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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
MÔNICA SILVEIRA PAIXÃO
ANÁLISE BACTERIOLÓGICA DA ÁGUA UTILIZADA
NOS EQUIPOS ODONTOLÓGICOS DO SERVIÇO
PÚBLICO DE ARACAJU/SE
ARACAJU
2006
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MÔNICA SILVEIRA PAIXÃO
ANÁLISE BACTERIOLÓGICA DA ÁGUA
UTILIZADA NOS EQUIPOS ODONTOLÓGICOS
DO SERVIÇO PÚBLICO DE ARACAJU/SE
Dissertação apresentada ao Núcleo de Pós-
Graduação em Medicina da Universidade
Federal de Sergipe como requisito parcial à
obtenção do grau de Mestre em Ciências da
Saúde.
Orientador : Profª. Drª. Rita de Cássia Trindade
ARACAJU
2006
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Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da Saúde/UFS
Paixão, Mônica Silveira
Análise Bacteriológica da água utilizada nos equipos odontológicos do
serviço público de Aracaju/SE / Mônica Silveira Paixão.-- Aracaju, 2006.
71f.
Orientadora: Profª. Drª. Rita de Cássia Trindade
Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Universidade Federal de
Sergipe, Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Núcleo de Pós-
Graduação e Pesquisa em Medicina.
1. Análise bacteriológica da água 2. Controle de infecções 3.
Equipamentos odontológicos 4. Odontologia I. Título
P149a
CDU 616.314:543.31
4
MÔNICA SILVEIRA PAIXÃO
ANÁLISE BACTERIOLÓGICA DA ÁGUA
UTILIZADA NOS EQUIPOS ODONTOLÓGICOS
DO SERVIÇO PÚBLICO DE ARACAJU/SE
Dissertação apresentada ao Núcleo de Pós-
Graduação em Medicina da Universidade
Federal de Sergipe como requisito parcial à
obtenção do grau de Mestre em Ciências da
Saúde.
Aprovada em: _____/_____/_____
_________________________________________
1º Examinador: Profª. Drª. Rita de Cássia Trindade
_________________________________________
2º Examinador: Prof. Dr. Murilo Marchioro
_________________________________________
3º Examinador: Profª. Drª. Cristiane Costa da C. Oliveira
PARECER
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DEDICATÓRIA
Este trabalho é dedicado ao meu filho Lucas Paixão Santana, com quem eu aprendo
todos os dias uma nova lição de vida, de amizade, de ética...
Aos meus pais Drª Ana Mª Silveira Paixão, Pediatra, e José Valtércio Paixão, pela
herança genética, pelo amor incondicional e pelos princípios éticos a mim
repassados durante todos esses anos de convivência. Aos meus irmãos Aninha,
Bióloga, Clara, Dentista e Valtércio, Publicitário, pelos conselhos e carões voltados
para o meu crescimento pessoal.
Aos meus fiéis amigos, pela presença constante em minha vida, em especial a
Rogério, Tadeu, Hermógenes, Marcos M.Santana, Allan Ulisses, Cintia, Aloísio
Carvalho e Marlos .
Ao Grupo de Estudos em Bioética, formado pelos mestrandos em Ciências da
Saúde/UFS/2005: Jerônimo Araújo (médico), Rossana Cahino
(farmacêutica/bioquímica), Ana Paula Lemos (enfermeira), André Faro (psicólogo),
Goretti Reis (enfermeira), Carlos Guimarães (médico), Amaro Afrânio
(fisioterapeuta) e eu – Mônica Paixão (dentista).
A Luis Alves Neto, monitor da disciplina que leciono na UFS, representando todos
os meus alunos de Odontologia, aos quais devo boa parte da minha dedicação aos
estudos. São esses alunos-amigos que, através de suas lições de amizade,
perseverança, esperança,...conseguem transmitir o verdadeiro carinho e respeito
pelo ofício de professor.
“Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor, mas lutamos para que o
melhor fosse feito...Não somos o que deveríamos ser, não somos o que iremos ser.
Mas, graças a Deus, não somos o que éramos”.
Martin Luther King
6
AGRADECIMENTOS
Ao Núcleo de Pós-Graduação em Medicina, pela oportunidade concedida a todos os
profissionais da área de saúde. Especialmente a Jolinda, Martha, Bruna e Cristiano.
A todos os professores do NPGME, pelo apoio dispensado, pela atenção e disposição
com que eu e meus amigos do mestrado fomos atendidos durante a construção dos
nossos projetos. Agradecimentos especiais aos professores Dr. José Augusto Soares
Barreto Filho, Prof. Dr. Murilo Marchioro, Prof. Dr. Manoel Hermínio, Prof. Dr.
Antônio Paixão, Profª. Drª. Rita de Cássia e Profª. Drª. Ângela Maria da Silva, pelos
exemplos de vida e profissionais que os tornaram referências para seus alunos.
Ao Departamento de Odontologia da UFS, por oferecer as condições necessárias ao
desenvolvimento deste trabalho, em especial aos professores Ignês Aurora dos Anjos
Hora (que muito torceu por mim), Edith Bastos Paixão (aposentada), José Rogério
Vieira de Almeida (amigo especial que sempre confiou no meu sucesso), Walter
Noronha, Djenal Santana, Mª José Santana, Tânia Fortes e Martha Piva. A todos os
funcionários do DOD, especialmente a Eliane e Ana Vanúzia.
A todos os amigos do Laboratório de Microbiologia Aplicada da UFS, pela boa-
vontade em contribuir com o trabalho científico desta instituição, especialmente à
Érika e Toinho (estudantes de Medicina e Enfermagem, respectivamente,
indispensáveis para o desenvolvimento da fase laboratorial da minha pesquisa),
Profª. Drª. Rita de Cássia Trindade (minha orientadora) e aos amigos Dângelly,
Tony, Paty, Alisson, Camilla, Vítor, Ramón, Gladys, Paulinho, Reinalda, Diogo,
Erick e Emerson.
E, com muito carinho, aos meus colegas de mestrado Sílvia, Marcelo, Heloíza,
Kildane, Amaro, André, Paulo, Wilson, Jerônimo, Goretti, Kátia Luciana, Kátia
Floripes, Mário, Matheus, Viviane (Viví), Sheila, Shirley (amiga de todas as horas),
Setton, Rossana, Carlos, Glaise, Ana Paula (Paulinha), Valéria, Fabrício, Helena,
Maíra, Fábio, Célia, Juliana e Lúcia, pela contribuição direta ou indireta, e
principalmente, pela amizade construída.
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RESUMO
Através de análises bacteriológicas, avaliou-se a qualidade da água utilizada nos
Equipos Odontológicos do Serviço Público de Aracaju. Foram coletadas 118
amostras de água procedentes de 59 Equipos distribuídos em três grupos, de acordo
com a localização dos reservatórios e a disponibilidade do sistema de anti-sepsia
Flush. A presente pesquisa se propôs a investigar a contaminação por coliformes
totais e fecais na água utilizada em 24 Equipos do Departamento de Odontologia e
35 Equipos das Unidades Básicas de Saúde, o que corresponde a 50% do total de
Equipamentos Odontológicos em funcionamento no Serviço Público Federal e
Municipal, respectivamente. Também foi analisada a relação entre qualidade da água
e Marca dos Equipamentos Odontológicos/Tempo de Funcionamento dos mesmos.
As amostras foram analisadas no Laboratório de Microbiologia Aplicada da
Universidade Federal de Sergipe/UFS, no período de abril/2005 a março/2006,
utilizando-se a Técnica de Tubos Múltiplos. Das 118 amostras analisadas 03 (três)
apresentaram-se impróprias para consumo humano e, conseqüentemente, impróprias
para uso odontológico, de acordo com a legislação vigente no Brasil. Não foram
observados os supostos efeitos bactericidas do sistema Flush, independente da marca
e tempo de funcionamento dos equipamentos.
Palavras-chaves: Equipamento odontológico, Colimetria, Controle de infecção,
Análise de água.
8
ABSTRACT
Through bacteriological analyses, quality of water used in odontologic equipment of
the Public Service in Aracaju was evaluated. 118 water samples were collected from
59 equipments and distributed in three groups according to the localization of the
reservoirs and the system availability of Flush Antisepsis. The present research was
supposed to investigate the contamination with total and fecal coliforms in the water
used in 24 equipments of Odontology Department and 35 equipments of Health
Basic Units, which corresponds to 50% of total odontologic equipment in
functioning in the Federal and Municipal Public Service. Also, the relation between
quality of water and mark of Odontologic Equipment/Time of working of the same
ones was analyzed. The samples were analyzed in Applied Microbiology Laboratory
in the Federal University of Sergipe, from April 2005 to March 2006, using the
Multiple Pipes Technique. Among 118 analyzed samples, 03 (three) them were
unsuitable for human consumption and, consequently, for odontologic use, according
to the current law in Brazil. The bactericidal effects of the Flush system were not
observed, independent of the mark and time of the equipment functioning.
Key-words: Dental equipments; Colimetry, Infection control; Water analysis.
9
LISTA DE FIGURAS E FOTOS
FIGURA 1: Hospital Universitário de Sergipe (HU) 34
FOTO 1: UBS da I Região de Aracaju 32
FOTO 2: UBS da II Região de Aracaju 32
FOTO 3: UBS da III Região de Aracaju 33
FOTO 4: UBS da IV Região de Aracaju 33
FOTO 5: Ambulatório I – ODONTOPEDIATRIA 35
FOTO 6: Ambulatório II – DENTÍSTICA 35
FOTO 7: Ambulatório III – CIRURGIA 36
FOTO 8: Equipos do Grupo I – com reservatório de água na caixa de comando 37
FOTO 9: Caixa de comando 37
FOTO 10: Equipos do Grupo II 37
FOTO 11: Equipos do Grupo III 38
FOTO 12: Coleta de água na UBS Dr. Augusto César Leite 38
FOTO 13: Coliformes fecais (microscopia eletrônica) 39
FOTO 14: Técnica de Tubos Múltiplos 41
FOTO 15: Teste presuntivo – CLS e CLD 42
FOTO 16: Teste Confirmativo para Coliformes totais 42
FOTO 17: Teste Confirmativo para Coliformes fecais 43
10
LISTA DE GRÁFICOS E QUADROS
GRÁFICO 1: Cobertura do Programa Saúde da Família em Aracaju/SE
(1998/2004). 29
GRÁFICO 2: Número de Equipos Odontológicos Pesquisados nas Unidades Básicas
de Saúde/Região. 44
GRÁFICO 3: Grupos de Equipos Odontológicos pesquisados nas UBS’s. 45
GRÁFICO 4: Procedência da água utilizada no reservatório dos Equipos
Odontológicos das UBS’s. 45
GRÁFICO 5: Tempo de funcionamento dos Equipos Odontológicos das UBS’s 46
GRÁFICO 6: Marcas dos Equipos Odontológicos pesquisados nas UBS’s 46
GRÁFICO 7: Número de Equipos Odontológicos pesquisados no Departamento de
Odontologia por Ambulatório. 48
GRÁFICO 8: Grupos de Equipos Odontológicos pesquisados no Departamento de
Odontologia/UFS. 49
GRÁFICO 9: Tempo de funcionamento dos Equipos Odontológicos do
Departamento de Odontologia/UFS 49
QUADRO 1: Doenças de Veiculação Hídrica 20
QUADRO 2: Padrão microbiológico de potabilidade da água 24
QUADRO 3: : Ficha de Registro nas Unidades Básicas de Saúde 27
QUADRO 4: Padrão Microbiológico 28
QUADRO 5: Unidades Básicas de Saúde de Aracaju pesquisadas / Região. 30
QUADRO 6: Resultados das análises bacteriológicas da água pela Técnica de Tubos
Múltiplos nas UBS’s da I e II Regiões. 47
QUADRO 7: Resultados das análises bacteriológicas da água pela Técnica de Tubos
Múltiplos no Departamento de Odontologia/Ambulatório IV – Clínica Odontológica
Integrada. 50
11
LISTA DE SIGLAS
ADA: American Dental Association
CEC: Caldo para detecção de Escherichia coli
CLS: Caldo Lactosado Simples
CLD: Caldo Lactosado Duplo
CVB: Caldo Verde Brilhante
CT: Coliformes totais
CF: Coliformes fecais
CETESB: Companhia Tecnológica de Saneamento Ambiental
DMO: Departamento de Morfologia
DOD: Departamento de Odontologia
EF: Estreptococos fecais
HU: Hospital Universitário
LMA: Laboratório de Microbiologia Aplicada
MS: Ministério da Saúde
NMP: Número Mais Provável
PACS: Programa de Agentes Comunitários de Saúde
PMA: Prefeitura Municipal de Aracaju
PSF: Programa Saúde da Família
SUS: Sistema Único de Saúde
UBS: Unidade Básica de Saúde
UFC: Unidade Formadora de Colônia
UFS: Universidade Federal de Sergipe
VMP: Valor Máximo Permitido
12
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 01
2 REVISÃO DA LITERATURA............................................................................... 05
3 OBJETIVOS.............................................................................................................. 26
4 CASUÍSTICA E MÉTODOS................................................................................... 27
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................. 44
6 CONCLUSÕES......................................................................................................... 56
REFERÊNCIAS........................................................................................................... 57
ANEXO A – Unidades Básicas de Saúde de Aracaju ............................................... 64
ANEXO B – Técnica de Tubos Múltiplos.................................................................. 67
ANEXO C – Tabela de Hoskins.................................................................................. 68
1
1 INTRODUÇÃO
Historicamente, até a década de 70, os programas de assistência à saúde nos
países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, são quase sempre realizados sob a
forma de cuidados médico-hospitalares caracterizados pelo individualismo, pela
utilização irracional dos recursos tecnológicos disponíveis e pela baixa
resolutividade, gerando alto grau de insatisfação para todos os partícipes do processo
– gestores, profissionais de saúde e população que utiliza os serviços (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2000).
Hoje o conceito de saúde não se resume apenas a ausência de doenças e sim a
vários fatores relacionados a condições de vida, como moradia, emprego,
saneamento, eletrificação, água tratada, acesso aos serviços de saúde, nível
educacional, etc. Com esta abrangência da saúde, começou-se a perceber que o ciclo
saúde-doença poderia reduzir drasticamente ao se melhorar as condições de vida das
pessoas, isso porque elas adoeceriam menos (ALEXANDRIA, 2003).
A partir da promulgação da Constituição Federal em 1988, foram definidas
como diretrizes e princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) a universalização, a
eqüidade, a integralidade, a descentralização, a hierarquização e a participação da
comunidade com vistas a reduzir o hiato ainda existente entre os direitos sociais
garantidos por lei e a capacidade efetiva de ofertas de ações e serviços públicos de
saúde à população brasileira (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000).
Ao longo dos anos, diversas pesquisas indicaram que Unidades Básicas de
Saúde, funcionando adequadamente, de forma resolutiva, oportuna e humanizada,
são capazes de resolver, com qualidade, a maioria dos problemas de saúde da
população. Neste contexto, visando reorientar e substituir o modelo de saúde
tradicional, baseado na valorização da doença e do hospital, por um modelo que
prioriza a prevenção e promoção de saúde com a participação da população, o
Ministério da Saúde implantou, em 1994, o Programa Saúde da Família – PSF.
O Programa Saúde da Família conta com uma equipe multiprofissional
composta por médico, enfermeira, assistente social, auxiliar de enfermagem, agentes
2
comunitários de saúde e, a partir do ano 2000, a Equipe de Saúde Bucal, composta
pelo Cirurgião-Dentista, Atendente de Consultório Dentário (ACD) e Técnico em
Higiene Dental (THD). Cada equipe é responsável pelo acompanhamento de, no
máximo, mil famílias ou 4.500 pessoas que residam ou trabalhem na área adscrita
sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família.
Entretanto, um dos grandes desafios enfrentados pela Odontologia atual é
deter a propagação de infecções nos consultórios que, pelo aumento da resistência
dos microrganismos e pela falta de cuidado de alguns profissionais, tem se
intensificado (SAQUY; PÉCORA; SAVIOLI, 1990; FERREIRA, 1995; TEIXEIRA;
SANTOS, 1999). Tal problema há muito tem sido abordado e, no entanto, continua
presente pela ausência de conscientização e disposição suficientes no sentido de se
tomarem as providências necessárias (LOTUFO; GIORGI, 1990; AJAGBE et al.,
1989).
Dentre os potenciais meios de transmissão de infecções cruzadas encontra-se
a água utilizada para refrigeração dos equipamentos odontológicos (BLAKE, 1963;
ABEL et al., 1971; MCETENGART; CLARK, 1973). A qualidade bacteriológica da
água utilizada nestes equipamentos vem sendo pesquisada a mais de cinqüenta anos,
tendo sido questionada pela primeira vez por Murray; Slack (1957), que
demonstraram-na como um potencial transmissor de doenças infecciosas. Porém,
mesmo com os avanços científicos das últimas décadas e a preocupação com a
disseminação de doenças infecto-contagiosas no consultório odontológico, este
problema continua a existir, sendo subestimado ou mesmo desconhecido pela
maioria dos profissionais (AGUIAR; PINHEIRO, 1999).
Neste sentido, dois fatores são preocupantes: o refluxo de fluidos orais para o
interior das peças rotatórias quando da interrupção do seu acionamento (FERREIRA,
1995) e a utilização de água contaminada para a refrigeração das mesmas, que pode
inocular no paciente de dez mil a um milhão de microrganismos por mililitro de água
(SCIAKY; SULITZEANU, 1962; GROSS, DEVINE; CUTRIGHT, 1976).
Esta contaminação afeta de forma geral os equipamentos odontológicos, seja
nos consultórios particulares, seja nos postos de atendimento ou, o que é mais grave,
nas instituições de ensino (FANTINATO et al., 1992). As escolas de Odontologia
devem, no mínimo, conhecer tal problema, oferecendo recursos e conhecimentos
3
para a sua resolução, pois além de serem responsáveis pela formação dos
profissionais, é nestas instituições onde os hábitos, bons ou ruins, são adquiridos
(MANTECCA, 1996).
A determinação da potabilidade da água não deve ser baseada na
identificação de microrganismos patogênicos, pois os mesmos podem não ser
detectados em análises laboratoriais quando em pequeno número, além de requerer
um período de tempo maior para a sua identificação. Assim, é recomendada a
detecção de microrganismos que indicam a possibilidade da presença de patógenos,
como os coliformes fecais.
O grupo coliforme abrange todos os bacilos gram negativos, não
esporulados, aeróbios ou anaeróbios facultativos, que fermentam lactose produzindo
gás dentro de 48 horas, à temperatura de 35ºC. As principais bactérias deste grupo
pertencem aos gêneros Escherichia e Aerobacter, sendo a Escherichia coli a espécie
dominante no grupo, constituindo 95% dos coliformes encontrados nas fezes
(PELCZAR JUNIOR; CHAN; KRIEG, 1997).
Os coliformes estão sempre presentes no trato intestinal de animais
homeotérmicos, sendo eliminados abundantemente pelas fezes. A presença de
coliformes totais na água indica a possibilidade de poluição fecal da mesma, uma vez
que tais organismos podem ser encontrados livremente no meio-ambiente. No
entanto, a presença de coliformes fecais (Escherichia coli) não oferece dúvida sobre
a origem fecal da contaminação, indicando um risco potencial da presença de outros
organismos patogênicos, enquanto que a sua ausência evidencia uma água
bacteriologicamente potável, uma vez que são mais resistentes na água que outras
bactérias patogênicas (CETESB, 1988).
O Ministério da Saúde, através da Portaria Nº 518/2004 estabelece os
procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da
água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Este mesmo padrão é
adotado na prática odontológica, uma vez que a água dos equipos é colocada
diretamente na cavidade bucal dos pacientes (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).
Diante do exposto, torna-se imprescindível o conhecimento da qualidade da
água utilizada nos equipamentos odontológicos em funcionamento no Serviço
Público de Aracaju. Desta forma, o presente trabalho propõe a análise bacteriológica
da água utilizada nos Equipos Odontológicos do Departamento de Odontologia da
4
Universidade Federal de Sergipe e das Unidades Básicas de Saúde pertencentes ao
Serviço Público Municipal de Aracaju.
5
2 REVISÃO DA LITERATURA
Dentre os recursos naturais, um dos que apresenta os mais variados usos é a
água. A água é de longe a substância mais abundante na Terra, cobrindo cerca de
77% da sua superfície, assim distribuída: 361,3 milhões km
2
de oceanos e mares,
17,5 milhões km
2
de calhas de rios e pântanos, 16,3 milhões km
2
de calotas polares e
geleiras e 2,1 milhões km
2
de lagos. Como resultado, a visão dos primeiros
astronautas foi de um Planeta Água – azul e branco – flutuando na profunda
escuridão do espaço (LEFF, 2001).
Através dos séculos, os diferentes usos da água pelo homem aumentaram
excessivamente, resultando em degradação ambiental e poluição. A deterioração das
fontes de água está relacionada com crescimento e a diversificação de atividades
agrícolas, aumento da urbanização e intensificação de atividades humanas nas bacias
hidrográficas. O uso intenso, sem os devidos cuidados, coloca em risco a
disponibilidade deste precioso recurso e gera problemas de escassez em muitas
regiões e países. O problema atual e futuro de escassez de água na maioria dos
países, com exceção daquelas regiões do planeta em que há limitações naturais, está
mais ligado à qualidade do que à quantidade de água disponível. A água existe,
porém encontra-se cada vez mais comprometida em função do mau uso e da gestão
inadequada deste recurso (LEFF, 2001).
Devido à sua capacidade de solubilização de gases e de erosão dos
continentes, a água não se encontra pura na natureza, e sim como uma dissolução
aquosa de sais, gases e matéria orgânica. Praticamente todos os elementos químicos
encontram-se dissolvidos de uma forma ou de outra em águas naturais, ainda que em
baixas proporções (TUCCI, 2000).
O Brasil concentra em torno de 12% da água doce do mundo disponível em
rios e abriga o maior rio em extensão e volume do Planeta, o Amazonas. Essa água,
no entanto, encontra-se distribuída de forma irregular no território brasileiro e as
grandes reservas não coincidem geograficamente com as grandes cidades onde se
concentra grande parte da população brasileira. Alia-se a este fato, as formas de
utilização e má gestão da água, em especial nas regiões densamente urbanizadas,
6
com conseqüências graves sobre a qualidade e que resulta em perda de
disponibilidade deste recurso em condições adequadas para o abastecimento da
população (KLOETZEL, 2002).
O acesso à água de boa qualidade e em quantidade adequada é uma
prioridade, em especial em áreas urbanas, e está diretamente ligada à saúde da
população. É importante frisar que diversas doenças têm sua origem na água
contaminada e respondem por mais da metade das internações hospitalares na rede
pública de saúde. Portanto, a ampliação do acesso à água devidamente tratada deve
ser encarada como prioridade e ser acompanhada de programas de redução de perdas
nas redes de abastecimento. Estima-se que o desperdício de água nos sistemas
públicos de abastecimento seja de 45% do volume ofertado. Para a redução dessas
perdas são necessários programas que envolvam fiscalização de ligações
clandestinas, substituição de redes velhas, manutenção de hidrômetros, pesquisas de
vazamento, entre outros procedimentos (KLOETZEL, 2002).
A percepção de que a maior parte das doenças é transmitida principalmente
através de contato com a água poluída e esgotos não tratados norteou a busca de
soluções, integrando várias áreas da saúde pública. Nascia assim, a idéia de
saneamento, isto é, o ato de tornar o espaço são, habitável e higiênico (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 1999).
A Constituição Brasileira promulgada em outubro de 1988 propõe a
construção de um sistema único de saúde e estabelece que a saúde deve ser entendida
como “direito de todos e dever do Estado, devendo ser garantida mediante políticas
sociais e econômicas que visem a redução dos riscos de doenças e outros agravos e o
acesso universal e igualitário à ações de serviços para a promoção, proteção e
recuperação da saúde”. Trata-se de uma política pública avançada e que contempla,
além do direito à saúde, a participação da população na gestão dos serviços, a
integralidade e a equidade das ações como princípios norteadores. A Lei Federal Nº
8.080/90 complementa essa definição, ao identificar a “universalidade de acesso aos
serviços de saúde em todos os níveis de assistência, a integralidade da assistência,
entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e
curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de
complexidade do sistema e a igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou
privilégios de qualquer espécie” como alguns dos princípios básicos do Sistema
7
Único de Saúde – SUS (ALEXANDRIA, 2003). A essas orientações, agrega-se a
diretriz da participação da comunidade, definida pela Lei Federal Nº 8.142/90. No
entanto, inúmeras dificuldades ainda são detectadas na operacionalização da
eqüidade e integralidade da assistência em saúde, principalmente pela falta de um
modelo assistencial que contemplasse a incorporação dessa nova responsabilidade do
setor saúde (ALEXANDRIA, 2003).
A partir da década de 90, a revalorização do tema família representa um
marco para a história da saúde no Brasil. O Ministério da Saúde criou o Programa
Saúde da Família – PSF, inspirado em experiências advindas de outros países cuja
saúde pública alcançou níveis interessantes de qualidade, com instrumento na
promoção da saúde, como Cuba, Inglaterra e Canadá, sendo precedido pela criação
do PAS – Programa de Agentes de Saúde (Ceará 1987) e PACS – Programa de
Agentes Comunitários de Saúde Pública (Brasil, 1991) (RAMOS; LIMA, 2003).
Apesar de todos os avanços advindos com a implantação do PSF, a sociedade
brasileira ainda se depara com um dos mais antigos problemas de saúde pública “a
contaminação dos ambientes hospitalares”, sendo um desses focos o “consultório
odontológico”.
A qualidade microbiológica da água dos Equipos Odontológicos é de extrema
importância, uma vez que a equipe odontológica e o paciente estão freqüentemente
expostos à água e aos aerossóis gerados pela turbina de alta-rotação e pela seringa-
tríplice. A má qualidade da água utilizada nos equipamentos médico-odontológicos
vem sendo apontada como meio de transmissão de doenças infecto-contagiosas
(CLEGG, 1996).
Destaca-se o fato de que contagens elevadas de microorganismos são
encontradas nos “Equipos Odontológicos” (nome dado aos equipamentos de
odontologia, que possuem como componentes: tubulações das turbinas de alta-
rotação, contra-ângulos, seringas tríplices, mesa para procedimentos odontológicos,
dentre outros). Essas contagens são resultado do pequeno diâmetro das tubulações
utilizadas em equipamentos odontológicos (empregadas para reduzir o peso e
fornecer água com pressão adequada). Essa desvantajosa relação entre quantidade de
água e número de microrganismos possibilita a aderência dos mesmos ao interior das
tubulações e a formação de um biofilme (CLEG, 1996).
8
De modo geral, a qualidade da água é afetada por fatores climáticos
(insolação, vento, precipitações pluviométricas, temperatura), origem do manancial
(rios, lagos ou águas subterrâneas), pelas características do manancial (solo,
vegetação costeira, tamanho e forma, ganho e perda de água, espécie de seres vivos
presentes, dinâmica das comunidades) e pelas atividades humanas (atividades
variadas que poluem o ar, o solo e a água). Sendo assim, a qualidade da água deve
ser determinada por suas características químicas, físicas e biológicas. Estas, por sua
vez, são representadas por diversos parâmetros, denominados parâmetros físicos,
químicos e biológicos. A adição de substâncias ou de formas de energia que, direta
ou indiretamente, alterem as características físicas e químicas do corpo d’água de
modo a prejudicar a utilização desta para usos benéficos, caracteriza o que se chama
de poluição. Quando isso ocorre em concentrações nocivas à saúde dos seres
humanos, denomina-se contaminação (BURSZTYN, 1993).
A principal fonte biológica de poluição é constituída por produtos de origem
humana, material fecal e lixo, nos quais podem ser encontrados microrganismos
capazes de causar doenças (patógenos), como bactérias, algas, protozoários, fungos e
vírus (BURTON; ENGELKIRK, 1998).
Goulart et al (2002), avaliaram a qualidade microbiológica de 18 amostras de
água potável e de 18 amostras de diferentes marcas de águas minerais envasadas
destinadas ao abastecimento público e de poços de diversas localidades da cidade de
Marília, quanto à presença de coliformes totais e fecais. Os resultados revelaram que
01 (uma) amostra de água mineral e 01 (uma) de abastecimento público
apresentaram contaminação com bactéria do grupo coliforme total.
Santana et al (2003) avaliaram a qualidade microbiológica de quarenta e
quatro amostras de água mineral envasadas, de diferentes marcas, quanto à
contaminação por coliformes totais, E.coli, Pseudomonas aeruginosa, Enterococos,
Clostrídios sulfito redutores a 46ºC, de acordo com o preconizado pela RDC 54/00
do Ministério da Saúde. A pesquisa concluiu que a contaminação por coliformes
totais e E.coli detectada nas amostras sugere falhas higiênicas ao longo do processo e
contaminação fecal recente. Tais amostras apresentaram-se em desacordo com os
padrões microbiológicos legais estabelecidos pela Legislação Brasileira, exigindo a
adoção de práticas higiênicas rigorosas em todo processamento, com o objetivo de
9
obter-se produtos seguros, já que tratamentos não podem ser utilizados visando a
redução/eliminação da contaminação.
Santos et al (2005) pesquisaram a qualidade microbiológica da água
consumida nos bebedouros da UNESP/RIO CLARO. Foram selecionados 8
bebedouros e realizou-se 10 coletas em cada um dos pontos, no período de 11/1/2005
a 5/4/2005, num total de 80 amostras, que foram submetidas à análise microbiológica
de coliformes totais e coliformes termotolerantes, pela técnica dos tubos múltiplos.
Dos oito pontos de coletas estudados, um único ponto não apresentou contaminação
em nenhum dos ciclos de coleta, sendo esse abastecido por água mineral envasada.
Os resultados mais preocupantes foram encontrados no ponto de coleta realizado no
bebedouro do restaurante universitário, que apresentou contaminação por coliformes
totais e coliformes termotolerantes em 90% das amostras. Considerando-se todos os
pontos coletados, foram encontrados coliformes totais em 40% das amostras e 32,5%
de coliformes termotolerantes nas amostras de água analisadas. Com base nesses
achados os pesquisadores relataram que o elevado percentual de amostras fora dos
padrões de potabilidade representa risco à saúde dos consumidores de água destes
bebedouros, sendo inadequada para consumo humano, segundo a Portaria MS
518/2004.
A indicação da presença de fezes na água implica na possibilidade da
presença de patógenos intestinais, como vírus entéricos e bactérias da família
Enterobacteriaceae. Ao fazer ingestão da água contaminada, o indivíduo pode
apresentar gastrenterites de diversos graus de complexidade que variam de casos
simples a doenças severas e doenças epidêmicas, como cólera e febre tifóide. No
intestino dos seres humanos e animais de sangue quente predominam em grande
número os coliformes fecais. Um indivíduo elimina, em média, 10 bilhões de
coliformes fecais por dia. Assim, a presença destes microrganismos em água potável
ou de recreação é um sinal seguro de contaminação com fezes. Estes conhecimentos
classificam o grupo coliforme fecal como um bom indicador de poluição (FILHO et
al., 2003).
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (Centers
for Disease Control and Prevention – CDC) publicaram, no final de 1994,
orientações atualizadas que sintetizaram, sob a denominação de Precauções Padrão
(“Standard Precautions”), as medidas a serem adotadas para todos os pacientes,
10
independente de seu estado imunológico, as quais incorporam as Precauções
Universais (PU) e o Isolamento de Substâncias Corpóreas (BSI).
Burgardt; Leão (1997) destacam que essas precauções padrão abrangem “a
lavagem das mãos, o uso de luvas, o uso de máscaras, protetores oculares e máscaras
faciais, o uso de aventais, os equipamentos para cuidados com o paciente”, bem
como a rouparia (campos, capas etc). É necessário estar atento também para o risco
ocupacional e para os agentes infecciosos transmitidos pelo sangue, por líquidos,
secreções e excreções, assim como para a pele não-intacta e membranas mucosas.
Além destas, alguns pacientes requerem outros tipos de precauções, como aquelas
baseadas na transmissão (por via aérea, gotículas ou por contato).
Equipamentos odontológicos exigem limpeza, desinfecção e, sempre que
possível, o uso de barreiras físicas (filme de PVC, campos de algodão etc) para
prevenir a contaminação de sua superfície. Entretanto, existem partes do
equipamento odontológico para as quais apenas essas medidas não bastam; entre
elas, destacam-se as peças de mão (turbinas de alta rotação, micromotor, seringa
tríplice), as linhas de água do equipamento (tubulações) e o reservatório de água
(CARDOSO et al, 1999).
Murray; Slack (1957) foram os primeiros autores a avaliar a qualidade
microbiológica da água expelida pelos equipamentos odontológicos, tendo
encontrado uma extensiva contaminação bacteriana nas seringas tríplices e
apontando-as como uma fonte potencial de contaminação.
Em uma investigação a respeito do grau de contaminação da unidade de
água, Sciaky; Sulitzeanu (1962) coletaram amostras da água, do ar e do "spray" de
seringas de unidades odontológicas e constataram uma contaminação por bactérias
dos gêneros Streptococcus, Staphylococcus, Diphtheroides e Actinomyces, sendo que
as amostras de "spray" ar/água foram aquelas com os maiores índices de
contaminação.
Blake (1963) demonstrou que a água utilizada na refrigeração das peças de
mão odontológicas, estava freqüentemente infectada com microrganismos
patogênicos e não-patogênicos aos seres humanos, e que a clorexidina diluída na
proporção 1:10.000 é satisfatória na anti-sepsia e no controle da contaminação dos
reservatórios dos equipos.
11
Em avaliação microbiológica de "sprays" oriundos de peças de mão e seringa
tríplice, Abel et al. (1971) detectaram a presença de bactérias em concentrações
muito superiores aos limites permitidos para a água de abastecimento. Os autores
propuseram um método para a redução da contaminação das linhas de água dos
equipamentos odontológicos através do acoplamento de um reservatório que
dispensa água clorada numa concentração de 50 ppm nas tubulações.
Mcetengart; Clark (1973) relataram que o fato de a estrutura da maior parte
dos equipos odontológicos apresentar longas tubulações, nas quais a água permanece
em repouso por longo período, favorece a colonização por bactérias aquáticas. De
acordo com estes autores, os microrganismos atingem o sistema de água das
unidades odontológicas através da contaminação da fonte de abastecimento,
acabando por se aderir às paredes da tubulação. Idealmente, estes equipamentos
deveriam apresentar meios para esterilização da água, bem como mecanismos de
desinfecção das suas tubulações.
Em avaliação da contaminação do sistema de água de aparelhos de ultra-som,
peças de alta rotação e seringas tríplice, Gross; Devine; Cutright (1976) encontraram
uma concentração bacteriana acima de 2,6 milhões, 3,3 milhões e 190 mil cfu/ml de
água, respectivamente. Tais quantidades estavam muito acima do limite permitido,
sendo extremamente preocupante seu uso em procedimentos cirúrgicos e em
pacientes comprometidos imunologicamente. Foi ressaltado ainda que o acionamento
do aparelho por dois minutos antes de iniciar cada atendimento diminui a quantidade
de microrganismos, mas não os elimina aos níveis mínimos necessários.
De acordo com o relatado por Gaglianone (1976), para a vigilância da
qualidade bacteriológica da água, tendo em vista a saúde dos usuários, a Companhia
Tecnológica de Saneamento Ambiental – CETESB recomenda, como primeiro
procedimento, a realização de análise bacteriológica com contagem de organismos
coliformes totais e fecais, indispensável para o conhecimento seguro da qualidade da
água para o uso em humanos. De acordo com o grau de contaminação encontrado,
maior ou menor, serão necessárias novas análises, como a pesquisa específica de
organismos patogênicos.
Dayoub; Rusilko; Gross (1978) afirmaram que o uso de água contaminada
para a refrigeração de canetas de alta-rotação e aparelhos de ultra-som apresentam
riscos tanto para o cirurgião-dentista, quanto para o paciente. Nos procedimentos
12
cirúrgicos ou naqueles que produzam sangramento, estes riscos são ainda maiores.
Demonstraram ainda, que depois da descontaminação das linhas de água, a instalação
de uma membrana estéril com poros de 0,45 μm no interior das tubulações, agia
como um filtro podendo eliminar a microbiota por mais de 72 horas.
O “Council on Dental Materials and Devices” e o “Council on Dental
Therapeutics” (1978) relataram duas possíveis fontes de infecção das linhas de água
dos equipamentos odontológicos: a água de abastecimento e o refluxo de líquidos
bucais para o interior das peças rotatórias. Esta constatação foi feita a partir dos tipos
de microrganismos encontrados: bactérias de habitat aquático ou típicas da cavidade
bucal, respectivamente. Quando se interrompe o acionamento das canetas rotatórias,
ocorre um refluxo para o interior das mesmas, introduzindo assim gotículas de saliva
dos pacientes em seu interior, tornando-a fonte de infecções. Para atenuar tal
problema, o Conselho recomendou o acionamento das peças de mão por pelo menos
dois minutos antes e depois do atendimento de cada paciente, reduzindo, desta forma,
o número de microorganismos acumulados em seu interior. No início de cada dia de
atendimento, também foi recomendado que as tubulações fossem desinfetadas com
germicida.
Investigando a contaminação microbiana das linhas de água dos
equipamentos odontológicos, Mills; Lauderdale; Mayhew (1986) observaram uma
contaminação por fungos e bactérias em todas as 86 amostras examinadas, variando
de 90 mil a 410 mil cfu/ml. Também foi demonstrado que o uso de água estéril
combinado com a desinfecção com iodo povidona a 10% durante 12 horas, previne o
aparecimento de microrganismos por até quatorze dias e que somente o uso de água
estéril não contribui para a redução da contaminação.
Martin (1987) descreveu dois casos de pacientes imunologicamente
comprometidos que foram infectados por Pseudomonas aeruginosa através da água
utilizada na refrigeração de equipamentos odontológicos. Segundo o autor, a
Pseudomonas não é causa comum de infecções orais, mas pode infectar pacientes
imunodeprimidos.
Avaliando os modelos de equipamentos odontológicos produzidos nos
Estados Unidos da América, o Council on Dental Materials, Instruments and
Equipments (1988) observou que a válvula anti-refluxo estava presente em apenas
21,42% destes equipamentos. Segundo este Conselho, não é conhecido o grau do
13
risco de contaminação cruzada oriundo do refluxo de fluidos bucais para o interior
das unidades de água. Assim, é recomendado que as peças conectadas às unidades de
água sejam acionadas por dois minutos depois de cada atendimento, e que, antes de
iniciar o dia de atendimento, o acionamento também seja realizado para a redução do
número de microrganismos acumulados durante a noite.
Fiehn; Henriksen (1988), visando diminuir os riscos de infecções nos
procedimentos que resultam em sangramento, como cirurgia e periodontia,
desenvolveram um método para redução da quantidade de bactérias do sistema de
água das unidades odontológicas a níveis aceitáveis. Para tanto, foi feita a adição de
cloro à tubulação de água antes desta ser distribuída aos reservatórios dos
equipamentos. Foi observado que uma cloração intermitente em concentrações de 0,5
a 1 ppm, por dez minutos, todos os dias pode reduzir uma quantidade de bactérias de
mais de 100 mil cfu/ml a cerca de 100 cfu/ml.
Para que a água de abastecimento seja considerada potável, o Ministério da
Saúde do Brasil (BRASIL, 1990) estabeleceu que a mesma não deve apresentar
coliformes fecais nas amostras coletadas e 95% das amostras não deverão apresentar
coliformes totais, com tolerância de até três microrganismos nos 5% restantes. Cada
amostra deverá apresentar um volume de 100 ml de água. Quando forem obtidos
resultados desfavoráveis, deverão ser realizadas duas novas coletas nos mesmos
pontos em dias imediatamente consecutivos. Persistindo o resultado, a água é
considerada imprópria para consumo.
De acordo com Merchant; Molinari (1990), as seringas tríplices podem servir
como uma fonte de contaminação durante os procedimentos odontológicos. Os
autores observaram uma contaminação em 54,5% das amostras de água obtidas,
independente de os reservatórios estarem ou não contaminados, recomendando a
esterilização dessas pontas após seu uso.
Schaefer (1990), no que diz respeito à contaminação das unidades de água,
recomendou que, ao fim do dia de trabalho, um quarto do reservatório de água do
equipo fosse preenchido com hipoclorito de sódio a 1%, e que fosse acionado o pedal
de forma que fizesse com que a solução passasse pelas tubulações, promovendo a sua
desinfecção.
Usando uma solução corante para simular o material proveniente da boca dos
pacientes que se depositam na câmara interna das peças de alta-rotação, Lewis; Boe
14
(1992) demonstraram que o interior dessas canetas serve como um reservatório de
resíduos contaminados que vão sendo, aos poucos, expelidos durante o seu
acionamento. Levou-se em conta, também, que as partes internas dos equipamentos
não são comumente descontaminadas, podendo este material infectado ser levado ao
organismo dos pacientes.
Visando a redução da contaminação através das peças rotatórias, Miller
(1992) recomendou o acionamento destas por trinta segundos no início de cada dia
de trabalho e por quinze segundos antes de cada paciente; a limpeza e desinfecção da
parte externa das peças com substância indicada pelo fabricante; seguimento das
recomendações do fabricante quanto à manutenção e esterilização das peças e
observação de possível retração de líquidos para o seu interior.
Segundo Fantinato et al. (1992), a contaminação das linhas de água dos
equipamentos odontológicos está presente na maioria dos consultórios, quando a
água utilizada deveria ser, no mínimo, potável. Avaliando a qualidade da água, foi
observado que esta se apresenta com altos números de microrganismos, tanto em
consultórios particulares, quanto naqueles pertencentes às escolas de Odontologia,
chegando ao número de 308 mil cfu/ml.
Williams et al. (1993), através de análises microbiológicas de amostras de
água coletadas de equipamentos odontológicos, evidenciaram níveis altíssimos de
contaminação nas unidades de água, sendo o biofilme bacteriano o principal
responsável pela manutenção desta contaminação. De acordo com os autores, este
biofilme formado ao longo das paredes das tubulações, abrigam, muitas vezes,
microrganismos como Pseudomonas, Klebsiella, Staphylococcus, Pasteurella, entre
outras espécies patogênicas ao homem, principalmente em indivíduos
imunologicamente debilitados. Observaram que 72% das amostras continham
população bacteriana, qualificando a água como imprópria para o consumo humano.
Williams et al. (1994) examinaram a qualidade da água proveniente de
equipamentos odontológicos e a aceitação pelos dentistas do protocolo de
desinfecção recomendado pela ADA. As amostras de água foram coletadas de
seringas tríplices e dos reservatórios. Das 24 amostras analisadas, 23 apresentaram
elevados índices de contaminação bacteriana. Nos equipamentos analisados, a
contaminação bacteriana chegou a um milhão cfu/ml de água, o que foi comparável
aos resultados obtidos naqueles conectados à rede de abastecimento e muito maior ao
15
encontrado na água colhida diretamente da torneira (100 cfu/ml). Segundo os
autores, esta contaminação ocorreu não por deficiência nas unidades, mas por
desatenção às normas de desinfecção, ou seja, pelo não seguimento de um protocolo
de desinfecção dos reservatórios e tubulações, sendo que o reservatório é totalmente
desinfetado quando são seguidas as normas prescritas pelos fabricantes, ou seja,
passagem pela tubulação de solução de hipoclorito de sódio durante dez minutos,
uma vez por semana, bem como uso de água estéril.
Revisando os meios de transmissão microbiana, técnicas assépticas e
precauções universais no consultório odontológico, Molinari (1994), com respeito à
contaminação através da unidade de água, recomendou: a instalação de válvulas anti-
refluxo nos equipamentos; o acionamento das peças de mão por no mínimo 20
segundos antes de cada atendimento; o uso de solução salina ou água destilada na
irrigação dos procedimentos cirúrgicos e a remoção das peças de mão e seringa
tríplice, descarregando a água das mangueiras por alguns minutos no início de cada
dia de atendimento. Citou ainda como opções para a desinfecção da água o uso de
filtros, substâncias químicas, água estéril nos reservatórios, irradiação ultravioleta e o
tratamento térmico da água da unidade.
Fantinato et al. (1995) observaram que a cloramina é uma substância eficiente
na redução do número de microrganismos que colonizam os reservatórios de água de
Equipos Odontológicos. Foi observado em amostras com grandes populações de
bactérias heterotróficas que após o uso do anti-séptico as mesmas foram reduzidas a
condições satisfatórias.
Investigando a contaminação bacteriana nas unidades de água de Equipos
Odontológicos recém instalados, Williams et al. (1995) concluíram que as unidades
de água se contaminam a partir da conexão com a rede, sendo esta a fonte primária.
Neste trabalho, as amostras de água foram coletadas das tubulações após a
instalação, algumas horas depois, e continuamente ao longo de seis meses de estudo.
Foi observado que o número de bactérias na água aumentou durante as primeiras
semanas e então estabilizou. O número de bactérias na água colhida da torneira foi
sensivelmente menor quando comparado com a água colhida das peças rotatórias.
Esse aumento na quantidade de bactérias na água foi garantido pela formação de um
biofilme bacteriano nas paredes das suas tubulações, que persistiu a menos que fosse
eliminado pelo tratamento com agentes químicos e técnicas de anti-sepsia.
16
Para Ferreira (1995), o maior foco de infecção está nas extremidades das
peças rotatórias que entram em contato com os fluidos orais, que se encontram
muitas vezes infectadas mesmo quando a água dos reservatórios não está
contaminada. Segundo o autor, este problema acontece pelo refluxo de líquidos orais
para as cânulas internas das peças rotatórias, onde fica armazenada após cada
tratamento um pouco de secreção do paciente que acabará sendo transmitida ao
paciente seguinte.
Shearer (1996) cita que as linhas de água dos equipamentos odontológicos
apresentam-se como um meio ideal para colonização e proliferação microbiana,
devido à extensa superfície e ainda um suave fluxo dentro da tubulação. Como
conseqüência do biofilme bacteriano formado no interior da tubulação, a água que sai
da seringa tríplice e alta rotação pode conter elevada concentração de
microrganismos. O biofilme é o principal responsável pela retenção, nutrição e
proteção das bactérias. Contudo, apesar de permitir o desenvolvimento de
microrganismos (bactérias, fungos e protozoários), não favorece o crescimento de
vírus, embora possa servir de veículo para os mesmos. O biofilme é formado por
bactérias aquáticas, sendo que muitas delas podem ser potencialmente patogênicas,
causando as infecções hospitalares. Dentre as espécies encontradas, a Pseudomonas e
a Legionella são patogênicas ao homem, independente de seu estado imunológico.
Gaetti-Jardim Junior; Avila-Campos (1997) isolaram Fusobacterium ssp de
cuspideiras e seringas tríplices de equipamentos odontológicos. Foram identificados
como Fusobacterium nucleatum 63,3% e como Fusobacterium sp 16,6%. Bactérias
anaeróbias, como F. nucleatum, são importantes no desenvolvimento da doença
periodontal. É possível que essas bactérias anaeróbias possam sobreviver em nichos
extra-orais, isto é, cuspideiras e seringas tríplices. E, também, esses instrumentos
podem ser veículos para a transmissão de bactérias orais entre pacientes.
Cardoso et al. (1999) avaliaram o grau de contaminação da água usada na
refrigeração de brocas antes e depois do uso das turbinas de alta rotação em três
condições clínicas: equipamentos convencionais de clínica odontológica, cuja água
provinha da rede de abastecimento público; equipamentos com sistema “flush”;
equipamentos cujos reservatórios de água permitiram esterilização e abastecimento
com água destilada e esterilizada. Demonstraram que a contaminação das turbinas de
alta rotação ocorre não somente na sua superfície, mas também no seu interior, em
17
decorrência do refluxo da água e da qualidade microbiológica própria da água.
Existem métodos capazes de alterar significativamente a contaminação da tubulação
dos equipamentos odontológicos, entre eles, o Sistema Flush e o Bio System;
entretanto, a prevenção do biofilme e o controle duradouro da qualidade microbiana
da água precisam ser melhor investigados; sendo importante a adoção de medidas
padrão para todos os pacientes, que assegurarão ao profissional plenas condições de
oferecer à população tratamento odontológico seguro e eficaz, independentemente
das condições imunológicas dos pacientes.
Através de análises bacteriológicas, Aguiar; Pinheiro (1999) avaliaram a
qualidade da água utilizada em Equipos Odontológicos. Observaram que a água não
satisfazia aos critérios de potabilidade estabelecido pelo Ministério da Saúde,
podendo ser considerada fonte potencial de infecção cruzada e pós-operatória, uma
vez que apresentava elevados índices de microrganismos patogênicos. A
contaminação por coliformes também foi pesquisada, tendo sido encontradas 116
amostras contaminadas, em um total de 148 amostras analisadas. A água de melhor
qualidade era a que procedia de reservatórios situados no interior da caixa de
comando do equipo, sobre o piso do consultório. Não foram observados os supostos
efeitos bactericidas dos Equipos com sistema de anti-sepsia, sugerindo que o tempo
pelo qual a solução entra em contato com as paredes das tubulações é insuficiente.
Bastos; Alves (2000) avaliaram a qualidade bacteriológica da água utilizada
nos equipamentos das clínicas odontológicas da Universidade Estadual de Feira de
Santana, procurando avaliar a sua potabilidade; e, também, das diferentes fontes de
abastecimento das clínicas odontológicas, procurando evidenciar possíveis diferenças
nos níveis de contaminação da fonte e dos Equipos. Os resultados obtidos
demonstraram que a água utilizada nos Equipos estava, em sua maioria, de acordo
com os padrões de qualidade bacteriológica estabelecidos pela legislação em
vigência no Brasil, a exceção de um dos grupos que não satisfez aos critérios; e
apenas uma das fontes de abastecimento dos Equipos Odontológicos estava
contaminada, porém não foi observada relação entre a contaminação do equipo com
a contaminação da fonte.
Russo et al. (2000) pesquisaram a intensidade de contaminação pela
microbiota bucal, de pontas de seringas tríplices. Foram usadas pontas descartáveis
estéreis, sendo que em todas as pontas analisadas logo após o uso em pacientes,
18
observou-se um número incontável de ufc (maior que 300), revelando intensa
contaminação. Nas pontas desinfetadas com álcool etílico 70% P/V, verificou-se
apreciável redução na contagem de colônias (1 a 100 ufc), mas incompatível com a
segurança biológica. Portanto, como condição ideal, sugerem o uso de pontas
descartáveis nas seringas tríplices.
Segundo Watanabe et al. (2000), a mangueira/linha d’água é a segunda maior
fonte de infecção, em virtude da formação de biofilme. Avaliaram o nível de
contaminação da água de Equipos Odontológicos com o emprego de método
convencional de contagem de ufc/ml em placas com meio padrão e pelos métodos
rápidos. As amostras de água foram coletadas de canetas de alta rotação e seringas
tríplices, semeadas em placas PC e Petrifilm AC, incubadas a 35°C e as SimPlate a
30°C, por um período de 48 horas. Todas as amostras apresentaram elevado índice de
contaminação, mostrando-se impróprias para consumo. Concluíram, baseados nos
dados acima, a necessidade de tratamento das mangueiras/linhas d’água para
eliminar ou, pelo menos, desagregar o biofilme.
Velano et al. (2001) avaliaram o efeito do gás ozônio, dissolvido em água,
sobre o Staphylococcus aureus em dois grupos, colocando em contato suspensões
bacterianas. Esse material foi preparado em diluições seriadas, inoculado em Tryptic
Soy Agar, incubadas a 37°C por 24 horas, procedendo à contagem de ufc. Os
resultados obtidos mostraram que o tempo máximo para a inativação total das
bactérias tratadas com água previamente ozonizada (0,6 mg/l) foi de 5’25’’e, para a
água não previamente ozonizada, foi de 23’45’’, indicando um efeito antibacteriano
mais rápido da água previamente ozonizada, frente ao S. aureus.
Araújo et al. (2002) verificaram a qualidade microbiológica da água dos
reservatórios de equipamentos odontológicos, realizando a contagem de coliformes
totais, coliformes fecais e bactérias heterotróficas. As amostras de água foram
coletadas dos reservatórios de equipamentos odontológicos, em consultórios de
odontopediatria, questionado ainda a fonte de abastecimento destes. Os autores
concluíram que metade das amostras de água analisadas não atendeu aos padrões de
potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde, podendo ser consideradas fonte
potencial de infecção cruzada e pós-operatória e que os cirurgiões-dentistas precisam
seguir normas de biossegurança no que se refere à procedência ao manuseio da água
do equipamento odontológico.
19
Inicialmente, a avaliação da qualidade da água estava associada somente às
suas características físicas, mais especificamente à presença de sólidos e compostos
que causam odor e sabor na água. Com a evolução da Química, Biologia e Medicina
é que se pôde relacionar a qualidade da água com a saúde humana (ou falta dela)
(BERNARDES et al, 2002).
Petrella (2002) complementou que o acesso básico à água para todos os seres
humanos deve ser entendido como a quantidade e a qualidade de água necessária
para se viver como um indivíduo. O mesmo princípio deve ser aplicado para
satisfazer as necessidades coletivas e para garantir o bem-estar econômico e social
básico de todos os seus membros.
Para o Ministério da Saúde (Portaria 518/GM – 25/03/2004), que estabelece
os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade
da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, entende-se como: 1.
água potável: água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos,
químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à
saúde; 2. controle da qualidade da água para consumo humano: o conjunto de
atividades exercidas de forma contínua pelos responsáveis pela operação de sistema
ou solução alternativa de abastecimento de água, destinadas a verificar se a água
fornecida à população é potável, assegurando a manutenção desta condição; 3.
vigilância da qualidade da água para consumo humano: o conjunto de ações adotadas
continuamente pela autoridade de saúde pública, para verificar se a água consumida
pela população atende à esta Norma e para avaliar os riscos que os sistemas e as
soluções alternativas de abastecimento de água representam para a saúde humana.
Os riscos para a saúde relacionados com a água podem ser distribuídos em
duas categorias:
1. Riscos derivados de poluentes químicos e radioativos, geralmente
efluentes de esgotos industriais, ou causados por acidentes ambientais;
2. Riscos relacionados com a ingestão de água contaminada por agentes
biológicos (bactérias, vírus e parasitos), através de contato direto, ou por
meio de insetos vetores que necessitam da água em seu ciclo biológico.
Os principais agentes biológicos encontrados nas águas contaminadas são as
bactérias, os vírus e os parasitas (Quadro 1).
20
As bactérias patogênicas encontradas na água e/ou alimentos constituem uma
das principais fontes de morbidade e mortalidade em nosso meio. São responsáveis
por numerosos casos de enterites, diarréias infantis e doenças epidêmicas (como a
cólera e a febre tifóide), que podem resultar em casos letais (MANUAL DE
SANEAMENTO, 1999).
Um corpo d’água receptor de esgotos pode incorporar a si toda uma ampla
gama de agentes transmissores de doenças. É, portanto, de fundamental importância
o conhecimento do comportamento dos agentes transmissores de doenças em um
corpo d’água, a partir do seu lançamento até os locais de utilização (captação de água
ou balneabilidade). Sabe-se que a maioria destes agentes tem no trato intestinal
humano condições ótimas para o seu crescimento e reprodução (VON SPERLING,
1996).
Quadro 1 – Doenças de Veiculação Hídrica
Transmissão Doença Agente Patogênico Medida
Pela água
Pela falta de
limpeza,
higienização
com água
Cólera
Febre Tifóide
Leptospirose
Giardíase
Amebíase
Hepatite Infecciosa
Diarréia aguda
Escabiose
Pediculose (piolho)
Salmonelose
Enterobiose
Ancilostomíase
Ascaridíase
Vibrio cholerae
Salmonella typhi
Leptospira interrogans
Giárdia lamblia
Entamoeba histolytica
Hepatite vírus A
Balantidium coli, S. aureus,
Campylobacter, E. coli
enterotoxigênica e
enteropatogênica, Shigella,
Yersinia enterocolítica,
Rotavirus A e B
Sarcoptes scabiei
Pediculus humanus
Salmonella typhimurium
Enterococcus vermiculares
Ancylostoma duodenale
Ascaris lumbricoides
Implantar sistema de
abastecimento e
tratamento da água, com
fornecimento em
quantidade e qualidade
para consumo, uso
doméstico e coletivo;
Proteção de
contaminação dos
mananciais e fontes de
água;
Implantar sistema
adequado de
esgotamento sanitário;
Instalar abastecimento
de água
preferencialmente com
encanamento no
domicílio;
21
Através de
vetores que se
relacionam com
a água
Associada à
água
Malária
Dengue
Febre amarela
Filariose
Esquistossomose
Plasmodium vivax, P. malarie e
P. falciparum
Grupo B dos arborirus
RNA vírus
Wuchereria bancrofti
Schistosoma mansoni
Eliminar o aparecimento
de criadouros com
inspeção sistemática e
medidas de controle
(drenagem, aterro e
outros); Dar destinação
final adequada aos
resíduos sólidos;
Controle de vetores e
hospedeiros
intermediários.
Fonte: Manual de Saneamento, 1999.
A detecção dos agentes patogênicos, principalmente bactérias, protozoários e
vírus, em uma amostra d’água é extremamente difícil, em razão das suas baixas
concentrações, o que demandaria o exame de grandes volumes da amostra para que
fosse detectado um único ser patogênico. Essas dificuldades devem-se aos seguintes
fatos:
9 Em uma população, apenas uma determinada faixa apresenta doenças de
veiculação hídrica;
9 Nas fezes destes habitantes a presença de patógenos pode não ocorrer em
elevada proporção;
9 Após o lançamento no corpo receptor ou no sistema de esgotos há ainda uma
grande diluição do despejo contaminado.
Sendo assim, a concentração final de patógenos por unidade de volume em
um corpo d’água é sem dúvida bastante reduzida, fazendo com que a sua detecção
através de exames laboratoriais seja de grande dificuldade.
Este obstáculo é superado através do estudo dos chamados organismos
indicadores de contaminação fecal. Tais organismos dão uma satisfatória indicação
de quando a água apresenta contaminação por fezes humanas ou de animais e, por
conseguinte, a sua potencialidade para transmitir doenças (VON SPERLING, 1996).
22
Os organismos mais comumente utilizados com tal finalidade são as bactérias
do grupo coliforme. São as seguintes as principais razões para a utilização do grupo
coliforme como indicadores de contaminação fecal:
1. Os coliformes apresentam-se em grande quantidade nas fezes humanas
(cada indivíduo elimina em média 10
10
a 10
11
células por dia)
(TRABULSI, 1999).
2. De 1/3 a 1/5 do peso das fezes humanas é constituído por bactérias do
grupo coliforme. Com isto, a probabilidade de que sejam detectados após
o lançamento é incomparavelmente superior a dos organismos
patogênicos.
3. Os coliformes apresentam-se em grande número apenas nas fezes do
homem e de animais de sangue quente. Tal fato é essencial, pois se
existissem também nos intestinos de animais de sangue frio deixariam de
ser bons indicadores de poluição.
4. Os coliformes apresentam resistência aproximadamente similar à maioria
das bactérias patogênicas intestinais.
5. As técnicas bacteriológicas para detecção de coliformes são rápidas e
econômicas.
Filho et al. (2003) afirmam que a adoção de um número muito grande de
parâmetros de qualidade das águas que são utilizadas como bebida, são de difícil
determinação e extremamente específicos, tornado-se inviável a realização de
exames de qualidade na maior parte do País. Sugere então, a adoção de parâmetros
sintéticos, de fácil determinação, como a técnica da fermentação dos tubos múltiplos
ou NMP – Número Mais Provável de Organismos Coliformes, como indicador da
presença potencial de contaminantes microbiológicos (Patogênicos).
Os principais indicadores de contaminação fecal comumente utilizados são:
9 Coliformes totais (CT);
9 Coliformes fecais (CF);
9 Estreptococos fecais (EF).
Os coliformes totais (CT) constituem-se em um grande grupo de bactérias que
têm sido isoladas de amostras de água e solos poluídos e não poluídos, bem como de
fezes de seres humanos e outros animais de sangue quente. O grupo inclui cerca de
23
20 espécies e no passado foi bastante usado como indicador, embora a associação
com diversos gêneros e espécies de bactérias não entéricas, como Serratia e
Aeromonas, por exemplo, seja um problema (TRABULSI, 1999).
Os coliformes fecais (CF) constituem um grupo de bactérias presentes no
trato intestinal humano e de outros animais. Dentre as espécies consideradas fecais a
Escherichia coli é a principal representante (SILVA, 2000).
Segundo o Ministério da Saúde (Portaria 518/GM – 25/03/2004), define-se
como: 1. coliformes totais: bacilos gram-negativos, aeróbios ou anaeróbios
facultativos, não formadores de esporos, oxidase-negativos, capazes de desenvolver
na presença de sais biliares ou agentes tensoativos que fermentam a lactose com
produção de ácido, gás e aldeído a 35,0±0,5ºC em 24-48 horas, e que podem
apresentar atividade da enzima ß-galactosidase; 2. Escherichia coli: toda bactéria do
grupo coliforme que fermenta a lactose e manitol, com produção de ácido e gás a
44,5±0,2ºC em 24 horas, produz indol a partir do triptofano, oxidase negativa, não
hidroliza a uréia e apresenta atividade das enzimas ß galactosidase e ß glucoronidase,
sendo considerada o mais específico indicador de contaminação fecal recente e de
eventual presença de organismos patogênicos. Segundo o mesmo documento, a
maioria das bactérias do grupo coliforme pertence aos gêneros Escherichia,
Citrobacter, Klebsiella e Enterobacter, embora vários outros gêneros e espécies
pertençam ao grupo. Entende-se por coliformes termotolerantes o subgrupo das
bactérias do grupo coliformes que fermentam a lactose a 44,5±0,2ºC em 24 horas,
tendo como principal representante a Escherichia coli, de origem exclusivamente
fecal.
O teste para CF é feito a uma elevada temperatura, na qual o crescimento de
coliformes de origem não fecal é suprimido. No entanto, a simples detecção dos
termotolerantes ainda não permite uma condenação formal em todos os casos. A
presença de coliforme fecal não deve ser confundida com a presença de um agente de
doença. Os coliformes, como já foi dito anteriormente, são “indicadores” de poluição
e não agentes de doença, embora existam sorotipos (variedades) de E. coli que
causam distúrbios gastrintestinais no homem (SILVA, 2000). O Número Mais
Provável (NMP) de coliformes totais e fecais vai indicar o grau de poluição. Assim,
na água potável, esses números devem ser zero, já em águas destinadas à recreação
pode-se tolerar até 250 coliformes fecais ou 200 E. coli por 100 mL.
24
A legislação ambiental considera, implicitamente, uma relação entre
coliformes totais e coliformes fecais igual a 5 (CT/CF = 5). No entanto, existe uma
grande dispersão em torno deste valor, que depende ainda do tempo decorrido após o
lançamento dos esgotos na água.
Os Estreptococos fecais (EF) incluem várias espécies ou variedades de
estreptococos, tendo no intestino de seres humanos e outros animais o seu habitat
usual. Como exemplos citam-se os Streptococcus faecalis, os quais representam
contaminação fecal humana, e Streptococcus bovis e Streptococcus equinus, que
representam bactérias indicadoras de contaminação por fezes de bois e cavalos,
respectivamente.
Para a análise bacteriológica da água utilizada nos equipamentos
odontológicos, deve ser respeitado o padrão de potabilidade preconizado pelo
Ministério da Saúde (Portaria 518/2004, art. 11). Para tanto, a água potável deve
estar em conformidade com o padrão microbiológico conforme Quadro 2.
Quadro 2: Padrão microbiológico de potabilidade da água.
PARÂMETRO
VMP
(1)
Água para consumo humano
(2)
Escherichia coli ou coliformes
termotolerantes
(3)
Ausência em 100ml
Água na saída do tratamento
Coliformes totais Ausência em 100ml
Água tratada no sistema de distribuição (reservatórios e rede)
Escherichia coli ou coliformes
termotolerantes
(3)
Ausência em 100ml
Sistemas que analisam 40 ou mais
amostras por mês:
Ausência em 100ml em 95% das
amostras examinadas no mês;
Coliformes totais
Sistemas que analisam menos de 40
amostras por mês:
25
Apenas uma amostra poderá apresentar
mensalmente resultado positivo em
100ml
Fonte: Portaria MS Nº 518/2004.
NOTAS: (1) Valor Máximo Permitido; (2) água para consumo humano em toda e qualquer situação,
incluindo fontes individuais como poços, minas, nascentes, dentre outras; (3) a detecção de
Escherichia coli deve ser preferencialmente adotada.
Também em conformidade com o Decreto Federal Nº 5.440/2004 (BRASIL,
2004), cabe aos órgãos e às entidades dos Estados, Municípios, Distrito Federal e
territórios a obrigatoriedade do envio das informações pertinentes à qualidade da
água, aos consumidores, nas suas contas mensais. Tais informações deverão ser
verdadeiras, claras, comprováveis e de fácil compreensão, especialmente quanto aos
aspectos que impliquem situações de perda da potabilidade, de risco à saúde ou
aproveitamento condicional da água, além de ter caráter educativo, promover o
consumo sustentável da água e proporcionar o entendimento da relação entre a sua
qualidade e a saúde da população.
Apesar dos vários estudos anteriores detectando níveis acentuados de
contaminação na água de Equipamentos Odontológicos, pouco tem sido feito no
sentido de indicar a melhor água a ser utilizada nos reservatórios ou quais os
melhores métodos de controle que podem ser utilizados para melhorar a qualidade da
água que abastece estes equipamentos.
Diante do exposto, torna-se imprescindível o conhecimento da qualidade
bacteriológica da água utilizada nos Equipamentos Odontológicos para que os
profissionais da área de saúde possam sensibilizar-se com os elevados índices de
contaminação existentes nos ambientes odontológicos e, a partir disso, possam
praticar métodos viáveis de combate à contaminação e/ou à infecção cruzada.
26
3 OBJETIVOS
GERAL
 Investigar a qualidade bacteriológica da água utilizada nos Equipos
Odontológicos do Serviço Público de Aracaju, através da quantificação de
Coliformes totais e fecais.
ESPECÍFICOS
 Realizar a análise bacteriológica da água utilizada nos Equipos
Odontológicos do Departamento de Odontologia/HU/UFS e das Unidades
Básicas de Saúde de Aracaju/SE;
 Investigar a presença de Escherichia coli nas amostras de água dos Equipos
Odontológicos;
 Identificar, dentre os diferentes grupos de Equipos Odontológicos em
funcionamento no Departamento de Odontologia/HU/UFS (Serviço Público
Federal) e nas Unidades Básicas de Saúde de Aracaju (Serviço Público
Municipal), possíveis diferenças na qualidade microbiológica da água
utilizada.
27
4 CASUÍSTICA E MÉTODOS
A presente pesquisa caracteriza-se como pesquisa laboratorial, quantitativa
identificando-se como estudo experimental.
Para a obtenção do material didático foram utilizadas as técnicas de
documentação indireta, abrangendo a pesquisa bibliográfica e a pesquisa eletrônica e
a documentação direta, através da observação e do estudo microbiológico. Também
foi utilizada uma ficha de registro como instrumento auxiliar na obtenção dos dados
durante a coleta das amostras de água nas Unidades Básicas de Saúde e no
Departamento de Odontologia da UFS (quadro 3).
Quadro 3: Ficha de Registro nas Unidades Básicas de Saúde.
FICHA DE REGISTRO
Unidade Básica de Saúde:
Marca do Equipo Odontológico:
Tempo de Funcionamento do Equipo Odontológico:
Grupo do Equipo Odontológico:
Grupo I: Reservatório na Caixa de Comando ( )
Grupo II: Reservatório acoplado à Unidade Auxiliar ( )
Grupo III: Com Sistema de Anti-sepsia FLUX ( )
Água utilizada no reservatório do Equipo Odontológico:
( ) Torneira
( ) Filtro
( ) Destilada
Para a análise bacteriológica das amostras pesquisadas, foi respeitada a
Portaria Nº 518/2004 do Ministério da Saúde, que dispõe sobre o padrão de
potabilidade da água (quadro 4).
28
Quadro 4: Padrão Microbiológico.
PARÂMETRO VMP
Água para consumo humano
Escherichia coli ou coliformes
termotolerantes
Ausência em 100 ml
Água na saída do tratamento
Coliformes Totais Ausência em 100 ml
Água tratada no sistema de distribuição (reservatórios e rede)
Escherichia coli ou coliformes
termotolerantes
Ausência em 100 ml
Coliformes Totais
Sistemas que analisam 40 ou mais
amostras por mês: Ausência em 100ml
em 95% das amostras examinadas no
mês;
Sistemas que analisam menos de 40
amostras por mês: Apenas uma amostra
poderá apresentar mensalmente resultado
positivo em 100ml.
FONTE: Portaria MS 518/2004.
CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO:
SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL
O município de Aracaju, capital de Sergipe, ocupando uma área de
174 km²,
localiza-se às margens do oceano Atlântico, sendo cortado por rios como o Sergipe e
o Poxim. De acordo com o IBGE, a estimativa do número de habitantes na cidade em
1º de julho de 2005 era de 498.619 habitantes e a densidade demográfica de 2.865,6
hab/km² .
29
Aracaju possue atualmente 46 Unidades Básicas de Saúde, distribuídas em 04
(quatro) Regiões (são as Regiões de Saúde de Aracaju, divididas de acordo com as
disposições territoriais e determinantes sociais da população). As Unidades Básicas
de Saúde (Quadro 5) são compostas por sala de espera, salas para acolhimento,
vacina, nebulização e curativos, consultórios médicos e odontológicos de acordo com
o número de equipes de PSF atuantes na unidade, além de sala para esterilização e
atendimento social. Para que as unidades de saúde da Rede (anexo A) estivessem
realmente voltadas ao atendimento das necessidades básicas de saúde da população,
a Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju ampliou a atuação do Programa Saúde
da Família (PSF), colocando em cada unidade o número de equipes que corresponda
ao contingente populacional dos bairros (SMS, 2005) (gráfico 1).
Gráfico 1: Cobertura do Programa Saúde da Família em Aracaju/SE (1998/2004).
Segundo o Guia da PMA (2004), o modelo implantado pela Secretaria
Municipal de Saúde de Aracaju trabalha com a definição do risco realizada através
do conceito de “População Prioritária”, onde se incluem: paciente agudo (abscessos,
hemorragias, alveolites, pulpites e demais urgências); pacientes com mais de oito
unidades cariadas; doença periodontal crônica e crianças de 3 a 12 anos, realizando
atendimentos individuais e ações coletivas. A oferta programada foi definida para
cada grupo estratificado em:
1. Atendimento Individual: A população prioritária tem atendimento imediato e
agendamento até a conclusão do tratamento, através dos cirurgiões dentistas
do PSF e a demanda reprimida é atendida pelos cirurgiões dentistas de apoio
mediante agendamento prévio.
p
ercenta
g
em%
30
2. Ações Coletivas: Aplicações de flúor semestrais; escovação supervisionada
mensalmente, nas instituições cadastradas; palestras agendadas nas
instituições ou na unidade básica de saúde de acordo com o cronograma da
equipe e atividades educativas e preventivas em campanhas, datas festivas,
feiras de saúde e outros.
3. Atendimento de Urgência: Nas Unidades Básicas de Saúde, diariamente.
4. Assistência Especializada: Realizada através dos serviços de Cirurgia Buco
Maxilo Facial, Endodontia, Periodontia e Odontopediatria.
5. Assistência Diferenciada: Encaminhamentos de pacientes especiais em nível
hospitalar ou ambulatorial para o Hospital Universitário de Sergipe;
atendimentos a pacientes portadores de DST/AIDS com lesões na cavidade
oral e atendimentos a pacientes com lesões suspeitas de câncer bucal.
REGIÃO
UNIDADES DE SAÚDE
I
A1: Hugo Gurgel;
A2: Antônio Alves;
A3: Geraldo Magela;
A4: Humberto Mourão;
A5: Osvaldo Leite;
A6: Elizabeth Pita;
A7: CEMAR Augusto Franco (CEO);
A8: Augusto César Leite;
A9: Niceu Dantas;
A10: João Bezerra;
A11: Santa Terezinha do Menino Jesus.
B1: Madre Tereza de Calcutá;
Atualmente, a cobertura do PSF em Aracaju é de quase 90%, percentual que
coloca a cidade num lugar privilegiado, quando comparada às outras capitais do
Nordeste (SMS, 2005).
Representando o Serviço Público Municipal, a presente pesquisa contou com
uma amostra de 35 Equipos Odontológicos distribuídos nas Unidades Básicas de
Saúde de Aracaju (fotos 1, 2, 3 e 4), escolhidos aleatoriamente, o que equivale a 50%
do total dos Equipos Odontológicos em funcionamento.
Quadro 5: Unidades Básicas de Saúde de Aracaju pesquisadas / Região.
31
II
B2: Dona Sinhazinha;
B3: Marx Carvalho Rocha;
B4: Amélia Leite;
B5: DST/AIDS;
B6: CEMAR São José;
B7: Manoel de Souza Pereira;
B8: Ávila Nabuco;
B9: Fernando Sampaio.
III
C1: Maria do Céu;
C2: Dona Jovem; C2a: Equipo 1; C2b: Equipo 2.
C3: Francisco Fonseca;
C4: José Quintiliano da F. Sobral;
C5: Cândida Alves;
C6: Pedro Averan;
C7: Eunice Barbosa de Oliveira;
C8: Porto Dantas;
C9: José Augusto Barreto.
IV
D1: João Oliveira Sobral;
D2: José Machado de Souza;
D3: Renato Mazze Luca;
D4: Carlos Hardman;
D5: Walter Cardoso;
D6: João Cardoso do Nascimento Junior;
D7: Carlos Fernandes de Melo.
32
Foto 1: UBS da I Região de Aracaju.
Foto 2: UBS da II Região de Aracaju.
33
Foto 3: UBS da III Região de Aracaju.
Foto 4: UBS da IV Região de Aracaju.
34
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
A pesquisa teve como base territorial o Campus da Saúde Prof. João Cardoso
do Nascimento Jr. (Hospital Universitário - HU) (figura 1), onde funcionam os
cursos de Odontologia, Medicina e Enfermagem da Universidade Federal de Sergipe.
O Departamento de Odontologia possui 48 Equipamentos Odontológicos
(fotos 5, 6 e 7) distribuídos em cinco ambulatórios onde são realizados, em média,
200 atendimentos ao dia (UFS, 2004). Os Ambulatórios são identificados de acordo
com as atividades executadas:
Ö AMBULATÓRIO I – Odontopediatria: 11 EQUIPOS;
Ö AMBULATÓRIO II – Dentística: 11 EQUIPOS;
Ö AMBULATÓRIO III – Cirurgia: 06 EQUIPOS;
Ö AMBULATÓRIO IV – Clínica Odontológica Integrada: 12 EQUIPOS;
Ö AMBULATÓRIO V – Radiologia: 08 EQUIPOS.
FIGURA 1: Hospital Universitário de Sergipe (HU)
Fonte: http://www.ufs.br
35
Foto 5: Ambulatório I – Odontopediatria.
Foto 6: Ambulatório II – Dentística.
36
Foto 7: Ambulatório III – Cirurgia.
Como Plano Amostral, a pesquisa utilizou 50% dos Equipos Odontológicos,
escolhidos aleatoriamente, perfazendo um total de 48 amostras de água oriundas de
24 Equipos em funcionamento no Departamento de Odontologia.
DIVISÃO DOS EQUIPOS ODONTOLÓGICOS EM GRUPOS DISTINTOS:
De acordo com a localização dos reservatórios de água e a disponibilidade do
sistema de anti-sepsia Flush (Dabi Atlante, São Paulo) – cuja função, segundo o
fabricante, é realizar a desinfecção interna das peças de mão e mangueiras, através da
passagem de solução de hipoclorito de sódio, os equipos foram distribuídos em três
grupos:
Ö GRUPO I – Equipos que possuem reservatório de água na caixa de comando
(fotos 8 e 9);
Ö GRUPO II – Equipos que possuem reservatório de água acoplado à unidade
auxiliar do Equipo (foto 10);
Ö GRUPO III – Equipos que possuem Sistema de Anti-sepsia FLUSH (foto
11).
37
Foto 8: Equipos do Grupo I – com
reservatório de águ
a na caixa de comando.
Foto 9: Caixa de comando
Foto 10: E
q
ui
p
os do Gru
p
o II.
38
Foto 11: E
q
ui
p
os do Gru
p
o III
COLETA DAS AMOSTRAS
Objetivando identificar possíveis fontes de contaminação primária, as
amostras de água foram obtidas de dois locais diferentes de cada equipo: da seringa
tríplice e da mangueira (sem a turbina de alta rotação) (foto 12).
2
1
Foto 12: Coleta de água na UBS Dr. Augusto César Leite.
1 – Seringa Tríplice; 2 – Mangueira da Turbina de Alta Rotação.
39
A coleta de água para análise foi direcionada para a investigação dos índices
de bactérias indicadoras de contaminação fecal – coliformes (foto 13) da água em
estudo bem como para o isolamento de espécies patogênicas.
Foto 13: Coliformes fecais
(Microscopia eletrônica).
A avaliação microbiológica da água foi realizada através de um teste
analítico, a COLIMETRIA, no período de abril/2005 a maio/2006. As coletas foram
realizadas nos cinco ambulatórios onde estão concentrados os equipamentos
odontológicos da Universidade Federal de Sergipe e nas Unidades Básicas de Saúde
de Aracaju. Foram coletadas duas amostras de cada equipo analisado, sendo uma
originada da seringa tríplice (S) e outra da mangueira onde é inserida a turbina de
alta rotação (T), antes do primeiro atendimento do dia. Foram coletados volumes de
água correspondentes a 100 ml/amostra, em frascos de vidro neutro – com
capacidade mínima de 125 ml, boca larga, tampa esmerilhada ou à prova de
vazamentos (Pirex, São Paulo) – e previamente autoclavados. A água contida nas
seringas tríplices era obtida pressionando-se o botão correspondente e injetando-a
nos frascos. O mesmo procedimento era adotado para a mangueira sem a turbina.
As amostras foram codificadas, no Serviço Público Municipal, de acordo com
a Unidade de Saúde e região à qual pertenciam em: I Região: A (A1, A2, A3,...); II
Região: B (B1, B2, B3,...); III Região: C (C1, C2, C3,...) e IV Região: D (D1, D2,
D3,...) (quadro 5).
40
PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS:
Após cada coleta, os frascos foram fechados, acondicionados em isopor com
gelo e transportados imediatamente para o Laboratório de Microbiologia Aplicada,
vinculado ao Departamento de Morfologia da Universidade Federal de Sergipe –
LMA/DMO/UFS, em tempo inferior a quatro horas, para que fossem efetuadas as
análises bacteriológicas pela Técnica de Tubos Múltiplos (foto 14) e determinação de
coliformes.
Determinação do Número de Coliformes Totais e Fecais:
Para a quantificação do número de coliformes nas amostras foi utilizada a
técnica de determinação do número mais provável de coliformes totais e fecais
(NMP), que é a estimativa da densidade de bactérias de uma amostra, calculada a
partir da combinação de resultados negativos e positivos, obtidos mediante a técnica
de fermentação em tubos múltiplos e através da inoculação de amostras de água em 3
séries de 5 tubos de ensaio com meio de cultura adequado (CLD – Caldo Lactosado
Duplo, o CLS – Caldo Lactosado Simples, CVB – Caldo Verde Brilhante e CEC –
Caldo específico para E. coli).
A Técnica de Tubos Múltiplos (Anexo B) consta de um teste presuntivo e
dois testes confirmativos (um para coliformes totais e outro para coliformes fecais),
sendo o resultado expresso em NMP/100ml de água, com limite de confiança de
95%, de acordo com a Tabela de Hoskins (Anexo C).
Todos os métodos analíticos, as técnicas de coleta, preservação e
acondicionamento das amostras seguem às recomendações do “Standard Methods for
Examination of Water and Waste Water” (A.P.A; A.W.W.A. and W.P.C.F., 2000).
Teste Presuntivo:
Nas 03 (três) séries de 05 (cinco) tubos contendo, em uma série 10 ml de
Caldo Lactosado Duplo e nas outras 02 séries Caldo Lactosado Simples, providos de
Tubos de Durham invertido, foram semeadas as amostras de água (10; 1,0 e 0,1 ml),
com o auxílio de pipetas estéreis, em câmara de fluxo laminar. Os tubos de ensaio
41
foram incubados em estufa a 35 +/- 0,5ºC durante 24-48 horas. Após este período,
foram considerados positivos, aqueles tubos que apresentaram turvação associada à
formação de gás nos tubos de Durham (foto 15) (AMERICAN PUBLIC HEALTH
ASSOCIATION, 1992).
Testes Confirmativos:
Com o auxílio de uma alça de inoculação, foram transferidas duas alçadas dos
tubos positivos do teste presuntivo, para tubos contendo Caldo Lactosado Verde
Brilhante bile 2% (foto 16). Os tubos foram incubados em estufa a 35 +/-0,5ºC, por
24-48 horas. A produção de gás a partir da fermentação da lactose caracteriza a prova
confirmatória positiva (para coliformes totais). O mesmo procedimento foi repetido a
partir dos tubos positivos no Caldo Verde Brilhante, para os tubos contendo Caldo
E.C (para coliformes fecais). Os tubos de ensaio foram incubados em banho-maria
(foto 17) a 44,5+/-1,2ºC, por 24+/-2horas. O resultado positivo foi confirmado
quando houve a formação de gás nos tubos de Durham.
Foto 14: Técnica de Tubos Múlti
p
los.
42
Foto 15: Teste presuntivo – CLS e CLD.
Positivo – presença de bolha e turvação do meio.
Foto 16: Teste Confirmativo para Coliformes totais.
CVB – Caldo Verde Brilhante.
43
Foto 17: Teste Confimativo para coliformes fecais.
Caldo EC – Escherichia coli.
44
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL
De acordo com as fichas de registro, as Unidades Básicas de Saúde de
Aracaju apresentaram os seguintes dados:
A) Número de Equipos Odontológicos Pesquisados: 35 (Gráfico 2):
B) Grupos de Equipos Odontológicos Pesquisados (Gráfico 3):
C) Procedência da água utilizada nos Equipos Odontológicos (Gráfico 4):
D) Tempo de funcionamento dos Equipos Odontológicos (Gráfico 5):
E) Marca dos Equipos Odontológicos pesquisados nas Unidades Básicas de
Saúde (Gráfico 6):
Gráfico 2: Número de Equipos Odontológicos Pesquisados nas Unidades Básicas de
Saúde/Região:
Foram pesquisados 50% do total de Equipos Odontológicos em
funcionamento nas Unidades Básicas de Saúde distribuídas nas 04 (quatro) Regiões
de Aracaju.
5
11
10
9
I Região II Região
III Região IV Região
45
Gráfico 3: Grupos de Equipos Odontológicos pesquisados nas UBS’s.
3
29
3
Grupo I - Reservatório na caixa de comando
Grupo II - Reservatório acoplado ao Equipo
Grupo III - Com Sistema de Anti-sepsia FLUSH
A grande maioria dos Equipos Odontológicos das Unidades Básicas de Saúde
pertence ao Grupo II, ou seja, possuem reservatório de água acoplado ao Equipo.
Gráfico 4: Procedência da água utilizada no reservatório dos Equipos Odontológicos
das UBS’s.
15; 43%
19; 54%
1; 3%
Torneira Filtro
Destilada
46
Foi evidenciada a utilização de água do filtro na maioria dos Equipos
Odontológicos das UBS’s, apesar de muitas Unidades de Saúde utilizarem também a
água da torneira, sendo que apenas 01 (um) Equipo pesquisado utilizava água
destilada.
Gráfico 5: Tempo de funcionamento dos Equipos Odontológicos das UBS’s.
4
2
7
15
3
4
0 2 4 6 8
10 12 14 16
02 Anos
05 Anos
10 Anos
15 Anos
20 Anos
30 Anos
Tempo de funcionamento
Os Equipos Odontológicos pesquisados nas UBS’s encontram-se na faixa dos
15 anos de funcionamento, porém, existem Equipos em atividade há 02 anos, 05
anos, 10 anos, 20 anos e até 30 anos.
Gráfico 6: Marcas dos Equipos Odontológicos pesquisados nas UBS’s.
22; 62%
8; 23%
3; 9%
2; 6%
A B
C
D
47
Foram encontradas 04 (quatro) marcas distintas de Equipos Odontológicos
nas UBS’s, sendo a grande maioria pertencente à marca B.
PESQUISA LABORATORIAL:
A análise microbiológica foi efetuada em 70 amostras de água coletadas de
35 Equipos Odontológicos das Unidades Básicas de Saúde de Aracaju e
apresentaram os seguintes resultados (Quadro 6):
Quadro 6: Resultados das análises bacteriológicas da água pela Técnica de Tubos
Múltiplos nas UBS’s da I e II Regiões.
TESTE
PRESUNTIVO
TESTE
CONFIRMATIVO
COLIFORMES
NMP/
100mL de água
Região
Amostra
CLD CLS CLS CVB CEC CT CF
I
A1 – S
A1 – T
A2 – S
A2 – T
A3 – S
A3 – T
A4 – S
A4 – T
A5 – S
A5 – T
A6 – S
A6 – T
0
0
0
0
0
0
0
0
5
2
4
0
0
0
0
0
0
0
0
0
4
0
2
0
0
0
0
0
0
0
0
0
3
0
0
0
-
-
-
-
-
-
-
-
5:4:2
0:0:0
3:2:0
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
0
0
0
0
0
0
0
0
220
0
14
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
II
B1 – S
B1 – T
B2 – S
B2 – T
B3 – S
B3 – T
B4 – S
B4 – T
B5 – S
B5 – T
B6 – S
B6 – T
B7 – S
B7 – T
B8 – S
B8 – T
B9 – S
B9 – T
0
3
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
4
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
3
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1:1:0
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1:0:0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
4
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
2
FONTE: Pesquisa laboratorial (Departamento de Morfologia/UFS/2006)
LEGENDA: CLD = Caldo Lactosado Duplo; CLS = Caldo Lactosado Simples;CVB = Caldo Verde
Brilhante; CEC = Caldo para Escherichia coli; CT = Coliformes Totais;CF = Coliformes Fecais; NMP
= Número Mais Provável; E = Equipo; S = Seringa Tríplice; T = Mangueira da Turbina de Alta
Rotação.
48
As amostras de água coletadas nas Unidades Básicas de Saúde da III e IV
Regiões não apresentaram contaminação por coliformes.
Como pode ser verificado no Quadro 6, apenas 03 (três) amostras de água
coletadas nos Equipos Odontológicos das Unidades Básicas de Saúde de Aracaju
apresentaram resultado POSITIVO no teste confirmativo para coliformes totais,
sendo que a amostra B9-T pertencente à II Região foi a única a apresentar teste
confirmativo POSITIVO para coliformes fecais.
5.2 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
De acordo com as fichas de registro, o Departamento de Odontologia da
Universidade Federal de Sergipe apresentou os seguintes dados:
A) Número de Equipos Odontológicos Pesquisados: 24 (Gráfico 7):
B) Grupos de Equipos Odontológicos Pesquisados (Gráfico 8):
C) Procedência da água utilizada nos Equipos Odontológicos
D) Tempo de funcionamento dos Equipos Odontológicos (Gráfico 9):
E) Marca dos Equipos Odontológicos pesquisados no Departamento de
Odontologia/UFS
Gráfico 7: Número de Equipos Odontológicos pesquisados no Departamento de
Odontologia por Ambulatório.
Foram pesquisados 50% do total de Equipos Odontológicos de cada
Ambulatório pertencente ao Departamento de Odontologia/UFS.
6
5
3
6
4
Ambulatório I
Ambulatório II
Ambulatório III
Ambulatório IV
Ambulatório V
49
Gráfico 8: Grupos de Equipos Odontológicos pesquisados no Departamento de
Odontologia/UFS.
Foi evidenciada a presença dos três grupos de Equipos Odontológicos no
DOD/UFS, havendo o predomínio do Grupo II.
Com relação à procedência da água, todos os Equipos Odontológicos do
Departamento de Odontologia/UFS utilizavam água da torneira nos seus
reservatórios.
Gráfico 9: Tempo de funcionamento dos Equipos Odontológicos do Departamento
de Odontologia/UFS.
8
12
4
0
2 4 6 8
10 12
14
05 Anos
10 Anos
20 Anos
Tempo dos Equipos
4
11
9
Grupo I - Reservatório de água na caixa
de comando
Grupo III - Com Sistema de Anti-sepsia
FLUSH
Grupo II - Reservatório acoplado ao
Equipo
50
Quanto ao tempo de funcionamento dos Equipos Odontológicos do
DOD/UFS, 50% estão em funcionamento há 10 anos, enquanto que 08 (oito)
funcionam há 05 anos e 04 (quatro) há 20 anos.
Todos os Equipos Odontológicos em funcionamento no Departamento de
Odontologia/UFS são da mesma marca comercial.
PESQUISA LABORATORIAL:
A análise microbiológica foi efetuada em 48 amostras de água coletadas de
24 Equipos Odontológicos do Departamento de Odontologia/UFS e apresentaram os
seguintes resultados (Quadro 7):
Quadro 7: Resultados das análises bacteriológicas da água pela Técnica de Tubos
Múltiplos no Departamento de Odontologia/Ambulatório IV – Cínica Odontológica
Integrada.
TESTE
PRESUNTIVO
TESTE
CONFIRMATIVO
COLIFORMES
NMP/
100mL de água
Ambulatório
Amostra
CLD CLS CLS CVB CEC CT CF
IV
Clínica
Odontológica
Integrada
E01 – S
E01 – T
E02 – S
E02 – T
E03 – S
E03 – T
E04 – S
E04 – T
E05 – S
E05 – T
E06 – S
E06 – T
0
0
0
0
0
0
0
0
0
5
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
-
-
-
-
-
-
-
-
-
0: 0: 0
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
FONTE: Pesquisa laboratorial (Departamento de Morfologia/UFS/2006)
LEGENDA: CLD = Caldo Lactosado Duplo; CLS = Caldo Lactosado Simples;CVB = Caldo Verde
Brilhante; CEC = Caldo para Escherichia coli; CT = Coliformes Totais;CF = Coliformes Fecais; NMP
= Número Mais Provável; E = Equipo; S = Seringa Tríplice; T = Mangueira da Turbina de Alta
Rotação.
Todas as amostras de água coletadas nos Equipos Odontológicos do
Departamento de Odontologia/UFS apresentaram resultado NEGATIVO no teste
presuntivo, sendo que a amostra 5-T do Ambulatório IV – Clínica Odontológica
51
Integrada (Quadro 7), foi a única a apresentar teste presuntivo POSITIVO, porém
apresentou negatividade para o teste confirmativo com CVB – Caldo Verde Brilhante
que é o teste específico para coliformes totais. Os demais ambulatórios não
apresentaram amostras contaminadas por coliformes.
Nas últimas décadas, ocorreu uma série de avanços nas discussões relativas
aos cuidados necessários para a proteção do paciente e dos profissionais nos serviços
de saúde, em decorrência dos riscos representados por procedimentos operatórios que
envolvessem áreas de potencial infeccioso. Na realidade, esta discussão extrapolou
os hospitais e permitiu que outros serviços de saúde, em especial os odontológicos,
desenvolvessem farto material didático visando a formação de profissionais de saúde
mais preparados para o enfrentamento destes problemas, assim como apresentassem
serviços que representassem o menor risco possível ao paciente.
A década de 80 notabilizou-se pelo aparecimento da Síndrome da Deficiência
Imunológica Adquirida (AIDS), o que levou os profissionais da área de saúde a
reverem todos os seus conceitos que se referiam à proteção dos pacientes (BRASIL,
2000).
Em decorrência destas necessidades, o Ministério da Saúde (BRASIL, 1987;
BRASIL, 1994; BRASIL, 1996; BRASIL, 2000) vem desenvolvendo vasto material
didático que serve de referencial teórico, visando instrumentalizar os serviços de
saúde e seus profissionais na busca dos níveis mais baixos de infecção possível.
Sabe-se que os componentes da equipe odontológica (BRASIL, 1994) estão
sob risco constante de adquirir doenças no exercício de suas funções, sendo
responsabilidade do cirurgião-dentista a orientação da equipe e a manutenção do
controle de infecção na prática odontológica.
Segundo Opperman (2003), o conjunto de procedimentos que visa dar
segurança e proteção ao paciente e aos profissionais que atuam dentro de ambientes
passíveis de contaminação microbiana é conhecido como biossegurança e define-se
como um processo operacional de fundamental importância em serviços de saúde,
não só por abordar medidas de controle de infecções, mas por ter um papel
fundamental na promoção da consciência sanitária na comunidade onde atua, da
importância da preservação do meio ambiente e no descarte de resíduos químicos,
tóxicos e infectantes e da redução geral de riscos à saúde e acidentes ocupacionais.
52
A literatura demonstra a importância da qualidade da água distribuída nos
sistemas de refrigeração dos Equipamentos Odontológicos, com vistas ao controle da
infecção cruzada (FANTINATO et al., 1992; WILLIAMS et al., 1993; SHEARER,
1996; AGUIAR; PINHEIRO, 1999; RUSSO et al, 2000).
Para determinação da potabilidade da água é recomendada a detecção de
microrganismos que indicam a possibilidade da presença de patógenos, como os
coliformes fecais. Os coliformes estão presentes no trato intestinal de animais
homeotérmicos, sendo eliminados abundantemente pelas fezes. No entanto, a
presença de coliformes fecais determina a origem fecal da contaminação, indicando
risco da presença de outros microrganismos patogênicos, enquanto que sua ausência
evidencia uma água bacteriologicamente potável (PELCZAR JUNIOR; CHAN;
KRIEG, 1997; BASTOS; ALVES, 2000).
Considerando-se os padrões de potabilidade estabelecidos pelo Ministério da
Saúde (Portaria 518/2004), das 118 amostras analisadas no presente experimento (70
no Serviço Público Municipal e 48 no Serviço Público Federal) 03 (três)
apresentaram-se impróprias para consumo humano e, conseqüentemente, impróprias
para uso odontológico.
As 03 (três) amostras que apresentaram coliformes totais e fecais foram
coletadas de Equipos Odontológicos em funcionamento nas Unidades Básicas de
Saúde de Aracaju (quadro 6), sendo 02 (duas) delas provenientes da seringa tríplice e
01 (uma) da mangueira, sem a turbina de alta-rotação. Esses achados concordam com
Murray; Slack (1957); Merchant; Molinari (1990); Russo et al. (2000) que
encontraram contaminação bacteriana nas seringas tríplices, apontando-as como uma
fonte potencial de contaminação. Concordam também com os achados de Watanabe
et al. (2000) com relação às mangueiras. Segundo os referidos autores, a
mangueira/linha d’água é a segunda maior fonte de infecção, em virtude da formação
de biofilme. Watanabe et al (2000) concluíram, baseados nos dados da sua pesquisa,
a necessidade de tratamento das mangueiras/linhas d’água para eliminar ou, pelo
menos, desagregar o biofilme.
As amostras de água oriundas dos Equipos Odontológicos do Departamento
de Odontologia/UFS apresentaram-se livres de coliformes totais e fecais (Quadro 7).
Já Aguiar; Pinheiro (1999), analisando 148 amostras de água procedentes de 37
Equipos Odontológicos de Recife/PE, encontraram 116 amostras contaminadas que,
53
portanto, não satisfaziam aos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Os
Equipos Odontológicos que apresentaram contaminação bacteriana utilizavam água
de abastecimento público no seu reservatório, porém, podem ter sido contaminados
por várias fontes, como caixas d’água sem a devida manutenção, tubulações
precárias e antigas, como também a formação de biofilme no interior dessas
tubulações (WILLIAMS et al., 1993; WILLIAMS et al. 1995; SHEARER, 1996;
CARDOSO et al., 1999), ou mesmo o próprio reservatório estar em condições
inadequadas de uso (FANTINATO et al., 1992; BASTOS; ALVES, 2000).
Várias medidas têm sido sugeridas para reduzir a contaminação da água nos
Equipamentos Odontológicos, como a desinfecção das unidades de água uma vez por
semana (WILLIAMS et al., 1994), adição de hipoclorito de sódio na proporção 1:10
a 25% no reservatório para desinfecção e posterior fluxo por 30 segundos
(SCHAEFER, 1990) e SHEARER (1996) cita ainda a instalação e correta
manutenção de válvulas anti-refluxo e completa lavagem da unidade de água após o
tratamento de cada paciente e uso de água estéril ou solução salina nos reservatórios
para procedimentos cirúrgicos.
A presente pesquisa demonstrou que as amostras de água coletadas dos
Equipos Odontológicos em funcionamento no Departamento de Odontologia (quadro
7) apresentaram-se livres de contaminação por coliformes. Esses resultados estão de
acordo com Williams et al. (1994) que demonstraram a ocorrência da desinfecção
total do reservatório e das tubulações quando este era desinfetado com 100ml de
solução de hipoclorito de sódio na proporção 1:6, e posterior passagem dessa solução
pelas tubulações e sua eliminação pelo acionamento durante 10 minutos da turbina,
da seringa tríplice e das peças de mão, uma vez por semana. Este mesmo
procedimento é adotado atualmente como rotina pela Comissão de Biossegurança do
Departamento de Odontologia, concordando também com os achados de Aguiar
(2000) que, ao testar a eficácia antimicrobiana de soluções usadas no tratamento de
amostras de água procedentes de Equipos Odontológicos, concluiu que apenas o
hipoclorito de sódio reduziu significativamente o número de microrganismos,
proporcionando à água um nível de pureza semelhante ao da utilizada nos serviços de
hemodiálise.
Cardoso (1999) pesquisou os efeitos bactericidas do Bio System (Gnatus) e
do Sistema Flush (Dabi Atlante) que utilizam uma solução de hipoclorito de sódio a
54
1:500 ppm em um reservatório próprio, possibilitando a liberação da solução
desinfetante, recomendando seu uso ao final de cada sessão de tratamento e ao final
do expediente, quando todo o reservatório deve ser esgotado através das linhas de
água do equipamento. Entretanto, a presente pesquisa não evidenciou diferenças na
qualidade bacteriológica da água dos Equipos que utilizavam Sistema de Anti-sepsia
FLUX e dos que não o utilizavam (gráficos 3 e 8), concordando com Aguiar;
Pinheiro (1999) que afirmaram ser necessário no mínimo 3 minutos de fluxo
contínuo para a eficácia do processo, procedimento que não é obedecido pela equipe
de saúde bucal do Departamento de Odontologia/UFS e pelas Unidades Básicas de
Saúde de Aracaju.
Com relação ao tempo de funcionamento dos Equipos (gráficos 5 e 9) e
distintas marcas comerciais dos mesmos (gráfico 6), a presente pesquisa não
evidenciou diferenças na qualidade bacteriológica da água. Fato que pode ser
explicado pela existência de um protocolo de manutenção dos Equipamentos
Odontológicos no Departamento de Odontologia, através da Comissão de
Biossegurança, assim como a manutenção das tubulações dos equipamentos das
Unidades Básicas de Saúde, realizada através da DIMAN (Divisão de Manutenção
da Secretaria Municipal de Saúde).
Atualmente, as Unidades Básicas de Saúde de Aracaju promovem, através
dos seus gestores, capacitações periódicas sobre o tema controle de infecção
hospitalar, onde é abordado o problema da contaminação nos consultórios
odontológicos, assim como as medidas de prevenção e controle da infecção cruzada.
Toda a Equipe de Saúde Bucal passa por uma série de cursos, com o objetivo de
manter atualizados os conceitos de Biossegurança. Assim também ocorre no
Departamento de Odontologia da Universidade Federal de Sergipe que mantém, por
intermédio da Comissão de Biossegurança, a Equipe de Saúde Bucal atualizada
através de capacitações periódicas.
Sabe-se que o controle de infecção é um processo contínuo e progressivo,
devendo constantemente ser atualizado e supervisionado para se garantir os padrões
de qualidade. Portanto, apesar dos resultados satisfatórios da presente pesquisa, a
equipe de saúde bucal deve tomar consciência da necessidade de adotar medidas para
manter a qualidade da água que sai dos Equipamentos Odontológicos em direção à
55
boca do paciente, independentemente do procedimento a ser realizado, reduzindo o
risco de contaminação cruzada.
56
6 CONCLUSÕES
Com base nos dados obtidos e à luz da literatura pesquisada, podemos
concluir que:
Ö A água utilizada nos Equipos Odontológicos do Serviço Público Federal de
Aracaju/SE está de acordo com os parâmetros microbiológicos estabelecidos pelo
Ministério da Saúde;
Ö Nas Unidades Básicas de Saúde de Aracaju foram evidenciadas 03 (três)
amostras de água contaminadas por coliformes.
Ö O Tempo de Funcionamento assim como a Marca dos Equipos Odontológicos
pesquisados não interferiu na qualidade microbiológica da água;
Ö Não foram evidenciadas diferenças entre a qualidade da água dos Equipos
Odontológicos que possuem Sistema de Anti-sepsia FLUSH e dos que não o
possuem, independente da localização do reservatório (Grupos I, II e III).
57
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MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Saneamento. 3 ed. Brasília: Fundação
Nacional de Saúde, 1999.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Politicas de Saude. Departamento de
Atenção Básica. Programa Saúde da Família. Rev. Saúde Pública. [online]. jun.
2000, vol.34, no.3. Disponível em:
<http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
89102000000300018&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0034-8910. Acesso em 10 abr. 2006.
61
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Legislação federal sobre controle e vigilância da
qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.
PORTARIA Nº 518/2004, Brasília, 2004.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Legislação federal sobre mecanismos e instrumentos
para divulgação de informação ao consumidor sobre a qualidade da água para
consumo humano. DECRETO Nº 5.440/2005, Brasília, 2005.
MOLINARI, J. A. Practical infection control for the 1990’s: applying science to
government regulations. JADA, v.125, n.9, p. 1189-97, Sep. 1994.
MURRAY, J. P.; SLACK, G. L. Some sources of bacterial contamination in
everyday dental practice. Br. Dent. J., v.102, n.3, p. 172, Mar. 1957.
OPPERMAN, C. M. Manual de biossegurança para serviços de saúde. Porto
Alegre: PMPA/SMS/CGVS, 2003. p. 80.
PELCZAR JUNIOR, M. J.; CHAN, E. C. S.; KRIEG, N. R. Microbiologia das
águas naturais, potáveis e dos esgotos. In: Microbiologia: conceitos e aplicações.
2. ed. São Paulo: Makron Books, 1997. V. II.
PETRELLA, R. O manifesto da água – argumentos para um contrato mundial.
Petrópolis: VOZES, Rio de Janeiro, 2002.
RAMOS, Donatela Dourado e LIMA, Maria Alice Dias da Silva. Acesso e
acolhimento aos usuários em uma unidade de saúde de Porto Alegre, Rio
Grande do Sul, Brasil. Cad. Saúde Pública. [online]. jan./fev. 2003, vol.19, no.1
[citado 09 Junho 2003], p.27-34. Disponível em:
<http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
311X2003000100004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 17/03/06.
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GOVONE, J. S. Qualidade microbiológica da água consumida nos bebedouros
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62
SCIAKY, I.; SULITZEANU, A. Importance of dental units in the mechanical
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SHEARER, B. G. Biofilm and the dental office. J. Am. Dent. Assoc., Chicago, v.
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TRABULSI, L. R. Microbiologia. São Paulo: Atheneu, 1999.
TUCCI, C. E. M. Hidrologia: ciência e aplicação. 2 ed. Porto Alegre:
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VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de
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Sanitária e Ambiental, Universidade Federal de Minas Gerais, 1996.
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ODONTOLÓGICA DE RIBEIRÃO PRETO, 22. 2000, Ribeirão Preto.
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WILLIAMS, H. N.; KELLEY, J.; FOLINEO, D.; WILLIAMS, G. C.; HAWLEY, C.
L.; SIBISKI, J. Assessing microbial contamination in clean water dental units
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MITCHELL, B.; HASLER, J. F. Bacterial contamination of the water supply in
newly installed dental units. Quintessence Int., v.26, n.5, p. 331-7, May 1995.
63
___________________________________________________
ANEXOS
_____________________________________
64
ANEXO A
UBS I REGIÃO Nº de
Equipos
ENDEREÇO TELEFONE
Antonio Alves-
Gerente: Suzana
01
R. Firmino Fontes S/n –
Atalaia
3179-2700/243-7171
Augusto Cesar Leite
Gerente: Dione
01
R. I. S/N – Conj. Santa Tereza 3179-2701
Augusto Franco
Gerente: Nedite
02
Conj. Augusto Franco 3243-5271
Celso Daniel
Gerente: Anselmo
02
Conj. Padre Pedro B. Sta.
Maria
3179-3007
CEMAR AUGUSTO
FRANCO
Gerente: Hilda
04
Conj. Augusto Franco
3179-3039-3004-
/2743
Elizabeth Pita
Gerente: Karine
01
B. Terra Dura. Rua B 14,
Conj. Gov. Valadares
3179-2708 / 3400
223-3420
Geraldo Magela
Gerente:M. Socorro
02 R. Central IV S/N – Conj.
Orlando Dantas.
3179-1704
Hugo Gurgel
Gerente:José Castilho
02 B. Coroa do Meio. Rua Renato
Fonseca Oliveira
255-1079
Humberto Mourão
Gerente:Sílvia
02
R. A. S/N São Conrado 3179-1703
João Bezerra
Gerente:Francileide
01 Povoado - Areia Branca Av.
João Alves Bezerra
3179-2508
Ministro Costa
Cavalcante
Gerente:Ieda
01
Av. Tancredo Neves S/N –
Jardim Esperança.
3179-1443
Niceu Dantas
Gerente:Willema
01
Pov. Mosqueiro 3179-2504
Osvaldo Leite
Gerente:Betânia
01 Av. Azul s/n Bairro Santa
Maria
3179-3008 / 248-2802
Santa Terezinha do
Menino Jesus
Gerente: Ana Célia
01
Rod. Dos Náufragos
3179-2507 / 1208
227-3367
65
UBS II REGIÃO Nº de
Equipos
ENDEREÇO TELEFONE
Amélia Leite
Gerente: Sandra
Ferro
01
R. Wendel Quarenta B.
Cirurgia
3179-1376
Adel Nunes
Gerente: Iucema
02
R. Hait,s/n
3179-6888
Ávila Nabuco
Gerente: Nancy
02 R. O. S/N – Conj. Médici 3179-7077
CEMAR São José
Gerente: Ana
Cristina
01
Rua Urquiza Leal s/n
3179-2161
Dona Sinhazinha
Gerente: Maria
Alice
01 Av. Hermes Fontes S/N 3179-2129
DST/AIDS
Gerente: Graça
01
Rua Barão de Maruim, 704
3179-4109
Edézio Vieira de
Melo
Gerente: Lijane
02
R. Porto Alegre Nº253 B.
Siqueira Campos
3179-2214
Joaldo Barbosa
Gerente: Suzana
02
R. Guará
3179-3581
Manoel de Souza
Pereira
Gerente: Carine
01
Av. Cezartina Regis, S/N B.
Sol Nascente.
3179-2902
Fernando Sampaio
Gerente:Acácia
02
B. Castelo Branco Av. São
João Batista Nº986.
3179-1095 / 259-
4647
Marx Carvalho
Gerente: Sandra
01
Bairro Luzia
3179-1556
Madre Tereza de
Calcutá
Gerente:Auxiliadora
01
Largo da Aparecida S/N B.
Jabotiana.
3179-7763
UBS III REGIÃO Nº de
Equipos
ENDEREÇO TELEFONE
Cândida Alves
Gerente:Soraya
02
Rua São João, S/n, Santo
Antônio.
215-3062
Dona Jovem
Gerente: Ana
Cristina
02
Bairro Industrial. 215-3063
Pedro Averan
Gerente: Jolene
01
Rua São João, S/n, Santo
Antônio.
3179-3495 / 215-
3062
Eunice
Barbosa(Coqueiral)
Gerente:Osvaldo
02 B. Porto Dantas 9952-2594
3179-2411 / 3415 /
3416
66
Francisco Fonseca
Gerente: Francisco
02
R. Pinheiro Machado S/N –
18 do Forte
3179-2434
CAIC
Gerente: Karina
02
R. Riachão S/N – Getúlio
Vargas
3179 – 1326
José Augusto
Barreto
Gerente:Laura
02
Av. Euclides Figueiredo
S/N – B. Japãozinho.
3179-2416 / 215-
7007
José Quintiliano da
F. Sobral
Gerente:Odailde
02
R. Santa Terezinha S/N – B.
Getemana.
215-7239 / 3179-
3496
Maria Do Céu
Gerente: Ailza
01
Rua Maruim Nº198
3179-1374
Porto Dantas
Gerente: Célia
01
R. Antônio dos Santos
Nº468 – B. Porto Dantas.
3179-2419 / 2411 /
3416 215-8781
UBS IV REGIÃO
Nº de
Equipos
ENDEREÇO TELEFONE
Anália Pina
Gerente: Jaqueline
02
Av. Ayrton Senna s/n B.
Tamandaré
3179-2835
Carlos Fernandes de
Melo
Gerente: Ana Lídia
02
Av. Lamarão s/n B. Santos
Dumont
3179-3905 / 3906
CSU
Gerente:Bianca
02
R. Alagoas, s/n
3179-2261
Carlos Hardman
Gerente: Avanise
01
Av. Carlos Marques S/N –
B. Soledade.
3179-2805
João Oliveira Sobral
Gerente: Marilene
Dória
01
R. Senhor do Bomfím S/N –
Santos Dumont
3179-2806
José Machado de
Souza
Gerente: Valéria
03 Renato Mazze Lucas 3179-2836
Lauro Dantas
Gerente: Sônia
03 R. Projetada S/N B. Bugio 252-1166
Onésimo Pinto
Gerente: Lourdes
03
Av. Radialista Silva Lima,
s/n, B. Jardim Centenário
3179-3200
Renato Mazze Lucas
Gerente: Valéria
02
Av. Euclides Figueiredo,
s/n, Bairro Santos Dumont
245-3155
3179-2809 / 2837
Walter Cardoso
Gerente: Cláudia
01
R. B, Nº372 – B. Veneza. 3179-3210
FONTE: Secretaria do Estado de Saúde de Sergipe, 2005.
67
68
ANEXO C: TABELA DE HOSKINS
Número de coliformes na água
(número mais provável por 100 mL)
10:1:0,1 Nº 10:1:0,1 Nº 10:1:0,1 Nº 10:1:0,1 Nº 10:1:0,1 Nº 10:1:0,1 Nº
000
001
002
003
004
005
010
011
012
013
014
015
020
021
022
023
024
025
030
031
032
033
034
035
040
041
042
043
044
045
050
051
052
053
054
055
0
1,8
3,6
5,4
7,2
9
1,8
3,6
5,5
7,3
9,1
11
3,7
5,5
7,4
9,2
11
13
5,6
7,4
9,3
11
13
15
7,5
9,4
11
13
15
17
9,4
11
13
15
17
19
100
101
105
103
104
105
110
111
112
113
114
115
120
121
122
123
124
125
130
131
132
133
134
135
140
141
142
143
144
145
150
151
152
153
154
155
2
4
6
8
10
12
4
6,1
8,1
10
12
14
6,1
8,2
10
12
15
17
8,3
10
13
15
17
19
11
13
15
17
19
22
13
15
17
19
22
24
200
201
202
203
204
205
210
211
212
213
214
215
220
221
222
223
224
225
230
231
232
233
234
235
240
241
242
243
244
245
250
251
252
253
254
255
4,5
6,8
9,1
12
14
16
6,8
9,2
12
14
17
19
9,3
12
14
17
19
22
12
14
17
20
22
25
15
17
20
23
25
28
17
20
23
26
29
32
300
301
302
303
304
305
310
311
312
313
314
315
320
321
322
323
324
325
330
331
332
333
334
335
340
341
342
343
344
345
350
351
352
353
354
355
7,8
11
13
16
20
23
11
14
17
20
23
27
14
17
20
24
27
31
17
21
24
28
31
35
21
24
28
32
36
40
25
29
32
34
41
45
400
401
402
403
404
405
410
411
412
413
414
415
420
421
422
423
424
425
430
431
432
433
434
435
440
441
442
443
444
445
450
451
452
453
454
455
13
17
21
25
30
36
17
21
26
31
36
42
22
26
32
38
44
50
27
33
39
45
52
59
34
40
47
54
62
69
41
48
56
64
72
81
500
501
502
503
504
505
510
511
512
513
514
515
520
521
522
523
524
525
530
531
532
533
534
535
540
541
542
543
544
545
550
551
552
553
554
555
23
31
43
58
76
95
33
46
64
84
110
130
49
70
95
120
150
180
79
110
149
180
210
250
130
170
220
280
350
430
240
350
540
920
1600
2400
FONTE: SILVA. C. H. P. M. Bacteriologia – Um texto ilustrado. São Paulo:
Eventos, 2000.
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