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VALDIRENE MARIA SILVA
Ação da carbonatação em vigas de concreto armado sob tensão,
executadas em escala natural e reduzida
Tese apresentada à Escola de Engenharia
de São Carlos da Universidade de São
Paulo, como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Doutor em
Engenharia de Estruturas.
ORIENTADOR: Prof. Dr. Jefferson B. L. Liborio
São Carlos – SP
2007
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Ficha catalográfica preparada pela Seção de Tratamento
da Informação do Serviço de Biblioteca – EESC/USP
Silva, Valdirene Maria
S586a Ação da carbonatação em vigas de concreto armado sob tensão,
executadas em escala natural e reduzida / Valdirene Maria Silva. –- São
Carlos, 2007.
Tese (Doutorado) –- Escola de Engenharia de São Carlos-
Universidade de São Paulo, 2007.
Área: Engenharia de Estruturas.
Orientador: Prof. Dr. Jefferson B. L. Liborio.
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Aos meus pais, Livertino e Geraldina,
pessoas as quais o meu amor é incondicional.
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador Jefferson B. L. Liborio, por acreditar em meu potencial e
proporcionar-me a oportunidade de crescer profissionalmente.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pela bolsa de
estudo concebida.
Ao Programa de Pós-Graduação do departamento de Engenharia de Estruturas e a
Escola de Engenharia de São Carlos, por possibilitar-me a realização desta pesquisa.
Ao meu esposo Valentim Capuzzo Neto pelo amor e companheirismos.
Aos meus familiares que sempre acreditaram em mim.
Ao Prof. Toshiaki Takeya pela competência profissional e suas importantes
contribuições a este trabalho.
Ao Prof. Mário de Castro por sua contribuição nas análises estatísticas realizadas.
A todos os amigos do Laboratório de Materiais Avançados à Base de Cimento
(LMABC): José Américo, Alessandra, Fernanda Giannotti, Vanessa, Sandra, Rafaelle, Tiago,
Wilson, Jorge e Marcos pelas ajudas, companheirismo, descontração e principalmente pela
amizade.
Ao Marcelo Antonio Sartorio pela amizade e por ajudar no desenvolvimento do
trabalho experimental.
A todos os colegas que contribuíram de forma direta ou indireta na realização desta
tese, em especial ao Francisco Sales Trajano Filho, à Luciana Pelaes Mascaro e à Alessandra
Feuzicana.
i
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS v
LISTA DE TABELAS xiv
LISTA DE ABREVIATURAS xvii
LISTA DE SÍMBOLOS xviii
RESUMO xix
ABSTRACT xx
1. INTRODUÇÃO 1
1.1. Generalidades 1
1.2. Justificativas 3
1.3. Objetivos 4
1.4. Metodologia 5
1.5. Organização do trabalho 6
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 7
2.1. A carbonatação e suas influências 7
2.1.1. Determinação da profundidade de carbonatação por meio de equações
14
2.1.2. Medidas da profundidade de carbonatação
18
2.1.3. Influência das adições minerais na carbonatação
20
2.1.4. Formações mineralógicas do carbonato de cálcio
21
2.1.5. Concentração de dióxido de carbono
23
2.1.6. Redução no valor do pH pelo CO
2
, e suas conseqüências
25
2.1.7. Comportamento da carbonatação em regiões fissuradas
29
2.1.8. Estruturas de concreto armado expostas ao meio ambiente durante o período
da construção
34
2.2. Durabilidade das estruturas de concreto 37
2.2.1. Alguns fatores que influenciam na durabilidade das estruturas de concreto
39
2.2.1.1. Cobrimento nominal da armadura
39
2.2.1.2. Fissuras no concreto
40
2.2.1.3. Zona de interface
45
2.3. Modelos físicos reduzidos 49
2.3.1. Modelos Estruturais
52
ii
2.3.1.1. Modelo com completa semelhança
53
2.3.1.2. Modelo com semelhança de primeira ordem
53
2.3.1.3. Modelo distorcido
53
2.3.1.4. Fatores de escala para modelos de concreto armado
54
2.3.2. Confiabilidade dos modelos físicos
56
2.3.3. Alguns trabalhos em modelos físicos
57
3. PROGRAMA EXPERIMENTAL 59
3.1. Caracterização dos materiais 60
3.2. Dosagem dos concretos 61
3.3. Propriedades dos concretos 62
3.4. Confecção das vigas de concreto armado em escala natural e reduzida 64
3.5. Instrumentação das vigas 66
3.6. Carregamento das vigas 68
3.7. Câmara de carbonatação acelerada 72
3.8. Determinação da profundidade de carbonatação 73
3.9. Análise microestrutural 75
3.9.1. Difratometria de raios-X (DRX)
75
3.9.2. Porosimetria por intrusão de mercúrio (PIM)
75
3.9.3. Microscopia eletrônica de varredura (MEV)
75
4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÕES 77
4.1. Propriedades mecânicas do concreto 77
4.1.1. Resistência à compressão simples
77
4.1.1.1. Comparação da resistência à compressão simples entre corpos-de-prova
referentes à escala natural e reduzida
80
4.1.2. Resistência à tração por compressão diametral
82
4.1.2.1. Comparação da resistência à tração por compressão diametral dos corpos-
de-prova referentes à escala natural e reduzida
84
4.1.3. Módulo de elasticidade
85
4.2. Comportamento estrutural das vigas de concreto armado em escala
natural e reduzida
89
4.2.1. Vigas em escala natural
89
4.2.1.1. Viga 1
89
4.2.1.2. Viga 2
91
iii
4.2.1.3. Viga 3
92
4.2.2. Vigas em escala reduzida
93
4.2.2.1. Modelo 1
94
4.2.2.2. Modelo 2
94
4.2.2.3. Modelo 3
95
4.3. Carbonatação em corpos-de-prova e vigas de concreto armado 96
4.3.1. Carbonatação da viga 1
96
4.3.2. Carbonatação da viga 2
99
4.3.3. Carbonatação da viga 3
101
4.3.4. Carbonatação do Modelo 1 103
4.3.5. Carbonatação do Modelo 2
105
4.3.6. Carbonatação do Modelo 3
107
4.3.7. Comparação das profundidades de carbonatação determinadas em corpos-de-
prova e nas vigas em escala natural e reduzida
109
4.3.8. Análise estatística da profundidade de carbonatação determinada nas vigas
em escala natural e reduzida
113
4.4. Frente de carbonatação nas fissuras 115
4.4.1. Determinação da frente de carbonatação nas fissuras da viga 1
116
4.4.2. Determinação da frente de carbonatação nas fissuras da viga 2
130
4.4.3. Determinação da frente carbonatação nas fissuras da viga 3
146
4.4.4. Análise dos resultados da carbonatação em fissuras das vigas 1, 2 e 3
163
4.4.5. Determinação da frente de carbonatação nas fissuras do modelo 1
165
4.4.6. Determinação da frente de carbonatação nas fissuras do modelo 2
170
4.4.7. Determinação da frente de carbonatação nas fissuras do modelo 3
175
4.4.8. Análise dos resultados da carbonatação em fissuras dos modelos 1, 2 e 3
180
4.4.9. Análise estatística da abertura das fissuras e ajuste de equações que
representa a tendência da carbonatação na fissura
182
4.5. Verificação da corrosão nas barras de aço da armadura 185
4.6. Influência da variação da concentração de dióxido de carbono na
profundidade de carbonatação
187
4.7. Análise microestrutural 190
4.7.1. Difratometria de raios-X (DRX)
190
4.7.2. Porosimetria por intrusão de mercúrio (PIM)
192
4.7.3. Microscopia eletrônica de varredura
195
iv
4.7.3.1. Morfologia do carbonato de cálcio
196
4.7.3.2. Microestrutura na região fissurada
199
4.7.3.3. Microestrutura da zona de interface pasta/agregado
204
4.7.3.4. Microestrutura da zona de interface aço/pasta
210
4.7.3.5. Microestrutura das amostras de barras de aço em regiões com pontos de
corrosão
212
4.7.3.6. Microestrutura de amostras polidas
217
5. CONCLUSÃO 224
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 230
ANEXO A - CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS 244
ANEXO B - DIMENSIONAMENTO E RESULTADOS TEÓRICOS E
EXPERIMENTAIS DAS VIGAS E DOS MODELOS
254
ANEXO C - PROCEDIMENTOS ADOTADOS NO PROGRAMA
EXPERIMENTAL
272
v
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1
Gráfico tridimensional da relação entre profundidade de
carbonatação, resistência mecânica e porosidade. Fonte: Atis
(2004).
9
Figura 2.2
Representação esquemática da frente de carbonatação. Fonte:
Richardson (1988).
10
Figura 2.3
Mecanismo sugerido para a carbonatação acelerada. Fonte: Bertos
et al. (2004).
12
Figura 2.4 Mecanismo de reação química. Fonte: Richardson (1988). 12
Figura 2.5
Micrografias dos compostos da pasta de cimento hidratada. (a)
Cristais de C-S-H, Silva (2004); (b) Cristais de CH, Monteiro (sd-
a).
13
Figura 2.6
Morfologia do carbonato de cálcio, Castro (2003).
13
Figura 2.7 Curva teórica experimental da profundidade de carbonatação em
função do tempo de exposição para o traço 1:3,0. Fonte: Silva
(2002)
16
Figura 2.8
Ábaco para obtenção da espessura de cobrimento às armaduras em
função do concreto (C10 a C50) e da vida útil desejada (1 a 100
anos). Fonte: Helene (1997).
18
Figura 2.9
Intensidade de carbonatação e pH da água de poros de concreto
submetido à carbonatação durante 8 e 16 semanas. Fonte: Chang e
Chen (2006).
20
Figura 2.10
Transformação da vaterita em calcita.
Fonte: http://www.mpikg.mpg.de/kc/coelfen/
- acessado em
06/10/2006 às 10h00min.
23
Figura 2.11
Microestrutura da aragonita.
Fonte: www.keele.ac.uk/depts/ch/groups/csg/cas/
- acessado em
06/10/2006 às 10h30min.
23
Figura 2.12
Diagrama simplificado de Pourbaix para o sistema água-ferro a
25ºC e 1 atm. Fonte: Pourbaix e Zoubov (1974), adaptado.
25
Figura 2.13
Célula de corrosão eletroquímica. Fonte: Helene e Cunha (2001).
27
Figura 2.14
Diferentes tipos de lepitocrocita (γ-FeOOH) encontradas como
produto de corrosão. Fonte: (a) Antunes et al. (2003) e (b) Koleva
et al. (2006).
28
Figura 2.15
Modelo de vida útil. Fonte: CEB 152 (1983).
29
Figura 2.16
Observação em fissura com 0,35 mm de abertura. Fonte:
Richardson (1988).
30
Figura 2.17
Observação em fissura com 0,05, 0,02 e 0,01 mm de abertura.
Fonte: Richardson (1988).
30
Figura 2.18
Observação em fissura com 0,8 e 0,3 mm de abertura. Fonte:
Richardson (1988).
30
Figura 2.19
Observação em fissura com 0,3, 0,2, 0,1 e 0,05 mm de abertura.
Fonte: Richardson (1988).
31
Figura 2.20
Observação em fissura com 0,4, 0,1, 0,25 e 0,15 mm de abertura.
Fonte: Richardson (1988).
31
Figura 2.21
Observação em fissura com baixa profundidade de carbonatação.
Fonte: Richardson (1988).
31
vi
Figura 2.22
Observação em fissura com 0,6 e 0,25 mm de abertura. Fonte:
Richardson (1988).
32
Figura 2.23
Observação em fissura com 0,4 e 0,25 mm de abertura. Fonte:
Richardson (1988).
32
Figura 2.24
Observação em fissura com 0,25 mm de abertura. Fonte:
Richardson (1988).
32
Figura 2.25
Observação em fissura com 0,15 e 0,25 mm de abertura. Fonte:
Richardson (1988).
32
Figura 2.26
Observação em fissura com 0,10 e 0,08 mm de abertura. Fonte:
Richardson (1988).
33
Figura 2.27 Observação em fissura com 0,5 mm de abertura. Fonte:
Richardson (1988).
33
Figura 2.28
Observação em fissura carbonatada. Fonte: Richardson (1988).
33
Figura 2.29
Observação em fissura com 0,15 mm de abertura. Fonte:
Richardson (1988).
33
Figura 2.30 Corpo-de-prova extraído de um segmento de seção de pilar
(concreto fck=20MPa), idade de 18 meses – instante de aplicação
de revestimento de argamassa. Fonte: Silva (2004).
35
Figura 2.31
Representação esquemática dos ciclos de fissuração, corrosão e
fissuração do concreto. Fonte: Monteiro (sd - b).
38
Figura 2.32
Distribuição média dos poros na zona de interface entre a pasta e o
agregado - concreto com relação água/cimento de 0,4. Fonte:
Nemati e Gardoni (2005).
45
Figura 2.33
Distribuição das fases presentes na hidratação da pasta de cimento
ao longo da zona de interface pasta/agregado. Fonte: Bentz e
Stutzman (1994)
46
Figura 2.34
Atuação da sílica ativa na zona de interface entre a pasta e o
agregado. (a) e (b) concreto sem adição de sílica ativa antes e após
a hidratação respectivamente. (c) e (d) concreto com adição de
sílica ativa antes e após a hidratação respectivamente. Fonte:
Bentur e Odler apud Castro (2003).
46
Figura 2.35
Dopagem dos agregados. Fonte: Liborio et al. (2005).
47
Figura 2.36
Zona de interface entre a pasta de cimento e um grão de areia. (a)
argamassa sem adição de sílica ativa, (b) argamassa com adição de
sílica ativa. Fonte: Bentur e Cohen (1987).
48
Figura 2.37
Modelo de material com completa semelhança. Fonte: Harris e
Sabnis (1999).
53
Figura 2.38
Modelo de material com distorção. Fonte: Harris e Sabnis (1999).
54
Figura 2.39 Relação da resistência à compressão x diâmetros dos corpos-de-
prova. Fonte: Harris e Sabnis (1999).
55
Figura 2.40
Pilar do vertedouro de barragem - Ilha Solteira. (a) Pilar
instrumentado para ensaio, (b) modelo físico reduzido -
Laboratório de Engenharia de Estruturas – EESC-USP, (c)
protótipo em escala natural.
58
Figura 3.1
Separação da argamassa (por peneiramento) do concreto utilizado
na moldagem das vigas em escala reduzida.
62
Figura 3.2
Representação esquemática dos ensaios realizados em corpos-de-
prova.
63
vii
Figura 3.3
Detalhamento da armadura da viga em escala natural, unidade em
cm.
65
Figura 3.4
Detalhamento da armadura de fretagem e da posição do tubo de
P.V.C. em ângulo para posterior passagem de cordoalha de aço.
65
Figura 3.5
Detalhamento da armadura da viga em escala reduzida e seu
posicionamento na forma metálica.
66
Figura 3.6
Detalhamento da instrumentação, unidade em cm.
67
Figura 3.7
Detalhamento da instrumentação do concreto e da armadura
referentes às vigas em escala natural.
67
Figura 3.8
Posicionamento dos extensômetros localizados no meio do vão das
vigas em escala reduzida. (a) barras de aço longitudinais
tracionadas; (b) região comprimida do concreto.
67
Figura 3.9
Aplicação do carregamento em uma viga de concreto armado em
escala natural.
68
Figura 3.10
Detalhamento do carregamento e da condição estática do ensaio.
68
Figura 3.11
Detalhe do encunhamento da cordoalha de aço de protensão e
macaco de aplicação de carregamento.
69
Figura 3.12
Esquema estático do ensaio das vigas em escala natural.
69
Figura 3.13
Sistema utilizado para realizar as leituras de carga e deformação.
70
Figura 3.14
Aplicação do carregamento nas vigas em escala reduzida.
71
Figura 3.15
Esquema estático do ensaio das vigas em escala reduzida
71
Figura 3.16
Câmara de carbonatação acelerada.
72
Figura 3.17
Desenho esquemático da câmara de carbonatação acelerada.
72
Figura 3.18
Detalhe dos dispositivos para controle da quantidade de CO
2
na
câmara de carbonatação - (a) Pressostato eletrônico programável,
(b) solenóide, (c) transdutor diferencial.
73
Figura 3.19
Técnica utilizada na extração de corpos-de-prova - (a) Viga de
concreto armado; (b) Detalhe do corpo-de-prova extraído da viga;
(c) Ilustração do ensaio de tração por compressão diametral dos
corpos-de-prova extraídos; (d) Exemplo da técnica utilizada na
verificação da profundidade de carbonatação.
74
Figura 3.20
Verificação da profundidade de carbonatação nas vigas em escala
reduzida.
74
Figura 4.1
Resistência à compressão simples dos concretos referentes às
vigas em escala natural (a) e escala reduzida (b).
78
Figura 4.2
Comparação da resistência à compressão simples dos concretos,
referentes às vigas em escala natural, submetidos à cura úmida e a
carbonatação.
79
Figura 4.3
Comparação da resistência à compressão simples dos concretos,
referentes às vigas em escala reduzida, submetidos à cura úmida e
a carbonatação.
79
Figura 4.4
Resistência à compressão simples dos corpos-de-prova submetidos
à cura úmida referentes aos concretos utilizados na confecção das
vigas em escala natural (a) e escala reduzida (b).
80
Figura 4.5
Resistência à compressão simples dos concretos utilizados na
confecção de vigas em escala natural e reduzida.
81
Figura 4.6
Resistência à compressão simples dos concretos utilizados na
confecção de vigas em escala natural e reduzida.
81
viii
Figura 4.7
Resistência à compressão simples, considerado o fator de escala,
para obter os valores referentes aos corpos-de-prova 150 x 300
mm.
82
Figura 4.8
Resistência à compressão simples, considerado o fator de escala,
para obter os valores referentes aos corpos-de-prova 150 x 300
mm.
82
Figura 4.9
Resistência à tração por compressão diametral dos concretos
utilizados na confecção das vigas em escala natural (a) e vigas em
escala reduzida (b).
83
Figura 4.10
Resistência à tração por compressão diametral dos corpos-de-
prova submetidos à cura úmida referentes aos concretos utilizados
na confecção das vigas em escala natural (a) e escala reduzida (b).
84
Figura 4.11
Resistência à tração por compressão diametral dos concretos
utilizados na confecção de vigas em escala natural e reduzida.
84
Figura 4.12
Resistência à tração por compressão diametral dos concretos
utilizados na confecção de vigas em escala natural e reduzida.
84
Figura 4.13 Módulo de elasticidade nas idades de 7, 28 e 56 dias obtidas em
corpos-de-prova submetidos à câmara úmida, e aos 56 dias de
idade para os expostos a carbonatação e ao meio ambiente. –
Referentes à viga 1.
85
Figura 4.14
Módulo de elasticidade nas idades de 7, 28 e 56 dias obtidas em
corpos-de-prova submetidos à câmara úmida, e aos 56 dias de
idade para os expostos a carbonatação e ao meio ambiente. –
Referentes à viga 2.
86
Figura 4.15
Módulo de elasticidade nas idades de 7, 28 e 56 dias obtidas em
corpos-de-prova submetidos à câmara úmida, e aos 56 dias de
idade para os expostos a carbonatação e ao meio ambiente. –
Referentes à viga 3.
86
Figura 4.16
Módulo de elasticidade nas idades de 7, 28 e 45 dias obtidas em
corpos-de-prova submetidos à câmara úmida, e aos 45 dias de
idade para os expostos a carbonatação e ao meio ambiente. –
Referentes ao modelo 1.
86
Figura 4.17
Módulo de elasticidade nas idades de 7, 28 e 45 dias obtidas em
corpos-de-prova submetidos à câmara úmida, e aos 45 dias de
idade para os expostos a carbonatação e ao meio ambiente. –
Referentes ao modelo 2.
87
Figura 4.18
Módulo de elasticidade nas idades de 7, 28 e 45 dias obtidas em
corpos-de-prova submetidos à câmara úmida, e aos 45 dias de
idade para os expostos a carbonatação e ao meio ambiente. –
Referentes ao modelo 3.
87
Figura 4.19
Comparação dos módulos de elasticidade referentes às vigas 1, 2 e
3, aos 3, 7, 28 e 56 dias de idade e submetidos à câmara úmida –
(a) vigas (b) modelos.
88
Figura 4.20
Módulo de elasticidade aos 56 dias de idade de corpos-de-prova
submetidos à câmara úmida, câmara de carbonatação e ao meio
ambiente – (a) vigas, (b) modelos.
89
ix
Figura 4.21
(a) Força vertical x deslocamento da viga 1; (b) Força vertical x
deformação do concreto no meio do vão da viga 1; (c) Força
vertical x deformação média das três barras de aço tracionadas da
camada inferior; (d) Força vertical x deformação média das duas
barras de aço tracionadas da camada superior.
90
Figura 4.22
(a) Força vertical x deslocamento da viga 2; (b) Força vertical x
deformação do concreto no meio do vão da viga 2; (c) Força
vertical x deformação média das três barras de aço tracionadas da
camada inferior; (d) Força vertical x deformação média das duas
barras de aço tracionadas da camada superior.
92
Figura 4.23
(a) Força vertical x deslocamento da viga 3; (b) Força vertical x
deformação do concreto no meio do vão da viga 3; (c) Força
vertical x deformação média das três barras de aço tracionadas da
camada inferior; (d) Força vertical x deformação média das duas
barras de aço tracionadas da camada superior.
93
Figura 4.24
(a) Força vertical x deslocamento do modelo 1; (b) Força vertical
x deformação do concreto no meio do vão do modelo 1; (c) Força
vertical x deformação média das barras de aço tracionadas.
94
Figura 4.25
(a) Força vertical x deslocamento do modelo 2; (b) Força vertical
x deformação do concreto no meio do vão do modelo 2; (c) Força
vertical x deformação média das barras de aço tracionadas.
95
Figura 4.26
(a) Força vertical x deslocamento do modelo 3; (b) Força vertical
x deformação do concreto no meio do vão do modelo 3; (c) Força
vertical x deformação média das barras de aço tracionadas.
96
Figura 4.27
Profundidade da carbonatação medida em corpos-de-prova
curados durante 7 dias em câmara úmida, pré-condicionados por
21 dias e submetidos à carbonatação acelerada por 28 dias– Viga
1.
97
Figura 4.28
Desenho esquemático da viga 1 de concreto armado indicando as
posições de extração dos corpos-de-prova com suas respectivas
numerações.
98
Figura 4.29
Profundidade da carbonatação dos corpos-de-prova extraídos da
viga 1.
98
Figura 4.30
Profundidade da carbonatação medida em corpos-de-prova
curados durante 7 dias em câmara úmida, pré-condicionados por
21 dias e submetidos à carbonatação acelerada por 28 dias– Viga
2.
99
Figura 4.31
Desenho esquemático da viga 2 de concreto armado indicando o
posicionamento da extração dos corpos-de-prova com suas
respectivas numerações.
101
Figura 4.32
Profundidade da carbonatação dos corpos-de-prova extraídos da
viga 2.
101
Figura 4.33
Profundidade da carbonatação medida em corpos-de-prova
curados durante 7 dias em câmara úmida, pré-condicionados por
21 dias e submetidos à carbonatação acelerada por 28 dias– Viga
3.
102
Figura 4.34
Desenho esquemático da viga 3 de concreto armado indicando o
posicionamento da extração dos corpos-de-prova com suas
respectivas numerações.
102
x
Figura 4.35
Profundidade da carbonatação dos corpos-de-prova extraídos da
viga 3.
103
Figura 4.36
Profundidade de carbonatação de corpos-de-prova curados durante
7 dias em câmara úmida, após 10 dias em pré-condicionamento e
28 dias na câmara de carbonatação – Modelo 1.
103
Figura 4.37
Profundidade da carbonatação de corpos-de-prova extraídos do
modelo 1.
104
Figura 4.38
Profundidade de carbonatação de corpos-de-prova curados durante
7 dias em câmara úmida, após 10 dias em pré-condicionamento e
28 dias na câmara de carbonatação – Modelo 2.
105
Figura 4.39
Profundidade da carbonatação de corpos-de-prova extraídos do
modelo 2.
106
Figura 4.40
Profundidade de carbonatação de corpos-de-prova curados durante
7 dias em câmara úmida, após 10 dias em pré-condicionamento e
28 dias na câmara de carbonatação – Modelo 3.
107
Figura 4.41
Profundidade da carbonatação de corpos-de-prova extraídos do
modelo 3.
108
Figura 4.42
Comparação dos resultados de carbonatação determinados em
corpos-de-prova e vigas em escala natural e reduzida.
110
Figura 4.43
Comparação dos resultados da frente de carbonatação determinada
em corpos-de-prova e nas regiões tracionadas e comprimidas das
vigas em escala natural e reduzida.
110
Figura 4.44
Profundidade de carbonatação determinada (a) em corpos-de-
prova e (b) vigas em escala natural e reduzida; (c) vigas em escala
natural e em escala reduzida extrapolada.
111
Figura 4.45
Profundidade da carbonatação nas regiões tracionadas e
comprimidas das vigas em escala natural (a) e reduzida (b). Nota:
os valores à esquerda de 1, 2 e 3 correspondem às extremidades
das vigas, enquanto que os valores à direita de 1, 2 e 3
correspondem ao vão central.
113
Figura 4.46
Profundidade da frente de carbonatação nas vigas em escala
natural e reduzida – valores extrapolados.
115
Figura 4.47
(a) Detalhes dos cortes realizados nas vigas; (b) retirada do
concreto na região da fissura; (c) região da viga em que o concreto
foi retirado e (d) representação do posicionamento das seções AA
e BB.
116
Figura 4.48
Profundidade da frente de carbonatação medida na seção BB das
vigas 1, 2 e 3.
163
Figura 4.49
Profundidade da frente de carbonatação medida na posição da
fissura em espessuras de cobrimento de 2,0 cm e 2,5 cm, para as
vigas 1, 2 e 3.
164
Figura 4.50
Profundidade da frente de carbonatação medida ao longo de todo o
comprimento da fissura e na espessura de 3,0 cm de cobrimento,
para as vigas 1, 2 e 3.
164
Figura 4.51
Profundidade da frente de carbonatação medida na seção BB dos
modelos 1, 2 e 3.
181
Figura 4.52
Profundidade da frente de carbonatação versus abertura de fissura
de acordo com o tipo de viga (viga 1-preto, viga 2-vermelho, viga
3-azul) e sua posição ao longo do comprimento ( - extremidade;
- vão central)
183
xi
Figura 4.53
Ajuste de equações para quantificar a profundidade de
carbonatação versus abertura de fissura (a) viga 1, (b) viga 2 e (c)
viga 3.
184
Figura 4.54 –
(a) Localização do corpo-de-prova extraído da viga, (b) Corpo-de-
prova fissurado no qual se observam as diferenças entre a frente de
carbonatação a partir da superfície superior e ao longo da fissura.
185
Figura 4.55
Concreto manchado com pontos de corrosão da barra de aço
inferior (a) abertura de fissura w = 0,13 mm, (b) abertura de
fissura w = 0,13 mm.
186
Figura 4.56
Concreto manchado com pontos de corrosão da barra de aço
inferior (a) abertura de fissura w = 0,14 mm, (b) abertura de
fissura w = 0,11 mm e (c) abertura de fissura w = 0,14 mm.
186
Figura 4.57
Profundidade de carbonatação determinada em corpos-de-prova
referentes aos concretos da viga 1 (referência), viga 2 (10% SFS) e
viga 3 (10% SCA) submetidos a diferentes concentrações de CO
2
.
187
Figura 4.58
Tendência de comportamento do coeficiente de carbonatação em
função da concentração de dióxido de carbono.
189
Figura 4.59
Difratograma da pasta de cimento referente à viga e modelo 1 –
Sem adição de sílica ativa.
190
Figura 4.60
Difratograma da pasta de cimento referente à viga e modelo 2 -
Com 10% de sílica de ferro silício ou silício metálico.
191
Figura 4.61
Difratograma da pasta de cimento referente à viga e modelo 3 –
Com 10% de adição da sílica da casca de arroz.
191
Figura 4.62
Relação do volume acumulado e do incremento de volume com o
diâmetro dos poros da pasta 1 referente à viga e modelo 1.
193
Figura 4.63
Relação do volume acumulado e do incremento de volume com o
diâmetro dos poros da pasta 2 referente à viga e modelo 2.
193
Figura 4.64
Relação do volume acumulado e do incremento de volume com o
diâmetro dos poros da pasta 3 referente à viga e modelo 3.
193
Figura 4.65
Relação do volume acumulado e do incremento de volume com o
diâmetro dos poros da pasta 1, 2 e 3 que foram submetidas à cura
úmida.
194
Figura 4.66
Relação do volume acumulado e do incremento de volume com o
diâmetro dos poros da pasta 1, 2 e 3 que foram submetidas ao
meio ambiente.
194
Figura 4.67
Relação do volume acumulado e do incremento de volume com o
diâmetro dos poros da pasta 1, 2 e 3 que foram submetidas à
carbonatação.
195
Figura 4.68
Carbonato de cálcio no poro.
196
Figura 4.69 Carbonato de cálcio no poro. 196
Figura 4.70
Carbonato de cálcio no poro.
197
Figura 4.71
Carbonato de cálcio no poro.
197
Figura 4.72
Carbonato de cálcio.
197
Figura 4.73
Carbonato de cálcio.
197
Figura 4.74
Pasta carbonatada.
197
Figura 4.75
Pasta carbonatada.
197
Figura 4.76
Pasta carbonatada.
198
Figura 4.77
Pasta carbonatada.
198
Figura 4.78
Frente de carbonatação em fissura, viga 3.
199
Figura 4.79
Frente de carbonatação em fissura, viga 3.
199
xii
Figura 4.80
Frente de carbonatação em fissura, viga 3.
199
Figura 4.81
Frente de carbonatação em fissura, viga 3.
199
Figura 4.82
Frente de carbonatação em fissura, viga 3.
199
Figura 4.83
CaCO
3
na região próxima à fissura , viga 3.
199
Figura 4.84
Frente de carbonatação em fissura, viga 2.
200
Figura 4.85
Frente de carbonatação em fissura, viga 2.
200
Figura 4.86
Frente de carbonatação em fissura, viga 2.
200
Figura 4.87
Frente de carbonatação em fissura, viga 2.
200
Figura 4.88
Frente de carbonatação em fissura, viga 2.
201
Figura 4.89
Pasta carbonatada, viga 2.
201
Figura 4.90
Imagem do hidróxido de cálcio na posição da fissura.
202
Figura 4.91 Início da frente de carbonatação na fissura, viga 3. 202
Figura 4.92
Início da frente de carbonatação na fissura, viga 3.
202
Figura 4.93
Frente de carbonatação em fissura, viga 2.
202
Figura 4.94
Frente de carbonatação em fissura, viga 2.
202
Figura 4.95
Frente de carbonatação em fissura, viga 2.
203
Figura 4.96 Frente de carbonatação em fissura, viga 2. 203
Figura 4.97
Microestrutura da zona de interface agregado/pasta.
204
Figura 4.98
Microestrutura da zona de interface agregado/pasta.
204
Figura 4.99
Zona de interface pasta/agregado.
204
Figura 4.100
Zona de interface pasta/agregado.
204
Figura 4.101
Carbonato de cálcio na zona de interface pasta/agregado.
205
Figura 4.102
Carbonato de cálcio na zona de interface pasta/agregado.
205
Figura 4.103
Micrografia do agregado miúdo.
205
Figura 4.104
Corpo-de-prova de concreto carbonatado, mostrando que a
tendência da difusão da frente de carbonatação é de ocorrer na
zona de interface pasta/agregado.
206
Figura 4.105
Região da pasta de cimento em que foi retirado o agregado.
207
Figura 4.106
Região da pasta de cimento em que foi retirado o agregado.
207
Figura 4.107
EDS em linha para verificar os elementos presentes na pasta de
cimento em que foi retirado o agregado.
208
Figura 4.108
EDS em linha para verificar os elementos presentes na região da
pasta de cimento com e sem agregado.
209
Figura 4.109
Zona de interface pasta/barra de aço.
210
Figura 4.110
Zona de interface pasta/barra de aço.
210
Figura 4.111
Zona de interface pasta/barra de aço.
210
Figura 4.112
Zona de interface pasta/barra de aço.
210
Figura 4.113
Detalhe do concreto do cobrimento.
211
Figura 4.114
Detalhe do concreto do cobrimento.
211
Figura 4.115 Região da pasta de cimento em que foi sacada a barra de aço. 211
Figura 4.116
Amostra da barra de aço que foi despassivada devido à
carbonatação e sua corrosão.
212
Figura 4.117
Imagens de barras de aço extraídas do interior da viga e com
diferentes magnificações.
213
Figura 4.118
Imagens de barras de aço extraídas do interior da viga com camada
de passivação.
213
Figura 4.119
Imagens de barras de aço extraídas do interior da viga.
214
Figura 4.120
Imagens da barra de aço corroída.
214
Figura 4.121
Imagens da barra de aço corroída.
215
Figura 4.122
Imagem da barra de aço corroída.
216
xiii
Figura 4.123
Imagem da zona de transição da ocorrência da corrosão.
216
Figura 4.124
Imagens da barra de aço corroída.
216
Figura 4.125
Imagem de corrosão da barra de aço.
217
Figura 4.126
Amostra polida da pasta de cimento referente à viga 1 que foi
submetida à cura úmida.
218
Figura 4.127
Amostra polida da pasta de cimento referente à viga 2 (SFS) que
foi submetida à cura úmida.
218
Figura 4.128
Amostra polida de pasta de cimento referente a viga 3 (SCA) que
foi submetida à cura úmida.
219
Figura 4.129
Imagem de amostra polida de pasta de cimento referente a viga 1
que foi submetida ao meio ambiente.
219
Figura 4.130 Imagem de amostra polida de pasta de cimento referente a viga 2
(SFS) que foi submetida ao meio ambiente.
219
Figura 4.131
Imagem de amostra polida de pasta de cimento referente a viga 3
(SCA) que foi submetida ao meio ambiente.
220
Figura 4.132
Imagem de amostra polida de pasta de cimento referente à viga 1
que foi submetida à carbonatação.
220
Figura 4.133
Imagem de amostra polida de pasta de cimento referente a viga 2
(SFS) que foi submetida à carbonatação.
220
Figura 4.134
Imagem de amostra polida de pasta de cimento referente a viga 3
(SCA) que foi submetida à carbonatação.
221
Figura 4.135
Imagem de amostra polida de pasta de cimento carbonatada com
precipitação do CaCO
3
no poro. (a) pasta com SFS e (b) pasta com
SCA.
221
Figura 4.136
Imagem de amostra polida de pasta de cimento mostrando a
escória, o cimento anidro e o hidróxido de cálcio (CH).
221
xiv
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1
Propriedades e efeitos relacionados com a carbonatação.
8
Tabela 2.2
Características do concreto alteradas devido à carbonatação.
14
Tabela 2.3
Valores dos coeficientes de cura e exposição.
17
Tabela 2.4
Valores do fator de idade “n” em função da exposição.
17
Tabela 2.5
Principais indicadores de pH utilizados para determinar a
profundidade de carbonatação.
19
Tabela 2.6 Efeito de algumas condições de exposição no processo de
carbonatação.
24
Tabela 2.7
Fatores que influenciam no ataque químico de concretos.
38
Tabela 2.8
Classificação de abertura de fissuras.
41
Tabela 2.9
Diferentes tipos de fissuras que podem surgir no concreto.
41
Tabela 2.10 Resumo dos diferentes tipos de fissuras. 44
Tabela 2.11
Grau de hidratação necessário para que ocorra a descontinuidade dos
poros.
47
Tabela 2.12
Classificação dos modelos físicos reduzidos.
50
Tabela 2.13
Fatores de escala para estruturas diferenciadas.
52
Tabela 2.14
Resumo dos fatores de escala para modelos de concreto armado.
55
Tabela 3.1
Resumo dos ensaios realizados.
59
Tabela 3.2
Composição dos traços de concretos com CP II E 32.
61
Tabela 3.3
Consumo de materiais por metro cúbico utilizados.
62
Tabela 3.4
Relação entre óxidos, utilizada na identificação dos produtos
hidratados de cimento Portland.
76
Tabela 4.1
Valores de resistência à compressão simples dos corpos-de-prova
referentes às vigas em escala natural.
78
Tabela 4.2
Valores de resistência à compressão simples dos corpos-de-prova
referentes às vigas em escala reduzida.
78
Tabela 4.3
Valores de resistência à compressão simples, ajustados pelos fatores
de escala.
81
Tabela 4.4
Valores de resistência à tração por compressão diametral dos corpos-
de-prova referentes às vigas em escala natural.
83
Tabela 4.5
Valores de resistência à tração por compressão diametral dos corpos-
de-prova referentes às vigas em escala reduzida.
83
Tabela 4.6
Módulo de elasticidade dos concretos referentes às vigas em escala
natural.
85
Tabela 4.7 Módulo de elasticidade dos concretos referentes às vigas em escala
reduzida.
85
Tabela 4.8
Valores da profundidade da frente de carbonatação obtidos na viga 1.
99
Tabela 4.9
Valores da profundidade da frente de carbonatação obtidos na viga 2.
100
Tabela 4.10
Valores da profundidade da frente de carbonatação obtidos na viga 3.
102
Tabela 4.11
Valores da profundidade da frente de carbonatação obtidos no
modelo 1.
105
Tabela 4.12
Valores da profundidade da frente de carbonatação obtidos no
modelo 2.
107
Tabela 4.13
Valores da profundidade da frente de carbonatação obtidos no
modelo 3.
109
xv
Tabela 4.14
Profundidade da frente de carbonatação determinada em corpos-de-
prova moldados e em vigas de escala natural e reduzida.
109
Tabela 4.15
Valores da profundidade da frente de carbonatação determinados em
corpos-de-prova referentes às vigas em escala natural e reduzida e
fatores de escala determinados.
114
Tabela 4.16
Valores médios da profundidade da frente de carbonatação
determinados nas vigas em escala natural, vigas em escala reduzida,
valores extrapolados das vigas em escala reduzida para escala natural
e análise estatística.
114
Tabela 4.17
Posicionamento das fissuras ao longo da viga 1, abertura das
fissuras, profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura
e na posição com cobrimento de 3 cm, carbonatação nas seções AA
e BB.
118
Tabela 4.18
Posicionamento das fissuras ao longo da viga 2, abertura das
fissuras, profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura
e na posição com cobrimento de 3 cm, carbonatação nas seções AA
e BB.
131
Tabela 4.19
Posicionamento das fissuras ao longo da viga 3, abertura das
fissuras, profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura
e na posição com cobrimento de 3 cm, carbonatação nas seções AA
e BB.
147
Tabela 4.20
Posicionamento das fissuras no modelo 1, abertura das fissuras,
exposição do concreto extraído na posição da fissura, carbonatação
na seção BB.
166
Tabela 4.21
Posicionamento das fissuras no modelo 2, abertura das fissuras,
concreto extraído na posição da fissura, carbonatação na seção BB.
170
Tabela 4.22
Posicionamento das fissuras no modelo 3, abertura das fissuras,
concreto extraído na posição da fissura, carbonatação na seção BB.
176
Tabela 4.23
Valores médios da profundidade de carbonatação determinados na
seção BB das vigas em escala natural, dos modelos, valores
extrapolados dos modelos para as vigas em escala natural e variação
percentual dos resultados..
181
Tabela 4.24
Estatística descritiva das aberturas de fissuras de acordo com os
posicionamentos na extremidade ou no vão central da viga em escala
natural ou reduzida.
182
Tabela 4.25
Profundidades das frentes de carbonatação determinadas em corpos-
de-prova e calculadas pelas equações ajustadas, quando a abertura da
fissura vale zero.
184
Tabela 4.26
Valores de profundidade da frente de carbonatação e do coeficiente
de carbonatação determinados em corpos-de-prova referentes aos
concretos que foram utilizados nas vigas 1, 2 e 3 e submetidos a
diferentes concentrações de CO
2
.
187
Tabela 4.27
Determinação da idade necessária para o corpo-de-prova atingir a
profundidade de carbonatação estabelecida. Os valores presentes nas
linhas em negrito correspondem aos valores experimentais e os
demais se referem às idades calculadas.
188
Tabela 4.28
Produtos identificados nos difratogramas e suas respectivas
nomenclaturas.
190
Tabela 4.29
Resultados provenientes do ensaio de PIM das pastas de cimento
hidratadas e carbonatadas.
192
xvi
Tabela 4.30
Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS)
referente às figuras 4.68, 4.69, 4.76 e 4.77.
198
Tabela 4.31
Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS)
referente às figuras 4.80 a 4.82.
200
Tabela 4.32
Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS)
referente às figuras 4.84 a 4.88.
201
Tabela 4.33
Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS)
referente às figuras 4.91 a 4.95.
203
Tabela 4.34
Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS)
referente às figuras 4.98 a 4.102.
205
Tabela 4.35
Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS)
referente às figuras 4.105 a 4.107.
208
Tabela 4.36
Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS)
referente à figura 4.108.
209
Tabela 4.37
Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS)
referente às figuras 4.109 a 4.115.
212
Tabela 4.38 Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS)
referente à figura 4.118.
214
Tabela 4.39
Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS)
referente às figuras 4.119 a 4.120.
215
Tabela 4.40
Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS)
referente às figuras 4.121 a 4.124.
216
Tabela 4.41
Distribuição das fases presentes na pasta de cimento hidratada pelos
tons de cinza, Silva (2000).
217
xvii
LISTA DE ABREVIATURAS
a/agl - Relação água/aglomerante
a/c Relação água/cimento
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ACI American Concrete Institute
AFt - Etringita
BSE Elétrons retroespalhados
CEB Comite Euro-International du Beton
CCDM Centro de Caracterização e Desenvolvimento de Materiais
C
2
S - Silicato dicálcico ou belita
C
3
A - Aluminato tricálcico
C
3
S - Silicato tricálcico ou alita
C
4
AF - Ferro aluminato tetracálcico
CaO - Óxido de cálcio
C.U. Cura úmida
Ca(OH)
2
- Hidróxido de cálcio ou portlandita
CaCO
3
- Carbonato de cálcio ou calcita
CH - Hidróxido de cálcio ou portlandita
C-S-H - Silicato de cálcio hidratado
CO
2
- Dióxido de carbono
DRX - Difratometria de raio-X
EHT Tensão de aceleração
EDS Espectrografia por dispersão de energia
EESC Escola de Engenharia de São Carlos
f
ck
- Resistência característica do concreto
f
t
- Resistência à tração por compressão diametral
HCO
-
3
Ácido carbônico
KOH - Hidróxido de potássio
MEV Microscopia eletrônica de varredura
M.A. Meio ambiente
Mag Magnificação
M.At.
*
Massa atômica
NaOH - Hidróxido de sódio
PIM - Porosimetria por intrusão de mercúrio
REF Referência
SFS - Sílica ativa de ferro silício ou silício metálico
SCA Sílica extraída da casca de arroz
SE Elétrons secundários
SP - Superplastificante
USP Universidade de São Paulo
UR - Umidade relativa
WD Distância de trabalho
γ-Fe
2
O
3
Filme de óxido aderente na superfície da armadura
γ-FeOOH
Lepidocrocita
α-FeOOH
Goetita
Fe
3
O
4
Magnetita
xviii
LISTA DE SÍMBOLOS
a Areia
C - Consumo de cimento (kg/m
3
)
Ca Cálcio
e - Índice de vazios
F Dimensão da força
k - Coeficiente de carbonatação
L Dimensão do comprimento
M Modelo
m Areia + pedra
p Brita
p Nível de significância
R
2
- Coeficiente de correlação
Si Silício
S
ε
Fator de escala de deformação
S
l
Fator de escala de comprimento
S
σ
Fator de escala de tensão
V Viga
w
k
- Abertura da fissura
x - Profundidade carbonatada
x
*
Profundidade de carbonatação extrapolada
ρ
- Massa unitária
ρ
S
- Massa específica real
xix
RESUMO
SILVA, V.M. Ação da carbonatação em vigas de concreto armado sob tensão,
executadas em escala natural e reduzida. 2007. 279 f. Tese (Doutorado) - Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2007.
Este trabalho apresenta uma análise do comportamento da frente de carbonatação em vigas de
concreto armado sob tensão, em escala natural e reduzida, com a máxima condição de
subarmação. As vigas foram confeccionadas com e sem adição da sílica da casca de arroz e
sílica de ferro silício ou silício metálico. Para cada viga em escala natural (agregado graúdo
com D
máx.
= 19 mm) foi confeccionada uma em escala reduzida com o mesmo traço de
concreto para estabelecer os mesmos parâmetros de comparação. As vigas foram curadas
durante 7 dias e posteriormente submetidas à flexão, com o carregamento aplicado nos terços
(L/3 da viga). Realizou-se o pré-condicionamento para a estabilização da umidade interna das
vigas que foram expostas durante 28 dias em um ambiente com concentração de 50% de
dióxido de carbono, umidade relativa de 65 ± 5% e temperatura ambiente. Foram
determinados: resistências à compressão simples axial, resistência à tração por compressão
diametral, módulos de elasticidade e profundidade da frente de carbonatação em corpos-de-
prova cilíndricos. A profundidade da frente de carbonatação em corpos-de-prova foi
determinada para diferentes concentrações de dióxido de carbono. Também foi verificada a
carbonatação ao longo das vigas em escala natural e reduzida e nas posições das fissuras. Para
a previsão da profundidade da frente de carbonatação nas vigas, foram ajustadas equações
para a representação da carbonatação na região das fissuras. Os resultados obtidos mostraram
a eficiência da espessura do cobrimento, a eficácia dos modelos físicos reduzidos para realizar
estudos de carbonatação e a tendência da carbonatação em elementos estruturais na condição
de serviço. A frente de carbonatação difere na posição das fissuras, evidenciando um
comportamento diferente quando comparado com corpos-de-prova. A análise microestrutural
ilustrou o comportamento da frente de carbonatação em vigas de concreto armado,
complementando o estudo experimental. Com base nos resultados obtidos pode-se afirmar
que a simples adoção de concretos de alto desempenho para construção de elementos
estruturais não é suficiente nas peças que contenham fissuras e que sejam submetidas a
atmosferas ambientais agressivas.
Palavras-Chave: Carbonatação, fissura, cobrimento, durabilidade, concreto de alto
desempenho, concretos.
xx
ABSTRACT
SILVA, V.M. Carbonation action in reinforced concrete beams under stress regime
carried out on full and small scales. 2007. 279 f. Thesis (Doctoral) - Escola de Engenharia
de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2007.
This work reports on the behavior of carbonation in reinforced concrete beams under stress
regime on full and small scales having the lowest possible frame. The beams were made with
and without adding silica from rice husk and silica fume (Fe-Si). For each beam on a full
scale (coarse aggregate with D
máx.
= 19 mm) another beam on a small scale was made with the
same mix of concrete to maintain the same comparison parameter. The beams were cured for
7 days and subsequently submitted to flexure by applying a two-point loading (L/3 of beam).
Humidity stabilization to stabilize internal humidity of beams exposed for 28 days in an
environment with a concentration of 50% carbon dioxide, 65 ± 5% of relative humidity and
room temperature was carried out. The following was determined: axial compression strength,
tensile splitting strength, Young’s modulus and carbonation depth in cylindrical specimens.
The carbonation depth was determined in specimens with unlike carbon dioxide
concentration. Moreover, carbonation along beams on full and small scales and in cracks was
observed. To estimate the carbonation depth of the beams, equations were adjusted to
represent the carbonation in cracks. The results show the efficiency in the thickness of the
cover, efficiency of small-scale models for studies concerning carbonation and behavior of
carbonation in the serviceability of structural elements. The carbonation depth differs in the
position of cracks, showing behavior which is unlike the one compared to specimens. The
microstructure analyses show the behavior of carbonation depth in reinforced concrete beams
complementing the experimental study. The results show that it is not sufficient to use high
performance concretes in structural elements for elements with cracks and in aggressive
atmospheres.
Keywords: carbonation, crack, cover, durability, high performance concrete, concretes.
Capítulo
1
INTRODUÇÃO
1.1. GENERALIDADES
Um dos objetivos da construção civil é otimizar a aplicação dos materiais na produção
do concreto. Para cada tipo de obra uma determinada característica do concreto a ser
empregado é requerida. Este pode ser bombeável, auto-adensável, projetável ou coeso e pode
ser executado com diferentes tipos de aditivos e adições, tais como: superplastificante,
plastificante, retardador, acelerador, sílica ativa, cinzas, escórias, materiais reciclados e
outros. Dentre as exigências e os materiais existentes é necessário saber produzir o concreto
para que este seja resistente, economicamente viável e durável para o meio ambiente no qual
será inserido.
A durabilidade das estruturas de concreto pode ser comprometida devido às seguintes
causas: deficiência de projeto, falhas de execução e ausência de manutenção preventiva dos
edifícios. Devido às deficiências de projeto inicia-se no Brasil, no século XXI, a preocupação
de especificar no projeto todas as características do concreto que será utilizado. É
inadmissível justificar a existência de um problema patológico em função do meio ambiente
ou das condições de serviço de uma estrutura, uma vez que estes cuidados deveriam ser
considerados durante a concepção do projeto.
Tendo em vista a necessidade de construir estruturas de concreto mais resistentes e
duráveis inicia-se a aplicação do concreto de alta resistência e/ou alto desempenho. Este é um
concreto emergente que está sendo introduzido na construção civil do país. Seu custo
comparativo com o concreto convencional é maior, mas se tirado partido desse novo material
torna-se econômico, e sua produção requer profissionais qualificados. Atualmente, este
concreto é aplicado em obras de engenharia com maior preocupação no controle tecnológico.
O ganho de resistência mecânica com o concreto de alto desempenho proporcionou algumas
vantagens e desvantagens nos cálculos estruturais.
Capítulo 1 - Introdução
2
A vantagem da aplicação do concreto de alto desempenho e alta resistência es
relacionada com o dimensionamento de pilares e com a durabilidade da estrutura. Os pilares
podem ser dimensionados com a área da seção transversal menor, quando comparado com o
pilar dimensionado com concreto convencional. Esta redução na seção transversal dos pilares
proporciona um ganho de área construída e uma redução no custo final da obra, devido à
redução do tamanho das formas, diminuição da mão-de-obra, quantidade de concreto e
conseqüente redução do peso próprio da estrutura. A baixa porosidade desse concreto dificulta
a penetração dos agentes agressivos para o interior do elemento estrutural, e
consequentemente aumentando a vida útil da estrutura.
A desvantagem em trabalhar com o concreto de alta resistência está relacionada à sua
baixa ductilidade, que assume maior importância quando se tratam de peças submetidas à
compressão centrada ou excêntrica. A maioria das propostas de dimensionamento com o
concreto de alta resistência sugere adotar encurtamento último menor que o relativo aos
concretos de baixa resistência. Outro problema é que o cobrimento dos pilares de concreto de
alta resistência destaca antes que a capacidade de carga axial teórica do elemento seja
atingida, ACI 441R (1996). Vale ressaltar que a NBR 6118 (2003) - Projeto de estruturas de
concreto - procedimento é aplicável para concretos de até 50 MPa, acima deste limite é
necessário a utilização de normas internacionais no dimensionamento.
Os problemas de patologia em concreto, em uma grande maioria, teriam sido
solucionados com a aplicação do concreto de alto desempenho, caso os elementos estruturais
não fossem submetidos à flexão. Tendo em vista que o concreto possui uma baixa resistência
à tração, quando este é submetido a esse tipo de solicitação desencadeia-se a formação de
fissuras. A presença destas fissuras proporciona um caminho preferencial para a difusão dos
agentes agressivos e da umidade, aumentando significativamente sua permeabilidade.
Uma das patologias mais freqüentes em estruturas de concreto armado é a corrosão das
armaduras, aproximadamente 30% das anomalias existentes. Um dos fatores que contribui
para a existência da corrosão é a carbonatação, que reduz o pH do concreto e despassiva a
armadura. Esta quando despassivada e na presença de umidade desencadeia o processo de
corrosão, comprometendo a segurança e durabilidade da estrutura.
Devido a essa problemática, este trabalho investiga o comportamento da difusão da
frente carbonatação em vigas de concreto armado submetidas à flexão, sob tensão, e na
condição fissurada.
Capítulo 1 - Introdução
3
1.2. JUSTIFICATIVA
Atualmente, grande parte das pesquisas sobre durabilidade de concreto é desenvolvida
em corpos-de-prova e parte delas está direcionadas para a compreensão do fenômeno da
carbonatação e suas variáveis intervenientes como: cura, composição e adensamento do
concreto, tipo de cimento, adições, fator água/cimento e porosidade. As previsões do
desempenho de estruturas de concreto armado submetidas ao ambiente agressivo são
realizadas através da extrapolação dos resultados de ensaios em corpos-de-prova.
No entanto, um elemento estrutural em serviço funciona como um sistema, no qual a
interação entre os componentes desse sistema nem sempre apresenta o mesmo comportamento
que o material isolado. Com a utilização do concreto de alto desempenho muitos projetistas
supõem que a obra terá uma durabilidade elevada e essa conclusão deve-se a resultados
obtidos em corpos-de-prova. Portanto, existe a necessidade de realizar estudos da durabilidade
do concreto de alto desempenho sob tensão.
Sabe-se que a vida útil dos elementos estruturais em serviço é influenciada pelo nível
de carregamento, pela geometria da peça, pelas variações das condições ambientais e pelo
grau de fissuração e suas respectivas aberturas. No entanto, o comportamento dessas variáveis
em função dos materiais envolvidos não é conhecido. Outro fato importante a ser lembrado, é
que os modelos teóricos existentes para previsão da profundidade de carbonatação, também
não consideram tais variáveis.
Em 2003 a norma de projeto de estruturas de concreto – procedimentos, NBR 6118
(2003), foi revisada e foram estabelecidos novos parâmetros de durabilidade da estrutura em
função das classes de agressividade ambiental, tais como: relação água/cimento, classe do
concreto, cobrimento e abertura de fissuras. Por ser uma publicação recente existem poucos
resultados de pesquisas sobre durabilidade das estruturas de concreto para cada classe de
agressividade ambiental.
São poucos os trabalhos divulgados a respeito da corrosão da armadura e da
carbonatação em concretos constituídos com e sem adição de sílica ativa em elementos
estruturais sob tensão e fissurados. Além disso, é pouco investigada a avaliação da
profundidade de carbonatação em função da abertura de fissuras, o comportamento desta ao
longo do comprimento da fissura e na posição da armadura.
A utilização de modelos físicos reduzidos é consagrada no estudo das características
mecânicas de estruturas de concreto, no entanto esta alternativa de pesquisa não é usual para
verificação da carbonatação. Portanto, há a necessidade de pesquisar a validade do emprego
Capítulo 1 - Introdução
4
dessa técnica. O objetivo de trabalhar com modelos em escala reduzida é o de facilitar o
manuseio do elemento estrutural, utilizar equipamentos menores e reduzir o custo para
desenvolver pesquisas.
Desta forma, esta pesquisa pretende verificar a validade da condição de concreto de
alto desempenho em vigas de concreto armado fissuradas e submetidas à carbonatação.
Durante o desenvolvimento do programa experimental foram seguidas as recomendações da
NBR 6118 (2003) para verificar a validade do controle da relação água/cimento e da classe do
concreto e se o aumento do cobrimento e o controle da abertura das fissuras são suficientes
para impedir a difusão da frente de carbonatação para o interior da viga de concreto armado.
Todo o estudo realizado nas vigas de concreto armado em escala natural foi desenvolvido
para vigas em escala reduzida. Isto foi feito para verificar a viabilidade de utilizar fatores de
escalas que possibilitem realizar estudos futuros em escala reduzida.
Portanto, esta tese refere-se ao comportamento da carbonatação acelerada em vigas de
concreto armado, em escala natural e reduzida, na condição de serviço.
1.3. OBJETIVOS
Esta tese tem como objetivo geral estudar o comportamento da carbonatação em vigas de
concreto armado submetidas à flexão, sob tensão. Para isto foi verificado: o comportamento
da carbonatação nas regiões com e sem fissuras e nas regiões tracionada e comprimida deste
elemento estrutural; a eficiência do cobrimento; a validade do concreto de alto desempenho
em atmosferas agressivas quando fissurado e a possibilidade de realizar estudos de
carbonatação em escala reduzida.
Os objetivos específicos do presente trabalho são:
Verificar a carbonatação nas fissuras ocorridas nas vigas solicitadas.
Estudar a carbonatação em corpos-de-prova de concreto e comparar com os resultados
obtidos nas vigas.
Comparar os resultados de carbonatação para os concretos confeccionados com a sílica
da casca de arroz e a sílica de ferro silício ou silício metálico.
Analisar os resultados de carbonatação em corpos-de-prova que foram submetidos a
diferentes concentrações de dióxido de carbono.
Comparar os resultados de carregamento e de carbonatação em vigas confeccionadas em
escala natural e reduzida para estabelecer parâmetros de comparação.
Capítulo 1 - Introdução
5
Verificar, para a condição do ensaio das vigas em escala natural, os parâmetros
referentes à durabilidade em relação a classe de agressividade ambiental da NBR 6118
(2003).
Registrar ou não a ocorrência da corrosão da armadura após ciclos de molhagem e
secagem.
Verificar o comportamento microestrutural no concreto carbonatado, nas fissuras e na
zona de interface concreto x armadura.
Ajustar uma equação que represente o comportamento da carbonatação na região
fissurada.
Realizar uma análise estatística para verificar a validade dos resultados.
Com base nos resultados obtidos das vigas solicitadas, realizar uma extrapolação para os
diferentes tipos de elementos estruturais.
1.4. METODOLOGIA
Para realizar esta tese foi seguida a seguinte metodologia: revisão bibliográfica da
literatura referente ao assunto em estudo, desenvolvimento do programa experimental e
análise dos resultados.
Na revisão bibliográfica foram avaliados os principais fatores que influenciam na
carbonatação do concreto, a durabilidade das estruturas de concreto e os modelos físicos
reduzidos. Com esta revisão percebeu-se que apesar das diversas pesquisas sobre
carbonatação em concreto, poucos estudos sobre o seu comportamento em estruturas de
concreto armado solicitadas foram realizados. Verificou-se nas últimas décadas que a
durabilidade das estruturas de concreto é tão importante quanto o seu desempenho mecânico,
sendo a durabilidade incorporada nos critérios das normas vigentes. Também foi observado
que os modelos físicos reduzidos são utilizados para analisar o comportamento mecânico dos
elementos estruturais e que a verificação da durabilidade não é abordada.
Para o desenvolvimento do programa experimental caracterizaram-se todos os
materiais utilizados. Realizou-se um estudo de dosagem de concretos com diferentes tipos de
adições, mantendo-se a mesma consistência e mesmo consumo de cimento. Com os traços de
concreto definidos, foram confeccionadas as vigas de concreto armado em escala natural e
reduzida e foram determinadas as propriedades mecânicas do concreto.
As vigas foram submetidas a um carregamento e em seguida foram inseridas em um
ambiente de carbonatação acelerada. Durante o período de carbonatação as vigas
Capítulo 1 - Introdução
6
permaneceram solicitadas. No caso da escala natural o carregamento foi aplicado por meio de
protensão externa, proporcionando um conjunto com mobilidade e dimensões apropriadas
para inserir em um ambiente com controle da concentração de dióxido de carbono. Para a
criação deste ambiente foi confeccionada e calibrada uma câmara de carbonatação acelerada.
Por seu tamanho reduzido, as vigas em escala reduzida foram solicitadas por meio de um
dispositivo apropriado de ensaio desenvolvido nessa pesquisa e inseridas em uma câmara de
carbonatação com menores dimensões.
