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Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Biociências
Departamento de Oceanografia e Limnologia
Programa de Pós-Graduação em Bioecologia Aquática
Abundância das formas imaturas de Psaroniocompsa
incrustata ( Lutz, 1910) (Diptera: Simuliidae) em um
criadouro natural no rio Pium/RN, e sua fauna associada.
Francilene Miranda dos Santos Rodrigues
Natal / RN
2006
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II
Francilene Miranda dos Santos Rodrigues
Abundância das formas imaturas de Psaroniocompsa
incrustata, Lutz, 1910 (Diptera: Simuliidae) em um
criadouro natural no rio Pium/RN, e sua fauna associada.
Orientador: Prof. Dr. Herbet Tadeu de Almeida Andrade
DMP/CB/UFRN
Natal / RN
2006
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Bioecologia Aquática do
Departamento de Oceanografia e Limnologia,
do Centro de Biociências da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, como
requisito à obtenção do Título de Mestre em
Bioecologia Aquática.
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III
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Biociências
Departamento de Oceanografia e Liminologia
Programa de Pós-Graduação em Bioecologia Aquática
Esta dissertação, apresentada pela aluna FRANCILENE MIRANDA DOS
SANTOS RODRIGUES ao programa de Pós-Graduação em Bioecologia
Aquática do Departamento de Oceanografia e Liminologia, do Centro de
Biociências, da Universidade Federal do Rio grande do Norte, foi julgada
aprovada, pelos Membros da Banca Examinadora, na sua redação final, para
a conclusão do curso e a obtenção do título de Mestre em Bioecologia
Aquática.
MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
PROF. DR. HERBET TADEU DE ALMEIDA ANDRADE
UFRN/CB/DMP
_________________________________________________
PROF
a
. DR
a
. SATHYABAMA CHELLAPA
UFRN/CB/DOL
_________________________________________________
PROF. DR. JANSEN FERNANDES DE MEDEIROS
CPCS/INPA
IV
AGRADECIMENTOS
À Deus, causa primeira de todas as coisas, por ter guiado meus passos em mais uma
caminhada.
Aos meus Pais, que mesmo em dizer “abrigado por tudo”, seria pouco pelo esforço e apoio
dedicados desde o início da minha caminhada estudantil até a minha profissionalização.
Ao meu esposo, pelo apoio e compreensão empenhados principalmente nos momentos mais
difíceis.
Ao Profº Dr. Herbet Tadeu de Almeida Andrade, pela orientação durante o
desenvolvimento deste trabalho, mas principalmente pelo incentivo, compreensão e
amizade.
A colega e companheira de trabalho Adriele Noronha, pela ajuda prestada durante a
realização deste trabalho.
Ao Dr. Ulysses Carvalho Barbosa, do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia, pela confirmação das identificações dos espécimes da fauna entomológica
bentônica.
Ao Dr. Jansen Fernandes de Medeiros, do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia, pela ajuda prestada durante o desenvolvimento da pesquisa.
Ao Dr. Felipe Arley Costa Pessoa, do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia,
pelas imagens de simulídeos cedidas para ilustração dessa dissertação.
Aos Profº Dr.(a) Sathyabama Chellapa e Ricardo Andreazze, pelas sugestões dadas durante
a qualificação deste trabalho.
A EMPARN - Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte, pelo
fornecimento dos dados pluviométricos.
V
Ao proprietário do sítio Aconchego, por permitir a realização deste trabalho nesse local.
A CAPES, pelo apoio financeiro durante a realização deste trabalho.
A este Programa de Pós-Graduação e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, na
forma de Instituição.
A todos, que de forma direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste
trabalho.
VI
SUMÁRIO
RESUMO............................................................................................... VIII
ABSTRACT........................................................................................... IX
RELAÇÃO DE TABELAS.................................................................. X
RELAÇÃO DE FIGURAS................................................................... XI
RELAÇÃO DE FLUXOGRAMAS...................................................... XII
1
INTRODUÇÃO..................................................................................... 1
1.1 A Família Simuliidae.............................................................................. 2
1.2 A dinâmica populacional dos imaturos e os fatores abióticos................ 5
1.3 Manejo de Simuliidae.............................................................................. 7
1.4 Fauna associada às espécies de Simuliidae............................................. 8
1.5 Predação à Simuliidae............................................................................. 10
2
OBJETIVOS DA PESQUISA.............................................................. 14
2.1 Objetivo geral.......................................................................................... 15
2.2 Objetivos específicos............................................................................... 15
3
MATERIAL E MÉTODOS GERAL................................................... 16
3.1 Área de estudo......................................................................................... 17
3.1.1 Clima....................................................................................................... 17
3.1.2 Geomorfologia........................................................................................ 19
3.1.3 Vegetação................................................................................................ 19
3.1.4 Sócio-econômico..................................................................................... 20
3.2 Trabalho em campo................................................................................. 21
3.2.1 Coleta dos imaturos de Simuliidae.......................................................... 21
3.2.2 Coleta da fauna associada....................................................................... 22
3.2.3 Fatores abióticos..................................................................................... 23
3.3 Trabalho em laboratório.......................................................................... 24
3.4 Nomenclatura.......................................................................................... 29
4
RESULTADOS...................................................................................... 30
Artigo 1................................................................................................... 31
VII
Abstract................................................................................................... 32
Resumo.................................................................................................... 33
Introdução................................................................................................ 33
Material e Métodos.................................................................................. 34
Resultado e Discussão............................................................................. 35
Referências.............................................................................................. 37
Tabelas.................................................................................................... 40
Artigo 2................................................................................................... 42
Abstract................................................................................................... 43
Resumo.................................................................................................... 44
Introdução................................................................................................ 45
Material e Métodos.................................................................................. 46
Resultado e Discussão............................................................................. 47
Referências.............................................................................................. 49
Tabelas.................................................................................................... 51
5
DISCUSSÃO GERAL........................................................................... 53
6
CONCLUSÕES..................................................................................... 58
7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................ 60
8
ANEXO.................................................................................................. 68
Normas de publicação- Revista Brasileira de Entomologia.................... 69
VIII
RESUMO
A espécie Psaroniocompsa incrustata (Lutz, 1910) foi estudada quanto a
abundância em períodos sazonais diferentes, a físico-química do criadouro e a predação da
fauna associada sobre os imaturos desta espécie. O estudo foi realizado durante oito meses,
abril à julho de 2005 (estação de chuvas) e outubro/2005 à janeiro/2006 (estação de seca),
em um criadouro natural localizado no rio Pium, pertencente a Bacia Hidrográfica do rio
Pirangi, no Rio Grande do Norte. Os imaturos de Simuliidae foram coletados manualmente
em substrato vegetal. Nesse mesmo local, foi realizada a amostragem da fauna associada
utilizando-se coletor do tipo Surber, e as medições das variáveis ambientais. Para observar
a predação da fauna associada, foi realizada a análise do conteúdo estomacal de possíveis
inimigos naturais dos simulídeos. A coleta dos imaturos resultou em 7.713 exemplares,
todos da espécie P. incrustata, sendo a sua maior abundância observada na estacão de seca,
e a entomofauna associada, totalizou 20.314 espécimes, distribuídos nas Ordens: Diptera,
Ephemeroptera, Odonata, Trichoptera e Hemiptera, com maior representatividade dos
dípteros. A análise do conteúdo estomacal dos espécimes das famílias Libellulidae e
Hydropsychidae revelou a presença de simulídeos em apenas 4% do material examinado,
não sendo constatado a realização de um eficiente controle biológico por parte destes, sobre
os simulídeos, nesse criadouro.
IX
ABSTRACT
The species psaroniocompsa incrustata (Lutz, 1910) was studied in relation to its
abundance in different and seasonal periods, the physico-chemical of the breending ground
and the fauna predation added to the immature of the species. The study was developed
during eight months, from April to July, 2005 (rainy season) and from October, 2005 to
January, 2006 (drought season), in one natural breending ground situated in the Pium river,
that is part of the hydrographical basin of the Pirangi river in Rio Grande do Norte. The
immature of Simuliidae were collected manually in vegetal substrate. At the same place, it
was made one sampling of the associated fauna using Suber collectors and the
measurement of the environment variants. It was also made one analysis of the stomach
content of possible enemies of the simulídeos, to observe the predation of the associated
fauna. It was collected 7.713 samples, all from de species P. Incrustata, it was observed a
bigger abundance in the drought season, and the entomologic fauna associated totalizing
20.1314 species, distributed in the kinds: Diptera, Ephemeroptera, Odonata, Trichoptera, e
Hemiptera, with a bigger representativity of Dipteros. The analysis of the stomach content
of the species from the families Libellulidae and Hydropsychidae showed the presence of
the simulídeos in only 4% of the material analysed, therefore it was not confirmed the
presence of one efficient biological control of the simulídeos in this breending ground.
X
RELAÇÃO DE TABELAS
Tabela 1:
Nomenclatura dos simulídeos............................................... 29
ARTIGO 1
Tabela 1:
Número total de imaturos de P.incrustata, coletado em
substrato vegetal, no rio Pium/RN, durante o período de
abril à julho de 2005 e outubro/05 à janeiro de 2006............
40
Tabela 2:
Tabela 3
Correlação de Spearman........................................................
Caracterização abiótica do criadouro natural de P.
incrustata no rio Pium/RN, durante o período de abril à
julho de 2005 e outubro/05 à janeiro de 2006)......................
40
41
ARTIGO 2
Tabela 1:
Número total de imaturos de P.incrustata, coletado em
substrato vegetal, no rio Pium/RN, durante o período de
abril à julho de 2005 e outubro/05 à janeiro de 2006............ 51
Tabela 2:
Número total da fauna associada à P. incrustata, coletada
na vegetação e sedimento, no rio Pium, Rio Grande do
Norte, durante o período de abril à julho de 2005 e
outubro/05 à janeiro de 2006................................................. 52
XI
RELAÇÃO DE FIGURAS
FIGURA 1:
Mapa de localização da área de estudo................................. 18
FIGURA 2:
Trecho do rio Pium/RN onde foram realizadas as coletas.... 20
FIGURA 3:
Vista da lagoa do Pium (Lagoa Azul)................................... 20
FIGURA 4:
Coleta manual de Simuliidae no rio Pium/RN...................... 23
FIGURA 5:
Coleta da fauna entomológica associada à Simuliidae no
rio Pium/RN..........................................................................
24
FIGURA 6:
Triagem da entomofauna associada a Simulidae, coletada
no rio Pium/RN.....................................................................
28
FIGURA 7:
Amostra de substrato vegetal coletado no rio Puim/RN....... 28
XII
RELAÇÃO DE FLUXOGRAMAS
FLUXOGRAMA 1:
Coleta manual dos simulídeos no rio Pium........................... 21
FLUXOGRAMA 2:
Coleta da fauna associada no rio Pium.................................. 22
FLUXOGRAMA 3:
Triagem do substrato vegetal................................................ 25
FLUXOGRAMA 4:
Triagem do sedimento........................................................... 26
FLUXOGRAMA 5:
Análise do conteúdo estomacal............................................. 27
1- INTRODUÇÃO
2
1.1. A família Simuliidae
Os simulídeos (Diptera: Simuliidae) são insetos conhecidos no Centro e Sul do Brasil
como “burrachudos” e por “piuns” no Norte e Nordeste. A família Simuliidae pertence à
ordem Diptera, subordem Nematocera, infra-ordem Culicomorpha, superfamília
Chironomoidea. São insetos holometabólicos, ou seja, apresentam seu ciclo de vida em
quatro estágios (ovo-larva-pupa-adulto). Os ovos desses dípteros são pequenos, de 100 a
400µm com formato ovóide e superfície lisa. As larvas possuem tipicamente uma forte
cápsula cefálica, uma par de grandes leques cefálicos filtradores anexos à boca que se
abrem hemisfericamente. Para se fixar, tem apenas um pé não articulado, na forma de um
prolongamento do tegumento, no tórax, próximo à cabeça, e uma estrutura circular no
extremo posterior do corpo, ambos coroados por ganchos. As pupas, por sua vez,
encontram-se fixas em um casulo debaixo da água, por um arranjo de ganchos abdominais,
apresentando um par de grandes brânquias filamentosas torácicas. Os adultos são pequenos
e com um corpo bem definido, geralmente de 2 a 4mm de comprimento, cabeça ovalada
sobre o tórax arqueado; as antenas curtas compõem-se geralmente de onze segmentos e não
apresentam cerdas junto às articulações; corpo escuro ou negro, mas as vezes castanho-
avermelhado ou amarelado com grandes asas largas e hialinas; aparelho bucal picador-
sugador com probóscida curta e robusta; as pernas são curtas, os machos podem ser
diferenciados das fêmeas por apresentarem os olhos compostos unidos na região frontal de
cabeça (Gaona & Andrade, 1999).
As fêmeas da família Simuliidae ovipositam sobre pedras, galhos, e folhas encontradas
em cachoeiras, rios e córregos (Baba & Takaoka, 1991). Cada fêmea coloca em média 200
a 300 ovos por postura, amadurecendo em torno de 5 a 6 dias dependendo da temperatura
3
da água e da espécie (Coutinho, 1993). Após esse período, se inicia a eclosão das larvas que
se fixam e se locomovem aderidas aos substratos através de uma teia, produzida por
substância salivar (Coscaron, 1981).
Os simulídeos distribuem-se em todas as regiões zoogeográficas e englobam 1.798
espécies registradas até o ano de 2004. No Brasil, até este mesmo ano, foram descritas 85
espécies (Crosskey e Howard, 2004). No nordeste do Brasil, eles são encontrados nos
estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia e Ceará pertencentes aos
gêneros: Cerqueirellum, Chisrostilbia, Coscaroniellum, Ectemnaspis, Hemicnetha,
Inaequalium, Psaroniocompsa e Psilopelmia (Almeida et al., 1999;Pessoa et al., 2005).
Os simulídeos, mas precisamente as fêmeas desse inseto são hematófagas, sendo
vetoras em potencial de vírus, bactérias, protozoárias e helmintos. Além disso, são insetos
incômodos e insistentes em seus ataques podendo ocasionar sérios problemas médico-
sócio-econômico em regiões de alta incidência (Hamada, 1993).
No Brasil, mais precisamente na região Amazônica, algumas espécies de simulídeos
estão associadas à transmissão de duas filarias: a Onchocerca volvulus e Mansonela
ozzardi, responsáveis respectivamente pela oncocercose e mansonelose (Cerqueira, 1959;
Andreazze e Py-Daniel, 1999; Medeiros e Py-Daniel, 1999). Para os simulídeos também
tem se reportado a transmissão da encefalite eqüina, estomatite vesicular, e uma síndrome
reconhecida clinicamente como “febre de simulídeo” ou simuliidose humana. Outras
doenças, como o “mal de Pinto”, o pênfigo foliáceo ou fogo selvagem e a síndrome
hemorrágica de Altamira, parecem ser motivadas pelas picadas dos simulídeos (Gaona &
Andrade, 1999).
Considerando a área veterinária, esses dípteros são transmissores da oncocercoses para
o gado, infecções usualmente não patogênicas, que são causadas por várias espécies de
4
nematódeos filarídeos do gênero Oncocerca. Os simulídeos são ainda transmissores de
leucocitozoonozes (malária das aves), doença que pode ser mortal para perus, patos, gansos
e frangos, sendo causada por protozoários parasitas de sangue, do gênero Leucocytozoon,
um problema econômico importante para as criações e a industria de perus na América do
Norte. Além disso, muitas das espécies picadoras causam também reações alérgicas e sérios
prejuízos diretos em rebanhos (vacas, cavalos, mulas, asnos, ovelhas e porcos), como
redução na produção de gado leiteiro, e na produção de peso e postura em aves de criação,
entre outros (Gaona & Andrade, 1999).
Do ponto de vista sócio-econômico, os ataques de simulídeos aos seres humanos
causam prejuízos principalmente à saúde e ao bem estar das comunidades. Embora não seja
determinado, é possível visualizar o valor econômico que representa para empresas
madeireiras, de construção, de mineração, agrícolas, de turismo e de desenvolvimento
recreativo em geral, entre outras. Uma das causa indiretas das perdas econômicas são os
ataques intensivos ao gado, trazendo danos a propriedades do campo, pelo estresse
provocado aos animais, além de perdas diretas devidas a mortes e doenças, redução na
produção de gado leiteiro e de ovos em aves de criação (Crosskey, 1990).
Ecologicamente, os simulídeos desempenham importante papel na natureza, uma vez
que são parte integrante da cadeia alimentar dos ecossistemas lóticos, sendo considerado
presa para vários organismos nesse ambiente, como moluscos, peixes, e outros insetos,
principalmente das ordens trichoptera e odonata.
5
1.2. A Dinâmica populacional dos imaturos e os fatores abióticos
A dinâmica de populações de insetos transmissores de enfermidades, é um aspecto de
grande importância na epidemiologia em geral e na dinâmica de transmissão, em particular,
de qualquer enfermidade em que tais insetos participem (Ortega e Oliver, 1985).
Devido à família Simuliidae ser um grupo eurióico, ou seja, com ampla margem de
tolerância para fatores ambientais, pode ser encontrada nos mais diversos ambientes, desde
águas muito frias (cerca de 0ºC) até águas com temperaturas próximas aos 35ºC
(euritérmicos), desde o nível do mar até alturas de 4.700m; em água doce e podendo tolerar
certo grau de salinidade; desde águas com pH de 3,5 (na Amazônia) até 10 (na África);
desde águas cristalinas até turvas, desde as saturadas de oxigênio até as com baixas
concentrações de oxigênio e alto grau de contaminação, mas sempre exigindo movimento
da água como condição primordial (Gaona e Andrade, 1999).
Coscarón e Coscarón-Arias (1999), estudando a dinâmica populacional de simulídeos
no rio Paraná, em uma região próxima à Argentina, observaram a presença quatro espécies
de simulídeos, com predominância do Cerqueirellum cuneata, que apresenta alta
antropofilia e ataca principalmente na primavera. Os autores verificaram ainda, que um
determinante da presença dos simulídeos foi a velocidade da água, pois observaram-se que
os dípteros só eram encontrados onde a correnteza era superior a 0,70m.s
-1
; também
verificaram-se correlação negativa com a temperatura e sólidos dissolvidos.
Coscarón et al (2000), em estudos no rio Quequén, na Argentina, também investigaram
a variação populacional de simulídeos, e relacionaram com a variação de fatores
ambientais. Os autores verificaram que os simulídeos (Psaroniocompsa bonaerense e
Thyrsopelma orbitale) estiveram presentes durante todo o tempo do estudo em altas
6
porcentagens, e que o P. bonaerense foi a espécie mas abundante nesse período. Por outro
lado, na correlação com as variáveis ambientais, apenas o T. orbitale apresentou correlação
negativa com a temperatura, que foi um dos fatores analisados.
Na primeira pesquisa sobre estudos ecológicos nos criadouros naturais de simulídeos no
Brasil, Gorayeb e Pinger (1978), caracterizaram físico e quimicamente dois igarapés
localizados em uma região de mata com árvores de aproximadamente 15m de altura,
próximo a cidade de Manaus-AM. Nesta pesquisa, foram verificados o pH da água,
temperatura, taxa de oxigênio, velocidade da água, condutividade elétrica, largura,
profundidade e vazão.
No Estado do Rio Grande do Norte, os imaturos de Hemicnetha brachyclada foram
encontrados em criadouros com 1,0m a 6,0m de largura e 1,5 cm a 13cm de profundidade,
com velocidade da água entre 20cm/s e 100cm/s, com vazões entre 7,5cm
3
e 390cm
3
, com
temperaturas entre 22ºC e 30ºC, em locais com altitudes entre 30m e 640m e clima do tipo
semi-árido (Andrade, 1992; Andrade e Py-Daniel, 1995).
A utilização de substratos artificiais tem sido apontada como uma das melhores
ferramentas para estudos de colonização por simulídeos, pois permite o seu uso em
diferentes locais e a padronização das amostragens, possibilitando a comparação dos
resultados entre os estudos dessa natureza (Lewis e Bennett, 1974).
Pepinelli e Strixino (2002), utilizaram fitas plásticas de diferentes cores (preta, amarela
e azul) como substratos artificiais, a fim de verificar a preferência de colonização por
imaturos de Inaequalium inaequale e Chirostilbia pertinax, e relataram que a escolha do
tipo e da cor do substrato deve ser feita de acordo com as características locais (tipo de leito
do córrego e velocidade da água) e das espécies alvo do estudo.
7
No Estado do Rio Grande do Norte, Medeiros et al. (1999), testando a preferência
larval de Psaroniocompsa incrustata, por diferentes cores de substrato artificial no rio
Pium, utilizaram fitas plásticas na cor verde, amarelo claro e amarelo escuro, mas não
encontraram preferência significativa pelas cores utilizadas.
Quanto à colonização em substratos naturais, Andrade (2001), observou estágios
imaturos da espécie H. brachyclada, na região do semi-árido nordestino, colonizando tanto
os substratos rochosos quanto os vegetais, porém sempre com maior representação
numérica das larvas. Entretanto, a maior quantidade tanto de larvas quanto de pupas nos
dois tipos de substratos, coincidiu com o período de maior velocidade da água e vazão do
rio pós-barragem.
1.3. Manejo de Simuliidae
No que diz respeito ao controle dos simulídeos, este procedimento vem sendo
amplamente utilizado devido ao interesse em saúde pública e para prevenir perdas
econômicas em agropecuárias, tanto em áreas rurais como em regiões metropolitanas.
Impactos econômicos negativos e reações alérgicas por picadas de borrachudos ocorrem
também em áreas turísticas e rurais que agravam o bem-estar de todos. Tecnicamente
falando, o controle dos simulídeos pode ser feito por diferentes métodos: mecânicos,
químicos, biológicos, desenvolvendo-se pesquisas ecológicas e genéticas, pela química de
repelentes e atraentes, e pelo uso de políticas e programas educativos como parte de um
programa de manejo integrado (Petry et al., 2004).
Nos municípios de Ubatuba-SP e Ilhabela-SP, Andrade e Castelo Branco (1991),
realizaram um estudo para verificar a susceptibilidade de populações de Chirostilbia
8
pertinax, ao temephos e a um formulado à base de Bacillus thuringiensis var. Israelenses.
Neste estudo, foram realizados quatro experimentos com concentrações diferentes dos dois
compostos, verificando-se ao final que existiu uma alta susceptibilidade das larvas ao
produto microbiano, e ausência total de mortalidade no tratamento com temephos confirma
o alto grau de resistência suspeito nessa população.
No rio Dom Rodrigo, região metropolitana de Curitiba-PR, Lozovei et al (1992)
testaram o controle de simulídeos com a remoção física de imaturos (ovos, larvas e pupas),
no leito do rio e em lajes de vertedouros, alcançando resultados muito satisfatórios.
Petry et al. (2004), realizaram um controle integrado de espécies de simulídeos por
Bacillus thuringiensis e manejos mecânicos, no riacho e nos vertedouros de tanques de
piscicultura em Almirante Tamandaré-PR, e constataram que o índice reducional médio das
larvas no controle integrado foi de 88,83% em ambos os habitats; já o controle executado
só com manejo mecânico alcançou uma redução média de 90,57% já a partir do segundo
controle. Desse modo, é recomendado pelos autores que o manejo mecânico constitui o
método preferencial, pela fácil e econômica execução e pela certeza de resultado mais
rápido.
1.4. Fauna associada às espécies de Simuliidae
As formas imaturas de Simuliidae fazem parte da comunidade de insetos dos
ecossistemas lóticos, e estão presentes com freqüência e em elevadas densidades numéricas
nesses ambientes. Desse modo, são diversos os organismos que co-habitam com os
simulídeos.
9
Dellome-Filho (1992), observou-se que a fauna aquática de artrópodes associada aos
simulídeos foi representada por: Trichoptera, Plecoptera, Diptera: Chironomidae,
Ceratopogonidae, Athericidae; Ephemeroptera, Neuroptera, Coleoptera, Odonata,
Lepidoptera e Acarina. Segundos o autor, os imaturos de Chironomidae foram os mais
freqüentes, encontrados em quase todos os substratos.
Araújo-Coutinho (1993), em seu trabalho sobre a abundância sazonal de formas
imaturas de Chirostilbia pertinax, determinou a entomofauna associada a essa espécie, e
verificou que as famílias Chironomidae e Baetidae são os principais representantes nessa
região.
Em Almirante Tamandaré-PR, Petry et al (2004), realizaram um controle integrado de
espécies de simulídeos por Bacillus thuringiensis e manejos mecânicos, no riacho dos
Padres. Durante a aplicação de Bti - var. Israelenis no criadouro foi observado pelos
autores, em todas as amostras monitoradas a presença de uma fauna associada aos
simulídeos, representada pelos grupos: Platyhelminthes (Turbelária), Annelida (Hirudínea),
Gastropoda (Biomphalaria e Lymnaea), Acari (Hydracarina), Diplopoda, Colembola,
Plecoptera (Grypopterydae), Coleoptera (Hidrophilidae), Diptera (Tipulidae,
Ceratopogonidae, Chironomidae e Empididae), Trichoptera (Hydropsychidae) e
Hymenoptera (Plastygasteridae).
Ribeiro e Uieda (2005), em pesquisas sobre a estrutura da comunidade de
macroinvertebrados bentônicos de um riacho de serra em Itatinga, verificaram diversas
famílias como representantes da entomofauna associada a Simulidae, como: Perlidae,
Leptohyphidae, leptophlebiidae, Baetidae, Caenagrionidae, Calopterygidae,
Hydropsychidae, Hydroptilidae, Leptoceridae, Glossosomatidae, Pyralidae, Elmidae,
Psephenidae, Ceratopogonidae, Empididae, Psychodidae, Tabanidae e Chironomidae.
10
Dentre estas, verificou-se maior abundância tanto na estação de chuva quanto na estação de
seca, das famílias Chironomidae e Baetidae.
No Estado do Rio Grande do Norte, Andrade e Py-Daniel (2000), estudando a família
Simuliidae em três bacias hidrográficas desse Estado, verificaram que a fauna associada às
espécies de simulídeos foi composta de insetos (Diptera, Hemiptera, Ephemeroptera,
Trichoptera, Odonata, Coleoptera e Lepidoptera), crustáceos (Caridae e Brachyura) e
peixes (Characiformes, Cyprinondontiformes e Perciformes). Além da fauna associada, os
autores também observaram a predação dessa fauna aos simulídeos, e ainda organismos da
família Mermithidae parasitando formas imaturas de Simulidae.
1.5. Predação à Simuliidae
Imaturos e adultos de simulídeos são vítimas de vários predadores ou organismos
parasitas que ocorrem nos riachos nos quais se desenvolvem, ou próximo à eles. Peterson
(1960), em “Notas de alguns inimigos naturais de Simulídeos”, descreve vários organismos
envolvidos na predação dos simulídeos como Trichoptera (Hydropsychidae,
Rhyacophilidae, Brachycentridae e Philopotamidae), Coleoptera (Hydrophilidae e
Dytiscidae), Hymenoptera (Formicidae), Diptera (Empididae) e outros como peixes (Salmo
gairdneri), acrescentando ainda organismos parasitas das larvas de simulídeos, como
espécies de Microspodia do gênero Thelobania e Mermitídeos do gênero Hydromermis.
Estudos sobre a predação de Trichoptera à imaturos de simulídeos, revelou, através da
análise de conteúdo estomacal de larvas de Hydropsyche, que 10% deste conteúdo era
composto por larvas de Edwardsellum damnosa (Burton e McRae, 1972).
11
O primeiro registro para região Neotropical sobre a predação aos imaturos dos
simulídeos por moluscos, foi feito por Darwich et al. (1989). O estudo foi desenvolvido
dentro de um projeto de levantamento da entomofauna de interesse médico efetuado na
região do alto rio Uruguai. Na pesquisa, através de exame do conteúdo digestivo do
molusco Asolene (Pomella) megastoma, os autores verificaram a presença de larvas e pupas
dos Thyrsopelma orbitale e Psaroniocompsa spp.
Magni e Py-Daniel (1989), em observações de campo e de laboratório, evidenciaram
pela primeira vez, a predação preferencial de larvas e pupas de simulídeos pelo crustáceo
Aegla Platensis, sendo ressaltado, pelos autores, a possibilidade de ser usado em um
manejo integrado ao controle de simulídeos.
No Brasil, estudos ecológicos realizados por Gorayeb e Pinger (1978) em criadouros
naturais de simulídeos nas imediações da cidade de Manaus-AM, incriminaram pela
primeira vez como predadores naturais do Psilopelmia fulvinota, as larvas de espécies do
gênero Macronema (Hydropsychidae) e de Lepidoptera (Nymphulinae, Pyralidae). Além
destes, náiades de Libellulidae (Odonata), Perlidae (Plecoptera), e larvas de Corydalidae
(Neuroptera) também foram incriminadas como predadoras naturais do P. fulvinota. O
trabalho foi realizado através de testes sorológicos de precipitação em tubos capilares e
imunodifusão em agar-gel, aliados a análise de conteúdo estomacal dos suspeitos
predadores.
Py-Daniel e Rapp Py-Daniel (1984), descreveram pela primeira vez no Brasil a
presença de larvas e pupas de simulídeos no conteúdo estomacal de um loricarídeo
(Spatuloricaria evansi), capturado no Rio Maranhão-GO. Os autores relatam ainda a
possibilidade do uso deste peixe no controle biológico dos simulídeos.
12
De acordo com Sato (1987), cerca de 80% dos municípios de Santa Catarina
apresentam problemas com os simulídeos, e somente na região nordeste do Estado, foram
identificadas 25 espécies. No município de Joinville, onde o problema é particularmente
grave, o nível de incidência de simulídeos, apesar da aplicação sistemática do larvicida,
atinge níveis não toleráveis. Na tentativa de se efetuar um controle biológico, foi realizada a
coletas de peixes em 35 riachos, para identificar possíveis predadores. Foram então
identificadas 35 espécies pertencentes a 27 gêneros e 10 famílias. Entre as 29 espécies
analisadas, 18 apresentaram larvas de simulídeos no conteúdo estomacal. Entretanto, após
uma análise mais ampla dos resultados, os autores consideraram que o peixe não pode ser
considerado como solução para o problema do simulídeo.
Andrade et al. (2000), em seus estudos no rio Ceará-Mirim, Estado do Rio Grande do
Norte, fizeram o primeiro relato de simulídeos como componente principal da dieta de
Poecilia vivipara Bloch & Schneider, 1801 no Brasil. Foram realizadas analises do
conteúdo estomacal de 14 exemplares de P. vivípara (Poecilidae), encontrando-se em
quatro deles, larvas e pupas de H. brachyclada compondo 28,7% do conteúdo estomacal
desses peixes.
Andrade e Py-Daniel (2000), relatando a fauna associada a Simuliidae (Diptera:
Culicomorpha) em três bacias Hidrográficas do Estado do Rio Grande do Norte,
registraram como predadores naturais dos simulídeos, peixes da família Characidae
(Knodus sp) e Poecilidae (Hemigrammus sp) e insetos da família Agrionidae (Hetaerina
sp). Além destes, verificou-se Mermithidae parasitando larvas de Chirostilbia subpallida e
a ocupação de casulos de Ectemnaspis perflava por Empididae (Hemerodromia sp).
Considerando a importância médico-sócio-econômica da Família Simuliidae, e
principalmente da espécie P. incrustata, considerada vetora secundária da oncosercose na
13
região Norte do Brasil, e ainda pouco estudada no Estado do Rio Grande do Norte, a
presente pesquisa é desenvolvida em função de ampliar os conhecimentos acerca da
biologia e ecologia desta espécie, e dos demais grupos de insetos que co-habitam em seu
criadouro.
14
2. OBJETIVOS DA PESQUISA
15
2.1. Objetivo Geral
Estudar aspectos da biologia e ecologia da espécie Psaroniocompsa incrustata e da fauna
entomológica associada, em um criadouro natural no rio Pium Estado do Rio Grande do
Norte, a fim de fornecer subsídios para uma maior compreensão da espécie e para futuros
programas de controle biológico.
2.2. Objetivos Específicos
1. Determinar a dinâmica populacional numérica dos imaturos de Simuliidae.
(Artigo I)
2. Caracterizar os fatores físicos e químicos do criadouro natural de Simuliidae no
rio Pium. (Artigo I)
3. Determinar a entomofauna associada a P. incrustata (Diptera: Simuliidae) no rio
Pium. (Artigo II)
4. Verificar a presença de possíveis predadores naturais dentre sua fauna
associada. (Artigo II)
16
3- MATERIAL E MÉTODO
17
3.1- Caracterização da área de estudo
O estudo foi desenvolvido no rio do Pium, que está localizado no litoral Sul do
Estado do Rio Grande do Norte, entre as coordenadas geográficas 05º 59’ e 06º 02’ de Lat.
