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O Ministério da Cultura relata que as inquietações ocorridas nos anos 60 no Brasil
contribuíram para ampliar o conceito de patrimônio e a relação do museu com a sociedade.
[...] a ampliação do conceito de patrimônio está relacionada à criação de novas categorias de
museus, como ecomuseu, museu comunitário, museu de vizinhança, etc., que não estão
fechados nas paredes de um edifício, mas realizam as ações museológicas em um território,
com uma população. Essas novas categorias de museus, abertas a uma população e a um
território, irão contribuir, também, para que as ações museológicas possam ser processadas
fora do espaço restrito do museu, abrindo, assim, amplas possibilidades para a realização de
novos processos de musealização. Do ponto de vista metodológico, foi um vetor a incentivar a
busca de soluções criativas (Minc, 2003).
Conforme Cruz (1993, p.5) “o homem é um ser de localidade por excelência e o seu
existir está sustentado pela cultura”, expressando no seu fazer e no seu pensar o contexto em
que está inserido. É importante neste momento resgatar o resultado do background da cultura
e mentalidade humanas
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, sendo fundamental a revitalização do patrimônio cultural material e
imaterial, assegurando assim a sobrevivência da diversidade de culturas.
Jacques Perot, Presidente do Conselho Internacional de Museus (ICOM), instituição
ligada à UNESCO, afirma que os museus devem se conscientizar da importância de suas
missões, devendo sensibilizar a comunidade do seu significado para as sociedades, hoje
mundializadas. O conceito de museu segundo os estatutos do ICOM ampliou-se da década de
40 até o ano de 2001, e esta ampliação implica mudança de mentalidade.
Conforme os estatutos do ICOM:
Museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e do seu
desenvolvimento, aberto ao público e que realiza investigações que dizem respeito aos
testemunhos materiais do homem e do seu meio ambiente, adquire, conserva, transmite e
expõe, especialmente, com intenções de estudo, de educação do público e de deleite. [...] são
considerados museus: (i) os sítios e os monumentos naturais, arqueológicos e etnográficos e os
sítios e monumentos históricos que possuam a natureza de um museu pelas suas atividades de
aquisição, de conservação e de transmissão dos testemunhos materiais dos povos e do seu
meio ambiente; (ii) as instituições que conservam coleções e que apresentam espécimes vivos
de vegetais e de animais, tais como os jardins botânicos e zoológicos, aquários, viveiros; (iii)
os centros científicos e os planetários;(iv) os institutos de conservação e galerias de exposição
que dependem das bibliotecas e dos centros de arquivo;(v) os parques naturais (vi) as
organizações nacionais, regionais ou locais de museus, as administrações públicas de tutela
dos museus tal como foram acima definidas;(vii) as instituições ou organizações sem fins
lucrativos que exercem atividades de investigação, educativas, de formação, de documentação
e outras relacionadas com os museus ou a museologia;(viii) qualquer outra instituição que o
Conselho executivo, segundo opinião da Comissão consultiva, considere como detentoras de
algumas ou da totalidade das características de um museu, ou que possibilite aos museus e aos
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Elementos ou fatos que constituem a base da cultura e da mentalidade humana.(CRUZ,2004, p.139)