A profundidade de carbonatação foi determinada tanto em corpos-de-prova quanto em
vigas de concreto armado em escala natural e reduzida. No caso dos corpos-de-prova foi
avaliada a influência da concentração do dióxido de carbono em 50%, 1% e meio ambiente,
na profundidade de carbonatação. As medidas de carbonatação em vigas, com 50% de
concentração, foram realizadas nas regiões com e sem fissuras e nas regiões tracionadas e
comprimidas das mesmas. Objetivando verificar o comportamento microestrutural da
carbonatação em concreto foram realizados ensaios de difratometria de raios-X (DRX),
porosimetria por intrusão de mercúrio (PIM) e microscopia eletrônica de varredura (MEV).
Os resultados foram analisados estatisticamente e mostraram o comportamento real da difusão
do dióxido de carbono em corpos-de-prova e em elementos estruturais solicitados.
1.5. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Esta tese consiste de cinco capítulos e três anexos. No capítulo 1 apresenta-se a
introdução com as generalidades, a justificativa do trabalho, os objetivos gerais e específicos
da tese, a metodologia seguida e a organização do trabalho.
A revisão bibliográfica sobre carbonatação, durabilidade das estruturas de concreto e
modelos físicos reduzidos consta do capítulo 2.
O capítulo 3 consiste da programação experimental, que envolve a metodologia
utilizada.
No capítulo 4 são apresentados os resultados e discussões do estudo experimental
realizado.
As conclusões da tese e sugestões para trabalhos futuros estão no capítulo 5.
Finalmente são apresentados: as referências bibliográficas; o anexo A com a
caracterização dos materiais; o anexo B com o dimensionamento e os resultados teóricos e
experimentais das vigas e dos modelos e o anexo C com procedimentos adotados no programa
experimental.
Capítulo
2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. A CARBONATAÇÃO E SUAS INFLUÊNCIAS
A carbonatação é definida como a neutralização da fase líquida intersticial saturada de
hidróxido de cálcio e de outros compostos alcalinos hidratados, contidos na pasta de cimento
do concreto, pelo dióxido de carbono (CO
2
) que por ciclos de molhagem e secagem
precipitam como carbonato de cálcio, RILEM (1988).
A carbonatação acontece naturalmente em estruturas de concreto expostas à ação do
dióxido de carbono, este difunde na superfície do concreto e, em presença da umidade dos
poros, forma a frente de carbonatação.
A intensidade da umidade é fundamental para a ocorrência da carbonatação, porque
não ocorrerá carbonatação em altos ou baixos níveis de umidade. Segundo Verbeck apud ACI
201.2R
1
(1992) e Roy et al. (1999) a melhor taxa de umidade para ocorrer a carbonatação é
entre 50% e 75%. Para umidade relativa abaixo de 25% a carbonatação é considerada
insignificante e quando superior a 75%, a umidade presente nos poros restringe a penetração
do dióxido de carbono.
A incidência da chuva dificulta o avanço da frente de carbonatação porque o dióxido
de carbono é impedido de se difundir devido à saturação dos poros, enquanto no período de
estiagem, o processo de carbonatação é normal.
Okochi et al. (2000) observaram que a carbonatação é mais intensa nas amostras
protegidas da chuva do que nas expostas. Isso se explica porque as faces expostas estão
sujeitas à carbonatação apenas no período de estiagem e as faces protegidas estão sujeitas
durante todo o período do ano.
1
VERBECK G.J. (1958). Carbonation of hydrated portland cement. American Society for Testing and
Materials - Special Technical Publication, pp. 17-36.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
8
A carbonatação está diretamente relacionada à penetração do dióxido de carbono, por
meio dos poros, para o interior do concreto. O qual na presença da umidade transforma-se em
ácido carbônico
)HCO(
3
, que é reativo.
O ingresso do dióxido de carbono nos poros do concreto, em concentrações normais
atmosféricas com variação de 0,03% a 1,0% em volume é causado pela difusão
2
. Essa
difusão realiza-se por meio de poros capilares interconectados (rede capilar), microfissuras ou
bolhas de ar. Determinados agregados são porosos e também podem fazer parte do sistema de
transporte, Richardson (1988).
Inicialmente, o dióxido de carbono não se difunde ao interior do concreto porque a
tendência é de se combinar, ainda na superfície, com os álcalis e o hidróxido de cálcio.
Posteriormente, a tendência é de o CO
2
penetrar mais profundamente no concreto, dando
continuidade ao processo de carbonatação. Vale ressaltar que o avanço da frente de
carbonatação está diretamente relacionado à facilidade que o CO
2
encontra para difundir-se.
Na tabela 2.1 são apresentadas algumas propriedades químicas dos materiais
cimentícios quando carbonatados.
Tabela 2.1 – Propriedades e efeitos relacionados com a carbonatação.
Propriedades Efeito
Conteúdo de Ca
++
A carbonatação ocorre em materiais com Ca
++
disponível.
Quanto maior a concentração de cálcio, menor a frente de
carbonatação.
Relação Ca/Si Quanto maior a relação Ca/Si, maior o grau de carbonatação.
Permeabilidade
Quanto maior a permeabilidade dos materiais cimentícios
maior a penetração do CO
2
, o que facilita a carbonatação.
*
Dados referidos por Bertos et al. (2004).
A relação água/cimento é responsável pelo tamanho e continuidade dos poros
presentes no concreto. Ao reduzir-se essa relação há uma diminuição na profundidade de
carbonatação, uma vez que a continuidade capilar dos poros é minorada devido à alteração da
microestrutura da pasta de cimento e os poros podem, até mesmo, serem desconectados.
Para Al-Khaiat e Fattuhi (2002) a redução da relação água/cimento e o aumento do
período de cura resulta em concretos com menor profundidade de carbonatação.
Ho e Lewis (1987), Dhir et al. (1989), Monteiro e Nepomuceno (1997), Veiga et al.
(1998), Seidler e Dal Molin (2002) e Silva (2002) verificaram que a relação água/cimento é
um dos fatores que influenciam na qualidade final do concreto quanto à resistência mecânica
2
Definição segundo Houaiss. “Difusão - migração de átomos ou moléculas num sistema físico (sólido, líquido
ou gás), em geral devido a sua própria agitação térmica, muitas vezes também causada pela influência de um
gradiente de temperatura, pressão, ou por um potencial químico ou elétrico”.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
9
e a resistência à carbonatação. Quanto maior a relação água/cimento maior será a porosidade,
a permeabilidade e a profundidade de carbonatação do concreto.
Atis (2004), estudando a relação entre carbonatação, resistência à compressão e
porosidade, verificou haver a tendência de quanto maior for a resistência à compressão,
menor a porosidade e, conseqüentemente, menor a profundidade de carbonatação. Mas o
aumento da porosidade resulta no aumento da profundidade de carbonatação para uma
resistência à compressão constante, ou seja, a resistência mecânica não é parâmetro único
para o controle da carbonatação. Portanto a permeabilidade e a interconexão de poros devem
ser consideradas ao avaliar a carbonatação em diferentes concretos, figura 2.1.
Figura 2.1 – Gráfico tridimensional da relação entre profundidade de carbonatação,
resistência mecânica e porosidade. Fonte: Atis (2004).
Sarott et al. (1992) e Hobbs (1999) verificaram que o fator água/cimento interfere
significativamente na porosidade e permeabilidade e, conseqüentemente, no coeficiente de
difusão.
Helene (1993) afirma que a penetração do dióxido de carbono no concreto dá-se
preponderantemente pela difusão e que os mecanismos de absorção capilar e migração de íons
não se aplicam ao caso.
Segundo o CEB 152 (1983), a difusão é o processo pelo qual um líquido ou um gás
percola em um substrato devido à diferença de concentração, resultando na migração de uma
zona de maior para uma de menor concentração. As diferenças de umidade e de temperatura
contribuem no processo de difusão.
Uma representação esquemática da difusão do dióxido de carbono, na porosidade, da
pasta de cimento, está representada na figura 2.2. A linha que separa as duas zonas de
diferentes pH é chamada frente de carbonatação. A difusão da frente de carbonatação avança
lentamente do exterior para o interior do concreto, provocando alterações nas propriedades
físico-químicas do material. Quando a frente de carbonatação atinge a armadura tem-se o
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
10
rompimento da camada de óxido sub microscópica passivante, o que é denominado
despassivação da armadura. Segundo Taylor (1997) o filme passivante é instável para baixos
valores de pH, o qual é resultante da carbonatação, lixiviação ou ação de cloretos.
Figura 2.2 –Representação esquemática da frente de carbonatação. Fonte: Richardson (1988).
O dióxido de carbono, quando em contato com o concreto e na presença da umidade
presente nos poros, desencadeia a frente de carbonatação. O que facilita a reação do ácido
carbônico é a grande disponibilidade de álcalis na pasta do cimento, Mehta e Monteiro
(1994). A pasta de cimento hidratada é composta por um volume de aproximadamente 20 a
25% de hidróxido de cálcio (Ca(OH)
2
) e 50 a 60% de silicato de cálcio hidratado (C-S-H). O
hidróxido de cálcio é mais susceptível à carbonatação que o silicato de cálcio hidratado
porque tal composto é altamente solúvel em meios ácidos.
Afridi et.al. (2001) estudando o comportamento do Ca(OH)
2
em argamassas sem
adições e submetidas à carbonatação, constatou que esses cristais são fracos e incapazes de
resistir a tensões e conseqüentemente tem-se o surgimento de fissuras devido às reações de
carbonatação. Segundo Taylor (1997) a carbonatação contribui significativamente na retração
do concreto e causa fissuras superficiais, sendo esse efeito mais evidente em corpos-de-prova
de menores dimensões.
Nas Equações (2.1) a (2.3) estão descritas as reações responsáveis pela carbonatação
através do hidróxido de cálcio. Inicialmente, é necessário que o CO
2
se difunda através dos
poros do concreto em direção à região de menor concentração e na presença da umidade dos
poros se transforme em ácido carbônico.
++
+++
3322
COH2HCOHOHCO
(2.1)
Os cristais de Ca(OH)
2
se dissolvem na fase aquosa dos poros do concreto.
++
+ OH2Ca)OH(Ca
2
(2.2)
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
11
Portanto, ocorre o desencadeamento da reação do Ca(OH)
2
com o CO
2
, ambos
dissolvidos, originando o carbonato de cálcio e reduzindo o valor do pH e o volume dos
poros.
OH2CaCOCOH2OH2Ca
233
++++
+++
(2.3)
Papadakis et al. (1992) verificaram que a taxa de carbonatação não depende apenas da
concentração do hidróxido de cálcio, mas também, do silicato de cálcio hidratado que contém
CaO. Segundo Taylor (1997) o hidróxido de cálcio e o silicato de cálcio hidratado carbonatam
simultaneamente.
Reardon et al. (1989), Mollah et al. (1993) e Kobayashi et al. (1994) estudaram a
carbonatação do silicato de cálcio hidratado e observaram a dissociação da fase C-S-H e a
formação de CaCO
3
, sílica e água. Está representada na Equação (2.4) a formação do C-S-H,
na Equação (2.5) os produtos formados devido à carbonatação desse silicato e na Equação
(2.6) uma representação resumida da reação. Quanto à formação do C-S-H, Nishikawa e
Suzuki (1994) verificaram que ela pode ser analisada quantitativamente através de métodos
analíticos.
OH6SiO5CaO6OH7HSiO5Ca6
223
++
++
(C-S-H)
(2.4)
OH6SiO5CaCO6CO6OH6SiO5CaO6
223222
+
+
+
(2.5)
OHSílicaCaCOCOHSC
232
+
+
+
(2.6)
Taylor (1997) descreve que silicato de cálcio hidratado é descalcificado, portanto tem-
se uma redução na relação Ca/Si e a precipitação de um gel de sílica.
Bertos et al. (2004) propõem um resumo das reações que ocorrem durante a
carbonatação de materiais cimentícios conforme ilustrado na figura 2.3:
1. Difusão do CO
2
.
2. Penetração do CO
2
através do sólido.
3. Dissolução do CO
2(g)
em CO
2(aq.)
. Limite de transferência de camada.
4. Transformação do CO
2(aq.)
em H
2
CO
3
. Essa é uma taxa de deterioração lenta.
5. Ionização do H
2
CO
3
para
-2
3
-
3
CO,HCO,H
+
. Essa reação é instantânea, fazendo o pH cair
em aproximadamente 3 unidades, geralmente de 11 para 8.
6. Hidratação das fases C
3
S e C
2
S. O processo é cíclico, essa fase é rápida e extensiva e a
reação é exotérmica. Os grãos de silicatos são cobertos por uma camada livre de gel de
silicato de cálcio hidratado, o qual é rapidamente dissolvido liberando íons de Ca
2+
e
-4
4
SiO .
7. Nucleação do CaCO
3
e C-S-H. Limite de transferência de camada.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
12
8. Precipitação da fase sólida. Inicialmente podem ser formadas vaterita e aragonita, mas no
final dessa fase do CaCO
3
resulta calcita. Carbonatos de cálcio amorfos podem ser
encontrados no produto final.
9. Carbonatação secundária. O gel de C-S-H formado é progressivamente descalcificado,
formando o silicato hidratado (S-H) e o CaCO
3
.
Figura 2.3 – Mecanismo sugerido para a carbonatação acelerada. Fonte: Bertos et al. (2004).
Richardson (1988) reporta que tanto o hidróxido de cálcio quanto o silicato de cálcio
hidratado, na presença do dióxido de carbono, originam o carbonato de cálcio CaCO
3
o qual,
na presença do CO
2
e água, forma o bicarbonato [Ca(HCO
3
)
2
], Equação(2.7). Uma quantidade
desse bicarbonato é lixiviada da superfície do concreto e uma parte penetra e combina-se com
hidróxido de cálcio formando o carbonato de cálcio, Equação (2.8) e figura 2.4.
23223
)HCO(CaOHCOCaCO
+
+
OH2CaCO2)OH(Ca)HCO(Ca
23223
+
+
(2.7)
(2.8)
Figura 2.4 - Mecanismo de reação química. Fonte: Richardson (1988).
A resistência da pasta carbonatada aumenta com o avanço da carbonatação devido ao
preenchimento dos poros com CaCO
3
, Ngala e Page (1997). Segundo Taylor (1997) a
carbonatação proporciona a redução na permeabilidade do concreto.
Richardson (1988) refere que a carbonatação aumenta a resistência mecânica devido à
transformação da portlandita em calcita.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
13
De acordo com Fernandez Paris (1973), os cristais de CaCO
3
depositam-se a uma
determinada distância da posição inicial do Ca(OH)
2
cristalino, preenchendo os vazios. Esse
fato explica, em parte, o aumento da compacidade da pasta carbonatada. Há também o
aumento do volume na ordem de 11% quando se desencadeia a carbonatação, porque o
volume molecular da portlandita é menor que o da calcita.
Segundo Bertos et al. (2004) cada mol de hidróxido de cálcio com massa específica de
2,24 g/mL e volume molar de 33,0 mL é transformado em carbonato de cálcio com massa
específica de 2,71 g/mL e 36,9 mL de volume molar, proporcionando um aumento
volumétrico do sólido de 11,8%.
Na figura 2.5 são apresentadas as micrografias de alguns compostos da hidratação do
cimento e na figura 2.6 as micrografia do carbonato de cálcio. A micrografia do CH
apresentada na figura 2.5b ocorre quando a relação a/c é alta (> 0,5). Estas micrografias
ilustram as mudanças que ocorrem na pasta de cimento hidratado sob o efeito da
carbonatação.
(a)
(b)
Figura 2.5 – Micrografias dos compostos da pasta de cimento hidratada. (a) Cristais de C-S-
H, Silva (2004); (b) Cristais de CH, Monteiro (sd-a).
Figura 2.6 – Morfologia do carbonato de cálcio. Fonte: Castro (2003).
b
a
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
14
Ao estudar a mudança da microestrutura de amostras carbonatadas Johannesson
(2001) observou que o volume dos poros pode reduzir em até 26%. Na tabela 2.2 são
apresentadas algumas características do concreto, alteradas devido à ação da carbonatação.
Tabela 2.2 – Características do concreto alteradas devido à carbonatação.
Características Conseqüências
Permeabilidade Alterada com o volume e a densidade.
Porosidade
Tende a baixar porque, nos poros previamente grandes precipita-
se o carbonato de cálcio que tem volume molar maior que do
hidróxido de cálcio inicial.
Poros
O carbonato de cálcio precipitado tem baixa solubilidade, o que
tampona os poros. Portanto devido à expansão volumétrica
envolvida na reação, irão surgir microfissuras na região
carbonatada.
*
Dados referidos por Bertos et al. (2004).
De acordo com ACI 201.2R (1992) todos os constituintes do cimento Portland
hidratado são susceptíveis à carbonatação. O resultado pode ser benéfico ou prejudicial
dependendo do tempo, taxa e extensão com que ocorreu a exposição ambiental.
2.1.1. Determinação da profundidade de carbonatação por meio de equações
Foram desenvolvidas várias formulações matemáticas para determinar a profundidade
de carbonatação ao longo do tempo. Essas formulações são utilizadas para o prognóstico de
uma estrutura de concreto, cujo coeficiente de carbonatação seja conhecido.
Segundo Richardson (1988), a primeira lei de Fick, Equação (2.9), é definida para
materiais isotrópicos. Ela não é válida para o concreto porque o fluxo é restrito à estrutura
porosa permeável e isso impõe as seguintes restrições: a distancia percorrida pelas moléculas
através da estrutura porosa será superior à espessura do corpo-de-prova em estudo, devido ao
trajeto sinuoso dos poros; e o diâmetro dos poros pode ser tão pequeno que restringe o
movimento molecular aleatório.
Segundo o autor (op. cit.) o ingresso do dióxido de carbono no concreto é um
fenômeno de difusão, mas a permeabilidade relativa da estrutura porosa do concreto é
caracterizada frequentemente por ensaios de fluxo induzido sob pressão, lei de Darcy -
Equação (2.10). Esta equação é válida para medidas de permeabilidade a água, sendo
necessárias modificações para aplicações relacionadas ao fluxo de gases devido a
compressibilidade dos mesmos, Equação (2.11).
dx
dc
A-DQ =
(2.9)
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
15
dx
dp
A-KQ =
(2.10)
γ
µ
=
K
k
(2.11)
Em que:
Q = taxa de transferência do material;
D = coeficiente de difusão;
K = coeficiente de permeabilidade;
A = área da seção pela qual o fluxo acontece;
dc/dx = gradiente de concentração;
dp/dx = gradiente de pressão;
c = concentração;
p = pressão;
x = espessura;
k = permeabilidade intrínseca;
µ = viscosidade;
γ = massa específica.
A equação mais freqüentemente usada é a proposição de que a profundidade de
carbonatação é proporcional à raiz quadrada do tempo de exposição, Verbeck, apud
Fernandez Paris
3
(1973), Equação (2.12).
tKx =
(2.12)
Na qual:
K = coeficiente de carbonatação que depende do material e do ambiente (mm/ano
0.5
);
x = profundidade carbonatada (mm);
t = tempo de exposição (ano).
Smolczyk apud Nunes
4
(1998), propõe que a carbonatação em função do tempo seja
obtida pela Equação (2.13).
n
0
t-tKx =
(2.13)
Em que:
x = profundidade carbonatada (mm);
K = coeficiente de carbonatação (mm/ano
0.5
) ;
t = tempo de exposição (ano);
t
0
= período de retardamento;
n = parâmetro que depende do tipo de cimento, geralmente próximo de 1,7 para
cimentos Portland e de 2,0 para cimentos Portland com adições.
3
VERBECK G.J. (1958). Carbonation of hydrated portland cement. American Society Testing Material -
Special Technical Publication, pp. 17-36.
4
SMOLCZYK, H.G. (1969). In: The V. International Symposium on the Chemistry of Cement, Tokyo,
Proceedings.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
16
Silva (2002) realizou um ajuste teórico experimental da profundidade de carbonatação
em função do tempo de exposição. Nesse ajuste, a pesquisadora obteve o menor erro possível
e representou o comportamento de estabilização da carbonatação para idades elevadas e
tempo de início da carbonatação diferente de zero. O ajuste confirma a validade da equação
estudada por Smolczyk apud Nunes
4
(1998). A Equação (2.14) foi a ajustada e a figura 2.7 é
um exemplo gráfico das curvas teórica e experimental de argamassa executada com o cimento
CP V ARI RS, com 10% de sílica ativa adicionada por substituição volumétrica ao cimento
Portland e traço 1:3,0. O ajuste teórico e experimental desse traço proporcionou um
coeficiente de carbonatação de 0,37 mm/dias
0,5
, o tempo para iniciar a carbonatação foi de 6
dias e o R
2
de 0,998.
0
. ttKx =
(2.14)
Em que:
x - profundidade carbonatada;
K - coeficiente de carbonatação;
t – tempo de exposição;
t
0
- tempo para início da carbonatação.
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
0 20406080100
Idade (dias)
x (mm)
ajustado
experimental
Figura 2.7 Curva teórica experimental da profundidade de carbonatação em função do
tempo de exposição para o traço 1:3,0. Fonte: Silva (2002)
Ho e Lewis (1987) adaptaram a Equação (2.12) para casos em que ocorreu uma
carbonatação inicial, Equação (2.15).
0,5
0
tCxx +=
(2.15)
Sendo: x = profundidade de carbonatação;
x
0
= profundidade de carbonatação inicial, que é normalmente pequena;
C = taxa de carbonatação;
t = tempo durante o qual a carbonatação ocorre.
Carmona (2005) estudando os modelos de previsão da despassivação das armaduras
em estruturas de concreto sujeitas à carbonatação, avaliou vários métodos, dentre eles o
método do CEB (1986) conforme expostos pelas equações 2.16, 2.17 e 2.18.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
17
t
t
t
k x
n
0
CO
2
=
(2.16)
a
kkCD2
k
21sCO
CO
2
2
=
(2.17)
+
=
10
ck
f
0,0257
2
CO
10D
(2.18)
Sendo: x = Profundidade de carbonatação (m)
k
CO2
= Coeficiente de carbonatação (m/s
0,5
)
t
0
= Tempo de cura (s)
t = Tempo (s)
n = Fator de idade
D
CO2
= Coeficiente de difusão do CO
2
no concreto carbonatado (m
2
/s)
C
s
= Concentração de CO
2
no ar (kg/m
3
)
a = Teor de CaO em 1 m
3
de concreto (kg/m
3
)
C
s
/a = 7 x 10
-6
k
1
.k
2
= Coeficientes de cura e exposição
f
ck
= Resistência característica do concreto (MPa).
Tabela 2.3 – Valores dos coeficientes de cura e exposição.
Tipo de exposição Cura k
1
.k
2
Interior Boa 1,0
Interior Má 2,0
Exterior Boa 0,5
*
Dados referidos por CEB (1996) apud Carmona (2005).
Tabela 2.4 –
Valores do fator de idade “n” em função da exposição.
Tipo de exposição n
Interior 0,0
Exterior protegida 0,1
Exterior não protegida 0,4
*
Dados referidos por CEB (1996) apud Carmona (2005).
Helene (1997) propõe a utilização de um ábaco que correspondente a uma estrutura
sujeita a um ambiente agressivo na qual predomina a ação do dióxido de carbono, figura 2.8.
Caso sejam utilizados cimentos Portland com escórias de alto forno ou com pozolanas as
espessuras mínimas características de cobrimento de concreto à armadura, devem ser
aumentadas em pelo menos 20% e 10%, respectivamente.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
18
Figura 2.8 Ábaco para obtenção da espessura de cobrimento às armaduras em função do
concreto (C10 a C50) e da vida útil desejada (1 a 100 anos). Fonte: Helene (1997).
Atins (2003) estudando o efeito da carbonatação em concretos confeccionados com e
sem adição de cinza volante realizou uma regressão linear para obter a equação 2.19. Esta
correlaciona a profundidade de carbonatação com o valor da resistência à compressão axial do
concreto e possui um R
2
= 0,90.
18,16f-0,18x
c
+
=
(2.19)
Sendo: x = profundidade de carbonatação (mm);
f
c
= resistência à compressão axial (MPa).
A profundidade de carbonatação varia em função da resistência à compressão e da
porosidade do concreto. Sendo assim, Atis (2004) obteve uma equação com R
2
igual a 0,96
que relaciona a profundidade de carbonatação, resistência à compressão simples e porosidade,
equação 2.20.
p822,0f112,032,5x
c
+
=
(2.20)
Em que: x = profundidade de carbonatação (mm);
f
c
= resistência à compressão axial (MPa);
p = porosidade em percentagem.
Nas referências sobre carbonatação são apresentados vários métodos que podem ser
utilizados para previsão da profundidade de carbonatação, os quais não serão abordados no
presente trabalho.
2.1.2. Medidas da profundidade de carbonatação
Várias são as possibilidades de ensaios para determinar a profundidade de
carbonatação; difração de raios-X, análise térmica diferencial, espectroscopia por
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
19
infravermelho, termogravimetria, microscopia eletrônica de varredura e indicadores
ácido/base.
Para a determinação da profundidade de carbonatação por meio de indicadores de pH
podem ser utilizadas as soluções de fenolftaleina, timolftaleina e amarelo de alizarina. Na
tabela 2.5 são apresentados os indicadores de pH e o intervalo de mudança de cor.
Tabela 2.5 – Principais indicadores de pH utilizados para determinar a profundidade de
carbonatação.
Indicador de pH Intervalo de mudança de cor
Fenolftaleina
Incolor - vermelho carmim
pH 8,0 – 9,8
Timolftaleina
Incolor - azul
pH 9,3 – 10,5
Amarelo de alizarina GG
Amarelo claro - amarelo escuro
pH 10,0 – 12,0
Amarelo de alizarina R
Amarelo - vermelho alaranjado
pH 10,1 – 12,0
Fonte: http://antoine.frostburg.edu/chem/senese/101/acidbase/indicators.shtml - acessado em
29/10/2006 às 16:00.
Comparando os intervalos de mudança de cor (faixa de pH) da fenolftaleina, da
timolftaleina e do amarelo de alizarina observa-se que a fenolftaleina é o indicador capaz de
determinar valores de pH mais baixos. De um modo geral, a fenolftaleina é o indicador de pH
mais empregado no meio científico devido à facilidade de uso, rapidez na realização do
ensaio, custo baixo e precisão relativamente boa.
A RILEM (1984) recomenda a utilização de uma solução com 1% de fenolftaleina, em
70% de álcool etílico e 29% de água destilada. Essa solução deve ser borrifada, na forma de
névoa, na superfície dos corpos-de-prova ou estruturas inspecionadas. Na região não
carbonatada observa-se uma coloração vermelho carmim, enquanto a região carbonatada
permanece incolor. Recomenda-se a realização de várias medidas em diferentes localizações
para obtenção de um valor médio, uma vez que a frente de carbonatação não é uniforme.
A solução indicadora de pH deve ser aspergida na região recém fraturada do concreto,
para evitar que o hidróxido de cálcio reaja com o CO
2
presente na atmosfera. A leitura da
profundidade de carbonatação deve ser realizada com equipamento de precisão (paquímetro) e
não deve ser realizada em superfície serrada, molhada e com presença de pó.
Segundo Chang e Chen (2006) quando o pH da solução aquosa presente nos poros for
menor que 7,5 o grau de carbonatação do corpo-de-prova é 100%, para pH entre 7,5 e 9,0 o
grau de carbonatação está entre 50 e 100%, quando pH está entre 9,0 e 11,5 o grau de
carbonatação varia de 0 a 50% e para pH superior a 11,5 o corpo-de-prova não está
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
20
carbonatado. O grau de carbonatação em função do valor de pH e um equacionamento que os
correlacionam podem ser observados na figura 2.9.
Figura 2.9 Intensidade de carbonatação e pH da água de poros de concreto submetido à
carbonatação durante 8 e 16 semanas. Fonte: Chang e Chen (2006).
Segundo Richardson (1988) para concreto não carbonatado e carbonatado o valor de
pH é de aproximadamente 12,6 e 8,3 respectivamente.
Segundo Chang e Chen (2006), a camada passivante protetora da armadura (γ-Fe
2
O
3
) é
uma estrutura densa e estável para pH > 11,5. Com a redução no valor do pH da água dos
poros do concreto tem-se a despassivação da armadura, portanto a fenolftaleina é considerado
um bom indicador para verificar se a armadura está despassivada e se pode iniciar a corrosão.
2.1.3. Influência das adições minerais na carbonatação
A idéia de se utilizar adições minerais foi a tentativa de confeccionar concretos com
qualidades superiores e com menores teores de cimento, uma vez que a fabricação desse é
responsável por 5% da emissão de dióxido de carbono na atmosfera, o que agrava o efeito
estufa do planeta e o desequilíbrio dos ecossistemas, Davidovits (1994).
As adições minerais proporcionam a reação pozolânica que transforma hidróxido de
cálcio (CH) em silicato de cálcio hidratado (C-S-H). Essa reação deveria provocar uma
carbonatação mais lenta devido à menor permeabilidade do concreto; no entanto isso não é
observado devido à redução de CH, Bier apud Neville
5
(1997).
5
BIER, Th. A. (1987). Influence of type of cement and curing on carbonation progress and pore structure
of hydrated cement paste, Materials Research Society Symposium.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
21
Bakharev et al. (2001) verificaram que concretos sem adição de escória são menos
vulneráveis à carbonatação porque contêm maior quantidade de cálcio, advindos do C
3
S, C
2
S,
CH e C-S-H.
Ho e Lewis (1983), Kasai et al. (1983), Byfors (1985), Paillere et al. (1986), Ogha e
Nagataki (1989), Al-Amoudi (1991) e Atis (2003) verificaram que a adição de cinza volante
nos concretos proporciona aumento na profundidade de carbonatação.
Helene (1997) propõe que se for utilizado cimento Portland com adições de escória de
alto forno ou pozolanas a espessura do cobrimento deve ser aumentada de 20% e 10%
respectivamente. Segundo Helene (2004), para reduzir a profundidade de carbonatação são
preferíveis o uso dos cimentos tipo CP I e CP V sem adições.
Segundo Xuequan et al. (1999) a profundidade de carbonatação dos concretos
executados com adições de escória de alto forno e cinza volante é quase duas vezes maior que
a profundidade de carbonatação obtida em concretos sem adições. Isto está relacionado à
redução da alcalinidade advinda da diminuição da quantidade de cimento na mistura.
O avanço da frente de carbonatação é proporcional à alcalinidade total disponível na
pasta, relacionada à composição química do cimento. O cimento Portland comum possui
maior reserva alcalina que os cimentos com adições minerais, porque é maior a concentração
de hidróxidos alcalinos na solução dos poros do primeiro, o que propicia mais lenta difusão de
dióxido de carbono. Isso se deve ao fato de o ácido carbônico reagir com o CH presente para,
então, prosseguir a difusão para o interior do concreto, Matsutato et al. (1992) e Silva (2002).
Portanto a utilização de altos teores de adições minerais, em substituição ao cimento
Portland, consome o hidróxido de cálcio proveniente da hidratação e propicia maior
velocidade de carbonatação.
2.1.4. Formações mineralógicas do carbonato de cálcio
Durante a carbonatação o carbonato de cálcio pode precipitar como vaterita, aragonita
ou calcita. Segundo Janotka et al. (1996) e Alcocel et al. (2000), no processo de cristalização
do carbonato de cálcio prevalece a formação da calcita. A morfologia da calcita é
caracterizada por pequenos cristais prismáticos, firmemente empacotados (< 3 µm), Bertos
et.al (2004).
Segundo Andac e Glasser (1999) a densidade da aragonita, da calcita e da vaterita
variam no intervalo de 2,94 à 2,95; 2,71 à 2,94 e 2,64 g/cm
3
, respectivamente. A vaterita tem
a menor densidade, seguida pela calcita e aragonita. Assumindo um fluxo constante de Ca e
CO
2
na zona de precipitação do carbonato de cálcio, a habilidade de obstruir os poros diminui
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
22
com o aumento da densidade. Portanto, como a vaterita possui a menor densidade, ela é a que
mais contribui com a diminuição da porosidade.
Para Massazza (1987), o dióxido de carbono reage inicialmente com os álcalis e
hidróxido de cálcio presentes na solução, preenchendo os poros da pasta de cimento e,
eventualmente, formando a calcita.
Segundo Fernandez Paris (1973) a presença de sulfatos, estrôncio e magnésio
proporcionam a precipitação da vaterita, com uma pequena quantidade de aragonita. Na
ausência desses sais a calcita precipita.
Para a formação da aragonita é necessária uma concentração de íons de magnésio na
proporção entre 0,1 à 0,26 mol/L e a concentração de íons de cálcio deve ser menor que a
proporção entre 0,16 à 0,25 mol/L. O excesso de íons de cálcio ou magnésio favorecem a
formação da calcita, Ahn et al. (2004).
Para Fernandez Paris (1973) o carbonato de cálcio é precipitado na forma de vaterita
ou aragonita e, com o decorrer do tempo, devido à presença de dissoluções de CaCO
3,
serão
transformadas em calcita.
Segundo Richardson (1988), na carbonatação algumas vateritas são formadas
primeiro, mas gradualmente são convertidas em calcita. Uma possível explicação para isto
poderia ser o variado grau de hidratação da pasta de cimento. A carbonatação do C
3
S
hidratado produz calcita, enquanto o C
3
S não hidratado produz vaterita. A quantidade de
vaterita poderá diminuir se a hidratação do cimento não for interrompida. Essas reações
transformam a vaterita em aragonita e, finalmente, em calcita com cristalização inferior.
Nunes (1998) também afirma que a carbonatação do C
3
S na forma anidro tende a
formar cristais de vaterita e, quando hidratado, seus produtos reagem formando calcita.
Segundo Alcocel et.al. (2000) a calcita é encontrada em todos os estágios da carbonatação.
Nas micrografias da figura 2.10 pode ser observada a transformação da vaterita em calcita e
na figura 2.11 tem-se uma micrografia da aragonita.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
23
(a) 100% Vaterita - 0% Calcita (b) 80% Vaterita - 20% Calcita
(c) 30% Vaterita - 70% Calcita (d) 0% Vaterita - 100% Calcita
Figura 2.10 - Transformação da vaterita em calcita.
Fonte: http://www.mpikg.mpg.de/kc/coelfen/
- acessado em 06/10/2006 às 10h00min.
Figura 2.11 – Microestrutura da aragonita.
Fonte: www.keele.ac.uk/depts/ch/groups/csg/cas/
- acessado em 06/10/2006 às 10h30min.
2.1.5. Concentração de dióxido de carbono
A carbonatação é um fenômeno natural e pode ocorrer em ambientes com elevada e
baixa concentrações de CO
2
. O teor de CO
2
em um ambiente rural é cerca de 0,03% em
volume, em ambientes marítimos 0,03%, em lugares fechados de 0,05% a 0,1%, em
laboratório não ventilado 0,1%, em grandes cidades e regiões industrializadas é esperado de
0,3% a 1,0%, em garagens e viadutos 0,2% e em um silo de grão 1,0%, Richardson (1988).
A carbonatação do concreto é relativamente lenta, devido aos baixos níveis de
concentração de CO
2
na atmosfera, mas a velocidade de difusão da frente de carbonatação
aumenta consideravelmente com o aumento de concentração de CO
2
presente no meio
ambiente em contato com a superfície do concreto. Conseqüentemente, quando se deseja
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
24
obter resultados em um pequeno intervalo de tempo, utilizam-se ensaios de carbonatação
acelerada com nível de concentração de CO
2
maior que o encontrado no meio ambiente.
A taxa de carbonatação depende da qualidade do concreto e da concentração do
dióxido de carbono. Para água com mais de 20 partes por milhão (ppm) de dióxido de carbono
pode resultar em rápida carbonatação da pasta de cimento hidratado, enquanto que para 10
ppm ou menos pode resultar uma carbonatação significativa Terzaghi apud ACI 201.2R
6
(1992).
Atualmente não existe padronização nos ensaio de carbonatação, um dos poucos
fatores comuns entre as diversas pesquisas existentes é o controle da umidade relativa entre
50 a 70%. Na tabela 2.6 são apresentadas algumas condições presentes nos ensaios acelerados
e que não são padronizados.
Tabela 2.6 – Efeito de algumas condições de exposição no processo de carbonatação.
Condição Efeitos
Pressão parcial de CO
2
Quanto maior a quantidade de CO
2
na fase gasosa, maior é a
taxa de carbonatação. No entanto, o aumento da pressão de
CO
2
não proporciona maior carbonatação.
Umidade relativa
A carbonatação é mais rápida para umidade relativa entre 50
e 70% e decresce para altos e baixos níveis de umidade
relativa.
Temperatura
Temperaturas elevadas diminuem a solubilidade do CO
2
em
água, diminuindo a carbonatação. A reação da carbonatação é
exotérmica, o que promove a formação de CaCO
3
meta-
estável. Para obter a calcita, forma mais estável do carbonato
de cálcio, a temperatura deve ser mantida de 0 a 10°C.
*
Dados referidos por Bertos et al. (2004).
Os ensaios de laboratório são efetuados em curtos intervalos de tempo, assim, a
correspondente concentração de CO
2
nessa micro-região, em contato com o corpo-de-prova, é
maior. Existe a preocupação da correlação entre os ensaios realizados em curtos períodos de
tempo e os naturais de longa duração, Figueiredo (1994) e Reardon et al. (1989). Devido a
essa preocupação existente no meio acadêmico, Ho e Lewis (1987) encontraram gradiente de
1,03 para os resultados obtidos com 5 anos de estocagem em laboratório e os resultados
obtidos após uma semana em uma atmosfera com 4% de dióxido de carbono.
Para as pesquisas de carbonatação acelerada ainda não foi estipulado um nível de
concentração de dióxido de carbono para a realização dos ensaios, portanto cada pesquisador
adota a concentração desejada. Segue uma relação de alguns pesquisadores e a concentração
6
TERZAGHI, R.D. 1948. Concrete Deterioratin in a Shipway, In: ACI Journal, V. 44, n° 10, June, pp. 977-
1005, Proceeding.
TERZAGHI, R.D. 1949. Concrete Deterioratin Due to Carbonic Acid, In: Journal, Boston Society of Civil
Engineers, V. 36.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
25
de dióxido de carbono adotada: Papadakis (1992) 50%, Nunes (1998) 15%, Claisse (1999)
5%, Roy (1999) 6%, Martins (2001) 100%, Atins (2003) 5%, Chang e Chen (2006) 20%,
dentre outros.
2.1.6. Redução no valor do pH pelo CO
2
, e suas conseqüências
O fator prejudicial da carbonatação em concreto é a redução do valor do pH. Em
condição natural, a solução intersticial aquosa do concreto tem pH em torno de 12. Esta
alcalinidade proporciona proteção eletroquímica de caráter passivo sobre o aço.
O ingresso e reação do dióxido de carbono causam a diminuição do pH para
aproximadamente 8,3, quando o concreto está completamente carbonatado e, nessa condição,
a armadura fica completamente despassivada, podendo ter início a corrosão se as condições
ambientais forem propícias.
Andrac e Glasser (1999) estudaram a carbonatação de concretos e verificaram um
valor mínimo de 9,0 para o pH.
Jung et al. (2003) ao investigarem a vida útil das estruturas de concreto encontraram
que a profundidade carbonatada determinada com uma solução de fenolftaleina apresenta pH
entre 8,3 e 9,5, enquanto a corrosão da armadura pode ocorrer com pH menor ou igual a 11,5.
A passivação de uma armadura é entendida como a resistência à corrosão,
proporcionada por uma película fina de um filme de óxido (γ-Fe
2
O
3
) estável e aderente na
superfície da armadura. O Fe
2
O
3
é o produto que favorece a formação desse filme passivante,
o qual pode ser quebrado na presença da carbonatação e de íons cloreto.
O diagrama de Pourbaix indica as regiões em que o metal encontra-se na zona de
passivação ou despassivação relacionando valores de potencial padrão - E° (V) e de pH, para
temperatura de 25°C e pressão de 1atm, Figura 2.12.
Figura 2.12 - Diagrama simplificado de Pourbaix para o sistema água-ferro a 25ºC e 1 atm.
Fonte: Pourbaix e Zoubov (1974), adaptado.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
26
Segundo Helene e Cunha (2001) a faixa usual de potencial de corrosão do ferro no
concreto é da ordem de +0,1V a – 0,4V.
De acordo com o diagrama de Pourbaix, a região compreendida entre as linhas “a” e
“b” representa o domínio de estabilidade termodinâmica da água. Abaixo da linha “a” a água
tende a decompor-se por redução, de acordo com a equação 2.21, acima da linha “b” a água
tende a decompor-se por oxidação de acordo com a equação 2.22:
2H
+
+ 2e
-
H
2
(2.21)
2H
2
O O
2
+ 4H
+
+ 4e
-
(2.22)
No diagrama de Pourbaix podem ser observadas três fases distintas:
A região de imunidade em que é termodinamicamente desfavorável a ocorrência da
corrosão, porque quando o potencial é menor que - 0,6 V o ferro não reage, independente
do valor do pH. Segundo Brito (1997), na prática, esse potencial baixo só é conseguido
através de proteção catódica;
Na região de passivação os óxidos e hidróxidos de ferro são estáveis; e existe formação
de películas passivantes;
Nas zonas de corrosão tem-se a combinação de pHs e potenciais que propiciam uma
situação de corrosão. Segundo Pourbaix (1974) para valores de pH acima de 12,5 o
potencial se encontra na região de corrosão, o ferro é corroído com a redução do
hidrogênio.
Somente o oxigênio dissolvido na água é capaz de sofrer redução quando à
temperatura ambiente. O oxigênio presente na atmosfera não é capaz de se reduzir, portanto,
para que a corrosão tenha início é necessária a presença de umidade relativa.
A corrosão do aço no concreto é um processo eletroquímico em um meio aquoso e à
temperatura ambiente; para que ocorra a corrosão são necessários: condutor que é a barra de
aço da armadura; eletrólito que é a solução intersticial aquosa a qual irá conduzir os íons;
oxigênio que dissolvido na água presente nos poros do concreto irá propiciar a formação dos
produtos de corrosão; e a diferença de potencial que formará uma região anódica e outra
catódica entre dois pontos aleatórios da armadura, figura 2.13. Segundo Helene e Cunha
(2001), a diferença de potencial pode ser causada pela diferença de umidade, aeração,
concentração salina, tensão do concreto e/ou no aço, impurezas no metal, heterogeneidades
inerentes ao concreto, pela carbonatação ou pela presença de íons.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
27
Figura 2.13 – Célula de corrosão eletroquímica. Fonte: Helene e Cunha (2001).
Conforme observado na figura 2.13 as reações químicas envolvidas no processo
corrosivo são:
Reação de oxidação ou anódica - também chamada reação de corrosão, propriamente dita,
Equação (2.23).
Fe Fe
+2
+ 2e
-
(2.23)
Reação de redução ou catódica – com o H
+
proveniente da dissociação da água, Equação
(2.24).
2H
2
O + 2e
-
H
2
(gás) + 2(OH)
-
(2.24)
Reação de redução ou catódica - com o oxigênio do ar dissolvido na água, Equação (2.25).
O
2
+ 2H
2
O + 4e
-
4(OH)
-
(2.25)
Na corrosão eletroquímica os elétrons livres presentes na região anódica através da
barra de aço migram para a região catódica, onde reagem com alguma substância presente no
eletrólito, de forma a produzir uma reação catódica. Os íons ferro, dissolvidos na solução
porosa, migram em direção ao cátodo enquanto os íons hidroxila migram em direção ao
ânodo; ambos reagem e precipitam conforme a Equação (2.26).
Fe
+2
+ 2OH
-
Fe(OH)
2
(2.26)
A corrosão é acompanhada por um considerável aumento no volume do metal original,
essa é a causa principal da expansão e fissuração do concreto na posição da armadura. Esse
aumento de volume foi encontrado até sete vezes o volume inicial do metal, o que origina
fortes tensões de tração no concreto Helene (1986) e Liborio (1990). Estas tensões de tração
podem ser acentuadas a ponto de acarretar o destacamento do cobrimento do concreto e
comprometer a vida útil da estrutura.
Antunes e Costa (2002) relata que as pesquisas sobre corrosão indicam que os
principais produtos formados são: lepidocrocita (γ-FeOOH), goetita (α-FeOOH) e magnetita
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
28
(Fe
3
O
4
). A lepidocrocita normalmente é o produto inicial da corrosão e para maior tempo de
exposição tem-se a sua transformação em goetita. A transformação da lepidocrocita em
magnetita é mais freqüente em ambientes marinhos. Na figura 2.14 (a) e (b) são apresentadas
micrografias de produtos de corrosão publicados por Antunes et al. (2003) e Koleva et al.
(2006) respectivamente.
(a)
(b)
Figura 2.14 – Diferentes tipos de lepitocrocita (γ-FeOOH) encontradas como produto de
corrosão. Fonte: (a) Antunes et al. (2003) e (b) Koleva et al. (2006).
De acordo com CEB 152 (1983) o mecanismo de corrosão é subdividido em processo
de iniciação e propagação. A iniciação corresponde ao período de tempo que vai da execução
da estrutura até a ação dos agentes agressivos de atravessar o cobrimento do concreto e
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
29
despassivar a armadura. A propagação consiste no desenvolvimento da corrosão até que se
alcance um nível inaceitável, Figura 2.15.
Figura 2.15 – Modelo de vida útil. Fonte: CEB 152 (1983).
Como pode ser observado na figura 2.15, na fase de iniciação, a corrosão é quase
imperceptível e não provoca danos à estrutura; na fase de propagação ocorre um acúmulo
progressivo da corrosão que provoca a deterioração da estrutura.
Segundo Helene (1993), a vida útil de projeto corresponde ao período de tempo que
vai da execução da estrutura à penetração de agentes agressivos e despassivação da armadura.
Vida útil de serviço ou utilização corresponde ao período de tempo que vai até o momento em
que aparecem manchas na superfície do concreto ou ocorre fissuração do concreto de
cobrimento ou, ainda, quando há destacamento deste. Vida útil total é o período de tempo que
vai até a ruptura e colapso parcial ou total da estrutura.
Vários inibidores de corrosão da armadura têm sido estudados com o objetivo de
minimizar e até mesmo eliminar o problema da corrosão. Alonso et.al. (1996) que ensaiou
Na
2
PO
3
F como inibidor de corrosão da armadura de concreto carbonatado, constatou sua
eficiência, uma vez que houve significativa redução da taxa de corrosão das barras de aço. A
ação desse inibidor está atribuída à formação de camadas passivadoras de Fe
3
O
4
, γFe
2
O
3
e
FePO
4
H
2
O.
Vale ressaltar que todo material tem uma vida útil e que esses inibidores de corrosão
podem de início atuar de forma significativa, mas ao longo do tempo podem sofrer
deteriorações e, desse modo a armadura ficará desprotegida.
2.1.7. Comportamento da carbonatação em regiões fissuradas
Segundo Andac e Glasser (1999) não está bem estabelecida uma relação exata entre
porosidade e permeabilidade, mas em alguma região a porosidade pode ser aumentada com a
presença de fissuras, o que contribuirá para o aumento da permeabilidade.
Richardson (1988) apresenta uma coletânea de 120 casos de carbonatação em fissuras
existentes nas estruturas de concreto armado. Neste estudo, o autor apresenta a forma de
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
30
propagação da frente de carbonatação, as propriedades físicas de cada concreto (resistência à
tração, densidade, índice de vazios, coeficiente de difusão e coeficiente de permeabilidade), o
tempo de exposição (variando de 10 a 85 anos), o ambiente (urbano, suburbano, rural e
litoral) e as características de exposição (ambiente externo e interno). Destaca-se o fato de, em
grande parte dos casos analisados, as peças estruturais apresentarem-se fissuradas; assim, para
esses casos o autor referiu o tamanho da abertura e a profundidade de carbonatação.
Na figura 2.16 tem-se que a profundidade de carbonatação normal à fissura é menor
que 0,03 mm. A espessura da fissura é de 0,35 mm e o concreto é altamente impermeável.
Ambiente = suburbano externo
Idade = 15 anos
Profundidade de carbonatação média = 0,6 mm
Densidade = 2400 kg/m
3
Índice de vazios = 0,0%.
Figura 2.16 – Observação em fissura com 0,35 mm de abertura. Fonte: Richardson (1988).
Observa-se na Figura 2.17 que o comprimento da fissura é de 7,5 mm. A profundidade
de carbonatação na superfície do concreto é baixa, mas aumenta ao longo da fissura. A
carbonatação normal à fissura é 1,5 mm, e a espessura da fissura é pequena.
Ambiente = litoral externo
Idade = 28 anos
Profundidade de carbonatação média = 0,1 mm
Profundidade de carbonatação máxima = 11,5 mm
Densidade = 2330 kg/m
3
Resistência à tração = 4,60 N/mm
2
Índice de vazios = 0,5%
Coeficiente de difusão = 80,11
.
10
-6
m
-1
s
-1
Coeficiente de permeabilidade = < 1
Figura 2.17 – Observação em fissura com 0,05, 0,02 e 0,01 mm de abertura. Fonte:
Richardson (1988).
A profundidade de carbonatação normal à fissura é de 0,03 mm ao longo de toda
fissura. A figura 2.18 mostra a carbonatação de fissuras com abertura relativamente alta.
Ambiente = suburbano externo
Idade = 26 anos
Profundidade de carbonatação média = 4,0 mm
Profundidade de carbonatação máxima = 5,0 mm
Densidade = 2360 kg/m
3
Índice de vazios = 0,5%
Figura 2.18 – Observação em fissura com 0,8 e 0,3 mm de abertura. Fonte: Richardson
(1988).
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
31
Uma fissura com abertura de 0,3 mm e comprimento de 100 mm até a espessura de
0,05 mm é representada na figura 2.19. A profundidade de carbonatação normal à fissura é de
0,02 mm.
Ambiente = suburbano externo
Idade = 19 anos
Profundidade de carbonatação média = 0,5 mm
Profundidade de carbonatação máxima = 2,0 mm
Densidade = 2290 kg/m
3
Índice de vazios = 2,0%
Figura 2.19 – Observação em fissura com 0,3, 0,2, 0,1 e 0,05 mm de abertura. Fonte:
Richardson (1988).
Na figura 2.20 está representado um elemento de concreto que possui uma face
exposta ao ambiente externo com profundidade de carbonatação de 2,0 mm e a outra face
exposta, em ambiente interno com profundidade de carbonatação de 5,5 mm. A abertura da
fissura varia de 0,4 mm a 0,1 mm e a profundidade de carbonatação normal à fissura é de 0,05
mm.
Ambiente = rural
Idade = 46 anos
Profundidade de carbonatação média = 2,0 mm
externo e 5,5 mm interno
Profundidade de carbonatação máxima = 7,0 mm
externo e 6,5 mm interno
Densidade = 2330 kg/m
3
Índice de vazios = 0,5%
Figura 2.20 – Observação em fissura com 0,4, 0,1, 0,25 e 0,15 mm de abertura. Fonte:
Richardson (1988).
Uma profundidade carbonatada de 0,05 mm normal a fissura é mostrada na figura 2.21.
Ambiente = litoral externo
Idade = 82 anos
Profundidade de carbonatação média = 0,4 mm
Profundidade de carbonatação máxima = não
existente
Densidade = 2320 kg/m
3
Índice de vazios = 2,0%
Figura 2.21 – Observação em fissura com baixa profundidade de carbonatação. Fonte:
Richardson (1988).
A figura 2.22 mostra uma fissura de origem térmica ou de retração por secagem. A
abertura da fissura é de 0,6 mm e permanece no interior do concreto com uma abertura
constante de 0,25 mm. A profundidade de carbonatação é de 20 mm no interior da caldeira e a
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
32
profundidade carbonatada normal à fissura é de 5,0 mm, com uma variação mínima de 3,0
mm e máxima de 11,0 mm.
Ambiente = suburbano interno
Idade = 22 anos
Profundidade de carbonatação média = 20,0 mm
Profundidade de carbonatação Máxima >20,0 mm
Densidade = 2230 kg/m
3
Índice de vazios = 1,0%
Figura 2.22 – Observação em fissura com 0,6 e 0,25 mm de abertura. Fonte: Richardson
(1988).
Nas figuras 2.23, 2.24 e 2.25 estão representadas fissuras nas quais as profundidades
de carbonatação são muito pequenas, consideradas desprezíveis.
Ambiente = urbano externo
Idade = 70 anos
Profundidade de carbonatação média = 1,0 mm
Profundidade de carbonatação máxima = 2,5 mm
Densidade = 2260 kg/m
3
Índice de vazios = 1,0%
Figura 2.23 – Observação em fissura com 0,4 e 0,25 mm de abertura. Fonte: Richardson
(1988).
Ambiente = urbano externo
Idade = 70 anos
Profundidade de carbonatação média = 1,0 mm
Profundidade de carbonatação máxima = não
existente
Densidade = 2240 kg/m
3
Índice de vazios = 1,0%
Figura 2.24 – Observação em fissura com 0,25 mm de abertura. Fonte: Richardson (1988).
Ambiente = urbano externo
Idade = 70 anos
Profundidade de carbonatação média = 0,5 mm
Profundidade de carbonatação máxima= 2,0 mm
Densidade = 2280 kg/m
3
Índice de vazios = 1,0%
Figura 2.25 – Observação em fissura com 0,15 e 0,25 mm de abertura. Fonte: Richardson
(1988).
Uma fissura muito fina e com profundidade de carbonatação normal a essa fissura de
0,05 mm é mostrada na figura 2.26.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
33
Ambiente = urbano externo
Idade = 27 anos
Profundidade de carbonatação média = 0,8 mm
Profundidade de carbonatação máxima = não
existente
Densidade = 2330 kg/m
3
Índice de vazios = 1,0%
Figura 2.26 – Observação em fissura com 0,10 e 0,08 mm de abertura. Fonte: Richardson
(1988).
Uma profundidade de carbonatação normal à fissura de 0,05 mm é mostrada na figura
2.27.
Ambiente = urbano externo
Idade = 27 anos
Profundidade de carbonatação média = 0,2 mm
Profundidade de carbonatação máxima = não
existente
Densidade = 2330 kg/m
3
Índice de vazios = 1,0%
Figura 2.27 – Observação em fissura com 0,5 mm de abertura. Fonte: Richardson (1988).
A figura 2.28 mostra uma profundidade de carbonatação de 1,5 mm na superfície do
concreto e 0,2 mm normal à fissura.
Ambiente = urbano externo
Idade = 27 anos
Profundidade de carbonatação média = 1,5 mm
Profundidade de carbonatação máxima = 3,0 mm
Densidade = 23290 kg/m
3
Índice de vazios = 1,0%
Figura 2.28 – Observação em fissura carbonatada. Fonte: Richardson (1988).
Não há evidência de carbonatação ao longo da fissura, Figura 2.29.
Ambiente = urbano externo
Idade = 17 anos
Profundidade de carbonatação média = 1,8 mm
Profundidade de carbonatação máxima = não
existente
Densidade = 2330 kg/m
3
Índice de vazios = 1,0%
Figura 2.29 – Observação em fissura com 0,15 mm de abertura. Fonte: Richardson (1988).
O comportamento do dióxido de carbono em uma fissura é diferente do
comportamento do mesmo em contato com a superfície do concreto exposto à atmosfera. A
difusão do CO
2
na superfície do concreto é ilimitada, enquanto em uma fissura, será limitada
pela sua dimensão, pela taxa de penetração do dióxido de carbono e pelas condições
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
34
ambientais da fissura. Devido a essas condições é que se observaram diferenciadas
profundidades carbonatadas em diferentes tipos de fissuras.
O coeficiente de difusão do CO
2
na fissura dependerá da umidade relativa que pode
variar com o tempo e com a profundidade da fissura e, também, com o transporte através do
vento e da chuva, de pó e sujeiras para dentro da fissura.
Considerada a fissura no contexto de durabilidade, Richardson (1988) afirmou que o
parâmetro importante é a taxa segundo a qual o dióxido de carbono penetra além da fissura,
porque o CO
2
tem que atacar duas superfícies de concreto e, assim, a intensidade do ataque
pode ser reduzida mais adiante.
A presença da fissura proporciona um caminho preferencial para a difusão da frente de
carbonatação, o que facilita o avanço do dióxido de carbono até a região da armadura.
Uma importante expressão teórica foi estudada por Schiessl
7
apud Richardson (1988)
para o cálculo da profundidade de penetração da frente de carbonatação em uma fissura,
Equação 2.27.
twDy =
(2.27)
Na qual:
y = profundidade de penetração da frente de carbonatação abaixo de uma fissura;
D = um parâmetro que dependente do coeficiente de difusão do CO
2
efetivo da fissura;
w = largura da fissura;
t = tempo de exposição.
Castel et al. (1999), estudaram o comportamento de uma viga carregada frente à ação
da carbonatação e verificaram que o surgimento de fissuras, devido ao carregamento
mecânico, aumenta a difusão de agentes agressivos.
Segundo Andac e Glasser (1999) a presença de fissuras favorece a difusão do dióxido
de carbono e conseqüentemente o carbonato de cálcio precipita em uma região mais interna
do concreto.
2.1.8. Estruturas de concreto armado expostas ao meio ambiente durante o período da
construção
Um cuidado relevante a ser observado durante a execução de uma estrutura de
concreto armado é o período em que essa ficará exposta ao meio ambiente até a execução do
revestimento.
7
SCHIESSL, P. 1975.Admissible crack width in reinforced concrete structures. In: Inter-Association
Colloquium on Behaviors in Service of Concrete Structures, v. II, June, pp. 739-753, Proceeding.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
35
Silva (2004) estudando a aderência de argamassas em segmento de pilar de concreto
verificou que o tempo em que o substrato fica exposto ao meio ambiente pode desencadear a
difusão da frente de carbonatação. A figura 2.30 mostra um concreto com resistência
característica de 20 MPa. Esse concreto ficou exposto ao meio ambiente durante um ano e
seis meses para posterior aplicação do revestimento em argamassa com espessura de 25 mm.
Observa-se uma profundidade de carbonatação no pilar de 13 mm. A carbonatação desse
seguimento de pilar, além de prejudicar a aderência do revestimento em argamassa no
substrato devido à colmatação dos poros, também pode, em condição mais intensa, atingir a
armadura e despassivá-la.
X = 13,0 mm
Revestimento em argamassa.
Corpo-de-prova extraído em um pilar.
Figura 2.30 – Corpo-de-prova extraído de um segmento de seção de pilar (concreto
f
ck
=20MPa), idade de 18 meses – instante de aplicação de revestimento de argamassa. Fonte:
Silva (2004).
De acordo com a figura 2.30, a profundidade de carbonatação em um período de 18
meses foi de 13 mm em um ambiente considerado urbano. Segundo a NBR 6118 (2003), se
esse concreto for localizado em ambiente interno e revestido com argamassa e pintura pode-se
admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda e esse concreto poderia
ser da classe C20 e com cobrimento nominal de 25 mm para vigas e pilares. Utilizando a
equação 2.12 o tempo necessário para que a frente de carbonatação atingisse a armadura seria
de aproximadamente 5 anos e meio. Portanto, após este período a armadura seria despassivada
e, na presença de umidade, desencadearia a corrosão.
Silva (2004) utilizou um concreto com CP II F 32, assim a profundidade de
carbonatação seria menor quando comparada aos concretos com cimentos que contêm adições
de escória de alto forno. De acordo com Helene (1997), cimentos com adições de escória
proporcionam uma carbonatação 20% superior. Com este acréscimo a profundidade de
carbonatação para este concreto confeccionado com CP II E 32 poderia ser de
aproximadamente 15,6 mm para o mesmo período. Portanto, através da equação 2.12 verifica-
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
36
se que o tempo necessário para que a frente de carbonatação atingisse a armadura reduzir-se-
ia para aproximadamente 3 anos e 10 meses.
