Download PDF
ads:
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
LETICIA KIRST POST
ANÁLISE COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE APICECTOMIA,
RETROCAVITAÇÃO E RETROBTURAÇÃO: ESTUDO IN VITRO
Porto Alegre
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
Análise comparativa de técnicas de apicectomia, retrocavitação e
retrobturação: estudo in vitro
LETICIA KIRST POST
Porto Alegre, 2006
ads:
LETICIA KIRST POST
ANÁLISE COMPARATIVA DE TÉCNICAS DE APICECTOMIA, RETROCAVITAÇÃO
E RETROBTURAÇÃO: ESTUDO IN VITRO
Dissertação apresentada como parte dos
requisitos obrigatórios para obtenção do
título de Mestre em Odontologia pela
Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul.
Orientadora: Dra. Marília Gerhardt de Oliveira
Co-orientador: Dr. Flávio Fernando Demarco
Porto Alegre, 2006
DEDICATÓRIA
A Deus, que sempre me acompanhou ao longo desta caminhada, concedendo-me saúde e
esperança.
Aos meus pais, Darci Gustavo Post e Marisa, Kirst Post, que tanto apoiaram e
incentivaram o meu crescimento profissional.
Ao meu irmão, Alex, Kirst Post, por sua grande importância em minha vida.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
À Profª. Drª. Marília Gerhardt de Oliveira, professora de Cirurgia e Traumatologia
Bucomaxilofacial da PUCRS e minha orientadora, pelo incentivo e orientação em todas as
etapas desta pesquisa.
Ao Prof. Dr. Flávio Fernando Demarco, co-orientador deste estudo, pelo carinho e empenho
em todos os momentos em que busquei sua ajuda.
À Profª. Drª. Cristina Braga Xavier, pelo carinho e incentivo para a realização deste
mestrado.
Ao Dr. Fábio Garcia Lima minha gratidão pelo carinho, incentivo e paciência, ajudando-me
de forma incondicional nesta pesquisa.
AGRADECIMENTOS
Ao CNPq pelo auxílio financeiro.
À Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e à Faculdade de Odontologia, na
pessoa do seu diretor, Prof. Dr. Marcos Túlio Mazzini Carvalho, pela oportunidade de
crescimento profissional.
Aos professores do mestrado, pelo conhecimento transmitido, segurança e amizade.
Às professoras do Departamento de Radiologia pela gentileza e ajuda, fundamental durante
o desenvolvimento desta pesquisa.
Aos funcionários da PUCRS, sempre prestativos, eficientes e carinhosos.
Aos meus colegas e amigos do mestrado, pela amizade e pelo convívio, momentos que vão
deixar saudade.
À Cristina Pereira Isolan e à Tânia Maria Pereira Isolan pela amizade, atenção e apoio
oferecidos, sempre.
RESUMO
Esta pesquisa, in vitro, avaliou a influência de diferentes técnicas de seccionamento
apical, preparo retrocavitário e material odontológico utilizado para retrobturação
sobre a capacidade de selamento marginal por meio de teste de infiltração apical. A
amostra foi constituída por 64 dentes unirradiculares tratados de maneira
endodôntica, sendo metade deles aleatoriamente apicectomizados a 3mm da
extremidade apical em 45º e os remanescentes com apicectomia em 90º. Para cada
tipo de apicectomia foram realizados dois tipos de retrocavidade: com broca de aço
esférica nº 2 ou com retroponta ultra-sônica S12/90D. Ao concluir esses
procedimentos, os dentes foram isolados com duas camadas de esmalte de unhas,
excetuando-se a retrocavidade e as suas margens. Para conclusão dos tratamentos,
em cada subgrupo (apicectomia/retrocavidade) dois tipos de materiais odontológicos
foram empregados: retrobturação com MTA ou com amálgama, sendo, então, os
espécimes imediatamente imersos no corante (Rodamina B a 0,2%) por 24 horas. A
infiltração apical foi avaliada, com auxílio do programa ImageTool 3.0, a partir de
fatias transversais a 2mm da extremidade apical, de cada unidade amostral,
determinando-se a área de dentina infiltrada pelo corante ao redor das
retrobturações, em milímetros quadrados. Este resultado, em área, foi transformado
em uma medida relativa do percentual de área infiltrada, para ser avaliado sem
influência de variações nas áreas das raízes nos diferentes grupos. Os dados foram
submetidos à análise estatística (ANOVA e pós-teste LSD), com nível de
significância de 95%. Para constatar a correlação entre a variável dependente e as
independentes, bem como entre os dois avaliadores, utilizou-se o teste de
correlação de Pearson. Como resultados, observou-se que nenhum dos grupos foi
capaz de selar completamente a interface da retrocavidade. O tipo de
seccionamento apical, de preparo retrocavitário e o material odontológico usado
para a retrobturação mostraram-se fatores significantes em algumas combinações
(p<0.05), salientando-se que, em geral, menores valores de infiltração foram
observados para a apicectomia a 90º, retrocavitação com retroponta ultra-sônica e
quando a retrocavidade foi obturada com MTA. Assim, com base na metodologia
empregada, foi possível concluir que as diferentes formas de seccionamento apical,
preparo retrocavitário e material odontológico utilizado para a retrobturação
influenciam no grau de infiltração, sendo que o material mostrou-se como o fator
mais influente, seguido da angulação da apicectomia e do instrumento utilizado na
retrocavitação.
Descritores
1
: Apicectomia. Infiltração Dentária. Materiais Odontológicos. Obturação
Retrógrada.
1
Descritores
Fonte: Descritores em Ciências da Saúde. Disponível em: <http//decs.bvs.br> Acesso
em: 15 ago. 2006.
ABSTRACT
Different techniques of apicectomy, retrograde preparation and root obturation were
evaluated through an experimental in vitro study of apical sealing capability. Sixty-
four permanent single-rooted teeth were endodontically treated. The roots were then
submitted to a root-end resection at a distance of 3 mm from the dental apex. The
roots were randomly divided into two groups: 1) root-end resection in 45°; 2) root-end
resection in 90°. Two types of instruments to retrograde preparation were used, nº 2
carbide bur and ultrasonic retro-tip S12/90D. Then, the entire external root surfaces
of the specimens were covered with two-coats of nail polish except for the sectioned
surface. Two types of retrograde filling materials were used: I) mineral three-oxide
aggregate (MTA) and II) amalgam (AA). After the root-end fillings were made, the
specimens were immediately immersed in a 0.2% rhodamine B solution during 24
hours. After that, the specimens were washed in tap water for the same time and
dried in environment temperature. Slices 2mm far from apex were cut and then
photographed to analyze apical dye penetration and staining area (mm
2
) using a
software (Image Tool 3.0) in a personal computer. The results were analyzed as a
ratio of dye penetration, to eliminate possible influence of differences between
specimens root sizes. Data were submitted to statistical analysis using ANOVA test
and post-hock LSD test, with significance of 95% (α = 0.05). Correlation between
dependent and independent variables, as between the the two examiners, Pearson’s
test were assessed. None group was capable to completely seal apical stainig. Some
combinations of the techniques used showed better results (p<0.05), generally when
the apicectomy was made at 90º by ultrasonic retro-tip and using MTA. Within the
limitations of this study, it was concluded that the most important factor in dye
penetration seems to be the retrobturator material, followed by the angle of
apicectomy and retrograded instrument, respectively.
Key Words
2
: Apicoectomy. Retrograde Obturation. Dental Leakage. Dental
Materials.
2
Key-words-Mesh:MedicalSubjectHeadingshttp//www.nem.nih.gov/mesh/meshhome.html.
LISTAS FIGURAS
Figura 1: Tomada radiográfica evidenciando tratamento endodôntico satisfatório ...
.
37
Figura 2: Raiz dentária, com identificação ................................................................
.
38
Figura 3: Apicectomia em 90
o
..................................................................................
.
40
Figura 4: Apicectomia em 45
o
..................................................................................
.
41
Figura 5: A) Aparelho de ultra-som, modelo Jet Sonic Four Plus; B) Retroponta
ultra-sônica, diamantada S12/90D............................................................................
.
42
Figura 6: Confecção da retrocavidade com a retroponta de S12/90D; A) Dente
com apicectomia em 90
o
; B) Dente com apicectomia em 45
o
...................................
.
42
Figura 7: Confecção da retrocavidade com a broca de aço esférica nº 2; A) Dente
com apicectomia em 90
o
; B) Dente com apicectomia em 45
o
...................................
.
43
Figura 8: A) Raízes impermeabilizadas; B) Visualização da porção apical sem
impermeabilização ....................................................................................................
.
44
Figura 9: A) Remoção do excesso de material da retrocavidade, com auxílio de
um lâmina nº 15; B) Embalagem do amálgama Logic+ (SDI) ..................................
.
46
Figura 10: A) Remoção do excesso de material da retrocavidade, com auxílio de
um lâmina nº 15; B) Embalagem do MTA - Angelus
®
..............................................
48
Figura 11: Dentes imersos na solução corante Rodamina B a 0,2% (Grupo Ga) ....
.
49
Figura 12: Tomada radiográfica para verificação da qualidade das retrobturações:
A) Dentes 1Ga e 25Gd; B) Dentes 57Gh e 49Gg; C) Dentes 17Gc e 9Gb; D)
Dentes 41Gf e 33Ge ................................................................................................
.
49
Figura 13: Seta evidenciando posicionamento do dente a ser seccionado ..............
50
Figura 14: Esquema do seccionamento das raízes dentárias paralelamente ao
ângulo da apicectomia, em três fatias de 1mm cada ................................................
.
51
Figura 15: Fatias fixada em uma folha de papel milimetrado; A) Fatia do dente 41
do grupo Gf; B) Fatia do dente 53 do grupo Gg........................................................
.
51
Figura 16: Imagem do software ImageTool 3.0. Determinação de AI (Área
Infiltrada), de AT (Área Total), de AR (Área da Retrocavidade retrobturada com
amálgama) ...............................................................................................................
.
52
Figura 17: Gráfico de dispersão evidenciando correlação positiva entre os
resultados dos dois avaliadores................................................................................
.
54
Figura 18: Histograma da distribuição dos dados da amostra, exibindo a
semelhança com a curva normal ..............................................................................
55
Figura 19: Média e desvio-padrão do PDI nos grupos experimentais.......................
.
56
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Grupos experimentais .............................................................................
.
39
Quadro 2: Média e desvio-padrão do percentual de área infiltrada pelo corante
nos grupos experimentais ........................................................................................
.
56
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Comparação entre os grupos, um a um, quanto ao percentual de área
infiltrada (valor de p e intervalo de confiança 95%) .................................................
.
57
Tabela 2: Média e desvio-padrão da área do canal e da área possível de ser
infiltrada para os diferentes grupos ..........................................................................
.
57
Tabela 3: Comparação entre os grupos, um a um, quanto à área possível de ser
infiltrada (valor de p e intervalo de confiança 95%) ..................................................
.
58
Tabela 4: Valores obtidos pelo avaliador 1, para cada unidade amostral.................
.
77
Tabela 5: Valores obtidos pelo avaliador 2, para cada unidade amostral.................
.
78
Tabela 6: Média dos resultados obtidas pelos avaliadores, para cada unidade
amostral ....................................................................................................................
.
79
Tabela 7: Média dos resultados obtidas pelos avaliadores, por grupo
experimental .............................................................................................................
.
81
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CP - Cimento Portland
CTBMF - Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial
EBA - Ácido ortoetoxibenzóico
Fab. - Fabricação
FO - Faculdade de Odontologia
IRM - Intermediate restorative material
Ltd. - Limited
Ltda - Limitada
MEV - Microscópio eletrônico de varredura
MTA - Mineral Trioxide Aggregate (agregado trióxido mineral)
PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Ref - Referência
S - Scalling
S.A. - Sociedade Anônima
SPSS - Statistical Package for Social Sciences
US - Ultra-Som
Val - Validade
LISTA DE SÍMBOLOS
º - grau
®
- marca registrada
- trend marc
% - porcento, porcentagem, percentagem, percentual
Ag - prata
Bi
2
O
3
- óxido de bismuto
CaCl
2
- cloreto de cálcio
CaO - óxido de cálcio
ciclos/s - ciclos por segundo
cm - centímetro
Cu - cobre
FeAl
2
O
3
- ferroaluminato
g - grama
h - hora
Hg - mercúrio
K
2
O - óxido de potássio
mg - miligrama
min - minuto
ml - mililitro
mm - milímetros
mm
2
- milímetros quadrados
MgO - óxido de magnésio
Na
2
O - óxido de sódio
- número
pH - potencial hidrogeniônico
Pt - platina
s - segundos
SiO
2
- silicato
Sn - estanho
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................
.
17
2 REVISTA DE LITERATURA ......................................................................
.
19
2.1 Cirurgia paraendodôntica ........................................................................
.
19
2.2 Apicectomia e preparo da retrocavidade ...............................................
.
20
2.3 Materiais odontológicos selecionados para as retrobturações ...........
.
25
2.3.1
Amálgama ..................................................................................................
.
25
2.3.2 MTA ............................................................................................................
.
27
2.4 Infiltração de corante e morfometria computadorizada ........................
.
29
3 METODOLOGIA ........................................................................................
.
32
3.1 Delineamento da pesquisa ......................................................................
.
32
3.1.1 Definição dos termos ..................................................................................
.
32
3.2 Hipóteses ..................................................................................................
.
33
3.3 Seleção da amostra ..................................................................................
.
33
3.4 Avaliação radiográfica .............................................................................
.
34
3.5 Endodontia ................................................................................................
.
35
3.6 Determinação dos grupos e numeração das unidades amostrais .......
.
38
3.7 Apicectomia ..............................................................................................
.
39
3.7.1 Ressecção em 90º ......................................................................................
.
40
3.7.2 Ressecção em 45º ......................................................................................
.
40
3.8 Retrocavitação...........................................................................................
.
41
3.8.1 Retrocavitação com US...............................................................................
.
41
3.8.2 Retrocavitação com broca...........................................................................
.
43
3.9 Preparo da amostra para imersão no corante ........................................
.
44
3.10 Retrobturação ...........................................................................................
.
45
3.10.1 Amálgama ...................................................................................................
.
45
3.10.2 MTA ............................................................................................................
.
47
3.11 Imersão dos dentes em corante ..............................................................
.
48
3.12 Avaliação da infiltração apical do corante .............................................
.
50
4 ANÁLISE ESTATÍSTICA ...........................................................................
.
54
5 RESULTADOS............................................................................................
.
56
6 DISCUSSÃO ..............................................................................................
.
59
7 CONCLUSÕES ..........................................................................................
.
65
REFERÊNCIAS ..........................................................................................
.
66
APÊNDICE A - Tabelas dos resultados ...................................................
.
77
ANEXO A - Autorização para utilização de dentes humanos................
.
82
ANEXO B - Aprovação da Comissão Científica e de Ética da
FO/PUCRS..................................................................................................
.
83
ANEXO C - Aprovação da CEP/ PUCRS...................................................
.
84
17
1 INTRODUÇÃO
A cirurgia paraendodôntica constitui-se em uma alternativa para evitar
extrações dentárias, quando a terapia endodôntica e o retratamento do canal
radicular falharam ou são impossíveis de executar (LEONARDO; LEAL, 1998;
XAVIER; POZZA; GERHARDT DE OLIVEIRA, 2006), sendo o selamento marginal
uma das maiores preocupações dos pesquisadores a este respeito.
Pesquisas relacionadas à cirurgia paraendodôntica incluem inúmeras
modalidades e opções técnicas, tendo como princípios: exposição cirúrgica e
amputação do ápice comprometido, preparo cavitário e retrobturação do canal
radicular com materiais biocompatíveis, objetivando impedir a proliferação de
bactérias e a difusão de toxinas nos tecidos perirradiculares (CUSTÓDIO; COSTA,
1994; TORABINEJAD et al., 1995a; CALZONETTI et al., 1998; CARR;
BENTKOVER, 2000).
A retrobturação descrita, inicialmente, como técnica complementar à
apicectomia, por Duclos em 1936 (VERRI, 1982), consiste na confecção de uma
cavidade, no extremo apical, que será preenchida por um material odontológico,
visando à promoção do isolamento do forame e impedindo que microrganismos ou
suas toxinas, oriundas do canal radicular, atinjam a região periapical.
A técnica por apicectomia em 45º, retrocavitação com broca e microcontra-
ângulo e retrobturação com amálgama foi amplamente difundida a partir do sucesso
das pesquisas realizadas por Garvin (1920), sendo ainda hoje empregada. Porém,
podem ser observados inúmeros estudos in vitro, avaliações clínicas e relatos de
casos que avaliam a eficácia de tais procedimentos e buscam o aprimoramento de
técnicas e de novos materiais odontológicos passíveis de serem utilizados em
retrobturações.
Em decorrência de suas propriedades físicas, químicas e biológicas, tais
como vedamento marginal, biocompatibilidade e indução de reparo; pela deposição
de cemento, dentina e neoformação óssea, o MTA vem sendo indicado como o
material de eleição para as retrobturações apicais (TORABINEJAD; CHIVIAN, 1999).
18
O sistema ultra-sônico é utilizado para o preparo das cavidades apicais, com
o objetivo de suprir as deficiências observadas no método convencional, pois as
retropontas ultra-sônicas são bem menores que os microcontra-ângulos empregados
em tais procedimentos, permitindo melhor acesso ao extremo apical e exigindo uma
menor ostectomia, preservando uma maior quantidade de estrutura mineral (VON
ARX; KURT, 1999).
Dentre os métodos de avaliação dos procedimentos instituídos durante a
cirurgia paraendodôntica, os mais difundidos são aqueles relacionados à verificação
do vedamento apical, da adaptação marginal, da biocompatibilidade e da ação
antibacteriana, pois possibilitam avaliar as técnicas utilizadas para confecção das
retrocavidades, bem como investigar a capacidade de regeneração tecidual e de
selamento marginal (MORRIER et al., 1998; ELDENIZ et al., 2006; OPDAM et al.,
2006).
O objetivo geral desta pesquisa in vitro é realizar uma análise comparativa
de técnicas usadas durante a cirúrgica paraendodôntica, considerando diferentes
angulações de corte para a apicectomia, tipos de instrumento para a confecção da
retrocavidade e materiais odontológicos empregados na retrobturação, por meio de
morfometria computadorizada, mensurando o percentual de dentina que sofreu
infiltração apical.
19
2 REVISTA DE LITERATURA
2.1 Cirurgia paraendodôntica
A terapia endodôntica convencional tem por finalidade remover bactérias e
suas toxinas, obliterando o sistema de canais radiculares infectados. Em
determinados casos, nos quais esses canais não podem ser adequadamente
tratados devido à complexidade de sua anatomia ou às dificuldades com a técnica
de retratamento, a cirurgia paraendodôntica torna-se uma das principais
possibilidades terapêuticas (LEONARDO; LEAL, 1998; BERGER, 2002; MARZOLA,
2002), podendo ser considerada como um tratamento conservador ou uma extensão
da terapia endodôntica, visando à preservação do elemento dentário (CHIVIAN,
1997; GANGLIANI; GORNI; STROHMENGER, 2005).
É importante salientar que a seleção para a realização de cirurgia
paraendodôntica deve se basear na avaliação de cada caso, no bom senso e levar
em conta os fatores intrínsecos e extrínsecos, tais como o custo do procedimento e
o conforto do paciente (DANIN et al., 1996; TSURUMACHI; HAYASHI, 2003;
XAVIER, 2003).
Conforme Carr e Bentkover (2000) o objetivo de toda cirurgia
paraendodôntica é remover a patologia, evitar a sua recorrência e facilitar o reparo
tecidual. Para tanto, o cirurgião-dentista deve ter um conhecimento preciso da
anatomia e dos princípios biológicos que fundamentam tal procedimento, como
também destreza e precisão da técnica utilizada. Tais requisitos têm feito da cirurgia
paraendodôntica uma habilidade altamente disciplinada, sendo conhecida por meio
de Ries Centeno (1957) como “a cirurgia dos mil detalhes”.
Técnicas de cirurgia paraendodôntica datam de mais de 4.500 anos, na
forma de uma trepanação cortical, tendo passado por diversos estágios, desde
então (FERNANDES; STREFEZZA; MOURA, 1995).
20
2.2 Apicectomia e preparo da retrocavidade
Os pesquisadores são unânimes ao enfatizar a necessidade de se
estabelecer um alto padrão técnico, na terapia endodôntica convencional, como
também a importância de critérios clínicos durante a decisão de optar-se pela
realização da cirurgia paraendodôntica (CAPLAN; REAMS; WEINTRAUB, 1999;
WANG et al., 2004; WU; STROPKO; DOYON, 2006; GUTMANN, 2005; DUMMER;
WESSELINK, 2006).
Abramovitz et al. (2002) salientam a importância de se seguirem as
indicações para a realização da apicectomia, segundo a American Association of
Endodontists (AAE), como: persistência de sintomatologia resultante de inadequado
selamento, após retratamento endodôntico e presença de sintomatologia
perirradicular ou patologia onde o sistema de canais radiculares encontra-se
bloqueado e não há condições de realizar o tratamento endodôntico convencional.
Os autores acrescentam que, em presença de próteses fixas, deve ser considerado
o tamanho do pino, destacando que aqueles menores do que 5mm podem ser
removidos e o retratamento executado.
Quanto aos instrumentos para a realização de apicectomias, diferentes tipos
são descritos, tais como: brocas de aço (BERNABÉ et al., 1999; ISHIKAWA et al.,
2003), discos diamantados (XAVIER et al., 2005) e brocas diamantadas (VALOIS;
COSTA, 2004).
Estudos realizados por Lee et al. (2002) afirmam que a dentina é permeável
devido à sua estrutura canalicular. Sendo assim, o canalículo dentinário constitui a
principal via de comunicação de uma substância para o interior do conduto radicular
ou vice-versa. Essa permeabilidade diminui na presença da lama dentinária e na
proximidade do terço apical da raiz, pela obliteração ou estreitamento dos túbulos
dentinários (PÉCORA et al., 1993; KONTAKIOTIS; LAGOUDAKOS;
GEORGOPOULOU, 2006). Assim, a permeabilidade da dentina exposta pela
apicectomia pode ser uma das causas de insucesso da cirurgia paraendodôntica,
pois, nesse local, pode haver infiltração e colonização bacteriana, permitindo a
21
passagem de agentes irritantes e desencadeando um processo inflamatório nos
tecidos periapicais (BARALDI; PURICELLI, 2000; MELLO; MELLO, 2001).
Para Gilheany, Figdor e Tyas (1994) há duas principais vias de
contaminação responsáveis pela chamada infiltração apical: a primeira ocorre ao
longo da interface, entre as paredes dentinárias e o material odontológico utilizado
na retrobturação, enquanto a segunda dá-se pelo fluxo de fluidos e substâncias, no
interior dos túbulos seccionados durante a apicectomia, tornando a dentina
permeável. Assim, ao compararem diferentes angulações de secção apical (0, 30 e
45
o
) e distintas profundidades das retrocavidades, esses autores observaram que,
aumentando a angulação do corte, foram verificados maiores índices de infiltração
de corante, supostamente devido à ocorrência da exposição de um número maior de
túbulos dentinários. Destacam, ainda, que, para garantir um selamento apical
eficiente e evitar a infiltração bacteriana, quando for necessário aumentar a
angulação da ressecção radicular, é importante aprofundar a retrocavidade.
O'Connor, Hutter e Roahen (1995) realizaram um estudo in vitro testando a
capacidade de selamento apical de dois materiais odontológicos utilizados em
retrobturações. Foram utilizados 64 dentes unirradiculares tratados de maneira
endodôntica e divididos em quatro grupos, aleatoriamente. Para os dois grupos
foram realizadas apicectomias a 90
o
, retrocavitação com aparelho ultra-sônico, com
3mm de profundidade e retrobturação com amálgama mais verniz cavitário ou
Super-EBA. Para os outros dois grupos foi realizada apicectomia em 45
o
,
retrocavitação com microcontra-ângulo e retrobturação com amálgama mais verniz
ou com Super-EBA. Com base na análise estatística foi evidenciado que nos grupos
em que se realizou a retrobturação com Super-EBA houve menor infiltração apical,
mas não ocorreram diferenças significativas entre os grupos, em relação ao tipo de
apicectomia e a técnica de retrocavitação realizadas.
Gagliani, Taschieri e Molinari (1998) compararam a infiltração de corante em
preparos radiculares, com ressecção apical em 45º ou em 90
o
, retrocavitação com
retropontas ultra-sônicas e retrobturação com Super-EBA. Os autores observaram
que, anatomicamente, quanto maior a inclinação do corte da apicectomia, maior
também é o número de túbulos dentinários seccionados e expostos. Salientaram
que houve uma menor penetração de corante tanto na dentina quanto na interface
entre parede dentinária e o material odontológico utilizado na retrobturação, nas
22
apicectomias realizadas em 90
o
. Entretanto, não foi constatada diferença
significativa nos índices de infiltração relacionados ao tipo de ressecção realizada,
nos casos em que ocorreu um bom selamento apical em toda a retrocavidade.
A introdução da utilização do aparelho de ultra-som para a confecção de
retrocavidades representa uma das maiores evoluções técnicas na cirurgia
paraendodôntica nos últimos tempos (LEONARDO; LEAL, 1998).
Bertrand, Festal e Barailly (1976) realizaram o primeiro preparo retrocavitário
com ultra-som. Entretanto, somente na década de 1990 retropontas específicas para
utilização em cirurgias paraendodônticas começaram a ser produzidas em âmbito
comercial (VON ARX, 2005; PETERS; PETERS; BARBAKOW, 2001).
Em 1994, Wuchenich, Meadows e Torabinejad compararam, por meio da
MEV, o preparo de retrocavidades confeccionadas com brocas de aço e com
retropontas ultra-sônicas, tendo observado que o design dessas pontas favorece um
acesso direto à raiz dentária com profundidade média de 2mm, com conseqüente
menor desgaste do tecido ósseo adjacente e menor risco de possíveis perfurações
radiculares. Além disso, verificaram que as cavidades confeccionadas com brocas
tinham em média 1mm de profundidade, maior risco de trepanação radicular e
presença de maior quantidade de lama dentinária.
Em um estudo, Sumi et al. (1996) avaliaram radiograficamente o sucesso
das cirurgias paraendodôntica, nas quais os preparos das cavidades retrógradas
foram feitos com o uso do aparelho de ultra-som. O índice de casos exitosos
alcançou 92,4%. Dentre as possíveis vantagens, da utilização desta técnica de
cirurgia paraendodôntica, destacaram: a disponibilidade de pontas específicas, que
permitem obter um ângulo de 90
o
com o longo eixo do dente, assim como a
facilidade para irrigação e acesso ao forame apical. Os autores concordam também
com a opinião de Martin (1976), Von Arx e Walker III (2000), salientando que a
efetividade na remoção de detritos das paredes dentinárias durante a confecção da
retrocavidade pode ser atribuída à combinação entre irrigação e vibração fornecidas
pelo aparelho.
Calzonetti et al. (1998), por meio de análise por MEV, observaram que o uso
de pontas ultra-sônicas no preparo das cavidades retrógradas não é responsável por
23
microfraturas na estrutura dentária, no que concordam com a opinião Gorman,
Steiman e Gartner (1995), os quais verificaram fraturas nas superfícies radiculares
de vários espécimes, nos diferentes tipos de preparo cavitário (broca, ponta ultra-
sônica e ponta ultra-sônica e broca), atribuindo-se provavelmente, aos
procedimentos de desidratação das amostras para MEV.
Rainwater, Jeasonne e Sarkar (2000) avaliaram a infiltração apical e a
presença de fraturas, após a realização de retrocavidades com brocas e com pontas
ultra-sônicas, tanto de aço quanto diamantadas, sem, entretanto, observarem
diferença estatística entre as microfraturas observadas. Em relação à infiltração
também não ocorreram diferenças significativas entre os preparos.
Segundo Estrela (2004), mesmo diante de dificuldades anatômicas, é
possível, na maioria dos casos, posicionar as retropontas ultra-sônicas
paralelamente em relação ao longo eixo do canal radicular, devido ao seu design,
possibilitando preparos mais paralelos e permitindo menor desgaste das paredes
dentinárias, o que resulta em preparos mais conservadores, com paredes mais
volumosas e espessas, além de retrocavidades mais profundas. Tal procedimento
igualmente favorece o acesso ao canal radicular com biselamento reduzido ou
inclusive ausente (próximo a 90
o
em relação ao longo da raiz), além de gerar menor
quantidade de detritos (KELLERT; SOLOMON; CHALFIN, 1994; LOPES; SIQUEIRA
JR., 1999; ZUOLO et al., 1999; SUTIMUNTANAKUL; WORAYOSKOWIT;
MANGKORNKARN, 2000; POZZA et al., 2005).
Bowen, Penarrocha e Garcia (2005) avaliaram 54 pacientes, sendo que a
amostra foi constituída de 71 dentes, correspondendo a um total de 100 condutos
radiculares. A técnica cirúrgica empregada foi: apicectomia paralela ao longo eixo do
dente, retrocavitação com retroponta ultra-sônica e retrobturação com amálgama. O
tempo de acompanhamento foi de 1 ano. Como resultados, observaram 63% de
sucesso aos 6 meses e 84,25% aos 12 meses, mas não encontraram uma relação
estatisticamente significativa entre o sucesso do procedimento e o tamanho da lesão
periapical. Os autores concluíram que a cirurgia parendodôntica mediante a técnica
de retrocavitação com ultra-som e retrobturação com amálgama teve, aos 12 meses
de controle, uma alta porcentagem de sucesso e que a utilização do ultra-som para
24
realização das retrocavidades simplificou a técnica cirúrgica, facilitando o
procedimento.
Tsesis et al. (2006) realizaram um estudo retrospectivo comparando os
resultados do tratamento endodôntico cirúrgico utilizando técnicas paraendodônticas
convencionais em relação a técnicas modernas. A técnica tradicional inclui
ressecção apical com angulação de 45
o
e preparo retrocavitário com broca carbaide
esférica. Na técnica moderna, a ressecção apical foi perpendicular ao longo eixo do
dente (90
o
), com a retrocavitação realizada com retroponta ultra-sônica e auxílio de
um microscópio cirúrgico odontológico. O material utilizado para retrobturação foi o
IRM para ambas as situações. Foram incluídos no estudo pacientes tratados entre o
período 2000 e 2002, sendo incluídos na pesquisa, 71 pacientes que representaram,
no total, uma amostra de 88 dentes compatíveis com os critérios de inclusão. Como
resultados, obtiveram um índice de sucesso significativamente maior para os dentes
tratados com a técnica moderna (91,1%) em relação aos tratados com a técnica
convencional (42,2%). Os autores sugerem que o tratamento moderno, utilizando-se
microscópio cirúrgico e retropontas, melhora de forma considerável o resultado da
terapia em relação à técnica convencional. Salientando que foi considerando como
sucesso do tratamento critérios estabelecidos por Rud e Andreasen (1972) e Molven
(1987).
Xavier, Pozza e Gerhardt de Oliveira (2006), por meio de um trabalho de
revisão de literatura, que avaliou estudos in vitro e in vivo relacionados às técnicas
de confecção das cavidades retrógradas, concluíram que o sucesso da cirurgia
paraendodôntica depende, entre outros fatores, diretamente do tipo de cavidade
confeccionada e que as retropontas ultra-sônicas proporcionam cavidades com uma
conformação adequada, com menor desgaste de estrutura dentária e maior
facilidade no acesso cirúrgico, proporcionando uma técnica mais refinada e com
melhores resultados clínicos.
25
2.3 Materiais odontológicos selecionados para as retrobturações
Segundo Laskin (1987), quando ocorre a exposição cirúrgica do ápice
radicular e permanece dúvida quanto ao selamento obtido pela obturação do canal,
a retrobturação deve ser realizada. A obturação insatisfatória do canal radicular não
permite a regeneração tecidual, mesmo quando a lesão periapical foi integralmente
removida, pois o selamento deficiente do sistema de canais favorece a atuação
constante de bactérias, perpetuando o estado patológico (VERRI, 1982; FOGEL;
PEIKOFF, 2001).
2.3.1 Amálgama
Em 1915, com Ottesen, começou a ser divulgada a retrobturação realizada
com amálgama (BERNABÉ; HOLLAND, 1998; ESCODA; AYTÉS, 1999).
O amálgama dentário caracteriza-se por uma mistura de mercúrio líquido
com uma liga metálica, basicamente composta por prata e estanho e, em menores
quantidades, por cobre, zinco, ouro, paládio, índio e selênio. Atualmente, graças ao
aprimoramento na sua fabricação, poucas marcas comerciais contêm zinco, pois a
contaminação dessa liga pela água durante a trituração e a condensação resultam
em alteração dimensional tardia excessiva (JOHNSON, 2004). São classificadas
como ligas contendo zinco aquelas com mais de 0,01% do mesmo. Já as ligas ricas
em cobre tornaram-se os materiais de preferência graças às suas propriedades
mecânicas, características de menor corrosão e maior integridade marginal
(ANUSAVICE, 1996). Outros amálgamas, que também contém índio ou platina, são
ainda mais resistentes à corrosão superficial (ILIKLI et al., 1999).
Durante uma década, Dorn e Gartner (1990) avaliaram o sucesso e o
fracasso de 488 retrobturações realizadas com três materiais odontológicos
diferentes (Super-EBA, IRM, amálgama), evidenciando-se a necessidade da
utilização de materiais alternativos ao amálgama, coincidindo com Nelson e Mahler
26
(1990) no sentido de que o amálgama apresenta algumas desvantagens quando
usado em retrobturações, como: não-reabsorção dos excessos de material, risco de
expulsão espontânea da obturação, possibilidade de produzir tatuagens, expansão
tardia e infiltração marginal.
Conforme Friedman (1991), apesar de o amálgama apresentar bom
desempenho clínico, baixo custo e fácil manipulação, ele vem sendo substituído por
materiais como: cimento de óxido de zinco e eugenol, cimento de policarboxilato,
ionômero de vidro, hidróxido de cálcio, resina composta e MTA, conforme observado
por Johnson (1999), ao realizar uma revisão de literatura na qual discutiu inúmeros
aspectos concernentes aos materiais odontológicos usados em retrobturações. O
autor concluiu que o selamento da retrobturação é um fator determinante para o
sucesso do tratamento e destacou que o amálgama, embora aceito, requer um
preparo mais profundo e um campo seco para sua aplicação. Sugeriu também como
material de escolha o MTA, se triagens clínicas bem-conduzidas confirmarem as
pesquisas preliminares, favoráveis à sua utilização.
Torabinejad, Watson e Pitt Ford (1993) avaliaram comparativamente, in vitro,
o selamento apical, por meio da penetração do corante Rodamina B fluorescente,
em retrobturações com amálgama, cimento Super-EBA e MTA. As apicectomias
foram realizadas a 3 e a 4mm do ápice radicular, em um ângulo de 90º em relação
ao longo eixo da raiz, com brocas em alta rotação e retrocavitadas com 3mm de
profundidade. Após as retrobturações, as raízes foram imediatamente imersas no
corante por 24 horas. A penetração do corante foi avaliada em microscópio confocal.
Os resultados, demonstrados por meio de escores, apresentaram significativamente
menor infiltração para o MTA.
Xavier e Zambrano (2001) analisaram a conduta clínica dos professores da
disciplina de Cirurgia das faculdades de Odontologia brasileiras, quanto às técnicas
aplicadas na cirurgia com apicectomias, constatando que a apicectomia com bisel de
45º era a mais executada. Dentre os materiais, o amálgama de prata sem zinco foi o
mais utilizado, seguido pelo cimento de óxido de zinco eugenol e pela guta-percha.
Ficou constatado que os principais critérios considerados na escolha do material
retrobturador foram: biocompatibilidade, poder de vedamento apical e facilidade de
manuseio.
27
Niederman e Theodosopoulou (2003) pesquisaram publicações de estudos
clínicos sobre materiais odontológicos utilizados em retrobturações no período de
1966 a 2002, quando observaram que o amálgama foi o material mais utilizado nos
grupos controle. No entanto, tal material apresentou desvantagens, como
sensibilidade da técnica à umidade, infiltração inicial, deposição dos produtos da
corrosão na interface dente/amálgama e possível contaminação de mercúrio nos
tecidos periapicais, além de poder provocar fratura radicular, causada pela expansão
tardia do material (NELSON; MAHLER, 1990; JOHNSON, 2004).
2.3.2. MTA
A partir de 1993, Torabinejad, Watson e Pitt Ford iniciaram estudos in vitro
para avaliar o poder de vedamento apical de um novo material que começava a ser
desenvolvido para produzir o selamento entre o sistema de canais radiculares e a
superfície externa do dente. Tratava-se do MTA, um pó cinza composto por óxidos
minerais e íons (silicato tricálcico, silicato dicálcico, aluminato tricálcico, alumínio
ferrítico tetracálcico, sulfato de cálcio di-hidratado, óxido de bismuto e íons minerais),
responsáveis pelas propriedades físicas e químicas do material. Na presença de
umidade, esse pó converte-se em um gel coloidal que se cristaliza e sofre ligeira
expansão, o que contribui para o selamento marginal de cavidades e perfurações.
Torabinejad et al. (1995a) realizaram um estudo avaliativo da biocompatibilidade,
citotoxicidade e propriedades antimicrobianas desse material, reafirmarando a idéia
de o MTA apresentar diversas características de um material ideal para ser utilizado
em retrobturações. No mesmo ano, esses autores (1995b) realizaram pesquisas
sobre as propriedades físicas e químicas de tal material e verificaram que seu tempo
de presa é de aproximadamente 2 horas e 45 minutos e que seu pH inicial de 10,2
aumenta para 12,5 após três horas.
Alguns autores referem que certas características (pH entre 11 e 12),
favoreceram a eleição do MTA como material de escolha em retrobturações, porém
fatores relacionados ao seu tempo de presa prolongado devem ser considerados
(JOHSON, 1999; FRIDLAND; ROSADO, 2005).
28
Estrela et al. (2000) compararam as propriedades químicas e antibacterianas
de alguns materiais, nos quais observaram que o cimento Portland (empregado em
construções) contém os mesmos elementos químicos do MTA, exceto o bismuto
(acrescentado para a obtenção de radiopacidade), além de características
antibacterianas e pH semelhante.
Segundo Duarte et al. (2003) o MTA - Angelus
®
possui 80% de CP e 20% de
bismuto, em sua composição. Este pó, em contato com a água, forma um gel
coloidal que solidifica formando uma estrutura rígida, no intervalo de 15 minutos.
Andelin et al. (2002) realizaram um estudo in vitro para verificar a existência
de diferenças no poder de vedamento apical do MTA em duas situações: para um
grupo, o MTA foi aplicado por via ortrógrada e seccionado durante a realização da
apicectomia a 3mm do ápice radicular, após seu período de endurecimento,
enquanto para o outro a inserção do material realizou-se por via retrógrada, após a
realização da secção apical. As amostras foram submetidas ao teste de infiltração
apical, com corante da Índia. Os autores concluíram que não havia diferenças,
estatisticamente significativas entre os dois, demonstrando que o seccionamento do
MTA não afeta sua capacidade de selamento apical.
Em um estudo clínico randomizado, Chong, Pitt Ford e Hudson, (2003)
estimaram durante um período de dois anos os índices de sucesso de
retrobturações realizadas com MTA e com IRM, por intermédio da análise de
radiografias periapicais: imediatas e após 12 e 24 meses da cirurgia, comparando
evidências radiográficas de formação cementária e óssea. Segundo os
pesquisadores, o percentual de sucesso para o MTA foi maior (84 e 92% após 12 e
24 meses, respectivamente) quando comparado com o IRM (76 e 87%), sem
todavia, encontrar diferenças estatisticamente significativa entre os materiais
estudados. No entanto, inúmeras pesquisas referem que o MTA tem demonstrado
melhor comportamento biológico, tanto em obturações retrógradas quanto em
pulpotomias, perfurações e trepanações, pois promove resposta tecidual favorável,
fornecendo selamento, biocompatibilidade e ação antimicrobiana (FISCHER;
ARENS; MILLER, 1998; BUSATO et al., 1999; SCHEERER; STEIMAN; COHEN,
2001; PETERS; PETERS, 2002; BONSON; JEANSONE; LALLIER, 2004; BAEK;
PLENK; KIM, 2005; MONTELLANO; SCHWART; BEESON, 2006).
29
2.4 Infiltração de corante e morfometria computadorizada
A infiltração é um fenômeno definido como a passagem de bactérias, fluidos
ou íons entre a parede cavitária e o material restaurador aplicado na mesma (KIDD,
1976).
Dentre as diversas variáveis presentes em estudos de penetração de
corante pode-se citar: o tipo, a concentração e o pH do corante utilizado, além do
momento de imersão e o tempo de permanência dos dentes no corante (Segundo
Aqrabawi (2000), testes de penetração de corante constituem um método fácil e
conveniente para analisar materiais odontológicos utilizados como retrobturadores,
pois se esses materiais tiverem a capacidade evitar a infiltração de pequenas
moléculas da solução, devem, também, prevenir a penetração de substâncias
maiores, como as bactérias e seus subprodutos, importante característica esta,
observada igualmente por Azoubel e Veeck (1998).
Grempel, Antoniazzi e Paiva (1990) pesquisaram a permeabilidade da
dentina radicular humana, submetendo os dentes à penetração de certos corantes:
azul de metileno a 0,5% e Rodamina B a 1%. Verificaram que a porcentagem de
penetração do corante é maior no terço cervical e menor no apical, além de a
Rodamina B ter apresentado penetrabilidade superior.
Hamaoka e Moura (1996) analisaram a permeabilidade dentinária radicular
nos terços cervical e apical por meio da penetração dos corantes: azul de metileno a
0,5%, Rodamina B a 1% e tinta nanquim preta, concluindo que a Rodamina B, por
ter produzido os maiores índices de penetração, é, dentre os corantes utilizados, o
que promove o estabelecimento de resultados mais fidedignos na avaliação dos
materiais odontológicos.
Hosoya, Lautenschlager e Greener (1995) realizaram um estudo in vitro para
testar a infiltração de corante (Rodamina B a 0,6%) em dentes retrobturados com
uma liga com gálio em lugar do mercúrio. Justificaram o uso desse corante pelo fato
de alguns autores sugerirem que o azul de metileno poderia influenciar os resultados
em razão de sua natureza ácida, a qual poderia desmineralizar as estruturas
30
dentárias analisadas. Os pesquisadores observaram que tanto no grupo com
mercúrio como naquele com gálio a penetração do corante foi similar.
Wu, Kontakiotis e Wesselink (1998), quando estudaram a estabilidade da cor
do azul de metileno em contato com diversos materiais odontológicos, constataram
que algumas substâncias provocam a descoloração da solução, especialmente os
materiais que contêm hidróxido de cálcio em sua composição, como, por exemplo, o
MTA. Tais resultados também foram observados por Pereira, Cenci e Demarco
(2004) ao realizarem uma pesquisa sobre a capacidade de selamento apical do
MTA, do Super-EBA, do Vitremer e do amálgama quando usados em retrobturações.
Vogt et al. (2006) testou três substâncias marcadoras (azul de metileno a
2%, Rodamina B a 0,2% e nitrato de prata a 50%) por meio da análise do grau de
infiltração apical de dentes retrobturados com MTA - Angelus
®
. As retrocavidades
foram preparadas com retroponta ultra-sônica diamantada (S12/90D). A infiltração foi
avaliada em cortes transversais há 2 e 3mm do ápice radicular, com emprego do
programa ImageTool para verificação das imagens e obtenção dos valores das
áreas de infiltração dos corantes. A Rodamina B foi a substância com maior poder
de penetração e seu uso indicado para realização de estudos de infiltração apical.
Está cada vez mais difundido o uso de programas de análise de imagens
para avaliação morfométrica da infiltração de corantes na interface paredes
dentinárias e no material odontológico utilizado em retrobturações, pois obtém-se
uma análise menos subjetiva e mais representativa (FITZPATRICK; STEIMAN,
1997; RESENDE et al., 2004).
Gondim Jr. et al. (2003) compararam in vitro a superfície topográfica de
dentes retrocavitados com ultra-som, retrobturados com Super-EBA
®
, MTA Pro-
Root
®
e IRM, com distintas técnicas de acabamentos (broca carbide de Tungstênio
n
o
9642, broca carbide Zecrya e brunidores). Para calcular a área de falhas
marginais foi empregaram o programa para análise de imagens Imagelab
®
, que
permitiu uma avaliação precisa, de maneira simples e objetiva.
Araújo et al. (2004) usaram o programa Imagelab
®
para avaliação linear da
infiltração de corante Rodamina B a 1% em dentes retrobturados por MTA -
31
Angelus
®
e Sealer 26
®
, associadas ou não ao cianocrilato de etila, obtendo imagens
com excelente nitidez.
Souza, Amorin e Lage-Marques (2004) realizaram um estudo comparando a
infiltração de corantes em canais obturados com diferentes cimentos endodônticos.
Para avaliação da infiltração empregaram o programa Image Tool
®
com imagens em
altíssima resolução e, assim, uma análise com excelente visualização.
Vogt (2005) salienta que o programa para análise de imagens Image Tool
®
,
para Windows
®
, versão 3.0, permite que se obtenham medidas de área de infiltração
por corante Rodamina B a 0,2% com bastante precisão.
Costa (2006) relata que o software ImageTool, permite a delimitação das
áreas de interesse (desadaptação e infiltração), fornecendo, automaticamente, seus
valores e, assim, favorecendo a precisão dos resultados.
32
3 METODOLOGIA
O projeto desta pesquisa foi submetido à avaliação e aprovado pela
Comissão Científica e de Ética da Faculdade de Odontologia da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul sob n
o
0076/03 (ANEXO A), bem como
pelo CEP/PUCRS, sob n
o
1061/05 (ANEXO B).
3.1 Delineamento da pesquisa
Esta pesquisa foi realizada de acordo com as prerrogativas do paradigma
tradicional quantitativo, no modelo quase-experimental de materiais equivalentes,
segundo Campbell e Stanley (1979).
3.1.1 Definição dos Termos
As variáveis independentes foram:
- os ângulos de apicectomia;
- as técnicas de retrocavitação;
- os materiais odontológicos selecionados para as retrobturações.
A variável dependente foi:
- o percentual de dentina que sofreu infiltração marginal apical.
33
3.2 Hipóteses
- A técnica de apicectomia em 90°, retrocavitação com retroponta
diamantada S12/90D e retrobturação com MTA, resulta, em menor grau, de
infiltração marginal apical que as demais técnicas utilizadas.
- A técnica de apicectomia em 45°, retrocavitação com broca e retrobturação
com amálgama, resulta, em maior grau, de infiltração marginal apical que as demais
técnicas utilizadas.
3.3 Seleção da amostra
A amostra foi constituída de 64 dentes permanentes unirradiculares
(incisivos centrais e laterais superiores, caninos superiores e inferiores e primeiros
pré-molares inferiores), com formação radicular completa. Os espécimes foram
obtidos durante o "Projeto Litoral"
3
da PUCRS (ANEXO C), constituindo-se dentes
com indicações exodônticas clássicas, respaldados pelos fundamentos da Bioética.
Para a inclusão na pesquisa, não foram considerados critérios como a idade
do paciente e a presença de lesões de cárie na coroa dentária. Excluíram-se da
amostra os dentes que apresentavam restaurações dentárias com amálgama,
terapia endodôntica prévia, fratura radicular, reabsorção dentária e/ou grandes
dilacerações apicais.
Após raspagem dos remanescentes do ligamento periodontal, com curetas
periodontais
4
, e lavagem em água corrente, os dentes foram armazenados em
frascos com água destilada
5
, em temperatura ambiente.
3
"Projeto Litoral".
Convênio entre a Faculdade de Odontologia da PUCRS e as prefeituras do Estado
do Rio Grande do Sul.
4
Curetas periodontais 13-14 - Duflex
®
.
5
Água destilada Miyano
®
. Odontomédica Indústria Farmacêutica Ltda.
34
Os dentes coletados foram esterilizados em autoclave
6
por 15 minutos, a
121
o
C (CAUSTON; JOHNSON SPERANDIO, 1979; SOUZA; OLIVEIRA, 2000;
BOTTA; DA ANA; IMPERATO, 2003).
Decorrido o processo de esterilização, os dentes foram mantidos em frascos
com solução fisiológica
7
(CAUSTON; JOHNSON, 1979) por 30 dias. Após,
utilizando-se disco de carborundum
8
montado em peça de mão, sob abundante
irrigação, realizou-se a remoção das coroas dentárias, na junção amelocementária,
padronizando-se o tamanho das unidades amostrais em 16 mm, aferido por
paquímetro digital
9
.
3.4 Avaliação radiográfica
Todos os espécimes foram radiografados, em norma vestíbulo-palatina,
usando-se, para tanto, um aparelho GNATUS
®
de raios X
10
e filme Kodak
®
ultra
speed nº 2
11
. Padronizaram-se a distância foco-filme em 30cm e o tempo de
exposição em 0,64s. As raízes dentárias foram posicionadas horizontalmente, no
centro do filme radiográfico, com o ápice voltado para a saliência identificadora e a
porção palatina/lingual em contato com o filme. Cada radiografia foi identificada com
um número de chumbo colocado no lado superior esquerdo do filme,
correspondendo ao número do dente radiografado. A incidência de raios X foi
perpendicular ao longo eixo das raízes dentárias. Realizou-se o processamento dos
filmes radiográficos com uma processadora automática A/T 2000 XR
12
, durante 4min
30s, de seco a seco, a uma temperatura de 82ºF (XAVIER et al., 2005).
Seguindo os critérios descritos, realizaram-se três tomadas radiográficas, em
diferentes momentos do preparo das unidades amostrais, a saber:
6
Autoclave Gnatus
®
Bioclave 12L Inox.
7
Solução Isotônica de cloreto de sódio a 0,9% - 125 ml – Biosintética Ltda.
8
Discos de Carborundum 7/8- ADON Produtos Odontológicos.
9
Paquímetro Digital Digimatic
®
Caliper – Mitutoyo.
10
Aparelho GNATUS
®
de raios X
9
– tensão de saída: 70kVp +/- 5 kVp, potência de saída: 0,41 kw.
11
Kodak® ultra-speed ; Filme radiográfico dental nº 2. Eastman Kodak Company. Lotes 4101000
12
Processadora automática AT 2000-XR – Air Techniques
®
.
35
- tomada de reconhecimento: anterior ao tratamento endodôntico, avaliando-
se a anatomia do canal radicular, a morfologia apical e realizando-se odontometria;
- tomada endodôntica: após o tratamento endodôntico, visando avaliar a
qualidade da obturação dos canais, pela evidência do preenchimento total e da
condensação do material no interior do conduto radicular;
- tomada final: após a retrobturação com os materiais odontológicos
utilizados nesta pesquisa, e imersão das raízes em solução corante (Rodamina B a
0,2%)
13
, possibilitando a verificação da qualidade das técnicas utilizadas.
Os dentes nos quais não ficou evidenciado tratamento endodôntico ou retro-
obturação adequada foram excluídos da amostra.
3.5 Endodontia
Os 64 dentes selecionados foram tratados de maneira endodôntica pela
técnica seriada manual (PAIVA et al., 1988). O acesso ao canal radicular foi feito por
meio da abertura, na altura da junção amelocementária, pois as coroas já haviam
sido removidas. Realizou-se a exploração do canal com limas endodônticas
14
calibre
10, gradualmente, milímetro a milímetro, até que a ponta da lima estivesse
ultrapassando 1mm a saída foraminal. Deslizou-se o cursor para que tangenciasse a
borda cervical-radicular, determinando-se, assim, o comprimento do canal radicular,
cuja medida foi utilizada como comprimento de trabalho.
A instrumentação do conduto foi realizada com limas de aço inoxidável Flex -
R, sob irrigação, iniciando-se com lima de n
o
15 e usando-se, progressivamente,
instrumentos de maior calibre, conforme os princípios da técnica seriada manual
(PAIVA et al., 1988). Os canais foram alargados e limados até o diâmetro
correspondente ao calibre 35, com movimentos de pressão negativa, na penetração
da lima, e de pressão positiva contra as paredes, durante a tração (BERGER, 2002).
13
Rodamina a 0,2%, pH 7,0. Faculdade de Química - UFPel, Pelotas/RS.
14
Limas endodônticas tipo Kerr – Roane Tipe File – Size 15 -40 – 21mm – Moyco Union Broach.
36
A substância química utilizada para irrigação, durante todo o preparo
químico-mecânico (PQM) do canal radicular, foi hipoclorito de sódio a 1%
15
,
acondicionado em uma seringa descartável de 10ml
16
, diluído em água destilada
17
,
acoplada em uma agulha hipodérmica
18
, utilizando-se 2ml dessa solução a cada
troca de instrumento e em associação com a aspiração, com cânula suctora
19
acoplada ao equipo odontológico e posicionada na entrada do canal radicular
durante a irrigação. Em seguida, os condutos foram secos com cones de papel
absorvente n
o
40
20
. A agulha hipodérmica foi calibrada com um cursor de silicone
21
,
penetrando 3mm aquém do comprimento de trabalho.
A obturação dos canais foi realizada com a técnica de condensação lateral,
utilizando-se cones de guta-percha (cone principal n
o
40
22
e cones acessórios de
tamanho B7
23
) e cimento endodôntico de óxido de zinco eugenol
24
, manipulado de
acordo com as orientações do fabricante (BERGER, 2002).
O cimento foi colocado no cone principal e, este, inserido no canal radicular,
com movimentos de pincelamento contra as paredes, até o comprimento de
trabalho. Após a remoção do cone, o mesmo foi novamente preenchido com cimento
obturador e inserido no canal radicular, 1mm além da saída foraminal. Em seguida à
colocação do cone principal e com o auxílio de um espaçador bidigital tamanho B
25
,
inseriram-se os cones acessórios. O espaçador foi inserido no canal radicular sob
pressão apical moderada, entre o cone principal e a parede, até encontrar
resistência. Nesse momento, removeu-se o espaçador digital e se colocou um cone
acessório. Tal procedimento foi realizado até que o canal radicular estivesse
completamente preenchido.
15
Hipoclorito de sódio a 1% - Líquido de Milton – 1000ml – Biodinâmica Química e Farmacêutica
Ltda.
16
Seringa descartável 20 ml - Injex Indústrias Cirúrgicas Ltda.
17
Água destilada Miyano
®
. Odontomédica Indústria Farmacêutica Ltda.
18
Agulha hipodérmica 30x7 - Injex Indústrias Cirúrgicas Ltda..
19
Cânula suctora Indusbelo
®
.
20
Pontas de papel absorvente – 28 mm – Tamanho 15-40 - Endopoints® Indústria e Comércio Ltda.
21
Cursor de silicone Dentsply e Comércio.
22
Cones de guta-percha cone principal n
o
40- Tanari
®
. Lote. 0107820
23
Cones acessórios de tamanho B7 extrafina - Tanari
®
. Lote. 0060046
24
Cimento endodôntico de óxido de zinco eugenol Endofill
®
- cimento endodôntico – Dentsply e
Comércio Ltda. Lote. 56898 – Val. 09/2006.
25
Espaçador bidigital tamanho B FAVA
®
Brasil.
37
Com um calcador aquecido, removeram-se os excessos de guta-percha na
entrada do canal e do forame radicular A porção cervical da guta-percha foi, então,
condensada firmemente em sentido vertical, com um calcador n
o
1
26
.
Quarenta e oito horas após a endodontia, os dentes foram armazenados em
solução fisiológica (NaCl a 0,9%), durante 30 dias (sendo a solução trocada uma vez
por semana) e submetidos à segunda tomada radiográfica para verificar a qualidade
da obturação. Quando a terapia endodôntica foi considerada insatisfatória pelos
examinadores (visualização de linhas, faixas ou áreas de radiolucidez), novas
amostras foram submetidas ao processo descrito para manter o número amostral
constante (BRAMANTE; BERBERT; BERNARDINELI, 1980).
Figura 1: Tomada radiográfica evidenciando tratamento
endodôntico satisfatório
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação
em Odontologia, FO/PUCRS, 2006.
26
Calcador n
o
1 - FAVA
®
Brasil.
38
3.6 Determinação dos grupos e numeração das unidades amostrais
As raízes foram aleatoriamente designadas para cada grupo por meio do
programa Excel
27
e numeradas, ordinalmente. Os números foram impressos em folha
de papel branco formato A4
28
, sendo digitalizados em computador, no software
Word
29
, em letra tipo Arial, tamanho 10, na cor preta e em negrito e, posteriormente,
recortados individualmente e presos, com fita adesiva
30
, à extremidade de um clipes
niquelado
31
. Este dispositivo metálico foi fixado, com auxílio de resina epóxica
32
à
porção coronária das raízes dentárias para facilitar as etapas seguintes.
Figura 2: Raiz dentária, com identificação.
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-
Graduação em Odontologia, FO/PUCRS, 2006.
27
Software Excel - Microsoft
®
.
28
Folha de papel branca formato A4 Ripax
®
.
29
Software Word -Microsoft
®
.
30
Fita adesiva Scotch
®
- 3M.
31
Caixa de clips niquelados BACCHI com 100 unidades.
32
Resina epóxica Durepox
®
.
39
A amostra foi composta por oito grupos experimentais, conforme
demonstrado no Quadro 1:
APICECTOMIA RETROCAVITAÇÃO RETROBTURAÇÃO
GRUPO 45
o
90
o
BROCA US AMÁLGAMA MTA
Ga 1-8 X X X
Gb 8-16 X X X
Gc 17-24 X X X
Gd 25-32 X X X
Ge 33-40 X X X
Gf 41-48 X X X
Gg 49-65 X X X
Gh 57-64 X X X
Quadro 1: Grupos experimentais
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação em Odontologia, FO/PUCRS, 2006.
3.7 Apicectomia
As apicectomias foram realizadas com início na face mesial e término na
face distal, a 3mm do ápice dentário, com o auxílio de broca diamantada de número
4138
33
(substituídas a cada grupo) em alta-rotação, refrigerada com solução
fisiológica. Para determinação do local da secção, demarcou-se primeiramente uma
linha reta (L1), no contorno radicular, distante 3mm do ápice, com uma caneta para
retroprojetor
34
e com auxílio de paquímetro digital e régua milimetrada
35
.
33
Broca diamantada nº 4138 – FAVA, Brasil.
34
Caneta para retroprojetor - tinta permanente ponta fina 1.0mm PILOT.
35
Régua milimetrada 30mm – FABER CASTEL, Brasil.
40
3.7.1 Ressecção em 90º
Para os grupos Ga, Gb, Gc e Gd, a secção radicular foi realizada em 90º em
relação ao longo eixo da raiz, seguindo-se sobre a demarcação a 3mm do ápice
radicular (L1).
Figura 3: Apicectomia em 90º
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de
Pós-Graduação em Odontologia,
FO/PUCRS, 2006.
3.7.2 Ressecção em 45º
Para os grupos Ge, Gf, Gg e Gh, a secção radicular foi realizada em 45º em
relação ao longo eixo da raiz, estando o vértice superior situado 3mm aquém do
ápice radicular.
41
Figura 4: Apicectomia em 45º
FONTE: Dados da pesquisa Programa de Pós-
Graduação em Odontologia, FO/PUCRS, 2006.
3.8 Retrocavitação
3.8.1 Retrocavitação com US
Para a confecção das retrocavidades dos grupos Ga, Gc, Gf e Gh, utilizou-
se o aparelho de ultra-som modelo Jet Sonic Four Plus
®36
, conforme orientação do
fabricante, para a posição S (scalling). A ponta ultra-sônica S12/90D
37
, desenhada
especificamente para esta finalidade, foi utilizada na potência máxima (10), sob
irrigação contínua com solução fisiológica. A largura e a profundidade da
retrocavidade corresponderam ao diâmetro e ao comprimento da ponta ultra-sônica
(3mm), respectivamente, seguindo a orientação anatômica do canal radicular.
36
Aparelho de ultra-som, modelo Jet Sonic Four Plus
- Gnatus. Brasil.
37
Ponta ultra-sônica, diamantada S12/90D - Gnatus. Brasil. Lote. 108012
42
Figura 5: A) Aparelho de ultra-som, modelo Jet Sonic Four Plus; B)Ponta ultra-
sônica, diamantada S12/90D
FONTE: Dados da pesquisa Programa de Pós-Graduação em Odontologia,
FO/PUCRS, 2006.
Figura 6: Confecção da retrocavidade com a ponta ultra-sônica S12/90D; A) Dente
com apicectomia em 90
o
; B) Dente com apicectomia em 45
o
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação em Odontologia,
FO/PUCRS, 2006.
43
3.8.2 Retrocavitação com broca
Para a confecção das retrocavidades dos grupos Gb, Gd, Ge e Gg, utilizou-se
broca de aço esférica nº 2
38
, em baixa rotação, sob refrigeração constante com
solução fisiológica. A largura da cavidade correspondeu ao diâmetro da broca e a
profundidade atingida foi de 3mm, com ação contra as paredes da cavidade. Para
padronização da profundidade do preparo, foi fixado, com cola Super Bonder
® 39
, um
cursor de silicone a 3mm, para os grupos Gb e Gd (apicectomia em 90º), e a 4mm,
para os grupos Ge e Gg (apicectomia em 45º), do extremo cortante da broca.
Figura 7: Confecção da retrocavidade com a broca de aço esférica nº 2; A) Dente com
apicectomia em 90
o
; B) Dente com apicectomia em 45
o
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação em Odontologia,
FO/PUCRS, 2006.
38
Broca de aço esférica nº 2 KG Sorensen.
39
Super Bonder
®
- Loctite do Brasil – Itapevi, São Paulo.
44
3.9 Preparo da amostra para imersão no corante
As raízes dentárias foram fixadas por meio do dispositivo coronal em
lâminas de cera-utilidade
40
e suas superfícies externas recobertas por duas
amadas de esmalte de unhas
41
, com o objetivo de impermeabilizá-las, impedindo
que a infiltração do corante pudesse ocorrer por outro local que não fosse a região
apical.
Inicialmente, foi aplicada, com o pincel fornecido pelo fabricante, uma
camada de esmalte branco e, após estar completamente seca, recoberta por uma
segunda camada, de cor vermelha, evitando, assim, que alguma área ficasse
descoberta, exceto a porção apical.
Para que o esmalte pudesse secar totalmente, os dentes foram
armazenados durante 12 horas, em temperatura ambiente.
Figura 8: A) Raízes impermeabilizadas. B) Visualização da porção apical, sem impermeabilização
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação em Odontologia, FO/PUCRS, 2006.
40
Cera -utilidade em lâminas - HORUS - Dentsply.
45
3.10 Retrobturação
3.10.1 Amálgama
Foi utilizado nos grupos: Gb, Gc, Ge e Gf.
Características do amálgama Logic+
® 42
segundo o fabricante:
- composição: prata (Ag 60.1%); estanho (Sn 28.05%); cobre (Cu 11.8%);
platina (Pt 0.05%); mercúrio (Hg 42.2%), tendo partículas esferoidais;
- taxa de infiltração: consideravelmente menor que a de outros amálgamas
com partículas esferoidais;
- alteração dimensional: em 24 horas, de -1μm/cm;
- disponibilidade: cápsulas contendo quantidades pré-dosadas de liga e
mercúrio para o preparo do amálgama dental.
As cápsulas apresentam quatro quantidades (uma, duas, três, quatro e cinco
porções) e três tempos de cristalização (lento, regular e rápido), vendidas em caixas
de 50 ou 500 unidades.
Para a retrobturação, utilizaram-se 16 cápsulas, com uma porção cada (400
mg de liga), com tempo regular de cristalização, no aparelho amalgamador
Ultramat
43
.
A manipulação do material foi realizada de acordo com as instruções do
fabricante, da seguinte forma: pressionou-se lentamente o êmbolo da cápsula contra
uma superfície plana, para que este perfurasse o diafragma interno, permitindo,
assim, a entrada do mercúrio na câmara de trituração, que continha o pó. A cápsula
foi posicionada entre as hastes do amalgamador e o tempo de trituração selecionado
41
Esmalte Xuxa cremoso, nas cores: branca e vermelha – Impala S/A.
42
Logic+
®
, Southern Dental Industries (SDI), Bayswater, Vic., Australia Val. 02/2010, Lote 000250301
43
Aparelho amalgamador Ultramat 2 (SDI) USA..
46
foi de, 8s (75 ciclos/s). Após a trituração, retirou-se a cápsula do aparelho e, com o
auxílio de um porta-amálgama micro
44
, inseriu-se de imediato o material na
retrocavidade. A seguir, o mesmo foi condensado na cavidade, com um
condensador nº 1
45
. Para concluir, conferiu-se, com um brunidor nº 33
46
e uma
lâmina de bisturi nº 15
47
, a adaptação do material e a remoção dos excessos.
Figura 9: A) Remoção do excesso de material da retrocavidade, com o auxílio de uma lâmina nº
15; B) Embalagem do amálgama Logic + (SDI)
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação em Odontologia, FO/PUCRS, 2006.
44
Porta-amálgama micro Konnen
®
.
45
Condensador nº 1 Colgram.
46
Brunidor nº 33 Duflex, S.S.White, USA.
47
3.10.2 MTA
Foi utilizado nos grupos: Ga, Gd, Gg e Gh.
Características do MTA - Angelus
® 48
segundo o fabricante:
- Composição:
Pó: silicato (SiO
2
); álcalis (Na
2
O, K
2
O); ferroaluminato (Al
2
O
3
); óxido de
cálcio (CaO); óxido de bismuto (Bi
2
O
3
); óxido de magnésio (MgO) e resíduos
insolúveis (sílica cristalina, CaO e sulfato de potássio e sódio); Fe
2
O
3
; So
3.
Líquido: água destilada.
- Disponível em kit com: um frasco contendo 1g do pó acompanhado por
outro frasco com água destilada e uma colher-medida; essa quantidade, segundo o
fabricante, permite sete aplicações.
- Seu pH inicial, após a espatulação, é de 10,2, estabilizando-se em 12,0
após três horas.
- Não é necessário aguardar o endurecimento do material, pois o mesmo
apresenta melhoras em suas propriedades quando em contato com o meio úmido.
A manipulação do material foi realizada conforme orientações do fabricante,
da seguinte forma: dispensou-se uma medida de pó e uma gota de água destilada
sobre uma placa e vidro esterilizada. Assim, o conjunto foi espatulado durante 30
segundos, até a perfeita homogeneização dos componentes, obtendo-se um cimento
de consistência arenosa, semelhante ao amálgama, porém mais úmido. Este foi
inserido na retrocavidade, com o auxílio de um porta-amálgama micro. Em seguida, o
material foi condensado no interior da cavidade, com um condensador nº 1 e, após,
removeram-se os excessos de cimento, com auxílio de lâmina de bisturi nº 15.
47
Lâmina de bisturi nº 15 B-D – Becton-Dickinson Indústrias Cirúrgicas Ltda.
48
MTA - Angelus
®
Londrina, PR, Brasil (Val. 11/08, Lote 3242).
48
Figura 10: A) Remoção do excesso de material da retrocavidade, com o auxílio de uma lâmina
nº 15; B) Embalagem do MTA - Angelus
®
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação em Odontologia, FO/PUCRS, 2006.
3.11 Imersão dos dentes em corante
Para o preparo do corante, diluíram-se gradativamente 2g de Rodamina B
em 495ml de água destilada, deixando-se a solução na concentração de 0,2% (pH
7) em peso.
À medida que se realizavam as retrobturações, as raízes eram
imediatamente suspensas em um recipiente de vidro, por meio dos dispositivos
fixados na região coronal, de forma que a porção apical ficasse voltada para o fundo,
em contato com a solução corante.
A fim de que houvesse menor diferença de tempo entre a imersão do
primeiro ao décimo dentes, esta etapa foi realizada por dois profissionais.
Todas as raízes foram expostas à solução corante, em temperatura
ambiente, pelo período de 24 horas.
49
Figura 11: Dentes imersos na solução corante Rodamina
B a 0,2%. (Grupo Ga)
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação
em Odontologia, FO/PUCRS, 2006.
Após, as amostras foram lavadas em água corrente durante 24 horas e expostas à
luz ambiente para secagem, pelo mesmo período de tempo. Em seguida, submetidas à
tomada radiográfica final, para verificação da qualidade das técnicas utilizadas.
Figura 12: Tomada radiográfica para verificação da qualidade das
retrobturações: A) Dentes 1Ga e 25Gd; B) Dentes 57Gh e 49Gg; C) Dentes
17Gc e 9Gb; D) Dentes 41Gf e 33Ge
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação em Odontologia,
FO/PUCRS, 2006.
50
3.12 Avaliação da infiltração apical do corante
Para que se pudesse realizar o seccionamento da porção apical,
primeiramente a camada impermeabilizante, realizada com esmalte de unhas, foi
removida de toda a superfície radicular, com auxílio de uma espátula Le Cron
49
.
Todas as raízes dentárias tiveram sua porção apical seccionada,
paralelamente ao ângulo da apicectomia, em três fatias de 1mm cada, utilizando-se
uma máquina de corte
50
, com disco de diamante de face dupla
51
, sob irrigação
contínua com solução fisiológica (NaCl 0,9%).
Figura 13: Seta evidenciando posicionamento do dente a ser seccionado
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação em Odontologia,
FO/PUCRS, 2006.
49
Espátula Le Cron Duflex, S.S.White, USA.
50
Máquina de corte desenvolvida pelo Programa de Pós-Graduação em Odontologia FO/UFPel
51
Disco de diamante de face dupla, com 0,16mm de espessura - Duflex, S.S.White, USA.
51
Figura 14: Esquema do seccionamento das raízes dentárias paralelamente ao
ângulo da apicectomia, em três fatias de 1mm cada
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação em Odontologia,
FO/PUCRS, 2006.
As fatias foram fixadas com cola Super Bonder
®
sobre uma folha de papel
milimetrado
52
, sendo cada uma delas denominada conforme o grupo e o número de
cada raiz, como também pela seqüência da realização das secções.
Todas as fatias foram fotografadas, mas apenas a segunda fatia de cada
unidade amostral é que foi utilizada nesta pesquisa.
Figura 15: Fatias fixada em uma folha de papel milimetrado; A) Fatia do dente 41 do
grupo Gf; B) Fatia do dente 53 do grupo Gg
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação em Odontologia,
FO/PUCRS, 2006.
52
Papel milimetrado Canson. A3 297x420mm.
52
As imagens da face coronal de cada fatia foram adquiridas com o auxílio de
uma máquina fotográfica digital Nikon modelo D70s, objetiva Nikon macro 100mm,
foco manual, com flash circular e fotometragem automática, resolução de 6.1 mega
pixels. Ao serem transferidas para o computador, receberam identificação por
códigos.
Para a aquisição dos resultados, utilizou-se a morfometria computadorizada
do programa Image Tool 3.0
53
, disponível para download gratuito no endereço
eletrônico http://ddsdx.uthscsa.edu/dig/itdesc.html. Na opção Open Image, as
imagens das fatias radiculares foram visualizadas e analisadas individualmente,
magnificação 1:2, utilizando-se a função área, em mm
2
. Para tal, determinou-se, no
papel milimetrado, a distância de 1mm para que o programa fornecesse a área em
milímetros quadrados, sendo esta medida adotada como padrão para todas as
aferições.
Os dentes foram avaliados, quanto ao percentual de dentina que sofreu
infiltração, há 2mm do extremo apical, sendo medidas, em milímetros, as áreas de
infiltração do corante Rodamina B a 0,2%, na dentina. Para tanto, dois avaliadores
independentes realizaram as seguintes mensurações: Área Total (AT), Área
Infiltrada (AI) e Área da Retrocavidade (AR).
Figura 16: Imagem do software ImageTool 3.0. Determinação de AI
(Área infiltrada), de AT (Área Total) e de AR ( Área da Retrocavidade
retrobturada com amálgama)
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação em
Odontologia, FO/PUCRS, 2006.
53
Software livre UTHSCSA ImageTool
versão 3.0 (UTHSCSA, Texas, USA).
53
As medidas da Área Possível de ser Infiltrada (API) e da Área Efetivamente
Infiltrada (AEI), para cada unidade amostral, foram obtidas da seguinte forma:
Após, o valor da AEI foi dividido pelo valor da API, obtendo-se, assim, um
número fracionado correspondente ao Percentual de Dentina que sofreu Infiltração
(PDI) para cada unidade amostral.
54
4 ANÁLISE ESTATÍSTICA
O teste de correlação de Pearson evidenciou correlação positiva entre os
achados dos dois avaliadores, tanto para a API (p=0,00) quanto para PDI (p=0,00).
Os dados obtidos pelos avaliadores independentes foram tabulados em uma planilha
eletrônica do software Excel
®
e transferidos, por intermédio do software Stat
Transfer
54
, para o programa SPSS
55
, onde foram analisados, utilizando-se a média
do PDI, obtida entre os dois avaliadores, para cada unidade amostral.
Figura 17: Gráfico de dispersão evidenciando correlação positiva entre os
resultados dos dois avaliadores
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação em Odontologia,
FO/PUCRS, 2006.
54
Software Stat Transfe for windows Download a Free Trial Copy of NCSS. Comprehensive and User-
Friendly. www.ncss.com.
55
Programa SPSS for Windows 10.0.
A
VALIADOR 2
55
Diferenças entre as variáveis independentes foram analisadas por meio da
análise de variância (ANOVA) e pós-teste LSD e, para verificar se alguma das
variáveis independentes, que tenha diferido em algum grupo, influenciou nos
resultados de infiltração (variável dependente), executou-se a análise da correlação
de Pearson entre as mesmas.
A comparação dos grupos quanto ao PDI foi feita por análise de variância,
possível pelo fato de a amostra ter distribuição normal, homossedasticidade entre os
grupos e independência das unidades amostrais.
A homossedasticidade entre os grupos foi verificada pelo teste de Levene
(p=0,00).
Figura 18: Histograma da distribuição dos dados da amostra, exibindo a
semelhança com a curva normal
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação em Odontologia,
FO/PUCRS, 2006.
Para se identificar que grupos apresentavam diferenças entre si, empregou-
se o pós-teste LSD, com nível de significância de 95% (LUIZ, 2005).
56
5 RESULTADOS
Os valores obtidos por avaliador, em relação ao PDI pelo corante Rodamina
B a 0,2%, de cada unidade amostral, estão distribuídos na Tabela 4 (APÊNDICE A).
As médias do PDI e o desvio-padrão, em cada grupo, estão ilustradas na
Figura 17 e no Quadro 2.
0
5
10
15
20
25
30
35
abcde f gh
Grupos
%
Média%PDI
Desvio-Padão
Figura 19: Média e desvio-padrão do percentual e área infiltrada pelo corante nos grupos
experimentais
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação em Odontologia, FO/PUCRS, 2006.
Técnicas
Grupo
Apicectomia Retrocavitação
Material
Odontológico
Média PDI
%
Desvio-
Padrão
Ga 90
o
US MTA 7,09 a 6,72
Gd 90
o
Br MTA 13,54 a b 5,66
Gg 45
o
Br MTA 15,66 a b 7,26
Gh 45
o
US MTA 16,59 a b 12,55
Gc 90
o
US Amálgama 16,89 a b 5,64
Gb 90
o
Br Amálgama 19,59 b c 5,67
Gf 45
o
US Amálgama 20,26 b c 4,99
Ge 45
o
Br Amálgama 29,14 c 17,33
Quadro 2: Média e desvio-padrão do PDI nos grupos experimentais
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação em CTBMF, FO/PUCRS, 2006.
57
Ao se executar a análise de variância quanto à infiltração marginal apical,
verificou-se que houve pelo menos um grupo diferente de outro (p=0,00). Para se
identificarem os grupos que diferiram entre si, foi usado o pós-teste LSD (Tabela 1).
Tabela 1: Comparação entre os grupos, um a um, quanto ao percentual de área infiltrada (valor de p
e intervalo de confiança 95%)
Grupo Ga Gb Gc Gd Ge Gf Gg
Gb
0,010(-20,93
a -2,94)
Gc
0,058(-17,67
a 0,31)
0,472(-5,74 a
12,25)
Gd
0,251(-14,20
a 3,79)
0,139(-2,26 a
15,72)
0,442(-5,52 a
12,47)
Ge
0,000(-29,39
a -11,41)
0,064(-17,46
a 0,53)
0,012(-20,71
a -2,73)
0,001(-24,19
a -6,20)
Gf
0,009(-21,21
a -3,22)
0,950(-9,27 a
8,71)
0,435(-12,53
a 5,46)
0,124(-16,00
a 1,98)
0,074(-0,81 a
17,18)
Gg
0,082(-16,94
a 1,05)
0,378(-5,00 a
12,99)
0,870(-8,25 a
9,73)
0,545(-11,73
a 6,26)
0,007(3,47 a
21,45)
0,345(-4,72 a
13,27)
Gh
0,053(-17,88
a 0,10)
0,500(-5,95 a
12,04)
0,963(-9,20 a
8,78)
0,415(-12,68
a 5,31)
0,013(2,52 a
20,50)
0,462(-5,67 a
12,32)
0,834(-9,94 a
8,05)
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação em Odontologia, FO/PUCRS, 2006.
Por meio da análise de variância, não houve diferença entre os distintos
grupos quanto à área do canal (p=0,87), mas quanto à Área Possível de ser
Infiltrada verificou-se diferença (p=0,00), conforme pode ser visto na Tabela 2.
Tabela 2: Média e desvio-padrão da área do canal e da área possível de ser infiltrada para os
diferentes grupos
Grupo Média da AC Desvio-
Padrão
Média da API Desvio-
Padrão
Ga 8 1,15 1,47 9,57 3,08
Gb 8 0,75 0,22 11,40 2,37
Gc 8 0,78 0,24 13,75 2,49
Gd 8 0,75 0,16 16,23 2,70
Ge 8 0,79 0,16 13,95 2,11
Gf 8 0,87 0,31 11,79 1,47
Gg 8 0,88 0,37 13,63 3,32
Gh 8 0,77 0,22 14,00 2,89
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação em Odontologia, FO/PUCRS, 2006.
58
Por esta razão, se realizou pós-teste LSD, para identificação dos grupos que
diferiam entre si (Tabela 3).
Tabela 3: Comparação entre os grupos, um a um, quanto à área possível de ser infiltrada (valor de p
e intervalo de confiança 95%)
Grupo Ga Gb Gc Gd Ge Gf Gg
Gb
0,17(-4,45
a 0,78)
Gc
0,00(-6,80
a -1,57)
0,08
(-4,96
a 0,27)
Gd
0,00(-9,28
a -4,05)
0,00
(-7,45
a -2,22)
0,06
(-5,10
a 0,13)
Ge
0,00(-6,99
a -1,76)
0,06
(-5,16
a 7,23)
0,88
(-2,81
a 2,42)
0,09
(-0,33
a 4,90)
Gf
0,00(-6,99
a -1,76)
0,77
(-3,01
a 2,22)
0,14
(-0,66
a 4,57)
0,00
(1,83 a
7,06)
0,11
(-0,46
a 4,77)
Gg
0,00(-6,68
a -1,45)
0,93
(-4,85
a 0,38)
0,93
(-2,50
a 2,73)
0,51
(-1,48
a 5,22)
0,81
(-2,30
a 2,93)
0,16
(-4,46
a 0,78)
Gh
0,00(-7,04
a -1,81)
0,52
(-5,21
a 1,85)
0,85
(-2,86
a 2,37)
0,09
(-0,38
a 4,85)
0,97
(-2,67
a 2,56)
0,10
(-4,82
a 0,41)
0,78
(-2,98
a 2,25)
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação em Odontologia, FO/PUCRS, 2006.
Uma vez detectada diferença entre alguns grupos, realizou-se o teste de
correlação de Pearson entre a Área Possível de ser Infiltrada e a Área Efetivamente
Infiltrada. Como não foi evidenciada correlação (p=0,67), tal fato não influenciou nos
resultados de infiltração.
59
6 DISCUSSÃO
Técnicas consagradas, tais como apicectomia em 45º, retrocavitação com
broca e retrobturação com amálgama, têm sido gradativamente substituídas por
novos procedimentos - utilização do ultra-som no preparo retrocavitário e o emprego
de novos materiais odontológicos para retrobturação, por exemplo. Estas
importantes inovações aumentam os benefícios cirúrgicos e propiciam um melhor
prognóstico clínico em casos considerados de difícil solução terapêutica (CHIVIAN,
1997; CAPLAN; REAMS; WEINTRAUB, 1999; BOWEN; PENARROCHA; GARCIA,
2005; GAGLIANI; GORNI; STROHMENGER, 2005; TSESIS et al., 2006).
A apicectomia pode ser realizada com diversos tipos de brocas e em
diferentes angulações (0 ou 90º; 30 e 45º). Nesta pesquisa, optou-se por realizar o
seccionamento apical em 45 ou 90º, à 3mm do ápice radicular, pois são as técnicas
de apicectomia mais preconizadas na literatura consultada (GAGLIANI; TASCHIERI;
MOLINARI, 1998; POZZA et al., 2005; TSESIS et al., 2006; XAVIER; POZZA;
GERHARDT DE OLIVEIRA, 2006). Utilizou-se broca diamantada n
o
4138, porque tal
tipo de instrumento é de uso freqüente na clínica odontológica, além de possuir
grande poder de corte, proporcionando uma superfície regular.
Marzola (2002) salienta que nos casos em que se realiza a apicectomia em
90
o
, tem-se mais segurança da remoção das ramificações do canal radicular. Assim,
previne-se uma das causas de insucesso da cirurgia paraendodôntica, salientada
por Baraldi e Puricelli (2000), que é a possibilidade da passagem de bactérias e
agentes irritantes via ápice radicular (BERNABÉ; HOLLAND, 1998; MORRIER et al.,
1998; ELDENIZ et al., 2006).
Entretanto, somente quando se passou a utilizar pontas ultra-sônicas para a
confecção das retrocavidades viabilizou-se clinicamente a realização da apicectomia
perpendicular ao longo eixo dentário (KELLERT; SOLOMON; CHALFIN, 1994), pois
quando a retrocavidade é confeccionada com brocas, é melhor optar pela realização
da apicectomia com angulação entre 30 e 45
o
. O bisel apical resultante da
apicectomia com tais angulações permite melhor visualização do conduto radicular,
60
melhor posicionamento da broca, durante o preparo cavitário, possibilitando que a
broca atinja a profundidade necessária.
Para a realização das retrocavidades com o sistema ultra-sônico, usou-se
uma retroponta diamantada S12/90D, pois, segundo um estudo de Peters, Peters e
Barbakow (2001), as pontas diamantadas realizaram as retrocavidades em menos
tempo e produziram uma excelente cavidade com menor risco de microfraturas que
as pontas de aço, embora as pontas de aço tenham mantido mais remanescente
dentário. Já Zuolo et al. (1999), ao compararem retrocavidades executadas com
pontas ultra-sônicas de aço e diamantadas, sugeriram a associação de ambas, pois
as pontas diamantadas parecem ter maior poder de corte e as de aço produzem
uma superfície mais lisa. Porém, Rainwater, Jeasonne e Sarkar (2000), como
também, Calzanetti et al. (1998) dizem não ter observado diferenças estatísticas
entre microfraturas após a realização de retrocavidades executadas com pontas
ultra-sônicas de aço ou diamantadas.
O uso do sistema ultra-sônico para realizar o preparo apical foi comparado
ao preparo convencional com microcontra-ângulo por inúmeros pesquisadores,
sendo sugeridas vantagens na utilização das pontas ultra-sônicas, principalmente
quando há significativo risco de perfuração radicular ou quando o acesso ao ápice é
limitado (LOPES; SIQUEIRA JR, 1999; VON ARX; KURT, 1999; TSURUMACHI;
HAYASHI, 2003; XAVIER; POZZA; GERHARDT DE OLIVEIRA, 2006).
Na presente pesquisa, ao avaliar-se isoladamente tanto o tipo de angulação
da apicectomia quanto o tipo de instrumento utilizado para a realização da
retrocavitação, não foram observadas influências significativas no percentual de
dentina que sofreu infiltração, o que coincide com os resultados obtidos por
O'Connor, Hutter e Roahen (1995). Já Gagliani, Taschieri e Molinari (1998)
observaram que, somente nos casos em que ocorreu um bom selamento marginal,
não foram observadas diferenças significativas em relação a infiltração e o tipo de
ressecção apical realizada.
É importante salientar que, na prática clínica, a escolha e a implantação de
muitos materiais odontológicos, baseia-se em estudos in vitro. Porém, tais estudos
não podem determinar e tampouco prever, de maneira conclusiva, os resultados que
61
serão obtidos clinicamente. Em conseqüência, isso dificulta, para o clínico, uma
tomada de decisão a respeito de qual material testado in vitro é efetivamente melhor
para uso in vivo. Uma extrapolação direta dos resultados obtidos em pesquisas in
vitro para aplicação em estudos clínicos constitui-se em um grande risco (ESTRELA,
2000; TSURUMACHI; HAYASHI, 2003; STROPKO; DOYON; GUTMANN, 2005).
Assim, a busca pelo material odontológico ideal, com propriedades de
vedamento hermético das cavidades apicais, continua sendo um desafio para a
Ciência Odontológica (FRIEDMAN, 1991; WANG et al., 2004; OPDAM et al., 2006).
Entretanto, com o avanço das pesquisas, observa-se que o progresso, na área,
encontra-se em franco desenvolvimento e novos materiais têm resultados
promissores em pesquisas realizados in vitro e in vivo; sendo o MTA que tem
demonstrado melhores perspectivas, por não requerer a presença de um campo
seco, ser de fácil manipulação e remoção de excessos, ter biocompatibilidade, além
de propiciar menor infiltração que os demais empregados em retrobturações
(FISCHER; ARENS; MILLER, 1998; BUSATO et al., 1999; JOHNSON, 1999;
TORABINEJAD; CHIVIAN, 1999; SCHEERER; STEIMAN; COHEN, 2001; ANDELIN
et al., 2002; AQRABAWI, 2000; PETERS; PETERS, 2002; GONDIM JR. et al., 2003;
BONSON; JEANSONE; LALLIER, 2004; BAEK; PLENK JR.; KIM, 2005).
Nesta pesquisa, foi observado que, apesar de nenhum dos grupos ser capaz
de selar completamente a interface da retrocavidade com o material odontológico
utilizado para a retrobturação, o MTA demonstrou ser superior ao amálgama em
relação à capacidade de selamento apical, considerando-se a infiltração pelo
corante Rodamina B. O tipo material utilizado para a retrobturação mostrou-se como
o fator mais influente, seguido da angulação da apicectomia e do instrumento
utilizado na retrocavitação.
Testes de penetração de corantes, infiltração bacteriana e de fluidos são
algumas das formas utilizadas para avaliação do selamento apical; porém, inúmeros
resultados contraditórios ainda são apontados na literatura (XAVIER; ZAMBRANO,
2001; SOUZA; AMORIN; LAGE-MARQUES, 2004; PEREIRA; CENCI; DEMARCO,
2004; VOGT, 2005).
Neste estudo, escolheu-se o teste de infiltração de corante, pois o mesmo
tem sido muito utilizado para verificar a permeabilidade do ápice dental em
62
experimentos que envolvem diferentes seqüências de rotinas técnicas
paraendodônticas, além de ser um método simples e eficaz para avaliar o selamento
marginal promovido por materiais odontológicos utilizados como retrobturadores
(AQRABAWI, 2000; GONDIM JR. et al., 2003). Porém, ao se selecionar esta técnica
de avaliação observou-se, um grande número de variáveis existentes, as quais
incluem a escolha dos dentes a serem modelo de estudo, as variações na técnica de
endodontia, o uso de medicação intracanal, o tipo de ressecção apical, o material
odontológico utilizado como retrobturador, o corante usado como marcador da
infiltração, o uso de vácuo e o método de leitura; verifica-se, portanto, que há pouco
consenso entre os resultados. Além disso, Wu e Wesselink (1993) salientam uma
desvantagem da mensuração linear da penetração de corante, que é a destruição
dos espécimes para avaliar e comparar resultados.
A comparação entre os resultados de microinfiltração, pelas diversas
substâncias marcadoras, encontrados na literatura é limitada, pois há grande
variação nas metodologias empregadas. A inexistência de padronização, bem como
a ausência de descrição de alguns passos importantes da metodologia, também
trouxeram dificuldades para Xavier (2003), Vogt (2005) e Costa (2006).
Além disso, sabe-se que substâncias corantes apresentam inúmeras
propriedades físicas e químicas específicas, sendo necessário conhecê-las
profundamente quando estão sendo avaliadas, pois tais características podem
provocar alterações no resultado dos trabalhos (AZOUBEL; VEECK, 1998; WU;
KONTAKIOTIS; WESSELINK, 1998; VOGT, 2006).
Na literatura científica consultada, são descritos diferentes concentrações,
momentos e tempos de imersão dos espécimes na solução corante. Na presente
investigação foi utilizado o corante Rodamina B a 0,2%, e os dentes, imersos nesta
solução, por um período de 24 horas. Na escolha da solução marcadora Rodamina
B levou-se em consideração o tamanho da partícula, a carga iônica, além da
capacidade de penetração e da nitidez da substância corante nos túbulos
dentinários. Tais características são de significativa importância durante a escolha
da solução corante para testes que avaliam a capacidade de selamento dos
materiais odontológicos (GREMPEL; ANTONIAZZI; PAIVA, 1990; AL-AJAM;
63
McGREGOR, 1993; WU; KONTAKIOTIS; WESSELINK, 1998; SOUZA; AMORIN;
LAGE-MARQUES, 2004).
Torabinejad et al. (1993) descreveram que a hidratação do pó do MTA
resulta num gel coloidal, que solidifica em menos de quatro horas, com resistência à
compressão semelhante ao amálgama. Alguns pesquisadores observaram que
ocorre uma liberação de íons cálcio durante o tempo de presa do MTA, em meio
aquoso, e que este fenômeno resulta em aumento do pH e pode influenciar no poder
de selamento apical (DUARTE, 2003; FRIDLAND; ROSADO, 2005; BAEK; PLENK;
KIM, 2005).
Sugeri-se a preconização da imersão imediata dos espécimes na solução
corante quando estudos avaliam o poder de vedamento apical dos materiais
odontológicos utilizados em retrobturações, pois na clínica odontológica ocorre um
contato direto entre o material utilizado na retrobturação com os fluídos bucais.
Como o estudo foi in vitro e para que não houvesse uma diferença de tempo
significativa entre a imersão do primeiro ao oitavo dente, em cada grupo, as
retrobturações foram realizadas aleatoriamente por dois profissionais previamente
treinados.
Alguns autores relatam que a presença de unidade auxilia no poder de
vedamento apical do MTA, ao contrário do que ocorre com os outros materiais
utilizados em retrobturações, que durante o procedimento cirúrgico necessitam de
um leito sem interferência de sangue e dos fluídos bucais (MONTELLANO;
SCHWART; BEESON, 2006; WU; DUMMER; WESSELINK, 2006).
Ao observar inúmeros artigos de estudos in vitro e revisões de literatura,
sobre infiltração apical e Bancos de Dentes, neste estudo optou-se para que os
dentes fossem esterilizados em autoclave por 15 minutos a 121
o
C, pois sempre que
se trabalha com dentes extraídos, é importante que estes sejam submetidos a
métodos de desinfecção ou esterilização como autoclave, que é um método seguro
(OUTHWAITE; LIVINGSTON; PASHLEY, 1976). Já para o armazenamento dos
dentes, diversas soluções são empregadas, mas optou-se pela solução fisiológica
por possibilitar hidratação dos espécimes e por ser mais comumente usada
(CAUSTON; JOHNSON, 1979).
64
Para a avaliação da infiltração apical, realizaram-se cortes transversais
(perpendiculares ao longo eixo da raiz dentária), pois estudos evidenciam a
ocorrência de maior distorção da amostra quando efetivados cortes longitudinais
(PEREIRA; CENCI; DEMARCO, 2004; VOGT, 2005, XAVIER et al., 2005). Além
disso, optou-se por utilizar a segunda fatia, seccionada a 2mm da apicectomia, pois
na primeira a infiltração do corante mostrou-se sem limites definidos e na terceira
ocorreu a exposição da guta-percha, para algumas unidades amostrais.
Destaca-se, também, que das possíveis formas para visualização e
avaliação dos testes de penetração de corantes, como, por exemplo, lupa
estereoscópica (STARKEY; ANDERSON; PASHLEY, 1993; XAVIER, 2003) e
microscópio com ocular milimetrada (SOUZA; AMORIN; LAGE-MARQUES, 2004),
neste estudo, a avaliação do selamento marginal apical foi realizada com a utilização
de mensurações lineares e cálculos das áreas de infiltração apical através do
programa para avaliação de imagens ImageTool 3.0, o qual permite a delimitação
das áreas de interesse, fornecendo automaticamente seus valores e permitindo uma
análise de altíssima resolução e excelentes nitidez e visibilidade, sem requerer
dispositivos computadorizados sofisticados (ARAÚJO et al., 2004; RESENDE et al.,
2004; COSTA, 2006).
Salienta-se que a relevância deste trabalho está em apontar para a
exeqüibilidade, com qualidade nos resultados esperados, quando da aplicação de
novas técnicas, tecnologias e materiais em cirurgia paraendodôntica.
65
7 CONCLUSÕES
- Quando se comparou a interação entre as técnicas utilizadas nesta pesquisa -
por apicectomia em 90º, retrocavitação com retroponta ultra-sônica e retrobturação
com MTA - mostrou-se significativamente superior àquela por apicectomia em 45º,
retrocavitação com broca e retrobturação com amálgama.
- O tipo de instrumento utilizado para a confecção da retrocavidade e a
angulação de corte da apicectomia, por si só, não foram significativos quanto aos
valores de infiltração marginal apical mensurados.
- O material só influiu significativamente nos percentuais de infiltração do corante
quando se realizou apicectomia em 45º e utilizou-se broca de aço esférica nº 2 para
a confecção da retrocavidade, tendo o MTA demonstrado maior poder de selamento
marginal em relação ao amálgama nesta pesquisa.
66
REFERÊNCIAS
ABRAMOVITZ, I. et al. Case selection for apical surgery: a retrospective evaluation
of associated factors and rational. Journal of Endodontics, Baltimore, v. 28, n. 7, p.
527-530, July 2002.
AL-AJAM, A. D. K.; McGREGOR, A. J. Comparison of the sealing capabilities of
Ketac-Silver and extra high cooper Alloy amalgam when used as retrograde root
canal filling. Journal of Endodontics, Baltimore, v. 19, n. 7, p. 353 -356, July 1993.
ANDELIN, W. E. et al. Microleakage of resected MTA. Journal of Endodontics,
Baltimore, v. 28, n. 8, p. 573-574, Aug. 2002.
ANUSAVICE, K.J. Phillips, materiais dentários. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1996. Cap. 17, 18. p. 212-240.
AQRABAWI, J. Sealing ability of amalgam, super EBA cement, and MTA when used
as retrograde filling materials. British Dental Journal, London, v. 188, n. 5, p. 266-
268, Mar. 2000.
ARAÚJO, S. V. et al. Avaliação do selamento em retrobturações com cimentos
associados ou não a cianocrilato de etila. Pesquisa Odontológica Brasileira, São
Paulo, v. 18, n. 1, p. 122, jan./mar. 2004.
AZOUBEL, E.; VEECK, E. B. Análise do vedamento apical em dentes
monorradiculares submetidos a obturação retrógrada e irradiação com laser Nd:
Yag. Revista da Faculdade de Odontologia da UFBA.Salvador, v. 17, p. 25-35, 1998.
BAEK, S. H.; PLENK JR, H.; KIM, S. Periapical tissue responses and cementum
regeneration with amalgam, SuperEba, and MTA as root-end filling materials.
Journal of Endodontics, Baltimore, v. 31, n. 6, p. 444-449, June 2005.
BARALDI, C.; PURICELLI, E. Estudo in vitro das alterações morfológicas da
superfície de raízes submetidas à apicectomias e iradiadas com Laser de Nd: YAG.
Revista da Faculdade de Odontologia de Porto Alegre, Porto Alegre, v. 40, n. 2,
p. 29-35, jan. 2000.
Este trabalho seguiu as normas de formatação da ABNT (NBR 6023, NBR 14724, NBR 10520).
67
BERGER, C. R. Endodontia clínica. São Paulo: Pancast, 2002. Cap. 14, 17.
______. Avaliação histomorfométrica realizada em dentes de cães com lesão
periapical, após apicectomia e obturação retrógada convencional com
cimentos a base de óxido de zinco e eugenol e o agregado de trióxido mineral.
1999. Dissertação (Mestrado em Odontologia)–Faculdade de Odontologia de
Araçatuba, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Araçatuba, 1999.
BERNABÉ, P. F. E.; HOLLAND, R. Cirurgia parendodôntica: quando indicar e como
realize-la. In: GONÇALVES, E. A; FELLER, C. Atualização na clínica
odontológica: a prática de clínica geral. São Paulo: Artes Médicas, 1998. Cap. 10,
p. 217- 254.
BERTRAND, G.; FESTAL, F., BARAILLY, R. Use of ultrasound in apecoectomy.
Quintessence International, Dental Digest, Berlin, v. 7, n. 1, p. 9-12, Jan 1976.
BONSON, S.; JEANSONE, B. G.; LALLIER, T. E. Root-end filling materials after
fibroblast differentiation. Journal of Dental Research, Chicago, v. 83, n. 5, p. 408-
413, May 2004.
BOWEN, M. E.; PENARROCHA, D. M.; GARCIA, M. B. Periapical surgery using the
ultrasound technique and silver amalgam retrograde filling. A study of 71 teeth with
100 canals. Medicina Oral, Patología Oral y Cirugía Bucal, Valencia, v. 1, n. 10, p.
e67-73, Apr. 2005. Suplemento 1.
BOTTA, S. B.; DA ANA, P. A.; IMPERATO, J.C.P. In: IMPERATO, I. C. P. et al.
Banco se dentes humanos. Curitiba: Maia, 2003. cap. 8, p. 115-129.
BRAMANTE, C. M.; BERBERT, A.; BERNARDINELI, N. Recursos radiográficos
aplicados à endodontia. Revista Brasileira de Odontologia, Rio de Janeiro, v. 37,
n. 1, p. 8-24, jan./fev. 1980.
BUSATO, A. L. S. et al. Agregado de trioxido mineral: indicações clínicas de um
novo cimento dentário. Jornal Brasileiro de Clinica & Estética em Odontologia,
Curitiba, v. 3, n. 18, p. 32-34, nov. 1999.
CALZONETTI, J. K. et al. Ultrasonic root end cavity preparation assessed by an in
situ impression technique. Oral Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology, Oral
Radiology, and Endodontics, St. Louis, v. 85, n. 2, p. 210-211, Feb. 1998.
68
CAMPBELL, D. T.; STANLEY, J. C. B. Delineamentos experimentais e quase
experimentais de pesquisa. São Paulo: Pedagógica e Universitária, 1979.
CAPLAN, D. J.; REAMS, G.; WEINTRAUB, J.A. Recommendations for endodontic
referral among practitioners in a dental HMO. Journal of Endodontics, Baltimore, v.
25, n. 5, p. 369-375, May 1999.
CARR, G. B.; BENTKOVER, S. K. Cirurgia em endodontia. In: WALTON, R. E.;
TORABINEJAD, M. Princípios e práticas em endodontia. 2. ed. São Paulo:
Santos, 2000. p. 403.
CAUSTON, B. E.; JOHNSON, N. W. Changes in the dentine of human teeth following
extraction and their implication for in vitro studies of adhesion to tooth substance.
Arch Oral Biol, v. 24, n. 3, p. 229-232, 1979.
CHIVIAN, N. Endodontia cirúrgica: um enfoque conservador. In: WALTON, R. E.;
TORABINEJAD, M. Princípios e práticas em endodontia. 2. ed. São Paulo:
Santos, 1997. p. 403.
CHONG, B. S.; PITT FORD, T. R.; HUDSON, M. B. A prospective clinical study of
mineral trioxide aggregate and IRM when used as root-end filling materials in
endodontic surgery. International Endodontic Journal, Oxford, v. 36, n. 7, p. 520-
526, July 2003.
COSTA, A. T. Vedamento apical e adaptação marginal de materiais utilizados
em retrobturações: estudo in vitro. 2006. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de
Odontologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,
2006.
CUSTÓDIO, A. L. N.; COSTA, N. P. Avaliação do vedamento apical de quatro
materiais odontológicos utilizados em obturações retrogradas: estudo realizado in
vitro. Odonto Ciência, Porto Alegre, v. 9, n. 18, p. 35-48, dez. 1994.
DANIN, J. et al. Clinical management of nonhealing periradicular pathosis. Oral
Surgery, Oral Medicine, and Oral Pathology, St. Louis, v. 82, n. 3, p. 213-217,
Aug. 1996.
DORN, S. O.; GARTNER, A. H. Retrograde filling materials: a retrospective success-
failure study of amalgam, EBA, and IRM. Journal of Endodontics, Baltimore, v. 16,
n. 8, p. 391-393, Aug. 1990
69
DUARTE, M. A. H. et al. pH and calcium ion release of 2 root-end filling materials.
Oral Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology, Oral Radiology, and Endodontics,
St. Louis, v. 95, n. 3, p. 345-347, Mar. 2003.
ELDENIZ, A. U; et al. Antibacerial effect of selected root-end filling materials.
Journal of Endodontics, Baltimore, v. 32, n. 4, April 2006.
ESCODA, C. G.; AYTÉS, L. B. Cirugía bucal. Madrid: Ediciones Ergon, 1999. p.
781- 830.
ESTRELA, C. Ciência endodôntica. São Paulo: Artes Médicas, 2004.
ESTRELA, C. et al. Antimicrobial and chemical study of MTA, Portland cement,
calcium hydroxide paste, Sealapex and Dycal. Brazilian Dental Journal, Ribeirão
Preto, v. 11, n. 1, p. 3-9, 2000.
FERNANDES, A. L.; STREFEZZA, F.; MOURA, A. A. M. Cirurgias parendodônticas:
indicações, contra-indicações e técnicas operatórias. Revista do Instituto de
Ciências da Saúde, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 29-38, jan./jun. 1995.
FISCHER, E. J.; ARENS, D. E.; MILLER, C. H. Bacterial leakage of mineral trioxide
aggregate as compared with zinc-free amalgam, intermediate restorative material
and Super-EBA as a root-end material. Journal of Endodontics, Baltimore, v. 24, n.
3, p. 176-179, Mar. 1998.
FITZPATRICK E. L, STEIMAN R. Scanning electron microscopic evaluation of
finishing techniques on IRM and EBA retrofillings. Journal of Endodontics,
Baltimore, v. 23, n. 7, p. 423-427, July 1997.
FOGEL, H. M.; PEIKOFF, M. D. Microleakage of root-end filling materials. Journal of
Endodontics, Baltimore, v. 27, n. 7, p. 456-458, July 2001.
FRIDLAND, M. ROSADO, R. MTA solubility: a long term study. Journal of
Endodontics, Baltimore, v. 31, n. 5, p. 376-379, May 2005.
FRIEDMAN, S. Retrograde approaches in endodontic therapy. Endodontics &
Dental Traumatology, Copenhagen, v. 7, n. 3, p. 97-107, June 1991.
70
GAGLIANI, M.; TASCHIERI, S.; MOLINARI, R. Ultrasonic root-end preparation:
influence of cutting angle on the apical seal. Journal of Endodontics, Baltimore, v.
24, n. 11, p. 726-730, Nov. 1998.
GAGLIANI, M. M.; GORNI, F. G. M.; STROHMENGER, L. Periapical resurgery
versus periapical surgery: a 5-year longitudinal comparison. International
Endodontic Journal, Oxford, v. 38, n. 5, p. 320-327, May 2005.
GARVIN, M. R. Root resection. Journal Canadian Dental Association, Ottawa, v.
8, p. 126-129, 1920.
GILHEANY, P. A.; FIGDOR, D.; TYAS, M. J. Apical dentin permeability and
microleakage associated with root end resection and retrograde filling. Journal of
Endodontics, Baltimore, v. 20, n. 1, p. 22-26, Jan. 1994.
GONDIM, E. et al. Investigation of the marginal adaptation of root-end filling materials
in root-end cavities prepared with ultrasonic tips. International Endodontic Journal,
Oxford, v. 36, n. 7, p. 491-499, July 2003.
GORMAN, M. C.; STEIMAN, R.; GARTNER, A. H. Scanning electron microscopic
evaluation of root-end preparation. Journal of Endodontics, Baltimore, v. 21, n. 3,
p. 113-117, Mar. 1995.
GREMPEL, M.; ANTONIAZZI, J. H.; PAIVA, J. G. Determinação da permeabilidade
dentinária radicular natural de dentes humanos anteriores, segundo a faixa etária e o
tipo de corane utilizado. Revista Paulista de Odontologia, São Paulo, v. 12, n. 1, p.
4-16, jan./fev. 1990.
HAMAOKA, L.; MOURA, A. A. M. Avaliação in vitro da permeabilidade dentinária
radicular, tendo como fonte de variação três diferentes tipos de corantes. Revista de
Odontologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 10, n. 1, p. 39-42,
jan./mar. 1996.
HOSOYA, N.; LAUTENSCHLAGER, E. P.; GREENER, E. H. A study of the apical
microleakage of a Gallium Alloy as a retrograde filling material. Journal of
Endodontics, Baltimore, v. 21, n. 9, p. 456-458, Sept. 1995.
ILIKLI, B. G. et al. In vitro corrosion behavior and microhardness of high-copper
amalgams with platinum and indium. Journal of Oral Rehabilitation, Oxford, v. 26,
n. 2, p. 170-176, Feb. 1999.
71
ISHIKAWA, H. et al. Evaluation of root-end cavity preparation using ultrasonic
retrotips. International Endodontic Journal, Oxford, v. 36, n. 9, p. 586-590, Sept.
2003.
JOHNSON, B. R. Consideration in the selection of a root-end filling material. Oral
Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology, Oral Radiology, and Endodontics, St.
Louis, v. 87, n. 4, p. 398-404, Apr. 1999.
JOHNSON, G. H. Amálgama. In: CRAIG, R. G.; POWERS, J. M. Materiais
dentários restauradores. 11. ed. São Paulo: Livraria Santos, 2004. Cap. 11. p. 287-
327.
KELLERT, M.; SOLOMON, C.; CHALFIN, H. A modern approach to surgical
endodontics: ultrasonic apical preparation. The New York State Dental Journal,
New York, v. 60, n. 6, p. 25-28, June/July 1994.
KIDD, E. M. A. Microleakage: a review. Journal of Dentistry, Bristol, v. 14, n. 4, p.
199 -204, Sept. 1976.
KONTAKIOTIS EG, LAGOUDAKOS TA, GEORGOPOULOU MK. The influence of
root-end resection and root-end cavity preparation on microleakage of root filled teeth
in vitro. International Endodontic Journal, Oxford, v. 37, n. 6, p. 403-407, Jun.
2004.
LASKIN, D. Cirurgia bucal y maxilo-facial. Buenos Aires: Panamericana, 1987.
LEE, B. S. et al. Ultrastructural changes of human dentin after irradiation by nd: YAG
laser. Lasers in surgery and medicine, New York, v. 30, n. 3, p. 246-252, 2002.
LEONARDO, M. R.; LEAL, J. M. Endodontia: tratamento dos canais radiculares. 3.
ed. São Paulo: Panamericana, 1998.
LOPES, H. P; SIQUEIRA JR, J. F. Endodontia: biologia e técnica. Rio de Janeiro:
Medsi, 1999.
LUIZ, R. R. Associação entre duas variáveis. In: LUIZ, R. R.; COSTA, A. J. L.;
NADANOVSKY, P. Epidemiologia e bioestatística na pesquisa odontológica.
São Paulo: Atheneu, 2005. cap. 15, p. 313-339.
72
MARTIN, H. Ultrasonic desinfection of root canal. Oral Surgery, Oral Medicine, and
Oral Pathology, St. Louis, v. 42, n. 1, p. 92-99, July 1976.
MARZOLA, C. Cirurgia pré-protética. 3. ed. São Paulo: Pancast, 2002.
MOLVEN, O.; HALSE, A.; GRUNG, B. Observer strategy and the radiographic
classification of healing after endodontic surgery. International Journal of Oral and
Maxillofacial Surgery, Copenhagen, v. 16, n. 4, p. 432-439, Aug. 1987.
MONTELLANO, A. M; SCHWART, S; BEESON, T. J. Contamination of Tooth-
Colored Mineral Trioxide Aggregate Used as a Root-End Filling Material: A Bacterial
Leakage Study Journal of Endodontics, Baltimore, v. 32, n. 5, p. 452-455, May 2006.
MORRIER, J. J. et al. Antimicrobial activity of amalgams, alloys and their elements
and phases. Dental Materials, Copenhagen, v. 14, n. 2, p. 150-157, Mar. 1998.
NELSON, L. W.; MAHLER, D. B. Factors influencing the sealing behavior of
retrograde amalgam fillings. Oral Surgery, Oral Medicine, and Oral Pathology, St.
Louis, v. 69, n. 3, p. 356-360, Mar. 1990.
NIEDERMAN, R.; THEODOSOPOULOU, J. N. A systematic review of in vivo
retrograde obturation materials. International Endodontic Journal, Oxford, v. 36, n.
9, p. 577-585, Sept. 2003.
O'CONNOR, R. P.; HUTTER, J. W.; ROAHEN, J. O. Leakage of amalgam and
Super-EBA root-end fillings using two preparation techniques and surgical
microscopy. Journal of Endodontics, Baltimore, v. 21, n. 2, p. 74-78, Feb. 1995.
OPDAM, N. J. et al. A retrospective clinical study on longevity of posterior composite
and amalgam restorations. Dental Materials, Copenhagen, v. 14, Jan. 2006.
OUTHWAITE, W. C.; LIVINGSTON, M. J.; PASHLEY, D. H. Effects of changes in
surface area, thickness, temperature and post-extraction time on human dentine
permeability. Arch Oral Biol, v. 21, n. 10, p. 599-603, 1976.
PAIVA, P. G. et al. Fase de preparo do canal radicular. In: PAIVA, J. G.;
ANTONIAZZI, J. H. Endodontia: bases para a prática clínica. 2. ed. São Paulo:
Artes Médicas, 1988. Cap. 25. p. 531-629.
73
PÉCORA, J. D. et al. Effect of Dakin and EDTA solutions on dentin permeability of
root canals. Brazilian Dental Journal, Ribeirão Preto, v. 4, n. 2, p. 79-84, 1993.
PEREIRA, C. L.; CENCI, M. S.; DEMARCO, F. F. Sealing ability of MTA, Super-EBA,
Vitremer and amalgam as root-end filling materials. Brazilian Oral Research, São
Paulo, v. 18, n. 4, p. 317-321, Oct./Dec. 2004.
PETERS, C. I; PETERS, O. A. Occlusal loading of EBA and MTA root-end filling in a
computer-controlled masticator masticator: a Scanning Eletron Microscopic study.
International Endodontic Journal, Oxford, v. 35, n. 1, p. 22-29, Jan. 2002.
PETERS, C. I.; PETERS, O., A.; BARBAKOW, F. An in vitro study comparing root-
end cavities prepared by diamond-coated and stainless steel ultrasonic retrotips.
International Endodontic Journal, Oxford, v. 34, n. 2, p. 142-148, Mar. 2001.
POZZA, D. H. et al. Avaliação de técnica cirurgia parendodôntica: apicectomia em
90º, retrocavitação com ultra-som e retrobturação com MTA. Revista Odonto
Ciência, Porto Alegre, v. 20, n. 50, p. 297-394, out./dez. 2005.
RAINWATER, A.; JEASONNE, B. G.; SARKAR, N. Effects of ultrasonic root-end
preparation on microcrack formation and leakage. Journal of Endodontics;
Baltimore, v. 26, n. 2, p. 72-75, Feb. 2000.
RESENDE, L. M. et al. Avaliação, in vitro, da permeabilidade dentinária com o uso
do laser de Nd:YAG em diferentes parâmetros. Brazilian Oral Research, São Paulo,
v. 18, n. 1, p. 213, jan./mar. 2004.
RIES CENTENO, G. A. Cirurgia bucal com patologias, clínica y terapêutica. 5.
ed. Buenos Aires: El Ateneo, 1957. t. 2.
RUD, J.; ANDREASEN, J. O.; JENSEN, J. E. Radiographic criteria for the
assessment of healing after endodontic surgery. International Journal of Oral
Surgery, Copenhagen, v. 1, n. 4, p. 195-214, 1972.
SCHEERER, S. Q.; STEIMAN, R.; COHEN, J. A comparative evalution of three root-
end filling materials: an in vitro leakage study using Prevotella nigrescens. Journal of
Endodontics; Baltimore, v. 27, n. 1, p. 40-42, Jan. 2001.
SOUZA, E. B.; AMORIN, C. V. G; LAGE-MARQUES, J. L. Avaliação do selamento
apical provocado pelo laser de diodo em cavidades retrogradas obturadas com MTA.
Brazilian Oral Research, São Paulo, v. 18, n. 1, p. 208, jan./mar. 2004.
74
SPERANDIO, M.; SOUZA, J. B.; OLIVEIRA, D. T. Effects of different sterilization
methods on human teeth- SEM analysis. In: Annual meeting of the Argentine division
of the IADR, 31. Journal of Dental Research, Chicago, v. 79, n. 5, p. 1042, May
2000.
STARKEY, D. L.; ANDERSON, R. W.; PASHLEY, D. H. An evalution of the effect of
methylene blue dye pH on apical leakage. Journal of Endodontics, Baltimore, v. 19,
n. 9, p. 435-439, Sept.1993.
STROPKO, J; DOYON, G. E; GUTMANN, J. L. Root-end management: resection,
cavity preparation, and material placement. Endodontic Topics, v.11, n. 1, p. 131-
151, July 2005.
SUMI, Y. et al. Ultrasonic root-end preparation: clinical and radiographic evaluation of
results. Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, Chicago, v. 54, n. 5, p. 590-593,
May 1996.
SUTIMUNTANAKUL, S.; WORAYOSKOWIT, W.; MANGKORNKARN, C. Retrogade
seal in ultrasonically prepared canals. Journal of Endodontics; Baltimore, v. 26, n.
8, p. 444-446, Aug. 2000.
TSESIS, I. et al. Retrospective Evaluation of Surgical Endodontic Treatment:
Traditional versus Modern Technique. Journal of Endodontics, Baltimore, v. 32, n.
5, p. 412-416, May 2006.
TORABINEJAD, M.; CHIVIAN, N. Clinical applications of mineral trioxide aggregate.
Journal of Endodontics, Baltimore, v. 25, n. 3, p.197-205, Mar. 1999.
TORABINEJAD, M. et al. Citotoxicity of four end filling materials. Journal of
Endodontics, Baltimore, v. 21, n. 10, p. 489-492, 1995a.
TORABINEJAD, M. et al. Fhisical and chemical properties of a new rot-end filling
material. Journal of Endodontics, Baltimore, v. 21, n. 7, p. 349-353, Juny 1995b.
TORABINEJAD, M.; WATSON, T. F.; PITT FORD, T. R. Sealing ability of a mineral
trioxide aggregate when used as a root end filling material. Journal of Endodontics,
Baltimore, v. 19, n. 12, p. 591-595, Dec. 1993.
75
VALOIS, C. R. A.; COSTA, E. D. Influence of thickness of mineral trioxide aggregate
on sealing ability of root-end fillings in vitro. Oral Surgery, Oral Medicine, Oral
Pathology, Oral Radiology, and Endodontics, St. Louis, v. 97, n. 1, p. 108-111,
Jan. 2004.
VERRI, A. R. Cirurgia do periápice. 1ª parte. Odontólogo Moderno, Rio de Janeiro,
v. 9, n. 7, p. 29-35, jul. 1982.
VOGT, B. F. Microinfiltração apical do MTA-Angelus® em testes de penetração
com diferentes corantes. 2005. Monografia (Especialização)–Faculdade de
Odontologia da Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2005
VOGT, B. F; XAVIER, B. C ; DEMARCO, F. F ; PADILHA, M. S. Dentin penetrability
evaluation of three different dyes in root-end cavities filled with mineral trioxide
aggregate (MTA) Brazilian Oral Research, v. 20, n. 2, p.132-136, 2006.
VON ARX, T. Failed root canals: the case for apicectomy (periradicular surgery)
Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, Philadelphia, v. 63, n. 6, p. 832-837,
June 2005.
VON ARX, T; KURT, B. Root-end cavity preparation after apicoectomy using a new
type of sonic and diamond-surfaced retrotip: a 1-year follow-up study. Journal of
Oral and Maxillofacial Surgery, Philadelphia, v. 57, n. 6, p. 656-661, June 1999.
VON ARX, T.; WALKER III, W. A. Microsurgical instruments for root-end cavity
preparation following apicoectomy: a literature review. Endodontics & Dental
Traumatology, Copenhagen, v. 16, n. 1, p. 47-62, Jan. 2000.
WANG, N; et al.Treatment Outcome in Endodontics-The Toronto Study. Phases I
and II: Apical Surgery. Journal of Endodontics, Baltimore, v. 30, n. 11, p. 369-375,
May 2004.
WU, M. K; DUMMER, P. M.H; WESSELINK, P.R. Consequences of and strategies to
deal with residual post-treatment root canal infection. International Endodontic
Journal, v. 39, n. 5, 343–356, May 2006.
WU, M. K; KONTAKIOTIS, E. G.; WESSELINK, P. R. Decoloration of 1% methylene
blue solutin in contact with dental filling materials. Journal of Dentistry, Bristol, v.
26, n. 7, p. 585-589, Sept. 1998.
76
WU, M. K.; WESSELINK, P. R. Endodontic leakage studies reconsidered. Part I.
Methodology, application and relevance. International Endodontic Journal, Oxford,
v. 26, n. 1, p. 37-43, Jan. 1993.
WUCHENICH, G.; MEADOWS, D.; TORABINEJAD, M. A comparison between two
root end preparation techniques in human cadavers. Journal of Endodontics,
Baltimore, v. 20, n. 6, p. 279-282, June 1994.
XAVIER, C. B. Análise comparativa de materiais retrobturadores: vedamento
apical e adaptação marginal. 2003. Tese (Doutorado) – Faculdade de Odontologia
da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003.
XAVIER, C. B. et al. Root-end filling materials: apical microleakage and marginal
adaptation. Journal of Endodontics, Baltimore, v. 31, n. 7, p. 539-542, July 2005.
XAVIER, C. B.; POZZA, D. H; OLIVEIRA, M. G. Uso de retropontas ultra-sônicas na
técnica de cirurgia paraendodôntica. J Brasileiro de Endodontia, v.6, n.23, p. 54-59,
2006.
XAVIER, C. B.; ZAMBRANO, C. B. B. Avaliação da ressecção apical e indicação de
materiais retrobturadores, em cirurgias parendodônticas, no Brasil – estudo de
campo. Revista Brasileira de Cirurgia e Implantodontia, Curitiba, v. 8, n. 32, p.
335-342, out./dez. 2001.
ZUOLO, M. L. et al. Ultrasonic root-end preparation with smooth and diamond-coated
tips. Endodontics & Dental Traumatology, Copenhagen, v. 15, n. 6, p. 265-268,
May 1999.
77
APÊNDICE A - Tabelas dos resultados
Tabela 4: Valores obtidos pelo avaliador 1, para cada unidade amostral
Grupo Dente AT (1)
mm
2
AC (1)
mm
2
AEI (1)
mm
2
AI (1)
mm
2
PDI (1)
%
Ga 1 10,24 0,37 9,87 0 0
Ga 2 11.33 0,76 10,57 0,22 2,081362
Ga 3 16,93 0,61 16,32 2,41 14,76716
Ga 4 9,06 0,69 8,37 0 0
Ga 5 11,7 9,01 2,69 0,18 6,69145
Ga 6 9,41 0,57 8,84 2,1 23,75566
Ga 7 9,28 1,01 8,27 0 0
Ga 8
8,93 0,52 8,41 0 0
Gb 9 10,76 0,58 10,18 1,69 16,60118
Gb 10 13,52 1,13 12,39 1,35 10,89588
Gb 11 18,09 0,88 17,21 5,38 31,26089
Gb 12 11,36 0,75 10,61 2,93 27,61546
Gb 13 11,08 0,72 10,36 1,36 13,12741
Gb 14 14,44 1,08 13,36 1,83 13,6976
Gb 15 7,42 0,53 6,89 1,12 16,25544
Gb 16 13,48 0,62 12,86 2,47 19,20684
Gc 17 14,13 1,35 12,78 0,62 4,85133
Gc 18 14,72 0,7 14,02 0,65 4,636234
Gc 19 12,2 0,81 11,39 1,61 14,13521
Gc 20 13,91 0,9 13,01 1,29 9,91545
Gc 21 22,18 0,68 21,5 3,78 17,5814
Gc 22 13,2 0,5 12,7 3,61 28,4252
Gc 23 12,17 0,61 11,56 0 0
Gc 24 17,2 0,94 16,26 0,77 4,735547
Gd 25 21,67 0,53 21,14 3,08 14,56954
Gd 26 17,09 1,02 16,07 0,47 2,924704
Gd 27 15,37 0,6 14,77 1,99 13,47326
Gd 28 17,14 0,69 16,45 2,56 15,56231
Gd 29 24,54 1,23 23,31 1,53 6,563707
Gd 30 12,77 0,68 12,09 3,58 29,61125
Gd 31 16,19 0,91 15,28 1,49 9,751309
Gd 32 11,48 0,62 10,86 2,09 19,24494
Ge 33 13,3 0,92 12,38 1,72 13,89338
Ge 34 18,35 0,83 17,52 6,42 36,64384
Ge 35 16,33 1,11 15,22 6,12 40,21025
Ge 36 13,05 0,71 12,34 1,81 14,66775
Ge 37 12,71 0,71 12 1,81 15,08333
Ge 38
15,12 0,51 14,61 1,36 9,308693
Ge 39 15,25 0,81 14,44 2,49 17,24377
Ge 40 10,39 1,12 9,27 9,27 100
Gf 41 9,33 0,49 8,84 2,07 23,41629
Gf 42 17,48 0,92 16,56 0,7 4,227053
Gf 43 11,91 0,81 11,1 2,89 26,03604
Gf 44 9,76 0,53 9,23 1,09 11,80932
Gf 45 11,83 2,59 9,24 3,83 41,45022
Gf 46 13,05 0,81 12,24 1,51 12,3366
Gf 47 13,12 1,01 12,11 2,01 16,59785
Gf 48 13,13 0,63 12,5 2,17 17,36
Gh 49 13,42 0,67 12,75 1,5 11,76471
Gh 50 8,4 0,67 7,73 2,73 35,31695
78
Gh 51 14,68 0,5 14,18 1,3 9,167842
Gh 52
12,65 0,68 11,97 2,25 18,79699
Gh 53 16,37 1,43 14,94 1,52 10,17403
Gh 54 12,96 0,7 12,26 2,2 17,94454
Gh 55 19,7 0,93 18,77 2,45 13,05274
Gh 56 17,93 1,46 16,47 2,4 14,57195
Gg 57 10,47 0,74 9,73 0,78 8,016444
Gg 58 11,8 0,59 11,21 1,56 13,91615
Gg 59 19,97 0,94 19,03 5,77 30,32055
Gg 60 18,67 0,71 17,96 6,24 34,74388
Gg 61 12,2 0,62 11,58 4,93 42,5734
Gg 62 13,7 1,28 12,42 4,28 34,46055
Gg 63 15,52 0,63 14,89 0,68 4,566823
Gg 64
15,96 0,75 15,21 0,4 2,629849
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação em Odontologia, FO/PUCRS, 2006
Tabela 5: Valores obtidos pelo avaliador 2, para cada unidade amostral
Grupo Dente AT (2)
mm
2
AC (2)
mm
2
AEI (2)
mm
2
AI (2)
mm
2
PDI (2)
%
Ga 1 10 0,34 9,66 0,09 0,931677
Ga 2 11,56 0,7 10,86 0,35 3,222836
Ga 3 16,89 0,59 16,3 2,47 15,15337
Ga 4 8,59 0,64 7,95 0,02 0,251572
Ga 5 9,25 0,54 8,71 1,75 20,09185
Ga 6 9,23 0,95 8,28 0 0
Ga 7 10,23 0,55 9,68 2,51 25,92975
Ga 8
8,85 0,5 8,35 0,06 0,718563
Gb 9 11,11 0,54 10,57 2,01 19,01608
Gb 10 13,44 1,14 12,3 1,72 13,98374
Gb 11 12,51 0,64 11,87 3,1 26,11626
Gb 12 11,36 0,68 10,68 2,82 26,40449
Gb 13 11,25 0,69 10,56 1,72 16,28788
Gb 14 14,65 0,95 13,7 3,1 22,62774
Gb 15 7,39 0,52 6,87 1,23 17,90393
Gb 16 12,61 0,57 12,04 2,7 22,42525
Gc 17 14,19 1,12 13,07 1,07 8,186687
Gc 18 14,76 0,68 14,08 1 7,102273
Gc 19 14,08 0,97 13,11 1,66 12,66209
Gc 20 22,45 0,54 21,91 5,39 24,60064
Gc 21 13,33 0,49 12,84 4,28 33,33333
Gc 22 12,07 0,56 11,51 0,1 0,86881
Gc 23 9,56 0,6 8,96 4,62 51,5625
Gc 24 12,28 0,95 11,33 2,27 20,0353
Gd 25 15,6 0,6 15 2,26 15,06667
Gd 26 17,96 0,77 17,19 0,01 0,058173
Gd 27 17,14 0,6 16,54 3,02 18,25877
Gd 28 15,6 0,6 15 2,26 15,06667
Gd 29 17,22 0,61 16,61 3,23 19,44612
Gd 30 24,26 1,08 23,18 1,06 4,572908
Gd 31 16,52 0,86 15,66 1,74 11,11111
Gd 32 11,2 0,6 10,6 2,27 21,41509
Ge 33 13,07 0,91 12,16 1,47 12,08882
Ge 34 18,38 0,79 17,59 8,86 50,36953
Ge 35 16,34 0,99 15,35 6,33 41,23779
79
Ge 36 13,01 0,7 12,31 2,66 21,60845
Ge 37 12,73 0,66 12,07 2,39 19,80116
Ge 38
14,73 0,53 14,2 1,8 12,67606
Ge 39 17,73 0,74 16,99 7,25 42,67216
Ge 40 15,29 0,6 14,68 2,75 18,73297
Gf 41 16,22 0,99 15,23 6,23 40,90611
Gf 42 9 0,47 8,53 2,08 24,38453
Gf 43 17,73 0,94 17 0,7 4,117647
Gf 44 12,04 0,78 11,26 2,7 23,97869
Gf 45 9,73 0,61 9,12 0,89 9,758772
Gf 46 13,06 0,81 12,25 1,54 12,57143
Gf 47 12,15 0,78 11,37 3,49 30,69481
Gf 48 13,08 0,75 12,33 3,03 24,57421
Gh 49 13,38 0,7 12,68 1,25 9,858044
Gh 50 8,3 0,65 7,65 2,1 27,45098
Gh 51 14,68 0,5 14,18 1,3 9,167842
Gh 52
12,65 0,68 11,97 2,25 18,79699
Gh 53 16,37 1,43 14,94 1,42 9,504685
Gh 54 13,14 0,73 12,41 2,15 17,32474
Gh 55 19,7 0,93 18,77 2,45 13,05274
Gh 56 17,93 1,46 16,47 2,4 14,57195
Gg 57 10,47 0,74 9,73 0,78 8,016444
Gg 58 11,79 0,59 11,2 1,56 13,92857
Gg 59 16,43 0,69 15,74 0,73 4,637865
Gg 60 18,66 0,71 17,95 6,24 34,76323
Gg 61 15,45 0,62 14,83 4,93 33,24343
Gg 62 13,71 1,28 12,43 4,19 33,70877
Gg 63 15,51 0,63 14,88 0,68 4,569892
Gg 64
15,96 0,75 15,21 0,34 2,235371
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação em Odontologia, FO/PUCRS, 2006.
Tabela 6: Média dos resultados obtidas pelos avaliadores, para cada unidade amostral
Grupo Dente AT (1/2 )
mm
2
AC (1/2)
mm
2
AEI (1/2)
mm
2
AI (1/2)
mm
2
PDI (1/2)
%
Ga 1 10,12 0,355 9,765 0,045 0,465839
Ga 2 11,445 0,73 10,715 0,285 2,652099
Ga 3 16,91 0,6 16,31 2,44 14,96027
Ga 4 8,825 0,665 8,16 0,01 0,125786
Ga 5 10,475 4,775 5,7 0,965 13,39165
Ga 6 9,32 0,76 8,56 1,05 11,87783
Ga 7 9,755 0,78 8,975 1,255 12,96488
Ga 8
8,89 0,51 8,38 0,03 0,359281
Gb 9 10,935 0,56 10,375 1,85 17,80863
Gb 10 13,48 1,135 12,345 1,535 12,43981
Gb 11 15,3 0,76 14,54 4,24 28,68858
Gb 12 11,36 0,715 10,645 2,875 27,00998
Gb 13 11,165 0,705 10,46 1,54 14,70765
Gb 14 14,545 1,015 13,53 2,465 18,16267
Gb 15 7,405 0,525 6,88 1,175 17,07969
Gb 16 13,045 0,595 12,45 2,585 20,81605
Gc 17 14,16 1,235 12,925 1,845 14,28905
Gc 18 14,74 0,69 14,05 1,575 11,21116
Gc 19 13,14 0,89 12,25 1,635 13,39865
Gc 20 18,18 0,72 17,46 3,34 17,25804
80
Gc 21 17,755 0,585 17,17 4,03 25,45736
Gc 22 12,635 0,53 12,105 1,855 14,647
Gc 23 10,865 0,605 10,26 2,31 25,78125
Gc 24 14,74 0,945 13,795 1,645 13,15418
Gd 25 18,635 0,565 18,07 2,67 14,8181
Gd 26 17,525 0,895 16,63 0,24 1,491439
Gd 27 16,255 0,6 15,655 2,505 15,86601
Gd 28 16,37 0,645 15,725 2,41 15,31449
Gd 29 20,88 0,92 19,96 2,38 13,00491
Gd 30 18,515 0,88 17,635 2,32 17,09208
Gd 31 16,355 0,885 15,47 1,615 10,43121
Gd 32 11,34 0,61 10,73 2,18 20,33001
Ge 33 13,185 0,915 12,27 1,595 12,9911
Ge 34 18,365 0,81 17,555 7,64 43,50668
Ge 35 16,335 1,05 15,285 6,225 40,72402
Ge 36 13,03 0,705 12,325 2,235 18,1381
Ge 37 12,72 0,685 12,035 2,1 17,44225
Ge 38
14,925 0,52 14,405 1,58 10,99237
Ge 39 16,49 0,775 15,715 4,87 29,95796
Ge 40 12,84 0,86 11,975 6,01 59,36649
Gf 41 12,775 0,74 12,035 4,15 32,1612
Gf 42 13,24 0,695 12,545 1,39 14,30579
Gf 43 14,82 0,875 14,05 1,795 15,07684
Gf 44 10,9 0,655 10,245 1,895 17,894
Gf 45 10,78 1,6 9,18 2,36 25,60449
Gf 46 13,055 0,81 12,245 1,525 12,45401
Gf 47 12,635 0,895 11,74 2,75 23,64633
Gf 48 13,105 0,69 12,415 2,6 20,9671
Gh 49 13,4 0,685 12,715 1,375 10,81138
Gh 50 8,35 0,66 7,69 2,415 31,38396
Gh 51 14,68 0,5 14,18 1,3 9,167842
Gh 52
12,65 0,68 11,97 2,25 18,79699
Gh 53 16,37 1,43 14,94 1,47 9,839357
Gh 54 13,05 0,715 12,335 2,175 17,63464
Gh 55 19,7 0,93 18,77 2,45 13,05274
Gh 56 17,93 1,46 16,47 2,4 14,57195
Gg 57 10,47 0,74 9,73 0,78 8,016444
Gg 58 11,795 0,59 11,205 1,56 13,92236
Gg 59 18,2 0,815 17,385 1,91 10,43769
Gg 60 18,665 0,71 17,955 5,805 32,33115
Gg 61 13,825 0,62 13,205 4,145 31,82024
Gg 62 13,705 1,28 12,425 3,63 29,21348
Gg 63 15,515 0,63 14,885 0,68 4,568358
Gg 64
15,96 0,75 15,21 0,37 2,43261
FONTE: Dados da pesquisa. Programa de Pós-Graduação em Odontologia, FO/PUCRS, 2006
81
Tabela 7: Média dos resultados obtidas pelos avaliadores, por grupo experimental
Grupo AT (1/2MF)
mm
2
AC (1/2MF)
mm
2
AEI (1/2MF)
mm
2
AI (1/2MF)
mm
2
PDI (1/2MF)
%
DP (1/2MF)
Ga 10,7175 1,146875 9,570625 0,76 7,09 6,72
Gb 12,15438 0,75125 11,40313 2,283125 19,59 5,67
Gc 14,52688 0,775 13,75188 2,279375 16,89 5,64
Gd 16,98438 0,75 16,23438 2,04 13,54 5,66
Ge 14,73625 0,79 13,94563 4,031875 29,14 17,33
Gf 12,66375 0,87 11,80688 2,308125 20,26 4,99
Gg 14,51625 0,8825 13,63375 1,979375 15,66 7,26
Gh
14,76688 0,766875 14 2,36 16,59 12,55
82
ANEXO A - Autorização para utilização de dentes humanos
83
ANEXO B - Aprovação da comissão científica e de ética da FO/PUCRS
84
ANEXO C - Aprovação da CEP/ PUCRS
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo