Download PDF
ads:
N
o
022
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ESTRUTURAL
DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS DE SOLO-
CIMENTO E CONCRETO CELULAR APLICADOS
EM EDIFICAÇÕES DE CASAS POPULARES NO
ESTADO DO AMAZONAS
RENATO ACRIZ MENEZES
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
Renato Acriz Menezes
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ESTRUTURAL DOS
SISTEMAS CONSTRUTIVOS DE SOLO-CIMENTO E
CONCRETO CELULAR APLICADOS EM EDIFICAÇÕES DE
CASAS POPULARES NO ESTADO DO AMAZONAS
Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia Civil da
Universidade Federal de Uberlândia, como parte dos
requisitos para a obtenção do título de Mestre em
Engenharia Civil.
Orientador: Prof. Dr. Paulo César Primo Agostinho
Co-orientador: Prof. Dr. Nilton de Souza Campelo
Uberlândia, 25 de agosto de 2006.
ads:
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
M543a
Menezes, Renato Acriz, 1971-
Avaliação de desempenho estrutural dos sistemas
construtivos de solo-cimento e concreto celular
aplicados em edificações de casas populares no estado
do Amazonas / Renato Acriz Menezes. - 2006.
171 f. : il.
Orientador: Paulo César Primo Agostinho.
Co-orientador: Nilton de Souza Campelo.
Dissertação (mestrado)
Universidade Federal de Uberlândia,
Progra-
ma de Pós-Graduação em Engenharia Civil.
Inclui bibliografia.
1. Habitações
- Construção - Amazônia - Teses. - Teses. I.
Agostinho, Paulo César Primo. II. Campelo, Nilton de Souza.
III. Universidade Fede-ral de Uberlândia. Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Civil. IV. Títul
o.
CDU:
69(811-928.8)
Elaborada pelo Sistema de Bibliotecas da UFU / Setor de Catalogação e Classificação
Dedico este trabalho em primeiro lugar a Deus por sua
fidelidade e amor, à minha amada esposa e filha fontes
da minha inspiração e aos meus pais e irmão por
sempre me apoiarem.
In memoriam:
Dedico este trabalho com todo amor e carinho aos
meus avós Jacob Acris e Florípedes Acris, que
partiram, deixando enorme saudades dos belos
momentos que compartilhamos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus que iniciou este projeto (mestrado) em minha vida e sempre me
acompanhou em todos os momentos. Dou graças ao Senhor pela fé, que me motiva a
acreditar que Jesus Cristo morreu na cruz por nossos pecados e ressuscitou para ser
Salvador e Senhor nos dando a garantia de vida eterna.
À minha amada esposa e filha, providências de Deus, que sempre estiveram ao meu lado
dando-me motivação e forças nos momentos difíceis, transmitindo sentimentos de amor
que me fortaleceram cada vez mais. Elas foram fundamentais, sendo delas grande parte
desta conquista.
A meus amados pais, por terem sempre me ensinado os valores importantes da vida, sendo
uma referência de amor e união no lar, sempre me amando incondicionalmente.
A meus amados irmãos, verdadeiros amigos, sinceros e companheiros, participantes em
todos os momentos de minha vida e que sempre vibraram com as minhas conquistas.
Ao Prof. Dr. Paulo César Primo Agostinho, por todos os seus atos como orientador e
amigo, tendo dedicação e paciência, contribuindo bastante para a realização deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Nilton de Souza Campelo, co-orientador e amigo, incentivador e participante
dos ensaios realizados neste trabalho.
A todos os colegas do curso de Pós Graduação em Engenharia Civil, professores e
funcionários da FECIV, por toda a amizade, respeito e colaboração que marcaram para
sempre minha vida nesse período que passei distante de minha família.
À empresa Coencil Construções, pelos investimentos fornecidos a esta pesquisa, sem os
quais não seria possível que se realizasse.
Menezes, R. A. Avaliação de desempenho estrutural dos sistemas construtivos de solo-
cimento e concreto celular aplicados em edificações de casas populares no estado do
Amazonas. 166 p. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Engenharia Civil, Universidade
Federal de Uberlândia, 2006.
RESUMO
A principal exigência do usuário com relação ao sistema construtivo é ter a garantia de que
este é realmente seguro, ou seja, que venha realmente a atender aos requisitos de segurança
estrutural. A avaliação de desempenho estrutural, é uma das formas para determinar se o
sistema é realmente seguro; o ideal seria que todo e qualquer sistema construtivo, antes de
ser lançado no mercado, fosse submetido às avaliações de desempenho levando em
consideração as exigências dos usuários: segurança, habitabilidade e suFigênbt D 0 Tc 0.18750 idadigd341renha .18750
Menezes, R. A. Evaluation of Structural Performance of the Constructive system soil-
cement and Applied Cellular Concrete in the Construction of Residences in the State of
Amazon. 166 pp. MSc Dissertation, College of Civil Engineering, Federal University de
Uberlândia, 2006.
ABSTRACT
The main requirement of the user with regard to the constructive system is to have the
guarantee of that this is really safe, that is, that it really comes to take care of to the
requirements of structural security. The evaluation of structural performance, is one of the
forms to determine if the system is really safe; the ideal would be that all and any
constructive system, before being launched in the market, it was submitted to the
performance evaluations leading in consideration the requirements of the users: security,
habitability and support; only in such a way, if it would have the guarantee of that possible
problems presented during the evaluation, they would not be repassed the users, being
corrected in its initial stage. Therefore, in this work, the performance evaluation happened
of inverse form, where the constructive system was evaluated by means of assays of field
after the residences being concluded. The carried through assays of field had looked for to
evaluate the structural performance of the residences of soil-cement and cellular concrete
through the assays of verification of resistance the impacts, occupation loads, verification
of the behavior of the leaf (door) submitted the abnormal maneuvers and evaluation
through the criteria of the state has limited of use. In such a way, the behavior of these
residences through the comparison could be evaluated enters the gotten results in the
assays of field and the criteria established for the Projects of Norms of the ABNT n
o
s
02.136.01.001, 02.136.01.002 e 02.136.01.004 (ABNT, 2004) 2004 that it evaluates the
performance of residences, well as, to verify the constructive systems that had not taken
care of to the established criteria, indicating its imperfections, guaranteeing with this not
the occurrence of these in future constructions.
Keywords: Evaluation of performance, residences, constructive system, soil-cement,
cellular concrete.
SÍMBOLOS, ABREVIATURAS E SIGLAS
SÍMBOLOS
Letras romanas
CP Cimento Portland
d
hi
Deformação horizontal imediata
d
hr
Deformação horizontal residual
E Energia de impacto
f
ck
Resistência característica à compressão
H Altura da parede
h Altura para energia de impacto
I Nível intermediário
IP Índice de Plasticidade
L Vão teórico do componente estrutural
LL Limite de liquidez
m Massa
M Nível mínimo
MF Módulo de finura
n Números de corpos-de-prova
P4 Parede nº 4
P6 Parede nº 6
P7 Parede nº 7
Po1 Porta nº 1
R Reação vertical
s Desvio padrão
S Nível superior
Sd Solicitação de cálculo
S
gk
Solicitação permanente característica
S
qk
Solicitação acidental característica
S
wk
Solicitação característica devida à ação do vento
S
ek
Solicitação característica devido às deformações imposta
Letras gregas
?
g
Coeficiente de majoração das ações permanentes
?
q
Coeficiente de majoração das ações acidentais
?
w
Coeficiente de majoração das ações de vento
?
e
Coeficiente de majoração das ações decorrentes das deformações
? Profundidade das mossas
SIGLAS
ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANTAC Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído
BNH Banco Nacional da Habitação
CSTB Centre Scientifique et Technique du Bâtiment
ELS Estado Limite de utilização
ELU Estado Limite Último
IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo
NBR Normas Brasileira
SUHAB
Superintendência de Habitação e Assuntos Fundiários do Estado do
Amazonas
UFAM Universidade Federal do Amazonas
Unidades de medidas
cm Centímetro
GPa Giga-Pascal
J Joule
kg/m
3
Quilo-grama por metro cúbico
kN Quilo-Newton
kg Quilo-grama
l Litro
l/m
3
Litro por metro cúbico
m Metro
mm Milímetro
mg/l Miligrama por litro
m
3
Metro cúbico
MPa Mega-Pascal
N Newton
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1.1 Parede de solo-cimento rejuntada................................................................
05
Figura 1.2 Parede de solo-cimento rebocada................................................................ 05
Figura 1.3 Parede em concreto celular armada............................................................. 05
Figura 1.4 Parede em concreto celular parcialmente armada....................................... 05
Figura 2.1 – Fluxograma de avaliação de desempenho.................................................. 10
Figura 2.2 Planta baixa de uma unidade habitacional padrão...................................... 15
Figura 2.3 Esquema de mão-francesa para ensaios de peças suspensas...................... 22
Figura 3.1 Modelo de tijolos de solo-cimento............................................................. 28
Figura 3.2 Meio tijolo e canaleta de solo-cimento....................................................... 28
Figura 3.3 Casa de solo-cimento pronta para ser entregue a população...................... 30
Figura 3.4 Galpão industrial em tijolos de solo-cimento............................................. 31
Figura 3.5 – Material espumígeno................................................................................... 33
Figura 3.6 Gerador de espuma...................................................................................... 33
Figura 3.7 Embalagens das fibras de polipropileno...................................................... 34
Figura 3.8 Unidade habitacional do Conjunto Cidade Nova ....................................... 35
Figura 3.9 Unidade habitacional do Conjunto Nova Cidade........................................ 36
Figura 4.1 Detalhe da execução da locação.................................................................. 38
Figura 4.2 – Terreno com fundações locadas...................................................................
38
Figura 4.3 Vista geral da fundação em bloco de concreto estrutural............................ 39
Figura 4.4 – Detalhe da amarração da armadura vertical na treliça da fundação............ 39
Figura 4.5 – Instalações hidro-sanitárias..........................................................................
40
Figura 4.6Detalhe da primeira fiada.............................................................................
40
Figura 4.7 – Planta baixa da casa de solo-cimento.......................................................... 40
Figura 4.8 Assentamento dos tijolos de solo-cimento.................................................. 41
Figura 4.9 Conferindo o prumo da alvenaria de solo-cimento..................................... 41
Figura 4.10 Amarração das paredes com grampo tipo U produzido com aço CA-60
bitola 4,2 mm...................................................................................................................
41
Figura 4.11 Preenchimento dos furos dos tijolos com concreto................................... 41
Figura 4.12 Detalhe da concretagem da primeira cinta................................................ 42
Figura 4.13 - Assentamento das esquadrias..................................................................... 42
Figura 4.14 Detalhe da estrutura metálica da cobertura em perfil C............................ 44
Figura 4.15 Cobertura das casas em duas águas........................................................... 44
Figura 4.16 Fundação de uma casa em concreto celular.............................................. 45
Figura 4.17 – Detalhe das telas de aço e instalações elétricas nas paredes......................
45
Figura 4.18Detalhe das formas das casas de concreto celular..................................... 45
Figura 4.19 Adição de fibras de polipropileno no caminhão betoneira....................... 46
Figura 4.20 Adição do material espumígeno e do super-fluidificante.......................... 46
Figura 4.21 – Irregularidades das paredes após a desforma.............................................
47
Figura 4.22 – Casas em concreto celular pronta para serem entregue à população......... 48
Figura 5.1 – Urbanismo do Conjunto João Paulo II........................................................ 51
Figura 5.2 – Urbanismo N. Cidade.................................................................................. 52
Figura 5.3 Urbanismo do Conjunto Carlos Braga.........................................................
52
Figura 5.4 Urbanismo do Conjunto Cidadão V............................................................ 53
Figura 5.5 Urbanismo do Conjunto Cidadão VI........................................................... 53
Figura 5.6Fissuras numa residência de solo-cimento rejuntada...................................
56
Figura 5.7 Fissuras e destacamento de tijolos numa residência de solo-cimento
rejuntada...........................................................................................................................
56
Figura 5.8– Fissura vedada numa residência de concreto celular parcialmente armada. 58
Figura 5.9Abertura numa residência de concreto celular parcialmente armada.......... 58
Figura 5.10 – Representação do ensaio de impacto de corpo mole................................. 58
Figura 5.11 Ensaio de impacto de corpo mole (altura e energia de impacto)............... 59
Figura 5.12Colocação do paquímetro para registrar os deslocamentos....................... 60
Figura 5.13 Realização do ensaio de corpo mole..........................................................
60
Figura 5.14 – Destacamento de tijolos parede de solo-cimento rejuntada....................
62
Figura 5.15 Fissuras na parede parede de solo-cimento rejuntada.............................
62
Figura 5.16 – Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos das três unidades
habitacionais de solo-cimento rejuntadas devido ao ensaio de impacto de corpo mole..
62
Figura 5.17 – Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais das três unidades
habitacionais de solo-cimento rejuntadas devido ao ensaio de impacto de corpo mole..
63
Figura 5.18 – Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos das três unidades
habitacionais de solo-cimento rebocadas devido ao ensaio de impacto de corpo mole...
64
Figura 5.19 – Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais das três unidades
habitacionais de solo-cimento rebocadas devido ao ensaio de impacto de corpo mole.. 64
Figura 5.20 – Fissuras paredes de concreto celular armada.......................................... 65
Figura 5.21 – Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos das três unidades
habitacionais de concreto celular armada devido ao ensaio de impacto de corpo
mole.................................................................................................................................. 66
Figura 5.22 – Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais das três unidades
habitacionais de concreto celular armada devido ao ensaio de impacto de corpo
mole.................................................................................................................................. 66
Figura 5.23 – Fissuras Paredes de concreto celular parcialmente armada.................... 67
Figura 5.24 – Ocorrência de ruína parede de concreto celular parcialmente armada... 67
Figura 5.25 – Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos das três unidades
habitacionais de concreto celular parcialmente armada devido ao ensaio de impacto
de corpo mole................................................................................................................... 68
Figura 5.26 – Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais das três unidades
habitacionais de concreto celular parcialmente armada devido ao ensaio de impacto
de corpo mole................................................................................................................... 68
Figura 5.27 Representação do ensaio de impacto de corpo duro.................................. 69
Figura 5.28 – Realização do ensaio de corpo duro.......................................................... 70
Figura 5.29 Falha na parede de solo-cimento rejuntada devido ao ensaio de impacto
de corpo duro...................................................................................................................
71
Figura 5.30 Representação do ensaio de peça suspensa.............................................. 73
Figura 5.31Esquema do ensaio de peças suspensas e detalhe de mão-francesa
padrão............................................................................................................................... 74
Figura 5.32Realização do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas......... 74
Figura 5.33Colocação dos relógios comparadores...................................................... 74
Figura 5.34 - Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de
peça suspensa na parede de solo-cimento rejuntada (casa 78).........................................
76
Figura 5.35 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de
peça suspensa na parede de solo-cimento rejuntada (casa 78).........................................
77
Figura 5.36 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de
peça suspensa parede de solo-cimento rejuntada (casa 80)............................................. 78
Figura 5.37 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de
peça suspensa parede de solo-cimento rejuntada (casa 80).............................................
78
Figura 5.38 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de
peça suspensa parede de solo-cimento rejuntada (casa 81).............................................
79
Figura 5.39 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de
peça suspensa na parede de solo-cimento rejuntada (casa 81).........................................
80
Figura 5.40 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de
peça suspensa na parede de solo-cimento rebocada (casa 40)......................................... 81
Figura 5.41 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de
peça suspensa na parede de solo-cimento rebocada (casa 40)......................................... 81
Figura 5.42 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de
peça suspensa na parede de solo-cimento rebocada (casa 57).........................................
82
Figura 5.43 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de
peça suspensa na parede de solo-cimento rebocada (casa 57).........................................
83
Figura 5.44 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de
peça suspensa na parede de solo-cimento rebocada (casa 78)......................................... 84
Figura 5.45 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de
peça suspensa na parede de solo-cimento rebocada (casa 78)......................................... 84
Figura 5.46 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de
peça suspensa na parede de concreto celular armada (casa 07)....................................... 86
Figura 5.47 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de
peça suspensa na parede de concreto celular armada (casa 07)......................................
86
Figura 5.48 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de
peça suspensa na parede de concreto celular armada (casa 148).....................................
87
Figura 5.49 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de
peça suspensa na parede de concreto celular armada (casa 148)..................................... 88
Figura 5.50 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de
peça suspensa na parede de concreto celular armada (casa 149)..................................... 89
Figura 5.51 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de
peça suspensa na parede de concreto celular armada (casa 149)..................................... 89
Figura 5.52 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de
peça suspensa na parede de concreto celular parcialmente armada (casa 03).................
90
Figura 5.53 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de
peça suspensa na parede de concreto celular parcialmente armada (casa 03).................
91
Figura 5.54 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de
peça suspensa na parede de concreto celular parcialmente armada (casa 06)................. 92
Figura 5.55 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de
peça suspensa na parede de concreto celular parcialmente armada (casa 06)................. 92
Figura 5.56 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de
peça suspensa na parede de concreto celular parcialmente armada (casa 11)................. 93
Figura 5.57 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de
peça suspensa na parede de concreto celular parcialmente armada (casa 11).................
94
Figura 5.58 – Exemplo de fechamento brusco de portas................................................. 94
Figura 5.59 – Ensaio de interação entre paredes e portas fechamento bruscos............ 95
Figura 5.60 – Ensaio de interação entre paredes e portas impacto de corpo mole....... 95
Figura 5.61 – Fissuras devido ao ensaio de interação entre paredes e portas.................. 97
Figura 5.62 – Ensaio de sustentação de rede de dormir................................................... 99
Figura 5.63 Relógios comparadores colocados no lado oposto da parede onde se
realiza o ensaio de sustentação de rede de dormir...........................................................
99
Figura 5.64 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede
de solo-cimento rejuntada devido ao ensaio de sustentação de rede de dormir (casa
78).................................................................................................................................... 101
Figura 5.65 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede
de solo-cimento rejuntada devido ao ensaio de sustentação de rede de dormir (casa
80)....................................................................................................................................
102
Figura 5.66 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede
de solo-cimento rejuntada devido ao ensaio de sustentação de rede de dormir (casa
81).................................................................................................................................... 103
Figura 5.67 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede
de solo-cimento rebocada devido ao ensaio de sustentação de rede de dormir (casa
78).................................................................................................................................... 104
Figura 5.68 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede
de solo-cimento rebocada devido ao ensaio de sustentação de rede de dormir (casa
57).................................................................................................................................... 105
Figura 5.69 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede
de solo-cimento rebocada devido ao ensaio de sustentação de rede de dormir (casa
40).................................................................................................................................... 106
Figura 5.70 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede
de concreto celular armada devido ao ensaio de sustentação de rede de dormir (casa
07)....................................................................................................................................
107
Figura 5.71 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede
de concreto celular armada devido ao ensaio de sustentação de rede de dormir (casa
148).................................................................................................................................. 108
Figura 5.72 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede
de concreto celular armada devido ao ensaio de sustentação de rede de dormir (casa
149).................................................................................................................................. 109
Figura 5.73 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede
de concreto parcialmente celular armada devido ao ensaio de sustentação de rede de
dormir (casa 03)............................................................................................................... 110
Figura 5.74 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede
de concreto parcialmente celular armada devido ao ensaio de sustentação de rede de
dormir (casa 06)............................................................................................................... 111
Figura 5.75 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede
de concreto parcialmente celular armada devido ao ensaio de sustentação de rede de
dormir (casa 11)...............................................................................................................
112
Figura 6.1Fissuras na parede de solo-cimento rejuntada- ELS.................................... 113
Figura 6.2Destacamento dos tijolos na parede de solo-cimento rejuntada ELS. 113
Figura 6.3Detalhe da fissura na casa de concreto celular parcialmente armada.......... 114
Figura 6.4 Detalhe da fissura tratada numa casa de concreto celular parcialmente
armada ELS................................................................................................................... 114
Figura 6.5 Detalhe do destacamento dos tijolos das paredes de solo-cimento
rejuntada........................................................................................................................... 115
Figura 6.6Fissuras nas paredes de solo-cimento rejuntada........................................... 115
Figura 6.7 - Fissuras na parede de concreto celular armada............................................ 116
Figura 6.8Fissuras na parede de concreto celular parcialmente armada...................... 116
Figura 6.9Fissuras na parede externa e arranque dos perfis metálicos........................ 116
Figura 6.10Traspassamento da parede de solo-cimento rejuntada Parede interna....
117
Figura 6.11Traspassamento da parede de solo-cimento rejuntada Parede externa... 117
Figura 6.12 Detalhe da parede de concreto celular armada após o ensaio de corpo
duro.................................................................................................................................. 118
Figura 6.13 Detalhe da parede de concreto celular parcialmente armada após o
ensaio de corpo duro........................................................................................................ 118
Figura 6.14Relógios comparadores colocados na parede para medir deslocamentos. 118
Figura 6.15Deslocamento da parede após o ensaio de peças suspensas...................... 118
Figura 6.16 Fissuras na parede de solo-cimento após o ensaio de corpo mole na
interação entre paredes e portas.......................................................................................
119
Figura 6.17 Detalhe da alvenaria de solo-cimento rebocada após o ensaio de
interação entre paredes e portas....................................................................................... 120
Figura 6.18 – Detalhe da parede após o ensaio de sustentação de rede de dormir.......... 120
Figura 7.1 Deformação da parede frente aos impactos
horizontais........................................................................................................................
122
Figura 7.2 Tipos de apoio e reação............................................................................... 122
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 2.1 Exigências do usuário......................................................................................11
Tabela 2.2 Deslocamentos limites para cargas permanentes e cargas acidentais em
geral......................................................................................................................................17
Tabela 2.3 Impactos de corpo mole para paredes externas (fachadas) de casas térreas,
com função estrutural………..……………………………………………………….........19
Tabela 2.4 Impactos de corpo duro para paredes externas
.................…...……….............................................................................................….……20
Tabela 2.5 Cargas de serviço, critérios e níveis de desempenho para peças suspensas
aplicadas por mãos-francesas padrão...................................................................................21
Tabela 3.1 Características do concreto celular..................................................................32
Tabela 5.1 Unidades habitacionais avaliadas....................................................................49
Tabela 5.2 Localização das unidades habitacionais avaliadas..........................................50
Tabela 5.3 Avaliação do critério Estado Limite de Utilização parede de solo-cimento
rejuntada………...…………………………………………………………………………56
Tabela 5.4 Avaliação do critério Estado Limite de Utilização parede de solo-cimento
rebocada……………………………………………………………………………………56
Tabela 5.5 Avaliação do critério Estado Limite de Utilização parede de concreto
celular armada......................................................................................................................57
Tabela 5.6 Avaliação do critério Estado Limite de Utilização parede de concreto
celular parcialmente armada................................................................................................57
Tabela 5.7 Massa do corpo impactador, altura e energia de impacto (ensaio de impacto
de corpo mole)......................................................................................................................59
Tabela 5.8 Resultado do ensaio de impacto de corpo mole parede de solo-cimento
rejuntada…………………………………………………………………………………...61
Tabela 5.9 Resultado do ensaio de impacto de corpo mole parede de solo-cimento
rebocada……………………………………………………………………………………63
Tabela 5.10 Resultado do ensaio de impacto de corpo mole parede de concreto celular
armado……………………………………………………………………………………..65
Tabela 5.11 Resultado do ensaio de impacto de corpo mole parede de concreto celular
parcialmente armada……………………………..………………………………………...67
Tabela 5.12 Massa do corpo impactador, altura e energia de impacto (ensaio de impacto
de corpo duro)........................................................................................ .............................69
Tabela 5.13 Resultado do ensaio de impacto de corpo duro parede de solo-cimento
rejuntada...............................................................................................................................71
Tabela 5.14 Resultado do ensaio de impacto de corpo duro parede de solo-cimento
rebocada…………………………………………………………........................................72
Tabela 5.15 Resultado do ensaio de impacto de corpo duro parede de concreto celular
armada..................................................................................................................................72
Tabela 5.16 Resultado do ensaio de impacto de corpo duro parede de concreto celular
parcialmente armada……………………………………….………………………………72
Tabela 5.17 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede
de solo-cimento rejuntada (casa 78).....................................................................................75
Tabela 5.18 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede
de solo-cimento rejuntada (casa 80).....................................................................................77
Tabela 5.19 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede
de solo-cimento rejuntada (casa 81).....................................................................................78
Tabela 5.20 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede
de solo-cimento rebocada (casa 40).....................................................................................80
Tabela 5.21 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede
de solo-cimento rebocada (casa 57).....................................................................................82
Tabela 5.22 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede
de solo-cimento rebocada (casa 78).....................................................................................83
Tabela 5.23 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede
concreto celular armado (casa 07 ) ......................................................................................85
Tabela 5.24 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede
concreto celular armado (casa 148) .....................................................................................87
Tabela 5.25 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede
concreto celular armado (casa 149) .....................................................................................88
Tabela 5.26 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede
concreto celular parcialmente armado (casa 03) .................................................................90
Tabela 5.27 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede
concreto celular parcialmente armado (casa 06)..................................................................91
Tabela 5.28 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede
concreto celular parcialmente armado (casa 11)..................................................................93
Tabela 5.29 Resultado do ensaio de interação entre paredes e portas parede de solo-
cimento rejuntada.................................................................................................................96
Tabela 5.30 Resultado do ensaio de interação entre paredes e portas parede de solo-
cimento rebocada………………………………………………..…………………………97
Tabela 5.31 Resultado do ensaio de interação entre paredes e portas parede de concreto
celular armada......................................................................................................................97
Tabela 5.32 – Resultado do ensaio de interação entre paredes e portas parede de concreto
celular parcialmente armada…………………………………………………………….....98
Tabela 5.33 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de solo-
cimento rejuntada (casa 78)................................................................................................100
Tabela 5.34 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de solo-
cimento rejuntada (casa 80)................................................................................................101
Tabela 5.35 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de solo-
cimento rejuntada (casa 81)................................................................................................102
Tabela 5.36 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de solo-
cimento rebocada (casa 78)..................…………………………………………………..103
Tabela 5.37 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de solo-
cimento rebocada (casa 57)..................…………………………………………………..104
Tabela 5.38 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de solo-
cimento rebocada (casa 40)..................…………………………………………………..105
Tabela 5.39 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de concreto
celular armada (casa 07)…..……………………………………………………………..106
Tabela 5.40 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de concreto
celular armada (casa 148)…..…………………………………………………………….107
Tabela 5.41 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de concreto
celular armada (casa 149)…..…………………………………………………………….108
Tabela 5.42 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de concreto
celular parcialmente armada (casa 03)…...………………………………………………109
Tabela 5.43 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de concreto
celular parcialmente armada (casa 06)…...………………………………………………110
Tabela 5.44 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de concreto
celular parcialmente armada (casa 11)…...………………………………………………111
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 .....................................................................................................................................................................1
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................................1
1.1 CONTEXTO HISTÓRICO.....................................................................................................................................1
1.2 OBJETIVOS................................................................................................................................................................6
1.2.1 Objetivos gerais ..............................................................................................................................................6
1.2.2 Objetivos específicos.....................................................................................................................................6
1.3 APRESENTAÇÃO DO TRABALHO ..................................................................................................................7
CAPÍTULO 2 .....................................................................................................................................................................9
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS PARA HABITAÇÃO...............9
2.1 DESCRIÇÃO GERAL..............................................................................................................................................9
2.1.1 Exigência dos usuários................................................................................................................................11
2.1.2 Condições de exposição..............................................................................................................................11
2.1.3 Requisitos e critérios de desempenho.......................................................................................................12
2.1.4 Métodos de avaliação...................................................................................................................................12
2.2 AVALIAÇÃO DE DES EMPENHO ESTRUTURAL....................................................................................14
2.2.1 Requisitos de desempenho estrutural Estado Limite de Utilização (ELS)......................................16
2.2.2 Critérios e níveis de desempenho Estado Limite de Utilização (ELS)............................................17
2.2.3 Requisitos de desempenho estrutural para ação de impactos de corpo mole e corpo duro .............18
2.2.4 Critérios e níveis de desempenho para resistência a impactos de corpo mole ...................................19
2.2.5 Critérios e níveis de desempenho para resistência a impactos de corpo duro....................................20
2.2.6 Requisitos de desempenho estrutural para solicitação decorrente de cargas provenientes de peças
suspensas..................................................................................................................................................................21
2.2.7 Critérios e níveis de desempenho para capacidade de suporte de peças suspensas ..........................21
2.2.8 Requisitos de desempenho estrutural para interação entre paredes e portas......................................22
2.2.9 Critérios e níveis de desempenho para ações transmitidas por portas internas ou externas............22
2.2.10 Requisitos de desempenho estrutural para sustentação de rede de dormir.......................................23
2.2.11 Critérios e níveis de desempenho para sustentação de rede de dormir.............................................23
2.3 CONSIDERAÇÕES GERAIS ..............................................................................................................................23
CAPÍTULO 3 ...................................................................................................................................................................25
SOLO-CIMENTO E CONCRETO CELULAR.....................................................................................................25
3.1 SOLO-CIMENTO....................................................................................................................................................25
3.1.1 Definição........................................................................................................................................................25
3.1.2 Solo .................................................................................................................................................................25
3.1.3 Fatores importantes para o emprego do solo-cimento...........................................................................26
3.1.4 Cimento..........................................................................................................................................................27
3.1.5 Água................................................................................................................................................................28
3.1.6 Modelos de tijolos de solo-cimento...........................................................................................................28
3.1.7 Histórico do solo-cimento no Estado do Amazonas...............................................................................29
3.2 CONCRETO CELULAR.......................................................................................................................................31
3.2.1 Características gerais do concreto celular................................................................................................31
3.2.1.1 Aglomerante .........................................................................................................................................32
3.2.1.2 Agregados.............................................................................................................................................32
3.2.1.3 Espuma ..................................................................................................................................................32
3.2.2.4 Fibras......................................................................................................................................................33
3.2.2.53.2.2.05itivo....................................................................................................................................................43
5.4 RESISTÊNCIA À IMPACTO DE CORPO DURO........................................................................................69
5.4.1 Método de avaliação para resistência à impactos de corpo duro..........................................................69
5.4.2 Aparelhagem.................................................................................................................................................70
5.4.3 Resultados dos ensaios................................................................................................................................70
5.4.3.1 Parede de solo-cimento rejuntada...........................................................................................................71
5.4.3.2 Parede de solo-cimento rebocada......................................................................................................71
5.4.3.3 Parede de concreto celular armada ...................................................................................................72
5.4.3.4 Parede de concreto celular parcialmente armada ...........................................................................72
5.5 CAPACIDADE DE SUPORTE DE PEÇAS SUSPENSAS...........................................................................73
5.5.1 Método de avaliação para capacidade de suporte de peças suspensas ................................................73
5.5.2 Aparelhagem.................................................................................................................................................74
5.5.3 Resultados dos ensaios................................................................................................................................75
5.5.3.1 Parede de solo-cimento rejuntada.....................................................................................................75
5.5.3.2 Parede de solo-cimento rebocada......................................................................................................80
5.5.3.3 Parede de concreto celular armada ...................................................................................................85
5.5.3.4 Parede de concreto celular parcialmente armada ...........................................................................89
5.6 INTERAÇÃO ENTRE PAREDES E PORTAS...............................................................................................94
5.6.1 Método de avaliação de interação entre paredes e portas......................................................................94
5.6.2 Aparelhagem.................................................................................................................................................95
5.6.3 Resultados dos ensaios................................................................................................................................96
5.6.3.1 Parede de solo-cimento rejuntada.....................................................................................................96
5.6.3.2 Parede de solo-cimento rebocada......................................................................................................97
5.6.3.3 Parede de concreto celular armada ...................................................................................................97
5.6.3.4 Parede de concreto celular parcialmente armada ...........................................................................98
5.7 SUSTENTAÇÃO DE REDE DE DORMIR......................................................................................................98
5.7.1 Método de avaliação de sustentação de rede de dormir.........................................................................98
5.7.2 Aparelhagem.................................................................................................................................................99
5.7.3 Resultados dos ensaios................................................................................................................................99
5.7.3.1 Parede de solo-cimento rejuntada...................................................................................................100
5.7.3.2 Parede de solo-cimento rebocada....................................................................................................103
5.7.3.3 Parede de concreto celular armada .................................................................................................106
5.7.3.4 Parede de concreto celular parcialmente armada .........................................................................109
CAPÍTULO 6 ................................................................................................................................................................113
ANÁLISE DOS RESULTADOS..............................................................................................................................113
6.1 AVALIAÇÃO DO ESTADO LIMITE DE UTILIZAÇÃO.......................................................................113
6.2 ENSAIO DE RESISTÊNCIA A IMPACTO DE CORPO MOLE...........................................................114
6.3 ENSAIO DE RESISTÊNCIA A IMPACTO DE CORPO DURO...........................................................117
6.4 ENSAIO DE CAPACIDADE DE SUPORTE DE PEÇAS SUSPENSAS ..............................................118
6.5 ENSAIO DE INTERAÇÃO ENTRE PAREDES E PORTAS ..................................................................119
6.6 SUSTENTAÇÃO DE REDE DE DORMIR...................................................................................................120
CAPÍTULO 7 ................................................................................................................................................................121
CONCLUSÕES ............................................................................................................................................................121
7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ...........................................................................................................................121
7.2 CONCLUSÕES ......................................................................................................................................................123
7.3 SUGESTÕES A TRABALHOS FUTUROS ..................................................................................................126
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................................................127
ANEXO A.......................................................................................................................................................................133
ANEXO B.......................................................................................................................................................................135
ANEXO C.......................................................................................................................................................................140
Capítulo 1 - Introdução 1
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTO HISTÓRICO
O déficit habitacional brasileiro é estimado atualmente em torno de 6,6 milhões de
unidades, exercendo grande pressão sobre o setor público, na maioria das vezes
responsabilizado pelo problema, oriundo de questões sociais, econômicas e culturais,
intrínsecas à própria história do país
1
.
