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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial
DISSERTAÇÃO
apresentada à UTFPR
para obtenção do grau de
MESTRE EM CIÊNCIAS
por
KÁTIA ELISA PRUS PINHO
AVALIAÇÃO DE FATORES DE RISCOS NA UTILIZAÇÃO
DE CONTRASTES IODADOS EM EXAMES DE
UROGRAFIA EXCRETORA
Banca Examinadora:
Presidente e Orientador:
Prof. Dr. Pedro Miguel Gewehr UTFPR
Examinadores:
Prof. Dr. Tufik Bauab Júnior FAMERP- SP
Prof. Dr. Joaquim Miguel Maia UTFPR
Curitiba, julho de 2006.
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Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
KÁTIA ELISA PRUS PINHO
AVALIAÇÃO DOS FATORES DE RISCOS NA UTILIZAÇÃO DE CONTRASTES
IODADOS EM EXAMES DE UROGRAFIA EXCRETORA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Elétrica e Informática
Industrial da Universidade Tecnológica Federal do
Paraná, como requisito parcial para a obtenção do
grau de “Mestre em Ciências” – Área de
Concentração: Engenharia Biomédica.
Orientador: Prof. Dr. Pedro Miguel Gewehr
Curitiba
2006
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Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da UTFPR – Campus Curitiba
P654a Pinho, Kátia Elisa Prus
Avaliação de fatores de riscos na utilização de contrastes iodados em exames
de urografia excretora / Kátia Elisa Prus Pinho. Curitiba. UTFPR, 2006
XVIII, 121 f. : il. ; 30 cm
Orientador: Prof. Dr. Pedro Miguel Gewehr
Dissertação (Mestrado) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Cur-
so de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial. Curiti-
ba, 2006
Bibliografia: f. 117 – 122
1. Radiologia médica. 2. Contrastes iodados. 3. Urografia excretora. I. Gew-
ehr, Pedro Miguel, orient. II. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pro-
grama de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial. III.
Título.
CDD: 616.0757
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me permitir estar aqui e por me deixar realizar esta grande etapa
da minha vida.
Agradeço a todas estas riquezas que estão presentes na minha vida e que estiveram
participando durante este trabalho com seu amor e carinho:
Aos meus pais: Gregorio e Elisea, pelo incentivo e compreensão.
Ao meu amigo, namorado, noivo e esposo Antonio Carlos Pinho, pela paciência e
motivação.
Ao Professor Pedro Miguel Gewehr, pela dedicação e colaboração.
Aos meus amigos do coração: Alfredo Fonseca, Claudete Tomelin, Carlos Kramer,
Guiomar Martins, José Ângelo Pucci Tosin, Laércio Barbosa, Marinei Pacheco dos Santos,
Paulo Sergio Macuchen Nogas, Roberto Maia, Rosangela Requi Jakubiak, Sérgio Luiz
Kolodey, pelo companheirismo e pela ajuda.
Ao Dr. Ênio Rogacheski, pelo ensinamento e pela colaboração.
À Equipe do Serviço de Radiologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal
do Paraná, em especial a Azir Regina Barreto Pires, Marilu Borges da Silva e Noemi
Quenhen, pelo companheirismo e pelas orientações.
À Equipe do Serviço de Radiologia do Hospital Universitário Evangélico,
especialmente a Ingo Busarello, Gilmar dos Santos, Luiz Vetori e Rosângela Magalhães, pelo
auxílio e orientações.
Aos pacientes que aceitaram participar voluntariamente desta pesquisa.
À Empresa Cristália pelo fornecimento de materiais.
À Empresa Schering do Brasil
Química e Farmacêutica Ltda por todo o apoio
fornecido.
À Nadir, pela sua firmeza e orientação.
Aos alunos do Curso Superior de Tecnologia em Radiologia Médica que entenderam
minha situação e colaboração para a finalização.
Ao DAFIS pelo apoio e auxílio.
Ao Lamid, DAQBI, especialmente aos Professores Sérgio Oldakoski, Júlio César
Rodrigues de Azevedo e Maurício Gomes de Andrade, pelo auxílio.
À Coordenação do CPGEI ao Professor José Luis Fabris, pela ajuda.
A todos aqueles que participaram em algum momento deste trabalho, obrigada.
iv
v
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS iii
SUMARIO v
LISTA DE FIGURAS ix
LISTA DE TABELAS xiii
RESUMO xvii
ABSTRACT xviii
CAPÍTULO 1 1
INTRODUÇÃO 1
1.1 GENERALIDADES 1
1.2 JUSTIFICATIVA 2
1.3 OBJETIVO GERAL 3
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 3
1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO 3
CAPÍTULO 2 5
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 5
2.1 COMPONENTES DO SISTEMA URINÁRIO 5
2.2 ANATONIA DOS RINS 5
2.2.1 Estrutura Externa do Rim 6
2.2.2 Estrutura Interna do Rim 7
2.2.3 Vasos Sangüíneos do Rim 10
2.3 FISIOLOGIA RENAL
11
2.3.1 Ureteres 12
2.3.2 Bexiga Urinária
13
2.3.3 Uretra 13
2.4 DEPURAÇÃO RENAL 13
2.5 FUNCIONAMENTO ANORMAL DO RIM
14
2.5.1 Bloqueio renal
14
2.5.2 Anormalidades Renais que Produzem Perda dos Néfrons 14
2.5.3 Glomerulonefrite Aguda e Crônica 15
2.5.4 Aumento Renal Unilateral 15
2.5.5 Retenção Urinária 15
2.5.6 Litíase Urinária 15
vi
2.6 UROGRAFIA EXCRETORA 16
2.6.1 Aspectos Gerais 16
2.6.2 Histórico do Exame 16
2.6.3 Técnica do Exame 17
2.6.4 Mecanismo de Ação do Meio de Contraste 19
2.7 MEIOS DE CONTRASTE 21
2.7.1 Características Gerais dos Meios de Contraste 23
2.7.2 Classificação dos Meios de Contraste Radiológicos 24
2.7.2.1 Capacidade de Absorver Radiação
24
2.7.2.2 Composição dos Meios de Contraste
25
2.7.2.3 Classificação Quanto à Solubilidade 25
2.7.2.4 Estrutura Química 25
2.7.2.5 Capacidade de Dissociação 26
2.7.3 Características Específicas dos Meios de Contraste 28
2.7.3.1 Densidade 28
2.7.3.2 Lipofilia 29
2.7.3.3 Viscosidade 30
2.7.4 Aspectos Quantitativos das Soluções 30
2.7.4.1 Pressão Osmótica x Concentração das Soluções de Contraste 30
2.7.4.2 Concentração em Quantidade de matéria de soluto e Volume da solução,
Concentração Molar ou Molaridade 31
2.7.4.3 Quantidade de Matéria do Soluto e Massa do Solvente, Concentração Molal ou
Molalidade 31
2.8 REAÇÕES ADVERSAS
33
2.8.1 Características Gerais 33
2.8.2 Tipos de Reações Adversas
34
2.8.3 Severidade das Reações Adversas 34
2.8.4 Freqüência das Reações Adversas 35
2.8.5 Precauções Prévias 35
CAPÍTULO 3
37
MATERIAIS E MÉTODOS
37
3.1 INTRODUÇÃO 37
3.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO DOS PACIENTES NO ESTUDO 38
3.3 SELEÇÃO DOS MEIOS DE CONTRASTE 39
vii
3.4 DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA DE CADA GRUPO 40
3.5 METODOLOGIA UTILIZADA PARA O ARMAZENAMENTO E PROCESSAMENTO
DOS DADOS OBTIDOS NA PESQUISA 43
3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA 44
3.6.1 Teste χ
2
( qui-quadrado) 44
3.6.2 Análise de Regressão Múltipla 45
CAPÍTULO 4 47
RESULTADOS 47
4.1 RESULTADOS GERAIS
47
4.2 RESULTADOS DO HOSPITAL A
52
4.2.1 Resultados do Grupo HACD 54
4.2.2 Resultados do Grupo HAA 58
4.2.3 Resultados do Grupo HANA 60
4.3 RESULTADOS DO HOSPITAL B 63
4.3.1 Resultados do Grupo HBCD 65
4.3.2 Resultados do Grupo HBA 68
4.3.3 Resultados do Grupo HBNA 71
4.4 COMPARAÇÃO ENTRE O HOSPITAL A E HOSPITAL B 73
4.4.1 Meios de Contraste Iônicos Aquecidos 73
4.4.2 Meios de Contraste Não-Iônicos Aquecidos 74
4.4.3 Meios de Contraste Iônicos Não-Aquecidos 75
4.4.4 Meios de Contraste Não-Iônicos Não-Aquecidos 76
CAPÍTULO 5 79
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
79
5.1 GENERALIDADES 79
5.2 TIPO DE CONTRASTE E O APARECIMENTO DE REAÇÃO COM O
GÊNERO
79
5.3 CONCENTRAÇÃO DE IODO, DOSE ADMINISTRADA E TIPO DE CONTRASTE
PARA O APARECIMENTO DE REAÇÃO 81
5.4 TEMPO DE INJEÇÃO DO CONTRASTE E O APARECIMENTO DE REAÇÃO
86
5.5 TEMPERATURA DE ADMINISTRAÇÃO E O APARECIMENTO DE
REAÇÃO
87
5.6 RESUMO DAS PRINCIPAIS CONCLUSÕES 91
5.7 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 92
viii
APÊNDICE 1 – ANAMNESE OU QUESTIONÁRIO UTILIZADO PARA COLETA
DOS DADOS 95
APÊNDICE 2 – 97
2.1 PROCEDIMENTO PRÁTICO COM OS MEIOS DE CONTRASTE 97
2.2 RESULTADOS 99
2.2.1 Meio de Contraste Não-Iônico: Iopamiron 300 99
2.2.2 Meio de Contraste Não-Iônico: Optiray 320 102
2.2.3 Meio de Contraste Iônico: Pielograf 76% 105
2.2.4 Meio de Contraste Iônico: MD 76R
107
2.3 COMPARATIVOS DE DENSIDADE ENTRE AS SUBSTÃNCIAS
ANALISADAS
111
ANEXO 1 - MODELO DE TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO LIVRE E
ESCLARECIDO UTILIZADO NA PESQUISA 113
REFERÊNCIAS 117
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Representação anterior da anatomia dos componentes do sistema urinário
feminino 5
Figura 2: Corte frontal do rim, ilustrando suas estruturas internas 6
Figura 3: Corte frontal do rim destacando a localização do glomérulo e a cápsula de
Bowman 8
Figura 4: Representação de um néfron justamedular com seus túbulos proximal e distal 9
Figura 5: Resumo da circulação sangüínea no rim
11
Figura 6: Imagem da pelve renal, ressaltando as regiões opacas pelo meio de contraste,sendo
estes os locais de interesse para o exame
17
Figura 7: Início do mecanismo de ação do meio de contraste quando injetado nos vasos
sangüíneos 20
Figura 8: Radiografia simples da pelve renal sem utilização do meio de contraste 22
Figura 9: Radiografia da pelve renal, mostrando o sistema urinário preenchido completamente
pelo meio de contraste 22
Figura 10: Estrutura básica dos meios de contraste com suas respectivas ligações em cada
posição do anel benzeno 23
Figura 11: Estrutura química dos meios de contraste: a) meio de contraste monômero e
b) meio de contraste dímero 24
Figura 12: Fórmula química de meios de contraste iônicos. a) estrutura básica do meio de
contraste com CÔO
-
H
+
; b) estrutura de meio de contraste iônico com substituição do H
+
por
Na
+
; c) utilização de Mgl
+
na composição do meio de contraste, tornando-se CÔO
-
Mgl
+
27
Figura 13: Fórmulas químicas de meios de contraste. a) substituição do radical carboxila
(CÔO-Na+) do meio de contraste monômero iônico para a estrutura b) originando um meio de
contraste monômero não-iônico e, c) meios de contraste dímeros não-iônicos, onde não
ocorreu a dissociação do sal (X) 28
Figura 14: Tipos de contraste utilizados na pesquisa. A identificação do contraste e do
fabricante segue a direção da esquerda para a direita: “Iopamiron 300 (Schering), Optiray 320
(Mallinckrodt), Pielograf 76% (Schering) e MD 76R (Mallinckrodt)
39
Figura 15: Termo-higromêtro utilizado para medições da temperatura ambiente do
contraste
42
Figura 16: Visualização do painel frontal do banho-maria, dotado de lâmpada piloto e
termostato hidráulico com escala aferida nas temperaturas de 37ºC e 56ºC 42
x
Figura 17: Vista superior do banho-maria, com destaque ao recipiente de aquecimento e ao
termômetro para o controle da temperatura 43
Figura 18: Grupos pesquisados com o total de pacientes em cada grupo, no Hospital A
(n=102); e no Hospital B (n=81) 48
Figura 19: Incidência de reações por gênero nos dois hospitais pesquisados 51
Figura 20: Pacientes pesquisados no Hospital A (n=102 (100%)) 52
Figura 21: Pacientes pesquisados por tipo de contraste e por gênero no Grupo HACD
(n=61) 54
Figura 22: Pacientes separados por gênero e pelo tipo de reações do grupo HACD
55
Figura 23: Aparecimento de reações pela concentração de iodo no Grupo HACD. Os números
sobre as colunas representam as reações e o total de casos
56
Figura 24: Incidência de reações pelo tempo de injeção do contraste do Grupo HACD. Os
números sobre as colunas representam as reações e o total de casos 57
Figura 25: Tipo de contraste utilizado e gênero no Grupo HAA (n= 21) 58
Figura 26: Aparecimento de reações em função da temperatura de aplicação do contraste do
Grupo HAA (n=21). Os números sobre as colunas representam as reações e o total de casos 59
Figura 27: Pacientes por tipo de contraste e por gênero no Grupo HANA (n=20) 61
Figura 28: Aparecimento de reações em função da temperatura de aplicação do contraste no
Grupo HANA. Os números sobre as colunas representam as reações e o total de casos 62
Figura 29: Meios de contraste utilizados por gênero no Hospital B (n=81) 63
Figura 30: Número de pacientes separados por gênero e pelo tipo de reações do Hospital
B(n=81) 65
Figura 31: Tipo de contraste utilizado por gênero no Grupo HBCD (n=40) 66
Figura 32: Aparecimento de reações pela concentração de iodo no Grupo HBCD. Os números
sobre as colunas representam as reações e o total de casos
67
Figura 33: Incidência de reações pelo tempo de injeção do contraste do Grupo HBCD. Os
números sobre as colunas representam as reações e o total de casos
68
Figura 34: Meios de contraste utilizado por gênero no Grupo HBA (n=21) 69
Figura 35: Incidência de reações versus temperatura de injeção do contraste do Grupo HBA.
Os números sobre as colunas representam as reações e o total de casos
70
Figura 36: Meios de contraste utilizados por gênero Grupo HBNA (n = 20)
71
Figura 37: Aparecimento de reações em função da temperatura de aplicação do contraste do
Grupo HBNA. Os números sobre as colunas representam as reações e o total de casos 73
xi
Figura 38: Pacientes dos Hospitais A e B com o contraste iônico aquecido pelo tipo de reação
apresentada 74
Figura 39: Pacientes dos Hospitais A e B com o contraste não-iônico aquecido pelo tipo de
reação apresentada 75
Figura 40: Pacientes dos Hospitais A e B com o contraste iônico não-aquecido pelo tipo de
reação apresentada 76
Figura 41: Pacientes dos Hospitais A e B com o contraste não- iônico não-aquecido pelo tipo
de reação apresentada 77
Figura 42: Percentual de reações com todas as concentrações de iodo no Grupo HACD
83
Figura 43: Percentual de reações com todas as concentrações de iodo no Grupo HBCD
85
Figura 44: Balança de precisão analítica de mesa 98
Figura 45: Termômetro digital utilizado para medições das temperaturas das substâncias 98
Figura 46: Viscosidade do Iopamiron 300 em função do tempo e do volume nas diferentes
temperaturas 100
Figura 47: Densidade do Iopamiron 300 em função do volume nas diferentes temperaturas 101
Figura 48: Viscosidade do Optiray 320 em função do tempo e do volume nas diferentes
temperaturas 103
Figura 49: Densidade do Optiray 320 em função do volume nas diferentes temperaturas 104
Figura 50: Viscosidade do Pielograf 76% em função do tempo e do volume nas diferentes
temperaturas 106
Figura 51: Densidade do Pielograf 76% em função do volume nas diferentes temperaturas 107
Figura 52: Viscosidade do MD 76 R em função do tempo e do volume nas diferentes
temperaturas 109
Figura 53: Densidade do MD 76 R em função do volume nas diferentes temperaturas
110
xii
xiii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Classificação e divisão dos grupos estudados 38
Tabela 2: Exemplo de arquivo utilizado para armazenamento das informações de cada
grupo 44
Tabela 3: Exemplo de uma pesquisa com 4 grupos diferentes 45
Tabela 4: Associação entre variáveis independentes e fatores de risco e respectivos
coeficientes numéricos obtidos na equação 6 48
Tabela 5: Comparação de reação por gênero de todos os pacientes pesquisados nos dois
hospitais 50
Tabela 6: Resultados obtidos no Hospital A por meios de contraste e por aparecimento ou não
de reações 53
Tabela 7: Divisão dos meios de contraste utilizados no Hospital A por gênero e tipo de
contraste com o aparecimento de reações 53
Tabela 8: Total de pacientes do Grupo HACD com a incidência de reação por tipo de
contraste 55
Tabela 9: Total de pacientes do Grupo HAA com o tipo de reação e os meios de contraste
utilizados 60
Tabela 10: Total de pacientes do Grupo HANA com o tipo de reação e os meios de contraste
utilizados 61
Tabela 11: Resultados obtidos no Hospital B por tipo de reação e os meios de contraste
utilizados
64
Tabela 12: Total de pacientes do Grupo HBCD com o tipo de reação e os meios de contraste
utilizados
66
Tabela 13: Total de pacientes do Grupo HBA com o tipo de reação e os meios de contraste
utilizados
70
Tabela 14: Total de pacientes do Grupo HBNA com o tipo de reação e os meios de contraste
utilizados
72
Tabela 15: Meios de contraste utilizados no Hospital A por gênero e aparecimento de
reações 80
Tabela 16: Meios de contraste utilizados no Hospital B por gênero e aparecimento de
reações
81
Tabela 17: Meios de contraste utilizados por gênero e por aparecimento de reações no Grupo
HAA
89
xiv
Tabela 18: Meios de contraste utilizados por gênero e por aparecimento de reações no Grupo
HANA 89
Tabela 19: Meios de contraste utilizados por gênero e por aparecimento de reações no Grupo
HBA 90
Tabela 20: Meios de contraste utilizados por gênero e por aparecimento de reações no Grupo
HBNA 90
Tabela 21: Valores médios (n=2) da substância em relação ao tempo, viscosidade a 26°C 99
Tabela 22: Valores médios (n=2) da substância em relação ao tempo, viscosidade a 30°C 99
Tabela 23: Valores médios (n=2) da substância em relação ao tempo, viscosidade a 37°C
99
Tabela 24: Valores médios (n= 8) da substância em relação à massa, densidade a 17,6ºC
100
Tabela 25: Valores médios (n= 8) da substância em relação à massa, densidade a 30ºC 100
Tabela 26: Valores médios (n= 8) da substância em relação à massa, densidade a 37ºC 101
Tabela 27: Valores médios da temperatura da substância em relação à densidade média 101
Tabela 28: Valores médios da temperatura da substância em relação ao tempo, água
encontrava-se a 42,5ºC 101
Tabela 29: Valores médios (n=2) da substância em relação ao tempo, viscosidade a21,1°C 102
Tabela 30: Valores médios (n=2) da substância em relação ao tempo, viscosidade a 27°C 102
Tabela 31: Valores médios (n=2) da substância em relação ao tempo, viscosidade a 37°C 102
Tabela 32: Valores médios (n= 8) da substância em relação à massa, densidade a 26ºC 103
Tabela 33: Valores médios (n= 8) da substância em relação à massa, densidade a 30ºC 103
Tabela 34: Valores médios (n= 8) da substância em relação à massa, densidade a 37ºC 104
Tabela 35: Valores médios da temperatura da substância em relação ao tempo, água
encontrava-se a 42,5ºC 104
Tabela 36: Valores médios (n=2) da substância em relação ao tempo, viscosidade a22,5°C
105
Tabela 37: Valores médios (n=2) da substância em relação ao tempo, viscosidade a28,7°C 105
Tabela 38: Valores médios (n=2) da substância em relação ao tempo, viscosidade a 38°C
105
Tabela 39: Valores médios (n= 8) da substância em relação à massa, densidade a 23,7ºC 105
Tabela 40: Valores médios (n= 8) da substância em relação à massa, densidade a 30ºC 106
Tabela 41: Valores médios (n= 8) da substância em relação à massa, densidade a37ºC 106
Tabela 42: Valor médio da temperatura da substância em relação ao tempo, água encontrava-
se a 42,5ºC 107
Tabela 43: Valores médios (n=2) da substância em relação ao tempo, viscosidade a 22°C 108
Tabela 44: Valores médios (n=2) da substância em relação ao tempo, viscosidade a 30°C 108
xv
Tabela 45: Valores médios (n=2) da substância em relação ao tempo, viscosidade a 37°C 108
Tabela 46: Valores médios (n= 8) da substância em relação à massa, densidade a 22ºC 109
Tabela 47: Valores médios (n= 8) da substância em relação à massa, densidade a 30ºC 109
Tabela 48: Valores médios (n= 8) da substância em relação à massa, densidade a 37ºC 110
Tabela 49: Valores médios da temperatura da substância em relação ao tempo, água
encontrava-se a 42,5ºC 110
Tabela 50: Resultados encontrados para os meios de contraste não-iônico 111
Tabela 51: Resultados encontrados para os meios de contraste iônico 111
xvi
xvii
RESUMO
Este trabalho apresenta um estudo realizado com 183 pacientes que se submeteram a exames
de urografia excretora e utilizaram meios de contraste iodados hidrossolúveis iônicos e não-
iônicos em dois hospitais da região de Curitiba-Paraná. Os pacientes foram divididos em três
grupos diferentes nas duas instituições: grupo com controle de dose (CD), grupo aquecido (A)
e grupo não-aquecido (NA). A separação dos indivíduos em cada grupo seguiu modelo de
estudos anteriores visando identificar quais pacientes apresentavam reações e as intensidades
das mesmas. No Hospital A foram pesquisados 102 pacientes distribuídos nos 3 grupos (61-
CD, 21-A, 20-NA). No Hospital B foram pesquisados 81 pacientes também divididos nos 3
grupos (40-CD, 21-A, 20-NA). Realizaram-se testes estatísticos, onde se verificou que as
variáveis tipo de contraste, alergia e gênero apresentaram maior influência para as reações
adversas. Os resultados obtidos mostram que dos 183 pacientes, em 61,75% houve reações.
As reações leves representaram 56,84% e as moderadas 4,91% do total de pacientes. O total
de pacientes do gênero masculino nos dois hospitais foi 71 (38,79%) e do gênero feminino foi
112 (61,20%). Nas mulheres, as reações leves ou moderadas apareceram em 71 pacientes,
representando 63,39% delas. Nos homens, 42 apresentaram reações leves ou moderadas, ou
seja, 59,15% deles. Variáveis como a temperatura de administração, a concentração de iodo e
o tempo de injeção do contraste também foram estudadas e devem merecer atenção especial
para o exame pois podem estar relacionadas com o aparecimento de reações.
xviii
ABSTRACT
This work presents a research carried out with 183 patients submitted to exams of excretory
urography using ionic and nonionic hidrosoluble contrast media in two hospitals of Curitiba
city. The patients were divided in 3 different groups for both Institutions as follows: group
with dose control (CD), group warmed (A) and group at room temperature (NA). The
separation of the individuals followed previous models of study in order to identify which
patients presented adverse reactions and the level of them. For hospital A, the research
employed 102 patients distributed in 3 groups (61-CD, 21-A, 20-NA). For hospital B, the
research employed 81 patients also distributed in 3 groups (40-CD, 21-A, 20-NA). By making
use of statistic tests, it was verified that variables like: type of contrast, allergy and gender
presented major influence on the adverse reactions for the patients. The results obtained show
that for the 183 patients, 61,75% of them presented adverse reactions. The reactions
considered mild were present for 56,84% and the ones considered moderate were present for
4,91% of the patients. The total amount of male patients for both hospitals was 71 (38,79%)
and the female patients were 112 (61,20%). For women, mild or moderate reactions were
present in 71 patients, meaning 63,39% of them. For men, 42 presented mild or moderate
reactions, or, 59,15% of them. Finally, parameters like the temperature of administration, lode
concentration and the injection time of the contrasts were also studied and it seems necessary
to have some more care about them during urography exams since they can play a role on
adverse reactions.
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1 GENERALIDADES
A evolução tecnológica na área de imagens médicas proporcionou a visualização de
diferentes órgãos, nas suas mais variadas formas. Paralelo a isso, alguns exames radiológicos
foram tornando-se recursos indispensáveis na confirmação diagnóstica.
