Download PDF
ads:
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE MEDICINA
PÓS-GRADUAÇÃO EM CLÍNICA MÉDICA E CIÊNCIAS DA SAÚDE
UTILIZAÇÃO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA E NÃO-
INVASIVA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Sandra Magali Gomboski
Dissertação de Mestrado apresentada como
requisito para obtenção do título de Mestre em
Clínica Médica e Ciências da Saúde.
Área de concentração: Pneumologia.
Orientadores:
Dra. Jussara Fiterman
Dr. Carlos Cezar Fritscher
Porto Alegre
2005
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
G632v Gomboski, Sandra Magali
Ventila¨‹ o mec‰nica invasiva e n‹o -invasiva em unidade de t erapia
intensiva / Sandra Magali Gomboski; orient. Jussara Fiterman; co-orient.
Carlos Cezar Fritscher. Porto Alegre: PUCRS, 2005.
56f.: il. gr‡f. t‡b.
Disserta¨ o ( Mestrado ) Š Pontif’cia Universidade Cat—lica do Rio
Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de P—s-Gradua¨ ‹o
em Medicina e Cincias da Sade. ē rea de concentra¨ ‹o: Pneumologia.
1. RESPIRA‚Ģ O ARTIFICIAL. 2. VENTILA ĢO MECĢNICA. 3.
VENTILA‚ ĢO NĢO-INVASIVA. 4. PROCEDIMENTOS INVASIVOS. 5.
INSUFICIęNC IA RESPIRATī RIA. 6 . UNIDADES DE TERAPIA
INTENSIVA. 7. UNIDADES DE CUIDADOS RESPIRATī RIOS. 8.
ESTUDOS DE COORTE. I. Fiterman, Jussara. II. Fritscher, Carlos Cezar.
III.T’tulo.
C.D.D. 615.836
C.D.U. 615.816(043.3)
NLM WF102
Ros‡ria Maria Lcia Prenna Geremia/Bibliotec‡ria
CRB10/l96
ads:
“De tudo, ficaram três coisas;
a certeza de que estamos sempre começando...
a certeza de que é preciso continuar...
a certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
Portanto, devemos:
fazer da interrupção um caminho novo...
da queda, um passo de dança...
do medo, uma escada...
do sonho, uma ponte...
da procura, um encontro.”
Fernando Pessoa
Para minha mãe maravilhosa, grande
incentivadora, meu maior exemplo de
vida, pelo amor, compreensão e apoio
incondicional em todos os momentos; e,
para meu filho, razão de tudo o que faço.
Agradecimentos
À Professora Dra. Jussara Fiterman, por seu apoio e paciência nas
horas mais difíceis.
Ao Prof. Dr. Carlos Cezar Fritscher, pelo incentivo para a realização
deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Mário Bernardes Wagner, por sua grande ajuda na análise
estatística e por acreditar nos meus objetivos.
Ao Prof. Dr. Alfredo Cataldo Neto, pelo incentivo constante,
ensinamentos de vida e grande amizade.
Ao Dr. Fernando Suparregui Dias, por sua confiança permanente,
permitindo-me a realização deste trabalho.
À Fisioterapeuta Fabiana Rita Câmara, pela paciência incansável e
ajuda na elaboração deste trabalho.
Às colegas Carolina Boeira, Clarissa Blattner e Jocinara da Silva Souza,
pelo auxílio constante em todas as fases da realização deste trabalho.
À secretária da Faculdade de Medicina, Sônia Aparecida de S.
Mantovani, por sua dedicação e ajuda nos momentos difíceis.
Ao amigo Ângelo Ricardo Fontes, pelo incentivo e auxílio em todos os
momentos.
Aos pacientes, sem os quais não seria possível a realização deste
trabalho.
Aos meus familiares e amigos, pelo apoio ao meu ideal de vida e por
compreenderem as longas ausências em que me dedico à minha grande
paixão: ser fisioterapeuta.
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS..........................................................................VII
LISTA DE TABELAS ....................................................................................VIII
LISTA DE FIGURAS ......................................................................................IX
RESUMO ........................................................................................................X
ABSTRACT..................................................................................................XIII
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 1
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......................................................................... 5
2.1 HISTÓRICO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA........................................................................................6
2.2
VENTILAÇÃO MECÂNICA...............................................................................................................8
2.3
VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO-INVASIVA ...................................................................................10
2.4
INDICAÇÕES DA VMNI ...............................................................................................................17
2.5
CONTRA-INDICAÇÕES DA VMNI.................................................................................................19
2.6
APLICAÇÃO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO-INVASIVA ..........................................................20
2.7
PROTOCOLO DE USO DA VMNI ...................................................................................................21
2.8
MONITORIZAÇÃO DO PACIENTE...................................................................................................22
2.9
APACHE II AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE ................................................................................24
3 OBJETIVOS............................................................................................... 26
3.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................................................27
3.2
OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................................................27
4 MÉTODO ................................................................................................... 28
4.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA.....................................................................................................29
4.2
POPULAÇÃO ................................................................................................................................29
4.3
VARIÁVEIS..................................................................................................................................30
4.4
ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................................................31
4.5
ÉTICA..........................................................................................................................................32
5 RESULTADOS........................................................................................... 33
5.1 FREQÜÊNCIA DO TIPO DE VENTILAÇÃO UTILIZADA......................................................................34
5.2
CARACTERÍSTICAS DOS GRUPOS DE PACIENTES SEGUNDO A VENTILAÇÃO MECÂNICA.................35
5.3
TEMPO DE PERMANÊNCIA NA UTI APÓS A EXTUBAÇÃO ..............................................................38
6 DISCUSSÃO.............................................................................................. 40
7 CONCLUSÕES.......................................................................................... 48
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 50
ANEXOS
vii
LISTA DE ABREVIATURAS
1. BIPAP – Ventilação com dois níveis de pressão
2. CPAP – Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas
3. CRF – Capacidade Residual Funcional
4. DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
5. FC – Freqüência Cardíaca
6. FR – Freqüência Respiratória
7. IC - Intervalo de Confiança
8. IRA – Insuficiência Respiratória Aguda
9. IRC – Insuficiência Respiratória Crônica
10. SaO
2
– Saturação de Oxigênio
11. SARA – Síndrome da Angústia Respiratória no Adulto
12. UTI – Unidade de Terapia Intensiva
13. VM – Ventilação Mecânica
14. VMC – Ventilação Mecânica Controlada
15. VMI – Ventilação Mecânica Invasiva
16. VMNI – Ventilação Mecânica Não-Invasiva
17. VPPI – Ventilação por Pressão Positiva Intermitente
18. VT – Volume Total
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Freqüência do tipo de ventilação utilizada pelos pacientes
(n=251) ............................................................................... 34
Tabela 2 Características basais dos grupos de pacientes segundo a
utilização de ventilação mecânica ...................................... 35
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Máscara oronasal ........................................................................ 16
Figura 2 - Máscara nasal .............................................................................. 16
Figura 3 - Máscara facial total....................................................................... 17
Figura 4 Gráfico de boxplot representando o escore APACHE II seguido da
taxa de mortalidade observada nos grupos, de acordo com a
categoria de ventilação mecânica................................................. 37
Figura 5 Gráfico de boxplot representando o tempo total de ventilação
mecânica invasiva (VMI) entre os pacientes sobreviventes dos
grupos que foram submetidos a ventilação mecânica invasiva e
ventilação mecânica não invasiva durante a mesma internação
(VMI + VMNI) e aqueles que só utilizaram ventilação mecânica
invasiva (VMI). .............................................................................. 38
Figura 6 Gráfico de boxplot representando o tempo de permanência na
unidade de tratamento intensivo (UTI) em dias após a extubação,
comparando os pacientes sobreviventes dos grupos que foram
submetidos a ventilação mecânica invasiva e ventilação mecânica
não-invasiva durante a mesma internação (VMI + VMNI) e aqueles
que só utilizaram ventilação mecânica invasiva (VMI).................. 39
x
RESUMO
xi
RESUMO
Introdução A ventilação mecânica é um importante instrumento no manejo
da insuficiência respiratória de diversas etiologias, constituindo-se em uma das
modalidades terapêuticas mais utilizadas nas Unidades de Terapia Intensiva
(UTI).
Objetivo Verificar a freqüência do uso da Ventilação Mecânica Invasiva (VMI)
e Ventilação Mecânica Não-Invasiva(VMNI) em Unidade de Terapia Intensiva
(UTI).
Método – Este estudo do tipo coorte histórica analisou os prontuários dos
pacientes que estiveram internados na Unidade de Terapia Intensiva do
Hospital São Lucas da PUCRS, no período de 01 de junho de 2003 a 30 de
abril de 2004, e os dados foram registrados em protocolo próprio. A amostra
constituiu-se de 251 pacientes.
Resultados – Verificou-se que a VMI foi o procedimento mais utilizado (67%),
sendo seguido pela combinação da VMI + VMNI (10%), enquanto a VMNI
isolada foi aplicada somente a 3% dos pacientes. Dos 251 doentes internados,
20% não necessitaram de qualquer tipo de ventilação mecânica. O tempo
médio de uso da ventilação mecânica, no grupo VMI, foi de 6 (3-11) dias. No
grupo VMI + VMNI, a média de tempo de emprego da ventilação foi de 14 (10-
20) dias, e os pacientes do grupo VMNI utilizaram o dispositivo, em média, 3
xii
(1-4) dias. Houve diferença significativa entre os grupos VMI e VMNI e,
também, em relação aos grupos VMI e VMI + VMNI. O tempo de internação na
UTI foi significativamente diferente entre os grupos (P<0,01). O grupo que
utilizou VMI + VMNI apresentou uma média de 16 (12-22) dias, o grupo da VMI
obteve a média de 7 dias (3-16) e o grupo VMNI atingiu a média de 6 (3-13)
dias de internação. Não houve diferença signigicativa entre os grupos VMI e
VMNI. Em relação à sobrevida dos pacientes, no grupo VMI, houve 117 óbitos
(70%); no grupo VMI + VMNI, 13 (50%) pacientes evoluíram ao óbito; e, no
grupo VMNI, não houve óbitos. Houve grande diferença entre os grupos VMI e
VMNI em relação ao número de óbitos (P<0,01). Encontrou-se, também,
diferença considerável do grupo VMI + VMNI em relação ao grupo VMNI
(P<0,01).
Conclusão – A técnica de ventilação mecânica mais utilizada é a VMI, e o
tempo de utilização é maior do que nos pacientes ventilados com a VMNI. O
uso associado da VMI e da VMNI após a extubação prolonga o tempo de
permanência dos doentes na UTI, mas garante melhor resultado da extubação.
A taxa de mortalidade dos pacientes na UTI é maior no grupo VMI.
Palavras-chave: Ventilação mecânica. Ventilação não-invasiva. Cuidados
ventilatórios. Falha respiratória.
xiii
ABSTRACT
xiv
ABSTRACT
Introduction – Mechanical ventilation is an important instrument in the handling
of the intense breathing insufficiency of several aetiologies, being one of the
most used therapeutic modalities in Intensive Care Units (ICU).
Objective – To verify how frequently Invasive Mechanical Ventilation (IMV) and
Non-Invasive Mechanical Ventilation (NIMV) are used in Intensive Care Unit
(ICU).
Method – This study, of the historical cohort type, analyzed the patients’
handbooks that had been taken into the Intensive Care Unit of São Lucas
Hospital, of PUCRS, during the period extending from June 01
st
, 2003 to April
30
th
, 2004, and the data were registered in proper protocol. The sample was
made up of 251 patients.