S e 35º 17’ de Long. W. Pertence à bacia Hidrográfica do rio Pirangi, que ocupa uma
superfície de 458,9 km
2
, abrangendo parte dos municípios de São José do Mipibu-RN, onde
são encontradas suas nascentes e 42,8% do leito do rio, e no município de Nísia Floresta-
RN, com 57,1% do rio, até desaguar no rio Pirangi em direção ao oceano Atlântico. Possui
aproximadamente, 17 Km de extensão. As principais vias de acesso ao local, são a BR-101,
RN-316 (Rota do Sol), além das estradas vicinais que margeiam a microbacia (Hurka,
2002) (Fig. 01).
O trecho do rio pesquisado encontra-se à jusante da lagoa do Pium (Fig. 02)
conhecida popularmente como Lagoa Azul, uma das lagoas perenes da microbacia do rio
Pium (Fig. 03).
3.1.1- Clima
O clima da região é tropical chuvoso com verão seco, e de um modo geral, as
chuvas anuais médias de longo período decrescem do litoral para o interior, passando de
cerca de 1.300mm na foz para 900mm nas cabeceiras (SERHID, 2004).
18
Figura 01: Mapa de localização da área de estudo (Fonte: IDEMA).
19
3.1.2- Geomorfologia
A geomorfologia da região é constituída por tabuleiros costeiros, relevos
topograficamente planos e de origem sedimentar, possuindo baixas altitudes, desenvolvidos
sobre os sedimentos do grupo Barreiras, e também é por Dunas, de acordo com Guerra e
Guerra (1997); apud Hunka (2002), são definidas como montes de areias móveis,
depositados por ação dos ventos. Nessa área as Dunas se encontram sobrepostas nos
Tabuleiros Costeiros, direcionadas transversalmente para NO e NNO, apresentando
altitudes inferiores a 100 metros.
De acordo com o IDEMA (1999a, 1999b), os solos predominantes na área do rio
Pium são, o Latossolos Vermelho Amarelo Distrófico, que caracteriza-se por apresentar
fertilidade natural baixa, com textura média, sendo muito profundos e porosos. São
encontrados em relevo planos e fortemente drenados. Ocorrem também solos Aluviais
Eutróficos, formados a partir de deposições de sedimentos fluviais não consolidados, de
natureza muito variada. Contém textura argilo-arenosa, areno-argilosa e arenosa,
encontrados em relevos planos e pouco drenados, variando de moderadamente e muito
profundos (IDEMA, 1999b).
3.1.3- Vegetação
A cobertura vegetal é constituída de Floresta Subperenifólia, caracterizada por
possuir vegetação com árvores sempre verdes, com grande número de folhas largas, com
troncos relativamente delgados, encontrados em zonas úmidas. São observadas também
formações tabuleiros costeiras, Campo de Várzea, Ecossistema Protegido: Mata Atlântica, e
vegetação fixadora de dunas (Hurka, 2002).
20
3.1.4- Sócio-econômico
Sob uma visão sócio-econômica, o que se observa na área do rio Pium, é o
crescimento da atividade turística, que vem tornando este rio um atrativo de recreação e
lazer, tanto para a população local como também para visitantes.
Figura 02: Trecho do rio Pium/RN onde foram realizadas as coletas.
Figura 03: Vista da lagoa do Pium (Lagoa Azul).
21
3.2- Trabalho em campo
3.2.1 Coleta dos imaturos de Simuliidae
As coletas dos imaturos de Simuliidae e da fauna associada foram realizadas em um
único trecho do rio Pium, localizado à jusante da Lagoa Azul. Durante o trabalho, foram
efetuadas oito amostragens, sendo quatro no período de chuvas, de abril a julho de 2005, e
quatro no período de seca, de outubro de 2005 a janeiro de 2006.
Os simulídeos foram coletados manualmente em vegetais que se encontravam fixos
ao leito do rio, mergulhados ou parcialmente mergulhados e tombados da vegetação
marginal (Fig. 04). Amostravam-se mensalmente 60g, que em seguida eram
acondicionados em fracos plásticos, conservados com álcool 70% (Fluxograma 1).
60g
Fluxograma 1: Coleta manual dos simulídeos no rio Pium.
Acondicionamento (frascos plásticos c/ álcool 70%)
Encaminhado ao Lab.Entomologia
Amostragem manual
Substrato vegetal
22
3.2.2. Coleta da fauna associada
A coleta da fauna associada foi realizada utilizando-se um coletor do tipo Surber
com abertura de malha 250µm (Fig. 05), conforme metodologia sugerida por Bicudo e
Bicudo (2004); Pepinelli et al. (2005) para rios rasos e arenosos. Essa amostragem foi
realizada nas margens e no leito central do rio, coletando-se vegetação e sedimento. Em
cada coleta, foram amostrados 240g de vegetação e 300g de sedimento, independente da
presença ou ausência do simulídeo. Em seguida, o material foi acondicionado em
recipientes plásticos separados, conservados com álcool 70% (Fluxograma 2). Ao final,
somando-se a coleta manual dos imaturos de Simuliidae, obtinha-se em cada mês, 300g de
vegetação e 300g de sedimento.
240 g 300g
FLUXOGRAMA 2: Coleta da fauna associada aos simulídeos no rio Pium.
Amostragem c/ coletor Surber
Substratos
Vegetação Sedimento
Acondicionamento (frascos plásticos c/ álcool 70%)
Encaminhado ao Lab.Entomologia
23
3.2.3. Fatores abióticos
Dentre os fatores abióticos foram verificados: o pH e temperatura da água, com o
uso de PHâmetro digital WTW (pH 330i-7); comprimento, largura e profundidade do
trecho estudado através de trena (m); velocidade (m/s) e vazão (m
3
/s), tomadas pelo método
indireto, com auxílio de cronômetro e bola de isopor. A pluviometria foi fornecida pala
Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN).
Ao final, os imaturos de Simuliidae e a fauna associada eram transportados ao
laboratório de Entomologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para triagem
e identificação.
Figura 04: Coleta manual de Simuliidae no rio Pium/RN.
24
Figura 05: Coleta da fauna entomológica associada à Simuliidae no rio Pium/RN.
3.3 - Trabalho em laboratório
Nesta etapa, cada amostra coletada foi triada individualmente em bandejas plásticas,
com uso de pinças, pipeta de Pasteus, e fonte iluminação sob a bandeja (Fig. 06).
As amostras do substrato vegetal foram analisadas em sua totalidade (Fig. 07). Logo
após a triagem, os espécimes retirados desse substrato, foram devidamente identificados e
quantificados, e em seguida acondicionados em tubos plásticos contendo álcool 70%, e
etiquetados com informações da data de coleta, Ordem e Família (Fluxograma 3).
As amostras do sedimento, antes da triagem, foram submetidas a um conjunto de
peneiras com abertura de malha 2mm e 0,25mm. Depois de ser feito o fracionamento das
amostras, o material retido na peneira com abertura de malha 2mm, foi totalmente triado
em bandeja plástica; enquanto que do material retido na peneira com abertura de malha
25
0,25mm, foi padronizada uma sub-amostra de 10g, como sugerido por Bicudo e Bicudo
(2004), para posterior análise microscópica (lupa) (Fluxograma 4).
Terminada a triagem das amostras dos substratos vegetais e do sedimento, os
espécimes foram identificados ao nível de Família, também sob microscopia óptica,
utilizando-se chaves dicotômicas de identificação de McCafferty, (1981) e Pescador et al.,
(1995).
FLUXOGRAMA 3: Triagem do substrato vegetal.
Acondicionamento em bandejas plásticas
Retirada dos espécimes (pinça e pipeta de
Pasteus)
Identificação (Ordem e Família) e
quantificação
Acondicionamento em tubos c/ álcool 70%
e etiquetagem.
26
FLUXOGRAMA 4: Triagem do sedimento.
Após a identificação dos insetos coletados, foi feita a quantificação com auxílio de
lupa (microscópio estereoscópio). Em seguida, foram novamente acondicionados em tubos
plástico contendo álcool 70% e etiquetados com informações da data de coleta das famílias
as quais pertenciam os espécimes. Posteriormente foram enviados ao Laboratório de
Etnoepidemiologia do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, para
confirmação da identificação das famílias.
Para realizar a análise do conteúdo estomacal dos organismos, foram escolhidas
duas ordens bastante representativa neste trabalho, e que são considerados predadores de
Fracionamento da amostra (conj. de peneiras
abertura 2mm e 0,25mm)
Amostra da peneira
abertura 2mm
Amostra da peneira
abertura 0,25mm
Acondicionamento
em bandejas
Retirada dos
organismos,
identificação e
quantificação
Acondicionamento em tubos c/ álcool 70% e
etiquetagem.
Sub-amostra de 10g
Retirada dos
organismos sob
microscopia óptica,
ident. e quant.
27
imaturos de simulídeos, entre elas: Odonata (Libelullidae) e Trichoptera (Hydropsychidae)
(Peterson, 1960; Burton e McRae, 1972; Gorayeb e Pinger, 1978).
A retirada do conteúdo estomacal dos espécimes foi realizada em microscópio
estereoscópico, com uso de pinças e estiletes. Após a retirada, o conteúdo foi analisado, e
baseando-se em estruturas fortemente quitinizadas, observou-se a presença de simulídeos.
Logo depois, o conteúdo foi acondicionado em recipientes plásticos contendo álcool 70%,
devidamente etiquetados (Fluxograma 5).
FLUXOGRAMA 5: Análise do conteúdo estomacal.
Libellulidae
Hidropsychidae
50 espécimes 50 espécimes
Retirada do conteúdo estomacal sob microscopia óptica.
Análise da presença de simulídeos baseado em
estruturas quitinizadas.
Acondicionamento em tubos c/ álcool 70%.
28
Figura 06: Triagem da entomofauna associada à Simulliidae, coletados no rio Pium/RN.
Figura 07: Amostra do substrato vegetal coletado no rio Pium/RN.
29
3.4. Nomenclatura
A nomenclatura utilizada para as espécies de simulídeos, encontra-se de acordo com
a classificação de Py-Daniel e Moreira Sampaio (1994, 1995), os quais elevaram a
categoria de sub-gênero para gênero. Deste modo, para efeito mais didático da leitura são
utilizados no texto apenas os novos termos sistemáticos. Na tabela 1 é apresentada uma
relação das espécies renomeadas e citadas neste trabalho.
Tabela 1. Nomenclatura dos simulídeos
Nomenclatura utilizada neste trabalho Nomenclatura anterior
Cerqueirellum cuneata (Enderlein, 1936)
Simulium (Cerqueirellum) cuneatum
Chirostilbia pertinax (Kollar, 1832)
Simulium (Chirostilbia ) pertinax
Edwardsellum damnosa ( Theobald, 1903)
Simulium (Edwardsellum) damnosum
Hemicnetha brachyclada (Lutz e Pinto,
1932)
Simulium (Hemicnetha) brachycladum
Inaequalium inaequale (Peterson e
Shannon, 1927)
Simulium (Inaequalium) inaequale
Psaroniocompsa bonaerense (Coscarón y
Wigodzinsky, 1960)
Simulium (Psaroniocompsa) bonaerense
Psaronicompsa incrustata (Lutz, 1910)
Simulium (Psaroniocompsa) incrustatum
Psilopelmia fulvinota (Cerq. e Mello, 1968)
Simulium (Psilopelmia) fulvinotum
Thyrsopelma orbitale (Lutz, 1910)
Simulium (Thyrsopelma) orbitale
30
4- RESULTADOS
31
Artigo 1
Abundância das formas imaturas de Psaroniocompsa incrustata, Lutz,
1910 (Diptera: Simuliidae) e caracterização do seu criadouro natural, no
rio Pium, Estado do Rio Grande do Norte.
FRANCILENE M. S. RODRIGUES & HERBET T. A. ANDRADE
Artigo a ser submetido para publicação na Revista Brasileira de Entomologia
ISSN: 0085-5626
Revista de QUALIS A (CAPES / MEC)
(Atende aos objetivos 1 e 2)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
2006
32
Abundância das formas imaturas de Psaroniocompsa incrustata,
Lutz, 1910 (Diptera: Simuliidae) e caracterização do seu
criadouro natural, no rio Pium, Estado do Rio Grande do Norte.
Francilene Miranda dos Santos Rodrigues
1
& Herbet Tadeu de Almeida Andrade
2
1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Biociências, Departamento de
Oceanografia e limnologia, Programa de Pós-Graduação em Bioecologia Aquática. Praia de
mãe Luiza, s/n, Natal/RN, CEP: 59020-000
2
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Biociências, Departamento de
Microbiologia e Parasitologia. Av. Salgado Filho 3000, Campus Universitário, CEP:
59970-000, Natal RN, Brasil
herbet@ufrnet.br
________________________________________________________________________________
ABSTRACT. The abundance of the immature of Psaroniocompsa Incrustata, Lutz, 1910
(Diptera Simuliidae) and the characterization of the natural breending ground in the Pium
river, Rio Grande do Norte state. This study was made in the Pium river that is part of the
hydrographical basin of the Pirangi river in Rio Grande do Norte. The immature Simuliidae
were collected in a monthly vegetal substrate, totalizing eight samplings, including the
rainy and drought seasons. The environment variants were: water temperature, water ph,
length, wideness, deepness, velocity, discharge and pluviose. The immature collected
resulted in 7.713 samples, all from the species P. Incrustata with 6.280 larvae and 1.433
pupas, the biggest abundance was found in the drought season. According to the correlation
analysis of Spearman, it was observed a positive correlation between the quantity of larva
and the flow-rate, and a negative correlation both in the quantity of larva and the quantity
33
of pupa, with the pluviose. This information can be used as data to future integrated
controlled programmes.
KEYWORDS. Simuliidae; Nordeste; Pium river; Diptera.
RESUMO. Abundância das formas imaturas de Psaroniocompsa incrustata, Lutz, 1910
(Diptera: Simuliidae) e caracterização do seu criadouro natural, no rio Pium, Estado do Rio
Grande do Norte. Este estudo foi realizado no rio Pium, pertencente a Bacia Hidrográfica
do rio Pirangi, no Rio Grande do Norte. Os imaturos de Simuliidae foram coletas em
substrato vegetal mensalmente, totalizando oito amostragens, abrangendo estações de
chuvas e seca. Foram tomadas as variáveis ambientais: temperatura da água, pH da água,
comprimento, largura, profundidade, velocidade, vazão e pluviosidade. A coleta dos
imaturos resultou em 7.713 exemplares, todos da espécie P. incrustata, sendo 6.280 larvas
e 1433 pupas, e a maior abundância verificada na estação de seca. De acordo com a
Análise de Correlação de Spearman, observou-se correlação positiva entre as o número de
larvas e a correnteza, e correlação negativa tanto do número de larvas quanto do número de
pupas, com a pluviosidade. Estas informações podem ser usadas como subsídios para
futuros programas de controle integrado.
PALAVRAS-CHAVE. Simuliidae; Nordeste; rio Pium; Diptera.
_________________________________________________________________________
Variações na abundância dos Simulídeos é um aspecto de grande relevância na
dinâmica de transmissão e na epidemiologia geral, de qualquer enfermidade em que estes
34
insetos estejam envolvidos, considerando que a sua densidade populacional é diretamente
proporcional à transmissão de doenças, sendo as fêmeas hematófagas e vetoras em
potencial de vírus, bactérias, protozoárias e helmintos (Ortega e Oliver, 1985; Hamada,
1993). Além de sua associação às doenças, são insetos incômodos e insistentes em seus
ataques, podendo causar sérios problemas alérgicos, através de suas picadas, ao homem e
outros animais (Gaona & Andrade, 1999). A espécie Psaroniocompsa incrustata, apresenta
ampla distribuição pelo Brasil, ocorrendo nas áreas do Escudo das Guianas, nas áreas do
Escudo do Brasil Central e em toda região litorânea do Nordeste até o Rio grande do Sul
(Coscarón & Wygodzinsky, 1984). Na região Norte do Brasil, está associada à transmissão
de duas filarias: a Onchocerca volvulus e Mansonela ozzardi, responsáveis respectivamente
pela oncocercose e mansonelose (Cerqueira, 1959; Andreazze e Py-Daniel, 1999; Medeiros
e Py-Daniel, 1999).
A distribuição e riqueza das espécies nos ambientes limnéticos, são influenciadas
por diferentes fatores ambientais entre os quais a natureza do substrato, a velocidade da
água, a cobertura vegetal, a presença ou ausência de represamento da água e o tamanho do
corpo d’água são os mais relevantes (Pepinelli et al., 2005).
O presente estudo objetivou conhecer a abundância das formas imaturas da espécie
P. incrustata no rio Pium e caracterizar físico-quimicamente seu criadouro natural.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi desenvolvido no rio Pium, que está localizado no Litoral Sul do Estado
do Rio Grande do Norte, entre as coordenadas geográficas 05º 59’ e 06º 02’ de Lat. S e 35º
35
17’ de Log. W. Pertence a bacia Hidrográfica do rio Pirangi possui aproximadamente
17Km de extensão.
As coletas foram realizadas em um trecho do rio Pium (05º58’54” S e 35º11’47”
W), município de Nísia Floresta/RN, de abril à julho/2005 (período de chuvas) e outubro à
dezembro/2005 e janeiro/2006 (período de seca).
Os imaturos de Simuliidae foram coletados em substrato vegetal, localizado nas
margens e leito central do rio. Posteriormente foram pesados 60g desse substrato fresco,
fixado em álcool 70% e encaminhado ao laboratório de entomologia da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, para triagem, identificação e quantificação.
Foram medidas as seguintes variáveis ambientais: temperatura da água, pH da
água, comprimento, largura, profundidade, velocidade e vazão. A pluviometria foi
fornecida pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte - EMPARN.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram coletados 7.713 imaturos de P. incrustata, sendo 6.280 (81,4%) larvas e
1433 (18,6) pupas (Tabela I). A maior abundância dos imaturos durante a estação de chuvas
foi observada no mês de julho, sendo coletados 687 (53%) larvas e 164 (33%) pupas.
Durante a estação de seca, os simulídeos foram mais abundantes no mês de dezembro, onde
1642 (33%) foram larvas e 282 (30,2%) pupas, percentuais referentes ao total de cada
período.
De acordo com a Análise de Correlação de Spearman (Tabela II), observou-se
correlação positiva entre o número de larvas coletadas e a correnteza, e correlação negativa
36
tanto do número de larvas coletadas quanto do número de pupas com a pluviosidade. As
demais variáveis ambientais não apresentaram correlação significativa.
Considerando a correlação de Spearman e a dinâmica sazonal dos imaturos,
observou-se que a pluviosidade foi a grande influenciadora da menor abundância dos
imaturos, uma vez que condicionou alterações dos fatores profundidade, largura e vazão.
Além destes, pode ter ocasionado o deslocamento do substrato vegetal, diminuindo os sítios
de colonização, bem como provocado a migração dos imaturos para outras manchas de
substratos afastados do local estudado.
Segundo Lewis & Bennett (1975); Hamada (1993); Strieder et al. (2006), o tipo de
substrato e a sua disponibilidade para a fixação das formas imaturas (ovos, larvas, pupas), a
velocidade da água e a correnteza, são as variáveis ambientais que afetam
significativamente tanto a distribuição, quanto a migração das formas imaturas de
simulídeos.
Andrade (2001), analisando a dinâmica sazonal de imaturos de Hemicnetha
brachyclada, na região semi-árida do Nordeste Brasileiro, verificou que a velocidade
superficial da água e a vazão foram as variáveis ambientais que melhor explicaram a
dinâmica sazonal dessa espécie.
Araújo-Coutinho et al. (1997), relacionaram fatores físicos e químicos com a
abundância das larvas de Chirostilbia pertinax Kollar, e constataram que a velocidade da
correnteza, a profundidade do substrato e a poluição foram as variáveis que mais
influenciaram.
Considerando o aspecto de larvas e pupas, verificou-se que o número de larvas foi
muito superior ao de pupas, o que condiz com o ciclo de vida dos simulídeos, no qual o
37
período larval apresenta duração consideravelmente maior que o período pupal. Andrade
(2001), também afirmou este dado considerando que esse estágio é mantenedor da espécie.
A caracterização geral do criadouro é apresentada na tabela III. De modo geral, o
pH da água apresentou uma leve variação durante o estudo, caracterizando as águas do rio
Pium, no trecho estudado, como levemente ácidas. Já a temperatura, apresentou uma
variação mais acentuada +/- 5,6º C, sendo importante considerar, uma vez que este fator
pode afetar o desenvolvimento dos organismos. Para a correnteza e vazão, foram
registradas oscilações semelhantes à da pluviosidade, principalmente no período de chuvas.
Medeiros et al. (1999), ao realizarem um estudo sobre a preferência larval de P.
incrustata por diferentes cores de substratos artificiais neste mesmo local, obtiveram dados
abióticos semelhantes, principalmente os valores da largura, pH e temperatura da água. Isso
mostra que as condições abióticas nesse ambiente não sofreram grandes alterações, nos
últimos sete anos.
Então, podemos afirmar que as formas imaturas de P. incrutata se fazem presentes
no rio Pium, durante as duas estações do ano, sendo a sua maior abundância na estação de
seca. É importante salientar, a necessidade de estudos complementares nesse ambiente,
que o mesmo é considerado cenário de recreação tanto para os moradores do local quanto
para visitantes, buscando subsídios para futuros programas de controle integrado.
AGRADECIMENTOS. Ao Sr. Haroldo, proprietário do sítio Aconchego, por
permitir que este trabalho fosse desenvolvido em sua propriedade, e a CAPES pela bolsa
concedida durante a realização deste trabalho.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, H.T.A., 2001. Dinâmica sazonal de imaturos de Hemicnetha brachyclada
(Lutz & Pinto, 1932) (Diptera, Simuliidae) em um criadouro permanente na região
38
Semi-Àrida do Nordeste Brasileiro. Tese (Doutorado), Universidade Federal de São
Carlos.
ANDREAZZE, R. PY-DANIEL, V. 1999. Atividade Hematofágica mensal e infecção
natural de Psaroniocompsa incrustata (Lutz, 1910) (Diptera, Culicomorpha,
Simuliidae) vetor de Onchocerca vulvulus (Leuckart, 1983) em Xitei Xidea, área
indígena yanomami, Roraima, Brasil. Entomologia y Vectores, 6(4): 415 – 440.
ARAUJO-COUTINHO, C.J.P.C., MELLO, R.P., SERRA-FREIRE, N.M., 1997. The
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larve of Simulium pertinax Koller, 1832 (Diptera, Simuliidae) in Paraty,RJ, Brazil.
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CERQUEIRA, N.L.1959. Sobre a transmissão da Mansonella ozzardi da 1º e 2º notas
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COSCARÓN, S. & P. WYGODZINSKY.1984. Notas sobre Simulidos neotropicales VII.
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HAMADA, N. 1993. Estudos bioecológicos sobre piuns (Diptera: Simuliidae) como base
para o controle de Oncocercose e Mansonelose na Amazônia Brasileira. Bases
Científicas para Estratégias de Preservação e Desenvolvimento da Amazônia.
Vol.2, 135-140.
39
HAMADA, N. 1993a. Abundância de larvas de Simulium goeldii (Diptera:Simuliidae) e
caracterização do seu habtat em uma floresta de terra firme, na Amazônia Central.
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artificial substrates in breeding grounds, at Pium river, state of Rio Grande do Norte,
Brazil. Mem inst Oswaldo Cruz, 94(6):849-850.
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considerados transmisores de oncocercosis en el foco sur de Chiapas. Folia
Entomológica Mexicana, Nº 66: 119-136.
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diversidade de Simuliidae (Diptera) em uma bacia hidrográfica impactada no Sul do
Brasil. Revista Brasileira de Entomologia 50(1): 119-124.
40
Tabela I: Número total mensal de imaturos de P.incrustata, coletado em substrato vegetal,
no rio Pium-RN, durante o período de abril à julho de 2005 e outubro/05 à janeiro de 2006
MESES LARVAS % PUPAS %
CHUVA
Abril 198 15,3 119 23,9
Maio 228 17,6 112 22,5
Junho 182 14,1 103 20,6
Julho 687 53 164 33
Sub-Total
1295 72,3 498 27,3
SECA
Outubro 533 10,7 35 3,7
Novembro 1049 21 480 51,3
Dezembro 1642 33 282 30,2
Janeiro 1761 35,3 138 14,8
Sub-Total
4985 84,2 935 15,8
TOTAL
6280 81,4 1433 18,6
Tabela II: Correlação de Spearman
FATORES ABIÓTICOS LARVAS PUPAS
pH
0,417 -0,295
Temperatura
0,108 0,024
Profundidade
0,060 -0,108
Largura
-0,193 -0,241
Correnteza
0,577 0,454
Vazão
0,000 -0,095
Pluviosidade
-0,810 -0,619
41
Tabela III: Caracterização abiótica do criadouro natural de P. incrustata no rio Pium, Rio
Grande do Norte.
Meses pH T. água Prof. Larg. Corr. Vaz. Pluv.
ºC m m m/s m3/s mm
Abr
5,3 29,9 0,42 6,26 0,394 1,037 111,7
Mai
5,6 28,6 0,58 6,3 0,416 1,522 431
Jun
5,5 24,8 0,76 6,74 0,468 2,401 617,8
Jul
5,4 24,3 0,7 6,4 0,441 1,976 112,8
Out
5,9 28,3 0,7 6,5 0,468 2,132 43,3
Nov
5,3 27,7 0,6 6,4 0,5 1,92 3,6
Dez
5,9 28,9 0,73 6,35 0,5 2,317 13,2
Jan
5,9 28,6 0,63 6,3 0,468 1,86 11,1
T.água = Temperatura da água; Prof.= Profundidade do rio; Larg.= Largura do rio;
Corr.= Correnteza; Vaz.= Vazão; Pluv.= Pluviosidade.
42
Artigo 2
Sobre a predação da entomofauna associada Psaroniocompsa
incrustata, Lutz, 1910 (Diptera: Simuliidae) em um criadouro
natural no rio Pium, Estado do Rio Grande do Norte.
FRANCILENE M. S. RODRIGUES & HERBET T. A. ANDRADE
Artigo a ser submetido para publicação na Revista Brasileira de Entomologia
ISSN: 0085-5626
Revista de QUALIS A (CAPES / MEC)
(Atende aos objetivos 3 e 4)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
2006
43
Sobre a predação da entomofauna associada Psaroniocompsa
incrustata, Lutz, 1910 (Diptera: Simuliidae) em um criadouro
natural no rio Pium, Estado do Rio Grande do Norte.
Francilene Miranda dos Santos Rodrigues
1
& Herbet Tadeu de Almeida Andrade
2
1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Biociências, Departamento de
Oceanografia e limnologia, Programa de Pós-Graduação em Bioecologia Aquática. Praia de
mãe Luiza, s/n, Natal/RN, CEP: 59020-000
2
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Biociências, Departamento de
Microbiologia e Parasitologia. Av. Salgado Filho 3000, Campus Universitário, CEP:
59970-000, Natal RN, Brasil
herbet@ufrnet.br
_________________________________________________________________________
ABSTRACT. About the predation of the entomologic fauna associated Psaroniocompsa
Incrustata, Lutz, 1910 (Diptera Simuliidae) in the natural breending ground of Pium river
in Rio Grande do Norte state. This study was made in the Pium river that is part of the
hydrographical basin of the Pirangi river in Rio Grande do Norte. The immature of
Simuliidae were collected manually. At the beginning, it was observed the presence of the
immature in the substrate to do the collect afterwards. It was also made one analysis of the
stomach content of possible enemies of the simulídeos, to observe the predation of the
associated fauna. It was collected 7.713 samples, all from de species P. Incrustata, it was
observed a bigger abundance in the drought season, and the entomologic fauna associated
totalizing 20.1314 species, distributed in the kinds: Diptera, Ephemeroptera, Odonata,
Trichoptera, e Hemiptera, with a bigger representativity of Dipteros. The analysis of the
stomach content of the species from the families Libellulidae and Hydropsychidae showed
44
the presence of the simulídeos in only 4% of the material analysed, therefore it was not
confirmed the presence of one efficient biological control of the simulídeos in this
breending ground.
KEYWORDS. Nordeste; associated fauna; Simuliidae; predation.
RESUMO. Sobre a predação da entomofauna associada Psaroniocompsa incrustata, Lutz,
1910 (Diptera: Simuliidae) em um criadouro natural no rio Pium, Estado do Rio Grande do
Norte. Este estudo foi realizado no rio Pium, pertencente a Bacia Hidrográfica do rio
Pirangi, no Rio Grande do Norte. Os imaturos de Simuliidae foram coletados manualmente.
A princípio observava-se a presença dos imaturos nos substratos, para posteriormente
efetuar a coleta. Nesse mesmo local, foi realizada a amostragem da fauna associada
utilizando-se coletor do tipo Surber. Para observar a predação da fauna associada, foi
realizada a análise do conteúdo estomacal de possíveis inimigos naturais dos simulídeos. A
coleta dos imaturos resultou em 7.713 exemplares, todos da espécie P. incrustata, e a
entomofauna associada, totalizou 20.314 espécimes, distribuídos nas Ordens: Diptera,
Ephemeroptera, Odonata, Trichoptera e Hemiptera. A análise do conteúdo estomacal dos
espécimes das famílias Libellulidae e Hydropsychidae revelou a presença de simulídeos em
apenas 4% do material examinado, não sendo possível constatar a realização de um
eficiente controle biológico por parte destes, sobre os simulídeos, nesse criadouro.
PALAVRAS-CHAVE. Nordeste; fauna associada, Simuliidae; Predação
_________________________________________________________________________
45
Os simulídeos são dípteros importantes, pois além de serem considerados insetos
incômodos por sua insistência em atacar o homem e outros animais, são transmissores de
doenças (Gorayeb e Pinger, 1978; Hamada, 1993). Na região Amazônica do Brasil,
algumas espécies, entre elas a Psaroniocompsa incrustata Lutz, 1910, estão associadas à
transmissão de duas filarias Onchocerca volvulus e Mansonela ozzardi, responsáveis
respectivamente pela oncocercose e mansonelose (Cerqueira, 1959; Andreazze e Py-Daniel,
1999; Medeiros e Py-Daniel, 1999).
As formas imaturas dos simulídeos fazem parte da comunidade de insetos dos
ecossistemas lóticos, estando presente com freqüência em elevadas densidades numéricas.
Nesses ambientes, co-habitando com diversos organismos, são vítimas de vários predadores
e organismos parasitas (Peterson, 1960; Pepinelli et al., 2005).
Andrade & Py-Daniel (2000), descreveram, como membros da fauna associada aos
simulídeos, as Ordens: Trichoptera, Coleoptera, Ephemeroptera, Odonata, Hemiptera e
Lepidoptera, destacando a predação de organismos da família Agrionidae (Odonata) à P.
incrustata.
A predação pode ser uma forte influência na estrutura das comunidades, afetando a
reprodução, alimentação, adaptação a fatores abióticos e a defesa, o que, segundo
Peckarsky (1984) e Alencar et al. (1999), são os quatro requisitos básicos para a
sobrevivência e perpetuação de determinado animal.
O presente estudo se propôs a caracterizar a entomofauna associada à espécie P.
incrustata em um criadouro natural no rio Pium, Estado do Rio Grande do Norte,
identificando entre os organismos dessa fauna, possíveis predadores naturais.
46
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi desenvolvido no rio Pium, que está localizado no Litoral Sul do Estado
do Rio Grande do Norte, entre as coordenadas geográficas 05º 59’ e 06º 02’ de Lat. S e 35º
17’ de Log. W. Pertence à bacia Hidrográfica do rio Pirangi e possui aproximadamente
17Km de extensão.
As coletas foram realizadas em um trecho do rio Pium (05º58’54” S e 35º11’47”
W), município de Nísia Floresta/RN, de abril à julho/2005 (período de chuvas) e outubro à
dezembro/2005 e janeiro/2006 (período de seca).
Os imaturos de Simuliidae foram coletados em substrato vegetal, localizado nas
margens e leito central do rio. Nesse mesmo local, foi realizada a amostragem da fauna
associada utilizando-se um coletor do tipo Surber com abertura de malha 250µm, conforme
metodologia de Bicudo & Bicudo (2004); Pepinelli et al (2005) para rios rasos e arenosos.
O material coletado foi fixado em álcool 70% e encaminhado ao laboratório de
entomologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para triagem, identificação e
quantificação dos espécimes coletados.
Para realizar a análise do conteúdo estomacal, foram escolhidos duas ordens
bastante representativas neste trabalho, e que são considerados predadores de imaturos de
simulídeos, entre elas: Odonata (Libelullidae) e Trichoptera (Hydropsychidae) (Peterson,
1960), (Burton & McRae, 1972), (Gorayeb & Pinger, 1978).
47
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No criadouro natural do rio Pium, foi quantificado 7.713 imaturos de P. incrustata,
sendo 6.280 larvas e 1.433 pupas (Tabela I).
A entomofauna associada à P. incrustata, coletada nas amostra da vegetação e do
sedimento, totalizaram 20.314 espécimes, classificados nas Ordens: Diptera,
Ephemeroptera, Odonata, Trichoptera e Hemiptera (Tabela II). Os dípteros foram os mais
representativos sobre as outras Ordens com 9567 (47,1%) especímes, sendo identificados
membros das famílias Ceratopogonidae (0,06%), Chironomidae (99,6), e Empididae
(0,33%). Na Ordem Ephemeroptera identificados 1811 (8,9%) especímes, dentre estes os
Baetidae (76%) foram mais abundantes do que Leptophlebiidae (24%). Dentre a Ordem
Odonata, foram identificados membros das Famílias Calopterygidae (7,8%),
Coenagrionidae (21,3%), Corduliidae (1,4%), Gomphidae (21,3%), Protoneuridae (10,6%)
e Libellulidae (37,5%), sendo os libelulídeos os mais expressivos. Na Ordem Trichoptera
foram identificados 8774 (43,2%) organismos dos quais a família Hydropsychidae (98,3%),
teve a maior representatividade; já a Ordem Hemiptera com 21 (0,2%) organismos, teve a
menor abundância, sendo representada pelas famílias Belostomatidae (19%), Veliidae
(14,3%) e Naucoridae (66,6%).
No rio Marumbi-PR, Dellome Filho (1992), estudou os Simulídeos e sua fauna
associada, que segundo o autor, foi representada por: Trichoptera, Plecoptera, Diptera,
Ephemeroptera, Neuroptera, Coleoptera, Odonata, lepidoptera e acarina, constatando
também maior abundâcia das famílias Chironomidae e Hydropsychidae.
A análise do conteúdo estomacal dos espécimes das famílias Libellulidae e
Hydropsychidae revelou a presença de simulídeos em 4% do material examinado.
48
Porcentagem observada apenas no conteúdo de Libellulidae, não sendo observado,
portanto, nenhum percentual no conteúdo de Hydropsychidae.
Burton & McRae (1972), em estudos sobre a predação de Trichoptera à imaturos de
Simuliidae, observaram, através da análise de conteúdo estomacal de larvas de
Hydropsyche, que 10% deste conteúdo era composto por larvas de Edwardsellum damnosa.
Gorayeb & Pinger (1978), em estudos ecológicos realizados em criadouros naturais
nas imediações da cidade de Manaus/AM, incriminaram pela primeira vez como predadores
naturais do Psilopelmia fulvinota, as larvas de espécies do gênero Macronema
(Hydropsychidae) e náiades de Libellulidae (Odonata), entre outros como Pyralidae e
Nymphulinae (Lepidoptera), Perlidae (Plecoptera) e Corydalidae (Nauroptera).
Alencar et al (1999), em estudos desenvolvidos em dois igarapés da reserva
Florestal Adolpho Ducke (Sabiá-I) em Manaus/AM, realizaram a análise do conteúdo
estomacal de organismos considerados predadores de Simuliidae, e obtiveram as seguintes
proporções: Plecoptera (12,4%), Odonata (2,2%).
Andrade & Py-Daniel (2000), observaram insetos da Família Agrionidae (Hetaerina
sp) predando P. incrustata, em estudos sobre a fauna associada a Simuliidae, em três bacias
Hidrográficas do Estado do Rio Grande do Norte.
Considerando os critérios de Dutt & DeBach (1984), para a classificação de organismos
como inimigos naturais (A. Alta capacidade de busca; B. Alta especificidade com a presa;
C. Alto potencial reprodutivo; e D. Capacidade de ocupar todos os nichos ocupados pela
presa e ter boa sobrevivência), não condiz enquadrar os insetos da família Libellulidae e
Hydropsychidae, como inimigos naturais efetivos dos simulídeos, uma vez que não foi
possível constatar a realização de um eficiente controle biológico por parte destes, nesse
criadouro.
49
No entanto, consideramos ser de grande importância a realização de novos estudos
com esse enfoque, em virtude da importância médico – sócio – econômica dos simulídeos,
em particular no rio Pium, já que o mesmo é considerado cenário de recreação tanto para os
moradores do local quanto para visitantes, buscando subsídios para futuros programas de
controle integrado.
AGRADECIMENTOS. Ao Sr. Haroldo, proprietário do sítio Aconchego, por
permitir que este trabalho fosse desenvolvido em sua propriedade, e a CAPES pela bolsa
concedida durante a realização deste trabalho.
REFERÊNCIAS
Andrade, H.T.A. & Py-daniel, V., 2000. A fauna associada a Simulidae (Diptera:
Culicomorpha) em três bacias hidrográficas do Estado do Rio Grande do Norte.
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50
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Peterson, B.V., 1960. Notes on some natural enemies of utah black flies (Diptera:
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51
Tabela I: Número total de imaturos de P.incrustata, coletado em substrato vegetal, no rio
Pium-RN, durante o período de abril à julho de 2005 e outubro/05 à janeiro de 2006.
MESES LARVAS % PUPAS %
CHUVA
Abril 198 15,3 119 23,9
Maio 228 17,6 112 22,5
Junho 182 14,1 103 20,6
Julho 687 53 164 33
Sub-Total
1295 72,3 498 27,3
SECA
Outubro 533 10,7 35 3,7
Novembro 1049 21 480 51,3
Dezembro 1642 33 282 30,2
Janeiro 1761 35,3 138 14,8
Sub-Total
4985 84,2 935 15,8
TOTAL
6280 81,4 1433 18,6
52
Tabela II: Números totais da fauna associada à P. incrustata, coletada na vegetação e sedimento, no rio Pium, Rio Grande do Norte,
durante o período de abril à julho de 2005 e outubro/05 à janeiro de 2006.
ORDENS VEGETAÇÃO SEDIMENTO
E FAMÍLIAS Abr Mai Jun Jul Out Nov Dez Jan Abr Mai Jun Jul Out Nov Dez Jan TOTAL
DIPTERA
Ceratopogonidae 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 5
Chironomidae 771 333 454 820 1676 2899 1397 831 8 32 8 62 4 20 193 25 9533
Empididae 0 0 2 10 0 7 3 2 3 1 0 1 0 0 0 0 29
EPHEMEROPTERA
Baetidae 24 27 141 60 52 127 182 747 0 0 0 0 0 1 6 14 1381
Leptophlebiidae 27 11 73 42 46 38 64 87 0 1 0 1 0 6 1 33 430
ODONATA
Calopterygidae 0 3 2 1 0 0 2 3 0 0 0 0 0 0 0 0 11
Coenagrionidae 1 0 2 3 1 23 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 30
Corduliidae 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 2
Gomphidae 2 0 0 0 1 2 7 0 0 0 0 0 0 8 1 9 30
Protoneuridae 0 0 0 0 0 15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 15
Libellulidae 3 14 10 0 4 7 5 7 0 0 0 1 0 0 2 0 53
TRICHOPTERA
Hydropsychidae 336 325 1027 1282 1142 1531 1560 1253 1 2 4 100 2 7 48 3 8623
Hydroptilidae 2 0 0 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 5
Leptoceridae 10 2 10 12 26 26 12 37 0 0 0 0 1 4 2 2 144
Odontoceridae 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2
HEMIPTERA
Belostomatidae 0 0 0 0 1 2 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 4
Veliidae 0 0 0 0 2 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 3
Naucoridae 0 0 0 0 4 0 10 0 0 0 0 0 0 0 0 14
TOTAL
1177 719 1722 2233 2951 4682 3232 2980 12 38 12 164 7 46 253 86 20314
53
5- DISCUSSÃO GERAL
54
Analisando a variação sazonal dos imaturos de P. incrustata, foi verificado que o
número de organismos coletados no período de chuva foi três vezes menor que a
quantidade coletada no período de seca. Desse modo, considerando a correlação negativa
da pluviosidade com o número de larvas e pupas, entende-se que esta variável foi bastante
significativa na abundância dos imaturos, uma vez que condicionou alterações dos fatores
profundidade, largura e vazão. Além destes, pode ter ocasionado o deslocamento do
substrato vegetal, diminuindo os sítios de colonização, bem como provocado a migração
dos imaturos para outras manchas de substratos afastados do local estudado.
Segundo Lewis e Bennett (1975); Hamada (1993); Strieder et al. (2006), o tipo de
substrato e a sua disponibilidade para a fixação das formas imaturas (ovos, larvas, pupas), a
velocidade da água e a correnteza, são as variáveis ambientais que afetam
significativamente tanto a distribuição, quanto a migração das formas imaturas de
simulídeos.
Andrade (2001), analisando a dinâmica sazonal de imaturos de Hemicnetha
brachyclada, na região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro, verificou que a velocidade
superficial da água e a vazão foram as variáveis ambientais que melhor explicaram a
dinâmica numérica dessa espécie.
Sobre o aspecto de larvas e pupas, verificou-se que o número de larvas foi muito
superior ao de pupas, o que condiz com o ciclo de vida dos simulídeos, no qual o período
larval apresenta duração consideravelmente maior que o período pupal. Andrade (2001),
também afirmou este dado considerando que esse estágio é mantenedor da espécie.
Considerando a entomofauma associada a P. incrustata no rio Pium, verificou-se que a
mesma esteve representada pelas Ordens: Diptera, Ephemeroptera, Odonata, Trichoptera, e
55
Hemiptera, sendo esta a menos representativa. Por outro lado, as famílias Chironomidae e
Hydropsychidae apresentaram a maior abundância entre os organismos coletados.
No rio Marumbi-PR, Dellome Filho (1992), estudou a Simuliofauna presente em
substratos naturais e artificiais, e sua fauna associada. Segundo o autor, a fauna de
artrópodes associada aos Simulídeos foi representada por: Trichoptera, Plecoptera, Diptera,
Ephemeroptera, Neuroptera, Coleoptera, Odonata, lepidoptera e acarina, com maior
abundâcia das famílias Chironomidae e Hydropsychidae.
Analisado a variação sazonal da freqüência das Ordens amostradas, foi verificado uma
maior ocorrência de organismos no período seco, sendo a mesma freqüência também
observada por Kikuchi & Uieda (1998). Contudo, alguns grupos sobressaíram-se tanto no
período seco como no chuvoso: Chironomidae, Hydropsychidae e Baetidae.
Quanto a predação da entomofauna associada, a análise do conteúdo estomacal dos
organismos da família Libellulidae revelou a presença de larvas de P. incrustata em 4%
desse conteúdo. Por outro lado, o conteúdo estomacal dos indivíduos da família
Hydropsychidae não apresentou Simulídeos na sua composição. Segundo Dutt e DeBach
(1984), para ser considerado inimigo natural efetivo, é necessário apresentar as seguintes
características: A. Alta capacidade de busca (capacidade de encontrar a presa mesmo
quando ela é escassa); B. Alta especificidade com a presa (atacar preferencialmente a
espécie alvo); C. Alto potencial reprodutivo (reproduzir-se mais que a presa); e D.
Capacidade de ocupar todos os nichos ocupados pela presa e ter boa sobrevivência (deve
apresentar boa sincronização com a presa e alta adaptabilidade para uma larga variação de
condições ecoclimáticas).
Assim, comparando-se estes critérios com o resultado obtido neste trabalho, entende-se
que o baixo percentual de simulídeos encontrado no conteúdo estomacal dos organismos
56
analisados dá a indicação de que as espécies analisadas não apresentam alta capacidade de
busca pela presa. Alem disso, variedade de componentes observada no conteúdo estomacal,
mostra não haver especificidade com a presa, uma vez que o desejado seria encontrar
apenas larvas e pupas de simulídeos.
Por outro lado, os pré-requisitos C e D, apesar de não terem sido testados, apresentaram
indícios positivos, já que tanto os Libellulídeos quanto os Hydropsychídeos estiveram
presentes em todas as coletas dos simulídeos durante o estudo.
Gorayeb & Pinger (1978), em estudos ecológicos realizados em criadouros naturais
nas imediações da cidade de Manaus-AM, incriminaram pela primeira vez como
predadores naturais do Simulium fulvinotum, as larvas de espécies do gênero Macronema
(Hydropsychidae) e náiades de Libellulidae (Odonata), entre outros como Pyralidae e
Nymphulinae (Lepidoptera), Perlidae (Plecoptera) e Corydalidae (Nauroptera).
Alencar et al (1999), ao realizarem a análise do conteúdo estomacal de organismos
considerados predadores de Simuliidae obteve as seguintes proporções: Plecoptera (12,4%),
Odonata (2,2%).
Andrade e Py-Daniel (2000), observaram insetos da família Agrionidae (Hetaerina
sp) predando P. incrustata, em estudos sobre a fauna associada a Simuliidae, em três bacias
Hidrográficas do Estado do Rio Grande do Norte.
Entende-se então, que a baixa positividade do conteúdo estomacal analisado nesse
estudo, indica que os organismos das famílias Libellulidae e Hydropsychidae não podem
ser considerados inimigos naturais efetivos dos simulídeos, uma vez que não foi possível
constatar a realização de um eficiente controle biológico por parte destes, sobre os
simulídeos, nesse criadouro.
57
No entanto, consideramos ser de grande importância a realização de novos estudos
com esse enfoque, em virtude da importância médico – sócio – econômica dos simulídeos,
em particular no rio Pium, já que o mesmo é considerado cenário de recreação tanto para os
moradores do local quanto para visitantes, buscando subsídios para futuros programas de
controle integrado.
58
6. CONCLUSÕES
59
1- As formas imaturas de P. incrustata se fazem presentes no rio Pium, durante as
duas estações do ano, sendo a sua maior abundância na estação de seca.
2- A pluviosidade, condicionando alterações na correnteza, vazão e profundidade, foi a
variável ambiental que mais influenciou a abundância dos simulídeos e sua fauna
associada.
3- A fauna associada à P. incrustata no rio Pium, Estado do Rio Grande do Norte, foi
representada por 19 (dezenove) Famílias, distribuídas em 5 (cinco) Ordens de
insetos aquáticos.
4- A análise do conteúdo estomacal dos espécimes das famílias Libellulidae e
Hydropsychidae realizada nesse trabalho, não confirmou a predação efetiva desses
organismos às formas imaturas de Psaroniocompsa incrustata.
60
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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68
8. ANEXO
69
INSTRUÇÕES AOS AUTORES
ISSN 0085-5626 versão
impressa
ISSN 1806-9665 versão online
Escopo e política
Forma e preparação de manuscritos
Envio de manuscritos
Escopo e política
A Revista Brasileira de Entomologia (RBE), órgão da
Sociedade Brasileira de Entomologia (SBE), publica
trabalhos científicos inéditos produzidos na área da
Entomologia, ou mesmo em outras, dentro de Arthropoda. A
RBE mantém seções destinadas à divulgação de notas
científicas, resenhas bibliográficas e notícias de interesse.
Para publicar na RBE, todos os autores devem ser sócios da
SBE e estar em dia com a anuidade. Caso o(s) co-autor (es) não
sejam sócios deverão associar-se a SBE ou pagar o valor
correspondente a uma e meia anuidades, cada um.
Trabalhos redigidos em outro idioma que não o português, ou o
inglês, poderão ser aceitos para a publicação a critério da
Comissão Editorial.
Forma e preparação de manuscritos
Os manuscritos devem ser enviados preferencialmente via
correio eletrônico, como arquivo(s) anexo(s). Poderão também
ser submetidos impressos em papel (três vias), acompanhados
dos arquivos em disquete ou CD. O texto deve ser editado, de
preferência, em Microsoft Word®, em página formato A4,
usando fonte Times New Roman tamanho 12, espaço duplo
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entre as linhas, com margem direita não justificada e com
páginas numeradas. Usar a fonte Times New Roman também
para rotulagem das figuras e dos gráficos. Apenas tabelas e
gráficos podem ser incorporados no arquivo contendo o texto
do manuscrito. Figuras em formato digital devem ser enviados
em arquivos separados, com, no mínimo, 300 dpi de resolução
para fotos coloridas e 600 dpi para desenhos a traço e fotos
branco e preto, em formato tiff ou jpeg de baixa compactação.
Não enviar desenhos e fotos originais quando da submissão do
manuscrito.
O manuscrito deve começar com uma página de rosto,
contendo: título do trabalho e nome(s) do(s) autor(es)
seguido(s) de número(s) (sobrescrito) com endereço(s)
completo(s), inclusive endereço eletrônico, e com respectivos
algarismos arábicos para remissão. Em seguida, apresentar
ABSTRACT, com no máximo 250 palavras, com o título do
trabalho em inglês e em parágrafo único; KEYWORDS, em
inglês, em ordem alfabética e no máximo cinco.
Na seqüência virá o RESUMO em português, incluindo o título
e PALAVRAS-CHAVE, em ordem alfabética e equivalentes às
KEYWORDS. Devem ser evitadas palavras-chave que constem
do título e do resumo do artigo.
No corpo do texto, os nomes do grupo-gênero e do grupo-
espécie devem ser escritos em itálico. Os nomes científicos
devem ser seguidos de autor e data, pelo menos na primeira
vez. Não usar sinais de marcação, de ênfase, ou quaisquer
outros. Conforme o caso, a Comissão Editorial decidirá como
proceder.
As referências devem ser citadas da seguinte forma: Canhedo
(2004); (Canhedo 2003, 2004); Canhedo (2004:451); (Canhedo
2004; Martins & Galileo 2004); Parra et al. (2004).
As figuras (fotografias, desenhos, gráficos e mapas) devem ser
sempre numeradas com algarismos arábicos e, na medida do
possível, na ordem de chamada no texto. As escalas devem ser
colocadas na posição vertical ou horizontal. As tabelas devem
ser numeradas com algarismos romanos e incluídas, no final do
texto em páginas separadas. Se necessário, gráficos podem ser
incluídos no arquivo do texto e, como as tabelas, deverão vir no
final do texto. As figuras em formato digital deverão ser
enviadas em arquivos separados. O tamanho da prancha deve
ser proporcional ao espelho da página (23 x 17,5 cm), de
71
preferência não superior a duas vezes. Para a numeração das
figuras utilizar Times New Roman 11, com o número colocado
à direita e abaixo. Isto só deve ser aplicado para as pranchas
quando em seu tamanho final de publicação. A fonte Times
New Roman deve ser usada também para rotulagem inserida
em fotos, desenhos e mapas (letras ou números utilizados para
indicar nomes das estruturas, abreviaturas etc.) e em tamanho
apropriado de modo que em seu tamanho final não fiquem mais
destacados que as figuras propriamente ditas. As figuras
originais não devem conter nenhuma marcação. A Comissão
Editorial poderá fazer alterações ou solicitar aos autores uma
nova montagem. Fotos (preto e branco ou coloridas) e desenhos
a traço devem ser montados em pranchas distintas. As legendas
das figuras devem ser apresentadas em página à parte. O custo
da publicação de pranchas coloridas deverá ser arcado pelos
autores.
Os AGRADECIMENTOS devem ser relacionados no final do
trabalho, imediatamente antes das Referências. Sugere-se aos
autores que sejam sucintos e objetivos. Para as
REFERÊNCIAS, adota-se o seguinte:
1. Periódicos (os títulos dos periódicos devem ser escritos por
extenso e em negrito, assim como o volume do periódico):
Zanol, K. M. R. 1999. Revisão do gênero Bahita Oman, 1936
(Homoptera, Cicadellidae, Deltocephalinae). Biociências 7: 73-
145.
Martins, U. R. & M. H. M. Galileo. 2004. Contribuição ao
conhecimento dos Hemilophini (Coleoptera, Cerambycidae,
Lamiinae), principalmente da Costa Rica. Revista Brasileira
de Entomologia 48: 467-472.
Alves-dos-Santos, I. 2004. Biologia da nidificação de
Anthodioctes megachiloides Holmberg (Anthidiini,
Megachilidae, Apoidea). Revista Brasileira de Zoologia 21:
739-744.
2. Livros:
Michener, C. D. 2000. The Bees of the World. Baltimore,
Johns Hopkins University Press, xiv+913 p.
3. Capítulo de livro:
Ball, G. E. 1985. Reconstructed phylogeny and geographical
history of genera of the tribe Galeritini (Coleoptera:
Carabidae), p. 276-321. In: G. E. Ball (ed.). Taxonomy,
Phylogeny and Zoogeography of Beetles and Ants.
72
Dordrecht, W. Junk Publishers, xiii+514 p.
Referências a resumos de eventos não são permitidas e deve-se
evitar a citação de dissertações e teses.
As cópias do manuscrito, juntamente com os pareceres dos
consultores, serão enviadas ao autor (ao primeiro, se em co-
autoria ou ao autor indicado) para que sejam feitas as
correções/alterações sugeridas. Estas cópias deverão ser
devolvidas à Editoria da RBE juntamente com uma cópia
impressa da versão corrigida e do respectivo disquete
(devidamente identificado) ou por via eletrônica. Alterações ou
acréscimos ao manuscrito enviados após o seu registro poderão
ser recusados.
Nas Comunicações Científicas o texto deve ser corrido sem
divisão em itens (Material e Métodos, Resultados e Discussão).
Inclua o Abstract e o Resumo seguidos das Keywords e
Palavras-Chave.
Provas serão enviadas eletronicamente ao autor responsável e
deverão ser devolvidas, com as devidas correções, no tempo
solicitado.
O teor científico do trabalho assim como a observância às
normas gramaticais são de inteira responsabilidade do(s)
autor(es). Para cada trabalho publicado serão fornecidas 30
(trinta) separatas, independente do número de autores.
Sugere-se aos autores que consultem a última edição da revista
para verificar o estilo e lay-out. Ao submeter o manuscrito o
autor poderá sugerir até três nomes de revisores para analisar o
trabalho, enviando: nome completo, endereço e e-mail.
Entretanto, a escolha final dos consultores permanecerá com os
Editores.
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