No Brasil, foi criado o Ministério das Cidades, o qual pretende reunir os recursos dos
diversos órgãos federais, que estão relacionados com o desenvolvimento urbano,
objetivando investir, de forma racional, grandes cifras em habitações. O Governo Federal
demonstra interesse em enfrentar o problema, porém sabe-se que o déficit habitacional
brasileiro é muito grande. Contudo, é importante ressaltar que as grandes metrópoles
brasileiras apresentam um crescimento urbano desordenado, levando a população a adotar
soluções inadequadas com habitações em lugares carentes de infra-estrutura urbana, como:
saneamento básico, transportes, segurança e serviços públicos (KLEIN et al, 2004).
No nosso país, diversas soluções inovadoras, no que se refere aos sistemas construtivos,
são introduzidas no mercado para resolver a questão do déficit habitacional brasileiro.
Porém, nem todas atendem aos requisitos mínimos desejáveis para uma moradia de custo
acessível e de qualidade (SILVA FILHO et al, 2002).
As primeiras habitações populares inovadoras, financiadas pelo extinto BNH (Banco
Nacional da Habitação), hoje parcialmente incorporado a Caixa Econômica Federal, foram
introduzidas, sem que antes fossem submetidas a uma avaliação técnica para prever seu
comportamento. Na verdade, foi a construção do conjunto habitacional de Itaquera em São
Paulo, em meados da década de 70, que serviu de grande laboratório para novas
1
Fonte:http://www.polis.org.br/tematicas.asp?cd camada1=16&cd camada2=117; acesso em 07/11/2005
Capítulo 1 - Introdução 2
tecnologias, sendo empregados diferentes sistemas construtivos distribuídos em 31.860
unidades habitacionais. Os erros e acertos dessa experiência, no entanto, só foram
avaliados depois dos edifícios concluídos e habitados (ALMEIDA, 1984).
Oliveira (1996) descreve que a falta de uma normalização onde os fabricantes e
construtores pudessem se basear, influenciaram diretamente na qualidade do produto,
levando na maioria dos casos a experiências desastrosas, com graves prejuízos para todos
os agentes intervenientes no processo da construção, sendo transferidos aos usuários os
problemas de patologias e os altos custos de manutenção e reposição. Levando em
consideração o conceito de normalização, onde se fixam as definições, características
(dimensões, qualidades), métodos de ensaio, regras de emprego, etc; em função dessas
dificuldades, houve então um grande interesse em normalizar a avaliação de desempenho
para que os fabricantes desses novos sistemas pudessem garantir a qualidade do produto
final.
Porém, o BNH no final de sua existência, na tentativa de equacionar o problema da falta de
normalização brasileira e reconhecendo a necessidade de novas soluções tecnológicas que
permitissem a construção de edifícios em larga escala, investiu em pesquisa visando à
elaboração de critérios para avaliar o desempenho de sistemas construtivos inovadores
(IPT, 1981).
Internacionalmente, o conceito de desempenho já vinha sendo utilizado há mais tempo,
mas o seu uso de forma mais sistematizada começou nos anos 60 e 70. Países como
França, Inglaterra, Alemanha, Noruega, Dinamarca, Estados Unidos e Canadá tiveram o
cuidado de avaliar seus novos sistemas construtivos com o objetivo de fornecer a garantia
de que um produto novo e desconhecido terá um desempenho satisfatório, quando for
usado na construção (OLIVEIRA, 1996).
O primeiro sistema moderno de avaliação foi estabelecido na Europa, nos anos 60, o
Sistema de Aprovação Francês, desenvolvido para reduzir as restrições no que se refere à
introdução de construções inovadoras. Estabelecido por um decreto do Ministério da
Construção, o sistema é dirigido pelo CSTB (Centre Scientifique et Technique du
Bâtiment), uma organização do Governo Federal Francês (OLIVEIRA, 1996).
Capítulo 1 - Introdução 3
O pedido para se obter o Certificado de Aprovação Francês, fornecido apenas para sistemas
construtivos novos, deve ser requerido por um fabricante ou construtor, e no formulário
deve citar especificadamente a área de aplicação e seu método de uso. As amostras são
submetidas a testes e experimentos, em oficinas, fábricas, laboratórios ou no local de
trabalho e a avaliação baseia-se na segurança, utilidade e durabilidade, levando em conta as
condições climáticas e as regulamentações de edificações existentes da construção
(OLIVEIRA, 1996).
No Brasil, as inovações tecnológicas não vieram acompanhadas com a mentalidade de se
avaliar o desempenho dos novos sistemas construtivos antes de lançá-las no mercado.
Normalmente, os sistemas eram avaliados somente pelos seus custos iniciais, não sendo
computados os custos de operação e nem mesmo os de manutenção e/ou recuperação
ficando relegada a segundo plano a preocupação com os aspectos de durabilidade e vida
útil dos edifícios (ALMEIDA, 1984).
Preocupada com a questão de avaliar o desempenho dos novos sistemas construtivos, a
Caixa Econômica Federal, considerada um dos maiores agentes financeiros de habitações,
lançou em 18 de dezembro de 2000, orientações gerais para a “Análise da Garantia de
Desempenho de Construções não Convencionais ou Inovadoras” (KLEIN et al, 2004).
De forma paralela, o IPT em 1998 (Instituto de Pesquisa Tecnológicas do Estado de São
Paulo) apresentou um texto para discussão intitulado “Critérios Mínimos de Desempenho
para Habitações Térreas de Interesse Social”, dentro do Programa Brasileiro da Qualidade
e Produtividade da Construção Habitacional (PBQP da habitação). Este programa foi
criado para estimular e apoiar ações nos setores da cadeia produtiva, instalando e
ampliando a produtividade e qualidade do setor da construção (SILVA FILHO et al, 2002).
Em julho de 2004, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) lançou os
Projetos de Normas n
o
s 02.136.01.001, 02.136.01.002, 02.136.01.003, 02.136.01.004,
02.136.01.005, 02.136.01.005 (ABNT, 2004), cujo objetivo é definir os requisitos e
critérios de desempenho aplicáveis a edifícios habitacionais de até cinco pavimentos, a
seus elementos e componentes, considerando-se os estados de limite último (ELU) e de
utilização (ELS). O Projeto de Norma é constituída das seguintes partes:
Parte 1 - Requisitos Gerais;
Capítulo 1 - Introdução 4
Parte 2 - Estrutura;
Parte 3 - Pisos Internos;
Parte 4 - Fachadas e Paredes Internas;
Parte 5 - Coberturas;
Parte 6 - Sistemas Hidro-sanitários.
Em Manaus, o crescimento urbano desordenado gerado pela migração de famílias à
procura de empregos e terras, tem provocado aumento da violência, do desemprego e a
falta de moradias. O aspecto ambiental tem sido diretamente afetado, pois tais problemas
sociais têm levado famílias a invadirem determinadas regiões das florestas nas
proximidades dos igarapés, provocando tanto o desmatamento quanto a poluição.
O Governo do Estado do Amazonas, com o objetivo de diminuir o déficit habitacional, tem
investido na construção de casas populares para população de baixa renda. Nos últimos 8
anos, mais de 15.000 unidades habitacionais foram construídas e entregues a esta
população. Destas 15.000 casas, aproximadamente 4.000 foram edificadas através do
sistema construtivo de solo-cimento e o restante através do sistema construtivo de concreto
celular
2
.
O uso destas duas técnicas construtivas (solo-cimento e concreto celular) tem visado a
racionalização e industrialização da construção, baseados nas seguintes premissas:
desenvolver moradias com custo acessível, empregar novos materiais de ótima qualidade e
com grande durabilidade; desenvolver tecnologias com emprego de componentes
construtivos simples com caráter industrial, de fácil montagem e com possibilidade de
ampliação de sua planta original, redução do entulho, e produzir uma moradia segura e
agradável ao usuário nas questões de aparência, conservação e limpeza, conforto térmico e
acústico e de estanqueidade.
As paredes das unidades habitacionais construídas em solo-cimento foram executadas de
duas formas: a primeira com tijolos aparentes rejuntadas com argamassa de cimento e
areia, no traço 1:3 (figura 1.1), enquanto que a segunda com parede rebocada (figura 1.2).
2
Fonte:http://www.suhab.am.gov.br; acesso em 10/11/2005.
Capítulo 1 - Introdução 5
As paredes das unidades habitacionais em concreto celular também foram executadas de
duas formas: a primeira refere-se à execução da alvenaria armada, ou seja, colocação de
telas de aço eletrosoldadas em todas as paredes antes de se executar a concretagem
(figura 1.3), enquanto que a segunda forma refere-se à execução da alvenaria parcialmente
armada, ou seja, colocação das telas de aço eletrosoldadas somente nos encontros de
paredes (figura 1.4).
Neste trabalho, realizaram-se ensaios de desempenho estrutural nas edificações construídas
através da técnica construtiva de solo-cimento e concreto celular, adotando os
procedimentos indicados nos Projetos de Normas n
o
s 02.136.01.001, 02.136.01.002,
02.136.01.004 (ABNT, 2004) e no texto sugerido pelo IPT (1998). Tais edificações foram
avaliadas verificando se atendem aos critérios mínimos de desempenho estrutural
estabelecidos pelo Projeto de Norma da ABNT e o texto proposto pelo IPT (1998), através
Figura 1.3
-
Parede em concreto celular
armada.
Figura 1.4
-
Parede em concreto celular
parcialmente armada.
Figura 1.1
Parede de solo
-
cimento
rejuntada.
Figura 1.2
Parede de solo
-
cimento
rebocada.
Capítulo 1 - Introdução 6
dos ensaios de ação de impactos (corpo mole e corpo duro) e cargas de ocupação (peças
suspensas, rede de dormir e interação entre paredes e portas).
O texto proposto pelo IPT (1998) foi utilizado nesta pesquisa para avaliar o desempenho
estrutural das unidades habitacionais de solo-cimento e concreto celular através dos ensaios
de sustentação de rede de dormir. O texto indica os requisitos e critérios que devem ser
considerados nesta avaliação, complementando o Projeto de Norma 02.136.01.004 (ABNT,
2004) que indica a metodologia a ser adotada neste ensaio.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 OBJETIVOS GERAIS
A presente pesquisa teve como objetivo geral avaliar, de acordo com o Projeto de Norma
da ABNT de 2004 e o texto proposto pelo IPT (1998), o desempenho estrutural de dois
sistemas construtivos, o solo-cimento e o concreto celular, que são empregados como
alternativa construtiva na edificação de casas populares para população de baixa renda no
Estado do Amazonas.
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Para avaliar o desempenho estrutural das unidades habitacionais em solo-cimento e
concreto celular, tendo como referência os Projetos de Normas n
o
s 02.136.01.001,
02.136.01.002 e 02.136.01.004 (ABNT, 2004) e o texto proposto pelo IPT (1998), foram
estabelecidos os seguintes objetivos específicos:
Avaliar as unidades habitacionais observando os critérios de estado limite de
utilização Projeto de Norma 02.136.01.001 e 02.136.01.002 (ABNT, 2004);
Realizar os ensaios de verificação da resistência a impactos (impacto de corpo mole
e impacto de corpo duro) - Projeto de Norma 02.136.01.004 (ABNT, 2004);
Realizar os ensaios de cargas de ocupação (peças suspensas) Projeto de Norma
02.136.01.004 (ABNT, 2004);
Capítulo 1 - Introdução 7
Realizar os ensaios de verificação do comportamento da folha submetida a
manobras anormais (interação entre paredes e portas e impacto de corpo mole) -
Projeto de Norma 02.136.01.004 (ABNT, 2004);
Realizar os ensaios de sustentação de redes de dormir (critério optativo) conforme
as prescrições do Projeto de Norma 02.136.01.004 (ABNT, 2004) e o texto
proposto pelo IPT (1998);
Avaliar o desempenho estrutural das unidades habitacionais em solo-cimento e em
concreto celular, por meio de análise realizada frente aos critérios de desempenho
dos ensaios de resistência a impactos e dos ensaios que simulam as cargas de
ocupação.
1.3 APRESENTAÇÃO DO TRABALHO
A presente dissertação é constituída de sete capítulos, organizados da seguinte maneira:
Capítulo 1 Introdução: Descreve o contexto histórico da avaliação de desempenho dos
sistemas construtivos, destacando ainda os objetivos gerais e específicos.
Capítulo 2 Avaliação de Desempenho de Sistemas Construtivos para Habitação:
Apresenta os requisitos e os critérios para avaliar o desempenho estrutural dos sistemas
construtivos de solo-cimento e concreto celular.
Capítulo 3 Solo-Cimento e Concreto Celular: Apresenta os conceitos e os materiais
necessários para produção dos tijolos de solo-cimento e do concreto celular, bem como um
breve histórico da utilização destas duas técnicas construtivas (solo-cimento e concreto
celular) na execução de casas no Estado do Amazonas.
Capítulo 4 Descrição das Etapas Construtivas: Apresentam o modelo dos tijolos de solo-
cimento usado na construção das casas populares, as quantidades dos componentes para
confecção do concreto celular e descreve as etapas construtivas dos dois sistemas.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados: Descrevem os métodos de avaliação, os
equipamentos e os resultados obtidos através dos ensaios para avaliar o desempenho
estrutural dos sistemas construtivos. Mostra o projeto urbanístico dos conjuntos
Capítulo 1 - Introdução 8
habitacionais, indicando as casas onde foram realizados os ensaios para avaliação do
desempenho estrutural.
Capítulo 6 Análise dos Resultados: Apresenta a análise dos resultados, obtidos após a
realização dos ensaios de desempenho estrutural;
Capítulo 7 Conclusões e Trabalhos Futuros: Apresenta conclusões e sugestões a
trabalhos futuros.
Capítulo 2 Avaliação de Desempenho de Sistemas Construtivos para Habitação
9
CAPÍTULO 2
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE
SISTEMAS CONSTRUTIVOS PARA
HABITAÇÃO
Nesse capítulo, discorre-se sobre os conceitos de avaliação de desempenho, exigências dos
usuários, condições de exposição e são apresentados os requisitos e critérios de desempenho
que devem ser atendidos pelas unidades habitacionais de solo-cimento e concretos celular
mediante os ensaios de avaliação de desempenho estrutural.
2.1 DESCRIÇÃO GERAL
A avaliação de desempenho busca analisar a adequação ao uso de um produto ou de uma
técnica construtiva, destinada a cumprir uma função, independentemente da solução material
adotada. Para atingir esta finalidade, a avaliação de desempenho deve submeter a edificação
e/ou suas partes constituintes a uma investigação sistemática, baseada em métodos de
avaliação consistentes, capazes de produzir uma interpretação objetiva sobre o
comportamento esperado do produto nas condições de uso definidas (Projeto de Norma
02.136.01.001 – ABNT, 2004).
Segundo Souza (1984), a habitação é caracterizada como um produto definido cuja função é
satisfazer as exigências do usuário, consistindo a avaliação de desempenho na previsão do
comportamento potencial do edifício, quando em utilização normal.
Visando à modernização da construção habitacional e conseqüente redução de custos e perdas,
com aumento da produtividade, algumas empresas têm empreendido esforços, tanto na
racionalização de processos construtivos convencionais, como no desenvolvimento de novos
processos (REIS e BASTOS, 1994).
Capítulo 2 Avaliação de Desempenho de Sistemas Construtivos para Habitação
10
Deve-se destacar que à medida que surgem os novos sistemas construtivos, a necessidade de
avaliá-los é de fundamental importância, evitando que futuros problemas decorrentes das
novas técnicas construtivas sejam transferidos aos usuários. Desta forma, deve-se determinar
uma metodologia básica para que se avalie o desempenho destes sistemas construtivos,
garantindo que a avaliação de desempenho tenha um padrão a ser seguido (MITIDIERI,
1998).
A metodologia básica para aplicação do conceito de desempenho consiste em: identificação
das exigências dos usuários a serem satisfeitas, as condições de exposição a que está
submetido o produto, estabelecimento dos requisitos (qualitativos) e critérios de desempenho
(quantitativos) a serem atendidos e definição dos métodos de avaliação (SOUZA, 1983).
A aplicação deste conceito contribui para orientar o desenvolvimento de produtos na área de
componentes e o desenvolvimento de projetos, contribuindo também para a normalização da
habitação (normas de desempenho) e abre caminho para uma sistemática de controle de
qualidade de novos produtos baseada em certificados de homologação (THOMAZ, 1993).
A Figura 2.1 mostra o esquema empregado por Souza (1984) na aplicação do conceito de
desempenho.
Figura 2.1 Fluxograma de avaliação de desempenho
Fonte: Souza (1984)
Exigências
dos usuários
Edifícios e
suas partes
Condições de
exposição
Requisítos
de
desempenho
Critérios de
desempenho
Métodos de
avaliação
Capítulo 2 Avaliação de Desempenho de Sistemas Construtivos para Habitação
11
2.1.1 EXIGÊNCIA DOS USUÁRIOS
As exigências dos usuários são entendidas, no caso da habitação, como o nível de condições
necessárias à segurança e saúde do homem, ao seu conforto e satisfação de suas preocupações
econômicas (SOUZA, 1984).
Conforme Mitidieri e Souza (1994), o conceito de exigência do usuário é bastante relativo,
varia de país para país ou mesmo para cada região dentro de um mesmo país, pois, o que
constitui exigência para um país desenvolvido pode constituir-se apenas em desejo para
aqueles menos desenvolvidos.
Sob as diversas ações atuantes na habitação, o edifício e suas partes devem atender às
exigências aplicáveis que se encontram relacionadas no Projeto de Norma 02.136.01.001
(ABNT, 2004) Desempenho de edifícios habitacionais de até 5 pavimentos Parte 1:
Requisitos Gerais, conforme tabela 2.1.
Tabela 2.1 Exigências do usuário.
Segurança
- Segurança estrutural
- Segurança contra o fogo
- Segurança no uso e operação
Habitabilidade
- Estanqueidade
- Conforto higrotérmico
- Conforto acústico
- Conforto lumínico
- Saúde, higiene e qualidade do ar
- Funcionalidade e acessibilidade
- Conforto tátil e antropodinâmico
Sustentabilidade
- Durabilidade
- Manutenabilidade
- Impacto ambiental
Fonte: Projeto de Norma 02.136.01.001 (ABNT, 2004).
2.1.2 CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO
As condições de exposição a que está submetido um produto, podem ser entendidas como o
conjunto de ações atuantes sobre este durante sua vida útil (IPT, 1981).
As ações podem ocorrer devido a fenômenos de origem natural (ventos, chuvas, etc.), de
origem externa ao edifício (impactos externos) e devidas ao próprio uso do edifício
(sobrecargas de utilização, focos de incêndio, etc.). Para cada uma das exigências do usuário,
associam-se conjuntos de exposições que devem ser consideradas. Assim, no caso da
exigência de conforto térmico, as condições de exposição serão caracterizadas pelo conjunto
Capítulo 2 Avaliação de Desempenho de Sistemas Construtivos para Habitação
12
de variáveis climáticas que ocorre no período de verão e inverno numa dada região. Esse
conjunto de variáveis é composto de temperatura do ar, umidade relativa, insolação, radiação
solar, ventos e precipitações (OLIVEIRA, 1996).
2.1.3 REQUISITOS E CRITÉRIOS DE DESEMPENHO
Definida a função da habitação como a de satisfazer às exigências do usuário, o edifício, seus
elementos e componentes, deverão atender, quando submetidos às condições de exposição, a
determinados requisitos de desempenho. Tais requisitos serão expressos qualitativamente a
partir da função especifica que o elemento/componente ocupa no edifício e à luz das
exigências humanas (JUNQUEIRA E GEYER, 2005).
Os requisitos e critérios são entendidos como condições qualitativas e quantitativas,
respectivamente, às quais um determinado produto deve atender quando submetido às
condições de exposição, a fim de que sejam satisfeitas as exigências do usuário. São
interpretados como níveis de segurança, habitabilidade e durabilidade, que o produto deve
atender quando submetido a ações (MITIDIERI E SOUZA, 1994).
Exemplificando, para o caso da segurança estrutural, são fixadas as exigências, visando
garantir que os elementos da habitação não atinjam o estado limite último, correspondente à
ruína por ruptura, por deformação excessiva ou por instabilidade e o estado limite de
utilização, estado correspondente às fissuras inaceitáveis prejudiciais ao uso ou à durabilidade
da peça e às deformações que ultrapassam os limites aceitáveis para utilização da estrutura
(THOMAZ, 1993).
A experiência que o IPT tem acumulado na avaliação de sistemas construtivos inovadores,
tem mostrado que se devem ter critérios eliminatórios e classificatórios. Os eliminatórios
seriam os critérios relacionados com a segurança, habitabilidade e durabilidade, enquanto que
os classificatórios são aqueles que acrescentariam qualidade ao sistema como melhor conforto
acústico, higrotérmico, etc (ANTAC, 2003).
2.1.4 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
Definidos os requisitos e critérios a serem atendidos pela habitação, seus elementos e
componentes, necessitam-se de métodos uniformizados de avaliação para verificar se tais
produtos atendem aos requisitos e critérios fixados (SOUZA, 1984).
Capítulo 2 Avaliação de Desempenho de Sistemas Construtivos para Habitação
13
Em função das necessidades básicas de segurança, saúde, higiene e economia, são
estabelecidos para os diferentes elementos e partes da construção, níveis mínimos de
desempenho (“Nível M”), que devem ser obrigatoriamente atendidos. Considerando as
diferentes possibilidades de agregação de qualidade aos produtos, o que implica inclusive em
diferentes relações custo/benefício, para desempenho excedente às necessidades mínimas, são
estabelecidos respectivamente os níveis intermediários (“I”) e superiores (“S”). Aos agentes
públicos financiadores ou promotores de habitação, e aos incorporadores em geral, caberão
definir, em cada caso, o nível de desempenho pretendido não havendo nenhuma indicação,
subentende-se pactuado o nível “M” - (ABNT - projeto 02.136.01.001, 2004).
Silva Filho et al (2002) ressalta que os métodos de avaliação podem ser estabelecidos a partir
de ensaios e medidas, cálculos e julgamentos técnicos. Ressaltam-se dois tipos de ensaios e
medidas: medidas de propriedades definidas mensuráveis dos componentes e elementos do
edifício (condutância térmica, perda de transmissão sonora, resistência ao fogo, resistência
mecânica, etc) e ensaios e medidas onde se tenta reproduzir as condições de exposição de uma
maneira simplificada e padronizada (envelhecimento acelerado de sistemas de pintura, ensaios
de estanqueidade de fachadas, simulações de choques em paredes, etc).
O cálculo é um modelo teórico do comportamento do edifício ou elemento, e é adotado por
via analítica, a partir de certas propriedades dos materiais e componentes constituintes, assim
como das condições de exposição. Desta forma, este método de avaliação procura quantificar
através de estimativas, levando em consideração as características dos materiais das unidades
habitacionais bem como o meio na qual o edifício está inserido, se tais edificações satisfazem
aos requisitos e critérios estabelecidos.
Por exemplo:
O cálculo do tempo de evacuação dos usuários da habitação em caso de incêndio, a
partir da análise do projeto arquitetônico;
O cálculo do nível de segurança estrutural do edifício, quando submetido a esforços de
vento.
O julgamento técnico é baseado no conhecimento de especialistas com base na experiência de
casos e condições similares já conhecidos e consagrados pelo uso através da análise do projeto
e inspeções em protótipos dos produtos, em fábricas.
Capítulo 2 Avaliação de Desempenho de Sistemas Construtivos para Habitação
14
2.2 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ESTRUTURAL
O desempenho estrutural da habitação deve ser avaliado sob dois aspectos: o da segurança
(estado limite último) e o de utilização, onde se considera a deformação dos elementos,
fissuração e outras falhas que comprometem a estanqueidade à água e a durabilidade (KLEIN
et al, 2002).
Além das ações de caráter permanente, devem ser analisadas as acidentais que podem atuar na
habitação e outros esforços mecânicos, decorrentes do uso da edificação, como impacto,
cargas excêntricas suspensas e solicitações transmitidas pelas portas.
O Projeto de Norma da ABNT 02.136.01.004 (2004) descreve que a avaliação de desempenho
estrutural de habitações térreas é realizada obedecendo aos critérios de estado limite último,
estado limite de utilização, capacidade de suporte de peças suspensas, resistência a impacto de
corpo mole, resistência a impacto de corpo duro, ações transmitidas por portas internas e
externas e sustentação de rede de dormir.
Neste trabalho foi avaliado o desempenho estrutural das edificações em estudo através da
verificação do estado limite de utilização, ensaios de capacidade de suporte de peças
suspensas, resistência a impacto de corpo mole e corpo duro, ações transmitidas pela interação
entre paredes e portas e sustentação de rede de dormir.
O primeiro critério, estado limite último, tem como requisito a estabilidade e a resistência
estrutural das edificações, frente às solicitações de combinação simultânea das cargas
permanentes e cargas devidas ao vento. Para se avaliar sob este critério, devem-se realizar os
ensaios de cargas impostas na estrutura (ensaio de compressão de paredes) e o ensaio de ação
do vento (ABNT - projeto 02.136.01.002, 2004).
O segundo critério, estado limite de utilização, deve garantir a durabilidade e utilização
normal da estrutura, limitando-se a formação de fissuras, a magnitude de deformações e a
ocorrência de falhas localizadas que possam prejudicar os níveis de desempenho previstos
pela própria estrutura e para os demais elementos e componentes que constituem a edificação,
incluído as instalações hidro-sanitária e demais sistemas prediais (ABNT projeto
02.136.01.002, 2004).
Portanto, na parte prática deste trabalho, não foi avaliado o critério de estado limite último,
pois não foi possível realizar o ensaio de compressão de paredes, visto que as unidades
Capítulo 2 Avaliação de Desempenho de Sistemas Construtivos para Habitação
15
habitacionais já estavam concluídas, estando, portanto, com suas devidas cargas atuantes
(peso próprio da cobertura e o peso próprio da alvenaria).
A realização dos ensaios para avaliar o desempenho estrutural das edificações construídas em
alvenarias de solo-cimento rejuntadas e rebocadas com argamassa e nas alvenarias em
concreto celular armado e parcialmente armado, foram realizados em pelo menos três
unidades habitacionais para cada tipo de alvenaria, nas paredes mostradas na Figura 2.2 da
seguinte forma:
A parede P4 foi avaliada mediante o ensaio de resistência a impacto de corpo mole;
A parede P4 foi avaliada mediante o ensaio de resistência a impacto de corpo duro;
A parede P7 foi avaliada frente ao comportamento sob ação de cargas provenientes de
peças suspensas;
A parede P6 foi avaliada frente ao comportamento sob ação de cargas provenientes de
rede de dormir;
A porta Po1 foi avaliada mediante a interação entre paredes e portas.
Figura 2.2 Planta baixa de uma unidade habitacional padrão.
Capítulo 2 Avaliação de Desempenho de Sistemas Construtivos para Habitação
16
As paredes das unidades habitacionais de solo-cimento e concreto celular, escolhidas para
realização dos ensaios e o motivo da escolha de cada parede, estão apresentados a seguir:
A parede P4 foi avaliada mediante o ensaio de impacto de corpo mole, pelo fato de a
mesma ser a segunda parede mais crítica devido ao seu comprimento, porém, a
diferença desta para a parede mais crítica, P2, é de apenas 50 cm (Figura 2.2). Não foi
possível realizar o ensaio na parede com maior comprimento (P2), considerada a mais
crítica, pois as casas foram construídas bem próximas umas das outras com distância
de 2,50 m impossibilitando a realização do ensaio.
Da mesma forma que no ensaio de corpo mole, a parede P4 foi escolhida para ser
avaliada mediante o ensaio de corpo duro, pelo fato de ser a única parede juntamente
com a P3 que apresenta distância entre as casas que não dificulta o ensaio;
A parede P7 foi escolhida para ser avaliada frente ao comportamento sob ação de
cargas provenientes de peças suspensas, pelo fato de a mesma pertencer a área da
cozinha onde geralmente se instalam armários, prateleiras e etc ;
A parede P6 foi avaliada frente ao comportamento sob ação de cargas provenientes de
rede de dormir, pelo fato de nesta parede estar posicionado o armador de rede, embora
isso também ocorra na P4;
A porta Po1 foi avaliada mediante a interação entre paredes e portas, pelo fato de ser a
porta da fachada, recebendo diretamente a ação do vento sem nenhum obstáculo, uma
vez que a porta da cozinha não recebe diretamente tal ação.
2.2.1 REQUISITOS DE DESEMPENHO ESTRUTURAL ESTADO
LIMITE DE UTILIZAÇÃO (ELS)
O desempenho da estrutura, e dos demais elementos da construção a ela vinculados, não deve
ser prejudicado por deslocamentos excessivos ou estados de fissuração excessiva,
considerando-se nas verificações as ações permanentes e de utilização. As deformações,
fissuras e quaisquer falhas não devem impedir o livre funcionamento de elementos e
componentes do edifício, tais como portas e janelas, instalações, etc. Nestas condições, a
probabilidade de ocorrência de fissuras e danos inaceitáveis deve ser mínima, da ordem de
0,1% (considerando as ações características com nível de significância de 95%) - (Projeto de
Norma 02.136.01.002 - ABNT, 2004).
Capítulo 2 Avaliação de Desempenho de Sistemas Construtivos para Habitação
17
2.2.2 CRITÉRIOS E NÍVEIS DE DESEMPENHO ESTADO LIMITE DE
UTILIZAÇÃO (ELS)
Sob a ação de cargas verticais, temperatura, vento, recalques diferenciais das fundações ou
quaisquer outras solicitações passíveis de atuarem sobre a construção, os componentes
estruturais - (Projeto de Norma 02.136.01.002 – ABNT, 2004):
Não devem apresentar deslocamentos superiores àqueles indicados na Tabela 2.2;
Tabela 2.2 Deslocamentos limites para cargas permanentes e cargas acidentais em geral.
Razão da limitação Elementos Deslocam. limite Tipo de deslocamento
Visual/insegurança
psicológica.
Pilares, paredes,
vigas e lajes
(componentes
visíveis).
L/250 ou H/300
Deslocamento final
incluindo fluência (carga
total).
Caixilhos,
instalações,
vedações e
acabamentos
rígidos (pisos,
forros e etc).
L/800
Destacamentos,
fissuras em
vedações ou
acabamentos,
falhas na operação
de caixilhos e
instalações.
Divisórias leves,
acabamentos
flexíveis (pisos,
forros e etc).
L/600
Parcela da flecha ocorrida
após a instalação da carga
correspondente ao
elemento em análise
(parede, piso etc).
Destacamentos e
fissuras em
vedações.
Paredes e/ou
acabamentos
rígidos
L/500 ou H/500
*
Distorção horizontal ou
vertical provocada por
variações de temperatura
ou ação do vento, distorção
angular devido ao recalque
de fundação (deslocamento
total).
*
Para 2 tipo de solicitação, o deslocamento horizontal máximo no topo do edifício deve ser limitado a
H
total
/500 ou 3 cm, respeitando-se o menor dos dois limites:
L comprimento da parede
H Altura da parede
Fonte: Projeto de Norma 02.136.01.02 (ABNT, 2004).
Não devem apresentar fissuras com aberturas maiores que os limites indicados em
normas específicas NBR 6118 (ABNT, 2003), NBR 9062 (ABNT, 2001), etc), ou
abertura superior a 0,4 mm, em qualquer situação, prevalecendo sempre o menor valor
limitado;
Não devem apresentar lascamentos, fraturas localizadas, plastificações ou quaisquer
outros danos que venham a prejudicar o desempenho dos demais elementos da
construção;
Capítulo 2 Avaliação de Desempenho de Sistemas Construtivos para Habitação
18
Não devem apresentar destacamentos ou fissuras em paredes de vedação, pisos,
elementos da cobertura, forros e acabamentos em geral, tolerando-se fissuras e
destacamentos não perceptíveis a olho nu por um observador posicionado a 1m da
superfície do elemento em análise, num cone visual com ângulo igual ou inferior a
60°, sob iluminação igual ou maior que 250 lux.
Devem ser consideradas as cargas permanentes, acidentais, devidas ao vento e à deformações
específicas. O valor da solicitação de cálculo é dado pela expressão (2.1).
Solicitação: S
d
= ?
g
S
gk
+ ?
q
S
qk +
?
w
S
wk +
?
e
S
ek
(2.1)
Nos casos mais gerais, na análise das deformações podem ser consideradas apenas as ações
permanentes e acidentais (sobrecargas) características, tomando-se para ?
g
o valor 1 e para ?
q
o valor 0,7, logo o novo valor para solicitação de cálculo é dada pela expressão (2.2)
S
d
= S
gk
+ 0,7 S
qk
(2.2)
Os deslocamentos limites para as cargas permanentes e cargas acidentais em geral estão
apresentados na Tabela 2.2.
2.2.3 REQUISITOS DE DESEMPENHO ESTRUTURAL PARA AÇÃO DE
IMPACTOS DE CORPO MOLE E CORPO DURO
As paredes externas e internas, com função estrutural ou de vedação, devem resistir aos
impactos de corpo mole e corpo duro que podem sofrer durante a vida útil do edifício.
Traduzem na energia de impacto a ser aplicada em paredes externas e internas com e sem
função estrutural. Os impactos com maiores energias referem-se ao estado limite último,
sendo os de utilização aqueles com menores energias.
Os impactos correspondem a choques acidentais gerados pela própria utilização do edifício ou
a choques provocados por tentativas de intrusões intencionais ou não. Dessa forma, são
considerados os impactos gerados tanto no exterior como no interior do edifício,
diferenciando-se as paredes com e sem função estrutural, bem como as paredes de fachada e
as paredes internas - (Projeto de Norma 02.136.01.004 – ABNT, 2004).
Capítulo 2 Avaliação de Desempenho de Sistemas Construtivos para Habitação
19
2.2.4 CRITÉRIOS E NÍVEIS DE DESEMPENHO PARA RESISTÊNCIA A
IMPACTOS DE CORPO MOLE
Sob ação de impactos de corpo mole, as fachadas e paredes internas não devem:
Sofrer ruptura ou instabilidade (impactos de segurança), para as correspondentes
energias de impacto indicadas na Tabela 2.3.
Tabela 2.3 Impactos de corpo mole para paredes externas (fachadas) de casas térreas, com
função estrutural.
Componente Impactos Energia de
impacto de
corpo mole (J)
Critérios de
desempenho
Nível de
desempenho
960
720
Não ocorrência de
ruína.
480
360
Não ocorrência de
falhas.
240
Não ocorrência de
falhas;
Limitações dos
deslocamentos
horizontais;
d
hi
= H/250
d
hr
= H/1250
180
120
Não ocorrência de
falhas.
I
720
480
360
Não ocorrência de
ruína.
240
Não ocorrência de
falhas;
Limitação dos
deslocamentos
horizontais;
d
hi
= H/250
d
hr
= H/1250
180
Paredes com
função
estrutural
(paredes de
casas térreas).
Impactos
externos
(acesso ext.
ao público).
120
Não ocorrência de
falhas.
M
Nota : Quando o revestimento interno da parede de fachada multicamada não for integrante da estrutura da
parede, nem considerado como componente de contraventamento, poderão ser adotados, somente para os
impactos internos e para o revestimento interno, os critérios previstos na norma NBR 11681, considerando
E = 60 J para não ocorrência de falhas e E = 120 J para não ocorrência de rupturas localizadas, desde que
não haja comprometimento à segurança e à estanqueidade, e os materiais de revestimento empregados
sejam de fácil reposição pelo usuário, ou seja, sejam disponíveis no mercado.
H altura da parede, d
hi
deslocamento horizontal imediato e d
hr
deslocamento horizontal residual.
Fonte: Projeto de Norma 02.136.01.001 (ABNT, 2004).
Capítulo 2 Avaliação de Desempenho de Sistemas Construtivos para Habitação
20
Sofrer fissuras, escamações, delaminações ou qualquer outro tipo de falha (impactos
de utilização) que possa comprometer o estado de utilização, observando-se ainda os
limites de deslocamentos instantâneos e residuais (d
hi
e d
hr
), indicados na Tabela 2.2;
Provocar danos a componentes, instalações e acabamentos acoplados à parede, de
acordo com as energias de impacto indicadas na Tabela 2.3.
2.2.5 CRITÉRIOS E NÍVEIS DE DESEMPENHO PARA RESISTÊNCIA A
IMPACTOS DE CORPO DURO
Sob a ação de impactos de corpo duro, as fachadas e paredes internas não devem:
Sofrer fissuras, escamações, delaminações ou qualquer outro tipo de dano (impactos
de utilização), observando-se ainda os limites de profundidades de mossas indicados
na Tabela 2.4;
Sofrer ruptura ou traspassamento sob ação dos impactos de corpo duro indicados na
Tabela 2.4.
Tabela 2.4 Impactos de corpo duro para paredes externas.
Componente Impactos Energia de
impacto de
corpo duro (J)
Critérios de
desempenho.
Nível de
desempenho
3,75
Não ocorrência de
falhas.
20
Não ocorrência de
ruptura e
traspassamento.
M
3,75
Não ocorrência de
falhas;
Profundidade da
mossa ? = 2,0 mm
Paredes com ou
sem função
estrutural;
Parapeitos ou
guarda-corpos.
Impactos
externos
(acesso ext.
ao público)
20
Não ocorrência de
ruptura e
traspassamento.
I
Nota : Para parapeitos ou guarda-corpos recomenda-se somente os impactos de corpo duro de grandes
dimensões (E = 20 J (externo) e E = 10 J (interno)).
Fonte: Projeto de Norma 02.136.01.001 (ABNT, 2004).
Capítulo 2 Avaliação de Desempenho de Sistemas Construtivos para Habitação
21
2.2.6 REQUISITOS DE DESEMPENHO ESTRUTURAL PARA
SOLICITAÇÃO DECORRENTE DE CARGAS PROVENIENTES DE
PEÇAS SUSPENSAS
As fachadas e paredes internas, com ou sem função estrutural, devem resistir à fixação de
peças suspensas (armários, prateleiras, lavatórios etc) previstas no projeto, respeitando-se as
recomendações e limitações de uso definidas pelo fabricante - (ABNT - projeto
02.136.01.004, 2004).
2.2.7 CRITÉRIOS E NÍVEIS DE DESEMPENHO PARA CAPACIDADE DE
SUPORTE DE PEÇAS SUSPENSAS
As fachadas e paredes internas da habitação, com ou sem função estrutural, sob ação de cargas
aplicadas excentricamente em relação à face da parede e cargas aplicadas faceando a
superfície da parede, em função do tipo de peça a ser fixada, não podem apresentar fissuras,
deslocamentos inaceitáveis (d
hi
e d
hr
), lascamentos ou quaisquer outros tipos de falhas. Na
Tabela 2.5 indicam-se apenas as cargas de serviço aplicadas por mão-francesa padrão.
Tabela 2.5 Cargas de serviço, critérios e níveis de desempenho para peças suspensas
aplicadas por mão-francesa padrão.
Simulador de peça
suspensa
Carga de serviço Critério de
desempenho
Nível de
desempenho
0,8 kN, aplicados nos
pontos A e B, sendo 0,4
kN em cada ponto.
Não ocorrência de
falhas;
Limitação dos
desloc. horizontais;
d
hi
= H/500
d
hr
= H/2500
M
1,0 kN, aplicados nos
pontos A e B, sendo 0,5
kN em cada ponto.
Não ocorrência de
falhas;
Limitação dos
desloc. horizontais;
d
hi
= H/500
d
hr
= H/2500
I
Mão francesa
padrão
1,2 kN, aplicados nos
pontos A e B, sendo 0,6
kN em cada ponto.
Não ocorrência de
falhas;
Limitação dos
desloc. horizontais;
d
hi
= H/500
d
hr
= H/2500
S
Fonte: Projeto de Norma 02.136.01.001 (ABNT, 2004).
Capítulo 2 Avaliação de Desempenho de Sistemas Construtivos para Habitação
22
A Figura 2.3 mostra os pontos A e B onde são aplicadas as cargas de serviços do ensaio de
peças suspensas.
Figura 2.3 – Esquema de mão-francesa para ensaios de peças suspensas.
Fonte: Projeto de Norma 02.136.01.004 (ABNT, 2004).
2.2.8 REQUISITOS DE DESEMPENHO ESTRUTURAL PARA
INTERAÇÃO ENTRE PAREDES E PORTAS
As paredes externas e internas das habitações, suas ligações e vinculações, devem permitir o
acoplamento de portas resistindo à ação de fechamentos bruscos das folhas de portas e
impactos nas folhas de portas - (ABNT - projeto 02.136.01.004, 2004).
2.2.9 CRITÉRIOS E NÍVEIS DE DESEMPENHO PARA AÇÕES
TRANSMITIDAS POR PORTAS INTERNAS OU EXTERNAS
As paredes externas e internas da habitação, com ou sem função estrutural, devem permitir o
acoplamento de portas nas seguintes condições:
Submetidas as portas a dez operações de fechamento brusco, as paredes não devem
apresentar falhas, tais como rupturas, fissurações, destacamentos no encontro com o
marco, cisalhamento nas regiões de solidarização do marco, destacamentos em juntas
entre componentes das paredes, etc;
Capítulo 2 Avaliação de Desempenho de Sistemas Construtivos para Habitação
23
Sob ação de um impacto de corpo mole com energia de 240 J, aplicado no centro
geométrico da folha de porta, não deverá ocorrer deslocamento ou arrancamento do
marco, nem ruptura ou perda de estabilidade da parede. Admite-se, no contorno do
marco, a ocorrência de danos localizados, tais como fissurações e estilhaçamentos.
2.2.10 REQUISITOS DE DESEMPENHO ESTRUTURAL PARA
SUSTENTAÇÃO DE REDE DE DORMIR
As fachadas e paredes internas, com ou sem função estrutural, devem resistir à fixação dos
armadores de redes, previstas no projeto, respeitando-se as recomendações e limitações de uso
definidas pelo fabricante (IPT, 1998).
2.2.11 CRITÉRIOS E NÍVEIS DE DESEMPENHO PARA SUSTENTAÇÃO
DE REDE DE DORMIR
Este critério é optativo, devendo ou não ser considerado em função dos hábitos culturais da
população à qual será destinado o sistema construtivo (IPT, 1998). Tal ensaio foi realizado
neste trabalho, pois no Estado do Amazonas, é bastante comum o uso de redes de dormir, e
todas as casas construídas possuem armadores de rede em suas paredes.
As paredes internas e externas da habitação, com ou sem função estrutural, devem resistir a
uma força de arrancamento de 2000 N (200 kgf), aplicada em ângulo de 60
o
com a parede
(Projeto de Norma 02.136.01.004 – ABNT, 2004). Nessas condições, não devem ocorrer:
d
hi
> H/500;
d
hr
> H/2500;
Arrancamento dos fixadores, rupturas, fissuras ou escamações nas regiões de
transmissão da carga; pequenas indentações ou amassamentos são, todavia aceitas.
Qualquer dano fora da região de aplicação da carga, em qualquer face da parede.
2.3 CONSIDERAÇÕES GERAIS
Para entender melhor o comportamento das unidades habitacionais durante e após os ensaios
de avaliação de desempenho estrutural, realizando uma análise correta para que se chegue a
conclusões objetivas, de forma que se venha a contribuir para o melhor desempenho do
Capítulo 2 Avaliação de Desempenho de Sistemas Construtivos para Habitação
24
produto, é de fundamental importância destacar as etapas construtivas dos dois sistemas, solo-
cimento e concreto celular, bem como descrever os tipos de materiais utilizados para
produção dos tijolos de solo-cimento e do concreto celular que influenciam diretamente na
qualidade e na durabilidade do principal componente da edificação, que é a parede. A
principal etapa construtiva que deve ser destacada para que se compreenda o desempenho das
edificações de solo-cimento e concreto celular é a forma de execução das paredes e seus
vínculos de apoios com a fundação.
No capítulo seguinte serão abordados a definição e os materiais necessários para a produção
dos tijolos de solo-cimento e concreto celular, destacando um breve histórico desses materiais
empregados em edificações de casas populares no Estado do Amazonas.
Capítulo 3 Solo-cimento e Concreto Celular
25
CAPÍTULO 3
SOLO-CIMENTO E CONCRETO CELULAR
3.1 SOLO-CIMENTO
3.1.1 DEFINIÇÃO
Solo-cimento é um material resultante da mistura homogênea, compactada e curada de solo,
cimento e água, em proporções adequadas. O produto resultante deste processo é um material
com boa resistência à compressão, bom índice de impermeabilidade, baixo índice de retração
volumétrica e boa durabilidade (ENTEICHE, 1990).
O solo é o elemento básico para a obtenção do solo-cimento. O cimento entra em uma
quantidade que varia de 5 % a 10 % do peso do solo, o suficiente para estabilizá-lo e conferir
as propriedades de resistência desejadas para o composto (GRANDE, 2003).
O cimento adicionado ao solo garante que o material não tenha variações volumétricas
consideráveis frente à absorção e à perda de umidade, bem como aumento da resistência à
compressão, maior durabilidade em conseqüência de uma menor permeabilidade e permite
que o material não se deteriore quando submerso na água (FARIA, 1990).
O tipo de solo empregado na mistura, o teor de cimento, a quantidade de água adicionada, a
forma como se realiza a mistura e a compactação da mesma, o armazenamento e a cura, são
fatores que devem ser cuidadosamente considerados para que o produto final, o tijolo de solo-
cimento, tenha excelente qualidade e conseqüentemente maior durabilidade.
3.1.2 SOLO
O solo adequado para produção de tijolos de solo-cimento deverá possuir quantidade de areia
em torno de 50 % a 70 %, devendo estar isento de matéria orgânica (raízes, folhas, etc),
cloretos e sulfatos. O solo com a granulometria ideal para a mistura deve ser
Capítulo 3 Solo-cimento e Concreto Celular
26
predominantemente arenoso, com argila em menor porcentagem, para que haja coesão entre
os grãos. À medida que se aumenta o teor de argila do solo, aumenta-se a necessidade do
consumo de cimento para sua estabilização (GRANDE, 2003).
O solo empregado para produção dos tijolos de solo-cimento pode ser extraído no próprio
canteiro de obras ou de jazidas, desde que seja enviada amostra dos mesmos ao laboratório, a
fim de se fazer ensaios de granulometria e caracterização química, conforme exposto acima.
Somente após os resultados dos ensaios laboratoriais e verificadas todas as condições é que o
solo será liberado para a produção dos tijolos de solo-cimento (MERCADO, 1990).
Solos finos, normalmente, necessitam de teores mais elevados de cimento. Nesses casos,
torna-se necessário a mistura de solos granulares, areia, em quantidades capazes de produzir
uma mistura que atenda às características preconizadas. É importante destacar que não é
qualquer tipo de solo que é apropriado e a sua escolha deve ser feita mediante o conhecimento
de suas características que em resumo são a trabalhabilidade, granulometria e caracterização
química (GRANDE, 2003).
Segundo a NBR 10832 (ABNT, 1989) e a NBR 10833, (ABNT 1989), de uma forma geral, os
solos mais adequados para a fabricação de tijolos e a construção de paredes monolíticas de
solo-cimento são os que possuem as seguintes características:
% passante na peneira 4,8 mm (n. 4) .....................................100 %
% passante na peneira 0.075 mm (n. 200)..............................10 % a 50 %
Limite de liquidez (LL)......................................................... = 45 %
Índice de plasticidade (IP).................................................... = 18 %
Em geral, solos bons apresentam: de 45% a 85% de areia, de 20 % a 50 % de silte e argila,
teor de argila menor que 20 % e LL = 45 % (GRANDE, 2003).
3.1.3 FATORES IMPORTANTES PARA O EMPREGO DO SOLO-
CIMENTO
Um fator de grande importância que deve ser considerado para o emprego do solo-cimento é a
durabilidade. Não adianta obter uma resistência mecânica especificada por Norma, se o
Capítulo 3 Solo-cimento e Concreto Celular
27
produto final ao longo do tempo for perdendo suas características físicas e químicas (FARIA,
1990).
Segundo Faria (1990), a escolha de um solo adequado, à produção correta dos blocos de solo-
cimento, desde a dosagem até a cura, são etapas que determinarão maior ou menor
durabilidade. Um outro ponto de fundamental importância para que se obtenham tijolos de
solo-cimento com melhor resistência e durabilidade é a homogeneização da mistura solo e
cimento. Somente desta forma, evitar-se-á que os tijolos tenham diferentes teores de cimento
oriundos da mesma mistura.
Garcia (2000), afirmou que os procedimentos de mistura do solo-cimento, para produção de
tijolos, blocos ou painéis de parede, devem ser: a preparação do solo (destorroamento,
pulverização e peneiramento), a reparação da mistura (homogeneização seca e
homogeneização da umidade) e a moldagem (uso efetivo).
Grande (2003) destacou que a compactação é muito importante para que os tijolos de solo-
cimento atinjam uma resistência satisfatória. É necessário que a prensa que produz os tijolos,
seja ela manual ou hidráulica, aplique a mesma carga de compactação, garantindo que os
tijolos tenham a mesma resistência e dimensões.
Sabe-se também que a resistência é diretamente proporcional ao grau de compactação da
mistura, pois não adianta ter uma mistura com elevado teor de cimento se a carga aplicada
para prensagem da mistura não for suficiente.
A umidade necessária para a hidratação do cimento, pode ser satisfatoriamente suprida pela
umidade ótima de compactação. No entanto, deve-se enfatizar a importância da
homogeneização da mistura, de maneira que todo o cimento possa entrar em contato com o
solo, garantindo, com isso, a qualidade dos tijolos de solo-cimento (GRANDE, 2003).
3.1.4 CIMENTO
O mercado nacional dispõe de oito opções, que atendem com igual desempenho aos mais
variados tipos de obras. O cimento Portland comum (CP I) é referência, por suas
características e propriedades, aos onze tipos básicos de cimento Portland disponíveis no
mercado brasileiro
3
.
3
Fonte:http://www.abcp.org.br; acesso em 15/11/2005.
Capítulo 3 Solo-cimento e Concreto Celular
28
O tipo de cimento usado para fabricação dos tijolos de solo-cimento e produção do concreto
celular foi o cimento Portland CP II F32.
3.1.5 ÁGUA
Segundo Souza e Ripper (1998), a água a ser utilizada para se produzir os tijolos de solo-
cimento deve ser limpa - sem solo, óleo, galhos, folhas e raízes. Em outras palavras, água boa
para o solo-cimento é água potável. Nunca se deve usar água servida (de esgoto humano ou
animal, de cozinha, de fábricas, etc.) para se produzir os tijolos de solo-cimento.
A adição de água é um parâmetro que deve ser bem esclarecido, pois é o principal fator de
controle da mistura. Pode-se dizer que a determinação correta da quantidade de água
necessária para o melhor desempenho (a melhor compactação) da mistura é tão importante, ou
até mais, quanto o teor de cimento.
3.1.6 MODELOS DE TIJOLOS DE SOLO-CIMENTO
A Figura 3.1 mostra o modelo de tijolo de solo-cimento empregado na construção de casas
populares. As dimensões dos tijolos comumente usados em obras são: 10 x 20 x 5,0 (cm),
12,5 x 25 x 6,25 (cm) e 15 x 30 x 7,5 (cm) (GRANDE, 2003).
Figura 3.1 Modelo de tijolos de solo-cimento.
A Figura 3.2 mostra o meio tijolo e a canaleta em solo-cimento que são partes integrantes da
alvenaria em solo-cimento.
Figura 3.2 Meio tijolo e canaleta de solo-cimento.
Capítulo 3 Solo-cimento e Concreto Celular
29
3.1.7 HISTÓRICO DO SOLO-CIMENTO NO ESTADO DO AMAZONAS
O solo-cimento começou a ser empregado no Estado do Amazonas em 1948, na forma de
paredes monolíticas, quando foi construído o famoso Hospital Adriano Jorge, do Serviço
Nacional de Tuberculose, em Manaus, edifício com 10.800 m² (ASSAYAG, 2003).
No ano de 2001, o Governo do Estado do Amazonas lançou o Projeto Minha Casa”, que
tinha como objetivo a construção de casas populares em tijolos de solo-cimento, para famílias
de baixa renda.
A construção das casas populares em solo-cimento teve início em março de 2002, com
término em novembro do mesmo ano, com um saldo bastante positivo de 2.833 casas
construídas. Este projeto tinha como objetivo a construção das casas em regime de mutirão,
onde uma equipe composta por engenheiros, mestres de obra, pedreiros e serventes,
ensinariam os beneficiários a construírem suas casas. Porém, este método não alcançou o
sucesso esperado, pois os beneficiários não se adaptaram a esta forma de construir, obrigando
o governo a contratar um expressivo número de profissionais, para o bom andamento do
projeto.
Essas casas populares foram construídas tanto na capital quanto no interior do estado. Em
Manaus, as casas foram construídas nos Bairros União da Vitória, Nova Floresta, João Paulo,
Cidade de Deus, Amazonino Mendes e Grande Vitória, onde se procurou aproveitar a infra-
estrutura existente, substituindo casas que estavam em péssimo estado de conservação, muitas
vezes construídas de isopor ou papelão, por casas de tijolos de solo-cimento. Os municípios
do interior beneficiados com a construção de casas populares em tijolos de solo-cimento
foram Santa Izabel do Rio Negro, Barcelos e São Gabriel da Cachoeira.
No ano de 2003, uma nova administração assumiu o governo do estado, dando continuidade
ao projeto de construção das casas populares em solo-cimento à população carente. O novo
projeto, denominado Projeto Cidadão”, lançado pela SUHAB (Superintendência de
Habitação e Assuntos Fundiários do Estado do Amazonas), além de dar uma moradia mais
digna à população de baixa renda, procurou remover famílias que moravam à margem dos rios
e dos igarapés, levando-as para um local com uma completa infra-estrutura, evitando com isso
a poluição desses locais. O atual governo já construiu 2.275 casas populares, no modelo da
apresentada na Figura 3.3.
Capítulo 3 Solo-cimento e Concreto Celular
30
Figura 3.3 Casa de solo-cimento pronta para ser entregue à população.
Desta forma, de janeiro de 2003 a agosto de 2005, o governo do estado construiu quatro
conjuntos habitacionais que fazem parte do “Projeto Cidadão”, já entregues à população de
baixa renda. O primeiro é o Conjunto Cidadão, com 478 unidades habitacionais entregues
em setembro de 2003, o segundo é o Conjunto Amine Lindoso, com 73 imóveis destinados
a portadores de hanseníase, entregue em 4 de outubro de 2003, o terceiro é o Conjunto
Carlos Braga, com 404 casas entregue em 20 de agosto de 2004, e o quarto é o Conjunto
João Paulo II, com 1.320 casas entregue em 27 de novembro de 2005. É importante destacar
que os três primeiros conjuntos foram construídos usando a técnica construtiva do solo-
cimento, enquanto que o quarto conjunto foi construído em concreto celular
(http://www.suhab.am.gov.br).
A área da casa é de 33 m
2
, construída num terreno de 128 m
2
, atendendo às normas do plano
diretor de Manaus. Cada casa tem um quarto, um banheiro, uma cozinha, uma sala e uma área
de serviço, e é entregue a população gratuitamente.
No estado do Amazonas, existem pouquíssimas construções particulares que aplicam o solo-
cimento como técnica construtiva. Dentre as poucas obras existentes, destaca-se a construção
de um galpão industrial, conforme Figura 3.4, utilizando os tijolos de solo-cimento como
alvenaria de vedação associada à estrutura reticulada.
Capítulo 3 Solo-cimento e Concreto Celular
31
Figura 3.4 Galpão industrial em tijolos de solo-cimento.
3.2 CONCRETO CELULAR
Segundo a NBR 12646 (ABNT, 1990), concreto celular espumoso é um concreto leve obtido
pela introdução de ar, com dimensões milimétricas, homogêneas, uniformemente distribuídas,
estáveis, incomunicáveis e indeformadas ao fim do processo, cuja densidade de massa
aparente no estado fresco deve estar compreendida entre 1.300 kg/m
3
e 1.900 kg/m
3
. Destaca-
se ainda que as bolhas de ar podem ser obtidas na forma de uma espuma pré-formada ou
geradas no interior de um misturador por ação mecânica deste, devido a um agente
espumante.
A ABCP (2002) afirmou que graças à extraordinária leveza pela incorporação de ar, o
concreto celular espumoso foi usado, inicialmente, para o preenchimento de vãos de lajes,
como isolante térmico, e na proteção mecânica de camadas impermeabilizantes. Com
finalidades estruturais, os concretos celulares espumosos podem ser empregados com grande
eficiência, sendo um material composto por agregados convencionais (areia/pedrisco),
cimento Portland, água e minúsculas bolhas de ar distribuídas uniformemente em sua massa.
Por serem totalmente fluídos, os concretos celulares são auto-adensáveis, dispensando a
necessidade de vibração de sua massa (o uso de vibrador é proibido, uma vez que este
destruiria as bolhas de ar, descaracterizando o concreto celular). Esse fator representa um
ganho significativo no processo construtivo, pois, além da maior velocidade, preserva a vida
útil das fôrmas (FERREIRA, 1986).
3.2.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO CONCRETO CELULAR
Segundo a ABCP (2002), o concreto celular apresenta geralmente as características mostradas
na Tabela 3.1.
Capítulo 3 Solo-cimento e Concreto Celular
32
Tabela 3.1 Características do concreto celular.
Resistência aos 28 dias de idade fck = 2,5 MPa
Módulo de elasticidade ~ 5 GPa
Massa específica aparente (1300 a 1900) kg/m
3
Absorção de água (22 a 28) % (em massa)
Volume de vazios (35 a 45) %
Cimento Portland (280 a 320) kg/m
3
Areia: Módulo de finura (MF) 1,7 a 3,4
Água (160 a 180) l/m
3
Aditivo espumígeno 0,6 l/m
3
Aditivo
superplastificante
2 l/m
3
Fibras de polipropileno 1 kg/m
3
3.2.1.1 Aglomerante
A NBR 12646 (ABNT, 1990) afirmou que qualquer tipo de cimento Portland pode ser usado
como aglomerante para a produção do concreto celular, observando ainda que devam ser
usados somente cimentos que obedeçam às especificações das NBR 5732 (ABNT, 1980),
NBR 5733 (ABNT, 1980), NBR 5735 (ABNT, 1980) e NBR 5736 (ABNT, 1980).
3.2.1.2 Agregados
O agregado utilizado para confecção do concreto celular é o agregado miúdo. O agregado
miúdo usado é a areia, com as mesmas especificações existentes para a produção de concretos
e argamassas.
A prática tem demonstrado que o uso de areias com granulometrias média (módulo de finura
entre 2,60 e 2,70), resulta em misturas com características mecânicas e econômicas mais
vantajosas, para o nível de qualidade do produto desejado (ABCP, 2002).
3.2.1.3 Espuma
A espuma é obtida por agentes espumantes, que são produtos de composição química capazes
de produzir bolhas de ar estáveis no interior da pasta de cimento e argamassa (NBR 12646,
1990).
Existem dois tipos de extrato espumígeno: os sintéticos e os orgânicos. O extrato espumígeno
deve ter composição química capaz de produzir bolhas de ar estáveis no concreto. Deverão
Capítulo 3 Solo-cimento e Concreto Celular
33
resistir aos esforços gerados pela mistura, bombeamento e lançamento do material. A
alteração da massa específica do concreto até o início da pega do cimento é a forma mais
adequada de avaliar a estabilidade de uma espuma (FERREIRA, 1986).
A espuma pode ser pré-formada para posterior incorporação à argamassa ou gerada dentro
desta por agitação em misturador especial. Em ambos os casos devem ser respeitados os
prazos de validade dos agentes espumantes, especificados pelos fabricantes.
As Figuras 3.5 e 3.6 mostram, respectivamente, a espuma de origem sintética, fundamental
para a produção do concreto celular, e o misturador, equipamento onde são formados os
agentes espumantes para serem adicionados à argamassa.
3.2.2.4 Fibras
A incorporação de fibras ao concreto celular objetiva combater as tensões geradas pelas
variações de temperatura e retração por perda de água da massa nas primeiras idades,
aumentar a resistência à tração de forma a distribuir as eventuais micro-fissuras e, em maiores
idades, aumentar a capacidade do material em suportar os esforços devido a impactos
(BENTUR e MINDESS, 1990).
Porém, as paredes de concreto celular do Conjunto Nova Cidade têm apresentado um alto
índice de fissuração, comprometendo a estanqueidade, segurança de utilização e estética da
parede, assim produzida. A retração durante a secagem é considerada uma possível causa para
a fissuração dos concretos celulares, pois quando ocorre a secagem rápida, a resistência à
tração do concreto é insuficiente para resistir às forças causadas por uma retração rápida,
resultando em fissuração (BARROS et al, 1998).
Figura 3.5 – Material espumígeno.
Figura 3.6 Gerador de espuma.
Capítulo 3 Solo-ciment-0.1ton cret-0Celular
34
Teixeira (1992) destaca que a perda de água (retração inicial) mais as reações exotérmicas
resultam em tensões internas que provocam a aproximação dos grãos, desta forma, quando o
concret-0é jovem, de baixa resistência, ocorrem fissuras, pois a maior parcela de retração
ocorre nas primeiras idades, principalmente para misturas mais leves.
Segundo Ferreira (1986), os concret-s celulares curados ao ar livre têm ainda um outro fator
adverso que aumenta a sua retração ou seja, por ter a sua estrutura porosa, o gás carbônico da
atmosfera tem fácil acesso ao interior da massa, o que provoca a carbonatação, que é um
agravante do processo.
O concret- reforçado com fibras tem a habilidade de reduzir os efeit-s da retração,0.1não a
própria retração, pois as fibras agem reduzindo a espessura0.1o compriment-0das fissuras, mas
não as eliminam (PADRON & ZOLLO; 1990).
Ao estudar a influência do teor de fibras de polipropileno no concret- celular, Lawrence et. al
(1998) puderam observar que os corpos-de-prova mantidos numa câmara seca foram os que
apresentaram maior área de fissuração superficial,0.nquanto que os que foram mantidos numa
câmara úmida apresentaram uma baixa área de fissuração.
A Figura03.7 mostra as embalagens0das fibras que são utilizadas no concret- celular.
Figura 3.7 – Embalagens das fibras de polipropileno.
3.2.2.5 Aditivo
De acordo com Ferreira (1986), existem vários tipos de aditivos para o concreto celular, cada
um destinado a uma finalidade, com o objetivo de dar ao concreto uma certa característica
como acréscimo de resistência aos esforços mecânicos, melhoria da trabalhabilidade,
diminuição da higroscopia, diminuição da retração, aumento da durabilidade, possibilidade de
Capítulo 3 Solo-cimento e Concreto Celular
35
retirada dos cimbres e fôrmas em curto prazo, diminuição do calor de hidratação,
retardamento ou aceleração da pega, etc.
Segundo Teixeira (1992), na mistura utiliza-se um super-fluidificante, com função de diminuir
a relação água-cimento, sem que o concreto celular perca sua trabalhabilidade, bem como
aumentar a resistência inicial. Com isto, a retração por higroscopia se torna muito pequena,
por conseqüência, as tensões internas diminuem, tendendo a evitar o aparecimento de fissuras.
Os super-fluidificantes tornam o concreto celular um líquido de baixa viscosidade, podendo
ser auto-nivelante e fundido em vez de vibrado.
Ripper (2001) afirmou, ainda que os super-fluidificantes reduzem a água necessária ao
amassamento em até 30 %, chegando-se à relações água/cimento da ordem de 0,28-0,30 e, em
conseqüência, altas resistências iniciais e finais, também com cimento comum e consumos
normais, permitindo com isso uma deforma mais rápida.
3.2.3 HISTÓRICO DO CONCRETO CELULAR NO ESTADO DO
AMAZONAS
Segundo Assayag (2003), a tecnologia em concreto celular começou a ser empregada no
Estado do Amazonas, como alvenaria de habitação popular, desde 1982. A construtora
Tambaú Ltda foi a pioneira na utilização do concreto celular, tendo produzido no período de
1982 a 1988, 1.200 casas no Conjunto Habitacional Nova Cidade (figura 3.8).
Figura 3.8 – Unidade habitacional do Conjunto Nova Cidade.
Durante os anos de 2000 a 2004, foram construídas 8.595 unidades habitacionais em concreto
celular no “Conjunto Nova Cidade. Estas casas foram entregues em sua maioria, às mais
diversas classes de funcionários públicos estaduais (policiais civis e militares, professores,
etc). Outra parte deste número tão expressivo está sendo entregue a população de baixa renda
Capítulo 3 Solo-cimento e Concreto Celular
36
que mora à margem dos rios e dos igarapés, deslocando-as para as casas do “Conjunto Nova
Cidade (figura 3.9).
Figura 3.9 – Unidade habitacional do Conjunto Nova Cidade.
O lançamento do “Projeto Cidadão” pelo Governo do Estado do Amazonas, no ano de 2003,
além de construir casas populares em tijolos de solo-cimento, passou também a usar o mesmo
sistema construtivo usado no Conjunto Nova Cidade. Estas casas, construídas em concreto
celular, apresentam o mesmo modelo e objetivo (remover as famílias que moram às margens
dos igarapés para estes conjuntos) que as casas construídas em alvenaria de solo-cimento
4
.
No inicio do ano de 2004, dando continuidade ao “Projeto Cidadão”, o Governo do Estado do
Amazonas iniciou a construção do quarto Conjunto Cidadão, o Conjunto Habitacional João
Paulo II. Este conjunto foi construído usando a técnica do concreto celular com 1.320
unidades habitacionais, adotando o mesmo modelo dos demais Conjuntos Cidadão. O
quinto Conjunto Cidadão teve seu início em janeiro de 2006 onde estão sendo construídas
1.422 unidades habitacionais em alvenaria de concreto celular.
Destaca-se ainda que algumas construtoras particulares em Manaus empregam a técnica do
concreto celular, para construção de casas para classe média.
3
Fonte:http://www.sulab.am.gov.br; acesso em 10/1/2005
Capítulo 4 Descrição dos Materiais e das Etapas Construtivas
37
CAPÍTULO 4
DESCRIÇÃO DAS ETAPAS CONSTRUTIVAS
Apresenta-se neste capítulo a descrição das etapas construtivas de uma unidade habitacional
de cada sistema construtivo (solo-cimento e concreto celular), bem como, algumas
características dos tijolos de solo-cimento e do concreto celular.
4.1 TIJOLOS DE SOLO-CIMENTO
Os tijolos de solo-cimento empregados na construção das casas populares foram produzidos
tanto em máquinas manuais quanto em máquinas hidráulicas. Os tijolos apresentam as
dimensões de 25 cm (comprimento), 12,5 cm (largura) e 6,25 cm (altura). Foram empregados
canaletas de solo-cimento nas mesmas dimensões dos tijolos e meio tijolo nas dimensões 12,5
cm (comprimento), 12,5 cm (largura) e 6,25 cm (altura).
Os materiais usados para produção dos tijolos de solo-cimento foram: solo, cimento e água.
Os tijolos foram produzidos na dosagem de 1:10 (uma parte de cimento para dez partes de
solo) quando produzidos em máquina industrial e 1:8 (uma parte de cimento para oito partes
de solo) quando produzidos em máquina manual. As medidas das dosagens foram realizadas
em volume com umidade do solo de no máximo 10%.
4.2 CONCRETO CELULAR
O volume de concreto celular empregado em uma casa é de 7,5 m
3
, 5,5 m
3
de argamassa
(cimento e areia) e os outros 2,0 m
3
são obtidos pela incorporação do agente espumante,
super-fluidificante, fibras de polipropileno e água.
Destaca-se que os 5,5 m
3
de argamassa (transportada pelo caminhão betoneira), oriunda da
usina de concreto, devem apresentar por m
3
: 280 kg de cimento, 2420 kg de areia, e slump
no máximo igual a 2 cm.
Capítulo 4 Descrição dos Materiais e das Etapas Construtivas
38
O traço utilizado para produção de 7,5 m
3
de concreto celular
é descrito abaixo:
5 litros de material espumígeno;
15 litros do super-fluidificante;
7 kg de fibras de polipropileno;
195 litros de água;
5,5 m
3
de argamassa.
4.3 ETAPAS CONSTRUTIVAS DO SOLO-CIMENTO
4.3.1 LOCAÇÃO
Os terrenos onde as casas foram construídas estão nivelados com um leve caimento. A
locação foi feita com a colocação de piquetes nos quatro cantos da casa e nos encontros de
paredes, observando-se o nível e o esquadrejamento da área a ser construída. Em seguida, são
esticadas as linhas que servirão para o alinhamento do baldrame e da parede.
As Figuras 4.1 e 4.2 mostram respectivamente, a execução de uma fundação tipo baldrame e
fundações prontas locadas nos terrenos.
Figura 4.1
D
etalhe da execução da
locação.
Figura 4.2
T
erreno com fundações
locadas.
Capítulo 4 Descrição dos Materiais e das Etapas Construtivas
39
4.3.2 FUNDAÇÃO E COLOCAÇÃO DAS INSTALAÇÕES HIDRO-
SANITÁRIAS
A fundação do tipo sapata corrida é executada em bloco de concreto estrutural de 4,5 MPa de
resistência à compressão, medindo 14x19x39 cm. Dependendo do nível do terreno, se
necessário ou não assentar uma ou mais fiadas de blocos, com o objetivo de nivelar o
baldrame para que em seguida sejam assentadas as canaletas de concreto. As canaletas, com
as mesmas dimensões dos blocos de concreto, são assentadas sobre os mesmos, colocando-se
em seguida as treliças em aço CA-60.
Em todos os encontros de vigas baldrame são executados pilaretes de dimensão 12x12 cm,
com altura dependendo do nível do baldrame; a armadura destes pilaretes apresentam quatro
barras de aço de 10 mm de diâmetro, e estribos de 4,2 mm, a cada 15 cm, objetivando dar
maior estabilidade à fundação (figura 4.3). Antes de concretar as canaletas de concreto da
fundação, amarram-se as armaduras verticais em aço CA-50 bitola 6,3 mm nas treliças em aço
CA-60, gerando um engastamento entre a parede e a fundação (figura 4.4).
Um efetivo de três pedreiros e três serventes executam, tanto a locação quanto a fundação de
uma casa em um dia. No segundo dia, aterra-se o baldrame com um solo bastante arenoso
compactando-o com soquete manual; somente após a perfeita compactação e colocação das
tubulações hidro-sanitárias (figura 4.5), é que se realiza a concretagem das canaletas e do
contrapiso com concreto de 9 MPa.
Figura 4.4
D
etalhe da amarração da
armadura vertical na treliça da fundação.
Figura 4.3
V
ista geral da fundação em
bloco de concreto estrutural.
Capítulo 4 Descrição dos Materiais e das Etapas Construtivas
40
4.3.3 PRIMEIRA FIADA DOS TIJOLOS DE SOLO-CIMENTO
Ainda no segundo dia, o mesmo efetivo (três pedreiros e três serventes) assenta a primeira
fiada de tijolos de solo-cimento, que deve ser bem nivelada e alinhada. Esta primeira fiada é
assentada com argamassa de cimento e areia no traço 1:3, logo após a concretagem das
canaletas de concreto da fundação e do contrapiso (figura 4.6). Destaca-se que as armaduras
verticais das paredes passam diretamente dentro dos furos dos tijolos de solo-cimento,
conforme posição indicada na Figura 4.7.
4.3.4 ALVENARIA EM TIJOLOS DE SOLO-CIMENTO
No terceiro dia os tijolos de solo-cimento são assentados por gravidade, ou seja, somente
colocados um sobre o outro, devendo-se a cada oito fiadas conferir o prumo da parede com
nível de mão. Tal execução objetiva ter maior produtividade e menor desperdício de mão-de-
obra. A casa tem um pé direito de 2,70 m, o equivalente a quarenta e uma fiadas de tijolos de
solo-cimento que devem ficar nivelados e aprumados, como ilustra as Figuras 4.8 e 4.9.
Figura 4.5 Instalações hidro-sanitárias.
Figura 4.
7
P
lanta baixa da casa de solo
-
cimento.
Figura 4.6 – Detalhe da primeira fiada.
Capítulo 4 Descrição dos Materiais e das Etapas Construtivas
41
A cada oito fiadas, nos encontros de paredes, os furos dos tijolos de solo-cimento são
grampeados, intertravados e em seguida concretados, garantindo que o sistema tenha uma
melhor amarração. Da mesma forma, a cada oito fiadas, todos os furos dos tijolos de solo-
cimento que contém armaduras verticais são concretados (figuras 4.10 e 4.11).
4.3.4.1 Execução da primeira cinta
Na décima sexta fiada é executada uma cinta de amarração (primeira cinta) que serve também
como contra-verga para as janelas. A primeira cinta é executada com canaletas de solo-
cimento (figura 3.2), nas mesmas dimensões dos tijolos, onde são adicionadas duas barras de
aço de diâmetro de 6,3 mm, ao longo de toda sua extensão, e em seguida, concretada
(figura 4.12).
Figura 4.10
A
marração das paredes
com grampo tipo U produzido com aço
CA-60 bitola 4,2 mm.
Figura 4.11
P
reenchimento dos furos
dos tijolos com concreto.
Figura 4.8
A
ssentamento dos tijolos
de solo-cimento.
Figura 4.9
C
onferindo o prumo da
alvenaria de solo-cimento.
Capítulo 4 Descrição dos Materiais e das Etapas Construtivas
42
4.3.4.2 Assentamento das esquadrias
Após concretada a primeira cinta, as janelas são colocadas para que posteriormente as demais
fiadas sejam assentadas. As portas são colocadas logo após o nivelamento da primeira fiada, e,
na parte superior das esquadrias se coloca uma verga executada com canaletas de solo-
cimento adicionando duas barras de aço CA-50 de 6,3 mm de diâmetro concretando-as em
seguida.
A Figura 4.13 mostra o assentamento das esquadrias, ao mesmo tempo em que as fiadas de
tijolos de solo-cimento são assentadas.
Figura 4.13 - Assentamento das esquadrias.
Da mesma forma que a primeira cinta, a segunda cinta também é executada com canaletas de
solo-cimento com duas barras de aço CA-50, com diâmetro de 6,3 mm em toda a sua
extensão, e concretada. Esta cinta de amarração está localizada na última fiada da parede antes
de se executar a empena.
Figura 4.12 Detalhe da concretagem da primeira cinta.
Capítulo 4 Descrição dos Materiais e das Etapas Construtivas
43
4.3.4.3 Parede de solo-cimento rejuntado
Depois de concluída a elevação das paredes, as mesmas são rejuntadas. O rejuntamento se faz
com argamassa preparada manualmente no local da construção no traço 1:3 (uma medida de
cimento e três medidas de areia). As medidas das dosagens para o preparo da argamassa são
em volume.
Após o preparo da argamassa, as juntas das paredes em tijolos de solo-cimento são rejuntadas
com argamassa, fazendo com que a mesma fique mais rígida.
4.3.4.4 Parede de solo-cimento rebocado
Após a elevação das paredes executam-se o reboco com argamassa preparada manualmente
no traço 1:3 (uma medida de cimento e três medidas de areia) medidas das dosagens em
volume.
O reboco além de aumentar a rigidez da parede de solo-cimento lhe proporcionando maior
estabilidade, faz com que a mesma tenha um melhor acabamento em virtude da camada de
revestimento que é executada para cobrir e regularizar as imperfeições.
Todos estes serviços de alvenaria, assentamento e concretagem da cinta de amarração e
assentamento das esquadrias, são executados pela mesma equipe (três pedreiros e três
serventes) em dois dias.
4.3.5 ESTRUTURA METÁLICA E COLOCAÇÃO DAS TELHAS DE
COBERTURA
No quinto dia, a empena é executada de acordo com a inclinação do telhado. A estrutura
metálica da cobertura e o telhamento são executados logo após o término da empena, que
deve possuir inclinação conforme especificado em projeto.
A estrutura metálica para o recebimento das telhas é em perfil C metálico, nas dimensões
75x40x20x2,0x5,950 mm, chumbados diretamente nas colunas de concreto armado dos
tijolos. O tipo de telha usada para cobertura das casas é a telha de fibrocimento sem amianto,
nas dimensões 0,50 m x 2,44 m e espessura 4 mm (figuras 4.14 e 4.15).
Capítulo 4 Descrição dos Materiais e das Etapas Construtivas
44
4.3.6 PINTURA E ACABAMENTO
No sexto dia, conforme já mencionado, as casas rejuntadas e rebocadas são pintadas com tinta
acrílica (figura 3.3). Na parede de solo-cimento rejuntada a pintura é aplicada diretamente
sobre os tijolos, enquanto que na parede de solo-cimento rebocada a pintura é aplicada
diretamente sobre o reboco. Nesta mesma etapa instalam-se as louças sanitárias, luminárias e
a caixa d’água com todos os acessórios.
Uma unidade habitacional em solo-cimento é construída por uma equipe de três pedreiros e
três serventes em seis dias úteis.
4.4 ETAPAS CONSTRUTIVAS DO CONCRETO CELULAR
4.4.1 LOCAÇÃO E FUNDAÇÃO
Tanto a locação quanto a fundação das casas em concreto celular seguem o mesmo padrão das
casas em solo-cimento tendo a mesma produtividade (um dia) com uma idêntica equipe (três
pedreiros e três serventes). A grande diferença é que parte do contrapiso das casas em
concreto celular é executado somente onde a fôrma será montada em uma faixa de 40 cm de
largura. Esta etapa é diferenciada pelo fato de, ao se encher as formas com concreto celular, os
respingos do concreto sobre o piso da casa faz com que o contrapiso fique bastante
prejudicado (figura 4.16).
Figura 4.14
D
etalhe da estrutura metálica
da cobertura em perfil C.
Figura 4.15
C
obertura das casas em
duas águas.
Capítulo 4 Descrição dos Materiais e das Etapas Construtivas
45
4.4.2 MONTAGEM DAS FÔRMAS
A moldagem das paredes é feita em fôrmas de compensados de 20 mm de espessura (com
dispositivos que garantem os alinhamentos, prumos e esquadros) com todos os embutidos
(instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias, bem como esquadrias) já conectados à mesma,
garantindo assim a padronização. Em seguida, é colocada ao longo de toda a fôrma uma
malha de tela soldada em aço CA-60, com espaçamento na longitudinal e na transversal de 15
cm e diâmetro de 3,4 mm, que fica apoiada diretamente na canaleta de concreto da fundação.
Diretamente na tela são colocados espaçadores de 5 cm de diâmetro para evitar que a mesma
encoste na forma, ficando aparente após a concretagem.
A figura 4.17 mostra o painel interno das formas, as telas eletrosoldadas apoiadas diretamente
na canaleta de fundação, a tubulação e as caixas das instalações elétricas, bem como o
posicionamento dos espaçadores e das telas de aço eletrosoldadas. A Figura 4.18 mostra a
forma da parede executada pronta para receber o concreto celular.
Figura 4.16Fundação de uma casa em concreto celular.
Figura 4.
17
D
etalhe das telas de aço e
instalações elétricas nas paredes.
Figura 4.
18
D
etalhe das formas das
casas de concreto celular.
Capítulo 4 Descrição dos Materiais e das Etapas Construtivas
46
As Figuras 4.19 e 4.20 mostram respectivamente, a adição de fibras de polipropileno e de
aditivos (material espumígeno e super-fluidificantes) na argamassa, para produção do
concreto celular.
As tubulações das instalações hidro-sanitárias são pré-montadas no próprio canteiro de obras e
montadas em forma de kits, que são testados sob pressão hidráulica antes da aplicação dos
mesmos. São também formados kits de elétrica, armadura das vergas e contra-vergas das
esquadrias e demais acessórios que se deseja embutir.
A forma modular leve é de fácil manuseio, permitindo no caso de casas, que sua montagem
completa, com todos os kits, seja feita em meio dia de trabalho deixando para a outra metade a
concretagem, desta forma, se produz uma casa por dia.
Após a execução de todas as etapas (montagem da forma, colocação das instalações elétrica e
hidro-sanitária), inicia-se o fechamento das formas, preparando a mesma para o recebimento
do concreto. O caminhão betoneira chega à obra com 5,5 m
3
de argamassa, indo diretamente
para a central de dosagem localizada no canteiro de obras, onde são adicionados os
componentes do concreto celular e, em seguida, se efetua a pesagem de uma amostra da
argamassa para se obter a densidade.
No dia seguinte, as paredes estarão prontas para serem desformadas. Por isso, a equipe que faz
a montagem das fôrmas, composta por dois carpinteiros e dois ajudantes, inicia a desfôrma às
quatro horas da madrugada, realizando em seguida a montagem. Este processo leva em média
oito horas para ser executado. Somente então, a equipe de concretagem, composta por seis
Figura 4.
19
A
dição de fibras de
polipropileno no caminhão betoneira.
Figura 4.
20
A
dição do material
espumígeno e do super-fluidificante.
Capítulo 4 Descrição dos Materiais e das Etapas Construtivas
47
serventes, realizam o enchimento das paredes com o concreto celular, que dura em média três
horas para ser executado desde a dosagem até o lançamento.
Em um dia e meio, todas estas etapas, desde a desfôrma, embutimento das instalações hidro-
sanitária, elétrica, montagem das fôrmas e concretagem são concluídas.
4.4.3 ESTRUTURA METÁLICA E COLOCAÇÃO DAS TELHAS DA
COBERTURA
Tanto a colocação dos perfis metálicos quanto a colocação das telhas das unidades
habitacionais, em concreto celular, seguem o mesmo padrão das casas em solo-cimento.
4.4.4 EMASSAMENTO
Logo depois de concluída a cobertura, inicia-se o emassamento de todas as paredes internas e
externas com argamassa traço 1:3 (uma parte de cimento e três partes de areia) medidas em
volume. O objetivo deste emassamento é regularizar todas as paredes que geralmente
apresentam muitas irregularidades após a desfôrma (figura 4.21). Uma equipe composta por
um pedreiro e um servente, usando a desempenadeira de aço para corrigir as imperfeições das
paredes, realiza o emassamento de uma casa em um dia.
Figura 4.21Irregularidades das paredes após a desfôrma.
4.4.5 PINTURA E ACABAMENTO
Tanto a pintura quanto o acabamento das casas em concreto celular seguem o mesmo padrão
das casas em solo-cimento (figura 4.22). Nesta etapa se executa a colocação de louças e
metais, pintura das esquadrias metálicas, caiação das paredes internas e textura nas paredes
externas. O efetivo de três pedreiros e três serventes executa esta etapa em um dia e meio.
Capítulo 4 Descrição dos Materiais e das Etapas Construtivas
48
Figura 4.22 – Casas em concreto celular pronta para serem entregue à população.
Desta forma, pode-se afirmar que uma unidade habitacional em concreto celular é construída
em seis dias úteis, apresentando em cada etapa construtiva uma equipe diferente.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
49
CAPÍTULO 5
EXPERIMENTAÇÃO E RESULTADOS
5.1 REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS
Os ensaios para avaliar o desempenho estrutural das unidades habitacionais de solo-cimento e
concreto celular foram executados nos conjuntos habitacionais, conforme tabela 5.1.
Tabela 5.1 Unidades habitacionais avaliadas
C habitacional
Sistema construtivo Tipo de ensaio
Qtdes.
avaliadas
Qtdes
construídas
N. Cidade C. celular parc. armado. 60 500
João Paulo II
1ª etapa
Concreto celular armado. 89 293
Conjunto
Carlos Braga
Solo-cimento rejuntado e
rebocado.
Estado limite de
utilização
72
*
427
Conjunto
Cidadão
Concreto celular armado e
parcialmente armado.
03 500
Conjunto
Carlos Braga
Solo-cimento rejuntado e
rebocado.
Ensaio de impacto de
corpo mole
03 427
Conjunto
Cidadão
Concreto celular armado e
parcialmente armado.
03 500
Conjunto
Carlos Braga
Solo-cimento rejuntado e
rebocado
Ensaio de impacto de
corpo duro
03 427
Conjunto
Cidadão
Concreto celular armado e
parcialmente armado.
03 500
Conjunto
Carlos Braga
Solo-cimento rejuntado e
rebocado.
Ensaio de interação
entre paredes e portas
03 427
Conjunto
Cidadão
Concreto celular armado e
parcialmente armado.
03 500
Conjunto
Carlos Braga
Solo-cimento rejuntado e
rebocado.
Ensaio de peças
suspensas
03 427
Conjunto
Cidadão
Concreto celular armado e
parcialmente armado.
03 500
Conjunto
Carlos Braga
Solo-cimento rejuntado e
rebocado.
Ensaio de sustentação
de rede de dormir
03 427
*
Destaca-se que das setenta e duas unidades habitacionais em solo-cimento avaliadas no conjunto
Carlos Braga, doze estavam rebocadas (reboco executados pelos próprios moradores) e sessenta
estavam rejuntadas (fôrma entregue pelo Governo do Estado do Amazonas aos moradores).
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
50
A Tabela 5.2 mostra a localização das unidades habitacionais de solo-cimento e concreto
celular onde foram realizados os ensaios.
Tabela 5.2 Localização das unidades habitacionais avaliadas.
Tipo de
ensaio
Localização Sistema
construtivo
Conjunto João Paulo II Lotes 49 a 137 das ruas Padre
Luis Ruas e Avenida Pastor Alcebíades conforme Figura
5.1.
Concreto
celular
armado.
Conjunto N. Cidade Lotes 1 a 30 da quadra 01 e lotes 1 a
30 da quadra 02, conforme Figura 5.2
Conc. celular
parcia armado.
Estado
limite de
utilização
Conjunto Carlos Braga Lotes 46 a 69 da quadra 03, lotes
70 a 93 da quadra 04 e lotes 94 a 117 quadra 05, conforme
Figura 5.3
Solo-cimento
rejuntado e
rebocado.
Conjunto Cidadão V Casa 7, rua principal 2, conforme
Figura 5.4.
Conjunto Cidadão VI Casas 148 e 149, rua E, conforme
Figura 5.5.
Concreto
celular
armado.
Conjunto Cidadão V Casa 3, rua principal 2 e casa 11
rua 213, conforme Figura 5.4.
Conjunto Cidadão VI Casa 94, rua D, conforme Figura
5.5.
Concreto
celular
parcialmente
armado.
Conjunto Carlos Braga Casas 81, 80 e 78 da rua Irmã
Dulce, conforme Figura 5.3
Solo-cimento
rejuntado.
Impacto de
corpo mole
Conjunto Carlos Braga Casas 40 e 57 da rua Homero e
casa 78 da rua Irmã Dulce, conforme figura 5.3.
Solo-cimento
rebocado.
Conjunto Cidadão V Casa 7, rua principal 2, conforme
Figura 5.4.
Conjunto Cidadão VI Casas 148 e 149, rua E, conforme
Figura 5.5.
Concreto
celular
armado.
Conjunto Cidadão V Casa 3, rua principal 2 e casa 11
rua 213, conforme Figura 5.4.
Conjunto Cidadão VI Casa 94, rua D, conforme Figura
5.5.
Concreto
celular
parcialmente
armado.
Conjunto Carlos Braga Casas 81, 80 e 78 da rua Irmã
Dulce, conforme Figura 5.3
Solo-cimento
rejuntado.
Impacto de
corpo duro
Conjunto Carlos Braga Casas 40 e 57 da rua Homero e
casa 78 da rua Irmã Dulce, conforme figura 5.3.
Solo-cimento
rebocado.
Conjunto Cidadão V Casa 7, rua principal 2, conforme
Figura 5.4.
Conjunto Cidadão VI Casas 148 e 149, rua E, conforme
Figura 5.5.
Concreto
celular
armado.
Conjunto Cidadão V Casas 3 e 6, rua principal 2 e casa
11 rua 212, conforme Figura 5.4.
Conc.celular
parc. armado.
Conjunto Carlos Braga Casas 81, 80 e 78 da rua Irmã
Dulce, conforme Figura 5.3
Solo-cimento
rejuntado.
Peças
suspensas
Conjunto Carlos Braga Casas 40 e 57 da rua Homero e
casa 78 da rua Irmã Dulce, conforme apresentado na
Figura 5.3.
Solo-cimento
rebocado.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
51
Conjunto Cidadão V Casa 7, rua principal 2, conforme
Figura 5.4.
Conjunto Cidadão VI Casas 148 e 149, rua E, conforme
Figura 5.5.
Concreto
celular
armado.
Conjunto Cidadão V Casas 3 e 6, rua principal 2 e casa
11 rua 212, conforme Figura 5.4.
C. celular parc
armado.
Conjunto Carlos Braga Casas 81, 80 e 78 da rua Irmã
Dulce, conforme Figura 5.3
Solo-cimento
rejuntado.
Interação
entre
paredes e
portas
Conjunto Carlos Braga Casas 40 e 57 da rua Homero e
casa 78 da rua Irmã Dulce, conforme apresentado na figura
5.3.
Solo-cimento
rebocado.
Conjunto Cidadão V Casa 7, rua principal 2, conforme
Figura 5.4.
Conjunto Cidadão VI Casas 148 e 149, rua E, conforme
Figura 5.5.
Concreto
celular
armado.
Conjunto Cidadão V Casas 3 e 6, rua principal 2 e casa
11 rua 212, conforme Figura 5.4.
C. celular parc
armado.
Conjunto Carlos Braga Casas 81, 80 e 78 da rua Irmã
Dulce, conforme Figura 5.3
Solo-cimento
rejuntado
Sustentação
de rede de
dormir
Conjunto Carlos Braga Casas 40 e 57 da rua Homero e
casa 78 da rua Irmã Dulce, conforme figura 5.3.
Solo-cimento
rebocado.
A Figura 5.1 mostra o urbanismo do Conjunto Habitacional João Paulo II construído através
da técnica construtiva de concreto celular armado e parcialmente armado onde foram
realizados os ensaios para avaliar o desempenho estrutural.
Figura 5.1Urbanismo do Conjunto João Paulo II
A Figura 5.2 mostra o urbanismo do Conjunto Habitacional Nova Cidade construído através
da técnica construtiva em concreto celular parcialmente armado, onde foram realizados os
ensaios para avaliar o desempenho estrutural.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
52
Figura 5.2Urbanismo do Conjunto Nova Cidade.
A Figura 5.3 mostra o urbanismo do Conjunto Habitacional Carlos Braga construído através
da técnica construtiva solo-cimento rejuntado e rebocado, onde foram realizados os ensaios
para avaliar o desempenho estrutural.
Figura 5.3Urbanismo do Conjunto Carlos Braga.
A Figura 5.4 mostra o urbanismo do Conjunto Cidadão V construído através da técnica
construtiva solo-cimento rejuntado e rebocado, onde foram realizados os ensaios para avaliar
o desempenho estrutural.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
53
Figura 5.4 – Urbanismo do Conjunto Cidadão V.
A Figura 5.5 mostra o urbanismo do Conjunto Cidadão VI construído através da técnica
construtiva solo-cimento rejuntado e rebocado, onde foram realizados os ensaios para avaliar
o desempenho estrutural.
Figura 5.5Urbanismo do Conjunto Cidadão VI.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
54
5.2 ESTADO LIMITE DE UTILIZAÇÃO (ELS)
5.2.1 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
As unidades habitacionais avaliadas já estão construídas e em funcionamento (entregues a
população) há mais de um ano. Desta forma, conclui-se que estas casas estão com as devidas
cargas de serviço impostas (cargas verticais, vento, temperatura etc), portanto, a verificação
dos deslocamentos limites e a observância dos critérios propostos no item 2.2.2 desta
pesquisa, foram avaliadas no próprio campo.
As avaliações das unidades habitacionais foram realizadas de duas formas: a primeira, através
de inspeções visuais, procurando observar fissuras, lascamentos, destacamentos e fraturas, e a
segunda, através de medições, onde, com o auxílio de instrumentos específicos, procurou-se
observar as aberturas e deslocamentos limites.
5.2.2 INSTRUMENTOS
Os instrumentos necessários para se realizar as inspeções com o objetivo de verificar se o
desempenho estrutural das unidades habitacionais em estudo atende aos critérios dos estados
limites de utilização, estabelecidos pelo Projeto de Norma 02.136.001.02 (ABNT, 2004) são
os seguintes:
Paquímetro com resolução igual ou inferior a 0,1 mm;
Nível de mão;
Mangueira de nível;
Prumo de face;
Régua de alumínio;
Trena metálica de 5 m.
5.2.3 RESULTADOS DAS INSPEÇÕES VISUAIS E MEDIÇÕES
Foram inspecionadas as residências dos conjuntos habitacionais (construídos pelo Governo do
Estado do Amazonas), conforme Tabela 5.1. As unidades habitacionais foram escolhidas após
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
55
uma conversa informal com os moradores, geralmente deres comunitários, objetivando
encontrar possíveis patologias para se realizar as devidas avaliações.
O Projeto de Norma 02.136.01.001 e 02.136.01.002 (ABNT, 2004) indica que o valor
máximo das aberturas de fissuras nas unidades habitacionais de solo-cimento e concreto
celular, deve ser o menor entre os valores especificados na NBR 6118 (ABNT, 2003),
NBR 9062 (ABNT, 2001) ou aberturas de 0,4 mm. Descarta-se que os valores indicados na
NBR 9062 (ABNT, 2001) não serão considerados neste estudo, pois os mesmos referem-se a
projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado.
A NBR 6118 ABNT, (2003) indica que para o concreto armado o valor das aberturas de
fissuras nas classes de agressividades ambiental II (agressividade moderada, ambiente urbano
e risco de deterioração da estrutura pequeno) e III (agressividade forte, ambiente marinho ou
industrial e risco de deterioração da estrutura grande) devem ser menores ou iguais a 0,3 mm.
Desta forma, as unidades habitacionais em concreto celular armado devem apresentar
aberturas de fissuras menores ou iguais a 0,3 mm, enquanto que as demais unidades (concreto
celular parcialmente, solo-cimento rejuntado e rebocado) devem apresentar valores de
aberturas de fissuras menores ou iguais a 0,4 mm.
Portanto, as inspeções realizadas objetivaram encontrar possíveis falhas nas unidades
habitacionais, conforme critérios de desempenho estabelecidos no item 2.2.2 deste trabalho,
onde os deslocamentos limites apresentados devem ser menores do que os indicados na tabela
2.2 (p.17). As aberturas das fissuras devem ser menores do que 0,3 mm para as paredes de
concreto celular armado e 0,4 mm para as paredes de concreto celular parcialmente armado,
solo-cimento rejuntado e rebocado, não apresentando qualquer outra falha como lascamentos,
fraturas localizadas, destacamentos, etc.
5.2.3.1 Parede de solo-cimento rejuntado
A Tabela 5.3 apresenta os resultados das avaliações realizadas nas unidades habitacionais
construídas através da técnica construtiva de solo-cimento rejuntado. As casas de solo-
cimento rejuntado onde foram realizadas as inspeções visuais e as medições pertencem ao
Conjunto Habitacional Carlos Braga”, conforme Tabela 5.2 (p.50).
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
56
Tabela 5.3 Avaliação do critério Estado Limite de Utilização parede de solo-cimento
rejuntada.
Sistema
construtivo
Qtde de casas
avaliadas
Qtde de casas que
apresentaram
patologias
Tipo de patologia apresentada
Solo-cimento
rejuntada.
60 35
- 33 casas apresentaram
destacamentos de tijolos
- 21 casas apresentaram fissuras
visíveis a olho nu.
As Figuras 5.6 e 5.7 mostram respectivamente, uma unidade habitacional que apresentou
fissuras visíveis a olho nu por um observador situado a 1 m de distância e outra unidade que
apresentou destacamento dos tijolos e fissuras.
5.2.3.2 Parede de Solo-cimento rebocado
A Tabela 5.4 apresenta os resultados das avaliações realizadas nas unidades habitacionais
construídas através da técnica construtiva de solo-cimento rebocado. As casas de solo-cimento
rebocado onde foram realizadas as inspeções visuais e as medições pertencem ao Conjunto
Habitacional Carlos Braga, conforme Tabela 5.2 (p. 50).
Tabela 5.4 Avaliação do critério Estado Limite de Utilização parede de solo-cimento
rebocada.
Sistema
construtivo
Qtde de casas
avaliadas
Qtde de casas que
apresentaram
patologias
Tipo de patologia (descrição)
Solo-cimento
rejuntado.
12 0
- Nenhuma
Figura 5.6
F
issuras numa resi
dência de
solo-cimento rejuntado.
Figura 5.7
F
issuras e destacamento de
tijolos numa residência de solo-cimento
rejuntado.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
57
5.2.3.3 Parede de concreto celular armado
A Tabela 5.5 apresenta os resultados das avaliações realizadas nas unidades habitacionais
construídas através da técnica construtiva de concreto celular armado. As casas de concreto
celular armado onde foram realizadas as inspeções visuais e as medições pertencem ao
Conjunto Habitacional João Paulo II”, conforme Tabela 5.2 (p.50).
Tabela 5.5 Avaliação do critério Estado Limite de Utilização parede de concreto celular
armada.
Sistema
construtivo
Qtde de casas
avaliadas
Qtde de casas que
apresentaram
patologias
Tipo de patologia (descrição)
Solo-cimento
rejuntado.
89 0
- Nenhuma
5.2.3.4 Parede de concreto celular parcialmente armado
A Tabela 5.6 apresenta os resultados das avaliações realizadas nas unidades habitacionais
construídas através da técnica construtiva de concreto celular parcialmente armado. As casas
de concreto celular parcialmente armado onde foram realizadas as inspeções visuais e as
medições pertencem ao Conjunto Habitacional Nova Cidade”, conforme Tabela 5.2 (p.50).
Tabela 5.6 Avaliação do critério Estado Limite de Utilização parede de concreto celular
parcialmente armada.
Sistema
construtivo
Qtde de casas
avaliadas
Qtde de casas que
apresentaram
patologias
Tipo de patologia (descrição)
Solo-cimento
rejuntado.
60 21
- 21 casas apresentaram fissuras
visíveis a olho nu, sendo que 12
casas apresentaram aberturas
maiores que 1 cm.
As Figuras 5.8 e 5.9 mostram respectivamente, uma unidade habitacional que apresentou
fissuras visíveis olho nu por um observador situado a 1 m de distância e outra unidade que
apresentou destacamento dos tijolos e fissuras.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
58
5.3 RESISTÊNCIA À IMPACTO DE CORPO MOLE
5.3.1 MÉTODO DE AVALIAÇÃO PARA RESISTÊNCIA A IMPACTOS DE
CORPO MOLE
Este ensaio procura reproduzir impactos de corpo mole decorrentes de choques acidentais
provocados pelo próprio uso da edificação ou choques provocados por intrusões intencionais
ou não (figura 5.10).
Figura 5.10 Representação do ensaio de impacto de corpo mole.
Fonte: http://www.usp.br/fau/disciplinas/aut0186/aut_0186_desempenho_2006.pdf.
A verificação da resistência e deslocamento das paredes é realizada por meio de ensaios de
impacto, a serem realizados em laboratório, em protótipo ou obra. O corpo-de-prova deve
incluir todos os componentes típicos do sistema. Um corpo impactador com massa (m)
definida, é suspenso por um cabo e abandonado em movimento pendular de uma altura (h) até
atingir a parede (tabela 5.6). Devem ser registrados os deslocamentos e as ocorrências
(eventuais falhas) - (ABNT - projeto 02.136.01.004, 2004).
Figura 5.8
F
issura vedada numa
residência de concreto celular
parcialmente armado.
Figura
5.9
A
bertura numa residência
de concreto celular parcialmente
armado.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
59
Os deslocamentos serão registrados usando-se um paquímetro de profundidade com resolução
igual ou inferior a 0,1 mm. Coloca-se o paquímetro no lado oposto da parede onde serão
produzidas as energias de impactos de corpo mole (figura 5.11). Após cada impacto é
realizada a leitura no paquímetro e a parede é inspecionada visualmente. Depois de 15
minutos é feita a leitura da deformação residual.
Apresenta-se na Tabela 5.7 a massa do corpo impactador e a altura correspondente à energia
de impacto para realização do ensaio de impacto de corpo mole.
Tabela 5.7 massa do corpo impactador, altura e energia de impacto (ensaio de impacto de
corpo mole).
Impactador m (kg) h (m) E (J)
0.15 60
0.30 120
0.45 180
0.60 240
0.90 360
1.20 480
1.80 720
Corpo mole de acordo com a NBR
11675/90
um impacto para cada energia
40
2.40 960
Fonte: Projeto de Norma 02.136.01.001 (ABNT, 2004).
Figura 5.11 Ensaio de impacto de corpo mole (altura e energia de impacto)
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
60
As Figuras 5.12 e 5.13 ilustram, respectivamente, o paquímetro colocado no lado oposto da
parede para registro dos deslocamentos, devido aos impactos e a realização do ensaio de
impacto de corpo mole nas unidades habitacionais de solo-cimento e concreto celular.
5.3.2 APARELHAGEM
A aparelhagem necessária está de acordo com a MB 3256 (1990), sendo a seguinte:
Paquímetro com resolução igual ou inferior a 0,1 mm;
Saco cilíndrico, com diâmetro de 350 mm e altura aproximada de 900 mm, contendo,
no seu interior, areia seca e serragem, com peso total de 400 N, para ser usado como
corpo mole.
Sistema pendular constituído de um suporte com altura superior à altura da parede a
ser ensaiada;
Fio de aço destinado à sustentação do saco cilíndrico.
5.3.3 RESULTADOS DOS ENSAIOS
Conforme Tabela 2.3 (p.19) as paredes de solo-cimento e concreto celular devem apresentar
respectivamente para energia de impacto de 240 J, valores de deslocamento horizontal
imediato (d
hi
) e horizontal residual (d
hr
) de no máximo 10,8 e 2,16 mm. O Projeto de Norma
02.136.01.004 (ABNT, 2004) determina que os valores máximos de deslocamentos horizontal
imediato e residual que as paredes devem apresentar para energia de impacto de 240 J, são
obtidos pela expressão:
Figura
5.12
C
olocação do paquímetro
para registrar os deslocamentos.
Figura
5.13
R
ealização do ensaio de
corpo mole.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
61
Sabendo que a altura da parede (H) é igual a 270 cm.
Os ensaios foram realizados tomando como referência o nível de desempenho mínimo e
intermediário, que estabelece as energias de impactos e os critérios de desempenho
estabelecidos para as unidades habitacionais ensaiadas, conforme indicado na tabela 2.3
(p.19).
5.3.3.1 Parede de solo-cimento rejuntada
A Tabela 5.8 mostra os resultados das três unidades habitacionais obtidos devido ao ensaio de
impacto de corpo mole na parede de solo-cimento rejuntado. As casas de solo-cimento
rejuntadas onde foram realizados os ensaios pertencem ao Conjunto Habitacional Carlos
Braga”, conforme tabela 5.2 (p.50).
Tabela 5.8 Resultado do ensaio de impacto de corpo moleparede de solo-cimento
rejuntadf.
Casa 81 Casa 80 Casa 78
Energia (J)
dh
i
(mm)
dh
r
(mm)
dh
i
(mm)
dh
r
(mm)
dh
i
(mm)
dh
r
(mm)
dh
i
-limite
(mm)
dh
r
-limite
(mm)
60 1,00 0,00 0,83 0,00 0,90 0,00 --------- ----------
120 1,80 0,10 1,20 0,00 1,75 0,00 --------- ----------
180 2,20 0,17 1,80 0,00 2,10 0,10 --------- ----------
240 3,50 0,23 2,67 0,15 2,55 0,20 10,8 2,16
360 3,70 0,33 3,20 0,23 3,80 0,20 --------- ----------
480 6,80 0,42 7,80 0,45 9,20 0,40 --------- ----------
720 11,77
0,70 15,20
1,50 13,33
1,00 --------- ----------
960 19,77
2,05 21,20
2,00 22,95
2,20 --------- ----------
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
Nas casas 81, 80 e 78, foi observado durante os ensaios, que partir da energia de impacto de
720 J, as paredes de solo-cimento rejuntadas começaram a apresentar falhas, como
destacamento de tijolos e fissuras (figuras 5.14 e 5.15), apresentando para o nível de
d
hi
=
H
;
250
d
hr
=
H
.
1250
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
62
desempenho intermediário, resultado satisfatório, conforme critério exigido indicado na
Tabela 2.3 (p.19).
A Figura 5.16 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e horizontal imediato
limite das três unidades habitacionais em solo-cimento rejuntada.
Energia (J) x Deslocamento (mm)
0.00
5.00
10.00
15.00
20.00
25.00
60 120 180 240 360 480 720 960
Energia (J)
Deslocamento (mm)
dhi (mm) - casa 81
dhi (mm) - casa 80
dhi (mm) - casa 78
dhi lim (mm)
Figura 5.16 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos das três unidades
habitacionais de solo-cimento rejuntadas devido ao ensaio de impacto de corpo mole.
A Figura 5.17 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais residuais e horizontal residual
limite das três unidades habitacionais em solo-cimento rejuntada.
Figura
5.14
Destacamento de tijolos
parede de solo-cimento rejuntado.
Figura
5.15
Fissuras na parede
p
arede
de solo-cimento rejuntado.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
63
Energia (J) x Deslocamento (mm)
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
60 120 180 240 360 480 720 960
Energia (J)
Deslocamento (mm)
dhr (mm) - casa 81
dhr (mm) - casa 80
dhr (mm) - casa 78
dhr lim (mm)
Figura 5.17 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais das três unidades habitacionais
de solo-cimento rejuntadas devido ao ensaio de impacto de corpo mole.
5.3.3.2 Parede de solo-cimento rebocada
A Tabela 5.9 mostra os resultados das três unidades habitacionais obtidos devido ao ensaio de
impacto de corpo mole na parede de solo-cimento rebocada. As casas de solo-cimento
rebocadas onde foram realizados os ensaios pertencem ao Conjunto Habitacional Carlos
Braga”, conforme Tabela 5.2 (p. 50).
Tabela 5.9 Resultado do ensaio de impacto de corpo mole parede de solo-cimento
rebocada.
Casa 40 Casa 57 Casa 78
Energia (J)
dh
i
(mm)
dh
r
(mm)
dh
i
(mm)
dh
r
(mm)
dh
i
(mm)
dh
r
(mm)
dh
i
-limite
(mm)
dh
r
-limite
(mm)
60 0,10 0,00 0,20 0,00 0,35 0,00 --------- ----------
120 0,33 0,00 0,44 0,00 0,55 0,00 --------- ----------
180 0,65 0,00 0,67 0,00 0,75 0,00 --------- ----------
240 0,88 0,12 0,97 0,07 1,13 0,00 10,8 2,16
360 2,33 0,33 2,22 0,12 2,85 0,20 --------- ----------
480 4,78 0,43 5,50 0,33 7,40 0,40 --------- ----------
720 7,80 0,63 8,33 0,66 8,75 0,75 --------- ----------
960 8,45 0,88 8,70 0,78 9,75 0,95 --------- ----------
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
Nas casas 80, 81 e 78, foi observado durante os ensaios de impacto de corpo mole, que as
paredes de solo-cimento rebocadas não apresentaram falhas que pudesse comprometer o bom
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
64
desempenho do sistema construtivo, apresentando para o nível de desempenho intermediário,
resultado satisfatório.
A Figura 5.18 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e horizontal imediato
limite das três unidades habitacionais em solo-cimento rebocada.
Energia (J) x Deslocamentos (mm)
0.00
2.00
4.00
6.00
8.00
10.00
12.00
60 120 180 240 360 480 720 960
Energia (J)
Deslocamentos (mm)
dhi (mm) - casa 81
dhi (mm) - casa 80
dhi (mm) - casa 78
dhi lim (mm)
Figura 5.18 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos das três unidades
habitacionais de solo-cimento rebocadas devido ao ensaio de impacto de corpo mole.
A Figura 5.19 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais residuais e horizontal residual
limite das três unidades habitacionais em solo-cimento rebocada.
Energia (J) x Deslocamentos (mm)
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
60 120 180 240 360 480 720 960
Energia (J)
Deslocamentos (mm)
dhr (mm) - casa 81
dhr (mm) - casa 80
dhr (mm) - casa 78
dhr lim (mm)
Figura 5.19 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais das três unidades habitacionais
de solo-cimento rebocadas devido ao ensaio de impacto de corpo mole.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
65
5.3.3.3 Parede de concreto celular armada
A Tabela 5.10 mostra os resultados das três unidades habitacionais obtidos devido ao ensaio
de impacto de corpo mole na parede de concreto celular armada. As casas de concreto celular
armado onde foram realizados os ensaios pertencem ao Conjunto Habitacional Cidadão V e
“Conjunto Habitacional Cidadão VI”, conforme tabela 5.2 (p. 50).
Tabela 5.10 Resultado do ensaio de impacto de corpo mole parede concreto celular
armado.
Casa 7 Casa 148 Casa 149
Energia (J)
dh
i
(mm)
dh
r
(mm)
dh
i
(mm)
dh
r
(mm)
dh
i
(mm)
dh
r
(mm)
dh
i
-limite
(mm)
dh
r
-limite
(mm)
60 0,10 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 --------- ----------
120 0,75 0,00 0,80 0,00 0,90 0,00 --------- ----------
180 0,98 0,00 1,45 0,10 1,80 0,00 --------- ----------
240 2,67 0,22 2,22 0,23 2,35 0,35 10,8 2,16
360 5,12 0,37 5,78 0,28 5,20 0,38 --------- ----------
480 6,20 0,43 6,27 0,35 6,30 0,45 --------- ----------
720 7,33 0,48 7,13 0,46 7,23 0,52 --------- ----------
960 9,89 1,13 9,45 0,98 10,20
1,55 --------- ----------
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
Nas casas 80, 81 e 78, foi observado durante os ensaios, que a partir da energia de impacto de
720 J, as paredes de concreto celular armada começaram a apresentar falhas, como fissuras
(figura 5.20), apresentando para o nível de desempenho intermediário, satisfatório, conforme
critério exigido indicado na Tabela 2.3 (p. 19).
Figura
5.20
Fissuras
Parede de concreto celular armada.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
66
A Figura 5.21 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e horizontal imediato
limite das três unidades habitacionais em concreto celular armada.
Energia (J) x Deslocamento (mm)
0.00
2.00
4.00
6.00
8.00
10.00
12.00
60 120 180 240 360 480 720 960
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
67
concreto celular parcialmente armada onde foram realizados os ensaios pertencem ao
Conjunto Habitacional Cidadão V e “Conjunto Habitacional Cidadão VI”, conforme Tabela
5.2 (p. 50).
Tabela 5.11 Resultado do ensaio de impacto de corpo mole parede de concreto celular
parcialmente armada.
Casa 3 Casa 11 Casa 94
Energia (J)
dh
i
(mm)
dh
r
(mm)
dh
i
(mm)
dh
r
(mm)
dh
i
(mm)
dh
r
(mm)
dh
i
-limite
(mm)
dh
r
-limite
(mm)
60 1,23 0,00 1,33 0,00 2,65 0,00 --------- ----------
120 2,33 0,23 2,22 0,12 3,20 0,00 --------- ----------
180 3,33 1,12 4,45 0,56 5,15 0,00 --------- ----------
240 5,67 3,34 6,67 3,22 7,30 3,50 10,8 2,16
360 12,23
6,67 13,23
5,56 15,00
7,80 --------- ----------
480 17,23
12,34 22,34
13,44
29,3 14,20
--------- ----------
720 28,87
16,33 32,12
17,22
---- ---- --------- ----------
960 ---- ---- ---- ---- ---- ---- --------- ----------
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
Nas casas 80, 81 e 78, foi observado durante os ensaios, que partir da energia de impacto de
240 J, as paredes de concreto celular parcialmente armada começaram a apresentar falhas,
como fissuras (figura 5.23) e a partir da energia de impacto de 480 J, as unidades
habitacionais começaram a apresentar a ocorrência de ruína gerando a interrupção do ensaio
de impacto de corpo mole (figura 5.24).
Figura
5.23
Fissuras
Parede de
concreto celular parcialmente armada.
Figura
5.24
Ocorrência de ruína
Parede
de concreto celular parcialmente armada.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
68
A Figura 5.25 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e horizontal imediato
limite das três unidades habitacionais em concreto celular parcialmente armada.
Energia (J) x Deslocamentos (mm)
0.00
5.00
10.00
15.00
20.00
25.00
30.00
35.00
60 120 180 240 360 480 720 960
Energia (J)
Deslocamentos (mm)
dhi (mm) - casa 81
dhi (mm) - casa 80
dhi (mm) - casa 78
dhi lim (mm)
Figura 5.25 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos das três unidades
habitacionais de concreto celular parcialmente armada devido ao ensaio de impacto de corpo
mole.
A Figura 5.26 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais residuais e horizontal residual
limite das três unidades habitacionais em concreto celular parcialmente armada.
Energia (J) x Deslocamentos (mm)
0.00
5.00
10.00
15.00
20.00
60 120 180 240 360 480 720 960
Energia (J)
Deslocamentos (mm)
dhr (mm) - casa 81
dhr (mm) - casa 80
dhr (mm) - casa 78
dhr lim (mm)
Figura 5.26 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais das três unidades habitacionais
de concreto celular parcialmente armada devido ao ensaio de impacto de corpo mole.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
69
5.4 RESISTÊNCIA À IMPACTO DE CORPO DURO
5.4.1 MÉTODO DE AVALIAÇÃO PARA RESISTÊNCIA À IMPACTOS DE
CORPO DURO
Este ensaio procura reproduzir impactos gerados dentro da edificação decorrente ao seu uso
ou externamente à edificação, através de corpos duros (figura 5.27).
Os impactos serão produzidos aleatoriamente em uma das faces da parede, de modo que atinja
diversos pontos do corpo-de-prova (parede). Após os impactos, inspecionar visualmente o
corpo-de-prova, com respeito à existência ou não de fissuras, escamações, destacamentos das
capas e mossas, devendo-se medir a profundidade destas últimas e registrar as distâncias paras
as quais estes danos são perceptíveis a olho nu (Projeto de Norma 02.136.01.004, ABNT
2004).
Figura 5.27 Representação do ensaio de impacto de corpo duro.
Fonte: http://www.usp.br/fau/disciplinas/aut0186/aut_0186_desempenho_2006.pdf.
A verificação da resistência e indentação provocada pelo impacto de corpo duro, é feita
através de ensaios em laboratório, protótipo ou obra, devendo o corpo-de-prova representar
fielmente as condições de obra, inclusive tipos de apoio / vinculações. Um corpo impactador
(esfera maciça de aço) com massa (m) definida, é suspenso por um cabo e abandonado em
movimento pendular de uma altura (h) até atingir a parede (tabela 5.12). Devem ser
registrados os deslocamentos e as ocorrências (eventuais falhas) - (Projeto de Norma
02.136.01.004 – ABNT, 2004).
Tabela 5.12 Massa do corpo impactador, altura e energia de impacto (ensaio de impacto de
corpo duro).
Impactador m (kg) h (m) E (J)
1,00 10 Corpo duro de grandes dimensões (esfera de
aço) 10 impactos para cada energia
1
2,00 20
0.50 2.50 Corpo duro de pequenas dimensões (esfera
de aço) 10 impactos para cada energia
0.5
0.75 3.75
Fonte: Projeto de Norma 02.136.01.001 (ABNT, 2004).
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
70
A Figura 5.28 mostra, a realização do ensaio de impacto de corpo duro.
Figura 5.28 – Realização do ensaio de corpo duro.
5.4.2 APARELHAGEM
A Figura 5.28 mostra os aparelhos utilizados na realização dos ensaios de resistência a
impactos de corpo duro nas unidades habitacionais de solo-cimento e concreto celular. A
aparelhagem necessária está de acordo com a MB 3256 (1990), sendo a seguinte:
Paquímetro com resolução igual ou inferior a 0,1 mm;
Esferas de aço de massa de 5 N e 10 N;
Sistema pendular constituído de um suporte com altura superior à altura da parede a
ser ensaiada;
Fio de aço destinado à sustentação da esfera de aço;
5.4.3 RESULTADOS DOS ENSAIOS
Os ensaios de impacto de corpo duro foram realizados nas unidades habitacionais de solo-
cimento e concreto celular, observando os critérios de desempenho para cada energia de
impacto, de acordo com a Tabela 2.4 (p. 20). Da mesma forma, adotando os mesmos critérios
de desempenho (tabela 2.4) e tomando como referência o nível de desempenho intermediário,
é que se procurou realizar os ensaios de impacto de corpo duro registrando as ocorrências,
logo após cada impacto.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
71
5.4.3.1 Parede de solo-cimento rejuntada
A Tabela 5.13 mostra os resultados das três unidades habitacionais, obtidos devido ao ensaio
de impacto de corpo duro na parede de solo-cimento rejuntada. As casas de solo-cimento
rejuntadas onde foram realizados os ensaios pertencem ao Conjunto Habitacional Carlos
Braga”, conforme Tabela 5.2 (p. 50).
Tabela 5.13 Resultado do ensaio de impacto de corpo duro parede de solo-cimento
rejuntada.
Energia
(J)
Altura
(cm)
Número das Casas ensaidas Ensaios
Falhas
apresentadas
após os ensaios
3,75 75,00
Corpo duro de
pequena dimensão
Nenhuma
20,00 200,00
78 80 81
Corpo duro de
grande dimensão
Traspassamento
A Figura 5.29 ilustra a falha (traspassamento) ocorrida na parede de solo-cimento rejuntada
pela esfera de aço de grande dimensão durante o ensaio de impacto de corpo duro.
Figura 5.29 – Falha na parede de solo-cimento rejuntada devido ao ensaio de impacto de
corpo duro
5.4.3.2 Parede de solo-cimento rebocada
A Tabela 5.14 mostra os resultados das três unidades habitacionais, obtidos devido ao ensaio
de impacto de corpo duro na parede de solo-cimento rebocada. As casas de solo-cimento
rebocadas onde foram realizados os ensaios de impacto de corpo duro pertencem ao
Conjunto Habitacional Carlos Braga”, conforme Tabela 5.2 (p. 50).
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
72
Tabela 5.14 Resultado do ensaio de impacto de corpo duro parede de solo-cimento
rebocada.
Energia
(J)
Altura
(cm)
Número das casas ensaiadas Ensaios
Falhas
apresentadas
após os ensaios
3,75 75,00
Corpo duro de
pequena dimensão
Nenhuma
20,00 200,00
40 57 78
Corpo duro de
grande dimensão
Nenhuma
5.4.3.3 Parede de concreto celular armada
A Tabela 5.15 mostra os resultados das três unidades habitacionais, obtidos devido ao ensaio
de impacto de corpo duro na parede de concreto celular armada. As casas de concreto celular
armada onde foram realizados os ensaios pertencem ao Conjunto Habitacional Cidadão V” e
“Conjunto Habitacional Cidadão VI”, conforme Tabela 5.2 (p. 50).
Tabela 5.15 Resultado do ensaio de impacto de corpo duro parede de concreto celular
armada.
Energia
(J)
Altura
(cm)
Número das casas ensaiadas Ensaios
Falhas
apresentadas
após os ensaios
3,75 75,00
Corpo duro de
pequena dimensão
Nenhuma
20,00 200,00
07 148 149
Corpo duro de
grande dimensão
Nenhuma
5.4.3.4 Parede de concreto celular parcialmente armada
A Tabela 5.16 mostra os resultados das três unidades habitacionais obtidos devido ao ensaio
de impacto de corpo duro na parede de concreto celular parcialmente armada. As casas de
concreto celular parcialmente armada onde foram realizados os ensaios pertencem ao
Conjunto Habitacional Cidadão V e “Conjunto Habitacional VI”, conforme Tabela
5.2 (p. 50).
Tabela 5.16 Resultado do ensaio de impacto de corpo duro parede de concreto celular
parcialmente armada.
Energia
(J)
Altura
(cm)
Número das casas ensaiadas Ensaios
Falhas
apresentadas
após os ensaios
3,75 75,00
03 11 94
Corpo duro de
pequena dimensão
Nenhuma
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
73
20,00 200,00
Corpo duro de grande
dimensão
Nenhuma
5.5 CAPACIDADE DE SUPORTE DE PEÇAS SUSPENSAS
5.5.1 MÉTODO DE AVALIAÇÃO PARA CAPACIDADE DE SUPORTE DE
PEÇAS SUSPENSAS
Este ensaio procura reproduzir, dentre outros, cargas provenientes de armários, prateleiras, e
pias suspensas (figura 5.30).
Figura 5.30 Representação do ensaio de peças suspensas
Fonte: Oliveira (1996).
Após fixar as mãos francesas, empregando-se os dispositivos de fixação, e colocar os relógios
comparadores que devem estar situados no lado oposto da parede a ser ensaiado (figura 5.31),
o ensaio é iniciado aplicando-se a carga (contrapesos) em patamares de 50 N cada um,
aguardando-se um intervalo de 3 minutos entre patamares por ponto de fixação. No caso da
mão francesa padrão, eleva-se o carregamento até a carga de serviço considerada (0,8 kN, 1,0
kN ou 1,2 kN), mantendo-a por um período de 24 horas, conforme a NBR (ABNT, 11678/90.
Após a retirada do carregamento, aguarda-se 15 min para o registro da deformação horizontal
residual (Projeto de Norma 02.136.01.004 – ABNT, 2004).
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
74
Figura 5.31 – Esquema do ensaio de peças suspensas e detalhe da mão-francesa padrão.
Fonte: Oliveira (1996).
As Figuras 5.32 e 5.33 mostram, respectivamente, os contrapesos colocados no suporte para
aplicação da carga, constituído por mãos-francesas interligadas e os relógios comparadores,
colocado no lado oposto da parede ensaiada.
5.5.2 APARELHAGEM
As Figuras 5.32 e 5.33 mostram os aparelhos utilizados na realização dos ensaios de
capacidade de suporte de peças suspensas nas unidades habitacionais de solo-cimento e
concreto celular. A aparelhagem necessária está de acordo com a MB 3259 (1990), sendo a
seguinte:
Tambor de 200 l que serve como contrapeso;
Mãos-francesas interligadas;
Fi
gura 5.32
Realização do ensaio de
capacidade de suporte de peças
suspensas.
Figura 5.33
Colocação dos relógios
comparadores.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
75
Relógios comparadores (extensômetros);
Estrutura vertical (perfil C metálico) para colocação dos relógios comparadores.
5.5.3 RESULTADOS DOS ENSAIOS
Conforme Tabela 2.5 (p.21) as paredes de solo-cimento e concreto celular devem apresentar
respectivamente para carga de serviço de 1,2 kN valores de deslocamento horizontal imediato
(d
hi
) e horizontal residual (d
hr
) de no máximo 5,40 e 1,08 mm. O Projeto de Norma
02.136.01.004 (ABNT, 2004) determina que os valores máximos de deslocamentos horizontal
imediato e residual que as paredes devem apresentar para carga de serviço de 1,2 kN são
obtidos pela expressão:
Sabendo que a altura da parede (H) é igual a 270 cm.
Os ensaios foram realizados tomando como referência o nível de desempenho mínimo,
intermediário e superior, que estabelece as cargas de serviços e os critérios de desempenho
estabelecidos para as unidades habitacionais ensaiadas, conforme indicado na Tabela
2.5 (p. 21).
5.5.3.1 Parede de solo-cimento rejuntada
As casas de solo-cimento rejuntadas onde foram realizados os ensaios de capacidade de
suporte de peças suspensas pertencem ao Conjunto Habitacional Carlos Braga”, conforme
Tabela 5.2 (p. 50).
A Tabela 5.17 mostra os resultados da primeira unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
capacidade de suporte de peças suspensas.
Tabela 5.17 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede de
solo-cimento rejuntada (casa 78).
Carga Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
d
hi
=
H
;
500
d
hr
=
H
.
2500
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
76
Casa 78
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
950 0,07 0,02 0,02 ------------------- Nenhuma
1000 0,09 0,03 0,02 ------------------ Nenhuma
1050 0,09 0,03 0,02 ------------------ Nenhuma
1100 0,10 0,03 0,03 ------------------ Nenhuma
1150 0,15 0,05 0,03 ------------------- Nenhuma
1200 1,83 0,90 0,23 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,75 0,70 0,17 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
A Figura 5.34 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos gerados devido ao
ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas realizado na primeira unidade
habitacional de solo-cimento rejuntada.
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
1.8
2
950 1000 1050 1100 1150 1200
Carga (N)
Deslocamento (mm)
mm -39 lógio 1)
mm -39 lógio 2)
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
77
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
dhr1 dhr2 dhr3
Deslocamento horizontal residual
Deslocamentos (mm)
dhr (mm)
Figura 5.35 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de peça
suspensa parede de solo-cimento rejuntada. (casa 78).
A Tabela 5.18 mostra os resultados da segunda unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
capacidade suporte de peças suspensas.
Tabela 5.18 Resultado do ensaio de capacidade suporte de peças suspensas parede de solo-
cimento rejuntada (casa 80).
Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
Casa 80
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
950 0,03 0,02 0,01 ------------------- Nenhuma
1000 0,03 0,02 0,01 ------------------ Nenhuma
1050 0,06 0,02 0,02 ------------------ Nenhuma
1100 0,11 0,04 0,03 ------------------ Nenhuma
1150 0,12 0,07 0,04 ------------------- Nenhuma
1200 1,34 0,55 0,27 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,67 0,43 0,12 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
A Figura 5.36 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos gerados devido ao
ensaio de capacidade suporte de peças suspensas realizado na segunda unidade habitacional
de solo-cimento rejuntada.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
78
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
950 1000 1050 1100 1150 1200
Carga (N)
Deslocamento (mm)
dhi 1 (mm) - relógio 1
dhi 2 (mm) - relógio 2
dhi 3 (mm) - relógio 1
Figura 5.36 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de solo-cimento rejuntada. (casa 80).
A Figura 5.37 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais residuais gerados devido ao
ensaio de capacidade suporte de peças suspensas realizado na segunda unidade habitacional
de solo-cimento rejuntada.
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
dhr1 dhr2 dhr3
Deslocamento horizontal residual
Deslocamentos (mm)
dhr (mm)
Figura 5.37 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de solo-cimento rejuntada. (casa 80).
A Tabela 5.19 mostra os resultados da terceira unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
capacidade de suporte de peças suspensas.
Tabela 5.19 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede de
solo-cimento rejuntada (casa 81).
Carga Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
79
Casa 81
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
950 0,03 0,02 0,01 ------------------- Nenhuma
1000 0,04 0,02 0,01 ------------------ Nenhuma
1050 0,06 0,03 0,02 ------------------ Nenhuma
1100 0,15 0,03 0,03 ------------------ Nenhuma
1150 0,18 0,03 0,04 ------------------- Nenhuma
1200 1,47 0,68 0,28 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
1,56 0,63 0,17 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
A Figura 5.38 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos gerados devido ao
ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas realizado na terceira unidade habitacional
de solo-cimento rejuntada.
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
950 1000 1050 1100 1150 1200
Carga (N)
Deslocamento (mm)
dhi 1 (mm) - relógio 1
dhi 2 (mm) - relógio 2
dhi 3 (mm) - relógio 1
Figura 5.38 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de solo-cimento rejuntada. (casa 81).
A Figura 5.39 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais residuais gerados devido ao
ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas realizado na terceira unidade habitacional
de solo-cimento rejuntada.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
80
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
1.8
dhr1 dhr2 dhr3
Deslocamento horizontal residual
Deslocamentos (mm)
dhr (mm)
Figura 5.39 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de solo-cimento rejuntada. (casa 81).
5.5.3.2 Parede de solo-cimento rebocada
As casas de solo-cimento rebocadas onde foram realizados os ensaios de capacidade de
suporte de peças suspensas pertencem ao Conjunto Habitacional Carlos Braga”, conforme
tabela 5.2 (p. 50).
A Tabela 5.20 mostra os resultados da primeira unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
capacidade de suporte de peças suspensas.
Tabela 5.20 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede de
solo-cimento rebocada (casa 40).
Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
Casa 40
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
1050 0,00 0,00 0,00 ------------------ Nenhuma
1100 0,00 0,00 0,00 ------------------ Nenhuma
1150 0,07 0,02 0,01 ------------------- Nenhuma
1200 0,09 0,04 0,02 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,04 0,02 0,01 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
81
A Figura 5.40 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos gerados devido ao
ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas realizado na primeira unidade
habitacional de solo-cimento rebocada.
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0.00
0.01
0.02
0.03
0.04
0.05
0.06
0.07
0.08
0.09
0.10
1050 1100 1150 1200
Carga (N)
Deslocamento (mm)
dhi 1 (mm) - relógio 1
dhi 2 (mm) - relógio 2
dhi 3 (mm) - relógio 1
Figura 5.40 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de solo-cimento rebocada. (casa 40).
A Figura 5.41 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais residuais gerados devido ao
ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas realizado na primeira unidade
habitacional de solo-cimento rebocada.
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.005
0.01
0.015
0.02
0.025
0.03
0.035
0.04
0.045
dhr1 dhr2 dhr3
Deslocamento horizontal residual
Deslocamentos
dhr lim (mm)
Figura 5.41 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de solo-cimento rebocada. (casa 40).
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
82
A Tabela 5.21 mostra os resultados da segunda unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
capacidade de suporte de peças suspensas.
Tabela 5.21 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede de
solo-cimento rebocada (casa 57).
Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
Casa 57
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
1050 0,00 0,00 0,00 ------------------ Nenhuma
1100 0,02 0,00 0,00 ------------------ Nenhuma
1150 0,04 0,01 0,01 ------------------- Nenhuma
1200 0,07 0,03 0,02 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,03 0,02 0,01 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
A Figura 5.42 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos gerados devido ao
ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas realizado na segunda unidade
habitacional de solo-cimento rebocada.
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0.00
0.01
0.02
0.03
0.04
0.05
0.06
0.07
0.08
1050 1100 1150 1200
Carga (N)
Deslocamento (mm)
dhi 1 (mm) - relógio 1
dhi 2 (mm) - relógio 2
dhi 3 (mm) - relógio 1
Figura 5.42 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de solo-cimento rebocada. (casa 57).
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
83
A Figura 5.43 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais residuais gerados devido ao
ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas realizado na segunda unidade
habitacional de solo-cimento rebocada.
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.005
0.01
0.015
0.02
0.025
0.03
0.035
dhr1 dhr2 dhr3
Deslocamento horizontal residual
Deslocamentos
dhr (mm)
Figura 5.43 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de solo-cimento rebocada. (casa 57).
A Tabela 5.22 mostra os resultados da terceira unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
capacidade de suporte de peças suspensas.
Tabela 5.22 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede de
solo-cimento rebocada (casa 78).
Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
Casa 78
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
1050 0,00 0,00 0,00 ------------------ Nenhuma
1100 0,02 0,01 0,01 ------------------ Nenhuma
1150 0,02 0,01 0,01 ------------------- Nenhuma
1200 0,06 0,03 0,01 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,03 0,02 0,01 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
84
A Figura 5.44 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos gerados devido ao
ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas realizado na terceira unidade habitacional
de solo-cimento rebocada.
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0.00
0.01
0.02
0.03
0.04
0.05
0.06
0.07
1050 1100 1150 1200
Carga (N)
Deslocamento (mm)
dhi 1 (mm) - relógio 1
dhi 2 (mm) - relógio 2
dhi 3 (mm) - relógio 1
Figura 5.44 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de solo-cimento rebocada. (casa 78).
A Figura 5.45 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais residuais gerados devido ao
ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas realizado na terceira unidade habitacional
de solo-cimento rebocada.
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.005
0.01
0.015
0.02
0.025
0.03
0.035
dhr1 dhr2 dhr3
Deslocamento horizontal residual
Deslocamentos
dhr (mm)
Figura 5.45 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de solo-cimento rebocada. (casa 78).
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
85
5.5.3.3 Parede de concreto celular armada
As casas de concreto celular armada onde foram realizados os ensaios de capacidade de
suporte de peças suspensas pertencem ao Conjunto Habitacional Cidadão V e “Conjunto
Habitacional Cidadão VI”, conforme Tabela 5.2 (p. 50).
A Tabela 5.23 mostra os resultados da primeira unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
capacidade de suporte de peças suspensas.
Tabela 5.23 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede de
concreto celular armada (casa 07).
Deslocamento horizontal imediato (dhi) mm
Casa 07
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
950 0,13 0,03 0,00 ------------------- Nenhuma
1000 0,17 0,03 0,00 ------------------ Nenhuma
1050 0,20 0,05 0,00 ------------------ Nenhuma
1100 0,21 0,07 0,03 ------------------ Nenhuma
1150 0,29 0,07 0,05 ------------------- Nenhuma
1200 0,60 0,40 0,32 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,40 0,33 0,21 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
A Figura 5.46 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos gerados devido ao
ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas realizado na primeira unidade
habitacional de concreto celular armada.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
86
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0.00
0.10
0.20
0.30
0.40
0.50
0.60
0.70
950 1000 1050 1100 1150 1200
Carga (N)
Deslocamento (mm)
Seqüência1
Seqüência2
Seqüência3
Figura 5.46 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de concreto celular armada. (casa 07).
A Figura 5.47 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais residuais gerados devido ao
ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas realizado na primeira unidade
habitacional de concreto celular armada.
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
0.4
0.45
dhr1 dhr2 dhr3
Deslocamento horizontal residual
Deslocamentos
dhr (mm)
Figura 5.47 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de concreto celular armada. (casa 07).
A Tabela 5.24 mostra os resultados da segunda unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
capacidade de suporte de peças suspensas.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
87
Tabela 5.24 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede
concreto celular armada (casa 148).
Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
Casa 148
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
950 0,00 0.00 0,00 ------------------- Nenhuma
1000 0,00 0,00 0,00 ------------------ Nenhuma
1050 0,12 0,03 0,00 ------------------ Nenhuma
1100 0,12 0,07 0,05 ------------------ Nenhuma
1150 0,37 0,07 0,06 ------------------- Nenhuma
1200 0,56 0,38 0,35 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,33 0,22 0,20 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
A Figura 5.48 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos gerados devido ao
ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas realizado na segunda unidade
habitacional de concreto celular armada.
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0.00
0.10
0.20
0.30
0.40
0.50
0.60
950 1000 1050 1100 1150 1200
Carga (N)
Deslocamento (mm)
Seqüência1
Seqüência2
Seqüência3
Figura 5.48 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
88
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
dhr1 dhr2 dhr3
Deslocamento horizontal residual
Deslocamentos
dhr (mm)
Figura 5.49 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de concreto celular armada. (casa 148).
A Tabela 5.25 mostra os resultados da terceira unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
capacidade de suporte de peças suspensas.
Tabela 5.25 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede de
concreto celular armada (casa 149).
Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
Casa 149
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
950 0,00 0.00 0,00 ------------------- Nenhuma
1000 0,00 0,00 0,00 ------------------ Nenhuma
1050 0,08 0,00 0,00 ------------------ Nenhuma
1100 0,10 0,03 0,00 ------------------ Nenhuma
1150 0,12 0,03 0,01 ------------------- Nenhuma
1200 0,45 0,38 0,28 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,36 0,22 0,21 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
A Figura 5.50 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos gerados devido ao
ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas realizado na terceira unidade habitacional
de concreto celular armada.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
89
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
0.40
0.45
0.50
950 1000 1050 1100 1150 1200
Carga (N)
Deslocamento (mm)
Seqüência1
Seqüência2
Seqüência3
Figura 5.50 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de concreto celular armada. (casa 149).
A Figura 5.51 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais residuais gerados devido ao
ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas realizado na terceira unidade habitacional
de concreto celular armada concreto.
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
0.4
dhr1 dhr2 dhr3
Deslocamento horizontal residual
Deslocamentos
dhr (mm)
Figura 5.51 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de concreto celular armada. (casa 149).
5.5.3.4 Parede de concreto celular parcialmente armada
As casas de concreto celular parcialmente armada onde foram realizados os ensaios de
capacidade suporte de peças suspensas pertencem ao Conjunto Habitacional Cidadão V e
“Conjunto Habitacional Cidadão VI, conforme Tabela 5.2 (p. 50).
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
90
A Tabela 5.26 mostra os resultados da primeira unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
capacidade de suporte de peças suspensas.
Tabela 5.26 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede de
concreto celular parcialmente armada (casa 03).
Deslocamento horizontal imediato (dhi) mm
Casa 03
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
950 0,25 0,05 0,03 ------------------- Nenhuma
1000 0,35 0,12 0,06 ------------------ Nenhuma
1050 0,50 0,13 0,08 ------------------ Nenhuma
1100 0,66 0,15 0,10 ------------------ Nenhuma
1150 0,83 0,30 0,13 ------------------- Nenhuma
1200 1,02 0,43 0,35 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,93 0,35 0,23 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
A Figura 5.52 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos gerados devido ao
ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas realizado na primeira unidade
habitacional de concreto celular parcialmente armada.
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0.00
0.20
0.40
0.60
0.80
1.00
1.20
950 1000 1050 1100 1150 1200
Carga (N)
Deslocamento (mm)
Seqüência1
Seqüência2
Seqüência3
Figura 5.52 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de concreto celular parcialmente armada. (casa 3).
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
91
A Figura 5.53 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais residuais gerados devido ao
ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas realizado na primeira unidade
habitacional de concreto celular parcialmente armada.
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
dhr1 dhr2 dhr3
Deslocamento horizontal residual
Deslocamentos
dhr (mm)
Figura 5.53 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de concreto celular parcialmente armada. (casa 3).
A Tabela 5.27 mostra os resultados da segunda unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
capacidade de suporte de peças suspensas.
Tabela 5.27 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas concreto
celular parcialmente armada (casa 06).
Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
Casa 06
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
950 0,12 0,03 0,00 ------------------- Nenhuma
1000 0,22 0,09 0,03 ------------------ Nenhuma
1050 0,22 0,09 0,03 ------------------ Nenhuma
1100 0,33 0,13 0,03 ------------------ Nenhuma
1150 0,67 0,23 0,08 ------------------- Nenhuma
1200 0,97 0,42 0,30 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,87 0,33 0,25 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
92
A Figura 5.54 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos gerados devido ao
ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas realizado na segunda unidade
habitacional de concreto celular parcialmente armada.
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0.00
0.20
0.40
0.60
0.80
1.00
1.20
950 1000 1050 1100 1150 1200
Carga (N)
Deslocamento (mm)
Seqüência1
Seqüência2
Seqüência3
Figura 5.54 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de concreto celular parcialmente armada. (casa 06).
A Figura 5.55 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais residuais gerados devido ao
ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas realizado na segunda unidade
habitacional de concreto celular parcialmente armada.
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
dhr1 dhr2 dhr3
Deslocamento horizontal residual
Deslocamentos
dhr (mm)
Figura 5.55 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de concreto celular parcialmente armada. (casa 06).
A Tabela 5.28 mostra os resultados da terceira unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
capacidade de suporte de peças suspensas.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
93
Tabela 5.28 Resultado do ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas parede de
concreto celular parcialmente armada (casa 11).
Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
Casa 11
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
950 0,00 0,01 0,00 ------------------- Nenhuma
1000 0,12 0,01 0,00 ------------------ Nenhuma
1050 0,23 0,01 0,01 ------------------ Nenhuma
1100 0,44 0,02 0,02 ------------------ Nenhuma
1150 0,45 0,18 0,17 ------------------- Nenhuma
1200 0,80 0,38 0,30 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,36 0,22 0,21 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
A Figura 5.56 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos gerados devido ao
ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas realizado na terceira unidade habitacional
de concreto celular parcialmente armada.
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0.00
0.10
0.20
0.30
0.40
0.50
0.60
0.70
0.80
0.90
950 1000 1050 1100 1150 1200
Carga (N)
Deslocamento (mm)
Seqüência1
Seqüência2
Seqüência3
Figura 5.56 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de concreto celular parcialmente armada. (casa 11).
A Figura 5.57 mostra o gráfico dos deslocamentos horizontais residuais gerados devido ao
ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas realizado na terceira unidade habitacional
de concreto celular parcialmente armada.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
94
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
0.4
dhr1 dhr2 dhr3
Deslocamento horizontal residual
Deslocamentos
dhr (mm)
Figura 5.57 Gráfico dos deslocamentos horizontais residuais devido ao ensaio de peça
suspensa na parede de concreto celular parcialmente armada. (casa 11).
5.6 INTERAÇÃO ENTRE PAREDES E PORTAS
5.6.1 MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE INTERAÇÃO ENTRE PAREDES E
PORTAS
Este ensaio procura reproduzir os fechamentos bruscos de portas, causados por manobras
anormais como, por exemplo, o vento (figura 5.58), bem como o impacto de corpo mole,
causado por forças de arrancamento como, por exemplo, tentativa de arrombamento.
Figura 5.58 - Exemplo de fechamento brusco de porta.
O procedimento do ensaio consiste em manter a folha da porta aberta formando um ângulo de
60
o
com o plano do batente e com o auxílio de um sistema constituído por um fio de aço,
roldana, suporte de roldana e contrapeso. Deve-se aplicar a maçaneta da porta uma força de
150 N perpendicular ao plano da porta, de modo que, antes da porta atingir o marco, a força
produzida não esteja mais atuando (figura 5.59). São aplicados 10 fechamentos bruscos
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
95
evitando repiques. Após cada um deles são registradas as ocorrências observadas tanto no
contorno do marco quanto na porta ensaiada (Projeto de Norma 02.136.01.004, ABNT 2004).
Figura 5.59 – Ensaio de interação entre paredes e portas fechamento bruscos.
No que se refere ao impacto de corpo mole, o ensaio é realizado com a porta fechada,
aplicando a energia de 240J no centro geométrico da porta. Aplicam-se dois impactos na folha
da porta, onde o primeiro impacto é aplicado no sentido do fechamento da porta (folha
compelida contra o batente) e o segundo no sentido da abertura da porta (figura 5.60). Após
aplicar a energia de impacto, registra-se as ocorrências, observadas tanto no contorno do
marco quanto na porta ensaiada (ABNT - projeto 02.136.01.004, 2004).
Figura 5.60 – Ensaio de interação entre paredes e portas impacto de corpo mole.
5.6.2 APARELHAGEM
As Figuras 5.59 e 5.60 mostram os aparelhos utilizados na realização dos ensaios de interação
entre paredes e portas, nas unidades habitacionais de solo-cimento e concreto celular. A
aparelhagem necessária está de acordo com a NBR 8054 (ABNT, 1983), sendo a seguinte:
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
96
Saco cilíndrico, com diâmetro 350 mm e altura aproximada de 900 mm, contendo no
seu interior areia seca e serragem, com peso total de 400 N, para ser usado como corpo
mole.
Sistema pendular constituído de um suporte com altura superior à altura da porta a ser
ensaiada;
Pórtico metálico para suspender o saco cilíndrico gerando as energias de impactos;
Fio destinado à sustentação do saco cilíndrico;
5.6.3 RESULTADOS DOS ENSAIOS
Os ensaios de interação entre paredes e portas foram realizados nas unidades habitacionais de
solo-cimento e concreto celular, observando os critérios de desempenho para a energia de
impacto de 240 J conforme ensaio de corpo mole e dez operações de fechamento brusco de
portas. Os critérios de desempenho deste ensaio estão descritos no item 2.2.9 (p.22) desta
pesquisa.
5.6.3.1 Parede de solo-cimento rejuntada
A Tabela 5.29 mostra os resultados das unidades habitacionais relativo ao ensaio de interação
entre paredes e portas. As casas de solo-cimento rejuntadas onde foram realizados os ensaios
de interação entre paredes e portas pertencem ao Conjunto Habitacional Carlos Braga”,
conforme Tabela 5.2 (p. 50).
Tabela 5.29 Resultado do ensaio de interação entre paredes e portas parede de solo-
cimento rejuntada.
Ensaios
Falhas apresentadas após a realização
dos ensaios
Operações de fechamento
brusco
Nenhuma
Elementos
Paredes
Impacto de corpo mole
Danos localizados no contorno com o
marco: Fissurações
Casas ensaiadas no
Conjunto Carlos Braga
Casa 78 Casa 80 Casa 81
A Figura 5.61 ilustra as fissuras localizadas no contorno com o marco geradas devido o ensaio
de interação entre paredes e portas.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
97
Figura 5.61 – Fissuras devido ao ensaio de interação entre paredes e portas.
5.6.3.2 Parede de solo-cimento rebocada
A Tabela 5.30 mostra os resultados das unidades habitacionais, relativo ao ensaio de interação
entre paredes e portas. As casas de solo-cimento rebocadas onde foram realizados os ensaios
de interação entre paredes e portas pertencem ao Conjunto Habitacional Carlos Braga”,
conforme Tabela 5.2 (p. 50).
Tabela 5.30 Resultado do ensaio de interação entre paredes e portas parede de solo-
cimento rebocada.
Ensaios
Falhas apresentadas após a realização
dos ensaios
Operações de fechamento
brusco
Nenhuma
Elementos
Paredes
Impacto de corpo mole Nenhuma
Casas ensaiadas no
Conjunto Carlos Braga
Casa 40 Casa 57 Casa 78
5.6.3.3 Parede de concreto celular armada
A Tabela 5.31 mostra os resultados das unidades habitacionais relativo ao ensaio de interação
entre paredes e portas. As casas de concreto celular armada onde foram realizados os ensaios
de interação entre paredes e portas pertencem ao Conjunto Habitacional Cidadão V e
“Conjunto Habitacional Cidadão VI”, conforme Tabela 5.2 (p. 50).
Tabela 5.31 Resultado do ensaio de interação entre paredes e portas parede de concreto
celular armada.
Ensaios
Falhas apresentadas após a realização
dos ensaios
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
98
Operações de fechamento
brusco
Nenhuma
Elementos
Paredes
Impacto de corpo mole
Danos localizados no contorno com o
marco: Fissurações
Conjunto Cidadão V e
VI
Casa 07 Casa 148 Casa 149
5.6.3.4 Parede de concreto celular parcialmente armada
A Tabela 5.32 mostra os resultados das unidades habitacionais relativo ao ensaio de interação
entre paredes e portas. As casas de concreto celular parcialmente armada onde foram
realizados os ensaios de interação entre paredes e portas pertencem ao Conjunto Habitacional
Cidadão V e “Conjunto Habitacional Cidadão VI”, conforme Tabela 5.2 (p. 50).
Tabela 5.32 Resultado do ensaio de interação entre paredes e portas parede de concreto
celular parcialmente armada.
Ensaios
Falhas apresentadas após a realização
dos ensaios
Operações de fechamento
brusco
Nenhuma
Elementos
Paredes
Impacto de corpo mole
Danos localizados no contorno com o
marco: Fissurações
Conjunto Cidadão V e
VI
Casa 03 Casa 06 Casa 11
5.7 SUSTENTAÇÃO DE REDE DE DORMIR
5.7.1 MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE SUSTENTAÇÃO DE REDE DE
DORMIR
Este ensaio é aplicável em paredes externas e internas e verifica seu comportamento quando
submetidos às solicitações transmitidas por cargas provenientes de peças suspensas, mais
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
99
5.7.2 APARELHAGEM
As Figuras 5.62 e 5.63 mostram os aparelhos utilizados na realização dos ensaios sustentação
de rede de dormir nas unidades habitacionais de solo-cimento e concreto celular. A
aparelhagem necessária está de acordo com a NBR 8054 (ABNT, 1983), sendo a seguinte:
Rede de dormir e armador de rede chumbado na parede a ser ensaiada;
Relógios comparadores (extensômetros);
Estrutura vertical (perfil C metálico) para colocação dos relógios comparadores.
5.7.3 RESULTADOS DOS ENSAIOS
Conforme item 2.2.11 (p.23) as paredes de solo-cimento e concreto celular devem apresentar
respectivamente para carga de serviço de 2 kN valores de deslocamento horizontal imediato
(d
hi
) e horizontal residual (d
hr
) de no máximo 5,40 e 1,08 mm. O Projeto de Norma
02.136.01.004 (ABNT, 2004) determina que os valores máximos de deslocamentos horizontal
imediato e residual que as paredes devem apresentar para carga de serviço de 2 kN são
obtidos pela expressão:
Desta forma, levando em consideração os limites de deslocamentos e os demais critérios de
desempenho para a carga de serviço aplicada conforme item 2.2.11 desta pesquisa, é que se
Figura
5.62
Ensaio de sustentação de
rede de dormir.
Figura 5.63
Relógios comparadores
colocados no lado oposto da parede
onde se realiza o ensaio de sustentação
de rede de dormir.
dh
r
=
H .
2500
d
hi
=
H
;
500
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
100
realiza o ensaio na parede, registrando as ocorrências após a aplicação dos contrapesos. Os
ensaios foram realizados tomando como referência o Manual do IPT (1981) e o Projeto de
Norma da ABNT 02.136.01.004 (ABNT, 2004).
5.7.3.1 Parede de solo-cimento rejuntada
As casas de solo-cimento rejuntadas onde foram realizados os ensaios de sustentação de rede
de dormir pertencem ao Conjunto Habitacional Carlos Braga”, conforme Tabela 5.2 (p. 50).
A Tabela 5.33 mostra os resultados da primeira unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
sustentação de rede de dormir.
Tabela 5.33 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de solo-cimento
rejuntada (casa 78).
Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
Casa 78
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
2000 1,12 0,70 0,22 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,88 0,63 0,18 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
A Figura 5.64 mostra o gráfico que representa os deslocamentos horizontais imediatos e
residuais na parede de solo-cimento rejuntada.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
101
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
Carga (N) - 2000 N
Deslocamento (mm)
dhi (mm)
dhr (mm)
Figura 5.64 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede de solo-
cimento rejuntada devido ao ensaio de sustentação de rede de dormir. (casa 78).
A Tabela 5.34 mostra os resultados da segunda unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
sustentação de rede de dormir
Tabela 5.34 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de solo-cimento
rejuntada (casa 80).
Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
Casa 80
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
2000 0,88 0,55 0,12 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,65 0,33 0,08 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
A F
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
102
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
Carga (N) - 2000 N
Deslocamento (mm)
dhi (mm)
dhr (mm)
Figura 5.65 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede de solo-
cimento rejuntada devido ao ensaio de sustentação de rede de dormir. (casa 80).
A Tabela 5.35 mostra os resultados da segunda unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
sustentação de rede de dormir
Tabela 5.35 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de solo-cimento
rejuntada (casa 81).
Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
Casa 81
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
2000 0,93 0,37 0,10 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,78 0,21 0,02 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
A Figura 5.66 mostra o gráfico que representa os deslocamentos horizontais imediatos e
residuais na parede de solo-cimento rejuntada.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
103
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
Carga (N) - 2000 N
Deslocamento (mm)
dhi (mm)
dhr (mm)
Figura 5.66 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede de solo-
cimento rejuntada devido ao ensaio de sustentação de rede de dormir. (casa 81).
5.7.3.2 Parede de solo-cimento rebocada
As casas de solo-cimento rebocadas onde foram realizados os ensaios de sustentação de rede
de dormir pertencem ao Conjunto Habitacional Carlos Braga”, conforme Tabela 5.2 (p. 50).
A Tabela 5.36 mostra os resultados da primeira unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
sustentação de rede de dormir.
Tabela 5.36 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de solo-cimento
rebocada (casa 78).
Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
Casa 78
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
2000 0,34 0,12 0,08 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,22 0,06 0,03 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
A Figura 5.67 mostra o gráfico que representa os deslocamentos horizontais imediatos e
residuais na parede de solo-cimento rejuntada.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
104
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
0.4
Carga (N) - 2000 N
Deslocamento (mm)
dhi (mm)
dhr (mm)
Figura 5.67 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede de solo-
cimento rebocada devido ao ensaio de sustentação de rede de dormir. (casa 78).
A Tabela 5.37 mostra os resultados da segunda unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
sustentação de rede de dormir
Tabela 5.37 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de solo-cimento
rebocada (casa 57).
Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
Casa 57
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
2000 0,21 0,11 0,06 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,13 0,07 0,04 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
A Figura 5.68 mostra o gráfico que representa os deslocamentos horizontais imediatos e
residuais na parede de solo-cimento rebocada.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
105
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
Carga (N) - 2000 N
Deslocamento (mm)
dhi (mm)
dhr (mm)
Figura 5.68 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede de solo-
cimento rebocada devido ao ensaio de sustentação de rede de dormir. (casa 57).
A Tabela 5.38 mostra os resultados da segunda unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
sustentação de rede de dormir
Tabela 5.38 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de solo-cimento
rebocada (casa 40).
Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
Casa 40
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
2000 0,23 0,15 0,02 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,17 0,12 0,01 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
A Figura 5.69 mostra o gráfico que representa os deslocamentos horizontais imediatos e
residuais na parede de solo-cimento rebocada.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
106
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
Carga (N) - 2000 N
Deslocamento (mm)
dhi (mm)
dhr (mm)
Figura 5.69 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede de solo-
cimento rebocada devido ao ensaio de sustentação de rede de dormir (casa 40).
5.7.3.3 Parede de concreto celular armada
As casas de concreto celular armada onde foram realizados os ensaios de sustentação de rede
de dormir pertencem ao Conjunto Habitacional Cidadão V e “Conjunto Habitacional
Cidadão VI”, conforme Tabela 5.2 (p. 50).
A Tabela 5.39 mostra os resultados da primeira unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
sustentação de rede de dormir.
Tabela 5.39 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de concreto
celular armada (casa 07).
Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
Casa 07
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
2000 0,97 0,45 0,34 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,77 0,30 0,23 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
A Figura 5.70 mostra o gráfico que representa os deslocamentos horizontais imediatos e
residuais na parede de concreto celular armada.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
107
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
Carga (N) - 2000 N
Deslocamento (mm)
dhi (mm)
dhr (mm)
Figura 5.70 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede de
concreto celular armada devido ao ensaio de sustentação de rede de dormir (casa 07).
A Tabela 5.40 mostra os resultados da segunda unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
sustentação de rede de dormir
Tabela 5.40 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de concreto
celular armada (casa 148).
Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
Casa 148
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
2000 0,55 0,32 0,20 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,30 0,21 0,17 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
A Figura 5.71 mostra o gráfico que representa os deslocamentos horizontais imediatos e
residuais na parede de concreto celular armada.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
108
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
Carga (N) - 2000 N
Deslocamento (mm)
dhi (mm)
dhr (mm)
Figura 5.71 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede de
concreto celular armada devido ao ensaio de sustentação de rede de dormir (casa 148).
A Tabela 5.41 mostra os resultados da segunda unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
sustentação de rede de dormir.
Tabela 5.41 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de concreto
celular armada (casa 149).
Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
Casa 149
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
2000 0,68 0,48 0,27 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,45 0,33 0,21 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
A Figura 5.72 mostra o gráfico que representa os deslocamentos horizontais imediatos e
residuais na parede de concreto celular armada.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
109
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
Carga (N) - 2000 N
Deslocamento (mm)
dhi (mm)
dhr (mm)
Figura 5.72 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede de
concreto celular armada devido ao ensaio de sustentação de rede de dormir (casa 149).
5.7.3.4 Parede de concreto celular parcialmente armada
As casas de concreto celular parcialmente armada onde foram realizados os ensaios de
sustentação de rede de dormir pertencem ao Conjunto Habitacional Cidadão V e “Conjunto
Habitacional Cidadão VI”, conforme Tabela 5.2 (p. 50).
A Tabela 5.42 mostra os resultados da primeira unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
sustentação de rede de dormir.
Tabela 5.42 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de concreto
celular parcialmente armada (casa 03).
Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
Casa 03
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
2000 1,56 0,89 0,67 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
1,30 0,70 0,45 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
110
A Figura 5.73 mostra o gráfico que representa os deslocamentos horizontais imediatos e
residuais na parede de concreto celular parcialmente armada.
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
1.8
Carga (N) - 2000 N
Deslocamento (mm)
dhi (mm)
dhr (mm)
Figura 5.73 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede de
concreto celular parcialmente armada devido ao ensaio de sustentação de rede de dormir
(casa 03).
A Tabela 5.43 mostra os resultados da segunda unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
sustentação de rede de dormir.
Tabela 5.43 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de concreto
celular parcialmente armada (casa 06).
Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
Casa 06
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
2000 1,12 0,56 0,32 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,93 0,33 0,27 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
A Figura 5.74 mostra o gráfico que representa os deslocamentos horizontais imediatos e
residuais na parede de concreto celular parcialmente armada.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
111
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
Carga (N) - 2000 N
Deslocamento (mm)
dhi (mm)
dhr (mm)
Figura 5.74 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede de
concreto celular parcialmente armada devido ao ensaio de sustentação de rede de dormir
(casa 06).
A Tabela 5.44 mostra os resultados da segunda unidade habitacional dentre as três ensaiadas
que apresentou deslocamentos horizontais imediatos e residuais devido ao ensaio de
sustentação de rede de dormir
Tabela 5.44 Resultado do ensaio de sustentação de rede de dormir parede de concreto
celular parcialmente armada (casa 11).
Deslocamento horizontal imediato (dh
i
) mm
Casa 11
Carga
(N)
dh
i
1
(mm)
dh
i
2
(mm)
dh
i
3
(mm)
dh
i
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
2000 1,17 0,55 0,35 5,40 Nenhuma
Deslocamento horizontal residual (dhr) mm
dh
r
1 dh
r
2 dh
r
3 dh
r
-limite (mm)
Falhas ocorridas
no ensaio
0,88 0,43 0,21 1,08 Nenhuma
Onde: d
hi
deslocamento horizontal imediato;
d
hr
deslocamento horizontal residual.
A Figura 5.75 mostra o gráfico que representa os deslocamentos horizontais imediatos e
residuais na parede de concreto celular parcialmente armada.
Capítulo 5 Experimentação e Resultados
112
Carga (N) x Deslocamento (mm)
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
Carga (N) - 2000 N
Deslocamento (mm)
dhi (mm)
dhr (mm)
Figura 5.75 Gráfico dos deslocamentos horizontais imediatos e residuais na parede de
concreto celular parcialmente armada devido ao ensaio de sustentação de rede de dormir
(casa 11).
Capítulo 6 Análise dos Resultados
113
CAPÍTULO 6
ANÁLISE DOS RESULTADOS
Apresenta-se neste capítulo a análise dos resultados obtidos nos ensaios de campo,
objetivando avaliar o desempenho estrutural das unidades habitacionais de solo-cimento e
concreto celular.
6.1 AVALIAÇÃO DO ESTADO LIMITE DE UTILIZAÇÃO
Após as inspeções realizadas nas unidades habitacionais de solo-cimento e concreto celular,
tomando como referência o Projeto de Norma 02.136.01.002 da ABNT de 2004 permitiram
que se realizassem as seguintes análises:
As inspeções realizadas nas unidades habitacionais de solo-cimento rejuntado para
verificar se as mesmas atendiam aos critérios de desempenho estabelecidos pelo
Projeto de Norma com relação ao critério estado limite utilização, observou-se na
tabela 5.3 (p. 56) que tais unidades apresentaram falhas como: fissuras perceptíveis a
olho nu por um observador posicionado a uma distância de 1 m da superfície em
análise (figura 6.1) e destacamento dos tijolos (figura 6.2), não atendendo aos critérios
de desempenho estabelecidos.
Figura 6.1
Fissuras na parede de solo
-
cimento rejuntada ELS.
Figura 6.2
Destacamento dos tijolos na
parede de solo-cimento rejuntada ELS.
Capítulo 6 Análise dos Resultados
114
As inspeções realizadas nas unidades habitacionais de solo-cimento rebocado e
concreto celular armado atenderam aos critérios de desempenho estabelecidos pelo
Projeto de Norma, não apresentando nenhum tipo de falha como: deslocamentos
superiores aos indicados na Tabela 2.2 (p.17), abertura maiores que as indicadas no
item 2.2.2 (p.17) , lascamentos, fraturas localizadas, destacamentos, etc (tabela 5.4
e 5.5).
As inspeções realizadas nas unidades habitacionais de concreto celular parcialmente
armado para verificar se as mesmas atendiam aos critérios de desempenho
estabelecidos pelo Projeto de Norma com relação ao critério estado limite de
utilização, observaram-se aberturas bem maiores que 0,4 mm (figuras 6.3, 6.4 e tabela
5.6), limite estabelecido pelo Projeto de Norma (item 2.2.2 desta pesquisa), não
atendendo aos critérios de desempenho .
6.2 ENSAIO DE RESISTÊNCIA A IMPACTO DE CORPO
MOLE
Após a realização dos ensaios de impacto de corpo mole nas paredes de solo-cimento e
concreto celular, tomando como referência o Projeto de Norma 02.136.01.004 da ABNT de
2004, pôde-se realizar as seguintes análises:
Os ensaios de impactos de corpo mole realizados nas unidades habitacionais
construídas através da técnica de solo-cimento rejuntada, obedeceram aos critérios
exigidos, conforme item 2.2.4 (p.19), principalmente no que se refere aos
Figura 6.3
Det
alhe da fissura na casa
de concreto celular parcialmente armado
ELS.
Figura 6.4
Detalhe da fissura
tratada
numa casa de concreto celular
parcialmente armado ELS.
Capítulo 6 Análise dos Resultados
115
deslocamentos horizontais imediatos e residuais que apresentam valores menores que
os limites estabelecidos por Norma (tabela 5.8). Foi observado no item 5.3.3.1, que a
partir da energia de 720 J, a face da parede oposta ao impacto, onde ocorre tração,
começa a apresentar falhas como o destacamento de tijolos (figura 6.5) e fissuras nas
paredes adjacentes à ensaiada (figura 6.6), o que é totalmente permitido pelos critérios
estabelecidos pelo Projeto de Norma, onde indica que a partir desta energia de
impacto, para o nível de desempenho I (intermediário), não deve ocorrer a ruína da
parede (tabela 2.3).
A realização dos ensaios de impactos de corpo mole nas unidades habitacionais de
solo-cimento rebocados, obedeceu aos critérios exigidos pelo Projeto de Norma (tabela
2.3), tendo os deslocamentos horizontal imediato e residual bem abaixo dos
deslocamentos limites, conforme mostra a Tabela 5.9. Não foi observado neste tipo de
parede nenhuma fissura ou qualquer outra falha após os ensaios que pudesse
comprometer o sistema, destacando que para energia de impacto de 240 J, os
deslocamentos horizontais imediatos foram ainda menores que os deslocamentos
horizontais residuais limites (tabela 5.9).
A realização dos ensaios de impactos de corpo mole nas unidades habitacionais de
concreto celular armado obedeceu aos critérios exigidos pelo Projeto de Norma (tabela
2.3), principalmente no que se refere aos deslocamentos horizontal imediato e residual
(tabela 5.10). Da mesma forma que na parede de solo-cimento rejuntada, para energia
Figura
6.5
Detalhe do destacamento
dos tijolos das paredes de solo-cimento
rejuntado.
Figura
6.6
Fissuras nas p
aredes de
solo-cimento rejuntado.
Capítulo 6 Análise dos Resultados
116
de 720 J, as fissuras começaram a aparecer, sendo esta falha totalmente permitida
pelos critérios estabelecidos pela Norma (figura 6.7).
Os ensaios de impactos de corpo mole realizados nas unidades habitacionais de
concreto celular parcialmente armado atenderam aos critérios de deslocamento
horizontal imediato e residual para energia de 240 J (tabela 5.11). Porém, a partir desta
energia de impacto, a parede começa a apresentar falha (fissuras), não atendendo ao
critério estabelecido pelo Projeto de Norma (figura 6.8). Na energia de impacto de 480
J, a parede atinge a ruína, apresentando fissuras nas duas faces da parede ensaiada e
arranque dos perfis metálicos da cobertura que estavam chumbados na parede
(figura 6.9).
Figura 6.7 – Fissuras na parede de concreto celular armada.
Figura
6.8
Fissuras na parede de
concreto celular parcialmente armado.
Figura
6.9
Fissuras na parede externa e
arranque dos perfis metálicos.
Capítulo 6 Análise dos Resultados
117
6.3 ENSAIO DE RESISTÊNCIA A IMPACTO DE CORPO
DURO
Após a realização dos ensaios de impacto de corpo duro nas paredes de solo-cimento e
concreto celular, tomando como referência o Projeto de Norma 02.136.01.004 da ABNT de
2004 pôde-se realizar as seguintes análises:
As paredes de solo-cimento rejuntada atenderam aos critérios estabelecidos pelo
Projeto de Norma para o ensaio de impacto de corpo duro de pequena dimensão
(esfera de aço com massa de 0,50 kg) com energia de impacto de 3,75 J, não
ocorrendo falhas como fissuras, escamações e obedecendo aos limites de profundidade
das mossas. Porém, para o corpo duro de grande dimensão (esfera de aço com massa
de 0,5 kg) com energia de impacto de 20 J, as paredes de solo-cimento rejuntadas, não
atenderam aos critérios estabelecidos pela Norma, pois o impacto gerado pela esfera
contra parede levou a ocorrência de ruptura e traspassamento (fig Tjro10a ero11).r
Capítulo 6 Análise dos Resultados
118
6.4 ENSAIO DE CAPACIDADE DE SUPORTE DE PEÇAS
SUSPENSAS
Após a realização dos ensaios de capacidade de suporte de peças suspensas nas paredes de
solo-cimento e concreto celular, tomando como referência o Projeto de Norma 02.136.01.004
da ABNT de 2004 pôde-se realizar as seguintes análises:
Tanto a parede de solo-cimento rejuntada quanto a rebocada e a parede de concreto
celular armada e parcialmente armada, atenderam aos critérios estabelecidos pelo
Projeto de Norma para o ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas,
apresentando deslocamentos horizontal imediato e residual menores que os
deslocamentos limites (tabelas 5.17, 5.18, 5.19, 5.20, 5.21, 5.22, 5.23, 5.24, 5.25, 5.26,
5.27 e 5.28), e nem qualquer outro tipo de falha como fissuras, destacamentos e
lascamentos (figuras 6.14 e 6.15).
Figura
6.12
Detalhe da parede de concreto
celular armada após o ensaio de corpo duro.
Figura
6.13
Detalhe da parede de concreto
celular parcialmente armada após o ensaio de
corpo duro.
Figura
6.14
Relógios comparadores
colocados na parede para medir
deslocamento.
Figura
6.15
Deslocamentos da parede após o
ensaio de peças suspensas.
Capítulo 6 Análise dos Resultados
119
6.5 ENSAIO DE INTERAÇÃO ENTRE PAREDES E PORTAS
Após a realização dos ensaios de interação entre paredes e portas nas alvenarias de solo-
cimento e concreto celular, tomando como referência o Projeto de Norma 02.136.01.004 da
ABNT de 2004 pôde-se realizar as seguintes análises:
A realização do ensaio de interação entre paredes e portas nas unidades habitacionais
de solo-cimento rejuntado atenderam a todos os critérios estabelecidos pelo Projeto de
Norma, conforme item 2.2.9 (p. 22) deste trabalho, no que se refere ao fechamento
brusco de portas não apresentando falhas como rupturas, fissurações, destacamentos
no encontro com o marco, cisalhamento nas regiões de solidarização do marco,
destacamentos em juntas entre componentes das paredes, etc. Para o ensaio de corpo
mole em portas, com energia de impacto de 240 J, as paredes também atenderam aos
critérios exigidos pelo Projeto de Norma apesar de terem apresentados falhas como
fissuras nos tijolos (figura 6.16).
Tanto as paredes de solo-cimento rebocada quanto às paredes de concreto celular
armada e parcialmente armada, após a realização do ensaio de interação entre paredes
e portas submetidas a dez operações de fechamento brusco e o ensaio de impacto de
corpo mole, atenderam a todos os critérios estabelecidos pelo Projeto de Norma e não
apresentando falhas (figura 6.17).
Figura
6.16
Fissuras na parede de solo
-
cimento após o ensai
o de corpo mole
na interação entre paredes e portas.
Capítulo 6
6
Capítulo 7 Conclusões e Trabalhos Futuros
121
CAPÍTULO 7
CONCLUSÕES
7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
Após as análises dos resultados, obtidos a partir dos procedimentos gerais descritos e adotados
para efeitos de avaliação, pode-se ponderar em relação a alguns pontos importantes da
avaliação de desempenho estrutural dos sistemas construtivos de solo-cimento e concreto
celular obtidos neste trabalho.
Conforme exposição inicial, as avaliações de desempenho estrutural dos sistemas construtivos
de solo-cimento e concreto celular, foram obtidas por meio de uma metodologia baseada em
procedimentos de ensaio de campo, fundamentados em normas técnicas para o
desenvolvimento das análises.
Deve-se fazer três observações de grande importância com relação a forma de execução da
construção das unidades habitacionais em estudo. A primeira refere-se à função da armadura
nas paredes, a segundo refere-se aos tipos de apoios e reações e a terceira refere-se à função
do reboco nas alvenarias em estudo.
Ao se colocar armadura nas paredes, é possível garanti-las com uma capacidade significativa
de resistência a tração frente aos impactos horizontais, além de no caso da parede de concreto
celular armada, evitar o aparecimento de fissuras geradas, devido às variações de temperatura
e retração por perda de água nas primeiras idades do concreto.
A figura 7.1 ilustra a deformação ocorrida numa parede ao se aplicar uma força horizontal em
uma das faces.
Capítulo 7 Conclusões e Trabalhos Futuros
122
Devem-se destacar as considerações de regime elástico e regime plástico, onde a primeira
descreve o comportamento de materiais que retomam sua forma original após a aplicação dos
esforços mecânicos, enquanto que a segunda definição descreve o comportamento dos
materiais que têm sua forma original modificada após a aplicação dos mesmos esforços .
Os tipos de apoios e reações (figura 7.2) existentes nas unidades habitacionais de solo-
cimento e concreto celular são respectivamente, engaste e apoio elástico. O engaste apresenta
três reações de apoio que são as reações vertical, horizontal e o momento, enquanto que o
apoio elástico apresenta a reação vertical e uma pequena reação horizontal (figura 7.2). O que
garante o tipo de apoio engastado para a parede de solo-cimento é que em sua execução, a
armadura vertical colocada nos furos dos tijolos tem sua origem na fundação baldrame
(figuras 4.4 e 4.6), enquanto que na parede de concreto celular, o peso próprio e o contato da
mesma (parede) com a fundação, produzem atrito, tendendo a gerar uma pequena reação
horizontal frente às forças horizontais (impactos, ventos, etc) atuantes na edificação durante
sua vida útil.
Figura 7.1 – Deformação da parede frente aos impactos horizontais.
Figura 7.2 Tipos de apoio e reação.
Capítulo 7 Conclusões e Trabalhos Futuros
123
O revestimento das paredes, no caso específico o reboco, de modo geral, aumenta a sua
capacidade resistente e a sua rigidez, podendo, em determinadas condições, melhorar a sua
ductilidade. Dos quatro tipos de paredes estudadas nesta pesquisa, somente a parede de solo-
cimento foi rebocada.
Tais observações foram realizadas antes de se começar a descrever as conclusões com o
objetivo de se entender melhor o comportamento das unidades habitacionais avaliadas, frente
aos ensaios de avaliação de desempenho estrutural.
7.2 CONCLUSÕES
As unidades habitacionais com paredes de solo-cimento rejuntadas avaliadas pelo
critério de estado limite de utilização não atenderam aos critérios de desempenho
estabelecidos pelo Projeto de Norma, devido ao fato das paredes apresentarem falhas
como destacamento dos tijolos e fissuras nas juntas de assentamento, que
provavelmente devem ter ocorrido pelo fato de os tijolos e as juntas apresentarem
coeficientes de dilatação térmicas diferentes. Observa-se ainda, o comportamento das
paredes de solo-cimento rebocadas, onde o reboco, além de aumentar a resistência da
mesma, serve de uma capa protetora para os tijolos, fazendo com que os mesmos
estejam livres das ações das intempéries, não apresentando nenhum tipo de patologia
que interfira no desempenho do produto (tabela 5.4, p.56);
As unidades habitacionais com paredes de concreto celular parcialmente armada
avaliadas pelo critério do estado limite de utilização não atenderam aos critérios de
desempenho estabelecidos pelo Projeto de Norma (tabela 5.6, p.57), pelo fato das
paredes apresentarem aberturas maiores que as indicadas no item 2.2.2 (p.17) desta
pesquisa, gerado provavelmente pela retração do concreto celular devido a ausência de
armadura em toda parede. Observando as paredes de concreto celular armada, não foi
encontrada fissura perceptível a olho nu por um observador situado a 1 m da parede,
num cone visual igual ou inferior a 60
o
, atendendo aos critérios de desempenho
estabelecidos pelo Projeto de Norma.
Da mesma forma, observa-se que as unidades habitacionais construídas em paredes de
concreto celular parcialmente armada não atenderam aos critérios estabelecidos pelo
Projeto de Norma, devido a ausência de armadura em toda a parede, fazendo com que
Capítulo 7 Conclusões e Trabalhos Futuros
124
a mesma apresentasse baixa flexibilidade frente aos impactos de corpo mole, fato
comprovado ao se observar a Tabela 5.11 (p.67), onde observa-se os valores de
deslocamentos horizontais residuais e imediatos aproximados. Pode-se observar de
forma mais clara ao se verificar o comportamento da parede de concreto de celular
armada, que atendeu aos critérios do Projeto de Norma, apresentando valores de
deslocamentos imediato e residual bem distantes (tabela 5.10, p.65) e bem menores
que os apresentados pela parede de concreto celular parcialmente armada;
Observando as Tabelas 5.8, 5.9 e 5.10, verificam-se que as paredes de solo-cimento
rejuntada e rebocada e a parede de concreto celular armada, apresentam deformações
horizontais residuais bem menores que os das deformações horizontais imediatas, ou
seja, observa-se que tais paredes apresentaram um comportamento mais adequado ao
regime elástico. Conforme Tabela 5.11, as paredes em concreto celular parcialmente
armada, apresentaram valores das deformações horizontais residuais bem mais
próximos dos valores das deformações horizontais imediatas, ou seja, observa-se que
tais paredes apresentaram um comportamento mais adequado ao regime plástico;
As análises dos resultados dos ensaios de impacto de corpo duro de grande dimensão
nas unidades habitacionais em estudo mostram que as paredes de solo-cimento
rejuntadas não atenderam aos critérios estabelecidos pelo Projeto de Norma. O motivo
de não se atender tal critério está diretamente ligado à forma de execução do sistema,
pois conforme mostra as Figuras 4.14 e 4.15 (p.40), somente os furos dos tijolos com
aço CA-50 bitola de 6,3 mm são preenchidos com concreto, ficando os demais vazios,
sendo justamente nesta região da parede, onde se encontra os tijolos não preenchidos,
que a esfera causou os maiores danos gerados pelo impacto (traspassamento). O
reboco na casa de solo-cimento mostrou-se bastante eficiente frente aos impactos de
corpo duro de grande dimensão, pois conforme observado na Tabela 5.14 (p.72), todos
os critérios foram atendidos.
As paredes das unidades habitacionais construídas em solo-cimento rejuntadas e
rebocadas e concreto celular armada e parcialmente armada tiveram todos os critérios
atendidos pelo Projeto de Norma e Manual do IPT (1998), em relação aos ensaios
capacidade suporte de peças suspensas e sustentação de rede de dormir. Portanto, com
relação ao ensaio de capacidade de suporte de peças suspensas, observando os
resultados (tabelas 5.17, 5.18, 5.19, 5.20, 5.21, 5.22, 5.23, 5.24, 5.25, 5.26, 5.27 e
Capítulo 7 Conclusões e Trabalhos Futuros
125
5.28), pode-se concluir que as unidades habitacionais em solo-cimento, apresentaram
deslocamentos menores na região mais próxima à base da parede, conforme indica a
leitura do relógio comparador 3; isto mostra que o tipo de vínculo de apoio entre a
parede e a fundação, engaste, fez com que as paredes destas unidades habitacionais
próximas à fundação, apresentassem menor deslocamento que os da parede de
concreto celular.
As análises dos resultados dos ensaios de interação entre paredes e portas nas unidades
habitacionais construídas com solo-cimento e concreto celular, mostraram que todos
os critérios de desempenho estabelecidos pelo Projeto de Norma foram atendidos,
conforme item 2.2.9 (p.22) desta pesquisa, apesar de na parede de solo-cimento
rejuntada ter ocorrido fissuras na parede devido ao ensaio de corpo mole (tabela 5.29).
De forma geral, as unidades habitacionais que atenderam a todos os critérios estabelecidos
pelo Projeto de Norma, apresentando o melhor desempenho estrutural durante os ensaios de
campo foram os sistemas construtivos de solo-cimento rebocado e concreto celular armado.
Portanto, o sistema construtivo de solo-cimento rebocado teve o melhor desempenho
estrutural, apresentando deslocamentos horizontais imediatos e residuais menores que o do
concreto celular armado frente aos ensaios de impacto de corpo mole, não apresentando
nenhum tipo de falha (item 5.3.3.2 e tabela 5.9, p.63).
Por último, destaca-se que o desempenho estrutural das paredes de concreto celular
parcialmente armada e de solo-cimento rejuntada, de acordo com os procedimentos
construtivos e materiais mostrados neste trabalho, não atenderam a alguns critérios
estabelecidos pelo Projeto de Norma, sendo, portanto recomendado a não utilização destas
duas técnicas para construção de casas populares.
Deve-se enfatizar, no entanto, a importância da colocação das telas de aço eletrosoldadas em
todas as paredes de concreto celular e o reboco na parede de solo-cimento, pois estes dois
fatores influenciaram positivamente no sistema construtivo de concreto celular e solo-cimento
respectivamente, fazendo com que os mesmos atendessem a todos os critérios da avaliação de
desempenho estrutural estabelecidos pelo Projeto de Norma da ABNT de 2004 e Manual do
IPT (1998).
Capítulo 7 Conclusões e Trabalhos Futuros
126
7.3 SUGESTÕES A TRABALHOS FUTUROS
Sem dúvida a avaliação de desempenho estrutural é fundamental para se determinar se um
sistema construtivo é seguro, indicando ou não sua construção, ou que procedimentos adotar
para tornar viável sua aplicação. Portanto, a avaliação de desempenho dos sistemas
construtivos é um tema que merece ser explorado e que permite diversas abordagens
interessantes, como as sugeridas a seguir:
Avaliar os sistemas construtivos para demais níveis de desempenho sugeridos pelos
Projetos de Normas 02.136.01.001 (ABNT, 2004): segurança contra incêndio,
estanqueidade, desempenho térmico, desempenho acústico, durabilidade e
manutenibilidade e adequação ambiental;
Avaliar o desempenho estrutural quanto ao critério do estado limite último, realizando
o ensaio de compressão em paredes até sua ruptura;
Construir unidades habitacionais utilizando tijolos de solo-cimento de diferentes
resistências, verificando o comportamento das mesmas frente aos ensaios de impactos
de corpo duro;
Adotar outros tipos de vínculos de apoios entre as paredes e as fundações, analisando o
comportamento das unidades habitacionais, frente aos ensaios de avaliação
desempenho estrutural;
Estudar outras formas de disposição de armaduras tanto na construção das casas de
solo-cimento quanto nas de concreto celular armada.
Referências Bibliográficas
127
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSAYAG, M. Desperdício na Construção Civil em Manaus: Estudo de Habitação
Popular com Paredes de Concreto Celular. Dissertação (Mestrado). 144 f. Faculdade de
Tecnologia. Universidade Federal do Amazonas. Manaus, 2003.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Manual Técnico para
Implementação Habitação 1.0 Bairro Saudável. População Saudável. Publicações
ABCP. São Paulo. 2002.
ALMEIDA, R. A Importância da Avaliação de Desempenho e o Controle da Qualidade.
Construção São Paulo, Suplemento PINI, Sistemas Construtivos. p. 6-7. São Paulo, 1984.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO.
Avaliação Pós Ocupação: Métodos e Técnicas Aplicados à Habitação Social. Porto Alegre:
ANTAC, 2003 (COLEÇÃO HABITARE).
BARROS, M. M. S. B. Desenvolvimento de um método construtivo para produção de
vedações verticais de concreto celular. São Paulo, EPPUSP-PCC. (Relatório CPqDCC n.
20095 – EP-GETHAL-01). 1998.
BENTUR, A.; MINDESS, S. Fiber reinforced cementius composites. Editora Elsevier.
London. 1990.
ENTEICHE, A. A. Suelo-cemente, su aplicacion en la edificacion. Bogotá. CINVA. (1990).
FARIA, J. R. G. Unidade de produção de tijolos de solo estabilizado. Dissertação
(Mestrado) Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. São Paulo. 1990.
Referências Bibliográficas
128
FERREIRA, O. A. R. Concretos Leves: o concreto celular espumoso. Dissertação
(Mestrado) Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. São Paulo. 1986.
GARCIA, P. D. Contribuições ao estudo da resistência à compressão de paredes de
alvenaria de blocos cerâmicos estruturais. Dissertação (Mestrado) Escola Politécnica,
Universidade de São Paulo. São Paulo. 2000.
GRANDE, F. M. Fabricação de tijolos modulares de solo-cimento por prensagem manual
com e sem adição de sílica ativa. Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica, Universidade
de São Paulo. São Paulo. 2003.
INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Critérios
Mínimos de Desempenho para Habitações Térreas de Interesse Social. Texto para
Discussão. São Paulo, 1998.
________________. Avaliação de Desempenho de Habitações Térreas Unifamiliares:
Segurança Estrutural. Documento Preliminar, anexo do relatório 16277. 107p. São Paulo,
1981.
JUNQUEIRA, T. M. C.; GEYER, A. B. Avaliação de Desempenho das Edificações
Levantamento e Análises dos Critérios Mínimos Existentes. In: CONGRESSO DE
PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO DA UFG CONPEEX, 2., 2005, Goiânia. Anais
Eletrônicos do XIII Seminário de Iniciação Científica [CD-ROM], Goiânia: UFG, 2005.
KLEIN, D. L.; KLEIN, G. M. B.; LIMA, R. C. A. Sistemas Construtivos Inovadores:
Procedimentos de Avaliação. In: II SEMINÁRIO DE PATOLOGIA DAS EDIFICAÇÕES
“NOVOS MATERIAIS E TECNOLOGIAS EMERGENTES” DA UFRGS LEME/UFRG,
2004, Rio Grande do Sul. Anais Eletrônicos do II Seminário de Iniciação Científica [CD-
ROM], Rio Grande do Sul: UFRGS, 2004. n.p.
KLEIN, D. L.; SILVA FILHO, L. C. P.; CAMPAGNOLO, J. L; GASTAL, F. P. S. L.
Relatório de Ensaios de Desempenho de Protótipo do Sistema CASAFORTE MEDABIL com
Referências Bibliográficas
129
Painéis DIGIGRAPH. Relatório Técnico RT LEME/UFRGS n
o
10/2002, 49 páginas,
PPGEC, UFRGS (2002).
LAWRENCE, K; LORDELEEM JÚNIOR, A. C.; BARROS, M. M. B. A Influência do Teor
de Fibras e de Cimento nas Características do Concreto Celular. In: CONGRESSO
LATINO AMERICANO TECNOLOGIA E GESTÃO NA PRODUÇÃO DE EDIFÍCIOS,
PCC-USP, São Paulo, 1998.
MERCADO, M. C. Solo-cimento: Alguns Aspectos Referentes à sua Produção e
Utilização em Estudo de Caso. Dissertação (Mestrado) Escola Politécnica, Universidade
de São Paulo. São Paulo, 1990.
MITIDIERI, C. V. Avaliação de Desempenho dos Componentes e Elementos Construtivos
Inovadores Destinados a Habitações: Proposições Específicas à Avaliação do
Desempenho Estrutural. Tese (Doutorado) Escola Politécnica, Universidade de São
Paulo. São Paulo, 1998.
MITIDIERI, C. V.; SOUZA, R. Avaliação de Desempenho de Sistemas Construtivos
Destinados à Habitação Popular: Conceituação e Metodologia. São Paulo. IPT. 1994.
OLIVEIRA, F.L. Avaliação do Desempenho Estrutural de Sistemas Construtivos
Inovadores: Estudo de eCaso. Dissertação de Mestrado Escola Politécnica, Universidade
de São Paulo. São Paulo, 1996.
PADRON, I.; ZOLLO, R. F. Effect of synthetic fibers on volume stability on cracking of
Portland cement concrete and mortar. ACI Materials Journal, v. 87, n. 4, p. 327-32,
Jul./Aug. 1990.
REIS, P. F.; BASTOS, P.K.X. Construções Habitacionais em Juiz de Fora: Diagnóstico
cnico. In: CONGRESSO DE ENGENHARIA CIVIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DE JUIZ DE FORA. V.2, p. 136-147. Juiz de Fora, 1994.
Referências Bibliográficas
130
RIPPER, E. Manual prático de materiais de construção. São Paulo, Editora Pini, 2001.
SILVA FILHO, L. C. P.; GRAEFF, A.; KLEIN, D. L; CAMPAGNOLO, J. L. Análise de um
Sistema Construtivo Inovador Formado por Paredes de PVC com Concreto Leve. CBCIMAT
2002, Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciências dos Materiais. Anais em CD-ROM,
Natal, Brasil, 2002.
SOUZA, V. C. M. DE; RIPPER, T. Patologia, recuperação e reforço de estruturas de
concreto. São Paulo, Editora Pini. 1998.
SOUZA, R. Avaliação de Desempenho Aplicada a Novos Componentes e Sistemas
Construtivos para Habitação. IPT. São Paulo, 1984.
SOUZA, R. A contribuição do conceito de desempenho para a avaliação do edifício e
suas partes: Aplicação às janelas de uso habitacional. Dissertação (Mestrado). Escola
Politécnica, Universidade de São Paulo. São Paulo, 1983.
TEIXEIRA FILHO, F. J. Considerações sobre algumas propriedades dos concretos
celulares esponjosos. Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica, Universidade de São
Paulo. 1992.
THOMAZ, E. Sistemas Construtivos para Habitações de Interesse Social: Proposta de
Avaliação e Classificação pela Relação Custo/benefício. In: SIMPÓSIO IBERO-
AMERICANO SOBRE TÉCNICAS CONSTRUTIVAS INDUSTRIALIZADAS PARA
HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL, 3. v.3, p 591-598. São Paulo, 1993.
Referências Bibliográficas
131
NORMAS TÉCNICAS (em ordem numérica)
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. MB 3256. Divisórias leves
internas moduladas Verificação da resistência a impactos. Rio de Janeiro, 1990.
__________. MB 3259. Divisórias leves internas moduladas Verificação do comportamento
sob ação de cargas provenientes de pecas suspensas. Rio de Janeiro, 1990.
__________. NBR 6118. Projeto de Estruturas de Concreto Procedimento. Rio de Janeiro,
2003.
__________. NBR 8054. Porta de Madeira de Edificação. Verificação do Comportamento da
Folha Submetida a Manobras Anormais. Rio de Janeiro, 1983.
_________. NBR 8492. Tijolos Maciços de Solo-cimento: Determinação da Resistência à
Compressão e da Absorção de Água. Método de Ensaio. Rio de Janeiro. 1982.
__________. NBR 9062. Projeto e Execução de Estruturas de Concreto Pré-moldado. Rio de
Janeiro, 2001.
__________. NBR 10832 Solo-cimento: Fabricação de tijolo maciço de solo-cimento com a
utilização de prensa manual. Procedimento. Rio de Janeiro. 1989.
__________. NBR 10833 Solo-cimento: Fabricação de tijolo maciço de solo-cimento com a
utilização de prensa hidráulica. Procedimento. Rio de Janeiro. 1989.
__________. NBR 12646 Paredes de concreto celular espumoso moldadas no local.
Especificação. Rio de Janeiro, 1990.
__________. Projeto 02.136.01.001. Desempenho de edifícios habitacionais de até cinco
pavimentos Parte 1: Requisitos Gerais. Rio de Janeiro, 2004.
Referências Bibliográficas
132
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto 02.136.01.002.
Desempenho de edifícios habitacionais de até cinco pavimentos Parte 2: Estruturas. Rio de
Janeiro, 2004.
__________. Projeto 02.136.01.004. Desempenho de edifícios habitacionais de até cinco
pavimentos Parte 4: Fachadas e paredes internas. Rio de Janeiro, 2004.
Anexos
133
ANEXO A
Planta da Edificação
Figura A.1 - Planta baixa e Fachada Principal
Figura A.2 - Cortes
Anexos
134
Figura A.3 - Fachada Lateral e Cobertura
Figura A.4 - Perspectivas
Figura A.5 Perspectiva vista de outro ângulo
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo