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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE AGRONOMIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
EXIGÊNCIAS ENERGÉTICAS E PROTÉICAS DE NOVILHOS ABERDEEN
ANGUS SUBMETIDOS OU NÃO AO GANHO COMPENSATÓRIO
JOILMARO RODRIGO PEREIRA ROSA
Engenheiro Agrônomo (UFMT)
Mestre em Zootecnia (UFSM)
Tese apresentada como um dos requisitos à obtenção do Grau de Doutor em
Zootecnia
Área de Concentração Produção Animal
Porto Alegre (RS), Brasil
Maio de 2006
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Ando devagar porque já tive pressa
levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei, eu nada sei...
Penso que cumpri a vida seja simplesmente
compreender a marcha ir tocando em frente
como um velho boiadeiro
levando a boiada eu vou tocando os dias
pela longa estrada eu vou, estrada eu sou...
Todo mundo ama um dia, todo mundo chora
Um dia a gente chega em outro vai embora
cada um de nós compõe a sua história
cada ser em si carrega o dom de ser capaz
de ser feliz...
Conhecer as manhas e as manhãs
o sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir...
Ando devagar porque já tive pressa
levo esse sorriso porque já chorei demais
cada um de nós compõe a sua história
cada ser em si carrega o dom de ser capaz
de ser feliz...
Almir Sater - Tocando em Frente
ii
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À minha esposa,
MARCIA.
Ao meu irmão,
JOÃO NETO.
Aos meu pais,
JOSÉ e ILESTA.
Com Amor e Carinho,
Dedico.
iii
AGRADECIMENTOS
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal
de Santa Maria e CNPq , pela oportunidade de estudo.
A Deus, e ao meu Anjo da guarda pela força e proteção de cada dia.
Ao Professor Ênio Rosa Prates pela oportunidade, orientação e
sinceridade.
Ao Professor João Restle pela confiança, apoio, orientação,
sabedoria, e profissionalismo: ‘muito obrigado’.
Aos Professores Membro da Banca Examinadora pelas contribuições
e ensinamentos.
Ao Professor Alexandre Mello Kessler, pelos conselhos.
À amiga Ione Morão pela acolhida, carinho, simpatia e preocupação.
Aos Professores Cléber Cassol Pires, Gilberto Kozloski e Sebastião
de Campos Valadares Filho, pelos ensinamentos, paciência e amizade.
Aos Professores Gérson Guarez Garcia e José Laerte Nörnberg, pela
solidariedade, apoio, amizade, nobreza e conduta moral: ‘minha gratidão’.
Aos alunos da Universidade Federal de Santa Maria, “equipe da Área
Nova” e “Tropeiros do NIDAL”.
Ao grande Amigo Paulo Santana Pacheco, a quem presto “minha
admiração”, pelo exemplo e caráter.
Em especial, ao fantástico grupo de pessoas extraordinárias e
encantadoras, que tornaram-se marcantes pela presença e alegria de convívio,
e a quem presto profunda admiração, homenagem e respeito fraterno:
Luiz Ângelo Pizzuti;
Marcos André Braz Vaz;.
Milene Puntel Osmari;
Ricardo Lima de Azevedo Junior e Família.
Meus sinceros agradecimentos!!!
.
JOILMARO RODRIGO PEREIRA ROSA
(Mato Grosso)
iv
EXIGÊNCIAS ENERGÉTICAS E PROTEICAS DE NOVILHOS ABERDEEN
ANGUS SUBMETIDOS OU NÃO AO GANHO COMPENSATÓRIO
1
Autor: Joilmaro Rodrigo Pereira Rosa
Orientador: Prof. Ênio Rosa Prates
Co-Orientador: João Restle
Co-Orientador: Júlio Otávio Jardim Barcellos
RESUMO
Este trabalho teve como objetivos avaliar o efeito do ganho compensatório
sobre o desempenho, a composição corporal, características qualitativas e
quantitativas da carcaça e da carne e exigências líquidas de energia e proteína
de novilhos Aberdeen Angus abatidos aos dois anos de idade. Foram utilizados
40 novilhos castrados com peso vivo (PV) médio inicial de 237,6 kg e 16 meses
de idade. Durante a fase de recria, os animais foram submetidos a dois níveis
nutricionais: com restrição alimentar - CR (ganho de peso médio diário (GMD) =
104 g) ou sem restrição alimentar - SR (GMD =733 g). Após um período de 114
dias foram abatidos quatro animais de cada grupo para serem utilizados como
referência para as estimativas do peso do corpo vazio (PCVZ) e de sua
composição corporal. Os 32 animais foram confinados, com dietas contendo
quatro níveis de concentrado (25; 40; 55 e 70%) com base na matéria seca. O
delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com quatro
repetições, em arranjo fatorial 2 x 4 (2 níveis nutricionais na recria x 4 níveis de
concentrado na terminação). O volumoso utilizado foi a silagem de milho e o
concentrado a base de milho, farelo de trigo, farelo de soja e minerais. Após o
abate, todas as partes do corpo do animal foram pesadas e amostradas. A
secagem das amostras foi feita em estufa, pré-desengorduradas, moídas para
determinação do extrato etéreo e nitrogênio total. Os conteúdos de proteína e
gordura corporal foram determinados em função das concentrações destes em
cada fração do corpo do animal. As exigências líquidas de proteína e energia,
para ganho de 1kg de PCVZ foram obtidas, derivando as equações de predição
do conteúdo corporal de proteína, gordura e energia em função do logaritmo do
PCVZ. O aumento do PV dos animais, proporcionou incremento dos conteúdos
de proteína, gordura e energia. As concentrações de gordura e energia por
unidade PCVZ aumentaram e o conteúdo corporal de proteína, diminui com a
elevação do peso dos animais. Animais com restrição alimentar na recria
apresentaram maior ganho médio diário de peso maior consumo médio de
matéria seca em percentual PV e tamanho metabólico, menor conversão
alimentar na fase de terminação, menores pesos de abate, de carcaça quente
e fria, carcaças de menor comprimento e, com menores pesos absolutos de
traseiro, dianteiro e costilhar. Os rendimentos de carcaça quente e fria
aumentaram linearmente com o aumento do concentrado na dieta durante a
terminação. O incremento no nível de concentrado promoveu decréscimo linear
no percentual de músculo na carcaça. O nível nutricional na recria e terminação
não afetou a qualidade da carne.
1
Tese de Doutorado em Zootecnia – Produção Animal, Faculdade de Agronomia, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil. (117 p.) Maio, 2006 – Projeto
financiado com recursos do CNPq.
v
ENERGY AND PROTEIN REQUIREMENTS OF ABERDEEN ANGUS
STEERS SUBMITTED OR NOR TO A COMPENSATORY GAIN
1
Author: Joilmaro Rodrigo Pereira Rosa
Adviser: Ênio Rosa Prates
Co-Adviser: João Restle
Co-Adviser: Júlio Otávio Jardim Barcellos
ABSTRACT
The objective of the experiment was to evaluate the effect of
compensatory gain on development, body composition, meat and carcass
quantitative qualitative characteristics and energy and protein requirements of
40 Aberdeen Angus steers with 237,6 kg initial live weight (LW), 16 months old
and slaughtered at two years of age. During growth phase, the animals were
submitted to two nutritional levels: with feed restriction – WR (with average daily
weight gain (ADG) = 104 g) or without feed restriction – NR (ADG = 733 g).
After a 114 days period four animals of each group (WR and NR) were
slaughtered as reference for the empty body weight (EBW) estimates and the
initial body composition of the other animals. The remaining animals were
allotted to feedlot, with four different levels of concentrate in the diet (25; 40; 55
and 70%), dry matter basis. The experimental design was a complete
randomized, with four replicates, in a 2 x 4 factorial arrangement (two feed
levels during growth x four concentrate levels during finishing). The roughage
used was corn silage (hybrid AG 5011) and the concentrates were based on
soybean meal, corn grain, wheat bran and minerals. After slaughter, all animal
body parts were weighted and sampled. The samples were dried in stove at
105°C, pre-defatted with ether, grinded and ether extract and total nitrogen
concentrations were determined. The protein and fat body contents were a
function of their concentrations in the several parts of the body. By deriving the
prediction equations of body content of protein, fat and energy, as a function of
the logarithm of EBW, the net requirements of protein and energy, for gains of 1
kg EBW, were estimated. The increase in LW of animals resulted increase in
protein, fat and energy contents. Concentration of fat and energy for EBW
increased and protein body content decreased as LW increased, independent
of feed level to which the animals were submitted during in growth phase.
Animals submitted to nutritional restriction during growth showed higher
average daily gain, higher dry matter intake expressed as percent of liveweight,
and metabolic body size, lower feed efficiency in the finishing phase, lower
slaughter weights, hot and cold carcass weights, smaller carcass length, and
lower absolute weights of the forequarter, side and pistol cuts. Hot and cold
carcass dressing percentages increased linearly with increasing of concentrate
levels during finishing. The increase of the concentrate level during finishing
resulted in linear decline of the carcass muscle percentage. The nutritional level
during growth on pasture and feedlot finishing, did not affect meat quality.
1
Doctoral thesis in Animal Science, Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brazil. (117 p.) May, 2006 – Research financed with
resources of the CNPq.
vi
SUMÁRIO
CAPITULO 1
Página
1. INTRODUÇÃO.......................................................................
02
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................
08
2.1. Ganho Compensatório......................................................... 08
2.2. Composição Corporal.......................................................... 13
2.3. Exigências Nutricionais de Energia e Proteína.................... 17
CAPÍTULO 2.
Desempenho de Novilhos Aberdeen Angus, Submetidos
ou não a Restrição Alimentar na Recria e Terminados em
Confinamento com Rações Contendo Diferentes Níveis de
Concentrado.............................................................................
28
Introdução................................................................................... 30
Material e Métodos..................................................................... 32
Resultados e Discussão............................................................. 36
Conclusões................................................................................. 47
Literatura Citada......................................................................... 48
CAPITULO 3.
Composição Corporal e Exigências Líquidas de Energia e
Proteína de Novilhos Aberdeen Angus, Submetidos ou
não ao Ganho Compensatório...............................................
52
Introdução................................................................................... 54
Material e Métodos..................................................................... 60
Resultados e Discussão............................................................. 64
Conclusões................................................................................. 71
Literatura Citada......................................................................... 72
vii
CAPÍTULO 4.
Página
Nível Nutricional na Recria em Pastagem e na Terminação
em Confinamento sobre Características Quantitativas da
Carcaça de Novilhos Aberdeen Angus..................................
76
Introdução................................................................................... 78
Material e Métodos..................................................................... 80
Resultados e Discussão............................................................. 83
Conclusões................................................................................. 93
Literatura Citada......................................................................... 94
CAPÍTULO 5.
Nível Nutricional na Recria em Pastagem e na Terminação
em Confinamento sobre Composição Física da Carcaça e
Qualidade da Carne de Novilhos Aberdeen Angus...............
98
Introdução................................................................................... 100
Material e Métodos..................................................................... 101
Resultados e Discussão............................................................. 104
Conclusões................................................................................. 114
Literatura Citada......................................................................... 115
3. CONCLUSÕES GERAIS........................................................
117
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................
119
5. APÊNDICES...........................................................................
129
viii
RELAÇÃO DE TABELAS
CAPÍTULO 2
Página
01. Composição dos concentrados nas dietas oferecidas aos
animais, expresso na matéria seca.............................................
34
02. Teores médios (%) de matéria seca (MS), matéria orgânica
(MO), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra em
detergente neutro (FDN), carboidratos não-estruturais (CNE)
da silagem, componentes dos concentrados e dietas
nutricionais oferecidas aos animais............................................
34
03. Médias de pesos inicial (PI) e final (PF), ganhos de pesos
médio diário (GMD) e total (GMDT), escores corporais inicial
(ECI) e final (ECF) e ganho de escore condição corporal total
(GECCT) de acordo com o nível nutricional durante a fase de
recria (114 dias)..........................................................................
37
04. Médias de peso e ganho de peso total durante a fase de
terminação, de acordo com o nível nutricional na fase de recria
e nível de concentrado na fase de terminação...........................
38
05. Médias de ganho de peso médio diário (GMD), durante a fase
de terminação, de acordo com o nível nutricional na fase de
recria e nível de concentrado na fase de terminação.................
40
06. Médias de consumo médio diário de matéria seca (CMS)
durante a fase de terminação, de acordo com o nível
nutricional na fase de recria e nível de concentrado na fase de
terminação..................................................................................
41
07. Médias de consumo médio diário de matéria seca em
percentagem do peso vivo (CMSPV) durante a fase de
terminação, de acordo com o nível nutricional na fase de recria
e nível de concentrado na fase de terminação...........................
43
08. Médias de consumo médio diário de matéria seca em gramas
por unidade de tamanho metabólico (CMSTM) dos animais
durante a fase de terminação, de acordo com o nível
nutricional na fase de recria e nível de concentrado na fase de
terminação..................................................................................
45
09. Médias de conversão alimentar (CA) dos animais durante a
fase de terminação, de acordo com o nível nutricional na fase
de recria e nível de concentrado na fase de terminação............
46
ix
CAPÍTULO 3
Página
10. Parâmetros das equações de regressão do logaritmo da
quantidade de proteína (kg), gordura (kg) e energia (Mcal) em
função do logaritmo do peso do corpo vazio para novilhos
Aberdeen Angus de acordo com o nível nutricional na fase de
recria...........................................................................................
66
11. Estimativas dos conteúdos corporais totais de proteína,
gordura, conteúdos de proteína, gordura e energia por kg de
ganho de peso corporal vazio (GPCV), e relação entre
conteúdos de gordura e proteína para novilhos Aberdeen
Angus de acordo com o nível nutricional na fase de recria........
67
12. Exigências líquidas diárias de proteína e energia por kg de
ganho de peso corporal vazio (GPCV) e por kg de ganho de
peso vivo (GPV) para novilhos Aberdeen Angus de acordo
com o nível nutricional na fase de recria.....................................
68
13. Equações de predição dos pesos (kg) de corpo vazio (PCVZ)
em função do peso vivo (PV) de novilhos Aberdeen Angus de
acordo com o nível nutricional na fase de recria.........................
69
CAPÍTULO 4
14. Médias para pesos de abate, de carcaça quente e de carcaça
fria, de acordo com o nível nutricional na fase de recria e nível
de concentrado na fase de terminação.......................................
83
15. Médias para rendimentos de carcaça quente e de carcaça fria
e quebra no resfriamento da carcaça, de acordo com o nível
nutricional na fase de recria e nível de concentrado na fase de
terminação..................................................................................
85
16. Médias para conformação, espessura de coxão e perímetro de
braço da carcaça, de acordo com o nível nutricional na fase de
recria e nível de concentrado na fase de terminação.................
88
17. Médias para características métricas da carcaça, de acordo
com o nível nutricional na fase de recria e nível de
concentrado na fase de terminação............................................
90
18. Médias para traseiro, dianteiro e costilhar expressos em
valores absolutos e em percentagem do peso de carcaça fria,
de acordo com o nível nutricional na fase de recria e nível de
concentrado na fase de terminação............................................
91
x
CAPÍTULO 5
Página
19 Médias para peso de músculo, gordura e osso expressos em
percentagem do peso de carcaça fria, de acordo com o nível
nutricional na fase de recria e nível de concentrado na fase de
terminação..................................................................................
104
20 Médias para músculo, gordura e osso expressos em
percentagem do peso de carcaça fria, de acordo com o nível
nutricional na fase de recria e nível de concentrado na fase de
terminação..................................................................................
105
21 Médias para relações entre os componentes físicos da
carcaça, de acordo com o nível nutricional na fase de recria e
nível de concentrado na fase de terminação..............................
107
22 Médias para cor, textura e marmoreio da carne, de acordo
com o nível nutricional na fase de recria e nível de
concentrado na fase de terminação............................................
108
23 Médias para características organolépticas e sensoriais da
carne, de acordo com o nível nutricional na fase de recria e
nível de concentrado na fase de terminação..............................
111
xi
RELAÇÃO DE FIGURAS
CAPÍTULO 3
Página
01. Distribuição do conteúdo de proteína em função do PCVZ
(dados corrigidos).......................................................................
65
02. Distribuição do conteúdo de gordura em função do PCVZ
(dados corrigidos).......................................................................
65
03. Distribuição do conteúdo de energia em função do PCVZ
(dados corrigidos).......................................................................
65
xii
RELAÇÃO DE ABREVIATURAS
AFRC - Agricultural and Food Research Council
ARC - Agricultural Research Council
CA - Conversão alimentar
CE - Conteúdo de energia corporal
Cm - Comprimento
CMS - Consumo médio diário de matéria seca
CMSPV - Consumo médio diário de matéria seca em percentagem do peso
vivo
CMSTM - Consumo médio diário de matéria seca por unidade de tamanho
metabólico
CNCPS - Cornell Net Carbohydrate and Protein System
CNE - Carboidratos não-estruturais
CNF - Carboidratos não-fibrosos
Conc - Nível de concentrado na fase de terminação
Conf - Conformação
Cost - Costilhar
CR - Com restrição alimentar
CSIRO - Australia's Commonwealth Scientific Industrial and Research
Organisation
Diant - Dianteiro
ECF - Escore corporal final (ECF)
ECI - Escore corporal inicial
EE - Extrato etéreo
ELg - Energia líquida para ganho de peso ou crescimento
ELm - Energia líquida para mantença
EM - Energia metabolizável
Esp Cox - Espessura de Coxão
FDN - Fibra em detergente neutro
GECCT - Ganho de escore condição corporal total
GMD - ganho de peso médio diário
GMDT - ganho de peso médio total
GPCV - Ganho de peso corporal vazio
GPT - Ganho de peso total
GPV - Ganho de peso vivo
Marm - Marmoreio
Mat - Maturidade
MM - Matéria mineral
MO - Matéria orgânica
MS - Matéria seca
MSG - Matéria seca gordurosa
MSPD - Matéria seca pré-desengordurada
NRC - Nutrient Requirements of Beef Cattle
P1, P2, P3 - Pesos 1°, 2°, 3° períodos
PB - Proteína bruta
PCF - Peso carcaça fria
xiii
PCQ - Peso carcaça quente
PCVZ - Peso do corpo vazio
Per – Perímetro de braço
PF - Peso final
PI - Peso inicial
Pinic - Peso inicial
PV - Peso vivo
SAS - Statistical Analysis Systems
SR - Sem restrição alimentar
Text - Textura
Tras - Traseiro
UTM - Unidade de tamanho metabólico
xiv
RELAÇÃO DE APÊNDICES
Página
01. Normas para preparação de trabalhos científicos submetidos à
publicação na Revista Brasileira de Zootecnia...........................
130
02. Dados Originais........................................................................... 135
03. Análises de Variância.................................................................. 141
xv
CAPÍTULO 1
2
1. INTRODUÇÃO
O Brasil possui grande potencial para o desenvolvimento da
pecuária de corte, sendo atualmente o país com o maior rebanho comercial do
mundo, tendo apresentado nos últimos anos, um rebanho efetivo estabilizado
em torno de 165 milhões de cabeças.
Nas condições brasileiras, o rebanho bovino é explorado
predominantemente, em sistemas extensivos, com baixo nível de incorporação
tecnológica e, principalmente com baixo nível nutricional. Acrescente-se a isto,
o fato da estacionalidade das plantas forrageiras produzirem em diferentes
períodos alternando perda de peso e recuperação, conforme as condições
climáticas.
De maneira geral, os animais apresentam ganho compensatório, ou
seja, buscam recuperar o crescimento e ganho de peso, quando houver maior
disponibilidade de forragens de boa qualidade. A ocorrência de um período de
baixo nível de consumo de forragens na estação seca (inverno), seguido por
um período de crescimento compensatório dos animais durante a primavera, é
reflexo do padrão estacional de produção das pastagens em regiões tropicais.
3
Esse fenômeno é parte inerente ao sistema de produção brasileiro e
os possíveis ganhos adicionais durante o período compensatório, bem como a
maior eficiência de ganho nesta fase, ainda necessitam ser devidamente
quantificados ao nível de exigências nutricionais nas condições da Região Sul
do País.
O principal fator limitante na eficiência produtiva em sistemas de
produção auto-sustentáveis vem a ser o consumo voluntário, o qual é
considerado o maior determinante do consumo de nutrientes digestíveis e da
eficiência com que estes são utilizados nos processos metabólicos do animal
para o atendimento de suas exigências de mantença e produção, ou seja, é um
dos fatores que mais influencia o desempenho animal (Ospina & Prates, 1998).
O peso é o principal aspecto determinante da composição corporal e
das exigências nutricionais para o crescimento dos animais, estando
diretamente associado ao consumo e disponibilidade de alimentos. Para
Almeida et al. (2001), situações características, em que os animais apresentem
períodos alternados de escassez e abundância de alimentos, promovendo o
efeito do “ganho compensatório” após o término do período de restrição
alimentar, possuem substancial importância econômica no sistema produtivo.
Esse fenômeno permite aos produtores estabelecer um planejamento anual da
alimentação, visando maximizar o uso das pastagens, economizando
suplementos e armazenando alimentos para serem utilizados nos períodos em
que a disponibilidade dos alimentos naturais de baixo custo seja reduzida.
Um animal que tenha mais depósitos de tecido adiposo, com
lipídeos rapidamente disponíveis, pode manter-se melhor e durante mais tempo
4
em condições de restrição alimentar do que animais com pouca ou nenhuma
reserva energética. Conseqüentemente, o grau de crescimento compensatório
dependerá da extensão da utilização das reservas adiposas e da mobilização
de outros tecidos, como o tecido muscular, e de quanto às condições
cronológicas e fisiológicas forem afetadas.
A melhoria no desempenho produtivo do rebanho nacional exige o
aprofundamento de estudos que possibilitem estabelecer as exigências
nutricionais de bovinos em condições brasileiras, considerando a peculiaridade
dos animais e o tipo de alimento empregado, visando à elaboração de rações
eficientes com custo mínimo.
Atualmente, o sistema de produção busca animais capazes de
direcionar grandes quantidades de energia alimentar para a produção de carne,
com alto potencial de ganho, boa relação músculo:osso com quantidade e
distribuição adequadas da gordura corporal. Ressalta-se que o aumento da
deposição de proteína, na forma de tecido muscular esquelético e a obtenção
de carcaças com menor conteúdo de gordura, vem ao encontro não somente
das exigências do novo mercado consumidor que busca um produto mais
saudável – com menor teor de gordura - mas também da necessidade do
produtor que tem como objetivo a prática de um sistema de pecuária de corte
com maior eficiência econômica.
As exigências nutricionais em bovinos de corte sofrem uma grande
influência das condições fisiológicas do animal, ou seja, crescimento, gestação
e lactação. No caso dos animais em crescimento, a composição de ganho
exerce um efeito marcante sobre as exigências nutricionais. Fatores como
5
sexo, raça e idade têm grande influência sobre a composição do ganho,
afetando assim, as exigências de proteína, energia e macro-elementos
minerais dos animais.
Fatores como idade, peso, espécie, raça, sexo e nível de ingestão
de energia influenciam estas variações na composição de ganho, conduzindo a
diferenças nas exigências nutricionais destes animais.
À medida que a maturidade avança, ocorre aumento na proporção
de gordura e concomitante decréscimo nas concentrações de água, proteína e
minerais do corpo do animal. As diferenças nas exigências de energia e
proteína para ganho de peso devem-se às diferenças na composição do ganho
já que os requisitos líquidos de energia para crescimento consistem na
quantidade de energia depositada nos tecidos, que é função das proporções de
gordura e proteína no corpo vazio, e as exigências líquidas de proteína são
função do conteúdo de matéria seca livre de gordura do peso ganho.
A soma das necessidades de mantença e produção representa a
exigência total dos animais, que pode variar em função da categoria, do peso e
do nível de produção do animal. As informações encontradas em tabelas de
exigências nutricionais são valores médios e servem como ponto de referência
na formulação de rações. No Brasil utilizam-se principalmente informações do
NRC (1996 e 1984) e o modelo CNCPS (Cornell Net Carbohydrate and Protein
System) desenvolvido na Universidade de Cornell e incorporado ao NRC
(1996), dos Estados Unidos, e do AGRICULTURAL AND FOOD RESEARCH
COUNCIL – AFRC (1993), da Grã-Bretanha com base em animais de corte
europeus, mantidos em regimes de produção e alimentação diferentes dos
6
animais e sistemas de produção encontrados nas condições brasileiras, sendo
necessárias adaptá-las às condições locais.
Neste sentido, justificam-se os esforços realizados para gerar
informações sobre as exigências nutricionais em bovinos de corte no Brasil.
Permitindo no futuro, através do acúmulo das informações geradas, a
elaboração de tabelas de exigências nutricionais mais apropriadas às
condições brasileiras.
O presente trabalho foi realizado utilizando-se animais Aberdeen
Angus, recriados em dois sistemas de alimentação (ganho contínuo e ganho
restringido) e terminados em confinamento com dietas contendo diferentes
níveis de concentrado. Admitindo-se como hipótese que, animais submetidos a
uma condição de restrição alimentar apresentam maior taxa de crescimento,
menor exigência e melhor eficiência alimentar ao término do período de
restrição nutricional em relação aos animais que não passaram pela restrição
alimentar.
Os objetivos do presente trabalho foram:
Avaliar o efeito do ganho compensatório sobre as exigências
líquidas de energia e proteína para ganho de peso em novilhos Aberdeen
Angus.
Avaliar os efeitos da restrição alimentar e níveis de concentrado
sobre a composição corporal e o peso corporal vazio dos animais;
Avaliar os efeitos do ganho compensatório e níveis de
concentrado sobre a composição física da carcaça;
Avaliar a influência da restrição alimentar e níveis de concentrado
7
sobre as características qualitativas e quantitativas da carcaça;
Avaliar o efeito do ganho compensatório e níveis de concentrado
sobre a qualidade e as características sensoriais da carne.
Os trabalhos a seguir foram elaborados segundo as normas da
Revista Brasileira de Zootecnia, com algumas adaptações seguidas pelas
normas vigentes do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da UFRGS.
8
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Ganho Compensatório
O ganho por animal é determinado pelo valor nutritivo (concentração
de nutrientes disponíveis) e pela ingestão de matéria seca, isto é pela ingestão
de nutrientes disponíveis. Desta forma, para qualquer nível de ganho de peso,
a eficiência de ganho é maximizada quando existe um perfeito equilíbrio entre
exigência e disponibilidade para todos os nutrientes disponíveis. As exigências
dos animais em termos de proporcionalidade entre nutrientes são alteradas
com o aumento do peso vivo, já que a taxa e eficiência de ganho de peso
tendem a variar nas diferentes etapas das fases de crescimento e acabamento
(Boin & Tedeschi, 1997).
Quando o animal é alimentado à vontade com dieta equilibrada e
que atenda suas exigências, seu crescimento é linear durante um longo
período e depois tende a diminuir à medida que atingir o seu peso adulto. Para
Allen (1990), sob condições normais de produção, geralmente a curva de
9
crescimento não é linear, devido basicamente às variações sazonais nas
quantidades e na qualidade dos alimentos disponíveis.
O fenômeno do crescimento compensatório faz parte dos recursos
homeostáticos dos animais, possibilitando uma maior sobrevivência dentro da
faixa de equilíbrio biológico, em ambientes de grande variabilidade (Verde,
1996). Este fenômeno provoca mudanças nos padrões de crescimento de
bovinos que passam por uma restrição alimentar, tanto de qualidade como de
quantidade, fazendo com que após o período de restrição os animais
apresentem um crescimento mais rápido do que aqueles animais que não
passaram pela restrição alimentar (Van Soest, 1994). Portanto, as fases de
crescimento e terminação devem ser consideradas conjuntamente nos
sistemas intensivos de produção, uma vez que as taxas de ganho na primeira
fase podem afetar as taxas e eficiência de ganho na fase de terminação.
O crescimento é expresso no aumento do peso e tamanho do animal
em um determinado ambiente, onde as limitações impostas pelo meio
permitam a completa expressão do crescimento potencial do animal (Hogg,
1991). Ryan (1990), afirma que na maioria das situações o ambiente não
permite que os animais alcancem o seu crescimento potencial teórico. Neste
caso, grupos de animais de mesmo potencial genético colocados em locais
diferentes podem apresentar taxas de ganho e tamanho corporais adultos
diferentes, devido às restrições do ambiente.
O ganho compensatório refere-se ao aumento na taxa de
crescimento após um período de restrição alimentar, que é maior do que a taxa
de crescimento normal observada em períodos subseqüentes para animais que
10
não sofreram restrição. Segundo Ryan (1990), existem três formas do animal
responder após um período de subnutrição ou restrição alimentar. Os animais
podem ter uma compensação completa, quando a taxa de ganho de peso é
aumentada durante tempo suficiente para que atinjam o mesmo peso dos
animais da mesma idade, não submetidos à restrição; ou podem ter uma
compensação parcial, ou ainda, nenhuma compensação.
Diversos autores concordam em relação aos fatores que influenciam
a recuperação do peso vivo durante o período de ganho compensatório, de
bovinos submetidos à restrição alimentar. Esses fatores incluem a idade à
restrição, a severidade e a duração da restrição, a duração da recuperação, a
taxa de ganho e a qualidade do alimento durante a recuperação do peso
perdido. (O’Donovan 1984, Hogg 1991, Nicol & Kitessa 1995 e Di Marco 1998).
Wilson & Osbourn (1960) identificaram seis fatores que podem afetar
a resposta do ganho de peso compensatório em mamíferos: a natureza da
dieta durante a restrição, o grau de severidade da restrição, a duração do
período de restrição, o estádio de desenvolvimento corporal do animal na
época de restrição, a taxa de maturidade relativa dos animais envolvidos e o
padrão de realimentação.
Nicol & Kitessa (1995), em sua revisão sobre ganho compensatório
em bovinos, verificaram que 60% da variação no ganho de peso vivo não
recuperado foi associada à severidade da restrição alimentar que os animais
sofreram. Além disso, o peso vivo recuperado e a porcentagem de recuperação
foram associados a fatores ocorridos durante o período de realimentação.
Destaca-se que altos ganhos de peso vivo serão alcançados no período de
11
recuperação, se a restrição intensa for imposta em bovinos de sobreano e com
períodos de recuperação suficientemente longo, a fim de permitir a
compensação total destes animais em relação aqueles que não sofreram
restrição alimentar.
Em trabalho realizado por Saubidet & Verde (1976), os autores
observaram que as diferenças de idade e peso à restrição responderam por 65
e 43% da variação do ganho compensatório, sendo que estes dois fatores
conjuntamente responderam por 73% da variação, evidenciando assim ser o
fator idade que mais influencia a resposta de ganho compensatório em
bovinos.
Di Marco (1994) e Lawrence & Fowler (1997) sugerem que, quanto
mais jovem for o animal no início da restrição alimentar, mais difícil será a
manifestação do ganho compensatório. Animais que possuem maiores
reservas de tecido adiposo conseguem se manter melhor e durante mais tempo
sob as condições de restrição, que animais com pouca reserva corporal. A
resposta de ganho compensatório irá depender da extensão da utilização
dessas reservas corporais, de outros tecidos como o tecido muscular, e
também do comprometimento fisiológico no qual o animal foi submetido.
Durante o curto espaço de tempo no qual normalmente é observado
o crescimento compensatório, ocorrem mudanças físicas, químicas e
fisiológicas, como mudanças nas concentrações de hormônios do crescimento,
IGF’s e hormônios da tireóide, além de alterações na eficiência de utilização da
energia (Dukes, 1993). Estes animais apresentam mudanças endócrinas,
ocorrendo um aumento nos níveis de GH - hormônio do crescimento (Elsasser
12
et al., 1989). A tiroxina (T4) responsável pela síntese e degradação muscular e
diferenciação das células adiposas, também é afetada, sendo que após o final
do período de restrição os níveis de T4, que estiveram abaixo do nível normal,
aumentam rapidamente com o início da realimentação (Ellenberger et al.,
1989).
O tamanho e o crescimento dos órgãos internos também possuem
influência direta sobre o crescimento compensatório, em função do fígado, rins,
coração e o trato gastrintestinal serem responsáveis por 40% da energia de
mantença de um animal em jejum (Hogg, 1991). Durante a restrição, o
crescimento dos órgãos internos, principalmente fígado e intestinos é mais
afetado do que o crescimento do animal como um todo. No período de pós-
restrição, ocorre o contrário, a taxa de crescimento dos órgãos internos torna-
se maior do que a observada em todo animal. Esse crescimento pode ser
representado através de uma equação alométrica descrita por Winter et al.,
(1976): Y = a * P
b
Onde: Y representa o peso do órgão; P o peso vivo
ou peso de corpo vazio e, a e b, são constantes.
Embora contraditório, alguns autores mencionam mudanças quanto
à ingestão de alimentos, ocorrendo aumento no consumo após o final do
período de restrição. A ingestão parece não ser constante e é variável durante
três a quatro semanas após o período de restrição alimentar (O’Donovan,
1984; Ryan, 1990). Apesar da ingestão ser maior em dietas de melhor
digestibilidade, o tamanho do trato gastrintestinal, a capacidade de absorção de
seu epitélio e a capacidade do fígado na metabolização de nutrientes também
afetam diretamente a ingestão dos alimentos (Church, 1988).
13
Segundo Sainz et al. (1995), o aumento do consumo de matéria
seca é o principal fator que afeta o ganho compensatório, seja em animais
alimentados com dietas de alta proporção de concentrados ou dietas ricas em
forrageiras.
Por outro lado, Ryan (1990) e Di Marco (1998) também
demonstraram observações em alguns trabalhos que indicaram a manutenção
de altas taxas de ganho compensatório durante o período inicial de 90 dias
após a realimentação normal dos animais sem que houvesse aumento no
consumo alimentar, evidenciando desta forma, que as exigências de mantença
permaneceram mais baixas por este período de 90 dias. Outros autores
(O’Donovan, 1984, Hogg 1991, Nicol & Kitessa 1995), no entanto, verificaram
aumentos rápidos nas exigências de manutenção dos animais após a
realimentação, atingindo os mesmos níveis observados antes da restrição
alimentar dentro de 30 dias, demonstrando que a produção de calor de jejum
destes animais podem retornar a níveis semelhantes àqueles que não foram
submetidos à restrição no prazo de 30 a 40 dias após o reinício da alimentação
normal.
2.2. Composição Corporal
A determinação da composição corporal de bovinos é fundamental
para avaliação do valor nutricional dos alimentos e também nos estudos do
crescimento animal e, por isto vem sendo estudada por diversos autores nos
últimos anos.
14
Água, gordura, proteína e minerais, são os principais componentes
químicos do corpo do animal. A maturidade do animal é refletida pelo aumento
na proporção de gordura, enquanto que a proporção de água e proteína do
corpo se mantém relativamente constante. Os animais mais jovens são mais
ricos em água e mais pobres em gordura, sendo que as concentrações de
água, proteína e cinzas decrescem com a idade e com a engorda (Ferreira et
al., 1999).
Com relação à composição física da carcaça dos animais, os
principais formadores são os tecidos ósseo, muscular e adiposo. O
desenvolvimento destes tecidos não é sincronizado, nem isométrico.
Segundo Lawrence & Fowler (1997), a velocidade de crescimento
dos diferentes tecidos do corpo é variável em função das fases de crescimento
e maturidade fisiológica do animal. O tecido ósseo, inicialmente apresenta
maior taxa de crescimento em relação ao músculo e gordura, respectivamente.
A proporção de ossos na carcaça apresenta menor variação percentual e
diminui lentamente à medida que o peso do animal aumenta. Enquanto que os
músculos representam alta porcentagem do peso total ao nascimento,
aumentando ligeiramente e, logo depois decresce á medida que se inicia a fase
de deposição de gordura.
A determinação da composição física da carcaça do animal pode ser
feita pela metodologia descrita por Hankins & Howe (1946), retirando-se da
meia carcaça esquerda uma seção “HH” da 9ª a 11ª costela, que é separada
em osso, músculo e gordura, com suas respectivas proporções utilizadas em
equações desenvolvidas pelos referidos autores para predição destes tecidos
15
na carcaça inteira. Ao passo que, a determinação da composição química
corporal é feita por meio de análise química em amostras da carcaça, dos
órgãos internos e tecidos não componentes da carcaça como cabeça, patas,
couro e sangue (Silva, 1990; Fontes, 1995).
A proporção e a velocidade com que os tecidos se acumulam no
corpo influenciam o ganho de peso vivo, a eficiência alimentar, a composição
corporal e, conseqüentemente as exigências nutricionais (Shahin et al., 1993).
Diferenças na musculatura e composição da gordura podem modificar a
proporção dos tecidos metabolicamente ativos e alterar as relações entre as
exigências de mantença e ganho de peso (Koong et al. 1985).
Existem alguns fatores que podem influenciar a composição corporal
através das mudanças nas proporções de tecidos ou mesmo em sua
composição química, dentre os quais se destacam idade, raça, sexo, genética
dos animais, peso, taxa de ganho de peso, tamanho corporal, uso de
estimulantes de crescimento, dieta através do nível de consumo de energia, e
também o sistema de manejo nutricional (Fox & Black 1984, Oltjen & Garret
1988, Lanna 1997, Di Marco 1998 e Ferreira et al. 1999),
O nível nutricional e modificações que possam ocorrer no manejo
alimentar do animal submetendo-o a períodos de restrição alimentar e ganho
compensatório mostram grande influência na sua composição corporal.
Fox et al. (1972), observaram que novilhos realimentados ganharam
mais proteína do que os animais controle durante o crescimento de 260 até 350
kg. Na fase seguinte de crescimento (350 até 450 kg), os animais que
passaram por crescimento compensatório apresentaram maior deposição de
16
gordura em relação aos animais controle. A restrição alimentar (ganho
compensatório) não alterou a composição corporal aos 450 kg de peso. Os
mesmos resultados foram observados por Rompala et al. (1985) em bovinos.
Uma das razões para o aumento de deposição de proteína no início da
realimentação é a necessidade de aumento do trato gastrintestinal e do fígado
para metabolizar a maior quantidade de nutrientes que o animal possa ingerir
(Ryan, 1990). Uma vez atingido o equilíbrio, o animal tende a acompanhar a
sua curva de crescimento normal, tanto no sentido de crescimento corporal
(tamanho) quanto no sentido de composição corporal.
A composição corporal a um mesmo peso pode ser igual ou
diferente a de animais geneticamente idênticos que não passaram por restrição
alimentar. Isso vai depender do nível nutricional após o período de restrição, do
período após o final da restrição e do efeito da restrição alimentar no tamanho
do animal à maturidade. Existem trabalhos mostrando que animais
realimentados, após terem passado por um período de restrição, apresentaram
aumento no teor de proteína (Cartens et al., 1991; Mader et al., 1989; Smith et
al., 1977), aumento do teor de gordura (Abdalla et al., 1988; Tudor et al., 1980)
e composição igual (Fox et al., 1972; Rompala et al., 1985) à de animais
idênticos que não passaram por restrição quando a comparação foi feita a um
mesmo peso de abate. Aparentemente, o grau de maturidade na qual a
restrição foi imposta é um dos principais fatores que afetam a composição
corporal a um mesmo peso de abate. Os trabalhos que encontraram aumento
da deposição de proteína (Cartens et al., 1991; Mader et al., 1989; Smith et al.,
1977), utilizaram animais de 8 a 9 meses de idade inicial, os que encontraram
17
aumento da deposição de gordura utilizaram animais com 1 a 2 meses de
idade (Abdalla et al., 1988; Tudor et al., 1980), e os que não encontraram
diferenças na composição corporal utilizaram animais pesando 240 kg de peso
vivo inicial (Fox et al., 1972; Rompala et al., 1985).
Em relação ao efeito do sexo, as principais diferenças da condição
corporal são atribuídas em relação à maior ou menor deposição do tecido
adiposo. Fêmeas apresentam maior proporção de gordura no ganho de peso
em relação a machos castrados, e estes mais que os inteiros. Este
comportamento se reflete nas concentrações de energia corporal e nas
respectivas exigências energéticas para ganho (Véras et al., 2000).
2.3. Exigências Nutricionais de Energia e Proteína
Nas últimas décadas, vários trabalhos de pesquisa foram
conduzidos no Brasil com o interesse em determinar as exigências nutricionais
para bovinos de corte em condições brasileiras (Pires, 1991; Lana et al., 1992;
Fontes, 1995; Valadares Filho et al., 2002). Entretanto, inúmeras são as
dificuldades existentes para a determinação dessas exigências, devido às
diferenças na eficiência de utilização de energia para os processos fisiológicos
de mantença, crescimento e engorda. Além de outros fatores, o clima e a
concentração de energia bruta no alimento também podem interferir no
processo de eficiência do uso da energia para mantença e ganho de peso.
A eficiência da produção de carne é a soma de muitos fatores,
incluindo a exigência de energia para mantença e a eficiência energética para
deposição e recuperação do tecido corporal (Solis et al., 1988). Segundo Fox &
18
Black (1984), a exigência de mantença está em função do peso corporal,
enquanto que a exigência para ganho é função da proporção de proteína e
gordura do ganho de tecido.
Segundo Coelho da Silva & Leão (1979), as exigências energéticas
dos animais são as mais difíceis de serem determinadas, pois a eficiência de
utilização da energia para os vários processos fisiológicos – mantença,
crescimento, engorda e lactação – é variável, além do fato de existirem muitas
outras interferências, como o clima, os exercícios do animal e a concentração
de energia metabolizável do alimento.
O aumento constante na ingestão de energia diária resulta em
progressiva diminuição da retenção de energia. Segundo Tyrrel et al. (1974), o
decréscimo pode ser devido a uma aceleração na taxa de passagem do
alimento pelo trato digestivo. Essa aceleração reduz a digestão do amido e da
parede celular dos carboidratos (Orskov et al., 1969), e assim diminui a
digestibilidade (Vermorel & Bickel, 1980) e aumenta as perdas nas fezes (Tyrrel
et al., 1974) reduz a produção de CH
4
ruminal (Thorbek, 1980) e perdas
urinárias (Vermorel & Bickel, 1980).
Lofgreen & Garret (1968) introduziram o sistema (sistema
californiano) de energia líquida para crescimento e engorda de gado de corte
que separa as exigências de energia líquida em mantença e ganho de peso
(crescimento e engorda). O valor de 77 Kcal/kg PV
0,75
/dia, obtido por Lofgreen
& Garret (1968), foi adotado pelo NRC(1984 e 1996) como a exigência líquida
para mantença (Elm) de bovinos de corte.
19
As exigências para mantença podem ser definidas como a
combinação de nutrientes necessários para o animal manter seu corpo sem
ganho ou perda de peso ou outra atividade produtiva. Os nutrientes absorvidos
são utilizados para funções essenciais, como metabolismo corporal,
manutenção de temperatura corporal e substituição e reparo de células e
tecidos corporais (Ensminger et al., 1990). Segundo Noller (1997), os animais
utilizam os nutrientes, geralmente, em uma determinada ordem hierárquica,
iniciando pela mantença, lactação, reserva corporal e reprodução, observando
que a mantença possui prioridade, por ser responsável pela preservação da
vida.
As exigências de energia para mantença, embora sejam
relacionadas com o peso do animal, podem variar devido à raça, sexo,
condição fisiológica, nível de produção e nível nutricional (Koong et al., 1985)
estação do ano e ambiente (Blaxter & Boine, 1982).
Ferrel & Jenkins (1985) observaram que os machos apresentaram
maior exigência de energia para mantença e utilizaram a energia metabolizável
com menor eficiência para mantença e ganho de peso do que as fêmeas.
Machos jovens ganham peso mais rapidamente e têm maior
exigência do que fêmeas jovens. Segundo o ARC (1980), o CSIRO (1990) e o
NRC (1996), as exigências de energia líquida para mantença de machos
castrados e novilhas são semelhantes, enquanto que as de touros, 15%
maiores.
Blaxter et al., (1966) encontraram maiores exigências de energia
para mantença em animais com maior aptidão leiteira (Ayrshire) do que nos de
20
corte (mestiços Angus). Os valores observados foram de 90,7 e 72 kcal/kg
0,75
,
respectivamente. Esses resultados concordam com os de Garret (1980), que
observou menor exigência de energia para mantença em bovinos Hereford do
que novilhos da raça Holandês.
Segundo Garret (1980), o conhecimento da relação entre a
deposição de energia e o ganho de peso é necessário para utilizar o sistema
de energia líquida na formulação de dietas, para taxas de ganho específicas,
ou mesmo para determinar a taxa de ganho do animal recebendo quantidade
conhecida de um alimento específico ou mistura de alimentos.
A soma das necessidades de mantença e ganho representa as
exigências líquidas de energia dos animais. Conhecendo-se as exigências
líquidas e levando-se em consideração os fatores de eficiência de utilização da
energia dietética para mantença e ganho, obtêm-se as exigências de energia
metabolizável.
A eficiência de utilização da energia metabolizável para produção é
influenciada, principalmente, por características da dieta, como: relação
volumoso:concentrado, teor de fibra, relações de ácidos graxos voláteis no
rúmen e tempo de ingestão e ruminação (Van Soest, 1994).
A exigência de energia metabolizável para mantença é reduzida
para os animais que estão na fase de ganho compensatório. Como
conseqüência, para uma mesma ingestão de matéria seca, mais energia ficará
disponível para produção. Segundo o Agricultural Research Council (ARC,
1980) a energia de mantença para animais em compensação está relacionada
diretamente ao tamanho dos órgãos internos, que é reduzido para animais que
21
passaram por um período de restrição. Entretanto, tanto a exigência de energia
para mantença como a produção de calor, aumentam rapidamente durante o
processo de recuperação (Hogg, 1991).
Ferrel & Jenkins (1985) explicam que as variações na mantença e
eficiência de ganho, freqüentemente, estão associadas com o peso e a
atividade metabólica de órgãos viscerais, como intestino e fígado. Os tecidos
viscerais consomem cerca de 50% da energia destinada à mantença, enquanto
os músculos, embora apresentem maior quantidade no corpo vazio dos
animais, consomem apenas 23% do total da energia para mantença (Catton &
Dhuyvetter, 1997). Isto ocorre segundo Owens et al., (1993) porque os tecidos
associados com a digestão, como o trato gastrintestinal e o fígado, possuem
maior “turnover” protéico do que o músculo esquelético. Segundo Hoog (1991),
os tecidos do trato gastrintestinal podem contribuir com mais de 40%, e o
fígado com 18% da síntese protéica.
Com relação à exigência de energia líquida para ganho ou
crescimento (ELg), Cartens et al. (1991) encontraram redução de 18% para os
animais de ganho compensatório em relação aos controles (4,7 e 5,7 Mcal / kg
GPVZ). Uma redução de 17% foi observada por Sainz et al. (1995).
Aparentemente, estes dados indicam que existe melhor eficiência de utilização
da energia para os estádios iniciais de realimentação. Para Ryan (1990),
quando os animais são realimentados, tanto a síntese como a degradação de
proteína aumentam, de maneira que se a taxa de síntese aumenta mais
rapidamente do que a taxa de degradação, haverá uma redução no custo de
deposição protéica e conseqüentemente uma melhor eficiência.
22
Para Geay (1984) o principal objetivo da pesquisa para a produção
de carne em bovinos em crescimento é a busca do aumento da deposição de
proteína muscular e da eficiência de utilização de aminoácidos da dieta, ao
longo do aumento da eficiência de utilização da energia. A eficiência de
utilização de uma dieta para a deposição de tecidos depende do conhecimento
das exigências de nutrientes pelos animais, entre os quais a exigência de
proteína é importante.
A exigência de proteína dos ruminantes é atendida pelos
aminoácidos absorvidos no intestino delgado, denominada exigência de
proteína metabolizável. A proteína que chega ao intestino delgado consiste de
fração microbiana, da fração dietética não-degradada no rúmen e da proteína
endógena (Valadares Filho et al., 2001).
Para que a eficiência de síntese de proteína pelos microorganismos
ruminais seja máxima, a degradabilidade da proteína dietética deve atender
exatamente às necessidades microbianas, desde que não haja limitação da
fonte energética, entre outros fatores. E para que a eficiência de utilização de
proteína nos tecidos seja máxima, a soma da proteína microbiana e da proteína
dietética não-degradada no rúmen deve atender às exigências dos tecidos, em
termos quantitativos e qualitativos (Van Soest, 1994).
As exigências protéicas para ganho de peso variam com a raça, o
sexo, e a taxa de ganho de peso, sendo maiores nos animais inteiros em
relação aos animais castrados e, em animais de mesmo sexo, são maiores nos
de maturidade tardia em relação aos de maturidade precoce (Geay, 1984). A
equação desenvolvida neste trabalho mostra que há aumento na deposição de
23
proteína com o aumento do ganho diário de peso, independente do peso vivo
e, que essa deposição diminui com o aumento do peso vivo, sendo mais
acentuada com taxas elevadas de ganho de peso.
Segundo Barber et al. (1981), no mesmo estado fisiológico, novilhos
Aberdeen Angus apresentam menores porcentagens de proteína do que
novilhos da raça Charolês. Esses resultados concordam com os de Rohr &
Daenicke (1984), que concluíram que as mudanças na deposição de proteína
são mais pronunciadas em raças com maturidade fisiológica precoce do que
em raças de maturidade tardia.
Segundo Oltjen & Garret (1988), o ganho de energia, proteína e
gordura, por unidade de peso, varia menos em função da taxa de ganho do que
em função do peso corporal.
Signoretti et al. (1999), afirmam que a eficiência de utilização da
energia metabolizável para síntese de proteína e gordura em ruminantes ainda
não foi definida com segurança. Os resultados experimentais de Garret (1980)
mostram que a eficiência de utilização da energia metabolizável (EM) na
síntese de proteína varia entre 10 e 40%, enquanto que na síntese de gordura
varia entre 60 e 80%. Old & Garret (1985) confirmaram que a síntese de
gordura é, energeticamente, um processo mais eficiente do que a síntese de
proteína.
Os ganhos de peso em que ocorre alta deposição de gordura são
mais eficientes energeticamente, mas menos eficientes em relação à
conversão de alimento em peso vivo do que ganhos em que há pequena
deposição de gordura (Rattray & Joyce, 1976). Isto ocorre porque os tecidos
24
adiposos, onde ocorrerá grande parte do aumento do peso vivo, contém teores
mais elevados de matéria seca do que os músculos (80% vs. 30%).
Nesse sentido, Old & Garret (1987) concluíram que novilhos
Charolês apresentaram menor eficiência de utilização da energia do alimento
para ganho do que novilhos Hereford tendo depositado mais proteína e menos
gordura em relação aos novilhos Hereford. Segundo Reid et al. (1980), dentro
de uma espécie ocorre variação entre raça, quanto ao conteúdo de gordura e
proteína, para um dado peso vivo.
Animais de maturidade fisiológica precoce em relação aos de
maturidade tardia, apresentam maiores conteúdos corporais de gordura e
menores de proteína. Este fato se deve ao menor potencial dos animais
precoces em depositar proteína, aliado à maior propensão em depositar
gordura (Véras et al., 2001)
As exigências líquidas de proteína tendem a ser menos importantes
em relação às exigências de energia para novilhos em crescimento com
maturação precoce, como é o caso das raças Angus e Hereford. Isso ocorre
em função da menor retenção de sua energia na forma de proteína (12 a 15%)
e, conter somente 12% de proteína no ganho de peso vivo. Este tipo de animal
supre suas exigências protéicas utilizando somente os aminoácidos
provenientes da fermentação microbiana (Geay, 1984).
Rohr & Daenicke (1984) encontraram exigências protéicas mais
elevadas trabalhando com machos inteiros em crescimento de raças de
maturidade tardia (Holandês, Simental, Limousin e Charolês), que retiveram
cerca de 38% de energia como proteína, mostrando que, neste caso, não
25
conseguem preencher suas exigências protéicas somente com aminoácidos
supridos pelas bactérias do rúmen, independente do seu peso vivo ou ganho
de peso diário. Estes autores observaram que o aumento do nível de energia
alimentar elevou a retenção de energia e a concentração de energia por
unidade de ganho de peso de corpo vazio em bovinos. Tem-se observado que
as mudanças na concentração de energia no ganho são mais pronunciadas em
raças de maturidade precoce do que naquelas de maturidade tardia. Esses
autores observaram que com aumento de ingestão de energia de 3 para 13%,
decresceu a deposição de proteína no ganho de peso de corpo vazio para
tourinhos Holandês. No entanto, não pode ser observada nenhuma mudança
na composição química do ganho com animais Charolês.
Segundo Barber et al. (1981), para um mesmo grau de maturidade,
animais Aberdeen Angus apresentaram maior porcentagem de gordura e
menor de proteína em relação a animais Charolês. Quando o peso de corpo
vazio de animais Charolês se elevou de 240 para 618 kg, o aumento da
quantidade de gordura correspondeu a 39,2% do ganho. Em novilhos
Aberdeen Angus, o acréscimo de gordura na mesma proporção ocorreu
quando o peso do corpo vazio aumentou de 231 para 355 kg.
Anderson et al. (1988), avaliaram os efeitos de níveis crescentes de
proteína (10, 12 e 14%) sobre a taxa e a composição do ganho de peso de
tourinhos cruzados Angus x Hereford utilizando dietas isoenergéticas. O ganho
de peso vivo foi maior para os níveis mais altos de proteína. Embora não
havendo diferença na porcentagem de proteína da carcaça, esta apresentou
maior deposição desse componente nos animais que receberam a dieta com
26
14% de proteína bruta. Estes mesmos autores, avaliando tourinhos da raça
Simental que receberam a mesma dieta do ensaio anterior, obtiveram
resultados semelhantes, indicando que o nível mais baixo de proteína na dieta
(10%), não seria adequado para alimentação de animais jovens com objetivo
de altas taxas de ganho de peso.
A maioria das pesquisas brasileiras mostrou queda nas exigências
líquidas de proteína, à medida que o peso corporal se eleva (Pires, 1991; Lana
et al., 1992; Fontes, 1995; Paulino, 1996).
A composição corporal e exigências nutricionais de energia e
proteína têm sido trabalhadas a partir da década de 80 por vários
pesquisadores brasileiros como Teixeira, 1984; Pires et al., 1993a; Pires et al.,
1993b; Boin & Tedeschi, 1997; Estrada et al., 1997; Araújo et al., 1998; Ferreira
et al., 1999; Paulino et al., 1999; Signoretti et al., 1999; Véras et al., 2000; Silva
et al., 2002; Fernandes et al., 2004; Backes et al., 2005, os quais trabalharam
com animais de diferentes grupos genéticos sob diferentes sistemas de
alimentação. As informações geradas por estes estudos, juntamente com
outros resultados de pesquisas desenvolvidas no Brasil são de extrema
importância para a melhoria do desempenho produtivo nacional, no sentido de
gerar tabelas de exigências nutricionais bovina melhor adaptada às condições
brasileiras.
CAPÍTULO 2
1
1
Conforme as normas de publicação da Revista Brasileira de Zootecnia
28
Desempenho de Novilhos Aberdeen Angus Submetidos ou não a Restrição
Alimentar na Recria e Terminados em Confinamento com Rações Contendo
Diferentes Níveis de Concentrado
RESUMO – O objetivo do experimento foi avaliar o efeito do ganho
compensatório em novilhos Aberdeen Angus terminados aos dois anos de idade. Foram
utilizados 40 novilhos castrados com peso vivo médio inicial de 237,6 kg e 16 meses de
idade, sendo que, 20 animais foram recriados em campo nativo com restrição alimentar
e 20 em pastagem cultivada sem restrição alimentar. Após o período de recria que teve a
duração de 114 dias, 32 novilhos foram terminados em confinamento com dietas
contendo quatro níveis de concentrado, e oito novilhos abatidos como referência. O
volumoso utilizado foi silagem de milho (híbrido AG 5011) e o concentrado a base de
farelo de soja, milho e farelo de trigo. Foi utilizado o delineamento inteiramente
casualizado em arranjo fatorial 2x4 (dois níveis nutricionais na fase de recria x quatro
níveis de concentrado na fase de terminação). Os novilhos Aberdeen Angus, submetidos
à restrição alimentar na fase de recria, apresentaram maior ganho de peso total (149,5
vs. 127,5), maior ganho médio diário de peso (1,507 vs. 1,289), maior consumo médio
de matéria seca expresso em percentual de peso vivo (2,82 vs. 2,51), e tamanho
metabólico (117,83 vs. 109,92) e menor conversão alimentar (6,68 vs. 8,71) na fase de
terminação, em relação aos animais que não sofreram restrição alimentar.
Palavras-chave: consumo, crescimento, eficiência alimentar, ganho
compensatório, ganho de peso.
29
Performance of Aberdeen Angus steers submitted or not to a nutritional
restriction and fattening in feedlot with different concentrate levels diets
ABSTRACT – The objective of the experiment was to evaluate the effect of
compensatory gain in Aberdeen Angus steers finished at two years of age. Forty 16
months age steers with an average live weight of 237,6 kg were used, 20 animals
coming from a native pasture with feed restriction and 20 from a cultivated pasture
without feed restriction. After the period of regrowth on pasture for 114 days, 32 steers
were confined in individual stalls with diets containing four concentrate levels (25, 40,
55 and 70%), and eight steers slaughter reference. The roughage used was corn silage
(hybrid AG 5011) and the concentrates were the based on soybean meal, corn ground
and wheat bran. The roughage used was corn silage (hybrid AG 5011) and the
concentrates were the based on soybean meal, corn ground and wheat bran. The
experimental design was a Completely Randomized in a factorial arrangement 2x4 (two
nutritional levels during growth x four concentrate levels during finishing). The
Aberdeen Angus steers submitted to feed restriction in the first phase of regrowth
presented higher total liveweight gain (149,5 vs. 127,5) higher average daily gain (1,507
vs. 1,289), higher dry matter intake expressed as percent of liveweight (2,82 vs. 2,51),
and metabolic body size (117,83 vs. 109,92) but lower feed efficiency (6,68 vs. 8,71) in
the finishing phase, in relation to ones without feed restriction.
Key Words: compensatory gain, feed efficiency, growth, intake, live weight gain.
30
Introdução
Nas condições brasileiras o rebanho bovino é explorado, predominantemente, em
sistemas extensivos não-tecnificados e com baixo nível nutricional, onde, em função da
estacionalidade das plantas forrageiras sofrem períodos alternados de perda de peso
durante a estação da seca (inverno), e recuperação de peso na estação chuvosa (verão).
É neste cenário que está inserido o sistema de produção de bovinos de corte da região
Sul do Brasil, no qual Mülbach (1999) cita a extrema dependência das pastagens nativas
e das condições climáticas como os principais fatores da baixa produtividade e da
qualidade insatisfatória da produção de carne bovina.
De maneira geral, estes animais apresentam ganho compensatório, ou seja,
buscam recuperar o crescimento e ganho de peso, quando houver maior disponibilidade
de forragens de boa qualidade, que ocorrem no início do período chuvoso (inverno).
Para Almeida et al. (2001), situações características, em que os animais
apresentem períodos alternados de escassez e abundância de alimentos, promovendo o
efeito do ganho compensatório após o término do período de restrição alimentar,
possuem substancial importância econômica no sistema produtivo. Esse fenômeno
permite aos produtores estabelecer um planejamento anual da alimentação, visando
maximizar o uso das pastagens, economizando suplementos e armazenando alimentos
para serem utilizados nos períodos em que a disponibilidade dos alimentos naturais de
baixo custo seja reduzida.
Diretamente associado ao consumo e disponibilidade de alimentos está o consumo
voluntário, que segundo Ospina & Prates (1998) é considerado o principal determinante
do consumo de nutrientes digestíveis e, da eficiência com que tais nutrientes são
utilizados nos processos metabólicos do animal para o atendimento de suas exigências
31
de mantença e produção, ou seja, é o fator que mais influencia o desempenho animal e,
portanto o principal fator limitante na eficiência produtiva em sistemas de produção.
Concomitantemente, os trabalhos de pesquisas realizados na Região Sul do Brasil
(Restle & Vaz, 1998; Restle et al. 1999a; Bail et al. 2000; Almeida et al. 2003; Vaz et
al., 2003) verificaram que os sistemas de produção com abate de machos aos dois anos
de idade são boas alternativas, por não demandarem maiores volumes de recursos e
oferecerem ao consumidor uma carne de boa qualidade. E, mesmo que não atinjam
elevados peso de abate, é possível se obter carcaças com bom acabamento (Costa et al.,
2002; Restle & Vaz, 2003).
Harrison et al., (1978), Hogg (1991), Lawrence & Fowler (1997) e Di Marco
(1998) relatam que bovinos em crescimento a idade de sobreano que sofram restrição
alimentar próximo dos níveis de mantença, e que logo após o término deste período
seguido por um período de realimentação, aumentam a eficiência de ganho de peso dos
animais. Bail et al. (2000) verificaram que a restrição alimentar qualitativa no período
que antecedeu a terminação em confinamento resultou em aumento do ganho de peso,
consumo e eficiência alimentar no período subseqüente. Muller & Primo (1986)
estabeleceram a importância do ganho de peso durante a recria dos novilhos, como
determinante da idade de abate e, conseqüentemente, das características de carcaça.
Com respeito ao crescimento antes dos sete meses, Restle et al. (1999b) salientam que o
peso nessa idade é fator determinante nos sistemas de produção, indicando que sistemas
mais intensivos requerem que os bezerros atinjam altos ganhos de peso durante a fase de
aleitamento, para que se viabilize o acasalamento das fêmeas aos dois anos e abate dos
machos aos quatorze meses de idade.
Pacheco et al. (2005) e Arboite et al. (2004) verificaram que nos trabalhos de
pesquisa nos quais os animais são abatidos aos dois anos de idade, ocorre ganho de peso
32
compensatório em função de restrições alimentares na fase de crescimento, as quais
precisam ser melhor avaliadas nas condições brasileiras. O objetivo deste trabalho foi
avaliar o efeito do ganho compensatório sobre o desempenho de novilhos Aberdeen
Angus abatidos aos dois anos de idade, terminados em confinamento e, anteriormente
submetidos ou não a um período de restrição alimentar ao nível de mantença a idade de
sobreano.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido no Setor de Bovinocultura de Corte do
Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria, no município de
Santa Maria - RS, localizada fisiograficamente na Depressão Central do Estado do Rio
Grande do Sul, a uma altitude de 95 m e situada cartograficamente a 29°43’ de latitude
Sul e 53°42’ de longitude Oeste (DNPEA–BRASIL, 1973), onde segundo classificação
de Köppen, o clima é subtropical úmido (cfa) (Moreno, 1961).
Foram utilizados 40 novilhos Aberdeen Angus castrados, com peso vivo e idade
média iniciais de 237,6 kg e 16 meses, respectivamente. Os animais foram identificados,
vacinados, tratados contra endo e ectoparasitas e alocados em dois sistemas de recria
distintos, sendo que, 20 animais foram mantidos em pastagem nativa restringindo o seu
ganho médio diário ao nível de mantença (CR) e, 20 animais foram recriados em
pastagem de capim-arroz (Echinochloa colonum) e capim-elefante (Penisetum
purpureum), sem restrição alimentar (SR), tendo por objetivo avaliar a resposta do
ganho compensatório.
Após o período de 84 dias de recria (19/2-13/5), os animais passaram por um
período de adaptação de 30 dias as instalações de confinamento, alimentação
33
conservada e níveis de concentrado, durante o qual foram tratados novamente contra
endo e ectoparasitas recebendo a mesma dieta alimentar.
Os animais foram confinados em baias individuais cobertas, com piso e
bebedouros de concreto, e comedouro individual de madeira, com área total de 9m
2
.
Oito novilhos, sendo quatro animais provenientes de cada sistema de recria, foram
abatidos após o período de adaptação, servindo de referência para estudos subseqüentes.
Os 32 animais restantes foram pesados e distribuídos em oito tratamentos, com quatro
níveis de concentrado nas dietas (25, 40, 55 e 70%, na base da MS), e dois níveis
nutricionais na fase de recria (com restrição alimentar - CR e sem restrição alimentar -
SR). O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, em arranjo
fatorial 2 x 4 (dois níveis nutricionais na fase de recria x quatro níveis de concentrado
na fase de terminação) com quatro repetições.
O volumoso utilizado foi a silagem do híbrido de milho (Zea mays, L.) AG-5011
com 38,5% de matéria seca e 7,3% de proteína bruta, e o concentrado composto por
farelo de soja, milho, farelo de trigo, minerais e monensina sódica.
A dieta dos animais foi ajustada para proteína bruta (PB) para todos os tratamentos
(isoprotéicas = 13,35% PB), pressupondo consumo médio diário de 2,5% do peso vivo e
ganho de peso médio diário de 1,4 kg/animal (NRC, 1996), seguindo a relação
volumoso:concentrado correspondente ao tratamento. As proporções dos ingredientes
nos concentrados são apresentadas na Tabela 1; a composição bromatológica da
silagem, componentes dos concentrados e dietas na Tabela 2.
34
Tabela 1 – Composição dos concentrados nas dietas oferecidas aos animais, expresso na
matéria seca
Nível de concentrado na dieta- % 25 40 55 70
Milho - kg 20,00 40,00 49,60 55,00
Farelo de Trigo - kg 10,00 20,00 24,80 27,50
Farelo de Soja - kg 66,40 37,10 23,45 15,71
Calcário Calcitíco - kg 1,20 1,15 0,91 1,00
Sal comum (NaCl) - kg 2,40 1,75 1,24 0,79
Total - kg 100,00 100,00 100,00 100,00
Ionóforo (Rumensin
®
) - g
75,00 46,90 34,10 26,80
O manejo alimentar dos animais foi procedido duas vezes ao dia, sendo fornecido
50% da alimentação às 08:00h e outros 50% às 14:00h. O fornecimento de alimentos
ocorreu à vontade, procurando manter uma sobra de 10% da alimentação ofertada. A
quantidade oferecida de volumoso-concentrado e as sobras do dia anterior foram
pesadas e registradas diariamente para estimar o consumo de matéria seca. Foram
coletadas, semanalmente, amostras da silagem e dos ingredientes dos concentrados, e
das sobras, por animal. As amostras semanais foram agrupadas, de forma proporcional,
em cada período de 28 dias, constituindo-se em amostras compostas, as quais foram
pré-secas em estufa ventilada a 65
o
C e processadas em moinho com peneira de malha de
1 mm, para posteriores análises laboratoriais.
Tabela 2 - Teores médios (%) de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína
bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro (FDN),
carboidratos não-estruturais (CNE) da silagem, componentes dos
concentrados e dietas nutricionais oferecidas aos animais
Nível de Concentrado (%)
Silagem Milho F. Trigo
F.
Soja
25 40 55 70
MS 38,50 87,50 87,50 87,50 49,96 57,09 64,42 71,70
MO
95,27 98,63 94,81 91,54 93,95 94,11 94,52 94,87
MM 4,73 1,37 5,18 8,47 5,15 4,73 4,30 3,87
PB
7,27 8,55 17,74 50,59 14,72 14,66 14,55 14,45
EE 1,05 0,80 0,95 0,45 0,93 0,90 0,88 0,86
FDN 44,48 10,64 38,99 36,11 40,86 36,87 32,89 28,92
CNE 42,47 78,64 37,14 4,39 78,30 78,56 79,09 79,57
O período experimental no confinamento teve início em 17 de junho e término em
19 de outubro de 2005. Os animais foram pesados no início e no final do período
35
experimental, com pesagens intermediárias a cada período de 28 dias, sempre
precedidas por jejum de sólidos e líquidos de 14 horas. Também foi avaliada a área de
olho de lombo e espessura de gordura subcutânea, por intermédio da técnica de ultra-
sonografia.
O tempo de permanência dos animais em confinamento ocorreu em função do seu
desenvolvimento, sendo que os animais de cada nível de concentrado foram abatidos
quando o grupo proveniente da pastagem cultivada atingiu o peso alvo de 450 kg.
As determinações de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), nitrogênio total,
extrato etéreo (EE), e fibra em detergente neutro (FDN) foram realizados conforme
técnicas descritas por Silva (1990), sendo que a proteína bruta (PB) foi obtida pelo
produto entre o teor de nitrogênio total e o fator 6,25. Os carboidratos não-fibrosos
(CNF) foram obtidos pela relação 100 - (%PB + %EE + %MM + FDN), conforme
recomendações de Sniffen et al. (1992).
Os dados coletados foram submetidos a análises de variância, aplicando-se o teste
F e o teste Tukey quando o F foi significativo ao nível de 5% de significância, seguindo
o modelo abaixo:
Yijkl= μ +RECRIAi + CONCj + (RECRIA*CONC)ij + PERk +
(RECRIA*PER)ik + (CONC*PER)jk + (RECRIA*CONC*PER)ijk + Eijkl em que:
Yijkl refere-se a variáveis dependentes; μ, média de todas as observações; RECRIAi,
efeito de tratamento de índice i, sendo 1 = recria com restrição alimentar e 2 = recria
sem restrição alimentar; CONCj, efeito de nível de concentrado de índice j, sendo 1 =
25%, 2 = 40%, 3 = 55% e 4 = 70%; (RECRIA*CONC)ij, interação entre tratamento de
índice i e nível de concentrado de índice j; PERk, período de confinamento de índice k,
sendo 1 = 28 dias, 2 = 56 dias, 3 = 84 dias; (RECRIA*PER)ik, interação entre
tratamento de índice i e período de confinamento de índice k; (CONC*PER)jk,
36
interação entre nível de concentrado de índice j e período de confinamento de índice k;
(RECRIA*CONC*PER)ijk, interação entre tratamento de índice i, nível de concentrado
de índice j e período de confinamento de índice k; E ijkl, erro aleatório assumindo
distribuição normal com média igual a zero e variância σ2. Como as interações
(RECRIA*CONC)ij, (RECRIA*CONC*PER)ijk foram de baixa magnitude para todas
características avaliadas, foram removidas do modelo estatístico final.
Os dados também foram testados quanto à normalidade através do teste de
Saphiro-Wilk. O efeito de período (dias) sobre as variáveis dependentes foi avaliado
dentro dos tratamentos, e também submetido a análise de regressão polinomial, através
do procedimento “proc reg”.
As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o pacote estatístico SAS
(2001).
Resultados e Discussão
Na Tabela 3 estão apresentados os valores médios referentes aos pesos (kg) inicial
e final, ganhos de pesos médio diário e total, escores corporais inicial e final e ganho de
escore corporal total de acordo com o nível nutricional durante a fase de recria, que
compreendeu 114 dias.
37
Tabela 3 – Médias de pesos inicial (PI) e final (PF), ganhos de pesos médio diário
(GMD) e total (GMDT), escores corporais inicial (ECI) e final (ECF) e
ganho de escore condição corporal total (GECCT) de acordo com o nível
nutricional durante a fase de recria (114 dias)
Parâmetros Com restrição Sem restrição Média
Peso inicial, kg 237,5 237,7 237,6
Peso final, kg 249,3 b 321,3 a 285,3
Ganho de peso total, kg 11,8 b 83,6 a 47,7
Ganho médio diário, kg 0,104 b 0,733 a 0,418
Escore corporal inicial, pontos* 3,02 3,01 3,01
Escore corporal final, pontos* 2,83 b 3,43 a 3,13
GECCT, pontos* -0,19 b 0,42 a 0,12
a, b
Médias seguidas por letras diferentes na coluna, diferem pelo teste Tukey (P<0,05)
*Escore Corporal: (escala 1 a 5), sendo 1 = muito magro; 2 = magro; 3 = médio; 4 = gordo e 5 =
muito gordo.
Neste período, compreendido entre 19/2 e 12/6 os animais foram recriados em
dois níveis nutricionais distintos. O grupo de animais (n=20) com restrição alimentar
(CR) obteve ganho médio diário (GMD) de 0,104 kg/dia e peso final de recria 249,3 kg
e, o grupo de animais (n=20) sem restrição alimentar (SR) teve GMD 0,733 kg/dia, e
peso final de 321,3 kg.
O peso final diferiu entre os níveis nutricionais de recria, o que era esperado em
razão do objetivo deste estudo em avaliar o efeito do ganho compensatório sobre o
desempenho em confinamento na fase de terminação. Ressalta-se que a diferença do
ganho de peso total (71,8 kg) representa 17% do peso adulto (420 kg).
Verifica-se também que a restrição alimentar (GMD = 104 g) imposta aos animais
ocorre ao nível de mantença em função da perda de escore corporal nesta fase (-0,19)
indicando a mobilização de parte dos tecidos de reserva destes animais. Segundo a
literatura (Hogg (1991), Nicol & Kitessa (1995), Lawrence & Fowler (1997) e Di
Marco (1998)) as melhores respostas de recuperação, destacando altos ganhos de peso
vivo durante o período de realimentação, foram associadas à restrição alimentar intensa
em bovinos de sobreano combinada ao período de duração da restrição não muito
38
longos, para impedir o comprometimento fisiológico do animal através da extensa
utilização de suas reservas corporais e, de outros tecidos como o tecido muscular.
Na Tabela 4 estão apresentados os valores médios de peso e ganho de peso total
durante a fase de terminação, de acordo com o nível nutricional na fase de recria e nível
de concentrado na fase de terminação. Houve interação entre nível nutricional na fase de
recria com períodos de confinamento, e nível de concentrado na terminação com
períodos de confinamento.
Tabela 4 – Médias de peso e ganho de peso total durante a fase de terminação, de
acordo com o nível nutricional na fase de recria e nível de concentrado na
fase de terminação
Pesos, kg
Período, dias
Nível de
concentrado
terminação
Nível
nutricional
recria
Inicial
28 56 84
Final
*
Ganho
de peso
total, kg
Com restrição 249,8 290,3 331,5 360,8 394,5 144,8 a
25 Sem restrição 320,5 356,5 386,5 415,0 446,8 126,3 b
Média
1
285,1 323,4 359,0 387,9 420,6 135,5
Com restrição 249,5 299,8 346,5 394,5 413,8 164,3 a
40 Sem restrição 320,0 363,5 404,3 438,3 449,3 129,3 b
Média
2
284,8 331,6 375,4 416,4 431,5 146,8
Com restrição 248,3 298,8 345,8 378,5 394,5 146,3 a
55 Sem restrição 322,5 366,0 409,5 435,5 447,8 125,3 b
Média
3
285,4 332,4 377,6 407,0 421,1 135,8
Com restrição 249,9 304,0 358,0 396,5 396,5 146,6 a
70 Sem restrição 322,3 369,3 426,0 456,0 456,0 133,7 b
Média
4
286,1 336,7 392,0 426,3 426,3 140,2
Com restrição
5
249,3 b 298,2 345,4 382,6 398,9 149,5 a
Sem restrição
6
321,3 a 364,0 406,5 436,2 448,7 127,5 b
Média 285,3 331,0 376,0 409,4 423,9 138,5
* Até atingir peso de abate estabelecido, sendo: 39 dias para 25; e 16 dias para 40 e 55.
1
Y
25
=298,775 (±15,422) + 1,016 (±0,191) X; R²=0,49; P=0,0001
2
Y
40
=294,311 (±15,985) + 1,409 (±0,221) X; R²=0,58; P=0,0001
3
Y
55
=302,453 (±16,864) + 1,225 (±0,233) X; R²=0,48; P=0,0001
4
Y
70
=290,381 (±23,725) + 1,607 (±0,392) X; R²=0,47; P=0,0006
5
Y
CR
=276,827 (±8,001) + 1,110 (±0,104) X; R²=0,66; P=0,0001
6
Y
SR
=347,730 (±7,273) + 0,903 (±0,093) X; R²=0,63; P=0,0001
a, b
Médias seguidas por letras diferentes na coluna, diferem pelo teste Tukey (P<0,05)
O ganho de peso total (GPT) na fase de terminação foi superior (P<0,05)
nos
animais recriados em campo nativo e submetidos à restrição alimentar (149,5 kg), em
relação aos animais recriados em pastagem cultivada sem restrição alimentar (127,5 kg).
39
Esta diferença (17%) observada nos animais durante o período de terminação em
confinamento, recebendo a mesma dieta alimentar, está relacionada ao efeito do ganho
de peso compensatório. Neste caso, o melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta
alimentar pelos animais, pode ser explicado pela redução da energia líquida de
mantença dos animais submetidos à restrição alimentar, em função da redução do
tamanho dos órgãos internos e conteúdo gastrintestinal (Hogg, 1991),
conseqüentemente, permite direcionar maior quantidade de energia digestiva do
alimento para formação de tecidos como músculo e/ou gordura.
O GPT apresentou comportamento linear crescente, para os animais CR e SR,
conforme as equações Y
CR
= 276,827(±8,0) + 1,110(±0,1) X (R
2
=0,66; P=0,0001) e Y
SR
= 347,730(±7,3) + 0,903(±0,09) X (R
2
=0,63; P=0,0001). O mesmo comportamento foi
observado por Costa et al. (2002), quando confinou novilhos Red Angus, com diferentes
pesos de abate.
A redução da diferença da média dos pesos iniciais de 72 kg para os pesos finais
de 49,8 kg entre os animais CR e SR, é outro fator que indica o efeito do ganho
compensatório. A recuperação de peso (31%) destes animais não foi completa ou maior,
em função do curto período de realimentação utilizado na terminação dos animais 84
dias nas dietas com 70% de concentrado e 123 dias com 25% concentrado.
Na Tabela 5 estão apresentados os valores médios de ganho de peso médio diário
durante a fase de terminação, de acordo com o nível nutricional na fase de recria e nível
de concentrado na fase de terminação. Houve interação entre nível de concentrado na
terminação com períodos de confinamento.
40
Tabela 5 – Médias de ganho de peso médio diário (GMD), durante a fase de terminação,
de acordo com o nível nutricional na fase de recria e nível de concentrado na
fase de terminação
GMD, kg
Período, dias
Nível de
concentrado
terminação
Nível
nutricional
recria
0 - 28 29 – 56 57 - 84 85 - final *
GMD
total, kg
Com restrição 1,446 1,473 1,045 0,865 1,177
25 Sem restrição 1,256 1,071 1,018 0,814 1,020
Média
1
1,366 1,272 1,031 0,840 1,102
Com restrição 1,795 1,670 1,714 1,203 1,643
40 Sem restrição 1,554 1,455 1,214 0,688 1,293
Média
2
1,674 1,563 1,464 0,945 1,467
Com restrição 1,804 1,679 1,170 1,000 1,463
55 Sem restrição 1,554 1,554 0,928 0,765 1,252
Média
3
1,679 1,616 1,049 0,883 1,358
Com restrição 1,933 1,929 1,375 - 1,746
70 Sem restrição 1,679 2,024 1,071 - 1,591
Média
4
1,806 1,976 1,223 - 1,668
Com restrição 1,744 1,687 1,326 1,023 1,507 a
Sem restrição 1,518 1,526 1,058 0,756 1,289 b
Média
5
1,631 1,607 1,192 0,889 1,399
* Até atingir peso de abate estabelecido, sendo: 39 dias para 25; e 16 dias para 40 e 55.
1
Y
25
=1,550(±0,107) – 0,006 (±0,001) X; R²=0,39; P=0,0001
2
Y
40
=1,997 (±0,165) – 0,009 (±0,002) X; R²=0,33; P=0,0006
3
Y
55
=2,111 (±0,118) – 0,012 (±0,002) X; R²=0,65; P=0,0001
4
Y
70
=2,259 (±0,191) – 0,010 (±0,003) X; R²=0,36; P=0,0040
5
Y=1,907 (±0,092) – 0,008 (±0,002) X; R²=0,22; P=0,0001
a, b
Médias seguidas por letras diferentes na coluna, diferem pelo teste Tukey (P<0,05)
Os novilhos provenientes da pastagem nativa CR apresentaram GMD maior
(P<0,05) em relação aos novilhos SR, 1,507 x 1,289 kg, respectivamente. Costa (2002)
utilizando novilhos Red Angus em confinamento, observou GMD de 1,32, 1,27, 1,23 e
1,15 kg, respectivamente, para os diferentes pesos de abate 340;370;400;430 kg. Restle
et al. (2000), em experimento utilizando animais britânicos da raça Hereford definidos e
cruzados com Nelore, observaram média de GMD de 1,27 kg, valor igual ao encontrado
por Costa et al. (2002) para animais abatidos com 370 kg. sendo estes valores muito
próximos aos encontrados neste experimento.
Bail et al. (2000), também avaliaram o ganho compensatório através do
desempenho em confinamento de novilhos cruzados Charolês e Nelore com idade
média de 20 meses, mantidos em campo nativo (CR) e pastagem cultivada (SR). Eles
41
verificaram ganho de peso médio diário respectivo de 1,30 vs. 1,08, ou seja, 20%
superior para os novilhos com restrição alimentar, valor muito próximo aos 17%
encontrado pelo presente estudo.
O efeito do nível de concentrado na dieta de confinamento também pode ser
verificado através do ganho médio diário dos animais que apresentaram 1,668; 1,358;
1,467 e 1,102 kg respectivamente nas dietas contendo 70; 55; 40 e 25 % de concentrado,
refletindo diretamente o NDT das dietas 66,37; 63,62; 63,82 e 59,81.
Na Tabela 6 estão apresentados os valores médios de consumo médio diário de
matéria seca durante a fase de terminação, de acordo com o nível nutricional na fase de
recria e nível de concentrado na fase de terminação. Houve interação entre nível de
concentrado na terminação com períodos de confinamento.
Tabela 6 – Médias de consumo médio diário de matéria seca (CMS) durante a fase de
terminação, de acordo com o nível nutricional na fase de recria e nível de
concentrado na fase de terminação
CMS, kg
Período, dias
Nível de
concentrado
terminação
Nível
nutricional
recria
0 - 28 29 - 56 57 – 84 85 - final *
CMS
total,
kg
Com restrição 6,61 7,99 8,96 9,40 8,34
25 Sem restrição 7,20 7,91 9,52 9,71 8,69
Média
1
6,90 7,95 9,24 9,56 8,52
Com restrição 7,59 9,20 10,46 10,06 9,24
40 Sem restrição 8,51 9,36 10,36 10,39 9,57
Média
2
8,05 9,28 10,41 10,22 9,40
Com restrição 7,84 9,26 10,34 9,35 9,18
55 Sem restrição 9,15 10,36 10,76 10,08 10,09
Média
3
8,49 9,81 10,55 9,72 9,63
Com restrição 8,99 9,99 10,49 - 9,82
70 Sem restrição 9,40 10,84 11,08 - 10,44
Média
4
9,20 10,42 10,79 - 10,14
Com restrição 7,76 9,11 10,06 9,60 9,15 b
Sem restrição 8,57 9,62 10,43 10,06 9,70 a
Média
5
8,16 9,36 10,25 9,83 9,42
* Até atingir peso de abate estabelecido, sendo: 39 dias para 25; e 16 dias para 40 e 55.
1
Y
25
=6,317(±0,298) + 0,029 (±0,004) X; R²=0,67; P=0,0001
2
Y
40
=7,308 (±0,427) + 0,035 (±0,006) X; R²=0,50; P=0,0001
3
Y
55
=8,294 (±0,491) + 0,020 (±0,007) X; R²=0,23; P=0,0058
4
Y
70
=8,514 (±0,719) + 0,028 (±0,012) X; R²=0,23; P=0,0287
5
Y=7,120 (±0,332) + 0,037 (±0,005) X; R²=0,34; P=0,0001
a, b
Médias seguidas por letras diferentes na coluna, diferem pelo teste Tukey (P<0,05)
42
Observa-se que houve diferença significativa (P<0,05) com relação ao CMS, no
qual os animais CR apresentaram menor consumo (9,15 vs 9,70) em relação àqueles
sem restrição alimentar. Este fato pode estar relacionado à redução do trato
gastrintestinal, com menor tamanho de rúmen-retículo, ocorrida em função do período
de restrição alimentar no campo nativo, limitando fisicamente a ingestão de matéria
seca destes animais. Costa et al. (2002), trabalhando com novilhos Red Angus
superprecoce, abatidos com idade média de 13,5 meses e diferentes pesos, 340, 370,
400, 430 kg, sem restrição alimentar, não observaram diferença significativa no CMS
para os diferentes pesos finais de abates. Já Santos (2005), avaliando o desempenho de
bovinos de diferentes sexos e idades terminados em confinamento, encontrou um
consumo de matéria seca maior (8,67 vs. 6,94) para os animais jovens (20-22 meses)
recriados em campo nativo no primeiro verão, em relação aos super jovens (14-16
meses), confirmando o aumento do CMS com o aumento do conteúdo gastrintestinal.
Na Tabela 7 estão apresentados os valores médios de consumo médio diário de
matéria seca em percentagem do peso vivo durante a fase de terminação, de acordo com
o nível nutricional na fase de recria e nível de concentrado na fase de terminação.
Houve interação entre nível nutricional na fase de recria com períodos de confinamento,
e nível de concentrado na terminação com períodos de confinamento.
Ao expressar o consumo de matéria seca em percentagem de peso vivo, verifica-
se maior (P<0,05) consumo dos animais CR em relação aos animais SR (2,82% vs.
2,51%), indicando desta maneira um efeito do ganho compensatório. Também
observou-se um comportamento linear decrescente, a medida que aumentou o período
de confinamento, tanto para os animais recriados em pastagem nativa quanto para os
animais de pastagem cultivada, conforme as equações Y
CR
= 2,989 – 0,037 X (R
2
=0,17;
P=0,0010) e Y
SR
= 2,566 – 0,002 X (R
2
=0,07; P=0,0397), respectivamente. O mesmo
43
comportamento foi encontrado por Restle et al. (1998) trabalhando com novilhos
Charolês de idade média inicial de 30 meses, encontrando valores de CMSPV, kg/100
kg PV de 2,7; 2,5; 2,4 para os pesos de abate de 421; 461; 495 kg. Entretanto, Costa et
al. (2002), conforme experimento já citado, não encontraram diferença significativa no
CMSPV, analisando os diferentes pesos de abates para os novilhos Red Angus,
encontrando valores de 2,53; 2,41; 2,35; 2,24 kg /100 kg PV para os diferentes pesos de
abate 340, 370, 400, 430 kg, respectivamente.
Tabela 7 – Médias de consumo médio diário de matéria seca em percentagem do peso
vivo (CMSPV) durante a fase de terminação, de acordo com o nível
nutricional na fase de recria e nível de concentrado na fase de terminação
CMSPV, kg
Período, dias
Nível de
concentrado
terminação
Nível
nutricional
recria
0 – 28 29 - 56 57 - 84 85 - final *
CMSPV
total, kg
Com restrição 2,44 2,57 2,59 2,49 2,59
25 Sem restrição 2,13 2,13 2,37 2,25 2,26
Média
2,29 2,35 2,48 2,37 2,41
Com restrição 2,77 2,85 2,82 2,49 2,79
40 Sem restrição 2,49 2,44 2,46 2,34 2,49
Média 2,63 2,64 2,64 2,41 2,63
Com restrição 2,87 2,87 2,86 2,42 2,86
55 Sem restrição 2,65 2,68 2,55 2,29 2,62
Média 2,76 2,77 2,70 2,35 2,73
Com restrição 3,23 3,01 2,77 - 3,04
70 Sem restrição 2,72 2,73 2,51 - 2,68
Média 2,98 2,87 2,64 - 2,85
Com restrição
2,83 2,83 2,76 2,47 2,82 a
Sem restrição 2,50 2,49 2,47 2,29 2,51 b
Média 2,66 2,66 2,62 2,38 2,65
* Até atingir peso de abate estabelecido, sendo: 39 dias para 25; e 16 dias para 40 e 55.
a, b
Médias seguidas por letras diferentes na coluna, diferem pelo teste Tukey (P<0,05)
Na avaliação dos períodos de confinamento, verifica-se no último período de
confinamento uma redução de 10% do CMSPV em relação a médias dos períodos
anteriores (2,38 vs. 2,65). Owens et al., 1995 explicam que o acúmulo de gordura na
carcaça tem efeito depressor sobre o volume do trato digestivo dos animais.
A composição corporal, especialmente a porcentagem de gordura corporal, parece
afetar o consumo (NRC, 1996; Owens et al., 1993). Fox et al. (1988), sugeriram que a
44
ingestão de MS diminuía em 2,7%, para cada aumento de 1 % na gordura corporal,
dentro da variação de 21,3 a 31,5% de gordura no corpo do animal. Este fato pode,
talvez, ser explicado pelas considerações de Sainz (1998), em que a leptina, um
hormônio produzido no tecido adiposo e regulador do ganho e da composição do
organismo, que atua no hipotálamo para inibir consumo, seria produzido em maior
quantidade, quando o animal apresentasse maior conteúdo de gordura corporal, e de
Chilliard et al. (2005), os quais relataram que a leptina é relacionada, a longo prazo,
com o nível de reserva de gordura, e, ou, a curto e médio prazos, com o estatus
nutricional.
Na Tabela 8 estão apresentados os valores médios de consumo médio diário de
matéria seca em gramas por unidade de tamanho metabólico dos animais durante a fase
de terminação, de acordo com o nível nutricional na fase de recria e nível de
concentrado na fase de terminação. Houve interação entre nível de concentrado na
terminação com períodos de confinamento.
A análise das médias para consumo médio diário de matéria seca em gramas por
unidade de tamanho metabólico também mostra o efeito do ganho compensatório. O
consumo dos animais restringidos na fase de recria foi maior (P<0,05) 116,17 vs.
108,72 g/unidade de tamanho metabólico (UTM) respectivamente para animais CR e
SR. Esses resultados concordam com os encontrados por Santos (2005) que observou
maior (P<0,05) consumo em bovinos jovens em relação aos animais superjovens
(117,83 vs. 109,92 g/UTM), fato possivelmente relacionado a recria dos animais jovens
durante o primeiro ano com restrição alimentar, possibilitando a expressão do efeito de
ganho compensatório na fase de terminação em confinamento, no ano seguinte.
45
Tabela 8 – Médias de consumo médio diário de matéria seca em gramas por unidade
de tamanho metabólico (CMSTM) dos animais durante a fase de
terminação, de acordo com o nível nutricional na fase de recria e nível de
concentrado na fase de terminação
CMSTM, g
Período, dias
Nível de
concentrado
terminação
Nível
nutricional
recria
0 - 28 29 - 56 57 - 84 85 – final *
CMSTM
total, g
25 Com restrição 99,08 107,94 111,51 109,74 107,31
Sem restrição 91,21 93,62 106,18 102,69 98,81
Média
95,15 100,78 108,85 106,21 103,06
40 Com restrição 112,62 120,73 123,66 111,51 117,80
Sem restrição 106,96 107,96 111,39 107,39 108,55
Média 109,79 114,35 117,53 109,45 113,18
55 Com restrição 116,55 121,70 124,61 107,22 118,76
Sem restrição 114,07 118,66 115,61 104,74 114,29
Média 115,31 120,18 120,11 105,98 116,52
70 Com restrição 131,91 128,39 122,03 - 127,44
Sem restrição 117,28 121,73 115,10 - 118,04
Média 124,59 125,06 118,56 - 122,74
Com restrição 115,04 119,69 120,45 109,49 117,83 a
Sem restrição 107,38 110,49 112,07 104,94 109,92 b
Média 111,21 115,09 116,26 107,22 113,87
* Até atingir peso de abate estabelecido, sendo: 39 dias para 25; e 16 dias para 40 e 55.
a, b
Médias seguidas por letras diferentes na coluna, diferem pelo teste Tukey (P<0,05)
Na Tabela 9 estão apresentados os valores médios de conversão alimentar dos
animais durante a fase de terminação, de acordo com o nível nutricional na fase de
recria e nível de concentrado na fase de terminação. Houve interação entre nível de
concentrado na terminação com períodos de confinamento.
Os animais que sofreram restrição alimentar na fase de recria foram mais
eficientes (23,3%) na transformação do alimento consumido em ganho de peso (6,68 vs.
8,71) diferindo (P<0,05) significativamente em relação aos animais que não sofreram
restrição, em decorrência da menor deposição de gordura na fase inicial da terminação
em confinamento, priorizando o crescimento do tecido muscular que é um processo de
menor custo energético. A melhoria da eficiência alimentar destes animais é outro fator
indicativo da manifestação do ganho compensatório (NRC, 1996; Benschop 2000).
46
Tabela 9 – Médias de conversão alimentar (CA) dos animais durante a fase de
terminação, de acordo com o nível nutricional na fase de recria e nível de
concentrado na fase de terminação
CA, kg matéria seca consumida/kg ganho de peso
Período, dias
Nível de
concentrado
terminação
Nível
nutricional
recria
0 – 28 29 - 56 57 - 84 85 - final *
CA
total
25 Com restrição 4,78 5,55 9,20 11,16 7,98
Sem restrição 5,67 7,54 9,78 12,14 9,08
Média
1
5,22 6,54 9,49 11,65 8,53
40 Com restrição 4,26 5,50 6,22 9,39 5,98
Sem restrição 5,56 6,47 8,71 22,19 9,36
Média
2
4,91 5,98 7,47 15,79 7,67
55 Com restrição 4,34 5,56 9,29 9,75 6,93
Sem restrição 5,95 6,81 11,66 14,33 9,13
Média
3
5,14 6,18 10,47 12,04 8,03
70 Com restrição 4,64 5,23 7,59 - 5,82
Sem restrição 5,62 5,37 10,82 - 7,27
Média
4
5,13 5,30 9,20 - 6,54
Com restrição 4,50 5,46 8,07 10,10 6,68 b
Sem restrição 5,70 6,55 10,24 16,22 8,71 a
Média
5
5,10 6,00 9,16 13,16 7,69
* Até atingir peso de abate estabelecido, sendo: 39 dias para 25; e 16 dias para 40 e 55.
1
Y
25
=3,084(±0,700) + 0,071 (±0,009) X; R²=0,69; P=0,0001
2
Y
40
=-0,136 (±3,451) + 0,129 (±0,048) X; R²=0,20; P=0,0109
3
Y
55
=1,656 (±1,208) + 0,102 (±0,017) X; R²=0,55; P=0,0001
4
Y
70
=2,525 (±0,945) + 0,070 (±0,016) X; R²=0,51; P=0,0003
5
Y=2,716 (±0,452) + 0,072 (±0,007) X; R²=0,50; P=0,0035
a, b
Médias seguidas por letras diferentes na coluna, diferem pelo teste Tukey (P<0,05)
Embora os animais CR apresentem menores (11,1%) peso de abate (398,9 vs.
448,7) com relação aos animais SR, o resultado da melhor eficiência dos animais em
ganho compensatório (23,3%) pode ser diretamente aplicado na terminação de bovinos
de corte em confinamento, promovendo benefícios diretos como menor período de
alimentação e custo de alimentação; e aumento do número de animais terminados com
maio giro de capital, intensificando o sistema produtivo.
47
Conclusões
Novilhos Aberdeen Angus submetidos ao regime de restrição alimentar na fase
de recria apresentam melhor desempenho na fase de terminação em confinamento
através do:
Maior ganho médio diário;
Menor consumo de matéria seca expressos em percentual do peso vivo e por
unidade de tamanho metabólico; e
Maior eficiência na conversão da matéria seca consumida em ganho de peso;
sendo estes, reflexos diretos da manifestação do ganho compensatório
48
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VAZ, F.N.; RESTLE, J.; VAZ, R.Z. et al. Ganho de peso antes e após os sete meses no
desenvolvimento e características quantitativas da carcaça novilhos Charolês
abatidos aos dois anos. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.32, n.3, p.699-
708, 2003.
CAPÍTULO 3
1
1
Conforme as normas de publicação da Revista Brasileira de Zootecnia
52
Composição Corporal e Exigências Líquidas de Energia e Proteína de Novilhos
Aberdeen Angus, Submetidos ou não ao Ganho Compensatório
RESUMO O objetivo deste trabalho foi verificar o efeito da restrição alimentar
sobre a composição corporal e as exigências de energia e proteína de 40 novilhos
castrados Aberdeen Angus com peso vivo médio inicial de 237,6 kg e 16 meses de
idade. Durante a fase de recria, os animais foram submetidos a dois níveis nutricionais:
com restrição alimentar - CR (ganho de peso médio diário (GMD) = 104 g) ou sem
restrição alimentar - SR (GMD=733 g). Após um período de 114 dias foram abatidos
quatro animais de cada grupo para serem utilizados como referência para as estimativas
do peso do corpo vazio (PCVZ) e de sua composição corporal. Os 32 animais
remanescentes foram distribuídos em oito tratamentos, com quatro diferentes níveis de
concentrado nas dietas (25; 40; 55 e 70%) e dois níveis nutricionais na fase de recria. O
volumoso utilizado foi a silagem de milho e o concentrado fornecido feito a base de
milho, farelo de trigo, farelo de soja e minerais. Após o abate, todas as partes do corpo
do animal foram pesadas e amostradas. A secagem das amostras foi feita em estufa a
105°C, pré-desengorduradas com éter de petróleo e moídas para determinação do
extrato etéreo e nitrogênio total. Os conteúdos de proteína e gordura corporal foram
determinados em função das concentrações destes em cada fração do corpo do animal.
O conteúdo de energia corporal foi determinado pela equação CE = 5,6405 * proteína
corporal + 9,3929 * gordura corporal. Foram ajustadas equações de regressão do
logaritmo do conteúdo de proteína, gordura e energia, em função do logaritmo do PCVZ
dos animais. Derivando as equações de predição do conteúdo corporal de proteína,
gordura e energia em função do logaritmo do PCVZ, foram obtidas as exigências
líquidas de proteína e energia, para ganho de 1 kg de PCVZ. O aumento do peso vivo
dos animais, proporcionou incremento dos conteúdos de proteína, gordura e energia. As
concentrações de gordura e energia por unidade de peso de corpo vazio aumentaram e o
conteúdo corporal de proteína, diminuiu com a elevação do peso dos animais,
independente do nível nutricional a qual os animais foram submetidos na fase de
crescimento.
Palavras-chave: Bos taurus, conteúdo corporal, exigência nutricional, ganho restrição
alimentar
53
Body Content and Net Energy and Protein Requirements of Aberdeen Angus
Steers, Submitted or not Compensatory Gain
ABSTRACT The effect of nutritional stress on the body composition and
energy and protein requirements of 40 Aberdeen Angus steers with 237,6 kg initial live
weight (LW) and 16 moths old was studied. During growth phase, the animals were
submitted to two nutritional levels: with feed restriction – WR (with average daily
weight gain (ADG) = 104 g) or without feed restriction – NR (ADG = 733 g). After
period of 114 days four animals of each group (WR and NR) were slaughtered as
reference for the empty body weight (EBW) estimates and the initial body composition
of the other animals. The remaining animals were allotted to eight treatments, with four
different levels of concentrate in the diet (25; 40; 55 and 70% dry matter basis), and two
nutritional levels during growth. The roughage used was corn silage (hybrid AG 5011)
and the concentrates were based on soybean meal, corn grain, wheat bran and minerals.
After slaughter, all animal body parts were weighted and sampled. The samples were
dried in stove at 105°C, pre-defatted with ether, grinded and ether extract and total
nitrogen concentrations were determined. The body protein and fat contents were a
function of their concentrations in the several parts of the body. The body energy
content (EC) was determined by the equation: EC == 5,6405 * body protein + 9,3929 *
body fat. By deriving the prediction equations of body content of protein, fat and
energy, as a function of the logarithm of EBW, the net requirements of protein and
energy, for gains of 1 kg EBW, were determined. The fat and protein contents in the
gain increased, while the protein content decreased, as animal live weight (LW)
increased. The increase of LW of animals, provided increase of protein, fat and energy
content. The concentrates of fat and energy for EBW increased and protein body content
decreased as LW increased, independent of nutritional level which the animals were
kept on growth phase.
Key Words: body content, Bos taurus, nutritional requirements, nutritional restriction.
54
Introdução
A importância do conhecimento da composição corporal do animal possibilita
determinar suas exigências nutricionais e, também avaliar dietas alimentares para
obtenção de carcaças com maior proporção de músculos e quantidades adequadas de
gordura. Além disso, a composição corporal varia de acordo com o crescimento e o
ganho de peso dos animais.
O conceito geral de exigência nutricional está diretamente associado à quantidade
necessária de cada nutriente para que o animal suporte a atividade metabólica normal.
Podendo haver diferenças em função da espécie animal, raça, condição fisiológica e
condição corporal do animal. Segundo Noller (1997), nas condições de campo as
exigências dos animais também estão sujeitas às variações em função do ambiente,
manejo e estresse nutricional.
Nas condições brasileiras, os ruminantes são explorados predominantemente em
sistemas extensivos, não-tecnificados que experimentam períodos de alternância entre
abundância e escassez de alimentos em função da estacionalidade das plantas
forrageiras. Pesquisas têm demonstrado que durante o período de realimentação as taxas
de crescimento dos animais submetidos à restrição alimentar, tornam-se mais elevadas
em relação aos animais sem restrição durante o mesmo período. Para Almeida et al.
(2001), esse fenômeno conhecido como “ganho compensatório”, possui grande
importância econômica no sistema de produção, pois permite o planejamento anual de
alimentação da propriedade, visando maximizar o uso das pastagens, economizando e
armazenando alimentos para serem utilizados nos períodos em que a disponibilidade
dos mesmos for escassa.
55
Animais que possuam maior quantidade de depósito de tecido adiposo, com
lipídeos rapidamente disponíveis, podem manter-se melhor e durante mais tempo em
condições de restrição alimentar em relação a animais com pouca reserva energética.
Conseqüentemente, o crescimento compensatório irá depender da extensão do emprego
das reservas adiposas e da mobilização de outros tecidos como o tecido muscular, e
também do comprometimento fisiológico no qual o animal foi submetido (Lawrence &
Fowler, 1997).
Conforme Grant & Helferich (1991), crescimento consiste no aumento em
tamanho e nas mudanças na capacidade funcional dos diferentes tecidos e órgãos do
animal, que ocorrem da concepção até a maturidade. Garret (1980), Owens et al. (1993)
e Di Marco (1994), relataram que o processo de crescimento é resultado líquido de
síntese e degradação e, portanto, mais que um simples acréscimo dos componentes
físicos (tecido adiposo, musculoso e ósseo) ou químicos (água, proteína, cinzas e
lipídeos).
Existe paralelismo entre os modelos de crescimento dos componentes químicos do
corpo durante o processo fisiológico do crescimento do animal com a sua composição
física, e ambos são influenciados por diversos fatores como idade, peso, raça, classe
sexual e nível nutricional dos animais. Estas variações conduzem a diferenças nas
exigências nutricionais dos animais.
Animais jovens possuem maiores proporções de proteína e água no corpo. À
medida que o peso corporal se eleva, a concentração de gordura aumenta em detrimento
às de proteína e água (Berg & Butterfield, 1976). Da mesma forma, a deposição do
tecido ósseo, muscular e adiposo na carcaça ocorre a diferentes taxas de crescimento, de
acordo com a idade e o peso do animal, sendo estes tecidos considerados de
desenvolvimento precoce, intermediário e tardio, respectivamente.
56
A porcentagem de músculos permanece constante, quando o animal alcança
aproximadamente, metade do seu peso ideal de abate. No início desse período, a
proporção de ossos começa a declinar e ocorre concomitante aumento do tecido
adiposo. Com o aumento do peso vivo, a porcentagem de tecido adiposo aumenta mais
rapidamente, enquanto a de músculo declina (Di Marco, 1998). Portanto, a taxa de
deposição de gordura aumenta a partir do ponto em que grande parte do crescimento
muscular é concluída. Grant & Helferich (1991), relataram que a desaceleração do
crescimento muscular reflete o menor ganho em proteína por ganho de peso de corpo
vazio, à medida que o peso corporal se eleva.
Desta forma, o modo como à composição corporal é influenciada pelas diferentes
taxas de maturação dos diferentes tecidos e demais interações entre fatores como:
genótipo, sexo, ambiente e nível nutricional determinarão a taxa de crescimento, o
tamanho e a composição corporal final deste animal.
A densidade energética da ração pode direcionar o uso da energia para síntese de
proteína ou gordura, modificando a composição do crescimento (Byers & Rompala,
1980; Rohr & Daenicke, 1984; Robelin & Geay 1984; Jones et al., 1985; Owens et al.,
1993; Owens et al., 1995; Ferrell & Jenkins, 1998 a, b).
Robelin & Geay (1984), relataram que o aumento no consumo de energia
geralmente leva a incremento na deposição de gordura no corpo do animal e
concomitante decréscimo na deposição de proteína.
Na medida em que a ingestão de energia aumenta acima da mantença, a taxa de
síntese de proteína passa a ser o primeiro limitante (Garrett, 1980) e o excesso de
energia é depositado como gordura (Garrett, 1980; Robelin & Geay, 1984), sendo
utilizado para acabamento (Ensminger et al., 1990). Contudo, a extensão na qual a
57
composição do corpo é modificada pelo nível nutricional, também é influenciada pela
taxa de ganho de peso vazio e pela maturidade do animal.
O crescimento compensatório, segundo Cartens et al. (1991), envolve alterações
na eficiência de utilização da energia metabolizável acima da mantença e para
mantença, alterações estas que se estabilizam após três a quatro semanas de
realimentação. Portanto, menores exigências de energia para mantença e crescimento,
além de mudanças no trato gastrintestinal, contribuem com boa parte das respostas de
ganho compensatório.
As exigências de energia para mantença variam com o sexo, raça, idade,
composição corporal, nível nutricional do animal e nível de produção do animal (Silva
& Leão, 1979; NRC, 1996). Variações nas exigências de mantença podem também ser
explicadas em parte, por variações nas proporções de vários tecidos ou órgãos do corpo.
Pesquisas demonstram que a proteína do corpo, especialmente em órgãos viscerais, é
metabolicamente muito mais ativa que o tecido adiposo e pode responder por diferenças
nas exigências de mantença por unidade de tamanho metabólico, entre diferentes tipos
biológicos e estádios de desenvolvimento.
Nos bovinos em crescimento, as exigências de energia de mantença podem
corresponder a mais de 40% das exigências da energia metabolizável (NRC, 1996). As
exigências de energia para mantença envolvem os gastos com a manutenção da
homeotermia, pressão sangüínea, do tônus muscular, atividade cardíaca, transmissão de
impulsos nervosos, transporte de íons através da membrana, ingestão de alimentos,
locomoção, etc.
O sistema de Energia Liquida da Califórnia, proposto por Lofgreen & Garrett
(1968), separou as exigências energéticas totais do bovino em crescimento e terminação
em exigências de energia líquida para mantença (ELm) e exigências de energia líquida
58
para ganho de peso (ELg). Portanto, o conhecimento das exigências de mantença é
fundamental para a determinação das necessidades energéticas totais dos animais. Além
disso, segundo Ferrell & Jenkins (1985), aproximadamente 65 a 70% da energia
metabolizável (EM) necessária para produção de carne, são utilizados para atender as
exigências de mantença os quais, contudo, são variáveis e dependentes de peso, idade,
classe sexual, nível de produção, raça, espécie, atividades, nível nutricional, nutrição
prévia, estresse, condições ambientais etc.
O valor de 77 Kcal/kg
0,75
/dia, para o cálculo das exigências de ELm de machos
castrados e novilhas foi obtido por Lofgreen & Garrett (1968), e é adotado pelo NRC
(1996). Para machos não castrados, este sistema recomenda acréscimo de 15% nas
necessidades líquidas para mantença.
O ARC (1980), a partir de estudos calorimétricos, estimou as exigências diárias de
ELm em 0,53 MJ/kg
0,67
, para machos castrados e novilhas, e recomenda acréscimo
diferenciado de 15% para machos não-castrados, o que também é adotado pelo
Agricultural and Food Research Council - AFRC (1993).
O genótipo exerce grande influência sobre a taxa de crescimento e a composição
corporal dos animais. As diferenças observadas entre grupos genéticos podem ser
explicadas pelos elevados custos de mantença de tipos de bovinos que têm altas taxas de
crescimento, maior tamanho à maturidade e, ou, potencial para elevada produção de
leite (Ferrel & Jenkins, 1998b). Também há evidências de que a proporção
volumoso:concentrado na dieta, o local de deposição de gordura e o tamanho e as taxas
metabólicas dos órgãos e tecidos influenciam as exigências para mantença dos animais.
Os órgãos viscerais apresentam elevadas taxas metabólicas; o trato gastrintestinal
e o fígado, principalmente, respondem a alterações na ingestão de alimentos (Ferrell &
Jenkins, 1998b) e, juntamente com o aumento no tamanho dos órgãos internos (Fox et
59
al., 1992), que parcialmente são responsáveis pelas diferenças das exigências de animais
com ganho compensatório. Catton & Dhuyvetter (1997), relataram que os tecidos
viscerais, embora em menor proporção no corpo dos animais, são de considerável
importância para as necessidades energéticas de mantença, pois consomem cerca de
50% do total desta energia.
As exigências de mantença são maiores para animais cujas dietas têm maior
quantidade de volumoso (ARC, 1980). Isto se deve ao fato de que a energia necessária
para os processos digestivos é maior para dietas à base de volumoso. Maior produção de
calor ocorre devido à maior atividade física e glandular do trato gastrintestinal para
digestão e absorção de nutrientes, além do aumento do peso dos tecidos do trato
digestivo.
As exigências líquidas de energia para crescimento (ELg) consistem na
quantidade de energia depositada nos tecidos, que é função das proporções de gordura e
proteína no ganho do corpo vazio (NRC, 1996). Estas proporções variam com o
aumento no peso vivo e o estádio de maturidade dos animais, com conseqüente
variação, nos valores energéticos dos tecidos e nas exigências nutricionais dos animais.
Geay (1984), afirmou que o decréscimo no teor de proteína no ganho de peso
reduz as exigências protéicas, com o aumento do PV do animal e, a um mesmo PV, com
o aumento na taxa de ganho. Por outro lado, há aumento na concentração de gordura no
ganho de peso, com a elevação do peso do corpo vazio (ARC, 1980) e conseqüente
aumento nas exigências energéticas (Geay, 1984).
No Brasil, as rações para ruminantes na sua grande maioria, são balanceadas a
partir de tabelas elaboradas em países com ambiente, alimentos e animais diferentes dos
encontrados nas condições brasileiras. Portanto, os objetivos do presente trabalho foram
determinar a composição corporal e as exigências de energia e proteína para ganho de
60
animais Aberdeen Angus castrados, recriados com ou sem restrição alimentar e
terminados em confinamento com dietas contendo diferentes níveis de concentrado.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido no Setor de Bovinocultura de Corte do
Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria, no município de
Santa Maria – RS. O detalhamento do experimento está descrito nas páginas 32 a 35.
As determinações dos teores de MS, MO, EE, FDN e nitrogênio total nos
alimentos e nas fezes foram realizadas conforme técnicas descritas por Silva (1990),
sendo que a proteína bruta (PB) foi obtida pelo produto entre o teor de nitrogênio total e
o fator 6,25. Os carboidratos não-fibrosos (CNF) foram obtidos pela relação 100 - (%PB
+ %EE + %MM + FDN), conforme recomendações de Sniffen et al. (1992).
Quando os animais do grupo proveniente da recria sem restrição alimentar (SR)
atingiram peso próximo a 450 kg, procedeu-se o abate destes e do grupo proveniente da
recria com restrição alimentar (CR), correspondente ao mesmo nível de concentrado. O
período médio de alimentação em confinamento foi de 123, 100, 100 e 84 dias para os
animais alimentados com dieta contendo os níveis de concentrado 25, 40, 55 e 70%,
respectivamente.
Ao atingirem o peso de abate pretendido, os animais foram submetidos a jejum de
sólidos e líquidos de 14 horas anteriores à pesagem final de abate. Em seguida, foram
transportados a um frigorífico comercial distante 25 km do local do experimento, sendo
os animais abatidos seguindo o fluxo normal da empresa.
61
Os abates foram feitos por concussão cerebral e secção da veia jugular. Após o
abate, o trato gastrintestinal foi esvaziado, pesado, e o peso foi somado aos órgãos e as
demais partes do corpo (carcaça, cabeça, couro, cauda, pés e sangue) para determinação
do peso de corpo vazio (PCVZ). A relação obtida entre o PCVZ e o peso vivo (PV) dos
animais referência (oito animais, sendo quatro CR e quatro SR) foi utilizada para
estimativa do PCVZ inicial dos animais que permaneceram no experimento.
De cada animal, foram pesadas e coletadas amostras dos seguintes componentes:
sangue, couro, rúmen, retículo, omaso, abomaso, intestino delgado e grosso, gordura
interna, baço, coração, fígado, pulmões-traquéia, língua e tecidos de toalete. Também
foram pesadas, dissecadas e retiradas amostras da cabeça, cauda, orelhas e um par de
patas dianteiro e traseiro. As amostras foram armazenadas em freezer para análises
posteriores.
A carcaça de cada animal foi dividida em duas meias-carcaças, as quais foram
pesadas e, em seguida, resfriadas em câmara fria a 1ºC durante 18 horas. Decorrido este
tempo, as meias-carcaças foram retiradas da câmara fria, quando foi coletada e pesada
uma amostra da meia-carcaça esquerda, correspondente à seção entre a 10-11-12ª
costela (seção HH), para posteriores dessecação e predição das proporções de músculos,
ossos e tecido adiposo na carcaça, segundo equações preconizadas por Hankins & Howe
(1946) e adaptadas por Muller et al., (1973).
Proporção de músculo: Y = 16,08 + 0,80 X;
Proporção de tecido adiposo: Y = 3,54 + 0,80 X; e
Proporção de ossos: Y = 5,52 + 0,57 X.
em que: X = porcentagem dos componentes na seção HH.
As amostras de sangue foram acondicionadas em recipiente de vidro e levadas à
estufa de ventilação forçada, a 105ºC durante 72 a 96 horas para determinação do teor
62
de matéria seca total, sendo a seguir, moídas em moinho de bola e acondicionadas em
recipientes apropriados para posteriores análises de nitrogênio total e extrato etéreo,
conforme Silva (1990). O teor de proteína foi obtido pelo produto entre o teor de
nitrogênio total e o fator 6,25.
As amostras de rúmen, retículo, omaso, abomaso, foram agrupadas de forma
proporcional constituindo amostra composta de estômago, assim como intestino delgado
e intestino grosso constituíram amostra composta de intestino. A gordura de estômago,
gordura de intestino, gordura de órgãos, gordura de toalete constituíram amostra
composta de gordura interna, enquanto as de fígado, coração, rins, pulmões-traquéia,
baço, agrupadas também de forma proporcional, compuseram amostra de órgãos.
Exceto as amostras de sangue, as amostras compostas de órgãos (200 g),
estômago (200 g), intestino (200 g), músculo (200 g), gordura (200 g) e gordura interna
(200 g), depois de moídas, e as de couro (100 g), ossos (100 g) e apêndices (100 g),
após seccionadas, foram acondicionadas em vidros com capacidade de 1000 mL e
levadas à estufa a 105ºC, por um período entre 72 e 96 horas para determinação da
matéria seca gordurosa (MSG).
Posteriormente, procedeu-se ao pré-desengorduramento das referidas amostras
com lavagens sucessivas com éter de petróleo, obtendo-se a matéria seca pré-
desengordurada (MSPD). Em seguida, as amostras foram moídas em moinho bola para
posteriores determinações de nitrogênio total e extrato etéreo, conforme Silva, (1990). A
gordura removida no pré-desengorduramento foi calculada como a diferença entre MSG
e a MSPD e adicionada aos resultados obtidos para o extrato etéreo na MSPD e do peso
da amostra submetida ao pré-desengorduramento, determinando-se os respectivos teores
na matéria natural.
63
Os conteúdos corporais de gordura, proteína e água foram determinados em
função das concentrações percentuais destes nos órgãos, sangue, estômago, intestino,
gordura interna, couro, apêndices e nos constituintes separados (gordura, músculos e
ossos) da seção HH; estes últimos representaram a composição física da carcaça.
A determinação da energia foi obtida a partir dos teores corporais de proteína e
gordura e seus respectivos equivalentes calóricos, conforme a equação preconizada pelo
Agricultural Research Council – ARC, (1980):
EB = 5,6405 X + 9,3929 Y;
em que: EB = conteúdo energético (Mcal); X = proteína corporal (kg); Y =
gordura corporal (kg).
Os conteúdos de gordura, proteína e energia, retidos no corpo dos animais de cada
tratamento e para todos os tratamentos em conjunto, foram estimados por meio de
equações de regressão do logaritmo do conteúdo corporal de proteína, gordura ou
energia em função do logaritmo do PCVZ, segundo o ARC (1980), conforme o seguinte
modelo:
Y = a + bX + e ;
em que: Y = logaritmo do conteúdo total de proteína (kg), gordura (kg) ou
energia (Mcal) retido no corpo vazio; a = constante; b = coeficiente de regressão do
logaritmo do conteúdo de gordura, proteína ou energia, em função do logaritmo do
PCVZ; X = logaritmo do PCVZ; e = erro aleatório.
Pela derivação das equações de predição do conteúdo corporal de gordura,
proteína ou energia, em função do logaritmo do PCVZ, foram obtidas as equações de
predição dos conteúdos de gordura, proteína ou energia por kg de ganho de PCVZ. As
exigências líquidas de proteína e energia para ganho de 1 kg de PCVZ corresponderam
64
aos respectivos conteúdos no ganho de corpo vazio e foram obtidas, juntamente com o
conteúdo de gordura no ganho de corpo vazio, a partir de equação do tipo:
Y’ = b. 10
a
.X
b-1
em que: Y’ = conteúdo de gordura no ganho, ou exigência líquida de proteína ou
energia; a e b = intercepto e coeficiente de regressão, respectivamente, das equações de
predição dos conteúdos corporais de gordura, proteína ou energia; e X = PCVZ (kg).
Para a conversão do PV em PCVZ, dentro do intervalo de pesos incluído no
trabalho, utilizou-se a equação obtida pela regressão do PCVZ dos 40 animais mantidos
no experimento, em função do PV dos mesmos.
Os resultados foram interpretados estatisticamente por meio de análise de
variância e regressão, utilizando-se o Statistical Analysis Systems, (SAS, 2001).
Resultados e Discussão
A análise de variância dos parâmetros dos conteúdos corporais de proteína,
gordura e energia indicou não haver interação entre nível nutricional na fase de recria e
nível de concentrado na terminação dos animais para estas características, permitindo a
avaliação isolada do efeito do ganho compensatório (nível nutricional na recria) sob a
composição corporal e exigências de energia e proteína destes animais.
A distribuição do conteúdo de proteína, gordura e energia em função do PCVZ
para os animais com restrição alimentar (CR) e sem restrição alimentar (SR) são
ilustrados nas figuras 1, 2 e 3.
65
1,55
1,6
1,65
1,7
1,75
1,8
1,85
1,9
2,
25 2,3 2,35 2,4 2,45 2,5 2,55 2,6 2,65
r
2
= 0,9433
CR – Com Restrição
SR – Sem Restrição
PCVZ – dados logaritimizados
Proteína – dados lo
y = 0,6957x + 0,0063
g
aritimizados
Figura 1 - Distribuição do conteúdo de proteína em função do PCVZ (dados corrigidos)
0
0,5
1
1,5
2
2,5
2,25 2,3 2,35 2,4 2,45 2,5 2,55 2,6 2,65
y = 2,764x - 5,2114
r
2
= 0,9494
CR – Com Restrição
SR – Sem Restrição
PCVZ – dados logaritimizados
Go
r
du
r
a – dados lo
g
aritimizados
Figura 2 - Distribuição do conteúdo de gordura em função do PCVZ (dados corrigidos)
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
2,25 2,3 2,35 2,4 2,45 2,5 2,55 2,6 2,65
y = 1,7945x - 1,5771
r
2
= 0,9777
CR – Com Restrição
SR – Sem Restrição
PCVZ – dados logaritimizados
CEdados lo
g
aritimizados
Figura 3 - Distribuição do conteúdo de energia em função do PCVZ (dados corrigidos)
66
Na Tabela 10 são apresentados os parâmetros das equações de regressão do
logaritmo do conteúdo de proteína (kg), gordura (kg) e energia (Mcal) no corpo vazio,
em função do logaritmo do PCVZ, obtidos para o conjunto de animais dos tratamentos
com restrição alimentar (CR), sem restrição alimentar (SR) e também a equação geral.
Tabela 10 – Parâmetros das equações de regressão do logaritmo da quantidade de
proteína (kg), gordura (kg) e energia (Mcal) em função do logaritmo do
peso do corpo vazio para novilhos Aberdeen Angus de acordo com o nível
nutricional na fase de recria.
Nível nutricional
na fase de recria
Nutriente Intercepto (a) Coeficiente (b) r ² P <
Proteína -0,07583 0,72702 0,9623 0,0001
Com restrição Gordura -5,39151 2,84205 0,9490 0,0001
Energia -1,55156 1,78600 0,9831 0,0001
Proteína 0,31120 0,57807 0,9053 0,0001
Sem restrição Gordura -5,28715 2,78777 0,9481 0,0001
Energia -1,76920 1,86791 0,9648 0,0001
Proteína 0,00628 0,69572 0,9433 0,0001
Geral Gordura -5,21136 2,76395 0,9494 0,0001
Energia -1,57706 1,79449 0,9777 0,0001
O teste de identidade apresentou diferença entre os modelos, aplicado às equações
de regressão do logaritmo do conteúdo corporal de proteína, gordura e energia em
função do logaritmo do PCVZ, para cada conjunto de animais com restrição alimentar
(CR) e sem restrição alimentar (SR).
Através dos resultados apresentados nas equações de cada tratamento observam-se
aumentos nos conteúdos corporais de proteína, gordura, energia, das concentrações de
gordura (g/kg de PCVZ) e de energia (Mcal/kg de PCVZ) e menor concentração de
proteína (g/kg de PCVZ) com o aumento do PV dos animais. Estes resultados estão de
acordo com vários relatos na literatura brasileira (Pires et al., 1993; Fontes, 1995;
Paulino et al., 1999; Véras et al., 2001 e Almeida et al., 2001).
É possível também verificar o efeito do ganho compensatório na deposição dos
nutrientes como a proteína (25,8%) e gordura (2,0%) através da superioridade dos
coeficientes b para os animais que sofreram restrição alimentar.
67
A partir dessas equações possibilitaram predizer os conteúdos corporais totais de
proteína (kg), gordura (kg) as proporções de proteína e gordura (g/kg PCVZ) e o
conteúdo de energia por unidade de peso de PCVZ (Mcal/kg PCVZ), assim como a
relação entre os conteúdos de gordura e proteína, para animais com peso de 238 a 449
kg apresentados na Tabela 11.
Tabela 11 – Estimativas dos conteúdos corporais totais de proteína, gordura, conteúdos
de proteína, gordura e energia por kg de peso corporal vazio (PCV), e
relação entre conteúdos de gordura e proteína para novilhos Aberdeen
Angus de acordo com o nível nutricional na fase de recria
Nível
nutricion
al na
recria
PV
(kg)
PCV
(kg)
Proteína
(kg)
Gordura
(kg)
Proteína
(g/kg
PCVZ)
Gordura
(g/kg
PCVZ)
Energia
(Mcal/kg
PCVZ)
Gordura/
Proteína
250 217 41,94 17,70 193,41 81,62 1,93 0,42
300 260 47,89 29,72 184,02 114,20 2,22 0,62
350 304 53,56 46,06 176,44 151,70 2,51 0,86
400 347 59,02 67,31 170,12 194,01 2,79 1,14
Com
restrição
450 390 64,30 94,08 164,74 241,02 3,06 1,46
250 217 45,91 16,86 211,49 77,66 1,81 0,37
300 261 51,02 28,03 195,83 107,59 2,13 0,55
350 304 55,77 43,08 183,50 141,73 2,43 0,77
400 348 60,25 62,50 173,45 179,94 2,73 1,04
Sem
restrição
450 391 64,49 86,80 165,04 222,12 3,02 1,35
Os conteúdos totais de proteína aumentaram de 41,94 e 45,91 para 64,30 e 64,49
kg, com o aumento do PCVZ de 217 para 391 kg em animais com restrição (CR)
alimentar durante a recria e sem restrição (SR), respectivamente. Por outro lado, a
concentração de proteína em g/kg de PCVZ reduziu de 193,41 para 164,74 g/kg PCVZ
nos animais CR e 211,49 para 165,04 g/kg PCVZ nos animais SR, neste intervalo de
peso, o que está de acordo com os resultados do NRC(1996), para animais de mesmo
tipo racial. O conteúdo de proteína por unidade de PCVZ reduziu com o aumento do
PCVZ. Grant & Helferich (1991) explicam que isto ocorre em função da desaceleração
do crescimento muscular e ao desenvolvimento mais rápido do tecido adiposo, com a
elevação do peso do animal.
68
Os conteúdos de gordura e energia aumentaram com o incremento do peso do
corpo vazio, em kg, em g/kg de PCVZ e no GPCVZ. Estas observações indicam que o
conteúdo total de proteína e gordura aumenta e que ocorre redução da concentração de
proteína e incremento na concentração de gordura do GPCVZ, com o aumento do
PCVZ.
Por derivação das equações de predição do conteúdo corporal de proteína,
gordura, e energia, foram estimadas as exigências líquidas diárias de proteína (kg) e
energia (Mcal) por quilograma de ganho de peso de corpo vazio (GPCVZ), para
novilhos castrados Aberdeen Angus de 238 a 449 kg de PV apresentados na Tabela 12.
Tabela 12 – Exigências líquidas diárias de proteína e energia por kg de ganho de peso
corporal vazio (GPCV) e por kg de ganho de peso vivo (GPV) para novilhos
Aberdeen Angus de acordo com o nível nutricional na fase de recria
Nível
nutricional na
recria
PV
(kg)
PCV
(kg)
Proteína
(g/kg
GPCVZ)
Energia
(Mcal/kg
GPCVZ)
Proteína
(g/kg
GPV)
Energia
(Mcal/kg
GPV)
250 217 140,60 3,44 121,96 2,98
300 260 133,78 3,97 116,04 3,74
350 304 128,26 4,48 111,25 3,89
400 347 123,67 4,98 107,27 4,32
Com restrição
450 390 119,76 5,46 103,88 4,74
250 217 122,26 3,39 106,17 2,94
300 261 113,20 3,97 98,30 3,45
350 304 106,08 4,54 92,12 3,94
400 348 100,26 5,10 87,07 4,43
Sem restrição
450 391 95,40 5,65 82,85 4,91
Observa-se que as exigências de energia (Tabela 12) e os conteúdos de gordura
(Tabela 11) no ganho de PCVZ aumentaram com a elevação do PV. Estes resultados
corroboram a citação de Berg & Butterfield (1976) de que, à medida que o peso
corporal se eleva, a concentração de gordura no corpo aumenta, com concomitante
aumento nas exigências energéticas, uma vez que o valor energético do ganho também
aumenta, juntamente com o aumento do peso dos animais.
69
Segundo Wilson & Osbourn (1960), e Cartens et al. (1991), o ganho
compensatório causa redução das exigências líquidas de mantença e aumento na
utilização da energia metabolizável usada acima da mantença, resultando na maior
disponibilidade de energia líquida para ganho. As diferenças na exigência de energia
líquida para mantença podem ser explicadas pelas diferenças no tamanho dos órgãos
internos. Rompala et al. (1985), relataram que o crescimento compensatório está
associado à maior deposição de proteína (25 a 40%) no início da recuperação e à menor
deposição de gordura, devido à relativa perda anterior de gordura e proteína.
Para determinação das exigências nutricionais em função do peso vivo, efetuou-se
a conversão do PCVZ em PV através das equações lineares de regressão do peso vivo
em função do peso corporal vazio dos animais do presente estudo, apresentados na
Tabela 13.
Tabela 13 – Equações de predição dos pesos (kg) de corpo vazio (PCVZ) em função do
peso vivo (PV) de novilhos Aberdeen Angus de acordo com o nível
nutricional na fase de recria
Nível nutricional na fase
de recria
Equações de predição r ² P=F
Com restrição PCVZ = 11,90413 + 0,83422 PV 0,9712 0,0001
Sem restrição PCVZ = 17,26859 + 0,82887 PV 0,9669 0,0001
A partir da regressão do peso corporal vazio (PCV) em função do peso vivo de 40
animais, com os pesos entre 238 a 449 kg, obteve-se a equação para predição de PCVZ.
Foram verificadas diferenças significativas (P<0,01) entre os níveis nutricionais na fase
de recria dos animais, sendo adotado equações distintas para cada grupo.
Os resultados obtidos através da equação para obtenção do PCVZ a partir do PV
encontraram o fator de 0,8674 e 0,8684 para conversão de PV para PCVZ dos animais
CR e SR, respectivamente. Estes resultados estão próximos aos obtidos pelo NRC
(1996), que utiliza o fator de 0,891 para conversão de PV para PCVZ. Desta maneira
um bovino com PV de 400 kg apresenta PCVZ de 356,4 que está próximo ao observado
70
no presente estudo estimado em 346,96 e 347,36 respectivamente, para os animais com
restrição alimentar e sem restrição alimentar.
Segundo Van Soest (1994), a discrepância entre o PCVZ e o PV está relacionada à
capacidade do trato gastrintestinal dos animais e pode variar em função do grupo
genético, da composição da ração, do período de jejum ao qual os animais foram
submetidos e também do efeito de ganho compensatório.
O efeito linear altamente significativo (P<0,01) e os elevados valores do
coeficiente de determinação mostram bom ajustamento das equações para predição de
PCVZ aos dados experimentais do presente estudo.
71
Conclusões
O aumento do peso vivo dos animais, proporcionou incremento dos conteúdos de
proteína, gordura e energia. As concentrações de gordura e energia por unidade de peso
de corpo vazio aumentaram independente do regime alimentar na fase de recria dos
animais.
O conteúdo corporal de proteína expresso em g/kg de PCVZ, reduziu com a
elevação do peso dos animais, independente do nível nutricional a qual os animais
foram submetidos na fase de crescimento.
As exigências líquidas diárias de proteína para ganho de peso em novilhos
Aberdeen Angus foram maiores nos animais que apresentaram ganho compensatório em
relação aos animais com crescimento normal, estando de acordo com os resultados
obtidos pelo NRC (1996).
72
Literatura Citada
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CAPÍTULO 4
1
1
Conforme as normas de publicação da Revista Brasileira de Zootecnia
76
Nível Nutricional na Recria em Pastagem e na Terminação em Confinamento
sobre Características Quantitativas da Carcaça de Novilhos Aberdeen Angus
RESUMO O objetivo deste trabalho foi avaliar as características quantitativas
da carcaça de 32 novilhos Aberdeen Angus, castrados, abatidos aos dois anos,
submetidos aos seguintes tratamentos durante a fase de recria (114 dias): com restrição
alimentar (mantidos em pastagem nativa, ganho de peso médio diário (GMD) = 104 g)
ou sem restrição alimentar (mantidos em pastagem de capim-arroz e capim-elefante,
GMD=733 g). Durante a fase de terminação em confinamento, cada grupo de animais
da fase de recria foi submetido à dieta contendo 25, 40, 55 ou 70% de concentrado, base
na matéria seca. Os animais foram abatidos quando o grupo proveniente da pastagem
cultivada atingiu 450 kg. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado,
com quatro repetições, em arranjo fatorial 2 x 4 (dois níveis nutricionais na fase de
recria x quatro níveis de concentrado na fase de terminação). Animais que sofreram
restrição alimentar na fase de recria apresentaram menores pesos de abate (398,9 vs.
448,9), de carcaça quente (221,4 vs. 251,5) e de carcaça fria (216,4 vs. 246,3), carcaças
de menor comprimento (119,6 vs. 123,0) e, com menores pesos absolutos de traseiro
(104,4 vs. 119,0), dianteiro (80,5 vs. 91,2) e costilhar (31,1 vs. 36,0). Rendimentos de
carcaça quente e de carcaça fria aumentaram linearmente com o aumento do nível de
concentrado na dieta durante a fase de terminação. A espessura de gordura subcutânea
não foi influenciada pelos efeitos avaliados.
Palavras-chave: Bos taurus, ganho compensatório, espessura de gordura subcutânea,
rendimento de carcaça, cortes comerciais
77
Nutritional Level During Growth on Pasture and Finishing in Feedlot on Carcass
Quantitative Characteristics of Aberdeen Angus Steers
ABSTRACT – The objective of the experiment was to evaluate the carcass
quantitative characteristics from 32 Aberdeen Angus steers, slaughtered at two years of
age, submitted to the following treatments during growth (114 days): with feed
restriction (on native pasture, with average daily weight gain (ADG) = 104 g) or without
feed restriction (on cultivated pasture of barnyardgrass and elephant-grass, ADG = 735
g). During feedlot finishing, each group of animals was submitted to a diet with 25, 40,
55 or 70% of concentrate, dry matter basis. The animals were slaughtered when the
group previously on cultivated pasture reached 450 kg. The experimental design was the
complete randomized, with four replicates, in a 2 x 4 factorial arrangement (two
nutritional levels during growth x four concentrate levels during finishing). Animals
submitted to nutritional restriction during growth showed lower slaughter (398,9 vs.
448,9), hot (221,4 vs. 251,5) and cold (216,4 vs. 246,3) carcass weights, smaller carcass
length (119,6 vs. 123,0), and lower absolute weights of the forequarter (80,5 vs. 91,2)-
traseiro, side (104,4 vs. 119,0) and pistol (31,1 vs. 36,0) cuts. Hot and cold carcass
dressing percentages increased linearly with increasing of the concentrate levels during
finishing. Carcass subcutaneous fat thickness was not affected by the nutritional level
during growth or concentrate level during finishing.
Key Words: Bos taurus , compensatory growth, subcutaneous fat thickness, carcass
dressing, commercial cuts
78
Introdução
O Brasil possui grande potencial para o desenvolvimento da pecuária de corte,
sendo atualmente o país com o maior rebanho comercial do mundo, com 195 milhões de
cabeças (ANUALPEC, 2005). Segundo a mesma fonte houve aumento substancial nas
exportações de carne nos últimos anos, passando de 928.644 t em 2002 para 1.630.110 t
em 2004. De acordo com a ABIEC (2006), em 2005 as exportações alcançaram
2.100.000 t consolidando o Brasil como maior exportador mundial.
Nas condições brasileiras, o rebanho bovino é explorado predominantemente, em
sistemas extensivos, não-tecnificados e com baixo nível nutricional, onde, em função da
estacionalidade das plantas forrageiras sofrem períodos alternados de perda de peso e
recuperação, conforme as condições climáticas.
A importância do ganho de peso durante a recria dos novilhos, como determinante
da idade de abate e, conseqüentemente, das características de carcaça foram
demonstradas nos estudos de Müller & Primo (1986). Outros trabalhos de pesquisas
realizados na Região Sul do Brasil (Restle & Vaz, 1998; Restle et al. 1999a; Bail et al.
2000; Almeida et al. 2003; Vaz et al., 2003) mostram que os sistemas de produção com
abate de machos aos dois anos de idade são boas alternativas, por não demandarem
maiores volumes de recursos e oferecerem ao consumidor uma carne de boa qualidade.
E, mesmo que não atinjam elevado peso de abate, é possível se obter carcaças com bom
acabamento (Costa et al., 2002; Restle & Vaz, 2003).
O efeito do ganho de peso antes e após os sete meses no desenvolvimento e
características quantitativas da carcaça de novilhos Nelore abatidos aos dois anos de
idade foram avaliados por Vaz et al. (2004) que verificaram que animais com menor
ganho de peso antes dos sete meses de idade apresentaram carcaças com menor grau de
79
acabamento, comprimento e percentual do corte comercial traseiro especial, que é
considerado o mais importantes por apresentar os músculos com maior valor comercial.
Harrison et al. (1978), Hogg (1991), Lawrence & Fowler (1997) e Di Marco
(1998) relatam que bovinos em crescimento durante o sobreano que sofram restrição
alimentar próximo dos níveis de mantença, e que logo após o término deste período
seguido por um período de realimentação, aumentam a eficiência de ganho de peso dos
animais. No entanto, Müller & Primo (1986) destacam que animais que sofreram
restrição alimentar durante o crescimento apresentaram carcaça com menor
percentagem de músculo.
Restle & Vaz (2003), em ampla revisão envolvendo 17 estudos com novilhos
super jovens com desenvolvimentos sem restrição alimentar de 10 diferentes grupos
genéticos e 24 estudos com novilhos jovens de 14 diferentes grupos genéticos que,
apresentaram efeito de restrição alimentar em seu primeiro ano de desenvolvimento,
observaram que, em média, ocorre diferença de 21,3% na espessura de gordura
subcutânea e apenas 2,4% no rendimento de carcaças em favor dos animais que não
apresentaram restrição alimentar durante o seu desenvolvimento.
Pacheco et al. (2005b) e Arboite et al. (2004) comentam que em novilhos abatidos
aos dois anos de idade, ocorre ganho de peso compensatório em função de restrição
alimentar na fase de crescimento, o que precisa ser melhor avaliado.
Através deste experimento objetivou-se avaliar as características quantitativas da
carcaça de novilhos Aberdeen Angus submetidos ou não a restrição alimentar durante a
fase de recria em pastagem, e a dietas com diferentes níveis de concentrado durante a
fase de terminação em confinamento.
80
Material e Métodos
O experimento foi conduzido no Setor de Bovinocultura de Corte do
Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria, no município de
Santa Maria - RS, localizado fisiograficamente na Depressão Central do Estado do Rio
Grande do Sul, a uma altitude de 95 m e situado cartograficamente a 29°43’ de latitude
Sul e 53°42’ de longitude Oeste (DNPEA – BRASIL, 1973), onde segundo
classificação de Köppen, o clima é subtropical úmido (cfa) (Moreno, 1961).
Foram avaliadas as características quantitativas da carcaça de 32 novilhos
Aberdeen Angus, castrados com idade média de sete meses, provenientes do mesmo
rebanho, submetidos a dois níveis nutricionais durante a recria em pastagem e quatro
níveis de concentrado na fase de terminação em confinamento.
Durante a fase de recria, que compreendeu 114 dias, os animais foram submetidos
à pastagem nativa (n=16), com restrição alimentar (CR), e apresentando ganho de peso
médio diário (GMD) de 104 g; ou submetidos à pastagem de capim arroz (Echinochloa
colonum) e capim elefante (Penisetum purpureum), (n=16), sem restrição alimentar
(SR), apresentando GMD de 733 g.
Posteriormente, foram terminados em confinamento, onde cada grupo de animais
da fase de recria foi submetido à dieta contendo 25, 40, 55 ou 70% de concentrado, base
na matéria seca. O detalhamento do experimento está descrito nas páginas 32 a 35.
Quando os animais do grupo proveniente da recria sem restrição alimentar (SR)
atingiram peso próximo a 450 kg, procedeu-se o abate destes e do grupo proveniente da
recria com restrição alimentar (CR), correspondente ao mesmo nível de concentrado. O
período médio de alimentação em confinamento foi de 123, 100, 100 e 84 dias,
81
respectivamente, para os animais alimentados com dieta contendo os níveis de
concentrado 25, 40, 55 e 70%.
Ao atingirem o peso de abate pretendido, os animais foram submetidos a jejum de
sólidos e líquidos de 14 horas anteriores à pesagem final de abate. Em seguida, foram
transportados a um frigorífico comercial distante 25 km do local do experimento, sendo
os animais abatidos seguindo o fluxo normal da empresa.
Após o abate, as duas meias-carcaças foram identificadas e pesadas antes de
serem encaminhadas à câmara de resfriamento, obtendo com isso o peso de carcaça
quente. Após o período de resfriamento por 18h sob temperatura de 1°C, as carcaças
foram novamente pesadas para obtenção do peso de carcaça fria. Com estas duas
pesagens foram determinados os rendimentos de carcaça quente e fria, respectivamente,
baseado no peso de abate tomado no local do experimento.
Ainda nas duas meias-carcaças, foram determinadas, subjetivamente, as
pontuações referentes à conformação, segundo metodologia descrita por Müller (1987).
A meia carcaça fria esquerda foi separada nos cortes comerciais traseiro ou
serrote, que compreende a região posterior da carcaça, separado do dianteiro entre a
quinta e sexta costelas e do costilhar ou ponta de agulha a uma distância de
aproximadamente 20 cm da coluna vertebral; dianteiro, que compreende o pescoço,
paleta, braço e cinco costelas; e costilhar ou ponta de agulha, que compreende a região
da sexta costela mais os músculos abdominais. Os cortes foram pesados
individualmente e determinadas suas proporções em relação à meia carcaça.
Na meia carcaça fria direita, foram avaliadas as características métricas, sendo:
comprimento de carcaça, tomada do bordo cranial medial da primeira costela e o bordo
anterior do osso púbis; comprimento de perna, correspondente à distância entre o bordo
anterior do osso púbis e a articulação tíbio-tarsiana; espessura de coxão, medido entre a
82
face lateral e a face medial da porção superior do coxão, com auxílio de um compasso;
comprimento de braço, medido da articulação rádio carpiana até a extremidade do
olécrano; e perímetro do braço, determinado pelo perímetro da região medial do mesmo.
Ainda na meia carcaça direita, foi realizada uma secção na altura da 12ª costela,
expondo o músculo Longissimus dorsi, sendo determinada a espessura de gordura
subcutânea (com paquímetro), através da média aritmética de três observações ao redor
do músculo Longissimus dorsi exposto (Müller, 1987).
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, em arranjo
fatorial 2 x 4 (dois níveis nutricionais na fase de recria x quatro níveis de concentrado
na fase de terminação). Cada tratamento foi composto por quatro repetições, em que
cada animal constituiu uma unidade experimental. Foram realizadas as análises de
variância, sendo aplicados o teste F e o teste Tukey (5% de significância), bem como
análise de regressão linear e de correlação de Pearson, utilizando-se o programa
estatístico SAS (2001). O modelo matemático adotado na análise de variância foi: ϒ
ijk
=
μ + RECRIA
i
+ CONC
j
+ (RECRIA*CONC)
ij
+ ε
ijk
, onde:
ϒ
ijk
= variáveis dependentes; μ = média geral de todas as observações; RECRIAi,
efeito de tratamento de índice i, sendo 1 = recria com restrição alimentar e 2 = recria
sem restrição alimentar; CONC
j
= efeito do nível de concentrado da dieta na fase de
terminação em confinamento de ordem "j", sendo 1 = 25%, 2 = 40%, 3 = 55% e 4 =
70%; (RECRIA*CONC)
ij
= interação entre o i-tipo de pastagem na fase de recria e o j-
ésimo nível de concentrado da dieta na fase de terminação em confinamento; ε
ijk
= erro
aleatório residual, NID (0, σ
2
).
Os dados foram testados quanto à normalidade, através do teste de Shapiro-Wilk
(SAS, 2001), sendo efetuadas quando necessário, a transformação da raiz quadrada dos
dados dos parâmetros.
83
Resultados e Discussão
Na Tabela 14 estão apresentados os valores médios referentes aos pesos de abate,
de carcaça quente e fria, de acordo com o nível nutricional na fase de recria e nível de
concentrado na fase de terminação. Não houve interação entre nível nutricional na fase
de recria e nível de concentrado na terminação para essas características.
Tabela 14 – Médias para pesos de abate, de carcaça quente e de carcaça fria, de acordo
com o nível nutricional na fase de recria e nível de concentrado na fase de
terminação
Nível de concentrado na fase de terminação, % Nível nutricional
na fase de recria
25 40 55 70
Média
Peso de abate, kg
Com restrição 394,5 413,8 394,5 392,8 398,9 b
Sem restrição 446,8 449,3 447,8 451,7 448,9 a
Média 420,6 431,5 421,1 422,2
Peso de carcaça quente, kg
Com restrição 217,8 223,4 219,7 224,8 221,4 b
Sem restrição 250,3 247,7 251,6 256,5 251,5 a
Média 234,0 235,5 235,7 240,6
Peso de carcaça fria, kg
Com restrição 212,8 217,4 214,2 221,4 216,4 b
Sem restrição 245,3 242,0 245,9 252,2 246,3 a
Média 229,0 229,7 230,0 236,8
a, b
Médias seguidas por letras diferentes na coluna, para a mesma característica, diferem pelo
teste Tukey (P<0,05)
Verifica-se que o peso de abate dos animais sem restrição alimentar (SR) na fase
de recria apresentou valores médios próximos aos 450 kg previamente estabelecidos.
Embora os animais com restrição alimentar (CR) durante a fase de recria tenham
apresentado ganho compensatório durante a fase de realimentação em confinamento,
este não foi suficiente para promover a compensação completa, ou seja, o peso de abate
foi 11,13% inferior ao dos animais sem restrição nutricional na recria.
Para os pesos de carcaça quente e fria, verifica-se comportamento semelhante, ou
seja, superioridade para os animais SR em relação aos CR.
84
Quanto ao efeito de nível de concentrado na dieta durante a fase de terminação em
confinamento, não houve diferença significativa para as características avaliadas.
Conforme Costa et al. (2002), o peso de carcaça é medida de interesse dos
frigoríficos na avaliação do valor do produto adquirido e nos custos operacionais, visto
que carcaças com pesos diferentes demandam a mesma mão-de-obra e tempo de
processamento. Atualmente, o peso de carcaça é a forma de comercialização mais
utilizada pelos frigoríficos. De maneira geral, a maioria dos frigoríficos no país
preconiza peso de carcaça quente mínimo de 230 kg ou 15@, valor este obtido pelas
carcaças dos animais do presente estudo SR durante a fase de recria. No entanto,
particularmente no Rio Grande do Sul, Restle et al. (1999b) comentam que carcaças de
novilhos jovens com peso acima de 180 kg estão sendo gradativamente aceitas pelos
açougues e supermercados, que estão associando pesos mais leves de carcaça com carne
de melhor qualidade.
No estudo de Brondani et al. (2000), que avaliaram as características da carcaça
de novilhos mestiços Charolês x Nelore, mantidos em pastagem nativa ou cultivada
durante a fase de recria e terminados em confinamento com dieta contendo 30 ou 45%
de concentrado, verificou-se similaridade para peso de carcaça fria. Com vacas de
descarte mestiças Charolês x Nelore terminadas em confinamento com diferentes níveis
de concentrado (35, 50 ou 65%), Restle et al. (1998) verificaram que o nível de
concentrado não influenciou o peso de abate e de carcaça fria.
Na Tabela 15 estão apresentados os valores médios referentes aos rendimentos de
carcaça quente e fria, quebra durante o resfriamento da carcaça e espessura de gordura
subcutânea de acordo com o nível nutricional na fase de recria e nível de concentrado na
fase de terminação. Não houve interação entre nível nutricional na fase de recria e nível
de concentrado na terminação para as características avaliadas.
85
Tabela 15 – Médias para rendimentos de carcaça quente e de carcaça fria e quebra no
resfriamento da carcaça, de acordo com o nível nutricional na fase de
recria e nível de concentrado na fase de terminação
Nível de concentrado na fase de terminação, % Nível nutricional
na fase de recria
25 40 55 70
Média
Rendimento de carcaça quente, %
Com restrição 55,3 54,0 55,7 57,4 55,6
Sem restrição 56,1 55,1 56,2 56,8 56,0
Média 55,7 54,6 55,9 57,1 *
Rendimento de carcaça fria, %
Com restrição 54,0 52,6 54,3 56,5 54,4
Sem restrição 54,9 53,9 54,9 55,9 54,9
Média 54,5 53,2 54,6 56,2 **
Quebra no resfriamento, %
Com restrição 2,3 2,7 2,5 1,5 2,24
Sem restrição 2,0 2,3 2,3 1,7 2,06 ‡‡
Média 2,1 2,5 2,4 1,6
Espessura de gordura subcutânea, mm
Com restrição 5,0 4,6 5,9 9,3 6,2
Sem restrição 7,8 6,6 6,5 7,3 7,1
Média 6,4 5,6 6,2 8,3
*
Y=59,079 (±2,589) - 0,206 (±0,119) X + 0,0026 (±0,001) X²; R²=0,24; P=0,0493
**
Y=58,895 (±2,576) - 0,262 (±0,119) X + 0,0032 (±0,001) X²; R²=0,31; P=0,0150
‡ Y=0,204 (±0,341) – 0,109 (±0,016) X - 0,0013 (±0,0002) X²; R²=0,75; P=0,0001
‡‡ Y=2,084 (±0,213)
Não houve efeito do nível nutricional na fase de recria para os rendimentos de
carcaça quente e fria. Segundo Restle et al. (1999b), além do peso de carcaça, o
rendimento de carcaça também é característica importante no momento da
comercialização entre produtor e frigorífico, já que ambas características estão
diretamente relacionadas.
Os valores observados para os rendimentos de carcaça no presente estudo estão de
acordo com os relatados por Restle & Vaz (2003), a partir de compilação de diversos
estudos avaliando características da carcaça de novilhos de corte, variando de 53,97
para novilhos jovens a 54,27 para super jovens.
No entanto, verificou-se efeito significativo de nível de concentrado para
rendimentos de carcaça. Conforme estimativas das equações de regressão, houve
incremento linear com o aumento do nível de concentrado na dieta. Similaridade para
86
rendimento de carcaça de acordo com o incremento no nível de concentrado foi relatada
no estudo de Restle et al. (1998), trabalhando com vacas de descarte mestiças Charolês
x Nelore recebendo 35, 50 ou 65% de concentrado e, no estudo de Ferreira et al. (2000),
avaliando os níveis de 25, 37,5, 50, 62,5 e 75% na dieta de novilhos mestiços Simental
x Nelore.
Em relação à quebra no processo de resfriamento da carcaça, houve interação
significativa entre recria e nível de concentrado na fase de terminação. Para as carcaças
dos animais SR, houve similaridade para quebra no resfriamento para os diferentes
níveis de concentrado. Já para a dos mantidos em CR, houve decréscimo linear com o
incremento no nível de concentrado na dieta, conforme estimativa da equação de
regressão.
Conforme estudos que avaliaram a correlação entre diversas características de
carcaça, rendimento e quebra no processo de resfriamento da carcaça apresentam
coeficiente de correlação de magnitude moderado a elevado com características que
expressam musculosidade (Pacheco et al., 2005b) e deposição de gordura (Müller,
1987). Conforme Müller (1987), menores quebras são verificadas em carcaças com
maior grau de acabamento, uma vez que a gordura de cobertura funciona como isolante
evitando as perdas por desidratação. E isto, foi verificado no presente estudo, sendo que
a quantidade total de músculo na carcaça (r= -0,37; P= 0,0371) e espessura de gordura
subcutânea (r= -0,56; P= 0,0008) correlacionaram-se negativamente com quebra no
resfriamento da carcaça. Enquanto que para rendimento de carcaça fria e espessura de
gordura subcutânea, o coeficiente de correlação foi de 0,31 (P=0,0846).
Para espessura de gordura subcutânea, houve similaridade entre os efeitos
avaliados. Verificou-se que para as carcaças nos animais SR, o valor médio para todos
os níveis de concentrado foi acima de 6 mm, valor este estipulado pelos frigoríficos
87
como sendo o limite máximo desejado em carcaças bovinas. Costa et al. (2002)
comentam que a espessura de gordura exigida nas carcaças pelos frigoríficos brasileiros
situa-se entre 3 e 6 mm. Abaixo de 3 mm, ocorre o escurecimento da parte externa dos
músculos que recobrem a carcaça, depreciando o seu valor comercial. Por outro lado,
cobertura de gordura superior a 6 mm representa recorte com eliminação do excesso de
gordura de cobertura antes da pesagem da carcaça, o que acarreta maior custo
operacional para o frigorífico e perda de peso da carcaça para o produtor quando o
animal é comercializado a rendimento. Pacheco et al. (2005a) avaliando a composição
física da carcaça de novilhos jovens e super jovens mestiços Charolês x Nelore,
verificaram que nas carcaças de novilhos que manifestaram ganho compensatório,
houve alterações na composição física da carcaça, ou seja, maior deposição de proteína
em relação à de gordura. No entanto, deve-se considerar que genótipos Aberdeen Angus
apresentam maturidade mais precoce. Evidências são demonstradas no estudo de
Colleman & Evans (1986), avaliando novilhos Angus e Charolês, onde os animais de
maturidade tardia (Charolês), durante a fase de realimentação em confinamento,
apresentaram 9% a mais de ganho de peso e 48% a menos de acúmulo de gordura
subcutânea, em relação aos animais de maturidade precoce (Angus).
Na Tabela 16 estão apresentados os valores referentes a características que
expressam musculosidade na carcaça. Não houve interação entre nível nutricional na
fase de recria e nível de concentrado na terminação para as características de espessura
de coxão e perímetro de braço.
Para conformação, na média as carcaças foram classificadas como “boas”.
Conforme Müller (1987), a conformação tem relevante importância comercial devido ao
melhor aspecto visual que a carcaça com maior hipertrofia muscular apresenta, sendo
preferida pelos açougues e consumidores. Houve interação entre nível nutricional na
88
fase de recria e nível de concentrado na terminação. Conforme estimativas das equações
de regressão, animais CR apresentaram incremento linear para conformação da carcaça
com o incremento do nível de concentrado na dieta. Já para animais SR, não houve
alteração significativa para esta característica. Isto indica que o período de
realimentação promoveu incremento no desenvolvimento muscular da carcaça como um
todo acompanhando o incremento no nível energético da dieta.
Tabela 16 – Médias para conformação, espessura de coxão e perímetro de braço da
carcaça, de acordo com o nível nutricional na fase de recria e nível de
concentrado na fase de terminação
Nível de concentrado na fase de terminação, % Nível nutricional
na fase de recria
25 40 55 70
Média
Conformação, pontos
1
Com restrição 10,0 11,0 12,0 11,3 11,1
Sem restrição 11,5 9,8 10,8 13,3 11,3
Média 10,8 10,4 11,4 12,3
Espessura de coxão, cm
Com restrição 24,4 25,9 23,9 23,4 24,4
Sem restrição 24,0 24,0 25,0 27,6 25,1
Média 24,2 24,9 24,4 25,5
Perímetro de braço, cm
Com restrição 31,9 33,6 34,6 35,2 33,8 b
Sem restrição 33,3 35,8 35,0 37,3 35,4 a
Média 32,6 34,7 34,8 36,3
1
1-3: inferior; 4-6: má; 7-9: regular; 10-12: boa; 13-15: muito boa; 16-18: superior.
a, b
Médias seguidas por letras diferentes na coluna, para a mesma característica, diferem pelo
teste Tukey (P<0,05)
A espessura de coxão não apresentou diferença significativa entre os efeitos
avaliados. Esta característica tem relevância comercial uma vez que é avaliada no corte
traseiro, o mais valorizado da carcaça. No presente estudo, a correlação entre espessura
de coxão com kg de traseiro foi de 0,35 (P=0,0526) e com percentagem de traseiro de
0,45 (P=0,0101). Enquanto que perímetro de braço foi superior para as carcaças dos
animais SR, além de incrementar linearmente com o aumento do nível de concentrado
na dieta.
Ao avaliar as características da carcaça em vacas de descarte terminadas em
confinamento com diferentes níveis de concentrado na dieta, Restle et al. (1998) não
89
verificaram diferenças significativas para conformação e espessura de coxão. Mesmo
comportamento verificado no estudo de Brondani et al. (2000) trabalhando com
novilhos mestiços Charolês x Nelore mantidos em pastagem nativa ou cultivada durante
a fase de recria e realimentados em confinamento com dois níveis de concentrado na
dieta e, no estudo de Vaz et al. (2004), avaliando diferentes taxas de ganho de peso
antes e após o desmame sobre as características da carcaça de novilhos Nelore.
Os valores médios referentes às características métricas da carcaça estão
apresentados na Tabela 17. Não houve interação entre nível nutricional na fase de recria
e nível de concentrado na terminação para as características avaliadas.
Carcaças de animais SR durante a fase de recria em pastagem apresentaram maior
comprimento, indicando maior desenvolvimento destes animais, o que pode ser
comprovado pela correlação significativa com o peso de abate (r=0,74 P=0,0001).
No estudo de Brondani et al. (2000), novilhos sem restrição alimentar mantidos
em pastagem cultivada durante a fase de recria apresentaram carcaças com maior
comprimento. Assim como no estudo de Vaz et al. (2004), novilhos Nelore com maior
taxa de ganho de peso (superior a 440 g/dia) durante a fase pré-desmame apresentaram
carcaças mais compridas em relação aos que apresentaram menor desenvolvimento
nesta fase.
Quando avaliado o efeito do nível de concentrado, o comprimento de carcaça não
foi alterado significativamente. Resultados semelhantes foram relatados por Restle et al.
(1998) trabalhando com 35, 50 e 65% de concentrado e por Brondani et al. (2000) com
os níveis 30 e 45% de concentrado na dieta.
No entanto, nota-se que a restrição alimentar na fase de recria não influenciou
significativamente o comprimento de perna e de braço das carcaças.
90
Tabela 17 – Médias para características métricas da carcaça, de acordo com o nível
nutricional na fase de recria e nível de concentrado na fase de terminação
Nível de concentrado na fase de terminação, % Nível nutricional
na fase de recria
25 40 55 70
Média
Comprimento de carcaça, cm
Com restrição 119,9 120,5 117,3 120,9 119,6 b
Sem restrição 123,5 123,4 121,3 123,9 123,0 a
Média 121,7 121,9 119,3 122,4
Comprimento de perna, cm
Com restrição 67,6 65,5 63,6 65,4 65,5
Sem restrição 67,5 62,9 65,9 65,7 65,5
Média 67,6 64,2 64,8 65,6 *
Comprimento de braço, cm
Com restrição 38,3 37,0 37,1 37,7 37,5
Sem restrição 38,1 36,6 37,3 37,1 37,3
Média 38,2 36,8 37,2 37,4
*
Y=76,394 (±3,982) – 0,477 (±0,183) X + 0,005 (±0,002) X²; R²=0,22; P=0,0227
a, b
Médias seguidas por letras diferentes na coluna, para a mesma característica, diferem pelo
teste Tukey (P<0,05)
Na Tabela 18 estão apresentados os valores referentes aos cortes comerciais da
carcaça expressos em valores absolutos e em percentagem do peso de carcaça fria. Não
houve interação entre nível nutricional na fase de recria e nível de concentrado na
terminação para as características avaliadas.
Quando traseiro, dianteiro e costilhar foram expressos em valores absolutos, a fase
de recria influenciou significativamente estas características, sendo os maiores valores
verificados para as carcaças de animais SR, reflexo do maior peso de carcaça fria
(Tabela 14) dos mesmos.
No entanto, quando ajustados para 100 kg de peso de carcaça fria, houve
similaridade entre os animais que sofreram ou não restrição alimentar durante a fase de
recria. Avaliando o efeito do ganho de peso antes e após os sete meses nas
características quantitativas da carcaça de novilhos Nelore abatidos aos dois anos de
idade, Vaz et al. (2004) relataram que animais com menores ganhos de peso antes dos
sete meses de idade apresentaram carcaças com menor percentual de costilhar e de
traseiro.
91
Tabela 18 – Médias para traseiro, dianteiro e costilhar expressos em valores absolutos e
em percentagem do peso de carcaça fria, de acordo com o nível nutricional
na fase de recria e nível de concentrado na fase de terminação
Nível de concentrado na fase de terminação Nível nutricional
na fase de recria
25 40 55 70
Média
Traseiro, kg
Com restrição 101,1 107,0 103,4 106,2 104,4 b
Sem restrição 116,4 117,8 119,2 122,7 119,0 a
Média 108,7 112,4 111,3 114,5
Dianteiro, kg
Com restrição 79,1 80,6 80,1 82,3 80,5 b
Sem restrição 90,7 91,4 90,4 92,3 91,2 a
Média 84,9 86,0 85,2 87,3
Costilhar, kg
Com restrição 30,3 30,9 30,9 32,5 31,1 b
Sem restrição 36,0 34,6 37,2 36,2 36,0 a
Média 33,1 32,7 34,0 34,4
Traseiro, %
Com restrição 47,5 49,3 48,3 48,0 48,2
Sem restrição 47,5 48,7 48,4 48,7 48,3
Média 47,5 49,0 48,3 48,3
Dianteiro, %
Com restrição 37,2 37,1 37,4 37,2 37,2
Sem restrição 37,0 37,7 36,8 36,6 37,0
Média 37,1 37,4 37,1 36,9
Costilhar, %
Com restrição 14,2 14,1 14,4 14,6 14,3
Sem restrição 14,7 14,3 15,1 14,4 14,6
Média 14,4 14,2 14,7 14,5
a, b
Médias seguidas por letras diferentes na coluna, para a mesma característica, diferem pelo
teste Tukey (P<0,05)
A análise do efeito do nível de concentrado, verifica-se que este não influenciou
significativamente os cortes comerciais das carcaças tanto expressos em valores
absolutos quanto ajustados para o peso de carcaça fria. Similaridade para os cortes
comerciais da carcaça de acordo com diferentes níveis de concentrado na dieta foi
relatada por Restle et al. (1998) trabalhando com vacas de descarte mestiças Charolês x
Nelore e os níveis 35, 50 e 65%; por Ferreira et al. (2000) trabalhando com novilhos
Simental x Nelore e analisando os níveis de concentrado de 25, 37,5, 50, 62,5 e 75%; e
92
por Brondani et al. (2000) trabalhando com novilhos mestiços Charolês x Nelore e
recebendo 30 ou 45% de concentrado.
De acordo com Vaz (1999), parte da variação no peso do corte costilhar é
atribuída à espessura de gordura subcutânea, acumulando em maior quantidade nesta
região da carcaça, sendo confirmado no estudo de Pacheco et al. (2005b), que
verificaram coeficiente de correlação de 0,55 entre percentual de costilhar e espessura
de gordura subcutânea. No presente estudo, verificou-se correlação de 0,42 (P=0,0160).
93
Conclusões
O aumento do nível de concentrado na dieta durante a fase de terminação
promoveu incremento linear nos rendimentos de carcaça quente e fria.
O incremento de concentrado na dieta de terminação dos animais submetidos a
restrição alimentar na fase de crescimento reduziu a perda de peso da carcaça durante o
resfriamento.
O nível nutricional na fase de recria e o nível de concentrado na dieta de
terminação dos animais não influenciaram a espessura de gordura subcutânea.
94
Literatura Citada
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS EXPORTADORAS DE CARNE –
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Zootecnia) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 1999.
CAPÍTULO 5
1
1
Conforme as normas de publicação da Revista Brasileira de Zootecnia
98
Nível Nutricional na Recria em Pastagem e na Terminação em Confinamento
sobre Composição Física da Carcaça e Qualidade da Carne de Novilhos Aberdeen
Angus
RESUMO - O objetivo do presente trabalho foi avaliar a composição física da
carcaça e a qualidade da carne de 32 novilhos Aberdeen Angus, castrados, abatidos aos
dois anos, submetidos aos seguintes tratamentos durante a fase de recria (114 dias): com
restrição alimentar (mantidos em pastagem nativa, ganho de peso médio diário (GMD)
= 104 g) ou sem restrição alimentar (mantidos em pastagem de capim-arroz e capim-
elefante, GMD=735 g). Durante a fase de terminação em confinamento, cada grupo de
animais da fase de recria foi submetido à dieta contendo 25, 40, 55 ou 70% de
concentrado, base na matéria seca. Os animais foram abatidos quando o grupo
proveniente da pastagem cultivada atingiu 450 kg. O delineamento experimental foi o
inteiramente casualizado, com quatro repetições, em arranjo fatorial 2 x 4 (dois íveis
nutricionais na fase de recria x quatro níveis de concentrado na fase de terminação).
Carcaças de animais com restrição alimentar na fase de recria apresentaram maiores
percentuais de músculo (62,0 vs. 59,8) e de osso (15,0 vs. 14,4) e menor de gordura
(23,9 vs. 26,7), bem como maior relação músculo:gordura (2,6 vs. 2,3), em relação aos
animais sem restrição alimentar. O incremento no nível de concentrado promoveu
decréscimo linear no percentual de músculo na carcaça. O nível nutricional na fase de
recria em pastagem e na fase de terminação em confinamento não afetou a qualidade da
carne.
Palavras-chave: Bos taurus, ganho compensatório, maciez, palatabilidade, shear,
suculência.
99
Nutritional Level During Growth on Pasture and Finishing in Feedlot on Carcass
Physical Composition and Meat Quality of Aberdeen Angus Steers
ABSTRACT - The objective of the experiment was to evaluate the carcass
physical composition and meat quality from 32 Aberdeen Angus steers, slaughtered at
two years, submitted to the following treatments during growth (114 days): with feed
restriction (on native pasture, with average daily weight gain (ADG) = 104 g) or without
feed restriction (on cultivated pasture of barnyardgrass and elephant-grass, ADG = 735
g). During feedlot finishing, each group of animals was submitted to a diet with 25, 40,
55 or 70% of concentrate, dry matter basis. The animals were slaughtered when the
group previously on cultivated pasture reached 450 kg. The experimental design was the
complete randomized, with four replicates, in a 2 x 4 factorial arrangement (two
nutritional levels during growth x four concentrate levels during finishing).Carcasses of
animals submitted to nutritional restriction during growth showed higher percentages of
muscle (62,0 vs. 59,8), and bone (15,0 vs. 14,4) and lower percentage of fat (23,9 vs.
26,7), with higher muscle:fat ratio (2,6 vs. 2,3), in relation to those without nutritional
restriction. The increase of the concentrate level during finishing resulted in linear
decline of the carcass muscle percentage. The nutritional level during growth on pasture
and feedlot finishing, did not affect meat quality.
Key Words: Bos taurus , compensatory growth, meat tenderness, palatability, shear,
juiciness
100
Introdução
A partir da última década, o Brasil vem conquistando posição de destaque no
cenário mundial, em decorrência do aumento do número de suas exportações no
comércio internacional da cadeia produtiva da carne, superando alguns países
tradicionais neste setor como Argentina, Austrália e Estados Unidos (ANUALPEC,
2005).
Apesar do cenário favorável, Pacheco et al., (2005a) advertem para a necessidade
do país atender às exigências do mercado consumidor, principalmente quanto à
qualidade do produto final, ou seja, carcaça e carne. Para conquistar novos mercados e
manter os já conquistados, a cadeia produtiva da carne bovina brasileira deve se
organizar e se modernizar, visando a produção com eficiência, tanto técnica como
econômica, e de qualidade.
A exploração do rebanho bovino nacional ocorre, predominantemente, através de
sistemas extensivos, o que ocasiona períodos alternados de perda de peso e recuperação,
conforme as condições climáticas, promovendo assim, o efeito do “ganho
compensatório” após o término do período de restrição alimentar. Esse efeito pode ser
aproveitado pelo produtor a fim de aumentar a eficiência de produção.
A restrição alimentar e ganho de peso antes e após os sete meses de idade em
animais Charolês, foram estudados por Vaz & Restle (2003) que verificaram
similaridade para a maioria das características qualitativas da carne avaliadas entre os
grupos pesquisados, evidenciando algum tipo de compensação posterior durante a fase
de recria ou de terminação.
Quanto à maciez da carne, os estudos de Bruce et al. (1991) e Allingham et al.
(1998) demonstraram que em animais que apresentaram rápida taxa de ganho de peso, a
101
síntese de colágeno solúvel (tecido conectivo que apresenta grande influência na maciez
da carne) é maior e acrescentam que as novas moléculas de colágeno que são formadas
diluem as velhas, resultando em músculos com colágeno de maior solubilidade e,
conseqüentemente, carne mais macia.
Ao reduzir a idade de abate de dois para um ano, Restle & Vaz (2003) verificaram
que o percentual de gordura na carcaça foi elevado em 10% e a maciez da carne
melhorou 15,1% quando avaliada pelo painel de degustadores, e 21,7%, quando pelo
Warner Bratzler Shear.
Em seu estudo Brondani et al. (2005) verificaram melhoria na maciez da carne de
novilhos super jovens de diferentes grupos genéticos, avaliada pelo aparelho Warner-
Bratzler Shear, e menor perda de líquidos durante o processo de descongelamento da
carne quando os animais foram alimentados com dieta de alta densidade energética
(32% de concentrado) em relação à dieta com baixa densidade energética (12% de
concentrado).
Através deste experimento objetivou-se avaliar a composição física da carcaça e a
qualidade da carne de novilhos Aberdeen Angus submetidos ou não a restrição
alimentar durante a fase de recria em pastagem, e a dietas com diferentes níveis de
concentrado durante a fase de terminação em confinamento.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido no Setor de Bovinocultura de Corte do
Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria, no município de
Santa Maria – RS. O detalhamento do experimento está descrito nas páginas 32 a 35.
102
Após o abate, as duas meias-carcaças foram identificadas e encaminhadas à
câmara de resfriamento, permanecendo por 18h sob temperatura de 1°C. Após, as
carcaças foram pesadas para obtenção do peso de carcaça fria.
Na meia carcaça fria direita, foi retirada uma secção entre a 10-11-12ª costelas,
denominada “secção HH”, conforme metodologia proposta por Hankins & Howe (1946)
e adaptada por Müller et al. (1973). Nesta secção, foi feita a separação física dos tecidos
em músculo, gordura e osso, para posterior determinação da quantidade total e do
percentual destes, em relação à carcaça fria.
Nesta mesma secção, na altura da 12ª costela, sobre a face exposta do músculo
Longissimus dorsi, foram feitas as avaliações subjetivas da cor, textura e marmoreio da
carne, após período mínimo de 30 minutos em exposição ao ar, atribuindo pontuações
conforme metodologia descrita por Müller (1987).
As amostras de músculo Longissimus dorsi extraídas das peças seccionadas foram
identificadas, embaladas em lâmina de filme de polietileno e papel pardo e
imediatamente congeladas a –18°C.
Das amostras ainda congeladas, foram retiradas duas fatias (“A e B”) de 2,5 cm de
espessura. A fatia (A) foi pesada na forma congelada e descongelada para determinação
da quebra durante o processo de descongelamento da carne e, após o cozimento à
temperatura interna da fatia atingir 70 °C por 15 minutos, para determinação da quebra
no processo de cocção da carne. Nesta mesma fatia (A), após o cozimento, foram
retiradas três amostras no sentido perpendicular às fibras musculares, sendo que em
cada uma foram realizadas duas leituras pelo aparelho Warner Bratzler Shear, para
determinação da força de cisalhamento da carne. Na outra fatia (B), foi realizada a
avaliação sensorial da carne (maciez, palatabilidade e suculência) por um painel de
quatro degustadores treinados, que atribuíram valores de 1 (carne extremamente dura,
103
impalatável e sem suculência) a 9 (carne extremamente macia, palatável e suculenta),
seguindo metodologia descrita por Müller (1987).
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, em arranjo
fatorial 2 x 4 (dois níveis nutricionais na fase de recria x quatro níveis de concentrado
na fase de terminação). Cada tratamento foi composto por quatro repetições, em que
cada animal constituiu uma unidade experimental. Foram realizadas as análises de
variância, sendo aplicado o teste F e o teste Tukey (5% de significância), bem como
análise de regressão linear e de correlação de Pearson, utilizando-se o programa
estatístico SAS (2001). O modelo matemático adotado na análise de variância foi: ϒ
ijk
=
μ + RECRIA
i
+ CONC
j
+ (RECRIA*CONC)
ij
+ ε
ijk
, onde:
ϒ
ijk
= variáveis dependentes; μ = média geral de todas as observações; RECRIAi,
efeito de tratamento de índice i, sendo 1 = recria com restrição alimentar e 2 = recria
sem restrição alimentar; CONC
j
= efeito do nível de concentrado da dieta na fase de
terminação em confinamento de ordem "j", sendo 1 = 25%, 2 = 40%, 3 = 55% e 4 =
70%; (RECRIA*CONC)
ij
= interação entre o i-tipo de pastagem na fase de recria e o j-
ésimo nível de concentrado da dieta na fase de terminação em confinamento; ε
ijk
= erro
aleatório residual, NID (0, σ
2
).
Os dados foram testados quanto à normalidade, através do teste de Shapiro-Wilk
(SAS, 2001), sendo efetuadas quando necessário, a transformação da raiz quadrada dos
dados dos parâmetros.
104
Resultados e Discussão
Na Tabela 19 estão apresentados os valores referentes aos pesos de carcaça fria,
de músculo, gordura e osso, de acordo com o nível nutricional na fase de recria e nível
de concentrado na fase de terminação. Não houve interação entre nível nutricional na
fase de recria e nível de concentrado na terminação para essas características.
Tabela 19 – Médias para pesos de músculo, gordura e osso, de acordo com o nível
nutricional na fase de recria e nível de concentrado na fase de terminação
Nível de concentrado na fase de terminação, % Nível nutricional
na fase de recria
25 40 55 70
Média
Músculo, kg
Com restrição 135,8 133,7 128,7 138,6 134,2 b
Sem restrição 153,2 143,8 143,0 149,7 147,4 a
Média 144,5 138,7 135,9 144,1
Gordura, kg
Com restrição 47,2 53,7 53,6 52,8 51,8 b
Sem restrição 61,0 64,4 69,3 68,7 65,9 a
Média 54,1 59,0 61,5 60,7
Osso, kg
Com restrição 31,8 32,1 33,2 32,4 32,4 b
Sem restrição 34,2 35,8 35,6 36,2 35,5 a
Média 33,0 33,9 34,4 34,3
a, b
Médias seguidas por letras diferentes na coluna, para a mesma característica, diferem pelo
teste Tukey (P<0,05)
Verifica-se que a restrição alimentar na fase de recria em pastagem resultou,
significativamente, em menores valores para todas as características avaliadas. O
comportamento das médias para os componentes físicos da carcaça é reflexo do peso
vivo, já que estão expressos em peso absoluto.
Em relação ao nível de concentrado na fase de terminação, este não influenciou os
valores médios das características avaliadas.
No entanto, quando ajustados para 100 kg de carcaça fria (Tabela 20), carcaças
dos animais CR na fase de recria apresentaram maiores percentuais de músculo e de
osso e menor de gordura em relação aos mantidos em pastagem cultivada. Não houve
105
interação entre nível nutricional na fase de recria e nível de concentrado na terminação
para as características avaliadas.
Tabela 20 – Médias para músculo, gordura e osso expressos em percentagem do peso de
carcaça fria, de acordo com o nível nutricional na fase de recria e nível de
concentrado na fase de terminação
Nível de concentrado na fase de terminação, % Nível nutricional
na fase de recria
25 40 55 70
Média
Músculo, %
Com restrição 63,9 61,5 60,1 62,6 62,0 a
Sem restrição 62,4 59,4 58,2 59,3 59,8 b
Média 63,2 a 60,4 b 59,2 b 60,1 b
Gordura, %
Com restrição 22,1 24,6 25,0 23,8 23,9 b
Sem restrição 24,9 26,6 28,1 27,3 26,7 a
Média 23,5 25,6 26,6 25,5
Osso, %
Com restrição 15,0 14,8 15,5 14,6 15,0 a
Sem restrição 13,9 14,8 14,5 14,3 14,4 b
Média 14,4 14,8 15,0 14,5
a, b
Médias seguidas por letras diferentes na coluna, para a mesma característica, diferem pelo
teste Tukey (P<0,05)
Com isso, fica evidente que no mesmo período de realimentação em
confinamento, os animais CR na fase de recria apresentaram maior deposição de tecido
muscular em relação ao adiposo.
De modo geral, a literatura cita que em bovinos que apresentaram ganho
compensatório, a retenção de proteína é maior na fase inicial da compensação, enquanto
o acúmulo de gordura ocorre com maior intensidade no final da compensação. Hornick
et al. (1998) comentam que pelo fato do número de fibras musculares serem fixas desde
o nascimento, a possibilidade de aumento de tecido muscular na fase pós-natal pode
ocorrer pela menor taxa relativa de degradação protéica, pelo maior acúmulo de água,
ou pelo incremento na relação proteína: DNA (hipertrofia) seguido da incorporação de
novo material de DNA, fornecido pelas células satélite, dentro da miofibrila. Reeve
citado por Pacheco (2004) explica que o incremento na quantidade de tecido muscular
em animais com elevada taxa de ganho estão associados com maior número de unidades
106
de DNA presentes no músculo. As células satélite, que são células diferenciadas
presentes no músculo, são responsáveis pela síntese do DNA, e pela divisão para
criação das células “mãe” (duas), onde após mitose, uma célula “mãe” se funde com a
fibra muscular enquanto a outra retorna para a população de células satélite para nova
divisão. Com isso, um animal com elevada população de células satélite no músculo
apresenta habilidade para incrementar a massa muscular mais rapidamente. Associado a
isto há evidências de que em animais jovens, que apresentam fibras musculares menores
em relação aos animais mais velhos, a incorporação de uma célula satélite (unidade de
DNA) poderia ter maior impacto no tamanho desta do que em fibras maiores, e como
resultado, haveria maiores crescimentos musculares. (Young 1985; Pacheco 2004)
No entanto, no estudo de Brondani et al. (2000), verificou-se similaridade para
percentagem de músculo e de gordura nas carcaças de novilhos mestiços Charolês x
Nelore recriados em pastagem nativa ou cultivada e realimentados em confinamento
com diferentes níveis de concentrado.
Quando analisado o efeito do nível de concentrado na fase de terminação, este
influenciou significativamente, de maneira linear e negativa, o percentual de músculo na
carcaça, conforme estimativa da equação de regressão. Em estudos com novilhos
Braford que analisaram o efeito do nível de concentrado (35, 50 e 65%) na dieta sobre a
composição física da carcaça, verificou-se similaridade para músculo, gordura e osso
(Pascoal et al. 1998); similaridade para músculo e gordura no trabalho de Ferreira et al.
(2000) avaliando 25, 37,5, 50, 62,5 e 75% de concentrado na terminação de novilhos
Simental x Nelore; enquanto que Brondani et al. (2000), os níveis de concentrado 45 e
30%, relataram similaridade para percentagem de músculo e superioridade para o de
gordura (20,7 contra 18,8, respectivamente).
107
Segundo Berg & Butterfield (1976) dos tecidos que compõe a carcaça o muscular
é o mais importante, uma vez que é o mais desejado pelo consumidor. Com isso, a
carcaça deve apresentar quantidade máxima de músculo, mínima de osso e quantidade
de gordura que varia de acordo com a preferência do consumidor.
Na Tabela 21 estão apresentados os valores médios para as relações entre os
componentes físicos da carcaça, de acordo com o nível nutricional na fase de recria e
nível de concentrado na fase de terminação. Não houve interação entre nível nutricional
na fase de recria e nível de concentrado na terminação para as características avaliadas.
Nota-se na Tabela 21, que o nível de concentrado na fase de terminação não
influenciou nenhuma das relações entre os componentes físicos da carcaça.
Tabela 21 – Médias para relações entre os componentes físicos da carcaça, de acordo
com o nível nutricional na fase de recria e nível de concentrado na fase de
terminação
Nível de concentrado na fase de terminação, % Nível nutricional
na fase de recria
25 40 55 70
Média
Relação músculo:osso
Com restrição 4,3 4,2 3,9 4,3 4,2
Sem restrição 4,5 4,0 4,0 4,1 4,2
Média 4,4 4,1 4,0 4,2
Relação músculo:gordura
Com restrição 2,9 2,5 2,4 2,7 2,6 a
Sem restrição 2,5 2,2 2,1 2,2 2,3 b
Média 2,7 2,4 2,3 2,4
Relação músculo+gordura:osso
Com restrição 5,8 5,9 5,5 5,9 5,8
Sem restrição 6,3 5,8 6,0 6,0 6,0
Média 6,0 5,8 5,7 6,0
a, b
Médias seguidas por letras diferentes na coluna, para a mesma característica, diferem pelo
teste Tukey (P<0,05)
Diferença significativa foi verificada apenas para a relação músculo:gordura,
superior para as carcaças dos animais CR durante a fase de recria, ou seja, os que
sofreram restrição alimentar naquela fase. Pacheco et al. (2005b) comentam que estudar
a relação entre estes dois tecidos torna-se interessante pelo fato da atual preocupação
108
mundial com a ingestão de gordura (triglicerídios) e seus possíveis reflexos negativos à
saúde humana, agravados pelo sedentarismo e falta de exercícios físicos.
Houve similaridade para as características relação músculo:osso (4,2) e relação
músculo+gordura:osso que representa a porção comestível da carcaça em relação à
quantidade de osso com valores de 5,8 e 6,0. Resultados semelhantes foram relatados
por Pacheco et al. (2005b) que avaliaram diferentes categorias (jovens vs. super jovens)
e, encontraram médias de 4,37 vs. 4,10 para relação músculo:osso e 5,58 vs. 5,79 para
relação músculo+gordura:osso, para animais mestiços Charolês-Nelore.
Os valores médios referentes à cor, textura e marmoreio da carne constam na
Tabela 22. Não houve interação entre nível nutricional na fase de recria e nível de
concentrado na terminação para as características avaliadas.
Tabela 22 – Médias para cor, textura e marmoreio da carne, de acordo com o nível
nutricional na fase de recria e nível de concentrado na fase de terminação
Nível de concentrado na fase de terminação, % Nível nutricional
na fase de recria
25 40 55 70
Média
Cor, pontos
1
Com restrição 2,9 3,9 3,9 3,3 3,5
Sem restrição 3,8 3,5 4,0 4,0 3,8
Média 3,3 3,7 3,9 3,6
Textura, pontos
2
Com restrição 4,1 4,1 4,1 3,5 4,0
Sem restrição 3,9 3,8 4,0 3,7 3,8
Média 4,0 3,9 4,1 3,6
Marmoreio, pontos
3
Com restrição 3,0 5,5 4,8 4,0 4,3
Sem restrição 5,3 5,8 5,5 5,3 5,5
Média 4,1 5,6 5,1 4,7
1
Cor: 1=escura; 2=vermelha escura; 3=vermelha levemente escura; 4=vermelha; 5=vermelho
vivo.
2
Textura: 1=muito grosseira; 2=grosseira; 3=levemente grosseira; 4=fina; 5=muito fina.
3
Marmoreio: 1 a 3=traços; 4 a 6=leve; 7 a 9=pequeno; 10 a 12=médio; 13 a 15=moderado; 16 a
18=abundante.
A cor da carne não foi influenciada pelo nível nutricional na fase de recria e nível
de concentrado na fase de terminação, classificando-se entre “vermelha levemente
escura” e “vermelho vivo”, sendo esta última classificação a mais desejada. Analisando
109
três níveis de concentrado (35, 50 e 65%) na dieta de novilhos Braford terminados em
confinamento, Pascoal et al. (1998) verificaram similaridade para cor da carne.
Segundo Müller (1987) a cor da carne é um fator importante na comercialização,
tendo em vista que o consumidor rejeita a carne com coloração mais escura, talvez
associando com animais mais velhos ou com a má conservação da carne. A cor da carne
é determinada pela quantidade de mioglobina presente na mesma, e conforme estudo de
Cranwell et al. (1996), dietas com elevado teor energético promoveram redução na
quantidade de mioglobina na carne de vacas de descarte realimentadas em
confinamento, resultando em carnes com coloração mais clara.
Para a textura da carne, houve similaridade entre os efeitos avaliados,
classificando-se entre “levemente grosseira” e “fina”, considerando que a maior
pontuação é a mais desejada. Conforme Müller (1987), esta característica representa a
granulação que a superfície do músculo apresenta quando cortada, sendo constituído por
um conjunto de fibras musculares agrupadas em fascículos, envolvidos por uma camada
de tecido conectivo (o perimísio).
Similaridade para textura da carne foi verificada no estudo de Pascoal et al.
(1998), analisando os níveis 35, 50 e 65% de concentrado em novilhos Braford.
Para o marmoreio da carne, que representa a quantidade de gordura intramuscular,
o comportamento dos resultados foi semelhante ao verificado para cor e textura da
carne, ou seja, sem diferença significativa entre os efeitos avaliados. Conforme os
valores médios apresentados na Tabela, a carne apresentou classificação para
marmoreio entre “traços” e “leve”. Trabalhando com animais Angus recebendo dietas
com 30 ou 60% de concentrado, Barber et al. (1981) não verificaram diferença
significativa para marmoreio. No estudo de Vaz & Restle (2003), que avaliaram o efeito
de diferentes taxas de ganho de peso no período pré e pós-desmame sobre
110
características da carne de novilhos jovens Charolês, os autores relataram carne com
maior grau de marmoreio para os animais com alta taxa de ganho pré e pós-desmame.
Di Marco (1998) comenta que a gordura de marmoreio se desenvolve quando o
animal encontra-se ganhando peso a elevadas taxas, ou quando avança a idade ou peso
corporal. São as últimas a serem depositadas e as primeiras a serem mobilizadas quando
o animal sofre restrição alimentar. Pacheco et al. (2005b) verificaram coeficientes de
correlação positivos e significativos entre peso de abate e marmoreio, e entre percentual
de gordura na carcaça e marmoreio. No presente estudo, a correlação entre marmoreio e
percentual de gordura na carcaça foi positiva (r=0,32; P=0,780), com isso, era de se
esperar maior grau de marmoreio na carne de animais que não sofreram restrição
alimentar na fase de recria.
Na Tabela 23 estão apresentados os valores médios referentes às características
organolépticas e sensoriais da carne, de acordo com o nível nutricional na fase de recria
e nível de concentrado na fase de terminação. Não houve interação entre nível
nutricional na fase de recria e nível de concentrado na terminação para as características
avaliadas.
Houve similaridade para quebra no processo de descongelamento e de cocção da
carne para os efeitos avaliados. Conforme Müller & Robaina (1981), as perdas ao
descongelamento e cocção da carne podem ser diminuídas pela menor idade de abate
dos animais e melhor grau de acabamento e marmoreio. O que está de acordo com os
resultados do presente estudo, já que estes três fatores não foram significativamente
diferentes para os efeitos avaliados. Entre os níveis de concentrado de 35, 50 e 65% na
dieta de novilhos Braford, Pascoal et al. (1998) verificaram similaridade para as quebras
no descongelamento e na cocção da carne.
111
Tabela 23 – Médias para características organolépticas e sensoriais da carne, de acordo
com o nível nutricional na fase de recria e nível de concentrado na fase de
terminação
Nível de concentrado na fase de terminação, % Nível nutricional
na fase de recria
25 40 55 70
Média
Quebra no descongelamento, %
Com restrição 5,29 5,06 6,42 6,68 5,86
Sem restrição 6,29 5,74 6,38 6,98 6,34
Média 5,79 5,40 6,40 6,83
Quebra na cocção, %
Com restrição 23,77 22,42 23,13 21,60 22,73
Sem restrição 19,69 19,99 20,72 24,65 21,26
Média 21,73 21,20 21,92 23,12
Shear, kg
1
Com restrição 4,36 3,89 3,15 2,29 3,42
Sem restrição 3,43 2,28 3,48 2,10 2,82
Média 3,90 3,09 3,31 2,19
Maciez pelo painel, pontos
2
Com restrição 6,20 6,35 6,74 7,20 6,62 b
Sem restrição 6,67 7,40 6,90 7,54 7,13 a
Média 6,43 6,87 6,82 7,37
Palatabilidade pelo painel, pontos
2
Com restrição 6,50 6,28 6,75 6,93 6,62
Sem restrição 6,69 7,07 6,21 7,04 6,75
Média 6,60 6,67 6,48 6,99
Suculência pelo painel, pontos
2
Com restrição 6,38 6,15 6,05 6,60 6,30 b
Sem restrição 6,52 6,79 5,97 7,26 6,63 a
Média 6,45 6,47 6,01 6,93 *
1
Maiores valores indicam menor maciez.
2
1=extremamente dura, extremamente sem sabor ou extremamente sem suculência; 2=muito
dura, deficiente em sabor ou deficiente em suculência; 3=dura, pouco saborosa ou pouco
suculenta; 4=levemente abaixo da média; 5=média; 6=levemente acima da média; 7=macia,
saborosa ou suculenta; 8=muito macia, muito saborosa ou muito suculenta; 9=extremamente
macia, extremamente saborosa ou extremamente suculenta.
*
Y=0,479 (±3,271) + 0,476 (±0,234) X - 0,012 (±0,005) X² + 0,00009 (±0,00004) X³; R²=0,32;
P=0,0245
a, b
Médias seguidas por letras diferentes na coluna, para a mesma característica, diferem pelo
teste Tukey (P<0,05)
Quanto à maciez da carne, quando avaliada pela força de cisalhamento (shear),
não houve diferença significativa para o nível nutricional na fase de recria e nível de
concentrado na fase de terminação. Nota-se, porém que os valores médios verificados
para shear podem ser considerados excelentes para a categoria animal do presente
estudo, já que de acordo com compilação de vários estudos avaliando características da
112
carne de novilhos de corte realizada por Restle & Vaz (2003), a maciez pelo shear para
animais jovens (sistema dois anos) foi de 5,98 kg enquanto que para os super jovens
(sistema um ano) de 4,68 kg.
Com o avanço da idade dos animais, espera-se maior força de cisalhamento da
carne, ou seja, mais dura (Berry et al., 1974; Restle et al., 1999). No entanto, no estudo
de Pacheco et al. (2005b), trabalhando com animais mestiços Charolês x Nelore, os
valores médios de shear para novilhos jovens (com ganho compensatório) foi de 3,84
kg e para super jovens de 4,22 kg, sem apresentar diferença significativa. Os autores
comentam que a velocidade de ganho de peso é fator influenciador na melhoria da
maciez da carne, comprovado pelo estudo de Allingham et al. (1998), que
demonstraram que em animais que apresentaram rápida taxa de ganho de peso, a síntese
de colágeno solúvel (tecido conectivo que apresenta grande influência na maciez da
carne) é maior.
No entanto, quando avaliada pelo painel de degustadores, a carne de novilhos SR
durante a fase de recria foi mais macia do que a carne dos animais CR. A maciez da
carne pelo painel foi classificada entre “levemente acima da média” e “muito macia”.
A palatabilidade da carne apresentou similaridade entre os efeitos avaliados,
classificando-se entre “levemente acima da média” e “saborosa”. Enquanto que carne
mais suculenta foi verificada para a dos animais SR durante a fase de recria.
Em estudo avaliando diferentes taxas de ganho de peso (menor ou maior que 0,5
kg/dia) no período pré e pós-desmame em animais Charolês, Vaz & Restle (2003)
verificaram similaridade para qualidade da carne, sendo possivelmente explicado por
algum tipo de compensação durante a fase de recria ou de terminação.
Além disso, o nível de concentrado influenciou significativamente a suculência da
carne, segundo estimativa da equação de regressão. Trabalhando com animais Angus,
113
Barber et al. (1981) verificaram similaridade para as características avaliadas pelo
painel de degustadores (maciez, palatabilidade e suculência) entre os níveis de
concentrado de 30 e 60%. Comportamento semelhante foi relatado no estudo de Pascoal
et al. (1998), avaliando a carne de novilhos Braford recebendo 35, 50 ou 65% de
concentrado na dieta.
114
Conclusões
Carcaças de animais com restrição alimentar na fase de recria apresentam maiores
percentuais de músculo e de osso e menor de gordura, bem como maior relação
músculo:gordura, em relação aos animais sem restrição alimentar, quando terminados
durante o mesmo período de confinamento.
Animais sem restrição alimentar na fase de crescimento apresentam carne mais
suculenta e com maior maciez, em relação à carne dos animais com restrição alimentar,
quando terminados durante o mesmo período de confinamento.
O incremento no nível de concentrado promoveu decréscimo linear no percentual
de músculo na carcaça e maior suculência na carne.
115
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117
3. CONCLUSÕES GERAIS
Nas condições em que este experimento foi conduzido e de acordo
com os resultados obtidos, conclui-se que:
O aumento do nível de concentrado na dieta de terminação
promoveu:
maior ganho médio diário,
maior consumo de matéria seca expresso em suas diferentes formas,
maior eficiência alimentar,
maiores rendimentos de carcaça quente e fria,
menor percentual de músculo na carcaça, e
maior suculência na carne.
O aumento do nível de concentrado na dieta de terminação dos
animais submetidos a restrição alimentar na fase de crescimento reduziu a
perda de peso da carcaça durante o resfriamento.
118
A restrição alimentar na fase de recria dos animais resultou em:
maior ganho médio diário,
menor consumo de matéria seca expressos em percentual do peso vivo
e por unidade de tamanho metabólico,
maior eficiência alimentar,
menores pesos de abate, de carcaça quente e de carcaça fria,
menores pesos absolutos de traseiro, dianteiro e costilhar,
carcaças de menor comprimento,
maiores percentuais de músculo, osso e relação músculo:gordura,
menor percentual de gordura,
menor suculência na carne e,
maior exigência líquida diária de proteína para ganho de peso.
O aumento do peso vivo dos animais, proporcionou:
incremento dos conteúdos de proteína, gordura e energia,
maiores concentrações de gordura e energia por unidade de PCVZ, e
menor conteúdo corporal de proteína expresso em g/kg de PCVZ.
119
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body composition of beef steers differing in size at maturity. Journal of
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Tabelas de Composição de Alimentos e Exigências Nutricionais para
Bovinos no Brasil. In: SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE,
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Composição corporal e requisitos energéticos e protéicos de bovinos
Nelore, não-castrados alimentados com rações contendo diferentes níveis
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2379-2389, supl. 2, 2000.
VÉRAS, A.S.C.; VALADARES FILHO, S.C.; COELHO SILVA da, J.F. et al.
Predição da composição corporal e dos requisitos de energia e proteína
para ganho de peso de bovinos, não-castrados, alimentados com rações
contendo diferentes níveis de concentrado. Revista Brasileira de
Zootecnia, Viçosa, v. 30, n. 3, p. 1127-1134, supl. 1, 2001.
VERDE, L.S. Crescimento compensatório. In: VERDE L.S. Curso sobre
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growth in sheep on empty body weight, carcass weight and the weights of
some offals. Journal of Agricultural Science, Cambridge v. 87, p. 433-
441, 1976.
5. APÊNDICES
130
APÊNDICE 1 – Normas para preparação de trabalhos científicos submetidos à
publicação na Revista Brasileira de Zootecnia
As normas também podem ser obtidas por intermédio do
endereço eletrônico da RBZ ([email protected]).
A fim de prestigiar a comunidade científica nacional, é
importante que os autores esgotem as informações disponíveis na
literatura brasileira, principalmente aquelas já publicadas na Revista
Brasileira de Zootecnia.
Instruções gerais
Os artigos científicos devem ser originais e submetidos em três vias
(uma original e duas cópias) e um disquete 3,5", juntamente com uma carta de
encaminhamento, que deve conter e.mail, endereço e telefone do autor
responsável e área selecionada de publicação (Aqüicultura, Forragicultura,
Melhoramento, Genética e Reprodução, Monogástricos, Produção Animal e
Ruminantes). Nas cópias devem ser omitidos o nome dos autores, local onde
se realizou o trabalho e o rodapé. Deve-se evitar o uso de termos regionais ao
longo do texto. O autor deverá apresentar, anexo ao artigo, um comprovante de
depósito, no valor de R$25,00 (vinte e cinco reais), referente ao pagamento da
taxa de tramitação, que deverá ser efetuado na conta da Sociedade Brasileira
de Zootecnia (ag: 1226-2; conta: 90854-1; Banco do Brasil). Uma vez aprovado
o artigo, no ato da publicação, será cobrado o pagamento de páginas editadas
excedentes. O Editor Chefe e o Conselho Científico, em casos especiais, têm o
direito de decidir sobre a publicação do artigo.
Língua: português ou inglês
Formatação de texto: times new roman 12, espaço duplo (exceto
Resumo, Absract e Tabelas), margens superior, inferior, esquerda e direita de
2,5; 2,5; 3,5; e 2,5 cm, respectivamente. Pode conter até 25 páginas,
numeradas sequencialmente em algarismos arábicos. As páginas devem
apresentar linhas numeradas.
Estrutura do artigo
131
Geral: o artigo deve ser dividido em seções com cabeçalho
centralizado, em negrito, na seguinte ordem: Resumo, Abstract, Introdução,
Material e Métodos, Resultados e Discussão, Conclusões, Agradecimento e
Literatura Citada. Cabeçalhos de 3a ordem devem ser digitados em caixa
baixa, parágrafo único e itálico. Os parágrafos devem iniciar a 1,0 cm da
margem esquerda.
Título: deve ser preciso e informativo. Quinze palavras são o ideal e
25, o máximo. Digitá-lo em negrito e centralizado, no qual somente a primeira
letra de cada palavra deve ser maiúscula (Ex.: Valor Nutritivo da Cana-de-
Açúcar para Bovinos em Crescimento). Quando necessário, indicar a entidade
financiadora da pesquisa, como primeira chamada de rodapé numerada.
Autores: no ato da publicação, todos os autores devem estar em
dia com a anuidade da SBZ, exceto co-autores que não militam na área
zootécnica, como estatísticos, químicos, biólogos, entre outros, desde que não
sejam o primeiro autor. Todavia, no processo de tramitação, basta um autor
estar quite com a anuidade do ano corrente.
No original, devem ser listados com o nome completo, em que
somente a primeira letra de cada palavra deve ser maiúscula (Ex.: Anacleto
José Benevenutto), centralizado e em negrito. Não listá-los apenas com as
iniciais e o último sobrenome (Ex.: A.J. Benevenutto).
Digitá-los separados por vírgula, com chamadas de rodapé
numeradas e em sobrescrito, que indicarão o cargo e o endereço profissional
dos autores (inclusive endereço eletrônico).
Resumo: deve conter entre 150 e 300 palavras. O texto deve ser
justificado e digitado em parágrafo único e espaço 1,5, começando por
RESUMO, iniciado a 1,0 cm da margem esquerda.
Abstract: deve aparecer obrigatoriamente na segunda página. O
texto deve ser justificado e digitado em espaço 1,5, começando por
ABSTRACT, em parágrafo único, iniciado a 1,0 cm da margem esquerda. Deve
ser redigido em inglês, refletindo fielmente o RESUMO.
132
Palavras-chave e Key Words: apresentar até seis (6) palavras-
chave e Key Words imediatamente após o RESUMO e ABSTRACT, em ordem
alfabética, que deverão ser retiradas exclusivamente do artigo como um todo.
Digitá-las em letras minúsculas, com alinhamento justificado e
separado por vírgulas. Não devem conter ponto final.
Tabelas e Figuras: são expressas em forma bilíngüe (português e
inglês), em que o correspondente expresso em inglês deve ser digitado em
tamanho menor e italizado. Devem ser numeradas seqüencialmente em
algarismos arábicos e apresentadas logo após a chamada no texto.
Citações no texto: as citações de autores no texto são em letras
minúsculas, seguidas do ano de publicação. Quando houver dois autores, usar
& (e comercial) e, no caso de três ou mais autores, citar apenas o sobrenome
do primeiro, seguido de et al.
Literatura Citada
Geral: é normalizada segundo a Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT (NBR 6023), à exceção das exigências de local dos
periódicos. Em obras com dois e três autores, mencionam-se os autores
separados por ponto e vírgula e naquelas com mais de três autores, os três
primeiros vêm seguidos de et al. O termo et al. não deve ser italizado e nem
precedido de vírgula. Deve ser redigida em página separada e ordenada
alfabeticamente pelo(s) sobrenome(s) do(s) autor(es). Os destaques deverão
ser em negrito e os nomes científicos, em itálico. Indica-se o(s) autor(es) com
entrada pelo último sobrenome seguido do(s) prenome(s) abreviado (s), exceto
para nomes de origem espanhola, em que entram os dois últimos sobrenomes.
Digitá-las em espaço simples e formatá-las segundo as seguintes instruções:
no menu FORMATAR, escolha a opção PARÁGRAFO ... ESPAÇAMENTO ...
ANTES .. 6 pts.
Obras de responsabilidade de uma entidade coletiva (a entidade
é tida como autora)
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALITICAL CHEMISTS - AOAC.
Official methods of analysis. 12.ed. Washington, D.C.: 1975.
1094p.
133
Livros
NEWMANN, A.L.; SNAPP, R.R. Beef cattle. 7.ed. New York: John
Wiley, 1997. 883p.
Teses e Dissertações
Deve-se evitar a citação de teses, procurando referenciar os
artigos publicados na íntegra em periódicos indexados.
CASTRO, F.B. Avaliação do processo de digestão do bagaço de
cana-de-açúcar auto-hidrolisado em bovinos. Piracicaba:
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 1989. 123p.
Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz, 1989.
Boletins e Relatórios
BOWMAN,V.A. Palatability of animal, vegetable and blended fats
by equine. (S.L.): Virgínia Polytechnic Institute and State
University, 1979. p.133-141 (Research division report, 175).
Capítulos de livro
LINDHAL, I.L. Nutrición y alimentación de las cabras. In: CHURCH,
D.C. (Ed.) Fisiologia digestiva y nutrición de los ruminantes.
3.ed. Zaragoza: Acríbia, 1974. p.425-434.
Periódicos
RESTLE, J.; VAZ, R.Z.; ALVES FILHO, D.C. et al. Desempenho de
vacas Charolês e Nelore desterneiradas aos três ou sete
meses. Revista Brasileira de Zootecnia, v.30, n.2, p.499-507,
2001.
Congressos, reuniões, seminários etc
CASACCIA, J.L.; PIRES, C.C.; RESTLE, J. Confinamento de
bovinos inteiros ou castrados de diferentes grupos genéticos. In:
REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
ZOOTECNIA, 30., 1993, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro:
Sociedade Brasileira de Zootecnia, 1993. p.468.
134
Citar o mínimo de trabalhos publicados em forma de resumo,
procurando sempre referenciar os artigos publicados na íntegra em
periódicos indexados.
Citação de trabalhos publicados em CD ROM
EUCLIDES, V.P.B.; MACEDO, M.C.M.; OLIVEIRA, M.P. Avaliação
de cultivares de Panicum maximum em pastejo. In: REUNIÃO
ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 36.,
1999, Porto Alegre. Anais... São Paulo: Sociedade Brasileira de
Zootecnia/Gmosis, [1999] 17par. CD-ROM. Forragicultura.
Avaliação com animais. FOR-020.
Na citação de material bibliográfico obtido via internet, o autor
deve procurar sempre usar artigos assinados, sendo também sua função
decidir quais fontes têm realmente credibilidade e confiabilidade.
Citação de trabalhos em meios eletrônicos
Usenet News
Autor, < e-mail do autor, “Assunto”, “Data da publicação”,
<newsgroup (data em que foi acessado).
E.mail
Autor, < e-mail do autor. “Assunto”, Data de postagem, e-mail
pessoal, (data da leitura)
Web Site
Autor [se conhecido], “Título” (título principal, se aplicável), última
data da revisão [se conhecida], < URL (data em que foi acessado)
FTP
Autor [se conhecido] “Título do documento” (Data da publicação) [se
disponível], Endereço FTP (data em que foi acessado)
Gopher
Autor [se conhecido] “Título do documento”, Qualquer informação
sobre o documento impressa [se aplicável], Endereço Gopher
(data em que foi acessado).
135
APÊNDICE 2 - Dados Originais
Brinco Conc Recria Pinic P1 P2 P3 Pfinal CMS1 CMS2 CMS3 CMS4
3 40 SR 335,0 369 409 446 462 8,091 8,631 10,233 10,501
5 70 CR 274,0 338 403 446 446 11,276 11,907 13,004 13,004
6 40 SR 339,0 390 427 454 468 9,595 9,955 10,591 10,950
7 40 SR 303,0 345 385 423 426 7,917 9,046 9,698 9,414
10 25 SR 336,0 374 406 440 475 7,220 7,940 9,653 9,997
11 55 CR 254,0 301 347 369 390 7,161 8,084 9,569 8,525
12 25 SR 299,0 339 374 404 442 6,644 7,767 9,297 10,160
13 55 SR 340,0 386 425 450 460 9,148 10,087 10,351 9,641
15 55 SR 294,0 328 372 401 417 7,296 9,674 10,338 9,790
19 40 SR 303,0 350 396 430 441 8,417 9,796 10,899 10,682
20 55 SR 311,0 362 415 440 448 9,001 10,308 10,996 10,511
21 25 CR 249,0 277 309 334 373 5,806 7,138 8,175 8,742
23 25 SR 340,0 376 405 437 466 7,946 7,835 10,649 10,146
24 25 SR 307,0 337 361 379 404 6,994 8,087 8,481 8,552
26 40 CR 254,0 300 349 404 428 8,489 9,753 11,481 11,351
27 25 CR 240,0 273 321 339 364 6,307 8,398 8,376 8,946
29 40 CR 227,0 332 382 428 452 7,770 9,660 11,072 9,933
30 40 CR 237,0 285 325 359 368 6,861 7,397 8,509 8,421
31 25 CR 260,0 309 358 397 435 7,216 8,363 10,132 10,309
32 55 CR 262,0 317 360 389 405 8,540 10,099 10,063 9,095
33 55 CR 234,0 283 327 368 381 7,424 8,974 10,195 9,336
34 70 SR 327,0 372 431 454 454 9,432 11,227 11,223 11,223
35 70 SR 324,0 369 419 446 446 9,412 9,977 10,066 10,066
36 70 SR 316,0 367 428 468 468 9,370 11,324 11,961 11,961
37 70 CR 259,0 309 368 406 406 8,826 9,765 10,462 10,462
39 40 CR 230,0 282 330 387 407 7,246 9,979 10,766 10,517
40 70 CR 233,0 284 326 362 362 8,117 8,561 8,579 5,579
42 70 CR 233,5 285 335 372 372 7,754 9,717 9,926 9,926
43 55 CR 243,0 294 349 388 402 8,227 9,872 11,548 10,438
44 55 SR 345,0 388 426 451 466 11,158 11,386 11,371 10,384
45 25 CR 250,0 302 338 373 406 7,100 8,051 9,161 9,610
Conc – Nível de concentrado na fase de terminação; Pinic – Peso inicial; P1,
P2, P3 – Pesos 1°, 2°, 3° períodos; CMS – consumo de matéria seca.
136
... continuação
Brinco Conc. Recria
Peso
Abate
PCQ
dir
PCQ
esq
PCF
esq
PCF dir Conf Mat Cor Marm
3 40 SR 462 126,5 129,5 126,6 123,7 A -
3,0 5,0
4 1° AB 262,0 73,3 72,5 71,3 70,7 R - A +
4,0 2,0
5 70 CR 451 120,3 123,5 121,8 118,8 B - A -
2,0 5,0
6 40 SR 468 125,4 127,8 124,7 122,6 A -
4,0 5,0
7 40 SR 426 119,7 120,3 117,6 117,1 A -
3,0 4,0
8 AB CR 224 50,4 53,3 51,9 48,9 I + A +
4,0 2,0
9 AB SR 320 80,4 84,7 82,3 78,3 B ° A +
5,0 3,0
10 25 SR 475 131,9 131,5 128,8 129,5 A °
5,0 8,0
11 55 CR 390 107,3 105,8 103,1 104,7 A -
3,5 3,0
12 25 SR 442 120,4 121,2 118,6 118,0 A -
4,0 4,0
13 55 SR 460 134,7 138,5 135,5 131,9 A -
4,0 5,0
14 AB CR 251 57,1 60,7 59,3 55,5 I + A °
3,5 2,0
15 55 SR 417 116,4 115,6 112,7 113,4 B - B +
4,0 5,0
16 1° AB 245,5 68,7 67,1 66,8 65,4 M + A +
4,0 3,0
17 AB SR 266 70,0 72,8 70,9 68,2 B ° A +
5,0 3,0
18 2° AB CR 219,5 54,7 56,3 55,1 53,5 R - A °
4,0 2,0
19 40 SR 441 121,2 120,2 117,3 118,5 R + A -
4,0 9,0
20 55 SR 448 124,0 122,0 119,2 121 B + A -
4,0 8,0
21 25 CR 373 102,8 101,3 98,9 100,7 B - A -
3,0 4,0
22 70 SR 322 97,7 98,3 96,5 95,8 R + A -
2,0 2,0
23 25 SR 466 131,4 130,9 128,4 129,0 B + A °
3,0 6,0
24 25 SR 404 117,2 116,4 114,0 114,8 B + A °
3,0 3,0
25 AB SR 288 77,9 80,1 78,2 76,1 B + A +
4,0 2,0
26 40 CR 428 116,8 117,9 114,9 113,7 A -
4,0 7,0
27 25 CR 364 105,2 105,5 103,1 102,8 B - A -
3,5 2,0
28 AB 222,0 58,0 57,6 56,2 55,9 M ° A °
4,0 1,0
29 40 CR 452 120,6 120,4 117,1 117,2 B + A °
3,0 6,0
30 40 CR 368 102,8 102,4 99,6 100,3 B - B +
4,0 3,0
31 25 CR 435 117,4 117,1 114,6 115,0 R + A -
2,0 2,0
32 55 CR 405 115,0 115,0 112 112,1 B + B +
3,5 6,0
33 55 CR 381 106,8 106,7 104 104,1 B + B +
4,0 6,0
34 70 SR 440 124,9 125,0 122,5 122,8 MB - A -
4,0 6,0
35 70 SR 444 127,7 128,4 126,3 125,6 MB - A -
4,0 4,0
36 70 SR 471 132,4 131,1 128,8 130,6 MB ° A -
4,0 6,0
37 70 CR 394 112,0 114,7 113 110,1 B +
4,0 3,0
38 AB SR 315 76,4 79,9 79,7 74,5 B - A +
4,0 2,5
39 40 CR 407 105,5 107,2 104,1 102,7 A -
4,5 6,0
40 70 CR 358 106,7 108,0 106,6 104,8 B + A -
3,5 3,0
41 1° AB 241,0 66,8 66,1 64,8 64,1 R - A +
4,0 3,0
42 70 CR 368 107,3 106,5 104,7 105,7 B °
3,5 5,0
43 55 CR 402 110,8 111,3 108,6 108,3 MB - A -
4,5 4,0
44 55 SR 466 127,4 127,9 125,1 124,6 B - B +
4,0 4,0
45 25 CR 406 110,9 110,9 108,1 107,8 A -
3,0 4,0
46 AB CR 206 50,7 54,8 53,4 49,3 M + A +
3,5 2,0
Conc – Nível de concentrado na fase de terminação; PCQ – Peso carcaça
quente; PCF – Peso carcaça fria; Conf – Conformação; Mat – Maturidade;
Marm – Marmoreio.
137
... continuação
Brinco Conc. Recria Text
Cm
carcaça
Cm
Perna
Esp
Cox
Cm
Braço
Per
Braço
Tras
kg
Diant
kg
Cost
kg
3 40 SR
3,0 123,5 64,5 26,5 35,5 37,0 61,7 45,9 19,2
4 1° AB
5,0 112,0 63,0 19,5 38,0 28,0 36,6 27,0 9,4
5 70 CR
3,0 126,9 66,0 24,2 38,0 35,7 58,0 44,2 19,2
6 40 SR
4,0 126,0 60,5 23,5 37,0 35,6 58,4 48,6 18,0
7 40 SR
4,0 122,0 62,5 23,5 37,0 35,0 58,7 43,9 15,2
8 2° AB CR
4,0 111,0 58,0 12,5 39,0 26,0 25,8 20,6 5,3
9 2° AB SR
6,0 119,0 64,0 17,5 43,0 32,0 40,9 31,1 9,9
10 25 SR
4,5 126,6 70,0 24,0 40,5 35,2 60,5 48,5 19,0
11 55 CR
4,0 120,0 63,5 23,0 36,0 33,0 49,3 38,6 15,4
12 25 SR
4,0 122,5 70,0 24,4 38,5 31,6 56,5 45,8 15,4
13 55 SR
4,0 120,0 67,0 23,0 37,0 37,5 65,7 50,3 19,8
14 2° AB CR
3,0 113,0 62,0 15,0 40,0 29,0 29,2 23,5 6,1
15 55 SR
4,0 119,0 62,5 25,5 36,0 33,0 55,2 41,7 16,0
16 1° AB
5,0 113,0 64,0 19,5 37,0 29,0 34,4 24,7 8,5
17 2° AB SR
4,0 111,0 59,0 18,0 38,0 29,0 36,3 26,7 7,6
18 2° AB CR
5,0 108,0 60,0 16,5 38,0 27,0 28,2 21,1 5,6
19 40 SR
4,0 122,0 64,0 22,5 37,0 35,5 56,7 44,3 16,8
20 55 SR
4,0 119,5 64,0 24,0 38,0 34,0 55,3 45,5 18,6
21 25 CR
4,0 113,5 66,1 23,0 37,0 33,0 46,5 36,4 14,9
22 70 SR
4,0 117,0 66,5 21,5 37,8 33,8 46,2 38,0 11,9
23 25 SR
3,0 127,0 69,0 23,2 37,0 35,0 62,0 46,2 19,1
24 25 SR
4,0 118,0 61,0 24,5 36,5 31,5 53,8 40,8 18,4
25 2° AB SR
4,0 113,0 64,0 20,0 40,0 32,0 40,1 28,5 9,3
26 40 CR
4,0 124,0 66,5 24,0 37,0 33,5 56,3 41,8 17,0
27 25 CR
4,0 119,0 67,0 24,5 38,0 32,0 50,0 38,9 13,3
28 1° AB
5,0 110,0 62,0 17,0 38,0 28,0 29,1 22,0 6,5
29 40 CR
3,5 120,0 64,5 28,0 38,0 33,8 56,6 43,4 17,3
30 40 CR
5,0 117,0 67,0 26,5 36,0 33,5 50,4 36,5 13,0
31 25 CR
4,0 123,5 69,1 25,5 39,0 31,5 54,3 41,9 17,3
32 55 CR
4,0 117,0 66,0 25,5 38,5 33,0 53,7 41,8 16,6
33 55 CR
4,0 116,0 64,0 22,0 38,0 35,0 49,7 40,4 14,2
34 70 SR
4,0 127,2 67,0 33,5 37,0 38,0 61,5 43,6 17,4
35 70 SR
4,0 123,2 63,6 24,0 37,8 36,8 61,1 46,1 18,5
36 70 SR
3,0 121,2 66,5 25,2 36,6 37,2 61,5 48,8 18,4
37 70 CR
5,0 120,6 64,2 23,1 37,0 34,8 54,4 40,4 16,9
38 2° AB SR
5,0 118,0 59,0 22,0 40,0 30,0 38,8 30,7 9,8
39 40 CR
4,0 121,0 64,0 25,0 37,0 33,7 50,7 39,4 14,4
40 70 CR
3,0 117,8 65,5 24,1 38,1 34,6 49,7 40,7 14,8
41 1° AB
5,0 108,0 62,0 15,5 36,0 29,0 32,7 25,0 9,0
42 70 CR
3,0 118,3 66,0 22,2 37,5 35,7 50,3 39,2 14,1
43 55 CR
4,5 116,0 61,0 25,0 36,0 37,5 54,0 39,3 15,5
44 55 SR
4,0 126,5 70,0 27,5 38,0 35,5 62,1 43,3 19,9
45 25 CR
4,5 123,5 68,2 24,5 39,0 31,0 51,3 41,0 15,0
46 2° AB CR
2,0 105,0 59,5 14,0 38,0 29,0 26,9 21,0 5,1
Conc - Nível de concentrado na fase de terminação; Text – Textura; Cm –
Comprimento; Esp Cox – Espessura de Coxão; Per – Perímetro; Tras –
Traseiro; Diant – Dianteiro; Cost – Costilhar.
138
... continuação
Brinco Concentrado Recria
Maciez
Shear
Maciez
Painel
Palatabilidade
Painel
Suculência
Painel
3 40 SR 3,12 6,60 6,90 6,78
5 70 CR 2,92 7,37 6,83 7,18
6 40 SR 1,17 8,27 7,43 7,53
7 40 SR 2,93 7,27 6,95 6,70
10 25 SR 2,00 7,37 6,65 6,08
11 55 CR 2,33 6,80 6,43 5,48
12 25 SR 2,05 6,67 6,28 6,45
13 55 SR 2,10 7,23 6,20 5,80
15 55 SR 1,65 7,53 6,13 6,60
19 40 SR 1,90 7,83 7,00 6,13
20 55 SR 4,23 6,90 6,60 5,80
21 25 CR 2,45 6,23 6,58 6,35
22 70 SR 5,03 7,07 6,78 7,25
23 25 SR 3,40 6,97 7,40 7,10
24 25 SR 6,28 6,13 6,43 6,45
26 40 CR 3,52 7,83 6,60 6,78
27 25 CR 7,52 4,93 6,23 6,23
29 40 CR 5,50 5,30 6,20 5,70
30 40 CR 3,22 5,90 6,18 5,73
31 25 CR 4,78 7,43 7,30 6,65
32 55 CR 5,40 6,83 6,90 6,10
33 55 CR 1,77 7,30 6,98 6,38
34 70 SR 2,15 7,87 7,85 7,05
35 70 SR 2,37 7,40 5,88 7,18
36 70 SR 1,77 7,60 7,40 7,55
37 70 CR 2,18 7,20 7,33 6,48
39 40 CR 3,32 6,47 6,13 6,38
40 70 CR 2,07 7,53 7,43 6,85
42 70 CR 1,98 7,43 6,13 5,90
43 55 CR 3,10 7,17 6,70 6,25
44 55 SR 5,92 6,80 5,90 5,68
45 25 CR 2,68 6,93 5,90 6,28
139
... continuação
Brinco Concentrado Recria Bife congelado
Bife
descongelado
Bife cozido
3 40 SR 191,53 174,89 142,00
5 70 CR 165,26 150,60 122,70
6 40 SR 156,73 146,32 121,75
7 40 SR 164,10 156,44 124,98
10 25 SR 181,98 168,25 126,59
11 55 CR 177,51 158,48 125,97
12 25 SR 183,88 173,25 147,18
13 55 SR 171,80 159,08 135,92
15 55 SR 178,53 167,77 140,09
19 40 SR 157,42 152,73 115,74
20 55 SR 124,11 113,93 84,68
21 25 CR 138,24 132,97 104,06
22 70 SR 192,44 180,26 137,08
23 25 SR 169,56 159,38 128,13
24 25 SR 156,75 147,64 119,10
26 40 CR 158,55 148,57 121,36
27 25 CR 163,07 150,95 113,37
29 40 CR 168,05 161,08 127,07
30 40 CR 164,75 159,27 123,81
31 25 CR 164,71 157,67 117,83
32 55 CR 160,33 152,73 117,22
33 55 CR 149,12 141,52 108,79
34 70 SR 163,77 150,71 112,22
35 70 SR 195,25 175,78 129,76
36 70 SR 214,36 207,95 161,72
37 70 CR 164,14 156,46 118,64
39 40 CR 141,26 132,10 95,14
40 70 CR 162,94 150,45 115,98
42 70 CR 202,38 191,24 151,51
43 55 CR 161,04 152,81 113,64
44 55 SR 208,37 200,24 147,89
45 25 CR 165,85 156,48 120,24
140
... continuação
Brinco Concentrado Recria
Peso
Fazenda
Peso
Corpo
Vazio
Proteína
Bruta
kg
Gordura
kg
Energia
Mcal
3 40 SR 462,0 395,94 66,2787 82,411 1147,92
5 70 CR 451,0 399,29 65,7014 84,067 1160,22
6 40 SR 468,0 402,11 68,1232 80,716 1142,41
7 40 SR 426,0 363,35 60,7129 79,839 1092,37
8 2° AB CR 224,0 191,01 37,0279 15,425 353,74
9 2° AB SR 320,0 281,01 55,8466 29,475 591,86
10 25 SR 475,0 400,54 66,6059 80,076 1127,84
11 55 CR 390,0 338,40 57,8411 64,114 928,47
12 25 SR 442,0 368,90 60,7986 80,697 1100,91
13 55 SR 460,0 404,03 60,9962 106,606 1345,39
14 2° AB CR 251,0 206,32 42,0940 10,179 333,05
15 55 SR 417,0 369,61 62,0434 80,330 1104,49
17 2° AB SR 266,0 245,66 46,6893 23,301 482,22
18 2° AB CR 219,5 199,49 36,9903 18,347 380,98
19 40 SR 441,0 376,79 63,6241 81,867 1127,84
20 55 SR 448,0 396,76 65,2547 93,191 1243,41
21 25 CR 373,0 313,29 54,3720 61,740 886,60
22 70 SR 422,0 364,14 61,0358 77,379 1071,09
23 25 SR 466,0 392,27 65,4072 85,958 1176,32
24 25 SR 404,0 348,83 58,1360 82,076 1098,85
25 2° AB SR 288,0 261,39 53,0692 27,005 552,99
26 40 CR 428,0 368,11 57,5687 79,269 1069,28
27 25 CR 364,0 310,85 55,4671 50,381 786,09
29 40 CR 452,0 375,40 61,0570 73,426 1034,07
30 40 CR 368,0 321,56 56,4600 54,968 834,77
31 25 CR 435,0 360,99 64,1566 71,822 1036,49
32 55 CR 405,0 349,42 60,8601 75,355 1051,08
33 55 CR 381,0 332,98 57,0140 67,368 954,37
34 70 SR 440,0 397,93 63,9567 99,735 1297,55
35 70 SR 444,0 404,94 65,4431 92,213 1235,28
36 70 SR 471,0 418,39 68,7745 89,577 1229,31
37 70 CR 394,0 356,08 57,6883 74,665 1026,71
38 2° AB SR 315,0 260,33 51,4460 29,102 563,53
39 40 CR 407,0 339,10 56,7949 60,859 891,99
40 70 CR 358,0 334,81 56,9600 66,656 947,37
42 70 CR 368,0 335,23 58,4865 61,149 904,26
43 55 CR 402,0 351,96 61,2337 70,506 1007,65
44 55 SR 466,0 403,12 67,4929 92,813 1252,47
45 25 CR 406,0 341,85 60,3075 60,755 910,83
46 2° AB CR 206,0 187,13 39,4823 9,313 310,17
141
APÊNDICE 3 – Análises de Variância
Peso inicial - recria
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 1 1.406250 1.406250 0.01 0.9231
Error 38 5660.537500 148.961513
Corrected Total
39 5661.943750
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 1.40625000 1.40625000 0.01 0.9231
Peso final - recria
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 1 47403.22500 47403.22500 131.15 <.0001
Error 38 13735.15000 361.45132
Corrected Total 39 61138.37500
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 47403.22500 47403.22500 131.15 <.0001
Ganho de peso total - recria
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 1 47921.00625 47921.00625 241.03 <.0001
Error 38 7554.93750 198.81414
Corrected Total 39 55475.94375
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 47921.00625 47921.00625 241.03 <.0001
Ganho médio diário - recria
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 1 6.79152583 6.79152583 241.03 <.0001
Error 38 1.07071110 0.02817661
Corrected Total 39 7.86223693
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 6.79152583 6.79152583 241.03 <.0001
Escore corporal inicial - recria
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 1 0.00081000 0.00081000 0.02 0.8802
Error 38 1.33683000 0.03517974
Corrected Total
39 1.33764000
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 0.00081000 0.00081000 0.02 0.8802
Escore corporal final - recria
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 1 3.48100000 3.48100000 163.56 <.0001
Error 38 0.80875000 0.02128289
Corrected Total
39 4.28975000
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 3.48100000 3.48100000 163.56 <.0001
Ganho de escore corporal total - recria
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 1 3.37561000 3.37561000 151.02 <.0001
Error 38 0.84938000 0.02235211
Corrected Total 39 4.22499000
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 3.37561000 3.37561000 151.02 <.0001
Peso - terminação
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 45 325550.6033 7234.4579 161.12 <.0001
Error 78 3502.3241 44.9016
Corrected Total
123 329052.9274
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 101766.9446 101766.9446 2266.44 <.0001
conc
3 7999.5074 2666.5025 59.39 <.0001
per 3 159297.6447 53099.2149 1182.57 <.0001
recria*per
3 1190.0375 396.6792 8.83 <.0001
conc*per 9 3318.6259 368.7362
8.21 <.0001
brinco(recria*conc)
26 52246.4259 2009.4779 44.75 <.0001
Tests of Hypotheses Using the Type III MS for brinco(recria*conc) as an Error Term
142
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 101766.9446 101766.9446 50.64 <.0001
conc
3 7999.5074 2666.5025 1.33 0.2870
Ganho de peso médio diário - confinamento
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 44 18.07570917 0.41081157 8.11 <.0001
Error 72 3.64793608 0.05066578
Corrected Total
116 21.72364525
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 1.46155413 1.46155413 28.85 <.0001
conc
3 2.34196941 0.78065647 15.41 <.0001
per
3 8.64669782 2.88223261 56.89 <.0001
recria*per
3 0.03874921 0.01291640 0.25 0.8576
conc*per
8 1.24410092 0.15551261 3.07 0.0050
brinco(recria*conc) 26 2.68482842 0.10326263 2.04 0.0095
Tests of Hypotheses Using the Type III MS for brinco(recria*conc) as an Error Term
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 1.46155413 1.46155413 14.15 0.0009
conc 3 2.34196941 0.78065647 7.56 0.0009
Consumo médio diário de matéria seca
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 45 232.5356942 5.1674599 23.57 <.0001
Error 78 17.1026468 0.2192647
Corrected Total
123 249.6383410
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 9.05504173 9.05504173 41.30 <.0001
conc 3 55.43375932 18.47791977 84.27 <.0001
per 3 82.12931487 27.37643829 124.86 <.0001
recria*per 3 0.90391568 0.30130523 1.37 0.2569
conc*per 9 8.84420451 0.98268939 4.48 <.0001
brinco(recria*conc) 26 75.84004635 2.91692486 13.30 <.0001
Tests of Hypotheses Using the Type III MS for brinco(recria*conc) as an Error Term
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 9.05504173 9.05504173 3.10 0.0898
conc 3 55.43375932 18.47791977 6.33 0.0023
Consumo médio diário de matéria seca em percentagem do peso vivo
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 44 9.68346956 0.22007885 14.61 <.0001
Error 72 1.08463159 0.01506433
Corrected Total 116 10.76810116
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 2.23282615 2.23282615 148.22 <.0001
conc 3 2.28392774 0.76130925 0.54 <.0001
per 3 0.80558130 0.26852710 17.83 <.0001
recria*per 3 0.08945593 0.02981864 1.98 0.1247
conc*per 8 1.05454801 0.13181850 8.75 <.0001
brinco(recria*conc) 26 2.28616320 0.08792935 5.84 <.0001
Tests of Hypotheses Using the Type III MS for brinco(recria*conc) as an Error Term
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 2.23282615 2.23282615 25.39 <.0001
conc 3 2.28392774 0.76130925 8.66 0.0004
Consumo médio diário de matéria seca em gramas por unidade de tamanho metabólico
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 44 14948.96512 339.74921 11.81 <.0001
Error 72 2070.66704 28.75926
Corrected Total 116 17019.63217
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 1581.990586 1581.990586 55.01 <.0001
conc
3 4985.324537 1661.774846 57.78 <.0001
per 3 708.471640 236.157213 8.21 <.0001
recria*per 3 69.949206 23.316402 0.81 0.4921
conc*per 8 1747.979856 218.497482 7.60 <.0001
brinco(recria*conc) 26 4860.301202 186.934662 6.50 <.0001
Tests of Hypotheses Using the Type III MS for brinco(recria*conc) as an Error Term
143
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 1581.990586 1581.990586 8.46 0.0073
conc
3 4985.324537 1661.774846 8.89 0.0003
Conversão alimentar
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 44 1820.798344 41.381781 2.61 0.0001
Error 72 1139.624001 15.828111
Corrected Total
116 2960.422345
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 196.6482661 196.6482661 12.42 0.0007
conc
3 2.8992873 0.9664291 0.06 0.9801
per 3 998.9482898 332.9827633 21.04 <.0001
recria*per 3 100.9599416 33.6533139 2.13 0.1044
conc*per 8 124.2025542 15.5253193 0.98 0.4580
brinco(recria*conc) 26 350.8204746 13.4930952 0.85 0.6676
Tests of Hypotheses Using the Type III MS for brinco(recria*conc) as an Error Term
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 196.6482661 196.6482661 14.57 0.0008
conc
3 2.8992873 0.9664291 0.07 0.9746
Peso de corpo vazio
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 9 147530.2141 16392.2460 42.92 <.0001
Error 29 11075.1508 381.9018
Corrected Total
38 158605.3649
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
conc 4 124702.4563 31175.6141 81.63 <.0001
recria
1 23507.3552 23507.3552 61.55 <.0001
conc*recria
4 1092.4513 273.1128 0.72 0.5884
Proteína
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 9 2237.946139 248.660682 22.79 <.0001
Error 29 316.381106 10.909693
Corrected Total 38 2554.327245
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
conc 4 1693.909570 423.477392 38.82 <.0001
recria
1 468.747299 468.747299 42.97 <.0001
conc*recria 4 96.271309 24.067827 2.21 0.0931
Gordura
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 9 24636.85789 2737.42865 53.73 <.0001
Error 29 1477.43864 50.94616
Corrected Total 38 26114.29653
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
conc 4 21305.69276 5326.42319 104.55 <.0001
recria
1 3502.16759 3502.16759 68.74 <.0001
conc*recria
4 174.19537 43.54884 0.85 0.5025
Energia
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 9 2994544.094 332727.122 58.86 <.0001
Error 29 163935.485 5652.948
Corrected Total
38 3158479.579
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
conc 4 2566971.653 641742.913 113.52 <.0001
recria
1 459660.066 459660.066 81.31 <.0001
conc*recria
4 8418.120 2104.530 0.37 0.8264
Peso de abate
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 20355.48387 2907.92627 3.82 0.0067
Error 23 17488.00000 760.34783
Corrected Total
30 37843.48387
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 19296.12000 19296.12000 25.38 <.0001
conc
3 621.00926 207.00309 0.27 0.8448
recria*conc 3 606.08333 202.02778
0.27 0.8494
144
Peso de carcaça quente
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 7124.31968 1017.75995 5.77 0.0006
Error 23 4054.39000 176.27783
Corrected Total 30 11178.70968
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 6958.156800 6958.156800 39.47 <.0001
conc 3 178.771481 59.590494 0.34 0.7980
recria*conc 3 90.973333 30.324444 0.17 0.9142
Peso de carcaça fria
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 7097.47194 1013.92456 5.87 0.0005
Error 23 3972.15000 172.70217
Corrected Total 30 11069.62194
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 6865.996800 6865.996800 39.76 <.0001
conc
3 280.870000 93.623333 0.54 0.6583
recria*conc 3 76.841481 25.613827 0.15 0.9297
Rendimento de carcaça quente
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 29.48474604 4.21210658 1.58 0.1928
Error 23 61.50213395 2.67400582
Corrected Total
30 90.98687998
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 1.49680310 1.49680310 0.56 0.4619
conc
3 23.65086855 7.88362285 2.95 0.0541
recria*conc 3 2.98257103 0.99419034 0.37 0.7741
Rendimento de carcaça fria
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 40.53896274 5.79128039 2.24 0.0678
Error 23 59.34849646 2.58036941
Corrected Total 30 99.88745920
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 2.17787974 2.17787974 0.84 0.3678
conc 3 32.35545474 10.78515158 4.18 0.0168
recria*conc 3 4.08464870 1.36154957
0.53 0.6677
Quebra no resfriamento
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 4.25521588 0.60788798 28.72 <.0001
Error 23 0.48680993 0.02116565
Corrected Total 30 4.74202581
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria
1 0.26510618 0.26510618 12.53 0.0018
conc 3 3.44122035 1.14707345 54.20 <.0001
recria*conc
3 0.36051500 0.12017167 5.68 0.0046
Espessura de gordura subcutânea
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 62.9805108 8.9972158 1.60 0.1869
Error 23 129.7291667 5.6403986
Corrected Total
30 192.7096774
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 5.74083333 5.74083333 1.02 0.3235
conc
3 28.93981481 9.64660494 1.71 0.1928
recria*conc 3 22.98148148 7.66049383 1.36 0.2804
Conformação
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 31.56720430 4.50960061 5.21 0.0012
Error 23 19.91666667 0.86594203
Corrected Total
30 51.48387097
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 0.56333333 0.56333333 0.65 0.4282
conc
3 15.42592593 5.14197531 5.94 0.0037
recria*conc
3 17.87037037 5.95679012 6.88 0.0018
145
Espessura de coxão
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 44.2026882 6.3146697 1.48 0.2243
Error 23 98.2966667 4.2737681
Corrected Total
30 142.4993548
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 4.51413333 4.51413333 1.06 0.3148
conc
3 7.16564815 2.38854938 0.56 0.6475
recria*conc 3 36.40231481 12.13410494 2.84 0.0603
Perímetro de braço
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 69.7545430 9.9649347 5.20 0.0012
Error 23 44.0441667 1.9149638
Corrected Total 30 113.7987097
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 17.90963333 17.90963333 9.35 0.0056
conc
3 51.34981481 17.11660494 8.94 0.0004
recria*conc 3 4.06870370 1.35623457 0.71 0.5569
Comprimento de carcaça
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 133.6018011 19.0859716 1.59 0.1876
Error 23 275.6091667 11.9830072
Corrected Total
30 409.2109677
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 87.37203333 87.37203333 7.29 0.0128
conc
3 46.18425926 15.39475309 1.28 0.3033
recria*conc 3 1.71703704 0.57234568 0.05 0.9858
Comprimento de perna
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 75.9687097 10.8526728 1.87 0.1208
Error 23 133.1900000 5.7908696
Corrected Total
30 209.1587097
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 0.01920000 0.01920000 0.00 0.9546
conc
3 51.92453704 17.30817901 2.99 0.0520
recria*conc 3 24.02620370 8.00873457 1.38 0.2731
Comprimento de braço
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 8.89051075 1.27007296 1.14 0.3724
Error 23 25.57916667 1.11213768
Corrected Total
30 34.46967742
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 0.38163333 0.38163333 0.34 0.5637
conc
3 8.08342593 2.69447531 2.42 0.0917
recria*conc 3 0.45453704 0.15151235 0.14 0.9374
Traseiro - kg
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 1760.090753 251.441536 5.42 0.0009
Error 23 1066.946667 46.388986
Corrected Total
30 2827.037419
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 1638.938133 1638.938133 35.33 <.0001
conc
3 128.260370 42.753457 0.92 0.4460
recria*conc 3 40.027037 13.342346 0.29 0.8338
Dianteiro - kg
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 901.522688 128.788955 4.48 0.0029
Error 23 661.896667 28.778116
Corrected Total
30 1563.419355
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 878.5985333 878.5985333 30.53 <.0001
conc
3 24.9170370 8.3056790 0.29 0.8331
recria*conc 3 2.3592593 0.7864198 0.03 0.9937
146
Costilhar - kg
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 206.3854839 29.4836406 2.48 0.0471
Error 23 273.2300000 11.8795652
Corrected Total 30 479.6154839
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 181.5852000 181.5852000 15.29 0.0007
conc 3 13.0333333 4.3444444 0.37 0.7784
recria*conc 3 10.3133333 3.4377778 0.29 0.8326
Traseiro - %
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 10.63281531 1.51897362 1.30 0.2951
Error 23 26.91058143 1.17002528
Corrected Total 30 37.54339673
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 0.04374612 0.04374612 0.04 0.8484
conc
3 8.92522746 2.97507582 2.54 0.0812
recria*conc 3 1.70970143 0.56990048 0.49 0.6946
Dianteiro - %
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 3.29553035 0.47079005 0.38 0.9038
Error 23 28.39368554 1.23450807
Corrected Total
30 31.68921589
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 0.26782361 0.26782361 0.22 0.6458
conc
3 1.03816059 0.34605353 0.28 0.8390
recria*conc 3 2.14732950 0.71577650 0.58 0.6342
Costilhar - %
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 2.74956090 0.39279441 0.45 0.8569
Error 23 19.88155190 0.86441530
Corrected Total 30 22.63111280
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 0.49941162 0.49941162 0.58 0.4549
conc 3 1.16516953 0.38838984 0.45 0.7202
recria*conc 3 0.99432463 0.33144154 0.38 0.7659
Músculo - kg
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 1805.317132 257.902447 3.07 0.0196
Error 23 1932.606437 84.026367
Corrected Total
30 3737.923568
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 1330.452369 1330.452369 15.83 0.0006
conc
3 422.227317 140.742439 1.67 0.2001
recria*conc 3 63.699803 21.233268 0.25 0.8586
Gordura - kg
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 1831.358565 261.622652 4.87 0.0018
Error 23 1236.748311 53.771666
Corrected Total
30 3068.106875
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 1557.912018 1557.912018 28.97 <.0001
conc
3 270.623375 90.207792 1.68 0.1996
recria*conc 3 35.763228 11.921076 0.22 0.8803
Osso - kg
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 73.5304301 10.5043472 2.01 0.0971
Error 23 119.9642115 5.2158353
Corrected Total
30 193.4946415
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 60.58692350 60.58692350 11.62 0.0024
conc
3 9.78202735 3.26067578 0.63 0.6060
recria*conc 3 4.94166574 1.64722191 0.32 0.8138
147
Músculo - %
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 109.2449344 15.6064192 2.81 0.0286
Error 23 127.7070024 5.5524784
Corrected Total
30 236.9519368
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 37.70228322 37.70228322 6.79 0.0158
conc
3 68.98141544 22.99380515 4.14 0.0174
recria*conc 3 3.39129886 1.13043295 0.20 0.8928
Gordura - %
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 107.8567004 15.4081001 2.83 0.0277
Error 23 125.0918622 5.4387766
Corrected Total 30 232.9485626
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 65.54411309 65.54411309 12.05 0.0021
conc
3 41.04589863 13.68196621 2.52 0.0835
recria*conc 3 2.61823151 0.87274384 0.16 0.9218
Osso - %
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 6.73381361 0.96197337 1.26 0.3148
Error 23 17.62514400 0.76631061
Corrected Total 30 24.35895762
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 3.01080660 3.01080660 3.93 0.0495
conc
3 1.92121888 0.64040629 0.84 0.4881
recria*conc 3 1.73555221 0.57851740 0.75 0.5308
Relação músculo:osso
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 1.22173941 0.17453420 1.54 0.2025
Error 23 2.60064283 0.11307143
Corrected Total 30 3.82238224
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 0.00877103 0.00877103 0.08 0.7831
conc 3 0.91582968 0.30527656 2.70 0.0693
recria*conc 3 0.28421421 0.09473807
0.84 0.4870
Relação músculo:gordura
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 1.93785322 0.27683617 3.10 0.0187
Error 23 2.05454629 0.08932810
Corrected Total
30 3.99239951
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 0.96793768 0.96793768 10.84 0.0032
conc
3 0.93646458 0.31215486 3.49 0.0318
recria*conc 3 0.05702622 0.01900874 0.21 0.8865
Relação músculo+gordura:osso
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 1.89789403 0.27112772 1.21 0.3379
Error 23 5.16211099 0.22443961
Corrected Total
30 7.06000502
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 0.80458831 0.80458831 3.58 0.0710
conc
3 0.47904412 0.15968137 0.71 0.5551
recria*conc 3 0.59207876 0.19735959 0.88 0.4663
Cor
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 4.42137097 0.63162442 1.60 0.1846
Error 23 9.06250000 0.39402174
Corrected Total 30 13.48387097
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 0.90750000 0.90750000 2.30 0.1427
conc 3 1.58564815 0.52854938 1.34 0.2854
recria*conc 3 1.97453704 0.65817901 1.67 0.2011
148
Textura
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 1.54301075 0.22043011 0.71 0.6661
Error 23 7.16666667 0.31159420
Corrected Total
30 8.70967742
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 0.16333333 0.16333333 0.52 0.4764
conc
3 0.98842593 0.32947531 1.06 0.3864
recria*conc 3 0.29398148 0.09799383 0.31 0.8147
Marmoreio
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 24.56720430 3.50960061 1.24 0.3205
Error 23 64.91666667 2.82246377
Corrected Total 30 89.48387097
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 10.08333333 10.08333333 3.57 0.0714
conc
3 9.78703704 3.26234568 1.16 0.3479
recria*conc 3 4.41666667 1.47222222 0.52 0.6717
Quebra no descongelamento
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 11.9247191 1.7035313 0.36 0.9149
Error 23 108.1789101 4.7034309
Corrected Total 30 120.1036291
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
conc 3 9.00945652 3.00315217 0.64 0.5979
recria
1 1.80664173 1.80664173 0.38 0.5415
conc*recria 3 1.18943280 0.39647760 0.08 0.9679
Quebra na cocção
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 84.0221139 12.0031591 0.97 0.4760
Error 23 284.7224247 12.3792359
Corrected Total
30 368.7445386
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
conc 3 14.34533615 4.78177872 0.39 0.7639
recria 1 16.56093445 16.56093445
1.34 0.2593
conc*recria 3 52.13872243 17.37957414 1.40 0.2670
Shear
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 18.09556317 2.58508045 1.08 0.4052
Error 23 54.86139167 2.38527790
Corrected Total
30 72.95695484
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 2.76672033 2.76672033 1.16 0.2927
conc 3 10.97644167 3.65881389 1.53 0.2325
recria*conc
3 4.24787870 1.41595957 0.59 0.6255
Maciez
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 5.98705027 0.85529290 1.96 0.1058
Error 23 10.04089167 0.43656051
Corrected Total
30 16.02794194
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 1.96668033 1.96668033 4.50 0.0448
conc
3 3.22931481 1.07643827 2.47 0.0878
recria*conc 3 0.86606667 0.28868889 0.66 0.5843
Palatabilidade
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 2.94122688 0.42017527 1.68 0.1647
Error 23 5.76596667 0.25069420
Corrected Total 30 8.70719355
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 0.14432133 0.14432133 0.58 0.4557
conc 3 1.01977315 0.33992438 1.36 0.2811
recria*conc 3 1.79566204 0.59855401 2.39 0.0951
149
Suculência
Source DF Sum of Squares Mean Square F Value Pr > F
Model 7 4.46654839 0.63807834 3.25 0.0151
Error 23 4.51900000 0.19647826
Corrected Total
30 8.98554839
Source DF Type III SS Mean Square F Value Pr > F
recria 1 0.88129200 0.88129200 4.49 0.0452
conc
3 3.13000000 1.04333333 5.31 0.0063
recria*conc 3 0.78353333 0.26117778 1.33 0.2892
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