IL-1β
+3953C/T
e do HLA-DQB1*05, alguns dos demais achados,
conforme visto anteriormente, assinalaram para a possibilidade da concorrência de outros
polimorfismos para o perfil de proteção e/ou de risco para a periodontite crônica severa nos
indivíduos estudados, atendendo ao pressuposto de ser esta forma de DP uma doença sob
influência poligênica. O esforço em identificar um perfil microbiano, de resposta imune, e
imunogenético que possa interferir no desenvolvimento da periodontite crônica, a mais
comum das várias formas de DP, na população desta região do país, agrega conhecimentos
sobre os fatores que concorrem para a progressão da doença, podendo colaborar para
melhorar o manuseio dos pacientes periodontais, em sua prevenção e tratamento, e na
manutenção da saúde periodontal da nossa comunidade.
7 CONCLUSÕES
Os resultados dos experimentos deste estudo, realizados em conformidade com a
metodologia e padronização explicitadas, sugerem que:
1. Indivíduos com periodontite crônica severa podem apresentar números mais elevados
de leucócitos totais devido a um aumento no número absoluto de neutrófilos, sendo
necessários estudos futuros que confirmem estes achados;
2. Os extratos antigênicos de Porphyromonas gingivalis ATCC 33277 estimulam elevada
produção de IL-10 e baixa produção de IFN-γ em cultura de células de sangue total de
pacientes com periodontite crônica severa;
3. Parece haver uma forte regulação da resposta imune celular a Porphyromonas
gingivalis, sendo que esta bactéria estimulou uma elevada proporção da concentração
das citocinas IL-10:IFN-γ, podendo sugerir um desvio da resposta imune para um perfil
Th2;
4. Os indivíduos com periodontite crônica severa produzem concentrações mais elevadas
de IL-10 do que os não acometidos pela doença, quando suas células são estimuladas
com LPS de E. coli e extrato bruto de Porphyromonas gingivalis;
5. A concentração basal de IL-10 parece exercer influência na produção de IFN-γ em
resposta ao estímulo de Porphyromonas gingivalis, uma vez que se observa uma
correlação negativa na produção dessas citocinas;
6. Pacientes com periodontite crônica severa apresentam níveis séricos mais elevados de
IgG anti-Porphyromonas gingivalis do que indivíduos não acometidos pela doença,
com predominância da subclasse IgG4;
7. A resposta imune humoral a Porphyromonas gingivalis é negativamente correlacionada
com a concentração basal de IFN-γ e positivamente correlacionada com a concentração
de IL-10, produzidas em CCST dos indivíduos estimulada com essa bactéria.
8. O genótipo homozigoto do alelo 1 (CC) da IL-1β
+3953(C)
pode ser um fator de proteção e
o alelo 2 IL-1β
+3953(T)
pode ser um fator de risco para o desenvolvimento da periodontite
crônica severa;
9. O alelo HLA-DQB1*05 pode ser um marcador genético de proteção para o
desenvolvimento da periodontite crônica severa na população de mestiços de
Salvador/BA/BR.
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