rapidamente que qualquer outra mídia, principalmente no Brasil, cujo público
alfabetizado era bastante reduzido. O rádio, explorando a oralidade e a idéia da
transmissão ao vivo, adentrou facilmente nos lares brasileiros. Como sua forma de
transmissão e recepção necessitava apenas de uma estação emissora e aparelhos de
recebimento, a mensagem podia chegar facilmente às pessoas, inicialmente em suas
casas e, depois, com o surgimento de aparelhos portáteis, a qualquer parte a que esse
aparelho fosse levado. Com o rádio, desenvolveu-se toda uma técnica de comunicação
sonora em que o ouvinte era envolvido por uma série de recursos que o levaram a
vivenciar virtualmente (recorrendo ao seu imaginário) uma situação proposta, como, por
exemplo, nas peças de teatro ou novelas transmitidas radiofonicamente. Os efeitos
utilizados para simular chuvas, trovoadas, incêndios e toda uma infinidade de ruídos
tinham como finalidade reproduzir uma cena real.
Popularizou-se na década de 70 a televisão (NEITZEL, 2001). A partir de então, não só
a palavra em forma de som poderia viajar pelo espaço, também a imagem em
movimento a fazê-lo. É uma forma de comunicação em que a oralidade passa a dividir
espaço com a comunicação da imagem, do símbolo, do movimento. A informação, além
de ser falada, pode ser lida, vista, interpretada pelo receptor. A visão, sentido tão
privilegiado por nossa cultura, passa a ser o centro de explorações. Para o
telespectador, assistir ao noticiário na televisão possui outra significação, há uma
relação visual com quem transmite a informação, não é mais uma voz anônima ou um
texto de alguém que não se pode imaginar quem seja. É uma pessoa que fala e se
mostra a quem a assiste. A relação sujeito-transmissor-receptor mudou. O
telespectador estreitou sua relação com o apresentador.
Com a evolução dos meios de comunicação midiáticos, no final do século XX, ocorre o
agrupamento de todas as tecnologias anteriores. Surge uma tecnologia mais eficaz,
que oferece todas as possibilidades já exploradas na imprensa, no rádio, na televisão,
operando uma ultrapassagem: a possibilidade de interação e a velocidade com que
tudo ocorre. O indivíduo não fica somente no papel de receptor passivo, há a
possibilidade de escolha, há decisões a serem tomadas. O volume de informações
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