Se por um lado, exames de tomografia computadorizada e de ressonância magnética
têm sido explorados com maior freqüência, por outro, exames utilizando os raios X
convencionais são bastante úteis atualmente. Exemplo disso é o exame de urografia excretora
que existe desde 1923 (DAWSON, 1990), e até hoje é realizado em várias instituições para
diagnosticar alterações renais e outras patologias.
Os exames radiológicos podem ser classificados em simples, ou raios X simples, e
exames radiológicos contrastados. Concernente aos raios X simples, algumas estruturas
anatômicas podem ser facilmente visualizadas, dada a diferença de opacidade dos tecidos,
como por exemplo, os pulmões (BONTRAGER, 1999).
Já outros órgãos como os rins, apresentam densidade semelhante em toda a sua
estrutura anatômica e adjacente, o que impede de serem visualizados por meio de raios X
simples. Neste caso, torna-se necessária a utilização de meios de contraste radiológicos,
possibilitando a diferenciação de tais órgãos, uma vez que essas substâncias facilitam a
visualização da estrutura anatômica do órgão a ser radiografado (BONTRAGER, 1999).
Os meios de contraste radiológicos são compostos que, quando introduzidos no
organismo por diferentes vias, conseguem dar melhor definição às imagens radiográficas,
aparecendo no filme como áreas esbranquiçadas ou escuras, dependendo do tipo de contraste
administrado (FALGAS et al., 2002).
Os meios de contraste radiológicos vêm sendo utilizados há mais de meio século
(BETTMANN, 2004), e desde então se observam reações adversas. As reações adversas
podem aparecer quando uma substância estranha ao corpo humano é administrada via oral ou
via endovenosa. Nem sempre esta substância é inofensiva e algumas vezes podem alterar a
circulação sangüínea causando reações inesperadas (AAIC, 2001).
As reações adversas apresentam-se como leves, moderadas e graves (CBR, 2000). Os
sintomas variam desde náuseas e vômitos até uma parada respiratória e cardíaca.
2
Atualmente os meios de contraste são considerados mais seguros, mas mesmo assim
as reações adversas são imprevisíveis e ocorrem com certa freqüência, podem aparecer em
pacientes que já receberam a substância anteriormente ou que estão recebendo pela primeira
vez.
Dessa forma, é imprescindível, que todos os profissionais envolvidos tenham um
conhecimento prévio sobre as principais condutas a serem tomadas em situações de
emergências.
1.2 JUSTIFICATIVA
A incidência de efeitos colaterais relacionados com o uso de contrastes iodados em
métodos de diagnóstico por imagem, vem sendo estudada desde 1930. Desde então novas
formulações foram criadas, diminuindo a toxicidade e identificando os fatores de risco versus
o benefício potencial de seu uso. É impossível prever que pacientes apresentarão reações
adversas aos meios de contraste iodados. Assim, todos os pacientes devem, inicialmente, ser
considerados de risco (CBR, 2000).
Partindo deste princípio, inicialmente devem-se ter as mesmas precauções e
orientações com todos os pacientes que serão submetidos ao uso de meios de contraste (CBR,
2000). Entretanto na experiência prática não é o que ocorre. Às vezes a falta de informação e
o despreparo de alguns profissionais da área, fazem com que muitos tenham receios de
utilizar essas substâncias, ou ainda, insegurança desde o ato de sua administração até o
término do procedimento.
Como os meios de contraste são utilizados desde 1923, vários acidentes já se tornaram
conhecidos e amplamente divulgados. O exemplo mais recente foi em 2003, com o meio de
contraste Celobar, injetado via oral, que alertou a população para os perigos que esta
substância pode ocasionar no organismo. Após este fato, a administração de meios de
contraste tornou-se ainda mais cautelosa pelos profissionais e mais exigente pelos pacientes
(BAUAB, 2005). O paciente costuma perguntar sobre a substância contrastante antes da sua
aplicação e exige uma explicação fundamentada do profissional.
Diante disso, são necessários mais estudos científicos englobando aspectos físicos,
biológicos e comportamentais dos meios de contraste que apresentem fatores de riscos para a
manifestação de reações adversas.
3
Considerando o exposto acima, justifica-se o desenvolvimento deste trabalho com o
intuito de contribuir para a obtenção de informações concisas e atualizadas sobre a incidência
de reações adversas pelo uso de meios de contraste iodados em exames de urografia excretora.
1.3 OBJETIVO GERAL
O objetivo principal deste trabalho é analisar os fatores que podem contribuir para o
aparecimento de reações adversas pelo uso de meios de contraste iodados hidrossolúveis em
exames de urografia excretora.
1.3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Estudo bibliográfico sobre reações adversas pelo uso de meios de contraste iodados;
Verificar a quantidade de reações adversas que ocorrem na administração dos meios
de contrastes iodados hidrossolúveis, em exames de urografia excretora, relacionando
as possíveis variáveis individuais ou da substância que possam estar interligadas na
aplicação;
Avaliar as diferenças entre os contrastes iônicos e não-iônicos identificando quais as
reações provocadas por eles e o grau de severidade das mesmas;
Analisar cada substância contrastante, verificando as características físicas que
interferem na incidência de reações adversas.
1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Esta dissertação está dividida em cinco capítulos. O capítulo 2 apresenta uma revisão
bibliográfica da anatomia renal, suas funções e suas anormalidades, bem como a definição de
urografia excretora, meios de contraste e as classificações das reações adversas. No capítulo 3
são apresentados os materiais e a metodologia utilizada nas duas instituições de saúde
pesquisadas. O capítulo 4 apresenta os principais resultados obtidos em cada grupo e a
análise estatística aplicada. O capítulo 5 discute estes resultados separadamente por variável
pesquisada, apresentando as conclusões e sugestões para possíveis trabalhos futuros.
4
5
CAPÍTULO 2
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 COMPONENTES DO SISTEMA URINÁRIO
O sistema urinário é constituído pelos rins, que produzem a urina; os ureteres, que
transportam a urina para a bexiga urinária, e a uretra, que transporta a urina para o meio
externo, conforme mostra a Figura 1 (SPENCE, 1991).
Figura 1 - Representação anterior da anatomia dos componentes do sistema urinário feminino
(SPENCE, 1991).
2.2 ANATOMIA DOS RINS
Os rins são dois órgãos marrom-avermelhados situados na parede posterior da
cavidade abdominal, conforme a Figura 1, um em cada lado da coluna vertebral, sendo que o
rim direito está localizado em posição inferior à do esquerdo. Na sua composição está a
6
glândula endócrina denominada de glândula supra-renal. Os rins apresentam aproximadamente
11 cm de comprimento em adultos e se estendem desde a décima-primeira vértebra torácica
até o processo transverso da terceira vértebra lombar (CASTRO, 1985). Estão localizados
entre os músculos do dorso e a cavidade peritoneal, permitindo assim exposições cirúrgicas
através da parede posterior do corpo, sem que se abra a cavidade peritoneal (SPENCE, 1991).
2.2.1 Estrutura Externa do Rim
O rim possui o formato de um grão de feijão, apresentando duas faces, duas bordas e
duas extremidades. As faces são anteriores e posteriores. A borda medial é côncava, enquanto
que a borda lateral é convexa. Na borda medial encontra-se o hilo renal, por onde penetram ou
saem os elementos que constituem o pedículo renal, os quais são representados pela artéria
renal, veia renal, pelve e nervos renais. Todas estas estruturas estão representadas na Figura 2
(CASTRO, 1985).
Figura 2 - Corte frontal do rim, ilustrando suas estruturas internas (CASTRO, 1985).
7
2.2.2 Estrutura Interna do Rim
Na estrutura interna pode-se distinguir três regiões: o córtex renal, a medula renal e a
pelve renal (SPENCE, 1991), ilustradas na Figura 2.
O córtex renal é a camada externa do rim e localiza-se abaixo da cápsula fibrosa,
possui expansões, que são as colunas renais. As colunas renais projetam-se para a medula
renal, dando origem às pirâmides renais. Nas pirâmides renais suas bases encontram-se
revestidas pelo córtex e seus ápices (denominados de papilas renais, devido ao formato)
seguem em direção à pelve renal, como mostra a Figura 2 (SPENCE, 1991). As pirâmides são
separadas entre si pelas colunas renais.
Os vasos sangüíneos destinados ao córtex projetam-se para o interior de uma câmara
com formato de funil denominado cálice renal menor. Vários destes cálices formam os cálices
renais maiores. Em média, existem 2 ou 3 cálices renais maiores e 8 a 13 cálices renais
menores para cada rim. De um modo geral, três cálices renais maiores formam a pelve renal.
A pelve renal tem o formato de um grande funil dobrado para baixo, continuando com o
ureter (CASTRO, 1985).
A urina goteja em pequenos poros existentes nas papilas e atinge os cálices menores,
seguindo em direção aos cálices maiores, pelve renal e ao ureter, que finalmente a transporta
para a bexiga urinária (SPENCE, 1991).
As unidades funcionais dos rins, os túbulos renais, consistem de néfrons (nefrônios) e
túbulos coletores. Em cada rim, estima-se que existam mais de um milhão de néfrons. Os
néfrons são formados por duas partes: o glomérulo (uma rede de capilares paralelos) e um
túbulo.
O néfron tem como função básica limpar ou purificar o plasma sangüíneo, dele
retirando as substâncias indesejáveis durante sua passagem pelo rim, ao mesmo tempo em que
detém no sangue as demais substâncias necessárias ao organismo.
A extremidade proximal do túbulo forma a cápsula do glomérulo, denominada cápsula
de Bowman ou glomerular, que envolve o glomérulo (SPENCE, 1991). A cápsula e o
glomérulo formam o corpúsculo renal, localizado na região cortical do rim, representados na
Figura 3.
8
Figura 3 - Corte frontal do rim destacando a localização do glomérulo e a cápsula de Bowman
(SPENCE, 1991).
Do outro lado da cápsula do glomérulo, cada néfron forma um túbulo com diversas
curvaturas e alças, conhecido como túbulo contorcido proximal, representado nas Figuras 3 e
4. O néfron ainda apresenta uma porção reta, formando a alça dos néfrons ou alça de Henle,
também mostrada nas Figuras 3 e 4. As alças dos glomérulos justamedulares são maiores que
as dos glomérulos corticais. Em conseqüência disto, as alças dos glomérulos justamedulares
projetam-se mais profundamente na medula, enquanto que as alças dos néfrons estão situadas
na superfície do córtex. Todas estas estruturas fazem parte do ramo ascendente da alça do
néfron, que está basicamente constituída por células cuboidais e podendo receber também a
denominação de segmento espesso da alça do néfron (SPENCE, 1991).
9
Figura 4 – Representação de um néfron justamedular com seus túbulos: proximal e distal
(SPENCE, 1991).
Após o ramo ascendente, cada néfron assume o formato espiralado, formando o túbulo
contorcido distal, que entra em contato com o vaso sangüíneo (a arteríola aferente). Entre as
células musculares lisas da túnica média da arteríola aferente, existem células que apresentam
grânulos proeminentes em seu citoplasma, denominadas de células justaglomerulares
(SPENCE, 1991). No local onde o túbulo contorcido distal entra em contato com as células
justaglomerulares, existe uma concentração de núcleos e as células aparecem maiores que em
outros locais do túbulo, formando uma região denominada de mácula densa. A junção das
células justaglomerulares com a mácula densa forma uma estrutura denominada de complexo
justaglomerular ou aparelho justaglomerular, conforme visto na Figura 4. As células
justaglomerulares são excretoras de uma enzima (renina), cuja função é responder pela
pressão sangüínea baixa. A renina determina a constrição, através da angiotensina (uma
10
proteína plasmática), das arteríolas e promove a liberação de aldosterona do córtex da supra-
renal (SPENCE, 1991).
A função da aldosterona é agir sobre os túbulos do rim, determinando uma maior
reabsorção de sódio e conseqüentemente maior reabsorção de água, tornando possível o
aumento no volume de sangue. Após a atuação da aldosterona, a renina atua indiretamente,
elevando a pressão sangüínea do rim. Essa pressão elevada tem como função básica manter o
funcionamento do rim, facilitando assim para o glomérulo, que necessita de nível elevado
para que ocorra a filtração de substâncias para o interior da sua cápsula (SPENCE, 1991). Os
túbulos contorcidos distais de vários néfrons terminam no túbulo coletor comum (mostrado na
Figura 4 como túbulo coletor), cuja função é transportar a urina para o interior da pirâmide
renal. Existem aproximadamente de 10 a 25 túbulos coletores, que, após abertos na papila de
cada pirâmide, vão afluir em um cálice renal menor (SPENCE, 1991).
2.2.3 Vasos Sangüíneos do Rim
A relação entre o rim e o sistema vascular sangüíneo está associada às dimensões das
artérias renais. Estima-se que, em repouso, as artérias renais transportam para os rins
aproximadamente 20% do volume sangüíneo total. Em um indivíduo adulto, passa um volume
de 1.200 ml de sangue por minuto, nos dois rins. O grande fluxo sangüíneo está relacionado
ao fato de que os rins precisam manter a homeostase do sangue, e isso não seria possível se
apenas uma quantidade mínima passasse através deles (SPENCE, 1991).
A artéria renal, após penetrar no hilo renal, divide-se em ramos dorsais e ventrais, que
passam posterior e anteriormente à pelve renal. Esses vasos são denominados de artérias
interlobares, mostradas na Figura 5. Essas artérias formam ramos arqueados, que são as
artérias arqueadas. Em intervalos, as artérias arqueadas dão origem às pequenas artérias
interlobulares, que saem do córtex em direção à superfície renal. As artérias interlobulares
dividem-se em várias arteríolas aferentes, cada uma delas irrigando um corpúsculo renal e
formando o glomérulo, já citado anteriormente e representado na Figura 3 (SPENCE, 1991).
O sangue deixa o glomérulo através da arteríola eferente. A arteríola eferente divide-se em
uma rede de capilares denominada de capilares peritubulares, que circundam os túbulos
contorcidos proximal e distal. As arteríolas retas, que são vasos de parede delgada, estendem-
se desde as arteríolas eferentes dos néfrons justamedulares para irrigar suas alças e os túbulos
coletores. Os vasos retos formam a urina concentrada. Os capilares peritubulares convergem
para as veias interlobulares e depois para as veias arqueadas e veias interlobares, que
11
finalmente se juntam para formar a veia renal. A denominação das veias segue o mesmo
padrão das artérias de mesmo nome. A Figura 5 ilustra como ocorre a circulação do sangue
através do rim (SPENCE, 1991).
Vários aspectos são importantes no fluxo sangüíneo renal. À medida que o sangue flui
para o interior do órgão, ele se utiliza de duas séries seqüenciais de leitos capilares, os
capilares glomerulares e os capilares peritubulares. O rim é um dos poucos locais do corpo
que mantém este sistema.
Figura 5 – Resumo da circulação sangüínea no rim (SPENCE, 1991).
2.3 FISIOLOGIA RENAL
As atividades excretora e reguladora dos rins dependem do correto funcionamento dos
glomérulos e dos túbulos renais (representados pelo néfrons e túbulos coletores). Estes
participam de diversas atividades, entre elas a filtração glomerular, reabsorção e secreção
tubular.
Como o sangue circula através dos rins, uma quantidade de plasma é filtrada para fora
do sistema vascular através do endotélio fenestrado, lâmina basal e membranas fendilhadas,
para o interior da cápsula do glomérulo dos túbulos renais. Todo este processo está
relacionado à pressão do sangue no interior do glomérulo, por onde alguns componentes do
plasma conseguem penetrar nos túbulos renais. Como o filtrado circunda ao longo dos
túbulos, a água, os eletrólitos, a glicose, os aminoácidos e outras substâncias essenciais ao
12
organismo são reabsorvidos e retornam ao sangue através de processos ativos e passivos.
Além disso, algumas substâncias no sangue dos capilares peritubulares e vasos retos, que
estavam impossibilitadas de atravessar a barreira de filtração, podem ser secretadas em
direção ao interior dos túbulos renais. Os processos de reabsorção e secreção são seletivos. Os
mecanismos hormonais tornam os rins capazes de exercer um controle rigoroso sobre a
quantidade de várias substâncias, entre elas, água e eletrólitos, que são reabsorvidas pelo
sangue ou secretadas para o líquido tubular (SPENCE, 1991).
Quando a reabsorção e a secreção são completadas, o líquido remanescente nos
túbulos renais é transportado para outros componentes do sistema urinário para ser excretado
em forma de urina. A urina consiste de água e substâncias que foram filtradas ou secretadas
para os túbulos renais, e não reabsorvidas.
A teoria da função renal é a de filtrar grandes quantidades de líquido do plasma,
reabsorvendo aqueles necessários e expelindo os desnecessários. Cerca de 180 litros de
filtrado glomerular são formados por dia, mas apenas 1,5 litros durante o dia são eliminados
na forma de urina. Apesar desse pequeno volume, a grande maioria dos produtos finais do
metabolismo desnecessários ao organismo é eliminada pela urina. Entre eles cita-se: a uréia, a
creatinina, os fosfatos, os nitratos, o ácido úrico e os fenóis. Estas substâncias são altamente
concentradas e, se permanecessem no organismo em grandes quantidades, ocasionariam
danos no metabolismo do corpo (GUYTON, 1988).
2.3.1 Ureteres
O ureter possui o formato de um tubo aproximadamente uniforme, medindo em média
25 cm de comprimento, que vai terminar inferiormente na bexiga urinária, como mostrado na
Figura 1. O ureter é constituído estruturalmente por três túnicas: uma envolvente, que é
adventícia, uma intermediária muscular e uma interna mucosa (CASTRO, 1985).
A urina goteja dos túbulos coletores no ápice das papilas e penetra nos cálices
menores, depois converge para os cálices maiores e termina na pelve renal. Desta forma, a
urina é transportada para a bexiga urinária através dos ureteres (SPENCE, 1991).
Os ureteres, ao descerem entre o peritônio parietal e a parede da cavidade pélvica,
dirigem-se medialmente e penetram nas faces posterolaterais da bexiga urinária e antes de
afluírem na bexiga, eles transitam por suas paredes. A conseqüência disso é que a contração
da musculatura da bexiga pode comprimir os ureteres e assim prevenir o refluxo de urina, da
bexiga para o ureter; isso ocorre durante o enchimento da bexiga. Como resultado, os
13
músculos das paredes da bexiga atuam como esfíncteres sobre os ureteres. Encontram-se
pregas da mucosa da bexiga, semelhantes a válvulas, que se formam ao redor dos óstios dos
ureteres e auxiliam na prevenção do refluxo de urina, no ato da micção (SPENCE, 1991).
2.3.2 Bexiga Urinária
A bexiga urinária é um órgão muscular, que é utilizada como reservatório para
armazenar temporariamente a urina. Possui um formato esférico quando em plenitude e,
quando vazia, o seu formato assemelha-se ao de uma pirâmide invertida. Está localizada no
assoalho da cavidade da pelve, sendo considerada, assim um órgão retroperitoneal. Sua
localização difere entre os gêneros. Nos homens, sua situação é anterior ao reto e, nas
mulheres, situa-se anteriormente ao útero e à porção superior da vagina (CASTRO, 1985).
A bexiga pode armazenar aproximadamente de 600 a 800 ml de urina, mas ela se
esvazia antes que atinja sua capacidade total. À medida que ela vai enchendo de urina, suas
paredes são distendidas, estimulando receptores no interior das mesmas a transmitirem
impulsos sensitivos para a região sacral na medula espinal. Então, quando aproximadamente
300 ml de urina são acumulados na bexiga, os músculos de suas paredes se contraem, o
esfíncter externo da uretra se relaxa e ocorre a micção, conseqüentemente o esvaziamento da
bexiga (SPENCE, 1991).
2.3.3 Uretra
A uretra é um tubo muscular, constituído por membrana mucosa, que sai da face
inferior da bexiga urinária e transporta a urina dela para o meio externo, conforme a Figura 1.
Assim como a bexiga urinária, a uretra também difere anatomicamente nos gêneros.
No sexo masculino, possui cerca de 20 cm de comprimento e dirige-se ao óstio externo da
uretra, atravessando a próstata, o períneo e o pênis. Já no sexo feminino, a uretra mede cerca
de 4 cm e situa-se anteriormente à vagina, abrindo-se no exterior através do óstio externo da
uretra, onde se localizam o clitóris e o óstio da vagina (CASTRO, 1985).
2.4 DEPURAÇÃO RENAL
A principal função do rim é a de purificar, limpar os líquidos intersticiais de diversas
substâncias. Deste modo, cada vez que uma pequena porção de plasma é filtrada pela
14
membrana glomerular, passa através dos túbulos e é reabsorvida por eles. O plasma é então
“depurado” das substâncias que não foram reabsorvidas. A conseqüência disto é que uma
certa quantidade de substâncias indesejáveis ao organismo serão depuradas pelo plasma.
Como exemplo, um volume de 125 ml do filtrado glomerular que são filtrados a cada minuto
pelos rins, aproximadamente 60 ml do que é reabsorvido deixam sua uréia na urina, e assim
ocorre também com os demais produtos finais do metabolismo indesejáveis ao organismo
(GUYTON, 1988).
2.5 FUNCIONAMENTO ANORMAL DO RIM
Normalmente, as lesões renais limitam a capacidade do rim de purificar o sangue. Em
geral, as anormalidades renais provocam excessos de produtos finais do metabolismo
indesejados nos líquidos corporais, causando uma descompensação desses líquidos, em
relação à água e eletrólitos, alterando o seu funcionamento (GUYTON, 1988).
2.5.1 Bloqueio Renal
Este tipo de anomalia ocasiona parada no funcionamento renal, podendo apresentar-se
de maneira inesperada e/ou gradual. As causas conhecidas são: envenenamento dos néfrons
por produtos tóxicos (mercúrio, ouro ou outro metal pesado); entupimento dos túbulos renais
com hemoglobina, devido à reação por transfusão sangüínea; destruição dos túbulos renais
por choque circulatório e enfermidades renais diversas (GUYTON, 1988).
2.5.2 Anormalidades Renais que Produzem Perdas dos Néfrons
Algumas doenças renais exterminam grandes quantidades de néfrons de cada vez.
Entre elas, cita-se: infecção renal, anomalias congênitas, doenças tóxicas e bloqueio
arteriosclerótico dos vasos sangüíneos renais. Para indivíduos que apresentem perdas da
função dos néfrons, devido às enfermidades citadas, ocorrerá uma alteração no grau de
destruição renal, fazendo com que o rim enfrente uma maior quantidade de produtos finais do
metabolismo do que pode processar (GUYTON, 1988).
15
2.5.3 Glomerulonefrite Aguda e Crônica
A glomerulonefrite é um tipo de doença inflamatória provocada por toxinas das
bactérias estreptocócicas. Esta doença altera os glomérulos e, conseqüentemente, o fluxo
sangüíneo desses glomérulos, acarretando uma redução da função renal (GUYTON, 1988).
2.5.4 Aumento Renal Unilateral
Esta anomalia refere-se a uma variação anatômica, onde um dos rins apresenta maior
tamanho, caracterizando-se hipertrófico, mas o rim contralateral possui as dimensões normais.
As alterações também podem ser focais, evidenciando apenas aumento na morfologia do rim
(PRANDO et al., 1997).
2.5.5 Retenção Urinária
A retenção de urina no compartimento da bexiga resulta da incapacidade de eliminar o
volume urinário e podendo resultar em obstrução mecânica ou funcional. As principais causas
são: cálculos, tumores, traumas, ansiedade, uso de medicações que dificultem o relaxamento
do esfíncter e o esvaziamento da bexiga. É necessária uma avaliação radiológica para verificar
a causa imediata e posteriores tratamentos (PARADISO, 1998).
2.5.6 Litíase Urinária
O aparecimento de litíase urinária está relacionado a fatores de risco pessoais, que
influenciam a formação de cálculos no rim e/ou no ureter. Estes cálculos são compostos, na
sua grande maioria, por oxalato ou fosfato de cálcio. Um exame detalhado desta região pode
evidenciar estenoses do ureter, o estado do rim e a localização completa da litíase renal
(PRANDO et al., 1997).
Essas anormalidades renais citadas são alguns dos exemplos das manifestações que
poderão ser diagnosticadas através de exames radiológicos específicos, como a urografia
excretora.
16
2.6 UROGRAFIA EXCRETORA (UGE)
2.6.1 Aspectos Gerais
É um exame radiológico importante na modalidade de imagem para avaliar o sistema
pielocalicial e os ureteres, particularmente a anatomia renal e visualizar a evolução de
doenças e possíveis infecções. Apesar da ultra-sonografia, tomografia computadorizada e
ressonância magnética serem rotinas empregadas atualmente para exames da pelve, a
urografia excretora permanece, há mais de 60 anos, como um dos métodos radiológicos
convencionais mais utilizados na avaliação da bexiga e uretra (DAWSON, 1990;
KATZBERG, 1992).
A indicação da urografia excretora abrange, desde pacientes com suspeita de litíase
renal, obstrução e/ou infecção urinária, hematúria microscópica ou macroscópica,
estadiamento das neoplasias, alterações clínicas ou biológicas, avaliação renal de doadores em
caso de transplante renal e até complementação da avaliação do trato urinário quando outros
métodos de imagem fornecem informações duvidosas (GARRONE e SADI, 1984; PRANDO
et al., 1997; MONNIER et al., 1999; BENDACK e DAMIÃO, 1999).
Contra-indicações formais da UGE incluem: desidratação, pacientes diabéticos com
insuficiência renal, “intolerância ao iodo”, mieloma e gestação (MONNIER et al., 1999). A
realização do exame de UGE nestes casos de contra-indicações requer, primeiramente, uma
investigação cuidadosa da necessidade real de efetuar este exame, e das possíveis opções que
poderão assessorar o diagnóstico.
Neste exame, torna-se necessário o uso de uma injeção endovenosa de um produto
iodado hidrossolúvel, denominado meio de contraste, possibilitando assim a rápida
opacificação da urina e permitindo a visualização do parênquima renal e das vias excretoras,
como mostra a Figura 6 (GARRONE e SADI, 1984; MONNIER et al., 1999).
2.6.2 Histórico do Exame
A primeira urografia foi realizada em 1923, na Clínica Mayo nos EUA por Osborne e
colaboradores (DAWSON, 1990), após notarem que a bexiga ficava opaca em raios X de
alguns pacientes com sífilis, que foram tratados com altas doses de sódio iodado por via
endovenosa (EV). Porém, estes pesquisadores obtiveram pouco sucesso na visualização da
pelve renal e a administração de sódio iodado em altas doses ocasionou manifestações tóxicas
17
nos pacientes. Somente cinco anos mais tarde é que o exame de UGE apresentou sucesso,
utilizando um tipo de meio de contraste à base de piridina mono-iodado, sintetizado por Binz
e Rath em Berlin. Em 1928/1929, um jovem americano chamado Moses Swick, trabalhando
em Berlin, no Departamento de Urologia de von Litchtenberg, utilizou os agentes de contraste
em animais e seres humanos (DAWSON, 1990). Estes compostos de piridina mono-iodados
foram sendo substituídos por uma versão mais solúvel, carregando 2 átomos de iodo,
oferecendo um forte contraste. No início dos anos 50, é que o grupo de agentes de contraste
do ácido tri-iodo benzóico (com base na idéia de Swick) foi introduzido no mercado e, até
hoje, estão presentes, mas com algumas modificações em termos de variedades, densidades e
osmolalidade, itens que serão apresentados em 2.7 (DAWSON, 1990).
Figura 6 - Imagem da pelve renal, ressaltando as regiões opacas pelo meio de contraste, sendo
estes os locais de interresse para o exame (BONTRAGER, 1999).
2.6.3 Técnica do Exame
A técnica básica da UGE foi modificada muito pouco, desde que os primeiros exames
foram realizados nos anos 60 (DAWSON, 1990).
18
Primeiramente, o paciente deve responder a um questionário de fatores de risco, como
mostrado no Apêndice 1, para detectar possíveis reações alérgicas ou procedimentos
realizados anteriormente e que possam interferir na segurança do paciente e na qualidade do
exame (KATAYAMA et al., 1990). Alguns trabalhos (AAIC, 2001; BETTMANN, 2004)
relatam a necessidade de um folheto informativo, que tem a função de um consentimento
informado, onde são detalhadas as condições em que haja riscos associados com a injeção do
meio de contraste e com o aparecimento de reações adversas. É uma prática amplamente
utilizada nos dias atuais, pois o folheto informativo em alguns serviços de diagnóstico contém
a assinatura do paciente ou do responsável (quando se tratar de pacientes menores de 18
anos).
O paciente submete-se a um preparo de 24 a 48 horas antes da realização do
procedimento, que engloba:
a) Administrar medicações anti-histamínicas em casos de antecedentes alérgicos;
b) Ingerir comprimidos de laxantes intestinais;
c) Não comer alimentos que deixem resíduos nas alças intestinais, como exemplo: feijão,
ervilha, frutas, verdura, pão e carne;
d) Suspender medicações (nefrotóxicas, anti-hiperglicemiantes orais, β-bloqueadores
adrenérgicos);
e) Restrição hídrica;
f) Jejum absoluto de 12 horas.
Este preparo é modificado conforme a situação atual do paciente, sua idade e a rotina
do serviço onde será realizado a UGE.
No dia do exame, segue-se a seqüência abaixo:
a) Posiciona-se o paciente em decúbito dorsal;
b) Realiza-se uma radiografia simples da região abdominal;
c) Injeta-se o meio de contraste iodado por via endovenosa, de preferência aquecido,
administrando de 1 a 2 ml/kg do paciente, esta quantidade depende do tipo de contraste
utilizado e dos resultados que se pretende obter com o exame (GARRONE e SADI, 1984;
DAWSON, 1990; MONNIER et al., 1999).
d) As primeiras radiografias são efetuadas ao término da aplicação do contraste, quando se
obtém melhor opacificação do parênquima renal (GARRONE e SADI, 1984).
e) A radiografia é obtida nos primeiros dois minutos, após o término da injeção de contraste,
fase denominada nefrográfica. Esta fase ilustra os raios X absorvendo o meio de contraste
19
iodado na vasculatura renal, no espaço extracelular e nos túbulos proximais (DAWSON,
1990). Nesta etapa é possível visualizar os contornos renais e o início do mecanismo de
ação do meio de contraste.
f) Na seqüência, realiza-se outra radiografia com cinco minutos para mostrar o sistema
pielocalicial, fase denominada pielográfica. Nesta etapa, tornam-se visíveis as diferenças
quanto: à dose total de contraste aplicado, às condições de hidratação do paciente e ao tipo
de contraste administrado, devido ao fato de estes fatores serem responsáveis pela
concentração urinária, densidade pielográfica e diurese osmótica (DAWSON, 1990). É
notável a imagem do sistema pielocalicial pelo contraste nesta fase, e é onde se podem
observar alterações patológicas ou morfológicas.
g) Após essas duas fases, utiliza-se a compressão ureteral. Não é um procedimento
amplamente utilizado e alguns serviços já o aboliram. Mas, ela pode ser feita com duas
bolas de isopor e uma faixa comprimindo a região próxima à crista ilíaca dos ossos dos
quadris. Sua principal finalidade é bloquear os ureteres ao nível do sacro e possibilitar o
melhor enchimento da porção superior do aparelho urinário (MONNIER et al., 1999).
Uma radiografia após 10 minutos de compressão fornece uma imagem panorâmica do
abdômen mostrando a excreção do meio de contraste através dos ureteres.
h) Quando se solta a compressão, pede-se ao paciente que respire fundo, ou realize uma tosse
forçada, fazendo com que o contraste desça até a bexiga.
i) Após, é realizada uma radiografia de bexiga cheia, para verificar se todo o contorno da
bexiga está delimitado pelo contraste e também se ocorreu o adequado enchimento vesical
(MONNIER et al., 1999).
j) Finalmente, um filme pós-miccional da bexiga pode ser obtido (DAWSON, 1990).
2.6.4 Mecanismo de Ação do Meio de Contraste
O meio de contraste iodado é injetado rapidamente em uma das veias periféricas dos
membros superiores (MMSS) e, em casos onde não há possibilidade de realizar punção
venosa nestes locais, recorre-se às veias dos membros inferiores (MMII). O contraste é
diluído apenas na circulação sangüínea conforme mostra a Figura 7. O trajeto do meio de
contraste injetado na veia periférica é o seguinte: circulação venosa, coração direito, artéria
pulmonar, veia pulmonar, coração esquerdo, aorta, atingindo a artéria renal em cerca de 15
segundos após sua administração, onde ele é excretado através da filtração glomerular
20
(GUYTON,1988). Deste modo a urina opacificada substitui progressivamente a urina
preexistente nas cavidades excretoras (MONNIER et al., 1999).
No intervalo de tempo em que o meio de contraste atinge a circulação sangüínea, ele
se difunde pelo processo de osmose pelas paredes dos vasos sangüíneos para dentro do espaço
extracelular extravascular do rim (ALBERTS et al., 1997; DURÁN, 2003).
A reabsorção tubular e secreção não desempenham papel significativo no mecanismo
de ação dos meios de contraste. O contraste não entra no espaço intracelular. Em condições
normais a reabsorção de sal e água no túbulo proximal resulta na reabsorção de 80 a 90% da
água filtrada. Ocorre que este processo aumenta a concentração dos meios de contraste no
túbulo proximal, cerca de até 10 vezes da concentração plasmática. O resultado final é uma
concentração relativamente alta dos meios de contraste dentro dos túbulos renais e ductos
coletores. A hiperconcentração nos túbulos resulta em uma excelente fase nefrográfica do
exame de UGE (KATZBERG, 1992).
Figura 7 - Representação do início do mecanismo de ação do meio de contraste quando
injetado nos vasos sangüíneos (SOVAK, 1984).
A meia-vida (T
1/2
) do contraste, tempo necessário para que 50% da dose administrada
seja filtrada pelos rins, é de 30 a 60 minutos em adultos normais. E em pacientes idosos ou
com disfunção renal é geralmente de 60 a 180 minutos. Após a administração do meio de
21
contraste por via endovenosa, ocorre um equilíbrio entre o soro e o espaço do líquido
extracelular. Isto acontece devido à alta quantidade de contraste que permanece no interior do
espaço do líquido extracelular. O “clearance” do contraste é dependente da difusão gradual
dos meios de contraste a partir do espaço extracelular (DAWSON, 1990; KATZBERG,
1992).
O efeito desejado do meio de contraste no organismo é que, nos primeiros 20 minutos
após a sua administração, pode-se obter uma excelente imagem do trato urinário.
2.7 MEIOS DE CONTRASTE
A aplicação de meios de contraste constitui um dos métodos mais empregados na área
de diagnóstico por imagem, por facilitar a formação de imagens obtidas graças a
equipamentos de alta complexidade (FALGAS et al., 2002). Sem a utilização de meios de
contraste, não é possível a distinção de órgãos internos entre si, a menos que haja uma camada
de gordura ou tecido adiposo interposto (BONTRAGER, 1999). Assim, alguns órgãos
internos estão limitados por sua camada de gordura circundante, mas suas estruturas internas
são apenas visíveis com auxílio de um agente de contraste. A Figura 8 mostra a dificuldade na
visualização de estruturas internas.
Os contrastes em raios X caracterizam-se por conterem em sua estrutura química
átomos de elevado número atômico e alta densidade, capazes de absorver radiação e
promover a visualização de estruturas com características semelhantes ao seu redor. São
exemplos dos elementos químicos utilizados como agentes de contraste em raios X: bário e
iodo (SUGAWARA e DAROS, 2004).
Os meios de contraste são substâncias que permitem identificar estruturas com
densidades similares ao órgão, produzindo um efeito na atenuação do feixe de raios X,
tornando a região sombreada e aparecendo no filme radiográfico como uma área
esbranquiçada, como mostra a Figura 9 (FALGAS et al., 2002).
22
Figura 8 - Radiografia simples da pelve renal sem utilização do meio de contraste
(Fonte: UFPR, 2005a).
Figura 9 - Radiografia da pelve renal, mostrando o sistema urinário preenchido
completamente pelo meio de contraste (Fonte: UFPR, 2005b).
23
2.7.1 Características Gerais dos Meios de Contraste
Os meios de contraste possuem, como estrutura elementar, um anel benzênico, unido a
um grupo ácido representado pela fórmula química (COO
-
H
+
), em sua posição número 1,
agregada aos átomos de iodo e grupamentos complementares, podendo ser ácidos e
substitutos orgânicos, representados pelos R
1
(posição nº. 3) e R
2
(posição nº. 5), conforme
mostrado na Figura 10 (SCHERING, 1995; CBR, 2000).
Figura 10Estrutura básica dos meios de contraste com suas respectivas ligações em cada
posição do anel benzeno (SCHERING, 1995).
Quando o meio de contraste apresenta um anel benzênico, forma o monômero com
três átomos de iodo, representado na Figura 11(a); quando compostos por dois anéis
benzênicos, com seis átomos de iodo, dão origem ao dímero mostrado na Figura 11(b)
(SCHERING, 1995; CBR, 2000).
Os grupamentos COO
-
H
+
cedem átomos de hidrogênio, ou seja, doam cargas
positivas, sendo assim substituído por um cátion (Na
+
ou meglumina), originando os meios de
contraste denominados iônicos, ou por aminas portadoras de grupos hidroxila (R = radical
orgânico), formando os meios de contraste não-iônicos. Nas posições 3 e 5, mostradas na
Figura 11(a) e 11(b) da estrutura dos meios de contraste, podem ainda unir-se outros
substituintes, sendo estes os responsáveis pelo comportamento do contraste no organismo e
por sua toxicidade (CBR, 2000). Esta substituição será detalhada posteriormente, no item
2.7.2.5.
24
Figura 11 - Estrutura química dos meios de contraste: a) meio de contraste monômero e b)
meio de contraste dímero (SCHERING, 1995).
2.7.2 Classificação dos Meios de Contraste Radiológicos
Os meios de contraste radiológicos se classificam quanto a: capacidade de absorver a
radiação, diferentes composições, solubilidade, estrutura química, característica de
dissociação e diferentes vias de administração (NISCHIMURA, POTENZA e CESARETTI,
1999).
2.7.2.1 Capacidade de Absorver Radiação
Em relação à capacidade de absorver radiação, os meios de contraste podem
apresentar-se como positivos ou negativos. A seguir, são diferenciados os dois tipos
existentes.
25
a) Positivos ou radiopacos: são meios de contraste que, em determinados órgãos, podem
absorver mais radiação do que as estruturas anatômicas adjacentes, ocasionando uma
imagem radiográfica esbranquiçada.
b) Negativos ou radiotransparentes: são meios de contraste que, presentes em alguns órgãos,
absorvem menos radiação do que as estruturas que os circundam, tornando a imagem
radiográfica escura. São exemplos: a bolha de ar presente normalmente na cavidade do
estômago e o carbonato de cálcio, utilizado na técnica do duplo contraste
(NISCHIMURA, POTENZA e CESARETTI, 1999).
2.7.2.2 Composição dos Meios de Contraste
Quanto à composição, eles podem ser divididos em:
a) Iodados: são os meios de contraste que, em sua composição, contêm iodo (I) como
elemento radiopaco (NISCHIMURA, POTENZA e CESARETTI, 1999).
b) Não-iodados: são aqueles meios de contraste que não possuem o iodo, mas outros
elementos de interesse radiopaco, por exemplo: bário (Ba) e gadolínio (Gd)
(NISCHIMURA, POTENZA e CESARETTI, 1999).
2.7.2.3 Classificação Quanto à Solubilidade
No item de solubilidade convém distinguí-los em três classes (CORBETT, 1982):
a) Hidrossolúveis: são meios de contraste que se diluem em água, como exemplo: contrastes
iodados.
b) Lipossolúveis: são meios de contraste que se dissolvem em gordura, o lipiodol é o
exemplo mais comum deste tipo utilizado atualmente (MINGOIA, 1967).
c) Insolúveis: são meios de contraste que não se dissolvem nem na água nem em gorduras,
exemplo típico é o sulfato de bário, utilizado amplamente em exames do tubo digestivo
(CONTARDO e CHAMPIN, 1988; NISCHIMURA, POTENZA e CESARETTI, 1999).
2.7.2.4 Estrutura Química
A estrutura química dos contrastes é de extrema importância para o seu
comportamento dentro do organismo. Apresentam-se da seguinte forma:
26
a) Contrastes orgânicos: são aqueles que contêm carbono (C) em suas estruturas moleculares
(NISCHIMURA, POTENZA e CESARETTI, 1999).
b) Contrastes inorgânicos: são meios de contraste que não possuem a molécula de carbono
em sua natureza química (NISCHIMURA, POTENZA e CESARETTI, 1999).
2.7.2.5 Capacidade de Dissociação
Nas particularidades de dissociação dos meios de contraste, são avaliados o seu
aspecto, a sua ligação química e o número de partículas presentes em solução (quanto maior o
número de partículas em um determinado volume, mais intensos são os efeitos colaterais e
mais elevada sua osmolaridade) (SCHERING, 1995). São eles:
a) Iônicos: são meios de contraste cuja dissociação apresenta características específicas. Suas
moléculas, quando em solução, possuem cargas elétricas e, ao se dissociarem, cada
molécula cede seu lugar a duas partículas, ou seja, dissociam-se em íons (cátion e ânion).
Um cátion com carga positiva, o sódio (Na
+
) ou a meglumina (Mgl
+
) e um ânion
carregado negativamente, sendo responsável pelo contraste, exemplificado na Figura 12.
A ligação química entre eles ocorre por eletrovalência (SCHERING, 1995).
b) Não-Iônicos: são meios de contraste que não se dissociam em íons quando em solução,
ocorrendo somente interações dos compostos moleculares com a água. Como exemplo,
tem-se a animação do radical carboxila (COO
-
Na
+
), originando uma amida ou
aminoaçúcar (glucamida), cuja dissociação não origina íons (SCHERING, 1995). A
Figura 13 apresenta algumas fórmulas químicas desses meios de contraste.
27
Figura 12 - Fórmula química de meios de contraste iônicos.
a) estrutura básica do meio de contraste com COO
-
H
+
; b) estrutura de meio de contraste
iônico com substituição do H
+
por Na
+
; c) utilização da Mgl
+
na composição do meio de
contraste, tornando-se COO
-
Mgl
+
( SCHERING, 1995).
28
Figura 13 - Fórmulas químicas de meios de contraste. a) substituição do radical carboxila
(COO
-
Na
+
) do meio de contraste monômero iônico para a estrutura b) originando um meio de
contraste monômero não-iônico e, c) meios de contraste dímeros não-iônicos, onde não
ocorre a dissociação do sal (X) (SCHERING, 1995).
2.7.3 Características Específicas dos Meios de Contraste
As características dos meios de contraste estão relacionadas com as propriedades de
segurança, eficácia e estabilidade durante a realização do exame. Alguns fatores interferem
no comportamento fisiológico dos meios de contraste, tais como: densidade, lipofilia,
concentração em quantidade de matéria e viscosidade (SCHERING, 1995; CBR, 2000).
2.7.3.1 Densidade
É definida como a divisão da massa específica pelo seu volume, conforme a equação
1.
29
V
m
=
ρ
A densidade depende: do material considerado e da temperatura (um aquecimento
provoca aumento de volume, interferindo no valor da densidade) (PERUZZO e CANTO,
2002).
Quanto maior a densidade dos meios de contraste mais difícil sua administração e,
conseqüentemente maior a probabilidade de reações adversas. Torna-se imprescindível o
aquecimento dos meios de contraste para reduzir a sua densidade e os seus efeitos adversos.
2.7.3.2 Lipofilia
A lipofilia representa a afinidade de uma molécula ou de um fragmento por um
ambiente lipofílico (ORERO et al., 2006). Nos compostos iodados é calculada pela
distribuição entre um solvente orgânico imiscível em água e um tampão aquoso com
possibilidade de regulação do pH (coeficiente de partição), ou seja, é o seu comportamento de
distribuição em um sistema bifásico, seja líquido - líquido ou sólido - líquido (SUGAWARA
e DAROS, 2004).
Assim o grupo ácido (COO
-
H
+
) e a presença de átomos de oxigênio e nitrogênio nas
cadeias laterais dos meios de contraste reduzem a lipofilia, enquanto que a presença de grupos
metila nas cadeias laterais aumenta a lipofilia (SUGAWARA e DAROS, 2004). Esta é uma
das diferenças dos tipos de contraste utilizados para determinados órgãos. Meios de contraste
para urografia excretora, angiografia e mielografia devem apresentar baixa lipofilia.
As membranas celulares constam de capas de lipídios e proteínas dispostas
intercaladas. Os lipídios formam parte da parede celular, as substâncias lipofílicas podem
aderir-se nas membranas celulares, penetrá-las e inclusive atravessá-las (ALBERTS et al.,
1997).
A lipofilia define a capacidade de uma molécula atravessar a bicamada lipídica de uma
célula por difusão passiva. A intensidade da lipofilia de uma substância determinará sua
concentração intracelular, ou seja, maior lipofilia maior concentração (ORERO et al., 2006).
Meios de contraste lipofílicos são mais utilizados em tecidos com bastante
concentração de lipídios, exemplo a barreira hematoencefálica. Entretanto, quando a barreira
hematoencefálica não se encontra íntegra, deve-se avaliar a patologia do paciente antes de
(1)
30
injetar o meio de contraste. Substâncias iônicas podem atravessar a barreira, alterando a sua
permeabilidade e ocasionando efeitos adversos (CBR, 2000).
2.7.3.3 Viscosidade
É o atrito interno de um fluido. Devido à viscosidade, deve-se exercer uma força para
fazer uma camada de fluido deslizar sobre a outra, ou uma superfície escorregar sobre a outra,
se entre ambas houver uma camada de fluido. O fluido é uma substância que pode escoar, o
termo inclui líquido e gases, que diferem notavelmente em suas compressibilidades (SEARS,
ZEMANSKY e YOUNG, 1984).
O coeficiente de viscosidade depende de maneira acentuada da temperatura. Para os
gases, a viscosidade aumenta com a temperatura, enquanto que, para os líquidos, a
viscosidade diminui com o aumento da temperatura (FOX e MCDONALD, 2001).
A viscosidade é uma propriedade física importante aos meios de contraste,
influenciando na facilidade com que o mesmo é injetado. Meios de contraste com viscosidade
elevada requerem cuidados especiais, como: calibre da agulha ou do cateter maior, ou seja,
quanto maior a viscosidade, mais difícil sua administração endovenosa. Assim, a viscosidade
dos meios de contraste aumenta quando (SCHERING, 1995):
a) Aumenta a concentração do agente de contraste no recipiente a ser injetado;
b) As moléculas do meio de contraste aumentam de peso e tamanho;
c) Diminui a temperatura da substância.
2.7.4 Aspectos Quantitativos das Soluções
A quantidade de matéria é expressa pela unidade de mol. Torna-se necessário
conhecer a quantidade em mol de uma substância, pois ela está diretamente relacionada à
quantidade de partículas em nível microscópico (átomos, íons, etc.) (PERUZZO e CANTO,
2002).
2.7.4.1 Pressão Osmótica x Concentração das Soluções de Contraste
A pressão exercida sobre o solvente para evitar que o mesmo passe do lado menos
concentrado para o mais concentrado é chamada de pressão osmótica (DURÁN, 2003).
31
A concentração das soluções é a maneira de expressar a proporção existente entre as
quantidades de soluto e de solvente, ou então, as quantidades de soluto e de solução
(FELTRE, 1982).
2.7.4.2 Concentração em Quantidade de Matéria de Soluto e Volume da Solução,
Concentração Molar ou Molaridade (M)
É a relação entre a quantidade de matéria do soluto (n
soluto
) e o volume (V
solução
), em
litros, ou seja, indica quantos mols de soluto estão presentes num determinado volume de
solução em litros (SARDELLA e MATEUS, 1991; SARDELLA, 1997; PERUZZO e
CANTO, 1997; USBERCO e SALVADOR, 2002):
solução
soluto
V
n
M =
(2)
Utiliza-se a unidade de M, ou mol/
L.
Nas soluções iônicas torna-se possível determinar a molaridade do soluto e a
molaridade dos íons provenientes de sua dissociação ou ionização (USBERCO e
SALVADOR, 2002).
Nas reações químicas a molaridade é importante, pois sempre há uma proporção entre
o número de mols dos reagentes e o dos produtos (PERUZZO e CANTO, 1997).
2.7.4.3 Quantidade de Matéria do Soluto e Massa do Solvente, Concentração Molal ou
Molalidade (ml ou W)
É a relação entre a quantidade de matéria do soluto (ou seja, número de moles de
moléculas do soluto) e a massa do solvente em quilograma (FELTRE, 1982; SARDELLA,
1991; PERUZZO e CANTO, 1993; CARVALHO, 1995). Quando há uma solução com
molalidade = x (mol/kg), isto representa que a solução é x molal, e contém x mol de soluto
dissolvido em cada kg de solvente (CARVALHO,1995).
32
solvente
soluto
m
n
w =
(3)
Utiliza-se a unidade de mol/kg.
A molalidade é somente utilizada para experiências onde são efetuadas medidas
físicas, como determinados pontos de fusão, ebulição, vapor e outros (PERUZZO e CANTO,
1993).
Como definição um osmol de um soluto não dissociável é equivalente a 1 mol deste
soluto; assim 1 mol de NaCl será igual a 2 osmol, porque cada molécula de NaCl produz duas
partículas, uma de Na
+
e outra de Cl
-
(DURÁN, 2003). Em soluções extremamente diluídas,
no caso dos meios de contraste, é possível medir a concentração de partículas em termos de:
Osmolaridade: uma osmolaridade igual a 1 significa que a solução consiste de 1 osmol por
litro de solução (DURÁN, 2003). Para os meios de contraste, a osmolaridade representa a
concentração da solução e depende da temperatura da substância.
Osmolalidade: uma substância com osmolalidade igual a 1 significa que a solução terá 1
osmol por kg de solvente (DURÁN, 2003). Para os meios de contraste, a osmolalidade é o
número de partículas por quilograma de solvente, determinando assim a aceitabilidade da
solução no organismo, pois ajudam a diagnosticar desordens de fluidos do corpo
(ROSSETTI, 2005).
A osmolalidade é influenciada pela concentração, peso molecular, formas de
associação e dissociação da substância química utilizada, e representa o poder osmótico que a
solução exerce sobre as moléculas de água (CBR, 2000).
Se a solução apresentar a mesma osmolalidade do plasma sangüíneo (em torno de 300
mOsm/kg), será denominada isotônica; se for maior, hipertônica, se menor, hipotônica
(SCHERING, 1995).
Meios de contraste com osmolalidade na faixa de 600 a 700 mOsm/kg apresentam
melhor tolerância pelo organismo, pois se aproximam da osmolalidade sangüínea
(SCHERING, 1995).
33
2.8 REAÇÕES ADVERSAS
2.8.1 Características Gerais
Os efeitos desejados dos meios de contraste em relação aos raios X são a atenuação da
radiação e a visualização do órgão desejado, influenciando na qualidade da imagem adquirida
(SCHERING, 1995).
A definição de medicamento diz o seguinte: é qualquer agente químico que, quando
administrado no organismo vivo, produz efeitos benéficos (KAWAMOTO e FORTES, 1997).
E a definição de “droga” é: qualquer substância que, quando administrada por quaisquer vias
de acesso no organismo vivo, pode produzir alterações somáticas ou funcionais
(KAWAMOTO e FORTES, 1997). Sob este enfoque, podem-se equiparar os meios de
contraste com a droga, pois seus efeitos podem apresentar-se como uma simples náusea até
um edema de glote (CBR, 2000).
Estes efeitos devem-se as alterações da circulação sangüínea, por uma substância
“estranha” ao organismo administrada via endovenosa, que produz manifestações clínicas,
modificando o mecanismo de funcionamento de alguns órgãos e sistemas.
Sendo assim, as reações adversas podem manifestar-se desde o início da injeção do
contraste na via EV, até algumas horas após o término do exame (KATAYAMA et al., 1990)
e podem aparecer uma única vez ou várias vezes.
Na prática, verifica-se que a grande incidência de reações com meios de contraste
iodados acontece dentro dos dois minutos iniciais até 30 minutos da injeção do contraste
(COCHRAN et al., 2001). Isto provavelmente deve-se a um fator de interação do contraste
com o plasma sangüíneo e também pelas características químicas da substância contrastante
(osmolalidade, viscosidade, capacidade de dissociação, etc.) (MORCOS e THOMSEN, 2001).
Algumas destas reações podem advir de doenças alérgicas ou reações imunológicas
anormais a um antígeno (PARADISO, 1998). Mas, a gravidade das reações é variável, por
isso não há possibilidade de conhecer a sua verdadeira causa. Não existem, portanto testes
indicativos da probabilidade de ocorrência de reações, assim como tratamentos profiláticos
eficazes (BENDACK e DAMIÃO, 1999).
Pode-se amenizar os efeitos das reações adversas, evitando alguns fatores conhecidos
na prática, como:
a) Histórico detalhado do paciente, com a finalidade de identificar possíveis alergias
genéticas ou induzidas, que favoreçam o aparecimento de reações adversas;
34
b) Administração de contraste com uma velocidade de injeção que evite ou diminua a
intensidade das reações (AYABE et al., 1982);
c) Adequar a temperatura do contraste com o correto preparo para pacientes alérgicos.
2.8.2 Tipos de Reações Adversas
As alterações clínicas desencadeadas pela administração de meios de contraste são
classificadas seguindo o seu mecanismo de ação:
1. Tóxicas: São produzidas pela ação da estrutura química do contraste sobre as células dos
vasos sangüíneos, proteínas circulantes, sistema enzimático e tecidos, provocando
alterações hemodinâmicas em determinados órgãos e em suas estruturas. Este tipo de
reação está associado ao volume de contraste administrado e pode apresentar-se em todas
as pessoas, em especial naquelas onde existir uma patologia associada, que predispõe ao
aparecimento de danos renais ou cardíacos (AAIC, 2001). As patologias com maior
incidência destas reações são: diabetes, hipertensão arterial, colagenopatias, policetemia,
mieloma múltiplo. O tratamento realizado visa compensar os distúrbios causados pelo uso
de contraste, sendo reversíveis, salvo em ocasiões onde houver uma descompensação
metabólica grave ou em enfermidades preexistentes sem conhecimento prévio (AAIC,
2001).
2. Pseudoalérgicas ou anafilactóides: são reações que ocorrem em determinados indivíduos
pela ação direta dos meios de contraste sobre as células do organismo, que irão liberar a
histamina, através do mecanismo direto por aumento da osmolalidade do contraste, e
algumas vezes por ativação de mediadores químicos que, ao serem liberados podem
manifestar reações do tipo alérgicas como: urticária, edema, asma, rinite e choque. Estas
reações alérgicas verdadeiras ou anafiláticas têm um anticorpo específico responsável pela
liberação de substância denominada imunoglobulina E (IgE) (AAIC, 2001). As reações
são assim denominadas por apresentarem hipersensibilidade mediada pelo IgE específico
para um alérgeno sensibilizante (PARADISO, 1998).
2.8.3 Severidade das Reações Adversas
As reações adversas são caracterizadas de acordo com seus sintomas, sua duração e a
necessidade de intervenção médica imediata ou tardia. São divididas em leves, intermediárias
ou moderadas, e severas ou graves (MORCOS e THOMSEN, 2001):
35
a) Leves: apresentam-se em 60% dos exames com meios de contraste. Incluem sintomas
como: ansiedade, náuseas, calor generalizado em face, membros inferiores, região genital,
prurido, leve urticária, dor no local da punção venosa, tosse, calafrios, sudorese, cefaléia
discreta. As reações do tipo leve normalmente são de curta duração, autolimitadas e
geralmente não requerem tratamento específico, apenas obversação (CBR, 2000;
MORCOS e THOMSEN, 2001; AAIC, 2001).
b) Intermediárias ou Moderadas: significam 1% do total dos exames. Apresentam-se como
urticária extensa, aumento do edema facial, broncoespasmo leve, laringoespesmo, vômitos
intensos, hipotensão e hipertensão (CBR, 2000; AAIC, 2001). O paciente que manifestar
um destes sintomas necessita de tratamento na própria sala de exame, e seu aparecimento
pode ser mais tardio, ou seja, após 10 minutos da administração do contraste ou no
término do exame.
c) Graves ou Severas: trata-se de urticária generalizada, edema de laringe, dispnéia, edema
pulmonar, broncoespasmo severo ou choque. Sua incidência é de 0,1% (AAIC, 2001) e
em alguns estudos, de 0,22% e 0,04%, em pacientes que utilizaram agentes de contraste
de alta osmolalidade, e de 0,04% e 0,004%, quando se utiliza agente de baixa
osmolalidade (MORCOS e THOMSEN, 2001). Necessitam de intervenção médica
imediata, pois o paciente está em risco de morte. Eventualmente, pode levar à morte por
insuficiência respiratória, severas arritmias cardíacas e alterações neurológicas
irreversíveis por convulsões, hipotensão, hipóxia e parada cardíaca (CBR, 2000;
MORCOS e THOMSEN, 2001; AAIC, 2001).
2.8.4 Freqüência das Reações Adversas
Existe uma grande diversidade de estudos relacionados à incidência das reações pela
utilização de agentes de contraste iodados (KATAYAMA
et al., 1990; MORCOS e
THOMSEN, 2001; AAIC, 2001).
A partir de 1980 surgiram no mercado meios de contraste de baixa osmolalidade e
outros tipos de substâncias contrastantes em que se conseguiram reduzir as incidências de
reações, inclusive identificação de grupos de risco para que fossem tomadas medidas de
segurança, objetivando amenizar os sintomas e proporcionando maior estabilidade ao paciente
durante a realização do procedimento (SUGAWARA e DAROS, 2004).
2.8.5 Precauções Prévias
36
Como citado anteriormente, torna-se difícil descartar a probabilidade de um paciente
no seu primeiro contato com meios de contraste vir a apresentar reações adversas ou efeitos
colaterais. Diante deste fator, uma série de precauções prévia deve ser verificada antes do
início do procedimento. Estas são:
a) Identificação de grupos de risco: com a finalidade de conhecer os antecedentes alérgicos,
reações prévias ocorridas, experiências anteriores com meios de contraste, idade do
paciente, patologias de risco (insuficiência renal, diabetes mellitus, insuficiência cardíaca
e outros). Todos estes passos visam prevenir uma possível reação adversa de qualquer tipo
(KATAYAMA
et al., 1990; AAIC, 2001; OCAMPO e ALICIA, 2001).
b) Consentimento informado ou formulário explicativo (AAIC, 2001; BETTMANN, 2004);
c) Uso de pré-medicação: administração de medicação à base de corticóides (prednisona), ou
anti-histaminícos (prometazina), cuja dose e posologia dependem de cada serviço (AAIC,
2001);
d) Escolha do meio de contraste a ser utilizado;
e) Verificar, em casos especiais, a necessidade real da realização do exame e, também,
consultar um médico em situações onde não haja condições seguras de realizar o exame.
Assim, precauções devem ser estabelecidas para todos os pacientes, e em todos os
procedimentos diagnósticos que envolvam administração de meios de contraste, mesmo
quando o paciente já apresentar relato anterior com meios de contraste. Essas medidas
diferenciam o serviço prestado, melhorando a qualidade do atendimento e proporcionando
uma assistência personalizada ao paciente.
37
CAPÍTULO 3
MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 INTRODUÇÃO
O instrumento inicial desta pesquisa foi elaborado com base na literatura verificada
(TURNER et al., 1982; JACOBSSON et al., 1988; VIERA, 1995; SCHERING, 1995;
VERGARA e SEGUEL, 1996; KATAYAMA et al., 2001) e denominado de questionário ou
anamnese de fatores de risco, a ser preenchido antes da realização do exame de urografia
excretora, como mostra o Apêndice 1.
Para identificar os fatores de risco em pacientes submetidos aos exames de urografia
excretora (OCAMPO e ALICIA, 2001), foi necessário acompanhar todo o procedimento do
exame e anotar os dados referentes ao histórico de saúde do paciente, as informações sobre o
procedimento realizado, as características do meio de contraste administrado e as alterações
decorrentes do mesmo durante o exame. A identificação dos pacientes foi feita pela primeira
letra dos seus nomes e por um número seqüencial do grupo em que o mesmo se encontrava,
preservando assim a identidade do paciente.
Este questionário foi aplicado em dois hospitais, denominados de Hospital A e
Hospital B, da cidade de Curitiba - Paraná. A escolha das instituições foi definida pela
quantidade de exames realizados e por serem hospitais-escola, ambientados com estudantes e
pesquisas nas diversas áreas de atendimento médico.
A pesquisa foi efetuada com 183 pacientes, que foram analisados no período de julho
de 2004 a maio de 2005, separados em seis grupos distintos, sendo três de cada instituição,
comparados na mesma categoria. A denominação dos grupos seguiu os critérios já utilizados
em estudo anteriores (TURNER et al., 1982; VIERA, 1995; VERGARA e SEGUEL, 1996)
que são:
a) Grupo controle de dose (CD): fazem parte deste grupo os primeiros pacientes que
realizaram o exame de urografia excretora monitorados pela pesquisa. Foram realizados o
controle da dose injetada e o controle do tempo de administração do contraste sem a
preocupação com a temperatura da substância durante a sua aplicação (CBR, 2000).
Grupos com controle de temperatura, divididos em:
b) Grupo não-aquecido (NA): neste grupo houve controle de dose e estão os pacientes que
não utilizaram contraste aquecido para o seu exame, ou seja, a temperatura do contraste
38
administrado foi a do ambiente onde se encontrava o mesmo (TURNER et al., 1982;
GAVANT e SIEGLE, 1992).
c) Grupo aquecido (A): os pacientes deste grupo também fizeram controle de dose e
utilizaram contraste aquecido à temperatura próxima da corporal para o seu exame (TURNER
et al., 1982).
As divisões dos grupos pesquisados e o total por instituição estão relacionados na
Tabela 1.
Tabela 1 – Classificação e divisão dos grupos estudados.
Hospital
Grupos
A B
Total
CD (Controle de Dose) 61 40 101
NA (Não-Aquecido) 20 20 40
A (Aquecido) 21 21 42
Total 102 81 183
Para identificar qual dos grupos apresentou maior índice de reações adversas, foi
realizada uma série de medidas comuns a todos os grupos no decorrer dos exames. A seguir,
todos os dados anotados foram dispostos em planilhas eletrônicas do programa Microsoft ®
Access e Excel 2002, para cada grupo e isoladamente para cada paciente. Os resultados
obtidos foram analisados individualmente por instituição e, posteriormente, comparados entre
os dois hospitais e com resultados publicados de outros estudos.
3.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO DOS PACIENTES NO ESTUDO
Conforme determinação dos comitês de ética dos Hospitais A e B, tornou-se necessário
restringir a pesquisa aos pacientes adultos com mais de 18 anos que realizaram exames
radiológicos de urografia excretora no período analisado, sendo imprescindível autorização do
paciente ou responsável através de um consentimento informado e assinado antes do exame,
conforme o modelo apresentado no Anexo 1.
39
3.3 SELEÇÃO DOS MEIOS DE CONTRASTE
Nesta amostra foram utilizados quatro tipos de contraste, apresentados na Figura 14, cada
frasco contendo 50 ml de solução injetável. A escolha dos contrastes seguiu o padrão já
utilizado pelos hospitais, ou seja:
Figura 14 – Tipos de contraste utilizados na pesquisa. A identificação do contraste e do
fabricante segue a direção da esquerda para a direita: “Iopamiron 300” (Schering),
“Optiray 320” (Mallinckrodt), “Pielograf 76%” (Schering) e “MD 76R” (Mallinckrodt).
a) No Hospital A, os contrastes utilizados foram: contraste iônico denominado “MD
76R” com composição de diatrizoato de meglumina 660 mg e diatrizoato de sódio 110 mg; e
contraste não - iônico denominado “Optiray 320” com composição de ioversol 678 mg. Estes
contrastes são fornecidos pelo Laboratório Mallinckrodt do Brasil e foram utilizados nos três
grupos do Hospital A.
b) No Hospital B, os contrastes utilizados foram: contraste iônico denominado “Pielograf
76%” com composição de diatrizoato de sódio 10 g e diatrizoato de meglumina 66 g; e
contraste não-iônico denominado de “Iopamiron 300” com composição de iopamidol 612
40
mg/ml. Estes contrastes são fornecidos pelo Laboratório Schering do Brasil e foram utilizados
nos três grupos do Hospital B.
Os tipos de contraste em uso nos Serviços de Radiologia dos hospitais pesquisados
não apresentaram qualquer influência na coleta de dados dos grupos estudados.
3.4 DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA DE CADA GRUPO
Todos os pacientes que se submeteram à UGE no período de julho de 2004 a maio de
2005 participaram de um grupo específico da pesquisa.
Como os exames radiológicos requerem atenção e cuidado em todos os
procedimentos, fez-se necessário definir quais seriam os parâmetros verificados em cada
instituição e como seriam os métodos testados, para que os mesmos não interferissem na
qualidade do atendimento e na assistência ao paciente. Os parâmetros verificados incluíram:
controle da dose injetada a cada paciente, temperatura de aplicação do contraste, controle do
tempo de injeção, cálculo da velocidade de administração, medição dos batimentos cardíacos
durante a administração do contraste e nos primeiros dez minutos após o término, intensidade
da reação adversa apresentada e a necessidade de cuidados posteriores à mesma (BARRET et
al.
, 1992; VIERA, 1995). A metodologia utilizada para cada grupo foi composta de:
a) Grupo controle de dose: neste grupo foram incluídos os primeiros pacientes que realizaram
a UGE, com controle da dose administrada e do tempo de aplicação do contraste. Após o
preenchimento da ficha de anamnese e da autorização, os pacientes eram submetidos ao
exame de UGE. O cálculo da dose era feito através da informação fornecida pelo paciente
(SCHERING, 1995) e em alguns casos pelo tipo de contraste utilizado (SRHC, 2005b). A
temperatura de injeção do contraste não foi verificada, sendo apenas monitorado o tempo de
administração com auxílio de um cronômetro digital da marca Livstar. A velocidade de
injeção era calculada através do volume total administrado de contraste dividido pelo tempo
total de aplicação. O cálculo da concentração de iodo do contraste foi utilizado para verificar
se apresentava alguma influência na incidência de reações para este grupo e foi calculado
através da quantidade administrada de contraste multiplicada pela concentração de iodo
(mg/ml) de cada substância injetada, dividido pelo peso informado do paciente.
As incidências de reações adversas foram observadas no decorrer do exame e
classificadas conforme descrito no questionário de fatores de risco do Apêndice 1 (GAVANT
e SIEGLE, 1992) e, em situações especiais, a observação de reações acontecia posteriormente
41
ao exame. Os questionários do grupo e os resultados foram dispostos em planilha eletrônica e
serão discutidos posteriormente.
b) Grupo não - aquecido: neste grupo controle da pesquisa encontram-se os pacientes que não
utilizaram contraste aquecido para os exames de UGE. Primeiramente, foi disposto um termo-
higrômetro analógico de leitura direta da marca Incoterm, medindo a temperatura em ºC na
coluna da esquerda (bulbo seco) e a umidade relativa na coluna da direita (bulbo úmido) como
mostra a Figura 15, no local onde se encontrava o estoque de contraste para os exames
radiológicos da instituição. Este local era um armário fechado com porta, dentro da sala de
exame ou próximo à mesma. Os contrastes estavam com embalagem fechada e envolvida por
uma caixa de papel. O termo-higrômetro foi colocado dentro deste armário e permaneceu até
completar todos os pacientes deste grupo. A verificação da temperatura e da umidade relativa
era realizada diariamente antes de retirar o contraste do armário e no início da manhã, quando
o armário era aberto pela primeira vez. Assim, foi possível monitorar a temperatura de
estoque dos contrastes e identificar se aconteciam alterações em um determinado período ou
quando havia mudanças climáticas externamente ao armário. A temperatura de administração
do contraste era a temperatura em que o contraste se encontrava no armário (TURNER et al.,
1982; GAVANT e SIEGLE, 1992). Para este grupo foram ainda verificados: controle de dose
administrada, tempo de injeção do contraste, velocidade de injeção, incidência de reações e
intensidade das mesmas. Estes dados também foram incluídos em planilha eletrônica para
posterior análise.
c) Grupo aquecido: este grupo controle utilizou contraste aquecido à temperatura próxima da
corporal para o exame. O equipamento utilizado foi o termostato hidráulico com medição da
temperatura de até 60ºC, modelo 100, marca Fanem como apresentado nas Figuras 16 e 17,
denominado de banho-maria. O equipamento era aquecido antes de iniciar o procedimento do
exame. Verificou-se por observação que estando a água à temperatura desejada, o contraste
demoraria aproximadamente 5 minutos para atingir o equilíbrio térmico, e a temperatura da
água deveria estar mais elevada para que a substância interna do frasco permanecesse no valor
adequado para aplicação, como mostra o Apêndice 2. Assim, após o preenchimento do
questionário dos fatores de risco, efetuou-se a escolha do tipo de contraste e o cálculo da dose
a ser aplicada ao paciente. A seguir, os frascos de contraste eram colocados no banho-maria,
como mostram as Figuras 16 e 17. A temperatura de aquecimento do contraste variou de 37°C
a 39 º C. Os controles deste grupo são os mesmos dos grupos anteriores. Os resultados deste
grupo também estão identificados em planilhas eletrônicas de cada instituição e serão
apresentados no item resultados.
42
Figura 15- Termo-higrômetro utilizado para medições da temperatura ambiente do
contraste.
Figura 16 - Visualização do painel frontal do banho-maria, dotado de lâmpada piloto e
termostato hidráulico com escala aferida nas temperaturas de 37ºC e 56º C.
43
Figura 17 - Vista superior do banho-maria, com destaque ao recipiente de aquecimento e
ao termômetro para controle da temperatura próximo a tampa.
3.5 METODOLOGIA UTILIZADA PARA O ARMAZENAMENTO E PROCESSAMENTO
DOS DADOS OBTIDOS NA PESQUISA
Optou-se por utilizar como ferramenta de banco de dados o aplicativo Microsoft
Access
2002. Posteriormente, foram utilizados também os aplicativos Microsoft Excel 2002,
para tabulação, análise e desenvolvimento de figuras.
Para a organização dos dados foi adotado o seguinte critério: a partir do questionário
de fatores de risco ou anamnese, foram estabelecidas oito tabelas, organizadas de maneira a
comportar informações “semelhantes” em cada grupo, como mostra a Tabela 2. Foi
necessário estabelecer alguns padrões estatísticos para facilitar a disposição destas tabelas em
planilhas eletrônicas. As informações de textos foram transformadas em valores numéricos.
Variáveis ditas qualitativas (sexo, tipo de contraste utilizado, existência ou não de alergia, e
44
outras) são transformadas em variáveis numéricas (ex: 1=sim e 0=não) para permitir a análise
estatística.
As tabelas foram elaboradas seguindo a seqüência das informações contidas no
Apêndice 1.
Tabela 2 – Exemplo de arquivo utilizado para armazenamento das informações de cada grupo.
Senha Alergias Idade Gênero Peso Altura Contraste Reação Classifi-
cação
2000 0 25 F 54 153 1 2 1
2001 0 60 M 70 154 1 1 0
A partir destes dados, foram desenvolvidos relatórios e formulários, até se conseguir o
formato mais adequado de apresentação dos mesmos. Deu-se preferência pelo processamento
estatístico de dados e cada grupo recebeu um anexo particular, para uma melhor distribuição
das informações.
Posteriormente, houve análise desses dados, dando ênfase àqueles que mostraram
alterações ou valores diferentes e transformados em gráficos para uma melhor compreensão
das informações coletadas e mostrados no próximo capítulo.
3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA
3.6.1 Teste χ
2
(qui-quadrado)
Utilizou-se o teste χ
2
, com o objetivo de identificar a existência de relações entre os
fatores de risco dos pacientes e a incidência de reações adversas pelo uso do contraste. Optou-
se pelo teste χ
2
, que é um teste não-paramétrico, visto que se trata de uma população cuja
distribuição é desconhecida e as variáveis em estudo são qualitativas (PALMER, 1988;
BARRET et al., 1992; MARQUES, 2003).
45
A estatística do teste pode ser obtida através de elaboração de uma tabela de 2x2,
conforme mostra a Tabela 3.
Tabela 3 - Exemplo de uma pesquisa com 4 grupos diferentes.
Classificações Reação Não-reação Total
Grupo I A B A+ B
Grupo II C D C+D
Total A+C B+D N
Depois de construída a tabela, a análise estatística pode ser efetuada através da equação:
))()()((
2
2
DBCADCBA
N
BCADN
++++
=
χ
(4)
Onde: N representa o total de elementos; A+B é o total do 1º grupo e C+D é o total do
2º grupo; A+ C é o total de reação e B+D é o total de não-reação.
Para tomada de decisões: se χ
2
(qui-quadrado) calculado for maior que χ
2
(qui-
quadrado) obtido tabulado, pode-se concluir que existe relação de dependência entre as
variáveis observadas (linhas x colunas) (MARQUES, 2003).
3.6.2 Análise de Regressão Múltipla
Esta análise utilizou os dados dos 183 pacientes com o objetivo de predizer o quanto
um conjunto de variáveis independentes poderia influenciar na existência ou não de reações
adversas durante o exame (LEVINE et al., 2005).
Os dados de cada paciente foram registrados no questionário de fatores de risco. Cada
dado foi considerado uma variável relativa ao paciente. Posteriormente, algumas das variáveis
constantes no questionário de fatores de risco foram agrupadas compondo-se novas variáveis,
para então ser iniciada a análise.
A análise propriamente dita foi efetuada utilizando-se o software STATISTICA. Esta
análise resulta em uma equação matemática em que Y é a variável dependente (ocorrência de
reações adversa durante o exame), e as variáveis independentes X
1
a X
14.
2
46
A equação obtida tem o seguinte formato:
nn
XbXbXbaY ......
2211
+
+
+
+
=
(5)
Onde: “a” é o coeficiente linear da equação e “b
1
” a “b
14
” são os coeficientes relativos
a cada uma das variáveis.
Com base em uma tabela contendo os dados de todos os pacientes de todos os grupos,
utilizou-se a análise de regressão múltipla, verificando-se como cada uma das 14 variáveis
independentes (X
1
a X
14
) influencia uma variável dependente (Y), no caso, a ocorrência de
reações adversas para o exame de urografia excretora.
Uma das respostas obtidas a partir da análise de regressão múltipla é uma equação
matemática cujo resultado está relacionado com a probabilidade de ocorrência de reação, e
será mostrada no capítulo de resultados.
47
CAPÍTULO 4
RESULTADOS
4.1 RESULTADOS GERAIS
Para os resultados deste trabalho são apresentadas as relações das variáveis dos fatores
de risco das instituições pesquisadas e dos grupos previamente definidos de acordo com os
dados obtidos durante a realização dos exames.
Lembra-se que cada hospital (HA e HB) apresenta três grupos, um para cada critério
estabelecido sendo: grupo CD (controle de dose), grupo NA (não-aquecido) e grupo A
(aquecido) com dois tipos de meio de contraste presentes no hospital, ou seja, meio de
contraste iônico e meio de
contraste não-iônico.
O total de pacientes por hospital em cada grupo pesquisado está apresentado na Figura
18, sendo que as três primeiras colunas da figura em cores laranja representam o Hospital A e
as três últimas em cores azuis o Hospital B. No Hospital A foram pesquisados 102 pacientes
divididos da seguinte maneira: 61 no grupo HACD, 20 no grupo HANA e 21 no grupo HAA.
Para o Hospital B foram pesquisados 81 pacientes assim divididos: 40 no grupo HBCD, 20 no
grupo HBNA e 21 no grupo HBA.
A separação de pacientes para cada grupo seguiu o mesmo critério para o
agendamento de exames que o hospital já utilizava. A aceitação
dos pacientes para participar
da pesquisa foi
excelente, pois não houve recusa alguma.
Através da análise de regressão múltipla foi possível identificar quais variáveis
apresentaram maior influência para a incidência de reações. A Tabela 4 mostra os itens
utilizados para análise dos resultados deste trabalho, que foram: alergias diversas, preparo
antialérgico, idade, gênero, peso, altura, tipo de contraste, volume administrado, concentração
de iodo presente no volume aplicado, temperatura de aplicação, tempo de administração,
velocidade de injeção, uso de outras medicações e outros fatores de risco como: tratamentos
anteriores ou fatores atuais.
48
20
21
40
20
21
61
0
10
20
30
40
50
60
70
HACD HANA HAA HBCD HBNA HBA
Grupos estudados
Pacientes
Figura 18 - Grupos pesquisados com o total de pacientes em cada grupo, no Hospital
A (n = 102); e no Hospital B (n = 81).
Tabela 4 – Associação entre variáveis independentes e fatores de risco e respectivos
coeficientes numéricos obtidos na equação 6.
Variáveis independentes Fatores de risco Coeficientes obtidos
X
1
Alergia 0,142886
X
2
Preparo antialérgico -0,128217
X
3
Idade -0,003172
X
4
Gênero -0,152215
X
5
Peso -0,001934
X
6
Altura 0,005154
X
7
Contraste 0,281280
X
8
Volume administrado (ml) 0,001538
X
9
Concentração de iodo 0,000239
X
10
Tempo de administração -0,017193
X
11
Temperatura de aplicação -0,003865
X
12
Velocidade de injeção -0,001263
X
13
Em uso de medicações 0,001711
X
14
Outros riscos relacionados -0,011451
49
Verifica-se na Tabela 4 que os valores dos coeficientes obtidos através dos dados
práticos dos tipos de contraste, gênero, alergia e preparo antialérgico exercem maior
influência para o aparecimento de reações. Assim, os resultados apresentados referem-se
principalmente ao gênero, ao tipo de contraste e a antecedentes alérgicos para o aparecimento
de reação. Ainda as variáveis não influenciáveis de acordo com a análise estatística como:
temperatura, concentração de iodo e tempo de injeção são também utilizadas em função de já
terem sido estudadas em trabalhos anteriores (TURNER et al., 1982; GAVANT e SIEGLE,
1992; AYABE et al., 1982; CBR, 2000) e por estarem presentes no dia-a-dia dos profissionais
da área de diagnóstico.
Neste caso, a equação 6 é a relação encontrada para se buscar “prever” a existência ou
não de reação a partir dos parâmetros de cada paciente, onde:
1413121110
98765
4321
.0115,0.0017,0.0013,0.0039,0.0172,0
.0002,0.0015,0.2813,0.0052,0.0019,0
.1522,0.0032,0.1282,0.1429,00395,0
XXXXX
XXXXX
XXXXY
+
++++
+=
(6)
Aplicando-se os valores das variáveis de cada um dos pacientes à equação, obteve-se
um valor numérico. Quanto maior o valor, maior a probabilidade de ocorrência de reação
adversa. O maior valor obtido para Y foi 1,1. Por este motivo, utilizou-se como divisor entre a
previsão de reação ou não a metade deste valor, ou seja, 0,55.
Desta forma os pacientes cujo valor de Y foi menor que 0,55, seriam classificados
como não tendo incidência para desenvolver reação, e os demais, teriam incidência de reação.
Comparando-se esta “previsão” obtida pelo resultado da equação 6 com a real
incidência ou não de reação, dos 183 pacientes analisados, 129 foram classificados
corretamente, e 54 tiveram classificação incorreta. A imprecisão também está relacionada a
outros fatores que podem influenciar direta ou indiretamente na incidência de reações
adversas.
A Tabela 5 apresenta os dados quantitativos dos pacientes referentes aos dois
hospitais, separados por gênero e por tipo de reação, com o respectivo percentual de cada
instituição.
50
Tabela 5 - Comparação de reação por gênero de todos os pacientes pesquisados nos dois
hospitais.
Gênero Sem
Reação
Reação
Leve
Reação
Moderada
Total por
gênero (%)
Masculino
(Hospital A)
17 23 4 44 (24,04)
Masculino
(Hospital B)
12 15 0 27 (14,75)
Total Masculino
29 38 4 71
(%)
(15,85) (20,77) (2,18) (38,80)
Feminino
(Hospital A)
14 41 3 58 (31,69)
Feminino
(Hospital B)
27 25 2 54 (29,51)
Total Feminino
41 66 5 112
(%)
(22,40) (36,07) (2,73) (61,20)
Total por reação
70 104 9 183
(%)
(38,25) (56,84) (4,91) (100)
Neste estudo o total de pacientes do gênero masculino nos dois hospitais foi 71,
representando 38,79%, e para o gênero feminino foi 112 representando 61,20% do total dos
pacientes pesquisados. Em relação ao índice de reações adversas pelo uso de meios de
contraste no exame de UGE os resultados mostram que das 112 mulheres acompanhadas nos
dois hospitais, 71 apresentaram reações leves ou moderadas, ou seja, 64,29% das mulheres.
Nos homens verificou-se que dos 71 pacientes 42 apresentaram reações leves ou moderadas,
ou seja, 59,15%. O número de pacientes que não apresentaram reações nos dois hospitais foi
de 70 representando 38,25% do total. O total de pacientes homens e mulheres que
apresentaram algum tipo de reação foi de 113, estas compreendendo as reações leves e
moderadas (KATAYAMA et al., 1990). Para os grupos avaliados da Tabela 3, não foram
identificadas reações graves ou severas (JACOBSSON et al., 1988).
A Figura 19 mostra a incidência de reações separadas por gênero e por intensidade de
reação. Nesta figura observa-se que as mulheres apresentam uma incidência maior de reações
adversas do que os homens, para os dois hospitais pesquisados. Ainda na Figura 19 é possível
visualizar que o Hospital B apresenta um resultado melhor no item sem reação para as
mulheres, pois das 54 pacientes que se submeteram ao exame, 27 não apresentaram reações e
no Hospital A das 58 pacientes que realizaram o exame, apenas 14 não apresentaram reações.
51
Quando se avalia a predominância do tipo de reação no Hospital A, verifica-se que das 58
mulheres acompanhadas 41 delas apresentaram reações do tipo leve no decorrer do exame.
No Hospital B das 54 mulheres, 25 apresentaram reações leves. No gênero masculino no
Hospital A houve maior número de reações leves. Dos 44 homens submetidos ao exame, 23
manifestaram reações leves. O Hospital B possui uma equivalência de resultados nos itens
sem reação e reação leve no gênero masculino, pois dos 27 homens que compõem a pesquisa,
em 12 deles não apareceram reações e em 15 apareceram reações leves.
Observando-se as reações moderadas do Hospital A, os dados mostram que o gênero
masculino apresentou mais reações do que o feminino, ou seja, 4 homens e 3 mulheres. No
Hospital B apenas 2 mulheres apresentaram reações moderadas, e os homens não
apresentaram reações moderadas.
17
23
4
14
41
3
12
15
0
27
25
2
0
10
20
30
40
50
Não Reação Reação Leve Reação Moderada
Reações
Incidência
Masculino (Hospital A)
Feminino (Hospital A)
Masculino (Hospital B)
Feminino (Hospital B)
Figura 19 - Incidência de reações por gênero nos dois hospitais pesquisados.
52
4.2 RESULTADOS DO HOSPITAL A
Neste item e no próximo são apresentados os resultados obtidos por hospital e
separadamente para cada grupo pesquisado.
Para o Hospital A foram pesquisados 102 pacientes, sendo que 71 deles utilizaram
meios de contraste iônicos e 31 utilizaram meios de contraste não-iônicos. Na Figura 20 é
possível visualizar a distribuição de pacientes por gênero e por contraste, e ainda que a
divisão por gênero é equivalente, 50% para cada um. Há uma preferência do uso de meios de
contraste iônicos neste hospital totalizando 69,6%. Este resultado mostra que o Hospital A
utiliza meios de contrastes não-iônicos apenas em casos especiais e seu pouco uso se dá
também pela diferença de preço em relação aos iônicos. Os meios de contraste iônicos são
aplicados concomitantes ao preparo antialérgico para alguns pacientes.
27 (26%)
24 (24%)
44
(43%)
7 ( 7%)
Masculino (Optiray) Masculino (MD 76R)
Feminino (Optiray) Feminino (MD 76R)
Figura 20 - Pacientes pesquisados no Hospital A (n = 102 (100%)).
A Tabela 6 apresenta resultados referentes ao Hospital A especificando o tipo de
contraste e o aparecimento de reação (leve ou moderada). Os resultados mostram que dos 102
pacientes pesquisados, em 71 houve algum tipo de reação. Dos 71 pacientes que utilizaram
meios de contraste iônicos, em 51 (71,83%) deles apareceram reações. Os meios de contraste
53
não-iônicos foram utilizados em 31 pacientes e 20 (64,51%) deles apresentaram reações.
Verifica-se que o uso dos meios de contraste não-iônicos torna o procedimento mais seguro e
mais tolerável para o organismo reduzindo o aparecimento de reações adversas
(JACOBSSON et al., 1988; KATAYAMA et al., 1990).
Tabela 6 – Resultados obtidos no Hospital A por meios de contraste e por aparecimento ou
não de reações.
Incidência de reação Iônico Não- iônico Total por reação
Reação 51 20 71
(%) (50) (19,61) (69,61)
Sem reação 20 11 31
(%) (19,61) (10,78) (30,38)
Total por contraste 71 31 102
(%) (69,61) (30,39) (100)
Para os testes estatísticos foram utilizados os dados da Tabela 7, separando-se cada
tipo de contraste por gênero com o aparecimento de reação. O teste estatístico visa avaliar a
influência da variável "tipo de meio de contraste e gênero" sobre a variável "incidência de
reação" com os 102 pacientes do Hospital A. Verifica-se que o valor calculado do "qui-
quadrado" (7,63) é inferior ao valor crítico tabelado (12,59). Pode-se, portanto, afirmar que
não há influência significativa entre as variáveis para o aparecimento de reações. O valor p é
0,2658, indicando que a influência não é significativa, pois seu valor é maior que 5%.
Tabela 7 – Divisão dos meios de contraste utilizados no Hospital A por gênero e tipo de
contraste com o aparecimento de reações.
Tipo de
Contraste
Sem
Reação
Reação
Leve
Reação
Moderada
Total por
gênero
Masculino (Optiray)
4 3 0 7
Masculino (MD 76R)
13 20 4 37
Feminino (Optiray)
7 17 0 24
Feminino (MD 76R)
7 24 3 34
Total por reação
31 64 7 102
Qui quadrado crítico 12,59
Qui quadrado calculado 7,6377
Valor “p” 0,2658
54
4.2.1 Resultados do Grupo HACD
Neste grupo foram incluídos 61 pacientes. Destes, 40 apresentaram algum tipo de
reação e 21 não apresentaram. A Figura 21 ilustra a separação dos pacientes por tipo de
contraste e por gênero. Verifica-se na Tabela 8 que os pacientes que utilizaram os meios de
contraste iônicos apresentaram uma incidência maior de reações do que o grupo de pacientes
dos meios de contraste não-iônicos (KATAYAMA et al., 2001; COCHRAN, BOMYEA e
SAYRE, 2001), resultando reações em 33 pacientes de contraste iônico e 7 não-iônico.
Quanto ao total de pacientes sem reações o resultado foi de 13 pacientes de contraste iônico e
8 de contraste não-iônico.
Com os resultados obtidos ressalta-se a eficácia e a seguridade dos meios de contraste
não-iônicos (PALMER, 1988; KATAYAMA et al., 1990; KATAYAMA et al., 2001).
9
(15%)
20
(33%)
6
(10%)
26
(42%)
Masculino (Optiray) Masculino (MD 76R)
Feminino (Optiray) Feminino (MD 76R)
Figura 21 – Pacientes pesquisados por tipo de contraste e por gênero no Grupo HACD
( n = 61).
Na Figura 22 pode-se observar que mais mulheres realizaram o exame representando
57% dos pacientes e também apresentam uma incidência maior de reações leves quando
comparado aos homens. Ressalta-se que quando se utiliza os meios de contraste não-iônicos
55
no Hospital A, cai o número de reações, e há uma prevalência de reações leves (BARRET et
al., 1992). As reações moderadas apareceram em 5 pacientes que utilizaram contraste iônico,
sendo 3 homens e 2 mulheres.
Pode-se concluir que no grupo HACD composto por 61 pacientes há um resultado
maior de reações do tipo leve, totalizando 35 pacientes.
Tabela 8 - Total de pacientes do Grupo HACD com a incidência de reação por tipo de
contraste.
Incidência de reação Iônico Não- iônico Total por reação
Reação 33 7 40
(%) (54,10) (11,48) (65,58)
Sem reação 13 8 21
(%) (21,31) (13,11) (34,42)
Total por contraste 46 15 61
(%) (75,41) (24,59) (100)
4
2
0
4
5
0
7
10
3
6
18
2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Não Reação Reação Leve Reação Moderada
Tipo de Reações
Incidência
Masculino (Optiray)
Feminino (Optiray)
Masculino (MD 76R)
Feminino (MD 76R)
Figura 22 - Pacientes separados por gênero e pelo tipo de reações do Grupo HACD (n = 61).
56
Como neste grupo foram feitas monitorações a respeito da dose administrada,
verificou-se que a quantidade de contraste aplicado era estimada pelo peso do paciente e, às
vezes, pela quantidade de contraste restante no frasco. Neste grupo, 40 pacientes apresentaram
reações e as mesmas podem ser influenciadas pela dose de contraste recebida em relação ao
tipo de contraste utilizado, conforme visto a seguir (CBR, 2000).
A Figura 23 mostra o aparecimento de reações em função da concentração de iodo por
intervalo de classe (CALLEGARI-JACQUES, 2003) para o grupo HACD.
12/15
8/13 8/14
7/9
3/4
0/2
1/2 1/1
0/0 0/1
0
2
4
6
8
10
12
14
137 157 177 197 217 237 257 277 297 317
Concentração de iodo (mg/ml)
Reações
Figura 23 - Aparecimento de reações pela concentração de iodo no Grupo HACD. Os
números sobre as colunas representam as reações e o total de casos.
Nas concentrações de 137 a 156 mg/kg, 13 pacientes as utilizaram e 8 deles
apresentaram reações. Para as concentrações de 157 a 176 mg/kg, 14 pacientes fizeram parte
deste grupo e 8 deles também apresentaram reações. O intervalo de concentração de 177 a
196 mg/kg totalizou 15 pacientes, sendo que em 12 manifestaram-se reações. A concentração
de 197 a 216 mg/kg foi utilizada para 9 pacientes, e 7 apresentaram reações. Nas
concentrações de 177 a 216 mg/kg, houve 24 pacientes e 19 deles apresentaram reações. Para
as concentrações de 217 a 236 mg/kg, dos 4 que utilizaram estas concentrações, em 3
57
apareceram reações. De 237 a 256 mg/kg, os 2 pacientes que as utilizaram não apresentaram
reações. O intervalo de 257 a 276 mg/kg foi utilizado para 2 pacientes, sendo que apenas 1
apresentou reação. O intervalo de 277 a 296 mg/kg foi utilizado em apenas 1 paciente que
manifestou reação. O intervalo de 297 a 316 mg/kg não foi utilizado. A concentração de 317 a
337 mg/kg foi utilizada por 1 paciente, e o mesmo não apresentou reação.
Na Figura 24 visualiza-se os tempos utilizados na administração dos meios de contraste
para os pacientes do Grupo HACD. No intervalo de 34 a 51 s foi utilizado apenas para 1
paciente que apresentou reação. Para o tempo de 52 a 69 s, dos 30 que utilizaram em 21 deles
apareceram reações. De 70 a 87 s, dos 25 pacientes em 14 manifestaram-se reações. De 88 a
105 s, apenas 2 utilizaram e manifestaram reações. De 106 a 124 s, dos 3 que utilizaram este
tempo em 2 apareceram reações.
Os tipos de reações apresentadas no decorrer do exame são desencadeados pelo tempo
de administração dos contrastes (AYABE et al., 1982). Os resultados obtidos neste grupo
mostram que 5 pacientes manifestaram reações moderadas. Este fato pode estar justificado
pelo tempo de injeção ser relativamente rápido e/ ou próximo a 60 segundos, ou pelo tipo de
contraste utilizado (FEDERLE, WILLIS e SWANSON, 1998).
2/32/2
14/25
21/30
1/1
0
5
10
15
20
25
34 - 51 52 - 69 70 - 87 88 - 105 106 - 124
Tempo de injeção do contraste (s)
Reações
Figura 24 - Incidência de reações pelo tempo de injeção do contraste do Grupo HACD. Os
números sobre as colunas representam as reações e o total de casos.
58
4.2.2 Resultados do Grupo HAA
Para este grupo foram analisados 21 pacientes, verificando-se a influência da
temperatura para o aparecimento ou não de reação por uso de meios de contraste. A Figura 25
apresenta a divisão dos tipos de meios de contraste pesquisados neste grupo. Há uma
predominância do uso dos meios de contraste iônicos representando 33% para os homens e
62% para as mulheres. O contraste não-iônico foi utilizado em apenas 5% das mulheres e não
foi utilizado para os homens.
1
(5%)
7
(33%)
0%
13
(62%)
Masculino (Optiray) Masculino (MD 76R)
Feminino (Optiray) Feminino (MD 76R)
Figura 25 – Tipo de contraste utilizado e gênero no Grupo HAA (n = 21).
A Figura 26 mostra o aparecimento de reações em função da temperatura de aplicação
dos contrastes, sendo considerados os intervalos de classe na variação das temperaturas
(CALLEGARI-JACQUES, 2003). Neste grupo alguns pacientes receberam meios de
contraste a partir de 33°C até 38ºC (TURNER et al., 1982; VERGARA e SEGUEL, 1996). As
temperaturas de injeções são variáveis e modificadas pela temperatura ambiente. Isso explica
a diferença de temperatura na aplicação dos meios de contraste, ocorrendo perda de calor
quando se retira os contrastes da estufa e realiza-se a aspiração na seringa para administração
como mostra o Apêndice 2. A temperatura de 33ºC foi utilizada para 2 pacientes, sendo que
os 2 apresentaram reações. Na temperatura de 34ºC, dos 3 pacientes que a utilizaram, em 2
deles apareceram reações. A temperatura de 35ºC foi utilizada para 2 pacientes e estes
59
apresentaram reações. A 36ºC, dos 3 pacientes que receberam contrastes, apenas 1 apresentou
reação. Dos 7 pacientes que utilizaram meios de contraste à 37ºC, 6 deles apresentaram
reações. De 4 pacientes que receberam meios de contraste a 38ºC, 3 deles tiveram reações.
Todas as reações encontradas neste grupo são do tipo leve. Alguns cancelamentos de exames
dificultaram a manutenção da temperatura da estufa e a uniformidade na aplicação dos meios
de contraste. Ressalta-se que a maioria dos pacientes deste grupo utilizou meios de contraste
iônicos.
3/4
6/7
1/3
2/2 2/3 2/2
0
2
4
6
8
33 34 35 36 37 38
Temperatura de injeção do contraste (ºC)
Reações
Figura 26 – Aparecimento de reações em função da temperatura de aplicação do contraste do
Grupo HAA (n = 21). Os números sobre as colunas representam as reações e o total de casos.
Verifica-se que as mulheres apresentam uma intensidade maior de reações leves por
uso de contraste iônico e são maioria neste grupo, totalizando 14 pacientes. Neste grupo, 7
homens utilizaram meios de contraste iônicos e 4 apresentaram reações leves. Os dados
obtidos mostram que 20 pacientes utilizaram meios de contraste iônicos, e 14 deles
apresentaram reações e 6 não apresentaram, conforme se visualiza na Tabela 9.
60
Tabela 9 - Total de pacientes do Grupo HAA com o tipo de reação e os meios de contraste
utilizados.
Incidência de reação Iônico Não- iônico Total por reação
Reação 14 1 16
(%) (66,67) (4,76) (71,43)
Sem reação 6 0 5
(%) (28,57) (0,00) (28,57)
Total por contraste 20 1 21
(%) (95,24) (4,76) (100)
4.2.3 Resultados do Grupo HANA
O grupo HANA é composto por 20 pacientes. Na Figura 27 observa-se novamente que
a maioria dos pacientes utilizou meios de contraste iônicos, sendo 10 homens (50%) e 7
mulheres (35%). Os meios de contraste não-iônicos totalizaram 3 pacientes, representando
15%. Os homens realizaram mais exames do que as mulheres, ocorrendo uma inversão de
resultados quando comparados aos grupos anteriores. Os homens representam 11 (55%) do
grupo e as mulheres 9 (45%).
Os resultados analisados neste grupo mostram a aplicação do meio de contraste à
temperatura ambiente com o aparecimento ou não de reações.
A Tabela 10 representa a separação dos pacientes do Grupo HANA por tipo de reação
e a freqüência de utilização de cada meio de contraste.
A Tabela 10 mostra que 13 pacientes apresentaram reações com uso de contraste
iônico (65%) e 3 com uso de contraste não-iônico (15%). O total de não-reações com os dois
tipos de contraste para os 20 pacientes deste grupo foi de apenas 4. Dos 13 pacientes que
utilizaram contraste iônico, em 2 (1 homem e 1 mulher) apareceram reações do tipo
moderada, e nos 11 restantes as reações foram do tipo leve (VIERA, 1995). Nas mulheres a
incidência de reações leves foi mais expressiva com os meios de contraste iônicos,
representando 5 pacientes das 7. As duas mulheres que utilizaram meios de contraste não-
iônicos apresentaram reações leves.
61
1 (5%)
10
(50%)
2 (10%)
7 (35%)
Masculino (Optiray) Masculino (MD 76R)
Feminino (Optiray) Feminino (MD 76R)
Figura 27 – Pacientes por tipo de contraste e por gênero no Grupo HANA
(n = 20).
Tabela 10 - Total de pacientes do Grupo HANA com o tipo de reação e os meios de contraste
utilizados.
Incidência de reação Iônico Não- iônico Total por reação
Reação 13 3 16
(%) (65) (15) (80)
Sem reação 4 0 4
(%) (20) (0,00) (20)
Total por contraste 17 3 20
(%) (85) (15) (100)
As orientações dos laboratórios fabricantes evidenciam os cuidados com a temperatura
no armazenamento dos meios de contraste (SCHERING, 1995; SUGAWARA e DAROS,
2004) que deve se manter entre 15 a 25ºC. Quando se verifica a influência da temperatura na
62
aplicação dos meios de contraste neste grupo, obtêm-se a Figura 28, em que são considerados
os intervalos de classe de temperatura (CALLEGARI-JACQUES, 2003). A temperatura de
22ºC foi utilizada em 1 paciente, que manifestou reação. A temperatura de 23ºC foi também
utilizada para 1 paciente que apresentou reação. As temperaturas acima de 24ºC
representaram 10 pacientes e em 7 deles apareceram reações, sendo 6 pacientes utilizando
contraste iônico e 1 não-iônico. A temperatura de 24ºC foi utilizada para 8 pacientes e em 7
houve reações. Destes 7 pacientes, 5 utilizaram contraste iônico. A temperatura de 25ºC foi
utilizada para 4 pacientes, sendo que 3 deles apresentaram reações. Já para a temperatura de
26ºC, 6 pacientes utilizaram-na e 4 apresentaram reações.
À temperatura ambiente os meios de contraste estão com a densidade e viscosidade
aumentada, como se observa no Apêndice 2 (SCHERING, 1995). Consequentemente aumenta
o atrito da solução com o plasma sanguíneo, sendo mais difícil à solução se misturar ao
plasma e aos fluidos corporais, tornando a injeção mais incômoda para o paciente (CBR,
2000).
4/6
3/4
7/8
1/11/1
0
2
4
6
8
22 23 24 25 26
Temperatura de injeção do contraste (ºC)
Reações
Figura 28 - Aparecimento de reações em função da temperatura de aplicação do contraste no
Grupo HANA. Os números sobre as colunas representam as reações e o total de casos.
63
4.3 RESULTADOS DO HOSPITAL B
No Hospital B foram pesquisados 81 pacientes, sendo que 29 utilizaram meios de
contraste iônicos e 52 não-iônicos. Neste Hospital ocorreu o inverso do Hospital A quanto ao
tipo de contraste utilizado. A grande maioria dos pacientes do Hospital B utilizou meios de
contraste não-iônicos.
Na Figura 29 tem-se a distribuição dos gêneros por meios de contraste do Hospital B.
As mulheres compreendem 54, representando 67% e os homens 27, representando 33%. Este
percentual da distribuição por gênero feminino manteve-se semelhante ao Hospital A. Quanto
ao uso de meios de contraste não-iônicos, 52 pacientes representando 64,20 % utilizaram este
tipo e 29 representando 35,80% utilizaram iônicos. Isso significa que no Hospital B os
profissionais optam por meios de contraste não-iônicos devido a fatores de risco que os
pacientes apresentam (PALMER, 1988) ou por dispor deste produto em maior quantidade.
Ressalta-se que os pacientes realizaram preparo com medicação antialérgica e mesmo assim
foram utilizados meios de contraste não-iônicos.
38 (47%)
13
(16%)
14 (17%)
16 (20%)
Masculino (Iopamiron) Masculino (Pielograf)
Feminino (Iopamiron) Feminino (Pielograf)
Figura 29 - Meios de contraste utilizados por gênero no Hospital B (n = 81).
64
A Tabela 11 mostra a separação dos pacientes e os tipos de reações apresentadas pelos
meios de contraste utilizados e a influência do teste χ
2
. Verifica-se que 29 (35,80%) do total
utilizaram contraste iônico e em 22 deles apareceram reações. Neste Hospital, em 39
pacientes não houve reação. O total de pacientes com contraste não-iônico com reação foi de
20 e sem reação foi de 32. Dos 42 pacientes que apresentaram reações, 22 utilizaram contraste
iônico e 20 não-iônico.
Os testes estatísticos efetuados da influência da variável "tipo de meio de contraste"
sobre a variável "incidência de reação" na Tabela 11 mostram que o valor calculado do "qui-
quadrado" (8,9868) é superior ao valor crítico. Pode-se afirmar que há influência significativa
entre as variáveis. O valor p é 0,0027 e tem-se mais um indicador de que a influência é
significativa.
Tabela 11 - Resultados obtidos no Hospital B por tipo de reação e por meios de contraste
utilizados .
Incidência de reação Iônico Não- iônico Total por reação
Reação 22 20 42
(%) (27,16) (24,69) (51,85)
Sem reação 7 32 39
(%) (8,64) (39,51) (48,15)
Total por contraste 29 52 81
(%) (35,80) (64,20) (100)
Qui quadrado crítico 3,8415
Qui quadrado calculado 8,9868
Valor "p" 0,027
Considerando a Figura 30, as reações leves apareceram em 40 pacientes e 19
utilizaram contraste não-iônicos e 21 contraste iônicos. As reações moderadas estiveram
presentes em 2 mulheres, 1 por contraste não-iônico e 1 por iônico. Os homens não
apresentaram reações moderadas. Nesta figura verifica-se que das 54 mulheres do Hospital B,
27 apresentaram reações, representando 50% delas. Já nos homens, dos 27 em 15 apareceram
reações, representando 55,55% deles.
65
8
6
0
24
13
1
4
9
0
3
12
1
0
5
10
15
20
25
30
Sem Reação Reação Leve Reação Moderada
Tipo de Reações
Pacientes
Masculino (Iopamiron)
Feminino (Iopamiron)
Masculino (Pielograf)
Feminino (Pielograf)
Figura 30 – Total de pacientes por gênero e pelo tipo de reações do Hospital B (n = 81).
4.3.1 Resultados do Grupo HBCD
No Grupo HBCD foram incluídos 40 pacientes, sendo 11 (28%) masculinos e 29
(72%) do gênero feminino, distribuídos conforme mostra a Figura 31. O uso de meios de
contraste iônicos foi de 8 (20%) e não-iônicos 32 (80%).
A Tabela 12 mostra a separação dos pacientes, como também os tipos de reações
apresentadas pelos meios de contraste utilizados. Verifica-se que somente 8 pacientes
utilizaram contraste iônico neste grupo. O número de pacientes sem reação foi 3 para os
contrastes iônicos e 22 para os não-iônicos. O número de pacientes com reação foi de 5 para
os contrastes iônicos e 10 para os não-iônicos. De 15 pacientes que apresentaram reações, 13
manifestaram reações leves e 2 reações moderadas. Destes 13 pacientes, 5 são homens e 8 são
mulheres. As reações moderadas manifestaram-se somente em duas mulheres, uma utilizou
contraste iônico e outra contraste não-iônico.
66
23 (57%)
2
(5%)
9 (23%)
6 (15%)
Masculino (Iopamiron) Masculino (Pielograf)
Feminino (Iopamiron) Feminino (Pielograf)
Figura 31 - Tipo de contraste utilizado por gênero no Grupo HBCD (n = 40).
Tabela 12 – Total de pacientes do Grupo HBCD com o tipo de reação e os meios de contraste
utilizados.
Incidência de reação Iônico Não- iônico Total por reação
Reação 5 10 15
(%) (12,50) (25) (37,50)
Sem reação 3 22 25
(%) (7,5) (55) (62,50)
Total por contraste 8 32 40
(%) (20) (80) (100)
Nos 40 pacientes deste grupo, 15 apresentaram reações e as mesmas são influenciadas
pela dose e pelo tipo de contraste, conforme discutido a seguir (KATAYAMA et al., 1990;
CBR, 2000).
67
A Figura 32 mostra a concentração de iodo, com intervalo de classe, pelo
aparecimento de reações (CALLEGARI-JACQUES, 2003). As concentrações de 192 a 231
mg/kg foram utilizadas para 8 pacientes e 3 deles apresentaram reações. Nas concentrações de
232 a 271 mg/kg, 10 pacientes fizeram parte deste grupo e em 2 deles apareceram reações. O
intervalo de concentração de 272 a 311 mg/kg totalizou 10 pacientes, sendo que 5
manifestaram reações. A concentração de 312 a 351 mg/kg foi utilizada para 8 pacientes e 3
apresentaram reações. Ressalta-se que nas concentrações de 232 a 311 mg/kg houve um
número maior de pacientes (20) e 7 deles apresentaram reações. Para as concentrações de 312
a 351 mg/kg dos 8 que utilizaram estas concentrações, em 3 apareceram reações. De 352 a
392 mg/kg dos 3 pacientes que utilizaram apenas 1 apresentou reação. O intervalo de 391 a
432 mg/kg foi utilizado para apenas 1 paciente que manifestou reação.
1/11/3
3/8
5/10
2/10
3/8
0
3
6
9
192 232 272 312 352 392
Concentração de iodo (mg/kg)
Reações
Figura 32 - Aparecimento de reações pela concentração de iodo no Grupo HBCD. Os
números sobre as colunas representam as reações e o total de casos.
Na Figura 33 visualiza-se os tempos utilizados na administração dos meios de contraste
para os pacientes do Grupo HBCD. Dos 15 pacientes que utilizaram o tempo de 90 a 125 s,
em 6 (40%) apareceram reações. Já com tempo de 126 a 161 s, de 9 que utilizaram este
68
tempo, em 3 (33,33%) apareceram reações. De 162 a 197 s, de 8 pacientes, 4 (50%)
apresentaram reações. De 198 a 233 s, apenas 1 dos 5 pacientes apresentou reação. De 234 a
270 s, de 3 que utilizaram este tempo, apenas 1 manifestou reação. Conforme citado no
capítulo 2 sobre a técnica do exame, o tempo pode variar em função do volume de contraste a
ser administrado. Além disso, os tipos de reações podem ser desencadeados pelo tempo de
administração dos contrastes (AYABE et al., 1982). Os resultados obtidos neste grupo
mostram que a grande maioria das reações é do tipo leve, podendo ser justificada pelo tempo
de injeção ou pelo tipo de contraste utilizado (FEDERLE, WILLIS e SWANSON, 1998).
1/31/5
4/8
3/9
6/15
0
2
4
6
8
90 - 125 126 - 161 162 - 197 198 - 233 234 - 270
Tempo de injeção do contraste (s)
Reações
Figura 33 - Incidência de reações pelo tempo de injeção do contraste do Grupo HBCD. Os
números sobre as colunas representam as reações e o total de casos.
4.3.2 Resultados do Grupo HBA
Neste grupo foram incluídos 21 pacientes, sendo verificada a influência da temperatura
na aplicação dos meios de contraste para as reações. A Figura 34 mostra a divisão dos
pacientes por meios de contraste para este grupo. Observa-se que os meios de contraste não-
69
iônicos foram utilizados em 13 (62 %) pacientes e em 8 (38%) utilizou-se meios de contraste
iônicos. As mulheres representam 14 (67%) e os homens 7 (33%). Coincidentemente este
percentual das mulheres é igual ao Grupo HAA.
9 (43%)
5 (24%)
4 (19%)
3 (14%)
Masculino (Iopamiron) Masculino (Pielograf)
Feminino (Iopamiron) Feminino (Pielograf)
Figura 34 - Meios de contraste utilizados por gênero no Grupo HBA (n = 21).
Na Tabela 13 é possível identificar que o critério sem reação ocorreu em 8 pacientes,
sendo 2 homens e 6 mulheres, todos os quais utilizaram meios de contraste não-iônicos
(KATAYAMA et al., 1990). O aparecimento de reações leves totalizou 13 pacientes. As
reações leves estiveram presentes em 5 homens, 3 por meios de contraste iônicos e 2 por não-
iônico. Nas mulheres, as reações leves apareceram em 8 delas, sendo que 3 utilizaram meios
de contraste não-iônicos e 5 meios de contraste iônicos. Não foram observadas reações
moderadas para este grupo.
A Figura 35 apresenta os resultados referentes ao aparecimento de reações em função
da temperatura de aplicação dos contrastes. São considerados os intervalos de classe na
temperatura de aplicação dos contrastes (CALLEGARI-JACQUES, 2003). As aplicações à
temperatura de 30ºC representam 1 paciente que apresentou reação. A temperatura de 35 ºC
foi utilizada em 2 pacientes e apenas 1 manifestou reação. A temperatura de 36ºC foi utilizada
para 2 pacientes e os 2 apresentaram reações. A 37ºC dos 9 pacientes que a utilizaram em 5
70
manifestaram-se reações. A temperatura de 38ºC foi utilizada para 4 pacientes, sendo que 3
deles apresentaram reações. Já à temperatura de 39ºC, 3 pacientes a utilizaram e apenas 1
apresentou reação. Verifica-se que dos 21 pacientes que utilizaram contrastes aquecidos, 13
deles (61,90%) manifestaram reações.
Tabela 13 - Total de pacientes do Grupo HBA com o tipo de reação e os meios de contraste
utilizados.
Incidência de reação Iônico Não- iônico Total por reação
Reação 8 5 13
(%) (38,10) (23,80) (61,90)
Sem reação 0 8 8
(%) (0,0) (38,10) (38,10)
Total por contraste 8 13 21
(%) (38,10) (61,90) (100)
1/3
3/4
5/9
2/2
1/21/1
0
2
4
6
30 35 36 37 38 39
Temperatura de in
j
eção do contraste (ºC)
Reações
Figura 35 - Incidência de reações versus temperatura de injeção do contraste do Grupo HBA.
Os números sobre as colunas representam as reações e o total de casos.
71
4.3.3 Resultados do Grupo HBNA
Para este grupo foram incluídos 20 pacientes, sendo 9 homens e 11 mulheres. A
Figura 36 representa o percentual dos pacientes deste grupo separados por gênero e por tipo
de contraste. Os homens são 9 (45%) e as mulheres 11 (55%). Os meios de contraste iônicos
representam 13 (65%) e os não-iônicos 7 (35%). Quanto ao tipo de contraste, neste grupo, os
resultados inverteram-se em relação aos anteriores do hospital B, pois neste grupo (HBNA) a
grande maioria dos pacientes utilizou contraste iônico.
A Tabela 14 mostra os dados obtidos no Grupo HBNA, onde ocorreu apenas reações
leves (MORCOS e THOMSEN, 2001). O critério sem reação ocorreu para 6 pacientes, sendo
4 homens que utilizaram contraste iônico e 2 mulheres que utilizaram contraste não-iônico.
Nos homens o item sem reação apresentou um resultado diferenciado, pois apareceram nos
pacientes que utilizaram meios de contraste iônicos. As mulheres apresentaram uma
incidência maior de reações leves, totalizando 9 pacientes, sendo 5 de contrastes não-iônicos e
4 iônicos. Nos homens as reações leves apareceram exclusivamente nos 5 pacientes que
utilizaram meios de contraste iônicos.
6 (30%)
8 (40%)
1 (5%)
5 (25%)
Masculino (Iopamiron) Masculino (Pielograf)
Feminino (Iopamiron) Feminino (Pielograf)
Figura 36 - Meios de contraste utilizados por gênero no Grupo HBNA (n = 20).
72
Tabela 14 - Total de pacientes do Grupo HBNA com o tipo de reação e os meios de contraste
utilizados.
Incidência de reação Iônico Não- iônico Total por reação
Reação 9 5 14
(%) (45) (25) (70)
Sem reação 4 2 6
(%) (20) (10) (30)
Total por contraste 13 7 20
(%) (65) (35) (100)
A Figura 37 mostra as temperaturas utilizadas no Grupo HBNA para administração do
contraste. Nesta figura são considerados os intervalos de classe na temperatura de aplicação
dos contrastes (CALLEGARI-JACQUES, 2003). As aplicações à temperatura de 23ºC foi
para apenas 1 paciente que apresentou reação. A temperatura de 24ºC foi utilizada em 2
pacientes, sendo que 1 deles manifestou reação. A temperatura de 25ºC foi também utilizada
para 2 pacientes, e nenhum deles manifestou reação. Na temperatura de 26ºC, dos 6 pacientes
que a utilizaram em 4 manifestaram-se reações, sendo 2 pacientes pelo uso de contraste iônico
e 2 não-iônico. Já a temperatura de 27ºC foi utilizada para 9 pacientes resultando em 8
reações. Destes 8 pacientes, 6 utilizaram contraste iônico. Dos 20 pacientes, 14 (70%)
apresentaram reações.
73
8/9
4/6
0/2
1/21/1
0
3
6
9
23 24 25 26 27
Temperatura de injeção do contraste (ºC)
Reações
Figura 37 - Aparecimento de reações em função da temperatura de aplicação do contraste no
Grupo HBNA. Os números sobre as colunas representam as reações e o total de casos.
4.4 COMPARAÇÃO ENTRE HOSPITAL A E HOSPITAL B
Neste item são apresentados os resultados obtidos, comparando-se os dados das duas
instituições pesquisadas.
4.4.1 Meios de Contraste Iônicos Aquecidos
O número total de pacientes que recebeu meio de contraste iônico aquecido foi de 28,
sendo 20 (71,43%) no Hospital A e 8 (28,57%) no Hospital B.
Na Figura 38 é possível visualizar o total de pacientes pela incidência de reação com
uso de contraste iônico aquecido nas duas instituições. Verificou-se que no Hospital A as
reações representam 70%, sendo 14 reações leves. No Hospital B dos 8 pacientes que
utilizaram contraste iônico aquecido, todos apresentaram reações. Quanto ao critério sem
reação, os resultados apontam que no Hospital A 25% (6) dos pacientes não manifestaram
reações, pelo uso do contraste aquecido.
74
6
14
00
8
0
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Não Reação Reação Leve Reação Moderada
Tipo de Reações
Pacientes
HA (MD)
HB (Pielograf)
Figura 38 - Pacientes dos Hospitais A e B com contraste iônico aquecido pelo tipo de reação
apresentada.
4.4.2 Meios de Contraste Não-Iônicos Aquecidos
O número de pacientes que recebeu meio de contraste não-iônico (Optiray) aquecido
no Hospital A foi de 1 (7,14%) e no Hospital B (Iopamiron) foi 13 (92,86%). A Figura 39
mostra a comparação de reação pelo uso de contraste não-iônico aquecido dos dois hospitais.
Nota-se que no Hospital A o único paciente que utilizou este contraste manifestou reação
leve. Já no Hospital B dos 13 pacientes, 5 (38,46%) apresentaram reações do tipo leve e 8
(61,54%) não manifestaram reações.
75
0
1
0
8
5
0
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Não Reação Reação Leve Reação Moderada
Tipo de Reações
Pacientes
HA (Optiray)
HB (Iopamiron)
Figura 39 - Pacientes dos Hospitais A e B com contraste não-iônico aquecido pelo tipo de
reação apresentada.
4.4.3 Meios de Contraste Iônicos Não-Aquecidos
O número total de pacientes foi 30, sendo 17 (56,67%) no Hospital A e 13
(43,33%) no Hospital B. A Figura 40 mostra o total de pacientes que utilizaram o contraste
iônico não-aquecido nas duas instituições com suas respectivas reações. Observa-se que
houve uma equivalência de não reação nos dois hospitais. As reações leves predominaram no
HA, pois de 17 pacientes em 11 (64,71%) houve reações. No Hospital B, de 13 pacientes em
9 (69,23%) apareceram reações. As reações moderadas estiveram presentes em 2 pacientes do
HA.
76
4
11
2
4
9
0
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Não Reação Reação Leve Reação Moderada
Tipo de Reações
Pacientes
HA (MD 76R)
HB (Pielograf)
Figura 40 - Pacientes dos Hospitais A e B com contraste iônico não-aquecido pelo tipo de
reação apresentada.
4.4.4 Meios de Contraste Não-Iônicos Não-Aquecidos
O número de pacientes que recebeu contraste não-iônico não-aquecido no Hospital A
foi 3 (30%) e no Hospital B foi 7 (70%). A Figura 41 mostra o número de pacientes pelo tipo
de reações apresentadas. Verifica-se que no HA os 3 pacientes apresentaram reações leves.
No HB, dos 7 pacientes que utilizaram este contraste, 2 (28,57%) não apresentaram reações e
5 (71,43%) apresentaram reações leves. Neste grupo as reações podem estar relacionadas ao
não-aquecimento ou a fatores de risco individuais, pois dos 10 que utilizaram contraste não-
iônico não-aquecido em 8 (80%) houveram reações.
77
0
3
0
2
5
0
0
1
2
3
4
5
6
Não Reação Reação Leve Reação Moderada
Tipo de Reações
Pacientes
HA (Optiray)
HB (Iopamiron)
Figura 41 - Pacientes dos Hospitais A e B com contraste não-iônico não-aquecido pelo tipo de
reação apresentada.
78
79
CAPÍTULO 5
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
5.1 GENERALIDADES
De acordo com os resultados apresentados neste estudo foi possível identificar que dos
183 pacientes pesquisados, em 61,75% houve reações. As reações leves representaram
56,84% e as moderadas 4,91% dos pacientes acompanhados. Estes resultados são condizentes
com estudos anteriores (AAIC, 2001; CBR, 2000; MORCOS e THOMSEN, 2001) os quais
descreveram que as reações leves ocorrem em 90 a 96% dos pacientes e desaparecem
espontaneamente. Ainda, segundo esses estudos as reações graves ou severas ocorrem em
raríssimos casos, no percentual de 0,1% do total de pacientes. Neste trabalho não foram
identificadas quaisquer reações graves ou severas, estando dentro do percentual dos estudos
acima citados.
5.2 TIPO DE CONTRASTE E O APARECIMENTO DE REAÇÃO COM O GÊNERO
COCHRAN, BOMYEA e SAYRE (2001) relataram que o aparecimento de reações
leves ou moderadas com contraste iônico representa 6 a 8% reduzindo este valor com o uso de
contraste não-iônico para 0,2%. Os dados obtidos no Hospital A mostram que dos 102
pacientes, 71 deles utilizaram contraste iônico e em 51 (71,83%) deles apareceram reações e;
dos 31 pacientes que utilizaram contraste não-iônico, 20 (64,51%) manifestaram reações.
Ressalta-se que o número de pacientes de contraste iônico foi bem maior do que não-iônico.
Assim os resultados no HA estão de acordo com a referência citada, no que diz respeito à
incidência relativa, apesar do percentual obtido ser bem diferente. Observa-se na Tabela 15
que o contraste MD 76R no HA, apresentou entre as mulheres o maior índice de reações. Das
34 que o utilizaram, 27 (79,41%) apresentaram reações. Conforme relata VIERA (1995) e
CBR (2000), as reações são mais freqüentes em mulheres devido ao fato de estarem mais
ansiosas no decorrer do mesmo e por apresentarem mais fatores de risco, e também neste
caso, pelo maior número de mulheres que esta instituição apresentou.
O critério sem reação no HA apareceu em 31 (30,391%) pacientes, indicando um
percentual baixo de pacientes que não apresentaram quaisquer alterações durante o exame.
Dos 102 pacientes, 71 deles apresentaram algum tipo de reação. E destes 71, a maioria
80
utilizou contraste iônico que segundo PALMER (1988) continua sendo utilizado por questões
econômicas. É o que aconteceu no HA.
Verificou-se que as reações leves no HA representaram 62,74%, mostrando que as
literaturas verificadas (AAIC, 2001; CBR, 2000; MORCOS e THOMSEN, 2001) estão
corretas na incidência maior de reações leves pelo uso de meios de contraste, apesar de o
número obtido ser diferente.
Em outros estudos (AAIC, 2001; JACOBSSON et al., 1988) as reações moderadas
variam entre 0,2 a 7,7%. Os dados do HA mostram que as reações moderadas representaram 7
pacientes (6,86%), portanto de acordo com a literatura acima.
Tabela 15 – Meios de contraste utilizados no Hospital A por gênero e aparecimento de
reações.
Tipo de
contraste
Sem
reação
Reação
leve
Reação
moderada
Total por
gênero
Masculino (Optiray)
4 3 0 7
Masculino (MD 76R)
13 20 4 37
Feminino (Optiray)
7 17 0 24
Feminino (MD 76R)
7 24 3 34
Total por reação
31 64 7 102
No Hospital B, dos 81 pacientes pesquisados, 29 (35,80%) utilizaram contraste iônico
e 52 (64,20%) não-iônicos. Dos 29 que utilizaram contraste iônico, 22 (75,86%) apresentaram
reações, como mostra a Tabela 16. O número de pacientes com reação pelo uso de contraste
não-iônico foi 20 (38,46%). Os resultados mostram que para o HB, os dados da literatura
(COCHRAN, BOMYEA e SAYRE, 2001) foram mantidos, ocorrendo o aparecimento de
maior número de reações pelo contraste iônico.
Ainda no Hospital B, dos 81 pacientes, as mulheres apresentaram uma incidência
maior de reações pelo uso de contraste iônico. Das 16 que o utilizaram, em 13 (81,25%) delas
houve reações e para o contraste não-iônico, das 38 em 14 (36,84%) delas houve reações,
como mostra a Tabela 16. Estes resultados estão de acordo com VIERA (1995) e CBR
(2000), com relação ao gênero com maior incidência de reações, mas observa-se que também
neste grupo as mulheres estão presentes em maior número. Quanto à severidade das reações
81
neste grupo, nota-se que os estudos anteriores (CBR, 2000; COCHRAN, BOMYEA e
SAYRE, 2001) foram mantidos quando comparados à incidência das reações pelo uso de
contraste iônico, apesar dos valores obtidos serem diferentes.
Comparando os critérios sem reação e reações leves no HB, observa-se que houve uma
equivalência de resultados, pois dos 81 pacientes, 39 (48,15%) não apresentaram reações e 40
(49,38%) apresentaram reações leves.
Observa-se que PALMER (1988) está correto quando afirma que deve prevalecer a
segurança do paciente em primeiro lugar na escolha do tipo de contraste. No HB o maior
número de pacientes utilizou contraste não-iônico.
Tabela 16 - Meios de contraste utilizados no Hospital B por gênero e aparecimento de
reações.
Tipo de
contraste
Sem
reação
Reação
leve
Reação
moderada
Total por
gênero
Masculino (Iopamiron)
8 6 0 14
Masculino (Pielograf)
4 9 0 13
Feminino (Iopamiron)
24 13 1 38
Feminino (Pielograf)
3 12 1 16
Total por reação
39 40 2 81
No HA, 7 pacientes apresentaram reações moderadas e no HB, 2 pacientes. Verifica-se
que o tipo de contraste é uma das variáveis que exerce maior influência para o aparecimento
de reações. O HA utilizou o contraste iônico com maior freqüência. Esta pesquisa mostrou
que o contraste administrado está relacionado aos fatores de risco que o paciente apresenta, e
também ao tipo de contraste disponível na instituição. De qualquer forma, em todos os
pacientes deve-se ter a mesma conduta e os mesmos tipos de cuidados antes da administração
de meios de contraste, e quando possível deve-se optar pelo uso de contraste não-iônico de
fabricantes com tradição no mercado.
5.3 CONCENTRAÇÃO DE IODO, DOSE ADMINISTRADA E TIPO DE CONTRASTE
PARA O APARECIMENTO DE REAÇÃO
82
A concentração de iodo está diretamente relacionada à dose, ou volume administrado.
Conforme já citado no capítulo 2, o cálculo da concentração de iodo é feito pelo volume
administrado de contraste multiplicado pela concentração de iodo (mg/ml) de cada substância
injetada, dividido pelo peso informado do paciente.
Segundo CBR (2000), as reações adversas são menos prevalentes quando a dose
injetada de contraste não-iônico variar entre 81 a 100 ml. Estudos de KATAYAMA et al.
(1990) mostraram que até a dose de 80 ml, para contraste iônico, reduziria o aparecimento de
reações, mas não estabeleceu uma dose padrão que fosse relativamente segura para esses
contrastes. Verifica-se que não existe uma dose mínima segura para os contrastes iônicos, que
reduza a incidência de reação. Observou-se que o contraste iônico é administrado em dose
menor em função das características químicas da substância. Nos não-iônicos ocorre o
inverso, como as substâncias apresentam características de dissociação diferentes, a dose é
maior. Esta colocação exige dos serviços de radiologia protocolos específicos para
determinadas substâncias contrastantes. O principal objetivo destes protocolos é facilitar e
orientar os profissionais da área, além de garantir uma eqüidade aos pacientes.
A dose média de contraste não-iônico para o HACD foi de 51,25 ml e a concentração
média de iodo foi de 218,62 mg/kg. Apenas um paciente utilizou 80 ml com concentração de
iodo de 174,15 mg/kg e o mesmo não apresentou reação. Conforme CBR (2000), as doses
acima de 81ml e abaixo de 100 ml para contraste não-iônico reduzem a incidência de reação.
Este resultado está adequado para este paciente.
No HACD a menor dose de contraste iônico foi de 28 ml e a concentração de iodo foi
de 140 mg/kg, e o paciente apresentou reação moderada. A maior dose de contraste iônico no
HACD foi de 40 ml com concentração de iodo de aproximadamente 140 mg/kg, sendo que
todos os pacientes que utilizaram esta concentração de 140 mg/kg apresentaram reações leves.
No HACD dos 61 pacientes, 46 utilizaram contraste iônico e 15 contraste não-iônico.
As reações estiveram presentes em 33 (71,74%) pacientes pelo uso de contraste iônico e 7
(46,67%) pacientes de contraste não-iônico. Nas concentrações de 137 a 156 mg/kg, 13
pacientes as utilizaram e 8 (61,54%) deles apresentaram reações. Para as concentrações de
157 a 176 mg/kg, 14 pacientes fizeram parte deste grupo e 8 (57,14%) deles também
apresentaram reações. O intervalo de concentração de 177 a 196 mg/kg totalizou 15 pacientes,
sendo que em 12 (80%) manifestaram-se reações. A concentração de 197 a 216 mg/kg foi
utilizada para 9 pacientes, e 7 (77,78%) apresentaram reações. Para as concentrações de 217 a
236 mg/kg dos 4 que utilizaram estas concentrações, em 3 (75%) apareceram reações. De 237
a 256 mg/kg, os 2 pacientes que utilizaramo apresentaram reações. O intervalo de 257 a
83
276 mg/kg foi utilizado para 2 pacientes, sendo que apenas 1 (50%) apresentou reação. O
intervalo de 277 a 296 mg/kg foi utilizado em apenas 1 (100%) paciente que manifestou
reação. O intervalo de 296 a 316 mg/kg não foi utilizado. A concentração de 317 a 337 mg/kg
foi utilizada por 1 paciente, e o mesmo não apresentou reação.
Conclui-se através da Figura 42, que a curva de tendência é negativa, diminuindo com
o aumento da concentração, ou seja, para este grupo o aumento da concentração de iodo
diminui os riscos de manifestação de reação. O coeficiente linear calculado da reta de
regressão é de – 4,5156 (%)/(mg/kg).
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
137 157 177 197 217 237 257 277 297 317
Concentração de iodo (mg/kg)
Percentual de reação
Figura 42 – Percentual de reações com todas as concentrações de iodo para os contrastes
iônicos e não-iônicos no Grupo HACD. A equação obtida é y = - 4,5156. x + 78,798.
R
2
= 0,145.
Excluindo-se o intervalo de concentração de 317 a 337 mg/kg visto que foi aplicada
em apenas um paciente, a linha de tendência torna-se uma reta quase paralela ao eixo das
abscissas. O coeficiente linear obtido foi – 0,11(%)/(mg/kg). Verifica-se assim que no HACD
a concentração de iodo parece não interferir no aparecimento de reações adversas pelo uso de
meios de contraste iodados hidrossolúveis “Optiray 320” e “ MD 76R”.
84
Ainda, efetuou-se um estudo adicional, retirando-se os intervalos de concentrações que
apresentaram menos de 3 pacientes no HACD. A linha de tendência neste caso, apresentou-se
positiva para o intervalo de concentrações compreendido entre 217 a 237 mg/kg.
No HBCD a dose média para o contraste iônico foi de 51,67 ml e a concentração de
iodo média foi de 329,62 mg/kg. Apenas um paciente utilizou dose de 70 ml de contraste
iônico com concentração de iodo de 375,36 mg/kg e apresentou reação leve. O paciente que
utilizou a concentração de iodo de 349,06 mg/kg com um volume de 50 ml, apresentou reação
moderada. Observa-se que neste grupo a reação moderada não apareceu no paciente que
utilizou a maior concentração, mas no paciente que utilizou uma dose próxima à dose média.
Nos estudos de KATAYAMA et al. (1990), conforme citado, não foram identificadas doses
seguras para o contraste iônico.
No HBCD a menor dose utilizada para contraste não-iônico foi 10 ml em uma criança
que pesava 10 kg, com concentração de iodo de 428,57 mg/kg, a qual apresentou reação leve.
A maior dose foi de 90 ml para contraste não-iônico com concentração de iodo de 310,34
mg/kg em um paciente que pesava 87 kg e que não apresentou reação. Aqui a citação de CBR
(2000) para redução na incidência de reação com contraste não-iônico foi observada, pois este
paciente utilizou 90 ml e não houve reação.
Para o HBCD dos 40 pacientes, 15 (37,5%) apresentaram reações, sendo 5 pelo uso de
contraste iônico e 10 por não-iônico. As concentrações de 192 a 231 mg/kg foram utilizadas
para 8 pacientes e 3 (37,50%) deles apresentaram reações. Nas concentrações de 232 a 271
mg/kg, 10 pacientes fizeram parte deste grupo e em 2 (20%) deles apareceram reações. O
intervalo de concentração de 272 a 311 mg/kg totalizou 10 pacientes, sendo que 5 (50%)
manifestaram reações, e apenas um paciente utilizou contraste iônico. A concentração de 312
a 351 mg/kg foi utilizada para 8 pacientes e 3 (37,50%) apresentaram reações. Para as
concentrações de 312 a 351 mg/kg, dos 8 que utilizaram estas concentrações, em 3 (37,50%)
apareceram reações. De 352 a 392 mg/kg, dos 3 pacientes que utilizaram apenas 1 (33,33%)
apresentou reação. O intervalo de 391 a 432 mg/kg foi utilizado para apenas 1 (100%)
paciente que manifestou reação.
Conclui-se através da Figura 43, que a curva de tendência é positiva, aumentando com
o acréscimo da concentração, ou seja, para este grupo o aumento da concentração de iodo
eleva os riscos de manifestação de reações. O coeficiente linear calculado para a reta de
regressão é de 9,7173 (%)/(mg/kg).
85
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
192 232 272 312 352 392
Concentração de iodo (mg/kg)
Percentual de reação
Figura 43- Percentual de reações com todas as concentrações de iodo para os contrastes
iônicos e não-iônicos no Grupo HBCD. A equação obtida é y = 9,7143. x + 12,389.
R
2
=0,4221.
Excluindo-se o intervalo de concentração de 391 a 432 mg/kg visto que em apenas um
paciente foi aplicada esta dose, a linha de tendência apresenta-se como uma reta quase
paralela ao eixo das abscissas. O coeficiente calculado neste caso é de 0,9167 (%)/(mg/kg).
Observa-se com essa alteração que a concentração de iodo aparentemente não causa
interferência no aparecimento de reações adversas, no grupo HBCD, pelo uso de meios de
contraste iodados hidrossolúveis “Iopamiron 300” e “ Pielograf 76%”.
Ainda, retirando-se os intervalos de concentrações que apresentaram até 3 pacientes no
HBCD, a linha de tendência mantém-se positiva, mostrando que o risco para o aparecimento
de reações aumenta no intervalo de concentração compreendido entre 192 a 312 mg/kg. O
coeficiente linear calculado foi de 3 (%)/(mg/kg).
Apesar dos resultados de dose administrada e concentração de iodo não serem
conclusivos pelo reduzido número de casos estudados parece haver uma relação desses
parâmetros para a manifestação de reações. Assim, a pesagem dos pacientes antes da
realização do exame com o intuito de precisar a dosagem do contraste e a concentração de
iodo, beneficiariam a qualidade do exame.
86
Inclusive, após a identificação do grupo HACD, foram feitas padronizações pelo
Serviço de Radiologia Médica do Hospital facilitando o trabalho dos profissionais da
radiologia. O cálculo da dose foi estabelecido de acordo com a substância contrastante que
estava em uso no momento. No grupo HBCD o cálculo da dose era mais rigoroso, em função
do próprio serviço utilizar sempre os mesmos tipos de contraste e por realizarem mais exames
em crianças e idosos.
A possível influência da dose administrada e da concentração de iodo, para o paciente
deve-se às alterações na função renal que as mesmas podem ocasionar (CBR, 2000).
Concentrações e doses calculadas de acordo com a idade e o peso do paciente fornecem mais
segurança e conseqüentemente redução na incidência de reações.
Em função das diferentes concentrações de iodo utilizadas nas duas instituições, são
necessários mais estudos sobre este tema, para que se possa melhor identificar a influência da
concentração de iodo no aparecimento de reações.
5.4 TEMPO DE INJEÇÃO DO CONTRASTE E O APARECIMENTO DE REAÇÃO
SOVAK (1984) relatou que injeções lentas fornecem melhor qualidade na fase
pielográfica e proporcionam baixos efeitos adversos, já injeções rápidas fornecem uma
melhor qualidade cortical nefrográfica, mas a taxa de incidência dos efeitos adversos é alta.
Esse estudo sugere que concentrações de iodo entre 200 a 500 mg/kg devem ser injetadas de 5
a 10 minutos, desta forma obtém-se um concentração máxima de meios de contraste nas
regiões de interesse.
No grupo HACD dos 30 pacientes que foram incluídos no tempo de 52 a 69 segundos,
em 21 (70%) ocorreram reações. Verificou-se que a justificativa de SOVAK (1984) foi
parcialmente identificada neste grupo, mas o protocolo de UGE para o HACD é diferente do
estudo acima e as administrações de contraste demoraram em média 77 segundos, tempo
considerado rápido.
Para AYABE et al. (1982) e CBR (2000) o tempo de injeção estimula certos
receptores neurais em determinadas áreas cerebrais, desencadeando diferentes reações de
acordo com a área afetada. Ambos os estudos descrevem que não existe um tempo
relativamente seguro para a administração dos meios de contraste.
Observou-se que no grupo HACD, 5 pacientes apresentaram reações moderadas. Estes
pacientes receberam uma quantidade média de contraste de 30 ml, administrados em 60
segundos. Volume baixo e tempo rápido. Os 5 pacientes estão dentro da faixa de tempo de 52
87
a 69 s, onde ocorreu o maior número de reações. O aparecimento destas reações pode estar
relacionado com o tempo de injeção rápido, o tipo de contraste utilizado e também com a
temperatura das substâncias.
O grupo HBCD apresentou nos intervalos de tempo de 90 a 125 s o maior índice de
reações. Dos 15 que utilizaram este tempo, 6 (40%) apresentaram reações, sendo que 5
receberam contraste não-iônico. Como já citado, neste grupo dos 40 pacientes, 32 (80%)
utilizaram contraste não-iônico. Também, neste grupo, duas mulheres apresentaram reações
moderadas e receberam 50 ml de contraste. O tempo de injeção para uma paciente se deu no
intervalo de 198 a 233 s, com administração de contraste iônico. A outra paciente utilizou
contraste não-iônico e o tempo foi de 234 a 270 s de injeção.
Com os resultados do HBCD verificou-se que as reações moderadas aconteceram com
tempos de injeção maiores, ocorrendo o inverso do HACD.
FEDERLE, WILLIS e SWANSON (1998) relataram que para taxas de injeção de 1-
2,5 ml/s, não há diferença significativa na redução de reações adversas leves pela utilização
de contrastes iônicos e não-iônicos. Por outro lado, para taxas de injeção de 4 -5 ml/s, o uso
de contrastes não-iônicos reduz o aparecimento de reações.
Observou-se que nos dois hospitais pesquisados a equipe de radiologia opta por
infundir em menor tempo possível. A justificativa é para obter uma melhor qualidade da
imagem. Mas a infusão rápida, às vezes, interfere no exame devido ao fato do paciente
apresentar reação e o procedimento ser interrompido por alguns minutos.
Conclui-se que o tempo de injeção padrão na prática não existe, ele é variável para
cada paciente e não há condições de defini-lo, visto que as indicações são diferentes e
algumas vezes a rápida infusão auxilia no diagnóstico. Observa-se também que o tempo de
injeção está diretamente relacionado ao tipo de contraste utilizado, à temperatura de
aplicação, ao grau de ansiedade do paciente e à integração da equipe com o paciente.
5.5 TEMPERATURA DE ADMINISTRAÇÃO E O APARECIMENTO DE REAÇÃO
No grupo HAA participaram 21 pacientes, sendo que 20 utilizaram contraste iônico e
1 não-iônico. Destes 21 pacientes em 15 (71,43%) deles houve reações, os 15 por uso de
contraste iônico. Os pacientes receberam meios de contraste com temperaturas pré - ajustadas
em torno de 37º C, entretanto devido a diferenças na temperatura ambiente e do ajuste do
banho-maria houve variações na prática entre 33 ºC e 38 ºC (TURNER et al., 1982).
88
Nos estudos de TURNER et al. (1982) a administração de contraste a diferentes
temperaturas não diminuíram os efeitos das reações adversas. Verificou-se que neste grupo
HAA a citação dos autores acima, foi observada, como mostra a Tabela 17. Dos 14 pacientes
que apresentaram reações leves, 12 deles relataram alergias diversas. Como todas as reações
deste grupo foram leves, observa-se que mesmo aquecendo o contraste o percentual de
reações permaneceu elevado. O Apêndice 2 mostra que os meios de contraste aquecidos
apresentam características físico-químicas diferentes que podem auxiliar no aparecimento de
reações.
VERGARA e SEGUEL (1996) relataram que os contrastes iônicos aquecidos
próximos à temperatura corporal, reduzem a sua viscosidade, como se verifica no Apêndice 2
com o contraste MD 76 R aquecido, mas aumentam a toxicidade do contraste nas paredes
venosas justificando assim o aparecimento de reações leves. Os dados obtidos nas reações por
contrastes iônicos, neste grupo, estão de acordo com os autores citados. Dos 20 que utilizaram
contraste iônico em 15 (75%) apareceram reações, como mostra a Tabela 17.
Ainda no HAA dos 7 pacientes que receberam contraste iônico no intervalo de
temperatura compreendido entre 33º C e 35º
C, 6 (85,71%) apresentaram reações. À
temperatura de 38ºC, dos 4 pacientes que a utilizaram em 2 (50%) houve reações, sendo que
estes utilizaram contraste iônico. A dificuldade em se obter a mesma temperatura para todos
os pacientes deste grupo, deveu-se à demora na realização de alguns exames ou por fatores
externos que dificultam a realização do exame.
No grupo HANA foram incluídos 20 pacientes, sendo que 17 utilizaram contraste
iônico e 3 não-iônico. Dos 17 pacientes que receberam contraste iônico, em 13 (76,47%)
manifestaram-se reações. Os 3 (100%) pacientes do contraste não-iônico apresentaram
reações. Este grupo recebeu contraste à temperatura ambiente variando entre 23ºC e 26ºC.
Verificou-se que 2 pacientes apresentaram reações moderadas, como mostra a Tabela 18.
Consultando os arquivos deste grupo, verificou-se que estes 2 (10%) pacientes que
apresentaram reação moderada, 1 paciente não relatou alergia, mas recebeu contraste iônico a
22ºC e o outro paciente tinha alergia, fez preparo antialérgico e também recebeu contraste
iônico a 26ºC. Neste grupo, ainda estão 8 pacientes que não apresentavam qualquer tipo de
alergia, receberam contraste à temperatura entre 24 e 26ºC e manifestaram reações leves.
A temperatura de 23ºC foi utilizada para 1 (100%) paciente que apresentou reação. A
temperatura de 24ºC foi utilizada para 8 pacientes e em 7 (87,50%) houve reações. Destes 7
pacientes, 5 utilizaram contraste iônicos. A temperatura de 25ºC foi utilizada para 4 pacientes,
89
sendo que 3 (75%) deles apresentaram reações. Já para a temperatura de 26ºC, 6 pacientes a
utilizaram e 4 (66,67%) apresentaram reações. Dos 20 pacientes deste grupo 16 (80%) deles
apresentaram reações.
Para TURNER et al. (1982) não houve diferença na incidência de reações, quando
administrados contrastes aquecidos e não-aquecidos, apenas redução das severidades das
reações. A citação de TURNER et al. (1982) foi observada nos grupos HAA e HANA.
Ambos apresentaram o mesmo número de pacientes (16) com reações. A diferença está na
severidade das reações. As reações moderadas só estiveram presentes no grupo HANA.
Tabela 17 – Meios de contraste por gênero e por aparecimento de reações no Grupo HAA.
Tipo de
contraste
Sem
reação
Reação
leve
Reação
moderada
Total por gênero
Masculino
(Optiray)
0 0 0 0
Masculino (MD
76R)
3 4 0 7
Feminino (MD
76R)
2 11 0 13
Feminino
(Optiray)
1 0 0 1
Total por reação 6 15 0 21
No grupo HBA foram incluídos 21 pacientes, sendo que 13 (61,90%) utilizaram
contraste não-iônico e 8 (38,10%) iônico. As reações leves apareceram em 13 pacientes, 8
pelo uso de contraste iônico e 5 de não-iônico, como mostra a Tabela 19. Este grupo utilizou
contraste aquecido nas temperaturas de 30 ºC a 39ºC e não apresentou reação moderada.
Tabela 18 – Meios de contraste por gênero e aparecimento de reações no Grupo HANA.
Tipo de
contraste
Sem
reação
Reação
leve
Reação
moderada
Total por gênero
Masculino
(Optiray) 0 1 0 1
Masculino (MD
76R) 3 6 1 10
Feminino
(Optiray) 0 2 0 2
Feminino
(MD 76R) 1 5 1 7
Total por
reação 4 14 2 20
90
Tabela 19 – Meios de contraste por gênero e por aparecimento de reações no Grupo HBA.
Tipo de
contraste
Sem
reação
Reação
leve
Reação
moderada
Total por gênero
Masculino
(Iopamiron) 2 2 0 4
Masculino
(Pielograf) 0 3 0 3
Feminino
(Iopamiron) 6 3 0 9
Feminino
(Pielograf) 0 5 0 5
Total por reação 8 13 0 21
No grupo HBNA a utilização de contraste não-iônico representou 7 (35%) pacientes e
iônico 13 (65%) pacientes. Neste grupo as temperaturas permaneceram entre 23º C e 27ºC. As
reações leves apareceram em 14 (70%) dos pacientes, sendo 9 deles por contraste iônico e 5
por não-iônico, como mostra a Tabela 20. Neste grupo também não houve reação moderada.
Tabela 20 – Meios de contraste por gênero e por aparecimento de reações no Grupo HBNA.
Tipo de
contraste
Sem
reação
Reação
leve
Reação
moderada
Total por
gênero
Masculino (Iopamiron) 1 0 0 1
Masculino (Pielograf) 3 5 0 8
Feminino (Iopamiron) 1 5 0 6
Feminino (Pielograf) 1 4 0 5
Total por reação 6 14 0 20
Nos grupos HBA (21 pacientes) e HBNA (20 pacientes), o aparecimento de reações
permaneceu equivalente. No HBA houve 13 reações leves e no HBNA 14 reações leves.
Nestes grupos não foram identificadas reações moderadas em função dos tipos de contraste
utilizados. A citação de TURNER et al. (1982), sobre a incidência de reações com a
temperatura de administração também foi observada nestes grupos. Quando comparados os
91
grupos HAA e HBA, ambos com 21 pacientes, em relação à incidência e severidade de
reações, têm-se os seguintes resultados. No HAA, 6 (28,57%) não manifestaram reações, 15
(71,43%) apresentaram reações leves. No HBA, 8 (38,10%) pacientes não apresentaram
reação, 13 (61,91%) pacientes apresentaram reações leves. Observa-se que no grupo HAA o
percentual de reações leves foi maior. Conclui-se que o tipo de contraste utilizado pode ter
auxiliado para este resultado no HAA.
Nos grupos HANA e HBNA, ambos com 20 pacientes, os resultados mostram que no
grupo HANA, 4 (20%) não apresentaram reação, 14 (70%) apresentaram reações leves e 2
(10%) apresentaram reações moderadas. No grupo HBNA identificou-se que 6 (30%)
pacientes não apresentaram reações, 14 (70%) apresentaram reações leves e não houve reação
moderada. Observa-se que nos grupos acima pesquisados o percentual de reações leves foi
igual, diferenciando apenas as reações moderadas que apareceram no grupo HANA.
O aumento da temperatura dos meios de contraste aparentemente não reduziu o
aparecimento das reações adversas como se observa nos resultados. A temperatura de
administração, para os 4 grupos pesquisados (HAA, HANA, HBA, HBNA), apresentou
resultados favoráveis para a diminuição da severidade das reações.
Nos grupos HANA e HBNA verifica-se que o aparecimento de reações moderadas
está mais relacionado ao tipo de contraste do que à temperatura de administração. No grupo
HBNA não foram identificadas reações moderadas e a temperatura de administração dos
contrastes foi aproximadamente igual ao HANA.
Em relação aos grupos HAA e HBA notou-se que o percentual de reação no HAA
(71,43%) foi maior que o HBA (61,91%), ambos os grupos receberam temperaturas
aproximadamente equivalentes, variando de 30ºC a 39ºC. Conclui-se que nestes grupos, o tipo
de contraste também parece exercer maior influência do que a temperatura.
De qualquer forma o aquecimento dos meios de contraste na área de radiologia
diagnóstica reduz a viscosidade da substância, diminui a densidade e facilita a aplicação,
tornando-a mais segura e mais confortável ao paciente.
5.6
RESUMO DAS PRINCIPAIS CONCLUSÕES
Conforme observado nas discussões quanto à severidade das reações, observou-se que
as reações moderadas apareceram em 7 pacientes no HA e em 2 pacientes no HB, conclui-se
que o tipo de contraste exerce influência para a severidade das reações.
92
No grupo HACD a concentração de iodo parece não interferir no aparecimento de
reações adversas pelo uso de meios de contraste “Optiray 320” e “MD 76R” entre o intervalo
de 196 a 316 mg/kg (curva de tendência quase paralela ao eixo das abscissas, coeficiente
linear obtido foi - 0,11%/mg/kg).
No grupo HBCD a concentração de iodo também parece não causar interferência no
aparecimento de reações adversas pelo uso de meios de contraste “Iopamiron 300” e
“Pielograf 76%” entre o intervalo de 192 a 352 mg/kg (curva de tendência quase paralela ao
eixo das abscissas, coeficiente linear obtido foi 0,9167%/ mg/kg).
O tempo de injeção ideal para aplicação do contraste é difícil de padronizar, uma vez
que ele é variável para cada paciente e não há condições de definí-lo, visto que indicações são
diferentes e algumas vezes a rápida infusão auxilia no diagnóstico.
Na variável temperatura verificou-se que o aumento da mesma para a administração
dos contrastes aparentemente não reduziu o aparecimento de reações adversas. A temperatura
de administração, para os 4 grupos pesquisados (HAA, HANA, HBA, HBNA), apresentou
resultados favoráveis para a diminuição da severidade das reações.
No grupo HANA (apareceram 2 reações moderadas) e no HBNA (não apareceram
reações moderadas) observou-se que o aparecimento de reações moderadas está mais
relacionado ao tipo de contraste do que propriamente à temperatura de administração.
5.7
SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Mais pesquisas e estudos são necessários para que sejam otimizadas a segurança do
paciente e a qualidade do exame. Assim, sugerem-se como futuros trabalhos:
Continuação da pesquisa sobre as reações adversas nos exames de radiologia
convencional, ampliando o universo de pacientes, visto que para alguns fatores de risco como:
alergia, tipo de contraste, concentração de iodo e temperatura o número limitado de
indivíduos dificulta a análise estatística;
Estudo comparativo com contraste de baixa osmolaridade em exames de radiologia
convencional, verificando o tipo de contraste e suas possíveis reações adversas;
Diferenças a serem observadas para a manifestação de reação, na administração de
contraste utilizando bombas injetoras e aplicação em bolus (manual);
Análise de doses administradas em exames contrastados comparando a imagem
obtida, as doses mínimas que gerariam uma boa imagem e o aparecimento de reações;
Comparativo de reações adversas em diferentes tempos de injeção;
93
Acompanhamento de reações tardias (monitoração da duração do tempo das reações,
sintomas e tratamento);
Observação de um tipo de reação alérgica, verificando se a mesma exerce influência
sobre o aparecimento de reações adversas;
Verificação das características de lipofilia e hidrofilia dos meios de contraste iodados,
com o objetivo de estabelecer protocolos individuais para determinados órgãos.
94
95
APÊNDICE 1
ANAMNESE OU QUESTIONÁRIO UTILIZADO PARA COLETA DOS DADOS
96
PERGUNTAS A SEREM REALIZADAS ANTES DA REALIZAÇÃO DO EXAME
UROGRÁFICO, COM ADMINISTRAÇÃO DE MEIOS DE CONTRASTE:
IDENTIFICAÇÃO-
IDADE-
SEXO-
PESO- Altura:
Grupo racial- INDICAÇÂO:
Informação do paciente frente a este procedimento- nível de instrução:
Alergias a: UTILIZOU pré-medicação:
Alimentação-
Medicação-
Substâncias específicas isoladas-
Hidratação do paciente (condições de hidratação)-
Volume urinário satisfatório-
Dificuldade de urinar-
Histórico de cálculo renal-
Patologia renal pré-existente-
Histórico de alterações circulatórias-
Diabetes-
Doenças pulmonares-
Doenças cardíacas-
Procedimentos cardíacos anteriores (cateterismo cardíaco, angioplastia)-
Hipertensão arterial-
Apresentou ou apresenta
mieloma múltiplo-
Está em período de amamentação/lactação-
Alterações de tireóide-
Doador de sangue-
Já realizou algum tipo de transplante/ e ou cirurgias anteriores?
Está em uso/ou usou alguma medicação abaixo:
Antidepressivos-
Neurolépticos-
Quimioterápicos-
Anti-hiperglicemiantes orais (metoformina)
β - bloqueadores adrenérgicos (atenolol, propanolol, corgard, angiopress);
Informações sobre meios de contraste:
Tipo de contraste-
Quantidade total a ser administrada de contraste-
Pulso cardíaco durante a administração- 10’após a administração:
Tempo de administração do contraste-
Temperatura que se encontra o contraste (local de estoque)-
Reações adversas durante o exame - SIM / NÃO
Tipo da reação: LEVE / MODERADA/ SEVERA
Necessitou de alguma intervenção? Qual?
97
APÊNDICE 2
2.1 PROCEDIMENTO PRÁTICO COM OS MEIOS DE CONTRASTE
A experiência foi realizada no Laboratório de Química da UTFPR. As substâncias
contrastantes foram avaliadas individualmente e com a utilização da mesma técnica:
1) Primeiramente com o auxílio de uma balança de precisão analítica de mesa, indicada para
sólidos, marca Ohaus Analytical Standard, com medições de até décimos de milésimos,
conforme mostra a Figura 44 as substâncias foram pesadas em separado conforme o seu
volume e a diferentes temperaturas para determinar as variações da densidade. Na verificação
das temperaturas utilizou-se o termomêtro com as seguintes especificações: Digital
Thermometer, da Nuclear Associates Carle Place, NY 11514-1593, faixa de temperatura: -40º
F TO 300º F(-40º C to 150º C), resolução 0.1º F, exatidão ±
0.5% sobre toda a faixa, conforme
mostra a Figura 45 As escolhas destas temperaturas seguiram a mesmas indicações dos
fabricantes quando injetados em seres humanos (SCHERING, 1995). Os valores calculados
encontrados em cada contraste são apresentados na seqüência. As temperaturas em que se
encontravam as substâncias foram: temperatura ambiente, aproximadamente 22ºC; e as
temperaturas aquecidas, de 30ºC a 39ºC utilizando-se o equipamento banho-maria, já descrito
anteriormente no capítulo 3.
2) Na próxima etapa, os contrastes foram testados quanto ao grau de viscosidade em
diferentes temperaturas. Para os testes, foram utilizadas pipetas graduadas de capacidade de
1ml, 2ml e 5 ml; béqueres de 25 ml forma baixa; pêra insufladora de borracha; suporte com
garra; 1 bureta de 25 ml; cronômetro digital e banho-maria (CEFET-PR, 1995). Cada
contraste foi analisado em separado e verificadas as alterações da substância decorrentes das
diferentes temperaturas.
98
Figura 44- Balança de precisão analítica de mesa.
Figura 45- Termômetro Digital utilizado para medições das temperaturas das substâncias.
99
2.2 RESULTADOS
2.2.1 Meio de Contraste Não-Iônico: Iopamiron 300
Os resultados relacionam-se à substância Iopamiron 300 nas Tabelas de 21 a 28.
Tabela 21 - Valores médios (n = 2) de volume da substância em relação ao tempo,
viscosidade a 26ºC.
Volume (ml) Tempo (s)
5 3,78
10 8,29
15 13,66
20 21,04
25 27,91
Tabela 22 - Valores médios (n = 2) de volume da substância em relação ao tempo,
viscosidade a 30ºC.
Volume (ml) Tempo (s)
5 3,65
10 7,75
15 13,13
20 18,31
25 25,34
Tabela 23 - Valores médios de volume (n = 2) da substância em relação ao tempo,
viscosidade a 37ºC.
Volume (ml) Tempo (s)
5 3,68
10 7,48
15 11,96
20 17,34
25 23,78
100
0
5
10
15
20
25
30
5 10152025
Volume (ml)
Tempo (s)
26ºC
30Cº
37Cº
Figura 46- Viscosidade do Iopamiron 300 em função do tempo e do volume nas diferentes
temperaturas.
Tabela 24 - Valores médios (n= 8) de volume da substância em relação à massa, densidade a
17,6ºC.
V (cm
3
) m (g) μ (g / cm
3
)
1 1,30 1,30
2 2,58 1,29
3 3,91 1,30
4 5,17 1,29
5 6,50 1,30
----- Média 1,30
Tabela 25 - Valores médios (n= 8) de volume da substância em relação à massa, densidade a
30ºC.
V (cm
3
) m (g) μ (g / cm
3
)
1 1,23 1,23
2 2,51 1,25
3 3,75 1,25
4 4,99 1,25
5 6,26 1,25
----- Média 1,25
101
Tabela 26 - Valores médios (n= 8) de volume da substância em relação à massa, densidade a
37ºC.
V (cm
3
) m (g) μ (g / cm
3
)
1 1,23 1,23
2 2,48 1,24
3 3,76 1,26
4 4,98 1,25
5 6,21 1,24
----- Média 1,25
Tabela 27 - Valores médios da temperatura da substância em relação à densidade média.
Iopamiron 300 Densidade média
17,6º C 1,30
29º C 1,33
37º C 1,25
Tabela 28 - Valor médio da temperatura da substância em relação ao tempo, água
encontrava-se a 42,5ºC.
Temperatura Tempo (min.)
23ºC 0
36ºC 5
39ºC 10
1,22
1,24
1,26
1,28
1,30
1,32
1,34
1,36
024681012
Volume (ml)
Densidade (g/ml)
17,6º C
30ºC
37ºC
Figura 47- Densidade do Iopamiron 300 em função do volume nas diferentes temperaturas.
102
2.2.2 Meio de Contraste Não-Iônico: Optiray 320
Os resultados relacionam-se à substância Optiray 320 nas Tabelas de 29 a 35.
Tabela 29 - Valores médios (n = 2) de volume da substância em relação ao tempo,
viscosidade a 21,1ºC.
Volume (ml) Tempo (s)
5 4,65
10 10,14
15 16,32
20 23,91
25 33,95
Tabela 30 - Valores médios (n = 2) de volume da substância em relação ao tempo,
viscosidade a 27ºC.
Volume (ml) Tempo (s)
5 4,31
10 9,42
15 15,88
20 23,03
25 33,08
Tabela 31 - Valores médios (n = 2) de volume da substância em relação ao tempo,
viscosidade a 37ºC.
Volume (ml) Tempo (s)
5 4,19
10 7,78
15 14,22
20 20,55
25 28,28
103
0
5
10
15
20
25
30
35
40
510152025
Volume (ml)
Tempo (s)
21,1ºC
27ºC
37ºC
Figura 48 - Viscosidade do Optiray 320 em função do tempo e do volume nas diferentes
temperaturas.
Tabela 32 - Valores médios (n= 8) de volume da substância em relação à massa, densidade a
26ºC.
V (cm
3
) m (g) μ (g / cm
3
)
1 1,31 1,30
2 2,65 1,33
3 3,92 1,31
4 5,21 1,30
5 6,53 1,31
----- Média 1,31
Tabela 33 - Valores médios (n= 8) e volume da substância em relação à massa, densidade a
30ºC.
V (cm
3
) m (g) μ (g / cm
3
)
1 1,31 1,31
2 2,65 1,33
3 3,92 1,31
4 5,21 1,30
5 6,53 1,31
----- Média 1,31
104
Tabela 34 - Valores médios (n= 8) de volume da substância em relação à massa, densidade a
37ºC.
V (cm
3
) m (g) μ (g / cm
3
)
1 1,25 1,26
2 2,49 1,24
3 3,77 1,25
4 5,00 1,25
5 6,27 1,25
----- Média 1,26
Tabela 35 - Valor médio da temperatura da substância e em relação ao tempo, água
encontrava-se a 42,5ºC.
Temperatura Tempo (min.)
22ºC 0
38ºC 5
39,5ºC 10
1,23
1,24
1,25
1,26
1,27
1,28
1,29
1,30
1,31
1,32
1,33
1,34
024681012
Volume (ml)
Densidade (g/ml)
26ºC
30ºC
37ºC
Figura 49 – Densidade do Optiray 320 em função do volume nas diferentes temperaturas.
105
2.2.3 Meio de Contraste Iônico: Pielograf 76%
Os resultados relacionam-se à substância Pielograf 76% nas Tabelas de 36 a 42.
Tabela 36 - Valores médios (n =2) de volume da substância em relação ao tempo, viscosidade
a 22,5ºC.
Volume (ml) Tempo (s)
5 5,72
10 12,15
15 20,3
20 30,61
25 44,09
Tabela 37 - Valores médios (n = 2) de volume da substância em relação ao tempo,
viscosidade a 28,7ºC.
Volume (ml) Tempo (s)
5 5,01
10 10,5
15 17,98
20 25
25 36,37
Tabela 38 - Valores médios (n = 2) de volume da substância em relação ao tempo,
viscosidade a 38ºC.
Volume (ml) Tempo (s)
5 4,17
10 9,84
15 15,7
20 21,73
25 28,84
Tabela 39 - Valores médios (n= 8) de volume da substância em relação à massa, densidade a
23,7ºC.
V (cm
3
) m (g) μ (g / cm
3
)
1 1,32 1,32
2 2,66 1,33
3 4,03 1,34
4 5,36 1,34
5 6,72 1,34
----- Média 1,34
106
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
5 10152025
Volume (ml)
Tempo (s)
22,5ºC
28,7ºC
38ºC
Figura 50 - Viscosidade do Pielograf 76% em função do tempo e do volume nas diferentes
temperaturas.
Tabela 40 - Valores médios (n= 8) de volume da substância em relação à massa, densidade a
30ºC.
V (cm
3
) m (g) μ (g / cm
3
)
1 1,29 1,29
2 2,60 1,30
3 3,95 1,32
4 5,29 1,32
5 6,67 1,33
----- Média 1,32
Tabela 41 - Valores médios (n= 8) de volume da substância em relação à massa, densidade a
37ºC.
V (cm
3
) m (g) μ (g / cm
3
)
1 1,28 1,28
2 2,64 1,32
3 3,96 1,32
4 5,25 1,31
5 6,58 1,31
----- Média 1,31
107
Tabela 42 - Valor médio da temperatura da subsncia em relação ao tempo, água encontrava-
se a 42,5ºC.
Temperatura Tempo (min.)
20,6ºC 0
38,2ºC 5
39ºC 10
1,34
1,35
1,36
1,37
1,38
1,39
1,40
1,41
1,42
024681012
Volume (ml)
Densidade (g/ml)
22,6ºC
30ºC
37ºC
Figura 51 – Densidade do Pielograf 76% em função do volume nas diferentes temperaturas.
2.2.4 Meio de Contraste Iônico: MD 76R
Os resultados relacionam-se à substância MD 76R nas Tabelas de 43 a 49.
108
Tabela 43 - Valores médios (n = 2) de volume da substância em relação ao tempo,
viscosidade a 22ºC.
Volume (ml) Tempo (s)
5 6,01
10 12,71
15 21,21
20 30,56
25 43,12
Tabela 44 - Valores médios (n = 2) de volume da substância em relação ao tempo,
viscosidade a 30ºC.
Volume (ml) Tempo (s)
5 5,14
10 11,98
15 18,17
20 27,06
25 36,75
Tabela 45 - Valores médios (n = 2) de volume da substância em relação ao tempo,
viscosidade a 37ºC.
Volume (ml) Tempo (s)
5 4,62
10 11
15 17,96
20 25,69
25 36,42
109
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
5 10152025
Volume (ml)
Tempo (s)
22ºC
30ºC
37ºC
Figura 52 - Viscosidade do MD 76R em função do tempo e do volume nas diferentes
temperaturas.
Tabela 46 - Valores médios (n=8) de volume da substância em relação à massa, densidade a
22ºC.
V (cm
3
) m (g) μ (g / cm
3
)
1 1,41 1,41
2 2,78 1,38
3 4,11 1,37
4 5,57 1,39
5 6,84 1,37
----- Média 1,38
Tabela 47- Valores médios (n= 8) de volume da substância em relação à massa, densidade de
30ºC.
V (cm
3
) m (g) μ (g / cm
3
)
1 1,35 1,35
2 2,72 1,36
3 4,07 1,36
4 5,42 1,35
5 6,77 1,35
----- Média 1,36
110
Tabela 48 - Valores médios (n= 8) de volume da substância em relação à massa, densidade a
37ºC.
V (cm
3
) m (g) μ (g / cm
3
)
1 1,31 1,31
2 2,65 1,33
3 3,92 1,31
4 5,30 1,32
5 6,65 1,33
----- Média 1,33
Tabela 49 - Valor médio da temperatura da subsncia em relação ao tempo, água encontrava-
se a 42,5ºC.
Temperatura Tempo (min.)
20,3ºC 0
37,1ºC 5
39,5ºC 10
1,30
1,32
1,34
1,36
1,38
1,40
1,42
024681012
Volume (ml)
Densidade (g/ml)
22ºC
30ºC
37ºC
Figura 53 – Densidade do MD 76R em função do volume nas diferentes temperaturas.
111
2.3 COMPARATIVOS DE DENSIDADE ENTRE AS SUBSTÂNCIAS ANALISADAS
2.3.1 Valores médios de temperatura dos meios de contraste não-iônicos em relação à
densidade estão representados na Tabela 50. Os resultados mostram que o meio de contraste
Iopamiron 300 é menos denso às diversas temperaturas verificadas do que o Optiray 320.
Tabela 50 – Resultados encontrados para os meios de contraste não-iônico.
Optiray 320 Iopamiron
Temperatura Densidade Temperatura Densidade
26ºC 1,31 17,6ºC 1,30
30ºC 1,31 29ºC 1,25
37ºC 1,26 37ºC 1,25
2.3.2 Valores médios de temperatura dos meios de contraste iônicos em relação à densidade
estão representados na Tabela 51. Os resultados mostram que o meio de contraste Pielograf
76% é menos denso às diversas temperaturas verificadas do que o MD 76 R.
Tabela 51 – Resultados encontrados para os meios de contraste iônico.
MD 76 R Pielograf 76%
Temperatura Densidade Temperatura Densidade
22ºC 1,39 22,6ºC 1,34
30ºC 1,36 30ºC 1,32
37ºC 1,33 37ºC 1,31
112
113
ANEXO 1
MODELO DO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO LIVRE E
ESCLARECIDO UTILIZADO NA PESQUISA
114
MODÊLO DE TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO LIVRE E ESCLARECIDO
Título do Projeto:
Investigador:
Local da Pesquisa:
Endereço e telefone:
PROPÓSITO DA INFORMAÇÃO AO PACIENTE E DOCUMENTO DE CONSENTIMENTO
Você está sendo convidado (a) a participar de uma pesquisa, coordenada por um profissional de saúde agora
denominado pesquisador. Para poder participar, é necessário que você leia este documento com atenção. Ele
pode conter palavras que você não entende. Por favor, peça aos responsáveis pelo estudo para explicar qualquer
palavra ou procedimento que você não entenda claramente.
O propósito deste documento é dar a você as informações sobre a pesquisa e, se assinado, dará a sua permissão
para participar no estudo. O documento descreve o objetivo, procedimentos, benefícios e eventuais riscos ou
desconfortos caso queira participar. Você deve participar do estudo se você quiser. Você pode se recusar a
participar ou se retirar deste estudo a qualquer momento.
INTRODUÇÃO
Descreva inicialmente a natureza do tema a ser investigado, terminando com as questões a serem respondidas
pelo estudo.
PROPÓSITO DO ESTUDO
Descreva o que pretende investigar.
SELEÇÃO
Descreva os critérios de inclusão e exclusão para a participação no estudo
PROCEDIMENTOS
Descreva a metodologia a ser empregada nos voluntários da pesquisa, explicando os benefícios da participação
do sujeito, assim como eventuais riscos, desconfortos e medidas de segurança para proteger e/ou reparar os
danos advindos da pesquisa.
PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA:
Sua decisão em participar deste estudo é voluntária. Você pode decidir não participar no estudo. Uma vez que
você decidiu participar do estudo, você pode retirar seu consentimento e participação a qualquer momento. Se
você decidir não continuar no estudo e retirar sua participação, você não será punido ou perderá qualquer
benefício ao qual você tem direito.
CUSTOS
Não haverá nenhum custo a você relacionado aos procedimentos previstos no estudo.
PAGAMENTO PELA PARTICIPAÇÃO
Sua participação é voluntária, portanto você não será pago por sua participação neste estudo.
115
PERMISSÃO PARA REVISÃO DE REGISTROS, CONFIDENCIALIDADE E ACESSO AOS
REGISTROS:
O Investigador responsável pelo estudo e equipe irão coletar informações sobre você. Em todos esses registros
um código substituirá seu nome. Todos os dados coletados serão mantidos de forma confidencial. Os dados
coletados serão usados para a avaliação do estudo, membros das Autoridades de Saúde ou do Comitê de Ética,
podem revisar os dados fornecidos. Os dados também podem ser usados em publicações científicas sobre o
assunto pesquisado. Porém, sua identidade não será revelada em qualquer circunstância.
Você tem direito de acesso aos seus dados. Você pode discutir esta questão mais adiante com seu médico do
estudo.
CONTATO PARA PERGUNTAS
Se você ou seus parentes tiver (em) alguma dúvida com relação ao estudo, direitos do paciente, ou no caso de
danos relacionados ao estudo, você deve contatar o Investigador do estudo ou sua equipe
(nome/telefone/celular). Se você tiver dúvidas sobre seus direitos como um paciente de pesquisa, você pode
contatar Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (CEP) do Hospital de Clínicas da Universidade
Federal do Paraná, pelo telefone: 360-1896. O CEP trata-se de um grupo de indivíduos com conhecimento
científicos e não científicos que realizam a revisão ética inicial e continuada do estudo de pesquisa para o mantê-
lo seguro e proteger seus direitos.
DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO DO PACIENTE:
Eu li e discuti com o investigador responsável pelo presente estudo os detalhes descritos neste documento.
Entendo que eu sou livre para aceitar ou recusar, e que eu posso interromper minha participação a qualquer
momento sem dar uma razão. Eu concordo que os dados coletados para o estudo sejam usados para o propósito
acima descrito
Eu entendi a informação apresentada neste termo de consentimento. Eu tive a oportunidade para fazer perguntas
e todas as minhas perguntas foram respondidas.
Eu receberei uma cópia assinada e datada deste Documento de Consentimento Informado.
NOME DO PACIENTE
ASSINATURA
DATA
NOME DO RESPONSÁVEL
(Se menor ou incapacitado)
ASSINATURA
DATA
NOME DO INVESTIGADOR
(Pessoa que tomou o TCLE)
ASSINATURA
DATA
116
117
REFERÊNCIAS
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Guia prático de urologia, 1. ed. São Paulo: BG Cultural,
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BONTRAGER, L. K.
Tratado de técnica radiológica e base anatômica. 4. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.
CALLEGARI-JACQUES, S. M..
Bioestatística: princípios e aplicações. Porto Alegre:
Artmed, 2003.
CARVALHO, G.C.
Química moderna 2. 2. ed. São Paulo: Scipione, 1995.
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(CBR) COLEGIO BRASILEIRO DE RADIOLOGIA.
Assistência à vida em radiologia, São
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CEFET- PR (CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARANÁ).
Práticas de química II. Curitiba: Departamento de Química e Biologia, v. 226. 1995. p.
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Biofísica: fundamentos e aplicações. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
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Estatística: teoria e
aplicações – usando o microsoft excel em português. 3 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005.
MARQUES, M. J.
Bioestatística, 1. ed. Curitiba: Juruá. 2003.
MINGOIA, Q.
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MORCOS, S.K.,THOMSEN H. S.. Adverse reactions to iodinated contrast media.
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PERUZZO, T. M.; CANTO, E. L.
Química na abordagem do cotidiano, 1. ed. São Paulo:
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PERUZZO, T. M.; CANTO, E. L.
Química na abordagem do cotidiano, v. único. São
Paulo: Moderna, 1997.
PERUZZO, F. M.; CANTO, E. L.
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<http://www.rossetti.eti.br/dicuser/resultado.asp?vnome=osmolalidade&Submit=procurar
+por+palavra&vini=1&vfim= > Acesso em: 01 agosto 2005.
SARDELLA, A.; MATEUS, E.
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SARDELLA, A. Curso de Química. 17ª ed. São Paulo: Editora Àtica, 1997. p: 25-35.
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Todo sobre medios de contraste: ver o no ver. Schering, España,1995.
SEARS, F.; ZEMANSKY, M.W., YOUNG, H.D
. FÍSICA 2, Mecânica dos fluidos, calor,
movimento ondulatório, 2. ed. Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos
Editora S.A. 1984. p-289-323.
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1984.
SPENCE, A . P.,
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Manual de meios de contraste em raios X. São
Paulo: São Camilo, 2004.
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VERGARA M, SEGUEL S. Adverse reactions to contrast media em CT: effects of
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VIERA, A.F. Reacciones adversas a los contrastes yodados intravenosos: estudio durante 4
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Revista Cubana de Higiene y Epidemiología. Enero-junio, 1995. vol 33,nº1,
Disponível em http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0253-
17511995000100007&lng=es&nrm=iso>. ISSN 0253-1751> Acesso em: 03 nov. 2005.
RESUMO
Este trabalho apresenta um estudo realizado com 183 pacientes que se submeteram a exames
de urografia excretora e utilizaram meios de contraste iodados hidrossolúveis iônicos e não-
iônicos em dois hospitais da região de Curitiba-Paraná. Os pacientes foram divididos em três
grupos diferentes nas duas instituições: grupo com controle de dose (CD), grupo aquecido (A)
e grupo não-aquecido (NA). A separação dos indivíduos em cada grupo seguiu modelo de
estudos anteriores visando identificar quais pacientes apresentavam reações e as intensidades
das mesmas. No Hospital A foram pesquisados 102 pacientes distribuídos nos 3 grupos (61-
CD, 21-A, 20-NA). No Hospital B foram pesquisados 81 pacientes também divididos nos 3
grupos (40-CD, 21-A, 20-NA). Realizaram-se testes estatísticos, onde se verificou que as
variáveis tipo de contraste, alergia e gênero apresentaram maior influência para as reações
adversas. Os resultados obtidos mostram que dos 183 pacientes, em 61,75% houve reações.
As reações leves representaram 56,84% e as moderadas 4,91% do total de pacientes. O total
de pacientes do gênero masculino nos dois hospitais foi 71 (38,79%) e do gênero feminino foi
112 (61,20%). Nas mulheres, as reações leves ou moderadas apareceram em 71 pacientes,
representando 63,39% delas. Nos homens, 42 apresentaram reações leves ou moderadas, ou
seja, 59,15% deles. Variáveis como a temperatura de administração, a concentração de iodo e
o tempo de injeção do contraste também foram estudadas e devem merecer atenção especial
para o exame pois podem estar relacionadas com o aparecimento de reações.
PALAVRAS CHAVES
Urografia excretora, meios de contraste, contraste iônico, contraste não-iônico, reações
adversas.
ÁREA/ SUB-ÁREA DE CONHECIMENTO
3.13.00.00 – 6 / Engenharia Biomédica
3.13.02.03 – 3 / Instrumentação Odontológica e Médico-Hospitalar
4.01.06.00 – 4 / Radiologia Médica
2006
Nº: 411
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