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GESSIONEI DA SILVA SANTANA
AVALIAÇÃO DE MODELOS PARA ESTIMAR A CONDUTIVIDADE ELÉTRICA
E A CONCENTRAÇÃO DE POTÁSSIO NA SOLUÇÃO DO SOLO USANDO
REFLECTOMETRIA NO DOMÍNIO DO TEMPO (TDR)
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das
exigências do Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Agrícola, para
obtenção do título de Doctor Scientiae.
VIÇOSA
MINAS GERAIS – BRASIL
2006
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Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e
Classificação da Biblioteca Central da UFV
T
Santana, Gessionei da Silva, 1975 –
S232a Avaliação de modelos para estimar a condutividade elétrica e
a 2006 a concentração de potássio na solução do solo usando
Reflectometria no Domínio do Tempo (TDR) / Gessionei da
Silva Santana. – Viçosa : UFV, 2006.
100p. : il.
Orientador: Márcio Mota Ramos
Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Viçosa
1. Fertirrigação. 2. Reflectometria no Domínio do Tempo.
3. Química do solo. 4. Irrigação Agrícola. 5. Solos – Umidade.
I. Universidade Federal de Viçosa. II. Título.
CDD 19.ed. 634.42587
CDD 20.ed. 634.42587
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GESSIONEI DA SILVA SANTANA
AVALIAÇÃO DE MODELOS PARA ESTIMAR A CONDUTIVIDADE ELÉTRICA
E A CONCENTRAÇÃO DE POTÁSSIO NA SOLUÇÃO DO SOLO USANDO
REFLECTOMETRIA NO DOMÍNIO DO TEMPO (TDR)
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das
exigências do Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Agrícola, para
obtenção do título de Doctor Scientiae.
APROVADA: 18 de agosto de 2006
Dr. Eugênio Ferreira Coelho Prof. Mauro Aparecido Martinez
(Co-orientador)
Prof. Rubens Alves de Oliveira Prof. Dalmo Lopes de Siqueira
Prof. Márcio Mota Ramos
(Orientador)
ii
A Deus,
AGRADEÇO.
Aos meus familiares,
amigos e
amigas,
DEDICO.
À Comunidade Técnico-Científica,
OFEREÇO.
iii
AGRADECIMENTOS
A DEUS, pelo dom da vida, pela energia e pela perseverança.
Aos meus pais (Gerson e Zilda), irmãos (Joe Sérgio) e irmãs (Dicélia,
Nildete e Maricélia), por me incentivarem a obter novos conhecimentos e por
me proporcionarem a cada dia momentos de enorme satisfação e alegria.
À minha filha ALÉRCIA, pela alegria, pelo carinho, pelo sorriso, enfim,
por consistir na razão do meu viver.
À minha esposa, Eliete, pela presença constante e pelo incentivo
transmitido à minha pessoa, para que eu pudesse enfrentar essa árdua tarefa.
À Universidade Federal de Viçosa, por meio do Departamento de
Engenharia Agrícola (DEA), pela oportunidade concedida para a realização do
curso.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), pela concessão da bolsa de estudo.
Ao Centro Nacional de Pesquisa de Mandioca e Fruticultura (CNPMF),
pertencente à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), pela
valiosa parceria que culminou com a viabilização da minha pesquisa de
doutoramento.
Ao Centro Tecnológico do Norte de Minas Gerais (CTNM), pertencente à
Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), por
oportunizar a realização da pesquisa de doutoramento.
À Escola Agrotécnica Federal de Salinas (EAFSalinas), por oportunizar
momentos preciosos para a conclusão da redação da tese.
Ao professor Márcio Mota Ramos, pela imensa contribuição e
memorável orientação durante os trabalhos realizados no decorrer do curso.
iv
Ao meu Co-orientador, Dr. Eugênio Ferreira Coelho, pela valiosa e
inestimável orientação e colaboração.
A todos os professores e funcionários do DEA, pelos preciosos
ensinamentos, auxílio e convívio diário durante a realização do curso.
Ao grupo de pesquisa em Irrigação e Fertirrigação do Centro Nacional
de Pesquisa em Mandioca e Fruticultura da EMBRAPA, Maurício Coelho,
Tibério, Cafua, Julival, Alisson, Lucas, Marcelo, Roque, Val e,
especialmente, a Tacísio, pela inestimável colaboração.
Aos funcionários do Centro Tecnológico do Norte de Minas pertencente
à EPAMIG, especialmente, a Marco Aurélio, Sival, Orlando, Roberto, Eugênio,
Dilermando e Nilma, pela expressiva colaboração.
A todos os meus amigos e amigas que, direta ou indiretamente,
contribuíram para a realização dos trabalhos.
A todos os meus contemporâneos de Pós-Graduação em Engenharia
Agrícola na Universidade Federal de Viçosa, especialmente aos amigos Élio
Cordeiro e à sua esposa, a Sra. Marita Goes, Salomão Medeiros, Paola Lo
Monaco, Gustavo Haddar, Patrícia Graça, Geraldo Magela, Delfran Batista,
Flávio Gonçalves, Wallisson Freitas, Ismael, Adão Wagner, Jusciara, Júlio
César pelo grande e valioso espírito de solidariedade e irmandade.
Enfim, a todos, na certeza de que a vitória não é minha, é nossa!
v
BIOGRAFIA
Gessionei da Silva Santana, filho de Gerson Brito Santana e Zilda da
Silva Santana, nasceu na cidade de Wagner, BA, em 22 de junho de 1975.
Em março de 1992, iniciou seus estudos de nível médio no Curso de
Agropecuária, em sua terra natal, concluindo-os em dezembro 1994.
Em março de 1995, ingressou no Curso de Agronomia da Universidade
Federal da Bahia, em Cruz das Almas, BA, concluindo-o em janeiro de 2000.
Em fevereiro de 2000, iniciou o Mestrado no Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Agrícola, com área de concentração em Irrigação e
Drenagem, na Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa, MG, submetendo-
se à defesa da dissertação em abril de 2002.
De abril a outubro de 2002, atuou como consultor da Organização dos
Estados Americanos (OEA), do Programa das Nações Unidas Para o Meio
Ambiente (PNUMA), do Global Environment Found (GEF), da Agência Nacional
de Águas (ANA), da Universidade Federal de Viçosa (UFV), entidade esta,
executora do Sub-projeto 4.1 Quantificação e análise da eficiência de uso da
água pelo setor agrícola na bacia do São Francisco, do Projeto GEF São
Francisco.
Em setembro de 2002, iniciou o Doutorado no Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Agrícola, com área de concentração em Recursos
Hídricos e Ambientais, na Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa, MG,
submetendo-se à defesa de tese em agosto de 2006.
Em julho de 2005, ingressou na carreira do magistério como Professor
de Irrigação e Drenagem da Escola Agrotécnica Federal de Salinas
(EAFSalinas), em Salinas, MG.
vi
SUMÁRIO
Página
RESUMO ........................................................................................................ VIII
ABSTRACT....................................................................................................... XI
INTRODUÇÃO GERAL.......................................................................................1
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................4
ARTIGO 1 ...........................................................................................................6
ESTIMATIVA DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA DA SOLUÇÃO DO SOLO
A PARTIR DO TEOR DE ÁGUA E DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA
APARENTE DO SOLO .......................................................................................6
RESUMO ............................................................................................................6
ESTIMATING SOIL SOLUTION ELECTRICAL CONDUCTIVITY FROM
SOIL WATER CONTENT AND BULK ELECTRICAL CONDUCTIVITY
FROM SOIL ........................................................................................................7
ABSTRACT.........................................................................................................7
INTRODUÇÃO....................................................................................................8
MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................10
RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................17
CONCLUSÕES.................................................................................................26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................27
ARTIGO 2 .........................................................................................................31
RELAÇÃO ENTRE POTÁSSIO NA SOLUÇÃO DO SOLO, TEOR DE ÁGUA
E CONDUTIVIDADE ELÉTRICA APARENTE DO SOLO
1
................................31
vii
RESUMO ..........................................................................................................31
RELATIONSHIP BETWEEN POTASSIUM IN THE SOIL SOLUTION, SOIL
WATER CONTENT AND BULK ELECTRICAL CONDUCTIVITY FROM
SOIL..................................................................................................................32
ABSTRACT.......................................................................................................32
INTRODUÇÃO..................................................................................................33
MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................35
RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................42
CONCLUSÃO ...................................................................................................54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................54
ARTIGO 3 .........................................................................................................58
MONITORAMENTO DO TEOR DE ÁGUA E DA CONDUTIVIDADE
ELÉTRICA APARENTE E DA SOLUÇÃO DO SOLO.......................................58
RESUMO ..........................................................................................................58
MONITORING THE WATER CONTENT AND BULK ELECTRICAL
CONDUCTIVITY AND SOIL SOLUTION..........................................................59
ABSTRACT.......................................................................................................59
INTRODUÇÃO..................................................................................................60
MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................61
RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................71
CONCLUSÕES.................................................................................................85
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................86
RESUMO E CONCLUSÕES GERAIS ..............................................................89
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................92
APÊNDICES .....................................................................................................94
APÊNDICE A ...................................................................................................95
APÊNDICE B ...................................................................................................96
APÊNDICE C...................................................................................................98
viii
RESUMO
SANTANA, Gessionei da Silva, D.Sc., Universidade Federal de Viçosa, agosto
de 2006. Avaliação de modelos para estimar a condutividade elétrica e
a concentração de potássio na solução do solo usando Reflectometria
no Domínio do Tempo (TDR). Orientador: Márcio Mota Ramos.
Conselheiros: Eugênio Ferreira Coelho, Júlio Cezar Neves Lima e Luiz
Carlos Chamhum Salomão.
A Reflectometria no Domínio do Tempo (TDR) é uma técnica que vem
se despontando nos últimos anos, como uma atrativa ferramenta no
monitoramento do teor de água no solo (θ) e da condutividade elétrica aparente
do solo (CEa), sendo isso feito, em tempo real, de forma automatizada, rápida
e com o mínimo distúrbio da estrutura do solo. Aliado a isto, esta técnica
viabiliza, de forma indireta, o conhecimento da condutividade elétrica da
solução do solo (CEw) e da concentração de nutrientes nesta solução (Ci)
(WRAITH & DAS, 1998; MMOLAWA & OR, 2000 e NOBORIO, 2001).
Objetivou-se com este trabalho, avaliar, em condições de laboratório e de
campo, seis modelos que relacionam θ, CEa e CEw (RHOADES et al., 1976;
NADLER et al., 1984, modificado por RHOADES et al., 1989; RHOADES et al.,
1989; MUALEN & FRIEDMAN, 1991; HEIMOVAARA et al., 1995; VOGELER et
al., 1996), quanto à sua capacidade de estimar a CEw e a concentração de
potássio na solução do solo (K), a partir de dados de θ e CEa, obtidos por meio
da técnica da TDR, bem como, a viabilidade de uso dessa técnica no
monitoramento da variação temporal e espacial de θ, CEa e CEw, em
condições de campo. Para se estimar K, os modelos foram adaptados com
relações entre CEw e K do tipo potência (MMOLAWA & OR, 2000) e linear
ix
(HEIMOVAARA et al., 1995; VOGELER et al., 1996). Na etapa de laboratório,
um solo aluvial de classes texturais franca (CT
f
) e franco-arenosa (CT
fa
) foi
acondicionado em vasos, de forma a se obter densidades semelhantes àquelas
que ocorrem em condições de campo. Com o solo correspondente a cada
classe textural, montou-se uma bancada de 25 vasos, nos quais se aplicou
cinco soluções de cloreto de potássio, com condutividades elétricas iguais a
1,0; 2,5; 4,0; 5,5 e 7,0 dS m
-1
, de forma a se obter cinco teores de água no
solo, correspondentes a 20; 40; 60; 80 e 100% da água disponível. Na etapa de
campo, duas trincheiras foram feitas em um bananal fertirrigado por um
sistema de irrigação do tipo microaspersão. As trincheiras foram abertas na
direção diagonal, em relação às linhas de plantio, partindo-se da planta para o
microaspersor e, após a instalação das sondas de TDR, estas foram fechadas
e mantidas em repouso por um período de 60 dias. Em uma das duas
trincheiras, nas quais se monitorou a CEa, θ e CEw, o bananal foi adubado
com 432 kg ha
-1
de K
2
O por ano e na outra trincheira, adubado com 1.008 kg
ha
-1
de K
2
O por ano. Para ambas as etapas (laboratório e campo), leituras de θ
e CEa foram feitas por meio de um equipamento de TDR. A solução do solo foi
extraída com o uso de extratores para, posteriormente, determinar CEw e K. A
CEw foi determinada por meio de condutivímetro de mesa e K por meio de
espectrofotômetro de chama. Na etapa de campo, o monitoramento de θ e CEa
foi feito em 22 posições de perfis de solo; o equipamento de TDR foi acoplado
a quatro caixas multiplexadoras (contendo cada uma oito canais), nas quais
foram conectadas 22 sondas de TDR. Por sua vez, o monitoramento da CEw
foi feito em seis das 22 posições. Na etapa de campo, em cada trincheira,
efetuaram-se leituras de θ, CEa e CEw durante oito dias, cobrindo dois eventos
de fertirrigação. As leituras de θ e CEa foram feitas a cada 15 minutos, sendo
seus valores armazenados em um datalogger. A solução do solo foi coletada
45 minutos antes e 45 minutos após cada evento de fertirrigação e, a partir daí,
em intervalos de 24 horas, até 24 horas após o segundo evento de
fertirrigação. Para a etapa de campo, após o ajuste dos modelos aos dados de
θ, CEa e CEw e, por conseguinte, obtidos os valores dos parâmetros desses
modelos, procedeu-se, com o modelo que melhor se ajustou aos dados de θ,
CEa e CEw, a uma estimativa da CEw para todo o perfil do solo monitorado
x
com a TDR (22 posições). Em seguida, perfis de θ, CEa e CEw foram feitos
com os valores de θ e CEa obtidos com a TDR e de CEw estimados. Tais perfis
foram feitos para os seguintes momentos: três horas antes e três horas após
cada evento de fertirrigação e, a partir daí, em intervalos de 24 horas, até 24
horas após o segundo evento de fertirrigação, para as duas doses de K
2
O. A
avaliação dos modelos, quanto à sua capacidade de relacionar as variáveis θ,
CEa e CEw e θ, CEa e K, foi realizada com base no coeficiente de
concordância (D), proposto por WILLMONTT (1981), no coeficiente de
determinação (R
2
) e no coeficiente angular da equação de uma reta do tipo Y =
aX, após otimização de seus ajustes, por meio de planilha eletrônica. É
possível estimar a CEw, a partir de dados de θ e CEa, para condição de
laboratório, por meio dos modelos avaliados, assim como, K, a partir de dados
de θ e CEa, para condição de laboratório, por meio dos modelos de RHOADES
et al. (1976), VOGELER et al. (1996) e MUALEN & FRIEDMAN (1991),
adaptados com uma relação entre CEw e K do tipo potência, nas faixas de 0 a
60 e 0 a 120 mg L
-1
, para solos de CT
f
e CT
fa
, respectivamente. Os modelos
estimaram bem a CEw, a partir de θ e CEa, obtidos por meio da técnica da
TDR, em condições de campo, sendo que, os modelos de RHOADES et al.,
(1976) e VOGELER et al., (1996) foram os melhores; é possível monitorar a
variação espacial e temporal de θ, por meio da técnica da TDR, em condições
de campo, mas, essa capacidade se reduz com o aumento da salinidade do
solo, implicando em redução da qualidade dos dados por ela obtidos; e a
técnica da TDR apresentou limitação no monitoramento da variação espacial e
temporal de CEa e CEw, em condições de campo, principalmente no solo da
trincheira, na qual, o bananal foi adubado com 1.008 kg ha
-1
de K
2
O por ano.
xi
ABSTRACT
SANTANA, Gessionei da Silva, D.Sc., Universidade Federal de Viçosa, August
2006. Evaluation of models for estimating electrical conductivity and
potassium concentration of the soil solution by using time domain
reflectometry (TDR). Adviser: Márcio Mota Ramos. Co-advisers: Eugênio
Ferreira Coelho, Júlio Cezar Neves Lima and Luiz Carlos Chamhum
Salomão.
Time domain reflectometry is a technique that has been outstanding in
the last years as an attractive tool for soil water content (θ) and for bulk
electrical conductivity (ECa) monitoring on real time, automatically, with the
minimum soil disturbance. Besides, this technique allows the knowledge of
electrical conductivity (ECw) and nutrient concentrations (Ci) of soil solution,
indirectly (WRAITH & DAS, 1998; MMOLAWA & OR, 2000 e NOBORIO, 2001).
This work had as objective to evaluate six models that relate θ, ECa and ECw
(RHOADES et al., 1976; NADLER et al., 1984, modified by RHOADES et al.,
1989; RHOADES et al., 1989; MUALEN & FRIEDMAN, 1991; HEIMOVAARA et
al., 1995; VOGELER et al., 1996), concerning its capability of estimating the
ECw and the potassium concentration in the soil solution from data of θ and
ECa, obtained by means of TDR technique as well to evaluate the feasibility of
using TDR technique for monitoring time and space variation of θ, ECa and
ECw, under field conditions. In order to estimate K, the models were adapted
with potential (MMOLAWA & OR, 2000) and linear (HEIMOVAARA et al., 1995;
VOGELER et al., 1996) functions relating ECw and K. During the laboratory
phase, alluvial soil classified as loam (CT
f
) and sand loam (CT
fa
) was packed in
pots in order to get the same soil densities from field. Five potassium chloride
xii
solutions of electrical conductivities of 1,0; 2,5; 4,0; 5,5 and 7,0 dS m
-1
were
applied on 25 pots with each type of soil so that five soil water contents as 20;
40; 60; 80 and 100% of the available water could be obtained. During the field
phase, two trenches were dug in a banana orchard that used to be fertirrigated
by a microsprinkler irrigation system. The trenches were opened in the direction
pseudo stem - emitter and TDR probes were installed in their walls. The
trenches were filled and no readings were made for 60 days. The banana crop
was fertilized with 432 kg ha
-1
of K
2
O per year in one trench and in another it
was fertilized with 1,008 kg ha
-1
of K
2
O per year. For both phases (laboratory
and field) readings of θ and ECa were done by means of TDR equipment. The
soil solution was extracted with water samplers in order to determine ECw and
K. The ECw was determined by using a desk conductivimeter and potassium
was determined by a flame spectrophotometer. The monitoring of θ and ECa
was done in 22 locations of the soil profiles during field phase. TDR equipment
was connected to four multiplexers with eight channels each where 22 TDR
probes were plugged. ECw was also monitored in these same locations. In
each trench, θ, ECa and ECw were read during eight days for two fertirrigation
events. The readings were performed in a 15-minute intervals and stored in a
datalogger. Soil solution was collected 45 minutes before and after each
fertirrigation event and in intervals of 24 hours until 24 hours after the second
fertirrigation event. After have fitted the models to data of θ, ECa and ECw and
have determined the model parameters, CEw was estimated for the best model
in the whole profile monitored with the TDR (22 locations). Afterwards, profiles
of θ, ECa and CEw were made for the following moments: three hours before
three hours after each fertirrigation event and from that time they were made in
24-hours intervals until 24 hours after the second fertirrigation event. The
evaluation of models concerning their capability of relate θ, ECa and ECw and
θ, ECa and K was accomplished based upon the agreement coefficient (D)
proposed by WILLMONTT (1981), the goodness of fit (R
2
) and based upon the
angular coefficient of the linear equation Y = aX. It s possible to estimate K and
CEw from θ and ECa data, under laboratory conditions by using models of
RHOADES et al. (1976), VOGELER et al. (1996) e MUALEN & FRIEDMAN
(1991), adapted with a potential relation between in the range of 0 to 60 and 0
xiii
to 120 mg L
-1
, for CT
f
and CT
fa
soils, respectively. The models estimated
reasonably CEw from θ and ECa obtained by TDR technique under field
conditions, but this capability reduces with the increase of soil salinity, reducing
data quality, as a consequence. TDR technique showed limitation in the
monitoring of spatial and temporal variation of ECa and ECw, under field
conditions, mainly in case higher amount of K
2
O applied (1,008 kg ha
-1
).
