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Patrícia Biff
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL E PREVALÊNCIA DE
SINTOMAS OSTEOMUSCULARES EM TRABALHADORES DE UMA
INDÚSTRIA DE MATERIAIS ELÉTRICOS DE CAXIAS DO SUL, RS
Dissertação apresentada à Universidade
do Vale do Rio dos Sinos como requisito
parcial para a obtenção do Título de
Mestre em Saúde Coletiva.
Orientadora: Profa. Dra. Élida Azevedo Hennington
Co-orientador: Prof. Dr. Marcos Pattussi
São Leopoldo
2006
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DEDICATÓRIA
Dedico a dissertação
a todos OS TRABALHADORES DA INDÚSTRIA DE MATERIAIS
ELÉTRICOS, pela colaboração e auxílio no desenvolvimento dessa pesquisa.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais, INDALÍCIO e ICLÉA, que mesmo distantes sempre
me apoiaram e acreditaram em mim. Amo vocês;
Ao meu esposo, GUSTAVO, pelo seu amor incondicional, por aceitar meus
momentos de ausência sem cobranças e pelo incentivo constante;
À minha orientadora, Profª Drª ÉLIDA AZEVEDO HENNINGTON pela
disponibilidade e ajuda constante. Obrigada por participar e contribuir de maneira
preciosa para minha formação acadêmica;
Ao meu co-orientador, Prof. Dr. MARCOS PATTUSSI pelo auxílio na análise
estatística dos dados e interpretação dos resultados;
À todos os professores do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
da UNISINOS, em especial à coordenadora Profª Drª MARIA TEREZA ANSELMO
OLINTO, pelos ensinamentos e pela oportunidade;
Aos meus colegas de turma e principalmente à minha colega e amiga
ALEXANDRA RENOSTO que comigo compartilharam seus conhecimentos, suas
alegrias e seus momentos de angústia. Obrigada pelo companheirismo e ajuda;
Agradecimentos imensos aos funcionários da empresa ALCIEDES,
JURANDIR e IVANI pelo apoio e colaboração;
A aluna de fisioterapia SÍLVIA BAZZI pela ajuda incansável na coleta de
dados;
Enfim, agradeço a todos os meus familiares e amigos por compreenderem
minha ausência, minhas tensões, pelo apoio sendo que a eles dedico a minha
alegria por chegar ao fim desta trajetória.
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Perguntas De Um Operário Que Lê
Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilônia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu?
Em que casas da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China onde foram seus pedreiros?
A grande Roma está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu?
Sobre quem triunfaram os Césares?
A tão cantada Bizâncio só tinha palácios para os seus habitantes?
Até a legendária Atlântida na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou as Indias sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?
Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas histórias
Quantas perguntas
(Bertolt Brecht)
5
SUMÁRIO
I- Projeto de Pesquisa………………………………………..……………...............06
II- Relatório de Campo.........................................................................................82
III- Artigo Científico..............................................................................................100
IV- Anexo.............................................................................................................132
6
I - PROJETO DE PESQUISA
7
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
UNIDADE ACADÊMICA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Patrícia Biff
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL E PREVALÊNCIA DE SINTOMAS
OSTEOMUSCULARES EM TRABALHADORES DE UMA INDÚSTRIA DE
MATERIAIS ELÉTRICOS DE CAXIAS DO SUL, RS
Projeto de Dissertação de Mestrado em Saúde
Coletiva da Universidade do Vale do Rio dos
Sinos.
Orientadora: Profª Drª Élida Azevedo Hennington
Co-orientador: Prof. Dr. Marcos Pattussi
São Leopoldo
2006
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1- Modelo teórico hierarquizado dos fatores associados à capacidade para
o trabalho e prevalência de sintomas osteomusculares.............................................59
9
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 – Fatores relacionados à redução da capacidade para o trabalho ........25
QUADRO 2 – Estudos realizados na Finlândia com o Índice de Capacidade para o
Trabalho..............................................................................................27
QUADRO 3 – Estudos realizados no Brasil com o Índice de Capacidade para o
Trabalho..............................................................................................37
QUADRO 4 – Variáveis dependentes .......................................................................56
QUADRO 5 – Variáveis independentes ....................................................................57
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LISTA DE ABREVIATURAS
DORT: Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICT: Índice de Capacidade para o Trabalho
LER: Lesões por Esforços Repetitivos
MPS: Ministério da Previdência Social
MS: Ministério da Saúde
OMS: Organização Mundial de Saúde
QNSO: Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares
SIMECS: Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de
Caxias do Sul
SIPAT: Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho
UNISINOS: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................12
2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................17
2.1 ENVELHECIMENTO FUNCIONAL .....................................................................17
2.2 INSTRUMENTOS DE PESQUISA ......................................................................21
2.2.1 Índice de Capacidade Funcional para o Trabalho ............................................21
2.2.2 Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares ......................................39
2.3 DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO ........43
3 OBJETIVOS ...........................................................................................................50
3.1 OBJETIVO GERAL ..............................................................................................50
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...............................................................................50
4 HIPÓTESES ...........................................................................................................51
5 MATERIAL E MÉTODO .........................................................................................52
5.1 DELINEAMENTO ................................................................................................52
5.2 POPULAÇÃO DE ESTUDO.................................................................................52
5.3 PROCEDIMENTOS .............................................................................................52
5.4 CONTROLE DE QUALIDADE..............................................................................55
5.5 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS................................................................................55
5.6 PLANO DE ANÁLISE DE DADOS.......................................................................56
6 CRONOGRAMA......................................................................................................60
7 ORÇAMENTO ........................................................................................................61
REFERÊNCIAS .........................................................................................................62
ANEXOS
ANEXO 1 – Índice de Capacidade para o Trabalho ..................................................69
ANEXO 2 - Gabarito do Índice de Capacidade para o Trabalho ...............................73
ANEXO 3 - Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares ............................76
APÊNDICES
APÊNDICE 1 - Questionário de Identificação............................................................77
APÊNDICE 2 - Termo de Consentimento Livre Esclarecido......................................79
APÊNDICE 3 - Carta de Apresentação às Chefias....................................................80
APÊNDICE 4 - Termo de Autorização Institucional....................................................81
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1 INTRODUÇÃO
O envelhecimento da população, decorrente do declínio da fecundidade e
aumento da expectativa de vida, iniciou-se em vários países do mundo e, desde a
década de 60, nos países em desenvolvimento como o Brasil (VERAS, 1991;
CARVALHO e GARCIA, 2003). Os idosos constituem o segmento da população
brasileira que mais cresce, caracterizando o envelhecimento da população ativa.
Entre 1991 e 2000 o número de habitantes com idade igual ou acima de sessenta
anos aumentou duas e meia vezes mais do que o restante da população (LIMA-
COSTA, BARRETO e GIATTI, 2003). Os idosos chegarão a 25 milhões de pessoas
em 2020, sendo que 15 milhões serão mulheres em uma população total de 219,1
milhões (IBGE, 2004).
No Brasil, a transição demográfica vem ocorrendo de maneira rápida e
inexorável, em um contexto de incertezas quanto ao futuro da economia, com
acentuadas desigualdades sociais e precárias condições de trabalho e de vida, o
que obriga os indivíduos a permanecerem trabalhando, mesmo que informalmente,
por tempo indeterminado (DURAN e COCCO, 2004). Dentre as conseqüências
desse processo tem-se observado o fenômeno de envelhecimento funcional,
entendido como a perda da capacidade de trabalho (BELLUSCHI e FISCHER,
1999).
Estudar a capacidade de trabalho e o envelhecimento funcional em um país
em desenvolvimento como o Brasil, torna-se relevante e necessário devido às
modificações na composição etária e na longevidade da população, às mudanças
sociopolíticas e econômicas que apontam para a tendência de manter as pessoas
trabalhando até uma idade avançada e à crescente e expressiva precarização do
mercado de trabalho relacionada, dentre outros fatores, à globalização e ao aumento
da competição internacional, às rápidas transformações tecnológicas e a grande
demanda de produção e serviços. Nesse contexto, estudos têm revelado que as
doenças ocupacionais têm sido responsáveis pelos crescentes índices de
incapacidade funcional (MONTEIRO et al., 2004; TUOMI et al., 2004; WALSH et al.,
2004).
13
A situação de saúde dos trabalhadores brasileiros caracteriza-se por
dimensões sociais, políticas e técnicas indissociáveis. A precarização do trabalho
relaciona-se a mudanças nas dimensões tecnológicas, socioeconômicas, de gestão,
organização e formas de contrato de trabalho e se expressa pelo desenvolvimento
de doenças relacionadas ao trabalho incluindo não somente os distúrbios físicos,
mas também pela gravidade de outras formas de adoecimento, como o estresse e a
fadiga mental (MS, 2001).
Segundo WÜSCH FILHO (2000), a série histórica dos acidentes de trabalho
registrados no INSS nas duas últimas décadas revela uma tendência decrescente do
número de acidentes absolutos. Em 1970, ocorriam 167 acidentes em cada grupo de
1000 trabalhadores expostos; em 1980, esta relação reduz-se para 78 por 1000; e, a
30 por 1000 em 1990. No período entre 1970 a 1990, a taxa de mortalidade por
acidentes de trabalho diminuiu de 30 para 23 por 100.000 trabalhadores. Observa-
se, no entanto, o aumento das doenças relacionadas ao trabalho.
Apesar dos elevados níveis de subnotificação de acidentes de trabalho e
doenças ocupacionais que impedem um preciso dimensionamento dessa realidade,
em 2003 foram registrados 390.180 acidentes de trabalho no Brasil. Estes incluíam
acidentes típicos (319.903), de trajeto (49.069) e doenças do trabalho (21.208). O
setor industrial foi responsável por cerca de 44% dos acidentes de trabalho
(140.973). No Rio Grande do Sul foram notificados 39.626 acidentes de trabalho no
mesmo ano, sendo 33.552 (84,7%) acidentes típicos, 2.236 (5,6%) doenças do
trabalho e 3.838 (9,7%) acidentes de trajeto (MPS, 2005a). MENDES (2003) refere
que dentre as doenças do trabalho, as lesões por esforços repetitivos (LER) ou
distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) representaram mais de
50% do total de doenças ocupacionais diagnosticadas na Bahia em 1996 e em Belo
Horizonte nos anos de 1997 e 1998, fenômeno que parece se repetir em todo o país.
As LER/DORT representam um dos grupos de doenças ocupacionais mais
importantes e controversos no Brasil e em outros países, tendo sido reconhecidos
pela Previdência Social brasileira desde 1987 (VERTHEIN e MINAYO-GOMEZ,
2000). Cada vez mais freqüentes na população trabalhadora, em países
precocemente ou tardiamente industrializados, vêm assumindo um caráter
14
epidêmico sendo consideradas atualmente um grave problema de saúde pública
visto que trabalhadores das várias faixas etárias e das mais diversas categorias
profissionais estão perdendo ou ameaçados de perder a saúde e a capacidade para
o trabalho (RIBEIRO, 1997; SANTOS FILHO e BARRETO, 1998; SATO, 2001;
PINHEIRO, TRÓCCOLI e CARVALHO, 2002; SALIM, 2003; MELHORN e
GARDNER, 2004).
Em relação à morbidade ocupacional, as LER/DORT representavam em 2003
mais de 70% dos atendimentos prestados no Ambulatório de Doenças Ocupacionais
do Trabalho do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A maioria dos trabalhadores
acometidos era oriundo dos setores bancário, metalúrgico e calçadista;
predominantemente do sexo feminino e com idades entre 31 e 50 anos (MERLO,
JACQUES e HOEFEL, 2001; MERLO et al., 2003).
Em um estudo realizado no Ambulatório de Doenças Profissionais do Hospital
das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais em 1996, de 565 fichas de
atendimentos analisadas, 56% corresponderam aos diagnósticos de LER/DORT,
com predomínio do sexo feminino e idade inferior a 40 anos (REIS et al, 2000).
Apesar do aumento significativo dos registros nos últimos anos, as
informações sobre doenças profissionais no Brasil ainda são bastante limitadas e os
custos gerados pelas mesmas para os cofres públicos e empregadores não estão
estimados (REIS, 2000; MENDES, 2003).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem demonstrado preocupação com
a questão do envelhecimento relacionado ao trabalho e reconhece que as
modificações dos sistemas orgânicos levam a um prejuízo do funcionamento de
cada um dele. A diminuição da capacidade funcional dos indivíduos encontra-se
relacionada com as exigências do trabalho - os fatores de estresse e as exigências
físicas e mentais no trabalho precisam condizer com a capacidade do trabalhador,
sendo necessária uma avaliação contínua desta relação. Desta forma, possibilita-se
a identificação precoce do declínio funcional e adoção de medidas preventivas e
reabilitadoras (TUOMI et al., 1997d; BELLUSCHI e FISHER, 1999).
15
A prevenção de doenças relacionadas ao trabalho tem sido citada e
recomendada por diversos autores, porém muitas das questões operacionais deste
processo não se encontram bem definidas. O estabelecimento do nexo causal entre
a atividade atual ou pregressa do trabalhador parece representar o ponto de partida
para o diagnóstico e terapêutica corretos, mas principalmente para a adoção de
condutas preventivas. Assim, requer-se a capacitação técnica da equipe de
profissionais, a disponibilidade de instrumentos adequados, conscientização e
participação dos atores envolvidos no processo, entre outros (MS, 2001; MELHORN
e GARDNER, 2004).
Instrumentos têm sido criados para estudar a saúde dos trabalhadores.
Pesquisas realizadas pelo Instituto de Saúde Ocupacional da Finlândia, entre 1981 e
1992, levaram ao desenvolvimento de um instrumento destinado a avaliar a
capacidade de trabalho que, desde então, vem sendo utilizado por pesquisadores
em várias partes do mundo. O Índice de Capacidade para o Trabalho (ICT) pode ser
utilizado como importante instrumento de avaliação objetivando a melhoria da
qualidade de vida no trabalho e a manutenção da saúde dos trabalhadores (TUOMI
et al.,1997a, 2001; BELLUSCI e FISCHER, 1999; METZNER e FISCHER, 2001;
POHJONEN, 2001b; ZWART et al., 2002; WALSH et al., 2004; MONTEIRO et al.,
2004; DURAN e COCCO, 2004; RAFFONE e HENNINGTON, 2005).
Já o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares - (QNSO) permite
padronizar a mensuração de relato de sintomas osteomusculares, facilitando a
identificação de distúrbios e a comparação entre resultados de estudos, constituindo
um importante instrumento diagnóstico do ambiente de trabalho (KUORINKA et al.,
1987; PINHEIRO, TRÓCCOLI e CARVALHO, 2002; BARROS e ALEXANDRE, 2003;
GURGUEIRA, ALEXANDRE e CORRÊA FILHO, 2003).
Considerando-se o processo de envelhecimento funcional representado pela
perda da capacidade para o trabalho e a significativa ocorrência de distúrbios
osteomusculares no setor industrial, justifica-se a importância da realização desta
pesquisa para a verificação dos níveis de capacidade funcional e prevalência de
sintomas osteomusculares entre os trabalhadores de uma indústria de materiais
elétricos de Caxias do Sul, RS. Estas informações servirão de base para o
16
acompanhamento da saúde dos trabalhadores, a prevenção da perda precoce da
capacidade para o trabalho, a promoção da saúde e a intervenção nos quadros de
declínio já comprovados e de presença de sintomas.
17
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 ENVELHECIMENTO FUNCIONAL
O envelhecimento da população é um fenômeno mundial que teve início no
final do século XIX na Europa Ocidental, continuando no século passado em países
centrais e, nas últimas décadas, nos países periféricos (CARVALHO e GARCIA,
2003).
No Brasil este processo se iniciou no final dos anos 1960, com o rápido
declínio da fecundidade, e constitui um dos mais importantes e agudos processos de
envelhecimento populacional entre os países mais populosos. Também o aumento
da longevidade da população constitui fator contribuinte para o envelhecimento da
mesma (CARVALHO e GARCIA, 2003; GIATTI e BARRETO, 2003). Segundo dados
da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a esperança de vida
estimada ao nascer no Brasil em 2003, para ambos os sexos, atingiu 71,3 anos
representando um aumento de 8 anos em relação ao indicador de 2000 (IBGE, 2005
a).
Entre 1980 e 1991, a razão de crescimento da população total foi 1,94%
sendo que o número de idosos cresceu 2,91% e o de jovens somente 0,79%
(BELLUSCI e FISCHER, 1999). A população de 65 anos de idade ou mais, que em
1993 representava 5,3% da população total, atingiu os 6,6% em 2003. O número de
idosos, definido pelo Estatuto do Idoso como quem tem 60 anos ou mais de idade,
chegou a 16,7 milhões em 2003 (IBGE, 2005b).
O grupo populacional em idade de trabalho apresentou crescimento de 2,56%
entre 1980 e 1991 (BELLUSCI e FISCHER, 1999). A pesquisa mensal de emprego
de fevereiro de 2005, do IBGE, apresentou a distribuição da população
economicamente ativa nos diversos segmentos etários, demonstrando que 18,5%
estavam na faixa de 18 a 24 anos, 62% de 25 a 49 anos e 16,2% de 50 anos ou
mais (IBGE, 2005c).
18
Apesar de o envelhecimento populacional ter sido citado por diversos autores
como o principal fator para a piora da capacidade para o trabalho, em diversos
países do mundo, torna-se necessário discutir a contribuição da precarização do
trabalho, especialmente o crescimento do mercado informal existente em nosso
país. Segundo WÜSCH (2000), o mercado informal comporta cerca de 50% dos
trabalhadores brasileiros sendo esta informalização significativa na agricultura,
indústria, comércio e prestação de serviços. Crescente em virtude da terceirização, o
mercado informal de trabalho mantém seus trabalhadores às margens das
estatísticas, não havendo registros dos acidentes e doenças ocupacionais.
A precarização do trabalho evidencia-se pela perda de direitos trabalhistas,
crescimento do mercado informal, trabalhos temporários e em tempo parcial e
terceirização do trabalho – tudo isto acompanhado da intensificação do trabalho e/ou
da jornada de trabalho, acúmulo de funções, maior exposição aos fatores de risco
para a saúde, rebaixamento dos níveis salariais assim como aumento da
instabilidade de emprego. Estes fatores associados às dificuldades socioeconômicas
do país são fatores de riscos potenciais para a diminuição da qualidade de vida no
trabalho e envelhecimento funcional (MINAYO-GOMES e THEDIN-COSTA, 1997;
MS, 2001; SATO, 2001).
O contexto de importantes desigualdades sociais, precariedade das
condições de trabalho e qualidade de vida influencia diretamente o processo de
envelhecimento e prolongam a permanência do trabalhador no mercado, além de
propiciarem o excessivo desgaste dos trabalhadores com reflexos sobre sua saúde
(MARÍN e IGUTI, 1997; DURAN e COCCO, 2004). Outro aspecto importante diz
respeito às mudanças na regulamentação da aposentadoria que prolongam a
permanência no mercado de trabalho (MONTEIRO et al., 2004).
Segundo o IBGE (2005b), em 2003 aumentou no Brasil a proporção da
população ocupada nas classes com menor rendimento familiar per capita. A
proporção da população ocupada com rendimento familiar per capita de até ½
salário mínimo aumentou em todas as categorias ocupacionais. Estes dados
revelam a existência de um número maior de trabalhadores ganhando menos.
Observou-se queda de rendimento de 7,5 em todas as categorias de ocupação em
19
relação a 2002, sendo que o rendimento-hora caiu para ambos os sexos. Houve
redução de 4,8% no rendimento-hora das mulheres e 2% no dos homens. Entre
1996 e 2002 o rendimento médio real dos trabalhadores caiu 14% (IBGE, 2004).
Segundo GIATTI e BARRETO (2003) mais de um quarto de idosos brasileiros (com
idade igual ou maior que 60 anos) que vivem em regiões metropolitanas trabalham.
Outro estudo baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 1998,
refere que de 28.943 idosos, 50% apresenta renda individual menor ou igual a um
salário mínimo mensal (LIMA-COSTA, BARRETO e GIATTI, 2003). Estes dados
corroboram a relação existente entre envelhecimento e precariedade das condições
de vida e de trabalho.
Cabe ressaltar que, apesar do envelhecimento populacional e do trabalhador
ser um fato incontestável, VERAS (1991) ao descrever a questão do envelhecimento
da população brasileira, abordou a problemática da discriminação na admissão de
trabalhadores com mais de 40 anos. As rápidas mudanças nas exigências do
trabalho, como resultado da modernização frenética da indústria, foram citadas como
causas da preferência pelo potencial físico de trabalhadores jovens. Observa-se
então que a população mais idosa tem sido absorvida pelo mercado informal como
forma de sobrevivência, piorando ainda mais suas condições de trabalho. Por outro
lado, os trabalhadores jovens que ainda permanecem no mercado formal da
economia têm sido submetidos a processos de trabalho desgastantes com
repercussões mentais e físicas e o crescimento da ocorrência de doenças
ocupacionais, tais como LER/DORT, agravando o quadro de envelhecimento
funcional representado pela perda progressiva de capacidade para o trabalho dessa
população.
A mudança da estrutura etária da população aponta para o envelhecimento
gradativo da força de trabalho, mas também para sua maior experiência. A idade
pode afetar principalmente as atividades que exigem grande capacidade física ou
rapidez de resposta. Porém, os trabalhadores mais velhos apresentam vantagem
quando a atividade não requer este tipo de habilidade e sim experiência (WEGMAN
e MCGREE, 2004). O estudo efetuado por THUMIN (1979), que compara testes de
habilidade em 187 trabalhadores agrupados de acordo com a idade, demonstrou
melhor desempenho dos trabalhadores de idade avançada para o teste de
20
compreensão verbal; contrapondo-se ao estereótipo negativo desta classe de
trabalhadores.
A promoção da habilidade de trabalho tem sido considerada nos últimos anos
fator relevante para a redução do envelhecimento funcional e afastamento do
trabalho prematuro (TUOMI et al., 2001). De outro modo, WALSH et al. (2004)
demonstraram a associação positiva entre sintomas musculoesqueléticos e
capacidade de trabalho, reforçando que esses distúrbios são responsáveis por
diferentes graus de incapacidade funcional e conseqüente envelhecimento funcional.
A capacidade de trabalho é definida como sendo a habilidade do trabalhador de
realizar suas tarefas levando em consideração as demandas física, mental e social
do trabalho, da comunidade de trabalho, organização e ambiente de trabalho
(ZWART et al., 2002; DURAN e COCCO, 2004).
No final da década de 1980, iniciaram-se estudos no exterior com o objetivo
de verificar as relações entre envelhecimento e trabalho (ESKELINEN et al., 1991;
HUUHTANEN et al., 1991; ILMARINEN et al., 1991a,b; NYGARD et al., 1991;
TUOMI et al., 1991a,b,c,d; 1997 a,b,c). No Brasil destacam-se os estudos com
servidores forenses, com trabalhadores em um centro de pesquisa e
desenvolvimento de uma empresa, com trabalhadores em turnos fixos de doze
horas, com trabalhadores do serviço de higiene e limpeza de um hospital
universitário e ainda com trabalhadores de enfermagem de hospitais (BELLUSCHI e
FISCHER, 1999; MONTEIRO, 1999; METZNER e FISCHER, 2001; ANDRADE,
2002; DURAN e COCCO, 2004; RAFFONE e HENNINGTON, 2005).
O conceito de capacidade para o trabalho vem ganhando atenção crescente
em pesquisas científicas na área da saúde ocupacional a partir do reconhecimento
das condições determinantes para o envelhecimento funcional. A criação de políticas
de saúde, a formação de profissionais e a criação de instrumentos de avaliação de
saúde e de disfunção/incapacidade buscam contribuir para a preservação e
promoção da saúde dos trabalhadores.
21
2.2 INSTRUMENTOS DE PESQUISA
2.2.1 ÍNDICE DE CAPACIDADE FUNCIONAL PARA O TRABALHO
Pesquisas voltadas para avaliar a capacidade de trabalho foram realizadas
por um grupo de pesquisadores do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional. Estes
esforços resultaram, no início dos anos 1980, na construção e validação do Índice de
Capacidade para o Trabalho (ICT), a partir de um estudo do processo de
envelhecimento de servidores municipais. Trata-se de um questionário auto-aplicável
utilizado para avaliar a capacidade para o trabalho visando manter a saúde dos
trabalhadores e melhorar a qualidade de vida dos mesmos. O ICT procura indicar
“quão bem está, ou estará, um (a) trabalhador (a) presentemente ou num futuro
próximo, e quão capaz ele ou ela pode executar seu trabalho, em função das
exigências, de seu estado de saúde e capacidades físicas e mentais” (BELLUSCHI e
FISCHER, 1999; POHJONEN, 2001b; TUOMI et al., 2001; ZWART et al., 2002;
DURAN, 2002). O ICT pode ser utilizado também para prever o risco de
incapacidade de trabalhadores em um futuro próximo. Porém, o mesmo não deve
ser aplicado como método de seleção ou exclusão do emprego, pois tal prática
contraria os princípios éticos que norteiam os objetivos dos serviços de saúde do
trabalhador.
Este instrumento foi traduzido para o português por um grupo de
pesquisadores liderados pela Drª Frida Marina Fischer do Departamento de Saúde
Ambiental da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo
(USP), na década de noventa e, embora ainda não tenha sido validado no Brasil até
o momento, observa-se sua crescente utilização no país (TUOMI et al., 1997d).
O questionário que compõe o ICT é constituído de sete itens, e engloba a
auto-avaliação do trabalhador sobre sua saúde e capacidade para o trabalho,
considerando as demandas físicas e mentais do trabalho. Baseia-se ainda na
constatação médica de lesões por acidentes ou doenças (TUOMI et al., 1997d).
22
A soma dos pontos atribuídos para cada item, obtidos a partir de um cálculo
específico do instrumento (Anexo 2) resulta em um escore final que pode variar de 7
a 49. Este número retrata o próprio conceito do (a) trabalhador (a) sobre sua
capacidade para o trabalho, equivalendo ao seu índice de capacidade funcional. De
acordo com este escore, são determinadas as medidas necessárias a serem
tomadas, classificadas como indicado a seguir:
Pontos
Capacidade para o Trabalho Objetivos das Medidas
7-27 baixa restaurar a capacidade para o
trabalho
28-36 moderada melhorar a capacidade para o
trabalho
37-43 boa melhorar a capacidade para o
trabalho
44-49 ótima manter a capacidade para o trabalho
Os sete itens que compõem o ICT são:
1- Capacidade para o trabalho atual comparada com a melhor de toda a vida.
Este item é avaliado com uma questão.
2- Capacidade para o trabalho em relação às exigências do trabalho. Este
item é avaliado através de duas questões e o número de pontos são ponderados de
acordo com a natureza do trabalho (se de exigência física, mental ou de ambas,
através de cálculo específico).
3- Número atual de doenças diagnosticadas por médico. Este item é avaliado
em uma questão que contém uma lista de 51 doenças, onde o trabalhador assinala
aquelas que ele possui em sua opinião e aquelas diagnosticadas por médico.
Somente as últimas são contadas.
4- Perda estimada para o trabalho devido às doenças. Este item é avaliado
através de uma questão.
5- Faltas ao trabalho por doenças no último ano (12 meses). Também
avaliado em uma questão.
23
6- Prognóstico próprio sobre a capacidade para o trabalho daqui a dois anos.
Este item é avaliado em uma questão.
7- Recursos mentais. Este item é avaliado através de três questões.
Para viabilizar a compreensão das questões definiu-se a escolaridade mínima
de quarta série do primeiro grau como necessária para a aplicação desse
instrumento (TUOMI et al., 1997d).
A pesquisa finlandesa iniciada por Tuomi et al. em 1981 estendeu-se até 1992
sendo que novos resultados deste seguimento foram divulgados. Destacam-se os
estudos que verificaram mudanças no trabalho, estilo de vida, saúde, capacidade
funcional e sintomas de estresse; modificações percebidas nas demandas físicas e
mentais do trabalho; alterações dos sintomas de estresse e suas relações com as
mudanças no trabalho; variações do índice de capacidade funcional de empregados
ativos nos 11 anos de seguimento e explanação das modificações do ICT através de
fatores ocupacionais e de estilo de vida. Outra pesquisa advinda desta coorte
objetivou estudar meios para prevenir doenças e incapacidades entre trabalhadores
próximos da idade de aposentadoria, além de modos de manutenção de suas
saúdes e habilidade para o trabalho (TUOMI et al., 1997a, c; NYGARD et al., 1997;
HUUHTANEN et al., 1997; ILMARINEN et al., 1997).
Muitos estudos foram publicados a partir do estudo multidisciplinar finlandês
que originou o instrumento: uma pesquisa de corte transversal e um estudo de
coorte realizado entre os anos de 1981 e 1985. Os objetivos eram de desenvolver
um modelo para determinar a capacidade para o trabalho de indivíduos em processo
de envelhecimento e fazer recomendações para melhorar e promover a capacidade
de trabalho (ILMARINEN et al, 1991a).
Em termos de resultados, pesquisa efetuada com 174 pessoas, na Finlândia,
para comparar os dados obtidos a partir da auto-avaliação e a avaliação clínica das
condições de saúde com a habilidade para o trabalho, constatou boa relação do ICT
com a avaliação clínica no nível grupal. Outros achados foram altas prevalências de
doenças coronarianas e dor lombar (ESKELINEN et al., 1991).
24
No estudo de coorte realizado na Finlândia, 5556 trabalhadores municipais
com idades entre 45 e 58 anos apresentaram maiores demandas físicas no trabalho,
principalmente as mulheres, em 1981; os problemas referentes ao ambiente físico-
químico foram mais comuns em 1985, entre os homens. A carga mental de trabalho
aumentou para ambos os sexos durante o período de estudo, caracterizando
aumento da quantidade de trabalho e de conhecimento necessário para a execução
do mesmo (HUUHTANEN et al., 1991). No mesmo estudo, de 6257 trabalhadores
entre 44 e 58 anos, 1% dos estudados morreram, 9% tornaram-se incapacitados e
5% trocaram de ocupação. As maiores taxas de mortalidade foram no sexo
masculino e entre os trabalhadores com doença cardiovascular (TUOMI et al.,
1991a). Entre 4255 trabalhadores, com idades entre 44 e 58 anos, verificou-se maior
prevalência de doenças nos indivíduos submetidos às exigências físicas e em
homens com trabalho de exigência mista. Tanto homens quanto mulheres que
realizavam atividades com exigência mental, apresentaram os melhores índices de
capacidade para o trabalho. Neste estudo, a maior incidência foi de doenças
musculoesqueléticas (32%), seguidas das cardiovasculares (TUOMI et al., 1991b).
Com o objetivo de comparar os fatores que levam à perda da capacidade
funcional entre 6165 trabalhadores municipais, com idades variando entre 44 e 58
anos, outro estudo revelou que tanto as posturas de trabalho quanto o ambiente
físico inadequado constituem os fatores que geram maior dano para a capacidade
funcional. Com o envelhecimento cronológico dos trabalhadores aumentaram os
índices de incapacidade para o trabalho, porém a prática de exercícios físicos
determinou uma relação inversa (TUOMI et al., 1991c).
A correlação entre capacidade física e mental com o ICT foi apresentada
através de um estudo transversal efetuado com 137 trabalhadores municipais
finlandeses, com idade média de 55 anos. Entre os testes de capacidade física
efetuados, o de força muscular foi o que apresentou a melhor correlação com o ICT,
não sendo verificada associação significativa com testes de habilidade mental
(NYGARD et al., 1991).
Fatores estressantes no trabalho, altas demandas físicas, ambientes físicos
inadequados e a falta de liberdade no trabalho foram associados com prejuízo para
25
a capacidade de trabalho em um estudo de coorte com 4255 trabalhadores.
Satisfação com a vida, postura adequada no trabalho, maior nível educacional e
exercícios físicos nas horas vagas apresentaram relação positiva com o ICT (TUOMI
et al., 1991d).
Após a realização do estudo transversal e do estudo de coorte com servidores
municipais, os fatores relacionados à deterioração da capacidade para o trabalho
foram publicados em um artigo de Ilmarinen et al. que constitui um sumário dos
quinze estudos realizados a partir deste projeto. Estes fatores encontram-se listados
no Quadro 1.
QUADRO 1. Fatores relacionados à redução da capacidade para o
trabalho.
Demandas físicas
excessivas
Estresse e perigo no
ambiente de trabalho
Organização pobre do trabalho
Trabalho muscular estático Sujeira e umidade Conflitos
Uso da força muscular Risco de acidentes de
trabalho
Supervisão e mudanças de trabalho
Erguer e carregar Calor excessivo Medo de falência e erros
Picos de carga repentinos Frio excessivo Falta de liberdade e escolha
Movimentos repetitivos Mudanças de temperatura Pressão por tempo
Inclinação e rotação
simultâneas
Falta de influência no próprio trabalho
Falta de desenvolvimento profissional
Falta de conhecimento e apreciação
ILMARINEN et al., 1991b.
O ICT foi o instrumento utilizado para apontar os principais riscos para o
afastamento do trabalho dos profissionais cabeleireiros, em um estudo de caso-
controle realizado entre 1980 e 1995 na Finlândia. Trabalhadores com asma ou
eczema nas mãos apresentaram 3,5 vezes mais chances de afastamento no grupo
de casos, seguidos por lesões nos punhos ou cotovelos (2,7 vezes) e doenças no
pescoço ou ombros (1,7 vezes) (LEINO et al., 1999). Destacam-se ainda estudos
realizados com trabalhadores de escritório, trabalhadores empregados de uma
26
indústria de alimentos e trabalhadores da indústria metalúrgica (SJÖGREN-RÖNKÄ
et al., 2002; SALONEN et al., 2003; TUOMI et al., 2004).
Estudos efetuados com a utilização do ICT na Finlândia encontram-se listados
e sintetizados no Quadro 2.
27
QUADRO 2. Estudos realizados na Finlândia com o Índice de Capacidade para o Trabalho.
Título Autores Ano Objetivo Sujeitos Metodologia/
Instrumentos
Resultados/ Conclusão
Associações entre
capacidade
funcional e
habilidade para o
trabalho entre
empregados
municipais idosos
SUVANTO,S.
ILMARINEN,J.
NYGARD,C.
ESKELINEN,L.
TUOMI, K.
1991 Correlação entre
capacidade física e
mental e o Índice de
capacidade para o
trabalho.
n=137 trabalhadores
municipais de
diferentes
categorias, N= 72
homens e N=65
mulheres de 48 a 62
anos.
Testes de capacidade
física e mental
Estudo Transversal
ICT
Houve melhor relação entre capacidade física
(força muscular) com capacidade para o
trabalho. Não houve relação estatisticamente
significativa de ICT com capacidade
cardiorespiratória.
Bases e objetivos
do projeto de
pesquisa
finlandês com
trabalhadores
municipais em
envelhecimento
NYGARD,C
KLOCKARS,M
ILMARINEN,J.
TUOMI,K.
ESKELINEN,L.
HUUHTANEN,P
1991a Desenvolver um
modelo para
determinar a
capacidade para o
trabalho de
trabalhadores em
processo de
envelhecimento. Fazer
recomendações para
melhorar o trabalho e
promover a
capacidade para o
trabalho de
trabalhadores em
envelhecimento.
n=6257
trabalhadores com
idades entre 45 e 58
anos.
1ª fase – Estudo
Transversal
Questionário
2ª fase – Estudo de
Coorte, 4 anos de
seguimento dos mesmos
sujeitos.
Resulta em 15 outros artigos.
Aborda os conceitos: envelhecimento e
capacidade para o trabalho, mudanças do
processo de trabalho, novos conceitos de
aposentadoria.
Sugere que novos estudos com trabalhadores
em processo de envelhecimento sejam
efetuados com base neste projeto.
Sumário e
recomendações
de um
envolvimento do
projeto de secção
transversal e
estudo de
acompanhamento
no trabalhador do
envelhecimento
nas ocupações
municipais
finlandesas(1981-
1985)
ILMARINEN,J.
ESKELINEN,L
KLOCKARS,M
TUOMI,K
NYGARD,C
HUUHTANEN,P
1991b
Este estudo é um
sumário de vários
achados de 15
estudos
compreendendo uma
pesquisa
multidisciplinar.
n=6257
trabalhadores
municipais da
Finlândia
Cita uma lista de fatores que deterioram a
capacidade para o trabalho de trabalhadores
em envelhecimento sendo estes relacionados
às demandas físicas, ao estresse e perigo do
ambiente de trabalho e a pobre organização do
trabalho.
Continua
27
28
Continuação
QUADRO 2. Estudos realizados na Finlândia com o Índice de Capacidade para o Trabalho.
Título Autores Ano Objetivo Sujeitos Metodologia/
Instrumentos
Resultados/ Conclusão
Mortalidade,
incapacidade e
mudanças na
ocupação entre
empregados
municipais em
envelhecimento
TOIKKANEN,J.
ESKELINEN, L.
BACKMAN,A .
JARVINEN,E.
TUOMI,K.
ILMARINEN,J.
KLOCKARS,M.
1991a Investigar a demanda
de trabalho, reações
de estresse, doenças,
fatores predicativos
para a mortalidade,
incapacidades e
mudanças na
ocupação em um
período de quatro
anos.
n=6257
trabalhadores
municipais
finlandeses entre 44
a 58 anos.
Estudo de Coorte
1981-1985
Questionário
ICT
Ao final da pesquisa 1% dos estudados
morreram, 9% se tornaram incapacitados e 5%
mudaram de ocupação. As taxas mais
elevadas de mortalidade foram observadas no
sexo masculino e em trabalhadores auxiliares
que haviam referido presença de doença
cardiovascular. A taxa mais elevada de
incapacidade para o trabalho foi relacionada ao
baixo índice de capacidade funcional para o
trabalho.
Taxas de
prevalência e
incidência das
doenças e da
capacidade para o
trabalho em
diferentes
categorias de
trabalho das
ocupações
municipais
TUOMI,K.
ILMARINEN,J.
ESKELINEN,L.
JARVINEN,E
KLOCKARS,M
TOIKKANEN,J
1991b Comparar as
modificações nas
condições de saúde e
a capacidade para o
trabalho em
trabalhadores
municipais na
Finlândia.
n=4255
trabalhadores
com idades entre 44
e 58 anos.
ICT aplicado em 1981 e
1985 (mudanças nas
condições de saúde
calculando as taxas de
incidência cumulativa
entre 81 e 85 e taxas de
prevalência em 81 e 85).
Nenhum grupo (exigência física, mental e
mista) apresentou modificação nos 4 anos de
seguimento. Maior prevalência de doenças em
trabalhadores com exigência física e em
homens com trabalho de exigências mistas.
Homens e mulheres com trabalho de exigência
mental tinham os melhores ICT e saúde.
Doenças musculoesqueléticas prevaleceram
seguidas de cardiovasculares.
Carga de trabalho e
fatores individuais
que afetam a
incapacidade para o
trabalho entre
empregados
municipais em
envelhecimento
LUOSTARINN,T.
ILMARINEN,J.
TUOMI,K.
KLOCKARS,M.
1991c Comparar os fatores
que levam a perda da
capacidade funcional
entre trabalhadores
municipais.
n=6165
trabalhadores
municipais
finlandeses entre
44-58 anos.
Estudo de Coorte
1981-1985
Questionário
ICT
Constatou-se que a postura de trabalho é o
fator mais danoso para a capacidade funcional.
Envelhecer particularmente aumentou a
incidência de incapacidade para o trabalho.
Continua
28
29
Continuação
QUADRO 2. Estudos realizados na Finlândia com o Índice de Capacidade para o Trabalho.
Continua
Título Autores Ano Objetivo Sujeitos Metodologia/
Instrumentos
Resultados/ Conclusão
Carga de trabalho
e fatores
individuais que
afetam a
capacidade para
o trabalho entre
empregados
municipais
ESKELINEN, L.
TOIKKANEN,J.
JARVINEN,E.
TUOMI,K.
ILMARINEN,J.
KLOCKARS,M.
1991d Determinar os fatores
que danificam e
mantém a capacidade
para o trabalho.
n=4255 empregados
municipais.
Estudo de Coorte,
durante quatro anos-
1981 a 1985
Fatores estressantes do trabalho, altas
demandas físicas, ambientes físicos com
péssimas condições e falta de liberdade foram
associados com dano para a capacidade de
trabalho. Satisfação com a vida, postura no
trabalho, boa base educacional e exercícios
físicos nas horas vagas tiveram associações
positivas com a capacidade para o trabalho.
ICT
Mudanças no
índice das
ocupações
municipais
finlandesas em
um período de
quatro anos
HUUHTANEN,P.
NYGARD,C.H
TOIKKANEN,J
TUOMI,K.
ESKELINEN,L
1991 Verificar as mudanças
nas demandas de
trabalho, ambiente de
trabalho, e carga de
trabalho de
trabalhadores
municipais
Finlandeses em
envelhecimento, entre
1981 e 1985.
5556 trabalhadores
municipais com
idades entre 45 e 58
anos.
Estudo de Coorte
Escalas de fatores de
estresse ocupacional e
escalas de demanda
mental e de ambiente
social de trabalho.
Demandas físicas foram mais comuns em 85
que 81 e mais comuns em mulheres que em
homens. Problemas referentes ao ambiente
físico-químico foram mais comuns em 85 e
entre homens. A carga mental aumentou entre
81 e 85 devido ao aumento da quantidade de
trabalho e de conhecimento necessário para o
trabalho.
Relação entre o
Índice de
Capacidade para
o Trabalho e a
avaliação clínica
do status de
saúde e da
capacidade para
o trabalho
KOHVAKKA,A.
ESKELINEN,L.
MERISALO,T.
HURRI,H.
WAGAR,G.
1991 Comparar a avaliação
clínica do status de
saúde e da
capacidade para o
trabalho com a
avaliação subjetiva
relatada no Índice de
Capacidade para o
Trabalho.
n=89 trabalhadores
do sexo masculino e
n=85 do sexo
feminino, com
idades de 44-58
anos.
Estudo Transversal
Exame Clínico
ICT
Constatou-se no estudo que metade do grupo
possuía doença arterial coronariana e
lombalgia. Os resultados indicaram também
que as respostas do Índice de Capacidade
para o Trabalho relacionaram-se bem com os
fatores clínicos no nível do grupo.
29
30
Continuação
QUADRO 2. Estudos realizados na Finlândia com o Índice de Capacidade para o Trabalho.
Título Autores Ano Objetivo Sujeitos Metodologia/
Instrumentos
Resultados/ Conclusão
A capacidade
para o trabalho
dos trabalhadores
em
ILMARINEN,J.
envelhecimento
TUOMI,K.
1992 Esclarecer como a
avaliação de um
trabalhador através do
Índice de Capacidade
para o Trabalho muda
com a idade, e como a
proporção das
pessoas com
capacidade para o de
trabalho diminuída
está relacionada com
a idade e o gênero.
n=1799
trabalhadores
homens em=2456
trabalhadores
mulheres, com
idades entre 45 e 62
anos.
ICT
Estudo de Coorte,
durante quatro anos.
Verificou-se neste estudo, que a capacidade
para o trabalho diminui com o aumento da
idade e no sexo feminino, em mulheres que
realizam esforço físico, mental ou ambos
durante a atividade de trabalho.
Projeto de
pesquisa
Finlandês com
trabalhadores em
envelhecimento
entre 1981- 1992
KLOCKARS,M
TUOMI,K
ILMARINEN,J
NYGARD,C.
SEITSAMO,J
HUUHANEN,P.
MARTIKAINEN,R
AALTO,L
1997a Determinar mudanças
no trabalho, estilo de
vida, saúde,
capacidade funcional,
n=6257
trabalhadores
municipais na
primeira fase e
n=924 durante o
seguimento.
sintomas de estresse.
Estudo de Coorte Durante os 11 anos de estudo observou-se:
diminuição da carga mental de trabalho e
aumento da carga física; alteração da saúde
com o envelhecimento; aumento de sintomas
musculoesqueléticos, cardiovasculares e
estresse; e diminuição da habilidade para o
trabalho com o aumento da idade cronológica.
Envelhecimento,
trabalho e estilo
de vida em
trabalhadores
municipais
finlandeses em
1981-1992
MARTIKAINEN,R
TUOMI,K
ILMARINEN,J
AALTO,L
KLOCKARS,M
1997b Explicar mudanças na
capacidade para o
trabalho através da
influência de fatores
ocupacionais e estilo
de vida.
n=818 trabalhadores
municipais entre 44
a 51.
Estudo Transversal em
dois momentos, 1981 e
1992.
Questionário
ICT
Tanto a melhoria quanto o declínio na
capacidade de trabalho foram associados
fortemente com as mudanças no estilo de vida
durante os onze anos. A deterioração na
capacidade para o trabalho foi explicada por
um modelo que incluiu uma diminuição no
reconhecimento e na estima do trabalho,
diminuição nas condições do trabalho, aumento
da jornada de trabalho e diminuição do tempo
de lazer.
Continua
30
31
Continuação
QUADRO 2. Estudos realizados na Finlândia com o Índice de Capacidade para o Trabalho.
Título Autores Ano Objetivo Sujeitos Metodologia/
Instrumentos
Resultados/ Conclusão
Sumário do
projeto de
pesquisa
finlandês
TUOMI,K
ILMARINEN,J
(1981-1992) para
promover a saúde
e capacidade para
o trabalho em
trabalhadores em
envelhecimento
SEITSAMO,J
HUUHANEN,P
MARTIKAINEN,R
NYGARD,C.
KLOCKARS,M
1997c Procurar meios de
impedir doenças e
incapacidades entre
trabalhadores que se
aproximam da idade
de pensão.
n=6259
trabalhadores entre
44 e 58 anos no
começo do estudo,
em 40 ocupações
diferentes.
Estudo de Coorte
Questionário
ICT
Durante o acompanhamento, 6,3% dos
estudados morreram, 29,6% se aposentaram
com pensões de incapacidade e 41,5%
aposentaram-se com pensões de idade
avançada. Somente 924 (14,8%) encontraram-
se empregados na mesma ocupação durante o
acompanhamento inteiro.
Mudanças
percebidas no
trabalho no
período de 1981 e
1992 entre
trabalhadores em
envelhecimento
na Finlândia
HUUHANEN,P.
TUOMI,K.
NYGARD,C.
MARTIKAINEN,R.
1997 Estudar
longitudinalmente as
mudanças percebidas
no Índice de
Capacidade para o
Trabalho e demandas
do trabalho em
trabalhadores com
exigências físicas,
mentais ou ambas.
Trabalhadores
municipais, n= 924,
grupos com
demandas físicas,
mentais ou as duas
juntas.
Estudo de Coorte
Questionário
A percepção das mudanças diferiu nos 3
grupos de exigências. Pessoas mais velhas
parecem trabalhar com uma exigência de
capacidade relativamente mais elevada do que
trabalhadores mais novos, e esta carga de
trabalho mais elevada pode ser um fator de
risco para a incapacidade para o trabalho.
Mudanças na
habilidade para o
trabalho de
empregados
ativos após 11
anos
ILMARINEN,J
KLOCKARS,M.
TUOMI,K.
1997 Detectar mudanças na
habilidade para o
trabalho de
trabalhadores ativos
em 11 anos.
N=818
trabalhadores ativos
incluindo homens e
mulheres.
Estudo de Coorte Declínio da habilidade para o trabalho com
forte associação com a idade e trabalho (carga
física).
Mudanças em
sintomas de
estresse e suas
relações com
mudanças no
trabalho entre
1981 e 1992 em
trabalhadores
municipais em
envelhecimento
HUUHTANEN,P.
NYGARD,C.
MARTIKAINEN,R.
TUOMI,K.
1997 Avaliar mudanças
percebidas em
sintomas de estresse
e suas relações com
mudanças no trabalho
durante 11 anos.
N=924
trabalhadores
municipais com
idades entre 44 e 51
anos.
Estudo de Coorte
Questionário
O impacto do trabalho na capacidade funcional
e os sintomas em trabalhadores iniciam antes
dos 45 anos de idade. Os sintomas de estresse
físico e mental aumentaram no decorrer do
período. O aumento dos sintomas de estresse
foi relacionado diretamente com a idade e
mudanças no trabalho.
Continua
31
32
Continuação
QUADRO 2. Estudos realizados na Finlândia com o Índice de Capacidade para o Trabalho.
Título Autores Ano Objetivo Sujeitos Metodologia/
Instrumentos
Resultados/ Conclusão
Razões de saúde
para deixar a
profissão de
cabeleireiro na
Finlândia em
1980-1995
TUOMI,K.
PAAKKULAINEN,H.
KLOCKARS,M.
LEINO,T. 1999 Avaliar o risco de
deixar a profissão de
cabeleireiro devido à
saúde e outros fatores
em comparação a um
grupo-controle de
mulheres
comerciarias.
Cabeleireiras do
sexo feminino,
n=3484, e 3357
mulheres
trabalhadoras do
comércio, para o
controle.
Caso-Controle
Questionário
O risco de as cabeleireiras largarem a
profissão devido à asma e a doenças nas mãos
é 3,5 vezes maior que a do grupo-controle e
por causa de doenças da garganta ou dos
ombros é de 1,7 vezes. O risco de as
cabeleireiras deixarem a profissão é de 20%
nas que tinham, em algum momento da vida,
sofrido de doenças ocasionadas por fatores
externos.
Capacidade para
o trabalho,
atividade física e
aptidão
cardiorrespiratória
BLAIR,S.N.
Resultado de 2
anos do Projeto
Ativo
SMOLANDER,J
KOHI,H.W.
2000 Comparar um
programa de atividade
física de estilo de vida
com um programa
estruturado de
exercícios para
sedentário saudáveis
com 35- 60 anos de
idade.
n=235, 116 homens
e 119 mulheres,
com idades entre 35
a 60 anos.
Estudo Experimental
ICT
Mensurações
cardiorrespiratórias,
gordura e gasto calórico
Ambos os grupos
receberam 6 meses de
intervenção intensiva,
seguidos de 18 meses
de acompanhamento
ativo.
O aumento significativo na despesa de energia
foi observado particularmente em níveis
moderados de atividade. Nessa intervenção, a
atividade física aumentou a despesa de
energia diária, reduziu a gordura do corpo, e
manteve os picos de oxigênio lentos e
combateu o sedentarismo e o envelhecimento.
A contagem média do ICT foi excelente.
Idade e aptidão
física
relacionadas aos
valores
predisponentes
de testes de
aptidão para a
capacidade para
o trabalho no
trabalho de home
care
POHJONEN,T. 2001a Avaliar a aptidão física
dos trabalhadores
femininos de home
care com relação à
idade e avaliar se os
testes de aptidão
usados predizem a
capacidade para o
trabalho sobre um
período de 5 anos.
Trabalhadores de
home care do sexo
feminino, (n=132).
Estudo de Coorte
Testes de aptidão física
ICT
A resistência muscular declinou, 18% a 37%
com o aumento da idade. O modelo de
regressão logística mostrou que a obesidade
prediz o risco mais elevado para a capacidade
reduzida de trabalho. Os testes de aptidão
física foram associados fortemente com as
demandas físicas do trabalho de home care e
foram relevantes para a avaliação da
capacidade de trabalho em trabalhadores de
home care.
Continua
32
33
Continuação
QUADRO 2. Estudos realizados na Finlândia com o Índice de Capacidade para o Trabalho.
Título Autores Ano Objetivo Sujeitos Metodologia/
Instrumentos
Resultados/ Conclusão
Capacidade para
o trabalho em
trabalhadores de
home care em
relação aos
fatores individuais
laborais em
grupos de
diferentes idades
POHJONEN,T. 2001b Analisar a relação
entre a idade e os
componentes do
Índice de Capacidade
para o Trabalho entre
mulheres.
Mulheres do serviço
de home care do
departamento de
serviço social da
cidade de Helsink,
entre 19 a 62 anos,
n=636.
Questionário Nórdico de
Estudo Transversal
ICT
Sintomas
Osteomusculares
(QNSO) – versão
modificada
A primeira diminuição significativa na
capacidade do trabalho ocorreu entre as idades
de 40 e 44 anos, e a segunda mais significativa
ocorreu após 55 anos de idade. O ICT
mostrou-se fortemente associado com a idade,
sintomas psicosomáticos e
musculoesqueléticos.
Promoção da
capacidade para
o trabalho, da
qualidade do
trabalho e da
aposentadoria
TUOMI,K
ILMARINEN,J
HUUHANEN,P
NYKYRI,E
2001 Análise da validez de
um modelo projetado
para promover a
capacidade para o
trabalho em
trabalhadores em
envelhecimento e a
maneira como a
capacidade para o
trabalho relaciona-se
com a qualidade do
trabalho e a
aposentadoria.
Trabalhadores em
envelhecimento,
n=1101, de um
estudo transversal
em 1992 e 1997.
Estudo Transversal
Questionário
ICT
Todas as quatro áreas de foco: (1) a exigência
do trabalho e o ambiente; (2) organização do
trabalho e a comunidade do trabalho; (3) a
promoção de saúde e da capacidade funcional
do trabalhador; (4) a promoção da competência
profissional, provou estar fortemente
associadas com a capacidade funcional para o
trabalho. Verificou-se também que a
aposentadoria ativa é significativa.
Efeitos da
intervenção de
um programa de
exercício físico no
local de trabalho,
na aptidão física,
no status de
saúde percebido,
e na capacidade
para o trabalho
entre
trabalhadores de
home care:
acompanhamento
de cinco anos
POHJONEN,T.
RANTA,R.
2001 Examinar os efeitos de
uma intervenção de
exercícios no local de
trabalho com relação à
aptidão física, status
de saúde e
capacidade do
trabalho, durante o
período de cinco anos.
Trabalhadores do
sexo feminino, de
home care, grupo
de intervenção com
n=50 e idade média
de 41,8 anos e
grupo controle com
n=37 e idade média
de 43,3.
Estudo Experimental
Testes físicos
Questionário
ICT
Nas medidas de 1 ano de acompanhamento, a
gordura corporal diminuiu 4% e o desempenho
dinâmico do músculo e o consumo máximo de
oxigênio aumentaram no grupo de intervenção.
As diferenças entre as variáveis do estudo
entre o grupo de intervenção o controle foram
significativas. Estes efeitos positivos do
exercício no local de trabalho foram
observados apesar da idade dos estudados, e
as mudanças foram consistentes no período de
cinco anos. Durante o período de
acompanhamento, o índice de capacidade para
o trabalho declinou três vezes mais rápido no
grupo controle.
Continua
33
34
Continuação
QUADRO 2. Estudos realizados na Finlândia com o Índice de Capacidade para o Trabalho.
Continua
Título Autores Ano Objetivo Sujeitos Metodologia/
Instrumentos
Resultados/ Conclusão
Pré-requisitos
físicos e
psicossociais de
funcionamento
em relação à
habilidade para o
trabalho e bem-
estar geral
subjetivo entre
trabalhadores de
escritório
OJANEN, MT
MALKIA, EA
SJOGREN-RONKA, T
LESKINEN, E.K.
MUSTALAMPI, ST
2002 Investigar os pré-
requisito físicos e
psicossociais para o
funcionamento, tão
bem quanto o
ambiente social de
trabalho e fatores
pessoais, em relação
aa habilidade para o
trabalho e bem-estar
geral subjetivo de um
grupo de
trabalhadores de
escritório.
N= 88
trabalhadores, 24
homens e 64
mulheres,
voluntários de um
mesmo local de
trabalho.
Estudo transversal
descritivo
Flexão anterior da coluna, intensidade de
sintomas musculoesqueléticos e estresse
mental de trabalho explicam 58% da
habilidade para o trabalho e influenciam
indiretamente o bem-estar subjetivo geral.
A eficácia de um
programa de
exercícios no
local de trabalho
em relação à
capacidade
percebida de
trabalho e a saída
de mulheres
doentes com
exigências físicas
de trabalho
MALMIVAARA,A.
ILMARINEN,J.
MUTANEN,P.
ARO,T.
NURMINEN,E.
YLOSTALO,P.
AHONEN,G.
2002 Avaliar o efeito da
intervenção do
exercício físico no
local de trabalho, na
capacidade percebida
de trabalho e saída de
doentes.
Mulheres
trabalhadoras de
lavanderia com
ICT aplicado aos 3,8,12
e 15 meses de
treinamento n=260, distribuídas
aleatoriamente em
grupo controle,
n=127 e
intervenção n=133.
Sessões de exercícios,
no grupo de intervenção
por 8 meses, uma vez
por semana por
sessenta minutos.
Estudo Experimental
De acordo com o ICT, em 12 meses os
trabalhadores com "boa" ou "excelente"
capacidade para o trabalho aumentaram mais
no grupo de intervenção que no controle (IC
0,2-21,9 de 95%). Não houve diferença
estatística em relação ao ICT ou a saída de
doentes. A capacidade para o trabalho e
saídas de doentes não é afetada
positivamente usando a intervenção de
exercícios como único componente, necessita-
se de uma equipe multidisciplinar.
Fatores
associados com a
perda prematura
da vida ativa
entre
empregados do
envelhecimento
da indústria de
alimentos
HUHTALA,H.
SALONEN,P.
AROLA,H.
NYGARD,C.
KOIVISTO,A.
2003 Encontrar os fatores
associados à perda
prematura da vida
ativa em um período
de acompanhamento
de onze anos.
n=126 empregados
da indústria de
alimentos.
ICT
Estudo de Coorte
Questionários
Exame Clínico
Diversas doenças crônicas, sintomas de
stress, contagem baixa do ICT, carga de
trabalho físico pesada, parecem ser fatores
associados com a partida adiantada da vida
ativa entre empregados do envelhecimento da
indústria de alimentos.
34
35
Conclusão
QUADRO 2. Estudos realizados na Finlândia com o Índice de Capacidade para o Trabalho.
Título Autores Ano Objetivo Sujeitos Metodologia/
Instrumentos
Resultados/ Conclusão
Condições de
trabalho e
desigualdades
socioeconômicas
na capacidade
para o trabalho
AITTOMAKI,A.
LAHELMA,E.
ROOS,E.
2003 Investigar
desigualdades
socioeconômicas na
capacidade para o
trabalho entre
empregados
municipais e a
contribuição de
condições de
trabalho a estas
desigualdades
Empregados da
cidade de Helsinki
com idade acima
de 40anos,
n=1827.
Estudo Transversal
ICT
Questionário
Havia uma inclinação consistente na
capacidade para o trabalho em grupos de
baixas condições socioeconômicas com
baixa capacidade para o trabalho. O stress
mental e os problemas no ambiente social
não foram associados claramente com as
desigualdades. As baixas condições
socioeconômicas contribuíram para a baixa
capacidade funcional em trabalhadores
braçais, mas as desigualdades entre
subgrupos de mulheres com trabalhos de
exigências mentais não mostraram
correlação.
Um programa de
intervenção da
saúde
ocupacional para
trabalhadores
em risco de
aposentadoria
adiantada; uma
experimentação
controlada
aleatória
BOER, AG
BEEK,JC
VERBEEK,JH.
DIJK,F
2004 Avaliar um programa
de intervenção da
saúde ocupacional
Para trabalhadores
em risco de
aposentadoria
precoce.
n=116 empregados
de uma grande
companhia que
indicaram entre
abril de 1997 e
maio de 1998, com
idade acima de 50
anos, que não
poderiam trabalhar
até a sua
aposentadoria.
Intervenção de 6
meses
Questionário
Estudo Experimental
Poucos empregados (11%) no grupo de
intervenção aposentaram-se mais cedo que
no grupo controle (28%). O número médio
de dias da licença doença em dois anos
para o grupo de intervenção e 107,8 para o
grupo controle. Este programa de
intervenção provou ser promissor para evitar
a aposentadoria adiantada.
ICT
Práticas
organizacionais,
demandas de
trabalho e o
bem-estar dos
empregados: um
estudo de
acompanhament
o na indústria de
metal e no
comércio
varejista
NYKYRI,E.
JANHONEN,M.
TUOMI, K.
VANHALA,S.
2004 Investigar o impacto
de práticas
organizacionais, as
exigências do
trabalho e fatores
individuais na
capacidade para o
trabalho, no
compromisso
organizacional e no
bem-estar mental
dos empregados na
indústria de metal e
no comércio
varejista.
n=1389
empregados, com
idade média de 42
anos em 91
organizações
Estudo Transversal
Questionário
ICT
As mudanças nas práticas organizacionais e
nas demandas de trabalho foram associadas
fortemente com as mudanças do bem-estar
dos empregados.
35
36
No Brasil, destaca-se o estudo de BELLUSCHI e FISCHER (1999) que avaliou o
envelhecimento funcional associado às condições de trabalho em servidores forenses.
No mesmo período, MONTEIRO (1999) avaliou a capacidade para o trabalho de
trabalhadores com 35 anos ou mais em um centro de pesquisa e desenvolvimento de
uma empresa. O estudo de METZNER e FISCHER (2001) analisou as variáveis que
interferem na percepção da fadiga e na capacidade para o trabalho em trabalhadores
em turnos fixos de doze horas. ANDRADE (2002) avaliou a capacidade para o trabalho
dos trabalhadores do serviço de higiene e limpeza de um hospital universitário. E mais
recentemente, DURAN e COCCO (2004) e RAFFONE e HENNINGTON (2005)
verificaram a capacidade para o trabalho entre trabalhadores de enfermagem de
hospitais. Todas as pesquisas brasileiras desenvolvidas até o momento foram estudos
epidemiológicos transversais.
Os estudos efetuados com a utilização do ICT no Brasil, até então citados,
encontram-se listados e sintetizados no Quadro 3.
37
QUADRO 3. Estudos realizados no Brasil com o Índice de Capacidade para o Trabalho.
Título Autores Ano Objetivo Sujeitos Metodologia/
Instrumentos
Resultados/ Conclusão
Envelhecimento
funcional e
condições de
trabalho em
servidores
forenses
FISCHER,F.
BELLUSCI,F. 1999 Avaliar o
envelhecimento
funcional (capacidade
para o trabalho)
associado às
condições de trabalho.
Servidores de uma
instituição judiciária
federal, n= 807, 375
do sexo feminino e
432 do sexo
masculino, com
idades entre 21 e 70
anos.
Estudo Transversal
ICT
Análise ergonômica do
trabalho
A maioria das funções estudadas tem
predomínio de demandas cognitivas no
trabalho. Os modelos de análise de regressão
logística mostraram que as mulheres, aquelas
com maior tempo de trabalho na instituição e
os com cargo de auxiliar operacional de
serviços diversos têm maiores chances de
apresentar ICT baixo ou moderado.Os
resultados ressaltam a necessidade de
melhorar as condições de trabalho.
Envelhecimento e
capacidade para
o trabalho entre
trabalhadores
brasileiros
MONTEIRO, M. 1999 Avaliar a capacidade
para o trabalho de
trabalhadores de 35
anos ou mais.
Trabalhadores de
um centro de
pesquisa, na faixa
etária acima de 35
anos, n=238, 38,4%
da população total.
Estudo Transversal
Índice de Capacidade
para o Trabalho
Atestados
A idade média encontrada foi de 40,8, sendo
que 4,6 para o gênero feminino e 44,0 para o
gênero masculino. Obtiveram os melhores
índices os indivíduos de mais idade, os do
gênero masculino, os com alta escolaridade e
os com menor número de doenças com
diagnóstico médico referidas. Tiveram
absenteísmo-doença em relação à população
total 7,2% do grupo de 35 a 39 anos, 6,4% dos
40 a 49 anos e 3,7% dos de 50 a 57 anos.
Fadiga e
capacidade para
o trabalho em
turnos fixos de
doze horas
METZNER,R.
FISCHER,F.
2001 Analisar as variáveis
que interferem na
percepção de fadiga e
na capacidade para o
trabalho em
trabalhadores que
executam suas
atividades em turnos
fixos diurnos e
noturnos.
Trabalhadores de
uma indústria têxtil,
de turnos diurno e
noturno que
trabalhavam em
turnos fixos de doze
horas diárias e
semana reduzida,
n= 43.
Estudo Transversal
ICT
Questionário
Os fatores que influenciam na percepção de
fadiga associam-se a estilos de vida dos
trabalhadores, e a dificuldade de manter o
sono, que se presente, aumenta a percepção
de fadiga. Os resultados indicam que nem
sempre o trabalho noturno mostra-se como
fator prejudicial à saúde. Entretanto, a amostra
é pequena, o estudo é transversal, e pode ter
ocorrido erro na seleção.
Envelhecimento e
capacidade para
o trabalho dos
trabalhadores do
serviço de higiene
e limpeza de um
hospital
universitário
ANDRADE, C. 2002 Avaliar a capacidade
para o trabalho dos
trabalhadores do
serviço de higiene e
limpeza de um
Hospital Universitário
em diferentes faixas
etárias.
Trabalhadores do
serviço de higiene e
limpeza de um
hospital
universitário, n=69 e
idade superior a 20
anos.
ICT A população estudada apresentou 21,75% de
ótima capacidade para o trabalho, 31,9%
moderada e 14, 5% baixa. As doenças com
diagnóstico mais freqüente foram às lesões por
acidentes, as musculoesqueléticas, e
cardiovasculares. O grupo de mais idade 50 a
60 anos obteve menor índice de capacidade
para o trabalho e maior número de doenças
afetando, portanto, a capacidade para o
trabalho.
37
Continua
Título Autores Ano Objetivo Sujeitos Metodologia/
Instrumentos
Resultados/ Conclusão
Capacidade para
o trabalho em
indivíduos com
lesões
musculoesqueléti
cas crônicas
CANETTI,E.
WALSH,I.
ALEM,M.
CORRAL,S.
COURY,H.
2004 Avaliar o impacto de
fatores pessoais, do
trabalho e da lesão na
capacidade funcional
dos trabalhadores com
e sem história de
acometimento de
lesões músculo-
esqueléticas
relacionadas ao
trabalho, através da
aplicação do Índice de
Capacidade para o
Trabalho-
Trabalhadores da
linha de produção
de uma
multinacional de
porte médio, n=127,
com idades
variando entre 19 e
49 anos.
Estudo Transversal
Questionário
Escala de Dor
ICT
Todos os fatores pessoais, ocupacionais e
clínicos analisados apresentaram relação
significativa com a capacidade para o trabalho.
A análise de regressão mostrou que as
variáveis de dor e afastamento, quando
associadas, explicam 59% das ocorrências de
baixa capacidade para o trabalho. Diferentes
níveis de dor refletiram também distintos e
equivalentes de perda da capacidade para o
trabalho, o que pode sugerir que os relatos de
dor são consistentes. Ou por outro lado, que
ambos -dor e incapacidade- são baseados em
auto-relatos e, portanto, estão permeados
pelos mesmos mecanismos de percepção.
Capacidade para
o trabalho entre
trabalhadores de
enfermagem do
pronto-socorro de
um hospital
universitário
DURAN,E.
COCCO,M.
2004 Avaliar a capacidade
para o trabalho entre
trabalhadores de
enfermagem do
Pronto-Socorro de um
Hospital Universitário.
Trabalhadores de
enfermagem, n=54
(40 mulheres e 14
homens), com
idades de 23 a 53
anos.
ICT As doenças mais referidas com diagnóstico
médico foram: doença musculoesquelética,
cardiovascular, respiratória e neurológica.
Constatou-se que 13,25 da população
apresentam ICT moderado, 40,9% bom e
45,9%, ótimo. Observou-se a perda precoce
para o trabalho, mais acentuada nos
trabalhadores mais jovens.
Avaliação da
capacidade
funcional dos
trabalhadores da
enfermagem do
Complexo
Hospitalar Santa
Casa de Porto
Alegre
RAFFONE,M.A.
HENNINGTON, E.A.
2005 Avaliar a capacidade
funcional dos
trabalhadores de
enfermagem do
Complexo hospitalar
Santa casa de Porto
Alegre, relacionando-a
com as características
individuais e de
trabalho.
Trabalhadores de
enfermagem com
idade igual ou
superior a 35 anos,
n= 885.
Estudo transversal
Questionário
ICT
A capacidade para o trabalho foi considerada
boa em mais de 80% dos trabalhadores. As
análises estatísticas mostraram que aqueles
trabalhadores com maior escolaridade e que
praticam algum tipo de esporte ou atividade
física têm maiores chances de apresentar boa
capacidade para o trabalho. No grupo com
capacidade reduzida para o trabalho, verificou-
se uma alta prevalência de doenças musculo-
esqueléticas.
38
38
QUADRO 3. Estudos realizados no Brasil com o Índice de Capacidade para o Trabalho.
Conclusão
39
Uma das vantagens de utilização do Índice de Capacidade para o Trabalho é
o fato de ser um instrumento de fácil e rápida aplicação, podendo ser utilizado para
acompanhamento individual e grupal. Constitui uma importante ferramenta para
indicar medidas que mantenham a capacidade funcional e para determinar quais
trabalhadores necessitam do auxílio dos Serviços Ocupacionais. Assim, pode-se
assegurar a qualidade de vida do trabalhador através de programas de prevenção,
manutenção e promoção de saúde.
Apesar da importância da criação e utilização do ICT, o próprio TUOMI
(1997b) afirma que a capacidade para o trabalho não pode ser avaliada por meio de
um único instrumento. Dados obtidos de várias e diferentes fontes devem ser
considerados nesta avaliação, ressaltando também que o conceito próprio do
trabalhador em relação a sua capacidade de trabalho é tão importante quanto às
avaliações efetuadas por especialistas e salientando igualmente a necessidade de
acompanhamento da saúde dos trabalhadores ao longo do tempo.
2.2.2 QUESTIONÁRIO NÓRDICO DE SINTOMAS OSTEOMUSCULARES
O Questionário Nórdico de Sintomas Ósteomusculares (QNSO), que
compreende todas as áreas do corpo, assim como as versões para a coluna lombar
e outra para pescoço e ombros foram desenvolvidas por KUORINKA et al. em 1987,
no Instituto de Saúde Ocupacional de Helsinki, na Finlândia. O primeiro foi validado
no Brasil pelos pesquisadores Fernanda Amaral Pinheiro, Bartholomeu Torres
Tróccoli e Cláudio Viveiros de Carvalho, em 1999, num estudo realizado em Brasília
com empregados de uma instituição bancária estatal (PINHEIRO, TROCCÓLI e
CARVALHO, 2002).
Trata-se de um questionário auto-aplicável que apesar das limitações
inerentes a este tipo de instrumento, apresenta bons índices de confiabilidade e
simplicidade de preenchimento (BARON, HALES e HURRELL, 1996; PINHEIRO,
TROCCÓLI e CARVALHO, 2002; SALERNO et al., 2002; BARROS e ALEXANDRE,
2003).
40
A versão reduzida, que será utilizada no presente estudo e ainda não validada
no Brasil, foi proposta por PINHEIRO (2002) ao estudar os aspectos psicossociais
dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. A partir da tradução e
validação do instrumento no seu formato completo, a autora sugeriu modificações na
formatação do instrumento original que, segundo a mesma, favoreceriam o
adequado preenchimento (PINHEIRO, TROCCÓLI e CARVALHO, 2002). Além
disso, propôs a inclusão de uma medida de severidade de sintoma e a associação
entre a morbidade e o trabalho. Alterações no questionário já tinham sido sugeridas
por DICKINSON et al. (1992) ao realizarem um estudo com o objetivo de avaliar o
QNSO. Da mesma forma JOHANSSON e RUBENOWITZ (1994) demonstraram que
permitir ao trabalhador relacionar seu sintoma com a sua atividade laboral ou não,
permitiu a obtenção de resultados mais fidedignos.
A versão resumida do QNSO (Anexo 3) apresenta no início um exemplo de
preenchimento, para orientar previamente o respondente e também uma figura que
delimita e denomina as regiões anatômicas a serem consideradas. O instrumento
permite que o indivíduo registre em uma escala de 4 pontos a freqüência com que
apresentou dor, dormência, formigamento ou desconforto em nove regiões
anatômicas. A freqüência dos sintomas supracitados é graduada através dos
números 0, 1, 2 e 3 que correspondem, respectivamente, às opções de resposta
não, raramente, com freqüência e sempre. Os autores indicam que a ocorrência dos
sintomas sejam investigados nos últimos 12 meses e nos 7 dias anteriores a
aplicação do instrumento. As nove regiões do corpo consideradas são: pescoço/
região cervical, ombros, braços, cotovelos, antebraços, punhos/ mãos/ dedos, região
dorsal, região lombar e membros inferiores. O questionário possibilita ainda que o
trabalhador assinale as regiões, citadas previamente, onde ele apresenta os
sintomas desencadeados pelo trabalho.
Sendo considerado de simples aplicação, o questionário permite a detecção
de morbidade osteomuscular, possibilitando relações entre a presença de patologia
e variáveis demográficas, ocupacionais e de hábitos de vida. Este questionário foi
desenvolvido com o objetivo de padronizar a mensuração de relatos dos sintomas
osteomusculares, facilitando assim a comparação de resultados. Os autores não
indicam sua utilização como único instrumento de diagnóstico clínico individual, mas
41
principalmente como um indicador das condições ambientais e do posto de trabalho
(KUORINKA et al., 1987; PINHEIRO, TROCCÓLI e CARVALHO, 2002). A
localização dos sintomas pode revelar a causa da sobrecarga. O questionário pode
ser usado, portanto, para diagnosticar cargas excessivas no ambiente de trabalho e
para avaliar medidas adotadas neste local (KUORINKA et al., 1987).
Muitos estudos foram realizados com a utilização deste instrumento em
diferentes categorias de trabalhadores e em vários países, visto que o mesmo foi
traduzido em diversas línguas (BURDORF, NAAKTGEBOREN e POST, 1998;
NORDANDER et al., 1999; KIVIMÄKI et al., 2001; MANSFIELD e MARSCHALL,
2001; POTTER e GYI, 2002; SALERNO et al., 2002).
Um estudo transversal efetuado com 1008 pessoas com 55 anos de idade na
Finlândia, cujo objetivo era descrever a relação entre depressão e dor
musculoesquelética, registrou que os sintomas de dor são mais comuns em pessoas
deprimidas e que a região acometida mais referida foi o pescoço em ambos os
sexos. Uma proporção de 56,5% dos homens deprimidos e 65,4% das mulheres
deprimidas apresentou sintoma de dor no pescoço nos últimos 12 meses (RAJALA
et al., 1995).
Com o objetivo de determinar a prevalência de queixas musculoesqueléticas,
em sujeitos com funções de montagem, teste e inspeção, o instrumento foi utilizado
em sete indústrias de fechaduras da Inglaterra. Dos 198 questionários distribuídos,
191 respondentes foram mulheres e somente 7 eram homens, com média de idade
total de 38,8 anos. O maior percentual de queixa encontrado foi na região do
punho/mão com 58,3%, seguido por pescoço e ombros. Em uma das empresas o
questionário foi reaplicado 1 ano após, sendo que dos 20 funcionários abordados no
primeiro momento, 16 exerciam a mesma função e um dos 4 que tinham deixado a
empresa apresentava problemas musculoesqueléticos (WILLIAMS e DICKINSON,
1997).
Um estudo efetuado na Inglaterra comparou as desordens
musculoesqueléticas apresentadas por utilizadores de pipetas de seis organizações,
com não utilizadores deste instrumento de trabalho. Dos 400 questionários enviados,
42
80 foram devolvidos por indivíduos que trabalhavam com pipetas e 85 por aqueles
que não utilizavam. O primeiro grupo era composto por 51 mulheres e 29 homens,
sendo a maioria deles, destros (84%). Acometimentos em cotovelo (23%) e mãos
(59%) foram altas no grupo de utilizadores de pipetas quando comparados com os
não utilizadores, 34% e 8% respectivamente (DAVID e BUCKLE, 1997).
Outro estudo transversal realizado com silvicultores de 80 empresas da
Noruega classificou 645 trabalhadores manuais, 66 operadores de máquinas e 124
trabalhadores administrativos, com predomínio de idade acima de 34 anos e do sexo
masculino. Patologias na coluna lombar foram mais comuns em trabalhadores
manuais que em trabalhadores do setor administrativo com OR de 1,98. A
prevalência de sintomas em pescoço e ombros foi maior em operadores de
máquinas (OR= 3,37) e trabalhadores manuais (OR= 2,34) que nos sujeitos do setor
administrativo. Observou-se aumento das prevalências em ambas as situações,
quando associado aumento de demandas mentais do trabalho (HAGEN, MAGNUS e
VETLESEN, 1998).
Uma versão modificada do QNSO foi o instrumento usado com 461
trabalhadores de linhas de montagem de caminhões em um estudo transversal
efetuado na Inglaterra em 2003. Do total de questionários enviados, 70% (323)
foram devolvidos sendo que 79% (255) destes trabalhadores apresentaram algum
tipo de problema musculoesquelético no último ano. A idade média encontrada foi de
36,5 anos com tempo de trabalho de em média 13,9 anos. Sintomas na região
lombar foram referidos em 65% dos casos, seguidos de sintomas no pescoço (60%)
e nos ombros (57%) (HUSSAIN, 2004).
No Brasil, a pesquisa efetuada com 90 trabalhadores de um banco estatal
utilizada na validação da versão completa do QNSO, desprezou 13% dos
questionários por ausência de dados. Demonstrou que 84% apresentaram sintomas
e 70% referiram relação entre o sintoma e o trabalho. Mulheres relataram maior
severidade de sintomas em região cervical, de ombros, dorsal, lombar e membros
inferiores. As pessoas que praticavam atividade física mostraram níveis de
severidade de sintomas menores que os que não realizavam, com diferenças
significativas para as regiões dos ombros (0,83 e 1,48, respectivamente; p=0,02), do
43
antebraço (0,41 e 0,97, p=0,03) e das mãos (0,37 e 1,00, p=0,05) (PINHEIRO,
TROCCÓLI e CARVALHO, 2002).
Já a pesquisa efetuada com 105 trabalhadores de enfermagem em Campinas,
SP, revelou que as mais elevadas prevalências de sintomas musculoesqueléticos
foram encontradas na região lombar (59%), ombros (40%), joelhos (33,3%) e região
cervical (28,6%). Com 95,5% de participação, 29,5% das respondentes faltaram no
trabalho e 47,6% consultaram um médico nos 12 meses anteriores à pesquisa
devido aos sintomas (GURGUEIRA, ALEXANDRE e CORRÊA FILHO, 2003).
O estudo efetuado por PICOLOTO (2005) com 268 trabalhadores de uma
indústria metalúrgica de Canoas, RS, registrou que 75,2% dos trabalhadores
relataram algum tipo de sintoma osteomuscular (dor, desconforto ou dormência) nos
últimos 12 meses, 53,3% nos últimos 7 dias e 38,5% já tiveram afastamento devido
ao problema. Quanto à localização dos sintomas, prevaleceu a região lombar (45%
nos últimos 12 meses e 29,1% nos últimos 7 dias), seguida pelos ombros (35,1% e
21,6%), cervical/ pescoço (34,5% e 18,0%) e dorsal (28,3% e 17,5%). Observou-se
associação entre sintoma osteomuscular e as variáveis de gênero, faixa etária,
ocupação e escolaridade.
2.3 DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO
Apesar da elevada ocorrência de LER/DORT nos dias atuais, não se trata de
um fenômeno novo. Ramazzini, considerado o “Pai da Medicina do Trabalho”,
descreveu em 1700 os efeitos da “hipersolicitação” das mãos por escribas e notários
(RIBEIRO, 1997; MUROFUSE e MARZIALE, 2001; MENDES, 2003; MELHORN e
GARDNER, 2004).
Posteriormente, a relação de sintomas músculoesqueléticos com o trabalho
evidenciou-se no Japão em 1958, com a utilização do termo cervicobrachial disorder
para descrever fadiga neuromuscular nos músculos dos braços e das mãos em
perfuradores de papel. Em 1970, na Inglaterra e Austrália, utilizou-se a denominação
44
repetitive strain injuries para indicar doenças musculotendinosas dos membros
superiores, ombros e pescoço em digitadores, trabalhadores de linhas de montagem
e embalagens. Nos Estados Unidos da América em 1986, utilizou-se a designação
de cumulative trauma disorders referindo-se a lesões de tecido nervoso, tendões,
bainhas tendinosas e músculos do corpo, principalmente de membros superiores,
causadas por atividades repetitivas (OLIVEIRA, 1999; VERTHEIN e MINAYO-
GOMES, 2000, 2001; MENDES, 2003; MELHORN e GARDNER, 2004).
No Brasil, devido à alta incidência de tenossinovite entre digitadores, a
doença foi apresentada em 1984, pela Associação de Processamento de Dados do
Rio Grande do Sul, no V Congresso Nacional de Profissionais de Processamento de
Dados, em Belo Horizonte. As Lesões por Esforços Repetitivos (LER) foram então
caracterizadas como lesões associadas às atividades que demandam movimentos
repetitivos e à sobrecarga muscular estática (VERTHEIN e MINAYO-GOMES, 2000).
O termo LER foi oficializado através da Portaria 4062 de 1987 e incluído nas
“Normas Técnicas para a Perícia Médica do INSS” de 1991, quando foram
caracterizadas legalmente como doença do trabalho pela Previdência Social
brasileira, tendo sido a legislação revisada em 1993 e 1998. Assim, são
conceituadas como “síndrome clínica caracterizada por dor crônica, acompanhada
ou não por alterações objetivas e que se manifesta principalmente no pescoço,
cintura escapular e/ou membros superiores em decorrência do trabalho”, podendo
afetar tendões, músculos e nervos periféricos. As LER podem apresentar-se como
quadros clínicos caracterizados por vários sintomas concomitantes ou não, como
parestesia, sensação de peso e de fadiga, além da dor que pode apresentar caráter
migratório (OLIVEIRA, 1999; MERLO et al., 2003; MS, 2001; MENDES, 2003).
Segundo a Norma Técnica do Instituto Nacional do Seguro Social, sob o rótulo de
LER abrigam-se formas clínicas como as tenossinovites, as epicondilites, as
bursites, a tendinite do supra-espinhoso e bicipital, os cistos sinoviais, o dedo em
gatilho, a contratura de Dupuytren, as compressões de nervos periféricos e a mialgia
tensional (MENDES, 2003).
Em 1997 surge a nova denominação “Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho” (DORT) que incorpora no diagnóstico a influência de
45
determinantes psicológicos. Este conceito faz com que se considere menos o
ambiente ou estrutura de trabalho e mais as características associadas com
características de personalidade ou suscetibilidade individual a fatores tensionais na
caracterização da doença (VERTHEIN e MINAYO-GOMES, 2000; MERLO,
JACQUES e HOEFEL, 2001).
Segundo OLIVEIRA (1999), existem duas principais correntes a respeito das
causas dos sintomas da LER/DORT; uma liderada por Armstrong e Silverstein,
ergonomistas americanos que acreditam que os sintomas ocorrem devido a lesões
verdadeiras, embora não demonstradas; e outra liderada por Hadler nos E.U.A e por
Ireland na Austrália, que atribui os sintomas a fatores psicossociais e políticos. Na
verdade as características clínicas da doença são confusas e inespecíficas não
existindo método diagnóstico efetivo. Segundo MIRANDA (1998), o diagnóstico é
essencialmente clínico, baseando-se na anamnese ocupacional, nos exames
complementares e na análise das condições de trabalho. Porém, RIBEIRO (1997),
afirma que os exames complementares comprobatórios só são positivos, quando o
são, em estágios avançados da doença, contribuindo para a ambigüidade do
diagnóstico e alimentando o ceticismo em torno deste.
Os fatores associados ao trabalho, referidos na literatura, concorrentes para o
surgimento de LER/DORT são a repetitividade de movimentos, a manutenção de
posturas inadequadas, o esforço físico, a invariabilidade de tarefas, a pressão
mecânica sobre determinados segmentos corporais, o trabalho muscular estático,
impactos e vibrações (MIRANDA, 1998; MERLO, JACQUES e HOEFEL, 2001;
MENDES, 2003). Estes causariam modificações histológicas e bioquímicas nos
tecidos e conseqüentes acometimentos musculoesquléticos. Esforço repetitivo e a
pressão no ambiente de trabalho constituem fatores de risco decisivos para o
desenvolvimento das LER/DORT. Às exigências da organização do trabalho do tipo
taylorista/fordista, soma-se o sofrimento advindo do medo de não ser capaz de
manter uma performance adequada no trabalho e o atendimento de novas
exigências. Estas incluem os aspectos de tempo, cadência, rapidez, formação,
informação, aprendizagem, adaptação à ideologia da empresa, às exigências do
mercado entre outras (MERLO et al. , 2003). Não é possível ainda quantificar a
parcela de cada fator causal na determinação do esquema global dessas patologias,
46
assim como o evento precipitante de cada caso clínico, já que há intersecção dos
diversos fatores na história de cada trabalhador (MERLO, JACQUES e HOEFEL,
2001).
A associação entre os fatores psicossociais e os problemas osteomusculares
não está esclarecida. Segundo o Ministério da Saúde (2001), o limiar para a dor
pode estar relacionado com o modelo exigência-controle-suporte social no qual o
indivíduo encontra-se inserido que seria, portanto responsável pela origem dos
processos inflamatórios das estruturas musculoesqueléticas.
MENDES (2003) relata que os fatores psicossociais podem provocar
alterações teciduais e cita duas correntes que defendem esta hipótese. A primeira
proposta por Moon em 1996 defende a ocorrência do aumento involuntário da
atividade muscular decorrente das relações sociais e não dos aspectos físicos do
trabalho. A segunda introduzida por Theorell no mesmo ano, descreve três
mecanismos básicos pelos quais os fatores psicossociais estariam associados a
problemas musculoesqueléticos: (1) por alterações fisiológicas com repercussões
orgânicas, (2) por alterações fisiológicas que influenciam a percepção da dor; e (3)
por influência das condições psicossociais que agravam a percepção da dor.
A não identificação de aspectos psicossociais no processo da doença é
considerada, por alguns autores, como a causa de fracassos dos tratamentos e
intervenções. Esta preocupação evidencia-se pelo aumento da produção científica
sobre LER/DORT no campo da Psicologia. Torna-se importante ressaltar que as
mesmas não descartam a influência da precariedade do trabalho no processo de
adoecimento. (OLIVEIRA, 1999; VERTHEIN e MINAYO-GOMES, 2000, 2001;
SATO, 2001; MERLO, JACQUES e HOEFEL, 2001; SALIM, 2003; LIMA et al.,
2005).
A prática em saúde nas organizações revela que o desconhecimento e a
dificuldade de diagnóstico das LER/DORT comprometem a emissão das CAT
(Comunicação de Acidente de Trabalho) e suas conseqüências – o pagamento
auxílio doença e o afastamento imediato do posto de trabalho. Além disso, podem
estigmatizar o trabalhador acometido devido ao caráter simulatório atribuído à
47
doença, ou ainda, podem assumir um cunho punitivo pelo trabalhador, já que muitas
vezes ocorre perda financeira pela retirada do valor acrescido ao salário em caso de
executar uma função especializada (PINHEIRO, 2002).
No Brasil a elevada incidência de LER/DORT pôde ser observada nas
estatísticas do INSS de concessão de benefícios por doenças profissionais. Em
1998, 80% dos diagnósticos que resultaram em concessão de auxílio-acidente e
aposentadoria por invalidez pela Previdência Social eram de LER/DORT (MS, 2001).
Segundo o Boletim Estatístico da Previdência Social (2005), entre os 165.826
requerimentos de benefícios por incapacidade solicitados no Brasil no mês de junho,
22.955 foram efetuados no estado do Rio Grande do Sul (MPS, 2005b). Apesar de
as LER/DORT não necessitarem, na grande maioria, de internação hospitalar, no
período de junho de 2005 foram registradas 78 internações em Caxias do Sul por
doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (DATASUS, 2005).
Estudos têm demonstrado maior prevalência de LER/DORT em mulheres,
porém as razões não estão esclarecidas. Enquanto alguns autores apresentam
justificativas metodológicas para os resultados (a eleição de profissões
eminentemente masculinas ou femininas para a realização de pesquisas), outros
autores sustentam uma maior vulnerabilidade do sistema musculoesquelético das
mulheres. Sem contar que, atualmente, ocupam um maior número de postos de
trabalho em atividades que demandam esforços repetitivos e sobrecarga estática,
além da jornada de trabalho extra as quais estão submetidas com a realização dos
afazeres domésticos (RIBEIRO, 1997; SANTOS FILHO e BARRETO, 1998; REIS et
al., 2000; KIVIMÄKI, M. et al., 2001; SATO, 2001; PINHEIRO, 2002).
Em relação ao acometimento de indivíduos do sexo feminino, estudo na área
da saúde ocupacional realizado com trabalhadores de 17 indústrias de componentes
eletrônicos do norte da Tailândia, de 8517 trabalhadores, 7482 eram do sexo
feminino, tendo sido detectada alta incidência de dor musculoesquelética
(THEOBALD, 2002). No Brasil, segundo dados fornecidos pelo Sindicato das
Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul –
SIMECS, cerca de 5.747 trabalhadores atuam no setor da indústria de material
elétrico da região, sendo que 80% deles são mulheres. Este constitui o setor
48
industrial que mais emprega trabalhadores do sexo feminino da região nordeste do
estado do Rio Grande do Sul.
Ressalta-se que a dificuldade de diagnóstico relacionada à sintomatologia
inespecífica e às características diversificadas das populações contribuem para a
obtenção de dados epidemiológicos imprecisos (SANTOS FILHO e BARRETO,
1998, 2001; VERTHEIN e MINAYO-GOMES, 2000; MENDES, 2003). Outra questão
a ser considerada é a precariedade metodológica dos estudos efetuados no Brasil
revisados por SANTOS FILHO e BARRETO (1998). Estes revelam a falta de
padronização e rigor na definição e identificação dos casos de LER/DORT, a falta de
diferenciação dos casos em relação à gravidade clínica e especificidade, imprecisão
na inclusão dos fatores de exposição, entre outros.
Uma peculiaridade da manifestação da LER/DORT diz respeito ao seu grande
potencial incapacitante. É responsável pela maior parte dos afastamentos do
trabalho e pelos custos com pagamentos de indenizações em diversos países. Além
disso, acarretam na discriminação do trabalhador acometido pela empresa devido às
recidivas das queixas, e pelos colegas de trabalho que se sentem sobrecarregados
pelas faltas ao serviço. Desta forma a LER/DORT contribui para o envelhecimento
funcional visto que compromete a capacidade de trabalho da pessoa acometida,
além de causar sobrecarga, conflitos e estresse no ambiente de trabalho o que pode
contribuir para o envelhecimento funcional dos demais trabalhadores (ILMARINEN et
al., 1991b; SATO, 2001; WALSH et al., 2004). A reinserção dos portadores de
LER/DORT no mercado de trabalho também é uma questão problemática visto que
ausência de qualificação, presença de sintomas da doença e carteira profissional
com registro da mesma constituem barreiras neste processo (SATO, 2001). Assim, a
reabilitação profissional exige além da reeducação física, um processo de
reeducação do trabalhador para enfrentar o problema (SAMPAIO, NAVARRO e
MARTÍN, 1999).
Segundo SATO (2001), as LER/DORT ensejam práticas nos serviços de
saúde públicos efetuadas com a participação de vários profissionais como médicos,
engenheiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, ergonomistas,
assistentes sociais, dentre outros, obrigando-os a utilizar uma abordagem específica
49
para trabalhar com as LER/DORT sem perderem suas formações de origem. Desta
forma poder-se-ia criar um campo privilegiado de práticas interdisciplinares em
saúde e trabalho.
50
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar a capacidade para o trabalho e a prevalência de sintomas
osteomusculares em trabalhadores de uma indústria de materiais elétricos de Caxias
do Sul, RS.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Determinar o perfil socioeconômico, demográfico e ocupacional dos
trabalhadores.
- Verificar a capacidade funcional dos trabalhadores.
- Estudar a prevalência de sintomas osteomusculares referidos pelos
trabalhadores.
- Testar a associação entre a capacidade funcional e as variáveis
demográficas, socioeconômicas, ocupacionais e relacionadas ao estilo de vida.
- Testar a associação entre presença de sintomas osteomusculares e as
variáveis demográficas, socioeconômicas, ocupacionais e relacionadas ao estilo de
vida.
- Testar a associação entre o índice de capacidade para o trabalho e sintomas
osteomusculares.
51
4 HIPÓTESES
a. A capacidade para o trabalho diminui e a prevalência de sintomas
osteomusculares aumenta com o aumento da idade cronológica.
b. Trabalhadores do sexo feminino possuem menor capacidade para o
trabalho e maior prevalência de sintomas osteomusculares quando comparados com
trabalhadores do sexo masculino.
c. Trabalhadores com maior tempo na função apresentam capacidade para o
trabalho menor e maior prevalência de sintomas osteomusculares quando
comparados com trabalhadores com menor tempo na função.
d. A capacidade para o trabalho é maior e a prevalência de sintomas
osteomusculares é menor nos trabalhadores com melhores condições
socioeconômicas.
e. A capacidade de trabalho é maior e a prevalência de sintomas
osteomusculares é menor em trabalhadores que praticam atividade física.
f. A capacidade para o trabalho é menor e a prevalência de sintomas
osteomusculares é maior em trabalhadores fumantes.
g. A prevalência de sintomas osteomusculares determina uma baixa
capacidade para o trabalho.
52
5 MATERIAL E MÉTODO
5.1 DELINEAMENTO
Esta pesquisa caracteriza-se por ser um estudo epidemiológico transversal.
5.2 POPULAÇÃO DE ESTUDO
A população alvo deste estudo é composta por 437 funcionários de uma
indústria de materiais elétricos que possuem escolaridade mínima de 8 anos de
estudo (ensino fundamental), carga horária de quarenta e quatro horas semanais
e trabalham nos setores técnico e de produção.
São critérios de inclusão: ser funcionário da indústria de materiais elétricos
em estudo, estar em atividade no momento da pesquisa e pertencer ao setor
denominado para estudo. Esta população inclui 8 deficientes auditivos e 8
deficientes visuais.
Serão excluídos os trabalhadores afastados por doença ou qualquer outro tipo
de licença no período de realização deste estudo.
5.3 PROCEDIMENTOS
Os dados serão coletados através de três questionários auto-aplicáveis,
padronizados e pré-codificados. O primeiro contém as variáveis demográficas,
ocupacionais e relacionadas ao estilo de vida (Apêndice 1). O Índice de Capacidade
para o Trabalho (ICT) será o instrumento utilizado nesta pesquisa para a avaliação
53
da capacidade funcional (Anexo 1). O Questionário Nórdico de Sintomas
Osteomusculares - Versão Resumida (QNSO) será utilizado para mensurar a
prevalência de sintomas osteomusculares referidos (Anexo 3).
Etapa 1 - Denominada Fase Piloto onde 5% da população de trabalhadores,
selecionados de forma aleatória através de sorteio, serão convidados a participarem
do estudo e receberão o instrumento para preenchimento.
Haverá um processo de esclarecimento sobre os objetivos e procedimentos
da pesquisa. Os trabalhadores que aceitarem participar do estudo deverão ler e
assinar o Termo de Consentimento Livre Esclarecido em duas vias: uma
permanecerá com o trabalhador e a outra via será arquivada aos cuidados da
pesquisadora (Apêndice 2).
Esta etapa tem como objetivo testar o instrumento, a forma de aplicação e
outras questões operacionais referentes ao desenvolvimento da pesquisa.
Etapa 2 - Denominada Fase de Sensibilização dos Trabalhadores onde será
efetuada a distribuição de panfletos e serão anexados cartazes informativos sobre a
pesquisa, nos locais de maior circulação dos trabalhadores. Prevê-se ainda a
sensibilização das chefias e trabalhadores através de contato pessoal pela
pesquisadora e comunicado informado sobre a realização do estudo explicitando a
importância da participação dos interessados (Apêndice 3). Será realizada a
exposição direta para os trabalhadores no pátio da empresa. Esta será repetida
quatro vezes, em dias consecutivos já estabelecidos e concedidos pela empresa, 15
minutos antes do horário de almoço. Para os portadores de deficiência auditiva a
explicação dos objetivos e procedimentos da pesquisa será efetuada por um
profissional especializado.
Etapa 3 – Denominada Fase de Coleta de Dados onde os questionários serão
distribuídos para todos os trabalhadores que cumpram os critérios de seleção. Esta
distribuição será realizada pelo departamento pessoal da empresa no momento da
entrega dos contracheques aos funcionários. Para os 8 trabalhadores com
54
deficiência visual prevê-se a aplicação do instrumento de pesquisa pela
pesquisadora em horários a serem definidos com os mesmos.
A devolução dos questionários e dos Termos de Consentimento Livre e
Esclarecidos será efetuada com a deposição dos mesmos em urnas independentes
e lacradas que estarão em locais de maior circulação dos funcionários como o
vestiário e o ponto.
Caso o total de questionários preenchidos no prazo de 30 dias seja inferior a
80% do total encaminhado, será realizada segunda remessa do instrumento.
Após a segunda remessa, serão realizadas visitas pelos setores da empresa
pela pesquisadora para comunicar a continuação da pesquisa e enfatizar a
importância da participação daqueles trabalhadores que não responderam ou
entregaram em branco.
Se ainda assim houver um número insuficiente de questionários prevê-se a
realização de contato telefônico da pesquisadora responsável com os funcionários
salientando a importância da participação.
Em caso de erros de preenchimento, a pesquisadora efetuará contato pessoal
ou telefônico para a correção dos mesmos.
Serão consideradas perdas os questionários não devolvidos ou devolvidos em
branco, considerados como recusa na participação da pesquisa, após as tentativas
supracitadas.
Etapa 4 - Simultaneamente com a etapa 3 será efetuada a montagem do
banco de dados, através de dois digitadores independentes, utilizando o programa
Epi Info para a digitação e limpeza do mesmo. O programa SPSS será utilizado para
a análise estatística dos dados.
Etapa 5 - Esta fase constitui-se pela elaboração do relatório de pesquisa,
elaboração do artigo científico e divulgação dos resultados.
55
5.4 CONTROLE DE QUALIDADE
O controle de qualidade será realizado através de nova aplicação do
instrumento em 5% dos trabalhadores selecionados aleatoriamente, com aplicação
de um questionário resumido contendo questões chaves para a verificação de
possíveis respostas discordantes. A concordância entre as informações coletadas no
estudo e no controle de qualidade será avaliada através do teste qui-quadradro, para
variáveis categóricas, e de correlação para as variáveis contínuas.
5.5 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
Este estudo será desenvolvido de acordo com a Lei 196/96 do Conselho
Nacional de Saúde que rege os cuidados especiais necessários em pesquisas com
seres humanos e será submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa desta instituição.
Os trabalhadores que aceitarem participar do estudo deverão ler e assinar o
Termo de Consentimento Livre Esclarecido (Apêndice 2).
O termo de autorização institucional já foi devidamente encaminhado e
assinado pelo responsável por pesquisas na instituição onde a pesquisa será
efetuada (Apêndice 4).
Os trabalhadores serão identificados por um número previamente definido
pela pesquisadora a partir de uma listagem com os nomes dos mesmos, fornecida
pela empresa onde o estudo será realizado. Somente a pesquisadora terá acesso à
identificação dos trabalhadores a fim de conferir privacidade e causar o menor
constrangimento aos trabalhadores que aceitarem participar do estudo, buscando
aumentar o índice de devolução de questionários e tornar as respostas mais
fidedignas.
56
Prevê-se ainda o retorno dos resultados obtidos aos trabalhadores
interessados, através de contato individual com os mesmos, e à empresa para que
os casos diagnosticados possam ser devidamente encaminhados e assistidos pelo
Serviço de Saúde Ocupacional e para que novos casos possam ser prevenidos.
Salienta-se que resultados individuais somente serão divulgados ao serviço de
saúde mediante autorização prévia dos trabalhadores.
5.6 PLANO DE ANÁLISE DE DADOS
As variáveis dependentes para a realização deste estudo são o Índice de
Capacidade para o Trabalho e a Frequência de Sintomas Osteomusculares listadas
no Quadro 4.
QUADRO 4 – Variáveis dependentes
Variável Classificação Categorias de Análise
ICT Contínua De 7 a 49
ICT Intervalar 7 – 27 (Baixa), 28 – 36 (Moderada), 37 – 43 (Boa),
44 – 49 (Ótima)
Sintomas
Osteomusculares
Dicotômica 0 (não), 1 (sim)
As variáveis independentes são as demográficas (sexo, idade, cor de pele e
estado civil), as socioeconômicas (escolaridade, renda per capita, renda total), as
relacionadas ao estilo de vida (atividade doméstica, atividade física e tabagismo) e
as que caracterizam o trabalho (função, tempo na função, cargo de chefia e setor de
trabalho), listadas no Quadro 5.
57
QUADRO 5 – Variáveis independentes.
Variável Classificação Categorias de Preenchimento
Variáveis demográficas
Sexo
Dicotômica
(0) Feminino, (1) Masculino
Idade Contínua Idade em anos
Cor da pele Dicotômica (0) Branca, (1) Não branca
Estado civil Categórica (0) Solteiro (a), (1) Casado (a), (2) Vive com companheiro (a),
(3) Separado(a) ou Divorciado (a), (4) Viúvo (a)
Variáveis socioeconômicas
Escolaridade
Contínua
Anos de estudo
Renda per capita Contínua Reais (R$) ou salários mínimos
Renda total Contínua Reais (R$) ou salários mínimos
Variáveis Relacionadas ao
Estilo de Vida
Atividade doméstica Dicotômica (0) Não, (1) Sim
Horas por semana de
atividade doméstica
Contínua Número de horas por semana
Atividade física Dicotômica (0) Não, (1) Sim
Tipo de atividade física Nominal (0) Caminhada, (1) corrida, (2) musculação, (3) ginástica,
(4) futebol, (5) bicicleta, (6) vôlei, (7) outros
Horas e dias de atividade física Contínua Número de horas e de dias
Tabagismo Ordinal (0) Não, nunca fumou, (1) Sim, ex-fumante, (2) Sim, fuma
Tempo que parou de fumar Contínua Número de meses e/ou anos
Quantidade de cigarros fuma ao dia Contínua Número de cigarros
Anos de tabagismo Contínua Número de anos
Variáveis que
Caracterizam o Trabalho
Cargo na empresa Nominal
Atividade na empresa Nominal
Tempo na ocupação Contínua Número de meses e/ou anos
Posição de trabalho
Nominal (0) Sentado, (1) Em pé, (2) Sentado erguendo peso, (3) Sentado
inclinando o corpo, (4) Em pé inclinando o corpo, (5) Em pé e
agachando, (6) outra (s)
Riscos ambientais
Nominal (0) Movimentos repetitivos, (1) Esforço físico, (2) Postura
inadequada, (3) Ruídos, (4) Vibrações, (5) Radiações, (6) Carga
ou peso, (7) Riscos químicos, (8) Outro (s)
Continua
58
Conclusão
QUADRO 5 – Variáveis independentes
Variável Classificação Categorias de Preenchimento
Variáveis que
Caracterizam o Trabalho
Outra atividade remunerada Dicotômica (0) Não, (1) Sim
Horas semanais da outra
atividade remunerada
Contínua Número de horas
Cargo de chefia Dicotômica (0) Não, (1) Sim
O perfil demográfico, socioeconômico, ocupacional e os aspectos
relacionados ao estilo de vida serão traçados através da utilização da análise
estatística descritiva com a determinação da média, mediana, moda, desvio padrão,
mínimo, máximo, freqüências e percentuais.
As associações dos desfechos “Índice de Capacidade para o Trabalho” e
“presença de Sintomas Osteomusculares” com as variáveis independentes
contínuas serão testadas através do Teste “T” de Student e ANOVA, caso a
distribuição da variável seja paramétrica, ou Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, se não
paramétrica. Para variáveis independentes categóricas será utilizado o Teste do X².
Serão calculados as razões de prevalência e os intervalos de confiança.
Para o ICT á princípio prevê-se a realização de análise multivariada com o
uso de regressão ordinal. Caso este desfecho possua poucos casos em
determinadas categorias será efetuada a dicotomização do mesmo e então utilizada
a análise de regressão logística. Para a prevalência de sintomas osteomusculares
também será utilizada regressão logística. No caso dos desfechos dicotômicos
apresentarem prevalências elevadas prevê-se então o uso da regressão de Poisson.
As variáveis serão incluídas no modelo de acordo com a hierarquia estabelecida no
modelo teórico e definida no modelo de análise mostrado na Figura 1.
59
Variáveis Socioeconômicas Variáveis Demográficas
Escolaridade Sexo
Renda Idade
Cor da pele
Estado civil
Variáveis Relacionadas ao Estilo de Vida Variáveis Relacionadas ao Trabalho
Atividade doméstica Setor ou fábrica
Atividade Física Cargo de chefia
Tabagismo Ocupação
Tempo na ocupação
Tempo que trabalha na empresa
Variáveis que Caracterizam o Tipo de Trabalho
Posição de trabalho
Riscos Ambientais do Trabalho
Capacidade para o trabalho / Prevalência de
sintomas osteomusculares
FIGURA 1 - Modelo teórico hierarquizado dos fatores associados à
capacidade para o trabalho e prevalência de sintomas osteomusculares
1
.
1
O mesmo modelo teórico será adotado para a análise de cada desfecho individualmente.
60
6 CRONOGRAMA
2004 2005
2006
Atividades / Período
A
G
O
S
E
T
O
U
T
N
O
V
D
E
Z
J
A
N
F
E
V
M
A
R
A
B
R
M
A
I
O
J
U
N
J
U
L
A
G
O
S
E
T
O
U
T
N
O
V
D
E
Z
J
A
N
F
E
V
M
A
R
A
B
R
M
A
I
O
J
U
N
Elaboração do pré-
projeto
X
X
X X X
Elaboração do projeto
final
X X X X X X X
Prova de qualificação
do projeto
X
Revisão bibliográfica
X X X X X X X X X X X X X
Encaminhamento ao
C.E.P.
X
Qualificação do projeto
X
Sensibilização e fase
piloto
X
Avaliação da fase
piloto
X
Aplicação dos questio-
nários – coleta dos da-
dos e entrada no Epi Info
X X X
Análise e tratamento
estatístico dos dados
X X X
Redação da dissertação
X X
Apresentação da
dissertação para a banca
examinadora
X
61
7 ORÇAMENTO
Descrição Quantidade Valor (em R$)
Folhas A4 1500 60,00
Cartucho
para impressora
6 180,00
Material de consumo
Envelopes 600 100,00
Xerox 4000 cópias 400,00 Serviços de terceiros
Bireme 70 artigos 500,00
TOTAL GERAL
1240,00
Todos os custos com a realização desta pesquisa serão de responsabilidade
da pesquisadora.
62
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69
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
ANEXO 1
ÍNDICE DE CAPACIDADE PARA O TRABALHO
Nesta parte do questionário vamos verificar a sua capacidade para o trabalho.
1. Suponha que a sua melhor capacidade para o trabalho tem um valor igual a 10
pontos.Assinale com um X um número na escala de zero a dez para o valor que você daria para a
sua capacidade para o trabalho atual
. (A nota que você daria para sua capacidade para o trabalho de
0 a 10)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Estou incapaz Estou em minha melhor
para o trabalho capacidade para o trabalho
2. Como você classificaria sua capacidade atual para o trabalho em relação às exigências
físicas do seu trabalho? (Por exemplo, para fazer esforço físico com partes do corpo como é sua
capacidade para o trabalho?)
( ) Muito boa ( ) Baixa
( ) Boa ( ) Muito Baixa
( ) Moderada
3. Como você classificaria sua capacidade atual para o trabalho em relação às exigências
mentais do seu trabalho (Por exemplo, para interpretar fatos, resolver problemas, decidir a melhor
forma de fazer algo como está a sua capacidade de trabalho?)
( ) Muito boa ( ) Baixa
( ) Boa ( ) Muito Baixa
( ) Moderada
4. Na sua opinião,
quais das lesões por acidentes ou doenças citadas abaixo você possui
atualmente? Marque também aquelas que foram confirmadas pelo médico
. (Portanto você pode
marcar com um X um parênteses somente, nenhum ou os dois em cada lesão ou doença. O primeiro
parênteses você marcará quando você achar que tem a doença e o segundo parênteses deve ser marcado
quando a doença já foi diagnosticada por um médico)
Em minha Diagnóstico
opinião médico
( ) ( ) Lesão nas costas
( ) ( ) Lesão nos braços ou nas mãos
( ) ( ) Lesão nas pernas ou nos pés
( ) ( ) Onde?__________________________________________
Que tipo de lesão?__________________________________________________________
70
Em minha Diagnóstico
opinião médico
( ) ( ) Doença na parte superior das costas ou região do pescoço
com dores freqüentes
( ) ( ) Doença na parte inferior das costas com dores freqüente
( ) ( ) Dor nas costas que se irradia (desce) para a perna (dor
ciática)
( ) ( ) Doença músculo-esquelética afetando os membros (braços
ou pernas) com dores frequentes
( ) ( ) Artrite reumatóide
( ) ( ) Outra doença músculo-esquelética.
Qual?___________________________________________
( ) ( ) Hipertensão arterial (pressão alta)
( ) ( ) Doença coronariana, dor no peito durante o exercício
(angina pectoris)
( ) ( ) Infarto do miocárdio, trombose coronariana
( ) ( ) Insuficiência cardíaca
( ) ( ) Outra doença cardiovascular. Qual? ___________________
( ) ( ) Infecções repetidas do trato respiratório (incluindo
amidalite, sinusite aguda e bronquite aguda)
( ) ( ) Bronquite crônica
( ) ( ) Sinusite crônica
( ) ( ) Asma
( ) ( ) Enfisema
( ) ( ) Tuberculose pulmonar
( ) ( ) Outra doença respiratória. Qual?_______________________
( ) ( ) Distúrbio emocional severo (como por exemplo a depressão
severa)
( ) ( ) Distúrbio emocional leve (como a depressão leve, tensão,
ansiedade, insônia)
( ) ( ) Problema ou diminuição da audição
( ) ( ) Doença ou lesão da visão (não assinale se você apenas usa
óculos ou lentes de contato de grau)
( ) ( ) Doença neurológica (acidente vascular cerebral ou
“derrame”, neuralgia, enxaqueca, epilepsia)
( ) ( ) Outra doença neurológica ou dos órgãos dos sentidos.
Qual?___________________________________________
( ) ( ) Pedras ou doença da vesícula biliar
( ) ( ) Doença do pâncreas ou do fígado
( ) ( ) Úlcera gástrica ou duodenal
( ) ( ) Gastrite ou irritação duodenal
( ) ( ) Colite ou irritação do colon
( ) ( ) Outra doença digestiva. Qual?________________________
( ) ( ) Infecção das vias urinária
( ) ( ) Doença dos rins
( ) ( ) Doença nos genitais e aparelho reprodutor (como um
problema nas trompas ou na próstata)
71
Em minha Diagnóstico
opinião médico
( ) ( ) Outra doença geniturinária. Qual? _____________________
( ) ( ) Alergia, eczema
( ) ( ) Outra erupção. Qual? _______________________________
( ) ( ) Outra doença da pele. Qual? _________________________
( ) ( ) Tumor benigno
( ) ( ) Tumor maligno (câncer). Onde? _____________________
( ) ( ) Obesidade
( ) ( ) Diabetes
( ) ( ) Bócio ou outra doença da tireóide
( ) ( ) Outra doença endócrina ou metabólica. Qual?___________
( ) ( ) Anemia
( ) ( ) Outra doença do sangue. Qual?_______________________
( ) ( ) Defeito de nascimento. Qual?________________________
( ) ( ) Outro problema ou doença. Qual?____________________
5. Sua lesão ou doença é um impedimento para seu trabalho atual? (Você pode
marcar mais de uma resposta nesta pergunta)
( ) Não há impedimento, eu não tenho doenças
( ) Eu sou capaz de fazer meu trabalho, mas ele me causa alguns sintomas
( ) Algumas vezes preciso diminuir meu ritmo de trabalho ou mudar meus métodos de
trabalho
( ) Freqüentemente preciso diminuir meu ritmo de trabalho ou mudar meus métodos de
trabalho
( ) Por causa da minha doença sinto-me capaz de trabalhar apenas em tempo parcial
( ) Na minha opinião estou totalmente incapacitado para o trabalho
6. Quantos dias inteiros você esteve fora do trabalho devido a problema de saúde,
consulta médica ou para fazer exame durante os últimos 12 meses?
( ) Nenhum
( ) Até nove dias
( ) De 10 a 24 dias
( ) De 25
a 99 dia
( ) De 100 a 365 dias
7. Considerando sua saúde, você acha que será capaz de daqui a 2 anos fazer seu
trabalho atual?
( ) É improvável
( ) Não estou muito certo
( ) Bastante provável
72
8. Recentemente você tem conseguido apreciar suas atividades diárias?
( ) Sempre
( ) Quase sempre
( ) Ás vezes
( ) Raramente
( ) Nunca
9. Recentemente você tem se sentido ativo ou alerta?
( ) Sempre
( ) Quase sempre
( ) Ás vezes
( ) Raramente
( ) Nunca
10. Recentemente você tem se sentido cheio de esperança para o futuro?
( ) Continuamente
( ) Quase sempre
( ) Ás vezes
( ) Raramente
( ) Nunca
73
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ANEXO 2
GABARITO DO ÍNDICE DE CAPACIDADE PARA O TRABALHO
1) Valor assinalado no questionário.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Estou incapaz Estou em minha melhor
para o trabalho capacidade para o trabalho
2) Pontos ponderados de acordo com a natureza do trabalho. A capacidade para o trabalho
é avaliada em relação às exigências físicas e mentais do trabalho.
Muito boa.................. 5
Boa............................ 4
Moderada.................. 3
Baixa......................... 2
Muito Baixa.............. 1
Para trabalho com exigências físicas:
- a quantidade de pontos para as exigências físicas é multiplicada por 1,5
- a quantidade de pontos para as exigências mentais é multiplicada por 0,5
Para trabalho com exigências mentais
- a quantidade de pontos para as exigências físicas é multiplicada por 0,5
- a quantidade de pontos para as exigências mentais é multiplicada por 1,5
Para ambas= x 1
Ex: Se a pessoa assinalou 3 para as exigências físicas e 5 para mentais.
Se seu trabalho é de exigência física:
(3 x 1,5) + (5 x 0,5) = 7
Se seu trabalho é de exigência mental:
(3 x 0,5) + (5 x 1,5) = 9
Se seu trabalho possuir ambas:
3 + 5 = 8
3) Doenças atuais diagnosticadas pelo médico.
5 Doenças= 1 ponto
4 Doenças= 2 pontos
74
3 Doenças= 3 pontos
2 Doenças= 4pontos
1 Doenças= 5 pontos
0 Doenças= 7 pontos
4) Prejuízo devido a doenças. Valor assinalado no questionário; o pior valor será eleito.
Não há impedimento/ eu não tenho doenças...................................................................6
Eu sou capaz de fazer meu trabalho, mas ele me causa alguns sintomas........................5
Algumas vezes preciso diminuir meu ritmo de trabalho ou mudar meus métodos de
trabalho............................................................................................................................4
Freqüentemente preciso diminuir meu ritmo de trabalho ou mudar meus métodos
de trabalho.......................................................................................................................3
Por causa da minha doença sinto-me capaz de trabalhar apenas em tempo parcial........2
Na minha opinião estou totalmente incapacitado para o trabalho...................................1
5) Dias inteiros fora do trabalho.
Nenhum................................5
Até nove dias........................4
De 10 a 24 dias.....................3
De 25
a 99 dias.....................2
De 100 a 365 dias.................1
6) Prognóstico para daqui a 2 anos.
É improvável......................1
Não estou muito certo........4
Bastante provável.................7
7) Recentemente você tem conseguido apreciar suas atividades diárias?
Sempre...............................4
Quase sempre.................... 3
Ás vezes.............................2
Raramente..........................1
Nunca.................................0
Recentemente você tem se sentido ativo ou alerta
Sempre.............................. 4
Quase sempre.....................3
Ás vezes.............................2
Raramente..........................1
Nunca.................................0
75
Recentemente você tem se sentido cheio de esperança para o futuro
Continuamente...................4
Quase sempre.....................3
Ás vezes.............................2
Raramente..........................1
Nunca.................................0
Somar os 3 valores:
0-3................ 1 ponto
4-6................ 2 pontos
7-9................ 3 pontos
10-12............4 pontos
Escore final do ICT:
Pontos Capacidade Funcional Objetivos das medidas
7-27 Baixa Restaurar a capacidade para
o trabalho
28-36 Moderada Melhorar a capacidade para
o trabalho
37-43 Boa Melhorar a capacidade para
o trabalho
44-49 Ótima Manter a capacidade para
o trabalho
76
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ANEXO 3
QUESTIONÁRIO NÓRDICO DE SINTOMAS OSTEOMUSCULARES
Nesta parte do questionário, você deverá registrar a freqüência em que tem sentido dor, dormência,
formigamento ou desconforto nas regiões do corpo. Para isso você deverá assinalar o 0, 1, 2 ou 3 do
quadro abaixo em cada região do corpo conforme a figura humana.
Pescoço
Ombros
Região Dorsal Superior
Cotovelos
Antebraço
Região Dorsal Inferior
Punhos/Mão/Dedos
Quadris e Coxas
Joelhos
Tornozelos/Pés
De acordo com as regiões do corpo mostradas na figura acima, nos últimos 12 meses, você tem tido
algum problema (tal como dor, desconforto ou dormência) em alguma das seguintes regiões?
01. Pescoço/Região cervical? (0) não (1) raramente (2) com freqüência (3) sempre
02. Ombros? (0) não (1) raramente (2) com freqüência (3) sempre
03. Braços? (0) não (1) raramente (2) com freqüência (3) sempre
04. Cotovelos? (0) não (1) raramente (2) com freqüência (3) sempre
05. Antebraços? (0) não (1) raramente (2) com freqüência (3) sempre
06. Punhos/Mãos/Dedos? (0) não (1) raramente (2) com freqüência (3) sempre
07. Região dorsal? (0) não (1) raramente (2) com freqüência (3) sempre
08. Região lombar? (0) não (1) raramente (2) com freqüência (3) sempre
09. Membros inferiores (quadris/
coxas/joelhos/tornozelos/pés)?
(0) não (1) raramente (2) com freqüência (3) sempre
Considerando suas respostas do quadro anterior, em que caso (s) você acha que os sintomas
estão relacionados ao trabalho que realiza? (é possível assinalar mais que um item)
01. ( ) Nenhum deles 06. ( ) Problemas nos antebraços
02. ( ) Problemas no pescoço/região cervical 07. ( ) Problemas nos punhos/mãos/dedos
03. ( ) Problemas nos ombros 08. ( ) Problemas na região dorsal
04. ( ) Problemas nos braços 09. ( ) Problemas na região lombar
05. ( ) Problemas cotovelos 10. ( ) Problemas nos membros inferiores
(quadris/coxas/joelhos/tornozelos/pés)
AGORA BASTA DEPOSITAR O QUESTIONÁRIO E O TERMO ASSINADO NAS URNAS.
AGRADECEMOS POR SUA VALIOSA PARTICIPAÇÃO!
77
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APÊNDICE 1
QUESTIONÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO
Fábrica n°: _______________________ Setor: ______________________________
Este quadro será utilizado
pela pesquisadora,
o
r
espo
n
d
a a
qu
i
Data de Nascimento: ______/______/______ Telefone:______________________
Quest __ __ __
Fab __
Set __ __
Sex __
Idad __ __
Cor __
Estciv __
Escol __ __
Carg __ __
Ativ __ __ __
Anfunç __ __
Posi __
Risc __
1. Qual é o seu sexo?
(0) Feminino (1) Masculino
2. Qual a sua idade?
___ ___ anos completos
3. Como você considera a sua cor de pele?
(0) Branca (1) Não branca
4. Qual o seu estado civil atual?
(0) Solteiro(a) (3) Separado(a) ou Divorciado(a)
(1) Casado(a) (4) Viúvo(a)
(2) Vive com companheiro(a)
5. Quantos anos você estudou? (Considere até o último ano em que você foi aprovado)
___ ___ anos
6. Qual é o seu cargo ou função na empresa? (Por exemplo montador, impregnador, etc...)
_______________________________________________________________________
7. Descreva sua(s) atividade(s) de trabalho: (O que você faz exatamente durante o seu
trabalho na empresa)
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
8. Há quanto tempo você exerce o cargo ou função acima descrita ? (Considere nesta
empresa e em empregos anteriores)
___ ___ anos ___ ___ meses
9. Em qual(s) posição(s) você trabalha?
(0) Sentado (4) Em pé inclinando o corpo
(1) Em pé (5) Em pé e agachando
(2) Sentado erguendo peso (6) Outra(s). Qual? ___________________________
(3) Sentado inclinando o corpo ___________________________________________
10. Qual(s) risco(s) você acha que existe em seu ambiente de trabalho?
(0) Movimentos repetitivos (3) Ruídos (6) Riscos químicos
(1) Esforço físico excessivo (4) Vibrações (7) Outro(s). Qual?____________
(2) Postura inadequada (5) Radiações ____________________________
78
11. Você exerce cargo de chefia?
Carchef __
Anemp __ __
Ativrem __ __
Horrem __ __
N
pess __ __
Renind __ __
Rentot__ __ __
Ativdom __ __
Horadom__ __
Ativfis __ __
Tipativ __
Harativ __ __
Diasativ __
Fum __
Asfum __ __
N
cig __ __
Acfum __ __
(0) Não (1) Sim
12. Há quanto tempo você trabalha na empresa?
___ ___ anos ___ ___ meses
13. Você desenvolve outra(s) atividade(s) remunerada(s)? (Considere qualquer atividade,
inclusive sem carteira de trabalho assinada)
(0) Não. (Se sua resposta foi não, pule para a questão nº 15)
(1) Sim. Qual(s)? __________________________________________
14. Durante quantas horas semanais você desenvolve esta outra atividade remunerada?
___ ___ horas
15. Quantas pessoas vivem em sua casa?
___ ___ pessoas
16. Qual a sua renda mensal?
R$ ___ ___ ___ ___, 00 ou ___ ___ salários mínimos
17. Qual a renda mensal total das pessoas que moram em sua casa incluindo você? (Não
considere a renda de um funcionário seu)
R$ ___ ___ ___ ___, 00 ou ___ ___ salários mínimos
18. Você realiza atividades domésticas? (Como por exemplo cortar grama, lavar o carro,
limpar a casa, etc...)
(0) Não. (Se sua resposta foi não, pule para a questão nº 20) (1) Sim
19. Quantas horas por semana você realiza atividades domésticas?
___ ___ horas
20. Você realiza atividades físicas ou esportes?
(0) Não. (Se sua resposta foi não, pule para a questão nº 23) (1) Sim
21.Qual(s) o(s) tipo(s) de atividade física ou esporte você pratica?
(0) Caminhada (3) Ginástica (6) Vôlei
(1) Corrida (4) Futebol (7) Outra (s). Qual?__________________
(2) Musculação (5) Bicicleta _________________________________
22. Quantas horas e quantos dias por semana você pratica atividade física ou esporte?
___ ___ horas ___ dias na semana
23. Você já fumou ou ainda fuma?
(0) Não, nunca fumou. (Se sua resposta foi não, pule as questões 24 e 25)
(1) Sim, ex-fumante. Há quanto tempo parou? ___ ___ anos ___ ___ meses
(2) Sim, fuma.
24. Quantos cigarros você fuma por dia?
___ ___ cigarros
25. Há quantos anos você fuma?
___ ___ anos
79
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
APÊNDICE 2
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
Esta pesquisa tem por objetivo verificar a capacidade para o trabalho e a ocorrência de
sintomas relacionados aos ossos e músculos (dor, desconforto ou dormência) em
trabalhadores da indústria de materiais elétricos. A saúde dos trabalhadores é de extrema
importância e cada vez mais estudos estão sendo realizados para que os profissionais da saúde
possam ajudar a preservá-la e promovê-la, melhorando a qualidade de vida das pessoas que
trabalham.
Serão convidados a participar desse estudo os trabalhadores do setor técnico e de
produção da empresa. Para participar o trabalhador deverá preencher um questionário e
deposita-lo em urnas localizadas no refeitório e portarias da empresa. As informações serão
utilizadas unicamente para a realização da pesquisa e o nome do participante não será
revelado. Esta pesquisa não traz risco ou desconforto e a participação é absolutamente livre,
não havendo nenhum tipo de constrangimento para quem recusar em participar. Em qualquer
momento da pesquisa serão fornecidos esclarecimentos e, além disso, o participante pode se
retirar do estudo quando desejar, sem que isto cause qualquer tipo de prejuízo.
Este estudo está sendo realizado pela fisioterapeuta Patrícia Biff aluna do Mestrado
em Saúde Coletiva da UNISINOS, sob a orientação da professora Dr ª Élida Azevedo
Hennington.
Eu, ____________________________________________________ pelo presente
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido concordo em participar da pesquisa.
Data: ______/______/_____.
Assinatura do (a) participante Assinatura da pesquisadora
Este documento é emitido em duas vias ficando uma delas com os pesquisadores e
outra com os participantes.
Telefones para contato:
Patrícia Biff: 215-3365 ou 9118-4293
Comitê de Ética em Pesquisa da UNISINOS: (51) 590-8452
Observação: o presente documento é baseado no item IV das Diretrizes e Normas
Regulamentadoras para a Pesquisa em Saúde, do Conselho Nacional de Saúde
(Resolução 196/96).
80
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
APÊNDICE 3
CARTA DE APRESENTAÇÃO DO ESTUDO ÀS CHEFIAS
Prezado (a) Sr (a) _______________________________________________________
Responsável pelo setor___________________________________________________
A Unisinos está realizando um estudo para avaliar a Capacidade Funcional e a
Prevalência de Sintomas Osteomusculares em trabalhadores da indústria de materiais
elétricos. Este estudo está sendo conduzido pela Fisioterapeuta Patrícia Biff como sua
dissertação de Mestrado em Saúde Coletiva. As informações servirão somente para a
realização da pesquisa que de extrema importância para melhorias na área da saúde do
trabalhador.
Os funcionários podem aceitar ou não participar do estudo. Não é obrigatória a
participação para continuar sendo funcionário da empresa. Gostaríamos de contar com
a colaboração informando os funcionários sob sua supervisão que futuramente estarão
recebendo o questionário que eles mesmos devem preencher. As identidades serão
tratadas de forma confidencial e as respostas serão utilizadas para fins de pesquisa.
Qualquer dúvida, por favor contatar a Fisioterapeuta Patrícia Biff pelo telefone
(0XX54) 215-3365 ou 9118 4293.
Atenciosamente,
___________________________________________
Gerente de Recursos Humanos
Caxias do Sul, ____/____/2005.
81
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
APÊNDICE 4
TERMO DE AUTORIZAÇÃO INSTITUCIONAL
Eu, gerente de recursos humanos, responsável pelo setor de recursos humanos
desta empresa de materiais elétricos de Caxias do Sul, autorizo a aluna do Programa de
Pós Graduação em Saúde Coletiva da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Patrícia
Biff a realizar sua pesquisa de dissertação de Mestrado intituladaAVALIAÇÃO DA
CAPACIDADE FUNCIONAL E PREVALÊNCIA DE SINTOMAS
OSTEOMUSCULARES EM TRABALHADORES DE UMA INDÚSTRIA DE
MATERIAIS ELÉTRICOS DE CAXIAS DO SUL, RS”.
Declaro que fui informado do objetivo desta pesquisa e dos procedimentos
necessários para a realização da mesma.
________________________________________________
Gerente de Recursos Humanos
Caxias do Sul, 08 de junho de 2005.
82
II - RELATÓRIO DE CAMPO
83
O trabalho de campo teve início em setembro de 2005 quando se realizou a
Etapa 1 - Fase Piloto, a fim de testar o instrumento e toda a parte operacional da
pesquisa. Optou-se por não efetuar esta etapa com os trabalhadores da empresa de
materiais elétricos estudada. Esta medida objetivou evitar a exclusão de
trabalhadores do universo pesquisado e conseqüente diminuição do número de
participantes. O estudo piloto foi então realizado em duas empresas de pequeno
porte de Caxias do Sul, sendo uma delas do setor metalúrgico, com 14 funcionários,
e a outra do setor moveleiro, com 13 trabalhadores.
Antes da distribuição dos questionários, foi feita a sensibilização das chefias e
trabalhadores através de contato pessoal por parte da pesquisadora, tendo sido
explicado os objetivos e a importância da pesquisa assim como os preceitos éticos
envolvidos. Todos os trabalhadores aceitaram participar dessa etapa do estudo
sendo que, em um único dia, os três instrumentos, Índice de Capacidade para o
Trabalho, Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares e o Questionário –
Pesquisa em Saúde do Trabalhador, (Anexo 1 e 3, Apêndice1) foram distribuídos
para todos (n=27) nas duas empresas assim como os Termos de Consentimento
Livre e Esclarecido em duas vias (Apêndice2). Após uma semana, os questionários
e termos foram coletados com as chefias ou diretamente com os trabalhadores.
Obteve-se um retorno de 85% (n=23) dos questionários sendo que 2 não foram
entregues e 2 foram devolvidos em branco.
Observaram-se dificuldades de preenchimento em duas questões referentes
ao ICT assim como na primeira seção do QNSO. Para tentar equacionar os
problemas detectados, nas questões 1 e 4 do ICT foram acrescentadas instruções
de preenchimento ao final do cabeçalho de cada uma delas, assim como flechas
indicativas na questão 4 para facilitar a identificação das duas colunas de parênteses
para resposta. Quanto à primeira parte do QNSO, além da exclusão do exemplo de
preenchimento (já efetuada por sugestão da banca de qualificação), para as
questões de 0 a 9 foram incluídas 4 alternativas de respostas, facilitando a
compreensão e preenchimento do mesmo. Acrescentou-se ainda no final do
instrumento instruções quanto à devolução do mesmo e agradecimentos pela
participação na pesquisa.
84
Ainda na fase de planejamento e operacionalização do trabalho de campo, a
pesquisadora contou com o auxílio de uma aluna do 4° semestre do curso de
fisioterapia da Universidade de Caxias do Sul, já com experiência em uma pesquisa
de mesmo delineamento do estudo em questão. Uma cópia do projeto foi fornecida à
aluna assim como uma explanação referente aos procedimentos, etapas do estudo e
condutas a serem adotadas diante dos trabalhadores. Foram estabelecidos os
horários de trabalho diários, entre 11:00 e 14:00 horas, ou seja, o período de
permanência da pesquisadora e da aluna na empresa. Neste intervalo de tempo
seria possível abordar todos os trabalhadores nos setores de trabalho ou durante o
horário de almoço visto que, a maior parte deles almoçava no refeitório da empresa
e após permanecia no pátio da mesma para descansar.
Para a etapa posterior, solicitou-se para o Departamento Pessoal da empresa
de materiais elétricos uma lista nominal de todos os trabalhadores do setor técnico e
de produção, com seus respectivos locais de trabalho e setores. Neste momento da
pesquisa obteve-se a informação de que, devido a um corte efetuado pela empresa
um mês antes, a população total de estudo prevista de 437 funcionários havia sido
reduzida para 404 trabalhadores.
A listagem dos trabalhadores já afastados do trabalho no início do estudo era
composta de 6 funcionários, em que 5 estavam afastados por doença e 1 por
acidente de trabalho, com afastamentos superiores a 15 dias . Além disso, 5
indivíduos que faziam parte da lista de sujeitos de pesquisa eram na verdade
estagiários de um curso técnico que recebiam uma bolsa de estudos da empresa e
que só trabalhavam nas férias. Estes, por estarem afastados da empresa a maior
parte do ano e durante a realização da pesquisa, não foram incluídos na amostra
conforme o critério de exclusão previsto no projeto de pesquisa.
Na segunda quinzena de setembro de 2005 iniciou-se a Etapa 2 - Fase de
Sensibilização dos Trabalhadores, realizada por meio da fixação de cartazes
informativos sobre a pesquisa em murais existentes em cada fábrica e no refeitório
(Apêndice 5). Estes locais foram sugeridos pelos próprios trabalhadores da empresa
por serem os de maior circulação dos funcionários. Da mesma forma, os locais de
permanência das urnas para a deposição do instrumento e do termo de
85
consentimento livre e esclarecido foram as duas portarias da empresa e o refeitório.
As chefias foram contatadas individualmente, pela pesquisadora e auxiliar de
pesquisa, para informar a realização do estudo e a relevância da participação dos
trabalhadores. Neste momento realizou-se ainda a entrega da Carta de
Apresentação da Pesquisa às Chefias (Apêndice3).
A fase de sensibilização dos trabalhadores através de contato pessoal 15
minutos antes do horário do almoço, como combinado pelo responsável pela
empresa anteriormente e previsto no projeto de pesquisa, não foi possível ser
cumprida devido à grande produção da época e sobrecarga de trabalho em
decorrência das demissões já citadas. Assim sendo, a empresa concedeu 15
minutos em três dias consecutivos (28, 29 e 30 de setembro de 2005) durante a
semana da SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho),
quando os trabalhadores estiveram reunidos no auditório da empresa. A divulgação
da pesquisa, seus objetivos, a importância do estudo e o esclarecimento a respeito
das questões éticas envolvidas foram feitos verbalmente pela pesquisadora. Na
saída do auditório, ao término das atividades da SIPAT os funcionários receberam
os Panfletos Informativos (Apêndice 5). Posteriormente foram efetuadas visitas pelos
setores e os trabalhadores foram abordados no pátio da empresa durante o horário
do almoço para garantir ao máximo que todos fossem sensibilizados.
Ainda nesta fase realizou-se a identificação dos trabalhadores com deficiência
visual e auditiva. Constatou-se que, naquele momento, existiam 9 deficientes
auditivos e 1 deficiente visual. Após a permissão das respectivas chefias o
trabalhador com deficiência visual foi contatado pela pesquisadora e aluna,
garantindo a fase de sensibilização, tendo sido informado que seu direito de
participar do estudo seria assegurado por meio do preenchimento do instrumento
pela pesquisadora em horário a ser definido, caso ele aceitasse participar do estudo.
Já os funcionários com deficiência auditiva receberam as informações a respeito da
pesquisa através do auxílio de um trabalhador da própria empresa especializado em
linguagem dos sinais. Este fazia a tradução simultânea das informações concedidas
pela pesquisadora assim como das dúvidas que surgiram dos trabalhadores.
86
No dia 5 de outubro de 2005 deu-se início à Etapa 3 – Fase de Coleta de
Dados quando a pesquisadora e a auxiliar de pesquisa efetuaram a fixação dos
envelopes nos contracheques dos trabalhadores. Cada envelope continha o
instrumento de pesquisa e o termo de consentimento livre e esclarecido, em duas
vias, sendo todos estes enumerados de acordo com uma lista nominal dos
trabalhadores à qual somente a pesquisadora e a aluna tiveram acesso. Assim
garantiu-se a privacidade e menor constrangimento aos trabalhadores, além do
direito de conhecimento de seus resultados individuais a serem esclarecidos
oportunamente. Incluiu-se ainda dentro do envelope um Folheto Explicativo
(Apêndice 6). No mesmo dia, os contracheques com seus respectivos envelopes
foram entregues às chefias de cada setor. As chefias distribuíram os mesmos aos
funcionários, sendo esta uma conduta de rotina da empresa estudada.
Durante todo o mês de outubro de 2005 a pesquisadora e a auxiliar
compareceram na empresa sempre abordando os trabalhadores nos setores e no
pátio para estimular a participação na pesquisa. Duas vezes por semana, as urnas
existentes nas duas portarias e no refeitório, uma para o questionário e a outra para
o TCLE, devidamente identificadas (Apêndices 7 e 8), foram abertas e os
documentos recolhidos. A utilização de duas urnas separadas foi sugerida pela
banca examinadora de qualificação do projeto para que o nome e a assinatura do
trabalhador, necessários no termo de consentimento, não fossem fatores de
constrangimento para a participação na pesquisa. O trabalhador portador de
deficiência visual efetuou contato com a pesquisadora demonstrando interesse em
participar da pesquisa. Após o preenchimento do instrumento pela pesquisadora, a
mesma solicitou a presença de outro funcionário, de confiança do trabalhador com
deficiência, quando se efetuou a leitura do termo de consentimento e a assinatura do
mesmo pelo funcionário.
Manteve-se a rotina de riscar de rosa os nomes dos funcionários cujos
questionários estavam prontos para codificação, em preto os afastados da empresa
e em azul os devolvidos em branco. As listas da pesquisadora e da aluna eram
diariamente comparadas e atualizadas para o melhor controle do processo de coleta
de dados.
87
Foram efetuados contatos pessoais e telefônicos durante a realização do
estudo para os erros de preenchimento ou dados ausentes, melhorando a qualidade
da informação (ABRAMSON, 1999).
No dia 24 de outubro de 2005 uma faixa foi fixada no pátio da empresa
lembrando os trabalhadores que o prazo de devolução dos questionários seria até
31 de outubro e que, portanto, os funcionários que ainda não haviam participado do
estudo tinham somente uma semana para a entrega dos formulários (STREINER e
NORMAN, 1995). Encerrado o prazo de entrega contabilizou-se a participação de
60% dos funcionários. Assim se protelou o prazo de entrega para o dia 30 de
novembro de 2005.
Os funcionários foram comunicados a respeito do novo prazo no dia 1 de
novembro de 2005 através da reposição da faixa com a divulgação da nova data de
entrega e com visitas nos setores. A distribuição da segunda remessa de
questionários foi realizada para os trabalhadores que não haviam devolvido os
questionários, para os que devolveram em branco, para aqueles que haviam
retornado do afastamento por motivo de doença e para aqueles trabalhadores que
haviam sido contratados após a primeira remessa. Estes foram identificados através
da solicitação de uma nova lista nominal no Departamento Pessoal da empresa
sendo incluídos na listagem das pesquisadoras devidamente numerados.
Neste momento optou-se pela distribuição dos questionários pessoalmente,
pela pesquisadora e auxiliar de pesquisa, visto que a entrega dos mesmos por
intermédio dos contracheques foi citada por muitos trabalhadores como um fator de
desconfiança em relação aos interesses/propósitos da empresa com a realização da
pesquisa. Este foi identificado como um fator adicional de resistência dos
trabalhadores à participação, sendo o fator principal as demissões ocorridas no mês
anterior ao início do estudo.
Para estimular a participação dos trabalhadores, após a segunda remessa,
foram estabelecidos três turnos extras de comparecimento da pesquisadora ou da
aluna, além dos horários já cumpridos por ambas, para visitas constantes nos
setores da empresa.
88
Concomitante ao processo de coleta dos questionários a pesquisadora
realizou a codificação dos mesmos, sendo que os questionários prontos para a
digitação eram arquivados por ordem de numeração.
Findado o prazo de entrega constatou-se a devolução de 343 questionários.
Foram identificados, além dos 5 estagiários e dos 6 funcionários já afastados citados
anteriormente, 6 trabalhadores com escolaridade de 3 anos de estudo, apesar das
informações concedidas pela empresa durante a fase de construção do projeto de
pesquisa que garantiu a escolaridade mínima de 8 anos de estudo para todos os
trabalhadores. Como o ICT requer a escolaridade mínima de 4 anos estes indivíduos
foram excluídos do universo de pesquisa. Da mesma forma já haviam sido excluídos
21 trabalhadores afastados durante a coleta de dados e 6 funcionários que foram
demitidos durante a realização do estudo. Assim sendo, atendendo aos critérios de
exclusão, registrou-se o total final de 337 questionários do universo de 360
trabalhadores (universo de estudo), revelando a participação de 93,6% dos
trabalhadores. As perdas e recusas foram de 23 trabalhadores, totalizando um
percentual de 6,4%.
Depois de verificado o índice de participação satisfatório dos trabalhadores,
após a segunda remessa, deu-se por encerrada a etapa de coleta de dados no dia
30 de novembro de 2005.
Efetuou-se então o controle de qualidade através de uma nova aplicação do
instrumento, questionário resumido (Apêndice 9), em 6% (n=22) dos 360
trabalhadores através de sorteio aleatório. Os questionários simplificados foram
entregues pessoalmente, para os trabalhadores sorteados, pela pesquisadora e
auxiliar de pesquisa no dia 1 de dezembro de 2005. Os trabalhadores tiveram
novamente o prazo de uma semana para a devolução dos mesmos. Até o dia 7 de
dezembro os formulários foram recolhidos sendo que somente um deles não foi
devolvido.
Ainda na primeira quinzena do mês de dezembro de 2005 todos os
questionários foram revisados e as codificações concluídas, tendo sido criadas
89
codificações para as respostas não previstas que foram registradas para posterior
análise.
Na segunda quinzena do mês efetuou-se a montagem do banco de dados
utilizando-se o programa Epi Info versão 6.0 com as devidas limitações nas
respostas (Check) para evitar erros de digitação.
Até a metade do mês de fevereiro de 2006 efetuou-se a dupla digitação dos
dados, a transferência do banco de dados do programa Epi Info versão 6.0 para o
SPSS versão 13.0 e a limpeza dos dados através do cruzamento das duas entradas.
Esta permitiu verificar as diferenças entre os dados e a posterior correção dos
mesmos.
A fase de análise de dados ocorreu durante o mês de março sendo que
primeiramente as opções de respostas das variáveis foram recodificadas. Estas
estão dispostas, dos menos expostos para os mais expostos, no Quadro 1 a seguir:
Quadro 1. Variáveis demográficas, socioeconômicas, relacionadas ao estilo de
vida e ocupacionais recodificadas, referidas por trabalhadores da indústria de
materiais elétricos de Caxias do Sul, RS, 2005.
Variável Coletada Variável Agrupada Critério de Recodificação
Demográficas
Sexo
Masculino Masculino
__________
Feminino Feminino
Faixa Etária
Em anos completos 20-29 anos 10 e,m 10 anos
30-39 anos
40-49 anos
50 anos
Cor de Pele
Branca Branca __________
Não branca Não branca
Estado civil
Solteiro (a)
Casado(a)/vive com companheiro(a) Distribuição da amostra
Casado(a)
Solteiro(a)
Vive com companheiro(a)
Viúvo(a)/divorciado(a)/separado(a)
Separado(a) ou divorciado(a)
Viúvo(a)
Continua
90
Continuação
Quadro 1. Variáveis demográficas, socioeconômicas, relacionadas ao estilo de
vida e ocupacionais recodificadas, referidas por trabalhadores da indústria de
materiais elétricos de Caxias do Sul, RS, 2005.
Variável Coletada Variável Agrupada Critério de Recodificação
Socioeconômicas
Escolaridade
Em anos completos de estudo
11 anos
Utilizou-se como ponto de corte
considerando-se até o nível mais 9 a 10 anos o percentil 33% e o percentil 66%
alto que tenha atingido 3 a 8 anos para a escolaridade alta, média e
baixa
Renda individual
Em reais (R$)
R$ 901,00
Utilizou-se como ponto de corte
R$ 491,00 a R$ 900,00 o percentil 25% e o percentil 75%
Até R$ 490,00 para a renda alta, média e baixa
Relacionadas ao estilo de vida
Fumo
Não, nunca fumou Não, nunca fumou __________
Sim, ex-fumante Sim, ex-fumante
Sim, fumante Sim, fumante
Atividade física
Número de dias por semana
3 dias por semana
A prática de atividade física maior
2 dias por semana
que 3 vezes por semana determina
um indivíduo suficientemente ativo
(MASSON, 2005)
Atividade doméstica
Número de horas por semana
3 horas por semana
Utilizou-se como ponto de corte
3,1 a 10 horas por semana o P33% e o P66% para a carga
> 10 horas por semana horária baixa, média e alta
Ocupacionais
Fábrica
Nominal Fábrica 1 __________
Fábrica 2
Fábrica 3
Fábrica 4
Cargo de chefia
Sim Sim __________
Não Não
Ocupação
Nominal Engenharia De acordo com características
Suprimentos ocupacionais
Técnico
Produção - Linhas
Prod. - Apoio
Prod. – Fab. Componentes
Anos na função
Tempo de trabalho em anos na mesma 0 a 4,9 anos De 5 em 5 anos
função considerando-se também outras 5 a 9,9 anos
empresas
10 anos
Continua
91
Conclusão
Quadro 1. Variáveis demográficas, socioeconômicas, relacionadas ao estilo de
vida e ocupacionais recodificadas, referidas por trabalhadores da indústria de
materiais elétricos de Caxias do Sul, RS, 2005.
Variável Coletada Variável Agrupada Critério de Recodificação
Ocupacionais
Anos na empresa
Tempo de trabalho em anos na 0 a 4,9 anos De 5 em 5 anos
empresa estudada 5 a 9,9 anos
10 anos
Ocupacionais relacionadas aos
fatores de risco do trabalho
Movimentos repetitivos
Não __________
Sim
Esforço físico excessivo
Não __________
Sim
Postura de trabalho inadequada
Não __________
Sim
Ruído excessivo
Não __________
Sim
Sintomas osteomusculares
Não – para não e raramente em __________
Devido ao trabalho
pelo menos uma região
Não, raramente, com freqüência ou Sim – para com freqüência e
sempre para nove regiões anatômicas; sempre em pelo menos uma
nos últimos 12 meses região
A variável ocupação foi agrupada de acordo com as características funcionais
encontrando-se estas descritas no Quadro 2 que se segue:
Quadro 2. Descrição dos setores ocupacionais da indústria de materiais
elétricos, Caxias do Sul, RS, 2005.
Engenharia Suprimentos Técnico Produção -
Linhas
Produção -
Apoio
Produção -
Componentes
Formação
mínima
Nível superior
em andamento
1º Grau
Completo, ideal
2º Grau em
andamento
Curso de
técnico com 2
anos de
duração
Ideal com 1°
grau completo
Ideal com 1° grau
completo
Ideal com 1° grau
completo
Experiência
1 ano 1 ano 1 ano (ideal 2)
Não exigida Não exigida Não exigida
Continua
92
Conclusão
Quadro 2. Descrição dos setores ocupacionais da indústria de materiais
elétricos, Caxias do Sul, RS, 2005.
Engenharia Suprimentos Técnico Produção -
Linhas
Produção -
Apoio
Produção -
Componentes
Habilidades
- Capacidade
de atender as
exigências
mentais do
trabalho
- Raciocínio
- Criatividade
- Concentração
- Liderança
- Trabalhar em
e equipe
- Capacidade de
atender as
exigências
mentais e físicas
do trabalho
- Organização
- Dinamismo
- Capacidade
de tomar
iniciativas
- Capacidade
de atender as
exigências
mentais e
físicas do
trabalho
- Acatar ordens
- Ser prestativo
- Organização
- Agilidade
- Responsabi-
lidade
- Capacidade
de atender as
exigências
físicas do
trabalho
- Agilidade
- Acatar ordens
- Habilidades
manuais
- Entender o
funcionamento
de mecanismos
- Capacidade de
atender as
exigências
físicas do
trabalho
- Agilidade
- Acatar ordens
- Habilidades
manuais e força
- Entender o
funcionamento de
mecanismos
- Capacidade de
atender as
exigências físicas
do trabalho
- Agilidade
- Habilidades
manuais e força
- Concentração
- Acatar ordens
- Entender o
funcionamento
Tarefas
- Orientar os
técnicos
eletrônicos
- Elaborar
projetos
-Acompanhar a
implantação do
projeto
- Emitir
documentação
técnica
- Determinar
especificações
técnicas e
normas
- Conferir
mercadorias
- Armazenar
matéria-prima
- Operar sistema
informatizado
- Operar
empilhadeira e ou
trator
- Informar os
setores sobre o
estoque
- Programar a
entrega de
materiais
- Realizar a
inspeção final
- Orientar e
acompanhar a
manutenção de
equipamentos
- Cadastrar as
máquinas e
equipamentos
- Analisar,
planejar e
acompanhar a
programação
- Inserir
componentes
- Estanhar
cabos
- Bobinar peças
em máquinas
- Revisar solda
de placas
- Montar peças
- Embalar
produtos
- Crimpar
- Testar
produtos
- Operar
gerador,
caldeira,
compressor
- Reparar
matrizes e telas
- Regular e
preparar
máquinas
- Abastecer
linhas com
produtos
semi - acabados
- Dar
acabamen to
para peças
- Operar
máquinas
injetoras, prensas,
guilhotinas e
dobradeiras
mecânicas
Exemplos
de cargos
- Engenheiro
eletrônico
- Supervisor de
sistemas
- Gerente
industrial
- Projetista
- Desenhista
detalhista
- Almoxarife
- Comprador
- Supervisor de
expedição
- Expedidor
- Eletrotécnico
- Planejador de
manutenção
- Programador
de produção
- Embalador
- Testador
- Auxiliar geral
e de produção
- Bobinador
- Calibrador
- Preparador de
materiais
- Inspetor final
- Preparador de
produtos
químicos
- Serigrafistas
- Prensista
- Injetorista
- Operador de
máquina
Realizou-se então uma análise bivariada para descrever o Índice de
Capacidade para o Trabalho em relação às variáveis demográficas,
socioeconômicas, relacionadas ao estilo de vida e ocupacionais. Para isto, segundo
TUOMI et al. (1997 d), os escores de cada ICT foram calculados a partir das
fórmulas existentes e, posteriormente, categorizadas e dicotomizadas.
Em relação ao QNSO, optou-se pela utilização da variável sintoma
osteomuscular como variável ocupacional relacionada a fatores de risco do trabalho
93
e não como desfecho conforme previsto originalmente no projeto de pesquisa. Esta
variável foi recodificada considerando-se sim para as opções de resposta com
freqüência e sempre em pelo menos uma das nove regiões anatômicas,
relacionadas ao trabalho. Esta modificação foi realizada para facilitar as analises
visto que, não agrupadas seriam 9 variáveis de prevalência de sintomas
osteomusculares.
Efetuou-se análise multivariada, por meio de regressão de Poisson através do
programa Stata 7.0, para a obtenção das razões de prevalências brutas e ajustadas.
Todas as variáveis foram levadas para a análise multivariada e incluídas de acordo
com o modelo teórico hierarquizado. Foram controladas por todas as variáveis do
mesmo nível (horizontal) e variáveis dos níveis superiores com um nível de
significância 5% em pelo menos uma das categorias de comparação.
94
REFERÊNCIAS
ABRAMSON JH.Interviews and self-administered questionnaires. In:
Survey methods in community medicine. London UK: Churchill
Livingstone, 1999.p.165-76.
MASSON, CR et al. Prevalência de sedentarismo nas mulheres
adultas da cidade de São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil. Cad Saúde
Pública, 21 (6):1685-1694, 2005
STREINER DL, NORMAN GR. Methods of administration. In: Health
measurement scales. New York: Oxford University Press, 1995.p.189-205.
TUOMI, K et al. Índice de Capacidade Funcional para o Trabalho.
Tradução de Fischer, FM et al. Helsinki: Instituto de Saúde Ocupacional da
Finlândia, 1997d.
95
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
APÊNDICE 5
CARTAZ E PANFLETO INFORMATIVO
PESQUISA EM SAÚDE DO TRABALHADOR
A saúde dos trabalhadores é de extrema importância e cada vez mais estudos estão sendo
realizados para que os profissionais da saúde possam ajudar a preservá-la e promovê-la, melhorando
a qualidade de vida das pessoas que trabalham.
Você funcionário dos setores técnico e de produção desta empresa, está sendo convidado a
p
articipar de uma pesquisa na área da Saúde do Trabalhador. Este estudo está sendo realizado pela
UNISINOS e pela pesquisadora Patrícia Biff.
Você receberá um envelope anexado ao seu contra-cheque do mês de outubro.
Neste envelope você irá encontrar:
1- Um questionário sobre a saúde do trabalhador
. Este deverá ser preenchido por você, se
você aceitar participar da pesquisa. Em caso de dúvidas você poderá solicitar ajuda às pesquisadoras
(Patrícia Biff e Sílvia Bazzi) que estarão na empresa durante todo o mês de outubro, no horário do
almoço.
2- Dois termos de consentimento livre esclarecido
. Um termo de consentimento ficará co
m
você. É um documento que garante que suas respostas serão usadas somente para fins de pesquisa.
O outro termo deverá ser assinado por você e devolvido, pois precisamos de sua autorização para
usar suas respostas na pesquisa.
O questionário e um termo (o que você assinou) deverão ser depositados em urnas que estarão na
s
p
ortarias e no refeitório da empresa.
O questionário possui um número de identificação que somente a pesquisadora tem acesso. Este
número existe, pois todo o trabalhador terá o direito de conhecer seu desempenho na pesquisa se
quiser. Garantimos que a sua identidade não será revelada.
Contamos com a sua participação e agradecemos sua colaboração!
96
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
APÊNDICE 6
FOLHETO INFORMATIVO PARA OS ENVELOPES
PESQUISA EM SAÚDE DO TRABALHADOR
Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa na área da Saúde do Trabalhador. Este
estudo está sendo realizado pela UNISINOS e pela pesquisadora Patrícia Biff.
Neste envelope você irá encontrar:
1- Um questionário.
Este deverá ser preenchido por você, se você aceitar participar da
pesquisa.
2- Dois termos de consentimento livre esclarecido
. Um termo de consentimento ficará com você.
É a garantia que suas respostas serão usadas somente para a pesquisa. O outro deverá ser assinado por
você e devolvido, pois precisamos de sua autorização para usar suas respostas na pesquisa.
O questionário e um termo (assinado por você) deverão ser depositados em urnas, que estarão nas
portarias e no refeitório da empresa, durante o mês de outubro.
O questionário possui um número de identificação que somente a pesquisadora tem acesso. Este
número existe, pois todo o trabalhador terá o direito de conhecer seu desempenho na pesquisa se
quiser.
Garantimos que a sua identidade não será revelada.
Contamos com a sua participação e agradecemos sua colaboração!
97
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
APÊNDICE 7
CARTAZ PARA ORIENTAR O DEPÓSITO DO QUESTIONÁRIO NA URNA
PESQUISA EM SAÚDE DO TRABALHADOR
UNISINOS
Deposite aqui o seu
Questionário
Obrigado!
98
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
APÊNDICE 8
CARTAZ PARA ORIENTAR O DEPÓSITO DO TERMO DE
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO NA URNA
PESQUISA EM SAÚDE DO TRABALHADOR
UNISINOS
Deposite aqui o seu
Termo de Consentimento
Obrigado!
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Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
APÊNDICE 9
QUESTIONÁRIO - PESQUISA EM SAÚDE DO TRABALHADOR
CONTROLE DE QUALIDADE
Fábrica n°:
_____________________ Setor: ______________________________
Este quadro será utilizado
pela pesquisadora,
n
ão
r
espo
n
da
aqu
i
Data de Nascimento: ______/______/______ Telefone:___________________
1. Qual é o seu sexo?
(0) Feminino (1) Masculino
2. Quantas pessoas vivem em sua casa?
___ ___ pessoas
3. Qual é o seu cargo ou função na empresa? (Por exemplo montador, impregnador, etc...)
__________________________________________________________________
Quest2 __ __ _
_
Fab2 __
Set2 __ __
Sex2 __
N
pess2__ __
Carg2 __ __
Carchef2 __
Ativfis2 __ __
Fum2 __
Exfis2 __
Exmen2 __
4. Você exerce cargo de chefia?
(0) Não (1) Sim
5. Você realiza atividades físicas ou esportes?
(0) Não (1) Sim
6. Você já fumou ou ainda fuma?
(0) Não, nunca fumou.
(1) Sim, ex-fumante. Há quanto tempo parou? ___ ___ anos ___ ___ meses
(2) Sim, fuma.
7. Como você classificaria sua capacidade atual para o trabalho em relação às
exigências físicas
do seu trabalho? (Por exemplo, para fazer esforço físico com partes
do corpo como é sua capacidade para o trabalho?)
( ) Muito boa ( ) Baixa
( ) Boa ( ) Muito Baixa
( ) Moderada
8. Como você classificaria sua capacidade atual para o trabalho em relação às
exigências mentais
do seu trabalho (Por exemplo, para interpretar fatos, resolver
problemas, decidir a melhor forma de fazer algo como está a sua capacidade de trabalho?)
( ) Muito boa ( ) Baixa
( ) Boa ( ) Muito Baixa
( ) Moderada
100
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