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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS
CARACTERIZAÇÃO DAS ROCHAS
VULCÂNICAS E PLUTÔNICAS
FÉLSICAS E INTERMEDIÁRIAS DO
ALVO ESTRELA (Cu-Au), SERRA DE
CARAJÁS, PARÁ.
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CRISTIANE HEREDIA GOMES
CARACTERIZAÇÃO DAS ROCHAS
VULCÂNICAS E PLUTÔNICAS
FÉLSICAS E INTERMEDIÁRIAS DO
ALVO ESTRELA (Cu-Au), SERRA DE
CARAJÁS, PARÁ.
Orientadora: Profa. Dra. Zara Gerhardt Lindenmayer
UNISINOS/PPGEO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Geologia da Universidade do Vale do
Rio dos Sinos – UNISINOS, para a obtenção do Título
de Mestre (Área de Concentração em Geologia
Sedimentar).
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Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Catalogação na Publicação:
Bibliotecária Eliete Mari Doncato Brasil - CRB 10/1184
G633c Gomes, Cristiane Heredia
Caracterização das rochas vulcânicas e plutônicas félsicas e
intermediárias do alvo Estrela (Cu-Au), Serra de Carajás, Pará / por
Cristiane Heredia Gomes. --2006.
126 f. : il.; 30cm.
Dissertação (mestrado) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos,
Programa de Pós-Graduação em Geologia, 2006.
“Orientação: Profª. Drª. Zara Gerhardt Lindenmayer, Ciências
Exatas e Tecnológicas”.
1. Rocha – Plutônica - Vulcânica. 2. Granito proterozóico. 3.
Riolito arqueano. 4. Mica litinífera. 5. Geologia - Carajás. I. Título.
CDU 552.311/.313
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................vii
LISTA DE TABELAS.............................................................................................................xi
RESUMO................................................................................................................................xiii
ABSTRACT............................................................................................................................xiv
AGRADECIMENTOS...........................................................................................................xv
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO.......................................................................................001
1. APRESENTAÇÃO..........................................................................................................001
2. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO.................................................................002
3. OBJETIVOS....................................................................................................................003
3.1. Justificativa...............................................................................................................003
4. MÉTODOS DE ESTUDO..............................................................................................003
5. CONTEXTO GEOLÓGICO.........................................................................................005
CAPÍTULO II – GEOLOGIA, PETROGRAFIA E QUÍMICA MINERAL...............011
1. GEOLOGIA LOCAL.....................................................................................................011
2. PETROGRAFIA.............................................................................................................018
2.1. Riolitos.....................................................................................................................018
2.1.1. Feições microscópicas...................................................................................021
2.2. Granitóides paleoproterozóicos.............................................................................032
2.2.1. Análises modais.............................................................................................032
2.2.2. Feições mesoscópicas....................................................................................035
Quartzo diorito..............................................................................................035
Albita-ortoclásio granito...............................................................................037
Episienito........................................................................................................039
Topázio-albita-ortoclásio granito.................................................................040
2.2.3. Feições microscópicas...................................................................................041
Quartzo diorito..............................................................................................041
Albita-ortoclásio granito...............................................................................044
Episienito........................................................................................................047
Topázio-albita-ortoclásio granito.................................................................048
3. QUÍMICA MINERAL......................................................................................................053
3.1. Micas........................................................................................................................053
3.2. Clorita......................................................................................................................063
CAPÍTULO III – LITOGEOQUÍMICA.........................................................................065
1. RIOLITO...........................................................................................................................066
2. GRANITÓIDES PALEOPROTEROZÓICOS..............................................................068
Quartzo diorito........................................................................................................068
Granitos...................................................................................................................069
Discussão..................................................................................................................074
CAPÍTULO IVCONCLUSÕES...................................................................................077
CAPÍTULO V - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................081
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1. Mapa de localização do Alvo Estrela (modificado Docegeo, 2002)...............002
Figura 1.2. Mapa geológico da Serra de Carajás (Docegeo, 1988)...................................010
Figura 2.1. Mapa geológico do Alvo Estrela (modificado de Docegeo, 2002)..................013
Figura 2.2. Detalhe do mapa geológico do Alvo Estrela com a localização das seções
estudadas (Modificado de Docegeo, 2002)..........................................................................014
Figura 2.3. Seção esquemática 3400 SE do Alvo Estrela (Lindenmayer et al., 2005).....015
Figura 2.4. Seção esquemática 3800SE do Alvo Estrela (Lindenmayer et al., 2005)......016
Figura 2.5. Seção esquemática 4100SE do Alvo Estrela (Lindenmayer et al., 2005)......017
Figura. 2.6. Fotografia do contato entre riolito A e riolito B............................................019
Figura 2.7. Fotografia do riolito B.......................................................................................020
Figura 2.8. Fotografia do riolito C.......................................................................................020
Figura 2.9. Fotografia do riolito B.......................................................................................021
Figura 2.10. Fotomicrografias de riolito A e B...................................................................026
Figura 2.11. Fotomicrografia de pirita euédrica e calcopirita..........................................027
Figura 2.12. Fotomicrografia de oligoclásio - Fe-biotita allanita –minerais radioativos
– turmalina – fluorita............................................................................................................027
Figura 2.13. Fotomicrografia de epidoto, turmalina, fluorita lilás, calcopirita e
clorita......................................................................................................................................028
Figura 2.14. Fotomicrografia de siderofilita, Qz3, calcopirita e
pirita.......................................................................................................................................028
Figura 2.15. Fotomicrografia de riolito C (A-F)................................................................031
Figura 2.16. Estágios de alteração hidrotermal observados nos riolitos..........................032
Figura 2.17. Diagrama QAP, de Streckeisen (1976)..........................................................034
Figura 2.18. Fotografia de quartzo diorito.........................................................................036
Figura 2.19. Fotografia de quartzo diorito.........................................................................036
Figura 2.20. Fotografia de quartzo diorito.........................................................................037
Figura 2.21. Fotografia do contato entre o albita-ortoclásio granito e o andesito..........038
Figura 2.22. Fotografia do albita-ortoclásio granito..........................................................038
Figura 2.23. Fotografia de veio de biotita verde, calcopirita ±
±±
± molibdenita, protolitionita
±
±±
± fluorita roxa e quartzo ±
±±
± turmalina.................................................................................039
Figura 2.24. Fotografia do episientio..................................................................................039
Figura 2.25. Fotografia do contato entre o topázio-albita-ortoclásio granito e o
andesito..................................................................................................................................040
Figura 2.26. Fotografia do contato entre o topázio-albita-ortoclásio granito e o
andesito..................................................................................................................................040
Figura 2.27. Fotografia do contato entre o albita-ortoclásio granito e o topázio-albita-
ortoclásio granito...................................................................................................................041
Figura 2.28. Fotomicrografias do quartzo diorito (A-D)...................................................044
Figura 2.29. Fotomicrografias do episienito (A-D)............................................................048
Figura 2.30. Fotomicrografias do albita-ortoclásio granito e topázio-albita-ortoclásio
granito....................................................................................................................................052
Figura 2.31. Diagrama de classificação de micas, de Tischendorf et al., (1997)..............055
Figura 2.32. Diagrama Mg versus Fe
2+
................................................................................056
Figura 2.33. Diagrama Ti versus Al
VI
..................................................................................057
Figura 2.34. Diagrama Ti versus Cl.....................................................................................058
Figura 2.35. Diagrama Al
VI
versus Li..................................................................................059
Figura 2.36. Diagrama Fe
2+
versus Li .................................................................................060
Figura 2.37. Diagrama Mg+Fe
2+
+Mn versus Al
VI
..............................................................061
Figura 2.38. Diagrama ternário Ca versus Fe
2+
versus Mg...............................................062
Figura 3.1. Diagrama de elementos terras raras normalizados ao condrito, de Sun &
MacDonough (1989)..............................................................................................................067
Figura 3.2. Diagrama Th/Yb versus Ta/Yb, de Gorton & Schandl (2000)......................067
Figura 3.3. Diagrama de elementos terras raras normalizados ao condrito, de Sun &
MacDonough (1989)..............................................................................................................069
Figura 3.4. Diagrama Al
2
O
3
/CaO+Na
2
O+K
2
O (molar) versus Al
2
O
3
/Na
2
O+K
2
O (molar),
de Maniar & Piccoli (1984)..................................................................................................070
Figura 3.5. Diagrama Al
2
O
3
+ CaO + Na
2
O + K
2
O / Al
2
O
3
+CaO-Na
2
O-K
2
O (molar)
versus SiO
2
(%), de Wright (1969)........................................................................................070
Figura 3.6. Diagrama Q1=SiO
2
/3-(K
2
O + Na
2
O) versus F1= (K
2
O + Na
2
O), de
Cathelineau (1986)................................................................................................................071
Figura 3.7. Diagrama multielementar normalizados pelo albita-ortoclásio granito......072
Figura 3.8. Diagrama de elementos terras raras normalizados ao condrito de Sun &
MacDonough (1989)..............................................................................................................073
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1. Porcentagem modal do quartzo diorito do Alvo Estrela...............................034
Tabela 2.2. Porcentagem modal da fácies albita-ortoclásio granito do Alvo Estrela.....034
Tabela 2.3. Porcentagem modal da fácies episienito do Alvo Estrela..............................035
Tabela 2.4. Porcentagem modal da fácies topázio-albita-ortoclásio granito do Alvo
Estrela....................................................................................................................................035
Tabela 3.1. Dados estimados de temperatura para a chamosita do riolito B e do quartzo
diorito, calculados pelo geotermômetro de Cathelineau & Nieva (1985) com fator de
correção de Zang & Fyfe (1995)..........................................................................................064
ANEXOS................................................................................................................................087
Tabela 1. Resultados das análises químicas de minerais do Alvo Estrela
Mica..........................................................................................................................088
Tabela 2. Clorita......................................................................................................092
Tabela 3. Resultados das análises químicas das rochas do Alvo Estrela
riolitos......................................................................................................................094
Tabela 4. Granitos...................................................................................................096
Tabela 5. Quartzo diorito.......................................................................................098
APÊNDICE............................................................................................................................100
1. Feldspato...................................................................................................................101
2. Turmalina.................................................................................................................102
3. Epidoto......................................................................................................................105
4. Topázio.....................................................................................................................106
5. Carbonato.................................................................................................................107
Figura 1. Diagrama An-Ab-Or, de Deer, Howie & Zussman (1966)...............................102
Figura 2. Diagrama Fe
2+
versus Mg versus Li
1,5
Al
1,5
, de Hawthorne & Henry
(1999)......................................................................................................................................103
Figura 3. Diagrama Fe
2+
2
Al versus Mg
2
Al versus LiAl
2
, de Hawthorne & Henry
(1999)......................................................................................................................................104
Figura 4. Diagrama ternário Al versus Fe
t
versus Mg, de Henry & Guidotti
(1985)......................................................................................................................................105
Figura 5. Diagrama ternário CaCO
3
versus MgCO
3
versus FeCO
3
.................................107
Tabela 1. Resultados das análises químicas de minerais do Alvo Estrela
Feldspato..................................................................................................................108
Tabela 2. Turmalina...............................................................................................110
Tabela 3. Epidoto....................................................................................................111
Tabela 4. Topázio...................................................................................................112
Tabela 5. Carbonato...............................................................................................113
RESUMO
O Alvo Estrela (Cu-Au) está localizado na extremidade leste da Falha Carajás, na
região da Serra do Rabo. Ele compreende uma área de 1,6 por 2,4 km, composta por
andesitos, gabros e riolitos arqueanos do grupo Grão Pará, formações ferríferas da Formação
Carajás, arenitos arcoseanos da Formação Gorotire e granitóides paleoproterozóicos. O
minério de Cu-Au é epigenético, ocorrendo em veios brechados, stockworks, e também
disseminado nos andesitos. Os riolitos, objeto de estudo deste trabalho, formam faixas em
contato com andesitos a NE e a SW na área do Alvo. Eles são formados por fenocristais de
oligoclásio e quartzo, imersos em uma matriz de fragmentos finos de oligoclásio alterados
para Fe-biotita com posterior siderofilitização e albita substituída por sericita e quartzo. Os
granitóides, também objeto de estudo, são intrusivos no pacote andesítico e compreendem
quartzo diorito e álcali-feldspato granito a quartzo-álcali-feldspato sienito, englobando três
fácies: albita-ortoclásio granito, episienito e topázio-albita-ortoclásio granito. O quartzo
diorito é portador de fenocristais de andesina e ortoclásio transformados em albita, sericita e
siderofilita, e com quartzo intersticial. O albita-ortoclásio granito é constituído por albita,
feldspato potássico pertítico alterado para sericita, protolitionita e lepidolita, além de quartzo
e topázio. O episienito potássico é granular e poroso. Fluorita e clorita preenchem os espaços
vazios, possivelmente do quartzo dissolvido. O topázio-albita-ortoclásio granito difere do
albita-ortoclásio granito pela maior quantidade de topázio, de feldspato potássico sericitizado,
de matriz e de zinnwaldita e lepidolita.
As rochas félsicas e intermediárias do Alvo foram afetadas por alteração potássica
precedida por albitização e seguida por greisenização. A siderofilita foi o mineral dominante
na alteração potássica, bem como, protolitionita, zinnwaldita, lepidolita e topázio o foram na
greisenização. Os riolitos do Alvo Estrela comparados aos da Serra Norte são mais
enriquecidos em Rb, Cs, Th, U, Ta e Cu e empobrecidos em Ba. O albita-ortoclásio granito e
o topázio-albita-ortoclásio granito o cálcio-alcalinos a alcalinos, sendo o primeiro ainda
peraluminoso. Os valores de Ga (67,2 ppm), Nb (67,36 ppm) e Ce (67,5 ppm), assim como as
razões Ga/Al
2
O
3
(4,49) e Fe/Mg (233,25) do albita-ortoclásio granito, sugerem que ele seja
quimicamente semelhante aos granitos do tipo A, tal como os granitos paleoproterozóicos de
Carajás e os fanerozóicos da Austrália.
A coincidência nos padrões de ETR entre os riolitos do Alvo e os da Serra Norte, e a
associação andesito-riolito observada em ambos, sugere uma possível correlação com os
riolitos do Grupo Grão Pará. A semelhança nos padrões de ETR entre o albita-ortoclásio
granito e topázio-albita-ortoclásio granito, sugerem que este último derive de evolução
metassomática do primeiro. O episienito também mostra semelhanças nos padrões de ETR
comparado com o albita-ortoclásio granito, coincidindo com as fácies mais hidrotermalizadas.
O padrão de ETR do tipo gaivota, a razão Lu/Yb
n
entre 1,01 e 1,08 e a diminuição conteúdo
total dos ETR no sentido do albita-ortoclásio granito (323,08 ppm) para o topázio-albita-
ortoclásio granito (74,18 ppm) são compatíveis com os granitos Pojuca, Serra Branca e Pedra
Branca.
A semelhança da razão Fe
2
O
3
/FeO do albita-ortoclásio granito (0,01 a 0,11) e do
topázio-albita-ortoclásio granito (0,08 a 0,13), sugere que ambos se equilibraram sob
condições de fugacidade de oxigênio semelhantes, enquanto que o episienito (0,55 a 0,78) se
equilibrou em um ambiente mais oxidado.
O estudo químico das micas revelou que a greisenização ocorreu em um ambiente
em resfriamento e a pressão maior do que a alteração potássica, dada a falta de titânio nas
protolitionitas e lepidolitas, e o elevado conteúdo de Al
VI
nessas micas e nas zinnwalditas.
ABSTRACT
The Estrela Cu-Au deposit is situated in the Serra do Rabo, at the easternmost part of
Carajás shear zone, at the Serra dos Carajás region. It is hosted by altered andesites and
gabbros and rhyolites of the Grão Pará Group, Itacaiunas Supergroup, formed at 2.76 Ga (Sm-
Nd isochronic age) cut by Paleoproterozoic porphyritic quartz diorite, orthoclase-albite
granite, topaz-orthoclase-albite granite and quartz-alkali-feldspar syenite (episyenite). The
Cu-Au ore is epigenetic, mostly in quartz veins, disseminated in the host rocks, or forming the
matrix of brecciated quartz veins. The rhyolites are distributed for 2.4 km along a WNW
trending ridge, presenting mylonitized contacts with andesites to the SW and to the NE. They
are composed of oligoclase and quartz phenocrysts in a matrix of oligoclase partially replaced
by Fe-biotite and siderophyllite, and albite replaced by sericite and quartz. The orthoclase-
albite granite, topaz-orthoclase-albite granite and quartz-alkali-feldspar syenite (episyenite)
are different facies of the same granitoid intrusion. The quartz diorite is composed of andesine
and orthoclase phenocrysts replaced by albite, sericite and siderophyllite in a matrix of the
same minerals plus interstitial quartz. The orthoclase-albite granite facies is formed by albite,
perthitic orthoclase replaced by sericite, protolithionite and lepidolite, together with quartz
and topaz. The topaz-albite-orthoclase granite facies presents larger contents of topaz,
zinnwaldite, lepidolite and sericitization of the orthoclase, compared with the orthoclase-
albite granite facies. The episyenite is a granular and porous rock composed of a potassic
feldspar matrix containing vugs filled with fluorite and chlorite.
The felsic and intermediate rocks were affected by potassic alteration preceded by
albitization and followed by greisenization. Siderophyllite dominated in the potassic
alteration, whereas protolithionite, zinnwaldite, lepidolite and topaz dominated in the
greisenization. The Estrela rhyolites show higher Rb, Cs, Th, U, Ta and Cu and lower Ba
contents than the Serra Norte rhyolites. The albite-orthoclase granite and the topaz orthoclase
granite are calk-alkaline to alkaline and peraluminous rocks. The Ga (67.2 ppm), Nb (67.36
ppm) and Ce (67.5 ppm) values, and the Ga/Al
2
O
3
(4.49) and Fe/Mg (233.25) ratios of the
albite-orthoclase granite are analogous to A-type granites, mainly to the Proterozoic Carajás
Granites and to the A-type Phanerozoic Australian Granites.
The association of the Estrela and Serra Norte rhyolites with Neoarchean andesites,
along with the coincidence of REE patterns suggests that the Estrela rhyolites belong to the
Grão Pará Group. The albite-orthoclase granite, topaz-albite-orthoclase granite and episyenite
REE patterns also suggest that the last two are derived from metasomatic evolution of the
first. The seagull-type REE pattern, associated to the Lu/Yb
n
ratio (1.01 – 1.08) and the
decreasing of total REE content from the albite-orthoclase granite (323.08 ppm) to the topaz-
albite granite (74.18 ppm) are analogous to the Pojuca (Carajás), Serra Branca and Pedra
Branca (Goiás) granites.
The Fe
2
O
3
/FeO ratios of the albite-orthoclase granite (0.01 - 0.11), topaz albite-
orthoclase granite (0.08 – 0.13) and episyenite (0.55 0.78) indicate that the last equilibrated
at a more oxidizing environment than the others.
The almost absence of Ti in the protolithionites and lepidolites and the high content of
Al
VI
in the protolithionites, lepidolites and zinnwaldites indicate that the greisenization took
place in a cooling hydrothermal system and at higher pressure than the preceding potassic
alteration.
AGRADECIMENTOS
A Dra. Zara Gerhardt Lindenmayer pela excelente orientação, pelas incansáveis
conversas e correções. Também, pelo investimento que se conclui agora e pela grata
satisfação de nenhum desentendimento durante estes anos.
Ao Dr. Onildo João Marini, secretário executivo da ADIMB, que criou a iniciativa de
integração empresa universidade, possibilitando trabalhar-se em questões reais e com
aplicabilidade futuras.
A Docegeo, Rio Doce Geologia e Mineração S.A., por ter cedido todos os dados
utilizados neste trabalho.
Ao geólogo André Fleck por ter feito as análises em microssonda eletrônica na
Universidade de Brasília e por momentos indescritíveis, que geraram algumas elucubrações
interessantes.
A todos os professores, funcionários e alunos que conheço.
A Dra. Juliana C. Marques e Dr. José Carlos Frantz, que aceitaram participar da banca
avaliadora deste trabalho e enriqueceram-no com expressivas sugestões.
E agradeço principalmente a minha família que me apoiou nas horas difíceis e me deu
muitas alegrias, principalmente o nascimento do nosso primeiro filho.
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1. APRESENTAÇÃO
A Serra de Carajás, localizada na borda sudeste do Cráton Amazônico, no estado do
Pará, hospeda depósitos de cobre e ouro, além dos depósitos de ferro e manganês de alto teor.
Foi formada e tectonicamente estabilizada no Arqueano. No Paleoproterozóico diversas falhas
foram reativadas e propiciaram a colocação de intrusões graníticas e de diques lsicos e
máficos (Pinheiro & Holdsworth, 1997).
Diversos trabalhos realizados na região produziram uma grande quantidade de
informações e possibilitaram a individualização e/ou correlação de unidades litoestratigráficas
distintas, dentre eles pode-se citar Beisiegel et al., (1973), Gibbs et al., (1986), Araújo &
Maia (1991), Machado et al., (1991), Rios, Villas & Dall’Agnol (1995), Barros et al., (1997),
Pinheiro & Holdswort (1997, 2000), Villas, 1999, Lindenmayer et al., (2001), Sardinha et al.,
(2001), Dall’Agnol et al., (2005), Lindenmayer et al., (2005), Lobato et al., (2005), Rosière et
al., (2005).
Alguns destes trabalhos demonstraram a existência de granitos arqueanos e
proterozóicos próximos dos depósitos de Cu-Au do Salobo, do Pojuca, de Gameleira e do
Sossego. A caracterização destes granitos, aliada a suas relações com as rochas encaixantes,
têm sido de grande valia para o conhecimento da geologia da região de Caras.
O presente estudo enfatiza a caracterização de rochas vulcânicas e plutônicas félsicas e
intermediárias do Alvo Estrela (Cu-Au), as quais fazem parte do projeto Serra do Rabo, Alvo
Estrela, Carajás, que foi pesquisado pela Rio Doce Geologia e Mineração S/A (Docegeo)
entre 1998 e 2001, quando foram descritas rochas vulcânicas félsicas atribuídas ao Grupo
Grão Pará e granitos. Este trabalho é parte de um projeto maior (DNPM, CT-Mineral,
ADIMB e FINEP) intitulado Caracterização de Depósitos Minerais em Distritos Mineiros na
Amazônia.
2. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
O Alvo Estrela está situado na porção leste da Serra de Carajás, denominada de Serra
do Rabo, localizada no extremo sudeste do município de Parauapebas, no sudeste do Estado
do Pará. A área estudada situa-se, em linha reta, 45 km a sudeste da cidade de Parauapebas,
30 km a nordeste de Canaã dos Carajás e 10 km a nordeste do depósito de Cu-Au Cristalino
(Docegeo, 2002) (Figura 1.1).
Figura 1.1. Mapa de localização do Alvo Estrela (modificado de Docegeo, 2002).
3. OBJETIVOS
O objetivo geral deste estudo consiste na caracterização das rochas vulcânicas e
plutônicas félsicas e intermediárias que ocorrem na área do Alvo Estrela (Cu-Au), com o fito
de classificar os litotipos e identificar as assembléias minerais magmáticas e de alteração
hidrotermal. A caracterização química das rochas e a cristaloquímica dos diversos minerais,
visa melhor compreender possíveis alterações hidrotermais.
3.1. JUSTIFICATIVA
Esta proposta se justifica por apresentar uma contribuição à geologia de Carajás com
vistas à compreensão das rochas félsicas do Grupo Grão Pará e dos granitos
paleoproterozóicos que ocorrem no Alvo Estrela (Cu-Au).
4. MÉTODOS DE ESTUDO
Para que os objetivos propostos fossem alcançados foi necessário o uso dos métodos
descritos a seguir:
a) Pesquisa bibliográfica sobre rochas vulcânicas e plutônicas félsicas e intermediárias da
região de Carajás.
b) Estudo de dados do Alvo Estrela produzidos e cedidos pela Companhia Vale do Rio
Doce (CVRD).
c) Petrografia detalhada das rochas vulcânicas e plutônicas félsicas e intermediárias
englobando:
i) Descrição macroscópica de testemunhos de sondagem visando ao detalhamento das
rochas félsicas e intermediárias e suas relações com os demais litotipos da área. Este
estudo foi efetuado na Serra de Carajás onde se encontra a totalidade dos testemunhos
de sondagem do Alvo Estrela.
ii) Descrição microscópica de lâminas delgadas com vistas à caracterização das diversas
fases constituintes das rochas félsicas e intermediárias e seus produtos de alteração.
Para este estudo, foram confeccionadas 83 lâminas delgadas no Laboratório de
Laminação que foram descritas no Laboratório de Microscopia, ambos da UNISINOS.
d) Estudo geoquímico:
1) Para a rocha
i) Seleção de amostras representativas dos litotipos a serem caracterizados;
ii) Moagem das amostras para análise química, realizada pelo geólogo André Fleck no
Laboratório de moagem da universidade;
iii) Análise química dos elementos maiores das rochas foi feita por ICP, os elementos
traços e terras raras foram analisados por ICP-MS e INAA. No processo de fusão das
amostras foi utilizado metaborato/tetraborato de lítio. O FeO foi determinado por titulação,
Au por fire assay com leitura por AA, o Cl por INAA e o F por ion selective electrodes
(ISE) com utilização de hidróxido de sódio na fusão das amostras, no laboratório
ACTLABS, no Canadá, num total de 18 amostras analisadas. Os limites de detecção do
laboratório são: SiO
2
, Al
2
O
3
, Fe
2
O
3
, MgO, CaO, K
2
O, Na
2
O, P
2
O
5,
LOI e F = 0,01 %; TiO
2
e MnO = 0,001 %; Cr e Ni = 20 ppm; Cu e Zn = 10 ppm; Pb e V = 5 ppm; Ba = 3 ppm; Sr,
Mo e Ag = 2 ppm; Rb, Sc, Sn, Zr, Be, Co, Ga e Li = 1 ppm; As, Ge, W e Y = 0,5 ppm; Nb e
Sb = 0,2 ppm; Bi, Cs, Hf e In = 0,1 ppm; Th, Tl, La, Ce e Nd = 0,05 ppm; Ta, U, Pr, Sm,
Gd, Tb, Dy, Ho, Er e Yb = 0,01 ppm; Eu e = 0,005 ppm; Lu = 0,002 ppm; e Au = 2 ppb;
iv) Geração de diagramas com os softwares Minpet 2.02 e Excel 7.0. O estudo e
interpretação destes elementos, associado a petrografia, propiciou a caracterização
geoquímica.
2) Para os minerais
i) Análise química de minerais realizada pelo geólogo André Fleck na microssonda
eletrônica marca Cameca, modelo SX50 da Universidade de Brasília (UnB). Foi utilizada a
voltagem de excitação de 15 kV, corrente de 25 ηA, diâmetro de feixe de 5 µm e tempo de
contagem de 10s. Os padrões utilizados foram minerais naturais e vidros sintéticos. Foram
analisados Si, Al, Ti, Mn, Mg, Fe, Ca, Na, K, Ba, Zn, Cr, F e Cl, combinados de acordo
com os protocolos padrões para os diversos minerais analisados, num total de 79 pontos.
ii) Cálculos de fórmulas estruturais, classificação de minerais e lculos de
geotermômetros. Para tanto, foram utilizados os aplicativos Minpet 2.02, Chlorite formula
unit calculator and variety namer, Limica e Clastour. Para alguns minerais, como topázio,
foram criados calculadores de fórmula unitária no Excel 7.0. Foram feitos alguns ajustes no
software Chlorite para adequá-lo à classificação de Bayliss (1975) e, também, adaptá-lo ao
geotermômetro de Cathelineau & Nieva (1985), juntamente com o fator de correção
proposto por Zang & Fyfe (1995).
5. CONTEXTO GEOLÓGICO
O Alvo Estrela está hospedado nas rochas do Grupo Grão Pará, pertencentes ao
Supergrupo Itacaiúnas, o qual se sobrepõe ao embasamento cristalino da Serra de Carajás.
Os limites oeste e leste da Serra de Carajás são marcados pela seqüência superior do
supergrupo Uatumã (Araújo & Maia, 1991) e pelo Cinturão Araguaia, respectivamente. Os
limites sul e norte são marcados pelo terreno granito-greenstone de Rio Maria e pelos
sedimentos paleozóicos e cenozóicos da Bacia do Amazonas (Pinheiro & Holdsworth, 2000),
respectivamente.
A Serra de Carajás, na área do Alvo Estrela, é formada por quatro unidades principais,
da base para o topo: Complexo Xingu, Grupo Grão Pará, Formação Águas Claras e Formação
Gorotire. Também, granitos arqueanos e proterozóicos se fazem presentes (Figura 1.2).
Embasamento
O Complexo Xingu é formado por gnaisses graníticos, tonalíticos e trondhjemíticos,
anfibolitos e quartzitos que ocorrem na parte sul do Cráton Amazônico (Araújo & Maia,
1991, Costa et al., 1995). Datações isotópicas indicam uma idade de 2.859 ± 2 Ma (U-Pb,
zircão, Machado et al., 1991) para os gnaisses.
Grupo Grão Pará (Supergrupo Itacaiúnas)
O Grupo Grão Pará é formado por rochas vulcânicas máficas e félsicas intercaladas
por lentes de formações ferríferas (BIF) da Formação Carajás (Beisiegel et al. 1973, Meirelles
& Dardenne, 1991, Rosière et al., 2005). As rochas vulcânicas máficas são basaltos
andesíticos com granulometria fina a média e, compostos por plagioclásio, clinopiroxênio,
biotita, clorita, quartzo, epidoto e actinolita. Os minerais acessórios são esfeno, apatita e
escapolita.
Estas rochas têm sido consideradas como produto de vulcanismo cálcio-alcalino em
zona de subducção (Teixeira & Egler, 1994), embora Gibbs et al., (1986) e Olszewaky et al.,
(1989) tenham interpretado como toleítos continentais e, Meirelles & Dardenne (1991) como
shoshoníticos de arco magmático.
As rochas vulcânicas félsicas são riolitos porfiríticos portadores de fenocristais de
quartzo e feldspato, com raros cristais de oligoclásio preservados. Também estão presentes
biotita, clorita e epidoto. Os riolitos apresentam idade isotópica U-Pb, em zircão, de 2.759 ± 2
Ma (Machado et al., 1991).
Os basaltos andesíticos têm sido referidos como a unidade superior e inferior do
Grupo Grão Pará de acordo com suas posições estratigráficas, tendo como referência as
rochas da Formação Carajás (Teixeira & Egler, 1994, Wirth, 1986, Gibbs et al., 1986). Os
BIFs são jaspilitos compostos por hematita, martita e magnetita (Lindenmayer, Laux &
Teixeira, 2000) com espessuras estimadas em 200 250 m na Serra Norte e maiores que 300
m na Serra Sul, extendendo-se ao longo de dez quilômetros (Beisiegel, 1982, Lobato et al.,
2005). Os BIFs são cortados por diques e sills máficos, um desses sills revelou uma idade
isotópica, U-Pb, em zircão, de 2.740 ± 8 Ma (Trendall et al., 1998).
Formação Águas Claras e Formação Gorotire
A Formação Águas Claras é formada por depósitos clásticos, marinhos rasos a
fluviais, que no topo contém zircões vulcânicos sin-deposicionais, cuja idade isotópica U-Pb é
2.681 ± 5 Ma (Trendall et al., 1998) e recobre discordantemente, as unidades do Grupo Grão
Pará.
Araújo et al., (1988) e Araújo & Maia (1991) definiram a Formação Águas Claras e
nela englobaram os sedimentos Arqueanos da Serra de Carajás. Anteriormente, essas rochas
sedimentares eram correlacionadas à Formação Rio Fresco e Formação Gorotire.
A Formação Rio Fresco foi originalmente descrita por Barbosa (1966) na então
denominada Sinclinal de Gradaús, atual greenstone belt de Gradaús, no sul do estado do Pará.
Beisiegel et al., (1973) denominaram os sedimentos a nordeste da Serra Norte e na Serra de
Carajás de Formação Gorotire, redefinida por Docegeo (1988) como Grupo Rio Fresco.
Atualmente, a denominação de Formação Águas Claras é utilizada para a associação
de arenitos e pelitos Arqueanos na Serra de Carajás e, a Formação Gorotire se restringe a
litoarenitos e conglomerados polimíticos Neoproterozóicos encontrados em áreas restritas no
interior e fora da estrutura da Serra de Carajás (Nogueira, Truckenbrotd & Pinheiro, 1995,
Lima & Pinheiro, 1999).
Granitos arqueanos e proterozóicos da Serra de Carajás
Na Serra de Carajás são descritos granitos arqueanos com idades entre 2,7 e 2,5 Ga, tal
como Serra do Rabo, Complexo Granítico Estrela e Antigo do Salobo e, granitos
proterozóicos de aproximadamente 1,88 Ga, que têm como exemplo os granitos Serra dos
Carajás, Jovem do Salobo, Pojuca e Gameleira.
Dois sistemas de falhas, de direção E-W, denominados Carajás e Cinzento, cortam a
Serra de Carajás. Estas falhas são derivadas de movimentos transtencionais, do tipo strike-slip
(Pinheiro & Holdsworth, 1997, Pinheiro & Holdsworth, 2000) diversas vezes reativadas, que
proporcionaram a colocação de intrusões graníticas e diques básicos.
A reativação da zona de cisalhamento entre 2,8 e 2,7 Ga concomitante à formação do
Supergrupo Itacaiúnas, propiciou a colocação de granitos como Serra do Rabo e Complexo
Granítico Estrela (Pinheiro & Holdsworth, 2000).
O Granito Serra do Rabo aflora a leste da serra homônima, distando aproximadamente
10 quilômetros a leste do Alvo Cristalino como dois stocks de forma elíptica, alongados
segundo a direção E-W (Sardinha et al., 2001). Estas rochas ora apresentam estrutura
isotrópica, ora uma foliação contínua subvertical de direção E-W.
Estes stocks são constituídos por álcali-feldspato granitos e sienogranitos, subdivididos
em seis fácies: leuco-microclínio granito, hornblenda microclínio granito, biotita-hornblenda
granito, hornblenda sienogranito, hornblenda-biotita granito e mobilizados granitos. O granito
Serra do Rabo é subalcalino, metaluminoso a fracamente peraluminoso, tipo A2 e compatível
com granitos de ambiente intraplaca e datado de 2.743 ± 1,6 Ma (U-Pb, zircão, Sardinha et
al., 2001).
O Complexo Granítico Estrela aflora a leste da Serra de Carajás e a norte da Serra do
Rabo, junto a extremidade leste da Falha Carajás, onde encontra-se o Alvo Estrela, objeto
deste estudo. Ele tem uma forma grosseiramente elíptica, alongada segundo E-W, que
apresenta uma foliação concordante com as estruturas regionais (E-W) (Barros et al., 1997).
O Complexo Granítico Estrela apresenta composição, predominantemente,
monzogranítica e, subordinadamente, sienogranítica, granodiorítica e tonalítica, subdivididas
em dez fácies: monzogranito a hornblenda, monzogranito a hornblenda e clinopiroxênio,
monzogranito a hornblenda e biotita, granodiorito a hornblenda, granodiorito a hornblenda e
biotita, granodiorito a biotita e hornblenda e tonalito a hornblenda. O Complexo Granítico
Estrela, datado de 2.763 ± 7 Ma (Pb-Pb, zircão, Barros, Macambira & Barbey (2001), é
subalcalino, metaluminoso a peraluminoso, tipo A e compatível com granitos de ambiente
intraplaca (Barros, 1997).
A reativação do Cinturão Itacaiúnas, em 2,5 Ga, afetou o Supergrupo Itacaiúnas e a
Formação Águas Claras (Pinheiro & Holdsworth, 1997) e permitiu a colocação do Granito
Antigo do Salobo, que aflora no acampamento do depósito de Cu-Au do Salobo, situado trinta
quilômetros a norte da Serra de Carajás.
A forma do granito Antigo do Salobo é desconhecida devido à espessa cobertura de
solo laterítico da área, contudo se apresenta foliado e encaixado em uma zona de cisalhamento
subvertical com direção NW-SE, tendo como encaixantes imediatos os gnaisses
trondhjemíticos do Complexo Xingu e as seqüências vulcano-sedimentares do Grupo Igarapé
Salobo-Pojuca (Lindenmayer, Fyfe & Bocalon, 1994). O granito Antigo do Salobo é um
bitotia-hastingsita-augita granito, alcalino, metaluminoso, análogo aos granitos do tipo A e
aos granitos intraplaca de mesma idade, tendo sido datado de 2.573 ± 2 Ma (U-Pb, em zircão,
Machado et al., 1991).
No Paleoproterozóico (~1,88 Ga) granitos anorogênicos como Serra dos Carajás,
Jovem do Salobo, Pojuca e Gameleira intrudiram as rochas do Supergrupo Itacaíunas e da
Formação Águas Claras.
O Granito Serra dos Carajás, também denominado de Granito Central, se localiza no
centro da Serra de Carajás. Ele é um batólito, com forma irregular, não deformado (Rios,
Villas & Dall’Agnol, 1995), cuja composição varia entre anfibólio-biotita sienogranito e
anfibólio-biotita monzogranito. Também é peraluminoso, do tipo A e tem idade de 1.880 ± 2
Ma (Machado et al., 1991).
O Granito Jovem do Salobo ocorre sob a forma de pequenos corpos (100 m) alongados
com direção NE-SW, encaixados em gnaisses do embasamento. Ele tem composição quartzo
sienítica, tendo sido classificado como álcali-feldspato-quartzo sienito (Lindenmayer, 1990,
Lindenmayer, Fyfe & Bocalon, 1994, Lindenmayer, 2003), de idade 1.880 ± 80 Ma (Rb-Sr,
Cordani, 1981). Ele é alcalino, metaluminoso, análogo aos granitos do tipo A fanerozóicos e
compatível com granitos intraplaca fanerozóicos (Lindenmayer, Fyfe & Bocalon, 1994).
O Granito Pojuca aflora a oeste do depósito de Cu-Au Pojuca, a noroeste do Núcleo
Urbano de Carajás e a norte da Falha Carajás, com forma elíptica alongada segundo NW-SE.
Ele é intrusivo no Grupo Igarapé Salobo-Pojuca e na Formação Águas Claras, apresentando
composição de álcali-feldspato granito, monzogranito e sienogranito. O Granito Pojuca, cujos
dados isotópicos apontam uma idade de 1.874 ± 2 Ma (U-Pb, zircão, Machado et al., 1991), é
peraluminoso, subalcalino, tem afinidade química com os granitos tipo A e com os granitos
intraplaca fanerozóicos (Horbe, 1998).
dois granitos na área do depósito de Cu-Au de Gameleira, um mais antigo e outro
mais jovem. Ambos o afloram. O granito mais antigo varia de álcali-feldspato sienito a
quartzo-álcali-feldspato sienito (sienito aplítico). O granito mais jovem é álcali-feldspato
granito (leucogranito) (Lindenmayer et al., 2001). O sienito aplítico é metaluminoso a
peralcalino, cálcio-alcalino a cálcico. O leucogranito, datado de 1.583 +9/-7 Ma (U-Pb,
zircão, Pimentel et al., 2003), é metaluminoso a peraluminoso e cálcico, tem afinidade
química com os granitos do tipo A e com granitos de ambiente intraplaca. (Lindenmayer et
al., 2001).
Resumindo, os granitos arqueanos são deformados com maior quantidade relativa de
fases máficas (biotita, anfibólio e piroxênio) e ocorrência de óxidos e sulfetos restrita.
Possuem afinidade subalcalina e alcalina, são metaluminosos a fracamente peraluminosos.
Os granitos proterozóicos são indeformados, subalcalinos, alcalinos, cálcio-alcalinos e
cálcicos. Também são metaluminosos a peraluminosos. O leucogranito do depósito de
Gameleira, de idade isotópica Mesoproterozóica é peralcalino.
Alguns autores (Soares et al., 1994, Huhn & Nascimento, 1997, Lindenmayer et al.,
1998, Oliveira et al., 1998, Villas, 1998, Tallarico, Oliveira & Figueiredo, 2000, Huhn et al.,
1999, Lindenmayer et al., 2001 e Lindenmayer, 2003) admitem uma correlação entre a
mineralização e os granitos a ela associados. Essa relação forneceu subsídios para estes
autores considerarem que as rochas graníticas tiveram um importante papel na formação de
alguns depósitos minerais de Carajás, podendo ter sido os fornecedores de calor, dos fluidos
para o sistema mineralizante e, também, dos metais para a formação dos depósitos.
Diques Cambrianos
Os últimos eventos magmáticos na Serra de Carajás datam do Cambriano,
correspondendo a diques básicos com idade de 553 ± 32 Ma (K-Ar, rocha total, Cordani,
1981) e características toleíticas de ambiente continental.
S
E
R
R
A
N
O
R
T
E
S
E
R
R
A
S
U
L
0 10
20
30km
Granito
CENTRAL
Granito
CIGANO
Suíte
PLAQUÊ
Granito
PLANALTO
Granito
SERRA DO
RABO
Granito POJUCA
Complexo
Granítico
ESTRELA
ARQUEANO
NEOARQUEANO
PROTEROZÓICO
PALEO
MESO
SUPERIOR
INFERIOR
2,5 Ga
1,6 Ga
2,7 Ga
PROTEROZÓICO
PROTEROZÓICO
COMPLEXO GRANÍTICO ESTRELA, SUÍTE PLAQUÊ
E GRANITOS PLANALTO E SERRA DO RABO
COMPLEXO
XINGU
GRUPOS GRÃO PARÁ/
SALOBO-POJUCA/
IGARAPÉ BAHIA
FORMAÇÃO FERRÍFERA
CARAJÁS
FORMAÇÃO ÁGUAS CLARAS
COMPLEXO MÁFICO-
ULTRAMÁFICO
LUANGA
GRANITOS CIGANO,
CENTRAL E POJUCA
LEGENDA
DEPÓSITOS MINERAIS
Figura 1.2. Mapa geológico da Serra de Carajás (Docegeo, 1988).
CAPÍTULO II
GEOLOGIA, PETROGRAFIA E
QUÍMICA MINERAL DO ALVO ESTRELA
1. GEOLOGIA LOCAL
O Alvo Estrela está localizado na extremidade leste da Falha Carajás, região
denominada de Serra do Rabo, no extremo leste da Serra de Carajás. A norte do Alvo
encontra-se o Complexo Granítico Estrela, a leste e sudeste o Granito Serra do Rabo e
Planalto, e a sudoeste os granitos da Suíte Plaquê.
O Alvo Estrela compreende uma área aproximadamente de 1600 por 2400 m contendo
falhas com direção NW, ESE e WNW (Figura 2.1). A área do Alvo é composta por riolitos,
andesitos e gabros do Grupo Grão Pará, formações ferríferas da Formação Carajás, arenitos
arcoseanos da Formação Gorotire, granitóides paleoproterozóicos e diabásios.
Os gabros ocorrem na porção norte no Alvo com formas alongadas segundo EW, de
400 a 1200 m de extensão. Faixas de riolitos em contato com andesitos são abundantes
(Figura 2.1).
As formações ferríferas são rochas bandadas, intercaladas no pacote riolítico e
andesítico sob a forma de lentes de 300 a 1000 m de extensão, paralelas aos gabros, e
deslocadas por falhas. Os arenitos arcoseanos encontram-se em áreas restritas a SW no Alvo
Estrela.
Os granitóides paleoproterozóicos são quartzo diorito de 1.880 ± 5,1 Ma (U-Pb,
zircão, Pimentel et al., comunicação escrita) e álcali-feldspato granitos, compreendendo três
fácies: albita-ortoclásio granito, episienito e topázio-albita-ortoclásio granito. Datações
isotópicas U-Pb, em monazita, no episienito revelaram uma idade de 1.875 ± 1,5 Ma
(Pimentel et al., comunicação escrita).
Os diabásios cortam o pacote andesítico e riolítico a NNW e a sul no Alvo. Docegeo
(2002) descreveu rochas gnaíssicas relacionadas ao Complexo Xingu na porção NW do Alvo
Estrela e canga laterítica a norte e a sul.
Nas três seções que foram estudas em detalhe (Figuras 2.2, 2.3, 2.4 e 2.5), o Alvo
Estrela é formado por faixas de andesitos, gabros e riolitos cortados por quartzo dioritos,
albita-ortoclásio granito, episienito, topázio-albita-ortoclásio granito e diques de diabásio. Os
gabros e os andesitos têm granulometria média e fina, respectivamente. O contato entre ambos
é transicional e difuso (Lindenmayer et al., 2005).
Os riolitos são porfiríticos com granulometria média a fina. Sua espessura aparente
varia de 76 m a 277 m e o pacote é cortado a SW por um dique de diabásio, cuja espessura
aparente xima é de 50 m. O riolito faz contato com o andesito a NE e SW, e estes são
marcados por zonas milonitizadas, brechadas e intensamente silicificadas.
Os granitóides cortam o pacote andesítico nas três seções estudadas. Os contatos com
o andesito são nítidos e abruptos. Próximo aos planos de falha observa-se biotitização e
cloritização na rocha encaixante e nos granitos.
Veios graníticos greisenizados, de espessura decimétrica, portadores de quartzo, albita,
sericita, epidoto, turmalina, clorita, topázio, calcopirita e pirrotita cortam os andesitos, o
quartzo diorito e o albita-ortoclásio granito e também marcam os contatos entre ambos.
O quartzo diorito é a única rocha que aflora na área. Ele foi observado na seção 3800
nos testemunhos de sondagem do furo EF03 encaixado em uma zona brechada, na seção 4100
SE, nos testemunhos de sondagem dos furos, EF15 e EF37, e no testemunho de sondagem do
furo EF06. Ele é porfirítico e tem granulometria média a fina. O contato com o andesito e
com o albita-ortoclásio granito é discordante e marcado por zonas brechadas e falhadas.
A mineralização ocorre principalmente de forma venular e subordinadamente,
disseminada. Veios e vênulas brechados e não brechados e stockworks de quartzo, biotita
verde, fluorita, calcopirita ± pirita, magnetita, ilmenita, molibdenita, pirrotita, hematita e ouro
cortam, predominantemente, os andesitos e subordinadamente, os gabros, os riolitos e as
rochas intrusivas paleoproterozóicas (Fleck, 2005).
0
200
400m
ESCALA 1: 10.000
9297000 N
9298000 N
9299000 N
9296000 N
652000 E
651000 E
650000 E
649000 E
648000 E
F
D
-
2
4
F
D
-
2
1
F
D
-
0
9
F
D
-
1
4
F
D
-
1
5
F
D
-
1
6
F
D
-
1
8
F
D
-
1
1
F
D
-
0
2
F
D
-
0
7
F
D
-
0
3
F
D
-
2
5
F
D
-
4
2
F
D
-
4
3
F
D
-
4
4
S
D
F
D
-
4
1
F
D
-
3
7
F
D
-
1
7
F
D
-
0
1
/
0
4
F
D
-
0
6
N
Canga laterítica
Arenitos arcoseanos - Fm. Gorotire
Gabros
Formação ferrífera bandada
Riolitos
Andesitos
Gnaisses - Xingu (?)
LEGENDA
Grão Pará
Diabásios
CONVENÇÕES
F
D
-
2
3
Falha
Falha normal
D
S
Falha inferida
Furo de sondagem
Figura 2.1. Mapa geológico do Alvo Estrela (modificado de Docegeo, 2002). O quadro em vermelho mostra a
área estudada, detalhada na Figura 2.2.
0
200
400m
ESCALA 1: 10.000
F
D
-
1
7
F
D
-
0
9
F
D
-
1
4
F
D
-
1
5
F
D
-
1
8
F
D
-
1
1
F
D
-
0
2
F
D
-
0
7
F
D
-
0
3
F
D
-
4
2
F
D
-
4
3
F
D
-
4
4
F
D
-
0
1
/
0
4
S
D
F
D
-
4
1
F
D
-
3
7
F
D
-
0
6
Canga laterítica
Arenitos arcoseanos - Fm. Gorotire
Gabros
Formação ferrífera bandada
Riolitos
Andesitos
Gnaisses - Xingu (?)
LEGENDA
Grão Pará
Diabásios
CONVENÇÕES
F
D
-
2
3
Falha
Falha normal
D
S
A A'
B B'
C C'
Perfil 3400SE
Perfil 3800SE
Perfil 4100SE
Falha inferida
Furo de sondagem
Figura 2.2. Detalhe do mapa geológico do Alvo Estrela com a localização das seções estudadas (Modificado de
Docegeo, 2002).
A
A’
B
B’
C
C’
9297000 N
9298000 N
650000 E
651000 E
EF-11
EF-15
EF-41
649300 E 649400 E
649500 E
9297000 N
9297500 N
Andesito
Riolito
Zona brechada e milonitizada
Granito greisenizado
Diabásio
Furo de sondagem
EF-15
0 Z
0 Z
200 Z
200 Z
400 Z
400 Z
600 Z
600 Z
Gabro
Rocha greisenizada
SW
NE
ESCALA 1:2.000
0
20
60
100m
649300 E
649500 E
9297000 N
9297500 N
649400 E
A' A
Figura 2.3. Seção esquemática 3400 SE do Alvo Estrela (Lindenmayer et al., 2005).
EF-01
EF-03
EF-04
EF-05
EF-14
EF-42
EF-43
0 Z
0 Z
200 Z
200 Z
400 Z
400 Z
600 Z
600 Z
Andesito
Riolito
Zona de cisalhamento
Gabro
Diabásio
Furo de sondagem
EF-14
Albita-ortoclásio granito
Zona brechada
Rocha greisenizada
0
20
100m
ESCALA 1: 2.000
649300 E 649400 E
649500 E 9297000 N
9297500 N
649300 E
649400 E
649500 E
9297000 N
9297500 N
SW
NE
B'
B
Figura 2.4. Seção esquemática 3800SE do Alvo Estrela (Lindenmayer et al., 2005))
EF-02
SW
NE
milonitizada
649300 E
649400 E
649500 E
649600 E
9297000 N
9297500 N
EF-09
C'
C
20 60
EF-37
EF-44
649300 E
649400 E
649500 E
649600 E
9297000 N
9297500 N
0 Z
0 Z
200 Z
200 Z
400 Z
400 Z
600 Z
600 Z
Andesito
Riolito
Zona brechada e
Gabro
Diabásio
Furo de Sondagem
EF-37
Albita-ortoclásio Granito
Zona de minério
ESCALA 1:2.000
0
100m
Quartzo diorito
Figura 2.5. Seção esquemática 4100SE do Alvo Estrela (Lindenmayer et al., 2005).
2. PETROGRAFIA
A petrografia dos riolitos e dos granitóides, apresentadas a seguir, foi baseada na
descrição de testemunhos de onze furos de sondagem, totalizando 499,82 m, localizados nas
seções estudadas, e na descrição microscópica de 87 lâminas delgadas e polido-delgadas.
Em algumas rochas referência à sericita. Apesar dessa denominação não ter sido
recomendada por Rieder et al., (1998), esse termo é utilizado aqui para designar a mica
branca de grão fino, tal como recomendado por Deer (2000).
Para refinar a classificação petrográfica e melhor compreender possíveis alterações
hidrotermais, foram obtidos as composições químicas de feldspato, mica, turmalina, clorita,
epidoto, topázio e carbonato, num total de 79 pontos através de microssonda eletrônica. Com
exceção das micas e cloritas, que serão discutidas no item 3 deste capítulo, os resultados de
análises dos outros minerais mencionados, aqui discutidos encontram-se no Apêndice 1 a 5.
2.1. RIOLITO
Os riolitos apresentam coloração acinzentada e granulação média a fina, mostrando
textura porfirítica com matriz criptocristalina a microcristalina e textura microporfirítica com
matriz criptocristalina. Estas rochas são cortadas por gerações de vênulas de ortoclásio;
sericita, albita, turmalina e calcopirita; allanita, minerais radioativos, turmalina e fluorita;
clorita; topázio; siderofilita, quartzo calcopirita, pirita e siderita.
Os riolitos próximos do albita-ortoclásio granito e de zonas de cisalhamento e/ou
fraturadas são mais hidrotermalizados e apresentam uma coloração acinzentada, ou
localizadamente esverdeada. Estas rochas, em geral, exibem feições de siderofilização mais
pronunciada, evidenciando uma potassificação incipiente logo após a albitização, enquanto
que os riolitos mais afastados do albita-ortoclásio granito são menos hidrotermalizados, de cor
cinza e formados por uma menor quantidade de siderofilita.
Os riolitos foram agrupados segundo o grau de alteração incipiente ou intensa. O
riolito com alteração incipiente (menos hidrotermalizado) é denominado aqui de riolito A para
critérios de simplificação. O riolito com alteração intensa (mais hidrotermalizado),
denominado neste estudo de riolito B, também para critérios de simplificação, foi descrito nas
três seções estudadas (3400, 3800 e 4100), em áreas, geralmente, muito fraturadas e próximas
a falhamentos. Também ocorrem riolitos milonitizados no contato com os andesitos, que
foram denominados de riolitos C.
O contato do riolito A com o riolito B (Figura 2.6) é nítido com aumento na
porcentagem modal de siderofilita e progressiva diminuição da quantidade de quartzo e de
fenocristais, e do tamanho desses fenocristais. Com o aumento da profundidade e/ou a
proximidade de zonas fraturadas, brechadas e do albita-ortoclásio granito é possível observar
um arredondamento nos cristais de agregados cristalinos de quartzo e uma foliação
progressivamente mais acentuada.
Somente o riolito B foi observado em contato com o andesito. Esse contato é tido,
abrupto e por vezes, marcado por zonas fraturadas com espessuras não superiores a 40 m,
impresso nas rochas encaixantes por biotitização intensa e vênulações de quartzo, siderofilita
e fluorita roxa (Figura 2.7). Em alguns locais (EF11 e EF15-79,20 seções 3400 e 4100), este
contato é delimitado por faixas milonitizadas (riolito C), de espessura aparente não superior a
50 m (Figura 2.8), onde formação de agregados cristalinos de Fe-biotita que imprime no
riolito uma foliação, além do estiramento dos fenocristais de quartzo.
O contato do riolito B com o gabro (Figura 2.9) é irregular e marcado pela
predominância de siderofilita e agregados cristalinos arredondados e esbranquiçados de
oligoclásio.
Figura. 2.6. Fotografia do contato entre riolito A e riolito B. A fita mede 2 cm.
Riolito B Riolito A
Figura 2.7. Fotografia do riolito B, brechado, cimentado por biotita e cortado por vênulas de quartzo e fluorita
roxa. A fita mede 2 cm.
Figura 2.8. Fotografia de riolito C formado no contato entre o riolito B e o andesito. A fita mede 2 cm.
Biotitização
Vênulas de quartzo
e fluorita roxa
Figura 2.9. Fotografia do riolito B com siderofilita e agregados cristalinos arredondados de oligoclásio no
contato com o gabro. A fita mede 2 cm.
2.1.1. Feições Microscópicas
Os riolitos A e B são compostos por fenocristais de oligoclásio e quartzo, imersos em
uma matriz formada por uma massa de quartzo com textura em mosaico e com sinais de
foliação dada por Fe-biotita e siderofilita, oligoclásio fraturado e alterado para siderofilita, e
albita quase que totalmente substituída para sericita. Também é observado clorita, zircão,
allanita, epidoto, turmalina, fluorita, minerais radioativos, topázio e siderita. E ainda, pirita,
calcopirita, pirrotita, magnetita, molibdenita e hematita.
O quartzo foi observado em três formas distintas, separadas aqui como: Qz1, Qz2, e
Qz3. Somente o Qz1 é fenocristal, o Qz2 ocorre como microcristais e o Qz3 forma agregados
em vênulas.
Os cristais de Qz1 são subédricos e com dimensões maiores que 2,0 mm e extinção
ondulante (Figura 2.10 A). Cristais isolados caracterizam sua distribuição na rocha. O mineral
apresenta as bordas, ora arredondadas, ora circundadas por agregados de Qz3. Raras são as
Oligoclásio
Siderofilita
bordas com textura em peneira, onde a allanita, albita e siderofilita são englobados, indicando
que o quartzo da borda é mais jovem do que o quartzo do núcleo e que estes três minerais.
Fraturas preenchidas por ortoclásio, fluorita incolor e epidoto são freqüentes
concentrando-se principalmente no núcleo dos cristais de Qz1, bem como allanita substituída
por siderofilita e albita alterada para siderofilita cloritizada. Também fraturas preenchidas por
sericita, Fe-biotita, siderofilita, clorita, agregados cristalinos de quartzo (Qz3) e fluorita
cortam os cristais de Qz1.
O Qz2 ocorre sob a forma de grãos isolados com dimensões que variam de 0,3 a 0,8
mm (Figura 2.10 B). Os grãos são subédricos e euédricos. Em geral, os cristais de Qz2 o
límpidos, porém alguns cristais apresentam trilhas de albita e siderofilita, que formam um
rendilhado xadrez nos cristais de Qz2.
O plagioclásio está representado por duas gerações diferentes. A primeira geração de
plagioclásio aparenta ser, ainda, ígnea (An
21-27
) e a segunda geração é representada por albita
quase pura (An
1 – 1,5
).
O oligoclásio é formado por cristais prismáticos com 1,0 a 4,0 mm, apresentando
geminação albita (por vezes, interrompida) e/ou Carlsbad (por vezes, relíquia). Alguns
fenocristais têm as bordas arredondadas e outros irregulares sendo corroídas pela matriz.
Normalmente, os fenocristais de oligoclásio têm antipertitas em forma de chama
(Figura 2.10 D). A substituição desses fenocristais se dá preferencialmente por sericita,
siderofilita e epidoto, sendo esta alteração controlada pelos planos de clivagem e fraturas, e
concentrada no núcleo dos fenocristais. Clorita e Qz3 adentram os cristais de oligoclásio na
forma de gotículas imprimindo um aspecto pontilhado ao oligoclásio.
A albita se forma intercrescida com o antigo oligoclásio e/ou ao redor desse em
continuidade óptica. Esta albita também ocorre com geminação em chama, associada ou não a
Qz3. A albita, ainda foi observada englobando Fe-biotita, sericita e epidoto em coroas de
substituição. Raros cristais fraturados foram observados. Estes, no entanto, apresentando-se
cimentados por siderofilita, indicando que a albita se formou antes desse mineral. A albita
corta a primeira geração de plagioclásio junto com siderofilita cloritizada.
A mica é representada por quatro gerações. A primeira geração é Fe-biotita, a segunda
é siderofilita, a terceira é protolitionita e a quarta geração é zinnwaldita, sendo estas três
últimas constituintes de veios. A Fe-biotita foi observada na matriz em torno dos fenocristais
de oligoclásio e Qz1. Seu tamanho varia de 0,1 a 0,5 mm. Nas rochas menos alteradas a mica
tem pleocroísmo verde acastanhado, geralmente associada à sericita, apresentando inclusões
de minerais radioativos.
A allanita é rara e foi observada na forma de cristais alongados de 0,03 a 0,4 mm e
disseminados na matriz. Minerais radioativos penetram as fraturas de allanita mascarando e
interferindo em sua cor, sendo comumente substituída por siderofilita.
Diversas gerações de veios e vênulas cortam os riolitos. Estas são constituídas por
ortoclásio, albita, epidoto, allanita, siderofilita, minerais radioativos, turmalina, pirita,
calcopirita, fluorita, topázio, clorita, siderofilita, Qz3 e siderita.
O ortoclásio ocorre como prismas fraturados e zonados. Somente cristais de veio
foram observados (Figura 2.10 E) com dimensões de 1 a 2 mm e com intensa alteração para
siderofilita e clorita. Essa, imprimindo um aspecto reliquiar e bordas corroídas. Os cristais de
ortoclásio apresentam uma grande intensidade de inclusões de fluorita. No entanto, ainda é
possível observar fantasmas de geminação Carlsbad e pertitas. Fraturas preenchidas por
turmalina cortam os cristais de ortoclásio.
O epidoto ocorre como prismas curtos, cujo pleocroísmo varia de incolor a verde
pálido. O mineral está em aglomerados de 2,5 mm de comprimento que ocupam as bordas de
veios com textura em pente, apresentando substituição por siderofilita. Cristais de epidoto
concentrados no núcleo de fenocristais de oligoclásio e englobados por albita são restritos.
A siderofilita é a mica mais comum (Figura 2.10 F), seu pleocroísmo varia em tons
esverdeados, aumentando sua proporção na medida em que a rocha se mostra mais
hidrotermalizada. Os cristais têm dimensões que variam de 0,08 mm a 0,4 mm. As lamelas
formam agregados cristalinos e, geralmente, preenchem veios. A siderofilita tem as bordas
corroídas e intensa alteração para clorita. Fraturas preenchidas por siderofilita cortam o Qz1 e
os aglomerados de fluorita lilás. A siderofilita também cimenta veios com a fluorita, bem
como substituí o ortoclásio, o oligoclásio e o epidoto. Ela altera para protolitionita,
zinnwaldita e clorita, sendo que alguns cristais têm coroas de fluorita com feições texturais
tipo atol, evidenciando uma reação de substituição entre a siderofilita e a fluorita, além da
formação da siderofilita anterior à protolitionita, clorita e à fluorita.
A protolitionita e a zinnwaldita são restritas, e a identificação nem sempre é clara e
precisa, pois não formam cristais com contornos definidos. Estes minerais se desenvolvem
normalmente sob a forma de pontuações incolores e esverdeadas, como produto de alteração
da siderofilita.
A turmalina (F-schorlita-dravita) é euédrica, pleocróica de verde claro a verde azulada
e seus cristais variam de 0,1 a 1 mm. É rara no riolito A, tornando-se mais importante na
medida em que aumenta a quantidade de siderofilita na rocha. No riolito A, a turmalina é
intersticial ao oligoclásio. No riolito B ela adentra a matriz da rocha. Palhetas de clorita
envolvem e penetram os cristais de turmalina. Raras vezes é englobada por fluorita, indicando
substituição parcial. Também, se desenvolve substituindo a siderofilita. E também ocorre
entre a fluorita que o sela o veio e o epidoto que o bordeja com textura em pente.
A pirita é euédrica e subédrica com dimensões de 0,2 a 0,3 mm. Foi observada inclusa
em calcopirita e também apresentando inclusões de calcopirita, molibdenita e pirrotita, o que
lhe concede uma textura em peneira. No riolito B raros aglomerados de pirita euédrica foram
observados, os quais são cimentados por calcopirita (Figura 2.11). A calcopirita é anédrica
(0,02 a 0,6 mm) e ocorre associada a fluorita, clorita e siderofilita. Parece selar os veios.
A molibdenita tem tamanho em torno de 0,01 mm, está presente nos riolitos na forma
de cristais alongados e dobrados. A magnetita é anédrica (0,5 mm) e apresenta inclusões de
calcopirita e pirita o que atesta sua formação posterior a estes dois minerais.
A clorita foi observada de forma incipiente como produto de corrosão de Fe-biotita e
de siderofilita nas rochas com alteração menos pronunciada (riolito A). No riolito B, onde a
alteração é mais acentuada, a clorita forma ramificações que adentram na matriz siderofilítica
e no ortoclásio que ainda resta, sendo pseudomórfica de algum mineral prismático,
possivelmente, oligoclásio. Fraturas preenchidas por clorita cortam os cristais de calcopirita e
pirita, sendo ainda observada como inclusão em calcopirita, em associação a fluorita, hematita
e, subordinadamente, rutilo. A clorita apresenta inclusões de cristais euédricos de pirita, o que
atesta a formação posterior da clorita em relação a este mineral.
O topázio tardio é um flúor-topázio euédrico (0,2-0,5 mm), pouco fraturado e por
vezes zonado. As suas bordas o arredondadas e apresenta inclusões de siderofilita
cloritizada e fluorita.
A variedade Qz3 corresponde a agregados cristalinos observados somente em veios.
Os cristais de Qz3 têm dimensões de 0,1 mm e extinção ondulante (Figura 2.10 C). Ocorrem
junto com fluorita roxa e calcopirita, selando os veios que cortam veios formados por
siderofilita.
O carbonato é uma siderita subédrica a euédrica, que ocorre selando veios junto com
clorita e quartzo, marcando o fechamento do sistema hidrotermal. Sendo que, raros cristais se
apresentam intercrescidos com a clorita.
Os diferentes veios e vênulas identificados foram dispostos em sucessão como é
mostrado a seguir:
Riolito A
- Ortoclásio (Figura 2.10E)
- Sericita – albita – turmalina – calcopirita
- Allanita – minerais radioativos – turmalina – fluorita (Figura 2.12)
- Epidoto – minerais radioativos – fluorita lilás – Qz3 – calcopirita
- Siderofilita – quartzo – calcopirita
- Qzo 3
Riolito B
- (1) Epidoto – turmalina - fluorita lilás – calcopirita (Figura 2.13)
- (2) Clorita em leque corta (1) (Figura 2.13)
- (3) Calcopirita – fluorita lilás corta (2) (Figura 2.13)
- (4) Topázio
- (5) Siderofilita – Qzo 3 – calcopirita – pirita (Figura 2.14)
- (6) Qz3 – siderita corta (5);
- (7) Fluorita roxa corta (1, 2, 3, 4, 5 e 6).
1
Figura 2.10. Fotomicrografias de riolito A e B. A: fenocristais de Qz1; B: cristais de Qz2 na matriz; C:
fenocristal de Qz1 cortado por veios de Qz3; D: oligoclásio (Ol) fraturado e albitizado; E: cristais de ortoclásio
(Or) em veio; F: siderofilita (Sid) e turmalina (Tur).
Qz1
Qz2
1 mm
B
Qz1
Qz1
1 mm
A
Qz1
Qz3
1 mm
C
Ol
Qz1
Qz3
1 mm
D
1 mm
E
Or
Sid
Tur
F
0,3 mm
Figura 2.11. Fotomicrografia de pirita euédrica e calcopirita, em riolito B.
Figura 2.12. Fotomicrografia de cristais de oligoclásio cortados por veio de Fe-biotita, minerais radioativos,
turmalina e fluorita, em riolito A.
Pirita
Calcopirita
Biotita
Turmalina
Oligoclásio
1 mm
1 mm
Figura 2.13. Fotomicrografia de veios de epidoto e turmalina cortado por veio de clorita e por veio de
calcopirita e fluorita lilás, em riolito B.
Figura 2.14. Fotomicrografia de veios de Qz3, siderofilita, calcopirita + pirita, cortando riolito B.
Siderofilita
Clorita
Turmalina
Calcopirita
Fluorita
lilás
Epidoto
1 mm
Siderofilita
Calcopirita +
pirita
Qz3
Fe-biotita
1 mm
Os dados petrográficos sugerem que os riolitos A, B e C tenham sido submetidos à
albitização com transformação do oligoclásio em albita seguida de uma potassificação
evidenciada pela substituição do oligoclásio, albita e Fe-biotita por siderofilita com posterior
cloritização da siderofilita. Greisenização incipiente superpõe-se às alterações anteriores,
sendo representada pela formação de sericita, clorita, protolitionita, zinnwaldita e topázio e
seguida por carbonatação também incipiente e localizada (Figura 2.16).
Oligoclásio
Quartzo
Fe-biotita
Epidoto
Albita
Allanita
Siderofilita
Protolitionita
Zinnwaldita
Topázio
Carbonato
Turmalina
Sericita
Fluorita
Clorita
Min. radioativos
óxidos e sulfetos
Minerais
Albitização
Potassificação
Greisenização
Carbonatação
tempo
fases menores
fases dominantes
Figura 2.16. Estágios de alteração hidrotermal observados nos riolitos.
2.2. GRANITÓIDES PALEOPROTEROZÓICOS
2.2.1. Análises modais dos granitóides
A porcentagem modal dos granitóides do Alvo Estrela foi determinada a partir da
quantificação de 13 lâminas, com varredura de 1000 pontos para cada lâmina, excluindo os
minerais observados como produto de alteração do plagioclásio e o quartzo provavelmente
proveniente de silicificação (Tabela 2.1, 2.2, 2.3 e 2.4).
Estes dados, quando lançados no diagrama QAP (Streckeisen, 1976; Figura 2.17),
fornecem dois grupos de rochas: álcali-feldspato granitos e quartzo diorito.
Três variedades petrográficas foram identificadas no granito. Duas possuem
mineralogia semelhante, representada por feldspato potássico, quartzo, albita, sericita,
protolitionita, lepidolita, turmalina, clorita, fluorita, allanita, siderita, minerais radioativos,
óxidos e sulfetos, no entanto elas diferem pela presença de topázio.
Para a classificação destas duas fácies, que ocupam o campo de álcali-feldspato
granitos, além do conteúdo de topázio, também foi considerado o recomendado por
Streckeisen (1976). Este autor sugere que para as rochas contidas neste campo seja
especificado o tipo de feldspato presente em ordem de abundância à frente do termo granito
(ortoclásio-albita granito, albita-microclínio granito, etc.).
Deste modo, duas fácies do granito são denominadas de albita-ortoclásio granito e
topázio-albita-ortoclásio granito.
A terceira variedade petrográfica deste granito é uma rocha bem peculiar. Ela ocupa o
campo de quartzo-álcali-feldspato sienito por ser composta basicamente por feldspato
potássico róseo, clorita e fluorita, e subordinadamente quartzo, sericita, monazita, óxidos e
sulfetos. Feições petrográficas, como a grande quantidade de vazios, possivelmente
produzidos por dissolução de quartzo, e o preenchimento desses por clorita e fluorita sugerem
que esta rocha possa ser denominada de episienito, de acordo com Lacroix (1920) e Hecht et
al., (1999).
Álc
ali-
feldspato
sienito
Sienito
Monzonito
Monzodiorito
Diorito
Quartzo-
Alcali-
feldspato sienito
Quartzo
sienito
Quartzo
monzonito
Monzo
dio
rito
Quartzo
diorito
Álcali-
feldspato
granito
Sieno
Monzo
Granito
Granodiorito
Tonalito
Granitóides rico
em quartzo
Quartzolito
A
P
Q
Figura 2.17. Diagrama QAP, de Streckeisen (1976), mostrando a classificação dos granitos do Alvo Estrela.
Tabela 2.1. Porcentagem modal do quartzo diorito do Alvo Estrela.
Minerais/Amostras 02-448,1 02-467,7 02-503,0
Andesina 52,29 49,38 49,83
Ortoclásio 1,23 1,69 3,02
Albita 0,95 3,92 2,83
Quartzo 9,63 12,53 8,13
Fe-biotita 24,62 28,85 27,64
Clorita - 0,42 0,30
Óxidos e sulfetos* 0,95 0,99 1,51
Epidoto 0,54 0,70 0,90
Sericita 9,79 2,12 5,74
Notas: * calcopirita, pirita, ilmenita e magnetita.
Tabela 2.2. Porcentagem modal da fácies albita-ortoclásio granito do Alvo Estrela.
Minerais/
Amostras
01-
419,7
01-
426,3
01-
447,3A
01-
447,3B
14-382,7 14-400 06-
450,7
Ortoclásio 57,80 18,05 14,32 47,92 28,02 63,30 43,99
Albita 1,11 0,95 - 3,34 2,86 - 3,91
Quartzo 30,54 41,26 55,77 36,46 44,74 28,44 43,31
Protolitionita 7 13,96 8,78 3,18 18,78 1,68 4,45
Clorita 1,27 5,71 7,08 1,27 2,54 0,76 0,94
Titanita 1,91 0,31 - 0,47 - 0,30 0,40
Sericita - 2,69 9,09 6,84 2,38 5,19 2,15
Óxidos e
sufetos*
- - 0,15 0,15 - - 0,13
Topázio 0,15 Veio 2,46 - - 0,30 0,26
Fluorita 0,15 1,11 2,15 0,31 0,47 - 0,13
Allanita - - - - - - 0,13
Notas: * calcopirita, pirita, ilmenita e magnetita.
Tabela 2.3. Porcentagem modal da fácies episienito do Alvo Estrela
Minerais/Amostras 17-103,0A 17-103,0B
Feldspato 54,41 62,62
Quartzo 10,08 11,64
Clorita 9,69 6,85
Sericita - 1,02
Óxidos e sulfetos* 0,93 1,31
Fluorita 24,89 15,40
Monazita - 1,16
Notas: * calcopirita, pirita, ilmenita e magnetita.
Tabela 2.4. Porcentagem modal da fácies topázio-albita-ortoclásio granito do Alvo Estrela
Minerais/Amostras 15-93,40 15-101,50
Feldspato 70,16 68
Quartzo 23,56 19,50
Topázio 3,15 4,02
Matriz 3,13 8,48
2.2.2. Feições mesoscópicas
O quartzo diorito (QD) foi observado na seção 3800 no testemunho de sondagem do
furo EF03 encaixado em uma zona brechada, na seção 4100 SE, nos testemunhos de
sondagem dos furos, EF15 e EF37, e no testemunho de sondagem do furo EF06.
Próximo a superfície (seção 4100 EF37-6,27), a rocha apresenta uma textura
porfirítica fina portadora de fenocristais de andesina arredondados, quartzo estirado, matriz
biotítica e venular. Com o aumento da profundidade (seção 4100 EF02-405 e EF37-493,14)
a granulometria da rocha torna-se dia e ela apresenta fenocristais de andesina zonados e
matriz de quartzo, biotita, andesina e calcopirita (Figura 2.18 e 2.19). Em geral a rocha tem
textura porfirítica com matriz hipidiomórfica granular e mirmequítica, granulometria média a
fina e coloração cinza média. O contato com o andesito e com o albita-ortoclásio granito é
discordante e marcado por zonas brechadas e falhadas.
Raros xenólitos de andesito deformado e de gnaisse (Figura 2.20), este último
possivelmente do embasamento, foram observados. O quartzo diorito é cortado pelo albita-
ortoclásio granito (seção 4100 – EF37-492,75).
Figura 2.18. Fotografia de quartzo diorito com fenocritais de andesina e matriz biotitica. A fita mede 2 cm.
Matriz
biotítica
Andesina
Figura 2.19. Fotografia de quartzo diorito. A fita mede 2 cm.
Figura 2.20. Fotografia de quartzo diorito com xenólito de gnaisse. A fita mede 2 cm.
O albita-ortoclásio granito (AOG) não aflora. Ele foi descrito nas seções 3800 e
4100 SE ao longo dos testemunhos dos furos de sondagem EF01, EF03, EF04, EF14 e EF43.
Gnaisse (?)
Quartzo diorito
Trata-se, de um corpo cuja forma e tamanho ainda são incertos, com dimensões
provavelmente compatíveis com um stock.
O albita-ortoclásio granito tem textura porfirítica, não apresenta deformação e é pouco
fraturado. Próximo à cúpula do granito tem coloração rósea e granulometria fina (Figura
2.21), apresentando protolitionita entre 1 e 5% (EF01-398,8; EF04-331,8; EF09-548,2; EF14-
340,2; EF37-492,75). Com o aumento da profundidade o granito apresenta-se cinza (Figura
2.22), localmente bandado, com granulometria média a grossa e com protolitionita entre 7 e
19% (EF01-418,7; EF04-334,3; EF14-348,85; EF43-409).
A mudança de coloração do albita-ortoclásio granito delimitada pela diminuição de
quartzo, a mudança de granulometria de fina para média a grossa e a diminuição gradual do
conteúdo de biotita e clorita podem ser consideradas como indícios dos processos de
greisenização.
O contato com o andesito é discordante (Figura 2.21). Zonas de fraturas e de brechas
de espessura centimétricas próximas ao contato com a encaixante são comuns. Estas zonas
são marcadas por vênulas de quartzo, siderofilita + calcopirita ± molibdenita + protolitionita +
quartzo + turmalina + fluorita roxa (Figura 2.23), e pelo aparecimento em grande quantidade
de biotita e fluorita roxa pseudomórficas de oligoclásio, junto com epidoto e protolitionita
bordejando os fenocristais de feldspato na rocha encaixante.
Figura 2.21. Fotografia do contato entre o albita-ortoclásio granito e o andesito. A fita mede 2 cm.
Andesito
AOG
Contato
Protolitionita
Figura 2.22. Fotografia do albita-ortoclásio granito. A fita mede 2 cm.
Figura 2.23. Fotografia de veio de siderofilita, calcopirita ± molibdenita, protolitionita ± fluorita roxa e quartzo
± turmalina em zona de contato entre andesito – albita-ortoclásio granito. A fita mede 2 cm.
O episienito, não aflora, tendo sido descrito nos testemunhos dos furos de sondagem
EF06 e EF17, localizados fora das seções aqui detalhadas (Figura 2.2).
Quartzo
Feldspato potássico
Protolitionita
Albita
Quartzo
Calcopirita
±
molibdenita
Biotita verde
Turmalina
Protolitionita Fluorita
O episienito tem granulometria média a grossa, coloração rósea e textura granular,
onde se destaca uma quantidade marcante de feldspato potássico róseo (até 62%) e fluorita
(até 24,89%) (Figura 2.24). Trata-se de uma rocha encaixada ao longo de uma zona de falha,
paralela à falha Carajás (EF17-103).
Figura 2.24. Fotografia do episientio com feldspato róseo, fluorita e clorita. A fita mede 2 cm.
O topázio-albita-ortoclásio granito (TAOG) tem coloração cinza claro e
granulometria fina dada pela destruição do plagioclásio e transformação do mesmo em
sericita, zinnwaldita e lepidolita, além da presença de topázio. O topázio-albita-ortoclásio
granito foi descrito nos testemunhos de sondagem EF02, EF11, EF15 e EF41, nas seções
3400 SE e 4100 SE sob a forma de veios e trata-se da fácies greisenizada do granito do Alvo
Estrela.
O contato do topázio-albita-ortoclásio granito com os andesitos é nítido (Figura 2.25).
Estes contatos são marcados por faixas de biotita verde na rocha encaixante (Figura 2.26) e
caracterizados pelo aparecimento de uma grande quantidade de aglomerados de quartzo
(Figura 2.27). Também, está em contato com os gabros e o albita-ortoclásio granito (Figura
2.27).
Feldspato potássico
Clorita
Fluorita
Figura 2.25. Fotografia do contato entre o topázio-albita-ortoclásio granito e o andesito. A fita mede 2 cm.
Figura 2.26. Fotografia do contato entre o topázio-albita-ortoclásio granito e o andesito. A fita mede 2 cm.
Biotita
Andesito
TAOG
Andesito
TAOG
Figura 2.27. Fotografia do contato entre o albita-ortoclásio granito e topázio-albita-ortoclásio granito. A fita
mede 2 cm.
2.2.3. Feições microscópicas
Quartzo diorito
A assembléia mineral do quartzo diorito é constituída por fenocristais de andesina e
ortoclásio, quartzo, albita e Fe-biotita. Também, ilmenita, sericita, biotita verde, chamosita,
epidoto, fluorita e calcita, subordinadamente, zircão, titanita, leucoxênio, calcopirita, pirita e
ouro.
O plagioclásio está representado por duas gerações diferentes. A primeira geração é
constituída por andesina (An
34-47
) e a segunda é composta por albita. A andesina parece ser
magmática. Ela tem hábito subédrico e seus cristais variam de 1 a 3 mm de comprimento.
Apresenta geminação, segundo a lei da albita e bordas irregulares devido aos contatos
interpenetrados de albita e quartzo. A andesina é substituída por albita, sericita, epidoto,
fluorita e clorita. Fraturas preenchidas por biotita verde e sericita cortam os fenocristais de
andesina. A sericitização é mais expressiva do que a epidotização, sendo controlada pelos
planos de geminação. Esta alteração é ausente apenas ao longo das coroas albíticas, que
AOG
TAOG
Contato
normalmente se desenvolvem nas bordas da andesina podendo apresentar feições texturais do
tipo chess-board (Figura 2.28 A).
A albita (0,3 a 0,8 mm) é anédrica, mostrando intercrescimento mirmequítico com o
quartzo e inclusões de zircão.
O ortoclásio, em geral, é a fase mais abundante. Ele é subédrico e anédrico. Seus
cristais têm dimensões que variam de 0,2 a 0,5 mm. Raramente o ortoclásio possui geminação
Carlsbad, em geral tem as bordas irregulares devido ao intercrescimento gráfico de quartzo
(Figura 2.28 B). Seu produto de alteração é sericita, mas biotita verde também foi observada.
A albitização do ortoclásio é restrita, geralmente ocorre em cristais bastantes sericitizados,
podendo ser observado texturas do tipo swapped-rims incompletas. Fraturas preenchidas por
biotita verde e sericita cortando os cristais de ortoclásio são comuns.
Raros cristais de ortoclásio são iron coated (Figura 2.28 C), apresentam uma
quantidade marcante de inclusões avermelhadas (hematita?). Alguns desses cristais
apresentam fraturas preenchidas por clorita e outros são brechados, sendo cimentados por
clorita. O contato com a clorita é marcado pelo aparecimento de finas agulhas de rutilo.
As micas apresentam duas gerações diferentes. A primeira é composta por Fe-biotita e
a segunda é representada por biotita verde. A Fe-biotita parece ser mais antiga, ela tem hábito
subédrico e seu pleocroismo varia de castanho claro a castanho esverdeado. Seus cristais têm
dimensões que variam de 0,2 a 0,9 mm. Em geral, a Fe-biotita ocorre intercrescida ao
ortoclásio. Cristais de Fe-biotita que ainda conservam a forma original o restritos. A Fe-
biotita apresenta as bordas irregulares, sendo comum suas lamelas estarem transformadas em
biotita verde. Por vezes, alguns cristais de Fe-biotita apresentam golfos de corrosão
preenchidos por epidoto envolto por minerais radioativos (uraninita?). Inclusões de ilmenita
intersticiais às lamelas são também observadas.
A biotita verde (siderofilita?) é anédrica e seu pleocroísmo varia de amarelo pálido a
verde oliva. Seus cristais têm dimensões que variam de menores do que 0,1 até 0,3 mm. A
biotita verde normalmente se desenvolve entre as lamelas de Fe-biotita e planos de geminação
do ortoclásio, penetrando nestes minerais. Forma ramificações na forma de gotículas nesses
minerais, sugerindo formação posterior. Seu produto de alteração é a clorita.
A ilmenita é freqüente e ocorre sob a forma esqueletal incluída na Fe-biotita (Figura
2.28 D). O mineral foi observado associado à Fe-biotita quando essa é substituída por
biotita verde.
A matriz é formada por cristais de quartzo com forma amebóide, concentrações de
ripas de ortoclásio substituído por sericita, lamelas de Fe-biotita alteradas para biotita verde,
clorita e epidoto intersticiais a ortoclásio e Fe-biotita e, subordinadamente, titanita, fluorita,
leucoxênio, calcopirita e pirita.
A clorita é uma chamosita anédrica a subédrica, ocorre ora com estrutura em leque,
ora com hábito vermicular, ambas formam aglomerados ou enxames que adentram os cristais
de ortoclásio iron coated. O mineral, geralmente, se desenvolve como produto de alteração da
Fe-biotita e também em veios. Vale ressaltar que a clorita vermicular substitui a clorita em
leque.
O epidoto é um Fe-epidoto (PS
26,45 a 26,91
) subédrico e anédrico, seu tamanho varia de
0,1 a 0,4mm. Ele ocorre bordejando golfos de calcopirita na matriz, e também em veios, onde
se desenvolve com forma acicular.
A fluorita é subédrica e anédrica, geralmente com estrutura em atol na matriz e textura
em pente nos veios, ocorrendo também nos interstícios dos cristais de quartzo.
A titanita é anédrica (0,1mm) e forma aglomerados em pontos isolados da matriz.
O leucoxênio (?) é anédrico e raro. Ocorre sob a forma de diminutos grãos turvos com
pleocroísmo castanho claro disseminados na rocha.
A calcopirita e a pirita são anédricas. Elas selam veios associados à biotita verde
fluorita epidoto, e também ocorrem inclusas em calcita. Possivelmente se desenvolvem
como diferentes estágios de mineralizações, pois foram observadas inclusões de pirita em
cristais de calcopirita e vice-versa, atestando a formação de pelo menos duas gerações destes
minerais. O ouro apresenta tamanhos diminutos (<0,1 mm) e ocorre incluso em calcopirita.
A calcita é subédrica e euédrica (0,1 a 4 mm). O mineral é um dos constituintes de
veio junto com ortoclásio, fluorita, calcopirita pirita e mais raramente rutilo. Apresenta raras
inclusões de calcopirita e fluorita, preferencialmente, em seus planos de clivagem.
Os dados petrográficos sugerem que o quartzo diorito tenha sido submetido a
processos de alteração hidrotermal, tais como albitização gerada pela substituição de andesina
por albita, associada a uma alteração potássica, evidenciada pela transformação da andesina
em siderofilita. E por fim, silicificação incipiente e localizada, identificada na introdução e/ou
neoformação de quartzo a partir dos minerais pré-existentes na rocha.
Figura 2.28. Fotomicrografias de quartzo diorito (A-D). A: fenocristal de andesina (And) bordejado por albita
(alb) e quartzo (Qzo); B: ortoclásio com intercrescimento gráfico de quartzo; C: ortoclásio (Or) iron coated
substituído por clorita em leque (CL) e clorita vermicular (CV); D: ilmenita (Il) esqueletal em Fe-biotita
substituída por biotita verde (Bio V).
Albita-ortoclásio granito
O albita-ortoclásio granito é constituído por feldspato potássico, quartzo, albita,
sericita e protolitionita. Também, lepidolita, turmalina, clorita, fluorita, siderita, allanita,
topázio, minerais radioativos (uraninita?) e, raramente, calcopirita, pirita, ilmenita e magnetita
(Figura 2.30 A-D).
O quartzo foi observado com três formas distintas: Qz1, Qz2 e Qz3. O Qz1 é
fenocristal, o Qz2 ocorre em aglomerados e o Qz3 tem extinção ondulante e se restringe as
vênulas. O Qz1 tem extinção ondulante e é subédrico. Seus cristais têm dimensões de 3,5 mm,
são fraturados e apresentam as bordas irregulares. O Qz1 ocorre na forma de cristais isolados
0,3 mm
Or
CL
CV
And
Qzo + alb
0,3 mm
Sericita
A
0,3 mm
B
0,1 mm
Il
Fe-biotita
BioV
C
D
intersticiais ao ortoclásio, caracterizando o processo de silicificação da rocha. Agregados
cristalinos com migração do limite de grão são comuns.
O Qz2 se desenvolve na forma de aglomerados de 0,1 a 0,5 mm de extensão. Nos
aglomerados os cristais de Qz2 apresentam migração do limite de grão. Os aglomerados de
Qz2 formam trilhas entre os cristais de ortoclásio e Qz1, associados (não geneticamente) ao
epidoto, a protolitionita e clorita, além de cortarem os cristais de Qz1.
O plagioclásio é representado por albita (An
1,5
). Esta albita tem um aspecto límpido e
ocorre como ripas inclusas em fenocristais de Qz1 e inclusas também em epidoto atestando
sua formação anterior ao quartzo e ao epidoto. Nesta rocha a albita é euédrica com geminação
bem desenvolvida.
Um segundo tipo de albita se desenvolve intersticial, em menor quantidade, na matriz,
com o quartzo e, intercrescida com o ortoclásio. Esta albita tem as bordas arredondadas e
substituição por sericita, além de inclusões de ortoclásio prismático, fluorita e quartzo,
sugerindo sua formação posterior a estes três últimos minerais.
O feldspato potássico está representado por duas gerações diferentes: FK1 e FK2. O
FK1 é o feldspato mais antigo e o FK2 é a segunda geração de feldspatos. O FK1 é subédrico
e ocorre sob a forma de prismas curtos (1,0 mm). O FK1, em geral tem geminação Carlsbad e
se apresenta bastante fraturado. A substituição preferencial se por albita e,
subordinadamente, por protolitionita e fluorita. A albitização deste feldspato é comum, em
geral, o FK1 é pertítico. A sericita e a protolitionita, adentram no FK1 aproveitando seus
planos de macla e fraturas e, também, corroem suas bordas. Mais localizadamente se observa
a presença de ortoclásio (FK2) interpenetrado ao FK1, sugerindo a corrosão desse.
Microfraturas preenchidas por turmalina, fluorita, calcopirita e pirita foram observadas
cortando os cristais.
O FK2 é um ortoclásio (Or
89,9 a 97,5
Ab
2,5 a 10,1
An
0
) anédrico (0,5 a 2 mm), que tem
bordas irregulares com feições texturais de cristais interpenetrados com Qz1 e FK1. Seu
principal produto de alteração é a protolitionita, mas, também, clorita. Em geral, seus
cristais se mostram intensamente mascarados por trilhas de fluorita incolor e lilás e
protolitionita que comumente se concentram no núcleo do FK2. Por vezes, se desenvolve
rutilo junto com protolitionita nestas trilhas. O intercrescimento micropertítico é restrito.
Raros são os cristais de ortoclásio que apresentam geminação albita-periclina.
A sericita é subédrica e anédrica. Seus cristais variam de 0,1 a 0,3 mm. Geralmente,
intersticial ao ortoclásio, ocorre como produto de alteração do FK1. A sericita é substituída
por protolitionita e posteriormente por lepidolita, que corrói suas bordas e penetra em suas
lamelas, bem como Qz3.
A allanita é um acessório raro, apresenta-se com tamanhos menores que 0,1 mm, é
normalmente subédrica e, raramente, anédrica, além de ser zonada. Geralmente, ocorre
inclusa em cristais de ortoclásio e quartzo.
O epidoto, geralmente prismático, é subédrico e é pleocróico de incolor a verde pálido.
Seus cristais têm comprimento médio de 0,5 mm e bordas irregulares. O mineral se forma nas
interfaces do quartzo e do FK1. Fraturas preenchidas por epidoto cortam os cristais de quartzo
e de FK1. Raramente foi observado incluso em albita. Na forma acicular, o epidoto, também
preenche golfos com a lepidolita.
A protolitionita (0,1 a 0,8 mm) é pleocróica em tons de castanho claro a verde e
incolor a verde pálida. O mineral se desenvolve as expensas do ortoclásio e intersticial a esse,
sendo comumente substituída por clorita. Fraturas preenchidas por protolitionita cortam os
cristais de ortoclásio. A protolitionita substitui o epidoto e a sericita, essa substituição é
controlada pelos planos de clivagem do epidoto e as lamelas da sericita. A protolitionita tem
as bordas irregulares e golfões de corrosão preenchidos por fluorita, além de inclusões de
minerais radioativos (uraninita?) que provocam o aparecimento de halos pleocróicos. Este
mineral foi observado corroendo as bordas do FK1 e ortoclásio, sendo, ocasionalmente,
substituído por lepidolita, turmalina e clorita.
A titanita é um acessório raro, em geral, forma aglomerados associados à albita, à
alteração da protolitionita para clorita e coexistindo com o epidoto.
A turmalina é uma foitita-F-foitita, geralmente em raríssima quantidade, é euédrica e
se desenvolve as expensas da protolitionita, formando uma coroa de substituição.
Os minerais radioativos estão inclusos em: fluorita, pirita, calcopirita, protolitionita,
titanita e allanita. Ocorrem, também, de forma dendrítica na matriz.
O topázio é subédrico e seus cristais têm de 0,5 a 1,5 mm de comprimento, sendo
intersticiais ao quartzo. É pouco fraturado, com bordas arredondadas e raras inclusões de
protolitionita e minerais radioativos (uraninita e allanita?). Cristais euédricos foram
observados inclusos em Qz1.
A pirita possui hábito euédrico a anédrico e seus cristais têm em média 0,2 mm de
comprimento. Em raríssima quantidade e disseminada, ocupa as bordas do ortoclásio e
preenche golfos circundados por fluorita. A calcopirita é subédrica e anédrica, com dimensões
entre 0,2 a 0,6 mm e com bordas irregulares.
CAPÍTULO III
LITOGEOQUÍMICA
Para o estudo litogeoquímico, mais uma ferramenta na definição e caracterização das
rochas do Alvo, foram selecionadas amostras dos riolitos, do quartzo diorito, do albita-
ortoclásio granito, do topázio-albita-ortoclásio granito e do episienito.
As cnicas analíticas usadas neste estudo foram descritas no capítulo I e os resultados
das análises químicas de rocha encontram-se nos Anexos (Tabelas 3 a 5).
1. RIOLITO
A seleção destas amostras foi baseada no grau de alteração: incipiente ou intensa. A
partir disto, as amostras foram separadas em dois grupos: riolito A (alteração incipiente) e
riolito B (alteração intensa), como mencionado no capítulo de petrografia.
O riolito A é aquele que é formado por fenocristais de oligoclásio e quartzo, imersos
em uma matriz de fragmentos finos de oligoclásio alterados para Fe-biotita com posterior
siderofilitização, albita substituída por sericita e quartzo. Também foram observados epidoto,
allanita, turmalina, clorita, pirita, calcopirita, molibdenita, pirrotita, magnetita e siderita.
Esta rocha possui valores de SiO
2
entre 72 e 75%, 0,2% de TiO
2
, Al
2
O
3
entre 12,17 e
13%, MgO entre 1,62 e 1,89%, K
2
O entre 1,77 e 4,15%, Na
2
O entre 1,75 e 5,55% e CaO entre
0,07 e 0,3%. A razão Fe/(Fe + Mg) varia de 0,60 a 0,67. O conteúdo de Elementos Terras
Raras (ETR) é 110,15 a 153,03 vezes o condrito, apresentando fracionamento em Elementos
Terras Raras Leves (ETRL) (La/Sm
n
= 6,1 6,6), anomalia negativa de Eu (Eu/Eu* = 0,33
0,49) e padrão achatado de Elementos Terras Raras Pesadas (ETRP) (Gd/Yb
n
= 1,3 1,4)
(Figura 3.1).
O riolito B é composto pela mesma assembléia mineral que o riolito A, mas apresenta
uma maior quantidade de siderofilita, Fe-biotita e allanita com posterior cloritização desses
minerais, além de diminuição da quantidade de quartzo e dos fenocristais e arredondamento
dos cristais de agregados cristalinos de quartzo.
O riolito B apresenta valores de SiO
2
entre 56 e 70%, 0,05% de TiO
2
, Al
2
O
3
entre 9,79
e 11,9%, MgO entre 1,76 e 4,10%, K
2
O entre 2,31 e 5,07%, Na
2
O entre 1,21 e 3,23% e CaO
entre 1,34 e 4,13%. A razão Fe/(Fe + Mg) varia de 0,74 a 0,78. Possui conteúdo de ETR entre
190,91 e 826,38 vezes o condrito, fracionamento moderado das ETRL (La/Sm
n
= 7,6 8,4),
anomalia negativa de Eu (Eu/Eu* = 0,26 – 0,28) e padrão achatado de ETRP (Gd/Yb
n
= 0,8
1,9) (Figura 3.1).
Comparando com o riolito da Serra Norte (Gibbs et al., 1986), os riolitos do Alvo
Estrela são enriquecidos em Rb, Cs e empobrecidos em Ba. O riolito B ainda é enriquecido
em Th, U e Ta, e chama atenção o elevado teor de Cu nessa rocha (até 2200 ppm). Isto sugere
que o Th, U, Cu e Ta possam ser provenientes de metassomatismo granítico, conforme foi
verificado nos andesitos da mesma área por Fleck (2005).
Os riolitos A e B do Alvo apresentam semelhanças nos padrões de ETR com o riolito
da Serra Norte (Figura 3.1), sendo mais enriquecidos em ETR do que este último. Este fato
tanto pode ser devido à proveniência de magma mais evoluído, quanto ao reflexo da alteração
hidrotermal. Duas amostras de riolito B são mais ricas em ETRL e ETRP do que os outros
riolitos, sugerindo tratar-se de uma fácies mais diferenciada, ou provavelmente de uma fácies
mais hidrotermalizada.
Estes dados, somados a associação andesito-riolito também observada na Serra Norte
(Gibbs et al., 1986, Teixeira & Eggler, 1994), sugerem que eles sejam correlacionáveis aos
riolitos do Grupo Grão Pará. Além disto, os andesitos do Alvo Estrela são cronocorrelatos aos
andesitos Grão Pará (Lindenmayer et al., 2005).
Na literatura, poucos autores discutem classificação química de ambientes tectônicos
para rochas vulcânicas félsicas, sendo as rochas vulcânicas máficas mais discutidas (Pearce &
Cann, 1973, Winchester & Floyd, 1975, Wood, Joron & Treul, 1979).
Gorton & Schandl (2000) com base em razões de elementos traços de rochas
vulcânicas intermediárias e ácidas de vinte e seis diferentes localidades do mundo,
propuseram a utilização da relação entre as razões de Th/Yb e Ta/Yb para a definição de
ambiente tectônico para estas rochas.
Apesar da alteração, utilizou-se tentativamente essas razões para verificar se havia
algum comportamento coerente dessas razões em relação a um possível ambiente tectônico.
Assim, no diagrama Th/Yb versus Ta/Yb (Figura 3.2) a maioria das amostras dos
riolitos A e B do Alvo Estrela e do riolito da Serra Norte ocupam o campo de margem
continental ativa.
1
10
100
1000
3000
La
Ce
Pr
Nd Sm
Eu
Gd
Tb
Dy
Ho
Er
Tm
Yb
Lu
Amostra/condrito
Figura 3.1. Diagrama de elementos terras raras normalizados ao condrito, de Sun & MacDonough (1989),
mostrando os padrões de ETR dos riolitos do Alvo Estrela e riolito da Serra Norte. Quadrados sólidos: riolito A,
triângulo vazado: riolito B e triângulo sólido: riolito da Serra Norte.
.01 0,1 1 10 100
.01
0,1
1
10
100
Ta/Yb
Th/Yb
Figura 3.2. Diagrama Th/Yb versus Ta/Yb, de Gorton & Schandl (2000), mostrando o posicionamento das
amostras do riolito A e riolito B do Alvo Estrela e o riolito da Serra Norte. Quadrados sólidos: riolito A,
triângulo vazado: riolito B e triângulos sólidos: riolito Serra Norte. ACM: Margem Continental Ativa e WPVZ:
Zona vulcânica intraplaca.
ACM
WPVZ
Apesar dos riolitos do Alvo Estrela exibirem os efeitos das alterações hidrotermais, as
amostras menos hidrotermalizadas possivelmente apresentam características que podem ser
correlacionadas à fonte. O enriquecimento da razão Th/Yb sugeriria um aumento da
contribuição de um componente de arco para as lavas. Também o enriquecimento progressivo
em ambas as razões Th/Yb e Ta/Yb refletiria uma contribuição de crosta continental mais
antiga a partir de magmas gerados em um ambiente de margem continental ativa (Gorton &
Schandl 2000). Embora os valores de Ta e Th dos riolitos do Alvo Estrela possam ser
provenientes de metassomatismo granítico, essas sugestões são também compatíveis com os
valores de εNd (T)= 3,2 encontrados nos gabros e andesitos associados a esses riolitos na
área (Lindenmayer et al., 2005), que indicam contaminação de crosta continental mais antiga.
2. GRANITÓIDES PALEOPROTEROZÓICOS
Os granitóides paleoproterozóicos identificados no Alvo Estrela foram quartzo diorito,
albita-ortoclásio granito, episienito e topázio-albita-ortoclásio granito.
Quartzo diorito
O quartzo diorito é portador de fenocristais de andesina e ortoclásio substituídos por
sericita e albita, e com quartzo intersticial. A Fe-biotita está alterada para biotita verde
cloritizada e associada a ilmenita. A fluorita, titanita e leucoxênio estão dispersos na matriz. O
zircão ocorre incluso em albita e quartzo, e o epidoto se desenvolveu a partir da alteração da
andesina. A calcita com calcopirita e pirita inclusas está restrita a veios.
O quartzo diorito tem conteúdo de sílica entre 61,34 e 63,54 %, TiO
2
entre 0,97 e 1,07
%, Al
2
O
3
entre 13,37 e 13,87 %, MgO entre 1,08 e 1,2 % e CaO entre 2,52 e 3,06 %.
Como as rochas estudadas do Alvo Estrela, ele foi submetido a processos de alteração
hidrotermal, tais como albitização, potassificação e greisenização, com maior ou menor
intensidade. Isto impede que a composição química original possa ser determinada.
Dentre os elementos traços, o quartzo diorito apresenta Au entre 5 a 50 ppb, Cu até
1590 ppm e Li até 208 ppm.
O quartzo diorito mostra conteúdo de ETR entre 199 a 263 vezes o condrito, apresenta
forte fracionamento dos ETRL (La/Sm
n
= 6,0 6,4), anomalia negativa de Eu (Eu/Eu* = 0,58
a 0,69) e fracionamento menos pronunciado dos ETRP (Gd/Yb
n
= 1,7 a 2,1) (Figura 3.3).
10
100
1000
La
Ce
Pr
Nd
Sm
Eu
Gd
Tb
Dy
Ho
Er
Tm
Yb
Lu
Amostra/Condrito
Figura 3.3. Diagrama de elementos terras raras, mostrando os padrões de ETR do quartzo diorito, normalizado
pelo condrito de Sun & MacDonough (1989).
Granitos
O albita-ortoclásio granito (AOG) é composto por feldspato potássico, quartzo, albita,
sericita e protolitionita, sendo os minerais acessórios lepidolita, turmalina, clorita, fluorita,
siderita, allanita, topázio, zircão, minerais radioativos (uraninita?) e, raramente, calcopirita,
pirita, ilmenita e magnetita.
O episienito é formado por feldspato potássico róseo, fluorita e clorita, além de
ilmenita, magnetita, calcopirita e pirita, e caracteriza um dos processos de alteração
hidrotermal a que o granito do Alvo Estrela foi submetido: a episienitização.
O topázio-albita-ortoclásio granito (TAOG), que representa a fácies greisenizada,
apresenta a mesma assembléia mineral do albita-ortoclásio granito diferindo na maior
quantidade de topázio, de feldspato potássico sericitizado, aumento da matriz e variedades
micáceas tipo zinnwaldita e lepidolita.
Com base nos resultados das análises químicas, o albita-ortoclásio granito apresenta
70,97 a 71,55 % de SiO
2
, enquanto que o episienito tem 54,77 a 55,22 %, o que era de se
esperar para uma rocha episienitizada, ou seja, baixos conteúdos de SiO
2
(Lacroix, 1920,
Costi et al., 2002, Möller, Snäll & Stephens, 2003). O topázio-albita-ortoclásio granito tem
maior quantidade de SiO
2
(72,27 a 72,84 %) do que o albita-ortoclásio granito, o que
possivelmente está correlacionado à silicificação conforme mostraram os dados petrográficos.
O topázio-albita-ortoclásio granito apresenta maior quantidade de Al
2
O
3
e Na
2
O e um
conteúdo menor de FeO, MgO e K
2
O, o que parece ser o reflexo da albitização do ortoclásio e
dos processos de greisenização evidenciados pela presença de topázio e substituição da
protolitionita por zinnwaldita e lepidolita.
O albita-ortoclásio granito é sódico porque possui razão K
2
O/Na
2
O de 0,85, que se
assemelha ao granito Jamon, cuja razão varia de 0,8 a 1,15 (Dall'agnol, Scaillet & Pichavant,
1999), este último com tendência potássica, mas diverge daquela dos granitos Serra dos
Carajás (1,31 a 2,88), Cigano (1,33 a 2,18), Pojuca (1,15 a 2,6), Velho Guilherme (1,20),
Jovem do Salobo (1,22 a 1,41) e Gameleira (3,83 a 4,07), que são granitos potássicos.
O albita-ortoclásio granito ainda é peraluminoso com razão Al
2
O
3
/(CaO + Na
2
O +
K
2
O) de 2,45 (Figura 3.4) e cálcio-alcalino a alcalino, de acordo com a classificação de
Wright (1969) (Figura 3.5), assim como os demais granitos da região de Carajás citados
anteriormente.
Na Figura 3.6 se observa que o topázio-albita-ortoclásio granito é cálcio-alcalino a
alcalino tal como o albita-ortoclásio granito, sugerindo que os processos de greisenização e
silicificação mobilizaram pequena porcentagem molar de SiO
2
, Al
2
O
3
, CaO, Na
2
O e K
2
O.
O episienito ocupa uma posição distinta, isto se deve a grande quantidade de feldspato
potássico e aos processos de alteração hidrotermal, que dissolveram o quartzo reduzindo o
conteúdo de sílica e propiciaram a formação de fluorita nos vugs do quartzo dissolvido.
0,5
1,0
1,5
2,0
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
2,8
3,0
Peralcalino
Metaluminoso Peraluminoso
Al
2
O
3
/CaO + Na
2
O + K
2
O
Al
2
O
3
/Na
2
O + K
2
O
1 1012
40
50
60
70
80
Al
2
O
3
+CaO+Na
2
O+K
2
O
Al
2
O
3
+CaO-Na
2
O-K
2
O
SiO
2
Cálcio-alcalino
alcalino
Peralcalino
AOG
TAOG
Episienito
Figura 3.4.
Diagrama Al
2
O
3
/CaO+Na
2
O+K
2
O
(molar) versus Al
2
O
3
/Na
2
O+K
2
O (molar), de
Maniar & Piccoli (1989), mostrando a composição
do albita-ortoclásio granito do Alvo Estrela.
Fi
gura 3.5.
Diagrama Al
2
O
3
+ CaO + Na
2
O + K
2
O /
Al
2
O
3
+CaO-Na
2
O-K
2
O (molar) versus SiO
2
(%), de
Wright (1969), mostrando a composição do albita-
ortoclásio granito, episienito e topázio-albita-ortoclásio
granito.
O albita-ortoclásio granito ainda mostra razão Ga/Al
2
O
3
de 4,49, compatível com os
granitos do tipo A, nos quais a razão Ga/Al
2
O
3
varia de 0,9 a 8 (Loiselle & Wones, 1979,
Collins et al., 1982, Whalen, Currie & Chappell, 1987, Horbe, 1998, Lindenmayer et al., 2001
e Dall’Agnol et al., 2005).
Os granitos também mostram razão Fe
2
O
3
/FeO entre 0,01 a 0,11 (albita-ortoclásio
granito) e 0,08 a 0,13 (topázio-albita-ortoclásio granito). Ishihara (1981) definiu dois tipos de
granitos denominados de série a magnetita e série a ilmenita, e propôs a utilização da razão
Fe
2
O
3
/FeO como um parâmetro indicador da afinidade geoquímica entre granitos, pelo fato de
refletir as condições de fugacidade de oxigênio dominantes durante a formação dessas rochas.
Deste modo, o albita-ortoclásio granito e o topázio-albita-ortoclásio granito
equilibraram sob condições de fugacidade de oxigênio semelhantes.
A Figura 3.6 mostra a composição dos granitos do Alvo Estrela de acordo com os
parâmetros Q1 = SiO
2
/3-(K
2
O + Na
2
O) e F1 = (K
2
O + Na
2
O), de Cathelineau (1986). O
quartzo lixiviado é demonstrado pelo decréscimo do parâmetro Q1 = SiO
2
/3-(K
2
O + Na
2
O),
observado pela localização das amostras do episienito, onde as elevadas quantidades de
potássio e as reduzidas de silício e sódio que esta rocha apresenta fazem com que o valor de
Q1 seja até 3 vezes inferior a do albita-ortoclásio granito.
Segundo o mesmo autor o parâmetro F1 caracteriza o tipo de metassomatismo (Na ou
K) associado com a formação destas rochas, no caso dos granitos do Alvo Estrela ele indica a
separação dos processos de greisenização e episienitização.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
-5 0 5 10 15 20
F1=(K
2
O + Na
2
O)
Q1=SiO
2
/3-(K
2
O+Na
2
O)
AOG
TAOG
Episienito
episienitização
g
r
e
i
s
e
n
i
z
a
ç
ã
o
Figura 3.6. Diagrama Q1=SiO
2
/3-(K
2
O + Na
2
O) versus F1= (K
2
O + Na
2
O), de Cathelineau (1986), mostrando o
comportamento do albita-ortoclásio granito, episienito e topázio-albita-ortoclásio granito.
Os efeitos da alteração podem ser observados no diagrama da Figura 3.7, onde os
resultados das análises do episienito e topázio-albita-ortoclásio granito, normalizados pelo
albita-ortoclásio granito, foram representadas. Este fator de normalização foi escolhido
assumindo que os dois primeiros são provenientes da alteração do último.
Neste diagrama, observa-se que o episienito é enriquecido em Ba, Sr e Cu. De acordo
com Wedepohl (1978) o Ba é admitido mais facilmente no feldspato potássico e nas micas,
sendo assim, o seu comportamento no episienito, provavelmente es condicionado ao
aumento do conteúdo de potássio, pois a rocha é formada por 62,62 % de feldspato potássico.
O enriquecimento em Sr, que acompanha o cálcio, se deve a presença maciça de fluorita. Os
pontos restantes da curva do episienito e do topázio-albita-ortoclásio granito mostram
pequena oscilação dos valores (< 4) em relação ao albita-ortoclásio granito.
0,1
1
10
20
BaRbThUNbTaZrGaHfSrCuCsSnAu
Amostra/albita-ortoclásio granito
Figura 3.7. Diagrama multielementar, mostrando o episienito e o topázio-albita-ortoclásio granito, normalizados
pelo albita-ortoclásio granito.
O estudo de ETR dos granitos do Alvo mostrou que o albita-ortoclásio granito tem
valores de ETR entre 16 e 126 vezes o condrito, com padrão de ETRL e ETRP ligeiramente
côncavos (La/Sm
n
= 1,58 a 3,35 e Gd/Yb
n
= 0,22 a 0,34) e anomalia negativa pronunciada de
Eu (Eu/Eu* = 0,04 a 0,29) (Figura 3.8).
TAOG
Episienito
O episienito tem conteúdo de ETR 70 a 77 vezes o condrito, com padrão de ETRL e
ETRP também ligeiramente côncavos (La/Sm
n
= 2,6 3,0 e Gd/Yb
n
= 0,3 a 0,4) e pequena
anomalia negativa de Eu (Eu/Eu* = 0,86 a 0,90) (Figura 3.8).
O topázio-albita-ortoclásio granito tem ETR entre 18 e 39 vezes o condrito, com
padrão de ETR também ligeiramente côncavo (La/Sm
n
= 2,7 a 5,3 e ETRP de Gd/Yb
n
= 0,22
a 0,29) e anomalia negativa pronunciada de Eu (Eu/Eu* = 0,11 a 0,19) (Figura 3.8).
.1
1
10
100
1000
La
Ce
Pr
Nd Sm
Eu
Gd
Tb
Dy
Ho
Er
Tm
Yb
Lu
Amostra/Condrito
Figura 3.8. Diagrama de elementos terras raras, mostrando os padrões de ETRL e ETRP do albita-ortoclásio
granito, episienito e topázio-albita-ortoclásio granito, normalizados ao condrito de Sun & MacDonough (1989).
O albita-ortoclásio granito e o topázio-albita-ortoclásio granito apresentam
semelhanças em seus padrões de ETR, sugerindo que a fácies greisenizada derive de evolução
metassomática do albita-ortoclásio granito. O topázio-albita-ortoclásio granito é
provavelmente uma rocha do tipo endogreisen, uma vez que foi observada na forma de veios,
é o produto de alteração hidrotermal sobre o albita-ortoclásio granito e apresenta grande
quantidade de minerais compatíveis com rochas greisenizadas tais como, sericita, zinnwaldita,
lepidolita e topázio, características estas também descritas por Martins, Andrade e Silva &
Oliveira (2004) para os endogreisens da região de Cananéia, estado de São Paulo.
O episienito também mostra semelhanças nos padrões de ETRL e ETRP comparado
com o albita-ortoclásio granito, coincidindo com as fácies mais hidrotermalizadas do último.
AOG
TAOG
Episienito
Sua anomalia negativa de Eu é quase ausente. Como o Eu acompanha o Ca, é possível que
isto se deva ao aporte de Eu, junto com Ca, na formação da fluorita hidrotermal.
Anomalia negativa de Eu normalmente é interpretada como fruto de intenso
fracionamento de plagioclásio, seja ele retido no resíduo de fusão de uma rocha fonte crustal,
seja como fase que sofreu diferenciação magmática, processo pelo qual os primeiros
plagioclásios cristalizados e precipitados retiram o Eu do melt, resultando daí um líquido
residual empobrecido em Eu (Cullers & Graf, 1984). Alternativamente, a anomalia negativa
de Eu presente no albita-ortoclásio granito e no topázio-albita-ortoclásio granito poderia ser o
reflexo da destruição do plagioclásio original por processos de alteração hidrotermal, visto
que ele se encontra sericitizado e substituído por micas litiníferas, características da
greisenização.
À exceção do episienito todos os outros granitos apresentam padrão de ETR do tipo
gaivota e razão Lu/Yb
n
entre 1,01 e 1,08. O conteúdo total dos ETR nos granitos do Alvo
diminui no sentido do albita-ortoclásio granito (323,08 ppm) para o topázio-albita-ortoclásio
granito (74,18 ppm), sugerindo que os processos de greisenização diminuíram o conteúdo de
ETR.
Essas sugestões são compatíveis com os valores da razão Lu/Yb
n
(0,86 a 1,06)
encontrados nos granitóides estaníferos Neoproterozóicos de Goiás, a exemplo do Serra
Branca cuja greisenização também diminuiu o conteúdo total dos ETR - de 1038,54 (ppm)
nos granitos a biotita para 125,35 (ppm) nos greisens e Pedra Branca de 198,05 (ppm) nos
biotita granitos para 68,88 (ppm) nos greisens (Marini, Botelho & Rossi, 1992), e no granito
Pojuca, onde o somatório de ETR diminuiu da fácies monzosienogranito (515 ppm) para a
fácies greisenizada (65 ppm) (Horbe, 1997). Vale lembrar que estes granitos também
apresentam padrão de ETR tipo gaivota.
Discussão
Loiselle & Wones (1979) e Collins et al., (1982) a partir de estudos realizados em uma
suíte granítica fanerozóica da Austrália, definiram os granitos do tipo A como intrusões
alcalinas, anorogênicas e anidras, contendo elevados conteúdos de SiO
2
, Na
2
O + K
2
O, FeO +
Fe
2
O
3
, Ga/Al, Nb, Ga, Y, Ce e ETR e baixo MgO, CaO e Sr. Também consideraram que
granitos do tipo A são um sub-tipo de granitos do tipo I, descritos por Chappell & White
(1974).
Clemens, Holloway & White (1986), a partir de compilações de propostas até então
apresentadas para explicar a origem de magmas do tipo A, propuseram que granitos do tipo A
fossem provenientes de magmas do tipo I. Os granitos do tipo A teriam se formado a partir de
fracionamento de um magma do tipo I, que produziria um líquido residual do tipo A, ou ainda
pela fusão parcial produzida em altas temperaturas de uma fonte empobrecida do tipo I na
crosta continental inferior, que geraria magmas do tipo A.
Whalen, Curie & Chappell (1987), baseados na análise de granitos fanerozóicos da
Austrália definiram que granitos do tipo A são rochas metaluminosas e mais ricas em Na
2
O +
K
2
O, Fe/Mg, Ga/Al, Nb, Y, Ce, Zr e F e com conteúdos mais reduzidos de Al, Mg e Ca do
que os granitos do tipo I e S definidos por Chappell & White (1974). Estas rochas seriam o
produto de fusão de crosta profunda de fontes granulíticas, previamente empobrecidas por
uma fusão félsica hidratada.
Turner, Foden & Morrinson (1992) estudaram os granitos do tipo A e as rochas
vulcânicas do Padthaway Ridge no Sul da Austrália e defendem que esses granitos são os
produtos de cristalização fracionada (90 %) de magmas basálticos. Estes granitos teriam se
formado em ambientes não compressivos, que podem marcar episódios de crescimento
crustal, durante considerável adição de material mantélico na crosta.
Poitrasson, Dutron & Pin (1995) baseados na relação entre petrologia e isótopos de Nb
de granitos da Província de Córsega (França) sugeriram que granitos do tipo A Proterozóicos
podem ser metaluminosos, peraluminosos e peralcalinos, dependendo de suas fontes.
Auwera et al., (2003) estudaram granitos do tipo A do Sul da Noruega e propuseram
que estes granitos são lcio-alcalinos, metaluminosos e peraluminosos, com altas razões
FeO/MgO (2,82) e K
2
O/Na
2
O (1,60) e Na
2
O + K
2
O 8 %. Também apresentam baixo
conteúdo de CaO (0,95 a 1,56 %) e Al
2
O
3
(11,99 a 14,14 %) e altos conteúdos de Zr + Nb +
Ce + Y (> 350 ppm) e F (1126 a 6532 ppm). Estes autores ainda sugerem que estes granitos
sejam o resultado de cristalização fracionada de magmas parentais máficos com composições
semelhantes de elementos maiores e traços, caracterizados por conteúdos relativamente altos
de água e de fugacidade de oxigênio (Fe
2
O
3
/FeO = 1,15 a 3,08).
Autores como Lindenmayer, (1990), Lindenmayer, Fyfe & Bocalon, (1994), Horbe,
(1998), Dall’Agnol, Scaillet, Pichavant, (1999), Lindenmayer et al., (2001) e Dall’Agnol et
al., (2005), sugerem que os granitos paleoproterozóicos da região de Carajás, tais como
Jovem do Salobo, Pojuca, Jamon, Gameleira, Serra dos Carajás, Cigano, Antônio Vicente e
Velho Guilherme apresentam características geoquímicas de granitos do tipo A. Estes granitos
são caracterizados por serem metaluminosos a peraluminosos, subalcalinos, cálcio-alcalinos a
alcalinos, apresentando razões K
2
O/Na
2
O entre 1,13 e 4,07 e Ga/Al
2
O
3
entre 0,9 e 3,47 e
Na
2
O + K
2
O entre 6,89 e 10,4. Também têm conteúdos de Nb que variam de 15 a 98,8, Ga >
20 ppm, Ce de 9,9 a 449 ppm e ETR de 132,83 a 1499,42 ppm, e baixos MgO (0,02 a 1,10
%), CaO (0,58 a 1,50 %) e Sr (9 a 223 ppm).
O albita-ortoclásio granito se caracteriza por apresentar uma assinatura química cálcio-
alcalina a alcalina, metaluminosa. O enriquecimento em Ga (67,2 ppm), Nb (67,36 ppm) e Ce
(67,5 ppm), assim como altas razões Ga/Al
2
O
3
(4,49) e Fe/Mg (233,25), sugerem que o albita-
ortoclásio granito possua algumas características geoquímicas de granitos do tipo A.
Os valores de Na
2
O + K
2
O, CaO e da razão K
2
O/Na
2
O do albita-ortoclásio granito são
também compatíveis aos dos granitos do tipo A do Sul da Noruega, que foram gerados por
cristalização fracionada de rochas máficas. Todavia a fonte do albita-ortoclásio granito ainda
é muito incerta. Trabalhos futuros talvez possam auxiliar no entendimento de sua origem.
Lacroix (1920) foi o primeiro a definir episienitos como rochas empobrecidas em
quartzo por fluidos hidrotermais, nas quais, a forma dos grãos e a textura do protolito são
preservadas, mas o quartzo é dissolvido, e o aparecimento de espaços vazios (vugs) torna-se
comum.
Episienitos de várias localidades do mundo (França, Espanha, Alemanha, Suécia e
Brasil) e de diferentes idades (Hercinianos, Paleoproterozóicos, Mesoproterozóicos e
Neoproterozóicos) têm sido reportados (Cheilletz & Giuliani, 1982, Leroy, 1984, Charoy &
Pollard, 1989, Turpin et al., 1990, Hetch et al., 1999, Scaillet et al., 1996, Petersson &
Eliasson, 1997, Recio et al., 1997 e Costi et al., 2002).
Os episienitos normalmente formam corpos pequenos (<100 m), que geralmente
ocorrem junto ao protolito granítico, relacionados com falhas ou zonas fraturadas (Recio et
al., 1997, Möller, Snäll & Stephens, 2003) como é o caso do episienito do Alvo Estrela
Costi et al., (2002) descrevem episienitos sódicos e potássicos associados ao pluton
granítico proterozóico do tipo A de Água Branca, na região de Pitinga, norte do Amazonas,
próximo à divisa com Roraima. Lá os episienitos sódicos são localmente alterados para
episienitos potássicos. Episienitos sódicos têm baixo conteúdo de SiO
2
(59,2 a 66,5 %) e CaO
(0,32 a 0,93 %), alto de Na
2
O (7,9 a 9 %) e Sn (144 a 17000 ppm), enquanto que os
episienitos potássicos são distinguidos dos primeiros pelo alto conteúdo de K
2
O (9 a 9,7 %) e
Rb (1508 a 1739).
Os episienitos do Alvo Estrela possivelmente são episienitos senso strito conforme
Lacroix (1920), devido à presença de vugs e reforçado pelo baixo conteúdo de SiO
2
(54,77 a
55,22 %). Eles podem ser considerados episienitos potássicos, de acordo com Costi et al.,
(2002), dada a elevada quantidade de potássio (12,85 a 12,88 %) que apresentam.
Os valores de Q1 (5,31 a 5,47) dos episienitos, até três vezes menores que do albita-
ortoclásio granito, sugerem que o quartzo foi dissolvido por processos hidrotermais, conforme
descrito por Hecht et al., (1999) para os granitos Königshain, Alemanha.
CAPÍTULO IV
CONCLUSÕES
As rochas vulcânicas e plutônicas félsicas e intermediárias do Alvo Estrela são riolitos
que formam faixas em contato com andesitos, quartzo diorito de 1.880 ± 5,1 Ma (U-Pb,
zircão, Pimentel et al., comunicação escrita) e granitos que apresentam composição de álcali-
feldspato granitos (1.875 ± 1,5 Ma, U-Pb, monazita, Pimentel et al., comunicação escrita),
cujas fácies são albita-ortoclásio granito, episienito e topázio-albita-ortoclásio granito.
Os riolitos são rochas alteradas e deformadas que podem ser divididos em três grupos,
denominados: A, B e C. O grau de alteração incipiente e intenso dessas rochas é controlado
pela proximidade com o albita-ortoclásio granito e/ou com falhas e fraturas. O riolito B é o
mais hidrotermalizado dos riolitos, ele exibe feições de siderofilização que caracterizam
potassificação. O riolito A tem uma menor quantidade de siderofilita e apresenta alteração
incipiente. O riolito C marca o contato destas rochas com os andesitos no Alvo, estando
preferencialmente milonitizado.
Os riolitos foram submetidos à albitização com transformação do oligoclásio em
albita, seguida de potassificação evidenciada pela substituição do oligoclásio, Fe-biotita e
albita por siderofilita com posterior cloritização da siderofilita. Greisenização incipiente
superpõe-se às alterações anteriores, sendo representada pela formação de sericita, clorita,
protolitionita, zinnwaldita e topázio, seguida por carbonatação também incipiente e
localizada.
Os granitóides cortam o pacote andesítico e, como os riolitos, também foram afetados
por processos de alteração hidrotermal, tais como albitização, potassificação, episienitização,
greisenização, silicificação e carbonatação, em graus variados.
No quartzo diorito a albitização foi gerada pela substituição de andesina por albita,
associada à alteração potássica, evidenciada pela transformação do plagioclásio e Fe-biotita
em siderofilita, e silicificação, que é observada pela formação de quartzo intersticial.
No albita-ortoclásio granito verifica-se que a albitização transformou o feldspato
potássico em albita. A greisenização tardia tem a forma de veios de topázio-albita-ortoclásio
granito compostos por quartzo, sericita, protolitionita, zinnwaldita, lepidolita, clorita,
turmalina e topázio, e se sobrepõe à albitização. A silicificação incipiente e localizada é
identificada na introdução e/ou neoformação de quartzo.
O episienito é granular, poroso e formado basicamente por feldspato potássico róseo,
fluorita e clorita, sendo que estes dois últimos preenchem espaços vazios, provavelmente de
quartzo dissolvido.
O topázio-albita-ortoclásio granito apresenta assembléia mineral semelhante à fácies
albita-ortoclásio granito e difere deste pela maior quantidade de topázio, feldspato pertítico
sericitizado, matriz e fases micáceas tipo zinnwaldita e lepidolita. Caracteriza a fácies
greisenizada do álcali-feldspato granito.
A siderofilita foi a fase dominante na alteração potássica, sendo que quanto maior é a
quantidade de siderofilita mais alterada é a rocha. A protolitionita e zinnwaldita, que
substituem a siderofilita, foram as fases mais importantes na greisenização incipiente.
Os dados petrográficos sugerem que nos riolitos a alteração potássica foi seguida de
greisenização. Os dados de química mineral indicam que esta última foi a responsável pela
diminuição de Fe, Mg, Ti e Cl e, pelo aumento de Li e F nas micas. Esta sugestão é
compatível com a ausência de Ti nas protolitionitas e lepidolitas do albita-ortoclásio granito, e
indicativo de formação desses minerais em um ambiente em resfriamento.
O elevado conteúdo de Al
VI
nas zinnwalditas, protolitionitas e lepidolitas em relação
as Fe-biotitas sugere que a greisenização deve ter ocorrido a uma pressão de fluidos maior que
a da alteração potássica.
A composição química da chamosita do riolito B e do quartzo diorito sugere que o
fluido responsável pela sua formação percolou as rochas hospedeiras sob temperaturas que
variam de 250 °C no riolito e entre 230 °C e 250 °C no quartzo diorito.
O riolito A e o riolito B são enriquecidos em Rb, Cs e empobrecidos em Ba em relação
ao riolito da Serra Norte. O riolito B ainda é enriquecido em Th, U, Ta e Cu, sugerindo que
estes elementos possam ser provenientes de metassomatismo granítico.
As razão Fe
2
O
3
/FeO do albita-ortoclásio granito e do topázio-albita-ortoclásio granito,
demonstraram que eles se equilibraram sob condições de fugacidade de oxigênio semelhantes.
O episienito é mais enriquecido em Ba e Sr do que o albita-ortoclásio granito. O
enriquecimento de Ba, provavelmente está condicionado ao aumento do conteúdo de potássio,
pois a rocha é formada por 62,62 % de feldspato potássico, o enriquecimento em Sr se deve a
presença maciça de fluorita.
A semelhança do padrão de ETR somado aos aspectos texturais e petrográficos entre
as fácies albita-ortoclásio granito e topázio-albita-ortoclásio granito sugerem que este último
derive de evolução metassomática do albita-ortoclásio granito, possivelmente tratando-se de
uma rocha do tipo endogreisen. O padrão de ETR do episienito coincide com as fácies mais
hidrotermalizadas do albita-ortoclásio granito, exceto pela anomalia negativa de Eu, quase
ausente no episienito. É possível que isto se deva ao aporte de Eu, junto com Ca, nas soluções
hidrotermais quentes que depositaram a fluorita.
O episienito do Alvo Estrela é provavelmente um episienito senso strito conforme
definição original de Lacroix (1920) por ser uma rocha porosa, apresentar fluorita e clorita
preenchendo vazios, possivelmente de quartzo dissolvido, como indicado pelos valores de Q1
(5,31 a 5,47) até 3 vezes menores que os do albita-ortoclásio granito e reforçado pelo baixo
conteúdo de SiO
2
(54,77 a 55,22 %). Ele pode ainda ser considerado um episienito potássico,
dada a elevada quantidade de potássio (12,85 a 12,88 %) que apresenta.
O padrão de ETR do tipo gaivota, a razão Lu/Yb
n
e a diminuição do conteúdo total de
ETR do albita-ortoclásio granito em relação ao topázio-albita-ortoclásio granito,
provavelmente devida à greisenização, sugere que estas fácies sejam compatíveis com o
granito Pojuca, de Carajás e com os granitos estaníferos neoproterozóicos de Goiás, a
exemplo do Serra Branca e Pedra Branca, que são granitos modificados por fluidos.
Os riolitos A e B do Alvo apresentam semelhanças nos padrões de ETR com o riolito
da Serra Norte, descrito por Gibbs et al., (1986), sendo mais enriquecidos em ETR do que
este último o que parece ser o reflexo da alteração hidrotermal. Somado a isto, a associação
andesito-riolito também observada na Serra Norte (Gibbs et al., 1986, Teixeira & Eggler,
1994) sugere uma possível correlação com os riolitos do Grupo Grão Pará, embora no Alvo
Estrela encontram-se mais alterados.
O albita-ortoclásio granito é sódico porque possui razão K
2
O/Na
2
O de 0,85, que se
assemelha ao granito Jamon, cuja razão varia de 0,8 a 1,15 (Dall'agnol, Scaillet & Pichavant,
1999), este último com tendência potássica, mas diverge daquela dos granitos Serra dos
Carajás (1,31 a 2,88), Cigano (1,33 a 2,18), Pojuca (1,15 a 2,6), Velho Guilherme (1,20),
Jovem do Salobo (1,22 a 1,41) e Gameleira (3,83 a 4,07), que são granitos potássicos.
O albita-ortoclásio granito ainda se caracteriza por apresentar uma assinatura química
cálcio-alcalina a alcalina e metaluminosa. O enriquecimento em Ga (67,2 ppm), Nb (67,36
ppm) e Ce (67,5 ppm), assim como as altas razões Ga/Al
2
O
3
(4,49) e Fe/Mg (233,25),
permitem considerá-lo semelhante quimicamente aos granitos do tipo A, tal como os granitos
paleoproterozóicos da região de Carajás e os granitos fanerozóicos da Austrália.
CAPÍTULO V
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Tabela 1. Resultados das análises químicas de minerais do Alvo Estrela – Mica
Porcentagem
em óxidos
EF15-
79,20
9A/1
EF15-79,20
9A/2
EF15-
79,20
9A/3
EF15-
79,20
9A/4
F01-419,70
7A/2
F01-419,70
7A/3
F01-419,70
7A/4
F01-419,70
7A/7
1 2 3 4 5 6 7 8
SiO
2
37,3 45,27 39,77 48,11 37,48 37,71 37,71 37,2
TiO
2
0,44 0,09 0,32 0,2 0,02 0,03 0,03 0
Al
2
O
3
16,72 23,21 17,63 23,93 19,73 20,01 19,84 19,72
FeO 28,05 11,85 21,15 10,34 26,95 27,24 26,41 27,66
MnO 0,12 0,1 0,09 0,03 0,05 0,08 0,14 0,09
MgO 4,7 3,43 5,21 2,63 0,02 0 0,01 0
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2
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O 8,22 10,97 10,33 11,11 9,61 9,67 9,41 9,45
BaO 0 0 0 0 0,08 0 0,01 0,06
ZnO 0 0 0,04 0 0 0,2 0 0,04
F 4,11 3,27 4,54 4,12 4,75 3,144 3,566 3,14
Cl 0,39 0,04 0,22 0,08 0,16 0,46 0,43 0,24
Li
2
Oc 1,15 3,44 1,86 4,25 1,204 1,27 1,27 1,125
Total 103,21 104,35 103,13 107,04 102,15 102,25 101,21 101,46
H
2
Oc 3,784 3,982 3,882 3,963 3,912 3,752 3,762 3,868
Total c 99,426 100,368 99,248 103,077 100,264 99,944 99,046 98,975
Cátions normalizados para 22 oxigênios por unidade de fórmula (puf)
Si 6,03 6,4 6,26 6,6 6,17 6,04 6,12 6,02
Al
IV
1,97 1,6 1,74 1,4 1,83 1,96 1,88 1,98
Soma 8 8 8 8 8 8 8 8
Al
VI
1,21 2,27 1,53 2,46 2 1,82 1,92 1,79
Ti 0,05 0,01 0,04 0,02 0 0 0 0
Fe
2+
3,79 1,4 2,78 1,19 3,71 3,65 3,59 3,74
Mn 0,02 0,01 0,01 0 0,01 0,01 0,02 0,01
Mg 1,13 0,72 1,22 0,54 0,01 0 0 0
Zn 0 0 0,01 0 0 0,02 0 0
Li 0,75 1,96 1,18 2,35 0,8 0,82 0,83 0,73
Soma Y 6,96 6,37 6,77 6,55 6,52 6,32 6,36 6,28
Ca 0,01 0 0 0 0 0 0 0
Na 0 0,03 0,01 0,01 0,06 0,04 0,07 0,08
K 1,69 1,98 2,07 1,94 2,02 1,98 1,95 1,95
Ba 0 0 0 0 0,01 0 0 0
Soma X 1,7 2 2,08 1,95 2,09 2,02 2,02 2,03
OH 1,79 2,53 1,68 2,19 1,48 2,28 2,05 2,33
F 2,11 1,47 2,26 1,79 2,47 1,59 1,83 1,61
Cl 0,11 0,01 0,06 0,02 0,04 0,12 0,12 0,07
Soma dos
cátions
20,65 20,37 20,86 20,5 20,61 20,34 20,38 20,31
Cálculos e parâmetros de classificação
mgli 0,38 -1,23 0,04 -1,81 -0,79 -0,82 -0,83 -0,73
Feal 2,65 -0,85 1,3 -1,25 1,72 1,84 1,69 1,97
I,E, 0,77 0,66 0,7 0,69 1 1 1 1
Mg# 0,23 0,34 0,31 0,31 0 0 0 0
Grupo I:Mg-Fe III:Li-Al I:Mg-Fe III:Li-Al IV:Li-Fe IV:Li-Fe IV:Li-Fe IV:Li-Fe
Classificação Siderofilita
Protolitionita
Siderofilita
Zinnwaldita
Protolitionit
a
Protolitionit
a
Protolitionit
a
Protolitionit
a
Notas:
Amostras 1, 2 e 3: siderofilitas e protolitionitas de veio em milonito (perfil). Amostra 4: zinnwaldita de veio em milonito (perfil). Amostras
5, 6, 7 e 8: protolitionita na matriz de albita-ortoclásio granito (borda e centro).
FeO#: analisado como FeO total e recalculado somente para Fe
2
por unidade de fórmula; Li
2
Oc: calculado a partir da equação
“Li
2
O+(0,287*SiO
2
)-9,552” (Tindle & Webb, 1990); mgli = Mg - Li; feal = Fet + Mn + Ti - Al
VI
; I.E. (índice de enriquecimento em ferro) =
(Fe + Mn)/(Fe + Mn + Mg); mg# = Mg/(Mg +Fe
2+
+ Fe
3+
); Classificação baseada em Tischendorf et al., (1997).
Mica (Continuação)
Porcentagem
em óxidos
F14-382,70
5A/2
EF14-382,70
5A/3
F14-382,70
6A/4
EF14-382,70
6B/3
F11-82,70
5A/1
F11-82,70
5A/3
F02-448,10
8A/2
F02-448,10
8A/3
9 10 11 12 13 14 15 16
SiO
2
37,57 48,81 36,05 49,19 36,98 36,06 37,94 38,11
TiO
2
0 0 0 0,01 0,36 0,42 2,25 2,16
Al
2
O
3
20,06 22,55 18,82 24,76 16,06 16,68 12,18 11,69
FeO 26,7 10,94 29,55 9,77 25,7 27,11 23,47 23,36
MnO 0,13 0,04 0,05 0 0,09 0,13 0,02 0,14
MgO 0 0 0 0 5,51 5,16 9,66 9,89
CaO 0 0 0,04 0,01 0,02 0,09 0 0,03
Na
2
O 0,01 0,41 0,04 0,03 0,07 0,08 0,01 0,02
K
2
O 9,9 10,94 9,85 11,23 10,19 9,23 9,84 10,07
BaO 0,08 0,05 0,03 0,07 0,12 0 0,26 0,3
ZnO 0 0,08 0,01 0 0,01 0 0,09 0,09
F 3,89 3,66 2,972 2,63 3,153 2,969 1,863 2,058
Cl 0,2 0,02 0,34 0 0,42 0,5 0,67 0,65
Li
2
Oc 1,229 4,46 0,795 4,57 1,062 0,797 1,336 1,386
Total 101,98 104,42 101,02 105,16 102,11 101,58 102,3 102,59
H
2
Oc 3,89 3,989 3,81 4 3,769 3,724 3,644 3,653
Total c 99,769 100,431 98,547 101,16 99,745 99,226 99,589 99,954
Cátions normalizados para 22 oxigênios por unidade de fórmula (puf)
Si 6,1 6,83 5,96 6,66 5,98 5,87 5,94 5,98
Al
IV
1,9 1,17 2,04 1,34 2,02 2,13 2,06 2,02
Soma 8 8 8 8 8 8 8 8
Al
VI
1,93 2,55 1,62 2,6 1,04 1,06 0,19 0,15
Ti 0 0 0 0 0,04 0,05 0,26 0,25
Fe
2+
3,62 1,28 4,08 1,11 3,47 3,69 3,07 3,07
Mn 0,02 0,01 0,01 0 0,01 0,02 0 0,02
Mg 0 0 0 0 1,33 1,25 2,25 2,31
Zn 0 0,01 0 0 0 0 0,01 0,01
Li 0,8 2,51 0,53 2,49 0,69 0,52 0,84 0,87
Soma Y 6,38 6,35 6,24 6,2 6,59 6,59 6,64 6,68
Ca 0 0 0,01 0 0 0,02 0 0,01
Na 0 0,11 0,01 0,01 0,02 0,03 0 0,01
K 2,05 1,95 2,08 1,94 2,1 1,92 1,97 2,02
Ba 0 0 0 0 0,01 0 0,02 0,02
Soma X 2,06 2,07 2,1 1,95 2,13 1,96 1,99 2,04
OH 1,95 2,37 2,35 2,87 2,27 2,33 2,9 2,8
F 2 1,62 1,55 1,13 1,61 1,53 0,92 1,02
Cl 0,06 0,01 0,1 0 0,12 0,14 0,18 0,17
Soma dos
cátions
20,44 20,41 20,34 20,15 20,72 20,55 20,63 20,73
Cálculos e parâmetros de classificação
mgli -0,8 -2,51 -0,53 -2,49 0,64 0,73 1,41 1,44
Feal 1,71 -1,26 2,46 -1,5 2,49 2,69 3,15 3,19
I,E, 1 1 1 1 0,72 0,75 0,58 0,57
Mg# 0 0 0 0 0,28 0,25 0,42 0,43
Grupo IV:Li-Fe III:Li-Al IV:Li-Fe III:Li-Al I:Mg-Fe I:Mg-Fe I:Mg-Fe I:Mg-Fe
Classificação Protolitionita
Lepidolita Protolitionita
Lepidolita Fe-biotita Fe-biotita Fe-biotita Fe-biotita
Notas:
Amostras 9 e 11: protolitionitas na matriz de albita-ortoclásio granito (centro). Amostras 10 e 12: lepidolitas na matriz de albita-ortoclásio
granito (centro). Amostras 13 e 14: diferentes cristais de Fe-biotitas na matriz de riolito B. Amostras 15 e 16: diferentes cristais de Fe-biotitas
na matriz de quartzo diorito. FeO#: analisado como FeO total e recalculado somente para Fe
2
por unidade de fórmula; Li
2
Oc: calculado a
partir da equação “Li
2
O+(0,287*SiO
2
)-9,552” (Tindle & Webb, 1990); mgli = Mg - Li; feal = Fet + Mn + Ti - Al
VI
; I.E. (índice de
enriquecimento em ferro) = (Fe + Mn)/(Fe + Mn + Mg); mg# = Mg/(Mg +Fe
2+
+ Fe
3+
); Classificação baseada em Tischendorf et al., (1997)..
Mica (Continuação)
Porcentagem
em óxidos
F14-33,50
4A/1
F14-33,50
4A/2
F14-33,50
4A/3
EF14-33,50
10A/2
EF14-33,50
10A/3
EF14-33,50
10A/4
EF14-62,50
3A/5
17 18 19 20 21 22 23
SiO
2
37,9 39,4 37,59 48,62 46,58 48,57 35,88
TiO
2
0,49 0,33 0,38 0,24 0,23 0,28 0,71
Al
2
O
3
16,14 16,8 15,9 26,49 24,82 27,52 16,15
FeO 22,08 19,25 23,44 4,71 6,62 6,33 26,8
MnO 0,05 0,08 0,12 0,07 0,1 0 0,02
MgO 7,95 7,06 7,29 4,44 5,03 3,41 4,66
CaO 0 0,02 0,03 0 0,02 0 0
Na
2
O 0,05 0 0,07 0,19 0,12 0,11 0,01
K
2
O 9,95 10,26 9,96 11,24 11,16 11,27 9,48
BaO 0 0 0,16 0,11 0 0 0
ZnO 0 0,02 0,05 0,08 0,03 0 0
F 4,156 4,48 4,005 2,6 3,58 2,92 5,11
Cl 0,12 0,1 0,14 0,1 0,05 0,04 0,41
Li
2
Oc 1,324 1,756 1,237 4,4 3,82 4,39 0,74
Total 102,37 101,57 102,57 106,13 104,61 107,58 101,49
H
2
Oc 3,937 3,947 3,924 3,957 3,975 3,984 3,762
Total c 100,21 99,556 100,372 102,173 100,635 103,596 97,728
Cátions normalizados para 22 oxigênios por unidade de fórmula (puf)
Si 6,05 6,25 6,04 6,4 6,42 6,36 6,08
Al
IV
1,95 1,75 1,96 1,6 1,58 1,64 1,92
Soma 8 8 8 8 8 8 8
Al
VI
1,09 1,4 1,04 2,51 2,44 2,61 1,3
Ti 0,06 0,04 0,05 0,02 0,02 0,03 0,09
Fe
2+
2,95 2,55 3,15 0,52 0,76 0,69 3,8
Mn 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 0 0
Mg 1,89 1,67 1,75 0,87 1,03 0,66 1,18
Zn 0 0 0,01 0,01 0 0 0
Li 0,85 1,12 0,8 2,33 2,11 2,31 0,51
Soma X 6,84 6,79 6,8 6,27 6,39 6,3 6,88
Ca 0 0 0 0 0 0 0
Na 0,02 0 0,02 0,05 0,03 0,03 0
K 2,03 2,08 2,04 1,89 1,96 1,88 2,05
Ba 0 0 0,01 0,01 0 0 0
Soma Y 2,04 2,08 2,07 1,94 2 1,91 2,05
OH 1,87 1,72 1,93 2,89 2,43 2,78 1,14
F 2,1 2,25 2,03 1,08 1,56 1,21 2,74
Cl 0,03 0,03 0,04 0,02 0,01 0,01 0,12
Soma dos
cátions
20,88 20,87 20,88 20,21 20,39 20,21 20,93
Cálculos e parâmetros de classificação
mgli 1,04 0,55 0,95 -1,46 -1,08 -1,65 0,67
Feal 1,93 1,21 2,16 -1,96 -1,65 -1,88 2,59
I,E, 0,61 0,61 0,64 0,38 0,43 0,51 0,76
Mg# 0,39 0,4 0,36 0,63 0,58 0,49 0,24
Grupo I:Mg-Fe I:Mg-Fe I:Mg-Fe III:Li-Al III:Li-Al III:Li-Al I:Mg-Fe
Classificação Fe-biotita Siderofilita Fe-biotita Zinnwaldita Protolitionita
Zinnwaldita Fe-biotita
Notas:
Amostras 17, 18 e 19: Fe-biotita e siderofilita em veio de riolito A (borda e centro). Amostras 20, 21 e 22: zinnwaldita e protolitionita na
matriz de riolito A (perfil). Amostras 23: Fe-biotita na matriz de riolito B.
FeO#: analisado como FeO total e recalculado somente para Fe
2
por unidade de fórmula; Li
2
Oc: calculado a partir da equação
“Li
2
O+(0,287*SiO
2
)-9,552” (Tindle & Webb, 1990); mgli = Mg - Li; feal = Fet + Mn + Ti - Al
VI
; I.E. (índice de enriquecimento em ferro) =
(Fe + Mn)/(Fe + Mn + Mg); mg# = Mg/(Mg +Fe
2+
+ Fe
3+
); Classificação baseada em Tischendorf et al., (1997).
Mica (Continuação)
Porcentagem
em óxidos
EF14-62,50
3C/1
F14-62,50
3B/1
F14-62,50
10A/1
F14-62,50
10A/2
F14-62,50
10A/3
F14-62,50
10A/4
F14-62,50
10A/5
24 25 26 27 28 29 30
SiO
2
47,35 37,68 37,27 37,29 37,24 38,13 37,7
TiO
2
0,31 0,6 0,43 0,37 0,33 0,41 0,28
Al
2
O
3
22,84 16,25 17,1 17,21 17 17,27 17,12
FeO
10,85 26,79 25,81 24,38 24,88 23,58 24,53
MnO
0 0,09 0,03 0,05 0,05 0,09 0,09
MgO
2,7 3,7 3,74 4,75 4,79 4,73 4,8
CaO
0 0,01 0 0,01 0 0,01 0
Na
2
O
0,04 0,01 0,05 0,06 0,1 0,1 0,11
K
2
O
11,02 10,05 10,12 10,25 9,74 10,03 9,98
BaO
0,04 0 0 0 0 0 0,03
ZnO
0 0,04 0,02 0 0 0,13 0
F
3,4 3,535 3,922 4,042 3,897 3,163 3,64
Cl
0,22 0,58 0,35 0,4 0,34 0,33 0,35
Li
2
Oc
4,04 1,262 1,145 1,149 1,136 1,39 1,268
Total
105,23 102,66 102,07 101,94 101,61 101,79 102,09
H
2
Oc
3,894 3,682 3,804 3,779 3,811 3,824 3,809
Total c
101,336 100,597 99,987 99,961 99,503 99,363 99,898
Cátions normalizados para 22 oxigênios por unidade de fórmula (puf)
Si
6,58 6,1 6,08 6,07 6,06 6,06 6,06
Al
IV
1,42 1,9 1,92 1,93 1,94 1,94 1,94
Soma
8 8 8 8 8 8 8
Al
VI
2,32 1,2 1,36 1,36 1,32 1,3 1,31
Ti
0,03 0,07 0,05 0,04 0,04 0,05 0,03
Fe
2+
1,26 3,63 3,52 3,32 3,39 3,14 3,3
Mn
0 0,01 0 0,01 0,01 0,01 0,01
Mg
0,56 0,89 0,91 1,15 1,16 1,12 1,15
Zn
0 0 0 0 0 0,02 0
Li
2,26 0,82 0,75 0,75 0,74 0,89 0,82
Soma X
6,43 6,63 6,6 6,64 6,66 6,52 6,62
Ca
0 0 0 0 0 0 0
Na
0,01 0 0,02 0,02 0,03 0,03 0,03
K
1,95 2,07 2,1 2,13 2,02 2,03 2,05
Ba
0 0 0 0 0 0 0
Soma Y
1,97 2,08 2,12 2,15 2,05 2,07 2,08
OH
2,45 2,03 1,88 1,81 1,9 2,32 2,05
F
1,5 1,81 2,02 2,08 2,01 1,59 1,85
Cl
0,05 0,16 0,1 0,11 0,09 0,09 0,1
Soma dos
cátions
20,4 20,71 20,72 20,78 20,72 20,59 20,71
Cálculos e parâmetros de classificação
mgli
-1,7 0,07 0,16 0,4 0,42 0,23 0,33
Feal
-1,03 2,51 2,21 2 2,11 1,9 2,04
I,E,
0,69 0,8 0,79 0,74 0,74 0,74 0,74
Mg#
0,31 0,2 0,21 0,26 0,26 0,26 0,26
Grupo
III:Li-Al I:Mg-Fe I:Mg-Fe I:Mg-Fe I:Mg-Fe I:Mg-Fe I:Mg-Fe
Classificação
Zinnwaldita Siderofilita Siderofilita Siderofilita Siderofilita Siderofilita Siderofilita
Notas: Amostra 24: zinnwaldita na matriz de riolito B. Amostra 25: siderofilita na matriz de riolito B. Amostras 26, 27 e 28:
aglomerado de siderofilita em riolito B (borda e centro).Amostras 29 e 30: aglomerado de siderofilita em riolito B (borda e centro).
FeO#: analisado como FeO total e recalculado somente para Fe
2
por unidade de fórmula; Li
2
Oc: calculado a partir da equação
“Li
2
O+(0,287*SiO
2
)-9,552” (Tindle & Webb, 1990); mgli = Mg - Li; feal = Fet + Mn + Ti - Al
VI
; I.E. (índice de enriquecimento em
ferro) = (Fe + Mn)/(Fe + Mn + Mg); mg# = Mg/(Mg + Fe
2+
+ Fe
3+
); Classificação baseada em Tischendorf et al., (1997).
Tabela 2. Resultados das análises químicas de minerais do Alvo Estrela
Clorita
Porcentagem em
óxidos
F14-62,50
5A/1
F14-62,50
5A/2
F14-62,50
5A/3
F14-62,50
5A/4
F14-62,50
5A/5
F14-62,50
5A/6
F14-62,50
5A/7
F14-62,50
5A/8
1 2 3 4 5 6 7 8
SiO
2
22,90 23,19 23,53 23,56 23,59 23,29 22,86 22,57
TiO
2
0,04 0,01 0,02 0,01 0,02 0,00 0,01 0,02
Al
2
O
3
18,66 18,44 18,84 18,39 18,36 18,36 18,67 19,25
FeO 46,16 45,54 45,66 45,58 46,08 45,69 45,94 44,96
MnO 0,06 0,16 0,10 0,11 0,14 0,08 0,08 0,07
MgO 0,67 0,67 0,95 1,01 0,74 0,77 0,67 0,92
CaO 0,10 0,14 0,22 0,13 0,09 0,06 0,10 0,12
Na
2
O 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
K
2
O 0,03 0,01 0,02 0,01 0,00 0,01 0,00 0,01
BaO 0,05 0,00 0,00 0,01 0,02 0,00 0,00 0,01
F 0,00 0,32 0,26 0,09 0,60 0,00 0,57 0,32
Cl 0,02 0,03 0,00 0,04 0,02 0,00 0,00 0,04
Cr
2
O
3
0,03 0,00 0,02 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00
H
2
O* 10,16 9,83 10,06 10,14 9,68 10,15 9,61 9,82
Total 98,88 98,41 99,74 99,11 99,50 98,44 98,61 98,19
O=F,Cl* 0,00 0,14 0,11 0,05 0,26 0,00 0,24 0,14
Total c 98,88 98,27 99,63 99,06 99,24 98,44 98,37 98,04
Cátions normalizados com base em 28 oxigênios por unidade de fórmula (puf)
Si 5,40 5,42 5,42 5,50 5,41 5,50 5,31 5,28
Al
iv
2,60 2,58 2,58 2,50 2,59 2,50 2,69 2,72
Al
vi
2,59 2,54 2,57 2,57 2,44 2,61 2,48 2,62
Ti 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cr 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Fe
3+
0,01 0,14 0,13 0,09 0,22 0,06 0,16
Fe
2+
9,10 8,76 8,68 8,80 8,62 8,96 8,76 8,68
Mn 0,01 0,03 0,02 0,02 0,03 0,02 0,02 0,01
Mg 0,24 0,23 0,33 0,35 0,25 0,27 0,23 0,32
Ca 0,03 0,04 0,05 0,03 0,02 0,02 0,02 0,03
Na 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
K 0,02 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00
Ba 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
F 0,00 0,47 0,38 0,13 0,87 0,00 0,84 0,47
Cl 0,01 0,02 0,00 0,03 0,02 0,00 0,00 0,03
OH* 15,99 15,51 15,62 15,84 15,11 16,00 15,16 15,49
Total 36,00 35,75 35,79 35,87 35,60 35,93 35,68 35,79
Classificação chamosita chamosita chamosita chamosita chamosita chamosita chamosita chamosita
Notas:
Amostras 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8: clorita em veio de riolito B. FeOt: analisado como Ferro total e
recalculado para Fe
2+
e Fe
3+
a partir da equação “20-Σcátions-(F-OH-Cl)”.
O=F, Cl* calculado a partir da equação “[O/(2*F)]*F e [O/(2*Cl)]Cl”.
OH* estimado a partir da soma de cátions por unidade de fórmula menos 36.
Classificação baseada nos parâmetros de Bayliss (1975).
Clorita (Continuação)
Porcentag
em em
óxidos
F02-
460,47B
1B/1
F02-
460,47B
1B/2
F02-460,47B
1B/3
F02-460,47B
1B/4
F02-
460,47B
3B/1
F02-
460,47B
3B/2
F02-
460,47B
3B/3
9 10 11 12 13 14 15
SiO
2
23,18 23,18 23,13 23,27 24,24 24,54 24,65
TiO
2
0,06 0,02 0,03 0,05 0,03 0,33 0,01
Al
2
O
3
19,71 19,77 18,90 20,27 17,75 17,83 17,87
FeO 42,19 42,46 41,61 42,15 40,85 40,55 41,23
MnO 0,26 0,29 0,20 0,25 0,24 0,24 0,18
MgO 3,97 3,53 4,14 3,57 4,89 5,15 5,25
CaO 0,02 0,00 0,03 0,00 0,11 0,07 0,04
Na
2
O 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
K
2
O 0,00 0,01 0,02 0,02 0,03 0,08 0,02
BaO 0,04 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,05
F 0,00 0,14 0,00 0,00 0,03 0,03 0,00
Cl 0,00 0,00 0,02 0,01 0,07 0,08 0,06
Cr
2
O
3
0,02 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
H
2
O* 10,52 10,35 10,35 10,55 10,36 10,47 10,55
Total 99,94 99,77 98,41 100,14 98,59 99,43 99,90
O=F,Cl* 0,00 0,06 0,00 0,00 0,03 0,03 0,01
Total c 99,94 99,71 98,41 100,14 98,56 99,40 99,88
Números de íons com base em 28 oxigênios por unidade de fórmula (puf)
Si 5,28 5,28 5,34 5,29 5,57 5,57 5,58
Al
iv
2,72 2,72 2,66 2,71 2,43 2,43 2,42
Al
vi
2,58 2,61 2,50 2,71 2,38 2,35 2,36
Ti 0,01 0,00 0,01 0,01 0,00 0,06 0,00
Cr 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Fe
3+
0,00 0,01 0,00 0,01 0,00 0,04 0,00
Fe
2+
8,09 8,08 8,10 8,00 7,85 7,65 7,82
Mn 0,05 0,06 0,04 0,05 0,05 0,05 0,04
Mg 1,35 1,20 1,42 1,21 1,67 1,74 1,77
Ca 0,00 0,00 0,01 0,00 0,03 0,02 0,01
Na 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
K 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,05 0,01
Ba 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01
F 0,00 0,20 0,00 0,00 0,04 0,04 0,00
Cl 0,00 0,00 0,01 0,01 0,05 0,06 0,04
OH* 16,00 15,79 15,99 15,99 15,91 15,90 15,96
Total 36,08 35,96 36,09 35,99 35,99 35,96 36,02
Classif, chamosita chamosita
chamosita chamosita chamosita
chamosita
chamosita
Notas:
Amostras 9, 10, 11 e 12: clorita em veio de quartzo diorito (perfil). Amostras 13, 14 e 15: clorita em veio de
quartzo diorito (perfil).
FeOt: analisado como Ferro total e recalculado para Fe
2+
e Fe
3+
a partir da equação “20-Σcátions-(F-OH-Cl)”.
O=F, Cl* calculado a partir da equação “[O/(2*F)]*F e [O/(2*Cl)]Cl”.
OH* estimado a partir da soma de cátions por unidade de fórmula menos 36.
Classificação baseada nos parâmetros de Bayliss (1975).
Tabela 3. Resultados das análises químicas das rochas do Alvo Estrela
Riolitos
Amostra/
elemento
EF11-
41,00
EF11-
53,50
EF11-
82,70
EF15-
353,50
EF15-
356,50
EF15-
358,00
1 2 3 4 5 6
SiO
2
(%) 72,26 75,34 53,64 68,90 70,47 56,60
TiO
2
0,233 0,215 0,253 0,051 0,053 0,050
Al
2
O
3
13 12,7 18,23 9,79 11,9 11,24
Fe
2
O
3
0,51 < 0,01 4,57 1,16 1,2 2,69
FeO 3,37 2,51 6,58 5,3 5,36 11,05
MnO 0,020 0,013 0,048 0,021 0,028 0,054
MgO 1,89 1,62 2,97 2,24 1,76 4,1
CaO 0,3 0,07 0,36 4,13 1,34 3,57
Na
2
O 1,75 5,05 5,55 2,7 3,23 3,21
K
2
O 4,15 1,77 3,99 2,31 2,91 5,07
P
2
O
5
0,06 0,04 0,08 0,32 0,12 1,19
PF 2,53 1,31 2,54 3,13 2,02 3,67
Total 100,06 100,10 98,81 99,83 100,39 99,95
Ba (ppm) 509 49 109 39 60 98
Rb 768 449 1380 519 771 1300
Sr 8 13 12 17 19 21
Y 46,6 28,4 80,8 179 54,9 121
Zr 264 239 309 238 248 230
Nb 16,9 15,7 26,8 57,1 48,5 73,1
Th 20 24,3 24,3 61,8 42,8 62,3
Pb < 5 < 5 < 5 6 < 5 < 5
Ga 30 24 54 32 42 54
Zn < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10
Cu 387 65 78 2200 556 1280
Ni 119 < 20 49 62 60 117
V < 5 < 5 12 9 7 17
Cr 57 32 < 20 22 < 20 < 20
Hf 9 8 10,4 14,2 15,5 13,6
Cs 3,1 2,1 8,1 2,6 4 7,1
Sc 4 3 5 4 2 4
Ta 2,36 1,57 2,3 9,24 6,02 7,2
Co 6 4 13 10 9 19
Be 15 5 10 17 5 14
U 6,18 4,7 6,62 28,3 62,1 40,9
W 4,2 1,7 2,5 1,9 0,9 1,4
Sn 25 13 27 17 13 25
Mo 4 3 36 36 79 94
Au* < 2 < 2 < 2 15 < 2 15
As < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5
Ag < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5
In 0,2 < 0,1 < 0,1 0,3 < 0,1 0,3
Sb < 0,2 < 0,2 < 0,2 < 0,2 < 0,2 < 0,2
Ge 1,6 1,1 1,5 1,7 2,8 2,2
Tl 1,09 0,58 1,89 1,06 1,44 1,86
Bi < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1
Li 347 183 Na 186 229 Na
Notas:
Amostras 1 e 2: riolito A. Amostras 3, 4, 5 e 6: riolito B. Na: não analisado; <0,2: abaixo do limite de detecção.
Au* quantidades em ppb.
Riolitos (Continuação)
Amostra/
elemento
EF11-
41,00
EF11-
53,50
EF11-
82,70
EF15-
353,50
EF15-
356,50
EF15-
358,00
1 2 3 4 5 6
La (ppm) 96,6 68,9 208 560 130 555
Ce 172 129 377 1010 227 981
Pr 17,4 12,9 36,1 91 20,7 90,6
Nd 62,6 44,9 125 278 59,3 284
Sm 10,2 6,65 20,3 42,6 10,3 47
Eu 1,55 0,959 2,05 3,65 0,821 3,51
Gd 9,07 5,4 17,3 35 8,87 33,8
Tb 1,39 0,8 2,73 6,09 1,73 4,78
Dy 8,05 4,69 15,2 34,9 10,7 24,2
Ho 1,6 0,91 2,77 6,59 2,13 4,02
Er 4,83 2,86 8,22 20,5 6,78 11,6
Tm 0,775 0,461 1,26 3,35 1,18 1,95
Yb 5,14 3,21 8,09 22,2 8,31 14,5
Lu 0,866 0,572 1,182 3,242 1,289 2,151
Eu/Eu*
0,493 0,489 0,334 0,289 0,263 0,269
(La/Sm)
n
5,963 6,523 6,451 8,276 7,946 7,435
(Gd/Yb)
n
1.426 1.359 1.728 1.274 0.863 1.884
(La/Lu)
n
11,579 12,503 18,266 17,930 10,469 26,783
ΣETR
392,071 282,212 825,202 2117,12 489,112 2058,11
ΣETRL
358,8 262,35 766,4 1981,6 447,3 1957,6
ΣETRP
31,721 18,903 56,752 131,872 40,989 97,001
ETR
am
/
con
153,039 110,157 322,105 826,387 190,916 803,353
Notas:
Amostras 1 e 2: riolito A. Amostras 3, 4, 5 e 6: riolito B. Na: não analisado; <0,2: abaixo do limite de detecção
Tabela 4. Resultados das análises químicas das rochas do Alvo Estrela
Granitos
Amostra/
elemento
EF01-
419,70
EF01-
426,30
EF01-
447,30
EF06-
450,70
EF06-
453,50
EF15-
93,40
EF15-
101,50
EF17-
103A
EF17-
103B
1 2 3 4 5 6 7 8 9
SiO
2
(%) 70,97 71,55 71,44 71,08 71,23 72,27 72,84 54,77 55,22
TiO
2
0,004 0,008 0,008 0,004 0,008 0,008 0,008 <0,001 <0,001
Al
2
O
3
15,41 15,29 14,49 14,69 14,86 15,9 15,5 15,5 15,9
Fe
2
O
3
0,05 0,35 0,52 0,34 0,51 0,35 0,22 0,63 0,58
FeO 3,71 4,79 4,74 5,02 5,42 2,59 2,59 0,8 1,05
MnO 0,022 0,026 0,027 0,024 0,049 0,016 0,022 0,01 0,01
MgO 0,02 0,02 0,02 < 0,01 0,02 0,2 0,12 0,34 0,4
CaO 0,29 0,39 0,66 0,7 0,66 0,36 0,67 10,7 9,78
Na
2
O 3,63 2,98 2,85 2,68 2,97 3,63 3,53 0,09 0,05
K
2
O 3,68 2,82 2,11 2,61 1,78 2,49 2,77 12,85 12,88
P
2
O
5
0,02 0,01 0,02 0,01 0,03 0,02 0,02 0,04 0,03
PF 1,32 1,68 2,10 2,02 2,49 1,85 2,00 4,32 4,2
Total 99,12 99,93 98,98 99,20 100,02 99,67 100,28 100,05 100,1
Ba (ppm) 79 129 72 110 64 41 72 1220 1190
Rb 945 806 604 655 541 787 620 675 652
Sr 5 7 13 7 7 16 13 91 72
Y 5 6,2 3,3 23,8 16,4 7,5 9,2 11,6 10,6
Zr 22 31 40 31 37 15 16 26 19
Nb 44,9 64,7 72,4 77,5 77,3 65,2 66 22,5 11,1
Th 3,99 8,95 6,32 23 24 5,66 10,6 26,8 18,7
Pb < 5 8 < 5 < 5 < 5 < 5 < 5 < 5 < 5
Ga 66 71 68 64 67 63 54 10 12
Zn < 10 < 10 < 10 40 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10
Cu < 10 1000 36 79 < 10 554 35 967 1590
Ni < 20 < 20 704 < 20 < 20 < 20 < 20 < 20 < 20
V < 5 < 5 < 5 < 5 < 5 < 5 3,6 6 13
Cr < 20 21 377 < 20 < 20 < 20 < 20 < 20 27
Hf 6,4 10,7 3,7 6,3 8,2 3,6 3,6 4,6 3,5
Cs 3,4 3,1 0,8 2,1 1,4 1,9 1,4 0,4 0,4
Sc < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 1 < 1 < 1
Ta 37,9 76,2 56,3 58,8 46,9 61,6 60,2 36,7 11,9
Co 2 3 4 3 3 2 2 < 1 1
Be 2 1 1 1 1 4 3 < 1 < 1
U 3,75 9,23 9,63 19,1 17,9 6,06 6,76 3,25 2,56
W 0,7 0,9 2,5 1 1,1 1 1,8 < 0,5 < 0,5
Sn 6 6 6 15 4 13 8 10 12
Mo < 2 3 < 2 7 3 < 2 10 < 2 10
Au* 15 20 15 < 2 5 < 2 5 < 2 3,21
As < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5
Ag < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5 < 0,5
In < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 0,1 0,1 < 0,1 < 0,1
Sb < 0,2 < 0,2 < 0,2 < 0,2 < 0,2 < 0,2 < 0,2 < 0,2 < 0,2
Ge 4,8 5,9 5,1 6,1 6 4,5 4,5 < 0,5 < 0,5
Tl 0,95 0,81 0,56 0,56 0,41 0,7 0,65 3,6 3,21
Bi < 0,1 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1 < 0,1
Li 373 306 Na 123 190 Na Na 3 3
Notas:
Amostras 1, 2, 3, 4 e 5: albita-ortoclásio granito. Amostras 6 e 7: topázio-albita-ortoclásio granito. Amostras 8 e
9: episienito. Na: não analisado; <0,2: abaixo do limite de detecção.
Granitos (Continuação)
Amostra/
elemento
EF01-
419,70
EF01-
426,30
EF01-
447,30
EF06-
450,70
EF06-
453,50
EF15-
93,40
EF15-
101,50
EF17-
103A
EF17-
103B
1 2 3 4 5 6 7 8 9
La 6,18 10,7 6,78 52,5 44,1 6,96 21,8 26,4 31,9
Ce 21,8 33,4 19,3 140 123 21,6 45,6 66,5 78,7
Pr 2,6 3,56 2,09 14,7 12,5 2,22 4,24 7,27 7,27
Nd 6,9 8,98 5,34 38,5 32,3 5,46 9,75 24,4 27,8
Sm 2,45 2,62 1,55 10,4 8,27 1,64 2,61 6,41 6,66
Eu 0,025 0,048 0,113 0,116 0,128 0,053 0,131 1,98 1,91
Gd 1,44 1,52 0,89 6,53 4,78 1,19 1,58 7,07 6,95
Tb 0,45 0,43 0,22 1,98 1,4 0,34 0,49 1,38 1,25
Dy 3,05 2,82 1,48 13,9 9,75 2,37 3,5 8,9 7,97
Ho 0,56 0,52 0,27 2,8 1,91 0,45 0,66 1,88 1,67
Er 2,17 1,93 0,98 11 7,41 1,6 2,46 7,18 6,47
Tm 0,597 0,504 0,245 2,81 1,96 0,394 0,64 1,92 1,74
Yb 5,2 4,28 2,07 24 16,7 3,35 5,84 15,7 14,1
Lu 0,821 0,673 0,323 3,845 2,714 0,519 0,920 2,45 2,26
Eu/Eu* 0,090 0,163 0,651 0,095 0,138 0,116 0,436 1,98 1,893
(La/Sm)
n
1,588 2,571 2,754 3,178 3,357 2,672 5,259 2,65 3,092
(Gd/Yb)
n
0,224 0,287 0,347 0,220 0,231 0,287 0,219 0,37 0,408
(La/Lu)
n
0,781 1,650 2,179 1,417 1,687 1,392 2,460 1,15 1,513
ΣETR
54,243 71,985 41,651 323,081 266,922 48,146 100,221
179,64 197,75
ΣETRL
39,93 59,26 35,06 256,1 220,17 37,88 84
131,18 153,430
ΣETRP
14,288 12,677 6,478 66,865 46,624 10,213 16,09
46,48 42,410
ETR
am
/
con
21,172 28,098 16,257 126,109 104,189 18,793 39,119 70,119 77,189
Notas:
Amostras 1, 2, 3, 4 e 5: albita-ortoclásio granito. Amostras 6 e 7: topázio-albita-ortoclásio granito. Amostras 8 e
9: episienito. Na: não analisado; <0,2: abaixo do limite de detecção.
Tabela 5. Resultados das análises químicas das rochas do Alvo Estrela
Quartzo diorito
Amostra/
elemento
EF02-467,70 EF02-472,00 EF02-503,00
1 2 3
SiO
2
(%) 61,4 61,34 63,54
TiO
2
0,972 0,995 1,076
Al
2
O
3
13,8 13,87 13,37
Fe
2
O
3
1,53 1,43 0,88
FeO 9,26 8,87 8,29
MnO 0,057 0,052 0,053
MgO 1,2 1,08 1,18
CaO 2,52 3,06 2,77
Na
2
O 2,94 3,19 3,09
K
2
O 3,5 3,36 3,31
P
2
O
5
0,37 0,37 0,40
PF 2,51 2,34 2,32
Total 100,05 99,96 100,28
Ba (ppm) 962 991 1190
Rb 591 528 461
Sr 193 199 204
Y 49,4 52,6 57,4
Zr 430 514 521
Nb 25,7 23,5 22,2
Th 15,2 16 18
Pb 6 7 < 5
Ga 29 25 23
Zn 51 41 40
Cu 874 1590 377
Ni 195 < 20 < 20
V 62 64 71
Cr 62 < 20 23
Hf 11,3 13,5 13,7
Cs 3,7 3,9 4
Sc 14 14 15
Ta 1,49 1,39 1,43
Co 17 12 12
Be 6 9 6
U 4,75 5,08 4,51
W 0,8 0,6 1
Sn 16 13 19
Mo 6 13 5
Au* 50 35 5
As < 0,5 < 0,5 < 0,5
Ag < 0,5 < 0,5 < 0,5
In 0,4 0,3 0,2
Sb < 0,2 0,2 < 0,2
Ge 2,3 1,8 1,7
Tl 1,24 0,99 0,89
Bi < 0,1 < 0,1 < 0,1
Li 208 90 Na
Notas:
Amostras 1, 2 e 3: quartzo diorito. Na: não analisado; <0,2: abaixo do limite de detecção. Au* quantidades em
ppb.
Quartzo diorito (Continuação)
Amostra/
elemento
EF02-467,70 EF02-472,00 EF02-503,00
1 2 3
La (ppm) 171 126 154
Ce 310 226 271
Pr 29,8 22,6 26,9
Nd 104 82,5 97,4
Sm 17,7 13,5 15,5
Eu 2,95 2,48 3,22
Gd 13,5 11,9 13,1
Tb 2,04 1,82 1,97
Dy 10,9 10,2 11,2
Ho 1,93 1,93 2,12
Er 5,41 5,77 6,23
Tm 0,817 0,893 0,992
Yb 5,2 5,63 6,3
Lu 0,781 0,851 0,947
Eu/Eu* 0,583 0,598 0,691
(La/Sm)
n
6,083 5,876 6,255
(Gd/Yb)
n
2,098 1,708 1,680
(La/Lu)
n
22,727 15,369 16,880
ΣETR
676,028 512,074 610,879
ΣETRL 632,5 470,6 564,8
ΣETRP
40,578 38,994 42,859
ETR
am
/
con
263,877 199,880 238,447
Notas:
Amostras 1, 2 e 3: quartzo diorito. Amostra 4: rocha greisenizada Na: não analisado; <0,2: abaixo do limite de
detecção.
1. Feldspatos
Foram analisados feldspatos do riolito B e C, do albita-ortoclásio granito e do quartzo
diorito, num total de 17 análises pontuais (Tabela 1).
No riolito B os pórfiros m composição de albita quase pura (Ab
98,5 a 98,9
) e o
feldspato analisado em veio tem composição de ortoclásio (Or
98,2 a 98,5%
Ab
1,4 a 1,8
An
0 a 0,1
)
(Figura 1).
Suas fórmulas estruturais médias são:
Na
0,98
Al
1,0
Si
2,98
O
8
K
1,01
Na
0,02
Al
0,99
Si
2,98
O
8
No riolito C o feldspato é albita quase pura (Ab
98,8 a 99,1
) (Figura 1) e sua fórmula
estrutural média pode ser representada por: Na
0,98
K
0,03
Ca
0,01
Al
1,0
Si
2,98
O
8
No albita-ortoclásio granito os pórfiros são ortoclásio (Or
89,9 a 97,5
Ab
2,5 a 10,1
An
0
). Os
feldspatos da matriz são albita (An
1,5
) (Figura 1).
Suas fórmulas estruturas médias podem ser representadas como:
K
0,98
Na
0,04
Al
0,99
Si
2,98
O
8
Na
0,99
K
0,01
Al
1,0
Si
2,99
O
8
No quartzo diorito foi encontrado andesina como fenocristal (Ab
48,6
An
47,7
Or
3,6
) e na
matriz (Ab
59,2 a 63,6
An
34,7 a 36,9
Or
1,6 a 3,9
) (Figura 1). As composições obtidas para as andesinas
permitiram definir as fórmulas estruturais representadas a seguir:
Fenocristal Ca
0,48
Na
0,48
K
0,03
Al
1,41
Si
2,55
O
8
Matriz Ca
0,37
Na
0,63
K
0,02
Al
1,21
Si
2,73
O
8
Sanidina
Anortoclásio
Albita
Oligoclásio
Andesina
Labradorita
Bitownita
Anortita
Ab
An
Or
Figura 1. Diagrama An - Ab - Or, de Deer, Howie & Zussman (1966), mostrando os feldspatos do Alvo Estrela.
P: pórfiro; I: inclusão; Q: quartzo; M: matriz; R: ripa; A: aglomerado; AOG: albita-ortoclásio granito; QD:
quartzo diorito.
2. Turmalina
Foram analisadas turmalinas do riolito B e do albita-ortoclásio granito, num total de 9
pontos (Tabela 2).
Da mesma forma que nas micas, o lítio da turmalina não foi analisado em microssonda
eletrônica, sua determinação foi efetuada a partir de cálculos estequiométricos, tal como
sugerido por Yavus (2002), que geram valores de Li baseados na equação: Li
calculado
= [3
(soma do sítio Y)].
O boro também não foi analisado por microssonda eletrônica, pois suas propriedades
não o permitem. Deste modo o boro, tal como o lítio, foi calculado por estequiometria
assumindo-se que B
2
O
3
= B = 3 (puf) (Henry & Guidotti 1985).
Para os cálculos de fórmula estrutural e classificação foi utilizado um arquivo
Microsoft Excel baseado no programa Tourmal de Yavuz (1997), que assume para o cálculo
do Fe
3+
nenhum vazio nos sítios T e Z, conforme equações a seguir:
T = Si + Al
IV
= 6 (1)
Z = Al
IV
+ Fe
3+
= 6 (2)
P- AOG
P-QD
PA-riolito
P-riolito
cristal de veio-riolito
P-riolito C
P-AOG
IQ-AOG
M-AOG
R-QD
No riolito B a turmalina é F-schorlita dravita com coloração verde azulada. Ela é
euédrica, zonada. Este mineral tem as bordas rendilhadas com feições texturais tipo peneira,
indicando que ela substitui componentes do veio pré-existentes, principalmente da Fe-biotita.
No álcali-feldspato granito a turmalina é foitita-F-foitita. Ela é euédrica e verde.
Apresenta zonação incompleta dada pela substituição irregular na protolitionita.
As Figuras 2 A e B e 3 A e B mostram a classificação das turmalinas do riolito B e do
albita-ortoclásio granito de acordo com Hawthorne & Henry (1999).
Estes autores propuseram uma classificação para os minerais do grupo da turmalina
baseada na composição química e na posição dos cátions dentro dos sete sítios
cristalográficos.
Esta classificação visa discriminar as turmalinas em três grupos principais de acordo
com o elemento dominante no sítio X: turmalinas alcalinas (Na), turmalinas cálcicas (Ca) e
turmalinas com vazios no sítio X ().
Estes três grupos são subdivididos conforme a ocupação do sítio W (OH, F e O
2
), sítio
V (OH e mais raramente O
2-
), sítio Y (Li, Mg, Fe
2+
, Mn, Al, Cr, V, Fe
3+
e Ti) e finalmente,
pela ocupação do sítio Z (Mg, Al, Fe
3+
, V e Cr).
Figura 2. Diagrama Fe
2+
versus Mg versus Li
1,5
Al
1,5
, de Hawthorne & Henry (1999), com as composições de
turmalina do riolito B plotadas.
Dravita Schorlita
Elbaita
F-Dravita F-Schorlita
F-Elbaita
A
B
Figura 3. Diagrama Fe
2+
2
Al versus Mg
2
Al versus LiAl
2
, de Hawthorne & Henry (1999), com as composições de
turmalina do albita-ortoclásio granito plotadas.
A fórmula estrutural da F-schorlita-dravita do riolito B pode ser representada por:
Dravita: Na
0,76
0,21
[Mg
1,49
Fe
1,05
Al
0,28
Li
0,13
Ti
0,02
(Al
6,00
)]Al
0,02
(BO
3
)
3
Si
5,98
O
18
(OH
3,89
F
0,10
)
F-schorlita: Na
0,89
0,08
[Fe
2,13
Mg
0,49
Al
0,13
Ti
0,04
(Al
6,00
)]Al
0,20
(BO
3
)
3
Si
5,99
O
18
(OH
3,39
F
0,60
)
A relação da solução sólida entre dravita e F-schorlita, núcleo e borda,
respectivamente é dada pelo aumento de Na, Fe, Ti, Al
IV
, Si e F e diminuição de , Mg, Al
III
e OH da borda para o núcleo.
A fórmula estrutural da foitita-F-foitita do albita-ortoclásio granito pode ser
representada por:
Foitita:
0,95
K
0,03
[Fe
7,68
Mn
0,02
(Al
3,61
Fe
2,38
)]Al
1,36
(BO
3
)
3
Si
4,63
O
18
(OH
3,83
F
0,16
)
F-foitita:
0,67
K
0,31
[Fe
7,29
Mn
0,06
(Al
3,75
Fe
2,24
)]Al
1,20
(BO
3
)
3
Si
4,79
O
18
(OH
3,41
F
0,59
)
A relação da solução sólida entre foitita e F-foitita, borda e núcleo, respectivamente é
dada pela diminuição de , Fe
2+
, Fe
3+
, Al
IV
, Si e OH e, pelo aumento de K, Al
VI
e F do
núcleo para a borda.
Mg-foitita Foitita
Rosmanita
F-Mg-foitita
F-Foitita
F-Rosmanita
A
B
A exemplo das micas, as turmalinas também refletem em suas estruturas cristalinas as
características químicas da rocha hospedeira que estão associadas. Isto levou vários autores a
utilizar este mineral como indicador petrogenético (Henry & Guidotti, 1985, Yavuz, 1997,
Selway et al., 1999).
Henry & Guidotti (1985) propuseram o diagrama Al-Fet-Mg para correlacionar a
composição de turmalinas ao tipo de rocha hospedeira. No diagrama da Figura 4 observa-se
que a F-schorlita-dravita do riolito B está no campo 2 relacionado a granitóides e riolitos
pobres em Li, pegmatitos e aplitos. A foitita-F-foitita do albita-ortoclásio granito encontra-se
no campo 3, no domínio das rochas a quartzo-turmalina ricas em Fe
3+
e também dos granitos
hidrotermalmente alterados.
Deste modo, parece que tanto a F-schorlita-dravita do riolito B quanto a foitita-F-
foitita do albita-ortoclásio granito refletem a composição da rocha hospedeira, sugerindo que
a formação da turmalina ocorreu sob condições de tamponamento da rocha hospedeira (baixa
razão fluido/rocha).
Figura 4. Diagrama ternário Al versus Fe
t
versus Mg, de Henry & Guidotti (1985), mostrando as composições
das turmalinas do riolito B e albita-ortoclásio granito plotadas.
3. Epidoto
O epidoto ocorre nos riolitos, nos granitos e no quartzo diorito, porém somente foram
analisados cristais de epidoto deste último. O epidoto analisado tem pleocroísmo que varia de
incolor a verde pálido, é anédrico e ocorre como produto de alteração do oligoclásio.
3
2
A composição do epidoto no quartzo diorito (Tabela 3) é próxima à do membro
extremo epidoto na série clinozoisita-epidoto, Ca
2
Al
3
Si
3
O
12
(OH) Ca
2
Fe
3+
Al
2
Si
3
O
12
(OH).
Sua fórmula estrutural média pode ser representada por:
Ca
1,92
Mn
0,01
(Al
2,10
Fe
3+
0,76
)Si
2,9
O
12
(OH)
Holdaway (1972), com base na estabilidade térmica de Al-Fe epidotos, propôs uma
subdivisão composicional para esses minerais utilizando o percentual da molécula de pistacita
hipotética (Ps), calculado a partir da razão Fe/Al + Fe.
Segundo este autor os Al-Fe epidotos podem ser classificados como: Al-zoizita (PS 0
a 2,5), Fe-zoizita (PS 2,5 a 5), Al-clinozoizita (PS 0 a 5), Fe-clinozoizita (PS 5 a 10), Al-
epidoto (PS 10 a 22,5) e Fe-epidoto (PS 22,5 a 35).
Desta forma, o epidoto do quartzo diorito é um Fe-epidoto, cuja composição varia de
Ps 26,45 a 26,91.
4. Topázio
Cristais de topázio ocorrem em todos os litotipos alvo, principalmente em veios, como
cristais euédricos e subordinadamente na matriz, como cristais subédricos a anédricos.
Todavia, somente dois cristais de topázio do riolito B foram analisados.
O topázio do riolito B é subédrico a anédrico com dimensões de 0,2 a 0,5 mm. Seus
cristais são pouco fraturados, zonados e apresentam as bordas irregulares devido a inclusões
de siderofilita, clorita e, substituição de fluorita.
A composição do topázio do riolito B é próxima à do membro extremo topázio na
série flúor-topázio e hidroxi-topázio (hipotético), Al
2
SiO
4
F
2
Al
2
SiO
4
(OH)
2
. Sua fórmula
estrutural média pode ser expressa como:
Al
2,06
Si
1,01
O
4
(F
1,61
OH
0,13
)
Todas as análises pontuais mostraram excesso de Si no sítio tetraédrico (Tabela 4), em
virtude disto, o estudo desses minerais, até o momento, restringe-se apenas a sua
classificação.
5. Carbonato
O carbonato, que em geral ocorre selando os veios junto com clorita e quartzo, foi
observado no quartzo diorito, no albita-ortoclásio granito e no riolito B, porém somente um
cristal de carbonato do riolito B foi analisado.
O carbonato do riolito B é uma siderita (Tabela 5; Figura 5) caracterizado por
apresentar Fe
2+
entre 5,01 a 5,47 (puf) e apresentando proporções distintas de elementos como
Ca, Mn, Mg e CO
3
.
FeCO
3
siderita
CaCO
3
calcita
MgCO
3
dolomita
Figura 5. Diagrama ternário CaCO
3
versus MgCO
3
versus FeCO
3
mostrando as amostras de carbonato plotadas
no campo da siderita.
A fórmula estrutural média da siderita do riolito B com base em 6 oxigênios pode ser
expressa como: Fe
5,19
Mn
0,34
Ca
0,30
Mg
0,16
CO
3
Tabela 1. Resultados das análises químicas de minerais do Alvo Estrela-Feldspato
Porcentagem
em óxidos
F01-
419,70
1A/3
F01-
419,70
1A/5
F01-
419,70
8A/2
F01-
419,70
8A/5
F02-
448,10
1A/3
F02-
448,10
9A/2
F02-
448,10
9A/3
F11-
82,70
3A/4
F11-
82,70
7A/4
1 2 3 4 5 6 7 8 9
SiO
2
65,27 65,18 64,40 64,87 57,08 60,15 61,38 69,11 67,75
Al
2
O
3
18,48 18,53 18,21 18,25 26,80 21,97 23,79 19,66 19,52
FeOt 0,04 0,00 0,11 0,13 0,65 0,27 0,60 0,00 1,46
BaO 0,00 0,04 0,08 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,10
CaO 0,00 0,00 0,00 0,02 9,99 8,47 6,96 0,04 0,07
Na
2
O 0,29 1,18 0,29 0,40 5,63 7,50 7,05 11,70 11,60
K
2
O 16,70 16,03 17,07 16,90 0,64 0,75 0,28 0,16 0,21
Total 100,79 100,96 100,16 100,59 100,79 99,11 100,06 100,67 100,72
Cátions normalizados com base em 32 oxigênios por unidade de fórmula (puf)
Si 11,99 11,95 11,96 11,98 10,22 10,92 10,93 11,99 11,86
Al 4,00 4,00 3,98 3,97 5,65 4,70 4,99 4,02 4,03
Fe
2+
0,01 0,00 0,02 0,02 0,10 0,04 0,09 0,00 0,21
Ba 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01
Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 1,92 1,65 1,33 0,01 0,01
Na 0,10 0,42 0,10 0,14 1,95 2,64 2,43 3,94 3,94
K 3,92 3,75 4,05 3,98 0,15 0,17 0,06 0,04 0,05
Cations 20,01 20,13 20,12 20,10 19,99 20,13 19,82 19,98 20,12
X 15,99 15,95 15,95 15,95 15,88 15,62 15,91 16,01 15,89
Z 4,03 4,17 4,17 4,15 4,12 4,51 3,91 3,98 4,22
Ab 2,60 10,10 2,50 3,40 48,60 59,20 63,60 98,90 98,50
An 0,00 0,00 0,00 0,10 47,70 36,90 34,70 0,20 0,30
Or 97,40 89,90 97,50 96,50 3,60 3,90 1,60 0,90 1,20
Notas:
Amostras 1 e 2: pórfiro de ortoclásio em albita-ortoclásio granito (centro e borda).
Amostras 3 e 4: pórfiro de ortoclásio em albita-ortoclásio granito (centro).
Amostra 5: pórfiro de andesina em quartzo diorito (centro).
Amostras 6 e 7: ripa de andesina na matriz do quartzo diorito (borda).
Amostra 8: pórfiro em aglomerado de albita em riolito B (centro).
Amostra 9: pórfiro de albita em riolito B (borda).
FeOt: analisado como ferro total e recalculado somente para Fe
2+
por unidade de fórmula.
X = Si + Al; Z = Ti + Fe
2+
+ Mg + Ca + Na + K;
Parâmetros de classificação baseados em Deer et al. (1966): An = 100 * Ca / (Ca + Na + K); Or = 100 * K / (Ca
+ Na + K); Ab = 100 * Na / (Ca + Na + K).
Feldspato (Continuação)
Porcentagem em
óxidos
F11-82,70
7A/5
F14-
382,70
4A/1
F14-
382,70
5B/5
F14-62,50
11A/1
F14-62,50
11A/2
F14-
62,50
11A/4
F15-
79,20
8A/2
F15-
79,20
8A/4
10 11 12 13 14 15 16 17
SiO
2
68,76 69,48 68,47 64,36 64,62 64,82 69,19 68,67
Al
2
O
3
19,43 19,29 19,50 18,27 18,50 18,39 19,54 19,64
FeOt
0,00 0,01 0,03 0,06 0,07 0,00 0,01 0,03
BaO 0,00 0,00 0,00 0,20 0,11 0,04 0,00 0,15
CaO 0,12 0,07 0,04 0,02 0,01 0,01 0,05 0,10
Na
2
O 11,57 11,88 11,68 0,17 0,20 0,21 11,75 11,74
K
2
O 0,10 0,23 0,24 17,32 17,24 17,38 0,12 0,14
Total 99,99 100,95 99,97 100,38 100,75 100,85 100,65 100,46
Cátions normalizados com base em 32 oxigênios por unidade de fórmula (puf)
Si 12,00 12,03 11,97 11,95 11,94 11,96 12,00 11,96
Al 4,00 3,93 4,02 3,99 4,02 4,00 3,99 4,03
Fe
2+
0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00
Ba 0,00 0,00 0,00 0,02 0,01 0,00 0,00 0,01
Ca 0,02 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02
Na 3,92 3,99 3,96 0,06 0,07 0,08 3,95 3,96
K 0,02 0,05 0,05 4,10 4,06 4,09 0,03 0,03
Cations 19,96 20,02 20,02 20,14 20,12 20,13 19,99 20,03
X 16,00 15,96 15,99 15,94 15,96 15,95 16,00 15,99
Z 3,96 4,05 4,03 4,19 4,16 4,17 3,99 4,03
Ab 98,90 98,50 98,50 1,40 1,80 1,80 99,10 98,80
An 0,60 0,30 0,20 0,10 0,00 0,00 0,30 0,40
Or 0,60 1,20 1,30 98,50 98,20 98,20 0,70 0,80
Notas:
Amostra 10: pórfiro de albita em riolito B (centro).
Amostra 11: albita inclusa em quartzo de albita-ortoclásio granito (borda).
Amostra 12: albita na matriz de albita-ortoclásio granito (borda).
Amostras 13, 14 e 15: ortoclásio em veio de riolito B (perfil).
Amostras 16 e 17: pórfiro de albita em riolito C (borda).
FeOt: analisado como ferro total e recalculado somente para Fe
2+
por unidade de fórmula.
X = Si + Al; Z = Ti + Fe
2+
+ Mg + Ca + Na + K;
Parâmetros de classificação baseados em Deer et al. (1966): An = 100 * Ca / (Ca + Na + K); Or = 100 * K / (Ca
+ Na + K); Ab = 100 * Na / (Ca + Na + K).
Tabela 2. Resultados das análises químicas de minerais do Alvo Estrela-Turmalina
Porcentagem
em óxidos
F14-382,70
5C/2
F14-382,70
5C/3
F14-382,70
5C/4
F14-382,70
5C/5
F11-82,70
4A/1
F11-82,70
4A/2
F11-82,70
4A/3
F11-82,70
4A/4
F11-
82,70
4A/5
1 2 3 4 5 6 7 8 9
SiO
2
22,055 23,671 22,998 22,670 34,527 35,303 36,784 36,510 34,893
TiO
2
0 0,001 0 0,018 0,339 0,199 0,132 0,27 0,405
Al
2
O
3
19,846 20,366 20,593 20,970 30,209 30,920 32,784 32,727 30,119
V
2
O
3
0 0 0,018 0,035 0,036 0 0 0,041 0,064
Cr
2
O
3
0,044 0,003 0,08 0,005 0 0,025 0,025 0,006 0,036
FeOt 45,214 44,147 40,793 43,426 15,882 14,239 7,751 7,706 17,423
MnO 0,114 0,003 0,07 0,131 0 0,024 0,016 0,018 0
ZnO 0,03 0,072 0 0,114 0,047 0 0 0 0,053
MgO 0,008 0 0,006 0 2,386 2,592 6,079 6,224 0,856
CaO 0 0,018 0,003 0 0,017 0,035 0,051 0,054 0,016
BaO 0 0,012 0 0,195 0,07 0 0,014 0 0,121
Na
2
O 0 0 0 0 2,725 2,590 2,244 2,609 2,744
K
2
O 0,161 0,224 2,193 0,106 0,049 0,019 0,006 0,029 0,068
Li
2
O 0 0 0 0 0 0,049 0,081 0,021 0,058
F 0,328 0,949 0,867 0,182 0,951 1,150 0,208 0,207 1,248
O=F 0,138 0,4 0,365 0,077 0,4 0,484 0,088 0,087 0,525
Total 87,662 89,066 87,286 87,775 86,838 86,737 86,122 86,340 87,579
Cátions normalizados com base em 15 (T+Z+Y) por unidade de fórmula (puf)
Si 3,966 4,195 4,230 4,051 5,934 6,034 6,055 6,014 6,040
Al
IV
2,034 1,805 1,770 1,949 0,066 0 0 0 0
Soma em T 6,000 6,000 6,000 6,000 6,000 6,034 6,055 6,014 6,040
Al
VI
2,172 2,448 2,694 2,468 6,000 6,000 6,000 6,000 6,000
Mg 0,002 0 0,002 0 0 0 0 0 0
Fe
3+
3,801 3,538 3,275 3,489 0 0 0 0 0
V
3+
0 0 0,003 0,005 0 0 0 0 0
Cr
3+
0,006 0 0,012 0,001 0 0 0 0 0
Soma em Z 5,981 5,987 5,986 5,963 6,000 6,000 6,000 6,000 6,000
Mg 0 0 0 0 0,611 0,66 1,491 1,528 0,221
Fe
2+
2,998 3,003 2,999 3,000 2,282 2,035 1,067 1,061 2,522
Mn 0,017 0 0,011 0,02 0 0,003 0,002 0,003 0
Al 0 0 0 0 0,052 0,228 0,36 0,353 0,144
Ti 0 0 0 0,002 0,044 0,026 0,016 0,033 0,053
V
3+
0 0 0 0 0,005 0 0 0,005 0,009
Zn 0,004 0,009 0 0,015 0,006 0 0 0 0,007
Li 0 0 0 0 0 0,034 0,055 0,014 0,04
Soma em Y 3,019 3,013 3,014 3,037 3,000 2,966 2,945 2,986 2,960
Ca 0 0,003 0,001 0 0,003 0,006 0,009 0,01 0,003
Ba 0 0,001 0 0,014 0,005 0 0,001 0 0,008
Na 0 0 0 0 0,908 0,858 0,716 0,833 0,921
K 0,037 0,051 0,515 0,024 0,011 0,004 0,001 0,006 0,015
Soma em X 0,037 0,055 0,515 0,038 0,926 0,869 0,727 0,849 0,947
Vazios em X 0,963 0,945 0,485 0,962 0,074 0,131 0,273 0,151 0,053
F 0,187 0,532 0,504 0,103 0,517 0,622 0,108 0,108 0,683
OH* 3,271 3,156 3,165 3,299 3,161 3,126 3,297 3,297 3,106
O 0,542 0,312 0,33 0,598 0,322 0,252 0,594 0,595 0,211
Notas: Amostras 1, 2,3 e 4: turmalina na matriz de albita-ortoclásio granito (perfil). Amostras 5, 6, 7, 8 e 9:
turmalina na matriz de riolito B (perfil). FeOt: analisado como Ferro total e recalculado para Fe
2+
e Fe
3+
a partir
da equação “Fe
3+
= Fe
2+
- (3 -Mg)-Ca)”; Li c: Li=3-ΣY; OH*=4-O+F; B
2
O
3
=B=3 (puf).
Tabela 3. Resultados das análises químicas de minerais do Alvo Estrela
Epidoto
Porcentagem
em óxidos
F02-448,10 4B/2
F02-448,10 4B/3 F02-448,10 4B/4
1 2 3
SiO
2
38,16 38,49 37,96
TiO
2
0,07 0,01 0,03
Al
2
O
3
23,61 23,48 23,36
FeOt 11,98 11,94 12,20
Cr
2
O
3
0,00 0,00 0,00
MnO 0,16 0,13 0,19
MgO 0,00 0,02 0,00
BaO 0,10 0,00 0,08
CaO 23,53 23,78 23,46
Na
2
O 0,00 0,00 0,02
K
2
O 0,01 0,00 0,01
H
2
O 1,84 1,85 1,83
Total 99,45 99,70 99,14
Cátions normalizados com base em 12,5 oxigênios por unidade de fórmula (puf)
Si 2,90 2,91 2,89
Al
IV
0,10 0,09 0,11
Soma 3,00 3,00 3,00
Al
VI
2,01 2,00 1,99
Ti 0,00 0,00 0,00
Cr 0,00 0,00 0,00
Fe
2
0,00 0,00 0,00
Fe
3
0,76 0,75 0,78
Soma 2,77 2,75 2,78
Mn 0,01 0,01 0,01
Mg 0,00 0,00 0,00
Ca 1,91 1,93 1,92
Na 0,00 0,00 0,00
K 0,00 0,00 0,00
Soma 1,92 1,94 1,93
OH 0 0 0
PS 27,48 27,52 28,16
Classificação Fe-epidoto Fe-epidoto Fe-epidoto
Notas:
Amostras 1, 2 e 3: epidoto na matriz de quartzo diorito (perfil).
FeOt: analisado como ferro total e recalculado somente para Fe
3+
por unidade de fórmula.
Classificação baseada em Holdaway (1972) a partir do índice PS (percentual de pistacita).
Classificação baseada no índice PS.
Al-Zoisita PS
0
a PS
2,5
Fe-Zoisita PS
2,5
a PS
5
Al-Clinozoisita PS
0
a PS
5
Fe-Clinozoisita PS
5
a PS
10
Al-Epidoto PS
10
a PS
22,5
Fe-Epidoto PS
22,5
a PS
35
Tabela 4. Resultados das análises químicas de minerais do Alvo Estrela
Topázio
Porcentagem
em óxidos
F14-62,50 1A/5 F14-62,50 7A/3 F14-62,50 7A/5
1 2 3
SiO
2
33,108 32,707 32,787
TiO
2
0 0 0
Al
2
O
3
56,22 56,321 56,809
FeOt 0,047 0,091 0,033
MgO 0,051 0,088 0,108
CaO 0 0,015 0,013
Na
2
O 0 0 0
K
2
O 0 0 0
H
2
O 0 1,26 0,631
F 17,74 15,198 16,408
Total 107,17 105,68 106,79
O=F* 7,47 6,40 6,91
Total c 99,70 99,28 99,88
Cátions normalizados com base em 24 oxigênios por unidade de fórmula (puf)
Si 4,10 4,06 4,05
Al
IV
0,00 0,00 0,00
Soma do sítio
4,10 4,06 4,05
Al
VI
8,21 8,24 8,27
Fe
2+
0,00 0,01 0,00
Mg 0,01 0,02 0,02
Ca 0,00 0,00 0,00
Na 0,00 0,00 0,00
K 0,00 0,00 0,00
Soma do sítio
8,22 8,26 8,30
OH** 0,00 1,04 0,52
F 6,95 5,96 6,41
Soma do sítio
6,95 7,01 6,93
Notas:
Amostra 1: topázio em veio de riolito B (borda).
Amostras 2 e 3: topázio em veio de riolito B (centro).
FeOt: analisado como ferro total e recalculado somente para Fe
2+
.
O=F* calculado a partir da equação “[O/(2*F)]*F”.
OH** calculado a partir do Σ do sítio – F.
Tabela 5. Resultados das análises químicas de minerais do Alvo Estrela
Carbonato
Porcentagem em óxidos F14-62,50 2A/1 F14-62,50 6A/4
1 2
CaO 0,05 8,03
MgO 2,55 0,5
FeOt 88,98 85,05
MnO 5,75 5,63
BaO 0 0
CO
2
1,121 1,148
Total 98,46 100,35
Cátions normalizados com base em 6 oxigênios por unidade de fórmula
(puf)
Ca 0 0,61
Mg 0,27 0,05
Fe
2+
5,37 5,01
Mn 0,35 0,34
Ba 0 0
Classificação Siderita Siderita
Notas:
Amostra 1 e 2: siderita em veio de riolito B.
FeOt: analisado como ferro total e recalculado somente para Fe
2+
por unidade de fórmula
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