1
INTRODUÇÃO GERAL
A crescente conscientização da necessidade de uso racional dos
recursos naturais e, ou, produtivos, especialmente a água, aliada ao avanço da
eletrônica, tem contribuído para a intensificação dos estudos direcionados para
o monitoramento da água no solo. Na agricultura, maior consumidora de água
doce do planeta, por exemplo, a otimização do uso da água para fins de
irrigação, baseado na melhoria de informações sobre o teor de água no solo
(θ), daria substancial contribuição para tal racionalidade, evitando o desperdício
observado em diversas situações. Logo, a determinação in situ de θ é de
grande interesse, para que se obtenha uma agricultura irrigada de precisão
(JOAQUIM JÚNIOR, 2003). Sabe-se, entretanto, que os estudos direcionados
para o estabelecimento de diretrizes capazes de proporcionar o uso racional
dos recursos produtivos não devem se limitar à água, mas, também, a outros,
tais como, os agroquímicos (fertilizantes, herbicidas, etc.).
É crescente, também, a quantidade de estudos na área de
instrumentação com o objetivo de obter informações sobre o sistema solo-
água-planta-atmosfera. O conhecimento de θ é de suma importância para o
entendimento da dinâmica de água e solutos no solo (JOAQUIM JÚNIOR,
2003).
Sabe-se que o uso da fertirrigação vem crescendo substancialmente, em
todo o País, em pólos agrícolas de produção de frutas e hortaliças, sobretudo
em condições de irrigação localizada. Entretanto, informações necessárias
para o seu manejo adequado ainda são escassas (FOLEGATTI, 1999). Com
isso, é também, cada vez maior, a preocupação com possíveis impactos do
uso intensivo dessa técnica sobre o solo e a água, face à possibilidade de
2
contaminação de lençóis subterrâneos, devido à lixiviação de sais, dentre
outros problemas (PINTO, 2001; SILVA, et al., 2005). Vale frisar, ainda, que o
uso indiscriminado dessa técnica pode conduzir a um aumento da salinidade
do solo para níveis superiores àqueles tolerados pelas espécies cultivadas.
O monitoramento de θ é comumente feito com o uso de tensiômetro ou
por meio do método gravimétrico padrão de estufa. O primeiro, tem a limitação
de conseguir cobrir cerca de 40% da água disponível (AD) em solos
argilosos e, de perda da escova nos solos arenosos, apesar de que, quando
funcionam nestes solos, cobrem cerca de 70% da AD; e o segundo, é limitado
por ser destrutivo e por demandar muito tempo (aproximadamente 24 horas)
para fornecer o resultado (BERNARDO, 1995).
Por sua vez, a concentração iônica e a salinidade da solução do solo
são normalmente monitoradas a partir de amostras de solo ou de solução do
solo (RHOADES & OSTER, 1986). No primeiro caso, tem-se o inconveniente
de destruir a estrutura do solo, além da limitação no tempo e no espaço, em
razão dos resultados representarem uma condição iônica e, ou, salinidade do
solo, referente apenas ao momento e ao volume de solo em que foi realizada; e
no segundo caso, não é possível conhecer o estado iônico e, ou, a salinidade
da solução do solo em tempo real, além de ser possível em regiões do solo
com teores de água associados a potenciais superiores àqueles aplicados nos
extratores. Nota-se, portanto, a necessidade de implementação de um método
capaz de monitorar de forma contínua a distribuição de água e íons em campos
agrícolas para facilitar o manejo da fertirrigação nos solos cultivados.
Uma alternativa para tal fim, é a técnica da Reflectometria no Domínio
do Tempo (TDR) que possibilita com o uso de uma única sonda, determinar
simultaneamente o θ e a condutividade elétrica aparente do solo (CEa), em
tempo real e de forma automatizada, rápida e com o mínimo distúrbio da
estrutura do solo, além de viabilizar, de forma indireta, o conhecimento da
condutividade elétrica da solução do solo (CEw) e da concentração de
nutrientes nesta solução (Ci) (DALTON et al., 1984; WRAITH & DAS, 1998;
MMOLAWA & OR, 2000 e NOBORIO, 2001).
A TDR dispõe, ainda, de possibilidade de multiplexação, o que permite o
monitoramento de θ e CEa, em diversas posições do solo, em um mesmo
3
instante de tempo (WRAITH & DAS, 1998) e, a partir destas, monitorar a CEw
e a Ci, por meio de modelos que as relacionam com θ e CEa (RHOADES et al.,
1976 e VOGELER et al., 1996). O monitoramento da variação espacial e
temporal de θ, CEa, CEw e Ci pode viabilizar a estimativa de perdas de água
por percolação profunda e da evapotranspiração da cultura, a determinação de
regiões de extração de nutrientes, o conhecimento de possível perda de
nutrientes por lixiviação, dentre outros.
Diante deste cenário e em pleno limiar do século XXI, é de suma
importância a modernização da agricultura, com vistas ao uso racional dos
recursos produtivos, por meio do manejo correto de técnicas agrícolas, tais
como irrigação e fertilização dos solos, visto que estas o as responsáveis
pelo fornecimento dos dois fatores de produção (água e nutrientes,
respectivamente) que mais limitam a produção agrícola nos ambientes
tropicais. De acordo com SILVA et al. 1998, o uso otimizado de água e
fertilizantes nos sistemas agrícolas requer mecanismos precisos de controle
desses insumos, passando necessariamente, por um monitoramento freqüente
dos mesmos.
Neste sentido, estudos e, ou, medidas adotadas providos com esse
senso de racionalidade, mantêm harmonia com o conceito de agricultura de
precisão e de desenvolvimento sustentável, o que conduz para maiores
competitividades econômica e ambiental, exigidas pelo mercado globalizado e
consciente da necessidade de preservação do meio ambiente. Ademais, o
lema da tecnologia é: produzir o máximo e com qualidade, no menor intervalo
de tempo, com o menor investimento possível, com o mínimo impacto
ambiental e com responsabilidade social.
Perante esse panorama, objetivou-se com o presente trabalho:
Avaliar seis modelos que relacionam θ, CEa e CEw, quanto à sua
capacidade de estimar a CEw a partir de dados de θ e CEa obtidos
por meio da técnica da TDR, em condições de laboratório e de
campo;
Avaliar seis modelos que relacionam θ, CEa e CEw, adaptados com
relações entre CEw e concentração de potássio na solução do solo
4
(K), do tipo potência e linear, quanto à sua capacidade de estimar K a
partir de dados de θ e CEa obtidos por meio da técnica da TDR, em
condições de laboratório e de campo; e
Avaliar a viabilidade de uso da TDR no monitoramento de θ, CEa,
CEw e K em áreas agrícolas fertirrigadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERNARDO, S. Manual de irrigação. 6. ed. Viçosa: UFV, 1995. 657p.
DALTON, F.N.; HERKELRATH, W.N.; RAWLINS, D.S.; RHOADES, J.D. Time-
domain reflectometry: Simultaneous measurement of soil water content and
electrical conductivity with a single probe. Science, v.224, p.989-990, 1984.
FOLEGATTI, M.V. Fertirrigação: citrus, flores e hortaliças. In: FOLEGATTI,
M.V., Apresentação, p.7-8, 1999, 460p.
JOAQUIM JÚNIOR, G.O. Desempenho do reflectômetro no domínio do
tempo na detecção de variações de umidade do solo. 2003. 81f.
Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Escola Superior Luiz de Queiroz,
Universidade de São Paulo, Piracicaba.
MMOLAWA, K.; OR, D. Root zone solute dynamics under drip irrigation: a
review. Plant and Soil, Dordrecht, v.222, n.1-2, p.163-190, 2000.
5
NOBORIO, K. Measurement of soil water content and electrical conductivity by
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1998.
6
ARTIGO 1
ESTIMATIVA DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA DA SOLUÇÃO DO SOLO A
PARTIR DO TEOR DE ÁGUA E DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA
APARENTE DO SOLO
1
Gessionei da S. Santana
2
; Eugênio F. Coelho
3
; Tibério S. Martins da Silva
4
& Márcio M. Ramos
5
RESUMO: O crescente uso da técnica de fertirrigação não tem sido
acompanhado com pesquisas para disponibilizar informações capazes de
proporcionar o correto manejo dessa técnica. A reflectometria no domínio do
tempo (TDR) possibilita o monitoramento simultâneo e contínuo do teor de
água (θ) e da condutividade elétrica aparente do solo (CEa). A literatura
apresenta diversos modelos que relacionam θ e CEa com a condutividade
elétrica da solução do solo (CEw), com vistas à predição da CEw a partir de
dados de θ e CEa obtidos por meio da técnica da TDR. Porém, muitas
pesquisas demonstram a necessidade de avaliação e calibração desses
modelos para solos de diferentes classes texturais. Nesse trabalho, foram
avaliados seis modelos objetivando-se conhecer a capacidade dos mesmos em
1
Artigo submetido a publicação na Revista de Engenharia Agrícola – REA.
2
Eng
o
Agr
o
, Prof. da Escola Agrotécnica Federal de Salinas, Faz. Varginha, km 02, Rod.
Salinas-Taiobeiras, CP 71, CEP 39.560-000, Salinas, MG. Fone: (38) 3841 - 1599, e-mail:
3
Eng
o
Agr., Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas – BA.
4
Eng
o
Agr
o
, M. Sc., Autônomo, Cruz das Almas – BA.
5
Eng
o
Agr
o
, Prof. da Universidade Federal de Viçosa – DEA, Viçosa – MG.
7
relacionar θ, CEa e CEw. Experimentos de laboratório foram feitos, com solo de
classes texturais franca e franco-arenosa, aplicando-se soluções com cinco
condutividades elétricas combinadas com cinco teores de água no solo,
resultando em 25 colunas de solo. Os modelos demonstraram capacidade para
relacionar θ, CEa e CEw.
Palavras-chave: TDR, modelos matemáticos, manejo de fertirrigação
ESTIMATING SOIL SOLUTION ELECTRICAL CONDUCTIVITY FROM SOIL
WATER CONTENT AND BULK ELECTRICAL CONDUCTIVITY FROM SOIL
ABSTRACT: The fertirrigation technique has been increasing, but it has not
been followed by researches which can make available information to guide a
correct fertirrigation management. The time-domain reflectometry allows the
simultaneously monitoring of soil water content (θ) and bulk electrical
conductivity (CEa). The literature presents various models which relate TDR
readings of θ and CEa to soil solution electrical conductivity (CEw).
Nevertheless, many researches demonstrate the need for evaluation and
calibration of these models under different soil conditions. In this work, six
mathematical models were evaluated in order to establish the relationship
amongθ, CEa e CEw. Laboratory experiments were carried using two soil
materials, by means of applying five electrical conductivities combined with five
soil water contents in PVC columns. The models allowed a reasonable
relationship amongθ, CEa e CEw with better performance of de RHOADES et
al. (1976) e de VOGELER et al. (1996) models for the soils 1 and 2,
respectively.
Keywords: TDR, mathematical models, fertirrigation management
8
INTRODUÇÃO
A aplicação de fertilizantes via água de irrigação (fertirrigação), tem
crescido substancialmente em pólos agrícolas irrigados, devido, principalmente,
às vantagens conferidas por essa técnica e ao incremento no uso de
equipamentos de irrigação localizada. Dentre as vantagens da fertirrigação,
destacam-se a possibilidade de parcelamento mais adequado das doses de
nutrientes que, resulta em maior sintonia da aplicação de fertilizantes com a
marcha de absorção de nutrientes das culturas, em maior aproveitamento dos
nutrientes pelas plantas e na obtenção de plantas nutridas de maneira mais
adequada; economia de mão-de-obra; e redução do tráfego de pessoas e
máquinas na lavoura (PINTO, 2001). Por sua vez, a irrigação localizada
possibilita, de modo geral, a aplicação de água e fertilizantes com maior
eficiência.
Apesar da fertirrigação se mostrar promissora, seu êxito está
condicionado à geração de informações capazes de proporcionar o seu manejo
de forma mais adequada. O monitoramento de íons no solo constitui-se numa
das principais ferramentas no manejo de fertirrigação. Esse tem sido realizado
com base em amostragens de solo ou de solução do solo, por meio de
extratores (RHOADES & OSTER, 1986).
A amostragem de solo além de ter o inconveniente de destruir a
estrutura do solo, é limitada no tempo e no espaço, uma vez que, seus
resultados representam uma condição iônica referente apenas ao momento e
ao volume de solo em que foi realizada. De forma análoga, a extração de
solução do solo também não permite o conhecimento do estado iônico do solo
em tempo real, além de só ser possível em regiões do solo com teores de água
9
associados a potenciais superiores àqueles aplicados nos extratores. Portanto,
a implementação de um método capaz de monitorar de forma contínua a
distribuição de água e íons em campos agrícolas faz-se necessária para
facilitar o manejo da fertirrigação nos solos cultivados.
A técnica da Reflectometria no Domínio do Tempo (TDR) foi inicialmente
aplicada ao solo por TOPP & DAVIS (1980) objetivando medir o teor de água
no solo, com base no tempo de deslocamento de pulsos eletromagnéticos por
uma linha de transmissão (sonda) introduzida no solo, composta de hastes de
aço de comprimento conhecido (TOMMASELLI & BACCHI, 2001).
Uma alternativa para o monitoramento do estado iônico do solo, visando
o correto manejo da fertirrigação, é a técnica da TDR que além de possibilitar,
com o uso de uma única sonda, a determinação simultânea do teor de água (θ)
e da condutividade elétrica aparente do solo (CEa), em tempo real, de formas
contínua, automática e rápida e com o mínimo distúrbio da estrutura do solo,
viabiliza, de forma indireta, o conhecimento da condutividade elétrica da
solução do solo (CEw) (DALTON et al., 1984; WRAITH & DAS, 1998;
NOBORIO, 2001; MUÑOZ-CARPENA et al. 2001).
A literatura tem apresentado diversos modelos que relacionam θ, CEa e
CEw (RHOADES et al., 1976; RHOADES et al., 1989; NADLER et al., 1984,
modificado por RHOADES et al., 1989; MUALEN & FRIEDMAN, 1991;
HEIMOVAARA et al., 1995; VOGELER et al., 1996).
A técnica da TDR tem sido utilizada com sucesso em várias pesquisas
objetivando a determinação da θ e CEa (RHOADES et al., 1976; RHOADES et
al., 1989; HEIMOVAARA et al., 1995; VOGELER et al., 1996; WRAITH & DAS,
1998; MUÑOZ-CARPENA et al. 2001; PERSSON & UVO, 2003), a modelagem
do bulbo molhado (SOUZA, 2002), a modelagem da dinâmica de água e
solutos na zona radicular (MMOLAWA & OR, 2000), a identificação do perfil de
extração de água pelo sistema radicular das culturas (COELHO & OR, 1996) e
a estimativa da evapotranspiração das culturas (WARD & DUNIN, 2001).
Objetivou-se neste trabalho, avaliar seis modelos que relacionam θ, CEa
e CEw, quanto à sua capacidade de estimar a CEw a partir de dados de θ e
CEa obtidos por meio da técnica da TDR.
10
MATERIAL E MÉTODOS
O solo utilizado no experimento foi coletado no município de Nova
Porteirinha, que se localiza na região norte de Minas Gerais. A coleta do solo
foi feita em camadas de 0,20 m de espessura, a partir da superfície do solo até
0,80 m de profundidade, o que permitiu obter duas classes texturais para
serem estudadas (Tabela 1). O solo coletado na camada superficial (0,0-0,20
m), resultou na classe textural franco-arenosa (CT
fa
), ao passo que o solo
coletado na profundidade de 0,20-0,80 m resultou na classe textural franca
(CT
f
). As características químicas do solo das duas classes texturais estudadas
são apresentadas na Tabela 2. O solo foi seco ao ar, destorroado e passado
em peneira com malha de 2 mm. Segmentos de tubo de PVC com 0,19 m de
altura e 0,098 m de diâmetro interno foram preenchidos com 1,9 kg de terra
fina seca ao ar (TFSA), até a altura de 0,17 m, perfazendo, um volume de solo
no vaso de 0,00128231 m
3
.
Tabela 1. Características físico-hídricas das classes texturais do solo estudado
Classe Textural Areia Silte Argila
Densidade
do solo
Densidade de
partículas
Teor de água no solo
- 10 kPa - 1500 kPa
(g kg
-1
) kg dm
-3
(kg kg
-1
)
Franca 427,3 417,3 155,3 1,47 2,39 0,2226 0,1608
Franco-arenosa 544,0 355,0 101,0 1,45 2,43 0,2013 0,1503
Tabela 2. Características químicas das classes texturais do solo estudado
pH P K Ca
Mg Ca+Mg
Al Na H+Al
SB T V M.O.
cmol
c
dm
-3
Classe textural
em
água
mg
dm
-3
% g kg
-1
Franca 6,6 24,0
0,59
5,6
0,1 5,7 0,0
0,14 0,88 6,43
7,31
88,0
3,47
Franco-arenosa 6,5 23,0
0,20
6,1
0,3 6,4 0,1
0,08 1,54 6,68
8,22
81,3
5,68
11
O experimento consistiu de 25 tratamentos (colunas de solo) resultantes
da combinação de cinco teores de água no solo (θ) com cinco condutividades
elétricas de soluções de cloreto de potássio (CE). Essas condutividades
elétricas foram obtidas a partir da aplicação de soluções de cloreto de potássio
com cinco concentrações desse fertilizante (C
KCl
) e os teores de água no solo a
partir da aplicação de cinco volumes dessas soluções. Esses tratamentos
foram repetidos duas vezes, para a CT
f
, resultando em 50 observações,
enquanto que, para a CT
fa
, não houve repetição e, portanto, obtiveram-se 25
observações. Os teores de água no solo foram correspondentes a 20; 40; 60;
80 e 100% da água disponível e as condutividades elétricas das soluções de
cloreto de potássio correspondentes a 1,0; 2,5; 4,0; 5,5 e 7,0 dS m
-1
.
O teor de água na TFSA foi obtido pelo método gravimétrico padrão de
estufa, possibilitando-se a correta complementação do teor de água no solo
para os níveis desejados.
Preliminarmente, um ensaio foi realizado para determinar a relação entre
concentrações de cloreto de potássio (C
KCl
) e condutividades elétricas das
soluções de cloreto de potássio (CE). Submetendo-se os valores de C
KCl
e CE
à análise de regressão, obteve-se:
[ ]
62571
09000CE
C
KCl
,
,
=
R
2
= 1,00 (1)
em que, C
KCl
e CE correspondem, respectivamente, às concentrações de
cloreto de potássio nas soluções, em g L
-1
; e às condutividades elétricas das
soluções de cloreto de potássio, em dS m
-1
.
Com base na Equação 1, pesaram-se quantidades de KCl que foram
diluídas em água destilada, obtendo-se as soluções que foram aplicadas sobre
a superfície do solo nas colunas de PVC. Em seguida, o solo foi coberto e
mantido em repouso por 24 horas, a fim de evitar perda de água por
evaporação e de propiciar uma distribuição mais uniforme da solução em toda
coluna de solo. Em seguida, efetuaram-se as leituras de θ e condutividade
elétrica aparente do solo (CEa) por meio de um equipamento de TDR,
utilizando uma única sonda, com três hastes de 0,10 m de comprimento.
Simultaneamente, leituras de temperatura foram feitas com um termômetro
instalado em uma coluna de solo.
12
O teor de água no solo (θ) foi determinado por meio da equação de
LEDIEU et al. (1986) (Equação 2). Posteriormente, calculou-se a constante
dielétrica do solo (
ε
b
), com o uso da Equação 2 e substituíram-se seus valores
em uma das Equações 3a ou 3b, conforme o caso, que são as equações de
calibração da TDR para leitura de θ, para o solo utilizado no experimento.
1758011380
b
,, ε=θ (2)
3
b
5
2
bb
1002001300350017220 ε+εε+=θ
,,,,
para a CT
fa
(3a)
3
b
6
2
bb
1009000600250013090 ε+εε+=θ
,,,,
para a CT
f
(3b)
Em que, θ corresponde ao teor de água no solo, em cm
3
cm
-3
.
A CEa foi determinada por meio da equação de GIESE & TIEMANN
(1975) (Equação 4). Posteriormente, os valores de CEa foram multiplicados
pelos valores do fator de correção de condutividade elétrica quanto aos efeitos
da temperatura (f
T
), que foi calculado com a Equação 5 (RICHARDS, 1954).
π
= 1
V
V2
ZL120
Z
CEa
0
u
0
inf
(4)
em que,
CEa = é a condutividade elétrica aparente do solo, em dS m
-1
;
L = é o comprimento da sonda, m;
Z
0
= é a impedância característica da sonda, obtida em água destilada,
conforme SOUZA et. al., (2004);
Z
u
= é a impedância no cabo ~ 50 ;
V
0
= é a amplitude do sinal eletromagnético gerado pelo TDR;
V
inf
= é a amplitude do sinal eletromagnético após a reflexão no início da
sonda.
13
(
)
(
)
3728
T25
749
T25
1f
2
T
+
+=
,
para 20
T
47
o
C (5)
em que,
f
T
= é o fator de correção de condutividade elétrica quanto aos efeitos da
temperatura, adimensional; e
T = é a temperatura do meio no qual, a sonda de TDR se encontra
inserida, em
o
C.
Logo após as leituras de θ e CEa com a TDR, a sonda foi retirada e
substituída por um segmento de tubo PVC de 12 mm de diâmetro até a
profundidade correspondente ao comprimento das hastes da sonda. No orifício
feito pelo tubo de PVC, introduziu-se um extrator de solução do solo,
devidamente limpo e aplicou-se uma sucção de 70 kPa (RHOADES et al.,
1976; HEIMOVAARA et al., 1995; WRAITH & DAS, 1998; VOGELER et al.,
1996; MUÑOZ-CARPENA et al., 2001). Após a extração de aproximadamente
15 mL de solução do solo, retirou-se o extrator, homogeneizou-se a solução,
armazenando-a em frascos de vidro, previamente limpos, para evitar
contaminação por outros íons, determinando-se posteriormente a
condutividade elétrica da solução do solo (CEw) por meio de condutivímetro de
mesa.
Os dados de θ, CEa e CEw foram processados, visando a obtenção da
relação existente entre essas variáveis e dos parâmetros dos seis modelos
avaliados nesse estudo (Tabela 3).
14
TABELA 3. Modelos avaliados no estudo
(1)
MODELO / AUTOR MODELO Parâmetros
(2)
Equação n
o
RHOADES et al. (1976)
(
)
CEsCEwbaCEa
2
+θ+θ= a, b, CEs
(3)
(6)
NADLER et al. (1984), modificado por RHOADES et al. (1989)
(4)
(
)
(
)
θδ= FCEsCEfCEw
aT
CEs
3
,
φ
s
,
θ
ws
(7)
RHOADES et al. (1989)
( )
[ ]
(
)
sol
2
sol
dc
CEwdcCEa
θ
+θ+θ
++θθ=
c, d (8)
MUALEN & FRIEDMAN (1991)
CEs
s
CEwCEa +
θ
θ
=
β
β, CEs
(3)
(9)
HEIMOVAARA et al. (1995)
( )
q
q
1
2
m
m
1
1
11
11
rCEwCEa
Θ
Θ
θθ=
+β
θr, β
(10)
VOGELER et al., (1996)
(
)
(
)
baCEwdcCEa θ+θ=
a, b, c, d (11)
(1)
sendo, CEa, CEw e CEs, em dS m
-1
e θ, θs e θr em cm
3
cm
-3
. No modelo de NADLER et al. (1984), mod. por RHOADES et al. (1989), CEa, CEw e CEs devem estar em S
m
-1
;
(2)
Obtidos por otimização, por meio do método dos mínimos quadrados;
(3)
CEs corresponde à condutividade elétrica da fração sólida do solo. Está associada com as trocas iônicas na interface sólido-líquido do solo e é normalmente considerada
como uma constante para cada solo; e
(4)
Esse modelo já apresenta na sua estrutura o fator de correção da CE quanto ao efeito da temperatura (f
T
), conforme RICHARDS (1954).
15
A fração do solo ocupada pelas suas partículas (
θ
sol
) foi obtida por meio
da Equação 12.
Dp
Ds
sol
=θ
(12)
em que, Ds e Dp correspondem, respectivamente, à densidade do solo e das
partículas, em kg dm
-3
.
O índice de saturação efetiva (
Θ
) foi calculado usando-se a Equação 13.
(
)
( )
rs
r
θθ
θθ
=Θ
(13)
em que,
θ
r
e
θ
s
correspondem, respectivamente, aos teores de água no solo
residual e de saturação, em cm
3
cm
-3
. O
θ
s
foi obtido por meio da equação de
cálculo da porosidade total do solo (Equação 14).
=θ
Dp
Ds
1
s
(14)
O parâmetro empírico (
δ
) e o fator F(
θ
), que prevê o efeito da
tortuosidade dos poros do solo sobre o fluxo de corrente elétrica no meio
poroso, foram obtidos por meio das Equações 15 e 16, respectivamente,
válidas para 0,2 < CEws < 0,4 S m
-1
e CEs < 0,15 S m
-1
(RHOADES et al.,
1989). A CEws corresponde à condutividade elétrica da água higroscópica do
solo.
(
)
s
2
wss
φ
θ+φ
=δ
(15)
( )
( )
ws
1
F
θθ
=θ
(16)
em que,
φ
s
corresponde ao conteúdo volumétrico da fração sólida do solo (m
3
m
-3
) e
θ
ws
à água higroscópica do solo (m
3
m
-3
).
16
Os parâmetros empíricos
m
e
q
foram calculados por meio das
Equações 17 e 18, respectivamente (HEIMOVAARA et al., 1995), sendo
n
e
p
determinados por otimização pelo método dos mínimos quadrados.
=
n
1
1m
(17)
=
p
2
1q
(18)
A avaliação dos modelos, quanto à sua capacidade de estimar a CEw, a
partir de dados de
θ
e CEa obtidos com a técnica da TDR, foi feita com base no
coeficiente de determinação (R
2
) e no grau de ajuste da variável dependente
(Y) com a variável independente (X), mediante o estabelecimento de uma
equação linear Y = aX, após otimização de seus ajustes aos dados medidos,
por meio de planilha eletrônica.
17
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os parâmetros dos modelos avaliados e os respectivos coeficientes de
determinação (R
2
) são apresentados nas Tabelas 4 e 5, referentes às classes
texturais franca (CT
f
) e franco-arenosa (CT
fa
), respectivamente. Verifica-se que,
para ambas as classes texturais, os modelos de RHOADES et al. (1976),
VOGELER et al., (1996) e MUALEN & FRIEDMAN (1991) foram os que melhor
se ajustaram aos dados obtidos, com R
2
superiores a 0,80. O modelo de
HEIMOVAARA et al. (1995) não se ajustou bem aos dados observados (R
2
iguais a 0,6209 e 0,4026, para as CT
f
e CT
fa
, respectivamente).
No trabalho de MUÑOZ-CARPENA et al. (2001), em que a relação entre
CEa, CEw e
θ
foi avaliada, mediante a aplicação de soluções de KBr no solo, o
modelo linear de RHOADES et al. (1976) foi o que melhor explicou essa
relação, comparativamente aos modelos de VOGELER et al., (1996) e
RHOADES et al. (1989). MUÑOZ-CARPENA et al. (2001), relatam que o
modelo de RHOADES et al. (1976) também tem se destacado em outros
trabalhos, tal como o de DE NEVE et al. (2000) e mencionam, ainda, que o
menor número de parâmetros desse modelo faz com que não haja justificativa
para o uso de outros modelos com maior número de parâmetros.
18
Tabela 4. Parâmetros e coeficientes de determinação dos modelos ajustados aos dados de θ, CEa e CEw, para a CT
f
Parâmetros
MODELO / AUTOR
a b c d
CEs
1
φ
s
θ
ws
p n
β
R
2
RHOADES et al. (1976)
6,0261 -0,3403 - - 0,1534 - - - - - 0,8311
VOGELER et al., (1996)
1,0135 0,0675 1,4080 0,0891 - - - - - - 0,8277
MUALEN & FRIEDMAN (1991)
- - - - 0,1456 - - - - 1,6378 0,8077
RHOADES et al. (1989)
- - -0,7965
-0,1626 - - - - - - 0,7437
HEIMOVAARA et al. (1995)
- - - - - - - -5,6518 10.000 -0,8268 0,6209
NADLER et al. (1984), mod. por RHOADES et al. (1989)
- - - - 0,0251 0,6000 0,0010 - - - 0,6054
1
sendo, CEs, em dS m
-1
, exceto para o modelo de NADLER et al. (1984), mod. por RHOADES et al. (1989), em que, CEs é expressa em S m
-1
.
Tabela 5. Parâmetros e coeficientes de determinação dos modelos ajustados aos dados de θ, CEa e CEw, para a CT
fa
Parâmetros
MODELO / AUTOR
a b c d
CEs
1
φ
s
θ
ws
p n
β
R
2
VOGELER et al., (1996)
2,1558 0,2821 -0,6625 -0,4227 - - - - - - 0,8504
RHOADES et al. (1976)
1,5911 0,9835 - - 0,1643 - - - - - 0,8123
MUALEN & FRIEDMAN (1991)
- - - - 0,1709 - - - - 1,4839 0,8109
RHOADES et al. (1989)
- - -0,9629 -0,1235 - - - - - - 0,7537
HEIMOVAARA et al. (1995)
- - - - - - - -169.493 10.000 -0,7593 0,4026
NADLER et al. (1984), mod. por RHOADES et al. (1989)
- - - - - - - - - - -
1
sendo, CEs, em dS m
-1
, exceto para o modelo de NADLER et al. (1984), mod. por RHOADES et al. (1989), em que, CEs é expressa em S m
-1
.
19
WRAITH & DAS (1998) aplicando soluções de KNO
3
no solo, avaliaram
a relação entre CEa, CEw e
θ
, por meio do modelo de RHOADES et al. (1976)
e obtiveram bom ajuste desse modelo aos seus dados experimentais. É
importante frisar que, apesar do modelo empírico de VOGELER et al., (1996)
ter sido concebido para solos com elevada agregação, este se ajustou bem aos
dados, com R
2
próximo daquele obtido pelo modelo de RHOADES et al.
(1976). O modelo de MUALEN & FRIEDMAN (1991), também dispõe de
apenas dois parâmetros e, no entanto, ajustou-se bem aos dados (R
2
igual a
0,8077).
Quanto ao parâmetro CEs, presente nos modelos de RHOADES et al.
(1976), NADLER et al. (1984), modificado por RHOADES et al. (1989) e
MUALEN & FRIEDMAN (1991), percebe-se que, seus valores foram
relativamente concordantes para os modelos de RHOADES et al. (1976) e
MUALEN & FRIEDMAN (1991) (0,1534 e 0,1456 dS m
-1
, para a CT
f
, e 0,1643 e
0,1709 dS m
-1
, para a CT
fa
, respectivamente). Resultados similares a esses
foram obtidos por PERSSON & UVO (2003), ajustando os modelos de
RHOADES et al. (1976) e MUALEN & FRIEDMAN (1991), aos dados de
θ
, CEa
e CEw, em um solo com características texturais semelhantes às do solo
estudado nesse trabalho. Já o modelo de NADLER et al. (1984), modificado por
RHOADES et al. (1989), ajustado apenas à CT
f
, superestimou esse parâmetro
(0,2510 dS m
-1
), em aproximadamente, 0,1 dS m
-1
, comparativamente aos
outros dois modelos.
A CEs que corresponde à condutividade elétrica da fração sólida do solo
é um parâmetro que está associado com as trocas iônicas na interface lido-
líquido do solo (MUÑOZ-CARPENA et al. 2001). Portanto, a estimativa de uma
maior CEs, sugere um maior potencial de passagem de íons salinos da fração
sólida para a fração líquida do solo, resultando assim, em maior CEw. Os
valores de CEs obtidos pelos modelos de RHOADES et al. (1976) e MUALEN
& FRIEDMAN (1991), para a CT
fa
, foram ligeiramente maiores que aqueles
obtidos pelos mesmos modelos, para a CT
f
. Essa constatação reforça os
relatos de PONIZOVSKY et al. (1999) e JACOBSEN & SCHJONNING (1993),
de que a textura do solo tem influência nos parâmetros de calibração da TDR.
O baixo desempenho do modelo de HEIMOVAARA et al. (1995) aos
dados observados pode decorrer do fato desse modelo o conter na sua
20
estrutura o parâmetro CEs. Ademais, esse modelo fundamenta-se na curva de
retenção de água no solo, que pode variar com o solo, resultando, por
conseguinte, em limitação para esse modelo.
Nas Figuras 1 e 2, referentes às CT
f
e CT
fa
, respectivamente, traçou-se,
para cada
θ
, os valores dos dados medidos e estimados pelos modelos,
utilizando os parâmetros contidos nas Tabelas 4 e 5. Observa-se que, a CEw
varia linearmente com a CEa. Essa linearidade também foi observada em
outras pesquisas (RHOADES et al., 1976; DALTON et al., 1984; VOGELER et
al., 1997; NADLER, 1997; MMOLAWA & OR, 2000; MUÑOZ-CARPENA et al.,
2001). Verifica-se que, para um mesmo valor de CEa, a CEw é tanto menor
quanto maior for o teor de água no solo, o que se deve à maior diluição dos
sais presentes na solução do solo. Por outro lado, percebe-se que, para um
mesmo valor de CEw, quanto maior o teor de água no solo maior a CEa, o que
se justifica pelo fato da CEa se referir à condutividade elétrica do meio como
um todo, computando, também, a condutividade elétrica proveniente das trocas
iônicas na interface sólido-líquido (CEs).
21
Figura 1. Relação entre CEa e CEw obtida a partir dos ajustes dos modelos que relacionam CEa, CEw e θ, para a CT
f
.
0,0
0,6
1,2
1,8
2,4
3,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
CEa estimada (dS/m)
CEw medida (dS/m)
Rhoades et al., (1976)
0,0
0,6
1,2
1,8
2,4
3,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
CEa estimada (dS/m)
CEw medida (dS/m)
Vogeler et al., (1996)
0,0
0,6
1,2
1,8
2,4
3,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
CEa estimada (dS/m)
CEw medida (dS/m)
Mualen & Friedman (1991)
0,0
0,6
1,2
1,8
2,4
3,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
CEa estimada (dS/m)
CEw medida (dS/m)
Rhoades et al., (1989)
0,0
0,6
1,2
1,8
2,4
3,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
CEa estimada (dS/m)
CEw medida (dS/m)
Heimovaara et al. (1995)
0,0
0,6
1,2
1,8
2,4
3,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
CEa medida (dS/m)
CEw estimada (dS/m)
Nadler et al., (1984), mod. por Rhoades et al., (1989)
=17,5± 0,9
= 20,1± 0,7
= 22,2 ± 1,4
θ
= 23,7 ± 1,9
θ
= 26,9 ± 2,0
θ
θ
θ
22
Figura 2. Relação entre CEa e CEw obtida a partir dos ajustes dos modelos que relacionam CEa, CEw e θ, para a CT
fa
.
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
0,0 0,2 0,4 0,5 0,7 0,9
CEa estimada (dS/m)
CEw medida (dS/m)
Mualen & Friedman (1991)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
0,0 0,2 0,4 0,5 0,7 0,9
CEa estimada (dS/m)
CEw medida (dS/m)
Rhoades et al., (1989)
0,0
0,6
1,2
1,8
2,4
3,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
CEa medida (dS/m)
CEw estimada (dS/m)
Heimovaara et al., (1995)
=16,5± 0,8
= 18,1± 1,0
= 20,4 ± 1,3
θ
= 22,5 ± 1,3
θ
= 24,5 ± 1,8
θ
θ
θ
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
0,0 0,2 0,4 0,5 0,7 0,9
CEa estimada (dS/m)
CEw medida (dS/m)
Vogeler et al., (1996)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
0,0 0,2 0,4 0,5 0,7 0,9
CEa estimada (dS/m)
CEw medida (dS/m)
Rhoades et al., (1976)
23
Nas Figuras 3 e 4, referentes às CT
f
e CT
fa
, respectivamente, os dados
de CEa estimados pelos modelos foram plotados em função dos valores
medidos, estabelecendo-se uma função do tipo Y = aX. Analisando-se os
coeficientes de determinação (R
2
) e angulares, obtidos em relação à unidade,
ou seja, a discrepância entre as retas 1:1 e estimada, percebe-se que, para a
CT
f
(Figura 3), os modelos que proporcionaram os melhores ajustes entre
dados estimados e medidos foram os de RHOADES et al. (1976) e de
VOGELER et al., (1996), com R
2
iguais a 0,9725 e 0,9720 e coeficientes
angulares iguais a 0,9725 e 0,9720, respectivamente. O valor do coeficiente
angular obtido para o modelo de HEIMOVAARA et al. (1995), igual a 0,9388, foi
o que mais destoou em relação à reta 1:1, implicando numa subestimação de
6,12%. O modelo de NADLER et al. (1984), modificado por RHOADES et al.
(1989) proporcionou o menor valor de R
2
(0,9143) e seu coeficiente angular
igual a 1,0267, indica que este modelo superestima a CEw em 2,67%, em
relação à reta 1:1 (Figura 3).
Para a CT
fa
(Figura 4), os melhores ajustes entre dados de CEa
estimados e medidos foram obtidos com os modelos de VOGELER et al.,
(1996), RHOADES et al. (1976) e de MUALEN & FRIEDMAN (1991), com R
2
iguais a 0,9798, 0,9747 e 0,9745 e coeficientes angulares iguais a 0,9798,
0,9747 e 0,9752, respectivamente. Assim como observado para a CT
f
, para a
CT
fa
, o modelo de HEIMOVAARA et al. (1995) foi o que proporcionou a menor
relação entre os valores de CEa estimados e medidos, com R
2
igual a 0,9195 e
coeficiente angular igual a 0,9324, o que implica em subestimação de 6,76%
em relação à reta 1:1.
Percebe-se em ambas as classes texturais, uma discrepância entre os
valores estimados e medidos máxima igual a 6,76% (coeficientes angulares
entre 0,9324 e 1,0267), em relação à reta 1:1. Nota-se ainda, que o modelo
que apresentou os piores indicadores de ajustes (R
2
e coeficientes angulares)
foi o de HEIMOVAARA et al. (1995) (R
2
iguais a 0,9384 e 0,9195 e coeficientes
angulares iguais a 0,9388 e 0,9324, para as CT
f
e CT
fa
, respectivamente).
24
Figura 3. Relação entre as variáveis observada e estimada pelos modelos que relacionam CEa, CEw e θ, para a CT
f
.
CEa estimada = 0,9725 CEa medida
R
2
= 0,9725
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
CEa medida (dS/m)
CEa estimada (dS/m)
Rhoades et al., (1976)
CEa estimada = 0,9720 CEa medida
R
2
= 0,9720
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
CEa medida (dS/m)
CEa estimada (dS/m)
Vogeler et al., (1996)
CEa estimada = 0,9650 CEa medida
R
2
= 0,9688
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
CEa medida (dS/m)
CEa estimada (dS/m)
Mualen & Friedman (1991)
CEa estimada = 0,9464 CEa medida
R
2
= 0,9585
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
CEa medida (dS/m)
CEa estimada (dS/m)
Rhoades et al., (1989)
CEa estimada = 0,9388 CEa medida
R
2
= 0,9384
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
CEa medida (dS/m)
CEa estimada (dS/m)
Heimovaara et al. (1995)
CEw estimada = 1,0267 CEw medida
R
2
= 0,9143
0,0
0,6
1,2
1,8
2,4
3,0
0,0 0,6 1,2 1,8 2,4 3,0
CEw medida (dS/m)
CEw estimada (dS/m)
Reta 1:1
Y = a X
Nadler et al., (1984), mod. por Rhoades et al., (1989)
25
Figura 4. Relação entre as variáveis observada e estimada pelos modelos que relacionam CEa, CEw e θ, para a CT
fa
.
CEa estimada = 0,9798 CEa medida
R
2
= 0,9798
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8
CEa medida (dS/m)
CEa estimada (dS/m)
Vogeler et al., (1996)
CEa estimada = 0,9752 CEa medida
R
2
= 0,9745
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8
CEa medida (dS/m)
CEa estimada (dS/m)
Mualen & Friedman (1991)
CEa estimada = 0,9747 CEa medida
R
2
= 0,9747
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8
CEa medida (dS/m)
CEa estimada (dS/m)
Rhoades et al., (1976)
CEa estimada = 0,9628 CEa medida
R
2
= 0,9628
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8
CEa medida (dS/m)
CEa estimada (dS/m)
Rhoades et al., (1989)
CEa estimada = 0,9324 CEa medida
R
2
= 0,9195
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8
CEa medida (dS/m)
CEa estimada (dS/m)
Reta
1:1
Y = a
X
Heimovaara et al. (1995)
26
Analisando-se os coeficientes angulares e o posicionamento da reta
estimada, em relação à reta 1:1, das duas classes texturais, verifica-se que,
tais coeficientes são inferiores à unidade e que a reta estimada posiciona-se
abaixo da reta 1:1, o que sugere uma ligeira tendência de subestimativa da
variável CEa, nos modelos que explicitam a CEa (ver Tabela 3). quanto ao
modelo de NADLER et al. (1984), modificado por RHOADES et al. (1989),
ajustado aos dados da CT
f
e que, explicita a CEw, verifica-se comportamento
oposto, ou seja, ligeira tendência de superestimativa da variável CEw.
CONCLUSÕES
Os modelos avaliados se mostraram capazes de relacionar
θ
, CEa e
CEw, com vistas à predição da CEw a partir de dados de
θ
e CEa obtidos por
meio da técnica de TDR, em condições de laboratório; e
O modelo de RHOADES et al. (1976) foi o que melhor relacionou
θ
, CEa
e CEw para a classe textural franca (CT
f
) e o de VOGELER et al. (1996), para a
classe textural franco-arenosa (CT
fa
), em condições de laboratório.
27
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31
ARTIGO 2
RELAÇÃO ENTRE POTÁSSIO NA SOLUÇÃO DO SOLO, TEOR DE ÁGUA E
CONDUTIVIDADE ELÉTRICA APARENTE DO SOLO
1
Gessionei da S. Santana
2
(Foto), Eugênio F. Coelho
3
, Tibério S. M. da Silva
3
& Márcio M. Ramos
4
1
Artigo submetido a publicação na Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental
AGRIAMBI
2
Escola Agrotécnica Federal de Salinas, Fazenda Varginha, km 02, Rodovia Salinas-
Taiobeiras, CP 71, CEP 39560-000, Salinas, MG. Fone: (38) 3841 - 1599. E-mail:
3
Embrapa Mandioca e Fruticultura, CP 07, CEP 44380–000, Cruz das Almas, BA. Fone: (75)
3621 – 8021. E-mail: [email protected]brapa.br e tibério_s@hotmail.com
4
Departamento de Engenharia agrícola UFV, CEP 39560-000, Viçosa, MG. Fone: (31) 3899
– 1914. E-mail: mmramos@ufv.br
Resumo
: Utilizando modelos que relacionam teor de água (
θ
), condutividade
elétrica aparente do solo (CEa) e condutividade elétrica da solução do solo
(CEw), objetivou-se estimar a concentração de potássio na solução do solo (K),
em duas classes texturais: franca (CT
f
) e franco-arenosa (CT
fa
), em condições
de laboratório. Cinco soluções de cloreto de potássio, com condutividades
elétricas (1,0; 2,5; 4,0; 5,5 e 7,0 dS m
-1
), foram aplicadas sobre o solo
acondicionado em colunas de PVC, para obter cinco teores de água,
correspondentes a 20; 40; 60; 80 e 100% da água disponível. Efetuaram-se
leituras de
θ
e CEa com um aparelho de reflectometria no domínio do tempo
(TDR) e se extraiu solução do solo com extrator de psula de cerâmica, para
determinar a CEw e a concentração de K. Três modelos foram ajustados aos
dados. É possível estimar a concentração de K na solução do solo, a partir de
θ
32
e CEa, para condição de laboratório, por meio dos modelos de RHOADES et
al. (1976), VOGELER et al. (1996) e MUALEN & FRIEDMAN (1991), adaptados
com uma relação entre CEw e K do tipo potência, nas faixas de 0 a 60 e 0 a
120 mg L
-1
, para solos de CT
f
e CT
fa
, respectivamente.
Palavras-chave
: concentração iônica, TDR, manejo de fertirrigação
RELATIONSHIP BETWEEN POTASSIUM IN THE SOIL SOLUTION, SOIL
WATER CONTENT AND BULK ELECTRICAL CONDUCTIVITY FROM SOIL
Abstract
: The objective of this work was to evaluate the feasibility of estimating
the potassium concentration in the soil solution (K), under laboratory conditions,
for loam (CT
f
) and sand loam (CT
fa
) soils, through models that relate soil water
content (
θ
), bulk electrical conductivity (CEa) and soil solution electrical
conductivity (CEw). Five potassium chloride solutions regarding to five electrical
conductivities (1.0; 2.5; 4.0; 5.5 and 7.0 dS m
-1
), were applied on a soil that was
packed in PVC columns in order to obtain five soil water contents,
correspondents of the 20; 40; 60; 80 e 100% of the water available. Readings of
θ
and CEa were done by using time domain reflectometry (TDR) equipment and
soil solution was extracted by a water sampler to determine CEw and K. Three
models were fitted to the data by an electronic sheet. It is feasible to estimate
potassium concentration in the soil solution from
θ
and CEa for laboratory
conditions by the models of RHOADES et al. (1976), VOGELER et al. (1996)
and MUALEN & FRIEDMAN (1991) using a potential relationship between CEw
and K in the range of 0 to 60 and 0 to 120 mg L
-1
, for soils of CT
f
and CT
fa
,
respectively.
Key words
: ionic concentration, TDR, fertirrigation management
33
INTRODUÇÃO
A fertirrigação vem sendo utilizada, em todo o País, especialmente na
Região Nordeste, em pólos agrícolas de produção de frutas e hortaliças. O uso
desta técnica é crescente, sobretudo em condições de irrigação localizada.
Com a expansão do uso desta tecnologia, a demanda por informações para o
seu correto manejo tem aumentado sensivelmente; não obstante, tais
informações ainda o escassas (FOLEGATTI, 1999). Os estudos a respeito
de fertirrigação têm-se direcionado para a definição de freqüências de
aplicação de fertilizantes e de doses e fontes de nutrientes, para condição de
fertirrigação. Além disto, é cada vez maior a preocupação com possíveis
impactos do uso intensivo dessa técnica sobre o solo e a água, face à
possibilidade de contaminação de lençóis subterrâneos, devido à lixiviação de
sais, e de ocorrência de desequilíbrio químico e de alterações no pH do solo
(PINTO, 2001).
O monitoramento da concentração de íons no solo é de suma
importância no manejo da fertirrigação e, a implementação de um sistema
automatizado capaz de monitorar, de forma contínua, a distribuição de água e
de íons em áreas agrícolas, faz-se necessária para o manejo adequado da
fertirrigação. Uma alternativa para tal fim, é a técnica da Reflectometria no
Domínio do Tempo (TDR) que possibilita com o uso de uma única sonda,
determinar simultaneamente o teor de água (
θ
) e a condutividade elétrica
aparente do solo (CEa), em tempo real e de forma automatizada, rápida e com
o mínimo distúrbio da estrutura do solo, além de viabilizar, de forma indireta, o
conhecimento da condutividade elétrica da solução do solo (CEw) e da
concentração de nutrientes nesta solução (DALTON et al., 1984; WRAITH &
34
DAS, 1998; MMOLAWA & OR, 2000; MUÑOZ-CARPENA et al. 2001;
NOBORIO, 2001).
A cnica da TDR foi aplicada, inicialmente, ao solo, por TOPP & DAVIS
(1980) objetivando medir o teor de água, com base no tempo de deslocamento
de pulsos eletromagnéticos, através de uma linha de transmissão (sonda)
introduzida no solo, composta de hastes de aço de comprimento conhecido
(TOMMASELLI & BACCHI, 2001). Posteriormente, esta técnica foi utilizada
com sucesso em várias pesquisas, objetivando-se determinar a
θ
e CEa
(RHOADES et al., 1976; RHOADES et al., 1989; VOGELER et al. (1996);
HEIMOVAARA et al., 1995; PERSSON & UVO, 2003), modelar a dinâmica de
água e solutos iônicos na zona radicular (MMOLAWA & OR, 2000), identificar o
perfil de extração de água pelo sistema radicular das culturas (COELHO & OR,
1996) e estimar a evapotranspiração das culturas (WARD & DUNIN, 2001).
WRAITH & DAS (1998) e PERSSON & UVO (2003) relatam que, devido
à relação existente entre a CEa e a CEw e entre CEw e concentração iônica
da solução do solo (Ci), é possível usar a TDR para monitorar a distribuição de
água e solutos iônicos no solo. Contudo, a TDR não determina, de forma direta,
CEw e Ci, mas diversos modelos propostos na literatura relacionam
θ
, CEa e
CEw (RHOADES et al., 1976; RHOADES et al., 1989; MUALEN & FRIEDMAN,
1991; HEIMOVAARA et al., 1995; VOGELER et al., 1996). Pesquisas mais
recentes revelaram também que é possível relacionar, satisfatoriamente, a
CEw com a Ci (WRAITH & DAS, 1998; MMOLAWA & Or, 2000; MUÑOZ-
CARPENA et al., 2001). HEIMOVAARA et al. (1995) e VOGELER et al. (1996)
relatam que a maioria dos autores concorda que é possível relacionar a CEw
estimada com a Ci de um íon predominante na solução do solo, obtendo-se
bons ajustes com modelos lineares; mas, há a necessidade de calibração
destes modelos para tal fim (WRAITH & DAS, 1998; PERSSON & UVO, 2003).
Desenvolveu-se este trabalho, em condições de laboratório, objetivando-
se estimar a concentração de potássio na solução do solo (K), a partir de dados
de
θ
e CEa, determinados por meio da técnica da TDR, utilizando-se um solo
aluvial de classes texturais franca (CT
f
) e franco-arenosa (CT
fa
).
35
MATERIAL E MÉTODOS
No experimento foi utilizado um solo aluvial, coletado no Município de
Nova Porteirinha, MG. A coleta do solo foi feita em camadas de 0,20 m de
espessura, a partir da superfície do solo até 0,80 m de profundidade, o que
possibilitou definir duas classes texturais para serem estudadas (Tabela 1). O
solo coletado na camada superficial (0,0-0,20 m), resultou na classe textural
franco-arenosa (CT
fa
), ao passo que o solo coletado na profundidade de 0,20-
0,80 m resultou na classe textural franca (CT
f
). As características químicas do
solo das duas classes texturais estudadas são apresentadas na Tabela 2. O
solo foi seco ao ar, destorroado e passado em peneira com malha de 2 mm.
Segmentos de tubo de PVC com 0,19 m de altura e 0,098 m de diâmetro
interno foram preenchidos com 1,9 kg de terra fina seca ao ar (TFSA), até a
altura de 0,17 m, perfazendo, um volume de solo no vaso de 0,00128231 m
3
.
Tabela 1. Características físico-hídricas das classes texturais do solo estudado
Classe Textural Areia Silte Argila
Densidade
do solo
Densidade de
partículas
Teor de água no solo
- 10 kPa - 1500 kPa
(g kg
-1
) kg dm
-3
(kg kg
-1
)
Franca 427,3 417,3 155,3 1,47 2,39 0,2226 0,1608
Franco-arenosa 544,0 355,0 101,0 1,45 2,43 0,2013 0,1503
Tabela 2. Características químicas das classes texturais do solo estudado
pH P K Ca
Mg Ca+Mg
Al Na H+Al
SB T V M.O.
cmol
c
dm
-3
Classe textural
em
água
mg
dm
-3
% g kg
-1
Franca 6,6 24,0
0,59
5,6
0,1 5,7 0,0
0,14 0,88 6,43
7,31
88,0
3,47
Franco-arenosa 6,5 23,0
0,20
6,1
0,3 6,4 0,1
0,08 1,54 6,68
8,22
81,3
5,68
36
O experimento consistiu de 25 tratamentos (colunas de solo) resultantes
da combinação de cinco teores de água no solo (
θ
) com cinco condutividades
elétricas de soluções de cloreto de potássio (CE). Essas condutividades
elétricas foram obtidas a partir da aplicação de soluções de cloreto de potássio
com cinco concentrações desse fertilizante (C
KCl
) e os teores de água no solo a
partir da aplicação de cinco volumes dessas soluções. Esses tratamentos
foram repetidos duas vezes, para a CT
f
, resultando em 50 observações,
enquanto que, para a CT
fa
, não houve repetição e, portanto, obtiveram-se 25
observações. Os teores de água no solo foram correspondentes a 20; 40; 60;
80 e 100% da água disponível e as condutividades elétricas das soluções de
cloreto de potássio correspondentes a 1,0; 2,5; 4,0; 5,5 e 7,0 dS m
-1
(Figura 1).
Figura 1. Croqui dos tratamentos provenientes da combinação de cinco
θ
com
cinco CE
O teor de água na TFSA foi obtido pelo todo gravimétrico padrão de
estufa, possibilitando-se a correta complementação de
θ
para os níveis
desejados.
Preliminarmente, um ensaio foi realizado para determinar a relação entre
concentrações de cloreto de potássio (KCl) e condutividades elétricas (CE) de
CE (dS m
-1
)
1,0 2,5 4,0 5,5 7,0
θ (%, em base de volume)
17,0 ± 1,4 19,0 ± 1,8 21,4 ± 2,2 23,4 ± 2,2 26,0 ± 3,0
CE (dS m
-1
)
1,0 2,5 4,0 5,5 7,0
θ (%, em base de volume)
17,0 ± 1,4 19,0 ± 1,8 21,4 ± 2,2 23,4 ± 2,2 26,0 ± 3,0
37
soluções de KCl. Submetendo-se os valores de concentrações de KCl e CE
das soluções de KCl à análise de regressão, obteve-se:
[ ]
6257,1
0900,0CE
KCl
=
R
2
= 1,00 (1)
em que, KCl e CE correspondem, respectivamente, às concentrações de
cloreto de potássio nas soluções, em g L
-1
; e às condutividades elétricas das
soluções de cloreto de potássio, em dS m
-1
.
Com base na Equação 1, pesaram-se quantidades de KCl que foram
diluídas em água destilada, obtendo-se as soluções que foram aplicadas sobre
a superfície do solo nas colunas de PVC. Em seguida, o solo foi coberto e
mantido em repouso por 24 horas, a fim de evitar perda de água por
evaporação e de propiciar uma distribuição mais uniforme da solução na coluna
de solo. Em seguida, efetuaram-se as leituras de
θ
e CEa por meio de um TDR,
utilizando uma única sonda, com três hastes de 0,10 m de comprimento.
Simultaneamente, leituras de temperatura foram feitas com um termômetro
instalado em uma coluna de solo.
O teor de água no solo (
θ
) foi determinado por meio da equação de
LEDIEU et al. (1986) (Equação 2). Posteriormente, calculou-se a constante
dielétrica do solo (
ε
b
), com o uso da Equação 2 e substituíram-se seus valores
em uma das Equações 3a ou 3b, conforme o caso, que são as equações de
calibração da TDR para leitura de
θ
, para o solo utilizado no experimento.
1758011380
b
,,
ε=θ
(2)
3
b
5
2
bb
1002001300350017220 ε+εε+=θ
,,,,
para a CT
fa
(3a)
3
b
6
2
bb
1009000600250013090 ε+εε+=θ
,,,,
para a CT
f
(3b)
Em que,
θ
corresponde ao teor de água no solo, em cm
3
cm
-3
, e
ε
b
à constante
dielétrica do solo.
38
A CEa foi determinada por meio da equação de GIESE & TIEMANN
(1975) (Equação 4). Posteriormente, os valores de CEa foram multiplicados
pelos valores do fator de correção de condutividade elétrica quanto aos efeitos
da temperatura (f
T
), que foi calculado com a Equação 5 (RICHARDS, 1954).
π
= 1
V
V2
ZL120
Z
CEa
0
u
0
inf
(4)
em que,
CEa = é a condutividade elétrica aparente do solo, em dS m
-1
;
L = é o comprimento da sonda, m;
Z
0
= é a impedância característica da sonda, obtida em água destilada,
conforme SOUZA et. al., (2004);
Z
u
= é a impedância no cabo ~ 50
;
V
0
= é a amplitude do sinal eletromagnético gerado pelo TDR;
V
inf
= é a amplitude do sinal eletromagnético após a reflexão no início da
sonda.
(
)
(
)
3728
T25
749
T25
1f
2
T
+
+=
,
para 20
T
47
o
C (5)
em que,
f
T
= é o fator de correção da CE quanto aos efeitos da temperatura,
adimensional; e
T = é a temperatura do meio no qual, a sonda de TDR se encontra
inserida, em
o
C.
Logo após as leituras de
θ
e CEa com a TDR, a sonda foi retirada e
substituída por um segmento de tubo PVC de 12 mm de diâmetro até a
profundidade correspondente ao comprimento das hastes da sonda. No orifício
feito pelo tubo de PVC, introduziu-se um extrator de solução do solo,
devidamente limpo e aplicou-se uma sucção de 70 kPa (RHOADES et al.,
1976; HEIMOVAARA et al., 1995; WRAITH & DAS, 1998; VOGELER et al.,
1996; MUÑOZ-CARPENA et al., 2001). Após a extração de aproximadamente
15 mL de solução do solo, retirou-se o extrator, homogeneizou-se a solução,
armazenando-a em frascos de vidro, previamente limpos, para evitar
39
contaminação por outros íons, determinando-se posteriormente a CEw por
meio de condutivímetro de mesa.
Preliminarmente, seis modelos matemáticos foram avaliados quanto à
sua capacidade de relacionar
θ
, CEa e CEw; a partir desta avaliação,
selecionaram-se os três modelos que melhor se ajustaram aos dados
observados de
θ
, CEa e CEw, para fins de estimativa de K (Tabela 3).
Tabela 3. Modelos utilizados para se estimar a concentração de K na solução
do solo
1
, tendo a variável CEw explicitada
AUTOR MODELO Parâmetros
2
Equação n
o
RHOADES et al. (1976)
(
)
( )
θ+θ
=
ba
CEsCEa
CEw
2
a, b, CEs
3
(6)
MUALEN & FRIEDMAN (1991)
(
)
β
θ
θ
=
sCEsCEa
CEw
β, CEs
3
(7)
VOGELER et al. (1996)
(
)
[
]
( )
dc
baCEa
CEw
θ
θ
=
a, b, c, d (8)
1
Sendo CEa, CEw e CEs, em dS m
-1
e θ e θs em cm
3
cm
-3
;
2
Obtidos por otimização, por meio do método dos mínimos quadrados; e
3
CEs corresponde à condutividade elétrica da fração sólida do solo. Está associada às trocas iônicas na interface
sólido-líquido do solo e normalmente é considerada uma constante para cada solo.
O teor de água correspondente à saturação (
θ
s
) foi obtido conforme a
Equação 9:
=θ
Dp
Ds
1s
(9)
em que, Ds e Dp correspondem, respectivamente, à massa específica do solo
e das partículas e são expressas em kg dm
-3
.
Com os valores medidos de CEw e de K, ajustaram-se equações do tipo
potência (MMOLAWA & OR, 2000) e linear (MUÑOZ-CARPENA et al., 2001;
HEIMOVAARA et al., 1995; VOGELER et al, 1996; VOGELER et al., 1997 e
WRAITH & DAS, 1998):
40
ρ
α= KCEw
(10)
KCEw
ρ
+
α
=
(11)
em que
α
e
ρ
são parâmetros adimensionais das equações.
Substituindo-se as equações 10 e 11 nas equações 6, 7 e 8, obtiveram-
se as equações 12, 13, 14, 15, 16 e 17 (Tabela 4) que, em seguida, tiveram
seus ajustes otimizados, explicitando K.
A avaliação dos modelos quanto à sua capacidade de estimar o K, a
partir de dados de
θ
e CEa obtidos com a técnica da TDR, foi feita com base no
coeficiente de concordância (D), proposto por WILLMONTT (1981) (Equação
18), no coeficiente de determinação (R
2
) e no grau de ajuste da variável
dependente (Y) com a variável independente (X), mediante o estabelecimento
de uma equação do tipo Y = aX, após otimização de seus ajustes aos dados
medidos, por meio de planilha eletrônica.
Tabela 4. Modelos adaptados para se estimar a concentração de K na solução
do solo
1
, em mg L
-1
, tendo a variável K explicitada
AUTOR MODELO Parâmetros
2
Equação n
o
RHOADES et al. (1976)
adaptado para a relação
CEw_K do tipo potência
(
)
( )
ρ
θ+θ
α
=
1
2
ba
CEsCEa1
K
a, b, CEs
3
, α, ρ (12)
RHOADES et al. (1976)
adaptado para a relação
CEw_K do tipo linear
(
)
( )
ρ
α
θ+θ
=
1
ba
CEsCEa
K
2
a, b, CEs
3
, α, ρ (13)
MUALEN & FRIEDMAN (1991)
adaptado para a relação
CEw_K do tipo potência
(
)
ρ
β
θ
θ
α
=
1
sCEsCEa1
K
β, CEs
3
, α, ρ
(14)
MUALEN & FRIEDMAN (1991)
adaptado para a relação
CEw_K do tipo linear
(
)
ρ
α
θ
θ
=
β
1sCEsCEa
K
β, CEs
3
, α, ρ
(15)
VOGELER et al. (1996)
adaptado para a relação
CEw_K do tipo potência
(
)
[
]
( )
ρ
θ
θ
α
=
1
dc
baCEa1
K
a, b, c, d, α, ρ (16)
VOGELER et al. (1996)
adaptado para a relação
CEw_K do tipo linear
(
)
[
]
( )
ρ
α
θ
θ
=
1
dc
baCEa
K
a, b, c, d, α, ρ (17)
1
Sendo CEa, CEw e CEs, em dS m
-1
e θ e θs em cm
3
cm
-3
;
2
Obtidos por otimização, por meio do método dos mínimos quadrados; e
3
CEs corresponde à condutividade elétrica da fração sólida do solo. Está associada às trocas iônicas na interface
sólido-líquido do solo e normalmente é considerada uma constante para cada solo.
41
( )
( )
+
=
=
=
2
n
1i
ii
n
1i
2
ii
MEMM
EM
1D (18)
em que,
M
i
= é o valor medido de ordem i;
E
i
= é o valor estimado de ordem i;
M
= é a média dos valores medidos; e
n = é o número de valores medidos.
O coeficiente de concordância (D) expressa a exatidão dos valores
estimados em relação aos valores medidos, variando de zero, que indica
nulidade, a um que indica perfeita exatidão.
42
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores dos parâmetros dos três modelos que melhor se ajustaram
aos dados observados e seus respectivos coeficientes de determinação (R
2
),
assim como, os valores do coeficiente de concordância (D), para o solo de
classes texturais franca (CT
f
) e franco-arenosa (CT
fa
), o apresentados na
Tabela 5. De modo geral, nota-se que os modelos estimaram melhor a CEw a
partir dos dados do solo de CT
f
(R
2
igual a 0,80 e D igual a 0,94) que a partir
dos dados do solo de CT
fa
(R
2
igual a 0,77 e D igual a 0,93). Percebe-se, ainda,
equivalência entre os três modelos para o solo de CT
f
(R
2
igual a 0,80 e D igual
a 0,94), ao passo que, para o solo de CT
fa
, o modelo de VOGELER et al.
(1996) se sobressaiu frente aos demais, com R
2
igual a 0,80, contra 0,77 e
0,75 e D igual a 0,94, contra 0,93 e 0,92, dos modelos de RHOADES et al.
(1976) e de MUALEN & FRIEDMAN (1991) respectivamente.
Valores de CEw estimada, a partir dos valores dos parâmetros contidos
na Tabela 5, foram contrapostos com os valores de CEw medida (Figura 2),
referente ao solo de classe textural franca (CT
f
) (A) e ao solo de classe textural
franco-arenosa (CT
fa
) (B). Observa-se a mesma tendência constatada nos
resultados apresentados na Tabela 5.
43
Tabela 5. Coeficiente de concordância (D), parâmetros e coeficientes de determinação (R
2
) dos três modelos que melhor se
ajustaram aos dados observados de θ, CEa e CEw, para os solos de CT
f
e CT
fa
, na estimativa da CEw
Solo de classe textural franca (CT
f
)
Parâmetros
MODELO / AUTOR D
a b c d
CEs
β
R
2
RHOADES et al. (1976) 0,9404 4,4152 0,2958 - - 0,0902 - 0,8018
VOGELER et al. (1996) 0,9384 0,1930 -0,0488 2,0014 0,1577 - - 0,7960
MUALEN & FRIEDMAN (1991) 0,9371 - - - - 0,0844 1,4955 0,7943
Solo de classe textural franco-arenosa (CT
fa
)
RHOADES et al. (1976) 0,9252 -2,5186 2,4133 - - 0,0797 - 0,7667
VOGELER et al. (1996) 0,9389 2,2220 0,3552 -1,0447 -0,5858 - - 0,7996
MUALEN & FRIEDMAN (1991) 0,9174 - - - - 0,0911 1,2496 0,7463
44
A
B
CEw estimada (dS m
-1
)
CEw medida (dS m
-1
)
Figura 2. Relação entre a CEw medida e estimada pelos modelos que a relacionam com CEa e θ, para os solos de classe textural
franca (CT
f
) (A) e de classe textural franco-arenosa (CT
fa
) (B)
CEw estimada = 0,9500 CEw medida
R
2
= 0,9500
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
Rhoades et al., (1976)
CEw estimada = 0,9485 CEw medida
R
2
= 0,9485
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
Vogeler et al., (1996)
CEw estimado = 0,9523 CEw medido
R
2
= 0,9481
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
Mualen & Friedman (1991)
Reta 1:1
Y = a X
CEw estimada = 0,9473 CEw medida
R
2
= 0,9473
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
Rhoades et al., (1976)
CEw estimada = 0,9548 CEw medida
R
2
= 0,9548
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
Vogeler et al., (1996)
CEw estimada = 0,9372 CEw medida
R
2
= 0,9428
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
Mualen & Friedman (1991)
Reta 1:1
Y = a X
45
Relações do tipo potência e linear entre as variáveis CEw e K medidas
na solução do solo, são mostradas na Figura 3, referentes ao solo de classe
textural franca (CT
f
) (A) e ao solo de classe textural franco-arenosa (CT
fa
) (B).
Para o solo de CT
f
, o modelo que melhor explicou essa relação foi o do tipo
potência, com R
2
igual a 0,81; para o solo de CT
fa
, os modelos linear e
potência foram equivalentes na explicação desta relação, apesar do modelo
tipo potência ser ligeiramente superior (R
2
igual a 0,98) ao modelo tipo linear
(R
2
igual a 0,97). O ajuste entre CEw e K, para o solo de CT
f
, está de acordo
com MMOLAWA & OR (2000) mas difere daqueles obtidos por HEIMOVAARA
et al. (1995), VOGELER et al. (1996), VOGELER et al. (1997) e WRAITH &
DAS (1998), MUÑOZ-CARPENA et al. (2001), que foram do tipo linear; porém
para o solo de CT
fa
o ajuste entre CEw e K está de acordo com todos esses
autores, visto que tanto o modelo potência quanto o linear, explicaram bem
esta relação. VOGELER et al. (1997) relatam que, em baixas concentrações
iônicas, a CEw se relaciona, de forma linear, com a concentração de qualquer
sal presente na solução do solo.
A
B
CEw medida (dS m
-1
)
K medido (mg L
-1
)
Figura 3. Relação entre CEw e K para os solos de classe textural franca (CT
f
)
(A) e de classe textural franco-arenosa (CT
fa
) (B)
CEw medida = 0,0826 K medido
0,68 11
R
2
= 0,8134
0,0
0,6
1,2
1,8
2,4
3,0
0 40 80 120 160 200
Potência
CEw medida = 0,0110 K medido + 0,5352
R
2
= 0,6326
0,0
0,6
1,2
1,8
2,4
3,0
0 40 80 120 160 200
Linear
CEw medida = 0,0623 K medido
0,6732
R
2
= 0,9756
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
2,0
0 25 50 75 100 125
Potência
CEw medida = 0,0126 K medido + 0,2020
R
2
= 0,9727
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
2,0
0 25 50 75 100 125
Linear
46
Os valores dos parâmetros, do coeficiente de determinação (R
2
) e do
coeficiente de concordância (D) dos modelos adaptados e avaliados das duas
classes texturais são mostrados na Tabela 6. Evidencia-se um melhor ajuste
dos dados do solo de textura franco-arenosa (CT
fa
) e com menor percentual de
partículas finas e, portanto, com menor superfície específica, por todos os
modelos (R
2
igual a 0,79 e D igual a 0,94), comparativamente àquele obtido
para o solo de textura franca (CT
f
) e com maior percentual de partículas finas
(R
2
igual a 0,60 e D igual a 0,85). Tais constatações podem ser devidas às
características físicas e/ou físico-químicas do solo, tal como a capacidade de
troca de cátions (CTC), que pode atuar com maior ou menor intensidade na
adsorção e/ou dessorção de cátions.
Observa-se, para o solo de CT
fa
, que uma melhor estimativa da
concentração de K na solução do solo a partir de dados de teor de água (
θ
) e
condutividade elétrica aparente (CEa), é obtida quando se introduz, nos
modelos adaptados, uma relação do tipo potência entre CEw e K (R
2
igual a
0,81 e D igual a 0,94); mas, para o solo de CT
f
, percebe-se que as estimativas
de K foram equivalentes quando se introduziu, nos modelos adaptados,
qualquer uma das relações entre CEw e K (tipo linear ou potência), exceto para
o modelo de RHOADES et al. (1976), adaptado com uma relação entre CEw e
K do tipo potência, que foi superior aos demais, em cerca de 7%, quanto ao R
2
,
porém, quanto ao coeficiente de concordância (D), com valor médio igual a
0,85, não se observa diferença considerável.
Em relação aos modelos adaptados, verifica-se que os de RHOADES et
al. (1976) e de VOGELER et al. (1996) proporcionaram as melhores
estimativas de concentração de K na solução do solo, a partir de dados de
θ
e
CEa, para o solo de CT
f
e CT
fa
, respectivamente, com valores de R
2
iguais a
0,66 e 0,82 e de D iguais a 0,85 e 0,95.
47
Tabela 6. Coeficiente de concordância (D), parâmetros e coeficientes de determinação (R
2
), para o solo de CT
f
e de CT
fa
, na
estimativa da concentração de K na solução do solo
Solo de classe textural franca (CT
f
)
Parâmetros
MODELO / AUTOR D
a b c d
CEs
β
α ρ
R
2
RHOADES et al. (1976) adaptado para a relação CEw_K do tipo potência
0,8518
1,8504 0,9550 - - 0,0920 - 0,0461 0,8425
0,6558
RHOADES et al. (1976) adaptado para a relação CEw_K do tipo linear
0,8462
0,7820 0,0360 - - 0,1276 - 0,9597 0,0995
0,5863
VOGELER et al. (1996) adaptado para a relação CEw_K do tipo potência
0,8434
0,5178 -0,0508
0,9259 0,0690 - - 0,0459 0,9383
0,5808
VOGELER et al. (1996) adaptado para a relação CEw_K do tipo linear
0,8448
-16,7941
-1,5471
0,9462 0,0804 - - 18,1821
0,0358
0,5787
MUALEN & FRIEDMAN (1991) adaptado para a relação CEw_K do tipo
potência
0,8462
- - - - 0,1565 1,9905 0,0485 0,9299
0,5864
MUALEN & FRIEDMAN (1991) adaptado para a relação CEw_K do tipo
linear
0,8460
- - - - 0,1392 1,9058 0,2041 0,0303
0,5859
Solo de classe textural franco-arenosa (CT
fa
)
RHOADES et al. (1976) adaptado para a relação CEw_K do tipo potência
0,9432
-1,2478 2,8999 - - 0,0500 - 0,1023 0,4856
0,8040
RHOADES et al. (1976) adaptado para a relação CEw_K do tipo linear
0,9254
-2,0016 2,8238 - - 0,0300 - 0,2777 0,0095
0,7619
VOGELER et al. (1996) adaptado para a relação CEw_K do tipo potência
0,9465
2,2670 0,3560 -1,0400 -0,5858 - - 0,0710 0,6342
0,8178
VOGELER et al. (1996) adaptado para a relação CEw_K do tipo linear
0,9341
1,9918 0,2095 -0,0548 -0,0373 - - -0,9437 0,1802
0,7852
MUALEN & FRIEDMAN (1991) adaptado para a relação CEw_K do tipo
potência
0,9429
- - - - 0,0500 0,9196 0,0878 0,4851
0,8033
MUALEN & FRIEDMAN (1991) adaptado para a relação CEw_K do tipo
linear
0,9335
- - - - -3,5209
0,0849 1,5617 0,0019
0,7830
48
Tendo em vista o baixo desempenho apresentado pelos modelos
adaptados na estimativa do K da solução do solo para o solo de CT
f
(Tabela 6),
traçou-se um gráfico relacionando os valores de K estimado e medido, por
meio de uma função do tipo Y = aX, apenas para o modelo de RHOADES et al.
(1976), adaptado com uma relação entre CEw e K do tipo potência, que foi o
que melhor estimou a concentração de K na solução do solo (Figura 4).
Percebe-se uma considerável dispersão entre os dados medidos e estimados,
a partir de uma concentração de K na solução do solo superior a 60 mg L
-1
.
Esta dispersão, além de reforçar os baixos ajustes apresentados na Tabela 6,
revela a fragilidade desses modelos na estimativa da concentração de K na
solução do solo, quando esta concentração é superior a 60 mg L
-1
para solos
com características físico-químicas similares às do solo de CT
f
.
Figura 4. Relação entre o K medido e estimado pela equação 12, para o solo
de CT
f
NADLER (1997), também constatou aumento da dispersão dos dados
com o incremento do teor de partículas menores; desta forma, o baixo ajuste
dos modelos adaptados aos dados do solo de CT
f
e, conseqüentemente, com
maior teor de silte e argila, comparativamente ao do solo de CT
fa
, pode ser
devido às características físico-químicas desse solo sugerindo, portanto, que
K estimado = 0,6957 K medido
R
2
= 0,8657
0
40
80
120
160
200
0 40 80 120 160 200
K medido (mg L
-1
)
K estimado (mg L
-1
)
Rhoades et al., (1976)
49
tais características influenciam na estimativa da concentração de K na solução
do solo, com esses modelos.
Na Figura 5, os valores de K estimado para o solo de CT
fa
, por meio dos
modelos adaptados com uma relação entre CEw e K do tipo potência (A) e
linear (B), foram plotados como função da concentração de K medida na
solução do solo. Nota-se que os modelos adaptados com uma relação entre
CEw e K do tipo potência (Figura 5A) proporcionaram estimativas da
concentração de K na solução do solo ligeiramente melhores (R
2
médio igual a
0,93), quando comparados aos modelos adaptados com uma relação entre
CEw e K do tipo linear (R
2
médio igual a 0,92) (Figura 5B). Para este solo, o
modelo adaptado de VOGELER et al. (1996) foi o que melhor se ajustou aos
dados observados na estimativa da concentração de K da solução do solo.
No que tange ao coeficiente angular, os ajustes dos modelos adaptados
foram equâmines (em torno de 0,92), independentemente da relação entre
CEw e K neles introduzida.
Com base no que se constatou na Tabela 6 e na Figura 4, para o solo de
CT
f
, procedeu-se a uma nova otimização dos ajustes dos modelos adaptados,
considerando-se apenas os valores de
θ
, CEa e CEw, associados a
concentrações de K na solução do solo, inferiores a 60 mg L
-1
. Os valores de
D, dos parâmetros e de R
2
dessa nova otimização, explicitando CEw e K, são
apresentados nas Tabelas 7 e 8, respectivamente.
50
A
B
K estimado (mg L
-1
)
K medido (mg L
-1
)
Figura 5. Relação entre o K medido e estimado por meio dos modelos adaptados com uma relação entre CEw e K do tipo potência
(A) e linear (B), para o solo de CT
fa.
K estimado = 0,9296 K medido
R
2
= 0,9296
0
25
50
75
100
125
0 25 50 75 100 125
Rhoades et al., (1976)
K estimado = 0,9145 K medido
R
2
= 0,9145
0
25
50
75
100
125
0 25 50 75 100 125
Rhoades et al., (1976)
K estimado = 0,9265 K medido
R
2
= 0,9346
0
25
50
75
100
125
0 25 50 75 100 125
Vogeler et al., (1996)
K estimado = 0,9229 K medido
R
2
= 0,9229
0
25
50
75
100
125
0 25 50 75 100 125
Vogeler et al., (1996)
K estimado = 0,9293 K medido
R
2
= 0,9293
0
25
50
75
100
125
0 25 50 75 100 125
Mualen & Friedman (1991)
Reta 1:1
Y = a X
K estimado = 0,9222 K medido
R
2
= 0,9221
0
25
50
75
100
125
0 25 50 75 100 125
Reta 1:1
Y = a X
Mualen & Friedman (1991)
51
Tabela 7. Coeficiente de concordância (D), parâmetros e coeficientes de determinação (R
2
) dos três modelos que melhor se
ajustaram aos dados observados de θ, CEa e CEw, para o solo de CT
f
, na estimativa da CEw, para concentrações de K
na solução do solo, inferiores a 60 mg L
-1
Solo de classe textural franca (CT
f
)
Parâmetros R
2
MODELO / AUTOR D
a b c d
CEs
β
RHOADES et al. (1976) 0,9380 6,2464 -0,2887 - - 0,1232 - 0,7929
VOGELER et al. (1996) 0,9331 -0,4310 -0,2040 2,7124 0,3368 - - 0,7823
MUALEN & FRIEDMAN (1991) 0,9190 - - - - 0,0992 1,5417 0,7516
Tabela 8. Coeficiente de concordância (D), parâmetros e coeficiente de determinação (R
2
) para o solo de CT
f
, na estimativa da
concentração de K na solução do solo, para concentrações de K inferiores a 60 mg L
-1
Solo de classe textural franca (CT
f
)
Parâmetros
MODELO / AUTOR D
a b c d CEs
β
α ρ
R
2
RHOADES et al. (1976) adaptado para a relação CEw_K do tipo
potência
0,9376
3,7011 1,0854 - - 0,0457
- 0,0661 0,7217
0,7961
RHOADES et al. (1976) adaptado para a relação CEw_K do tipo linear
0,9370
0,8923 0,4041 - - 0,0350
- 0,6106 0,0622
0,7946
VOGELER et al. (1996) adaptado para a relação CEw_K do tipo
potência
0,9383
-0,1455 -0,0839 2,0490
0,1559
- - 0,0862 0,7429
0,7972
VOGELER et al. (1996) adaptado para a relação CEw_K do tipo linear
0,9373
0,8705 0,0167 0,0729
0,0035
- - -4,7204 0,6655
0,7950
MUALEN & FRIEDMAN (1991) adaptado para a relação CEw_K do tipo
potência
0,9378
- - - -
0,0489
1,4382
0,0864 0,7311
0,7964
MUALEN & FRIEDMAN (1991) adaptado para a relação CEw_K do tipo
linear
0,9371
- - - -
0,0398
1,3442
0,2140 0,0233
0,7948
52
Apesar dos modelos continuarem estimando adequadamente a CEw,
comparativamente aos ajustes obtidos e apresentados na Tabela 5 (solo de
CT
f
), verifica-se ligeira redução dos valores de R
2
e de D, quando se explicita
CEw (Tabela 7); contudo, quando se explicita a concentração de K na solução
do solo, substancial melhoria nos ajustes (R
2
passando de 0,60 para 0,80 e D
de 0,85 para 0,94) dos modelos adaptados aos dados de concentração de K na
solução do solo é evidenciada (Tabela 8), comparativamente aos obtidos e
apresentados na Tabela 6 (solo de CT
f
); observa-se, com isso, o quanto esses
modelos são frágeis para estimar a concentração de K na solução do solo,
quando esta concentração se situa acima de 60 mg L
-1
. Nota-se, também, que
para concentrações de K na solução do solo inferiores a 60 mg L
-1
, não
diferença expressiva dos ajustes dos modelos aos dados observados,
independentemente do tipo de relação entre CEw e K, neles introduzida
(Tabela 8).
Na Figura 6, os valores de K estimado por meio dos modelos adaptados
com uma relação entre CEw e K do tipo potência (A) e linear (B), para
concentrações de K na solução do solo inferiores a 60 mg L
-1
, são plotados
como função do K medido por meio de uma equação do tipo Y = aX. Não se
observa superioridade expressiva de nenhum dos modelos avaliados nem
mesmo efeito do tipo de relação entre CEw e K, neles inserida, significando
que qualquer um dos modelos avaliados pode ser utilizado para estimar a
concentração de K na solução do solo, a partir de dados de
θ
e CEa obtidos
com a TDR, independentemente do tipo de relação entre CEw e K (potência ou
linear) neles introduzida. Observa-se satisfatório ajuste da relação entre o K
estimado e medido (R
2
igual a 0,95 e coeficiente angular igual a 0,95) (Figura 6
A e B). Ressalta-se que o fato de se considerar os modelos adaptados capazes
de estimar a concentração de K na solução do solo, apenas na faixa de 0 a 60
mg L
-1
, para o solo de CT
f
, além de conferir maior confiabilidade em suas
estimativas conferiu, também, melhor ajuste entre dados estimados e medidos.
Essas constatações reforçam a afirmação de que a textura do solo tem
influência na estimativa da concentração de K na solução do solo, por esses
modelos, tornando esses capazes de estimá-la para solos com características
texturais similares às do solo de CT
f
, apenas quando esta concentração se
situa abaixo de 60 mg L
-1
.
53
A
B
K estimado (mg L
-1
)
K medido (mg L
-1
)
Figura 6. Relação entre o K medido e estimado por meio dos modelos adaptados com uma relação entre CEw e K do tipo potência
(A) e linear (B), para o solo de CT
f
, considerando-se apenas os valores de θ, CEa e CEw, associados a concentrações de
K na solução do solo inferiores a 60 mg L
-1
.
K estimado = 0,9507 K medido
R
2
= 0,9507
0
15
30
45
60
0 15 30 45 60
Rhoades et al., (1976)
K estimado = 0,9504 K medido
R2 = 0,9504
0
15
30
45
60
0 15 30 45 60
Rhoades et al., (1976)
K estimado = 0,9516 K medido
R2 = 0,9510
0
15
30
45
60
0 15 30 45 60
Vogeler et al., (1996)
K estimado = 0,9505 K medido
R2 = 0,9505
0
15
30
45
60
0 15 30 45 60
Vogeler et al., (1996)
K estimado = 0,9508 K medido
R2 = 0,9508
0
15
30
45
60
0 15 30 45 60
Mualen & Friedman (1991)
Reta 1:1
Y = a X
K estimado = 0,9503 K medido
R2 = 0,9504
0
15
30
45
60
0 15 30 45 60
Mualen & Friedman (1991)
Reta 1:1
Y = a X
54
CONCLUSÃO
É possível estimar a concentração de K na solução do solo, a partir de
dados de
θ
e CEa, obtidos por meio da técnica da TDR, para condições de
laboratório, por meio dos modelos de RHOADES et al. (1976), VOGELER et al.
(1996) e MUALEN & FRIEDMAN (1991) adaptados com uma relação entre
CEw e K do tipo potência, para as faixas de 0 a 60 e 0 a 120 mg L
-1
, para solos
de textura franca e franco-arenosa, respectivamente.
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, Amsterdam, v.47,
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58
ARTIGO 3
MONITORAMENTO DO TEOR DE ÁGUA E DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA
APARENTE E DA SOLUÇÃO DO SOLO
Resumo
: Objetivou-se avaliar seis modelos quanto à sua capacidade de
estimar a condutividade elétrica da solução do solo (CEw), a partir do teor de
água no solo (
θ
) e da condutividade elétrica aparente do solo (CEa), obtidos
por meio da técnica da Reflectometria no Domínio do Tempo (TDR), e a
viabilidade de se monitorar a variação espacial e temporal de CEa,
θ
e CEw,
em condições de campo, por meio da TDR. Durante oito dias, efetuou-se
leituras de
θ
e CEa, a cada 15 minutos, em 22 posições de um perfil de solo
(instalando-se 22 sondas de TDR) cultivado com a cultura da bananeira, sob
fertirrigação potássica. A CEw foi monitorada durante oito dias, em seis dessas
posições, por meio de extratores de solução, sendo as amostras de solução do
solo coletadas 45 minutos antes e 45 minutos após cada evento de fertirrigação
e, em seguida, a cada 24 horas. Os modelos foram avaliados com base nos
coeficientes de determinação (R
2
), de concordância (D) e angular de uma
equação do tipo Y = aX. A CEw foi estimada para todo o perfil do solo por meio
do modelo de VOGELER et al., (1996), visto que esse foi o modelo que melhor
relacionou as variáveis
θ
, CEa e CEw. Conclui-se que os modelos estimaram
bem a CEw, a partir de
θ
e CEa,
obtidos por meio da cnica da TDR, em
condições de campo, sendo que, os modelos de RHOADES et al., (1976) e
VOGELER et al., (1996) foram os melhores; a técnica da TDR é capaz de
monitorar a variação espacial e temporal de
θ
, em condições de campo, mas,
essa capacidade se reduz com o aumento da salinidade do solo, implicando
59
em redução da qualidade dos dados por ela obtidos; e a técnica da TDR
apresentou limitação no monitoramento da variação espacial e temporal de
CEa e CEw, em condições de campo, principalmente no solo da trincheira, na
qual, o bananal foi adubado com 1.008 kg ha
-1
por ano de K
2
O.
Palavras-chave
: TDR, manejo de fertirrigação, salinidade do solo
MONITORING THE WATER CONTENT AND BULK ELECTRICAL
CONDUCTIVITY AND SOIL SOLUTION
Abstract
: This work had as objective to evaluate six models, concerning its
capability of estimating the electrical conductivity of soil solution (ECw) from
data of soil water content (
θ
) and bulk electrical conductivity (ECa), obtained by
means of TDR technique, as well to evaluate the feasibility of using TDR
technique for monitoring time and space variation of
θ
, ECa and ECw, under
field conditions. During eight days, readings of
θ
and ECa were performed in a
15-minute intervals, in 22 locations of the soil profiles cropped with banana
plant under potassium fertirrigation. ECw was monitored at six from those 22
locations in the profile by solution extractors. The solution samples were
collected 45 minutes before and after each fertirrigation event and following at
each 24 hours. The evaluation of models concerning their capability of relate
θ
,
ECa and ECw was accomplished based upon the agreement coefficient of
concordance (D) proposed by WILLMONTT (1981), the goodness of fit (R
2
) and
based upon the angular coefficient of the linear equation Y = aX. After have
fitted the models to data of
θ
, ECa and ECw and have determined the model
parameters, CEw was estimated for the best model (VOGELER et al., 1996) in
the whole profile monitored with the TDR (22 locations). The models estimated
reasonably CEw from
θ
and ECa obtained by TDR technique under field
conditions, as distinguishing the models by RHOADES et al. (1976) and
VOGELER et al. (1996); the TDR technique is able to monitor the space and
time variation of
θ
under field conditions, although its capability decrease as the
soil salinity increase; the TDR technique showed limitation in the monitoring of
60
spatial and temporal variation of ECa and ECw, under field conditions, mainly in
case higher amount of K
2
O applied (1,008 kg ha
-1
).
Key words
: TDR, fertirrigation management, soil of the salinity
INTRODUÇÃO
O uso da fertirrigação tem crescido substancialmente nos últimos anos,
sobretudo em condições de irrigação localizada. Com a expansão do uso desta
tecnologia, a demanda por informações para o seu manejo adequado tem
aumentado consideravelmente. Não obstante, tais informações ainda são
escassas (FOLEGATTI, 1999).
Informações sobre variação espacial e temporal do teor de água (
θ
), da
condutividade elétrica aparente (CEa) e da condutividade elétrica da solução
do solo (CEw) o de suma importância na descrição do movimento de água e
íons no solo (VOGELER et al., 1996), na modelagem do bulbo molhado
(SOUZA, 2002) e da dinâmica de água e solutos na zona radicular (MMOLAWA
& OR, 2000), na identificação de perfis de extração de água pelo sistema
radicular das culturas (COELHO & OR, 1996), na estimativa da
evapotranspiração das culturas (WARD & DUNIN, 2001) e no manejo de
fertirrigação. A implementação de um método capaz de monitorar a distribuição
de água e solutos iônicos (e.g., sais fertilizantes) no solo faz-se necessária
para facilitar o manejo intensivo dos solos submetidos à exploração agrícola
(WRAITH & DAS, 1998).
A técnica da Reflectometria no Domínio do Tempo (TDR) tem sido aceita
como uma ferramenta razoável na determinação de
θ
, atribuindo-se a ela,
inúmeras vantagens em relação a outros métodos de monitoramento de
θ
, tais
como, rapidez na obtenção de resultados, possibilidade de automação e
61
multiplexação e, por conseguinte, de monitoramento de
θ
em diversas posições
do solo, com o uso de um único equipamento de TDR (WRAITH & DAS, 1998).
Sabe-se, entretanto, que a técnica da TDR não se limita à determinação
de
θ
, pois determina, também, simultaneamente, a CEa e, de forma indireta,
possibilita determinar a CEw, por meio de modelos disponíveis na literatura
(RHOADES et al., 1976; RHOADES et al., 1989; NADLER et al., 1984,
modificado por RHOADES et al., 1989; MUALEN & FRIEDMAN, 1991;
HEIMOVAARA et al., 1995; VOGELER et al., 1996). A aplicação dessa técnica
no monitoramento do transporte de elementos químicos no solo foi
demonstrada por KACHANOSKI et al., (1992) e WRAITH et al., (1993). Dessa
forma, verifica-se a possibilidade de se monitorar continuamente a variação
espacial e temporal de
θ
, CEa e CEw nos solos cultivados, a fim de subsidiar o
manejo de fertirrigação.
Objetivou-se, neste trabalho, avaliar seis modelos que relacionam
θ
,
CEa e CEw, quanto à sua capacidade de estimar a CEw, a partir de dados de
θ
e CEa obtidos por meio da cnica da TDR, e a viabilidade de uso dessa
técnica no monitoramento da variação espacial e temporal de CEa,
θ
e CEw,
em condições de campo.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado na Fazenda Experimental do Gorutuba (FEGR),
vinculada ao Centro Tecnológico do Norte de Minas Gerais (CTNM),
pertencente à Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG),
em Nova Porteirinha, MG, em um plantio de bananeira, cultivar Prata-Anã, no
sexto ciclo de produção, com espaçamento 3,0 m x 2,7 m x 2,7 m (Figura 1). O
solo da área experimental apresenta as seguintes características físico-
62
hídricas: areia total 427,3 g kg
-1
, silte 417,3 g kg
-1
, argila 155,3 g kg
-1
,
densidade do solo 1,46 g cm
-3
e teores de água no solo correspondentes a –10
e –1.500 kPa iguais, respectivamente, a 0,2155 e 0,1572 kg kg
-1
. As
características químicas do solo da área experimental na qual se realizou o
trabalho são apresentadas na Tabela 1.
Figura 1. Linhas de plantio de bananeira, linha lateral (LL) de irrigação com
microaspersor e posição da trincheira, em relação à família de
bananeira e ao microaspersor.
Tabela 1. Características químicas do solo da área experimental, para as duas
doses de K
2
O aplicadas e para três profundidades
Dose de
K
2
O
Prof. pH P K
Ca Mg Ca+Mg
Al Na H+Al
SB T V
kg ha
-1
por ano
cm
em
água
mg dm
-3
cmol
c
dm
-3
%
432 0-20 5,6 23,8
118
3,7 1,4 5,1 0,0 0,0 2,1 5,4 7,5 72
432 20-40
6,0 11,1
43
5,3 1,8 7,1 0,0 0,0 1,7 7,2 8,9 81
432 40-60
6,2 3,1 31
7,9 2,7 10,6 0,0 0,0 1,9 10,7
12,6
85
1.008 0-20 5,4 35,7
128
3,7 1,3 5,0 0,0 0,0 2,1 5,4 7,5 72
1.008 20-40
5,8 9,3 50
4,4 1,5 5,9 0,0 0,0 1,3 6,1 7,4 82
1.008 40-60
5,9 7,6 45
3,8 1,4 5,2 0,0 0,0 0,5 5,4 5,9 92
2,7 m
3,0 m
2,7 m
LL com microaspersor
“Família” de bananeira
Posição da trincheira
2,7 m
3,0 m
2,7 m
LL com microaspersor
“Família” de bananeira
Posição da trincheira
63
O bananal foi fertirrigado por um sistema de microaspersão. Os
emissores tinham vazão igual a 60 L h
-1
e raio de alcance de 3,0 m, operando
com pressão de 160 kPa,. Cada microaspersor irrigava quatro “famílias” de
bananeira, posicionado no centro da área compreendida entre as quatro
“famílias” irrigadas (Figura 1). As irrigações foram manejadas com base no
método do tanque classe A, sendo realizadas durante quatro dias da semana
(de terça-feira a sexta-feira), em razão da falta de água nos canais durante os
demais dias da semana, ao passo que, a fertirrigação tinha freqüência
semanal. Utilizou-se um Venturi como injetor da solução de água e fertilizantes.
Duas trincheiras foram abertas na direção diagonal, em relação às linhas
de plantio, partindo-se da planta para o microaspersor (Figura 1), para
monitorar a variação espacial e temporal de CEa,
θ
e CEw, em condições de
campo, por meio da TDR.
Os aparelhos utilizados no monitoramento do teor de água (
θ
) e da
condutividade elétrica aparente do solo (CEa) constituíram-se de um TDR, um
datalogger, uma bateria, uma placa fotovoltaica, quatro caixas multiplexadoras
(contendo cada uma oito canais) e 22 sondas de TDR por trincheira avaliada.
Para monitorar a condutividade elétrica da solução do solo (CEw) utilizou-se
extratores de solução do solo.
As sondas de TDR foram construídas de acordo com COELHO et al.,
(2005) e testadas quanto à homogeneidade, mergulhando-as numa pasta de
solo e água, na proporção de 2:1 e fazendo-se leituras de
θ
e CEa. Foram
selecionadas aquelas com dispersão inferior a 10% em relação à média dos
valores de
θ
e CEa lidos.
As sondas de TDR e os extratores de solução do solo foram instalados
nas posições indicadas na Figura 2. As sondas de TDR foram instaladas no
sentido horizontal, em solo firme, ou seja, em uma das paredes das trincheiras.
Após a instalação das sondas, as duas trincheiras, nas quais se monitorou
θ
,
CEa e CEw, foram preenchidas com solo e mantidas em repouso por um
período de 60 dias.
Em uma das duas trincheiras, nas quais se monitorou a CEa,
θ
e CEw, o
bananal foi adubado com 432 kg ha
-1
de K
2
O por ano e na outra trincheira,
adubado com 1.008 kg ha
-1
de K
2
O por ano; em ambos os casos, o fertilizante
64
utilizado como fonte de potássio foi o cloreto de potássio (KCl). A fim de
eliminar o efeito da salinidade de outros fertilizantes nas variáveis monitoradas,
45 dias antes do início da coleta de dados, suspenderam-se as demais
adubações.
Em cada trincheira, efetuaram-se leituras de
θ
, CEa e CEw durante oito
dias, cobrindo dois eventos de fertirrigação. As leituras de
θ
e CEa foram feitas
a cada 15 minutos, sendo seus valores armazenados pelo datalogger. A
solução do solo foi coletada nos seguintes momentos: 45 minutos antes e 45
minutos após cada evento de fertirrigação e, a partir daí, em intervalos de 24
horas, até 24 horas após o segundo evento de fertirrigação.
Figura 2. Perfil representativo da vista lateral das trincheiras, contendo as
posições em que as sondas de TDR e extratores de solução do solo
foram instalados.
O teor de água no solo (
θ
) foi determinado por meio da equação de
LEDIEU et al. (1986) (Equação 1). Posteriormente, calculou-se a constante
dielétrica do solo (
ε
b
), com o uso da Equação 1 e substituíram-se seus valores
em uma das Equações 2a ou 2b, conforme o caso, que são as equações de
calibração da TDR para leitura de
θ
, para o solo da área na qual realizou-se o
experimento.
- Extrator de solução do solo
0,02 m
0,20 m
0,40 m
0,60 m
0,80 m
- Sonda de TDR
- Microaspersor na LL
0,15 m 0,45 m 0,75 m 1,05 m 1,35 m
- Extrator de solução do solo
0,02 m
0,20 m
0,40 m
0,60 m
0,80 m
- Sonda de TDR
- Microaspersor na LL
0,15 m 0,45 m 0,75 m 1,05 m 1,35 m
65
1758011380
b
,,
ε=θ
(1)
3
b
5
2
bb
1002001300350017220 ε+εε+=θ
,,,,
para a CT
fa
(2a)
3
b
6
2
bb
1009000600250013090 ε+εε+=θ
,,,,
para a CT
f
(2b)
Em que,
θ
corresponde ao teor de água no solo, em cm
3
cm
-3
,
ε
b
à constante
dielétrica do solo, CT
fa
à classe textural franco-arenosa e CT
f
à classe textural
franca.
A CEa foi determinada por meio da equação de GIESE & TIEMANN
(1975) (Equação 3). Posteriormente, os valores de CEa foram multiplicados
pelos valores do fator de correção de condutividade elétrica quanto aos efeitos
da temperatura (f
T
), que foi calculado com a Equação 4 (FRANSON, 1985).
π
= 1
V
V2
ZL120
Z
CEa
0
u
0
inf
(3)
em que,
CEa = é a condutividade elétrica aparente do solo, em dS m
-1
;
L = é o comprimento da sonda, m;
Z
0
= é a impedância característica da sonda, obtida em água destilada,
conforme SOUZA et. al., (2004);
Z
u
= é a impedância no cabo ~ 50
;
V
0
= é a amplitude do sinal eletromagnético gerado pelo TDR;
V
inf
= é a amplitude do sinal eletromagnético após a reflexão no início da
sonda.
( )
[ ]
25T1
1
f
T
α+
=
(4)
em que,
f
T
= é o fator de correção da CEa quanto ao efeito da temperatura,
adimensional;
66
α
= é o coeficiente de temperatura e é igual a 0,019
o
C
-1
, conforme
HEIMOVAARA et al., (1995); e
T = é a temperatura da solução do solo, em
o
C.
A CEw foi determinada por meio de um condutivímetro de mesa.
Seis modelos que relacionam as variáveis
θ
, CEa e CEw foram
avaliados, quanto à sua capacidade de estimar a condutividade elétrica da
solução do solo (CEw), a partir de
θ
e CEa (Tabela 2). Os dados de
θ
e CEa
correspondentes aos momentos e posições do perfil do solo, nos quais, extraiu-
se solução do solo, foram, juntamente com os dados de CEw, processados por
meio de planilha eletrônica, visando a obtenção dos valores dos parâmetros
dos modelos que otimizam a relação existente entre as variáveis
θ
, CEa e
CEw.
Tabela 2. Modelos utilizados para se estimar a condutividade elétrica da
solução do solo (CEw)
1
, na sua forma original
AUTOR MODELO Parâmetros
2
Equação n
o
RHOADES et al.
(1976)
(
)
CEsCEwbaCEa
2
+θ+θ=
a, b, CEs
3
(5)
VOGELER et al.,
(1996)
(
)
(
)
baCEwdcCEa θ+θ=
a, b, c, d (6)
MUALEN &
FRIEDMAN (1991)
CEs
s
CEwCEa +
θ
θ
=
β
β, CEs
3
(7)
RHOADES et al.
(1989)
( )
[ ]
(
)
sol
2
sol
dc
CEwdcCEa
θ
+θ+θ
++θθ=
c, d (8)
HEIMOVAARA et al.
(1995)
( )
q
q
1
2
m
m
1
1
11
11
rCEwCEa
Θ
Θ
θθ=
+β
n, p, β
(9)
NADLER et al.
(1984), modificado
por RHOADES et al.
(1989)
4
(
)
(
)
θδ= FCEsCEfCEw
aT
CEs
3
,
φ
s
,
θ
ws
(10)
1
sendo, CEa, CEw e CEs, em dS m
-1
e θ, θs e θr em cm
3
cm
-3
. Para o modelo de NADLER et al. (1984), mod. por
RHOADES et al. (1989), CEa, CEw e CEs devem estar em S m
-1
;
2
Obtidos por otimização, por meio do método dos mínimos quadrados;
3
CEs corresponde à condutividade elétrica da fração sólida do solo. Está associada com as trocas iônicas na interface
sólido-líquido do solo e normalmente é considerada como uma constante para cada solo; e
4
Esse modelo já apresenta na sua estrutura o fator de correção da CE quanto aos efeitos da temperatura (f
T
).
67
A fração volumétrica do solo ocupada por solutos (
θ
sol
) foi obtida por
meio da Equação 11.
Dp
Ds
sol
=θ
(11)
em que, Ds e Dp correspondem, respectivamente, à densidade do solo e de
partículas e são expressas em kg dm
-3
.
O índice de saturação (
Θ
) foi calculado por meio da Equação 12.
(
)
( )
rs
r
θθ
θθ
=Θ
(12)
em que,
θ
r
e
θ
s
correspondem, respectivamente, às teores de água no solo
residual e de saturação, em cm
3
cm
-3
.
O teor de água residual no solo (
θ
r
) foi obtido pelo método gravimétrico
padrão de estufa e, o correspondente à saturação (
θ
s
) foi obtido conforme a
Equação 13:
=θ
Dp
Ds
1s
(13)
O parâmetro empírico (
δ
) e o fator F(
θ
), que prevê o efeito da
tortuosidade dos poros do solo sobre o fluxo de corrente elétrica no meio
poroso, foram obtidos por meio das Equações 14 e 15, respectivamente,
válidas para 0,2 < CEws < 0,4 S m
-1
e CEs < 0,15 S m
-1
(RHOADES et al.,
1989). CEws corresponde à condutividade elétrica da água higroscópica do
solo.
(
)
s
2
wss
φ
θ+φ
=δ
(14)
68
( )
( )
ws
1
F
θθ
=θ
(15)
em que,
φ
s
corresponde ao conteúdo volumétrico da fração sólida do solo (m
3
m
-3
) e
θ
ws
à água higroscópica do solo (m
3
m
-3
).
Os parâmetros empíricos
m
e
q
foram calculados por meio das
Equações 16 e 17, respectivamente (HEIMOVAARA et al., 1995).
=
n
1
1m
(16)
=
p
2
1q
(17)
Os ajustes dos modelos utilizados para se estimar a condutividade
elétrica da solução do solo (Tabela 2), foram otimizados explicitando-se a
variável CEw (Tabela 3).
A avaliação dos modelos quanto à sua capacidade de relacionar
θ
, CEa
e CEw, com vistas à estimativa da CEw a partir de dados de
θ
e CEa obtidos
por meio da técnica da TDR, foi realizada com base no coeficiente de
concordância (D), proposto por WILLMONTT (1981) (Equação 24), no
coeficiente de determinação (R
2
) e no grau de ajuste da variável dependente
(Y) com a variável independente (X), mediante o estabelecimento de uma
equação do tipo Y = aX, após otimização de seus ajustes aos dados medidos,
por meio de planilha eletrônica.
69
Tabela 3. Modelos utilizados para se estimar a condutividade elétrica da
solução do solo (CEw)
1
, tendo a variável CEw explicitada
AUTOR MODELO Parâmetros
2
Equação n
o
RHOADES et al. (1976)
(
)
( )
θ+θ
=
ba
CEsCEa
CEw
2
a, b, CEs
3
(18)
VOGELER et al. (1996)
(
)
[
]
( )
dc
baCEa
CEw
θ
θ
=
a, b, c, d (19)
MUALEN & FRIEDMAN
(1991)
(
)
β
θ
θ
=
sCEsCEa
CEw
β, CEs
3
(20)
RHOADES et al. (1989)
(
)
( )
[ ]
dc
dc
CEa
CEw
sol
2
sol
+θθ
θ
+θ+θ
=
c, d
(21)
HEIMOVAARA et al.
(1995)
( )
2
m
m
1
1
q
q
1
11r
11CEa
CEw
Θθθ
Θ
=
+β
n, p, β
(22)
NADLER et al. (1984),
modificado por
RHOADES et al. (1989)
4
(
)
(
)
θδ= FCEsCEfCEw
aT
CEs
3
,
φ
s
,
θ
ws
(23)
1
sendo, CEa, CEw e CEs, em dS m
-1
e θ, θs e θr em cm
3
cm
-3
. Para o modelo de NADLER et al. (1984), mod. por
RHOADES et al. (1989), CEa, CEw e CEs devem estar em S m
-1
;
2
Obtidos por otimização, com base no método dos mínimos quadrados;
3
CEs corresponde à condutividade elétrica da fração sólida do solo. Está associada com as trocas iônicas na interface
sólido-líquido do solo e normalmente é considerada como uma constante para cada solo; e
4
Esse modelo já apresenta na sua estrutura o fator de correção da CE quanto aos efeitos da temperatura (f
T
).
( )
( )
+
=
=
=
2
n
1i
ii
n
1i
2
ii
MEMM
EM
1D (24)
em que,
M
i
= é o valor medido de ordem i;
E
i
= é o valor estimado de ordem i;
M
= é a média dos valores medidos; e
n = é o número de valores medidos.
70
O coeficiente de concordância (D) expressa a exatidão dos valores
estimados em relação aos valores medidos, variando de zero, que indica
nulidade, a um que indica perfeita exatidão.
Após o ajuste dos modelos aos dados de
θ
, CEa e CEw e, por
conseguinte, obtidos os valores dos parâmetros desses modelos, procedeu-se,
com o modelo que melhor ajustou as variáveis
θ
, CEa e CEw, a uma estimativa
da CEw para todo o perfil do solo monitorado com a TDR (22 posições,
conforme figura 2). Em seguida, perfis de
θ
, CEa e CEw foram feitos com
valores de
θ
e CEa obtidos com a TDR e de CEw estimados. Tais perfis foram
feitos para os seguintes momentos: três horas antes e três horas após cada
evento de fertirrigação e, a partir daí, em intervalos de 24 horas, até 24 horas
após o segundo evento de fertirrigação, para as duas doses de K
2
O.
71
RESULTADOS E DISCUSSÃO
São apresentados na Tabela 4, o coeficiente de concordância (D), os
valores dos parâmetros e o coeficiente de determinação (R
2
) dos seis modelos
utilizados para estimar a condutividade elétrica da solução do solo (CEw) a
partir de dados de teor de água (
θ
) e condutividade elétrica aparente do solo
(CEa), referentes às trincheiras sob aplicações de 432 e 1.008 kg ha
-1
de K
2
O
por ano.
Quanto ao coeficiente de determinação (R
2
), percebe-se que os seis
modelos estimaram bem a CEw (R
2
dio igual a 0,9324 e 0,7546, para os
dados de
θ
e CEa obtidos, respectivamente, nas trincheiras sob aplicações de
432 e 1.008 kg ha
-1
de K
2
O por ano). Estes ajustes podem ser considerados
bons, uma vez se tratando de relações de variáveis, a partir de dados obtidos
em condições de campo. Assim como em diversos outros trabalhos (MUÑOZ-
CARPENA et al., 2001; WRAITH & DAS, 1998), os modelos de RHOADES et
al., (1976) e de VOGELER et al., (1996), também sobressaíram perante aos
demais modelos avaliados, (R
2
em torno de 0,96 e 0,90, para os dados de
θ
e
CEa obtidos, respectivamente, nas trincheiras sob aplicações de 432 e 1.008
kg ha
-1
de K
2
O por ano). Quanto ao R
2
, cabe ressalva apenas, para os casos
dos modelos de MUALEN & FRIEDMAN (1991), RHOADES et al., (1989) e
NADLER et al., (1984), modificado por RHOADES et al., (1989) que
proporcionaram R
2
inferiores a 0,70; mas, mesmo assim, em se tratando de
ajustes de modelos, a partir de dados obtidos em condições de campo, esses
ajustes não devem ser desprezados.
72
Tabela 4. Coeficiente de concordância (D), parâmetros e coeficientes de determinação (R
2
) dos seis modelos utilizados para
estimar a CEw a partir de dados de θ e CEa, referentes às trincheiras sob aplicações de 432 e 1.008 kg ha
-1
de K
2
O por
ano
Dose de K
2
O igual a 432 kg ha
-1
por ano
Parâmetros
MODELO / AUTOR D
a b c d
CEs
1
β
n p
φ
s
θ
ws
R
2
RHOADES et al. (1976) 0,9979
5,6763 -0,4287 - - 0,1610 - - - - - 0,9615
VOGELER et al. (1996) 0,9981
-1,1510 -0,4832 4,6826 1,0067 - - - - - - 0,9653
MUALEN & FRIEDMAN (1991) 0,9967
- - - - 0,1500 1,7289 - - - - 0,9332
RHOADES et al. (1989)
0,9962
- - -0,4887 -0,0076 - - - - - - 0,9318
HEIMOVAARA et al. (1995)
0,9553
- - - - - -0,5881 -0,2416 1,001 - - 0,8648
NADLER et al. (1984), modificado
por RHOADES et al. (1989)
0,9966
- - - - 0,1723 - - - 0,9993 -0,1227 0,9381
Dose de K
2
O igual a 1.008 kg ha
-1
por ano
RHOADES et al. (1976) 0,9991
-0,9708 0,7857 - - 0,4343 - - - - - 0,8940
VOGELER et al. (1996) 0,9767
-4,7060 -1,5362 0,9247 0,0259 - - - - - - 0,9174
MUALEN & FRIEDMAN (1991) 0,9993
- - - - 0,7289 3,5793 - - - - 0,6106
RHOADES et al. (1989)
0,9998
- - 0,6549 -0,0549 - - - - - - 0,6712
HEIMOVAARA et al. (1995)
0,9973
- - - - - 0,0021 0,2367 1,001 - - 0,8834
NADLER et al. (1984), modificado
por RHOADES et al. (1989)
0,9998
- - - - 0,4490 - - - 0,9969 0,2664 0,5513
1
CEs expressa em dS m
-1
.
73
Com relação aos parâmetros dos modelos, merece menção a
semelhança entre os valores da condutividade elétrica da superfície das
partículas (CEs) estimados pelos modelos que a detém em sua estrutura
(RHOADES et al., 1976; MUALEN & FRIEDMAN, 1991 e NADLER et al.,
(1984) modificado por RHOADES et al., 1989), na dose de K
2
O igual a 432 kg
ha
-1
por ano (CEs iguais a 0,1610; 0,1500 e 0,1723, respectivamente) e na
dose de K
2
O igual a 1.008 kg ha
-1
por ano (CEs iguais a 0,4343; 0,7289 e
0,4490, respectivamente). Exceção é feita para o modelo de MUALEN &
FRIEDMAN (1991), para o qual o valor da CEs divergiu sensivelmente em
comparação aos valores obtidos com os demais modelos.
No que tange ao coeficiente de concordância (D), nota-se que este foi
superior a 0,99, indicando elevado grau de ajuste da CEw estimada com a CEw
medida, exceto para os modelos de HEIMOVAARA et al., (1995), na dose de
K
2
O igual a 432 kg ha
-1
por ano (D igual a 0,9553), e de VOGELER et al.,
(1996), na dose de K
2
O igual a 1.008 kg ha
-1
por ano, (D igual a 0,9767). Esses
valores de D reforçam e dão mais solidez ao que se observou nos valores de
R
2
.
A sistemática superioridade dos modelos de RHOADES et al., (1976) e
de VOGELER et al., (1996) frente aos demais, nesse e em outros trabalhos,
nos diversos solos e classes texturais de solo, os coloca em vantagem no
quesito estimativa da CEw a partir de dados de
θ
e CEa obtidos por meio da
TDR.
Tanto com base nos valores de R
2
, quanto nos valores de D, verificou-se
notável superioridade dos ajustes dos modelos aos dados de
θ
e CEa obtidos
na trincheira sob aplicação de 432 kg ha
-1
de K
2
O por ano, comparativamente,
àqueles obtidos com a dose de 1.008 kg ha
-1
por ano. Sabe-se, entretanto, que
a capacidade de leitura de
θ
e CEa pela TDR, é tanto maior quanto menor for a
salinidade do solo, visto que esta interfere na conformação da linha de reflexão
do pulso eletromagnético da TDR. Essa interferência se por meio da
deformação dessa linha com o aumento da salinidade do solo (MUÑOZ-
CARPENA et al., 2001). Disso, fica implícito que a TDR tem capacidade de
determinar
θ
e CEa até um determinado valor de salinidade do solo e que a
qualidade dos valores de
θ
e CEa determinados pela TDR decresce com o
74
aumento desta salinidade. COELHO et al., (2005), avaliando sondas de TDR
semelhantes às sondas utilizadas nesse trabalho, concluíram que o valor
máximo de CEa possível de ser lido pela TDR, com esse tipo de sonda, é de
1,0 dS m
-1
. Assim, é razoável supor que a salinidade do solo na trincheira
situada na área de bananal adubado com dose de K
2
O igual a 1.008 kg ha
-1
por
ano encontra-se próximo do valor-limite (1,0 dS m
-1
), em que a TDR é capaz de
determinar, com o uso desse tipo de sonda.
Nas Figuras 3 e 4, é mostrada a CEw estimada em função da CEw
medida nas trincheiras sob aplicações de doses de K
2
O iguais a 432 e 1.008 kg
ha
-1
por ano, respectivamente.
Com relação à área de bananal adubado com dose de K
2
O igual a 432
kg ha
-1
por ano (Figura 3), verifica-se também, expressivo ajuste dos modelos
aos dados de
θ
e CEa com vistas à predição da CEw, ao observar o coeficiente
angular da equação da reta do tipo Y = aX. Nota-se que este variou de 0,9482
(para HEIMOVAARA et al., 1995, com R
2
igual a 0,9482) a 1,1200 (para
MUALEN & FRIEDMAN, 1991, com R
2
igual a 0,9775). Excetuando-se estes
extremos em que, HEIMOVAARA et al., 1995, subestima a CEw em 5,18% e
MUALEN & FRIEDMAN, 1991, superestima a CEw em 12%, tem-se pelos
demais modelos notável ajuste entre a CEw estimada e medida, com
coeficiente angular próximo de 1,00 e R
2
em torno de 0,97.
Para o caso da área de bananal adubado com dose de K
2
O igual a
1.008 kg ha
-1
por ano (Figura 4), ao observar o coeficiente angular da equação
da reta do tipo Y = aX, não se verifica ajustes tão bons dos modelos aos dados
de
θ
e CEa, quanto aqueles constatados para a dose de K
2
O igual a 432 kg
ha
-1
por ano. Para este caso, percebe-se que os modelos de RHOADES et al.,
(1976), VOGELER et al., (1996) e HEIMOVAARA et al., (1995) sobressaíram
em relação aos demais (coeficiente angular próximo de 1,00 e R
2
em torno de
0,99), sugerindo maior capacidade desses modelos na estimativa da CEw a
partir de dados de
θ
e CEa, em condições de salinidade do solo similares à do
solo adubado com essa dose de K
2
O. Por outro lado, os modelos de MUALEN
& FRIEDMAN (1991), RHOADES et al., (1989) e NADLER et al., (1984)
modificado por RHOADES et al., (1989) demonstraram limitações na estimativa
da CEw, nessas condições de salinidade.
75
CEw estimada (dS m
-1
)
CEw medida (dS m
-1
)
Figura 3. Relação entre a CEw medida e estimada pelos modelos que a relacionam com θ e CEa, referente à trincheira sob
aplicação de 432 kg ha
-1
de K
2
O por ano.
CEw estimada = 1,0070 CEw medida
R
2
= 0,9730
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
2,0
0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0
Rhoades et al., (1976)
CEw estimada = 1,0174 CEw medida
R
2
= 0,9546
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
2,0
0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0
Vogeler et. al., (1996)
CEw estimada = 1,1200 CEw medida
R
2
= 0,9775
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
2,0
0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0
Mualen & Friedman (1991)
CEw estimada = 0,9939 CEw medida
R
2
= 0,9726
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
2,0
0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0
Rhoades et al., (1989)
CEw estimada = 0,9482 CEw medida
R
2
= 0,9482
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
2,0
0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0
Heimovaara et al., (1995)
CEw estimada = 0,9949 CEw medida
R
2
= 0,9730
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
2,0
0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0
Nadler et al., (1984) mod. Rhoades et al., (1989)
Reta 1:1
Y = a X
76
CEw estimada (dS m
-1
)
CEw medida (dS m
-1
)
Figura 4. Relação entre a CEw medida e estimada pelos modelos que a relacionam com θ e CEa, referente à trincheira sob
aplicação de 1.008 kg ha
-1
de K
2
O por ano.
CEw estimada = 1,0000 CEw medida
R
2
= 0,9878
-4,0
-1,6
0,8
3,2
5,6
8,0
0,0 1,6 3,2 4,8 6,4 8,0
Rhoades et al., (1976)
CEw estimada = 0,9935 CEw medida
R
2
= 0,9934
-4,0
-1,6
0,8
3,2
5,6
8,0
0,0 1,6 3,2 4,8 6,4 8,0
Vogeler et. al., (1996)
CEw estimada = 1,0697 CEw medida
R
2
= 0,6941
-4,0
-1,6
0,8
3,2
5,6
8,0
0,0 1,6 3,2 4,8 6,4 8,0
Mualen & Friedman (1991)
CEw estimada = 1,0642 CEw medida
R
2
= 0,8199
-4,0
-1,6
0,8
3,2
5,6
8,0
0,0 1,6 3,2 4,8 6,4 8,0
Rhoades et al., (1989)
CEw estimada = 0,9908 CEw medida
R
2
= 0,9908
-4,0
-1,6
0,8
3,2
5,6
8,0
0,0 1,6 3,2 4,8 6,4 8,0
Heimovaara et al., (1995)
CEw estimada = 1,0680 CEw medida
R
2
= 0,6760
-4,0
-1,6
0,8
3,2
5,6
8,0
0,0 1,6 3,2 4,8 6,4 8,0
Nadler et al., (1984) mod. Rhoades et al., (1989)
Reta 1:1
Y = a X
77
Perfis de CEa,
θ
e CEw referentes à trincheira sob aplicação de 432 kg
ha
-1
de K
2
O por ano são mostrados na Figura 5. Percebe-se nitidamente a
variação temporal e espacial de CEa,
θ
e CEw.
Com relação a
θ
, nota-se que esta se torna cada vez menor à medida
que se aproxima da superfície do solo e da “família” de bananeira (posições
correspondentes às menores profundidades e aos menores raios),
possivelmente devido à maior concentração de raízes (pêlos absorventes)
nessas posições do solo, sugerindo que uma fração expressiva da água
absorvida pela cultura da bananeira se dá nessas posições. GARCIA (2000),
avaliando o efeito de sistemas de irrigação (aspersão convencional e
microaspersão) sobre o sistema radicular da bananeira no Projeto Jaíba, Norte
de Minas Gerais, verificou maior concentração de raízes do lado em que se
encontrava o microaspersor e nos primeiros 0,30 m de profundidade (60%),
para o caso de microaspersão. Outra razão provável para tal redução de
θ
é a
maior distância do emissor de água. COELHO FILHO et al., (2004) avaliaram o
perfil de distribuição de água do sistema de irrigação utilizado nesse trabalho e
verificaram expressiva redução das lâminas de água precipitadas à medida que
se distanciava do emissor de água.
Sabe-se que as variáveis CEa e CEw mantém íntima relação com
θ
;
portanto, a análise da variação da CEa e da CEw no espaço e no tempo pode
ser feita com base na variação de
θ
. Apesar dos perfis de CEa e CEw não
apresentarem boa definição, percebe-se que estas variam de forma direta e
inversa, respectivamente, com
θ
, comportando-se assim, de forma coerentes
com o que se verifica nos modelos avaliados. Não obstante, a redução da CEw
pode decorrer, também, da redução da concentração de íons salinos
(nutrientes) na solução do solo, principalmente, devido a absorção destes pela
cultura da bananeira.
78
CEa (dS m
-1
)
θ (cm
3
cm
-3
)
CEw (dS m
-1
)
3 h antes da 1ª
fertirrigação
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
3 h após a 1ª
fertirrigação
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
24 h após a 1ª
fertirrigação
Profundidade em relação à superfície do solo, em cm
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
Distância radial em relação à “família” de bananeira, em cm
Figura 5. Perfis de CEa, θ e CEw referentes à trincheira sob aplicação de 432 kg ha
-1
de K
2
O por ano.
79
CEa (dS m
-1
)
θ (cm
3
cm
-3
)
CEw (dS m
-1
)
48 h após a 1ª
fertirrigação
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
72 h após a 1ª
fertirrigação
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
3 h antes da 2ª
fertirrigação
Profundidade em relação à superfície do solo, em cm
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
Distância radial em relação à “família” de bananeira, em cm
Figura 5. Continuação...
80
CEa (dS m
-1
)
θ (cm
3
cm
-3
)
CEw (dS m
-1
)
3 h após a 2ª
fertirrigação
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
24 h após a 2ª
fertirrigação
Profundidade em relação à superfície do
solo, em cm
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
Distância radial em relação à “família” de bananeira, em cm
Figura 5. Continuação...
81
Verifica-se também, que
θ
varia temporalmente, diminuindo em razão da
saída de água do solo pelos processos de evapotranspiração e, ou, de
percolação profunda e, aumentando em razão da ocorrência de irrigação e, ou,
fertirrigação. Dessa forma, constata-se, o aumento de
θ
entre os momentos 3
horas antes e 3 horas após a primeira fertirrigação, em razão da entrada de
água no solo por fertirrigação (primeira fertirrigação). Essa constatação pode
ser confirmada tanto observando os valores de
θ
, quanto a inclinação das
isolinhas. Aumento de
θ
também foi observado entre os momentos 3 e 24
horas após a primeira fertirrigação, em razão da entrada de água no solo por
irrigação. Entre 24 horas após a primeira fertirrigação e 3 antes da segunda
fertirrigação (95 horas após a primeira fertirrigação), tem-se constante redução
de
θ
, em razão da não realização de irrigação e, ou, fertirrigação. O
θ
voltou a
aumentar 3 horas após a segunda fertirrigação devido a entrada de água no
solo por fertirrigação. Nota-se que, com o aumento de
θ
as isolinhas tendem a
se tornarem perpendiculares ao eixo X (distância radial em relação à “família”
de bananeira), ocorrendo o inverso à medida que
θ
vai se reduzindo.
Na Figura 6, perfis de CEa,
θ
e CEw, referentes à trincheira situada na
área de bananal adubado com 1.008 kg ha
-1
de K
2
O por ano são apresentados.
Percebe-se, também, redução na qualidade dos dados. Para
θ
, verifica-se que
esta aumenta com a profundidade. Contudo, sua variação no tempo é sutil,
exceto entre os momentos 3 horas antes e 3 horas após a segunda
fertirrigação. Vale frisar que o aumento de
θ
entre os momentos 24 e 48 horas
após a primeira fertirrigação deveu-se à realização de uma irrigação.
82
CEa (dS m
-1
)
θ (cm
3
cm
-3
)
CEw (dS m
-1
)
3 h antes da 1ª
fertirrigação
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
3 h após a 1ª
fertirrigação
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
24 h após a 1ª
fertirrigação
Profundidade em relação à superfície do solo, em cm
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
Distância radial em relação à “família” de bananeira, em cm
Figura 6. Perfis de CEa, θ e CEw referentes à trincheira sob aplicação de 1.008 kg ha
-1
de K
2
O por ano.
83
CEa (dS m
-1
)
θ (cm
3
cm
-3
)
CEw (dS m
-1
)
48 h após a 1ª
fertirrigação
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
72 h após a 1ª
fertirrigação
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
96 h após a 1ª
fertirrigação
Profundidade em relação à superfície do solo, em cm
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
Distância radial em relação à “família” de bananeira, em cm
Figura 6. Continuação...
84
CEa (dS m
-1
)
θ (cm
3
cm
-3
)
CEw (dS m
-1
)
3 h antes da 2ª
fertirrigação
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
3 h após a 2ª
fertirrigação
Profundidade em relação à superfície do
solo, em cm
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
-80
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
Distância radial em relação à “família” de bananeira, em cm
Figura 6. Continuação...
85
Quanto à CEa e CEw, percebe-se, em seus perfis, que as variações
temporal e espacial dessas não se mostram coerentes. Comparativamente aos
perfis dessas variáveis apresentados na Figura 5, verifica-se redução na
qualidade dos dados, possivelmente, em decorrência da maior salinidade do
solo desta trincheira (Figura 6), visto que, segundo MUÑOZ-CARPENA et al.
(2001), a salinidade do solo é um fator limitante para a técnica da TDR. De
acordo com esses autores, a capacidade de leitura da CEa pela TDR, decresce
com o aumento da salinidade, em razão da atenuação do sinal da TDR, que
resulta na deformação da curva de reflexão, impossibilitando a determinação
da CEa. As evidências sugerem que o valor da salinidade neste solo está
próximo do valor-limite, 1,0 dS m
-1
, segundo COELHO et al. (2005), em que a
TDR é capaz de determinar, resultando assim em dados de qualidade ruim.
CONCLUSÕES
Os modelos avaliados estimaram bem a condutividade elétrica da
solução do solo (CEw), a partir de dados de teor de água (
θ
) e condutividade
elétrica aparente do solo (CEa), obtidos por meio da técnica da TDR, em
condições de campo, sendo que, dentre eles, os modelos de RHOADES et al.,
(1976) e VOGELER et al., (1996) foram os melhores.
É possível monitorar a variação espacial e temporal de
θ
, por meio da
técnica da TDR, em condições de campo, mas, essa capacidade se reduz com
o aumento da salinidade do solo, implicando em redução da qualidade dos
dados por ela obtidos.
A cnica da TDR apresentou limitação no monitoramento da variação
espacial e temporal de CEa e CEw, em condições de campo, principalmente no
solo da trincheira, na qual, o bananal foi adubado com 1.008 kg ha
-1
por ano de
K
2
O.
86
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89
RESUMO E CONCLUSÕES GERAIS
A técnica da Reflectometria no Domínio do Tempo (TDR) tem se
mostrado ao longo dos anos, tratar-se de uma ferramenta com grande
potencial de uso no monitoramento do teor de água no solo (
θ
) e da
condutividade elétrica aparente do solo (CEa), sendo isso feito, em tempo real,
de forma automatizada, pida e com o mínimo distúrbio da estrutura do solo.
Além disto, esta técnica viabiliza, de forma indireta, o conhecimento da
condutividade elétrica da solução do solo (CEw) e da concentração de
nutrientes nesta solução (Ci) (WRAITH & DAS, 1998; MMOLAWA & OR, 2000
e NOBORIO, 2001).
Objetivou-se com este trabalho, avaliar, em condições de laboratório e
de campo, seis modelos que relacionam
θ
, CEa e CEw (RHOADES et al.,
1976; NADLER et al., 1984, modificado por RHOADES et al., 1989; RHOADES
et al., 1989; MUALEN & FRIEDMAN, 1991; HEIMOVAARA et al., 1995;
VOGELER et al., 1996), quanto à sua capacidade de estimar a CEw e a
concentração de potássio na solução do solo (K), a partir de dados de
θ
e CEa,
obtidos por meio da técnica da TDR, bem como, a viabilidade de uso dessa
técnica no monitoramento da variação temporal e espacial de
θ
, CEa e CEw,
em condições de campo.
Para se estimar K, os modelos foram adaptados com relações entre
CEw e K do tipo potência (MMOLAWA & OR, 2000) e linear (HEIMOVAARA et
al., 1995; VOGELER et al., 1996).
Na etapa de laboratório, um solo aluvial de classes texturais franca (CT
f
)
e franco-arenosa (CT
fa
) foi acondicionado em vasos, de forma a se obter
90
densidades semelhantes àquelas que ocorrem em condições de campo. Com o
solo correspondente a cada classe textural, montou-se uma bancada de 25
vasos, nos quais se aplicou cinco soluções de cloreto de potássio, com
condutividades elétricas iguais a 1,0; 2,5; 4,0; 5,5 e 7,0 dS m
-1
, de forma a se
obter cinco teores de água no solo, correspondentes a 20; 40; 60; 80 e 100%
da água disponível.
Na etapa de campo, duas trincheiras foram feitas em um bananal
fertirrigado por um sistema de irrigação do tipo microaspersão. As trincheiras
foram abertas na direção diagonal, em relação às linhas de plantio, partindo-se
da planta para o microaspersor e, após a instalação das sondas de TDR, estas
foram fechadas e mantidas em repouso por um período de 60 dias. Em uma
das duas trincheiras, nas quais se monitorou a CEa,
θ
e CEw, o bananal foi
adubado com 432 kg ha
-1
de K
2
O por ano e na outra trincheira, adubado com
1.008 kg ha
-1
de K
2
O por ano.
Para ambas as etapas (laboratório e campo), leituras de
θ
e CEa foram
feitas por meio de um equipamento de TDR. A solução do solo foi extraída com
o uso de extratores para, posteriormente, determinar CEw e K. A CEw foi
determinada por meio de condutivímetro de mesa e K por meio de
espectrofotômetro de chama. Na etapa de campo, o monitoramento de
θ
e CEa
foi feito em 22 posições de perfis de solo; o equipamento de TDR foi acoplado
a quatro caixas multiplexadoras (contendo cada uma oito canais), nas quais
foram conectadas 22 sondas de TDR. Por sua vez, o monitoramento da CEw
foi feito em seis das 22 posições.
Na etapa de campo, em cada trincheira, efetuaram-se leituras de
θ
, CEa
e CEw durante oito dias, cobrindo dois eventos de fertirrigação. As leituras de
θ
e CEa foram feitas a cada 15 minutos, sendo seus valores armazenados em
um datalogger. A solução do solo foi coletada 45 minutos antes e 45 minutos
após cada evento de fertirrigação e, a partir daí, em intervalos de 24 horas, até
24 horas após o segundo evento de fertirrigação.
Para a etapa de campo, após o ajuste dos modelos aos dados de
θ
, CEa
e CEw e, por conseguinte, obtidos os valores dos parâmetros desses modelos,
procedeu-se, com o modelo que melhor se ajustou aos dados de
θ
, CEa e
CEw, a uma estimativa da CEw para todo o perfil do solo monitorado com a
91
TDR (22 posições). Em seguida, perfis de
θ
, CEa e CEw foram feitos com os
valores de
θ
e CEa obtidos com a TDR e de CEw estimados. Tais perfis foram
feitos para os seguintes momentos: três horas antes e três horas após cada
evento de fertirrigação e, a partir daí, em intervalos de 24 horas, até 24 horas
após o segundo evento de fertirrigação, para as duas doses de K
2
O.
A avaliação dos modelos, quanto à sua capacidade de relacionar as
variáveis
θ
, CEa e CEw e
θ
, CEa e K, foi realizada com base no coeficiente de
concordância (D), proposto por WILLMONTT (1981), no coeficiente de
determinação (R
2
) e no coeficiente angular da equação de uma reta do tipo Y =
aX, após otimização de seus ajustes, por meio de planilha eletrônica.
É possível estimar a CEw, a partir de dados de
θ
e CEa, para condição
de laboratório, por meio dos modelos avaliados, assim como, K, a partir de
dados de
θ
e CEa, para condição de laboratório, por meio dos modelos de
RHOADES et al. (1976), VOGELER et al. (1996) e MUALEN & FRIEDMAN
(1991), adaptados com uma relação entre CEw e K do tipo potência, nas faixas
de 0 a 60 e 0 a 120 mg L
-1
, para solos de CT
f
e CT
fa
, respectivamente.
Os modelos estimaram bem a CEw, a partir de dados de
θ
e CEa,
obtidos por meio da técnica da TDR, em condições de campo, sendo que, os
modelos de RHOADES et al., (1976) e VOGELER et al., (1996) foram os
melhores; é possível monitorar a variação espacial e temporal de
θ
, por meio
da técnica da TDR, em condições de campo, mas, essa capacidade se reduz
com o aumento da salinidade do solo, implicando em redução da qualidade dos
dados por ela obtidos; e a técnica da TDR apresentou limitação no
monitoramento da variação espacial e temporal de CEa e CEw, em condições
de campo, principalmente no solo da trincheira, na qual, o bananal foi adubado
com 1.008 kg ha
-1
de K
2
O por ano.
92
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p.5-12, 1996.
WILLMONTT, C.J.
On the validation of models
. Physical Geography, New
York, v.2, p.184-194, 1981.
94
APÊNDICES
95
APÊNDICE A
A B
FIGURA 1A Colunas de solo utilizadas para calibrar o equipamento de TDR
para leitura de teor de água no solo: (A) vista aproximada das
colunas de solo com as sondas de TDR inseridas no solo (B)
equipamento de TDR fazendo de leituras de teor de água no
solo.
96
APÊNDICE B
FIGURA 1B Colunas de solo cobertas e em repouso, visando evitar perda de
água por evaporação e assegurar melhor distribuição da solução
de cloreto de potássio nas colunas de solo.
97
FIGURA 2B – Monitoramento da temperatura do solo.
FIGURA 3B – Colunas de solo contendo extratores de solução do solo, a fim de
monitorar a condutividade elétrica da solução do solo e a
concentração de potássio da solução do solo.
98
APÊNDICE C
FIGURA 1C Bananal utilizado para realização do experimento de campo: de
monitoramento do teor de água no solo, da condutividade
elétrica aparente do solo, da condutividade elétrica solução do
solo e da concentração de potássio na solução do solo.
99
FIGURA 2C – Trincheira com as sondas de TDR recém-instaladas.
FIGURA 3C Detalhe da instalação das caixas multiplexadoras e dos
extratores de solução do solo, em campo.
100
A B
C
FIGURA 4C Detalhe da extração de solução do solo, em campo: coluna de
solução do solo (A), coleta da solução do solo (B) e lavagem da
seringa com água destilada (C).
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