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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE UFS
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA POSGRAP
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA NPGME
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
MARIA STELA MELO SANTOS TAQUEDA
PERFIL LABORATORIAL SÉRICO E BILIAR EM
PORTADORES DE LITÍASE DA VESÍCULA BILIAR
ARACAJU
2005
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MARIA STELA MELO SANTOS TAQUEDA
PERFIL LABORATORIAL SÉRICO E BILIAR EM
PORTADORES DE LITÍASE DA VESÍCULA BILIAR
Dissertação apresentada ao Núcleo de Pós-Graduação
em Medicina da Universidade Federal de Sergipe como
um dos requisitos para a obtenção do título de Mestre
em Ciências da Saúde.
ORIENTADOR: PROF. DR. ANTÔNIO ALVES JÚNIOR
CO-ORIENTADORA: PROFA. DRA. MARIA ELENA SANTOS TAQUEDA
ARACAJU
2005
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
BIBLIOTECA CENTRAL / BIBLIOTECA DA SAÚDE
FICHA CATALOGRÁFICA
Taqueda, Maria Stela Melo Santos
T175p Perfil laboratorial sérico e biliar em portadores de
litíase da vesícula biliar / Mar
ia Stela Melo Santos Taqueda.
Aracaju, 2005.
Orientador: Prof. Dr. Antônio Alves Júnior
Co-Orientadora: Profa. Dra. Maria Elena Santos Taqueda
Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde)
Universidade Federal de Sergipe, Pró-Reitoria de Pós-
Graduação e Pesquisa, Núcleo de Pós-Graduação em
Medicina.
1. Litíase biliar 2. Colelitíase 3. Colecistectomia
4. Pólipo de vesícula 5. Medicina I. Título
CDU 616.366-003.7
Agradecimentos
A Deus, que ilumina os meus caminhos e está sempre ao meu lado, conduzindo-me,
tornando-me vitoriosa nos momentos difíceis. Hoje, na alegria da vitória e em
agradecimento a tantas bênçãos recebidas, quero louvar-te e agradecer-te pelo Teu
amor.
A meus filhos
Jorge, Daniel e Gustavo
Porque vocês existem, sempre tenho incentivo para lutar e prosseguir.
A vocês, todo o meu amor.
Ao meu esposo, Jorge
Todo o reconhecimento pela compreensão nas horas em que estive ausente em busca
de maior conhecimento científico.
Aos meus irmãos e irmãs
Meu amor por vocês é imenso e, com certeza, a torcida por mim é grande. Quero
agradecer, em especial, a Eleide e Eliana, sempre presentes em todos as horas,
construindo “nossa tese”. Amo vocês.
Ao Prof. Dr. Antônio Alves Júnior
Você é um verdadeiro orientador, competente, amigo.
Soube conduzir minhas dúvidas, incertezas e me estimular nos momentos difíceis.
Quero agradecer sua preciosa colaboração e dizer que dentro de mim ficou, além dos
conhecimentos por você transmitidos, uma amizade profunda.
À Prof. Dra. Maria Elena Santos Taqueda
Você é um exemplo de competência, garra e empenho incansável.
Um ser humano iluminado, comprometido com a ciência e, além de tudo, humilde e
disponível. É gratificante tê-la como irmã e co-orientadora neste trabalho.
Minha profunda gratidão a todos os que contribuíram, direta ou indiretamente, para
a realização deste trabalho.
Em especial
Aos pacientes que participaram desta pesquisa, pela compreensão e colaboração. A
vocês, meu carinho, minha gratidão. Comprometo-me a disponibilizar este
aprendizado em benefício de outros.
Ao Núcleo de Pós-Graduação em Medicina da UFS, nas pessoas dos coordenadores,
professores e funcionários, por oferecer-me essa oportunidade ímpar e o apoio
necessário.
Aos hospitais em que os procedimentos cirúrgicos foram realizados, aos cirurgiões,
anestesistas, auxiliares de sala que, com boa vontade, envolveram-se na pesquisa.
Ao LAMAC, na pessoa de Dr. Joaquim Machado, pela dedicação, competência e
suporte técnico.
Aos funcionários da Sempre Viva Unidade Cirúrgica, que viveram comigo todos os
momentos deste trabalho.
Aos meus colegas e amigos do Mestrado em Ciências da Saúde, por todos os
momentos de estudo, preocupações e descontração.
MARIA STELA MELO SANTOS TAQUEDA
Perfil laboratorial sérico e biliar em portadores de litíase
da vesícula biliar
Dissertação apresentada ao Núcleo de Pós-Graduação
em Medicina da Universidade Federal de Sergipe como
um dos requisitos para a obtenção do título de Mestre
em Ciências da Saúde.
Data de aprovação: _______ / _______ / ________
Prof. Dr. Antônio Alves Júnior
(Presidente)
Prof. Dr. Paulo Amaral
(1º Examinador)
Profa. Dra. Maria Jésia Vieira
(2º Examinador)
PARECER
A meus pais (in memoriam)
A vocês que me deram a vida e me
ensinaram a vivê-la com dignidade;
Que se doaram por inteiro e renunciaram
a seus sonhos em favor dos meus,
não bastaria um simples agradecimento.
Dedico-lhes as alegrias desta vitória.
Fazer tudo bem
Dar o máximo
Trabalhar sempre com a alma
e com toda a alma
quer se trate de conduzir às estrelas
uma nave espacial
ou de fazer uma simples ponta de lápis...
D. Hélder Câmara
Resumo
Litiáse biliar é uma doença metabólica, de cuja etiopatogenia participam vários
fatores de risco, que potencializam uma eventual condição genética. A prevalência
nos países ocidentais atinge 10 a 15% da população adulta, produtiva, configurando
um importante problema de saúde pública. Não se tem ainda um total
esclarecimento sobre sua patogênese, que pode estar associada a anormalidades no
metabolismo do colesterol e das lipoproteínas. Este trabalho teve como objetivos
verificar se há relação entre níveis séricos e biliares da proteína, do colesterol e do
cálcio em portadores de colelitíase e de pólipo da vesícula; identificar se há diferença
entre os valores laboratoriais séricos e biliares desses elementos obtidos nos dois
grupos; estudar o perfil laboratorial sérico e biliar de pacientes portadores de
colelitíase, a partir dos elementos supracitados. Esse estudo transversal envolveu 41
pacientes com colelitíase e 15 com pólipos da vesícula biliar como grupo de controle.
Todos se submeteram a colecistectomia videolaparoscópica e tiveram amostras de
sangue e bile colhidas para análise. Foram dosados no sangue: colesterol total, LDL,
HDL, triglicérides, cálcio total e proteínas totais. Na bile dosaram-se: colesterol total,
cálcio total e proteínas. A análise estatística consistiu na aplicação do teste F para
distribuição normal e de Levene para distribuição não normal, teste t de Student para
comparação das médias, análise de variância de um fator e teste de correlação de
Pearson. Considerou-se um nível de significância p<0,05. Foram encontradas
correlações fortíssimas entre os três elementos biliares pesquisados no grupo de
cálculo. No grupo de pólipo houve correlação forte entre proteína e cálcio biliares.
Constatou-se a inexistência de correlação, no grupo de cálculo, entre os elementos
biliares e os séricos: cálcio, colesterol, LDL e HDL. No grupo de pólipo, houve
correlação forte entre proteína biliar e LDL sérico, cálcio biliar e HDL sérico. Com
exceção da proteína e do cálcio biliares, mais elevados nos pacientes com pólipo,
todos os elementos biliares e séricos dosados tiveram médias estatisticamente iguais.
Chegou-se às seguintes conclusões: não houve correlação entre os elementos lipídicos
biliares e séricos nos dois grupos estudados; a média dos constituintes biliares e
séricos foi estatisticamente igual, com exceção da proteína e do cálcio biliares, que
tiveram níveis mais elevados no grupo de pólipo. O perfil dos elementos séricos e
biliares foi semelhante nos dois grupos, exceto a proteína biliar e os triglicérides, que
apresentaram diferença.
Palavras-chave: Litíase biliar; colelitíase; pólipo de vesícula; colecistectomia.
Abstract
Biliary lithiasis is a metabolic disease that many risk factors participate of the
etiopathogeny, and potentialize an eventual genetic condition. Prevalence in the
western countries is about 10-15% of adults, being an important public health
trouble. There is no knowledge about its pathogenesis yet, that can be associated to
an unusual metabolism of cholesterol and lipoproteins. This study had aims to verify
the relationship between serum and biliary levels of protein, cholesterol and
calcium in patients with gallstones and gallbladder polip; identify if there is
difference between laboratorial serum and biliary concentration of this elements in
these two groups; study laboratorial serum and biliary profile in gallstones patients
through of protein, cholesterol and calcium levels. This transversal study had two
groups: a 41 gallstones patients and a 15 gallbladder polip patients as control group.
Everyone was submitted to a videolaparoscopic cholecystectomy, when they had
been taken blood and bile samples to be analyzed. In the blood was measured
cholesterol total, LDL, HDL fractions, triglycerides, calcium total and protein total. In
the bile was measured cholesterol total, calcium total and proteins. Statistical analysis
was composed by use of F - test to normal distribution, Levene test to abnormal
distribution. Student’s t - test to medias comparison, analysis of variance of factor
and Pearson correlation test p<0,05 was considered significant. It was found a
stronger correlation between three elements measured in gallstone group. In polip
group was found a strong correlation between calcium and protein biliary. There is
no correlation between serum and biliary elements in gallstone group: calcium,
cholesterol, LDL, HDL. Polip group had correlation between biliary protein and LDL
serum, calcium biliary and HDL serum.With exception of protein and calcium
biliary, more elevated in polip patients, every elements had statistics medias equals.
Conclusions: there was no correlation between lipids elements biliaries and serum in
both studied groups; the medias of biliary and serum contents were statistically the
same, with exception of protein and calcium biliary, had more elevated levels in
polip group. The profile of serum and biliary elements was similar in both groups
except for the biliary protein and of the triglycerids that presents some difference.
Key words: Biliary lithiasis; cholelithiasis; polip biliary; cholecystectomy.
Lista de abreviaturas
ACAT Acil-coenzima Acolesteroléster transferase
ANOVA Analysis of variance
ApoA1 Apolipoproteína A1
ApoA2 Apolipoproteína A2
Apo B100 Apolipoproteína B100
Apo E Apolipoproteína E
CCK Colecistocinina
CEH Hidroxilase-colesterol-éster
DNA Ácido desoxirribonucléico
HDL Lipoproteína de alta densidade
HMG-CoA redutase Hidroxi-metilglutaril-coenzima A redutase
IgA Imunoglobulina A
IgG Imunoglobulina G
IgM Imunoglobulina M
IMC Índice de massa corporal
LAMAC Laboratório Médico de Análises Clínicas Ltda.
LDL Lipoproteína de baixa densidade
LSD Least Significant Difference
VIP Polipeptídeo intestinal vasoativo
Lista de Quadros
Quadro 1 Apresentação da homogeneidade dos grupos de cálculo e de pólipo
quanto ao sexo e à idade ...............................................................................
50
Quadro 2 Teste de correlações de Pearson para todas as combinações possíveis
de duas variáveis, para a amostra do grupo de cálculo ...........................
59
Quadro 3 Apresentação das comparações das médias por faixa etária,
utilizando
o teste LSD de Fisher, com coeficiente de confiança 95%, após a
análise de variância ........................................................................................
64
Quadro 4 Teste de correlações de Pearson para todas as combinações possíveis
de duas variáveis, para a amostra do grupo de pólipo ............................
71
Quadro 5 Comparação das médias das variáveis séricas e biliares dos grupos de
cálculo e de pólipo ..........................................................................................
78
Quadro 6 Comparação das porcentagens de indivíduos dos grupos de cálculo e
pólipo nas faixas de referência para cada variável....................................
80
Lista de Figuras
Figura 1
Diagrama triangular de fase ...........................................................................
36
Figura 2 Síntese e metabolismo do colesterol ..............................................................
38
Figura 3 Representação gráfica da distribuição da variável sexo nos grupos de
cálculo e pólipo .................................................................................................
49
Figura 4 Representação gráfica da distribuição da variável idade nos grupos de
cálculo e pólipo .................................................................................................
50
Figura 5 Colesterol biliar em função do cálcio biliar, em pacientes do grupo de
cálculo .................................................................................................................
60
Figura 6 Proteína biliar em função do cálcio biliar, em pacientes do grupo de
cálculo .................................................................................................................
60
Figura 7 Proteína biliar em função do colesterol biliar,
cálculo .................................................................................................................
61
Figura 8 Colesterol biliar em função das proteínas séricas, em pacientes do
grupo de cálculo ...............................................................................................
61
Figura 9 Colesterol biliar em função da globulina, em pacientes do grupo de
cálculo .................................................................................................................
62
Figura 10 Proteína biliar em função das proteínas séricas, em pacientes do grupo
de cálculo ...........................................................................................................
62
Figura 11 Proteína biliar em função da globulina, em pacientes do grupo de
cálculo .................................................................................................................
63
Figura 12 Estimativa do percentual de indivíduos com cálculo nas faixas de
referência para o cálcio sérico .........................................................................
65
Figura 13 Estimativa do percentual de indivíduos com cálculo nas faixas de
referência para o colesterol sérico ..................................................................
66
Figura 14 Estimativa do percentual de indivíduos com cálculo nas faixas de
referência para o LDL sérico ...........................................................................
66
Figura 15 Estimativa do percentual de indivíduos com cálculo nas faixas de
referência para o HDL sérico ..........................................................................
67
Figura 16 Estimativa do percentual de indivíduos com cálculo nas faixas de
referência para as proteínas séricas ...............................................................
67
Figura 17 Estimativa do percentual de indivíduos com cálculo nas faixas de
referência para o cálcio biliar ..........................................................................
68
Figura 18 Estimativa do percentual de indivíduos com cálculo nas faixas de
referência para o colesterol biliar ...................................................................
68
Figura 19 Estimativa do percentual de indivíduos com cálculo nas faixas de
referência para a proteína biliar .....................................................................
69
Figura 20
Cálcio biliar em função da proteína biliar, em pacientes do grupo de
pólipo ..................................................................................................................
72
Figura 21 Cálcio biliar em função do HDL, em pacientes do grupo de pólipo ........
72
Figura 22 Proteína biliar em função do LDL, em pacientes do grupo de pólipo ......
73
Figura 23 Proteína biliar em função do (LDL+HDL), em pacientes do grupo de
pólipo ..................................................................................................................
73
Figura 24 Estimativa do percentual de indivíduos com pólipo nas faixas de
referência para o cálcio sérico .........................................................................
74
Figura 25 Estimativa do percentual de indivíduos com pólipo nas faixas de
referência para o HDL sérico ..........................................................................
75
Figura 26 Estimativa do percentual de indivíduos com pólipo nas faixas de
referência para o cálcio biliar ..........................................................................
75
Figura 27 Estimativa do percentual de indivíduos com pólipo nas faixas de
referência para o colesterol biliar ...................................................................
76
Figura 28 Estimativa do percentual de indivíduos com pólipo nas faixas de
referência para a proteína biliar .....................................................................
76
Sumário
1 Introdução
20
2 Objetivos
22
3 Revisão da Literatura
24
3.1 Epidemiologia 24
3.2 Fatores de risco 27
3.3 Fisiologia e fisiopatologia 31
3.4 Patogenia dos cálculos biliares 39
3.5 Lesões polipóides da vesícula biliar 42
3.6 Tratamento 44
4 Casuística e Métodos
47
4.1 Casuística
47
4.1.1 Considerações gerais 47
4.1.2 Critérios de inclusão 47
4.1.3 Critérios de exclusão 48
4.1.4 Distribuição quanto ao sexo 48
4.1.5 Distribuição quanto à idade 49
4.1.6 Homogeneidade dos grupos 50
4.2 Métodos
51
4.2.1 Avaliação diagnóstica
51
4.2.2 Avaliação laboratorial
51
4.3 Metodologia da análise estatística
53
4.3.1 Estatística descritiva e visualização gráfica dos dados originais 54
4.3.2 Testes F e de Levene para igualdade de variâncias 55
4.3.3 Teste t de Student 55
4.3.4 Análise de variância de um fator ou ANOVA one-way 55
4.3.5 Teste de correlação de Pearson 56
5 Resultados
58
5.1
Análise dos dados referentes ao grupo de cálculo
58
5.1.1
Eliminação de outliers e teste de normalidade 58
5.1.2
Verificação de correlações entre as variáveis 58
5.1.3
Comparação das médias’ por faixa etária, utilizando o teste LSD (Least
Significant Difference)
63
5.1.4
Verificação das porcentagens de indivíduos com cálculo, situados nas
faixas de referência para cada variável
64
5.2 Análise dos dados referentes ao grupo de pólipo
69
5.2.1
Eliminação de outliers e teste de normalidade 69
5.2.2
Verificação de correlações entre as variáveis 70
5.2.3
Verificação das porcentagens de indivíduos com pólipo, situados nas
faixas de referência para cada variável
74
5.3
Análise comparativa dos grupos de cálculo e pólipo
77
5.3.1
Comparação das médias das variáveis ricas e biliares 77
5.3.2
Comparação das porcentagens de indivíduos dos grupos de cálculo e
pólipo nas faixas de referência para cada variável
79
6
Discussão
82
7
Conclusões
92
8
Referências
94
Apêndice A Dados, estatística descritiva e gráficos de
visualização do grupo de cálculo
Apêndice B
Dados, estatística descritiva e gráficos de
visualização do grupo de pólipo
Apêndice C
ANOVA One-Way
Apêndice D Comparações de variâncias e de médias
Anexo
1
Termo de consentimento livre e esclarecido
1. INTRODUÇÃO
Introdução
20
Introdução
Litíase biliar ou colelitíase é a presença de cálculos, únicos ou múltiplos, nos
ductos biliares e, mais comumente, na vesícula biliar. Acomete sobretudo o sexo
feminino e a população adulta, e sua freqüência aumenta com o avançar da idade.
Por sua evolução clínica e complicações, torna-se causa importante de internamento
hospitalar e tratamento cirúrgico, o que gera altos custos diretos e indiretos
(GARCIA et al., 1998).
Sabe-se que essa doença constitui um problema significativo de saúde em
nível mundial. Nos países ocidentais, atinge 10 a 15 % da população adulta. Estima-
se que acometa oito milhões de brasileiros com idade superior a 20 anos. Em 30% dos
casos, tem como primeira manifestação clínica uma de suas complicações: colecistite
aguda, coledocolitíase, pancreatite aguda e carcinoma de vesícula (PENTEADO et al.,
1994). As evidências epidemiológicas reforçam a necessidade e a importância de
pesquisas que levem a um melhor conhecimento da etiopatogenia e dos fatores de
risco (RIGOTTI et al., 1991; COELHO; CAMPOS, 2001).
O advento da ultra-sonografia contribuiu sobremaneira para se obter
qualidade e precocidade no diagnóstico, reduzindo, assim, as complicações, a
morbidade e a mortalidade da patologia (GONÇALVES; VELLOSO, 2002). Mas sua
alta incidência continua a reclamar estudos. Nesse sentido, este trabalho buscou
avaliar os níveis de colesterol, proteína e cálcio, tanto séricos como biliares, com o
propósito de colaborar para a elucidação da patogênese dos cálculos de colesterol.
Uma eventual condição genética também pode favorecer a colelitíase.
Conhecer melhor essa doença metabólica complexa, multifatorial, permitirá talvez,
num futuro próximo, delinear estratégias preventivas e/ou terapêuticas com
resultados animadores (NAKEEB et al., 2002; CONTRERAS et al., 1994).
2. OBJETIVOS
O
bjetivos
22
Objetivos
1. Verificar se há correlação entre os níveis séricos e biliares da proteína, do
colesterol e do cálcio nos portadores de colelitíase comparando-os aos valores
obtidos nos pacientes com pólipo da vesícula biliar;
2. Identificar se existe diferença entre os valores laboratoriais séricos e biliares
encontrados nos portadores de colelitíase e os mesmos valores nos portadores
de pólipos da vesícula (sem litíase);
3. Estudar o perfil laboratorial sérico e biliar de pacientes portadores de
colelitíase, a partir dos elementos proteína, colesterol e cálcio.
3. REVISÃO DA LITERATURA
Revisão da Literatura
24
Revisão da Literatura
3.1 Epidemiologia
A prevalência da lítiase biliar varia de acordo com a população estudada, a
área geográfica e os métodos usados na investigação: a necropsia, a colecistografia e a
ultra-sonografia.
A ultra-sonografia é bastante sensível para o diagnóstico da litíase biliar, pois
possibilita detectar a presença do cálculo em 90% dos casos. De fácil acesso,
abrangente, sem contra-indicações, esse recurso sem dúvida proporcionou um
aumento na freqüência do diagnóstico e a precocidade deste, diminuindo, assim, as
complicações, a morbidade e a mortalidade dessa patologia (GONÇALVES;
VELLOSO, 2002).
A maior prevalência de lítiase biliar no mundo ocorre entre os índios pima, no
Estado do Arizona, Estados Unidos. Naquela localidade, 70% das mulheres acima de
25 anos de idade apresentam a patologia, que chega a atingir, aos 65 anos, 90% do
sexo feminino e 60% do sexo masculino. Entre as mulheres mexicanas que residem
nos Estados Unidos o índice também é elevado, provavelmente associado a fatores
genéticos e ao estilo alimentar, potencializando uma capacidade litogênica
(AHRENDT et al., 2003).
A incidência da litíase biliar nos Estados Unidos é estimada em 10% (SHARP,
1998). Calcula-se que aproximadamente trinta milhões de americanos sejam
portadores da patologia. Anualmente se realizam mais de setecentos e cinqüenta mil
colecistectomias, com um custo em torno de oito a dez bilhões de dólares (NAKEEB
et al., 2002). Além disso, um milhão de novos casos é diagnosticado por ano
(GREENBERGER; PAUMGARTNER, 2002). Cerca de cinco mil e duzentas mortes
anuais são
atribuídas à colelitíase, incluídas aí duas mil e duzentas mortes por câncer
Revisão da Literatura
25
de vesícula, situação que tem relação com a litíase biliar (DIEHL, 1991). A população
negra americana é menos atingida em comparação com a população branca
(GARCIA et al., 1998).
A prevalência nos países africanos e asiáticos é menor que 5%. A tribo masai,
do leste da África, tem uma taxa próxima de zero (COELHO; CAMPOS, 2001).
Vários estudos populacionais realizados em países europeus mencionam
índices significativos da patologia. Na Espanha, um estudo epidemiológico realizado
em Barcelona, usando ultra-sonografia como método diagnóstico, sobre uma
população de 1.000 indivíduos distribuídos por sexo e idade, evidenciou uma taxa de
12%, sendo nas mulheres 15% e, nos homens, 9% (ENCINAS SOTILLOS et al., 1996).
Foi realizado também um estudo transversal randomizado na cidade
espanhola de Guadalajara, por Pancorbo et al. (1997), para determinar a prevalência
e a associação de fatores favoráveis à litíase biliar na população adulta. A amostra foi
estratificada por sexo e idade. O dado médio encontrado foi de 9,7%, sendo 11,5% na
mulher e 7,8% no homem. Naquele trabalho, verificou-se prevalência semelhante em
outros países da Europa Ocidental: Noruega 19,5%, sendo 21,7% da prevalência em
mulheres e 17,3% em homens; Dinamarca 8,9%, sendo 12% em mulheres e 5,8% em
homens, aumentando com a idade, chegando em torno de 70 anos a atingir 30% das
mulheres e 18% dos homens. Na Itália, estudo prospectivo na cidade de Sirmione,
através de exame ultra-sonográfico, mostrou que a prevalência foi de 10,4%, sendo
14,1% para o sexo feminino e 6,3% para o sexo masculino (PANCORBO et al., 1997).
Na Austrália, a prevalência é das mais altas do mundo, 36,5%, mostrada em
um estudo de autópsia (VITETTA et al., 2000).
Na América Latina, a doença litiásica está mais presente nos países andinos
que nos do Atlântico e do Caribe (RIGOTTI et al., 1991). O exemplo de maior
representatividade é o Chile, onde a doença afeta 30% da população adulta, sendo
45% nas mulheres e 15% nos homens (COELHO; CAMPOS, 2001). Essa alta
prevalência foi demonstrada por estudos de autópsias e ratificada mais recentemente
Revisão da Literatura
26
na população viva através da ultra-sonografia (NAKEEB et al., 2002). Representa,
portanto, um importante problema de saúde pública, com elevada mortalidade por
suas complicações 500 mortes por ano (ENCINAS SOTILLOS et al., 1996). Essa
situação se agrava quando se avalia que a colelitíase é o principal fator de risco do
câncer de vesícula, patologia que tem aumentado muito nos últimos 25 anos,
ampliando, conseqüentemente, o número de cirurgias e de mortes anuais (GARCIA
et al., 1998; GUZN; BAYÓN, 1998). O Chile apresenta a maior freqüência de
câncer da vesícula biliar do mundo, em ambos os sexos (ROA et al., 2004). É a maior
causa de internamento hospitalar depois da obstetrícia, correspondendo a 33% do
total das intervenções cirúrgicas (RIGOTTI et al., 1991).
Na Argentina, a prevalência da litíase biliar é de 20,5% (BRASCA, 2000).
No Peru, segundo Moro et al. (2000), é de 14,3%.
No Brasil, o índice de ocorrência, determinado em estudos de necropsias e em
indivíduos com mais de 20 anos, foi de 9,1% (NAKAIE et al.,1982) a 19,4%
(ROCHA, 1977). Em alguns estados e cidades, avaliando a população adulta com a
ultra-sonografia como método de diagnóstico, chegou-se ao seguinte resultado:
Curitiba 9,3% (COELHO et al., 1999); Belo Horizonte 12,33% (PIMENTA et al.,
1986); Piauí 15,8% (SOARES et al., 1994); Sergipe 11,32% (ANDRADE, 2002).
Considerando a população brasileira em torno de cento e sessenta milhões de
habitantes e que, desses, oitenta e sete milhões têm idade igual ou acima de 20 anos,
estima-se que oito milhões de brasileiros com mais de 20 anos apresentem litíase
biliar, custando cifras altas aos cofres públicos, além do absenteísmo ao trabalho
(COELHO; CAMPOS, 2001).
Revisão da Literatura
27
3.2 Fatores de risco
A literatura descreve vários fatores de risco para a litogênese biliar, atribuídos
à função motora da vesícula, a alterações na secreção dos lipídios biliares e a fatores
predisponentes que podem influenciar a precipitação do colesterol, o crescimento e a
agregação de cristais (RIGOTTI et al., 1991).
A idade se correlaciona positivamente com a freqüência da colelitíase; é
provável que seja determinada por hipersecreção do colesterol biliar associada ao
envelhecimento. Por isso, aproximadamente 40% das pessoas em torno de 70 anos
possuem colelitíase. Entretanto, a patologia pode ocorrer em pacientes de qualquer
idade, de recém-natos a idosos. Vários autores relacionam colelitíase secundária a
anomalias congênitas e doenças hemolíticas, em crianças e jovens, mas essas
condições são observadas em somente 1/3 dos pacientes (COELHO et al., 1996). Têm-
se descrito outros fatores de risco nessa faixa etária, tais como nutrição parenteral,
desidratação, uso de diuréticos, doença de Crohn, prematuridade (FERREIRA et al.,
1992; STRINGER et al., 2003; ESTEVES et al., 2004).
Quanto ao sexo, o feminino é acometido duas a três vezes mais que o
masculino (DANI et al., 1993; SABAS et al., 1994). Na infância, a freqüência é similar
em ambos os sexos, mas uma maior predisposição feminina emerge durante a
adolescência e cresce com o avançar da idade, voltando a uma semelhança (entre os
sexos) na oitava década de vida. Atribui-se o fato a um aumento na saturação biliar
do colesterol, secundária à modificação no metabolismo hepático por estrógenos
endógenos (COELHO; CAMPOS, 2001).
A gravidez é um fator de risco independente e que se amplia com a
multiparidade (GLASINOVIC et al., 1986). Ocorrem duas alterações fundamentais
durante a gestação, que provavelmente contribuem para a tendência litogênica. A
primeira se refere à composição do compartimento de ácidos biliares e à capacidade
Revisão da Literatura
28
carreadora de colesterol da bile, com aumento acentuado da saturação com
colesterol, no último trimestre. A segunda, demonstrada por estudos ultra-
sonográficos, é a lentidão na contração da vesícula em resposta a uma refeição
padronizada, resultando em comprometimento no esvaziamento vesicular
(COVARRUBIAS et al., 1988; XIAO et al., 1999). Assim, há desenvolvimento de lama
biliar em 20 a 30% das gestantes, e cálculos em 5 a 12% nos últimos meses da
gestação, com desaparecimento espontâneo de ambos, em alguns casos, no
puerpério. Isso se deve ao aumento dos níveis de estrógenos e progesterona durante
a gravidez e sua normalização no pós-parto, tornando a bile insaturada de colesterol
no período puerperal (VALDIVIESO et al., 1990; GREENBERGER; PAUMGARTNER,
2002).
Quanto aos estrógenos, estudos têm demonstrado que a administração
exógena aumenta a freqüência da colelitíase por estimular os receptores hepáticos
para lipoproteínas, aumentar a captação de colesterol da dieta e a secreção biliar do
mesmo (GREENBERGER; PAUMGARTNER, 2002).
Outros fatores importantes predisponentes à colelitíase são a obesidade, dietas
hipercalóricas ricas em colesterol e fármacos usados no tratamento das
hiperlipidemias, como o clofibrato e similares, que aumentam a atividade da hidroxi-
metilglutaril-coenzima A redutase (HMG-CoA redutase), enzima limitadora da taxa
de síntese hepática de colesterol, e do aumento da captação de colesterol do sangue.
Uma dieta rica em gordura e colesterol aumenta a secreção biliar dessa substância,
enquanto uma dieta rica em fibra tem um efeito protetor em relação à colelitíase
(GREENBERGER; PAUMGARTNER, 2002).
Na maioria dos estudos se observa uma prevalência mais elevada nas
mulheres com sobrepeso e obesidade (Índice de massa corporal IMC maior que
25), em comparação com aquelas de peso normal (IMC entre 20 e 25). Essa tendência
não é tão evidente nos homens, o que poderia ser explicado, em parte, pelo fato de o
sexo feminino ter outros fatores atuantes, tais como gravidez, multiparidade, uso de
Revisão da Literatura
29
anticoncepcionais, os quais agiriam como desencadeadores de uma ação litogênica
(GARCIA et al., 1998). Também se tem evidenciado que o risco de formação de
cálculos está crescendo em indivíduos obesos submetidos a dietas para perda rápida
de peso. Esse risco é tanto maior quanto maior for o índice de massa corporal antes
da perda de peso e menor for o tempo gasto para essa perda (DIEHL, 1991).
A incidência de litíase biliar parece estar elevada nos portadores de diabetes
melitus, provavelmente mais por associação desta patologia com a obesidade e a
hipertrigliceridemia, do que pela presença da própria enfermidade. Outro fator é a
hipomotilidade vesicular por neuropatia autonômica do diabetes (COELHO;
CAMPOS, 2001).
A alimentação parenteral total prolongada também contribui para a incidência
de litíase, possivelmente devido à redução na motilidade e no esvaziamento
vesicular (COELHO; CAMPOS, 2001). Doença de Crohn, ressecção ou derivação ileal
aumentam o risco da patologia por reduzirem a absorção e, conseqüentemente, a
quantidade total de sais biliares, pois estes são assimilados no íleo terminal.
A genética igualmente tem participação importante na hipersecreção de
colesterol e na formação de cálculos, mas os estudos são ainda muito limitados nessa
área (DONOVAN, 1999). Relatam-se evidências de grupos populacionais com
prevalências diferentes, mas não está claro se essas diferenças se devem a fatores
genéticos, ambientais ou dietéticos (COVARRUBIAS et al., 1992).
Gilat et al. (1983), empregando colecistograma oral, observaram uma
prevalência de litíase biliar nos parentes em primeiro grau dos portadores dessa
enfermidade. Também foi observado crescimento da patologia em certas populações
como a dos ameríndios e a dos índios e latinos do Chile (MIQUEL et al.,1998).
Identificou-se um caráter genético comum em algumas dessas populações pela
análise do ácido desoxirribonucléico (DNA) mitocondrial (GREENBERGER;
PAUMGARTNER, 2002).
Revisão da Literatura
30
Encinas Sotillos et al (1996), refere que a relação entre o nível do colesterol e
dos triglicérides séricos com a litíase biliar, foi apontada como fator de risco.
Entretanto os mesmos autores citam que essa relação permanece controversa.
Além das drogas usadas para tratamento das hiperlipidemias, outras drogas
podem induzir ou reduzir a formação de cálculos. Como exemplo de fármacos
indutores, tem-se o octreotide, análogo sintético da somatostatina, que inibe a
contratilidade da vesícula biliar, e a ceftriaxona, cefalosporina de 3
a
geração que se
combina com o cálcio, formando um sal insolúvel e lama biliar. Após a suspensão do
antibiótico, a lama biliar desaparece espontaneamente (RODRÍGUEZ SANTIAGO et
al., 2001). Quanto aos redutores, tem-se sugerido que a administração de aspirina
atenua a possibilidade de formação de cálculos biliares, inclusive em obesos,
possivelmente por diminuir a produção de muco pela mucosa da vesícula biliar
(RIGOTTI et al., 1991). Também a ingestão de quantidades moderadas de álcool
provavelmente funciona como um fator protetor contra a formação de cálculos por
reduzir a secreção de colesterol na bile, aumentar a proporção do ácido
quenodeoxicólico na bile vesicular e diminuir o cálcio intravesicular (ENCINAS
SOTILLOS et al., 1996). Entretanto, se o paciente for portador de cirrose hepática
alcoólica ou de qualquer outra etiologia, a incidência de cálculos biliares aumenta
(FONTES et al., 1997; TSENG et al., 1999).
Existe uma maior incidência de litíase biliar na doença hemolítica crônica. A
hemólise aumenta a produção de bilirrubina indireta e, conseqüentemente, a
secreção de bilirrubina direta na bile, formando cálculos de bilirrubinato de cálcio
(DONOVAN, 1999). A prevalência da colelitíase em pacientes com anemia hemolítica
depende da duração da doença (aumenta com o avançar da idade) e da intensidade
da hemólise. É maior na esferocitose, seguida da anemia falciforme e, por último, da
talassemia.
Outras condições predispõem a formação de cálculos, mas são situações
raras, a exemplo de porfiria, lesão medular e doença celíaca. Nesta, a vesícula biliar
Revisão da Literatura
31
se encontra dilatada e tem reduzida sua contração após ingestão de alimentos,
possivelmente por alteração na liberação da colecistocinina do intestino delgado
lesado. Podem se somar a isso alterações no metabolismo do colesterol e dos sais
biliares (PEREIRA LIMA et al., 1995).
3.3 Fisiologia e fisiopatologia
A formação dos cálculos ocorre principalmente na vesícula biliar, cuja função
primordial é concentrar e armazenar a bile hepática (30 a 50 ml) durante o período de
jejum, liberando-a no duodeno em resposta a uma refeição (AHRENDT et al., 2003).
A produção diária de bile situa-se em torno de 500 a 1000 ml, mas a eficiente
capacidade absortiva da vesícula concentra-a de cinco a vinte vezes. Essa absorção
induz alterações marcantes na composição da bile hepática, tornando-a diferente da
composição da bile vesicular. À medida que esta se torna concentrada, ocorrem
modificações em sua capacidade de solubilizar o colesterol (AHRENDT et al., 2003).
Nos períodos interdigestivos, o esfíncter de Oddi oferece zona de resistência e
de alta pressão ao fluxo de bile do ducto colédoco para o duodeno, fazendo com que
ela retorne à vesícula, onde ficará, então, concentrada. Esse retorno, no entanto, é
parcial, pois 50% da bile secretada pelo fígado escoa continuamente para o duodeno
(CONTE, 1993). Dentre os fatores que controlam o esvaziamento vesicular destaca-se
a colecistocinina (CCK), principal hormônio motor da vesícula (DANI et al.,1993). Ele
é liberado pelas células endócrinas da mucosa duodenal, em resposta à ingestão de
gorduras e aminoácidos. Após o estímulo, a vesícula contrai e elimina 50 a 70% do
seu conteúdo em 30 a 40 minutos, ocorrendo depois um novo enchimento. A
colecistocinina induz fortes contrações da vesícula biliar, menor resistência do
Revisão da Literatura
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esfíncter de Oddi, aumento da secreção hepática de bile e, com isso, aumento do
fluxo do conteúdo biliar para o duodeno (AHRENDT et al., 2003).
Também são necessárias outras vias hormonais e neurais para esta ação
coordenada “vesícula esfíncter de Oddi” acontecer. Alterações na motilidade da
vesícula, que ampliam o período de tempo de permanência da bile, desempenham
um papel importante na patogênese da colelitíase (AHRENDT et al., 2003). Outros
fatores estimulantes da contração vesicular são a motilina (fase interdigestiva), a
ceruleína e as fibras vagais colinérgicas (PAULETZKI; PAUMGARTNER, 2000). O
polipeptídeo intestinal vasoativo (VIP), através de fibras VIP-érgicas, e a
somatostatina são inibidores da contração da vesícula (DANI et al., 1993; SHAFFER,
2000).
A bile normal é uma solução complexa formada primariamente de água,
eletrólitos e solutos orgânicos. Os principais solutos são os sais biliares, pigmentos
biliares, colesterol e fosfolipídios. Os sais biliares são sintetizados nos hepatócitos a
partir do colesterol e constituem sua principal via de excreção (AHRENDT et al.,
2003).
Os dois sais biliares primários, assim chamados por serem sintetizados no
fígado, são o colato e o quenodesoxicolato. Conjugam-se com os aminoácidos glicina
e taurina antes da excreção para o interior da bile, o que estimula a solubilidade em
água. São secretados ativamente nos canalículos biliares e tornam-se as forças
primárias na produção de bile (MEIER; STIEGER, 2002).
No intestino delgado, os sais biliares ajudam na absorção de gorduras por
meio da formação de micelas. Em seguida, são quase totalmente reabsorvidos,
sobretudo no íleo distal. O colato e o quenodesoxicolato, que alcançam o cólon,
convertem-se parcialmente, por bactérias, em sais biliares secundários, formando o
desoxicolato e o litocolato, respectivamente. O desoxicolato é absorvido no cólon,
reconjugado no fígado e também excretado, enquanto o litocolato é muito pouco
reabsorvido. Os sais terciários, ursodesoxicolato e sulfolitocolato, resultam de
Revisão da Literatura
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modificações bacterianas ou hepáticas dos sais secundários. A composição média dos
sais biliares na bile é a seguinte: 35% de colato, 35% de quenodesoxicolato, 25% de
desoxicolato e 2% de litocolato. Aproximadamente 95% dos sais biliares secretados
são reabsorvidos por difusão passiva no intestino e, por transporte ativo, no íleo
terminal.
A quantidade total de sais biliares do organismo é de dois a quatro gramas.
Passam pelo intestino e pelo fígado duas a três vezes durante cada refeição (seis a
nove ciclos por dia). Esse ciclo dos sais biliares é denominado circulação enterepática
e tem por objetivo conservá-los no organismo. Assim, o fígado só sintetiza 15 a 25%
(500 a 600 mg) da quantidade total de sais biliares do organismo por dia. Ao
retornarem para o fígado, eles suprimem a síntese hepática original dos sais biliares
primários, a partir do colesterol, por inibição da enzima limitadora da taxa, a 7-? -
hidroxilase do colesterol. Em resumo, as funções dos sais biliares são,
fundamentalmente, promover o fluxo da bile, transportar lipídios e fixar íons cálcio
na bile (DOBERTY et al., 2003).
Aproximadamente 250 a 300 mg de bilirrubina são excretados por dia na bile e
se originam da clivagem de eritrócitos no sistema reticuloendotelial e da reciclagem
hemo-hepática das hemoproteínas. O primeiro pigmento formado a partir do heme é
a biliverdina, que é reduzida a bilirrubina não conjugada ou indireta, insolúvel em
água e transportada no plasma ligada à albumina. A bilirrubina indireta é extraída
do sangue pelos hepatócitos, onde é conjugada ao ácido glicurônico através da
enzima glicuronil transferase, formando a bilirrubina direta, hidrossolúvel. Dentro
da bile, a bilirrubina conjugada é transportada em grande parte em associação com as
micelas lipídicas mistas, degradada pelas bactérias do intestino grosso em
urobilinogênio (estercobilinogênio), e eliminada nas fezes (DOBERTY et al., 2003).
Nas doenças hematológicas, ocorre o aumento de bilirrubina não conjugada,
insolúvel na bile, resultando em precipitação, agregação e formação de cálculos de
pigmentos ou formação de núcleos para crescimento de cálculos mistos de colesterol.
Revisão da Literatura
34
Os fosfolipídios, constituídos em sua maior parte por lecitinas, são
sintetizados no fígado e secretados na bile associados aos sais biliares. Estes são os
mais importantes reguladores da síntese hepática e da secreção biliar da lecitina
(CAMPOS, 1992).
O colesterol excretado pelo fígado é proveniente: 1 da endocitose de
lipoproteínas mediada por receptores específicos para quilomícrons (compostos de
colesterol oriundos da dieta), da lipoproteína de baixa densidade (LDL) e da
lipoproteína de alta densidade (HDL); 2 da biossíntese hepática do colesterol, a
partir do acetato, numa cascata onde são envolvidas mais de 25 enzimas, sendo a
principal a hidroxi-metilglutaril-coenzima A redutase (HMG - CoA redutase). Tanto
essas enzimas quanto os receptores LDL são inibidos pelo colesterol e seus produtos
oxidativos, por retroalimentação negativa (ELFERINK et al., 1995).
O colesterol livre (não esterificado) no hepatócito funciona como substrato
para dois mecanismos de saída de colesterol do fígado: a biossíntese de ácidos
biliares e a secreção biliar do colesterol (GUSTAFSSON et al., 2000).
O colesterol esterificado, metabolicamente inativo, representa uma forma de
armazenamento. Para a troca entre os dois tipos de colesterol atuam duas enzimas
catalisadoras: a acil-coenzimaA-colesterol-éstertransferase (ACAT), que esterifica o
colesterol livre; a hidroxilasecolesteroléster (CEH), que hidrolisa o colesterol
esterificado. Provavelmente ambas são reguladas pela entrada e pela saída do
colesterol hepático (ELFERINK et al., 1999). Drogas do tipo clofibrate aumentam a
litogenicidade porque inibem a enzima ACAT, diminuindo, então, a conversão do
colesterol livre em esterificado, e propiciando a saturação biliar (PEREIRA LIMA et
al., 1995).
A secreção do colesterol, dos fosfolipídios e dos ácidos biliares tem
importantes funções como, por exemplo, manter a homeostase do colesterol e
conservar o equilíbrio entre as concentrações dos principais constituintes da bile,
Revisão da Literatura
35
evitando a formação de cálculos de colesterol. Cabe também aos fosfolipídios
proteger a árvore biliar da ação tóxica dos ácidos biliares (ELFERINK et al., 1999;
VOSHOL et al., 1998).
O colesterol é insolúvel na água e, conseqüentemente, na bile. Para manter-se
em solução é necessária a formação tanto de micelas (complexo de sais biliares
fosfolipídioscolesterol) quanto de vesículas (colesterolfosfolipídios). As vesículas
tornam-se o sistema preferencial de transporte do colesterol em bile diluída, como é o
caso da bile hepática, em jejum (AHRENDT et al., 2003).
Após as refeições, paralelamente à maior secreção de sais biliares pelo fígado,
há aumento do componente micelar. Por outro lado, sempre que as concentrações de
colesterol excederem a capacidade de solubilização micelar, formam-se vesículas
ricas em colesterol. As micelas e vesículas não somente coexistem, mas também
sofrem interconversões espontâneas e contínuas na bile (HAY; CAREY, 1990).
A relação entre concentração dos sais biliares, fosfolipídios (lecitina) e
colesterol foi idealizada por Admirand e Small (1968), inicialmente expressa em
gráfico de coordenadas triangulares, posteriormente aperfeiçoado por Hay e Carey
(1990). O diagrama da Figura 1 mostra que, na zona micelar, o colesterol se mantém
em solução, enquanto na zona metastável essa solubilidade é temporária. Fora dessas
zonas ocorre hipersaturação de colesterol com precipitação de cristais, formando a
bile litogênica. Desse modo, o excesso de colesterol em relação aos sais biliares e à
lecitina ultrapassa a capacidade de formar micelas e, então, sendo insolúvel, esse
excesso precipita. A redução dos sais biliares em relação à quantidade de colesterol
normal vai produzir processo semelhante de litogenicidade (DANI et al., 1993).
Em suma, a colelitíase representa uma incapacidade de manter certos solutos
biliares, principalmente o colesterol e os sais de cálcio, em um estado solúvel,
transformando-os em cálculos.
Revisão da Literatura
36
Figura 1 Diagrama triangular de fase. Fonte: AHRENDT (2003), adaptado de
HAY; CAREY (1990)
100
80 -
60 -
40 -
20 -
100
80 60 40 20
\
\
\
\
- 20
- 40
- 60
- 80
100
% Sal biliar
3 FASES
Cristais
líquidos
1 FASE
2 FASES
1 FASE
2 FASES
Cristais de
colesterol
Micelas
%
Lecitina
Revisão da Literatura
37
Os cálculos classificam-se de acordo com a sua estrutura: de colesterol,
pigmentares pretos e pigmentares marrons. É importante frisar que, dentro de uma
mesma vesícula, só pode haver formação de um tipo de cálculo (CONTE, 1993).
Os cálculos de colesterol representam 70% a 80% daqueles encontrados no
mundo ocidental. Os cálculos pigmentares representam os 20% a 30% restantes. Os
cálculos de colesterol podem ser puros (mais raros) e mistos. Os puros são
geralmente grandes, únicos, apresentando ao corte aspecto estriado da periferia ao
centro. Os mistos são mais comuns, de tamanhos variados, múltiplos, facetados,
mostrando ao corte aspecto de círculos concêntricos; têm mais de 70% de colesterol
monoidratado, com quantidades variáveis de sais de cálcio, sais biliares, pigmento
biliar, ácidos graxos, proteínas e fosfolipídios. Ambos se originam na vesícula e
provêm, em sua grande maioria, da hipersecreção biliar de colesterol. Têm somente
10% a 15% de radiopacidade (DONOVAN, 1999).
Figura 2 Síntese e metabolismo do colesterol. Fonte: DONOVAN (1999)
Colesterol
Ester
ACAT
Colesterol
Ester
Hidrolase
Colesterol e
Sais biliares
BILE
Colesterol 7
?
Hidrolase
Cólico
Quenodeso-
xicolico
Sais
Biliares
Colesterol Livre
B/E
Receptores
Acetato
HMG
-
CoA
REDUTASE
Lipoproteínas Séricas:
Colesterol
Colesterol éster
27
-
OH
-
colesterol
39
Revisão da Literatura
3.4 Patogenia dos cálculos biliares
A litíase biliar é considerada uma patologia primariamente metabólica e
multifatorial, cuja patogenia se desenvolve em três etapas principais: na primeira,
acontece uma alteração na secreção de lipídios biliares, que resulta em
supersaturação biliar de colesterol, determinando uma solução de características
físico-químicas instáveis; na segunda, existe um desequilíbrio entre fatores pró-
nucleação e antinucleação, que favorece a precipitação do colesterol biliar formando
cristais (nucleação) estes, associados a outros constituintes biliares como muco,
cálcio, proteínas, bilirrubina, mediante crescimento e agregação, tornam-se cálculos
macroscópicos; na terceira, acontecem alterações na motilidade da vesícula biliar, na
secreção de mucina, no aumento da quantidade de cálcio iônico livre. Associado a
isso, acredita-se que haja uma predisposição genética (PORTINCASA et al., 1997).
O aumento na síntese do colesterol hepático é o fator principal na formação de
cálculos e pode dever-se a uma maior expressão de LDL-receptores, à maior
atividade da hidroxi-metilglutaril-coenzima A redutase (HMG- CoA redutase), à
menor atividade da 7-? hidroxilase e à menor taxa de esterificação do colesterol,
como mostra a Figura 2. Tem-se também reconhecido um novo receptor HDL com a
expressão aumentada em ratos. Esta pode ser uma importante via de aumento da
secreção biliar do colesterol, pois a HDL é a principal lipoproteína utilizada pelo
fígado para a síntese do colesterol (PAUMGARTNER et al., 1991).
Como conseqüência, tem-se a formação de uma bile supersaturada, instável,
que favorece a formação de cristais de colesterol. Estudos indicam que a causa
principal desse desequilíbrio é uma maior taxa de secreção do colesterol biliar, e não
uma menor secreção de sais biliares ou fosfolipídios (PAUMGARTNER et al., 1991).
Embora a supersaturação da bile com colesterol seja pré-requisito importante
para a formação de cálculos, não é por si mesma suficiente para causar precipitação
40
Revisão da Literatura
do colesterol in vivo, pois se sabe que 50% das amostras de bile de pacientes sem
cálculos também são supersaturadas em colesterol (JANCIAUSKIENE et al., 1998). É
também muito freqüente a supersaturação em pacientes submetidos a jejum
(CORRADINI et al., 2001).
Em pacientes com cálculos, a nucleação é acelerada e ocorre em poucos dias,
enquanto nos grupos de controle demora uma a duas semanas, ou não ocorre
(CAMPOS, 1992).
A nucleação refere-se ao processo pelo qual cristais monoidratados sólidos de
colesterol se formam e se aglutinam. À medida que a bile é concentrada na vesícula,
ocorre uma transferência global de fosfolipídios e de colesterol das vesículas para as
micelas. Os fosfolipídios são transferidos mais eficazmente do que o colesterol,
causando um acúmulo deste nas vesículas remanescentes. Essas, ricas em colesterol,
agregam-se para formar grandes vesículas líquidas e multilamelares, que, então,
precipitam cristais monoidratados de colesterol. Na bile humana se tem encontrado
diferentes proteínas com efeitos pró-nucleação ou antinucleação, que facilitam ou
retardam a saída do colesterol da fase líquida e sua seguinte cristalização; esse
intervalo corresponde ao tempo de cristalização, que tem sido o melhor indicador
preditivo da patologia (GARCIA et al., 1998).
A nucleação acelerada do monoidrato de colesterol na bile pode ser creditada
ao excesso de fatores pró-nucleação ou à deficiência de fatores antinucleação. Entre
os fatores pró-nucleação se encontram a mucina, determinadas glicoproteínas,
imunoglobulinas (IgM, IgG e IgA), fibronectina, haptoglobina e a produção de muco
pela mucosa da vesícula, que parece ser um dos fatores mais importantes por ser um
gel aderente, propício à nucleação (JANCIAUSKIENE et al., 1998). Entre os fatores
antinucleação estão as apolipoproteínas A1 e A2 (Apo A1 e Apo A2). Os pacientes
com cálculos têm maiores concentrações de proteínas na bile vesicular que na
hepática, sugerindo que indivíduos normais tenham uma melhor absorção e
degradação das proteínas. Tanto os fatores promotores quanto os inibidores são
41
Revisão da Literatura
produzidos no fígado e se modificam na vesícula, porém seu modo de ação ainda é
incerto (CAMPOS, 1992).
Uma vez realizada a precipitação de microcristais, ocorrerão sua agregação e
crescimento até se formarem cálculos macroscópicos. Para isso, é necessário um
período de tempo em que a bile permanece parada, interrompendo-se seu fluxo para
o duodeno (BERG et al., 2000).
Estudos experimentais demonstraram que alterações na motilidade, na
produção de muco e na absorção da vesícula nas fases iniciais da formação de cálculo
biliar podem ser muito importantes. Excesso de muco na vesícula biliar pode servir
como núcleo para a formação de cálculo biliar, e a estase na vesícula biliar pode levar
à cristalização (TANG, 1996; PEREIRA LIMA et al., 1995; COELHO et al., 2001).
A presença de bile litogênica na vesícula biliar estimula sua mucosa a
produzir mucina, o que diminui a motilidade do órgão. O excesso de mucina fornece
as condições para os cristais de colesterol se aglutinarem. Assim, ela facilita a
fixação, a aglutinação e a formação da lama biliar (FESTI et al., 2000).
A lama biliar é descrita como uma geléia de mucina que contém partículas
nucleadas da bile, geralmente cristais de colesterol e bilirrubinato de cálcio. Sua alta
freqüência diagnóstica se deu após o uso da ultra-sonografia, mas a sua presença não
implica obrigatoriamente a formação de cálculos. Apesar de ser um fator de risco na
formação de colelitíase, é um processo reversível (KO et al., 1999a).
Um outro elemento que parece contribuir para a formação de cálculos biliares
é o cálcio, encontrado em muitos cálculos às vezes em concentrações suficientes para
torná-los radiopacos. O cálcio também pode interferir na formação dos cálculos de
colesterol, promovendo sua precipitação ou facilitando o crescimento de cristais,
agindo, assim, como fator pró-nucleação desses cristais; e ainda pode ser um
componente dos cálculos junto com o colesterol, sendo afetado também pelos fatores
pró e antinucleação (MOSER et al., 1996).
42
Revisão da Literatura
O cálcio tem sido encontrado em micelas simples, mistas e vesículas, in vitro.
Como sais de cálcio, podem servir de nicho para a cristalização do colesterol. Ele
existe na bile sob forma livre (ionizada) e conjugada. Esta última representa cerca de
70% do cálcio total, e a forma livre, ativa, 30%. Seus principais tampões são os sais
biliares. Toda medida que reduza o cálcio livre na bile diminuirá sua litogenicidade
(PEREIRA LIMA et al., 1995; RUDNICKI et al., 1998).
Os portadores de litíase biliar apresentam como manifestação clínica a
colecistite crônica. Esta pode cursar por todo o tempo completamente assintomática,
ou apresentar-se como cólica biliar em 30% a 40% dos casos, ou, ainda , como uma de
suas complicações: colecistite aguda, coledocolitíase, pancreatite aguda e carcinoma
da vesícula biliar. Essas complicações ocorrem como primeira manifestação em
aproximadamente 18% a 30% dos pacientes (PENTEADO et al., 1994).
3.5 Lesões polipóides da vesícula biliar
O Segundo Consenso da Associação Chilena de Hepatologia (1993) afirma que
a definição de pólipo vesicular é ecográfica e corresponde a uma imagem de
ecogenicidade similar à da parede vesicular, que se projeta à luz desta, de posição
fixa, com ou sem pedículo e sem sombra acústica”.
Pólipos da vesícula biliar são ainda descritos como alterações inflamatórias ou
de colesterol, caracterizadas por uma reação da parede da vesícula biliar (LEON et
al., 1988). São uma projeção de toda a mucosa intraluminar (OWEN et al., 2003).
Tais lesões são classificadas como benignas e malignas. Entre as malignas, o
carcinoma é a mais comum e ocupa o 5
o
lugar entre os tumores malignos do tubo
digestivo (PEJIC et al., 2003). Os pólipos benignos se classificam em verdadeiros e
pseudotumores. Os verdadeiros estão representados pelos adenomas. Os
pseudotumores, mais numerosos, incluem os pólipos de colesterol, os mais comuns,
43
Revisão da Literatura
os pólipos inflamatórios, os hiperplásicos e outras variedades de lesões (OWEN et al.,
2003). Os pólipos podem ser únicos ou múltiplos e, em geral, medem menos que 1
cm. Não têm predileção por nenhum local particular na vesícula. Costumam fixar-se
à parede por um fino pedículo e dificilmente malignizam (PEJIC et al., 2003).
Estudo retrospectivo realizado no Peru entre janeiro de 1966 e dezembro de
1993 por Diaz et al. (1994), com a finalidade de avaliar lesões polipóides da vesícula
biliar, concluiu que os tumores epiteliais benignos são pouco freqüentes, em torno
de 1%, aparecem mais em mulheres, e a maioria dos casos recebe tratamento
cirúrgico devido à possibilidade de transformação maligna.
Na criança, Stringer et al. (2003) relataram que essas lesões são raras e somente
11 casos estão registrados na literatura. Os autores também verificaram que sua
histologia é variável, apresentando-se como adenoma, heteropatia gástrica e
hiperplasia. O aspecto patológico parece ser diferente na criança e no adulto.
Para um diagnóstico correto de pólipo da vesícula biliar, é necessário um
completo exame clínico, onde se considerem como pontos importantes a idade do
paciente, a história familiar e a presença de sintomas.
Antes da ultra-sonografia, era difícil o diagnóstico pré-operatório de pólipo
vesicular. Relatavam-se alguns achados através da colecistografia. O mais comum era
diagnosticá-lo no transoperatório ou no exame anatomopatológico. Com o advento
da ultra-sonografia, faz-se o diagnóstico com mais freqüência e pré-operatoriamente,
dando informações sobre suas características morfológicas, tamanho, número e
localização (CATANIA et al., 2003).
A ultra-sonografia tridimensional tem condições de dar diagnóstico
diferencial entre pólipo e carcinoma da vesícula (XU et al., 2003).
A grande maioria das lesões polipóides da vesícula biliar são benignas e assim
permanecem por anos. Entretanto, requerem acompanhamento ultra-sonográfico
com três, seis e doze meses do período inicial do diagnóstico e, a depender da
evolução, toma-se a conduta terapêutica apropriada (JIRON et al., 1993).
44
Revisão da Literatura
Os fatores preditivos mais importantes para malignidade nessas lesões são os
seguintes: idade superior a 50 anos e tamanho do pólipo acima de 10 mm. Outros, de
menor importância, são a doença calculosa concomitante, pólipos solitários, sésseis e
presença de sintomas (LI et al., 2003; ROA et al., 2004).
A conduta terapêutica diante de pólipos com uma dessas características é a
colecistectomia videolaparoscópica. Se a suspeita de malignidade for alta, são
aconselháveis a exploração aberta com congelação intra-operatória e a ressecção
ampla (LEE et al., 2004).
3.6 Tratamento
O tratamento de eleição é o cirúrgico, tanto nas colecistopatias calculosas
quanto em algumas lesões polipóides da vesícula biliar.
Inicialmente a cirurgia executada era a colecistotomia; a primeira foi realizada
com sucesso em 1867 por John Stough Bobb em Indiana, Estados Unidos. Com os
resultados cirúrgicos, evoluiu-se para a colecistectomia em 1882, realizada pela
primeira vez por Carl Langenbuch em Berlim; por muitos anos foi essa a cirurgia
padrão para as colecistopatias. Mas as exigências individuais, a evolução da
tecnologia e dos conhecimentos médicos fizeram surgir a cirurgia minimamente
invasiva a videolaparoscópica, e, com ela, a colecistectomia videolaparoscópica
(AHRENDT et al., 2003).
No decorrer da história da cirurgia moderna, nenhum outro avanço causou
tanto entusiasmo e foi tão rapidamente aceito por cirurgiões e pacientes como a
colecistectomia laparoscópica, pois veio proporcionar um pós-operatório confortável,
com menor dor, rápido retorno às atividades funcionais e bom aspecto estético. A
primeira cirurgia videolaparoscópica foi realizada por Mouret em Lyon, França, em
1987, e hoje é a técnica de escolha das colecistopatias (COELHO; CAMPOS, 2001). Os
45
Revisão da Literatura
avanços significativos no campo da instrumentação e da aparelhagem, aliados ao
treinamento e à habilidade dos cirurgiões, fazem crescer as indicações sem aumentar
a morbidade e a mortalidade. A morbidade para a colecistectomia
videolaparoscópica varia entre 1% e 5,1%, e a mortalidade, entre 0% e 0,1%, contra
1,5% a 2% da colecistectomia aberta (BAILEY et al., 2000).
Atualmente poucas são as contra-indicações dessa técnica, entre as quais
podem ser citadas a coagulopatia descompensada, a doença pulmonar obstrutiva
crônica grave e a insuficiência cardíaca congestiva grave, uma vez que o paciente não
tolera o pneumoperitônio, necessário à realização da operação laparoscópica
(AHRENDT et al., 2003).
4. CASUÍSTICA E MÉTODOS
Casuística e Métodos
47
Casuística e Métodos
4.1 Casuística
4.1.1 Considerações gerais
Este estudo, de tipo transversal, realizou-se no período de novembro de 2003 a
novembro de 2004, e considerou pacientes operados no Hospital Universitário da
Universidade Federal de Sergipe, na Sempre Viva Unidade Cirúrgica, no Hospital e
Maternidade Renascença e no Hospital São Lucas.
A amostra foi composta por 56 pacientes divididos em dois grupos, a saber :
? Grupo de cálculo, com 41 pacientes submetidos a videocolecistectomia
por serem portadores de litíase biliar;
? Grupo de pólipo (grupo controle), com 15 pacientes submetidos a
colecistectomia videolaparoscópica por serem portadores de lesões
polipóides da vesícula biliar.
O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do
Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe CEP/HU/UFS, em
reunião realizada em 12/12/2003, quando foi aprovado.
4.1.2 Critérios de inclusão
Na presente pesquisa, foram incluídos os pacientes:
? Portadores de litíase biliar com diagnóstico confirmado;
? Portadores de pólipo de vesícula com ausência de cálculos.
Todos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.
Casuística e Métodos
48
4.1.3 Critérios de exclusão
Não fizeram parte deste estudo pacientes com:
? Processo inflamatório ou infeccioso agudo em via biliar conseqüente à
lítiase, nas suas várias formas, a exemplo de colecistite, colangite ou
hepatite.
? Presença concomitante de pólipos e cálculos.
? Presença de enfermidades hepatobiliares outras como cirrose, hepatites,
neoplasias.
4.1.4 Distribuição quanto ao sexo
Dos pacientes com colecistopatia calculosa, 34 foram do sexo feminino
(82,92%) e 7 do sexo masculino (17,07%); dos pacientes com pólipo da vesícula, 12
pertenciam ao sexo feminino (80,00%) e 3 ao sexo masculino (20,00%). A Figura 3
ilustra essa distribuição.
82,92%
17,08%
80,00%
20%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Feminino Masculino
Cálculo
Pólipo
Figura 3 Representação gráfica da distribuição da variável sexo nos grupos de
cálculo e pólipo
Casuística e Métodos
49
4.1.5 Distribuição quanto à idade
A idade da população do grupo de cálculo variou de 17 a 83 anos, média de
49,85 anos, enquanto a do grupo de pólipo variou de 22 a 78 anos, média de 43,66
anos. Para melhor análise, os dois grupos foram subdivididos por intervalos de
idade: grupo 1 pacientes com até 30 anos; grupo 2 pacientes entre 31 e 50 anos;
grupo 3 pacientes entre 51 e 70 anos; grupo 4 pacientes acima de 71 anos.
A distribuição, em números absolutos e relativos, por faixa etária, dos
indivíduos com cálculo foi de 5 pacientes (12,19%) no grupo 1, 16 pacientes (39,03%)
no grupo 2, 15 pacientes (36,59%) no grupo 3 e 5 pacientes (12,19%) no grupo 4.
Quanto aos portadores de pólipo, a distribuição foi de 2 pacientes (13,33%) no
grupo 1, 8 pacientes (53,33%) no grupo 2, 4 pacientes (26,67%) no grupo 3 e 1
paciente (6,67%) no grupo 4.
A Figura 4 mostra a distribuição da idade nos dois grupos estudados.
36,59%
12,19%
39,03%
12,19%
13,33%
53,33%
26,67%
6,67%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Até 30 anos De 31 a 50 anos De 51 a 70 anos Acima de 70 anos
Cálculo
Pólipo
Figura 4 Representação gráfica da distribuição da variável idade nos grupos de
cálculo e pólipo
Casuística e Métodos
50
4.1.6 Homogeneidade dos grupos
A semelhança entre os grupos de cálculo e de pólipo acontece tanto no sexo
quanto na idade. No sexo, prevalece o feminino; na idade, maior ocorrência das
patologias nos intervalos de 31 a 50 anos e de 51 a 70 anos, sendo os grupos
comparáveis entre si (Quadro 1).
Quadro 1 Apresentação da homogeneidade dos grupos de cálculo e de pólipo
quanto ao sexo e à idade
Variável
Cálculo
p1(%)
Pólipo
p2(%)
Diferença
p1p2
Interv. conf.
da diferença
Valor
de Z
Valor de
p
Sexo fem. 82,92 80,00 2,92 20,36; 26,22 0,25 0,805
Idade(anos)
31–50
39,03 53,33 -14,31 43,64; 15,02 0,96 0,339
Idade(anos)
5170
36,59 26,67 9,91 16,88; 36,72 0,73 0,468
4.2 Métodos
4.2.1 Avaliação diagnóstica
Os pacientes foram triados em consultórios médicos particulares e no
Ambulatório de Cirurgia do Hospital Universitário da Universidade Federal de
Sergipe, onde haviam sido submetidos a anamnese e exame físico padrões. Tiveram
confirmação diagnóstica de litíase biliar ou de pólipo da vesícula através de ultra-
sonografia abdominal. Alguns apresentavam sintomatologia que justificava a
realização do exame, outros eram diagnosticados casualmente, quando recorriam
àquele procedimento com outras finalidades que não a do diagnóstico da
Casuística e Métodos
51
colecistopatia. Confirmado o diagnóstico, eles eram convidados a participar da
pesquisa e, aceitando, eram informados sobre o termo de consentimento livre e
esclarecido.
Todos os pacientes foram submetidos à colecistectomia videolaparoscópica,
com a mesma rotina em todas as cirurgias. A confirmação diagnóstica pós-operatória
foi feita com a abertura da vesícula ao término da cirurgia e o exame
anatomopatológico subseqüente.
4.2.2 Avaliação laboratorial
A avaliação laboratorial constou da dosagem de elementos séricos e biliares.
A amostra de sangue foi colhida no centro cirúrgico, no período intra-
operatório, e consistiu de 10ml de sangue venoso periférico coletado em tubo de
ensaio sem anticoagulante, identificado devidamente e guardado em geladeira até o
momento de enviá-lo ao laboratório. Foram dosados os seguintes elementos séricos:
colesterol total, LDL-colesterol, HDL-colesterol, triglicérides, cálcio total, proteína
total e frações.
A amostra biliar foi obtida durante a cirurgia, após a colecistectomia e antes da
retirada da vesícula através do trocarte de 10mm. A vesícula era puncionada e se
colhiam entre 7 e 10ml de bile em um tubo de ensaio, identificado e enviado ao
laboratório. Foram dosados o colesterol, o cálcio e a proteína.
O Laboratório Médico de Análises Clínicas Ltda. (LAMAC) realizou toda a
avaliação laboratorial com a mesma metodologia.
As dosagens do colesterol total e dos triglicérides foram feitas pelo método
enzimático oxidase-peroxidase, com reagentes da Empresa Biosystems Reagents &
Instruments. Utilizou-se o analisador automatizado Express Plus 550, da Ciba
Corning.
Casuística e Métodos
52
Quanto ao LDL-colesterol, usou-se o método de precipitação por polivinil;
para o HDL-colesterol, a precipitação por heparina e manganês. Em ambos, o
analisador foi o ABA-100, do Laboratório Abbot.
Dosou-se a proteína pelo teste colorimétrico do biureto. O analisador
automatizado foi o Express Plus 550, da Ciba Corning, e os reagentes foram do SMT
Especial para analisadores multiparamétricos.
Para a dosagem do cálcio, usou-se o método da cresolftaleína, que tem como
princípio básico a reação da púrpura de ftaleína em meio alcalino, formando um
complexo de cor violeta, cuja leitura é fotométrica. Os reagentes foram do
Laboratório Labtest Diagnóstica e o analisador automatizado foi o Express Plus 550,
da Ciba Corning.
Toda a metodologia adotada para a dosagem sérica foi aplicada à dosagem
biliar, segundo orientação dos próprios manuais.
Os valores de referência de cada elemento dosado variam de acordo com os
padrões dos reagentes, portanto, servem apenas como orientação e encontram-se no
Quadro 6 da seção de resultados. Esses valores se basearam na obra de Otto Miller
(2002), no Projeto Diretrizes da Associação Médica Brasileira e do Conselho Federal
de Medicina, sobre dislipidemias (2002), e nos adotados pelo Laboratório Médico de
Análises Clínicas Ltda.
Os resultados foram submetidos à análise estatística.
4.3 Metodologia da análise estatística
Toda a análise dos dados deste trabalho foi feita com o auxílio do programa
estatístico MINITAB Versão 13, para Windows, e do Statgraphics 6.0, para DOS.
Com as variáveis quantitativas e contínuas se fez o roteiro de análise dos
dados:
Casuística e Métodos
53
? Foram organizados e descritos os resultados experimentais por meio da
estatística descritiva. Com o auxílio de técnicas de descrição gráfica dos dados,
construíram-se histogramas e gráficos em papel de probabilidade normal
(gráficos de probabilidade) e boxplots, estes muito importantes na
identificação de outliers (COSTA NETO, 1986). Um boxplot consiste de uma
caixa (box), bigodes (whiskers) e outliers. O fundo da caixa é o primeiro quartil e
o topo da caixa é o terceiro quartil. Os limites dos bigodes são estimados pelas
equações: limite inferior: )QQ(5,1Q.I.L
131
??? e limite superior:
)QQ(5,1Q.S.L
133
??? . Os pontos que ficarem fora desses dois limites são os
pontos considerados fora da distribuição, também conhecidos largamente
como outliers. Concomitantemente, procedeu-se ao teste de normalidade de
Anderson-Darling (ROMEU; ANDERSON, 2005) Aplicou-se o teste F, para
verificação da igualdade de duas variâncias, e procedeu-se adequadamente ao
teste t de Student, para a comparação de duas médias (MONTGOMERY,
1983);
? Investigou-se, por meio da análise de variância de um fator ou ANOVA one-
way, se a idade dos pacientes tinha efeito tanto nos elementos da bile quanto
nos elementos do sangue, na amostra de pacientes acometidos de cálculo
(BOX, 2005);
? Utilizou-se o teste de correlação de Pearson para a verificação das correlações
entre as variáveis (NETTER et al., 1983);
? Construíram-se modelos matemáticos para os dados que apresentaram
correlações consideradas fortíssimas e fortes, dando ênfase aos elementos da
bile, seja para o grupo de cálculo, seja para o grupo de pólipo (NETTER et al.,
1983);
? Por meio da distribuição característica de cada variável, estimaram-se
porcentagens de pacientes que estavam dentro ou fora dos critérios vigentes
de aceitação para a variável em questão.
Casuística e Métodos
54
4.3.1 Estatística descritiva e visualização gráfica dos dados originais
Foram estimados as médias, a mediana, a variância, o desvio padrão, o
curtose, a assimetria, os intervalos de confiança para a média e a mediana. A seguir,
aplicou-se o teste de Anderson-Darling, para a verificação de normalidade.
Conhecendo-se o tipo de distribuição, foram escolhidos os métodos
estatísticos mais adequados ao tratamento dos dados em questão.
4.3.2 Testes F e de Levene para igualdade de variâncias
Os testes recomendados para a verificação de homogeneidade de duas
variâncias são os testes F e de Levene. O primeiro foi empregado quando as
distribuições eram consideradas aproximadamente normais, o segundo, quando elas
não eram normais. O teste de verificação de homogeneidade de variância deve ser
feito porque os procedimentos subseqüentes de análise serão diferentes se as
variâncias forem ou não iguais. Portanto, esse conhecimento é de vital importância
para a validação do teste empregado.
4.3.3 Teste t de Student
Para as comparações das médias de todas as variáveis apresentadas pelo grupo de
cálculo e pelo grupo de pólipo, foi levado a termo o teste t bilateral.
4.3.4 Análise de variância de um fator ou ANOVA one-way
Casuística e Métodos
55
Com o intuito de verificar se a idade exercia alguma influência nos elementos
da bile e do sangue em pacientes acometidos de cálculo, a amostra foi separada por
faixas, a saber:
Grupo 1: pacientes com idade até 30 anos (5 pacientes);
Grupo 2: pacientes com idade entre 31 e 50 anos (16 pacientes);
Grupo 3: pacientes com idade entre 51 e 70 (15 pacientes);
Grupo 4: pacientes com mais de 71 anos (5 pacientes).
Com a amostra assim dividida, construiu-se o Quadro 5 da análise de
variância, seguida da comparação múltipla das médias dos grupos, pelo método
Least Significant Difference (LSD) (MONTGOMERY et al., 1983).
4.3.5 Teste de correlação de Pearson
O teste de correlação de Pearson mede o grau de correlação linear entre duas
variáveis, por meio do coeficiente de correlação. Esse coeficiente assume valores
entre ?1 e +1.
Quando existem mais de duas variáveis, os resultados da análise são dispostos
na forma de uma matriz de correlações, apresentando em cada célula o valor do
coeficiente de correlação, r, e abaixo desse valor, o de p, estimado para realização da
comparação com o nível de significância crítico, ? .
Assim, uma vez definido o nível de significância crítico, se os valores forem
inferiores a ele, a hipótese nula é rejeitada. Neste trabalho, as correlações foram
testadas com ? =0,15. O critério adotado para estabelecê-las foi o seguinte:
15
,
0
05
,
0
?
?
?
Correlação fraca
05
,
0
01
,
0
?
?
?
Correlação forte
01,0
?
?
Correlação fortíssima
Casuística e Métodos
56
Essas correlações podem ser assim interpretadas: fracas existe uma
tendência de correlação; fortes existe uma evidência razoável de correlação;
fortíssimas existe significativa correlação entre as variáveis.
A interpretação dos coeficientes é feita por meio da análise da probabilidade
indicada para cada coeficiente. Se o valor de p for maior do que o valor do nível de
significância estipulado, ? (5% ou 0,05), não existe evidência de que o coeficiente em
questão seja significativo para o modelo.
5. RESULTADOS
Resultados
58
Resultados
5.1 Análise dos dados referentes ao grupo de cálculo
5.1.1 Eliminação de outliers e teste de normalidade
A eliminação dos outliers seguiu todas as definições e foram determinados os
limites inferior e superior. O procedimento foi repetido conforme o número de etapas
da eliminação. Os dados originais da amostra do grupo de cálculo, bem como a
estatística descritiva e os gráficos de visualização, encontram-se no Apêndice A.
5.1.2 Verificação de correlações entre as variáveis
A verificação de existência de correlação entre variáveis foi feita mediante o
teste de Pearson, e os resultados se encontram no Quadro 2.
Observaram-se, no grupo de cálculo, correlações fortíssimas (p < 0,01) entre os
elementos biliares investigados: colesterol e cálcio (r=0,72), proteína e cálcio (r=0,63),
e proteína e colesterol (r=0,77).
Não se observou correlação (p ? 0,05) entre os elementos séricos cálcio,
colesterol, LDL e HDL e os elementos biliares cálcio, colesterol e proteínas. No
entanto, houve correlações fortes (0,01 = p = 0,05) e negativas entre a proteína sérica e
o colesterol biliar (r= -0,33), a globulina e o colesterol biliar (r= -0,33), a proteína sérica
e a proteína biliar (r= -0,35), e a globulina e a proteína biliar (r= -0,36).
Foram construídos modelos estatísticos (equação da reta) para as variáveis que
apresentaram correlações fortes e fortíssimas, identificadas segundo o teste de
Pearson. Os modelos de maior interesse para o trabalho se encontram nas Figuras de
5 a 11.
Quadro 2 Teste de correlações de Pearson para todas as combinações possíveis de duas variáveis, para a amostra do
grupo de cálculo
BILE SÉRICO
Cálcio
Colesterol
Proteína
Cálcio
Colesterol
LDL HDL Proteína Albumina
Globulina Triglicérides
Colesterol
0,725
0,000
BILE
Proteína
0,634
0,000
0,779
0,000
Cálcio
0,053
0,744
-0,080
0,618
0,020
0,901
Colesterol
0,012
0,942
0,143
0,373
?0,080
0,620
0,020
0,900
LDL
0,084
0,600
0,182
0,256
?0,030
0,853
0,102
0,525
0,961
0,000
HDL
?0,195
0,222
?0,197
0,217
?0,194
0,225
-0,279
0,077
0,202
0,206
0,093
0,561
Proteína
?0,225
0,158
?0,330
0,035
?0,355
0,023
0,460
0,003
0,209
0,190
0,170
0,289
0,067
0,675
Albumina
?0,059
0,713
0,008
0,959
0,005
0,976
0,214
0,179
?0,159
0,320
?0,133
0,409
0,143
0,372
0,375
0,016
Globulina
?0,181
0,256
?0,337
0,031
?0,360
0,021
0,302
0,055
0,328
0,036
0,269
0,089
?0,039
0,809
0,724
0,000
?0,368
0,018
Triglicérides
0,020
0,900
0,153
0,339
0,043
0,787
?0,056
0,727
0,196
0,220
0,033
0,836
?0,528
0,000
0,053
0,742
?0,265
0,094
0,250
0,114
SÉRICO
LDL+HDL
0,030
0,850
0,122
0,449
?0,077
0,631
0,026
0,873
0,958
0,000
0,968
0,000
0,342
0,029
0,177
0,268
?0,089
0,580
0,244
0,124
-0,082
0,610
Teste de Pearson
Coeficiente de
correlação
Valor de p
Correlação Fraca
? entre 0,15 e 0,05
Correlação Forte
? entre 0,05 e 0,01
Correlação Fortíssima
? menor do que 0,01
Resultados
60
Figura 5 Colesterol biliar em função do cálcio biliar em pacientes do grupo de
cálculo. A equação é dada por: Col._B = 127,797+9,981?Ca_B.
Figura 6 Proteína biliar em função do cálcio biliar em pacientes do grupo de
cálculo. A equação é dada por: Prot._B = 1,222+0,151?Ca_B.
Resultados
61
Figura 7 Proteína biliar em função do colesterol biliar em pacientes do grupo de
cálculo. A equação é dada por: Prot_B = ?0,107+0,014?Col._B.
Figura 8 Colesterol biliar em função das proteínas séricas em pacientes do grupo
de cálculo. A equação é dada por: Colest._B=1046103×Prot._S.
Resultados
62
Figura 9 Colesterol biliar em função da globulina em pacientes do grupo de
cálculo. A equação é dada por: Colest_B = 620,1681 105,3973×Glob.
Figura 10 Proteína biliar em função das proteínas séricas em pacientes do grupo
de cálculo. A equação é dada por: Prot._B = 17,5066 1,9149×Prot_S
Resultados
63
Figura 11 Proteína biliar em função da globulina em pacientes do grupo de
cálculo. A equação é dada por: Prot._B = 9,5316 1,9462×Glob.
5.1.3 Comparação das médias por faixa etária, utilizando o teste LSD (Least
Significant Difference)
O detalhamento da análise de variância e a comparação das médias entre
grupos para cada elemento dosado estão no item C 1.1 do Apêndice C.
Verificou-se, no grupo de cálculo, que os elementos biliares com valores
médios mais elevados de forma significativa foram o colesterol e a proteína,
encontrados na faixa etária entre 31 e 50 anos, enquanto os elementos séricos com
valores médios mais elevados e estatisticamente significantes foram o colesterol, o
LDL e os triglicérides, presentes numa faixa etária mais avançada, entre 51 e 70 anos.
O Quadro 3 expõe apenas as variáveis que apresentaram diferenças
significativas entre os grupos.
Resultados
64
Quadro 3 Apresentação das comparações das médias por faixa etária, utilizando o
teste LSD de Fisher, com coeficiente de confiança 95%, após a análise de
variância
Variável
Média
grupo 1:
?1
Média
grupo 2:
?2
Média
grupo 3:
?3
Média
grupo 4:
?4
Diferença:
?=? i??j
±Limites
Colesterol
biliar (mg/dL)
445,50 222,00 223,50 174,66 *
Proteína biliar
(g/dL)
6,44 3,70 2,74 2,10 *
Proteína biliar
(g/dL)
6,44 3,14 3,30 2,99 *
Colesterol
sérico
(mg/dL)
162,00 212,33 ?50,33 44,25 *
LDL
(mg/dL)
86,00 133,67 ?47,67 40,49 *
Triglicérides
(mg/dL)
97,00 165,27 ?68,27 65,85 *
Grupos: 1: Id=30; 2: 31?Id?50; 3: 51?Id?70; 4: Id=71; onde Id=idade do paciente
* denota uma diferença estatisticamente significante
5.1.4 Verificação das porcentagens de indivíduos com cálculo, situados nas faixas
de referência para cada variável
Neste item foram usadas as faixas de referência das variáveis, tanto para a bile
como para o sangue. Com base nas distribuições ditadas pelos dados da amostra
(após a eliminação dos outliers), foram calculadas as distribuições de probabilidades,
a partir dos parâmetros estimados pela estatística descritiva. Os gráficos, em papel de
probabilidades (Figuras 12 a 19), mostram as estimativas do percentual da população
Resultados
65
que se apresenta nas respectivas faixas, para as variáveis de interesse. As proporções
estimadas nas respectivas figuras foram usadas na construção do Quadro 6.
Na área de cada figura teceram-se comentários sobre o percentual de pacientes
de cada faixa etária.
Figura 12 Estimativa do percentual de indivíduos com cálculo nas faixas de
referência para o cálcio sérico
Resultados
66
Figura 13 Estimativa do percentual de indivíduos com cálculo nas faixas de
referência para o colesterol sérico
Figura 14 Estimativa do percentual de indivíduos com cálculo nas faixas de
referência para o LDL sérico
Resultados
67
Figura 15 Estimativa do percentual de indivíduos com cálculo nas faixas de
referência para o HDL sérico
Figura 16 Estimativa do percentual de indivíduos com cálculo nas faixas de
referência para as proteínas séricas
Resultados
68
Figura 17 Estimativa do percentual de indivíduos com cálculo nas faixas de
referência para o cálcio biliar
Figura 18 Estimativa do percentual de indivíduos com cálculo nas faixas de
referência para o colesterol biliar
Resultados
69
Figura 19 Estimativa do percentual de indivíduos com cálculo nas faixas de
referência para a proteína biliar
5.2 Análise dos dados referentes ao grupo de pólipo
5.2.1 Eliminação de outliers e teste de normalidade
Os dados originais da amostra do grupo de pólipo encontram-se no Quadro
B.1 do Apêndice B. A eliminação dos outliers obedeceu a todas as definições para
determinação dos limites inferior e superior. Esses valores estão inscritos nas figuras
que contêm a estatística descritiva de cada variável. O procedimento foi repetido
conforme o número de etapas da eliminação.
Resultados
70
5.2.2 Verificação de correlações entre as variáveis
Verificou-se a existência de correlações entre variáveis por meio do teste de
Pearson, seguindo o mesmo procedimento descrito para o grupo de cálculo. O
Quadro 4 evidencia as correlações fracas, fortes e fortíssimas.
As correlações observadas no grupo de pólipo, entre os elementos biliares,
foram de menor significância. Duas correlações aconteceram: uma forte
(0,01=p=0,05), entre a proteína e o cálcio biliares (r=0,53), e outra fraca (0,05=p=0,15),
entre a proteína e o colesterol biliares (r=0,40).
Não se observaram correlações entre os elementos biliares e os séricos
(colesterol e cálcio). Ocorreram correlações fortes e positivas entre a proteína biliar e
o LDL (r=0,51), a proteína biliar e o LDL + HDL (r=0,54), o cálcio biliar e o HDL
(r=0,64).
Modelos estatísticos (equação da reta) foram construídos para as variáveis que
apresentaram correlações fortes e fortíssimas com pelo menos um dos elementos da
bile. Os que mais interessaram a este trabalho se encontram nas Figuras 20 a 23.
Quadro 4 Teste de correlações de Pearson para todas as combinações possíveis de duas variáveis, para a amostra do grupo de
pólipo
BILE SÉRICO
Cálcio Colesterol Proteína Cálcio Colesterol LDL HDL Proteína Albumina Globulina Triglicérides
Colesterol
0,382
0,160
BILE
Proteína
0,538
0,039
0,401
0,138
Cálcio
?0,279
0,334
-0,258
0,374
0,087
0,767
Colesterol
?0,035
0,901
0,136
0,628
0,263
0,343
0,326
0,255
LDL
0,220
0,430
0,316
0,252
0,512
0,051
0,385
0,174
0,817
0,000
HDL
0,640
0,010
?0,000
0,999
0,232
0,406
?0,05
7
0,846
?0,062
0,825
0,089
0,752
Proteína
?0,433
0,107
?0,009
0,975
?0,095
0,737
0,609
0,021
0,054
0,849
?0,020
0,945
?0,153
0,585
Albumina
?0,066
0,815
0,322
0,242
0,121
0,669
0,366
0,198
?0,014
0,960
0,005
0,985
?0,059
0,835
0,621
0,014
Globulina
?0,502
0,057
-0,254
0,362
-0,211
0,450
0,539
0,047
0,079
0,779
?0,029
0,919
?0,151
0,590
0,807
0,000
0,039
0,892
Triglicérides
?0,399
0,158
-0,202
0,489
?0,404
0,152
0,084
0,784
0,078
0,791
?0,043
0,885
?0,334
0,243
0,143
0,625
?0,265
0,360
0,380
0,180
SÉRICO
LDL+HDL
0,399
0,140
0,292
0,291
0,545
0,036
0,350
0,220
0,737
0,002
0,953
0,000
0,388
0,153
?0,065
0,818
?0,013
0,963
?0,073
0,796
?0,150
0,609
Teste de
Pearson
Coef. de correlação
Valor de p
Correlação Fraca
? entre 0,15 e 0,05
Correlação Forte
? entre 0,05 e 0,01
Correlação Fortíssima
? menor do que 0,01
Resultados
72
Figura 20 Cálcio biliar em função da proteína biliar em pacientes do grupo de
pólipo. A equação é dada por: Cálcio_B = 19,2 + 2,03 × Prot._B.
Figura 21 Cálcio biliar em função do HDL em pacientes do grupo de pólipo. A
equação é dada por: Cálcio_B = 7,71 + 0,531 × HDL
Resultados
73
Figura 22 Proteína biliar em função do LDL em pacientes do grupo de pólipo. A
equação é dada por: Prot._B = 2,57 + 0,0372 × LDL
Figura 23 Proteína biliar em função do (LDL+HDL) em pacientes do grupo de
pólipo. A equação é dada por: Prot._B = 0,96 + 0,0366 × (LDL+HDL).
Resultados
74
5.2.3 Verificação das porcentagens de indivíduos com pólipo, situados nas faixas de
referência para cada variável
Partindo das distribuições indicadas pelos dados da amostra (após a
eliminação dos outliers), foram calculadas as distribuições de probabilidades,
utilizando-se os parâmetros estimados pela estatística descritiva, apresentada no
Apêndice B. Os gráficos, em papel de probabilidades (Figuras 24 a 28), ilustram as
estimativas do percentual da população que se apresenta nas faixas de referência
para as variáveis estudadas. Essas faixas foram usadas na construção do Quadro 6.
Em cada figura foram feitos comentários sobre o percentual de pacientes de
cada faixa de referência.
Figura 24 Estimativa do percentual de indivíduos com pólipo nas faixas de
referência para o cálcio sérico
Resultados
75
Figura 25 Estimativa do percentual de indivíduos com pólipo nas faixas de
referência para o HDL sérico
Figura 26 Estimativa do percentual de indivíduos com pólipo nas faixas de
referência para o cálcio biliar
Resultados
76
Figura 27 Estimativa do percentual de indivíduos com pólipo nas faixas de
referência para o colesterol biliar
Figura 28 Estimativa do percentual de indivíduos com pólipo nas faixas de
referência para a proteína biliar
Resultados
77
5.3 Análise comparativa dos grupos de cálculo e pólipo
5.3.1 Comparação das médias das variáveis séricas e biliares
A comparação das médias foi feita pelo teste t de Student, após a eliminação
dos outliers e o teste de homogeneidade de variâncias para a aplicação correta do
teste t, em termos do número de graus de liberdade. Aplicou-se o teste F para as
distribuições normais e o teste de Levene para as distribuições não normais
(triglicérides). Todo o detalhamento que gerou análise encontra-se no Apêndice D.
Realizou-se o teste de homogeneidade de variâncias com coeficiente de
confiança de 95%, isto é, nível de significância de 5%. Portanto, a hipótese de que as
variâncias são iguais ocorre para valores de p superiores a 0,05. Nessa comparação,
apenas o colesterol biliar e o HDL apresentaram variâncias estatisticamente
diferentes.
Pelo exposto no Quadro 5, nota-se que apenas o cálcio biliar e a proteína biliar
apresentaram médias estatisticamente diferentes, sendo mais elevadas nos pacientes
do grupo de pólipo. As demais variáveis foram estatisticamente iguais
Quadro 5 Comparação das médias das variáveis séricas e biliares dos grupos de cálculo e pólipo
Variável
Média Cálculo:
?C
Média Pólipo:
?P
Diferença:
?=?C??P
Interv. Conf. de
?: 95%
G. L. Valor de t p
Testar H0: ?=0 e
H1: ??0 para
? =0,05
Cálcio 21,8 31,84 ?10,07 ?16,38; -3,76 52 ?3,20 0,002 diferentes
Colesterol 362 416,9 ?54,9 ?131,4; 21,7 44 ?1,44 0,156 iguais
Bile
Proteína 4,33 6,25 ?1,928 ?3,396; -0,459 52 ?2,63 0,011 diferentes
Cálcio 8,818 8,871 ?0,054 ?0,366; 0,258 52 ?0,35 0,730 iguais
Colesterol 196,4 176,1 20,3 ?4,8; 45,3 54 1,62 0,110 iguais
LDL 117,7 98,9 18,8 ?2,9; 40,4 53 1,74 0,088 iguais
HDL 44,53 45,4 ?0,87 ?7,29; 5,54 19 ?0,28 0,779 iguais
Proteína 6,610 6,580 0,030 -0,311; 0,371 53 0,18 0,861 iguais
Albumina 4,233 4,162 0,071 -0,161; 0,303 51 0,61 0,542 iguais
Globulina 2,403 2,400 0,003 -0,306; 0,311 53 0,02 0,987 iguais
Sérico
Triglicérides 127,3 108,2 19,1 -34,7; 72,9 54 0,71 0,480 iguais
Resultados
79
5.3.2 Comparação das porcentagens de indivíduos dos grupos de cálculo e pólipo
nas faixas de referência para cada variável
Para melhor comparação visual, mostrou-se no Quadro 6, paralelamente, o
percentual estimado pelas distribuições para cálculo e para pólipo.
O perfil sérico dos pacientes com cálculo mostra que 46,7% deles tiveram
colesterol total na faixa de risco elevado.
O HDL teve um comportamento de risco em 99,8% dos indivíduos; desses,
52,6% com risco alto e 47,2 % com risco moderado.
Os valores do lipidograma sérico obtidos nessa amostra foram cotejados com
valores anteriores dos mesmos pacientes e não foi constatada diferença.
Os demais elementos pesquisados, na maioria dos pacientes, encontraram-se
na faixa da normalidade.
Quanto aos elementos biliares do grupo de cálculo, houve um percentual alto
de indivíduos com valores das variáveis acima das faixas preconizadas: cálcio
(84,1%), colesterol (92,9%) e proteína (53,7%).
Para o grupo de pólipo, só 24,2% dos indivíduos tiveram colesterol elevado.
Quanto ao HDL, a tendência foi a mesma do grupo de cálculo, com valores menores,
96,3%, sendo 48,5% na faixa indicadora de risco alto e 47,8% na faixa de risco
moderado.
Em relação aos elementos biliares, principalmente a proteína e o cálcio biliar
ocorreu a mesma tendência, mas um maior percentual de indivíduos localizou-se nas
faixas elevadas.
Aplicou-se o teste exato de Fisher e verificou-se que o perfil dos elementos
séricos e biliares apresentou semelhança nos dois grupos, exceto a proteína biliar e os
triglicérides, que apresentaram diferença, conforme o Quadro 6.
Quadro 6 Comparação das porcentagens de indivíduos dos grupos de cálculo e pólipo nas faixas de referência para cada variável
VALORES (SANGUE)
Variável Faixas preconizadas %Cálculo
%Pólipo Valor p Variável Faixas preconizadas %Cálculo
%Pólipo
Valor p
?8,8 51,6 45,55 0,5851
?45: indicador de
risco
52,6 48,5 0,4903
de 8,8 a 11,0: normal 48,4 54,41 0,5851
Cálcio sérico
mg/dL
?11 0,0 0,04
?
de 45 a 65: risco
moderado
47,2 47,8 0,4903
?140 9,8 14,5 0,4061
de 140 a 200: desejável
43,5 61,3 0,2736
HDL
colesterol
mg/dL
? 65: prognóstico
favorável
0,2 3,7
?
?6 11,4 20,13 0,1186
de 6 a 8,3: normal 88,56 79,8 0,1186
Colesterol
total
mg/dL
?200: elevado 46,7 24,2 0,1711
Proteínas
totais g/dL
?8,3 0,04 0,07
?
?3,5 3,08 0,3 0,7547
de 3,5 a 5,3: normal 96,6 99,7 0,7547
?130: risco baixo 63,2 82,6 0,1829
Albumina
g/dL
?5,3 0,32 0,0
?
?1,7 7,8 9,9 0,4898
de 1,7 a 3,0: normal 80,8 76,6 0,5604
de 130 a 160: risco
moderado
24,5 14,1 0,5782
Globulina
g/dL
?3,0 11,4 13,5 0,5171
?35 3,9 0,8 0,7455
de 35 a 160: normal 71,7 95,3 0,2865
LDL colesterol
mg/dL
?160: risco elevado 12,3 3,3 0,1324
Triglicérides
mg/dL
?160 24,4 3,9 0,0010
VALORES (BILE)
?8,8 11,4 0,56 0,3684
?2,8 26,3 7,6 0,0422
de 8,8 a 11,0: normal 4,5 0,53 0,5178
de 2,8 a 4,1: normal 20,0 11,0 0,6101
Cálcio biliar
mg/dL
?11 84,1 98,9 0,1821
Proteína
biliar
g/dL
?4,1 53,7 81,4 0,0507
?60 4,5 0,02
?
de 60 a 100: normal 2,6 0,06 0,7368
Colesterol
biliar
mg/dL
?100 92,9 99,92 0,7368
6. DISCUSSÃO
Discussão
82
Discussão
A litíase biliar por cálculos de colesterol constitui um importante problema de
saúde pública, com significativo impacto social e econômico.
A evolução clínica cursa muitas vezes com complicações de alta morbidade,
cujo tratamento de eleição é o cirúrgico, muito dispendioso para os sistemas de saúde
(RIGOTTI et al., 1991).
A despeito de várias décadas de estudo, não se esclareceu completamente sua
patogênese, o que estimula a realização de novos trabalhos, a exemplo deste.
Na maioria dos casos, os cálculos são constituídos por um núcleo formado por
pigmento biliar envolvido por uma matriz protéica, geralmente uma glicoproteína.
Neste trabalho, portadores de colelitíase forneceram sangue e bilie para a
dosagem dos elementos que participam da formação dos cálculos biliares: o cálcio, a
proteína e o colesterol. Também se avaliou a existência de alterações séricas
associadas com alterações biliares dos citados elementos. Tais informações
constituem significativa contribuição para a elucidação da patogênese da litíase
biliar.
Houve necessidade de comparar as dosagens desses elementos na bile
litogênica e na bile supostamente normal, dentro da vesícula biliar. Mas as
dificuldades técnicas e as restrições éticas para a coleta de bile em pacientes sem
doença da vesícula biliar são inúmeras e o procedimento torna-se praticamente
inexeqüível.
A literatura registra trabalhos como os de Miquel et al. (1998) e Rudnicki et al.
(1998), que usam para grupo controle a bile de pacientes submetidos à
colecistectomia por causas não litiásicas, a exemplo de ressecção de metástase
hepática por lesões malignas no estômago, intestino, pâncreas, via biliar e linfoma
retroperitonial. No entanto, uma vez que esses pacientes eram portadores de câncer
Discussão
83
do aparelho digestivo, questiona-se se essa bile é considerada normal e apropriada
para controle.
Gustafsson et al. (2000) usaram para o grupo controle a bile de pacientes que se
submeteram à colecistectomia por pólipos, colesterolose, cólicas fortes e recorrentes.
Diante dessa realidade, neste trabalho foram escolhidos como grupo controle
pacientes portadores de pólipos da vesícula biliar que tiveram como tratamento a
colecistectomia videolaparoscópica. Dosaram-se, então, os elementos séricos e
biliares nos dois grupos.
A amostra constou de 41 indivíduos portadores de cálculos, 83% deles do sexo
feminino, e 15 portadores de pólipos, 80% também do sexo feminino. Os dados
ratificaram a informação de que, em ambas as patologias, o sexo feminino é cerca de
três vezes mais acometido que o masculino (DANI et al., 1993; SABAS et al., 1994).
Existe modificação dessa prevalência com o avançar da idade, chegando a se
igualarem na 8ª década de vida. Atribui-se tal fato ao aumento na saturação biliar do
colesterol, devido à modificação no metabolismo hepático, provocada por estrógenos
endógenos (COELHO; CAMPOS, 2001).
Na infância, segundo Stringer et al. (2003), a litíase não tem preferência por
sexo, mas existe uma predileção por mulheres na adolescência. A prevalência em
crianças, no mundo ocidental, fica em torno de 0,2%.
Quanto aos pólipos, Diaz et al. (1994) referem também serem mais comuns em
mulheres, o que se corrobora com nossos achados.
Na amostra estudada, a faixa etária mais prevalente foi a do grupo 2 (31 a 50
anos), com 39,03%, seguida do grupo 3 (51 a 70 anos), com 36,59%. A literatura relata
maior prevalência em torno de 50 anos.
Quanto à idade, as lesões polipóides são bem raras na infância, e, conforme
Stringer et al. (2003), foram relatados somente 11 casos na literatura.
Discussão
84
De acordo com os grupos de idade definidos nesta pesquisa, houve diferenças
significativas nos valores médios para o colesterol e a proteína biliares, e para o
colesterol total sérico, o LDL e os triglicérides. Fazendo a análise desses dados,
verificou-se que o máximo de cada elemento biliar ocorre no grupo 2 (31 a 50 anos),
compatível com a idade de maior prevalência da litíase.
Por outro lado, os valores médios dos elementos séricos o colesterol total, o
LDL e os triglicérides, estiveram estatisticamente mais altos nos pacientes entre 51 e
70 anos, diferentes, portanto, dos valores encontrados entre os constituintes biliares.
Tais resultados sugerem ausência de relação entre a composição da bile e os
elementos lipídicos do sangue, considerando apenas os pacientes que buscaram
assistência médica para se submeterem à cirurgia.
O trabalho mostra homogeneidade entre os grupos. Tanto o de cálculo quanto
o de pólipo apresentaram mesma prevalência no sexo feminino nas faixas etárias: 31
a 50 anos, e 51 a 70 anos.
No grupo de cálculo, houve correlação fortíssima entre todos os elementos
biliares, confirmando o que foi encontrado por Admirand e Small (1968). No grupo
de pólipo, existiram somente uma correlação forte e uma fraca, entre a proteína e o
cálcio e a proteína e o colesterol, respectivamente.
Não houve correlação fortíssima entre os elementos biliares e séricos nos dois
grupos estudados.
Ocorreram, no grupo de cálculo, apenas correlações fortes e negativas entre a
proteína biliar e o colesterol biliar, a proteína sérica e a sua fração globulina; já no
grupo de pólipo, ocorreram correlações fortes entre a proteína biliar e o LDL, a
proteína biliar e o LDL+HDL, e fracas e negativas entre a proteína biliar e os
triglicérides, o cálcio biliar e a proteína sérica, o cálcio biliar e a globulina. Segundo
Sherlock (1991), a concentração de colesterol biliar não se associaria ao nível sérico de
colesterol e dependeria apenas da modulação exercida pelos ácidos biliares.
Discussão
85
Quanto aos elementos séricos, o que chamou a atenção nos resultados foi o
nível do HDL-colesterol: 52,6% dos indivíduos do grupo de cálculo estão na faixa
abaixo de 45 mg/dl, valores indicadores de risco alto, enquanto 47,2% estão na faixa
de risco moderado (45 a 65 mg/dl). O grupo de pólipo apresentou a mesma tendência
nos níveis de HDL. Esses dados concordam com os publicados na literatura por
Paumgartner et al. (1991), que reconheceram um novo receptor HDL com expressão
aumentada em ratos. Segundo Miquel et al. (1998), o HDL é a principal lipoproteína
utilizada pelo fígado para a síntese do colesterol. Por conseguinte, favorece o
aumento de sua secreção biliar.
Ao estudar múltiplas variáveis no sangue e na bile de pacientes com e sem
cálculos de colesterol, Tang (1996) sugeriu que três delas HDL, LDL e Apo A1, em
ação sinérgica, induziriam a formação de cálculos. Esse mecanismo é obscuro, mas a
Apo A1 é um ativador da lecitina colesterol acyl-transferase, que catalisa a
esterificação do colesterol sérico. É também o maior componente protéico do HDL e é
especificamente reconhecida pelos receptores Apo A1 das membranas dos
hepatócitos.
No mesmo estudo, Tang (1996) apresentou também um modelo de
anormalidades de lipídios em portadores de cálculos com baixa de LDL-colesterol e
altos níveis de HDL-colesterol, Apo A1 e Apo B100, quando comparados com
controles normais.
Os estudos epidemiológicos referem duas associações entre lipídios
plasmáticos e colelitíase: uma, positiva, com altos níveis de triglicérides, e outra,
negativa, com altos níveis de lipoproteína de alta densidade, o HDL. Essas condições
são habituais em portadores de litíase e é provável que exista uma ligação comum
entre elas e o desenvolvimento de litíase (GARCIA et al., 1998).
Em um grupo de mulheres acima de 50 anos, foram analisadas múltiplas
variáveis: uso de estrógenos, de anticoncepcionais, consumo de cigarros e álcool,
estado nutricional (IMC) e níveis plasmáticos de lipídios. Observou-se que os níveis
Discussão
86
de HDL diminuíam à medida que a idade avançava. Além disso, essas mulheres
eram obesas, seus níveis de triglicérides mais altos que os das mulheres sem cálculos,
enquanto os níveis de colesterol e LDL eram similares nos dois grupos (MOHR et al.,
1991).
Segundo Encinas Sotillos et al. (1996), permanece controversa a relação entre o
nível de colesterol sérico, triglicérides sérico e a litíase. Em relação ao colesterol
sérico, 46,7% da população do grupo de cálculo da presente pesquisa apresentaram
níveis maiores que 200 mg/dl, o mesmo não acontecendo com o grupo de pólipo.
Quanto ao cálcio sérico e à proteína sérica, os níveis foram normais nos dois
grupos estudados. Em relação aos elementos biliares dosados (cálcio, proteína e
colesterol), apresentaram níveis elevados nos dois grupos.
Sabe-se que o cálcio é um constituinte importante mesmo em cálculos de
colesterol, mas pouco se conhece a respeito da sua regulação na bile da vesícula. Ele
pode interferir na formação dos cálculos de colesterol promovendo sua precipitação
ou facilitando o crescimento de cristais. Pode agir, portanto, como fator de nucleação,
ou ser um componente do cálculo junto com o colesterol, sendo, então, afetado pelos
fatores de nucleação e antinucleação. Assim, toda situação que aumente o cálcio livre
na bile aumentará sua litogenicidade (PEREIRA LIMA et al., 1995).
Nesta pesquisa foram encontrados níveis elevados de cálcio total biliar, mas o
cálcio total sérico foi normal tanto nos casos de litíase biliar como nos de pólipo. Esse
resultado é próximo ao encontrado por Rudnick et al. (1998), quando dosaram cálcio
sérico e cálcio da bile vesicular de 27 pacientes com cálculos e 10 pacientes sem
cálculos, como controle, que foram submetidos à colecistectomia por ocasião de
hepatectomia parcial por metástase e hemangiomas . Eles verificaram, nos dois
grupos, uma correlação significativa entre o cálcio iônico e o cálcio total biliar. O
grupo controle apresentou níveis aumentados de cálcio total sérico e de cálcio iônico
na bile da vesícula. Observaram, ainda, que o cálcio iônico da bile reduz a
solubilidade do colesterol biliar, ajudando provavelmente na formação de cristais de
Discussão
87
colesterol. Além disso, o cálcio estimula a produção da glicoproteína mucina, que
também contribui para formar cálculos. No entanto, os autores concluem que o nível
de cálcio iônico na bile vesicular não difere em pacientes com cálculo e sem cálculo.
A falta de correlação entre cálcio sérico e da bile vesicular nos casos de litíase e
de pólipo (controle) sugere que alterações no equilíbrio do cálcio ou anormalidades
de função do epitélio vesicular em pacientes com doença calculosa podem ser
importantes na formação de cálculos, e não o nível sérico desse elemento por si.
Malet et al. (1986) relataram que o cálcio iônico intracelular estimula a secreção
de muco pela vesícula. Para Moser et al. (1996), o cálcio intracelular aumentado
transforma o epitélio da vesícula de uma função absortiva para uma função
secretora, com pronunciado efeito na secreção de cloro. Tais fatos sugerem a
participação do cálcio na produção de bile litogênica.
Na amostra biliar estudada, as dosagens de cálcio total nos dois grupos
situaram-se acima da faixa de referência: 98,9% dos indivíduos com pólipo e 84,1%
dos indivíduos com cálculo. Ainda não se tem, por conseguinte, uma conclusão
segura a respeito, motivo para a realização de novas pesquisas com o objetivo de
melhor esclarecer a participação do elemento cálcio na litogenicidade da bile.
O colesterol biliar apresentou-se elevado em 92,9% dos pacientes portadores
de cálculo e 99,92% dos portadores de pólipo. A proteína biliar também estava
aumentada em 53,7% dos pacientes do grupo de cálculo e 81,4% dos pacientes do
grupo de pólipo. Sabe-se que três elementos-chave são responsáveis pela formação
dos cálculos de colesterol: supersaturação do colesterol, velocidade de nucleação e
disfunção na motilidade da vesícula (TANG, 1996).
Embora a supersaturação da bile com colesterol seja pré-requisito importante
para a formação de cálculos, não é por si mesma suficiente para causar a precipitação
do colesterol in vivo; estima-se que 50% de amostras de bile de pacientes sem cálculo
também são supersaturados em colesterol, condição muito freqüente em pacientes
submetidos a jejum (CORRADINI et al., 2001).
Discussão
88
m sido encontradas na bile proteínas com efeitos pró-nucleantes e
antinucleantes, que facilitam ou retardam a cristalização do colesterol. O tempo
necessário para essa cristalização é um excelente indicador preditivo da patologia
calculosa. Tem-se procurado esclarecer que alterações nessas proteínas tornam-nas
responsáveis pela formação de cálculos. A função pró-nucleante, associada ao maior
tempo de armazenamento da bile na vesícula, predispõe a formação do cálculo
(GARCIA et al., 1998).
Estudos mostram que, em pacientes com cálculos, a nucleação é bem rápida,
enquanto em pacientes do grupo controle é demorada ou não acontece (CAMPOS,
1992).
Os fatores que promovem e inibem a nucleação não foram ainda
adequadamente caracterizados, mas as proteínas, a produção de mucina pela
vesícula, a elevação do cálcio biliar levando ao aumento da produção de muco e
também promovendo a precipitação do colesterol são condições que facilitariam a
nucleação (CAMPOS, 1992).
Entre as proteínas promotoras da nucleação destacam-se a apoliproteína E, a
mucina, as glicoproteínas e a fibronectina; as apoliproteínas A1 e A2 têm sido
propostas como inibidoras da nucleação.
Nesta pesquisa encontrou-se proteína biliar elevada no grupo de cálculo,
concordando com achados na literatura, sugerindo que, na bile de indivíduos
normais, há uma melhor absorção ou degradação das proteínas (CAMPOS, 1992).
No grupo controle, a proteína biliar apresentou-se mais elevada que no grupo
de cálculo. Apesar de não se ter encontrado justificativa explícita para esse achado,
podem-se considerar dois fatos: o primeiro é que o número da amostra controle foi
reduzido, e o segundo é que, na literatura, existem poucas informações a respeito da
bile em indivíduos com pólipos.
Moser et al. (1994) sugerem que a elevação da proteína e do cálcio biliar age
sinergicamente, promovendo a nucleação de cristais de colesterol em bile
Discussão
89
supersaturada. Eles verificaram em cachorros prairie, alimentados com dieta rica em
colesterol, que existe uma precoce e elevada absorção de água, como também
elevação da proteína total biliar, provavelmente por alterações na função
concentradora da vesícula na fase anterior à formação de cálculos. Essa proteína
continuaria elevada também na fase de formação do cálculo. Tal informação,
acrescida ao achado da proteína elevada na bile de pacientes com pólipo, conforme
demonstrou esta pesquisa, suscita o questionamento se as vesículas com pólipo
teriam, como evolução natural, a formação de cálculos, haja vista que a dosagem de
colesterol biliar foi elevada nos dois grupos.
Por outro lado Pereira Lima et al. (1995), Rudinick et al. (1998), sugeriram que
a menor concentração do cálcio biliar está relacionada com a menor prevalência de
litíase. No entanto na presente pesquisa observou-se comportamento oposto, onde a
população com litíase teve dosagem de cálcio biliar proporcionalmente menor que a
de pólipo vesicular.
Experimentos em animais têm mostrado que dieta litogênica pode induzir
supersaturação de colesterol na bile e também causar alteração na motilidade
vesicular, levando à formação de cálculo, indicando, assim, uma estreita associação
entre alteração do metabolismo lipídico e colelitíase. Apesar desse achados, os
resultados dessas anormalidades lipídicas ainda permanecem incertos (TANG, 1996).
Encinas Sotillos et al. (1996) referem que a dieta tem um papel fundamental
entre os diversos fatores que propiciam a gênese da litíase biliar de colesterol. Esses
fatores culturais e geográficos influenciam a distribuição mundial dos cálculos. É
notório que a prevalência de colelitíase de colesterol no Ocidente é maior nos países
desenvolvidos possivelmente devido ao maior consumo de calorias e à qualidade
desses nutrientes (açúcar refinado e lipídios). O Japão é um exemplo dessa situação.
A ocidentalização da dieta após a Segunda Guerra Mundial mudou a prevalência de
cálculos pigmentares para cálculos de colesterol.
Discussão
90
Conclui-se que muitos fatores envolvidos na patogênese dos cálculos de
colesterol não estão suficientemente esclarecidos. Tal multiplicidade de fatores e as
dificuldades de obtenção de amostras de bile vesicular em indivíduos controles
ideais mostram que a informação definitiva a respeito das alterações lipídicas séricas
e biliares ainda será motivo de investigação.
7. CONCLUSÕES
Conclusões
92
Conclusões
A pesquisa sobre o perfil laboratorial sérico e biliar em portadores de lítiase biliar, na
forma aqui realizada, permite concluir que:
1. Não houve correlação entre elementos lipídicos séricos (colesterol, LDL e HDL) e
biliar (colesterol) nos dois grupos estudados;
2. As médias dos constituintes biliares proteína e cálcio foram estatisticamente
superiores nos pacientes do grupo de pólipo. O colesterol biliar estava elevado nos
dois grupos de forma estatisticamente semelhante;
3. As médias dos elementos séricos dosados foram semelhantes nos dois grupos;
4. O perfil dos elementos séricos e biliares foi semelhante nos dois grupos, exceto a
proteína biliar e os triglicérides.
8. REFERÊNCIAS
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Apêndice A
Dados, estatística descritiva e gráficos de
visualização do grupo de cálculo
Quadro A. Dados originais das variáveis séricas e biliares dosadas em pacientes acometidos de cálculo.
BILE SÉRICO
Cálcio Colest.
Prot.
Cálcio Colest.
LDL HDL
Prot. Album.
Glob.
Triglic.
Sexo Idade
1 16,7
175 1,9 8,9
183 119
37
6,50
4,30
2,20
114
F 64
2 19,0
182 2,5 8,8
171 97
46
6,40
4,60
1,80
75
F 82
3 26,0
337 3 9,1
255 185
51
6,20
4,20
2,00
70
F 79
4 10,1
258 1,9 9,1
141 72
47
7,70
4,70
3,00
90
F 62
5 13,5
117 1,8 9,3
228 131
40
7,40
4,30
3,10
322
F 80
6 12,8
157 1,1 8,8
202 123
37
7,50
4,30
3,20
171
F 66
7 16,9
354 4,9 8,3
236 159
40
6,80
4,50
2,30
174
F 69
8 13,5
300 2,2 8,9
214 152
37
6,30
4,30
2,00
67
F 62
9 22,2
407 6,4 7,9
176 98
51
5,70
4,10
1,60
133
F 23
10 20,7
352 6,6 8,9
197 130
48
6,30
4,80
1,50
66
M 83
11 20,4
658 6,7 8,6
256 161
47
6,90
4,50
2,40
278
F 37
12 34,2
484 6 8,8
168 96
48
6,50
4,70
1,80
111
F 33
13 23,4
499 4,8 8,0
195 125
49
6,00
3,70
2,30
53
F 35
14 9,3
205 5,2 8,6
246 145
76
6,90
4,40
2,50
68
F 50
15 27,6
469 7,7 8,9
257 176
59
6,70
4,60
2,10
63
F 34
16 8,7
150 2,3 10,4
255 185
38
8,40
4,10
4,30
94
F 63
17 30,7
611 11,6 8,6
198 101
32
5,40
3,10
2,30
409
F 65
18 21,3
306 3,9 8,9
203 120
66
7,20
4,70
2,50
56
F 54
19 12,6
240 1,5 8,5
152 71
46
6,90
4,80
2,10
135
F 52
20 49,2
389 7,7 8,5
173 105
48
6,60
3,50
3,10
42
F 31
21 29,4
419 5,4 8,4
166 96
46
6,70
3,70
3,00
108
M 37
22 30,2
150 2,4 9,0
118 46
48
6,40
4,10
2,30
97
F 17
Continua
Continuação
BILE SÉRICO
Cálcio Colest.
Prot.
lcio
Colest.
LDL
HDL
Prot.
Album.
Glob. Triglic.
Sexo
Idade
23 47,2
522 5,2 8,1
230 139
61
7,00
4,20
2,80
131
F 39
24 11,1
231 1,2 8,6
280 195
66
6,10
3,40
2,70
81
F 68
25 15,2
462 5,6 7, 8
203 131 37
6,00
3,80
2,20
156
F 48
26 11,2
180 1,3 9,2
254 169
44
7,40
3,60
3,80
193
F 63
27 29,8
313 4,0 8,9
167 99
45
6,50
3,90
2,60
92
F 39
28 20,2
418 4,4 9,3
138 63
55
6,20
4,50
1,70
39
F 17
29 6,5
122 1,8 8,9
147 72
56
6,00
3,60
2,40
34
F 78
30 41,0
512 5,2 9,6
174 121
39
6,60
4,50
2,10
58
F 32
31 21,8
283 9,4 9,1
111 70
22
6,00
4,10
1,90
63
M 31
32 17,8
250 4,4 9,4
177 111
46
6,8
4,1
2,7
79
F 29
33 31,8
373 4,0 9,0
211 130
41
6,5
4,3
2,2
166
F 65
34 32,6
327 3,3 8,8
180 89
33
6,9
4,0
2,9
408
M 60
35 18,0
405 3,6 9,6
201 112
34
7,2
4,2
3,0
273
M 17
36 15,6
481 4,8 8,5
179 91
48
6,2
3,8
2,4
187
F 61
37 56,2
740 9,6 9,2
203 138
39
6,6
4,3
2,3
114
F 35
38 6,4
61 1,0 8,4
212 124
68
7,3
4,4
2,9
55
F 46
39 16,1
458 4,4 8,6
158 89
46
6,8
4,8
2,0
103
M 32
40 38,3
654 15,1 9,6
141 73
48
6,9
4,9
2,0
57
M 36
41 57,2
834 9,6 9,3
297 229
36
6,4
4,0
2,4
134
F 70
Figura A.1 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
do cálcio biliar, após a eliminação de 2 outliers.
Figura A.2 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
do colesterol biliar
Figura A.3 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
da proteína biliar, após a eliminação de 1 outlier, segunda etapa.
Figura A.4 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
do cálcio sérico, após a eliminação de 1 outlier.
Figura A.5 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
do colesterol sérico
Figura A.6 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
do LDL, após a eliminação de 1 outlier.
Figura A.7 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
do HDL, após a eliminação de 3 outliers, segunda etapa.
Figura A.8 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
das proteínas séricas, após a eliminação de 1 outlier.
Figura A.9 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
da albumina, após a eliminação de 1 outlier.
Figura A.10 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
da globulina, após a eliminação de 1 outlier.
Figura A.11 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
dos triglicérides. O histograma é da distribuição do logaritmo natural
dos valores dos triglicérides.
Apêndice B
Dados, estatística descritiva e gráficos de
visualização do grupo de pólipo
Quadro B. Dados originais das variáveis séricas e biliares dosadas em pacientes acometidos de pólipo
BILE SÉRICO
Cálcio
Colest. Prot. Cálcio
Colest. LDL HDL Prot. Album.
Glob. Triglic.
Sexo Idade
1 44,0 453 6,4 8,8 211 127 58 6,6 4,5 2,1 108 F 44
2 44,4 290 5,1 8,2 155 74 56 5,4 3,4 2,0 101 F 78
3 33,4 249 7,8 9,6 125 57 56 6,9 4,3 2,6 47 M 37
4 22,3 383 8,3 10 223 148 36 7,6 4,3 3,3 136 M 52
5 32,5 450 9,4 8,3 191 129 41 5,6 4,3 1,3 79 F 37
6 39,8 519 9,7 n.d.* 228 158 57 6,5 3,6 2,9 67 F 32
7 15,1 328 2,5 9,3 225 87 30 7,1 4,4 2,7 86 F 51
8 30,2 436 6,7 9,5 177 108 36 6,1 4,0 2,1 100 F 54
9 42,1 598 8,7 9,2 157 91 53 7,7 5,2 2,5 56 F 22
10 24,0 316 4,1 8,8 169 96 57 6,9 4,3 2,6 64 F 40
11 20,7 307 2,8 9,1 149 74 36 7,3 4,0 3,3 161 M 46
12 29,0 503 4,2 8,5 137 87 30 6,7 4,3 2,4 74 F 24
13 28,1 498 3,4 8,4 146 65 54 6,2 4,0 2,2 120 F 36
14 30,4 466 7,6 7,6 153 52 34 6,3 4,0 2,3 368 F 46
15 41,6 458 7,1 8,9 196 131 47 5,8 4,1 1,7 56 F 56
*n. d. = não dosado
Figura B.1 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
do cálcio biliar
Figura B.2 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
do colesterol biliar
Figura B.3 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
da proteína biliar
Figura B.4 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
do cálcio sérico
Figura B.5 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
do colesterol sérico
Figura B.6 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
do LDL
Figura B.7 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
do HDL
Figura B.8 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
das proteínas séricas
Figura B.9 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
da albumina, após a eliminação de 2 outliers.
Figura B.10 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
da globulina
Figura B.11 Estatística descritiva, teste de normalidade e gráficos de visualização
dos triglicérides. O histograma é da distribuição do logaritmo natural
dos valores de triglicérides, após a eliminação de 1 outlier.
Apêndice C
ANOVA One-Way
C.1 Análise de variância para verificação do efeito da idade em pacientes do grupo
de cálculo
Tabela C.1.1 Análise de variância para verificação do efeito da idade no cálcio biliar em
pacientes do grupo de cálculo
Fonte de Soma de G. L. Média de Razão F Valor de p
variação quadrados desv. quad.
Entre grupos 884,09 3 294,698 1,865 0,1524
Dentro dos grupos 5845,43 37 157,985
Total corrigido 6729,52 40
Tabela C.1.2a Análise de variância para ver ificação do efeito da idade no colesterol biliar em
pacientes do grupo de cálculo
Fonte de Soma de G. L. Média de Razão F Valor de p
variação quadrados desv. quad.
Entre grupos 229716,4 3 76572,13 2,706 0,0592
Dentro dos grupos 1046842,4 37 28293,04
Total corrigido 1276558,8 40
Tabela C.1.2b: Comparação das médias dos grupos pelo método LSD (Least Significant
Difference) de Fisher , com coeficiente de confiança 95%
Nível # de obs Média Homogeneidade dos grupos
4 5 222,00 X
1 5 326,00 XX
3 15 331,80 XX
2 16 445,50 X
1: Id?30; 2: 30?Id?50; 3: 50?Id? 70; 4: Id?70
Contraste Diferença ? Limites
2?4 223,50 174,66 *
* denota uma diferença estatisticamente significante
Tabela C.1.3a Análise de variância para ver ificação do efeito da idade na proteína biliar em
pacientes do grupo de cálculo
Fonte de Soma de G. L. Média de Razão F Valor de p
variação quadrados desv. quad.
Entre grupos 76,780 3 25,.60 3,090 0,0388
Dentro dos grupos 306,542 37 8,29
Total corrigido 383,322 40
Tabela C.1.3b: Comparação das médias dos grupos pelo método LSD (Least Significant
Difference) de Fisher , com coeficiente de confiança 95%
Nível # de obs Média Homogeneidade dos grupos
4 5 3,14 X
3 15 3,70 X
1 5 4,16 XX
2 16 6,44 X
1: Id?30; 2: 30?Id?50; 3: 50?Id? 70; 4: Id?70
Contraste Diferença ? Limites
2 - 4 3,30 2,99 *
* denota uma diferença estatisticamente significante
Tabela C.1.4 Análise de variância para ver ificação do efeito da idade no cálcio sérico em
pacientes do grupo de cálculo
Fonte de Soma de G. L. Média de Razão F Valor de p
variação quadrados desv. quad.
Entre grupos 0,756 3 0,252 0,989 0,4087
Dentro dos grupos 9,425 37 0,255
Total corrigido 10,181 40
Tabela C.1.5a Análise de variância para ver ificação do efeito da idade no colesterol sérico em
pacientes do grupo de cálculo
Fonte de Soma de G. L. Média de Razão F Valor de p
variação quadrados desv. quad.
Entre grupos 10200,42 3 3400,14 1,902 0,1462
Dentro dos grupos 66137,53 37 1787,50
Total corrigido 76337,95 40
Tabela C.1.5b: Comparação das médias dos grupos pelo método LSD (Least Significant
Difference) de Fisher , com coeficiente de confiança 95%
Nível # de obs Média Homogeneidade dos grupos
1 5 162,00 X
2 16 191,25 XX
4 5 199,60 XX
3 15 212,33 X
1: Id?30; 2: 30?Id?50; 3: 50?Id?70; 4: Id?70
Contraste Diferença ? Limites
1?3 ?50,33 44,25 *
* denota uma diferença estatisticamente significante
Tabela C.1.6a: Análise de variância para verificação do efeito da idade no LDL em
pacientes do grupo de cálculo
Fonte de Soma de G. L. Média de Razão F Valor de p
variação quadrados desv. quad.
Entre grupos 8682,76 3 2894,25 1,934 0,1410
Dentro dos grupos 55375,33 37 1496,63
Total corrigido 64058,10 40
Tabela C.1.6b: Comparação das médias dos grupos pelo método LSD (Least Significant
Difference) de Fisher , com coeficiente de confiança 95%
Nível # de obs Média Homogeneidade dos grupos
1 5 86,00 X
2 16 118,00 XX
4 5 123,00 XX
3 15 133,67 X
1: Id?30; 2: 30?Id?50; 3: 50?Id?70; 4: Id?70
Contraste Diferença ? Limites
1?3 ?47,67 40,49 *
* denota uma diferença estatisticamente significante
Tabela C.1.7 Análise de variância para verificação do efeito da idade no HDL em pacientes
do grupo de cálculo
Fonte de Soma de G. L. Média de Razão F Valor de p
variação quadrados desv. quad.
Entre grupos 249,76 3 83,25 0,706 0,5544
Dentro dos grupos 4361,75 37 117,89
Total corrigido 4611,51 40
Tabela C.1.8 Análise de variância para verificação do efeito da idade nas proteínas séricas
em pacientes do grupo de cálculo
Fonte de Soma de G. L. Média de Razão F Valor de p
variação quadrados desv. quad.
Entre grupos 0,771 3 0,257 0,768 0,5191
Dentro dos grupos 12,371 37 0,334
Total corrigido 13,142 40
Tabela C.1.9 Análise de variância para ver ificação do efeito da idade na albumina em
pacientes do grupo de cálculo
Fonte de Soma de G. L. Média de Razão F Valor de p
variação quadrados desv. quad.
Entre grupos 0,1697 3 0,0566 0,296 0,8280
Dentro dos grupos 7,0693 37 0,1911
Total corrigido 7,2390 40
Tabela C.1.10: Análise de variância para verificação do efeito da idade na globulina em
pacientes do grupo de cálculo
Fonte de Soma de G. L. Média de Razão F Valor de p
variação quadrados desv. quad.
Entre grupos 1,531 3 0,510 1,638 0,1973
Dentro dos grupos 11,531 37 0,312
Total corrigido 13,062 40
Tabela C.1.11a Análise de variância para verificação do efeito da idade nos triglicérides em
pacientes do grupo de cálculo
Fonte de Soma de G. L. Média de Razão F Valor de p
variação quadrados desv. quad.
Entre grupos 37325,55 3 12441,85 1,522 0,2248
Dentro dos grupos 302386,93 37 8172,62
Total corrigido 339712,49 40
Tabela C.1.11b: Comparação das médias dos grupos pelo método LSD (Least Significant
Difference) de Fisher , com coeficiente de confiança 95%
Nível # de obs Média Homogeneidade dos grupos
2 16 97,00 X
4 5 113,40 XX
1 5 124,20 XX
3 15 165,27 X
1: Id?30; 2: 30?Id?50; 3: 50?Id?70; 4: Id ?70
Contraste Diferença ? Limites
2?3 ?68,27 65,85*
* denota uma diferença estatisticamente significante
Apêndice D
Comparações de variâncias e de médias
Neste Apêndice se encontram todos os dados referentes à comparação de variâncias
e de médias de todas as variáveis.
A comparação entre as variâncias foi feita pelos testes F e de Levene. O teste F é mais
recomendado para variáveis que se distribuem como uma curva normal, e o teste de
Levene é recomendado para comparação entre variáveis que não se distribuem como
uma curva normal. As figuras apresentam a estatística do teste e o valor de p. A
hipótese nula a ser julgada com nível de significância 0,05 é que as duas variâncias
sejam iguais. As figuras mostram também os intervalos de confiança (95%) do desvio
padrão (D. P.) e os boxplots de todas as variáveis.
A comparação de médias foi feita pelo teste t de Student, considerando a igualdade
ou não das variâncias.
D1. Comparações de variâncias
Figura D.1 Teste de igualdade de variâncias do cálcio biliar entre os grupos de cálculo e
de pólipo
Figura D.2 Teste de igualdade de variâncias do colesterol biliar entre os grupos de cálculo
e de pólipo
Figura D.3 Teste de igualdade de variâncias da proteína biliar entre os grupos de cálculo
e pólipo
Figura D.4 Teste de igualdade de variâncias do cálcio sérico entre os grupos de cálculo e
pólipo
Figura D.5 Teste de igualdade de variâncias do colesterol sérico entre os grupos de
cálculo e pólipo.
Figura D.6 Teste de igualdade de variâncias do LDL entre os grupos de cálculo e pólipo
Figura D.7 Teste de igualdade de variâncias do HDL entre os grupos de cálculo e pólipo
Figura D.8 Teste de igualdade de variâncias das proteínas séricas entre os grupos de
cálculo e pólipo
Figura D.9 Teste de igualdade de variâncias da albumina entre os grupos de cálculo e
pólipo
Figura D.10 Teste de igualdade de variâncias da globulina entre os grupos de cálculo e
pólipo
Figura D.11 Teste de igualdade de variâncias dos triglicérides entre os grupos de cálculo e
pólipo
D.2 Comparação de médias pelo teste t de Student
Figura D.12 Teste t de Student para comparação de médias do cálcio biliar nos grupos de
cálculo e pólipo
Figura D.13 Teste t de Student para comparação de médias do colesterol biliar nos grupos
de cálculo e pólipo
Figura D.14 Teste t de Student para comparação de médias da proteína biliar nos grupos
de cálculo e pólipo
Figura D.15 Teste t de Student para comparação de médias do cálcio sérico nos grupos de
cálculo e pólipo
Figura D.16 Teste t de Student para comparação de médias do colesterol sérico nos grupos
de cálculo e pólipo
Figura D.17 Teste t de Student para comparação de médias do LDL nos grupos de cálculo
e pólipo
Figura D.18 Teste t de Student para comparação de médias do HDL nos grupos de cálculo
e pólipo
Figura D.19 Teste t de Student para comparação de médias das proteínas séricas nos
grupos de cálculo e pólipo
Figura D.20 Teste t de Student para comparação de médias da albumina nos grupos de
cálculo e pólipo
Figura D.21 Teste t de Student para comparação de médias globulina nos grupos de
cálculo e pólipo
Figura D.22 Teste t de Student para comparação de médias dos triglicérides nos grupos de
cálculo e pólipo
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROJETO: Avaliação Laboratorial em pacientes com colecistopatia calculosa
MESTRANDA: MARIA STELA MELO SANTOS TAQUEDA
ORIENTADOR: Prof. Dr. Antônio Alves Júnior
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu, _______________________________________________________________________,
RG n
o
___________, estou ciente de que o trabalho desenvolvido sobre “Pedras na
Vesícula” (Cálculos Biliares) tem a finalidade de estudar alterações de elementos no
sangue que possam levar à formação de cálculos na vesícula.
Autorizo usar a amostra do meu sangue e bile (pequena quantidade) para o estudo
em questão, como também a realização do exame de ultra-sonografia abdominal
(barriga, parte superior).
Estou também ciente de que tenho direito a esclarecimentos, a qualquer momento
que se fizerem necessários, que tenho plena liberdade de recusar-me a participar
desta pesquisa, ou mesmo, tendo aceitado e assinado este termo, de retirar meu
consentimento, no todo ou em parte dos dados, sem que disso resulte algum prejuízo
sobre minha pessoa, e de que os dados são confidenciais e serão mantidos em sigilo.
Aracaju, de de
Assinatura do paciente: ______________________________________________________
Assinatura do pesquisador: __________________________________________________
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