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Grion (2003) faz uma abordagem muito objetiva e com muita leveza, sendo
uma das vozes que se levantam para abordar e sugerir soluções para o problema,
ministrando cursos os mais variados e concorridos.
Martins (1992), embora faça uma abordagem direcionada aos profissionais da
imprensa, oferece uma coletânea dos erros mais comuns, das construções a serem
evitadas e das dúvidas mais freqüentes, num texto dinâmico e de fácil compreensão.
Mendes et al. (1991), abordando comunicação oficial, num paralelo com a
Comunicação Empresarial, definem que a Comunicação Empresarial deve-se utilizar
do padrão culto da linguagem. É importante bisar algumas de suas considerações:
O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua
finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem
o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é
aquele em que a) se observam as regras da gramática formal, e b) se
emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. É
importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na
redação oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças
lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares,
das idiossincrasias lingüísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a
pretendida compreensão por todos os cidadãos.
Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de
expressão, desde que não seja confundida com pobreza de expressão. De
nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de linguagem
rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem
próprios da língua literária.
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um "padrão oficial de
linguagem"; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações
oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas
expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas
sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a
utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático,
como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão
limitada.
É de se concluir, portanto, que o padrão culto da linguagem, ou seja, o uso
correto, isento de vícios, de equívocos ortográficos, de estrangeirismos exacerbados
e, sobretudo, livre dos erros crassos de concordância, deve ser o diferencial
característico da Comunicação Empresarial.
A comunicação é a primeira impressão que a organização causa. E, como diz
a sabedoria popular, “a primeira impressão é a que fica”.