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bilhões este ano, frente R$ 196,6 bilhões, no ano passado. A queda no faturamento
deveu-se, principalmente a queda da produção e redução dos preços médios reais.
No caso da soja, o VBP foi estimado em R$ 24,99 bilhões para 2005, 38,1% a
menos que os R$ 40,3 bilhões do ano passado, resultado da queda dos preços
médios e a produção de grãos ficou estagnada em torno de 50 milhões de
toneladas, nas últimas duas safras (AGRONLINE, 2005).
Como se constatou, o produtor rural é o principal prejudicado, pois
vem enfrentando dificuldades para honrar seus compromissos, mas também a
sociedade começa a sentir os reflexos dessa crise, com a queda na contratação de
mão-de-obra. Mantendo-se este estado, o impacto será a redução do plantio na
próxima safra, levando à queda da oferta de alimentos e o aumento dos preços dos
produtos da cesta básica. Haverá como efeito, retração da compra de insumos,
fertilizantes, agroquímicos e maquinários agrícolas (PAGINARURAL, 2005). Em
adição, a sobrevalorização cambial, contribui na geração de resultados negativos
para o campo. Cerca de 20% da produção da agropecuária é exportada, e com o
dólar desvalorizado, o resultado final é a renda menor para o produtor (CNA, 2005).
Em decorrência desses problemas na produção agropecuária, já é
possível perceber o aumento do desemprego, em Rondonópolis e região. O índice
saltou dos históricos 14%, para algo em torno de 39%. O comércio já se ressente de
uma queda de 30% nas vendas, comparado com o mesmo período no ano passado
e, o índice de inadimplência registrado pelos institutos de controle de crédito, passa
por números em alta contínua (PAGINARURAL, 2005). Só em Mato Grosso, já
existem onze municípios em estado de emergência, reconhecidos pela Defesa Civil
e aprovados pelo Governo estadual, em razão da crise do setor de produção rural.
O cenário revelado chama a atenção pela relevância destacada e
pelo resultado negativo que aponta. Assim, o presente trabalho objetivou analisar os
efeitos da crise do agronegócio na economia de três municípios mato-grossenses
(Campo Verde, Paranatinga e Primavera do Leste), cujas economias apresentam
algumas características comuns: são municípios relativamente jovens, com
características climáticas semelhantes e a economia baseada fundamentalmente no
agronegócio.
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