Download PDF
ads:
PAOLA ALFONSA LO MONACO
FERTIRRIGAÇÃO DO CAFEEIRO COM ÁGUAS RESIDUÁRIAS DA LAVAGEM E
DESPOLPA DE SEUS FRUTOS
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das
exigências do Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Agrícola, para
obtenção do título de “Doctor Scientiae”.
VIÇOSA
MINAS GERAIS – BRASIL
2005
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
1
PAOLA ALFONSA LO MONACO
FERTIRRIGAÇÃO DO CAFEEIRO COM ÁGUAS RESIDUÁRIAS DA LAVAGEM E
DESCASCAMENTO DE SEUS FRUTOS
APROVADA: em 15 de julho de 2005.
Hermínia Emília Prieto Martinez
(Conselheira)
Márcio Mota Ramos
(Conselheiro)
Paulo César de Lima
Sérgio Maurício Lopes Donzeles
Antonio Teixeira de Matos
Orientador
Tese apresentada à
Universidade Federal de Viçosa,
como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Agrícola, para obtenção
do Título de “Doctor Scientiae”.
ads:
2
1. INTRODUÇÃO
A cafeicultura é uma atividade que promove a distribuição de renda e geração
de empregos diretos e indiretos, tanto para as populações rurais como para as
urbanas das regiões produtoras de café.
Na tentativa de conquistar clientes no exterior, o grande paradigma dos
tempos atuais passou a ser, juntamente com o aumento da produtividade, a busca
de melhoria da qualidade do produto e a preservação ambiental, uma vez que o
produto adquire maior valor de mercado se no processo produtivo tiverem sido
tomados cuidados com a preservação ambiental.
Dentre as operações que desempenham papel importante na produção de
grãos de café, destaca-se o processamento pós-colheita, que influencia,
diretamente, o aspecto, a qualidade e o rendimento de grãos de café.
O processamento do fruto pode ser feito por via seca ou via úmida. Por via
seca, atualmente a mais usada no Brasil, o fruto é seco com casca, enquanto por via
úmida o fruto é descascado ou despolpado antes da secagem. Nesta forma a
secagem é mais fácil e barata, além de se obter um produto com qualidade para ser
comercializado no exterior, hoje um mercado bastante exigente no que se refere à
qualidade de bebida.
No processamento via úmida, os frutos tipo cereja, após serem lavados, são
despolpados (retirada da casca e de parte da polpa) e podem ser, posteriormente,
submetidos à fermentação, para facilitar a retirada do restante da mucilagem, no
processo denominado desmucilagem. Nesse processo, os frutos são colocados em
tanques com água, por aproximadamente 12 horas, onde sofrem fermentação lenta,
visando amolecer e soltar a mucilagem (BÁRTHOLO et al., 1989). Os grãos são, em
seguida, lavados para a retirada do restante da mucilagem e de produtos
decorrentes da hidrólise e fermentação, a fim de evitar a formação de sabores e
odores indesejáveis na etapa de secagem e no processo de armazenamento.
A disposição dos resíduos orgânicos produzidos no processo via úmida é, no
entanto, um dos principais problemas nas unidades de processamento de frutos por
via úmida. De acordo com Rolz et. al. citados por DELGADO e BAROIS (2000), no
processamento via úmida tradicional, o gerados aproximadamente três toneladas
3
de subprodutos e são necessárias quatro toneladas de água para produzir uma
tonelada de grãos processados. Estudos realizados na distribuição dos
macrocomponentes do fruto de cafeeiro do tipo cereja, desde o início do
processamento pós-colheita até a sua infusão, permitem constatar que somente 6%
do peso do fruto fresco é aproveitado na preparação da bebida. Os 94% restantes,
constituídos por água e subprodutos do processo de beneficiamento, na maioria dos
casos não recuperados, podem ser fonte de contaminação do meio ambiente
(VASCO, 2000).
De acordo com resultados de pesquisas realizadas pelo Departamento de
Engenharia Agrícola da UFV, as águas residuárias são ricas em material orgânico e
inorgânico, com elevado poder poluente e dessa forma o seu lançamento, sem
tratamento, em corpos hídricos não é permitido pela Legislação vigente, tornando-se
necessário, tratar e dispor as águas residuárias da lavagem e despolpa dos frutos do
cafeeiro (ARC) de maneira conveniente.
Como alternativa de tratamento e/ou disposição dessa água no meio
ambiente, tem-se a disposição no solo, na forma de fertirrigação, cuja técnica
prioriza o aproveitamento dos nutrientes presentes na água residuária sobre áreas
cultivadas. Além do potássio presente em grande quantidade na ARC, outros
nutrientes também estão presentes, tal como o nitrogênio, o fósforo e o cálcio,
indicando que esses resíduos constituem material de elevado valor fertilizante e que
podem ser aproveitados e dispostos no solo, com o objetivo de substituir alguns
fertilizantes inorgânicos.
Se realizada adequadamente, a fertirrigação pode possibilitar o aumento da
produtividade e da qualidade dos grãos colhidos, reduzir a poluição ambiental, além
de promover melhoria nas características químicas, físicas e biológicas do solo.
Neste estudo, objetivou-se avaliar o estado nutricional do cafeeiro arábica e
as alterações químicas no solo após o período de aplicação da ARC, em função das
lâminas de ARC, aplicadas na forma de fertirrigação.
4
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 A importância do café no mercado nacional e internacional
O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo (ZAMBOLIM,
2002). De acordo com os dados do IBGE (2005), a safra brasileira fechou o ano de
2004 com uma produção total de 2.466.863 toneladas (41,1 milhões de sacas de 60
kg). Este número significa aumento de 23,53 % em relação à safra colhida em 2003,
que totalizou 1.996.847 toneladas (33,28 milhões de sacas de 60 kg).
SILVA e LEITE (2000) afirmam que a América do Sul é a maior região
produtora de grãos de café do mundo, com a ressalva de que o Brasil e a Colômbia,
sozinhos, produziram em torno de 40% do total mundial nas últimas duas décadas.
A importância do sistema agroindustrial do ca no cenário nacional e
internacional tem sido objeto de diversos estudos e pesquisas. VALE (2004) salienta
que a cadeia mundial de café movimenta em torno de 36 bilhões de dólares por ano
(considerando-se o fluxo de produto do país de origem ao consumidor final, no país
importador) e o volume de exportação mundial de café foi da ordem de 84,9 milhões
de sacas em 2003, totalizando cerca de US$ 5,6 bilhões de dólares. Além disso, é
um sistema com grande capacidade de gerar empregos no país, além de ter
fornecido, nos últimos anos, significativa contribuição para a melhoria das condições
de vida da população brasileira, como conseqüência da grande capacidade de gerar
empregos. Segundo TRISTÃO (1995), o agronegócio café no Brasil emprega cerca
de três milhões de pessoas, ou seja, 6% da população brasileira economicamente
ativa, em sua cadeia produtiva constituída por: produção, transporte,
armazenamento, comunicação, rede bancária, serviços financeiros, corretagem,
5
bolsas, portos, embalagens, publicidade, processamento, industrialização e
comercialização.
A inexistência de política interna para a sustentação do setor cafeeiro no
decorrer da crise gerada a partir de 1986 e, em seguida, as mudanças no mercado
externo em 1989, com o rompimento das cláusulas econômicas do Acordo
Internacional do Café, resultaram na descapitalização dos cafeicultores e no declínio
de parte das lavouras (MATIELLO et al., 1993). Esses fatos provocaram uma
seleção natural dos produtores, permanecendo na atividade aqueles mais
competitivos (FAEMG, 1996). Neste ambiente de mercado, a produtividade e a
oferta de um produto de boa qualidade traçaram o novo perfil da cafeicultura
brasileira.
O cultivo dos cafezais de forma adequada, por si só, não garante a obtenção
de produto de boa qualidade e hoje sabe-se que cuidados na colheita e no
processamento dos frutos devem ser, necessariamente, incluídos no processo
produtivo do café (CHALFOUN, 1996). O grão de café é, dentre outros, um dos
poucos produtos agrícolas cujo valor é crescente com a melhoria da qualidade, pois
quando o produto é de qualidade inferior pode sofrer significativa redução no valor
de comercialização (SILVA et al, 2001). O processamento pós-colheita tem
influência direta sobre a qualidade final dos grãos de café e tem sido aceito que o
despolpamento dos frutos, que atualmente é realizado em apenas cerca de 5% dos
frutos, melhora a qualidade da bebida do café (CAFES DO BRASIL, 2001). Na busca
pela melhoria na qualidade da bebida, produtores têm procurado utilizar a tecnologia
de processamento do fruto, sendo a lavagem seguida do descascamento ou
despolpa uma prática cada vez mais freqüente.
Na tentativa de conquistar clientes no exterior, o grande paradigma dos
tempos atuais passou a ser, juntamente com o aumento da produtividade, a busca
da melhoria da qualidade do produto e a preservação ambiental, uma vez que o
produto adquire maior valor de mercado com a melhoria da qualidade da bebida e
com o uso de cnicas, na produção que proporcionem maior preservação ambiental
(MATOS e LO MONACO, 2003).
2.2 Constituição do fruto do cafeeiro
O fruto do cafeeiro é formado pelo grão (endosperma + embrião), que é
envolvido pelo pergaminho ou endocarpo, pela polpa ou mesocarpo e, finalmente,
6
pela casca ou epicarpo, os quais podem ser visualizados na Figura 1, extraída de
MATOS e LO MONACO (2003). Embora exista uma clara distinção entre a casca
(epicarpo) e a polpa (mesocarpo), por critérios práticos, tem sido denominado de
polpa o conjunto constituído pela casca e pela polpa, propriamente dita.
Figura 1 – Componentes do fruto do cafeeiro
De natureza celulósica, o pergaminho do fruto do cafeeiro é a parte anatômica
que envolve o grão e representa cerca de 12%, em termos de matéria seca, do grão
de café.
A mucilagem constitui uma capa de aproximadamente 0,5 a 2 mm de
espessura que está fortemente aderida ao pergaminho, e representa cerca de 5% da
matéria seca do grão. Do ponto de vista físico, ela é constituída por um sistema
coloidal líquido, liofílico, sendo, portanto um hidrogel. Quimicamente é constituída
por água, pectinas, açúcares e ácidos orgânicos (ELIAS, 1978) e, portanto, constitui
excelente substrato para o crescimento de fungos, bactérias e outros organismos,
razão porque, quando presente, possibilita a deterioração dos grãos de café.
A mucilagem deve ser retirada tão logo seja possível, uma vez que o seu
contato prolongado com o grão, além de possibilitar o desenvolvimento de fungos e
bactérias, aumenta os custos de secagem dos frutos do cafeeiro.
A polpa é o primeiro resíduo gerado no processamento do fruto do cafeeiro e
representa cerca de 29% da matéria seca do fruto (ELIAS, 1978). A quantidade de
polpa presente no fruto tipo cereja depende do estado de maturação, das condições
climáticas dominantes durante o desenvolvimento dos frutos e da variedade de
cafeeiro cultivada. Zuluaga (1989), citado por DELGADO e BAROIS (2000), afirmou
que a polpa representa cerca de 39% da massa fresca ou 28,7% da matéria seca do
fruto. Segundo VASCO (1999), a polpa é constituída, predominantemente, por
carboidratos, proteínas, cafeína e taninos, além de potássio, nitrogênio e sódio.
Grão
Pergaminho
Polpa
Casca
7
2.3. Processamento dos frutos do cafeeiro
De acordo com NOGUEIRA (1986), para se obter um produto de boa
qualidade, que reúna as características de tipo e qualidade exigidas pelo mercado
interno e, principalmente, pelo externo, é indispensável um adequado
processamento pós-colheita do fruto e depois do grão de café. Da colheita ao
produto final beneficiado, são várias as etapas envolvidas no beneficiamento do fruto
e do grão de café, as quais devem ser executadas de maneira adequada e
cuidadosa.
No Brasil, em virtude do método de colheita empregado, o café é constituído
de uma mistura de frutos verdes, maduros (“cereja” e “verdoengos”), “passas” e
secos, folhas, ramos, torrões e pedras, devendo ser limpo e separado nas suas
diversas frações, para que possam ser conduzidos para a secagem em lotes
separados ou para que o fruto cereja e, às vezes os verdoengos, sejam submetidos
à despolpa.
O processamento por via seca, isto é, secando-se integralmente os frutos,
origem aos cafés denominados coco ou de terreiro. No processamento por via
úmida, que consiste na secagem dos frutos sem a polpa, o fruto é submetido ao
processo de descascamento ou despolpa, seguido ou não da desmucilagem, dando
origem ao grão de ca cereja descascado ou despolpado e desmucilado,
respectivamente.
2.3.1. Lavagem e separação dos frutos
Os frutos do cafeeiro, depois de colhidos, são submetidos imediatamente aos
processos de separação de impurezas, que podem ser feitos por peneiramento
manual, ventilação forçada ou, ainda, por separadores de ar e peneira (máquinas de
pré-limpeza). Mesmo com a retirada das impurezas (pedaços de ramos, terra,
pedras, folhas, etc.), os frutos do cafeeiro devem passar pelo separador hidráulico,
no qual a separação é feita pela diferença das massas espeficas dos frutos, que
varia de acordo com seu estágio de maturação, ou seja, separando-se os frutos tipo
“bóia”, constituídos pelos secos, brocados, mal formados e verdes, dos frutos
perfeitos ou “cereja”, que devem ser secados e armazenados separadamente.
De acordo com SILVA et al. (2001), a lavagem ou separação é uma operação
importante, tanto para o preparo via seca como por via úmida, pois além de manter o
8
potencial de qualidade do café recém-colhido, reduz o desgaste das máquinas
durante o descascamento, a secagem e o beneficiamento. Os autores afirmaram,
ainda, que a separação dos cafés “bóias” do “cereja”, além de evitar a mistura de
produto de qualidade inferior, tal como os brocados e os verdes, com o “cereja”,
possibilita secagem e coloração homogêneas e, conseqüentemente, a obtenção de
um produto de melhor qualidade e aparência comercial.
Os lavadores utilizados na lavagem e separação dos frutos do cafeeiro são os
de alvenaria, também conhecidos como lavador “Maravilha”, e os industrializados ou
lavadores mecânicos.
O lavador “Maravilha” é constituído por um tanque de alvenaria e uma calha
metálica com saída ramificada e provida de fundo falso, onde o material de maior
massa específica (“cereja”, “verdoengos” e impurezas pesadas) se deposita. Possui
ainda, um sistema de turbilhonamento (injetor de água sob pressão controlada) que
separa os cafés pesados das pedras, retornando-os à superfície onde se encaminha
pela calha dos ”cerejas”. Uma das grandes desvantagens do lavador “Maravilha” é o
consumo exagerado de água, que, dependendo do projeto e das impurezas dos
frutos, poderá ser superior a cinco litros para cada litro de fruto do cafeeiro.
Havendo escassez de água na propriedade, deve-se optar por lavadores
mecânicos, que consomem em média um litro de água para cada trinta litros de café.
SILVA et al. (2001) ressaltaram que a diferença entre os consumos de água dos dois
lavadores deve-se ao fato de que no lavador “Maravilha” grande parte da água é
usada para o transporte dos frutos, enquanto no segundo o transporte é feito
mecanicamente. Além do consumo de água e menor uso de mão-de-obra, os
lavadores mecânicos, por serem compactos e ocuparem menor espaço, podem ser
remanejados ou comercializados em caso de desistência da atividade cafeeira por
parte do produtor.
2.3.2 Processamento por via úmida
O processamento por via úmida origem aos grãos de cadescascados e
despolpados, bastante comuns entre os produtores da América Central, México,
Colômbia, Quênia e África, alcançando boas cotações no mercado, por
proporcionarem, de modo geral, a produção de bebida suave. Embora o Brasil seja
conhecido como produtor de grãos de café obtidos por via seca, pois cerca de 90%
da produção nacional total é processada dessa forma (LEITE e SILVA, 2000), alguns
9
produtores começaram a fazer opção pelo processamento do fruto tipo cereja,
descascando-o ou despolpando-o, principalmente em regiões montanhosas com boa
disponibilidade de água.
A recepção, o processo de lavagem e separação dos frutos colhidos no
processamento via úmida são iguais aos utilizados no processamento por via seca.
O processamento dos frutos do cafeeiro via úmida nada mais é do que a
retirada da casca do fruto maduro, utilizando-se, para isso, um descascador
mecânico e, posteriormente, caso haja interesse, um desmucilador.
Os descascadores são máquinas que pressionam os frutos contra um cilindro
de chapa metálica, contendo "mamilos", e um encosto de borracha, fazendo com
que as cascas saiam por um lado e os grãos envolvidos pelo pergaminho e a
mucilagem, por outro (BÁRTHOLO e GUIMARÃES, 1997 e MATIELLO, 1999).
Após o descascamento do fruto “cereja”, o grão permanece ainda com a
mucilagem, que pode também ser removida antes da secagem. A mucilagem é rica
em açúcares que possibilitam o desenvolvimento de microrganismos nos grãos,
podendo depreciar sua qualidade. A maior vantagem da despolpa completa (retirada
da casca, polpa e mucilagem) é, por esta razão, evitar a fermentação e o
desenvolvimento de fungos nos grãos, que prejudicam a qualidade da bebida do
café (MOREIRA, 1999).
A desmucilagem pode ser executada sem ou com degomagem prévia.
Optando-se pela degomagem prévia, após o descascamento, os grãos de café são
conduzidos a tanques de alvenaria com água onde sofrem fermentação, por um
período de 12 a 24 horas, para facilitar o desprendimento da mucilagem aderida ao
grão. Em seguida, são encaminhados para os terreiros e/ou secadores. Se a
desmucilagem for feita sem degomagem prévia, os grãos o conduzidos
diretamente aos desmuciladores mecânicos, que são equipamentos verticais, de
fluxo ascendente e possuem um helicóide movimentando o grão de café em um
cilindro canelado, com pequeno fluxo de água (150-200 L.h
-1
). Esse equipamento
retira de 80 a 90% da goma, o que reduz o tempo de secagem.
A secagem do grão processado por via úmida pode ser realizada em terreiros,
secadores, ou por meio de sistemas mistos, nos quais os grãos são submetidos à
pré-secagem em condições de terreiro, completando-se o processo em secadores
mecânicos. Como vantagem da secagem dos frutos de cafeeiro processados por via
úmida, pode-se citar a diminuição da área do terreiro, do volume do secador e do
tempo, necessários à secagem (PINTO, 2001).
10
2.4. Resíduos gerados no processamento via úmida dos frutos do cafeeiro
Segundo PINTO (2001), os resíduos provenientes do processamento via
úmida dos frutos do cafeeiro podem ser divididos em resíduos lidos, como folhas,
cascas, polpa, pergaminho, borra etc. e resíduos líquidos ou águas residuárias,
constituídos pelos efluentes gerados na lavagem, tanques de fermentação,
despolpadores e desmuciladores.
A polpa pode ser aproveitada como adubo e condicionador de solo e material
compostado. a mucilagem pode ser aproveitada para a produção de pectina e
meio de cultura (VEGRO e CARVALHO, 2000).
2.4.1. Resíduos líquidos (águas residuárias)
A água residuária é, dentre todos os resíduos do processamento do fruto do
cafeeiro, a que provoca maior impacto ambiental.
De acordo com Rolz et al. citados por DELGADO e BAROIS (2000), no
processamento via úmida tradicional, são requeridas quatro toneladas de água para
produzir 1 tonelada de grãos processados. Desse modo, a atividade de lavagem e
despolpa de frutos do cafeeiro é geradora de grandes volumes de águas residuárias,
ricas em material orgânico em suspensão e constituintes orgânicos e inorgânicos em
solução, de grande poder poluente (MATOS, 2003).
2.4.1.1 Caracterização da água residuária da lavagem e despolpa dos frutos do
cafeeiro
As águas residuárias produzidas no processamento dos frutos do cafeeiro
apresentam elevada concentração de sólidos totais, dos quais a maior parte é
composta por sólidos voláteis totais que podem ser removidos, em grande parte, por
tratamento biológico ( LO MONACO et al., 2003).
Os autores observaram, ainda, elevados valores de DBO e DQO (Demanda
Bioquímica e Química de Oxigênio), o que permitiu concluírem que essas águas
residuárias possuem elevada carga orgânica.
CAMPOS (1993) afirmou que as águas residuárias da lavagem e despolpa
dos frutos do cafeeiro, quando lançadas em corpos hídricos receptores, rapidamente
formam zonas anóxicas como resultado de sua estabilização anaeróbica, gerando,
11
como subprodutos da degradação do material orgânico, metano, fenóis e ácido
sulfídrico, os quais exalam odores desagradáveis. Além disso, com o enriquecimento
nutricional dessas águas, pode-se acarretar o desenvolvimento de vegetais (taboa,
aguapé, salvínea, algas em geral, etc.) que podem vir a prejudicar o ecossistema
aquático.
O principal efeito da poluição orgânica em um corpo d’água receptor é a
diminuição da concentração de oxigênio dissolvido, uma vez que bactérias aeróbias
consomem o oxigênio dissolvido no meio para efetuar seus processos metabólicos,
tornando possível a degradação do material orgânico lançado no meio. O
decréscimo da concentração de oxigênio dissolvido na água pode ser fatal para
peixes e outros animais aquáticos.
LO MONACO et al. (2003) observaram que as características químicas e
físicas presentes nas águas residuárias do processamento de frutos de duas
espécies do gênero coffea indicam potencial poluente crescente à medida que se
recircula a água no sistema, com o objetivo de se obter economia deste insumo.
Considera-se que, em vista dos riscos de que seja afetada a qualidade de bebida
dos grãos, a recirculação da água seja viável apenas se ela for submetida a
tratamento preliminar seguido de tratamento primário antes de ser bombeada para
recirculação no sistema.
CABANELLAS (2004) realizou estudo, em escala laboratorial, de um sistema
de tratamento físico-químico para a água em recirculação na despolpa dos frutos do
cafeeiro (ARDC, no qual procurou determinar a combinação tipo de coagulante-
dose-pH que maximizasse a remoção de sólidos em suspensão presentes nessas
águas. Além disso, estudou o desempenho do sistema floculação/sedimentação e
filtração no tratamento da ARDC, além de avaliar a contaminação fúngica dos grãos
e a qualidade da bebida do café proveniente do processamento com águas
recirculadas, sob diferentes condições de tratamento. O autor concluiu que o extrato
de semente de Moringa apresentou maior remoção de sólidos suspensos na faixa de
pH 4 a 5 e dose de 10 mL.L
-1
. Para os coagulantes sulfato férrico, sulfato de
alumínio e cloreto férrico, a concentração de 3 g L
-1
foi a que proporcionou melhores
resultados com pH na faixa de 7 a 8. Para o sulfato ferroso clorado, a concentração
mais eficiente foi de 3 g L
-1
,
com pH na faixa de 4 a 5. O extrato de semente de
moringa, sulfato férrico e sulfato de alumínio proporcionaram remoções em torno de
80% de sólidos em suspensão, enquanto o cloreto férrico de, aproximadamente,
60%. O sulfato férrico foi o coagulante mais eficiente para a remoção de DBO, DQO
12
e CE da ARDC. Em relação à contaminação fúngica, o autor observou que o
coagulante sulfato de alumínio, proporcionou significativa diminuição na quantidade
de fungos presentes nos grãos processados com água em recirculação. Quanto à
adição de coagulantes na ARDC, o foram observadas diferenças significativas na
qualidade de bebida dos grãos de café.
De acordo com CAMPOS (1993), a Deliberação Normativa da COPAM/86
estabelece que, para o lançamento de águas residuárias em corpos hídricos, a
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) seja no máximo de 60 mg L
-1
ou que a
eficiência do sistema de tratamento das águas residuárias, para a remoção da DBO,
seja superior a 85%, desde que não seja alterada a condição do curso d’água, de tal
forma a que ele passe a não apresentar qualidade incompatível com a sua classe de
enquadramento. Portanto, para atender as Legislações ambientais vigentes, é
preciso que haja o tratamento dessas águas residuárias, antes que elas sejam
lançadas em corpos d’água.
No que se refere ao valor das águas residuárias como fertilizante agrícola,
MATOS e LO MONACO (2003) verificaram que as águas residuárias de duas
espécies do gênero coffea, contem elevadas concentrações de nitrogênio (105,5 mg
L
-1
para o Conilon e 250 mg L
-1
para o Arábica) e, principalmente, de potássio (115
mg L
-1
para o Conilon e 460,0 mg L
-1
), confirmando os resultados de outros
pesquisadores.
O valor das águas residuárias, principalmente da ARC, como fertilizante, é
forte indicativo da possibilidade de sua utilização em sistemas solo-planta, como
forma de tratamento/disposição dessas águas.
2.5 Disposição de águas residuárias no solo
A aplicação de resíduos orgânicos e águas residuárias no solo é uma prática
comum muitos anos, sendo considerada uma forma de tratamento e de
disposição final (FEIGIN et al., 1991). Nos tratamentos convencionais, a energia
contida nas águas residuárias é dissipada mediante a mineralização do material
orgânico, sendo os nutrientes lançados nos corpos receptores (PAGANINI, 1997).
Quando águas residuárias são aplicadas, de forma controlada, na superfície
do solo, ocorrem processos de depuração de natureza física, química e biológica no
sistema solo-planta-água.
13
O solo, sendo um sistema vivo e dinâmico, caracterizado por apresentar
superfície física e quimicamente ativa, pode reagir, interagir ou adsorver
constituintes da água residuária.
Os constituintes inorgânicos podem ser adsorvidos ao complexo de troca ou à
sítios de adsorção específica, quelados ou complexados pela matéria orgânica ou
serem precipitados.
Por meio biológico, os compostos orgânicos devem ser decompostos em CO
2
,
H
2
O e compostos inorgânicos. Os íons podem, então ser absorvidos pelas plantas e
conseqüentemente, serem parcialmente removidos da solução do solo. Assim o solo
e as plantas atuam como filtros vivos, absorvendo e retendo poluentes e organismos
patogênicos presentes nos resíduos e nos efluentes (FEIGIN, et al., 1991).
Na verdade a disposição dos efluentes tratados no solo completa uma
seqüência de tratamentos para reduzir a concentração de microrganismos e de
vários compostos orgânicos e inorgânicos a teores aceitáveis para a renovação da
água (FEIGIN et al., 1991). Ao mesmo tempo, a aplicação ao solo e a reutilização de
águas residuárias tratadas tem sido solução efetiva para redução no custo de
disposição, de forma harmônica e ambientalmente adequada, de águas residuárias
no meio ambiente (DARWISH et al., 1999).
A agricultura utiliza maior quantidade e pode tolerar águas de qualidade mais
baixa que as requeridas pela indústria e para o uso doméstico, portanto, uma
tendência crescente para se encontrar na agricultura a solução dos problemas
relacionados com a disposição final de águas servidas (AYERS e WESTCOT, 1991).
A aplicação de águas residuárias no solo pode ser considerada uma forma de
disposição final ou de tratamento, ou ambos, sendo esta atividade considerada, por
muitos, como tratamento de nível secundário, devido à atuação de mecanismos
biológicos e elevada eficiência na remoção de poluentes (VON SPERLING, 1996).
O objetivo de se utilizar o solo como meio de tratamento de águas residuárias
é o aproveitamento do filtro natural constituído por plantas e microrganismos que,
juntamente com suas propriedades de adsorção química e física, possibilitam a
remoção de nutrientes desses efluentes (HUBBARD et al., 1987). A disposição de
águas residuárias no solo é uma atividade essencialmente de reciclagem, inclusive
da água, viabilizando a utilização do potencial hídrico e dos nutrientes presentes nos
efluentes líquidos, empregando a natureza como receptora de resíduos e geradora
de riquezas, sendo um processo que pode ser considerado como de tratamento e
aproveitamento ao mesmo tempo (CORAUCCI FILHO et al., 1999).
14
MATOS e LO MONACO (2003) afirmaram que esta técnica apresenta uma
série de vantagens, podendo-se citar, dentre outras, o aproveitamento dos nutrientes
presentes nos efluentes para fertilização de culturas agrícolas, o baixo custo de
implantação e operação e o baixo consumo de energia no processo. Estima-se que
essa forma de tratamento apresente um custo que varie entre 30 e 50% do custo
dos sistemas convencionais.
De acordo com FONSECA et al. (2003), a aplicação da ARC sobre a
superfície do solo, como processo de tratamento, possibilita a remoção dos
poluentes por meio de mecanismos de ordem física (sedimentação, filtração,
radiação, volatilização e desidratação), química (oxidação e reações químicas,
precipitação, adsorção e troca iônica) e biológica (absorção, biodegradação e
predação). Além do efeito depurador da água residuária, essa prática proporciona o
suprimento de água para as culturas e a adição de matéria orgânica ao solo. A
adição de matéria orgânica ao solo proporciona melhoria de suas condições físicas,
aumenta a atividade biológica, contribui para a redução do alumínio trocável e
aumenta a capacidade de retenção de água no solo, dentre outros. No entanto,
MATOS (2002) alerta que a disposição de águas residuárias oriundas de atividades
agroindustriais no solo, deve ser feita de tal forma que não venha a contribuir para o
aumento dos problemas de qualidade ambiental, tais como contaminação de águas
subterrâneas e superficiais, contaminação de plantas por metais pesados,
influências negativas sobre as características físicas e químicas do solo.
O sistema de tratamento de efluentes por disposição no solo pode ser
realizado por meio de vários métodos de aplicação, podendo-se citar quatro tipos
principais: infiltração/percolação, escoamento superficial, fertirrigação e lançamento
em “sistemas alagados construídos”.
2.5.1 Fertirrigação com águas residuárias
A fertirrigação tem sido o método mais acessível (FEIGIN et al., 1991) e
eficiente (DARWISH et al., 1999) no tratamento/disposição final de águas
residuárias, particularmente nos países em desenvolvimento, onde essas ações não
são as prioridades dos governos locais (FRIEDEL et al., 2000).
A fertirrigação com água residuária é uma técnica, em que se prioriza o
aproveitamento dos nutrientes presentes na água residuária para substituição de
parte da adubação química em áreas agrícolas cultivadas, razão suficiente para que
15
esta técnica seja altamente recomendável para o tratamento/disposição dessas
águas. Nutrientes como nitrogênio, potássio e, principalmente, fósforo são
fundamentais no cultivo de solos pobres, como os que ocorrem na maior parte do
Brasil. Dessa forma, acredita-se que métodos de tratamento que não contemplem a
reciclagem de nutrientes estão condenados a desaparecerem em futuro próximo. O
aproveitamento de águas residuárias ricas em nutrientes na fertirrigação de culturas
agrícolas, possibilita o aumento da produtividade e qualidade dos produtos colhidos,
redução da poluição ambiental, além de promover melhoria nas características
químicas, físicas e biológicas do solo (MATOS e LO MONACO, 2003).
De acordo com MATOS (2002), o uso de águas residuárias na fertirrigação de
espécies vegetais perenes ou que proporcionem, em sucessão, constante remoção
de nutrientes durante todo o ano é desejável. Assim, algumas capineiras de sistema
radicular abundante e profundo podem ser muito úteis sob o ponto de vista
ambiental, uma vez que são capazes de retirar grande quantidade de macro e
micronutrientes do solo, diminuindo os riscos de contaminação de rios e lagos e
águas subterrâneas.
A taxa de aplicação de águas residuárias agroindustriais deve se basear na
dose de nutrientes recomendada para as culturas agrícolas e não na necessidade
hídrica. Caso os níveis dos elementos atinjam valores superiores o
comprometimento da produtividade da cultura, além de provocar poluição do solo e
das águas superficiais e subterrâneas.
Segundo MATOS (2003), a fertirrigação constitui o sistema de disposição que
requer a maior área superficial por unidade de água residuária tratada. Por outro
lado, é o sistema natural com maior eficiência. As plantas são as grandes
responsáveis pela remoção de nutrientes, como fósforo e nitrogênio dos dejetos,
cabendo aos microrganismos do solo a remoção das substâncias orgânicas. O autor
estima que a queda na DBO seja de 90 a 99%, a remoção de nitrogênio seja maior
que 90% e que a remoção de fósforo atinja 99%.
As principais vantagens do método de disposição como fertirrigação de
culturas agrícolas são: ser um todo de tratamento e disposição final combinados,
que proporciona, ao mesmo tempo, a fertilização e o condicionamento do solo,
com retorno financeiro advindo da venda de produtos agrícolas em maior quantidade
e com melhor qualidade. As maiores desvantagens são os elevados requisitos de
área, ser dependente do clima e dos requerimentos de nutrientes dos vegetais,
16
possibilidade de contaminação dos agricultores (na aplicação por aspersão) e
possibilidade de ocorrência de alterações químicas e físicas no solo.
A fertirrigação com águas residuárias pode ser feita por sulco, por aspersão,
gotejamento ou com uso de “chorumeiras”. A escolha do método de aplicação deve
ser feita, principalmente, em função da cultura, da suscetibilidade às doenças e da
capacidade de infiltração de água no solo.
2.5.1.1 Fertirrigação do cafeeiro com águas residuárias da lavagem e despolpa
dos seus frutos
Como o potássio é o macronutriente presente em maior concentração na
água residuária da lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro, ele deve ser utilizado
como referencial para o cálculo da lâmina de água residuária passível de ser
aplicada na lavoura do cafeeiro, sem que haja comprometimento da qualidade
ambiental e prejuízo à produtividade da cultura. Atenção especial deve ser dada
quanto à disposição dessas águas residuárias no solo, pois, de acordo com Loehr e
Oliveira, citados por MATOS e SEDIYAMA (1996), altas concentrações de potássio
podem causar dispersão da argila, promovendo a desagregação do solo e, por
conseqüência, diminuindo sua permeabilidade. Além disso, o desequilíbrio de
nutrientes poderá comprometer o desenvolvimento da cultura.
Em estudos preliminares conduzidos por MATOS et al. (2001), verificou-se
que a produtividade dos cafeeiros apresentou tendência de queda com o aumento
da quantidade de água residuária aplicada por planta, em comparação com as
parcelas que receberam adubação química. Foi observado, entretanto, que
aplicações entre 0,6 e 1,20 m
3
/planta concorreram para recuperação da produção do
cafeeiro, atingindo mesmos valores de produtividade obtidos nas plantas que
receberam a adubação química. Acredita-se que, caso houvesse a adição de todos
os fertilizantes recomendados para a cultura, excetuando os potássicos, que já
seriam fornecidos pela água residuária, a produtividade aumentaria em relação à
obtida pelas plantas que receberam adubação química convencional.
De acordo com MATOS (2003), os açúcares contidos nas ARC, notadamente
naquelas provenientes de frutos submetidos à desmucilagem, podem proporcionar
condições ideais de desenvolvimento de pragas e doenças nas folhas se a
fertirrigação for feita por aspersão. Para minimizarem-se esses riscos, recomenda-
se, neste caso, o bombeamento e aplicação de água “limpa”, por pelo menos 20
17
minutos, após a aplicação da água residuária da despolpa de frutos do cafeeiro, a
fim de se promover a lavagem das folhas da cultura.
Para evitar os problemas causados pela aplicação por aspersão, a água
residuária pode ser aplicada de forma localizada, por gotejamento ou microaspersão,
métodos considerados ideais quando se tem por objetivo minimizar os riscos do
desenvolvimento de pragas nas plantas e impactos ambientais. No entanto, para
que a aplicação seja feita com uso de sistemas de irrigação localizada, os
tratamentos preliminar e primário da ARC tornam-se necessários. É fundamental a
remoção prévia dos sólidos em suspensão na água residuária, para que não
ocorram problemas de entupimentos nos emissores. De acordo com LEON e
CAVALLINI (1999), em sistemas de irrigação por gotejamento, a concentração de
sólidos em suspensão deve ser menor que 50 mg L
-1
para que se minimize os riscos
de obstrução dos emissores.
2.6 Filtros orgânicos
A filtração é uma das formas de tratamento primário para remoção de
poluentes das águas residuárias. Além da remoção de lidos em suspensão, o
processo de filtração pode remover alguns lidos solúveis (STEEL e MCGHEE,
1979).
A ação mecânica de retenção dos sólidos em suspensão por filtração está
baseada no princípio de que um meio poroso pode reter impurezas de dimensões
menores que os dos poros da camada filtrante. Ao entrar em operação, os vazios do
meio filtrante vão, aos poucos, sendo obstruídos pelas partículas presentes na
suspensão, proporcionando o aumento da perda de carga unitária. Com a redução
do diâmetro dos poros, ocorrerá a retenção de partículas de diâmetro cada vez
menor (POVINELLI e MARTINS, 1973).
A água residuária da lavagem e despolpa de frutos do cafeeiro é muito rica
em sólidos em suspensão e dissolvidos, por isso o uso de filtros de areia não é
recomendável, dado à sua rápida colmatação superficial e ao impedimento ao fluxo
normal da água residuária, tornado-se necessária a troca continua do material
filtrante. Desta forma, de acordo com BRANDÃO (1999), a utilização de materiais
orgânicos capazes de absorver solutos e reter lidos em suspensão e que sejam
sub-produtos de atividades agropecuárias e industriais é opção interessante, devido
a sua disponibilidade e baixo custo para aquisição.
18
LO MONACO (2001), ao utilizar filtros orgânicos no tratamento de águas
residuárias da lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro, obteve remoções de
sólidos totais na ordem de 60 a 75%, quando utilizou filtro constituído por serragem
de madeira; no caso de filtro de bagaço de cana-de-açúcar a remoção foi menor,
alcançando 40%. Em ambos os filtros, a remoção foi de 100% dos sólidos
sedimentáveis, 75 a 85% do nitrogênio total e 50% do fósforo total. MAGALHÃES
(2002) obteve remoções de sólidos em suspensão em águas residuárias da
suinocultura da ordem de 90 a 99%, utilizando filtros de serragem de madeira, e de
81 a 96%, quando utilizou filtros de bagaço de cana-de-açúcar.
Resíduos orgânicos como o pergaminho ou mesmo a casca de café podem
ser utilizados como materiais filtrantes, considerando-se suas abundâncias na área
de produção de café e, conseqüentemente, os baixos custos para sua aquisição,
além das dificuldades para a disposição desses resíduos, sem tratamento, no
ambiente. De acordo com BRANDÃO (1999), os benefícios de resíduos sólidos
gerados no meio rural o inegáveis, pois além de proporcionar a depuração das
águas residuárias, o material orgânico passa a adquirir valor econômico, uma vez
que, ao ser retirado do filtro, poderá ser compostado, produzindo, ao final do
processo de maturação, adubo orgânico de considerável valor fertilizante, o que
pode compensar os custos com a confecção de filtros para tratamento de águas
residuárias.
CABANELLAS (2004), observou que o filtro orgânico constituído de
pergaminho de grãos de café beneficiado foi de fundamental importância no sistema
de tratamento primário da água residuária da lavagem e despolpa dos frutos do
cafeeiro em recirculação (ARDC), utilizando diferentes coagulantes. Quando
comparou as remoções de sólidos em suspensão na ARDC que recebeu agentes
coagulantes com a que não os recebeu, a autora obteve remoções de 75%, 60% e
35% superiores com a adição de sulfato férrico, extrato de sementes de Moringa e
sulfato de alumínio, respectivamente.
LO MONACO et al. (2004b), ao avaliarem o pergaminho dos frutos do
cafeeiro como elemento filtrante no tratamento de águas residuárias da lavagem e
despolpa dos frutos do cafeeiro, observou que o referido material aumentou a
concentração de nitrogênio, fósforo e principalmente o potássio no efluente,
indicando a possibilidade de aproveitamento dessas águas para fins de fertirrigação.
19
2.7 A cultura do cafeeiro
arábica (Coffea arábica L.)
2.7.1 Necessidades nutricionais
MATIELLO et al. (2002) afirmaram que a indicação das doses de adubo
químico depende, basicamente: do estádio da lavoura (plantio, formação, produção),
das exigências observadas no cafeeiro; da fertilidade do solo (avaliada por análise);
do sistema de cultivo e dos adubos a serem usados.
No Quadro 1, estão apresentados os padrões referenciais médios para
avaliação de resultados de análise de solo para a cultura do cafeeiro.
Quadro 1 – Padrões referenciais médios para avaliação de resultados de análise de
solo para a cultura do cafeeiro
Padrões ou níveis nutricionais
Elemento/Unidade Método
Baixo Médio Alto
pH (acidez)
Água
CaCl
2
< 5,0
< 4,4
5,0 – 6,0
4,4 – 5,4
> 6,0
> 5,4
M. O. (dag.kg
-1
)
Bicromato
de Sódio
Argiloso
Médio
Arenoso
< 1,5
< 1,2
< 1,0
1,5 – 3,0
1,2 – 2,5
1,0 – 2,0
> 3,0
> 2,5
> 2,0
P (mg.dm
-3
) Mehlich
Resina
< 10
< 25
10 – 20
25 - 50
> 20
> 50
K ( mg.dm
-3
) Mehlich 1 < 100 100 - 160 > 160
Ca (cmol.dm
-3
) Mehlich 1 < 1,5 1,5 – 3,0 > 3,0
Mg (cmol.dm
-3
) Mehlich 1 < 0,5 0,5 – 1,0 > 1,0
S (mg.dm
-3
) Fosfato Monocálcico < 5 5 - 10 > 10
Zn (mg.dm
-3
) Mehlich 1 < 1,5 1,5 – 3,0 > 3,0
B (mg.dm
-3
) Água Quente < 0,5 0,5 – 1,0 > 1,0
Cu (mg.dm
-3
) Mehlich 1 < 0,5 0,5 – 1,0 > 1,5
Fé (mg.dm
-3
) Mehlich 1 < 10 10 - 30 > 30
Mn (mg.dm
-3
) Mehlich 1 < 5,0 5,0 – 20,0 > 20
Al (cmol.dm
-3
) Mehlich 1 < 1,0 1,0 – 0,5 > 0,5
H + Al (cmol.dm
-3
) SMP > 4,0 4,0 – 2,0 < 2,0
V (%) < 40 40 - 60 > 60
Fonte: POTAFÓS (1993)
Uma vez conhecidos os valores dos nutrientes exigidos pelo cafeeiro, resta-se
saber se a quantidade de adubo a ser aplicado ao solo estadisponível para sua
absorção. De acordo com MARTINEZ et al. (2003), o solo é heterogêneo e nele
ocorrem reações complexas, envolvendo os nutrientes adicionados pelos adubos,
20
que, muitas vezes, embora presentes em quantidades adequadas, não estão
disponíveis para absorção pelas raízes. Os tecidos da planta, por sua vez, mostram
o estado nutricional da planta em dado momento, de modo que a análise dos
tecidos, aliada à análise do solo, permite avaliação mais eficiente do estado
nutricional da cultura e das necessidades de redirecionamento do programa de
adubação. Com relação aos micronutrientes, o uso da análise de tecidos torna-se
ainda mais importante, considerando-se a carência de valores de referência para
interpretar sua concentrações no solo e a falta de padronização dos métodos
analíticos empregados em sua determinação. No Quadro 2 estão apresentadas as
concentrações foliares de macro e micronutrientes em cafezais da espécie Coffea
arábica e no Quadro 3, as faixas de variação nas concentrações foliares de macro e
micronutrientes em cafezais da espécie Coffea arábica, com produção de 30-40
sacos/hectare, ao longo dos meses do ano.
Quadro 2 Concentrações foliares de macro e micronutrientes em cafezais da
espécie Coffea arábica
Deficiente Adequado Excessivo
Elemento
------------------------------------ dag.kg
-1
---------------------------------
N < 2,2 2,7 – 3,2 > 3,5
P < 0,10 0,15 – 0,20 > 0,23
K <1,4 1,9 – 2,4 > 2,7
Ca < 0,5 1,0 – 1,4 >1,7
Mg <0,26 0,31 – 0,36 > 0,39
S < 0,10 0,15 – 0,20 > 0,25
-----------------------------------mg.kg
-1
------------------------------------
B < 20 59 – 80 > 90
Cu < 5 8 – 16 > 25
Fe < 50 150 – 300 > 400
Mn < 40 120 – 210 > 300
Mo < 0,10 0,15 – 0,20 > 0,30
Zn < 4 8 - 16 > 30
Fonte: POTAFÓS (1993)
Quadro 3 Concentrações foliares em cafezais do gênero Coffea arábica
produzindo 30-40 sacos/hectare, média de quadro colheitas
Mês
Elemento
Janeiro Março Maio Julho Setembro Novembro
------------------------------------------- dag.kg
-1
--------------------------------------------
N 2,8 - 3,1 2,6 – 3,1 2,8 – 3,1 2,6 – 2,9 2,8 – 3,2 2,8 – 3,2
21
P
0,17 - 0,19 0,15 – 019 0,14 – 0,19 0,12 – 0,16 0,14 – 0,16 0,16 – 0,19
K 2,2 - 2,5 1,9 – 2,4 2,0 – 2,4 1,5 – 1,9 2,2 – 2,5 2,4 – 3,1
Ca 1,0 -1,3 1,5 – 1,8 1,2 – 1,8 1,1 – 1,6 1,3 – 1,9 1,2 – 1,5
Mg 0,27- 0,35
0,36 – 0,40 0,34 – 0,40
0,28 – 0,33
0,32 – 0,41
0,31 – 0,38
S 0,18 - 0,23
0,21 – 0,24 0,18 – 0,21
0,15 – 0,18
0,19 – 0,24
0,16 – 0,23
------------------------------------------- mg.kg
-1
---------------------------------------------
B 50 - 90 60 - 80 50 – 70 40 – 70 50 – 60 50 - 80
Cu 10 –15
Fe 120 - 200 110 – 330 200 – 400 250 – 300 250 – 350 120 - 250
Mn 100 -150 120 – 200 110 – 180 110 – 250 170 – 240 90 – 200
Mo 0,10 - 0,15
Zn 10-20 12 - 20 10 - 20 8 - 12 10 – 18 10 - 15
Fonte: POTAFÓS (1993)
O cafeeiro é uma planta que apresenta alta exigência em nutrientes minerais.
Segundo Malavolta, citado por CHAVES (1982), as exigências do cafeeiro
aumentam de acordo com a sua idade. Aos 3 anos, esta exigência duplica, em razão
do início da produção de grãos. De maneira semelhante, Catani e Moraes, citados
por MALAVOLTA (1986), afirmaram que entre 1 e 4 anos de idade (precisamente de
2 para 3 anos), quando a planta apresenta a primeira carga, as exigência
nutricionais são multiplicadas, aproximadamente por 2 para o Ca, 3 para N, P, K e
10 para o Mg. Nesse caso, a planta começa a ter dois drenos de nutrientes: a
vegetação e a safra. Nesta fase crítica, por volta dos 30 meses de idade, MATIELLO
et al. (2002) alertam para a necessidade de cuidados especiais na adubação, para
evitar que as plantas sofram forte desfolha e a seca de ponteiros, comuns em
cafeeiros nessa idade, em função da baixa relação de folhas/frutos. O esgotamento
das plantas interrompe o seu desenvolvimento normal e a recuperação é lenta.
Para MATIELLO et al. (2002), o nitrogênio e potássio são os nutrientes mais
exigidos, sendo o primeiro com maior exigência para a vegetação e o segundo para
a produção. De fato, o suprimento adequado de nitrogênio é importante tanto para a
formação de estruturas vegetativas (folhas, caule e raízes) quanto para o
florescimento e enchimento dos frutos, influenciando de maneira marcante a
produtividade (Taiz e Zeiger, citados por MARTINEZ, et al., 2003). MATIELLO et al.
(2002) enfatizaram que o nitrogênio é constituinte dos aminoácidos (proteína) e se
localiza, principalmente, nos cloroplastos das folhas, sendo importante na atividade
fotossintética. A nutrição nitrogenada adequada evidencia-se no rápido
desenvolvimento da planta, no aumento de ramos frutíferos, na formação de folhas
verdes e brilhantes e no aumento de folhas e de gemas floríferas. Tal fato evidencia
22
a necessidade de maiores cuidados com o crescimento foliar, mediante a adequada
adubação nitrogenada, o que implicará maior produção de amido e outros
carboidratos indispensáveis na formação e no crescimento dos frutos.
O potássio é fundamental no perfeito desenvolvimento do cafeeiro, que se
apresenta em grande concentração tanto nas partes vegetativas como nos frutos.
Sua importância na produção é justificada pela influência na atividade enzimática e
na síntese e transporte de carboidratos. MALAVOLTA (1986) salientou que há
grande correlação entre concentração de potássio trocável no solo e produtividade
da lavoura cafeeira.
A exigência de potássio aumenta com a idade, sendo particularmente intensa
quando a planta atinge a maturidade. A importância do potássio na produção do
cafeeiro é demonstrada, ainda, pelo fato que uma reserva suficiente desse elemento
tende a diminuir a quantidade de frutos chochos. MALAVOLTA (1993) ressaltou
outros importantes papéis do potássio para o cafeeiro, como o de proporcionar maior
vigor e maior resistência das plantas às doenças; ser importante para a formação de
açúcares e amido; aumentar a resistência dos colmos e caules, evitando o
acamamento das plantas; aumentar da resistência das plantas à seca e à geada,
além de melhorar a qualidade dos frutos. De acordo com MARSCHNER (1995), o
potássio é um ativador enzimático, tendo papel importante na abertura e fechamento
de estômatos, na osmorregulação, na síntese de proteínas e na fotossíntese.
Quanto ao cálcio, a principal função deste elemento relaciona-se a sua
capacidade de coordenação, por meio da qual realiza ligações intermoleculares
reversíveis, predominantemente nas paredes celulares e locais nas condições
ambientais, além disso, faz parte do mecanismo de controle de crescimento e dos
processos de desenvolvimento da planta. De acordo com MARTINEZ et al. (2003),
sua carência é comum no campo, dado à pobreza em bases dos solos ácidos, onde
se assenta grande parte da cafeicultura brasileira, e às pesadas adubações
nitrogenadas, práticas que promovem a acidificação do solo. Devido ao seu papel na
divisão celular e à sua imobilidade no floema, a carência de Ca resulta em morte de
meristemas, o que afeta severamente o crescimento e aprofundamento das raízes
no solo.
O magnésio participa da molécula de clorofila, onde ocupa o centro de núcleo
tetrapirrólico, no entanto somente pequena porção de magnésio total é ligada à
clorofila, onde juntamente com o potássio é importante para manter o pH celular
entre 6,5 e 7,5. Participa ainda da síntese de proteínas, como elemento de ligação
23
das subunidades ribossômicas. O Mg é ativador de enzimas como fosfatases,
ATPases e carboxilases, envolvidas em reações de transferências (Marschner,
citado por MARTINEZ et al. (2003).
O fósforo atua na planta como elemento estrutural, ligando os ribonucleotídios
para formar DNA e RNA e participando das biomembranas em ligação diéster na
parte hidrofílica. É um elemento de grande importância em processos metabólicos
que exigem gasto e, ou, transferência de energia, devido a sua participação na
molécula de ATP. Por ser um elemento que se move no solo predominantemente
por difusão, tem a maior importância na fase de formação do cafezal, ocasião em
que o sistema radicular está pouco desenvolvido e não consegue explorar um
volume de solo suficientemente grande. Assim como o N e o K, é um elemento de
alta mobilidade no floema, sendo os sintomas mais evidentes em folhas mais velhas
(MARTINEZ et al., 2003). MALAVOLTA (1986) afirma que, no plantio e no período
de formação do cafezal, é costume aplicar formulações de adubos relativamente
ricas em P
2
O
5
, tal como se procede no caso das culturas anuais. Tal fato indicaria
baixa eficiência no processo de absorção. O autor justifica que quando o cafeeiro
inicia o ciclo produtivo, baixa-se a proporção do fósforo nas misturas em que o N e o
K
2
O passam a predominar. É que as raízes passam a explorar um volume cada vez
maior de solo, de onde conseguem extrair a quantidade de fósforo que a planta
necessita. Correspondentemente, são menos freqüentes as respostas das plantas
ao P
2
O
5
nos ensaios de adubação e a verificação de sintomas de deficiência do
elemento no cafeeiro.
O enxofre é constituinte de aminoácidos como a cisteína, cistina e metionina.
Apresenta funções estruturais em proteínas e funções metabólicas diversas. Forma
nas proteínas pontes dissulfeto, responsáveis pela manutenção das suas estruturas
terciária e quaternária. Os sintomas de carência caracterizam-se por clorose
generalizada na planta. Deficiências de enxofre podem ser observadas no campo
em caso de pobreza do solo em matéria orgânica e do uso continuado de rmulas
concentradas de adubos, que não contêm este nutriente em sua constituição.
Em sistemas aerados, mantidos em pH fisiológico, as concentrações de Fe
2+
e Fe
3+
o muito baixas. A forma Fe
2+
é predominantemente absorvida pelas
plantas, de modo que o Fe
3+
tem que ser reduzido na superfície radicular antes da
sua absorção. A formação de complexos e sua ação em sistemas redox constituem-
se na principal função metabólica do ferro. Em condições de campo, a deficiência de
ferro aparece quando se utilizam doses excessivas de calcário, sendo caracterizada
24
por clorose nas folhas jovens, que apresentam um reticulado fino de nervuras sobre
um fundo amarelado.
Depois do ferro, o manganês é o micronutriente mais abundante no solo,
onde pode aparecer em diversos estados de oxidação. Com pH e aeração elevados,
Mn
2+
passa a Mn
4+
. Em condições de acidez e alagamento, predomina a forma Mn
2+
,
que é a predominantemente absorvida pelas plantas. Sua absorção é afetada pelo
balanço entre cátions, sendo inibida por altas concentrações de cálcio. No cafeeiro,
o manganês é o micronutriente mais acumulado após o ferro. No entanto o elevado
acúmulo pode não refletir a exigência fisiológica. Os níveis críticos de manganês
variam entre as espécies, em solos ácidos pode haver grande disponibilidade do
elemento. È mais comum encontrarem-se problemas de toxidez que de carência de
manganês em cafezais (MARTINEZ et al., 2003).
Tal como o ferro, a maior parte das funções do cobre como nutriente dizem
respeito a sua participação como enzima em reações redox. O cobre é componente
de proteínas como platocianina, superóxido dismutase, citocromo oxidase, ascorbato
oxidase, fenolase, lacase e aminooxidases. Participa do metabilismo de
carboidratos, nitrogênio, da lignificação e da formação do grão de len e da
fertilização (Marschner, citado por MARTINEZ et al., 2003).
O boro é importante na síntese de material estrutural, formando complexos
cis-diol-boratos com compostos orgânicos que apresentam configuração dis-diol,
têm função estrutural no apoplasto e estão envolvidos no metabolismo de fenóis e
da ligninia. Participa da elongação e divisão celulares, do metabolismo de ácidos
nucléicos, da diferenciação de tecidos, do metabolismo de auxinas, da germinação
do grão de pólen e do crescimento do tubo polínico (Marschner, citado por
MARTINEZ et al., 2003). De acordo com MALAVOLTA (1993), a deficiência de boro
é comum nos cafezais e juntamente com o cálcio, o boro é elemento imóvel no
floema, por isso a deficiência se manifesta nas regiões de crescimento ativo,
caracterizando-se por morte das gemas apicais com a subseqüente brotação de
uma gema inferior, conferindo ao ramo aspecto de leque. As folhas tornam-se
pequenas, retorcidas e com bordos irregulares. Os meristemas radiculares são
também afetados.
A função do zinco na planta relaciona-se às suas propriedades como cátion
bivalente com forte tendência a formar complexos tetraédricos. Age como
componente metálico de enzimas ou como cofator de grande número delas. Como
ativador enzimático, participa do metabolismo de carboidratos, de proteínas, de
25
triptofano e de ácido indol-acético. De acordo com MALAVOLTA (1993), a carência
de zinco em cafeeiros leva a reduções na produção da AIA, responsável pela
elongação de ramos, sendo a formação de rosetas um sintoma típico de carência
desse elemento. A carência afeta também a produção de frutos, haja vista o papel
fundamental que o zinco exerce para a germinação do tubo polínico (MARTINEZ et
al., 2003).
De acordo com MALAVOLTA (1993), considerando-se a composição das
plantas aos 6,5 anos de idade, a demanda dos elementos (vegetação + frutificação)
obedece à seguinte ordem decrescente: macronutrientes N > K > Ca > Mg > S > P
e micronutrientes Fe > Mn > Zn> B = Cu.
MATIELLO et al. (2002) quantificaram a necessidade nutricional do cafeeiro,
nas variedades Mundo Novo e Catuaí, em Varginha, MG, desde a planta nova até a
sua formação no campo e em sua fase adulta, do ao 7° ano, portanto, por 4
safras sucessivas. Os autores verificaram que, na fase de formação das plantas, as
exigências aumentaram de forma quase geométrica, da muda a a idade de 18
meses, sendo que a demanda pelos nutrientes obedeceu a seguinte ordem: N, K,
Ca, Mg, P e S para os macronutrientes e Fe, Mn, B, Cu e Zn para os
micronutrientes. Dos 18 aos 30 meses, com a primeira produção de café, a extração
de nutrientes, manteve a mesma ordem para os macronutrientes e sofreu
alterações para os micronutrientes, sobressaindo o zinco em relação ao boro e ao
cobre. Nesse período, as exigências aumentaram abruptamente para a produção,
por essa razão os autores recomendaram especial cuidado na adubação, nesse
período de desenvolvimento das plantas.
Do plantio até os 30 meses, considerada a necessidade acumulada em toda a
fase de formação do cafezal, incluindo a primeira produção, foram necessárias (na
média das duas variedades): 62g de N, 58 g de K
2
O, 26 g de CaO, 13 g de MgO, 4,7
g de P, 1,9 de S, 1.392 mg de Fe, 187 mg de Mn, 132 mg de Zn, 95 mg de B e 92
mg de Cu, por planta.
Na fase adulta do cafeeiro, os autores observaram que as exigências foram
diferentes quanto às necessidades para vegetação e produção. A necessidade para
reposição de vegetação foi maior nos anos de safras baixas, enquanto as exigências
de produção foram maiores nos anos de safras altas. Por isso, a retirada total de
nutrientes, a cada ano, é relativamente constante, o sendo proporcional à
produção.
26
Na média de quatro safras e das duas variedades, para produtividade média
de 92,5 sacas beneficiadas/ha, foram necessárias, por planta e por ano, 123 g de N
e 104 g de K
2
O, com variações anuais da ordem de 80 a 156 g para N e de 70 a 180
g para K
2
O. Para os demais nutrientes, a exigência média anual foi de 56 g de CaO,
35 g de MgO, 12 g de P
2
O
5
, 6 g de S, 1850 mg de Fe, 190 mg de Mn, 185 mg de Zn,
121 mg de B e 163 mg de Cu.
SOARES (2001) utilizou uma adubação equivalente de 400 kg N, 400 kg k
2
O
e 84 kg de P
2
O
5
por hectare, em diversos tratamentos testados na fertirrigação do
cafeeiro Catuaí IAC 44. De acordo com a CFSEMG (1999), na adubação de
produção, a quantidade de fertilizantes é determinada em função da produtividade
média da lavoura e das concentrações de nutrientes no solo, exceto para o
nitrogênio, para o qual pode considerar-se a concentração obtida na análise foliar.
Além das diferentes exigências entre idades (fase de formação e produção) e
fases fenológicas (repouso, granação e maturação), sabe-se, ainda, que as
exigências diferem entre cultivares. MATIELLO et al. (2002) observaram que as
exigências para o Catuaí e Mundo Novo foram semelhantes para a maioria dos
nutrientes, embora a variedade Mundo Novo tenha apresentado maiores exigências
de Mg e Zn e a variedade Catuaí, de boro. Correa at al., citados por MALAVOLTA
(1993), afirmaram que em plantas de 6,5 anos de idade, a variedade Mundo Novo é
mais exigente que Catuaí em N e P, menos em K, Ca, B, Fe, Mn e Zn e no caso do
Mg, S e Cu, as exigências são iguais.
27
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Caracterização da área experimental
O experimento foi implantado e conduzido nos meses de janeiro a dezembro
de 2004, na área experimental de irrigação e drenagem do Departamento de
Engenharia Agrícola/UFV, em área de aproximadamente 286 m
2
contendo cerca de
162 pés de cafeeiro (Figura 2).
Os cafeeiros utilizados no experimento são do gênero Coffea arábica L.,
cultivar Catuaí, com quatro anos de idade, tendo a primeira produção no ano de
2004. Os mesmos estão espaçados de 0,8 entre plantas e 2,2 m entre linhas.
Figura 2 – Ilustração geral da área experimental.
28
O solo onde os cafeeiros foram plantados e cultivados é classificado como
Argissolo Vermelho Amarelo. Para caracterizá-lo fisica e quimicamente, realizou-se
uma amostragem, por meio de um trado tipo holandês, coletando-se amostras em
seis pontos aleatórios e em quatro profundidades: 0 a 20 cm, 20 a 40 cm, 40 a 60
cm e 60 a 90 cm.
Após secagem ao ar, as amostras foram destorroadas e passadas em peneira
de 4 mm, sendo, em seguida, encaminhadas ao Laboratório de Análises de Rotina
do Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa, a fim de se
procederem as caracterizações físicas, químicas e físico-químicas. Os resultados
das análises químicas e físicas do solo antes do início do experimento estão
apresentados nos Quadros 4 e 5, respectivamente.
As análises químicas e físico-químicas constituíram-se na determinação do
pH em água, com o uso de potenciômetro; acidez potencial (H + Al), por titulometria;
P disponível, por colorimetria; K trocável, por fotometria de chama; Ca, Mg, Fe, Cu,
Zn e Mn trocáveis por espectrofotometria de absorção atômica (EMBRAPA, 1997). A
soma de bases trocáveis, o índice de saturação de bases e de alumínio foram
obtidos por cálculo e a CTC pelo método da soma de bases trocáveis, sendo a
quantificação do conteúdo de matéria orgânica obtida pelo método de Walkley-Black
(EMBRAPA, 1997).
Quadro 4 Características químicas e físico-químicas do solo nas camadas de 0 a
20 cm, 20 a 40 cm, 40 a 60 cm e 60 a 90 cm
pH P K Na Ca
2+
Mg
2+
Al
3+
H + Al
Camadas
(cm)
H
2
O ------------mg dm
-3
----------
---------------cmol
c
dm
-3
----------------
0-20 5,51 12,3 135 - 2,68 0,73 0 3,1
20-40 5,28 4,5 77 - 2,06 0,53 0 2,6
40-60 5,19 1,2 51 - 1,57 0,37 0 2,5
60-90 4,93 1,3 61 - 1,19 0,24 0 2,0
Quadro 4 - continuação
SB (t) (T) V m
MO P-rem Zn Fe Mn
Cu Camadas
(cm)
----.cmol
c
dm
-3
.---
---.%----
dag kg
-1
mg L
-1
-------.mg.dm
-3
.------
0-20 3,76 3,76
6,86
54,8
0
2,91 23,7 7,51
42,0
45,3
2,75
20-40 2,79 2,79
5,39
51,8
0
1,90 17,7 4,09
42,3
37,4
2,95
40-60 2,07 2,07
4,57
45,3
0
1,52 16,9 2,05
49,1
23,5
2,82
60-90 1,59 1,59
3,59
44,3
0
1,01 10,6 1,18
36,4
18,0
2,60
pH em agua, KCl e CaCl
2
– Relação 1:2,5
P – Na – K – Fe – Zn – Mn – Cu – Extrator Mehlich 1
Ca – Mg – Al – Extrator: KCl – 1 mol.L
-1
29
H + Al – Extrator Acetato de Cálcio 0,5 mol.L
-1
– pH 7,0
B – Extrator água quente
S – Extrator – Fósforo monocálcico em ácido acético
SB = Soma de Bases Trocáveis
CTC (t) – Capacidade de Troca Catiônica Efetiva
CTC (T) – Capacidade de Troca Catiônica a pH 7,0
V = Indice de Saturação de Bases
M = Índice de Saturação de Alumínio
ISNa – Índice de Saturação de Sódio
Mat. Org. (MO) = C.Org x 1,724 – Walkley-Black
P-remanescente= Fósforo Remanescente
A análise física limitou-se à análise granulométrica, sendo realizada segundo
o Método da Pipeta (EMBRAPA, 1997), e à classificação textural, definida com base
nos critérios da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo – SBCS.
Quadro 5 – Resultado da análise física do solo
Areia
Grossa
Areia Fina
Silte Argila
Profundidade
(cm)
----------------------- dag kg
-1
---------------------------
Classe
Textural
0-20 16 10 22 52 Argila
20-40 16 9 22 53 Argila
40-60 13 8 21 58 Argila
60-90 14 6 22 58 Argila
3.2 Caracterização da estrutura de pré-tratamento da água residuária
A água residuária da despolpa dos frutos do cafeeiro utilizada nos ensaios foi
coletada na unidade beneficiadora de frutos do cafeeiro da Universidade Federal de
Viçosa, onde era gerada numa vazão de aproximadamente 0,53 L.s
-1
, sendo
transportada para a área experimental utilizando-se caminhão pipa.
Considerando que, para serem evitados problemas de entupimento dos
emissores no caso da aplicação de forma localizada da ARC, é necessária a
remoção de parte dos lidos e mucilagem contida na água residuária, optou-se por
efetuar sua filtragem antes da aplicação na área. Adotou-se o filtro orgânico como
meio efetivo na remoção de sólidos em suspensão nessas águas (MAGALHÃES,
2002).
A água residuária proveniente da unidade beneficiadora foi disposta em uma
caixa de polietileno, com capacidade de 1000L, posicionada a cerca de 1 m acima
do nível do filtro orgânico, para facilitar a alimentação do sistema de filtragem.
30
O filtro era constituído por tambor de latão, com área superficial de
aproximadamente 0,26 m
2
e 1,3 m de altura, tendo, na parte inferior, conectada uma
válvula para controle da saída da água filtrada.
Como material filtrante da ARC, foi utilizado o pergaminho de grãos de café. O
material foi seco ao ar e passado em peneira, de forma a se obter partículas de
diâmetro entre 2 e 3 mm (Figura 3).
Figura 3 - Pergaminho peneirado dos frutos do cafeeiro peneirado
O material filtrante foi acondicionado no tambor de forma gradual, em
camadas de 20 cm de espessura, sob compressão de 12,490 N m
-2
, até ser atingida
a altura de 1m. O material filtrante era trocado a cada 2000 L, aproximadamente, de
ARC filtrada.
Para dar início ao processo de filtração, à válvula conectada à caixa suspensa
era aberta e, por meio de uma mangueira de 37,5 mm, a água residuária era
conduzida, por gravidade, até o referido filtro.
Para a filtração da ARC, inicialmente saturava-se o leito orgânico e, a partir
daí, o processo passava a ser contínuo, mantendo-se uma carga hidráulica de 0,20
a 0,25 m acima da superfície filtrante. A água residuária filtrada era armazenada em
tanque de 1000 L. Na Figura 4, pode-se visualizar a estrutura montada para a
filtração e armazenagem da água filtrada.
A ARC filtrada era elevada com o auxílio de uma bomba de 0,5 cv para outro
reservatório, situado a 20 metros do tanque armazenador do efluente do filtro e
suspenso a 4 metros do solo. Este tanque foi instalado para permitir a aplicação da
água residuária no cafezal por gravidade.
31
Figura 4 – Vista geral da estrutura utilizada para a filtragem da água residuária.
A cada 2000 L de ARC filtrada, amostras da ARC bruta e filtrada eram
coletadas e levadas ao Laboratório de Qualidade da Água, do Departamento de
Engenharia Agrícola da UFV, para serem analisadas, seguindo-se metodologia
apresentada no Standard Methods... (APHA, 1995). Na análise física foram
determinadas as concentrações de lidos totais (ST), após secagem em estufa a
110ºC, por 24 horas; lidos fixos totais (SFT), por combustão em mufla a 550ºC;
sólidos voláteis totais (SVT), por diferença entre os sólidos totais e fixos; sólidos em
suspensão (SS), obtidos em filtros de acetato de celulose de 0,45 mm, e
condutividade elétrica (CE), por meio de um condutivímetro. A análise química
consistiu nas determinações do potencial hidrogeniônico (pH), por meio de um
potenciômetro, e das concentrações de nitrogênio, método Kjeldahl, fósforo, por
colorimetria, e de potássio e sódio por fotometria de chama (APHA, 1995).
32
3.3 Fertirrigação do cafeeiro
3.3.1 Avaliação do estado nutricional do cafeeiro
Com base nas análises de conteúdo de potássio da ARC filtrada, nutriente
contido em maior concentração nessas águas, foram estabelecidas as lâminas de
ARC a serem aplicadas ao solo. As lâminas corresponderam a 0; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5 e
3,0 vezes a dose de adubação potássica recomendada (80g de K
2
O/ cova), para
aplicação anual, na cultura do cafeeiro.
A lâmina 0 correspondeu ao volume de água “limpa” evapotranspirado pelo
cafeeiro no período entre aplicações. Caso as lâminas de ARC calculadas para
aplicação no cafeeiro fossem inferiores às relativas à de evapotranspiração pelo
cafeeiro no período, estas eram completadas com água “limpa” até se chegar à
lâmina de água evapotranspirada pela cultura. Essa situação ocorria quando a
concentração de potássio na ARC apresentava-se muito alta, principalmente nos
primeiros 1000 L de filtração da ARC. Isto acontecia porque, além da ARC possuir,
originalmente, alta concentração de potássio, o material filtrante também contribuía
para o enriquecimento dessas águas, uma vez que significativa solubilização de
potássio existente no próprio pergaminho, constituinte do filtro, o que tornou a ARC
mais concentrada com esse nutriente.
O volume total de água “limpa” a ser aplicado no cafeeiro, para atender sua
demanda hídrica foi calculada partindo-se da Equação 1:
ET
c
= ET
0
x K
c
x K
S
Equação (1)
em que,
ET
c
: evapotranspiração da cultura (mm dia
-1
);
ET
0
: evapotranspiração de referência diária (mm dia
-1
);
K
c
: coeficiente da cultura, considerando 0,8 para a cultura do cafeeiro;
K
S
: coeficiente de estresse.
O coeficiente de estresse hídrico foi considerado a unidade por tratar de
irrigação de alta freqüência.
O volume de água a ser aplicado no cafeeiro (V), em litros, foi calculado
utilizando-se a Equação 2:
V = (ET
c
– P
efetiva
) x K
L
x A
planta
Equação (2)
33
em que:
P
efetiva
: precipitação efetiva (mm);
A
planta
: área da planta (m
2
);
K
L
: coeficiente de localização.
O coeficiente de localização ou penalização (K
L
) foi calculado conforme a
Equação 3:
K
L
= PS + 10% Equação (3)
A porcentagem de área sombreada (PS) foi calculada conforme a Equação 4:
(PS) =
plantas entre distância x inhas l entre distância
plantas entre distância x copa da diâmetro
Equação (4)
As demais lâminas aplicadas foram assim definidas: L1 lâmina
correspondente à da dose de adubação potássica recomendada para a cultura do
cafeeiro; L2 lâmina correspondente a 1,5 vezes a dose; L3 lâmina
correspondente a 2,0 vezes a dose; L4 lâmina correspondente a 2,5 vezes a dose
e L5 - correspondente a 3,0 vezes a dose.A quantidade de potássio, em gramas,
aplicada por cova correspondeu a 66,4 g de K (ou 80 g K
2
O) para a lâmina L1; 99,6
g de K (ou 118,5 de K
2
O) para a lâmina L2; 132,77 g de K (ou 158,0 g de K
2
O) para
a lâmina L3; 166,0 g de K (ou 197,5 g de K
2
O) e 199,2 g de K (ou 237,0 g de K
2
O).
A aplicação da ARC foi feita, parceladamente, de forma a subdividir a
aplicação da lâmina total num período de dois meses (segunda quinzena de maio
até primeira quinzena de julho), correspondente ao de geração da ARC. A aplicação
da ARC foi feita respeitando-se a velocidade de infiltração básica do solo.
Nos Quadros 6 e 7, estão apresentados, respectivamente, os valores dos
atributos físicos e químicos da ARC, avaliados antes e após a filtragem da ARC, ao
longo de todas as aplicações realizadas durante o experimento.
A grande variação na relação ARC bruta/ARC filtrada para a condutividade
elétrica (Quadro 6) e concentração de K-total (Quadro 7), se deve ao aumento dos
íons solubilizados (principalmente potássio) do próprio material filtrante, contribuindo
para o aumento da CE, principalmente nas aplicações 1, 4, 7 e 9, onde houve troca
do material.
34
Quadro 6
Caracterização da ARC bruta e ARC filtrada nas aplicações durante o
experimento
CE ST SF SV SS
Aplicações ARC
dS m
-1
-------------------- mg L
-1
-------------------
ARC bruta 1,77 17.352,0 4.400,0
12.952,0
5.370,0
Aplicação 1
ARC filtrada
3,53 8.626,0 1.300,0
7.326,0 3.440,0
ARC bruta 1,203 6.974,0 1.090,0
5.884,0 -
Aplicação 2
ARC filtrada
1,712 6.426,0 1.408,0
5.018,0 -
ARC bruta 1,535 7.420,0 1.750,0
5.670,0 2.227,0
Aplicação 3
ARC filtrada
1,962 6.578,0 1.872,0
4706,0 960,0
ARC bruta 1,157 14.840,0 3.280,0
11.560,0
3.960,0
Aplicação 4
ARC filtrada
2,800 7.460,0 760,0 6.700,0 640,0
ARC bruta 0,941 4.752,0 710,0 4.042,0 2.260,0
Aplicação 5
ARC filtrada
1,859 8.288,0 1.590,0
6.698,0 66,7
ARC bruta 0,831 2.406,0 630,0 1.776,0 880,0
Aplicação 6
ARC filtrada
1,457 4.156,0 1.168,0
2.988,0 343,3
ARC bruta 0,782 1.768,0 244,0 1.524,0 486,7
Aplicação 7
ARC filtrada
4,56 26.758,0 6.362,0
20.396,0
533,3
ARC bruta 1,383 4016,0 1018,0 2.998,0 100,0
Aplicação 8
ARC filtrada
1,512 3.708,0 800,0 2.908,0 23,3
ARC bruta 0,644 3.524,0 278,0 3.246,0 3400,0
Aplicação 9
ARC filtrada
4,160 17.300,0 5.368,0
11.932,0
933,3
ARC bruta 0,644 3.524,0 278,0 3.246,0 3400,0
Aplicação10
ARC filtrada
1,018 31.516,0 29.214,0
2.302,0 236,7
ARC bruta 0,769 - - - -
Aplicação 11
ARC filtrada
1,333 - - - -
ARC bruta 1,722 3.234,0 32,0 3.202,0 1900,0
Aplicação 12
ARC filtrada
2,360 3.918,0 486,0 3.432,0 746,7
Quadro 7
- Caracterização química da ARC bruta e ARC filtrada nas aplicações
durante o experimento
K-total Na-total
N-total P-total
Aplicações ARC pH
------------------- mg L
-1
---------------------
ARC bruta 4,38 619,7 7,8 24,4 33,3
Aplicação 1
ARC filtrada
4,24 1750,0 8,0 38,4 77,4
ARC bruta 4,06 443,2 7,6 34,5 -
Aplicação 2
ARC filtrada
4,15 667,0 5,6 36,9 -
ARC bruta 4,77 500,0 11,2 60,5 38,9
Aplicação 3
ARC filtrada
4,52 625,0 8,6 47,0 27,9
ARC bruta 4,15 456,3 18,03 20,7 15,5
Aplicação 4
ARC filtrada
4,47 1401,9 13,01 26,1 50,0
Aplicação 5 ARC bruta 4,28 300,0 2,7 13,9 15,9
35
ARC filtrada
4,17 700,0 2,5 15,5 26,7
ARC bruta 4,47 200,0 40,0 5,4 10,2
Aplicação 6
ARC filtrada
4,30 700,0 32,5 9,0 18,9
ARC bruta 4,56 206,3 6,8 4,5 8,0
Aplicação 7
ARC filtrada
5,00 2500,0 5,2 28,3 98,7
ARC bruta 4,95 360,0 15,0 11,1 14,4
Aplicação 8
ARC filtrada
4,46 383,0 5,5 8,6 92,5
ARC bruta 4,66 129,0 54,0 12,4 -
Aplicação 9
ARC filtrada
4,52 2002,5 22,5 26,7 -
ARC bruta 4,66 129,0 54,0 12,4 -
Aplicação10
ARC filtrada
4,61 259,0 30,0 9,6 -
ARC bruta 4,24 222,5 4,6 8,1 10,2
Aplicação 11
ARC filtrada
4,44 350,0 3,9 6,5 16,5
ARC bruta 4,31 675,0 4,1 19,5 19,9
Aplicação 12
ARC filtrada
4,42 922,5 3,6 17,2 49,0
Para avaliar o estado nutricional do cafeeiro em função das diferentes
lâminas, as folhas foram coletadas nos meses de maio, junho, julho, agosto e
dezembro, sendo este último mês, o mês mais importante para avaliar o estado
nutricional do cafeeiro, uma vez que é a fase que antecede o enchimento dos frutos.
A amostragem foliar consistiu nas coletas do e pares de folhas a partir
do ápice de ramos produtivos, situados na porção mediana das plantas. Para cada
parcela (constituídas de 6 plantas), coletava-se, em média, 10 folhas e, após a
coleta, as mesmas foram secas em estufa, por 72 horas, e, imediatamente moídas e
encaminhadas ao Laboratório de Nutrição de Plantas, do Departamento de
Fitotecnia da UFV. As análises de folhas consistiram na quantificação das
concentrações de nitrogênio, sforo, potássio, cálcio, magnésio, ferro, zinco, cobre
e manganês, seguindo-se as recomendações da EMBRAPA (1999).
3.3.1.1 Distribuição das parcelas e análise estatística
O experimento foi realizado no delineamento experimental inteiramente
casualizado, sendo constituído por seis tratamentos, referentes às lâminas
estudadas (L0, L1, L2, L3, L4 e L5) e três repetições, sendo que cada parcela
experimental, continha 6 plantas de cafeeiro.
Os dados de concentração de macro e micronutrientes nas folhas do cafeeiro,
obtidos a cada mês de cultivo, foram submetidos à análise de variância, com a
aplicação do teste F a 10% de probabilidade. Quando houve significância da
36
variável, foi realizado o teste de Duncan para comparação entre as médias, a 10%
de probabilidade.
Equações de regressão polinomial foram ajustadas para concentração dos
macro e micronutrientes como função do tempo, sendo os coeficientes avaliados
pelo teste t, com 10% de probabilidade.
A primeira coleta foliar foi feita em 15 de maio; trinta dias depois, foi feita a
segunda coleta; sessenta dias depois foi feita a terceira, noventa dias depois foi feita
a quarta coleta e 210 dias depois, a quinta coleta.
Com base nas equações de regressão ajustadas para cada tipo de lâmina,
procedeu-se à estimação da resposta de cada elemento químico, avaliado nos dias
1, 30, 60, 90 e 210 dias após a primeira aplicação de ARC.
3.3.2 Avaliação do estado nutricional do cafeeiro fixando-se a lâmina L1 de
aplicação de ARC sem e com a aplicação de irrigação complementar
Neste ensaio, fixou-se a mina de ARC (L1), ou seja, correspondente à dose
de adubação potássica recomendada para o cafeeiro, aplicando-se dois
tratamentos: no primeiro, aplicou-se a lâmina L1 de ARC nos meses de maio, junho
e julho, tal como realizado para o experimento anterior e, no segundo tratamento,
realizou-se o mesmo procedimento (L1*), porém prosseguindo-se com a aplicação
de “água limpa”, na forma de irrigação, até o dia 1 de dezembro (início do período
chuvoso na região).
De maneira idêntica ao que foi estabelecido no experimento anterior, caso a
lâmina L1 fosse inferior à demanda evapotranspirométrica da cultura do cafeeiro no
período entre aplicações, em ambos os tratamentos, ela era completada com água
“limpa” até se chegar à lâmina de água demandada pela cultura.
A amostragem de folhas foi feita da mesma forma que no experimento
anterior, analisando-se os mesmos elementos químicos e seguindo-se metodologia
apresentada pela EMBRAPA (1999).
3.3.2.1 Distribuição das parcelas e análise estatística dos dados
Este experimento foi realizado no delineamento inteiramente casualizado,
com dois tratamentos (aplicação de ARC seguida ou não de período de irrigação das
37
plantas de agosto à dezembro) com seis repetições e, da mesma forma que o
experimento anterior, cada parcela experimental era constituída por 6 plantas.
Os dados de concentração de macro e micronutrientes nas folhas do cafeeiro,
obtidos a cada mês de cultivo, foram submetidos à análise de variância com a
aplicação do teste F, a 10% de probabilidade. Posteriormente, equações de
regressão polinomial foram ajustadas para concentração de macro e micronutrientes
como função do tempo, sendo os coeficientes avaliados pelo teste t, com 10% de
probabilidade.
3.3.3 Avaliação das características do solo antes e após a aplicação da ARC.
Após o término da aplicação da ARC, em todas as parcelas experimentais, de
ambos os experimentos, foram feitas coletas de amostras de solo, a fim de se
investigarem os possíveis efeitos da aplicação da água residuária da lavagem e
despolpa de frutos do cafeeiro nas características químicas do solo.
As amostras foram retiradas com auxílio de um trado holandês, coletando-se
duas amostras de solo por parcela e obtendo-se, com a mistura delas, uma amostra
composta, para serem efetuadas as análises. As profundidades amostradas foram
de maneira idêntica às realizadas antes da aplicação da ARC, de 0 a 20 cm; 20 a 40
cm; 40 a 60 cm e 60 a 90 cm.
As análises químicas do solo foram realizadas no Laboratório de Rotina de
Análises de Solo da UFV, sendo a determinação do pH em água, das concentrações
de P disponíveis, das concentrações trocáveis de K, Ca, Mg, Fe, Cu, Mn, Zn, além
da determinação da soma de bases trocáveis, seguindo-se metodologia citada
anteriormente.
3.3.3.1
Análise estatística dos dados
Os resultados obtidos com a análise de solo, foram utilizados para o ajuste de
equações de regressão, buscando-se identificar o comportamento dos nutrientes de
interesse, cujas concentrações foram quantificadas nas diferentes profundidades de
solo.
As análises de regressão foram realizadas utilizando-se o Programa SAEG
8.0.
38
3.4 Manejo da adubação do solo e da planta
De acordo com a análise de solo, referente à coleta realizada imediatamente
após o término das aplicações de ARC, procedeu-se às adubações complementares
àquela proporcionada pela aplicação de ARC.
A adubação do solo consistiu na aplicação de calcário (PRNT de 83%), sob a
copa, no dia 23/10/04. A adubação convencional nitrogenada consistiu na aplicação
de uréia, dividida em 3 doses semanais, sendo a primeira dose no dia 23/10/04; a
segunda, no dia 30/10/04 e a terceira no dia 07/11/04. A adubação convencional de
fósforo, consistiu na aplicação de superfosfato simples aplicado de uma vez, em
cova única, escavada com 15 cm de profundidade, na projeção da copa das plantas,
no dia 23/10/04. Considerando-se uma produtividade esperada de 50 a 60 sacas ha
-
1
, foi estabelecida, seguindo-se o critério da CFSEMG (1999), a recomendação de
aplicação de 400 kg ha
-1
ano
-1
de nitrogênio. No caso da adubação fosfatada, a
aplicação de P
2
O
5
foi baseada na quantidade de fósforo no solo das parcelas
experimentais e na porcentagem de argila do solo da área (52%).
A adubação foliar, realizada no dia 16/11/04, consistiu na pulverização com
ácido bórico, sulfato de zinco e oxicloreto de cobre, numa concentração de 3 g L
-1
de
cada um. Para fixar os adubos foliares pulverizados, aplicou-se também espalhante
adesivo, numa concentração de 0,5 g L
-1
, de acordo com a recomendação da
CFSEMG (1999).
39
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Fertirrigação do cafeeiro
4.1.1 Avaliação das características do solo antes e após a aplicação da ARC.
O monitoramento das características químicas de um solo receptor de águas
residuárias é fundamental para que se possa prevenir para os riscos de sua
salinização ou de contaminação de águas subterrâneas. Por essa razão, as
alterações químicas e físico-químicas ocorridas no solo serão discutidas nos tópicos
subseqüentes e, para isso, torna-se importante comparar os resultados obtidos com
padrões referenciais para concentração de macro e micronutrientes no solo, para o
cultivo do cafeeiro, os quais estão apresentados no Quadro 1.
4.1.1.1 Potencial hidrogeniônico (pH)
De acordo com o que está apresentado na Figura 5, os tratamentos com
aplicação de maiores lâminas de ARC proporcionaram significativos aumentos no pH
do solo, embora a média do valor de pH na ARC, nas 12 aplicações efetuadas no
solo, era de aproximadamente 4,4 (Quadro 7). O tratamento correspondente à maior
lâmina (L5) proporcionou as maiores elevações no valor de pH do solo atingindo 6,5,
notadamente nas camadas mais superficiais.
O efeito da adição de matéria orgânica sobre o pH do solo tem sido
controvertido e bastante discutido na literatura. Em solos tratados com resíduos
biodegradáveis (como águas residuárias), mediante a degradação destes materiais
pelos microrganismos, pode haver diminuição no valor do pH do solo devido a
40
produção de CO
2
e ácidos orgânicos (Bouwer & Chaney, citados por FONSECA
(2001). QUEIROZ (2000), ao aplicar águas residuárias da suinocultura por
escoamento superficial em rampas cultivadas com gramíneas forrageiras, observou,
ao final do experimento, aumento do pH nas parcelas de solo que receberam “água
limpa” e decréscimo do pH nas parcelas que receberam água residuária da
suinocultura. Porém, segundo YAN et al. (1996), a adição de resíduos orgânicos
pode proporcionar aumento do pH do solo, devido, principalmente, a dois diferentes
processos: descarboxilação de ânions orgânicos, consumindo H
+
e liberando CO
2
(R-CO-COO
-
+ H
+
R-CHO + CO
2
) e desaminação de aminoácidos.
-80
-60
-40
-20
0
4 4,5 5 5,5 6 6,5 7
pH (H
2
O)
Profundidade (cm)
L1 L2 L3 L4 L5 Antes Aplic.
Figura 5
Valores de pH no solo em função da profundidade antes e após a
aplicação de diferentes lâminas de ARC: L1 (dose recomendada para
satisfação das necessidades de potássio pelo cafeeiro), L2 (1,5 vezes a
dose L1), L3 (2 vezes a dose L1), L4 (2,5 vezes a dose L1) e L5 (3
vezes a dose L1).
Tem sido observado em sistemas agrícolas (Johns e McConchie, citados por
FONSECA, 2001), pastagens (Quin e Woods, citados por FONSECA, 2001) e
florestas (Cromer et al., citados por FONSECA, 2001) incrementos no valor de pH do
solo mediante a fertirrigação com águas residuárias. Este aumento de pH tem sido
atribuído ao pH alto do afluente, adição de cátions trocáveis e de ânions oriundos do
efluente; à alteração na ciclagem de nutrientes mediante a adição de efluente,
levando à redução do NO
3
-
para NH
4
+
e à desnitrificação do NO
3
-
, cujos processos
41
produzem íons OH
-
e podem consumir prótons (Schipper et al., citados por
FONSECA, 2001).
Acredita-se que, como a ARC é muito rica em potássio, tion de reação
alcalina no solo, houve quebra da molécula de água formando KOH e íons H
+
. Como
o KOH é uma base forte, dissocia-se facilmente, formando íons K
+
e OH
-
. Assim, os
íons hidrogênio (H
+
) ficam adsorvidos no complexo de troca e as hidroxilas (OH
-
)
ficam na solução do solo, aumentando o pH.
Outra alternativa a ser considerada para explicar o aumento do pH do solo é a
de que, como a L5 proporcionou, na maioria das vezes, ambiente de reduzida
oxigenação, decorrente da decomposição da matéria orgânica pelos microrganismos
aeróbios, suspeita-se que o aumento do pH esteja associado à ocorrência de
desnitrificação no solo, processo sabidamente realizado na ausência de oxigênio,e
com o qual são produzidos íons OH
-
. Ou seja, em condições anaeróbias, o pH do
solo tendeu a aumentar tendo em vista que nas reações de redução consumo de
íons H
+
.
GARCIA (2003) também observou aumento do pH em solos do tipo Aluvial,
Argissolo e Latossolo com a aplicação de cinco concentrações crescentes de ARC,
tendo seu valor passado de 4,89 (0% ARC) para 6,07 (100% ARC). O autor atribuiu
esse aumento à conversão de íons H
+
presentes no solo em água e dióxido de
carbono (CO
2
), o que proporcionou elevação nos valores do pH nesses solos,
provavelmente em decorrência das citadas reações de redução.
De acordo com KUPPER (1981), o cafeeiro se desenvolve bem em solo com
pH entre 5,0 e 6,5, e mesmo em valores de pH mais baixos, tal como 4,2, o
crescimento não é afetado pela concentração de íons hidrogênio, em si, mas sim
pela presença de determinados íons, como o alumínio e o manganês, em
concentração excessivamente alta em solos com pH abaixo de 5.
4.1.1.2 Condutividade elétrica
A condutividade elétrica expressa a atividade de íons presentes em solução.
Como a condutividade elétrica em uma solução é proporcional à concentração iônica
presente no meio, que indica a capacidade de um meio ionizado em conduzir
corrente elétrica, existe relação de proporcionalidade entre o valor da condutividade
elétrica e atividade iônica. O potássio é um elemento químico que não está
42
associado à matéria orgânica, permanecendo em solução e contribuindo, de forma
acentuada, para a condutividade elétrica na solução (LO MONACO et al., 2004a).
De acordo com os dados apresentados no Quadro 6, a condutividade elétrica
da ARC durante todo o período de sua aplicação no solo, apresentou valores
similares aos observados por PINTO (2001), apresentando altos valores, isto é,
chegando a superar 2,25 dS.m
-1
.
Na Figura 6, estão apresentados os valores de CE, em função da
profundidade de solo e das lâminas de ARC aplicadas. Porém, ao se comparar os
resultados obtidos para condutividade elétrica no solo neste trabalho, com o de
outros autores é necessário lembrar que nesta determinação utilizou-se água
destilada na proporção 1:2,5, enquanto que em outros trabalhos utilizou-se o extrato
de saturação do solo e, nesse caso, a proporção é geralmente 1:1, o que
proporciona valores maiores que os obtidos nesta pesquisa.
-80
-60
-40
-20
0
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
CE (dS.m
-1
)
Profundidade (cm)
L1 L2 L3 L4 L5
Figura 6
Condutividade elétrica no solo, em função da profundidade, antes e após
a aplicação de diferentes lâminas de ARC: L1 (dose recomendada para
satisfação das necessidades de potássio pelo cafeeiro), L2 (1,5 vezes a
dose L1), L3 (2 vezes a dose L1), L4 (2,5 vezes a dose L1) e L5 (3 vezes
a dose L1).
Conforme se pode verificar na Figura 6, a condutividade elétrica no solo foi
alterada, ao longo do seu perfil, com a aplicação das lâminas L2, L4 e L5 de ARC,
sendo que as maiores lâminas (L4 e L5) foram as que proporcionaram maiores
aumentos na condutividade elétrica no solo. Isto pode ser atribuído à grande
quantidade de potássio incorporada ao solo com a aplicação da ARC. Verifica-se,
43
ainda, na Figura 6, que a condutividade elétrica decresceu linearmente com o
aumento da profundidade nos tratamentos correspondentes às L2 e L4 e foi
constante com a aplicação da lâmina L5. Disso, pode-se afirmar que os efeitos das
menores lâminas foram mais superficiais enquanto que com a aplicação da L5 a
quantidade de íons adicionados foi suficiente para causar significativa lixiviação,
acredita-se que predominantemente catiônica, no perfil do solo.
GARCIA (2003), ao aplicar concentrações crescentes de ARC em três
diferentes tipos de solo (Aluvial, Argissolo e Latossolo) observou também que a
condutividade elétrica no Argissolo e Latossolo aumentou linearmente com as
concentrações, enquanto no Aluvial, a relação foi quadrática. No entanto,
FERREIRA (2001) adverte que a condutividade elétrica do extrato de saturação do
solo, em si mesma, não é suficiente para expressar o estado de salinidade do solo,
num dado instante, pois, ela mede unicamente a atividade dos íons em solução, a
qual pode ser afetada pela presença de certos ânions, formando pares iônicos e
íons complexos.
PINTO (2001) alertou que o uso da ARC na irrigação de culturas deve ser
cauteloso, sendo recomendado realizá-lo somente em solos de boa drenagem,
fazendo uso de práticas especiais de controle da salinidade e empregando culturas,
cuja tolerância aos sais seja de razoável a alta.
4.1.1.3 Fósforo
Conforme apresentado na Figura 7, o tratamento correspondente à maior
lâmina de ARC (L5) proporcionou maior aumento relativo na concentração de fósforo
disponível, comparativamente aos valores obtidos antes da aplicação da ARC, nas
camadas de 0 a 20 cm do solo, que era de 12,3 mg dm
-3
(Quadro 4). Na mesma
camada, os demais tratamentos correspondentes às lâminas L1, L2, L3 e L4 tiveram
a concentração de sforo disponível diminuída, o que pode ser atribuído, em parte,
ao grande aporte de matéria orgânica, favorecendo a quelação/complexação do P-
disponível.
A disponibilidade de fósforo também é dependente do pH do solo. Sabe-se
que o valor de pH que proporciona maior disponibilidade de fósforo no solo está na
faixa de 6,0 a 6,5. Conforme pode-se observar na Figura 6, no tratamento em que foi
aplicada a maior lâmina de ARC (L5), tendo o solo apresentado valores de pH
44
próximos de 6,5, o que proporcionou maior concentração de P-disponível para as
plantas.
Embora tenha sido as maiores lâminas de ARC tenham proporcionado a
aplicação de grande quantidade de material orgânico, não foi verificada a
quelação/complexação do P-disponível no solo. Suspeita-se que o efeito do pH
tenha predominado em relação ao efeito da adição da matéria orgânica, ou seja, a
grande quantidade de potássio adicionada com a L5, favoreceu a formação de
bases dissociáveis (KOH), contribuindo com o aumento muito maior de hidroxilas,
favorecendo a disponibilidade do fósforo, superando o efeito de indisponibilização do
elemento, que poderia ser provocado pelo material orgânico adicionado ao meio.
-80
-60
-40
-20
0
0 5 10 15 20
P (mg.dm
-3
)
Profundidade (cm)
L1 L2 L3 L4 L5 Antes Aplic.
Figura 7
Concentração de fósforo disponível em função da profundidade antes e
após a aplicação de diferentes lâminas de ARC: L1 (dose recomendada
para satisfação das necessidades de potássio pelo cafeeiro), L2 (1,5
vezes a dose L1), L3 (2 vezes a dose L1), L4 (2,5 vezes a dose L1) e L5
(3 vezes a dose L1).
LOURES (2002), ao aplicar esgoto doméstico, por escoamento superficial, em
rampas cultivadas com capim coastcross, observou decréscimo na concentração do
fósforo disponível nas taxas de 0,24 e 0,48 m
3
.h
-1
.m
-1
. A menor taxa, com a qual
houve menor aporte de matéria orgânica ao solo proporcionou grande competição
do P-disponível entre plantas, solo (adsorção) e microrganismos, razão porquê foi
detectado seu decréscimo no solo. No caso da maior taxa, o autor suspeitou ser o
grande conteúdo de material orgânico aportado ao solo, o responsável pela
quelação/complexação do P-disponível. Analisando os resultados obtidos por
45
LOURES (2002), acredita-se que a grande quantidade de matéria orgânica
aportada, decorrente da maior taxa aplicada, tenha proporcionado maior
indisponibilização do fósforo no solo do que as quantidades de bases incorporadas
com a aplicação do esgoto doméstico, que, sabidamente, contribuiriam para o
aumento do pH do solo e, portanto, disponibilizando maior quantidade de sforo no
meio. Como o potássio está em grande quantidade na ARC e, além disso, não está
associado à matéria orgânica, conclui-se que neste trabalho, e efeito dos íons no
aumento do pH, e portanto na disponibilidade de fósforo, foi muito maior em relação
ao fato de maiores taxas de ARC (grande quantidade de matéria orgânica),
favorecerem a quelação/complexação do fósforo.
PINTO (2001), ao aplicar águas residuárias da lavagem e despolpa dos frutos
do cafeeiro por escoamento superficial em rampas cultivadas com gramíneas
forrageiras, observou que a concentração de sforo disponível no solo, após o
período de condução do experimento, foi exclusivamente influenciada (P < 0,05)
pela qualidade da água aplicada nas parcelas experimentais, registrando-se maior
concentração de fósforo disponível no solo, ao final do período experimental, nas
parcelas experimentais que receberam água da rede de abastecimento (AA)
complementada por adubação convencional e menor concentração de fósforo nas
parcelas que receberam apenas ARC. Neste caso, independente da taxa ou lâmina
aplicada, os resultados de PINTO (2001) apresentam semelhança aos obtidos neste
trabalho, pois apontam ter sido a matéria orgânica adicionada com a ARC, a
responsável pela quelação/complexação do fósforo, principalmente nas minas
inferiores a L4. De forma diferente, o aumento do sforo disponível nas parcelas
que receberam AA complementada por adubação convencional foi atribuído à pronta
disponibilidade do fósforo possibilitada pela adubação convencional.
4.1.1.4 Potássio
A concentração de potássio trocável aumentou consideravelmente nos
primeiros 20 cm de profundidade do solo, proporcionalmente às doses de ARC
aplicadas (Figura 8), ficando muito acima dos valores da concentração média de
potássio trocável citada por MARTINEZ et al. (2004), para a camada de 0 a 20 cm,
avaliada em dois anos consecutivos na região de Viçosa, que foi de 104,22 mg dm
-3
.
De acordo com a CFSEMG (1999), solos com concentração de potássio trocável
46
superior a 120 mg.dm
-3
são considerados solos de muito boa fertilidade. Assim,
todos os tratamentos, ficaram enquadrados como solos de muito boa fertilidade.
Observando, ainda, a Figura 8, nota-se que houve lixiviação do potássio para
as camadas mais profundas do solo (até 60 cm), ocasionada quando da aplicação
das maiores lâminas de ARC, principalmente no tratamento que recebeu a lâmina L5
de ARC, chegando-se a obter valores em torno de 90 mg dm
-3
. De acordo com
MARTINEZ et al. (2004), a concentração de potássio trocável em solo cultivado com
cafeeiro, na profundidade de 20 a 50 cm, na região de Viçosa, com produtividades
médias superiores a 30 sacas de café beneficiado por hectare (média de dois anos
consecutivos), foi de 68,65 mg dm
-3
, valor inferior ao obtido pelas lâminas L4 e L5
nas mesmas profundidades. Houve também tendência de aumento nas
concentrações de potássio trocável em profundidades maiores que 60 cm,
notadamente no solo que recebeu as maiores lâminas de ARC, tendo sido obtidos
valores de concentração tão altos como de 130 mg dm
-3
, no L4.
-80
-60
-40
-20
0
0 100 200 300 400 500
K (mg.dm
-3
)
Profundidae (cm)
L1 L2 L3 L4 L5 Antes Aplic.
Figura 8
Concentração de potássio trocável, em função da profundidade, antes e
após a aplicação de diferentes lâminas de ARC: L1 (dose recomendada
para satisfação das necessidades de potássio pelo cafeeiro), L2 (1,5
vezes a dose L1), L3 (2 vezes a dose L1), L4 (2,5 vezes a dose L1) e L5
(3 vezes a dose L1).
Considerando-se que a concentração de potássio trocável antes do início do
experimento era, na camada de 60 a 90 cm, de 61 mg dm
-3
, como pode ser
observado no Quadro 4, e que esses valores foram muito superados coma aplicação
47
da ARC, ficou evidente a necessidade de monitoramento da concentração de
potássio trocável no solo quando da disposição dessas águas residuárias, como
fertirrigação, no solo, que, em vista de sua alta mobilidade no perfil do solo,
principalmente quando da aplicação de maioresminas de ARC (L4 e L5), o
elemento pode proporcionar problemas de contaminação das águas do lençol
freático.
De acordo com VAN RAIJ (1981), sais de potássio apresentam, em geral, alta
solubilidade e as concentrações de K na solução do solo podem também atingir
concentrações bastante elevadas. Isto confere ao potássio maior mobilidade,
permitindo movimentação na forma de sais e lixiviação através do solo. Quando não
houver adequada lixiviação, como ocorre em solo de baixa permeabilidade e
capacidade de drenagem, pode haver problemas de salinização do solo. Sais de
sódio e de potássio são considerados os maiores contribuintes para a salinidade do
solo.
Evidentemente, a lixiviação de K está diretamente relacionada à CTC do solo.
Quanto maior a CTC, menor será a lixiviação de K, uma vez que este cátion fica
adsorvido às cargas negativas do solo.
PINTO (2001), ao avaliar os efeitos da aplicação de águas residuárias da
lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro (ARC) nas características químicas do
solo de rampas de tratamento cultivadas com diferentes espécies forrageiras,
observou que as maiores concentrações de potássio apareceram na menor
profundidade, ou seja, na camada de 0 a 0,10 m do solo. O autor argumentou que,
apesar do potássio ser considerado um cátion relativamente móvel no solo, o
pequeno período de tempo de aplicação de ARC no solo, coincidente com o período
de poucas chuvas, mostrou-se insuficiente para proporcionar maior lixiviação do
cátion no perfil do solo, o que foi considerado um aspecto positivo, do ponto de vista
de controle da contaminação de águas subterrâneas.
4.1.1.5 Cálcio
O solo apresentou, após o período de aplicação da ARC, baixas
concentrações trocáveis de cálcio no solo, notadamente em profundidades maiores
que 40 cm (Figura 9).
48
-80
-60
-40
-20
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
Ca
2+
(cmol
c
.dm
-3
)
Profundidade (cm)
L1 L2 L3 L4 L5 Antes Aplic.
Figura 9
Concentração de cálcio trocável, em função da profundidade, antes e
após a aplicação de diferentes lâminas de ARC: L1 (dose recomendada
para satisfação das necessidades de potássio pelo cafeeiro), L2 (1,5
vezes a dose L1), L3 (2 vezes a dose L1), L4 (2,5 vezes a dose L1) e L5
(3 vezes a dose L1).
De acordo com os dados apresentados no Quadro 4, antes de se iniciar a
aplicação de ARC, o solo continha 2,68 cmol
c
.dm
-3
de cálcio trocável na camada de
0 a 20 cm e 2,06 cmol
c
.dm
-3
na camada de 20 a 40 cm, cujos valores se enquadram
em níveis considerados satisfatórios para a cultura do cafeeiro, conforme
apresentado no Quadro 1, sendo o solo considerado como de fertilidade média,
quando considerado apenas esse nutriente (CFSEMG, 1999). Estes valores estão
superiores aos encontrados por MARTINEZ et al. (2004), que verificou uma
concentração média de 0,77 cmol
c
.dm
-3
de cálcio trocável na camada de 0 a 20 cm
de profundidade, em solos cultivados com cafeeiro, na região de Viçosa-MG.
Conforme será discutido posteriormente, essa concentrações no solo
proporcionaram, inicialmente, adequada absorção do nutriente pela planta do
cafeeiro, o que ficou evidente pelas altas concentrações encontradas nas suas
folhas, nesse período, assunto a ser abordado no item referente à avaliação do
estado nutricional das plantas.
A grande quantidade de potássio aplicada por meio da ARC pode ter
proporcionado a substituição de íons de cálcio do complexo de troca do solo. Por
49
essa razão, entende-se que a aplicação de ARC, quando realizada nos meses de
maio, junho e julho, deve ser acompanhada de aplicação de calcário nessa mesma
época, de modo a diminuir a preferência do potássio no complexo de troca. Teme-
se, ainda, que a substituição do cálcio pelo potássio, ocasionada pela aplicação em
excesso da ARC no solo, possa afetar a estrutura do mesmo, acarretando
problemas de infiltração da água no solo.
4.1.1.6 Magnésio
De acordo com o que está apresentado na Figura 10, as concentrações de
Mg trocável diminuíram nas camadas de 0 a 20 cm em todos os tratamentos em que
foi aplicada ARC ao solo, exceto na parcela que recebeu L5. A partir dos 20 cm de
profundidade aproximadamente, a parcela que recebeu a L5 também proporcionou
decréscimo da concentração de magnésio no solo.
-80
-60
-40
-20
0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Mg
2+
(cmol
c
.dm
-3
)
Profundidade (cm)
L1 L2 L3 L4 L5 Antes Aplic.
Figura 10
Concentração de magnésio trocável, em função da profundidade, antes
e após a aplicação de diferentes lâminas de ARC: L1 (dose
recomendada para satisfação das necessidades de potássio pelo
cafeeiro), L2 (1,5 vezes a dose L1), L3 (2 vezes a dose L1), L4 (2,5
vezes a dose L1) e L5 (3 vezes a dose L1).
De acordo com o Quadro 4, antes de se iniciar a aplicação de ARC, o solo
continha 0,73 cmol
c
.dm
-3
de magnésio trocável na camada de 0 a 20 cm e 0,53
cmol
c
.dm
-3
na camada de 20 a 40 cm, cujos valores se enquadram em níveis
considerados satisfatórios para a cultura do cafeeiro, segundo o Quadro 1.
50
Mesmo estando em níveis considerados satisfatórios para a cultura do
cafeeiro, acredita-se que a aplicação de magnésio foi insuficiente para satisfação
das necessidades da cultura e manutenção de níveis adequados no solo, quando da
aplicação de ARC. Ainda que a aplicação da lâmina L5 de ARC tenha proporcionado
aumento na concentração desse macronutriente na camada de 0 a 20 cm, esse
aumento pode não ter sido suficiente para nutrição do cafeeiro. Em vista disso, o Mg
pode ter sido um dos nutrientes que, estando em baixa disponibilidade no solo, em
detrimento da presença em excesso de potássio, foi determinante na deficiência
deste elemento na planta.
Segundo Pratt (1979), citado por OLIVEIRA (1993), o acúmulo de potássio
pelo uso de grandes quantidades de águas residuárias, aplicados por longos
períodos de tempo, podem causar desbalanço de nutrientes no solo podendo
provocar além de efeitos tóxicos, pela presença de alguns íons em excesso, a
competição na absorção pelas plantas, como é o caso do sintoma de deficiência de
magnésio em plantas, devido ao excesso de potássio no solo.
Segundo MATIELLO (1991), para que não haja problemas nutricionais ao
cafeeiro por desbalanço de nutrientes no solo, a relação Ca:Mg:K trocáveis no solo
deve estar entre 9:3:1 e 25:5:1. Neste experimento, as análises de solo
apresentaram grande desvio dessa relação, tendo em vista que os valores de
potássio, notadamente nas camadas mais superficiais do solo e nos tratamentos em
que foram aplicadas as maiores lâminas de ARC, as concentrações trocáveis de
potássio ficaram em torno de duas vezes menor que as de Ca e superaram as de
Mg em cerca de 40%. Nesse caso, a relação foi de 2:0,7:1, totalmente inadequada
para o cafeeiro.
4.1.1.7 Soma de bases
Verifica-se, na Figura 11, que o tratamento correspondente à L5 proporcionou
o maior valor de soma de bases, nos primeiros 20 cm de profundidade do solo. O
principal fator para que isso tenha ocorrido foi o grande aporte de potássio
proporcionado pela aplicação da ARC. Nas lâminas inferiores a L5, onde havia
quantidades inferiores de potássio, houve decréscimo no valor da soma de bases na
mesma camada do solo. Nesse caso, acredita-se que as quantidades de potássio
incorporadas não foram suficientes para contrabalançar as quantidades de outras
51
bases trocáveis, principalmente cálcio, absorvidas pelo cafeeiro, o que proporcionou
maior saída que entrada de bases no solo.
-80
-60
-40
-20
0
0 1 2 3 4 5
SB (cmol
c
.dm
-3
)
Profundidade (cm)
L1 L2 L3 L4 L5 Antes Aplic.
Figura 11
Soma de bases trocáveis, em função da profundidade, antes e após a
aplicação de diferentes lâminas de ARC: L1 (dose recomendada para
satisfação das necessidades de potássio pelo cafeeiro), L2 (1,5 vezes a
dose L1), L3 (2 vezes a dose L1), L4 (2,5 vezes a dose L1) e L5 (3
vezes a dose L1).
4.1.1.8 Zinco e Cobre
Observando-se os dados apresentados na Figura 12, verifica-se que houve
decréscimo na concentração de zinco após a aplicação da ARC no solo. A
diminuição do zinco em todos os tratamentos pode ser atribuída à complexação do
zinco pela matéria orgânica e, ou, à absorção pela cultura. Observa-se, ainda, que
as lâminas L2 e L3 proporcionaram decréscimo linear na concentração de zinco ao
longo da profundidade do solo, enquanto as demais lâminas proporcionaram
decréscimo quadrático.
Analisando-se a Figura 13, verifica-se que houve tendência de aumento da
concentração de cobre em todos os tratamentos, principalmente nos primeiros 20
cm, sendo esse aumento menor com o aumento da profundidade do solo. Acredita-
se que esse aumento na concentração de cobre na camada de 0 a 20 cm possa ser
atribuído à mineralização da matéria orgânica do solo, disponibilizando o cobre que
nela estava quelado/complexado. Da mesma forma como citado anteriormente, as
52
lâminas L4 e L1 proporcionaram decréscimo linear na concentração de cobre com o
aumento da profundidade do solo.
Ainda que o cobre seja reconhecidamente um micronutriente de muito baixa
mobilidade no solo, o tratamento L5 proporcionou seu aumento em profundidade no
perfil. Acredita-se que isso se deva ao transporte do elemento na forma
quelada/complexada pela matéria orgânica, que, desta forma, o cátion fica
protegido e menos sujeito à retenção por forças eletrostáticas na matriz do solo.
-80
-60
-40
-20
0
0 1 2 3 4 5 6
Zn (mg.dm
-3
)
Profundidade (cm)
L1 L2 L3 L4 L5 Antes Aplic.
Figura 12
Concentração de zinco disponível, em função da profundidade, antes e
após a aplicação de diferentes lâminas de ARC: L1 (dose recomendada
para satisfação das necessidades de potássio pelo cafeeiro), L2 (1,5
vezes a dose L1), L3 (2 vezes a dose L1), L4 (2,5 vezes a dose L1) e
L5 (3 vezes a dose L1).
53
-80
-60
-40
-20
0
1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5
Cu (mg.dm
-3
)
Profundidade (cm)
L1 L2 L3 L4 L5 Antes Aplic.
Figura 13
Concentração de cobre disponível, em função da profundidade, antes e
após a aplicação de diferentes lâminas de ARC: L1 (dose recomendada
para satisfação das necessidades de potássio pelo cafeeiro), L2 (1,5
vezes a dose L1), L3 (2 vezes a dose L1), L4 (2,5 vezes a dose L1) e
L5 (3 vezes a dose L1).
4.1.1.9 Ferro e Manganês
Houve aumento na concentração de ferro em todos os tratamentos após a
aplicação de ARC, mas principalmente no tratamento que recebeu a maior lâmina de
ARC (L5), como pode ser verificado na Figura 14. De acordo com LINDSAY (1979),
a solubilidade do ferro no solo é fortemente governada pelo potencial hidrolítico e de
complexação dos óxidos e pelo potencial redox do meio. Em ambientes redutores,
ocorre disponibilização de ferro na solução do solo, uma vez que ele assume a
forma reduzida Fe
2+
, mais solúvel e, portanto, passível de extração pelas plantas.
Isto pode ter ocorrido com a aplicação de grande quantidade de matéria orgânica,
presente na ARC, notadamente nos tratamentos que receberam maiores minas de
dessa água residuária. No tratamento L5, em razão da aplicação de maior
quantidade de material orgânico, pode ter concorrido para haver diminuição na
disponibilidade de oxigênio no meio, em razão do seu consumo na decomposição
dessa matéria orgânica. Sendo o meio redutor, pela menor disponibilidade de
oxigênio, ocorreu a redução do Fe
3+
para Fe
2+
, o que proporcionou sua maior
disponibilização para as plantas. Além disso, a aplicação de maiores minas de
ARC, pode ter provocado problemas de baixa aeração no solo, em função do
54
grande aporte de água ao solo, propiciando a formação de ambiente redutor e, de
forma a também aumentar a disponibilização do ferro na solução do solo.
-80
-60
-40
-20
0
0 30 60 90 120 150 180
Fe (mg.dm
-3
)
Profundidade (cm)
L0 L1 L2 L3 L4 L5 Antes Aplic.
Figura 14
Concentração de ferro disponível, em função da profundidade, antes e
após a aplicação de diferentes lâminas de ARC: L1 (dose recomendada
para satisfação das necessidades de potássio pelo cafeeiro), L2 (1,5
vezes a dose L1), L3 (2 vezes a dose L1), L4 (2,5 vezes a dose L1) e
L5 (3 vezes a dose L1).
Comportamento semelhante foi verificado para o manganês (Figura 15), tendo
a lâmina L5 proporcionado aumento da concentração do micronutriente na solução
do solo. Tal como discutido para o ferro, em ambientes redutores há a redução do
Mn e, como conseqüência, sua maior disponibilização no meio. De acordo com
MARTINEZ et al. (2004), a concentração média de manganês na camada de 0 a 20
cm de profundidade em solos cultivados com cafeeiro, na região de Viçosa, é de
30,60 mg.dm
-3
, valor compatível com o que foi encontrado no solo da área
experimental, antes de se iniciar a pesquisa (Figura 29). Porém, a concentração
deste micronutriente foi consideravelmente aumentada com a aplicação da ARC, em
todos os tratamentos, principalmente no tratamento correspondente à L5 (passando
a ficar entre 150 e 180 mg.dm
-3
). Segundo CERVELLINI (1981), níveis tóxicos de
manganês induzem à deficiência de ferro e também de zinco nas plantas. Quanto à
55
correção da toxicidade, o autor recomenda aumentar o pH com aplicação de calcário
no solo.
-80
-60
-40
-20
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
Mn (mg.dm
-3
)
Profundidade (cm)
L0 L1 L2 L3 L4 L5 Antes Aplic.
Figura 15
Concentração de manganês disponível, em função da profundidade,
antes e após a aplicação de diferentes lâminas de ARC: L1 (dose
recomendada para satisfação das necessidades de potássio pelo
cafeeiro), L2 (1,5 vezes a dose L1), L3 (2 vezes a dose L1), L4 (2,5
vezes a dose L1) e L5 (3 vezes a dose L1).
4.1.2 Avaliação do estado nutricional do cafeeiro
No Quadro 8 estão apresentados os valores das concentrações dias de
nutrientes nas folhas do cafeeiro, que não houve efeito da lâmina de ARC
aplicada, coletadas em maio (antes do início do experimento), junho, julho, agosto e
dezembro.
Nos meses de julho (período coincidente com a fase de repouso do cafeeiro)
e agosto ocorreu efeito dos tratamentos apenas na concentração de nitrogênio,
tendo sido, por esta razão, efetuado o teste de Duncan para comparação entre as
médias, estando os resultados das concentrações dos meses de julho, agosto e
dezembro apresentados no Quadro 9. Pode-se verificar que o tratamento
correspondente à lâmina L0 proporcionou maior concentração de nitrogênio na folha
no mês de julho, porém não diferindo dos tratamentos que receberam as lâminas L1
e L5. No s de agosto, o tratamento correspondente à lâmina L0 também
proporcionou maior concentração de nitrogênio, porém, além de não ter diferido dos
56
tratamentos que receberam as lâminas L1 e L5, não diferiu também do tratamento
que recebeu L4.
No mês de dezembro, as concentrações de nitrogênio, potássio e zinco nas
folhas do cafeeiro coletadas foram influenciadas pelos tratamentos aplicados, por
esta razão, foi feito teste de Duncan para comparação entre as médias, estando os
resultados de concentração na folha apresentados nos Quadros 9 (nitrogênio) e 10
(potássio e zinco), discriminados por tratamento aplicado. A concentração de
nitrogênio na folha do cafeeiro, obtida com a aplicação da lâmina L1 de ARC foi
maior que a obtida nos outros tratamentos. Acredita-se que o maior equilíbrio de
disponibilidade dos nutrientes seja a principal razão para o ocorrido.
Quanto ao potássio, as maiores concentrações foram obtidas nos
tratamentos que receberam as lâminas L2, L3 e L4 de ARC, tendo o tratamento
correspondente à lâmina L3 proporcionado maior concentração. A menor
concentração de potássio nas folhas do cafeeiro da L5 pode estar associada a
problemas de desequilíbrio nutricional na planta e, ou, problemas associados ao
decréscimo no potencial osmótico no solo. Acredita-se o tratamento correspondente
à lamina L3 tenha proporcionado o máximo do absorção, sem que houvesse
interferências relacionadas com desequilíbrio nutricional e/ou decréscimo do
potencial osmótico no solo.
No caso do zinco, acredita-se que a maior concentração obtida no tratamento
correspondente à L2, tenha sido casual, estando na faixa de erro da metodologia de
sua quantificação.
Comparando-se as concentrações foliares apresentadas do Quadro 2 com os
do Quadro 9, nota-se que as concentrações de nitrogênio na folha, para o mês de
dezembro, estão em quantidades consideradas excessivas para todas as lâminas
aplicadas. No caso do potássio (Quadro 110), somente as parcelas que receberam
as lâminas L0 e L1 proporcionaram níveis adequados na folha e as parcelas que
receberam as lâminas L2, L3, L4 e L5 estão, entretanto, em concentrações
excessivas. Analisando-se ainda o Quadro 12, observa-se que a maior absorção de
potássio pela planta ocorreu no tratamento que recebeu a lâmina L3, o que é um
forte indicativo de ser essa a lâmina máxima de ARC para fertirrigação do próprio
cafeeiro.
57
Quadro 8 Valores médios de concentração de macro e micronutrientes nas folhas do cafeeiro, em amostras coletadas nos meses de
maio (antes do início da aplicação da ARC), junho, julho, agosto e dezembro*
Variáveis Resposta
N P K Ca Mg Fe Zn Cu Mn
Mês
---------------------------------- dag.kg
-1
---------------------------------------- -------------------------- mg.kg
-1
-----------------------
Maio 2,14+0,36 0,12+0,02 1,74+0,30 0,69+0,13 0,17+0,05 105+118 7,4+1,27 8,6 397+182
junho 2,14+0,32 0,10+0,02 1,21+0,24 1,96+1,19 0,13+0,05 69+33 4,5+0,6 7,7+1,2 270+127
Julho 0,11+0,02 1,23+0,26 3,02+0,89 0,11+0,03 61+12 4,9+1,0 7,6+2,3 321+155
agosto 0,12+0,03 1,04+0,26 3,15+0,71 0,11+0,03 104+24 5,4+3,1 8,2+2,7 368+88
dezembro 0,25+0,04 0,69+0,10 0,18+0,03 62+53 26,7+4,5 240+92
* Valores de concentração não constantes neste Quadro, por terem sido significativamente influenciados pelos tratamentos, estão apresentados em quadros
apresentados a seguir.
Quadro 9– Valores médios de concentração de nitrogênio em função da lâmina de ARC aplicada, em coleta efetuada nos meses de julho,
agosto e dezembro
Mês de julho
Mês de agosto Mês de dezembro
Lâminas
Concentração (dag kg
-1
)
L0 2,517 A 2,645 A 3,735 B
L1 2,296 A B 2,413 A B C 4,560 A
L2 2,260 B 2,170 C 4,034 A B
L3 1,983 C 2,225 B C 3,870 B
L4 1,939 C 2,474 A B C 3,807 B
L5 2,380 A B 2,547 A B 3,623 B
CV (%) 7,11 8,66 8,34
CV (%) = coeficiente de variação.
Médias seguidas pela mesma letra para cada mês, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Duncan (P > 0,10).
58
Quadro 10 – Valores médios de concentração de potássio e cobre nas folhas do cafeeiro, coletadas no mês de dezembro
Variáveis resposta
Mês: Dezembro
K Zinco
Lâminas ----------------dag.kg
-1
---------------
--------------------- mg.kg
-1
-----------------
L0 1,9167 D 9,917 B
L1 2,4792 C 9,517 B
L2 2,9792 A B C 16,800 A
L3 3,3750 A 10,617 B
L4 3,0834 A B 9,700 B
L5 2,6042 B C 10,250 B
CV (%) 13,58 30,48
CV (%) = coeficiente de variação.
Médias seguidas pela mesma letra para cada mês, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Duncan (P > 0,10).
59
De acordo com os dados apresentados no Quadro 8, a planta continha no
mês de maio, concentrações de Ca nas folhas abaixo das consideradas adequadas
para o cafeeiro (Quadro 3), porém, nos meses de junho, julho e agosto, esses
valores passaram a ser superiores aos considerados adequados. A quantidade
excessiva de cálcio acumulada nesses meses pode ser atribuída às exigências
nutricionais da planta por estar entre a primeira e a segunda carga. De acordo com
Catani e Moraes, citados por MALAVOLTA (1986), em cafeeiros entre 1 e 4 anos de
idade, quando a planta apresenta a primeira carga, as exigências nutricionais são
multiplicadas, aproximadamente por 2 (Ca), 3 (N, P, K) e 10 (Mg). Os autores
argumentam que a planta começa a ter dois “drenos”: a formação do dossel vegetal
e a produção de frutos. De fato, a redução do cálcio e magnésio no solo, constatada
em análise realizada após a aplicação de ARC (Figura 9 e 10), confirma que
realmente a planta absorveu muito deste elemento.
No mês de dezembro também não houve diferença significativa entre
tratamentos quanto à concentração de cálcio e magnésio na folha, porém, em todos
os tratamentos, esses valores estiveram abaixo do considerado adequado. Além
disso, conforme pode-se verificar no Quadro A-9 (Apêndice), mesmo a lâmina L0,
aquela que recebeu apenas água “limpa”, também apresentou deficiência desses
nutrientes. Acredita-se que neste caso, mesmo tendo sido realizada a calagem no
mês de dezembro, esta não foi suficiente para atender as necessidades da planta,
uma vez que esta se encontrava na fase de enchimento dos frutos, não mais
respondendo à adubação.
Nos demais tratamentos, acredita-se que, a partir de agosto, a absorção de
cálcio e magnésio foi prejudicada pelo excesso de potássio que havia no solo,
refletindo os sintomas de carência na análise foliar realizada em dezembro. Embora
o solo seja, na maior parte dos casos, é o meio de onde a planta retira os nutrientes
necessários ao seu desenvolvimento, MARTINEZ et al. (2004) afirmaram que na
análise química do solo se tem informações sobre a disponibilidade de
nutrientes, não sendo possível se garantir que os nutrientes em disponibilidade
serão efetivamente absorvidos pelo vegetal. Neste caso, significa que mesmo as
parcelas terem recebido calagem no mês de dezembro, a planta não conseguiu
absorver cálcio e magnésio, devido ao excesso de potássio no solo. De acordo com
MALAVOLTA (1986), excesso de potássio pode induzir carência de magnésio e, em
menor grau, de cálcio, causando desfolha na planta. Segundo MATIELLO (1991),
para que não haja problemas nutricionais ao cafeeiro por desbalanço de nutrientes
60
no solo, a relação Ca:Mg:K trocáveis no solo deve estar entre 9:3:1 e 25:5:1 e,
como citado anteriormente, a relação Ca:Mg:K obtidos neste trabalho foi de 2:0,7:1.
A parcela que recebeu a lâmina L5 não mostrou resultados discrepantes em
relação às lâminas L2, L3 e L4, quanto à indução de deficiência de Ca e Mg pelas
doses crescentes de potássio. Entretanto, na prática, a lâmina L5 (3,0 vezes a dose
potássica necessária) mostrou-se inviável para ser disposta no cafeeiro Arábica,
pois no lote que continha a repetição 1, quatro das seis plantas, ficaram totalmente
secas. Além do lote da repetição 1, três das seis plantas do lote da repetição 3
também sofreram o mesmo efeito, conforme já pode ser visto na Figura 16.
Figura 16
– Efeito da aplicação da lâmina L5 no cafeeiro
O desfolhamento nas parcelas que receberam a lâmina L5 pode ser atribuído
à grande quantidade de íons, (principalmente o potássio) presentes na água
residuária da lavagem e depolpa dos frutos do cafeeiro. A presença desses íons
proporcionou a diminuição do potencial osmótico no solo e conseqüente
comprometimento da absorção de água pelo cafeeiro, ou seja, a planta começou a
apresentar um dispêndio maior de energia para absorver água e,
61
conseqüentemente, os nutrientes. De acordo com FERREIRA (1999), com o tempo
podem aparecer sintomas como a paralisação do crescimento, necrose nas folhas e
lesão nos tecidos.
4.1.2.1. Dinâmica das concentrações foliares de nutrientes
Analisando-se as curvas apresentadas na Figura 17, referentes à dinâmica da
concentração foliar do nitrogênio pelas plantas do cafeeiro, não se observam
grandes influências dos tratamentos de aplicação da ARC na concentração desse
nutriente na folha do cafeeiro.
Entretanto, observa-se haver similaridade entre os
modelos ajustados para L0 e L5, que as concentrações de nitrogênio na folha,
quantificada após o início da aplicação da ARC, aumentaram linearmente.
Nitrogênio
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
0 70 140 210
Dias após aaplicação
N (dag.kg
-1
)
L0 L1 L2 L3 L4 L5
Figura 17
Dinâmica da concentração foliar do nitrogênio a partir do 1° dia de
aplicação da ARC.
Como as curvas referentes a L0 e L5 são similares, pode dizer que a maior
lâmina de ARC aplicada proporcionou semelhante dinâmica da concentração foliar
do nitrogênio, o que indicou que a ARC não foi importante fonte de desse nutriente
para as plantas. Da mesma forma, pode-se considerar que a dinâmica da
concentração foliar do nitrogênio, proporcionada com a aplicação da L3 e L4, foi
similar.
Como já discutido anteriormente, ao final dos 210 dias após o início das
aplicações com ARC, o tratamento corresponde à L1 proporcionou os maiores
62
valores de concentração foliar de nitrogênio, seguido do tratamento correspondente
à L2. Neste caso, acredita-se que o maior equilíbrio de disponibilidade dos
nutrientes, proporcionados pelo L1 e L2, seja a principal razão para o ocorrido.
Observando-se a Figura 18, pode-se verificar que a dinâmica da
concentração foliar do fósforo foi similar para todos os tratamentos, indicando que as
diferentes lâminas de ARC aplicadas não a alterou.
Fósforo
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0 70 140 210
Dias após a 1ª aplicação
P (dag.kg
-1
)
L0 L1 L2 L3 L4 L5
Figura 18
Dinâmica da concentração foliar de fósforo a partir do dia de
aplicação da ARC.
De um modo geral, o nitrogênio e o sforo apresentaram-se acima da faixa
adequada para todos os tratamentos ao final dos 210 dias. Acredita-se que, no mês
de dezembro, com o crescimento foliar suspenso, os efeitos de diluição e
concentração estariam minimizados.
No que se refere ao potássio (Figura 19), verificou-se as menores
concentrações foliares finais nos tratamentos correspondentes à L0 e L5. No caso
da L0, a menor concentração pode dever-se à menor disponibilidade, enquanto para
L5, é possível que resulte de efeitos do menor potencial osmótico do solo, prejudicial
à absorção e ao desenvolvimento das plantas. Nas lâminas L2 e L3, resultaram em
maiores concentrações foliares pelas condições de maior disponibilidade, ainda sem
efeitos deletérios por problemas osmóticos. As concentrações finais observadas
para os tratamentos correspondentes à L1 e L4 foram intermediárias, como seria de
se esperar.
63
De acordo com o que está apresentado na Figura 19, aos 210 dias após
aplicação da ARC (mês de dezembro), a planta do cafeeiro acumulou mais potássio
no tratamento que recebeu a lâmina L3, porém não ficando muito além dos
tratamentos que receberam as doses correspondentes às lâminas L2 e L4. A lâmina
L5 não teve o mesmo comportamento, pela dificuldade da planta absorver o
potássio devido ao excesso de salinidade (íons) contida na L5, conforme explicado
anteriormente.
Potássio
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
0 70 140 210
Dias após a 1ª aplicação
K (dag.kg
-1
)
L0 L1 L2 L3 L4 L5
Figura 19
– Dinâmica da concentração foliar de potássio a partir do 1° dia de
aplicação da ARC.
No que se refere à dinâmica da concentração foliar de cálcio (Figura 20),
elemento cuja mobilidade na planta depende do fluxo transpiratório, o aumento da
concentração, deve-se, inicialmente, à maior disponibilidade de água pela aplicação
de ARC, até aproximadamente 100 dias (na verdade a aplicação de ARC foi feita até
os 70 dias) após o início da aplicação da ARC (início de setembro). A partir dessa
época, quando se iniciou intenso crescimento, o aumento da demanda não foi
atendido pelo solo, ainda que tenha sido realizada uma calagem no mês de outubro.
Se forem observados os dados referentes à concentração de nutrientes no solo,
percebe-se alta concentração de potássio no solo com o emprego da lâmina L1, o
que sugere forte efeito competitivo do potássio na absorção de cálcio e magnésio,
tal como discutido anteriormente. No caso da lâmina L5, o efeito da dinâmica da
concentração foliar do cálcio se manifestou por volta de 70 dias, onde houve
64
acúmulo de cálcio antecipado, em relação à outras lâminas, devido, provavelmente,
à maior disponibilidade de água (aplicada em maior quantidade com a L5), ou
também porque o balanço Ca:K no solo ainda se encontrava adequado.
Cálcio
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
0 70 140 210
Dias após a 1ª aplicação
Ca (dag.kg
-1
)
L0 L1 L2 L3 L4 L5
Figura 20
Dinâmica da concentração foliar de cálcio a partir do 1° dia de aplicação
da ARC.
Apesar da dinâmica da concentração foliar de magnésio obtida com a
aplicação da L5 não ter se mostrado similar às outras lâminas, o restante delas foi
similar (Figura 21). de se destacar, no entanto, que o decréscimo na
concentração de Mg ocorreu logo no início da aplicação da ARC, ou mesmo no
tratamento que recebeu água (L0).
Analisando-se as curvas apresentadas na Figura 21, observa-se que, embora
a planta tenha absorvido magnésio, principalmente ao final dos 210 dias, a
concentração do macronutriente (Quadro 8) estava muito abaixo do considerado
adequado para a folha do cafeeiro (Quadro 3).
Acredita-se que, como forma de dispor as águas residuárias da lavagem e
despolpa dos frutos do cafeeiro no próprio cafeeiro, a lâmina 5 não seja adequada,
uma vez que o excesso de íons causou comprometimento na absorção de
nutrientes. No entanto, as menores lâminas podem ser aplicadas, desde que haja
fornecimento suplementar de lcio e magnésio, após o início da aplicação da ARC,
para que haja decréscimo da força iônica do potássio.
65
MORAES (1981), sugere que a correção da carência de magnésio em
cafeeiro seja feita por aplicação do sulfato de magnésio no solo em pulverizações
foliares, na concentração de sulfato a 1%. Acredita-se que a pulverização foliar seja
mais adequada, para não haver concorrência com o potássio trocável, em grande
quantidade no solo.
De acordo com KUPPER (1981), somente depois que o cálcio e o magnésio
estiverem em níveis de bom a ótimo no solo é que se deve pensar em adubações
mais pesadas de potássio e nitrogênio.
Magnésio
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0 70 140 210
Dias após a 1ª aplicação
Mg (dag.kg
-1
)
L0 L1 L2 L3 L4 L5
Figura 21
Dinâmica da concentração foliar de magnésio a partir do dia de
aplicação da ARC.
A dinâmica da concentração foliar de ferro
foi similar para L0, L3 e L4,
diferindo da proporcionada por L2, sendo que os tratamentos correspondentes às
lâminas L1 e L5, não obtiveram significância dos dias após o início da aplicação de
ARC. Ainda assim, todos os tratamentos indicaram baixa concentração desse
micronutriente nas folhas (Figura 22).
Verifica-se que houve tendência de diminuição na concentração do ferro nas
folhas ao final dos 210 dias de aplicação da ARC. De acordo com os dados
apresentados no Quadro 3, a concentração adequada de ferro na folha entre os
meses de novembro e janeiro deve estar na faixa de 120 a 200 mg kg
-1
e, de acordo
com o que está apresentado no Quadro 8, a concentração de ferro, nas plantas de
66
todos os tratamentos, ficou em torno de 60 70 mg kg
-1
. De acordo com
CERVELLINI (1981), as deficiências de ferro podem aparecer nas condições de
excesso de manganês, pH muito elevado por aplicações pesadas de calcário e
rápido desenvolvimento vegetativo na primavera. Como a concentração foliar de
Manganês, em todos os tratamentos, (Quadro 8) foi superior à considerada
adequada na planta (Quadro 3), acredita-se que este tenha sido o principal motivo
da deficiência de ferro nas folhas do cafeeiro. Além disso, CERVELLINI (1981)
afirmou, ainda, que níveis xicos de manganês induzem a deficiência de zinco,
embora a concentração de zinco na folha estivesse numa faixa considerada
adequada.
Ferro
0
50
100
150
200
250
0 70 140 210
Dias após a 1ª aplicação
Fe (mg.kg
-1
)
L0 L1 L2 L3 L4 L5
Figura 22
Dinâmica da concentração foliar de ferro na folha do cafeeiro a partir do
dia de aplicação da ARC.
Embora não houve significância da dinâmica da concentração foliar de
manganês em função dos dias após a aplicação da ARC, em todos os tratamentos,
foram obtidos os maiores valores de concentração de manganês nos tratamentos
que receberam “água limpa” e a lâmina L5 de ARC (Figura 23). De acordo com
MARSCHNER (1995), em condições de acidez e ambientes redutores, a forma
predominante de manganês é Mn
2+
, a qual é a predominantemente absorvida pelas
plantas. No caso do tratamento L0, que recebeu água “limpa”, os menores valores
de pH no solo foram os responsáveis por esta maior disponibilização do Mn e, no
caso do tratamento que recebeu a lâmina L5 de ARC, o efeito do baixo potencial
67
redox (condições de redução no meio) pode ser o principal responsável pela maior
disponibilização do Mn no meio e, por conseqüência, por sua maior absorção pelas
plantas. As mesmas argumentações servem para a disponibilização do Fe no meio,
porém, a baixa concentração encontrada desse micronutriente na folha do cafeeiro
deve estar associada à competição proporcionada pelo Mn, que sabidamente
dificulta a sua absorção pela planta.
Manganês
100
200
300
400
500
0 70 140 210
Dias após a 1ª aplicação
Mn (mg.kg
-1
)
L0 L1 L2 L3 L4 L5
Figura 23
– Dinâmica da concentração foliar de manganês na folha do cafeeiro a
partir do 1° dia de aplicação da ARC.
Os micronutrientes zinco (Figura 24) e cobre (Figura 25) apresentaram
dinâmicas de concentração foliares que não foram muito influenciadas pelos
tratamentos, apresentando grande similaridade entre os modelos. O tratamento
correspondente à L5 apresentou, entre os meses de agosto e setembro (130 dias
após a aplicação de ARC), as maiores concentrações de zinco na folha.
Ao final de 210 dias (mês de dezembro), todos os tratamentos
proporcionaram concentrações foliares de Zn em quantidades consideradas
adequadas na planta.
De acordo com o que está apresentado na Figura 25, os tratamentos
correspondentes às lâminas L2 e L3 proporcionaram aumentos lineares na
concentração de cobre na folha do cafeeiro, em contrapartida, os tratamentos
correspondentes às lâminas L0, L1, L4 e L5, apresentaram aumentos quadráticos.
68
Zinco
0
5
10
15
20
0 70 140 210
Dias após a 1ª aplicação
Zn (mg.kg
-1
)
L0 L1 L2 L3 L4 L5
Figura 24
– Dinâmica da concentração foliar do zinco na folha do cafeeiro a partir do
dia de aplicação da ARC.
Cobre
0
5
10
15
20
25
30
0 70 140 210
Dias após a 1ª aplicação
Cu (mg.kg
-1
)
L0 L1 L2 L3 L4 L5
Figura 25
Dinâmica da concentração foliar do cobre na folha do cafeeiro a partir
do 1° dia de aplicação da ARC.
69
4.2. Avaliação do estado nutricional do cafeeiro fixando-se a lâmina L1 de
aplicação da ARC, com e sem a aplicação de irrigação complementar
Como a análise de variância não indicou efeito dos tratamentos nas
concentrações de macro e micronutrientes na folha do cafeeiro, ao longo do período
de monitoramento, estão apresentados apenas os valores das concentrações
médias no Quadro 11. Como houve efeito dos tratamentos na concentração de
cobre nas folhas do cafeeiro coletadas em dezembro, no Quadro 12 está
apresentado o resultado do teste de médias.
Acredita-se que, a continuidade da aplicação da água “limpa” ao solo depois
dele ter recebido ARC, possa ter proporcionado maior degradação do material
orgânico presente e incorporado com a ARC no solo. Sabe-se que o cobre forma
complexos e quelatos com o material, ficando dessa forma não disponível às
plantas. Quando da degradação do material orgânico, poderá ser, então,
disponibilizado para as plantas, razão porque da sua concentração ter aumentado
na folha do cafeeiro.
Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que a continuidade da
aplicação de água no cafeeiro não provocou efeitos fisiológicos detectáveis e nem
alterou o estado nutricional do cafeeiro, a não ser o aumento da concentração de
cobre na folha.
Comparando-se os valores considerados adequados no cafeeiro (Quadro 3)
com os resultados obtidos no Quadro 12, observou-se que o tratamento
correspondente à lâmina L1 proporcionou uma concentração de cobre considerada
excessiva na planta e ainda maior no tratamento correspondente a L1*, razão
porque a concentração de ferro, em todos os tratamentos, estiveram numa faixa
considerada deficiente na planta. Segundo LOPES (1998), quantidades excessivas
de cobre diminuem a atividade do ferro e podem fazer com que sintomas de
deficiência de ferro apareçam nas plantas.
70
Quadro 11 – Concentrações médias de macro e micronutrientes na folha do cafeeiro nos meses de maio, junho, julho, agosto e dezembro*
Variáveis Resposta
nitrogênio sforo potássio cálcio magnésio ferro zinco cobre manganês
Meses
----------------------------------dag.kg
-1
----------------------------- -------------------------- mg.kg
-1
---------------------------
Maio 2,27+0,29 0,13+0,03 1,35+0,40 0,65+0,17 0,24+0,07 96+61 7,2+0,8 8,7+1,3 353+138
Junho 2,37+0,38 0,10+0,02 1,04+0,28 1,30+1,19 0,17+0,08 51+19 6,2+2,2 8,2+1,0 257+100
Julho 2,34+0,19 0,11+0,01 1,02+0,27 3,19+1,11 0,12+0,03 57+12 4,8+0,8 6,9+0,8 287+99
Agosto 2,49+0,26 0,12+0,02 1,08+0,33 2,67+1,14 0,13+0,05 83+14 5,0+0,7 8,4+1,7 337+115
dezembro 3,88+0,56 0,27+0,02 2,60+0,38 0,70+0,05 0,22+0,03 64+12 11,3+2,2 340+121
* Valores de concentração não constantes neste Quadro, por terem sido significativamente influenciados pelos tratamentos, estão apresentados em quadros
apresentados a seguir.
Quadro 12 – Quadro ANOVA para as concentrações médias de cobre na folha do cafeeiro no mês de dezembro, em resposta à aplicação
apenas de ARC (L1) e aplicação de ARC seguido de irrigação das plantas até dezembro (L1*)
Lâminas
Concentração (mg.kg
-1
)
L1 26,02 b
L1* 48,18 a
CV (%) 19,46
CV (%) = coeficiente de variação.
Médias seguidas pela mesma letra para cada mês, na coluna, não diferem entre si pelo teste F (P > 0,10).
71
5. RESUMO E CONCLUSÕES
Com o objetivo de avaliar o estado nutricional do cafeeiro Arábica e as
alterações químicas no solo após a aplicação de diferentes lâminas de água
residuária da lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro (ARC), conduziu-se um
experimento na Área Experimental de Hidráulica, Irrigação e Drenagem do DEA em
área de 290 m
2
e cerca de 162 pés de cafeeiro Arábica, cultivar Catuaí.
A ARC utilizada no experimento foi coletada na unidade beneficiadora de
frutos do cafeeiro da UFV e passou por processo de filtragem, cujo material filtrante
utilizado foi o pergaminho dos frutos do cafeeiro, antes de sua aplicação no solo das
parcelas experimentais. Com base nas análises de concentração de potássio na
ARC filtrada, foram estabelecidas as lâminas de ARC a serem aplicadas ao solo. As
lâminas corresponderam a 0; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5 e 3,0 vezes a dose de adubação
potássica recomendada para a cultura do cafeeiro (80 g de K
2
O/cova), que foram
aplicadas durante 2 meses. Para avaliar o estado nutricional do cafeeiro, amostras
de folhas do cafeeiro foram coletadas nos meses de maio, junho, julho, agosto e
dezembro, sendo avaliadas as concentrações de N, P, K, Ca, Mg, Fe, Zn, Cu e Mn.
Equações de regressão polinomial foram ajustadas para a concentração dos
nutrientes em função do tempo, procedendo-se à análise de agrupamento a fim de
analisar as similaridade entre as curvas de regressão obtidas para a marcha de
absorção dos nutrientes. Após o término da aplicação da ARC, amostras de solo
foram coletadas, nas profundidades de 0 a 20 cm; 20 a 40 cm; 40 a 60 cm e 60 a 90
cm, para obtenção do valor do pH, condutividade elétrica em solução 1:2,5, e
quantificação das concentrações de N
total
; K, Ca, Mg e Al trocáveis; P, Fe, Zn, Cu e
Mn disponíveis; acidez trocável e potencial, CTC efetiva e potencial, soma de bases,
saturação por base e saturação por alumínio. Os resultados obtidos com a análise
de solo foram utilizados para o ajuste de equações de regressão buscando-se obter
72
modelos de distribuição dos nutrientes e de alterações químicas nas diferentes
profundidades do solo.
De acordo com os dados obtidos, pode-se concluir que:
-
a aplicação da ARC, além de fornecer nutrientes, proporcionou condições
para maior absorção de alguns macro e micronutrientes pelas plantas e
lixiviação de alguns macronutrientes no perfil do solo;
-
a aplicação da ARC provocou aumento na concentração de potássio trocável
na camada de 0 a 40 cm, o que proporcionou aumento na CE no solo
cultivado com cafeeiro;
-
o aumento na concentração de potássio no solo proporcionou deficiência de
cálcio e principalmente de magnésio nas folhas do cafeeiro, o que torna
recomendável a complementação desses macronutriente em áreas em que
houve a aplicação de ARC;
-
a ARC quando aplicada em doses maiores que 2,5 vezes à recomendação de
potássio para a cultura, provoca sérios problemas ao cafeeiro;
-
a ARC não pode ser aplicada em lâminas estabelecidas com base em
requerimentos para irrigação do cafeeiro.
-
a continuidade da aplicação de água no cafeeiro promoveu o aumento na
concentração de cobre disponível no solo.
- o provocou efeitos fisiológicos detectáveis e nem alterou o estado
nutricional do cafeeiro.
73
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION APHA
Standard methods for the
examination of water and wastewater
. 19. ed. Washington D.C.: 1995. 1000p.
AYERS, R. S.; WESTCOT, D. W.
A qualidade da água na agricultura
. Campina
Grande, PB: UFPB, 1991. (Estudos FAO irrigação e drenagem – Boletim 29).
BANCO DE DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO –BANDES
Diagnóstico da cafeicultura capixaba - o café robusta no Espírito Santo
.
Vitória, ES: 1987. 88 p.
BÁRTHOLO, G. F.; GUIMARÃES, P. T. G. Cuidados na colheita e preparo do café.
Informe Agropecuário
; qualidade do café, v.18, n.187, p. 33-42, 1997.
BÁRTHOLO, G. F.; MAGALHÃES FILHO, A. A. R.; GUIMARÃES, P. T. G.;
CHALFOUN, S. M. Cuidados na colheita e preparo e no armazenamento do café.
Informe Agropecuário
; café – normas e coeficientes técnicos, v.14, n.162, p. 33-
44, 1989.
BRANDÃO, V. S.,
Tratamento de águas residuárias de suinocultura utilizando
filtros orgânicos
. Viçosa: UFV, 1999. 65p. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Agrícola)- Universidade Federal de Viçosa, 1999.
CABANELLAS, C. F. G.
Tratamento da água sob recirculação, em escala
laboratorial, na despolpa dos frutos do cafeeiro
. Viçosa MG: UFV, 2004,
Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) Universidade Federal de
Viçosa, 2004. 103p.
CAFÉS DO BRASIL, 2001. Pesquisado em: http://www.cafesdobrasil.com.br
(extraído em março de 2001).
CAMPOS, J. M. C.
Contaminación del agua em Costa Rica por residuos del
procesamiento del café y de la porcinocultura
. In: –. Prevención de la
contaminación del agua por la agricultura y actividades afines. Santiago: FAO,
1993. p.113-124. (Informe sobre temas hídricos, n.1).
CHALFOUN, S. M.
O café (Coffea arabica L.) na região Sul de Minas - Relação
da qualidade com fatores ambientais, estruturais e tecnológicos.
Lavras: UFLA, 1996, 125 p. (Dissertação - Doutorado em Fitotecnia).
CHAVES, J. C.
Concentração de nutrientes nos frutos e folhas e exportação de
nutrientes pela colheita durante um ciclo produtivo do cafeeiro (coffea
arábica L. CV. Catuaí)
. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Piracicaba, SP:
ESALQ, 1982. 131p.
CFSEMG COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS
GERAIS.
Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas
Gerais
(5
a
aproximação). Viçosa, MG: UFV, Impr. Univ., 1999. 359 p.
74
CORAUCCI FILHO, B.; CHERNICHARO, C. A. L.; ANDRADE NETO, C. O.; NOUR,
E. A.; ANDREOLI, F. D. N.; SOUZA, H. N.; MONTEGGIA, L. O.; VON
SPERLING, M.; LUCAS FILHO, M.; AISSE, M. M.; FIGUEIREDO, R. F.;
STEFANUTTI, R. Tecnologia do tratamento de águas residuárias no solo:
infiltração rápida, irrigação e escoamento superficial. In: ––.
Tratamento de
esgotos sanitários por processo anaeróbio e disposição controlada no solo
.
Rio de Janeiro: ABES, 1999. p. 357-407.
DARWISH, M. R.; EL-AWAR, F. A.; SHARARA, M.; HAMDAR, B. Economic-
environmental approach for optimum wastewater utilization in irrigation: a case
study in Lebanon.
Applied Engineering in Agriculture
, v. 15, p41-48, 1999.
DELGADO, E. A.; BAROIS, I. Lombricompostaje de la pulpa de café em México. In:
INTERNATIONAL SEMINAR ON BIOTECHNOLOGY IN THE COFFEEE
AGROINDUSTRY, 3, Londrina, 2000.
Proceedings...
Londrina, PR: UFPR,
IAPAR, IRD, 2000. p.335-343.
ELIAS, L. G. Composição química de la pulpa de café, y otros subprodutos.
Pulpa
de café: composición, tecnologia y utilización
. Ed. Brahan, J. E.; Bressani, R.
CII D, 1978. p. 19-29.
EMBRAPA CENTRO NACIONAL DE PESQUISA DE SOLOS.
Manual de
métodos de análise de solo
. 2. ed. Rio de janeiro: EMBRAPA, 1997. 212 p.
(EMBRAPA- CNPS, Documentos, 1).
EMBRAPA –
Manual de análises químicas de solos, plantas e fertilizantes
.
Embrapa Solos, Embrapa Informática Agropecuária; organizador Fábio César da
Silva Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 1999.
370p.
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA DO ESTADO DE MINAS GERAIS – FAEMG.
Internet:http://www.faemg.org.be/cafe.html. 3p. 1999.
FEIGIN, A.; RAVINA, I.; SHALHEVET, J.
Irrigation with treated sewage effluent
:
management for environmental protection. Berlin: Sp ringer-Verlag, 1991. 224p.
FERREIRA, P.A.
Manejo de água planta em solos salinos.
2001,110f. Apostila
Acadêmica (Mestrado em Engenharia Agrícola)-Programa de Pós-Graduação e
Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2001.
FONSECA, A. F.
Disponibilidade de nitrogênio, alterações nas características
químicas do solo e do milho pela aplicação de efluente de esgoto tratado
.
Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Piracicaba: ESALQ, 2001. 126p.
FONSECA, S. P. P.; FREIRE, A. O.; RESENDE, J. M.; SOARES, A. A.; MATOS, A.
T.; PEREIRA, O. G.; LOURES, A. P. S. Tratamento de efluentes domésticos
conciliados a fertirrigação de culturas. In: ENCONTRO DE PRESERVAÇÃO DE
MANANCIAIS DA ZONA DA MATA MINEIRA, 3, Viçosa, 2003.
Anais…
Viçosa,
MG: UFV, 2003. p.312-338.
75
FRIEDEL, J. K.; LANGER, T.; SIEBE, C.; STAHR, K. Effects of long term waste
water irrigation on soil organic matter, soil microbial biomass and its activities in
central Mexico.
Biology and Fertility Soils
, v. 31, p. 414-421. 2000
GARCIA, G. O.
Alterações químicas, físicas e mobilidade de íons do solo
decorrentes da aplicação de águas residuárias da lavagem e despolpa dos
frutos do cafeeiro Conilon
. Viçosa – MG: UFV, 2003, Dissertação (Mestrado em
Engenharia Agrícola) – Universidade Federal de Viçosa, 2003. 101p.
GUIMARÃES, P. T. G.; LOPES, A. S. Solos para o cafeeiro: características,
propriedades e manejo. In: RENA, A. B.; MALAVOLTA, E.; ROCHA, M.;
YAMADA, T. (Ed.).
Cultura do cafeeiro
: fatores que afetam a produtividade.
Piracicaba: POTAFÓS, 1986. p. 115-161.
HUBBARD, R. D.; THOMAS, D. L.; LEONARD, R. A.; BUTLER, J. L. Surface runoff
and shallow ground water quality as affected by center pivot applied dairy cattle
waste.
Transaction of the ASAE
, v.30, n.2, p.430-437, 1987.
IBGE Instituto Brasileiro de Geo Estatística, 2005. Acessado em
http://www.ibge.gov.br
(extraído em junho de 2005).
LEITE, C. A. M.; SILVA, O. M. A demanda de cafés especiais. In: ––
Café:
produtividade, qualidade e sustentabilidade
. Viçosa, MG: UFV, Impr. Univ.,
2000. p. 50-74.
LEON, S. G.; CAVALLINI, J. M.
Tratamento e uso de águas residuárias
.
Tradução de: Treatment and use of wastewater. Campina Grande, UFPB, 1999.
110 p.
LINDSAY, W.L.
Chemical Equilibria in Soils.
New York: John Wiley and Sons,
1979. 449p
LO MONACO, P. A.
Influencia da granulometria do material orgânico filtrante na
eficiência de tratamento de águas residuárias.
Viçosa – MG: UFV, 2001,
Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) Universidade Federal de
Viçosa, 2001. 115p.
LO MONACO, P. A.; MATOS, A. T.; SILVA, N. C. L.; LIMA, C. R. C.; MOREIRA, R.
M. G. Estimativa da concentração de potássio a partir da condutividade elétrica
em águas residuárias da lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro. In:
CONGRESSO NACIONAL DE IRRIGAÇÃO E DRENAGEM, 14, 2004, Porto
Alegre.
Anais...
Porto Alegre, RS: 2004a. (CD-ROM).
LO MONACO, P. A.; MATOS, A. T.; GARCIA, G. O.; LIMA, C. R. C.; FAZENARO, F.
L. Avaliação do pergaminho dos frutos do cafeeiro como elemento filtrante no
tratamento de águas residuárias da lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro.
In: CONGRESSO NACIONAL DE IRRIGAÇÃO E DRENAGEM, 14, 2004, Porto
Alegre.
Anais...
Porto Alegre, RS: 2004b. (CD-ROM).
LO MONACO, P. A.; GARCIA, G. O.; MATOS, A. T. Caracterização da água
residuária da lavagem e despolpa dos frutos dos cafeeiros Arábica e Conilon.In:
76
SIMPÓSIO DE PESQUISA DOS CAFÉS DO BRASIL, 3, 2003, Porto Seguro, BA.
Anais...
Porto Seguro, BA: [s.n.], 2003 (CD-ROM).
LOPES, S.
Manual Internacional de Fertilidade do solo
. ed. Piracicaba:
POTAFÓS, 1998. 177p.
LOURES, A. P
. Modelos de remoção de parâmetros qualitativos em sistema
para tratamento de esgoto doméstico por escoamento superficial utilizando
o capim-coastcross
(
Cynodon dactylon
(L.) Pers.). Viçosa MG: UFV, 2002,
Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) Universidade Federal de
Viçosa, 2002. 144p.
MAGALHÃES, M. A.
Parâmetros para projeto e operação de filtros orgânicos
utilizados no tratamento de águas residuárias de suinocultura
. Viçosa MG:
UFV, 2002, Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) Universidade
Federal de Viçosa, 2002. 115p.
MALAVOLTA, E.
Nutrição mineral e adubação do cafeeiro
: colheitas máximas
econômicas. Editora Agronômica Ceres, 1993. 210p.
MALAVOLTA, E. Nutrição, adubação e calagem para o cafeeiro. In: RENA, A. B.;
MALAVOLTA, E.; ROCHA, M.; YAMADA, T. (Ed.).
Cultura do cafeeiro
: fatores
que afetam a produtividade. Piracicaba: POTAFÓS, 1986. p. 165-274.
MARSCHNER, H.
Mineral nutrition of higher plants
. London: Academic Pess,
1995. 889p.
MARTINEZ, H. E. P., NEVES, Y. P.; ZABINI, A. V. Diagnóstico do Estado Nutricional
do Cafeeiro. In:
Produção Integrada de café
. ZAMBOLIM, L. (ed). Viçosa: UFV;
DFP, 2003, p. 397- 441.
MARTINEZ, H. E. P.; SOUZA, R. B.; ALVAREZ, V. H.; MENEZES, J. F. S.; NEVES,
Y. P.; OLIVEIRA, J. A.; ALVARENGA, A. P.; GUIMARÃES, P. T. G.
Nutrição
mineral, fertilidade do solo e produtividade do cafeeiro nas regiões de
Patrocínio, Manhuaçu, Viçosa, São Sebastião do Paraíso e Guaxupé
. 2ed.,
Belo Horizonte, 2004. 60p. (EPAMIG. Boletim Técnico, 72).
MATOS, A. T. Tratamento de resíduos agroindustriais. In: ENCONTRO DE
PRESERVAÇÃO DE MANANCIAIS DA ZONA DA MATA MINEIRA, 2, Viçosa,
2002.
Anais…
Viçosa, MG: UFV, 2002. p.105-157.
MATOS, A. T. Tratamento e destinação final dos resíduos gerados no
beneficiamento do fruto do cafeeiro.
Produção Integrada de Ca
. ZAMBOLIM,
L. (ed.). Viçosa: UFV; DPF, 2003. p. 647-705.
MATOS, A.T.; FIA, R.; Lo MONACO, P.. Fertirrigação da cultura do cafeiro com
águas residuárias da lavagem e despolpa de seus frutos. In: SIMPÓSIO DE
PESQUISAS DOS CAFÉS DO BRASIL, 2001, Vitória-ES.
Anais
... Vitória, ES,
2001 (CD-ROM)
MATOS, A. T.; LO MONACO, P. A.
Tratamento e aproveitamento agrícola de
resíduos sólidos e líquidos da lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro
.
77
(Engenharia na Agricultura. Boletim técnico, 7). Viçosa: UFV, 2003. 68p.
MATOS, A.T.; SEDIYAMA, M.A.N. Riscos potenciais ao ambiente pela aplicação de
dejeto líquido de suínos ou compostos orgânicos no solo. In: Freitas, R.T.F. e
Viana, C.F.A. I Seminário mineiro sobre manejo e utilização de dejetos de
suínos,
Anais....
, EPAMIG, 1996. EMATER, UFV, ASSUVAP. p.45-54.
MATIELLO, J. B.
O café
: do cultivo ao consumo. São Paulo: Globo, 1991. 320p.
(Coleção do Agricultor. Grãos).
MATIELLO, J. B. Quentes como o café: indicações de uso de equipamentos,
produtos e serviços para a cafeicultura. Rio de janeiro: MAA/ PROCAFÉ, 1999. p.
124-140.
MATIELLO, J. B.; SANTINATO, R.; GARCIA, A. W. R.; ALMEIDA, S. R.;
FERNÁNDEZ, D. R.
Cultura de café no Brasil - Novo Manual de
Recomendações
. Ministério da Agricultura, da Pecuária e do Abastecimento
SARC/PROCAFÉ – SPC/DECAF. Fundação PROCAFÉ, 2002. 386p.
MOREIRA, A.C. O tesouro redescoberto.
Revista Panorama Rural
, v.1, n.6, p.16-
41, 1999.
NOGUEIRA, V. S. Preparo do café. In:
Cultura do cafeeiro: fatores que afetam a
produtividade
. RENA, A. B.; MALAVOLTA, E.; ROCHA M.; YAMADA T. eds.
Piracicaba: Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato, 1986.
447p. 423-432.
OLIVEIRA, P. A. V.
Manual de manejo e utilização dos dejetos de suínos
.
Concórdia, EMBRAPA/CNPSA, 1993. 188p. (EMBRAPA/CNPSA, Documentos,
27).
PAGANINI, W. S.
Disposição de esgotos no solo: escoamento à superfície
. São
Paulo: Fundo Editorial da AESABESP, 1997. 232 p.
PINTO, A.B.
Avaliação de gramíneas forrageiras com uso de águas residuárias
da lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro
. Viçosa MG: UFV, 2001,
Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) Universidade Federal de
Viçosa, 2001. 108p.
POVINELLI, J., MARTINS, F. Pesquisa sobre eficiência de filtros lentos em unidades
piloto. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA, 7, 1973,
Salvador – BA.
Separata
. São Carlos: EESC – USP, 1973. 20p.
QUEIROZ, F. M.
Avaliação de gramíneas forrageiras para o tratamento de
águas residuárias da suinocultura
. Viçosa, MG: UFV, Impr. Univ., 2000. 91 f.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) Universidade Federal de
Viçosa, 2000.
SILVA, O. M.; LEITE, C. A. M. Competitividade e custos do café no Brasil. In:
Café:
produtividade, qualidade e sustentabilidade
. Viçosa, MG: UFV, Impr. Univ.,
2000. p. 27-50.
78
SILVA, J. S; SAMPAIO, C. P.; MACHADO, M. C.; LO MONACO, P. A. Preparo,
Secagem e Armazenagem.
Secagem e armazenagem de café: tecnologia
e custos
– Viçosa: UFV, CBP&D – Café, 2001.
SOARES, A. R.
Irrigação, fertirrigação, fisiologia e produção em cafeeiros
adultos na região da zona da mata de Minas Gerais
. Viçosa – MG: UFV, 2001,
Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) Universidade Federal de
Viçosa, 2001. 84p.
STEEL, E. W., MCGHEE, T. J.
Water supply and sewerage
. 5. ed. New York:
McGraw-Hill Book company, 1979. 665p.
TRISTÃO, J. Perspectivas do mercado interno brasileiro de café. In: SIMPÓSIO
ESTADUAL DO CAFÉ, 2,1995, Vitória.
Anais...
Vitória: CETCAF, 1995. p.36- 42.
VALE, S. M. L. R. A cadeia agroindustrial do café e seus desafios gerenciais. In:
Efeitos da irrigação sobre a qualidade e produtividade do ca
. ZAMBOLIM,
L. (ed.). Viçosa: UFV, 2004. p1-30.
VAN RAIJ, B.
Avaliação da fertilidade do solo
. Piracicaba: POTAFÓS, 1981. 142p.
VASCO, J. Z. Procesamiento de frutos de café por vía humeda y generación de
subproductos. In: INTERNATIONAL SEMINAR ON BIOTECHNOLOGY IN THE
COFFEEE AGROINDUSTRY, 3, Londrina, 2000.
Proceedings...
Londrina, PR:
UFPR, IAPAR, IRD, 2000. p.345-355.
VEGRO, C. L. R.; CARVALHO, F. C. Potencialidade de uso de resíduos e
subprodutos do processamento agroindustrial do café. In: SEMINÁRIO
INTERNACIONAL SOBRE BIOTECNOLOGIA NA AGROINDÚSTRIA CAFEEIRA,
3, 2000, Londrina.
Anais...
Londrina: IAPAR/IRD, 2000. p. 357-359.
VON SPERLING, M.
Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de
esgotos.
2. ed. Belo Horizonte: DESA\UFMG, 1996. V. 1, 243p.
YAN, F.; SCHUBERT, S.; MENGEL, K. Soil pH increase due to biological
descarboxilation of organic anions.
Soil Biology & Biochemistry
, v. 28, p. 617-
624, 1996.
ZAMBOLIM, L.
O estado da arte de tecnologias na produção de café
.
ZAMBOLIM, L. (ed.). Viçosa: UFV, Departamento de Fitopatologia, 2002. 568p.
79
APÊNDICE
80
Quadro A1
– Condutividade elétrica em diferentes profundidades do solo, em função
das lâminas de ARC aplicadas.
Lâmina L0 L1 L1* L2 L3 L4 L5
Repetição/Profundidade
Condutividade elétrica (
µ
S.cm
-1
)
R1 (0 – 20 cm)
120,3 156,8 113,4 308,0 248,0 237,0 239,0
R1 (20 – 40 cm) 69,8 85,2 114,5 63,7 72,9 103,4 257,0
R1 (40 – 60 cm) 100,9 25,9 144,2 111,4 148,5 102,8 250,0
R1 (60 – 90 cm) 25,7 223,0 132,4 151,1 136,8 121,5 184,0
R2 (0 – 20 cm) 25,9 185,9 139,7 123,6 127,7 225,0 211,0
R2 (20 – 40 cm) 25,7 100,6 137,6 94,9 127,3 136,7 168,0
R2 (40 – 60 cm) 25,9 146,6 88,8 94,2 137,2 210,0 171,2
R2 (60 – 90 cm) 180,3 140,7 78,7 54,8 119,0 164,9 179,0
R3 (0 – 20 cm) 65,3 25,7 122,5 242,0 138,1 190,2 182,2
R3 (20 – 40 cm) 71,8 82,6 118,0 155,0 115,2 149,3 134,6
R3 (40 – 60 cm) 92,2 134,0 97,0 126,6 73,5 74,7 153,3
R3 (60 – 90 cm) 69,2 104,5 77,0 61,9 26,5 63,9 94,0
Quadro A-2 -
Equações estimadas para análise de solo antes da aplicação da ARC
Atributos Equação de regressão R
2
(%)
pH
Y
ˆ
= 5,57951 + 0,00853369**P
97,90
Fósforo
Y
ˆ
= 17,3058 + 0,555279*P + 0,00456962*P
2
99,83
Potássio
Y
ˆ
= 126,898 + 1,11267
+
P
67,83
Cálcio
Y
ˆ
= 2,8183 + 0,0228679**P
97,43
Magnésio
Y
ˆ
= 0,777709 + 0,00752022**P
97,81
Alumínio
Y
= 0
H_Al
Y
ˆ
= 3,20377 + 0,0158491*P
95,48
SB
Y
ˆ
= 3,92431 + 0,0332561*P
95,91
t
Y
ˆ
= 3,92431 + 0,0332561*P
95,92
T
Y
ˆ
= 7,12809 + 0,0491051**P
97,36
V
Y
ˆ
= 56,2326 + 0,174124*P
91,01
m
Y
= 0
Zinco
Y
ˆ
= 7,6735 + 0,0961456*P
90,29
Ferro
Y
= 42,45
Manganês
Y
ˆ
= 49,2534 + 0,441294*P
95,93
Cobre
Y
= 2,78
Em que :
** – significativo pelo teste t (P < 0,01);
* – significativo pelo teste t (P < 0,05);
+ – significativo pelo teste t (P < 0,10);
ns – não significativo
81
Quadro A-3 -
Equações ajustadas para valor de diferentes atributos analisados no
solo, submetido à aplicação de diferentes lâminas de ARC, em
função da profundidade
Atributos
Equação de regressão R
2
(%)
L1
Y
ˆ
= 5,88574 + 0,014018
+
P
62,31
L2
Y
ˆ
= 6,2783 + 0,0142013*P
79,36
L3
Y
= 5,4017
L4
Y
ˆ
= 6,20535 + 0,0124528
+
P
97,40
pH
L5
Y
ˆ
= 6,70889 + 0,0205588**P
85,00
L1
Y
ˆ
= 14,9106 + 0,559021**P + 0,0049822*P
2
94,26
L2
Y
ˆ
= 10,3085 + 0,147278*P
68,89
L3
Y
ˆ
= 14,4653 + 0,550088
+
P + 0,00507435
+
P
2
93,05
L4
Y
ˆ
= 7,20054 + 0,0860737*P
77,94
Fósforo
L5
Y
ˆ
= 34,3882 + 1,29654
+
P + 0,0116211
+
P
2
93,84
L1
Y
ˆ
= 387,762 + 13,8944**P + 0,130068*P
2
87,51
L2
Y
ˆ
= 550,183 + 18,1312**P + 0,154839**P
2
95,38
L3
Y
ˆ
= 415,364 + 14,6008**P + 0,129316**P
2
94,26
L4
Y
ˆ
= 627,02 + 20,6093**P + 0,184816**P
2
86,60
Potássio
L5
Y
ˆ
= 659,232 + 17,5876**P + 0,128842*P
2
93,72
L1
Y
ˆ
= 2,70806 + 0,067405*P + 0,000600869
+
P
2
89,45
L2
Y
= 0,9625
L3
Y
ˆ
= 1,43075 + 0,0158365*P
66,41
L4
Y
ˆ
= 1,36013 + 0,0141851**P
85,22
Cálcio
L5
Y
ˆ
= 3,27399 + 0,0905566**P + 0,000753157*P
2
99,99
L1
Y
ˆ
= 0,641743 + 0,00541599**P
77,09
L2
Y
= 0,4292
L3
Y
ˆ
= 0,509119 + 0,00363522
+
P
78,69
L4
Y
= 0,4142
Magnésio
L5
Y
ˆ
= 1,09143 + 0,027158*P + 0,000253009*P
2
99,97
L1
Y
ˆ
= 4,50222 + 0,119365**P + 0,00106214*P
2
98,27
L2
Y
ˆ
= 3,12839 + 0,0324613*P
84,95
L3
Y
ˆ
= 3,76991 + 0,109406**P + 0,000945175*P
2
95,50
L4
Y
ˆ
= 2,95108 + 0,0304059**P
84,15
SB
L5
Y
ˆ
= 6,051413 + 0,162696**P + 0,00133569**P
2
99,18
L1
Y
ˆ
= 7,12729 + 0,244602**P + 0,00204677**P
2
97,33
L2
Y
ˆ
= 2,34923 + 0,0341833*P
79,89
L3
Y
ˆ
= 2,44048 + 0,0284762*P
71,43
L4
Y
ˆ
= 3,89952 + 0,134049**P + 0,00116565**P
2
91,95
Zinco
L5
Y
ˆ
= 8,83354 + 0,307319**P + 0,0026231*P
2
95,72
L1
Y
ˆ
= 101,744 + 0,998239**P
94,30
L2
Y
ˆ
= 72,308 + 0,421204**P
64,05
Ferro
L3
Y
ˆ
= 75,3128 + 0,485966**P
91,29
82
L4
Y
ˆ
= 78,368 + 0,381851
+
P
78,26
L5
Y
ˆ
= 231,235 + 5,87089**P + 0,045365**P
2
94,24
L1
Y
ˆ
= 161,545 + 4,62159**P + 0,0362722*P
2
95,88
L2
Y
ˆ
= 127,878 + 3,42052**P + 0,0248557**P
2
98,46
L3
Y
ˆ
= 118,316 + 3,37688**P + 0,0267129**P
2
95,10
L4
Y
ˆ
= 106,701 + 1,26225*P
69,23
Manganês
L5
Y
ˆ
= 230,116 + 5,85915**P + 0,0407668*P
2
93,02
L1
Y
ˆ
= 3,15586 + 0,0128895**P
78,93
L2
Y
ˆ
= 2,71158 – 0,0441073**P – 0,000709845*P
2
96,12
L3
Y
ˆ
= 2,29711 – 0,0448097
ns
P – 0,000604788
+
P
2
81,23
L4
Y
ˆ
= 3,85942 + 0,0172992*P
76,65
Cobre
L5
Y
= 3,5200
L1
Y
= 117,625
-
L2
Y
ˆ
= 1,81606* P + 207,179
L3
Y
= 122,558
-
L4
Y
ˆ
= 1,37269* P + 204,907
CE
L5
Y
= 185,28
-
Em que :
** – significativo pelo teste t (P < 0,01);
* – significativo pelo teste t (P < 0,05);
+ – significativo pelo teste t (P < 0,10);
ns – não significativo
83
Quadro A-4 - Equações ajustadas para concentração de macro e micronutrientes na
folha do cafeeiro como função da lâmina de ARC (D) aplicada
Nitrogênio
Lâmina
Equações ajustadas R
2
(%)
L0
Y
ˆ
= 1,99399 + 0,00817166**D
99,48
L1
Y
ˆ
= 2,61454 – 0,0135686**D + 0,000107515**D
2
99,26
L2
Y
ˆ
= 1,78381 + 0,00309431**D + 0,0000358756
+
D
2
97,71
L3
Y
ˆ
= 2,15149 – 0,00474574**D + 0,0000614541*D
2
98,19
L4
Y
ˆ
= 2,46595 – 0,0260536**D + 0,000382883*D
2
– 0,00000108752
+
D
3
98,97
L5
Y
ˆ
= 1,8831 + 0,00811682**D
99,10
Fósforo
Lâmina
Equações ajustadas R
2
(%)
L0
Y
ˆ
= 0,11875 – 0,000373765**D + 0,00000473871*D
2
99,80
L1
Y
ˆ
= 0,100439 – 0,000164166**D + 0,00000458439*D
2
99,58
L2
Y
ˆ
= 0,106488 – 0,000238086**D + 0,00000387635**D
2
98,61
L3
Y
ˆ
= 0,128868 – 0,000676324**D + 0,00000554948**D
2
93,09
L4
Y
ˆ
= 0,115859 – 0,000613837**D + 0,00000647924**D
2
99,17
L5
Y
ˆ
= 0,137079 – 0,000965598**D + 0,00000735303**D
2
98,78
Potássio
Lâmina
Equações ajustadas R
2
(%)
L0
Y
ˆ
= 1,60642 – 0,0124386*D + 0,0000663616**D
2
95,91
L1
Y
ˆ
= 1,15778 – 0,00344001**D + 0,0000464565*D
2
99,63
L2
Y
ˆ
= 1,77401 – 0,012845**D + 0,0000887641**D
2
98,12
L3
Y
ˆ
= 1,85662 – 0,0174232**D + 0,000117732**D
2
96,89
L4
Y
ˆ
= 1,97231 0,0333136**D + 0,000399122**D
2
0,00000102533
+
D
3
99,16
L5
Y
ˆ
= 1,72858 – 0,0151931**D + 0,0000921765**D
2
99,21
Cálcio
Lâmina
Equações ajustadas R
2
(%)
L0
Y
ˆ
= 0,642884 + 0,0517474**D – 0,000244171**D
2
99,86
L1
Y
ˆ
= 0,741719 + 0,0488617
ns
D – 0,00023443**D
2
89,54
L2
Y
ˆ
= 0,590243 + 0,0496915
ns
D – 0,000236681**D
2
99,34
L3
Y
ˆ
= 0,534757 + 0,0467377
ns
D – 0,000219268**D
2
90,49
L4
Y
ˆ
= 0,780452 + 0,0518209
ns
D – 0,000249179**D
2
99,28
L5
Y
ˆ
= 0,773645 + 0,0802625*D 0,000733414**D
2
+
0,00000167066
+
D
3
96,80
Magnésio
Lâmina
Equações ajustadas R
2
(%)
L0
Y
ˆ
= 0,158181 – 0,00114788
ns
D + 0,00000615139*D
2
91,84
84
L1
Y
ˆ
= 0,233235 – 0,00275347
ns
D + 0,0000126278**D
2
81,52
L2
Y
ˆ
= 0,152843 – 0,00126343
ns
D + 0,00000600394*D
2
97,07
L3
Y
ˆ
= 0,198048 – 0,00187414
ns
D + 0,00000837463**D
2
93,63
L4
Y
ˆ
= 0,158398 – 0,00127645
ns
D + 0,00000641815**D
2
96,76
L5
Y
ˆ
= 0,137842 0,0013588**D + 0,0000212546*D
2
0,0000000643258
+
D
3
98,54
Ferro
Lâmina
Equações ajustadas R
2
(%)
L0
Y
ˆ
= 98,4943 – 2,30604
ns
D + 0,0360367
ns
D
2
– 0,000123201
+
D
3
99,68
L1
Y
= 82,1300
L2
Y
ˆ
= 42,2336 + 0,756621*D
94,02
L3
Y
ˆ
= 85,3854 – 1,99361
ns
D + 0,0364587
ns
D
2
– 0,00013107*D
3
99,99
L4
Y
ˆ
= 71,2539 – 1,1974
ns
D + 0,0267788**D
2
– 0,000100496**D
3
78,43
L5
Y
= 106,04
Zinco
Lâmina
Equações ajustadas R
2
(%)
L0
Y
ˆ
= 7,83083 – 0,081954**D + 0,000438705**D
2
95,50
L1
Y
ˆ
= 6,64543 – 0,053501**D + 0,000320633**D
2
97,38
L2
Y
ˆ
= 6,60629 – 0,0621764**D + 0,000549101*D
2
99,40
L3
Y
ˆ
= 7,30707 – 0,0719123**D + 0,000418173**D
2
97,75
L4
Y
ˆ
= 7,48877 – 0,0713855*D + 0,000391472**D
2
88,03
L5
Y
ˆ
= 7,83046 – 0,227327
ns
D + 0,00402263
ns
D
2
– 0,0000137393
+
D
3
99,99
Cobre
Lâmina
Equações ajustadas R
2
(%)
L0
Y
ˆ
= 8,12052 – 0,0526609**D + 0,000686688**D
2
99,08
L1
Y
ˆ
= 7,08598 – 0,0573908**D + 0,000706394**D
2
99,76
L2
Y
ˆ
= 5,71301 + 0,0568417**D
90,85
L3
Y
ˆ
= 10,2853 – 0,103167**D + 0,000897567**D
2
99,66
L4
Y
ˆ
= 9,54161 – 0,0680158**D + 0,000666986**D
2
99,74
L5
Y
ˆ
= 10,0897 – 0,0844289**D + 0,000739483**D
2
99,79
Manganês
Lâmina
Equações ajustadas R
2
(%)
L0
Y
= 402,7833
L1
Y
= 335,5333
L2
Y
= 213,9167
L3
Y
= 269,2500
L4
Y
= 308,3167
L5
Y
= 342,5500
Em que :
** – significativo pelo teste t (P < 0,01);
* – significativo pelo teste t (P < 0,05);
+ – significativo pelo teste t (P < 0,10);
ns – não significativo
85
Quadro A-5 - Resultados das análises químicas do solo, coletado ao longo do seu perfil, submetido á aplicação de diferentes lâminas de
ARC e água “limpa”
P K Ca
2+
Mg
2+
Al
3+
H + AL
SB (t) (T) V m Zn Fe Mn Cu
Amostra
Prof.
(cm)
pH
(H
2
O)
-- mg.dm
-3
--
----------------------- cmol
c
.dm
-3
----------------------- ------ % ------
------------- mg.dm
-3
------------
L0R1 0-20 5,07 3,8 83 1,09 0,47 0 4,05 1,77 1,77 5,82 30,44
0,00 2,42 102,9
76,2 3,19
L0R1 20-40 5,34 0,9 25 0,65 0,42 0 1,95 1,13 1,13 3,08 36,77
0,00 0,55 69,8 32,1 3,57
L0R1 40-60 4,9 0,5 31 0,22 0,3 0 2,1 0,60 0,60 2,70 22,20
0,00 0,17 53,6 14,3 3,36
L0R1 60-90 4,84 1 28 0,12 0,23 0 1,95 0,42 0,42 2,37 17,78
0,00 0,18 47,9 11 2,39
L0R2 0-20 4,96 22,5 161 1,11 0,31 0,09 4,5 1,83 1,92 6,33 28,93
1,42 3,65 71,7 76,8 3,63
L0R2 20-40 4,66 1,6 86 0,26 0,18 0,28 4,05 0,66 0,94 4,71 14,01
5,94 0,98 58,6 42 3,73
L0R2 40-60 4,38 8,8 149 0 0,1 0,74 4,95 0,48 1,22 5,43 8,86 13,63
0,36 36,6 25,6 4,01
L0R2 60-90 4,67 1,2 125 0,33 0,16 0,09 2,55 0,81 0,90 3,36 24,10
2,68 0,15 33,4 19,7 2,39
L0R3 0-20 5,46 13,7 39 2,15 0,35 0,09 3,3 2,60 2,69 5,90 44,07
1,53 6,22 79,3 73,7 3,36
L0R3 20-40 5,06 3,3 22 0,96 0,35 0,09 3,9 1,37 1,46 5,27 25,94
1,71 2,13 93,9 64,9 3,04
L0R3 40-60 4,47 1,1 32 0,22 0,2 0,65 4,65 0,50 1,15 5,15 9,74 12,62
1,1 57,2 38 4,19
L0R3 60-90 5,12 1 24 0,25 0,37 0,9 2,85 0,68 1,58 3,53 19,30
25,49
0,41 51,3 20,8 3,5
L1R1 0-20 6,29 17,4 351 2,84 0,72 0 2,1 4,46 4,46 6,56 67,98
0,00 5,04 61 132,2 2,93
L1R1 20-40 6,89 1,6 61 1,8 0,56 0 1,5 2,52 2,52 4,02 62,65
0,00 1 52,9 41,9 2,88
L1R1 40-60 5,33 1,2 137 0,84 0,29 0 2,1 1,48 1,48 3,58 41,35
0,00 0,32 48,8 22,9 2,5
L1R1 60-90 4,89 1,1 137 1,15 0,26 0 2,1 1,76 1,76 3,86 45,60
0,00 0,14 40,8 16,1 1,55
L1R2 0-20 5,15 7,9 316 1,16 0,37 0,09 4,95 2,34 2,43 7,29 32,08
1,23 3,71 103 152,5 2,7
L1R2 20-40 5,28 0,7 28 1,23 0,42 0,09 2,85 1,72 1,81 4,57 37,66
1,97 0,75 59,7 42,7 2,44
L1R2 40-60 4,19 0,3 21 0,17 0,15 0,74 4,35 0,37 1,11 4,72 7,91 15,67
0,34 55,9 50,6 2,83
L1R2 60-90 4,86 0,4 29 1,04 0,31 0,19 2,7 1,42 1,61 4,12 34,53
4,61 0,13 35,4 22,3 2,25
L1R3 0-20 5,48 5,6 169 2,04 0,81 0 4,2 3,28 3,28 7,48 43,87
0,00 6,38 127,4
84,5 3,1
L1R3 20-40 5,28 1,4 29 1,35 0,45 0,09 2,7 1,87 1,96 4,57 40,97
1,97 1,78 92,9 46,4 3,08
L1R3 40-60 4,96 0,5 28 0,88 0,33 0,09 2,85 1,28 1,37 4,13 31,02
2,18 0,61 26,7 22 2,95
L1R3 60-90 5,09 0,5 30 1,08 0,35 0,09 2,84 1,51 1,60 4,35 34,66
2,07 0,28 22,3 9,7 2,28
L1R4 0-20 5,01 4,7 173 1,64 0,5 0,19 6,6 2,58 2,77 9,18 28,12
2,07 18,98
107,6
100,7 3,05
86
L1R4 20-40 4,88 2,1 92 1,34 0,48 0,19 2,7 2,06 2,25 4,76 43,22
4,00 44,07
220,6
80,1 3,6
L1R4 40-60 5,25 0,4 48 1,17 0,65 0,09 2,25 1,94 2,03 4,19 46,34
2,15 32,46
56,6 37,6 3,01
L1R4 60-90 5,47 0,3 36 1 0,48 0,19 5,7 1,57 1,76 7,27 21,62
2,61 10,1 37,5 23,8 3,15
L1R5 0-20 5,22 6 316 1,14 0,59 0 3,6 2,54 2,54 6,14 41,35
0,00 4,82 133,3
158,6 3,22
L1R5 20-40 4,93 2,8 30 2,58 0,61 0 4,65 3,27 3,27 7,92 41,26
0,00 3,01 71,4 68,9 3,08
L1R5 40-60 4,84 0,5 30 1,06 0,37 0,19 3,3 1,51 1,70 4,81 31,35
3,95 0,56 40,9 44 3,25
L1R5 60-90 5,42 0,4 7 1,44 0,46 0 2,55 1,92 1,92 4,47 42,93
0,00 3,09 70,1 69,1 3,13
L1R6 0-20 4,63 3,7 286 0,39 0,28 0,47 5,85 1,40 1,87 7,25 19,33
6,48 9,17 148,4
87,1 3,23
L1R6 20-40 4,48 1,2 106 0,52 0,26 0,56 5,25 1,05 1,61 6,30 16,68
8,89 4,16 107,4
74,7 3,14
L1R6 40-60 5,37 0,4 24 1,1 0,29 0 2,1 1,45 1,45 3,55 40,87
0,00 0,44 37,6 19,8 2,61
L1R6 60-90 5,41 0,7 25 0,86 0,17 0 1,8 1,09 1,09 2,89 37,80
0,00 0,39 44,3 15,7 2,39
L1R1* 0-20 5,78 11,1 129 2,72 0,62 0 4,05 3,67 3,67 7,72 47,54
0,00 5,79 95,7 180,4 2,66
L1R1* 20-40 5,86 5,4 51 2,56 0,55 0 3,15 3,24 3,24 6,39 50,71
0,00 2,87 99,3 81,9 2,91
L1R1* 40-60 5,74 1,3 40 1,62 0,32 0 2,25 2,04 2,04 4,29 47,58
0,00 1,21 66,5 55,3 4,39
L1R1* 60-90 5,81 0,8 36 1,59 0,24 0 1,95 1,92 1,92 3,87 49,64
0,00 0,6 63 29,6 3,84
L1R2* 0-20 5,48 5 176 2,09 0,66 0 4,5 3,20 3,20 7,70 41,56
0,00 5,21 106,8
102,5 3,56
L1R2* 20-40 4,93 2,3 57 1,68 0,54 0,09 5,1 2,37 2,46 7,47 31,69
1,21 2,85 77,8 55,6 2,41
L1R2* 40-60 5,09 1,1 41 1,81 0,68 0,19 3,9 2,59 2,78 6,49 39,95
2,93 2,29 85,4 37,5 2,71
L1R2* 60-90 5,19 1,2 26 1,17 0,47 0 3,3 1,71 1,71 5,01 34,09
0,00 2,01 73,8 36,1 3,03
L1R3* 0-20 5,68 19,7 181 2,65 0,77 0,09 4,8 3,88 3,97 8,68 44,72
1,04 4,56 72,9 99,9 2,93
L1R3* 20-40 5,17 4,3 29 1,92 0,53 0,19 4,35 2,52 2,71 6,87 36,72
2,76 2,37 44,5 55,5 2,22
L1R3* 40-60 5,4 0,7 19 1,59 0,47 0 2,7 2,11 2,11 4,81 43,85
0,00 0,84 42,1 33,6 3,32
L1R3* 60-90 5,61 0,6 23 1,36 0,37 0 2,1 1,79 1,79 3,89 46,00
0,00 0,33 29,2 15 2,64
L1R4* 0-20 5,55 14,7 356 1,84 0,62 0,09 5,4 3,37 3,46 8,77 38,43
1,03 5,99 86,8 142,8 4,28
L1R4* 20-40 4,97 9,6 86 1,53 0,57 0,28 5,85 2,32 2,60 8,17 28,40
3,43 4,84 82,3 102,8 3,63
L1R4* 40-60 perdeu
perdeu
perdeu
perdeu
perdeu
perdeu
perdeu
perdeu
perdeu
perdeu
perdeu
perdeu
perdeu
perdeu
L1R4* 60-90 5,28 0,9 33 1,05 0,39 0 2,55 1,52 1,52 4,07 37,41
0,00 0,6 57,5 29,6 4
L1R5* 0-20 6,07 26,1 201 3,24 0,96 0 3,45 4,71 4,71 8,16 57,74
0,00 6,51 97,5 146 3,01
L1R5* 20-40 5,88 4,6 59 1,74 0,57 0,09 3,9 2,46 2,55 6,36 38,69
1,41 3,02 98,7 64 3,26
L1R5* 40-60 5,14 1,4 93 1,14 0,42 0 3,3 1,80 1,80 5,10 35,27
0,00 1,33 82,8 32,7 3,07
87
L1R5* 60-90 5,02 1,2 38 1,33 0,43 0,09 3,15 1,86 1,95 5,01 37,09
1,80 0,95 98,9 30,5 2,97
L1R6* 0-20 5,89 26,3 261 2,51 0,9 0 3,45 4,08 4,08 7,53 54,17
0,00 5,15 214,8
186,5 4,09
L1R6* 20-40 5,11 5 91 1,99 0,77 0,19 3,3 2,99 3,18 6,29 47,56
3,02 2,97 159,5
86,7 3,7
L1R6* 40-60 5,14 1,4 41 1,37 0,62 0 3,15 2,09 2,09 5,24 39,94
0,00 1,68 86,1 36,6 4,03
L1R6* 60-90 5,19 1,1 31 1,16 0,54 0 2,85 1,78 1,78 4,63 38,44
0,00 0,87 55,4 22,5 3,92
L2R1 0-20 6,05 1,4 481 0,27 0,34 0 1,65 1,84 1,84 3,49 52,72
0,00 0,85 71,3 106,9 3,4
L2R1 20-40 5,69 0,9 157 0,28 0,24 0 1,65 0,92 0,92 2,57 35,84
0,00 0,24 50,8 34,9 3,35
L2R1 40-60 4,89 1,2 79 0,28 0,23 0,19 2,25 0,71 0,90 2,96 24,04
6,41 0,18 68,4 27,2 3,17
L2R1 60-90 4,64 1,4 61 0,32 0,27 0 1,8 0,75 0,75 2,55 29,30
0,00 0,14 34 12,6 1,97
L2R2 0-20 6,33 20,9 356 2,77 0,7 0 2,85 4,38 4,38 7,23 60,58
0,00 4,13 73,7 103,1 2,49
L2R2 20-40 6,07 3 87 1,52 0,48 0 1,8 2,22 2,22 4,02 55,25
0,00 1,19 43,4 38,7 2,96
L2R2 40-60 5,62 1,1 36 1,03 0,37 0 2,1 1,49 1,49 3,59 41,54
0,00 0,33 48,9 22,1 3,48
L2R2 60-90 5,52 1,2 33 0,78 0,29 0 1,5 1,15 1,15 2,65 43,49
0,00 0,24 32,8 9,3 2,4
L2R3 0-20 5,97 12,3 361 1,57 0,58 0 2,25 3,07 3,07 5,32 57,73
0,00 2,39 65 84,6 3,51
L2R3 20-40 6,34 5,1 63 1,6 1,04 0 1,2 2,80 2,80 4,00 70,01
0,00 1,25 57,7 51,6 3,43
L2R3 40-60 5,37 1,1 94 0,4 0,31 0,09 1,8 0,95 1,04 2,75 34,56
3,27 0,23 70,4 23,6 3,18
L2R3 60-90 5,82 1,2 58 0,73 0,3 0 1,2 1,18 1,18 2,38 49,54
0,00 0,1 42,8 7,2 1,6
L3R1 0-20 5,16 2,5 377 0,51 0,3 0,19 3,6 1,77 1,96 5,37 33,01
3,54 2,23 85,5 104,1 3,42
L3R1 20-40 5,4 1 32 0,37 0,28 0 2,25 0,73 0,73 2,98 24,54
0,00 0,71 61,3 29,8 3,37
L3R1 40-60 4,67 1 47 0,13 0,2 0,28 2,55 0,45 0,73 3,00 15,01
9,33 0,17 47 25,7 2,91
L3R1 60-90 4,79 1,8 66 0,37 0,3 0,09 1,8 0,84 0,93 2,64 31,79
3,41 0,26 40 17,8 1,72
L3R2 0-20 5,87 5,8 171 2,17 0,68 0 2,25 3,29 3,29 5,54 59,37
0,00 2,77 64,7 76,1 2,2
L3R2 20-40 5,04 0,8 35 0,82 0,42 0 2,25 1,33 1,33 3,58 37,14
0,00 1,43 51,6 36,5 2,63
L3R2 40-60 4,9 0,7 43 0,84 0,36 0,19 2,1 1,31 1,50 3,41 38,42
5,57 0,25 47,6 26,3 3,48
L3R2 60-90 5,6 1,5 37 0,9 0,41 0 1,5 1,40 1,40 2,90 48,36
0,00 1 41,8 9,9 2,34
L3R3 0-20 6,5 21,6 337 2,07 0,58 0 1,8 3,51 3,51 5,31 66,11
0,00 2,82 73,5 91,2 2,67
L3R3 20-40 5,85 1,5 104 0,55 0,38 0 1,8 1,20 1,20 3,00 39,92
0,00 0,47 53 28,7 2,61
L3R3 40-60 5,62 1,1 35 0,55 0,27 0 1,8 0,91 0,91 2,71 33,57
0,00 2,98 55,7 22,1 3,3
L3R3 60-90 5,42 0,9 13 0,05 0,13 0 1,65 0,21 0,21 1,86 11,44
0,00 0,1 41,5 11,3 2,54
L4R1 0-20 5,98 5 513 0,95 0,37 0 1,8 2,63 2,63 4,43 59,39
0,00 2,8 71 92,4 3,61
88
L4R1 20-40 5,68 8,4 113 0,84 0,29 0,09 1,8 1,42 1,51 3,22 44,08
2,80 0,22 43,2 20,7 3,75
L4R1 40-60 5,68 2,2 42 0,73 0,28 0 1,5 1,12 1,12 2,62 42,69
0,00 0,11 41,3 15,3 2,77
L4R1 60-90 5,16 1,8 49 0,72 0,28 0 1,5 1,13 1,13 2,63 42,86
0,00 0,11 38,5 9,2 1,76
L4R2 0-20 5,76 11,6 497 1,27 0,4 0,09 3,3 2,94 3,03 6,24 47,12
1,44 3,55 77,1 159,5 2,84
L4R2 20-40 5,35 1,6 77 1,01 0,42 0 2,25 1,63 1,63 3,88 41,96
0,00 0,59 63,6 46,4 3,53
L4R2 40-60 5,02 0 206 0,38 0,25 0,09 3 1,16 1,25 4,16 27,83
2,17 0,86 91 94,9 4,05
L4R2 60-90 4,81 1,5 133 0,32 0,25 0 4,05 0,91 0,91 4,96 18,35
0,00 0,38 55,9 43,2 3,09
L4R3 0-20 6,56 5,1 381 1,57 0,72 0 1,35 3,26 3,26 4,61 70,74
0,00 2,11 89,8 98,4 3,89
L4R3 20-40 6,52 2,7 125 1,16 0,99 0 1,2 2,47 2,47 3,67 67,30
0,00 0,72 69,7 44,4 3,36
L4R3 40-60 5,8 1,6 117 0,12 0,35 0,09 2,1 0,77 0,86 2,87 26,81
3,14 0,49 52,1 14,6 2,92
L4R3 60-90 5,98 2,3 129 0,23 0,37 0 1,2 0,93 0,93 2,13 43,66
0,00 0,41 58,2 16,6 2,18
L5R1 0-20 6,67 53,3 489 3,46 1,06 0 2,1 5,77 5,77 7,87 73,32
0,00 7,75 162,9
204,4 4,81
L5R1 20-40 6,42 3 246 1,15 0,55 0 1,35 2,33 2,33 3,68 63,31
0,00 0,88 73,5 92,3 3,66
L5R1 40-60 5,73 2 141 0,63 0,45 0,09 1,5 1,44 1,53 2,94 48,99
3,06 0,64 76,1 86,6 3,68
L5R1 60-90 5,88 2,2 49 0,89 0,75 0,09 1,2 1,77 1,86 2,97 59,53
3,04 0,55 48,8 18,4 2,21
L5R2 0-20 6,8 6,1 673 1,51 0,58 0 1,95 3,81 3,81 5,76 66,15
0,00 3,04 216,4
184,6 3,87
L5R2 20-40 6,46 1,2 201 1,04 0,46 0,09 1,2 2,01 2,10 3,21 62,66
2,80 0,31 55,9 36,9 2,93
L5R2 40-60 5,49 1,3 226 0,65 0,33 0 1,8 1,56 1,56 3,36 46,40
0,00 0,29 60 26,3 4,11
L5R2 60-90 5,25 1,6 75 0,64 0,35 0,09 1,65 1,18 1,27 2,83 41,73
3,18 0,2 35,9 10,6 2,31
L5R3 0-20 6,29 11,8 391 2,37 0,9 0 2,85 4,27 4,27 7,12 59,97
0,00 8,01 171 162,1 3,52
L5R3 20-40 5,62 3,7 110 1,49 0,49 0 2,1 2,26 2,26 4,36 51,85
0,00 2,62 103,2
73,7 3,48
L5R3 40-60 4,77 1,5 106 0,63 0,33 0,56 3,75 1,23 1,79 4,98 24,72
11,24
1,05 66,9 67,5 4,83
L5R3 60-90 4,95 1,3 25 0,62 0,33 0,19 2,7 1,01 1,20 3,71 27,30
5,12 0,35 40 13,7 2,83
89
Quadro A-6 – Valores médios de concentração de macro e micronutrientes nas folhas do cafeeiro, coletadas no mês de junho
Variáveis Resposta
N P K Ca Mg Fe Zn Cu Mn
Lâminas
-------------------------------- dag.kg
-1
------------------------------------- -------------------------- mg.kg
-1
---------------------------
L0 2,25 0,11 1,17 1,93 0,15 57 4,9 8,5 355
L1 2,19 0,09 1,06 1,92 0,11 59 4,8 6,4 318
L2 2,01 0,09 1,32 1,96 0,13 67 4,1 7,3 205
L3 2,23 0,09 1,17 1,15 0,17 55 4,9 7,6 223
L4 2,09 0,09 1,22 1,94 0,14 69 4,3 7,9 280
L5 2,07 0,11 1,29 2,85 0,11 108 4,3 8,6 240
CV (%) 14,82 22,42 20,09 61,05 34,83 48,64 13,34 16,12 47,09
CV (%) = coeficiente de variação.
Quadro A-7 - Valores médios de concentração de nitrogênio em função da lâmina de ARC aplicada e de concentração média dos demais
nutrientes na folha do cafeeiro, em coleta efetuada no mês de julho
Variáveis Resposta
N P K Ca Mg Fe Zn Cu Mn
Lâminas
------------------------------------- dag.kg
-1
--------------------------------- ---------------------------- mg.kg
-1
--------------------------
L0 2,52 0,12 1,17 2,94 0,10 65 4,7 7,3 420
L1 2,30 0,10 1,08 3,46 0,12 61 4,7 5,5 321
L2 2,26 0,12 1,30 2,81 0,10 62 4,5 8,1 188
L3 1,98 0,11 1,30 2,83 0,10 69 4,8 8,2 261
L4 1,94 0,11 1,29 3,11 0,10 60 5,2 8,5 320
L5 2,38 0,12 1,23 2,97 0,12 51 5,7 8,0 418
CV (%) 7,11 14,28 21,09 29,58 27,24 20,22 19,56 30,42 48,28
CV (%) = coeficiente de variação.
90
Quadro A-8 – Valores médios de concentração de nitrogênio em função da lâmina de ARC aplicada e de concentração média dos demais
nutrientes na folha do cafeeiro, em coleta efetuada no mês de agosto
Variáveis Resposta
N P K Ca Mg Fe Zn Cu Mn
Lâminas
---------------------------------- dag.kg
-1
-------------------------------------
-------------------------------- mg.kg
-1
----------------------------
L0 2,65 0,12 1,03 3,29 0,11 92 4,3 8,4 467,17
L1 2,41 0,121 1,05 2,76 0,14 109 5,3 7,5 418,08
L2 2,17 0,11 1,43 3,03 0,08 113 4,0 9,1 248,25
L3 2,23 0,12 1,32 3,03 0,10 106 4,4 7,8 283,33
L4 2,47 0,11 1,42 3,42 0,10 113 4,5 8,4 355,17
L5 2,55 0,10 1,07 3,42 0,14 93 9,9 8,1 437,42
CV (%) 8,66 22,07 25,12 22,50 31,17 23,33 57,80 32,95 23,93
CV (%) = coeficiente de variação.
Quadro A-9 – Valores médios de concentração de macro e micronutrientes nas folhas do cafeeiro, coletadas no mês de dezembro
Variáveis Resposta
N P K Ca Mg Fe Zn Cu Mn
Lâminas
---------------------------------- dag.kg
-1
-------------------------------------
------------------------------ mg.kg
-1
--------------------------
L0 3,74 0,25 1,92 0,7432 0,1887 63 9,9 27,4 307
L1 4,56 0,27 2,48 0,7037 0,2090 56 9,5 26,2 284
L2 4,03 0,23 2,98 0,6008 0,1530 207 16,8 18,7 181
L3 3,87 0,23 3,38 0,6580 0,1742 61 10,6 28,2 215
L4 3,81 0,27 3,08 0,6702 0,1735 70 9,7 24,7 223
L5 3,62 0,26 2,60 0,7532 0,1942 62 10,3 25,0 230
CV (%) 8,34 16,00 13,58 14,56 14,32 85,40 30,48 16,98 38,47
CV (%) = coeficiente de variação.
91
Quadro A-10 - Análise de variância das médias de concentração de macro e micronutrientes na folha do cafeeiro coletadas no mês de
maio, quando submetido à aplicação da lâmina de aplicação da ARC correspondente ás necessidades de adubação
potássica do cafeeiro (L1) e da mesma lâmina, seguida, porém, de irrigação do cafeeiro (L1*)
Variáveis Resposta
Lâminas
N P
K Ca Mg Fe Zn Cu Mn
--------------------------- dag kg
-1
-------------------------------
-------------------------- mg.kg
-1
---------------------
L1 2,36 a 0,12 a 1,35 a 0,65 a 0,23 a
106,81 a 7,08 a 7,74 b 388,04 a
L1* 2,19 a 0,14 a 1,35 a 0,66 a 0,25 a
85,55 a 7,22 a 9,58 a 318,21 a
CV (%) 12,66 21,48 29,70 26,47 30,06 63,65 10,49 14,95 39,13
CV (%) = coeficiente de variação.
Médias seguidas pela mesma letra para cada mês, na coluna, não diferem entre si pelo teste F (P > 0,10).
Quadro A-11 - Análise de variância das médias de concentração de macro e micronutrientes na folha do cafeeiro coletadas no mês de
junho, quando submetido à aplicação da lâmina de aplicação da ARC correspondente ás necessidades de adubação
potássica do cafeeiro (L1) e da mesma lâmina, seguida, porém, de irrigação do cafeeiro (L1*)
Variáveis Resposta
Lâminas
N P
K Ca Mg Fe Zn Cu Mn
--------------------------- dag kg
-1
-------------------------------
-------------------------- mg.kg
-1
---------------------
L1 2,29 a 0,09 a 1,01 a 1,58 a 0,13 a
52,11 a 4,93 b 7,18 b 290,92 a
L1* 2,45 a 0,11 a 1,07 a 1,02 a 0,20 a
50,40 a 7,55 a 9,31 a 224,17 a
CV (%) 16,18 19,83 27,38 91,33 44,13 37,99 35,92 11,88 38,78
CV (%) = coeficiente de variação.
Médias seguidas pela mesma letra para cada mês, na coluna, não diferem entre si pelo teste F (P > 0,10).
92
Quadro A-12 - Análise de variância das médias de concentração de macro e micronutrientes na folha do cafeeiro coletadas no mês de
julho, quando submetido à aplicação da lâmina de aplicação da ARC correspondente ás necessidades de adubação
potássica do cafeeiro (L1) e da mesma lâmina, seguida, porém, de irrigação do cafeeiro (L1*)
Variáveis Resposta
Lâminas
N P
K Ca Mg Fe Zn Cu Mn
--------------------------- dag kg
-1
-------------------------------
-------------------------- mg.kg
-1
---------------------
L1 2,31 a 0,11 a 0,97 a 3,18 a 0,12 a
57,80 a 4,42 a 6,07 b 314,83 a
L1* 2,38 a 0,12 a 1,07 a 3,21 a 0,11 a
56,37 a 5,17 a 7,65 a 259,96 a
CV (%) 8,33 10,19 26,39 34,68 28,61 21,51 15,67 12,07 34,30
CV (%) = coeficiente de variação.
Médias seguidas pela mesma letra para cada mês, na coluna, não diferem entre si pelo teste F (P > 0,10).
Quadro A-13 - Análise de variância das médias de concentração de macro e micronutrientes na folha do cafeeiro coletadas no mês de
agosto, quando submetido à aplicação da lâmina de aplicação da ARC correspondente ás necessidades de adubação
potássica do cafeeiro (L1) e da mesma lâmina, seguida, porém, de irrigação do cafeeiro (L1*)
Variáveis Resposta
Lâminas
N P
K Ca Mg Fe Zn Cu Mn
--------------------------- dag kg
-1
-------------------------------
-------------------------- mg.kg
-1
---------------------
L1 2,47 a 0,12 a 1,06 a 2,35 a 0,14 a
95,03 a 5,11 a 8,16 a 389,04 a
L1* 2,51 a 0,12 a 1,10 a 2,99 a 0,12 a
71,52 b 4,82 a 8,63 a 284,83 a
CV (%) 10,45 14,34 30,90 42,86 37,89 17,08 14,58 20,85 34,10
CV (%) = coeficiente de variação.
Médias seguidas pela mesma letra para cada mês, na coluna, não diferem entre si pelo teste F (P > 0,10).
93
Quadro A-14 - Análise de variância das médias de concentração de macro e micronutrientes na folha do cafeeiro coletadas no mês de
novembro, quando submetido à aplicação da lâmina de aplicação da ARC correspondente ás necessidades de adubação
potássica do cafeeiro (L1) e da mesma lâmina, seguida, porém, de irrigação do cafeeiro (L1*)
Variáveis Resposta
Lâminas
N P
K Ca Mg Fe Zn Cu Mn
--------------------------- dag kg
-1
-------------------------------
-------------------------- mg.kg
-1
---------------------
L1 4,05 a 0,26 a 2,68 a 0,69 a 0,22 a
62,34 a 10,45 a 26,02 b 317,96 a
L1* 3,71 a 0,27 a 2,51 a 0,70 a 0,21 a
66,40 a 12,18 a 48,18 a 362,71 a
CV (%) 14,40 9,19 14,51 7,87 14,74 18,78 19,59 19,46 35,68
CV (%) = coeficiente de variação.
Médias seguidas pela mesma letra para cada mês, na coluna, não diferem entre si pelo teste F (P > 0,10).
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo