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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
PROGRAMA DE MESTRADO EM ODONTOLOGIA
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM MATERIAIS DENTÁRIOS
COMPARAÇÃO DA RUGOSIDADE APÓS ABRASÃO POR
ESCOVAÇÃO E DA MICRODUREZA ENTRE RESINAS COMPOSTAS
NANOPARTICULADAS E MICROHÍBRIDA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Odontologia da PUCRS como parte
dos requisitos para obtenção do título de MESTRE
EM ODONTOLOGIA, área de concentração em
Materiais Dentários.
ROGÉRIO SIMÕES ROSA
Orientador: Prof. Dr. Eduardo Gonçalves Mota
Porto Alegre, dezembro de 2006
.
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“O valor das coisas não está no tempo que elas
duram, mas na intensidade com que acontecem.
Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas
inexplicáveis e pessoas incomparáveis”.
Fernando Pessoa
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Dedico esta pesquisa especialmente à família, ao
meu pai e colega Renato Oliveira Rosa, a minha
mãe Maria Tereza Simões Rosa e a meu irmão
Rafael Simões Rosa. Assim como a todos que me
acompanharam ao longo desta jornada.
AGRADECIMENTOS
À Prof. Dra. Nilza Pereira da Costa, coordenadora da Pós-Graduação da
Faculdade de Odontologia da PUCRS;
Ao Prof. Dr. Hugo Oshima, coordenador do Mestrado de Materiais Dentários
da Faculdade de Odontologia da PUCRS;
Ao meu orientador, Prof. Dr. Eduardo Gonçalves Mota, pela dedicação em
minha formação;
Aos docentes do Programa de Mestrado da Faculdade de Odontologia da
PUCRS;
Aos professores da disciplina de Prótese III e IV da Faculdade de Odontologia
da PUCRS pelo empenho em meu aprendizado clínico;
Aos colegas do Programa de Mestrado das sub-áreas de Materiais Dentários:
Carlos Balbinot, João Bondan e Regênio Segundo;
À colega Gabriela pela disponibilidade na produção da apresentação
desta pesquisa;
Aos colegas do Programa de Mestrado das sub-áreas de Dentística e Prótese
Dentária.
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................................ 07
ABSTRACT............................................................................................................ 09
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS........................................... 11
LISTA DE FIGURAS.............................................................................................. 14
LISTA DE TABELAS E LISTA DE QUADROS.......................................................18
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 19
2 PROPOSIÇÃO.................................................................................................... 22
3 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 23
4 MATERIAIS E MÉTODO..................................................................................... 52
4.1 Materiais........................................................................................................... 52
4.2 Método ............................................................................................................. 54
4.2.1.Teste de Rugosidade após Abrasão por Escovação .................................... 54
4.2.1.1. Confecção das Amostras .......................................................................... 54
4.2.1.2. Abrasão por Escovação ............................................................................ 57
4.2.1.3. Teste de Rugosidade ................................................................................ 60
4.2.1.4. Análise Morfológica Superficial em Microscopia Eletrônica de Varredura. 61
4.2.1.5. Análise Estatística .................................................................................... 61
4.2.2. Microdureza Vickers..................................................................................... 62
5 RESULTADOS.................................................................................................... 66
5.1 Teste de rugosidade após abrasão por escovação.......................................... 66
5.2 Microdureza Vickers......................................................................................... 76
6 DISCUSSÃO....................................................................................................... 79
7 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 86
6
REFERÊNCIAS...................................................................................................... 87
APÊNDICES .......................................................................................................... 92
ANEXO.....................................................................................................................98
RESUMO
O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar a rugosidade após abrasão por
escovação de corpo triplo e a microdureza Vickers de resinas compostas para uso
direto com diferentes tamanhos de partículas de carga inorgânica, como a
microhíbrida Z250 e as nanoparticuladas Z350 e Supreme XT, de mesma marca
comercial (3M ESPE, St Paul, Minessota, EUA). Seis corpos-de-prova (n=6) foram
confeccionados para cada resina composta (Supreme XT, Z250 e Z350) e
submetidos, na seqüência, a cada período simulado de escovação (controle, 6
meses, 1 ano e 2 anos). Foram realizadas 3 leituras de rugosidade de superfície Ra
m) em cada amostra após cada simulação (total=216). Foi confeccionado 1 corpo-
de-prova representativo de cada período simulado de escovação para cada resina
composta (total=12), a fim de que fosse observado em MEV. Os valores médios
mínimos e máximos obtidos foram, respectivamente, de 0,14 µm (controle) para a
resina Z350 e 0,21 µm (1 ano) para a resina Z250. Foi aplicada a análise de
variância, seguida do teste de Tukey (=0,05) e constatou-se que não houve
diferença estatisticamente significante entre os grupos. A fim de avaliar a rugosidade
em relação ao tempo e ao tipo de resina composta testada foi aplicado o modelo
linear geral, seguido do teste de Tukey (=0,05). Observou-se uma diferença
estatisticamente significante da rugosidade no período controle (0,15 µm) em
relação ao período de 1 ano (0,19 µm), com relação ao tipo de resina, ambas
nanoparticuladas (0,16 µm) apresentaram-se significativamente menos rugosas que
a microhíbrida (0,19 µm). Os aspectos morfológicos superficiais obtidos em MEV
mostram que houve padrões semelhantes de desgaste entre as resinas compostas
nos grupos controle. Após os períodos simulados de escovação de 6 meses, 1 ano e
2 anos, observou-se uma surperfície mais uniforme para as resinas compostas
nanoparticuladas em relação à microhíbrida. Para a microdureza Vickers, 5 amostras
8
para cada resina composta foram confeccionadas (n=5). As médias (VHN) foram:
Z250 74,44; Z350 73,87; XT 78,28. Após análise de variância, observou-se que não
houve diferença significante entre elas. Baseado nos resultados, concluiu-se que as
resinas compostas nanoparticuladas (Z350, Supreme XT) obtiveram comportamento
similar à microhíbrida (Z250) quanto à microdureza Vickers, porém, se apresentaram
menos rugosas após a abrasão por escovação.
Palavras-chave: resina composta, dureza, abrasão dentária.
ABSTRACT
The objective of this in vitro study was to evaluate the surface roughness after
three body wear and Vickers microhardness of direct composite resins with different
sizes of inorganic filler particles, microhybrid Z250 and nano-filled Z350 and Supreme
XT, which are fabricated by one company (3M ESPE, St Paul, Minessota, USA). Six
specimens (n=6) of each composite resin were manufactured to be evaluated, in
sequence, in each one of control, 6 months, 1 year and 2 years simulated
toothbrushing periods. Three measurements of surface roughness Ra (µm) were
realized for specimen after each simulation. One representative specimen was
manufactured to each composite resin tested in each simulated toothbrushing period
to be examinated in SEM. The minimums and maximums means values were 0.14
µm control group Z350 composite resin and 0.21 µm 1 year simulated toothbrushing
period Z250. Were analyzed with ANOVA and Tukey (=0.05) and there was no
significant statistically difference between the groups. The General Linear Model and
Tukey (=0.05) was applied, with purpose to evaluated composite resin and time
factors in surface roughness Ra m). There was significant statistically difference of
control time roughness (0.15 µm) in regard to 1 year time roughness (0.19 µm),
about the kind of composite resin, both nano-filled composite resins (0.16 µm) had
more homogeneous surface after three body wear than microhybrid (0.19 µm). The
photomicrographs did not show any difference among the three composite resins
control group. However, the nano-filled 6 months, 1 year and 2 years simulated
toothbrushing periods photomicrographs showed the most homogeneous surface.
For Vickers microhardness, 5 specimens of each composite resin were manufactured
(n=5). Means for Vickers microhardness (VHN) were: Z250 74.44; Z350 73.87; XT
78.28. Data were statistically compared with ANOVA, and there was no significant
difference between the means. The results of this study indicate that the nano-filled
10
composite resins showed a similar behavior to microhybrid for Vickers
microhardness, but had more homogeneous surface after three body wear.
Key-words: composite resin, hardness, tooth abrasion.
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
LISTAGEM DESCRIÇÃO
ADA
American Dental Association
ANOVA Análise de Variância
BisEMA
BisGMA
Bisfenol A polietileno glicol diéter dimetacrilato
Bisfenol glicidil dimetacrilato
cm
°C
df
centímetros
Grau Celsius
Grau de liberdade
DP Desvio padrão
EDMA
F
Etileno glicol dimetacrilato
Estatística teste “F”
FTIR
Espectrofotometria infravermelha por transformação
de Fourier
g Grama
GPa Gigapascal
h Hora(s)
Hz
IPCT
Hertz (ciclos por segundo)
Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas
ISO
kg
kgf
International Standards Organization
Quilograma
Quilograma força
KHN Número de dureza Knoop
12
m
µm
MEV
MFP
metro
Micrômetro
Microscopia Eletrônica de Varredura
Monofluorfosfato
mg Miligrama
min Minuto
ml Mililitro
mm Milímetro
mol% mol porcento
MPa Mega Pascal
MPS
γ-metacrilolpropilsilano
N
nm
ppm
Newton
nanômetro
parte por milhão
PTFE
PVC
®
Politetraflúoretileno
Polivinil Cloreto Rígido
marca registrada
rpm Rotação por minuto
s
sig./p
Segundo
significância
TEDMA Trietileno dimetacrilato
TEGDA Trietileno glicol diacrilato
TEGDMA Trietileno glicol dimetacrilato
TEGMA Trietileno glicol metacrilato
TGA
TMPT
Análise termogravimétrica
Trimetilol propano trimetilmetacrilato
TTEGDA Tetraetileno glicol diacrilato
UDMA Uretano dimetacrilato
13
UEDMA Etileno uretano dimetacrilato
VHN Número de dureza Vickers
vol% percentual em volume
wt% percentual em peso
Nível de significância
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Resinas compostas nanoparticuladas Supreme XT, Z350
e a microhíbrida Z250 ........................................................................................... 52
FIGURA 2 - Escova dental utilizada no teste de rugosidade após abrasão por
escovação ............................................................................................................. 53
FIGURA 3 - Dentifrício utilizado no teste de rugosidade após abrasão por
escovação ............................................................................................................. 54
FIGURA 4 - Dispositivo para inserção da resina composta: a) base metálica;
b) parafuso para fixação da matriz de teflon; c) matriz de PTFE bipartida............ 55
FIGURA 5 - Matriz de PTFE fixada: a) resina composta inserida no orifício da
Matriz de PTFE; b) tira de poliéster; c) placa de vidro........................................... 55
FIGURA 6 - Corpo-de-prova colocado no adaptador para desgaste. ................... 56
FIGURA 7 - Corpo-de-prova inserido no adaptador metálico sendo desgastado
na Politriz Horizontal Struers................................................................................. 56
FIGURA 8 - Corpo-de-prova desgastado na altura do adaptador (5mm).............. 56
FIGURA 9 - Máquina de escovação projetada pelo IPCT .................................... 57
FIGURA 10 - Vista lateral da amostra na máquina de escovação: a) amostra
15
fixada com cera utilidade na placa acrílica; b) placa acrílica;c) cuba acrílica;
d) pinos metálicos para fixação da cuba acrílica................................................... 58
FIGURA 11 - Balança de precisão AG 204........................................................... 58
FIGURA 12 - Conjunto posicionado para a realização da abrasão por escovação:
a) haste para fixação da ponta ativa da escova dental; b) parafuso que permite
estabilizar a haste ao orifício do braço articulado; c) mistura de creme dental
com água destilada recobrindo o corpo-de-prova; d) pesos que totalizam
200 gramas. .......................................................................................................... 59
FIGURA 13 - Rugosímetro SJ-201 posicionado sobre uma base metálica (a),
fazendo a leitura da rugosidade
Ra (µm)
da amostra fixada no orifício central da
placa acrílica transparente (b)............................................................................... 61
FIGURA 14 - Dispositivo utilizado para confecção das amostras para o
teste de microdureza Vickers: anel metálico (a) para encaixe da matriz de
PTFE bipartida (b), que contém orifício no qual é confeccionado o corpo-de-
prova. .................................................................................................................... 62
FIGURA 15 - Corpo-de-prova de resina composta (a) embutido em cilindro de
PVC (b), sendo a resina acrílica quimicamente ativada (c) o material de
preenchimento....................................................................................................... 63
FIGURA 16 - Microdurômetro HMV ...................................................................... 64
FIGURA 17 - Visão aproximada da ponta diamantada Vickers (a) e das lentes
Objetivas (b) do microdurômetro HMV.................................................................. 65
FIGURA 18 Representação gráfica das dias de rugosidade Ra (µm)
após abrasão......................................................................................................... 67
FIGURA 19 - Representação gráfica das médias de rugosidade Ra (µm) e do
16
desvio-padrão das resinas compostas independente do período de escovação
....
68
FIGURA 20 - Representação gráfica das médias de rugosidade Ra (µm) e do
desvio-padrão em relação aos períodos de teste independente do tipo de
resina composta..................................................................................................... 69
FIGURA 21 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta Z250 no
grupo controle (X4000)........................................................................................... 70
FIGURA 22 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta Z350 no
grupo controle (X4000)........................................................................................... 70
FIGURA 23 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta Supreme
XT no grupo controle (X4000). ............................................................................... 71
FIGURA 24 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta Z250
após período simulado de 6 meses de escovação (X4000)................................... 71
FIGURA 25 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta
Z350 após período simulado de 6 meses de escovação (X4000). ........................ 72
FIGURA 26 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta
Supreme XT após período simulado de 6 meses de escovação (X4000).............. 72
FIGURA 27 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta
Z250 após período simulado de 1 ano de escovação (X4000). ............................ 73
FIGURA 28 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta
Z350 após período simulado de 1 ano de escovação (X4000). ............................ 73
FIGURA 29 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta
Supreme XT após período simulado de 1 ano de escovação (X4000). ................. 74
17
FIGURA 30 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta
Supreme XT após período simulado de 1 ano de escovação (X4000). ................. 74
FIGURA 31 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta
Z350 após período simulado de 2 anos de escovação (X4000)
.................................. 75
FIGURA 32 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta
Supreme XT após período simulado de 2 anos de escovação (X4000)................ 75
FIGURA 33 - Representação gráfica das médias e desvio-padrão da microdureza
Vickers (VHN) dos grupos de resinas compostas. ................................................ 76
FIGURA 34 - Impressão, registrada em 40 X de aumento, realizada no teste de
microdureza Vickers em uma amostra da resina composta Z250. ........................ 77
FIGURA 35 - Impressão, registrada em 40 X de aumento, realizada no teste
de microdureza Vickers em uma amostra da resina composta Z350. .................. 77
FIGURA 36 - Impressão, registrada em 40 X de aumento, realizada no teste
de microdureza Vickers em uma amostra da resina composta XT. ...................... 78
LISTA DE TABELAS E LISTA DE QUADROS
TABELA 1 – Valores das médias para a microdureza Vickers(VHN) nos grupos
de teste, seguidos do respectivo desvio padrão.................................................... 76
TABELA 2 - Médias de rugosidade Ra (m) e desvio-padrão dos grupos controle
e após os períodos simulados de escovação de 6 meses, 1 ano e 2
anos………………………………………………………………………………………. 66
TABELA 3 - Médias de rugosidade Ra (µm) e desvio-padrão das resinas
compostas………………………………………………………………………………...67
TABELA 4 - Médias de rugosidade Ra (µm) e desvio-padrão das resinas
compostas no grupo controle e nos períodos simulados de escovação de 6
meses, 1 ano e 2 anos .......................................................................................... 68
QUADRO 1 - Composição das resinas compostas utilizadas nesta
pesquisa (3M ESPE, 1998; 2002; 2005) ............................................................... 52
QUADRO 2 - Dados específicos sobre o dentifrício utilizado na abrasão por
escovação ............................................................................................................. 53
QUADRO 3 – Dados específicos sobre a escovação dental utilizada na abrasão
por escovação....................................................................................................... 53
1 INTRODUÇÃO
No início dos anos 60, Bowen pesquisou as resinas epóxicas reforçadas com
carga. Constatou deficiências, como a baixa velocidade de polimerização e a
tendência à descoloração, que o motivaram a realizar combinações de resinas
epóxicas e acrílicas. Deste modo, ocorreu o desenvolvimento da molécula do
BisGMA, a qual foi aprovada para ser utilizada como matriz para resinas compostas
(BOWEN, 1963). Assim, os cimentos de silicato e as resinas acrílicas foram
substituídos pelas resinas compostas em restaurações estéticas de dentes
anteriores (LEINFELDER et al., 1975).
Na cada de 70, o desenvolvimento de materiais fotopolimerizáveis abriu
caminhos para novas evoluções (JACKSON e MORGAN, 2000). Estudos
demonstraram que resinas compostas fotopolimerizáveis eram mais resistentes ao
desgaste e apresentavam maior estabilidade de cor que as polimerizáveis
quimicamente (LEINFELDER et al., 1975; POWERS, FAN e RAPTIS, 1980). Além
disso, foram minimizados o tempo de presa e a inibição da polimerização pelo
oxigênio (
b
ANUSAVICE, 1998). Assim, aumentaram significativamente as indicações
de resinas compostas fotopolimerizáveis (TERRY, 2004). Deste modo, surgiram
partículas de carga de tamanhos reduzidos, permitindo que se aumentasse o
conteúdo de carga inorgânica (JACKSON e MORGAN, 2000).
Três fases constituem a estrutura das resinas compostas: a fase orgânica
(matriz), a fase inorgânica (carga) e o agente de união (silano) (LUTZ e PHILLIPS,
1983; TERRY, 2004). Estão disponíveis em diferentes tamanhos de partículas de
carga (macroparticuladas, microparticuladas, híbridas e micro-híbridas), métodos de
polimerização (quimicamente ativadas, fotopolimerizáveis e duais) e viscosidades
(alto, médio ou baixo escoamento) (LUTZ e PHILLIPS, 1983; HOSODA, YAMADA e
INOKOSHI, 1990; WILLEMS et al., 1992; LANG, JAARDA e WANG, 1992;
BURGESS, WALKER e DAVIDSON, 2002).
Devido a sua resistência, estética excelente, custo acessível e sua
adesividade, as resinas compostas tem sido muito utilizadas na odontologia, sendo
mais uma opção restauradora estética (LU et al., 2005). Pode-se citar outras
20
vantagens, se comparadas ao amálgama de prata, como a ausência da toxicidade
do mercúrio em sua composição e o favorecimento da execução de preparos
cavitários mais conservadores, devido a sua qualidade adesiva (CRAIG, POWERS e
WATAHA, 2002). O aumento da demanda pela odontologia estética tem conduzido
ao desenvolvimento de materiais para restaurações diretas com propriedades físicas
e mecânicas melhoradas, assim como estética e durabilidade aumentadas. A última
inovação neste ramo tem sido o desenvolvimento de resinas compostas
nanoparticuladas, através da introdução de nanopartículas e nanoaglomerados
numa matriz resinosa convencional (MITRA, WU e HOLMES, 2003).
A idéia principal da nanotecnologia não está somente na criação e na
utilização de materiais a nível de átomos e moléculas, com tamanho variando de 0,1
a 100 nanômetros, mas também no aproveitamento de propriedades inerentes a
estes (ZHANG et al., 2005). Um nanômetro é 1/1.000 de um micrometro (3M ESPE,
2005). Acredita-se que materiais nanoparticulados podem ser usados para produtos
mais leves, mais resistentes e mais precisos (3M ESPE, 2005). A meta é
desenvolver resinas compostas que poderiam ser usadas em regiões posteriores e
anteriores da boca com alto polimento inicial e com grande capacidade de retenção
deste, típico das microparticuladas, assim como com propriedades mecânicas
excelentes tornando-as capazes de suportar altas cargas de estresse interoclusais,
típico das híbridas (MITRA, WU e HOLMES, 2003).
Diversas pesquisas sucederam-se, com a finalidade de avaliar outras
características desse material restaurador, como o tipo de carga inorgânica
incorporada a este, seu percentual em peso (LI et al., 1985; NEVES et al., 2002;
KIM, ONG e OKUNO, 2002; MITRA, WU e HOLMES, 2003), sua silanização, o tipo
de matriz orgânica e seus diluentes (ASMUSSEN e PEUTZFELDT, 1998;
SHORTALL, UCTASLI e MARQUIS, 2001). Preocupando-se com sua resistência às
mais diversas cargas que lhe são aplicadas, as propriedades mecânicas destes
materiais tem sido avaliadas, como a resistência à compressão, à tração diametral
(COBB et al., 2000) e flexural, o módulo de elasticidade, a microdureza (SAY et al.,
2003), a resistência à abrasão de corpo triplo (REICH et al., 2004), assim como o
próprio grau de polimerização (CHUNG e GREENER, 1990).
Dentre as propriedades testadas, o teste de dureza é empregado para se
predizer a resistência ao desgaste de um material e sua capacidade de abrasionar
21
estruturas dentais opostas (
a
ANUSAVICE, 1998). O processo de desgaste é
complexo no ambiente oral, pois envolve abrasão, adesão, fadiga, erosão e fricção,
que interagem entre si (CHIMELLO et al., 2001). O desgaste clínico de uma
restauração pode resultar dos contatos cêntricos e funcionais, da atrição do bolo
alimentar, das áreas de contato interproximais (CHIMELLO et al., 2001), bem como
da alteração da rugosidade do material restaurador gerada pela escovação
mecânica (FERREIRA et al., 2002). Esta pode ocorrer em qualquer superfície do
dente, sendo mais comum na face vestibular (CHIMELLO et al., 2001).
Portanto, o objetivo desse estudo é comparar a rugosidade e a microdureza
entre resinas compostas com diferentes tamanhos de partícula de carga. A hipótese
nula é de que as resinas compostas nanoparticuladas têm comportamento similar à
microhíbrida.
2 PROPOSIÇÃO
Este estudo teve como objetivos:
1) avaliar e comparar a rugosidade após abrasão por escovação e a
microdureza Vickers de resinas compostas microhíbridas e
nanoparticuladas.
2) analisar em microscopia eletrônica de varredura o padrão de desgaste das
amostras após o ensaio de abrasão por escovação.
3 REVISÃO DE LITERATURA
Bowen, em 1963, comparou o efeito do tratamento da superfície de partículas
de sílica com vinil silano incorporadas na resina BisGMA com outros materiais
estéticos (cimento de silicato e a resina acrílica) e, também, com a resina BisGMA
com partículas sem tratamento. Para tanto, foi obtida uma mistura de 70 % em peso
de sílica tratada (55 Vol%) para 30 % do monômero BisGMA diluído em 10 % de
metil metacrilato e 10 % do monômero TEGDMA para a comparação com os demais
materiais estéticos. Com isso, o autor pôde concluir que a resina BisGMA com sílica
tratada diminuiu a solubilidade, sorção de água, coeficiente de expansão térmica e
contração de polimerização, aumentando o módulo de elasticidade, resistência à
compressão e tração quando comparada aos demais materiais do estudo. Portanto,
a resina BisGMA reforçada com sílica tratada melhorou as propriedades do material
restaurador estético.
Desde sua introdução, em 1965, as resinas compostas têm substituído os
cimentos de silicato e as resinas acrílicas como materiais restauradores. O objetivo
do estudo de Leinfelder et al., em 1975, foi avaliar a conveniência clínica de uma
série de marcas comerciais de materiais restauradores para dentes anteriores e
posteriores. Foram realizadas, por 4 dentistas, 899 restaurações de classes I, II, III e
V, sendo 174 com o compósito Adaptic (Johnson & Johnson, EUA), 178 com o
compósito Blendant (Kerr, EUA), 170 com o compósito concise (3M, EUA) e 146
com o compósito DFR (Warner-Lambert, Polônia), e como grupos controle, 88 com a
resina acrílica sem carga Sevriton (Amalgamated Dental Trade Distribution,
Inglaterra) e 143 com o amálgama de prata Velvalloy (SS White, EUA). Foram
comparados quanto à estabilidade de cor, desgaste, adaptação marginal,
descoloração no ângulo cavo-superficial e cáries recorrentes. A resina acrílica sem
carga Sevriton, ao final de dois anos, apresentou uma estabilidade de cor o boa
quanto as quatro marcas comerciais de compósitos, porém estes demonstraram
maior resistência ao desgaste. O desgaste dos compósitos (Classe I e II) foi bem
maior que o do amálgama. Após 2 anos, dois terços daqueles revelaram desgastes
significativos comparados aos do amálgama. O autor recomendou, portanto, que os
24
compósitos não fossem escolhidos para restaurações classes I e II, particularmente
em casos de fortes cargas oclusais. Entretanto, quando submetidos a grande
estresse oclusal, os compósitos revelam boa adaptação marginal e resistência à
descoloração marginal. Nenhuma das 668 restaurações com compósitos deste
estudo exibiu evidências clínicas de cáries secundárias.
Em 1980, O'Brien e Yee, através de microscopia eletrônica de varredura,
examinaram 10 restaurações feitas em diferentes pacientes, que foram removidas
após estarem em boca por um período de 3 a 8 anos, com o propósito de observar
os mecanismos de desgaste e determinar a quantidade de material perdido. De
acordo com as microscopias observadas, os autores verificaram que o desgaste das
restaurações de resina composta pode resultar dos seguintes mecanismos:
desgaste da matriz resinosa, perda da carga por falha na união com a matriz,
através do cisalhamento das partículas expostas, através de rachaduras e fendas da
matriz e exposição das bolhas de ar.
O propósito de Powers, Fan e Raptis, em 1980, foi avaliar in vitro a
estabilidade da cor de alguns compósitos. A cor de 7 marcas comerciais de
compósitos, incluindo 3 convencionais (Concise, Fotofil e Profile) e 4
microparticulados (Isopast ,Phaseafill, Superfil e Silar) foi avaliada sob condições de
envelhecimento acelerado. Três discos (36 mm de diâmetro e 1,3 mm de espessura)
foram preparados para cada material sendo polimerizados numa matriz de metal.
Foram colocados numa estufa a 37°C depois de 90 segundos do início da mistura e
armazenados por 24 horas antes de fazer a avaliação. O material ativado por luz
visível (Fotofil) foi polimerizado na mesma matriz por luz halógena com um filtro azul.
As médias de rugosidade foram adquiridas através de um perfilômetro, cuja trajetória
foi de 2,5 µm. Foram expostos a condições de envelhecimento acelerado em um
total de 900 horas em uma câmara a 43 °C. Uma superfície de cada amostra foi
submetida continuamente a uma fonte de radiação de 2500 watts de luz ultravioleta
filtrada por vidro de borosilicato e recebiam um jato de água intermitente por 18
minutos a cada 2 horas. As avaliações de cores foram feitas antes da simulação de
envelhecimento acelerado e depois da exposição por 300, 600 e 900 horas. Curvas
da percentagem de reflexão versus comprimento de onda foram obtidas para cada
amostra entre 405 e 700 nm com um espectrofotômetro de luz ultravioleta. A
25
reflexão de luz, o comprimento de onda dominante e a pureza da excitação foram
obtidos para cada amostra para ambos os padrões branco e preto. Uma estimativa
da opacidade de cada material foi obtida pelo cálculo da proporção de contraste:
padrão preto/padrão branco. Durante o envelhecimento precoce os compósitos
geralmente tornaram-se mais escuros, mais cromáticos e mais opacos. Mudanças
na cor dos compósitos convencionais durante o envelhecimento simulado foram
influenciadas pela erosão das matrizes resinosas e pela exposição das partículas de
carga. Portanto, a estabilidade de cor dos compósitos microparticulados, testados
sob condições in vitro, foi superior a dos compósitos convencionais e não pareceu
ser muito influenciada pela erosão.
Em 1982, Aker comparou a resistência a abrasão por escovação de resinas
compostas de macro e/ou micropartículas, tendo como grupo controle uma resina
acrílica sem carga. A constituição da máquina de escovação para desgastar os
materiais era de 4 cabeças de escovas presas em uma roda com 6 polegadas de
diâmetro. Os compartimentos ao redor da roda continham uma pasta abrasiva
formada pela mistura de 45 mg do dentifrício Colgate MPF (Colgate- Palmolive) e 45
ml de água destilada. Num suporte de metal resistente a abrasão e com 6 mm de
diâmetro estava fixada a amostra de resina composta e a superfície deste suporte foi
desgastada em curva para simular as curvas da superfície do esmalte. O suporte foi
montado em um braço acima da roda com escovas de dente e, como um peso foi
adicionado, uma força de 450 mg foi necessária para levantar levemente as
amostras e o braço, para que cada escova passasse pelas amostras. Quando a roda
girava, as cabeças das escovas passavam pela pasta abrasiva no fundo dos
compartimentos, e este agitamento evitava o assentamento das partículas abrasivas.
A velocidade da roda foi de 66 rpm, resultando em, aproximadamente, 16.000 ciclos
de escovação por hora, que é equivalente a escovar os dentes com 22 ciclos duas
vezes ao dia, por 1 ano. Após análise das amostras em MEV, observou-se que a
característica da superfície abrasionada por escovação era diretamente relacionada
com o maior tamanho das partículas de carga inorgânica da resina composta. A
combinação de macro e micropartículas em uma resina composta podem resultar
em uma resina com lisura inicial semelhante ao esmalte, entretanto adquire
eventualmente uma superfície tão rugosa como as resinas compostas convencionais
26
após a abrasão por escovação, com mesmo potencial de manchamento e irritação
gengival. Além disso, o tamanho das partículas pode também influenciar na
resistência à abrasão de uma resina composta. As partículas de carga inorgânica
são duras e resistentes à abrasão e a perda de volume resultante da abrasão é
causada pela combinação da remoção de uma matriz resinosa frágil e um eventual
deslocamento de algumas partículas.
Em 1983, Lutz e Phillips apresentaram uma revisão e classificação das
resinas compostas disponíveis no mercado daquele momento, assim como, as
vantagens e desvantagens. Para os autores, os materiais restauradores a base de
resina composta são definidos como uma composição tridimensional: fase orgânica
(a matriz), fase interfacial (agente de união) e a fase dispersa (carga). A fase
orgânica é normalmente composta de BisGMA e suas modificações, UDMA,
TEGDMA e inúmeros diluentes. A fase interfacial é composta de moléculas
bipolares, principalmente organossilanos, os quais fazem a união da carga à matriz
orgânica. Baseado na técnica de fabricação, o tamanho dio e a composição das
partículas de carga são usados como critério de classificação para as resinas
compostas. As partículas foram classificadas, segundos os autores, em
macropartículas (100 µm), micropartículas e três diferentes complexos
microparticulados. As micropartículas (0,001 e 0,1 µm) são formadas por hidrólise e
precipitação e consiste de esferas radiolúcidas de vidro em dispersão coloidal. Os
complexos microparticulados foram desenvolvidos a fim de permitir um aumento no
conteúdo de carga. Estes complexos podem ser do tipo agrupado pré-polimerizado
onde a sílica é incorporada à matriz e sinterizada para, então, este conjunto ser
moído. Estas partículas são erroneamente chamadas de partículas orgânicas, uma
vez que contém sílica envolta em resina. Os complexos esféricos pré-polimerizados
são confeccionados pela mistura da carga, em esferas de polímero parcialmente
polimerizadas, com diâmetro médio de 20 a 30 µm. Este método permite uma
inserção maior de carga. Os complexos aglomerados (1 a 25 µm) caracterizam-se
por agrupamentos artificiais de micropartículas puramente inorgânicas.
Em 1985, Li et al. determinaram os efeitos do conteúdo e tamanho de carga
nas propriedades mecânicas de dois grupos de resina composta. Ambos grupos
foram preparados pela incorporação de carga a base de borossilicato de bário em
27
uma matriz fotossensível de polietileno polimetacrilato. Um grupo recebeu carga com
tamanho de partícula de 2 µm, com conteúdo de 20, 40, 45, 50 e 53 (Vol%). O
segundo grupo recebeu carga de 15 µm na quantia de 20, 40, 50, 60 e 65 (Vol%).
Os testes realizados foram: profundidade de polimerização, dureza, sorpção de
água, comportamento tensão-deformação sob lenta compressão, abrasão e
desgaste por hidroxiapatita. A análise dos dados indicou que níveis maiores de
conteúdo de carga resultaram num aumento de dureza, resistência compressiva e
tenacidade, mas diminuição na sorpção de água. A incorporação de carga com 2 µm
diminuiu a resistência abrasiva das resinas comparada à resina sem carga,
enquanto a adição de carga com 15 µm aumentou a resistência. Houve uma
tendência do aumento na resistência ao desgaste com o aumento no nível de carga.
O tamanho da partícula apresentou uma moderada influência nas propriedades.
Quando comparado com resinas com carga de 15 µm ao mesmo volume, o grupo de
2 µm apresentou propriedades inferiores em termos de profundidade de presa,
resistência compressiva, sorpção de água e resistência abrasiva. As propriedades
que menos foram influenciadas pelo tamanho da carga foram dureza, tenacidade e
resistência ao desgaste pela hidroxiapatita.
Em 1986, Ferracane e Greener determinaram os efeitos das variáveis na
formulação de resinas compostas como a concentração de diluente, tipo de
catalisador e concentração, modo de polimerização, grau de conversão e
propriedades mecânicas. A resistência à tração diametral, resistência à compressão,
dureza, resistência e módulo flexural foram testadas e os resultados correlacionados
ao grau de conversão. Esses apresentaram uma correlação significante entre as
propriedades mecânicas e o grau de conversão. O grau de conversão variou de
60,1 a 73,4%, resistência à compressão de 58,7 a 91,2 MPa, dureza de 82,3 a 87,7
(durômetro D) e módulo de flexural 0,67 a 2,02 GPa. Portanto, a maior polimerização
foi alcançada pela maior incorporação de diluente e de baixas concentrações de
inibidores nas resinas.
Em 1990, Hosoda, Yamada e Inokoshi examinaram resinas compostas em
microscopia eletrônica de varredura e análise qualitativa a fim de obter uma
classificação apropriada para uso clínico. Vinte e quatro resinas compostas
28
quimicamente ativadas e vinte e uma resinas fotopolimerizáveis foram analisadas. A
partir da avaliação de superfícies polidas das resinas testadas em microscopia
eletrônica e determinação qualitativa da composição superficial, sete grupos foram
determinados pelos autores: resina composta tradicional (macro); resina composta
micropartículada (0,06 a 0,04 µm) com complexo unido ou aglomerado; resina
composta submicroparticulada (0,3 a 0,2 µm); resina composta híbrida com
complexo unido ou aglomerado; resina composta semi-híbrida altamente carregada
com carga.
Em 1990, a correlação entre o grau de conversão de monômero, a
concentração de partículas inorgânicas e as propriedades mecânicas foram
estudadas por Chung e Greener. Sete marcas comerciais de resinas compostas
foram avaliadas neste estudo sendo que todas foram polimerizadas por luz
halógena: 1) Marathon (DentMat); 2) Ful-fil Compules (L,D, Caulk); 3) P30 (3M); 4)
Estilux Posterior (Kulzer); 5) Sinterfil (Teledyne Getz); 6) Occlusin (Imperial Chemical
Industries); 7)Bis-fil I (Bisco). A reação de polimerização foi monitorada pela
espectrofotometria (FTIR) através da taxa de absorbância das ligações alifáticas
(C=C). O conteúdo de partículas inorgânicas foi determinado pela técnica de
gravimetria e a densidade pela picnometria. Cilindros de resinas compostas foram
preparados para o teste de resistência compressiva e tração diametral. Amostras de
resinas compostas de 6 mm X 3 mm foram preparadas para o teste de dureza
Knoop. Os resultados mostraram que o grau de conversão variou de 43,5% a 73,8%.
A densidade de partículas variou de 1,89 a 2,69 g/ml
-1
. A percentagem em peso de
partículas variou de 66,4% a 85,5% e o volume 58,2% a 74,2%. A variação das
médias dos valores de resistência à compressão e diametral foi de 242,3 a 324,7
MPa e 39,8 a 60,6 MPa, respectivamente. A média de dureza Knoop variou de 41,8
a 81,9 (KHN). Para todos os materiais, significantes correlações foram observadas
entre o volume de partículas e a tração diametral (r=0,89) e entre volume de
partículas e dureza Knoop (r=0,89). Nenhuma correlação foi encontrada entre o grau
de conversão de monômeros e as propriedades mecânicas. Os autores concluíram
que a utilização de BisGMA ou UDMA na matriz resinosa permite aos fabricantes
formularem seus compósitos em variados modos o qual passa pela seleção dos
diluentes bem como a composição das partículas e sua concentração. Ainda,
29
assumiram que a concentração de partículas desempenha o papel de maior
importância nas propriedades das resinas compostas.
Em 1992, Lang, Jaarda e Wang classificaram resinas compostas com base no
tamanho médio das partículas de carga e avaliaram a resistência ao desgaste. Doze
marcas comerciais de resinas compostas foram dissolvidas em acetona a fim de
separar o conteúdo inorgânico. A carga residual foi avaliada posteriormente em
microscopia eletrônica de varredura. Quatro grupos distintos foram observados:
grupo 1 com partículas maiores que 25 µm (Visio-Fil, Status, Heliomolar e Distalite);
grupo 2 com tamanho médio de 10 µm (P-10, P-30, Bisfil I e Estilux Posterior); grupo
3 com tamanho médios de 5 µm (Ful-Fil, Siter-Fil II e Adaptic II) e grupo 4 híbrida
com 1 µm (Herculite Condesable). Houve diferença estatisticamente significante
quanto à resistência ao desgaste entre as resinas testadas e foi facilmente
correlacionada com a classificação proposta. Com isso, os autores concluíram que o
sistema de classificação de resinas compostas dever ser revista.
Em 1992, Willems et al. classificaram 89 resinas compostas disponíveis no
mercado, em função do tamanho médio da partícula, distribuição do conteúdo de
carga, volume de carga incorporado, módulo de elasticidade, rugosidade superficial,
dureza, resistência à compressão e imagem em microscopia eletrônica de varredura.
Devido ao elevado número de marcas comerciais, as resinas compostas foram
classificadas em cinco principais categorias: compósitos densos, compósitos
microfinos, compósitos heterogêneos, compósitos tradicionais e compósitos
reforçados por fibras. Esta classificação baseou-se no módulo de elasticidade,
percentual em volume de carga, tamanho médio da carga, rugosidade, dureza e
resistência à compressão e não somente no tamanho médio da carga como outros
autores anteriormente fizeram. O grupo dos compósitos densos foi subdivido em
parcialmente carregados (< 59 Vol%) e compactamente carregados (> 60 Vol%),
pois altos conteúdos de carga resultam no aumento da dureza e da resistência
compressiva.
Krishnan, Manjusha e Yamuna, em 1997, usaram quatro cadeias alifáticas
orgânicas longas (TEGDMA, EDMA, TEGDA e TTEGDA) como diluentes para
confecção de resina composta fotossensível. Amostras polimerizadas de pasta
30
preparadas usando os diluentes foram armazenadas separadamente por períodos
de 60 dias em água destilada a 37 °C e testadas quanto à resistência compressiva,
tração diametral e microdureza em períodos específicos de 1, 7, 14, 21, 28 e 60
dias. A microdureza superficial foi medida em cada lado das 2 espécimes de cada
amostra de resina composta fotossensível, valendo-se da ponta diamantada de base
quadrada do microdurômetro (Carl-Zeiss, Jena). Oito indentações para cada
espécime foram realizadas para a obtenção da média. Aplicou-se uma carga de
100g por 15 segundos. O valor da microdureza Vickers foi calculado utilizando a
seguinte equação: VHN (Kgf/mm²)= 1854.4P/d². Onde P é a carga aplicada em
gramas-força e d é o comprimento da diagonal em micrômetros. As amostras
preparadas usando TEGDMA apresentaram maiores valores de resistência
comparavelmente aos demais diluentes, embora estas apresentaram uma leve
deterioração quando armazenadas em água destilada em 60 dias. As amostras
preparadas usando EDMA apresentaram um baixo coeficiente de variação nos
resultados, enquanto, as amostras preparadas usando TEGDA e TTEGDA
apresentaram grande variabilidade dos resultados de resistência durante os
primeiros 28 dias. Segundo os autores, o TEGDMA pareceu ser a melhor escolha
dentre os diluentes testados, apresentando melhor resistência à compressão e
tração diametral, embora haja uma tendência de redução nos valores com o tempo
de armazenagem. As características de resistência não são drasticamente afetadas
pela alteração do diluente, embora o uso de cadeias de baixo peso molecular tais
como EDMA pareceu manter estáveis as propriedades com o tempo de
armazenagem.
Momoi et al., em 1997, conduziram um estudo para comparar o padrão de
desgaste e as mudanças na rugosidade da superfície de ionômeros de vidro
convencionais e modificados por resina, quando sujeitos à abrasão por dentifrício-
escovação. Dois ionômeros de vidro convencionais e dois modificados por resina
foram usados. Amostras de um amálgama com alto teor de cobre e um compósito
resinoso híbrido foram usadas como material de referência. Três espécimens foram
preparadas para cada material e armazenadas em água destilada a 37°C por 7 dias.
Foram sujeitas à abrasão por dentifrício-escovação numa máquina, onde a ponta
ativa da escova (GC Prospec, média, GC Corp.) foi adaptada num suporte em
oposição à espécimen posicionada em seu apoio, o qual alternou 2 mm de
31
deslocamento numa velocidade de 160 ciclos/min., num total de 20.000 ciclos. Uma
carga de 3,4 N foi aplicada sobre a ponta ativa da escova. O dentifrício, que não foi
diluído em água para não alterar a concentração das partículas de abrasivo, foi
colocado entre a ponta ativa da escova e a espécimen e continha abrasivos de
hidróxido de alumínio (Clinica DFC, quio, Japão). A quantidade de perda vertical
de material foi determinada por um profilômetro (Surfcom-4A, Tokyo-Seimitsu,
Tóquio, Japão). As características da superfície depois da abrasão foram avaliadas
em imagens eletrônicas por um MEV, e a dureza da superfície (KHN) foi também
medida para todos os materiais. Os dados foram analisados estatisticamente por
ANOVA de uma via (p<0,05), seguido por testes de comparações múltiplas usando
LSD (a Mínima Diferença Significante) a nível de p<0,05. A resistência à abrasão de
ionômeros de vidro modificados por resina foi estatisticamente mais baixa para os
materiais de referência de amálgama e de compósitos resinosos. Estatisticamente,
resistência à abrasão e dureza de superfície mais baixas foram observadas para os
ionômeros de vidro modificados por resina em relação aos convencionais, quando
duas formas de produtos de um mesmo fabricante foram comparadas. Observações
em um MEV feitas depois do teste de abrasão mostraram uma superfície
significativamente mais rugosa para todos os materiais de ionômero de vidro em
relação ao amálgama e aos compósitos resinosos. Quando comparações foram
feitas entre produtos de mesmo fabricante, foi concluído que a resistência, in vitro, à
abrasão dentifrício-escovação dos ionômeros de vidro modificados por resina é
inferior à dos convencionais. Além disto, a resistência à abrasão mais baixa
encontrada nos produtos modificados por resina pode ser explicada pela sua dureza
de superfície mais baixa.
Em 1998, Asmussen e Peutzfeldt determinaram o efeito do UEDMA, BisGMA
e TEGDMA em propriedades mecânicas selecionadas de resinas compostas
experimentais. Trinta misturas de monômeros de TEGDMA e BisGMA e/ou UEDMA
foram confeccionadas. Cinco misturas básicas apresentavam as seguintes relações
molares entre TEGDMA e BisGMA: 30:70, 40:60, 50:50, 60:40 e 70:30. Diferentes
misturas foram produzidas nas quais o BisGMA foi sucessivamente substituído pelo
UEDMA a 10 mol% por vez. Nestas misturas foram acrescidos fotoiniciadores e
carga. A resistência à tração diametral, resistência flexural e módulo de elasticidade
foram determinados 7 dias após a confecção das amostras. A resistência à tração
32
diametral das resinas compostas variou entre 52 e 59 MPa, a resistência flexural
entre 137 e 167 MPa e o módulo de elasticidade entre 8 e 11,1 GPa. A análise
estatística (ANOVA, p < 0,05) mostrou que a substituição do BisGMA ou TEGDMA
pelo UEDMA resultou no aumento da resistência à tração e flexural e que a
substituição dos BisGMA pelo TEGDMA aumentou a resistência à tração, mas
reduziu a resistência flexural. O valor do dulo de elasticidade diminuiu com o
aumento do conteúdo de UEDMA. Com isso, os autores concluíram que variando o
conteúdo de UEDMA, BisGMA e TEGDMA em conjunto à carga, pode-se obter uma
resina composta com propriedades diferentes baseado na necessidade de cada
situação quanto à resistência e resiliência.
Em 1998, Carvalho Júnior e Freitas analisaram a influência in vitro de um
selante de superfície à base de BisGMA, UDMA e polietileno glicol dimetacrilato
(Fortify, Bisco) na macrodureza Rockwell 30T de 5 resinas compostas (TPH
Spectrum, Dentisply; Z100, 3M; Charisma, Kulzer; Durafill, Kulzer; Tetric, Vivadent).
Os espécimes foram confeccionados e imersos em água deionizada, a 37°C por 24
horas, quando foi efetuada uma primeira medição de dureza. Nesta fase, metade
das amostras recebeu uma fina camada de selante, fotopolimerizado por 20
segundos; ambos os grupos foram armazenados novamente em água deionizada a
37°C, por 30 dias, sendo que aos 14 e 28 dias, sofreram um processo de ciclagem
térmica. Foi realizada uma segunda medida de dureza e verificou-se que a aplicação
do selante aumentou a dureza de todas as resinas, sendo que a Z100 atingiu
maiores valores. Pôde-se concluir que o selante de superfície retarda a diminuição
da dureza das resinas compostas, provavelmente por diminuir a degradação
hidrolítica na interface carga/matriz.
Em 1998, Kaway, Iwami e Ebisu compararam a resistência à abrasão por
escovação de sete resinas experimentais diferentes que foram feitas pela mudança
na composição dos monômeros resinosos (Bis70/TEG30, Bis60/TEG40,
Bis50/TEG50, Bis40/TEG60, UDMA100, UDMA50/TEG50, TMPT50/TEG50). As
resinas experimentais foram feitas pela mistura de quatro tipos de monômeros
resinosos (BisGMA, UDMA, TMPT e TEGDMA), canforoquinona-iniciador (1 wt%),
dimetilaminoetil metacrilato-acelerador (2 wt%), e 2,6-di-tert-butil-p-cresol inibidor
33
(0,05 wt%). Os espécimes foram armazenadas em ar, à temperatura ambiente, por 2
semanas e inseridas numa máquina de teste de abrasão por escovação (Modelo
1002, Daiei Scientific, Kyoto, Japão). Então, 40 g de pasta abrasiva composta de
bicarbonato de cálcio (25 wt%), carboxi metil celulose (1 wt%), sulfato iauril de sódio
(1 wt%) e glicerina (73 wt%) foram colocadas num recipiente da máquina. A escova
de dente recebeu uma carga vertical de 400 gf e teve movimentos bidirecionais
numa velocidade de 60 rpm. Depois de 100.000 ciclos, a perda do desgaste de cada
espécime foi determinada pela alteração de peso durante o teste de desgaste, ou
seja, subtraindo o peso inicial pelo final. Resinas com TMPT-TEGDMA mostraram
ser as mais resistentes ao desgaste, enquanto que as resinas contendo BisGMA e
UDMA tiveram maior resistência ao desgaste quanto maior o conteúdo de TEGDMA.
Conforme os autores, a resistência à abrasão de resinas compostas está
relacionada com a qualidade da carga, a matriz de resina e a interface carga/matriz,
no entanto, a propagação das fraturas ocorrem mais freqüentemente na matriz
resinosa. Além disso, o grau de conversão de polimerização está relacionado
diretamente com a diminuição de monômeros aromáticos de BisGMA e o aumento
de monômeros diluentes como o TEGDMA. Em razão das inferiores propriedades
físicas, o menor grau de polimerização é relatado como a causa de maior abrasão.
Concluíram, também, que a relação inversa entre a microdureza e a quantidade de
desgaste das respectivas resinas foi confirmada.
Em 1999, Xu avaliou o uso de filamentos mono-cristalinos (nitrato de sílica)
como carga de resina composta, assim como, o efeito do conteúdo deste tipo de
carga nas propriedades da resina composta. Partículas de sílica foram fundidas nos
filamentos, a fim de facilitar a silanização e criar irregularidades nas mesmas
permitindo uma maior retenção à matriz orgânica (BisGMA e TEGDMA). A
resistência flexural, o dulo de elasticidade, microdureza e grau de conversão
foram medidos em função do conteúdo de carga em peso (0 à 70 %). O módulo de
elasticidade e a dureza aumentaram uniformemente com o nível de carga. A
resistência flexural aumentou inicialmente, porém ficou em platô com o aumento do
conteúdo de carga a partir de 55 wt%. O grau de conversão diminuiu com o aumento
do conteúdo de carga. Portanto, o autor concluiu que o reforço pelos filamentos
cerâmicos pode aumentar significantemente as propriedades mecânicas das resinas
compostas.
34
Em 2000, Cobb et al. compararam as propriedades físicas de três resinas
compostas compactáveis, uma híbrida convencional e uma microparticulada. Os
autores avaliaram resistência à tração diametral, resistência à compressão, flexural e
profundidade de cura. Os autores avaliaram as resinas compostas Alert, Surefil,
Soliaire, TPH Spectrum e Heliomolar. Todas amostras foram confeccionadas de
acordo com as especificações da American National Standards Institute (ANSI). Os
resultados demonstraram que a resina composta brida apresentou
significantemente maiores resultados em resistência flexural e tração diametral do
que os outros materiais. Alert e Surefil apresentaram semelhante resistência em
tração diametral e flexural, os quais foram maiores que para Heliomolar. A resina
composta Solitaire apresentou os mais baixos valores em relação a estes testes.
Surefil apresentou o maior valor de resistência à compressão, seguido pela TPH
Specrum, Solitaire e Alert, os quais apresentaram resultados similares, porém
significantemente maior que Heliomolar. TPH Spectrum e Alert apresentaram o
maior valor de profundidade de cura comparado aos outros compósitos seguido pela
Surefil, Solitaire e Heliomolar. Para os autores, embora as resinas compostas
compactáveis testadas neste estudo apresentaram propriedades físicas superiores à
microparticulada, estas não foram melhores do que a resina convencional híbrida.
Novos compósitos de baixo escoamento (condensáveis) foram desenvolvidos
para uso em restaurações de resina direta posterior. Esses materiais apresentam
melhores características de manipulação e propriedades físicas do que os
compósitos microhíbridos. Em 2000, Jackson e Morgan descreveram uma cnica
incremental que apresenta a vantagem de proporcionar melhores características de
manipulação, redução na contração de polimerização e maior profundidade de
polimerização. Quando essa nova técnica é utilizada com adesivos de passo único e
instrumentação adequada, esses compósitos posteriores condensáveis podem ser
inseridos nas cavidades dentárias mais facilmente e rapidamente e possivelmente
são mais prognosticáveis do que quando se vale da cnica previamente utilizada
com resinas de médio escoamento.
Tanoue, Matsumura e Atsuta realizaram uma pesquisa em 2000, onde foi
analisada a abrasão causada por escova/dentifrício num compósito indireto
35
fotoativado (Artglass) com formulações para esmalte e para dentina. O objetivo foi
avaliar a influência de fontes de polimerização na abrasão por escovação. Os
corpos-de-prova foram fixados num suporte equipado na máquina de teste (Abrasion
Testing Machine K236, Tóquio-Giken, Japão). Para compor uma pasta abrasiva, um
dentifrício contendo abrasivo de hidróxido de alumínio (Colgate Fluoriguard, Colgate
Oral Care, Sidney, Austrália) foi utilizado na proporção 1:1 com água. Essa pasta, na
quantia de 150 g, foi colocada num recipiente da máquina. Valendo-se de um
suporte da quina, a escova de dente (Oral-B 40 Reta, Macia, Oral B, Belmont,
EUA) foi fixada até que as cerdas ficassem em contato com as espécimens,
movendo-se para trás e para frente totalizando 140 ciclos por minuto. Uma carga
vertical de 350 g foi utilizada durante os movimentos horizontais do início ao fim do
teste, e os corpos-de-prova foram escovados num total de 20.000 ciclos, que
corresponde a simulações de uso da escova em ambiente oral por aproximadamente
2 anos. Depois de cada corpo-de-prova ser testado, a escova e a pasta foram
trocadas e os recipientes foram mantidos tampados para evitar uma diminuição na
quantia de pasta. Depois do teste, os corpos-de-prova foram removidos da máquina
e lavados com água corrente, limpados ultrassonicamente por 5 minutos com água
destilada e secos suavemente com ar. No que se refere aos fatores relacionados
aos compósitos, tanto a matriz resinosa quanto o tipo de partículas de carga são
afetados pelo desgaste por causa da abrasão seletiva da matriz resinosa e do
deslocamento das partículas de carga com o passar do tempo.
Em 2000, Tanoue, Matsumura e Atsuta realizaram nova pesquisa que avaliou
a influência da escovação no desgaste abrasivo e na rugosidade superficial de 7
compósitos protéticos (Artglass, Axis, Cesead II, Conquest Sculpture, Estenia, Infis e
Targis). O fenômeno mais importante, no que se refere às características de
desgaste dos compósitos protéticos, é a abrasão por escovação. Essa é indesejável
devido às suas desvantagens estéticas e biológicas e, além disso, porque a
escovação diária com dentifrício leva a alterações na superfície de muitos
compósitos. Assim, a rugosidade superficial de materiais compósitos causada pela
escovação leva ao aumento do acúmulo de placa bacteriana e à diminuição do brilho
dessas restaurações. Depois de ficarem estocadas em água a 37°C por 14 dias,
cada corpo-de-prova foi fixado nos dispositivos da máquina de ensaio de abrasão
por escovação (Modelo k236, Tóquio-Giken, Japão). Para compor uma pasta
36
abrasiva, um dentifrício contendo abrasivo de hidróxido de alumínio (Colgate
Fluoriguard, Colgate Oral Care, Sidney, Austrália) foi utilizado na proporção 1:1 com
água. Essa pasta, na quantia de 150 g, foi colocada num recipiente da máquina.
Valendo-se de um suporte da máquina, a escova de dente (Oral-B 40 Reta, Macia,
Oral –B, Belmont, EUA) foi fixada até que as cerdas ficassem em contato com as
espécimens, movendo-se para trás e para frente totalizando 140 ciclos por minuto.
Uma carga vertical de 350 g foi utilizada durante os movimentos horizontais do início
ao fim do teste, e os corpos-de-prova foram escovados num total de 20.000 ciclos,
que corresponde a simulações de uso da escova em ambiente oral por
aproximadamente 2 anos. Cinco amostras de cada material foram testadas. Depois
do teste, essas foram removidas da máquina e lavadas com água corrente, limpadas
ultrassonicamente com água destilada por 5 minutos e suavemente secas com ar. A
quantidade de perda vertical foi determinada com um perfilômetro. Foi demonstrado,
através da Análise de Variância ANOVA e do teste de Duncan, que a abrasão e a
rugosidade superficial de compósitos protéticos causadas pela escovação variam de
acordo com cada material. Portanto, a rugosidade superficial de materiais
compósitos pode ser influenciada não apenas pela composição do monômero, mas
também pelo tamanho das partículas e pela composição da carga.
Em 2001, foi afirmado por Chimello et al. que o desgaste clínico de uma
restauração pode resultar dos contatos cêntricos e funcionais, da atrição do bolo
alimentar, das áreas de contato interproximais, bem como, da escovação, pela ação
da escova e do dentifrício. O processo de desgaste é complexo, pois envolve
abrasão, adesão, fadiga, erosão e fricção, que interagem entre si. Em relação ao
desgaste por escovação, esse pode ocorrer em qualquer superfície do dente, mas é
mais comum em sua face vestibular (restaurações de classe V). Um material pode
ser avaliado quanto à resistência à abrasão através da perda de massa e da lisura
superficial após certo período de escovação. Com o aumento da rugosidade
superficial pode ocorrer mais retenção de placa e manchamento, influenciando
também nas propriedades estéticas das resinas compostas. Neste estudo, o objetivo
foi comparar, in vitro, o desgaste e a rugosidade superficial de diferentes compósitos
resinosos (Revolution, Kerr; Natural Flow, DFL; Flow It!, Jeneric Pentron; Fill Magic
Flow, Vigodent - resinas flow, Silux Plus, 3M – resina de micropartícula e Z100, 3M –
resina híbrida) após teste de escovação. Neste estudo, os espécimens foram fixados
37
no centro de uma placa de acrílico pela adição de uma gota do monômero da resina
acrílica. Para a simulação da escovação, a quina utilizada foi do tipo Pepsodent,
desenvolvida na Universidade de São Paulo Ribeirão Preto. Como agente
abrasivo, usou-se a escova Kolynos com cerdas macias, uma suspensão do
dentifrício Sorriso Branqueador Kolynos, com alto grau de abrasividade, e água
destilada na proporção de 1:1, totalizando 15 ml de suspensão dentro do recipiente.
Através de movimentos horizontais da escova, realizou-se a escovação com um
peso de 200g e uma excursão de 3,8 cm. O tempo total de escovação foi de 100
minutos e a rotação foi de 2 ciclos/s. Depois do teste, os espécimens foram
cuidadosamente removidos da placa de acrílico com um bisturi, lavados em água
corrente, secados e pesados. Os dados foram submetidos à Análise de Variância
ANOVA e ao teste de Tukey. Para verificar se há alguma correlação entre valores de
desgaste e de rugosidade, o teste de Pearson foi utilizado. Foi verificado um similar
desgaste da Natural Flow e da Z100, ambas apresentaram mínima perda de massa
e rugosidade superficial. a Silux Plus apresentou maior rugosidade superficial
após a escovação. Portanto, os autores sugerem que as alterações na superfície do
material após a escovação com dentifrício dependem da composição e das
características inerentes às resinas compostas, sendo necessários estudos
adicionais a respeito do tipo, quantia e arranjo da carga, para verificar a influência
nas propriedades mecânicas.
Shortall, Uctasli e Marquis, em 2001, avaliaram a resistência à fratura de uma
grande variedade de resinas compostas restauradoras fotoativadas disponíveis
atualmente. Os produtos indicados somente para uso em anterior foram testados
juntamente com materiais universais para dentes posteriores. O material universal e
o posterior produziram maiores valores de torque à fratura (T) no geral em
comparação aos produtos para anterior. Trinta e seis compósitos foram avaliados.
Seis destes produtos foram desenvolvidos e indicados para uso em anterior; 22
foram identificados como materiais universais e 8 foram exclusivamente
desenvolvidos para uso em posterior. Amostras chanfradas de 5 mm de diâmetro
0,1 mm) e 2 mm de profundidade 0,1 mm) foram preparadas com um entalhe
central com ângulo de 90 º. A fratura foi induzida utilizando uma máquina de ensaios
universal Instron com velocidade de 1mm/min utilizando uma esfera de 3 mm de
diâmetro que promovia dois pontos de contato distribuídos igualmente a fim de
38
fraturar a amostra em duas metades. Dez amostras foram preparadas para cada
grupo de teste. Os valores médios (DP) de torque (N/mm) variaram de 8,04 (0,97) a
13,58 (0,86) para os compósitos de uso em anteriores; 9,04 (0,66) a 18,88 (1,86)
para os materiais universais e 8,7 (0,68) a 17,32 (1,59) para os produtos
recomendados para uso em posterior. Além disso, os produtos para anterior
apresentaram médias significantemente menores para os valores de torque em
relação ao outros grupos testados. Não houve diferença estatisticamente significante
entre os produtos de uso universal e para posterior. As resinas compostas
fotoativadas atualmente disponíveis apresentam uma grande variedade de valores
de resistência à fratura. Para os produtos avaliados nesta pesquisa, os compósitos
universal e para uso posterior apresentaram médias de resistência à fratura
significantemente maiores. De acordo com os resultados deste estudo, alguns dos
novos materiais para posterior podem ser susceptíveis à fratura marginal e do corpo
em situações de grande estresse in vivo.
Burgess, Walker e Davidson, em 2002, relataram que as indicações de
resinas compostas diretas para dentes posteriores têm aumentado, devido à
preocupação com estética por parte dos pacientes e às melhoras desses materiais
restauradores. Outros fatores que contribuíram para isso são os conceitos
ambientais e de saúde relacionados com o amálgama dental. As resinas compostas
continuaram a ser aprimoradas por seus fabricantes desde sua introdução no
mercado. Este artigo caracterizou as resinas compostas diretas para dentes
posteriores atuais (híbridas, microparticuladas, flow e condensáveis), fez revisões in
vitro e pesquisas clínicas recentes e, além disso, recomendou indicações para estes
materiais. A literatura sobre compômeros também pode ser revisada e
recomendações feitas para sua utilização. A técnica de utilização de resinas
compostas é sensível e estas podem ser usadas em cavidades dentárias grandes,
se forem adequadamente manipuladas e o isolamento do campo operatório poder
ser realizado. Os compômeros podem também ser usados como material
restaurador posterior estético, desde que um adequado isolamento do campo
operatório seja realizado.
Ferreira et al., em 2002, avaliaram a rugosidade e a efetividade do selante de
penetração superficial (Fortify) e do agente de união sobre as superfícies polidas dos
39
compósitos Tetric Ceram e Z100, após desgaste por escovação mecânica. Foram
confeccionados 144 corpos-de-prova cilíndricos, divididos em três grupos de acordo
com o intervalo de escovação (A- controle, B- seis meses e C- um ano). Estes foram
subdivididos em seis subgrupos de acordo com o tratamento recebido (somente
polido, aplicação do agente de união e aplicação do Fortify). Antes e após a
escovação, foi feita a leitura da rugosidade superficial dos corpos-de-prova com um
rugosímetro (Prazis Rug-03). Utilizou-se uma máquina (Equilabor) para o ensaio de
escovação, as pontas ativas das escovas dentais Kolynos Doctor com cerdas extra-
macias e o dentifrício Sorriso (Kolynos do Brasil). A quantidade de dentifrício foi de 6
g diluídas em 6 ml de água destilada. Depois do posicionamento das escovas sobre
os corpos-de-prova, estes foram submetidos a movimentos lineares de escovação,
com velocidade de 250 movimentos por minuto, sob carga axial estática de 200 g,
para simular a força empregada durante os procedimentos de higiene bucal. Para o
grupo B, foram realizados 5.000 ciclos de escovação, durante 20 min, o que equivale
a aproximadamente seis meses de escovação. Para o grupo C, referente a um ano
de escovação, foram realizados 10.000 ciclos durante 40 min. Duas amostras de
cada grupo foram observadas em Microscópio Eletrônico de Varredura. Os
resultados foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey (5% de
significância). Observou-se que para o Z100, os menores valores de rugosidade
foram obtidos nas amostras tratadas antes do ensaio de escovação. Estes valores
aumentaram significativamente após os períodos de escovação. Para o Tetric
Ceram, os resultados foram semelhantes. Portanto, as fotomicrografias mostraram
que, após a escovação pelo período de seis meses, esta proteção foi parcialmente
removida provocando aumento da rugosidade, que permaneceram assim ou
diminuiram após um ano.
Em 2002, Kim, Ong e Okuno classificaram resinas compostas comerciais de
acordo com a morfologia da carga inorgânica, avaliaram a influência da morfologia
no conteúdo presente na resina e avaliaram o efeito do conteúdo e morfologia na
dureza, resistência flexural, módulo flexural e resistência à fratura. A microscopia
eletrônica de varredura e a espectroscopia por dispersão de energia foram usados
para classificar 3 amostras de 14 compósitos em 4 grupos de acordo com sua
morfologia. O conteúdo de carga em peso foi determinado pelo método
termogravimétrico, onde as amostras foram aquecidas até 600 °C a fim de volatilizar
40
a parte orgânica. A dureza Vickers foi determinada com uma carga de 200 g por 15
s, a resistência flexural e o módulo flexural foram testados em uma máquina de
ensaio universal. Os dados foram comparados com análise de variância seguido do
teste ltiplo de Duncan (p < 0,05). Os compósitos foram classificados em 4
categorias de acordo com a morfologia da carga: pré-polimerizada, formas
irregulares, pré-polimerizada com formas irregulares e partículas esféricas. O
conteúdo de carga presente nos compósitos foi influenciado pela morfologia deste.
Os compósitos que continham cargas pré-polimerizadas apresentaram baixos
valores de conteúdo de carga (25 a 60 %). As propriedades mecânicas dos
compósitos foram relacionados com o conteúdo de carga. Os compósitos com o
maior quantia de carga apresentaram maior resistência flexural (120 a 129 MPa),
módulo flexural (12 a 15 GPa) e dureza (101 a 117 VHN). A resistência à fratura
também foi afetada pelo volume de carga, mas o resultado máximo de resistência foi
encontrado com um nível de 55 % de carga. Com isso, os autores puderam concluir
que os compósitos testados puderam ser classificados pela morfologia da carga.
Esta propriedade influenciou no conteúdo de carga. Ambos, morfologia e conteúdo,
influenciaram a resistência flexural, módulo flexural, dureza e resistência à fratura.
Em 2002, Neves et al. avaliaram a correlação entre grau de conversão e
microdureza em resinas compostas, e o efeito do conteúdo de partículas e do tipo de
unidade fotoativadora sobre esses parâmetros. Três resinas compostas (Artglass
®
,
Hareaus-Kulzer; Solidex
®
, Shofu; Zeta LC
®
, Vita) foram polimerizadas em três
diferentes unidades laboratoriais (UniXS
®
, Hareaus-Kulzer; Solidilite
®
, Shofu e
unidade experimental). Para cada material, quinze corpos-de-prova foram
confeccionados em uma matriz metálica, e submetidos às análises do grau de
conversão por meio de espectrofotometria por infravermelho e da microdureza. O
conteúdo de partículas inorgânicas foi determinado por análise termogravimétrica
(TGA). O comportamento conjunto das variáveis (grau de conversão e microdureza)
foi medido através do coeficiente de correlação de Pearson. Para a resina Artglass
®
,
o grau de conversão variou de 37,5% a 79,2%, com valores de microdureza de 32,4
a 50,3 (r = 0,904). Para a resina Solidex
®
, o grau de conversão variou de 41,2% a
60,4%, com valores de microdureza de 33,3 a 44,1 (r = 0,707). Para a resina Zeta
LC
®
, os valores de conversão e microdureza foram, respectivamente, de 62,0% a
78,0% e de 22,6 a 33,6 (r = 0,710). Concluiu-se que o uso das diferentes unidades
41
resultou em variações dos valores de conversão em função das características
específicas de cada unidade. Para cada material, uma forte correlação entre
conversão e microdureza foi observada. Além disso, quando materiais diferentes
foram comparados, observou-se que o conteúdo de partículas inorgânicas afetou
diretamente os valores de microdureza, não interferindo no grau de conversão.
Hu, Marquis e Shortall, em 2003, conduziram um teste de desgaste em dois
corpos em um compósito dental com diferentes partículas de carga. Desde que
Ferracane, em 1995, identificou que as principais propriedades de partículas de
carga são a quantidade e o tamanho, a tentativa dos pesquisadores em melhorar a
resistência ao desgaste direcionou os estudos para a modificação das partículas de
carga. A adição de partículas de carga inorgânica dentro de uma matriz resinosa
pode geralmente melhorar a resistência, propriedades de manipulação e
radiopacidade, reduzir o coeficiente de expansão térmica e minimizar a contração de
polimerização. As condições de desgaste em uma boca humana podem ser divididas
em 2 categorias: desgaste em dois corpos, tipo oclusal ou contato proximal causado
pelo contato direto da superfície do dente antagonista ou adjacente e, desgaste de
três corpos, que ocorre em presença de bolo alimentar ou dentifrício. Algumas
superfícies dentárias específicas podem ser afetadas simultaneamente pelos dois
tipos. Os materiais utilizados foram resina BisGMA, TEGDMA e partículas de carga
zirconia sílica pré-silanizadas, ambas fabricadas pela 3M ESPE. As resinas e as
partículas de carga foram manipuladas com diferentes quantidades de carga: 20, 40,
60, 65, 70, 75, 80, 82.5, 85 e 87.5% em peso. As amostras foram confeccionadas
em discos com 2 mm de espessura e 6 mm de diâmetro e fotopolimerizadas por 40
segundos. As superfícies das amostras foram desgastadas com lixa de carbeto de
silício de granulação 800 e 1200 para remover a camada rica em resina e padronizar
o acabamento das amostras. Para o teste de desgaste foi utilizada uma máquina
específica que simula o impacto de ciclos mastigatórios que ocorrem em áreas de
contato oclusal in vitro. A freqüência do ciclo foi de 100 Hz e uma roda com 30 mm
de diâmetro e rotação de 200 rpm foi usada como anteparo. A superfície do
anteparo antagonista da roda foi feita de porcelana (IPS Classic V Ceramic; Ivoclar).
O teste de desgaste durou 2 horas com uma carga cíclica sinusoidal de 10 N. Os
espécimes foram cuidadosamente lavados em água corrente e secados em um
42
tecido macio antes de serem pesados. Os resultados mostraram um pequeno
aumento na taxa de desgaste quando a proporção esteve abaixo de 60%. Entre 60 e
75% a maior parte da superfície de desgaste permaneceu intacta, embora os sulcos
e pequenas fissuras aparecessem, mas entre 80 e 87,5% em peso, um aumento
elevado foi detectado. Concluíram que, no teste de desgaste de dois corpos, a
adição de altos níveis de partículas de carga dentro da matriz resinosa poderia
reduzir a resistência ao desgaste do compósito, pelo fato das partículas de carga
apresentarem uma união fraca com esta matriz resinosa e não conseguirem suportar
as forcas de cisalhamento friccional e de carga, apesar de terem um alto módulo de
elasticidade, provocando um deslocamento ou fragmentação em contato com a
superfície do anteparo.
Foram desenvolvidas por Mitra, Wu e Holmes, em 2003, duas resinas
compostas nanoparticuladas, cujas propriedades mecânicas, in vitro, foram
comparadas com as de compósitos híbridos, microhíbridos e microparticulados.
Estas resinas desenvolvidas foram carregadas com nanopartículas e
nanoaglomerados. A avaliação das propriedades mecânicas constou de: resistência
à compressão, tração diametral e flexural, resistência abrasiva de corpo triplo,
resistência à fratura, manutenção do polimento e morfologia superficial. O estudo
estatístico dos resultados foi realizado com análise de variância e o teste pareado
Tukey-Krame (p<0,05). Com relação aos resultados de resistência à compressão,
diametral e à fratura, foram equivalentes ou maior que os compósitos convencionais
testados. Os nanoparticulados apresentaram melhor manutenção do polimento que
as resinas híbridas e microhíbridas, no entanto, similar ao microparticulados.
Conforme a conclusão dos autores, o sistema nanoparticulado apresentou alto
polimento, e grande capacidade de manutenção deste, similar ao compósito
microparticulado. Além disso, manteve propriedades mecânicas e resistência ao
desgaste equivalentes aos demais compósitos.
Say et al., em 2003, determinaram a resistência abrasiva de corpo triplo de
dois compósitos condensáveis (P60; Solitaire 2), um compósito com liberação de
íons (Ariston AT), uma resina composta híbrida (Tetric Ceram) e uma resina com
carga cerâmica modificada (Admira). A correlação entre a resistência abrasiva e a
43
microdureza Vickers dos compósitos foi avaliada também através deste estudo. A
realização do teste de desgaste de corpo triplo foi efetuada valendo-se de uma
máquina de abrasão ACTA com 15N de força de contato usando milho moído como
abrasivo. A avaliação da profundidade foi efetuada por um profilômetro após
200.000 ciclos. a realização do teste de dureza foi efetuada valendo-se de um
microdurômetro digital (carga de 500 gramas por 15 segundos). Os dados obtidos
foram analisados estatisticamente pelo teste Kruskal Wallis (p<0,05). Ocorreu
diferença significante entre os compósitos no que se refere à abrasão (P60 <
Solitaire 2 < Ariston AT < Tetric Ceram < Admira). O maior valor de microdureza
Vickers foi apresentado pela resina P60. No que se refere à microdureza Vickers,
nenhuma outra diferença significante foi observada entre as demais resinas. Através
da análise dos resultados obtidos, pôde-se concluir que há diferenças significantes
na resistência abrasiva dos compósitos. a correlação entre dureza e desgaste foi
significante (r= -0,91). Logo, os autores concluem que existe uma correlação
negativa entre dureza e desgaste de corpo triplo dos compósitos testados.
Santos et al., em 2003, verificaram o efeito do selante de penetração de
superfície sobre a rugosidade de compósitos baseados em resina posterior antes e
depois da escovação mecânica. Dez espécimens de quatro compósitos diferentes
(Alert, Definite, Z100 e Prodigy Condensable) foram feitas usando uma matriz
metálica (altura de 2 mm e diâmetro de 4 mm). Depois de 24 horas, as espécimens
foram polidas usando discos Sof-Lex em sequência: grosso, médio, fino e superfino,
cada um por 40 segundos e, imediatamente, uma das superfícies foi coberta com o
selante de superfície Protect-It. Todas as espécimens foram examinadas com um
profilômetro para medir a rugosidade superficial inicial antes da escovação mecânica
numa velocidade constante de 250 golpes por minuto com um total de 30 ciclos,
usando uma escova e um dentifrício contendo carbonato de cálcio como abrasivo,
sob uma carga de 200 g. Depois da escovação, a rugosidade superficial foi medida
por uma vez de novo. Os dados foram analisados com ANOVA e com o teste de
Tukey num nível de confiança de 95%. A escovação mecânica aumentou a
rugosidade superficial de todos os compósitos estudados (Alert: 0,7303 ± 0,0942
µm; Definite: 0,4961 ± 0,1255 µm; Z100: 0,3428 ± 0,0841 µm), com a exceção de
Prodigy Condensable (0,2782 ± 0,0678 µm) (p>0,05). O selante de penetração de
superfície efetivamente diminuiu a rugosidade superficial para Alert (0,5435 ± 0,2182
44
µm) e Definite (0,2956 ± 0,0368 µm) (p<0,05), mas não teve efeito sobre a Z100
(0,3331 ± 0,0565 µm) e Prodigy Condensable (0,2760 ± 0,0920 µm) como estas têm
tamanhos de carga menores do que os outros compósitos testados (p>0,05). A
manutenção de uma baixa rugosidade de superfície pode ser um aspecto importante
para a longevidade clínica de compósitos baseados em resina. A aplicação de um
selante de penetração de superfície, quando usado sobre alguns compósitos, como
Definite e Alert, pode diminuir a rugosidade superficial.
Em 2003, Takeuchi et al. avaliaram in vitro, antes e depois da simulação de
escovação, a influência do selante de superfície na rugosidade superficial de resinas
compostas posteriores. Com a resina composta Filtek P 60 (3M ESPE, EUA)
confeccionou-se 30 espécimens separadas ao acaso em 3 grupos. Um não selado e
dois selados com selante de superfície Protect-it, Jeneric Pentron ou sistema
adesivo Single Bond (3M ESPE, EUA). Inicialmente, os espécimens foram
submetidos à leitura no rugosímetro para determinar a rugosidade inicial e depois
passaram pelo processo de simulação de escovação. No total, ocorreram 35.600
ciclos em 100 minutos, com carga de 200g sobre a cabeça das escovas percorrendo
uma distância de 3,8 cm. O espaço de tempo citado acima corresponde a 2 anos de
escovação num indivíduo com higienização oral adequada. Depois da limpeza das
amostras, outra leitura da rugosidade foi realizada. Foi observado pelos autores que
não existiu diferença estatisticamente significante entre o grupo controle e os grupos
selados. Diferentes fatores podem influenciar na rugosidade como: a amplitude do
percurso feito pela escova, o peso colocado sobre a cabeça da escova dental, o
grau de abrasão do dentifrício e a temperatura. Desse modo, a mesma marca de
dentifrício e escova dental foi empregada em todos os testes avaliando somente a
influência do selante de superfície na textura superficial. Significantes alterações na
lisura superficial das resinas compostas ocorreram devido à utilização do dentifrício
e da escova de dente.
Baseren, em 2004, avaliou os efeitos de diversos procedimentos de
acabamento e polimento sobre a rugosidade superficial de compósitos
nanoparticulados e nanohíbridos e de materiais restauradores dentais baseados em
ormocer. Os materiais incluídos foram um compósito nanoparticulado (Supreme) um
compósito nanohíbrido (Grandio) e um ormocer (cerâmica modificada
45
organicamente, Admira). Quarenta espécimens de cada material foram preparadas
usando uma matriz Mylar (tira de poliéster) e divididas, ao acaso, em quatro grupos
de acabamento e polimento (n=10): (I) broca de diamante/Super-snap Rainbow
Technique Kit (revestidos de óxido de alumínio, discos abrasivos); (II) broca de
diamante/Astropol and Astrobrush system (sistema de escova e polidores abrasivos
de silicone); (III) broca carbide de Tungstênio/Super-snap Rainbow Technique Kit; e
(IV) broca carbide de Tungstênio/Astropol and Astrobrush system. A média da
rugosidade superficial (Ra) em micrômetros foi medida usando um avaliador de
rugosidade superficial “Mahr Perthometer S4P” e os dados foram comparados
usando ANOVA (p0,05). Os resultados deste estudo indicaram que a matriz Mylar
produziu a superfície mais lisa sobre todos os materiais e entre os métodos de
acabamento e polimento, o primeiro e o terceiro todos produziram superfícies
mais lisas significativamente do que o segundo e o quarto todos para os três
materiais restauradores. O ormocer (Admira) produziu a variabilidade mais baixa em
rugosidade superficial inicial entre os materiais testados. Este estudo mostrou que os
discos abrasivos Super-snap produziram uma superfície mais lisa do que os
polidores de silicone Astropol e Astrobrush para compósitos e materiais
restauradores baseados em ormocer, mas os resultados seriam validos clinicamente
para superfícies planas e acessíveis facilmente, e não para todas as áreas da boca.
Portanto, polidores de silicone são necessários para áreas posteriores e para
superfícies côncavas e convexas.
Garcia et al., em 2004, mensurou a perda de massa e as alterações de
rugosidade superficial de diferentes marcas de resinas compostas flowapós teste
de escovação simulada. A hipótese nula testada foi de que não haveria diferença de
massa e de rugosidade superficial após o teste e de que não haveria correlação
entre essas variáveis. Foram testadas cinco resinas compostas flow. Para o grupo
controle, foram utilizadas resinas compostas microhíbrida e microparticulada.
Conforme as instruções do fabricante, doze espécimens de cada material foram
confeccionadas. O ensaio ocorreu numa máquina de escovação mecânica, similar a
Pepsodent, equipada com seis suportes de aço inoxidável. Para acomodar dois
espécimens em cada base, seis bases de resina acrílica foram usadas. Além disso,
cabeças de escovas com cerdas macias (Colgate-Palmolive) e um peso de 200 g
perpendicular à superfície das amostras foram utilizados. Foi preparada uma pasta
46
pela mistura de água deionizada e dentifrício Colgate MFP na proporção 2:1. No
total, 100.000 ciclos foram executados com uma freqüência de 374 ciclos por minuto.
A massa e a rugosidade de cada material foram aferidas por uma balança analítica
Sartorius e pelo equipamento Hommel Tester T1000, respectivamente, antes e
depois do teste. Os dados obtidos foram comparados pelos testes t-pareado e Tukey
(p<0,05). Os materiais apresentaram diferenças estatísticas de perda de massa
entre os valores iniciais e finais, com exceção da resina Flow-It LF (Pentron). No
entanto, nenhuma diferença foi observada quando se comparou a porcentagem de
perda de massa entre os diferentes materiais testados. Todos os materiais tornaram-
se mais rugosos. As resinas compostas flownão demonstraram superioridade em
relação aos materiais de controle, devendo-se esperar o desgaste por perda de
massa do material e maior rugosidade após a escovação. Portanto, a hipótese nula
antecipada foi parcialmente aceita.
Em 2004, Reich et al. determinaram o desgaste de corpo triplo, resistência à
fratura e módulo de elasticidade de quatro resinas compostas para uso indireto
(Artglass, Vita Zeta LC e Targis) e uma resina para uso direto (Z100). Além disso, o
teste de desgaste foi realizado nas matrizes puras dos materiais e comparados ao
amálgama como referência. O desgaste dos materiais indiretos foi maior do que
Z100 (13 µm) e amálgama (14 µm) (p < 0,01, Mann-Whitney). As resistências
médias de fratura para os compósitos indiretos variaram de 127,5 MPa (Targis) à
71,6 MPa (Vita Zeta LC). O módulo de elasticidade dos compósitos variaram de 2,9
à 12,8 GPa. O grau de desgaste das matrizes não diferiu significantemente. O
desgaste das resinas é influenciado pelo seu conteúdo de carga, tamanho médio de
carga, tipo, forma e silanização da mesma.
Saad et al., em 2004, avaliaram a microdureza nas superfícies de topo e de
base de corpos-de-prova confeccionados com duas marcas comerciais de resinas
compostas microhíbridas: Filtek Z-250 (3M ESPE) e Vitalescence (Ultradent), ambas
nas cores A3 e incisal. Para cada grupo de materiais, foram confeccionados cinco
corpos-de-prova. Cada corpo-de-prova teve suas superfícies de topo e base
divididas em quatro quadrantes e, então, foi realizado o teste de microdureza Vickers
com três impressões em cada quadrante, totalizando 120 impressões por grupo
testado. A avaliação dos resultados foi feita pelo teste de Tukey, significativo ao nível
47
de 5%. Os autores puderam concluir que, com relação à dureza Vickers, as resinas
de cor A3 foram significativamente superiores às resinas translucentes tanto nas
superfícies de topo quanto nas de base. Além disso, diferença significativa de
microdureza também foi observada entre as superfícies de topo e de base de todos
os grupos testados.
Schwartzs e Söderholm, em 2004, testaram os efeitos do tamanho das
partículas de carga, a presença da água e do álcool na dureza e no desgaste
laboratorial de compósitos. Baseados em descobertas anteriores, os autores
supõem que a diminuição no espaço inter-partículas poderia melhorar a resistência
ao desgaste por promover uma maior proteção da matriz, assim como, a estocagem
de compósitos em 25% de etanol poderia plastificar e diminuir a dureza de
compósitos. Para comprovar a hipótese de que compósitos com partículas de carga
menores são mais resistentes ao desgaste, e que o aumento do desgaste ocorre por
diminuição da dureza após o compósito ter sido plastificado, foram confeccionados 3
compósitos, a partir da mistura de uma matriz resinosa de UEDMA/TEGDMA (1:1),
com 53% em volume de partículas de vidro de bário em diferentes tamanhos (1,5,
3,0, e 10,0 µm) tratadas com silano. A avaliação do desgaste foi conduzida na
máquina de teste de desgaste ACTA. A pasta abrasiva consistia de uma mistura de
arroz e semente de painço descascada e moída, diluída ou em água destilada ou em
água com 25% de etanol. A força usada na máquina foi de 15N, com velocidade de
1 Hz (simula a freqüência da mastigação), totalizando 200.000 ciclos. Os valores de
desgaste e dureza foram analisados usando ANOVA. A análise do desgaste mostrou
que o compósito com partículas de diâmetro 1,5 µm apresentou valores menores,
enquanto que o compósito com partículas de diâmetro 10 µm, os maiores. Portanto,
os valores de dureza dos compósitos mais grosseiros foram menores do que os dos
compósitos mais finos, durante a estocagem em água ou em água com etanol a
25%, porém, o tamanho das partículas de carga não afetou a dureza de espécimes
secos.
Em 2004, Terry relatou que a mais recente inovação em tecnologia de resina
composta é a aplicação de teorias de nanocompósitos em materiais restauradores.
Estes possuem estética, resistência e durabilidade aumentadas combinando com
princípios científicos para aumentar a longevidade. Este artigo discute a aplicação
48
de sistemas de nanocompósitos e demonstra a perspectiva histórica de tecnologia
de resinas compostas nos tratamentos restauradores.
Em 2004, Yap, Tan e Chung relataram que uma melhora na resistência ao
desgaste de resinas compostas se tornou possível, devido ao uso de diferentes tipos
de cargas e partículas menores, mas este continua sendo um problema em
situações de estresse. Trabalhos clínicos mostram que em áreas de contato oclusal
ou desgaste atricional, o desgaste pode ser de 3 a 5 vezes maior do que em áreas
livres de contato abrasivo. Os autores avaliaram a resistência ao desgaste de
resinas compostas recentemente lançadas no mercado, como: tecnologia de
nanoparticulas (Filtek Supreme, 3M ESPE) e ormocer-cerâmica organicamente
modificada (Admira, Voco) e comparam suas características de desgaste com
resinas compostas de microparticulas (Filtek A 110, 3M ESPE), microhíbridos
(Esthet X, Dentsply; Filtek Z250, 3M ESPE) e resinas compostas poliácidos
modificadas (Dyract AP,Dentsply). Todas as cores, exceto as translúcidas, são
radiopacas. As partículas inorgânicas para as matizes (corpo, esmalte e dentina) da
Filtek Supreme contêm uma combinação de agregados de matriz de zircônia/sílica
com um tamanho médio de partícula de 0,6 a 1,4 microns com tamanho médio de
partícula primário de 5 a 20 nm e uma incorporação de sílica de 20 nm não
aglomerada. Sua quantidade de partículas inorgânicas é cerca de 59% em volume.
a tecnologia usada no material Ormocer é um tanto diferente das resinas
compostas tradicionais baseadas em uma matriz orgânica. Consiste de uma matriz
inorgânica-orgânica formada através de uma policondensação (principal composto
inorgânico de óxido de sílica funcional e unidades orgânicas polimerizáveis). As
partículas de carga são embebidas nesta cadeia cruzada de matriz inorgânica e
orgânica. 0 tamanho médio das partículas é de 0,7µm o qual é comparável com a
maioria das resinas compostas microhíbridas. Para avaliar o desgaste, foram
confeccionados 6 espécimes de cada material, que permaneceram em água
destilada a 37°C durante 1 semana e sujeitos a um teste de desgaste por fricção,
com estresse constante de 20 MPa (pela utilização de uma carga de 1,6 kg) contra
uma matriz de aço inox circular SS304. Água destilada foi usada como lubrificante.
Um perfilômetro avaliou a profundidade de desgaste a cada 5.000 ciclos até
completar 20.000 ciclos. Os resultados foram analisados pelo Teste de Scheffe e
49
ANOVA. Nos primeiros 5.000 ciclos, não houve diferença estatisticamente
significante entre os grupos, mas com o aumento dos ciclos se observou um maior
desgaste para Filtek Z250 (113,32µm) > Dyract > Ormocer> Filtek A110 > Filtek
Supreme> Esthet X (39,90µm). A menor resistência ao desgaste da resina composta
Filtek Z250 pode ter sido causada, segundo os autores, por fadiga, responsável pela
falha do material após muitos ciclos com carga. A fadiga por desgaste ocorre como
resultado da formação e propagação de microfendas na subsuperfície quando duas
superfícies se movem sob uma carga dinâmica. Este fenômeno parece ocorrer
apenas em resinas compostas que contêm muita carga resistente de zircônia, como
Z100 e Filtek Z250, que tendem a absorver o estresse durante os testes de
desgaste. Portanto, a resistência ao desgaste das resinas compostas de
nanoparticulas e ormocer foi comparável ou superior às de poliácidos modificados,
micropartículas e microhíbridos.
Em 2005, Lu et al. investigaram os fatores que influenciam na resistência ao
manchamento de resinas compostas. As resinas de mesma marca comercial (3M
ESPE, EUA) Filtek Supreme (nanoparticulada), Filtek A110 (microparticulada), Filtek
Z250 (microhíbrida) e Filtek P60 (microhíbrida) foram testadas. Trinta e seis
amostras por material foram preparadas e designadas ao acaso a seis grupos. As
amostras dos cinco primeiros grupos foram polidas, respectivamente, com lixas de
granulação 1000, 1200, 1500, 2000 e 2500. As do sexto grupo foram polidas com
lixas de granulação 2500 ou 1200 e usadas como controle. A rugosidade superficial
e o lustro das amostras foram medidas com um profilômetro e um lustrômetro
respectivamente. Foram imersas numa solução de café (grupo controle em água
destilada) e mantidas numa incubadora a 37°C. A cor foi medida por um
espectrofotômetro depois de 3, 7 e 14 dias , e a mudança de cor foi calculada. Os
dados foram analisados por ANCOVA (análise de covariância) para identificar
fatores de significância em 3, 7 e 14 dias separadamente. GEE (Equações
estimativas generalizadas específicas) foram aplicadas para dados longitudinais
para identificar fatores significantes. Foram aplicadas para o grupo exposto ao café
somente (p<0,05). Café, material, rugosidade superficial, e a interação de material e
rugosidade superficial tiveram influência significante estatisticamente na resistência
ao manchamento dos compósitos dentais testados. Para a maioria dos materiais em
solução de café, tempo e rugosidade superficial tiveram efeitos significantes sobre a
50
descoloração. Concluiu-se que o café teve uma influência significativa sobre a
descoloração dos materiais testados. Os diferentes compósitos comportaram-se
diferentemente na solução de café. A descoloração aumentou assim como a
rugosidade superficial para os compósitos testados, exceto para a Filtek A110. O
processo de descoloração foi acelerado com o tempo.
Em 2005, Teixeira et al. avaliaram o desgaste in vitro e a rugosidade
superficial de duas resinas compostas em diferentes intervalos de ciclos depois de
serem submetidas à abrasão por escovação com dentifrício. Vinte espécimens de
uma resina composta microhíbrida, Filtek Z250 (3M ESPE, EUA) e de uma
nanoparticulada, Filtek Supreme (3M ESPE, EUA) foram confeccionadas conforme
as orientações dos fabricantes. Cada espécime foi submetida à abrasão por
escovação com dentifrício (com carga vertical de 200 g) usando uma pasta abrasiva
constituída de dentifrício e água deionizada (Close-up, Lever Ponds Ltda., La Lucia,
ZA) e pontas ativas de escovas dentárias (Oral B 40, Laboratórios Oral B, Delmont,
CA, EUA). Uma seqüência de escovação de 10.000, 20.000, 50.000 e 100.000 ciclos
foi realizada para todas as amostras numa velocidade de 1,5 Hz. No grupo controle
e em cada intervalo de ciclo, um profilômetro foi usado para determinar a média de
rugosidade de superfície, Ra. Nos mesmos intervalos, a perda vertical de material foi
medida com um micrômetro de precisão. Os dados foram analisados usando análise
de variância com medidas repetidas, com nível de significância de 5%. Análises com
microscópio de força atômica (MFA) e microscopia eletrônica de varredura (MEV)
foram também realizadas. Depois de 20.000, 50.000 e 10.000 ciclos, Filtek Supreme
mostrou um desgaste menos significante do que a Z250. A Filtek Supreme teve uma
rugosidade de superfície mais alta do que a Z250 depois de 50.000 e 100.000 ciclos.
Contudo, as imagens em MEV e com MFA mostraram uma superfície mais uniforme
para a Filtek Supreme do que para a Z250. O desgaste por abrasão e a rugosidade
superficial aumentaram em cada intervalo de ciclo para ambos materiais. Mesmo
que a performance inicial de ambos materiais seja similar, maiores números de
ciclos revelaram diferenças entre a resistência ao desgaste e a rugosidade
superficial dos materiais.
Zhang et al., em 2005, relataram que as pesquisas sobre polímeros de
nanofibras alcançaram progressos significativos na última década. Uma das
51
principais forças diretrizes deste progresso foi o aumento da utilização desses
polímeros para aplicações biomédicas e biotecnológicas. Este artigo apresenta uma
revisão sobre os últimos avanços das pesquisas feitos na utilização de polímeros de
nanofibras para aplicações tais como: construções de tecidos, liberação de droga
controlada, implantes médicos, nanocompósitos para restaurações dentárias,
separação molecular, biosensores e preservação de agentes bioativos.
4 MATERIAIS E MÉTODO
4.1 Materiais
A seleção das resinas compostas utilizadas nesta pesquisa (Figura 1)
baseou-se na diferença entre os tamanhos das partículas de carga nanoparticuladas
(entre 0,6 e 1,4 µm) e microhíbridas (entre 0,19 e 3,3 µm). A cor selecionada foi A2
de esmalte. Informações pertinentes a cada uma delas estão descritas no quadro 1.
Quadro 1: Dados específicos sobre as resinas compostas utilizadas na pesquisa:
RESINA
COMPOSTA
MATRIZ INORGÂNICA MATRIZ
ORGÂNICA
FABRICANTE
FILTEK Z350*
(Nanoparticulada)
Agregados de Zircônia/Sílica
(0,6 a 1,4 µm) com partícula
primária (5 a 20 nm) e Sílica
não-agregada (20 nm).
Representa 59,5 vol%.
BisGMA, UDMA,
TEGDMA e
BisEMA
3M ESPE,
St Paul,
Minessota, EUA.
Lote:6CF
FILTEK
SUPREME XT*
(Nanoparticulada)
Agregados de Zircônia/Sílica
(0,6 a 1,4 µm) com partícula
primária (5 a 20 nm) e Sílica
não-agregada (20 nm).
Representa 59,5 vol%.
BisGMA, UDMA,
TEGDMA e
BisEMA
3M ESPE,
St Paul,
Minessota, EUA.
Lote:6BW
FILTEK Z250*
(Microhíbrida)
Zircônia/Sílica (0,19 a 3,3 µm).
Representa 60 vol% (sem
silano)
BisGMA, UDMA e
BisEMA
3M ESPE,
St Paul,
Minessota, EUA.
Lote:5BY
*De acordo com as informações técnicas dos catálogos de produtos do respectivo fabricante (1998;
2002; 2005).
FIGURA 1 - Resinas compostas nanoparticuladas Supreme XT, Z350
(3M ESPE, St Paul, Minessota, EUA) e a microhíbrida Z250.
53
As resinas compostas Z350 e Supreme XT apresentam a mesma
composição. A Z350 é a de cores opacas (de corpo) da Supreme XT. Recebeu essa
nomenclatura para se adequar ao padrão brasileiro.
Os materiais utilizados na abrasão por escovação (Figuras 2 e 3) e
informações pertinentes a cada um estão descritas nos quadros 2 e 3.
Quadro 2: Dados específicos sobre o dentifrício utilizado na abrasão por escovação:
MARCA COMERCIAL
INGREDIENTES
FABRICANTE
Colgate Total 12 Clean
Mint Anticáries com Flúor
(baixa abrasividade)
1450 ppm de flúor, triclosan,
água, sorbitol, dióxido de silício
(substância abrasiva), lauril
sulfato de sódio, copolímero
PVM/MA (Gantrez), aroma,
carragena, hidróxido de sódio,
dióxido de titânio, sacarina
sódica e fluoreto de sódio.
Colgate-Palmolive, São
Bernardo do Campo, São
Paulo, Brasil
FIGURA 2 - Dentifrício utilizado no teste de rugosidade após
abrasão por escovação.
Quadro 3: Dados específicos sobre a escova dental utilizada na abrasão por
escovação:
MARCA COMERCIAL COMPOSIÇÃO BÁSICA FABRICANTE
Ultra Sul
Cerdas de nylon macias
contendo de 30 a 34 tufos
distribuídos em quatro fileiras
arredondadas e aparadas
uniformemente.
Ultra Sul, Curitiba, Paraná,
Brasil
54
FIGURA 3 - Escova dental utilizada no teste de rugosidade
após abrasão por escovação.
4.2 Método
4.2.1. Teste de Rugosidade após Abrasão por Escovação
4.2.1.1. Confecção das Amostras
Seis amostras para cada resina composta foram confeccionadas (n=6).
Utilizou-se um dispositivo contendo uma matriz de PTFE bipartida, na qual havia um
orifício central de 6 mm de altura por 5 mm de diâmetro (Figura 4). Esse conjunto foi
posicionado sobre uma placa de vidro protegida com tira de poliéster (Figura 5). A
resina composta foi inserida em três incrementos de 2 mm com a espátula
Thompson número 6. A fotopolimerização de cada incremento foi efetuada, com a
ponta do aparelho Optilight Plus (Gnatus, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil) numa
distância de 1 mm da superfície da resina composta, pelo tempo de 20 segundos. A
intensidade da luz visível emitida pelo aparelho Optilight Plus foi aferida pelo
radiômetro Curing Radiometer Model 100 (Demetron Co., Orange, Califórnia, EUA) a
cada cinco exposições, ficando entre 500 e 600 mW/cm
2
.
55
FIGURA 4 - Dispositivo para inserção da resina composta:
a) base metálica; b) parafuso para fixação da matriz de teflon;
c) matriz de PTFE bipartida.
FIGURA 5 - Matriz de PTFE fixada: a) resina composta inserida no
orifício da matriz de PTFE; b) tira de poliéster; c) placa de vidro.
Na seqüência, as amostras foram colocadas no adaptador de 5 mm de altura
(Figura 6), para serem desgastadas com lixa d’água de granulação 400 na politriz
horizontal Struers (Panambra, São Paulo, São Paulo, Brasil) com refrigeração à
água. Desse modo, estas ficaram até o nível da altura do adaptador (Figuras 7 e 8).
Dispensou-se o polimento final, uma vez que se utilizou para os testes a superfície
da amostra que não sofreu o desgaste referido acima. Depois disso, foram
armazenadas em recipientes com água destilada na estufa modelo 002 CB (Fanem,
São Paulo, São Paulo, Brasil) a 37 ºC por 24 horas, para que completassem sua
polimerização e fossem simuladas condições de ambiente intrabucal.
b
a
c
b
c
56
FIGURA 6 - Corpo-de-prova colocado no adaptador para
desgaste.
FIGURA 7 - Corpo-de-prova inserido no adaptador
sendo desgastado na Politriz Horizontal Struers.
FIGURA 8 - Corpo-de-prova desgastado na altura do
adaptador (5 mm).
57
4.2.1.2. Abrasão por Escovação
Os 6 corpos-de-prova confeccionados para cada resina composta foram
submetidos, na seqüência, a cada período simulado de escovação (6 meses, 1 ano
e 2 anos) numa máquina desenvolvida pelo IPCT/PUCRS similar àquelas utilizadas
por Tanoue, Matsumura e Atsuta, em 2000, por Chimello et al., em 2001 e por
Garcia et al., em 2004 (Figura 9). No período de controle, as amostras não foram
submetidas à abrasão por escovação. A máquina tem capacidade de comportar 4
corpos-de-prova em cada simulação. Os demais foram armazenados em recipientes
com água destilada na estufa para culturas 002 CB (Fanem, São Paulo, São Paulo,
Brasil) a 37 ºC.
FIGURA 9 - Máquina de escovação projetada pelo IPCT.
No orifício central de uma placa acrílica (55 mm de comprimento, 25 mm de
largura e 4 mm de altura) posicionou-se cada corpo-de-prova. A placa permitiu que a
superfície de teste do mesmo ficasse 1 mm além da borda desse orifício. Cera
utilidade foi colocada na base para fixar os corpos-de-prova. Cada placa foi colocada
em uma cuba acrílica, que foi fixada à máquina de escovação por meio de pinos
metálicos (Figura 10).
58
FIGURA 10 - Vista lateral da amostra na máquina de escovação:
a) amostra fixada com cera utilidade na placa acrílica;
b) placa acrílica; c) cuba acrílica;
d) pinos metálicos para fixação da cuba acrílica.
Em uma balança de precisão AG 204 (Mettler/Toledo, Zurich,
Schwerzenbach, Suíça), foram pesadas 6 gramas do dentifrício Colgate Total 12
Clean Mint Anticáries com Flúor (Figura 11). Estas foram misturadas com 6 ml de
água destilada, formando uma pasta homogênea dispensada no interior da cuba
acrílica cobrindo os corpos-de-prova por completo. Foi trocada para cada corpo-de-
prova, assim como as escovas (Figura 12).
FIGURA 11 - Balança de precisão AG 204
a
b
c
d
59
Através de uma chave conectora, ligou-se o motor da máquina de escovação,
o qual recebeu uma corrente elétrica alternada de 110 Volts. Assim, por meio de um
sistema de molas e polias eram promovidos movimentos cíclicos retilíneos
bidirecionais nos quatro braços articulados. Na extremidade de cada braço havia um
orifício, que possibilitava o encaixe de uma haste, onde a ponta ativa de uma escova
dental era fixada. Para simular condições clínicas de escovação, o peso colocado
nos braços articulados sobre cada um dos 4 corpos-de-prova, que a máquina
comportava em cada simulação de abrasão por escovação, foi de 200 g (FERREIRA
et al., 2002; SANTOS et al., 2003) (Figura 12). Foi de 12 mm o curso total do
movimento da haste com a ponta ativa da escova fixada.
A quina funcionou com velocidade constante de 250 ciclos por minuto,
sendo que 20.000 ciclos corresponderam a 2 anos de escovação simulada, ou seja,
80 min de escovação. Conseqüentemente, 10.000 ciclos corresponderam a 1 ano
(40 min) e 5.000 ciclos a 6 meses (20 min).
FIGURA 12 - Conjunto posicionado para a realização da abrasão por escovação:
a) haste para fixação da ponta ativa da escova dental;
b) parafuso que permite estabilizar a haste ao orifício do braço articulado;
c) mistura de creme dental com água destilada recobrindo o corpo-de-prova;
d) pesos que totalizam 200 gramas.
Após cada simulação de abrasão por escovação, a máquina foi desligada, a
cuba acrílica removida e a amostra lavada em água corrente dentro desta, seca e
recebeu marca com caneta de retro projetor (Pilot, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
Brasil) para identificar a direção da abrasão. Na seqüência, foi colocada em
a
b
c
d
60
recipiente com água destilada e conduzida a uma cuba ultrassônica 1440 plus
(Odontobrás, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil) para ser limpa por 5 minutos e,
depois, seca suavemente com jato de ar.
4.2.1.3 Teste de Rugosidade
Após cada simulação de abrasão por escovação, foi utilizado um Rugosímetro
SJ 201 (Mitutoyo, Takatsu-Ku, Kawasaki Kanagaua, Japão) (Figura 13), para a
medição da rugosidade de superfície Ra (µm). Em cada corpo-de-prova, foram
efetuadas três leituras, no centro deste e nas extremidades, direcionada por uma
marcação numa placa de acrílico, que possuía um orifício central de 5 mm de
diâmetro, onde ele se localizava, perfazendo 72 leituras de rugosidade superficial
(Ra) por resina composta, sendo 18 para cada período simulado de escovação
(controle, 6 meses, 1 ano, 2 anos), portanto 216 leituras no total, uma vez que se
incluiu nesta pesquisa 3 resinas compostas.
Com formato de agulha, a ponta palpadora percorreu a superfície dos corpos-
de-prova, no sentido perpendicular ao da abrasão, com um deslocamento limitado
de 2,5 mm, registrando digitalmente os resultados, em micrômetros, no visor de
cristal líquido. O rugosímetro foi acoplado em uma base metálica, a fim de eliminar
vibrações indesejadas, garantindo, desse modo, a fidelidade das leituras (Figura 13).
61
FIGURA 13 - Rugosímetro SJ-201 posicionado sobre uma base
metálica (a), fazendo a leitura da rugosidade Ra (µm) da
amostra colocada no orifício central da placa acrílica
transparente (b).
4.2.1.4 Análise Morfológica Superficial em Microscopia Eletrônica de Varredura
(MEV)
Foi confeccionado para esta análise 1 corpo-de-prova representativo de cada
período simulado de escovação para cada resina composta (total=12). Depois da
simulação de abrasão por escovação, as amostras foram colocadas em
dessecadores à vácuo com sílica gel por uma semana. Foram revestidas com uma
liga de ouro-paládio na metalizadora SCD 005 (Baltec, rstenten, Liechtenstein,
Alemanha) para observação em microscópio eletrônico de varredura XL 30 (Phillips,
Eindhoven, Eindhoven, Alemanha) em aumento de 4000X.
4.2.1.5 Análise Estatística
Os resultados obtidos foram submetidos a Análise de Variância e ao modelo
linear geral, seguidos pelo teste de Tukey (α=0,05).
a
b
62
4.2.2 Microdureza Vickers
Confeccionaram-se 5 amostras de resina composta para cada grupo de teste
(n= 5). Foi utilizada uma matriz bipartida de PTFE, com 4 mm de diâmetro e 3 mm
de altura (Figura 14), sobre uma placa de vidro protegida com tira de poliéster.
Desse modo, a resina composta foi inserida, com auxílio de uma espátula Thompson
número 6, em incrementos de 2 mm e fotopolimerizada cada porção por 20
segundos conforme instrução do fabricante. Para isso, usou-se a ponta do aparelho
Optilight Plus numa distância de 1 mm da superfície da resina composta. A
intensidade de luz foi aferida a cada cinco exposições no radiômetro Curing
Radiometer Model 100, ficando entre 500 e 600 mW/cm
2
. Quando foi colocada a
última porção de resina composta, esta era pressionada com outra placa de vidro
protegida por tira de poliéster, buscando a planificação da superfície.
FIGURA 14
-
Dispositivo utilizado para confecção das amostras
para o teste de microdureza Vickers: anel metálico (a) para
encaixe da matriz de PTFE bipartida (b), que contém orifício
no qual é confeccionado o corpo-de-prova.
A seguir, os corpos-de-prova foram embutidos em cilindros de PVC, com 20
mm de altura por 25 mm de diâmetro, preenchidos com resina acrílica quimicamente
ativada Jet (Clássico, São Paulo, São Paulo, Brasil)(Figura 15).
a
b
63
FIGURA 15 - Corpo-de-prova de resina composta (a) embutido
em cilindro de PVC (b), sendo a resina acrílica quimicamente
ativada (c) o material de preenchimento.
Depois disso, foram armazenados em recipientes com água destilada, por um
período de 24 horas, a 37°C em estufa modelo 002 CB, para que se completasse a
polimerização da resina composta e fossem simuladas condições de ambiente
intrabucal.
Posteriormente, estes corpos-de-prova foram testados no microdurômetro
HMV (Shimadzu, Kyoto, Japão) (Figura 16). Duas impressões foram realizadas em
cada amostra, uma na extremidade e outra no centro, valendo-se de uma ponta
diamantada Vickers de base quadrada (Figura 17). Antes disso, a superfície da
amostra foi examinada microscopicamente com 10 X de aumento (Figura 17), em
busca de zonas sem eventuais bolhas. Então, movia-se a ponta diamantada Vickers
de base quadrada na direção da amostra, sendo aplicada uma carga de 500 g por
15 segundos. A objetiva (10 X) foi reposicionada, com o intuito de focar a impressão.
Desse modo, as dimensões das diagonais na impressão foram aferidas. Com isso, a
microdureza Vickers (VHN) foi calculada pelo sistema do computador acoplado ao
microdurômetro HMV (Shimadzu, Kyoto, Japão) usando a fórmula citada por
Krishnan, Manjusha e Yamuna (1997):
c
a
b
64
1854,4 . P
VHN (kg/mm
2
)
=
D
2
Onde P é a carga aplicada em gramas e D é a distância dia das diagonais
em micrômetros. Os resultados (VHN) obtidos foram submetidos a Análise de
Variância (ANOVA) e teste de Tukey (α = 0,05).
FIGURA 16 - Microdurômetro HMV
65
FIGURA 17
-
Visão aproximada da
ponta diamantada Vickers
(a) e das lentes objetivas (b) do microdurômetro HMV.
a
b b
5 RESULTADOS
5.1 Teste de rugosidade após abrasão por escovação
Para a avaliação dos resultados foi realizada a Análise estatística ANOVA,
seguida do teste de Tukey no nível de significância de 5%. Estão apresentados na
tabela 2 e na figura 22.
Tabela 2. Médias de rugosidade Ra (m) após abrasão por escovação e desvio-
padrão das resinas compostas testadas em relação aos períodos de teste:
Grupos
Controle
Ra (µm)
Desvio-
padrão
6 meses
Ra (µm)
Desvio-
padrão
1 ano
Ra (µm)
Desvio-
padrão
2 anos
Ra (µm)
Desvio-
padrão
Z250 0,17
a
0,05 0,20
a
0,05 0,21
a
0,07 0,19
a
0,06
Z350 0,14
a
0,05 0,15
a
0,05 0,20
a
0,09 0,16
a
0,07
XT 0,15
a
0,02 0,17
a
0,03 0,17
a
0,04 0,15
a
0,05
* Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de significância de
5% pelo teste de Tukey.
Ao comparar as médias de rugosidade Ra (µm) das resinas compostas nos
grupos controle e após os períodos simulados de escovação de 6 meses, 1 ano e 2
anos, constatou-se que não houve diferença estatisticamente significante entre os
grupos testados. O valor médio mínimo obtido foi de 0,14 µm para a resina Z350 no
grupo controle e ximo de 0,21 µm para a resina Z250 após 1 ano de escovação
simulada.
67
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35
XT controle
Z350 controle
Z250 controle
XT 6 meses
Z350 6 meses
Z250 6 meses
XT 1 ano
Z350 1 ano
Z250 1 ano
XT 2 anos
Z350 2 anos
Z250 2 anos
µm
* Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de significância de
5% pelo teste de Tukey.
FIGURA 18 - Representação gráfica das médias de rugosidade Ra m) após abrasão por escovação
e do desvio-padrão das resinas compostas testadas em relação aos períodos de teste.
A fim de avaliar o fator rugosidade Ra m) em relação à resina composta
independente do período de escovação, o modelo linear geral (GLM) foi aplicado,
seguido do teste de Tukey no nível de significância de 5%. Estão apresentados na
tabela 3 e na figura 23.
Tabela 3. Médias para a rugosidade Ra (µm) após abrasão por escovação e desvio-
padrão independente do período de escovação para cada resina composta:
* Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de significância de
5% pelo teste de GLM/Tukey.
A partir dessa análise foi possível observar que as médias Ra m) para as
resinas compostas Supreme XT (0,16 µm) e Z350 (0,16 µm) não apresentaram
diferença estatística significativa entre si. Entretanto, ao serem comparadas com a
Grupos Ra (µm) independente do período de escovação Desvio-padrão
Z250 0,19
a
0,06
Z350 0,16
b
0,07
XT 0,16
b
0,03
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
68
resina composta Z250 (0,19 µm), observou-se diferença estatisticamente
significante.
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3
Supreme XT
Z350
Z250
µm
* Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de significância de
5% pelo teste de GLM/Tukey.
FIGURA 19 - Representação gráfica das médias de rugosidade Ra m) e do desvio-padrão das
resinas compostas independente do período de escovação.
Os fatores rugosidade e período de escovação independentemente do tipo de
resina composta estão apresentados na tabela 4 e na figura 24.
Tabela 4. Médias de rugosidade Ra (µm) após abrasão por escovação em relação
aos períodos de teste independentemente do tipo de resina composta e desvio-
padrão:
* Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de significância de
5% pelo teste de GLM/Tukey.
A partir dessa análise foi possível observar uma diferença estatisticamente
significativa da rugosidade Ra (µm) no período controle (0,15 µm) em relação ao
período de 1 ano (0,19 µm). Entretanto, em relação ao período de 6 meses (0,17
µm) e de 2 anos (0,17 µm) não houve diferença significativa. Entre os períodos de 6
Períodos Ra (µm) independente do tipo de resina composta Desvio-padrão
controle 0,15
b
0,04
6 meses 0,17
ab
0,05
1 ano 0,19
a
0,07
2 anos 0,17
ab
0,06
a
b
b
69
meses (0,17 µm), 1 ano (0,19 µm) e de 2 anos (0,17 µm) também não houve
diferença estatisticamente significativa da rugosidade Ra (µm).
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3
controle
6 meses
1 ano
2 anos
µm
* Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de significância de
5% pelo teste de GLM/Tukey.
FIGURA 20 - Representação gráfica das médias de rugosidade Ra m) e do desvio-padrão em
relação aos períodos de teste independente do tipo de resina composta.
Os aspectos morfológicos obtidos em MEV (Figuras 25 a 36) da superfície
das resinas compostas Z250, Z350 e Supreme XT, dispostos a seguir, mostram que
houve padrões semelhantes de desgaste entre as mesmas nos grupos controle.
Entretanto, após os períodos simulados de escovação de 6 meses, 1 ano e 2 anos,
observou-se uma surperfície mais uniforme para as resinas compostas
nanoparticuladas Z350 e Supreme XT.
b
ab
ab
a
70
FIGURA 21 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta Z250
no grupo controle (X4000).
FIGURA 22 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta Z350
no grupo controle (X4000).
71
FIGURA 23 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta Supreme
XT no grupo controle (X4000).
FIGURA 24 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta Z250
após período simulado de 6 meses de escovação (X4000).
72
FIGURA 25 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta
Z350 após período simulado de 6 meses de escovação (X4000).
FIGURA 26 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta
Supreme XT após período simulado de 6 meses de escovação (X4000).
73
FIGURA 27 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta
Z250 após período simulado de 1 ano de escovação (X4000).
FIGURA 28 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta
Z350 após período simulado de 1 ano de escovação (X4000).
74
FIGURA 29 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta
Supreme XT após período simulado de 1 ano de escovação (X4000).
FIGURA 30 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta
Supreme XT após período simulado de 1 ano de escovação (X4000).
75
FIGURA 31 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta
Z350 após período simulado de 2 anos de escovação (X4000).
FIGURA 32 - Aspecto morfológico da superfície da resina composta
Supreme XT após período simulado de 2 anos de escovação (X4000
).
76
5.2 Microdureza Vickers
Conforme a metodologia estabelecida para o desenvolvimento desta pesquisa,
aplicou-se para avaliação dos dados a análise de variância (ANOVA), seguida do
teste de Tukey com nível de significância de 5%. Estão apresentados na tabela 1 e
na figura 18.
Tabela 1. Valores das médias para a microdureza Vickers (VHN) nos grupos de
teste, seguidos do respectivo desvio padrão.
Grupo VHN Desvio-padrão
Z250 74,44
a
6,42
Z350 73,87
a
2,36
Supreme XT 78,28
a
6,01
*Médias seguidas de mesmas letras não diferem estatisticamente entre si ao vel de significância de
5% pela Análise de Variância e pelo teste de Tukey.
Desse modo, constatou-se que não houve diferença significante entre os
grupos. As médias variaram entre o valor mínimo de 73,87 (VHN) para resina Z350 e
o valor máximo de 78,28 (VHN) para resina Supreme XT.
0 20 40 60 80 100
Z350
Z250
Supreme XT
VHN
FIGURA 33 - Representação gráfica das médias e desvio-padrão da microdureza
Vickers (VHN) dos grupos de resinas compostas
.
a
a
a
77
As ilustrações seguintes (Figuras 19, 20 e 21) exemplificam a impressão
realizada pela ponta diamantada Vickers do microdurômetro HMV registrada,
microscopicamente, pela lente objetiva de magnitude 40 X deste aparelho.
FIGURA 34 - Impressão, registrada em 40 X de aumento,
realizada no teste de microdureza Vickers em uma
amostra da resina composta Z250.
FIGURA 35 - Impressão, registrada em 40 X de aumento,
realizada no teste de microdureza Vickers em uma
amostra da resina composta Z350.
Z250
Z350
78
FIGURA 36 - Impressão, registrada em 40 X de aumento,
realizada no teste de microdureza Vickers em uma
amostra da resina composta XT.
XT
6 DISCUSSÃO
A maior demanda pela odontologia estética tem conduzido ao
desenvolvimento de materiais para restaurações diretas com melhores propriedades
físicas e mecânicas, assim como maior qualidade estética e durabilidade. Embora
existam muitas pesquisas nesta área, as resinas compostas ainda apresentam
algumas desvantagens, como a contração de polimerização e os processos
complexos envolvidos nos seus mecanismos de desgaste. Quando utilizadas em
dentes posteriores, devem apresentar uma dureza inicialmente alta e satisfatória
com o passar do tempo, sendo essa razoável indicadora da quantia de desgaste.
Essa resistência está relacionada com sua capacidade de abrasionar estruturas
dentais opostas (
a
ANUSAVICE, 1998). Dentre as causas do desgaste das
restaurações de resinas compostas, destacam-se os procedimentos clínicos de
escultura, ajuste oclusal, acabamento e polimento, somados à força exercida pelos
dentes antagonistas durante os esforços mastigatórios, que ocasionam trincas,
inclusive nas ligações das matrizes orgânicas e inorgânicas superficiais deste
material, facilitando a penetração de água e, consequentemente, o aumento da
degradação hidrolítica (CARVALHO JÚNIOR e FREITAS, 1998). Diante dessa
situação, deve-se relatar que os hábitos de higiene oral, com a abrasão causada
pela utilização concomitante da escova e do dentifrício dental, ocasionam maior
desgaste do material restaurador e aumento de sua rugosidade superficial
(FERREIRA et al., 2002). Assim, essas condições favorecem o manchamento da
restauração e o acúmulo de placa bacteriana, que pode causar, dentre outras
doenças, inflamações gengivais e cáries recorrentes (POWERS, FAN e RAPTIS,
1980; AKER, 1982).
Para melhor compreensão dos testes descritos nesta dissertação, é
importante conceituar propriedades mecânicas. São definidas pelas leis da
mecânica, isto é, a ciência física que lida com a energia, forças e seus efeitos nos
corpos principalmente estáticos (
a
ANUSAVICE, 1998). Desse modo, refere-se à
habilidade do material de resistir a forças aplicadas (cargas) sem que haja fratura ou
deformação excessiva (
a
ANUSAVICE, 1998).
80
Dentre os critérios de inclusão esteve o tamanho das partículas de carga das
resinas compostas em teste, visto que essas, em geral, diferenciam-se
principalmente pela sua matriz inorgânica (BASEREN, 2004). Além disso, utilizou-se
as indicadas para restaurar o esmalte dental, já que os testes de resistência à
abrasão de corpo triplo, rugosidade e microdureza Vickers estão relacionados a
camadas mais superficiais das estruturas e das restaurações dentárias. Definiu-se
pela cor A2 para todas as amostras, uma vez que a variação da cor pode influir nos
valores das propriedades mecânicas testadas (SAAD et al., 2004). As resinas
compostas Z350 e Supreme XT apresentam a mesma composição (3M ESPE, 2002;
2005) e foram incluídas na pesquisa de comparação das propriedades com a Z250
(3M ESPE, 1998), no sentido de avaliar se o produto criado para ser comercializado
no Brasil (Z350), por razões econômicas, é realmente de mesma qualidade do
original (Supreme XT).
No que se refere ao teste de rugosidade após abrasão por escovação in vitro,
houve a associação de três fatores: escova, dentifrício contendo abrasivo e resina
composta. Assim, o dentifrício foi misturado na proporção de 1:1com água destilada
para simular condições clínicas de diluição com saliva no momento da escovação.
Entretanto, essa simulação in vitro, não inclui nem relaciona a influência de fatores
relacionados ao indivíduo, como por exemplo, sua dieta alimentar, sua destreza,
força e freqüência na escovação. A máquina de escovação foi projetada pelo IPCT
tendo como modelo outras relatadas na literatura (TANOUE, MATSUMURA e
ATSUTA, 2000; CHIMELLO et al., 2001; GARCIA et al., 2004). Dessa forma, simula
algumas variáveis simultâneas do mecanismo de escovação dentária, como a
pressão, a velocidade e a umidade na qual é executada. Diante das diferentes
maneiras de regulagem da máquina presentes em diversos estudos sobre o tema,
optou-se pelos ajustes relatados por SANTOS et al., 2003 e FERREIRA et al., 2002
pelo fato de se assemelharem mais com as condições clínicas de escovação. Desse
modo, sua velocidade foi regulada em 250 ciclos por minuto e o peso aplicado sobre
a haste na qual se fixava a escova foi de 200g, tendo esta um percurso de 12 mm.
Quando a máquina trabalhou durante 20 minutos (5.000 ciclos), esse tempo
correspondeu a 6 meses de escovação simulada, portanto 40 minutos (10.000
ciclos) equivaleram a 1 ano e 80 minutos (20.000 ciclos) equivaleram a 2 anos. No
entanto, MOMOI et al., em 1997, utilizou uma velocidade de 160 ciclos por minuto,
81
uma carga de 3,4 N nas escovas e o dentifrício não foi diluído em água para não
alterar a concentração das partículas de abrasivo. TANOUE, MATSUMURA,
ATSUTA, em 2000, optaram por uma velocidade de 140 ciclos por minuto, uma
carga vertical de 350g nas escovas, entretanto com uma proporção de
água/dentifrício de 1:1, da mesma forma a simulação de 2 anos de escovação
totalizou 20.000 ciclos. TAKEUCHI et al. em 2003, utilizaram 35.600 ciclos em
100 minutos, com uma carga de 200g sobre a cabeça das escovas num percurso de
3,8 cm. Utilizaram este período como sendo correspondente a 2 anos de escovação
simulada em um indivíduo com adequada higienização oral. GARCIA et al., em
2004, utilizaram uma proporção de 2:1 para água deionizada e dentifrício na
composição da pasta abrasiva. Além disso, regularam a velocidade da máquina em
374 ciclos por minuto.
Segundo O‘Brien e Yee, em 1980, o desgaste das restaurações de resina
composta pode resultar dos mecanismos de desgaste da matriz resinosa, perda de
carga por falha na união com a matriz, através do cisalhamento das partículas
expostas, de rachaduras e fendas da matriz e exposição de bolhas de ar. Desse
modo, ocorre um aumento da rugosidade. Acredita-se que materiais
nanoparticulados são capazes de oferecer excelente resistência ao desgaste,
resistência e estética, devido a sua excelente capacidade de polimento, retenção
deste e aparência lustrosa (MITRA, WU e HOLMES, 2003). A meta foi desenvolver
resinas compostas que poderiam ser usadas em regiões posteriores e anteriores da
boca com alto polimento inicial e com grande capacidade de retenção deste, típico
das microparticuladas, assim como com propriedades mecânicas excelentes
tornando-as capazes de suportar altas cargas de estresse interoclusais, típico das
híbridas (MITRA, WU e HOLMES, 2003).
Ao analisarmos as médias das rugosidades das resinas compostas em
relação ao período de escovação, foi possível observar que não houve diferença
estatisticamente significante. Esses resultados concordam com
MITRA, WU e
HOLMES, em 2003, uma vez que as resinas compostas nanoparticuladas
apresentaram propriedades mecânicas e resistência ao desgaste semelhan-
tes às híbridas.
Quando foi aplicado o modelo linear geral, levando em conta os
82
fatores tempo e resina, observou-se que não houve diferença estatisticamente
significante entre as médias de rugosidade Ra (µm) das resinas compostas no grupo
controle, 6 meses e 2 anos, porém com diferença significante entre o controle e 1
ano.
Esses resultados estão de acordo com os encontrados por MITRA, WU e
HOLMES em 2003, quando concluíram que o sistema de nanocompósito (Filtek
Supreme), com partículas nanoméricas e nanopartículas agregadas, mantém a
resistência ao desgaste semelhante aos compósitos híbridos (Filtek Z250). Porém,
foram realizados 39.000 ciclos para o desgaste de corpo triplo. Também se observa
concordância com os resultados divulgados pelo perfil técnico do fabricante (3M
ESPE, 2005), no que se refere ao desgaste de corpo triplo, onde as amostras foram
avaliadas quanto ao desgaste localizado através da perda de volume (mm
3
) e da
profundidade máxima m). Assim observaram semelhança nas médias obtidas
0,01 mm
3
e 70 µm) para as resinas compostas Supreme XT, da mesma composição
da Z350, e a Z250. Entretanto, de forma diferente da metodologia deste estudo, foi
realizado o polimento nas amostras e se obteve os resultados de desgaste de corpo
triplo localizado através da técnica do profilômetro.
Ao comparar-se os fatores rugosidade em relação à resina composta,
independentemente do fator tempo de escovação, foi possível observar uma
diferença estatisticamente significante das resinas compostas Supreme XT (0,16
µm) e Z350 (0,16 µm) em relação à Z250 (0,19 µm). Estes resultados diferem dos
observados por MITRA, WU e HOLMES (2003) e concordam com os de TEIXEIRA
et al. (2005), que relatam haver depois de 20.000, 50.000 e 100.000 ciclos um
desgaste, após abrasão por escovação, menor para a Filtek Supreme em relação a
Z250.
Esses resultados podem ser explicados através do trabalho realizado por
KAWAY, IWAMI e EBISU, em 1998, quando concluíram que a presença do
monômero resinoso TEGDMA (Supreme XT, Z350) garante maior resistência ao
desgaste quanto maior seu conteúdo nas resinas que contêm BisGMA e UDMA.
Porém, o desgaste de cada espécime foi determinado pela alteração de peso
ocorrido após 100.000 ciclos. De acordo com os autores acima, e segundo
83
Asmussen e Peutzfeldt, em 1998, variando o conteúdo de UEDMA, BisGMA e
TEGDMA em conjunto à carga, obtém-se resinas com comportamento mecânico
diferentes. Da mesma forma, Ferracane e Greener, em 1986, afirmaram que resinas
compostas com maior conteúdo de diluente TEGDMA apresentam melhores
propriedades mecânicas.
Em 2003, Hu, Marquis e Shortall, fizeram a tentativa de melhorar a resistência
ao desgaste de resinas compostas modificando a quantidade e o tamanho das
partículas de carga. Utilizaram resina BisGMA e TEGDMA e partículas de carga
zircônia/sílica pré-silanizadas com diferentes quantidades de partículas de carga em
peso num teste de desgaste de dois corpos e os resultados mostraram que a taxa de
desgaste teve um pequeno aumento quando a proporção de carga esteve abaixo de
60%. Entre 60 e 75% embora sulcos e pequenas fissuras aparecessem, a maior
parte da superfície de desgaste permaneceu intacta, mas um elevado aumento
aconteceu quando a mesma esteve entre 80 e 87,5%. Desse modo, as conclusões
destes autores vão ao encontro com esta pesquisa, uma vez que a quantidade de
partículas inorgânicas em peso é cerca de 78,5% (Supreme XT, Z350) e 78,73%
(Z250) (3M ESPE, 1998; 2002; 2005).
Em 2004, Schwartzs e Söderholm confeccionaram 3 compósitos a partir da
mistura de uma matriz resinosa de UEDMA/TEGDMA (1:1) com 53 % em volume de
partículas de vidro de bário em diferentes tamanhos (1,5, 3,0 e 10 µm) tratadas com
silano. Comprovaram que partículas de carga de menor diâmetro (1,5 µm)
apresentaram valores menores de desgaste. Nesta faixa situam-se as resinas
compostas Z350 e Supreme XT (entre 0,6 e 1,4 µm), porém a Z250 possui o
tamanho médio de partículas entre 0,19 e 3,3 µm, o que pode justificar os resultados
encontrados.
Também Yap, Tan e Chung, em 2004, ao compararem num teste de desgaste
por fricção com estresse constante, resinas compostas de nanopartículas e de
ormocer, com outras de micropartículas, partículas microhíbridas e poliácidos
modificados, observaram um desgaste significativo para a Z250. Segundo eles, pode
ser atribuído à fadiga, responsável pela falha do material após muitos ciclos com
carga. A resistência ao desgaste dos compósitos de nanopartículas foi comparável
84
ou superior aos compósitos de poliácidos modificados, microparticulados e
microhíbridos, concordando com o nosso trabalho.
Ao compararmos os fatores rugosidade e tempo de escovação sobre as
amostras, independentemente das resinas compostas, foi possível observar uma
diferença estatisticamente significante entre os períodos simulados de escovação de
1 ano (0,19) e de controle (0,15). os de 6 meses (0,17) e de 2 anos (0,17) foram
estatisticamente iguais. Não houve diferença estatisticamente significante entre a
média de rugosidade Ra m) dos períodos simulados de escovação de 6 meses e
de 2 anos (0,17) e a de 1 ano (0,19), assim como com a do grupo controle (0,15).
Esses resultados concordam com os encontrados por TEIXEIRA et al., em 2005, que
relatam ter um aumento da rugosidade superficial e do desgaste por abrasão em
cada intervalo de ciclo para as resinas compostas Supreme (nanoparticulada) e
Z250 (microhíbrida).
As interpretações das imagens em MEV de TEIXEIRA et al. (2005) estão de
acordo com as deste estudo, uma vez que indicaram haver características
superficiais semelhantes, com a mínima exposição de partículas de carga, para as
resinas compostas testadas acima antes da abrasão por escovação. Após 100.000
ciclos, a Supreme apresentou uma superfície mais homogênea do que a Z250.
No que se refere à microdureza Vickers, diante de metodologias variadas
(NEVES et al., 2002; KIM, ONG e OKUNO, 2002; SAAD et al., 2004), seguiu-se a
metodologia de SAY et al., em 2003, na qual os corpos-de-prova foram testados no
microdurômetro HMV (Shimadzu, Kyoto, Japão). Duas impressões, ao invés de três,
foram realizadas em cada amostra com intervalo de 1 mm, valendo-se de uma ponta
diamantada de base quadrada. Observou-se que não houve diferença
estatisticamente significante entre as três resinas compostas em teste, concordando
com os resultados de KIM, ONG e OKUNO (2002) cujas médias observadas
variaram entre 26 e 117 VHN, embora determinadas com uma carga de 200 g por 15
segundos. Segundo esses autores, as resinas compostas com a morfologia das
partículas de carga arredondada permitem um maior conteúdo de carga inorgânica
e, conseqüentemente, maiores médias de microdureza. Isto também pode explicar
os resultados encontrados nessa pesquisa, pois as três resinas compostas testadas
85
apresentam esta morfologia, embora as nanoparticuladas (Supreme XT e Z350)
apresentem tamanho menor do que a microhíbrida Z250. Neves et al., em 2002,
concluíram que o conteúdo de partículas inorgânicas em peso afetou diretamente os
valores de microdureza, mesmo que tenham utilizado uma carga de 0,2 Kgf durante
15 segundos. XU, em 1999, concluiu, de forma semelhante que a dureza aumenta
uniformemente com o nível de carga. Estes achados vêm ao encontro desta
pesquisa, pois as resinas compostas testadas apresentam basicamente o mesmo
volume em carga. Porém diferem de SAAD et al., em 2004, quando relataram um
valor de 310,8 VHN para a resina composta Z250, que se distanciou muito do
resultado deste estudo (74,44 VHN), possivelmente porque utilizaram uma carga de
50gf por 30 segundos, que diferiu da metodologia deste estudo. Segundo a
especificação número 27 da ADA, em 1977, as resinas compostas devem
apresentar um valor mínimo de 34 Kg/mm
2
para o teste de
microdureza Vickers.
Desse modo, as três resinas compostas, testadas com uma carga de 500g por 15
segundos nesta dissertação, estão de acordo com essa especificação.
Sugere-se que outras propriedades sejam avaliadas como grau de conversão,
resistência à compressão, resistência à tração diametral, resistência flexural e
módulo flexural. Pode-se, também, comparar as características deste estudo com as
de resinas compostas de marcas comerciais diferentes, dando continuidade a esta
linha de pesquisa.
7 CONCLUSÃO
Segundo a metodologia empregada, conclui-se que:
- A rugosidade após abrasão por escovação, durante um período simulado de
escovação de 2 anos, não apresentou diferença estatisticamente significante entre
as resinas compostas testadas.
- A rugosidade após abrasão por escovação, em relação às resinas
compostas testadas, independente do período de teste, foi estatisticamente menor
para as resinas compostas nanoparticuladas em relação à microhíbrida, rejeitando-
se a hipótese nula.
- A rugosidade após abrasão por escovação aumenta com o período de teste,
independente do tipo de resina composta.
- As resinas compostas testadas apresentaram padrões semelhantes de
desgaste em MEV no grupo controle. Após os períodos simulados de escovação de
6 meses, 1 ano e 2 anos, as nanoparticuladas mostraram aspectos morfológicos
superficiais mais uniformes.
- As resinas compostas testadas obtiveram comportamento similar quanto à
microdureza Vickers.
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APÊNDICES
RESULTADOS DO TESTE DE RUGOSIDADE APÓS ABRASÃO POR
ESCOVAÇÃO
APÊNDICE A - Médias de rugosidade Ra (µm) da resina composta Supreme XT nos
períodos simulados de escovação:
Amostra Localização
Controle 6 meses 1 ano 2 anos
1 extremidade
esquerda
0,16 0,18 0,2 0,12
1 centro 0,17 0,18 0,18 0,18
1 extremidade
direita
0,16 0,14 0,15 0,1
2 extremidade
esquerda
0,16 0,17 0,3 0,12
2 centro 0,13 0,19 0,18 0,17
2 extremidade
direita
0,17 0,14 0,17 0,17
3 extremidade
esquerda
0,17 0,22 0,22 0,2
3 centro 0,09 0,24 0,22 0,2
3 extremidade
direita
0,19 0,24 0,21 0,22
4 extremidade
esquerda
0,15 0,14 0,18 0,08
4 centro 0,15 0,17 0,15 0,12
4 extremidade
direita
0,14 0,16 0,18 0,1
5 extremidade
esquerda
0,14 0,16 0,14 0,3
5 centro 0,18 0,18 0,13 0,16
5 extremidade
direita
0,13 0,14 0,13 0,13
6 extremidade
esquerda
0,17 0,18 0,16 0,15
6 centro 0,13 0,16 0,16 0,14
6 extremidade
direita
0,16 0,18 0,15 0,17
Médias: 0,15 0,17 0,17 0,15
94
APÊNDICE B - Médias de rugosidade Ra (µm) da resina composta Z250 nos
períodos simulados de escovação:
Amostra Localização
Controle 6 meses 1 ano 2 anos
1 extremidade
esquerda
0,18 0,19 0,16 0,32
1 centro 0,09 0,16 0,42 0,1
1 extremidade
direita
0,12 0,16 0,25 0,13
2 extremidade
esquerda
0,13 0,19 0,22 0,26
2 centro 0,11 0,24 0,23 0,19
2 extremidade
direita
0,14 0,09 0,24 0,15
3 extremidade
esquerda
0,16 0,21 0,16 0,1
3 centro 0,2 0,31 0,13 0,22
3 extremidade
direita
0,11 0,17 0,23 0,11
4 extremidade
esquerda
0,26 0,21 0,14 0,25
4 centro 0,24 0,21 0,17 0,24
4 extremidade
direita
0,24 0,18 0,17 0,23
5 extremidade
esquerda
0,28 0,33 0,23 0,23
5 centro 0,15 0,19 0,26 0,17
5 extremidade
direita
0,18 0,18 0,31 0,2
6 extremidade
esquerda
0,17 0,19 0,18 0,17
6 centro 0,18 0,22 0,13 0,21
6 extremidade
direita
0,22 0,21 0,17 0,21
Médias: 0,17 0,20 0,21 0,19
95
APÊNDICE C - Médias de rugosidade Ra (µm) da resina composta Z350 nos
períodos simulados de escovação:
Amostra Localização
Controle 6 meses 1 ano 2 anos
1 extremidade
esquerda
0,11 0,14 0,12 0,11
1 centro 0,13 0,11 0,12 0,22
1 extremidade
direita
0,1 0,1 0,26 0,13
2 extremidade
esquerda
0,12 0,17 0,12 0,12
2 centro 0,16 0,15 0,11 0,15
2 extremidade
direita
0,14 0,18 0,13 0,13
3 extremidade
esquerda
0,14 0,11 0,17 0,12
3 centro 0,29 0,1 0,26 0,13
3 extremidade
direita
0,25 0,35 0,2 0,11
4 extremidade
esquerda
0,14 0,11 0,13 0,16
4 centro 0,16 0,13 0,45 0,17
4 extremidade
direita
0,13 0,14 0,33 0,2
5 extremidade
esquerda
0,1 0,18 0,22 0,14
5 centro 0,13 0,14 0,35 0,17
5 extremidade
direita
0,13 0,18 0,2 0,17
6 extremidade
esquerda
0,1 0,17 0,24 0,15
6 centro 0,2 0,2 0,1 0,15
6 extremidade
direita
0,15 0,15 0,15 0,45
Médias: 0,14 0,15 0,20 0,16
96
RESULTADOS DO TESTE DE MICRODUREZA VICKERS
APÊNDICE D - Resultados do teste de microdureza Vickers (VHN) para cada
amostra em relação ao local da indentação e tipos de resinas compostas:
AMOSTRAS LOCAL DA
INDENTAÇÃO
GRUPO VHN
1
centro Z350
69,60
1
extremidade Z350
72,40
2
centro Z350
73,80
2
extremidade Z350
75,30
3
centro Z350
73,80
3
extremidade Z350
74,90
4
centro Z350
77,40
4
extremidade Z350
76,30
5
centro Z350
74,20
5
extremidade Z350
71,00
1
centro XT
76,30
1
extremidade XT
82,00
2
centro XT
77,70
2
extremidade XT
78,10
3
centro XT
82,70
3
extremidade XT
85,20
97
4
centro XT
79,20
4
extremidade XT
79,50
5
centro XT
79,20
5
extremidade XT
62,90
1
centro Z250
90,50
1
extremidade Z250
68,50
2
centro Z250
76,30
2
extremidade Z250
73,80
3
centro Z250
73,10
3
extremidade Z250
76,00
4
centro Z250
68,90
4
extremidade Z250
74,60
5
centro Z250
68,20
5
extremidade Z250
74,50
ANEXO
99
ANEXAR A CARTA DE APROVAÇÃO DO PROJETO PELO COMITÊ.
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
PROGRAMA DE MESTRADO EM ODONTOLOGIA
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM MATERIAIS DENTÁRIOS
COMPARAÇÃO DA RUGOSIDADE APÓS ABRASÃO POR
ESCOVAÇÃO E DA MICRODUREZA ENTRE RESINAS COMPOSTAS
NANOPARTICULADAS E MICROHÍBRIDA
Porto Alegre, dezembro de 2006.
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