A alusão ao cobrimento e proteção das estruturas de concreto deveria, portanto, seguir
um prognóstico do tempo de exposição durante a construção, porque após finalizar uma obra
em que a fase construtiva, por algum motivo, tenha sido lenta, a carbonatação pode atingir a
armadura e despassivá-la. Sendo assim a única proteção que a armadura teria seriam os
revestimentos, que impediriam a entrada da umidade para o interior da estrutura. Se, por
alguma razão, estes revestimentos falharem - surgimento de fissuras – permitiriam a presença
de umidade na região da armadura e desencadear-se-ia um mecanismo de corrosão do aço.
Para o bom desempenho de uma estrutura de concreto armado é necessária a correta
especificação dos materiais em função do meio ambiente em que a construção será inserida. A
NBR 6118 (2003) especifica os requisitos mínimos que o concreto deve possuir em função da
classe de agressividade ambiental. Outro fator relevante seria, para os casos de estruturas que
tiveram sua execução interrompida por um determinado período de tempo, a especificação de
revestimentos que evitem a entrada de água no interior dos elementos estruturais. Além de
todas estas recomendações são necessárias ainda que sejam realizadas manutenções
preventivas durante a vida útil da estrutura.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
37
2.2. DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO
De acordo com o comitê ACI 201.2R (1992), a durabilidade do concreto de cimento
Portland é definida como a sua capacidade de resistir à ação das intempéries, ataques
químicos, abrasão ou qualquer outro processo de deterioração. Concretos duráveis são aqueles
que permanecem em sua forma, não atingem o estado limite de serviço e mantém a qualidade
original quando expostos ao meio ambiente agressivo.
Existe o pensamento corrente de que um concreto de alta resistência é também um
concreto de alto desempenho, porém essas características não estão diretamente ligadas. A
durabilidade das estruturas de concreto armado é uma questão que merece melhores
esclarecimentos. Embora a resistência à compressão do concreto seja fundamental, essa
elevada resistência não garante, em todos os casos, a durabilidade da estrutura.
Neville (1987) referiu-se que, apesar das inúmeras pesquisas já realizadas sobre a
durabilidade do concreto, a quantidade de problemas hoje existentes é provavelmente superior
aos existentes há cinqüenta anos. Essa colocação não visa condenar o concreto, mas
questionar o que foi feito e o que tem sido feito erroneamente. Foram abordados três assuntos
relevantes:
O uso de critérios inadequados de aceitação do concreto, que privilegiam a resistência
em detrimento à durabilidade;
A gradativa alteração das propriedades dos cimentos (maior teor de silicato tricálcico
(C
3
S), menor teor de silicato dicálcio (C
2
S), conseqüentemente conferindo maior
velocidade de hidratação e desenvolvimento de tensão mais rápido);
O problema de corrosão das armaduras.
Segundo Mehta e Monteiro (1994) a perda de durabilidade do concreto pode estar
associada a fatores físicos e químicos. Os processos físicos são: o desgaste superficial e a
fissura. Os processos químicos são: a carbonatação e a penetração de íons cloretos, que
despassiva a armadura; a lixiviação da pasta de cimento por soluções ácidas; a reação
expansiva envolvendo ataque por sulfato; a reação álcali-agregado; e o ataque biológico de
fungos e bactérias.
Na tabela 2.7 são apresentados alguns fatores que influenciam o ataque químico do
concreto, ACI 201.2R (1992).
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
38
Tabela 2.7 – Fatores que influenciam no ataque químico de concretos.
Fatores que aceleram ou
agravam o ataque
Fatores que minimizam ou retardam o ataque
Alta porosidade devida à:
alta absorção de água;
permeabilidade;
vazios.
Densidade do concreto atingida por:
proporção do traço;
redução da relação água/cimento;
aumento do consumo de cimento;
consolidação adequada;
efeito da cura.
Fissuras devido à:
concentração de tensão;
choque térmico.
Redução da força de tração no concreto por:
utilizar reforço elástico de tamanho adequado e
corretamente localizado;
adição de pozolanas (para suprimir elevação de
temperatura);
execução de juntas.
Lixiviação e penetração de
líquidos devido à:
fluxo de água;
reservatório;
pressão hidráulica.
Projeto estrutural:
para minimizar a área de contato e turbulência;
prevenção com membranas e barreiras de proteção para
reduzir a penetração de agentes agressivos.
*
Dados referidos por ACI 201.2R (1992).
A deterioração da estrutura de concreto não se deve a um único fator, geralmente as
causas físicas e químicas estão juntas. Tanto no processo físico quanto no químico, o meio
ambiente, a qualidade do concreto e o carregamento em que a estrutura está submetida,
influenciam diretamente no processo de degradação da estrutura. Monteiro (sd-b) representa
um possível ciclo de degradação de uma estrutura, figura 2.31.
Concreto com
microfissuras
1 - Gradientes de umidade e temperatura
2 - Impacto de objetos
3 - Ataques químicos, lixiviamento da
pasta de cimento
4 - Sobrecargas e outros fatores que
aumentam a permeabilidade do concreto
Concreto altamente
p
ermeável
Corrosão das barras de aço
embutidas no concreto
Crescimento das
fissuras
Água, ar, cloretos
Figura 2.31 – Representação esquemática dos ciclos de fissuração do concreto e corrosão das
barras de aço. Fonte: Monteiro (sd - b).
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
39
De acordo com Ho e Lewis (1987), concretos duráveis não são alcançados somente
com o traço projetado. Outros fatores que influenciam significativamente na durabilidade dos
mesmos são: densidade, cura e possível presença de fissuras.
2.2.1. Alguns fatores que influenciam na durabilidade das estruturas de concreto
2.2.1.1. Cobrimento nominal da armadura
O cobrimento das armaduras está intimamente ligado à durabilidade da estrutura de
concreto armado e concreto protendido, portanto ele deve ter uma espessura adequada, alta
compacidade, adequado teor de argamassa e homogeneidade. Esse cobrimento tem como
finalidade constituir uma barreira física à entrada de agentes agressivos e uma barreira
química, a alcalinidade do concreto, que garante a passivação da armadura.
Segundo o CEB 152 (1983), a durabilidade das estruturas de concreto depende
fundamentalmente da qualidade do cobrimento de concreto, a qual está relacionada com a
espessura e a permeabilidade do mesmo.
Yuasa et al. (2000) verificaram a variação da resistência à compressão e a porosidade
da pasta de cimento a partir da superfície para o interior do concreto e observaram que:
Houve correlação linear entre o logaritmo da resistência à compressão e o volume
total dos poros para cada relação água/cimento estudada;
O volume total de poros foi maior na região próxima à superfície; para maiores
relações água/cimento, essa tendência foi mais acentuada;
A diferença de resistência entre a superfície e o interior do concreto foi de
aproximadamente 20 MPa, sendo os menores valores obtidos na região mais
próxima à superfície;
Para as relações água/cimento de 0,40 e 0,60 o decréscimo de resistência
estendeu-se até 5,0 cm, enquanto para a relação água/cimento de 0,8 esse
decréscimo foi de 10,0 cm.
A camada de cobrimento da armadura apresenta, portanto, uma porosidade progressiva
em direção à face externa, o que proporciona maior propensão ao ingresso de agentes
agressivos na região de passivação do aço.
A NBR 6118 (2003) determina que as estruturas de concreto armado sejam projetadas
e construídas de modo a conservar sua segurança, estabilidade e aptidão em serviço durante
sua vida útil. Para isso, é necessário que as soluções estruturais adotadas nos projetos atendam
aos requisitos: capacidade resistente, desempenho em serviço e durabilidade da estrutura.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
40
Conhecida a classe de agressividade pode-se determinar algumas propriedades do
concreto e o cobrimento necessário para os elementos estruturais. Para classe de agressividade
que varie entre fraca e muito forte o cobrimento para pilares ou vigas variam entre 25 mm e
50 mm respectivamente, NBR 6118 (2003).
A ação da carbonatação é mais intensa em região industrial com agressividade forte e
em região urbana com agressividade moderada; de acordo com a NBR 6118 (2003) pode ser
utilizado o cobrimento de 40 mm ou 30 mm, respectivamente. Existem algumas situações em
que a classe de agressividade pode ser considerada mais branda, assim os recobrimentos
podem ser reduzidos para 25 mm e 30 mm respectivamente. Isso é permitido para ambientes
internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço ou ambientes com
concreto revestido com argamassa e pintura); obras em regiões de clima seco, com umidade
relativa menor ou igual a 65%; partes da estrutura protegidas de chuvas em ambientes
predominantemente secos ou regiões em que raramente chove, NBR 6118 (2003).
Segundo o ACI 201.2R (1992), para ambiente agressivo, o cobrimento de 25 mm é
inadequado para concreto confeccionado com relação água/cimento maior que 0,3. Um valor
adequado de cobrimento para um meio ambiente com agressividade moderada à corrosão,
deve ser no mínimo de 38 mm e no máximo de 50 mm.
2.2.1.2. Fissuras no concreto
A matriz cimentícia apresenta duas desvantagens do ponto de vista estrutural, o
problema de fissuração e a baixa tenacidade. A abertura de fissuras está intimamente ligada à
durabilidade e ao desempenho das estruturas de concreto. O grande problema é que a
fissuração dos elementos estruturais de concreto armado é inevitável, uma vez que o concreto
possui baixa resistência à tração. Para garantir a proteção das armaduras e, conseqüentemente,
a durabilidade das estruturas, é necessário controlar a abertura de fissuras.
O CEB 152 (1983) afirma que a influência da fissura, com aberturas entre 0,15 e 0,35
mm, na taxa de corrosão da armadura é relativamente baixa, e que a espessura do cobrimento
do concreto é mais relevante. Segundo essa norma, a região fissurada proporciona mais rápida
penetração de íons cloretos e dióxido de carbono do que em concretos não fissurados.
Reinhardt e Jooss (2003) sugerem uma classificação de pequenas fissuras para um
intervalo máximo e mínimo de aberturas, Tabela 2.8.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
41
Tabela 2.8 – Classificação de abertura de fissuras.
Classificação de abertura
de fissuras (mm)
W
mínimo
W
máximo
0,05 0,000 0,074
0,10 0,075 0,124
0,15 0,125 0,174
0,20 0,175 0,224
Fonte: Reinhardt e Jooss (2003).
De acordo com a NBR 6118 (2003) nas armaduras passivas a abertura máxima de
fissura (w
k
) é 0,4 mm para concreto armado exposto a uma classe de agressividade ambiental
fraca, 0,3 mm quando essa classe for de moderada à forte e 0,2 mm quando for muito forte.
Segundo CEB 148 (1982) o limite para aberturas de fissuras são: 0,3 mm para
ambiente com agressividade fraca, 0,2 mm para agressividade moderada e 0,1 mm para
agressividade forte.
Um importante estudo sobre a formação de fissuras em peças carregadas de concreto
armado é feito por Leonhardt (1979). Segundo esse autor, as peças de concreto armado
fissuram mesmo quando submetidas a baixos níveis de tensões de tração. Essas tensões
surgem nas peças de concreto devido aos esforços solicitantes provocados pelas cargas
atuantes, por variações de temperatura e por esforços internos.
Montoya et al. (2000) aborda os diferenciados casos de fissuras em concreto, as quais
são apresentadas na Tabela 2.9.
Tabela 2.9 – Diferentes tipos de fissuras que podem surgir no concreto. Continua.
Tipos de fissuras Causas Figura
Devido à retração
plástica
- Secagem superficial do concreto nas
primeiras horas;
- incidência do sol e ar seco sobre a
superfície do concreto desprotegido;
- pode aparecer em tempo frio e úmido;
- aparecem nas primeiras 10 horas após a
concretagem, quase sempre em grupo;
- com profundidade da ordem de 20 a
40 mm, podendo chegar a 100 mm.
Fissuras no estado
plástico
- acomodação e deformação das formas;
- movimento da armadura;
- deslizamento do concreto inclinado.
Fissuras no estado
plástico
- as barras de aço não permitem a
acomodação do concreto fresco,
induzindo tensões de tração na região do
cobrimento;
- Essa tensão depende da consistência do
concreto, do diâmetro da barra e do
cobrimento.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
42
Tabela 2.9 – Diferentes tipos de fissuras que podem surgir no concreto. Continuação.
Tipos de fissuras Causas Figura
Fissuras de retração
- surge após dias, semanas ou meses
diferenciando da fissura de retração
plástica;
- é uma forma de deformação imposta
que provoca tensões de tração e,
conseqüentemente, surge a fissura.
Fissuração interna
da pasta
- concreto muito rico em cimento;
- agregados de grandes dimensões cuja
retração é impedida.
Fissuras de origem
térmica
- originadas pelas dilatações e contrações do concreto com a variação
da temperatura;
- fissuras superficiais aparecem quando a temperatura ambiente
difere em mais de 20°C com relação ao interior, fissuras com
abertura de até 0,4 mm;
- fissuras devido à expansão da água ao se congelar.
Fissura por
corrosão de
armaduras
- O processo de corrosão da
armadura proporciona um aumento
de volume da ordem de sete vezes;
- provoca expansão, fissuração e
desprendimento do cobrimento de
concreto.
Fissura por
expansão do
concreto
- expansão no interior do concreto;
- cimento expansivo, ataque de
sulfatos, reação álcali agregado etc.
Fissura por tração
axial
- fenômeno pouco freqüente;
- fissuras na direção normal às
barras principais, atravessando toda
a seção e localizadas entre os
estribos.
Fissura por
compressão axial
- diferentes formas de fissuração;
- fissuras finas, próximas e na
metade do comprimento de um
pilar indica que esse está perto da
flambagem;
- fissura por fendilhamento.
Fissura por flexão e
cisalhamento
- advinda da flexão simples ou
composta
- as fissuras devido à flexão avisam
antes da ruptura;
- as fissuras devido ao cisalhamento
surgem rapidamente, podendo até
ser instantâneas.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
43
Tabela 2.9 – Diferentes tipos de fissuras que podem surgir no concreto. Conclusão.
Tipos de fissuras Causas Figura
Fissuras por torção
- Fissuras de 45°;
- localizadas em vigas com
momentos descompensados e que
não foi considerado o efeito de
torção.
Fissuras por falha
de aderência e
ancoragem
- fissuras localizadas e paralelas às
barras de aço;
- fissuras concentradas e curtas.
- fissuras a 45° por desprendimento
do concreto em zonas de forte
concentração de ganchos;
- fissura na mesa devido a
armadura insuficiente e traçado
deficiente da armadura.
- fissura em mísulas de apoios mal
concebidos.
- fissuras no consolo devido ao
desprendimento e movimentação da
armadura principal durante a
concretagem.
- fissuras verticais em pilares por
falta de estribos, devido ao
deslocamento do mesmo durante a
concretagem ou omissão;
- fissura muito perigosa.
Fissuras por erro de
projeto e/ou
execução
- fissuras causadas por falta de
detalhamento adequado da
armadura ou falta de colocar
estribos de maneira adequada ou
suficiente
*
Dados referidos por Montoya et.al (2000).
Segundo os autores (op. cit.) também pode ser considerado como erro de execução o
emprego de agregados instáveis ou reativos com os álcalis do cimento, que provocam efeitos
expansivos dentro do concreto, com conseqüente fissuração.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
44
As fissuras internas da pasta podem não ser visíveis, mas podem originar tensões
internas capazes de provocar diminuição na resistência à compressão. Por exemplo, a
resistência aos 28 dias de idade passa a ser menor que aos 7 dias, Montoya et.al (2000).
O CEB 148 (1982) apresenta um resumo de diferentes tipos de fissuras, Tabela 2.10.
Tabela 2.10 – Resumo dos diferentes tipos de fissuras.
Causa da fissura Tempo de formação Manifestação Observações
Acomodação
plástica
Primeiras horas após a
concretagem
(10 minutos a 3 horas)
Fissura ao longo da
linha da armadura
As fissuras podem ser
extensas
Retração plástica
Primeiras horas após a
concretagem
(30 minutos a 6 horas)
Fissuras “mapeadas”
ou longas fissuras
em superfície de
lajes moldadas em
condições secas
As fissuras podem ser
extensas, e
comumente de 2 a 4
mm
Contração térmica
Primeiros dias após a
concretagem
(1dia a 3 semanas)
Fissuras em
construções
dependentes do tipo
de restrição
Pode ser controlada
utilizando armadura,
limitando o tamanho
dos poros e
controlando a
temperatura
Retração
Após vários meses de
construção
Similar a fissuras de
flexão ou tração
Usualmente pequena
se houver armadura
Corrosão
Após vários meses de
construção
(mais de 2 anos)
Fissuras ao longo da
armadura
Inicialmente pequena
e cresce com o tempo
Reação Álcali-
agregado
Após vários anos de
construção
(mais de 5 anos)
Ocorrem em
condições úmidas
freqüentemente
como mapas de
fissuras. Somente
ocorre com certos
tipos de agregados
As fissuras podem ser
extensas
Carga de serviço
Depende do uso da
estrutura
Depende do tipo de
solicitação
Geralmente pequena
se a tensão está de
acordo com a de
projeto
Fonte: CEB 148 (1982).
Existem variados tipos de fissuras devido a diferentes causas. Nesta pesquisa foi
estudado apenas o comportamento das fissuras provenientes da flexão. Uma vez que analisado
o comportamento da frente de carbonatação nessas fissuras, os resultados obtidos podem ser
extrapolados para outros tipos de fissuras.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
45
2.2.1.3. Zona de interface
O concreto é considerado um compósito não homogêneo composto por três fases
distintas: pasta de cimento, agregados e zona de interface. Uma boa interação entre essas três
fases proporciona a durabilidade de uma estrutura em concreto armado.
A zona de interface existente entre os agregados e a pasta de cimento é uma região que
requer atenção, porque existe a tendência de a água acumular-se na superfície dos agregados.
Esse fenômeno é conhecido como exsudação interna, cuja extensão depende da forma e do
tamanho do agregado. Esse acúmulo de água proporciona ligação enfraquecida devido ao
elevado índice de vazios.
Segundo Neville (1997), a microestrutura da zona de interface difere da microestrutura
do restante da pasta de cimento. A principal razão disso é o fato de, durante a mistura, as
partículas de cimento seco serem incapazes de se disporem densamente junto às partículas
relativamente grandes do agregado. Assim, existe menos cimento presente para ser hidratado
e para preencher os vazios iniciais. Como conseqüência, a zona da interface tem porosidade
muito maior do que a pasta de cimento distante do agregado.
Segundo Innocentini et al. (2001), a relação entre os tamanhos das partículas de matriz
e agregado interfere no empacotamento da região interfacial, devido ao “efeito parede”. Para
Nemati e Gardoni (2005) a diferença entre o tamanho das partículas não permite um bom
empacotamento, proporcionando a formação de uma zona de interface com elevada
porosidade, figura 2.32.
Figura 2.32 – Distribuição média dos poros na zona de interface entre a pasta e o agregado -
concreto com relação água/cimento de 0,4. Fonte: Nemati e Gardoni (2005).
Bentz e Stutzman (1994) estudando a hidratação das partículas de cimento verificaram
o mesmo comportamento para a porosidade da pasta em relação à distância do agregado,
Figura 2.33. No mesmo gráfico apresenta-se a tendência de formação dos compostos de
hidratação da pasta na zona de interface.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
46
Figura 2.33 – Distribuição das fases presentes na hidratação da pasta de cimento ao longo da
zona de interface pasta/agregado. Fonte: Bentz e Stutzman (1994)
Uma das formas de minimizar a zona de interface entre o agregado e a pasta de
cimento hidratado é utilizando a sílica ativa. Esta, devido ao seu efeito fíler, preenche os
vazios entre os grãos de cimento e os de agregados. Existe também a reação pozolânica que
transforma o hidróxido de cálcio em silicato de cálcio hidratado, melhorando a microestrutura
na região.
Bentur e Odler
8
apud Castro (2003) esquematizam como seria o comportamento da
zona de interface entre a pasta de cimento e o agregado antes e após a hidratação (a) e (b)
respectivamente, e a mudança desse comportamento quando a sílica ativa é adicionada (c) e
(d), Figura 2.34. No concreto que foi adicionado a sílica ativa observa uma redução na
quantidade de hidróxido de cálcio, um aumento na quantidade de silicato de cálcio hidratado e
conseqüentemente uma melhora na zona de interface.
Figura 2.34 – Atuação da sílica ativa na zona de interface entre a pasta e o agregado. (a) e (b)
concreto sem adição de sílica ativa antes e após a hidratação respectivamente. (c) e (d)
concreto com adição de sílica ativa antes e após a hidratação respectivamente. Fonte: Bentur e
Odler apud Castro (2003).
8
BENTUR, A.; ODLER, I. Interfacial transition zone in concrete. London, E&FN Spon, 1996.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
47
A utilização da sílica ativa além de melhorar a zona de interface também proporciona
a descontinuidade dos poros capilares da pasta de cimento hidratado. Bentz e Garbozci (1991)
apresentaram uma correlação entre a relação água/cimento variando de 0,225 a 0,700 e o teor
de sílica ativa variando de 0% a 30 % e o grau de hidratação necessário para que ocorra a
descontinuidade dos poros, tabela 2.11.
Tabela 2.11 – Grau de hidratação necessário para que ocorra a descontinuidade dos poros.
Quantidade de silica ativa (%) Relação
a/c
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 20 25 30
0,225
0,31 0,27 0,23 0,22 0,22 0,22 0,21 0,20 0,20 0,19
0,250
0,36 0,32 0,27 0,26 0,26 0,25 0,25 0,24 0,23 0,23
0,275
0,41 0,37 0,32 0,30 0,29 0,29 0,29 0,28 0,27 0,26
0,300
0,46 0,42 0,37 0,33 0,33 0,32 0,32 0,32 0,31 0,30
0,325
0,51 0,47 0,42 0,37 0,37 0,36 0,36 0,35 0,35 0,34
0,350
0,56 0,52 0,47 0,42 0,41 0,40 0,40 0,39 0,38 0,38
0,375
0,61 0,57 0,52 0,47 0,44 0,44 0,44 0,43 0,42 0,41
0,400
0,66 0,62 0,57 0,52 0,48 0,47 0,47 0,47 0,46 0,45
0,425
0,71 0,67 0,62 0,57 0,53 0,51 0,51 0,50 0,50 0,49
0,450
0,76 0,72 0,67 0,62 0,58 0,55 0,55 0,54 0,53 0,53
0,475
0,81 0,77 0,72 0,67 0,63 0,59 0,59 0,58 0,57 0,56
0,500
0,86 0,82 0,77 0,72 0,68 0,63 0,62 0,62 0,61 0,60
0,525
0,91 0,87 0,82 0,77 0,73 0,68 0,66 0,65 0,65 0,64
0,550
0,96 0,92 0,87 0,82 0,78 0,73 0,70 0,69 0,68 0,68
0,600
--- --- 0,97 0,92 0,88 0,83 0,78 0,76 0,76 0,75
0,650
--- --- --- --- 0,98 0,93 0,88 0,84 0,83 0,82
0,700
--- --- --- --- --- --- 0,98 0,91 0,91 0,90
Fonte: Bentz e Garbozci (1991).
De acordo com a tabela 2.11 um concreto confeccionado com uma relação
água/cimento 0,4 e com 10% de adição de sílica ativa precisa hidratar 48% dos grãos de
cimento para garantir a descontinuidade dos poros.
Liborio et al. (2005) trabalhando com a sílica ativa na tentativa de minimizar o efeito
da zona de interface realizaram a dopagem dos agregados, a qual consiste na melhoria de suas
características superficiais com redução de vazios e formação de C-S-H e Ca(OH)
2
, Figura
2.35. A dopagem está relacionada à ordem de mistura dos materiais durante a produção do
concreto, objetivando reduzir a porosidade da zona de interface.
Idealização de um agregado pouco permeável, com
superfície dopada
Idealização de um agregado frágil, poroso, com
dopagem superficial e “armado”com sílica, por
exemplo.
Figura 2.35 – Dopagem dos agregados. Fonte: Liborio et al. (2005).
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
48
Segundo os autores (op. cit.), a dopagem dos agregados é realizada utilizando adições
minerais, as quais atuam na microestrutura da pasta e na interface pasta- agregado refinando
os poros. Na dopagem, o efeito químico é responsável pela formação de compostos hidratados
e o efeito físico provoca obstrução e densificação. Portanto, a microestrutura torna-se mais
fina e homogênea, aumentando a compacidade, resistência e durabilidade. Da mesma forma
que as adições minerais reduzem a conectividade dos poros da pasta, atuam também na
microestrutura da zona de cobrimento da armadura, densificando-a e tornando-a mais
compacta e menos permeável.
A figura 2.36 ilustra a zona de interface de amostras confeccionadas com e sem adição
de sílica ativa, Bentur e Cohen (1987). Foram realizadas micrografias na região em que foi
extraído um grão de areia. Na figura 2.36a a argamassa foi confeccionada sem adição de sílica
ativa, o que proporcionou uma região com uma grande quantidade de cristais de Ca(OH)
2
e
elevada porosidade. Na figura 2.36b a argamassa foi confeccionada com adição de sílica
ativa, o que proporcionou uma zona de interface compacta devido a reação pozolânica que
transforma o Ca(OH)
2
em C-S-H. A precipitação do silicato de cálcio hidratado refina e
desconecta os poros.
(a)
(b)
Figura 2.36 – Zona de interface entre a pasta de cimento e um grão de areia. (a) argamassa
sem adição de sílica ativa, (b) argamassa com adição de sílica ativa. Fonte: Bentur e Cohen
(1987).
Portanto, concreto com zona de interface porosa entre a pasta e os agregados, ou com a
própria armadura de reforço, facilita a difusão de agentes agressivos para o interior do
concreto.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
49
2.3. MODELOS FÍSICOS REDUZIDOS
Um estudo sobre modelos físicos reduzidos direcionados para estruturas de concreto
armado é apresentado neste item juntamente com alguns conceitos fundamentais, além do
levantamento de algumas pesquisas em concreto armado desenvolvidas por meio de modelos
físicos reduzidos.
Hossdorf (1972) refere que no século XV Leonardo da Vinci já sabia da existência de
leis e formulações matemáticas referentes ao comportamento de estruturas geometricamente
semelhantes. Ele estabeleceu teorias comparativas para uma série de formas construtivas
simples.
Segundo Hossdorf (1972) as pessoas, ao longo dos séculos, davam às suas crianças
brinquedos de montar com a intuição de que o manuseio desses objetos em escala reduzido
estaria preparando seus filhos para o mundo real.
As catedrais góticas da Idade Média usaram modelos reduzidos para a investigação da
estabilidade das estruturas em arco. Foram realizados vários trabalhos em modelo reduzido,
mas a técnica não foi praticada de forma significativa até o século XX, Hossdorf (1972).
Após a Segunda Guerra Mundial a análise experimental de estruturas por meio de
modelos desenvolveu-se no mundo todo. Na década de 60, tem-se a introdução do
microconcreto como material para a confecção de modelos que efetivamente representam o
comportamento de elementos em concreto armado, Martins (1990).
Em 1966 tem-se a criação do Committee 444 on Structural Models pelo American
Concrete Institute (ACI), que proporcionou a projeção e a confiabilidade do microconcreto.
Segundo Hoosdorf (1972), ACI C-444 (1987) e Harris e Sabnis (1999), os modelos
reduzidos podem ser utilizados em problemas não-lineares de concreto armado e protendido.
De acordo com Sabnis e Roll (1971), vigas e lajes de concreto podem ser investigadas
detalhadamente por meio de modelos.
De acordo com o ACI C-444 (1987) um modelo é definido como qualquer
representação física de uma estrutura ou parte da mesma. O ensaio de uma viga em
laboratório pode ser considerado como um modelo, mesmo que tenha as mesmas dimensões
da viga a ser utilizada na estrutura, pois está representando apenas parte da estrutura.
Entretanto, o termo modelo é usualmente associado à escala reduzida.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
50
Janney et al. (1970) definem modelo como um elemento ou um conjunto de elementos
estruturais, constituídos em escala reduzida, para serem ensaiados e para os quais as leis de
semelhança podem ser empregadas para interpretar os resultados obtidos.
As vantagens em trabalhar com modelo reduzido ao invés de protótipo em escala
natural são: o fator econômico e a facilidade de manuseio. Ao reduzir-se a área do elemento
em estudo tem-se a redução do tamanho dos equipamentos de carregamento, redução do custo
de fabricação e preparação do ensaio e a facilidade em se dispor do modelo após o ensaio. O
fator limitante de trabalhar com modelo reduzido está no fato de que mudanças no projeto do
protótipo, devido ao estudo do modelo, requererem um segundo modelo para checar o projeto.
Cabe ressaltar que a utilização de modelos físicos reduzidos pode ter diferentes
objetivos, com diferentes aproximações entre o modelo reduzido e o protótipo em escala
natural. O ACI C-444 (1987) classifica os modelos de acordo com as respostas esperadas
durante sua utilização e alguns requisitos necessários com relação aos materiais, conforme
apresentado na tabela 2.12.
Atualmente os modelos que representam apenas o comportamento elástico dos
materiais são utilizados apenas para atividades didáticas, pois os cálculos no regime elástico
por meio de análises computacionais são bastante satisfatórios. Já para representar o
comportamento de uma estrutura nas proximidades da ruína há um ganho do modelo físico
sobre o modelo analítico, Harris e Sabnis (1999). Embora substanciais progressos
continuamente sejam feitos em análises numéricas de estruturas, ainda não se pode prever,
analiticamente, a capacidade última de muitos sistemas estruturais tridimensionais,
especialmente sob complexos carregamentos. O uso de modelos físicos reduzidos é
recomendado quando a análise numérica for inadequada ou impossível.
Tabela 2.12 – Classificação dos modelos físicos reduzidos. Continua.
Classificação dos modelos Definição
Modelo Elástico
Tem uma geometria semelhante ao protótipo e é
confeccionado com materiais elásticos e homogêneos, o qual
não precisa ser necessariamente semelhante ao material do
protótipo. Esse modelo simula apenas o comportamento
elástico do protótipo de concreto.
Modelo Indireto
O carregamento e os materiais não têm relação direta aos
usados no protótipo. Cargas e deformações são aplicadas para
se obter linhas ou superfícies de influência utilizando o
princípio de
Muller-Breslau. Tensões nos protótipos são
deduzidas a partir dos diagramas de influência obtidos nos
ensaios dos modelos, e conseqüentemente somente o
comportamento elástico linear pode ser determinado.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
51
Tabela 2.12 – Classificação dos modelos físicos reduzidos. Conclusão.
Classificação dos modelos Definição
Modelo Direto
O modelo é carregado na mesma maneira que o protótipo, tal
que as tensões e as deformações sejam similares às do
protótipo.
Modelo de Resistência
Modelo geometricamente semelhante ao protótipo, tanto nas
dimensões externas quanto nas internas. Os materiais do
modelo reproduzem fielmente as características dos materiais
do protótipo. Tal modelo pode prever o modo de
comportamento do protótipo em todos os níveis de
carregamento, até o último.
Modelo do efeito do vento
Há vários modos de classificar esse modelo. Pode-se utilizar
modelo de forma ou rigidez, nos quais a força total ou a
pressão do vento na estrutura pode ser medida. Enquanto que
no modelo aeroelástico, ambas as propriedades, a forma e a
rigidez do protótipo estrutural são modeladas em métodos
para medir o vento induzindo tensões e deformações e a
interação dinâmica da estrutura com o vento.
Modelo dinâmico
Esses modelos são usados para estudos de vibração e efeito
de carregamento dinâmico em estruturas. Pode ser testado em
tabelas de oscilação para estudar o efeito de terremoto ou em
túnel de vento para estudar o efeito aeroelástico. Modelos
dinâmicos podem também ser usados para estudar o efeito de
explosão interna ou externa ou o efeito de impacto nas
estruturas.
Fonte: ACI C-444 (1987).
Martins (1990) sugere que seja fortalecida a junção das análises entre as pesquisas
experimentais e as análises numéricas. Esse autor considera como propósitos básicos da
análise experimental de estruturas em modelos: colaborar com as realizações de projetos
estruturais específicos e não usuais; contribuir para a pesquisa dos critérios de projeto
subsidiando a reformulação e o aprimoramento das normas técnicas e a otimização de
modelos teóricos e, por fim, permitir a demonstração dos comportamentos estruturais
conhecidos.
A utilização de modelos reduzidos tem demonstrado que essa técnica é uma alternativa
que possibilita a obtenção de resultados representativos, quando comparado aos resultados em
escala natural. Esta afirmação é verdadeira somente se for realizado um controle rigoroso de
todos os parâmetros envolvidos na realização do ensaio.
Para que as relações de semelhanças entre o elemento estrutural em escala natural e o
elemento em escala reduzida sejam válidas, deve obedecer aos fatores de escala para realizar a
redução. O fator de escala é a relação entre as propriedades na escala natural e no modelo
reduzido. Maiores detalhes sobre as leis de semelhanças e fatores de escala podem ser
encontrados em Harris e Sabnis (1999) e Hoosdorf (1972).
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
52
Segundo Harris e Sabnis (1999) os modelos construídos em laboratório devem ter um
fator de escala otimizado porque, por exemplo, modelos muito reduzidos requerem pequenos
carregamentos, são difíceis de fabricar e instrumentar. Modelos maiores requerem
equipamentos pesados de carregamento. Alguns fatores de escala para várias classes de
estruturas são apresentados na Tabela 2.13.
Tabela 2.13 – Fatores de escala para estruturas diferenciadas.
Tipo de estrutura Modelo Elástico Modelo de Resistência
Cobertura em casca
50
1
a
200
1
10
1
a
30
1
Ponte de rodovia
25
1
4
1
a
20
1
Reator
50
1
a
100
1
4
1
a
20
1
Vigas e Lajes
25
1
4
1
a
10
1
Represa
400
1
75
1
Efeito do vento
50
1
a
300
1
Não aplicável
Fonte: Harris e Sabnis (1999).
Para estudos que desejam verificar o comportamento da fissuração e da deformação
pós-fissuração deve-se ter cuidados adicionais na escolha do fator de escala a ser utilizado.
Segundo Harris e Sabnis (1999) o número de fissuras diminui com a redução do fator de
escala. Borges e Lima (1961) ao estudarem a fissuração e a deformação de vigas de concreto
armado, verificaram que a reprodução das fissuras é significativa com fator de escala de até
1:4,0.
Na revisão bibliográfica realizada sobre modelos físicos reduzidos não foram
encontradas bibliografias sobre as propriedades dos materiais no que diz respeito à difusão e
permeabilidade no concreto.
2.3.1. Modelos Estruturais
Harris e Sabnis (1999) dividem o modelo de resistência, que representa o
comportamento último, em três tipos de modelos estruturais, citados a seguir, de acordo com
o grau de obediência às leis de semelhança.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
53
2.3.1.1. Modelo com completa semelhança
Modelos com completa semelhança são aqueles que satisfazem toda e qualquer
exigência das leis de semelhança, ou seja; as deformações e distorções do modelo e do
protótipo devem ser iguais. Os materiais do modelo e do protótipo podem ser diferentes,
desde que a forma do diagrama tensão-deformação seja semelhante, figura 2.37.
(ε
m
= ε
p
)
Protótipo
Modelo
Deformação
εultε
σ
m
σp = sσ * σm
Tensão
Figura 2.37 – Modelo de material com completa semelhança. Fonte: Harris e Sabnis (1999).
Existem diversos fatores que podem impedir a obtenção de completa semelhança:
-
Omissão acidental de alguma variável que exerça influência no problema;
-
Não respeitar a igualdade do coeficiente de Poisson, por não ser um valor crítico na
análise;
-
A necessidade de substituir uma força uniformemente distribuída por forças
concentradas.
Esta perda de semelhança, devido a um fator conhecido ou desprezado, muitas vezes
gera diferenças entre os resultados do modelo e do protótipo chamadas “efeitos de escala”.
2.3.1.2. Modelo com semelhança de primeira ordem
O modelo é considerado com semelhança de primeira ordem quando são
desconsiderados alguns dos critérios de semelhança, de tal modo que o erro introduzido seja
considerado desprezível. Por exemplo, quando forças concentradas são aplicadas para
representar um carregamento que deveria ser distribuído, o modelo deixa de ser de completa
semelhança e passa a ser de primeira ordem. De acordo com o ensaio o erro gerado por esta
mudança pode ser considerado insignificante.
2.3.1.3. Modelo distorcido
Segundo Harris e Sabnis (1999) um modelo é considerado distorcido quando apresenta
um determinado tipo de desvio em relação às leis de semelhança. Esse modelo pode ser
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
54
utilizado desde que seja possível determinar a influência gerada pela distorção. A distorção
surge devido à não similaridade das condições iniciais de contorno, da geometria e das
propriedades dos materiais.
O modelo distorcido ocorre quando a deformação do protótipo em escala natural não é
semelhante à do modelo em escala reduzida, figura 2.38.
Deformação
m < εp)
σp = sσ * σm
σm
εm
Tensão
Modelo
εp
Protótipo
σp = sσ * σm
Deformação
σm
εp
Protótipo
m > εp)
Tensão
εm
Modelo
Figura 2.38 – Modelo de material com distorção. Fonte: Harris e Sabnis (1999).
Os valores de deformação e deslocamentos obtidos neste modelo podem não ser
semelhantes aos do protótipo, mas o erro devido à distorção pode ser conhecido através do
fator de escala da deformação (s
ε
), que, neste caso, é diferente de 1. É óbvio que quanto maior
a diferença de s
ε
, maiores serão as diferenças entre o comportamento do modelo e do
protótipo e maior será a possibilidade de se obterem falsos resultados com os modelos, Harris
e Sabnis (1999).
2.3.1.4. Fatores de escala para modelos de concreto armado
O fator de escala mais conhecido está relacionado com o comprimento (S
l
), no entanto
existem outros fatores relacionados com as propriedades dos materiais, da geometria e do
carregamento necessários para uma correta transformação de resultados. Os principais fatores
podem ser obtidos de relações entre os fatores de escala de tensão (S
σ
), de deformação (S
ε
); e
de comprimento (S
l
), de acordo com as leis de semelhança. Na tabela 2.14 apresentam-se os
fatores de escala considerados para os três modelos estruturais abordados.
Não foi encontrado na literatura nenhum fator de escala relacionado com a difusão do
dióxido de carbono em estruturas de concreto. Vale ressaltar que também não foi encontrado
fator de escala para a difusão de qualquer outro elemento.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
55
Tabela 2.14 – Resumo dos fatores de escala para modelos de concreto armado.
Modelo
Quantidade Dimensões
Completa semelhança
e Semelhança de 1
a
ordem
Distorcido
Tensão no concreto σ
c
FL
-2
S
σ
S
σ
Deformações no concreto ε
c
---
1
S
ε
Módulo do concreto E
c
FL
-2
S
σ
S
σ/
S
ε
Coeficiente de Poisson ν
c
---
1 1
Peso específico γ
c
FL
-3
S
σ
/ S
l
S
σ
/ S
l
Tensões na armadura σ
r
FL
-2
S
σ
S
σ
Propriedades
dos materiais
Deformações na armadura ε
r
---
1
S
ε
Dimensão linear l L S
l
S
l
Deslocamento δ
L
S
l
S
ε
S
l
Deslocamento angular β
---
1
S
ε
Geometria
Área da armadura A
r
L
2
S
l
2
S
l
2
Carga concentrada Q F
S
σ
S
l
2
S
σ
S
l
2
Carga linearmente distribuída w FL
-1
S
σ
S
l
S
σ
S
l
Pressão q FL
-2
S
σ
S
σ
Carregamento
Momento M FL
S
σ
S
l
3
S
σ
S
l
3
S
σ
- fator de escala de tensão; S
ε
- fator de escala de deformação; S
l
– fator de escala de
comprimento; F – dimensão de força e L – dimensão de comprimento. Fonte: Harris e Sabnis
(1999).
Harris e Sabnis (1999) apresentam um gráfico que relaciona as resistências à
compressão de corpos-de-prova cilíndricos com diferentes diâmetros, sendo que a referência é
o corpo-de-prova com 150 mm de diâmetro x 300 mm de altura, figura 2.39. O ACI C-444
(1987) recomenda a utilização de corpos-de-prova de 50 mm de diâmetro x 100 mm de altura
para a comparação de traços de concretos utilizados em modelos físicos reduzidos.
Figura 2.39 – Relação da resistência à compressão x diâmetros dos corpos-de-prova. Fonte:
Harris e Sabnis (1999).
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
56
2.3.2. Confiabilidade dos modelos físicos
A confiabilidade dos resultados advindos dos estudos em modelos reduzidos talvez
seja o mais importante fator na modelagem. Um problema encontrado na comparação dos
resultados é a variabilidade do próprio elemento estrutural em escala natural, principalmente
se ele for de concreto armado. Supostamente dois elementos ou estruturas de concreto armado
semelhantes normalmente irão ser diferentes, algumas vezes com um aumento de 20% ou
mais. Ao se comparar um modelo com um único protótipo torna-se bastante evidente a
dificuldade de conseguir-se firme conclusão com precisão, Harris e Sabnis (1999).
Nos estudos apresentados por Harris e Sabnis (1999) o modelo elástico em concreto
armado proporciona um erro da ordem de 5 a 10%, mas esse modelo é válido apenas na
região elástica em que a estrutura apresente mínimas fissuras. Os modelos de resistência em
vigas, pórticos e cascas de concreto armado projetados e testados cuidadosamente
apresentaram erro máximo da ordem de 15% para prever o deslocamento de pós-fissuração e
a capacidade do carregamento último da estrutura.
Segundo o ACI C-444 (1987), a precisão dos resultados (±10%, ± 25% etc)
normalmente é função do nível de exigência do projeto, uma vez que em determinadas
situações os resultados advindos do estudo em modelos físicos são fatores imprescindíveis
para tomadas de decisões.
Contudo, o comitê do ACI, de maneira arbitrária, adotou as seguintes terminologias:
os termos “excelente confiabilidade” e “excelente ajuste” são utilizados quando os
resultados do modelo variem em ± 10 % quando comparado ao protótipo;
o termo “boa confiabilidade” significa uma diferença máxima de ± 20 % entre modelo
e protótipo;
o termo “adequada confiabilidade” significa um ajuste mais pobre (±30 %), mas que
continua como um afastamento aceitável, dependendo dos propósitos definidos.
Os fatores que afetam a precisão dos modelos são: as propriedades dos materiais que
constituem os modelos, a exatidão na fabricação, as técnicas utilizadas na aplicação de força,
as técnicas e os equipamentos de leituras e a interpretação dos resultados. Portanto, para se
obter uma excelente confiabilidade é preciso tomar o máximo cuidado no projeto, na
construção e no carregamento do modelo.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
57
2.3.3. Alguns trabalhos em modelos físicos
Vários foram os trabalhos experimentais desenvolvidos no mundo, que utilizaram
modelos físicos reduzidos. Pretende-se aqui apresentar alguns trabalhos em modelos, com
microconcreto, desenvolvidos na Universidade de São Paulo, Escola de Engenharia de São
Carlos, Departamento de Engenharia de Estruturas, Brasil.
Segundo Martinelli (2003) em 1958 surgiu a idéia de se construir um laboratório de
modelos reduzido, o que originou o Laboratório de Estruturas da EESC/USP. Em São Carlos
os trabalhos em modelos reduzidos foram iniciados em 1959; estão relacionados a seguir
alguns dentre os vários:
1963 – lajes em regime de ruptura.
1964 – pórticos elastoplásticos.
1965 – casca em parabolóide hiperbólico.
1965-1966 – Dezesseis pequenos modelos de grelhas de pontes, sem e com laje,
principalmente para ir se apropriando de todos os muitos pormenores de construção e ensaio
de pequenos modelos de microconcreto armado.
1966 - Modelo de cascas piramidais, em microconcreto, escala 1:10, do Centro de
Pesquisas do Cacau (CEPEC) em Itabuna - Bahia. Foram projetadas por Sérgio Bernardes e
Paulo Fragoso.
1969 - Modelo do pilar típico do vertedouro de Ilha Solteira (Martinelli, D.A.O.), em
microconcreto, escala 1:20,
reproduzindo-se até os cabos de protensão e as respectivas
ancoragens, para a determinação, mediante medidas com extensômetros elétricos, das tensões
principais sob protensão e com uma ou duas comportas, figura 2.40.
1972 - Arqueamento em lajes elastoplásticas.
1972 - Ação de membrana em lajes elastoplásticas.
1973 - Ruína de lajes em forma de T.
Capítulo 2 - Revisão bibliográfica
58
(a)
(b)
(c)
Figura 2.40 - Pilar do vertedouro de barragem - Ilha Solteira. (a) Pilar instrumentado para
ensaio, (b) modelo físico reduzido - Laboratório de Engenharia de Estruturas – EESC-USP,
(c) protótipo em escala natural.
Martinelli (2003) cita as pessoas que contribuíram no estudo de modelos físicos
reduzidos, que são: Adalberto G. Bueno, Angelo Jorge, Antônio A. Casale, Dauro R. da Silva,
Eloy F. Machado, Frederico Schiel, Glaucos da Costamarques, Guarino Zambon Jr, Hiroaki
Ishii, Ilio Montanari, Jasson R. Figueiredo Filho, Jefferson B. L. Liborio, João B. Hanai,
Jorge Campiteli Ferreira, Jorge A. Lucchese, José F. Martinez, Julieta P. Martinelli, Lafael
Petroni, Libânio M. Pinheiro, Moacyr G. Moruzzi, Mounir Debs, Raul Lopes, Regis L. R.
Lima, Roberto M. Gonçalves, Ronaldo G. Figueiredo, Rui Casale, Rutênio G. Bastos, Sérgio
F. Padilha, Thomaz A. Kawauche, Toshiaki Takeya, Walter P. Modotte, Walter Savassi.
Hoje algumas pesquisas ainda são desenvolvidas em modelos físicos reduzidos, tais
como Holanda Jr. (2002), Nascimento Neto (2003) e Capuzzo Neto (2005), mas a principal
atuação do Laboratório de Engenharia de Estruturas, nesta data, é com modelos em escala
natural.
Capítulo
3
PROGRAMA EXPERIMENTAL
Conforme o proposto da pesquisa, este capítulo apresenta detalhadamente o programa
experimental utilizado para verificar o comportamento da carbonatação acelerada em vigas de
concreto armado em escala natural e reduzida e em corpos-de-prova.
Na tabela 3.1 são apresentados todos os ensaios realizados no programa experimental.
Tabela 3.1 – Resumo dos ensaios realizados. Continua.
Material /
Corpo-de-prova / Viga
Detalhes Ensaios
Cimento
caracterização físico e química
do material
- Anexo A: análise química,
massa específica, início e fim
de pega e difratometria de
raios-X.
Agregado miúdo
caracterização física do
material
- Anexo A: ensaios diversos.
Agregados graúdos
caracterização física do
material
- Anexo A: ensaios diversos.
Sílicas ativas
caracterização físico e química
do material
- Anexo A: análise química,
massa específica, difratometria
de raios-X e pozolanicidade.
Aditivo
caracterização física do
material
- Anexo A: teor de sólidos.
Barras de aço
caracterização mecânica do
material
- Anexo A: resistência e
módulo de elasticidade.
cura - 7 dias,
pré-condicionamento 21 dias,
carbonatação - 28 dias,
concentração - 50% e 1%.
- Resistência à compressão;
- Resistência à tração;
- Módulo de elasticidade;
- Profundidade carbonatada.
Corpos-de-prova
(10 x 20 cm)
cura - 7 dias,
carbonatação – 1 ano,
concentração – meio ambiente.
- Módulo de elasticidade;
- Profundidade carbonatada.
Capítulo 3 - Programa experimental
60
Tabela 3.1 – Resumo dos ensaios realizados. Conclusão.
Material /
Corpo-de-prova / Viga
Detalhes Ensaios
Corpos-de-prova
(5 x 10 cm)
cura - 7 dias,
pré-condicionamento 10 dias,
carbonatação - 28 dias,
concentração - 50%.
- Resistência à compressão;
- Resistência à tração;
- Módulo de elasticidade;
- Profundidade carbonatada.
Vigas
cura - 7 dias,
pré-condicionamento 21 dias,
carbonatação - 28 dias,
concentração - 50%.
- Aplicação de carregamento
(flexo-compressão);
- Leituras de deformação e
deslocamentos;
- Abertura de fissuras;
- Profundidade carbonatada: região
tracionada, região comprimida e
fissuras;
- Microscopia eletrônica de
varredura: barra de aço com
corrosão, amostras de interface
agregado/pasta e pasta/aço, e
fissuras com carbonatação.
Modelos
cura - 7 dias,
pré-condicionamento 10 dias,
carbonatação - 28 dias,
concentração - 50%,
- Aplicação de carregamento
(flexão simples);
- Leituras de deformação e
deslocamentos;
- Abertura de fissuras;
- Profundidade carbonatada: região
tracionada, região comprimida e
fissuras.
Cura úmida
Meio ambiente
Pasta de cimento
Carbonatação
- Difratometria de raios-X;
- Porosimetria por intrusão de
mercúrio;
- Microscopia eletrônica de
varredura.
3.1. CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS
Todos os materiais utilizados nesta pesquisa foram caracterizados segundo as
especificações da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Foram utilizados
agregados graúdo britado com diâmetros de 19 mm e 12,5 mm, areia natural quartizosa,
cimento Portland CP II E-32, superplastificante com base química de policarboxilatos, sílica
ativa de ferro silício ou silício metálico (SFS), sílica ativa extraída da casca de arroz (SCA),
barras de aço CA-50. A caracterização de todos estes materiais consta no Anexo A.
Capítulo 3 - Programa experimental
61
3.2. DOSAGEM DOS CONCRETOS
Para verificar a durabilidade de vigas de concreto armado frente à ação da
carbonatação foram definidos diferentes traços de concreto. Foram produzidos concretos
estruturais executados sem adições minerais e com adição de SCA e SFS em substituição
volumétrica de 10% do cimento Portland CP II E 32.
A determinação dos traços de concreto seguiu às recomendações de Helene & Terzian
(1992). O índice de consistência, determinado por meio de um tronco de cone, foi de 100 ± 10
mm, de acordo com a NBR – 7223/1992. Os traços dos concretos definidos para serem
utilizados nas moldagens das vigas estão na Tabela 3.2.
Tabela 3.2 – Composição dos traços de concretos com CP II E 32.
Concreto Traço
1:m
Traço
1:a:p
a/agl SP
(%)
Consistência
(mm)
C
(kg/m
3
)
Viga 1
Sem sílica 1:5,0 1:2,06:2,94 0,47 0 100 384
Viga 2
10% SFS 1:4,64 1:1,88:2,76 0,40 0,4 100 386
Viga 3
10% SCA 1:4,64 1:1,88:2,76 0,40 0,6 100 386
Sendo:
C = consumo de cimento;
a = areia;
p = 70 % da brita 1 e 30% da brita intermediária;
SP = superplastificante;
a/agl = relação água/aglomerante.
O traço da viga 1 não possui adições de sílica ativa, no traço da viga 2 foi utilizado
10% de sílica de ferro silício ou silício metálico e na viga 3 foi utilizado 10% de sílica ativa
extraída da casca de arroz. A adição das sílicas foi realizada em substituição volumétrica ao
cimento Portland. Na determinação dos traços procurou-se manter a mesma consistência e
consumo de cimento.
Os traços de concreto utilizados na moldagem das vigas em escala reduzidas foram
iguais aos das vigas em escala natural. Foram utilizados os mesmos traços para evitar uma
possível alteração nas propriedades da pasta do concreto. Para ser possível a moldagem das
vigas em escala reduzida realizou-se o peneiramento do concreto para retirar os agregados
graúdos da mistura, Figura 3.1. A escolha da abertura da peneira foi em função da escala
1:5,0.
Capítulo 3 - Programa experimental
62
Figura 3.1 – Separação da argamassa (por peneiramento) do concreto utilizado na moldagem
das vigas em escala reduzida.
Os modelos 1, 2 e 3 foram moldados com os mesmos traços das vigas 1, 2 e 3
respectivamente, tabela 3.3.
Tabela 3.3 – Consumo de materiais por metro cúbico utilizados.
Consumo de materiais por m
3
(kg) Materiais
V-1 / M-1 V-2 / M-2 V-3 / M-3
Cimento 384 386 386
Sílica ativa --- 27,9 27,9
Areia 791,0 725,7 725,7
Brita 12,5 338,7 319,6 319,6
Brita 19 790,3 745,7 745,7
Superplastificante --- 1,5 2,3
Água 180,5 153,5 153,0
V = Viga;
M = Modelo.
Vale ressaltar que ao determinar a quantidade de água por metro cúbico foi descontada
a quantidade de água presente no aditivo superplastificante, o qual tinha 60% de água e 40%
de sólidos.
O objetivo de estudar o comportamento da carbonatação em modelos físicos reduzidos
foi para estabelecer alguns parâmetros de comparação e verificar a possibilidade de trabalhar
ou não com escala reduzida.
3.3. PROPRIEDADES DOS CONCRETOS
Foram utilizados corpos-de-prova para determinar a resistência à compressão axial,
resistência à tração por compressão diametral, módulo de elasticidade e profundidade de
carbonatação. Na figura 3.2 observa-se uma representação esquemática dos ensaios
realizados.
Todos os corpos-de-prova foram submetidos à cura úmida durante sete dias. Após esse
período de cura uma série foi submetida a um período de pré-condicionamente por 21 dias e,
posteriormente, foi colocada na câmara de carbonatação durante 28 dias. Outra série
Capítulo 3 - Programa experimental
63
permaneceu na câmara úmida até a data de ensaio e os demais corpos-de-prova ficaram
expostos ao meio ambiente para verificar a carbonatação após um ano de idade.
7 dias de cura úmida
Moldagem dos corpos-de-provas
Até 56 dias de cura úmida
Compressão – 3, 7, 28 e 56 dias
Tração – 7, 28 e 56 dias
Módulo de elasticidade – 7, 28 e 56 dias
Pré-condicionamento – 21 dias
Câmara de carbonatação – 28 dias
Compressão – 56 dias
Tração – 56 dias
Carbonatação – 56 dias
Módulo de elasticidade – 56 dias
Carbonatação – 1 ano
Módulo de elasticidade – 56 dias
Exposição ao ar
7 dias de cura úmida
Moldagem dos corpos-de-provasMoldagem dos corpos-de-provas
Até 56 dias de cura úmida
Compressão – 3, 7, 28 e 56 dias
Tração – 7, 28 e 56 dias
Módulo de elasticidade – 7, 28 e 56 dias
Compressão – 3, 7, 28 e 56 dias
Tração – 7, 28 e 56 dias
Módulo de elasticidade – 7, 28 e 56 dias
Pré-condicionamento – 21 dias
Câmara de carbonatação – 28 dias
Pré-condicionamento – 21 dias
Câmara de carbonatação – 28 dias
Compressão – 56 dias
Tração – 56 dias
Carbonatação – 56 dias
Módulo de elasticidade – 56 dias
Compressão – 56 dias
Tração – 56 dias
Carbonatação – 56 dias
Módulo de elasticidade – 56 dias
Carbonatação – 1 ano
Módulo de elasticidade – 56 dias
Carbonatação – 1 ano
Módulo de elasticidade – 56 dias
Exposição ao ar
Figura 3.2 – Representação esquemática dos ensaios realizados em corpos-de-prova.
O período de pré-condicionamento de 21 dias é específico para os concretos utilizados
nesta pesquisa. Esse período foi determinado experimentalmente por meio de observação da
estabilidade da umidade.
Os corpos-de-prova referentes aos modelos físicos reduzidos seguiram os mesmos
procedimentos, com exceção do período de pré-condicionamento que foi de 10 dias. Esta
redução de 21 dias para 10 dias deve-se a redução das dimensões dos corpos-de-prova. Com a
mudança no período de pré-condicionamento, os ensaios realizados nas idades de 56 dias
passaram a ser de 45 dias. Não foi realizado o ensaio de carbonatação com 1 ano de exposição
ao meio ambiente.
Resistência mecânica
Os ensaios de resistência à compressão axial e tração por compressão diametral,
seguiram as recomendações das NBR 5739/1980 e NBR 7222/1994 respectivamente. Os
corpos-de-prova que foram ensaiados à compressão axial tiveram suas superfícies retificadas
para que a carga fosse uniformemente distribuída.
Os corpos-de-prova referentes aos modelos em escala natural tinham 100 mm de
diâmetro e 200 mm de altura. Os ensaios de compressão axial foram realizados nas idades de
Capítulo 3 - Programa experimental
64
3, 7, 28 e 56 dias, enquanto os de tração por compressão diametral, foram realizados nas
idades de 7, 28 e 56 dias. Somente na idade de 56 dias é que foram realizados os ensaios de
compressão axial e tração por compressão diametral dos corpos-de-prova que foram
submetidos à atmosfera de dióxido de carbono.
Os corpos-de-prova referentes aos modelos físicos reduzidos tinham 50 mm de
diâmetro e 100 mm de altura. Os ensaios de compressão axial foram realizados nas idades de
3, 7, 28 e 45 dias, enquanto os de tração por compressão diametral foram realizados nas
idades de 7, 28 e 45 dias. Somente na idade de 45 dias é que foi realizado o ensaio de
compressão axial e tração por compressão diametral dos corpos-de-prova que foram
submetidos à carbonatação.
Módulo de elasticidade
O ensaio de módulo de elasticidade foi realizado segundo as recomendações da NBR
8522/84. Os corpos-de-prova tiveram suas superfícies retificadas para garantir uma uniforme
distribuição do carregamento.
Os corpos-de-prova, referentes às vigas em escala natural, submetidos à cura úmida,
foram ensaiados nas idades de 7, 28 e 56 dias e os que foram submetidos à atmosfera
agressiva e ao meio ambiente foram ensaiados aos 56 dias.
Os corpos-de-prova referentes aos modelos físicos reduzidos, submetidos à cura úmida
foram ensaiados nas idades de 7, 28 e 45 dias e os submetidos à atmosfera agressiva e ao meio
ambiente foram ensaiados aos 45 dias.
3.4. CONFECÇÃO DAS VIGAS DE CONCRETO ARMADO EM
ESCALA NATURAL E REDUZIDA
As vigas em escala natural foram moldadas em uma forma com dimensões internas de
15 x 30 x 300 cm e o adensamento foi realizado com vibrador de agulha. A armadura foi
confeccionada com barras de aço CA-50. A armadura positiva foi composta por 5 barras com
diâmetro de 12,5 mm e com gancho nas extremidades de três barras inferiores. Na região
superior da viga foram utilizadas duas barras construtivas com diâmetro de 6,3 mm. Os
estribos foram confeccionados com barras de diâmetro 6,3 mm o quais foram espaçados a
cada 11 cm; nos apoios, a cada 10,0 cm e 3,5 cm com a finalidade de cintamento na região de
apoio do dispositivo de protensão. Apesar de considerar-se um espaçamento menor entre os
estribos localizados nas extremidades da viga, também foi utilizada armadura de fretagem. O
Capítulo 3 - Programa experimental
65
dimensionamento das vigas consta no anexo B e o detalhe da armadura pode ser observado
nas figuras 3.3 e 3.4.
24
231
11
10
3 x 3,5
N3 - 2 x Ø 6.3mm (294)
10
11
9
3 x 3,5
5
N1 - 3 x Ø 12.5mm (332)
N2 - 2 x Ø 12.5mm (294)
10 280 10
300
Figura 3.3 – Detalhamento da armadura da viga em escala natural, unidade em cm.
Tomou-se o cuidado de comprar barras de aço sem a presença de pequenos pontos de
corrosão, visto que será verificado o surgimento ou não da corrosão e essa armadura não foi
submetida a técnicas de limpeza. Foram utilizados espaçadores para garantir os 3 cm de
cobrimento estabelecido.
Para garantir a passagem da cordoalha de aço com a inclinação necessária para aplicar
o carregamento na viga, foi fixado um tubo de P.V.C. em ângulo na armadura. Foi realizado
um furo em ângulo na forma de madeira para evitar a perda da pasta de concreto na região
durante a concretagem, figura 3.4.
Figura 3.4 – Detalhamento da armadura de fretagem e da posição do tubo de P.V.C. em
ângulo para posterior passagem de cordoalha de aço.
A armadura positiva das vigas em escala reduzida foi composta por duas barras de aço
com diâmetro de 5,0 mm com gancho nas extremidades. Na região superior da viga tinha dois
fios de aço construtivos com diâmetro de 2,5 mm. Os estribos foram confeccionados com fios
de aço com diâmetro de 1,65 mm e espaçados a cada 3 cm. O detalhe da armadura pode ser
Capítulo 3 - Programa experimental
66
observado na figura 3.5. Foram utilizados espaçadores de 0,5 cm para garantir o cobrimento
mínimo estabelecido.
3 x 1,0
3
N1 - 2 x Ø 5,0 mm
43
3 x 1,0
3
N2 - 2 x Ø 2,5 mm (59 cm)
5
2
22
25 estribos no total
Figura 3.5 – Detalhamento da armadura da viga em escala reduzida e seu posicionamento na
forma metálica.
Não se teve o cuidado de comprar barras de aço sem a presença de pequenos pontos de
corrosão, uma vez que a verificação do surgimento de pontos de corrosão foi observada
apenas nas vigas em escala natural.
As vigas em escala natural e reduzida foram submetidas à cura úmida durante sete
dias, posteriormente foram instrumentadas e ensaiadas.
3.5. INSTRUMENTAÇÃO DAS VIGAS
A instrumentação utilizada consiste de extensômetros resistivos uniaxiais e relógios
comparadores. O posicionamento da instrumentação foi definido em função da solicitação,
sendo escolhidas para serem instrumentadas as regiões mais solicitadas. Os procedimentos de
fixação dos extensômetros resistivos uniaxiais são apresentados no anexo C.
No aço, os extensômetros elétricos de resistência foram posicionados na metade do
comprimento de cada barra longitudinal e a meia altura da alma de apenas um dos estribos.
No concreto foram utilizados três extensômetros posicionados no meio do vão da viga, na
Capítulo 3 - Programa experimental
67
região comprimida. O posicionamento dos extensômetros pode ser observado nas figuras 3.6
e 3.7. Os relógios comparadores foram posicionados nos apoios e no meio do vão para medir
o deslocamento da viga, figura 3.6.
Fv Fv
140 140
Relógio
comparador 1
Relógio
comparador 2
Relógio
comparador 3
AB
Extensômetros
no concreto
Extensômetros
na armadura
Extensômetro
s
no estribo
Corte A Corte B
Figura 3.6 – Detalhamento da instrumentação, unidade em cm.
Extensômetros no estribo
Extensômetros nas barras de aço
longitudinais
Extensômetros no concreto
Figura 3.7 – Detalhamento da instrumentação do concreto e da armadura referentes às vigas
em escala natural.
No caso das vigas em escala reduzida os relógios comparadores foram posicionados
nos apoios e no meio do vão da viga. Os extensômetros resistivos uniaxiais foram
posicionados em todas as barras de aço longitudinais e no meio do vão da viga, na região em
que o concreto é comprimido. O posicionamento dos extensômetros pode ser observado na
figura 3.8.
(a)
(b)
Figura 3.8 – Posicionamento dos extensômetros localizados no meio do vão das vigas em
escala reduzida. (a) barras de aço longitudinais tracionadas; (b) região comprimida do
concreto.
Capítulo 3 - Programa experimental
68
3.6. CARREGAMENTO DAS VIGAS
Tendo em vista que as vigas de concreto armado em escala natural deveriam
permanecer submetidas ao carregamento durante o período do ensaio de carbonatação, optou-
se pelo carregamento por meio de protensão externa. As vigas foram ensaiadas à flexão
composta, na máxima condição de sub-armação (fronteira entre os domínios 3 e 4). O
carregamento foi realizado por duas forças concentradas de mesma intensidade, aplicada nos
terços da viga. A condição estática do ensaio foi do tipo biapoiado, figura 3.9. Vale ressaltar
que foi realizado o escorvamento para acomodação dos dispositivos de ensaio.
Figura 3.9 – Aplicação do carregamento em uma viga de concreto armado em escala natural.
O carregamento foi aplicado por protensão de uma cordoalha engraxada de aço,
utilizando um macaco hidráulico. A força vertical aplicada nos terços da viga foi obtida com
uso de uma configuração poligonal do cabo de protensão, figura 3.10. Foi utilizado um
dispositivo de desvio para obter tal configuração. Teve-se o cuidado de realizar uma curvatura
no ponto de apoio do cabo de protensão, a fim de se evitar uma possível ruptura na cordoalha
de aço, figura 3.10.
93,3 93,393,3
Dispositivo de desvio
P
15°
Fv = P. sen 15° = Fv
P.cos15º
P.sen15º
P
P.cos15º
P.sen15º
27,7
15
15
Figura 3.10 – Detalhamento do carregamento e da condição estática do ensaio.
Capítulo 3 - Programa experimental
69
Aplicado o carregamento, realizou-se o encunhamento da cordoalha de aço e retirou-se
o macaco hidráulico, o que provocou uma perda de protensão, figura 3.11. Observa-se na
mesma figura que foi utilizado um tarugo de aço, posicionado entre a chapa metálica e a
castanha do encunhamento, cortado e furado em ângulo para facilitar a aplicação e ancoragem
do carregamento.
Figura 3.11 – Detalhe do encunhamento da cordoalha de aço de protensão e macaco de
aplicação de carregamento.
O carregamento equivalente das vigas em escala natural foi composto por forças
verticais concentradas com intensidade de P.sen15° e forças normais de P.cos15°, sendo P a
força de protensão, figura 3.10. As forças verticais nos pontos de desvio do cabo foram
responsáveis pela flexão da viga, enquanto que as forças normais nas extremidades ancoradas
a comprimiam. Portanto, as vigas foram solicitadas por flexão composta, figura 3.12.
93,3
P.cos15º
93,3
Fv = P.sen15°
93,3
P.cos15º
P.cos15º
Fv
Fv
Fv . 93,3 Fv . 93,3
D.E.N. (kN)
D.E.C. (kN)
D.M.F.
(kN.cm)
Fv = P.sen15°
Figura 3.12 – Esquema estático do ensaio em vigas em escala natural.
Para a medição do carregamento ao qual a viga estava sendo solicitada durante todo o
período do ensaio, utilizou-se uma célula de carga posicionada em uma das extremidades do
cabo de protensão. Foram realizadas leituras periódicas do valor do carregamento atuante na
peça por meio de caixa seletora para 12 canais e um sistema indicador de marca Transdutec,
figura 3.13. Com esse equipamento também foram realizadas as leituras dos extensômetros
Capítulo 3 - Programa experimental
70
colados no concreto e nas armaduras longitudinais e transversais, durante todo o período do
ensaio.
Figura 3.13 – Sistema utilizado para realizar as leituras de carga e deformação.
Para as vigas em escala reduzida a utilização do carregamento por meio de protensão
externa não seria a solução mais adequada devido a grande perda de protensão no
encunhamento e as dificuldades de manuseio. Neste caso, pelas menores dimensões do
modelo reduzido, a aplicação direta do carregamento é mais viável. Sendo assim, foi
projetado e confeccionado um dispositivo de ensaio para aplicação do carregamento, figura
3.14. Houve a preocupação de se projetar um equipamento de fácil aplicação de força e que
não provocasse perturbações nas leituras dos relógios comparadores.
O equipamento possui três pontos para a fixação dos relógios comparadores
localizados nas extremidades e no meio do vão da viga, uma célula de carga para o controle
da solicitação que fica posicionado entre as duas chapas metálicas e um mecanismo para
aplicar o carregamento nos terços da viga que fica acima da célula de carga. O carregamento
foi aplicado de baixo para cima, portanto a região tracionada da viga pode ser observada. Vale
ressaltar que antes de iniciar o carregamento das vigas realizou-se o escorvamento.
As vigas em escala reduzida foram ensaiadas à flexão simples e a condição estática foi
do tipo biapoiado. O carregamento foi composto por duas forças concentradas de mesma
intensidade, as quais foram aplicadas nos terços das vigas, figura 3.15.
Capítulo 3 - Programa experimental
71
Figura 3.14 – Aplicação do carregamento em vigas em escala reduzida.
18,718,7
D.M.F.
(kN.cm)
D.E.N. (kN)
D.E.C. (kN)
Fv . 18
,
7
Fv
Fv
18,7
Fv . 18
,
7
0
Fv
Fv
Figura 3.15 – Esquema estático do ensaio em vigas em escala reduzida
Capítulo 3 - Programa experimental
72
3.7. CÂMARA DE CARBONATAÇÃO ACELERADA.
A câmara de carbonatação acelerada, construída para inserir a viga em escala natural
possui um volume de 2,63 m
3
e as seguintes dimensões: 0,9 m x 0,6 m x 4,88 m. Em sua
confecção foi utilizada chapa de aço com 3,0 m de comprimento, 1,22 m de largura e 3,0 mm
de espessura. Essa chapa foi dobrada com 0,9 m x 0,6 m x 1,22 m, formando uma seção
retangular, a qual foi reforçada com cantoneiras de 2,5 cm nas duas extremidades e a cada
0,4 m ao longo do comprimento, figura 3.16. Para se obter um tamanho suficiente para inserir
uma viga de três metros de comprimento, foram construídas quatro seções semelhantes. Essas
seções retangulares foram unidas com parafusos e, na junção, foi utilizado massa de calafetar
e silicone para realizar a vedação. Também foram confeccionadas duas tampas para as
extremidades que foram parafusadas nas cantoneiras de reforço, figura 3.16. Um desenho
esquemático da câmara pode ser observado na figura 3.17.
Na região interna da câmara têm-se trilhos para o deslocamento de carrinho,
facilitando a entrada e a saída da viga.
Figura 3.16
– Câmara de carbonatação acelerada.
Manômetro
Cilindro de
dióxido de carbono
Solenóide
Pressostato
Transdutor
diferencial
Registro
Saída
Entrada
Figura 3.17
– Desenho esquemático da câmara de carbonatação acelerada.
A umidade relativa no interior da câmara foi de 65% ± 5%, controlada por recipientes
com água que foram colocados ao longo da câmara e por um desumidificador elétrico
automático, o qual manteve a umidade constante. A câmara foi calibrada para manter uma
concentração de 50% de dióxido de carbono. Para garantir essa concentração automática foi
Capítulo 3 - Programa experimental
73
utilizado um pressostato eletrônico programável, um solenóide e um transdutor diferencial,
figuras 3.17 e 3.18. O pressostato possui uma pressão máxima de trabalho de 100 mmH
2
O,
precisão de ± 5%, display de cristal líquido e painel tipo bancada.
(a)
(b)
(c)
Figura 3.18 –
Detalhe dos dispositivos para controle da quantidade de CO
2
na câmara de
carbonatação -
(a) Pressostato eletrônico programável, (b) solenóide, (c) transdutor
diferencial.
A montagem da câmara de carbonatação foi realizada como segue abaixo:
A saída de CO
2
do manômetro foi ligada ao solenóide, figura 3.18 (b-1);
A saída de CO
2
do solenóide estava ligada à entrada da câmara de carbonatação, figura
3.18 (b-3);
O solenóide estava ligado ao pressostato, controlando a passagem do dióxido de
carbono do solenóide para o interior da câmara, figura 3.18 (b-2);
Em uma das extremidades da câmara de carbonatação foi conectado um transdutor
diferencial, o qual estava ligado ao pressostato. Esse transdutor fornecia a pressão
interna da câmara, figuras 3.17 e 3.18(c);
O pressostato foi programado para manter o interior da câmara de carbonatação com
uma pressão de 50 mmH
2
O. Quando a pressão interna da câmara de carbonatação
diminuía o solenóide era acionado, abrindo a entrada do dióxido de carbono para o
interior da câmara e quando a pressão pré-estabelecida era atingida o solenóide
fechava automaticamente a entrada do CO
2
. Esse procedimento garantia que a pressão
interna da câmara permanecesse constante.
3.8. DETERMINAÇÃO DA PROFUNDIDADE DE CARBONATAÇÃO
A determinação da profundidade de carbonatação seguiu as recomendações da RILEM
DOCEN 011 (1993), que propõe o uso de uma solução ácido/base nas proporções de 1% de
fenolftaleina, 70% de álcool etílico e 29% de água destilada. Esse indicador, em contato com
a região carbonatada, não altera a cor do concreto, mas quando em contato com a região não
carbonatada a cor é alterada para vermelho carmim.
1
3
2
Capítulo 3 - Programa experimental
74
Para verificar o efeito da concentração do dióxido de carbono no comportamento da
frente de carbonatação foram realizadas medidas de carbonatação em corpos-de-prova
moldados submetidos a concentrações de 50%, 1% e meio ambiente.
O comportamento da carbonatação nas regiões tracionadas e comprimidas das vigas
em escala natural foi observado extraindo corpos-de-prova com o auxílio de uma serra-copo
diamantada, figura 3.19. Após a extração dos corpos-de-prova os mesmos foram submetidos à
tração por compressão diametral apenas para determinar a profundidade de carbonatação.
A profundidade carbonatada em todos os casos foi obtida através da média entre seis
leituras, realizadas com um paquímetro de precisão 0,05 mm.
(a)
(b)
(c)
(d)
Figura 3.19 – Técnica utilizada na extração de corpos-de-prova - (a) Viga de concreto
armado; (b) Detalhe do corpo-de-prova extraído da viga; (c) Ilustração do ensaio de tração por
compressão diametral dos corpos-de-prova extraídos; (d) Exemplo da técnica utilizada na
verificação da profundidade de carbonatação.
A determinação da profundidade de carbonatação nas vigas em escala reduzida foi
realizada quebrando a seção, figura 3.20. A profundidade de carbonatação foi determinada na
região tracionada e comprimida ao longo de todo o comprimento da viga.
Figura 3.20 – Verificação da profundidade de carbonatação nas vigas em escala reduzida.
Capítulo 3 - Programa experimental
75
3.9. ANÁLISE MICROESTRUTURAL
É de fundamental importância avaliar a microestrutura da pasta de cimento do
concreto, uma vez que esta influencia diretamente na resistência mecânica e durabilidade do
mesmo.
Para avaliar a microestrutura dos concretos utilizados foram realizados os ensaios:
difratometria de raios-X (DRX), porosimetria por intrusão de mercúrio (PIM) e microscopia
eletrônica de varredura (MEV) associada a espectrografia por dispersão de energia (EDS).
3.9.1. Difratometria de raios-X (DRX)
A análise por difração de raios-X (DRX) é de caráter qualitativo e não quantitativo,
pois está baseada na identificação das fases cristalinas presentes nas pastas de cimento. A
análise do difratogramas é feita a partir dos picos com variadas intensidades e diferentes
ângulos, ou seja, distâncias interplanares.
Foram ensaiadas amostras do cimento Portland anidro CP II E32 para identificar as
fases cristalinas presentes; amostras de SFS e SCA para verificar ausência de picos cristalinos
e amostras de pasta de cimento submetidas à carbonatação durante um período de 28 dias. As
amostras de pastas foram ensaiadas para identificar a possível presença do carbonato de
cálcio.
3.9.2. Porosimetria por intrusão de mercúrio (PIM)
O ensaio de porosimetria por intrusão de mercúrio é utilizado para determinar o
volume e a distribuição do diâmetro médio dos poros na pasta de cimento Portland. Neste
método o mercúrio penetrará nos poro sob a ação de pressão externa e sem a ação da
capilaridade.
As amostras ensaiadas foram extraídas de corpos-de-prova de pastas de cimento com
as mesmas características da pasta do concreto utilizado na moldagem das vigas. Com estas
amostras foi possível verificar o comportamento da pasta dos concretos quando submetidos à
cura úmida, ao meio ambiente e à carbonatação.
3.9.3. Microscopia eletrônica de varredura (MEV)
Utiliza-se o microscópio eletrônico de varredura (MEV) quando se pretende observar
amostras espessas, ou seja, não transparente a elétrons. O motivo de se utilizar esse
equipamento está associado à alta resolução e à grande profundidade de foco, o que resulta
Capítulo 3 - Programa experimental
76
em imagens com aparência tri-dimensional. Além disto, o MEV possibilita a obtenção de
informações químicas em áreas da ordem de microns.
Ao realizar uma análise microscópica, em uma pasta de cimento hidratada, observa-se
a presença dos seguintes elementos: silicato de cálcio hidratado (C-S-H), hidróxido de cálcio
(CH), etringita (AFt) e vazios capilares. Quanto maior o tamanho e o volume desses vazios,
maior será a suscepitibilidade do concreto ao ataque de agentes agressivos.
A avaliação da presença dos produtos hidratados do cimento (CH, C-S-H, AFt) é feita
em função da análise conjunta de vários quocientes das massas atômicas de vários óxidos.
Esses elementos são SiO
2
, CaO, Fe
2
O
3
, Al
2
O
3
e SO
3
, os quais são tratados na literatura por Si,
Ca, Fe, Al e S respectivamente. Taylor e Newbury (1984), Sarkar et. al. (1992) e Wasserman
e Bentur (1996), estabeleceram valores numéricos para associar a presença de alguns produtos
de cimento hidratado em função das relações entre os óxidos, Tabela 3.4.
Tabela 3.4 – Relação entre óxidos, utilizada na identificação dos produtos hidratados de
cimento Portland.
C-S-H
0,8 Ca/Si 2,5 (Al + Fe)/Ca 0,2
--
CH
Ca/Si 10 (Al + Fe)/Ca 0,04 S/Ca 0,04
AFt
Ca/Si 4,0
(Al + Fe)/Ca > 0,04 S/Ca > 0,15
Os resultados obtidos com o EDS e a proporção entre os óxidos encontrados
possibilitam a identificação dos elementos presentes na microestrutura. O concreto encontra-
se carbonatado quando é identificado o carbono (C) e um aumento na relação Ca/Si. Segundo
Bertos et al. (2004), quanto maior a relação Ca/Si maior o grau de carbonatação.
Foram realizadas análises de MEV utilizando amostras fraturadas retiradas das vigas
em escala natural para verificar a presença do carbonato de cálcio, a região fissurada, a
interface agregado/pasta, a interface aço/concreto e a presença de corrosão nas barras de aço.
Amostras polidas foram utilizadas para verificar o comportamento de pastas de cimento
hidratadas submetidas a diferentes tipos de exposição.
Capítulo
4
APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste capítulo são apresentados e discutidos os resultados das análises de vigas de
concreto armado, submetidas à ação da carbonatação, em escala natural e reduzida. A forma
de apresentação dos resultados foi subdividida em: propriedades mecânicas do concreto;
comportamento estrutural das vigas de concreto armado submetidas à flexão, em escala
natural e reduzida; carbonatação em corpos-de-prova e vigas de concreto armado; frente de
carbonatação nas fissuras; verificação de corrosão nas barras de aço, influência da variação da
concentração de dióxido de carbono na profundidade de carbonatação; análise estatística e
análise microestrutural.
A análise estatística dos resultados apresentados foi realizada pelo Prof. Dr. Mário de
Castro
8
e desenvolvida ajustando modelos lineares. O nível de significância foi de 5% pela
técnica de análise de variância (ANOVA) e os gráficos juntamente com as análises estatísticas
foram realizados com o sistema R
9
.
4.1. PROPRIEDADES MECÂNICAS DO CONCRETO
4.1.1. Resistência à compressão simples
A resistência à compressão simples foi determinada segundo as recomendações da
NBR 5739. Foram utilizados corpos-de-prova cilíndricos com 100 mm de diâmetro e 200 mm
de altura para caracterizar o concreto utilizado nas vigas em escala natural. A caracterização
dos concretos utilizados nas vigas em escala reduzida foi realizada utilizando corpos-de-prova
cilíndricos com 50 mm de diâmetro e 100 mm de altura.
Os corpos-de-prova de concreto referentes às vigas em escala natural foram ensaiados
nas idades de 3, 7, 28 e 56 dias e os resultados são apresentados na Figura 4.1 (a) e na Tabela
8
Universidade de São Paulo, Campus de São Carlos, Departamento de Ciências de Computação e Estatística.
9
R Development Core Team (2005). R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for
Statistical Computing, Vienna, Austria.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
78
4.1. Os corpos-de-prova referentes aos modelos físicos reduzidos foram ensaiados nas idades
de 3, 7, 28 e 45 dias e são apresentados na Figura 4.1 (b) e na Tabela 4.2. A diferença nas
datas de ensaio de 56 dias para 45 dias refere-se ao pré-condicionamento, uma vez que para os
elementos em escala reduzida a estabilização da umidade interna foi mais rápida.
A resistência à compressão simples do concreto aos 7 dias de idades foi de
aproximadamente 37 MPa, Tabela 4.1. Tendo em vista que a NBR 6118 recomenda que seja
utilizada uma resistência característica de 30 MPa para a situação de agressividade ambiental
forte, optou-se por realizar a instrumentação e a solicitação das vigas após 7 dias de cura
úmida.
Tabela 4.1 – Valores de resistência à compressão simples dos corpos-de-prova referentes às
vigas em escala natural.
Resistência à compressão simples (MPa)
*
Tipo de exposição
Idade
(dias)
Viga 1 Viga 2 Viga 3
3 27,9 24,6 32,9
7 37,4 37,7 38,2
28 50,6 50,9 50,0
Câmara úmida
56 55,6 52,1 51,0
Câmara de carbonatação 56 61,4 58,8 52,9
*
Corpos-de-prova com 100 mm de diâmetro por 200 mm de altura.
Tabela 4.2 – Valores de resistência à compressão simples dos corpos-de-prova referentes às
vigas em escala reduzida.
Resistência à compressão simples (MPa)
*
Tipo de exposição
Idade
(dias)
Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
3 34,1 43,0 38,0
7 40,3 51,5 51,4
28 52,1 60,7 62,9
Câmara úmida
45 63,9 71,0 70,8
Câmara de carbonatação 45 67,4 75,8 75,2
*
Corpos-de-prova com 50 mm de diâmetro por 100 mm de altura.
0
20
40
60
80
0 7 14 21 28 35 42 49 56 63
Idade (dias)
f
cj
(MPa)
Viga 1
Viga 2
Viga 3
(a)
0
20
40
60
80
0 7 14 21 28 35 42 49
Idade (dias)
f
cj
(MPa)
Modelo 1
Modelo 2
Modelo 3
(b)
Figura 4.1 – Resistência à compressão simples dos concretos referentes às vigas em escala
natural (a) e escala reduzida (b).
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
79
Como observado nas figuras 4.1 (a) e (b) os valores de resistência à compressão
simples são maiores para os corpos-de-prova referentes à escala reduzida, isso se deve ao
fator de escala, uma vez que quanto menor o corpo-de-prova menor a probabilidade de haver
defeitos.
Nos gráficos das Figuras 4.2 e 4.3 são apresentados os resultados de resistência à
compressão simples dos corpos-de-prova submetidos à cura úmida e dos que ficaram expostos
à atmosfera de dióxido de carbono. A idade de 56 dias dos corpos-de-prova carbonatados
refere-se a 7 dias de cura, 21 dias de pré-condicionamento e 28 dias de carbonatação. A idade
de 45 dias dos corpos-de-prova carbonatados refere-se a 7 dias de cura úmida, 10 dias de pré-
condicionamento e 28 dias de carbonatação acelerada.
0
20
40
60
80
100
56
Idade (dias)
f
cj
(MPa)
Viga 1 - Cura úmida
Viga 1 - Carbonatado
Viga 2 - Cura úmida
Viga 2 - Carbonatado
Viga 3 - Cura úmida
Viga 3 - Carbonatado
Figura 4.2 – Comparação da resistência à compressão simples dos concretos, referentes às
vigas em escala natural, submetidos à cura úmida e a carbonatação.
0
20
40
60
80
100
45
Idade (dias)
f
cj
(MPa)
M 1 - Cura úmida
M 1 - Carbonatado
M 2 - Cura úmida
M 2 - Carbonatado
M 3 - Cura úmida
M 3 - Carbonatado
Figura 4.3 – Comparação da resistência à compressão simples dos concretos, referentes às
vigas em escala reduzida, submetidos à cura úmida e a carbonatação.
Os corpos-de-prova submetidos à carbonatação apresentaram valores de resistência à
compressão simples 9% maiores que os submetidos à cura úmida. Este ganho de resistência se
justifica pela redução da porosidade do concreto devido à precipitação do carbonato de cálcio
nos poros.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
80
De acordo com a análise estatística, não há diferença significativa entre as vigas com
relação à compressão axial dos corpos-de-prova submetidos à cura úmida, Figura 4.4 (a). A
diferença dos resultados das vigas 2 e 3 com relação aos da viga 1 foi de p = 0,254 e p = 0,981
respectivamente. Comparando os resultados dos modelos 2 e 3 com relação ao modelo 1 foi
obtido resultados de p = 0,00089 e p = 0,000891 respectivamente, portanto existe diferença
significativa entre os modelos. Quando p > 0,05 a diferença não é significativa.
fcj (MPa)
Idade (dias)
33333
77777
282828
565656
30 40 50 60 70 80
Viga 1
Viga 2
Viga 3
(a)
fcj (MPa)
Idade (dias)
33
777
28282828
45454545
30 40 50 60 70 80
Modelo 1
Modelo 2
Modelo 3
(b)
Figura 4.4 – Resistência à compressão simples dos corpos-de-prova submetidos à cura úmida
referentes aos concretos utilizados na confecção das vigas em escala natural (a) e escala
reduzida (b).
Esta diferença significativa dos modelos pode ser atribuída aos valores de resistência à
compressão simples do modelo 1, os quais são inferiores aos dos modelos 2 e 3 conforme
apresentado na figura 4.1 (b).
4.1.1.1. Comparação da resistência à compressão simples entre corpos-de-prova
referentes à escala natural e reduzida
Nos gráficos das Figuras 4.5 e 4.6 são apresentados os resultados de resistência à
compressão simples de corpos-de-prova referentes às vigas em escala natural juntamente com
os resultados referentes às vigas em escala reduzida equivalente.
Conforme observado nos gráficos das Figuras 4.5 e 4.6, os valores das resistências à
compressão simples referentes aos modelos são superiores aos valores referentes às vigas em
escala natural. Portanto para efeito de comparação os resultados dos corpos-de-prova 100 x
200 mm e 50 x 100 mm foram divididos por fatores de escala para obter os resultados
equivalentes aos corpos-de-prova 150 x 300 mm. Com esta extrapolação elimina-se o efeito
do fator de escala e torna-se possível comparar o comportamento mecânico das vigas em
escala natural e reduzida.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
81
0
20
40
60
80
0 1020304050
Idade (dias)
f
cj
(MPa)
Viga 1
Modelo 1
0
20
40
60
80
0 1020304050
Idade (dias)
f
cj
(MPa)
Viga 2
Modelo 2
Figura 4.5 – Resistência à compressão simples dos concretos utilizados na confecção de
vigas em escala natural e reduzida.
0
20
40
60
80
0 1020304050
Idade (dias)
f
cj
(MPa)
viga 3
Modelo 3
Figura 4.6 – Resistência à compressão simples dos concretos utilizados na confecção de
vigas em escala natural e reduzida.
Os corpos-de-prova com 100 mm de diâmetro e 200 mm de altura foram divididos
pelos fatores de escala 1,017 e 1,067, limites inferior e superior respectivamente. Para os
corpos-de-prova com 50 mm de diâmetro e 100 mm de altura os limites inferior e superior
foram 1,15 e 1,38 respectivamente. Foram utilizados os valores médios para a confecção dos
gráficos, Tabela 4.3 e Figuras 4.7 e 4.8. Vale ressaltar que os fatores de escala foram obtidos
graficamente na figura 2.39, Harris e Sabnis (1999).
Tabela 4.3 – Valores de resistência à compressão simples, ajustados pelos fatores de escala.
Resistência à compressão simples (MPa)
*
Tipo de
exposição
Idade
(dias)
Viga 1 Modelo 1 Viga 2 Modelo 2 Viga 3 Modelo 3
3 26,8 27,2 23,6 34,3 31,6 30,3
7 35,9 32,1 36,2 41,1 36,7 41,0
28 48,6 41,5 48,9 48,4 48,0 50,1
Cura
úmida
45 51,0 50,9 49,5 56,6 48,5 56,4
*
Corpos-de-prova com 150 mm de diâmetro por 300 mm de altura.
Como pode ser observado nos gráficos das Figuras 4.7 e 4.8 e na Tabela 4.3, os
valores de resistência à compressão simples das vigas e dos modelos são relativamente
semelhantes. Foi observada uma variação de aproximadamente 10% entre os resultados.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
82
Segundo ACI C-444 (1987), a variação de 10% entre os resultados proporciona uma excelente
confiabilidade.
0
20
40
60
80
0 7 14 21 28 35 42 49
Idade (dias)
fcj (MPa)
vig a 1
Modelo 1
0
20
40
60
80
0 7 14 21 28 35 42 49
Idade (dias)
f
cj
(MPa)
viga 2
Modelo 2
Figura 4.7 – Resistência à compressão simples, considerando o fator de escala, para obter os
valores referentes aos corpos-de-prova 150 x 300 mm.
0
20
40
60
80
0 7 14 21 28 35 42 49
Idade (dias)
f
cj
(MPa)
viga 3
Modelo 3
Figura 4.8 – Resistência à compressão simples, considerando o fator de escala, para obter os
valores referentes aos corpos-de-prova 150 x 300 mm.
4.1.2. Resistência à tração por compressão diametral
Os valores de resistência à tração por compressão diametral foram determinados
segundo as recomendações da NBR 7222. Os corpos-de-prova cilíndricos utilizados foram de
100 mm de diâmetro por 200 mm de comprimento e 50 mm de diâmetro por 100 mm de
comprimento para os corpos-de-prova referentes às vigas em escala natural e reduzida
respectivamente.
Os corpos-de-prova referentes às vigas em escala natural foram ensaiados nas idades
de 7, 28 e 56 dias e os resultados são apresentados na Tabela 4.4 e Figura 4.9 (a). Os corpos-
de-prova referentes aos modelos foram ensaiados nas idades de 7, 28 e 45 dias e são
apresentados na Tabela 4.5 e Figura 4.9 (b).
Os resultados de tração por compressão diametral dos corpos-de-prova referentes às
vigas em escala reduzida foram superiores aos das vigas em escala natural, devido ao fator de
escala. Estes resultados seguiram a mesma tendência observada nos resultados de resistência à
compressão simples.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
83
Tabela 4.4 – Valores de resistência à tração por compressão diametral dos corpos-de-prova
referentes às vigas em escala natural.
Resistência à tração por compressão diametral (MPa)
*
Tipo de exposição
Idade
(dias)
Viga 1 Viga 2 Viga 3
7 2,6 2,8 3,0
28 3,8 3,2 3,7
Câmara úmida
56 4,0 3,3 3,9
Câmara de carbonatação 56 3,7 3,4 3,8
*
Corpos-de-prova com 100 mm de diâmetro por 200 mm de altura.
Tabela 4.5 – Valores de resistência à tração por compressão diametral dos corpos-de-prova
referentes às vigas em escala reduzida.
Resistência à tração por compressão diametral (MPa)
*
Tipo de exposição
Idade
(dias)
Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
7 4,0 3,7 4,6
28 4,2 5,8 4,9
Câmara úmida
45 4,7 5,8 4,9
Câmara de carbonatação 45 4,4 4,6 5,0
*
Corpos-de-prova com 50 mm de diâmetro por 100 mm de altura.
0
2
4
6
8
0 7 14 21 28 35 42 49 56 63
Idade (dias)
f
ct
(MPa)
Viga 1
Viga 2
Viga 3
(a)
0
2
4
6
8
0 7 14 21 28 35 42 49
Idade (dias)
f
ct
(MPa)
Modelo 1
Modelo 2
Modelo 3
(b)
Figura 4.9 – Resistência à tração por compressão diametral dos concretos utilizados na
confecção das vigas em escala natural (a) e vigas em escala reduzida (b).
A análise estatística dos resultados de tração por compressão diametral indicou que
não existe diferença significativa entre as vigas. A diferença dos resultados referentes às vigas
2 e 3 com relação aos da viga 1 foi de p = 0,17022 e p = 0,40314 respectivamente. Os
resultados da análise estatística dos modelos 2 e 3 com relação ao modelo 1 foram de p =
0,0392 e p = 0,1965 respectivamente. Portanto há diferença significativa entre os modelos 1 e
2 e não há diferença significativa entre os modelos 1 e 3, figura 4.10.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
84
fctj (MPa)
Idade (dias)
33333
77777
282828
565656
3456
Viga 1
Viga 2
Viga 3
(a)
fctj (MPa)
Idade (dias)
33
777
28282828
45454545
3456
Modelo 1
Modelo 2
Modelo 3
(b)
Figura 4.10 – Resistência à tração por compressão diametral dos corpos-de-prova submetidos
à cura úmida referentes aos concretos utilizados na confecção das vigas em escala natural (a)
e escala reduzida (b).
4.1.2.1. Comparação da resistência à tração por compressão diametral dos corpos-de-
prova referentes à escala natural e reduzida
Nos gráficos das Figuras 4.11 e 4.12 são apresentados os valores de resistência à
tração por compressão diametral referentes às vigas em escala natural e reduzida equivalentes.
0
2
4
6
8
01020304050
Idade (dias)
f
ctj
(MPa)
Viga 1
Modelo 1
0
2
4
6
8
0 1020304050
Idade (dias)
f
ctj
(MPa)
Viga 2
Modelo 2
Figura 4.11 – Resistência à tração por compressão diametral dos concretos utilizados na
confecção de vigas em escala natural e reduzida.
0
2
4
6
8
0 1020304050
Idade (dias)
f
ctj
(MPa)
Viga 3
Modelo 3
Figura 4.12 – Resistência à tração por compressão diametral dos concretos utilizados na
confecção de vigas em escala natural e reduzida.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
85
Os valores de resistência à tração por compressão diametral apresentam a mesma
tendência de comportamento dos de resistência à compressão simples, portanto os resultados
obtidos com vigas em escala natural e reduzida são comparativos.
4.1.3. Módulo de elasticidade
Os valores do módulo de elasticidade são apresentados nas Tabelas 4.6 e 4.7 e nas
Figuras 4.13 a 4.18. Estes resultados referem-se ao módulo de elasticidade dos concretos
curados em câmara úmida, dos submetidos à carbonatação acelerada e dos expostos ao meio
ambiente. Vale ressaltar que os corpos-de-prova submetidos à carbonatação e os expostos ao
meio ambiente foram curados durante os primeiros sete dias de idade.
Tabela 4.6 – Módulo de elasticidade dos concretos referentes às vigas em escala natural.
Módulo de elasticidade (GPa)
*
Tipo de exposição
Idade
(dias)
Viga 1 Viga 2 Viga 3
7 42,5 43,6 37,3
28 43,8 46,3 44,7
Câmara úmida
56 46,9 48,6 48,2
Câmara de carbonatação 56 41,3 42,6 38,2
Meio ambiente 56 40,7 40,0 37,2
*
Corpos-de-prova com 100 mm de diâmetro por 200 mm de altura.
Tabela 4.7 – Módulo de elasticidade dos concretos referentes às vigas em escala reduzida.
Módulo de elasticidade (GPa)
*
Tipo de exposição
Idade
(dias)
Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
7 30,0 31,6 29,6
28 31,4 33,4 34,7
Câmara úmida
45 32,0 36,2 37,2
Câmara de carbonatação 45 29,9 31,2 32,5
Meio ambiente 45 29,7 30,8 30,6
*
Corpos-de-prova com 50 mm de diâmetro por 100 mm de altura.
0
10
20
30
40
50
60
E (GPa)
7 dias - Câmara Úmida
28 dias - Câmara Úmida
56 dias - Câmara úmida
56 dias - Câmara de Carbonatação
56 dias - Meio ambiente
Figura 4.13 – Módulo de elasticidade, nas idades de 7, 28 e 56 dias, obtidos em corpos-de-
prova submetidos à câmara úmida, e aos 56 dias de idade para os expostos a carbonatação e
ao meio ambiente. – Referentes à viga 1.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
86
0
10
20
30
40
50
60
E (GPa)
7 dias - Câmara Úmida
28 dias - Câmara Úmida
56 dias - Câmara úmida
56 dias - Câmara de Carbonatação
56 dias - Meio ambiente
Figura 4.14 – Módulo de elasticidade, nas idades de 7, 28 e 56 dias, obtidos em corpos-de-
prova submetidos à câmara úmida, e aos 56 dias de idade para os expostos a carbonatação e
ao meio ambiente. – Referentes à viga 2.
0
10
20
30
40
50
60
E (GPa)
7 dias - Câmara Úmida
28 dias - Câmara Úmida
56 dias - Câmara úmida
56 dias - Câmara de Carbonatação
56 dias - Meio ambiente
Figura 4.15 – Módulo de elasticidade, nas idades de 7, 28 e 56 dias, obtidos em corpos-de-
prova submetidos à câmara úmida, e aos 56 dias de idade para os expostos a carbonatação e
ao meio ambiente. – Referentes à viga 3.
0
10
20
30
40
E (GPa)
7 dias - Câmara Úmida
28 dias - Câmara Úmida
45 dias - Câmara úmida
45 dias - Câmara de Carbonatação
45 dias - Meio ambiente
Figura 4.16 – Módulo de elasticidade, nas idades de 7, 28 e 45 dias, obtidos em corpos-de-
prova submetidos à câmara úmida, e aos 45 dias de idade para os expostos a carbonatação e
ao meio ambiente. – Referentes ao modelo 1.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
87
0
10
20
30
40
E (GPa)
7 dias - Câmara Úmida
28 dias - Câmara Úmida
45 dias - Câmara úmida
45 dias - Câmara de Carbonatação
45 dias - Meio ambiente
Figura 4.17 – Módulo de elasticidade, nas idades de 7, 28 e 45 dias, obtidos em corpos-de-
prova submetidos à câmara úmida, e aos 45 dias de idade para os expostos a carbonatação e
ao meio ambiente. – Referentes ao modelo 2.
0
10
20
30
40
E (GPa)
7 dias - Câmara Úmida
28 dias - Câmara Úmida
45 dias - Câmara úmida
45 dias - Câmara de Carbonatação
45 dias - Meio ambiente
Figura 4.18 – Módulo de elasticidade, nas idades de 7, 28 e 45 dias, obtidos em corpos-de-
prova submetidos à câmara úmida, e aos 45 dias de idade para os expostos a carbonatação e
ao meio ambiente. – Referentes ao modelo 3.
Os gráficos das figuras 4.13 a 4.18 mostraram um ganho no valor do módulo de
elasticidade dos corpos-de-prova que foram submetidos à cura úmida, isto se justifica pela
continuidade da hidratação. Os corpos-de-prova submetidos à carbonatação e expostos ao
meio ambiente foram curados apenas até os sete dias de idade, o que justifica valores menores
no módulo de elasticidade. Comparando os resultados de módulo de elasticidade dos corpos-
de-prova submetidos à cura úmida e ao meio ambiente aos 7 e 56 dias ou 45 dias
respectivamente, observa-se uma estabilidade no valor sendo a cura um fator importante para
o resultado final do módulo de elasticidade.
Como pôde ser observado o módulo de elasticidade dos corpos-de-prova que foram
submetidos à carbonatação apresentaram comportamento semelhante aos que ficaram
expostos ao meio ambiente. Esse comportamento é comparativo uma vez que a umidade
interna dos corpos-de-prova não varia de forma significativa.
A análise estatística dos resultados de módulo de elasticidade dos corpos-de-prova que
foram submetidos à cura úmida revela que a diferença entre as vigas 1 e 2 não é significativa
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
88
(p = 0,8059), enquanto que para as vigas 1 e 3 é significativo (p <0,05). A diferença entre as
idades é significativa p < 0,05, Figura 4.19 (a).
Os resultados estatísticos do módulo de elasticidade dos corpos-de-prova que foram
submetidos à cura úmida indicam que os modelos apresentam diferenças significativas quanto
ao tipo de modelo e quanto à idade, Figura 4.19 (b).
E (GPa)
Idade (dias)
33333
77777
282828
565656
30 35 40 45 50
Viga 1
Viga 2
Viga 3
(a)
E (GPa)
Idade (dias)
33
777
28282828
45454545
30 35 40 45 50
Modelo 1
Modelo 2
Modelo 3
(b)
Figura 4.19 – Comparação dos módulos de elasticidade referentes às vigas 1, 2 e 3, aos 3, 7,
28 e 56 dias de idade e submetidos à câmara úmida – (a) vigas (b) modelos.
Os resultados da análise estatística do módulo de elasticidade das vigas aos 56 dias de
idade e submetidos diferentes condições de exposição indicaram que o módulo de elasticidade
é significativamente menor quando em câmara de carbonatação e meio ambiente, em relação
à câmara úmida. O mesmo comportamento foi observado para os modelos, Figura 4.20 (a) e
(b).
Os resultados da análise estatística do módulo de elasticidade dos corpos-de-prova que
foram submetidos à carbonatação indicam que não existe diferença significativa entre as vigas
em escala natural. O mesmo comportamento foi observado para as vigas em escala reduzida
(p > 0,05).
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
89
E (GPa)
Viga
123
25 30 35 40 45 50
Úmida
Carbonatação
Meio ambiente
(a)
E (GPa)
Modelo
123
25 30 35 40 45 50
Úmida
Carbonatação
Meio ambiente
(b)
Figura 4.20 – Módulo de elasticidade aos 56 dias de idade de corpos-de-prova submetidos à
câmara úmida, câmara de carbonatação e ao meio ambiente – (a) vigas, (b) modelos.
4.2. COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DAS VIGAS DE CONCRETO
ARMADO EM ESCALA NATURAL E REDUZIDA
As vigas em escala natural foram dimensionadas no limite dos domínios 3 e 4 que é a
condição ideal de aproveitamento dos materiais em que são atingidos a capacidade máxima do
concreto e o limite de escoamento do aço.
Os ensaios representaram as condições de serviço das vigas, portanto o carregamento
aplicado foi o de serviço. Nesta situação, a estimativa do momento fletor das vigas foi feita
considerando o estádio II, estado de fissuração. O dimensionamento das vigas encontra-se no
anexo B. Para efeito de comparação e discussão os gráficos apresentam os valores
experimentais e teóricos.
4.2.1. Vigas em escala natural
Os resultados experimentais e teóricos referentes às vigas 1, 2 e 3 são apresentados nas
figuras 4.21, 4.22 e 4.23. A formulação utilizada para o cálculo teórico, juntamente com os
resultados teóricos e experimentais obtidos constam no anexo B.
4.2.1.1. Viga 1
Na figura 4.21 (a) são apresentados os resultados de força vertical x deslocamento no
meio do vão da viga. Observa-se que no instante em que a força vertical atingiu o valor de
aproximadamente 20,0 kN ocorreu mudança de tendência no gráfico; esse comportamento
deve-se ao surgimento da primeira fissura quando da mudança do Estádio I para o Estádio II.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
90
O valor da flecha final corresponde à média dos dois relógios comparadores posicionados no
meio do vão da viga, menos a média das leituras dos relógios comparadores colocados nas
extremidades da mesma.
Os resultados do carregamento vertical x deformação do concreto são apresentados no
gráfico da Figura 4.21 (b). Esses resultados referem-se à média dos três extensômetros
colados no concreto, no meio do vão da viga, na região comprimida. Novamente uma
mudança de tendência nos resultados experimentais foi observada para uma força vertical de
aproximadamente 20,0 kN.
Os gráficos das figuras 4.21 (c) e (d) apresentam, respectivamente, os resultados do
carregamento vertical x deformação da camada inferior e superior das barras de aço que
compõem a armadura positiva. A deformação das barras de aço da camada inferior refere-se à
média de três extensômetros, enquanto que para as barras da camada superior corresponde à
média de dois extensômetros. Todos os extensômetros foram posicionados no meio do vão
das barras de aço.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0
Deslocamento (mm)
Força vertical (kN)
Flecha final
Teórico
(a)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
-0,0008-0,0006-0,0004-0,00020,0000
Deformação
Força vertical (kN)
Média - concreto
Teórico
(
b)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,0000 0,0002 0,0004 0,0006 0,0008
Deformação
Força vertical (kN)
Média -barras de aço
Teórico
(c)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,0000 0,0002 0,0004 0,0006
Deformação
Força Vertical (kN)
Média -barras de aço
Teórico
(d)
Figura 4.21 – (a) Força vertical x deslocamento da viga 1; (b) Força vertical x deformação do
concreto no meio do vão da viga 1; (c) Força vertical x deformação média das três barras de
aço tracionadas da camada inferior; (d) Força vertical x deformação média das duas barras de
aço tracionadas da camada superior.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
91
O carregamento foi realizado até atingir uma força vertical de 36,2 kN. Após aplicar
este carregamento, realizou-se o encunhamento e a viga foi submetida ao ensaio de
carbonatação. Durante todo o período em que a viga ficou na câmara de carbonatação foram
realizadas as leituras do carregamento apenas para acompanhar a tendência da perda de
protensão, que foi de aproximadamente 30%. Esta perda corresponde a ancoragem do cabo de
protensão (20%) e às acomodações da viga.
De um modo geral a flecha e as deformações no aço e no concreto apresentaram o
mesmo comportamento estimado pelas formulações teóricas. Também foi observado que os
valores teóricos foram em todos os casos superiores aos experimentais, portanto estando a
favor da segurança.
4.2.1.2. Viga 2
Para a viga 2 a força vertical aplicada foi de 38,8 kN e a mudança do Estádio I para o
Estádio II ocorreu para uma força de aproximadamente 15,0 kN. Semelhante a viga 1 a perda
de protensão foi de aproximadamente 30%, sendo 20% referente a ancoragem do cabo de
protensão e o restante devido às acomodações da viga. Os gráficos das figuras 4.22 (a), (b),
(c) e (d) apresentam os valores experimentais e teóricos de flecha, deformação do concreto e
deformação das barras de aço posicionadas nas camadas inferior e superior respectivamente.
Para todos os casos os valores experimentais foram menores ou iguais aos teóricos, estando a
favor da segurança. Observa-se que as tendências das curvas experimentais são semelhantes
às teóricas.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
92
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,01,02,03,04,05,0
Deslocamento (mm)
Força vertical (kN)
Flecha final
Teórico
(a)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
-0,0008-0,0006-0,0004-0,00020,0000
Deformação
Força vertical (kN)
Média - concreto
Teórico
(b)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,0000 0,0002 0,0004 0,0006 0,0008
Deformação
Força vertical (kN)
Média -barras de aço
Teórico
(c)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,0000 0,0002 0,0004 0,0006
Deformação
Força Vertical (kN)
Média -barras de aço
Teórico
(d)
Figura 4.22 – (a) Força vertical x deslocamento da viga 2; (b) Força vertical x deformação do
concreto no meio do vão da viga 2; (c) Força vertical x deformação média das três barras de
aço tracionadas da camada inferior; (d) Força vertical x deformação média das duas barras de
aço tracionadas da camada superior.
4.2.1.3. Viga 3
A viga 3 foi carregada até uma força vertical de 38,8 kN e a mudança de Estádio
ocorreu com uma força entre 15,0 e 20,0 kN. A perda de protensão foi de aproximadamente
25%, sendo 10% devido a ancoragem e 15% correspondente às acomodações da viga. Os
valores experimentais e teóricos de flecha, deformação do concreto e deformação das barras
de aço posicionadas nas camadas inferior e superior são apresentados nas figuras 4.23 (a), (b),
(c) e (d), respectivamente. Para todos os casos os valores experimentais foram menores ou
próximos aos teóricos, estando a maioria a favor da segurança. As tendências das curvas
experimentais são semelhantes às teóricas.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
93
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0
Deslocamento (mm)
Força vertical (kN)
Flecha final
Teórico
(a)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
-0,0008-0,0006-0,0004-0,00020,0000
Deformação
Força vertical (kN)
Média - concreto
Teórico
(b)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,0000 0,0002 0,0004 0,0006 0,0008
Deformação
Força vertical (kN)
Média -barras de aço
Teórico
(c)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,0000 0,0002 0,0004 0,0006
Deformação
Força vertical (kN)
Média -barras de aço
Teórico
(d)
Figura 4.23 – (a) Força vertical x deslocamento da viga 3; (b) Força vertical x deformação do
concreto no meio do vão da viga 3; (c) Força vertical x deformação média das três barras de
aço tracionadas da camada inferior; (d) Força vertical x deformação média das duas barras de
aço tracionadas da camada superior.
4.2.2. Vigas em escala reduzida
Os resultados experimentais e teóricos referentes às vigas e modelos 1, 2 e 3 são
apresentados nas figuras 4.24, 4.25 e 4.26 respectivamente. As considerações realizadas para
extrapolar os resultados experimentais das vigas em escala reduzida para comparar com as
vigas em escala natural são apresentadas no anexo B.
As vigas em escala reduzida foram submetidas a um carregamento de 1,5 kN nos
terços, carregamento este que ao ser multiplicado pelo fator de escala do modelo com
completa semelhança corresponderia a uma força de 37,5 kN. Devido a variação nos
resultados de resistência à compressão simples e do módulo de elasticidade as vigas em escala
reduzida foram classificadas em modelos distorcidos levando a fatores de escala inferiores aos
do modelo com completa semelhança. Isto justifica a diferença na força vertical aplicada que
pode ser observada nos gráficos das figuras 4.24, 4.25 e 4.26.
O valor da flecha final, para as vigas em escala natural e reduzida, corresponde à
leitura de relógios comparadores posicionados no meio do vão da viga menos a média das
leituras dos relógios comparadores colocados nas extremidades da mesma. Nas figuras 4.24
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
94
(a), 4.25 (a) e 4.26 (a) observa-se que as flechas dos modelos são maiores que a das vigas em
escala natural. Este comportamento foi observado porque as vigas em escala natural foram
submetidas à flexão composta, enquanto que as vigas em escala reduzida foram submetidas à
flexão simples. Outra interferência foi a redução nos valores dos módulos de elasticidade do
concreto das vigas em escala reduzida, devido a ausência do agregado graúdo.
4.2.2.1. Modelo 1
Os resultados de flecha e deformação do concreto e do aço no meio do vão das vigas
em escala natural e reduzida são apresentados na figura 4.24 (a), (b) e (c) respectivamente.
Foi observada uma mesma tendência de comportamento entre as vigas em escala natural e
reduzida. Verifica-se que os resultados experimentais são menores ou iguais aos teóricos,
estando a favor da segurança. A viga em escala reduzida apresenta maiores deslocamento e
deformação do aço.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,01,02,03,04,05,0
Deslocamento (mm)
Força vertical (kN)
Flecha final - Viga 1
Teórico
Flecha final - Modelo 1
(a)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
-0,0008-0,0006-0,0004-0,00020,0000
Deformação
Força vertical (kN)
Média - Viga 1
Teórico
Média - Modelo 1
(b)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,0000 0,0002 0,0004 0,0006 0,0008
Deformação
Força vertical (kN)
Média - Viga 1
Teórico
Média - Modelo 1
(c)
Figura 4.24 – (a) Força vertical x deslocamento do modelo 1; (b) Força vertical x deformação
do concreto no meio do vão do modelo 1; (c) Força vertical x deformação média das barras de
aço tracionadas.
4.2.2.2. Modelo 2
Os gráficos das figuras 4.25 (a), (b) e (c) apresentam os valores experimentais e
teóricos de flecha e deformação do concreto e do aço respectivamente. Foi verificado que o
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
95
modelo reduzido representou as tendências da viga em escala natural. Para todos os casos os
valores experimentais das vigas em escala reduzida foram maiores aos da viga em escala
natural, portanto os modelos apresentam maiores deslocamentos e deformações.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0
Deslocamento (mm)
Força vertical (kN)
Flecha final - Viga 2
Teórico
Flecha final - Modelo 2
(a)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
-0,0008-0,0006-0,0004-0,00020,0000
Deforma
ç
ão
Força vertical (kN)
Média - Viga 2
Teórico
Média - Modelo 2
(b)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,0000 0,0002 0,0004 0,0006 0,0008
Deformação
Força vertical (kN)
Média - Viga 2
Teórico
Média - Modelo 2
(c)
Figura 4.25 – (a) Força vertical x deslocamento do modelo 2; (b) Força vertical x deformação
do concreto no meio do vão do modelo 2; (c) Força vertical x deformação média das barras de
aço tracionadas.
4.2.2.3. Modelo 3
Na figura 4.26 (a), (b) e (c) são apresentados os resultados de flecha e deformação do
concreto e do aço no meio do vão das vigas em escala natural e reduzida. Uma mesma
tendência de comportamento entre as vigas em escala natural e reduzida foi observada. Os
resultados experimentais são praticamente iguais aos teóricos. Conforme observado nos
modelos anteriores, as vigas em escala reduzida apresentam maiores deslocamentos e
deformações.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
96
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,01,02,03,04,05,0
Deslocamento
(
mm
)
Força vertical (kN)
Flecha final - Viga 3
Teórico
Flecha final - Modelo 3
(a)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
-0,0008-0,0006-0,0004-0,00020,0000
Deforma
ç
ão
Força vertical (kN)
Média - Viga 3
Teórico
Média - Modelo 3
(b)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,0000 0,0002 0,0004 0,0006 0,0008
Deforma
ç
ão
Força vertical (kN)
Média - Viga 3
Teórico
Média - Modelo 3
(c)
Figura 4.26 – (a) Força vertical x deslocamento do modelo 3; (b) Força vertical x deformação
do concreto no meio do vão do modelo 3; (c) Força vertical x deformação média das barras de
aço tracionadas.
As vigas em escala reduzida sofreram maiores deformações e deslocamentos devido à
redução no valor do módulo de elasticidade e ao tipo de solicitação que foi flexão simples.
4.3. CARBONATAÇÃO EM CORPOS-DE-PROVA E VIGAS DE
CONCRETO ARMADO
Tendo em vista que a maioria das pesquisas sobre carbonatação é realizada em corpos-
de-prova e que o comportamento da frente de carbonatação em elementos estruturais pode
diferir, foram realizados ensaios de carbonatação acelerada tanto em corpos-de-prova
moldados quanto em vigas de concreto armado fissuradas. Para determinar a profundidade de
carbonatação nas vigas foram extraídos corpos-de-prova ao longo de seu comprimento, nas
regiões tracionadas e comprimidas.
4.3.1. Carbonatação da viga 1
No gráfico da Figura 4.27 apresenta-se a profundidade de carbonatação dos corpos-de-
prova de concretos depositados na câmara de carbonatação. Nas Figuras 4.28 e 4.29 são
apresentadas, respectivamente, as posições na viga onde foram extraídos os corpos-de-prova e
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
97
as profundidades de carbonatação medidas em cada corpo-de-prova extraído. Esta viga foi
exposta à atmosfera de dióxido de carbono durante 28 dias.
A profundidade de carbonatação determinada em corpos-de-prova foi de 18,7 mm,
enquanto que os valores observados na viga variaram de 11,0 a 22,0 mm, com valor médio de
16,7 mm obtido em quarenta amostras. Na região tracionada da viga foi observada uma maior
profundidade de carbonatação com valor médio de 18,4 mm, enquanto que na região
comprimida o valor médio foi de 15,0 mm. Estes valores médios foram obtidos em vinte
amostras. Estes resultados mostram que existe diferença entre avaliar a profundidade de
carbonatação em corpos-de-prova moldados e no elemento estrutural, uma vez que a estrutura
pode estar comprimida e a difusão do dióxido de carbono é dificultada.
0
5
10
15
20
25
56
Idade (dias)
x (mm)
28 dias - Câmara de Carbonatação
Figura 4.27 – Profundidade da carbonatação medida em corpos-de-prova curados durante 7
dias em câmara úmida, pré-condicionados por 21 dias e submetidos à carbonatação acelerada
por 28 dias– Viga 1.
Nas figura 4.28 e 4.29 os números ímpares referem-se às amostras extraídas na região
tracionada da viga, enquanto que os números pares são referentes à região comprimida.
No gráfico da figura 4.29 as regiões denominadas extremidade referem-se à região em
que o diagrama de momento fletor é variável, enquanto que na região denominada vão central
o diagrama de momento fletor é constante e máximo.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
98
Figura 4.28 – Desenho esquemático da viga 1 de concreto armado indicando as posições de
extração dos corpos-de-prova com suas respectivas numerações.
0
5
10
15
20
25
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Corpos-de-prova
x (mm)
____Extremidade_______________Vão central_____________Extremidade___
Figura 4.29 – Profundidade da carbonatação dos corpos-de-prova extraídos da viga 1.
Na tabela 4.8 são apresentados todos os valores de profundidade de carbonatação
determinados ao longo do comprimento da viga1.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
99
Tabela 4.8 – Valores da profundidade da frente de carbonatação obtidos na viga 1.
Região tracionada da viga Região comprimida da viga
corpo-de-prova x (mm) corpo-de-prova x (mm)
1 17,1 2 15,0
3 19,6 4 18,0
5 20,1 6 15,9
7 20,0 8 16,8
9 19,8 10 17,2
11 17,5 12 14,2
13 13,4 14 12,5
15 17,9 16 14,3
17 19,4 18 14,1
19 18,3 20 13,4
21 19,2 22 14,1
23 18,9 24 16,8
25 16,7 26 11,3
27 16,2 28 11,5
29 17,4 30 11,6
31 16,6 32 13,9
33 18,0 34 14,8
35 21,1 36 17,7
37 19,0 38 21,8
39 22,7 40 15,5
Média 18,4 Média 15,0
4.3.2. Carbonatação da viga 2
Nos gráficos das Figuras 4.30, 4.31 e 4.32 são apresentadas as profundidades de
carbonatação obtidas pelos corpos-de-prova moldados que foram depositados na câmara de
carbonatação, os locais em que os corpos-de-prova foram extraídos da viga 2 e as
profundidades de carbonatação medidas nos mesmos.
0
5
10
15
20
25
56
Idade (dias)
x (mm)
28 dias - Câmara de Carbonatação
Figura 4.30 – Profundidade da carbonatação medida em corpos-de-prova curados durante 7
dias em câmara úmida, pré-condicionados por 21 dias e submetidos à carbonatação acelerada
por 28 dias– Viga 2.
O valor médio da profundidade de carbonatação dos corpos-de-prova moldados foi de
21,9 mm enquanto que o valor médio dos corpos-de-prova extraídos da viga foi de 17,5 mm,
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
100
sendo 14,5 mm o valor mínimo e 20,3 mm o valor máximo. Neste caso o resultado dos
corpos-de-prova foi superior aos do elemento estrutural, mesmo comparado ao valor máximo
encontrado na viga. Na região tracionada da viga a profundidade de carbonatação foi de
18,1mm e na região comprimida o valor foi de 16,6 mm. Esta tendência também foi
observada na viga 1.
Na tabela 4.9 são apresentados todos os valores de profundidade de carbonatação
determinados ao longo do comprimento da viga 2.
Tabela 4.9 – Valores da profundidade da frente de carbonatação obtidos na viga 2.
Região tracionada da viga Região comprimida da viga
corpo-de-prova x (mm) corpo-de-prova x (mm)
1 19,2 2 16,3
3 17,4 4 18,4
5 19,0 6 18,4
7 19,7 8 18,3
9 18,9 11 18,2
10 19,8 17 15,4
12 20,3 19 16,9
13 17,5 21 15,8
14 19,7 23 15,2
15 17,5 26 15,2
16 17,9 28 16,6
18 17,7 30 15,5
20 18,7 32 15,7
22 20,2 --- ---
24 17,4 --- ---
25 15,8 --- ---
27 16,4 --- ---
29 14,5 --- ---
31 16,0 --- ---
Média 18,1 dia 16,6
A figura 4.31 ilustra o posicionamento dos corpos-de-prova que foram extraídos da
viga. A extração não foi uniforme ao longo do comprimento da viga, uma vez que a presença
da armadura estava danificando a serra copo diamantada utilizada na extração das amostras.
Conforme observado no gráfico da figura 4.32 a difusão da frente de carbonatação não
é uniforme em toda a extensão de um elemento estrutural, uma vez que o concreto não é um
material homogêneo e a estrutura pode sofrer diferentes tipos de solicitações. Neste caso, a
viga apresenta uma maior profundidade de carbonatação na região tracionada.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
101
Figura 4.31 - Desenho esquemático da viga 2 de concreto armado indicando o
posicionamento da extração dos corpos-de-prova com suas respectivas numerações.
0
5
10
15
20
25
1234567891011121314151617181920212223242526272829303132
Cor
p
os-de-
p
rova
x (mm)
____Extremidade
_______________Vão central_____________Extremidade___
Figura 4.32 – Profundidade da carbonatação dos corpos-de-prova extraídos da viga 2.
4.3.3. Carbonatação da viga 3
Um valor médio de profundidade de carbonatação de 13,8 mm foi observado nos
corpos-de-prova moldados, Figura 4.33. Foram realizadas as medidas de profundidade de
carbonatação ao longo do comprimento da viga, Figura 4.34 e 4.35. A profundidade de
carbonatação média ao longo do comprimento da viga foi de 13,5 mm, sendo o valor mínimo
de 11,1 mm e o valor máximo de 17,7 mm. A região tracionada apresentou uma profundidade
de carbonatação de 14,4 mm, enquanto que na região comprimida foi de 12,6 mm.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
102
0
5
10
15
20
25
56
Idade (dias)
x (mm)
28 dias - Câmara de Carbonatação
Figura 4.33 – Profundidade da carbonatação medida em corpos-de-prova curados durante 7
dias em câmara úmida, pré-condicionados por 21 dias e submetidos à carbonatação acelerada
por 28 dias– Viga 3.
Figura 4.34 - Desenho esquemático da viga 3 de concreto armado indicando o
posicionamento da extração dos corpos-de-prova com suas respectivas numerações.
Os valores de profundidade de carbonatação determinados ao longo do comprimento
da viga 3 são apresentados na tabela 4.10.
Tabela 4.10 – Valores da profundidade da frente de carbonatação obtidos na viga 3.
Região tracionada da viga Região comprimida da viga
corpo-de-prova x (mm) corpo-de-prova x (mm)
1 15,0 2 12,5
3 13,0 4 12,7
5 14,0 6 11,7
7 17,7 8 13,0
9 15,6 10 13,2
11 13,9 12 13,5
13 14,6 14 12,3
15 13,9 16 14,0
17 13,1 18 11,6
19 15,5 20 12,6
21 12,7 22 11,1
23 13,4 24 13,2
Média 14,4 dia 12,6
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
103
0
5
10
15
20
25
123456789101112131415161718192021222324
Corpos-de-prova
x (mm)
____Extremidade
_______________Vão central_____________Extremidade___
Figura 4.35 – Profundidade da carbonatação dos corpos-de-prova extraídos da viga 3.
4.3.4. Carbonatação do Modelo 1
Os corpos-de-prova que ficaram expostos na câmara de dióxido de carbono
apresentaram uma profundidade de carbonatação de 13,4 mm, figura 4.36. Foram realizadas
as medidas de profundidade de carbonatação ao longo do comprimento da viga em escala
reduzida, sendo o valor médio igual a 10,4 mm.
0
5
10
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20
25
45
Idade (dias)
x (mm)
28 dias - Câmara de Carbonatação
Figura 4.36 – Profundidade de carbonatação de corpos-de-prova curados durante 7 dias em
câmara úmida, após 10 dias em pré-condicionamento e 28 dias na câmara de carbonatação –
Modelo 1.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
104
O gráfico da Figura 4.37 refere-se à profundidade de carbonatação nos terços da viga.
Os números ímpares referem-se à região inferior da viga (região tracionada) e os números
pares referem-se à região superior da viga (região comprimida). A profundidade de
carbonatação da região tracionada foi de 10,9 mm, enquanto que a região comprimida foi de
9,9 mm. Observa-se que a região tracionada sofreu maior carbonatação que a região
comprimida conforme observado na viga 1.
0
5
10
15
20
25
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617181920212223242526272829303132333435363738
Corpos-de-prova
x (mm)
____Extremidade
_______________Vão central_____________Extremidade___
Figura 4.37 – Profundidade da carbonatação de corpos-de-prova extraídos do modelo 1.
Os resultados de profundidade de carbonatação obtidos no modelo 1 juntamente com
os valores extrapolados do modelo 1 para a viga 1 são apresentados na tabela 4.11. O fator de
escala (1,40) utilizado para realizar a extrapolação foi determinado dividindo a carbonatação
dos corpos-de-prova referentes à viga em escala natural (18,7 mm) pela carbonatação
referente aos corpos-de-prova da viga em escala reduzida (13,4 mm).
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
105
Tabela 4.11 – Valores da profundidade da frente de carbonatação obtidos no modelo 1.
Região tracionada do modelo Região comprimida do modelo
corpo-de-prova x (mm) x* (mm) corpo-de-prova x (mm) x* (mm)
1 11,4 16,0 2 11,1 15,5
3 11,9 16,6 4 9,9 13,8
5 12,4 17,3 6 11,2 15,6
7 11,7 16,4 8 10,7 15,0
9 11,8 16,5 10 11,0 15,4
11 10,9 15,2 12 10,3 14,4
13 11,2 15,6 14 9,7 13,5
15 13,4 18,8 16 11,2 15,6
17 9,8 13,7 18 8,1 11,3
19 9,9 13,8 20 9,1 12,7
21 9,6 13,4 22 9,4 13,2
23 10,6 14,8 24 8,3 11,6
25 10,8 15,1 26 9,4 13,2
27 10,1 14,1 28 9,5 13,2
29 9,7 13,5 30 9,6 13,4
31 10,4 14,6 32 9,7 13,6
33 9,5 13,3 34 9,2 12,9
35 11,0 15,3 36 10,2 14,2
37 11,5 16,1 38 11,3 15,8
Média 10,9 15,3 Média 9,9 13,9
x* (mm) = profundidade de carbonatação extrapolada
4.3.5. Carbonatação do Modelo 2
Uma profundidade de carbonatação de 11,3 mm foi observada nos corpos-de-prova
que ficaram expostos na câmara com dióxido de carbono, figura 4.38. As medidas de
profundidade de carbonatação ao longo do comprimento da viga em escala reduzida estão
apresentadas na tabela 4.12 e na figura 4.39. A profundidade de carbonatação média
determinada no modelo 2 foi de 10,0 mm, sendo 11,1 mm na região tracionada e 8,9 mm na
região comprimida. O comportamento do modelo 2 foi semelhante ao da viga 2.
0
5
10
15
20
25
45
Idade (dias)
x (mm)
28 dias - Câmara de Carbonatação
Figura 4.38 – Profundidade de carbonatação de corpos-de-prova curados durante 7 dias em
câmara úmida, após 10 dias em pré-condicionamento e 28 dias na câmara de carbonatação –
Modelo 2.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
106
0
5
10
15
20
25
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Corpos-de-prova
x (mm)
____Extremidade
_______________Vão central_____________Extremidade___
Figura 4.39 – Profundidade da carbonatação de corpos-de-prova extraídos do modelo 2.
Os resultados de profundidade de carbonatação obtidos no modelo 2 juntamente com
os valores extrapolados são apresentados na tabela 4.12. O fator de escala (1,93) utilizado
para realizar a extrapolação foi determinado dividindo a carbonatação dos corpos-de-prova
referentes à viga 2 em escala natural (21,9 mm) pela carbonatação referente aos corpos-de-
prova da viga 2 em escala reduzida (11,3 mm).
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
107
Tabela 4.12 – Valores da profundidade da frente de carbonatação obtidos no modelo 2.
Região tracionada do modelo Região comprimida do modelo
corpo-de-prova x (mm) x* (mm) corpo-de-prova x (mm) x* (mm)
1 10,9 20,9 2 9,8 18,8
3 11,5 22,2 4 9,2 17,8
5 11,3 21,7 6 9,7 18,7
7 9,6 18,5 8 9,6 18,4
9 8,1 15,6 10 9,4 18,0
11 9,4 18,0 12 9,1 17,6
13 15,0 29,0 14 9,3 17,9
15 8,9 17,2 16 7,7 14,8
17 8,4 16,1 18 5,9 11,4
19 10,7 20,6 20 9,5 18,2
21 10,2 19,6 22 8,8 16,9
23 12,9 24,9 24 8,1 15,5
25 15,0 29,0 26 7,4 14,2
27 11,8 22,7 28 9,7 18,7
29 9,7 18,8 30 8,8 16,9
31 10,9 21,0 32 8,7 16,8
33 15,0 29,0 34 8,8 17,0
35 9,9 19,1 36 8,9 17,1
37 11,4 22,0 38 9,6 18,4
39 11,4 21,9 40 9,8 18,9
Média 11,1 21,4 Média 8,9 17,1
x* (mm) = profundidade de carbonatação extrapolada.
4.3.6. Carbonatação do Modelo 3
Nos gráficos das Figuras 4.40 e 4.41 são apresentadas, respectivamente, as
profundidades de carbonatação de corpos-de-prova de concretos depositados na câmara de
carbonatação e as profundidades de carbonatação medidas em corpos-de-prova extraídos da
viga em escala reduzida após sua exposição na câmara de carbonatação acelerada.
0
5
10
15
20
25
45
Idade (dias)
x (mm)
28 dias - Câmara de Carbonatação
Figura 4.40 – Profundidade de carbonatação de corpos-de-prova curados durante 7 dias em
câmara úmida, após 10 dias em pré-condicionamento e 28 dias na câmara de carbonatação –
Modelo 3.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
108
0
5
10
15
20
25
12345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940
Corpos-de-prova
x (mm)
____Extremidade
_______________Vão central_____________Extremidade___
Figura 4.41 – Profundidade da carbonatação de corpos-de-prova extraídos do modelo 3.
A profundidade de carbonatação observada nos corpos-de-prova moldados foi de
6,4mm, enquanto que a observada ao longo do comprimento da viga em escala reduzida foi de
5,8 mm sendo 6,5 mm na região tracionada e 5,1 mm na região comprimida do modelo. Na
tabela 4.13 são apresentados os resultados de profundidade de carbonatação obtidos no
modelo 3 juntamente com os valores extrapolados. O fator de escala (2,16) utilizado para
realizar a extrapolação foi determinado dividindo a carbonatação dos corpos-de-prova
referentes à viga em escala natural (13,8 mm) pela carbonatação referente aos corpos-de-
prova da viga em escala reduzida (6,4 mm).
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
109
Tabela 4.13 – Valores da profundidade da frente de carbonatação obtidos no modelo 3.
Região tracionada do modelo Região comprimida do modelo
corpo-de-prova x (mm) x* (mm) corpo-de-prova x (mm) x* (mm)
1 7,1 15,2 2 5,5 11,8
3 5,6 12,1 4 4,8 10,4
5 7,4 16,0 6 5,3 11,4
7 6,0 13,0 8 5,8 12,5
9 4,9 10,5 10 5,7 12,3
11 6,6 14,1 12 4,8 10,3
13 7,1 15,3 14 6,0 13,0
15 8,1 17,5 16 4,9 10,6
17 9,7 21,0 18 6,6 14,1
19 6,9 14,8 20 6,1 13,2
21 6,3 13,5 22 5,0 10,8
23 5,6 12,1 24 5,0 10,7
25 5,6 12,1 26 5,1 11,1
27 5,5 11,9 28 4,9 10,6
29 5,5 11,8 30 4,5 9,6
31 6,1 13,2 32 4,2 9,1
33 7,7 16,6 34 3,4 7,3
35 5,2 11,2 36 3,7 7,9
37 6,6 14,1 38 5,4 11,6
39 5,9 12,7 40 5,5 11,8
Média 6,5 13,9 Média 5,1 11,0
x* (mm) = profundidade de carbonatação extrapolada.
4.3.7. Comparação das profundidades de carbonatação determinadas em corpos-de-
prova e nas vigas em escala natural e reduzida
Na tabela 4.14 são apresentados os valores médios de profundidade de carbonatação
determinados em corpos-de-prova moldados, ao longo do comprimento das vigas em escala
natural e reduzida e nas regiões tracionadas e comprimidas destas vigas. Também são
apresentados os valores obtidos em escala reduzida extrapolado para a escala natural.
Tabela 4.14 – Profundidade da frente de carbonatação determinada em corpos-de-prova
moldados e em vigas de escala natural e reduzida.
Profundidade de carbonatação x (mm)
Elemento
estrutural
Corpos-de-prova Vigas
Região
tracionada
Região
comprimida
Viga 1 18,7 16,7 18,4 15,0
Viga 2 21,9 17,5 18,0 16,6
Viga 3 13,8 13,5 14,4 12,6
Modelo 1 13,4 10,4 10,9 9,9
Modelo 2 11,3 10,0 11,1 8,9
Modelo 3 6,4 5,8 6,5 5,1
Modelo 1* 18,8 14,6 15,3 13,9
Modelo 2* 21,9 19,2 21,4 17,1
Modelo 3* 13,8 12,5 13,9 11,0
* = profundidade de carbonatação extrapolada.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
110
Comparando os valores de profundidade de carbonatação determinados em corpos-de-
prova e o valor médio ao longo das vigas em escala natural e reduzida foi observado que todas
as leituras em corpos-de-prova foram superiores, com acréscimo médio em torno de 15%,
Figura 4.42. Ao comparar os resultados de carbonatação, observa-se que os valores obtidos
nos corpos-de-prova foram aproximadamente 7% e 26% superiores aos das regiões
tracionadas e comprimidas das vigas respectivamente, Figura 4.43. Portanto, a profundidade
de carbonatação determinada em corpos-de-prova se aproxima mais dos valores de
carbonatação determinados na região tracionada das vigas.
0
5
10
15
20
25
Viga 1 Viga 2 Viga 3 Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
x (mm)
Vigas
Corpos-de-prova
Figura 4.42 – Comparação dos resultados de carbonatação determinados em corpos-de-prova
e vigas em escala natural e reduzida.
0
5
10
15
20
25
Viga 1 Viga 2 Viga 3 Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
x (mm)
Região comprimida
Região tracionada
Corpos-de-prova
Figura 4.43 – Comparação dos resultados da frente de carbonatação determinada em corpos-
de-prova e nas regiões tracionadas e comprimidas das vigas em escala natural e reduzida.
Nos gráficos da figura 4.44 (a), (b) e (c) são apresentados respectivamente os valores
de profundidade de carbonatação determinados em corpos-de-prova, nas vigas em escala
natural e reduzida e os valores dos modelos extrapolados para as vigas em escala natural.
Observa-se que os resultados determinados em corpos-de-prova referentes às vigas em escala
reduzida apresentaram uma profundidade de carbonatação em média 44% menor que os
referentes às vigas em escala natural. Ao comparar os resultados de profundidade de
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
111
carbonatação determinados nas vigas em escala natural e reduzida foi observado que a
carbonatação nas vigas em escala reduzida é em média 46% menor que nas vigas em escala
natural. Comparando os valores de carbonatação determinados nas vigas em escala natural
com os valores dos modelos físicos reduzidos extrapolados para vigas em escala natural
observa-se uma variação nos resultados de aproximadamente 10%.
Viga 1
Viga 2
Viga 3
0
5
10
15
20
25
x (mm)
Escala reduzida
Escala natural
(a)
Viga 1
Viga 2
Viga 3
0
5
10
15
20
25
x (mm)
Escala reduzida
Escala natural
(b)
0
5
10
15
20
25
x (mm)
Viga 1Viga 2Viga 3
Escala reduzida extrapolad
a
Escala natural
(c)
Figura 4.44 – Profundidade de carbonatação determinada (a) em corpos-de-prova e (b) vigas
em escala natural e reduzida; (c) vigas em escala natural e em escala reduzida extrapolada.
Comparando os resultados de profundidade de carbonatação apresentados nas figuras
4.27 à 4.41 pode-se afirmar que: a profundidade de carbonatação determinada em corpos-de-
prova é maior que o valor médio determinado nas vigas; a região tracionada da viga sofre
maiores profundidades de carbonatação que a região comprimida; a profundidade da
carbonatação na região tracionada se aproxima aos valores determinados em corpos-de-prova;
a tendência de comportamento da carbonatação verificado nas vigas em escala reduzida foram
iguais aos das vigas em escala natural; não foi verificada uma mudança de comportamento da
carbonatação quando determinadas nas extremidades e vão central da viga.
Observando os gráficos das figuras 4.42, 4.43 e 4.44, verifica-se que a determinação
da profundidade de carbonatação em corpos-de-prova é satisfatória, sendo em ambos os casos
a favor da segurança. No entanto, será mostrado a posteriori que a determinação da
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
112
carbonatação em corpos-de-prova não é recomendada para os casos em que existe a presença
de fissuras.
Concretos confeccionados com adições minerais deveriam apresentar um valor menor
de carbonatação uma vez que a permeabilidade tende a diminuir, no entanto isto não foi
observado em todos os casos. Conforme observado nos gráficos apresentados nas figuras
4.27, 4.30 e 4.33 a adição da SFS na viga 2 não proporcionou uma redução na profundidade
de carbonatação, o comportamento da viga 1 e 2 foram parecidos, enquanto que a viga 3 com
a adição da SCA apresentou um comportamento muito satisfatório frente à ação da
carbonatação.
As profundidades de carbonatação referente à viga 3 determinada tanto em corpos-de-
prova quanto nas vigas em escala natural e reduzida foram menores. Este comportamento está
associado à adição da sílica da casca de arroz proporcionar uma melhor eficiência quanto à
carbonatação, comportamento este não observado com a adição da SFS. O ensaio de
porosimetria por intrusão de mercúrio, a ser apresentado no item 4.7.2, indicou que as
porosidades das pastas com SFS e SCA foram praticamente iguais. Portanto, a eficiência da
SCA na redução da carbonatação pode estar relacionada ao valor de pH das sílicas e a
melhoria da zona de interface devido à reatividade da SCA com o hidróxido de cálcio e a sua
superfície específica [SCA = 200 m
2
/g e SFS = 20 m
2
/g, Silva (2004)].
No gráfico da figura 4.44 (c) são apresentados os valores da profundidade de
carbonatação determinados nas vigas em escala natural e os valores extrapolados dos modelos
físicos reduzidos para as vigas em escala natural. Observa-se uma variação nos resultados de
aproximadamente ±10%, o que garante uma excelente confiabilidade entre os resultados.
Portanto as vigas em escalas reduzidas podem ser utilizadas para determinar a profundidade
de carbonatação ao longo de seu comprimento.
O fator de escala utilizando os resultados de carbonatação obtidos em corpos-de-prova
foi determinado pensando em facilitar os estudos de carbonatação em elementos estruturais
empregando modelos físicos reduzidos. Portanto, conhecendo o valor da carbonatação nos
corpos-de-prova referentes à escala natural e reduzida e os valores dos modelos reduzidos
pode ser realizada a extrapolação para o elemento em escala natural. Empregando esse
procedimento pode ser dispensada a realização de elementos estruturais em escala natural,
casa não exista a necessidade de avaliar a carbonatação nas fissuras.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
113
4.3.8. Análise estatística da profundidade de carbonatação determinada nas vigas em
escala natural e reduzida
A análise estatística da profundidade de carbonatação determinada nas vigas em escala
natural não apresentou diferença significativa entre as vigas 1 e 2 (p = 0,1374), enquanto que
com relação à viga 1, a viga 3 apresentou profundidade de carbonatação significativamente
menor (p = 4,7.10
-8
). O mesmo comportamento foi observado nas vigas em escala reduzida,
comparando os modelos 1 e 2 não houve diferença significativa (p = 0,120) e entre os
modelos 1 e 3 houve diferença significativa (p = 2.10
-16
). Nas vigas 2 em escala natural e
reduzida utilizou-se 10% de SFS em substituição ao cimento Portland, enquanto que nas vigas
3 em escala natural e reduzida utilizou-se 10% de SCA em substituição ao cimento. Nas vigas
3 verificou-se a eficiência da SCA frente à ação da carbonatação, enquanto que entre as vigas
1 e 2 não houve diferença significativa.
Comparando a profundidade de carbonatação ao longo do comprimento das vigas em
escala natural não foi verificada diferença significativa (p = 0,1623) entre as regiões com
momento fletor máximo (Vão central) e momento variável (extremidades). O mesmo
comportamento foi observado nas vigas em escala reduzida (p = 0,443), Figura 4.45.
0
5
10
15
20
25
0123
Viga
x (mm)
Compressão
Tração
(a)
0
5
10
15
20
25
0123
Modelo
x (mm)
Compressão
Tração
(b)
Figura 4.45 – Profundidade da carbonatação nas regiões tracionadas e comprimidas das vigas
em escala natural (a) e reduzida (b). Nota: os valores à esquerda de 1, 2 e 3 correspondem às
extremidades das vigas, enquanto que os valores à direita de 1, 2 e 3 correspondem ao vão
central.
Analisando estatisticamente os resultados das vigas em escala natural e reduzida foi
observado que as regiões tracionadas e comprimidas apresentaram diferenças significativas
(p = 0,0105 escala natural e p = 2,95.10
-9
escala reduzida), sendo maior a profundidade de
carbonatação na região tracionada, Figura 4.45.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
114
Os resultados da profundidade de carbonatação determinados nos modelos 1, 2 e 3
foram extrapolados com um fator de escala determinado pela relação entre a profundidade de
carbonatação dos corpos-de-prova referentes às vigas em escala natural e as medidas
referentes à escala reduzida, Tabela 4.15. Vale ressaltar que na revisão bibliográfica não
foram encontrados fatores de escala relacionados à difusão em concretos. Portanto esta
extrapolação foi realizada na tentativa de se obter uma possível correlação entre as
profundidades de carbonatação determinadas nas vigas em escala natural e reduzida.
Tabela 4.15 – Valores da profundidade da frente de carbonatação determinados em corpos-
de-prova referentes às vigas em escala natural e reduzida e fatores de escala determinados.
Viga 1 Modelo 1 Viga 2 Modelo 2 Viga 3 Modelo 3
x (mm) 18,7 13,4 21,9 11,3 13,8 6,4
Fator de escala
1,40 1,93 2,16
Tabela 4.16 – Valores médios da profundidade da frente de carbonatação determinados nas
vigas em escala natural, vigas em escala reduzida, valores extrapolados das vigas em escala
reduzida para escala natural e análise estatística.
x (mm) p
Modelo 1
10,4
Modelo 1 extrapolado
14,6
Viga 1
16,7
<0,00005
Modelo 2
10,0
Modelo 2 extrapolado
19,2
Viga 2
17,5
0,0127
Modelo 3
5,8
Modelo 3 extrapolado
12,5
Viga 3
13,5
0,0409
Para um nível de significância de 5%, verifica-se que há diferença significativa nos
valores de profundidades de carbonatação determinadas nas vigas e nos modelos extrapolados
(p < 0,05), Tabela 4.16 e Figura 4.46. Os valores das profundidades de carbonatação
extrapolados foram cerca de ± 10% dos valores obtidos nas vigas em escala natural. Segundo
ACI C-444 (1987), para elementos físicos reduzidos uma variação de 10% entre os resultados
proporciona uma excelente confiabilidade. Portanto os valores extrapolados embora não
sejam significativos segundo a análise estatística, apresentam uma excelente confiabilidade
pela teoria dos modelos físicos reduzidos.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
115
0
5
10
15
20
25
30
35
0123
Vigas
x (mm)
Escala natural
Escala reduzida
Figura 4.46 – Profundidade da frente de carbonatação nas vigas em escala natural e reduzida
– valores extrapolados.
4.4. FRENTE DE CARBONATAÇÃO NAS FISSURAS
As fissuras em elementos de concreto armado podem causar problemas estruturais e
chegam a desfigurar uma construção de concreto aparente. A presença de fissuras facilita a
difusão de agentes agressivos, proporciona a despassivação do aço e deixa a armadura
susceptível à corrosão. Mediante a esta problemática foi proposto nesta tese estudar o
comportamento da carbonatação em vigas de concreto armado fissuradas.
Foram determinadas as aberturas da fissura (w
k
) ao longo do seu comprimento,
utilizando uma lupa graduada com precisão de 0,01 mm. Posteriormente, com o auxílio de
uma serra elétrica, foram realizados cortes no concreto próximo à fissura com profundidade
de 3 cm e utilizando uma ponteira foi sacado o concreto na região da fissura. Ao retirar o
concreto na posição da fissura foi aspergida uma solução de fenolftaleina na região da viga e
determinadas às profundidades de carbonatação ao longo da fissura e na posição com
cobrimento de 3 cm. No concreto extraído da viga foram realizados os cortes das seções AA e
BB para verificar o comportamento da carbonatação perpendicularmente e ao longo da fissura
respectivamente, Figura 4.47.
A leitura de profundidade de carbonatação realizada ortogonal à fissura, seção AA, foi
realizada com espessuras de 2,0 cm e 2,5 cm, simulando cobrimentos com tais medidas. As
leituras de carbonatação na seção BB foi limitada ao cobrimento de 3,0 cm, uma vez que a
espessura do concreto sacado na região da fissura tinha esta espessura.
A determinação da profundidade de carbonatação nas fissuras foi realizada após um
ano com ciclos de secagem e molhagem das vigas. Este procedimento foi realizado para
verificar o surgimento ou não de pontos de corrosão na armadura.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
116
(a)
(b)
(c)
AA
B
B
3 cm
Fissura
Fissura
Fissura
2 cm
2,5 cm
Corte AA
Corte BB
Fissura
3 cm
Região carbonatada
Região não carbonatada
Leitura
(d)
Figura 4.47 – (a) Detalhes dos cortes realizados nas vigas; (b) retirada do concreto na região
da fissura; (c) região da viga em que o concreto foi retirado e (d) representação do
posicionamento das seções AA e BB.
4.4.1. Determinação da frente da carbonatação nas fissuras da viga 1
O posicionamento das fissuras ao longo da viga, a abertura das fissuras, a
profundidade de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de 3 cm, a
carbonatação perpendicular (Seção AA) e ao longo da fissura (Seção BB) são apresentados na
tabela 4.17.
As aberturas de fissuras foram determinadas no sentido da região inferior para a
superior da viga. No caso, por exemplo, da fissura n° 1 o ponto 1.1 é o mais próximo à face
inferior da viga e o ponto 1.6 o mais próximo à região da linha neutra.
As fissuras marcadas com caneta azul surgiram durante a aplicação do carregamento,
enquanto que as vermelhas foram durante o período de pré-condicionamento e da
carbonatação acelerada, devido às acomodações da viga.
Em todos os casos a abertura das fissuras foram inferiores às exigências relativas à
fissuração. Para a classe de agressividade ambiental muito forte a NBR 6118 (2003)
recomenda que a abertura seja inferior a 0,2 mm e o maior valor de abertura de fissura
determinado foi de 0,16 mm.
Seção AA
Seção BB
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
117
Nos corpos-de-prova referentes ao corte seções AA que foram possíveis realizar a
leitura da profundidade de carbonatação foi obtido uma valor médio de 5,4 mm na posição de
2 cm e 2,4 mm na posição de 2,5 cm. A diminuição da profundidade de carbonatação no
interior da fissura deve-se à redução da intensidade de difusão. Para os cortes seções BB que
foi determinada à profundidade de carbonatação obteve-se um valor médio de 24,2 mm. Em
alguns cortes seções BB a profundidade de carbonatação foi superior a espessura de 3 cm do
corpo-de-prova que foi extraído da viga, portanto o valor da profundidade de carbonatação
pode ser superior. Tendo em vista que o cobrimento da armadura foi de 3 cm as barras de aço
foram despassivadas na região de algumas fissuras.
O valor da profundidade de carbonatação na região tracionada e não fissurada da viga
foi de 18,4 mm e na região fissurada foi de aproximadamente 24,2 mm, o que corresponde a
um aumento de 32%. Esta tendência indica o quanto a fissura facilita a difusão da frente de
carbonatação. Comparando o comportamento da região fissurada com a carbonatação
determinada nos corpos-de-prova, que foi de 18,7 mm, verifica-se um aumento de 29% na
profundidade de carbonatação. Isto indica que o estudo da carbonatação por meio de corpos-
de-prova não é representativo quando na região das fissuras.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
118
Tabela 4.17 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 1, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continua.
a12 879634 5 10 11 cb
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 1
Fissura a Fissura 1
w
k
(mm)
a
1
= 0,06
a
2
= 0,04
a
3
= 0,04
w
k
(mm)
1,1 = 0,16
1,2 = 0,14
1,3 = 0,13
1,4 =0,09
1,5 = 0,09
1,6 = 0,06
x (mm)
8,3
7,4
5,7
x (mm)
10,4
7,2
5,3
6,2
3,8
2,6
Fissura 2 Fissura 3
w
k
(mm)
2,1 = 0,13
2,2 = 0,13
2,3 = 0,13
2,4 = 0,10
2,5 = 0,06
w
k
(mm)
3,1 = 0,16
3,2 = 0,13
3,3 = 0,11
3,4 = 0,08
x (mm)
1,9
1,0
0,8
0,0
0,3
Sem documento
fotográfico
---
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
119
Tabela 4.17 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 1, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
a12 879634 5 10 11 cb
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 1
Fissura 4 Fissura 5
w
k
(mm)
4,1 = 0,13
4,2 = 0,13
4,3 = 0,11
4,4 = 0,11
4,5 = 0,08
4,6 = 0,02
w
k
(mm)
5,1 = 0,13
5,2 = 0,12
5,3 = 0,08
5,4 = 0,08
5,5 = 0,08
5,6 = 0,06
x (mm)
8,2
10,5
5,3
2,0
2,7
x (mm)
0,0
0,9
0,0
0,0
7,4
*
Seção AA
x (mm)
11,7 (20 mm)
7,5 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
1,6 (20 mm)
0,7 (25 mm)
Seção BB
x (mm)
> 30,0
Seção BB
x (mm)
> 30,0
*
Zona de interface entre a pasta e o agregado.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
120
Tabela 4.17 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 1, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
a12 879634 5 10 11 cb
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 1
Fissura 6 Fissura 7
w
k
(mm)
6,1 = 0,12
6,2 = 0,10
6,3 = 0,10
6,4 = 0,10
6,5 = 0,09
6,6 = 0,06
w
k
(mm)
7,1 = 0,12
7,2 = 0,11
7,3 = 0,09
7,4 = 0,07
7,5 = 0,04
x (mm)
11,2
1,9
0,9
0,0
x (mm)
20,0
4,1
9,0
0,0
Sem documento
fotográfico
---
Seção AA
x (mm)
7,1 (20 mm)
4,8 (25 mm)
Sem documento
fotográfico
---
Seção BB
x (mm)
> 30,0
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
121
Tabela 4.17 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 1, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
a12 879634 5 10 11 cb
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 1
Fissura 8 Fissura 9
w
k
(mm)
8,1 = 0,15
8,2 = 0,12
8,3 = 0,12
8,4 = 0,10
8,5 = 0,08
8,6 = 0,05
w
k
(mm)
9,1 = 0,15
9,2 = 0,11
9,3 = 0,10
9,4 = 0,11
9,5 = 0,09
9,6 = 0,06
x (mm)
8,0
4,9
14,9
*
0,7
0,0
x (mm)
0,85
0,5
0,0
Seção AA
x (mm)
---
Seção AA
x (mm)
---
Média
x = 19,0 mm
Seção BB
x (mm)
18,8
17,8
13,8
24,3
17,9
21,5
Média
x = 22,2 mm
Seção BB
x (mm)
20,2
21,7
24,8
> 30,0
*
Zona de interface entre a pasta e o agregado.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
122
Tabela 4.17 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 1, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
a12 879634 5 10 11 cb
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 1
Fissura 10 Fissura 11
w
k
(mm)
10,1 = 0,15
10,2 = 0,12
10,3 = 0,10
10,4 = 0,05
w
k
(mm)
11,1 = 0,09
11,2 = 0,09
11,3 = 0,09
11,4 = 0,05
x (mm)
13,6
20,5
7,2
1,6
1,2
0,0
x (mm)
4,0
0,6
0,0
Seção AA
x (mm)
3,3 (20 mm)
0,4 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
6,4 (20 mm)
4,1 (25 mm)
Média
x = 23,9 mm
Seção BB
x (mm)
29,0
22,6
24,3
21,3
22,3
Média
x = 21,4 mm
Seção BB
x (mm)
20,4
28,2
19,3
17,8
21,1
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
123
Tabela 4.17 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 1, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
a12 879634 5 10 11 cb
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 1
Fissura b Fissura c
w
k
(mm)
b
1
= 0,06
b
2
= 0,04
w
k
(mm)
c
1
= 0,05
c
2
= 0,04
c
3
= 0,05
c
4
= 0,04
x (mm)
1,6
1,0
0,0
x (mm)
6,5
1,9
0,5
0,0
Seção AA
x (mm)
3,2 (20 mm)
1,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
8,8 (20 mm)
5,3 (25 mm)
Média
x = 19,3 mm
Seção BB
x (mm)
> 30,0
21,9
17,0
22,4
19,4
19,8
15,6
Média
x = 23,4 mm
Seção BB
x (mm)
> 30,0
24,4
22,0
23,9
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
124
Tabela 4.17 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 1, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
12
d
1513 14
16
1817 2019
f
eg
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 2
Fissura d Fissura 12
w
k
(mm)
d
1
= 0,07
d
2
= 0,07
d
3
= 0,04
w
k
(mm)
12,1 = 0,14
12,2 = 0,13
12,3 = 0,09
12,4 = 0,09
12,5 = 0,06
12,6 = 0,06
x (mm)
9,3
2,1
0,0
x (mm)
8,0
5,5
4,5
1,3
0,8
0,0
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
125
Tabela 4.17 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 1, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
12
d
1513 14
16
1817 2019
f
eg
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 2
Fissura 13 Fissura 14
w
k
(mm)
13,1 = 0,14
13,2 = 0,12
13,3 = 0,12
13,4 = 0,10
13,5 = 0,04
w
k
(mm)
14,1 = 0,12
14,2 = 0,12
14,3 = 0,11
14,4 = 0,08
14,5 = 0,04
x (mm)
2,3
0,3
0,5
4,0
*
x (mm)
8,7
0,7
5,5
*
0,9
Presença de
corrosão
Sem documento
fotográfico
---
Seção AA
x (mm)
2,9 (20 mm)
1,2 (25 mm)
Sem documento
fotográfico
---
Média
x = 23,6 mm
Seção BB
x (mm)
23,8
23,9
23,1
*
Zona de interface entre a pasta e o agregado.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
126
Tabela 4.17 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 1, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
12
d
1513 14
16
1817 2019
f
eg
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 2
Fissura 15 Fissura 16
w
k
(mm)
15,1 = 0,13
15,2 = 0,09
15,3 = 0,10
15,4 = 0,09
15,5 = 0,08
15,6 = 0,04
w
k
(mm)
16,1 = 0,14
16,2 = 0,10
16,3 = 0,09
16,4 = 0,06
16,5 = 0,05
x (mm)
15,7
6,2
*
0,7
2,5
x (mm)
7,2
1,6
0,3
0,2
Seção AA
x (mm)
3,2 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
3,0 (20 mm)
0,9 (25 mm)
Seção BB
x (mm)
> 30,0
Seção BB
x (mm)
> 30,0
*
Zona de interface entre a pasta e o agregado.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
127
Tabela 4.17 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 1, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
12
d
1513 14
16
1817 2019
f
eg
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 2
Fissura 17 Fissura 18
w
k
(mm)
17,1 = 0,11
17,2 = 0,10
17,3 = 0,09
17,4 = 0,05
17,5 = 0,05
w
k
(mm)
18,1 = 0,14
18,2 = 0,12
18,3 = 0,11
18,4 = 0,08
18,5 = 0,03
x (mm)
15,8
3,9
1,1
0,8
Presença de
corrosão
x (mm)
6,7
2,2
1,3
0,8
0,6
0,3
Presença de
corrosão
Seção AA
x (mm)
1,5 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
3,3 (20 mm)
1,3 (25 mm)
Média
x = 20,3 mm
Seção BB
x (mm)
16,1
19,7
24,3
21,0
Seção BB
x (mm)
> 30,0
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
128
Tabela 4.17 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 1, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
12
d
1513 14
16
1817 2019
f
eg
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 2
Fissura 19 Fissura 20
w
k
(mm)
19,1 = 0,13
19,2 = 0,09
19,3 = 0,09
19,4 = 0,09
19,5 = 0,06
w
k
(mm)
20,1 = 0,13
20,2 = 0,11
20,3 = 0,10
20,4 = 0,05
20,5 = 0,03
x (mm)
12,6
5,3
2,6
0,3
0,7
Presença de
corrosão
x (mm)
16,6
13,2
8,0
*
0,6
Seção AA
x (mm)
3,0 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
11,6 (20 mm)
2,2 (25 mm)
Média
x = 23,1mm
Seção BB
x (mm)
26,0
24,7
22,3
19,4
Média
x = 24,9 mm
Seção BB
x (mm)
28,3
30,4
22,8
24,0
21,7
22,1
*
Zona de interface entre a pasta e o agregado.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
129
Tabela 4.17 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 1, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
12
d
1513 14
16
1817 2019
f
eg
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 2
Fissura e Fissura f
w
k
(mm)
e
1
= 0,03
e
2
= 0,04
w
k
(mm)
f
1
= 0,05
f
2
= 0,04
x (mm)
8,8
3,7
5,4
x (mm)
5,2
0,4
Presença de
corrosão
Seção AA
x (mm)
5,4 (20 mm)
1,5 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
5,5 (20 mm)
0,7 (25 mm)
Média
x = 20,9 mm
Seção BB
x (mm)
26,7
22,4
14,9
21,9
18,8
Média
x = 20,1 mm
Seção BB
x (mm)
19,8
16,5
21,4
23,7
19,2
20,3
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
130
Tabela 4.17 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 1, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Conclusão.
12
d
1513 14
16
1817 2019
f
eg
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 2
Fissura g
Média
x = 18,1 mm
Seção BB - x (mm)
w
k
(mm)
e
1
= 0,03
e
2
= 0,04
x (mm)
8,8
3,7
5,4
Seção AA
x (mm)
9,9 (20 mm)
1,9 (25 mm)
18,3
19,6
21,2
15,7
17,2
19,0
15,9
4.4.2. Determinação da frente de carbonatação nas fissuras da viga 2
O posicionamento das fissuras ao longo da viga, a abertura das fissuras, a
profundidade de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de 3 cm, a
carbonatação perpendicular (Seção AA) e ao longo da fissura (Seção BB) são apresentados na
tabela 4.18.
As fissuras marcadas com caneta azul surgiram durante a aplicação do carregamento e
as marcadas com caneta preta surgiram durante o período de pré-condicionamento e da
carbonatação acelerada, devido às acomodações da viga.
As aberturas das fissuras foram inferiores às exigências relativas à fissuração. O maior
valor de abertura de fissura determinado foi de 0,14 mm. Determinada a abertura das fissuras
a viga foi submetida à ciclos de molhagem e secagem durante um ano para posteriormente
determinar a carbonatação nas fissuras.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
131
Tabela 4.18 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 2, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continua.
ExtremidadeExtremidade
a 1b
Lado 1
Vão Central
2
34 5 c6 7 9e f8 d
Fissura a Fissura b
w
k
(mm)
D
1
= 0,06
D
2
= 0,05
w
k
(mm)
D
3
= 0,05
D
4
= 0,04
x (mm)
0,6
Presença de
espaçador na
região fissurada
x (mm)
1,0
0,0
Na posição da
fissura está
carbonatado
Na posição da
armadura
existem alguns
pontos de
carbonatação
Seção AA
x (mm)
11,8 (20 mm)
6,2 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
0,0 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Média
x = 21,8 mm
Seção BB
x (mm)
26,0
24,2
23,3
17,7
17,9
Média
x = 23,8 mm
Seção BB
x (mm)
30,2
26,3
33,0
27,7
19,9
15,0
14,3
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
132
Tabela 4.18 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 2, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
ExtremidadeExtremidade
a 1b
Lado 1
Vão Central
2
34 5 c6 7 9e f8d
Fissura 1 Fissura 2
w
k
(mm)
1,1 = 0,11
1,2 = 0,09
1,3 = 0,06
w
k
(mm)
2,1 = 0,10
2,2 = 0,07
2,3 = 0,07
x (mm)
1,7
0,0
x (mm)
Presença de
espaçador na
região
fissurada
Na posição da
fissura está
carbonatado
Presença de
carbonatação
na região da
armadura e
do espaçador
Seção AA
x (mm)
1,4 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
5,6 (20 mm)
1,7 (25 mm)
Média
x = 24,8 mm
Seção BB
x (mm)
24,2
28,6
24,0
22,0
25,4
Média
x = 28,0 mm
Seção BB
x (mm)
31,4
23,5
30,8
26,2
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
133
Tabela 4.18 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 2, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
ExtremidadeExtremidade
a 1b
Lado 1
Vão Central
2
34 5 c6 7 9e f8 d
Fissura 3 Fissura 4
w
k
(mm)
3,1 = 0,11
3,2 = 0,08
w
k
(mm)
4,1 = 0,10
4,2 = 0,08
4,3 = 0,07
x (mm)
0,8
0,4
0,0
x (mm)
1,8
0,7
0,0
Presença de
carbonatação
na posição da
armadura
Presença de
carbonatação
na fissura
Seção AA
x (mm)
4,1 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
0,7 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Média
x = 24,5 mm
Seção BB
x (mm)
27,8
21,3
25,5
24,1
23,8
Média
x = 25,7 mm
Seção BB
x (mm)
28,4
25,2
29,0
21,2
24,7
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
134
Tabela 4.18 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 2, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
ExtremidadeExtremidade
a 1b
Lado 1
Vão Central
2
34 5 c6 7 9e f8d
Fissura 5 Fissura c
w
k
(mm)
5,1 = 0,09
5,2 = 0,06
5,3 = 0,07
w
k
(mm)
D
5
= 0,06
x (mm)
2,5
1,1
0,0
x (mm)
2,0
0,0
Presença de
carbonatação
na região da
armadura e da
fissura
Presença de
carbonato na
fissura
Seção AA
x (mm)
1,6 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
1,0 (20 mm)
0,7 (25 mm)
Média
x = 25,2 mm
Seção BB
x (mm)
26,0
25,7
26,6
23,6
24,0
Média
x = 24,3 mm
Seção BB
x (mm)
23,6
16,8
23,4
25,9
31,8
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
135
Tabela 4.18 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 2, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
ExtremidadeExtremidade
a 1b
Lado 1
Vão Central
2
34 5 c6 7 9e f8 d
Fissura 6 Fissura 7
w
k
(mm)
6,1 = 0,09
6,2 = 0,08
6,3 = 0,07
6,4 = 0,06
w
k
(mm)
7,1 = 0,10
7,2 = 0,05
x (mm)
6,7
0,0
x (mm)
1,7
0,0
Carbonatação
na região da
armadura e da
fissura
Carbonatação
na região da
armadura e
da fissura.
Presença de
corrosão na
barra de aço
longitudinal
Seção AA
x (mm)
5,8 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
1,3 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Média
x = 22,0 mm
Seção BB
x (mm)
26,5
21,3
15,3
24,4
22,7
Média
x = 22,6 mm
Seção BB
x (mm)
22,1
29,7
22,0
22,0
17,2
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
136
Tabela 4.18 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 2, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
ExtremidadeExtremidade
a 1b
Lado 1
Vão Central
2
34 5 c6 7 9e f8d
Fissura 8 Fissura d
w
k
(mm)
8,1 = 0,14
8,2 = 0,09
8,3 = 0,06
8,4 = 0,05
w
k
(mm)
D = 0,05
Presença de
espaçador
x (mm)
0,0
Carbonatação na
região que se
posiciona o
espaçador
Carbonatação
na região da
armadura
Seção AA
x (mm)
6,0 (20 mm)
1,4 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
1,9 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Média
x = 26,6 mm
Seção BB
x (mm)
30,6
33,5
26,9
17,2
24,6
Média
x = 25,1 mm
Seção BB
x (mm)
15,0
28,8
33,3
19,0
23,7
30,8
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
137
Tabela 4.18 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 2, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
ExtremidadeExtremidade
a 1b
Lado 1
Vão Central
2
34 5 c6 7 9e f8 d
Fissura 9 Fissura e
w
k
(mm)
9,1 = 0,09
9,2 = 0,06
9,3 = 0,02
w
k
(mm)
D
6
= 0,06
D
7
= 0,05
x (mm)
4,8
0,4
0,0
Presença de
espaçador
Carbonatação
na região da
armadura e da
fissura
Carbonatação
na posição da
armadura e do
espaçador
Seção AA
x (mm)
1,6 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
1,6 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Média
x = 21,1 mm
Seção BB
x (mm)
22,3
17,7
23,7
23,3
16,8
22,9
Média
x = 20,7 mm
Seção BB
x (mm)
16,9
25,8
10,7
29,8
20,4
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
138
Tabela 4.18 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 2, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
ExtremidadeExtremidade
a 1b
Lado 1
Vão Central
2
34 5 c6 7 9e f8d
Fissura f Fissura g
w
k
(mm)
D
8
= 0,05
w
k
(mm)
D
9
= 0,09
D
10
= 0,05
x (mm)
4,9
0,4
0,0
x (mm)
0,9
0,0
Pontos de
carbonatação na
região da
armadura
Carbonatação
na região da
armadura
Seção AA
x (mm)
9,3 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
1,9 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Média
x = 23,2 mm
Seção BB
x (mm)
25,0
20,6
22,7
17,9
29,7
Média
x = 27,3 mm
Seção BB
x (mm)
33,3
31,3
25,5
23,9
22,5
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
139
Tabela 4.18 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 2, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
ExtremidadeExtremidade
g
i
Vão Central
1110 12
15
14 16 17
18
kj
Lado 2
h 13
19
Fissura 10 Fissura 11
w
k
(mm)
10,1 = 0,10
10,2 = 0,07
10,3 = 0,05
w
k
(mm)
11,1 = 0,10
11,2 = 0,09
11,3 = 0,07
11,4 = 0,05
Presença de
espaçador
x (mm)
21,8
0,0
Interface
pasta/agregado
Carbonatação na
região que se
encontra o
espaçador
Pontos de
carbonatação na
região da fissura
Seção AA
x (mm)
11,7 (20 mm)
7,1 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
1,5 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Média
x = 25,1 mm
Seção BB
x (mm)
21,6
23,8
29,0
28,0
23,3
Média
x = 27,3 mm
Seção BB
x (mm)
31,3
25,6
32,7
29,6
24,4
20,0
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
140
Tabela 4.18 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 2, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
ExtremidadeExtremidade
g
i
Vão Central
1110 12
15
14 16 17
18
kj
Lado 2
h 13
19
Fissura 12 Fissura h
w
k
(mm)
12,1 = 0,11
12,2 = 0,08
12,3 = 0,07
12,4 = 0,06
w
k
(mm)
D
11
= 0,07
D
12
= 0,06
x (mm)
4,9
0,8
0,0
x (mm)
5,4
0,8
0,0
Pontos de
carbonatação na
região da
armadura e da
fissura
Pontos de
carbonatação na
região da
armadura e da
fissura
Seção AA
x (mm)
5,2 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
1,6 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Média
x = 24,0 mm
Seção BB
x (mm)
27,7
25,0
21,4
24,8
20,9
Média
x = 27,7 mm
Seção BB
x (mm)
24,6
20,8
34,4
30,4
28,7
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
141
Tabela 4.18 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 2, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
ExtremidadeExtremidade
g
i
Vão Central
1110 12
15
14 16 17
18
kj
Lado 2
h 13
19
Fissura 13 Fissura 14
w
k
(mm)
13,1 = 0,09
13,2 = 0,07
13,3 = 0,08
w
k
(mm)
14,1 = 0,09
14,2 = 0,07
14,3 = 0,05
14,4 = 0,04
Presença de
espaçador
x (mm)
1,8
0,0
Seção AA
x (mm)
8,3 (20 mm)
4,9 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
2,3 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Média
x = 18,1 mm
Seção BB
x (mm)
18,8
19,6
19,5
19,8
12,3
18,9
Média
x = 30,4 mm
Seção BB
x (mm)
35,5
32,3
34,3
22,8
27,1
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
142
Tabela 4.18 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 2, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
ExtremidadeExtremidade
g
i
Vão Central
1110 12
15
14 16 17
18
kj
Lado 2
h 13
19
Fissura 15 Fissura 16
w
k
(mm)
15,1 = 0,07
15,2 = 0,07
15,3 = 0,07
15,4 = 0,07
15,5 = 0,04
w
k
(mm)
16,1 = 0,08
16,2 = 0,08
16,3 = 0,06
16,4 = 0,05
x (mm)
11,2
0,0
Interface
pasta/agregado
x (mm)
1,1
0,0
Carbonatação na
região da fissura
e da armadura
Carbonatação
na região da
fissura e da
armadura.
Presença de
corrosão na
barra de aço
longitudinal.
Seção AA
x (mm)
1,8 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
2,2 (20 mm)
2,1 (25 mm)
Média
x = 29,4 mm
Seção BB
x (mm)
33,8
37,2
33,0
31,4
22,2
19,1
Média
x = 29,3 mm
Seção BB
x (mm)
38,1
33,0
37,3
20,3
26,4
20,7
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
143
Tabela 4.18 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 2, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
ExtremidadeExtremidade
g
i
Vão Central
1110 12
15
14 16 17
18
kj
Lado 2
h 13
19
Fissura i Fissura 17
w
k
(mm)
D
13
= 0,08
D
14
= 0,06
w
k
(mm)
17,1 = 0,09
17,2 = 0,08
17,3 = 0,07
17,4 = 0,07
x (mm)
4,9
1,4
0,0
Presença de
espaçador
Carbonatação
na região da
fissura e da
armadura.
Presença de
corrosão na
barra de aço
longitudinal.
Carbonatação
na posição da
armadura e do
espaçador
Seção AA
x (mm)
1,2 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
6,8 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Média
x = 24,1 mm
Seção BB
x (mm)
35,8
24,4
19,7
21,4
19,0
Média
x = 15,8 mm
Seção BB
x (mm)
12,6
13,8
19,4
11,7
21,4
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
144
Tabela 4.18 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 2, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
ExtremidadeExtremidade
g
i
Vão Central
1110 12
15
14 16 17
18
kj
Lado 2
h 13
19
Fissura 18 Fissura 19
w
k
(mm)
18,1 = 0,12
18,2 = 0,08
18,3 = 0,04
18,4 = 0,04
w
k
(mm)
19,1 = 0,09
19,2 = 0,09
19,3 = 0,06
x (mm)
0,8
0,0
x (mm)
1,7
Interface
pasta/agregado
Carbonatação na
fissura
Carbonatação
na região da
armadura.
Seção AA
x (mm)
1,4 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
1,8 (20 mm)
1,7 (25 mm)
Média
x = 30,5 mm
Seção BB
x (mm)
33,3
26,9
29,5
35,5
27,5
Média
x = 29,4 mm
Seção BB
x (mm)
36,3
25,6
22,7
35,9
26,5
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
145
Tabela 4.18 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 2, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Conclusão.
ExtremidadeExtremidade
g
i
Vão Central
1110 12
15
14 16 17
18
kj
Lado 2
h 13
19
Fissura j Fissura k
w
k
(mm)
D
15
= 0,07
D
16
= 0,06
w
k
(mm)
D
17
= 0,05
D
18
= 0,02
Presença de
espaçador
x (mm)
5,8
0,0
Carbonatação
na região da
armadura e
do espaçador
Não foi
observada a
presença da
carbonatação
na região da
armadura.
Seção AA
x (mm)
7,3 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
5,5 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Média
x = 26,8 mm
Seção BB
x (mm)
20,3
28,3
31,8
23,5
30,4
Média
x = 20,1 mm
Seção BB
x (mm)
29,4
22,3
14,4
20,0
14,6
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
146
Nos corpos-de-prova referentes à seção AA que foram possíveis realizar a leitura da
profundidade de carbonatação foi obtido uma valor médio de 3,8 mm na posição de 2 cm e
0,9 mm na posição de 2,5 cm. Para as seções BB que foram determinadas as profundidades de
carbonatação obteve-se um valor médio de 24,8 mm.
O valor da profundidade de carbonatação na região tracionada e não fissurada desta
viga foi de 18,0 mm e na região fissurada foi de aproximadamente 24,8 mm, o que
corresponde a um aumento de 38%. Esta tendência indica o quanto a fissura facilita a difusão
da frente de carbonatação. Comparando o comportamento da região fissurada com a
carbonatação determinada nos corpos-de-prova, que foi de 21,9 mm, verifica-se um aumento
de 13% na profundidade de carbonatação. Isto indica que o estudo da carbonatação por meio
de corpos-de-prova não é representativo quando na região das fissuradas.
4.4.3. Determinação da frente de carbonatação nas fissuras da viga 3
O posicionamento das fissuras ao longo da viga, a abertura das fissuras, a
profundidade de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de 3 cm, a
carbonatação perpendicular (Seção AA) e ao longo da fissura (Seção BB) são apresentados na
tabela 4.19.
A carbonatação determinada na seção AA foi realizada com espessuras de 2,0 cm e
2,5 cm, simulando cobrimentos com tais medidas. Foi observado que quanto maior a
espessura menor o valor da carbonatação na fissura, comportamento já observado nas vigas 1
e 2.
O maior valor de abertura de fissura determinado foi de 0,15 mm, sendo este inferior
ao valor de abertura de fissura recomendado para a classe de agressividade ambiental muito
forte que é de 0,2 mm segundo a NBR 6118 (2003).
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
147
Tabela 4.19 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 3, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continua.
Extremidade
Lado 1
Vão Central
72
b
543c6
Extremidade
9d
8
e
f
1a
g
m
Fissura a Fissura b
w
k
(mm)
a
1
= 0,06
a
2
= 0,04
a
3
= 0,03
w
k
(mm)
b
1
= 0,11
b
2
= 0,07
b
3
= 0,04
x (mm)
1,5
0,0
x (mm)
1,1
0,5
0,0
Presença de
carbonatação
na armadura
Não foi
observada a
presença da
carbonatação
na região da
fissura.
Seção AA
x (mm)
0,0 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
1,6 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Média
x = 16,8 mm
Seção BB
x (mm)
27,5
22,6
18,4
15,8
14,6
14,0
12,0
9,8
Média
x = 17,9 mm
Seção BB
x (mm)
22,3
17,4
23,5
15,5
17,9
17,1
11,4
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
148
Tabela 4.19 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 3, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
Extremidade
Lado 1
Vão Central
72
b
543c6
Extremidade
9d
8
e
f
1a
g
m
Fissura 1 Fissura 2
w
k
(mm)
1,1 = 0,10
1,2 = 0,07
1,3 = 0,08
1,4 = 0,06
1,5 = 0,03
w
k
(mm)
2,1 = 0,11
2,2 = 0,10
2,3 = 0,08
2,4 = 0,08
2,5 = 0,04
x (mm)
1,4
0,3
0,0
x (mm)
1,9
0,0
Presença de
carbonatação
na armadura
Presença de
carbonatação
na fissura
Seção AA
x (mm)
0,0 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
1,8 (20 mm)
1,0 (25 mm)
Média
x = 16,5 mm
Seção BB
x (mm)
22,9
19,9
16,8
14,6
11,2
13,5
Média
x = 16,6 mm
Seção BB
x (mm)
15,3
14,2
20,5
12,2
22,8
13,6
17,8
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
149
Tabela 4.19 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 3, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
Extremidade
Lado 1
Vão Central
72
b
543c6
Extremidade
9d
8
e
f
1a
g
m
Fissura 3 Fissura 4
w
k
(mm)
3,1 = 0,15
3,2 = 0,10
3,3 = 0,07
3,4 = 0,05
3,5 = 0,04
3,6 = 0,03
w
k
(mm)
4,1 = 0,13
4,2 = 0,09
4,3 = 0,08
4,4 = 0,06
4,5 = 0,05
4,6 = 0,03
x (mm)
2,2
0,6
0,0
x (mm)
0,9
0,0
Não foi
observada a
presença de
carbonatação
na região da
fissura.
Não foi
observada a
presença de
carbonatação
na região da
fissura.
Seção AA
x (mm)
5,5 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
0,0 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Média
x = 17,9 mm
Seção BB
x (mm)
26,1
16,0
13,2
15,8
17,4
19,2
Média
x = 25,6 mm
Seção BB
x (mm)
30,3
26,6
19,9
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
150
Tabela 4.19 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 3, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
Extremidade
Lado 1
Vão Central
72
b
543c6
Extremidade
9d
8
ef
1a
g
m
Fissura 5 Fissura c
w
k
(mm)
5,1 = 0,13
5,2 = 0,10
5,3 = 0,06
5,4 = 0,05
5,5 = 0,05
5,6 = 0,03
w
k
(mm)
c
1
= 0,10
c
2
= 0,08
c
3
= 0,06
c
4
= 0,05
c
5
= 0,02
x (mm)
3,6
0,5
0,0
x (mm)
1,0
0,5
0,0
Presença da
carbonatação
na região da
fissura.
Presença da
carbonatação
na região da
fissura.
Seção AA
x (mm)
0,0 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
9,3 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Média
x = 26,1 mm
Seção BB
x (mm)
28,7
31,8
30,8
26,0
13,0
Média
x = 26,0 mm
Seção BB
x (mm)
29,8
24,5
27,0
22,3
27,4
24,9
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
151
Tabela 4.19 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 3, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
Extremidade
Lado 1
Vão Central
72
b
543c6
Extremidade
9d
8
e
f
1a
g
m
Fissura 6 Fissura 7
w
k
(mm)
6,1 = 0,11
6,2 = 0,09
6,3 = 0,06
6,4 = 0,06
6,5 = 0,05
6,6 = 0,04
w
k
(mm)
7,1 = 0,11
7,2 = 0,07
7,3 = 0,06
7,4 = 0,04
x (mm)
0,0
x (mm)
1,7
0,4
0,0
Presença da
carbonatação
na região da
armadura.
Presença da
carbonatação
na região da
fissura.
Seção AA
x (mm)
4,6 (20 mm)
1,4 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
0,0 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Média
x = 28,9 mm
Seção BB
x (mm)
36,4
28,4
32,7
15,1
30,2
30,6
Média
x = 26,2 mm
Seção BB
x (mm)
30,9
22,1
23,2
19,8
32,0
29,3
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
152
Tabela 4.19 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 3, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
Extremidade
Lado 1
Vão Central
72
b
543c6
Extremidade
9d
8
e
f
1a
g
m
Fissura 8 Fissura d
w
k
(mm)
8,1 = 0,12
8,2 = 0,10
8,3 = 0,09
8,4 = 0,07
8,5 = 0,06
8,6 = 0,04
w
k
(mm)
d
1
= 0,09
d
2
= 0,09
d
3
= 0,05
d
4
= 0,04
x (mm)
1,5
0,0
x (mm)
1,0
0,8
0,0
Presença da
carbonatação
na região da
fissura e da
armadura.
Pontos de
carbonatação
na região da
armadura.
Seção AA
x (mm)
1,2 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
3,1 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Média
x = 23,8 mm
Seção BB
x (mm)
34,3
29,3
18,3
21,9
21,1
18,2
Média
x = 20,6 mm
Seção BB
x (mm)
13,1
28,8
27,7
23,9
29,1
9,3
12,5
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
153
Tabela 4.19 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 3, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
Extremidade
Lado 1
Vão Central
72
b
543c6
Extremidade
9d
8
e
f
1a
g
m
Fissura 9 Fissura e
w
k
(mm)
9,1 = 0,10
9,2 = 0,08
9,3 = 0,05
9,4 = 0,05
9,5 = 0,03
w
k
(mm)
e
1
= 0,05
e
2
= 0,05
x (mm)
1,7
0,6
0,0
x (mm)
0,0
Não foi
observada a
presença da
carbonatação
na região da
fissura e da
armadura.
Presença de
carbonatação
e pontos de
corrosão na
região da
armadura.
Seção AA
x (mm)
0,0 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
---
Média
x = 17,4 mm
Seção BB
x (mm)
12,4
16,4
27,6
18,2
21,0
14,7
11,9
Média
x = 10,7 mm
Seção BB
x (mm)
9,0
12,7
7,8
14,6
9,7
9,8
11,6
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
154
Tabela 4.19 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 3, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
Extremidade
Lado 1
Vão Central
72
b
543c6
Extremidade
9d
8
e
f
1a
g
m
Fissura f Fissura g
w
k
(mm)
f
1
= 0,06
f
2
= 0,06
w
k
(mm)
g
1
= 0,06
g
2
= 0,04
x (mm)
0,0
x (mm)
0,8
0,0
Presença da
carbonatação
na região da
armadura.
Presença da
carbonatação
na região da
fissura.
---
Seção AA
x (mm)
---
Seção AA
x (mm)
0,00 (20 mm)
0,00 (25 mm)
Média
x = 18,6 mm
Seção BB
x (mm)
22,1
17,2
19,3
25,2
19,7
10,3
16,1
Média
x = 17,7 mm
Seção BB
x (mm)
28,1
19,5
15,1
12,2
13,8
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
155
Tabela 4.19 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 3, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
Extremidade
Lado 1
Vão Central
72
b
543c6
Extremidade
9d
8
ef
1a
g
m
Fissura m Fissura h
w
k
(mm)
m
1
= 0,06
m
2
= 0,05
w
k
(mm)
h
1
= 0,07
h
2
= 0,05
h
3
= 0,04
x (mm)
0,6
0,0
x (mm)
3,6
2,2
0,0
Não foi
observada a
presença da
carbonatação
na região da
fissura.
Pontos de
carbonatação
na região da
armadura.
Seção AA
x (mm)
1,3 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
0,0 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Média
x = 16,2 mm
Seção BB
x (mm)
15,3
16,4
15,7
14,9
19,0
18,2
14,0
Média
x = 9,3 mm
Seção BB
x (mm)
9,3
11,6
9,0
9,5
7,4
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
156
Tabela 4.19 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 3, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
Extremidade
Lado 2
Vão Central Extremidade
11
L
15
13
12
16
18
17
19
j
10h
k
14
i
Fissura L Fissura 10
w
k
(mm)
L
1
= 0,07
L
2
= 0,05
w
k
(mm)
10,1 = 0,09
10,2 = 0,07
10,3 = 0,02
x (mm)
0,7
0,0
x (mm)
0,9
0,0
Presença da
carbonatação
na região da
armadura e
do espaçador.
Pontos de
carbonatação
na região da
fissura e da
armadura.
Seção AA
x (mm)
2,2 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
3,3 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Média
x = 14,7 mm
Seção BB
x (mm)
23,7
15,9
8,7
15,5
8,8
15,7
Média
x = 18,1 mm
Seção BB
x (mm)
30,1
23,6
19,3
13,6
16,5
9,7
14,3
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
157
Tabela 4.19 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 3, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
Extremidade
Lado 2
Vão Central Extremidade
11
L
15
13
12
16
18
17
19
j
10h
k
14
i
Fissura 11 Fissura 12
w
k
(mm)
11,1 = 0,12
11,2 = 0,10
11,3 = 0,08
11,4 = 0,06
11,5 = 0,04
w
k
(mm)
12,1 = 0,13
12,2 = 0,09
12,3 = 0,08
12,4 = 0,05
x (mm)
0,5
0,1
0,0
x (mm)
0,0
Pontos de
carbonatação
na região da
fissura.
Presença da
carbonatação
na região da
armadura.
Seção AA
x (mm)
1,9 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
1,8 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Média
x = 25,8 mm
Seção BB
x (mm)
29,5
32,7
21,3
27,8
22,9
30,9
15,7
Média
x = 25,2 mm
Seção BB
x (mm)
43,3
40,8
26,9
16,3
14,9
17,7
16,3
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
158
Tabela 4.19 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 3, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
Extremidade
Lado 2
Vão Central Extremidade
11
L
15
13
12
16
18
17
19
j
10h
k
14
i
Fissura 13 Fissura 14
w
k
(mm)
13,1 = 0,10
13,2 = 0,08
13,3 = 0,07
13,4 = 0,05
13,5 = 0,03
w
k
(mm)
14,1 = 0,13
14,2 = 0,09
14,3 = 0,08
14,4 = 0,05
14,5 = 0,03
x (mm)
0,3
0,1
0,0
x (mm)
1,0
0,2
0,0
Presença de
carbonatação
na região da
armadura.
Presença da
carbonatação
na região da
fissura e da
armadura.
Média
x = 17,5 mm
Seção BB
x (mm)
23,5
17,7
13,7
20,4
15,7
14,0
17,9
Média
x = 28,5 mm
Seção BB
x (mm)
36,1
28,7
29,9
24,7
23,3
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
159
Tabela 4.19 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 3, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
Extremidade
Lado 2
Vão Central
Extremidade
11
L
15
13
12
16
18
17
19
j
10h
k
14
i
Fissura i Fissura 15
w
k
(mm)
i
1
= 0,07
i
2
= 0,05
i
3
= 0,04
i
4
= 0,04
i
5
= 0,03
w
k
(mm)
15,1 = 0,12
15,2 = 0,07
15,3 = 0,05
15,4 = 0,05
x (mm)
1,0
0,0
x (mm)
0,6
0,2
0,1
0,1
Presença de
carbonatação
na região da
fissura e da
armadura.
Presença de
carbonatação
na região da
fissura.
Seção AA
x (mm)
5,3 (20 mm)
1,9 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
5,7 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Média
x = 23,1 mm
Seção BB
x (mm)
36,8
26,5
13,3
16,6
19,3
23,5
25,7
Seção BB
x (mm)
> 30,0
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
160
Tabela 4.19 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 3, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
Extremidade
Lado 2
Vão Central Extremidade
11
L
15
13
12
16
18
17
19
j
10h
k
14
i
Fissura 16 Fissura 17
w
k
(mm)
16,1 = 0,15
16,2 = 0,09
16,3 = 0,07
16,4 = 0,05
16,5 = 0,03
w
k
(mm)
17,1 = 0,13
17,2 = 0,09
17,3 = 0,06
17,4 = 0,06
17,5 = 0,04
x (mm)
2,0
1,6
0,1
0,1
x (mm)
4,0
0,2
0,1
0,1
Presença de
carbonatação
na região da
fissura.
Presença de
carbonatação
na região da
fissura.
Seção AA
x (mm)
9,3 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
1,2 (20 mm)
--- (25 mm)
Média
x = 20,5 mm
Seção BB
x (mm)
20,6
14,8
26,0
19,1
25,7
16,6
Seção BB
x (mm)
> 30,0
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
161
Tabela 4.19 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 3, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Continuação.
Extremidade
Lado 2
Vão Central Extremidade
11
L
15
13
12
16
18
17
19
j
10h
k
14
i
Fissura 18 Fissura 19
w
k
(mm)
18,1 = 0,10
18,2 = 0,07
18,3 = 0,06
18,4 = 0,05
18,5 = 0,02
w
k
(mm)
19,1 = 0,11
19,2 = 0,07
19,3 = 0,05
19,4 = 0,04
19,5 = 0,02
x (mm)
0,2
0,1
0,1
x (mm)
0,0
Presença de
carbonatação
na região da
fissura e da
armadura.
Pontos de
carbonatação
na região da
armadura.
Seção AA
x (mm)
0,0 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Seção AA
x (mm)
0,0 (20 mm)
0,0 (25 mm)
Média
x = 23,7 mm
Seção BB
x (mm)
38,6
25,6
28,0
24,9
28,5
15,3
12,9
27,8
13,6
21,9
Média
x = 22,0 mm
Seção BB
x (mm)
28,1
25,3
36,1
31,4
27,8
15,3
11,9
14,8
19,9
9,8
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
162
Tabela 4.19 – Posicionamento das fissuras ao longo da viga 3, abertura das fissuras,
profundidade da frente de carbonatação ao longo da fissura e na posição com cobrimento de
3 cm, carbonatação nas seções AA e BB. Conclusão.
Extremidade
Lado 2
Vão Central Extremidade
11
L
15
13
12
16
18
17
19
j
10h
k
14
i
Fissura j Fissura k
w
k
(mm)
j
1
= 0,07
j
2
= 0,05
j
3
= 0,05
j
4
= 0,03
w
k
(mm)
k
1
= 0,07
k
2
= 0,05
k
3
= 0,03
x (mm)
0,2
0,0
x (mm)
0,0
---
Sem documento
fotográfico
---
Seção AA
x (mm)
---
Sem documento
fotográfico
---
Seção BB
x (mm)
> 30,0
Sem documento
fotográfico
---
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
163
Nos corpos-de-prova referentes à seção AA que foram possíveis realizar a leitura da
profundidade de carbonatação foi obtido uma valor médio de 2,3 mm na posição de 2 cm e
0,2 mm na posição de 2,5 cm.
Nas seções BB foi determinado um valor médio de 21,4 mm de profundidade de
carbonatação e na região tracionada não fissurada da viga foi de 14,4 mm. Esta variação nas
leituras de carbonatação corresponde a um aumento de 48%, indicando a facilidade de difusão
da frente de carbonatação na região fissurada. Comparando o comportamento da região
fissurada com a carbonatação determinada nos corpos-de-prova, que foi de 13,8 mm, verifica-
se um aumento de 55% na profundidade de carbonatação. Isto indica que o estudo da
carbonatação por meio de corpos-de-prova é invalidado para regiões fissuradas.
4.4.4. Análise dos resultados da carbonatação em fissuras das vigas 1, 2 e 3
Comparando os resultados de carbonatação na seção BB das vigas 1, 2 e 3
observaram-se uma mesma tendência de comportamento ao longo da fissura, Figura 4.48. O
valor médio da profundidade de carbonatação nas fissuras ficou entre 20 e 25 mm, mas vale
ressaltar que em várias regiões da fissura a armadura que estava posicionada a 30 mm foi
atingida. As fissuras proporcionam um caminho preferencial para a difusão do dióxido de
carbono invalidando a eficiência do concreto de elevado desempenho para idades avançadas.
0
5
10
15
20
25
30
Corte BB
x (mm)
Viga 1
Viga 2
Vi
g
a 3
Figura 4.48 – Profundidade da frente de carbonatação medida na seção BB das vigas 1, 2 e 3.
Na figura 4.49 são apresentados os valores da profundidade de carbonatação obtidos
em uma determinada posição da fissura e com espessura do cobrimento de 2,0 cm e 2,5 cm,
seção AA. Observa-se que para todas as vigas foram obtidos maiores valores de profundidade
de carbonatação para um cobrimento com espessura de 2,0 cm. A redução da profundidade de
carbonatação em direção ao interior da fissura deve-se à redução da intensidade de difusão do
CO
2
. Os menores valores de carbonatação são atribuídos às vigas 2 e 3 com adição de SFS e
SCA respectivamente, sendo a sílica da casca de arroz mais eficiente.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
164
0
1
2
3
4
5
6
2,5 cm 2,0 cm
x (mm)
Viga 1
Viga 2
Viga 3
3 cm
Fissura
Fissura
2 cm
2,5 cm
Região carbonatada
Região não carbonatada
Leitura
Figura 4.49 – Profundidade da frente de carbonatação medida na posição da fissura em
espessuras de cobrimento de 2,0 cm e 2,5 cm, para as vigas 1, 2 e 3.
São apresentados no gráfico da figura 4.50 os valores médios da profundidade e
carbonatação determinados ao longo de todo o comprimento das fissuras referentes às vigas 1,
2 e 3. Estas leituras foram realizadas na posição em que o cobrimento tem uma espessura de
3,0 cm. Estes resultados não são comparativos aos apresentados no gráfico da figura 4.49
porque aquelas leituras foram realizadas em uma determinada posição da fissura e estas foram
realizadas em toda a sua extensão. Novamente as vigas com adição de sílica foram as que
apresentaram menores profundidades de carbonatação e com um maior destaque para a SCA,
viga 3.
0
1
2
3
4
5
Vi
g
as
x (mm)
Viga 1
Viga 2
Vi
g
a 3
Figura 4.50 – Profundidade da frente de carbonatação medida ao longo de todo o
comprimento da fissura e na espessura de 3,0 cm de cobrimento, para as vigas 1, 2 e 3.
Conforme observado nos documentos fotográficos apresentados nas tabelas 4.17, 4.18
e 4.19, a espessura do cobrimento foi satisfatória para as regiões sem a presença de fissuras,
uma vez que a armadura não foi atingida pela frente de carbonatação. Na região fissurada a
função de proteção do cobrimento foi invalidada, o que facilitou a difusão do dióxido de
carbono para regiões internas da viga, despassivou a armadura e com a presença da umidade
desencadeou a corrosão.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
165
4.4.5. Determinação da frente de carbonatação nas fissuras do modelo 1
Nas vigas em escala reduzida foram realizados os mesmos ensaios referentes às vigas
em escala natural, com exceção dos ciclos de secagem e molhagem para verificar o possível
surgimento da corrosão.
O posicionamento das fissuras, as aberturas de fissuras, o concreto que foi extraído da
viga na região fissurada, a carbonatação determinada na seção BB ao longo da fissura são
apresentados na tabela 4.20. Não foi possível determinar os valores de carbonatação ao longo
do comprimento da fissura e nem na posição da seção AA, uma vez que a profundidade de
carbonatação foi superior ao cobrimento dos modelos.
A utilização de modelos físicos reduzidos com o fator de escala 1:5,0 não foi
satisfatória para comparar o comportamento da frente de carbonatação na fissura uma vez que
a carbonatação foi superior à esperada.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
166
Tabela 4.20 – Posicionamento das fissuras no modelo 1, abertura das fissuras, concreto
extraído na posição da fissura, carbonatação na seção BB.Continua.
1
2
876345
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 1
Fissura 1
w
k
(mm)
1,1 = 0,05
1,2 = 0,04
1,3 = 0,03
1,4 = 0,03
1,5 = 0,02
Fissura 2
w
k
(mm)
2,1 = 0,06
2,2 = 0,06
2,3 = 0,05
2,4 = 0,03
2,5 = 0,02
Carbonatado
na posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado
na posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
10,7
Seção BB
x (mm)
11,0
Fissura 3
w
k
(mm)
3,1 = 0,04
3,2 = 0,03
3,3
= 0,03
3,4 = 0,02
3,5 = 0,02
Fissura 4
w
k
(mm)
4,1 = 0,05
4,2 = 0,04
4,3
= 0,03
4,4 = 0,02
Carbonatado
na posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado
na posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
> 7,0
Seção BB
x (mm)
> 7,6
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
167
Tabela 4.20 – Posicionamento das fissuras no modelo 1, abertura das fissuras, concreto
extraído na posição da fissura, carbonatação na seção BB. Continuação.
1
2
876345
Extremidade o Central Extremidade
Lado 1
Fissura 5
w
k
(mm)
5,1 = 0,05
5,2 = 0,04
5,3
= 0,04
5,4 = 0,03
5,5 = 0,02
Fissura 6
w
k
(mm)
6,1 = 0,03
6,2 = 0,02
6,3
= 0,02
Carbonatado
na posição
da armadura
e da fissura
Carbonatado
na posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
10,4
Seção BB
x (mm)
8,8
Fissura 7
w
k
(mm)
7,1 = 0,02
7,2 = 0,02
Fissura 8
w
k
(mm)
8,1 = 0,03
8,2 = 0,03
8,3 = 0,04
8,4 = 0,03
8,5 = 0,02
Carbonatado
na posição
da armadura
e da fissura
Carbonatado
na posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
9,6
Seção BB
x (mm)
> 10,0
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
168
Tabela 4.20 – Posicionamento das fissuras no modelo 1, abertura das fissuras, concreto
extraído na posição da fissura, carbonatação na seção BB. Continuação.
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 2
17
16
91012 15141311
Fissura 9
w
k
(mm)
9,1 = 0,05
9,2 = 0,04
9,3
= 0,04
9,4 = 0,02
Fissura 10
w
k
(mm)
10,1 = 0,05
10,2 = 0,05
10,3 = 0,05
10,4 = 0,03
10,5 = 0,02
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado
na posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
11,6
Seção BB
x (mm)
7,6
Fissura 11
w
k
(mm)
11,1 = 0,02
11,2 = 0,01
Fissura 12
w
k
(mm)
12,1 = 0,03
12,2 = 0,02
12,3 = 0,02
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
10,9
Seção BB
x (mm)
8,8
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
169
Tabela 4.20 – Posicionamento das fissuras no modelo 1, abertura das fissuras, concreto
extraído na posição da fissura, carbonatação na seção BB. Concluo.
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 2
17
16
91012 15141311
Fissura 13
w
k
(mm)
13,1 = 0,05
13,2 = 0,06
13,3
= 0,03
13,4 = 0,02
13,5 = 0,02
Fissura 14
w
k
(mm)
14,1 = 0,04
14,2 = 0,03
14,3
= 0,03
14,4 = 0,02
14,5 = 0,02
Carbonatado
na posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
10,2
Seção BB
x (mm)
11,2
Fissura 15
w
k
(mm)
15,1 = 0,04
15,2 = 0,04
15,3 = 0,03
15,4 = 0,03
15,5 = 0,02
Fissura 16
w
k
(mm)
16,1 = 0,05
16,2 = 0,04
16,3 = 0,03
16,4 = 0,03
16,5 = 0,02
Carbonatado
na posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
---
Seção BB
x (mm)
> 10,0
Fissura 17
w
k
(mm)
17,1 = 0,04
17,2 = 0,03
17,3
= 0,03
17,4 = 0,02
17,5 = 0,02
Seção BB
x (mm)
9,2
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
170
4.4.6. Determinação da frente de carbonatação nas fissuras do modelo 2
No modelo 2 foi observado o mesmo comportamento do modelo 1. O posicionamento
das fissuras, as aberturas de fissuras, o concreto que foi extraído da viga na região fissurada, a
carbonatação determinada na seção BB ao longo da fissura são apresentados na tabela 4.21.
Tabela 4.21 – Posicionamento das fissuras no modelo 2, abertura das fissuras, concreto
extraído na posição da fissura, carbonatação na seção BB. Continua.
1
2
876345
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 1
109
Fissura 1
w
k
(mm)
1,1 = 0,07
1,2 = 0,04
1,3 = 0,02
Fissura 2
w
k
(mm)
2,1 = 0,05
2,2 = 0,04
2,3 = 0,02
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
9,2
Seção BB
x (mm)
> 6,2
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
171
Tabela 4.21 – Posicionamento das fissuras no modelo 2, abertura das fissuras, concreto
extraído na posição da fissura, carbonatação na seção BB. Continuação.
1
2
876345
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 1
109
Fissura 3
w
k
(mm)
3,1 = 0,05
3,2 = 0,05
3,3 = 0,04
3,4 = 0,04
3,5 = 0,02
Fissura 4
w
k
(mm)
4,1 = 0,05
4,2 = 0,05
4,3 = 0,02
Carbonatado na
posição da
armadura
Carbonatado
na posição
da armadura
e da fissura
Seção BB
x (mm)
10,5
6,9
Seção BB
x (mm)
7,8
Fissura 5
w
k
(mm)
5,1 = 0,07
5,2 = 0,04
5,3 = 0,05
5,4 = 0,03
5,5 = 0,03
Fissura 6
w
k
(mm)
6,1 = 0,05
6,2 = 0,03
6,3 = 0,02
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado
na posição
da armadura
e da fissura
Seção BB
x (mm)
7,5
Seção BB
x (mm)
> 10,2
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
172
Tabela 4.21 – Posicionamento das fissuras no modelo 2, abertura das fissuras, concreto
extraído na posição da fissura, carbonatação na seção BB. Continuação.
1
2
876345
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 1
109
Fissura 7
w
k
(mm)
7,1 = 0,10
7,2 = 0,08
7,3 = 0,05
7,4 = 0,04
7,5 = 0,03
Fissura 8
w
k
(mm)
8,1 = 0,06
8,2 = 0,05
8,3 = 0,04
8,4 = 0,04
8,5 = 0,03
8,6 = 0,02
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado
na posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
9,2
8,1
7,6
Seção BB
x (mm)
---
Fissura 9
w
k
(mm)
9,1 = 0,04
9,2 = 0,03
9,3 = 0,03
Fissura 10
w
k
(mm)
10,1 = 0,06
10,2 = 0,03
10,3 = 0,03
10,4 = 0,02
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado
na posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
---
Seção BB
x (mm)
> 6,3
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
173
Tabela 4.21 – Posicionamento das fissuras no modelo 2, abertura das fissuras, concreto
extraído na posição da fissura, carbonatação na seção BB. Continuação.
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 2
20
19
13 14 15 18171611 12
Fissura 11
w
k
(mm)
11,1 = 0,06
11,2 = 0,05
11,3 = 0,03
11,4 = 0,05
11,5 = 0,05
11,6 = 0,02
Fissura 12
w
k
(mm)
12,1 = 0,08
12,2 = 0,06
12,3 = 0,06
12,4 = 0,05
12,5 = 0,04
12,6 = 0,02
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Sem documento
fotográfico
---
Seção BB
x (mm)
9,1
Seção BB
x (mm)
> 8,6
Fissura 13
w
k
(mm)
13,1 = 0,05
13,2 = 0,05
13,3 = 0,04
13,4 = 0,03
13,5 = 0,02
Fissura 14
w
k
(mm)
14,1 = 0,08
14,2 = 0,07
14,3 = 0,06
14,4 = 0,04
14,5 = 0,03
14,6 = 0,02
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
> 5,1
Seção BB
x (mm)
7,7
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
174
Tabela 4.21 – Posicionamento das fissuras no modelo 2, abertura das fissuras, concreto
extraído na posição da fissura, carbonatação na seção BB. Continuação.
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 2
20
19
13 14 15 18171611 12
Fissura 15
w
k
(mm)
15,1 = 0,03
15,2 = 0,02
15,3 = 0,02
15,4 = 0,02
Fissura 16
w
k
(mm)
16,1 = 0,06
16,2 = 0,05
16,3 = 0,04
16,4 = 0,03
16,5 = 0,04
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
> 7,9
Sem documento
fotográfico
Seção BB
x (mm)
> 9,2
Fissura 17
w
k
(mm)
17,1 = 0,04
17,2 = 0,03
17,3 = 0,02
17,4 = 0,02
Fissura 18
w
k
(mm)
18,1 = 0,05
18,2 = 0,04
18,3 = 0,02
18,4 = 0,02
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Sem documento
fotográfico
Seção BB
x (mm)
> 10,4
Sem documento
fotográfico
Seção BB
x (mm)
> 9,0
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
175
Tabela 4.21 – Posicionamento das fissuras no modelo 2, abertura das fissuras, concreto
extraído na posição da fissura, carbonatação na seção BB. Concluo.
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 2
20
19
13 14 15 18171611 12
Fissura 19
w
k
(mm)
19,1 = 0,05
19,2 = 0,03
19,3 = 0,02
19,4 = 0,02
Fissura 20
w
k
(mm)
20,1 = 0,06
20,2 = 0,06
20,3 = 0,04
20,4 = 0,03
20,5 = 0,02
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
> 10,0
Seção BB
x (mm)
> 10,8
4.4.7. Determinação da frente de carbonatação nas fissuras do modelo 3
Na tabela 4.22 apresenta-se o posicionamento das fissuras ao longo do modelo 3, as
aberturas das fissuras, o concreto que foi extraído na posição da fissura e a carbonatação
observada na seção BB. O modelo 3 apresentou o mesmo comportamento dos modelos 1 e 2,
mas a intensidade da carbonatação foi inferior. Este comportamento também foi verificado na
viga 3 em escala natural e está associado à adição da SCA.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
176
Tabela 4.22 – Posicionamento das fissuras no modelo 3, abertura das fissuras, concreto
extraído na posição da fissura, carbonatação na seção BB. Continua.
1
2
876345
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 1
1091112
Fissura 1
w
k
(mm)
1,1 = 0,03
1,2 = 0,03
1,3 = 0,02
1,4 = 0,02
Fissura 2
w
k
(mm)
2,1 = 0,03
2,2 = 0,02
2,3 = 0,02
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado na
posição da
armadura
Seção BB
x (mm)
> 7,2
Seção BB
x (mm)
> 8,0
Fissura 3
w
k
(mm)
3,1 = 0,02
3,2 = 0,02
Fissura 4
w
k
(mm)
4,1 = 0,04
4,2 = 0,03
4,3 = 0,03
4,4 = 0,02
Carbonatado na
posição da
armadura
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
7,0
3,9
2,6
Seção BB
x (mm)
7,3
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
177
Tabela 4.22 – Posicionamento das fissuras no modelo 3, abertura das fissuras, concreto
extraído na posição da fissura, carbonatação na seção BB. Continuação.
1
2
876345
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 1
1091112
Fissura 5
w
k
(mm)
5,1 = 0,04
5,2 = 0,02
Fissura 6
w
k
(mm)
6,1 = 0,03
6,2 = 0,02
6,3 = 0,02
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado na
posição da
armadura
Seção BB
x (mm)
9,3
Seção BB
x (mm)
6,8
6,3
Fissura 7
w
k
(mm)
7,1 = 0,04
7,2 = 0,03
7,3 = 0,02
Fissura 8
w
k
(mm)
8,1 = 0,04
8,2 = 0,03
8,3 = 0,02
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
7,2
Seção BB
x (mm)
> 8,5
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
178
Tabela 4.22 – Posicionamento das fissuras no modelo 3, abertura das fissuras, concreto
extraído na posição da fissura, carbonatação na seção BB. Continuação.
1
2
876345
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 1
1091112
Fissura 9
w
k
(mm)
9,1 = 0,03
9,2 = 0,02
9,3 = 0,02
Fissura 10
w
k
(mm)
10,1 = 0,04
10,2 = 0,03
10,3 = 0,02
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
7,2
Seção BB
x (mm)
> 7,9
Fissura 11
w
k
(mm)
11,1 = 0,03
11,2 = 0,03
11,3 = 0,02
Fissura 12
w
k
(mm)
12,1 = 0,03
12,2 = 0,02
12,3 = 0,02
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
4,4
3,1
1,5
Seção BB
x (mm)
8,0
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
179
Tabela 4.22 – Posicionamento das fissuras no modelo 3, abertura das fissuras, concreto
extraído na posição da fissura, carbonatação na seção BB. Continuação.
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 2
20
19
13 14 15
18
1716
Fissura 13
w
k
(mm)
13,1 = 0,04
13,2 = 0,03
13,3 = 0,02
13,4 = 0,02
Fissura 14
w
k
(mm)
14,1 = 0,04
14,2 = 0,04
14,3 = 0,02
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
> 9,5
Seção BB
x (mm)
10,3
Fissura 15
w
k
(mm)
15,1 = 0,05
15,2 = 0,03
15,3 = 0,02
Fissura 16
w
k
(mm)
16,1 = 0,06
16,2 = 0,05
16,3 = 0,02
16,4 = 0,02
Carbonatado na
posição da
armadura
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
10,6
Seção BB
x (mm)
> 8,1
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
180
Tabela 4.22 – Posicionamento das fissuras no modelo 3, abertura das fissuras, concreto
extraído na posição da fissura, carbonatação na seção BB. Concluo.
Extremidade Vão Central Extremidade
Lado 2
20
19
13 14 15
18
1716
Fissura 17
w
k
(mm)
17,1 = 0,03
17,2 = 0,02
17,3 = 0,02
Fissura 18
w
k
(mm)
18,1 = 0,04
18,2 = 0,03
18,3 = 0,02
18,4 = 0,02
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
8,4
7,5
4,8
Seção BB
x (mm)
9,4
Fissura 19
w
k
(mm)
19,1 = 0,03
19,2 = 0,02
19,3 = 0,02
Fissura 20
w
k
(mm)
20,1 = 0,04
20,2 = 0,02
20,3 = 0,02
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Carbonatado na
posição da
armadura e da
fissura
Seção BB
x (mm)
10,3
Seção BB
x (mm)
7,4
4.4.8. Análise dos resultados da carbonatação em fissuras dos modelos 1, 2 e 3
Na tabela 4.23 e na figura 4.51 são apresentados os valores médios das profundidades
de carbonatação das fissuras, as quais foram determinadas na seção BB dos modelos 1, 2 e 3.
Observando os valores percentuais da tabela 4.23 pode-se afirmar que a profundidade
de carbonatação determinada na seção BB do modelo 1 extrapolado foi 44% inferior do valor
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
181
da viga 1, o modelo 2 extrapolado foi 34% menor que a viga 2 e o modelo 3 foi 21% menor
que a viga 3. Uma excelente confiabilidade para os modelos físicos reduzidos é atingida para
uma variação de até 10% entre os resultados e uma adequada confiabilidade é atingida para
variação de 30%. Portanto a extrapolação dos resultados de carbonatação na fissura (seção
BB) não é satisfatória para modelos.
0
5
10
15
Corte BB
x (mm)
Modelo 1
Modelo 2
Modelo 3
Figura 4.51 – Profundidade da frente de carbonatação medida na seção BB dos modelos 1, 2
e 3.
Tabela 4.23 – Valores médios da profundidade de carbonatação determinados na seção BB
das vigas em escala natural, dos modelos, valores extrapolados dos modelos para as vigas em
escala natural e variação percentual dos resultados.
Seção BB
x (mm) %
Modelo 1
9,7
Modelo 1 extrapolado
13,5
Viga 1
24,2
56%
Modelo 2
8,4
Modelo 2 extrapolado
16,3
Viga 2
24,8
66%
Modelo 3
7,8
Modelo 3 extrapolado
16,9
Viga 3
21,4
79%
A determinação da profundidade de carbonatação na fissura não é satisfatória quando
se utiliza modelos físicos reduzidos com escala 1:5,0. A limitação dos modelos físicos
reduzidos na posição da fissura está associada à abertura das fissuras e porque a carbonatação
do modelo foi superior ao cobrimento. Conforme será apresentado no item a seguir, quanto
menor a abertura de fissuras menor será a profundidade da frente de carbonatação o que
justifica os menores valores observados nos modelos (seção BB). A impossibilidade de
analisar a frente de carbonatação ortogonal à fissura está associada à carbonatação ser maior
que o cobrimento. Portanto torna-se necessário implementar pesquisas para verificar a
viabilidade de um novo coeficiente de correlação específico para a fissura, considerando o
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
182
valor de sua abertura, a variação da seção transversal e a mudança dos materiais (concreto x
argamassa). Vale ressaltar que os demais estudos com modelos físicos reduzidos foram
satisfatórios, sendo este limitado apenas na posição da fissura.
4.4.9. Análise estatística da abertura das fissuras e ajuste de equações que representa a
tendência da carbonatação na fissura
Na tabela 4.24 são apresentadas as médias e o desvio padrão das aberturas de fissuras.
Comparando as vigas 2 e 3 em relação à viga 1 observa-se uma redução das aberturas de
fissura altamente significativa. Para a viga 2 em relação a viga 1 p = 4,09.10
-5
e para a viga 3
em relação a viga 1 p = 9,43.10
-8
. O mesmo comportamento foi observado nos modelos
físicos reduzidos. A redução de abertura das fissuras dos modelos 2 e 3 em relação ao modelo
1 foram significativas p = 0,00125 e p = 0,01869 respectivamente.
As reduções significativas nas aberturas das fissuras das vigas 2 e 3 em escala natural
e reduzida estão relacionadas à adição da sílica ativa. Com a utilização da sílica ativa tem-se a
reação pozolânica que transforma o CH em C-S-H. Esta mudança da microestrutura
proporciona uma melhoria na pasta de cimento, o que dificulta a propagação da fissura.
Conforme a análise microestrutural que será apresentada a posteriori a tendência da fissura é
surgir na região constituída por hidróxido de cálcio, portanto com adição da sílica ativa tem-se
uma redução na quantidade de CH e consequentemente a redução na abertura de fissuras.
Comparando as vigas constituídas com a sílica extraída da casca de arroz e com a
sílica de Fe-Si ou silício metálico observa-se que as vigas com a SCA além de apresentarem
menores valores de profundidade de carbonatação também apresentaram menores aberturas
de fissuras. Esta eficiência está associada ao menor tamanho do grão da SCA, o que
proporciona uma melhor reação pozolânica da mistura.
Tabela 4.24 – Estatística descritiva das aberturas de fissuras de acordo com os
posicionamentos na extremidade ou no vão central da viga em escala natural ou reduzida.
Extremidade Vão Central
w
k
Média Desvio padrão w
k
Média Desvio padrão
Viga 1
0,08 0,037 0,10 0,031
Viga 2
0,07 0,023 0,07 0,019
Viga 3
0,06 0,024 0,07 0,032
Modelo 1
0,04 0,011 0,03 0,013
Modelo 2
0,04 0,017 0,04 0,018
Modelo 3
0,03 0,009 0,03 0,010
As vigas em escala natural apresentaram um acréscimo significativo nas aberturas de
fissuras presentes no vão central em relação às extremidades, p = 0,000199. O mesmo
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
183
comportamento não foi observado nas vigas em escala reduzida p = 0,80320. Este
comportamento pode ser explicado pela tendência que os modelos físicos reduzidos têm de
apresentar menor quantidade de fissuras e com maiores aberturas.
No gráfico da figura 4.52 são apresentados os valores da profundidade de
carbonatação determinados ao longo de todo o comprimento das fissuras referentes às vigas 1,
2 e 3, sendo estas leituras realizadas a 3,0 cm da face. A análise estatística da profundidade de
carbonatação nas fissuras demonstrou que a carbonatação aumenta com o aumento da
abertura das fissuras. Os maiores valores de profundidade de carbonatação estão associados à
viga 1, uma vez que foi a que apresentou maiores aberturas de fissuras. A correlação entre
profundidade de carbonatação e abertura de fissura foi significativa com p < 0,0005.
x (mm)
0.02 0.06 0.10 0.14
0 5 10 15 20
w
k
(mm)
Figura 4.52 – Profundidade da frente de carbonatação versus abertura de fissura de acordo
com o tipo de viga (viga 1-preto, viga 2-vermelho, viga 3-azul) e sua posição ao longo do
comprimento ( - extremidade;
- vão central).
Na tentativa de correlacionar abertura de fissuras e o quanto a carbonatação pode
penetrar ao interior da viga, foi realizado um ajuste com os valores de profundidade de
carbonatação determinados na seção BB das fissuras, Figura 4.53.
As análises do ajuste das equações foram realizadas por meio do valor de R
2
e p, sendo
considerado o melhor ajuste para valores próximos de 1 e < 0,05 respectivamente. No ajuste
da viga 1 foi obtido R
2
= 0,289 e p = 0,0175, embora R
2
seja pequeno este ajuste pode ser
considerado significativo pelo valor de p. Para a Viga 2 R
2
= 0,058 e p = 0,19939, portanto
este ajuste não é significativo. O ajuste da viga 3 foi considerado significativo com R
2
= 0,268
e p = 0,00286.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
184
x = 56,386w
k
+ 18,168
R
2
= 0,2894
0
5
10
15
20
25
30
35
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
Abertura das fissuras (mm)
x (mm)
(a)
x = 37,997w
k
+ 21,575
R
2
= 0,0581
0
5
10
15
20
25
30
35
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
Abertura das fissuras (mm)
x (mm)
(b)
x = 103,2w
k
+ 11,001
R
2
= 0,268
0
5
10
15
20
25
30
35
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
Abertura das fissuras (mm)
x (mm)
(c)
Figura 4.53 – Ajuste de equações para quantificar a profundidade de carbonatação versus
abertura de fissura (a) viga 1, (b) viga 2 e (c) viga 3.
Analisando a figura 4.53 observa-se que para a região não fissurada (w
k
= 0) as
equações predizem valores próximos aos obtidos em corpos-de-prova carbonatados, Tabela
4.25. Conforme os ajustes realizados a tendência da difusão da frente de carbonatação na
fissura pode ser representada por uma equação linear, Equação 4.1.
Tabela 4.25 – Profundidades das frentes de carbonatação determinadas em corpos-de-prova e
calculadas pelas equações ajustadas, quando a abertura da fissura vale zero.
Vigas
x (mm)
Corpos-de-prova
Valores das equações
quando w
k
= 0
Relação
(%)
1 18,7 18,168 97,0
2 21,9 21,575 98,5
3 13,8 11,001 80,0
cpk
xwD x
+
=
(4.1)
Sendo:
x = profundidade de carbonatação na fissura (mm);
D = parâmetro que depende do coeficiente de difusão do CO
2
na fissura;
w
k
= abertura da fissura (mm);
x
cp
= profundidade de carbonatação determinada em corpos-de-prova (mm)
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
185
Conforme observado nos gráficos da figura 4.53, quanto maior o valor da
profundidade de carbonatação determinado em corpos-de-prova menor o valor do parâmetro
D. Uma possível explicação para este comportamento seria que concretos com maiores
coeficientes de difusão facilitam a penetração da frente de carbonatação para seu interior e
consequentemente diminuem sua intensidade ao longo do comprimento da fissura. No caso de
concretos com menores coeficientes de difusão o ataque às superfícies da fissura tende a
diminuir e como o dióxido de carbono não foi consumido, este tende a difundir para a região
mais interna da fissura. Tendência esta também verificada por Richardson (1988).
4.5. VERIFICAÇÃO DA CORROSÃO NAS BARRAS DE AÇO DA
ARMADURA
Na figura 4.54 ilustra-se a extração de um corpo-de-prova da região da viga que se
localizava acima das barras de aço e na posição da fissura. Este corpo-de-prova foi ensaiado a
tração objetivando separá-lo ao meio. Foi aspergida uma solução indicadora de pH e na
posição da fissura observa-se uma coloração mais clara da solução, indicando o início da
carbonatação na fissura. A outra metade do corpo-de-prova na qual não foi realizada a
aspersão da solução observa-se que na região mais clara situa-se a fissura carbonatada. Este
corpo-de-prova foi extraído acima das barras longitudinais da viga, portanto a carbonatação é
mais intensa na região das barras conforme observado nas tabelas 4.17, 4.18 e 4.19.
19
d
12 1413 15 17
16
18 ge20
f
3 m
(a)
(b)
Figura 4.54 – (a) Localização do corpo-de-prova extraído da viga, (b) Corpo-de-prova
fissurado no qual se observam as diferenças entre a frente de carbonatação a partir da
superfície superior e ao longo da fissura.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
186
Comparando a difusão da frente de carbonatação nas regiões com e sem fissuras das
vigas observa-se que a determinação da carbonatação em corpos-de-prova moldados é
representativa apenas para regiões sem fissuras. A presença de fissura facilita a difusão do
CO
2
, ultrapassando o cobrimento e atingindo a armadura com facilidade.
Vale ressaltar que a carbonatação não está inexoravelmente ligada à corrosão da
armadura. A carbonatação reduz o valor do pH, deixa a armadura despassivada e pode dar
início ao processo de corrosão se houver umidade.
As vigas carbonatadas foram submetidas a ciclos de molhagem e secagem durante um
ano, foram determinadas as profundidades de carbonatação nos pontos de leituras das
aberturas das fissuras e verificou-se a presença de pontos de corrosão na barra de aço inferior.
A corrosão observada na barra de aço superior foi desprezada porque foi extraído corpos-de-
prova na região, figura 4.55 e 4.56.
(a)
(b)
Figura 4.55 – Concreto manchado com pontos de corrosão da barra de aço inferior (a)
abertura de fissura w = 0,13 mm, (b) abertura de fissura w = 0,13 mm.
(a)
(b)
(c)
Figura 4.56 – Concreto manchado com pontos de corrosão da barra de aço inferior (a)
abertura de fissura w = 0,14 mm, (b) abertura de fissura w = 0,11 mm e (c) abertura de fissura
w = 0,14 mm.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
187
A presença de fissura juntamente com a carbonatação e a umidade proporcionam
condições ideais para desencadear a corrosão. Apenas um ano de umidade foi suficiente para
iniciar a corrosão da armadura.
4.6. INFLUÊNCIA DA VARIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE
DIÓXIDO DE CARBONO NA PROFUNDIDADE DE CARBONATAÇÃO
Em virtude da necessidade de realizar ensaios de carbonatação num período de tempo
relativamente curto, os pesquisadores sobre o assunto optam por ensaios realizados com um
teor de CO
2
mais elevado do que o encontrado no meio ambiente.
Tendo em vista que este assunto é uma preocupação corrente no meio técnico, neste
trabalho foram realizadas medidas de carbonatação em corpos-de-prova submetidos à
concentração de 50% e 1% de dióxido de carbono com 28 dias de exposição. Objetivando
comparar estes resultados com o que acontece nos elementos estruturais expostos ao meio
ambiente foram determinadas medidas de profundidade de carbonatação em corpos-de-prova
submetidos ao meio ambiente durante um ano, Tabela 4.26 e Figura 4.57.
Tabela 4.26 – Valores de profundidade da frente de carbonatação e do coeficiente de
carbonatação determinados em corpos-de-prova referentes aos concretos que foram utilizados
nas vigas 1, 2 e 3 e submetidos a diferentes concentrações de CO
2
.
Viga 1 (REF) Viga 2 (10% SFS) Viga 3 (10% SCA) Período de
exposição
(dias)
Concentração
x
(mm)
k
(mm/dia.
1/2
)
x
(mm)
k
(mm/dia.
1/2
)
x
(mm)
k
(mm/dia.
1/2
)
28 50% 18,7 3,540 18,0 3,402 13,8 2,599
28 1% 7,9 1,499 6,6 1,247 5,9 1,107
365 Meio ambiente 2,1 0,109 1,8 0,095 1,6 0,083
0
5
10
15
20
REF 10% SFS 10% SCA
x (mm)
Concentração de 50% - 28 dias
Concentração de 1% - 28 dias
Meio ambiente - 365 dias
Figura 4.57 – Profundidade de carbonatação determinada em corpos-de-prova referentes aos
concretos da viga 1 (referência), viga 2 (10% SFS) e viga 3 (10% SCA) submetidos a
diferentes concentrações de CO
2
.
Observa-se na figura 4.57 que quanto maior a concentração de dióxido de carbono
maior será a profundidade de carbonatação. Não foi constatada uma diferença significativa
entre os concretos de referência e os que foram adicionados 10% de SFS, esta tendência pode
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
188
ser justificada pelo fato de ter colocado a sílica em substituição ao cimento Portland e não em
adição. A sílica extraída da casca de arroz também foi colocada em substituição, portanto esta
apresenta uma melhor eficiência frente à carbonatação.
Foram realizados ensaios para três condições diferentes, sendo: meio ambiente, 1% e
50% de concentração de dióxido de carbono. Para cada tipo de exposição foi obtido a
profundidade de carbonatação e o tempo de exposição. Utilizando a equação 2.12 (
tkx =
)
foram determinados os coeficientes de carbonatação para cada meio, tabela 4.26. Empregando
estes coeficientes foram realizadas extrapolações para determinar o tempo necessário para
atingira a profundidade de carbonatação obtida pelo ensaio. No primeiro caso foi mantido o
coeficiente de carbonatação obtido em corpos-de-prova de concreto submetidos ao meio
ambiente e calculado o tempo necessário para atingir a carbonatação referente às outras
condições. Para os demais casos seguiu o mesmo procedimento, foi mantido o coeficiente de
carbonatação de uma determinada concentração e calculado o tempo necessário para atingir as
demais profundidades de carbonatação.
Por exemplo: conhecendo o coeficiente de carbonatação dos corpos-de-prova que
foram submetidos ao meio ambiente pode ser determinado o tempo necessário para atingir as
profundidades de carbonatação obtidas com concentrações de 1% e 50%, Tabela 4.27. Os
concretos referentes às vigas 1, 2 e 3 que foram submetidos a uma concentração de 50% de
dióxido de carbono demorariam aproximadamente 29200, 35697 e 27631 dias
respectivamente se estivessem submetidas ao meio ambiente com 0,04% de concentração.
Tabela 4.27 – Determinação da idade necessária para o corpo-de-prova atingir a profundidade
de carbonatação estabelecida. Os valores presentes nas linhas em negrito correspondem aos
valores experimentais e os demais se referem às idades calculadas.
Viga 1 (REF) Viga 2 (10% SFS) Viga 3 (10% SCA)
Concentração
(%)
Idade
(dias)
x(mm) obtenção Idade
(dias)
x(mm) obtenção Idade
(dias)
x(mm) obtenção
0,04
*
365 2,1 experim. 365 1,8 experim. 365 1,6 experim.
0,04
*
5110 7,9 calculado 4818 6,6 calculado 5037 5,9 calculado
0,04
*
29200 18,7 calculado 35697 18,0 calculado 27631 13,8 calculado
1
2 2,1 calculado 2 1,8 calculado 2 1,6 calculado
1 28 7,9 experim. 28 6,6 experim. 28 5,9 experim.
1 156 18,7 calculado 208 18,0 calculado 154 13,8 calculado
50
0,35 2,1 calculado 0,29 1,8 calculado 0,37 1,6 calculado
50 5 7,9 calculado 4 6,6 calculado 5 5,9 calculado
50 28 18,7 experim. 28 18,0 experim. 28 13,8 experim.
* Meio ambiente
Observa-se com os valores da tabela 4.27 a variação do tempo necessária para
carbonatar uma mesma profundidade quando submetida a diferentes concentrações.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
189
Comparando os valores obtidos nos concretos referentes à viga 1, por exemplo. Para atingir
uma profundidade de carbonatação de 18,7 mm seria necessária uma exposição de 29200 dias
de exposição ao meio ambiente, 156 dias de exposição a um ambiente com 1% de
concentração de CO
2
e 28 dias quando em concentração de 50% de dióxido de carbono. Na
figura 4.58 apresenta-se um gráfico com a tendência de comportamento do coeficiente de
carbonatação para diferentes concentrações. Vale ressaltar que embora os ajustes das
equações apresentadas na figura 4.58 tenham ficado bons (R
2
1) a quantidade de ponto foi
pequena, portanto pode-se afirmar que esta é uma possível tendência do comportamento da
carbonatação para variadas concentrações.
REF k = 0,4825 ln(C) + 1,6044
R
2
= 0,9972
10% SFS k = 0,4668 ln(C) + 1,4736
R
2
= 0,9863
10% SCA k = 0,3538 ln(C) + 1,1811
R
2
= 0,9974
R
2
= 0,9863
R
2
= 0,9972
R
2
= 0,9974
0
1
2
3
4
0 102030405060
Concentração de CO
2
(%)
k (mm/dia
0,5
)
REF
10% SFS
10% SCA
Obs: k= coeficiente de carbonatação
C = concentração de CO
2
Figura 4.58 – Tendência de comportamento do coeficiente de carbonatação em função da
concentração de dióxido de carbono.
A tendência do gráfico apresentado na figura 4.58 justifica o porquê de a maioria das
pesquisas serem realizadas com uma concentração de dióxido de carbono entre 1% e 10%.
Para concentrações superiores a 10% o aumento da carbonatação não é grande. Este
comportamento pode ser justificado pelo fato do carbonato de cálcio precipitar nos poros,
reduzindo a porosidade do concreto e com isso a frente de carbonatação tende a diminuir.
Conforme apresentado na tabela 4.27 as profundidades de carbonatação determinadas
nas vigas 1, 2 e 3 com 28 dias de exposição a um meio com concentração de 50% de dióxido
de carbono demorariam respectivamente 156, 208 e 154 dias para ocorrer a mesma
carbonatação quando em uma ambiente com concentração de 1%. Vale ressaltar que esta é a
concentração de dióxido de carbono das grandes cidades e regiões industriais. Portanto as
vigas em estudo localizadas em grandes centros e com umidade relativa constante em torno de
65% demorariam aproximadamente 7 meses para apresentar esta carbonatação.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
190
4.7. ANÁLISE MICROESTRUTURAL
4.7.1. Difratometria de raios-X (DRX)
Os ensaios de difratometria de raios-X foram realizados no Laboratório de
Cristalografia do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo
(USP). Foram ensaiadas amostras de pastas de cimento Portland submetidas à carbonatação
durante 28 dias. As pastas analisadas possuíam as mesmas propriedades das pastas dos
concretos utilizados na moldagem das vigas em escalas natural e reduzida. Na tabela 4.28 são
apresentados os principais produtos identificados e a nomenclatura adotada na identificação
do difratograma.
Também foram ensaiadas amostras de cimento Portland CP II E 32, SFS e SCA, sendo
os difratogramas apresentados no anexo A.
Tabela 4.28 – Produtos identificados nos difratogramas e suas respectivas nomenclaturas.
Compostos Nomenclaturas Fórmula química
Portlandita P Ca(OH)
2
Calcita C1 CaCO
3
Calcita C2 (Ca, Mg)CO
3
Quartzo Q SiO
2
Nos gráficos das figuras 4.59 a 4.61 são apresentados os difratogramas obtidos da
análise das pastas de cimento hidratadas e carbonatadas. Estas foram curadas durante sete
dias, pré-condicionadas 21 dias e submetidas à carbonatação, com 50% de concentração de
CO
2
, durante 28 dias. Após esta idade as pastas estavam carbonatadas, conforme as regiões
dos cobrimentos das vigas e modelos 1, 2 e 3.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75
2
θ
Cuk
α
Intensidade
Sem sílica
C2
C2
C1C2
C2
C1
C1
C2
C1
Q
Figura 4.59 - Difratograma da pasta de cimento referente à viga e modelo 1 – Sem adição de
sílica ativa.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
191
0
100
200
300
400
500
600
700
800
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75
2
θ
Cuk
α
Intensidade
10% SFS
C2
C2C1C2
C2
C1
C1
C2
C1
Q
Figura 4.60 - Difratograma da pasta de cimento referente à viga e modelo 2 - Com 10% de
sílica de ferro silício ou silício metálico.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75
2θ Cukα
Intensidade
10% SCA
C2
C2C1
C2
C2
C1
C1
C2
C1
Q
Figura 4.61 - Difratograma da pasta de cimento referente à viga e modelo 3 – Com 10% de
adição da sílica da casca de arroz.
O silicato de cálcio hidratado e o hidróxido de cálcio são produtos de hidratação do
cimento Portland. Os picos de hidróxido de cálcio ou portlandita (P) são identificados pelos
ângulos 18,1°, 34,1°, 47,2° e 50,9°. A estrutura pouco cristalina do silicato de cálcio hidratado
(C-S-H) é dificilmente identificada no difratograma pelo halo amorfo entre os ângulos 28° e
34°.
Nos gráficos das figuras 4.59, 4.60 e 4.61 não foram observados o halo amorfo do C-
S-H e os picos de portlandita, que são consumidos nas reações de carbonatação e formam o
carbonato de cálcio. Esta tendência de comportamento também foi observada por Castro
(2003).
Os picos da calcita são identificados pelos ângulos 23°, 29,4°, 36°, 39,4°, 43,1°, 47,4°
e 48,5°. O pico mais intenso da calcita corresponde ao ângulo 29,4°. A intensidade deste pico
foi menor nas pastas com adições de SFS e SCA. Esta tendência de comportamento não
significa que a carbonatação é menor devido à presença de sílica, e sim que a quantidade de
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
192
portlandita é menor uma vez que a adição das sílicas foi realizada por substituição
volumétrica. A quantidade de hidróxido de cálcio é relevante para a carbonatação uma vez
que este é mais reativo com o ácido carbônico quando comparado ao C-S-H, portanto quanto
maior a intensidade do pico de Portlandita maior a intensidade do pico de calcita.
4.7.2. Porosimetria por intrusão de mercúrio (PIM)
Os ensaios de porosimetria por intrusão de mercúrio foram realizados no Laboratório
de Multiusuários do Grupo de Crescimento de Cristais e Materiais Cerâmicos do Instituto de
Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP).
A análise de PIM foi realizada em pastas de cimento Portland referentes aos concretos
utilizados nas vigas e modelos 1, 2 e 3. Na pasta 1 não foi inserido adição mineral, na pasta 2
e 3 foi utilizado sílica de ferro silício ou silício metálico e sílica extraída da casca de arroz
respectivamente. Estas pastas foram curadas durante 7 dias, pré-condicionadas 21 dias e
carbonatadas por 28 dias.
Na tabela 4.29 são apresentados os valores da quantidade de mercúrio introduzido, a
área total dos poros, o diâmetro médio do poro, a massa unitária, a massa específica e a
porosidade total das pastas analisadas.
Tabela 4.29 – Resultados provenientes do ensaio de PIM das pastas de cimento hidratadas e
carbonatadas.
Pasta 1 Pasta 2 Pasta 3
Sem sílica 10% SFS 10% SCA
Parâmetros
CO
2
C.U. M.A. CO
2
C.U. M.A. CO
2
C.U. M.A.
Mercúrio Introduzido
“V” (ml/g)
0,033 0,071 0,060 0,015 0,034 0,044 0,017 0,033 0,043
Área total de poros “A”
(m
2
/g)
4,801 4,523 6,542 3,816 7,097 5,974 4,089 7,340 6,743
Diâmetro médio dos
poros “4V/A” (µm)
0,028 0,020 0,037 0,016 0,019 0,029 0,017 0,018 0,025
Massa unitária
(g/ml)
1,82 1,62 1,58 1,91 1,67 1,66 1,93 1,70 1,68
Massa específica
(g/ml)
1,94 1,83 1,74 1,97 1,77 1,79 1,99 1,80 1,81
Porosidade total
(%)
6,10 11,60 9,46 2,86 5,77 7,28 3,38 5,56 7,15
CO
2
– carbonatação; C.U. – cura úmida; M.A. – meio ambiente.
Conforme apresentado na tabela 4.29 o diâmetro médio dos poros das pastas 1, 2 e 3
estão variando entre 0,016 µm e 0,037 µm e segundo Mehta e Monteiro (1994) os vazios
capilares posicionam no intervalo entre 0,01 µm e 1 µm. Portanto, os vazios capilares
presentes nas pastas analisadas estão próximos ao limite inferior do intervalo.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
193
Comparando as pastas submetidas ao meio ambiente, à cura úmida e à carbonatação
observa-se que a tendência do comportamento é de reduzir a porosidade de acordo com esta
seqüência de exposição. Este comportamento deve-se à eficiência da cura e ao refinamento
dos poros da pasta carbonatada.
Nos gráficos das figuras 4.62, 4.63 e 4.64 são apresentados os valores da distribuição
dos volumes acumulados e do incremento de volume em função do diâmetro do poro para as
pasta 1, 2 e 3 submetidas à cura úmida, à carbonatação e ao meio ambiente.
0,000
0,020
0,040
0,060
0,080
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro dos poros (
µ
m)
Volume acumulado (ml/g)
Pasta 1 - Cura úmida
Pasta 1 - Carbonatada
Pasta 1 - Meio ambiente
0,000
0,002
0,004
0,006
0,008
0,010
0,001 0,01 0,1 1 10
Diâmetro dos poros (µm)
Incremento de volume (ml/g)
Pasta 1 - Cura úmida
Pasta 1 - Carbonatada
Pasta 1 - Meio ambiente
Figura 4.62 – Relação do volume acumulado e do incremento de volume com o diâmetro dos
poros da pasta 1 referente à viga e modelo 1.
0,000
0,020
0,040
0,060
0,080
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro dos poros (µm)
Volume acumulado (ml/g)
Pasta 2 - Cura úmida
Pasta 2 - Carbonatada
Pasta 2 - Meio ambiente
0,000
0,002
0,004
0,006
0,008
0,010
0,001 0,01 0,1 1 10
Diâmetro dos poros (
µ
m)
Volume acumulado (ml/g)
Pasta 2 - Cura úmida
Pasta 2 - Carbonatada
Pasta 2 - Meio ambiente
Figura 4.63 – Relação do volume acumulado e do incremento de volume com o diâmetro dos
poros da pasta 2 referente à viga e modelo 2.
0,000
0,020
0,040
0,060
0,080
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro dos poros (µm)
Volume acumulado (ml/g)
Pasta 3 - Cura úmida
Pasta 3 - Carbonatada
Pasta 3 - Meio ambiente
0,000
0,002
0,004
0,006
0,008
0,010
0,001 0,01 0,1 1 10
Diâmetro dos poros (µm)
Incremento de volume (ml/g)
Pasta 3 - Cura úmida
Pasta 3 - Carbonatada
Pasta 3 - Meio ambiente
Figura 4.64 – Relação do volume acumulado e do incremento de volume com o diâmetro dos
poros da pasta 3 referente à viga e modelo 3.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
194
Observando os gráficos das figuras 4.62 a 4.64, nos quais as pastas foram submetidas
a condições de exposições diferentes, tem-se que a carbonatação em todas as pastas
proporcionou uma redução na porosimetria de aproximadamente 55%. Esta redução deve-se à
reação de carbonatação que transforma o hidróxido de cálcio e o silicato de cálcio hidratado
em carbonato de cálcio, o qual contribui para o preenchimento dos poros conforme será
apresentado nos ensaios de MEV. Este refinamento dos poros é confirmado pela redução do
incremento de volume nas pastas 1, 2 e 3 carbonatadas.
Comparando os resultados das pastas submetidas à cura úmida e ao meio ambiente,
Figura 4.62 a 4.64, observa-se a eficiência da cura na redução da porosidade. O maior valor
do incremento de volume para as pastas 1, 2 e 3 submetidas à cura úmida ocorreu para um
diâmetro menor de poro, quando comparado com as pastas submetidas ao meio ambiente.
Os gráficos das figuras 4.65, 4.66 e 4.67 são semelhantes aos gráficos de 4.62 a 4.64,
apenas manteve-se na execução do gráfico o tipo de exposição para as diferentes pastas.
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,001 0,01 0,1 1 10 10
0
Diâmetro dos poros (
µ
m)
Volume acumulado (ml/g)
Pasta 1 - Cura úmida
Pasta 2 - Cura úmida
Pasta 3 - Cura úmida
0
0,002
0,004
0,006
0,008
0,001 0,01 0,1 1 10
Diâmetro dos poros (
µ
m)
Incremento de volume (ml/g)
Pasta 1 - Cura úmida
Pasta 2 - Cura úmida
Pasta 3 - Cura úmida
Figura 4.65 – Relação do volume acumulado e do incremento de volume com o diâmetro dos
poros da pasta 1, 2 e 3 que foram submetidas à cura úmida.
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,001 0,01 0,1 1 10 10
0
Diâmetro dos poros (µm)
Volume acumulado (ml/g)
Pasta 1 - Meio ambiente
Pasta 2 - Meio ambiente
Pasta 3 - Meio ambiente
0
0,002
0,004
0,006
0,008
0,001 0,01 0,1 1 10
Diâmetro dos poros (µm)
Incremento de volume (ml/g)
Pasta 1 - Meio ambiente
Pasta 2 - Meio ambiente
Pasta 3 - Meio ambiente
Figura 4.66 – Relação do volume acumulado e do incremento de volume com o diâmetro dos
poros da pasta 1, 2 e 3 que foram submetidas ao meio ambiente.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
195
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro dos poros (
µ
m)
Volume acumulado (ml/g)
Pasta 1 - Carbonatada
Pasta 2 - Carbonatada
Pasta 3 - Carbonatada
0
0,002
0,004
0,006
0,008
0,001 0,01 0,1 1 10
Diâmetro dos poros (µm)
Incremento de volume (ml/g)
Pasta 1 - Carbonatada
Pasta 2 - Carbonatada
Pasta 3 - Carbonatada
Figura 4.67 – Relação do volume acumulado e do incremento de volume com o diâmetro dos
poros da pasta 1, 2 e 3 que foram submetidas à carbonatação.
Comparando os gráficos das figuras 4.65 a 4.67 observa-se que a porosidade das
pastas com adição de SFS e SCA reduziu aproximadamente 50% quando comparado a pasta
sem sílica ativa. Esta redução na porosidade deve-se à mudança da microestrutura da pasta
proporcionada pela reação pozolânica e pela redução da relação água/cimento das pastas 2 e
3. Vale ressaltar que este comportamento se manteve para os diferentes tipos de exposições.
As pastas compostas com SFS e SCA apresentaram praticamente as mesmas
porosidades. Sendo assim, o que justifica uma maior profundidade de carbonatação quando se
utiliza a SFS pode ser atribuído ao valor do pH desta adição e à superfície específica das
sílicas.
O incremento de volume para as pastas 2 e 3 submetidas à cura úmida foi praticamente
semelhante. Este comportamento não se mantém quando as mesmas são submetidas à
carbonatação, ocorrendo um deslocamento na distribuição do tamanho dos poros da pasta 2
para valores menores, figura 4.67. Este comportamento deve-se a maior intensidade de
carbonatação da pasta com SFS.
A máxima pressão utilizada durante a realização do ensaio de porosimetria por
intrusão de mercúrio foi de 28975 psi (1971,6 atm), portanto, conforme a equação (C.2) de
Washburn utilizada para determinação o diâmetro dos poros tem-se que o diâmetro mínimo
medido foi de 0,004 µm.
4.7.3. Microscopia eletrônica de varredura
Os ensaios de microscopia eletrônica de varredura foram realizados no Centro de
Caracterização e Desenvolvimento de Materiais (CCDM) da Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar) e no Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São
Paulo (USP).
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
196
As imagens realizadas no microscópio eletrônico de varredura foram obtidas por meio
de elétrons secundários (SE) e os elétrons retroespalhados (BSE). Os elétrons secundários são
mais utilizados para a análise de amostras fraturadas, enquanto que os elétrons
retroespalhados para amostras polidas.
A legenda de todas as micrografias deve apresentar a tensão de aceleração (EHT), a
distância de trabalho (WD), a magnificação (Mag), o tipo de detector (SE ou BSE) e a escala
(unidade em µm). O Valor da magnificação é dada com relação a tela do computador durante
a obtenção da imagem, portanto a análise das micrografias devem ser realizadas utilizando a
escala apresentada na figura.
Foram realizados ensaios de microscopia eletrônica de varredura (MEV) para verificar
a morfologia do carbonato de cálcio; da região da fissura; da interface agregado/pasta; da
interface aço/concreto; das barras de aço e da hidratação da pasta de cimento Portland para os
diferentes tipos de exposição.
4.7.3.1. Morfologia do carbonato de cálcio
A microestrutura do carbonato de cálcio foi identificada utilizando a análise
semiquantitativa de espectrografia por dispersão de energia (EDS). São utilizados os valores
de massa atômica total dos elementos analisados, no caso do carbonato de cálcio (CaCO
3
) os
elementos cálcio, carbono e oxigênio devem ser observados.
Figura 4.68 – Carbonato de cálcio no poro. Figura 4.69 – Carbonato de cálcio no poro.
3
2
1
4
Poro
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
197
Figura 4.70 – Carbonato de cálcio no poro. Figura 4.71 – Carbonato de cálcio no poro.
Figura 4.72 – Carbonato de cálcio. Figura 4.73 – Carbonato de cálcio.
Figura 4.74 – Pasta carbonatada. Figura 4.75 – Pasta carbonatada.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
198
Figura 4.76 – Pasta carbonatada. Figura 4.77 – Pasta carbonatada.
Tabela 4.30 – Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS) referente às
figuras 4.68, 4.69, 4.76 e 4.77.
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6
Elementos
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
C 68,94 4,25 66,54 0,60 1,65 1,67
O 23,91 49,77 25,63 6,19 5,79 3,97
Na 0,00 0,00 0,00 000 0,37 0,32
Mg 0,00 0,00 0,00 0,45 0,70 0,56
Al 0,00 0,79 0,00 4,90 4,17 1,74
Si 2,62 51,94 3,33 16,37 35,24 17,05
K 0,00 0,00 0,00 0,58 1,43 0,61
Ca 4,11 3,19 4,00 66,40 49,39 73,94
Ti 0,00 0,00 0,00 0,79 0,00 0,00
Fe 0,00 0,00 0,00 3,72 1,19 0,13
Relação entre os elementos e identificação dos produtos formados
Ca/Si 1,57 0,06 1,20 4,06 1,40 4,34
(Al+Fe)/Ca 0,00 0,25 0,00 0,13 0,11 0,02
S/Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Produtos CaCO
3
CaCO
3
CaCO
3
CaCO
3
CaCO
3
CaCO
3
M.At.
*
= Massa atômica (%)
Com base nos elementos identificados pelo EDS pode-se afirmar que os pontos de 1 a
6 são carbonatos de cálcio. Observa-se nas micrografias das figuras 4.68 a 4.73 que a
tendência é de o carbonato de cálcio se precipitar nos poros da pasta, refinando a porosidade
da mesma conforme foi observado no ensaio de PIM. Este comportamento se justifica porque
o ácido carbônico localiza-se nos poros devido ao processo de difusão. O carbonato de cálcio
também se precipita na pasta de cimento Portland e com diferentes intensidades, conforme
observado nas figuras 4.74 a 4.77. Esta variação na intensidade está associada ao grau de
carbonatação.
5
6
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
199
4.7.3.2. Microestrutura na região fissurada
As micrografias apresentadas nas figuras 4.78 a 4.96 referem-se a amostras extraídas
na região fissurada da viga 2 e da viga 3 que estavam carbonatadas.
Figura 4.78 – Frente de carbonatação em
fissura, viga 3.
Figura 4.79 – Frente de carbonatação em
fissura, viga 3.
Figura 4.80 – Frente de carbonatação em
fissura, viga 3.
Figura 4.81 – Frente de carbonatação em
fissura, viga 3.
Figura 4.82 – Frente de carbonatação em
fissura, viga 3.
Figura 4.83 – CaCO
3
na região próxima à
fissura, viga 3.
4
5
1
2
3
7
8
6
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
200
Tabela 4.31 – Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS) referente às
figuras 4.80 a 4.82.
Ponto
1
Ponto
2
Ponto
3
Ponto
4
Ponto
5
Ponto
6
Ponto
7
Ponto
8
Elementos
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
C 9,87 8,17 8,29 30,11 9,69 5,04 16,85 27,73
O 64,66 61,10 58,25 48,46 59,55 55,09 55,43 37,84
Si 2,70 7,44 5,00 4,53 2,97 5,01 9,83 2,80
Ca 22,76 23,29 28,46 16,90 27,79 34,86 17,89 31,63
Relação entre os elementos e identificação dos produtos formados
Ca/Si 8,43 3,13 5,69 3,73 9,36 4,96 1,82 11,30
(Al+Fe)/Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
S/Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Produtos CaCO
3
CaCO
3
CaCO
3
CaCO
3
CaCO
3
CaCO
3
CaCO
3
CaCO
3
M.At.
*
= Massa atômica (%)
Foi realizada a leitura da abertura das fissuras em uma determinada posição conforme
apresentado nas figuras 4.80, 4.81 e 4.82 e seus valores são 22,9 µm, 35,44 µm e 27,16 µm
respectivamente. Observa-se que mesmo para valores muito pequenos de abertura de fissuras
tem-se a difusão do CO
2
e consequentemente a precipitação do carbonato de cálcio na fissura
e na pasta localizada próximo à fissura.
Figura 4.84 – Frente de carbonatação em
fissura, viga 2.
Figura 4.85 – Frente de carbonatação em
fissura, viga 2.
Figura 4.86 – Frente de carbonatação em
fissura, viga 2.
Figura 4.87 – Frente de carbonatação em
fissura, viga 2.
1
3
5
6
4
2
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
201
Figura 4.88 – Frente de carbonatação em
fissura, viga 2.
Figura 4.89 – Pasta carbonatada, viga 2.
Tabela 4.32 – Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS) referente às
figuras 4.84 a 4.88.
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 Ponto 7
Elementos
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
C 11,61 11,29 0,00 9,81 0,00 8,89 0,00
O 65,11 64,09 51,59 62,63 64,37 60,25 43,86
Mg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,58 0,00 0,00
Al 0,00 0,00 0,00 0,00 0,71 0,00 1,21
Si 1,86 3,50 5,54 1,73 14,46 3,05 6,52
Ca 21,42 21,12 42,04 25,83 15,11 27,74 51,01
Fe 0,00 0,00 0,00 0,00 0,78 0,00 0,00
Relação entre os elementos e identificação dos produtos formados
Ca/Si 11,52 6,03 7,59 14,93 1,04 9,10 7,82
(Al+Fe)/Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,10 0,00 0,02
S/Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Produtos CaCO
3
CaCO
3
CH CaCO
3
C-S-H CaCO
3
CH
M.At.
*
= Massa atômica (%)
Foi realizada em algumas posições a leitura da abertura das fissuras conforme
apresentada nas figuras de 4.84 a 4.88. Os valores da abertura de fissura da viga 2 e da viga 3
não podem ser comparados uma vez que esta leitura é apenas para indicar a abertura na região
em análise.
De acordo com o resultado do EDS nos pontos 3 e 7 referentes às figuras 4.85 e 4.88
respectivamente e a figura 4.90 pode-se afirmar que a fissura tende a surgir na região
composta por hidróxido de cálcio, uma vez que este é o produto de hidratação da pasta de
cimento mais fraco.
7
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
202
Mag = 5000x; WD = 24mm; EHT = 25kV
Relações em %
Ca/Si (Al + Fe)/Ca
CH 8,05 0,07
Figura 4.90 – Imagem do hidróxido de cálcio na posição da fissura.
Figura 4.91 – Início da frente de
carbonatação na fissura, viga 3.
Figura 4.92 – Início da frente de
carbonatação na fissura, viga 3.
Figura 4.93 – Frente de carbonatação em
fissura, viga 2.
Figura 4.94 – Frente de carbonatação em
fissura, viga 2.
1
2
CH
2,0
µ
m
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
203
Figura 4.95 – Frente de carbonatação em
fissura, viga 2.
Figura 4.96 – Frente de carbonatação em
fissura, viga 2.
Tabela 4.33 – Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS) referente às
figuras 4.91 a 4.95.
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4
Elementos
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
C 9,72 14,99 3,89 3,54
O 61,11 44,45 5,12 7,08
Na 0,00 0,00 0,16 0,33
Mg 0,00 0,00 0,31 1,16
Al 1,80 3,76 3,31 4,43
Si 10,24 8,50 18,48 25,46
K 0,00 0,00 0,41 2,23
Ca 16,10 28,29 66,68 49,78
Ti 0,00 0,00 0,41 0,69
Fe 1,03 0,00 1,23 5,30
Relação entre os elementos e identificação dos produtos formados
Ca/Si 1,57 3,33 3,60 1,95
(Al+Fe)/Ca 0,17 0,13 0,07 0,19
S/Ca 0,00 0,00 0,00 0,00
Produtos CaCO
3
CaCO
3
CaCO
3
CaCO
3
M.At.
*
= Massa atômica (%)
No ponto 3 da figura 4.95 tem-se o produto da carbonatação e pela sua forma o mesmo
pode ser chamado de aragonita. A visualização deste elemento não é muito comum, uma vez
que a formação da calcita é a que prevalece durante a precipitação do o carbonato de cálcio.
O carbonato de cálcio precipita-se na superfície da fissura e difunde-se para o interior
da pasta. Se o comportamento da carbonatação na fissura fosse semelhante ao que ocorre nos
poros a tendência seria o tamponamento das fissuras com pequenas aberturas. Este
comportamento não foi observado e se justifica porque na fissura não existe umidade para
transformar o CO
2
em ácido carbônico como ocorre no poro, portanto o CO
2
difunde-se para
o interior da pasta. Caso a fissura estivesse saturada a difusão do CO
2
não ocorreria.
4
3
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
204
A presença da fissura é um caminho preferencial para a difusão, facilitando a
penetração do CO
2
no interior do elemento estrutural e invalidando o funcionamento do
cobrimento.
4.7.3.3. Microestrutura da zona de interface pasta/agregado
Foram realizadas micrografias da interface agregado/pasta de cimento Portland, as
quais são apresentadas nas figuras 4.97 a 4.102. O objetivo de realizar estas microestruturas
foi para mostrar a zona de interface e quando esta é deficiente tem-se um caminho
preferencial para a difusão do dióxido de carbono.
Nas figuras 4.97 a 4.100 são apresentadas micrografias da interface pasta/agregado
que apresenta uma boa aderência entre agregado/pasta. Nas figuras 4.101 e 4.102 são
apresentadas interfaces com deficiência na aderência, portanto tem-se a precipitação do
carbonato de cálcio. Na figura 4.103 apresenta-se uma micrografia de agregado, objetivando
mostrar a proporção entre os elementos químicos presentes.
Figura 4.97 – Microestrutura da zona de
interface agregado/pasta.
Figura 4.98 – Microestrutura da zona de
interface agregado/pasta.
Figura 4.99 – Zona de interface pasta/agregado. Figura 4.100 – Zona de interface
pasta/agregado.
4
3
Agregado
Agregado
2
1
Agregado
Agregado
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
205
Figura 4.101 – Carbonato de cálcio na
zona de interface pasta/agregado.
Figura 4.102 – Carbonato de cálcio na
zona de interface pasta/agregado.
Ponto 1 Ponto 2
Elementos
M. At.
*
M. At.
*
C 0,00 0,00
O 30,33 17,97
Al 0,00 0,00
Si 62,06 95,79
Ca 0,70 2,08
Fe 0,00 0,00
Ca/Si 0,01 0,02
(Al+Fe)/Ca 0,00 0,00
S/Ca 0,00 0,00
Figura 4.103 – Micrografia do agregado miúdo.
Produtos Agregado Agregado
Tabela 4.34 – Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS) referente às
figuras 4.98 a 4.102.
Figura 4.98 Figura 4.100 Figuras 4.100 e 4.102
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 Ponto 7
Elementos
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
C 0,00 0,00 0,00 0,00 11,40 0,00 14,04
O 67,29 64,82 44,68 45,05 56,87 46,46 50,09
Al 0,00 2,06 2,03 1,45 0,00 0,73 0,00
Si 11,83 10,61 34,65 10,85 13,46 43,37 15,04
Ca 20,88 22,51 17,66 25,80 19,02 1,46 20,67
Fe 0,00 0,00 0,00 16,85 0,00 0,00 0,00
S 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Relação entre os elementos e identificação dos produtos formados
Ca/Si 1,76 2,12 0,51 2,38 1,41 0,03 1,37
(Al+Fe)/Ca 0,00 0,09 0,11 0,71 0,00 0,5 0,00
S/Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Produtos C-S-H C-S-H Transição C-S-H CaCO
3
Agregado CaCO
3
M.At.
*
= Massa atômica (%)
Devido à proporção entre massa atômica do Ca e Si pode ser afirmado que os pontos 1 e
2 da figura 4.98 e o ponto 4 da figura 4.100 são silicato de cálcio hidratado. É a presença deste
produto de hidratação que proporciona uma boa interface pasta/agregado.
2
Agregado
1
6
7
Agregado
5
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
206
No ponto 3 da figura 4.100 não se pode afirmar que existe a presença de C-S-H uma vez
que a relação Ca/Si ficou abaixo do mínimo citado na bibliografia. Portanto, nesta região tem-
se a presença do agregado e uma pequena quantidade dos elementos químicos presentes no
cimento, difundidos nas superfícies do agregado. Esta tendência pode ser relatada em função da
relação entre os elementos químicos obtidos no ponto 3 desta figura, quando comparados aos
elementos presentes nos pontos 1 e 2 da figura 4.103. Nesta a quantidade de Ca é muito
pequena, não foi detectada a presença de Fe e Al e existe uma grande quantidade de Si e O. Nas
figuras 4.97 a 4.100 foi observada uma coloração mais clara na superfície do agregado. Esta
coloração e o resultado do EDS indicaram haver a presença de Ca na transição pasta/agregado.
Observa-se nos pontos 5 e 7 das figuras 4.101 e 4.102 respectivamente que a
deficiência na zona de interface pasta/agregado, quando na presença de dióxido de carbono e
umidade, facilita a precipitação do carbonato de cálcio. A zona de interface com elevada
porosidade proporciona um caminho preferencial para a difusão do dióxido de carbono.
Na figura 4.104 apresenta-se um corpo-de-prova que foi utilizado para determinar a
profundidade de carbonatação. Ao observar as duas seções do corpo-de-prova verifica-se que
o caminho preferencial para a difusão do dióxido de carbono é na zona de interface. Vale
ressaltar que este comportamento é observado apenas para as zonas de interface com
qualidades inferiores, ou seja, elevada porosidade e grande quantidade de hidróxido de cálcio.
Figura 4.104 – Corpo-de-prova de concreto carbonatado, mostrando que a tendência da
difusão da frente de carbonatação é de ocorrer na zona de interface pasta/agregado.
Nas figuras 4.105 a 4.107 são apresentadas microscopias da interface pasta/agregado,
sendo mostrada a região da pasta em que foi retirado o agregado.
(c)
(b)
(a)
(c)
(b)
(a)
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
207
Figura 4.105 – Região da pasta de cimento em que foi retirado o agregado.
Figura 4.106 – Região da pasta de cimento em que foi retirado o agregado.
1
2
4
3
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
208
Figura 4.107 – EDS em linha para verificar os elementos presentes na pasta de cimento em
que foi retirado o agregado.
Na figura 4.105 observa-se C-S-H em algumas regiões e o início da carbonatação
provavelmente na região com hidróxido de cálcio. Na figura 4.106 o carbonato de cálcio
predomina, sendo esta interface de qualidade inferior. Observando na figura 4.107 e a tabela
4.35 que para uma boa zona de interface é comum a identificação do silicato de cálcio
hidratado e a ausência do carbonato de cálcio.
Tabela 4.35 – Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS) referente às
figuras 4.105 a 4.107.
Ponto
1
Ponto
2
Ponto
3
Ponto
4
Ponto
5
Ponto
6
Ponto
7
Ponto
8
Elementos
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
C 0,00 6,23 5,21 9,59 0,00 0,00 0,00 0,00
O 63,31 62,44 55,85 61,83 42,61 53,40 47,74 50,86
Mg 0,00 0,00 0,00 0,00 2,50 0,00 0,00 0,00
Al 0,74 0,00 0,00 0,00 2,57 0,00 1,83 1,64
Si 12,71 5,04 3,61 2,24 19,32 6,40 14,96 9,57
K 0,00 0,00 0,00 0,00 1,76 0,00 1,98 1,90
Ca 20,01 26,15 35,33 26,34 39,03 40,37 30,98 33,83
Fe 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5,97 1,38
Relação entre os elementos e identificação dos produtos formados
Ca/Si 1,57 5,19 9,79 11,76 2,02 6,31 2,07 3,53
(Al+Fe)/Ca 0,04 0,00 0,00 0,00 0,07 0,00 0,25 0,09
S/Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Produtos C-S-H CaCO
3
CaCO
3
CaCO
3
C-S-H CH C-S-H C-S-H
M.At.
*
= Massa atômica (%)
Na figura 4.108 foi realizado o EDS em linha para verificar o comportamento da pasta
de cimento próxima ao agregado e da pasta em contato com o agregado, o qual foi retirado da
região direita da micrografia. Observa-se na tabela 4.36 que os pontos 1, 3 e 4 são C-S-H, o
5
7
8
6
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
209
que garante que a pasta próxima à zona de transição é de boa qualidade. Na região do
agregado tem-se a presença do CH e do CaCO
3
, o que indica a deficiência da zona de
interface.
Figura 4.108 – EDS em linha para verificar os elementos presentes na região da pasta de
cimento com e sem agregado.
Tabela 4.36 – Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS) referente à figura
4.108.
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 Ponto 7 Ponto 8
Elementos
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
C 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6,40 0,00 11,87
O 42,61 53,40 47,74 58,82 34,53 59,22 46,48 51,57
Mg 2,50 0,00 0,00 5,84 0,00 0,00 0,00 0,00
Al 2,57 0,00 1,83 3,39 0,00 0,00 0,00 0,00
Si 19,32 6,40 14,96 14,57 6,56 2,89 6,23 19,71
K 1,76 0,00 1,98 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ca 39,03 40,37 30,98 16,61 58,91 31,49 57,46 37,94
Fe 0,00 0,00 5,97 0,00 0,00 0,00 0,00 2,64
Relação entre os elementos e identificação dos produtos formados
Ca/Si 2,02 6,31 2,07 1,14 8,98 10,90 9,22 1,92
(Al+Fe)/Ca 0,07 0,00 0,25 0,20 0,00 0,00 0,00 0,07
S/Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Produtos C-S-H CH C-S-H C-S-H CH CaCO
3
CH CaCO
3
M.At.
*
= Massa atômica (%)
A zona de transição pasta/agregado é uma região preferencial para a difusão da frente
de carbonatação quando esta tem baixa qualidade. A simples adoção de uma pasta de boa
qualidade não é suficiente para garantir uma boa zona de transição pasta/agregado, existe a
necessidade de diminuir o efeito parede e proporcionar a formação de C-S-H ao invés de CH.
1 3 4 2 5 6 8 7
Interface
Pasta A
g
re
g
ado
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
210
4.7.3.4. Microestrutura da zona de interface aço/pasta
Nas figuras de 4.109 a 4.115 são apresentadas as micrografias de amostra referentes à
interface pasta/armadura. As amostras foram extraídas da viga 2 para realizar a análise
microestrutural da interface aço/pasta, uma vez que a carbonatação na fissura foi menor
quando comparado com os resultados da viga 1 e a SFS é a sílica atualmente utilizada na
construção civil.
As amostras foram extraídas na região inferior da viga, portanto a barra de aço é a
longitudinal solicitada à tração e o concreto correspondente ao cobrimento. Para analisar a
interface pasta/barra de aço foi retirada a barra. Na região das figuras 4.109 a 4.111 que está
escrito barra de aço significa que esta foi retirada daquela posição e quando se lê pasta refere-
se ao cobrimento.
Figura 4.109 – Zona de interface pasta/barra
de aço.
Figura 4.110 – Zona de interface pasta/barra
de aço.
Figura 4.111 – Zona de interface pasta/barra
de aço.
Figura 4.112 – Zona de interface pasta/barra
de aço.
Pasta
Barra de aço
Barra de aço
Pasta
3
1
2
Pasta
Barra de aço
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
211
Figura 4.113 – Detalhe do concreto do
cobrimento.
Figura 4.114 – Detalhe do concreto do
cobrimento.
Figura 4.115 – Região da pasta de cimento em que foi sacada a barra de aço.
Nas imagens das figuras 4.109 e 4.110 foram realizadas as análises de espectrografia
por dispersão de energia (EDS) geral, ou seja, a quantificação dos elementos químicos foi
determinada em toda a amostra da imagem e não em uma região pontual, tabela 4.37. Nas
imagens das figuras 4.111, 4.113, 4.114 e 4.115 o EDS foi pontual, tabela 4.37. Comparando
as imagens das figuras 4.111 e 4.112 observa-se que com o aumento da magnificação é
possível visualizar os cristais de carbonato de cálcio.
Conforme observado nas figuras 4.109 a 4.115 e na tabela 4.37 a carbonatação
difundiu até a região da armadura. Embora o valor da carbonatação não tenha sido superior ao
valor do cobrimento das vigas, a simples presença da fissura foi suficiente para proporcionar a
difusão da carbonatação até a região da armadura.
6
5
4
7
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
212
Tabela 4.37 – Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS) referente às
figuras 4.109 a 4.115.
Figura
4.109
Figura
4.110
Ponto
1
Ponto
2
Ponto
3
Ponto
4
Ponto
5
Ponto
6
Ponto
7
Elementos
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
C 58,63 61,30 54,82 65,13 40,33 53,27 66,28 58,72 3,33
O 28,85 25,79 29,71 18,48 46,60 40,09 21,92 35,53 7,48
Na 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,43
Mg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,84
Al 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,82 0,00 5,93
Si 5,24 4,22 16,06 4,85 3,25 2,70 7,01 5,00 22,26
K 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,56
Ca 6,81 8,18 3,53 16,76 13,89 9,74 9,68 8,76 55,51
Fe 0,00 0,00 0,00 0,00 1,09 0,00 0,00 0,00 0,65
Relação entre os elementos e identificação dos produtos formados
Ca/Si 1,29 1,94 0,22 3,46 4,27 3,61 1,38 1,75 2,49
(Al+Fe)/Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,08 0,00 0,19 0,00 0,12
S/Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Produtos CaCO
3
CaCO
3
CaCO
3
CaCO
3
CaCO
3
CaCO
3
CaCO
3
CaCO
3
CaCO
3
M.At.
*
= Massa atômica (%)
4.7.3.5. Microestrutura das amostras de barras de aço em regiões com pontos de
corrosão
As barras de aço utilizada na composição da armadura não passaram por processos de
limpeza, mas foram escolhidas barras sem a presença pontos de corrosão que fossem visuais.
Após um ano de exposição a ciclos de secagem e molhagem foram extraídas amostras da
barra de aço da armadura longitudinal que apresentavam pontos de corrosão visuais para
realizar imagens de microscopia eletrônica de varredura, figuras 4.116.
Figura 4.116 – Amostra da barra de aço que foi despassivada devido à carbonatação e sua
corrosão.
Cascudo (2001) realizou o ensaio de espectrometria de fluorescência de raio-X para o
aço CA-50 e obteve uma proporção de 98,77% de Fe, 0,26% de C, 0,91% de Mn, 0,03% de P
e 0,026% de S. Cunha et al. (2006) relata que a carepa de laminação é composta por óxido de
ferro. Portanto, em função da proporção entre estes elementos é que será realizada a análise
microestrutural.
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
213
Figura 4.117 – Imagens de barras de aço extraídas do interior da viga e com diferentes
magnificações.
Nas figuras 4.117 e 4.118 são apresentadas micrografias da barra de aço que estava
inserida na viga. De acordo com a análise da imagem e do EDS pode-se constatar se a barra
de aço está com a carepa de laminação ou com a camada passivante formada quando em
contato com os álcalis do cimento. Nas análises do EDS que foi constatada a presença dos
álcalis do cimento considerou-se que a barra de aço estava passivada.
Figura 4.118 – Imagens de barras de aço extraídas do interior da viga com camada de
passivação.
1
2
3
4
5
6 7
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
214
Tabela 4.38 – Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS) referente à figura
4.118.
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 Ponto 7
Elementos
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
O 14,49 32,81 32,60 35,34 21,95 22,88 21,96
Al 0,00 0,00 1,63 5,43 0,00 0,00 1,40
Si 0,00 0,00 8,07 17,53 11,19 16,48 16,37
K 0,00 0,00 0,00 1,96 0,00 0,95 0,94
Ca 0,00 0,00 0,00 14,20 5,75 13,46 15,98
Fe 85,51 67,19 57,70 23,23 61,11 46,24 43,35
Produtos carepa carepa passivada passivada passivada passivada passivada
M.At.
*
= Massa atômica (%)
Figura 4.119 – Imagens de barras de aço extraídas do interior da viga.
Figura 4.120 – Imagens da barra de aço corroída.
Quando a barra de aço está corroída os resultados da espectrografia por dispersão de
energia tendem a ser apenas o ferro e o oxigênio. A diferença entre a carepa e a corrosão é
visual. Conforme apresentado na revisão bibliográfica a tendência é formar a lepidocrocita (γ-
FeOOH), a goetita (α-FeOOH) e a magnetita (Fe
3
O
4
). Comparando as micrografias obtidas
com as apresentadas na literatura verificou-se que o produto de corrosão em análise é a
lepidocrocita.
1
3
2
4
5
6
7
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
215
Tabela 4.39 – Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS) referente às
figuras 4.119 a 4.120.
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 Ponto 7
Elementos
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
C 2,87 4,55 2,29 0,00 0,00 0,00 0,00
O 4,38 3,18 3,90 48,64 44,37 56,36 52,92
Na 0,00 0,18 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Mg 0,00 2,54 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Al 2,56 6,23 0,00 0,00 0,00 0,00 0,42
Si 10,09 17,92 0,59 1,00 0,98 0,46 0,57
K 0,44 2,68 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ca 15,06 55,62 5,81 0,98 0,96 0,47 0,36
Ti 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Mn 0,43 0,21 0,73 0,00 0,00 0,00 0,00
Fe 64,31 6,55 86,67 49,05 53,38 42,68 45,74
Produtos passivado C-S-H passivado corrosão corrosão corrosão corrosão
M.At.
*
= Massa atômica (%)
Figura 4.121 – Imagens da barra de aço corroída.
1
3
2
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
216
Figura 4.122 – Imagem da barra de aço
corroída.
Figura 4.123 – Imagem da zona de transição
da ocorrência da corrosão.
Figura 4.124 – Imagens da barra de aço corroída.
Tabela 4.40 – Resultados da espectrografia por dispersão de energia (EDS) referente às
figuras 4.121 a 4.124.
Ponto
1
Ponto
2
Ponto
3
Ponto
4
Ponto
5
Ponto
6
Ponto
7
Ponto
8
Ponto
9
Elementos
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
M.At.
*
O 43,15 42,39 17,07 34,81 53,95 17,74 42,58 53,57 50,33
Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,94 0,75
Fe 56,85 57,61 82,93 65,19 46,05 82,26 57,42 45,48 48,91
Todos os pontos referem-se à corrosão
M.At.
*
= Massa atômica (%)
4
6
5
7
9
8
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
217
Ponto 1 Ponto 2
Elementos
M.At.
*
M.At.
*
O 44,08 43,60
Fe 74,29 60,11
corrosão corrosão
M.At.
*
= Massa atômica (%)
Figura 4.125 – Imagem de corrosão da barra de aço.
Com os resultados do EDS pôde ser observado a carepa de laminação do aço composta
por óxido de ferro, a camada de passivação formada devido ao contato da barra de aço com os
álcalis presentes no cimento e a presença da corrosão da armadura.
A presença da fissura facilita a difusão da frente de carbonatação, esta despassiva a
armadura e quando na presença de umidade tem-se o desencadeamento da corrosão conforme
observado nas micrografias.
4.7.3.6. Microestrutura de amostras polidas
A identificação das fases presentes em cada pasta de cimento polida foi realizada com
o auxílio do EDS e a análise dos tons de cinza conforme apresentado na tabela 4.41. Segundo
Silva (2000) as amostras que contém escória apresentam fases com tons de cinza
intermediários entre claro (grão anidro) e médio (portlandita).
Tabela 4.41 – Distribuição das fases presentes na pasta de cimento hidratada pelos tons de
cinza, Silva (2000).
Tons de cinza Fases
Branco (Claro) Grão anidro (A)
Médio Portlandita (CH)
Escuro Outros produtos hidratados - inclui o C-S-H (M)
Preto Poros (P)
1
2
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
218
Ao lado de cada imagem está indicado o ponto analisado, o elemento identificado e a
relação Ca/Si e (Fe+Al)/Ca. As imagens apresentadas nas figuras 4.126 a 4.128 referem-se às
pastas que foram submetidas à cura úmida durante 56 dias e equivalem aos traços das vigas 1,
2 e 3. As figuras 4.129 a 4.131 referem-se às pastas que foram submetidas à cura úmida
durante sete dias e expostas ao meio ambiente até completar a idade de 56 dias, os traços
referem-se às vigas 1, 2 e 3. Nas figuras 4.132 a 4.134 são apresentadas as imagens referentes
às pastas que foram submetidas à cura úmida durante 7 dias, pré-condicionadas por 21 dias e
carbonatadas durante 28 dias e os traços referem-se aos das vigas 1, 2 e 3.
Ponto Elemento Ca/Si (Fe+Al)/Ca
1 A 2,41 0,04
2 S 0,003 0,00
3 M 2,03 0,05
4 E 0,84 0,40
Figura 4.126 – Amostra polida da pasta de
cimento referente à viga 1 que foi
submetida à cura úmida.
A – Cimento anidro
B – Borda do anidro
S – SiO
2
M – Produtos hidratados - inclui o C-S-H
E – Escória
PC = Pasta carbonatada
CH – Ca(OH)
2
C – CaO
Ponto Elemento Ca/Si (Fe+Al)/Ca
1 A 8,94 0,42
2 C 1040,44 0,00
3 E 1,36 0,27
4 A 7,77 0,47
5 CH 13,17 0,01
6 M 0,30 0,02
7 M 2,79 0,14
Figura 4.127 – Amostra polida da pasta de
cimento referente à viga 2 (SFS) que foi
submetida à cura úmida.
1
2
3
4
5
6
7
1
2
3
4
CH
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
219
Ponto Elemento Ca/Si (Fe+Al)/Ca
1 A 4,15 0,09
2 E 1,64 0,24
3 M 2,10 0,09
4 C -- --
Figura 4.128 – Amostra polida de pasta de
cimento referente a viga 3 (SCA) que foi
submetida à cura úmida.
Ponto Elemento Ca/Si (Fe+Al)/Ca
1 CH 25,60 0,01
2 M 2,09 0,07
3 A 2,44 0,07
4 C -- --
Figura 4.129 – Imagem de amostra polida
de pasta de cimento referente a viga 1 que
foi submetida ao meio ambiente.
Ponto Elemento Ca/Si (Fe+Al)/Ca
1 M 0,32 0,003
2 M 2,41 0,15
3 A 2,82 0,02
4 E 1,43 0,27
Figura 4.130 – Imagem de amostra polida
de pasta de cimento referente a viga 2
(SFS) que foi submetida ao meio ambiente.
1
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
220
Ponto Elemento Ca/Si (Fe+Al)/Ca
1 CH 24,62 0,01
2 A 4,08 0,10
3 M 1,58 0,09
4 C 778,5 0,002
5 E 1,37 0,28
6 A 2,27 0,05
7 S 0,07 0,01
Figura 4.131 – Imagem de amostra polida
de pasta de cimento referente a viga 3
(SCA) que foi submetida ao meio
ambiente.
Ponto Elemento Ca/Si (Fe+Al)/Ca
1 C -- --
2 PC 6,18 0,05
3 E 0,79 0,44
4 CaCO
3
4,30 0,04
Figura 4.132 – Imagem de amostra polida
de pasta de cimento referente à viga 1 que
foi submetida à carbonatação.
Ponto Elemento Ca/Si (Fe+Al)/Ca
1 E 0,56 0,16
2 M 0,97 0,02
3 S 0,27 0,20
4 A 2,41 0,62
5 CaCO
3
4,82 0,04
Figura 4.133 – Imagem de amostra polida
de pasta de cimento referente a viga 2
(SFS) que foi submetida à carbonatação.
1
4
3
2
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
6
7
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
221
Ponto Elemento Ca/Si (Fe+Al)/Ca
1 CaCO
3
0,14 0,004
2 S 0,12 0,66
3 S 0,09 0,81
4 E 1,37 0,28
5 PC 2,98 0,09
6 A 13,39 0,50
7 C 853,9 --
8 CaCO
3
2,68 0,06
Figura 4.134 – Imagem de amostra polida
de pasta de cimento referente a viga 3 (SCA)
que foi submetida à carbonatação.
(a)
(b)
Figura 4.135 – Imagem de amostra polida de pasta de cimento carbonatada com precipitação
do CaCO
3
no poro. (a) pasta com SFS e (b) pasta com SCA.
Figura 4.136 – Imagem de amostra polida de pasta de cimento mostrando a escória, o
cimento anidro e o hidróxido de cálcio (CH).
1
3
5
4
2
7
6
8
Anidro
CH
Escória
CaCO
3
CaCO
3
Capítulo 4 - Apresentação dos resultados e discussões
222
Comparando as figuras 4.126 a 4.128 e sabendo que os pontos pretos referem-se aos
poros presentes nas pastas, observa-se que a adição da sílica ativa contribui para a diminuição
da porosidade. As pastas compostas com SFS e SCA apresentaram praticamente a mesma
porosidade, conforme já observado nos ensaios de porosimetria por intrusão de mercúrio.
As pastas submetidas ao meio ambiente e à carbonatação foram curadas durante sete
dias, portanto estas pastas tendem a ser mais porosas que as pastas submetidas à cura úmida.
Nas imagens referentes às pastas submetidas ao meio ambiente observa-se uma grande
porosidade. Este comportamento foi verificado no PIM, em que a pasta submetida ao meio
ambiente foi a que apresentou maior porosidade.
Observando as imagens apresentadas nas figuras 4.132 a 4.134 verifica-se que as
pastas carbonatadas apresentam uma grande quantidade de poros quando comparada com as
pastas submetidas à cura úmida, no entanto a porosidade desta pasta determinada pela PIM foi
a menor. Este comportamento deve-se à precipitação do carbonato de cálcio nos poros
tamponando-os, conforme apresentado na figura 4.135.
Capítulo
5
CONCLUSÕES
Esta pesquisa foi realizada com o intuito de verificar o comportamento da frente de
carbonatação em vigas de concreto armado submetidas à flexão, na máxima condição de
subarmação. Para o desenvolvimento desta tese foi realizado um estudo experimental para
verificar: o comportamento da carbonatação nas regiões com e sem fissuras e nas regiões
tracionada e comprimida das vigas; a eficiência do cobrimento; a validade do concreto de alto
desempenho em atmosferas agressivas quando fissurado e a possibilidade de realizar estudos
de carbonatação em elementos estruturais em escala reduzida. As conclusões obtidas são
apresentadas na seqüência.
Dá análise da resistência à compressão simples em corpos-de-prova submetidos à
carbonatação pode-se observar um ganho de resistência quando submetidos à carbonatação,
conforme preconizado por Richardson (1988). Este ganho de resistência deve-se ao
refinamento dos poros do concreto devido à precipitação do carbonato de cálcio nos poros,
conforme observado no ensaio de PIM e MEV.
Comparando os valores extrapolados de resistência à compressão dos corpos-de-prova
de concreto referentes às vigas em escala natural e reduzida, foram obtidos resultados com
excelente confiabilidade. Isto significa que o estudo de traço foi satisfatório, garantindo a
confiabilidade com relação à compressão simples para os modelos físicos reduzidos.
A análise estatística dos resultados de resistência mecânica indicou que não existem
diferenças significativas entre os concretos das vigas em escala natural, portanto em termos de
resistência todas são comparativas. No caso dos modelos avaliados essas relações não se
confirmaram.
Foi observado que o módulo de elasticidade do concreto é influenciado pelo período
de cura. Verificou-se que os corpos-de-prova que foram submetidos à carbonatação e ao meio
ambiente apresentaram módulos de elasticidade semelhantes entre si e inferiores aos que
Capítulo 5 - Conclusões
224
permaneceram em cura úmida até a data do ensaio. Este comportamento deve-se à umidade
interna dos corpos-de-prova.
As vigas em escala natural apresentaram deslocamentos e deformações menores ou
iguais aos valores teóricos. Comparando as vigas em escala natural e reduzida observa-se que
as vigas em escala reduzida tendem a sofrer maiores deformações e deslocamentos devido à
redução no valor do módulo de elasticidade e ao tipo de solicitação que foi flexão simples, e
não flexão composta.
A carbonatação não é uniforme ao longo do elemento estrutural e a tendência é que na
região tracionada da viga a carbonatação seja maior que na comprimida. Na região
comprimida existe o confinamento do concreto e consequentemente a dificuldade de difusão
do CO
2
. A carbonatação na região tracionada da viga é a que mais se aproxima dos valores
determinados em corpos-de-prova.
Comparando os resultados de profundidade de carbonatação determinados em corpos-
de-prova e nas vigas de concreto armado foi observado que os corpos-de-prova apresentaram
maiores valores de carbonatação. Portanto, utilizar corpos-de-prova para determinar a frente
de carbonatação é a favor da segurança para posições em que o elemento estrutural não esteja
fissurado.
Comparando a frente de carbonatação determinada nos terços próximos aos apoios
(momento fletor variável) e no vão central da viga (momento fletor constante e máximo), não
foi observada uma mudança de comportamento.
As vigas 1 e 2, tanto em escala natural quanto em escala reduzida, não apresentaram
diferenças significativas na determinação da carbonatação. Já a viga 3, para ambas as escalas,
apresentou uma frente de carbonatação significativamente menor. Esta menor frente de
carbonatação deve-se à adição da SCA, a qual proporcionou uma boa aderência pasta
agregado, o fortalecimento da zona de interface e consequentemente uma menor difusão da
frente de carbonatação. Outra explicação seria a possibilidade do valor do pH da SCA ser
maior que o da SFS. Com os resultados obtidos pode-se afirmar que a SFS adicionada em
substituição volumétrica ao cimento Portland não contribui para a redução da carbonatação
enquanto que a SCA tem um comportamento diferente, diminuindo a frente de penetração da
carbonatação.
Os valores extrapolados de profundidade de carbonatação determinados nas regiões
tracionada e comprimida dos modelos físicos reduzidos apresentaram uma excelente
confiabilidade quando comparados aos obtidos em escala natural. Entretanto, os valores
extrapolados da frente de carbonatação ao longo das fissuras dos modelos físicos reduzidos
Capítulo 5 - Conclusões
225
apresentaram uma baixa confiabilidade, com valores aproximadamente 30% inferiores aos
obtidos na escala natural. Conclui-se que utilizar modelos físicos reduzidos em escala 1:5 para
verificar a frente de carbonatação em elementos estruturais solicitados é adequado, com
exceção de estudos na posição da fissura. Vale ressaltar, que é necessário verificar se esta
limitação também ocorre para as escalas maiores.
A espessura do cobrimento de acordo com as recomendações da NBR 6118 (2003) foi
satisfatória para as regiões sem a presença de fissuras, uma vez que a armadura não foi
atingida pela frente de carbonatação. Já na posição das fissuras a função de proteção do
cobrimento foi invalidada, pois a fissura facilitou a difusão do dióxido de carbono para
regiões internas da viga. Em várias regiões da armadura, com cobrimento de 3,0 cm, foi
verificada a presença da carbonatação, apesar do valor médio da profundidade de
carbonatação nas fissuras estar entre 20 e 25 mm.
Para simular cobrimentos de 2,0 e 2,5 cm foram realizadas leituras de carbonatação
ortogonais as fissuras nas respectivas posições (seção AA, vide figura 4.47). Verificou-se que
quanto mais próximo à superfície da viga, maiores foram os valores de profundidade de
carbonatação ortogonais às fissuras. A redução da frente de carbonatação ortogonal à fissura e
em direção ao interior da viga deveu-se à redução da intensidade de CO
2
.
A adição da SFS e SCA proporcionou uma redução estatisticamente significativa na
abertura da fissura das vigas 2 e 3 respectivamente. Com a utilização da sílica ativa tem-se a
reação pozolânica que transforma o CH em C-S-H. Esta mudança da microestrutura
proporciona uma melhoria na pasta de cimento, o que dificulta a propagação da fissura.
Comparando as vigas constituídas com a SCA e com a SFS foi observado que as vigas
com a SCA além de apresentarem menores valores de profundidade de carbonatação também
apresentaram menores aberturas de fissuras. Esta eficiência está associada ao menor tamanho
do grão da SCA, o que proporciona uma melhor reação pozolânica da mistura.
As vigas em escala natural apresentaram maiores aberturas de fissuras na região de
maior momento fletor. O mesmo comportamento não foi observado para os modelos, devido à
tendência dos modelos físicos reduzidos em apresentar menores quantidades de fissuras e com
maiores aberturas.
A determinação da carbonatação nas fissuras demonstrou que maiores aberturas de
fissuras proporciona o aumento na profundidade de carbonatação. Na viga 1 foram observadas
as maiores aberturas de fissuras e conseqüentemente a frente de carbonatação, ortogonalmente
às fissuras, foram superiores.
Capítulo 5 - Conclusões
226
Foi constatado que para concretos com menores coeficientes de carbonatação a difusão
do dióxido de carbono para a superfície lateral da fissura tende a diminuir e este difunde para
a região mais interna da fissura. Este comportamento foi observado principalmente para a
viga 3, a qual apresentou o menor coeficiente de carbonatação. A leitura da carbonatação
ortogonal à fissura foi pequena, mas foi observada a presença da carbonatação na região mais
interna da viga.
A presença da fissura juntamente com a carbonatação e a umidade foram responsáveis
pela presença da corrosão da armadura das vigas dentro de um ano de exposição à umidade.
Foi observada que com o aumento da concentração de CO
2
houve o aumento do
coeficiente de carbonatação, e uma possível tendência desse comportamento é seguir uma
função logarítmica. Para concentrações superiores a 10% o aumento do coeficiente de
carbonatação não é muito acentuado. Este comportamento pode ser justificado pelo fato do
carbonato de cálcio precipitar nos poros, refinando a porosidade do concreto e com isso a
frente de carbonatação tende a diminuir.
A profundidade de carbonatação obtida em 28 dias de exposição a uma concentração
de 50% de dióxido de carbono demoraria aproximadamente sete meses para ocorrer se
estivesse submetida a uma concentração de 1%. Esta é a concentração das grandes cidades e
regiões industriais. Portanto, se as vigas estudadas estivessem localizadas em grandes centros,
com 65% de umidade relativa e sem proteção de revestimentos demorariam aproximadamente
7 meses para apresentar tal carbonatação. Na prática esta carbonatação não ocorre em sete
meses uma vez que a umidade relativa não é constante em 65% e a tendência é realizar
revestimentos na estrutura.
Nos ensaios de difração de raios-X nas pastas carbonatadas não foram observados os
picos de portlandita, os quais foram consumidos na reação de carbonatação, e o halo amorfo
do C-S-H. Verificou-se que a intensidade do pico de calcita foi menor para as pastas com
adições de SFS e SCA, isto porque a quantidade de portlandita inicial foi menor devido a
adição das sílicas serem realizadas por substituição volumétrica ao cimento Portland. Com a
carbonatação tem-se a transformação da portlandita em calcita, desta forma quanto menor for
a intensidade de portlandita inicial menor será a de calcita após a carbonatação.
Com o ensaio de porosimetria por intrusão de mercúrio foi observado que a
carbonatação proporciona uma redução de aproximadamente 55% da porosidade da pasta.
Esta redução deve-se à precipitação do carbonato de cálcio nos poros, preenchendo-os.
Também foi observada a eficiência da cura no refinamento dos poros.
Capítulo 5 - Conclusões
227
A adição da SFS e SCA proporcionou um refinamento dos poros das pastas
submetidas à cura úmida de aproximadamente 50%. Esta redução na porosidade deve-se à
mudança da microestrutura da pasta proporcionada pela reação pozolânica e a redução da
relação água/cimento das pastas 2 e 3. Comparando as pastas com SFS e SCA submetidas à
cura úmida foram observados praticamente a mesma porosidade total e o mesmo diâmetro
médio dos poros. Portanto, em termos de porosidade estas pastas apresentaram
comportamento semelhante para condição de cura úmida. As pastas com SFS e SCA
submetidas à carbonatação apresentaram comportamentos diferentes, sendo que a pasta com
SFS apresentou maior intensidade de carbonatação. Este comportamento pode ser verificado
com o PIM uma vez que foi observada uma redução na porosidade total da pasta com SFS.
Com o ensaio de microscopia eletrônica de varredura foi verificado que a tendência é
do carbonato de cálcio se precipitar nos poros da pasta, proporcionando um refinamento dos
poros conforme observado no ensaio de PIM. O carbonato de cálcio também se precipita na
pasta de cimento Portland e com diferentes proporções, dependendo da intensidade da
carbonatação.
Com o MEV foi verificado o comportamento da carbonatação na fissura. O carbonato
de cálcio precipita-se na superfície da fissura e na pasta localizada próximo à esta região. Se o
comportamento da carbonatação na fissura fosse igual ao que ocorre nos poros a tendência
seria o tamponamento das mesmas com pequenas aberturas. No entanto esta semelhança de
comportamento não foi observada, uma vez que na fissura não existe umidade suficiente para
transformar todo o CO
2
em ácido carbônico como ocorre no poro. Na fissura a tendência é do
dióxido de carbono difundir-se para o interior da pasta com menor intensidade devido à
diminuição da taxa de CO
2
. Caso a fissura estivesse saturada a difusão do dióxido de carbono
não ocorreria. Com isso conclui-se que o comportamento da carbonatação, nos poros e nas
fissuras, é diferente.
Foi observado com o MEV que as fissuras tendem a surgir na região composta por
hidróxido de cálcio. O CH é mais fraco que o C-S-H, portanto a fissura ocorrerá com maior
facilidade no elo menos resistente da pasta de cimento hidratada.
A maioria das morfologias do carbonato de cálcio encontradas nas pastas carbonatadas
foi a calcita, sendo encontrada em apenas uma das imagens a aragonita. Portanto, conforme
apresentado na revisão bibliográfica, o carbonato de cálcio é comumente encontrado na forma
de calcita, fase mais estável.
Foi observado que zonas de interface pasta/agregado com elevada porosidade e grande
quantidade de hidróxido de cálcio proporcionam um caminho preferencial para a difusão do
Capítulo 5 - Conclusões
228
dióxido de carbono. Esta verificação pode ser extrapolada para qualquer tipo de interface da
pasta de cimento. Se a zona de interface for grande, tem-se o caminho preferencial para a
difusão do CO
2
. Quando a aderência pasta agregado é boa devido à formação de C-S-H,
observa-se através da análise por MEV que a extremidade do agregado possui uma coloração
mais clara devido à aderência de produtos de hidratação do cimento no agregado.
A simples adoção de uma pasta de boa qualidade não garante uma boa zona de
interface pasta/agregado, existe a necessidade de diminuir o efeito parede e proporcionar a
formação de C-S-H na interface com o agregado.
Com as imagens do MEV pôde-se confirmar a presença da corrosão nas barras de aço
que foram despassivadas com a presença da carbonatação difundida pela fissura.
Verificou-se que a carbonatação é mais intensa na região tracionada do elemento
estrutural e quando na presença da fissura tem-se um caminho preferencial. Portanto esta
tendência de comportamento pode ser extrapolada para os demais tipos de elementos
estruturais. Independente do elemento, se existir fissuras tem-se o caminho preferencial para a
difusão, na região tracionada tem-se maior intensidade de carbonatação e na região
comprimida menor.
Com a aplicação do concreto de alto desempenho supõe-se que a obra terá
durabilidade garantida. No entanto, a simples adoção deste concreto para construção de
elementos estruturais não é suficiente nas peças que contenham fissuras e são submetidas à
atmosferas ambientais agressivas. Como o concreto é de elevado desempenho a tendência é
de apresentar menor coeficiente de carbonatação e com isso a difusão do dióxido de carbono
tende a ir para a região mais interna da fissura. Sendo assim, existe a possibilidade do agente
agressivo atingir a região da armadura.
Tendo em vista a presença da fissura e do dióxido de carbono em elementos
estruturais, a ocorrência da carbonatação é inevitável. Assim recomenda-se que as estruturas
de concreto armado fissuradas sejam impermeabilizadas ou revestidas, e ao longo da vida útil
sejam realizadas manutenções preventivas.
Sugestões para futuras pesquisas
Esta tese evidenciou algumas suposições que merecem estudos mais aprofundados
para confirmar tais comportamentos, sendo assim sugere-se para trabalhos futuros:
Verificar o pH da água dos poros das pastas de cimento confeccionadas com adição de
SFS e SCA para verificar a influência destas adições na alcalinidade da pasta. A
Capítulo 5 - Conclusões
229
alteração desta alcalinidade influencia de forma direta na profundidade de
carbonatação.
Realizar ensaios de carbonatação para diferentes concentrações de dióxido de carbono
para confirmar a tendência logarítmica entre o coeficiente de carbonatação x
concentração sugerida nesta tese.
Realizar um estudo mais detalhado da zona de interface pasta/agregado,
pasta/armadura, para confirmar o efeito benéfico da dopagem inicial dos agregados na
melhoria da zona de interface.
Avaliar a interferência nos valores da frente de carbonatação em diferentes escalas,
considerando a abertura de fissuras, a variação da seção transversal e o material, a fim
de estabelecer um novo coeficiente de correlação.
Estudar a influência da granulometria dos agregados na frente de carbonatação
observada em modelos físicos reduzidos.
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243
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Anexo A
244
ANEXO A
CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS
Anexo A
245
A.1. Cimento Portland
O cimento utilizado foi o CP II E32, cujas características físicas, químicas e mecânicas
estão na Tabela A.1. A análise química foi realizada por Fluorescência de Raios X; esse
ensaio foi executado pelo Centro de Caracterização e Desenvolvimento de Materiais –
CCDM/UFSCar. Esse cimento foi escolhido por ser muito utilizado no canteiro de obras
devido à sua disponibilidade no mercado.
Tabela A.1 – Caracterização química, física e mecânica do cimento CP II E 32.
Características Determinação Valores obtidos
Perda ao fogo
Óxido de Silício (SiO
2
)
Óxido de Alumínio (Al
2
O
3
)
Óxido de Ferro (Fe
2
O
3
)
Óxido de Titânio (TiO
2
)
Óxido de Cálcio (CaO)
Óxido de Magnésio (MgO)
Óxido de Sódio (Na
2
O)
Óxido de Potássio (K
2
O)
Óxido de Fósforo (P
2
O
5
)
Óxido de Manganês (MnO)
Óxido de Cromo (Cr
2
O
5
)
4,98
21,86
4,96
1,83
0,16
63,57
1,46
0,23
0,69
0,25
----
----
Químicas
Composição potencial- Bogue
C
3
S
C
2
S
C
3
A
C
4
AF
56,65
20,25
10,05
5,56
Físicas
Massa específica
Finura – área específica
*
Tempo de pega inicial
Tempo de pega final
3,04 g/cm
3
3316 cm
2
/g
138
338
Mecânicas
Resistência à compressão
*
1 dia
3 dias
7 dias
13,6 11 MPa
32,1 22 MPa
41,2 31 MPa
* Dados fornecidos pela empresa (HOLDERCIM, 2002).
Para este cimento Portland foi realizado o ensaio de difratometria de raios-X, Figura
A.1. São apresentados na tabela A.2 os principais produtos identificados e a nomenclatura
adotada na identificação do difratograma.
Tabela A.2 – Produtos identificados nos difratogramas e suas respectivas nomenclaturas.
Compostos Nomenclaturas Fórmula química
Alita C
3
S 3CaO.SiO
2
Belita C
2
S 2CaO.SiO
2
Aluminato A 3CaO.Al
2
O
3
Ferrita F 4CaO.Al
2
O
3
.Fe
2
O
3
Anexo A
246
F + A
C
2
S
C
3
S + C
2
S
C
3
S
C
3
S + F
C
3
S
C
3
S
C
3
S
C
3
S
C
3
S
C
3
S + C
2
S
C
3
S + C
2
S
C
3
S + C
2
S + F
C
3
S
0
50
100
150
200
250
300
5 1015202530354045505560657075
2
θ
Cuk
α
Intensidade
C
3
S - Silicato tricálcico
C
2
S - Silicato dicálcico
F - Ferrita
A - Aluminato
Figura A.1 - Difratograma de raios-X do cimento CP II E 32.
A.2. Agregado miúdo
Foi utilizada uma areia quartzosa de cava advinda de uma jazida próxima à cidade de
São Carlos – SP. Na Tabela A.3 estão apresentados os resultados dos ensaios de
caracterização desse material.
Tabela A.3 – Caracterização do agregado miúdo – areia Itaporanga.
Determinação
Método de
ensaio
Valores obtidos
Composição granulométrica
Diâmetro máximo característico
Módulo de finura
Massa específica por meio do frasco Chapman
Massa unitária do agregado em estado solto
Teor de argila em torrões e materiais friáveis
Materiais pulverulentos
Impurezas orgânicas
Número de angulosidade médio
NBR 7217/87
NBR 9776/87
NBR 7251/82
NBR 7218/87
NBR 7219/87
NBR 7220/87
BS - 812
Areia fina –Zona 2
2,4 mm
2,03
2,63 kg/dm
3
1,58 kg/dm
3
0,10%
0,75%
< 300 ppm
1,68
A composição granulométrica da areia é apresentada na Tabela A.4 e representada na
Figura A.2. A partir da curva granulométrica, caracterizou-se o material como areia fina, zona
2, de acordo com a NBR - 7217/1987.
Tabela A.4 - Composição granulométrica do agregado miúdo.
Peneira
(mm)
Massa
retida
(g)
Massa
acumulada
(g)
% Retida
(%)
% Retida
acumulada
(%)
9,5 0,0 0,0 0 0
6,30 6,6 6,6 1 1
4,80 3,0 9,6 1 2
2,40 13,2 22,8 3 5
1,20 27,0 49,8 5 10
0,60 55,5 105,3 11 21
0,30 242,5 347,8 49 70
0,15 133,3 481,1 27 96
Fundo 18,9 500 4 100
Soma 500 100 305
Diâmetro máximo = 2,4 mm
Módulo de finura = 2,033
Anexo A
247
Limites Granulométricos para Areia Fina - Zona 2
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
9.56.34.82.41.20.60.30. 15
Abertura das Peneiras (mm)
% Retida Acumulada
Amostra Limites
Figura A.2 - Composição granulométrica da areia Itaporanga.
O que determinou a escolha dessa areia foi o número de angulosidade. Quanto menor
esse valor, mais arredondado é o agregado; esse valor está compreendido entre 0 e 11.
Quando o agregado possui um formato mais arredondado, melhor é o empacotamento desse
material com os demais e melhores serão as propriedades do concreto.
A.3. Agregado graúdo
Como agregados graúdos foram utilizados brita 1 e intermediária, de origem basáltica
da região de São Carlos. Na tabela A.5 são apresentados os resultados dos ensaios de
caracterização desses materiais.
Tabela A.5 – Caracterização dos agregados graúdos.
Valores obtidos
Determinação Método de ensaio
Intermediária Brita 1
Diâmetro máximo característico
Módulo de finura
Massa específica
Massa específica - γ
sss.
Massa unitária do agregado em estado solto
Massa unitária do agregado em estado compactado
Absorção do agregado graúdo
Índice de forma
Materiais pulverulentos
NBR 7217/87
NBR 9937/87
NBR 9937/87
NBR 7251/82
NBR 7810/83
NBR 9937/87
AFNOR P-18-301
NBR 7219/87
12,5 mm
6,15
2,84 kg/m
3
2,87 kg/m
3
1,46 kg/m
3
1,58 kg/m
3
1,0 %
0,23
0,60 %
19,0 mm
6,93
2,89 kg/m
3
2,91 kg/m
3
1,48 kg/m
3
1,55 kg/m
3
0,6 %
0,22
0,23 %
As distribuições granulométricas das britas intermediárias e brita 1, conforme a NBR –
7217/87 são apresentadas nas tabelas A.5 e A.6 respectivamente, e as curvas de distribuição
granulométrica das mesmas são mostradas nas figuras A.3 e A.4.
Anexo A
248
Tabela A.6 - Composição granulométrica do agregado graúdo – brita intermediária.
Peneiras (mm) Massa retida (g) % retida (%) % acumulada (%)
25 0 0 0
19 0 0,1 0,1
12,5
*
212,5 4,3 4,4
9,5 1192,5 23,9 28,2
6,3
*
2294,0 45,9 74,1
4,8 842,0 16,8 90,9
2,4 381,0 7,6 98,6
1,2 43,7 0,9 99,4
0,6 9,0 0,2 99,6
0,3 5,1 0,1 99,7
0,15 3,2 0,1 99,8
Fundo 17,0 0,3 100
Total 5000 100 100
*
Peneiras intermediárias
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
152
76
64
5
0
3
8
3
2
25
19
1
2,5
9
.
5
6
.
3
4.8
2.4
1.
2
0
.
6
0
.
3
0
.
15
Fun
d
o
Abertura das peneiras (mm)
% de massa retida acumulada
Figura A.3 – Curva de distribuição granulométrica da brita intermediária
Tabela A.7 – Composição granulométrica do agregado graúdo – brita 1.
Peneiras (mm) Massa retida (g) % retida (%) % acumulada (%)
25 0 0 0
19 0 0,1 0,1
12,5
*
3585,7 71,7 71,7
9,5 1157,3 23,1 94,9
6,3
*
230,2 4,6 99,5
4,8 9,3 0,2 99,7
2,4 1,6 0 99,7
1,2 0,3 0 99,7
0,6 0 0 99,7
0,3 0 0 99,7
0,15 0 0 99,7
Fundo 15,6 0,3 100
Total 5000 100 100
*
Peneiras intermediárias
Anexo A
249
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
152
76
64
5
0
38
32
2
5
19
1
2
,
5
9
.5
6.3
4.8
2.4
1.2
0.6
0
.3
0.15
F
undo
Abertura das peneiras (mm)
% de massa retida acumulada
Figura A.4 – Curva de distribuição granulométrica da brita 1
A.4. Composição entre os agregados graúdos
Com o objetivo de diminuir o consumo de cimento e determinar o menor índice de
vazios do concreto, realizou-se uma análise de composição “ideal” entre brita 1 e a
intermediária, através da massa unitária no estado compactado seco, NBR 7810/83 cujos
valores se encontram na tabela A.8.
O ensaio foi realizado compactando-se 3 camadas de material com 25 golpes em cada
camada, em um recipiente metálico com volume de 15 dm
3
.
O índice de vazio, definido através da massa unitária e massa específica dos
agregados, foi calculado de acordo com a Equação A.1.
1e
S
=
ρ
ρ
(A.1)
Em que: e = índice de vazios;
ρ
S
= massa específica real;
ρ = massa unitária.
O melhor resultado obtido com esse ensaio foi a composição com 70% de brita 1 e
30% de brita intermediária, a qual apresentou o menor índice de vazios. Na Tabela A.8 e
figura A.5 são apresentados os valores calculados do índice de vazios, utilizando a massa
unitária e a massa específica da composição dos agregados.
Tabela A.8 – Resultados do ensaio de composição ideal entre brita 1 e intermediária.
Composição brita
1/brita interm. (%)
Massa Total
(kg)
Massa Unitária
kg/dm
3
Massa Específica
kg/dm
3
Índice de
Vazios
100/0 22,475 1,55 2,89 0,86
90/10 22,698 1,56 2,88 0,85
80/20 22,705 1,57 2,88 0,83
70/30 22,842 1,58 2,87 0,82
60/40 22,599 1,56 2,87 0,84
50/50 22,454 1,55 2,86 0,85
40/60 22,415 1,54 2,86 0,86
Anexo A
250
0, 8
0,85
0, 9
0 10203040 506070
Brita intermediária (% )
Índice de vazios
Figura A.5 – Representação gráfica dos índices de vazios.
Esse estudo de composição ideal propicia o máximo empacotamento possível entre os
agregados, com vistas a estabelecer, com os outros materiais, uma melhor compacidade.
A.5. Sílica ativa
Na Tabela A.10 são apresentados os valores da massa específica e pozolanicidade
(ensaio de Chapelle modificado) da sílica extraída da casca de arroz (SCA) e da sílica de
ferro-silício ou silício metálico(SFS).
Tabela A.10 – Valores de pozolanicidade e massa específica.
Sílicas avaliadas Massa específica (kg/dm
3
) Pozolanicidade (%)
SCA 2,10 99,78
SFS 2,20 99,81
Quando da realização do ensaio de difração de raios-X (DRX) da SCA e da SFS,
figuras A.6 e A.7, foi verificada a ausência de picos cristalinos; isso comprovou a
amorficidade das sílicas. Essa propriedade confere alta pozolanicidade às sílicas com o
hidróxido de cálcio. Se eventualmente houver presença de sílica cristalina na amostra, elas
encontram-se abaixo do limite de detecção da técnica utilizada.
0
50
100
150
200
250
300
5 1015202530354045505560657075
2
θ
Cuk
α
Intensidade
Figura A.6 – Difratograma de raios-X da sílica da casca de arroz (SCA).
Anexo A
251
0
50
100
150
200
250
300
5 1015202530354045505560657075
2
θ
Cuk
α
Intensidade
Figura A.7 – Difratograma de raios-X da sílica de ferro silício (SFS).
A tabela A.11 apresenta a composição química da SCA e da SFS. Essa análise química
foi realizada por Fluorescência de Raios X, sendo esse ensaio realizado pelo Centro de
Caracterização e Desenvolvimento de Materiais – CCDM/UFSCar.
Tabela A.11 – Caracterização química da SCA e SFS.
Constituintes SCA SFS
SiO
2
Al
2
O
3
Fe
2
O
3
TiO
2
CaO
MgO
Na
2
O
K
2
O
P
2
O
5
MnO
Cr
2
O
5
Perda ao fogo
97,53
---
0,21
0,02
0,22
---
0,01
0,04
0,26
---
---
1,72
95,92
---
1,33
0,01
0,36
0,38
0,12
0,30
---
---
---
1,58
A.6. Aditivos
Foi utilizado o aditivo superplastificante Glenium 51 à base de éter carboxílico
modificado. A quantidade de água no aditivo é de aproximadamente 60% e a cor é castanho
claro.
A.7. Barras de aço
Foram ensaiadas barras de aço com diâmetro de 1,65, 2,5, 5,0, 6,3 e 12,5 mm; os
valores dos módulos de elasticidade e tensão de escoamento estão na tabela A.12.
Anexo A
252
Tabela A.12 – Valores do Módulo de Elasticidade e Tensão de Escoamento das barras de aço
utilizadas na confecção das vigas.
Diâmetro das
barras
Módulo de Elasticidade
E (GPa)
Tensão de Escoamento
f
yd
(MPa)
12,5 202,0 566
6,3 209,5 551
5,0 212,9 744,1
2,5 170,9 698,8
1,65 193,6 392,8
Nas figuras A.8, A.9, A.10, A.11 e A.12 são apresentados os gráficos da
caracterização das barras de aço.
0
100
200
300
400
500
600
0,000000 0,020000 0,040000 0,060000 0,080000 0,100000
Deformação
Tensão (MPa)
Figura A.8 – Gráfico de tensão x deformação da barra de aço com diâmetro de 1,65 mm.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0,000000 0,004000 0,008000 0,012000 0,016000 0,020000 0,024000
Deformação
Tensão (MPa)
Figura A.9 – Gráfico de tensão x deformação da barra de aço com diâmetro de 2,5 mm.
Anexo A
253
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0,000000 0,005000 0,010000 0,015000 0,020000 0,025000 0,030000
Deformação
Tensão (MPa)
Figura A.10 – Gráfico de tensão x deformação da barra de aço com diâmetro de 5,0 mm.
0
100
200
300
400
500
600
700
0,0000 0,0050 0,0100 0,0150 0,0200 0,0250 0,0300
Deformação
Tensão (MPa)
Figura A.11 – Gráfico de tensão x deformação da barra de aço com diâmetro de 6,3 mm.
0
100
200
300
400
500
600
700
0,0000 0,0050 0,0100 0,0150 0,0200 0,0250 0,0300 0,0350
Deformação
Tensão (MPa)
Figura A.12 – Gráfico de tensão x deformação da barra de aço com diâmetro de 12,5 mm.
Anexo B
254
ANEXO B
DIMENSIONAMENTO E RESULTADOS TEÓRICOS E
EXPERIMENTAIS DAS VIGAS E DOS MODELOS
Anexo B
255
B.1 – Dimensionamento das vigas e dos modelos
O dimensionamento das vigas e dos modelos foi realizado considerando o efeito da flexo-
compressão e flexão simples respectivamente. As resistências médias à compressão do
concreto, consideradas nos cálculos se encontram na tabela B.1. Utilizou-se o domínio de
deformação na seção transversal entre os limites 3 e 4, no qual o concreto e a armadura
atingem sua capacidade resistente máxima. Nessa situação, a ruptura do concreto ocorre
simultaneamente com o escoamento da armadura e a ruína acontece com aviso, após grandes
deformações.
Tabela B.1 – Valores de resistência à compressão simples dos corpos-de-prova referentes às
vigas em escala natural e reduzida.
Resistência à compressão simples aos sete dias de idade (MPa)
Viga 1 Viga 2 Viga 3 Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
37,4 37,7 38,2 40,3 51,5 51,4
Os cálculos a seguir seguem as recomendações de Carvalho e Figueiredo Filho (2001) e
NBR 6118 (2003).
Altura útil da peça
Foram utilizadas nas vigas em escala natural duas camadas de armadura longitudinal
com φ
longitudinal
= 12,5 mm e φ
estribo
= 6,3 mm. Para os modelos utilizou-se apenas uma
camada de armadura longitudinal com φ
longitudinal
= 5,0 mm e φ
estribo
= 1,65 mm.
'
dd h +=
(1)
2
a
cd
v
allongitudinestribo
'
+++=
φφ
(2)
Sendo:
h = altura total da seção transversal da peça (cm);
d = altura útil (cm) – distância entre o centro de gravidade da armadura longitudinal
tracionada até a fibra mais comprimida do concreto;
d
= distância entre o eixo da armadura de tração e a face mais próxima do elemento
(cm);
c = cobrimento da armadura em relação à face do elemento (cm);
φ
estribo
= diâmetro da armadura transversal (cm);
φ
longitudinal
= diâmetro da armadura longitudinal (cm);
a
v
= espaçamento vertical da armadura (cm).
Anexo B
256
Tabela B.2 – Valores utilizados para o cálculo da altura útil das vigas em escala natural e
reduzida.
Viga 1 Viga 2 Viga 3 Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
h (cm) 30,0 30,0 30,0 6,0 6,0 6,0
c (cm) 3,0 3,0 3,0 0,5 0,5 0,5
a
v
(cm) 2,0 2,0 2,0 --- --- ---
d’ (cm) 5,88 5,88 5,88 0,91 0,91 0,91
d (cm) 24,12 24,12 24,12 5,09 5,09 5,09
Posição da linha neutra
Limite entre os domínios 3 e 4, aço CA-50 para as vigas em escala natural e aço CA-
60 para as vigas em escala reduzida.
0035,0
d0,0035
x
yd
+
=
ε
(3)
Sendo:
x = altura da linha neutra (cm);
ε
yd
= deformação específica de escoamento do aço (CA-50 = 0,207% e CA-60 =
0,248%).
Momento último de cálculo
Pelo equilíbrio de esforços solicitantes, tem-se:
cdw
2
d
fb)x0,272-dx(0,68M =
(4)
Em que:
b
w
= largura da alma de uma viga (cm);
f
cm
= resistência de cálculo à compressão do concreto (kN/cm
2
)
A força aplicada nos terços do vão para a obtenção do momento fletor solicitante de
cálculo é determinado pela equação 5.
)3/vão(
M
F
d
d
=
(5)
Determinação da armadura longitudinal devido à flexão
yd
d
s
fz
M
A
=
(6)
x4,0dz = (seção retangular)
(7)
Sendo: f
yd
= resistência de escoamento de cálculo do aço (kN/cm
2
);
z = braço de alavanca (cm);
A
s
= área da seção transversal da armadura longitudinal de tração (cm
2
).
Anexo B
257
Determinação da armadura longitudinal considerando a flexo-compressão
Devido ao sistema de carregamento adotado no ensaio em escala natural, a viga foi
submetida a uma flexo-compressão. Com isso foi necessário descontar uma parcela da
armadura devido à força normal atuante. Considerou-se, por questão de segurança, que a força
máxima aplicada no cabo de protensão fosse de 140 kN.
yd
prot
yd
d
s
f
º15cosF
f
N
A
==
(8)
ssnecessário s,
AAA
=
(9)
Tabela B.3 – Valores utilizados para o cálculo da armadura longitudinal das vigas em escala
natural e reduzida.
Viga 1 Viga 2 Viga 3 Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
x (cm) 15,15 15,15 15,15 2,98 2,98 2,98
b
w
(cm) 15,0 15,0 15,0 3,0 3,0 3,0
Md (kN.cm) 7455,4 7515,2 7614,9 68,2 87,1 87,0
Vão (cm) 280 280 280 56 56 56
Fd (kN) 79,9 80,5 81,6 3,6 4,6 4,6
f
yd
(kN/cm
2
) 43,5 43,5 43,5 52,2 52,2 52,2
z (cm) 18,06 18,06 18,06 3,90 3,90 3,90
A
s
(cm
2
) 9,5 9,6 9,7 0,34 0,43 0,43
F
prot.
(kN) 140,0 140,0 140,0 --- --- ---
A
s
(cm
2
)
3,1 3,1 3,1 --- --- ---
A
s, necessário
(cm
2
) 6,4 6,5 6,6 0,34 0,43 0,43
A
s, adotado
(cm
2
) 6,25 6,25 6,25 0,40 0,40 0,40
Determinação da armadura transversal
A armadura transversal para as vigas em escala natural foi composta de barras com φ
de 6,3 mm, com dois ramos verticais e o aço CA-50. Nas vigas em escala reduzida foram
utilizados fios de aço com φ de 1,65 mm com f
ywd
e f
ywk
iguais a 34,2kN/cm
2
e 39,3 kN/cm
2
respectivamente. O procedimento adotado para essa verificação foi o modelo de cálculo I.
Verificação da biela comprimida do concreto
2RdSd
VV
<
(10)
dbf27,0V
wcdv2Rd
=
α
(11)
250
f
1
ck
v
=
α
(f
ck
em MPa)
(12)
Anexo B
258
Sendo:
V
Sd
= força cortante solicitante máxima, neste caso é igual à F
d
;
V
Rd2
= força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais comprimidas de
concreto.
Tabela B.4 – Valores utilizados na verificação da biela comprimida do concreto das vigas em
escala natural e reduzida.
Viga 1 Viga 2 Viga 3 Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
V
Sd
(kN) 79,9 80,5 81,6 3,6 4,6 4,6
α
v
0,85 0,85 0,85 0,84 0,79 0,79
V
Rd2
(kN) 221,8 223,6 226,6 10,0 12,0 12,0
2RdSd
VV
<
Portanto, a segurança à ruptura por compressão diagonal do concreto está garantida.
Cálculo da armadura transversal
cwdsw
τττ
=
(13)
db
V
w
Sd
wd
=
τ
(14)
db
V
w
c
c
=
τ
(15)
Na flexão simples V
c
= V
c0
dbf6,0V
wctdc0
=
(16)
3/2
ckctd
f
4,1
3,07,0
f
= (f
ck
em MPa)
(17)
)cos(sensen
1
f
11,1
ywd
sw
sw
ααα
τ
ρ
+
=
(18)
ywk
ctm
w
sw
sw
f
f
2,0
sensb
A
=
α
ρ
(19)
3/2
ckctm
f3,0f = (f
ck
em MPa)
(20)
4
2
A
2
sw
φπ
=
(21)
Espaçamento máximo permitido:
Se V
d
0,67 V
Rd2
, então s
máx
= 0,6 d 30cm
(22)
Se V
d
> 0,67 V
Rd2
, então s
máx
= 0,3 d 20cm
(23)
Anexo B
259
Sendo:
τ
sw
= tensão de cisalhamento correspondente a parcela de força cortante absorvida pela
armadura transversal
τ
wd
= tensão de cisalhamento de cortante de cálculo
τ
c
= tensão de cisalhamento correspondente a parcela de força cortante absorvida por
mecanismos complementares ao de treliça
V
c
= parcela de força cortante resistida por mecanismos complementares ao modelo
em treliça
V
c0
= valor de referência para Vc quando θ = 45º
f
ctd
= valor de cálculo da resistência de tração do concreto
f
ck
= resistência característica à compressão do concreto
ρ
sw
= taxa geométrica de armadura transversal
f
ywd
= tensão na armadura transversal
α = inclinação dos estribos em relação ao eixo longitudinal do elemento estrutural;
A
sw
= área da seção transversal dos estribos
s = espaçamento dos estribos, medido segundo o eixo longitudinal do elemento
estrutural;
f
ctm
= resistência média à tração direta (MPa);
f
ywk
= valor característico da resistência das armaduras transversais.
Tabela B.5 – Valores utilizados no cálculo da armadura transversal das vigas em escala
natural e reduzida.
Viga 1 Viga 2 Viga 3 Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
τ
wd
(kN/cm
2
)
0,22 0,22 0,23 0,24 0,30 0,30
f
ctd
(kN/cm
2
) 0,17 0,17 0,17 0,18 0,21 0,21
V
c
(kN) 36,9 36,9 36,9 1,65 1,92 1,92
τ
c
(kN/cm
2
)
0,10 0,10 0,10 0,11 0,13 0,13
τ
sw
(kN/cm
2
)
0,12 0,12 0,13 0,13 0,17 0,17
ρ
sw
(%)
0,31 0,31 0,33 0,42 0,55 0,55
f
ctm
(kN/cm
2
) 0,34 0,34 0,34 0,35 0,42 0,42
Taxa mínima de
armadura (%)
0,14 0,14 0,14 0,18 0,21 0,21
A
sw
(cm
2
) 0,62 0,62 0,62 0,04 0,04 0,04
s
calculado
(cm) 13,3 13,3 12,5 3,2 2,4 2,4
V
d
/ V
Rd2
0,36 0,36 0,36 0,36 0,38 0,38
s
máx
(cm) 14,5 14,5 14,5 3,0 3,0 3,0
Anexo B
260
O espaçamento dos estribos das vigas em escala natural foi de 11 cm e para as vigas em
escala reduzida foi de 3,0 cm.
Momento de fissuração
Define-se momento de fissuração (M
r
) como o momento capaz de provocar a primeira
fissura na peça. Representa o limite entre os Estádios I e II. No caso da flexão simples tem-se:
t
0ctm
r
y
Ifα
M
= (utilizar f
ctm
em kN/cm
2
)
(24)
3/2
ckctm
f3.0f =
(25)
12
hb
I
3
w
0
=
(26)
Sendo:
f
ctm
=
resistência média à tração direta (MPa);
I
0
= momento de inércia da seção bruta de concreto (cm
4
);
y
t
= distância do centro de gravidade à fibra mais tracionada (cm);
α = 1,5 para seções retangulares;
f
ck
=
resistência característica do concreto (MPa)
Fazendo analogia ao caso de flexo-compressão tem-se:
ctmt
0
r
fα
A
N
y
I
M
=
(utilizar f
ctm
em kN/cm
2
)
(27)
ctm
0
prot
t
0
prot
fα
A
º15cosF
y
I
)L/3(º15senF
=
(28)
Em que:
F
prot
=
força de protensão (kN);
A
0
= área da seção bruta de concreto (cm
4
);
L = vão da viga (cm).
Tabela B.6 – Cálculo do momento de fissuração das vigas em escala natural e reduzida.
Viga 1 Viga 2 Viga 3 Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
I
0
(cm
4
) 33750 33750 33750 54 54 54
Y
t
(cm) 15 15 15 3 3 3
A
0
(cm
2
) 450 450 450 18 18 18
F
r, prot.
(kN) 59,4 59,4 59,4 --- --- ---
M
r
(kN.cm) 1434,3 1434,3 1434,3 9,45 11,34 11,34
Anexo B
261
Cálculo do momento fletor de serviço (estádio II)
A investigação experimental pretende representar as condições de serviço das vigas,
por isso o carregamento a ser aplicado foi o de serviço. Nesta situação, a estimativa do
momento fletor na viga é feita considerando o estádio II, estado de fissuração. Nesse caso, a
resistência à tração do concreto é vencida, sendo as tensões de tração absorvidas pelas barras
de aço longitudinais. As tensões de compressão são absorvidas pelo concreto, o qual se
mantém ainda em regime elástico. O diagrama de tensões de compressão é linear, iniciando
nulo na linha neutra e atingindo um valor máximo no bordo comprimido, figura B.1.
x
d
bw
h
A
A
x
ε
c
R
R
z
M > M
a) Seção transversal b) Deformações c) Tensões e resultantes
s
ε
c
σ
c
t
r
s
s
Figura B.1 – Diagrama de tensão no estádio II
Para a determinação da linha neutra no estádio II utiliza-se uma equação do segundo
grau.
0axaxa
3II2
2
II1
=++
(29)
Cuja solução é:
1
31
2
22
II
a2
aa4aa
x
±
=
(30)
Com os coeficientes a
1
, a
2
e a
3
iguais a:
2
b
a
w
1
=
(31)
se2
Aa
=
α
(32)
se3
Ada
=
α
(33)
Em que:
α
e
= relação entre os módulos de elasticidade do aço e do concreto. Segundo a NBR
6118 (2003) pode-se considerar α
e
= 15 para o estádio II;
x
II
= altura da linha neutra no estádio II (cm).
Anexo B
262
Uma vez determinada a posição da linha neutra e sabendo-se que o diagrama de tensão
do concreto é linear, pode-se calcular a força de compressão resistida pelo concreto. Sabendo-
se a força de solicitação determina-se o momento de serviço da viga.
2
bxf85,0
R
wIIcd
c
=
(34)
=
3
x
dRM
II
cs
(35)
Sendo:
R
c
= força de compressão resistida pelo concreto (kN);
M
s
= momento de serviço da viga (kN.cm).
Para as vigas em escala natural deve ser considerada a ação do peso próprio no sentido
do carregamento devido à disposição do ensaio. No caso do ensaio das vigas em escala
reduzida a ação do peso próprio está contrária ao sentido do carregamento.
- Cálculo do momento devido ao peso próprio
8
LAγ
M
2
conc
g
=
(36)
Portanto a força de serviço aplicada nos terços do vão foi:
)3/vão(
MM
F
gs
s
=
(37)
Tabela B.7 – Cálculo do momento fletor de serviço das vigas em escala natural e reduzida.
Viga 1 Viga 2 Viga 3 Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
a
1
(cm) 7,5 7,5 7,5 1,5 1,5 1,5
a
2
(cm
2
) 93,75 93,75 93,75 6,0 6,0 6,0
a
3
(cm
3
) -2261,25 -2261,25 -2261,25 -30,54 -30,54 -30,54
x
II
(cm) 12,2 12,2 12,2 2,94 2,94 2,94
R
c
(kN) 207,8 209,4 212,2 10,8 13,8 13,8
M
s
(kN.cm) 4166,5 4199,9 4255,6 44,4 56,7 56,7
M
g
(kN.cm) 126,6 126,6 126,6 1,62 1,62 1,62
F
s
(kN) 43,3 43,6 44,2 2,47 3,12 3,12
B.2 – Cálculo dos deslocamentos e das deformações teóricas das vigas em escala natural
Com base na Resistência dos Materiais sabe-se que o cálculo dos deslocamentos
instantâneos de uma viga depende da rigidez à flexão da peça (EI). Para vigas de concreto
armado a rigidez será constante enquanto a seção mais solicitada estiver no estádio I, isto é, o
momento atuante é inferior ao momento de fissuração e a seção não apresenta fissuras. Caso a
seção esteja fissurada a viga se encontra no estádio II, neste caso a rigidez à flexão será
Anexo B
263
variável ao longo do comprimento sendo necessário calcular um valor médio que seria uma
rigidez equivalente (EI
equivalente
).
ESTÁDIO I
A previsão da flecha imediata no meio do vão das vigas para o Estádio I foi feita a
partir da equação 38 da Resistência dos Materiais, válida para seções constantes ao longo da
peça e considerando a rigidez no Estádio I. Vale ressaltar que no Estádio I a força normal está
aplicada no Centro de Gravidade da peça, portanto o efeito da flexão composta é nulo no
cálculo da flecha.
)I(E
LF
648
23
Flecha
Ics
3
v
=
(38)
Sendo:
F
v
= Força vertical aplicada no terço do vão;
L = Vão da viga.
Da Resistência dos Materiais a deformação no concreto pode ser determinada pela
Equação 39.
cscIcs
Ia
c
EA
N
IE
xM
ε
+
=
(39)
A deformação no aço é determinada por meio da equação de compatibilidade das
deformações.
I
s
I
c
xd
ε
x
ε
=
(40)
ESTÁDIO II
Após o Estádio I a força normal deixa de coincidir com a linha neutra da peça,
passando a existir um momento devido a força normal contrário ao carregamento já existente.
)x(xNM
eqIN
=
(41)
)x(xN
3
LF
M
eqI
v
a
=
(42)
III
2,5
a
r
I
2,5
a
r
eq
xx
M
M
1x
M
M
x
+
=
(43)
Anexo B
264
Em que:
x
I
= altura da linha neutra no estádio I (cm);
x
II
= altura da linha neutra no estádio II (cm);
x
eq
= altura da linha neutra equivalente (cm);
M
N
= momento devido a força normal (kN.cm);
N = Força normal (kN);
M
a
= Momento atuante na seção crítica (kN.cm).
Vale ressaltar que para o cálculo do momento atuante foi utilizada a altura da linha
neutra equivalente obtida na etapa anterior de cálculo. Para evitar um erro significativo, cada
etapa de cálculo correspondia a uma força de protensão de 0,5 kN.
A rigidez equivalente foi determinada de acordo com a NBR 6118 (2003), pela
seguinte equação:
ccsII
3
a
r
c
3
a
r
cseq
IEI
M
M
1I
M
M
E(EI)
+
=
(44)
Em que:
M
r
= momento de fissuração;
M
a
= momento fletor da seção crítica;
I
c
= momento de inércia da seção bruta de concreto;
I
II
= momento de inércia da seção fissurada de concreto no estádio II.
O cálculo da inércia da seção fissurada de concreto no estádio II foi determinado por
meio da equação a seguir:
2'
II
'
se
2
IIse
3
IIw
II
)d(xA1)(αd)(xAα
3
xb
I ++
=
(45)
O cálculo da flecha imediata no meio do vão da viga foi determinada pela equação 46,
da Resistência dos Materiais.
eq
2
N
eq
3
v
I)(E8
LM
I)(E
LF
648
23
Flecha
=
(46)
Da Resistência dos Materiais a deformação no concreto pode ser determinada pela
Equação 47.
()
csc
eq
eqa
c
EA
N
IE
xM
ε
+
=
(47)
A deformação no aço é determinada por meio da equação de compatibilidade das
deformações.
Anexo B
265
eq
s
eq
c
xd
ε
x
ε
=
(48)
B.3 – Transformação dos resultados das vigas em escala reduzida para a escala natural
utilizando a teoria dos modelos físicos reduzidos
De acordo com a teoria dos modelos físicos reduzidos o fator de escala de tensão (S
σ
)
é a razão entre a resistência à compressão simples da viga em escala natural e a reduzida. O
fator de escala de deformação (S
ε
) foi determinado indiretamente pela equação 49. Os
resultados estão apresentados na tabela B.8.
==
reduzido
natural
σ
ε
ε
σ
reduzido
natural
E
E
S
S
S
S
E
E
(49)
Tabela B.8 – Determinação dos fatores de escala de tensão e deformação.
f
c7
(MPa)
S
σ
E
c7
(MPa)
S
ε
Viga 1 37,4 34,6
Modelo 1 40,3
0,928
30,0
0,805
Viga 2 37,7 32,1
Modelo 2 51,5
0,732
31,6
0,721
Viga 3 38,2 37,3
Modelo 3 51,4
0,743
29,6
0,590
Como observado na tabela B.8 o fator de escala de deformação (S
ε
) foi diferente de 1,
portanto o modelo é classificado como distorcido. Na tabela B.9 apresentam-se os fatores de
escala para modelos distorcidos considerados para os três casos abordados. Portanto para a
transformação dos resultados experimentais das vigas em escala reduzida para a escala natural
basta multiplicar os valores por seus respectivos fatores de escala.
Tabela B.9 – Resumo dos fatores de escala para modelos de concreto armado.
Modelo
Quantidade Dimensões
Modelo
Distorcido
1 2 3
Deformações no concreto ε
c
---
S
ε
0,805 0,721 0,590
Deformações no aço ε
s
---
S
ε
0,805 0,721 0,590
Dimensão linear l L S
l
5 5 5
Deslocamento δ
L
S
ε
S
l
4,025 3,605 2,950
Carga concentrada Q F
S
σ
S
l
2
23,200 18,300 18,575
S
σ
- fator de escala de tensão; S
ε
- fator de escala de deformação; S
l
– fator de escala de
comprimento.
Anexo B
266
B.4 – Resultados teóricos e experimentais das vigas em escala natural e reduzida
Tabela B.10– Resultados teóricos e experimentais da viga 1.
Viga 1
F
v
(kN)
M
a
(kN.cm)
x
(cm)
EI
(kN.cm
2
)
Flecha teórica
(mm)
Flecha ensaio
(mm)
0,0 0,0 15,00 116775000 0,00 0,00
1,3 120,7 15,00 116775000 0,09 0,08
2,6 241,5 15,00 116775000 0,17 0,10
3,9 362,2 15,00 116775000 0,26 0,15
5,2 483,0 15,00 116775000 0,35 0,21
6,5 603,7 15,00 116775000 0,43 0,27
7,8 724,4 15,00 116775000 0,52 0,31
9,1 845,2 15,00 116775000 0,60 0,38
11,6 1086,7 15,00 116775000 0,78 0,48
14,2 1328,1 15,00 116775000 0,95 0,61
16,8 1542,6 14,53 109068429,2 1,20 0,75
19,4 1735,9 13,94 99655997,18 1,51 0,89
22,0 1933,1 13,53 93544845,17 1,82 1,11
25,9 2234,6 13,12 87888505,65 2,27 1,50
27,2 2336,3 13,03 86590449,86 2,42 1,64
28,5 2438,5 12,94 85495161,31 2,57 1,76
29,8 2541,2 12,87 84565393,48 2,72 1,89
31,1 2644,2 12,81 83771652,37 2,86 2,03
32,4 2747,6 12,75 83090412,21 3,00 2,17
33,6 2851,3 12,70 82502777,69 3,14 2,31
34,9 2955,3 12,66 81993472,75 3,28 2,47
36,2 3059,5 12,62 81550069,98 3,42 2,67
Anexo B
267
Tabela B.11– Resultados teóricos e experimentais da viga 1.
Viga 1
F
v
(kN)
ε
c
teórica
ε
c
ensaio
ε
s
superior
teórica
ε
s
superior
ensaio
ε
s
inferior
teórica
ε
s
inferior
ensaio
0,0 0,000000 0,000000 0,000000 0,000000 0,000000 0,000000
1,3 -0,000019 -0,000015 0,000009 0,000005 0,000013 0,000010
2,6 -0,000037 -0,000021 0,000019 0,000005 0,000027 0,000011
3,9 -0,000056 -0,000033 0,000028 0,000005 0,000040 0,000015
5,2 -0,000074 -0,000044 0,000038 0,000006 0,000054 0,000019
6,5 -0,000093 -0,000052 0,000047 0,000013 0,000067 0,000029
7,8 -0,000112 -0,000063 0,000057 0,000014 0,000081 0,000034
9,1 -0,000130 -0,000075 0,000066 0,000015 0,000094 0,000037
11,6 -0,000167 -0,000100 0,000085 0,000019 0,000121 0,000046
14,2 -0,000205 -0,000118 0,000104 0,000032 0,000148 0,000066
16,8 -0,000246 -0,000152 0,000137 0,000039 0,000192 0,000076
19,4 -0,000289 -0,000182 0,000180 0,000050 0,000248 0,000089
22,0 -0,000332 -0,000223 0,000223 0,000069 0,000303 0,000109
25,9 -0,000396 -0,000301 0,000286 0,000191 0,000384 0,000232
27,2 -0,000417 -0,000321 0,000307 0,000216 0,000411 0,000264
28,5 -0,000437 -0,000348 0,000327 0,000237 0,000437 0,000295
29,8 -0,000458 -0,000370 0,000347 0,000255 0,000463 0,000325
31,1 -0,000479 -0,000391 0,000367 0,000275 0,000488 0,000351
32,4 -0,000499 -0,000414 0,000387 0,000295 0,000514 0,000374
33,6 -0,000520 -0,000434 0,000406 0,000313 0,000539 0,000402
34,9 -0,000540 -0,000460 0,000425 0,000333 0,000564 0,000428
36,2 -0,000560 -0,000485 0,000444 0,000352 0,000588 0,000458
Tabela B.12– Resultados teóricos e experimentais do modelo 1.
Modelo 1
F
v
(kN)
F
v
transformada
(kN)
Flecha
ensaio
(mm)
Flecha
transformada
(mm)
ε
c
ensaio
ε
c
transformada
ε
s
ensaio
ε
s
transformada
0,0 0,0 0,00 0,00 0,000000 0,000000 0,000000 0,000000
0,2 2,3 0,03 0,12 -0,000028 -0,000022 0,000013 0,000010
0,4 4,6 0,07 0,28 -0,000051 -0,000041 0,000065 0,000052
0,6 7,0 0,16 0,64 -0,000053 -0,000042 0,000075 0,000060
0,8 9,3 0,20 0,81 -0,000089 -0,000071 0,000102 0,000082
1,0 11,6 0,24 0,97 -0,000114 -0,000091 0,000126 0,000101
1,2 13,9 0,29 1,17 -0,000130 -0,000105 0,000171 0,000138
1,4 16,2 0,33 1,33 -0,000150 -0,000121 0,000200 0,000161
1,6 18,6 0,40 1,61 -0,000169 -0,000136 0,000246 0,000198
1,8 20,9 0,44 1,77 -0,000201 -0,000161 0,000283 0,000227
2,0 23,2 0,49 1,97 -0,000210 -0,000169 0,000327 0,000263
2,2 25,5 0,53 2,13 -0,000233 -0,000187 0,000356 0,000286
2,4 27,8 0,59 2,37 -0,000265 -0,000213 0,000389 0,000313
2,6 30,2 0,63 2,54 -0,000310 -0,000250 0,000398 0,000320
2,8 32,5 0,67 2,70 -0,000296 -0,000238 0,000468 0,000376
3,0 34,8 0,73 2,94 -0,000336 -0,000270 0,000493 0,000396
Anexo B
268
Tabela B.13– Resultados teóricos e experimentais da viga 2.
Viga 2
F
v
(kN)
M
a
(kN.cm)
x
(cm)
EI
(kN.cm
2
)
Flecha
teórica
(mm)
Flecha
ensaio
(mm)
0,0 0,0 15,00 108337500 0,00 0,00
2,6 241,5 15,00 108337500 0,19 0,10
5,2 483,0 15,00 108337500 0,37 0,22
7,8 724,4 15,00 108337500 0,56 0,34
10,4 965,9 15,00 108337500 0,74 0,45
12,9 1207,4 15,00 108337500 0,93 0,62
15,5 1448,2 14,93 107300977,4 1,13 0,78
16,8 1542,6 14,53 101187655,2 1,29 0,88
18,1 1638,7 14,21 96332393,05 1,46 0,97
19,4 1735,9 13,94 92455181,47 1,63 1,06
20,7 1834,1 13,71 89328903,5 1,80 1,18
22,0 1933,1 13,53 86785501,76 1,96 1,26
23,3 2032,9 13,37 84699056,02 2,13 1,39
24,6 2133,5 13,24 82974157,78 2,29 1,50
25,9 2234,6 13,12 81537778,7 2,45 1,60
27,2 2336,3 13,03 80333495,03 2,61 1,72
28,5 2438,5 12,94 79317330,6 2,77 1,83
29,8 2541,2 12,87 78454729,61 2,93 1,97
31,1 2644,2 12,81 77718328,71 3,08 2,10
32,4 2747,6 12,75 77086301,63 3,24 2,23
33,6 2851,3 12,70 76541118,1 3,39 2,37
34,9 2955,3 12,66 76068605,56 3,54 2,51
36,2 3059,5 12,62 75657234,4 3,69 2,67
37,5 3164,0 12,59 75297569,17 3,84 2,79
38,8 3268,6 12,56 74981844,39 3,99 2,93
Anexo B
269
Tabela B.14– Resultados teóricos e experimentais da viga 2.
Viga 2
F
v
(kN)
ε
c
teórica
ε
c
ensaio
ε
s
superior
teórica
ε
s
superior
ensaio
ε
s
inferior
teórica
ε
s
inferior
ensaio
0,0 0,000000 0,000000 0,000000 0,000000 0,000000 0,000000
2,6 -0,000040 -0,000005 0,000020 0,000019 0,000029 0,000025
5,2 -0,000080 -0,000009 0,000040 0,000039 0,000057 0,000051
7,8 -0,000120 -0,000014 0,000060 0,000055 0,000086 0,000074
10,4 -0,000160 -0,000040 0,000080 0,000064 0,000115 0,000106
12,9 -0,000201 -0,000065 0,000100 0,000074 0,000144 0,000138
15,5 -0,000242 -0,000104 0,000122 0,000080 0,000175 0,000183
16,8 -0,000265 -0,000118 0,000145 0,000090 0,000204 0,000201
18,1 -0,000288 -0,000130 0,000168 0,000109 0,000234 0,000236
19,4 -0,000312 -0,000146 0,000192 0,000131 0,000264 0,000275
20,7 -0,000335 -0,000155 0,000215 0,000159 0,000294 0,000313
22,0 -0,000358 -0,000161 0,000238 0,000181 0,000323 0,000342
23,3 -0,000381 -0,000193 0,000260 0,000194 0,000353 0,000361
24,6 -0,000404 -0,000206 0,000283 0,000232 0,000382 0,000396
25,9 -0,000427 -0,000240 0,000305 0,000238 0,000410 0,000406
27,2 -0,000449 -0,000251 0,000327 0,000263 0,000438 0,000437
28,5 -0,000471 -0,000258 0,000348 0,000290 0,000466 0,000468
29,8 -0,000494 -0,000300 0,000369 0,000288 0,000494 0,000471
31,1 -0,000516 -0,000326 0,000391 0,000305 0,000521 0,000494
32,4 -0,000538 -0,000343 0,000411 0,000320 0,000548 0,000522
33,6 -0,000560 -0,000357 0,000432 0,000340 0,000575 0,000554
34,9 -0,000582 -0,000389 0,000452 0,000354 0,000602 0,000567
36,2 -0,000604 -0,000400 0,000473 0,000385 0,000628 0,000608
37,5 -0,000626 -0,000412 0,000493 0,000411 0,000654 0,000644
38,8 -0,000648 -0,000435 0,000513 0,000435 0,000680 0,000673
Tabela B.15– Resultados teóricos e experimentais do modelo 2.
Modelo 2
F
v
(kN)
F
v
transformada
(kN)
Flecha
ensaio
(mm)
Flecha
transformada
(mm)
ε
c
ensaio
ε
c
transformada
ε
s
ensaio
ε
s
transformada
0,0 0,0 0,00 0,00 0,000000 0,000000 0,000000 0,000000
0,2 1,8 0,03 0,11 -0,000020 -0,000014 0,000022 0,000015
0,4 3,7 0,09 0,32 -0,000073 -0,000052 0,000058 0,000041
0,6 5,5 0,13 0,47 -0,000071 -0,000051 0,000111 0,000080
0,8 7,3 0,19 0,68 -0,000103 -0,000074 0,000155 0,000111
1,0 9,2 0,26 0,92 -0,000134 -0,000096 0,000197 0,000141
1,2 11,0 0,32 1,13 -0,000169 -0,000121 0,000247 0,000178
1,4 12,8 0,38 1,37 -0,000201 -0,000144 0,000311 0,000224
1,6 14,6 0,45 1,62 -0,000226 -0,000163 0,000354 0,000255
1,8 16,5 0,54 1,94 -0,000267 -0,000192 0,000429 0,000309
2,0 18,3 0,61 2,20 -0,000303 -0,000218 0,000470 0,000338
2,2 20,1 0,68 2,43 -0,000337 -0,000243 0,000522 0,000376
2,4 22,0 0,76 2,74 -0,000374 -0,000269 0,000571 0,000411
2,6 23,8 0,83 2,97 -0,000413 -0,000297 0,000614 0,000442
2,8 25,6 0,89 3,20 -0,000437 -0,000315 0,000670 0,000482
3,0 27,5 0,97 3,49 -0,000473 -0,000340 0,000722 0,000519
Anexo B
270
Tabela B.16– Resultados teóricos e experimentais da viga 3.
Viga 3
F
v
(kN)
M
a
(kN.cm)
x
(cm)
EI
(kN.cm
2
)
Flecha
teórica
(mm)
Flecha
ensaio
(mm)
0,0 0,0 15,00 125718750 0,00 0,00
5,2 483,0 15,00 125718750 0,32 0,04
7,8 724,4 15,00 125718750 0,48 0,13
10,4 965,9 15,00 125718750 0,64 0,24
12,9 1207,4 15,00 125718750 0,80 0,34
15,5 1448,2 14,93 124515931,7 0,97 0,46
18,1 1638,7 14,21 111787590,1 1,26 0,64
19,4 1735,9 13,94 107288333,6 1,40 0,71
20,7 1834,1 13,71 103660487,7 1,55 0,80
22,0 1933,1 13,53 100709032,4 1,69 0,88
23,3 2032,9 13,37 98287845,39 1,83 0,97
24,6 2133,5 13,24 96286211,13 1,97 1,08
25,9 2234,6 13,12 94619384,93 2,11 1,17
27,2 2336,3 13,03 93221890,65 2,25 1,27
28,5 2438,5 12,94 92042696,73 2,39 1,39
29,8 2541,2 12,87 91041703,36 2,52 1,51
31,1 2644,2 12,81 90187157,14 2,66 1,64
32,4 2747,6 12,75 89453730,09 2,79 1,73
33,6 2851,3 12,70 88821079,41 2,92 1,90
34,9 2955,3 12,66 88272758,79 3,05 2,04
36,2 3059,5 12,62 87795388,83 3,18 2,21
37,5 3164,0 12,59 87378020,3 3,31 2,39
38,8 3268,6 12,56 87011641,86 3,44 2,52
Anexo B
271
Tabela B.17– Resultados teóricos e experimentais da viga 3.
Viga 3
F
v
(kN)
ε
c
teórica
ε
c
ensaio
ε
s
superior
teórica
ε
s
superior
ensaio
ε
s
inferior
teórica
ε
s
inferior
ensaio
0,0 0,000000 0,000000 0,000000 0,000000 0,000000 0,000000
5,2 -0,000069 -0,000005 0,000035 0,000030 0,000050 0,000037
7,8 -0,000104 -0,000036 0,000052 0,000039 0,000074 0,000051
10,4 -0,000138 -0,000067 0,000069 0,000041 0,000099 0,000063
12,9 -0,000173 -0,000081 0,000086 0,000063 0,000124 0,000089
15,5 -0,000208 -0,000092 0,000106 0,000082 0,000151 0,000110
18,1 -0,000249 -0,000110 0,000145 0,000101 0,000202 0,000192
19,4 -0,000269 -0,000135 0,000165 0,000107 0,000228 0,000199
20,7 -0,000289 -0,000177 0,000185 0,000109 0,000253 0,000207
22,0 -0,000309 -0,000189 0,000205 0,000130 0,000279 0,000243
23,3 -0,000328 -0,000204 0,000224 0,000159 0,000304 0,000281
24,6 -0,000348 -0,000215 0,000244 0,000190 0,000329 0,000321
25,9 -0,000368 -0,000231 0,000263 0,000212 0,000353 0,000347
27,2 -0,000387 -0,000250 0,000281 0,000236 0,000378 0,000376
28,5 -0,000406 -0,000264 0,000300 0,000275 0,000402 0,000416
29,8 -0,000426 -0,000268 0,000318 0,000312 0,000426 0,000455
31,1 -0,000445 -0,000295 0,000337 0,000330 0,000449 0,000475
32,4 -0,000464 -0,000331 0,000355 0,000335 0,000473 0,000484
33,6 -0,000483 -0,000340 0,000372 0,000380 0,000496 0,000531
34,9 -0,000502 -0,000345 0,000390 0,000406 0,000519 0,000558
36,2 -0,000521 -0,000369 0,000407 0,000439 0,000541 0,000593
37,5 -0,000539 -0,000387 0,000425 0,000476 0,000564 0,000623
38,8 -0,000558 -0,000416 0,000442 0,000482 0,000586 0,000632
Tabela B.18– Resultados teóricos e experimentais do modelo 3.
Modelo 3
F
v
(kN)
F
v
transformada
(kN)
Flecha
ensaio
(mm)
Flecha
transformada
(mm)
ε
c
ensaio
ε
c
transformada
ε
s
ensaio
ε
s
transformada
0,0 0,0 0,00 0,00 0,000000 0,000000 0,000000 0,000000
0,2 1,9 0,03 0,09 -0,000028 -0,000016 0,000018 0,000010
0,4 3,7 0,06 0,18 -0,000051 -0,000030 0,000053 0,000031
0,6 5,6 0,10 0,30 -0,000077 -0,000045 0,000096 0,000056
0,8 7,4 0,15 0,44 -0,000170 -0,000100 0,000126 0,000074
1,0 9,3 0,19 0,56 -0,000218 -0,000128 0,000165 0,000097
1,2 11,1 0,23 0,68 -0,000244 -0,000144 0,000215 0,000127
1,4 13,0 0,27 0,80 -0,000284 -0,000168 0,000256 0,000151
1,6 14,9 0,33 0,97 -0,000317 -0,000187 0,000295 0,000174
1,8 16,7 0,44 1,30 -0,000371 -0,000219 0,000371 0,000219
2,0 18,6 0,48 1,42 -0,000403 -0,000237 0,000394 0,000232
2,2 20,4 0,55 1,62 -0,000446 -0,000263 0,000440 0,000260
2,4 22,3 0,61 1,80 -0,000464 -0,000273 0,000504 0,000297
2,6 24,2 0,67 1,98 -0,000493 -0,000291 0,000548 0,000323
2,8 26,0 0,73 2,15 -0,000561 -0,000331 0,000573 0,000338
3,0 27,9 0,82 2,42 -0,000593 -0,000350 0,000622 0,000367
Anexo C
272
ANEXO C
PROCEDIMENTOS ADOTADOS NO PROGRAMA EXPERIMENTAL
Anexo C
273
C.1. Fixação dos extensômetros elétricos de resistência
Para realizar a colagem dos extensômetros, preparou-se a superfície das barras de aço
e do concreto; preparação que consistiu em deixar a superfície plana e uniforme. No caso das
barras, as superfícies foram limadas, lixadas e esmerilhadas. No concreto fez-se a
regularização da superfície aplicando-se uma massa à base de epóxi a qual foi lixada após a
secagem. Para a marcação foram colocados sinais de orientação para o correto
posicionamento do extensômetro. A limpeza foi feita com gaze embebida em um solvente
(tricloroetileno) para retirar resíduos e gordura da superfície.
Teve-se o cuidado de verificar qual o melhor adesivo a ser empregado. No caso das
barras de aço foi realizado um ensaio preliminar, colando-se os extensômetros com dois tipos
de adesivos. Utilizou-se um adesivo tipo 1 de endurecimento rápido à base de cianoacrilato e
um adesivo bicomponente composto por adesivo e catalizador, no qual o endurecimento
ocorre em elevadas temperaturas. No gráfico da figura C.1 pode-se observar a semelhança de
comportamento dos diferentes adesivo; optou-se por empregar o cianoacrilato por ser o
adesivo mais viável economicamente e por praticidade.
0
10
20
30
40
50
0 1020304050
Dias
Deformação (
µε
)
Adesivo 1
Adesivo 2
Figura C.1 – Teste realizado para a escolha do melhor adesivo a ser empregado, sendo o
adesivo 1 cianoacrilato e o adesivo 2 um adesivo bicomponente.
Para a impermeabilização e proteção dos extensômetros fixados nas armaduras
utilizou-se fita elétrica de auto-fusão. Esse cuidado é necessário para proteger os
extensômetros da água e do impacto, durante a concretagem da peça. A proteção dos
extensômetros posicionados no concreto foi realizada por meio de fita isolante comum e cola
de base epóxi.
C.2. Determinação da abertura das fissuras
A determinação da abertura das fissuras foi realizada por meio de uma lupa graduada
com precisão de 0,01 mm, figura C.2. Para as vigas em escala natural, as leituras das aberturas
Anexo C
274
de fissuras foram realizadas após a perda de protensão devido ao encunhamento. Para as vigas
em escala reduzida as leituras foram realizadas após a aplicação do carregamento. Em ambos
os casos, após o período de carbonatação acelerada, as leituras foram novamente
determinadas.
Figura C.2 – Lupa graduada Mitutoyo para a determinação da abertura das fissuras.
C.3 - Calibração da câmara de carbonatação acelerada
A calibração da câmara de carbonatação seguiu os procedimentos abaixo:
No registro de saída da câmara de carbonatação foi conectado um aspirador de pó;
Objetivando trocar a atmosfera interna da câmara de carbonatação foi ligado o
aspirador de pó e, simultaneamente, abriu-se o manômetro do cilindro de dióxido de
carbono. Manualmente, abrindo e fechando o registro de saída de CO
2
da câmara,
manteve a pressão em aproximadamente 0,0 mmH
2
O, medida pelo pressostato;
Após a troca da atmosfera foi inserido dióxido de carbono na câmara até uma pressão
de 50 mmH
2
O;
Foi utilizado um frasco coletor de gás para retirar amostras do CO
2
presente no
interior da câmara. Esse frasco foi totalmente preenchido com água de forma que não
ficassem bolhas de ar;
O frasco coletor de gás foi conectado ao registro de saída da câmara que se encontrava
fechado, figura C.3 (a). Em seguida abriu-se o registro da câmara e as duas torneiras
do frasco coletor de gás, figura C.3 (b). Uma vez que a câmara estava sob pressão, a
água do frasco foi expulsa e o volume preenchido pela água passou a ser preenchido
pela atmosfera interna da câmara, figura C.3 (c);
Após a saída de toda a água presente no coletor foram fechadas com presilha uma das
extremidades da mangueira; as duas torneiras do coletor; a outra extremidade da
mangueira; o registro da câmara e foi desconectado o frasco coletor de amostras,
figura C.4. Em seguida marcou-se a direção do fluxo de entrada, para retirar a amostra
a ser ensaiada desta região, figura C.4;
Anexo C
275
(a)
(b)
(c)
Figura C.3 – Coleta da amostra da atmosfera interna da câmara de carbonatação.
Figura C.4 – Amostra da atmosfera interna da câmara de carbonatação.
Com o auxílio de uma seringa foi retirada uma amostra de 1 ml do coletor e através do
cromatógrafo GOW MAC foi determinada a concentração de dióxido de carbono
presente na câmara de carbonatação, figura C.5;
Esse cromatógrafo foi aferido para analisar amostras de dióxido de carbono e a equação
C.1 é a sua curva de calibração com R
2
= 0,9993.
X857423Y
=
(C.1)
Sendo: Y = área líquida;
X = volume de CO
2
(ml).
(a)
(b)
(c)
Figura C.5 – Ensaio para determinar a concentração de dióxido de carbono
1
.
Com a utilização de um cromatógrafo realizou-se o ensaio de concentração, obtendo-
se um valor médio de 50% em volume;
Vale salientar que a concentração de dióxido de carbono obtido no interior da câmara de
carbonatação foi proporcionada pela troca da atmosfera: foi aspirado o ar existente e foi
inserido dióxido de carbono.
1
Ensaio realizado na Escola de Engenharia de São Carlos, no Departamento de Hidráulica e Saneamento.
Anexo C
276
C.4. Calibração da câmara de carbonatação com menores dimensões
As vigas em escala reduzida foram submetidas à atmosfera agressiva em uma câmara
de carbonatação de menores dimensões desenvolvida por Silva (2002), a qual possui um
volume de 1,24 m
3
e as seguintes dimensões: 1,15 m x 1,20 m x 0,9 m, figura C.6. Essa
câmara foi utilizada objetivando reduzir o consumo de dióxido de carbono.
Figura C.6 – Câmara de carbonatação acelerada com menores dimensões.
O pressostato eletrônico programável, a solenóide e o transdutor diferencial foram
instalados nessa câmara para manter automática a entrada do dióxido de carbono. O mesmo
procedimento de calibração realizado na câmara com volume de 2,63 m
3
foi realizado nessa
câmara. A concentração de dióxido de carbono foi de 50%, umidade relativa de 65 ± 5% e
temperatura ambiente.
A mesma câmara de carbonatação foi utilizada para ensaiar apenas corpos-de-prova
submetidos à concentrações de 1%. Vale ressaltar que a única diferença para obter estas
concentrações foi o tempo de troca da atmosfera.
C.5. Equipamento e procedimentos utilizados para realizar a difratometria de raios-X
(DRX)
O equipamento de difração trabalha acoplado a um computador que processa os
resultados e produz um difratograma. As condições estabelecidas para a realização desse
ensaio são: radiação CuKα com filtro de Ni sem fenda de recepção; corrente de 40 mA e
Tensão de 40 kV.
Os procedimentos de preparação da amostra para o caso de pastas de cimento
carbonatadas foram:
quebrar a amostra em pedaços de aproximadamente 5 mm;
limpar as amostra com ultra som durante 15 minutos, figura C.7 (a);
Anexo C
277
parar a hidratação da amostra mergulhando-a em um recipiente com álcool
isopropílico com agitador magnético durante 30 minutos e fazendo vácuo durante 15
minutos, Figura C.7 (b) e (c) respectivamente. Realizar esse procedimento 3 vezes;
(a)
(b)
(c)
Figura C.7 – Preparação de amostras para análise microestrutural.
colocar as amostras em estufa a 60°C durante 12 horas;
moer as amostras em um almofariz cerâmico até proporcionar grãos que passem na
peneira # 200 (0,075 mm);
colocar o pó em um porta amostra apropriado para o equipamento de difração de
raios-x.
C.6. Procedimentos utilizados para realizar a porosimetria por intrusão de mercúrio
(PIM)
O tamanho dos poros preenchidos é inversamente proporcional à pressão aplicada.
Considerando que os poros sejam cilíndricos pode-se utilizar a Equação (C.2) desenvolvida
por Washburn (1921) para determinar o diâmetro do poro.
p
)(cosy4-
d
θ
=
(C.2)
Em que:
d – diâmetro equivalente do poro;
y – tensão superficial do mercúrio;
θ - ângulo de contato entre o mercúrio e a parede do poro;
p – pressão aplicada.
A tensão superficial do mercúrio pode ser considerada como 0,485 N/m e o ângulo de
contato entre o mercúrio e a parede do poro pode ser assumido como 130°.
A preparação da amostra foi realizada de acordo com o seguinte procedimento:
corte da amostra em tamanhos compatíveis com o porta-amostra utilizado, nesse caso
foi 1 cm
3
, figura C.8.
Anexo C
278
Figura C.8 – Corte de amostra para análise microestrutural.
Limpar as amostras com ultra som durante 15 minutos e parar a hidratação da amostra,
Figura C.7;
secar as amostras em estufa a 60°C durante 12 horas.
C.7. Equipamento e procedimentos utilizados para realizar a microscopia eletrônica de
varredura (MEV)
O microscópio eletrônico de varredura consiste basicamente de uma coluna ótico-
eletrônica, da câmara para a amostra, do sistema de vácuo e do controle eletrônico e sistema
de imagem. A imagem no MEV é constituída ponto a ponto por meio de um feixe de elétrons
de alta energia que é focalizado num ponto da amostra, causando a emissão de elétrons que
são coletados e amplificados para fornecer um sinal elétrico.
Os sinais utilizados nesta pesquisa foram os elétrons secundários (SE) e os elétrons
retroespalhados (BSE). Os elétrons secundários proporcionam uma imagem de alta resolução,
sendo mais utilizados em amostras fraturadas. Os elétrons retroespalhados são mais sensíveis
à diferença em número atômico, é mais utilizado em amostras polidas.
O microscópio eletrônico de varredura é utilizado juntamente com o espectrômetro de
dispersão de energia (EDS), o qual possibilita a obtenção do espectro inteiro de raios-X o que
permite a análise quantitativa dos constituintes da amostra. Maiores esclarecimentos consultar
Jorge Jr. e Botta Filho (2003).
A preparação da amostra fraturada seguiu os seguintes procedimentos:
cortar a amostra, em tamanhos compatíveis com o porta-amostra, utilizando uma disco
diamantado de baixa rotação e lubrificado com álcool isopropílico;
quebrar a mostra ao meio para obter a região fraturada;
limpar a amostra com ultra som durante 15 minutos;
parar a hidratação da amostra mergulhando-a em um recipiente com álcool
isopropílico com agitador magnético durante 30 minutos e fazendo vácuo durante 15
minutos. Realizar esse procedimento 3 vezes;
secar as amostras em estufa a 60°C durante 12 horas.
Anexo C
279
colar a amostra no porta amostra com tinta condutora (tinta prata);
passar um pouco de tinta prata entre a amostra e o porta amostra para assegurar o
aterramento;
recobrir a amostra com uma fina camada condutora de ouro;
deixar a mostra em um dessecador com vácuo e sílica gel para absorver a umidade, até
o dia do ensaio.
A preparação da amostra polida seguiu o seguinte procedimento:
cortar a amostra, em tamanhos compatíveis com o porta-amostra, utilizando uma serra
diamantada de baixa rotação e lubrificada com álcool isopropílico;
limpar as amostra com ultra som durante 15 minutos;
parar a hidratação da amostra mergulhando-a em um recipiente com álcool
isopropílico com agitador magnético durante 30 minutos e fazendo vácuo durante 15
minutos. Realizar esse procedimento 3 vezes;
colocar as amostras em estufa a 60°C durante 12 horas.
impregnar sob vácuo e embutir a frio com resina para preencher a estrutura dos poros;
Lixar e polir a amostra de acordo com a seguinte seqüência:
- Remover o excesso da resina e expor a superfície da amostra utilizando a lixa nº
320;
- lixar utilizando lixas de carbeto de silício nº 400, 600, 800, 1000, 1200, 1500 e
2000;
- limpar com ultra som durante 15 minutos;
- fazer o polimento utilizando suspensão de diamante em óleo mineral;
- limpar com ultra som durante 15 minutos;
colar a amostra no porta amostra com tinta condutora (tinta prata);
passar um pouco de tinta prata entre a amostra e o porta amostra para assegurar o
aterramento;
recobrir a amostra com uma fina camada condutora de ouro;
deixar a mostra em um dessecador com vácuo e sílica gel para absorver a umidade, até
o dia do ensaio.
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