Results – It was verified that IMV was the most used procedure (67%), followed
by the IMV + NIMV (10 %), while the NIMV, alone, was used in only 3% of the
patients. From the 251 patients interned in the hospital, 20% hadn’t needed any
kind of mechanical ventilation. The average time of use of mechanical
ventilation in the IMV group was of 6 (3-11) days. In the IMV + NIMV group the
average time of use of ventilation was of 14 (10-20) days, and the patients of
the NIMV group used the device for about 3 (1-4) days. There was a significant
difference between IMV and NIMV groups and, also, between IMV and IMV +
xv
NIMV groups. The stay of the patients in the Intensive Care Unit was
significantly different among the groups (p<0,01). The group that used IMV +
NIMV stayed for about 16 (12-22) days, the IMV group, about 7 days (3-16)
days and the NIMV, about 6 (3-13) days. There was not expressive difference
between IMV and NIMV groups. In relation to the period patients can live
longer, in the IMV group, there were 117 deaths (70%), in the IMV + NIMV, 13
(50%) patients developed to death, and, in the NIMV group, there weren’t
deaths. There was a big difference between IMV and NIMV groups related to
the number of deaths (p<0,01). We also found a considerable difference in the
IMV + NIMV group in relation to the NIMV group (p<0,01).
Conclusion – The most used mechanical ventilation technique is the IMV, and
the time of use is longer than in patients ventilated with NIMV. The associated
use of IMV and NIMV, after the extubation, makes the stay of patients in the
Intensive Care Unit longer, but ensures a successful result in the extubation.
The mortality rate of patients in the Intensive Care Unit is higher in the IMV
group.
Key-words – Mechanical ventilation. Non-invasive ventilation. Ventilatory
support. Respiratory failure.
1 INTRODUÇÃO
2
1 INTRODUÇÃO
A eficácia e a segurança da ventilação mecânica (VM) no manejo de
pacientes críticos com formas graves de insuficiência respiratória aguda e
crônica agudizada têm sido demonstradas em inúmeras pesquisas, e muitos
avanços tecnológicos têm sido observados, principalmente, a partir das últimas
duas décadas.
1
À despeito do desenvolvimento dos modernos ventiladores mecânicos
microprocessados, a mortalidade de pacientes continua elevada nas Unidades
de Terapia Intensiva (UTIs).
2
A ventilação mecânica é um poderoso instrumento na insuficiência
respiratória aguda de diversas etiologias, constituindo-se em uma das
modalidades terapêuticas mais utilizadas nas Unidades de Terapia Intensiva,
com os seguintes objetivos: manutenção das trocas gasosas pulmonares,
diminuição do trabalho respiratório, manutenção dos volumes pulmonares e
diminuição da dispnéia.
1
Classicamente, esses objetivos são alcançados com a aplicação da
ventilação mecânica pulmonar por meio de uma prótese traqueal, porém hoje
3
se sabe que os mesmos objetivos também podem ser alcançados em
pacientes selecionados, com o uso da ventilação não-invasiva com pressão
positiva, sem os riscos inerentes à aplicação do tubo traqueal.
A Ventilação Mecânica Não-Invasiva (VMNI) tem sido utilizada com o
propósito de melhorar as trocas gasosas e reduzir o trabalho ventilatório em
pacientes que apresentam desconforto respiratório. É uma alternativa para
tentar evitar a intubação endotraqueal em pacientes que mantêm estabilidade
clínica, hemodinâmica e neurológica, tratar e prevenir os sintomas resultantes
da hipoventilação pulmonar, além de reduzir possíveis complicações e o
período de hospitalização.
3,4
A principal vantagem desse método consiste no fato de não ser invasivo,
sendo mais confortável aos doentes, permitindo-lhes falar e alimentar-se
oralmente quando ventilados com máscara nasal, além de preservar a tosse, a
umidificação e o aquecimento do ar inalado. Seu uso evita as complicações
que podem advir da presença da ventilação invasiva por meio da intubação
endotraqueal, a saber: lesões de traquéia e cordas vocais, pneumonia e
sinusite nosocomial, broncoaspiração, necessidade de sedação, parada
cardíaca, aumento do tempo de internação e da morbidade e mortalidade
associadas.
5,6
O maior atrativo da VMNI é oferecer suporte ventilatório para
pacientes com insuficiência respiratória sem o risco de pneumonia associada
ao ventilador e suas conseqüências.
A VMNI pode ser utilizada, ainda, como recurso facilitador do desmame
em pacientes dependentes de ventilação mecânica invasiva. É um meio capaz
4
de reduzir a necessidade do uso de via aérea artificial e do tempo de
permanência em unidades intensivas, sendo mais indicada aos portadores de
doença respiratória crônica, como os pacientes com diagnóstico de Doença
Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) com deformidades torácicas e
neuromusculares.
3,6,7
Diversos estudos têm demonstrado que a VMNI pode evitar a intubação,
diminuir a freqüência de complicações relacionadas à ventilação mecânica,
reduzindo, ainda, o tempo de permanência nas unidades de terapia intensiva
para os pacientes com insuficiência respiratória.
7-147,8, 9,10,11,12 ,13,14
Tem sido demonstrado que a mortalidade hospitalar de pacientes com
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) agudizada tratados com VMNI é
menor do que a do grupo controle, o que consagra o uso da VMNI no
tratamento intensivo da insuficiência respiratória.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
6
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Histórico da ventilação mecânica
O primeiro aparelho de ventilação mecânica descrito foi desenvolvido em
forma de quarto pelo princípio da ventilação negativa por tanque. Esse quarto
abrigava várias pessoas cujas cabeças ficavam para fora do ambiente. O ar
interior era extraído de forma intermitente, e o ar externo era impelido para o
interior dos pulmões, pela pressão elevada no lado externo.
O primeiro aparelho por pressão negativa extra-torácica foi chamado de
“pulmão de aço”: utilizava uma haste metálica sobre o tórax do paciente e o
seu movimento para cima e para baixo indicava a expansão da caixa torácica.
No século passado, foi descrito equipamento para alcançar
mecanicamente a distensibilidade da caixa torácica e dos pulmões por meio de
ventilação por pressão negativa (VPN) ao redor do tórax, que foi chamado de
“Biomotor”.
1, 2
7
O ventilador mecânico por pressão negativa tipo tanque teve sua
aplicação em casos de pólio, superdosagem de drogas e vários casos de
doenças respiratórias obstrutivas e restritivas.
1
Em 1920, foi desenvolvido o “Iron Lung”, ventilador mecânico tipo tanque
com motor elétrico; e, em 1926, surgiu o ventilador tipo tanque portátil que
podia ser operado pelo próprio paciente. Entre as décadas de 40 e 50, foi
projetado e aperfeiçoado o ventilador de pressão negativa com o método
“couraça”. Porém, já a partir da década de 30, surgiam trabalhos que
descreviam os benefícios da ventilação mecânica por pressão positiva.
1,2
Em 1954, foi criado o ventilador “Bristol”. Esse equipamento permitia a
aplicação de pressão positiva por meio de máscara facial ou dispositivo oral.
Com a ventilação por pressão positiva intermitente (VPPI), durante os anos 50,
o uso de ventiladores de tanque declinou. Somente nos anos 80, os
ventiladores por pressão negativa do tipo couraça foram utilizados por
pacientes neuromusculares, em seus domicílios.
1,15
Na década de 60, o sucesso com o uso de pressão positiva contínua nas
vias aéreas (CPAP) para tratamento da apnéia obstrutiva do sono foi um passo
importante para o retorno do uso da ventilação mecânica não-invasiva (VMNI)
aos hospitais. Isso permitiu a criação de ventiladores somente para VMNI e o
aperfeiçoamento das máscaras, tornando-as mais confortáveis.
1
8
2.2 Ventilação mecânica
A assistência ventilatória pode ser entendida como a manutenção da
oxigenação e/ou da ventilação dos pacientes, de maneira artificial, até que
esses estejam capacitados a reassumi-las. Essa assistência torna-se
importante para os pacientes submetidos a anestesia geral e para aqueles com
insuficiência respiratória, internados nas unidades de terapia intensiva.
Ventilação é a ação pela qual o sistema respiratório renova o ar alveolar,
disponibilizando-o para a troca gasosa. Denomina-se ventilação mecânica a
que é produzida pelo uso de um dispositivo externo que auxilie o indivíduo na
realização dessa tarefa.
Trata-se de um método de suporte para o paciente
durante uma enfermidade aguda, não constituindo uma terapia curativa. O
emprego da ventilação mecânica implica riscos próprios, devendo sua
indicação ser prudente e criteriosa e sua aplicação cercada por cuidados
específicos.
16
A ventilação artificial é uma técnica bastante difundida que visa à
manutenção das trocas gasosas e é usada em várias condições clínicas,
principalmente quando o paciente não é capaz de manter níveis adequados de
O
2
e CO
2
sanguíneos.
1,2,17
Na última década, uma série de modalidades ventilatórias foi
incorporada aos respiradores artificiais para facilitar a adaptação dos pacientes
e controlar a disfunção respiratória, baseando-se no conhecimento da
9
fisiopatologia das doenças pulmonares. A utilização de ventiladores mecânicos
modernos trouxe um enorme avanço na aplicação da respiração artificial nas
Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e propiciou uma linguagem comum entre
os intensivistas, pneumologistas, fisioterapeutas, enfermeiros e outros
profissionais envolvidos no estudo e aplicação da ventilação mecânica.
17,18
Em um estudo multicêntrico, com 3884 pacientes incluídos no banco de
dados do estudo APACHE II, foi verificado que 49% dos pacientes receberam
ventilação mecânica invasiva durante a permanência na UTI.
19
Em outro estudo realizado em diversas unidades de terapia intensiva, na
Europa, foi observada a prevalência de pacientes em ventilação mecânica (VM)
de 39%; no Brasil, esse índice atinge 42%.
20
A ventilação mecânica é um procedimento invasivo e não-isento de
complicações, em que é importante o rápido reconhecimento da reversibilidade
do processo agudo e o retorno à ventilação espontânea.
21
Algumas
complicações decorrem diretamente da VM, porém outras estão relacionadas à
doença de base do paciente e vão se somar com as da VM.
Embora a ventilação mecânica invasiva seja altamente efetiva e segura,
a intubação endotraqueal pode deixar o paciente vulnerável a vários riscos e
complicações, tais como lesões de traquéia e cordas vocais, pneumonia e
sinusite nosocomial, broncoaspiração, necessidade de sedação, parada
cardíaca, além de aumento da morbidade, da mortalidade e do tempo de
internação associados.
3,17,22
10
As complicações da ventilação mecânica invasiva ocorrem em 39,8%
dos pacientes e as mais freqüentes são a hiperventilação alveolar e a
intubação seletiva do brônquio direito. A mortalidade aumenta de 19,5% a mais
de 60% quando há uma ou mais complicações associadas. A utilização correta
da ventilação mecânica, por tempo adequado e o menos invasiva possível,
minimiza essas complicações.
21,23
Do ponto de vista do paciente, o principal aspecto negativo da intubação
endotraqueal é o desconforto associado ao tubo. Isso lhe impede alimentar-se
e comunicar-se, o que contribui para a evolução de sentimentos de ineficácia,
isolamento e ansiedade. Pode aumentar a necessidade de sedação,
dificultando o desmame e potencializando os riscos de complicações
adicionais.
3, 24
Os métodos de suporte ventilatório não-invasivos – como a CPAP e a
ventilação com dois níveis de pressão (BIPAP) mediante máscaras faciais ou
nasais – podem ser utilizados precocemente com o objetivo de reduzir o
número de complicações da VMI.
2.3 Ventilação Mecânica Não-invasiva
O recente desenvolvimento da aplicação da VMNI por meio da
ventilação com pressão positiva, realizado na ausência de via aérea artificial e
11
com o uso de máscaras faciais ou nasais, vem recebendo cada vez mais
importância na literatura e na aplicação clínica.
A VMNI tem sido bem utilizada com o objetivo de melhorar as trocas
gasosas e reduzir o trabalho respiratório dos pacientes que apresentam
desconforto respiratório, sendo uma boa alternativa para tentar evitar a
intubação endotraqueal em pacientes que mantêm estabilidade clínica,
hemodinâmica e neurológica,
além de tratar e prevenir os sintomas resultantes
da hipoventilação pulmonar, reduzir possíveis complicações e o período de
hospitalização.
8-10,25-288,9,10, , , ,25 26 27 28
Pode conferir uma vantagem em treinamento, já que mostra progressos
imediatos em tempo de exercício e carga máxima de trabalho atingida. Em
pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica grave, pode induzir
aumento no volume-minuto e no volume total, redução de esforço inspiratório e
da sensação de dispnéia, como ainda redução da acidose respiratória durante
o exercício. Estudos mostram aumentos imediatos em tempo de exercícios de
resistência e carga de trabalho constante com VMNI. Esse procedimento
proporciona descanso aos músculos respiratórios sem causar mudanças na
mecânica pulmonar.
6,13,14,29,30
.
6,13,14,14,29,30
É importante destacar que um dos motivos do uso crescente da
ventilação não-invasiva é o desejo de evitar as complicações da ventilação
invasiva.
31
12
A VMNI, ao evitar a intubação das vias aéreas, deixa a via aérea
superior intacta, preservando os mecanismos de defesa e permitindo aos
pacientes expectorar secreções, comer, beber e falar. O método, entretanto,
apresenta algumas desvantagens que estão relacionadas com necessidade de
cooperação dos pacientes, fraqueza da musculatura orofacial, epistaxe,
aerofagia com distensão gástrica e risco de broncoaspiração, reinalação de gás
carbônico, fuga aérea ou de pressão, redução da capacidade de aspiração das
vias aéreas, podendo aumentar a formação de plugs de secreção, necessidade
de monitoramento e vigilância respiratória intensiva.
2,4,32-35
.
14,4, , ,34,3532 33
A ventilação mecânica não-invasiva – administrada por meio de máscara
facial ou nasal – tem sido utilizada com sucesso, em populações selecionadas,
como tratamento efetivo para a insuficiência respiratória aguda e como técnica
de desmame para pacientes intubados. A maioria dos estudos está
concentrada em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), e
o percentual de falha da VMNI nesses pacientes varia de 5% a 40%.
10,36-38
.
10, , , 36 37 38
O reconhecimento desse subconjunto de pacientes é muito importante
do ponto de vista clínico e ético, porque a aplicação prolongada da VMNI pode
retardar indevidamente o tempo de intubação.
10
Há casos, porém, em que a VMNI não apresenta os resultados
esperados. Tal insucesso pode ser decorrência dos seguintes fatores:
13
a) necessidade de intubação devido à ausência de melhoria dos gases
arteriais e dos parâmetros clínicos após algumas horas de ventilação
(normalmente de 1 a 3 horas);
b) deterioração clínica e subseqüente intubação durante a
hospitalização;
c) morte.
39
Os estudos especificamente planejados para avaliar os melhores
preditores dos resultados da VMNI concordam que alterações no pH na
primeira hora de ventilação e condição clínica antes da ventilação são os
fatores mais fortemente ligados ao sucesso ou à falha. Também foi
demonstrado que, apesar de uma melhoria inicial nas tensões dos gases
arteriais e condições clínicas, um subconjunto de pacientes morreu ou
necessitou de intubação dias após a aplicação da VMNI.
40
,
41
Estudo multicêntrico randomizado demonstrou que 15% dos pacientes
com DPOC, inicialmente tratados de forma bem sucedida com VMNI, evoluem
para intubação traqueal após, pelo menos, 48 horas. Esse subgrupo de
pacientes foi relacionado a um prognóstico muito ruim.
Da mesma forma, em um amplo estudo prospectivo realizado com
pacientes acometidos de muitas doenças, foi relatado que 28% daqueles que
responderam inicialmente ao tratamento exigiram intubação endotraqueal 48
horas após e, nesse subgrupo, a mortalidade foi de 22%.
42
14
A incidência de “insucesso tardio” da VMNI é de, aproximadamente, 10-
20% e o reconhecimento desse subconjunto de pacientes é crítico, visto que a
aplicação prolongada da VMNI pode retardar indevidamente o tempo de
intubação.
43
Em outro estudo multicêntrico em que o objetivo principal foi avaliar o
insucesso tardio da VMNI em pacientes com DPOC que apresentavam
episódio agudo de insuficiência respiratória, foi observado que a possibilidade
de os pacientes com DPOC e insuficiência respiratória aguda apresentarem um
segundo episódio de insuficiência respiratória, após uma resposta inicial bem
sucedida à VMNI (durante as primeiras 48 horas), foi de, aproximadamente,
20%. Esse evento tem maior probabilidade de ocorrer em pacientes com
doença clínica e funcional mais grave, os quais apresentam maiores
complicações clínicas no momento da admissão à UTI. Tais pacientes têm mau
prognóstico, especialmente, com a continuidade da VMNI em vez do início
imediato da ventilação invasiva.
39
Em estudo onde foi comparada a VMNI com o uso de oxigenoterapia
com máscara de Ventury, no grupo da VMNI, apenas 1 paciente foi intubado;
no grupo controle, por sua vez, o procedimento foi usado em 6 pacientes. A
conclusão foi a de que o tempo de resolução da insuficiência respiratória,
definida como a melhora clínica com SaO
2
de 96% ou mais e freqüência
respiratória (FR) menor que 30 mrpm, foi significativamente menor no grupo
VMNI. A VMNI induziu a uma rápida melhora da oxigenação nas duas
primeiras horas de aplicação.
44
15
Muitos são os ventiladores mecânicos e modos ventilatórios que
possibilitam a realização da VMNI, como a ventilação por pressão de suporte
(PSV), a ventilação mecânica controlada (VMC), a ventilação controlada à
pressão (PCV), a pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) e a
ventilação com dois níveis de pressão positiva nas vias aéreas (BIPAP). É
viabilizada tal ventilação nos principais ventiladores convencionais ou nos
ventiladores microprocessados não-invasivos desenvolvidos para tal fim.
45
Esses ventiladores são portáteis e capazes de produzir diferentes
pressões inspiratórias e expiratórias. Possuem alarmes, ciclagem automática
para casos de apnéia, não usam ar comprimido, e os mais modernos oferecem
misturador de oxigênio (blender), monitorização de parâmetros e curvas de
ventilação. O apoio ventilatório é oferecido pelas máscaras nasais, oronasais,
faciais e bucais. As máscaras oronasais são mais indicadas que as nasais
devido ao escape de ar pela boca.
3
O uso prolongado da máscara pode levar a algumas conseqüências,
como ulceração de pele, desconforto do paciente em relação à máscara,
irritabilidade nos olhos, agitação e hipersensibilidade à máscara.
17,46
A seguir, mostram-se alguns exemplos das mácaras mais utilizadas:
16
Figura 1 - Máscara oronasal
Figura 2 - Máscara nasal
17
Figura 3 - Máscara facial total
2.4 Indicações da VMNI
As indicações mais freqüentes da VMNI são: insuficiência respiratória
aguda (IRA) e crônica (IRC); edema agudo de pulmão cardiogênico; doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); doença neuromuscular; doenças
deformantes do tórax; pós-operatórios de cirurgias tóraco-abdominais;
insuficiência respiratória pós-extubação e no desmame; apnéia do sono
obstrutiva; pneumonias; hipoventilação pulmonar; e ventilação domiciliar em
pacientes crônicos.
3,17,47-52
.
3,17,47,48,49,50,51,52
Há três níveis nos quais a VMNI pode ser usada: como medida de
propriedade para ajudar na ventilação de pacientes em fase precoce em que
18
seria indicada a intubação traqueal; em falhas de intubação; como tratamento
de pacientes que não são candidatos à intubação.
53,54
Ainda existem indicações não comprovadas para a utilização da VMNI
em pacientes com diagnóstico de asma aguda, fibrose cística, bronquiectasias,
síndrome da angústia respiratória no adulto (SARA) e pacientes em pós-
operatórios de transplante de órgãos que desenvolvem algum tipo de fracasso
respiratório.
A VMNI pode ser também utilizada de maneira não-contínua, por
períodos de tempo de algumas horas diurnas, para melhorar os sintomas de
dispnéia, ou por períodos de 4 a 6 horas noturnas, o que também alivia os
sintomas de dispnéia e as trocas gasosas diurnas. Uma das explicações para
isso é que o repouso intermitente da musculatura respiratória cronicamente
fadigada aperfeiçoe a função dos músculos respiratórios. Durante a ventilação
não-invasiva, a atividade eletromiográfica do diafragma e da musculatura
respiratória está reduzida.
3,55-57
Outra explicação possível é a de que a VMNI
descontinuada melhore a complascência pulmonar em pacientes com doença
neuromuscular ou deformidades de parede torácica,
8
possivelmente,
reexpandindo áreas de microatelectasias. Uma terceira explicação é a de que,
prevenindo-se a hipoventilação noturna, evita-se o bloqueio do centro
respiratório que ocorre com a hipercapnia.
.
3,55,56,57
Ventiladores de pressão positiva, invasivos ou não-invasivos, funcionam
oferecendo gases pressurizados às vias aéreas, aumentando a pressão
transpulmonar e insuflando os pulmões. A expiração ocorre devido à
19
propriedade de retração elástica dos pulmões e ao esforço ativo da
musculatura expiratória.
3,8
2.5 Contra-indicações da VMNI
Apesar dos inúmeros benefícios que a VMNI pode oferecer, algumas
contra-indicações precisam ser observadas, tais como instabilidade
hemodinâmica ou pós-parada cardio-respiratória, instabilidade clínica com
falência de mais de dois órgãos, hipoxemia e hipercapnia refratárias com pH <
7, 25, fadiga muscular respiratória, vômitos, agitação psicomotora e síndrome
do pânico, instabilidade neurológica com perda do reflexo protetor, redução do
nível de consciência, toalete brônquica ineficaz, trauma e queimadura de face,
cirurgia de laringe, hemoptise e epistaxe maciça, pneumotórax não-drenado,
obstrução fixa de via aérea superior.
3,17
A VMNI faz parte da moderna abordagem da insuficiência respiratória no
ambiente hospitalar. O respeito aos critérios de seleção dos pacientes, início
precoce e observação dos parâmetros de falência fazem dela uma técnica
eficiente e muito segura.
Piora das condições clínicas e/ou das trocas gasosas, assim como o
aparecimento de qualquer um dos critérios listados como contra-indicação para
o uso dessa técnica são suficientes para se considerar falência do suporte
ventilatório não-invasivo.
3,17
Pacientes que não apresentam melhora na
primeira hora de uso raramente se beneficiarão da VMNI. Nesses casos
20
convém considerar os benefícios da intubação, pois postergá-la pode significar
submeter o paciente aos riscos de uma intubação de urgência.
2.6 Aplicação da Ventilação Mecânica Não-Invasiva
O uso da VMNI como recurso facilitador do desmame em pacientes
selecionados pode possibilitar o desmame dos dependentes de ventilação
mecânica invasiva. Desse modo, influi para reduzir a necessidade do uso de
via aérea artificial e do tempo de permanência em unidades intensivas, sendo
mais indicado para os pacientes com doença respiratória crônica, como os
pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), com deformidades
torácicas e neuromusculares. Sua utilização, de forma preventiva, nas
exacerbações menos graves, não se justifica.
44,58-62 44,58,59,60,61,62
A VMNI poderá ser melhor indicada para facilitar o desmame difícil e a
extubação de pacientes que apresentem função preservada do centro
respiratório, reflexo de tosse satisfatório e pouca secreção brônquica, não
sendo recomendada sua aplicação contínua em pacientes que dependam
totalmente do ventilador. O sucesso desse processo de desmame está em
realizá-lo de forma intermitente e progressiva. Nos primeiros dias após a
extubação ou a retirada da traqueostomia, a VMNI poderá ser de aplicação
contínua; depois, gradativamente, deve ir sendo retirada – no início, durante o
dia, e, posteriormente, quando possível, também no período noturno. Muitas
vezes, a resposta ao tratamento com VMNI é rápida, e é preciso manter-se
21
atento, pois muitos pacientes, provavelmente, não precisarão de intervenções
adicionais.
17, 44
2.7 Protocolo de uso da VMNI
Alguns estudos indicam que as pressões inspiratórias, no início do
procedimento, sejam estabelecidas em níveis baixos (8-10 cm H
2
O) e sugerem
que eles possam ser aumentados, gradualmente, conforme a tolerância do
paciente. Outros aconselham o uso de pressão inspiratória inicial mais alta (20
cm H
2
O), ajustando-a a níveis mais baixos se os pacientes não a tolerarem.
Para a ventilação volume-limitado, é recomendado um Volume Total
(VT) inicial de 10-15 ml/Kg devido à necessidade de compensar vazamentos de
ar. A pressão expiratória mínima usada em ventiladores “bilevel” está nos 2-4
cm H
2
O; a pressão mais alta (tipicamente 4-6 cm H
2
O) é usada para
contrabalançar a pressão expiratória intrínseca durante a exacerbação de
DPOC.
3,17
Nesses ventiladores, é possível ajustarem-se os níveis de fração
inspirada de oxigênio conforme necessidade do paciente, a fim de se
manterem os níveis de saturação de hemoglobina sobre 90-92%. O uso de
umidificador é desnecessário a curto prazo,
mas impõe-se uma avaliação
clínica constante que inclui conforto do paciente, nível de consciência,
movimento torácico, recrutamento de musculatura acessória, coordenação de
22
esforço respiratório com o ventilador, freqüência cardíaca e freqüência
respiratória.
Sendo assim, o progresso clínico do paciente será determinado pela
gasometria que deverá ser medida após 1 a 2 horas de uso da VMNI e, depois
de 4 a 6 horas, se for pequena a melhora do paciente. Se não apresentar
qualquer avanço em pH e paCO
2
nesse período, a VMNI deverá ser
descontinuada, e a VMI, considerada.
3,17,18
2.8 Monitorização do paciente
É necessário monitorar a saturação de oxigênio (SaO
2
) e o oxigênio
adicional para manter níveis de saturação em 85-90%, por, pelo menos, 24
horas consecutivas. Melhoria clínica e estabilidade da condição do paciente
são os fatores mais importantes que determinarão o momento em que a VMNI
poderá ser retirada seguramente.
Embora a maioria dos estudos tenha sido conduzida em unidades de
tratamento respiratório ou intensivo, a VMNI (diferente da VMI) proporciona
uma oportunidade de fornecimento de suporte ventilatório em outros locais.
63
Para ser efetiva, a VMNI não precisa ser fornecida continuamente, podendo ser
iniciada nos estágios precoces de insuficiência respiratória aguda (IRA),
administrada por meio de equipamentos portáteis. Os benefícios potenciais do
uso fora da UTI incluem a intervenção precoce para prevenir deterioração
23
respiratória futura e o acesso ao suporte ventilatório para pacientes que não
seriam admitidos na UTI.
64-67
.
64,65,66,67
O local em que a VMNI é melhor executada depende de vários fatores
que incluem a experiência da equipe e a disponibilidade de recursos (pessoal
treinado, número de leitos e equipamentos técnicos), a etiologia da IRA e a
gravidade da doença. Tudo isso determina o sucesso da VMNI. A seleção dos
pacientes que podem ter benefícios com ventilação mecânica (invasiva ou não-
invasiva) é baseada em uma avaliação inicial e/ou testes de resposta a curto
prazo. Por isso, é importante a existência de uma equipe treinada e de
monitorização adequada, para evitar atrasos na instituição do suporte
ventilatório invasivo se a VMNI falhar.
66,68,69
Nas primeiras horas, é imprescindível a monitorização e cuidados
realizados por uma equipe experiente. Os parâmetros monitorizados devem
incluir SaO
2
, gasometria arterial (PaCO
2
, pH), sinais vitais, uso de musculatura
acessória, conforto do paciente, cianose, taquicardia, taquipnéia, nível de
consciência, vazamentos da máscara e capacidade do paciente de expectorar
secreções. A falha para responder à VMNI pode ser indicada pela persistência
de gases sangüíneos anormais,
padrões de respiração e freqüência,
desenvolvimento de instabilidade hemodinâmica ou encefalopatia e falha na
tolerância ao aparelho. O melhor local para pacientes que estão recebendo
VMNI depende da capacidade de monitorização adequada: equipe hábil com
experiência na explicação do procedimento, conhecimentos em relação ao
equipamento utilizado e consciência das complicações potenciais. Quando o
paciente é internado na UTI, imediatamente são avaliados os seus sinais vitais,
24
incluindo e escore APACHE II e, a partir daí, é decidido o suporte ventilatório a
que o paciente será submetido.
70
2.9 APACHE II – Avaliação da gravidade
O escore de APACHE II é utilizado para avaliar o paciente nas primeiras
vinte e quatro horas de internação na UTI geral. Ele consiste em pontuações
para variáveis que mostram, ao final da avaliação, um escore total que
determina o grau de sobrevida do paciente, conforme modelo constante no
anexo I. Os escores calculados incluem o escore fisiológico agudo –
considerando os piores valores nas primeiras 24 horas de internação na UTI –,
a pontuação da idade e a presença de doença crônica.
19
O escore de APACHE II possui divisão de categorias diagnósticas as
quais se apresentam em dois grandes grupos: pacientes não-cirúrgicos e
pacientes cirúrgicos. Os pacientes não-cirúrgicos estão subdivididos em
grupos, de acordo com o seu diagnóstico: insuficiência respiratória, falência
cardiovascular, trauma, doença neurológica e outros (não havendo grupo
específico com a definição exata sobre qual é o sistema vital responsável pela
admissão na UTI). Os pacientes cirúrgicos também estão subdivididos em
grupos diagnósticos: politrauma, admissão por cardiopatia crônica, cirurgia
vascular periférica, cirurgia cardíaca valvular, craniotomia por neoplasia,
cirurgia por tumor renal, transplante renal, trauma craniano, cirurgia por tumor
torácico, laminectomia ou outra cirurgia de medula, choque hemorrágico,
hemorragia digestiva, cirurgia por neoplasia de trato gastrointestinal (TGI),
25
insuficiência respiratória pós-cirurgia, perfuração/obstrução TGI e outros (não
havendo um grupo específico com a definição precisa sobre qual é o sistema
vital responsável pela internação na UTI no pós-operatório).
Knaus e colaboradores indicam que é possível estratificar o prognóstico
agudo de pacientes graves segundo a escala de APACHE II. Também
mencionam que pesquisadores têm a possibilidade de comparar o sucesso de
novas e diferentes formas de terapia, além de cotejar a eficácia das diferentes
unidades de terapia intensiva.
A base para o desenvolvimento do escore de APACHE II é a hipótese de
que a gravidade da doença aguda pode ser mensurada pela quantidade de
graus de anormalidades nas múltiplas variáveis fisiológicas. O índice é
considerado fidedigno, pois é baseado em dados clínicos, é de fácil uso e pode
ser validado para amplas taxas diagnósticas. Quando o distúrbio fisiológico
agudo e a idade podem ser determinados, percebe-se que a classificação da
doença crônica associa-se, facilmente, à taxa de mortalidade. O escore
máximo de APACHE II que pode ser alcançado é 71, porém até hoje não se
conhecem casos de pacientes que tenham excedido o escore 55.
3 OBJETIVOS
27
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Verificar a freqüência do uso da ventilação mecânica invasiva e a da
não-invasiva na UTI do Hospital São Lucas da PUCRS.
3.2 Objetivos Específicos
Verificar o tempo de uso da ventilação mecânica invasiva e o da não-
invasiva.
Verificar o tempo médio de internação na UTI dos pacientes
submetidos a ventilação mecânica.
Verificar a curva de sobrevida dos pacientes submetidos a ventilação
mecânica.
4 MÉTODOS
29
4 MÉTODOS
4.1 Delineamento da pesquisa
O estudo realizado, de coorte histórica, tem como fator principal em
análise a verificação do uso de ventilação mecânica invasiva e não-invasiva em
Unidade de Terapia Intensiva.
4.2 População
A população do presente estudo foi constituída por pacientes de ambos
os sexos, da Unidade de Terapia Intensiva do HSL-PUCRS, no período de
junho de 2003 a abril de 2004, totalizando 251 pacientes. Foram revisados os
prontuários desses pacientes e as informações sobre eles foram registradas
em protocolo próprio, conforme modelo apresentado no anexo II.
Os pacientes foram divididos em grupos, de acordo com o tipo de
ventilação a que foram submetidos, da seguinte forma:
a) Sem VM: pacientes que ventilaram espontaneamente e não
utilizaram, em momento algum, a VM.
30
b) VMNI: pacientes que usaram somente a VMNI.
c) VMI + VMNI: pacientes que iniciaram fazendo uso de VMI e, após a
extubação, foram ventilados com a VMNI.
d) VMI: pacientes que utilizaram apenas a VMI.
4.3 Variáveis
Foram consideradas as seguintes variáveis:
Tempo de uso (dias) da Ventilação Mecânica Invasiva e Não-Invasiva;
Idade;
Sexo;
Doença de base;
Escore APACHE II;
Número de óbitos.
31
4.4 Análise Estatística
Os dados quantitativos foram descritos por média e desvio padrão. Nas
situações de assimetria, empregaram-se a mediana e a amplitude interquartil
(percentual 25 – percentual 75). Na descrição das variáveis, consideraram-se a
freqüência e o percentual.
A comparação das médias entre os grupos foi realizada pela análise de
variância (ANOVA) com localização de diferenças significativas pelo teste de
post-hoc de Tukey. Na situação de assimetria, foi praticada a transformação log
seguida de ANOVA.
71
Dados categóricos foram confrontados pelo teste Qui-quadrado.
Adicionalmente, fez-se uso da técnica de regressão linear ou em dados que
receberam a transformação log para testar a tendência linear do valor de
APACHE II entre as categorias de ventilação mecânica. Na comparação
isolada de variáveis quantitativas assimétricas envolvendo somente dois
grupos, seguiu-se o procedimento do teste U de Mann-Whitney.
O nível de significância adotado foi o e α = 0,05. Os dados foram
processados e analisados com auxílio do programa SPSS, versão 11.5.
32
4.5 Ética
Atendendo-se às normas do Conselho Nacional de Saúde, o projeto
desta pesquisa foi submetido à Comissão Científica da Faculdade de Medicina
e à Comissão de Ética em pesquisa, ambas do Hospital São Lucas da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, por intermédio do
CINAPE – Centro de Interação, Assistência, Pesquisa e Ensino. Foi aprovado
por estar adequado, ética e metodologicamente, às Diretrizes e Normas
Regulamentadoras de Pesquisa envolvendo seres humanos do Conselho
Nacional de Saúde (Resolução 196/96) e às Resoluções Normativas do Grupo
de Pesquisa e Pós-Graduação do Hospital São Lucas.
O presente estudo, do tipo coorte histórica, envolveu a coleta de dados
diretamente dos prontuários dos pacientes. Assim, não se fez necessário o uso
de Termo de Consentimento Informado, pois não ocorreu intervenção. A
pesquisadora compromete-se a preservar o sigilo da identidade dos
participantes no estudo, utilizando os dados obtidos apenas com finalidade
científica.
5 RESULTADOS
34
5 RESULTADOS
5.1 Freqüência do tipo de ventilação utilizada
Dos 251 pacientes estudados, 168 (67%) fizeram uso de VMI, 26 (10%)
valeram-se da VMI + VMNI, 7 (3%) utilizaram a VMNI e 50 (20%) não
receberam qualquer tipo de suporte ventilatório. A tabela 1 mostra a população
estudada e o uso, ou não, de VM.
Tabela 1 Freqüência do tipo de ventilação utilizada pelos pacientes (n=251)
Tipo de ventilação
mecânica f
%
Sem VM
50 20
VMNI
7 3
VMI + VMNI
26 10
VMI
168 67
Total
251 100
Sem VM: sem ventilação mecânica; VMNI: ventilação
mecânica não-invasiva; VMI + VMNI: ventilação
mecânica invasiva e ventilação mecânica não-invasiva;
VMI: ventilação mecânica invasiva.
35
5.2 Características dos grupos de pacientes segundo a ventilação
mecânica.
Entre os diagnósticos encontrados, houve maior incidência de sepse,
infecções respiratórias e doenças neurológicas, conforme mostrado na Tabela
2.
Tabela 2 Características basais dos grupos de pacientes segundo a
utilização de ventilação mecânica
Características
Sem VM
n = 50
VMNI
n =7
VMI + VMNI
n =26
VMI
n = 168
P
Idade, anos
50,5±18,8 57,4±17,9 60,1±19.4 53,4±18,4 0.18
Sexo, M : F, %
50 : 50 29 : 71 46 : 54 49 : 51 0.75
Diagnóstico principal
Sepse 6 (12) 2 (29) 5 (19) 61 (36) 0.03
Infecção
respiratória
9 (18) 4 (57) 10 (39) 25 (15)
Doenças
neurológicas
6 (12) 0 (0) 1 (4) 10 (6)
Outros 29 (58) 1 (14) 10 (38) 72 (43)
APACHE II
14,2±9,9
a
19,6±6,7
a,b
19,4±6,6
a,b
23,8±10,1
b
<0.01
Óbitos, f (%)
7 (14)
a
0 (0)
a
13 (50)
b
117 (70)
b
<0.01
Tempo Internação,
dias
5 (3 – 10)
a
6 (3 – 13)
a
16 (12 – 22)
b
7 (3 – 16)
a
<0.01
Uso de dispositivo,
dias
Vivos
3 (1 – 4)
a
14 (10 – 20)
a
6 (3 – 11)
b
<0.01
Óbitos
13 (3 – 18) 5 (2 – 16) <0.01
Total
3 (1 – 4)
a
14 (8 – 19)
a
6 (2 – 15)
b
<0.01
Os dados são apresentados como média ±desvio padrão, odds de gênero em %:%, mediana
(amplitude interquartil: P25 P75) e freqüência (percentual). P: nível crítico da amostra,
significância estatística. Letras-índice não coincidentes representam diferenças
estatisticamente significativas ao teste de post-hoc. Sem VM: sem ventilação mecânica;
VMNI: ventilação mecânica não-invasiva; VMI + VMNI: ventilação mecânica invasiva e
ventilação mecânica não-invasiva VMI: ventilação mecânica invasiva. IC95%: intervalo de
confiança de 95%.
36
Não houve diferença significativa entre os grupos, em relação à
gravidade verificada pelo escore APACHE II. O grupo que usou VMNI obteve a
média de 19,6 (
±6,7), o que se serviu da VMI alcançou 23,8 (±10,1) e o grupo
que usou as duas técnicas – VMI + VMNI – atingiu a média de 19,4 (±6,6).
O tempo de internação na Unidade de Terapia Intensiva foi
significativamente diferente entre os grupos (P<0,01). O grupo que utilizou VMI
+ VMNI apresentou uma média de 16 (12-22) dias, o grupo que empregou VMI
obteve a média de 7 dias (3-16) e o grupo VMNI atingiu a média de 6 (3-13)
dias de internação (tabela 2). Não houve diferença expressiva entre os grupos
VMI e VMNI.
Em relação ao desfecho dos pacientes (figura 4), no grupo VMI, houve
117 óbitos (70%); no grupo VMI + VMNI, 13 (50%) pacientes evoluíram ao
óbito; e, no grupo VMNI, não houve óbitos. Houve grande diferença entre os
grupos VMI e VMNI em relação ao número de óbitos (P<0,01). Encontrou-se,
também, diferença considerável do grupo VMI + VMNI em relação ao grupo
VMNI (P<0,01).
No que diz respeito aos pacientes vivos, no grupo VMI, o tempo médio
de uso da ventilação mecânica foi de 6 (3-11) dias. No grupo VMI + VMNI, a
média de tempo de emprego da ventilação foi de 14 (10-20) dias, e os
pacientes do grupo VMNI permaneceram utilizando o dispositivo, em média, 3
(1-4) dias (figura 5). Houve diferença significativa entre os grupos VMI e VMNI
e, também, em relação aos grupos VMI e VMI + VMNI.
37
VMIVMI+VMNIVMNIs/VM
n 50 7 26 168
Taxa de mortalidade 12% 0% 50% 70% P < 0,01
APACHE
APACHE II
60
50
40
30
20
10
0
Figura 4 Gráfico de boxplot representando o escore APACHE II seguido da taxa de
mortalidade observada nos grupos, de acordo com a categoria de ventilação
mecânica.
O símbolo () representa uma observação discrepante segundo os critérios de
Tukey. VMI: ventilação mecânica invasiva; VMI + VMNI: ventilação mecânica
invasiva e ventilação mecânica não-invasiva; VMNI: ventilação mecânica não-
invasiva; Sem VM: sem ventilação mecânica.
38
VMIVMI+VMNI
Tempo total de VMI (dias)
70
60
50
40
30
20
10
0
n 13 51 P = 0,025
Figura 5 Gráfico de boxplot representando o tempo total de ventilação mecânica invasiva
(VMI) entre os pacientes sobreviventes dos grupos que foram submetidos a
ventilação mecânica invasiva e ventilação mecânica não invasiva durante a mesma
internação (VMI + VMNI) e aqueles que só utilizaram ventilação mecânica invasiva
(VMI).
O símbolo () representa uma observação discrepante e o (*), uma observação
discrepante extrema segundo os critérios de Tukey.
5.3 Tempo de permanência na UTI após a extubação
Dos pacientes que sobreviveram (figura 6), verificou-se que aqueles do
grupo VMI + VMNI permaneceram por maior período de tempo internados na
UTI, após terem sido extubados, que os doentes do grupo VMI (P=0,05).
39
VMIVMI+VMNI
Permanência na UTI pós-extubação (dias)
20
15
10
5
0
n 13 51 P = 0,05
Figura 6 Gráfico de boxplot representando o tempo de permanência na unidade de
tratamento intensivo (UTI) em dias após a extubação, comparando os pacientes
sobreviventes dos grupos que foram submetidos a ventilação mecânica invasiva e
ventilação mecânica não-invasiva durante a mesma internação (VMI + VMNI) e
aqueles que só utilizaram ventilação mecânica invasiva (VMI).
O símbolo () representa uma observação discrepante segundo os critérios de
Tukey.
6 DISCUSSÃO
41
6 DISCUSSÃO
Este estudo demonstrou um predomínio de uso da VMI nos pacientes
internados na UTI do HSL-PUCRS. Na amostra estudada, a VMNI revelou-se
um método ainda pouco utilizado terapeuticamente, provavelmente, por contar
com um número restrito de equipamentos disponíveis e por não haver uma
rotina estabelecida de uso dessa técnica de ventilação.
Conforme os dados apresentados, comparando-se a idade e o sexo dos
pacientes que fizeram uso de VMI, VMNI e de VMI + VMNI (Tabela 2),
percebeu-se que não houve diferença significativa entre eles. As idades e o
sexo não influenciaram no modo ventilatório escolhido para o tratamento de
pacientes internados na UTI. A esse respeito, estudo anterior demonstrou que
pacientes acima de 70 anos de idade têm sobrevivência expressivamente
menor que pacientes mais jovens, mesmo com a utilização de recursos
idênticos. A conclusão fora a de que a ventilação mecânica deve ser
considerada nas condições de base do paciente e não somente em relação à
idade.
72
Em relação aos principais diagnósticos, sepse, infecções respiratórias e
doenças neurológicas foram os mais freqüentes. O diagnóstico de infecção
42
respiratória foi o mais encontrado nos pacientes submetidos a ventilação
mecânica invasiva, não-invasiva e associadas. Vários estudos já comprovaram
a eficácia da técnica de VMNI em pacientes com doenças obstrutivas e
infecções respiratórias.
73
Durante o estudo, houve a preocupação com a verificação do APACHE
II entre os grupos analisados, para identificar a gravidade dos casos, de acordo
com o tipo de ventilação utilizada. O escore APACHE II mostrou grau de
gravidade semelhante entre os pacientes. O alto índice de APACHE II pode ter
induzido o corpo clínico a optar pelo uso de VMI porque considerou essa
técnica uma forma de proporcionar maior conforto e menor tempo de
internação aos pacientes graves.
De fato, a utilização da VMNI deve ser avaliada com cautela em
pacientes mais graves, respeitando-se criteriosamente as indicações, contra-
indicações e cuidados intensivos à beira do leito. Essa modalidade de
ventilação não substitui a VMI, mas é a apropriada para prevenir a intubação
endotraqueal ou a reintubação e suas possíveis complicações.
O competente conhecimento das técnicas ventilatórias é fundamental
para a escolha do modo apropriado de ventilação para cada situação, uma vez
que a ventilação mecânica inapropriada pode provocar sérias lesões
pulmonares tão ou mais graves que aquelas que justificaram o seu uso.
2,17
Na aplicação da VMI, além da lesão local, secundária à isquemia da
mucosa, a agressão aos mecanismos de defesa pulmonar facilita a ocorrência
43
de pneumonia nosocomial, sendo essa, atualmente, a mais temida
complicação relacionada à intubação traqueal.
Oferecer suporte ventilatório
para pacientes com insuficiência respiratória, sem o risco de pneumonia
associada ao ventilador e suas trágicas conseqüências, é o maior atrativo da
VMNI.
3,17
O maior perigo de falência da VMNI, todavia, correlaciona-se aos
critérios de gravidade, e a insistência nessa técnica, protelando a intubação
traqueal, pode colocar em risco o paciente. Apesar de uma relativa difusão
dessa prática nas UTIs, são poucos os estudos que avaliaram a falência da
VMNI, e os resultados, na verdade, são questionáveis.
62,74
Keenan e colaboradores
examinaram 81 pacientes que permaneceram
em ventilação mecânica por, pelo menos, 48 horas e apresentaram falha no
desmame, caracterizada por taquipnéia, utilização da musculatura acessória ou
respiração paradoxal. Esses pacientes foram randomizados em dois grupos:
um recebeu tratamento convencional, e o outro foi submetido à VMNI na
tentativa de ser evitada a reintubação. Não houve diferença significativa entre
os dois grupos em relação à necessidade de intubação traqueal, à mortalidade
e à duração da internação na UTI, isto é, a VMNI não se mostrou eficaz na
prevenção da insuficiência respiratória após a extubação.
Esteban e colaboradores
analisaram 221 pacientes que se mantiveram
em ventilação mecânica por, pelo menos, 48 horas e, depois de extubados,
apresentaram insuficiência respiratória. Tais pacientes foram randomizados e
receberam tratamento convencional ou VMNI aplicada com máscara facial
44
total, por períodos de quatro horas, entre as quais o equipamento poderia ser
removido para o doente poder se alimentar e receber cuidados. O principal
achado desse estudo foi que a mortalidade hospitalar foi expressivamente
maior entre os pacientes que receberam VMNI. Paralelamente, foi observado
que o intervalo de tempo entre a ocorrência de insuficiência respiratória após a
extubação e a reintubação foi maior no grupo tratado com VMNI.
Ferrer e colaboradores,
75
entretanto, avaliaram 43 pacientes que
receberam ventilação mecânica e apresentaram fracasso no processo de
desmame, conseqüentemente, fazendo uso de VMNI. Concluíram que a VMNI
mostra-se efetiva para reduzir o período de VMI em pacientes com falhas
persistentes de desmame, diminuir a incidência de pneumonia nosocomial,
infecções e mortalidade, além de tornar menos duradouro o tempo de
permanência na UTI e no hospital.
Ferrer e colaboradores,
76
em ensaio clínico randomizado, estudaram
105 pacientes que apresentavam quadro de falência respiratória aguda devido
a hipoxemia. Um grupo recebeu VMNI, e outro, terapia de oxigênio com
máscara de Ventury em alta concentração (50%). Concluíram que a VMNI
reduz a necessidade de intubação, a incidência de choque séptico e a
mortalidade na UTI, além de aumentar a sobrevida.
Neste estudo, no grupo VMI + VMNI, o índice de óbitos foi de 50%. No
grupo que utilizou somente VMNI, não houve óbitos, porém a amostra foi
pequena. Estudos demonstraram que a VMNI previne as copmplicações da
45
VMI, diminuindo o número de óbitos, embora prolongue o tempo de
internação.
9
Os pacientes que fizeram uso de VMI + VMNI permaneceram por um
período maior na Unidade de Terapia Intensiva. Esses pacientes usaram a
VMNI após a retirada do tubo endotraqueal, diminuindo, assim, o tempo de
intubação e seus prováveis efeitos deletérios. Nesse caso, prolongou-se o
tempo de internação na UTI, mas garantiu-se melhor resultado da extubação.
Isso confirma vários estudos que dizem que a VMNI – quando bem utilizada –
auxilia, positivamente, na promoção do sucesso da extubação.
77-79
.
77, ,78 79
Esses resultados conflitantes não invalidam a utilização da VMNI nas
diferentes condições citadas, mas chamam a atenção para o fato de que os
bons resultados não são automáticos: eles dependem de uma série de
componentes. É importante reconhecer os pacientes com maior risco de
insucesso com o uso da VMNI, pois isso permite que se possa evitar a
insistência nesse suporte ventilatório e o retardo na intubação traqueal,
cuidados indispensáveis para que não se contribua para uma evolução
indesejada.
80
Neste estudo, verificou-se que ainda é pouco expressiva a utilização da
VMNI em nosso meio, porém os pacientes que a utilizaram tinham um grau de
APACHE II tão elevado quanto os que usaram a VMI. Mesmo assim,
constatou-se que os pacientes que fizeram uso da VMNI tiveram menos
complicações, e não houve ocorrência de óbitos no grupo, o que confirma a
eficácia da técnica. O uso desse método é ainda restrito, mas a disseminação
46
de sua utilização poderá conferir benefícios que, em muito, favoreçam os
doentes.
Levantamento recente, com 691 casos consecutivos submetidos a
suporte ventilatório em decorrência das mais variadas causas, realizado em 42
UTIs da Europa, mostrou que a VMNI foi aplicada em 16% dos pacientes,
alcançando um índice de sucesso de 61%.
81
Na UTI do HSL, essa técnica
ventilatória foi utilizada em apenas 3% dos pacientes internados, pois ela ainda
é muito pouco empregada em nosso meio, principalmente devido à pouca
quantidade de equipamentos disponíveis. No Brasil, ainda há poucos estudos
demonstrando a freqüência de utilização da VMNI, uma vez que são raros os
hospitais que dispõem de equipamentos adequados para essa prática.
As técnicas ventilatórias têm suas indicações bem definidas e uma
modalidade terapêutica não substitui a outra. Sendo assim, cabe aos
profissionais responsáveis pelos cuidados respiratórios intensivos escolher a
técnica mais adequada a cada situação, de acordo com o diagnóstico
apresentado e a gravidade do caso. Acredita-se que a melhor forma de
proteger o paciente mais crítico seja levá-lo à ventilação mecânica invasiva,
assim como se deve considerar que o uso da ventilação mecânica não-invasiva
é um método eficaz, principalmente, na contribuição para o sucesso da
extubação daqueles enfermos em situação mais grave.
A discussão é recente, e é necessário que se prossiga investigando e
aguardando a divulgação de estudos que comprovem a existência de um grupo
de pacientes com diagnósticos bem definidos e que se beneficiem da
47
ventilação mecânica não-invasiva, permitindo a efetivação do uso racional
dessa técnica.
7 CONCLUSÕES
49
7 CONCLUSÕES
Os resultados deste estudo permitem que se façam as seguintes
conclusões:
a) A técnica de ventilação mais freqüentemente utilizada na UTI do HSL é a
ventilação mecânica invasiva.
b) O tempo de utilização da ventilação mecânica invasiva em pacientes
que sobreviveram foi maior do que o empregado em pacientes
ventilados com ventilação mecânica não-invasiva.
c) O tempo de internação na UTI foi maior para o grupo que utilizou as
técnicas associadas (VMI + VMNI), diminuindo para os que utilizaram a
VMI e, tornando-se ainda mais reduzido para os que usaram a VMNI.
c) A taxa de mortalidade dos pacientes da UTI do HSL é significativamente
mais alta no grupo VMI do que no grupo VMNI.
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
51
1. Carvalho CRR. Ventilação Mecânica – Vol I – Básico. São Paulo:
Atheneu; 2000.
2. Azeredo CAC. Técnicas para o desmame no ventilador mecânico. São
Paulo: Manole; 2002.
3. Gomboski SM e Câmara FR. Ventilação Não-Invasiva. Scientia Medica
2004;14(2):192-98.
4. Goldberg A, Leger P, Hill N et al. Clinical indications for noninvasive
positive pressure ventilation in chronic respiratory failure due to restrictive
lung disease, COPD, and nocturnal hypoventilation – A Consensus
Conference Report. Chest 1999;116:521-34.
5. Maltias F, Reissmann H, Gottfried SB. Pressure support reduces
inspiratory effort and dyspnea during exercise in chronic airflow
obstruction. Am J Respir Crit Care Med 1995;151:1027-33.
6. Todisco T, Baglioni S, Eslami A et al. Treatment of acute exacerbations of
chronic respiratory failure: integrated use of negative pressure ventilation
and noninvasive positive pressure ventilation. Chest 2004;125(6):2217-23.
7. Girou E, Schortgen F, Delclaux C et al. Association of noninvasive
ventilation with nosocomial infections and survival in critically ill patients.
Jama 2000;284:2361-2367.
8. Plant PK, Owen JL, Elliot MW. Non-invasive ventilation in acute
exacerbations of chronic obstructive pulmonary disease: long term survival
and predictors of in-hospital outcome. Thorax 2001;56:708-12.
9. Keenan SP, Powers C, McCormack DG et al. Noninvasive positive-
pressure ventilation for postextubation respiratory distress: a randomized
controlled trial. JAMA 2002;287(24):3238-44.
10. Brochard L, Mancebo J, Wysocki M et al. Noninvasive ventilation for acute
exacerbations of chronic obstructive pulmonary disease. N England J
Medicine 1995; 333(33):817-22.
11. Maltias F, Reissmann H, Gottfried SB. Pressure support reduces
inspiratory effort and dyspnea during exercise in chronic airflow
obstruction. Am J Respir Crit Care Med 1995;151:1027-33.
12. Johnson JE, Gavin DJ, Majusar MC. Effects of training with heliox and
noninvasive positive pressure ventilation on exercise ability in patients with
severe COPD. Chest 2002;122(2):464-72.
13. Bianchi L, Foglio K, Pagani M et al. Effects of proportional assist
ventilation on exercise tolerance in COPD patients with chronic
hipercapnea. Eur Respir J 1998;11: 422-27.
52
14. Porta R, Appendini L, Vitacca M et al. Mask proportional assist vs pressure
support ventilation in patients in clinically stable condition with chronic
ventilatory failure. Chest 2002;122(2):479-88.
15. Simonds AK. Home ventilation. Eur Respir J 2003;22:38-46.
16. II Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica. J Pneumol 2000;26:S1-
S68.
17. Mehta S e Hill NS. Noninvasive Ventilation. Am J Respir Crit Care Med
2001;163: 540-77.
18. Carvalho CRR. Ventilação Mecânica – Vol I I– Avançado. São Paulo:
Atheneu; 2000.
19. Knaus WA, Draper EA, Wagner DP, Zimmerman JE. APACHE II: A
severity of disease classification system. Crit Care Med 1985;13:818-29.
20. Esteban A, Anzuetto A, Aliá I et al. International study of the prevalence of
mechanical ventilation. Intens Care Med 1997;23(1):s23.
21. Pierson DJ. Complications associated with mechanical ventilation. Crit
Care Clinics 1990;6(3):711.
22. MacIntyre NR. Evidence-based guidelines for weaning and discontinuing
veentilatory support. Chest 2001;120:375-96.
23. Epstein SK, Nevins ML, Chung J. Effect of unplanned extubation on
outcome of mechanical ventilation. Am J Respir Crit Care Méd
2000;161:1912-16.
24. Baudouin S, Blumenthal S, Cooper B et al. Non-invasive ventilation in
acute respiratory failure. Thorax 2002;57:192-211.
25. Hillberg RE, Johnson DC. Noninvasive Ventilation. N Engl J Med
1997;337:1746-52.
26. Hilbert G, Gruson D, Vargas F et al. Noninvasive ventilation in
immunosuppressed patients with pulmonary infiltrates, fever, and acute
respiratory failure. N Engl J Med 2001;344:481-87.
27. Vivas MF, Such JC, Rosa JG et al. Noninvasive pressure support versus
proportional assist ventilation in acute respiratory failure. Intensive Care
Med 2003;29:1126-33.
28. Poponick JM, Renston JP e Emerman CL. Successful use of nasal BIPAP
in three patients previsously requiring intubation and mechanical
ventilation. The Journal of Emergency Medicine 1997;15:785-88.
53
29. Vanpee D, El Khawand C, Rousseau L et al. Does inspiratory behaviour
affect the efficiency of non-invasive ventilation in COPD patients?
Respiratory Medicine 2002;96:709-15.
30. Elliott MW. Noninvasive ventilation in chronic obstructive pulmonary
disease. N Engl J Med 1995;333:870-71.
31. Martin TJ, Hovis JD, Costantino JP et al. A randomized, prospective
evaluation of noninvasive ventilation for acute respiratory failure. Am J
Respir Crit Care Méd 2000;161:807-13.
32. Paus-Jenssen ES, Reid JK, Cockcroft DW et al. The use of noninvasive
ventilation in acute respiratory failure at a tertiary care center. Chest
2004;126:165-72.
33. Alises SM, Mendieta MAG e Lobato SD. Aerofagia por ventilación
mecánica no invasiva: primera manifestación de un carcinoma gástrico
silente. Arch Bronconeumol 2003;39(7):321-3.
34. Azeredo CAC. Fisioterapia respiratória no hospital geral. São Paulo:
Manole; 2000.
35. Stoller JK. Acute exacerbations of chronic obstructive pulmonary disease.
N Engl J Med 2002;346(13):988-94.
36. Bott J, Carroll TH. Randomized controlled trial of nasal ventilation in acute
ventilatory failure due to chronic obstructive airways disease. Lancet
1993;341:1555-7.
37. Kramer N, Meyer TJ, Meharg J, et al. Randomized, prospective trial of
noninvasive positive pressure ventilation in acute respiratory failure. Am J
Respir Crit Care Med 1995; 151:1799-806.
38. Meduri GU, Abou-Shala N, Fox RC et al. Non-invasive face mask
ventilation in patients with acute hipercapnic respiratory failure. Chest
1991;100:445-54.
39. Moretti M, Cilione C, Tampieri A et al. Incidence and causes of non-
invasive mechanical ventilation failure after initial sucess. Thorax
2000;55:819-25.
40. Ambrosino N, Foglio K, Rubini F et al. Non-invasive mechanical ventilation
in acute respiratory failure due to chronic obstructive airways disease:
correlates for sucess. Thórax 1995;50:755-7.
41. Azeredo CAC. Fisioterapia respiratória moderna. São Paulo: Manole,
2002.
42. Celikel T, Sungur M, Ceyhan B et al. Comparison of noninvasive positive
ventilation with standard medical therapy in hypercapnic acute respiratory
failure. Chest 1998;114: 1636-42.
54
43. Nava S, Ambrosino N, Clini E et al. Noninvasive mechanical ventilation in
the weaning of patients with respiratory failure due to chronic obstructive
pulmonary disease. A randomized, contolled trial. Ann Intern Med
1998;128:721-8.
44. Masip J, Betbesé AJ, Paez J et al. Non-invasive pressure support
ventilation versus conventional oxigen therapy in acute cardiogenic
pulmonary oedema: a randomised trial. Lancet 2000;356:2126-32.
45. Azeredo CAC. Fisioterapia respiratória no hospital geral. São Paulo:
Manole, 2000.
46. Antonelli M, Conti G, Rocco M et al. A comparison of non-invasive
positive-pressure conventional mechanical ventilation in patients with
acute respiratory failure. N Engl J Med 1998;339:429-35.
47. Layfield C. Non-invasive BIPAP – implementation of a new service.
Intensive and Critical Care Nursing 2002;18(6):310-19.
48. Martini Tj, Hovis JD, Constantino JP et al. A randomized, prospective
evaluation of noninvasive ventilation for acute respiratory failure. Am J
Respir Crit Care Med 2000; 161:807-13
49. Pinheiro BV, Pinheiro AF, Henrique DMN et al. Ventilação não-invasiva
com pressão positiva em pacientes com insuficiência respiratória aguda. J
Pneumol 1998; 24(1):23-9.
50. Holanda MA, Oliveira CH, Rocha EM et al. Ventilação não-invasiva com
pressão positiva em pacientes com insuficiência respiratória aguda:
fatores associados à falha ou ao sucesso. J Pneumol 2001;27(6):301-9.
51. Nava S, Carbone G, DiBatista N et al. Noninvasive ventilation in
cardiogenic pulmonary edema. A multicenter randomized tria. Am J Respir
Crit Care Med 2003; 168:1432-37.
52. Lisboa C, Díaz O e Fadic R. Ventilación mecânica no invasiva en
pacientes con enfermedades neuromusculares y en pacientes côn
alteraciones de la cajá torácica. Arch Bronconeumol 2003;39(7):314-20.
53. Auriant I, Jallot A, Hervé P et al. Noninvasive ventilation reduces mortality
in acute respiratory failure following lung ressection. Am J Respir Crit Care
Med 2001;164: 1231-35.
54. Lobato SD, Mendieta MAG e Alises M. Aplicaciones de la ventilación
mecánica no invasiva en pacientes que reciben ventilación endotraqueal.
Arch Bronconeumol 2002; 38:281-84.
55. Brochard L, Mancebo J, Elliott MW. Noninvasive ventilation for acute
respiratory failure. Eur Respir J 2002;19:712-21.
55
56. Elliott MW. Noninvasive ventilation in chronic ventilatory failure due to
chronic obstructive pulmonary disease. Eur Respir J 2002;20:511-14.
57. Vanpee D, Khawand CE, Rousseau L et al. Effects of nasal pressure
support on ventilation and inspiratory work in normocapnic and
hypercapnic patients with stable COPD. Chest 2002;122:75-83.
58. Wysocki M, Richard JC, Meshaka P. Noninvasive proportional assist
ventilation compared with noninvasive pressure support ventilation in
hypercapnic acute respiratory failure. Crit Care Med 2002;30:323-29.
59. Liesching T, Kwok H,, Hill NS. Acute applications of noninvasive positive
pressure ventilation. Chest 2003;124:699-713.
60. Squadrone E, Frigerio P, Flogliati C et al. Noninvasive vs invasive
ventilation in COPD patients with severe acute respiratory failure deemend
to require ventilatory assistance. Intensive Care Méd 2004;30(7):1303-10.
61. Simonds AK. Home Ventilation. Eur Respir J 2003;22(47):38-46.
62. Casanova C, Celli BR, Tost L et al. Long-term controlled trial of nocturnal
nasal positive pressure ventilation in patients with severe COPD. Chest
2000;118:1582-90.
63. Keenan SP, Sinuff T, Cook DJ et al. Which patients with acute
exacerbation of chronic obstructive pulmonary disease benefit from
noninvasive positive-pressure ventilation? A systematic review of the
literature. Ann Intern Med 2003;138:861-70.
64. Evans TW, Albert R, Angus D et al. International Consensus Conferences
in Intensive Care Medicine: non-invasive poritive pressure ventilation in
acute respiratory failure. Am J Respir Crit Care Med 2001;27:166-78.
65. Benhamou D, Muir JF, Melen B. Mechanical ventilation in elderly, patients.
Monaldi Arch Chest Dis 1998;53:547-51.
66. Benhamou D, Girault C, Faure C et al. Nasal mask ventilation in acute
respiratory failure. Experience in elderly patients. Chest 1992;102:912-17.
67. Meduri GU, Fox RC, Abou-Shala N et al. Noninvasive mechanical
ventilation via face mask in patients with acute respiratory failure who
refused endotracheal intubation. Crit Care Med 1994;22:1584-90.
68. Meduri GU, Turner RE, Abou-Shala N et al, Noninvasive positive pressure
ventilation via face mask. Fist-line intervention in patients with acute
hypercapnic and hypoxemic respiratory failure. Chest 1996;109:179-93.
69. Wood KA, Lewis L, Von Harz B et al. The use of noninvasive positive
pressure ventilation in the emergency department: results of a randomized
clinical trial. Chest 1998;113:1339-46.
56
70. Guerin C, Girard R, Chemorin C et al. Facial mask noninvasive mechanical
ventilation reduces the incidence of nosocomial pneumonia. A prospective
epidemiological survey from a single ICU. Intensive Care Med
1997;23:1024-32.
71. Hulley SB, Cummings SR, Browner WS. Delineando a pesquisa clínica:
uma abordagem epidemiológica. Porto Alegre: Artmed, 2003.
72. Esteban A, Anzueto A, Vivar FF et al. Outcome of older patients receiving
mechanical ventilation. Intensive Care Med 2004;30:639-46.
73. Gabrielli A, Caruso LJ, Layon AJ et al. Yet another look at noninvasive
positive-pressure ventilation. Chest 2003;124:428-31.
74. Epstein SK, Ciubotaru RL. Independent effects of etiology of failure and
time to reintubation on outcome for patients falilng extubation. Am J Respir
Crit Care Med 1998;158:489-93.
75. Ferrer M, Esquinas A, Arancibia F et al. Noninvasive Ventilation during
persistent weaning failure. Am J Respir Crit Care Med 2003;168:70-6.
76. Ferrer M, Esquinas A, Leon M et al. Noninvasive ventilation in severe
hypoxemic respiratory failure. Am J Respir Crit Care Med 2003;168:1438-
44.
77. Hilbert G, Gruson D, Portel L et al. Noninvasive pressure support
ventilation in COPD patients with postextubation hypercapnic respiratory
insufficiency. Eur Respir J 1998;11:1349-53.
78. Girault C, Daudenthun I, Chevron V et al. Noninvasive ventilation as a
systematic extubation and weaning technique in acute-on-chronic
respiratory failure. A prospective, randomized controlled study. Am J
Respir Crit Care Med 1999;160:86-92.
79. Keenan SP, Powers C, McCormack DG et al. Noninvasive Positive-
Pressure Ventilation for postextubation respiratory distress. JAMA
2002;287:3238-44.
80. Ely EW, Meade MO, Haponik EF et al. Mechanical ventilator weaning
protocols driven by nonphysician health-care professionals. Chest
2001;120:454-63.
81. Richard J, Carlucci A, Wysocki M et al. French multicenter survey:
noninvasive versus conventional mechanical ventilation. Am J Respir Crit
Care Med 1999; 159:A367.
ANEXOS
ANEXO I
APACHE II
ANEXO I (continuação)
APACHE II
ANEXO II
PROTOCOLO
( )
1-NOME: ......................................................................
2-REGISTRO: ..............................................................
3-IDADE:
4-SEXO: ( 1 ) feminino
( 2 ) masculino
5-DIAGNÓSTICO:...segundo o Apache
6-APACHE: .................................................................
7-DATA INTERNAÇÃO UTI: ....................................
8-DATA ALTA UTI: ...................................................
9-VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA:
( 1 ) SIM
( 2 ) NÃO
10-VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO-INVASIVA:
( 1 ) SIM
( 2 ) NÃO
11- VENTILAÇÃO ESPONTÂNEA:
( 1 ) SIM
( 2 ) NÃO
12-FISIOTERAPIA: ( 1 ) SIM ( 2 ) NÃO
13-DESFECHO: ( 1 ) ALTA DA UTI
( 2 ) ÓBITO
CODIFICAÇÃO
2-REG. ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
3-IDADE ( )
4-SEXO ( )
5-DIAGNÓSTICO: segundo Apache ( )
6-APACHE: ...........................................
7-INTERNAÇÃO UTI: .........................
8-ALTA UTI: .........................................
TOTAL DIAS: ( )
9-VMI: ( )
Data inicio: .........................................
Data fim: .............................................
Reentubação: ......................................
Extubação: ..........................................
..............................................................
..............................................................
10-VMNI: ( )
Data inicio: .......................................
Data fim: ............................................
11-VENTILAÇÃOESPONTÂNEA ( )
12-FISIOTERAPIA: ( )
13-DESFECHO: ( )
1
Carvalho CRR. Ventilação Mecânica – Vol I – Básico. São Paulo: Atheneu; 2000.
2
Azeredo CAC. Técnicas para o desmame no ventilador mecânico. São Paulo: Manole;
2002.
3
Gomboski SM e Câmara FR. Ventilação Não-Invasiva. Scientia Medica
2004;14(2):192-98.
4
Goldberg A, Leger P, Hill N et al. Clinical indications for noninvasive positive
pressure ventilation in chronic respiratory failure due to restrictive lung disease,
COPD, and nocturnal hypoventilation – A Consensus Conference Report. Chest
1999;116:521-34.
5
Maltias F, Reissmann H, Gottfried SB. Pressure support reduces inspiratory effort and
dyspnea during exercise in chronic airflow obstruction. Am J Respir Crit Care Med
1995;151:1027-33.
6
Todisco T, Baglioni S, Eslami A et al. Treatment of acute exacerbations of chronic
respiratory failure: integrated use of negative pressure ventilation and noninvasive
positive pressure ventilation. Chest 2004;125(6):2217-23.
7
Vivas MF, Such JC, Rosa JG et al. Noninvasive pressure support versus proportional
assist ventilation in acute respiratory failure. Intensive Care Med 2003;29:1126-33.
8
Plant PK, Owen JL, Elliot MW. Non-invasive ventilation in acute exacerbations of
chronic obstructive pulmonary disease: long term survival and predictors of in-
hospital outcome. Thorax 2001;56:708-12.
9
Keenan SP, Powers C, McCormack DG et al. Noninvasive positive-pressure
ventilation for postextubation respiratory distress: a randomized controlled trial.
JAMA 2002;287(24):3238-44.
10
Brochard L, Mancebo J, Wysocki M et al. Noninvasive ventilation for acute
exacerbations of chronic obstructive pulmonary disease. N England J Medicine 1995;
333(33):817-22.
11
Maltias F, Reissmann H, Gottfried SB. Pressure support reduces inspiratory effort and
dyspnea during exercise in chronic airflow obstruction. Am J Respir Crit Care Med
1995;151:1027-33.
12
Johnson JE, Gavin DJ, Majusar MC. Effects of training with heliox and noninvasive
positive pressure ventilation on exercise ability in patients with severe COPD. Chest
2002;122(2):464-72.
13
Bianchi L, Foglio K, Pagani M et al. Effects of proportional assist ventilation on
exercise tolerance in COPD patients with chronic hipercapnea. Eur Respir J 1998;11:
422-27.
14
Porta R, Appendini L, Vitacca M et al. Mask proportional assist vs pressure support
ventilation in patients in clinically stable condition with chronic ventilatory failure.
Chest 2002;122(2):479-88.
15
Simonds AK. Home ventilation. Eur Respir J 2003;22:38-46.
16
II Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica. J Pneumol 2000;26:S1-S68.
17
Mehta S e Hill NS. Noninvasive Ventilation. Am J Respir Crit Care Med 2001;163:
540-77.
18
Carvalho CRR. Ventilação Mecânica – Vol I I– Avançado. São Paulo: Atheneu; 2000.
19
Knaus WA, Draper EA, Wagner DP, Zimmerman JE. APACHE II: A severity of
disease classification system. Crit Care Med 1985;13:818-29.
20
Esteban A, Anzuetto A, Aliá I et al. International study of the prevalence of
mechanical ventilation. Intens Care Med 1997;23(1):s23.
21
Pierson DJ. Complications associated with mechanical ventilation. Crit Care Clinics
1990;6(3):711.
22
MacIntyre NR. Evidence-based guidelines for weaning and discontinuing veentilatory
support. Chest 2001;120:375-96.
23
Epstein SK, Nevins ML, Chung J. Effect of unplanned extubation on outcome of
mechanical ventilation. Am J Respir Crit Care Méd 2000;161:1912-16.
24
Baudouin S, Blumenthal S, Cooper B et al. Non-invasive ventilation in acute
respiratory failure. Thorax 2002;57:192-211.
25
Hillberg RE, Johnson DC. Noninvasive Ventilation. N Engl J Med 1997;337:1746-52.
26
Hilbert G, Gruson D, Vargas F et al. Noninvasive ventilation in immunosuppressed
patients with pulmonary infiltrates, fever, and acute respiratory failure. N Engl J Med
2001;344:481-87.
27
Vivas MF, Such JC, Rosa JG et al. Noninvasive pressure support versus proportional
assist ventilation in acute respiratory failure. Intensive Care Med 2003;29:1126-33.
28
Poponick JM, Renston JP e Emerman CL. Successful use of nasal BIPAP in three
patients previsously requiring intubation and mechanical ventilation. The Journal of
Emergency Medicine 1997;15:785-88.
29
Vanpee D, El Khawand C, Rousseau L et al. Does inspiratory behaviour affect the
efficiency of non-invasive ventilation in COPD patients? Respiratory Medicine
2002;96:709-15.
30
Elliott MW. Noninvasive ventilation in chronic obstructive pulmonary disease. N
Engl J Med 1995;333:870-71.
31
Martin TJ, Hovis JD, Costantino JP et al. A randomized, prospective evaluation of
noninvasive ventilation for acute respiratory failure. Am J Respir Crit Care Méd
2000;161:807-13.
32
Paus-Jenssen ES, Reid JK, Cockcroft DW et al. The use of noninvasive ventilation in
acute respiratory failure at a tertiary care center. Chest 2004;126:165-72.
33
Alises SM, Mendieta MAG e Lobato SD. Aerofagia por ventilación mecánica no
invasiva: primera manifestación de un carcinoma gástrico silente. Arch
Bronconeumol 2003;39(7):321-3.
34
Azeredo CAC. Fisioterapia respiratória no hospital geral. São Paulo: Manole; 2000.
35
Stoller JK. Acute exacerbations of chronic obstructive pulmonary disease. N Engl J
Med 2002;346(13):988-94.
36
Bott J, Carroll TH. Randomized controlled trial of nasal ventilation in acute
ventilatory failure due to chronic obstructive airways disease. Lancet 1993;341:1555-
7.
37
Kramer N, Meyer TJ, Meharg J, et al. Randomized, prospective trial of noninvasive
positive pressure ventilation in acute respiratory failure. Am J Respir Crit Care Med
1995; 151:1799-806.
38
Meduri GU, Abou-Shala N, Fox RC et al. Non-invasive face mask ventilation in
patients with acute hipercapnic respiratory failure. Chest 1991;100:445-54.
39
Moretti M, Cilione C, Tampieri A et al. Incidence and causes of non-invasive
mechanical ventilation failure after initial sucess. Thorax 2000;55:819-25.
40
Ambrosino N, Foglio K, Rubini F et al.
41
Azeredo CAC. Fisioterapia respiratória moderna. São Paulo: Manole, 2002.
44
Masip J, Betbesé AJ, Paez J et al. Non-invasive pressure support ventilation versus
conventional oxigen therapy in acute cardiogenic pulmonary oedema: a randomised
trial. Lancet 2000;356:2126-32.
45
Azeredo CAC. Fisioterapia respiratória moderna. São Paulo: Manole, 2002.
46
Martini Tj, Hovis JD, Constantino JP et al. A randomized, prospective evaluation of
noninvasive ventilation for acute respiratory failure. Am J Respir Crit Care Med
2000; 161:807-13
47
Martini Tj, Hovis JD, Constantino JP et al. A randomized, prospective evaluation of
noninvasive ventilation for acute respiratory failure. Am J Respir Crit Care Med
2000; 161:807-13.
48
Pinheiro BV, Pinheiro AF, Henrique DMN et al. Ventilação não-invasiva com
pressão positiva em pacientes com insuficiência respiratória aguda. J Pneumol 1998;
24(1):23-9.
49
Holanda MA, Oliveira CH, Rocha EM et al. Ventilação não-invasiva com pressão
positiva em pacientes com insuficiência respiratória aguda: fatores associados à falha
ou ao sucesso. J Pneumol 2001;27(6):301-9.
50
Nava S, Carbone G, DiBatista N et al. Noninvasive ventilation in cardiogenic
pulmonary edema. A multicenter randomized tria. Am J Respir Crit Care Med 2003;
168:1432-37.
51
Lisboa C, Díaz O e Fadic R. Ventilación mecânica no invasiva en pacientes con
enfermedades neuromusculares y en pacientes côn alteraciones de la cajá torácica.
Arch Bronconeumol 2003;39(7):314-20.
52
Auriant I, Jallot A, Hervé P et al. Noninvasive ventilation reduces mortality in acute
respiratory failure following lung ressection. Am J Respir Crit Care Med 2001;164:
1231-35.
53
Lobato SD, Mendieta MAG e Alises M. Aplicaciones de la ventilación mecánica no
invasiva en pacientes que reciben ventilación endotraqueal. Arch Bronconeumol
2002; 38:281-84.
54
Brochard L, Mancebo J, Elliott MW. Noninvasive ventilation for acute respiratory
failure. Eur Respir J 2002;19:712-21.
55
Elliott MW. Noninvasive ventilation in chronic ventilatory failure due to chronic
obstructive pulmonary disease. Eur Respir J 2002;20:511-14.
56
Vanpee D, Khawand CE, Rousseau L et al. Effects of nasal pressure support on
ventilation and inspiratory work in normocapnic and hypercapnic patients with stable
COPD. Chest 2002;122:75-83.
57
Wysocki M, Richard JC, Meshaka P. Noninvasive proportional assist ventilation
compared with noninvasive pressure support ventilation in hypercapnic acute
respiratory failure. Crit Care Med 2002;30:323-29.
58
Liesching T, Kwok H,, Hill NS. Acute applications of noninvasive positive pressure
ventilation. Chest 2003;124:699-713.
59
Vanpee D, Khawand CE, Rousseau L et al. Effects of nasal pressure support on
ventilation and inspiratory work in normocapnic and hipercapnic patients with stable
COPD. Chest 2002;122:75-83.
60
Simonds AK. Home Ventilation. Eur Respir J 2003;22(47):38-46.
61
Casanova C, Celli BR, Tost L et al. Long-term controlled trial of nocturnal nasal
positive pressure ventilation in patients with severe COPD. Chest 2000;118:1582-90.
62
Keenan SP, Sinuff T, Cook DJ et al. Which patients with acute exacerbation of
chronic obstructive pulmonary disease benefit from noninvasive positive-pressure
ventilation? A systematic review of the literature. Ann Intern Med 2003;138:861-70.
63
Evans TW, Albert R, Angus D et al. International Consensus Conferences in
Intensive Care Medicine: non-invasive poritive pressure ventilation in acute
respiratory failure. Am J Respir Crit Care Med 2001;27:166-78.
64
Benhamou D, Muir JF, Melen B. Mechanical ventilation in elderly, patients. Monaldi
Arch Chest Dis 1998;53:547-51.
65
Benhamou D, Girault C, Faure C et al. Nasal mask ventilation in acute respiratory
failure. Experience in elderly patients. Chest 1992;102:912-17.
66
Meduri GU, Fox RC, Abou-Shala N et al. Noninvasive mechanical ventilation via
face mask in patients with acute respiratory failure who refused endotracheal
intubation. Crit Care Med 1994;22:1584-90.
67
Meduri GU, Turner RE, Abou-Shala N et al, Noninvasive positive pressure
ventilation via face mask. Fist-line intervention in patients with acute hypercapnic
and hypoxemic respiratory failure. Chest 1996;109:179-93.
68
Wood KA, Lewis L, Von Harz B et al. The use of noninvasive positive pressure
ventilation in the emergency department: results of a randomized clinical trial. Chest
1998;113:1339-46.
69
Guerin C, Girard R, Chemorin C et al. Facial mask noninvasive mechanical
ventilation reduces the incidence of nosocomial pneumonia. A prospective
epidemiological survey from a single ICU. Intensive Care Med 1997;23:1024-32.
70
71
Guerin C, Girard R, Chemorin C et al. Facial mask noninvasive mechanical
ventilation reduces the incidence of nosocomial pneumonia. A prospective
epidemiological survey from a single ICU. Intensive Care Med 1997;23:1024-32.
71
Hulley SB, Cummings SR, Browner WS. Delineando a pesquisa clínica: uma
abordagem epidemiológica. Porto Alegre: Artmed, 2003.
72
Esteban A, Anzueto A, Vivar FF et al. Outcome of older patients receiving
mechanical ventilation. Intensive Care Med 2004;30:639-46.
73
Gabrielli A, Caruso LJ, Layon AJ et al. Yet another look at noninvasive positive-
pressure ventilation. Chest 2003;124:428-31.
74
Epstein SK, Ciubotaru RL. Independent effects of etiology of failure and time to
reintubation on outcome for patients falilng extubation. Am J Respir Crit Care Med
1998;158:489-93.
75
Ferrer M, Esquinas A, Arancibia F et al. Noninvasive Ventilation during persistent
weaning failure. Am J Respir Crit Care Med 2003;168:70-6.
76
Ferrer M, Esquinas A, Leon M et al. Noninvasive ventilation in severe hypoxemic
respiratory failure. Am J Respir Crit Care Med 2003;168:1438-44.
77
Hilbert G, Gruson D, Portel L et al. Noninvasive pressure support ventilation in
COPD patients with postextubation hypercapnic respiratory insufficiency. Eur Respir
J 1998;11:1349-53.
78
Girault C, Daudenthun I, Chevron V et al. Noninvasive ventilation as a systematic
extubation and weaning technique in acute-on-chronic respiratory failure. A
prospective, randomized controlled study. Am J Respir Crit Care Med 1999;160:86-
92.
79
Keenan SP, Powers C, McCormack DG et al. Noninvasive Positive-Pressure
Ventilation for postextubation respiratory distress. JAMA 2002;287:3238-44.
80
Ely EW, Meade MO, Haponik EF et al. Mechanical ventilator weaning protocols
driven by nonphysician health-care professionals. Chest 2001;120:454-63.
81
Richard J, Carlucci A, Wysocki M et al. French multicenter survey: noninvasive
versus conventional mechanical ventilation. Am J Respir Crit Care Med 1999;
159:A367.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo