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ensaio mecânico de cisalhamento é o mais utilizado (CRAIG, POWERS, 2004; GARCIA,
2002). Neste ensaio, a união seria rompida por uma força aplicada paralelamente à interface
adesiva, por meio de uma ponta acoplada a uma máquina de ensaio universal.
A comparação quantitativa dos resultados de resistência adesiva ao ensaio mecânico
de cisalhamento obtidos em nosso estudo, com outros, torna-se complexa devido às diferenças
metodológicas dos ensaios (SOUZA, 1998) e preparo das amostras (GARCIA, 2002;
TRUFFIER-BOUTRY, 2003). Diferentes velocidades do atuador são empregadas para
diversos ensaios mecânicos (BOYER, CHAN, TORNEY, 1978; LI, 1997; TJAN, GLANCY,
1988; ELIADES, CAPUTO, 1989; BOUCHILISHER, REINHARDT, VARGAS, 1997;
LEWIS, 1998; SAU, 1999; CHAIN, 2001; ROPERTO, 2001; KALLIO, LASTUMÄKI,
VALLITTU, 2001; FRANKENBERGER et al., 2003, TEZVERGIL, LASSILA, VALLITTU,
2003; TRUFFIER-BOUTRY, 2003), bem como tratamentos de superfície (BOUCHILISHER,
REINHARDT, VARGAS, 1997; CHAN, BOYER, 1983; DESCHEPPER, TATE, POWERS,
1993; ELIADES e CAPUTO, 1989; GIOVANNINI et al., 2003; LUCENA-MARTÍN,
GONZÁLES-LÓPES, MONDELO, 2001; LI, 1997; OLIVEIRA et al., 1997, SHAHDAD,
KENNEDY, 1998; TRUFFIER-BOUTRY et al., 2003; VANKERCKHOVEN et al., 1982).
Em estudos prévios, houve relato da influência da camada inibida pelo oxigênio na
resistência adesiva entre duas camadas sucessivas de resinas compostas (LI, 1997;
TRUFFIER-BOUTRY et al., 2003; VANKERCKOVEN et al., 1982), observando-se que a
camada inibida pelo oxigênio é viscosa e contém grupos metacrilatos não reagidos. Estes, são
capazes de influenciar positivamente na resistência adesiva entre o primeiro substrato e o
segundo, através da formação de ligações covalentes nas cadeias poliméricas. Assim enfatiza-
se a importância da presença de cadeias duplas de carbono não polimerizadas na superfície da
camada de união entre os dois substratos. A diminuição da resistência adesiva ocorreria caso a
superfície inibida pelo oxigênio fosse removida através de tratamentos superficiais, deixando
as cargas inorgânicas da superfície sem silanização. Em contrapartida, Eliades e Caputo
(1989) e Lewis et al. (1998) relataram diminuição da resistência adesiva quando havia
manutenção da camada inibida pelo oxigênio, justificando-se que a ineficiência de
polimerização induziria uma maior fragilidade desta camada. Desta maneira, alguns trabalhos
mostram a necessidade, em situações de reparo, da utilização do silano, que restituiria a
adesão entre as camadas de resina composta (LI, 1997; FRANKENBERGER et al., 2003;
VANKERCKOVEN et al., 1982), diferentemente de outros que não encontraram melhora da
resistência adesiva com sua utilização (BOUCHILISHER, REINHARDT, VARGAS, 1997;
MELO, 2005; OLIVEIRA et al., 1997). Em nosso estudo, a metodologia para confecção dos